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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA RH E OS BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Por: Christina Souza Castanheira Orientador Prof. Mario Luiz Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Benefício por Incapacidade são aqueles em que o INSS paga mensalmente às pessoas que não podem exercer sua atividade, devido

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

RH E OS BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE DA PREVIDÊNCIA

SOCIAL

Por: Christina Souza Castanheira

Orientador

Prof. Mario Luiz

Rio de Janeiro

2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

RH e os Benefícios por Incapacidade da Previdência Social

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão de Recursos

Humanos

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus a dádiva da vida e a

oportunidade de concluir mais uma

etapa que me propus a realizar.

4

DEDICATÓRIA

...dedico este trabalho ao meu esforço e

dedicação.

5

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo esclarecer os Benefícios por

Incapacidade da Previdência Social.

A proteção social ao segurado acometido de doença incapacitante para

suas atividades, privado de exercer seu trabalho e seu sustento.

Será abordado os Benefícios por Incapacidade, como requerê-los, e a

documentação exigida.

Será visto a atuação do Serviço Social, da Reabilitação Profissional e

Perícia Médica.

Abordaremos um item muito importante atualmente que é o acerto

cadastral e os vínculos empregatícios, que dificultam a rapidez da conclusão

do benefício.

6

METODOLOGIA

A metodologia consistiu em um levantamento da legislação

previdenciária agrupada a uma experiência de trabalho neste campo, para

gerar um conhecimento específico e assim fornecer meios e orientações ao

trabalhador e as empresas.

Foi utilizado também, como fonte de pesquisa além da legislação

previdenciária, sites da internet.

7

SUMÁRIO

CAPÍTULO I 11

Conhecendo os Benefícios por Incapacidade da Previdência Social

1.1-Auxílio Doença 12

1.2- Aposentadoria por Invalidez 13

1.3- Auxílio Doença por Acidente de trabalho 14

1.4- Acidente de Trabalho 15

1.5- Aposentadoria por Acidente de trabalho 16

1.6- Auxílio Acidente 16

1.7- Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social 17

BPC – LOAS à pessoa com deficiência

1.8- Como solicitar corretamente um Benefício por Incapacidade 18

1.9- Conceitos de Incapacidade e de Invalidez 20

CAPÍTULO II 22

Ações do Serviço Social e da Reabilitação Profissional

2.1- Serviço Social 22

2.2- Reabilitação Profissional 23

2.3- Perícia Médica 27

CAPÍTULO III 30

Acertos Cadastrais e Vínculos Empregatícios 30

3.1-Carência e Qualidade 34

3.2-Da Manutenção e da Perda da Qualidade 36 CONCLUSÃO 37 BIBLIOGRAFIA 38

8

INTRODUÇÃO

Segundo o Boletim Estatístico Gerencial de Junho/2012, o INSS

recebeu o quantitativo de solicitações de 4.826.588 referentes a pedidos de

auxílio doença, auxílio acidente e aposentadoria por invalidez. Destes 87,51%

ou seja, 169.200 auxílios doença concedidos e 12,49% ou seja, 24.144 de

auxílio doença acidentário, em todo o Brasil.

Em face deste quadro e as ocorrência de total falta de informação e

interesse, tanto por parte do empregado como da empresa, tento mostrar com

este trabalho, um pouco do dia a dia desses benefícios.

Hoje a informatização da Previdência Social, da Caixa Econômica, da

Receita Federal e do Ministério do Trabalho, torna-se necessário a

regularização do cadastro pessoal do funcionário e toda a parte financeira.

Onde a empresa deverá manter sua GFIP cadastrada corretamente dentro dos

prazos e constando sempre a atualização de seus funcionários.

Com a informatização ocorre uma reunião de informações destes

órgãos que alimentam a rede de dados do NIT (número de identificação do

trabalhador), que hoje é o primeiro e principal documento solicitado quando há

necessidade de requerer qualquer benefício da Previdência Social, sejam os

benefícios por incapacidade, aposentadorias ou pensões.

Quando solicitado o NIT, o empregado deverá apresentar o

PIS/PASEP se for empregado de empresa ou a sua inscrição para as demais

filiações, como: doméstico, contribuinte individual, pescador, facultativo,...

Hoje quando um segurado já possui um PIS, este número já é

convertido na inscrição se o próprio quiser pagar como contribuinte individual

ou facultativo, caso seja demitido e deseje trabalhar por conta própria.

Os direitos sociais são direitos fundamentais previstos na Constituição

de 1988. O estudo da formação destes direitos a partir do Estado Moderno

(Liberal), marco histórico para a formação dos direitos do homem, e,

posteriormente as transformações sociais responsáveis pelo surgimento do

9

Estado Social (Providência). (Danusa Espindola de Morais e Eduardo Brol

Sitta).

A partir do Estado Democrático de Direito, as razões políticas, econômicas,

sociais, jurídicas e filosóficas a justificar a ineficácia da realização dos direitos

prestados pelo Estado.

Segundo John Loocke, buscou formar a organização de uma sociedade

política a partir da ideia do estado de natureza, representando o consentimento

individual a concretização da Unidade política do Estado, sendo esta

representatividade democrática o marco formador do Estado

Constitucional.(John Loocke)

A obra de Rousseau é marco importante, neste ponto, pois, como refere

Rogério Gesta Leal demarca como um divisor de águas, a forma de se avaliar

a organização social, tendo como referência precípua o homem.

Conforme descrição de João Ernesto Aragonés Vianna, sobre a criação da

Lei dos Pobres: O ano de 1601 foi um marco na seguridade social. Nesse ano

foi editada a Lei dos Pobres – Poor Law Act, - na Inglaterra, a qual instituiu um

programa de assistência social, de responsabilidade da Igreja, visando

combater os efeitos da miséria, dirigido principalmente às crianças, velhos,

inválidos e desempregados, com o objetivo de custear tais ações, foi instituída

uma contribuição obrigatória.

O sistema de proteção social aos trabalhadores teve sua criação

concretizada a partir do convite do Parlamento Alemão ao Chanceler Otto Van

Bismarck, em 1883, cujo objetivo era desenvolver projetos sociais que

buscassem a proteção do trabalhador. Nasce a Previdência Social, na forma

de Seguro Social. ( Augusto Massayuki Tsutiya).

Segundo João Aragonés Vianna, o Direito da Seguridade Social é um

direito de luta. O modelo Bismarck é prova disso. Não resultou de bondade do

Estado, mas da pressão exercida pelas classes trabalhadoras.

A universalização do Seguro Social é fruto do Tratado de Versalhes de

1919, após a Primeira Grande Guerra (1914-1918) do qual resultou, como

leciona Marcos Orione Gonçalves Correia, uma grande expansão do seguro

social obrigatório em todo o mundo, e tendo como grande incentivo à criação

da atual OIT. Tem-se aí, a constitucionalização dos direitos sociais, mas foi

10

somente com o Plano Beverige, que a pedido do governo inglês, em 1942,

propôs um sistema universal de luta contra a pobreza a proteger todos os

cidadãos e não somente os trabalhadores, nascendo um sistema de

repartição, em que toda a sociedade contribui para a criação de um fundo

previdenciário, sendo então considerado grande inspirador da seguridade

social como é concebida atualmente.

Conforme Claudia Salles Vilela Vianna, a partir da criação da Lei do

Seguro Social por Bismarck, foi introduzida uma série de direitos, tais como: o

seguro contra acidentes do trabalho e seguro doença. A partir de 1889,

passou a vigorar a lei que garantia o seguro-invalidez e velhice. O custeio era

feito pelo Estado, empregadores e empregados, cujos descontos destes

últimos eram de forma obrigatória, sendo retida uma parte de seus proventos

mensais, sistemática que passou a ser chamada de sistema contributivo.

Importante referência segundo Fábio Zambitte Ibrahim, que a seguridade

social brasileira na Carta de 1988 é resultado da transição do Estado Liberal

para o Estado Providência, ao passo que a intervenção estatal, na composição

da seguridade social, é obrigatória, por meio de ação direta ou controle, a qual

deve atender a toda e qualquer demanda referente ao bem-estar da pessoa

humana. (Fábio Zambitte Ibrahim)

O sistema de seguridade social brasileiro, como refere Leda de Oliveira

Pinho, é um sistema autopoético composto por vários subsistemas que, no seu

desenvolvimento falham em se comunicarem uns com os outros, tornando

menos efetiva a concretização de políticas públicas a ele vinculadas. (Leda de

Oliveira Pinho)

É a seguridade social, o instrumento de que dispõe o Estado, na ordem

social, para, mediante duas vias de acesso, a previdenciária (Seguro Social) e

a assistencial (integrada pelos setores de saúde e de assistência) e com a

cooperação dos atores sociais, resolver a questão social. (Wagner Balera)

Este trabalho esta dividido em três capítulos. O primeiro mostra os tipos de

benefícios por incapacidade explicando cada um deles. O segundo capítulo

mostra o trabalho executado pelo serviço social, a reabilitação profissional e a

perícia médica. E o terceiro capítulo explica sobre os acertos cadastrais do

segurado, a carência e qualidade para os benefícios.

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CAPÍTULO I

CONHECENDO OS BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE

DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

“ É a seguridade social, o instrumento de que dispõe o Estado, na

ordem social, para, mediante duas vias de acesso – a previdência (seguro

social) e a assistencial (integrada pelos setores de saúde e de assistência) _ e

com a cooperação dos atores sociais, resolver a questão social”. (Balera,

1999)

Benefício por Incapacidade são aqueles em que o INSS paga

mensalmente às pessoas que não podem exercer sua atividade, devido a uma

doença, seja mental ou física, ou sofra um acidente, inclusive de qualquer

natureza.

São eles: 1- Auxílio Doença (espécie 31)

2- Aposentadoria por Invalidez (espécie 32)

3- Auxílio Doença por Acidente de Trabalho (espécie 36)

4- Acidente de Trabalho (espécie 91)

5- Aposentadoria por Invalidez por Acidente de Trabalho (espécie 92)

6- Auxílio Acidente por Acidente de Trabalho (espécie 94)

7- Benefícios de Prestação Continuada da Assistência Social à pessoa com

deficiência – BPC – LOAS (espécie 87)

12

O INSS é o órgão executor da política previdenciária pública, tendo a

sua responsabilidade institucional definida na sua estrutura regimental:

”promover o reconhecimento, pela Previdência Social, de direito ao

recebimento de benefícios por ela administrados, assegurando agilidade,

comodidade aos seus usuários e ampliação do controle social.” ( Fenner,

2010)

Os requerimentos dos benefícios e serviços poderão ser solicitados

através dos seguintes canais de atendimento:

. Internet – www.previdência.gov.br

. Prevfone – 135

. Agências da Previdência Social

Informações sobre cada benefício:

1.1 – Auxílio Doença (espécie 31)

Conforme o site da Previdência, o auxílio doença é concedido ao

segurado impedido de trabalhar por doença ou acidente por mais de 15 dias

consecutivos. No caso de trabalhadores com carteira assinada, os primeiros

15 dias são pagos pelo empregador, exceto o doméstico, e a Previdência

Social paga a partir do 16º de afastamento do trabalho, até sua recuperação.

Para os demais segurados inclusive o doméstico, a Previdência paga o auxílio

desde o início da incapacidade e enquanto a mesma perdurar.

Em ambos os casos, deverá ter ocorrido o requerimento do benefício.

Para a concessão do auxílio doença é necessária à comprovação da

incapacidade em exame realizado pela perícia médica da Previdência Social.

13

Não tem direito ao auxílio doença quem, ao se filiar à Previdência, já

tiver a doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a

incapacidade resulta do agravamento da enfermidade.

O trabalhador que recebe auxílio doença é obrigado a realizar exame

médico periódico e, se constatado que não poderá retornar para sua atividade

habitual, deverá participar do programa de Reabilitação Profissional para o

exercício de outra atividade, prescrito e custeado pela Previdência Social, sob

pena de ter o benefício suspenso.

O auxílio doença deixa de ser pago quando o segurado recupera a

capacidade e retorna ao trabalho ou quando o benefício se transforma em

Aposentadoria por Invalidez.

A empresa poderá requerer o benefício de auxílio doença para seu

empregado ou contribuinte individual que lhe preste serviço e, nesse caso, terá

acesso às decisões do benefício. (Site da Previdência Social)

“O auxílio doença possui natureza jurídica temporária, de prestação

continuada, possível de retorno ao trabalho, sendo utilizado pelos segurados

acometidos de doenças que o afastem por mais de 15 dias do trabalho”.

(Martinez, 2003)

1.2- Aposentadoria por Invalidez (espécie 32)

É o benefício concedido aos trabalhadores que, por doença ou

acidente, forem considerados pela perícia médica da Previdência Social

incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes

garanta o sustento.

Não tem direito à Aposentadoria por Invalidez quem, ao se filiar à

Previdência Social, já tiver a doença ou lesão que geraria o benefício, a não

ser quando a incapacidade resulta no agravamento da enfermidade.

Quem recebe Aposentadoria por Invalidez tem que passar pela perícia

médica de dois em dois anos, se não, o benefício é suspenso. A

14

Aposentadoria deixa de ser paga quando o segurado recupera a capacidade e

volta ao trabalho.

A Aposentadoria por Invalidez normalmente é posterior a um auxílio

doença, mais a perícia médica pode aposentar o segurado no primeiro exame

pericial do auxílio doença, ou, este segurado permanecer em auxílio doença e

depois de algumas pericias ser aposentado.

Quando se fala que este tipo de aposentadoria, o segurado tem que ser

periciado a cada 02 anos, como consta na legislação previdenciária, só ocorre

quando a Previdência Social convoca para nova perícia.

Quando a suspenção do benefício, ocorre tanto pela Previdência,

quanto pela perícia médica que constata a recuperação como também, caso o

segurado já se ache recuperado apresentando documentação médica à

perícia. Ele próprio solicita alta da aposentadoria e retorno as suas

atividades.(site da Previdência Social)

1.3- Auxílio Doença por Acidente de Trabalho ou Auxílio

Doença Acidentário (espécie 36)

Benefício concedido ao segurado incapacitado para o trabalho em

decorrência de acidente de trabalho ou de doença profissional. Considera-se

Acidente de Trabalho aquele ocorrido no exercício de atividades profissionais a

serviço da empresa (típico) ou ocorrido no trajeto casa-trabalho-casa (de

trajeto).

Tem direito ao auxílio doença acidentário o empregado, o trabalhador

avulso, o médico residente e o segurado especial. A concessão do auxílio

doença acidentário não exige tempo mínimo de contribuição.

Ao trabalhador que recebe auxílio doença, a Previdência oferece o

Programa de Reabilitação Profissional.

Este benefício é uma indenização paga ao segurado que sofre um

acidente e fica com sequelas que reduzem sua capacidade de trabalho.

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O valor do benefício corresponde a 50% do salário de benefício que deu

origem, no caso o auxílio doença.(site da Previdência Social)

1.4- Acidente de Trabalho (espécie 91)

Benefício pago ao trabalhador que sofre um acidente que reduzem sua

capacidade de trabalho. Tem direito ao Acidente de Trabalho, o trabalhador

empregado, o trabalhador avulso e o segurado especial. O empregado

doméstico, o contribuinte individual e o facultativo não recebem o benefício.

Para a concessão do benefício não é exigido tempo mínimo de

contribuição, mas o trabalhador deve ter qualidade de segurado e comprovar a

impossibilidade de continuar desempenhando suas atividades, por meio de

exame da perícia médica da Previdência Social.

O acidente pode ser por Doença Ocupacional ou Doenças Profissionais,

que reduzem sua capacidade para o trabalho.

Doença ocupacional – é a designação de várias doenças que causam

alterações na saúde do trabalhador, provocadas por fatores relacionados com

o ambiente de trabalho. (site wikipedia.org)

Para a concessão do acidente de trabalho, o segurado deverá apresentar

a CAT (Comunicação do Acidente de Trabalho), que deve ser preenchida pela

empresa, constando seus dados, o do empregador e o primeiro atendimento

médico.

Esta CAT deverá ser registrada na Previdência Social ou pelo site da

Previdência. O número do registro da CAT deverá constar do benefício.

A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) – No impresso constam

os elementos necessários para o preenchimento do Acidente de Trabalho –

CAT e do Atestado Médico. O preenchimento da CAT deve ser feito pelo

empregador ou sindicato ou ainda por autoridade pública, pelo médico

assistente. Todos os campos da CAT devem estar preenchidos para que ela

seja aceita e registrada.

No caso de acidente com morte, o preenchimento é indispensável,

devendo ser apresentada a certidão de óbito e, quando houver, o laudo de

16

necropsia. Nestes documentos deve constar a assinatura do médico e o seu

carimbo com o número da sua inscrição no Conselho Regional de Medicina –

CRM. (site da Previdência Social)

1.5- Aposentadoria por Acidente de Trabalho (espécie 92)

Benefício concedido ao trabalhador que por acidente, forem considerados

pela perícia médica da Previdência Social incapacitados para exercer suas

atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento.

Normalmente este benefício decorre da transformação do acidente de

trabalho. Mais, constatada a gravidade da situação do segurado, considerado

totalmente incapaz para o trabalho, a perícia médica da Previdência Social

poderá conceder, de imediato, a aposentadoria.(site da Previdência Social)

1.6- Auxílio Acidente (espécie 94)

O Auxílio Acidente é um seguro previdenciário que consiste numa renda

de cerca de metade do salário, que é paga até a aposentadoria comum por

idade ou por tempo de contribuição. São devidos aos segurados empregados,

trabalhadores avulsos e segurados especiais em caso de acidente de qualquer

natureza, mas somente se houver uma sequela que diminua a capacidade

laborativa no mesmo trabalho ou no caso de incapacidade laborativa que

obrigue à troca de função, nesse caso passando pela Reabilitação Social. É

um benefício isento de carência.

O Auxílio Acidente como também o Auxílio Doença, será pago enquanto

a doença estiver evoluindo, somente quando ela estiver estabilizada e se

houver sequela o auxílio acidente poderá ser iniciado, isso caso o segurado

não possa se aposentar por invalidez. É, portanto uma alternativa à

aposentadoria por invalidez. Se houver reativação da doença (se voltar a

evoluir), o auxílio acidente será suspenso para que o auxílio acidente ou o

auxílio doença sejam reiniciados.

17

O segurado não perderá o benefício se estiver desempregado como

acontecia antes e também não perderá se estiver recebendo outro benefício no

INSS, como o salário família, somente não poderá acumular com

aposentadoria.(site da Previdência Social)

1.7- Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social à

pessoa com deficiência – BPC – LOAS (espécie 87)

Existem dois Benefícios por Prestação Continuada – ao idoso (espécie

88) e ao deficiente físico (espécie 87).

Neste tópico será visto o benefício LOAS 87, face envolver a

incapacidade.

É um benefício da Assistência Social, integrante do Sistema Único da

Assistência Social – SUAS, pago pelo Governo Federal, cuja operacionalidade

do reconhecimento do direito é do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS e

assegurado por lei, que permite o acesso de idosos e pessoas com deficiência

às condições mínimas de uma vida digna.

A pessoa com deficiência deverá comprovar que a renda mensal do

grupo familiar per capta seja inferior a ¼ do salário mínimo, deverá também ser

avaliado, se a sua deficiência o incapacita para a vida independente e para o

trabalho, e esta avaliação é realizada pelo Serviço Social e pela Perícia Médica

do INSS.

Para o cálculo da renda familiar per capta é considerado o conjunto de

pessoas composto pelo requerente, o cônjuge, o/a companheiro, os pais e, na

ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos

e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo

teto.·.

Este benefício pode ser pago a mais de um membro da família desde

que comprovadas todas as condições exigidas. Nesse caso, o valor do

benefício será concedido, anteriormente será incluído no cálculo da renda

familiar.

18

O benefício deixará de ser pago quando houver superação das

condições que deram origem a concessão do benefício ou pelo falecimento do

beneficiário.

O Benefício Assistencial é intransferível e, portanto, não gera pensão

aos dependentes.

( Lei nº 8742 de 07/12/1993 – alterada)

1.8 – Como solicitar corretamente um Benefício por

Incapacidade

É importantíssimo solicitar corretamente um benefício previdenciário.

A apresentação da documentação corretamente cadastrada e atualizada

implicará na demora ou não da resolução do benefício.

O segurado após solicitar o requerimento do auxílio doença, seja pela

internet ou pelo 135, deverá se for empregado, apresentar no dia agendado os

seguintes documentos:

- Carteira de Trabalho

- Identidade

-CPF

- Comprovante de residência

- Cartão do PIS/PASEP se tiver.

- Requerimento ou declaração fornecida pela empresa, assinada, datada e

carimbada, informando o último dia trabalhado.

Após a perícia médica, o benefício deverá estar com os dados

(cadastrais atualizados) do segurado, para que este receba corretamente no

banco seu pagamento.

Cadastro atualizado: É o acerto dos dados cadastrais de seu NIT (PIS,

PASEP ou Inscrição do INSS). Este acerto é feito através da apresentação da

19

documentação original. O segurado que desejar atualizar seu cadastro,

mesmo que não solicite qualquer benefício, poderá agendar através da internet

ou do 135 o serviço de Acerto de Dados Cadastrais.

Benefício concedido, a perícia médica comunicará através de seu

documento CRER (Comunicação de Resultado de Exame e Requerimento) o

prazo do benefício e o resultado (deferido ou indeferido). O segurado que

continuar doente e impossibilitado de retorno de suas atividades poderá

solicitar nova perícia – PP (Pedido de Prorrogação), quantas vezes forem

necessárias, ligando para o 135 e agendando nova perícia. Este agendamento

de um PP deverá ser feito antes do término do prazo dado pela perícia médica.

Quando ultrapassado o prazo de perícia ou se o perito em nova perícia

mantiver a alta anterior, o segurado terá o direito de agendar um PR (Pedido

de Reconsideração), para nova análise pericial.

Em cada perícia realizada o segurado deverá apresentar exames e

declarações médicas de seu médico de tratamento, em forma clara e contendo

o máximo de informações acerca do estado de saúde e o tratamento

realizado.(site da Previdência Social)

Prazos para marcação e comparecimento ao exame pericial:

1- No exame inicial a marcação de exame e o comparecimento do

segurado/requerente deverão ser de preferência imediatos.

2- O exame de prorrogação será considerado dentro do prazo quando

realizado 10 dias antes, após o limite fixado no exame anterior ou ainda, até 15

dias após a alta médica.

3- Após resultado do PR, se a perícia médica mantiver a alta do benefício, o

segurado poderá requerer através do agendamento pelo 135 de Recurso da

Previdência Social.

Terá o prazo de 30 dias, a partir da ciência do resultado pericial do PR,

para solicitar o Recurso.

Em todos os exames médico-periciais, deve ser exigida a identificação

do examinado, ou seja, a exigência de um documento com foto. O profissional

20

da área médico-pericial não realizará exame algum sem ter previamente

apurado, conferido e anotado a prova de identidade do examinado, através de

documento legal. (site da Previdência Social)

1.9 – Conceito de Incapacidade e de Invalidez

Incapacidade laborativa é a impossibilidade de desempenho das funções

específicas de uma atividade ou ocupação, em consequência de alterações

morfopsicofisiológicas provocadas por doença ou acidente.

O risco de vida, para si ou para terceiros, ou de agravamento, que a

permanência em atividade possa acarretar, será implicitamente incluído no

conceito de incapacidade, desde que palpável e indiscutível.

O conceito de incapacidade deve ser analisado quanto ao grau, á

duração e à profissão desempenhada. (site da Previdência Social)

Incapacidade

Incapacidade está relacionada à função, à capacidade de realizar algo.

Encontramos incapacidade de variada magnitude, desde dificuldades para

abotoar a camisa, dar o laço no calçado, segurar ferramentas e utensílios até a

impossibilidade de caminhar e enxergar.

( Gardino e Stump, 2006)

21

“Invalidez”

A palavra invalidez foi transcrita entre aspas porque é um termo absoluto

e sugere perda completa. Porém, é utilizado para todos os graus de perda

desde as parciais até as verdadeiramente absolutas.

A invalidez é uma restrição do cidadão em sua vida socioeconômica

comparada aos outros membros da sociedade, consequente das limitações de

sua capacidade em produzir, ter lazer, construir família, e realizar-se como um

ser humano em todas as suas prerrogativas.(Gardino e Stump, 2006)

22

CAPÍTULO II

Ações do Serviço Social, da Reabilitação e

Readaptação Profissional e Perícia Médica

2.1 – Serviço Social:

Conforme o site da previdência social, o serviço social é uma forma de

assistência social prestada pelo INSS. Consiste em informar ao segurado ou

dependente de seus direitos e obrigações e, na medida do possível, ampará-lo

em situações de vulnerabilidade social. É comum um segurado não ter seu

pedido de auxílio doença ou de prestação continuada atendido devido á

insuficiência de requisitos, nesses casos resta encaminhar a pessoa ao

Serviço Social. Não é preciso estar em benefício para ter acesso, é universal e

gratuito.

Este serviço tem a finalidade de esclarecer seus direitos sociais e os

meios de exercê-los. Tem como prioridade, além de facilitar o acesso aos

benefícios e serviços previdenciários, estabelecer o processo de solução dos

problemas sociais relacionados com a Previdência Social.

As ações do Serviço Social são desenvolvidas por Assistentes Sociais

das Gerências Executivas do INSS e das Agências da Previdência Social, da

seguinte forma:

. Prestar atendimento individual e grupal aos usuários esclarecendo

quanto ao acesso aos direitos previdenciários, tais como: benefícios e serviços,

condições e documentos necessários para requerimento e concessão dos

benefícios previdenciários e assistenciais, manutenção e possibilidade da

perda da qualidade de segurado, entre outros.

23

.Realizar pesquisa social para identificação do perfil e das

necessidades dos usuários.

. Emitir parecer social fornecendo elementos para a concessão,

manutenção, recurso de benefícios e decisão médico pericial, nos casos de

segurados em auxílio doença previdenciário ou acidentário, cujas situações

sociais interfiram na origem, evolução ou agravamento de determinadas

doenças.

. Assessorar entidades governamentais e não governamentais em

assuntos de política e legislação previdenciária e assistencial.

. Realizar o cadastro de Recursos Sociais e Grupos Organizados.

(site da Previdência Social)

2.2- Reabilitação Profissional:

Conforme o site da Previdência Social, a Reabilitação Profissional é um

serviço que tem como objetivo de oferecer, aos seus segurados incapacitados

para o trabalho (por motivo de doença ou acidente), os meios de reeducação

ou readaptação profissional para o seu retorno ao mercado de trabalho.

O atendimento é feito por equipe de médicos, assistentes sociais,

sociólogos, fisioterapeutas e outros profissionais. A Reabilitação Profissional é

prestada também aos dependentes, de acordo com a disponibilidade das

unidades de atendimento da Previdência Social.

Depois de concluído o processo de reabilitação profissional, a

Previdência Social emitirá certificado indicando a atividade para a qual o

trabalhador foi capacitado profissionalmente.

A Previdência Social poderá fornecer aos segurados recursos materiais

necessários à reabilitação profissional, incluindo próteses, órteses, taxas de

inscrição em cursos profissionalizantes, instrumentos de trabalho, implementos

profissionais e auxílios transporte e alimentação.

24

O trabalhador vítima de acidente de trabalho terá prioridade de

atendimento no Programa de Reabilitação Profissional. Não há prazo mínimo

de contribuição para que o segurado tenha direito à reabilitação profissional.

(site da Previdência Social)

Conforme o Manual de Perícia Médica da Previdência, as atribuições do

Médico Perito, são:

a)- Avaliar o potencial do segurado no que se refere aos aspectos físicos,

colhendo dados necessários ao seu parecer quanto às contraindicações,

potencialidades e o prognóstico para o retorno ao trabalho, solicitando

inclusive, a descrição da função desempenhada;

b)- Solicitar exames e pareceres especializados, inclusive quanto à

necessidade de órtese e/ou prótese;

c)- Realizar análise de postos de trabalho;

d)- Identificar os casos passíveis de reabilitação profissional;

e)- Preencher formulário próprio definindo o potencial para retorno ao

trabalho, fazendo observação quanto à necessidade de órtese e/ou prótese;

f)- Acompanhar os casos de protetização;

g)- Avaliar intercorrências médicas;

h)- Definir compatibilidade física de ocupações, utilizando os seus

conhecimentos técnicos, análises de funções ou outros meios técnicos, desde

que necessário;

i)- Desempenhar as demais atividades médico – periciais que lhe são

pertinentes, como alta pericial após encerramento do Programa de

Reabilitação;

j)- Avaliar a incapacidade das pessoas portadoras de deficiências – PPD

– para o enquadramento nos artigos 3º e 4º do Dec. 3.298;

l)- Participar de palestras e seminários divulgando a Reabilitação

Profissional.

Encaminhamento à Reabilitação Profissional:

1 – Poderão ser encaminhados à Reabilitação, por ordem de Prioridade:

25

a) – segurado em gozo de auxílio doença (acidentado ou previdenciário);

b) – aposentado especial, por tempo de contribuição ou por idade, que

permanece em atividade laborativa e sofre acidente de trabalho;

c) – aposentado por invalidez;

d)- segurado sem carência para receber auxílio doença previdenciário,

porém portador de incapacidade laborativa;

e) – dependente pensionista, inválido;

f) – dependente maior de 14 anos, portador de deficiência;

g) – pessoas portadoras de deficiência, sem vínculo com a Previdência

Social.

2 – O atendimento dos segurados, inclusive os aposentados, pela Reabilitação

Profissional é obrigatório, ficando o dos dependentes condicionados às

possibilidades administrativas, técnicas, financeiras e às características locais

do órgão.

3 – A seleção da clientela para o encaminhamento à Reabilitação deverá

pautar-se na análise do conjunto de variáveis que caracterizam cada caso, tais

como: faixa etária, escolaridade, tipo de limitação (sequela definitiva),

acomodação ao benefício, perspectivas definidas de capacitação para o

trabalho a curto e médio prazos e possibilidade de absorção pelo mercado de

trabalho.

4 – O encaminhamento do segurado em gozo de auxílio doença deverá ser o

mais precoce possível, de preferência já no exame inicial, quando o mesmo

apresentar sequela definitiva e perspectivas imediatas de programa de

reabilitação profissional.

5 – Os portadores de doença profissional e do trabalho deverão ser

encaminhados no exame inicial para análise profissiográfica e verificação do

posto de trabalho.

26

6 – O segurado em gozo de auxílio doença, esta obrigado a se submeter a

programa de reabilitação profissional, inclusive aos exames nele abrangidos,

exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, sob pena de suspensão do

benefício.

7 – O atendimento dos empregados ou associados encaminhados pelas

empresas ou entidades sindicais obedecerá, no que couberem às demais

rotinas e procedimentos previstos para os encaminhamentos feitos pela perícia

médica.

(Manual de Perícia Médica da Previdência Social)

Como esses encaminhamentos mencionados acima, há outros tipos de

encaminhamentos de acordo com o Manual de Perícia Médica da Previdência

Social.

Na Reabilitação o atendimento é prestado por dois profissionais

responsáveis pela orientação profissional e o perito médico.

A orientação é feita pelo servidor da área afim, à Reabilitação e pode ser

o Assistente Social, Pedagogo, Terapeuta Ocupacional, Sociólogo, entre

outros.

Hoje na Previdência Social o papel de orientador cabe ao Assistente

Social, por ser a carreira, dentro da instituição com mais profissionais.

O Serviço Social de Reabilitação Profissional, está relacionado àqueles

que de alguma forma perderam ou tiveram reduzidas a sua capacidade para o

trabalho. Nas palavras de Valença, “restituir a capacidade perdida por uma

pessoa”. ( Valença, 2008)

Ao orientador compete:

Avaliar as perdas e restrições funcionais, nível de escolaridade, faixa etária,

outras experiências profissionais, situação e vínculos empregatícios e mercado

de trabalho de origem;

Definir potencialidades, habilidades, aptidões e prognóstico de retorno ao

trabalho;

27

Buscar condições para a readaptação do segurado (troca de função/atividade)

na empresa de vínculo;

Orientar para a escolha consciente de nova função/atividade a exercer no

mercado de trabalho, no caso de inexistência de vínculo;

Prescrever os recursos materiais necessários para o desenvolvimento do

programa;

Encaminhar para a preparação profissional, utilizando-se dos recursos

disponíveis na comunidade (cursos e treinamentos provenientes de parcerias,

contratos e convênios);

Acompanhar “in loco” o programa de RP desenvolvido pelo segurado, e ainda,

por meio da Pesquisa de Acompanhamento e Fixação no mercado de trabalho,

a situação do reabilitado, após o seu retorno ao trabalho e a eficácia do

programa desenvolvido.

(Por Leila Silva Cannalonga)

“Não parece correto afirmar pura e simplesmente que a reabilitação

profissional se destina à cobertura do risco da incapacidade, e não do risco do

desemprego”. (Bilhalva,2007)

2.3 – Perícia Médica:

Conforme o Manual de Perícia Médica da Previdência Social, a atividade

médico pericial tem por finalidade, em face de situações previstas em lei, bem

como a análise do requerimento dos benefícios das espécies 42

(aposentadoria por tempo de contribuição) e 46 (aposentadoria especial).

- Tem ainda a atribuição de analisar o requerimento de benefícios

assistenciais, espécie 87 (BPC-LOAS), e indenizatórios, espécie 56

(portadores da síndrome de Talidomida).

- A execução da Perícia Médica está a cargo de profissional pertencente à

categoria funcional da área médico pericial do quadro de pessoal do INSS,

com treinamento adequado, sob supervisão direta das chefias dos

28

Serviços/Seções de Gerenciamento de Benefícios por Incapacidade das

Gerências Executivas.

- Pronunciamento sobre matéria médico pericial – os profissionais da área

médico pericial se pronunciarão sobre a matéria, respondendo aos quesitos

estabelecidos por dispositivos legais, ou por despachos e pareceres técnicos

que lhes forem solicitados.

- No que se relaciona à parte técnica, somente as conclusões médico periciais

poderão prevalecer para efeito de concessão e manutenção dos benefícios por

incapacidade.

- A realização de exames médicos periciais, bem como a revisão da conclusão

médica, é de competência exclusiva dos setores de perícias médicas.

- Os atos médico periciais implicam sempre pronunciamento de natureza

médico legal destinado a produzir um efeito na via administrativa do INSS,

passível de contestação na via recursal da Previdência Social e na Justiça.

- O exame médico pericial tem como finalidade a avaliação laborativa do

examinado, para fins de enquadramento na situação legal pertinente, sendo

que o motivo mais frequente é a habilitação a um benefício por incapacidade.

- Em todos os exames médico periciais, deve ser exigida a dupla identificação

do examinado, ou seja, a exigência de um documento com foto e a aposição

de sua assinatura ou impressão digital na margem lateral do LPM (Laudo de

Perícia Médica).

O profissional da área médico pericial não realizará exame algum sem ter

previamente apurado, conferido e anotado a prova de identidade do

examinado, através de documento legal, de preferência a Carteira de Trabalho

da Previdência Social.

- Caberá a Perícia Médica dar conhecimento ao segurado do exame médico

pericial, através da “Comunicação de Resultado de Exame Médico” – CREM.

Hoje em dia esta comunicação chama-se CRER (Comunicação de Resultado

de Exame e Requerimento).

( Manual de Perícias Médicas do INSS)

29

O exame-médico pericial “envolve uma série de ações que devem estar

voltadas para fins de diagnóstico e prognósticos”, sendo “parte da medicina

denominada semiologia” e que compreende as fases de anamnese (história

clínica com interrogatório relativo ao objeto da perícia), exame físico (pesquisa

de sinais e sintomas relativos à doença em questão), exames especializados

(momento em que analisa pareceres dos médicos assistentes) e exames

complementares (instrumento laborial e de imagem de auxílio para o

diagnóstico),

sendo que para uma avaliação do estado mental do examinado deverão ser

observadas aspectos relacionados a atenção, orientação, consciência,

memória, pensamento e linguagem. (Buono Neto e Buono, 2002)

30

CAPÍTULO III

ACERTOS CADASTRAIS E VÍNCULOS EMPREGATÍCIOS

CARÊNCIA E QUALIDADE

Hoje o INSS encontra-se informatizado e ligado a outros órgãos, e

mantém uma rede de cadastro de seus segurados cada vez mais atualizada.

Esses órgãos, como: Caixa Econômica, Receita Federal, Ministério do

Trabalho e outros, contribuem com informações que vão propiciar ao INSS

alimentar sua rede de informações, mantendo-as mais atualizadas e impedindo

muitas das vezes as fraudes praticadas contra o Instituto.

Por isso a grande importância para que as empresas mantenham seus

dados e de seus empregados atualizados, seja o cadastro no PIS/PASEP

como suas informações corretas e em datas próprias da sua GFIP.

Quando um segurado vem a uma Agência da Previdência Social para

solicitar qualquer benefício, o primeiro passo é acertar e atualizar o seu

CNISPF (Cadastro Nacional de Informações Sociais de Pessoas Físicas).

Trata-se de acertos em seu PIS, PASEP ou CICI (Cartão de Inscrição de

Contribuinte Individual), hoje chamado de NIT (Número de Identificação do

Trabalhador), onde o segurado deverá ter em mãos todos os seus

documentos, como: identidade, CPF, carteira de trabalho, carteira de

habilitação, título de eleitor, certidão de nascimento/casamento e comprovante

de residência.

Quantos mais dados corretos possuir o NIT do segurado e o seu

endereço se mantiver atualizado, melhor para a agilização na resposta de seu

benefício.

Outro dado importantíssimo é a GFIP.

GFIP (Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

e Informações à Previdência Social), introduzida através da lei nº 9.528/97.

“Conforme consulta ao site da Receita Federal, desde a competência

janeiro/1999, todas as pessoas físicas ou jurídicas sujeitas ao recolhimento do

31

FGTS, conforme estabelece a lei nº 8.036/90 e legislação posterior, bem como

às contribuições e/ou informações à previdência Social, conforme disposto nas

leis nº 8.212 e 8.213/91 e legislação posterior, estão obrigadas ao

cumprimento desta obrigação. (site da Receita Federal)

Deverão ser informados os dados de empresa e dos trabalhadores, os

fatos geradores de contribuições previdenciárias e valores devido ao INSS,

bem como as remunerações dos trabalhadores e valor a ser recolhido ao

FGTS.

A empresa esta obrigada à entrega da GFIP ainda que não haja

recolhimento para o FGTS, caso em que esta GFIP será declaratória, contendo

todas as informações cadastrais e financeiras de interesse da Previdência

Social.

A GFIP deverá ser entregue/recolhida até o dia 07 do mês seguinte àquele

em que a remuneração foi paga, creditada ou se tornou devida ao trabalhador

e/ou tenha ocorrido outro fato gerador de contribuição à Previdência Social.

Caso não haja expediente bancário no dia 7, a entrega deverá ser antecipada

para o dia de expediente bancário imediatamente anterior.

Deixar de apresentar a GFIP, apresentá-la com dados não

correspondentes aos fatos geradores, bem como apresentá-la com erro de

preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores, sujeitarão os

responsáveis às multas previstas na lei 8.212/91 e alterações posteriores, e às

sanções previstas na lei nº 8.036/90.

Nos casos acima, a correção da falta, antes de qualquer procedimento

administrativo ou fiscal por parte do INSS, caracteriza a denúncia espontânea,

afastando a aplicação das penalidades previstas.

As informações prestadas incorretamente devem ser corrigidas por meio

do próprio SEFIP a partir de 01/12/2005.”

Conforme a Orientação Interna nº 174 INSS/DIRBEN de 29/08/2007, em

seu art. 1º, uniforma a validação das informações constantes no CNIS

(Cadastro Nacional de Informações Sociais), para fins de reconhecimento do

direito aos benefícios previdenciários, bem como critérios para alteração,

inclusão ou exclusão de vínculos e remunerações. (OI nº174 de 29/08/07)

32

A criação deste cadastro tem como base os dados integrados entre o

Ministério da Previdência e Assistência Social, Ministério de Trabalho e a Caixa

Econômica Federal.

Os dados constantes no CNIS valem para todos os efeitos como prova

de filiação à Previdência Social, relação de emprego, tempo de serviço ou de

contribuição e salários de contribuição.

O segurado poderá solicitar seu CNIS em qualquer Agência do INSS e

poderá solicitar a inclusão, a exclusão ou a retificação das informações

constantes do CNIS, apresentando documentação para o fato solicitado, como:

- dados cadastrais: identidade, carteira de trabalho, certidão de nascimento ou

casamento, título de eleitor e comprovante de residência.

- dados para vínculos empregatícios: carteira de trabalho, contra cheques,

rescisão de contrato, FGTS, contrato de trabalho, auxílio desemprego, etc.

Tudo que tiver que comprove que trabalhou ou prestou serviço à

determinada empresa.

Este serviço poderá ser agendado para acerto de dados cadastrais ou

vínculos e remunerações por meio da Central 135, pelo portal da Previdência

Social ou diretamente numa Agência do INSS.

As fontes de alimentação de informação relativa a empregados para o

CNIS, são a GFIP, CNISVR, FGTS e RAIS. Em alguns períodos estas fontes já

coexistem e, nestes casos é disponibilizado para os sistemas do INSS que são

responsáveis para deferir ou indeferir os benefícios:

- a partir de 1976, migram as informações da RAIS referentes ao vínculo;

- de 07/1994 a 12/1998, obedecendo estritamente a seguinte ordem, migram

informações: 1º FGTS e 2º RAIS, referente a vínculos e remunerações;

- de 10/1998 a 12/1998, migram as informações obedecendo, a seguinte

ordem: 1º GFIP, 2º FGTS e 3º RAIS;

33

- de 01/1999, serão considerados os vínculos, obedecendo a seguinte ordem:

1º GFIP e 2º RAIS;

- a partir de 2002, as informações do CNISVR referentes a vínculos e

remunerações.

Vínculo Extemporâneo – Esta marca de extemporaneidade que

consta no CNIS em alguns vínculos se origina quando o sistema da

Previdência identifica o envio da informação da GFIP/SEFIP fora de época e

marca como vínculo extemporâneo. Para que haja o acerto, como falamos

anteriormente, será necessário à apresentação de documentação mencionada

acima para devidos acertos.

Face esses acertos e a demora ou não das informações da empresa

pela GFIP, acarretam problemas ao segurado na hora de obter um benefício

na Previdência, ocasionando atraso em seu pagamento.

Isso ocorre com muita frequência.

Por exemplo: um segurado agenda um auxílio doença, faz sua perícia e o

benefício é indeferido por Falta de Carência. Ele (o segurado) fica

inconformado, pois se encontra trabalhando a mais de 12 meses (carência

para o benefício) na empresa. Entrando com pedido de Recurso é verificado

que não consta em seu CNIS sua última empresa ou esta está com marca de

extemporaneidade.

Nesse recurso terá que apresentar documentação solicitada e

provavelmente o servidor que irá analisar seu recurso, irá pedir uma pesquisa

na empresa para acertar ou incluir o vínculo e as remunerações.

Veja o problema para o empregado, que está doente e sem receber seu

salário. Se a empresa informa corretamente, dentro dos prazos da lei, a

informação da GFIP, este empregado não teria problemas quando solicita-se

seu auxílio doença, faria a perícia e dentro de 10 a 15 dias estaria recebendo

sua carta de concessão do benefício, onde estaria informado o dia do

pagamento, o valor e o banco.

34

3.1- Carência e Qualidade para o Benefício

Conforme a Instrução Normativa nº 45 de 06/08/2010 em seu art. 274, o

auxílio doença será devido ao segurado que, após cumprida, quando for o

caso, a carência exigida, ficar incapacitado para o seu trabalho, ou para a sua

atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos. (IN 45 de 06/08/2010)

Parágrafo único – não será devido auxílio doença ao segurado que se filiar ao

RGPS (Regime Geral da Previdência Social) já portador de doença ou lesão

invocada como causa para a concessão do benefício, salvo quando a

incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa

doença ou lesão.

Art.172 – Período de carência é o tempo correspondente ao número mínimo de

contribuições indispensáveis para que o segurado ou dependente faça jus ao

benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de

suas competências, observando que um dia de trabalho, no mês, vale como

contribuição para aquele mês, para qualquer categoria de segurado.

Observado o disposto no art. 148.

Art. 146 – Ressalvado o disposto no art.152, a concessão das prestações do

RGPS depende dos seguintes períodos de carência:

I – auxílio doença e aposentadoria por invalidez: doze contribuições

mensais;...

Art. 151 – Quando ocorrer à perda de qualidade de segurado, qualquer que

seja a época da inscrição ou da filiação do segurado na Previdência Social, as

contribuições anteriores a essa data só poderão ser computadas para efeito de

carência depois que os segurados contar a partir de nova filiação ao RGPS,

com no mínimo, um terço do número de contribuições exigidas para a

concessão do respectivo benefício, sendo que:

35

I – para o auxílio doença e a aposentadoria por invalidez deverá

possuir no mínimo quatro contribuições mensais sem perda da qualidade de

segurado, que somadas às anteriores deverá totalizar doze contribuições;...

Art. 152 – independe de carência a concessão das seguintes prestações:

III – auxílio doença e aposentadoria por invalidez, nos casos de

acidente de qualquer natureza, inclusive decorrente do trabalho, bem como

nos casos em que o segurado, após filiar-se ao RGPS, for acometido de

alguma das doenças ou afecções relacionadas abaixo:

a) tuberculose ativa;

b) hanseníase;

c) alienação mental;

d) neoplasia maligna;

e) cegueira;

f) paralisia irreversível e incapacitante;

g) cardiopatia grave;

h) doença de Parkinson;

i) espondiloartrose anquilosante;

j) nefropatia grave;

l) estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);

m) síndrome da imunodeficiência adquirida – AIDS;

n) contaminação por radiação com base em conclusão da medicina

especializada;

o) hepatopatia grave.

(IN 45 de 06/08/10)

36

3.2- Da Manutenção e da Perda da Qualidade de Segurado

Art.10 - Mantém a qualidade de segurado, independente de contribuição:

II – até doze meses após a cessação de benefícios por incapacidade ou

após a cessação das contribuições, para o segurado que deixar de exercer

atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso

ou licenciado sem remunerações;

§6º - O período de manutenção da qualidade de segurado é contado a partir

do mês seguinte ao do afastamento da atividade ou da cessação de benefício

por incapacidade.

Art. 11 – Durante os prazos previstos no art.10, o segurado conserva todos os

seus direitos perante a Previdência Social.

§1º - A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte do término do

prazo fixado para recolhimento da contribuição referente ao mês

imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados no art.10.

(IN 45 de 06/08/10)

37

CONCLUSÃO

Verifica-se no dia a dia, que cada cidadão deva se preocupar mais

com seus vínculos empregatícios e seus dados cadastrais.

Devendo ele próprio a se preocupar e fiscalizar se sua empresa está

mantendo seu vínculo e seus dados organizados e atualizados, conforme a lei,

junto a Previdência Social e a Caixa Econômica.

O próprio empregado pode comparecer a uma Agência da

Previdência Social e solicitar seu CNIS e seu cadastro. Através dele verificará

se sua empresa está repassando seu desconto a Previdência Social. Poderá

também ir c Caixa Econômica e acertar seu cadastro assim como na

Previdência.

Vínculo e cadastro correto significam auxílios previdenciários e

aposentadorias concedidas em tempo hábil e sem aborrecimentos futuros.

Mesmo os contratos antigos em sua carteira profissional, poderão ser

acertados se o segurado tiver em mãos documentos de época própria, como:

FGTS, rescisão de contrato, contra cheques,...

Um RH organizado e atualizado contribuirá para respostas e

comprovações, caso o pesquisador da Previdência ou a fiscalização da

Receita Federal, compareça solicitando documentação relativa a algum

empregado, mesmo que este já não trabalhe há muitos anos na empresa.

Conclui-se, que o cidadão é o principal responsável, assim como a

empresa, em manter sua documentação, seu cadastro e sua GFIP, atualizados

e informados em época própria. Para assim cooperarem com uma Previdência

mais ágil e segura.

38

BIBLIOGRAFIA

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- CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Promulgada em 05 de outubro de 1988.

41

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 11

Conhecendo os benefícios por Incapacidade da

Previdência Social

CAPÍTULO II 22

Ações do Serviço Social, da Reabilitação e Readaptação.

Profissional e Perícia Médica

CAPÍTULO III 30

Acertos Cadastrais e Vínculos Empregatícios

Carência e Qualidade

Da Manutenção e da Perda da Qualidade

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 38

ÍNDICE 41