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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O PEDAGOGO E A RESPONSABILIDADE SOCIAL NA
EMPRESA
Meiry Lany Nunes de Oliveira
Orientador
Prof. Rodrigo Monteiro Rosa
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O PEDAGOGO E A RESPONSABILIDADE SOCIAL NA
EMPRESA
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Pedagogia Empresarial
Por: Meiry Lany Nunes de Oliveira
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me iluminado para alcançar
este objetivo, aos meus pais que me conduziram
durante toda a minha vida me orientando a cada
passo, á minha irmã e amigos pelo apoio contínuo.
Ao prof. Rodrigo Rosa pelas orientações para a
elaboração desta pesquisa.
4
DEDICATÓRIA
...ao glorioso Deus por guiar meus
passos e iluminar minha vida.
5
RESUMO
O presente trabalho consiste numa reflexão a respeito da identidade
e novo significado da Pedagogia no contexto do novo milênio. Como ciência da
educação, cabe à pedagogia o estudo e investigação do trabalho pedagógico
desenvolvido em espaços escolares e não escolares. Partindo de uma breve
retrospectiva histórica, são mencionados alguns fundamentos legais da
pedagogia até chegar à recente aprovação do Parecer CNE/CP 05/2005, que
institui as Diretrizes curriculares para os cursos de Pedagogia. Por considerar
que o pedagogo é um profissional necessário em todas as instâncias em que
há ensino e aprendizagem, o que significa a existência de amplos campos de
atuação pedagógica, são trazidos para discussão alguns sinais da adequação
de seu trabalho profissional às empresas, na implementação do movimento
Responsabilidade Social Empresarial.
Nunca as empresas estiveram tão preocupadas com as pessoas
que encabeçam o processo dentro das organizações, principalmente devido à
falta da alta competência que essa responsabilidade implica. São os líderes
que precisam fazer a diferença na hora de inspirar os demais membros da
equipe para buscar atingir os objetivos comuns. Vale ressaltar nesse trabalho
científico que liderança é uma expressão que precisa ser estimulada
diariamente numa relação de apoio e confiança, e nessa relação o objetivo
precisa ser o desenvolvimento dos pares envolvidos no decorrer do processo,
é bem verdade que, essa capacidade de liderar não pode ser mais vista como
algo inato, mas sim uma postura de competência e atitudes.
6
METODOLOGIA
Este trabalho monográfico foi elaborado a partir de uma pesquisa
bibliográfica descritiva, que visou o levantamento de informações para obter
conhecimento existente sobre o tema. Foram consultadas bibliografias a
respeito da pedagogia, pedagogia empresarial, gestão de pessoas, motivação,
educação corporativa, recursos humanos, etc., tendo em vista a resolução do
problema proposto.
Nesta pesquisa foram fundamentais os estudos de Ribeiro, Saviani,
Chiavenato, Gadotti, dentre outros, para embasar e fundamentar esta. O que
proporcionou um importante conhecimento teórico sobre o assunto.
Com esse tipo de pesquisa, busca-se gerar mais conhecimentos
sobre o assunto a partir da análise de fontes bibliográficas existentes.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I- O profissional de pedagogia 10
CAPÍTULO II- Recursos Humanos 20
CAPÍTULO III – Motivação 31
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 41
ÍNDICE 43
8
INTRODUÇÃO
Este trabalho monográfico tem como tema a responsabilidade do
pedagogo dentro das empresas. Fica evidente que a presença de um
pedagogo na empresa pode trazer lhe benefícios e desta maneira torna-se
essencial sua presença dentro das organizações. Este profissional pode
desempenhar um importante papel quando está inserido nas empresas, além
de possuir um vasto campo de atuações.
O presente trabalho justifica-se que considerando ser a pedagogia
empresarial uma área que está em ascensão, torna-se necessário que se faça
discussões, que se pense como a atuação do pedagogo transformou e ampliou
a Educação ultrapassando o espaço escolar.
O objetivo deste trabalho é Identificar a responsabilidade do
pedagogo dentro das empresas. Visto que, a pedagogia conta com este
profissional implantado nas organizações visando sempre melhorar a
qualidade de prestação de serviço.
Decorrentes das intensas transformações e inovações tecnológicas
em vários campos torna-se necessário que as empresas tenham um olhar
estratégico para as mudanças.
As empresas visam produtividade, lucro e eficiência, para que as
mesmas sobrevivam a tantas transformações é de excelência empresarial o
capital humano.
O ambiente organizacional fica cada vez mais competitivo, gerenciar
o conhecimento é vital para a sobrevivência das organizações.
Com as mudanças bruscas ocorridas na sociedade novos
paradigmas estão surgindo e colocando as estruturas primárias em dúvida.
Para que isso ocorra é de suma importância o trabalho cooperativo
dos funcionários da empresa.
Com esta nova perspectiva surge à função do pedagogo
empresarial que, consiste em auxiliar os funcionários para refletirem em suas
práticas dentro da empresa, buscando desenvolver da melhor maneira
estratégias e metodologias para alcançar os objetivos da empresa e tenha
9
facilidade para diagnosticar as competências dos funcionários para que
possam ampliar os conhecimentos.
O pedagogo empresarial favorece a aprendizagem e o
aperfeiçoamento dos funcionários, desenvolvendo novas competências para
que atendam ao mercado de trabalho. Manter um funcionário é vantajoso e
lucrativo e este fica motivado para produzir com eficiência dentro da própria empresa e na vida pessoal, formando cidadãos críticos e aptos as mudanças
diárias.
A função do pedagogo empresarial, neste aspecto, visa sempre
melhorar a qualidade da prestação de serviço. A parceria com os líderes
permite que este profissional possa, de maneira consciente e competente,
solucionar problemas, formular hipóteses e elaborar projetos, demonstrando
que sua atuação visa à evolução dos processos instituídos na empresa, como
garantia da qualidade do atendimento aos seus clientes internos e externos,
contribuindo para incutir valores que instiguem a automotivação permanente
dos colaboradores.
O capítulo I nos remete a uma análise crítica da história do Curso de
Pedagogia e do surgimento da pedagogia empresarial.
No capítulo II será abordado o surgimento da área de recursos
humanos e o pedagogo inserido nesse novo contexto.
O capítulo III será apresentado os aspectos motivação,
comunicação e liderança dentro do ambiente empresarial.
10
CAPÍTULO I
O PROFISSIONAL DE PEDAGOGIA
No Brasil, o Curso de Pedagogia, ao longo de sua história, teve
definido como seu objeto de estudo e finalidade principal os processos
educativos em escolas e em outros ambientes, sobremaneira a educação de
crianças nos anos iniciais de escolarização, além da gestão educacional.
Merece ser salientado que, nas primeiras propostas para este curso, a ele se
atribuiu o “estudo da forma de ensinar”. Regulamentado pela primeira vez, nos
termos do Decreto-Lei n. 1.190/1939 foi definido como lugar de formação de
“técnicos em educação”.
Estes eram, à época, professores experientes que realizavam
estudos superiores em Pedagogia para, mediante concurso, assumirem
funções de administração, planejamento de currículos, orientação a
professores, inspeção de escolas, avaliação do desempenho dos alunos e dos
docentes, de pesquisa e desenvolvimento tecnológico da educação, no
Ministério da Educação, nas secretarias de estado e dos municípios.
A padronização do curso de Pedagogia, em 1939, é decorrente da
concepção normativa da época, que alinhava todas as licenciaturas ao
denominado “esquema 3+1”, pela qual era feita a formação de bacharéis nas
diversas áreas das Ciências Humanas, Sociais, Naturais, nas Letras, Artes,
Matemática, Física, Química. Seguindo este esquema, o curso de Pedagogia
oferecia o título de bacharel, a quem cursasse três anos de estudos em
conteúdos específicos da área, quais sejam fundamentos e teorias
educacionais; e o título de licenciado que permitia atuar como professor, aos
que, tendo concluído o bacharelado, cursassem mais um ano de estudos,
dedicados à Didática e a Prática de Ensino. O então curso de Pedagogia
dissociava o campo da ciência Pedagogia, do conteúdo da Didática,
abordando-os em cursos distintos e tratando-os separadamente.
A dicotomia entre bacharelado e licenciatura levava a entender que
no bacharelado se formava o técnico em educação e, na licenciatura em
Pedagogia, o professor que iria lecionar as matérias pedagógicas do Curso
11
Normal de nível secundário, quer no primeiro ciclo, o ginasial- normal rural -ou
no segundo. Com a homologação da Lei n°. 4024/1961 e a regulamentação
contida no Parecer CFE nº. 251/1962 manteve-se o esquema 3+1, para o
curso de Pedagogia.
Em 1961, fixou-se o currículo mínimo do curso de bacharelado em
Pedagogia, composto por sete disciplinas indicadas pelo CFE e mais duas
escolhidas pela instituição. Esse mecanismo centralizador da organização
curricular pretendia definir a especificidade do bacharel em Pedagogia e visava
manter uma unidade de conteúdo, aplicável como critério para transferências
de alunos, em todo o território nacional.
Regulamentada pelo Parecer CFE nº. 292/1962, a licenciatura
previa o estudo de três disciplinas: Psicologia da Educação, Elementos de
Administração Escolar, Didática e Prática de Ensino; esta última em forma de
Estágio Supervisionado. Mantinha-se, então, a dualidade, bacharelado e
licenciatura em Pedagogia, ainda que, nos termos daquele Parecer, não
devesse haver a ruptura entre conteúdos e métodos, manifestada na estrutura
curricular do esquema 3+1.
A Lei da Reforma Universitária 5.540, de 1968 facultava à
graduação em Pedagogia a oferta de habilitações: Supervisão, Orientação,
Administração e Inspeção Educacional, assim como outras especialidades
necessárias ao desenvolvimento nacional e às peculiaridades do mercado de
trabalho.
Em 1969, o Parecer CFE n°. 252, que dispunha sobre a organização
e o funcionamento do curso de Pedagogia, indicou como finalidade do curso
preparar profissionais da educação e assegurava a possibilidade de obtenção
do título de especialista, mediante complementação de estudos. O mesmo
Parecer prescrevia a unidade entre bacharelado e licenciatura, fixando a
duração do curso em quatro anos. Como licenciatura, permitia o registro para o
exercício do magistério nos cursos normais, posteriormente denominados
magistério de 2º grau e, sob o argumento de que “quem pode o mais pode o
menos” ou de que “quem prepara o professor primário tem condições de ser
também professor primário”, permitia o magistério nos anos iniciais de
12
escolarização. Ressalta-se, ainda, que aos licenciados em Pedagogia também
era concedido o registro para lecionar Matemática, História, Geografia e
Estudos Sociais, no primeiro ciclo do ensino secundário, anterior a 1972.
Atentas às exigências do momento histórico, já no início da década
de 1980, várias universidades efetuaram reformas curriculares, de modo a
formar, no curso de Pedagogia, professores para atuarem na educação pré-
escolar e nas séries iniciais do ensino fundamental. Como sempre, no centro
das preocupações e das decisões, estavam os processos de ensinar,
aprender, além do de gerir escolas.
O Curso de Pedagogia, desde então, vai mesclando experiências de
formação inicial e continuada de docentes, para trabalhar tanto com crianças
quanto com jovens e adultos.
Apresenta, hoje, notória diversificação curricular, com uma gama
ampla de habilitações para além da docência no Magistério das Matérias
Pedagógicas do então 2º Grau, e para as funções designadas como
especialistas. Por conseguinte, ampliam-se disciplinas e atividades curriculares
dirigidas à docência para crianças de 0 a 5 anos e de 6 a 10 e oferecem-se
diversas ênfases nos percursos de formação do pedagogo.
Importa considerar, ainda, a evolução das trajetórias de
profissionalização no magistério da Educação Básica onde, durante muitos
anos, a maior parte dos que pretendiam graduar-se em Pedagogia eram
professores primários, com alguma ou muita experiência em sala de aula.
Assim, os professores das escolas normais, bem como boa parte dos primeiros
supervisores, orientadores e administradores escolares haviam aprendido, na
vivência do dia-a-dia como docente, sobre os processos nos quais pretendiam
vir a influir, orientar, acompanhar, transformar. Na medida em que o curso de
Pedagogia vai se tornando lugar preferencial para a formação de docentes dos
primeiros anos do Ensino Fundamental, assim como da Educação Infantil,
crescia o número de estudantes sem experiência docente e formação prévia.
Tal situação levou os cursos de Pedagogia a enfrentarem, nem sempre com
sucesso, a problemática do equilíbrio entre formação e exercício profissional,
13
bem como a desafiante crítica de que os estudos em Pedagogia
dicotomizavam teoria e prática.
Em consequência, o curso de Pedagogia passou a ser objeto de
severas críticas, que destacavam o tecnicismo na educação, fase em que os
termos pedagogia e pedagógico passaram a ser utilizados apenas em
referência a aspectos metodológicos do ensino e organizativos da escola.
Fundamentavam-se na concepção de Pedagogia como práxis, em
face do entendimento de que tem a sua razão de ser na articulação dialética
da teoria e da prática. Nem só a teoria, nem só a prática, mas a reunião mútua
e dialética da teoria e da prática é o que faz emergir um pedagogo, como diz
Houssaye:
O pedagogo não pode ser um puro e simples prático nem um puro e simples teórico. Ele fica entre os dois, ele é o entremeio. A relação deve ser permanente e irredutível ao mesmo tempo, pois o fosso entre a teoria e a prática não pode senão subsistir. É essa fenda que permite a produção pedagógica. Por conseguinte, o prático, em si mesmo, não é um pedagogo, na maioria das vezes é um usuário de elementos, coerências ou sistemas pedagógicos. Mas o teórico da educação, como tal, também não é um pedagogo, pois não basta pensar o ato pedagógico. Só será considerado pedagogo aquele que fizer surgir um plus na e pela articulação teoria-prática em educação. Esse é o caldeirão de fabricação pedagógica. (2004, p. 10).
Sob esta perspectiva, firmaram o entendimento de que a Pedagogia
trata do campo teórico-investigativo da educação, do ensino e do trabalho
pedagógico que se realiza na práxis social.
O movimento de educadores, em busca de um estatuto
epistemológico para a Pedagogia, contou com adeptos de abordagens até
contraditórias. Disso resultou uma ampla compreensão acerca do curso de
Pedagogia incluída a de que a docência, nos anos iniciais do Ensino
Fundamental e também na Educação Infantil, passasse a ser a área de
atuação do egresso do curso de Pedagogia, por excelência. Desde 1985, é
bastante expressivo o número de instituições em todo o país que oferecem
essas habilitações na graduação.
Com uma história construída no cotidiano das instituições de ensino
superior, não é demais enfatizar que o curso de graduação em Pedagogia, nos
14
anos 1990, foi se constituindo como o principal lugar da formação docente dos
educadores para atuar na Educação Básica: na Educação Infantil e nos anos
iniciais do ensino fundamental. A formação dos profissionais da educação, no
Curso de Pedagogia, passou a constituir, reconhecidamente, um dos requisitos
para o desenvolvimento da Educação Básica no País.
Áreas de Atuação para o Profissional de Pedagogia:
Estudioso das teorias do ensino e da comunicação humana,
o pedagogo (profissional de pedagogia) é o responsável por planejar, dirigir e
implantar escolas e entidades de ensino em geral. Mais do que cuidar dos
aspectos pedagógicos também é função do profissional de pedagogia
administrar e liderar a administração escolar. O profissional de pedagogia deve
sempre fiscalizar os métodos de ensino e acompanhar o cumprimento da
legislação.
O mercado de trabalho para a pedagogia está ampliando cada vez
mais no Brasil. Além dos empregos tradicionais dando aulas, dirigindo escolas
(públicas e particulares) e no governo (em órgãos relacionados à educação,
tais como o MEC), outras boas oportunidades de trabalho estão surgindo: o
profissional de pedagogia pode também trabalhar em empresas de RH
(recursos humanos), em editoras, em ONGs e até em hospitais.
Em grande parte dos hospitais, principalmente entre os maiores e
nos que realizam o trabalho com crianças, temos a instalação de bibliotecas e
brinquedotecas.
Nas brinquedotecas, essenciais para o entretenimento de crianças
que estão fazendo tratamentos de longo prazo, o profissional de pedagogia
pode atuar desenvolvendo atividades para os meninos e meninas e também
auxiliando na compra de brinquedos pedagógicos.
Nas editoras o profissional de pedagogia pode atuar trabalhando
escrevendo e também revisando livros de conteúdo histórico e educativo.
Como a educação é um processo dinâmico e novos conhecimentos
estão sempre sendo gerado, o profissional de pedagogia deve sempre ir atrás
de novidades.
15
Especializações da Carreira de Pedagogia:
Dependendo do perfil do profissional ele pode optar ainda pelas
seguintes especializações dentro da Pedagogia:
• Gerenciamento Escolar: Especialização da pedagogia onde o
profissional atua administrando instituições de ensino, gerenciando
instalações, recursos humanos e financeiros.
• Lecionamento: Especialização da pedagogia onde o pedagogo
leciona nas primeiras sérias do ensino fundamental.
• Educação Especial: Nesta especialização o pedagogo desenvolve
práticas e conteúdos escolares específicos para crianças, jovens e adultos com
necessidades especiais.
• Orientação Vocacional: Especialização onde o profissional de
pedagogia atua ajudando e orientando os estudantes quanto à escolha
profissional, aplicando e escrevendo modelos de teste vocacional e também
conversando com os alunos.
• Pedagogia Social: Nesta especialização o profissional de
pedagogia desenvolve atividades e conteúdos específicos para ONGs
• Supervisão e Treinamento Pedagógico: Função onde o
profissional de pedagogia atua treinando e orientando professores para que
eles realizem um melhor trabalho com suas turmas.
Foi da palavra PEDAGOGO que derivou, o termo PEDAGOGIA,
vocábulo que aparece para designar uma ciência e uma arte que tinha raízes
antiquíssimas, quase tão velhas como a própria humanidade - a da educação
das pessoas.
No século XVIII surge, pela primeira vez, no Dicionário da Língua
Francesa, o vocábulo PEDAGOGIA, como Ciência da Educação, que já se
usava na linguagem corrente. Com a formação definitiva da Ciência da
Educação, o vocábulo PEDAGOGIA se enobreceu, a palavra e a profissão de
PEDAGOGO.
- Hoje o PEDAGOGO é o especialista em PEDAGOGIA, a Ciência e
a Arte da Educação.
16
- Hoje o PEDAGOGO é o especialista em conduzir o comportamento
das pessoas - e não apenas as crianças - para uma mudança de
comportamento - aprendizagem – em direção aos objetivos da Educação, o
processo de formação da personalidade humana equilibrada. (HOLTZ, 2006, p.
13).
1.1 COMO SURGIU A PEDAGOGIA EMPRESARIAL?
Apesar de sempre existirem formas de trabalho organizadas e
dirigidas, o desenvolvimento das empresas foi lento até a revolução industrial.
Assim, a história da empresa pode ser dividida em seis fases: fase artesanal
(da Antiguidade até a Revolução Industrial, 1780); fase da industrialização
(Primeira revolução industrial 1780 – 1860); fase de desenvolvimento industrial
(segunda e terceira revolução industrial 1860 – 1914); fase do Gigantismo
Industrial (entre as duas grandes guerras mundiais 1914 – 1945); fase
moderna (do pós – guerra até à atualidade 1945 - 1980) e fase de incerteza
(atualidade - após 1980).
A Era Industrial alcançou seu ponto mais alto com o
desenvolvimento da administração científica. Taylor, norte-americano,
engenheiro por formação, em busca da otimização da produtividade de
organizações, definiu tarefas mínimas a indivíduos. A hierarquia era composta
pelos chefes, gerentes, supervisores e, na faixa final da pirâmide
organizacional, vinha um exército de operários, cada um deles designado a
exercer uma determinada tarefa simples, tais como apertar um parafuso, fixar
um componente qualquer no produto etc.
Com a introdução das máquinas, os operários da base da pirâmide,
foram afastados e, muito tempo depois, com o ingresso dos computadores nas
empresas, os trabalhadores sem instrução foram substituídos por profissionais
instruídos que tinham a habilidade de “controlar os controles”. Todo esse
avanço resultou num distanciamento maior da empresa com relação a seus
clientes.
No final da Segunda Guerra Mundial o mundo tinha sido
reconstruído e pensava-se em competitividade. Japão e Alemanha procuravam
17
novos modelos para grandes organizações. Apesar de não possuir recursos
naturais e outros recursos importantes para o crescimento industrial, o Japão
possuía pessoas motivadas que trabalhavam em equipes e tinham visão e
paciência para traçar uma estratégia e colocá-la em prática.
Assim, na esteira do Japão, os Estados Unidos procuraram
identificar os motivos do sucesso e descobriram que as pessoas são
importantes, seja em qualquer setor ou atividade de que fizerem parte são
mesmo insubstituíveis.
Essa preocupação com o humano na empresa atravessou vários
períodos e redundou no reconhecimento da importância do trabalho em
equipes.
Em plena era da globalização, profundas modificações ocorreram
na sociedade como um todo e também no âmbito empresarial. Essas
mudanças ocasionaram novas reestruturações organizacionais, a chamada
reengenharia produtiva. Neste contexto, o setor empresarial tem investido e
incentivado “treinamentos”, ou seja, a formação continuada, que antes era
privilégio do ambiente educacional. Assim, desde os anos 90 o discurso
empresarial vem expondo que o principal fator que pode levar uma empresa ao
sucesso é o fator humano. Este fato confirma-se. Em pesquisas realizadas
pela Fundação Getúlio Vargas, de 93 empresas no Brasil, 87,6% delas tem
como prioridade investir na área de treinamento e desenvolvimento.
O conceito de trabalho passa por uma mudança em ritmo acelerado.
Para fazer frente a uma concorrência crescente nos mercados globais, as
empresas precisam ser ágeis e enxutas, com poucos níveis hierárquicos. A
nova organização distingue-se pela ambiguidade, por menos fronteiras e pela
comunicação rápida entre empresa e seus empregados, fornecedores de
produto, educadores e clientes. Neste contexto, as empresas valorizam as
habilidades adquiridas pelos funcionários e que são aplicadas no cotidiano da
empresa. Busca-se eficiência e atualização constante. A preocupação assenta-
se no tripé: funcionários eficientes, fornecedores que ofereçam qualidade ao
produto final e clientes fiéis. Tais acontecimentos trazem impactos e geram
18
transformações qualitativas na área organizacional, exigindo ampliação dos
enfoques que dominavam o panorama empresarial até a metade dos anos 90.
Nos anos 2000, novos papéis estão sendo cobrados das empresas.
Dentre eles, destaca-se a questão da responsabilidade social.
Responsabilidade social é o modo de pensar e agir eticamente na minha
relação com o outro. No universo das empresas, a responsabilidade social
pode ser traduzida como um princípio ético, aplicado à realidade através de
uma gestão que leva em consideração as necessidades e opiniões dos
diferentes stakeholders, isto é, dos públicos envolvidos ou impactados pelos
negócios das empresas: clientes, funcionários, acionistas, comunidades, meio
ambiente, fornecedores, governo, planejadores e demais instituições que direta
ou indiretamente interfira nas atividades gerenciais e de resultado de uma
organização. É qualquer indivíduo ou entidade que afete as atividades de uma
empresa.
Há tempos atrás, era competitiva a empresa que tinha os melhores
preços para seus produtos. Após, na esteira da “qualidade Total”, a
competitividade era vinculada aos produtos e serviços. Na atualidade, o que
pesa na competitividade são as relações que se estabelecem com clientes,
empregados, fornecedores, parceiros e colaboradores, além da comunidade,
governo e a própria sociedade. Por isso torna-se fundamental desenvolver
meios de "alavancar novas oportunidades, entrar em novos mercados globais,
criar relacionamentos mais profundos com os clientes e impulsionar a
organização para um novo futuro". (MEISTER, 1999, p.19).
No Brasil, o número de empresas que participam do movimento
Responsabilidade Social Empresarial (RSE) tem aumentado desde 1990,
quando começou a ser fortalecido. Este fato implica em mudanças na gestão
empresarial.
Uma gestão socialmente responsável é aquela que opta por
relações éticas e transparentes, responsabilidade, diálogo e solidariedade.
Tais características fazem com que as empresas tenham funcionários mais
comprometidos, relações mais consistentes com seus fornecedores e clientes
e melhor imagem perante a comunidade. Essa postura comprometida com a
19
RSE leva os empreendedores a tornarem-se “agentes de uma profunda
mudança cultural, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa
e solidária”. (INSTITUTO ETHOS, 2003, p.8)
Dentro de um sistema capitalista, onde o objetivo da empresa é
gerar lucro para o acionista através do atendimento das necessidades da
sociedade, todas as áreas de uma empresa têm o objetivo de melhorar o
resultado da empresa, através de algum tipo de recurso. Então o RH é
responsável por melhorar o resultado da empresa, através do recurso
“pessoas”. Ou seja, fazer com que os acionistas e a sociedade tenham suas
necessidades atendidas, através do conhecimento, do trabalho e da atitude
das pessoas de uma empresa. Por isso, em cada empresa o RH é responsável
por uma série de atividades e processos. Todos eles procuram fazer com que
as pessoas alcancem as metas e objetivos propostos através de um tipo de
comportamento, atitudes ou cultura.
Administrar pessoas significa lidar com pessoas que participam de
organizações, sejam elas de qualquer natureza; escolar ou não escolar. Acima
de tudo, significa administrar os demais recursos de uma organização
juntamente com as pessoas. Assim organizações e pessoas formam a base
fundamental em que funciona esta administração. A administração de
Recursos Humanos funciona em um contexto de organizações e de pessoas.
20
CAPÍTULO II
RECURSOS HUMANOS
O termo recursos humanos se dá ao conjunto de empregados ou
colaboradores de uma organização. O mais frequente deve chamar-se assim à
função que ocupa para adquirir, desenvolver, usar e reter os colaboradores da
organização. A área de Recursos Humanos em uma empresa tem semelhança
na razão de existir com todas as outras áreas.
Na maioria das empresas, o RH cuida dos processos que
selecionam as pessoas, treinam as pessoas, desenvolvem as pessoas e
remuneram as pessoas. O RH também é responsável, junto com a direção da
empresa, por definir em uma empresa sua cultura, sua identidade, seus
valores que irão permear todas as ações de todas as pessoas em todos os
processos. Além desses, o RH auxilia em todas as atividades da empresa que
impactam no comportamento e atitude das pessoas: estrutura organizacional,
promoção, desligamento, expatriações, impatriações, pagamento de salários,
comunicação interna, feedback, liderança, reestruturações, gestão de
processos e metas, gestão de projetos, etc.
Para exercer toda essa gama de atividades, o RH se divide em
áreas ou departamentos para que os profissionais possam se especializar em
um dos tipos de conhecimento e oferecer para as pessoas e a empresa o que
há de melhor.
Além de trabalhar dentro de uma empresa, na gestão de pessoas,
esse profissional pode trabalhar em empresas especializadas em colocação e
recolocação profissional, prestando consultoria a empresas na tentativa de
contratar e treinar pessoas. Para tanto realiza entrevistas, provas de emprego,
reuniões dinâmicas de grupo, etc. O responsável pelo departamento de
recursos humanos também pode trabalhar com a orientação profissional, com
a aplicação de testes vocacionais e de outras técnicas psicoterápicas.
O Departamento de Recursos Humanos surgiu no século XIX, com a
necessidade de “contabilizar” os registros dos trabalhadores, as faltas e os
atrasos. Os “Chefes de pessoal”, naquela época, tinham como características
21
a inflexibilidade, o estrito seguimento das leis e eram conhecidos por serem
donos de uma frieza incalculável, principalmente na hora de demitir
funcionários. Ao ser comunicado que deveria ir ao Departamento de Pessoal,
o trabalhador já imaginava que seria demitido. Por muito tempo, e talvez, em
algumas empresas isso ainda persista.
As grandes organizações foram as responsáveis pelas primeiras
mudanças. Elas começaram a investir em estudos e pesquisas - campo da
psicologia organizacional e da sociologia no trabalho, por exemplo, para que os
“chefes de pessoal” olhassem para os trabalhadores de outra forma, não como
simples objetos da empresa, mas como seres humanos.
No início do século XX o engenheiro Frederick W. Taylor escreveu
em seus livros, de 1903 e 1906, a busca pela maximização da eficiência na
produção.
Seguindo seus passos, Henri Fayol lançou, em 1916, o livro
“Administração Geral e Industrial” citando, pela primeira vez, a divisão das
funções do administrador: planejar, organizar, coordenar, comandar e
controlar.
Na década de 1920, o movimento de relações humanas trouxe um
novo desafio ao “Chefe de pessoal”, pois o novo modelo de administrar teve
como base de mudança a relação entre os empregados e os empregadores.
Antes, a administração operava à base da força e do autoritarismo e,
no novo modelo, o que passava a prevalecer era aumentar a produtividade
pela eliminação de conflitos e seus respectivos custos. Sendo assim, a ordem,
a partir desta nova forma de administrar, era preocupar-se com o indivíduo e
com suas necessidades. Apesar de todo o tumulto gerado, nesta época não
havia ninguém preparado para tais mudanças, o movimento continuou a
evoluir, passando para outro estágio: o Behaviorismo, cuja base também era
fundamentada no comportamento humano, porém existia a singeleza e o
empirismo, pois entendia que a simples satisfação no trabalho geraria a
eficiência.
Em 1945, surgiram os primeiros estudos sobre a liderança, a
democracia no trabalho e a motivação humana. Neste novo contexto, a função
22
de chefe de pessoal se envolveu com as teorias de Mcgregor, Barnard e
outros. O poder das relações informais começou a ser valorizada, a função de
“cuidar do pessoal”, ou seja, o chefe de pessoal deveria se preocupar ainda
mais com o empregado e com a organização, pois nesta época surgiram as
questões legais e sindicais. O Chefe de pessoal passou a ser um gerente de
pessoal, porém, ele continuava diretamente ligado às relações burocráticas
que sempre existiram, cumprindo e fazendo cumprir regras e normas.
Na década de 1950 iniciou-se a transformação do departamento.
Foi nesse período que a função de Gerente de Pessoal passou a ser
denominada como Gerente de recursos humanos. Anos mais tarde, na década
de 1960, foi criada a denominação de Gerente de relações industriais, para
que as organizações pudessem distinguir quem cuidaria dos aspectos
administrativos daquele que cuidaria das questões “humanas”.
As organizações tiveram que aceitar a importância do departamento
de Recursos Humanos com o seus Gerentes de Recursos Humanos, assim o
mesmo ganhou subáreas que passaram a lhe dar uma abrangência maior,
embora ainda em nível tático operacional.
2.1 O PEDAGOGO NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL.
O Ser Humano Dentro das organizações não está restrito apenas a
um “empregado”, mas a alguém com sentimentos, assiduidade, percepção
própria e senso crítico.
Enfrenta-se então um dilema, capaz de propiciar um contexto onde
as pessoas possam sentir-se melhor dentro do ambiente de trabalho, a
motivação destes aspectos depende da satisfação ou não dos profissionais
dentro do seu ambiente de trabalho, o qual vem contribuir para que haja maior
produtividade.
Acredita-se que a lucratividade que por hora foi o ponto mais
relevante que a organização deseja alcançar, seja tão importante quanto o
bem estar do colaborador, que quando trabalha de bem consigo mesmo e com
os colegas de trabalho vem a produzir mais, com isso ganham os dois lados, o
empregador e o empregado. Trata-se de uma mudança organizacional que
23
vem ganhando caminho para que haja melhores resultado na organização e
melhor qualidade de vida, uma vez que ambos são importantes tanto na vida
organizacional quanto na pessoal.
Torna-se essencial essa mudança para que se conquiste o
comprometimento das pessoas, e se alcance os resultados que a organização
objetiva.
Cabe ao Pedagogo Empresarial estar atento aos aspectos desta
mudança, pois ele é o profissional capaz de auxiliar no desenvolvimento de
instrumentos capazes de não permitir que esses objetivos se desviem do
propósito da empresa em questão, ele contribuirá de maneira decisiva neste
processo.
O campo de trabalho do Pedagogo está cada vez mais amplo isso
se dá pelo fato do envolvimento que este profissional desenvolve desde a sua
formação acadêmica até os diversos cursos que os capacita enquanto
educador-professor instrumentalizando-o e desenvolvendo habilidades e
competências de maneira a implementar uma prática pedagógica eficaz em
qualquer campo organizacional que ele venha a atuar.
Percebe-se que a possibilidade do pedagogo atuar no contexto
empresarial é muito ampla, mas vai de acordo com a necessidade de cada
empresa.
Sabe-se que o pedagogo é o profissional habilitado para dar todo
encaminhamento do processo educativo da organização para que haja um
maior comprometimento entre o empregado e o empregador.
Pode-se afirmar que o perfil do pedagogo necessário para que este
profissional atue no ramo empresarial e permaneça nele não é diferente do
perfil esperado de qualquer profissional das diversas áreas.
Vê-se que o pedagogo vem conquistando seu espaço nas
organizações e que seu objetivo principal é fazer com que a empresa se torne
uma organização que aprende, pois ele é o profissional da educação que entra
na vida profissional com condições de trabalhar em qualquer ramo de
organizar oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento das habilidades,
além de estarem aptos a empreender.
24
De acordo com Senge (1999, p.82/88), “[...] as pessoas aprendem
no dia a dia, ao longo do tempo”. Ele define as organizações que aprendem
como aquelas nos quais as pessoas aprimoram continuamente suas
capacidades para criar o futuro que realmente gostariam de ver surgir.
De acordo com a fala de Senge podemos dizer que o pedagogo vê
em sua fala o quanto é importante à formação continuada para sua carreira
profissional.
“[...] as organizações só aprendem por meio de indivíduos que
aprendem. A aprendizagem individual não garante a aprendizagem
organizacional. Entretanto, sem ela, a aprendizagem organizacional não
ocorre”. (SENGE, 1999, p.67).
O pedagogo em qualquer ramo de atividade apresenta compromisso
com seu próprio aprendizado objetivando aprofundar sua visão pessoal através
da formação continuada, o pedagogo deve também instigar aos funcionários
para que busquem maiores informações. Ele deve estar conectado tanto com
sua aprendizagem pessoal quanto com a aprendizagem organizacional, assim
ele aprende a expandir suas capacidades pessoais para chegar a alcançar aos
resultados desejados. Cria-se assim um ambiente estimulador para que os
demais profissionais alcancem suas metas.
Em empresas onde há a valorização do aprendizado há também
mais flexibilidade e criatividade, o compartilhamento do conhecimento faz com
que o desenvolvimento individual cresça, assim enriquece tanto o lado pessoal
quanto o profissional além de a empresa enriquecer há fluidez para que se
alcancem seus objetivos.
As empresas estão abrindo cada vez mais suas portas para os
pedagogos, é considerado interessante para a realidade empresarial que o
pedagogo em sua formação desenvolva suas capacidades de entender,
compreender a cultura organizacional e saiba intervir na dinâmica da realidade
empresarial, utilizando-se das diferentes áreas do conhecimento como
ferramentas para implementar mudanças organizacionais.
O papel do pedagogo na empresa:
25
- Auxiliar na preparação dos colaboradores;
- Organizar, sistematiza e articula capacitação;
- Acompanhamento de desempenho;
- Aplicar sua competência técnica;
- Trabalhar para que haja mudança no comportamento dos colaboradores;
- Mediar para que o grupo esteja alinhado ao negócio da empresa;
- Capacitar funcionários;
- Implementar o processo de desenvolvimento pessoal;
- Articular o processo de aprendizagem junto aos colaboradores da empresa;
-Conceber, planejar, desenvolver e administrar atividades relacionadas à
educação na empresa;
-Dinâmicas de grupos;
- Jogos de desenvolvimento de equipes.
As funções e atribuições do Pedagogo dentro da empresa
relacionam-se a cinco campos: atividades pedagógicas, técnicas e
organizacionais, sociais e administrativas, podendo ser assim sintetizadas:
Atividades pedagógicas na empresa
Dentre as atividades pedagógicas, podemos mencionar as
atividades relacionadas ao ensinar-aprender, envolvendo os funcionários da
empresa. Sobre esta questão, não é de hoje que as escolas têm sido
solicitadas para dar conta das qualificações básicas dos trabalhadores. Franco
(1995), há mais de dez anos atrás já mencionava que, naquele contexto, a
educação e os conhecimentos adquiridos eram vistos como elementos
fundamentais para o desenvolvimento econômico, político e social. E a escola,
desde então, passou a ser cobrada não só quanto ao conteúdo, mas também
quanto à forma de lidar com o conhecimento, matéria-prima da educação, uma
vez que ela significa uma estratégia para a inserção do país no quadro geral
dos desenvolvidos.
Ribeiro (1993), analisando os principais indicadores educacionais do
país, enfatizava que o Brasil não teria condições de competir no mundo
moderno. A respeito do novo paradigma da sociedade moderna, o autor
26
argumentava que, para se adequar a essa nova realidade, algumas
habilidades cognitivas, tais como a agilidade de raciocínio mental e formal, que
são desenvolvidas na infância e na adolescência, seriam necessárias. Isso o
levava a concluir que os países que conseguissem instruir a contento sua
população estariam mais aptos a participar da “competição global” que
certamente aconteceria. Acertadamente, o autor previa o que já estamos
vivenciando.
Na década de 90, a educação passa a ser responsável pelas novas
qualificações, especialmente aquelas que permitem “controlar os controles”.
Essa maior qualificação requer novos conteúdos curriculares e
desenvolvimento de virtudes ligadas ao trabalho; requer não apenas
“letramento, mas capacidade de real compreensão de instruções complexas,
de fazer inferências, bem como habilidades diversas demandadas para
utilização dos mesmos”. (PAIVA, 1993, p.316/320).
Para atender às demandas da empresa, por trabalhadores mais
preparados, o trabalho do pedagogo se faz necessário. É ele que poderá
colaborar com a empresa na necessidade de investir na formação e
atualização dos funcionários, propondo cursos de educação continuada,
preparando-os para os papéis a serem desempenhados como cidadão e como
trabalhador da empresa. Segundo Andrade Filho,
A inserção dos ‘pedagogos empresariais’ no mercado de trabalho tende a preparar este profissional para atuar na área empresarial e desenvolver habilidades humanas e técnicas com vistas à compreensão das transformações provocadas pelos avanços das ciências e das novas tecnologias. Esta, a capacidade de se perceber a educação continuada como poder de ‘inovar e reinventar’ o perfil do pedagogo brasileiro para enfrentar e ampliar o novo mercado de trabalho na atual sociedade informatizada. (2006, p.8).
Atividades técnicas e organizacionais na empresa
O pedagogo empresarial pode atuar na área de Recursos Humanos
da empresa, ajudando na seleção de pessoal e na área de treinamento.
Pela formação na área da gestão escolar, especialmente na área de
planejamento, o pedagogo tem condições de ajudar a empresa na elaboração
de declaração de sua missão, em que constem suas metas e aspirações, seus
27
valores, sua cultura e estratégias a serem utilizadas, envolvendo funcionários e
colaboradores. Exposto em lugar visível, este documento deve conter a
declaração de valores e princípios éticos da empresa, como solidariedade,
honestidade, justiça, compromisso, respeito ao próximo, integridade, lealdade.
Além disso, o curso de Pedagogia trabalha bastante com a gestão participativa
na escola, que pode ser devidamente adaptada à empresa.
Os conhecimentos de Psicologia, recebidos e construídos no curso
de Pedagogia, fazem com que o pedagogo saiba manter as relações
interpessoais dentro da empresa bastante harmoniosas. Muito importante na
organização da empresa é a valorização de empregados e colaboradores. Isso
pode ser feito através de cuidados constantes para que o ambiente de trabalho
seja tranquilo, que permita o diálogo, a autonomia e favoreça a criatividade.
Uma forma de valorização é dar aos funcionários o conhecimento de seus
direitos trabalhistas, assim como dos direitos humanos. O respeito à
diversidade, o respeito à vida pessoal e familiar dos funcionários, a
solidariedade em situações complexas, o atendimento às necessidades dos
funcionários são ações significativas que tornam o ambiente empresarial
acolhedor.
Atividades sociais na empresa
Diversas atividades de cunho social, de caráter interno e externo, ou
ambos, podem ser desenvolvidas pelo pedagogo. As atividades de caráter
interno são as relacionadas aos integrantes da comunidade empresarial, e
atividades de caráter externo, são as ligadas à comunidade externa e à
sociedade como um todo.
As atividades de caráter interno dedicam-se ao bem estar dos
funcionários e suas famílias. Cabe ao pedagogo, por exemplo, a ajuda à
colocação dos filhos dos funcionários na escola, bem como procurar parcerias
locais para oferecer serviços diversos de interesse dos funcionários, tais como
creches, atendimento pediátrico, atendimento psicológico, atendimento ao
idoso, assessoria jurídica, assessoria de planejamento financeiro, academias
de ginástica etc., assim como agendar cursos e palestras sobre temas
28
essenciais à vida saudável: atividade física e qualidade de vida, efeitos do
fumo sobre o organismo, a prevenção da dependência química, do alcoolismo,
hábitos posturais saudáveis, a boa qualidade do ar e outros.
Dentre as atividades de caráter externo, a que se reveste de maior
importância, é a questão do meio ambiente. Ressalte-se que essa não é uma
questão apenas de caráter externo. Em sua faceta interna, o pedagogo pode
elaborar projetos visando a motivar os funcionários a preservar a natureza. Um
código de defesa ambiental pode ser criado e nele podem ser definidos os
principais princípios ambientalistas que devem ser respeitados. O exemplo de
conduta ecologicamente correta deve vir da própria empresa. Assim, cabe à
empresa estabelecer uma política ecológica de compras, a partir do uso de
matéria-prima ambientalmente correta; reciclar, reduzir o consumo de papel,
comprar e usar produtos de papel reciclado, abolir o uso de produtos não
degradáveis e tóxicos, atentar para o descarte adequado de substâncias
tóxicas e outras ações similares. Cuidados semelhantes devem ser tomados
com o uso da água e da energia elétrica.
Ainda como medidas de cunho social, o pedagogo pode ajudar a
empresa a promover sua comunidade, através de uma relação de respeito e
parceria. O Instituto Ethos fala:
Da necessidade de respeito aos costumes e à cultura local, contribuição em projetos educacionais em ONGs ou organizações comunitárias, destinação de verbas a instituições sociais e divulgação de princípios que aproximem seu empreendimento das pessoas ao redor. (2003, p. 38).
O mesmo documento aponta para a necessidade de a empresa
comprometer-se com o bem comum:
O relacionamento ético com o poder público, assim como o cumprimento das leis, faz parte da gestão de uma empresa socialmente responsável. Ser ético, nesse caso, significa cumprir as obrigações de recolhimento de impostos e tributos, alinhar os interesses da empresa com os da sociedade, comprometer-se formalmente com o combate à corrupção, contribuir para projetos e ações governamentais voltados para o aperfeiçoamento de políticas públicas na área social etc. Em resumo: contribuir para o desenvolvimento de sua região e do país. (p.43)
Atividades administrativas
29
Todas as atividades que se desenvolvem na empresa passam pela
administração geral. Assim, todas as atividades citadas anteriormente, já foram
concebidas e planejadas pelos órgãos centrais, que pode delegá-las ao
pedagogo para que sejam executadas.
Uma atividade importante que pode ser desenvolvida pelo
pedagogo, em sintonia com a administração, é a que trata de envolver
parceiros e funcionários nos projetos da empresa.
Através do trabalho do pedagogo, a empresa pode incentivar seus
fornecedores para que também assumam compromissos de responsabilidade
social, evitando fornecedores que tenham condições de trabalho inadequadas
e degradantes.
Todas essas habilidades, aliadas a outras adquiridas em seu curso
de graduação em Pedagogia, fazem do pedagogo o profissional adequado
para desenvolver também as ações ligadas à responsabilidade social das
empresas.
Para que ocorram constantes aprendizados dentro das
organizações os ambientes rotulados de "prisões intelectuais" devem ser
eliminados na gestão.
O Pedagogo fará uso da utilização de técnicas como discurso,
conferências, diálogos e utilização de audiovisuais para estimular as pessoas a
expandir sua capacidade criativa e obter os resultados que realmente as
satisfaçam, desenvolvendo um pensamento sistêmico e abrangente, criando a
troca de conhecimento em grupo.
Muito dos conflitos gerados nas organizações estão propensos à
falta de um ambiente de trabalho alegre e saudável. Trabalha-se sobre forte
pressão e esquece-se de terem pouco de prazer e alegria. Moscovici, conclui:
Vale enfatizar, reiteradamente, que as relações interpessoais no grupo são tão ou mais importantes do que a qualificação individual para as tarefas. Se os membros relacionam-se de maneira harmoniosa, com simpatia e afeto, as probabilidades de colaboração aumentam muito, a sinergia pode ser atingida e resultados produtivos surgem de modo consistente. (1998, p. 47).
30
Os ambientes de trabalhos divertidos ajudam a livrar os membros da
organização do stress no cotidiano e mudando sua visão de trabalho vendo as
tarefas como desafios que serão prazerosos de enfrentar.
Os adultos aprendem mais facilmente em ambientes descontraídos,
motivados e lúdicos, só aprendem o que querem e gostam de serem
orientados, antes de serem avaliados e criticados.
Como o ambiente, o clima organizacional e os conflitos estão
coesos entre membros da organização, é verificado que o individuo precisa
administrar todo esse envolvimento, por conseguinte, trabalhar tranquilo e com
produtividade, e o mais importante, com prazer de fazer suas atividades bem
feitas. Para tanto, "É todo um clima da própria empresa que favorece a própria
criatividade e autonomia" (GADOTTI, 2000, p.217).
As empresas estão sempre visando produtividade, o lucro e a
eficiência. Em consequência das mudanças que estão ocorrendo na
sociedade, novos paradigmas estão surgindo e colocando em dúvida as
estruturas já estabelecidas. Para que isso se torne realidade, as organizações
empresariais precisam da cooperação de seus funcionários. Estes devem estar
em condições de desempenhar suas funções com competência, motivação e
qualidade, pois os clientes estão cada vez mais exigentes em relação aos
produtos que compram e consomem bem como á qualidade de serviços
prestados. É necessário também que se trabalhe em equipe e não mais de
forma individual.
Este é um desafio apresentado ao pedagogo empresarial que, por
sua formação educadora, busca motivar todos e focá-los no mesmo propósito.
Ele passa a ser o motivador e mediador entre as diferentes instâncias
organizacionais, visando o desenvolvimento de novas competências com o
intuito de atender as demandas do mercado, mas também o desenvolvimento
pessoal/profissional dos funcionários.
31
CAPÍTULO III
MOTIVAÇÃO
Motivação na sua tradução mais simples é o motivo para ação, que
pode ser interpretado também, como o motivo para agir. Motivação não é um
produto acabado, mas um processo que se configura a cada momento, no
fluxo permanente da vida. Motivação é uma força, uma energia que nos
impulsiona na direção de alguma coisa, é um motivo para a ação. A motivação
é contínua, o que significa dizer que sempre teremos, a nossa frente, algo a
motivar-nos. A motivação é uma força interior que se modifica a cada momento
durante toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos de um indivíduo.
Motivação é um dos segredos para o funcionamento da empresa,
um funcionário bem motivado irá obter ótimos resultados e desta forma
aumentar sua produtividade.
Não se pode esquecer que cada funcionário deve ser visto
individualmente, cada um reage de forma diferente, tem ações diferentes e age
cada um de acordo com sua personalidade.
O que pode motivar um funcionário é um ambiente agradável,
atitudes respeitosas, liberdade de expressão, criatividade e sentimentos, onde
existe motivação aflora a criatividade e a produtividade aumenta.
O pedagogo empresarial pode colaborar com um ambiente
motivador dentro de uma organização empresarial como:
- Deve-se privilegiar a eficácia ao invés da eficiência;
- Ouvir os funcionários antes de criticá-los;
- Repreenda o funcionário antes de criticá-los;
- Elogie-o em público, por escrito ou verbalmente;
- Estimule trabalho em equipe;
- Confie e transmita confiança;
- Respeitar as individualidades.
Motivação Intrínseca e Extrínseca
32
Os etnologistas reformularam a maneira habitual de ver o
comportamento motivacional, abrindo as portas para a reflexão da
individualidade do ser humano. Observando diversas espécies, percebeu-se
que em situações idênticas, seres diferentes possuem condutas diferentes.
Quando falamos de necessidade e consequentemente de
motivação, precisamos examinar as diferenças individuais, para chegarmos a
um conhecimento mais realista do eu se passa naquele momento com cada
um. Para isto, é importante sabermos os dois tipos de motivação que se
seguem, para entendermos que tanto intrinsecamente como extrinsecamente,
ambos são influenciadores no que tange a questão do ser humano, ficar e/ou
se manter motivado.
Motivação Intrínseca
Segundo Bergamini (1997), é uma força que se encontra no interior
de cada pessoa e que pode estar ligada a um desejo. Esta força é vista como
um impulso que leva os seres vivos á ação. E esses impulsos são
considerados como os representantes de determinadas formas de
comportamento, por meio das quais os seres vivos procuram restabelecer o
equilíbrio. Esse equilíbrio nunca é alcançado; e a satisfação nunca é plena,
pois é exatamente o desequilíbrio orgânico e/ou psicológico que impulsiona o
ser humano a buscar daquilo que seja capaz que seja de saciar as carências
vigentes, naquele momento.
A motivação que nos é absolutamente intrínseca, isto é, está dentro
de nós, nasce de nossas necessidades interiores. Por ser intrínseca, não é
coerente dizermos que motivamos os outros a isto ou áquilo. Ninguém motiva
ninguém. Nós é que nos motivamos ou não. Tudo o que os de fora podem
fazer é estimular, incentivar, provocar nossa motivação.
Motivação Extrínseca
Existem dois conceitos chaves na compreensão do comportamento
humano dentro da escola Behaviorista, para abraçar a motivação extrínseca. O
primeiro é o estímulo definido como qualquer modificação que venha ocorrer
com uma ou mais variáveis do meio ambiente. O segundo é o de resposta
33
entendida como reação, comportamental do sujeito submetido aos estímulos
inexistentes no meio ambiente. Entendido dentro do referencial Behaviorista, o
homem pode não apresentar nenhuma resposta comportamental caso não
seja estimulado a isso por meio de uma variável que esteja fora dele. Todo seu
comportamento foi aprendido por condicionamentos induzidos por fatores
extrínsecos á sua personalidade (Bergamini, 1997).
Segundo Bergamini (1997), em termos de comportamento
organizacional, alguns estudos da linha comportamentalista propõem que o
interesse dos funcionários pelas recompensas externas tem grande poder para
determinar um desempenho satisfatório, como por exemplo, bônus salarial,
financiamento de entretenimentos, melhorias na estrutura física da empresa,
etc. Constituem o contexto do cargo:
- Condição de trabalho e conforto;
- Políticas da organização e administração;
- Relação com o supervisor;
- Competência técnica do supervisor;
- Salários;
- Segurança no cargo;
- Relações com colegas.
Partindo do pressuposto comportamentalista de que o
comportamento humano possa ser planejado, modelado ou mudado por meio
da utilização adequada dos vários tipos de recompensas ou punições
disponíveis no meio ambiente, podemos entender que motivação extrínseca
seria este estímulo externo. Que tanto poderá ser positivo, que busca uma
resposta também positiva, através da modificação de um comportamento
inadequado. Como também, negativo, com a não alteração (comodismo), ou
alteração comportamental negativa, que resulta em ações punitivas ou
corretivas ou, de acordo com a visão do líder, possível potencial para
treinamento. Assim, cada pessoa nada mais é que a resultante de tudo aquilo
que lhe foi ensinado, em termos do processo de ligação entre os estímulos que
sofrem as reações, que emitem para adaptar-se ás variáveis ambientais.
34
A motivação no trabalho tem raízes no indivíduo, na organização, no
ambiente externo e na própria situação do país e do mundo em determinado
período de tempo. Uma pessoa motivada ou desmotivada é produto do
somatório de uma gama de fatores (Claret, 1998).
3.1 COMUNICAÇÃO
No âmbito empresarial, um dos fatores cruciais para o alcance
dos objetivos da organização e pessoais é a comunicação, especialmente a
divulgação da informação, visto que a sociedade perpassa pelo acelerado
desenvolvimento tecnológico que exigem em participação, interação e
comunicação de todos. A comunicação é uma ferramenta imprescindível nos
meios organizacionais é um processo de transmitir informação entre dois ou
mais grupos ou pessoas.
Pode-se subdividir o processo de comunicação dentro de uma
empresa em duas categorias: na comunicação formal pode-se perceber uma
relação hierárquica muitas vezes rígida, com excesso de burocracia, é uma
comunicação conscientemente planejada. A comunicação informal tem a
tendência de ocorrer mais erros, levando á imprecisão dos fatos. Entretanto
dentro das empresas o ambiente melhor de trabalho é o formal, direta e
objetiva for a comunicação menor será o índice de comunicação informal.
Quanto ao formato e maneira de transmitir, a comunicação pode ser
oral ou escrita, ambas têm importância e momento exato de serem utilizados.
Quando a comunicação for transmitida no geral ou com forma de norma é
imprescindível à forma escrita. A comunicação oral é utilizada entre níveis
hierárquicos próximos ou iguais.
Na prática existem diversos veículos, canais e meio para uma
comunicação dentro de uma organização empresarial.
Dentro de um grupo que aprendemos a conviver com o outro e com
o difícil aprendizado de lidar com as diferenças: diferentes ideias, concepções,
opções de relacionar o próprio pensamento com o outro e a construção do
conhecimento do grupo a partir do pensamento de cada um.
35
Dentro de um grupo e sob a coordenação de um pedagogo e na
interação com o outro, que se aprende a aceitar e conviver com as
diversidades.
Em todas as áreas de atuação humana se percebe um indivíduo
mais plural, múltiplas habilidades. Não se espera mais um trabalhador singular,
que só conheça suas tarefas. No mundo competitivo é necessário ser um
profissional excelente, com habilidades de liderar e ser liderado, precisa estar
sempre atualizado, ter um equilíbrio emocional, ser criativo e deve estar
comprometido com o tempo.
E para atender a esse novo perfil profissional é necessário
desenvolver todas as inteligências e coordená-las. As empresas estão à
procura de profissionais que estejam dispostos a assumir erros, a não ter
medo de mudanças, o profissional deve estar a tento com o mundo, com o
futuro da sociedade.
As inteligências múltiplas têm como perspectiva das ideias de
Gardner (1994), em que relata que só o ser humano possui múltiplas
inteligências como:
- inteligência verbal-escrita;
-Inteligência lógico-matemático;
-Inteligência musical;
-Inteligência espacial;
-Inteligência corporal-cinestésica;
-Inteligência interpessoal;
-Inteligência intrapessoal;
-Inteligência naturalista;
-Inteligência espiritual.
O pedagogo empresarial pode trabalhar para atingir os objetivos da
empresa e respeitando a peculiaridade de cada funcionário, estimulando ou
desenvolvendo as inteligências. Mas para que isso ocorra é preciso, trabalhar
por resolução de problemas e por projetos, propor tarefas complexas e
desafios.
36
3.2 LIDERANÇA
A liderança constitui um dos temas mais pesquisado e estudado nas
últimas décadas, para que a análise dessa influência seja feita, antes de tudo é
preciso se fazer o entendimento desse processo, o mesmo está ligado ao
entendimento dos mecanismos entre líderes e seguidores, onde o objetivo final
seja desenvolver habilidades nesse último, de modo a torná-los mais eficazes
em suas tarefas, e ainda com o processo da motivação em situação de mútua
dependência entre líderes e liderados.
O líder precisa de liderados para realizar metas, ou vice e versa, só
é possível a liderança quando existem liderados que aceitam serem
influenciados por algum motivo, seja ele qual for.
A definição de Fachada (2006) a respeito do assunto:
Liderança é um fenômeno de influência interpessoal exercida em determinada situação através do processo de comunicação humana, com vista à comunicação de determinados objetivos.
Neste caso, liderar é dar significado ao trabalho, que propicie o
engajamento voluntário dos empregados. O que também ajuda a definir a
liderança: o líder é quem guia quem dá a cara a tapas, quem toma a frente,
quem inspira quem dá confiança... São muitas as definições, mas a melhor é: o
líder é quem serve.
Liderar fica sendo então algo como prover um significado ao
trabalho que faça com que valha a pena o engajamento das pessoas, que esse
significado ajuda a sensação de pertencer, mas, sobretudo, conceda a chance
de participar, com o seu próprio trabalho e esforço, na construção de algo que
valha a pena engajar a sua vida.
Liderar é diferente de oprimir ou coagir seus liderados, é fazer com
que um determinado grupo de pessoas busquem objetivos comuns, para
alguns especialistas no processo de liderança, podem existir dois tipos de
liderados: os fiéis, que seguem o líder por razões de caráter moral, e os
mercenários, que atuam por motivo de interesse.
37
O que acaba por ser o elo entre o líder e os seus seguidores é uma
tarefa ou missão que vem sintonizada com motivações. O ambiente criado pelo
líder favorece esse processo sendo essencial para que o liderado desempenhe
seu trabalho da melhor forma possível de forma a atingir o objetivo proposto
pelo líder. Criar a sensação de espaço próprio se trata de uma técnica para o
liderado desenvolver como também se sentir auto realizado ao mesmo tempo.
É notório que para a concretização do processo de liderança
efetivamente, não é necessário apenas atributos das pessoas, mas sim um
contexto para que virtudes e competências de líderes e liderados possam
emergir facilitando chegar ao objetivo final, por isso muitas vezes a liderança
tem sido definida como a arte de usar o poder que existe nas pessoas.
38
CONCLUSÃO:
A partir do que foi apresentado neste trabalho, pode-se concluir que
novos campos de trabalho, novas ocupações, novas funções têm sido abertos
nas organizações. Não podemos fechar os olhos para a possibilidade de
atuação do pedagogo fora de seu habitat natural, ou seja, a escola. Essa
parceria entre as áreas da educação e trabalho, envolvendo todos os sujeitos
sociais e contribuindo para uma formação humana mais global, não pode ser
desconsiderada, no entanto, parece ser necessário que exista uma articulação
de interesses.
O que se pode pontuar é que existem múltiplas possibilidades de
atuação e que o pedagogo, em decorrência de sua formação profissional, tem
condições de atuar competentemente na empresa. Propor ações de
atualização para melhor qualificar o pessoal da organização, lidar com
planejamento, propor projetos variados, atentar para a saúde e qualidade de
vida do trabalhador, num projeto multidisciplinar envolvendo outros
profissionais, propor atividades culturais e educacionais e demais atividades já
apontadas neste trabalho, podem ser atividades desenvolvidas a contento pelo
pedagogo.
Quanto à responsabilidade social empresarial pode-se dizer que tal
temática vem ganhando relevância no mundo empresarial, uma vez que
representa um diferencial no mundo competitivo das empresas. Mesmo
ocorrendo com maior intensidade nas empresas de grande porte, muitas
empresas têm procurado maneiras diversificadas de gestão, a fim de
contemplar a sua função social.
O pedagogo empresarial cumpre um importante papel dentro das
empresas e organizações articulando as necessidades junto à gestão de
conhecimentos.
Cabe a este profissional provocar mudanças comportamentais nas
pessoas envolvidas, favorecendo os dois lados: o funcionário que quando
motivado e por dentro dos conhecimentos necessários, sente-se melhor e
39
produz mais e a empresa que quando se mantém com pessoas qualificadas
obtém melhores resultados e maiores lucratividades.
Contudo, o pedagogo e a empresa fazem uma ótima combinação,
pois em tempos modernos ambos têm o mesmo objetivo de formar cidadãos
críticos com competências para tal função.
A transição do século passado para o século XXI veio acompanhada
de interesses e rápidas transformações sociais, econômicas e culturais. Hoje,
uma organização é mais que uma simples entidade jurídica empenhada na
produção de bens e serviços com a finalidade do lucro. No ambiente
organizacional, este cenário tem se tornado um desafio para as lideranças das
organizações.
O mundo moderno produz uma enorme quantidade de novas
informações a cada segundo e a pressão por resultados e conhecimentos, se
não for bem digerida pelos profissionais, pode estabelecer uma condição de
desequilíbrio do bem estar pessoal e profissional. Para lidar com os reflexos
desse cenário é preciso investir na formação do líder que é quem, dentro das
organizações, tem o poder de influenciar no bem ou mal-estar da sua equipe,
dependendo de como ele usa seu poder.
Talvez esta capacidade de enxergar além, e mais, de acreditar no
que nem mesmo nós acreditamos seja a grande qualidade do líder, conseguir
captar quais as coisas que realmente nos entusiasmam e motivam, que
contemplam nossas necessidades sejam elas de afeto, de reconhecimento, de
recompensa ou de poder.
Sabemos que pessoas motivadas são capazes de contribuírem
criativamente para buscar soluções e inovações que possam ser realmente
incorporadas e eficazes em uma organização. Ser líder é saber conduzir e
influenciar pessoas para os resultados esperados, de uma forma que as
dignifique, respeite, desenvolva e motive. A comunicação torna-se essencial
nesse processo.
O líder é a pessoa com sensibilidade para perceber em qual estágio
está ás necessidades do seu grupo e assim acenar com recompensas que
realmente façam sentido.
40
Por tanto, não basta ter somente pessoas, é preciso utilizar formas
eficientes ás competências agregadas com o intuito de fortalecer as
estratégias empresarias rumo á manutenção de uma vantagem competitiva de
longo prazo.
41
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTOS 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
O PROFISSIONAL DE PEDAGOGIA 10
1.1 Como surgiu a pedagogia empresarial? 16
CAPÍTULO II
RECURSOS HUMANOS 20
2.1 O pedagogo no ambiente organizacional 22
CAPÍTULO III
MOTIVAÇÃO 31
3.1 Comunicação 34
3.2 Liderança 36
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 41