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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA / ESPIRITUAL NO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO Por: MISAEL CORREA ROCHA Orientador Prof. WILLIAM ROCHA Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · inciso VI, dispõe que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ASSISTÊNCIA RELIGIOSA / ESPIRITUAL NO SISTEMA

SOCIOEDUCATIVO

Por: MISAEL CORREA ROCHA

Orientador

Prof. WILLIAM ROCHA

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ASSISTÊNCIA RELIGIOSA / ESPIRITUAL NO SISTEMA

SOCIOEDUCATIVO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em PSICOLOGIA JURÍDICA

Por: . MISAEL CORREA ROCHA

3

AGRADECIMENTOS

A Deus, a minha maravilhosa família

aos amigos e professores que

contribuíram na minha formação.

4

DEDICATÓRIA

.A minha querida esposa que sempre deu

seu apoio, aos meus pais e filha por

compartilharem amavelmente.

5

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo descrever de modo simplificado o

entendimento de Assistência Religiosa a luz da nossa legislação norteando

pontos afins relacionados à religiosidade destacando o direito a assistência

religiosa nas unidades que executam determinação judicial em cumprimento de

Medidas Socioeducativas, apontando o aspecto legal, influência histórica

política e social alusivo à assistência religiosa.

Levando em conta que a assistência religiosa é um direito fundamental

constitucional, direito previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA,

na Lei Federal -Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo- SINASE.

Bem como em outras legislações que serão apresentadas no decurso deste

trabalho regem os direitos e os deveres daquele que cumpre Medidas

Socioeducativas,

A garantia legal retrata a importância da assistência religiosa nas

unidades socioeducativas como fator imprescindível ao socioeducando, que

contribui na garantia como sujeito de direito e encontre na religião / assistência

religiosa apoio, animo, esperança, que venham colaborar na promoção integral

do ser humano oferecendo oportunidades de conhecimento, reflexão,

desenvolvimento e aplicação dos valores éticos, espiritual no exercício da

cidadania.

6

METODOLOGIA

A metodologia será baseada em pesquisa bibliográfica, dados históricos,

conceitos, apreciando a legislação e o entendimento doutrinário do direito,

destacando o direito constitucional e o direito da criança e do adolescente.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Da liberdade religiosa na

Constituição Federal de 1988 12 CAPÍTULO II - A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA

RELIGIOSA NA PRIVAÇÃO DE LIBERDADE 19

CAPÍTULO III – DO DIREITO À ASSISTÊNCIA

RELIGIOSA NA SOCIOEDUCAÇÃO 23

CAPÍTULO IV - A IMPORTÂNCIA DA RELIGIÃO 29 CAPÍTULO V - ASSISTÊNCIA RELIGIOSA NA SOCIOEDUCAÇÃO 34 CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41

ANEXO 44

ÍNDICE 49

FOLHA DE AVALIAÇÃO 51

8

INTRODUÇÃO

A vigente Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 5º,

inciso VI, dispõe que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo

assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a

proteção aos locais de culto e a suas liturgias.

Há quem diga que a liberdade de consciência e a liberdade de crença

são sinônimas. Todavia, o assunto é conflitante.

A liberdade de consciência pode orientar-se tanto no sentido de não

admitir crença alguma (o que ocorre com os ateus e os agnósticos, por

exemplo), quanto também pode resultar na adesão a determinados valores

morais e espirituais que não se confundem com nenhuma religião, tal como se

verifica em alguns movimentos pacifistas que, apesar de defenderem a paz,

não implicam qualquer fé religiosa.

A liberdade de crença, por sua vez, envolve o direito de escolha da

religião e de mudar de religião.

Por força constitucional, diz-se que o Brasil é um Estado laico, onde há

liberdade religiosa.

Em que pese à aparência de simplicidade do tema, as questões da

laicidade e da liberdade religiosa no Brasil têm tantos desdobramentos que não

podemos nos deter diante do desejo de conhecê-los., sabendo que há diversas

espécies de relação Estado e Igreja em um momento que o Brasil se tornou em

Estado laico

Estado laico é estado leigo, secular (por oposição a eclesiástico). É

estado neutro.

9

Conforme leciona Celso Lafer, “laico significa tanto o que é

independente de qualquer confissão religiosa quanto o relativo ao mundo da

vida civil”].

Ainda segundo Celso Lafer[:

O espírito laico, que caracteriza a modernidade, é um modo de pensar

que confia o destino da esfera secular dos homens à razão crítica e ao debate,

e não aos impulsos da fé e às asserções de verdades reveladas. Isto não

significa desconsiderar o valor e a relevância de uma fé autêntica, mas atribui à

livre consciência do indivíduo a adesão, ou não, a uma religião. O modo de

pensar laico está na raiz do princípio da tolerância, base da liberdade de

crença e da liberdade de opinião e de pensamento.

O modo de pensar laico teve o seu desdobramento nas concepções do

Estado. O Estado laico é diferente do Estado teocrático e do Estado

confessional. No Estado teocrático, o poder religioso e o poder político se

fundem (exemplo: Irã), enquanto no Estado confessional existem vínculos

jurídicos entre o Poder Político e uma Religião (exemplo: Brasil Império, cuja

religião oficial era a católica).

Alguns doutrinadores criticam o inciso VII, com base no fato do Brasil

ser um estado Laico, onde a religião e o Estado não caminham em comunhão.

Entretanto, apesar do Brasil ser um estado Laico, não é um país ateu, como é

dito no próprio preâmbulo da nossa carta magna e, além disso, o inciso garante

esse Direito somente para quem o solicitar e não de forma obrigatória, logo,

como Direito facultativo ele é válido e não merecedor de tais criticas. (COUTO,

2008, pp. 32-33).

Com a proclamação da República do Brasil, a separação entre Igreja e

Estado foi consagrada dando fim juridicamente pela Carta Constitucional de

1891, o regime de aproximadamente quatrocentos anos de união entre Estado

e Igreja, de forma específica, com a Igreja Católica Romana. De 1500 – 1822,

sendo Brasil colônia de Portugal, se fazia valer a legislação portuguesa,

10

mesmo após a independência ao longo de todo o regime monárquico (1822 –

1889) a relegião católica foi oficial no Brasil.

O Brasil recém independente recepciona em seu ordenamento jurídico

com fulcro na Constituição de 1824, o regime português do Padroado ou Ius

patronus, obtendo da Santa Fé, com Bula Preclara Portugaliae Algarbiorungue

Regum. De 27 de maio de 1827 dada pelo Papa Leão XII privilégios similares

aos concedidos aos reinos de Portugal e Espanha e outras monarquias

católicas europeias.

Mesmo assim, com a Proclamação da República, ouve grande influência

no texto constitucional do modelo norte americano, consagra a separação entre

Estado e Igreja não dando força ao fenômeno religiosa que perdurou por

muitos anos.

Vale ressaltar, que a Constituição Imperial impunha limites, a

participação direta dos ministros de culto religiosa na política, sendo objato de

especial disciplina, restringia o direito de votos aos religiosos e clérigos e

limitava direitos políticos dos que não professavam o catolicismo, na ocasião

religião oficial. Do Estado.

Já nas Cartas constitucionais vindouras e posteriormente a Proclamação

da República não fazem referência aos ministros do culto, não impõe qualquer

espécie de limite aos clérigos. Mantiveram o caráter laico do Estado e a

separação do Estado com a Igreja, permanecendo um ponto comum entre

todos os períodos é que estabelece como limite à liberdade de religião a

expressão, o respeito pela ordem pública e os bons costumes.

Vários países ao redor do mundo incluíram cláusulas nas suas

legislações proibindo expressamente a promoção ou prática de certos atos de

intolerância religiosa ou de favorecimento religioso dentro das suas fronteiras.

Exemplos incluem a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos,. da

Lei Básica da Alemanha , da Constituição da República da Irlanda, da

Constituição de Portugal, entre outros Estados, embora não apresentem

disposições constitucionais diretamente relacionadas à religião, contém não

obstante, disposições proibindo a discriminação em bases religiosas dando por

11

exemplos a Constituição da França, Carta de Direitos e Liberdades Canadense

Constituição do Egito e outros.

Deve ser notado que estas disposições constitucionais não garantem

necessariamente que todos os elementos do estado permaneçam livres de

intolerância religiosa por todo o tempo, e a prática pode variar amplamente, de

país para país.

Outros países permitem o favorecimento religioso por estabelecerem

uma ou mais religiões estatais, condenando, ainda assim, a intolerância

religiosa. A Finlândia, por exemplo, aprovou a Igreja Luterana Evangélica da

Finlândia e a Igreja Ortodoxa Finlandesa como suas religiões oficiais estatais

assegurando, no entanto, o direito da livre expressão religiosa em sua

constituição.

Na legislação brasileira, há vários dispositivos que condenam a

discriminação religiosa, como já citados, por hora será apresentado o Artigo

208 do código penal:

"Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa;

impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar

publicamente ato ou objeto de culto religioso: Pena - detenção, de um mês a

um ano, ou multa."

Parágrafo único - "Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um

terço, sem prejuízo da correspondente à violência.".

A religião e a crença de um ser humano não devem constituir barreiras .

Todos devem ser respeitados e tratados de maneira igual perante a lei.

É importante salientar que a crítica religiosa não é igual à intolerância

religiosa. Os direitos de criticar dogmas e encaminhamentos de uma religião

são assegurados pelas liberdades de opinião e expressão. Todavia, isso deve

ser feito de forma que não haja desrespeito e ódio ao grupo religioso a que é

direcionada a crítica. Como há muita influência religiosa na vida político-social

brasileira, as críticas às religiões são comuns. Essas críticas são essenciais ao

exercício de debate democrático e devem ser respeitadas em seus devidos

termos.

12

CAPÍTULO I

Da liberdade religiosa na Constituição Federal de 1988

Deste modo, para se analisar a liberdade religiosa no Estado

Constitucional brasileiro, por intermédio do atual texto constitucional de 1988 é

fundamental efetivar uma análise sistêmica do mesmo, podendo-se iniciar tal

análise pelo preâmbulo constitucional, o qual traz o seguinte enunciado: Nós,

representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional

Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o

exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem

estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de

uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia

social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução

pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

O preâmbulo, como parte introdutória da Constituição, a qual tem como

objetivo apresentar as intenções, objetivos e bases político filosóficas da

Constituição, apresenta em seu corpo elementos caracterizadores

fundamentais para o ordenamento jurídico brasileiro: a intenção de se

assegurar o exercício de direitos sociais e individuais, liberdade, segurança,

bem estar, desenvolvimento, igualdade, justiça, estes como valores supremos

de uma sociedade fraterna, servindo também o mesmo como mecanismo de

auxílio à interpretação constitucional, tendo em vista o fato de o mesmo

apresentar características importantes da ordem jurídica constitucional.

Decompondo o preâmbulo da Constituição de 1988 observam-se diversas

ideologias e objetivos: primeiramente há que se considerar o paradigma do

Estado Democrático, o qual terá por missão garantir os direitos sociais e

individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a

igualdade e a justiça como valores supremos. Além desses caracteres, o texto

preambular salienta que, objetiva-se, por intermédio da Constituição, a

instituição de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada

na harmonia social. Neste sentido, instituir um Estado Democrático de Direito é

13

garantir, inclusive, direitos individuais, liberdade, igualdade, objetivando uma

sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos; sendo esses elementos

harmônicos com a liberdade religiosa. Este anseio democrático irá se

consolidar no inciso III do artigo 1º da CRFB/88, o qual traz a dignidade da

pessoa humana como um dos fundamentos do Estado brasileiro, conforme já

salientado.

A liberdade religiosa como direito fundamental, é gênero que comporta

espécies: a liberdade de crença, a liberdade de culto e a liberdade de

organização religiosa.

A liberdade religiosa garante do sujeito o direito de escolher entre

qualquer religião, ou seja, aquela que melhor lhe convém, sendo, assim, o

direito de escolher entre crenças. Por outro lado, a liberdade de crença é o

direito de crer ou não crer em uma divindade. Já a liberdade de organização

religiosa "diz respeito à possibilidade de estabelecimento e organização de

igrejas e suas relações com o Estado” (SILVA, 1989, p. 221).

De acordo com Jônatas Eduardo Mendes Machado (1996) a liberdade

religiosa situa-se no discurso jurídico constitucional tendo como premissa o

valor da igual dignidade e liberdade de todos os cidadãos, procurando

apresentar um conceito de religião e de liberdade religiosa dotado de um grau

de inclusividade compatível com aquele valor, que afaste dos domínios das

opções de fé e da vivência religiosa qualquer forma de coerção e discriminação

jurídica ou social. Deste modo, para que tais objetivos sejam alcançados, faz-

se fundamental a separação das confissões religiosas do Estado.

Assim, pode-se afirmar, inicialmente, ser a liberdade religiosa um

assunto emergente da modernidade, modernidade essa preocupada com a

autonomia do sujeito, como também com a efetividade dos direitos humanos.

No Brasil a liberdade religiosa, num primeiro momento da vida jurídico

14

constitucional, não foi agasalhada, tendo a primeira Constituição nacional

(1824) previsto uma religião oficial do Estado: a Católica Apostólica Romana,

tendo, somente depois da proclamação da República (1889) havido um

rompimento entre Estado e Religião (laicização), separação que se manteve

posteriormente durante toda a histórica constitucional brasileira, até se chegar

à Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 – CRFB/88.

Outro elemento característico da modernidade é a democracia, como

modelo político típico da modernidade, ou seja, a modernidade reclama a

democracia, a participação do maior número de indivíduos no poder e o regime

de indivíduos livres e iguais. Assim, a democracia se coaduna com o

pluralismo, que por sua vez se harmoniza com a liberdade religiosa. Nestes

termos, salienta Schlegel (2009) que todas as verdadeiras democracias

instauraram a separação entre a religião e o Estado, ainda que a realização

histórica e as modalidades concretas dessa separação difiram muito conforme

os países. (Revista Brasileira de Direito Constitucional – RBDC n. 18.2011 P 237).

Segundo Iso Chaitz Scherkerkewitz, Aldir Guedes Soriano ensina que a

liberdade religiosa é o princípio jurídico fundamental que regula as relações

entre o Estado e a Igreja em consonância com o direito fundamental dos

indivíduos e dos grupos a sustentar, defender e propagar suas crenças

religiosas, sendo o restante dos princípios, direitos e liberdades, em matéria

religiosa, apenas coadjuvantes e solidários do princípio básico da liberdade

religiosa.

Relata José Afonso da Silva, a liberdade de religião engloba, na

verdade, três tipos distintos, porém intrinsecamente relacionados de liberdades:

a liberdade de crença; a liberdade de culto; e a liberdade de organização

religiosa.

15

Quanto à liberdade de crença, José Afonso da Silva professa que ela

compreende a liberdade de escolha da religião, a liberdade de aderir a

qualquer religião, a liberdade (ou o direito) de mudar de religião, e também a

liberdade de não aderir à religião alguma, bem como a liberdade de descrença,

a liberdade de ser ateu e de exprimir o agnosticismo. Não engloba, contudo, a

liberdade de embaraçar o livre exercício de qualquer religião, de qualquer

crença, “pois aqui também a liberdade de alguém vai até onde não prejudique a

liberdade dos outros”.

José Afonso da Silva, sobre a liberdade de culto diz que:

A religião não é apenas sentimento sagrado puro.

Não se realiza na simples contemplação do ente

sagrado, não é simples adoração a Deus. Ao contrario,

ao lado de corpo de doutrina, sua característica básica se

exterioriza na prática de ritos, no culto, com suas

cerimônias, manifestações, reuniões, fidelidades aos

hábitos, às tradições, na forma indicada pela religião

escolhida. Na síntese de pontes Miranda:

“compreendem-se na liberdade de culto a de orar e de

praticar os atos próprios das manifestações exteriores em

casa ou em público, bem como o recebimento de

contribuições para isso.” (apud: MOTTA e BARCHET,

2009, p. 108).

A Constituição ampliou essa liberdade e até prevê uma garantia

específica. Diz, no art. 5º, VI, que é assegurado o livre exercício dos cultos

religiosos e garantida, na forma da lei, proteção aos locais de culto e a suas

liturgias.

16

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a

inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à

propriedade, nos termos seguintes:

VI - e inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o

livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos

locais de culto e a suas liturgias;

O dispositivo transcrito compõe-se de duas partes: assegura a

liberdade de exercício dos cultos religiosos, sem condicionamentos, e

protege os locais de culto e suas liturgias, mas aqui, na forma da lei. É

evidente que não é a lei que vai definir os locais do culto e suas liturgias.

Isso é parte da liberdade de exercício dos cultos, que não está sujeita a

condicionamento. É claro que há locais, praças, por exemplo, que não

são propriamente locais de culto. Neles se realizam cultos, mais no

exercício da liberdade de reunião do que no da liberdade religiosa. A lei

poderá definir melhor esses locais não típicos de culto, mas necessários

ao exercício da liberdade religiosa. E deverá estabelecer normas de

proteção destes e dos locais em que o culto normalmente se verifica,

que são os templos, edificações com as características próprias da

respectiva religião. Aliás, assim o tem a Constituição, indiretamente,

quando estatui a imunidade fiscal sobre “templos de qualquer culto” (art.

150, VI, b). Mas a liberdade de culto se estende à sua prática nos

lugares e logradouros públicos, e aí também ele merece proteção da lei.

Enfim, cumpre aos poderes públicos não embaraçar o exercício dos

cultos religiosos (art. 19, I) e protegê-los, impedindo que outros o façam.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

17

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o

funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de

dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de

interesse público;

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o

funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de

dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de

interesse público;

Estruturalmente, pode-se afirmar ser a liberdade religiosa um corolário

da liberdade de consciência, tutelando juridicamente qualquer opção que o

indivíduo tome em matéria religiosa, mesmo sua rejeição, o que se harmoniza

com a dignidade humana do sujeito.

Conclui-se, assim, que o principio da liberdade religiosa é um dos

sustentáculos do Estado Democrático de Direito, tendo em vista tutelar a

consciência religiosa, ter ou não ter uma crença, protegendo aqueles indivíduos

que praticam uma religião minoritária, como também aqueles que são fiéis aos

mandamentos de credos religiosos majoritários, e, inclusive, aqueles que não

possuem uma religião, sejam ateus ou agnósticos.

Trazendo a questão para a sociedade brasileira, o foco principal da

pesquisa, pode-se perceber uma importância ainda maior, principalmente por

se tratar de um país com forte religiosidade popular, onde durante vários anos

houve a oficialização de uma religião por parte do Estado. Nestes termos, o

Estado brasileiro, seja por intermédio do Poder Executivo, como também dos

poderes Legislativo e Judiciário, tem tratado a questão com a importância que

merece, apesar de que, como citado, não ser a interseção dos campos da

religião e do Direito um assunto de fácil discussão e tratamento. Analisar as

relações e os problemas entre religião e Direito requer diálogo ponderado e

democrático, atentando-se o intérprete constitucional, que somos todos os

envolvidos, com base nos postulados de Peter Häberle (1997), para os direitos

fundamentais.

Em que pesem os discursos de ódio religioso, como também de derrota

e crise da modernidade, crise essa ocasionada, inclusive, pelo afastamento da

18

religião da política e da sociedade, o Estado Democrático de Direito tem como

um de seus postulados a defesa do pluralismo e esta defesa passa também

pelo pluralismo religioso.

Somente com a efetiva defesa dos princípios constitucionais, dentre eles

o princípio da liberdade religiosa, o qual se coaduna com o modelo de Estado

Constitucional instituído pela CRFB/88, conseguir-se-á a continuidade da

ordem constitucional, é um desafio? Sem dúvida, porém é importante que

cada sujeito lute por tal continuidade, para que assim seja efetivado o primado

do Estado Democrático de Direito. ( Márcio , Eduardo Pedroza Revista Brasileira de Direito

Constitucional – RBDC n. 18 – jul./dez. 2011 241)

19

CAPÍTULO II

A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA NA PRIVAÇÃO DE

LIBERDADE

:

Como é sabido a assistência religiosa, com liberdade de culto, será

prestada aos presos e aos internados, permitindo-lhes a participação nos

serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros

de instrução religiosa. (Grifo nosso)

O autor Zacarias, entende que a assistência religiosa:

Possibilita o despertar de princípios éticos e morais,

desenvolvendo um sentimento de tranquilidade, equilíbrio

e consciência. É muito importante que seja concedido ao

preso optar pela religião que mais o “acalante”, tendo em

vista que a liberdade de culto religioso ou crença é um

direito constitucional. (2006, p. 63).

É de conhecimento que a privação De liberdade leva, além do

isolamento, há diversas perdas de vínculos materiais e emocionais devido à

privação de liberdade, resultando no indivíduo que se encontra nestas

circunstâncias uma condição de sofrimento humano que o leva a repensar ou

não sobre a vida, atitudes, consequências, arrependimentos e, até mesmo a

um novo encontro por meio da religião em busca da libertação. Estabelece-se

um diálogo com aqueles que vivem a realidade privativa, os quais tecem

reflexões acerca do acesso a assistência religiosa, a definição de religiosidade

e fé, efeitos dessa experiência em suas vidas, a importância da garantia dessa

assistência na ressocialização ou até mesmo socialização, a contribuição da

religiosidade na transformação do homem na sociedade, refletindo seu papel

na mudança da sua própria realidade social e na realização do propósito de

mudanças no comportamento de viver.

20

A questão social passa a ser o objeto de estudo do Serviço Social diante

da complexidade do assunto exposto quando da negação de direitos no âmbito

do Estado com os seus cidadãos.

Neste contexto é que se possibilita compreender que o indivíduo

desprovido de direitos, pode vir a ser levado a condição de infrator das normas

e regras da própria sociedade que o pune, levando a privação da liberdade,

muitas vezes sem a estrutura adequada para devolver-lhe a cidadania, a

dignidade, por meio da reflexão e superação da prática negativa.

No contexto desta realidade, hoje se faz necessário uma reflexão mais

profunda e ousada sobre o perfil da população em privação de liberdade que

temos diante de um cenário de reincidência, dos registros de motins e rebeliões

ocorrentes, que indicam alto índice de violência nas unidades de privação de

liberdade, o que contradiz a proposta ressocializadora.

Há necessidade de proporcionar condições para a harmônica integração

social do socioeducando, possibilitando assim a discussão do dever de

implantação de políticas públicas eficazes que indiquem a redução dos atos

infracionais, ofertando ações que resgate a cidadania e a dignidade.

Referenciado acima somente poderá se efetivar por meio da garantia da

assistência de direitos.

A assistência ao socioeducando internado é dever do Estado,

objetivando prevenir o ato infracional e orientar o retorno à convivência em

sociedade.

Sabe-se que no âmbito dos direitos sociojurídicos se conquistou

legislações importantes a atender as demandas sociais, por outro lado se

observa uma negativa de direitos quando da fragilidade das políticas que

apontam um cenário de desassistidos sociais.

A ressocialização também trata de humanização daquele que se

encontra na privação de liberdade, enquanto está privado de liberdade é

necessário direcionar um foco humanista apontando a necessidade da

21

ressocialização e não ficando apenas recluso dando uma falsa ideia de

segurança a sociedade uma vez afastando –o da sociedade.

Enquanto privado de liberdade a Medida Socioeducativa deve garantir

ações sociais que venham a garantir a preparação do adolesceste para seu

retorno à sociedade contribuindo desta forma a não reincidência, assim sendo,

aponta mais um caminho de proteção a sociedade

A privação de liberdade não se caracterizar na punição e castigo, deve

ser entendida como instrumento para que o indivíduo seja restituído a

sociedade e possa conviver pacificamente.

Para obter um resultado eficaz é imprescindível que a sociedade tenha

participação aceitando adolescente que já cumpriu medida Socioeducativa

favorecendo encaminhamento a reintegração social.

Estendendo o assunto além da socioeducação mas não fugindo da

privação de liberdade vale ressaltar que no Sistema Penitenciário Brasileiro

também há regulamentação legal quanto a assistência religiosa veja a

legislação:

Art. 24 da Lei de Execução Penal - Lei 7210/84

Institui a Lei de Execução Penal .

Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos

presos e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços

organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de

instrução religiosa.

§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.

§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de atividade

religiosa.

A religião exerce influência consideráveis aos indivíduos, se

fundamenta na moral e nos bons costumes, em que o homem passa a refletir

22

sua conduta tendo influência benéfica em seu comportamento mesmo na

privação de liberdade.

23

CAPÍTULO III

DO DIREITO À ASSISTÊNCIA RELIGIOSA NA SOCIOEDUCAÇÃO

A assistência religiosa é um direito legal dos adolescentes em

situação de internação nas Unidades do Sistema Socioeducativo

brasileiro conforme o artigo 94 do ECA (Estatuto da Criança e do

Adolescente).

ECA- Lei 8.069 de 13 de julho de 1990

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras

providências.

Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as

seguintes obrigações, entre outras:

I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;

II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na

decisão de internação;

III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos

reduzidos;

XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com

suas crenças (grifo nosso).

A Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente

vinculada a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da

República tem informações gerais sobre o Sistema e sobre as condições

24

de internação dos jovens assim como da caracterização do perfil sócio-

demográfico desta população. A partir da formulação do SINASE em

2006 a atuação junto a estes jovens passou a ser dirigida para uma

socioeducação e o aspecto religioso está contemplado nesta proposta.

Desta forma faz-se necessário avançar na busca de consolidação da

política de assistência ao adolescente privado de liberdade a partir da

realização de um diagnóstico de como vem sendo implantado o direito à

assistência religiosa nas Unidades de internação em âmbito nacional. O

presente projeto de pesquisa tem como objetivo subsidiar o processo de

implementação do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo –

SINASE, no que tange à assistência religiosa.

Esta atividade considerada pelo Estatuto da Criança e do

Adolescente – ECA, em seu art 94 inciso XII como obrigação dos

programas de internação e no art 124 inciso XIV como um direito do

adolescente vem crescendo e se diversificando há pelos menos duas

décadas, mas pouco se sabe quanto ao perfil das lideranças que

prestam tal assistência quais religiões representam e quais os serviços

que oferecem aos adolescentes em cumprimento de medida

socioeducativa.

.

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente .

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros,

os seguintes: ...

XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde

que. o deseje.(grifo nosso).

Além disso, a normativa interna das instituições de atendimento

bem como seus projetos pedagógicos nem sempre enfrenta a questão

da assistência religiosa como um direito do adolescente considerando

sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Recente

25

pesquisa desenvolvida pelo Instituto de Estudo da Religião – ISER, em

parceria com o governo do estado do Rio de Janeiro relatou sobre o

direito a assistência religiosa na socioeducação apresentando uma vasta

ideia sobre o assunto (proposta siconv ).

A Organização das Nações Unidas - ONU, na sua célebre

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, assim dispôs:

Artigo 18º – Todo homem tem direito à liberdade de pensamento

consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou

crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela

prática, pelo culto e pela observância isolada ou coletivamente em público ou

em particular.

Para tornar ainda mais claro, a mesma Organização das Nações Unidas

–ONU, fez editar a DECLARAÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS

FORMAS DE INTOLERÂNCIA E DISCRIMINAÇÃO BASEADAS EM RELIGIÃO

OU CRENÇA (resolução 35/55)

Artigo 1º Ninguém será sujeito à coerção por parte de qualquer Estado,

Instituição, grupo de pessoas ou pessoas que debilitem sua liberdade de

religião ou crença de sua livre escolha.

Artigo 6º - O direito à liberdade de pensamento, consciência, religião ou

crença incluirá as seguintes liberdades:

....

h) Observar dia de repouso e celebrar feriados e cerimônias de acordo com os

preceitos de sua religião ou crença.

26

Neste sentido também é a Convenção Americana sobre Direitos

Humanos ( Pacto de São José da Costa Rica), ingressa no sistema pátrio nos

termos do Decreto nº 678 de 06 de novembro de 1992 revela:

Artigo 12 – Liberdade de Consciência e de Religião.

Assim os direitos garantidos nos Tratados de Direitos Humanos

ratificados pelo Brasil integram a relação de direitos constitucionalmente

protegidos.

Aponta Kant, em sua obra “Fundamentos para uma Metafísica dos

Costumes”, que o homem é o único ser capaz de orientar suas ações a partir

de objetivos racionalmente concebidos e livremente desejados. A dignidade do

ser humano consistiria em sua autonomia, que é a aptidão para formular as

próprias regras de vida, ou seja, sua liberdade individual ou livre arbítrio.

No que se refere à liberdade religiosa na acepção jurídica, a mesma

compreende essencialmente a liberdade religiosa como um direito fundamental

da pessoa humana. Neste sentido, segundo Jorge Miranda, a liberdade

religiosa ocupa o cerne da problemática dos direitos humanos.

No curso da história da humanidade, o direito à liberdade religiosa

representa uma conquista recente. Segundo o autor italiano, os direitos

humanos “ nascem como direitos naturais universais, desenvolvem-se como

direitos positivos universais”. Como direito natural, a liberdade religiosa surgiu

no século XVIII, com as primeiras declarações de direitos 1776 (americana) e

1789 (francesa). Como direito efetivamente tutelado segui com a Constituição

Americana. Como direito internacional surgiu no segundo pós - guerra, com o

desenvolvimento do sistema global de proteção aos direitos humanos ligados à

Organização das Nações Unidas – ONU.

27

Rui Barbosa também preconizava “ de todas as liberdades, nenhuma é

tão congenial ao homem, e tão nobre, e tão frutificativa, e tão civilizadora, e tão

pacífica, e tão filha do Evangelho, como a liberdade religiosa”.

Como já vimos exaustivamente o amparo legal, vale mencionar a

recente lei 9.982 /2000:

LEI No 9.982, DE 14 DE JULHO DE 2000.

Dispõe sobre a prestação de

assistência religiosa nas

entidades hospitalares públicas

e privadas, bem como nos

estabelecimentos prisionais civis

e militares.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Aos religiosos de todas as confissões assegura-se o acesso aos

hospitais da rede pública ou privada, bem como aos estabelecimentos

prisionais civis ou militares, para dar atendimento religioso aos internados,

desde que em comum acordo com estes, ou com seus familiares no caso de

doentes que já não mais estejam no gozo de suas faculdades mentais.

Art. 2o Os religiosos chamados a prestar assistência nas entidades

definidas no art. 1o deverão, em suas atividades, acatar as determinações

legais e normas internas de cada instituição hospitalar ou penal, a fim de não

pôr em risco as condições do paciente ou a segurança do ambiente hospitalar

ou prisional.

28

Como já mencionado a Constituição Federal está garantido o direito à

assistência religiosa aos cidadãos que estiverem em locais de internação

coletiva, de acordo com o artigo 5º, inciso VII: “é assegurada, nos termos da lei,

a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de

internação coletiva;”. A lei federal nº 9.982, de 14 de julho de 2000,

mencionada acima, reporta ao texto constitucional.

Não há dúvida que não é o Estado brasileiro o responsável pela

prestação religiosa, pois o Brasil é um Estado laico, portanto é de direito a

liberdade de religião.

A assistência religiosa no Brasil é de prestação privada concedida aos

representantes religiosos com a devida autorização de cada religião.

Faz jus a esse direito, portanto, às pessoas que se encontrem em

alguma entidade civil ou militar de internação coletiva, tais como instituições

acolhedoras, popularmente conhecidas por: Abrigos, asilos, presídios,

internatos, entidades militares onde haja pessoal internado sem acesso à

liberdade incluindo os adolescentes que cumprem Medidas Socioeducativas

com privação de liberdade.

Todas as pessoas que se encontrem asiladas por quaisquer motivos em

algum local fechado poderão receber assistência religiosa a qual professa

segundo seu desejo..

A legislação anterior, de 1967, ora revogado, expressava diferenciando

em sua redação . Conforme o artigo 153 - parágrafo 7º que previa:

“Sem caráter de obrigatoriedade, será prestada por brasileiros, nos

termos da lei, assistência religiosa às forças armadas e auxiliares, e, nos

estabelecimentos de internação coletiva, aos interessados que a solicitarem,

diretamente ou por intermédio de seus representantes legais.”

É notório que o Artigo que foi revogado, portanto, não vigorar mais a

partir da promulgação da nova Constituição, em 5 de outubro de 1988,

mencionava-se expressamente que essa assistência religiosa seria prestada

por “brasileiros” e “às forças armadas e auxiliares.

29

CAPÍTULO IV

A IMPORTÂNCIA DA RELIGIÃO

A religião desempenha um papel muito importante na formação e no

crescimento do adolescente até que atinja a idade adulta. Muitos jovens que

foram criados e educados segundo os princípios de sua religião, hoje eles são

um grupo muito forte no Brasil, sempre em crescimento, costumam carregar e

praticar os costumes por toda a vida. Seja na religião católica ou protestante,

que são as principais, ambas exercem papel fundamental na educação de

jovens desde quando eram crianças. Os valores do amor ao próximo, do

perdão, da compaixão, da paciência, solidariedade, e principalmente o temor à

Deus, são a base para a educação religiosa.

A religião é portadora da ética espiritual no desenvolvimento e

afirmação do caráter e da personalidade do jovem, diante dos

ensinamentos os jovens são livres para decidir o rumo de suas vidas, já

sabem o que é certo e o que é errado, portanto eles tem o livre arbítrio

para decidir e por em prática o que aprenderam na religião ou para

deixar de lado. A educação religiosa de um jovem se reflete em suas

atitudes no dia a dia, sua relação e atitudes no trabalho, nos estudos,

com os amigos, enfim, a religião é importante para a formação do ser.

Desde os tempos mais antigos a religião sempre teve influência

na sociedade, exercendo papéis de poder, prova disso é que nos dias

atuais o Papa no Vaticano, é autoridade suprema no catolicismo e

qualquer decisão ou opinião que ele tome partido, mexe com a

sociedade de forma geral.

As pessoas são espirituosas, precisam de algo para acreditar e

depositar toda a sua fé, por isso a religião é tão importante na

sociedade. As pessoas mantém costumes, praticam doutrinas, a religião

30

funciona como um freio aos instintos humanos, respeitar os pais, não

roubar, ser fiel, guardar um dia da semana para o descanso, tudo isso é

seguido graças à religião.

A família é a base para a sociedade, a celular central, a partir disto

voltamos lá no primeiro tópico no qual relatamos a importância da religião para

os jovens. Estas duas pautas se entrelaçam, a família exerce e religião e a fé e

isso influencia na educação e formação do indivíduo.

A religião influencia na estruturação da família, pais e filhos unidos e

seguindo os preceitos religiosos jamais se abalarão, juntos sempre serão fortes

e unidos pelo amor. A religião constrói na família a espiritualidade, a moral, a

fraternidade, a solidariedade, a prosperidade, a humanidade e outros valores.

Para a família a religião é o alicerce para o amor e as boas obras.

A Religião é extremamente importante para a vida de todo

individuo, apesar de ser externada de diversas formas a religião atende as

necessidades integrativas do ser humano.

Definir religião nos tempos atuais é conflitante, pois é um tema complexo por

sua diversidade e peculiaridades e por apresentar diversos conceitos por

pessoas de diversos meios de estudo.

Sociologicamente, Anthony Giddens entende a religião como:

As religiões envolvem um conjunto de símbolos, que

invocam sentimentos de reverencia ou de temor, e estão

ligadas a rituais ou cerimoniais (como os serviços

religiosos) dos quais participa uma comunidade de fiéis.

(2010, p.427)

Seguindo o ideário católico, José Scampini define a religião como o

primeiro e mais justo de todos os deveres: o dever sagrado de prestar culto,

31

adorar o onipotente Senhor do universo. Uma lei suprema da criatura

inteligente; o seu humilde tributo ao Criador. É o princípio primordial de toda a

justiça, o primeiro fundamento de toda a moral e também a base de toda

virtude social. (1974, apud: FELDENS, 2009, p.23)

Giddens relata que para o filósofo Feuerbach a religião é um

conjunto de ideias e valores que são produzidas durante o desenvolvimento

cultural por cada ser humano, que são projetadas de forma equivoca nas forças

divinas ou através de deuses. (GIDDENS, 2010, p. 431)

Aos olhos de Durkheim a religião é um meio que exerce a crença

e as práticas relacionadas às coisas sagradas, ou seja, as coisas sagradas são

separadas e reunidas em um ambiente chamado igreja, a fim de dividirem com

a comunidade adepta seus pensamentos morais e éticos. (apud: GIDDENS,

2010, p. 431)

O filosofo Freud via na religião as ilusões da realização de desejos

prementes da humanidade – coibição da libido, onde ele atribuía à religião o

efeito narcótico capaz de Dar ao ser humano um consolo pela sua impotência

frente às forças da natureza, ou seja, a religião consola o homem da sua

incapacidade. (apud: GIDDENS, 2010, p. 431)

Desse modo, é possível perceber que a religião é vista de diversas

maneiras.

.

[...] quem procura, nos grandes dicionários teológicos, uma definição de

“religião”, se sente logo desanimado. A definição do conceito e da essência de

religião é um problema praticamente insolúvel”, pode-se ler em vários deles.

Talvez seja possível, então, definir religião a partir da descrição dos fenômenos

que se apresentam sob este rótulo. Não poderá ser, porém, uma descrição

puramente exterior. As práticas e crenças que se apresentam como religião

são tão diversas que dificilmente se descobriria um denominador comum.

Deveremos operar uma descrição do fenômeno como portador revelador de

uma significação, de uma intenção interior. Tal descrição chama-se

32

“fenomenológica” e deverá revelar a intenção profunda que determina a

significação última (o logos ou razão) do fenômeno religioso. (apud: FELDENS

Priscila, Discriminação religiosa: A colisão entre os direitos fundamentais à

liberdade religiosa e à liberdade de expressão, 2009, p.23 )

O que revela mais uma vez que a religião é algo intimo e pessoal de

cada ser humano, pois cabe a cada um discernir aquilo que vai interferir em

seu modo de vida, bem como o direito de liberdade de escolha de qual religião

seguir.

A ação socioeducativa, portanto, é a preparação do jovem para o

convívio social, e para isso, concorrerem todas as atividades para desenvolver

o seu potencial para ser e conviver, isto é, prepará-lo para conviver consigo

mesmo e com os outros. Se isto não for alcançado como meta, tudo será inútil,

como preceitua o professor Antônio Carlos.

Seguindo esta linha de raciocínio percebe-se que, a socioeducação vai

além da educação familiar e da educação escolar. Ultrapassa esses dois

aspectos e se bifurca em uma educação de caráter protetivo e outra, voltada

para o trabalho social e educativo para jovens em conflito com a lei. Daí, a

necessidade de educar para o trabalho, educar pelo trabalho e educar no

trabalho, educação acadêmica, em suas formulações mais avançadas, ela se

baseia na integração das diversas disciplinas por meio de conteúdos

transversais “multi, inter e transdisciplinaridade.” Já a proposta

interdimensional procura desenvolver o trabalho educativo com base nos

quatro pilares da educação, com luz no saber da antiga Grécia que desenvolvia

a pessoa humana na dimensão do logos (razão), pathos ( sentimento), Eros (

corporeidade) e mythos ( espiritualidade).

A proposta interdimensional se encontra fundamentada no Relatório da

Comissão Internacional se encontra fundamentada no Relatório da Comissão

Internacional de Educação da UNESCO ( Organização das Nações Unidas

33

para a Educação, Ciência e a Cultura), coordenado por Jacques Delors e que

se chamou “Educação, Um Tesouro a Descobrir”:

“A educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa –

espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade

social, espiritualidade. Todo ser humano deve ser preparado especialmente

graças à educação que recebe na juventude para elaborar pensamentos

autônomos e críticos e para formular seus próprios juízos de valor, de modo a

poder decidir por si mesmo nas diferentes circunstâncias da vida.”

Nessa perspectiva foi construído coletivamente o Projeto Pedagógico

Institucional – PPI, instrumento direcionador, cuja função é nortear as ações

desenvolvidas pelo Departamento. O processo de sua construção teve início

na elaboração compartilhada do Planejamento Estratégico da Instituição, a qual

produziu as bases de consenso entre as diversas áreas, gerando alinhamentos

estratégicos, conceituais, operacionais e essenciais em prol de engendrar o

Novo Degase, como resultante de um processo de reordenamento institucional,

que se arrimou na elaboração do PASE_RJ (Plano de Atendimento

Socioeducativo do Governo do Estado do Rio de Janeiro) (Cartilha.Legislação

normativas e Diretrizes Nacionais e Internacionais Vpl.2)

34

CAPÍTULO V

ASSISTÊNCIA RELIGIOSA NA SOCIOEDUCAÇÃO

Pouco se sabe sobre a assistência religiosa no Sistema Socioeducativo

em âmbito nacional.

No Estado do Rio de Janeiro cabe ao Departamento Geral de Ações

Socioeducativas, DEGASE, a execução das medidas socioeducativas. É um

órgão do Governo, que executa as medidas judiciais aplicadas aos

adolescentes em conflito com a lei.

Foi fundado no ano de 1994 durante o governo Leonel Brizola para

substituir a Fundação Centro Brasileiro para a Infância e Adolescência (FCBIA),

fundação pública federal responsável pela execução das medidas

socioeducativas naquela época. O Estado do Rio de Janeiro era então a última

Unidade da Federação que ainda mantinha a estrutura federal para execução

de tais medidas, tendo em vista ter sido Capital Federal, competindo a

Fundação Nacional do Bem Estar do Menor (FUNABEM) tal tarefa. Com o

advento do Estatuto da Criança e do Adolescente (E.C.A) em 1990, a

FUNABEM foi extinta, dando lugar a FCBIA, que com a Estadualização da

execução de medidas socioeducativas, foi substituída pelo DEGASE.

Ao contrário de outros Estados que possuem fundações

públicas (administração indireta) ou delegam a ONG´s a execução

de medidas aplicadas ao adolescente em conflito com a lei, o

Estado do Rio de Janeiro mantém um Departamento Geral,

vinculado à Administração Direta, com funcionários contratados e

com servidores concursados, estáveis e efetivos, também vinculados à

35

Administração Direta, como responsável pela execução de medidas

socioeducativas aplicadas ao adolescente em conflito com a lei.

O DEGASE já foi vinculado as Secretarias Estaduais de Justiça e

Interior, de Justiça, Direitos Humanos, Ação Social e também ao Gabinete Civil,

estando atualmente (desde 2008) vinculado à Secretaria Estadual de Educação

(SEEDUC/RJ). Atualmente possui dotação orçamentária própria.

O atual Diretor, desde outubro de 2009, do NOVO DEGASE, tem como

objetivo adequar o Departamento às premissas contidas no Sistema Nacional

de Atendimento Socioeducativo (SINASE).

O Instituto de Estudo de Estudo da Religião, ISER, por meio de parceria

entre a Secretaria de Direitos Humanos, realizou em 2010 uma pesquisa sobre

assistência religiosa no Sistema Socioeducativo Fluminense, tal pesquisa

expandiu divulgação sobre o assunto.

Durante duas décadas têm ocorrido atividades religiosas nas Unidades

do DEGASE, por Instituições religiosas de modo voluntário. Na sua maioria

são Instituições de denominação cristã.

Observa-se que o DEGASE vem ampliando espaço e condições para a

prática de assistência religiosa em suas unidades, a própria pesquisa

mencionada acima já demonstra um avanço no assunto em questão. As novas

Unidades já são construídas com espaço específico para as atividades

religiosas, no caso as capelas.

Vale mencionar que existe um longo caminho a seguir para que de fato a

assistência religiosa seja realizada com uma ampla estruturação. Mas esforços

tem ocorridos a favor de melhorias quanto realização de atividade a

assistência religiosa.

36

No Centro de Atendimento Intensivo localizado no Município de Belford

Roxo – RJ , Cai Baixada trata de Unidade onde os adolescentes cumprem por

determinação judicial Medida de internação (privação de liberdade) com

período que pode alcançar até três anos.

Na Unidade citada acima entre as atividades desenvolvidas há

prestação de assistência religiosa. Como em média essa Unidade possui

aproximadamente cento de sessenta adolescentes em cumprimento de

Medidas Socioeducativas, uma população que requer maiores cuidados. Ali se

encontram dois servidores que são referências para colaborarem quanto à

efetivação das atividades à assistência religiosa.

Atualmente no Cai Baixada existe várias instituições religiosas

cadastradas para esse fim, sendo que todas professam a fé cristã, sendo

igrejas tradicionais, pentecostais, neopentecostais e católica, porém não

havendo restrições aos demais segmentos religiosos.

Os adolescentes são informados que se trata de atividade facultativa,

que não são obrigados a participarem.

Os trabalhos são realizados durante a semana e finais de semana, tendo

favorável aceitação pelos adolescentes, que em sua maioria prefere as

atividades de culto das denominações evangélicas (protestantes). Vale

ressaltar que essas atividades não consistem só em culto, podendo realizar

cultos, cerimônias festivas, teatros, musical, parcerias em oficinas.

São estratégias estabelecidas para concretização em programas e

projetos específicos, no sentido de alcançar objetivos nos campos espiritual,

educacional cultural e esportivo.

- Cultos

37

- Programações em datas específicas (Natal, Páscoa, Dia da Bíblia, etc.).

- Utilizar de todos os meios e programas possíveis para passar valores e

princípios cristãos, incluindo recreação, videoteca, biblioteca, artes, música,

teatro, esporte, passeio cultural, etc.

- Aconselhamento espiritual

- Distribuição de bíblias e outras literaturas.

Quanto aos familiares estreitar os laços dos assistidos com seus

familiares pelo desenvolvimento social e espiritual.

É notável a grande importância da assistência religiosa em vários

segmentos da sociedade em especial na socioeducação.

A pesquisa conduzida pelo Iser, intitulada “Filhos de Deus” (2010), com

apoio da Secretaria de Direitos Humanos, sugere que os pressupostos dos

agentes institucionais e dos assistentes religiosos são equivocados: os

indicativos são de que não há uma associação entre a posse de crenças

religiosas e os atos infracionais: 72% dos adolescentes que estão nos sistemas

do Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul

(estados pesquisados) se sentiam identificados com uma religião antes de

ingressarem no sistema; 61% consideravam a religião uma base de valores e

crenças importante em suas vidas; 71,5% frequentavam uma instituição

religiosa, sendo que 31% mais de uma vez por semana. Neste sentido,

segundo os dados apurados, há tanto adolescentes identificados com a religião

no sistema socioeducativo quanto jovens sem esta identificação.

Isto significa que a atuação sistemática dos religiosos junto aos

adolescentes pode efetivamente torná-los mais próximos da religião, mas não

38

mais distante da realidade social que os aproxima e os “empurra” para o

cometimento de atos infracionais.

Desta forma, é preciso uma ampla capacitação de todos os agentes

envolvidos na provisão da assistência religiosa, de modo a romper as práticas

ainda arraigadas de tutela dos adolescentes e de utilização da religião como

instrumento de culpabilização moral dos jovens. Para isso, é necessário que os

agentes institucionais, os religiosos, os operadores de direito e as instituições

que lutam pela defesa dos direitos da criança e do adolescente discutam e

aprofundem os seus entendimentos sobre o significado da assistência religiosa

no sistema socioeducativo.

O Rio de Janeiro é o estado que está à frente nesta discussão. Primeiro

por ter trazido este tema para a agenda de debates e pesquisas, redundando

na publicação “Pescadores de Homens” (Iser, 2010); e depois por estabelecer

um fórum com membros do governo (DEGASE), da Universidade, dos

Religiosos e de ONGs.

O segundo passo foi dado pela Secretaria de Direitos Humanos que

incorporou no Observatório de Boas Práticas, a discussão do tema, chamando

para o debate todos os gestores dos sistemas socioeducativos. O tema está

colocado, os primeiros passos foram dados, já há referências a serem

consultadas. Cabe agora a contribuição de todos os envolvidos na luta do

direito das crianças e adolescentes para que este tema saia da invisibilidade; o

aprofundamento das discussões em cada estado para o aperfeiçoamento

institucional; assim como, o aporte de novos dados e análises por parte dos

grupos de pesquisas das Universidades. Todo este esforço tem como objetivo

fazer valer a condição de sujeitos de direitos dos adolescentes em privação de

liberdade, tal como estabelecido pelo ECA.

( Simões,Pedro /www.iser.org.br/website/religiao-no-socioeducativo/ ).

39

CONCLUSÃO

É inegável o pluralismo religioso existente no Brasil. Em harmonia, a

Constituição Federal é assegurado o direito fundamental à liberdade religiosa.

O Estado é laico, mantém a separação entre o Estado e Igreja. Da liberdade

religiosa, os indivíduos tem o direito de escolha diante à diversidade de

religiões.

Contudo, assistência religiosa muito tem colaborado no Sistema

Socioeducativo, pois traz no dia a dia perspectiva que dias melhores virão e

que o adolescente ao alcançar a liberdade poderá refletir quanto novas

oportunidades que surgirão na sociedade.

Durante o cumprimento da Medida judicial são orientados quanto a

importância dos valores éticos que é de grande valia para lidar no dia a dia em

coletividade, uma vez que o modo comportamental sofre mudanças devido a

reflexão do educando que passa a crer na possibilidade de transformação em

seus atos e na convivência social

Devido essa expectativa durante o cumprimento da Medida

Socioeducativa seu comportamento já é diferenciado diante dos conflitos

existentes na coletividade mediante a reflexão e prática dos valores que foram

repassados no exercício a assistência religiosa.

Contudo a assistência religiosa não é valorizada da maneira que deveria

ser, há preconceitos e resistência quanto a sua atuação.

Todavia as instituições que prestam a assistência religiosa têm

desenvolvido esforços na expansão dessa atividade.

Confiante que no Sistema Socioeducativo o assunto tem despertado

interesse e que em breve possamos ter uma política mais favorável pela

garantida desse direito.

40

O respeito às convicções pessoais faz com que haja uma relação

pacífica entre as pessoas na atual sociedade pluralista. Em especial, o respeito

à autonomia do indivíduo diante de suas crenças religiosas.

Respeitar os valores de cada indivíduo faz parte do que se chama

respeito à autonomia diante de suas convicções.

É relativo da natureza humana sustentar convicções e crenças

religiosas.

Como já mencionado, a liberdade religiosa é um direito fundamental da pessoa

humana, e há de ser respeitada sobretudo por força da dignidade da pessoa

humana.

41

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42

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jornat,acesso em 21.07.2015. (anexo 01_

Internet http://www.degase.rj.gov.br/detalhe_noticia.asp?id=4239- acesso em

21.07.2015.( anexo 01).

.Internet.//www.google.com.br/search?q=foto+assistencia+religiosa+no+degase

&source acesso em 20.07.2015. (anexo01)

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43

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.ZACARIAS, André Eduardo de Carvalho. Execução penal anotada. 2. ed.

São Paulo: Tend Ler, 2006

44

ANEXO 1 REPORTAGEM - INTERNET NOTÍCIAS (ASCOM)

Adolescentes se apresentam no segundo dia do II Seminário Internacional Socioeducativo 03/12/2014

Por Ascom

Nesta quarta-feira (03/12), o Novo Degase, em parceria com o Observatório Jovem

da Universidade Federal Fluminense (UFF), deu seguimento ao II Seminário

Internacional Socioeducativo e V Seminário Estadual Socioeducativo, no auditório

João Paulo II, na unidade de internação e internação provisória Escola João Luiz

Alves (EJLA), na Ilha do Governador. Profissionais e estudantes de todo país

puderam assistir e formular perguntas aos palestrantes neste segundo dia de

seminário, que teve como tema Diversidade: Educação, Questões Culturais, Étnico-

Raciais e Religiosa....

Strozenberg citou a pesquisa que fez no Degase, em 2008, e ressaltou que é

preciso ter mais atenção com a religiosidade nas instituições....

/www.degase.rj.gov.br/detalhe_noticia.asp?id=4239-

Acesso em 21,07.2015

45

INFORMAÇÕES DA FOTO

Nome: semi4 Fotógrafo: George Roberto Evento: Seminário de Assistência Religiosa na Uerj Categoria: Categoria a Data cadastrada: 10/02/2010 Descrição: Diretor geral dá as boas vindas aos participantes do Seminário de Assistência Religiosa

09/07/2013 15h51 - Atualizado em 09/07/2013 22h35

46

Cruz peregrina foi entregue por João Paulo II aos jovens há 30 anos. Trabalho social com jovens infratores é um dos legados sociais da Jornada. Andressa GonçalvesDo G1 WWW. g1.globo.com/.../degase-e-presidios-recebem-visita-de-simbolos-da-jornat,acesso em 21.07.2015

http://www.degase.rj.gov.br/detalhe_noticia.asp?id=4239- acesso em

21.07.2015.( anexo 01)

Reportagem

47

Fotografia – Kita Pedroza

www.google.com.br/search?q=foto+assistencia+religiosa+no+degase&source

acesso em 20.07.2015

48

Assistência religiosa faz parte das ações desenvolvidas pelo

ISE dentro das unidades socioeducativas (Foto: Brenna

Amâncio/ISE)

http://www.agencia.ac.gov.br/noticias/acre/assistencia-religiosa

(Acesso em 28.07.2015)

49

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

DA LIBERDADE RELIGIOSA

NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 12

CAPÍTULO II

A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA

NA PRIVAÇÃO DE LIBERDADE 19

CAPÍTULO III

DO DIREITO À ASSISTÊNCIA RELIGIOSA

NA SOCIOEDUCAÇÃO 23

CAPÍTULO IV

A IMPORTÂNCIA DA RELIGIÃO 29

CAPÍTULO V

ASSISTÊNCIA RELIGIOSA

NA SOCIOEDUCAÇÃO 34

CONCLUSÂO 39

50

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41

ANEXO - 1 44

ÍNDICE 49

FOLHA DE AVALIAÇÃO 51

51

FOLHA DE AVALIAÇÃO