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01 INSIde projeto
teXto juliana Duarte FotoS Sergio pirrone
Construídas sem degradar o meio ambiente, as cabanas
são abastecidas com fontes renováveis de energia e
garantem um convívio especial com a natureza
Por um planeta melhor
01 INSIde projeto
A Ilha de Páscoa, no Chile, é um dos lugares mais isolados do mundo. A natureza está em maioria, não há
espaço para arranha-céus ou grandes complexos arquitetônicos. Pelos campos, entre uma árvore e outra,
é possível avistar estátuas gigantescas feitas com pedra, construídas há milhares de anos pelos
habitantes nativos. Foi nesse cenário de filme que Nicole Gardilcic e Sebastián Cerda
Pé, do escritório AATA Arquitectos, planejaram chalés feitos com material re-
ciclado, fontes renováveis de energia e conforto de sobra. O objetivo
era idealizar um resort diferente dos habituais, onde o verde
ao redor é o protagonista, e receber famílias que
estão em busca de tranquilidade.
01 INSIde projeto
Batizado como Cabanas Morerava, o projeto tem um propósito es-
pecial: atrair visitantes do mundo inteiro sem agredir meio ambiente.
“O ecossistema da ilha é muito frágil, o que nos fez redobrar o cui-
dado com a preservação ambiental desde o desenho até a execução
da obra. Evitamos o uso de métodos invasivos e apostamos em uma
construção consciente”, ressalta o arquiteto Cerda Pé. Segundo ele,
para cumprir essa meta, a principal preocupação foi planejar chalés
eficientes. “Pensamos em soluções energéticas e recursos construtivos
sustentáveis, sem esquecer o conforto dos hóspedes”, comenta.
Cada cabana pré-fabricada tem 77 metros quadrados e foi desen-
volvida com madeira pinus tratada, proveniente de áreas de manejo
florestal. No lugar de telhas convencionais, os arquitetos optaram por
uma cobertura de zinco, material resistente à corrosão e um excelente
substituto ao aço (uma maneira consciente de evitar a extração de mi-
nérios). “A ideia era produzir o mínimo possível de resíduos, usar itens
acima, detalhes das cabanas: a madeira usada é proveniente de áreas de manejo florestal. abaixo, o charme da varanda de um dos chalés. o espaço conta com rede para descansar e oferece uma bela vista para a natureza ao redor
“o ecossistema é frágil, o que nos fez redobrar o cui dado com a preservação ambiental”
renováveis e aproveitar ao máximo os materiais disponíveis na própria
ilha”, diz o arquiteto. Essa medida ajuda a evitar grandes deslocamentos
e incentiva a economia local, atitudes parceiras da natureza.
preservação ambientalOs módulos foram pré-fabricados em terra firme e enviados ao
local da obra prontos para a montagem (o transporte foi realizado
por barcos). Os traços das casas foram desenhados a partir das peças
(colunas e vigas) que seriam usadas para compor o projeto. “Foi uma
forma de aproveitar os materiais da melhor maneira, sem desperdí-
cios”, comenta Cerda Pé. Outra solução de bem com o meio ambiente
foi construir os chalés sobre pilotis de concreto, elementos que evi-
taram maiores intervenções no terreno. “Isso nos permitiu manter as
características naturais de absorção do lote e a conservação de plantas
e arbustos que estavam no local”, conta o arquiteto.
01 INSIde projeto
01 INSIde projeto
a madeira usada na estrutura da casa ficou aparente também no interior, solução que garante conforto térmico. aberturas na parede garantem a entrada de luz natural e dispensam o uso de energia elétrica. outro destaque é a geometria, presente dentro e fora das cabanas
na medidaO clima subtropical da ilha dispensou o uso de isolantes térmicos. Para
garantir uma temperatura agradável no interior das cabanas, os arquitetos
optaram por uma solução simples, econômica e ecologicamente correta:
deixaram a madeira aparente, pois o material ajuda a aquecer os espaços
durante o inverno e ainda contribui para o design dos chalés.
Nos dias quentes, os vãos projetados na fachada das cabanas permi-
tem circulação de ar e, de quebra, deixam a luz natural entrar. “Essas aber-
turas se alternam. Ficam no alto em um dos lados da construção e entre o
piso e as paredes na outra face, uma forma de garantir privacidade, já que o
hóspede vizinho não consegue enxergá-lo”, explica Cerdas Pé.
Sistemas coletores de água das chuvas foram instalados em cada
cabana e fazem a diferença no dia a dia do resort. O recurso armaze-
nado é utilizado para a limpeza geral e rega das plantas. “O uso cons-
ciente é fundamental, já que o líquido é escasso na região”, ressalta.
Placas que captam a energia solar também foram colocadas e dis-
pensam o uso da eletricidade – na Ilha, a energia elétrica é obtida a
partir da queima de combustíveis, o que demanda o uso do petróleo e
o deslocamento do produto por barco. “Basta saber usar o que a natu-
reza oferece para poder desfrutar dos recursos para sempre”, comenta
o arquiteto. É por essas e outras que ter responsabilidade ambiental é
imprescindível e garantirá um planeta melhor para as próximas gera-
ções. Conhecer uma das cabanas do complexo Morerava pode ser um
bom começo para desenvolver essa consciência.
FICHA TÉCNICA
Local: Ilha de Páscoa, Chile
Área construída:
828 metros quadrados
Projeto arquitetônico:
AATA Arquitectos
design de interiores:
Alejandro Martinez
d
sebastián cerda pé e nicole gardilcic fazem parte da equipe
no escritório chileno AATA Arquitectos. Juntos, desenvolvem
projetos famosos por suas linhas retas e soluções sustentáveis.
A dupla trabalha com um propósito decisivo para as próximas
gerações: deixar as paisagens mais belas sem agredi-las.
Maior exportadora de metais da América Latina, a Docol entrou no mercado chileno há mais de dez anos e está presente em construções importantes do país, comoestádios, hospitais e centros de saúde em geral, entre outros. Além disso, a marca conta com produtos nos cinco continentes e em mais de 40 países do mundo.
docol no Chile
foto
DIV
ULG
AÇÃo