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EXCELDNTÍSSIMO SENHOR AçÃO DE IMPUGNÀÇÃO DE CLASSE 30. JUIZ RELATOR DO RECURSO DM MANDATO ELETIVO N. L76I2OO9 - EMBARGOS DE DECLARACAO COLIGAçÃO UNIDOS POR PARINTINS, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRTí.TICO BRÁSILEIRO (PMDB.DIRETÓRIO MUNICIPAL DE PARINTINS), DNEAS DE JESUS GONçALVES SoBRINHO e ANTôNIO ANDRADE BARBOSA, devidamente qualìficados nos autos da presente Ação cle Impugnação de Mandato Eletivo proposta em desfavor de FRANK LUIZ DA CUNHA GARCIA e outros, qualificâdos, por seus âdvogados que adiante assinam, outorga de poderes conforme instmmento de procuração incluso nos autos, vêm, com o devido acatamento e respeito, diânte do v. Acórdáo proferido por essâ Corte no julgamento do recurso interposto, opor os prêsertcs EMBARGOS DE DECLARÂçÃO. o qJe lrz.oÌÌ aporo rìas razões de fato e de direito a seguir expostas: Em seu sustentâram a tefolma -I- SÍNTESE DOS FATOS recurso inomiÌ]ado os da decisào "a qua" poÍqrre: ora eÌnbaÌgantes (i) é possíveÌ, em sede de AIME, serem apreciados âtos e

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EXCELDNTÍSSIMO SENHORAçÃO DE IMPUGNÀÇÃO DECLASSE 30.

JUIZ RELATOR DO RECURSO DMMANDATO ELETIVO N. L76I2OO9 -

EMBARGOS DE DECLARACAO

COLIGAçÃO UNIDOS POR PARINTINS, PARTIDO DOMOVIMENTO DEMOCRTí.TICO BRÁSILEIRO (PMDB.DIRETÓRIOMUNICIPAL DE PARINTINS), DNEAS DE JESUS GONçALVESSoBRINHO e ANTôNIO ANDRADE BARBOSA, já devidamentequalìficados nos autos da presente Ação cle Impugnação de MandatoEletivo proposta em desfavor de FRANK LUIZ DA CUNHA GARCIA e

outros, já qualificâdos, por seus âdvogados que adiante assinam,outorga de poderes conforme instmmento de procuração incluso nosautos, vêm, com o devido acatamento e respeito, diânte do v. Acórdáoproferido por essâ Corte no julgamento do recurso interposto, opor os

prêsertcs EMBARGOS DE DECLARÂçÃO. o qJe lrz.oÌÌ aporo rìasrazões de fato e de direito a seguir expostas:

Em seusustentâram a tefolma

-I-SÍNTESE DOS FATOS

recurso inomiÌ]ado osda decisào "a qua" poÍqrre:

ora eÌnbaÌgantes

(i) é possíveÌ, em sede de AIME, serem apreciados âtos e

iatos que, não obstante câÍacterizarem a princípio abuso de podeÌpolílico e conduta vedâda, configurem âbuso de poder econômico;

(ii) os argumentos e provas ploduzidos nos autos, até

mesmo porque não contestados e impugnados pelos recoridosdeixâm clâro que a máquina pública municipal (agentes, bens e

ser-viços) foi ostensivamente usadâ em beneficio de suâscândidaturas;

(iii) os recorridos distribuiram e foram beneficiados pela

distibuição de diversos bens para a populaçào durante o período

eleitoral, em flagrânte desrespeito pâra com a legisLação em úgor;

(iv) a potencialidade exigida para caÍ^cÏerizaÍ o abuso cle

poder econômico não se limita a inÍluência no resultaalo do pieitc,

mas sim a gravidade dos atos e dos fatos caracterizadores dos ilicitosperpetrados. (TRE/CE, Ac. 11069, rel. Juíza Maria Nailde PinheiroNogueira, DJ 14 I 11 l2A06) .

Não obstante, no acóIdáo aqui embârgado náo constamos motivos que levaram a CoÍte Estadual a refutar os argumentosaduzidos no apelo, pelo menos de forma a üabilizar o manejo de

recLrrso às instâncias superiores. Em verdâde, o r- Acórdão não so

deúou de se pronunciar sobre aspectos relevântes da conbovérsia,como findou por violar diversos preceitos legais e constitucionâis, dc

modo que para suprir o requisito do prequestionamento (STJ, Súm.

98), os Recorrentes opoem os presentes embargos de declaração,

objetivando viabiÌizar, âssim, â aplicação do direito pelas instânciâssuperioÍes.

-II-DA OMISSÃO

Dentre as situações que âutorzam o manejo os

Embargos cle Declaração se inclÌrem os casos de omissão e, na linhado abalizado magistério do mestre Josó CaÌLos BaÍbosa Moleira(Comefttaios ao Código de Pracesso Ciuil, 7 ed., Rio de JaneiroForens., v. \, 1998. p. c39r. hd omiss;o scmprÊ qLe:

'tribunal deixãL de aprecjar questoes relevantes para o

julgâmento, suscitadas pelâs partes ou exâmináveis de oíicio(u.9., jncompetência absohÌta clo iuízo a qua: arr. 113), ou quando

deixa de pronunciar'se acercâ de algrÌm tópico dâ mâtéda

submetida à sua delibelâção, em causâ de competênciâo glnáÌia, ou obrìgatodamente sujejta ao duplo grau dejurisdição (ârt.475), ou mediênte recurso, inclusive quãmto aponto ac€ssórjo, como seria o câso de condenação em despesasplocessuais e honorárjos advocatícios (art. 20), ou de sânçào quese devesse impor (por ercmplo, as preüstas no art. 488, n." ÌÌ, e

no aÍ. 529)'.

Segundo destaca Cândido RangeÌ Dinamarco ("O dever demotlvar", ift Fundamentas do processo ciuil modernc,, 4. ecl., SàoPaulo, Malheiros, 2OO1, v. 2, p. 1.080), consiclera-se questãorelevante e sobre a qual o órgáo judicante nào pode dej-xar de semanifestar aquele cujo exame poderia, por si só, alterar a conclusãodo julgado, como o é, no câso presente, a consideração no sentido deos fatos e atos tidos como ilicitos NÃO PODEM SER CONSIDERADOSDE FORMA ISOLADA, MAS SIM COMO UM TODO, DEVENDOSEREM LEVADOS EM CONSIDERAÇÃO OS ARGUMENTOS E ASPROVAS PRODUZIDAS NOS AUTOS, o que, d.v., não ocorreu no casopfesente-

Cumpre demonstrar, pois, cacla uma das omissõesexistentes no v. Âcórdão e, aindâ, a suâ relevância pâra fins deresolução dâ questão e cumprimento c1o requisito doprequestionamento.

Nesse sentido, o PONTO OMISSO que se vislumbrâ no v.Acórdáo embârgâdo diz respeito à ausência, no acórdão, quanto âosÍatos e atos tidos como ilicitos, as provas e os argumentos tÌ-âzidos nâe junto com a iniciaÌ, os fundamentos que Ìevaram a corte a rejeitaÌos pedidos formulados e a apreciaçáo, em conjunto, dos atos e fatosimputados na inicial.

Com efeito, na inicial foram imputados aos recorridos osseguintes atos ilícitos: (í) distibuição i1ega1 de kít's para gestântes; (ii)uso de bens, funcionários e sefviços públicos pela campanha; (ììì)

distribuição de coletes pârâ mototaxistas; (ív) propagandainstitucional em período vedâdo; (v) distdbuiçáo i1egal de ranchos; (úluso abusivo e inclevido dos meios de comunicação; (ú) irregularidadena arrecadação de recursos de campâlÌhâ.

Junto com a iniciâl os recorrentes apresentaram diversosdocumentos, dentre eles; (i) cópia de depoimentos realizados emrepresentações formuladas contra os recorridos durante o pedodo

eÌeitoraÌ, acompanhadas de documentos comprobatórios do uso debens, serviços e funcionários públicos em beneficio de suascâmpanhas eleitorais; (ii) sentenças condenatórias do primeirorecorrido em representações eleitorais; (iii) cópia da prestação decontas dos recorddos; (iv) relação de pessoâs beneficiadas peladistribuiçào de ranchos e kit's gestante du.ante o período eleitoral; (v)

cópia da lesolução 2a/O7 de 17 /12/07 do CMS aprovando o projetobásico que, segundo a defesa, sustenta a distribuição dos kit's; (vi)nomeação de Michelle Valadares Garcia, esposa do recorrido FrankLuiz da Cunha Garcia como Secretaria Munícipa1 Extraordinária; (vii]depoimentos dâ pârticipação de Michellc Valadares Gârcia nildistribuição dos kit's e rar1chos; (viìi) depoimentos e documentos daparticipação de Michelle VaÌadares Garcia no programa eleitorâ,grâtuito dos recoridos, bem como na sua pÌopaganda impressa.

Em contestação os recor.idos se limitaram a relutaÌapenas a distribuíçáo de ranchos, quedando-se silentes quânto aosdemais fatos imputâdos na inicial. E na manifestaç,Ìo trazida aosautosr os recor.idos: (i) connrmam a distdbuição dos ranchos.ocorida em 04/set/2008; {ii) afirmam, todavia, que do evento nãoteria participado o candidato Frank Luiz da C!Ìnha Garcia, masapenas sua esposa, Michelle Valadares, Secíetária ExtraordináÌia, e

que o evento não terìa sido custeado com recursos púb1icos, mas simseda fruto de doâçáo de empresários.

Durante a ínstruçáo forâm produzidas, dentre outras, asseguintes provas: (i) depoimentos comprovando a participação diretados recorridos nâ distdbuição de coletes pâra mototâ-xistâs; (ii]apreensão do coÌete distribuido com a logomârca dâ gestào dorecorrido; (iii) cópia cle rept:esentâçáo e sent(rnçâ prolatada emdesfavor do primeiro recorrido face a realizacão de propagandainstitucional em período vedado.

Demonstrou-se aìnda que, à exceçáo da dist buição deranchos, os fatos narrados na inicial nâo forâm sequer contestados,tampouco os recorridos produziram prova câpaz de refutar osargumentos e pÌovas apresentados peìos recorrentes_ E que, mesmono caso dos rarÌcÌ-Ìos, a contestaçáo, ao confirmâr a distribuição e â

participação de Michelle Valadares no evento às vésperâs da eleiçàocriou um fato modilicativo, atraindo pâra os recorridos o ônus daprova de qìre não teda ocorrialo um ilicito.

AÌiás, na contestação apenâs se afirmon que do eventonáo teliâ pafiicipado o entâo prefeito e candidato â reeleiçào, e quetais bens teriam sido adquiridos por empresádos agraciados com otítulo de cidadáos Parilinenses, que quiseram retribuir o povo pelotítulo recebido. Náo se produziu, todaüa, qualquer prova de que taisempresádos forâm de fato beneficiados como o "título"J tampouco queseria necessária a paÍticipâçào da Secretária Extraordinária noevento, em pleno periodo eleitoral, e nem mesmo de que Iorma a listacom os beneficiados foi produzida, ou seja, quais os cdtérios objetivosutilizados para a distdbuiÇào.

EnÍim, umâ gâma enorme de provas foi procluzida pelosrecorrentes, aqui embargantes, todas apontando no sentido de que osrecorridos cometera:rn os mais vadados ilícitos em beneficio de suascândidaturas. Nadâ disso, porém loi levado em consideraÇão pelaCorte Estaduâ1.

A verdade, com o devido respeito, é que o r. Acórdão, e ovoto do relator, quando não foram omissos em relaçào aosargumentos e às provâs produzidas pelos recorrentes, osdesprezaiam sem argumentos sólidos, sem a devida funclamentaçào.

É o que ocorreu, por exemplo, quando a Corte, na linhâdo ro o , onduror. afâ\tou o abuso d. poder e.onòmt(oconsubstanciâdo na distribuição de coletes por entender que nãorestou provado se os recursos usados para tanto foram privados oüpúblicos, bem como que tal ato não se revestiria de viés econômicoou que se trataria de políticâ pública reÌevante.

Ora, com a devida vênia, a dúvida do relator (que náo fojcompartiÌhada sequer pelos reconidos) é totaÌmente irrelevante. Auma porque constam nos autos depoimentos e provas documentaisno sentido de que toda a câtegoria de mototaxistas (cujo efeitamuÌüplicador é flagrante) Ioi beneficiada com o novo colete,distribuido gratuitamente pelo candiclâto a reeleiçâo, não só paraobter thes o voto como também para fazer propaganda de suâ gestãomunicipal, hajâ vista a logomârcâ estampada nos coletes. A duasporque, conquanto o relator tenha a1ìrmâdo tratar-se de politicapúbÌicâ, os recoríidos não trouxeram aos autos qualquer prova deque hâvia um programa em execução, nem mesmo que tenha se

iniciado naquele ano eleitoral. A três porque a distribuição de coletes

com a logomârca da gestáo do Prefeito, candidato a reeleiçáo, empedodo eleitoral, só pode ser vista como ato eleitoreiro, até mesmoporque nenhuma outrâ justificativâ foi apresentada peÌos recorddos.

O mesmo ocoÍreu quanto à distdbÌrição dos kit'sgestantes, com o agravamento de que, neste casoi os recoridosseque. contestaram o feito. Ora, a distribuição ocorreu sem quaÌquer

cdtédo objetivo, técnico. E sem que houvesse preüsào orçârnentáriae execução iniciada em ano anterior ao da eleiçào. Ou seja, próximoao pleito de 2008, a administraçáo pública municipal resolveu, com

base em documento expedido em dezembro de 20O7, distribuir kit'spâra gestantes. E isso não foi reíutado pelos recorridos, nào sendo c

caso de ser aplicada a jurisprrrdência citâdâ no voto condutor vistonão tratar se de politica pública iniciado cm ano anterior ao da

eleiÇáo.

Ou ainda quândo a Corte, na esteira do voto condutoÍ,ânalisou a potenciaüdâde dos latos individualmer-rte, desprezaldo a

gravidade dos atos e fatos ilícitos pÌaticados pelos recoridos e que

claramente mudaram o íesultado do pleito.

A verdade é que nestes e nos demais casos citados nâinicial restou claro o uso eleitoreiro da máquina administrativa. E istcfica bem claro quando se vedfica qÌre todas as ações levadas a cabo

peÌa Municipalidade tinham à frente ou o próprio candidato ou

Michelle Valladares, sua esposa e Secretária Extraordinária da

Município (veja que das ações nào pârticipâva a secretaria de

assistência social), q!Ìe participou ativâmente de suâ campanhaeleitorâl, inclusive nos programas de rádio, 'lV e propagandaimpressa, bem como o uso da logomarca de sua gestáo-

CÌrmpre ter presente que a total omissâo desse MM.

Juízo em analisar TODOS os argumeìltos trazidos no apelo, bem.omo as provds APRESL-N IADÀS o prin"ipa.mcn e -. NÃO

CONTESTADAS, configura vioÌação ao princípio da mottvação das

decisões judiciais (CPC, ârts. 165 e 485, Ìl; CF, art. 93, IX), pois É

sabido que o principio da motivâção das decisões judiciais se

manifesta na ciência processual moderna como Ìrm corolárìo dc

Estado de Direito, pois além de conferir às partes o direito de

conhecer âs razões de decidf pertinentes ao seu conflito de

interesses, permite à sociedâde exercer controle sobre a atividade

jurisdicional.

Sucede que de nenhuma valia seda tal garântia se o seuatendimento pudesse se dar por meio de meras lundaÌÌÌentaçõesformais, daí porque se tem dito que a motivação das decisõesjudiciais deve ser analisâda - e pdncipalmente sob o aspectosubstancíal. (Cf. NELSoN NERY JR-, Princípios do processo cíuil naCotrstítuiÇao Federal, 3. ed., São Paulo, Revista dos Tlibunais, 1996,p. 170).

Uma das iclejas mais imporlanles quanÌo à

fundamentaçáo das decisões judiciais reside na necessidade de queelas sejam dotadas completude, isto é, que nelas estejampontualmente justificadas âs escolhas parciais que conduzem adecisão e os critédos empregados. Justâmente por isso, cumpre aojulgador demonstrar que foíam levados em consideração todos os

eÌementos potencialmente úteis à decisào, ou, como adverte ROLF

SARTORIUS, "..justificar é dizer que, consideradâs todas as râzõesdisponíveis, a decisáo representa â melhor solução para o caso". (?hejustifcatíon of judícíal decisíon, Ethics, 7B(3): 171-87).

Sendo fundamentaÌ à idéia de processo, a estÌ-rÌturadialética do procedimento não pode deixar de refletir se nojulgamento, até mesmo porque as atividades dos participantes docontraditódo somente adquirem significação se forem efetivamenteconsideradas na decisão. Como sublinha ELÌo FÀZZALARÌ, os seusresultados até podem nào ser atendidos, mas jamais ignorados.(Istituzíoní dí Díritto Processuale, T." ed., Padova, Cedam, 19921, p. 83)

Assim, se a decisào só pode surgir do exâme doselementos que resuÌtam dessas âtividâdes contrapostas, que visamexatamente influenciar o convencimento do juiz, é eúdente que o

discruso justificativo dessa mesma decisão não pode ser â1go

semelhante a um monóÌogo, em quc sào apresentados aÍgumentos de

autoridade, mas, ao contrádo, deve se âpresentar como um diálogc,capaz de dar conta da real consideraçào de todos os dados tÍazidos àdrs, LSsáo da causa pelo.. interes\ados no proümenro. E o qJedestacam À/LAssIMo VIGLIoTÌ (La matiuazíofte dei prouimentogíuisdìzionalL "apud" MÂRZADURI (org.), Álli del procedimento penale:

íonna e strutura, Turim, UTET, 1996, p 66) e BALDASS^RE PASToRE

(Giudízío, proua, ragion pratica: utrL appracío ermeneuüco, M1Ião

Giuffrè, p. 263-264).

Daí a importãncia de serem as provas e as alegaçõesfornecidas pelas pârtes âpreciâdas no provimento jurisdicional, de taÌmodo que só pode ser considerado motivado um proúmento quandoo juiz demonstre expressamente ter levâdo em conta todas essascontribuiçoes trazidas pelo contraditório.

Na espêcie presente, como já demonstrâdo, essâ idéiânào foi respeitada, pois não íoram considerados os ârgumentos e

provas trazidos aos autos pelos Embargantes, em especial âqueÌasque dizem respeito a análise em conjunto dos atos e fatos imputadosna inicial.

Urge, pois, que essa CoÌenda Corte se manifeste a

respeito da omissão em analisar os argumentos e provas conticlos nosantos, devendo fazer constar no acórdão os motivos pelos quaishouve a rejeiçáo dos pedidos lormulâdos pelo Embargante sob a óticado que preceituam os artigos 131 e 333, ambos do CPC, e sob a óticâdo que a própria Corte entendeu como sendo elemento caracterizadorde abuso de poder econômico, neste e em outros casos, sob pena de

violação ao princípio da motivação dâs decisões judiciais (CPC,

artigos 165 e 485, II; CF, art. 93, IX), artigo 535 do CPC e ospdncípios da razoabiÌidade, proporcionaLidade e isonomia.

Obser-ve-se, ademais, que a apreciaçáo da cFìestão fático-probatória se laz imprescindivel, haja vista que o Regional é soberanona apreciaçáo da prova dos autos, o que exige análise minudente de

seu conteúdo, e que não pode ser consideradâ como prequestíonadac matorìJ quc rìio , onsÌo em .r órdêo,

Assim, os presentes embargos declaratórios devem seracolhidos para o fim de que essa Colenda Corte se manifeste quântoà avâliaçáo da prova dos antos-

Prequestiona-se aindâ, quanto ao ponto, violaçào ao art458, inc. II, do Cócligo de Processo Civil, em que se impõe ao órgãojudicante o dever de firndâmentâr suas decisões.

_III-DA NECESSIDADE DE ACOLHIMENTO DOS EMBARGOS DE

DECLARAçÃO, SOB PENA DD VIOLAçÃO AO

ART. 275 DO CóDIGO ELEITORAL

Cabe referir, "in lme", que a rejeição dos presentes

embargos declâratórios poderá configurar violação aos arL- 275 doCódigo Eleitoral, eis que as matériâs acerca das quais se pretendepronunciamento explÍcito, conquanto sejam indispensáveis paÍa o

desLinde do caso) estão omitidas no v. Acórdão Embargado.

Não se pretende, por meio dos presentes embargos, imporum questionário â esse Regional, mas sim provocar o

pronunciarÌÌento sobre temas autônomos e suÍicientes, que são

indispensáveis ao deslinde do câso e que, sem tal providência, nãopoderão, eventualmente, ser rediscutrdos juntos âos TSE.

Impende sopesar que o Supeíior Tribunal Justiça possuijurisprudência no sentido de que "o juiz náo se vincula ao dever dc

responder a todas as consider:ações postas pelas partes, desde que játenha encontrâdo, (...), motivo sufiiciente para embasar a suadecisão, não estândo obdgado a ater-se aos fundamentos por elasindicados e muito menos a responder a cada item de suascolocações"1, Ínê.s, a contraia sensa, se os fundamentos por slutilizados não forem sÌrficientes, como ir cas4, para respaldar asconclusões contidas no Acórdão, cumpre-1he enfrentar as questõespostas pelas partes, quanto mais se elas sào causas autônomas paraa definição da pr:ocedênciâ ou improcedência da demanda.

Nessa ordem de idéias, o órgão julgador só pode se

esquivar de emitir pronunciamento acerca dos pontos levantados nosembargos quando os fundamentos contidos na decisão embargadasejam suficientes, por si só, pârâ jÌrstificar a manutençáo julgado.

Náo é, frise-se bem, o que se pâssa no caso presente, posto que todosos pontos levântados nos presentes embargos sâo de ordem taÌ que,

1 SlìJ-4.4'fiIma, REsp. n. 31.91s/RS, Ìel. Min. CÉSAR ASFOR ROCHÂ, Ì. 20.os.1997, DJU04.44.1997, p. 34.775, Reús1a cle prccessÒ91/36r.

configurada a violação a qualquer dos dispositivos legais invocados,se fará necessária a reforma do julgâdo. A decisào embargada náopode, assim, subsistir sem que sejâm enfrentadas e superadas asmatérias omitidâs no primeiro julgamento, que não são apenasrelevantes, mas ainda indispensáveis, à soluÇáo da lide.

-rv-DO PEDIDO

Ante o exposto, demonstrada ajuridicidade das presentesrazões, que os presentes embargos de declaração se.jam acolhìdos _

reclius, conhecidos e proúdos - para o fim de se que essa Colendaaprecle as omìssões indicadas, ainda que o faça para reputar asalegações apresentadâs para o Embargante.

Requer se, ainda, que por ocasião do enfrentamento dasquestões postas, hajâ manifestamente explÍcito a respeìto dosdisposil-ivos legais indicados como violados, a fim de que osEmbargantes possam ter acessoJ se for o caso, ao Tribunal SuperiorEleitoral, mediante â interposiçào dos recursos cabiveìs.

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