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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
LIDERANÇA
Por: Adriana de Barros Ferreira
Orientador
Prof. Armando José Ribeiro
2
Rio de Janeiro/Teresópolis
2012
DOCU
MENTO
PRO
TEGID
O PEL
A LE
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O AUTO
RAL
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
LIDERANÇA:COM ENFASE HOSPITALAR
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão Empresarial.
Por: Adriana de Barros Ferreira.
.
3
AGRADECIMENTOS
....Há Deus em primeiro lugar , minha
família, e aos meus verdadeiros
amigos......
4
DEDICATÓRIA
.....Há a mim por conseguir mais este
passo tão importante em minha vida....
5
RESUMO
Este trabalho tem por escopo contextualizar o papel do administrado no âmbito corporativo no meio empresarial, apontando os papéis principais dessa função no ambiente corporativo, destacando a formação do líder e a atuação do líder na gerência de conflitos e gestão de equipes. Princípios inovadores têm sido
estruturados e aplicados em gestão de grupos. Técnicas, reteorizações e treinamentos terceirizados criam conceitos, atitudes, compatibilizações entre pessoas executivas e operacionais dentro da organização. Liderança e gestão de equipes são questões essenciais e não periféricas. Revelam a importância e o impacto que os gerentes e supervisores exercem também em uma equipe no que se refere a um bom desempenho no trabalho. Por essas vias o objetivo do cliente, portanto, é encontrar pontos de identificação entre a sua atuação, o bem-estar da equipe e a instituição. O espaço ocupado por essa tríade não pode jamais tornar-se ocioso. O líder inspira os colaboradores a fazer o melhor todos os dias, contudo, não é o único pilar em uma equipe responsável por esse papel. Motivar e direcionar tornam-se compartilhar uma responsabilidade em equipe. PALAVRAS CHAVES: Liderança; Conflitos; Gerência Transformacional;
6
METODOLOGIA
Classifica-se o presente trabalho em exploratório, descritivo e
explicativo, possibilitando uma aproximação conceitual à pesquisa teórica.
Buscamos traçar um modelo do que foi lido e pesquisado, delineando-se, a
seguir, o marco referencial e teórico da pesquisa como plano de trabalho.
A dimensão é qualitativa, mais ampla, envolvendo argumentações
expressas em documentos da literatura atual, conceituando variáveis
pesquisadas. Classifica-se a presente pesquisa pelo seu delineamento
clássico, não adotando técnicas expressamente estatísticas e quantitativas.
Empiricamente, definimos marcos teórico a partir das próprias vivências.
A seleção da instrumental metodológica está, portanto, diretamente
relacionada com o problema a ser estudado dependendo do objeto da
pesquisa que é estudar a liderança que representa um papel central na
compreensão de comportamento de grupos, porque é o líder quem geralmente
fornece a direção para a realização da meta. Portanto, uma capacidade
previsível mais exata deve ser valiosa para melhorar o desempenho do grupo.
Para HERSEY & BLANCHARD (1986): Liderança é o processo de influenciar
pessoas, atividades de indivíduos ou grupos para a consecução de um objetivo
numa dada situação. (HERSEY & BLANCHARD, 1986: 4).
O material foi organizado para atender ao método adequado à pesquisa
sugerida na problematização: literatura.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A Liderança conceito 10
CAPÍTULO II - Descrição delineamento 49
CAPÍTULO III – Estudo de caso 51
CONCLUSÃO 52
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 55
ÍNDICE 57
8
INTRODUÇÃO
Um grupo é definido como dois ou mais indivíduos, interagindo e
interdependentes, que se juntaram para atingir metas em comum. Os grupos
podem ser tanto formais quanto informais. Por grupos formais entendem-se
aqueles definidos pela estrutura da organização, com missões de trabalhos
designadas e com tarefas definidas. Nesses grupos, os comportamentos de
expectativas são estipulados pelas metas organizacionais. Já os grupos
informais são alianças que não são formalmente estruturadas e nem
determinadas organizacionalmente. Esses grupos são formações naturais do
ambiente de trabalho que aparecem em resposta à necessidade de contato
social. Pode-se comparar a linhas convergentes em direção a um ponto pré-
determinado.
Um líder gerencia processos advindos de diversos grupos. Pode-se
coexistir em um ambiente organizacional vários grupos. Citam-se os grupos de
comando que é o determinado pelo organograma da empresa; os grupos
tarefas também são determinados organizacionalmente necessitando
trabalharem juntos para cumprir a tarefa designada determinada pelo superior
hierárquico imediato; os grupos de interesse unem os objetivos comuns alheios
aos objetivos imediatos.
A chave para a vantagem competitiva no futuro será a capacidade das organizações em criarem uma arquitetura capaz de gerenciar o capital intelectual. E a liderança é a chave para conceber o desenvolvimento total do capital intelectual. (BENNIS, 1999, p. 2)
9
Grupos freqüentemente desenvolvem-se porque há uma característica
comum. Daí a importância em gerir esses grupos. Qual seria a pessoa
compatível com essa tarefa e apropriada dessa habilidade? O líder da célula,
grupo ou equipe, conforme denominar-se-á nesse trabalho.
Grupos de trabalho não existem em isolamento. Eles são parte de uma
organização maior. É preciso analisá-lo como subsistema embutido num
sistema mais amplo. Ele leva a organização em direção à redução de custos,
melhorar a qualidade, expandir a participação no mercado ou diminuir o
custode suas operações. A estratégia que um líder segue, em qualquer dado
momento, influenciará o rendimento de vários grupos de trabalho que, em
troca, determinarão os recursos que os administradores – líderes, por sua vez,
desejam alocar a eles para desempenhar as suas tarefas. Segundo Druker
(1996):
A liderança tem sido tradicionalmente considerada o resultado de pessoas talentosas, com traços dignos, influenciando seguidores a
fazerem o que é necessário para a realização de metas empresariais e sociais. (DRUKER, 1996, p. 278)
Os líderes representam autoridade e essa função define quem reporta,
quem toma decisões e que decisões os indivíduos ou grupos têm poder de
tomar. Essa liderança normalmente determina onde cada grupo de trabalho
posiciona-se na hierarquia ou organização.
Os líderes criam regras, procedimentos, políticas, descrições de cargos
e outras formas de regulamentos para padronizar o comportamento da equipe.
Quanto mais direcionamento o líder impõe à sua equipe, mais traços os grupos
de trabalho apresentarão na previsibilidade de suas atividades.
Os membros dos grupos de trabalho são membros de uma organização
da qual o grupo faz parte. Destarte, os critérios de organização são usados no
processo de seleção e determinarão os tipos de pessoas que estarão como
membro em um grupo de trabalho.
10
CAPÍTULO I
LIDERANÇA
O CONCEITO
1.APROXIMAÇÕES DA LIDERANÇA
1.1-O FATOR DIVERSIDADE
Todo o grupo tem um líder formal. Ele é indicado por títulos como
gerente da unidade ou de departamento, supervisor, encarregado, chefe,
presidente, em suma, líder antes do cargo proponente. Esse líder tem uma
influência importante na tarefa do grupo.
A liderança está cada vez mais tomando lugar dentro de um contexto de
equipe. À medida que a equipe cresce em popularidade, o papel do líder em
guiar membros da equipe tem importância ascendente. Para Diniz (2005, p.
56): “A liderança é a capacidade de inspirar, motivar e movimentar pessoas a
atigirem e superarem as metas, ultrapassando aquilo que aparentava ser seus
limites.”
Algumas responsabilidades na equipe são comuns a vários líderes.
Treinamento pessoal, facilitação, lidar com problemas de disciplina, revisão de
desempenho individual, comunicação.
Portanto, uma capacidade previsível mais exata deve ser valiosa para
melhorar o desempenho do grupo. Para HERSEY & BLANCHARD (1986):
Liderança é o processo de influenciar pessoas, atividades de indivíduos ou
11
grupos para a consecução de um objetivo numa dada situação. (HERSEY &
BLANCHARD, 1986: 4)
De alguma maneira, a liderança tem sido vista como fator e grande
influência e importância na empresa, pois o pensamento corrente é que ela
faz-se da própria influência diretamente nos resultado colocados como meta da
organização.
Um grande avanço na compreensão de liderança organizacional vem
quando se reconhece a necessidade de incluir fatores situacionais, Esforços
recentes passaram do mero reconhecimento em direção para as tentativas
específicas de isolar as variáveis funcionais e situacionais. Pretende-se aqui
estudar questões relacionadas à liderança, expandindo-se a inclusão de
abordagens atualizadas. À medida que se aprende mais sobre as
características de estilos de liderança, descobre-se que líderes eficazes podem
desempenhar vários papéis. A liderança como delegação do poder
(empowerment) vem se mostrando cada vez mais popular.
A liderança tem ética em inúmeras conexões. Líderes transformacionais
são incentivadores da virtude moral quando tentam mudar as atitudes e
comportamentos dos seguidores. Ser um líder carismático também tem seu
comportamento ético. Líderes sem a ética acentuam o poder sobre os seus
perseguidores. Segundo Robbins (2005, p.63): Quem detém o poder tenta
negar isso, os que o desejam tentam não demonstrar e aqueles que
conseguem não gostam de falar sobre como conseguiram.
A liderança pressupõe valores rigorosos na dimensão moral em equipe.
Ética e integridade são meios utilizados pelos líderes carismáticos. Liderança
não é destituída de valor. Devem-se considerar os meios utilizados por ele
como conteúdo moral para o alcance de metas.
Administrar um conflito como uma das tarefas da liderança é uma dos
processos que uma parte percebe que a outra parte afetou, negativamente.
Essa definição abrangente é proposital, pois descreve um ponto qualquer da
12
atividade em andamento em que uma interação torna-se conflito entre as
mesmas duas partes citadas.
Líderes que não conseguem administrar com êxito na adversidade
inevitavelmente caem em desacertos. Por um lado, tendem a supor que há
semelhança entre as pessoas que orienta. Por outro lado, falham porque a
visão estereotipada. Na maioria das aptidões ou traços de personalidade,
existe uma ampla visão no interior dos grupos. Líderes que não conseguem
lidar com essa diferença prejudicam-se.
O homem sábio demonstra a sua sabedoria na separação, na gradação, e sua escala de criaturas e méritos é tão ampla quanto a natureza...O tolo não dispõe de nenhuma ordem em sua escala, mas supõe que todo homem seja como qualquer outro homem. 1
A essência das principais dimensões pertinentes em termos
organizacionais é captada pelo mote acima que mostra a variância dos
homens com os meios pelos quais o líder possa utilizar informações para a
criação da vantagem competitiva.
Mesmo que o líder respeite as diferenças individuais presumindo tarefa
fácil, sabe-se que o caminho adequado para gerir caminhos e conflitos não é
exatamente esse. As diferenças individuais não desaparecem e a liderança
1 Comentário de Ralph Waldo Emerson in WAGNER III, A. J. Comportamento organizacional,
Saraiva, 1999, p.31.
que deseja mostrar êxito capitalizam as diferenças de modo a aumentar a
competitividade.
Definindo seleção e colocação, pode-se afirmar com Druker (1996) que
a seleção é um dos processos que permite equalizar as diferenças logo no
início da gestão de equipe. É eficaz, particularmente crucial quando
acompanhada de estratégias empresariais.
Um segundo modo de se beneficiar do conhecimento das diferenças
individuais é treinar as pessoas para compensar quaisquer deficiências
relativas ao cargo, verificadas em seu perfil ou aptidões. Programas de
13
treinamento destinados a aumentar habilidades técnicas e interpessoais
podem facilitar a comunicação interpessoal através do líder.
A avaliação de diferenças individuais é crucial para fins de treinamento,
já que a intenção do treinamento é transformar a pessoa. Pode-se também
avaliar a pessoa e o cargo, por meio de alteração do cargo, ou reengenharia
dos processos de trabalho.
1.2– Teoria dos traços de personalidade
Dado um vasto número de traços de personalidade descritos na
literatura científica, precisa-se de algum estilo de classificação para entender
os traços do líder e das suas inter-relações. Felizmente, do mesmo modo que
há muitas pesquisas sobre a magnitude das aptidões físicas e mentais,
também se dispõe de uma vasta literatura que ajuda a esclarecer a estrutura
dos traços de personalidade, sobretudo a que se aplica ao comportamento
organizacional focada em cinco dimensões da personalidade (WAGNER III,
1999, p.42)
(1) Extroversão
(2) Ajustamento emocional
(3) Afabilidade
(4) Senso de responsabilidade
(5) Interesse
Embora a validade dos testes de personalidade jamais possam se
equiparar às do testes de aptidão, existem passos concretos que o líder pode
dar para capitalizar com mais êxito as diferenças individuais no grupo. A
14
própria teoria dos traços já fornece algumas indicações sobre como e por que
afetariam o desempenho no cargo. Segundo WAGNER III (1999: 44), a escala
de personalidade estaria representada pelo seguinte gráfico:
Robbins (1999, p. 37) expõe outros traços de personalidade baseado
em cinco modelos, o chamado Os Cinco Grandes (DIGMAN, 1990, p.417). Nos
últimos anos, pesquisas dão suporta às cinco dimensões da personalidade:
§ Extroversão: essa dimensão compreende o nível de conforto de
alguém em relação a relacionamentos. Extrovertidos tendem a
ser amigáveis e sociáveis e a gastar muito do seu tempo
mantendo e divertindo-se com um grande número de
relacionamentos; ficam mais à vontade com a solidão do que a
maioria das pessoas.
Extroversão Afabilidade Senso de responsabilidade
Ajustameto emocional
interesse
Domínio das tarefas
Motivação Aprendizado Improvisaçã
o
§ Agradabilidade: essa dimensão refere-se à propensão de um
indivíduo de acatar a opinião dos outros. Pessoas altamente
agradáveis valorizam mais a harmonia do que o que dizem ou a
sua maneira de fazer as coisas. São cooperativos e confiam nos
outros. Pessoas com pontuação baixa em agradabilidade
concentram-se mais em suas próprias necessidades do que nas
dos outros.
15
§ Conscienciosidade: essa dimensão refere-se ao número de
objetivos nos quais a pessoa se concentra. Uma pessoa
altamente conscienciosa busca menos objetivos,
intencionalmente, e tende a ser responsável, persistente, firme e
orientada em direção a resultados. Aqueles que têm pontuação
baixa nessa dimensão tendem a ser mais facilmente distraído,
buscando muitos objetivos e são mais hedonistas.
§ Estabilidade emocional: essa dimensão controla a capacidade de
uma pessoa de controlar o stress. Pessoas com estabilidade
emocional positiva tendem a ser caracterizadas como calmas,
entusiastas e seguras. Aquelas com altas pontuações negativas
tendem a ser nervosas, deprimidas, inseguras.
§ Abertura para a experiência: a dimensão final aborda a faixa de
interesses de uma pessoa. Pessoas extremamente abertas são
fascinadas pela novidade e pela inovação. Elas têm tendência de
ser imaginativas, artisticamente sensíveis e intelectuais. As
pessoas na outra ponta da categoria de abertura parecem mais
convencionais e encontram conforto no que é familiar.
A estrutura de personalidade unificadora das Cinco Grandes também
encontrou relações importantes entre as dimensões da personalidade e o
desempenho no trabalho (BARRICK, 1991, p. 28).
Mudanças recentes na aplicabilidade de inúmeras teorias aumentaram a
consciência do líder. Porém, grande parte dessa consciência dos líderes não
se concentra apenas nas aptidões físicas e nos traços de personalidade, mas
também na diversidade relacionada às características demográficas e culturais.
Abordagens casuais ou de senso comum para obter conhecimento
sobre comportamento humano são inadequadas. Uma abordagem sistemática
talvez revele fatos e relações importantes e forneça uma base de como podem
ser
16
feitas previsões de comportamento mais exatas. Subjacente à abordagem
sistemática descreve-se a crença de que comportamento não é algo aleatório.
Comportamento geralmente é previsível se soubermos como a pessoa percebe a situação e o que é importante para ela. Embora o comportamento das pessoas possa não parecer racional para alguém de fora, existe uma razão para acreditar que geralmente há uma intenção de ser racional e é visto por elas como tal. Um observador não tem acesso às mesmas informações ou não percebe o ambiente da mesma forma. (LAWLER III, 1976, p. 22)
Existem diferenças entre indivíduos. Postas em situações similares,
todas as pessoas não agem exatamente da mesma forma. Entretanto, certas
consistências fundamentais subjacentes aos comportamentos de todos os
indivíduos que podem ser identificadas e então modificadas para refletir as
diferenças individuais.
A diversidade da força de trabalho tem implicações importantes para a
prática administrativa. Líderes precisarão mudar sua filosofia de tratar todos da
mesma forma para que uma reconheça as diferenças e responda a essas
diferenças de maneira a assegurar a manutenção de empregados e maior
produtividade e, ao mesmo tempo, sem representar qualquer ação
discriminatória. Esta mudança envolve, por exemplo, oferecer treinamento
sobre diversidade e reformar o programa de benefícios fazendo-o mais
orientado às famílias.
1.3– Teoria sobre os estilos de liderança
Poucas tarefas ou metas importantes podem ser realizadas por uma
pessoa que trabalhe individualmente. De fato, essa é a razão principal por que
existem tantas organizações em nossa sociedade. Poucos grupos ou
organizações podem realizar grandes ações sem a ajuda de um indivíduo que
atue como líder. A liderança é a força que ativa e dirige os grupos.. Segundo
Petracca (1991, p. 24):
17
Líderes são os que, em um grupo, ocupam uma posição de poder, que têm condições de influenciar, de forma determinante, todas as decisões de caráter estratégico. O poder é exercido ativamente e encontra legitimação na correspondência com as expectativas do grupo (1991, p.24)
Há tantos estilos de liderança quantos líderes há. Alguns estilos são
melhores que outros, mas não há um tratamento que sirva para todos, que
funcione com todo mundo. Bons líderes configuram seu tratamento com base
na situação. Os líderes são novos no grupo ou já trabalharam com ele nas
fileiras? O grupo tem uma tradição de sucesso ou tem problemas a resolver?
Quais são os níveis de competência e proficiência dos membros? O grupo é
grande ou pequeno? A organização é vertical ou horizontal? Acabou de ser
formada ou já há relações? O tempo é fator premente? Estas e muitas outras
considerações determinarão o estilo de liderança. Finalmente, dependerá do
líder, do grupo e da missão.
Certamente uma completa definição de liderança também descrever o
contexto e o simbolismo captado pelo líder. A liderança acontece no contexto
dos grupos voltados para metas. O avanço do grupo rumo à sua meta não é
apenas função do lídere também de todo o grupo envolvido. Os lideres
também desempenham uma importante função tanto para os membros do
grupo como para os membros externos. No contexto organizacional, o líder
fornece os meios para parte dessa simplificação. O líder oferece um ponto de
foco logicamente convincente e emocionalmente gratificante para as pessoas
que estão tentando entender as causas e conseqüências da atividade
organizada. O verdadeiro líder reduz as complexidades a condições simples
que as pessoas conseguem entender e comunicar e assim atingido suas
metas e objetivos a serem alcançados.
No modelo transacional de liderança o locus encontra-se na junção de
três vetores (JAGO, 1982, p. 320):
18
§ Líderes
§ Seguidores
§ Situações
Na visão de JAGO (1982), pode-se entender a liderança por meio de
uma avaliação das características dessas três forças e dos modos pelos quais
interagem.
O que funciona para um líder talvez não funcione necessariamente para
outro. Os bons líderes não são todos iguais. Podem ser encontrados de todos
os tamanhos e em todas as formas, com capacidades e pontos fortes variados.
Como resultado, o estilo de liderança é singular ao indivíduo. Nós nos
encaminhamos naturalmente para o tratamento que se enquadre na nossa
disposição. Qualquer outra coisa seria estranha e forçada. A experiência do
líder e sua especialidade também afetarão sua escolha de estilo.
1.4 – Teorias situacionais de liderança
As primeiras abordagens para contextualizar a liderança sustentavam
que os líderes não eram produzidos, mas sim natos. Mais tarde, pesquisadores
influenciados por escolas de pensamento comportamentalistas descartaram
essa idéia, sugerindo o contrário: que muitas características associadas à
liderança efetiva poderiam ser adquiridas (WAGNER III, 1999).
Os traços dos líderes têm correlações frágeis, porém constantes, entre o
nível de energia de uma pessoa e a possibilidade dela galgar posições de
lideranças. O modelo de Quinn (2003) define oito papéis e 24 competências
dos líderes, de acordo com a multiplicidade proposta pelo autor.
O estudo desenvolvidos por Quinn (2003) trazem reflexões sobre as
demandas com que os líderes se deparam. Sua abordagem vem sendo
empregada desde o início da década de 80, tanto em programas pedagógicos
19
quanto no contexto acadêmico, quanto em programas de educação gerencial e
executiva.
Pesquisadores começaram a propor várias teorias neo-universais ou
situacionais de liderança que, como os modelos universais anteriores
(WAGNER III, 1999) estão centradas numa característica particular do líder e
excluem os seguidores e as situações. Entre essas teorias, encontram-se as
da liderança carismática, que enfatiza a habilidade do líder de comunicar os
seguidores novas visões de uma organização. Os líderes carismáticos ou
transformacionais despertam a consciência dos seus seguidores para a
importância das metas do grupo, conseguindo que as pessoas transcendam os
seus interesses pessoais.
O modelo comportamental do líder sugere o comportamento orientado
para o colaborador, visando satisfazer necessidades emocionais e sociais dos
membros do grupo, e o comportamento orientado para a tarefa, voltado para a
supervisão cuidadosa dos métodos de trabalho dos funcionários e para a
execução de tarefas.
2. ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS
O conflito pode parecer inerentemente indesejável. De fato, diversos
modelos de organização e gestão apóiam essa visão. Os teóricos clássicos
geralmente comparavam as organizações a máquinas e imaginavam o conflito
como um sintoma de pane. (WAGNER III, 1999)
Os teóricos modernos, contudo, sugerem que o conflito não é
necessariamente ruim (QUINN, R.E. 1988). Por certo, o conflito anômalo
realmente acontece e é funcional, exercendo efeitos positivos como os
seguintes (WAGNER III, 1999):
§
20
§ O conflito pode amenizar tensões sociais, ajudando a estabilizar
e a integrar as relações. Se resolvido de uma forma que permita
a discussão e a dissipação de desacordos, pode servir como
válvula de escape para as pressões acumuladas ao longo do
tempo;
§ O conflito permite às partes expressarem reivindicações rivais e
pode propiciar a oportunidade para reajustar a alocação de
recursos valorizados. Estoques de recursos podem, dessa
forma, serem consumidos mais eficazmente devido às
mudanças induzidas pelo conflito;
§ O conflito pode ajudar a manter o nível de estímulo ou ativação
necessário a operar de modo inovador. Ao fazer isso, ele pode
servir de fonte de motivação para busca de mudança adaptativa;
§ O conflito fornece feedback sobre o estado das
interdependências e distribuição do poder na estrutura de uma
organização. A distribuição do poder necessário a coordenar
atividades de trabalho pode ser mais claramente visível e
prontamente entendida como resultado do conflito;
§ O conflito pode ajudar em um senso de identidade e propósito
por esclarecer diferenças e fronteiras entre indivíduos ou grupos.
As organizações estão em grandes mudanças, gerando papéis que
convergem para o conflito no mundo de trabalho, procurando adaptar-se às
transformações que ocorrem constantemente. A emergência da economia
global que afeta entidades dos setores públicos e privados exigem novas
abordagens de liderança administrativa. De acordo com Druker (1999, p.48):
O propósito das organizações é obter resultados, isto é, atingir bom desempenho no mercado. A organização é, entretanto, mais do que uma máquina [...] Ela é mais do que econômica, definida pelos 21
resultados alcançados no mercado. A organização é acima de tudo social. São pessoas. Seu propósito deve ser o de tornar eficazes os pontos fortes das pessoas e irrelevantes as suas fraquezas.
São várias as relações de poder inequívocas e estáveis e se são
aceitas por todos como válidas, de maneira que o conflito será substituído
pelo recurso à autoridade, e as diferenças serão resolvidas em favor dos mais
poderosos. Essas relações partem o surgimento do conflito, que converge para
uma situação de equilíbrio após a sua resolução. Nesse ponto, testa-se a
finalidade da organização, ou seja, solicita-se que as pessoas participem do
processo de conhecimento e criação dos resultado, pois o líder precisa
desenvolver e descobrir pessoas e habilidade constantemente.
Para que surja um conflito deve haver também divergência ou
diferenças e desacordos (MILES, 2004). Diferenças quanto às funções que
desempenham, por exemplo, podem fazer com que os indivíduos ou grupos
tenham metas variantes.
As alocações de recursos entre indivíduos ou grupos são desiguais.
Essas diferenças normalmente nota-se do fato de que uma das partes
precisam competir entre si para conseguirem uma cota dos recursos da
organização.
A liderança trata de pessoas. Líderes bem-sucedidos constroem e
sustentam relações eficazes com os membros de seus grupos. Eles sabem o
que faz os grupos palpitarem, individual e coletivamente. Compreendem o que
os motiva. Encontram o equilíbrio delicado entre empurrar e puxar seu pessoal.
Dominam as complexidades e dinâmicas de seus grupos. O tamanho e a
composição do grupo afetarão como os líderes interagem com eles. Quanto
maior o grupo, mais difícil é interferir e estar próximo. Assim como bons líder
ajusta-se a sua própria personalidade, ajustam-se, também, para encaixar-se
na personalidade de seus grupos.
Para Quinn (2003) os líderes estão sendo cada vez mais desafiados
para encontrar soluções para dilemas referentes às eficácias organizacionais,
22
viabilidade econômica e no contexto público. Já segundo Robbins (2002) as
organizações precisam de liderança forte e administração forte para atingir o
grau máximo de sua eficácia na busca pelas metas.
Em disputas de jurisdição quando não está claro quem detém
responsabilidade por alguma coisa, também pode haver conflitos.
O relacionamento entre líderes e subordinados equivale ao
direcionamento pressuposto por códigos que guardam o respeito entre as
pessoas e o incentivo ao seu desenvolvimento.
A empresa busca assegurar a competitividade de sua política de
recursos humanos por meio de identificação e análise de tendências
relacionadas aos seus perfis, trazendo benefícios na própria gestão de
pessoas de uma maneira geral, alinhando-se com as mais modernas práticas
de mercado. Desta forma, há como se incentivar os talentos e habilidades
nascituros.
A empresa que se propõe a atuação sempre em parceria, com líderes
de forma a incentivar a excelência no grau de atendimento dos objetivos
empresariais e na recompensa da carreira individual.
O grupo deve acreditar que o sucesso está intimamente relacionado à
qualidade de equipes e forma como as mesmas são lideradas.
Colaboradores motivados são a base para a melhoria contínua da
performance, que faz com que a empresa leve produtos diferenciados para os
seus clientes.
A política de treinamento baseada no modelo Quinn (2003, p.67) de
liderança á articulada por meio de cinco grandes objetivos que serão
desmembrados em análises individuais:
- Desenvolver competências e o conhecimento profissional;
− Reforçar a capacidade de inovação da empresa e as competências para
acelerar o processo de vendas;
23
- Aumentar a eficácia das equipes, mobilizando as suas capacidades
gerenciais;
- Consolidar a cultura do grupo e favorecer a disseminação de melhores
práticas no mercado.
Quando um grupo enfrenta conflito, líderes fortes, autoritários, muitas
vezes surgem em decorrência dessa mudança. Ao aderir regras estabelecidas,
e criar e aplicar estritamente novas regras, o grupo procura eliminar todos os
conflitos que poderiam desenvolver-se entre os seus membros e garantir que
seja capaz de ser reiteradamente bem-sucedido em sua tarefa.
Além desses fatores no grupo, geralmente, ocorrem mudanças nas
relações entre grupos conflitantes. A hostilidade muitas vezes vem à tona na
forma de rígidas atitudes. À medida que as atitudes no interior de cada grupo
se tornam negativas, os membros desenvolvem percepção distorcida acerca
dos outros grupos. O resultado é a estereotipação negativa que gera
diferenças ainda maiores entre grupos e fortalecimento adicional da coesão
interna.
2.1 – O Modelo Quinn
O modelo das relações humanas transformacionistas enfatiza os
critérios, tais como participação, abertura, compromisso e moral. Os sistemas
abertos são a inovação, adaptação, o crescimento e aquisição de recursos. O
modelo de metas racionais enfatiza que o líder transformacional deve
apresentar critérios de direção, clareza, produtividade e realização, os quais
também serão eleitos como auto-projeção no exercício da liderança.
Tais conceitos de apontam para o arcabouço de competências
liderativas. Essa estrutura do e para o líder transformacional traz reflexões
sobre as novas tensões e demandas antagônicas com que os líderes se
deparam.
24
Além de descrever o papel do líder e suas respectivas competências,
esse modelo organizacional assume que as empresas podem ser
caracterizadas de acordo com os seus traços culturais comuns, traduzindo-se
num instrumento eficaz para estudo de cultura organizacional.
De acordo com Santos (2000, p. 90):
O modelo de valores competitivos começou a ser estudado em 1981 por Quinn e Rohrbaug e sua estrutura conceitual focaliza as tensões inerentes a todo o sistema organizacional. A ênfase é colocada nos conflitos entre a estabilidade e entre o ambiente interno e externo. Desde sua introdução, o Competing Value Model tem sido aplicado para estudar, por exemplo, formas organizacionais, ciclos de vida organizacional, perfis de liderança, tomada de decisão.
O arcabouço teórico denominado por Quinn (2003) integra quatro
perspectivas contrastantes sobre as organizações. As mesmas perspectivas
podem ser entendidas aqui como modelos, paradigmas, que tiveram a
evolução histórica a seguir.
2.2 – Modelos de metas racionais e modelo dos processos internos: 1900 a 1925
As metas racionais passam por critérios de eficácia e remetem à
produtividade e lucro, crença de que uma direção clara acarreta resultados
produtivos, sendo a função do gerente de um diretor decisivo e um produtor
pragmático.
Quanto aos processos internos o modelo é conhecido como burocracia
profissional através dos escritores de Weber e Fayol, sendo os critérios de
eficácia e estabilidade e a continuidade. O gerente é um monitor tecnicamente
competente e confiável, voltado para a parte de operatividade.
25
2.3 – Modelo de relações humanas: 1926 a 1950
Este modelo deu-se como ênfase central no compromisso, coesão
moral, acreditando-se que o envolvimento resulta em compromissos.
Os seus valores centrais são:
- participação;
- resolução de conflitos;
- construção de consenso.
As organizações adquirem atmosfera de transformação e incentivo
centradas em equipes onde os gerentes assumem o papel de mentor empático
e de facilitador centrado no processo.
2.4 – Modelos dos sistemas abertos: 1951 até os dias atuais
É a premissa de que a adaptação e inovação contínuas promovem a
aquisição e manutenção de recursos internos.
Nesse ambiente, o gerente deve ser inovador, criativo, negociador
demonstrar ser dotado de substancial política, sabendo usar o poder e
influenciar a organização e assim demonstrando ser um verdadeiro líder.
A necessidade de se atingir a eficácia organizacional num ambiente
profundamente dinâmico precisaria de estabilidade o que, em meados de
1990, estava claro que não haveria modelo único que fosse suficiente para
orientar os gerente e que seria preciso, na verdade, enxergar modelos
simultâneos como elementos componentes de apenas uma matriz.
2.5. Os modelos e o trabalho em equipe
26
As definições ajudam a esclarecer por que tantas organizações
reestruturam recentemente seus processos de trabalho em torno de equipes. A
administração está buscando a sinergia positiva que permitirá que suas
organizações melhorem um desempenho. O amplo uso de equipes cria o
potencial para a organização gerar melhores resultados sem os aumentos de
insumos.
Bons líderes respeitam-se, bem como aos membros de seus grupos e
aos competidores. Sem serem arrogantes, marcam sua posição e comportam-
se com autoridade. Exigem tanto de si próprios quanto de seus grupos.
Embora exigentes, jamais desmerecem os outros. Eles compreendem o que
cada membro do grupo traz para o combate. Valorizam suas sugestões e criam
um ambiente em que todos se sentem bem-vindos e à vontade.
As equipes podem ser classificadas com base em seus objetivos. Os
três tipos mais comuns de equipes são as solucionadoras, autogerenciadas e
de funcionalidade cruzada.
Nas equipes solucionadoras, os membros partilham idéias, ou oferecem
sugestões como processos e métodos de trabalho que podem ser melhorado.
Uma das aplicações de equipes solucionadoras de problemas é a partilha de
responsabilidades e se encontram com regularidade para discutir os seus
problemas de qualidade, investigar as causas dos problemas, recomendar
soluções e empreender tarefas corretivas.
Equipes autogerenciadas são grupos empregados que assumem
responsabilidade de seus supervisores. Incluindo planejamento,
escalonamento de trabalho, controle coletivo do andamento do trabalho,
tomada de decisões operacionais e ações em relação a problemas. Equipes de
trabalhos totalmente gerenciadas selecionam seus próprios membros e fazem
avaliar os desempenhos uns dos outros.
27
Compreender estes modelos em equipe, que emergiram ao longo do
século XX pode proporcionar aos líderes um entendimento mais profundo e um
leque mais amplo (Quinn, 2003).
Para ter um desempenho eficaz, uma equipe requer três tipos diferentes
de habilidades. Primeiro precisa de pessoas com perícia técnica. Segundo
precisa de pessoas com habilidades de solucionar problemas e tomar decisões
para ser capaz de identificar problemas, gerar alternativas, avaliar essas
alternativas e fazer escolhas adequadas. Equipes precisam de pessoas com
boas habilidades interpessoais para ouvir, dar retorno, resolver conflitos.
Nenhuma equipe pode atingir o seu potencial de desempenho sem
desenvolver os três tipos de habilidades. A combinação correta e crucial.
Equipes tem necessidades diferentes e as pessoas selecionadas para a
equipe deveriam ser a base da sua personalidade. Equipes de alto
desempenho combinam apropriadamente pessoas e vários papéis. Equipes de
trabalhos bem-sucedidas têm pessoas para preencher todos esses papéis com
base em suas habilidades. Os líderes precisam entender as forças individuais
de cada pessoa ao trazê-la para a equipe, selecionar membros com seus
pontos fortes e distribuir posições que se enquadrem com os estilos preferidos
dos membros. Ao combinar as preferências individuais com os requisitos dos
papéis da equipe, os líderes aumentam a probabilidade dos membros da
equipe trabalhar juntos.
Equipes de alto desempenho são caracterizadas pela elevada confiança
mútua entre seus membros, isto é, eles acreditam na integridade, caráter e
capacidade de cada um. Alguns elementos são precípuos à equipe construtiva
(ROBBINS, 1999, p.85):
§ Integridade: honestidade e confiança
§ Competência: conhecimento e habilidades técnicas e
interpessoais;
§
28
§ Coerência: confiabilidade, previsibilidade e bom julgamento ao
lidar com as situações
§ Lealdade: desejo de proteger e preservar uma pessoa
§ Abertura: desejo de compartilhar idéias e informações livremente
Os trabalhos em equipes sugerem padrões de interdependência. Os
cargos e os indivíduos que os ocupam não existem ociosamente. Nas
empresas, cargo e indivíduos estão unidos entre si, e grande parte do
processo competitivo de uma organização pode ser explicada pelo grau de
sucesso na administração das relações entre cargos e indivíduos. Por isso, os
líderes precisam compreender cada traço das pessoas quando elas trabalham
juntas. Os padrões de interdependência que se desenvolvem entre as pessoas
ocupam papéis que devem desempenhar. As pessoas nas organizações
partilham de uma grande variedade de inter-relações. A interdependência
ocorre quando as pessoas buscam recursos de uma fonte comum, mas que
têm pouca coisa em comum. Os recursos agrupados nessa interdependência
podem incluir dinheiro, equipamento, matérias-primas, informações ou
experiências.
Uma cadeia unidirecional de interações na qual as pessoas dependem
daquelas que as antecedem também é comum (WAGNER III, 1999). Por isso,
diz-se que as relações seqüencialmente interdependentes são assimétricas, ou
seja, as pessoas envolvidas dependem de outras. A interdependência
seqüencial normalmente envolve alguma forma de interação direta.
Um grupo de pessoas também pode ser unido por uma relação de
cadeias bidirecionais. A interdependência recíproca envolve um tipo ou outro
de interação direta, como a comunicação face a face. É significamente mais
complexa, pois incorpora interações assimétricas e bidirecionais nas quais as
pessoas dependem de outras que dependem dela.
29
À medida que as pessoas interdependentes se associam umas com as
outras e ganham experiência nas relações interpessoais passam a esperar
queas outras se comportem de maneira determinada. Quando as
tarefas/atividades são violadas, cria-se o ponto de tensão.
§ interesses à custa dos interesses alheios. Um artifício é o recurso
da autoridade ativa que satisfaz as próprias vontades.
§ Acomodação (não-assertivo – cooperativo) – permite que as
outras partes promovam seus próprios interesses. Nesse caso, as
diferenças são aplainadas para manter a harmonia superficial.
§ Abstenção (não-assertivo, não-cooperativo) – essa abordagem
requer a permanência da neutralidade ou a recusa em assumir
um papel ativo nos procedimentos de resolução de conflitos.
§ Colaboração (assertivo – colaborador) – as partes que se
envolvem dessa estratégia tentam satisfazer a todos mediante a
consideração das diferenças e a busca de soluções que resultem
em ganho para todos os interessados.
§ Transigência (faixa média entre assertivo e colaborador) – essa
abordagem procura a satisfação parcial de todos mediante a
troca e o sacrifício, decidindo mais pela solução aceitável que
pela melhor solução.
O conflito requer interdependência, gerenciada ou resolvida por uma
reestruturação das conexões que vinculam partes conflitantes (GALLBRAITH,
1995). Ao se desenvolver metas superordenadas obtém-se a reestruturação
desejada mediante trabalho em conjunto. Compartilha com uma meta comum
exige que as partes ultrapassem as diferenças – e não diversidades – e
cooperem entre si.
A expansão da oferta de recursos críticos é outra maneira de
reestruturar. Ela remove uma fonte maior de conflitos entre os indivíduos e
entre grupos que se valem da mesma oferta. Quando esse método é bem-
30
sucedido diminui-se o peso da interdependência entre as partes, que passam
a competir menos pelos recursos disponíveis.
. Se isso for viável, esse esclarecimento político afeta a
interdependência pelo fortalecimento da compreensão de todos sobre como e
por que estão vinculados e pela redução do indeterminismo político necessário
à ocorrência do conflito.
Modificar relações estruturais é uma outra abordagem recorre a uma
série de mecanismos que administram conflitos pela eliminação da
interdependência necessária à ocorrência do mesmo. Esse recurso ajuda a
desacoplar indivíduos e grupos que, por sua vez, estariam interligados, criando
anteparos que atenuam a capacidade de uma das partes de afetar as
atividades da outra.
Os modelos propostos para Quinn (2003) são explicados pelo
subdomínio das palavras da expressão: eficácia organizacional. Cada modelo
tem um oposto percebido. Por exemplo, o das relações humanas, define-se
pela flexibilidade e foco interno contrastando com o das metas racionais,
definido pelo controle e foco externo.
Alguns paralelos são importantes:
- Flexibilidade: modelos de relações humanas e sistemas abertos;
- Foco externo: modelos de sistemas abertos e metas racionais;
- Controle: modelos de metas racionais e processos internos;
- Foco interno: modelos de processos internos e relações humanas.
Cada modelo aponta para os benefícios de estratégias diferentes e até
contrárias. Essa estrutura, de acordo com Quinn (2003) reflete a complexidade
com que as pessoas se deparam nas organizações, constituindo-se como uma
ferramenta para aumentar a eficácia, que poderá ocorrer se forem vencidos
três desafios, citados pelo autor. Seriam eles: apreciar as vantagens e
desvantagens da aplicação do modelo na organização; adquirir e usar
31
competências associadas a cada modelo; e integrar de maneira dinâmica as
competências de cada um dos modelos às situações encontradas pelo líder.
A liderança conduz a metas de equipe através da abordagem
comportamental denominada coaching que treina os indivíduos de uma equipe
para agir em direção às metas. O líder conduz os demais da equipe a
seguirem a sua meta. É, portanto, uma filosofia de liderança. (PINA E CUNHA,
2004, p.47).
A lógica do coaching tende pois a ser privilegiada nas organizações
genuinamente aprendentes, nas quais a responsabilidade pelo
desenvolvimento é pessoal, embora apoiada e enquadrada pela
organização.
O coaching é uma ferramenta que aborda o treinamento e a
autocorreção de indivíduos ou grupos constituindo o conhecimento e a
manutenção desse conhecimento dentro da organização pedindo a presença
do coach.
A função do coach é a abordagem de liderança o ponto de convergência
para a construção dos relacionamentos dentro da equipe de trabalho. Segundo
Araújo (1999, p.42):
Coaching é a liderança refinada, pois, ao se concentrar mais no desenvolvimento de pessoas, fortalece o capital humano nas organizações para enfrentar mudanças com maior agilidade.
O coaching envolve o indivíduo e a equipe e todo o processo de
condução destes aos objetivos traçados. Do planejamento à concretização.
Segundo Chiavenato (2002, p. 43):
Coaching é uma parceria colaborativa entre um coach e um aprendiz, conduz a um nível profundo de crenças, valores e visão, que capacita o aprendiz a um processo de descoberta, definição de objetivos e passos específicos de ação bem como a realização de passos extraordinários.
32
O líder passa a ser um coach à medida que consegue a produtividade
da equipe para o alcance de metas. O líder que exercer essa função
organizacional é um coach. Segundo Araújo (1999) ’todo coach é um líder,
mas nem todo líder é um coach.’ Daí a derivação da palavra coaching, ou seja,
a atividade exercida pelo coach. Segundo Castilho (2000, p. 357):
O treinamento e o desenvolvimento de pessoal deve ser potencializado a fim de promover não só a capacitação técnica específica dos trabalhadores, mas a aquisição de novos conhecimentos, conceitos, atitudes, tais como: visão crítica dos problemas contemporâneos, responsabilidade social e cooperação dentro e fora do trabalho,
2.6 – Empowerment
Segundo o dicionário de significações Oxford (1997) to empower seria
delegar algo que deve ser feito. Logo, da derivação empowerment supõe-se a
ação daquele ou daquela ao qual se delega uma atividade.
O empowerment é a forma de delegar poderes em prol de uma
motivação e maior eficácia na produtividade das pessoas (SCOTT, 1998).
Essa ferramenta procede da exigência global nas organizações de estarem
buscando novas formas de trabalho com comprometimento e
responsabilidade.
Há necessidade de se fazer a diferença acima de todas as ordens.
Contudo, quando não se sabe potencializar a criatividade e iniciativa humanas.
Os indivíduos precisam serem orientados e saberem tomar decisões,
solucionar problemas e se responsabilizarem pelos seus resultados.
Segundo SCOTT, (1976, p.89) empowerment é uma forma
fundamentalmente diferente de se trabalhar junto.
Dentre algumas especificidades dessa ferramenta, considerar-se-á:
§ Indivíduos: sentem-se responsáveis não apenas por fazer um
trabalho, mas também por fazer toda a organização funcionar
§
33
melhor. O novo empregado é um solucionador de problemas
ativo, que ajuda a planejar como fazer coisas e então fazê-las.
§ Equipes: trabalham juntas para melhorar continuamente sua
performance, alcançando níveis mais altos de produtividade.
§ Organizações: são estruturadas de maneira que as pessoas
sintam que são capazes de alcançar os resultados que querem,
que possam fazer o que precisa ser feito, não apenas o que é
exigido delas.
O líder, no local de trabalho, promove uma nova relação entre os
indivíduos e as pessoas da organização.
O problema com o atual movimento de delegação de poder é que ele
ignora a extensão em que a liderança pode ser compartilhada e as condições
que facilitam o sucesso de liderança idem. O empowerment deve começar com
a mudança interior da liderança – ativar o empowerment é ganhar controle
(SCOTT, 1976). Essa ferramenta precisa consolidar o comportamento e a
predisposição de toda a organização. Em uma hierarquia tradicional o ápice
piramidal direciona e dá as atividades. Quando há o empowerment todos
cooperam mesmo antes de agir. O grupo de pessoas trabalha junto em
colaboração. Em uma empresa tradicional o líder mantém processos e
pessoas sobre rígido controle. Sob o empowerment as pessoas querem ter
responsabilidade e livre ação. As pessoas têm poder para tomar suas próprias
ações e gerenciá-las. O líder no empowerment busca a relação entre liberdade
e controle.
Caracteristicamente, o empowerment sugere uma rede ou círculo
(SCOTT, 1976, p. 92) pela visão de grupos seqüenciais ou equipes de
coordenação ligados a um centro. Delinear-se-á esse esquema através dos
seguintes direcionamentos:
§ O cliente é o centro;
34
§ As pessoas trabalham juntas, de forma cooperativa, para fazer o
que é necessário;
§ Responsabilidade, habilidades, autoridade e controle são
compartilhados;
§ O controle e a coordenação surgem da comunicação contínua e
de muitas decisões;
§ A mudança às vezes é muito rápida, à medida que novos
desafios surgem;
§ A habilidade-chave em relação a um empregado e um líder é a
capacidade para trabalhar com outros;
§ Relativamente, existem poucos níveis de organização;
§ O poder vem da capacidade de influenciar e inspirar os outros,
não da sua posição;
§ Espera-se que os indivíduos gerenciem-se e sejam responsáveis
pelo todo;
§ Os líderes são os incentivadores, os conectores e aqueles que
proporcionam o empowerment às suas equipes.
Responsabilidade está associada ao nível de organização em que as decisões são tomadas, quem é responsável pelo bem estar da organização. Equipes estão relacionadas à eficácia do trabalho. A
tomada de ação de risco. Clientes valorizam os funcionários que são orientados para clientes e se sentem responsáveis por eles. (HERRENKOHL, 1999, p. 375)
A liderança em seu local de trabalho conserva o conceito de
empowerment representando-o por vários elementos – pessoais, equipe e
organização -. Para cada indivíduo o empowerment terá uma definição.
Segundo SCOTT, (1976, p. 94):
§ Clareza de propósito
§ Estado de ânimo
35
§ Justiça
§ Reconhecimento
§ Trabalho em equipe
§ Participação
§ Comunicação
§ Ambiente saudável
O empowerment é uma mudança total que a empresa promove administrando
o seu pessoal através de uma série de atividades no do local de trabalho. Três
são as mudanças prioritárias exigidas pelos empowerment (SCOTT, 1998). A
primeira é em relação ao processo, pois além de atingir um objetivo, um grupo
de trabalho deve analisar como se atinge as metas, envolvendo a
autoconsciência e compreensão compartilhada. A segunda é em relação à
responsabilidade, pois na equipe de trabalho com o empowerment todos têm
responsabilidade que tradicionalmente era apenas concedida ao líder. A
terceira é em relação à aprendizagem, em disponibilidade para agir, detectar,
correr riscos. Hoje, os locais de trabalham buscam qualidade e melhoria
contínua. A equipe deve trabalhar em conjunto. Seus objetivos duplicam-se.Os
membros precisam descobrir as perspectivas de repensar cada um dos seus
processos e redesenhar suas formas de trabalhar.
Muitas empresas têm programas de melhoria de qualidade. Um
programa de qualidade objetiva ter as pessoas atentas a cada um dos seus
processos de trabalho, descobrindo fontes espaçadas e preenchendo-as.
O papel do líder no empowerment é patrocinar atividades referentes à
ferramenta e ser um defensor da mudança dentro da organização. Em uma
equipe baseada nos conceitos de empowerment, deve-se buscar pelo líder e
pelos demais indivíduos do grupo: o questionamento da organização, a
proteção da equipe, a exposição a riscos e o sucesso partilhado.
O desenvolvimento do empowerment organizacional ocorre em diversos
níveis. Envolve questionamento, predisposição dos indivíduos, criação de
36
novos tipos de relações e a construção de novas estruturas organizacionais.
As organizações que migram do estilo piramidal para o celular criam novas
formas de desenvolvimento processual.
Para vencer esses desafios, o líder precisa desenvolver, como
supradito, a complexidade comportamental que, de acordo com Quinn (2003) é
como a capacidade de explorar e utilizar competências e comportamentos dos
diversos modelos.
O líder assumiria, então, distintos papéis de acordo com os valores
competitivos, integrando opostos e propondo oito atuações: diretor, produtor,
mentor, facilitador, coordenador, monitor, inovador, negociador.
Esses papéis assumem novas necessidades de competências
desenvolvidas pelos líderes em projeção a si mesmo e aos outros:
a) Compreensão de si mesmo e dos outros: compreender que as
pessoas reagem de formas diferentes a situações diversas. Ter boa
consciência de si, ou seja, autoconhecimento, além de uma inteligência
emocional desenvolvida.
b) Comunicação eficaz: saber quando e como compartilhar informações.
Utilizar a comunicação para informas, coordenar e motivar as pessoas, além
de incrementar a eficiência de cada unidade de trabalho e da organização
como um todo.
c) Desenvolvimento dos colaboradores: desenvolver pessoas
considerando abordagens tais quais a delegação e a avaliação de si mesmo e
do seu trabalho.
Os papéis desenvolvidos pelos líderes ajudam a organizar as idéias
relativas ao que se espera de quem ocupa o cargo de liderança. Segundo
Quinn (2003), não há um papel de liderança que, sozinho, detenha o segredo
de um bom desempenho da liderança. As competências, necessárias em cada
37
papel irão garantir a obtenção de um desempenho efetivo em cada um destes
papéis, conforme Quinn (2003, p. 74) descreve:
Assim, para tornar-se um gerente capaz é preciso não só a habilidade para desempenhar todos os oito papéis (no mínimo de maneira competente) como também que o gerente tenha capacidade de mesclar e equilibrar os diferentes papéis de modo adequado.
3. LIDERANÇA E COMPETÊNCIA
3.1. A natureza da liderança
Aqui se busca um resgate das definições traçadas ao longo do tempo
sobre a liderança. Segundo Kantz e Kahn (1978) a liderança tem três
dimensões significativas: posições, característica de uma pessoa como
categoria de conduta e a característica nata ou atribuída do profissional. Além
disso, ser líder implica em tornar-se um agenciador e influenciador.
Para Kouzes e Posner (1997), o processo da liderança está focado
justamente na distinção as pessoas e fazer algo para mobilizá-la para que
sejam natos seguidores. Os ocupantes de cargos em uma organização podem
levar as pessoas a fazerem algo em função do poder que lhes é concedido,
entretanto os líderes mobilizam existem para mobilizar os seguidores.
Para os mesmos autores, o processo de liderança está focado
justamente na distinção entre mobilizar pessoas a fazerem algo e mobilizá-las
para que queiram fazer. Os ocupantes de cargos em uma organização podem
levar pessoas a fazerem algo em função do poder que lhes é concedido.
Para Kouzes e Posner (1997, p. 33-34) há definição de liderança
enquanto:
38 A arte de mobilizar os outros para que estes queiram lutar por aspirações compartilhadas. Nessa definição, uma palavra se destaca: querer. Sem ela o significado de liderança seria bastante alterado, provocando o desaparecimento de conceitos como escolha, motivação interna e aspirações. A liderança, nesse caso, algo menos que o envolvimento de voluntários seguidores.
Bergamini (1997, p. 211) traz o enfoque de liderança como
administração do sentido, ou seja, focaliza a maneira pela qual o sentido é
criado, mantido e mudado. As ações do líder tentam delinear e interpretar
situações para guiar os membros da organização dentro de uma interpretação
comum da realidade. Desta forma, as ações do líder tentam delinear e
nterpretar situações para guiar os membros da organização na realidade da
cultura em que se é produzida.
Para Bergamini (1997, p. 212):
As ações e as declarações dos líderes enquadram e dão forma ao contexto da ação de tal maneira que os membros desse contexto são capazes de usar o sentido assim criado como ponto de referência para a sua própria ação e compreensão da situação.
Para Sholtes (1999, p. 423) liderar envolve propósito de valores, visão
de futuro, rede de relacionamentos, equipes de trabalho e de comunidade. Ele
define liderança como:
Liderança é a presença e o espírito do indivíduo que lidera, e o relacionamento que se cria com as pessoas chefiadas. A boa liderança dá conta das necessidades e dos valores das pessoas que necessitam ser gerenciadas: leva em consideração as habilidades e capacidades dos indivíduos com quem o líder compartilha essa liderança. Ela se adapta aos propósitos e a necessidades futuras da organização. A liderança é uma arte, uma jornada interior, uma rede de relacionamentos, o domínio de métodos, e mais muito mais, e por não podermos esperar que um indivíduo heróico possua todas essas características, a liderança em última instância, precisa ser um sistema.
39
De acordo com Covey (1995) a liderança é regida por princípios e
quando se vive de acordo com eles, a influência e autoridade moral aumentam,
muitas vezes recebendo-se mais autoridade formal.
Face ao exposto, muitos autores comportam diversas definições sobre
liderança, o que a torna um termo abrangente. Entretanto, é importante levar
em consideração qualquer definição devendo levar em conta que o bom líder
traz os resultados esperados para a organização.
A definição de liderança exposta por Robbins (2002, p. 304) será
considerada nesse estudo: “a liderança é a capacidade de influenciar um grupo
em direção ao alcance de objetivos”. Para uma organização a importância de
se alcançar objetivos vem em primeiro lugar para que seu conhecimento se
torne sustentável.
Alguns autores expõem diferenças funcionais entre o líder e o gerente
na manutenção do contexto em que convivem. Para Bennis (2006, p. 78):
- O gerente administra, o líder inova;
-O gerente é uma cópia e o líder original;
- O gerente mantém e o líder desenvolve;
- O gerente prioriza unidades e sistemas, o líder prioriza pessoas;
- O gerente depende do controle o líder inspira confiança;
- O gerente tem uma visão de curto prazo e o líder perspectiva o futuro;
- O gerente pergunta como e quanto, o líder o quê e o porquê;
- O gerente vive com os olhos voltados para o possível, o líder com os
olhos voltados para o horizonte;
- O gerente imita, o líder inventar;
- O gerente aceita o status quo, líder desafia;
- O gerente é um bom soldado clássico, o líder é seu próprio
comandante;
- O gerente faz as coisas direito, o líder faz as coisas certas.
40
O mesmo autor também oferece apresenta um quadro das diferenças
entre líder e gerente para exemplificar o foco de atenção de cada função:
QUADRO 1 – DISTINÇÃO ENTRE GERÊNCIA E LIDERANÇA
LÍDERES GERENTES
- pessoas
- espontaneidade
- liberação, fortalecimento
- eficácia
- programador
- investimentos
- princípios
- transformação
- poder centrado nos princípios
- discernimento
- fazer a coisa certa
- direção
- linha superior
- propósitos
- acima dos sistemas
- coisas
- estrutura
- controle
- eficiência
- programa
- despesa
- técnicas
- transação
- utilidade
- medição
- fazer as coisas no momento certo
- rapidez
- resultados
- métodos
- práticas
FONTE: Bennis (2006, p. 361)
Ao se verificar a diferença entre liderar e entre gerenciar, sendo que os
gerentes fazem os outros trabalhar através da ordem e do controle, os líderes
promovem entre as pessoas a vontade de trabalhar. De acordo com Kotler
(2000, p. 8)
41 Gerenciar está associado às coisas como planejar, elaborar orçamentos, organizar pessoas, controlar e resolver problemas e liderar é a criação de uma visão do futuro, a capacidade de influenciar
pessoas a aceitarem idéias e implementá-las.
Pode-se considerar, portanto, que os gerentes atuam de forma a manter
o funcionamento da organização, ou seja, seus processos e estruturas,
estratégias e cultura organizacional. Por outro lado, líderes iniciam e
promovem uma inspiradora visão de mudanças. A organização necessita de
ambos, tanto do gerente quanto do líder, pois ambos são construtivos para o
processo de sobrevivência da empresa.
3.2. As matrizes da atuação do líder transformacional
A liderança transformacional, de acordo com a revisão de literatura, têm-
se baseado nas diversas perspectivas ao longo do tempo e,
consequentemente, inúmeras interpretações. Esses estudos encaminham as
teorias da sua simplicidade até as suas versões mais complexas.
Tanto as versões mais simples quanto as versões mais complexas,
buscam modelos gerenciáveis para a sua articulação e sistematização. A
evolução dessas teorias é demonstrada por Robbins (2000).
Conforme Robbins (2002) há teorias sociais, físico, intelectuais ou de
personalidade que diferenciem líderes e não líderes. Esse enfoque aponta
para as qualidade inatistas do líder, ou seja, ele já nasceria pronto para liderar,
logo, bem possível desenvolver nele as qualidades necessários para o
desenvolvimento do líder.
De maneira geral, as descobertas cumulativas de mais de meio século
de pesquisas conduzem à aparência de que alguns traços potenciais crescem
com o sucesso e desempenho do líder, mas nenhum dos traços é garantia de
sucesso.
O fato de um indivíduo apresentar traços e ser considerado líder pelos
demais não significa, necessariamente, que ele terá o sucesso como mentor
de
42
um grupo para o alcance de seus objetivos. Estas seriam as limitações dessa
teoria.
Segundo Robbins (2002, p. 309) comportamentos específicos
diferenciam líderes. Segundo o autor, o estudo entre estilo de liderança,
eficácia e influência da situação retrata um modelo que, para o autor, propõe “a
eficácia do desempenho do grupo dependente da adequação entre o estilo do
líder e o quanto de controle a situação proporciona a ele”.
O autor acredita que um fator essencial para o sucesso é o estilo de
liderança. Assim ele começa a tentar qual é o estilo e modelo básico o qual
pretende seguir. Sua teoria está sustentada em um instrumento para averiguar
esse estilo de liderança com estudos combinados com a situação. Ao final,
Robins (2002, p. 309) concluíra que:
Se uma situação requer um líder orientado para a tarefa e a pessoa na posição de liderança é orientada para o relacionamento, ou a situação terá de ser modificada ou o líder substituído, para que a eficácia ótima possa ser conseguida.
4. LIDERANÇA TRANSFORMACIONAL
O líder transacional ou transformacional, de acordo com Burns (1979)
teve foco na história e comportamento de grandes líderes como Stalin, Gandhi,
Mão, Churchill, Roosevelt, De Gaulle, entre outros e as mudanças sociais e
políticas que muitos desses líderes promoveram diretamente ou indiretamente,
através dos seguidores sociais.
Para Robbins (2002, p.319) as lideranças transacionais ou
transformacionais não devem ser vistas como opostas. A liderança
transformacional é constituída em cima da transacional. Ele define a liderança
transacional da seguinte forma:
43 “O líder transacional motiva seus seguidores na direção das metas estabelecidas por meio do esclarecimento dos papéis e das exigências das tarefas. [...]. Eles prestam atenção às preocupações e às necessidades de desenvolvimento de cada um de seus liderados; modificam a maneira de seus seguidores verem as coisas; ajudando-os a pensar nos velhos problemas de uma nova forma; e são capazes de entusiasmar, incitar inspirar as pessoas a darem o máximo de si na busca dos objetivos do grupo.”
Para Schermehorn (195, p. 235), a liderança transformacional é muito
mais atuante, pois:
Ocorrem quando os líderes ampliam e elevam os interesses dos seus liderados, quando geram a conscientização e a aceitação dos propósitos e da missão do grupo quando incentivam os liderados a olhar além do próprio interesse, vendo o bem dos demais. A liderança transformacional tem 4 dimensões: carisma, inspiração, estímulo intelectual, consideração individualizada.
O objetivo final da liderança transformacional é transformar
organizações e pessoas, ampliando sua visão, necessidade, entendimento.
Além disso, tornando o comportamento compatíveis com as crenças, princípio
e valores das pessoas, alimentando um estado permanente de renovação
interna.
4.1 – O início da liderança transformacional
O início dos estudos da liderança transformacional iniciou-se me 1990,
sendo a posição de Nanu (1992) a primeira obra específica sobre o tema. Ele
pesquisou centenas de líderes, levantando informações sobre o tema liderança
e sua visão. Em sua obra, Nanus (1992, p. 8), define liderança visionária como:
“criar uma reação realística, crível, atrativa do futuro para a organização.”
Para Robbins (2002, p. 321) a definição de liderança visionária é a
seguinte:
44 “a liderança visionária é a capacidade de criar e articular uma visão futuro realista, atrativa e acreditável para a organização ou anuidade organizacional, que tem como ponto de partida a situação presente e a busca de sua melhoria. Essa visão, se selecionada e implementada corretamente, é tão correta que dá início realmente ao futuro, despertando as habilidades, os talentos e os recursos para que ela aconteça.”
Segundo Robbins (2002), a visão lança mão da energia e da emoção
das pessoas. Se devidamente articulada, pode gerar o entusiasmo das
pessoas sentem pelos esportes e outras atividades de lazer, trazendo essa
energia e esse compromisso para o ambiente de trabalho. As pessoas
precisam acreditar que a visão é desafiadora e ao mesmo tempo factível.
Ainda segundo Robbins (2002, p. 321) líderes visionários devem mostrar
que têm habilidades específicas em três habilidades principais:
- Capacidade de explicar a visão para outras pessoas;
- Ser capaz de expressar a sua visão não apenas verbalmente, mas
também através do seu comportamento;
- Ser capaz de estender a visão para seus componentes e diferentes
contextos de lideranças, ou seja, diferentes negócios, departamentos e
interesses.
Quando se embasa na competência a liderança foi descrita por Covey
(2005, p.201) como uma forma de liderança, onde é:
“Possível aprender aprimorar competências fundamentais que tendem a prever as diferenças entre pessoas com desempenho destacado (líderes) e as que só terão desempenho médio.”
É necessário identificar as competências que os líderes possuem ou
necessitam desenvolver para desempenharem o papel num ambiente tão
competitivo e instável, em que prevalece a busca por resultados. A
necessidade de líderes capazes de influenciar outras pessoas para atingir os
objetivos da organização se torna cada vez melhor.
45
Portanto, é necessário identificar quais são as outras competências
exigidas do líder, ou seja, organizar nossas idéias quanto ao eu se espera de
quem ocupa o cargo de liderança.
Entretanto, antes de se discutir as competências, pode se representar
através de um dado histórico e teórico o conceito de liderança:
QUADRO 2 – EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DA LIDERANÇA
1930 - 1940 Teoria dos traços de liderança
Líder possui características inatas
1940 - 1960 Teorias comportamentais
Líder tem determinados
comportamentos específicos
(voltado para tarefas X voltado para
pessoas)
Final dos anos 60 Teoria contigenciais
Modelo da contingência de Fieldler/
Teoria do recurso cognitivo
Teoria da liderança situacional:
liderança dependendo da situação
Teoria da troca entre líderes e liderados
Teoria da meta e do caminho
Modelo de participação e liderança
A partir de 1990 Teorias neocarismáticas
Liderança carismática
Liderança transacional
Liderança transformacional
Liderança visionária
Fonte: Robbins (2002, p. 204)
46
4.2 – Competências do líder transformacional
Para compreender as competências do líder transformacional torna-se
necessário estar a par das teorias transformacionais. As abordagens sobre
competências têm recebido grande atenção nos últimos anos e passaram a
fazer parte da pauta da maioria dos profissionais.
De acordo com Ruas (2005, p. 47):
Apesar da grande difusão da noção de competências entre empresas brasileiras, sua aplicação, bem como seus resultados práticos,
aparecem como um debate com mais sombras do que luzes mais impasses do que certezas.
As competências tratadas dentro do âmbito das organizações podem
ser vistas basicamente através de duas dimensões, sendo este o tema a ser
abordado neste item.
Segundo Dutra (2004), a competência pode ser atribuída a diferentes
atores. De um lado temos a organização, com o conjunto de competências que
tornados clássicos: conhecimento (saber), habilidades (saber fazer), atitudes
(saber ser/agir).
Segundo Ruas (2005, p. 67):
O que se pode construir no debate sobre a noção de competências individuais é, de um lado uma corrente de especialistas anglo-saxões adotando uma abordagem mais pragmática, especialmente em sua forma de classificação, e partindo de uma influência mais visível do conceito de qualificação e, de outro, os representantes da escola francesa, que ampliam as perspectivas do conceito a partir da integração de conceitos da sociologia e da economia do trabalho. E é justamente da escola francesa que, em nosso entender, são desenvolvidas as principais contribuições à noção de competência individual: não seria esta última um estado de formação educacional e profissional, tampouco um conjunto de conhecimentos adquiridos ou de capacidade apreendidas; seria, isso sim, a mobilização e a aplicação de conhecimentos e capacidades numa situação específica, na qual se apresentam recursos e restrições próprios a essa situação.
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Dutra (2004) reforça que muitas pessoas e alguns teóricos definem
competências com o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes,
necessárias para as atribuições e responsabilidades. Entretanto, sugere que
para melhor compreender o conceito é necessário agregar o conceito de
entrega, ou seja, considerar as pessoas por suas capacidades de entrega e
resultados.
Ser um líder competente é um desafio. Mas quais as competências que
precisam ser exibidas por quem aspira ou já ocupa a função de liderança?
Oliveira e Marinho (2005) dizem que este é um assunto amplo, profundo
e abrangente, sendo um verdadeiro desafio selecionar uma lista mais
representativa das competências essenciais de uma boa liderança.
Apesar de existirem várias abordagens sobre as competências
relacionadas o líder, há também muita coisa em comum entre elas, conforme
Oliveira e Marinho (2005, p. 47):
Comparando as variadas listas de competências de liderança, percebe-se que várias competências são comuns à maioria delas, com pequenas variações, indicando assim uma espécie de consenso a respeito das competências básicas de liderança.
Ruas (2005, p. 93) realizou um levantamento onde ele destaca os
conhecimentos, habilidades e atitudes mais propagados por autores que
fizeram parte do levantamento, o que considera um perfil gerencial atual.
Essas competências estão relacionadas abaixo:
- Visão sistêmica e estratégica;
- Domínio pessoa;
- Capacidade de trabalhar em equipe;
- Habilidades humanas e interculturais;
− Criatividade;
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- Flexibilidade;
- Capacidade de inovação;
- Comportamento ético;
- Capacidade de aprender, liderar e educar.
Sobre as competências requeridas, (Ruas, 2005, p. 95) destaca que
Apesar de todos os quesitos apresentados, o intuito não é o de mistificar o perfil de um herói organizacional, busca-se uma forma plausível de tratar essas impressões sistematicamente,
É nesse contexto de inúmeras competências que surge uma proposta
estrutura por Quinn (2003), em que ele propõe um modelo mais amplo, que
possa tratar das ambigüidades e contradições que envolvem o papel e as
competências do líder.
Este modelo foi construído em torno de um arcabouço de competências
de liderança. Essa estrutura traz reflexões sob as novas tensões e demandas
antagônicas com que os líderes se deparam. De acordo com Quinn (2003, p.
35):
A abordagem evolui a partir de mais de 20 anos de pesquisa e experiências pedagógicas. Os quatro autores deste texto participaram de pesquisas que ajudaram a moldar a metateoria. Trabalhamos com esse material tanto em ambiente universitário, em aulas para alunos de graduação e de pós-graduação, tanto em ambiente universitário quanto em programas de graduação gerencial executiva.
Esse modelo reconhece paradoxos que são vivenciados pelo líder no
dia-a-dia das organizações. Sendo assim, a tarefa a considerar num cenário
instável não é a das mais fáceis. Sobre este aspecto, Quinn (2003, p. 16)
descreve que “os melhores líderes apresentam um comportamento complexo e
são capazes de integrar papéis contraditórios”.
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CAPÍTULO II
DESCRIÇÃO DO DELINEAMENTO
Esta investigação segue o modelo quantitativo de
pesquisa de levantamento. O objetivo geral foi o Identificar o nível de lideres
na aréa de enfermagem de uma instituição da Assossiação Congregação de
Santa Catarina.Em relação ao estudo de campo para Gil (2002, p.53),
caracteriza-se como “um único campo ou comunidade em termos de sua
estrutura social, ou seja, ressaltando a interação entre seus componentes.
Basicamente, a pesquisa é desenvolvida por meio da observação direta das
atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar
suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo.” (Gil 2002, p.53)
Amostra
Participaram desta pesquisa todos os cargos de chefia .
Instrumento
O instrumento utilizado constitui-se em um questionário
elaborado pela empresa, o nível de liderança.
Procedimento de Coleta de Dados
A coleta dos dados é feita periódicamente de três em três
meses na instituição.
Histórico da Empresa:
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O Hospital São José está sob a gestão da Associação
Congregação de Santa Catarina (ACSC), desde sua inauguração, em 1962.
Localizado no município fluminense de Teresópolis, a casa se destaca pelo
atendimento, qualidade nos serviços prestados.
Desde sua fundação, o foco principal da instituição é
Assistência à comunidade, tendo sempre em frente o valente trabalho das
irmãs de Santa Catarina.
Ramo de atividade:
A empresa atua no seguimento de saúde, com leitos para
internações, atendimentos clínicos, de emergência e ambulatoriais, além de
realizar procedimentos de exames laboratoriais simples até os mais
sofisticados.
Tendo como visão ser reconhecida como serviço de excelência
na região, considerando-se como primeira opção em pronto atendimento,
atingindo a auto-sustentabilidade até 2012.
A missão é prestar assistência multiprofissional humanizada e
de qualidade aos clientes com a filosofia da Congregação de santa Catarina.
Respeitando os valores da empresa que é a espiritualidade,
ética, transparência, perseverança e fraternidade.
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CAPÍTULO IIl
ESTUDO DE CASO
O presente trabalho foi realizado na Congregação Santa
Catarina no setor de oncologia onde a congregação e referência no município,
foi notado o desempenho de uma colaboradora na área de enfermagem, que
comovida com as condições de muitos os pacientes que muitas das vezes
fragilizados pelo estado da doença já muito avançado e sem condições
financeiras até mesmo para ter uma alimentação digna, começou a promover
bazar, festas, gincanas para recolher fundos e assim começar a prestar uma
assistência alimentar a esses pacientes, que muita das vezes passam seu dia
no setor do hospital fazendo consultas e sessões quimioterapia.
Há tantos estilos de liderança quantos líderes há. Alguns estilos
são melhores que outros, mas não há um tratamento que sirva para todos, que
funcione com todo mundo. Bons líderes configuram seu tratamento com base
na situação.
Os paciente com essa ajuda passam por uma triagem e fazem
um cadastro onde descrevem suas necessidades e assim uma assistente social
passa a fazer uma pesquisa para saber onde pode ajuda-los.
Ela nos ensina a importância de manter saudável o equilíbrio
dos relacionamentos com essas pessoas, inclusive as que lideramos. Quando
conhecemos uma pessoa, o saldo da conta de relacionamento é muito neutro,
porque vamos iniciar um conhecimento. Á medida que o relacionamento
amadurece, porém, fazemos depósitos e retiradas nessas contas imaginárias,
baseados na forma como nos comportamos. Por exemplo, fazemos depósitos
nessas contas sendo confiáveis e honestos, dando as pessoas consideração e
reconhecimento, mantendo nossa palavra, sendo bons ouvintes.
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Foi observado após um ano desse trabalho, completamente
humanitário realizado por verdadeiros lideres, pessoas capazes de pensar no
ser humano sem nenhum retorno financeiro, o quanto cada paciente tem
passado por melhoras em sua saúde, saúde mental e psicológica, seu processo
de recuperação cada vez melhor.
Na Congregação após uma pesquisa de campo observou-se o
surgimento de novos lideres para toda a organização. Pois o exemplo descrito
acima tornou a enfermeira uma líder e administradora em seu papel
desempenhado que requer habilidades de liderança e administração. Não há
como negar que em alguns já trazem de berço, mais capacidade de liderança,
em razão de tendências naturais.
Pois no papel da enfermagem, ao exercer a liderança, enfrenta
desafios e vive uma luta constante para superar as dificuldade diárias e manter
o ânimo forte, e procurando manter sempre um sorriso a quem necessita.
Liderança em enfermagem e um processo em que o enfermeiro
influência as ações de outros para a determinação e consecução de objetivos, o
que implica em definir e planejar a assistência da enfermagem num cenário
interativo.(GALVÃO,et al, 1998.).
Sendo um profissional em destaque nas organizações
hospitalares os enfermeiros em grande maioria destaca-se no processo de
liderança organizacional, pois, deve estar em baseado técnico e cientificamente
para assim desenvolver ações gerenciais com liderança, para as quais o
conhecimento e ferramenta indispensável. O enfermeiro necessita compreender
o processo de liderar e desenvolver as habilidades necessárias; dentre elas,
salientamos a comunicação, o relacionamento interpessoal, tomada de decisão
e competência clínica, bem como aplica-las na sua prática profissional.
(WEHBE, GALVÃO, 2001).
53
A enfermagem e um trabalho humano que tem a finalidade de
cuidar, enquanto que a questão cultural tem sido ponto de reflexão, pois ainda
não há generalização dos resultados favoráveis a sua ação.(BERSUDA e
RICCIO 2005.).
Assim, percebemos a liderança compartilhada como mecanismo
de alcance dos objetivos no contexto hospitalar.
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CONCLUSÃO
O comportamento organizacional é um campo de pesquisa que ajuda e
prever, explicar e possibilitar a compreensão de comportamento nas
organizações. O campo do comportamento organizacional baseia-se em várias
abordagens, uma delas a relação líder e grupo e a caracterização personalítica
de cada indivíduo.
Indivíduos diferem em uma série de dimensões; o sucesso no
aproveitamento deste fato é essencial ao controle efetivo do comportamento
organizacional. Os indivíduos podem diferir em três aspectos básicos de
aptidão física, aptidão cognitiva, espacial.
Os indivíduos também diferem quanto aos traços de personalidade.
Essas diferenças de traços como extroversão, afabilidade, ajustamento,
responsabilidade e interesse traduzem-se freqüentemente em diferenças de
desempenho no cargo. Mudanças na composição demográfica da força de
trabalho obrigaram muitas organizações a deixar de lado estereótipos sobre
diferentes grupos de pessoas e as organizações progressistas estão
descobrindo novas formas de converter diversidade da mão-de-obra em uma
fonte de vantagem competitiva sustentável.
A compreensão de todo o processo perceptivo pelo qual as pessoas
codificam e dão sentido ao mundo complexo ao seu redor é crucial àqueles
que pretendem gerenciar o comportamento organizacional. A mera existência
de ilusões da percepção atesta o fato de que aquilo que se percebe nem
sempre é uma abordagem muito fiel da realidade objetiva. Na fase da atenção,
para processar informações, seleciona-se um pequeno conjunto de todas as
informações disponíveis aos nosso cinco sentidos. O grau em que um estímulo
atrai a atenção é uma função complexa de características do objeto e de nós
mesmos. Na fase da organização, as informações são simplificadas. Converte-
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se seqüências comportamentais complexas e representa-se pessoas por meio
de protótipos. Uma série de vieses, entre os quais a estereotipagem, podem se
insinuar nesse processo complexo. Na fase da tomada de decisão, utilizar-se-
á informações processadas nas fases anteriores para propor uma avaliação de
um objeto, pessoa ou evento. Essa avaliação, uma vez realizada, afeta nossas
decisões de comportamento e percepções posteriores.
Para as relações pessoais confrontam-se três elementos:
interdependência agrupada, seqüencial e recíproca. Os papéis se formam
entre os indivíduos interdependentes para orientar seus comportamentos à
medida que interagem uns com os outros. Esses papéis captam as
expectativas que os membros de um conjunto de papéis tem relação à pessoa
que ocupa um determinado papel de trabalho. Os papéis podem ser
diferenciados segundo as dimensões funcional, hierárquica e inclusiva.
Socialização é o processo pelo qual os indivíduos aprendem seus papéis.
Dependendo da meta de socialização, diferentes comunicadores, utilizando
táticas diferentes, podem ser necessários para fortalecer expectativas de
conservação ou de inovação. Tal como os papéis socializados são os blocos
fundamentais das relações interpessoais, a comunicação é o cimento que junta
esses blocos. Comunicação envolve codificação, transmissão e decodificação
de informações enviadas de uma pessoa para outra por meio de um dentre
vários veículos. A teoria da eqüidade é uma estrutura teórica para entender
como as pessoas julgam a justiça de suas relações que propicia uma grande
margem de orientação prática em termos da administração de percepções de
justiça.
A liderança tem sido examinada e estudada em várias pesquisas. A
liderança difere do gerenciamento no sentido de que liderar é apenas uma das
tarefas do trabalho gerencial. O aparecimento e o sucesso permanente de um
líder é uma função complexa de traços pessoais, características dos
seguidores e características da situação.
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Algumas características pessoais mais importantes de um líder devem
ser inteligência, alto nível de energia e carisma. Essas características
normalmente se manifestam em determinados comportamentos ou estilos de
decisão do líder.
As dimensões mais importantes do comportamento do líder incluem:
consideração das necessidades dos funcionários, às vezes chamada de
orientação para a tarefa ou preocupação com a produção e comportamentos
de intercâmbio entre líder e membro que dividem subordinados em intragrupos
e extra-grupos.
Os líderes também diferem em termos de estilos de decisão. Alguns
líderes autoritários tomam toda as decisões para os seus seguidores, ao passo
que outros assumem uma abordagem liberal e deixam que os seus seguidores
façam como intencionam. Outros ainda assumem uma abordagem
democrática e trabalham ativamente com os seguidores para assegurar que
todos os membros do grupo tenham uma chance de contribuir para uma
decisão. Segundo o modelo transacional de liderança, a eficácia desses
comportamentos e estilos diferentes de decisão depende de características
dos seguidores e da situação.
Os seguidores diferem segundo várias dimensões importantes. Podem
ser altamente confiáveis, amadurecidos, profissionais e dedicados à
organização e sua missão. Para que liderança seja eficaz com seguidores com
características diferentes, serão necessários diferentes estilos de liderança.
A situação da qual líder e seguidores se encontram também afeta a
relação de um lado, entre os traços, os comportamentos e os estilos de
decisão do líder e de outro a eficácia do líder. Onde o líder tem poder de
decisão, onde a estrutura da tarefa é alta e onde as relações entre líder e
seguidor são caracterizadas pela confiança e o respeito, pode-se garantir um
conjunto de comportamentos ou estilos de decisão.
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WEHBE, G., GALVÃO. O Enfermeiro de Unidade Emergência Hospitalar Ribeirão Preto 2001.
59
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 01
AGRADECIMENTO 02
DEDICATÓRIA 03
RESUMO 04
METODOLOGIA 05
SUMÁRIO 06
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I 10
1-CONCEITO (LIDEANÇA) 10
1.1-O fator diversidades 10
1.2-Teoria dos traços de personalidade 13
1.3-Teoria sobre os estilos de lideranças 16
1.4-Teoria situacionais de lideranças 18
2-ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS 19
2.1-O modelo Quinn 22
2.2-Modelos de metas racionais e processos internos 23
2.3-Modelos de relações humanas 24
2.4-Modelos dos sistemas abertos 24
2.5-Os modelos e o trabalho em equipe 25
2.6-Empowerment 31
3-LIDERANÇA E COMPETÊNCIAS 36
3.1-A natureza da lideranças 36
3.2-As matrizes da atuação do líder transformacional 41
60
4-LIDERANÇA TRANSFORMACIONAL 42
4.1- O ínicio da liderança transformacional 43
4.2-Competência do líder transformacional 46
CAPÍTULO ll 49
Descrição do delineamento 49
CAPÍTULO lll 51
Estudo de caso 51
CONCLUSÃO 54
BIBLIOGRAFIA 57
ÍNDICE 59