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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O PAPEL DOS CONTROLES INTERNOS E DA AUDITORIA INTERNA NO SETOR DE SEGUROS DE VIDA E PREVIDÊNCIA Por: Fábio Fernandes do Amaral Orientador Prof. Nelsom Magalhães Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O PAPEL DOS CONTROLES INTERNOS E DA AUDITORIA

INTERNA NO SETOR DE SEGUROS DE VIDA E PREVIDÊNCIA

Por: Fábio Fernandes do Amaral

Orientador

Prof. Nelsom Magalhães

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O PAPEL DOS CONTROLES INTERNOS E DA AUDITORIA

INTERNA NO SETOR DE SEGUROS DE VIDA E PREVIDÊNCIA

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Auditoria e Controladoria.

Por: Fábio Fernandes do Amaral

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que, direta ou

indiretamente e dentro de suas

particularidades, contribuíram para a

realização deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais pelos

valores ensinados, que muito

contribuíram no meu crescimento pessoal

e profissional.

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RESUMO

Muitas seguradoras têm áreas de Auditoria Interna e Controles Internos

por exigência do Órgão Regulador (SUSEP – Superintendência de Seguros

Privados), com função de mapear, controlar e testar seus processos, porém

não as utilizam de forma plena e adequada. O presente trabalho tem a

intenção de mostrar como estas áreas podem ajudar a Alta Administração e os

Gestores destas empresas a alcançar seus objetivos estratégicos, além de

auxiliar na tomada de decisão.

Será apresentado como é o funcionamento e a atuação das áreas de

Auditoria Interna e Controles Internos dentro das Seguradoras de Vida e

Previdência, e a importância delas para a Alta Administração e Gestores da

empresa. Além de destacar e apontar as diferenças no papel dessas áreas e

identificar a importâncias das mesmas na Gestão dos Riscos e na Governança

para a empresa.

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METODOLOGIA

O material de estudo será submetido, principalmente, à análise do

referencial teórico sobre o assunto, que consiste em realizar uma revisão dos

trabalhos já existentes sobre o tema abordado, que pode ser em livros, artigos,

monografias, teses e outros materiais cientificamente confiáveis.

Marconi e Lakatos (2001, p.182) justifica que o referencial teórico

permite verificar o estado do problema a ser pesquisado, sob o aspecto teórico

e de outros estudos e pesquisas já realizados.

Já Marion, Dias e Traldi (2002, p.38) explica que o referencial teórico

deve conter um apanhado do que existe, de mais atual na abordagem do tema

escolhido, mesmo que as teorias atuais não façam parte de suas escolhas.

O referencial teórico é que possibilita fundamentar, dar consistência a

todo o estudo, além de ter a função de nortear a pesquisa, apresentando um

embasamento da literatura já publicada sobre o mesmo tema.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Auditoria – Origens e Conceitos 10

CAPÍTULO II - Controles Internos e Seus Fundamentos 17

CAPÍTULO III - COSO 23

CAPÍTULO IV - Lei Sarbanes- Oxley 41

CAPÍTULO V - Auditoria Interna e Controles Internos no Mercado

de Seguros

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CONCLUSÃO 64

GLOSSÁRIO 66

BIBLIOGRAFIA 68

WEBGRAFIA 70

ÍNDICE 71

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INTRODUÇÃO

Os ambientes empresariais estão em constante mudança. Novos

riscos surgem com as mudanças tecnológicas e novas estruturas corporativas,

em função da característica de cada negócio. Cada empresa está exposta a

inúmeros riscos. Há que se destacar os desafios e riscos virtuais, além de

processos terceirizados, que embora não estejam dentro da organização, são

riscos do negócio e também devem ser administrados.

Conhecer os processos da organização, de seus clientes, fornecedores

e colaboradores é vital para a continuidade do negócio. Por isso, analisar,

mapear e priorizar decisões são tarefas essenciais para que a estratégia

funcione. Desta forma, para que a Gestão de Riscos seja eficaz, é necessária

uma forte integração das áreas de Auditoria Interna e Controles Internos.

O gerenciamento dos riscos corporativos é responsabilidade de todos

os funcionários que trabalham dentro de uma empresa. A responsabilidade

maior recai sobre o presidente que deverá assumir os riscos e tomar as

decisões. Os gerentes também tem sua parcela de responsabilidade, apoiando

a filosofia de gerenciamento de riscos da empresa, fomentando a

conformidade com o apetite a riscos e gerenciando os riscos dentro de suas

áreas. Os outros funcionários da organização respondem pela execução do

gerenciamento dos riscos corporativos, de acordo com as diretrizes e

protocolos estabelecidos. A diretoria propicia informações úteis para a

realização do gerenciamento de riscos, porém não responde pela eficácia do

desse gerenciamento.

Uma característica típica da forma pela qual o gerenciamento de riscos

corporativos é implementado consiste no grau de detalhes com que as funções

e responsabilidades são claramente definidas e o fato de serem ou não

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atribuídas de maneira centralizada ou descentralizada. Embora, a execução do

processo possa variar de organização para organização, ele possui alguns

pontos comuns.

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CAPÍTULO I

AUDITORIA – ORIGENS E CONCEITOS

1.1. Auditoria no Mundo

De acordo como Attie (2011, p.7), a origem da palavra Auditoria vem

do latim audire, que significa ouvir. Essa atividade é muito antiga, remonta ao

Império Persa, no qual Dario I, ao realizar a reforma político-administrativa,

criou a função de “olhos e ouvidos do rei”, funcionários encarregados de vigiar

a ação dos sátrapas (governadores das províncias persas), garantir o

cumprimento das ordens imperiais e fiscalizar a cobrança de impostos e o uso

do tesouro real.

Segundo Almeida (2012, p.1), muitos anos depois, no Império

Romano, os imperadores também nomeavam altos funcionários com a missão

de supervisionar as operações financeiras de seus administradores provinciais

e prestar contas, verbalmente.

Cordeiro (2013, p.4) afirma que no século XII, na França, os barões

realizavam a leitura pública de suas contas, na presença de funcionários

designados pela Coroa. Na mesma região, durante o período carolíngio, o

imperador Carlos Magno (768-814) instituiu a figura dos missi dominici, seus

auditores nas diversas províncias sob seu domínio.

Já Attie (2011, p.8) ressalva que há informações sobre a utilização do

termo “auditor” nos fins do século XIII, na Inglaterra, pelo rei Eduardo I.

Durante seu reinado, concedeu aos barões o direito de nomear representantes

oficiais e ordenou até mesmo a conferência das contas do testamento da

esposa morta. A aprovação do auditor era atestada em documentos que

constituíram os primeiros relatórios de Auditoria, denominados Probatur sobre

as Contas.

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Para ele, por toda a Idade Média e após o Renascimento, nas diversas

regiões da Europa, surgiram associações profissionais com a missão de

executar as funções de Auditoria, como os conselhos londrinos, em 1310; o

Tribunal de Contas, em 1640, em Paris; o Collegio dei Raxonati, em 1581, na

cidade de Veneza; e a Academia dei Ragionieri, em 1658, nas cidades de

Milão e Bolonha.

Almeida (2012, p.3) explica que datam do final do século XIX as pri-

meiras associações de classe reunindo profissionais de Contabilidade e

Auditoria. Surgiram na Inglaterra e nos Estados Unidos, países que adotavam

o liberalismo econômico, privilegiando a livre-iniciativa e a propriedade privada.

O pioneirismo da Inglaterra é marcado pelo secular Institute of Chartered

Accountants in England and Wales (1880). Nos Estados Unidos, a mais antiga

organização profissional de auditores é o American Institute of Certified Public

Accountants (1886).

1.2. Auditoria no Brasil

Para Pinho (2007, p.5), o surgimento da Auditoria no Brasil está

intimamente associada a Contabilidade, principalmente pela existência de

registros comerciais privados, como os do tráfico negreiro, da comercialização

do açúcar e de outras atividades mercantis. A presença de profissionais de

Contabilidade, em caráter público ou privado, é notada desde o início da

colonização, uma vez que a primeira nomeação para o cargo de contador-geral

e guarda-livros foi feita por dom João III, rei de Portugal, em 1549.

Ela afirma que a primeira regulamentação da profissão contábil deu-se

somente em 1770, quando dom José I expediu Carta de Lei a todos os

domínios portugueses, estabelecendo a necessidade de matrícula dos guarda-

livros na Junta do Comércio, em livros específicos. A não inclusão do

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profissional no referido livro o tornava inapto a obter empregos públicos,

impedia também de realizar escriturações, contas ou laudos. Essa lei proibia

os escritórios das casas de negócios de contratar guarda-livros sem matrícula

e exigia que, na Contadoria Pública, só fossem aceitos profissionais que

tivessem cursado aulas de comércio. Já no século XVIII, portanto, teve início a

formação do contador, com o surgimento da aula de comércio.

“O profissional de Contabilidade era, naquela época e

durante a primeira metade do século XX, o guarda-livros,

muito embora se utilizasse também a expressão

“contador-geral”, reservada ao profissional que atuava na

área pública. A atividade ficou definida no Código

Comercial de 1850, que instituiu a obrigatoriedade da

escrituração contábil e da elaboração anual do balanço

geral das empresas comerciais. Fundamentado no

modelo francês, esse código foi o alicerce para a

regulamentação legal das sociedades anônimas e suas

relações comerciais. Mais tarde, diversas leis abordaram

matérias societárias, como o Decreto n° 434, de 1891,

que consolidou as disposições existentes sobre as

sociedades anônimas, e a Lei n° 2.024, de 1908, que as

submeteu ao regime falimentar.” (PINHO, 2007, p.6).

Já Cordeiro (2013, p.4) afirma que a atividade de Auditoria

independente foi introduzida no Brasil no século XIX, em função dos

investimentos internacionais e aplicados, principalmente, em infraestrutura

(portos, ferrovias, navegação, iluminação pública, etc.), base para o início da

industrialização. Instaladas no Brasil, as empresas internacionais de Auditoria

contribuíram muito para o avanço do conhecimento e para a implantação de

técnicas contábeis nas primeiras décadas do século XX.

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Segundo ele, o primeiro trabalho de Auditoria registrado no Brasil de

que se tem conhecimento ocorreu quando o balanço da São Paulo Tramway,

Light and Power Company relativo ao período compreendido entre junho de

1899 e dezembro de 1902 foi analisado pela empresa de Auditoria Clarkson &

Cross – atualmente Ernst & Young.

Santi (1998, p.17) cita que não existem divulgações de pesquisas

sobre os primórdios da Auditoria no Brasil, sendo certo, porém, que teve

origem inglesa, e que o primeiro parecer foi publicado em 9 de abril de 1903.

Ele se refere justamente ao exame dos livros da São Paulo Tramway, Light

and Power Company, na sua matriz, em Toronto, Canadá. No entanto, de

acordo com Santi, a menção nele contida de que foram examinados também

os recebimentos da filial de São Paulo não permite determinar se eles

mantinham escritório no Brasil ou se enviaram auditores de Toronto para

aquela expressa finalidade.

Sá (1986, p.15) complementa que em razão da chegada dos

investidores estrangeiros, as firmas de Auditoria provenientes dos países onde

as bases do capitalismo já estavam sedimentadas, como Estados Unidos e

Inglaterra, instalaram filiais no Brasil, logo nas primeiras décadas do século XX.

Pela alteração contratual assinada em Londres, em 1911, por Henry Thomas

McAuliffe, Alfred Edward Maidlow e David Bell, a firma de Auditoria McAuliffe

Davis Bell & Co. já mantinha estabelecimento no Rio de Janeiro desde 21 de

outubro de 1909, do qual David Bell era o sócio-presidente. A firma,

antecessora da atual Deloitte Touche Tohmatsu, abriu efetivamente o primeiro

escritório em solo brasileiro em 1911, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), e um

segundo na cidade de Recife (PE), em 1917. Em 1915, a

PricewaterhouseCoopers incorporou-se à W. B. Peat & Co. e Touche, Faller &

Co., na América do Sul, abrindo um escritório no Rio de Janeiro e transferindo

Richard Wilson, que era gerente em Nova York, para dirigi-lo. Anos mais tarde,

ingressariam no país outras empresas de grande porte, como a Arthur

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Andersen em 1957 e a Arthur Young & Co. antecessora da atual Ernst &

Young, em 1959.

1.3. Auditoria Interna e Auditoria Externa

Embora a Auditoria Interna e a Auditoria Externa possuam interesses

comuns, como o de evitar ou mitigar o risco de fraudes e de erros nas

organizações, elas operam em diferentes graus de profundidade e extensão.

Segundo Lins (2014, p.4), via de regra, o Auditor Interno preocupa-se

com o desenvolvimento do empreendimento da empresa, é um funcionário que

faz parte d da empresa e pretende testar a eficiência dos controles internos e

dos sistemas utilizados. Para que seja realizada com sucesso, requer uma

organização rígida e autônoma para necessárias verificações. Com a

expansão dos negócios, a administração da empresa tem a necessidade de

dar maior destaque as normas ou aos procedimentos internos, pelo fato de que

com a expansão empresarial os administrados não têm como acompanhar

pessoalmente todas suas atividades. Entretanto, a implantação desses

procedimentos internos sem que haja um acompanhamento, com a intenção

de verificar se os mesmos estão sendo seguidos pelos empregados da

empresa, de nada serve. A auditoria interna atende à administração da

empresa e tem um maior grau de periodicidade e profundidade, além de visar

as outras áreas não relacionadas com contabilidade.

Ele explica que já a Auditoria Externa é realizada por um profissional

contratado pela organização para realização do trabalho de forma

independente, sem vínculo empregatício com a empresa. É um consultor que

pode auxiliar na melhor adequação dos registros contábeis da empresa,

inclusive na emissão de um parecer. Seu foco é a confiabilidade dos registros

contábeis da empresa.

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Ele também esclarece que a auditoria externa pode utilizar-se de parte

dos serviços da auditoria interna. Porém, para cumprir o seu objetivo, deve

coordenar suas ações de modo que seus programas adotem procedimentos

idênticos e impeçam a execução de tarefas repetidas.

Segundo Almeida (2012, p.5-13), as principais diferenças entre o

auditor interno e o externo são:

Auditor Interno Auditor Externo

Geralmente tem vinculo empregatício

com a empresa

Não tem vinculo empregatício com a

empresa auditada

Menor grau de independência Maior grau de independência

Tem como principais objetivos:

a) Verificar se as normas internas estão

sendo seguidas

b) Verificar a necessidade de aprimorar

as normas internas vigentes

c) Verificar a necessidade de novas

normas internas

d) Efetuar auditoria nas diversas áreas da

empresa, nas demonstrações contábeis e

em áreas operacionais

O principal objetivo é emitir um parecer

ou opinião sobre as demonstrações

contábeis, no sentido de verificar se

estas refletem adequadamente a posição

patrimonial e financeira, o resultado das

operações, as alterações no patrimônio

líquido e as origens e aplicações de

recursos da empresa examinada.

Também, se essas demonstrações foram

elaboradas de acordo com os princípios

contábeis e se esses princípios foram

aplicados com uniformidade em relação

ao exercício social anterior

Realiza maior volume de testes (tem

mais tempo na empresa para executar os

serviços de auditoria)

Menor volume de testes, uma vez que o

auditor externo está interessado em erros

que individualmente ou cumulativamente

possam alterar de maneira substancial as

informações das demonstrações

contábeis

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Ele ressalta que a auditoria interna é um órgão de controle que deve

possuir máxima liberdade para acompanhar os componentes da atividade

empresarial, visando, basicamente:

a) Confiabilidade interna dos sistemas de controle;

b) Confiabilidade interna dos registros contábeis;

c) Confiabilidade interna dos informes.

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CAPÍTULO II

CONTROLES INTERNOS E SEUS FUNDAMENTOS

De acordo com Audibra (2007, p.6), controle pode ser definido como o

processo desenvolvido para garantir, com razoável certeza, que os objetivos da

empresa no que tange à eficiência e efetividade operacional, confiança nos

registros contábeis e financeiros e conformidade com regras externas e

internas sejam atingidos. O controle é um mecanismo manual ou sistêmico que

minimiza ou elimina a possibilidade de ocorrência dos riscos do negócio. Eles

são colocados para prevenir ou detectar erros.

Já Dias (2011, p.5) afirma que podemos medir a necessidade da

existência de controles analisando-se o ciclo vital de uma empresa. Em sua

fase inicial, o dono é o ponto principal e dele emanam os comandos e as

verificações, ou seja, os controles. Na medida em que a empresa cresce e se

diversifica, maior e mais complexa se torna sua estrutura organizacional e,

consequentemente, torna-se inviável que o empresário sozinho controle todas

as fases e atividades. Desse modo, podemos afirmar que a origem do controle

interno está relacionada às necessidades de informações sobre a atuação

empresarial. A busca dessas informações ocasionou a evolução para controles

mais efetivos e conscientes, segundo as características de cada empresa.

Ainda segundo Audibra (2007, p.6), toda organização deve possuir

uma hierarquia de objetivos que suportem a execução da estratégia e a

realização daquilo que a organização tem como os seus motivos de existência.

Para atingir esses objetivos, as organizações dispõem de diversos recursos,

como pessoas com as mais diversas competências, processos de negócios de

diversas naturezas e infraestrutura física e tecnológica para suportar suas

operações. Além disso, o ambiente externo também possui grande influência.

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Para Dias (2011, p.7), cada vez mais, os processos têm de se

apresentar ágeis e seguros, através de controles que identifiquem claramente

os seus objetivos e assegurem que os riscos de possíveis problemas sejam

prevenidos. Portanto, não basta que os problemas sejam identificados e

corrigidos, os controles precisam atuar de forma extremamente preventiva.

2.1. Tipos de Controles

Segundo Arima (2013, p.9-10), os controles podem ser conceituados

de acordo com sua natureza e podem ser definidos em:

v Controles Preventivos: atuam de forma a prevenir a ocorrência dos

riscos, exercendo o papel de uma espécie de guia para execução do

processo ou na definição da atribuições e responsabilidades.

v Controles Detectivos: detectam algum risco que já tenha ocorrido no

processo, porém não impedem a ocorrência de novos riscos.

v Controles Corretivos: tem função de correção das causas, mas após a

ocorrência do risco.

Ele cita exemplos dos principais tipos de controles e suas respectivas

naturezas, tais como:

ü Alçadas (controles preventivos): são os limites determinados a um

funcionário, quanto a possibilidade deste aprovar valores ou assumir

posições em nome da empresa.

ü Conciliação (controle detectivo): é a confrontação da mesma

informação com dados vindos de bases diferentes, adotando as ações

corretivas, quando necessário.

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ü Segregação de Funções (controle preventivo): a segregação é

divisão do controle por funcionário, setor ou área. Como exemplo,

temos: Quando um faz determinada atividade, outro confere, ou, quando

um provisiona, outro paga. Esse tipo de controle é essencial para a

efetividade dos controles internos. Ele reduz tanto o risco de erros

humanos quanto o risco de ações indesejadas.

ü Sistemas Informatizados (controles preventivos e detectivos): são

controles automáticos realizados através de sistemas informatizados.

ü Normatização Interna (controle preventivo): é a definição, de maneira

formal, das regras internas necessárias ao funcionamento da empresa.

As normas devem definir responsabilidades, políticas corporativas,

fluxos operacionais, funções e procedimentos.

2.2. Ambiente de Controle e Sua Percepção na Organização

Dias (2010, p.11) menciona que os riscos que afetam uma empresa de

forma alguma estão confinados a uma unidade organizacional, processo ou

sistema. Neste sentido, um cliente mal atendido na ponta é consequência de

uma combinação de interconexões casuais complexas e muitas vezes ocultas

entre, por exemplo, um desenvolvimento de produto inadequado, um

treinamento superficial, uma contração de profissional com experiência

limitada, um sistema de informação excessivamente manual, entre outros.

Para ele, fazendo uma analogia para mostrar que um evento pode ser

apenas a consequência visível de um conjunto interconectado de eventos,

temos o exemplo da colocação da última carta de baralho, em uma pirâmide

de cartas, provoca a queda de todas as cartas da pirâmide. Certamente, o

motivo da queda da pirâmide é bem mais complexo do que a última carta

colocada, a qual pode ter simplesmente disparado a queda de todas as outras

cartas. Neste caso, temos que analisar a estrutura das cartas montadas,

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identificado os potencias pontos de vulnerabilidade na ligação entre as cartas

para definir quais controles poderiam ter impedido a queda. Porém, esta tarefa

analítica é de grande dificuldade devido à infinidade de possibilidade de

combinações de causas interconectadas que justifiquem o evento ocorrido.

Deste modo, um dos maiores benefícios trazido por um sistema de

controles internos está no entendimento sistêmico da operação de uma

organização, ajudando a superação da forma de atuação excessivamente

funcional da maioria das empresas. Essa forma excessivamente funcional está

ligada ao fato de que cada unidade atua de forma independente, solucionando

seus problemas e otimizando suas decisões localmente. Portanto, o risco

operacional tende a ser tratado de forma superficial e simplista, não havendo

uma atuação na causa raiz do problema e, por muitas vezes, gerando novos

riscos em outras áreas.

Em segundo lugar, para Dias (2010, p.12), as organizações

apresentam grande dificuldade para realizar sua rotina operacional diária e,

periodicamente, fazer uma reavaliação para identificar melhorias e se

readaptar as mudanças ocorridas no ambiente interno e externo. Neste

contexto, há diversos motivos para essa inércia organizacional:

indisponibilidade de tempo devido à rotina diária; dificuldade de patrocínio para

viabilizar as mudanças; morosidade para sair da zona de conforto a que todos

estão acostumados, entre outras.

Dias contextualiza:

“Porém, atualmente as organizações vivem em um

contexto de grande complexidade e dinamicidade, em

que a única certeza é que o ambiente externo e interno

continuará mudando de forma acelerada. Portanto, outro

benefício importante do sistema de controles internos que

podemos citar é o da construção de mecanismos internos

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capazes de, rapidamente, perceber modificações no

ambiente interno e externo que modifiquem a exposição

ao risco e realizar alterações necessárias nos controles

que tratem esses riscos.” (DIAS, 2010, p.12).

Ele afirma que o terceiro grande benefício está relacionado à

capacidade dessa organização demonstrar e comunicar as diversas partes

interessadas a respeito da maneira como vem assegurando o atingimento dos

seus objetivos. Hoje, os órgãos regulatórios têm criado, cada vez mais, novas

exigências com relação à capacidade das empresas em demonstrar que

possuem o controle sobre os riscos a que estão sujeitas, em que os

investidores exigem maior visibilidade em relação à gestão das organizações

onde estão investindo, e clientes, parceiros, funcionários e a sociedade em

geral exigem constantemente maior transparência no que diz a respeito à

governança empresarial.

Para ele, as análises e documentações relativas a cada risco

identificado e controle implementado podem ser facilmente compiladas em

reportes externos. Dessa forma, um sistema de controles internos bem

estruturados permite a uma organização demonstrar que efetivamente se

preocupa e age em consonância com as preocupações dos diversos atores

envolvidos no seu negócio.

Dias (2010, p.13) acrescenta que o fato é que o sistema de controles

internos sofre uma pressão muito grande dentro da empresa para que os

resultados sejam obtidos rapidamente. Como é uma disciplina focada na

redução de eventos inesperados, essa pressão se traduz em expectativas de

diminuição de falhas operacionais, de não oscilação do faturamento da

empresa, da redução das despesas e de multas recebidas, entre outras.

Para ele, ainda hoje, não é raro ocorrer que o controle interno esteja

ligado a uma cultura de culpa dentro das organizações, onde um responsável

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por cada evento de risco deve ser achado e punido. Isso dificulta o fluxo de

informações relacionadas ao registro de evento de risco e pode inviabilizar a

gestão efetiva dele. Portanto, torna-se um grande desafio para o gestor de

risco operacional conseguir instaurar uma cultura de risco na organização,

onde o risco seja visto como parte inerente da operação, e não como um

instrumento de coerção dos funcionários.

Dias (2010, p.13) esclarece que a implantação de um sistema de

controles internos envolve desafios substanciais relacionados à integração

entre diversas áreas de uma empresa e mesmo atores externos a ela. Por

isso, uma cultura de culpa, onde cada indivíduo não encontra liberdade para

tratar abertamente os problemas que percebe dentro e fora da sua esfera de

responsabilidade, impede que essa integração seja conseguida.

Para tratar essa dificuldade, é importante que a implantação de um

sistema de controles internos seja considerada como uma trajetória de

melhoria contínua e mudança cultural para a empresa.

Por fim, ele conclui que a inserção das práticas relativas ao sistema de

controles internos deve ser realizada respeitando-se a necessidade de

aceitação das diversas áreas com características e prioridades operacionais

diferentes. É necessário que um conjunto inicial mais limitado de bons

resultados abra o caminho para uma cultura organizacional que reconheça a

necessidade de aceitação de riscos em um nível adequado. Esta abordagem é

conhecida como abordagem de ganhos rápidos, também conhecida como

quick wins no termo original em inglês. À medida que esses bons resultados

forem aparecendo, a iniciativa de controle interno poderá contar com o apoio

crucial das diversas áreas da empresa. No médio prazo, isso permitirá a

construção de um sistema de controles internos robusto, capaz de cumprir com

o que se espera dele que é trazer uma segurança razoável com relação ao

atingimento de todos os objetivos da empresa.

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CAPÍTULO III

COSO

3.1. Fundamentos

Segundo Lima Negrão (2014, p.31), a National Commission on

Fraudulent Financial Reporting (Comissão Nacional sobre Fraudes em

Relatórios Financeiros) foi criada em 1985, nos Estados Unidos, como uma

iniciativa independente, para estudar as causas da ocorrência de fraudes em

relatórios financeiros/contábeis. Está comissão era composta por

representantes das principais associações de classe de profissionais ligados à

área financeira e os controles internos foram seu primeiro objeto de estudo.

Em 1992, essa comissão publicou o trabalho intitulado Internal Control –

Integrated Framework (Controles Internos – Modelo Integrado), que tornou-se

referência mundial para o estudo e aplicação dos controles internos.

Dias (2010, p.14) explica que, tempos depois, essa Comissão

transformou-se em Comitê, que passou a ser conhecido como COSO – The

Comitee of Sponsoring Organizations (Comitê das Organizações

Patrocinadoras). O COSO é uma entidade sem fins lucrativos, dedicada à

melhoria dos relatórios financeiros através da ética, efetividade dos controles

internos e governança corporativa e é patrocinando por cinco das principais

associações de classe de profissionais ligados à área financeira nos Estados

Unidos:

v AICPA – American Institute Of Certified Public Accounts (Instituto

Americano de Contadores Públicos Certificados).

v AAA – American Accounting Association (Associação Americana de

Contadores).

v FEI – Financial Executives Internacional (Executivos Financeiros

Internacionais).

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v IIA – The Institute of Internal Auditors (Instituto dos Auditores Internos).

v IMA – Institute of Management Accountants (Instituto dos Contadores

Gerenciais).

Azevedo Braga (2013, p.25) destaca que esse Comitê trabalha de

forma totalmente independente em relação as suas entidades patrocinadoras e

seus integrantes são representantes da indústria, dos contadores, das

empresas de investimento e da Bolsa de Valores de Nova York.

Segundo Dias (2010, p.14), o nome Tradeway Comission originou-se

do nome do primeiro presidente do Comitê que foi James C. Tradeway.

Atualmente este cargo é ocupado por John Flaherty.

Ele frisa que para os integrantes do COSO, o ponto de partida é a

definição de controle interno, entendendo-o como um processo, desenvolvido

para garantir, com razoável certeza, que sejam atingidos os objetivos da

empresa, sendo estruturados, basicamente, em três categorias:

a) Eficiência e Efetividade Operacional (objetivos de desempenho ou

estratégia): que esta categoria está relacionada com os objetivos básicos da

entidade, inclusive com os objetivos e metas de desempenho e rentabilidade,

bem como da segurança e qualidade dos ativos;

b) Confiança nos Registros Contábeis/Financeiros (objetivos de

informação): onde todas as transações devem ser registradas, todos os

registros devem refletir transações reais, consignadas pelos valores e

enquadramentos corretos;

c) Conformidade (objetivos de conformidade): onde busca-se estar

em conformidade com leis e normativos aplicáveis à entidade e sua área de

atuação.

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3.2. Processo de Implementação na Organização

Para Dias (2010, p.16), o processo de implementação apresenta uma

variedade de técnicas úteis para a aplicação de elementos específicos da

estrutura de gerenciamento de riscos corporativos.

Devido a grande variedade de abordagens e escolhas disponíveis, ele

afirma que mesmo empresas do mesmo ramo e porte podem implementar o

gerenciamento de riscos corporativos de forma diferente, aplicando os

conceitos e princípios pela primeira vez ou avaliando se o processo existente

de gerenciamento de riscos, o qual poderia ter-se desenvolvido com o passar

do tempo, é realmente eficaz.

Em sua análise, Dias (2010, p.17-18) ilustra uma breve descrição das

etapas comuns, em um sentido amplo, adotado pelas empresas:

a) Preparação da Equipe Líder: essa equipe se tornará estreitamente

conhecedora da estrutura de gestão de riscos, que propicia um entendimento e

uma linguagem comum, além do alcance necessário ao desenho e a

implementação do processo de gerenciamento de riscos corporativos que será

capaz de abordar com eficácia as necessidades singulares da organização.

b) Compromisso da Alta Administração: a Alta Administração é

quem articulará os benefícios de gerenciamento de riscos corporativos,

estabelecendo e comunicando os compromissos assumidos, para o respectivo

investimento de recursos. O suporte do presidente da empresa e, pelo menos,

a participação inicial, direta e visível, também contribuirá para o êxito do

processo.

c) Desenvolvimento de um Plano de Implementação: neste plano as

responsabilidades são identificadas e o sistema de gerenciamento do projeto é

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implementado. O plano serve como meio de comunicação e coordenação

consistente com a liderança da equipe.

d) Avaliação da Situação Atual: esta etapa deve incluir a avaliação

da forma como os componentes, conceitos e princípios do gerenciamento de

riscos corporativos estão atualmente sendo aplicados na organização. Requer

que se determine a filosofia de gerenciamento de riscos que evoluiu na própria

organização e se existe um entendimento uniforme.

e) Visão do Gerenciamento de Riscos Corporativos: a equipe líder

deve desenvolver uma visão que estabeleça a forma como o gerenciamento de

riscos corporativos será utilizado em seu avanço e como será integrado à

organização para que possa alcançar seus objetivos.

f) Desenvolvimento e Capacitação: essa tarefa inclui a definição de

funções e responsabilidades, além de modificações no modelo organizacional,

nas políticas, nos processos, nas metodologias, nas ferramentas, nas técnicas,

nos fluxos de informações e nas tecnologias.

g) Plano de Implementação: este plano inicial deve ser atualizado e

otimizado, adicionando profundidade e amplitude para a cobertura de outras

avaliações, desenho e implementações.

h) Desenvolvimento e Distribuição do Gerenciamento da Mudança:

nesta etapa as ações são desenvolvidas conforme necessário para

implementar e sustentar a visão de gerenciamento de riscos como parte de

seu processo contínuo de gerenciamento.

i) Monitoramento Contínuo: a Alta Administração deverá analisar e

reforçar continuamente as capacidades de gerenciamento de riscos como

parte de seu processo contínuo de gerenciamento.

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3.3. Elementos Essenciais do Gerenciamento de Riscos

Segundo Assi (2012, p.39), o processo de controle interno é

constituído de elementos que estão inter-relacionados entre si, e presente em

todo o controle interno, como descrito a seguir:

3.3.1. Ambiente de Controle Interno

Para Assi (2012, p.39), o ambiente interno engloba o tom de uma

organização, influenciando a consciência de riscos de seu pessoal. É a base

de todos os outros componentes do gerenciamento de riscos corporativos,

propiciando disciplina e estrutura. Os fatores do ambiente interno incluem a

filosofia de gerenciamento de riscos, seu apetite a riscos, supervisão pela

diretoria executiva, integridade, valores éticos, competência técnica do

pessoal, a forma como a administração atribui autoridade e responsabilidade,

organiza e desenvolve seu pessoal.

Dias (2010, p.18) afirma que o ambiente interno da empresa tem

significante impacto sobre a forma como o gerenciamento de riscos

corporativos é implementado e funciona de forma continua. O ambiente

externo é o contexto no qual os demais componentes do gerenciamento de

riscos são aplicados, tipicamente com um efeito substancial, positivo ou

negativo.

Segundo Assi (2012, p.40), a filosofia de gerenciamento de riscos de

uma empresa é um conjunto de convicções e atitudes compartilhadas que

caracterizam a forma com essa empresa considera o risco em tudo aquilo que

faz do desenvolvimento e implementação de estratégias nas suas atividades

do dia-a-dia. Ela se reflete em tudo aquilo que a administração faz para operar

a organização. A filosofia esta presente em declarações da política,

comunicações escritas e verbais e decisões tomadas. Independente do fato de

a administração enfatizar políticas escritas, normas de conduta, indicadores de

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desempenho e relatórios de resultados, ou operar mais informalmente,

principalmente mediante contato pessoal não apenas com palavras, mas

também nas ações do dia-a-dia.

Ele cita que, neste contexto, o gerenciamento de riscos corporativos

pode oferecer:

a) Aceitação responsável dos riscos;

b) Suporte a administração e diretoria executiva;

c) Resultados aprimorados;

d) Responsabilidade fortalecida;

e) Gerenciamento otimizado.

Dias (2010, p.19) saliente que a integridade e o compromisso com

valores éticos começam com o individuo. Os julgamentos de valor, de atitude e

de estilo baseiam-se em experiências individuas. Em nenhum outro

funcionário, os valores éticos e a integridade são mais importantes do que para

o presidente e a Alta Administração. O código de conduta de uma organização

possibilita uma conexão entre a missão ou a visão da empresa e suas

políticas.

3.3.2. Estabelecimento de Objetivos Estratégicos e Relacionados

Para Dias (2010, p.19), os objetivos devem ser estabelecidos no

âmbito estratégico, estabelecendo-se uma base para os objetivos

operacionais, de comunicações e de conformidade. Toda empresa está sujeita

há uma variedade de riscos oriundos de fontes externas e internas, sendo o

estabelecimento de objetivos, condição previa para a identificação eficaz

desses eventos, avaliação de riscos e resposta aos riscos. Os objetivos são

alinhados ao apetite a riscos, que impulsiona os níveis de tolerância a riscos

para a organização.

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“Ao considerar formas alternativas de alcançar seus

objetivos estratégicos, a administração identifica os riscos

associados a uma gama de opções estratégicas e

considera suas implicações. Várias técnicas de

identificação de eventos e de avaliação de riscos podem

ser utilizadas no processo de fixação de estratégias”.

(DIAS, 2010, p.19).

Dias (2010, p.19) esclarece que os objetivos no âmbito de toda a

empresa são vinculados e integrados a objetivos mais específicos que fluem

em cascata através da empresa para sub-objetivos estabelecidos para as

várias atividades, como vendas, produção, administrativo, infraestrutura, etc.

Segundo ele, a tolerância a riscos é o nível aceitável de variação

referente ao cumprimento dos objetivos. Uma operação dentro dos limites de

tolerância a riscos possibilita à administração maior garantia de que a

organização permanece dentro dos limites de seu apetite a riscos, o que, por

sua vez, propicia maior grau de garantia de que a organização atingirá os seus

objetivos.

3.3.3. Identificação de Eventos (Riscos ou Oportunidades)

Dias (2010, p.20) explica que alguns eventos podem ocorrer e afetar a

empresa. Cabe à administração identificar esses eventos em potencial e

determina se são oportunidades ou se são desfavoráveis (riscos). Os eventos

que geram impacto negativo representam riscos, que demandam avaliação e

resposta da administração. Os eventos que geram impacto positivo

representam oportunidades que a administração canaliza de volta aos

processos de fixação de estratégia e de objetivos. Ao identificar eventos, a

administração considera uma variedade de fatores internos e externos que

podem dar origem a riscos e oportunidades, no contexto de toda a

organização.

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A seguir, Dias (2010, p.20) cita as etapas da identificação dos eventos:

v Relacionar Eventos com Objetivos

Para ele, em algumas circunstâncias a identificação de eventos

relacionados a um objetivo específico é razoavelmente direta, como os eventos

em potencial e seus impactos são identificados e relacionados com o objetivo,

com a tolerância ao risco associado e com a unidade de medida. Em outras

circunstâncias, a identificação de riscos não é imediatamente evidente e requer

a utilização de inúmeras técnicas.

v Técnicas de identificação de Eventos

Segundo ele, a Alta Administração de uma empresa poderá adotar

qualquer tipo de técnica para identificar eventos em potencial que afetam o

atingimento dos objetivos. Essas técnicas são utilizadas na identificação de

riscos e de oportunidades, por exemplo, na ocasião da implementação de novo

processo comercial, da reformulação de processo existente ou da avaliação de

processo. Podem, também, ser empregadas em conexão com o planejamento

estratégico ou com o planejamento da unidade de negócios, ou mesmo na

ocasião da análise de novas iniciativas ou mudanças organizacionais. Essas

técnicas podem ser utilizadas de forma periódica ou continua.

v Inventário de Eventos

Dias (2010, p.21) explica que a Alta Administração utiliza listas de

eventos em potencial comuns a sua área de atuação ou área funcional, as

quais são desenvolvidas pelo pessoal interno da organização ou são

empregadas, em relação a um projeto, a um processo ou a uma atividade

especifica e podem ser de valia porque asseguram uma visão consistente por

meio de atividades semelhantes na empresa. Caso seja desenvolvido

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externamente, esse estoque de eventos será otimizados ou personalizado de

acordo com as circunstâncias da empresa para relacionar-se mais

adequadamente com os riscos organizacionais e para ser consiste com a

linguagem comum de gerenciamento de riscos da empresa.

v Reuniões com Facilitadores

Ele esclarece que as reuniões com facilitadores do processo da

identificação de eventos reúnem indivíduos das mais variadas funções e níveis,

e têm a finalidade de extrair conhecimento do grupo como um todo para

desenvolver uma lista de evento, na medida em que se relacionam. Os

resultados dessas reuniões geralmente dependem da profundidade e da

magnitude das informações que os participantes relatam. Algumas empresas

realizam reuniões destinados à alta administração para estabelecer as

estratégias, e, também para identificar eventos capazes de afetar a realização

dos objetos estratégicos corporativos.

v Entrevistas

Ele sugere que as entrevistas geralmente sejam conduzidas

individualmente ou com até dois entrevistados, nas quais o entrevistador pode

estar acompanhado de outra pessoa que fará as anotações ou com um

gravador quando estiver sozinho. Essas entrevistas têm por finalidade

identificar as opiniões pessoas e o conhecimento de eventos reais passados

em potencial.

v Questionários e Pesquisas

Segundo Dias (2010, p.22), os questionários abordam uma gama de

questões que devem ser consideradas pelos participantes, com base na

opinião destes a respeito dos fatores internos e externos que originam ou

podem originar eventos. As perguntas podem ser abertas ou fechadas,

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dependendo do objeto. Podem, também, ser dirigidas a apenas uma ou a

várias pessoas, ou podem ser utilizadas em conjunto com uma pesquisa de

caráter mais amplo, ou dirigida a clientes, fornecedores ou outras partes

externas.

v Análise do Fluxograma de Processo

Dias (2010, p.22) explica que a análise do fluxo de processo diz

respeito à representação esquemática de um processo, visando entender

melhor as interações de seus componentes de entrada, tarefas,

responsabilidades, de saída. Após esse mapeamento, os eventos poderão ser

identificados e considerados à luz dos objetivos de processo. Da mesma forma

que em outras técnicas de identificação de eventos, a análise de fluxo de

processo pode ser utilizada para observar um nível detalhado na organização.

v Principais Indicadores de Eventos e Sinalizadores de Mudança

Para ele, os principais indicadores de eventos, também denominados

de indicadores de riscos, são medidas qualitativas ou quantitativas que

possibilitam alertar a respeito da ocorrência dos eventos em potencial. Para

que possam se úteis, os principais indicadores de riscos devem estar

disponíveis à administração de forma oportuna, a qual dependendo do tipo de

informação poderá ser diária, semanal, mensal. Os alertas de mudança

enfocam as operações do dia-a-dia e são relatados com base na exceção, isto

é, quando um parâmetro preestabelecido é ultrapassado. Para que possam ser

eficazes, esses alertas devem estabelecer o momento em que a administração

deve ser notificada, e a programação da notificação deve considerar a opinião

da referida administração sobre o tempo necessário para adotar as medidas

adequada.

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v Interação de Eventos Capazes de Influenciar no Atingimento dos

Objetivos

Dias (2010, p.22) esclarece que, em muitos contextos, diversos

eventos podem influenciar o atingimento de um objetivo. Para conseguir um

melhor entendimento, determinadas empresas utilizam diagramas de árvores

de eventos, também conhecidos como diagramas de espinha de peixe. Esse

diagrama possibilita um meio para identificar e representar graficamente a

forma como diversos eventos podem afetar sua realização.

v Classificação de Eventos

Ele afirma que o agrupamento de eventos em potencial semelhantes

permite que a Alta Administração identifique oportunidades e riscos com maior

eficácia. Algumas organizações classificam os eventos em potencial para

assegurar que seus esforços para identificá-los sejam complementos. A

classificação também pode facilitar o desenvolvimento posterior de uma visão

dos riscos em portfólio.

3.3.4. Avaliação e Gerenciamento de Riscos

Dias (2010, p.23) define que a avaliação de riscos é a identificação e

análise dos riscos associados ao não cumprimento das metas e objetivos

operacionais, de informação e de conformidade. Essa avaliação permite que

uma empresa considere até que ponto os eventos em potencial podem

impactar a realização dos objetivos. O conjunto forma a base para definir como

os riscos serão gerenciados, eles podem ser avaliados como inerentes ou

residuais.

a) Risco Inerente – O risco inerente é aquele que representa a

ausência de qualquer medida que a administração possa adotar para alterar

sua probabilidade ou impacto.

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b) Risco Residual – O risco residual é o que permanece após a

resposta da administração para reduzir um risco inerente.

3.3.4.1. Escalas de Medição

Dias (2010, p.23) acrescenta que quando se estima a probabilidade e o

impacto de eventos de riscos em potencial, sejam eles inerentes ou residuais,

utiliza-se algum tipo de medição. Para ele, há quatro tipos gerais de medição.

a) Medição nominal – É a forma mais simples de medição e requer o

agrupamento de eventos em categorias, como economia, tecnologia ou meio

ambiente. Não exige nenhum tipo de ordenação. Os números atribuídos são

utilizados apenas para fins de identificação, não podendo ser ordenados,

classificados ou agregados.

b) Medição ordinal – Nesse tipo de medição, os eventos são

relacionados por ordem de importância, com rótulos, como alto, médio, baixo

ou em ordem de classificação ao longo de uma escala.

c) Medição intervalar – As medidas intervalares utilizam uma escala

numérica. Se, por acaso, ao impacto da perda de produção de um

equipamento fundamental for atribuído o valor “três”, ao impacto de uma hora

de falta de energia o valor “seis”, e ao efeito de cem funcionários pedirem

demissão o valor “nove”, a administração poderá afirmar que a diferença no

impacto potencial entre a perda de um equipamento e uma hora de falta de

energia, será a mesma que a diferença entre uma hora de falta de energia e

cem funcionários pedirem demissão.

d) Medição de proporção – A escala de medição de proporção

permite que se conclua que se ao impacto potencial de um evento for atribuído

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o valor “três” e a outro evento o valor “seis”, o segundo evento terá o dobro de

impacto potencial do primeiro.

3.3.4.2. Técnicas Qualitativas

Segundo Dias (2010, p.24), embora algumas avaliações qualitativas de

risco expressam-se em termos subjetivos e outras em termos mais objetivos, a

qualidade da avaliação dependerá em grande parte do conhecimento e da

capacidade do julgamento das pessoas envolvidas, o seu entendimento dos

eventos em potencial e a dinâmica existente.

3.3.5. Respostas a Riscos

Dias (2010, p.24) conceitua que risco é a probabilidade de perda ou

incerteza associada ao cumprimento de um objetivo. Após identificar e avaliar

os riscos importantes, a organização determina de que forma responderá a

estes.

Ele afirma que, ao considerar as respostas, a organização avalia o

efeito destas na probabilidade e no impacto dos riscos, bem como os custos e

benefícios. No caso de riscos significativos, a organização considerará o

potencial das respostas. Seguem exemplos de respostas para evitar,

compartilhar, reduzir e aceitar o risco:

a) Evitar – abandonar uma unidade de negócios, linha de produtos,

segmento geográfico.

b) Compartilhar – fazer seguro contra perdas imprevistas significa-

tivas. Participação em acordos de formação de consórcios de empresas.

Transferência de riscos mediante instrumentos do mercado de capitais.

Terceirização de processos comerciais.

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c) Reduzir – diversificação dos produtos oferecidos. Estabelecimento

de limites operacionais. Estabelecimento de processos comerciais eficazes.

Otimização da participação da administração nos processos decisórios e de

monitoramento. Redistribuição do portfólio dos ativos para reduzir a exposição

a certos tipos de perdas. Realocação de capital entre as unidades

operacionais.

d) Aceitar – fazer a própria seguridade contra perdas. Confiar em

proteções naturais no portfólio. Aceitar riscos se compatíveis às tolerâncias a

risco.

Segundo ele, da mesma forma que na avaliação inerente, o risco

residual pode ser avaliado de forma qualitativa ou quantitativa. De um modo

geral, as mesmas medidas utilizadas na avaliação do risco inerente são

também empregadas na avaliação do risco residual.

“Praticamente todas as respostas a risco geram algum

custo direto ou indireto que é comparado com os

benefícios gerados. O custo inicial para formular e

implementar uma resposta (processos, pessoal e

tecnologia) é considerado como o custo para manter a

resposta de forma continua. Os custos e os benefícios

associados podem ser medidos quantitativa ou

qualitativamente, por meio da unidade de medida

tipicamente consistente com aquela que é empregada

para estabelecer o objeto correlato e a tolerância ao

risco.” (DIAS, 2010, p.25).

3.3.6. Atividades de Controles

Dias (2010, p.25) conceitua que atividades de controles são aquelas

que, quando executadas a tempo e de maneira adequadas, permitem mitigar

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ou tratar os riscos. Elas ocorrem por toda empresa, em todos os níveis e em

todas as funções.

Segundo ele, após selecionar as respostas a risco, a organização

identifica as atividades de controle necessárias para assegurar que estas

sejam executadas adequadas e oportunas. Seguem exemplos de atividades de

controle para evitar, compartilhar, reduzir e aceitar o risco:

a) Atividades de Proteção Contra Riscos – Em seu esforço para

melhorar as margens operacionais, uma empresa de software considerou a

possibilidade de transferir suas atividades de programação para um país com

custos de mão de obra mais reduzidos. Após avaliar os riscos associados, a

administração decidiu que a transferência estaria além do apetite a riscos da

companhia e que a contratação de atividades de programação seria realizada

apenas dentro do país de origem da empresa.

b) Atividades de Redução de Riscos – A administração de um

hospital reconheceu que sua capacidade de proteção de saúde e do bem-estar

de seus pacientes seria afetada desfavoravelmente por falhas no fornecimento

de energia. A administração decidiu instalar geradores elétricos para geração

de energia em casos de falha no fornecimento.

c) Atividades de Compartilhamento de Risco – Uma empresa de

manufatura determinou que uma paralisação prolongada de sua fábrica tivesse

um impacto significativo em sua capacidade de cumprir as metas de produção.

Tendo por base a avaliação do capital da empresa, sua tolerância a riscos e

custos de compartilhar o risco com uma seguradora, a administração aprovou

a contratação de cobertura de seguro para o valor da produção perdida por um

prazo máximo de seis meses.

d) Atividades de Aceitação de Risco – A administração de uma

empresa identificou mudanças nos preços mundiais de commodities como um

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risco. Após avaliar a probabilidade e o impacto do risco, bem como considerar

a tolerância a riscos da empresa, a administração decidiu aceitar o risco. A

empresa adotou uma política pela qual o departamento de Tesouraria

reavaliaria formalmente a exposição a cada três meses e informaria ao comitê

administrativo da sua recomendação de adotar ou não uma estratégia de

hedge.

3.3.7. Informação e Comunicação

Conforme explica Azevedo Braga (2013, p.52), as informações são

necessárias em todos os níveis de uma empresa, para ajudá-la a identificar,

avaliar e responder aos riscos, gerir a empresa, bem como alcançar os seus

objetivos.

Ele afirma que as informações de fontes externas e internas são

colhidas e analisadas na fixação de estratégias e objetivos, na identificação de

eventos, na análise de riscos e na determinação de respostas a riscos, além

da condução de um gerenciamento de riscos eficaz e desempenho de outras

atividades de gestão.

Já Lima Negrão (2014, p.48) esclarece que os sistemas de informação

usam dados gerados internamente e de fontes externas, fornecendo dados

para o gerenciamento de riscos e para a tomada de decisões fundamentadas

em relação aos objetivos. Todo o pessoal recebe uma mensagem clara da

diretoria executiva que as responsabilidades pelo gerenciamento de riscos

devem ser levadas a sério. Os empregados entendem as suas próprias

funções no contexto do gerenciamento de riscos, bem como as suas atividades

individuais relacionam-se com o trabalho de outros. A informação é o

combustível que move a empresa.

Arima (2013, p.37) conceitua que a comunicação é o fluxo de

informações dentro de uma empresa, que ocorre em todas as direções – dos

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níveis hierárquicos superiores aos níveis hierárquicos inferiores, dos níveis

inferiores aos superiores, além da comunicação horizontal, entre níveis

hierárquicos equivalentes.

Para ele, a comunicação é essencial para o bom funcionamento dos

controles. Informações sobre planos, ambiente de controle, riscos, atividades

de controle e desempenho devem ser transmitidas à todos da empresa. Por

outro lado, as informações recebidas devem ser identificadas, capturadas,

verificadas quanto à sua confiabilidade e relevância, processadas e

comunicadas às pessoas que as necessitem, tempestivamente e de maneira

adequada.

Segundo Azevedo Braga (2013, p.52), a administração fornece

comunicação especifica e dirigida que determina as expectativas de

comportamento e de responsabilidades do pessoal. Esse procedimento inclui

uma declaração clara da filosofia e abordagem de gerenciamento de riscos,

bem como uma delegação nítida de autoridade. A comunicação de processos

e procedimentos deve estar alinhada com a cultura desejada e ser capaz,

dessa forma, de sustentá-la.

Sendo assim, ele define o processo de comunicação como sendo

formal ou informal.

a) Processo formal – Acontece através dos sistemas internos de

comunicação, que podem variar de complexos sistemas computacionais a

simples reuniões de equipes de trabalho, e são importantes para obtenção das

informações necessárias ao acompanhamento dos objetivos operacionais, de

informação e de conformidade.

b) Processo informal – Ocorre em conversas e encontros com

clientes, fornecedores, autoridades e empregados, é importante para obtenção

das informações necessárias à identificação de riscos e oportunidades.

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3.3.8. Monitoramento

Arima (2013, p.37) conceitua o Monitoramento como sendo o

acompanhamento e avaliação dos controles internos ao longo do tempo. O

Monitoramento tem por função verificar se os controles internos estão sendo

adequados e efetivos ou não.

Segundo ele, o monitoramento pode ser feito tanto através do

acompanhamento continuo das atividades quanto por avaliações pontuais, tais

como auto-avaliação, revisões eventuais e auditoria interna.

Para Azevedo Braga (2013, p.53), embora os procedimentos de

monitoramento contínuo geralmente propiciem informações importantes sobre

e eficácia de outros componentes de gerenciamento de riscos, recomenda-se

conduzir um exame totalmente novo, periodicamente, com enfoque direto na

eficácia do gerenciamento de riscos.

a) Controles Adequados – Segundo ele, são aqueles em que os cinco

elementos do controle (ambiente, avaliação de riscos, atividade de controle,

informação, comunicação e monitoramento) estão presentes e funcionando

conforme planejado.

b) Controles Eficientes – Para ele, os controles são eficientes quando

a Alta Administração tem uma razoável certeza do grau de atingimento dos

objetivos operacionais propostos; de que as informações fornecidas pelos

relatórios e sistemas corporativos são confiáveis; e quando as leis,

regulamentos e normas pertinentes estão sendo cumpridas.

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CAPÍTULO IV

LEI SARBANES-OXLEY

Segundo Dias (2010, p.28), o Sarbanes-Oxley Act ou Ato Sarbanes-

Oxley foi promulgado em 30 de julho de 2002 pelo Presidente dos Estados

Unidos. Algumas das determinações deste Ato foram de aplicação imediata

pelas companhias abertas com registro na Securities and Exchange

Commission (SEC) e expandiu sua aplicação todas as empresas de origem

norte-americanas.

Ele esclarece que dentre as principais disposições do Sarbanes-Oxley

Act, destaca-se a certificação do CEO (Chief Executive Officer) e do CFO

(Chief Financial Officer) nas informações financeiras e não financeiras contidas

nos relatórios anuais. Nos escândalos contábeis norte-americanos da década

de 1990, executivos alegaram que não tinham conhecimento das praticas

contábeis indevidas (reconhecimento incorreto de receitas, por exemplo). A

Sarbanes-Oxley visou desencorajar alegações deste tipo, por intermédio de

medidas como controles internos mais rigorosos.

Azevedo Braga (2013, p.54) afirma que o modelo de certificação a ser

assinado pelo CEO e CFO deve ser exatamente o mesmo apresentado no Ato,

não sendo permitidas modificações.

Segundo ele, este ato introduziu responsabilidades criminais que, em

certos casos, podem envolver prisão de até vinte anos para CEOs e CFOs pelo

fornecimento, proposital ou não, de certificações incorretas ou não

verdadeiras. O referido processo de certificação introduz os seguintes

requerimentos às empresas e a seus administradores:

• O CEO e o CFO devem certificar as informações financeiras e não

financeiras contidas nos relatórios anuais;

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• As empresas devem manter controles internos, definidos em duas

dimensões: controles internos propriamente ditos e controles e procedimentos

de divulgação (disclosure controls and procedures); e

• O CEO e o CFO estão certificando que avaliaram a efetividade

desses relatórios até, no máximo, noventa dias da data de arquivamento das

informações (Form 20-F). O Form 20-F deve informar sobre o resultado dessa

avaliação.

Azevedo Braga (2013, p.54) esclarece que o ato não estipulou procedi-

mentos e controles de divulgação específicos que devam ser adotados; ao

contrário, espera que as empresas desenvolvam um processo que seja

consistente com o seu negócio e fundamentado em suas atividades de

gerenciamento, supervisão e controles internos.

Segundo Dias (2010, p.28) a SOX definiu boas práticas de governança

e ética corporativa, tais como:

• Código de ética corporativo;

• Restrição a empréstimo e concessão de crédito para diretores;

• Código de ética para executivos financeiros e insiders;

• Restrição à contratação de serviços dos auditores externos;

• Quarentena para a contratação de funcionários que já atuaram como

auditores externos (nível executivo para a área financeira);

• Comitê de Auditoria;

• Combate a fraudes financeiras;

• Estruturação e monitoramento dos controles internos;

• Governança em tecnologia da informação;

• Gestão e gerenciamento de riscos.

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Ele explica que, mais notadamente, a SOX é contundente quanto ao

papel crítico dos controles internos, definindo-o como um processo

desempenhado pela alta gestão, diretores, gerentes e demais funcionários,

visando alcançar o sucesso no negócio, em três categorias:

• Eficiência e eficácia das operações;

• Confiança nos reportes financeiros;

• Submissão às leis e regulamentos aplicáveis.

Segundo ele, a Sarbanes-Oxley estabelece, explicitamente, a

responsabilidade da alta gestão pelo estabelecimento, avaliação e

monitoramento da eficácia dos controles internos sobre os relatórios

financeiros. A maior parte da discussão em torno da SOX está focada nas

seções 302 e 404.

4.1. Seção 302

Esta seção estabelece que a alta gestão deve assumir pessoalmente a

responsabilidade pela divulgação dos controles e procedimentos. Uma

certificação de que os controles foram avaliados quanto à sua eficiência deve

ser emitida trimestralmente. Essa certificação deve declarar que todas as

deficiências de controle, deficiências materiais e fraudes foram informadas

para o comitê de Auditoria e para os auditores independentes.

4.2. Seção 404

A seção 404 do Ato determina uma avaliação anual dos controles e

procedimentos internos, para elaboração dos reportes financeiros.

Adicionalmente, os auditores independentes devem emitir um relatório

separado, atestando a aderência da administração em prover eficientes

controles internos e procedimentos, para os reportes financeiros.

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4.3. Desenvolvendo o Programa de Controles Internos de Acordo com a

SOX

Segundo Dias (2010, p.56), tendo em vista a implementação dos

controles internos preconizados na SOX, deverão ser adotadas as seguintes

medidas:

a) Comprometimento e organização.

Ele afirma que entender como a SOX aplica-se à empresa ajudará no

desenvolvimento do programa de controle interno.

b) Escolher uma estrutura adequada de controle interno.

Ele esclarece que para alcançar os objetivos de controle da SOX,

muitas empresas desenvolveram sua estrutura de controle interno, seguindo as

recomendações do Commettee of Sponsoring Organizations (COSO). Apesar

de outras estruturas existirem, acredita-se que o COSO será um modelo

dominante.

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CAPÍTULO V

AUDITORIA INTERNA E CONTROLES INTENOS NO

MERCADO DE SEGUROS

5.1. Fundamentos

5.1.1. Circular SUSEP 249

Segundo Arima (2013, p.39), a atividade de Auditoria Interna tornou-se

compulsória no mercado segurador brasileiro a partir da edição da Circular

SUSEP 249, de 2004. Este regulamento estabeleceu a obrigatoriedade da

implantação e implementação de um Sistema de Controles Internos nas

seguradoras brasileiras, inspirado no padrão COSO.

Esta Circular estabelece que:

“Os controles internos não poderão deixar de prever o

acompanhamento sistemático das atividades desenvol-

vidas, de forma a avaliar se os objetivos estão sendo

alcançados, se os limites estabelecidos, as leis e os

regulamentos aplicáveis estão sendo cumpridos, bem

como assegurar a pronta correção de eventuais desvios”.

(CIRCULAR SUSEP 249, 2004, p.2).

Arima (2013, p.39) esclarece que, pela primeira vez, e de forma

inquestionável, vislumbra-se a definição da obrigatoriedade da atividade de

Auditoria Interna nas seguradoras brasileiras. E também se revela o primeiro

subconjunto de atribuições da Auditoria Interna, formado por certas vertentes

que se complementam, tais como:

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• A avaliação periódica da qualidade dos componentes do Sistema de

Controles Internos (padrão COSO) visando mantê-los como atributos

essenciais para garantir que a seguradora administre de forma eficaz seus

riscos operacionais e, consequentemente, aumentem as possibilidades de

alcançar seus objetivos estratégicos;

• A verificação sistemática da conformidade dos negócios e atividades

da seguradora com relação às leis e regulamentos oficiais e também às

políticas e normas internas, de forma a permitir a correção tempestiva de

eventuais desvios e a implementação de melhorias para mitigar a possibilidade

de sua repetição;

• O acompanhamento das recomendações registradas nos relatórios

até a sua efetiva implantação; e

• A organização e guarda dos dossiês de auditoria (papéis de trabalho,

evidências, desdobramentos das recomendações, etc.).

A Circular SUSEP 249 (2004) também registra que os controles

internos não poderão deixar de prever a existência de testes periódicos de

segurança para os sistemas de informação mantidos em meio eletrônico.

Para Azevedo Braga (2013, p.57), por essa determinação, a

seguradora deve implementar processos eficazes de planejamento, gestão,

desenvolvimento, suporte técnico, segurança lógica, física e de

telecomunicações, planos de contingência e de continuidade dos negócios, e a

Auditoria Interna deve tomar para si a atribuição de, periodicamente, avaliar a

qualidade do que se convencionou chamar de Governança de TI. Esses

trabalhos de “auditoria de sistemas” objetivam aportar sugestões de melhoria

e/ou de correção de eventuais desvios.

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Independentemente da seguradora já ter adotado ou não um padrão

de Governança de TI, é recomendável que a Auditoria Interna realize seus

trabalhos de campo de auditoria de sistemas tendo em conta a referência

aceita internacionalmente e já aventada pela SUSEP denominada COBIT

(Control Objectives for Information and related Technology), recomendado pela

ISACF – Information Systems Audit and Control Foundation, e que contém os

aspectos Planejamento e Organização, Aquisição e Implementação, Entrega e

Suporte e Monitoração da Governança de TI.

A Circular SUSEP 249 (2004, p.3) estipula ainda que as sociedades

supervisionadas deverão solicitar ao auditor independente que produza os

seguintes documentos: relatório circunstanciado sobre o descumprimento de

dispositivos legais e regulamentares, que tenha, ou possa vir a ter, reflexos

relevantes na continuidade das operações da sociedade; relatório

circunstanciado sobre a adequação dos controles internos aos riscos

suportados pela sociedade.

No tocante à fonte de recursos para executar os trabalhos de campo

de Auditoria Interna, a Circular regulamenta que:

“A atividade de auditoria, quando não executada por

unidade de específica da própria sociedade ou entidade

integrante do mesmo conglomerado, poderá ser exercida

por auditor independente, desde que não seja aquele

responsável pela auditoria das demonstrações

financeiras”. (CIRCULAR SUSEP 249, 2004, p.3).

Desta forma, Arima (2013, p.40) analisa que a atividade de Auditoria

Interna nas seguradoras brasileiras pode ser executada também sob regime de

terceirização de serviços. Essa abertura remete a três possibilidades:

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• A terceirização integral da atividade, ou seja, a entrega a terceiro, em

regime de outsourcing, de todas as tarefas pertinentes (planejamento,

execução dos trabalhos de campo, emissão de relatórios, seguimento de

recomendações, etc.);

• A designação de um responsável próprio pela atividade para gerir as

tarefas de planejamento, emissão de relatórios e seguimento de

recomendações, contratando-se terceiro para executar todos os trabalhos de

campo; ou

• A terceirização parcial dos trabalhos de campo da unidade própria,

em especial daqueles aspectos em que a carga horária ou a especialização

requerida não justifique contar com recursos humanos em tempo integral na

folha de pagamento.

Segundo ele, a adoção da melhor forma dependerá da cultura da

seguradora, de seu porte, de suas necessidades e circunstâncias inerentes a

cada caso. Na decisão é recomendado levar em conta também a

obrigatoriedade da subordinação da atividade de Auditoria Interna ao Conselho

de Administração ou à Diretoria, posto que, dependendo da opção, o contato

com os Altos Administradores, com o Comitê de Auditoria, com os Auditores

Externos e, eventualmente, com a SUSEP, será exercido por pessoa

formalmente alheia à estrutura organizacional da seguradora.

5.1.2. Resolução CNSP 118

Azevedo Braga (2013, p.59) esclarece que muito embora a Resolução

CNSP 118, de 2004, tenha sido emitida para regular a prestação de serviços

dos Auditores Independentes às seguradoras, ela contém aspectos

importantes relacionados a esta atividade, como descrito no trecho a seguir:

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“É vedada a contratação e a manutenção de auditor

independente caso fique configurada prestação conco-

mitante de serviços de auditoria independente e de

consultoria, principalmente com serviços de consultoria

que envolvam auditoria interna”. (RESOLUÇÃO CNSP

118, 2004, p.3)

Esse ponto ratifica o que já foi mencionado com relação à Circular 249

no tocante à proibição de se contratar o Auditor Independente que revisa as

demonstrações financeiras para, também, executar a atividade de Auditoria

Interna de forma terceirizada.

Para Arima (2013, p.41), a resolução determina que, entre os relatórios

semestrais que devem ser encomendados aos Auditores Independentes, um

deles verse sobre a conformidade das atividades e negócios e outro à

qualidade dos controles internos, que são também parte das atribuições da

Auditoria Interna.

Segundo ele, infere-se ainda que cabe ao Comitê de Auditoria, por

delegação do Conselho de Administração, entre outras atribuições correlatas,

o acompanhamento da qualidade da atividade de Auditoria Interna, de seu

planejamento ao acompanhamento de suas recomendações — notadamente

do que diz respeito aos alcances antes comentados —, sempre que entender

necessário, convocar a dar explicações qualquer gestor que não tiver

implantado o que tiver sido recomendado.

5.1.3. Circular SUSEP 280

Segundo Arima (2013, p.42), a Circular SUSEP 280, de 2004,

regulamenta e detalha o escopo dos trabalhos de campo que devem resultar

nos dois relatórios circunstanciados que as seguradoras devem encomendar

aos Auditores Independentes: um sobre a adequação dos controles internos e

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outro sobre o descumprimento de dispositivos legais e regulamentares. Deste

modo, percebe-se estreita afinidade com o alcance a ser seguido pela

atividade de Auditoria Interna, conforme já comentado, motivo pelo qual esse

regulamento é importante referência para o planejamento e os trabalhos de

campo desta.

Para ele, outro ponto que pode-se destacar é que o relatório

circunstanciado sobre a adequação dos controles internos deve avaliar a

eficácia e a eficiência, destacando as deficiências encontradas, levando em

consideração os principais processos existentes na sociedade e abordando o

ambiente de controle, a avaliação de riscos, as atividades e procedimentos de

controles, os processos de informação e comunicação, e a monitoração.

Azevedo Braga (2013, p.60) afirma que apesar de não estar

explicitamente mencionado, nota-se que o padrão de controle interno exigido é

o COSO. Com efeito, Ambiente de Controle, Avaliação de Riscos, Atividades

de Controle, Informação e Comunicação e Monitoração, associados ao

Estabelecimento de Objetivos Estratégicos, são os elementos que confirmam

uma tendência internacional, que define o controle interno como sendo um

processo desenvolvido para garantir, com razoável certeza, que sejam

atingidos os objetivos da empresa no que tange a eficiência e efetividade

operacional, confiança nos registros contábeis e financeiros e conformidade

com regras externas e internas.

Essa inferência ganha força quando a Circular 280 descreve cada um

desses papéis e destaca o que eles devem conter:

“Entende-se, como ambiente de controle, a cultura de

controles da sociedade, especialmente a postura da

sociedade supervisionada e a consciência de controles

das pessoas que a compõe; como avaliação de riscos, a

identificação e a análise dos riscos associados aos

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objetivos do negócio; como atividades de controle, as

políticas e os procedimentos que asseguram que as

ações necessárias para gerenciar riscos sejam

executadas adequadamente; como processos de

informação e comunicação, aqueles que garantem a

identificação, a captura e a comunicação das informações

necessárias ao gerenciamento da sociedade

supervisionada; e como monitoração, o processo que

avalia a qualidade da performance do sistema ao longo

do tempo, através de um acompanhamento continuo das

atividades, avaliações separadas, ou uma combinação

dos dois.

A avaliação do ambiente de controle deverá incluir fatores

como integridade e valores éticos, competência e

experiência dos administradores, planejamento

estratégico, aspectos de governança e estrutura

organizacional, estilo e filosofia de administração,

atribuição de responsabilidades, práticas e políticas de

recursos humanos.

A análise da avaliação de riscos deve incluir a capacidade

da sociedade supervisionada na análise de fatores

internos e externos, e de levar em consideração a

probabilidade de ocorrência e o impacto nas operações.

Os processos de informação e comunicação devem

permitir que todos os funcionários entendam suas

responsabilidades na estrutura de controles internos, bem

como a forma pela qual suas atividades estão

relacionadas às atividades dos outros. A avaliação deve

levar em consideração a capacidade de manter uma

comunicação efetiva, em um sentido amplo, fluindo

através de toda a organização, tanto verticalmente como

horizontalmente.

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A avaliação da monitoração deve levar em consideração

a independência da auditoria interna, a frequência das

inspeções e se a sociedade supervisionada implementa

suas recomendações. O monitoramento contínuo deve

ser avaliado quanto à sua independência, sua eficácia e

sua eficiência”. (CIRCULAR SUSEP 280, 2004, p.1-2).

Para Arima (2013, p.42), neste sentido, a Auditoria Interna relaciona-se

com todos os elementos do COSO definidos pela Circular, uma vez que cabe a

ela executar o monitoramento periódico da qualidade de cada um, nos termos

da Circular 249.

5.1.4. Circular SUSEP 340

Azevedo Braga (2013, p.61) explica que a Circular SUSEP 340, de

2007, dispõe sobre o tratamento que é dado aos resultados das fiscalizações

da SUSEP que tenham como escopo a avaliação do Sistema de Controles

Internos. Nela podemos destacar os seguintes aspectos:

“A sociedade / entidade supervisionada poderá requerer

ao Chefe do Departamento de Fiscalização da SUSEP,

em até 30 (trinta) dias, contados do recebimento do Ofício

de recomendações mencionado no art. 1º, prazos para

saneamento das deficiências dos controles internos

encontradas. No requerimento enviado à SUSEP deverá

constar o plano de ação e o prazo de implementação de

cada item de deficiência. Auditoria Interna da sociedade /

entidade deverá acompanhar a execução dos planos de

ação. A sociedade/ entidade deverá encaminhar à

SUSEP relatório validado pela Auditoria Interna caso seja

identificado descumprimento dos prazos constantes dos

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planos de ação aprovados”. (CIRCULAR SUSEP 340,

2007, p.1).

Para ele, como pode-se notar, à Auditoria Interna foi atribuída a missão

de acompanhar a implementação das recomendações da SUSEP dirigidas à

melhoria ou ajustes de aspectos do Sistema de Controles Internos das

seguradoras fiscalizadas, bem como de validar os argumentos, explicações e

justificativas apresentadas àquele órgão no caso de descumprimento dos

prazos de implementação registrados nos planos de ação elaborados.

5.1.5. Circular SUSEP 344

Azevedo Braga (2013, p.62) afirma que a Circular SUSEP 344, de

2007, disciplina acerca dos controles internos específicos visando à prevenção

contra fraudes. Nesse documento a SUSEP volta a reforçar conceitos e

práticas dos controles internos mencionados no COSO e as atribuições que se

espera da atividade de Auditoria Interna:

“As sociedades deverão desenvolver estudos sobre o

risco de serem objeto de fraudes, principalmente com

relação aos produtos comercializados e suas práticas

operacionais. Com base nos estudos, deverá ser

desenvolvida e implementada, na forma da legislação

vigente, estrutura de controles internos específicos,

validada pela auditoria interna, para tratar dos riscos

identificados. A estrutura de controles internos deverá

contemplar, no mínimo, o estabelecimento de uma política

de prevenção, detecção e correção de fraudes, avaliação

de riscos na contratação de funcionários e no

desenvolvimento de produtos, implementação de

procedimentos de identificação de riscos de fraude

referentes a produtos e procedimentos, manualização e

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implementação dos procedimentos de prevenção,

monitoração e identificação de fraudes, elaboração e

execução de programa de treinamento contra fraudes

para os funcionários e pessoas com as quais mantenham

relacionamento comercial, e elaboração e execução de

programa de auditoria interna que verifique o

cumprimento dos procedimentos referidos”. (CIRCULAR

SUSEP 344, 2007, p.1-2).

Ele analisa que repete-se nesta Circular, a visão dos elementos do

COSO onde, novamente, menciona-se claramente a definição do papel da

Auditoria Interna no assunto tratado pela norma, isto é, a validação da

qualidade da estrutura de controles internos implementada com o objetivo

específico de prevenir fraudes, em linha também com a Circular 249.

5.1.6. Circular SUSEP 380

Azevedo Braga (2013, p.62) esclarece que a Circular SUSEP 380, de

2008, dispõe sobre os controles internos específicos visando à prevenção dos

delitos de lavagem de dinheiro, ocultação de bens, direitos e valores, ou que

possam relacionar-se com eles, o acompanhamento das operações propostas

por pessoas politicamente expostas e à prevenção e coação do financiamento

ao terrorismo. Com isso, a SUSEP reforça conceitos e práticas do controle

interno sob o COSO e as atribuições que se espera da atividade de Auditoria

Interna para esse tema específico:

“As sociedades devem desenvolver e implementar

procedimentos de controles internos efetivos e

consistentes que contemplem a identificação, avaliação e

controle e monitoramento dos riscos de serem envolvidas

em situações relacionadas à lavagem de dinheiro, bem

como para prevenir e coibir o financiamento ao terrorismo.

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Os procedimentos de controles internos devem

contemplar estabelecimento de uma política que inclua

diretrizes sobre avaliação de riscos, manualização e

implementação dos procedimentos, elaboração e

execução de programa de treinamento específico de

qualificação dos funcionários, elaboração e execução de

programa de auditoria interna”. (CIRCULAR SUSEP 380,

2008, p.5).

Segundo ele, pode-se identificar, nos dispositivos destacados, os

elementos do COSO e a clara definição do papel da Auditoria Interna, qual

seja a validação da qualidade da estrutura de controles internos implementada

com o objetivo específico de prevenir a consecução dos mencionados crimes,

e que está em linha com a Circular 249 que trata do Sistema de Controles

Internos em sua abrangência maior.

5.2. Conteúdo do Planejamento e dos Trabalhos de Campo

5.2.1. Perspectiva da Auditoria Interna no IIA

Segundo Dias (2010, p.66), alinhado com as referências internacionais

de controles internos, em especial com o padrão COSO, o IIA – Institute of

Internal Auditors, que, no Brasil, tem seu representante no AUDIBRA – Instituto

dos Auditores Internos do Brasil, define a missão da atividade de Auditoria

Interna deste modo:

Para ele, a Auditoria Interna deve agregar valor e contribuir para

melhorar as operações. Sua missão é aportar ajuda para que os objetivos

sejam atingidos, mediante ações sistemáticas de avaliação e melhora da

efetividade da gestão de riscos, do controle interno e dos processos de

governança corporativa.

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Dias (2010, p.66) esclarece que esse enfoque deve ser dado mediante

criteriosa avaliação da qualidade do controle interno e da governança

corporativa, que, portanto, passa a ser a função mais nobre da Auditoria

Interna segundo o padrão COSO e, por consequência, segundo a SUSEP. É

evidente que trabalhos de campo de Auditoria Interna podem, direta ou

indiretamente, redundar na identificação de erros, omissões, negligências,

imperícias ou atos de má fé; no entanto, esses devem ocupar cada vez menos

espaço no planejamento anual e, sempre que realizados, ficar caracterizados

pelo estudo aprofundado do que deve ser melhorado no sistema de controles

internos para que eventuais situações anômalas não voltem a ocorrer.

5.2.2. Alcance da Auditoria Interna

Para Dias (2010, p.67), em resumo, pode-se inferir que o planejamento

da atividade de Auditoria Interna nas seguradoras brasileiras deve, pelo

menos, alcançar trabalhos que:

• Avaliem a qualidade das Atividades de Controle, inclusive daquelas

voltadas especificamente à prevenção de fraudes internas e externas e ao

tratamento dos indícios de lavagem de dinheiro, tratamento de pessoas

politicamente expostas e prevenção do financiamento ao terrorismo;

• Permitam aferir o grau de conformidade dos negócios e atividades à

legislação, à regulamentação, às políticas corporativas e às normas internas;

• Propiciem opinião independente sobre o andamento e evolução das

Ações Estratégicas;

• Validem a consistência do processo de Gestão de Riscos;

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• Levem ao diagnóstico do grau do Ambiente de Controle e do

processo de Comunicação & Divulgação, inclusive a medição do nível da

cultura interna de controle e da conscientização do público interno a respeito;

• Permitam coletar dados gerais para emitir o informe semestral sobre

o Controle Interno preconizado pela Circular 249; e

• Representem adequado seguimento da implementação de

recomendações de melhoria de aspectos do Sistema de Controles Internos

e/ou de correções de desvios de conformidade, inclusive daquelas oriundas de

fiscalizações da SUSEP.

5.2.3. Auditoria da Qualidade das Atividades de Controle

Segundo Dias (2010, p.67) essa variação da Auditoria Interna tem por

objetivo comprovar se os controles internos são efetivos e consistentes —

qualidades preconizadas na Circular 249 — para gerir um processo ou um

subprocesso correspondente à formalização de políticas, normas,

procedimentos, controles e meios de monitoramento permanente. Deve-se

levar em conta, inclusive, a definição dos níveis hierárquicos e das

responsabilidades, a segregação de funções, os níveis de controle e os

objetivos dos mecanismos de controle.

Ele sugere que o escopo dos trabalhos de campo não tenham como

foco áreas da estrutura organizacional, mas sim o fluxo de um processo ou

subprocesso, independentemente da quantidade de áreas que ele alcance.

Podemos, assim, inferir que essa estratégia:

• Alarga a visão do Auditor dando a ideia de começo, meio e fim;

• Permite identificar oportunidades de melhoria que não seriam visíveis

caso a ótica fosse localizada; e

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• Auxilia antecipar os efeitos de recomendações importantes em todo o

fluxo, evitando sugestões que podem ter impacto negativo ou nulo quando

considerado o processo integral.

Para ele, desta forma, por exemplo, pode-se auditar a qualidade das

Atividades de Controle do processo de sinistros iniciando-se pelo subprocesso

de aviso, passando-se pelos subprocessos de constituição de reserva,

regulação, análise e liquidação, e terminando no subprocesso de

contabilização da indenização, sem importar quantas áreas ou subáreas

estejam envolvidas (no exemplo poderiam ser a Central de Atendimento, a

Área de Análise de Sinistros, o Atuarial, o Contas a Pagar e a Contabilidade).

Além disso, essa estratégia despersonaliza a auditoria e auxilia no esforço de

eliminar o ranço fiscalizador na medida em que considera como mais

importantes os procedimentos, rotinas, sistemas e controles, ao invés das

pessoas e/ou das unidades por elas geridas.

5.2.4. Auditoria da Conformidade

Dias (2010, p.68) esclarece que essa vertente da Auditoria Interna tem

por objetivo verificar a conformidade das atividades e negócios da seguradora

à legislação vigente, à regulamentação estabelecida, às políticas editadas e às

normas internas. Essa fase dos trabalhos de campo pode ser antevista na

auditoria da qualidade das atividades de controle, mediante a identificação de

pontos críticos e a identificação prévia de testes de aderência, sistêmicos ou

documentais.

Ele recomenda realizar essa fase da auditoria tão logo se encerre a

fase da avaliação da qualidade das atividades de controle, não só porque a

memória recente do fluxo do processo ou subprocesso auditado facilita a

tarefa, mas também porque seus resultados auxiliam a corroborar a

necessidade da implementação de melhorias sugeridas.

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Segundo ele, o destaque nessa etapa dos trabalhos de campo é a boa

definição do alcance dos exames, de forma que se possa, por um lado,

concentrá-los nas transações mais importantes, consideradas as variáveis de

tempo (período de análise), materialidade, relevância dos negócios, e, por

outro lado, a conveniência de alcançar todos os ramos e produtos operados

pela seguradora.

5.2.5. Auditoria da Performance das Ações Estratégicas

Para Dias (2010, p.69), esta parte dos trabalhos de campo não deve

ser entendida como de avaliação das ações estratégicas ou até mesmo dos

objetivos estratégicos, ou seja, à emissão de opinião se eles são corretos ou

adequados. Isso porque a definição do planejamento estratégico cabe ao

Conselho de Administração, apoiado pela Alta Administração ou,

eventualmente, por um Comitê Estratégico, para os quais a Auditoria Interna

serve como consultoria e não como avaliadora.

Ele analisa que esta parte da Auditoria Interna tem por objetivo agregar

valor à Alta Direção, mediante o oferecimento de uma análise independente,

primeiro sobre a qualidade da gestão do modelo de estabelecimento de

objetivos estratégicos e segundo sobre o andamento das ações estratégicas

previamente definidas com vistas à consecução dos objetivos estratégicos.

Esta atividade também está descrita na Circular 249, no padrão COSO de

controle interno e na definição de Auditoria Interna do IIA, que mencionam

claramente que a Auditoria Interna tem que dedicar parte de suas atividades à

efetivação dos objetivos estratégicos.

Dias (2010, p.69) afirma que para executar essa importante parte de

suas atribuições, a Auditoria Interna tem que conhecer o processo e a

metodologia do planejamento estratégico, as atividades estratégicas

concebidas para alcançar os objetivos traçados, os gestores responsáveis

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pelas ações, os prazos estimados para sua implementação e as métricas que

possibilitam avaliar a evolução de determinada ação.

5.2.6. Auditoria da Gestão de Riscos

Segundo Dias (2010, p.70), de acordo com o padrão COSO de

controle interno, a Gestão de Riscos é formada pela Identificação dos Riscos,

pela Avaliação dos Riscos e pela Resposta aos Riscos. Trata-se da principal

base do controle interno, uma vez que deve levar em conta os objetivos

estratégicos e ser a fonte para o desenho das Atividades de Controle.

Por isso, para ele, a Auditoria Interna deve dedicar especial atenção à

auditoria da qualidade do processo de Gestão de Riscos, independentemente

de ele ser centralizado ou descentralizado, manual ou sistêmico, corporativo ou

individualizado, permanente ou periódico.

5.2.7. Auditoria do Ambiente de Controle, Comunicação e

Divulgação

Dias (2010, p.70) esclarece que a Auditoria do Ambiente de Controle

exige certa flexibilidade dos auditores internos, por envolver os aspectos

subjetivos do Sistema de Controles Internos, uma vez que raramente serão

encontradas as condições materiais e as evidências físicas ou lógicas com que

se está acostumado a trabalhar. Esse aspecto da auditoria de controle interno

tem estreita relação com a cultura da seguradora e sua filosofia no trato com

os colaboradores, clientes e parceiros, detalhes que devem ser

necessariamente levados em conta.

Ele sugere que, por afinidade, pode-se incluir nos trabalhos de campo

avaliações que permitam aferir também a qualidade da Comunicação e

Divulgação, que é outro componente do Sistema de Controles Internos.

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“Nos trabalhos dessa espécie deve-se buscar aferir o

sentimento do público interno com relação a fatores como

atitude, obediência a leis, regulamentos, políticas e

normas internas, integridade e valores éticos,

competência e experiência, planejamento estratégico,

governança, estrutura organizacional, estilo e filosofia de

administração, atribuição de responsabilidades e práticas

e políticas de recursos humanos, com o maior grau de

objetividade possível. Em suma, há que se encontrar uma

forma de medir a consciência dos colaboradores, de

qualquer nível, com relação aos controles internos”.

(DIAS, 2010, p.70).

Para ele, com o intuito de diminuir o grau de subjetividade que

caracteriza essa parte do Sistema de Controles Internos, o auditor deve

conhecer e analisar os mecanismos utilizados pela seguradora visando à

disseminação da cultura de controle entre seus colaboradores e os recursos

utilizados para bem divulgar e comunicar ao público interno o que ela espera

em termos de atitude, postura e comportamento com relação ao assunto.

5.3. Dossiês, Relatórios de Auditoria e Planos de Ação

Segundo Dias (2010, p.71), condicionar os resultados de seus

trabalhos de campo à evidência da verdade, convenientemente apurada faz

parte do Princípio da Imparcialidade da Auditoria Interna. Em razão disso, é

relevante organizar as evidências que respaldam os exames realizados,

notadamente aquelas que redundarem em comentários de auditoria e

recomendações de melhoria ou de tratamento de eventuais desvios.

Dias (2010, p.71) conceitua os papéis de trabalho como sendo o

conjunto de documentos físicos, programas computadorizados ou outras

evidências de quaisquer espécies que consubstanciam e comprovam a

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realização dos trabalhos de campo. Independentemente de terem sido

fornecidos pelos auditados ou terceiros ou gerados ou obtidos pelos próprios

auditores, devem receber tratamento adequado no que se refere à

organização, guarda e confidencialidade. Ele divide esses papéis em:

•••• Permanentes: São aqueles que podem ser utilizados em trabalhos

futuros, tais como o fluxograma do processo de análise de sinistros de

incêndio, um programa computadorizado do cruzamento entre a data da

proposta e a data de emissão da apólice.

•••• Temporários: São aqueles que dizem respeito exclusivamente ao

trabalho realizado, tais como um relatório computadorizado de apólices de vida

emitidas após quinze dias do recebimento da proposta e um recibo de

indenização não assinado pelo beneficiário.

Para ele, o dossiê de auditoria é composto pelos papéis de trabalho e

a sua coleção adequadamente organizada. Estes documentos devem registrar

as informações obtidas, os exames e análises procedidos e constituir base

confiável, suficiente e inquestionável das conclusões obtidas, tanto as

relacionadas com o atestado da boa qualidade do Sistema de Controles

Internos e da conformidade, quanto as inerentes às recomendações de

melhoria ou de correções de desvios. Eles formam a base fundamental do

relatório de auditoria e, caso não se possa obter evidências com aquelas

qualidades, devem ser feitas as ressalvas necessárias para explicar essa

circunstância.

Dias (2010, p.72) sugere que os relatórios de auditoria, por sua vez,

devam ser organizados e redigidos de forma a propiciar perfeita compreensão

do alcance ou escopo do trabalho, os limites dos testes realizados em termos

de tempo e abrangência, as conclusões gerais e específicas, a evolução desde

a auditoria anterior e, dependendo da cultura da seguradora, a manifestação

dos auditados. Devem se pautar por serem documentos bem fundamentados

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para, mediante comentários, justificativas, recomendações e sugestões,

agregar valor e auxiliar a Alta Administração na melhoria contínua do Sistema

de Controles Internos da seguradora e na consecução de seus objetivos

estratégicos.

Segundo ele, podem existir ainda os planos de ação, derivados das

recomendações registradas nos relatórios, a serem preenchidos pelos

responsáveis diretos. Neles devem ser mencionadas as providências a serem

adotadas, as datas estimadas de suas implantações e nomes de quem

conduzirão as ações. Isto permitira que a Auditoria Interna acompanhe as

implementações, faça as cobranças necessárias e providencie o

encaminhamento ao Comitê de Auditoria nos termos da Resolução 118.

É importante considerar que a Circular 249 determina que evidências e

relatórios de Auditoria Interna fiquem à disposição da SUSEP pelo prazo de

cinco anos.

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CONCLUSÃO

De um modo amplo, hoje em dia, é fundamental que as empresas

conheçam seus processos operacionais, e identifiquem e avaliem seus riscos

operacionais, com o propósito de ter segurança de que seu planejamento será

alcançado ou detectar possíveis desvios com tempo hábil para poder tratá-lo.

O presente trabalho buscou a análise dos procedimentos e objetivos

do controle interno e da auditoria interna, com o intento de mostrar que os

mesmos, embora sendo diferenciados, podem ser complementares.

Assim sendo, a conformidade consiste no processo de avaliação e

regulamentação dos desempenhos operacionais da empresa, visando sua

eficiência e eficácia através do cumprimento da governança corporativa, bem

como salvaguardando os seus ativos e controlando os exigíveis por meio de

registros contábeis confiáveis, tempestivos e oportunos. Além disto, a

maturidade nos níveis de controles internos garante que a instituição esteja

também em conformidade com as leis e regulamentos internos e externos,

bem como pode evitar, detectar e tratar qualquer desvio ou inconformidade

que possa ocorrer.

A atuação da Auditoria Interna assessora a Alta Administração com o

intuito de revisar e avaliar a adequação dos sistemas de controles internos

agregando valor as operações das Seguradoras. Este fato dar-se-á por

intermédio de testes de observância e testes substantivos, dos papéis de

trabalho, embasando-se desta forma suas conclusões e recomendações.

Em suma, as análises e definições expostas aqui, apontam que

Controles Internos e Auditoria Interna não podem ser considerados sinônimos,

porém podem atuar de forma complementar. Desta forma, o atingimento dos

objetivos estratégicos das empresas atende referencias de:

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• Efetividade e eficiência operacional: refere-se aos objetivos básicos

da empresa, inclusive com os objetivos e metas de desempenho e

rentabilidade, bem como da segurança e da qualidade dos ativos;

• Confiabilidade nos relatórios financeiros: refere-se aos registros de

todas as transações, que devem refletir transações reais, consignadas pelos

valores e enquadramentos corretos;

• Conformidade: refere-se as leis e normativos aplicáveis à entidade e

sua área de atuação.

Deste modo, podemos concluir a imensa contribuição da Auditoria

Interna e dos Controles Internos no auxílio das empresas, impulsionando

alcançar seus objetivos, proporcionando sua exatidão e estruturando melhor o

aproveitamento de suas potencialidades.

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GLOSSÁRIO

AAA American Accounting Association – Tradução: Associação Americana de Contadores

AICPA American Institute of Certified Public Accountants – Tradução: Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados

AUDIBRA Instituto dos Auditores Internos do Brasil

Audire Tradução: Ouvir

CEO Chief Executive Officer – Tradução: Diretor Presidente

CFO Chief Financial Officer – Tradução: Diretor Financeiro

COBIT Control Objectives for Information and related Technology – Tradução: Objetivo de Controle para Tecnologia da Informação e Áreas Relacionadas

COSO The Comitee of Sponsoring Organizations – Tradução: Comitê das Organizações Patrocinadoras

Disclosure controls and procedures

Tradução: Controles e procedimentos de divulgação

FEI Financial Executives Internacional – Tradução: Executivos Financeiros Internacionais

Form 20-F Tradução: Formulário 20-F

ICAEW Institute of Chartered Accountants in England and Wales – Tradução: Instituto dos Revisores Oficiais de Contas na Inglaterra e Wales)

IIA Institute of Internal Auditors – Tradução: Instituto dos Auditores Internos

IMA Institute of Management Accountants – Tradução: Instituto dos Contadores Gerenciais

Internal Control – Integrated Framework

Tradução: Controles Internos – Modelo Integrado

ISACF Information Systems Audit and Control Foundation – Tradução: Fundação de Auditoria de Sistemas e Informação e Controle

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Missi Dominici Significado: Auditores nas diversas províncias da França durante o período do imperador Carlos Magno (768-814)

NCFFR National Commission on Fraudulent Financial Reporting – Tradução: Comissão Nacional sobre Fraudes em Relatórios Financeiros

Outsourcing Tradução: Terceirização integral da atividade

Probatur sobre as Contas

Significado: Relatórios de Auditoria, nos fins do século XIII, na Inglaterra do rei Eduardo I

Quick wins Tradução: Ganhos rápidos

Sátrapas Significado: Governadores das províncias Persas

SEC Securities and Exchange Commission – Tradução: Comissão de Valores Mobiliários

SOX Sarbanes-Oxley Act – Tradução: Ato Sarbanes-Oxley

SUSEP Superintendência de Seguros Privados

TI Tecnologia da Informação

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BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. São Paulo: Atlas, 2012. ARIMA, Carlos Hideo. GIL, Antonio de Loureiro. NAKAMURA, Wilson Toshiro. Gestão - Controle Interno, Risco e Auditoria. Rio de Janeiro: Editora Saraiva, 2013. ASSI, Marcos. Gestão de Riscos Com Controles Internos. São Paulo: Saint Paul Editora, 2012.

ATTIE, Willian. Auditoria: Conceitos e Aplicações. São Paulo: Atlas, 2011.

____________. Auditoria Interna. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 2007.

AUDIBRA (Associação de Auditores do Brasil) e PricewaterhouseCoopers.

COSO - Gerenciamento de Riscos Corporativos. Audibra e

PricewaterhouseCoopers,2007

AZEVEDO BRAGA, Marcus Vinicius de. Controle Interno - Estudos e Reflexões. Minas Gerais: Editora Fórum, 2013. CORDEIRO, Cláudio Marcelo Rodrigues. Auditoria Interna e Operacional: Fundamentos, Conceitos e Aplicações Práticas. São Paulo: Atlas, 2013. DIAS, Sergio Vidal dos Santos. Manual de Controles Internos: Desenvolvimento e Implantação – Exemplos de Processos Organizacionais. São Paulo: Atlas, 2010. _________________________. Auditoria de Processos Organizacionais: Teoria, Finalidade, Metodologia de Trabalho e Resultados Esperados. São Paulo: Atlas, 2011. GIL, Antonio de Loureiro. Auditoria de Negócios. São Paulo: Atlas, 2002. GONÇALVES, Juliano P. Desafios atuais para Auditoria. Niterói, RJ, 2007.

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JUND, S. Auditoria: Conceitos e Normas. São Paulo: Impetus, 2002. LIMA NEGRÃO, Célia. PONTELO, Juliana de Fátima. Compliance, Controles Internos e Riscos - A Importância da Área de Gestão de Pessoas. São Paulo: SENAC, 2014. LINS, Luiz dos Santos. Auditoria: Uma Abordagem Prática com Ênfase na Auditoria Externa: Atualizada e Revisada - Contém Exercícios. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2014. MARCONI, Eva Maria; LAKATOS, Marina de Andrade. Fundamentos da metodologia científica. 4ª. ed. São Paulo: Atlas, 2001. MARION, José Carlos; DIAS, Reinaldo; TRALDI, Maria Cristina. Monografia para cursos de administração, contabilidade e economia. São Paulo: Atlas, 2002. MOTA, J. M. Auditoria: Princípios e Técnicas. São Paulo: Atlas, 1998 PINHO, Ruth Carvalho de Santana. Fundamentos de Auditoria: Auditoria Contábil. Outras Aplicações de Auditoria. São Paulo: Atlas, 2007. SÁ, Antônio Lopes de. Curso de Auditoria. 6 ed. São Paulo: Atlas, 1986. SANTI, Paulo Adolpho. Introdução à Auditoria. São Paulo: Atlas, 1998.

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WEBGRAFIA

Portal IBRACON. Normas e Procedimentos de Auditoria. <http://www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues/>. Acesso em 22 de dezembro de 2014.

Portal SUSEP. Regulamentação referente a Seguradoras.

<http://www.susep.gov.br>. Acesso em 22 de dezembro de 2014.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Auditoria – Origens e Conceitos 10

1.1. Auditoria no Mundo 10

1.2. Auditoria no Brasil 11

1.3. Auditoria Interna e Auditoria Externa 14

CAPÍTULO II - Controles Internos e Seus Fundamentos 17

2.1. Tipos de Controles 18

2.2. Ambiente de Controle e Sua Percepção na Organização 19

CAPÍTULO III - COSO 23

3.1. Fundamentos 23

3.2. Processo de Implementação na Organização 25

3.3. Elementos Essenciais do Gerenciamento de Riscos 27

3.3.1. Ambiente de Controle Interno 27

3.3.2. Estabelecimento de Objetivos Estratégicos e Relacionados 28

3.3.3. Identificação de Eventos (Riscos ou Oportunidades) 29

3.3.4. Avaliação e Gerenciamento de Riscos 33

3.3.4.1. Escalas de Medição 34

3.3.4.2. Técnicas Qualitativas 35

3.3.5. Respostas a Riscos 35

3.3.6. Atividades de Controles 36

3.3.7. Informação e Comunicação 38

3.3.8. Monitoramento 40

CAPÍTULO IV - Lei Sarbanes- Oxley 41

4.1. Seção 302 43

4.2. Seção 404 43

4.3. Desenvolvendo o Programa de Controles Internos de Acordo

com a SOX

44

CAPÍTULO V - Auditoria Interna e Controles Internos no Mercado

de Seguros

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5.1. Fundamentos 45

5.1.1. Circular SUSEP 249 45

5.1.2. Resolução CNSP 118 48

5.1.3. Circular SUSEP 280 49

5.1.4. Circular SUSEP 340 52

5.1.5. Circular SUSEP 344 53

5.1.6. Circular SUSEP 380 54

5.2. Conteúdo do Planejamento e dos Trabalhos de Campo 55

5.2.1. Perspectiva da Auditoria Interna no IIA 55

5.2.2. Alcance da Auditoria Interna 56

5.2.3. Auditoria da Qualidade das Atividades de Controle 57

5.2.4. Auditoria da Conformidade 58

5.2.5. Auditoria da Performance das Ações Estratégicas 59

5.2.6. Auditoria da Gestão de Riscos 60

5.2.7. Auditoria do Ambiente de Controle, Comunicação e

Divulgação

60

5.3. Dossiês, Relatórios de Auditoria e Planos de Ação 61

CONCLUSÃO 64

GLOSSÁRIO 66

BIBLIOGRAFIA 68

WEBGRAFIA 70

ÍNDICE 71