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1 Luis Carlos Arão Andréa Carla Chaves Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática PUC-Minas Belo Horizonte, 2013 ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS PARA O ENSINO DE FITOTERAPIA POR COMPETÊNCIAS Caderno de apoio para professores

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Luis Carlos Arão

Andréa Carla Chaves

Programa de Pós-Graduação em

Ensino de Ciências e Matemática

PUC-Minas

Belo Horizonte, 2013

ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS PARA O ENSINO DE FITOTERAPIA

POR COMPETÊNCIAS Caderno de apoio para professores

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos à Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais pela

oportunidade de realizar esse curso de Mestrado Profissional em Ensino de Biologia

que muito tem contribuído para o nosso aperfeiçoamento como educadores.

Aos alunos curso técnico em Farmácia do Centro de Educação Profissional –

CEP do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial de Minas Gerais – SENAC-MG

pelo apoio e comprometimento na realização de todas as atividades propostas, e que

muito contribuíram pelo nosso crescimento profissional e pessoal.

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EPÍGRAFE

“...ensinar não é transferir conhecimento, mas criar

as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.”

(Paulo Freire)

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APRESENTAÇÃO

Esse caderno foi elaborado pelo professor Luis Carlos Arão, aluno do curso de

mestrado em ensino de Ciências e Matemática da Pontifícia Universidade Católica de

Minas Gerais, sob a orientação da professora Andréa Carla Leite Chaves.

Trata-se de um roteiro didático contendo sete estratégias didático-

metodológicas para o ensino de fitoterapia por competências aplicado a cursos

técnicos em farmácia. É um material que apresenta as estratégias utilizando uma

linguagem direta e simples que irá permitir ao professor o entendimento real de como

situações de aprendizagem podem romper com os modelos tradicionais de ensino e

de avaliação da aprendizagem.

A elaboração desse caderno foi concluída após a aplicação dessas estratégias

e o relato das experiências vivenciadas pelos autores junto aos alunos do curso

técnico em farmácia do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial de Minas

Gerais (SENAC-MG). Após a realização das atividades, foi feita uma avaliação das

mesmas pelos alunos e os resultados demonstraram a eficácia dessas metodologias

para o processo de ensino e de aprendizagem, levando-se em consideração os

critérios de avaliação previamente estabelecidos e a contribuição significativa para a

formação dos técnicos em Farmácia.

O caderno pode nortear o trabalho de professores que ministram conteúdos

relacionados à Fitoterapia para que eles conduzam suas aulas, privilegiando uma

avaliação formativa e contínua de aprendizagem. Esse material, com as devidas

adaptações requeridas pelo perfil do professor, da disciplina e dos alunos, também

pode ser utilizados por profissionais que trabalham com a educação voltada para a

capacitação e para o aperfeiçoamento profissional em qualquer área do

conhecimento.

As atividades propostas no caderno buscam romper com os paradigmas

tradicionais que envolvem a Educação e, sobretudo, a Educação Profissional, na

medida em que procura dar significado a cada passo da atividade exercida pelos

alunos na busca de atingir os objetivos propostos e redirecionar o processo de

avaliação para além de uma somatória de pontos ao final do processo.

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O caderno foi organizado da seguinte forma:

• Apresentação: define a importância do caderno para professores que

ministram a disciplina de fitoterapia e mesmo para professores de outras áreas

e apresenta o trabalho desenvolvido no decorrer do caderno;

• Introdução: refere-se aos estudos e referenciais, principalmente o ensino por

competências, que influenciaram e determinaram o desenvolvimento de cada

uma das atividades propostas nesse caderno;

• Roteiro de atividades: foi elaborado um roteiro para cada atividade que

apresenta:

− Referencial teórico: é a exposição dos referenciais e a definição dos

fundamentos que norteiam metodologicamente cada uma das

estratégias;

− Objetivos: refere-se aos possíveis ganhos pretendidos com o

desenvolvimento daquela atividade;

− Competências: referem-se aos conhecimentos, habilidades e/ou atitudes

que se deseja que os alunos alcancem ao final de cada estratégia;

− Duração: refere-se ao tempo previsto para realização de cada atividade;

− Materiais necessários: apresenta os materiais usados no

desenvolvimento da atividade;

− Desenvolvimento: descreve os passos que devem ser seguidos para o

desenvolvimento da atividade proposta;

− Avaliação: define formas de avaliação que privilegiam uma formação

contínua, coerente com o ensino por competências;

− Materiais de apoio: referem-se aos materiais criados e sugeridos pelo

autor que dão suporte a realização das estratégias no contexto escolar.

• Referências: consta de todas as referências bibliográficas utilizadas na

construção desse caderno.

Ressalta-se que o sucesso da aplicação das estratégias propostas no caderno,

depende diretamente da atuação do professor que, nesse caso, deve se colocar como

mediador do processo de aprendizagem, na medida em que conduz os alunos a

definirem os reais objetivos da aprendizagem à qual estão tendo acesso.

Ao utilizar as estratégias do caderno, sugere-se ao professor que explique aos

alunos cada atividade e que eles sejam motivados a participarem de todo o processo,

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posicionando-se como responsáveis diretos pela sua própria aprendizagem. Para

isso, essas estratégias procuraram trabalhar a autonomia, a criatividade, o espírito de

cooperação, a análise crítica e a consciência da real necessidade de se aprender

cada passo do processo.

Para facilitar a disponibilização, utilização e divulgação das estratégias

didático-metodológicas aqui propostas esse caderno é acompanhado de um CD que

contem a versão digital do mesmo.

Professor, esperamos que você goste e utilize as atividades na sua prática

docente!

Os autores

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 08

2 ROTEIRO DE ATIVIDADES ................................................................................... 11

ATIVIDADE 1: Uso de mapas conceituais ............................................................. 12

ATIVIDADE 2: Uso de textos de divulgação científica ......................................... 18

ATIVIDADE 3: Dinâmica de grupo .......................................................................... 29

ATIVIDADE 4: Aprendizagem Baseada em Problemas ........................................ 35

ATIVIDADE 5: Uso de espaços não formais de aprendizagem ........................... 43

ATIVIDADE 6: Aula prática ...................................................................................... 49

ATIVIDADE 7: Aprendizagem por projetos ............................................................ 58

3 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 69

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1 INTRODUÇÃO

Os modelos tradicionais de aprendizagem já não satisfazem plenamente o

atual mercado de trabalho que exige profissionais que tenham uma formação que vai

muito além do conhecimento técnico, mas que também adquiram, através da

educação, habilidades e valores que possam favorecer sua permanência no ambiente

de trabalho. Neste sentido, ganham forças as competências necessárias para que um

profissional esteja realmente capacitado para atuar no mercado de trabalho. Desse

modo, a educação deve buscar um modelo de ensino que se adeque a essa

metamorfose pela qual passa o mercado de trabalho.

O ensino por competências surgiu a partir dessa necessidade de um mercado

de trabalho que não mais requer profissionais formados pelos modelos tradicionais,

mas que sofre forte influência do avanço tecnológico e que obriga, cada dia mais, as

instituições de ensino a se adequarem a um modelo de ensino não apenas baseado

nos conhecimentos considerados pelos livros didáticos, mas que também valoriza e

se aproveita dos conhecimentos prévios dos alunos, respaldados pela cultura e pela

comunidade local em que vivem.

É importante lembrar ainda que o ensino por competências rompe com o

modelo tradicional em que se educa uma massa e adquire um caráter de um ensino

mais personalizado, o que garante maior flexibilidade no processo de ensinar e de

aprender. Nesse processo, o professor passa a ser visto como um mediador, um

facilitador ou um parceiro na construção e aplicação do conhecimento e não somente

como um mero centralizador do conhecimento. Por outro lado, o aluno não fica

apenas no papel de receptor do conhecimento, assumindo responsabilidade e

autonomia em todo o processo.

O professor no ensino por competências precisa ser capaz de personalizar

experiências de aprendizagem para assegurar que todos os alunos tenham as

mesmas chances de sucesso e deve conseguir lidar com a crescente diversidade

cultural existente em sala de aula.

Diante do exposto, esse trabalho trata-se de um roteiro para aplicação de

estratégias didático-metodológicas pensadas com o propósito de auxiliar o professor

na difícil missão de enfrentar todos os desafios que permeiam a educação profissional

e o ensino por competências.

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Nessas estratégias didático-metodológicas foram trabalhados conteúdos de

Fitoterapia, uma disciplina muitas vezes negligenciada tanto nos cursos técnicos,

quanto nos cursos de graduação, mas que, por outro lado, trata-se de uma área em

constante crescimento no mercado atual.

Nos últimos anos, a Fitoterapia tem sido alvo de muitas pesquisas devido à

busca de novas alternativas terapêuticas e à enorme biodiversidade da flora

brasileira. Com isso, o consumo de produtos fitoterápicos tem aumentado de forma a

chamar a atenção da sociedade para o seu uso racional. Segundo a OMS (1991), os

fitoterápicos são “produtos medicinais acabados e etiquetados, cujos ingredientes

ativos são formados por partes aéreas ou subterrâneas de plantas, ou outro material

vegetal, ou combinações destes, em estado bruto ou em formas de preparações

vegetais”.

Como a maioria dos fitoterápicos são produtos de venda livre, problemas como

a automedicação e reações adversas ocasionadas pelo seu uso tornam-se comuns.

Isso tem obrigado as instituições de ensino a incluírem em seus currículos não

apenas a disciplina, mas também atividades complementares relacionadas ao tema

para garantir a formação de profissionais cada vez mais preparados para orientar

quanto ao uso de plantas medicinais e de medicamentos fitoterápicos.

Sendo assim, é fundamental que as escolas de formação profissional da área

de saúde, especialmente a área de farmácia, além de incluir a disciplina de Fitoterapia

em seus currículos, também busquem formas de garantir a formação de um

profissional consciente quanto ao uso racional de produtos fitoterápicos, não apenas

no que se refere à sua produção e manipulação, mas também à orientação adequada

ao paciente que necessita utilizar-se desses produtos. Para isso, é preciso definir

estratégias de aprendizagem adequadas ao ensino de Fitoterapia por competências,

reconhecendo-se que os alunos aprendem de formas diferentes e a partir de

diferentes modos. É, portanto, necessário repensar estratégias diversas que visem

proporcionar não apenas o desenvolvimento cognitivo do aluno, mas também o seu

desenvolvimento emocional e social.

É por isto que, diante de toda a complexidade do processo de ensinar

Fitoterapia, o professor deve não apenas ter alto nível de conhecimento, mas também

estar em constante crescimento pedagógico, cultural e social, entendendo fielmente o

sentido de sua profissão na sociedade. Esse trabalho foi apoiado nesse pensamento

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e buscou propor estratégias metodológicas para ensinar Fitoterapia aliadas a um

modelo por competências aplicável aos cursos técnicos de Farmácia e que

proporcionem um processo de aprendizagem eficaz.

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2 ROTEIRO DE ATIVIDADES

Ensinar e avaliar por competências não são tarefas muito simples. Trata-se de

um árduo trabalho no qual o professor deve se inteirar de metodologias diversas e

bem fundamentadas, capazes, não somente de estimular a aprendizagem, mas

também de racionalizar os objetivos reais do processo de ensinar e aprender, tendo

em vista os conteúdos de cada disciplina.

Nesse caderno estão descritas sete estratégias ou atividades para auxiliar os

professores a desenvolverem um bom trabalho quando se trata do ensino de

Fitoterapia por competências em cursos técnicos em Farmácia, são elas:

- Uso de mapas conceituais;

- Uso de textos de divulgação científica;

- Dinâmica de grupo;

- Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP);

- Uso de espaços não formais de aprendizagem;

- Aula prática;

- Aprendizagem por projetos.

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ATIVIDADE 1: Uso de mapas conceituais

• Referencial teórico

Dentre as várias definições da palavra mapa, segundo o Dicionário Aurélio, um

mapa pode ser definido como “expediente para alcançar com facilidade um objetivo

difícil ou custoso” (FERREIRA, 1986, 1086p.). Apropriando-se desse conceito no

contexto da Educação pode-se dizer que um mapa é um poderoso instrumento

norteador e facilitador do processo de ensino e de aprendizagem.

Também chamado de esquema, mapa mental ou diagrama conceitual, o mapa

conceitual é uma representação dos conceitos organizacionais e relacionados a uma

determinada área do conhecimento, bem como as diversas relações que podem ser

estabelecidas entre esses conceitos (SOUZA; DEPRESBITERIS; MACHADO, 2004).

Os mapas conceituais podem ser caracterizados como ponto de partida para

novas aprendizagens. Tratam-se de esquemas de conhecimento que se definem

como representações que uma pessoa possui, em dado momento de sua existência,

sobre algum objeto de conhecimento. E qualquer aprendizagem nova constitui-se a

partir dos esquemas existentes (ZABALA; ARNAU, 2010). Assim, o que o aluno já

sabe torna-se o fator mais importante para a aprendizagem (RAZERA et al, 2009).

Os mapas conceituais podem ser utilizados como ferramentas para organizar e

comunicar os conhecimentos, para introduzir novos conceitos, para realizar novas

sínteses ou para avaliar o processo de aprendizagem (PACHECO; DAMASIO, 2009).

Assim, podem ser utilizados em diferentes etapas da aprendizagem, com finalidades

diversas (GOMES et al, 2008).

Para se criar mapas conceituais relacionados a um determinado tema, é

necessário que o aluno seja motivado a buscar novas referências que sejam

complementares ao seu conhecimento preexistente. E a busca de referências para a

montagem dos mapas conceituais consiste na utilização de importantes ferramentas

complementares à aprendizagem, tais como livros científicos, sites confiáveis na

Internet, bem como qualquer outra referência estabelecida pelo professor que pode ir

desde uma bula de medicamento até uma manchete do jornal diário. Esse é um

momento em que os alunos passam a compreender a importância da busca

incessante de atualização e de novas informações e, principalmente, aplicar as

informações adquiridas e obtidas através dessas referências aos modelos utilizados

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na situação de aprendizagem. O objetivo aqui é claramente o aperfeiçoamento da

aprendizagem.

Assim, mapas conceituais podem se constituir numa metodologia de

aprendizagem que, quando devidamente organizada e orientada, se torna um

poderoso instrumento de motivação e mobilização. Para Küller e Rodrigo (2012), a

motivação refere-se ao ato de reforçar a importância de uma determinada atividade

de aprendizagem proposta, sobretudo sua importância para a formação profissional e

individual e a mobilização, por sua vez, refere-se ao ato de estimular a participação

efetiva dos alunos nas situações de aprendizagem propostas.

• Objetivos

− Diagnosticar os conhecimentos prévios dos alunos acerca de determinado

assunto a ser tratado na sala de aula;

− Planejar, estabelecer e apresentar esquemas básicos sobre um determinado

tema, com o intuito de orientar professor e alunos na sala de aula;

− Propiciar a busca de referências bibliográficas adequadas para enriquecer os

conhecimentos dos alunos sobre determinado tema;

− Contextualizar e mobilizar os alunos acerca de determinado assunto que será

iniciado na sala de aula;

− Evidenciar a utilização de mapas conceituais como ferramentas de estudo e de

organização do conhecimento.

• Competência

Compreender os conceitos básicos relacionados à fitoterapia.

• Duração da atividade

Para a aplicação desta estratégia, são necessárias 5 horas, sendo assim

distribuídas:

1º momento: Contextualização e exposição sobre o que são mapas

conceituais e qual a sua importância para a aprendizagem (30 minutos).

2º momento: Pesquisa bibliográfica sobre o tema proposto (1 hora).

3º momento: Montagem dos mapas conceituais (1 hora).

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4º momento: Apresentação dos mapas conceituais produzidos (1 hora e 30

minutos).

5º momento: Discussão e avaliação da atividade (1 hora).

• Materiais necessários

− Projetor multimídia e computador.

− Apresentação de modelos de mapas conceituais relacionados a fitoterapia (ver

exemplo no CD que acompanha o caderno).

− Revistas;

− Tesouras;

− Pincéis;

− Folhas A4 ou cartolina;

− Réguas;

− Lápis de cor.

• Desenvolvimento da atividade

1º Momento: Exposição sobre o que são mapas conceituais e qual a sua importância

para a aprendizagem.

Para realização dessa estratégia, é importante que o professor faça uma boa

contextualização, atentando para um importante problema que ocorre na sociedade

acerca do uso abusivo e incorreto de plantas com fins terapêuticos.

Esta discussão inicial tem por objetivo mostrar ao professor qual é o grau de

familiarização dos alunos com o tema. Será que os alunos sabem distinguir plantas

medicinais de medicamentos fitoterápicos? Independendo se a resposta a esta

pergunta for afirmativa ou negativa, não aprofunde ainda a discussão.

O professor, então, poderá lançar alguns questionamentos, tais como:

− Quem já utilizou um chá feito a partir de plantas medicinais para tratar alguma

doença?

− Como esses chás caseiros geralmente são feitos?

− Que diferença existe entre utilizar um chá caseiro e um medicamento

fitoterápico produzido na farmácia de manipulação? E entre um fitoterápico e

um medicamento alopático?

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− Como confiar nas ervas que compramos nos estabelecimentos não

farmacêuticos que as comercializam?

Após estes questionamentos, o professor pode explicar a atividade que os

alunos deverão realizar que é a construção de um mapa conceitual sobre o tema

Fitoterapia.

Para isso, a turma deve ser dividida em grupos contendo um número que pode

variar de 5 a 7 alunos. Cada grupo deve construir o seu mapa conceitual e apresentá-

lo ao final da atividade.

Mas, antes de iniciarem a próxima etapa, o professor deve explicar o que é um

mapa conceitual e fornecer exemplos, para que os alunos entendam o objetivo de

criá-los, bem como o seu papel no processo de aprendizagem.

Nesse momento, é importante o professor deixar claro que um mapa conceitual

difere de um diagrama de fluxo porque, enquanto o diagrama de fluxo estabelece uma

sequência de operações, o mapa conceitual estabelece as relações entre os

conceitos que se quer trabalhar. Trata-se de uma representação adequada de

conteúdos, utilizando códigos ou linguagens de representação do conhecimento.

Nesse sentido, o professor deve informar aos alunos que, em um mapa

conceitual, não é permitido a utilização de frases, mas apenas de palavras, termos,

figuras ou fotos que representem os conceitos que se quer apresentar.

2º Momento: Pesquisa bibliográfica sobre o tema proposto.

Para a construção desses mapas conceituais, os alunos devem ser orientados

a realizar uma pesquisa na biblioteca, através de livros e sites da internet, buscando,

além de dados teóricos, figuras que pudessem contribuir na construção do mapa.

3º Momento: Montagem dos mapas conceituais sobre o tema proposto.

Após a pesquisa, os alunos voltam para a sala de aula e recebem, cada grupo,

um kit de materiais contendo revistas, tesouras, pincéis, folhas A4, réguas e lápis de

cor, para construírem um mapa conceitual sobre o conceito da palavra Fitoterapia.

O professor, nesse momento, deve ser apenas um observador do processo,

não devendo dar opinião ou influenciar nos conceitos e recursos utilizados na

construção do mapa conceitual de cada grupo.

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Uma alternativa para esta atividade é a construção de mapas conceituais

através de programas como o Powerpoint. Nesse caso, o professor deve utilizar o

laboratório de informática.

4º Momento: Apresentação dos mapas conceituais construídos.

Após a montagem, cada grupo deve ter um tempo determinado pelo professor

para apresentar o mapa conceitual construído. No momento da apresentação, o

professor não deve intervir ou questionar a exposição dos alunos. Simplesmente deve

observá-los.

É um momento em que os alunos poderão expor os conhecimentos

preexistentes e aqueles adquiridos durante a pesquisa realizada. Muitos poderão

fazer alguns questionamentos, inclusive alunos que não participam do grupo que está

apresentando. Mas, é importante que o professor impeça que a apresentação de cada

grupo se torne uma discussão, pois haverá um momento para isto.

Na figura 1 é apresentado um mapa conceitual construído por alunos do curso

técnico em Farmácia do SENAC-MG, apresentado durante a aplicação dessa

estratégia didático-metodológica.

FIGURA 1: Mapa conceitual sobre “o que é a Fitoterapia” criado por um grupo de alunos do

curso técnico em Farmácia do Senac-MG

Fonte: Foto do autor, 2012.

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5º Momento: Discussão e avaliação da atividade.

A discussão e avaliação da atividade é o momento em que os alunos validam a

estratégia utilizada pelo professor, uma vez que eles podem contribuir para melhorias,

indicando as suas principais dificuldades durante a sua aplicação, bem como os

fatores que contribuíram para o desempenho de cada grupo.

O professor deve abrir um espaço para esclarecimento de dúvidas, debate,

avaliação e autoavaliação de cada grupo para que os alunos possam participar

ativamente na análise de seu desempenho.

• Avaliação

A avaliação dessa atividade deve ser feita em dois momentos:

Primeiramente, inicia-se com uma análise que os próprios alunos devem fazer

sobre o mapa conceitual construído pelo seu grupo e aqueles construídos pelos

demais grupos, e sobre sua participação em seu grupo durante a construção do mapa

e durante a sua apresentação.

Para realizar esta avaliação, o professor deve colocar os alunos dispostos em

círculo e estimular cada aluno a fazer sua consideração sobre os seguintes aspectos:

− Como foi a apresentação de seu grupo? E a dos demais grupos da sala?

− Como foi sua participação durante a pesquisa bibliográfica, durante a

construção do mapa conceitual e durante a sua apresentação?

− Que mapa conceitual chamou mais a atenção de cada aluno?

Nesse momento inicial da avaliação, o professor deve se ausentar da sala para

que os alunos discutam sobre sua própria atuação e a do seu grupo. Ao retornar, o

professor ouve a argumentação e expõe o seu ponto de vista, criando, em seguida,

um ambiente de negociação.

A parte final da avaliação consiste na aplicação de um questionário de

autoavaliação da atividade feita (veja sugestão no Apêndice 1).

• Materiais de apoio (ver CD que acompanha o caderno)

− Artigo sobre o uso de mapas conceituais “A educação médica entre mapas

e âncoras: a aprendizagem significativa de David Ausubel, em busca da

arca perdida” (GOMES et al, 2008).

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ATIVIDADE 2: Uso de textos de divulgação científica

• Referencial teórico

A divulgação científica tem sido feita através dos mais distintos veículos tais

como revistas, jornais, internet, televisão, etc. Esses textos de divulgação científica

têm sido inseridos na prática educativa com muita frequência por se constituírem

instrumentos mediadores entre o sujeito e o objeto de conhecimento voltados para a

aprendizagem de conceitos científicos (AIRES et al, 2003).

Tendo em vista o papel central que a ciência e a tecnologia assumiram nas

atividades humanas ao longo do século XX, a utilização de textos de divulgação

científica na sala de aula possibilita uma articulação dos conteúdos abordados nesses

textos com informações advindas do cotidiano dos alunos e se tratam de um

mecanismo que pode democratizar o conhecimento científico (LEGEY; JURBERG;

COUTINHO, 2009).

O uso de textos de divulgação científica constitui uma estratégia que contribui

para o enriquecimento do ensino, na medida em que possibilita ao aluno e ao

professor adquirirem uma visão da ciência e do mundo na perspectiva de novas

metodologias e recursos de ensino capazes de atrelar o conteúdo ensinado e o

contexto em que vivem (MARTINS; NASCIMENTO; ABREU, 2004). Pode-se dizer

que os textos de divulgação científica são, então, uma ponte entre os conteúdos

curriculares e o mundo do aluno (ROCHA, 2012).

A utilização dessa metodologia pode se justificar a partir da real necessidade

de socializar os conhecimentos científicos, dando ênfase ao real significado da

ciência, do seu propósito e da sua contribuição para o desenvolvimento científico e

tecnológico e da sua relação com o cotidiano do aluno e da sociedade em que vive,

para que este possa exercer plenamente a cidadania e o seu papel numa democracia

participativa (LEGEY; JURBERG; COUTINHO, 2009).

Através desses textos, é possível garantir uma maior participação dos alunos e

uma maior segurança para o professor discutir determinados assuntos na sala de

aula. Sua utilização é uma adequada alternativa complementar aos livros didáticos,

mas sem o caráter formal que estes últimos apresentam (MARTINS; NASCIMENTO;

ABREU, 2004).

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Um texto de divulgação científica pode ser utilizado com diversas finalidades,

tais como motivar os alunos em relação a um tema pouco interessante, possibilitar

uma mudança de comportamento em relação à visão da ciência, compreender como

ocorre a produção do conhecimento científico, exemplificar o conhecimento formal,

atualizar os conhecimentos e promover uma reflexão sobre o papel social da ciência

(SILVA; KAWAMURA, 2001).

A adequada forma de se utilizar textos de divulgação científica consiste no

desenvolvimento de um pensamento crítico por parte do aluno que procura questionar

a veracidade das informações veiculadas nesses textos e promover uma reflexão

sobre as possíveis consequências dessas informações na sua vida (SILVA;

KAWAMURA, 2001).

• Objetivos

− Interpretar um texto técnico de divulgação científica, sendo capaz de

representar essa informação conceitual e os dados sobre o tema, expressando

uma opinião por meio de argumentos válidos;

− Desenvolver pensamento crítico acerca do tema apresentado através do texto

de divulgação científica, tendo-se em vista os conhecimentos adquiridos até o

momento do curso de Fitoterapia;

− Promover o acesso a outras referências que enriqueçam o conhecimento dos

alunos acerca do tema Fitoterapia;

− Instrumentalizar o aluno para a produção do conhecimento de maneira crítica e

criativa.

• Competência

Compreender e interpretar, de forma crítica, textos de divulgação científica.

• Duração da atividade

Para a aplicação desta estratégia, são necessárias 3 horas e 30 minutos,

sendo assim distribuídas:

1º momento: Apresentação dos textos para os alunos e leitura pelo grupo (30

minutos).

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2º momento: Resolução do questionário proposto na atividade e discussão dos

textos pelo grupo (1 hora).

3º momento: Apresentação das ideias de cada grupo sobre o texto para a

turma (1 hora).

4º momento: Elaboração de uma resenha sobre as ideias de cada grupo sobre

as questões discutidas nos textos utilizados (40 minutos).

5º momento: Leitura de cada uma das resenhas para a turma (20 minutos).

• Materiais necessários

Textos de divulgação científica adaptados para aplicação dessa atividade (ver

material de apoio no final da atividade).

− Questões sobre os textos adaptados (ver material de apoio no final da

atividade).

− Folhas de papel A4 para confecção de resenhas.

• Desenvolvimento da atividade

Nessa atividade, os alunos entram em contato com textos de divulgação

científica, ampliando, assim, seu repertório cultural e os conhecimentos até então

existentes acerca do tema “fitoterapia”. O texto de divulgação científica, nesse caso,

deve contribuir não apenas para que o aluno amplie o seu conhecimento sobre o

tema “Fitoterapia”, mas também para permitir-lhe uma visão crítica sobre como esse

assunto é abordado por diversos autores.

A adição de textos de divulgação científica, nesse momento, pode contribuir

para que o aluno desenvolva a competência de forma mais significativa, sobretudo,

quando utilizada num momento posterior em que já se aprendeu algo sobre o tema

proposto. Dessa forma, o contato com esse tipo de texto adquire sentido, porque há

um exercício anterior da competência com as referências já existentes. Ao se

defrontar com esse tipo de texto, o aluno certamente irá mobilizar essa vivência para

encontrar o significado ou a relação de tal referência com seu repertório atualizado de

experiências e conhecimentos.

Trata-se, portanto, de uma metodologia que ensina e estimula o aluno a

analisar de forma crítica, referências obtidas de fontes não científicas, comparando-as

aos conhecimentos já aprendidos e trabalhados até então.

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1º Momento: Apresentação dos textos para os alunos e leitura pelo grupo.

Para o desenvolvimento dessa estratégia, foram utilizados dois polêmicos

textos que se contrapunham: uma notícia extraída e adaptada da Revista época de 13 de

agosto de 2010, em que Dráuzio Varella fala sobre a fitoterapia na série "É bom pra quê?" do

programa Fantástico da Rede Globo e um texto extraído do site Acesso Brasil - Mercado e

Políticas Públicas de Medicamentos em 25 de agosto de 2010, com o título

“Fitoterapia popular e medicamentos fitoterápicos: uma grande diferença”. Ambos os

textos foram adaptados para aplicação dessa atividade.

O professor deve solicitar aos alunos que se dividam em grupos de, no

máximo, 4 alunos. Cada grupo deve fazer uma leitura dos textos selecionados,

anotando os pontos que mais lhe chamou a atenção.

2º Momento: Resolução do questionário proposto na atividade e discussão dos textos

pelo grupo.

Ao final da leitura, o grupo deve discutir as principais ideias contidas no texto e

responder às questões que seguem o texto.

É o momento em que se propõe uma discussão reflexiva em pequeno grupo.

Ao final dessa discussão, cada grupo deve entregar as respostas do

questionário ao professor.

3º Momento: Apresentação das ideias de cada grupo sobre o texto para a turma.

Cada grupo deve escolher um relator para pontuar as principais ideias

discutidas e destacadas pelo grupo para a turma toda.

Cada um dos relatores escolhidos por seus respectivos grupos deve expor, em

tempo estipulado pelo professor, as ideias anotadas durante a leitura e discussão dos

dois textos.

4º Momento: Confecção de uma resenha sobre as ideias de cada grupo sobre as

questões discutidas nos textos utilizados nessa atividade.

Os alunos, após a exposição das ideias feita pelos relatores de cada grupo,

deverão se reunir e fazer uma resenha de uma página sobre as ideias extraídas dos

textos lidos, destacando os aspectos que acharam mais importantes.

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Nesse momento, o professor deve observar e estabelecer um clima em que

todos os membros de cada grupo possam contribuir para a construção da resenha. É

importante que o professor passe por todos os grupos, observando e estimulando a

participação de todos os alunos.

5º Momento: Leitura das resenhas para a turma.

Nesse último momento dessa estratégia metodológica, cada grupo deve

escolher um membro para fazer a leitura da resenha construída.

É o momento em que cada grupo compartilha com os colegas as conclusões e

proposições relacionadas aos textos trabalhados.

• Avaliação da atividade

A avaliação dessa estratégia didático-metodológica deve ser feita a partir de:

− Correção das questões respondidas por cada grupo;

− Discussão sobre as ideias do texto;

− Qualidade do texto (resenha) construído por cada grupo;

− Questionário de autoavaliação (ver sugestão no Apêndice 1).

Para uma efetiva avaliação dos alunos perante essa atividade proposta, é

importante o professor, durante toda a atividade, ir anotando as principais

características de cada aluno e do seu grupo, para, ao final, evidenciar os resultados

individuais e coletivos. Trata-se de um processo que procura avaliar não apenas os

aspectos técnico-científicos específicos dessa atividade, mas também os aspectos

atitudinais fundamentais para o desenvolvimento de competências básicas para o

trabalho.

• Material de apoio

− Artigo sobre uso de textos de divulgação científica “Divulgação científica na

sala de aula: um estudo sobre a contribuição da revista ciência hoje das

crianças” (AIRES et al, 2003)- disponível no CD.

− Textos e questionário sugeridos para aplicação dessa atividade.

22

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Texto 1: Notícia extraída e adaptada da Revista época de 13 de agosto de 2010.

Dráuzio Varella fala sobre a fitoterapia na série "É bom pra quê?" do programa Fantástico

da Rede Globo

Vamos começar uma nova série no programa Fantástico da Rede Globo,

intitulado “É bom pra quê?” com o objetivo de discutir os usos e abusos dos

tratamentos médicos feitos com produtos derivados de plantas que não passaram

pelo crivo científico dos estudos clínicos, e analisar as perspectivas da fitoterapia

medicinal.

Como esse campo é minado por ideologias de um lado e preconceitos de

outro, quero deixar claro o que penso a respeito.

Para iniciarmos uma discussão a esse respeito, é importante deixar claro

alguns fatos.

Mais de 30% dos medicamentos alopáticos aprovados no mundo são

derivados de plantas. No tratamento do câncer, inclusive, esse número ultrapassa

50%. No Brasil, país com uma das maiores biodiversidades do planeta, o número de

espécies estudadas é muito pequeno em relação ao potencial existente.

Nos últimos anos, numerosos estudos laboratoriais com produtos derivados de

plantas têm sido realizados em nossas universidades e centros de pesquisas. Neles,

muitos extratos e seus componentes demonstraram atividade in vitro e em animais de

laboratório, contra modelos experimentais de diversas doenças humanas.

Infelizmente, o número de estudos clínicos cientificamente conduzidos com

números estatisticamente significativos de pacientes é desproporcionalmente

pequeno. É só acessar o Pubmed para verificar a quase inexistência de estudos fase

3.

A falta de estudos clínicos publicados em revistas científicas de impacto dá

margem a conclusões apressadas e a toda sorte de abusos. Basta uma planta ter

demonstrado algum tipo de atividade in vitro ou em animais de laboratório para que

apareçam defensores de seu uso em seres humanos.

Muitas preparações obtidas a partir de plantas que demonstram atividade

promissora no laboratório são assim malbaratadas pelo uso indiscriminado, como

panacéias capazes de curar uma infinidade de doenças.

Dizer que uma planta deve ser empregada no tratamento de uma doença

humana porque o uso tradicional assim justifica, não serve de argumento para a falta

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Page 24: Doc dsc nome_arqui20140131092227

de testes clínicos. O uso tradicional é uma ferramenta importantíssima, revelou

plantas das quais foram sintetizados medicamentos como morfina, aspirina, codeína,

curare, os digitálicos e tantos outros. Mas, também serve de justificativa para o uso

da babosa e da graviola para tratamento do câncer, e até do chá de confrei, muito em

moda anos atrás, que provocou a morte de várias pessoas por toxicidade hepática.

No uso tradicional, as informações são transmitidas de uma pessoa para outra:

tal planta é boa para isso, outra para aquilo. Como confiar na transmissão oral para

definir modo de preparo, dosagens, número de tomadas diárias e limites de

segurança?

A fitoterapia medicinal só será levada a sério quando for muito além do

chazinho; quando tivermos preparações padronizadas, acompanhadas de bulas com

instruções de preparo, dosagens, indicações, contraindicações, efeitos colaterais e

toxicidade.

Se poucos de nós, médicos, receitamos fitoterápicos não é porque tenhamos

sido comprados pela indústria farmacêutica como os fanáticos gostam de acusar,

qual de nós não preferiria receitar para quem sofre um chá inócuo em vez de drogas

repletas de efeitos colaterais? Mas, para que possamos fazê-lo precisamos obter dois

tipos de respostas:

a) Nas doenças e no tratamento de sintomas para os quais a medicina clássica

não oferece boas opções, queremos saber se o fitoterápico que demonstrou atividade

no laboratório é mais eficaz do que um placebo.

b) Nos casos em que existe tratamento de eficácia demonstrada, queremos

saber se acrescentar a ele o fitoterápico apresenta resultados melhores do que

acrescentar um placebo.

Enquanto não houver financiamento para pesquisas clínicas que respondam a

essas perguntas, e pesquisadores dispostos ao árduo trabalho de conduzí-las com

critérios científicos rígidos, a fitoterapia medicinal no Brasil continuará um campo em

que predominam as opiniões apaixonadas, as ideologias e os preconceitos.

Infelizmente, porque com a biodiversidade exuberante que temos, a fitoterapia

pode apontar um futuro promissor para a indústria farmacêutica nacional e

representar uma fonte importante de divisas para o país.

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Texto 2: Texto extraído e adaptado do site Acesso Brasil - Mercado e Políticas

Públicas de Medicamentos em 25 de agosto de 2010.

Fitoterapia popular e medicamentos fitoterápicos: uma grande diferença

O programa Fantástico, da rede Globo, apresentou uma série de reportagens

feitas pelo oncologista Drauzio Varella, “É Bom pra Quê?”, sobre fitoterápicos. Mesmo

antes de sua estréia, contudo, a série já causava polêmica.

O motivo de tanto debate teve início, principalmente, após uma entrevista

concedida pelo médico ao site da revista Época, na coluna da jornalista Cristiane

Segatto, publicada no dia 13 de agosto de 2010. Entre suas afirmações estão que o

Ministério da Saúde, ao eleger oito plantas para serem distribuídas pelo Sistema

Único de Saúde (SUS) - alcachofra, aroeira, cáscara sagrada, garra do diabo, guaco,

isoflavona da soja e unha de gato -, o que fez foi “criar uma medicina para pobres

baseada em plantas que não têm atividade demonstrada cientificamente”. Suas

afirmações revoltaram pesquisadores, professores, farmacêuticos e donos de

laboratórios da área dos fitoterápicos. Alguns o acusam de estar beneficiando as

multinacionais farmacêuticas. O uso de plantas medicinais no tratamento de doenças

acontece há muito tempo. Com o avanço da química, os princípios ativos das plantas

passaram a ser isolados. Sintetizados em laboratórios, deram origem a drogas

importantíssimas, alopáticas. Já os fitoterápicos são obtidos exclusivamente de

vegetais, vendidos em forma de extrato, tintura, óleo, cápsulas etc. Para registrá-los

como medicamentos, os fabricantes precisam provar que conseguem manter a

qualidade e a concentração do princípio ativo presente na planta.

Por citar bastante os “chazinhos” como tratamento para doenças, alguns

poderiam imaginar que Dráuzio se referia, especificamente, às misturas feitas em

casa, sem indicação médica, e não aos fitoterápicos registrados, o que logo é

esclarecido quando a repórter cita que existem produtos fitoterápicos registrados pela

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e vendidos nas farmácias e

pergunta se esses também não são submetidos a estudos para comprovar sua

eficácia e riscos. O médico responde que estes são registrados na Anvisa como

complemento alimentar, não passando pelo mesmo crivo de um medicamento.

Segundo o médico, “se tivesse autoridade para isso, mandaria recolher do mercado

todos os fitoterápicos cuja eficácia não tenha sido demonstrada cientificamente”.

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Page 26: Doc dsc nome_arqui20140131092227

Baseado nesta afirmação, Eduardo de Jesus Oliveira, pesquisador na área de

controle de qualidade de produtos fitoterápicos, explica que a legislação brasileira

para registro de medicamentos fitoterápicos da Anvisa é uma das mais avançadas e

rigorosas do mundo, tendo, inclusive, servido de modelo para outros países

estruturarem suas leis. “A legislação atual para registro de medicamentos

fitoterápicos é a RDC 14/2010 da Anvisa, que revogou a norma anteriormente vigente

de 2004. A Anvisa nunca considerou os medicamentos fitoterápicos como

complemento alimentar. Os medicamentos fitoterápicos registrados na Anvisa

merecem a mesma credibilidade e as mesmas precauções de uso que qualquer outro

medicamento registrado pela agência”.

De acordo com Drauzio, o objetivo da série é mostrar que os fitoterápicos têm

de ser estudados. “Têm de ser submetidos ao mesmo escrutínio ao qual os remédios

comuns são submetidos”. Talvez o médico tenha pecado ao não distinguir,

exatamente, a que fitoterápico se referia. Existe a fitoterapia popular e os

fitoterápicos. A fitoterapia popular, feita de forma caseira, é associada a chás e

garrafadas. Nela é utilizado o extrato homogêneo da planta, por isso não é isento de

riscos. E, como não possui estudos científicos, sua eficácia e segurança não são

comprovadas. Já os fitoterápicos, segundo RDC n°48 de 16 de março de 2004 da

Anvisa, é o medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas

ativas vegetais. Sua eficácia e segurança são comprovadas através de ensaios

clínicos com animais, humanos saudáveis e doentes.

Autor do livro Monografias de Plantas Medicinais Brasileiras: Nativa e

Aclimatadas, em colaboração com Benjamin Gilbert, e Coordenador Editorial da

revista científica Fitos, que publica trabalhos sobre pesquisa, desenvolvimento e

inovação em fármacos e medicamentos de origem vegetal, Lucio Ferreira Alves

acredita que o oncologista “não entende nada do assunto”. “Drauzio deveria se

inteirar da literatura antes de dar palpite sobre um tema que desconhece totalmente.

Por exemplo, a atividade antimicrobiana e anti-inflamatória da aroeira (Schinus

terebinthifolius) e a ausência de efeitos tóxicos foi demonstrada. As atividades

broncodilatadora, antimicrobiana e analgésica do guaco (Mikania glomerata, M.

laevigata) estão demonstradas em testes realizados com animais em laboratório. O

mesmo pode ser dito sobre o valor da unha-de-gato (Uncaria tomentosa, U.

guianensis) como anticancerígeno.

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De acordo com o pesquisador Eduardo Oliveira há estudos clínicos com todas

as oito espécies consideradas pelo SUS, embora estes estudos sejam mais raros

com as espécies de plantas medicinais nativas. “O Dr. Drauzio Varella está correto ao

mencionar que os dados de eficácia e segurança são incompletos, ou mesmo

inexistentes, para muitas das espécies de uso popular, mas há critérios bastante

rigorosos do ponto de vista científico para as oito espécies que estão sendo

consideradas para inclusão no SUS”. E completa: “pode-se discutir a extensão dos

estudos clínicos disponíveis e a sua qualidade, mas acredito que esta discussão se

aplica aos medicamentos sintéticos tanto quanto aos fitoterápicos. Uma grande

esperança e expectativa da comunidade científica nacional é que a implementação da

política de plantas medicinais traga mais estímulo às pesquisas de eficácia e

segurança com muitas destas espécies nativas, no sentido de validar (ou refutar) seu

uso tradicional”.

É preciso lembrar que a fitoterapia é reconhecida como método terapêutico

pelo Conselho Federal de Medicina desde 1992. O Brasil é um dos países com maior

concentração de pesquisadores nesta área. “Muitas das substâncias mais eficazes

para o tratamento de várias doenças são extraídas de espécies vegetais, como é o

caso da morfina e de outros alcalóides como a vincristina, a vinblastina e o taxol”,

exemplifica Eduardo Oliveira.

Sabino Pinho, professor de ginecologia da Universidade Federal de

Pernambuco (UFPE), ao citar, especificamente, sua área de atuação, reconhece que,

de modo geral, a literatura mostra que há necessidade de pesquisas melhores

delineadas (estudo duplo-cego, randomizado etc.) para o emprego dos fitoterápicos,

por um longo período. “Tenho conhecimento a respeito de vários fitoterápicos que são

empregados no tratamento de sintomas do climatério (distúrbios vasomotores). Os

trabalhos são controversos sobre o uso desses medicamentos nestes sintomas, a

maior parte não demonstrando uma ação terapêutica efetiva, principalmente quando

comparados aos estrogênios”. Em relação à Tensão pré-Menstrual, Sabino afirma

usar o fitoterápico Borago officinalis, com Ácidos Graxos Polisaturados, em forma de

cápsulas gelatinosas. “Coordenamos, no Serviço de Ginecologia que dirigimos uma

aprovada tese de Mestrado (UFPE) de um estudo duplo-cego, controlado com

placebo, mostrando uma ação terapêutica estatisticamente significante do produto,

após seis meses de observação”.

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A descrença nas ervas medicinais ocorre, muitas vezes, por seu uso ocorrer

sem o devido controle. “A utilização de plantas medicinais e de medicamentos

fitoterápicos deve ser feita sempre dentro das indicações a que se prestam, com a

posologia, modo de uso e duração de tratamento adequados. Assim como o controle

do uso de medicamentos sintéticos anorexígenos, benzodiazepínicos e

antidepressivos é inadequado, com grande agravo à saúde da população, o abuso de

plantas medicinais (geralmente com a falsa concepção de que por serem de origem

“natural” não oferecem riscos) também é problemático”.

Diante da biodiversidade do Brasil (das 250 mil plantas catalogadas no mundo,

55 mil estão aqui), em conjunto com a necessidade da população por medicamentos,

fica evidente que o país não pode desperdiçar todo seu potencial na área de

fitoterápicos. É importante haver maior investimento tanto em pesquisas, quanto no

controle de uso dos medicamentos. Quanto a isso, certamente, ninguém discorda.

Fonte: Acesso Brasil - Mercado e Políticas Públicas de Medicamentos

Baseando-se no texto, responda às questões que se seguem:

1)- Tendo em vista as matérias veiculadas na Revista Época sobre plantas medicinais

e a série “É bom pra quê?”, exibida no Fantástico, sobretudo relacionadas aos

conceitos de chá, planta medicinal, droga vegetal e medicamento fitoterápico,

comente que equívocos foram cometidos de acordo com a atual legislação sanitária

brasileira:

2)- Cite 5 exemplos de medicamentos alopáticos derivados de plantas:

3)- Que questionamentos são feitos para avaliar a eficácia dos fitoterápicos?

4)- Sob que formas farmacêuticas são comercializados os fitoterápicos?

5)- Como são comprovadas a eficácia e a segurança dos medicamentos

fitoterápicos?

6)- De acordo com a RDC 14/2010, quais são os ensaios necessários e descritos

para o controle de qualidade dos produtos fitoterápicos?

7)- A matéria publicada na revista época afirma que não existem estudos científicos

para a maioria das plantas medicinais utilizadas no Brasil. Pesquise no site da

ANVISA se esta informação está correta ou não. Justifique:

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Page 29: Doc dsc nome_arqui20140131092227

ATIVIDADE 3: Dinâmica de grupo – Juri simulado

• Referencial teórico

A dinâmica de grupo é uma atividade desenvolvida com um grupo de pessoas

com distintos fins que podem ir desde a diversão e o relaxamento até a integração, a

reflexão e a promoção do conhecimento. Pode ser caracterizada pelo exercício de

uma vivência ou de um laboratório que permite, tanto ao aluno quanto ao professor,

refletir e avaliar se os objetivos da aprendizagem propostos foram alcançados. Para o

professor, entretanto, é uma excelente oportunidade para realizar uma avaliação

informal alinhada à proposta pedagógica do ensino por competências (SILVA;

NÓBREGA; OLIVEIRA, 2003).

É uma estratégia de aprendizagem que permite o desenvolvimento pessoal do

aluno, pois se trata de uma atividade cujo recurso essencial é a própria interação

humana, interpessoal ou grupal (SAEKI et al, 1999), e que pode ser uma ferramenta

para que o professor trabalhe atitudes importantes na formação profissional e que

possibilita um maior envolvimento dos alunos em seu próprio processo de

aprendizagem (SPAGNOL et al, 2001).

Além de contribuir para o desenvolvimento da criatividade, da desinibição, da

tomada de decisão e da fixação de conhecimentos adquiridos (SPAGNOL et al,

2001), uma dinâmica de grupo também pode ajudar o aluno a definir seus próprios

limites e possibilidades de atuação dentro dos grupos e, ainda, a lidar com a

diversidade, com o conflito, com a união e com a criação (SAEKI et al, 1999).

As dinâmicas de grupo consistem em metodologias que permitem a

aprendizagem baseada nas experiências diretas e nas vivências dos alunos, tratando-

se de uma aprendizagem pelo nível emocional através da qual os componentes do

grupo podem expor seus sentimentos, ideias e opiniões, com espontaneidade e

autenticidade, por meio da troca de experiências (SILVA; NÓBREGA; OLIVEIRA,

2003). Isso pode ser evidenciado na possibilidade de correlacionar, através de uma

atividade motivadora por si mesma, uma situação problema com a sua prática e de

refletir sobre pontos críticos de uma determinada profissão, baseados na troca de

experiências e ideias (SPAGNOL, 2001).

O processo de aprendizado grupal pode se ancorar nos pressupostos da teoria

sócio-histórica-cultural de Vygotsky, a partir da qual se entende a dinâmica de grupo

29

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como uma estratégia de desenvolvimento interacionista na qual todos os alunos

participam ativamente das atividades propostas num círculo de interações no qual “os

membros do grupo modificam-se e provocam transformações em seu contexto”

(MOTTA et al, 2007, p.234).

Nesse sentido, as dinâmicas de grupo constituem-se em atividades propícias

para o desenvolvimento das mais diversas formas de interação que possibilitam ao

aluno ampliar, tanto quantitativa quanto qualitativamente, sua estrutura cognitiva, seus

afetos e suas condutas (PILON, 1987).

• Objetivos

− Sensibilizar e estimular a discussão sobre o tema fitoterapia em sala de aula;

− Estimular os alunos a se tornarem sujeitos capazes de falar e ouvir em

momentos distintos, possibilitando a oportunidade de um debate;

− Promover um debate de teorias e de propostas concretas relacionadas aos

principais produtos fitoterápicos comercializados no Brasil;

− Compreender as principais normas e resoluções aplicadas à produção e

comercialização de medicamentos fitoterápicos e plantas medicinais;

− Argumentar e propor ideias coerentes com o tema em discussão.

− Desenvolver habilidades para trabalho em equipe, integrando teoria e prática e

Dinâmica de Grupo.

− Aumentar a sensibilidade dos participantes em relação às próprias ações e

como essas afetam os demais.

− Aumentar a sensibilidade em relação às ações dos demais e como essas

afetam a si próprio.

− Possibilitar aos participantes um autoconhecimento em termos de crescimento

e desenvolvimento psicossocial.

• Competência

Promover um debate de teorias e de propostas concretas relacionadas aos

principais produtos fitoterápicos comercializados no Brasil.

Duração da atividade

Para a aplicação desta estratégia, são necessárias 2 horas e 30 minutos,

sendo assim distribuídas:30

Page 31: Doc dsc nome_arqui20140131092227

1º momento: Contextualização da atividade através de um caso relacionado ao

uso inadequado de plantas medicinais (10 minutos).

2º momento: Definição da atividade proposta (10 minutos).

3º momento: Definição das regras do júri simulado pela turma (10 minutos).

4º momento: Discussão dos grupos sobre os aspectos e argumentos a serem

utilizados no momento do júri simulado (1 hora).

5º momento: Realização do júri simulado (1 hora).

• Materiais necessários

− Mesas e cadeiras dispostas no formato de um júri simulado.

− Folhas de papel A4.

• Desenvolvimento da atividade

Esta estratégia didático-metodológica constitui-se na realização de um júri

simulado sobre um caso de intoxicação devido ao uso inadequado de plantas

medicinais e a legislação que regulamenta a utilização de medicamentos fitoterápicos

partindo-se dos textos estudados na estratégia anterior.

1º Momento: Contextualização da atividade através de um caso relacionado ao uso

inadequado de plantas medicinais.

Citando os textos de divulgação científica já apresentados na estratégia

anterior, o professor deverá fazer a contextualização de um caso relacionado ao uso

inadequado de plantas medicinais como sendo erroneamente classificado como

medicamento fitoterápico e que resultou em ação tóxica letal do usuário (veja

sugestão no material de apoio ao final da atividade).

2º Momento: Definição da atividade proposta.

Dividir a turma em dois grupos e determinar um deles para defender e outro

para acusar o estabelecimento que disponibilizou a planta medicinal que levou o

paciente a óbito, estabelecendo uma dinâmica de grupo na forma de “Júri simulado”.

Um aluno é escolhido como redator, um como juiz e seis alunos como

membros do júri. Nenhum deles, entretanto, deve fazer parte dos dois grupos

formados com a divisão da turma.

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A função do redator é anotar todas as informações trazidas por ambos os

grupos sobre o caso discutido. A função do juiz é expor as regras que deverão ser

definidas previamente pela turma e manter a organização da atividade durante sua

execução, inclusive controlando o tempo que cada um dos grupos terá para expor

seus pontos de vista. E a função do júri é definir qual o grupo foi capaz de trazer as

informações mais precisas e consistentes sobre o tema discutido.

3º Momento: Definição das regras do júri simulado pela turma.

Nesta etapa, a turma deve discutir quais são as regras para a realização de júri

simulado.

O juiz escolhido pela turma deve pontuar os principais aspectos a serem

considerados pelo grupo, que são:

− Quem deverá iniciar o debate? A defesa ou a acusação?

− O debate contará com a exposição de um dos lados. Essa exposição terá

direito a réplica e tréplica?

− Quais os tempos determinados para a exposição de cada um dos grupos

(defesa e acusação), para a réplica e para a tréplica, caso elas ocorram?

− Como se dará o resultado determinado pelo juiz escolhido pelo grupo?

− Qual (is) a penalidade (s) a serem adotadas para o grupo “condenado”?

Nesta etapa, o professor deve assumir o papel de mediador no início da

atividade e, posteriormente, delegar esta função ao juiz, quando da realização efetiva

do júri.

O professor, no entanto, durante todo o processo, deve estimular a participação

efetiva de todo o grupo, sempre reafirmando os objetivos dessa atividade.

4º Momento: Discussão dos grupos sobre os aspectos e argumentos a serem

utilizados no momento do júri simulado.

Cada grupo deverá se reunir e traçar argumentos que justifiquem o seu

posicionamento frente ao júri simulado proposto. Os grupos discutirão as informações,

anotando os argumentos favoráveis ao seu ponto de vista, que deverá ser

posteriormente defendido. Para isso, o professor deverá deixar os grupos discutirem

aproximadamente por 30 minutos e anotarem seus argumentos para discussão

posterior com o restante da classe.

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Nesse momento, o professor deve disponibilizar um material de consulta para

que os alunos criem seus argumentos, baseados na legislação vigente. Como

sugestão, esse material pode contar com os seguintes documentos:

− Esclarecimentos sobre matérias sobre plantas medicinais veiculadas na

Revista Época e no programa Fantástico disponível no site da ANVISA

(http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Medicament

os/Assunto+de+Interesse/Medicamentos+fitoterapicos).

− Resolução RDC nº 95, de 11 de dezembro de 2008 que regulamenta o texto de

bula de medicamentos fitoterápicos.

− Resolução RDC nº 14, de 31 de março de 2010 que dispõe sobre o registo de

medicamentos fitoterápicos.

− Resolução RE nº 90, de 16 de março de 2004, guia para a realização de

estudos de toxicidade pré-clínica de fitoterápicos.

Esse material permitirá aos alunos discutirem a atividade executada tendo em

vista a legislação relacionada à produção e comercialização de medicamentos

fitoterápicos.

5º Momento: Realização do júri simulado.

Organizar os dois grupos, um de frente para o outro no formato de um júri,

tendo no centro o juiz e ao seu lado o redator. O júri deve posicionar-se mais

afastado, mas de frente para os dois grupos previamente formados.

Deixar que cada grupo escolha um advogado que irá expor os argumentos

utilizados durante a discussão, bem como um mediador para assegurar a postura dos

alunos de seu grupo, bem como intervir quando ocorrer alguma eventual

animosidade.

A partir daí, terá início o debate.

Ao final do debate, o júri deve se reunir para decidir qual grupo apresentou

melhor argumentação em relação ao assunto debatido na atividade e, em seguida,

deliberar o resultado de sua decisão.

• Avaliação

Para a avaliação dessa atividade, o professor deve se ausentar da sala para

que os alunos discutam sobre sua própria atuação e a do seu grupo, e escolham um

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porta-voz para argumentar a favor da nota escolhida. O professor, ao retornar, ouve a

argumentação e expõe o seu ponto de vista, criando, em seguida, um ambiente de

negociação.

A avaliação do professor deve se dar durante todo processo de realização

dessa atividade, tendo em vista os objetivos propostos para mesma. Dessa forma, é

fundamental que o professor, antes do início de sua realização, exponha os reais

objetivos dessa atividade.

• Materiais de Apoio (ver CD que acompanha o caderno)

− Artigo sobre dinâmica de grupo “As trilhas essenciais que fundamentam o

processo e desenvolvimento da dinâmica grupal” (MOTA et al, 2007).

− Esclarecimentos sobre matérias sobre plantas medicinais veiculadas na

Revista Época e no programa Fantástico disponível no site da ANVISA

(http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Medicament

os/Assunto+de+Interesse/Medicamentos+fitoterapicos).

− Resolução RDC nº 95, de 11 de dezembro de 2008 que regulamenta o texto de

bula de medicamentos fitoterápicos.

− Resolução RDC nº 14, de 31 de março de 2010 que dispõe sobre o registo de

medicamentos fitoterápicos.

− Resolução RE nº 90, de 16 de março de 2004, guia para a realização de

estudos de toxicidade pré-clínica de fitoterápicos.

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ATIVIDADE 4: Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP)

• Referencial teórico

A superação de obstáculos e o estímulo à atividade cognitiva são os principais

objetivos da resolução de um problema. E, segundo Depresbiteris (2001), o

desenvolvimento da capacidade de resolver problemas tem sido uma das principais

premissas pedagógicas no ensino por competências. Dessa forma, sem problema,

não há aprendizagem significativa (MARQUARDT, 2005).

A Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) é uma proposta metodológica

que procura responder aos anseios de mudança nos currículos dos cursos técnicos.

Nessa metodologia, a aprendizagem ocorre por meio da resolução de problemas

elaborados pelo próprio professor para que os alunos correlacionem os

conhecimentos adquiridos com os problemas reais de sua profissão (GOMES et al,

2009).

Os problemas nessa metodologia constituem descrições de fenômenos ou

eventos que devem ser analisados por um pequeno grupo, inicialmente, a partir de

seu conhecimento prévio. Após essa primeira análise, são feitos questionamentos que

visam entender os processos subjacentes. E são exatamente esses questionamentos,

os objetos que constituirão os conteúdos a serem utilizados com o objetivo de se

atingir a aprendizagem (BATISTA et al, 2005).

Através da ABP, espera-se que o aluno adquira condições de desenvolver

habilidades técnicas, cognitivas e atitudinais aplicáveis na esfera profissional e na

postura de estudar para aprender pelo resto de sua vida (GOMES et al, 2009).

Como estratégia didático-metodológica, a resolução de problemas vai além de

seu papel desafiador, mas se torna instrumento que propicia a aprendizagem e o

desenvolvimento de habilidades individuais ou relacionadas ao trabalho em equipe. É

um tipo de estratégia que possibilita ao aluno não apenas executar uma ação em

busca da solução, mas também uma reflexão sobre esta ação, o que pode garantir

uma aprendizagem mais significativa (MARQUARDT, 2005).

Dessa forma, pode ser caracterizada como uma metodologia capaz de

estimular o aluno a construir sua própria aprendizagem, articulando seus

conhecimentos prévios com os de outros alunos e os novos conhecimentos

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introduzidos para a resolução de problemas propostos na sala de aula (GOMES et al,

2009).

Deve-se considerar que, numa estratégia baseada na resolução de problemas,

a atividade deve ser importante e significativa para o aluno, além de estimulá-lo a

utilizar um pensamento crítico, de tal forma que ele se envolva e se dedique para

encontrar a solução. Um problema simples e sem importância não permitirá ao aluno

utilizar todo o seu potencial para resolvê-lo (MARQUARDT, 2005).

Nesse tipo de estratégia metodológica, o professor assume o papel de

mediador no sentido de facilitar e estimular o processo de aprendizagem, promovendo

uma reflexão sobre ele. A partir dessa mediação, os alunos definem o próprio trajeto

de sua aprendizagem, levantando hipóteses, propondo soluções e elaborando a

síntese e a produção do novo conhecimento (BATISTA et al, 2005).

No ensino da área de saúde, é bastante comum a utilização de estudos de

casos, uma estratégia que estimula a resolução de problemas, permitindo a

articulação do conhecimento tanto na descrição, quanto na própria resolução do

problema proposto. Trata-se de uma técnica capaz de estimular o pensamento e de

articular os conhecimentos prévios dos alunos com aqueles que surgem, à medida em

que os alunos procuram levantar e comprovar as hipóteses inerentes à busca de

soluções (DEPRESBITERIS, 2001).

No estudo de um caso, uma sequência de ações deve ser proposta pelo

professor e desta fazem parte a análise do caso descrito, a descrição dos problemas

apresentados, a análise das múltiplas variáveis que envolvem o caso e a prescrição

de como resolver o mesmo (DEPRESBITERIS, 2001). Mas é importante lembrar que

o problema apresentado deve ter relação direta com o conteúdo estudado, não sendo

este conteúdo um fim em si mesmo, mas um elo entre o pensamento e a operação.

Portanto, uma situação problema é o meio pelo qual os objetivos da

problematização – ABP serão alcançados. Nessa estratégia didático-metodológica,

será apresentada uma situação problema cuja finalidade é permitir o aprofundamento

do tema “fitoterapia”. A situação problema é um caso clínico relacionado aos riscos

inerentes à utilização de medicamentos fitoterápicos. O professor pode, num primeiro

momento, explorar junto com os alunos essa situação problema que será

apresentada, aproveitando alguns pontos estratégicos para discussão. Se

questionamentos surgirem por parte dos alunos, guarde estas questões, mas não as

36

Page 37: Doc dsc nome_arqui20140131092227

responda ainda. De antemão fica a sugestão de explorar junto com os alunos a

situação problema que será apresentada, aproveitando alguns pontos estratégicos

para a discussão.

A proposição de um caso clínico relacionado ao uso de fitoterápicos é

justificada pelo fato de que, segundo Silveira, Bandeira e Arrais (2008), a maior parte

dos fitoterápicos utilizados atualmente não tem seu perfil tóxico bem conhecido.

Muitos problemas graves podem ocorrer devido à utilização inadequada desses

produtos, além de contraindicações e interações medicamentosas.

• Objetivos

− Estimular o aluno a enfrentar situações-problema com iniciativa e entusiasmo.

− Propiciar ao aluno a habilidade de resolver problemas de forma eficiente,

usando uma base de conhecimento flexível e integrada.

− Desenvolver com eficácia e eficiência pesquisas e levantamento de hipóteses

para as questões propostas na resolução de um determinado problema;

− Preparar o aluno para a busca, seleção, integração e emprego das

informações científicas atualizadas na área para a resolução de problemas;

− Selecionar e organizar as informações concernentes à indicação terapêutica,

modo de utilização, posologia, reações adversas, toxicidade, restrições de uso

e interações medicamentosas relacionadas ao fitoterápico em discussão;

− Atuar em equipe com entusiasmo e envolvimento nas atividades propostas e

nas tarefas a serem cumpridas;

− Participar ativamente de discussão, demonstrando a capacidade de questionar,

propor ideias e ouvir o que cada colega tem a dizer.

• Competência

Analisar de forma crítica situações problemas apresentadas e correlacionadas

à vivência profissional.

• Duração da atividade

Para a aplicação desta estratégia, são necessárias 6 horas e 30 minutos,

sendo assim distribuídas:

Primeiro dia:37

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1º momento: Apresentação do problema e formulação de hipóteses (1 hora).

2º momento: Identificação do que é necessário aprender para obter um melhor

entendimento sobre o problema e pesquisa de informações e de termos técnicos

presentes no caso clínico (1 hora).

3º momento: Definição e análise do problema através de questionamentos dos

principais pontos tratados no caso clínico (1 hora).

4º momento: Organização das informações (1 hora e 30 minutos).

Segundo dia:5º momento: Aplicação do aprendizado, resolução do problema e apresentação

para a sala de aula (2 horas).

• Materiais necessários

− Caso clínico (ver material de apoio ao final da atividade).

− Livros.

− Revistas e periódicos do acervo da biblioteca.

− Computadores com acesso à internet.

• Desenvolvimento da atividade

Os passos a serem seguidos nessa estratégia são:

1º Momento: Apresentação do problema e formulação de hipóteses.

É o momento em que o professor faz a apresentação do enunciado do

problema, de forma contextualizada, através de uma leitura do cenário do mesmo.

Em seguida, a turma deve ser divida em pequenos grupos de, no máximo 5

alunos. Cada grupo deverá reler o problema, iniciando, posteriormente, uma

discussão que leve à formulação de hipóteses para o mesmo. Trata-se de um

momento em que os alunos tentam chegar à resolução do problema com as

informações que já possuem, de forma a mensurar o que já sabem sobre o assunto.

2º Momento: Identificação do que é necessário aprender para obter um melhor

entendimento sobre o problema e pesquisa de informações e de termos técnicos

presentes no caso clínico.

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Nesse momento, cada grupo deve realizar uma pesquisa sobre termos e

conceitos não compreendidos na leitura do caso clínico. Para isso, o professor deve

disponibilizar um tempo para a pesquisa feita na biblioteca e/ou no laboratório de

informática com acesso à internet.

3º Momento: Definição e análise do problema através de questionamentos dos

principais pontos tratados no caso clínico.

Este momento envolve a formulação de objetivos de aprendizagem através da

coleta de informações adicionais fora da sala de aula para responder às questões

propostas no caso clínico apresentado. Trata-se de um estudo auto-dirigido através

de outras referências (livros, revistas, especialistas da área, sites da internet),

garantindo uma aprendizagem mais personalizada à necessidade e estilo de

aprendizagem de cada indivíduo.

Essa atividade é proposta em sala de aula para que cada grupo, numa próxima

aula, traga os resultados das pesquisas dos termos e conceitos não compreendidos

na leitura, bem como as hipóteses frente aos questionamentos propostos.

Após coletar informações adicionais fora da sala de aula, os alunos sintetizam

e testam essas informações recém-adquiridas.

4º Momento: Organização das informações.

Para o desenvolvimento dessa atividade, deverão ser escolhidos por cada

grupo um líder e um redator.

O líder é o coordenador das atividades do grupo durante o processo. Deve,

portanto, garantir a participação de todos os alunos nas discussões, manter a

dinâmica do grupo, administrar o tempo, assegurar que o grupo cumpra a sua tarefa e

assegurar que o redator acompanhe as discussões e realize corretamente as

anotações.

O redator é o membro que anota todos os termos desconhecidos, os

problemas identificados, as formulações e hipóteses oferecidas e os objetivos de

aprendizagem definidos. Além disso, ajuda o grupo a ordenar as suas ideias, participa

das discussões, envia a 1ª fase das anotações aos membros do grupo, anota as

fontes usadas pelo grupo, elabora o relatório final e envia o relatório final aos

membros do grupo.

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O professor tem fundamental importância no desenrolar desse momento da

estratégia, devendo estimular todos os alunos a participarem das discussões, auxiliar

o líder na dinâmica do grupo e na administração do tempo, assegurar que as

anotações sejam corretamente realizadas pelo redator, evitar desvios na discussão,

assegurar que a turma atinja os objetivos de aprendizagem propostos nesta atividade,

avaliar a compreensão do grupo e de cada um de seus membros.

Aos demais estudantes, cabe o papel de seguir a sequência dos passos do

processo, participar das discussões, ouvir com atenção e respeito a contribuição dos

demais membros, perguntar abertamente sem receios, pesquisar, no mínimo, todos

os objetivos de aprendizagem estabelecidos e partilhar o conhecimento adquirido com

os colegas.

Na ABP, por se tratar de uma metodologia educacional que tem por proposta a

busca contínua de conhecimento através da investigação e estímulos gerados caso a

caso ou através de cenários facilitadores, alguns pontos devem ser enumerados para

que o êxito do processo de ensino-aprendizagem aconteça.

5º Momento: Aplicação do aprendizado, resolução do problema e apresentação para

a sala de aula.

Após a organização das informações, o redator deverá apresentar os dados

obtidos para a classe, expondo os resultados alcançados para as questões propostas

e para o caso clínico como um todo.

Durante todo o processo, o professor deve prover recursos e dar suporte

necessário para promover a aprendizagem quando os conceitos e habilidades estão

sendo introduzidos, atuando como um facilitador e mediador da aprendizagem.

• Avaliação

O professor deve propiciar um momento inicial para a avaliação da atividade

feita. Para isso, deve propor uma discussão sobre os resultados de cada grupo.

Para a realização dessa discussão, o professor deve pedir à turma para se

posicionar em círculo e, em seguida, deve se ausentar da sala para que os alunos

discutam sobre sua própria atuação e a do seu grupo, e escolham um porta-voz para

argumentar a favor da nota escolhida. O professor, ao retornar, ouve a argumentação

e expõe o seu ponto de vista, criando, assim, um ambiente de negociação.

40

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No segundo momento da avaliação, o professor deve aplicar o questionário de

autoavaliação (veja sugestão no Apêndice 1).

• Material de Apoio

− Artigo sobre Aprendizagem Baseada em Problemas “Trabalhando com

estratégias de ensino-aprendizado por descoberta na área de saúde: a

problematização e a aprendizagem baseada em problemas” (CYRINO,

PEREIRA, 2004).

− Caso clínico previamente elaborado pelo professor para a discussão.

Caso clínico

Autor: Luis Carlos Arão

Leia o caso clínico a seguir e responda às questões que seguem:

A senhora M.C.L.T., de 32 anos, casada, com 4 filhos, dona de casa, há 3

anos abandonou o trabalho de bancária por causa de um quadro depressivo

moderado, para o qual foi prescrito o antidepressivo Citalopram, um inibidor seletivo

da recaptação da serotonina. O tratamento com Citalopram durante esses três anos

mostrou-se bastante eficaz e satisfatório, pois a mesma quase não sentia mais os

sintomas da doença. Há 5 anos faz uso do contraceptivo oral Triquilar à base de

levonorgestrel e etinilestradiol prescrito por seu ginecologista ainda quando

trabalhava no banco.

A paciente procurou recentemente seu médico, para o qual relatou que, há 4

semanas, passou a apresentar sintomas de ansiedade, agitação excessiva, confusão

mental, inquietação, tremores, mioclonia, perda de coordenação motora, febre,

sudorese e diarreia. Além disso, relatou que começou a apresentar queimaduras na

pele ao se expor ao sol, marcadas por vermelhidão, descamação e formação de

bolhas, e sangramentos vaginais, mesmo utilizando o contraceptivo oral

corretamente. E que esses sintomas se iniciaram quando, por indicação de um

amigo, passou a utilizar o fitoterápico Erva de São João na dose de 900mg, 3 vezes

ao dia, para auxiliar no tratamento da depressão.

O médico, diante do relato da paciente, questionou se a mesma procurou

informações com algum profissional adequado sobre o fitoterápico. A paciente, por

sua vez, respondeu que conseguiu comprar o medicamento livremente numa

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Page 42: Doc dsc nome_arqui20140131092227

farmácia de produtos fitoterápicos e que, lá, não recebeu nenhuma orientação do

balconista que lhe vendeu. Disse ao médico que passou a utilizar o medicamento

fitoterápico porque queria, após algum tempo de uso, abandonar o Citalopram, já que

“os fitoterápicos, por serem naturais, não causavam problemas à saúde de ninguém”.

O médico, então, a advertiu sobre os riscos da automedicação, inclusive de

medicamentos fitoterápicos, e ressaltou que os sintomas apresentados poderiam

estar relacionados ao uso concomitante da Erva de São João com o Citalopram ou

com o Triquilar e que, além disso, alguns sintomas poderiam ser reações adversas

provenientes do uso do próprio fitoterápico. E, finalmente, orientou-a a interromper o

uso do fitoterápico, mantendo o uso do antidepressivo Citalopram e a passar a fazer

uso de camisinha nas relações sexuais, durante os próximos dias.

Questões propostas:

1)- Qual o nome científico da Erva de São João?

2)- O uso desse fitoterápico para o tratamento da depressão moderada é racional?

3)- Qual princípio ativo presente na Erva de São João é o responsável por sua

atividade antidepressiva?

4)- Explique por qual mecanismo de ação a Erva de São João comprometeu o

tratamento com o antidepressivo e com o contraceptivo oral?

5)- Discuta com o grupo quais sintomas estão relacionados à interação

medicamentosa com o Citalopram, quais estão relacionados à interação com o

contraceptivo oral e quais são reações adversas à Erva de São João:

6)- Por que o médico recomendou à paciente que fizesse uso de camisinha nas

relações sexuais, durante os próximos dias?

7)- Faça um pequeno texto de 15 linhas contrapondo-se à afirmação da paciente de

que “os fitoterápicos, por serem naturais, não causavam problemas à saúde de

ninguém”:

42

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ATIVIDADE 5: Uso de espaços não formais de aprendizagem

• Referencial teórico

É denominada educação não formal aquela que procura criar ou buscar

determinados objetivos fora do ambiente escolar formal, proporcionando uma

aprendizagem de conteúdos normalmente abordados na escola formal em espaços

como museus, centros de ciências ou quaisquer outros locais, desde que se

desenvolvam atividades bem direcionadas e com objetivos claramente definidos

(VIEIRA; BIANCONI; DIAS, 2005).

Assim, a definição do espaço não formal de aprendizagem está relacionada à

descrição de lugares, que não a escola, onde são desenvolvidas atividades

educativas (JACOBUCCI, 2008).

A possibilidade de utilização desses espaços não formais de aprendizagem

pode auxiliar na superação das dificuldades relacionadas à carência de recursos

dentro da escola formal, tais como laboratórios bem equipados, recursos audiovisuais

que permitem demonstrar fenômenos mais próximos da realidade, entre outros

(VIEIRA; BIANCONI; DIAS, 2005).

Esses espaços oferecem uma série de característica que vão ao encontro dos

preceitos estabelecidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Possibilitam

uma formação mais integral com relação aos conteúdos curriculares, uma vez que

permite ao professor trabalhar valores e atitudes, além de promover a convivência

social; permitem ao aluno ter uma visão mais ampliada do mundo e dos fenômenos

naturais e sociais que ocorrem a sua volta (ARAÚJO; SILVA; TERÁN, 2011), além de

oferecerem um espaço multidisciplinar que pode ser aproveitado por todos os

segmentos do ensino. Aliás, através desse tipo de atividade torna-se mais fácil

trabalhar essa multidisciplinaridade, tão mencionada nos PCN (VIEIRA; BIANCONI;

DIAS, 2005).

Uma única atividade em espaços não formais, tal como uma visita técnica,

pode permitir uma relação entre diferentes tópicos. Conteúdos também de diferentes

áreas ou de diferentes séries podem ser abordados em uma única visita, já que a

apresentação dos temas ocorre de forma naturalmente correlacionada (VIEIRA;

BIANCONI; DIAS, 2005).

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Page 44: Doc dsc nome_arqui20140131092227

Nesse sentido, a utilização de espaços não formais de aprendizagem

constituem-se ainda instrumentos de superação da fragmentação do conhecimento

(ARAÚJO; SILVA; TERÁN, 2011), na medida em que proporcionam um ensino menos

fragmentado, tal como o ensino deve ser. Afinal, a realidade não é fragmentada

(VIEIRA; BIANCONI; DIAS, 2005).

Ao aplicar esse tipo de estratégia, entretanto, é importante que o professor

conheça previamente as características do local a ser utilizado como espaço não

formal de aprendizagem. Isso pode possibilitar uma melhor apropriação de seus

recursos, aliando-os aos conteúdos trabalhados na sala de aula, o que contribuirá

para uma educação científica (QUEIROZ et al, 2011).

Outro fator importante é o planejamento desse tipo de estratégia. Para Queiroz

et al (2011), antes da prática, é necessário fazer um planejamento criterioso da

atividade para garantir o alcance dos objetivos esperados tanto pelos alunos, quanto

pelo professor. É necessário que o professor estabeleça os objetivos e as metas a

serem alcançadas com a visita. Nesse planejamento, também deve-se levar em

consideração a segurança dos alunos no local visitado, os recursos disponíveis no

mesmo e o propósito ou finalidade da escolha daquele local, tendo em vista os

conteúdos escolares.

Assim, não há dúvidas que os ambientes de ensino não formal constituem-se

espaços ideais para articulação de aspectos afetivos, emotivos, sensoriais, cognitivos,

etc. e para a reconstrução do conhecimento (ARAÚJO; SILVA; TERÁN, 2011).

• Objetivos

− Suprir, em parte, algumas carências da escola em relação às diversas

possibilidades de espaços para a aprendizagem;

− Contextualizar sobre os problemas reais que envolvem a livre comercialização

de medicamentos fitoterápicos e plantas medicinais;

− Conhecer espaços presentes na cidade em que vivem para o enriquecimento

cultural, social, pessoal e profissional;

− Desenvolver uma capacidade de análise crítica frente aos problemas que

envolvem o tema “Fitoterapia e plantas medicinais”;

− Valorizar os espaços não formais de aprendizagem como sendo ferramentas

complementares ao processo de ensino e aprendizagem;

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Page 45: Doc dsc nome_arqui20140131092227

− Desenvolver a capacidade de atuar em equipe;

− Reconhecer a cultura e o conhecimento popular como pontos de partida para

os estudos técnico-científicos na obtenção de novos medicamentos

fitoterápicos.

• Competência

Compreender e analisar de forma crítica o processo de comercialização de

plantas medicinais em estabelecimentos não farmacêuticos.

• Duração da atividade

Para a aplicação desta estratégia, são necessárias 8 horas, sendo que os três

primeiros momentos constituem-se etapas relacionadas à utilização de espaços naõ

formais de aprendizagem e devem ser realizados em 3 dias consecutivos.

1º momento: Contextualização e aula expositiva sobre antraquinonas (2 horas).

2º momento: Organização da atividade e da visita técnica ao Mercado Central de

Belo Horizonte (2 horas).

3º momento: Debate sobre a impressão do local e sobre os resultados obtidos

na pesquisa (1 hora).

• Materiais necessários

Para desenvolver esta estratégia são necessários os seguintes materiais:

− Máquina fotográfica.

− Prancheta, caneta e papel para a entrevista.

− Roteiro da entrevista (ver material de apoio ao final da atividade).

• Desenvolvimento

A estratégia de utilização de espaços não formais de aprendizagem pode ser

aplicada através de uma visita técnica a um local onde ocorre o comércio de

fitoterápicos. Sugerimos aqui uma visita ao Mercado Central de Belo Horizonte.

A visita ao Mercado tem o objetivo de evidenciar como anda a comercialização

de ervas medicinais pelos estabelecimentos do local e o uso de plantas medicinais

pela população frequentadora do mesmo, através de entrevista aos estabelecimentos

que as comercializam e aos clientes que lá se encontram, respectivamente.

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Page 46: Doc dsc nome_arqui20140131092227

As questões abordadas na entrevista podem ser relacionadas a informações

gerais sobre o uso de plantas medicinais e sobre a cáscara sagrada, planta ampla e

abusivamente utilizada como laxante e presente nas fórmulas emagrecedoras (veja

material de apoio).

Em relação à cáscara sagrada devem ser feitos questionamentos sobre a sua

origem, forma de plantio, forma de colheita, secagem e armazenamento. Além disso,

consta na entrevista questionamentos sobre os principais usos desse fitoterápico.

Além dessa pesquisa, os alunos devem adquirir amostras de cáscara sagrada

comercializadas no mercado central para serem utilizadas na aula prática proposta na

próxima atividade.

Os passos a serem seguidos nessa estratégia são:

1º Momento: Contextualização e aula expositiva.

Aula expositiva sobre as antraquinonas, principais princípios ativos presentes

no pó da casca do caule de Rhamus purshianus DC. (Rhamnaceae), conhecida

popularmente como cáscara sagrada, e que respondem por sua propriedade laxante.

2º Momento: Organização da atividade e da visita técnica ao Mercado Central de

Belo Horizonte.

O professor deve agendar uma data e um horário para que os alunos o

encontre em uma das portas de acesso ao Mercado Central de Belo Horizonte. No

horário combinado, o professor reúne a turma e a divide em pequenos grupos para

que cada um desses grupos escolha um estabelecimento, onde irá comprar a droga

vegetal determinada e realizar a entrevista com o atendente e algum cliente que lá se

encontra.

Cada grupo de alunos, então, segue para o estabelecimento escolhido.

No estabelecimento, cada grupo de alunos deve comprar uma amostra de pó

de cáscara sagrada, realizar a entrevista previamente formulada pela turma e

fotografar, mediante autorização, o estabelecimento onde realizaram essas

atividades.

Ao final, quando todos estiverem novamente reunidos, o professor deve

aproveitar para explorar algumas características do local, discutindo com os alunos a

importância de um espaço como aquele não somente no que tange a busca de

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conhecimentos técnico-científicos, mas também expondo os aspectos sociais e

culturais do local, permitindo aos alunos evidenciar a importância de se conhecer o

espaço em que vivem e assumirem atitude de zêlo e respeito pela cidade e por seu

patrimônio.

3º Momento: Debate sobre a impressão do local e sobre os resultados obtidos na

pesquisa.

De volta à sala de aula, o professor deve promover e estimular um debate

sobre a impressão que os alunos tiveram do local em que visitaram e sobre os

resultados encontrados na pesquisa feita sobre a comercialização de plantas

medicinais e sobre a cáscara sagrada.

Nesse debate, cada grupo deve expor os resultados obtidos na entrevista feita

e sua impressão sobre o estabelecimento que visitaram.

• Avaliação

A avaliação inicia-se durante a própria visita técnica, momento em que o

professor deve observar o comportamento de cada aluno e do grupo no que se refere

às atitudes necessárias ao desenvolvimento de competências para o trabalho.

Outro importante momento para a avaliação da atividade pode ocorrer durante

a discussão e a exposição dos resultados e da impressão que os alunos tiveram na

realização dessa atividade.

Para esse momento avaliativo, segue um roteiro de questionamentos que

poderão orientar a discussão:

− Como você vê a comercialização de plantas medicinais no mercado central?

− Quais são os critérios escolhidos pelo grupo para elaboração das entrevistas

feitas no mercado central?

− Quais foram os principais pontos positivos encontrados na comercialização de

plantas medicinais no mercado central durante a visita técnica? E os pontos

negativos?

− De acordo com a estrutura química das antraquinonas, qual(ais) grupo(s)

funcional(ais) contribui(em) para a ação laxante da droga vegetal?

− Por que a cáscara sagrada não deve ser utilizada antes de decorrido um ano

de sua coleta, salvo se for submetida a processo de oxidação acelerada?

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− Cite o nome popular, nome científico e farmacógeno de três drogas vegetais

que também contenham derivados antracênicos:

Finalmente, deve ser feita a avaliação do relatório elaborado por cada grupo.

• Materiais de Apoio

− Artigo sobre uso de espaços não formais de aprendizagem “A caracterização

dos espaços não formais de educação científica para o ensino de ciências”

(QUEIROZ et al, 2011) - (ver CD que acompanha o caderno).

− Aula expositiva sobre as antraquinonas e a cáscara sagrada (ver CD que

acompanha o caderno).

− Sugestão de roteiro para a entrevista utilizado na investigação.

Roteiro de entrevista utilizado na investigação durante a visita técnica ao mercado central de Belo Horizonte.

Para a investigação, serão feitas duas entrevistas: uma com um cliente – consumidor presente no estabelecimento escolhido para a visita e outra com o vendedor que atende os alunos.Para o vendedor:a)- Quais os produtos mais comercializados no estabelecimento?

b)- Durante a comercialização dos produtos, são oferecidas orientações quanto ao seu uso?

Quais orientações?

c)- Que vantagens você pode atribuir aos produtos fitoterápicos/plantas medicinais em relação aos

medicamentos alopáticos (vendidos em drogarias)?

d)- Qual a procedência dos produtos comercializados no estabelecimento?

e)- Para que é utilizada o pó da cáscara sagrada?

f)- Como deve ser feito o seu uso?

Para o consumidor:a)- Você costuma fazer uso de produtos fitoterápicos/plantas medicinais? Com que frequência?

b)- Prefere os produtos fitoterápicos/plantas medicinais aos alopáticos (vendidos em drogarias)?

c)- Acredita que os produtos fitoterápicos/plantas medicinais sejam mais eficazes que os

alopáticos? E mais seguros?

d)- Que vantagens você vê nos produtos fitoterápicos/plantas medicinais?

e)- Você faz uso desses produtos orientado(a) por prescrição médica, indicação de outras

pessoas ou o faz por conta própria?

f)- Já teve alguma reação relacionada ao uso de algum produto fitoterápico/planta medicinal?

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ATIVIDADE 6: Aula prática

• Referencial teórico

Não há duvidas de que a experimentação é uma atividade fundamental no

ensino de Ciências, sendo, inclusive, apontada como a solução que precisa ser

implementada para a tão esperada melhoria no ensino de ciências em geral

(GALIAZZI et al, 2001).

Quando bem utilizadas, as aulas práticas podem romper com o modelo

tradicional de ensino que ainda é muito utilizado por muitos educadores, não se

limitando a considerar o conhecimento como um conjunto de informações que são

simplesmente passadas dos professores para os alunos, o que nem sempre resulta

em aprendizado efetivo (POSSOBOM; OKADA; DINIZ, 2007).

A realização de uma aula prática, muitas vezes requer a existência de um

laboratório bem equipado e organizado. Mas, conforme Gioppo, Scheffer e Neves

(1998) colocam, um laboratório apenas para atender as formalidades curriculares não

garante que as atividades práticas sejam realmente significativas para a

aprendizagem. A maneira como a aula é realizada e sua adequada correlação e

integração com o conteúdo trabalhado em sala de aula são mais importantes que a

própria experimentação.

Através de uma aula prática, pode-se melhorar a aprendizagem relacionada a

um determinado conteúdo, pois o aluno pode compreender melhor esse conteúdo e

adquirir habilidade em aplicá-lo (GALIAZZI et al, 2001).

Entretanto, uma aula prática não pode ser vista com uma mera ilustração da

aula teórica já apresentada, nem materializar-se como uma sequência de

procedimentos em que o professor, depois de apresentar um conteúdo teórico, leva

os alunos ao laboratório para que estes confirmem esse conteúdo. Uma aula prática

pode, ao contrário, funcionar como um contraponto das aulas teóricas, o que poderá

garantir uma maior fixação do conteúdo a ela relacionado (POSSOBOM; OKADA;

DINIZ, 2007).

O sucesso de uma aula prática é garantido, de antemão, por um planejamento

adequado (BORGES, 2002). Ao planejar e montar uma aula prática, o professor deve

considerar todas as etapas que constituem objetivos da mesma. Para isso, deve

incluir etapas básicas que compreendem a observação e o registro de dados, a

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indagação e o pensamento científico e o desenvolvimento de habilidades e técnicas

de manuseio dos instrumentos do laboratório (GALIAZZI et al, 2001). Para Possobom,

Okada e Diniz (2007), o professor deve permitir que o próprio aluno relacione e realize

todas essas etapas da investigação científica, constituindo-se numa das finalidades

da própria aula de laboratório.

Segundo Hodson apud Galiazzi et al (2001), existem muitos motivos para a

realização de aulas práticas nas escolas do mundo todo. Para esse autor uma aula

prática pode incentivar a observação e o registro dos dados observados; possibilitar o

pensamento científico através de metodologia apropriada; desenvolver habilidades de

manipular instrumentos diversos do laboratório; resolver problemas definidos; adaptar

as exigências das escolas; esclarecer e compreender um conteúdo teórico ensinado;

comprovar fatos e princípios estudados; promover a investigação para encontrar fatos

e chegar a seus princípios; motivar e garantir o interesse pelo conteúdo ensinado; e

tornar os fenômenos mais reais por meio da experiência.

Assim, uma aula prática constitui-se num momento que garante um espaço não

apenas para a manipulação de vidrarias e reagentes, mas também de reflexão,

desenvolvimento e construção de ideias (POSSOBOM; OKADA; DINIZ, 2007).

• Objetivos

− Conscientizar o aluno quanto à importância de estabelecer regras e interagir no

trabalho em equipe dentro de um laboratório de aulas práticas;

− Promover condutas de biossegurança para as boas práticas de manipulação

de fitoterápicos;

− Aplicar conceitos teóricos ensinados dentro da sala de aula em aulas práticas

bem contextualizadas;

− Extrair, pesquisar e caracterizar os principais princípios ativos presentes em

plantas medicinais utilizadas na manipulação de produtos fitoterápicos;

− Evidenciar a importância de aulas práticas para o enriquecimento dos

conhecimentos adquiridos em sala de aula;

− Manipular medicamentos fitoterápicos e droga vegetal identificando as

características das principais plantas medicinais e seus principais constituintes.

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• Competência

Executar e compreender os métodos de extração e caracterização de

marcadores utilizados nas diversas terapêuticas fitoterápicas.

• Duração da atividade

Para a aplicação desta estratégia, são necessárias 2 horas e 30 minutos,

sendo assim distribuídas:

1º momento: Aplicação de um pré-teste para verificar se os alunos estudaram o

conteúdo teórico para se prepararem para a aula prática e introdução do tema a

ser discutido na aula prática (30 minutos).

2º momento: Aula prática para extração e caracterização de antraquinonas na

cáscara sagrada obtida no Mercado Central (40 minutos).

3º momento: Discussão sobre os resultados obtidos na aula prática (20 minutos).

4º Momento: Elaboração de um relatório final da visita técnica e da aula prática

realizada (1 hora).

• Materiais necessários

Para desenvolver esta estratégia são necessários os seguintes materiais:

− Droga vegetal – amostras de pó de cáscara sagrada adquiridas na visita ao

mercado central.

− Materiais para a aula prática (balança de precisão, banho-maria, erlenmeyer de

125mL, proveta de 50mL, papel de filtro ou algodão, filtro de vidro, tubo de

ensaio).

− Reagentes: metanol e hidróxido de potássio 10% em etanol.

− Jaleco, luvas, touca e máscara.

− Roteiro descritivo da aula prática (ver material de apoio ao final da atividade).

• Desenvolvimento

Nessa atividade será realizada uma aula prática para extrair e caracterizar a

presença de Antraquinonas em amostras de cáscara sagrada adquiridas pelos

diferentes grupos de alunos durante a visita técnica ao mercado central.

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Page 52: Doc dsc nome_arqui20140131092227

As aulas práticas de Fitoterapia constituem-se numa estratégia didático-

metodológica inserida no plano de ensino do curso técnico em Farmácia, com a

finalidade de permitir aos alunos executarem as principais técnicas de extração de

princípios ativos das mais diversas drogas vegetais, bem como proceder a sua

caracterização com o fim de pesquisar sua presença nessas drogas.

Para a realização desta aula prática, professor e alunos devem estar

devidamente paramentados com jaleco, luvas, touca e máscara, os mesmos materiais

exigidos pelas farmácias de manipulação.

1º Momento: Pré-teste e introdução do tema a ser discutido na aula prática.

Antes de cada aula prática, o professor deve orientar os alunos a estudarem

sobre o tema da aula, utilizando todo o material utilizado na aula teórica e a

bibliografia básica indicada, sobretudo, a Farmacopéia Brasileira e os manuais de

normas técnicas para produção de medicamentos fitoterápicos.

Este estudo prévio é importante na medida em que permite uma familiarização

do aluno com as fontes bibliográficas disponíveis para o exercício profissional,

sobretudo, para a produção de fitoterápicos.

Ao chegarem para a aula prática, os alunos inicialmente são submetidos a um

pré-teste sobre o tema da aula (veja sugestão no material de apoio ao final da

atividade) para que o professor avalie os conhecimentos prévios dos alunos. Esse tipo

de atividade pode ser importante, uma vez que estimula os alunos a estudarem para

uma aula prática, antes que esta aconteça, de forma que todos cheguem preparados

para a mesma, possibilitando, inclusive, alguns questionamentos acerca daquilo que

não ficou esclarecido durante os estudos prévios.

Após a realização do pré-teste, o professor deve expor os objetivos e a

importância da aula prática no contexto da Fitoterapia e possibilitar uma discussão

sobre as questões colocadas no pré-teste aplicado.

Logo em seguida, deve ser apresentado o material necessário para a

realização da aula prática, bem como o procedimento a ser executado.

2º Momento: Aula prática para extração e caracterização de antraquinonas na

cáscara sagrada obtida no Mercado Central.

52

Page 53: Doc dsc nome_arqui20140131092227

Para esta aula prática a ser executada no laboratório, foi utilizado um roteiro

descritivo que se encontra exposto no material de apoio dessa atividade, extraído do

roteiro de aulas práticas elaborado pelos professores do curso técnico em Farmácia

do SENAC-MG.

As atividades propostas nesta aula prática são:

− Extração de Antraquinonas a partir das amostras obtidas por cada grupo

durante a visita técnica ao Mercado Central de Belo Horizonte.

− Caracterização de Antraquinonas através da reação de identificação de

Borntrager.

3º Momento: Discussão sobre os resultados obtidos na aula prática.

Ao final da aula prática, o professor deve propor questões para serem

respondidas e discutidas pelos alunos. Essas questões estão relacionadas ao

resultado obtido em cada uma das práticas e encontram-se descritas no material de

apoio no final da atividade.

4º Momento: Elaboração de um relatório final da visita técnica e da aula prática

realizada.

Ao final da aula, os alunos devem elaborar um relatório contendo os seguintes

ítens:

− Título e tema da aula.

− Identificação do grupo.

− Introdução.

− Objetivos geral e específicos.

− Materiais utilizados.

− Desenvolvimento e procedimento.

− Resultados.

− Conclusão.

− Referências bibliográficas.

• Avaliação

Durante todas as aulas práticas, o professor deve estar atento ao

comportamento dos alunos, devendo avaliar não apenas a capacidade de executar os 53

Page 54: Doc dsc nome_arqui20140131092227

procedimentos propostos, mas também de trabalhar em equipe, propor soluções para

os problemas que podem surgir, manter condutas de biossegurança e demonstrar

habilidades para operar os diversos equipamentos do laboratório.

Para realizar esta avaliação, o professor deve estimular cada aluno a fazer sua

consideração sobre os resultados obtidos na aula prática, devendo observar se o

aluno foi capaz de correlacionar o que executou com os objetivos propostos. Algumas

questões podem ser colocadas, tais como:

− Qual foi o objetivo maior dessa aula prática? Ele foi alcançado?

− Quais as principais dificuldades na realização desse procedimento?

− Qual a importância dessa aula prática para o entendimento dos conteúdos

teóricos ensinados na sala de aula?

− Caso não se tenha obtido o resultado esperado, quais foram os motivos que

influenciaram?

A parte final da avaliação consiste na aplicação de um questionário de

autoavaliação da atividade feita (veja sugestão no Apêndice 1).

• Materiais de Apoio

− Artigo sobre aulas práticas “Atividades práticas de laboratório no ensino de

biologia e de ciências: relato de uma experiência” (POSSOBOM; OKADA;

DINIZ, 2012)- ver CD que acompanha o caderno.

− Roteiro de aulas práticas de Fitoterapia elaborado pelos professores do curso

técnico em farmácia do SENAC-MG.

− Pré-teste para verificar conhecimentos prévios dos alunos antes da aula

prática.

Sugestão de roteiro para a aula prática:

Aula prática: Derivados Antracênicos

A. Introdução

O efeito laxante de algumas importantes drogas vegetais, ainda hoje muito

empregadas na terapêutica, é de responsabilidade de compostos relacionados ao

antraceno, mais especificamente, hidroxiantraquinonas. Nos derivados antracênicos

são característicos os grupos hidroxilas em C-1 e C-8 (SIMÕES et al, 2002).

54

Page 55: Doc dsc nome_arqui20140131092227

Figura3: 9,10- antraquinona

Droga Vegetal: pó da casca do caule de Rhamus purshianus, conhecida

popularmente como cáscara sagrada.

B. Material

• Balança de precisão;

• Banho maria;

• Metanol;

• Hidróxido de potássio 10% em etanol;

• Erlenmeyer de 125mL;

• Proveta de 50mL;

• Papel de filtro ou algodão;

• Filtro de vidro;

• Tubo de ensaio.

C. Procedimento

C.1. Extração de derivados antracênicos

Pesar 2,0g da droga vegetal em um erlenmeyer de 125mL e adicionar 40 mL

de metanol.

55

Page 56: Doc dsc nome_arqui20140131092227

Aquecer por 10 minutos e, em seguida, filtrar em papel de filtro ou algodão.

C.2. Caracterização de derivados Antracênicos

Reação de identificação de Borntrager: em um tubo de ensaio adicionar cerca

de 5 mL do extrato metanólico de cáscara sagrada e , em seguida, verter cerca de 5

mL de hidróxido de potássio 10% em etanol. Observar a coloração vermelho purpúrea

formada (SIMÕES et al, 2002).

.

D. Questões Propostas

1) De acordo com a estrutura química das antraquinonas, qual(is) grupo(s)

funcional(is) contribui(em) para a ação laxante da droga vegetal?

2) Por que a cáscara sagrada não deve ser utilizada antes de decorrido um ano

de sua coleta, salvo se for submetida a processo de oxidação acelerada?

56

Page 57: Doc dsc nome_arqui20140131092227

3) Cite o nome popular, nome científico e farmacógeno de três drogas vegetais

que contenham derivados antracênicos.

4) Descreva o fundamento químico da reação de Borntrager.

Sugestão de pré-teste para a aula prática:

1)- Caracterize quimicamente o grupo das quinonas:

2)- Quais são os tipo de quinonas? Que grupo apresenta maior interesse

farmacêutico?

3)- Quais são os solventes e métodos utilizados na extração de antraquinonas?

4)- A que parte da estrutura química das antraquinonas relaciona-se sua atividade

laxante?

5)- Cite os mecanismos pelos quais as antraquinonas produzem efeito laxante:

6)- Cite três plantas medicinais ricas em quinonas:

57

Page 58: Doc dsc nome_arqui20140131092227

ATIVIDADE 7: Aprendizagem por projetos

• Referencial teórico

A metodologia de aprendizagem por projeto é uma forma de aprendizagem que

favorece a oportunidade do aluno relacionar o conteúdo ensinado com o contexto no

qual está inserido, utilizando suas habilidades para responderem criticamente a uma

situação-problema colocada pelo professor (HANSEN; PINHEIRO, 2005).

Um projeto de trabalho constitui-se numa forma de organizar o processo de

ensino e de aprendizagem que permite a articulação dos conhecimentos escolares

“sem uma rigidez na ordem e forma de compreensão pelos alunos” (MANFREDO,

2006, P.47).

Trata-se de uma metodologia com uma abordagem progressista, na medida em

que assume um caráter de pesquisa e de visão sistêmica, cujo objetivo principal é a

construção do conhecimento para atender às novas exigências sociais (MEIRA;

KLETTEMBERG, 2011).

Nessa metodologia, é possível se trabalhar a autonomia do aluno que pode

estabelecer o caminho a ser seguido e os recursos a serem utilizados no

desenvolvimento do trabalho (HANSEN; PINHEIRO, 2005). O professor pode, assim,

apropriar-se dessa autonomia, fazendo com que os alunos caminhem para uma

tomada de decisões, utilizando as ferramentas e informações por ele disponibilizadas.

Segundo Gonçalves et al (2004), ao se trabalhar com projetos, o professor

deve ter em mente que esse tipo de trabalho envolve três momentos claramente

definidos: a problematização, o desenvolvimento e a síntese. A problematização é

considerada o ponto de partida ou o momento em que se coloca a justificativa para o

projeto e que se tornam evidentes as concepções sobre o problema colocado,

elementos norteadores para os próximos passos. O desenvolvimento corresponde à

etapa de elaboração de estratégias que possam estimular o aluno a agir e tomar

decisões em busca da resolução dos problemas, considerando os diversos pontos de

vista e os diversos procedimentos disponíveis. E a síntese, por sua vez, é o momento

em que os alunos superam suas convicções iniciais, substituindo-as por outras de

maior complexidade e fundamentação teórica e prática em busca da construção de

novas aprendizagens.

58

Page 59: Doc dsc nome_arqui20140131092227

É importante salientar que para o sucesso desse tipo de estratégia: (1)- o tema

escolhido para o projeto tenha alguma representatividade para o aluno, ou seja, faça

sentido para todo o grupo, sendo encarado como um problema de todos os alunos, o

que irá garantir o envolvimento tanto na definição dos objetivos, quanto nas etapas a

serem executadas e na avaliação (LEITE apud GONÇALVES et al, 2004); (2)- é

necessário ocorrer uma flexibilização por parte do professor na condução do

programa da disciplina e uma participação efetiva por parte dos alunos (MANFREDO,

2006).

É uma metodologia que busca a valorização de atitudes de questionamento

construtivo, tanto teórico quanto prático, em que a construção do conhecimento se dá

a partir das interpretações e das intervenções que os alunos fazem na própria

realidade. É a valorização da descoberta a partir da interação do aluno com o mundo

e com o grupo do qual faz parte (MEIRA; KLETTEMBERG, 2011).

Numa etapa final de um projeto, o professor deve propor aos alunos a

elaboração de um produto final que contemple os conhecimentos adquiridos durante

todo o desenvolvimento desse projeto (HANSEN; PINHEIRO, 2005). Esse produto

final pode ser um texto coletivamente construído, um trabalho de instalação ou

montagem, um banner ou mesmo uma feira de ciências.

Uma feira de ciências, por exemplo, é uma oportunidade para que os alunos

apresentem suas produções científicas escolares a um público-alvo previamente

determinado. Também chamadas de mostras, as feiras de ciências representam o

momento em que os alunos tornam-se responsáveis pela comunicação de projetos

por eles elaborados e executados durante um período determinado. Nesse momento,

os alunos apresentam os resultados de uma pesquisa investigativa e informações

relevantes sobre um determinado tema (HARTMANN; ZIMMERMANN, 2009).

A realização de uma feira expositiva é o momento em que os alunos sintetizam

toda a aprendizagem da competência, aplicando-a em uma situação similar à

realidade do mundo do trabalho. É a oportunidade de fazer, criar ou produzir alguma

coisa utilizando todas as referências obtidas durante o desenvolvimento do projeto

(KÜLLER; RODRIGO, 2012).

59

Page 60: Doc dsc nome_arqui20140131092227

Objetivos

− Elaborar projetos de pesquisa e ação relacionados à área de Fitoterapia com a

finalidade de resolver e responder a uma situação problema relacionada a esse

tema;

− Desenvolver a habilidade escrita, descrevendo corretamente a sequência dos

principais tópicos presentes na elaboração de um projeto, tais como:

introdução, justificativa, objetivos, público alvo, metodologia, recursos humanos

e materiais, cronograma das atividades, avaliação, conclusão e referências

bibliográficas;

− Evidenciar a importância da pesquisa investigativa como instrumento norteador

na elaboração de projetos, enfocando o avanço do conhecimento e a resolução

de problemas;

− Desenvolver postura crítica frente às questões reais que envolvem o uso de

produtos fitoterápicos;

− Formular e resolver problemas relacionados à fitoterapia através de

pensamento lógico, criativo e crítico;

− Propor ações e atitudes adequadas para a elaboração e execução das

atividades propostas no projeto;

− Adequar e organizar tempo e recursos para cada uma das etapas que

envolvem o projeto proposto;

− Trabalhar bem em equipe, para atender aos requisitos da moderna

organização do trabalho, com compromisso e usando a criatividade para

solucionar os conflitos de ideias e de orientações e obter o consenso e a

unidade de ação;

− Simular situações de “balcão de farmácia” que envolvam o emprego de

medicamentos de origem vegetal;

− Orientar e informar os participantes da feira de ciências, sob a supervisão do

professor, acerca do uso de plantas medicinais e de medicamentos

fitoterápicos, informando tanto sobre as possíveis contribuições desses

medicamentos para os mais diversos tratamentos, quanto sobre o seu risco

para a saúde de quem os utiliza de forma abusiva.

60

Page 61: Doc dsc nome_arqui20140131092227

• Competências

- Compreender as etapas de elaboração de projetos;

- Orientar de forma adequada sobre a correta utilização de plantas medicinais e

produtos fitoterápicos.

• Duração da atividade

Para a aplicação desta estratégia, são necessárias 8 horas e 30 minutos,

sendo assim distribuídas:

1º momento: Aula expositiva sobre projetos e etapas que o compõem (1 hora).

2º momento: Elaboração de um projeto de pesquisa com todas as suas etapas

numa sequência lógica e de uma feira de ciências ao final do projeto (1 hora).

3º momento: Realização de uma pesquisa de campo investigativa sobre o uso

de fitoterápicos e plantas medicinais no Centro de Educação Profissional de Belo

Horizonte (CEP-BH) do SENAC-MG (2 horas).

4º momento: Organização dos dados obtidos na pesquisa investigativa realizada

(1 hora e 30 minutos).

5º momento: Realização de uma feira de ciências (3 horas).

Os momentos aqui descritos deverão ser desenvolvidos ao longo de 3 meses,

baseando-se em um cronograma para que os alunos possam evidenciar as etapas

que constituem um projeto de pesquisa.

• Materiais necessários

Para desenvolver esta estratégia são necessários os seguintes materiais:

− Cartolina, papel A4 e pincéis para construção de cartazes;

− Amostras de plantas medicinais escolhidas de acordo com os resultados da

pesquisa investigativa realizada;

− Vidrarias necessárias para demonstração de um processo extrativo de plantas

medicinais (gral, pistilo, erlenmeyer, cálice, suporte universal, funil de vidro,

papel de filtro, funil de separação e béquer).

61

Page 62: Doc dsc nome_arqui20140131092227

• Desenvolvimento

Como já exposto, de acordo com Gonçalves et al (2004), a metodologia por

projetos se desenvolve em três momentos claramente definidos: a problematização, o

desenvolvimento e a síntese.

A problematização deve ocorrer por meio de uma aula expositiva sobre como

elaborar projetos e sobre uma análise relacionada à comercialização livre e uso

abusivo de plantas medicinais por parte da população.

O desenvolvimento deve ocorrer por meio de uma prática investigativa em que

os próprios alunos elaboram e aplicam um questionário sobre o uso de plantas

medicinais para um grupo de pessoas claramente delimitado.

E a síntese ocorre através da organização dos dados obtidos na pesquisa

investigativa e sua exposição em uma Feira de Ciências organizada pelos próprios

alunos.

1º Momento: Aula expositiva sobre Projetos e etapas que o compõem.

É o momento em que o professor oferece a proposta do projeto e sua temática,

de forma a envolver o aluno, aceitando opiniões sobre o tema e verificando o

conhecimento prévio. É, portanto, o momento de estabelecer um contrato didático no

qual devem ser deixados claros a forma de avaliação, os critérios avaliativos, a

responsabilidade e a organização das atividades.

Nesta primeira etapa da atividade proposta, o professor realiza uma aula

expositiva sobre a elaboração de projetos, abordando a importância dessa ferramenta

para ampliar e avaliar o quanto os alunos evoluem durante o processo de ensino e de

aprendizagem.

Trata-se do momento em que são descritos o conceito e as etapas de um

projeto.

Como em todo o projeto, o professor deve instigar o grupo de alunos a

discutirem os principais aspectos que envolvem o problema, nesse caso, a questão

do uso de medicamentos fitoterápicos e de plantas medicinais.

Nesse sentido, tendo em vista a falta de orientação de grande parte da

população sobre essa questão, propõe-se aqui um projeto que vise a conscientização

da população que transita no ambiente interno do SENAC-MG (funcionários,

62

Page 63: Doc dsc nome_arqui20140131092227

visitantes e alunos) sobre o uso adequado e correto de medicamentos fitoterápicos e

plantas medicinais.

Os alunos, então, são orientados a discutirem os principais aspectos

relacionados à falta de orientações e de conscientização quanto ao uso desses

produtos.

É também o momento em que o professor descreve para os alunos as etapas

necessárias para o desenvolvimento de um bom projeto de pesquisa.

Nesse momento, é importante para o professor a ideia de que um projeto não

pode ser ditatorial, mas sim cooperativo.

2º momento: Elaboração de um projeto de pesquisa com todas as suas etapas

numa sequência lógica e da realização de uma Feira de Ciências ao final do projeto.

Nesse momento, são realizadas a identificação do projeto, a descrição da

situação problema ou justificativa, a proposição de objetivos, a definição de metas, o

delineamento de método, estratégias e procedimentos, a especificação do

cronograma, a identificação de recursos e custos e a proposição de monitoramento e

avaliação (LÜCK, 2009).

Os alunos, com criatividade e autonomia, devem elaborar o projeto, de acordo

com as orientações já fornecidas pelo professor.

Ao final dessa atividade, no material de apoio, segue um modelo de projeto

desenvolvido pelos alunos do curso técnico em Farmácia para um projeto de Feira de

Ciências sobre plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos.

3º Momento: Realização da pesquisa de campo investigativa no CEP-BH do SENAC-

MG.

Durante o desenvolvimento de um projeto deve ser realizada uma prática

investigativa como ponto de partida do projeto de pesquisa; a busca e seleção de

fontes de informação; a organização dos dados pesquisados com estabelecimento de

critérios de orientação e de interpretação das fontes pesquisadas, e a exposição de

dúvidas e perguntas (GONÇALVES et al, 2004).

A pesquisa investigativa deve nortear os alunos sobre quais tópicos serão

abordados na feira de ciências e, sobretudo, na escolha de quais plantas medicinais

devem ser expostas. Esta escolha pode ser pautada em dois fatores: um que está

63

Page 64: Doc dsc nome_arqui20140131092227

ligado às plantas mais citadas pelos entrevistados na pesquisa investigativa e outro

que, segundo Brandão, Moreira e Acúrcio (2001), deve se concentrar no estudo de

espécies botânicas já conhecidas e utilizadas pelos estudantes.

4º Momento: Organização dos dados obtidos na pesquisa investigativa realizada.

Nessa etapa, a internet pode ser uma fonte inesgotável de recursos (KÜLLER;

RODRIGO, 2012). Por isso, o professor pode utilizar o laboratório de informática para

que os alunos possam tabular os dados da pesquisa investigativa realizada.

Com os dados obtidos na pesquisa investigativa realizada, os alunos devem

organizá-los e confeccionar gráficos que serão demonstrados na feira de ciências.

Pode ser o momento propício também para a elaboração e confecção de um

folder contendo instruções sobre o uso racional de medicamentos fitoterápicos. Para

isso, os alunos devem pesquisar e elaborar um texto informativo sobre cada um dos

seguintes subtemas:

− O que são e para que servem os fitoterápicos?

− Qual a diferença entre plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos?

− Quando se deve utilizar medicamentos fitoterápicos? Para que tipo de

situações esses medicamentos são úteis?

− Quais os riscos relacionados ao uso de medicamentos fitoterápicos?

− Por que a automedicação pode ser perigosa quando se tratando do uso de

fitoterápicos?

− Por que os fitoterápicos são medicamentos comercializados livremente, sem a

necessidade legal de uma prescrição médica?

− Como funcionam, hoje, a prescrição por médicos e a dispensação em

farmácias dos medicamentos fitoterápicos?

Essas questões podem ser norteadoras para que os alunos elaborem um

material informativo com o intuito de atentar e conscientizar os participantes da feira

de ciências quanto ao uso de plantas medicinais e de medicamentos fitoterápicos.

No CD que acompanha o caderno estão disponíveis exemplos de gráficos

montados pelos alunos do curso técnico em farmácia a partir da pesquisa

investigativa e um folder elaborado por eles para ser distribuído na Feira de Ciências.

5º Momento: Realização de uma Feira de Ciências.

64

Page 65: Doc dsc nome_arqui20140131092227

Com a realização de uma Feira de Ciências sobre plantas medicinais e

medicamentos fitoterápicos ocorre a concretização de tudo o que foi planejado no

projeto elaborado nessa atividade. A feira, portanto, funciona como uma estratégia de

síntese e aplicação da aprendizagem.

Durante esta etapa, os alunos devem ser avaliados de forma contínua e

integradora, sendo, portanto, uma avaliação formativa. Sua participação é

fundamental nesta avaliação.

Na organização de um projeto que culmine na realização de uma feira,

algumas questões devem ser pensadas pelo professor. Questões que, segundo Küller

e Rodrigo (2012), tratam de:

− Condições e características do local de sua realização.

− Disponibilidade de equipamentos e materiais necessários.

− Características e possíveis reações do grupo de alunos.

− Problemas com o detalhamento técnico das próprias atividades definidas.

− Coerência e sequenciamento das etapas.

Na Feira de Ciências, os alunos podem criar diversas estratégias para atingir

os objetivos do projeto, tais como:

1. Informar sobre as principais plantas medicinais relatadas na pesquisa

investigativa realizada nesse projeto;

2. Orientar as pessoas quanto ao uso correto de chás caseiros;

3. Apresentar os resultados obtidos na pesquisa investigativa através de gráficos

que mostrem como é o consumo de medicamentos fitoterápicos e plantas

medicinais pela população pesquisada, bem como os produtos mais

citados/consumidos;

4. Demonstrar, de acordo com as aulas práticas realizadas, como são extraídos

os princípios ativos das plantas medicinais validadas;

5. Orientar quanto aos riscos inerentes à utilização incorreta e irracional de

plantas medicinais;

6. Explicar como é feita uma exsicata, ou seja, a montagem de um herbário:

• Avaliação

A avaliação dessa estratégia pelo professor deve ser claramente exposta aos

alunos e deve constar de critérios avaliativos como: trabalho em equipe, capacidade

65

Page 66: Doc dsc nome_arqui20140131092227

de orientar os visitantes da feira, conhecimento acerca do tema, cooperação entre os

colegas, criatividade, responsabilidade, assiduidade e pontualidade.

É um bom momento para se por em prática uma avaliação contínua na qual se

tornam relevantes as opiniões dos alunos e os seus sentimentos em relação ao

desenvolvimento do projeto.

O professor pode criar um instrumento como o proposto no apêndice 2 desse

caderno para facilitar essa avaliação.

Além dessa avaliação pelo professor, pode-se utilizar também um instrumento

de autoavaliação (ver sugestão no Apêndice 1).

• Materiais de Apoio

− Artigo sobre aprendizagem por projetos “Refletindo o ensino: a aprendizagem

por projetos” (MEIRA; KLETTEMBERG, 2011) – ver CD que acompanha o

caderno.

− Roteiro para elaboração de um projeto de pesquisa.

Roteiro para elaboração de um projeto de pesquisa

O projeto deve conter justificativa, objetivos geral e específicos, materiais

necessários, descrição ou procedimento e cronograma.

A justificativa trata-se do “por quê” desenvolver o projeto, descrevendo a sua

relevância, quais o motivos justificam a realização do mesmo e qual a sua

contribuição para a compreensão, intervenção ou solução para o problema colocado

já no 1º momento dessa atividade.

Os objetivos podem ser gerais ou específicos. Os objetivos gerais evidenciam o

que se pretende com o projeto, ou seja, qual o resultado que se espera alcançar com

o desenvolvimento do projeto. Os objetivos específicos são originados a partir do

objetivo geral e retratam as ações necessárias para se atingir o objetivo geral já

destacado.

Os materiais são descritos no projeto para mensurar gastos e garantir que,

durante a realização do mesmo, não ocorra contratempos devido à sua falta.

A descrição refere-se ao desenvolvimento do projeto, ou seja, como serão

desenvolvidas as ações para se chegar aos resultados esperados.

66

Page 67: Doc dsc nome_arqui20140131092227

E, finalmente, o cronograma define cada ação e o tempo necessário para sua

realização, para que os resultados sejam alcançados dentro do limite previsto de

tempo.

Modelo de Roteiro:

Tema: Nome do projeto:

Data da realização: Horário:

Local:

1. JUSTIFICATIVA

− Por que desenvolver o projeto?− Qual a sua relevância?− Quais os motivos justificam a realização do projeto?− Qual a sua contribuição para a compreensão, intervenção ou solução para o

problema colocado?

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivos gerais− O que se pretende com o projeto?− Qual o resultado que se espera alcançar com o desenvolvimento do

projeto?

2.2 Objetivos específicos− São originados a partir do objetivo geral.− Quais ações necessárias para se atingir o objetivo geral?

3 MATERIAIS

− Quais os recursos humanos necessários para o desenvolvimento do projeto?

− Quais os materiais necessários?

4 DESCRIÇÃO

− Como o projeto é desenvolvido?− Quais as etapas do seu desenvolvimento?− Como são desenvolvidas as ações para se chegar aos resultados

esperados?

5 CRONOGRAMA

− Qual o tempo disponível para o desenvolvimento do projeto?− Qual o tempo disponível para cada etapa do projeto?

67

Page 68: Doc dsc nome_arqui20140131092227

Modelo de cronograma :ATIVIDADES 22/08

a28/08

29/08 a

04/09

05/09 a

11/09

12/09 a

18/09

19/09 a

25/09

26/09 a

02/10

03/10 a

12/1018/1

0Confecção e revisão do projeto e entrega a supervisão.Elaboração da pesquisaElaboração do materialRealização da pesquisaOrganização dos dados coletados na pesquisaEscolha das plantas medicinais a serem expostas na feiraDivulgação do evento através de visitas às salas de aulaConfecção do material suporte para a FeiraRealização da Feira

68

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3. REFERÊNCIAS

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Apêndice 1: Instrumento de avaliação discente (autoavaliação)

CRITÉRIOS AVALIADOS EXCELENTE BOM REGULAR RUIMConhecimentos prévios acerca do

assunto trabalhadoAprendizagem como um todo após a

aplicação da atividadeEmpenho e participação durante a

aplicação da atividadePontualidade e assiduidade na

execução das tarefasLiderança nas situações da atividade

Tempo de dedicação na execução

das tarefasGrau de integração com os

integrantes da equipeAproveitamento em todas as etapas

da atividadeAbertura a ouvir a opinião dos

colegasMédia geral (marcar o ítem mais

assinalado ou, em caso de empate,o

que julgar ser seu desempenho). Fonte: Dados do projeto, 2012.

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Apêndice 2: Critérios avaliativos para a Feira de Ciências.

Aluno

Trabalho em equipe

Capacidade de

orientar os

visitantes da most

ra realizada

Conhecimento

acerca do tem

a

Coo

peração

entre

os colegas

Criatividade

Responsabilidade

Assiduidade

Pontualidade

Observação: para o preenchimento dessa tabela, o professor irá marcar com

um (x), as competências demonstradas por cada aluno para fazer uma

avaliação individual durante a realização da Feira de Ciências.Fonte: Dados do projeto, 2012.

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