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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A TOMADA DE DECISÃO ATRAVÉS DE INDICADORES
ECONÔMICO-FINANCEIROS
Por: RODOLFO JESUS TORRES
Orientadora
Prof.ª ALEKSANDRA SLIWOWSKA
Rio de Janeiro
2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A TOMADA DE DECISÃO ATRAVÉS DE INDICADORES
ECONÔMICO-FINANCEIROS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Finanças e Gestão
Corporativa
Por: Rodolfo Jesus Torres
3
AGRADECIMENTOS
....A Deus primeiramente, que é o meu
melhor amigo e sabe de todas as
minhas necessidades.
....Aos meus pais, que sempre me
incentivaram e estiveram ao meu lado,
tanto nos piores quanto nos melhores
momentos.
....Aos meus professores pelo
conhecimento compartilhado através
do curso e que será de grande
importância para a vida inteira.
4
DEDICATÓRIA
.....A todos meus professores, que desde
a graduação sempre colaboraram,
compartilhando seus conhecimentos e
experiências comigo; aos meus familiares
que sempre estiveram ao meu lado; aos
meus colegas de curso; e a todos que
fazem parte da minha vida, dedico este
trabalho.
5
RESUMO
O Estudo a seguir vem mostrar A Importância dos Indicadores
Econômico-Financeiros para efeito de Análise e Tomada de Decisões. Onde
os mesmos vêm sendo utilizados há bastante tempo e em praticamente todos
os Continentes. O que se procura mostrar no presente trabalho é a importância
dessa utilização para tomada de decisões gerenciais, por parte de
administradores e acionistas ou quotistas de empresas. A partir do
conhecimento da situação econômica e financeira da empresa, que é mostrada
pelos indicadores, e a situação da “saúde” da empresa fica evidenciada
através do fator de insolvência. A atuação tempestiva por parte desses grupos,
mediante adoção de medidas corretivas acertadas, evitará problemas futuros
para a empresa sob análise, mantendo-a em patamares adequados de
liquidez, rentabilidade e endividamento. Também o presente trabalho seleciona
alguns indicadores de uso geral, capazes de fornecer informações
complementares a essa tomada de decisão, e ainda foi selecionado um fator
para aferir a “saúde” da empresa, não diminuindo a importância de
informações relacionadas ao mercado de atuação da empresa e à economia
em geral. As principais fontes de dados para apuração dos indicadores
econômico-financeiros são: o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração de
Resultado do Exercício (DRE). Onde a principal ferramenta de análise
financeira, foi a análise horizontal. Os dados obtidos por meio da pesquisa
permitiram concluir que a manutenção de produtos e serviços nos padrões do
mercado é feita pelos gestores, por meio dos indicadores econômico-
financeiros em conjunto com o fator de insolvência (Termômetro de Kanitz).
6
METODOLOGIA
Este estudo foi baseado em consultas bibliográficas dos autores mais
renomados, selecionados pelo critério da qualidade e riqueza das informações
contidas em seus estudos.
A metodologia utilizada também engloba a pesquisa em revistas
especializadas e em sites com artigos contidos na internet.
Para embasar os estudos com os demonstrativos contábeis e análise
financeira foram selecionados autores de renome que tratam basicamente da
contabilidade gerencial e comercial.
E para tratar do diagnóstico da “saúde” empresarial foi selecionado o
desenvolvedor do Fator de Insolvência também conhecido pelo “Termômetro
de Kanitz”, o Professor Stephe Charles Kanitz, da Universidade de São Paulo.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 11 CAPÍTULO II - ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 17 CAPÍTULO III - INDICADORES ECONÔMICO- FINANCEIROS E O FATOR DE INSOLVÊNCIA 20 CAPITULO IV - A TOMADA DE DECISÃO 34 CONCLUSÃO 37 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39 ÍNDICE 41
8
INTRODUÇÃO
No século XXI, várias empresas são administradas por profissionais
contratados com o objetivo de maximizar resultados para os proprietários. A
maioria desses profissionais tem os rendimentos vinculados ao atingimento de
metas estipuladas pelos proprietários, dentro do conceito de que quanto maior
o lucro para os acionistas (ou cotistas), maior a remuneração dos
administradores. Insucesso no desempenho empresarial não interessaria, aos
proprietários nem a seus administradores, pois todos sairiam perdendo.
Conforme Coronado (2006, p. 111), a sobrevivência das empresas, em
um ambiente competitivo, vincula-se diretamente à capacidade que os
elementos têm de se antecipar aos acontecimentos desse ambiente. A
administração das empresas bem sucedidas apoia-se em processos de
planejamento de suas atividades.
As demonstrações contábeis fornecem uma série de dados sobre a
empresa, de acordo com as regras contábeis. A análise das demonstrações
transforma esses dados em informações, como uma espécie de comunicação,
para quem as recebe, podendo gerar uma reação ou decisão. (MATARAZZO,
2003, p.15 e 16)
Em virtude da necessidade dessas informações serem prestadas para
diversas pessoas de distintos conhecimentos, é importante que elas estejam
em uma linguagem clara e de fácil entendimento. Diferentemente das
demonstrações contábeis, que apresentam apenas dados técnicos de difícil
entendimento.
Segundo Matarazzo (2003, p. 27): O diagnóstico de uma empresa quase sempre começa com
uma rigorosa Análise de Balanços, cuja finalidade é determinar quais são os pontos críticos e permitir, de imediato, apresentar um esboço das prioridades para a solução de seus problemas.
9
Por meio da análise das demonstrações contábeis é possível saber a
situação econômica e financeira da empresa, permitindo ao administrador
concluir se a empresa está lucrando ou à beira da falência, se a empresa tem
capacidade de liquidar suas dívidas, entre outras conclusões. As análises das
demonstrações contábeis podem ser elaboradas de diversas maneiras. Por
exemplo, através da análise de indicadores econômico-financeiros, ou da
análise horizontal e vertical.
A análise das demonstrações contábeis surgiu e desenvolveu-se dentro
do sistema bancário. Antes era denominada de Análise de Balanços, uma vez
que seu início se deu devido a exigência dos banqueiros americanos para que
as empresas tomadoras de empréstimos apresentassem seus balanços.
Diante dessa necessidade foram estabelecidos alguns indicadores,
inicialmente extraídos do balanço e posteriormente também das demais
demonstrações contábeis.
Assim como nas outras ciências é importante que os resultados de seus
indicadores sejam comparados com os das demais empresas, especialmente
do mesmo ramo, para uma avaliação da situação da empresa com o mercado.
Segundo Matarazzo (2003, p. 23):
Índices-padrão permitem adequada avaliação de qualquer índice de determinada empresa e proporcionam ao usuário da análise informação objetiva do seu desempenho. Devido a esses argumentos, aliado à necessidade de ressaltar a importância do trabalho gerencial para o meio acadêmico, surgiu o interesse de desenvolver a pesquisa sobre o tema.
Este trabalho tem como objetivo geral demonstrar a importância do uso
da avaliação dos indicadores econômico-financeiros para tomada de decisão
gerencial, através das informações contábeis. Para orientar os rumos da
pesquisa, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos:
• Identificar indicadores econômico-financeiros relacionados a
fatores sujeitos a interferência direta dos gestores de
empresas e definir a forma de apuração desses indicadores;
10
• Identificar as fontes de dados para elaborar os cálculos;
• Demonstrar a importância do uso dos indicadores para
tomada de decisão.
• Mostrar de forma dinâmica como um investidor pode verificar
a saúde da empresa.
Foram identificados os indicadores econômico-financeiros mais
representativos, no conceito empresarial, bem como sua importância relativa.
Também foram identificadas as fontes para extração dos indicadores
econômico-financeiros, bem como suas formas de apuração.
Para Marion (2002, p.15 a 17):
“Os índices básicos de Liquidez (Corrente, Seca e Geral), Rentabilidade (da Empresa e do Empresário) e de Endividamento (Quantidade e Qualidade) são suficientes para ter uma visão superficial da empresa a ser analisada. Entendemos que o nível introdutório é ideal para os cursos de Contabilidade Introdutória, propiciando ao estudando uma ideia inicial das utilidades das Demonstrações Contábeis e que todo ensino de Contabilidade (Geral, Básica, Introdutória etc.) deveria abordar esses indicadores iniciais do tripé, evidenciando a Contabilidade como instrumento de tomada de decisão.”
11
CAPITULO I
AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Segundo a Lei n° 6.404/86 em seu artigo 176 propõe as seguintes
demonstrações contábeis: Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado
do Exercício, Demonstrativo de Origens e Aplicação de Recursos,
Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados, e Demonstrativo de
Mutações do Patrimônio Líquido. Porém essas demonstrações não são
obrigatórias para todas as empresas, apenas para as empresas de sociedades
anônimas.
Coronado (2006, p. 34) diz que:
O Sistema Contábil como o trabalho original para a formação
de qualquer empresa. Cabe ao gestor realizar um estudo sobre a natureza dos fatos ocorridos na empresa, culminando com o planejamento dos relatórios e formulários necessários para os registros das transações.
Coronado (2006, p. 65) frisa a necessidade de elaborar os
demonstrativos contábeis de acordo com os princípios contábeis, para uso dos
gestores como ferramenta de tomada de decisão gerencial.
Os administradores, ou profissionais internos das empresas, usam as
demonstrações contábeis para extrair informações sobre a situação
econômico-financeira da empresa.
Segundo Marion (2002, p. 22) é dada maior ênfase para o Balanço
Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício, por evidenciarem de
forma objetiva a situação financeira da empresa e a situação econômica.
Mas ainda há uma ferramenta bastante importante que se utiliza a partir
do Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício, que é a
chamada Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
12
As demonstrações contábeis utilizadas para calcular os indicadores
econômico-financeiros são: Balanço Patrimonial e a Demonstração de
Resultados do Período.
Porém é importante averiguar a qualidade das informações contidas nas
demonstrações contábeis para que não ocorram distorções na hora de calcular
os indicadores econômico-financeiros.
1.1 Balanço Patrimonial (BP)
Segundo Coronado (2006, p. 65 e 66), entende-se por Balanço
Patrimonial a representação gráfica do patrimônio ou riqueza de uma entidade
física ou jurídica, enfatizando que o patrimônio significa o conjunto de bens e
direitos deduzidos das obrigações a pagar.
Conforme Iudícibios e Marion (2002, p. 185): O Balanço Patrimonial é a peça contábil que retrata a posição
das contas de uma entidade após todos os lançamentos das operações de um período terem sido feitos, após todos os aprovisionamentos (depreciação, devedores duvidosos entre outros) e ajustes, bem como após o encerramento das contas de Receitas e Despesas do exercício terem sido encerradas.
A Lei n° 6.404/76, art. 178, define dois grupos do Balanço Patrimonial:
Ativo como as aplicações de recursos, bens e direitos e o Passivo sendo as
obrigações mais o Patrimônio Líquido que representa o valor líquido da
empresa.
Para Coronado (2006, p. 66), os bens são considerados úteis desde que
satisfaçam as necessidades das pessoas e das empresas. O autor entende
por direito o poder que a empresa tem de exigir valores de terceiros. E
consideram obrigações, as dívidas ou compromissos que serão cobrados por
terceiros, exigindo o seu pagamento na devido vencimento.
13
Conforme os artigos 178 e 179, da Lei no 6.404/76, no Ativo as contas
serão apresentadas em ordem decrescente de grau de liquidez e, no Passivo
as contas serão classificadas em ordem decrescente de prioridade de
pagamento das exigibilidades.
Quadro nº 1: Representa graficamente o Balanço Patrimonial (BP)
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO
PASSIVO + PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
Fonte: Iudícibios e Marion (2004, p. 184).
1.1.1 Ativo
São todos os bens e direitos de propriedade da empresa, que são
avaliáveis em dinheiro e que representam benefícios presentes ou futuros para
a mesma.
Bens: Máquinas, terrenos, estoques, dinheiro, ferramentas, veículos,
instalações etc.
Direitos: Contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber,
ações, depósitos em contas bancárias, títulos de crédito etc.
Segundo Iudícibios e Marion (2004, p. 185)
Uma empresa que possui uma “marca” conhecida no
mercado não pode evidenciá-la como Ativo, embora seja um bem
(intangível) de sua propriedade pois é impossível avaliá-la (a marca)
monetariamente. Exceção haverá quando a marca for comprada de
terceiros.
14
1.1.2 Passivo
É toda obrigação (dívida) que a empresa tem com terceiros, tais como:
Contas a pagar, fornecedores de matéria-prima (a prazo), impostos a pagar,
financiamentos, empréstimos etc.
O Passivo é uma obrigação, portanto, ela é exigível (pode ser
reclamada) no momento em que a dívida vencer, onde deverá ser feita a
liquidação da mesma. Por isso, é mais adequando denominá-lo Passivo
Exigível.
1.1.3 Patrimônio Liquido (PL)
Evidencia os recursos aplicados pelos proprietários do empreendimento.
O investimento inicial dos proprietários (a primeira aplicação) é denominado,
contabilmente, Capital. Se houver outras aplicações por parte dos proprietários
(acionistas-S.A. ou sócios-Ltda), haverá acréscimo de Capital.
É muito comum que os rendimentos resultantes da atividade operacional
da entidade, ou seja, o Lucro venha a ser reinvestido no negócio.
Do lucro obtido em determinado período, pela atividade empresarial,
normalmente uma parte é distribuída para os donos do capital (dividendos) e
outra parte é reinvestida no negócio, isto é, fica retida (acumulada) na
empresa. Dessa forma as aplicações dos proprietários vão crescendo, ou seja,
a parte do lucro acumulado (retido) é adicionada ao Patrimônio Líquido (PL).
No Passivo há obrigações exigíveis com terceiros e, por isso, também é
chamado de Capitais de Terceiros. No PL não há tais obrigações com os
proprietários ou acionistas da empresa. Por lei, não podem reclamar a
restituição de seu dinheiro investido; por isso este grupo também é conhecido
como Não Exigível.
15
Algebricamente é bastante simples encontrar o Patrimônio Líquido:
Basta subtrair do Ativo (Bens + Direitos) das dividas da empresa, ou seja, o
Passivo.
Quadro nº 2: Representa a Equação Contábil para extração do (PL)
ATIVO – PASSIVO = PATRIMÔNIO LIQUIDO
Fonte: Iudícibios e Marion (2004, p. 186).
1.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Iudícibios e Marion (2004, p 194), evidência que a Demonstração do
Resultado do Exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas da
empresa em determinado período (12 meses). É apresentada de forma
dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em
seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo).
Coronado (2006, p. 77), ainda diz que a Demonstração do Resultado do
Exercício procura evidenciar as contas de receitas e despesas em determinado
período, respeitando o princípio da competência, ou seja, toda receita precisa
ter seu custo no mesmo período em que ocorreu.
Conforme o Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações
(2003, p. 31):
A Lei no 6.404/76 define o conteúdo da Demonstração do Resultado do Exercício, que deve ser apresentada na forma dedutiva, com os detalhes necessários das receitas, despesas, ganhos e perdas e definindo claramente o lucro ou prejuízo líquido do exercício, e por ação, sem confundir-se com a conta de Lucros Acumulados, onde é feita a distribuição ou alocação de resultados.
Marion (1996, p. 66) afirma que a cada exercício social a empresa deve
apurar o resultado dos seus negócios. A apuração do resultado é realizada
através da Demonstração do Resultado do Exercício, apresentando um
16
resumo ordenado das receitas e despesas do período, facilitando a tomada de
decisão gerencial.
Coronado (2006, p. 77) complementando a afirmação de Marion, diz que
por meio da apuração do resultado, é possível verificar se o objetivo da
empresa foi alcançado.
Quadro nº 3: Representação gráfica das DRE’s (simples e completa)
(-) ..... (-) .....
Lucro ou prejuízo
DRE (completa) Receita
(-) Deduções (-) Custos (-) Despesas (-) .....
DRE (simples) Receita
(-) DespesasLucro ou prejuízo
Fonte: Iudícibios e Marion (2004, p. 194).
17
CAPITULO II
ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS
Como instrumento de analise serão feitas duas apresentações sendo a
primeira chamada Análise Horizontal, onde visa comparar uma conta ou grupo
de contas em diferentes períodos.
E por segundo será abordada a Análise Vertical que consiste na
determinação dos percentuais de cada conta ou grupo de contas do Balanço
Patrimonial, em relação ao valor do Ativo ou Passivo.
2.1 Análise Horizontal
Para Iudícibios (1998, p. 72) Uma vez que os balanços e demonstrações
de resultado estejam expressos em moeda de poder aquisitivo da mesma data,
a análise horizontal assume certa significância e pode acusar imediatamente
áreas de maior interesse para investigação, ou seja, a análise horizontal indica
qual conta ou grupo de contas deve ser ajustada para que a empresa venha a
ter uma melhora em seu desempenho operacional.
Supondo que a Empresa Exemplo S.A tem a seguinte evolução em
moeda de poder aquisitivo, tendo como base as seguintes contas da DRE:
Vendas, custos das vendas e lucro.
Tabela nº 1: Representação gráfica do Demonstrativo da Empresa Exemplo S.A. e Análise Horizontal.
Evolução em Moeda Constante
Analise Horizontal
19X7 19X8 19X9 19X7 19X8 19X9
VENDAS $ 500 $ 568 $ 689 100% 114% 138%
CUSTO DAS VENDAS $ 300 $ 360 $ 499 100% 120% 166%
LUCRO $ 200 $ 208 $ 190 100% 104% 95% Fonte: Iudícibios (1998, p. 75)
18
Na demonstração gráfica acima, a Análise Horizontal deixa visível o
crescimento das vendas no período de 19X9 em relação à 19X7 que foi de
38%. Mas em contra partida o lucro foi menor que o período de 19X8 onde as
vendas só haviam aumentado 14% e o lucro teve um crescimento de 4% em
relação ao período de 19X7, ou seja, ficou claro nesta análise, que mesmo
com o aumento nas vendas de 38% no período de 19X9 houve uma perda de
5% no lucro do mesmo período em relação ao período de 19X7. Nesta análise
podemos também observar o aumento do “custo das vendas” em 66% do
período de 19X9 em relação ao período 19X7, portanto, é nesta conta que o
administrador deve trabalhar para haver um possível aumento no lucro.
2.2 Análise Vertical
Segundo Iudícibios (1998, p. 75) este tipo de analise é importante para
denotar estrutura de itens e sua evolução no tempo. A Análise Vertical consiste
na determinação dos percentuais de cada conta ou grupo de contas do
Balanço Patrimonial, em relação ao valor do Ativo ou Passivo.
Supondo que a Empresa Imaginda S.A. tenha a seguinte evolução dos
grupos do Ativo, em relação ao Ativo Total:
Tabela nº 2: Representação gráfica do grupo de Ativos da Empresa Imaginada S.A
20 6 15 3,5 10 2 8 1,590 27 85 20 20 5 22 460 18 80 19 110 25 130 2410 3 20 5 25 6 30 6150 44 200 48 250 57 300 565 1 15 3,5 15 3 30 63 1 5 1 10 2 12 2,5
338 100 420 100 440 100 532 100
19X8 % 19x9 %
MISCELÂNEOS
19X6 % 19X7 %DISPONIBILIDADESRECEBIVEIS A CURTO PRAZOESTOQUESRECEBIVEIS A LONGO PRAZOIMOBILIZADOINVESTIMENTOS
Fonte: Iudícibios (1998, p. 76)
Na tabela acima pode ser utilizada a Análise Vertical, e observa-se que
o ativo total teve um aumento de 24% entre 19X6 e 19X7. De 5% de 19X7 para
19X8. De 21% de 19X8 para 19X9.
19
Dentre os grandes itens, pode-se notar uma diminuição da conta do
Disponível sobre o Ativo Total, o que pode ser visto como um bom indício. Os
estoques aumentaram de 18% para 19 em 19X7, e para 25% em 19X8, e sofre
uma leve diminuição para o nível de 24% em 19X9, mas ainda encontra-se
acima do nível inicial. A análise mostra que o investimento em imobilizado
cresceu significativamente, onde sua participação foi de 44% em 19X6, para
48% em 19X7, e 57% em 19X8, mantendo-se praticamente estável em 19X9.
Verifica-se, portanto que a Análise Vertical, bem como a Análise
Horizontal, permite-nos promover muitos questionamentos, onde a maior parte
deles só poderão ser respondidos com uma análise mais aprofundada.
20
CAPITULO III
INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS E O
FATOR DE INSOLVÊNCIA
As empresas, no século XXI, enfrentam novos tipos de concorrência,
tendo em vista que a globalização ocasionou a entrada de novas empresas
com produtos e serviços que são oferecidos a seus clientes.
O mercado exige que preços e qualidades sejam compatíveis com os da
concorrência. E para que os gestores tenham condições periódicas de
averiguar se a empresa atende as necessidades dos consumidores — sem
perder de vista produtos similares — sob aspectos técnicos e de preços, são
utilizados índices econômico-financeiros.
Segundo Matarazzo (2003, p. 148):
Os índices servem de medida dos diversos aspectos
econômicos e financeiros das empresas. Assim como um médico usa certos indicadores de pressão e temperatura, para elaborar o quadro clínico do paciente, os índices financeiros permitem construir um quadro de avaliação da empresa.
A partir das demonstrações contábeis, os indicadores econômico-
financeiros representam o diagnóstico da situação econômica e financeira da
empresa, apresentando sua liquidez, rentabilidade e estrutura de
endividamento.
E ainda através das demonstrações contábeis, também é possível
extrair o conjunto de quocientes que forma o Fator de Insolvência, onde sua
função é verificar periodicamente a “saúde” da empresa. Para que seus
gestores sempre tenham uma visão mais aprofundada da real situação
financeira da entidade onde são os responsáveis pela tomada de decisão.
21
3.1 Indicadores Econômico-Financeiros
Marion (2002, p. 36) define os Índices como sendo relações que se
estabelecem entre duas grandezas, facilitando sensivelmente o trabalho do
analista, uma vez que a apreciação de certas relações ou percentuais é mais
significativa que a observação de montantes, por si só.
Conforme Matarazzo (2003, p. 147), os Índices são relações entre
contas ou grupo de contas das Demonstrações Contábeis, que têm como sua
principal característica fornecerem e evidenciarem a situação econômica ou
financeira da empresa.
A utilização de indicadores como fator de análise e correção de rumos
gerenciais ocorre em nível mundial, reforçando a necessidade de
demonstrações financeiras, fontes principais de informações para apuração
dos índices, cada vez mais transparentes, tempestivas e observando padrões
mundiais de comparabilidade.
3.1.1 Índices de Liquidez
Segundo Marion (2002, p. 83), os índices de liquidez são utilizados para
avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constituem apreciação
sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus compromissos. Essa
capacidade de pagamento pode ser avaliada considerando: longo prazo, curto
prazo ou prazo imediato.
Conforme Matarazzo (p.163 e 164), os índices de Liquidez são extraídos
do Balanço Patrimonial da empresa e não de fluxo de caixa, servindo, portanto
para medir se a base financeira da empresa, no período analisado, é sólida ou
não.
A comparação desses indicadores com indicadores padrões dos setores
de atuação da empresa e sua evolução em pelo menos três exercícios (Análise
22
Horizontal), permitem uma visão mais adequada da situação da empresa,
apontando posição mais adequada para tomada de decisão.
3.1.1.1 Índice de Liquidez Corrente (LC)
O índice de Liquidez Corrente, também conhecido como Índice de
Liquidez Comum, mostra a capacidade de pagamento no curto prazo.
(MARION, 2002, p. 83).
A fórmula utilizada para calcular esse índice é o Ativo Circulante dividido
pelo Passivo Circulante. Esses dados são encontrados no Balanço Patrimonial
da empresa.
Ativo Circulante
LC = Passivo Circulante
O índice de Liquidez Corrente demonstra quanto existe de dinheiro e
valores que poderão ser transformados em dinheiro capazes de saldar a dívida
de empresa de curto prazo.
Pelo fato de esse índice demonstrar se a empresa será ou não capaz de
pagar seus compromissos no curto prazo, é dada importância por parte dos
empresários (gestores) responsáveis pela parte financeira da empresa em
estar sempre melhorando esse índice.
Porém, ao analisar o índice de Liquidez Corrente, deve ser considerada
a falta de sincronização entre recebimentos e pagamentos. Ou seja, por meio
do índice não é possível identificar se os recebimentos ocorrerão em tempo
para pagar as dívidas vencidas, conforme realça Marion (2002, p. 84).
Matarazzo (2003, p. 171) também identifica alguns pontos que devem
ser considerados, como a impossibilidade em vender os estoques e receber as
23
duplicatas instantaneamente, caso exista a necessidade de liquidação das
dívidas da empresa.
Ressalte-se, a necessidade de avaliação deste e de qualquer outro
indicador sempre em conjunto com outros índices e informações contábeis,
além de dados do mercado de atuação da empresa sob análise.
3.1.1.2 Índice de Liquidez Seca (LS)
O índice de Liquidez Seca é calculado através de dados extraídos do
Balanço Patrimonial, da seguinte forma: o Ativo Circulante menos os Estoques,
dividido pelo Passivo Circulante.
Ativo Circulante - Estoques
LS = Passivo Circulante
Segundo Matarazzo (2003, p.173), o índice de Liquidez Seca representa
quanto a empresa possui de Ativo Circulante menos os Estoques para saldar o
Passivo Circulante.
O índice de liquidez seca mostra, assim como o índice de liquidez
corrente, a capacidade de pagamento da empresa em curto prazo, porém sem
considerar o valor do Estoque.
Para Marion (2002, p. 89), existem alguns cuidados que devem ser
tomados para a correta análise desse índice. Deve ser analisado no conjunto
com outros índices. É considerado bastante conservador já que elimina uma
fonte de incertezas (estoque) para apreciação da situação financeira da
empresa.
Matarazzo (2003, p. 174), assim como Marion, ressalta a importância de
serem analisados os componentes do Ativo Circulante, por contemplarem
investimentos de riscos diferentes.
24
É de comum acordo entre os autores citados, a importância de se
eliminar os estoques do cálculo, por se tratar de uma fonte incerta para análise
de liquidez.
3.1.1.3 Índice de Liquidez Geral (LG)
O índice de Liquidez Geral é calculado dividindo-se a soma de o Ativo
Circulante com o Ativo Realizável a Longo Prazo, pela soma do Passivo
Circulante com o Passivo Exigível a Longo Prazo.
Ativo Circulante + Ativo Realizável a Longo Prazo
LG = Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo
Segundo Marion (2002, p.89), também conhecido como Índice de
Liquidez Financeira, o Índice de Liquidez Geral mostra a capacidade de
pagamento da empresa a Longo Prazo, relacionando, a curto e a longo prazos,
tudo que será convertido em dinheiro com tudo que já foi assumido como
dívida.
O índice de Liquidez Geral define quanto a empresa possui no Ativo
Circulante e Realizável a Longo Prazo para liquidar sua dívida total.
(MATARAZZO, 2003, p. 164).
As divergências em datas de recebimento e de pagamento tendem a
acentuar-se, quando a análise é efetuada em períodos longos, ou seja, o
recebimento dos Ativos pode divergir consideravelmente do pagamento do
Passivo. Esses desvios podem tendenciar a uma análise equivocada. (Marion
2002, p. 90)
A comparação histórica é uma forma de facilitar a análise desse índice
para a tomada de decisão gerencial. Porém é importante que esses valores
25
históricos estejam corretamente calculados, e se possível para melhor
comparação, trazer essas importâncias para valor presente, principalmente em
casos de ocorrência de inflação.
Matarazzo (2003, p.167), lembra que as dívidas de longo prazo não
vencem imediatamente e que até o seu vencimento a empresa poderá gerar
recursos.
3.1.1.4 Índice de Liquidez Imediata (LI)
O Índice de Liquidez Imediata identifica a capacidade de pagamento
imediata da empresa para o pagamento das obrigações de curto prazo. Esse
índice é calculado dividindo-se as Disponibilidades pelo total do Passivo
Circulante.
Disponibilidades
LI = Passivo Circulante
Conforme o Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações
(2003, p. 86):
A intitulação Disponibilidades, dada pela Lei no 6.404, é usada para designar dinheiro em caixa e em bancos, bem como valores equivalentes, como cheques em mãos e em trânsito que representam recursos com livre movimentação para aplicação nas operações da empresa e para os quais não haja restrições para uso imediato. As aplicações de liquidez imediata e os estoques também são classificados em disponibilidades.
Também não são adequados índices de liquidez imediata muito
elevados, considerando que a manutenção de recursos em Caixa e Bancos,
além do necessário, pode fazer com que a empresa não tenha seus capitais
adequadamente protegidos da inflação, segundo lembra Marion (2002, p. 91).
Para análise desse índice deve-se ter em mente que está sendo
comparado um item imediatamente disponível com um item de vencimento de
26
até 360 dias. Seria mais adequada, para tomada de decisão, a relação entre o
disponível com o valor atual do passivo circulante, utilizando uma taxa de
desconto para trazer a valor presente os vencimentos futuros, conforme
Iudícibus (1998, p. 80).
3.1.2 Índices de Endividamento
Os índices de endividamento demonstram, assim como os índices de
liquidez, a situação financeira da empresa, também devendo ser analisados
em comparação às médias verificadas por empresas de igual segmento de
atuação, bem como abrangendo mais de um exercício social (três ou mais).
Segundo Marion (2002, p. 104 a 106), os índices de endividamento
mostram o grau (quantidade) de endividamento da empresa e a composição
(qualidade) desse endividamento.
Para a correta análise do endividamento, há necessidade de detectar as
características das empresas para a utilização dos recursos. Os
endividamentos das empresas que recorrem a dívidas como complemento dos
Capitais Próprios, são considerados sadios, mesmo se forem elevados, pois as
aplicações produtivas deverão gerar recursos que no futuro saldarão o
compromisso assumido. Porém os endividamentos feitos pelas empresas
apenas para saldar outras dívidas podem ser viciosos, uma vez que essas
dívidas não geram recursos, podendo levar a empresa à falência, conforme
explica Marion (2002, p. 105).
É necessário verificar se os encargos incidentes sobre endividamento,
feito como complemento do Capital Próprio, estão aquém da margem de
ganho obtido pela empresa em seu giro operacional.
27
3.1.2.1 Índice de Participação (IP)
Os índices que são usados para calcular a quantidade da dívida
informam se a empresa utiliza mais Capital de Terceiros (Passivo Circulante
mais Exigível a Longo Prazo) ou Capital Próprio (Patrimônio Líquido) nas
aplicações de recursos, ou seja, o Ativo da empresa. (MARION, 2002, p. 104)
A quantidade da dívida pode ser calculada através do Índice de
Participação de Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais.
O índice de participação (IP) de capitais de terceiros sobre os recursos
totais é calculado dividindo-se a soma de o Passivo Circulante com o Passivo
Exigível a Longo Prazo (Capital de Terceiros) pela soma do Capital de
Terceiros com o Patrimônio Líquido (Capital Próprio).
Capital de Terceiros
IP = Capital de Terceiros + Capital Próprio
Segundo Matarazzo (2003, p. 154), o índice de participação de terceiros
sobre os recursos totais relaciona duas grandes fontes de recursos da
empresa, Capitais Próprios e Capitais de Terceiros, mostrando a dependência
ou não da empresa em capitais de terceiros.
Do ponto de vista financeiro, quanto maior for a utilização de capitais de
terceiros, menor será a liberdade de decisões financeiras da empresa ou maior
será a dependência desses terceiros. Mas no ponto de vista de obtenção de
lucro, pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com capitais de terceiros,
se a remuneração paga a esses capitais de terceiros for menor do que o lucro
conseguido com sua aplicação nos negócios. (MATARAZZO, 2003, p. 154).
28
É de se destacar a existência de capitais de terceiros não onerosos,
como prazo de pagamento concedido por fornecedores, por exemplo, e
onerosos, como os fornecidos por instituições financeiras, com cobrança de
encargos. Quanto maior for a participação no capital de terceiros de recursos
não onerosos, melhor para a empresa.
Outro ponto que merece atenção é que os acionistas ou quotistas
esperam retorno sobre os capitais que investiram ou mantêm na empresa.
Com a diversidade de opções de investimento em bolsa de valores, mercado
imobiliário, fundos financeiros DI, fixo, multimercado, torna-se necessário
remunerar adequadamente o capital colocado e acumulado na empresa pelos
acionistas ou quotistas (capital próprio).
O ideal mesmo é que essa remuneração seja igual ou maior à que
poderia ser obtida pelo investidor em outras modalidades de aplicação
financeira (custo de oportunidade do capital).
3.1.2.2 Índice de Composição do Endividamento (CE)
De acordo com Marion (2002, p. 106), a análise da qualidade da dívida,
ou seja, da composição de endividamento da empresa, pode ser a curto ou a
longo prazo. O endividamento a curto prazo normalmente é utilizado para
financiar o Ativo Circulante. Já o endividamento a longo prazo normalmente é
utilizado para financiar o Ativo Permanente.
O Índice de Composição do Endividamento (CE) é utilizado para
calcular a qualidade da dívida. Para calcular o índice de Composição do
Endividamento faz-se necessária a divisão do Passivo Circulante pelo Capital
de Terceiros (Passivo Circulante mais Exigível a Longo Prazo).
Passivo Circulante
CE = Capital de Terceiros
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Para a tomada de decisão gerencial o índice de Composição do
Endividamento gera a informação do percentual de obrigações de curto prazo
em relação às obrigações totais. (MATARAZZO, 2003, p. 156).
Para Marion (2002, p. 106): “a proporção favorável seria de maior
participação de dívidas a Longo Prazo, propiciando à empresa tempo maior
para gerar recursos que saldarão os compromissos.”
Com isso, os recursos que apresentaram resultados em longos prazos
devem ser financiados por dívidas também de longo prazo, evitando
descasamento de prazos entre o vencimento da dívida e o recebimento dos
valores gerados pela atividade da empresa.
3.1.3 Índices de Rentabilidade
Segundo Marion (2002, p. 139), os índices de Rentabilidade estão
voltados para o potencial de vendas da empresa, para sua habilidade em gerar
recursos, para a evolução das despesas, entre outros. Conforme Matarazzo
(2003, p. 175), os índices de Rentabilidade mostram qual a rentabilidade dos
capitais investidos, isto é, quanto renderam os investimentos e, portanto, qual o
grau de êxito econômico da empresa. Os índices de rentabilidade estão
voltados para os aspectos econômicos. Valores que são encontrados através
dos resultados, ou seja, na Demonstração do Resultado do Exercício.
Para Marion (2002, p. 139), o objetivo é calcular a taxa de lucro, ou seja,
comparar o lucro em valores absolutos com valores que guardam alguma
relação com o mesmo. Ainda segundo Marion (2002, p. 139), diversos
conceitos de lucro, por exemplo, Lucro Líquido, Lucro Operacional e Lucro
Bruto, podem ser utilizados nos cálculos dos índices de Rentabilidade. Porém
para que a análise desse índice não seja distorcida, é necessário que o
numerador seja coerente com o denominador. O tipo de lucro usado no
denominador deve ser o mesmo que o utilizado no numerador.
30
3.1.3.1 Taxa de Retorno sobre Investimentos (TRI)
A taxa de retorno sobre investimentos é calculada dividindo-se o Lucro
Líquido pelo Ativo Total. Do ponto de vista da empresa, a TRI representa o
poder de ganho da empresa. (MARION, 2002, p. 140).
Lucro Líquido TRI =
Ativo Total
Conforme Matarazzo (2003, p. 179), a Taxa de Retorno sobre
Investimentos mostra quanto a empresa obteve de Lucro Líquidos em relação
ao Ativo. É uma medida da capacidade da empresa em gerar Lucro Líquido e
assim poder capitalizar-se.
3.1.3.2 Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (TRPL)
A taxa de retorno sobre o patrimônio líquido é calculada através da
divisão do Lucro Líquido pelo Patrimônio Líquido. Do ponto de vista dos
proprietários, a TRPL representa o poder de ganho dos proprietários.
(MARION, 2002, p. 141).
Lucro Líquido
TRPL = Patrimônio Líquido
Conforme Matarazzo (2003, p. 181), a Taxa de Retorno sobre o
Patrimônio Líquido apresenta qual é a taxa de rendimento do Capital Próprio.
Essa taxa deve ser comparada com outras taxas do mercado, como Caderneta
de Poupança, CDBS, Letras de Câmbio, entre outras, podendo avaliar se a
rentabilidade da empresa é superior ou inferior a essas opções.
31
Segundo Santi Filho e Olinquevitch (1993, p. 235): “É uma medida da
eficiência gerencial na utilização dos recursos próprios e de terceiros, em
benefício dos acionistas ou proprietários, pois se trata da remuneração do
capital próprio.”
A análise da Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido comparada
com as de mercado se faz necessária para saber se a empresa oferece
rentabilidade superior ou inferior ao mercado, podendo assim subsidiar a
tomada de decisão gerencial sobre a utilização dos recursos de capital próprio
e de terceiros.
3.2 O Fator de Insolvência
O “Termômetro de Kanitz” foi criado pelo Prof. Stephe Charles Kanitz,
da universidade de São Paulo e foi apresentado em um artigo na revista
Exame em dezembro de 1974, onde ele aborda um conjunto de quocientes
capaz de determinar como está a “saúde” da empresa.
O termômetro de Kanitz ou como também é conhecido “Fator de
Insolvência” é uma das ferramentas utilizadas para medir a capacidade de
falência de uma entidade, assim como os índices de liquidez citados
anteriormente, cabendo a percepção do analista o método que contêm melhor
informação sobre uma potencial insolvência.
Segundo Iudícibus (1998, p. 100) nenhuma fórmula, “receita de bolo”,
conselho ou quadro tipo de painel irá substituir o julgamento e a “arte” de cada
analista, em cada caso. Da mesma forma que nenhum computador poderá
substituir o médico na interpretação de um conjunto de sintomas
aparentemente desconexos ou mesmo aparentemente ligados. Cada paciente
é um paciente diferente, ou seja, cada caso é um caso. Com a mesma
consciência, cada empresa tem sua particularidade, portanto, deve ser
analisada individualmente pelos seus gestores.
32
Através de um método quantitativo de dados de algumas empresas que
foram à falência, o Prof. Kanitz desenvolveu a fórmula do Fator de Insolvência,
e o mesmo é calculado da seguinte forma:
Lucro Líquido X1 = x 0,05
Patrimônio Líquido
Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo X2 = x 1,65
Exigível Total
Ativo Circulante – Estoques X3 = x 3,55
Passivo Circulante
Ativo Circulante X4 = x 1,06
Passivo Circulante
Exigível Total X5 = x 0,33
Patrimônio Líquido
“Fator de Insolvência” = X1 + X2 + X3 – X4 – X5
Se a soma resultar em um valor entre 0 e 7 a empresa está na faixa de
“solvência”. Entre 0 e – 3 está na “penumbra” e entre – 3 e – 7 está na faixa
de “insolvência”.
Área de solvência – enquadram-se nessa área as empresas que
apresentam fator de insolvência maior que zero, sendo aquelas com menores
riscos de quebra.
33
Área de penumbra – empresas que apresentam fator de insolvência
entre zero e –3. encontram-se em uma situação perigosa, e requer atenção.
Área de insolvência – as empresas que apresentam fator menor que –3,
são as que têm maiores probabilidades de falência.
Figura nº 1: Termômetro de Kanitz
Fonte: Elaborado pelo próprio Autor O fator de insolvência apesar de ser um método bastante seguro, e o
mesmo pode ser utilizado com uma boa margem de segurança. Porém,
quando utilizado com a metodologia tradicional conjuntamente, é muito maior o
nível de precisão e de confiabilidade.
34
CAPITULO IV
A TOMADA DE DECISÃO
Segundo Matarazzo (2003, p. 28), a análise das demonstrações
contábeis permite uma visão da estratégia e dos planos da empresa. Permite
também a estimação do futuro da empresa, suas limitações e suas
potencialidades.
Marion (2002, p.15) cita que só é possível conhecer a verdadeira
situação financeira da empresa através da análise de Liquidez e de
Endividamento (Estrutura de Capital). E para o conhecimento da situação
econômica, faz-se necessário a análise da Rentabilidade.
Marion (2002, p. 24) relaciona algumas técnicas de análise das
demonstrações contábeis: Indicadores Econômicos e Financeiros, Análise
Horizontal e Vertical, Análise da Taxa de Retorno sobre Investimentos, entre
outras.
Para estudo do trabalho, foi considerada a técnica de análise sobre os
Indicadores Econômicos e Financeiros, definindo sua fórmula de cálculo, sua
interpretação e a conceituação de cada indicador.
Primeiro passo é a extração dos índices das demonstrações contábeis.
Depois se verifica a necessidade de comparar os índices com os Índices-
Padrão. Só após a ponderação das diferenças nas informações, será possível
se chegar a uma conclusão que futuramente será útil para tomada de decisão.
(MATARAZZO, 2003, p. 20).
Conforme Matarazzo (2003, p. 187), a análise das demonstrações
contábeis só adquire consistência e objetividade quando os índices são
comparados com os padrões, pois, do contrário, as conclusões se sujeitam à
opinião de quem estiver analisando.
35
Esses padrões, acima mencionados, são os padrões definidos pelo
mercado em cada segmento, ou seja, para cada ramo empresarial, existe um
padrão observável.
Matarazzo (2003, p. 148) defende que não é importante o uso de
grande número de índices. A quantidade vai depender da profundidade da
análise desejada.
Segundo Iudícibus (1998, pg. 65):
É muito mais útil calcular um certo número selecionado de
índices e quocientes, de forma consistente, de período para período, e compará-los com padrões estabelecidos e tentar, a partir daí, tirar uma idéia de quais problemas merecem uma investigação maior, do que apurar dezenas e dezenas de índices, sem correlação entre si, sem comparações e, ainda, pretender dar um enfoque e uma significação absolutos a tais índices e quocientes.
Ao observar a empresa em sua totalidade e afim de verificar a sua real
situação através do Fator de Insolvência (Termômetro de Kanitz) é utilizado um
número de quocientes considerável afim de saber em qual estado de “saúde”
está a entidade, pois o Prof. Stephen deixa claro que muitas empresas antes
de falir estava na área de insolvência, portanto, estava “doente”. Esse método
pode ser muito bem aplicado para analisar se a empresa é realmente segura
para investir em suas ações, e minimizar o risco de perder o valor do
investimento.
Contudo Iudícibus (1998, pg. 65) relata que quando uma empresa se
encontra na área de solvência, é um perigo da aplicação indiscriminada dos
resultados do “termômetro” é tender a aceitar a leitura atual como indicador de
que nada de mau pode acontecer.
Para Marion (2002, p. 90), alguns preceitos devem ser observados,
quando à utilização de índices, para que não ocorram distorções ou
interpretações inadequadas, o que poderia comprometer a toma de decisão.
Os preceitos são:
36
• Não considerar qualquer indicador isoladamente (associar os
índices entre si);
• Apreciar o indicador em uma série de anos, pelo menos três;
• Comparar os índices encontrados como índices-padrão, ou seja,
índices das empresas concorrentes (mesmo ramo de atividade).
Baseado nos indicadores econômico-financeiros, os analistas poderão
fazer propostas para que decisões sejam tomadas, afim de melhorar a
situação econômica e financeira da empresa. (MARION, 2002, p. 45).
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CONCLUSÃO
As demonstrações contábeis são utilizadas pelos gestores como
ferramenta de tomada de decisão gerencial. É dada maior ênfase para o
Balanço Patrimonial e para Demonstração do Resultado do Exercício, por
evidenciarem a situação financeira e econômica da empresa.
Os indicadores econômico-financeiros, os quocientes para calcular o
fator de insolvência, e dados para as analises financeiras bem como: as
análises horizontal e vertical. São extraídos das demonstrações contábeis.
Para que não ocorram distorções ou interpretações inadequadas que
poderiam comprometer a tomada de decisão, é fundamental que os índices
não sejam analisados isoladamente e que sejam comparados internamente a
uma séria de índices de anos anteriores, de preferência três anos, e
externamente com índices de empresas do mesmo ramo (segmento)
Com o fator de insolvência é possível verificar de forma bem precisa as
condições reais da empresa e saber se a empresa está com boa “saúde” – na
zona de solvência, ou se está “adoecendo” – na zona da penumbra ou ainda
saber se está “doente” – na zona de insolvência. Ou seja, pode-se tentar evitar
através de medidas preventivas que a empresa venha a falir, e sempre mantê-
la no nível de solvência (saudável).
Os índices servem também para facilitar o trabalho de analistas e
investidores, fornecedores e bancos, ao tencionaram comprometer recursos
nas empresas.
Os indicadores de liquidez permitem avaliação da capacidade de
pagamento de compromissos de curto prazo, longo prazo ou prazo imediato.
38
Os índices de endividamento, paralelamente aos de liquidez, apontam a
situação financeira da empresa.
Os índices de rentabilidade demonstram a situação econômica da
empresa, evidenciando a rentabilidade dos capitais investidos, ou seja, quanto
rendeu os investimentos, tanto para o ponto de vista da empresa como para
dos proprietários e investidores.
A adoção tempestiva de medidas corretivas daí decorrentes possibilita
aos gestores manter a empresa sob sua responsabilidade competitiva,
saudável e interessante, para investidores, fornecedores e clientes, a partir da
melhor adequação de seu índice de capitalização (índices de liquidez), correta
seleção das fontes de financiamento de capital (índices de endividamento) e
melhora da rentabilidade oferecida (índices de rentabilidade).
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BRASIL. Lei Nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Lei das Sociedades
Anônimas. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 08 jan.
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CORONADO, Osmar. Contabilidade gerencial básica. São Paulo: Saraiva,
2006.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Introdução à teoria da
contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
______. Contabilidade comercial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual
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KANITZ, Stephen Charles. Como prever falências de empresas. Revista
Exame. São Paulo: Abril, dez. 1974. Disponível em:
<http://pt.scribd.com/doc/61123852/EXAME-ComoPreverFalenciaEmpresa-
Kanitz> Acesso em: 10 jan. 2015
MARION, José Carlos. Contabilidade básica. São Paulo: Atlas, 1996.
______. Análise das demonstrações contábeis. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços. 6. ed. São
Paulo: Atlas, 2003.
40
SAINT FILHO, Armando de; OLINQUEVITCH, José Leônidas. Análise de
balanços para controle gerencial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1993.
SILVA, F. Q. Bueno. Demonstrações das Análises Financeiras. Disponível em:
<http://www.cin.ufpe.br/~if784/aulas/Aula14AnalisedeIndices.PDF>. Acesso
em: 11 jan. 2015.
41
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
As Demonstrações Contábeis 11
1.1 - Balanço Patrimonial (BP) 12
1.1.1 - Ativo 13
1.1.2 - Passivo 14
1.1.3 - Patrimônio Liquido (PL) 14
1.2 - Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 15
CAPÍTULO II
Análise Financeira das Demonstrações Contábeis 17
2.1 - Análise Horizontal 17
2.2 - Análise Vertical 18
CAPÍTULO III
Indicadores Econômico-Financeiros e o Fator de Insolvência 20
3.1 - Indicadores Econômico-Financeiros 21
3.1.1 - Índices de Liquidez 21
3.1.1.1 - Índice de Liquidez Corrente (LC) 22
3.1.1.2 - Índice de Liquidez Seca (LS) 23
3.1.1.3 - Índice de Liquidez Geral (LG) 24
3.1.1.4 - Índice de Liquidez Imediata (LI) 25
3.1.2 - Índices de Endividamento 26
3.1.2.1 - Índice de Participação (IP) 27
3.1.2.2 - Índice de Composição do Endividamento (CE) 28