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DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E PERSPECTIVAS DIDÁTICAS

Docência Universitária - Mercado de Letras€¦ ·  · 2015-10-05... pressupostos teóricos e perpectivas didáticas / aalberto Fávero, ... A expansão da Educação Superior

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Docência Universitária

PressUPostosteóricos e

PersPectivasDiDáticas

Série Educação Geral, Educação Superior e Formação Continuada do Educador

Editora Executiva

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Profa. Dra. silvina Larripa – Universidad nacional de La Plata

Profa. Dra. silvina Gvirtz – Universidad nacional de La Plata

esta oBra Foi iMPressa eM PaPeL recicLato 75% PrÉ-consUMo, 25 % Pós-consUMo, a Partir De iMPressÕes e tiraGens sUstentáveis. cUMPriMos nosso PaPeL na eDUcaÇÃo e na PreservaÇÃo Do Meio aMBiente.

altair alberto Fáverocarina tonieto

Leandro carlos ody(organizadores)

Docência Universitária

PressUPostosteóricos e

PersPectivasDiDáticas

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Docência universitária : pressupostos teóricos e perpectivas didáticas / altair alberto Fávero, carina tonieto, Leandro carlos ody, (organizadores). – campinas, sP : Mercado de Letras, 2015. – (Série Educação Geral, Educação Superior e Formação Continuada do Educador)

vários autores.isBn 978-85-7591-375-8

1. ensino superior 2. Prática de ensino 3. Professores universitários – Formação profissional I. Fávero, Altair Alberto. ii. tonieto, carina. iii. ody, Leandro carlos. iv. série.

15-07930 cDD-378Índices para catálogo sistemático:

1. Docência no ensino superior : educação 3782. ensino superior : educação 378

capa e gerência editorial: vande rotta Gomidepreparação dos originais: editora Mercado de Letras

Direitos reservaDos Para a LÍnGUa PortUGUesa:© MercaDo De Letras®

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telefax: (19) 3241-7514 – ceP 13070-116campinas sP Brasil

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1a ediçãoOUTUBRO/2015

iMPressÃo DiGitaLIMPRESSO NO BRASIL

esta obra está protegida pela Lei 9610/98.É proibida sua reprodução parcial ou totalsem a autorização prévia do editor. o infratorestará sujeito às penalidades previstas na Lei.

sUMário

aPresentaÇÃo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

capítulo 1criativiDaDe nÃo É iMProvisaÇÃo: crÍtica a UMa concePÇÃo eQUivocaDa De Docência Universitária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17Altair Alberto Fávero e Carina Tonieto

capítulo 2La Docencia Universitaria sociaLMente resPonsaBLe DesDe La Práctica eDUcativa eManciPaDora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37Edgar Flores Gómez

capítulo 3os (Des)caMinHos Da ForMaÇÃo Do Docente PesQUisaDor no ensino sUPerior: Mitos e PossiBiLiDaDes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61Altair Alberto Fávero e Leandro Carlos Ody

capítulo 4a inovaÇÃo no ensino Universitário . . . . . . . . . . . . . 83Daniele Simões Borges, Gionara Tauchen e Neusiane Chaves de Souza

capítulo 5os caMinHos Da Docência na eDUcaÇÃo sUPerior: Da MercantiLiZaÇÃo a acreDitaÇÃo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97Carmem Lucia Albrecht da Silveira e Tais Maiara Loss Loehder

capítulo 6a ForMaÇÃo estÉtica Para a constrUÇÃo Do sensÍveL na Docência Universitária . . . . . . . . . . 121Carina Copatti e Debora Oliveira Moreira

capítulo 7transitanDo entre saBeres e nÃo saBeres Da Docência no ensino sUPerior . . . . . . . . . . . . . . . . 149Renata Confortin

capítulo 8aUtoavaLiaÇÃo e o DesenvoLviMento ProFissionaL Do Docente Universitário . . . . . . . . . 171Altair Alberto Fávero, Maria Dinorá Baccin Castelli e Marta Marques

capítulo 9LaBoratório DiDático Universitário: coMPreenDenDo sUa iMPortÂncia no conteXto Dos cUrsos De ForMaÇÃo De ProFessores na área Das ciências . . . . . . . . . . . . . . . . 187Da natUreZaNeusiane Chaves de Souza, Daniele Simões Borges e Gionara Tauchen

capítulo 10Docência Universitária: o PLaneJaMento Da DisciPLina e a orGaniZaÇÃo Da aULa . . . . . . . . . . . . . 207Eliara Zavieruka Levinski, Carina Tramontina Corrêa e Miriam Mattos

capítulo 11a eDUcaÇÃo sUPerior e a PeDaGoGia Universitária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223Eliara Zavieruka Levinski e Luciane Spanhol Bordignon

capítulo 12a inFLUência Do Gestor na GestÃo Da ForMaÇÃo Do ProFessor Universitário na PercePÇÃo De Gestores/Diretores De UMa UniversiDaDe Do norte Do estaDo Do rs . . . . . . . . 247Jenifer de Brum Palmeiras, Rosani Sgari e Carlos Leonardo Sgari Szilagyi

capítulo 13UM ProJeto coLetivo eM PerManente constrUÇÃo: ForMaÇÃo Docente . . . . . . . . . . . . . . . 279Neusa Maria Henriques Rocha, Cristina Fioreze, Daniela De David Araújo, Maristela Piva e Rosane Rigo De Marco

soBre os orGaniZaDores e aUtores . . . . . . . . . . . . . 303

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aPresentaÇÃo

A expansão da Educação Superior no Brasil, ocorrida principalmente nas duas últimas décadas, requer de todos os envolvidos neste importante nível de formação (instituições, órgãos reguladores e avaliadores, dirigentes, pesquisadores, professores) um olhar atento sobre os desafios decorrentes desse processo. Dentre os inúmeros desafios, certamente um dos mais importantes é o modo como se dá a formação, o ingresso e a permanência dos docentes universitários. Não se pode projetar e efetivar uma Educação Superior de qualidade sem dar atenção à docência universitária, pois ela constitui e possibilita o diálogo entre o saber historicamente produzido e os aprendentes que buscam nas Instituições de Ensino Superior (IES) um lugar para completar sua formação profissional.

A sala de aula, entendida não só como ensino e aprendizagem, mas, também, como um espaço e tempo simbólico em que se materializam e efetivam processos de interação e vivências formativas, requer empenho e investimento institucional, para que seus protagonistas possam potencializar sua atuação, a fim de oportunizar ensinamentos e aprendizagens significativas a todos os envolvidos.

A intenção desta coletânea é socializar e fomentar reflexões para que a docência universitária se torne cada vez mais um objeto de estudo, pesquisa e teorização. Teorizar não no sentido de elaborar

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um discurso abstrato, formal, estéril e alheio à realidade; teorizar no sentido de ver a realidade por “outro olhar”, por “outro ângulo”, por “outra perspectiva”, por outro enfoque. É essa teorização que evita o que foi diagnosticado por Nóvoa (1999) de “lógica excesso-pobreza”: excesso de retórica política, excesso de linguagens dos especialistas internacionais, excesso do discurso científico-educacional; pobreza das políticas educativas, pobreza dos programas de formação de professores, pobreza das práticas pedagógicas.

Os textos que compõem a coletânea têm a pretensão de contribuir para que docentes, gestores, especialistas, mestrandos e doutorandos em Educação, possam teorizar sobre suas próprias práticas e sobre as perspectivas didáticas que estão sendo desenvolvidas nas aulas universitárias nas diversas experiências formativas. O livro está estruturado em 13 capítulos onde são tratados os seguintes aspectos:

No primeiro capítulo, Altair Alberto Fávero e Carina Tonieto investigam a respeito da relação entre improvisação e criatividade, buscando fazer uma crítica à concepção equivocada de docência universitária amparada no conceito de improvisação, vista como prática pedagógica espontânea, sem preparo, “inventada de repente”, arranjada às pressas. Amparados no caráter positivo e criativo da improvisação teatral, os autores mostram que a prática da improvisação é resultado de um longo e exaustivo processo de formação. Nessa direção, defendem que a improvisação entendida como algo inovador, criativo e versátil nada tem em comum com a maneira como está sendo concebida a improvisação docente no atual cenário da educação superior e nem com o desenvolvimento da criatividade, funcionando como limitador, ao invés de potencializador da criatividade e inovação no ensino superior.

No segundo capítulo, intitulado “La docência universitária socialmente responsable desde la prática educativa emancipadora”, o sociólogo e educador mexicano Edgar Flores Gómez defende a proposta de uma docência como sendo uma atividade permeada pelo labor do humanismo e solidariedade. Para ele, tal proposta pode se

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mostrar apropriada para enfrentar o panorama social desolador decorrente das injustiças e desigualdades sociais. A docência universitária socialmente responsável pode se apresentar como uma possibilidade promissora de criar a mudança e a renovação da sociedade em seu conjunto.

No terceiro capítulo, intitulado “Os (des)caminhos da formação do docente pesquisador no ensino superior: mitos e possibilidades”, Altair Alberto Fávero e Leandro Carlos Ody problematizam as mitificações que perpassam a relação entre ensino e pesquisa no exercício da docência universitária. As mitificações são decorrentes da separação entre teoria e prática, entre quem pensa e quem executa, entre o pesquisador e o professor. Para enfrentar e superar estas mitificações os autores defendem a tese de que “o ensino precisa da pesquisa e de que esta pode desenvolver o ensino”. No entanto, a efetivação dessa tese requer um amplo e cuidadoso processo de formação do docente pesquisador e a transformação da docência em objeto de estudo.

No quarto capítulo, intitulado “A inovação no ensino universitário”, as autoras Daniele Simões Borges, Gionara Tauchen e Neusiane Chaves de Sousa, partindo do pressuposto de que um dos maiores desafios para a mudança do ensino, na Educação Superior, é a ruptura com o paradigma dominante e a reforma de pensamento, organizam um conjunto de reflexões que objetivam ampliar nossas compreensões a respeito do processo de inovação no ensino e as possibilidades da efetivação de um ensino inovador balizado pelo pensamento complexo. As autoras concluem o estudo discorrendo sobre os princípios de organização do ensino inovador: a interação e religação, o planejamento, a ação estratégica e a auto-hetero-avaliação.

No quinto capítulo, Carmem Lucia Albrecht da Silveira e Tais Maiara Loss Loehder analisam “Os caminhos da docência na Educação Superior: da mercantilização à acreditação”. Tendo como ponto de partida a contextualização histórica da educação superior no Brasil, as autoras analisam as interferências das políticas

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mercantilistas encaminhadas pela internacionalização econômica da globalização e indicam a urgência de reflexões direcionadas à democratização do conhecimento. Na última parte do capítulo, Carmem e Tais denunciam o processo indutor da formação da educação superior pelo viés da acreditação, em contraponto à docência universitária centrada na aprendizagem do acadêmico.

No sexto capítulo, intitulado “A formação estética para a construção do sensível na docência universitária”, Carina Copatti e Debora Oliveira Moreira partem dos pressupostos de que para constituir-se integralmente o ser humano precisa humanizar-se, de que o processo de formação do ser humano se dá de forma contínua e de que a educação do sensível tende a tornar-se mais significativa quando a formação atende as diferentes necessidades dos educandos. Sendo assim, as autoras defendem que a formação estética na construção do sensível no ensino superior pode exercer um importante papel na construção de uma nova sociedade com cidadãos conscientes de suas atitudes, nas formas de pensar, sentir e agir, e na qualificação de profissionais preparados para um cenário contemporâneo de inúmeros desafios e incertezas.

No sétimo capítulo, intitulado “Transitando entre saberes e não saberes da docência no Ensino Superior”, Renata Confortin busca compreender, por meio de um trabalho de revisão bibliográfica, a problemática deflagrada na fala, ainda que informal, de alunos que já se encontram em seu processo de formação superior, evidenciando uma queixa ao verbalizarem: “o professor é ótimo, sabe muito, mas não sabe explicar”; outros, por sua vez, “o professor explica bem, mas não tem experiência”; “eu sei mais do que eles”, ou, ainda “queria ver se ele estivesse lá”, de forma análoga, “na teoria é fácil”, referindo-se nestes casos ao campo de trabalho, à atuação em empresas e organizações diversas. A autora ressalta que, a partir do momento que o professor racionalizar sobre os saberes que aporta e que mobiliza em sua ação pedagógica, terá condições de equalizar os conhecimentos teóricos não em detrimento, mas em consonância com a prática consubstanciada às necessidades do aluno em relação

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ao mercado de trabalho, atual e complexo. Sendo assim, Confortin defende que para dar vistas a essa condição é necessário possibilitar uma formação continuada dos professores, especialmente em serviço, viabilizada por momentos de reflexão sistematizada dos (não) saberes do docente universitário.

No oitavo capítulo, intitulado “Autoavaliação e o desenvolvimento profissional do docente universitário”, Altair Alberto Fávero, Maria Dinorá Baccin Castellie e Marta Marques analisam e refletem sobre os alcances que a autoavaliação possui no processo de desenvolvimento do trabalho docente dos professores universitários. Partindo dos pressupostos de que a avaliação é um aspecto comum e muitas vezes problemático no processo de ensino-aprendizagem em todos os níveis de escolarização; de que as avaliações podem ser motivadas por distintas razões; e de que a avaliação pode assumir um papel formativo altamente importante, principalmente quando se transforma em autoavaliação, os autores defendem a ideia de que o enfrentamento dessa temática implica problematizar a formação da identidade docente, ou seja, caracterizar o processo de como se constitui o professor universitário no atual contexto de expansão da educação superior. Partindo de estudos já realizados e analisando novos cenários promovidos pela expansão da educação superior, Fávero, Castelli e Marques abordam criticamente o conceito de desenvolvimento profissional com o intuito de indicar a autoavaliação como ferramenta para analisar o processo de (re)profissionalização na (re)configuração da identidade do professor universitário.

No capítulo nove, intitulado “Laboratório didático universitário: compreendendo sua importância no contexto dos cursos de formação de professores na área das ciências da natureza”, Neusiane Chaves de Souza, Daniele Simões Borges e Gionara Tauchen apresentam de que forma o Laboratório didático de ciências vem sendo utilizado no contexto da formação de professores de Ciências da Natureza e dialogam sobre as diferenças e semelhanças que constituem atividades de experimentação científica e didática.

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Mesmo reconhecendo que os temas abordados poderiam ser tratados em qualquer momento e em qualquer local no decorrer de um curso de formação de professores, as autoras defendem que o laboratório didático é um espaço propício e dinâmico para as aprendizagens, pois potencializa a interação e contribui para a desmistificação e construção de novas concepções sobre a natureza do conhecimento.

No capítulo dez, intitulado “Docência universitária: o planejamento da disciplina e a organização da aula”, as autoras Eliara Zavieruka Levinski, Carina Tramontina Correa e Miriam Mattos, refletem e sistematizam questões referentes ao planejamento da disciplina e à organização da aula a partir dos elementos que fundam a prática docente universitária. Para as autoras, diante da necessidade de conciliar normativas legais, regramentos institucionais, questões curriculares e expectativas acadêmicas, o momento do planejamento pedagógico torna-se fator desafiante e determinante para a prática docente. Por que planejar? O que planejar? Para quem planejar? Como planejar? Diante de tais questões as instituições de ensino superior vêm demonstrando demasiadas preocupações com a necessidade de estabelecer processos contínuos e sistemáticos de atualização pedagógica que incluem o tema do planejamento de ensino no contexto universitário. Nessa perspectiva, Levinski, Correa e Mattos também apresentam princípios norteadores do planejamento de ensino na educação superior, os quais revelam concepções de mundo, de ser humano, de sociedade e de educação. Para as autoras, sinalizar avanços num processo dialético crítico educativo oportuniza qualificar a prática pedagógica constantemente, ressignificando o espaço da sala de aula, a disciplina em si, bem como as próprias concepções que pressupõem as ações educativas.

No capítulo onze, intitulado “A Educação Superior e a pedagogia universitária”, Eliara Zavieruka Levinski e Luciane Spanhol Bordignon analisam a educação superior no contexto global e local, bem como alguns desafios do cotidiano acadêmico centrados na interdisciplinaridade, na representação do Projeto

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Pedagógico Institucional e dos Cursos de formação continuada em uma Universidade Comunitária, mais especificamente a Universidade de Passo Fundo.Nos encaminhamentos conclusivos do capítulo, Levinski e Bordignon resgatam, no conjunto do estudo, os avanços e desafios da docência, contribuindo para as reflexões que envolvem a Pedagogia Universitária nas Universidades Comu-nitárias.

No capítulo doze, intitulado “A influência do gestor na gestão da formação do professor universitário na percepção de gestores/diretores de uma universidade do norte do estado do RS”, Jenifer de Brum Palmeiras, Rosani Sgari e Carlos Leonar-do Sgari Szilagyi, investigam os diferentes olhares/percepções de Gestores/Diretores de Unidades de Ensino de uma Universidade do Norte do Estado do RS, com relação à influência do Gestor na gestão da formação do professor da educação superior. Os autores avaliam os resultados decorrentes da influência do exercício da sua gestão para a qualificação do professor, por meio de um estudo de natureza quanti e quali, de caráter exploratório e descritivo, tanto no seu delineamento quanto na análise dos dados. A população alvo escolhida pelos autores se centra nos Diretores das unidades que compõe o Campus Central da Universidade de Passo Fundo, no período que compreendeu a gestão de 2006-2010. Os resultados indicam que a influência do gestor/diretor na gestão da formação do professor universitário se dá através de conhecimentos, habilidades e atitudes. Quanto a conhecimentos, se referem aos regramentos e instrumentos institucionais como os principais; em relação às habilidades, os gestores sublinham a capacidade para a tomada de decisões, organização, liderança e resolução de conflitos; e no que diz respeito às atitudes, referem-se às questões éticas, iniciativa, responsabilidade, autocontrole e relacionamento interpessoal como as mais importantes enquanto gestores e sua influência na gestão da formação de professores universitários.

No capítulo treze, intitulado “Um projeto coletivo em permanente construção: formação docente”, as autoras Neusa Maria

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Henriques Rocha, Cristina Fioreze, Daniela De David Araújo, Maristela Piva e Rosane Rigo De Marco refletem sobre a concepção e a prática da formação docente na educação superior, tendo como ponto de partida a experiência do Programa de Formação Docente desenvolvido durante a gestão da Vice-Reitoria de Graduação da Universidade de Passo Fundo entre os anos de 2010 e 2014. As autoras discutem os novos desafios colocados ao docente e ao gestor no ensino superior, quando se pretende a viabilização da qualidade educativa nos cursos de graduação. Para tanto, as autoras primeiramente apresentam uma breve análise dos resultados alcançados no Programa de Formação Docente desenvolvido, com base nas avaliações dos professores e gestores que participaram do processo; na sequência indicam que, para que a ação transformadora se estabeleça no processo de trabalho docente, faz-se necessário criar espaços nas rotinas dos professores para sua participação nas atividades de formação, considerando as inúmeras tarefas nas quais tais sujeitos estão envolvidos. Para as autoras, fica evidenciado, na experiência relatada, que o processo de formação, constituído ao longo do cotidiano acadêmico e construído com o coletivo, não só contribui para a reflexão sobre a dinâmica da sala de aula e sobre as competências e habilidades do gestor, como incentiva o protagonismo do professor/gestor, qualifica sua prática e fortalece a humanização das relações interpessoais.

Os organizadores

Referências:

NÓVOA, António Sampaio (1999). “Os professores na virada do milênio: do excesso dos discursos à pobreza das práticas.” Pesquisa e educação, vol. 25, nº 1, São Paulo, jan/jun. Disponivel em: http://www.scielo.br. Acesso em: 09/03/2015.