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    Dobras Deleuzianas, Desdobramentos de

    Lina Bo Bardi

    Consideraes sobre desejo e o papel do arquiteto

    no espao projetado

    Lutero Proscholdt Almeida

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    Biblioteca - SESC PompiaFoto Aleix Gorgori Estruch1/10

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    obra! "eobra! esobraComposi#$o %e &utero Pr'schol%t Almei%a

    Falar %e ar(uitetura e urba)ismo em tempos %e co)se)sos e co)*ic#+es co)sagra%as!

    como certos mo%elos %e ci%a%e e ar(uitetura (ue se tor)aram i)strume)to para acapta#$o %e recursos globais! e )o*as ,ormas %e se *i*er atrela%as ao %eseo %eco)sumo! %iscursar sobre algo muito amb.guo Pois tais situa#+es s$o %e or%e)s%i*ersas e para%oxais percorre)%o os limites %a ar(uitetura e urba)ismo como o papel%o ar(uiteto! para (u ou para (uem se ,a a ci%a%e! e (uais as reais i)te)#+es %essesespa#os A ar(uitetura! (ue )em sempre este*e! mas hoe est2 %issol*i%a )as mesmasca%eias %e pro%u#$o e %e ,etichismo %a socie%a%e 3%ita4 capitalista! compartilha %osmesmos processos %e %eseo esse mo%o! a ar(uitetura se tor)a um pro%utoi)%ustrialia%o! uma marca! uma gri,e! ,ae)%o parte %e um processo perigoso! pois oespa#o )$o um pro%uto merca%olgico %escart2*el! mas sim algo a ser compartilha%oe co)stru.%o por to%os

    A ar(uitetura reco)heci%a como pro%uto passa a ser i)strume)to %e po%er )a m$o %ospol.ticos e empree)%e%ores! e tais t2ticas po%em passar %espercebi%as aos habita)tes %aci%a%e! pois como um teatro %e m2scaras! tais a#+es po%em *ir %is,ar#a%as %e 3maisi)*estime)tos em cultura4! 3olimp.a%as4! 3copa %o mu)%o4! em i)sta)tes gra)%esrecursos s$o %esti)a%os a %etermi)a%as 2reas %a ci%a%e! como ocorreu )as ci%a%eseuropias %e Porto! 5Expo 678! Barcelo)a! 59limp.a%as 16678! e mais rece)teme)teaco)tece )o "io %e :a)eiro 5Copa 701;! 9limp.a%as 701uem ir2 se co)trapor ao argume)to %a

    3olimp.a%a4= Como 2 s$o argume)tos 3co)sagra%os4 possuem a proprie%a%e %elegitimar (ual(uer processo %e remo%ela#$o urba)a

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    9s espa#os co)stru.%os por gra)%es )omes %a ar(uitetura mu)%ial! os co)%om.)ios,echa%os!shopping centers! re*elam-se como espa#os %e passagem! espa#os (ue se,ixam mais como imagem! (ue como lugar E)treta)to! )$o se po%e subestimar o %eseo%os tra)seu)tes! olha)%o mais ate)tame)te *-se ,issuras esco)%i%as )a multi%$o! elass$o pouco ).ti%as! ,r2geis! mas existem! po%emos *-las )as 3picha#+es4! )o rep?%io %e

    mora%ores a)tigos! )o ato %as cria)#as (ue bri)cam e ao mesmo tempo sub*ertem oespa#o co)stru.%o! co)tu%o! tais a#+es tm pouca *o %ia)te %a imagem %e mo)ume)tos2 co)sagra%os

    Esse re,ere)cial imagtico! %e uma ci%a%e %e espet2culo! ser*e %e (uestio)ame)to para3o papel %o ar(uiteto urba)ista4518! em uma perspecti*a %ireta! o papel %o ar(uiteto %e%iscipli)ar o espa#o urba)o 9 ar(uiteto %iscipli)a @ me%i%a (ue ele %elimita ale)te)%ime)to ,oi %iscorri%o por *2rios tericos %o campo urba).stico e ar(uitet)icocomo :a)e :acobs! a )ter)acio)al Situacio)ista! eam 10! Frie%e)sreich Du)%ertassere Christopher Alexa)%er! porm! tais %iscursos )$o se %ese)*ol*eram ao lo)go %otempo! tal*e! por )$o estarem %i,usos em pr2ticas capitalistas 5como algo (ue po%e se

    tra)s,ormar em pro%uto8 esse mo%o! *eamos o (ue articula Christopher Alexa)%eremA cidade no uma rvore 3estamos troca)%o a ri(uea e a huma)i%a%e %a ci%a%e*i*a por uma certa simplici%a%e co)ceitual (ue s be)e,icia ou ,acilita a *i%a %os

    proetistas! %os pla)ea%ores! a%mi)istra%ores urba)os e i)corpora%oresimobili2rios4578

    A tc)ica estrati,ica%a em co)%utas ge)ricas! como um ma)ual pr2tico %e como se,aer ar(uitetura! ou um mo%elo %e ar(uitetura (ue se replica! um mo%elo ca%a *emais prese)te! e a ca%a repeti#$o ela se a,irma mais como uma pr2tica recorre)te! umestrato! uma co)%uta! uma lei! (ue %i,iculta ca%a *e mais uma poss.*el ,uga Com base)essa proposi#$o este artigo *isa usar o co)ceito %e 3%obra4 %o ,ilso,o Gilles eleuecomo uma ,errame)ta %e abor%agem %a ar(uitetura e urba)ismo! (ue por um la%o!exp+e uma ar(uitetura %iscipli)a%ora %os corpos! e por outro! uma ar(uitetura mescla%aao co)texto %o capitalismo e seus %eseos A %obra um co)ceito (ue eleue retira %e&eib)i! (ue por sua *e retira %o Barroco A %obra correspo)%e a um grau %ei)stabili%a%e (ue o Barroco expressa! pois o Barroco uma arte %e crise 5e )$o %acrise8! o)%e o ser huma)o louco e impreg)a%o %e i)certea acerca %e sua *i%a 58 Eassim como existem %obras gregas! gticas e romH)icas! a %obra barroca possui a

    particulari%a%e %e ir at o i),i)ito 9 Barroco! a)tes %e tu%o um tra#o (ue *ai aoi),i)ito ISempre existe uma %obra )a %obra! como tambm uma ca*er)a )a ca*er)a Ame)or u)i%a%e %a matria! o me)or eleme)to! a %obra! )$o o po)to! (ue )u)ca uma

    parte! e sim uma simples extremi%a%e %a li)haI 5;8 essa ,orma! a %obra %i*i%i%a em%ois mome)tos! %ois a)%ares segu)%o a)2lise %e &eib)i 5a)%ar %e cima e a)%ar %ebaixo8! ou %ois la%os co),orme a)2lise %e Foucault 5%e)tro e ,ora8 Em um primeiromome)to temos a ci%a%e como um territrio %e %obras e caos! (ue *ai %e uma %obra atoutra %obra! e em um segu)%o mome)to temos a segui)te (uest$o (uem ,a estas%obras= Pois assim como as %obras %o ocea)o s$o co),orma%as pelas ,or#as %os *e)tos!as %obras %a ci%a%e s$o %obra%as por algo ou algum! e! co)se(Je)teme)te! re%obra%a e%es%obra%a

    Porta)to! cabe explicitar (ue o espa#o co)stru.%o apree)%i%o %e muitas ,ormas! e eleultrapassa (ual(uer i)terpreta#$o re%ucio)ista (ue cristalie esse espa#o em um

    mo%ismo basea%o em ape)as uma teoria ou ma)eira %e pe)sar

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    9 cheiro pe)etra)te %e borracha! %e co)creto! %e car)eK o gosto %a poeiraK o ro#ar%esco),ort2*el %o coto*elo sobre uma super,.cie abrasi*aK a se)sa#$o praerosa %e

    pare%es ,elpu%as e a %or %e esbarrar em uma (ui)a )o meio %a escuri%$oK o eco %e umsal$o L o espa#o )$o simplesme)te a proe#$o tri%ime)sio)al %e uma represe)ta#$ome)tal! mas algo (ue se ou*e e )o (ue se age E o olho (ue e)(ua%ra L a a)ela! a

    porta! o ritual e,mero %a passagem 58 Espa#os %e mo*ime)to L corre%ores! esca%a!rampas passage)s! soleirasK a. (ue come#a a articula#$o e)tre o espa#o %os se)ti%os eo espa#o %a socie%a%e! as %a)#as e os gestos (ue combi)am a represe)ta#$o %o espa#o eo espa#o %a represe)ta#$o 9s corpos )$o some)te se mo*em para o seu i)terior! mas

    pro%uem espa#o por meio e atra*s %e seus mo*ime)tos L %a)#a! esporte! guerra L s$oa i)tromiss$o %os e*e)tos )os espa#os ar(uitet)icos 5M8

    Em meio @ aceita#$o %o espa#o m?ltiplo! e*oca-se a dobra%e eleue como ,errame)ta%e apree)s$o %a ci%a%e co)temporH)ea remete)%o-a a uma (uest$o %e limites! poisassim como a dobra! tais espa#os (ue ,oram mi)uciosame)te proeta%os! )u)caapreciar$o o ambie)te como um to%o Natria! texturas! so)s! cheiros! 5(ue tambm s$o

    %obras %o espa#o8 po%em ser ma)ipula%os e co)si%era%os! mas o espa#o em a#$o )u)cacristaliar2 estes a%ere#os! sempre estar$o em muta#$o E os corpos (ue se mo*em)esse espa#o mo%i,icam e atualiam sua rela#$o! e a %os %emais tra)seu)tes! a to%omo*ime)to "esta-)os trabalhar com esses limites! os (uais )$o po%em ser estabeleci%os

    por um ?)ico po)to %e *ista Para isso! recorre-se ao recurso %a dobracomo ,errame)ta%e re,lex$o

    39 barroco remete )$o a uma ess)cia! mas sobretu%o a uma ,u)#$o operatria! a umtra#o O$o p2ra %e ,aer %obras Ele )$o i)*e)tou essa coisa h2 to%as as %obras *i)%as%o 9rie)te! %obras gregas! roma)as! romH)icas! gticas! cl2ssicas Nas ele cur*a erecur*a as %obras! le*a-as ao i),i)ito! %obra sobre %obra! %obra co),orme %obra 9 tra#o%o barroco a %obra (ue *ai ao i),i)ito4 5

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    Alegoria %a casa barroca! segu)%o es(uema %e Gilles eleueComposi#$o %e &utero Pr'schol%t Almei%a

    eleue usa a alegoria %os %ois a)%ares %a casa barroca! (ue %i*i%e a dobrasegu)%o%ois i),i)itos! ou %ois a)%ares! (ue a primeira *ista parece ser uma cr.tica %e histria %aarte )a *er%a%e um )o*o mo%elo %e subeti*a#$o Oo primeiro a)%ar se e)co)tram asre%obras %a matria! e )o segu)%o as %obras )a alma 9s %ois a)%ares se comu)icam! h2almas embaixo! a)imais! se)siti*as e estas est$o e)*ol*i%as pelas re%obras %a matria:2 as almas )o a)%ar %e cima! racio)ais! (ue asce)%eram ao outro a)%ar! sem a)elas

    (ue % para ,ora! possuem liga#$o com a)%ar %e baixo ape)as por uma ,i)a cama%ase)sorial! como %erme *i*a As a)elas )o a)%ar %e baixo %ese)ca%eiam *ibra#+es ouoscila#+es )a extremi%a%e %essa %erme! *ibra)%o cor%as! (ue represe)tam osco)hecime)tos i)atos! mas (ue passam a atos sob as solicita#+es %a matria 58

    A alegoria %a casa barroca po%e ser compara%a @ i)terpreta#$o %e eleue )a obra%e%ica%a aFoucault 5Q8 sobre 3o lado de dentro! ele mostra (ue Foucault )$o ,ica

    preso ao parsaber/poder! aprese)ta)%o um terceiro eixo (ue at e)t$o )$o est2 explicitoem sua obra! o eixo %opensamento 39 la%o %e ,ora )$o um limite ,ixo! mas umamatria m*el! a)ima%a %e mo*ime)tos o)%ula%os! %e pregas (ue co)stituem um la%o%e %e)tro )a%a alm %o la%o %e ,ora! mas exatame)te o la%o %e %e)tro %o la%o %e ,ora4

    39ra a %obra %o i),i)ito! ora a prega %a ,i)itu%e (ue %2 uma cur*atura ao la%o %e ,orae co)stitui o la%o %e %e)tro4 568 Po%emos comparar o la%o %e %e)tro com o segu)%o

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    a)%ar %a casa barroca! e o la%o %e ,ora com o a)%ar %e baixo (ue irracio)al e cheio %ematria o%os os mo*ime)tos %o segu)%o a)%ar s$o %uplica#+es %os mo*ime)tos %o

    primeiro a)%ar! e co),orme a mnada %e &eib)i! esses mo*ime)tos e)clausura%os )osegu)%o a)%ar re*erberam! e buscam )o escuro as suas percep#+es claras

    esse mo%o! a alegoria %a casa barroca co)%icio)a%a aos %ois a)%ares o a)%ar %ebaixo per,ura%o %e a)elasK e o a)%ar %e cima! cego e ,echa%o! mas (ue em trocaressoa)te como um sal$o musical! sal$o (ue re*erberaria os mo*ime)tos )o a)%ar %e

    baixo! e ao mesmo tempo! busca re,lex$o em si mesmo como um eco )o sal$o! o)%e osom re*erbera at a%(uirir uma caracter.stica prpria R i)co)ceb.*el tratar a dobra%eeleue! (ue por sua *e re,lete a %obra %e &eib)i! como %ois a)%ares separa%osPorta)to! o espa#o urba)o e ar(uitet)ico um pla)o o)%e a %obra po%e-se co)*erterem uma %iscuss$o %e limites! (ue %obra e re%obra )os obst2culos %a ci%a%e e )omo*ime)to %os cami)ha)tes! mas (ue tambm se ele*a ao a)%ar %e cima 5ou o la%o %e%e)tro8! em uma a#$o re,lexi*a %os seus atos! (ua)%o aceitamos (ue o territrio urba)otambm territrio %e po%er

    9 espa#o urba)o e ar(uitet)ico labir.)tico! por mais (ue o ar(uiteto cristalie! %e,i)a!,ixe o espa#o %e acor%o com um pe)sar lgico tal espa#o ser2 sempre! em devir! umespa#o liso 5108 @ me%i%a (ue ocorram atualia#+es e )o*as apropria#+es pelostra)seu)tes E assim como a %obra %obra%a %e *2rias ma)eiras! o espa#o urba)o %elimita%o %e *2rias ,ormas

    &i)a Bo Bar%i! ar(uiteta .talo-brasileira! (ue perte)ceu assumi%ame)te ao mo*ime)tomo%er)o )o Brasil! possu.a uma preocupa#$o late)te em extrapolar os limites %aar(uitetura a (ual ela se %irigia como ar(uitetura 3burguesa4! (ue seria a ar(uiteturae)si)a%a sobre os pri)c.pios %a beaux arts ais %eseos ,icam e*i%e)tes (ua)%o &i)a%iscursa sobre as casas %e ila)o*a Artigas em S$o Paulo

    58 as casas %e Artigas s$o espa#os abriga%os co)tra as i)tempries! o *e)to e a chu*a!mas )$o s$o co)tra o homem! tor)a)%o-se o mais %ista)te poss.*el %a casa-,ortalea! acasa ,echa%a! a casa com i)terior e exterior! %e)?)cia %e uma poca %e %ios mortais5118

    escarta)%o suposi#+es proetuais! &i)a se expressa a ,a*or %e uma ar(uitetura cuoslimites 2 )$o s$o %elimita%os para os home)s! a ar(uitetura ser*e o seu papel primiti*o!o %e %ar abrigo! e )$o a %e cristaliar por meio %e pare%es! %elimita#+es! e *i%a in loco

    &i)a se %es*i)cula %e muitos para%igmas mo%er)os! ela critica o brise-soleil %e &eCorbusier! por exemplo! i)%aga)%o (ue os mesmos obstruem a paisagem (ue merece serpreser*a%a Com isso! em sua Casa %e i%ro ela usa gra)%es corti)as %e correr! (uepossibilitam a e)tra%a %e sol au%a)%o a combater o mo,o

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    Casa %e i%ro! &i)a Bo Bar%iFoto &utero Pr'schol%t Almei%a

    &i)a! em *2rios %e seus trabalhos prop+e a i)stabili%a%e %os limites! ela tem co)sci)cia

    %os limites %a/)a ar(uitetura! e (ue esse um campo a ser trabalha%o Para o eatro9,ici)a em S$o Paulo! criou um teatro-pista! com pare%e %e *i%ro! teto retr2til! elabuscou a (uebra %o limite e)tre palco/platia 9 teatro possui uma estrutura m*el paraa platia e palco! os especta%ores a to%o o mome)to po%em percorrer o ce)2rioi)teragi)%o com o espet2culo 9 espa#o mo%ul2*el ,a os limites se alter)arem a to%o omome)to! o (ue ampli,ica a a)tiga rela#$o ator e especta%or

    al liber%a%e busca%a por &i)a Bo Bar%i po%e ser e(uipara%a ao (ue se passou comFoucault! &i)a procurou ,ugir %a %iscipli)a/%elimita#$o espacial! assim como Foucault

    procurou ,ugir %o par saber/po%er Segu)%o eleue 5118 Foucault chega a um impasse)o ,i)al %a Vontade do Saber, )$o %e*i%o @ ma)eira %e pe)sar o po%er! mas o impasse

    (ue o prprio po%er coloca >ue s ha*eria sa.%a se o la%o %e ,ora ,osse toma%o por ummo*ime)to (ue o arra)casse %o *aio! lugar %e um mo*ime)to (ue o %es*ia %a morteSeria um )o*o eixo! %isti)to %o saber e po%er Eixo (ue tal*e sempre esti*esse )o

    pe)same)to %e Foucault! mas )$o ,oi exposto! assim como o po%er sempre este*eatrela%o ao saber Co)stituem-se e)t$o trs eixos! saber! po%er e a rela#$o com o la%o %e,ora! (ue tambm uma )$o-rela#$o! 3o lado de dentro ou o pensamento

    eleue co)ti)ua 5178 Foucault obceca%o pelo tema %o 3uplo4 5%uplo %e %obro! porco)segui)te %e %obra8! pois o %uplo )u)ca uma proe#$o %o i)terior! mas umai)terioria#$o %o la%o %e ,ora O$o o %es%obrame)to %e um! mas a re%uplica#$o %ooutro Foucault exempli,ica com uma i)*e)#$o %os gregos! (ue criam um %eslocame)to

    %uplo 3(ua)%o os Texerc.cios (ue permitem go*er)arem-se a si mesmosU se %eslocamao mesmo tempo %o po%er como rela#$o %e ,or#as e %o saber como ,orma estrati,ica%a!

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    como Tc%igoU %e *irtu%e4 R como se as rela#+es %o la%o %e ,ora se %obrassem! secur*assem! para ,ormar o la%o %e %e)tro Co),orme o %iagrama grego some)te oshome)s li*res po%em %omi)ar os outros! mas como %omi)ar os outros sem %omi)ar a si

    prprio= Eles e)t$o %uplicaram a %omi)a#$o com os outros me%ia)te a %omi)a#$o %e siR preciso %uplicar as rela#+es com os outros me%ia)te uma rela#$o co)sigo 9 (ue os

    gregos ,ieram ,oi %obrar a ,or#a sem (ue ela %eixasse %e ser ,or#a Eles a relacio)aramco)sigo mesmo

    A i%eia %a rela#$o e)trepodere dobra%ese)*ol*i%a por Foucault exp+e (ue tu%o existe%obra%o Se)%o assim! po%e-se %ier (ue s$o as m?ltiplas %obra%uras %o ,ora! (ueco)struir$o a subeti*i%a%e A )o#$o %e %obra )$o po%e ser trata%a como ape)as um%iscurso %e multiplici%a%e! pois ela estabelece uma )o#$o %o co)sigo com o mu)%o! um

    po)to %e i),lex$o o (ual reage o %e)tro e o ,ora Nuito se ,ala %e um espa#o catico!mas para (ue se estabele#a o caos preciso (ue algo o ,a#a As %obras %a ci%a%e )$os$o obra %e 3pura4 multiplici%a%e! *isto (ue sempre ha*er2 ,or#as (ue as ,ar$o %obrar!)este caso! ,or#as pol.ticas R recorre)te *er )o %iscurso %o ar(uiteto pala*ras %e um

    especialista! especialista em patrim)io! especialista em urba)ismo! especialista emar(uitetura! o especialista embasa%o em um %iscurso elabora%o comume)te ig)oraoutros campos %e estu%o! por isso )ecess2rio ressaltar (ue a ci%a%e um campomulti%iscipli)ar e (ue )e)hum campo po%e ser ig)ora%o estarte! algum (ue almeatrabalhar pela co)ser*a#$o %o patrim)io )$o po%e es(uecer a reali%a%e crua (ue cercaeste processo! como a espetacularia#$o %e ce)tros urba)os! expuls$o %e a)tigosmora%ores e os a)seios %a especula#$o imobili2ria o mesmo mo%o! o ar(uiteto )$o

    po%e es(uecer (ue o espa#o proeta%o um espa#o %e to%os! e (ue uma teoria acerca %eum processo %e ,aer ar(uitetura colocar2 em 3xe(ue4 outras possibili%a%es %e seco)struir espa#os coleti*os

    Porta)to! o papel %o ar(uiteto %iscipli)a%or! basea%o em suas estrati,ica#+es! ele%obra! claro (ue )$o )a mesma mag)itu%e %os ,atos (ue resultaram )a obra Vigiar e

    !unir %e Foucault E o ,ato %essa rela#$o ser um ciclo a)tigo! e por isso 2 *icia%a! elase mimetia sem le*a)tar (uestio)ame)tos 9 ar(uiteto urba)ista %elimita o espa#o!apesar %e )$o parecer uma situa#$o rele*a)te %e po%er tal situa#$o ressurge hoe,orteme)te com o %iscurso %a ci%a%e global Neta,oricame)te! o ar(uiteto assume o

    papel %e 3dobrador! e)(ua)to o usu2rio! %e 3dobrado

    &i)a Bo Bar%i po%e )o*ame)te auxiliar )esta (uest$o! pois sua *is$o preco)ia )$o a%elimita#$o %a ar(uitetura! mas a pote)cialia#$o %os espa#os! ca)alia)%o

    peculiari%a%es/ pote)ciali%a%es se)siti*as %o local a ,a*or %o proeto! h2 a %elimita#$osim! como em (ual(uer proeto! porm o proeto permite uma ,lexibili%a%e e e)ca%eia aparticipa#$o %os usu2rios Germe %essa postura po%emos e)co)trar )o %iscurso %e &i)aBo Bar%i sobre o proeto %o SESC Pompia

    Oa segu)%a *e (ue l2 esti*e! um s2ba%o! o ambie)te era outro )$o mais a elega)te esolit2ria estrutura De))ebi(uea)a mas um p?blico alegre %e cria)#as! m$es! pais!a)ci$os passa*a %e um pa*ilh$o a outro Cria)#as corriam! o*e)s oga*am ,utebol%ebaixo %a chu*a (ue ca.a %os telha%os racha%os! ri)%o com os chutes %a bola )a 2guaAs m$es prepara*am o churras(ui)hos e sa)%u.ches )a e)tra%a %a rua Cllia umteatri)ho %e bo)ecos ,u)cio)a*a perto %a mesma! cheio %e cria)#as Pe)sei isto tu%o

    %e*e co)ti)uar assim! com to%a esta alegria 518

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    &i)a preser*a a i%e)ti%a%e %e ,2brica e %o local! estruturas %e co)creto! tubula#+esmet2licas! pare%es %e tiolos a *ista! e a pa*ime)ta#$o %a rua ce)tral em paralelep.pe%oA ,2brica possu.a um aspecto %e *ila oper2ria com uma rua ce)tral )o meio e %i*ersos

    pa*ilh+es %istribu.%os ao lo)go %a *ia! )o*ame)te! percebe-se clarame)te a i)te)#$o %e%issemi)ar o co)u)to @ malha urba)a como um territrio %e limites imprecisos Essa

    imagem %e ,2brica logo ser2 sub*erti%a em uma imagem %e praer! a %o trabalho aser*i#o %o praer! e )$o o co)tr2rio! relacio)a)%o a uma *is$o mais %oce %o mu)%o

    "ua - SESC PompiaFoto "e)ata Nattos Sim+es

    E)tre os pa*ilh+es i)%ustriais existe)tes! 2 )a rua! temos a a%mi)istra#$o %o la%o%ireito %a rua ce)tral! logo aps est2 o a),iteatro para mil pessoas e ,i)alme)te oco)u)to %e atelis o la%o es(uer%o temos o *esti2rio %os emprega%os! uma praci)ha!um restaura)te! almoxari,a%o e o,ici)as %e ma)ute)#$o e ,i)alme)te o complexo

    esporti*o com a torre %e (ua%ras e pisci)a :2 (ue a ,2brica ,oi preser*a%a! &i)a )$opoupou em i)ter,erir )os %etalhes! mobili2rios! ite)s met2licos e g2rgulas ,oram%ese)ha%os por ela! sua i)te)#$o era criar um ambie)te repleto %e s.mbolos regio)ais e)$o obstaculiar o espa#o! %eixar ele li*re para as pessoas se apropriarem Ela procura*a

    pote)cialiar a *i%a coti%ia)a (ue existia ali! cria)#as! ,utebol! ,estas! ogos i),a)tis!eram pe#as %e uso! ela ,a o cami)ho i)*erso %a %iscipli)a ar(uitet)ica! ela )$o

    procura criar %iretries para o espa#o! mas ,a %o lugar 2 existe)te %iretri para a a#$o)o espa#o

    >ua)%o ela pe)sa o a),iteatro ,a um gra)%e espa#o multiuso! e presa aos %etalhes elatrabalha as ca%eiri)has %e ma%eira! (ue segu)%o ela! *olta @s orige)s %o teatro! %os

    autos %a i%a%e m%ia! %os a),iteatros %a i%a%e cl2ssica! em (ue as pessoas se se)ta*am)o %uro! )o rele)to! 2 os asse)tos esto,a%os *ieram )os teatros 2ulicos %as cortes 3a

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    ca%eiri)ha %e ma%eira %o teatro %a Pompia ape)as uma te)tati*a %e %e*ol*er aoteatro seu atributo %e 3%ista)ciar e e)*ol*er4! e )$o ape)as se)tar-se 51;8

    Aps o asse)tame)to %a parte cultural! resta*a a parte esporti*a! %e*i%o a passagem %eum le)#ol ,re2tico %o la%o %ireito o complexo ,oi i)stala%o %o la%o es(uer%o! e %e*i%o a

    ,alta %e espa#o )o terre)o s resta*a a solu#$o area! aps *2rios estu%os! i)clusi*e uma,orte recusa a uma impla)ta#$o *erticalia%a! ,oi proposto %ois blocos %e co)creto! %uastorres! %ois 3,orti)hos4! e para ligar os %ois blocos s resta*a a solu#$o area! porta)toos %ois blocos %e co)creto se co)ectaram por passarelas %e co)creto prete)%i%o As

    passarelas igueagueiam! cria)%o um labiri)to! %esorie)ta)%o o passa)te pro*oca)%o%eri*as e um la%o est2 uma torre %e apoio com *esti2rios! assist)cia m%ica!circula#$o *ertical e ser*i#os! %o outro! est$o as (ua%ras! (uatro (ua%ras colori%as! ca%auma com cores ,ortes (ue represe)ta*am as esta#+es %o a)o 9 aspecto ca*er)oso%essas %uas torres parece remeter a um *igor *er)2culo! %e um passa%o %e ,ortes!co)stru#+es esu.ticas (ue *i*eram o Brasil e (ue &i)a sempre recor%ou! parece)%o seruma recusa ao per,eccio)ismo mo%er)o! ao ambie)te co)stru.%o e tambm ao costume

    brasileiro %e sempre *aloriar o estra)geiro

    Oesse aspecto &i)a se aproxima muito %o trabalho %e Srgio Ferro! (ue atribu.a ocar2ter %a obra %e ar(uitetura como merca%oria! (ua)%o se separa o %ese)ho %o ca)teirocria)%o pro%utos! (ue se alastram por to%as as etapas %a co)stru#$o! )o proeto! )a m$o%e obra! )a especula#$o imobili2ria! e assim separa a co)stru#$o %e (uem realme)teimporta! ou sea! %os usu2rios Em resumo! a ra)hura tirH)ica %o mol%ar! %o %ar ,ormaatra*s %o %ese)ho separa 51M8 o trabalha%or %o seu trabalho e %e seu pro%uto! (uemco)stri )$o o mesmo (ue habitaK o pro%uto %a pro%u#$o! pois a m$o %e obra cumprir2ape)as or%e)s %iscipli)a%as por um proeto e )$o %ialogar2 com a obraK o pro%uto %eoutro pro%uto! pois uma obra se %i*i%e em *2rios pro%utos! *2rios especialistas criami)?meras ime%ia#+es e)tre o ca)teiro e o %ese)ho! burocratia)%o o processo Asepara#$o %o ca)teiro e %o %ese)ho co)%u a pro%u#$o %e uma ci%a%e %e %eseosco)ti%os! pois! (uem ,a )$o a(uele (ue usu,rui! e ao mesmo tempo cria-se umaci%a%e %e autocrata! (uem proeta %ita a lei %o espa#o

    A i)te)#$o %e &i)a criar uma obra cua materiali%a%e sea composta por um coleti*o!%a m$o %e obra aos usos! como uma ci%a%ela! um lugar cuas ,ro)teiras se assemelham auma pe(ue)a ci%a%e %e %eri*a e)tre os pa*ilh+es 9 SESC um bom exemplo %e outra,orma %e empregar o tempo! pois ele )$o pe)sa%o como um bloco i)teiri#o! ele ,eito%e recortes! pa*ilh+es com ,u)#+es %i,ere)tes! %istribu.%os ao lo)go %e uma rua %e

    paralelep.pe%o repleto %e simbolismos&i)a co)%u um espa#o repleto %e %obra%uras! co)%icio)a%a pelo %ispositi*o capitalista!ela trabalha para co)%uir e ca)aliar %eseos atra*s %e um %ispositi*o prprio >ua)%ochega ao SESC Pompia e * as bri)ca%eiras %as cria)#as! os pais! os carri)hos %e

    pipoca! a *i%a (ue se e)ergia*a! ela )$o passa por cima %esses e*e)tos com uma%iretri repressora a ,a*or %e uma ,orma para%igm2tica >ua)%o trabalha )o eatro9,ici)a! ela procura %issol*er os para%igmas teatrais a ,a*or %e uma participa#$o! %e umespet2culo %e situa#+es pro%ui%as ta)to pela plateia (ua)to pelos especta%ores! to%o oteatro se co),orma para se a%e(uar @s m?ltiplas situa#+es (ue po%er$o ser cria%as!,ae)%o %o palco uma o,ici)a! e %a plateia um palco Existe tambm uma ).ti%a

    preocupa#$o para (ue o territrio-teatro se %issol*a )o territrio-urbe! e (ue o teatro )$osea mais uma obra-escultura! mas sim uma obra-,lui%e! %e espa#o %e %i2logo! %e

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    espa#o %e i)tera#$o e %e espa#o %e liber%a%e Esse ato! %e estar ate)to ao outro! le*a%oao extremo (ua)%o se e)te)%e a obra ar(uitet)ica e urba).stica como um espa#o a serco)stru.%o coleti*ame)te! um espa#o cria%o pelo coleti*o! uma obra (ue est2 em ple)omo*ime)to! uma %a)#a! ela )$o se ,a sem este mo*ime)to! uma obra %e co)t.)uaco)stru#$o Como se a ar(uitetura ,osse uma %obra %o 3po*o4! e )$o uma %obra %e um

    ar(uiteto Para Bo Bar%i a ar(uitetura %e*e ser realia%a em co)u)to com o 3po*o4

    Sou co)tra *er a ar(uitetura some)te como um proeto %e status Estou em %esacor%ocom meu amigo V)eese %e Nello (ua)%o %i (ue os pe%reiros )$o %e*em ,aerar(uitetura Acho (ue o po*o %e*e ,aer ar(uitetura R importa)te (ue o ar(uitetocomece proeta)%o pela base! e )$o pela c?pula 51

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    Calha - SESC PompiaFoto a)iela Couti)ho Bissoli

    Para (ue co)siga se %es%obrar &i)a possui uma co)sci)cia %a liber%a%e! %e operar%eseos (ue est$o reprimi%os! es(ueci%os! co)ser*a%os! por a(ueles (ue realme)te ir$ousu,ruir %a obra! por isso sua co)cep#$o %e %eseo tambm %e ,uga! como pro,ereeleue Com um mo*ime)to a*esso ao mo*ime)to %e repress$o! %e i)stala#$o %ec%igos! )ormas! %e ,orma#$o %e orga)ismos! ela pree)che %e i)te)si%a%e os corpossem rg$os 51Q8 a,lora)%o %eseos! costumes regio)ais! bri)ca%eiras! cultura popular!m?sica! teatro! repe)ti)ame)te! tu%o (ue parecia es(ueci%o e esmaga%o pela culturaglobal por causa %o ci)ema america)o! mass media! e o per.o%o %itatorial! (ue )$oreco)hecia a cultura popular brasileira! aparece em um pe%estal como algo (ue ,acilme)te i%e)ti,ica%o por to%os os brasileiros! e por isso ele %ialoga

    al liber%a%e %eri*a%a %e um processo oposto ao %a repress$o! ou sea! um processo(ue libera li)has %e ,uga eleue %i (ue o Cs9 5168 processo oposto @ ,orma#$o %eorga)ismos Com isso a liber%a%e %eri*a%a %esses %eseos! (ue est$o li*res %essesorga)ismos! algo (ue ,oge %o co)trole! se %esbra*a! se %es%obra! porm tambm

    algo pro%ui%o! )$o um )o*o big bang! mas uma co)ti)ua#$o %e uma %obra (ue se%es%obra O$o em *$o (ue o prprio capitalismo se utilia %esse processo! pro%u ei)te)si,ica corpos sem rg$os! %eseo %e carro para sair %o habitual tra)sporte coleti*o!

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    %eseo %e se *estir para se mostrar %i,ere)te! %eseo %e coca"colapara se li*rar %a se%e!se)%o assim o capitalismo opera por *etores %e liber%a%es e %e ,uga! )u)ca por *etores%e repress$o

    E %essa mesma ,orma ,a &i)a Bo Bar%i! i)stitui i)te)si%a%es (ue ,oram a tempos

    pro%ui%as )a casa %os a*s! )as ,estas u)i)as! )as bri)ca%eiras i),a)tis! obetos %e,ae)%a! som %a 2gua! cheiros e texturas %a )aturea! %eixa)%o! co)tu%o! (ue estasati*i%a%es se %es%obrem em outras bri)ca%eiras 9 ar(uiteto urba)ista ao proetar!segu)%o o mo%elo ge)rico a(ui exposto! se mu)e %e tc)ica e %e preceitos,u)cio)alistas para criarK seu %eseo replicar a imagem %a ci%a%e global 5pa%r$ocapital.stico8! atra*s %a ,orma e tec)ologia! e por co)se(u)cia territorialiar sua obracomo um )o*o mo%elo 5%obras %e po%er8 a se %issemi)ar R claro (ue este mo*ime)totambm est2 relacio)a%o @ prpria sobre*i*)cia %o escritrio! (ue se tra)s,ormou emorga)ismo corporati*o Em uma co)%i#$o %isti)ta! &i)a Bo Bar%i se utilia %o mesmomo%elo capital.stico ao li%ar com %eseos %os outros! porm seus obeti*os s$o outrosalm %os %a ci%a%e global Ela est2 preocupa%a ustame)te com a situa#$o oposta (ue

    *i*eu )a Europa! o)%e a %emocracia crist$ *oltou com os *elhos (ua%ros %e ,ascismo ei)stitu.ram i%eias prprias 5708! )esse caso! para ela o Brasil um )o*o campo %e

    possibili%a%es 3temos a sorte %e )$o termos o horio)te ,echa%o R um gra)%e pa.s!com um po*o (ue tem a capaci%a%e %e %ier T)$oU! %e ma)eira ca,aeste e elega)te atu%o (ue )$o merece ser le*a%o a srio4

    Co),orme a primeira dobra%e Gilles eleue 5la%o %e ,ora e o a)%ar %e baixo8 &i)aBo Bar%i le*a os limites %a ar(uitetura a algo mais amplo! %as m?ltiplas rugosi%a%es etexturas %a ar(uitetura a uma %issemi)a#$o %o e%i,.cio a uma escala urba)aK %as a#+esmais *er)2culas aos preceitos mais mo%er)os! sempre uma %obra )a %obra! semprete)sio)a)%o os limites %a ar(uitetura e urba)ismo Oo cat2logo %a exposi#$o i)augural%o Nuseu %e Arte Popular %o W)h$o! &i)a trabalha sempre o obeto como algo amb.guoaos gostos habituais lHmpa%as (ueima%as! latas %e lubri,ica)te! recortes %e teci%o3riscam o limite %o )a%a! %a misria4 9betos (ue seriam posteriorme)te reeita%os

    pelo esta%o como arte leg.tima or)ou-se b*io pe)sar (ue se proeta uma ca%eira parase)tar! uma mesa para a)tar! sempre para tor)ar algo obeti*o! para (ue se ,a#a om.)imo es,or#o! para (ue se possa pro%uir em gra)%es (ua)ti%a%es ou para %imi)uircustos %e pro%u#$o Com isso! tais obetos! obras! tc)icas! se estrati,icam em uma,orma ar(uet.pica 9 (ue &i)a prop+e ustame)te essa ilimita#$o %a ,orma/,u)#$o!

    por(ue proetar algo para se)tar se po%emos criar outro obeto muito mais oportu)o ee,ica @s )o*as situa#+es

    E co),orme asegunda dobra de #illes $eleu%e5la%o %e %e)tro e o a)%ar %e cima8 &i)aBo Bar%i se)s.*el @s subeti*a#+es cria%as por to%os! para isso ela recorre a umaco)stru#$o %e um espa#o coleti*o! compartilha)%o o ,aer com os outros! ca)alia)%o

    pot)cias existe)tes! e i)te)si,ica)%o %eseos Assim como existem %obras )a )aturea!existe algo (ue as ,a#am %obrar! como as %obras %o %eserto (ue s$o mo%i,ica%as pela,or#a %os *e)tos! as %obras )as 2guas (ue s$o mo%i,ica%as pelas corre)tes mar.timas! e aterra (ue %obra%a pelas corre)tes %e magma! se)%o assim! o espa#o %a ci%a%e comoterritrio %e %obras! tambm %obra%o por algo a mesma ,orma (ue existe )a CasaBarroca um primeiro a)%ar cheio %e %obras! existe um segu)%o a)%ar (ue um %uplo%o a)%ar %e baixo E assim como existe um la%o %e ,ora! existe um %uplo (ue o la%o

    %e %e)tro Doe! comum ou*ir %os tc)icos (ue a ci%a%e um espa#o %e caos e repleto%e %obras! porm ai)%a )$o se ou*e ,alar sobre (uem ,a essas %obras Essa tal*e sea a

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    maior co)tribui#$o %e &i)a Bo Bar%i para o campo %a ar(uitetura e urba)ismo! pois ela)$o se pre)%e a ape)as uma %issemi)a#$o espo)tH)ea %esses limites! ela possui gra)%eco)sci)cia %e (uem pro%u e i)terage com essas %obras! para ela a ar(uitetura %e*e seruma 5%8obra %o po*o 9 ar(uiteto soi)ho! por mais se)s.*el (ue prete)%a operar!

    postula um espa#o prprio segu)%o suas prprias exig)cias! tal*e! por isso &i)a se *

    i)ibi%a 5718 ar(uiteto)icame)te Assim se)%o! ela expressa uma ar(uitetura *i*a! (ue)$o se assemelha a um orga)ismo 5rg$os orga)ia%os8! mas uma ar(uitetura %esitua#+es! situa#+es estabeleci%as por (uem *i*e! por (uem usa Em uma %e suas

    palestras pro,eri%as em Sal*a%or ela coloca

    58 um templo! um mo)ume)to! o parthe)o) ou uma igrea barroca existe em si por seupeso! sua estabili%a%e! suas propor#+es! *olumes! espa#os mas at (ue o homem )$oe)tre )o e%i,.cio! )$o suba os %egraus! )$o possua o espa#o )uma 3 a*e)tura huma)a4(ue se %ese)*ol*e )o tempo! a ar(uitetura )$o existe! ,rio es(uema )$o huma)ia%o9 homem cria com o seu mo*ime)to! com os seus se)time)tos Wma ar(uitetura cria%a T i)*e)ta%a %e )o*oU por ca%a homem (ue )ela a)%a! percorre o espa#o! sobe uma

    esca%a! se %ebru#a sobre uma balaustra%a! le*a)ta a cabe#a para olhar! abrir! ,echar umaporta! se)tar e se le*a)tar um tomar co)tato .)timo e ao mesmo tempo criar ,ormas )oespa#o! expressar se)time)toK o ritual primog)ito %o (ual )asceu a %a)#a! primeiraexpress$o %a(uilo (ue ser2 a arte %ram2tica Nas este co)tato .)timo! ar%e)te (ue eraTpercebi%oU pelo homem )o come#o! hoe es(ueci%o A roti)a! o lugar comum ,ierames(uecer ao homem a belea )atural %o seu Tse mo*ime)tar )o espa#oU! se mo*ime)tarco)scie)teme)te )o espa#o! )os m.)imos gestos! )a me)or atitu%e 9 homem per%eu ose)ti%o %a harmo)ia i)terior! estra)ho )um mu)%o por ele cria%o! as situa#+es ,ogem%as m$os %ele Wm *er Tgrosso mo%oU a,ogou a se)sibili%a%e *i*a! ca)celou a *i%aK esubir uma esca%a! le*a)tar a cabe#a para olhar uma ,orma! abaix2-la! )$o s$o maisgestos co)scie)tes! mas uma triste roti)a (ue )$o %esperta mais )o homem a mara*ilha!a ,elici%a%e >ueremos repetir a(ui! atra*s %e A%olpho)e Appia! uma cita#$o %eSchiller T>ua)%o a m?sica chega @ mais )obre possa)#a ,orma )o espa#oU 5778

    A pro%u#$o %e Bo Bar%i! %obra! %elimita! mas seus espa#os s$o permiss.*eis! elesco)%uem uma pot)cia (ue 2 existia ali! obte)%o uma pote)ciali%a%e %e espa#o liso!o)%e os limites )$o se aprese)tam como %iscipli)a%ores! mas como pote)cialia%oresEm um la)ce o ar(uiteto %obra! o prximo passo s$o os re%obrame)tos cria%os!replica#+es 5le pli! %obra em ,ra)cs8! rplicas (ue se multiplicam! mas (ue )$oimpossibilita a %es%obra 5cria#$o8 Em uma implica#$o arrisca%a! po%emos sugerir (ueas %obras se)s.*eis %e &i)a Bo Bar%i s$o como uma ,olha %e papel amassa%a! e )$o

    como um origami 5%obras %iscipli)a%as8! mas %obras i),i)itas as (uais )$o po%emos terco)trole! (ue re%obram e %es%obram se %errama)%o )o caos

    notas

    1A express$o 3ar(uiteto urba)ista4 %e*e-se a i)terpreta#$o %e (ue as %uas ,u)#+es3ar(uiteto4 e 3urba)ista4 tratam %e uma s ,u)#$o! a %e um perso)agem age)cia%or %oespa#o

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    A&EXAOE"! Chistopher! IA citY is )ot a treeI )Architectural Forum! abril 16

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    NA"AA&&! :os A)to)ioA &ultura do 'arroco(S$o Paulo E%usp! 166

    ;E&EWZE! GillesA $obra) *eibni% e o 'arroco(Campi)as! SP Papirus! 1[ E%i#$o!

    700! p1

    MSCDWN! Ber)ar%Architecture and $is+unction( Cambri%ge he N Press! 166

    p111