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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU REUSO DAS ÁGUAS CINZAS E CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS EM ÁREAS RESIDENCIAIS. ADRIANA LUIZA PALHARES BOTAS ORIENTADOR: Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2016. 2. 13. · reuso das Águas cinzas e captaÇÃo de Águas pluviais em Áreas residenciais. adriana luiza palhares botas orientador:

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

REUSO DAS ÁGUAS CINZAS E CAPTAÇÃO DE ÁGUAS

PLUVIAIS EM ÁREAS RESIDENCIAIS.

ADRIANA LUIZA PALHARES BOTAS

ORIENTADOR:

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro 2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em (Sistema de Gestão Integrado/ QSMS). Por: Adriana Luiza Palhares Botas.

REUSO DAS ÁGUAS CINZAS E CAPTAÇÃO DE ÁGUAS

PLUVIAIS EM ÁREAS RESIDENCIAIS.

Rio de Janeiro 2016

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Todo Poderoso Deus, aos meus pais, ao meu marido e ao meu filho por todo amor e compreensão.

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DEDICATÓRIA

Dedico ao meu filho Pedro Davy Palhares Botas por ser a minha inspiração de vida e o motivo da minha luta.

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RESUMO

Este trabalho vem nortear a questão sobre o reuso das águas cinzas

e o aproveitamento da água da chuva como forma de prevenir a escassez da

água no Rio de janeiro. Em um âmbito geral, há muito se tem discutido sobre

esse tema e a importância na economia de um bem que se teme no futuro ser

a causa dos grandes conflitos mundiais. A escassez de água nos grandes

centros urbanos, onde a demanda está cada vez maior e tende a suplantar a

oferta, vem sendo motivo de alerta. A reutilização das águas cinzas e o

aproveitamento das águas pluviais vem corroborar a possibilidade desse

reaproveitamento se realizar de forma eficiente e sustentável, sem agredir ao

meio ambiente e de forma que no futuro não venhamos a ser reféns desse

recurso natural. O reuso das águas cinzas para fins menos nobres vem

colaborar com a redução de gastos e com a preservação dos nossos aquíferos.

A captação da água da chuva como um recurso racional e auto sustentável,

sendo utilizada como uma fonte alternativa nas atividades domésticas de uso

não potável.

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METODOLOGIA

O trabalho desenvolvido seguiu os preceitos do estudo exploratório

através da pesquisa bibliográfica, a qual foi realizada por meio de materiais já

elaborados, livros e artigos científicos. Foram utilizados livros que abordaram a

temática de estudo, sendo Plínio Tomaz, Bianca Bazzarella, Luiz Augusto

Rodrigues da Luz, os autores principais utilizados para a elaboração desta

monografia.

Também foram utilizadas como fontes de investigação teórica,

outras fontes de pesquisa como: internet, jornais, cartilhas, entre outros.

Foi realizada uma leitura exploratória de todo o material reunido para

a elaboração deste trabalho e a partir daí selecionado o material de interesse

para a realização de uma leitura seletiva, a qual foi aprofundada nas partes que

mais interessavam no material de consulta.

Após essas etapas, foi realizada uma leitura analítica a fim de que o

trabalho pudesse ser ordenado e sumariado a partir das fontes consultadas, de

forma que estas possibilitem respostas ao problema da pesquisa.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A Distribuição Hídrica 11

CAPÍTULO II

Reuso das Águas Cinzas 19

CAPÍTULO III

A Captação da Água das Chuvas 39

CONCLUSÃO 50

BIBLIOGRAFIA 51

ÍNDICE 57

ÍNDICE DE FIGURAS 59

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho irá mostrar a reutilização das águas cinzas

provenientes do banho, louça e lavanderia e também a captação das águas

pluviais como recursos de sustentabilidade. Uma das possíveis alternativas

relevantes para prevenir a escassez seria o reuso das águas cinzas. Essas

águas provenientes do efluente doméstico podem ser reutilizadas de forma não

potável mas com o objetivo de reduzir a utilização de água potável em

atividades que podem ser utilizadas as águas cinzas sem qualquer dano.

É claro que a questão da reutilização implica em aplicação de

recursos, porém há muito que se considerar o preço das tarifas aplicadas à

água e o retorno desse investimento, não só a nível financeiro mas também

como preservação desse recurso. As novas construções e empreendimentos

imobiliários poderiam verificar o quão interessante seria já envolverem essas

questões em seus projetos. A captação das águas pluviais requer um

investimento ainda menor, porém muito interessante e vem se mostrando como

um recurso sustentável que pode gerar uma grande economia para quem o

utiliza, cerca de 60% de redução do valor da tarifa de água.

A questão central do trabalho gira em torno da pergunta: De que

forma é possível realizar a reutilização das águas originárias de efluentes

residenciais (águas cinzas e pluviais) de forma eficiente, compatibilizando o

produto tratado com o meio-ambiente e com o fim que se destina? Cada vez

mais somos impulsionados a buscarmos soluções inteligentes para essa

demanda que no futuro poderá ser a causa de grandes guerras. Como utilizar

a água de maneira racional e consciente e como reaproveitá-la de forma

abrangente e útil? São tantas questões que precisamos encontrar as repostas

para que num futuro bem próximo não venhamos a usufruir das consequências

drásticas de uma escassez em larga escala.

A reutilização das águas cinzas e das águas pluviais devem ser

tratadas de forma prioritária e considerada como uma das respostas para um

problema em potencial que num futuro bem próximo poderemos vir a enfrentar

e como forma de garantir a sustentabilidade dos recursos naturais.

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Há muito tempo não se trata a água como um recurso inesgotável e

renovável, já se considera a água como possível causa das nossas futuras

guerras mundiais e já se cogita ser o “ouro” do terceiro milênio. A questão é

grave e necessita de atenção máxima pois precisamos garantir a viabilidade

dos nossos recursos sob pena de extingui-los.

O objetivo desse trabalho é mostrar que além de possível é

ecologicamente e financeiramente interessante tratarmos os nossos efluentes,

reutilizarmos as nossas águas, tratarmos esse recurso de extrema necessidade

com a relevância e importância que se deve ter. Apresentar as várias formas

que temos disponíveis para tratar, aproveitar, reaproveitar, minimizar impactos,

e agir de forma consciente em relação à utilização e à reutilização das águas

provenientes dos efluentes domésticos e pluviais.

A razão que move esse estudo se traduz num incômodo pessoal em

ver o desperdício de recurso das águas pluviais e o não aproveitamento das

águas residuais geradas a partir de processos domésticos (banho, louça,

lavagem de roupa). O quão interessante seria se pudéssemos minimizar o

impacto desses despejos no meio ambiente, através do tratamento desses

efluentes, tornando a água potável ou pelo menos em condições de

reutilização. A água da chuva também poderia ser aproveitada de forma

inteligente, realizando a captação da mesma e destinando para a utilização de

diversas formas no âmbito residencial.

A estrutura do trabalho está dividida em 03 capítulos. Inicialmente no

primeiro capítulo iremos tratar sobre a escassez da água, a má distribuição

hídrica, o seu gerenciamento e a sua conservação. Veremos que o uso

inadequado deste recurso vem de encontro com a disponibilidade do mesmo

no meio ambiente. Em tese temos tanta água, porém quando vamos quantificá-

la, vemos que a água disponível para utilização no planeta está cada vez

menor. É preocupante quando nos deparamos com os dados, é preciso

envolver o poder público juntamente com a população para que programas

sejam desenvolvidos e o uso consciente da água seja incentivado.

No segundo capítulo veremos que o reuso das águas cinzas se

mostra como uma possiblidade factível e uma opção correta no ponto de vista

ambiental. O reuso diminui o lançamento de efluentes no nosso meio ambiente

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e diminui a utilização da água potável em tarefas em que a água de reuso pode

ser facilmente utilizada. Porém há de ser levada em conta a questão da saúde

pública em relação à água de reuso. Vemos que o reuso pode trazer uma

economia de cerca de 30% em relação ao consumo de água. Estudos nos

mostram que 29% das águas consumidas em residência são destinadas para

as descargas sanitárias e 28% para a utilização em chuveiro, sendo assim, as

águas provenientes da pia do banheiro e do banho podem perfeitamente suprir

a demanda das bacias sanitárias e também serem utilizadas em outras

atividades.

No terceiro capítulo iremos tratar da captação da água da chuva que

no cenário atual vem se mostrando como uma oportunidade autossustentável e

infinita de aproveitamento da água. São muitos os projetos que se colocados

em prática, estaremos diminuindo o volume dos efluentes lançados ao meio

ambiente, já que aproveitando a água da chuva, parte do volume de água

estará sendo utilizado antes de se tornar efluente e necessitar de um

tratamento mais dispendioso. Construções modernas, conscientização dos

governantes, incentivo aos diversos tipos de reuso, são grandes passos para a

construção de um futuro mais tranquilo no que se refere à crise hídrica.

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CAPÍTULO I

A DISTRIBUIÇÃO HÍDRICA

Quando olhamos para os oceanos, rios e lagos, parece que o nosso

planeta tem muita água. Sabemos que ¾ da terra é coberto por oceanos,

desse montante aparentemente grande, temos 97,5% de água salgada

(oceanos e mares) e somente 2,5% de água doce no planeta, sendo esta

última distribuída em 68,9% de geleiras, 29,9% de água subterrânea, 0,3% de

lagos e rios e 0,90% de outros reservatórios (pântanos, umidade do solo,

atmosfera, etc). Cerca de 1,8% da água doce do planeta é encontrada em

estado sólido, formando grandes massas de gelo nos pólos e geleiras nos

altos das montanhas muito elevadas. Dessa parcela de apenas de 2,5% de

água doce do planeta, 2,493% é de difícil acesso (geleira, subterrânea) e

somente 0,007% de água apresenta fácil acesso.

De acordo com Luz (2005) que diz que:

A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida e de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado no art.30 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (LUZ, 2005, p.2).

A figura 1 mostra a disponibilidade de água no planeta Terra e como ela está subdividida.

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Figura 1 – Disponibilidade Hídrica (extraída do site SLIDESHARE, 2010)

Vimos a partir deste contexto que a quantidade de água doce do

planeta é muito limitada e o quanto precioso é esse bem. O Brasil apresenta

11% do recurso hídrico mundial, sendo que 80% da água doce se encontra na

região amazônica e os outros 20% divididos pelo restante do país. Segundo

estudos realizados, no Brasil uma pessoa consome de 50 a 200 litros de água

ao dia. Esse consumo da água tem a sua distribuição entre chuveiros, bacias,

torneiras, máquinas de lavar, etc.

Ao observarmos o quanto nos sobra de água potável chega a

parecer assustador. O crescimento populacional de forma desordenada e o

conseqüente aumento da demanda de água nos leva a uma possível crise

hídrica a nível mundial até 2050. Aliada a essa questão, há de se observar que

a água é muito mal distribuída no planeta. Onde temos disponibilidade do

recurso, temos poucos habitantes, onde temos escassez, temos muitos

habitantes. É preciso atentar que a humanidade já faz uso da água presente

nos lençóis subterrâneos, o que representaria uma reserva para um futuro não

distante.

É preciso reestabelecer o equilíbrio entre a oferta e a demanda de

água, para que desta forma possamos garantir a nossa sustentabilidade. Na

gestão dos recursos hídricos: o reuso, a reciclagem, a gestão da demanda, a

redução de perdas e a minimização da geração de efluentes, já fazem parte

das práticas associadas às práticas conservacionistas.

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1.1 A Escassez da Água

De acordo com o Relatório anual das Nações Unidas, as previsões

são terríveis para o futuro da humanidade. Segundo previsões da ONU, em

2050 mais de 45% da população já não irá poder contar com a parcela mínima

individual de água para suprir as suas necessidades básicas. Atualmente já

temos mais de 1 bilhão de pessoas sem acesso à água doce. As estatísticas

projetam um caos em pouco mais de 40 anos quando a população atingir aos

10 bilhões de habitantes. Já se supõe que a próxima guerra mundial será

motivada pela água e não mais pelo petróleo. A quantidade de água em nosso

planeta se for comparada com a massa total da Terra, pode até parecer pouca,

mas foi suficiente para que se formasse toda bio-diversidade na terra.

A figura 2 nos mostra através das indicações do tamanho da gota, o

quanto temos de água no planeta. A gota maior representa toda a água do

mundo, a do meio toda a água doce e a menor a água doce dos rios e lagos da

terra.

Figura 2 – Representação da Quantidade de Água do Planeta (extraída do site

SLIDESHARE, 2010)

Em decorrência de tudo que se cogita em relação à água, alguns

países já pensam na venda de grandes volumes de água para os países mais

necessitados. Cabe aos países com maiores carências, se preocuparem com a

captação, armazenamento e preservação das reservas de água.

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1.2 O Gerenciamento da Água

O gerenciamento da água deve ser encarado como o grande

problema da humanidade e não o desaparecimento da mesma. O consumo

excessivo, as perdas desnecessárias, a inviabilidade de utilização causada

pela poluição, devem ser fatores de preocupação por parte dos governos.

No Brasil 70% de nossos recursos hídricos estão no Norte, onde a

população é bem menor, apenas 3% estão no Nordeste e 6% no Sudeste,

onde a população é bem maior e exige grande demanda.

Já está presente na maioria dos Estados do Brasil, a Política

Nacional de Recursos Hídricos, através da lei federal 9.433/97(Lei das Águas),

a qual tem como objetivo assegurar a disponibilidade de água de qualidade às

gerações presentes e futuras, promover uma utilização racional e integrada dos

recursos hídricos e a prevenção e defesa contra eventos hidrológicos (chuvas,

secas e enchentes), sejam eles naturais ou decorrentes do mau uso dos

recursos naturais.

Há de se ter a consciência comum de que a água é um bem finito,

da importância da sua valorização, da participação mútua do poder público e

sociedade e da preservação e gerenciamento das bacias hidrográficas.

1.3 Disponibilidade da Água

Há tempos se procuram medidas que contribuam para a

manutenção da quantidade de água disponível. O homem não faz desaparecer

a água na natureza, porém pode mudá-la de lugar. Somente 0,007% de água

disponível no planeta é apropriada para o consumo humano, sendo que

apenas 8% está destinada ao uso individual.

Segundo Luz (2005), vale lembrar que embora muitos digam que

não se produz água, isso é incorreto, visto que a reação global dos

hidrocarbonetos (não só dos alcanos), produz água na forma de vapor. Essa

água produzida é somada ao fenômeno hidrogeológico e incorporada ao

sistema.

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Luz (2005, p.81) ainda afirma que “a água continua sendo a variável

central de nossa equação, pois, mesmo com o Sol e a teórica infindável fonte

de energia, o que utilizaríamos no lugar dela?”

A figura 3 mostra o ciclo hídrico. Todas as etapas que a água

participa dentro de um ecossistema.

Figura 3 – Disponibilidade Hídrica (extraída do site SLIDESHARE, 2010)

Segundo Tomaz (2008), o Brasil é o país detentor de 10% de água

doce do mundo, sendo considerado rico em água. Possui disponibilidade

hídrica estimada em 35.732 m³/hab/ano.

O Brasil apesar de possuir grande disponibilidade de recursos

hídricos, eles não estão distribuídos de maneira uniforme. Onde se tem uma

maior densidade demográfica se tem menos água.

1.4 Programa de Conservação de Água

Tomaz (2008) define as medidas aplicadas para a conservação da

água de uso urbano como convencionais ou não convencionais. As medidas

convencionais incluem: mudanças nas tarifas, correção de vazamentos nos

sistemas de distribuição de água e em residências, redução de pressão nas

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redes, leis sobre aparelhos sanitários, educação pública, reciclagem e reuso de

água. Já as medidas não convencionais englobam: uso de águas cinzas, uso

de água da chuva, dessalinização, vasos sanitários com câmara para

compostagem (mais conhecidas nos EUA) e aproveitamento de água de

drenagem do subsolo em prédios de apartamentos.

Para implementar um programa de conservação de água, é

necessário conhecer como é a distribuição do consumo de água doméstico,

que apresenta bastantes variáveis como: tipos de edificações, usuários

envolvidos e etc.

Na figura 4 podemos ver o consumo de água residencial em seus

diversos tipos de utilização.

Figura 4 – Consumo de água Residencial (extraída do site SLIDESHARE, 2010)

Os dados apontam que 60% do consumo de água de uma

residência é destinado aos chuveiros, bacias sanitárias e lavatórios, e os

outros 40% destinados a máquinas de lavar roupas, lavanderia, vazamentos e

outros.

Diante desses valores de consumo, são propostas ações com

enfoques diferentes, nos seguintes âmbitos: tecnológico, comportamental ou

de gestão de água.

Na questão de gestão de água, existem alguns equipamentos

sanitários que contribuem com a redução do consumo de água tais como:

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ü Temporizador para chuveiros - reduz o tempo do banho

cortando o fluxo de água por alguns minutos. Cada minuto a menos no banho,

reduz cerca de 23L no consumo de água.

ü Mecanismo de meia descarga ou descarga total, que

possui um sistema de acionamento independente para duas funções,

consumindo três ou seis litros por acionamento.

ü Temporizador para torneiras de lavatórios, garantindo

uma economia de 70% no consumo de água.

Já como ações comportamentais em relação à gestão da água, o

usuário deve ser informado sobre o mau uso da água e sobre as formas de

combater o desperdício.

No âmbito das ações governamentais cabem ações de estímulo à

economia de água e adoção de medidas que reduzam o consumo de água.

Ações estas como:

ü criação de lei que obriga a cobrança de tarifa de água e

esgoto feita por medidor individual

ü Redução do valor das tarifas de água para aqueles que

reduzirem o consumo de água e se mantiverem abaixo ou dentro da média de

consumo previamente estabelecidas.

ü Criação de programas de conscientização, mostrando os

benefícios que a conservação da água agrega à população no âmbito

ambiental e financeiro.

Conforme o SindusCon-SP, (2005), a conservação da água é

qualquer ação que:

ü reduza a quantidade de água extraída em fontes de suprimento;

ü reduza o consumo de água;

ü reduza o desperdício de água;

ü aumente a eficiência do uso de água; ou, ainda,

ü aumente a reciclagem e o reuso de água.

Ressalte-se ainda que, além de economizar água, um programa de

conservação de água bem sucedido resulta em conservação de energia, menor

produção de esgoto sanitário e na proteção dos mananciais de água

(GONÇALVES, 2006).

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Ainda em relação à redução de consumo vemos que um simples

vazamento, aparentemente inofensivo em termos de gastos, pode ocasionar

perdas significativas ao longo do dia. De gota em gota o desperdício pode ser

imenso. Já uma torneira mal fechada resulta em um prejuízo enorme.

A figura 5 nos mostra o volume de água perdido em um vazamento

residencial.

Figura 5 – Vazamentos de Água (extraído do site GALERIA DO METEORITO,

2014)

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CAPÍTULO II

REUSO DAS ÁGUAS CINZAS Segundo Fernandes et al (2006) que define o conceito de reuso da

água como sendo a reutilização da água, que após sofrer tratamento

adequado, pode ser utilizada para diferentes propósitos com o objetivo de se

preservar as reservas hídricas e de garantir a sustentabilidade. Há de se

ressaltar que o conceito de reuso, racionalização e reutilização dos recursos

hídricos podem contribuir significativamente para a preservação do recurso. Já

para Bazzarella (2005, p.25) “a água é um recurso natural renovável, graças ao

ciclo hidrológico, mas de volume finito”.

Como fontes alternativas de água para o uso urbano deve-se levar

em conta o impacto ambiental e a interferência direta nos mananciais.

De acordo com a definição de Paz, Teodoro e Mendonça (2000)

sobre o reuso da água onde é dito que:

O conceito de uso eficiente de água inclui qualquer medida que reduza a quantidade que se utiliza por unidade de qualquer atividade, e que favoreça a manutenção e a melhoria da qualidade da água. Este uso eficiente está relacionado a outros conceitos de manejo atual dos recursos ambientais, sendo básico para o desenvolvimento sustentável e assegurando que haja recursos suficientes para as gerações futuras. (PAZ, TEODORO E MENDONÇA, 2000, p. 469)

Segundo as considerações de Nogueira (2003):

torna-se imprescindível o uso racional da água. O destino da água em casa no Brasil, cerca de 200 litros diários, é: 27% consumo (cozinhar, beber água), 25% higiene (banho, escovar os dentes), 12% lavagem de roupa; 3% outros (lavagem de carro) e finalmente 33% descarga de banheiro. (NOGUEIRA, 2003, p.51)

Nas residências se existissem duas redes de água, uma reusando

água cinza (que são as águas resultantes de lavagens e banho) para

descargas sanitárias, seria possível economizar 1/3 de toda água.

Para Dantas e Sales (2009), o reuso nada mais é do que uma das

possibilidades para reverter o problema da escassez e unir o comprometimento

social e ambiental, ou seja, a cooperação entre usuários, atividade industrial e

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agrícola são potenciais fontes restauradoras de água, por meio de

planejamento e aplicação da legislação ambiental.

Como forma de economizar a água na habitação é necessária a

implantação de redes de distribuição separadas, sendo uma exclusiva para

água potável e a outra para água de reuso.

É inevitável a conscientização, quando o contexto é a água, a

escassez deste recurso não pode ser considerada apenas atributo exclusivo

das regiões áridas e semi-áridas. Atualmente, nos conglomerados urbanos a

demanda é tão elevada que, mesmo possuindo recursos hídricos em

abundância, existe o problema da escassez, o que influencia diretamente no

desenvolvimento econômico e na qualidade de vida da população.

2.1 Águas Cinzas

A Água Cinza conforme define o Manual da FIESP (Brasil et al, 2005) é :

o efluente doméstico que não possui contribuição da bacia sanitária e pia de cozinha, ou seja, os efluentes gerados pelo uso de banheiras, chuveiros, lavatórios, máquinas de lavar roupas.(BRASIL ET AL, 2005, p.58)

A reutilização das águas cinzas no âmbito residencial diminui o

consumo da água potável na cidade. Os contaminantes do solo também são

diminuídos.

As águas cinzas possuem elementos variáveis de acordo com os

pontos de contribuição selecionados e dependem das inúmeras atividades

domésticas associadas. Portanto, é possível separar os efluentes de um

conjunto de aparelhos sanitários, de acordo com suas características físico-

químicas e biológicas de seus efluentes em função dos usos pretendidos. O

tratamento que geralmente se emprega para o reuso de águas cinza é o

biológico, com posterior armazenamento da água tratada em um reservatório

de volume adequado, sendo completamente separada das instalações

hidráulicas de uso potável, sem conexão cruzada entre elas.

As águas cinzas são utilizadas para finalidades menos restritivas

quando compradas às águas de chuva devido à presença de alguns

contaminantes em sua composição. Um tratamento utilizado para água cinza

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em edificações é conhecido como zona de raízes, leito cultivado construído ou

wetland. É um sistema biológico em que se utiliza vegetação de áreas

alagadas, resistentes aos macro e micronutrientes e aclimatadas as condições

locais. Ocorrem, assim, sedimentação e processos biológicos que promovem a

redução da carga orgânica. Podemos ver na figura 6 um projeto de zona de

raízes.

Figura 6 – Zona de Raízes (Extraída do site IPEFA, 2015) Quando adequadamente tratada a água cinza pode ser fonte de

recursos muito úteis para hortigranjeiros e outras atividades agrícolas e

domésticas. Também pode ser útil para planejadores e construtores de

paisagismo por causa das vantagens do tratamento de águas cinzas “in situ”.

Em verdade, o fósforo, o potássio e o nitrogênio que são elementos de poluição

de lagos, rios e lençol freático, quando a água cinza é lançada in natura, estes

mesmos se tornam fontes de nutrientes para plantas e vegetação em geral

quando esse tipo de esgoto é disponibilizado para irrigação.

De acordo com FIORI et al. (2006), se o uso da água cinza do

chuveiro for exclusivamente para a descarga das bacias sanitárias, acredita-se

que, com um tratamento simples como filtração e desinfecção, a água cinza

possa ser reutilizada sem maiores problemas e com economia para o usuário e

para as concessionárias, o que pode contribuir também com a preservação

ambiental com reflexo nas gerações futuras, minimizando a carga de esgotos

nos rios. Dessa forma, um recurso tão importante quanto à água potável será

reservado apenas para outros fins mais importantes.

Veja os benefícios da reutilização de água cinza:

Page 22: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2016. 2. 13. · reuso das Águas cinzas e captaÇÃo de Águas pluviais em Áreas residenciais. adriana luiza palhares botas orientador:

22

• Diminui a demanda de uso da água tratada;

• O processo de tratamento da água cinza é altamente eficiente e pode ser

instalado em áreas que seriam inadequadas para o tratamento convencional;

• Resulta em menos uso de energia e produtos químicos;

• Recupera o lençol freático e ajuda no crescimento de plantas;

• Evita a poluição de outras águas;

• Faz uso de nutrientes de outra forma inutilizados;

• Pode ser reutilizada para regar o jardim, lavagem de pisos e em descargas.

O interesse pelo sistema de reuso que ainda é pequeno se deve ao

preconceito de utilização de água proveniente do efluente do esgoto doméstico

e, também, ao maior risco de contaminações associado ao sistema de

manutenção que possam promover danos à saúde dos usuários diretos e

indiretos do sistema. Um sistema de reuso concebido de forma adequada, mas

operado de forma inadequada diminui a eficiência de tratamento e eleva os

riscos de danos à saúde pública e de degradação do ambiente (SILVA et al.,

2010).

No contexto doméstico, as águas cinzas, que se constituem em uma

fonte alternativa para suprimento de água em períodos de escassez ou

aumento de preço do insumo, apesar de serem menos contaminadas do que o

esgoto sanitário bruto, necessitam de tratamento adequado visando seu reuso

com segurança para a população (RAPAPORT, 2004).

2.2. Sistemas de Água nas Residências

As águas nas habitações podem ser divididas, de acordo com

parâmetros de qualidade e utilização em:

• Água Potável;

• Água Pluvial;

• Águas Cinza;

• Águas negras ou esgoto;

- Água Potável - água para consumo humano cujos parâmetros

microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de

potabilidade e que não ofereça riscos à saúde. Ela pode ser oferecida com ou

sem tratamento prévio dependendo da origem do manancial.

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- Água Pluvial -é a água provinda das chuvas, que é coletada pelos

sistemas urbanos de saneamento básico nas chamadas galerias de águas

pluviais ou esgotos pluviais e que pode ter tubulações próprias (sendo

chamado, neste caso, de sistema separador absoluto, sendo posteriormente

lançadas nos cursos d'água, lagos, lagoas.

- Águas cinzas - é qualquer água residual, ou seja, não-industrial, a

partir de processos domésticos como lavar louça, roupa e tomar banho. A água

cinza corresponde a 50 a 80% de esgoto residencial. É um composto residual

gerados a partir de todas as casas saneadas, exceto dos vasos sanitários (que

são águas negras).

- Águas Negras ou de esgoto - a água descartada que possui

matéria fecal e urina. É assim chamada pela grande quantidade e composição

dos seus produtos químicos e contaminantes biológicos, e por ser mais difícil

de ser reciclada.

2.3 Sistema de Reuso de Águas Cinzas Para a utilização de um sistema de reuso alguns pontos devem ser

verificados:

• O sistema hidráulico deve estar bem identificado e separado do sistema de

água potável

• Os pontos de acesso à água de reuso devem ter acesso restrito e estarem

identificados adequadamente

• Os reservatórios utilizados na armazenagem da água de reuso devem ser

específicos para esse fim

O primeiro passo para a utilização das águas cinzas é a verificação

do sistema de distribuição dessa água que deve obedecer à Norma NBR 5.626

que estabelece às exigências e recomendações para a realização do projeto.

Assim como no sistema de distribuição, o sistema de coleta deve

obedecer à Norma 8.160 que estabelece além das exigências e

recomendações em relação ao projeto, a execução e manutenção dos

sistemas de esgotos, garantindo desta forma higiene, saúde e conforto aos

usuários.

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O que incentiva a alternativa de reuso das águas cinzas é o fato que

o sistema de tarifação multiplica o que foi consumido por dois, considerando o

consumo de água e o que foi gerado de esgoto. Desta forma ao aproveitar um

litro de água, estaremos economizando o equivalente a dois litros, preservando

a água potável para fins mais nobres.

2.3.1 Tratamento das Águas Residuais

O sistema de Tratamento das águas residuais utilizadas nas

instalações hidro-sanitárias consiste na captação, tratamento, armazenamento

e distribuição. Essas águas residuais são as provenientes de chuveiros, pias e

máquinas de lavar roupa.

Para a captação é necessário a instalação de uma tubulação de

esgoto independente, que deve ser direcionada para um sistema de

tratamento. O grau de tratamento que deve ser dado à água vai depender do

tipo de efluente e do destino que será dado a ele.

As águas que foram contaminadas com muita matéria orgânica,

deverão ter um tratamento de maior complexidade através de caixa de gordura,

fossa séptica, filtro anaeróbio, etc. Já as águas com pouca matéria orgânica, o

tratamento poderá ser realizado por zona de raízes (wetlands).

O Brasil é carente de normas e diretrizes que definam plenamente

os conceitos, parâmetros e restrições ao reuso das águas servidas em

residências, indústrias e comércio. No entanto, pode-se extrair alguns

parâmetros das normas fornecidas pela ABNT (Associação Brasileira de

Normas Técnicas).

De acordo com a norma (NBR 13969, 1997), que afirma que:

No caso do esgoto de origem essencialmente doméstica ou com características similares, o esgoto tratado deve ser reutilizado para fins que exigem qualidade de água não potável, mas sanitariamente segura, tais como irrigação dos jardins, lavagem dos pisos e dos veículos automotivos, na descarga dos vasos sanitários, na manutenção paisagística dos lagos e canais com água, na irrigação dos campos agrícolas e pastagens. (ABNT NBR 13969, 1997).

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A NBR13969 (1997) ainda fornece uma classificação para as águas

residuais baseada na qualidade requerida:

• Água residual doméstica: provenientes de efluentes residenciais;

• Água residual Industrial: resultante de processos de fabricação;

• Água de infiltração: resultam da infiltração nos coletores de água existente

nos terrenos;

• Águas urbanas: resulta de chuvas, lavagem de pavimentos, regas, etc.

2.4 Reuso da Água do Banho na Descarga Sanitária

O consumo de água de um chuveiro pode variar de 6 a 25 litros por

minutos, dependendo da pressão da água. Um banho de ducha com torneira

meio aberta por 15 minutos representa um gasto de 135 litros (casa) e 243

(litros) num apartamento, já um banho de chuveiro gasta 45 litros de água

(casa) e 144 litros (apartamento). Esses números se traduzem em uma grande

economia, quando essa água é recolhida para reuso e não é desperdiçada.

Conforme define a NBR 13.969 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

NORMAS TÉCNICAS, 1997), o reuso deve ser planejado para que o seu uso

seja seguro e racional e minimize o custo para implantação e operação.

Segundo o SindusCon-SP (2005), a água para ser utilizada em bacia sanitária:

• Não deve apresentar mau cheiro

• Não deve ser abrasiva

• Não deve manchar superfícies

• Não deve deteriorar os metais sanitários

• Não deve propiciar infecções ou a contaminação por vírus ou bactérias

prejudiciais à saúde humana.

Através da correta desinfecção da água cinza consegue-se a

inativação dos microorganismos patogênicos presentes na água (MAY, 2009).

Quanto ao uso de cloro (MAY, 2009), orienta que uma cloração constante pode

gerar um odor muito forte e uma cloração insuficiente por mais de 24 horas,

pode gerar odores ofensivos.

O cloro residual, que por definição é a quantidade de cloro que deve

permanecer na água até a sua utilização final, de forma a evitar a presença de

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organismos patogênicos deve ser entre 0,5 mg/L a 3,0 mg/L. Esse controle é

de suma importância para a utilização dessa água.

Na figura 07 temos um sistema de reuso de água do banho para

utilização na bacia sanitária.

Figura 07 – Sistema de reuso residencial da água do banho (extraída do site SOCIEDADE DO SOL, 2015)

2.5 Reuso da Água da Máquina de Lavar e da Pia do Banheiro

A tarefa de lavar roupas é uma tarefa que consome grande

quantidade de água num ambiente doméstico.

A máquina de lavar consome cerca de 2.520 litros de água ao mês,

enquanto que a descarga sanitária consome em média 4.320 litros, para

termos ideia do elevado consumo de água limpa desperdiçado nas descargas.

Normalmente a água da máquina de lavar apodrece muito mais

rápido do que a água do banho, por isso seu uso é menos indicado nas bacias

sanitárias, sendo somente aconselhado quando o volume gasto com as

descargas for maior que o volume recolhido no banho. A tarefa de lavar roupas

chega a consumir 200 litros em cada lavagem. A água da máquina de lavar

destinada ao reuso deve ser utilizada num período de até 48 horas pois após

esse período começa a exalar odores desagradáveis, já que tem a presença de

sabão, amaciante, cabelo, sujeira, células mortas da pele gerando um acúmulo

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de bactérias e fazendo com que a decomposição ocorra mais rapidamente. Se

for utilizado 03 ciclos de lavagens, aconselha-se que o 1º ciclo seja descartado

devido a grande presença de matéria orgânica. O último ciclo por se tratar de

uma água mais limpa pode até ser usado na 1ª etapa de uma próxima lavagem

ou em outras atividades domésticas.

A água originária desse reuso pode ser utilizada na limpeza de

quintais, pisos, garagens, entre outros. Veja logo a seguir na figura 08 um

modelo de sistema de reuso residencial da água da máquina de lavar.

Utilizando materiais baratos e de fácil montagem é possível obter

uma redução de até 30% do consumo de água potável sem a aplicação de

tecnologias complexas e sem perigo para a saúde do usuários.

Figura 08 – Modelo de sistema de reuso residencial da água da máquina de lavar (extraída do site DOCOL, 2015)

No caso da utilização da água da pia do banheiro, a água deve ser

armazenada e filtrada em filtro de carvão para que fique isenta de odor e

resíduos. A mangueira ou sifão deve ser trocada regularmente e deve ser

constantemente higienizada. Em média, os modelos de bica sem controle

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automático tem vazão de 9 litros por minuto, o que representa 12 litros por dia

pra quem usa 4 vezes por dia por 20 segundos.

A água da descarga é limpa e pode ser substituída por uma água

menos nobre em termos de potabilidade. A água da pia do banheiro originária

da lavagem das mãos e da escovação dos dentes, pode ser facilmente

reutilizada na descarga sanitária.

Veja na figura 09 como seria um esquema residencial de reuso da

água da pia do banheiro.

Figura 09 – Sistema de Reuso residencial da água da pia do banheiro (extraída do site CASA SUSTENTÁVEL, 2015)

Ainda é possível no caso das novas construções realizar adaptações

que já tragam em seus projetos esquemas simples de reuso, que para o

consumidor irão refletir em economia de valores significativos.

Observe na figura 10 uma forma de adaptação da pia do banheiro

em que não é necessária a aplicação de grandes recursos.

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Figura 10 – Sistema de Reuso de água da pia na descarga sanitária (EXTRAÍDA DO SITE G1 DA GLOBO, 2015)

2.6 Efeitos Sanitários e Ambientais do Reuso

As águas de reuso possuem componentes químicos e

microbiológicos que não são totalmente removidos ou inativados nas estações

de tratamento. O residual de alguns desses componentes pode constituir a

causa de alguns riscos para a saúde pública e para o ambiente. O controle

desses riscos baseia-se necessariamente no conhecimento da sua

proveniência e dos impactos sobre a saúde humana e no ambiente em geral.

A presença dos agentes químicos (substâncias químicas perigosas)

e biológicos (organismos patogênicos) na água destinada ao reuso é a

preocupação central dos seus principais usuários. A remoção dos

contaminantes dependerá da eficiência dos sistemas de tratamento, cuja

tecnologia, por sua vez, dependerá da qualidade desejada para a água a ser

produzida para reuso.

A água cinza apresenta carga orgânica comparável à de um esgoto

municipal de baixa a média carga, com as suas características similares ao

esgoto tratado a nível terciário, no que diz respeito à biodegradabilidade e

poluição física (Jefferson et al., 2004). Gonçalves e outros (2006) relatam que

algumas águas cinzas são mais biodegradáveis que o esgoto sanitário médio.

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Tais características podem provocar rápida diminuição do oxigênio

dissolvido, resultando numa condição de anaerobiose, com geração de odores

desagradáveis.

O efluente sanitário não é despejado na água cinza, porém há uma

considerável presença de coliformes termotolerantes na mesma. No entanto,

experimentos demonstraram que ocorre crescimento de microrganismos

indicadores na água cinza sob condições de anaerobiose, o que pode levar a

uma superestimativa do risco microbiológico do uso dessa água.

Em virtude das elevadas concentrações de micro-organismos

encontrados na água cinza, apresenta-se na figura 11, alguns dos principais

riscos à saúde associadas à presença de tais microorganismos.

Figura 11 – Riscos na utilização das Águas cinzas (extraída do site AMBIENTE BRASIL, 2015)

2.7 Viabilidade do Reuso

Para que se torne viável um sistema de reuso de águas residuais é

necessário prever ainda no projeto as tubulações e os espaços necessários

para colocação de tanques de tratamento e de armazenamento. Em função das

modificações exigidas nas instalações hidráulicas e da necessidade de local

específico para a central de tratamento, a implantação em edificações prontas

exige avaliação criteriosa, sendo mais fácil a implantação em empreendimentos

novos.

O custo da implantação desse sistema é determinado por variáveis

como o local da edificação, a vazão da água e a tecnologia escolhida para

tratamento dos efluentes. O retorno do investimento é obtido com a economia

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no consumo de água da concessionária e com a redução na utilização da rede

de esgoto. Outro ganho é ter uma fonte contínua de abastecimento.

No âmbito residencial, a reutilização individual é muito arriscada,

pois o proprietário pode desconhecer a necessidade de tratamento e controle

da qualidade da água, e acabar contribuindo para a proliferação de doenças de

veiculação hídrica.

O ponto de partida do empreendimento do sistema de reuso é o

balanço hídrico. No projeto são determinados os volumes necessários de água

potável e não-potável do condomínio ou casas. A partir daí projetam-se

tubulações separadas de coleta para as águas cinzas ou para os efluentes que

serão tratados para a reutilização. Essas tubulações levam as águas já usadas

para uma central de tratamento. Finalizado o processo de tratamento, as águas

são conduzidas de forma separadas da rede de água de reuso para os pontos

de consumo.

O encanamento utilizado no projeto não pode ser misto em hipótese

alguma. Cada tipo de água deve ter sua rede exclusiva

. Embora tenham destinações não-potáveis, os volumes residuais

devem ter sua qualidade monitorada. Ainda não existe no Brasil normalização

sobre o assunto. É preciso garantir parâmetros razoáveis para se ter algum tipo

de contato manual com essa água.

Devem ser realizadas análises periódicas a fim de controlar a

qualidade dos efluentes tratados. A frequência dessas análises é variável,

desde mensal até semestral, dependendo do tamanho do sistema e do tipo de

aplicação da água de reuso.

A operação envolve ainda o monitoramento do sistema de

tratamento e a disposição de resíduos oriundos desses processos. O

tratamento físico-químico depende da dosagem de uma série de produtos.

2.8 Consumo de Água Potável no Rio de Janeiro e as altas

tarifas da água

Segundo a CEDAE (2015), a crise hídrica no Rio de janeiro é causada

pela falta de chuva e a consequente falta d’água nos reservatórios que abastecem

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o estado. Uma peça-chave para entender o abastecimento não só do Rio, mas de

todo o Sudeste, é a Bacia do Paraíba do Sul, que abastece 77 municípios, sendo

66 no Rio e 11 em São Paulo. O sistema leva água diretamente para 11,2 milhões

de pessoas.

O Rio Paraíba do Sul resulta da confluência dos rios Paraibuna e

Paraitinga, que nascem no Estado de São Paulo, a 1.800 metros de altitude, na

Serra da Bocaina.

O curso da água percorre 1.150 km, passando por Minas Gerais e Rio

de Janeiro, até desaguar no Oceano Atlântico em São João da Barra (RJ). Os

principais usos da água na bacia são: abastecimento, diluição de esgotos, irrigação

e geração de energia hidrelétrica.

As águas de Funil também abastecem o reservatório de Santa Cecília, em Piraí

(RJ), que integrado a outros reservatórios de Ribeirão das Lajes, vai abastecer o

Sistema Guandu.

As reservas do Paraibuna, principal reservatório do Rio Paraíba do Sul,

ficaram abaixo do nível das hidrelétricas e, segundo a ANA, o reservatório passou

a operar o volume morto – que não tem capacidade para gerar energia.

Mas ainda há volume suficiente para ser transposto para a bacia hidrográfica do

Rio Guandu, que abastece de água mais de nove milhões de consumidores da

Região Metropolitana do Rio.

O Estado do Rio de Janeiro é hoje o maior consumo per capita de

água do país, segundo dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações

sobre Saneamento). Em 2013, os fluminenses consumiram cerca de 253,1

litros de água por dia, mais de duas vezes o recomendado pela ONU

(Organização das Nações Unidas), que considera suficientes 110 litros de água

por pessoa.

Segundo dados fornecidos pelo SNIS, a água desperdiçada apenas

ao longo de 2013 com vazamentos e ligações clandestinas no Rio de Janeiro

seria o suficiente para abastecer a capital fluminense durante mais de seis

meses.

Segundo levantamento feito pelo CEPAI (Centro de Pesquisas e

Analise da Informação) do Secovi-Rio, o Rio de Janeiro tem a conta de água

residencial mais cara, considerando-se a cobrança pela tarifa progressiva. Ou

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seja, entre a 1ª faixa de consumo (até 15m³) e a última faixa (acima de 60 m³) a

variação é de 700%. Em segundo lugar está o Ceará, com variação de 436%.

Trocando em miúdos, um edifício residencial fluminense que gasta em média

200m³ paga mensalmente R$ 2.090,03, o que corresponde ao valor médio de

R$ 10,45 por m³.

A CEDAE (Companhia estadual de Água e Esgoto) estimula a

utilização consciente e confortável do recurso pela população, através da

cobrança de tarifa progressiva. Os clientes da CEDAE que consomem acima

da faixa mínima (que é de 15m³ mensais de água por residência - cerca de 500

litros por dia), pagam sobretaxas criadas a fim de desestimular o uso

desnecessário da água. Atualmente, cerca de 75% dos consumidores do

estado estão na faixa do consumo prudente estabelecido pela companhia e

não são sobretaxados.

Na figura 12 temos dois exemplos de faixas de consumo conforme tarifa

aplicada pela CEDAE.

Figura 12 - Faixas de Consumo de água (extraído do site da CEDAE, 2016)

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2.9 Projeto de Reuso de Águas Cinzas em Imóveis

Residenciais

O inventor e pesquisador Edison Urbano do site Sempre Sustentável

desenvolveu o projeto de casa residencial utilizando a tecnologia de reuso da

água do banho. O projeto inicial foi desenvolvido com base numa residência

(sobrado) com 4 pessoas adultas e registrou a economia de 6m³ de água

potável por mês.

A água do banho é recolhida pelo ralo no andar superior e

armazenada em um reservatório de 200 litros, dele uma tubulação leva a água

para a privada com caixa d'água acoplada, que ainda pode receber a água da

rede caso seja necessário. O reservatório também tem uma tubulação para o

esgoto e um ladrão, evitando transbordar em caso de excesso de água do

banho. Uma medida de manutenção importante: no reservatório é necessário

colocar cerca de 10 gramas de cloro orgânico usado em piscinas a cada 3 dias

e a cada 15 dias uma limpeza geral deve ser feita.

O reuso da água do banho familiar para a descarga na privada seria

feito através da ligação do ralo do chuveiro para um reservatório subterrâneo

instalado fora da casa. Com uma peneira funcionando como sistema de filtro e

clorador de passagem, além de clorador flutuante, no reservatório, a água seria

enviada para a caixa d'água do vaso sanitário através de uma bomba d'água

manual.

Existe a preocupação de que o manuseio da água cinza possa ser

feito incorretamente, e com isso gerar problemas de saúde principalmente na

pessoa que vai fazer as manutenções no sistema.

A figura 13 mostra como seria esse projeto experimental de reuso da

água do banho para a utilização em descargas sanitárias.

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Figura 13 - Reuso de água do banho familiar para o vaso sanitário (extraída do site

SEMPRE SUSTENTÁVEL, 2015).

A figura 14 a seguir nos mostra como deve ser realizada a troca do ralo do

banheiro por ralo sifonado.

Figura 14 - Troca do ralo do box pela caixa sifonada (extraída do site SEMPRE

SUSTENTÁVEL, 2015)

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A figura 15 abaixo nos mostra como deve ser o sistema de

tratamento da água cinza dentro do reservatório em que a água residual vai

ficar armazenada.

Figura 15 - Tratamento da água armazenada para reuso (extraída do site SEMPRE SUSTENTÁVEL, 2015)

A figura 16 mostra como deve ser o sistema de bombeamento

manual empregado no projeto inicial.

Figura 16 - Bomba de Água Manual (extraída do site SEMPRE SUSTENTÁVEL, 2015)

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Por se tratar de um projeto experimental, o pesquisador e criador

Edison Urbano não aconselha que o projeto seja realizado por pessoas

incapacitadas ou em lugares públicos como por exemplo um condomínio,

escolas, albergues, creches, etc. Nesses casos, o correto é contratar uma

empresa especializada no assunto, que dê garantia e manutenção total aos

equipamentos. Na internet existem algumas empresas que fazem tratamento

de água para o reuso com equipamentos industrializados, porém o custo inicial

é alto, mas retornável com o tempo e o principal é que estarão fazendo

economia de água potável.

No caso de condomínio, o ideal é fazer um sistema coletivo de

tratamento de água no pé do morro. Assim, irá devolver a água limpa para a

natureza (lençol freático). É possível ainda montar um sistema hidráulico

independente para usar a água tratada para irrigar os belos jardins, em volta

das casas, ruas, etc. Assim, ainda estará devolvendo a água limpa para a

natureza.

Para quem vai construir ou reformar, o interessante é deixar a casa

preparada para as futuras tecnologias que poderão surgir. Então sempre é bom

deixar tubulações separadas para água potável (pias, chuveiros, maquinas de

lavar roupas ou louças), para usar água da chuva, e para água de reuso,

principalmente para descargas nos vasos sanitários.

O segundo projeto experimental para casa popular térrea utiliza o

sistema de bomba manual porém o reservatório subterrâneo é instalado fora da

casa.

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A figura 17 ilustra o projeto para casa popular térrea.

Figura 17 - Projeto Experimental Casa Popular Térrea (extraída do site SEMPRE

SUSTENTÁVEL, 2015)

Os sistemas de reaproveitamento de águas cinzas não contam com

uma norma nacional. Alguns parâmetros para tratamento de água são

contemplados na NBR 13.969:2007, no item 5.6, que trata do reúso local.

Algumas cidades do País contam com leis para o reúso de água, como Niterói

(RJ), que aprovou a lei 2.856/2011, que obriga o reaproveitamento das águas

cinzas em novos empreendimentos com consumo superior a 20 m³ de

água/dia.

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CAPÍTULO III

A CAPTAÇÃO DA ÁGUA DAS CHUVAS

Hoje em dia já não basta economizarmos “água limpa” para que o

planeta seja realmente preservado, é muito importante tratarmos a água que

sujamos e devolvê-la limpa para a natureza, perpetuando o ciclo natural da

água. Dependendo do local onde é realizada a captação da água da chuva, as

condições de poluição local e atmosférica podem alterar a qualidade da água,

tornando-a imprópria para o consumo humano potável, porém própria para o

uso em descargas sanitárias, lavagem de roupa e carro, irrigação de jardim e

piscina, utilizando um tratamento mínimo de filtração e desinfecção dessa

água.

Uma das maiores dificuldades do sistema de captação é não

conseguir manter uma boa qualidade da água em longos períodos de

armazenamento. A matéria orgânica, folhas, troncos, arrastados pela água da

chuva, devem ficar retidos em filtros de forma que não entrem nas cisternas e

acarretem a contaminação da água.

Independente do uso para o qual será destinada a água da chuva,é

sempre necessário se proceder a uma desinfecção, tanto para manter um

residual de cloro, como para habilitá-la para o contato humano e animal.

Diversas doenças são transmitidas pela água: a Cólera, a Gastro-Enterite, a

Hepatite, a Desinteria Bacilar, a Poliomielite, Febre Tifoide e a Paratifoide e

precisamos evitar que essas doenças sejam propagadas através do uso

negligente desse recurso.

3.1 A chuva e seus Poluentes Nas áreas urbanas a água da chuva entra em contato com alguns

poluentes, tanto do ar (poluição atmosférica), como nas superfícies onde a

chuva cai (nos telhados, no piso e nas folhas das árvores). Quando cai a

chuva, ela arrasta toda essa sujeira no primeiro volume de água. Essa água

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não é potável, embora pareça limpa, ela não é indicada para o consumo

humano.

Conforme define Nogueira (2003), as águas pluviais são

consideradas pela legislação brasileira como esgoto, pois ela vai dos telhados,

e dos pisos para as galerias pluviais ou bocas de lobo, e arrasta impurezas

dissolvidas para um rio que também pode ser o local de captação de água para

o tratamento da mesma e posterior consumo.

Entre a formação das gotículas nas nuvens e o chão, há diversas

substâncias na atmosfera, elas podem ser tóxicas, principalmente se estiver

localizada em uma cidade grande ou industrial. A chuva arrasta poluentes da

queima de combustíveis, como o benzeno, que é cancerígeno. Por este motivo

a chuva deixa o ar mais limpo, pois ela varre a sujeira do céu. Também longe

dos centros urbanos, a água tampouco é potável.

A água da chuva de nuvens formadas no campo podem ter excesso

de cálcio e potássio. Já nuvens do litoral têm sódio. Essas substâncias podem

causar hipertensão e problemas de coração, entre outros. Ou seja, água de

chuva não é recomendada para consumo. Até mesmo a de cisternas precisa

ser tratada antes.

Nos grandes centros, para se ter uma ideia, a chuva pode conter os

seguintes venenos: amônio (que vem da amônia, substância produzida em

processos de decomposição, inclusive aqueles ligados ao metabolismo de

seres vivos), nitrato (resultante da emissão de óxidos de nitrogênio pelos

escapamentos), sulfato (originado dos óxidos de enxofre lançados com a

queima de combustíveis), ácidos fórmicos e acéticos (que vêm dos

hidrocarbonetos, também liberados pelos carros), poeira, fuligem (aquela

fumaça preta) ou até mesmo vírus e bactérias.

A água da chuva ao contrário do que se pensa não é insípida,

especialistas conseguem detectar até 20 variantes de sabor da água, podendo

ir de notas florais a gosto de vegetação, terra e até peixe. Mas são variações

mínimas, dentro do permitido, que só alguém com bastante treinamento

consegue perceber. O gosto é um parâmetro usado para qualificar a água.

Existem ainda as chuvas ácidas formadas pelos gases lançados na

atmosfera provenientes de vulcões, processos biológicos que ocorrem no solo,

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pântanos e oceanos. As indústrias, as centrais termoelétricas e os veículos de

transporte também contribuem para a formação dessas chuvas. A precipitação

ácida ocorre quando a concentração de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de

azoto (NO, NO2, N2O5) é suficiente para reagir com as gotas de água

suspensas no ar.

3.2 Qualidade da Água da Chuva Captada A qualidade da água da chuva captada pode variar dependendo do

teor de poluição do ar, da limpeza da superfície de captação, uso de tela

apropriada, método de filtração adequado e armazenamento da água captada.

Em geral a qualidade da água captada é boa, porém estudos microbiológicos

desta água apontam organismos fecais presentes, alguns patógenos como:

Salmonella, Compylobacter, Cryptosporidium e Giardia.

A qualidade da água da chuva é deteriorada quando a superfície de

captação apresenta sujeira, folhas, excrementos fecais oriundos de aves e

outros animais. Os riscos de contaminantes microbianos podem ser

introduzidos a qualquer momento por aves ou animais de pequeno porte ou

através de um sistema de captação e/ou armazenamento de péssima

qualidade.

Cronogramas de manutenção simples, apoio das autoridades de

saúde, inspeção sanitária, entre outros, são algumas ações que devem ser

tomadas a fim de que os usuários não negligenciem os perigos e riscos

potenciais da captação.

A qualidade da água da chuva pode dividida em quatro etapas :a

primeira etapa é a qualidade da água antes de atingir o solo, a segunda etapa

é a qualidade da chuva depois de precipitar sobre o telhado, a terceira etapa é

a qualidade da água ao ficar armazenada em um reservatório e a quarta etapa

é a qualidade da água que chega ao ponto de consumo (TOMAZ, 2003).

O aproveitamento da água da chuva como fonte alternativa de

suprimento, requer um controle quantitativo e qualitativo desta água. A

qualidade da água é representada por parâmetros que traduzem suas

características físicas, biológicas e químicas (SPERLING, 2005).

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Os parâmetros das características físicas da água são: Cor, Sabor e

Odor, Turbidez e Temperatura. Os parâmetros das características químicas

são: pH, Alcalinidade, Acidez, Dureza, Ferro e Manganês, Cloretos, Nitrogênio,

Fósforo, Oxigênio Dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Demanda

Química de Oxigênio, Micropulentes Orgânicos e Micropulentes Inorgânicos.

Nas características microbiológicas devem-se analisar os seguintes

parâmetros: organismos indicadores de carga orgânica e de contaminação

fecal e algas. (SPERLING, 2005)

3.3 Vantagens e Desvantagens no Aproveitamento da Água da

Chuva

A captação da água da chuva apresenta alguns fatores que

tornam esse sistema atrativo:

• Preservação da água restante no meio ambiente, conservando um dos bens

naturais mais preciosos

• Prevenção das enchentes, represando parte da água que seria drenada por

ruas e rios.

• Atitude sustentável, gerando um recurso confiável e de qualidade

• Custo reduzido na montagem do sistema e retorno do investimento

• Pode ser instalada em qualquer ambiente: rural ou urbano, casa ou

apartamento;

• Representa uma economia de 50% na conta de água;

• Possui diferentes capacidades de acordo com as suas necessidades - desde

mil litros até 16 mil litros;

• diminui a quantidade de despejo no esgoto;

• Ajuda em tempos de crise hídrica e até está sendo utilizada em áreas do

sertão nordestino como forma de combate às secas;

• Pode-se criar uma cultura de sustentabilidade ecológica nas construções, o

que poderá garantir uma cisterna em cada casa construída no futuro.

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O sistema de captação de água da chuva apresenta algumas

desvantagens que devem ser levadas em conta como:

• As calhas devem ser limpas para impedir a contaminação através de fezes

de ratos ou de animais mortos e mantidas em boas condições;

• A cisterna deve ser limpa periodicamente;

• A instalação se for ligada à rede de encanamentos da casa, precisará de

um profissional para rearranjar os encanamentos (lembrando que a água não

pode ser utilizada para consumo porque não é potável)

• Algumas cisternas de plástico podem deformar com o tempo, ou apresentar

rachaduras.

• Se a cisterna for enterrada (ou subterrânea), seu custo de instalação será

maior.

3.4 Funcionamento do Equipamento de Captação de Água da Chuva Para a montagem de um sistema de captação de água da chuva,

o mesmo deve ter alguns aparatos para o seu correto funcionamento. São

eles:

• Telhado- Funciona como captador de água de chuva. Podem ser utilizadas

telhas cerâmicas, telhas de fibrocimento, telhas de zinco, galvanizadas,

telhas de concreto armado, telhas de plástico, telhado plano revestido com

asfalto etc. O telhado pode ser inclinado ou plano (TOMAZ, 2003). Outras

superfícies de captação podem ser ruas, calçadas e pátios.

• Calha ou coletor– Conduzem a água captada ao reservatório. Um modelo de

coletor ou calha deve existir ou ser instalado para reunir a água que vem do

telhado. Podem ser de PVC ou materiais metálicos. Peneiras podem ser

acopladas nas calhas, a fim de evitar o carreamento de folhas ou materiais

sólidos de maior porte que por ventura possam estar presentes na área

• Filtro grosseiro– Um filtro de tela para reter galhos, folhas, e outras

impurezas grosseiras. Os mais utilizados são os filtros e os reservatórios de

auto-limpeza mecanismo separador das primeiras águas de chuva.

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• Separador de Primeiras Águas– O início de uma chuva lava o telhado e a

atmosfera, arrastando impurezas finas que precisam ser separadas e

descartadas

• Reservatório– Para acumular a água de chuva é necessário um reservatório.

Podem ser feitos de vários materiais, como concreto armado, alvenaria,

plástico, poliéster etc. Podem ser apoiados, enterrados ou elevados. A

determinação correta desse volume é da máxima importância, e depende da

área do telhado, do consumo, da existência ou não de outras fontes

supridoras de água de qualidade confiável, a quantos meses de seca está

sujeito, etc. O reservatório deve ser fechado para evitar entrada de sujeiras

e da luz solar, para evitar propagação de algas;

• Sistema de Recalque– Bombas e sistema de segurança e automação para

envio da água estocada para caixas de alimentação.

• Caixas de alimentação secundárias– Reservatórios intermediários.

• Rede de reuso: rede exclusiva e independente de água para

reaproveitamento da água reservada. Não pode se misturar com água

potável.

3.5 Dimensionamento da Captação

O dimensionamento da coleta depende do consumo da residência

ou estabelecimento, da oferta de chuva no local e dos aspectos econômicos e

educacionais. Além de saber quanta água será consumida na residência,

precisamos saber o quanto de chuva é esperada durante o ano ou temporada

no local e o quanto cai nos telhados. Os dados de chuva podem ser

encontrados em Instituições de Meteorologia, municipais ou estaduais ou via

internet.

Numa região hipotética, descrita abaixo, observam-se, dois dados

pluviométricos e os de consumo da casa:

Hipótese 1: Considerando o número de pessoas que vivem numa casa de 250

m² de telhado e que o consumo médio diário/pessoa seja de 200 litros. Se a

casa tem 3 pessoas, o consumo diário será de 600 l/dia. Se quiser ter uma

reserva para todo o ano multiplique esse número por 360 dias ( considera-se 5

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dias de folga ou ausente em férias, etc.): 600 x 360 = 216 000 litros/ano (216

m³/ano). Se quiser um tanque para reservar apenas para dois meses após o

início da seca, o tanque seria de 36 m³. (60 dias x 600 litros / dia = 36 000 lts).

Assumindo que a temporada de chuva dure cinco meses (150 dias), que o

consumo de água durante este período seja de 90 m³ (600 litros/dia x 150

dias=90 000 litros) e supondo que nosso tanque tenha 150 m³, a reserva para

enfrentar a seca será a reserva menos o consumo que dá 60 m³ (150 m³ – 90

m³ = 60 m³) Este volume reserva, se a casa continuar a gastar os 600 litros/dia,

sera suficiente apenas para 100 dias (60 m³ estocado/consumo de 0,6 m³/dia =

100 dias) ou aproximadamente três meses.

Hipótese 2 : Se uma família de 3 membros decidiu que a água coletada será

utilizada para lavar roupa, banheiro e limpeza geral da casa e considerando-se

que a lavanderia consome 18 litros/dia/pessoa, que a descarga banheiro

consome 60 litros/pessoa/dia e que a limpeza da casa consome 8 litros por dia.

No total, temos um consumo de 259 litros/dia ou quase 8 m³/mes. Se o período

de seca for 3 meses, será necessário um tanque de 24 m³. Se, no entanto, o

espaço familiar só permitir construir um tanque de 10 metros cúbicos, a família

pode escolher reduzir o consumo e utilizá-la somente para limpar o banheiro.

Veja na figura 18 como pode ser construído um sistema de captação

de água da chuva.

Figura 18 - Sistema de captação de água da chuva residencial (extraído do site PORTAL METALICA, 2015)

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3.6 O Sistema de Captação da Água da Chuva

Sobre as águas pluviais, o Decreto nº 24.643 de 10 de julho de

1934, em seu Capítulo V, artigo 103, estabelece que:

As Águas Pluviais pertencem ao dono do prédio onde caírem diretamente, podendo o mesmo dispor delas à vontade, salvo existindo direito em sentido contrário”. Porém, não é permitido desperdiçar essas águas em prejuízo dos outros prédios que delas se possam aproveitar, sob pena de indenização aos proprietários dos mesmos, além de desviar essas águas de seu curso natural para lhes dar outro curso, sem consentimento expresso dos donos dos prédios que irão recebê-las (SETTI, 2000).

A urgência em aumentar a disponibilidade de água passou a ser

uma preocupação incessante. Mediante a isso, práticas para o incentivo do

desenvolvimento sustentável são incentivadas e surgem tendo como seu

fundamento básico: o crescimento econômico considerando o meio ambiente

no seu processo produtivo, assegurando os recursos naturais em qualidade e

quantidade suficientes às futuras gerações, para que o crescimento econômico

torne-se um processo sustentável assegurando o equilíbrio ecológico e a

igualdade social (LEFF, 2001).

O uso de sistemas de coleta e aproveitamento de águas das chuvas

propicia, além de benefícios de conservação de água e de educação ambiental,

a redução do escoamento superficial e a consequente redução da carga nos

sistemas urbanos de coleta de águas pluviais e o amortecimento dos picos de

enchentes, contribuindo para a redução de inundações (SINDUSCON-SP,

2005).

Segundo Gonçalves (2006), coletar a água da chuva não é somente

conservar a água e sim a energia, considerando o consumo necessário para a

operação de uma estação de tratamento de água, o bombeamento da água e

as operações de distribuição da água entre os reservatórios.

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Na cidade de Rio de Janeiro, o Decreto nº 23.940 de 30 de janeiro

de 2004, declara obrigatória a retenção das águas pluviais de áreas

impermeabilizadas maiores que 500 m².

Na figura 19 temos um esquema básico de aproveitamento da água da chuva.

Figura 19 - Esquema básico de um sistema de aproveitamento da água da chuva (Extraído do

site SEMPRE SUSTENTÁVEL, 2015)

A água da chuva é capaz de substituir com vantagem até 50% da

água oriunda dos sistemas públicos de abastecimento. Ela pode ser utilizada

de várias formas: durante a lavagem de roupas, carros, calçadas, automóveis

ou irrigação de hortas e jardins. Além disso, a captação da água proveniente

da chuva, principalmente nos centros das cidades, contribui para a diminuição

das enchentes.

Além de leis e regulamentos, incentivando ou até obrigando a

adoção de medidas para a otimização na utilização dos recursos hídricos, a

conservação da água necessita também, sobretudo, de campanhas de

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conscientização, de ações educativas junto às comunidades, capazes de

esclarecer sobre as maneiras de evitar o desperdício e economizar e sobre a

utilização das fontes alternativas para a captação de água, bem como a

diferenciação dos usos da água reaproveitada em algumas atividades onde

não é necessário a utilização de água tratada (SENRA, 2006).

Na figura 20 podemos ver um sistema que pode pode ser utilizado

tanto em residências em construção, como em casas já construídas. Nesse

sistema já temos a reutilização da água da chuva com o uso em descarga de

banheiros e torneiras externas com rede hidráulica separada da rede de água

potável da rua. Se não for possível mexer nas instalações existentes, é

possível aproveitar a água de chuva externamente, para jardins, limpeza de

pisos e calçadas, lavagem de carros, entre outros usos.

Figura 20 - Sistema de captação de água de chuva (Extraído do site FRIBURGOFILTROS, 2016)

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3.7 Legislação Brasileira e Normas

Com o intuito de diminuir o consumo de água potável e de se extrair

o máximo de eficiência no aproveitamento da água da chuva, pesquisadores

renomados, empresários e interessados no tema tomaram a iniciativa

resultando na elaboração de norma técnica voltada exclusivamente para o uso

da água de chuva.

Em 2007, foi publicada a NBR 15527/2007- Água de chuva –

Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis -

Requisitos. Este documento contendo oito páginas, tem o seguinte objetivo:

fornecer os requisitos para o aproveitamento de água de chuva de coberturas

em áreas urbanas para fins não potáveis.

Esta Norma aplica-se a usos não potáveis onde as águas de chuva

após tratamento adequado, podem ser utilizadas em descargas em bacias

sanitárias, irrigação de gramados e plantas ornamentais, lavagem de veículos,

limpeza de calçadas e ruas, limpeza de pátios, espelhos d'água e usos

industriais.

Há um Decreto Municipal RJ n° 23940/2004 - Captação de Água da

Chuva - que trata do assunto com uma maior ênfase no problema das

enchentes.

No estado do Rio de Janeiro há a lei n° 4248 que institui O

Programa de Captação de Águas Pluviais que tem como finalidade oferecer

aos habitantes das cidades do Estado do Rio de Janeiro, educação e

treinamento visando à captação de águas pluviais, permitindo que as pessoas

se conscientizem da importância do ciclo das águas.

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CONCLUSÃO

Considerando que a demanda de água doce aumenta a cada dia,

ocasionada pelo crescente aumento da população ou pela poluição dos

recursos hídricos, não se pode desperdiçar nenhuma fonte alternativa de água.

Este estudo permitiu aprofundar o entendimento sobre o reuso das

águas cinzas e a reutilização a partir da captação da água da chuva como

forma de combater a escassez de água no Rio de Janeiro. É extremamente

importante o controle do processo de reuso, devendo-se sempre ter o cuidado

de separar as tubulações, com cores específicas e de se tratar a água de reuso

de forma que a mesma não venha a se tornar um veículo de transmissão de

doenças e de forma a estimular a economia da água potável, refletindo direto

no bolso do consumidor.

Vimos que a água de reuso proveniente da máquina de lavar, da pia

do banheiro e do banho, pode substituir a água empregada nas descargas

sanitárias, representando uma economia de 30% no consumo da água potável.

Ao tratar a água de reuso também estamos diminuindo a quantidade

de poluentes lançada nos corpos hídricos, contribuindo para a diminuição do

volume de esgoto gerado.

Ao captar as águas da chuva, estaremos contribuindo para a

sustentabilidade desse recurso e se bem captada, tratada e armazenada,

torna-se disponível para os diversos tipos de uso não potável. A captação nos

mostra que também é possível minimizar os impactos gerados pelas

inundações e diminuir o volume de despejo nas galerias pluviais. A utilização

da água da chuva pode levar à economia de até 50% do uso de água potável

numa residência. Em um Estado cuja tarifa de água se encontra como a mais

alta do país, torna-se muito interessante e relevante analisar o emprego de um

desses sistemas de reaproveitamento em imóveis já construídos, através de

adaptação, e em novas construções, já utilizando os diversos modelos

propostos. Economizar, preservar, reusar, são caminhos que nos levam à tão

desejada sustentabilidade, sem que permaneçamos reféns de um recurso à

beira da escassez.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I A DISTRIBUIÇÃO HÍDRICA 11 1.1. A Escassez da Água 13 1.2. O Gerenciamento da Água 14 1.3. Disponibilidade da Água 14 1.4. Programa de conservação de Água 15 CAPÍTULO II REUSO DAS ÁGUAS CINZAS 19 2.1. Águas Cinzas 20 2.2. Sistemas de Água nas residências 22 2.3. Sistema de Reuso de Águas Cinzas 23 2.3.1. Tratamento das Águas residuais 24 2.4. Reuso da Água do Banho na Descarga Sanitária 25 2.5. Reuso da Água da Máquina de Lavar e da Pia do Banheiro 26 2.6. Efeitos Sanitários e Ambientais do Reuso 29 2.7. Viabilidade do Reuso 30 2.8. Consumo de Água Potável no Rio de Janeiro e as Altas 31 Tarifas da Água 2.9. Projeto de Reuso de Águas Cinzas em Imóveis Residenciais CAPÍTULO III A CAPTAÇÃO DA ÁGUA DAS CHUVAS 39 3.1. A Chuva e seus Poluentes 39 3.2. Qualidade da Água da chuva Captada 41 3.3. Vantagem e Desvantagem no Aproveitamento da Água da Chuva 42 3.4. Funcionamento do Equipamento de Captação de Água da Chuva 43 3.5. Dimensionamento da Captação 44 3.6. O Sistema de Captação da Água da Chuva 46 3.7. Legislação Brasileira e Normas 48

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CONCLUSÃO 50 BIBLIOGRAFIA 51 ÍNDICE 57 ÍNDICE DE FIGURAS 59

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Disponibilidade Hídrica 12

Figura 2 – Representação da Quantidade de Água do Planeta 13

Figura 3 – Disponibilidade Hídrica 15

Figura 4 – Consumo de água Residencial 16

Figura 5 – Vazamentos de Água 18

Figura 6 – Zona de Raízes 21

Figura 7 – Sistema de reuso residencial da água do banho 26

Figura 8 – Modelo de sistema de reuso residencial da água da 27

máquina de lavar

Figura 9 – Sistema de Reuso residencial da água da pia do banheiro 28

Figura 10 – Sistema de Reuso de água da pia na descarga sanitária 29

Figura 11 – Riscos na utilização das Águas Cinzas 30

Figura 12 – Faixas de Consumo de água 33

Figura 13 – Reuso de água do banho familiar para o vaso sanitário 35

Figura 14 – Troca do ralo do box pela caixa sifonada 35

Figura 15 – Tratamento da água armazenada para reuso 36

Figura 16 – Bomba de Água Manual 36

Figura 17 – Projeto Experimental Casa Popular Térrea 38

Figura 18 – Sistema de captação de água da chuva residencial 45

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Figura 19 – Esquema básico de um sistema de aproveitamento 47

da água da chuva

Figura 20 – Sistema de captação de água de chuva 48