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Curso de Pós Graduação Especialização em Educação Infantil e desenvolvimento Luciana Maria Moreira Barreto Gabriel Professora Edla Trocoli Brincando também se aprende Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · meio do lúdico que os alunos poderão aprender de forma mais prazerosa, ... aprendem, constroem, exploram, pensam, sentem, reinventam

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Curso de Pós Graduação

Especialização em Educação Infantil e desenvolvimento

Luciana Maria Moreira Barreto Gabriel

Professora Edla Trocoli

Brincando também se aprende

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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Brincando também se aprende

Monografia apresentada como requisito para obtenção da pós graduação em Educação

Infantil e Desenvolvimento.

Por: Luciana Maria Moreira Barreto Gabriel

Rio de Janeiro

2015

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Dedicatória

Dedico este trabalho ao meu marido Josemar e minhas lindas filhas, Julia e Luiza

Rio de Janeiro

2015

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Agradecimentos

Agradeço ao meu Deus e à minha família

Rio de Janeiro

2015

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Sumário

Resumo Metodologia de pesquisa Introdução. CAPÍTULO I - As consequências do brincar no desenvolvimento infantil. CAPÍTULO II - Aprendizagem através da brincadeira. CAPÍTULO III - O lúdico e a educação infantil. Conclusão. Bibliografia.

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RESUMO A proposta dessa pesquisa é esclarecer o quanto é importante o brincar para o desenvolvimento e aprendizagem na educação infantil. Deixa claro o significado do brincar, a copreensão melhor lúdico, onde acriança aprende a se socializar melhor com os outros. Conscientiza a importância do brincar na vida do ser humano, ou seja, da criança e, como os educadores conduzem esse método com seus alunos, para o aprimoramento da aprendizagem. Então, o lúdico é um meio de estimular a assimilação do conhecimento de uma maneira divertida e positiva.

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Metodologia da pesquisa

O estudo trata-se de uma pesquisa básica bibliográfica, preparado a partir de material já publicado, principalmente de livros e artigos periódicos.

Houve uma abordagem participante por meio de observação, conversas em turmas do pré l e pré ll, para descobrir as interpretações sobre situações que observou.

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INTRODUÇÃO

Temos como uma importante forma de comunicação à brincadeira, e é através deste ato que a criança pode relatar o seu dia a dia. Ela tem na brincadeira uma linguagem natural e é importante que esteja presente na escola para que o aluno possa expressar por meio de atividades lúdicas. Na prática pedagógica sugere-se que sejam utilizadas atividades lúdicas para facilitar o interesse da criança. Estando motivada se adapta no ambiente escolar, aprendendo a conviver com as pessoas. A ação de brincar torna possível o processo de aprendizagem, facilitando a construção da reflexão, da criatividade e da autonomia, estabelecendo uma relação entre a aprendizagem e o jogo. A brincadeira é uma linguagem infantil e quando brinca, a criança tem o domínio da linguagem simbólica. Elas fazem sinais, gestos, criam novos objetos e repensam os acontecimentos.

Destacamos o grande valor do brincar para o desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos afetivos, emocional, físico, cultural, social e cognitivo. Para isso, é importante conscientizar os pais e professores, através de demonstrações práticas, que brincar faz parte de uma aprendizagem. O lúdico é uma ferramenta pedagógica que os professores podem utilizar como técnicas metodológicas no ensino. É por meio do lúdico que os alunos poderão aprender de forma mais prazerosa, mais significativa, resultando em uma educação de qualidade.

O brincar na educação infantil possibilita a criança determinar regras construídas por si e em grupo, contribuindo na integração social. Desta maneira, a criança estará desenvolvendo pontos de vista diferentes, de demonstrar sua opinião em relação aos outros. É de grande importância incentivar a capacidade criadora das crianças. O problema é que a maioria dos professores não utiliza o lúdico na sala de aula, desenvolvendo situações praticas pedagógicas tradicionais e sem dinamismo.

O alvo central deste estudo é analisar o valor do brincar na educação infantil. Esta é uma fase importante para a criança no seu

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desenvolvimento e aprendizagem de forma significativa. É por meio da brincadeira que a criança descobre, inventa, ensina regras, experimenta, relaxa e desenvolve habilidades. Esperamos ajudar aos professores e pais a darem maios valor às brincadeira de seus alunos e filhos, a dedicarem um maior tempo a estas crianças que pedem tanta atenção.

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CAPÍTULO I

AS CONSEQUÊNCIAS DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL.

De acordo com o dicionário Aurélio (2003), brincar significa, “divertir-se, recrear-se, entreter-se, distrair-se, folgar”, também pode ser “entreter-se com jogos infantis”, ou seja, o ato de brincar é algo muito presente em nossas vidas, ou, deveria ser. Devido a uma nova etapa de construção de concepções sobre a criança, se deu inicio a evolução de educação infantil. Na Europa, com o crescimento da urbanização e a transformação da família a obrigatoriedade do ensino foi tida como importantíssima para o desenvolvimento social. Mesmo a criança tendo passado para o centro do interesse educativo dos adultos, isso não era possível para as crianças de baixa renda. Para elas apenas aprendizado técnico e piedade. Os pioneiros da educação pré-escolar, como Maria Montessori, Johann Heinrich Pestalozzi, Friedrich Froebel e Ovidio Decroly buscavam combinar carinho, afeto a atividades para o desenvolvimento. Eles tinham cada um o seu enfoque, porém, concordavam que a criança tinha necessidades diferentes do adulto. No século XX, a Escola Nova estimula a educação infantil com clima de renovação, de sensibilidade. Abrem-se novas expectativas. Maria Montessori é conhecida pelo método educativo que desenvolveu, o Método Montessori, esse que ainda é usado hoje em dia em muitas escolas. Adotou o princípio da autoeducação, por meio de brinquedos educativos, que consiste na interferência mínima dos professores, com objetivo de permitir que a criança desenvolva a criatividade e autoestima e eduque a si mesma. O método montessoriano parte do concreto ao abstrato. Fundamenta-se na observação de que a criança apreende com mais facilidade pela experiência direta de procura e descoberta. Maria Montessori desenvolveu materiais didáticos, objetos simples e atraentes, e projetados para provocar o raciocínio. A criança pensa que está apenas brincando, porém, está aprendendo.

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Brincar é algo muito importante presente na vida do ser humano, pelo menos é o que deveria ser. A brincadeira não é apenas uma forma de entretenimento para ocupar o tempo da criança e muito menos uma forma de gastar o seu tempo, mas meios para que se enriqueça o desenvolvimento intelectual. Nota-se a importância da brincadeira para a saúde mental do ser humano, e por isso precisa ser despertada dos pais e educadores toda atenção. A criança está sempre descobrindo coisas novas, alcançando também o domínio. Diante desta expectativa, brincar é essencial para o crescimento e aprendizagem da criança. A criança que não brinca não se arrisca em algo novo. A brincadeira assume um papel importante no processo de crescimento, desenvolvimento. Desenvolve capacidades importantes principalmente nos primeiros anos de vida. Em um primeiro momento a criança faz uso de seu corpo para brincar. O brincar auxilia na aprendizagem fazendo com que acriança crie conceitos, ideias, em que possam construir explorar e reinventar os saberes. Uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar- -se consigo mesma e com o mundo é o ato de brincar, ou seja, o desenvolvimento acontece através de trocas que se estabelecem durante sua vida. É por esse meio também, que a criança pode desenvolver capacidades importantes como a imaginação, a imitação, a atuação, a concentração, a memória, o desenvolvimento da personalidade. À medida que vai desenvolvendo, ela vai adquirindo cada vez mais competências e passa a ter uma noção de tempo e espaço, compreendendo melhor o que os outros lhe falam. O ser humano nasceu para aprender coisas novas, descobrir e garantir sua sobrevivência e a interação na sociedade como um ser crítico. Portanto, brincar para a criança, não é apenas uma questão de divertimento, mas de educação. Para brincar é preciso que as crianças tenham certa independência para escolher com quem elas querem brincar, os papeis que assumirão e o tema. É uma atividade natural, espontânea necessária. Não podemos

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esquecer que brincar é uma necessidade física e um direito de todos. Uma experiência humana, rica e complexa. O ato de brincar irá proporcionar um crescimento saudável à criança, pois, quando brinca, ela vive a sua verdadeira infância e torna-se um adulto mais prudente. Saberá encarar as pressões da idade adulta e, quando é impedida dessa atividade, terá marcas profundas da falta dessa vivência. Além de ser muito importante, brincar contribui com o surgimento das expressões psicomotoras de forma harmoniosa e prazerosa. As crianças assumem outros papéis enquanto brincam. Estão agindo frente à realidade de maneira não literal, transformando suas ações do dia a dia. A medida que a criança vai sendo estimulada, é possível observar que romper com a relação de subordinação ao objeto, atribuindo-lhe um novo significado, o que expressa o seu caráter ativo, curso de seu próprio desenvolvimento. A socialização que ocorre através do brincar, se dá através das regras e dos papeis que se representa na brincadeira. Através das regras a criança aprende a lidar com a ética e, esses valores éticos tornam possível a representação dos diversos sentimentos. Através da brincadeira como o faz de conta a criança faz uso da imaginação e da imitação, criando um mundo onde a representação se torna importante para que continue a brincadeira. Quando brinca ela desenvolve sua identidade e autoestima, pois ao imitar, ela acaba por transformar a realidade presente e futura. Segundo o RCNEI, Brasil, (1998): “Os desenvolvimentos da identidade e da autonomia estão intimamente relacionados com os processos de socialização. Nas interações sociais se dá a ampliação dos laços afetivos que as crianças podem estabelecer com outras crianças e com os adultos, contribuindo para o reconhecimento do outro e da constatação das diferenças entre as pessoas. Isso pode ocorrer nas instituições de educação infantil que se

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constituem, por excelência em espaços de socialização, pois propiciam o contato e o confronto com adultos e crianças de várias origens socioculturais, de diferentes religiões, etnias, costumes, hábitos e valores.” (p.11) Ainda de acordo com RCNEI, Brasil, (1998), brincar funciona como cenário no qual as crianças tornam-se capazes não só de imitar a vida como também de transformá-la. A criança forma conceitos seleciona ideias, percepções e se socializa cada vez mais, através do brincar. Elas expõem seus sentimentos, aprendem, constroem, exploram, pensam, sentem, reinventam e se movimentam. Brincar é uma atividade que auxilia na formação, socialização, desenvolve habilidades psicomotoras, sociais, afetivas, cognitivas e emocionais. “É no brincar, e somente no brincar, que o individuo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral; e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o seu eu (WINNICOTT, 1975, 1.80)”. Através do brincar a criança vai experimentando o mundo ao seu redor vai se preparando para o futuro, descobrindo sua vocação, porém, nem sempre possui oportunidades para isso. Muitas perdem sua infância por conta do trabalho infantil, sendo considerado um problema social. Elas deixam de frequentar escolas pois, precisam trabalhar para ajudar financeiramente os familiares. O trabalho infantil é proibido por lei. A criança não tem a responsabilidade de trabalhar para sustentar sua família. Quando deixam de frequentar a escola ou dividem esse tempo, o rendimento é comprometido e o despreparo para o mercado de trabalho é consequência. Afeta também, seu desenvolvimento físico, mental ou moral. Toda criança tem direito à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer entre outros. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA):

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“Art. 53. A criança e o adolescente tem direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania qualificação para o trabalho.” (BRASIL, 1990). Atualmente a criança é vista como um ser questionador, exigente e ocupando seu espaço na sociedade, totalmente diferente de antigamente. Segundo o pesquisador francês Philippe Ariès, (1981), a criança era vista como um adulto em miniatura nos séculos XIV, XV e XVI, e o tratamento dado a ela era igual ao dos adultos, pois logo se misturavam com os mais velhos. O que interessava era que as crianças crescessem rápido para que fizessem parte do trabalho e atividades dos adultos. Era através da prática que elas aprendiam, e os trabalhos de casa eram vistos como métodos educacionais. Poucos tinham direito de escola. Somente a partir dos séculos XVI e XVII, que a criança começou a ser encarada como um ser diferente dos adultos. A infância é uma etapa importante na vida da criança, é a idade das brincadeiras. Segundo Kishimoto (2001), a infância também é a idade do possível. Pode-se projetar sobre ela a esperança de mudança, transformação social e renovação moral. A brincadeira é a atividade principal da infância, é uma rica fonte de comunicação, pois, até mesmo na brincadeira solitária, a criança imagina que está conversando com alguém ou com seus próprios brinquedos. Dessa maneira, a linguagem desenvolvida com ampliação do vocabulário e o exercício da pronúncia das palavras e frases. Tipos de brincadeiras segundo Piaget.

1. Brincadeiras solitárias: tudo deve ser explorado, pois no inicio brincar significa isto, a presença de outra pessoa não há interesse, brincar com diferentes coisas e pode estar em silêncio ou falar sozinha;

2. Brincadeira em paralelo: brinca ao lado de seus colegas, sem esforço para fazer contato, absorve-se na sua própria atividade, defendendo seus brinquedos se necessário;

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3. Brincadeiras com outros grupos: pode ser tranquilo ou tempestuoso de acordo com o grupo a qual se insere. No primeiro momento envolvem-se em fazer o que os outros do grupo estão fazendo para tornar-se membro do mesmo. Em outro momento, o interesse principal é conversar uns com os outros.

4. Brincadeiras cooperativas.

• Cooperação simples: podem constituir apenas a atividade conjunta para as crianças montarem objetos com pecas de encaixe ou fazer castelo de areia. A criança toma parte de atividades compartilhadas, fazendo as mesmas coisas, dividem brinquedos, espera a sua vez, trabalha com os outros.

• Cooperação complexa: neste tipo de brincadeira a criança assume diferentes papeis, esperam a vez, e toda atividade depende mais do desempenho conjunto do grupo. A criança brinca de faz de conta, participa também de jogos com regras complexas, a conversa gira em torno dos papeis representados.

Brincar é criar, criar uma forma não convencional de utilizar objetos, materiais, ideias, imaginar. É inventar o próprio tempo de espaço.

As crianças aprendem a brincar de faz de conta que é uma atividade essencial para p seu desenvolvimento. Elas aprendem brincando, interagindo com seus colegas, com objetos informados pela cultura no meio em que vivem.

Durante as brincadeiras as crianças desenvolvem o seu caráter lúdico, expressando pra ver da vivência do jogo como, por exemplo, quando uma criança finge que é um príncipe ou uma princesa.

O brincar e o jogo fortalecerão o desenvolvimento necessário dos pré-requisitos para a aquisição do conhecimento, aproximando a criança casa vez mais da realidade, sem que o professor a sufoque com conteúdos pedagógicos sem um valor significativo real. Dessa forma ela aprende a respeitar regras, aumenta o relacionamento social e a respeitar a si e ao outro. Se expressa com maior facilidade, passa a ter opiniões mais formadas, se torna uma pessoa mais alegre. Já em um ambiente sem

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motivação, os alunos não expressam seus sentimentos e se sentem intimidados em suas atitudes, com medo de passarem qualquer tipo de constrangimento. A brincadeira possibilita o desenvolvimento individual da criança, assumindo comportamentos mais avançados que aqueles vividos em seu cotidiano. É um importante processo psicológico, fonte de desenvolvimento e aprendizagem. É através desse ato que a criança se revela, ela consegue extravasar suas angústias, tristezas, agressividade como também, seu entusiasmo, alegrias e passividades.

Brincar não pode ser visto apenas como uma diversão, deve ser encarada como um método para facilitar na aprendizagem, em todos os aspectos. Deve fazer parte do plano de aula da escola.

Segundo RCNS (1998, p.27)

“A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vinculo essencial com aquilo que é o não brincar, se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação. Isso implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que ofereceu o conteúdo a realizar-se.”

A brincadeira gira em torno da espontaneidade e da imaginação. Deixa sempre um sorriso no rosto de cada criança.

No brincar introduz-se importantes funções, capazes de auxiliar a criança no desenvolvimento, na aprendizagem e na interação com o meio, sendo considerada uma característica do comportamento infantil. A criança, à medida que brinca, a criança aprende a agir, passa a ter iniciativas e autoconfiança.

Porém, do ponto de vista de Oliveira (2000), brincar não significa apenas recrear, mas sim desenvolver-se integralmente. Caracterizando-se como uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se

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consigo mesma e com o mundo, ou seja, o desenvolvimento acontece através de trocas recíprocas que se estabelecem durante toda sua vida.

Em relação ao benefício da brincadeira, Moraes (2001) relaciona a capacidade de concentração, o desenvolvimento da lógica e da linguagem da criança. As brincadeiras que envolvem números, charadas, utilizam o raciocínio lógico, o pensamento abstrato, o raciocínio rápido e junto, são combinadas com atividades que requeiram ação.

É permitido à criança vivenciar o lúdico através da brincadeira. Ela se descobre, aprende a realidade e torna-se capaz de desenvolver potencial criativo. Ao pensarmos em criança e infância, é automático lembrarmos-nos de educação infantil, sendo ela a primeira etapa da educação básica.

A educação infantil tem como finalidade o desenvolvimento absoluto das crianças até cinco anos e é nessa fase que as crianças descobrem novos valores, costumes, sentimentos, ocorrendo também o desenvolvimento da autonomia, da identidade e a interação com outras pessoas.

Alguns contextos escolares nem sempre dão oportunidade de brincar de forma adequada.

A educação infantil abrange qualquer forma de educação da criança. Se o brincar ajuda na aprendizagem, é necessário que os professores sejam a favor do lúdico.

De acordo com RCNEI, Brasil, (1998), a instituição de educação infantil é um dos espaços de inserção das crianças nas relações éticas e morais que permeiam a sociedade na qual estão inseridas.

A Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96,) intitula a instituição de ensino infantil que atende crianças de zero a três anos de idade de creche e, pré-escola a instituição que atende crianças de quatro a cinco anos de idade.

Ao frequentar a creche, as crianças aprendem a dividir, compartilhas brinquedos, espaços e os sentimentos.

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Na primeira fase da educação, a educação infantil atua sobre a interação e a brincadeira, fazendo com que a criança aprenda a se relacionar com outras crianças. Nessa fase, devem conter profissionais especializados, que valorizem a criatividade da criança e use materiais adequados em quantidade suficiente.

O professor da educação infantil precisa aumentar a criatividade, o entusiasmo, a alegria e observar as crianças no decorrer do brincar. É preciso que o professor compreenda o brincar da criança. Para isso, ele precisa ter um conhecimento teórico, prático, com capacidade de observação e muita vontade. Precisa estar em constante busca pelo novo.

Observando, o professor alcança importantes informações sobre brincar, definindo assim, critérios como: quanto tempo uma brincadeira envolve uma criança, as capacidades dos jogadores, o grau de criatividade, de autonomia, emoções, entre outros.

Observando brincadeiras, o professor tem condição de diagnosticar problemas como valores morais, comportamentos, conflitos emocionais e cognitivos.

Segundo Bomtempo, (1999), o professor não deve tolher a imaginação da criança, mas orienta-la, deixando que a brincadeira espontânea surja na situação de aprendizagem, pois é através dela que a criança se prepara para a vida em seus próprios termos.

O professor precisa estar atento enquanto as crianças estão brincando e orientá-las no seu expressar. Acreditando e entendendo que brincando a criança está aprendendo sobre seu mundo, eles poderão usar sua criatividade e por em prática ações educativas que facilitarão a aprendizagem. Eles têm como princípios estimular a brincadeira e convidar para esta atividade. A brincadeira é uma atividade livre, que não pode ser delimitada e que, ao gerar prazer, possui um fim em si mesmo. É uma atividade espontânea e que proporciona condições saldáveis para o seu desenvolvimento social. Possui flexibilidade para ensaiar novas combinações de ideias e de comportamentos.

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Vygotsky (1991), afirma que a brincadeira, mesmo sendo livre e não estruturada possui regras. Para o autor, todo tipo de brincadeira está embutido de regras, até mesmo o faz de conta possui regras que conduzem o comportamento das crianças. A criança que brinca de ser mãe assume comportamentos pré-estabelecidas pelo seu conhecimento de figura materna. A criança precisa do reconhecimento do seu tempo livre, de espaço, recursos adequados. Através do brincar, que é seu direito, ela vai se nutrir. É brincando que a criança se humaniza, aprendendo a combinar de forma efetiva a afirmação de si mesma. Na educação da criança é fundamental brincar. Ela tem a chance de exteriorizar seus sentimentos, exercitar sua iniciativa, assumir a responsabilidade de seus atos. Ela aprende a viver. A escola precisa dar condição de expressão e comunicação para que a criança tenha uma visão consciente do seu mundo e, essa condição se dá através do brincar. Precisa também haver o entendimento e compreensão dos pais para o real benefício do brincar. Quando há parceria da escola e família, a garantia de crescimento e desenvolvimento da criança é bastante satisfatória. Sem a brincadeira fica tedioso o processo da aprendizagem. É preciso que a construção se faça a partir do jogo, da imaginação, do conhecimento do corpo. É preciso conhecer as crianças, suas características, conhecer a metodologia, assim como a legislação que possibilite a formação de um cidadão. Sendo assim, a formulação de uma proposta pedagógica para a educação infantil pressupõe uma ampla reflexão teórica tendo como foco a própria criança e seu processo de construção como ser humano.

O jogo é o mais eficiente estimulador das inteligências. Permite que a criança realize tudo quanto deseja. Impõe o controle dos impulsos, a aceitação de regras. Brincando a criança se envolve na fantasia e constrói um atalho entre o mundo inconsciente, onde deseja viver, e o mundo real, onde precisa conviver.

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Para Huizinga (Apud ANTUNES,1198), o jogo não é uma tarefa imposta, não se liga a interesses materiais imediatos, mas absorve a criança, estabelece limites próprios de tempo e de espaço, cria a ordem e equilibra ritmo com harmonia.

No jogo simbólico a criança pode representar alguma coisa a um significado qualquer. É nesta etapa que ela exercita as regras para o convívio com as outras crianças.

É preciso conhecer e respeitar a criança. Buscar suportes teóricos e metodológicos, conhecer as suas atividades com o grupo, mediar conflitos.

A criança deve descobrir e conhecer seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, valorizando seus hábitos, aprendendo a cuidar da sua saúde e bem estar.

Deve ser criado um vínculo afetivo entre o adulto e a criança, incorporando a autoestima da criança e fazendo com que melhore sua comunicação e interação social, assim ela irá respeitar a diversidade e desenvolver atitudes de ajuda e colaboração.

A autoestima é caracterizada pela capacidade de se conduzir e tomar decisões por si próprias, respeitando suas regras e valores. Assim precisamos dar à criança a oportunidade de ter o poder de decisão dentro de seus limites.

Explorando o ambiente, brincando e expondo suas emoções, seus sentimentos, seus pensamentos, seus desejos, a criança fará uso das diferentes linguagens (escrita, oral, plástica, musical e corporal), compreendendo e sendo compreendida.

Segundo Vygotsky (1998), o sujeito se constitui nas relações com os outros, por meio de atividades caracteristicamente humanas, que são medidas por ferramentas técnicas e semióticas. Nesta expectativa, a brincadeira na infância assume uma posição especial para a análise do processo de formação do sujeito. A capacidade para imaginar, fazer planos, apropriar-se de novos conhecimentos surge, nas crianças, através da brincadeira. Através das atividades lúdicas, a criança atua, mesmo que

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simbolicamente, nas diferentes situações vividas pelo ser humano, reelaborando sentimentos, conhecimentos, significados e atitudes.

É importante também, que na pré-escola o espaço seja amplo, limpo, organizado, de fácil acesso e seguro. É necessário que as salas sejam adequadas às idades dos alunos, que tenham recursos variados, professores qualificados, com planos pedagógicos coerentes. É necessário, na educação infantil, que as crianças convivam em ambientes que possam manipular objetos, brinquedos e interagir com outras crianças e principalmente que possam aprender.

Na perspectiva de Vygotsky (2007), ainda sobre a relação do brincar, que concebe o mundo como resultado de processos históricos sociais que alteram, não só o modo de vida da sociedade, mas também o modo de pensar do homem, o jogo infantil e as brincadeiras são resultados de processos sociais.

Segundo Analecta (2008), o papel do brincar emerge na sociedade contemporânea para resgatar os valores mais essenciais dos seres humanos, todos fundamentais e indissociáveis, tais como:

• Ser potencial na cura psíquica e física;

• Forma de comunicação entre iguais e entre várias gerações;

• Instrumento de desenvolvimento e ponte para a aprendizagem;

• Possibilidade de resgatar o patrimônio lúdico-cultural nos diferentes contextos socioeconômicos;

• Potencialidade criativa;

• Inserção em uma sociedade regrada;

• Oportunidade de convivência com os outros, de se colocar no lugar do outro, de ganhar hoje e perder amanhã, de liderar e ser conduzido, de falar e de ouvir;

• Incentivo ao trabalho solidário, em equipe, a uma postura mais cooperativa e ecológica;

• Caminho do conhecimento e descoberta de potenciais ocultos;

• Estímulo à autonomia, à livre escolha, à transformação e à tomada de decisões.

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Brincar é considerado um dos meios mais favoráveis à construção do conhecimento e aprendizado.

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CAPÍTULO II

APRENDIZAGEM ATRAVES DA BRINCADEIRA

Muito se ouve que jogos não tem muita importância dentro das escolas, a não ser que seja na aula de Educação Física. Opinião puramente ligada à pedagogia tradicional.

É necessário compreender que o trabalho escolar deve ser mais que um jogo, mais que brincadeira e menos que um trabalho restrito. Um equilíbrio entre o prazer e o esforço, instrução e diversão, educação e vida.

O jogo deixa de ser apenas um divertimento e torna-se ponte entre a infância e a vida adulta. Vygotsky (1998) afirma que o jogo infantil transforma a criança, graças a imaginação, os objetivos produzidos socialmente. Também é um impulso natural da criança, servindo como um grande motivador, estimulando o pensamento, a ordenação de tempo e espaço. Integra várias dimensões da personalidade afetiva, social, motora e cognitiva. O objetivo social estimula a capacidade inventiva do educando, pois, aguçam a curiosidade, favorece o desenvolvimento das experiências, assegura a habilidade de aplicar os processos quantitativos dentro e fora da escola.

Na teoria de Ausubel, existem três tipos gerais de aprendizagem.

Aprendizagem psicomotora: envolve habilidades motoras simples.

Aprendizagem cognitiva: aprendizagem realizada através da aquisição de conhecimentos e informações e suas interpretações, tendo como base seus conceitos.

Aprendizagem afetiva/emocional: resulta dos sinais internos do indivíduo. Dependem do ambiente escolar, respeito e a valorização do aluno.

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A característica mais importante no processo da aprendizagem é a atividade daquele que aprende. Porém a aprendizagem só se faz através da participação do aluno.

Devemos procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver autoconfiança, a organização, concentração, atenção, raciocínio lógico-dedutivo e o senso cooperativo, desenvolvendo a socialização e aumentando as interações do indivíduo com outras pessoas.

O papel do professor é de incentivar para que a criança compreenda todas as etapas do processo. Ele deve estimular a compreensão da situação, fazendo com que o aluno descubra todos os seus aspectos, porém deixando a solução por conta dele. Orientando e estimulando a aprendizagem e a criatividade, o educador cria uma atmosfera dinâmica e criativa. Tudo precisa ser descoberto e construído pela criança através de incentivos e orientações.

Educar não é apenas passar informações, mas possibilitar que a criança tome consciência de si mesma. É fornecer ferramentas para escolha de caminhos. O professor é um intermediário entre as crianças e os objetivos de conhecimento, um parceiro experiente, podendo propiciar e garantir um ambiente agradável e saudável.

O professor precisa investigar o domínio que cada criança possui, assim como suas dificuldades, limitações, anseios, para dessa forma poder organizar sua proposta de ensino.

De acordo com Freire (1983):

“Cabe ao professor conhecer o seu aluno, as dificuldades e fatores que o cercam, para poder dispensar sobre ele um olhar diferente, crítico e amigo, um olhar que enxergue as reais possibilidades de aprendizagem e possa adotar metodologias também diferenciadas de ensino, oportunizando a todos chegarem ao seu objetivo.”

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Acredita-se que a afetividade ajuda mais a compreender e modificar o raciocínio do aluno, porém, temos muitos professore que preferem ensinar através da repetição, tornando uma aula maçante, fazendo com que o aluno se distancie, com isso perdendo a afetividade e a ternura que são necessários para a educação.

É necessária uma estabilidade emocional para haver um envolvimento com a aprendizagem, e uma maneira de aproximar o sujeito e o lúdico, seria através do afeto. O educador constrói uma relação com o grupo. Nesse grupo ela cria uma relação com cada criança em particular, pois cada um é um. Uma estratégia que foi eficiente para uma criança pode não ser com outra.

O conhecimento é uma construção pessoal, cada um tem seu próprio modo de aprender e raciocinar, chegando assim a uma conclusão.

A incorporação de brincadeira, jogos e brinquedos na prática pedagógica, podem produzir atividades que contribuem para a aprendizagem e para a ampliação de rede de significados construtivos para crianças e jovens.

Para Vygotsky (1998), o educador poderá fazer o uso de jogos, brincadeiras, histórias e outros, para que de forma lúdica a criança seja desafiada a pensar e resolver situações problemáticas, para que imite e recrie regras utilizadas pelos outros.

É possível entender que o brincar ajuda a criança no processo de aprendizagem. Pode contribuir tanto para o desenvolvimento infantil, como para o cultural. A prática lúdica possibilita que a criança se prepare para a vida, e é por esse motivo que pedagogos estão fazendo uso da brincadeira na educação, por ser um meio importante na formação da personalidade.

Gonzaga (2009) aponta

(...) a essência do bom professor está na habilidade de planejar metas para a aprendizagem das crianças, mediar suas experiências no uso das diferentes linguagens,

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realizar intervenções e mudar a rota quando necessário. Talvez, os bons professores sejam os que respeitam as crianças e por isso levam qualidade lúdica para a sua prática pedagógica.

O desenvolvimento e o aprendizado da criança ocorrem quando participa ativamente, discutindo as regras de jogos, propondo soluções para resolvê-los. É muito importante que o educador também participe que seja um incentivador da atividade, assim conseguirá detectar dificuldades e bloqueios, tendo a possibilidade de diminuir suas dificuldades, ajudando essa criança que se sente inferior e incapaz.

Devemos escolher jogos que estimulem a resolução de problemas, principalmente quando o conteúdo a ser estudado for abstrato, difícil e desvinculado da prática diária.

Os jogos trabalhados em sala de aula devem ter regras, e essas são classificadas em três tipos:

• Jogos estratégicos: onde são trabalhadas as habilidades que compõem o raciocínio lógico. Com eles, os alunos leem as regras e buscam caminhos para atingirem o objetivo final, utilizando estratégias para isso. O fator sorte não interfere no resultado.

• Jogos de treinamento: são utilizados quando o professor percebe que alguns alunos precisam de reforço em um determinado conteúdo e quer substituir as cansativas listas de exercícios. Neles, quase sempre o fator sorte exerce um papel preponderante e interfere nos resultados finais, o que pode frustrar as ideias anteriormente colocadas.

• Jogos geométricos: têm como objetivo desenvolver a habilidade de observação e o pensamento lógico. Com eles conseguimos trabalhar figuras geométricas, semelhanças de figuras, ângulos e polígonos.

O professor deve ocupar um horário, dentro do seu planejamento de modo a permitir que todo potencial dos jogos seja explorado, assim como processos de solução, registros e discussões sobre possíveis caminhos que poderão surgir.

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Uma questão importante para o educador, é o registro escrito de suas observações, a respeito dos jogos e brincadeiras. Os jogos se convenientemente planejados, são um recurso pedagógico eficaz para a construção do conhecimento. Ele ajuda no desenvolvimento psicomotor, isto é, desenvolvimento da motricidade fina e ampla, assim como no desenvolvimento habilidades do pensamento, na imaginação, interpretação, etc. A criança precisa brincar para manter seu equilíbrio com o mundo. Brinquedos não são só para lazer, mas elementos enriquecedores para originar a aprendizagem. É por meio de brincadeiras e jogos, que a criança encontra suporte para superar seus bloqueios. Campos (2011), destaca que os professores precisam estar cientes de que brincadeira é necessária e que traz enormes contribuições para o desenvolvimento da habilidade de aprender a pensar. Para isso, é importante que o professor providencie um ambiente adequado para o jogo infantil, a criação do espaço e tempo é uma parte importante. Ele precisa organizar esse espaço para que torne possíveis as várias formas de jogos.

Os jogos podem ser utilizados para introduzir, amadurecer conteúdos e preparar o aluno para aprofundar os itens já trabalhados.

No ensino da Matemática, os jogos estimulam não só o desenvolvimento do raciocínio lógico matemático, como também propiciam a interação entre diferentes formas de pensar. O jogo permite ao aluno vivenciar uma experiência com características socais e culturais, a aquisição de regras, o trabalho em grupo, a expressão do imaginário e assimilação do conhecimento. Além disso, as brincadeiras e os jogos são indispensáveis para que haja uma aprendizagem com divertimentos, que proporcione prazer no ato de aprender e que facilite as práticas pedagógicas em sala de aula. Os erros podem ser revistos de forma natural durante os jogos, sem deixar marcas negativas.

O professor deve encorajar a criança a pensar, estimular o seu desenvolvimento mental, organizando atividades que estimulem a criança pensar numa relação de inclusão e exclusão.

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Para Vygotsky (1998), jogos e brincadeiras são atividades específicas da infância, onde a criança reestabelece a realidade usando sistemas simbólicos. Em sua visão, o jogo simbólico é como uma atividade típica da infância e de grande importância ao desenvolvimento infantil, ocorrendo a partir da aquisição da representação simbólica, estimulada pela imitação. O jogo pode ser visto como uma atividade muito importante. O aprendizado começa bem antes de ela frequentar a escola.

Na psicologia cognitiva, a criança cria um conceito através de um processo lento e gradual. Por meio de jogos, em atividades manipuláveis e de exploração espontâneas e intuitivas.

Ao brincar com liberdade com objetos e materiais percebem-se as diferenças e semelhanças, podendo afirmar que a criança aprende muito mais quando está brincando e jogando. Dessa forma, a criança é estimulada a pensar por si própria.

O trabalho com jogos e brincadeiras em sala de aula, nos traz alguns benefícios, tais como:

• Conseguimos detectar os alunos com dificuldades reais;

• O aluno demonstra para seus colegas e professores se o assunto foi bem assimilado;

• Durante o desenrolar de um jogo, observamos que o aluno se torna mais crítico, alerta e confiante, expressando o que pensa, elaborando perguntas e tirando conclusões sem necessidade da interferência ou aprovação do professor.

• Não existe o medo de errar, pois o erro é considerado um degrau necessário para se chegar a uma resposta correta.

• O aluno se empolga com o clima de uma aula diferente, o que faz com que aprenda sem perceber.

Porém, são necessários alguns cuidados ao escolher os jogos a serem aplicados.

• Não tornar o jogo algo obrigatório;

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• Escolher jogos em que o fator sorte não interfira nas jogadas, permitindo que vença aquele que descobrir as melhores estratégias;

• Utilizar atividades que envolvam dois ou mais alunos para oportunizar a interação social.

• Estabelecer regras, que podem ou não ser modificadas no decorrer de uma rodada.

• Trabalhar a frustração pela derrota na criança, no sentido de minimiza-la.

• Estudar o jogo antes de aplicá-lo.

As brincadeiras e jogos de queda livre são muito utilizados pelas crianças, desde o momento que começa a andar. A criança cai inúmeras vezes até conseguir vencer a gravidade e ter postura. Nesses jogos, a criança não controla a queda, não controla seu movimento, não tendo sensações nem percepções dos parâmetros externos. A finalidade é muito importante, trabalha intensamente o tônus, o equilíbrio e as emoções.

As habilidades de coordenação, de equilíbrio, são colocadas à prova através dos jogos de precisão. Também facilitam às crianças a possibilidade de se medirem com relação aos outros, de sentirem o prazer de controlar seu corpo e aperfeiçoar suas capacidades.

Pode-se considerar também, os jogos sonoros, utilizando a música. A música pode ser introduzida em momentos concretos para reforçar uma atividade pontual. Todas as ações representam para a criança uma grande alegria e emoção, na qual todo o seu corpo está envolvido. É evidente o interesse pelos jogos sonoros realizados com os instrumentos de percussão.

Através dos jogos e brincadeiras, a criança tem a possibilidade de aprender com prazer, utilizando os objetos dinamicamente, como referência à atividade motora. As experiências motoras que a criança vive, ajudam a unificar a imagem global de seu corpo, especialmente as de equilíbrio e desequilíbrio, uma vez que mobilizam todo o corpo e necessitam de uma coordenação global.

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O prazer sensório motor, é uma das principais fontes de evolução para a criança.

Kishimoto (1997), ao analisar o papel do jogo na educação infantil, diferencia brinquedo e material pedagógico. Baseia-se na natureza dos objetos da ação educativa.

“Ao permitir a manifestação do imaginário infantil por meio de objetivos simbólicos dispostos intencionalmente, a função pedagógica subsidia o desenvolvimento integral da criança. Neste sentido, qualquer jogo empregado na escola, desde que respeite a natureza do ato lúdico, apresenta caráter educativo e pode receber também a denominação geral do jogo educativo.”

No jogo há uma relação entre o conhecimento e o imaginário, desenvolvendo-se a autoconfiança e o conhecimento do outro e aprendendo a lidar com situações complexas.

O brincar promove desenvolvimento, pois está impregnado de aprendizagem. Isto acontece porque a criança, quando brinca de forma dirigida, passa a lidar com regras que permite a compreensão do conhecimento, permitindo novos elementos para aprender o conhecimento que virá.

As regras são importantes para o desenvolvimento do pensamento lógico, pois a aplicação sistemática das mesmas, encaminha à deduções. Devem ser apresentados aos jogadores antes da partida e preestabelecer os limites e possibilidades de ação de cada jogador.

Ainda há dúvida sobre se o jogo é ou não educativo, se deve ou não ser usado com fins didáticos. O professor precisa, à cima de tudo, se preparar e ter consciência de que seu trabalho é organizar situações de ensino de modo que possibilite ao aluno, perceber o significado do conhecimento a ser aprendido.

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De acordo com Sahda M. Ide, citada por Kishimoto (1997), fala que: “os jogos educativos, didáticos e brincadeiras, estão orientados para estimular o desenvolvimento cognitivo e são importantes para o desenvolvimento do conhecimento escolar. São fundamentais para a criança por iniciá-lo em conhecimentos e favorecer o desenvolvimento mental.”

Precisamos ter consciência de que os sujeitos, ao aprenderem, não o fazem como puros assimiladores de conhecimentos, mas sim que, nesse processo, existem determinados componentes internos que não podem deixar de ser ignorados pelos educadores.

Para a aprendizagem é necessário que o aluno tenha um determinado nível de desenvolvimento.

As situações de jogos são consideradas parte das atividades pedagógicas, justamente por serem elementos estimuladores de desenvolvimento.

É esse raciocínio de que os sujeitos aprendem através dos jogos, que nos leva a utilizá-los em sala de aula.

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CAPÍTULO III

O LÚDICO E A EDUCAÇÃO INFANTIL

O lúdico se expressa desde os primitivos nas atividades de dança, caça, pesca, lutas. Platão afirmava que os primeiros anos de vida da criança deveriam ser ocupados por jogos.

Todo jogo e toda brincadeira presume uma cultura exclusiva que pode ser classificadas como cultura lúdica, um conjunto de maneiras de agir que tornam a ação do jogo possível. Kishimoto afirma que “dispor de uma cultura lúdica é dispor de um número de referências que permitem interpretar como jogo atividades que poderiam não ser vistas como tal para outras pessoas”.

A cultura lúdica define o andamento e o desenrolar da brincadeira, é fruto de uma interação social e está ligada a cultura geral de onde e de quem se brinca.

Assim que a criança entende e domina essa cultura lúdica e brinca, se envolve em várias maneiras de brincar. No momento que inicia a construção do faz de conta, ela passa a utilizar e definir para os objetos outras funções. Por exemplo, quando brinca com um cabo de vassoura acreditando ser um cavalinho. A construção da brincadeira e da imaginação traz para a criança resultados importantes ao seu desenvolvimento. Quando entra no mundo do imaginário ela faz uma separação dos campos de percepção e da motivação. Ela passa a interpretar.

De acordo com o pensamento de Soler (2003) não se pode mais conceber que uma pessoa que passa pela escola saia sem entrar em contato com valores humanos essenciais, e que depois, fora da escola, comete atos grotescos, pois, a escola deve ensinar para além da Matemática, Língua Portuguesa, Educação Física, enfim, deve ensinar a pessoa a ser feliz e fazer as outras pessoas felizes.

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Ao resgatar a ludicidade dentro da educação, é buscar a construção de bases através de práticas e vivências, possibilitando que o aluno modifique seu foco de atenção.

O desenvolvimento de atividades lúdicas, no processo educativo, deve ser considerado como prioridade no planejamento de atividades pedagógicas.

É preciso enxergar o verdadeiro valor do lúdico em sala de aula, entendendo aí toda a prática cotidiana do aluno, percebendo que é na educação infantil que as crianças são capazes de construir a aprendizagem através do ato de brincar, sendo criativa e fazendo uso de seu potencial de imaginar situações de representações simbólicas entre o mundo real e o mundo a ser construído.

Muitas escolas tem didatizado a atividade lúdica das crianças, limitando-a a exercícios repetidos de discriminação viso motora e auditiva, por meio e brinquedos, desenhos coloridos e mimeografados e músicas ritmadas. Dessa forma a organização independente das crianças para a brincadeira é bloqueada, fazendo com que fique mais infantil, como se sua ação simbólica servisse apenas para facilitar a transmissão de determinada visão do mundo.

Isso nos faz refletir sobre o devido uso dos materiais pedagógicos com intenção lúdica, com os quais podem ser desenvolvido em trabalho envolvendo as brincadeiras, permitindo que as crianças se expressem de forma espontânea.

Percebe-se que os professores, principalmente da educação infantil, preocupam-se em antecipar a alfabetização da criança, diminuindo seu espaço e tempo de brincar. Eles necessitam trabalhar mais as brincadeiras, os jogos, a coordenação motora, realizando um trabalho pedagógico mais focado na infância, trazendo benefício à criança e contribuindo para uma formação de excelência.

Sem dúvida o lúdico possibilita um favorável crescimento da criança.

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Estamos hoje incluídos numa sociedade informatizada, necessitando de pessoas que criem suas próprias opiniões, sendo ativos, dinâmicos e o lúdico é de grande ajuda no desenvolvimento cognitivo, físico, afetivo e outros aspectos.

Froebel foi quem iniciou os estudos para o processo de transformação da criança através do lúdico. Com ele o jogo passou a fazer parte da educação infantil. Apresentava uma proposta curricular de grande importância para o ato de brincar. Ainda contribuiu para o grande valor das brincadeiras livres e trouxe o jogo como parte indispensável do trabalho pedagógico. Porém, ao mesmo tempo, destacou a necessidade de supervisão do professor para os jogos dirigidos.

O papel do professor é muito importante, pois ele é quem cria o espaço adequado, oferece os materiais e coloca em prática a brincadeira, quer dizer, ajuda na construção do conhecimento. O material precisa ser suficiente e diverso.

Santos (2008) destaca que enriquecer e valorizar os jogos realizados pelas crianças é outra função do educador, uma observação atenta pode indicar aos professores, que sua participação seria interessante para enriquecer a atividade desenvolvida introduzindo novos personagens ou novas situações que torne o jogo mis rico e interessante para as crianças, interessando-se por elas, animando-as pelo esforço.

O professor poderá estimular à imaginação e o interesse dos alunos dando início à aula com a seguinte pergunta: Quem quer brincar de...? Ou ainda iniciar com um jogo com música, com poesia, com cânticos, com dramatizações, com adivinhas. Que seja no princípio da aula, no decorrer do dia ou até mesmo no final do dia. O importante é que o lúdico se faça presente, fazendo parte do processo ensino-aprendizagem. Não deixando de lembrar, que as brincadeiras podem ser usadas de forma alternativa para obter valores e conhecimentos para uma boa formação pessoal.

O ponto principal da infância é o brincar, sendo uma das formas para o crescimento, e por ser dinâmico, o brinquedo dá oportunidade ao surgimento de comportamentos, padrões e normas espontâneas.

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Brincando as crianças têm algumas de suas carências satisfeitas, progredindo no transcorrer do seu desenvolvimento.

Em um mundo em que a criança é um indivíduo em transformação social, o conceito de criança dada por educadores e estudiosos da infância, destaca a grande participação dela na sociedade. A criança “como todo ser humano é um sujeito social e histórico que faz parte de ma organização familiar que está inserida numa sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico” (RCNEI, 1998). Sendo assim, ela tem parcela na construção de sua identidade social.

Fazendo parte de uma sociedade organizada, ela interage com o meio onde vive, ao mesmo tempo sofre influência, podendo ser positivas ou negativas, interferindo ou não em seu desenvolvimento.

A formação da criança é influenciada através das trocas sociais, em função disso com as práticas educacionais à qual irá ser submentida. Caso não ocorra a interação entre a criança e o meio, o desenvolvimento ficará prejudicado.

A escola tem como um dos principais objetivos proporcionar a socialização, sendo assim, não deve deixar as crianças isoladas em suas carteiras. Os trabalhos em grupos devem ser incentivados, as trocas de ideias, cooperação que acontece tudo acontece por ocasião dos jogos.

A criança enxerga o jogo como uma atividade dinâmica, satisfazendo sua necessidade. Dessa forma, quando se observa o comportamento de uma criança brincando ou jogando, é possível compreender o quanto ela desenvolve sua capacidade.

Sendo assim, o elemento que separa um jogo pedagógico de outro de caráter apenas lúdico é, desenvolver o jogo pedagógico com o propósito de provocar aprendizagem significativa, encorajar a construção de novo conhecimento e principalmente estimular o desenvolvimento de uma habilidade operatória.

O jogo é uma ferramenta fundamental para a aprendizagem.

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Com o passar do tempo, o jogo e a brincadeira vão evoluindo, mudando de acordo com os interesses da faixa etária, conforme a curiosidade de cada criança.

Quando está brincando, a criança se comporta como se fosse maior do que é na realidade, realizando de maneira simbólica, o que mais tarde realizará na vida real.

Ao recorrer ao jogo, o educador estará criando uma atmosfera de motivação permitindo, dessa maneira, que seus alunos tenham uma participação ativa no processo ensino aprendizagem.

Os jogos precisam ser bem planejados. Neste enfoque Antunes (1998) destaca: “Jamais pense em usar os jogos pedagógicos sem um rigoroso e cuidadoso planejamento, marcado por etapas muito nítidas e que efetivamente acompanhem o progresso dos alunos, e jamais avalie qualidade do professor pela quantidade de jogos que emprega, e sim pela qualidade dos jogos que se preocupou em pesquisar e selecionar”.

Aplicados com objetivos educacionais, o jogo pode desenvolver a inteligência, os sentidos, habilidades artísticas e estéticas, afetivas e o relacionamento social, o que pode ser usado na aplicação da teoria das inteligências múltiplas.

O professor deve ter seus objetivos bem claros. Se ele pretende ter um diagnóstico do comportamento do grupo em geral e dos alunos de forma individual, é possível a partir do jogo, ter essa informação. Mas, o que pretende é estimular o desenvolvimento de determinadas áreas ou promover aprendizagens específicas, o jogo pode ser usado como um material de desafio cognitivo.

A aprendizagem do aluno depende muito da motivação. Suas necessidades e interesses são mais importantes que qualquer outra coisa. Deve-se levar em conta a realidade de cada grupo de criança, a partir de atividades que constituam desafios e seja ao mesmo tempo de grande significado e capaz de promover a descoberta, o interesse, a criatividade e seu senso crítico.

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É importante que se planeje atividades que envolvam observações, mas para que isso aconteça é necessário que seja estabelecido dialogo entre professores e alunos, par que dessa forma a criança possa expressar aquilo que já sabe.

A observação e o registro que o professor faz de seus alunos é uma fonte importante para o planejamento de atividades significativas e eficientes.

Outro método também a ser trabalhado é, propor atividades que estimulem a curiosidade das crianças, como troca de bilhetes ou desenhos entre o grupo, estimulando assim, a escrita, a percepção e a comunicação.

Os educadores, de uma maneira geral, sentem dificuldade para passar muitos conhecimentos, que poderiam ser transmitidos de uma maneira mais fácil, se usasse brincadeiras lúdicas para este fim, portanto, adquirir conhecimento de forma lúdica pode propiciar benefícios para os alunos. Sendo direcionadas, as brincadeiras ofertam às crianças um ambiente agradável e interessante. Porém, para que a aprendizagem seja possível, é preciso que o educando e o educador estejam engajados, o professor deve ser o mediador/facilitador para a aprendizagem infantil.

Ao propor atividades lúdicas, o professor, deve fazê-la com entusiasmo e motivação. Não cooperando com os alunos, não despertará interesse, gerando uma frustração por ambas as partes, e assim, tornará a aula desagradável e improdutiva.

Uma das tarefas da educação escolar é contribuir para a formação da personalidade. O professor poderá beneficiar a construção de algumas características, competências e habilidades nos alunos, como a autoestima positiva, a capacidade de comunicação, de liderança e de colaboração em grupo.

O jogo permite uma assimilação e apropriação da realidade humana pelas crianças, já que este “não surge de uma fantasia artística, arbitrariamente construída no mundo imaginário da brincadeira infantil; a própria fantasia da criança é engendrada pelo jogo, surgindo precisamente neste caminho pelo qual a criança penetra na realidade”.

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Percebe-se que a imaginação da criança é mais rica do que a do adulto. A infância é a idade de maior desenvolvimento da fantasia. À medida que vai crescendo, a imaginação da criança vai diminuindo, junto com sua fantasia. Goethe dizia que as crianças podem fazer de tudo, e essa falta de pretensões e exigências da fantasia infantil, que já não está livre na pessoa adulta, foi interpretada frequentemente como liberdade ou riqueza da imaginação infantil (...). Junto, isso serviu de base para confirmar que a fantasia funciona na infância com mais riqueza e variedade do que na idade adulta.

O ato de imitar pode ser vista como um dos meios para o aprendizado. Dessa forma a criança pode ultrapassar seus limites. Por esse motivo, a importância do professor criar situações que permitam a imitação da criança, pois através da imitação haverá a reconstrução dos conhecimentos. Porém, não é uma imitação mecânica de cópia do aluno.

Através do ato de brincar a criança adquire a capacidade e simbolização, dessa maneira ela se permite vencer a realidade angustiante e reprime medos instintivos.

Segundo Piaget a criança participa ativamente do seu desenvolvimento. E é só depois do desenvolvimento que surge a aprendizagem. Primeiro a criança amadurece, logo após a aprendizagem acontece. Piaget criou uma classificação de acordo com a evolução das estruturas mentais humanas e como o lúdico aparece em cada período do desenvolvimento.

Os primeiros símbolos lúdicos aparecem a partir do período sensório-motor (de 0 a 1/2 anos), e constituem jogos simples. Com o desenvolvimento do pensamento verbal e intuitivo (dos 2 aos 6/7 anos), os jogos vão adquirindo características mais complexas. Ainda com a evolução do desenvolvimento, apresenta as características dos jogos infantis classificando-os em jogos de exercícios, simbólicos e de regras.

Infelizmente ainda existem escolas com aprendizagem baseada em métodos mecânicos e abstratos. Durante as aulas a imobilidade, o silêncio e a disciplina rígida. Esse tipo de escola, as atividades lúdicas são

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descartadas. Os jogos são encarados apenas como disputa, competição, fruto da imaginação, descartando o valor pedagógico.

O jogo não pode ser visto e nem confundido apenas como competição, principalmente com pessoas da área da educação infantil.

O jogo é um excelente recurso para facilitar a aprendizagem, neste sentido, Carvalho (1992) afirma que:

(...) desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental importância, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, através de esforços físicos e mentais, sem se sentir coagida pelo adulto. Começa a ter sentimentos de liberdade, portanto, real valor e atenção às atividades vivenciadas naquele instante.

Quando se fala em lúdico e no brincar não estamos falando de algo sem importância, mas de uma ação feita pela criança de forma espontânea. Utilizar metodologia lúdica atrai a criança e motiva sua participação. Dessa forma ela se torna uma pesquisadora consciente.

Deve-se tomar cuidado para não considerar a atividade lúdica como único e exclusivo meio de ação. O jogo é uma alternativa de grande significado e importância, mas sua utilização não exclui outros caminhos metodológicos. Fica a cargo do professor saber qual é o momento oportuno para a utilização de cada jogo.

O professor pode sugerir que os alunos tragam atividades lúdicas que realizam na comunidade, dando a oportunidade de conhecer melhor o universo de suas crianças. Tendo um conhecimento maior de sua turma, ele poderá enriquecer as atividades lúdicas do grupo.

O plano do lúdico é promover uma alfabetização significativa na educação, é juntar o conhecimento através das características do conhecimento do mundo. O rendimento escolar é promovido. Pode-se dizer, também, que é ao mesmo tempo estratégia e ação, pois envolve diferentes formas de relação da criança com a realidade, capaz de

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comandar o desenvolvimento e a transformação dos envolvidos no processo da educação. O lúdico aponta como resgate e possibilidade de desenvolver, de uma maneira prazerosa, essa criança, num contexto pedagógico.

Aqui no Brasil estão surgindo bons livros para esta ferramenta educacional, portanto não é difícil preparar uma atividade. O que precisa é de profissionais que acreditem nessa ferramenta que é muito útil e vantajosa. O professor precisa se divertir com a atividade para que seus alunos sintam prazer e alegria.

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Conclusão

Diante de todas as informações obtidas nessa pesquisa, pode-se perceber que jogos e brincadeiras são importantes recursos para enriquecer um conteúdo aplicado em sala de aula, são consideradas atividades privilegiada e fundamental que garante a interação e construção do conhecimento da criança. Vemos que a criança aprende enquanto brinca e, aprende de uma forma prazerosa. Ela estabelece com jogos e brincadeiras uma relação natural, feliz e consegue dessa forma extravasar suas tristezas, timidez, alegrias, angústias, entusiasmos, passividades e agressividades. Aprende a dividir e a ser mais cordial.

A brincadeira, o brinquedo e o jogo, são de grande importância como mecanismo para desenvolver a memória, a linguagem, a atenção, a percepção, a criatividade e a habilidade.

Sabemos que jogos são importantes para a aprendizagem na escola, mas antes disso são importantes para a vida. Ao brincar e jogar a criança estará tendo oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis à sua futura atuação profissional, tais como atenção, afetividade, o hábito de concentrar-se, e outras habilidades. Ainda contribuem para o desenvolvimento das estruturas psicológicas e cognitivas do aluno.

Ao trabalhar com jogos em sala de aula, além de propiciar ao aluno uma fixação no conteúdo aplicado, traz para o aluno e professor uma maior aproximação, facilitando mais ainda a compreensão do que se deseja.

A introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar é muito importante, pois quando envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e dinâmico o processo ensino-aprendizagem.

Conclui-se que o lúdico voltado para as crianças, facilita a aprendizagem e o desenvolvimento integral nos aspectos físico, social, cultural, afetivo e cognitivo. Desenvolve como um todo. Dessa forma, a educação infantil deve considerar o lúdico como um aliado e utiliza-lo

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amplamente para atuar no desenvolvimento e na aprendizagem da criança. Porém, é lamentável ver que ainda existem muitas escolas que não fazem uso desse método. O que se percebe são crianças com pouca criatividade e coordenação motora fraca. Crianças individualistas e egoístas.

Muitos professores chegam nas escolas com muita garra e criatividade mas, são impedidos de aplicar o que sabem por conta de escolas totalmente tradicionais. O professor se sente engessado e acaba perdendo o ânimo e o gás inicial.

Sendo assim, escolas e professores devem dar oportunidade ao crescimento da criança de acordo com seu nível de desenvolvimento, oferecendo um ambiente de qualidade que estimule as interações sociais, para que ela venha construir o seu próprio processo de aprendizagem.

Cabe também ao profissional a responsabilidade em propiciar momentos bem planejados, envolvendo a brincadeira. Precisa organizar, participar, incentivar, encorajar e observar, fazendo com que a criança desenvolva sua autonomia.

A criança precisa sentir prazer ao chegar na escola, sabendo que terá mais um dia brilhante e cheio de novidades.

Por esse motivo precisa ser repensado em relação a formação dos educadores que lidam, principalmente, na educação infantil. Eles precisam ter mais conhecimento sobre a ludicidade nas escolas.

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