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BOLETIM Do Seguro Rural N° 7 Julho 2015 Notícias do setor Entrevista com Bruno Lucchi e Fernanda Schwantes Ciclo de Palestras sobre Risco e Seguro Rural

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BOLETIM

Do Seguro Rural

N° 7Julho 2015

Notícias do setor

Entrevista comBruno Lucchi e

Fernanda Schwantes

Ciclo de Palestras

sobre Risco e Seguro Rural

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Prof. Dr. Vitor OzakiDept. de Economia, Administração e

Sociologia (ESALQ/USP).Coordenador do Grupo GESER

O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) é um dos

principais instrumentos de mitigação dos riscos presentes na atividade

agropecuária. Criado pelo governo federal em 2003 através da lei n°

10823/03, o programa possui, de modo geral, o objetivo de tornar a

contratação do seguro menos onerosa ao produtor. Para tanto, o

governo se responsabiliza, através da subvenção, pelo pagamento de

um percentual do o Prêmio do seguro (preço da apólice), cabendo ao

produtor arcar com o valor remanescente.

Na edição atual será apresentada uma análise da evolução do PSR,

tanto em aspectos qualitativos (legislação), quanto quantitativos

(subvenção, total de apólices, entre outros), no período de 2010 a

2014. Caso o leitor esteja interessado em uma descrição mais

aprofundada do programa recomenda-se a leitura da primeira edição

deste boletim. Para acessá-lo, clique no link abaixo:

http://www.esalq.usp.br/geser/docs/boletim/BSR_1aEdicao.pdf.

Em seguida, uma breve entrevista realizada com Bruno Lucchi e

Fernanda Schwantes, Superintendente Técnico e Assessora Técnica da

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, respectivamente,

traz o seguro rural do ponto de vista da CNA.

Na última seção, foram selecionadas algumas notícias importantes

para o seguro rural no Brasil.

BOA LEITURA !

EDITOR CHEFE:

Prof. Dr. Vitor Ozaki

EDITORES ASSOCIADOS:

Carlos Andres Oñate

Daniel Lima Miquelluti

Gabriel Ferreira dos S. Silva

Roberto Carlos Filho

COLABORADORES:

Ansu Mancal

Christopher Silva de Pádua

Hiron Pereira Farias

Luan Leme Pinheiro

Nicholas Câmara Oliveira

Sandra Helena da Silva

Thaís Sillmann

Valiana Teodoro

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- Evolução do Programa de Subvenção ao Prêmiodo Seguro Rural

- Aspectos legislativos – PSR

- O PSR em números- Grãos- Frutas- Verduras e Legumes

- Panorama Geral

- Entrevista

- Notícias

- Ciclo de Palestras sobre Risco e Seguro Rural

SUMÁRIO

3

3

561113

14

16

18

20

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Aspectos legislativos - PSR

A Lei Nº 10.823, de 19 de dezembro de 2003 dispõe sobre a subvenção econômicaao prêmio do Seguro Rural. Ao longo da existência do PSR, alterações foram feitascom a finalidade de aumentar a participação de produtores no programa e deassegurar o papel do seguro rural como mitigador dos efeitos dos riscos climáticosdas atividades agropecuárias, atuando assim como um instrumento para aestabilidade da renda dos produtores. O PSR também tem como objetivo incentivaro uso de tecnologias adequadas visando a modernização da gestão doempreendimento agropecuário.

O seguro, cujo prêmio será subvencionado, deve ser contratado pelos produtoresjuntamente às seguradoras ou demais entidades autorizadas a operar em segurospela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). A subvenção percentual aoprêmio varia segundo a modalidade de seguro rural (agrícola, pecuário, de florestase aquícola), tipos de cultura e espécies animais, categorias de produtores (grandes,médios e pequenos produtores, agricultores familiares e mini produtores), regiõesde produção e condições contratuais (perfil de risco, mecanização, área deprodução).

Em 2007, a Lei Complementar Nº 126 regularizou a participação de resseguradorase a Lei Complementar Nº 137 de 2010 autorizou a participação da União no fundodestinado à cobertura suplementar dos riscos do seguro rural. Essas medidasaumentaram a estabilidade do mercado de seguro rural, dando maior segurança aosprodutores que contratam o seguro. Com a finalidade de melhorar o fornecimentode informações de sinistros, a Resolução Nº 21 de abril de 2009 tornou obrigatóriapresença de coordenadas geográficas nas apólices de seguro.

O Plano Trienal para os anos de 2013 a 2015 foi publicado em 2014, sendo que asmodalidades modalidades amparadas nesse plano trienal são o seguro ruralagrícola, pecuário, de florestas e aquícola. O beneficiário deste programa é opróprio produtor rural, que por intermédio das seguradoras terá o valor dasubvenção concedida deduzido do prêmio a ser pago à entidade seguradora. ATabela 1 apresenta os valores máximos de subvenção por beneficiário bem como asatividades contempladas em cada modalidade de seguro rural.

EVOLUÇÃO DO PROGRAMA DE SUVBENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL

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O produtor rural poderá receber subvenção para mais de uma cultura, desde que asoma dos benefícios não ultrapasse o valor máximo subvencionável. Nas regiõesonde as culturas de soja, milho, arroz, feijão, algodão, tomate, caqui, ameixa, maçã,pêssego e uva possuem substancial importância econômica, ao mesmo tempo emque estão sujeitas a maior vulnerabilidade climática, conforme parâmetros extraídosdo zoneamento agrícola de risco climático, o percentual de subvenção será de 60%.A lista com os municípios/regiões prioritárias encontram-se no site do MAPA nainternet, podendo ser acessado em: http://www.agricultura.gov.br/politica-agricola/seguro-rural/municipios-prioritarios.

Para as culturas de inverno o percentual de subvenção será de 60% independente daregião produtora, enquanto que a cultura do trigo, em especial, terá percentual desubvenção de 70%, independentemente da região produtora. Para florestas eprodutores enquadrados no PRONAMP, o percentual de subvenção será de 60%.

EVOLUÇÃO DO PROGRAMA DE SUVBENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL

VALORES MÁXIMOS SUBVENCIONÁVEIS POR BENEFICIÁRIO POR MODALIDADE DE SEGURO RURALMODALIDADES DE

SEGURO ATIVIDADES CONTEMPLADAS LIMITES EM R$

Agrícola

abacate, abacaxi, abóbora, abobrinha,

alface, algodão, alho, ameixa, amendoim,

arroz, ate- móia, aveia, banana, batata,

berinjela, beter- raba, cacau, café, cajú,

cana-de-açúcar, canola, caqui, cebola,

cenoura, cevada, cen- teio, cherimóia,

chuchu, couve-flor, ervilha, escarola

(chicória), fava, feijão, figo, giras- sol, goiaba,

graviola, jiló, kiwi, laranja, li- chia, lima, limão

e demais cítricos, linho, maçã, mamão,

mamona, mandioca, manga, maracujá, me-

lancia, melão, milho, milho segunda safra,

morango, nectarina, pepino, pêra, pêssego,

pimentão, pinha, quiabo, repolho, sisal, soja,

sorgo, tangerina, tomate, trigo, triticale, uva,

vagem e demais hortaliças e legumes.

96.000,00

Pecuárioaves, bovinos, bubalinos, caprinos, eqüinos,

ovinos e suínos32.000,00

De Florestas silvicultura 32.000,00

Aquícola carcinicultura, maricultura e piscicultura 32.000,00

Valor máximo

subvencionável192.000,00

Fonte: Diário Oficial da União. Elaboração: GESER

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O PSR tem demonstrado uma evolução em todos os seus aspectos nos últimos anos.A tabela x nos mostra de maneira condensada a evolução das variáveis que compõeo PSR. Os dados de 2014 ainda não foram divulgados pelo Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento. Para efeito de análise, todos os dados estãodeflacionados pelo IPC, com base em dezembro de 2010.

O número de operações, como pode ser observado, saltou de 52.880, em 2010,para 101.850, em 2013, representando um aumento de 93%. Destaca-se, também,o salto dado no número de operações entre os anos de 2012 e 2013, fruto docrescimento do montante destinado à subvenção.

A área segurada por sua vez, apresentou pequenas oscilações entre 2010 e 2013, oque, entretanto, não influenciou no resultado crescente do período. Em 2010, aárea segurada foi de 4.787.641 hectares, passando para 5.582.137 em 2012. Em2012, houve uma leve queda no total segurado, atingindo 5.243.272 de hectares. Jáem 2013, a área segurada cresceu de maneira excepcional, totalizando 9.603.429hectares.

Uma outra observação a ser feita com relação a essa variável é a área média daspropriedades de cultivo. Tal valor, calculado a partir da divisão entre a áreasegurada e o número de operações efetuadas, nos revela que em 2010, a áreamédia das propriedades foi de 90,5 hectares, chegando 96,44 em 2011, valor quecaiu em 2012 – 82,8 hectares. Em 2013, a área média voltou a subir, passando para94,3 hectares.

O PSR em números

EVOLUÇÃO DO PROGRAMA DE SUVBENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL

EVOLUÇÃO DO PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL - 2010 A 2014

ANO

N° DE

OPERAÇÕES

(UNIDADE)

ÁREA

SEGURADA

(ha)

IMPORTÂNCIA

SEGURADA (R$)

PRÊMIO TOTAL

ARRECADADO

(R$)

SUBVENÇÃO

TOTAL (R$)

2010 52.880 4.787.641 6.541.634.782 n.d 198.277.600

2011 57.885 5.582.137 6.891.302.915 437.914.223 237.975.588

2012 63.328 5.243.272 7.791.063.042 506.890.707 282.259.822

2013 101.850 9.603.429 14.108.792.817 838.759.888 467.274.474

2014 n.d n.d n.d n.d n.d

Fonte: MAPA. Elaboração: GESER

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A importância segurada também se mostrou crescente ao longo do período,destacando-se o crescimento nos dois últimos anos. O valor passou de R$7.791.063.042, em 2012, para R$ 14.108.792.817, em 2013, o que representou umaumento de 82%. No período total (2010-2013), o aumento foi ainda maior,totalizando 115,7%.

Tal comportamento se mostra presente, também, para o prêmio e para a subvençãototal arrecadados. O prêmio apresentou no período um crescimento total de 91,54%,enquanto a subvenção total, 135,67%.

Grãos

Ao analisarmos a evolução do PSR por cultura, observamos que o programa tem, aolongo do período, maior participação de grãos em todos seus aspectos. Em 2010, opercentual de apólices destinadas ao cultivo destas culturas chegou a 74,18% do totaldo de operações. Já a área segurada alcançou 91,49%, enquanto a importância e asubvenção atingiram 70,27% e 70,26% do total do PSR, respectivamente.

Dentro do cultivo de grãos, a cultura que mais se destaca é a soja, compondo cercade 52% da subvenção dos grãos, e 36,82% da subvenção total do Programa.

EVOLUÇÃO DO PROGRAMA DE SUVBENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL

PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL - 2010 - GRÃOS

PRODUTO /

MODALIDADE

N° DE

OPERAÇÕES

(UNIDADE)

%

TOTAL

ÁREA

SEGURADA

(ha)

%

TOTAL

IMPORTÂNCIA

SEGURADA (R$)

%

TOTAL

SUBVENÇÃO

TOTAL (R$)

%

TOTAL

Soja 23.848 45,10 3.022.356 63,13 2.746.605.819 41,99 73.008.991 36,82

Trigo 4.206 7,95 385.009 8,04 326.600.040 4,99 24.380.579 12,30

Milho 2ª safra 2.622 4,96 238.451 4,98 166.053.918 2,54 18.327.850 9,24

Milho 1ª safra 3.227 6,10 282.377 5,90 363.021.364 5,55 9.731.991 4,91

Outros 5.321 10,06 452.004 9,44 994.641.175 15,20 13.856.945 6,99

Total 39.224 74,18 4.380.197 91,49 4.596.922.316 70,27 139.306.356 70,26

Fonte: MAPA. Elaboração: GESER

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EVOLUÇÃO DO PROGRAMA DE SUVBENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL

52%

18%

13%

7%

10%

Composição da subvenção para grãos - 2010

Soja Trigo Milho 2ª safra Milho 1ª safra Outros

52%

18%

13%

7%

10%

Composição da subvenção para grãos - 2010

Soja Trigo Milho 2ª safra Milho 1ª safra Outros

Fonte: MAPA. Elaboração: GESER

Em 2011, os números foram bem próximos, mas a participação dos grãos no PSRsofreu leve queda em todas as variáveis. O número de apólices passou a representar68,97% do total do Programa, enquanto as porcentagens da área segurada,importância segurada e subvenção total foram de 77,95%, 63,45% e 67,37%,respectivamente. O prêmio arrecadado para grãos, valor indisponível para o ano de2010, chegou a 66,67% do total do PSR. Tais quedas foram frutos de dois fatores. Oprimeiro é que em 2011 as operações para grãos ficaram estagnadas em relação aoano anterior. Além disso, o número de apólices para o cultivo de frutas, verduras elegumes cresceu, tomando parte desses percentuais.

PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL - 2011 - GRÃOS

PRODUTO /

MODALIDADE

N° DE

OPERAÇÕES

(UNIDADE)

%

TOTAL

PSR

ÁREA

SEGURADA

(ha)

%

TOTAL

PSR

IMPORTÂNCIA

SEGURADA

(R$)

%

TOTAL

PSR

PRÊMIO

TOTAL

ARRECADADO

(R$)

%

TOTAL

PSR

SUBVENÇÃO

TOTAL

(R$)

%

TOTAL

PSR

Soja 24.895 43,01 2.705.682 48,47 2.603.641.358 37,78 168.165.236 38,40 83.299.885 35,00

Trigo 3.245 5,61 327.206 5,86 316.796.086 4,60 28.573.585 6,52 19.845.191 8,34

Milho 2ª safra 3.176 5,49 621.574 11,14 275.897.145 4,00 44.791.757 10,23 31.201.874 13,11

Milho 1ª safra 4.707 8,13 336.957 6,04 461.748.493 6,70 29.217.001 6,67 14.470.036 6,08

Outros 3.903 6,74 359.934 6,45 714.613.980 10,37 21.207.681 4,84 11.510.946 4,84

Total 39.926 68,97 4.351.353 77,95 4.372.697.063 63,45 291.955.260 66,67 160.327.932 67,37

Fonte: MAPA. Elaboração: GESER

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Dentro do cultivo de grãos, a participação da soja manteve-se a mesma (52%). Asvariações mais importantes ocorreram com o trigo, que teve queda na participaçãode 18% para 12%, e o milho segunda safra, que passou de 13% em 2010, para 20%em 2011.

Para o ano de 2012, a participação do dos grãos no PSR cresceu. O número deapólices passou a representar 73,74% do programa. Além disso, o número cresceucerca de 16,96% em relação ao ano anterior. A área segurada totalizou 91,49% doprograma, enquanto a importância segurada, o prêmio arrecadado e a subvençãochegaram a 72,64%, 73,24% e 74,61%, respectivamente.

EVOLUÇÃO DO PROGRAMA DE SUVBENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL

52%

12%

20%

9%

7%

Composição da subvenção para grãos - 2011

Soja Trigo Milho 2ª safra Milho 1ª safra Outros

Fonte: MAPA. Elaboração: GESER

PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL - 2012 - GRÃOS

PRODUTO /

MODALIDADE

N° DE

OPERAÇÕES

(UNIDADE)

%

TOTAL

PSR

ÁREA

SEGURADA

(ha)

%

TOTAL

PSR

IMPORTÂNCIA

SEGURADA

(R$)

%

TOTAL

PSR

PRÊMIO

TOTAL

ARRECADADO

(R$)

%

TOTAL

PSR

SUBVENÇÃO

TOTAL (R$)

%

TOTAL

PSR

Soja 26.718 42,19 3.002.344 57,26 3.149.981.947 40,43 200.540.045 39,56 103.144.331 36,54

Trigo 4.863 7,68 456.279 8,70 481.196.494 6,18 37.434.794 7,39 25.893.472 9,17

Milho 2ª safra 5.401 8,53 609.470 11,62 506.904.984 6,51 75.535.503 14,90 51.375.539 18,20

Milho 1ª safra 4.079 6,44 304.667 5,81 454.358.643 5,83 28.787.975 5,68 14.743.207 5,22

Outros 5.636 8,90 424.162 8,09 1.067.363.781 13,70 28.932.515 5,71 15.433.226 5,47

Total 46.697 73,74 4.796.922 91,49 5.659.805.848 72,64 371.230.832 73,24 210.589.774 74,61

Fonte: MAPA. Elaboração: GESER

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É interessante destacar que em 2012, apesar do aumento da participação dos grãosno PSR, a soja teve queda na importância relativa, alcançando 49% do total dasubvenção aos grãos, ante os 52% de 2011. Por outro lado, o milho 2ª safra aumentosua participação em cinco pontos percentuais, partindo de 20% em 2011 para 25%em 2012.

Por fim, no ano de 2013 o número de apólices, a área segurada e a importânciasegurada tiverem leve queda relativa, chegando a 70,7%, 88,08% e 66,76% do totaldo PSR, nessa ordem. Por outro lado, o prêmio e subvenção arrecadados cresceram,atingindo 77,08% e 78,5%, ante os 73,24% e 74,61% em 2012, respectivamente.Entretanto, ao compararmos o número de apólices em termos unitários, verificamosum aumento acentuado deste quesito. Em 2012, o número de operações para grãosfoi de 46.997, enquanto que em 2013 esse valor alcançou 72.005, representando umaumento de 53,21%. A área segurada não se comportou diferente. Em 2012, estevalor atingiu 4.796.922, passando para 8.458.786 em 2013 (aumento de 76,34%).

EVOLUÇÃO DO PROGRAMA DE SUVBENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL

49%

12%

25%

7%7%

Composição da subvenção para grãos - 2012

Soja Trigo Milho 2ª safra Milho 1ª safra Outros

Fonte: MAPA. Elaboração: GESER

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Quanto a participação individual das culturas, em 2013 a soja voltou a ter mais dametade do valor destinado à subvenção dos grãos (51%). O trigo, que vinha caindoao longo dos anos, voltou a subir, atingindo 14% do setor. Já o milho 2ª apresentouuma leve queda, passando de 25%, em 2012, para 22% em 2013.

Alguns pontos podem ser destacados deste panorama dos grãos no Programa deSubvenção ao Prêmio do Seguro Rural. Apesar das oscilações na participação relativado setor na composição do Programa, os valores unitários e monetáriosapresentaram crescimento no período.

EVOLUÇÃO DO PROGRAMA DE SUVBENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL

Fonte: MAPA. Elaboração: GESER

PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL - 2013 - GRÃOS

PRODUTO /

MODALIDADE

N° DE

OPERAÇÕE

S

(UNIDADE)

%

TOTAL

PSR

ÁREA

SEGURADA

(ha)

%

TOTAL

PSR

IMPORTÂNCIA

SEGURADA

(R$)

%

TOTAL

PSR

PRÊMIO

TOTAL

ARRECADAD

O (R$)

%

TOTAL

PSR

SUBVENÇÃO

TOTAL (R$)

%

TOTAL

PSR

Soja 41.820 41,06 5.486.453 57,13 5.772.015.200 40,91 359.400.449 42,85 187.026.521 40,02

Trigo 8.345 8,19 732.596 7,63 756.643.513 5,36 71.671.419 8,54 49.592.187 10,61

Milho 2ª safra 8.051 7,90 1.075.785 11,20 863.932.294 6,12 125.342.489 14,94 81.631.322 17,47

Milho 1ª safra 7.094 6,97 594.703 6,19 885.540.441 6,28 54.848.173 6,54 28.422.046 6,08

Outros 6.695 6,57 569.249 5,93 1.140.312.201 8,08 35.294.767 4,21 20.116.879 4,31

Total 72.005 70,70 8.458.786 88,08 9.418.443.650 66,76 646.557.295 77,08 366.788.955 78,50

51%

14%

22%

8%5%

Composição da subvenção para grãos - 2013

Soja Trigo Milho 2ª safra Milho 1ª safra Outros

Fonte: MAPA. Elaboração: GESER

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Fonte: MAPA. Elaboração: GESER

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O número de operações, por exemplo, saltou de 39.224, em 2010, para 72.005, em2013, o que representou um aumento de 83,57%. A área segurada, que em 2010compreendia por 4.380.197 hectares, cresceu 93,11%, atingindo 8.458.786 hectares,em 2013. A importância segurada passou de R$ 4,57 bilhões, em 2010, para R$ 9,42bilhões, em 2013. Por fim, a subvenção destinada aos grãos, que atingiu R$ 139milhões, em 2010, chegou a R$ 367 milhões, em 2013 (aumento de 164%).

Outro ponto importante é que as quatro culturas destacadas (soja, trigo, milho 2ªsafra e milho 1ª safra) vêm suprimindo a participação de outras culturas nacomposição da subvenção para os grãos, ao passo que os valores percentuais dasoutras culturas atingiram 10% (2010), 7% (2011), 7% (2012) e 5% (2013).

Em linhas gerais, estes resultados demonstram que o setor de grãos vemembasando o crescimento do PSR, sendo o principal destinatário das subvenções doPrograma, ao passo que corresponde por mais de 70% da subvenção em todo operíodo observado¹.

Frutas

Num panorama mais geral, a participação das frutas no PSR apresentoucomportamento contrário ao dos grãos. No primeiro ano observado (2010), onúmero de operações foi de 9.863, passando para 12.583 em 2011, 13.015 em 2012e 13.893 em 2013. Portanto, observa-se que entre os dois primeiros anos (2010 e2011) houve um bom crescimento percentual (27,58%). Entretanto, nos três outrosanos (2011, 2012 e 2013) o valor apresentou pouca variação. Tal comportamentoestá presente em todas as outras variáveis analisadas. Tanto a área e importânciasegurada, quanto o prêmio e a subvenção totais, apresentaram um crescimentoentre 2010 e 2011, seguidos por estagnação nos outros anos.

EVOLUÇÃO DO PROGRAMA DE SUVBENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL

(¹) Com exceção de 2011, quando esse valor atingiu 67,37% do total do PSR.

PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL - 2010 A 2013 - FRUTAS

ANO

N° DE

OPERAÇÕES

(UNIDADE)

%

TOTA

L PSR

ÁREA

SEGURAD

A (ha)

%

TOTA

L PSR

IMPORTÂNCI

A SEGURADA

(R$)

%

TOTA

L PSR

PRÊMIO

TOTAL

ARRECADAD

O (R$)

%

TOTA

L PSR

SUBVENÇÃ

O TOTAL

(R$)

%

TOTA

L PSR

2010 9.863 18,65 53.233 1,11 916.968.726 14,02 - - 46.181.127 23,29

2011 12.583 21,74 61.463 1,10 1.128.085.030 16,37 106.593.319 24,34 62.665.388 26,33

2012 13.015 20,55 70.661 1,35 1.113.759.466 14,30 104.085.943 20,53 60.052.326 21,28

2013 13.893 13,64 63.722 0,66 1.182.823.073 8,38 110.116.417 13,13 63.441.727 13,58

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35%

50%

5%3%

7%

Composição da subvenção para frutas -2013

Uva Maçã Pêssego Ameixa Outros

30%

52%

4%4%

10%

Composição da subvenção para frutas -2011

Uva Maçã Pêssego Ameixa Outros

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EVOLUÇÃO DO PROGRAMA DE SUVBENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL

(¹) Com exceção de 2011, quando esse valor atingiu 67,37% do total do PSR.

Quanto à composição da subvenção para frutas, observa-se que a maçã foi oprincipal absorvedor do programa (em relação às frutas), atingindo valores de 55%(2010), 52% (2011) e 50% (2012 e 2013). Em seguida está a uva, com participaçãocrescente nesta composição. Em 2010, o valor da cultura era de 28%, passando para30%, em 2011, 38%, em 2012, e 35% em 2013. As outras culturas que mais sedestacam em adesão ao PSR são o caqui, ameixa, e pêssego, com valorespraticamente constantes no período.

Em 2010, o caqui constitui 8% da subvenção para frutas. Esse número, porém, caiuao longo do período, de modo à sua participação passar a ser incluída em “Outros”.

28%

55%

8%3% 6%

Composição da subvenção para frutas -2010

Uva Maçã Caqui Pêssego Outros

38%

50%

4%3%

5%

Composição da subvenção para frutas -2012

Uva Maçã Pêssego Ameixa Outros

Fonte: MAPA. Elaboração: GESER

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EVOLUÇÃO DO PROGRAMA DE SUVBENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL

Verduras e Legumes

As culturas de verduras e legumes possuíram participação relativamente baixa noperíodo. O número de apólices em 2010 era de apenas 1.631, o que correspondia a3,08% do total do Programa. Em 2011, o número passou para 2.488 (crescimento de52,54%), de modo às verduras e legumes representarem 4,3 do número total deapólices do PSR. No ano de 2012, entretanto, as unidades caíram, ficando em 2.088.Já em 2013, as operações alcançaram o número de 3.391, representando o maiorcrescimento do período (62,4%). Tal comportamento é observado, também, para asoutras variáveis. No período, tanto a área segurara e importância segurada, quanto asubvenção total cresceram entre 2010 e 2011, caindo em 2012 e voltando a crescerem 2013.

Ao analisarmos as culturas individualmente, verificamos a participação majoritáriado tomate na composição da subvenção para verduras e legumes. Em 2010, suaparticipação foi de 77%. Já em 2011, houve uma leve queda, de modo ao tomatecompreender por 71% das subvenções para o setor, passando para 73% em 2012 e74% em 2013. A segunda maior subvenção foi dada à cebola, que iniciou o período(2010) com 20% das apólices, sofrendo uma leve queda ao longo dos anos. Em 2013,sua participação atingiu 16% do setor. Estas duas culturas captaram a maioria dasubvenção destinada entre 2010 e 2013, enquanto que alho e pimentãocomplementaram a composição.

PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL - 2010 A 2013 - VERDURAS E LEGUMES

ANO

N° DE

OPERAÇÕES

(UNIDADE)

%

TOTAL

PSR

ÁREA

SEGURADA

(ha)

%

TOTAL

PSR

IMPORTÂNCIA

SEGURADA

(R$)

%

TOTAL

PSR

PRÊMIO

TOTAL

ARRECADADO

(R$)

%

TOTAL

PSR

SUBVENÇÃO

TOTAL (R$)

%

TOTAL

PSR

2010 1.631 3,08 10.904 0,23 221.747.323 3,39 - - 5.787.996 2,92

2011 2.488 4,30 13.507 0,24 285.307.323 4,14 18.704.346 4,27 7.421.401 3,12

2012 2.088 3,30 11.790 0,22 234.815.665 3,01 18.485.386 3,65 7.348.983 2,60

2013 3.391 3,33 19.626 0,20 359.392.242 2,55 25.298.592 3,02 11.574.495 2,48

Fonte: MAPA. Elaboração: GESER

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EVOLUÇÃO DO PROGRAMA DE SUVBENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL

Fonte: MAPA. Elaboração: GESER

77%

20%

2% 1% 0%

Composição da subvenção para verduras e legumes- 2010

Tomate Cebola Alho Pimentão Outros

71%

18%

6%1% 4%

Composição da subvenção para verduras e legumes - 2011

Tomate Cebola Alho Pimentão Outros

73%

18%

5% 1% 3%

Composição da subvenção para verduras e legumes - 2012

Tomate Cebola Alho Pimentão Outros

74%

16%

3%1%

6%

Composição da subvenção para verduras e legumes - 2013

Tomate Cebola Alho Pimentão Outros

Panorama Geral

De modo geral, observa-se que o PSR tem seus valores captados, principalmente, porgrãos e frutas. Muito disso se deve, é claro, à quantidade de produtores existentes,que se revela maior quando comparada aos de verduras e legumes. Além disso, osgrãos são os principais componentes do valor adicionado do agronegócio brasileiro, oque explica uma maior orientação das políticas agrícolas a esse setor.

O programa de subvenção ao prêmio do seguro rural apresentou, portanto,resultados positivos entre os anos de 2010 e 2013. Muito disso se deve à orientaçãodas políticas públicas de promover o crescimento do seguro rural no mercadobrasileiro. Nesse sentido, o país passa por um processo de aculturação edisseminação desta ferramenta de mitigação do risco tão importante. É natural que

Fonte: MAPA. Elaboração: GESER

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EVOLUÇÃO DO PROGRAMA DE SUVBENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL

esse seja um processo lento e gradual, ao passo que lida com uma quebra deparadigma (cultura e tradição), mas sua evolução tem demonstrado que o PSR estáencaminhando o seguro rural brasileiro a um novo patamar, aumento as expectativasdo governo e do mercado.

Além disso, as medidas legislativas tomadas no período, como a regularização dasresseguradoras em 2007, presença de coordenadas geográficas em 2009 eparticipação da União no fundo destinado à cobertura suplementar dos riscos doseguro rural, em 2010, estabilizaram o mercado no país, aumentando a segurançatanto para os produtores, quanto para as seguradoras.

Contudo, há ainda um grande desafio. Nos últimos anos, as seguradoras sofreramcom atrasos de pagamentos do governo, o que gerou desconfianças e instabilidade.Portanto, o cumprimento do prazo de liquidação da subvenção é um ponto a sermelhorado nos próximos anos.

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- Quais são tuas visões do seguro rural como uma ferramenta de gestão de risco?O seguro rural é importante ferramenta de mitigação de risco e tende a elevar a suaparticipação entre os instrumentos de operacionalização da política agrícola no país,pois é um instrumento que pouco onera a sociedade, uma vez que o próprio produtorarca com parcela do custo de proteção da sua renda, mediante o pagamento doprêmio de seguro.

- Qual o papel da CNA no desenvolvimento do seguro rural?A CNA tem participação ativa na Câmara Temática de Financiamento e Seguro doAgronegócio, instalada no Mapa desde 2004, ano da criação do Programa deSubvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). A CNA defende a utilização desseinstrumento de política agrícola como mecanismo capaz de assegurar a estabilidadeda renda agropecuária. No entanto, é contrária à obrigatoriedade do seguro ruralenquanto não houver maior concorrência entre as seguradoras, o que estimularia aoferta de produtos mais adequados às necessidades dos produtores e customizadosde acordo com as diferenças regionais do país.

- Em relação ao seguro rural, o plano safra 2015/2016 atende as expectativas dosprodutores?No Brasil, em 2013, foram contratadas 101.850 apólices, atendendo 65.556produtores, a área de 9,6 milhões de hectares e o valor da produção de R$ 16,84bilhões. Foi alocado em subvenção ao prêmio de seguro rural o valor de R$ 557,8milhões, de modo que cada hectare segurado recebeu de subvenção o montante deR$ 58,1. Se não houvesse atraso no pagamento da subvenção ao prêmio de segurodas apólices de 2014, e mantida a subvenção de R$ 58/hectare, o volume de recursos

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ENTREVISTA

O grupo GESER realizou uma entrevistacom Bruno Lucchi (foto) e FernandaSchwantes, Superintendente Técnico eAssessora Técnica da Confederação daAgricultura e Pecuária do Brasil,respectivamente. Confira odesenvolvimento desta entrevista logoabaixo.

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previstos de R$ 668 milhões atenderia a mais de 11 milhões de hectares atenderia amais de 11 milhões de hectares nessa safra. No entanto, o comprometimento deparcela desses recursos na subvenção das apólices de 2014 gera desconfiança nosetor produtivo quanto à consolidação do programa.

- No plano safra atual houve aumento de 20% nas verbas destinadas ao setoragrícola. No caso do seguro rural, entretanto, houve estagnação no montanteliberado, além do atraso nos pagamentos da safra anterior. Quais os efeitos destaestagnação no seguro rural e na sua capacidade como ferramenta de gestão derisco?No Plano Agrícola e Pecuário 2015/2016, está previsto o montante de R$ 668milhões para o programa de seguro rural. No entanto, o atraso no pagamento dasubvenção ao prêmio das apólices contratadas na safra 2014/2015 consumirãoparcela expressiva desse montante de recursos no início da ano-safra 2015/2016 (emtorno de 45%). A CNA acredita que o programa de subvenção ao prêmio de segurorural é uma ferramenta importante para a massificação do seguro rural no país epara que se crie a cultura de utilização do mesmo como instrumento para a reduçãoda vulnerabilidade do produtor rural a eventos pouco previsíveis e que estão fora doseu controle, como eventos climáticos e doenças que afetam a produção agrícola.Essa imprevisibilidade no programa de seguro rural brasileiro desincentiva a suautilização pelos produtores rurais.

- O que falta para que o seguro rural se desenvolva em nosso país?O mercado de seguro rural apresenta alguns problemas que afetam o seudesenvolvimento, como a falta de independência estocástica entre os segurados, aassimetria de informação entre segurados e seguradoras e o risco sistêmico. Para aredução desses problemas, o zoneamento agrícola de risco climático, oacompanhamento da produtividade em nível de propriedade pelos produtoresrurais, o conhecimento do pacote tecnológico adotado pelos produtores rurais sãoações importantes para a diminuição do prêmio de risco do seguro rural e queviabilizariam a maior concorrência entre seguradoras e utilização entre os potenciaissegurados. O Plano Agrícola e Pecuário 2015/2016 prevê a criação do SistemaIntegrado de Informações do Seguro Rural (SIS Rural) e a revisão do zoneamentoagroclimático e das áreas prioritárias para subvenção ao prêmio de seguro rural. ACNA acredita que essas ações possam fomentar o desenvolvimento do mercado deseguros rural no país, dando mais previsibilidade ao programa e maior confiança doprodutor na sua utilização em médio prazo..

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ENTREVISTA

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Recursos do seguro rural 2014 são liberados pelo Ministério da Fazenda

O ministério da Fazenda anunciou a liberação de R$ 390 milhões para o pagamentode apólices do seguro rural contratadas em 2014. A decisão surpreendeupositivamente a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) KátiaAbreu pois os recursos foram liberados de uma só vez. Com a liberação desses R$390 milhões ao ministério da Agricultura para a realização do pagamento dasapólices do seguro rural contratadas em 2014, o débito do governo com asseguradoras ficará equacionado.

Fonte: Notícias da Pecuária (01/07/2015)

NOTÍCIAS

Seguro rural deverá ser o pilar da lei agrícola brasileira, diz ministra

A ministra Kátia Abreu afirmou que o Mapa, com a ajuda das entidades de classe,do Congresso Nacional e de pesquisadores acadêmicos, vai elaborar uma leiagrícola a exemplo da Farm Bill, dos Estados Unidos, e da Política Agrícola Comum(PAC), da União Europeia. A legislação, que poderá ser revista a cada quatro oucinco anos, visa a dar mais previsibilidade aos produtores e ao mercado.“O Brasil poderá ter uma lei agrícola para quatro ou cinco anos, cujos pilares maisimportantes serão o seguro para intempéries climáticas e o seguro agrícola derenda. O que nós queremos com isso é planejamento estratégico para o produtordo Brasil, como nossos concorrentes americanos e europeus têm”, completou aministra.A ministra destacou ainda que o Plano Agrícola e Pecuário será lançado em 19 demaio pela presidente Dilma Rousseff, com cerca de um mês de antecedência emrelação aos últimos anos.

Fonte: Ministério da Agricultura (27/04/2015)

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NOTÍCIAS

Seguro rural já tem provisão para 2015

Os produtores e seguradoras já podem programar a contratação, entre julho enovembro deste ano, de recursos para o seguro rural. O Comitê Gestor Interministerialdo Seguro Rural (CGSR) decidiu distribuir R$ 368,080 milhões previstos no orçamentodo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural para este ano.A resolução foi assinada pelos membros do comitê, composto pelos ministérios daAgricultura, Fazenda, Planejamento e Desenvolvimento Agrário e pelaSuperintendência de Seguros Privados (Susep).“A medida vai amparar mais de 50 mil produtores que serão beneficiados comapólices subvencionadas pelo Programa de Seguro Rural”, disse o secretário de PolíticaAgrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar.

Fonte: Portal DBO (01/07/2015)

Plano Safra prevê R$ 1 bi para agricultura familiar em MT

Com recursos na ordem de R$ 28,9 bilhões para financiar agricultura familiar o Planoprevê R$ 1 bilhão para Mato Grosso. Do total do montante do recurso, R$ 26 bilhõessairão do Pronaf, que continuará com taxas de juros reais negativos, enquanto R$ 2,9bilhões sairão de outras fontes do Executivo. O valor recorde de dinheiro parafinanciar a agricultura familiar terá taxas de juros abaixo da inflação, variando entre0,5% e 5,5%, dependendo da região e do valor financiado.O Plano Safra assegura a prestação de serviços de assistência técnica a 230 mil novasfamílias, triplicando os atendimentos nesta safra.

Fonte: MT Agora (07/07/2015)

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NOTÍCIAS

Ciclo de Palestras sobre Risco e Seguro Rural

O grupo GESER, em parceria com a Nobre Seguradora, organizou o evento Ciclo dePalestras sobre Seguro e Risco Rural, realizado no dia 4 de julho, no Pavilhão deCiências Humanas da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, em Piracicaba.Foram ministradas duas palestras. A primeira, sob título de “O mercado de seguroagrícola: dimensão e oportunidades”, foi apresentada por Ariane Leonardi e GabrielFerreira, ambos membros do grupo. A segunda foi apresentada pelo Professor Dr.Vitor Ozaki, com a temática “Seguro Rural no Brasil: tendências e inovações”.Prestamos, portanto, nosso agradecimento a Nobre Seguradora pelo apoio nesteprojeto.

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Gr upo GESER - Gestão em Se guros e R iscos

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