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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A importância do marketing de relacionamento como estratégia
competitiva nas organizações do varejo.
Por: Rafael Alves Couto
Orientador
Prof. Jorge Vieira
Rio de Janeiro
2014
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A importância do marketing de relacionamento como estratégia
competitiva nas organizações do varejo.
Apresentação de monografia à AVM
Faculdade Integrada como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão de
Varejo.
Por: Rafael Alves Couto
3
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo passar o conceito de marketing de
relacionamento, explicando o que é, para que serve e como funciona. Mostra
como os clientes gostam de serem tratados, suas vantagens e benefícios. À
medida que o tempo de operação no mercado avança, as empresas buscam
cada vez mais aprimorar a qualidade nos relacionamentos com seus clientes, o
que é feito através de medidas e diferenciais mercadológicos. Além de
conquistar novos clientes visa manter os clientes já conquistados, dessa forma
os tornando fiéis na empresa. A operacionalização do Marketing de
Relacionamento através da utilização dos dados coletados de clientes, se feito
de uma forma eficiente, se mostra um processo eficaz para alcançar bons
resultados para a organização junto dos clientes. Os benefícios são para
ambas as partes, o cliente ganha, por comprar produto de qualidade com um
bom preço e um ótimo atendimento e a empresa ganha a satisfação deste
cliente, mas isso não será possível se ambas as partes não prestarem
atenção, o cliente na empresa e a empresa no cliente.
4
METODOLOGIA
A elaboração desta pesquisa irá verificar o uso das metodologias
através de pesquisa bibliográfica, que possa mostrar e esclarecer os
propósitos em relação à importância do cliente na estratégia de vendas e a
satisfação dos mesmos, centrada nas contribuições teóricas de vários autores
e artigos publicados, além de estudos de caso, envolvendo empresas no
processo de atendimento ao cliente, apresentação de pesquisas com o
objetivo de mensurar o grau de satisfação dos mesmos.
5
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I - O foco é o cliente! 08
1.1 Conheça seu cliente 09
1.2 A satisfação do cliente 09
1.2.1 Pesquisas de satisfação 10
1.3 O relacionamento entre cliente e empresa no Brasil 11
1.3.1 O estado interferindo na relação cliente x empresa 12
1.3.2 As redes sociais na relação entre empresas e clientes 13
CAPÍTULO II - Marketing de Relacionamento 14
2.1 A evolução dos processos de Marketing 15
2.2 Estratégias do Marketing de relacionamento 15
2.2.1 Suporte a força de vendas 17
2.2.2 Cross-sell, Up-sell, Re-sell 18
2.2.3 Geração de Leads 19
2.3 Pesquisas de mercado no Marketing de Relacionamento 21
2.3.1 Pesquisa por grupos qualitativos 22
2.3.2 Pesquisas quantitativas 22
2.4 Bancos de dados 22
2.5 Marketing um a um 23
2.5.1 Personalização em massa 25
CAPÍTULO III – CRM gerando negócios 26
3.1 A filosofia da gestão do relacionamento 27
3.2 O gerenciamento do CRM 28
3.3 CRM e suas finalidades 30
3.4 O processo de implantação do CRM 31
3.4.1 Marketing em sistemas CRM 32
6
3.4.2 A implantação dos softwares 33
3.4.3 ECR – Resposta eficiente ao consumidor 35
3.4.4 A principais ferramentas de CRM 36
3.5 E-CRM – Relacionamento digital 38
3.5.1 Os sistemas multicanal 39
3.6 Vantagens de um sistema CRM 40
CONCLUSÃO 41
ANEXOS 43
BIBLIOGRAFIA - WEBGRAFIA CONSULTADA 50
FIGURAS
FIGURA 1 - Método NPS (Net Promoter Score) 11
FIGURA 2 - Geração de Leads e o funil de vendas 20
FIGURA 3 - CRM versus Marketing de Massa 25
FIGURA 4 - Resultados do ECR 35
FIGURA 5 - As cinco maneiras de fusão CRM – ORACLE 36
FIGURA 6 - Microsoft Dynamics CRM 37
ANEXOS
ANEXO I - Estudo de caso Mídias sociais Starbucks 43
ANEXO II - Case – Satisfação do cliente Tory Burch 44
ANEXO III - Artigo - Os 4 “Cs” do Marketing 46
ANEXO IV - Gráfico - Satisfação e recomendação geral por região 49
7
INTRODUÇÃO
Em um mercado no qual a concorrência não dá chance aos erros,
organizações que não evoluem são suprimidas. A relação com os clientes
nestes cenários complexos se tornam imprescindíveis, pois para que estes
permaneçam fiéis à firma, depende de como criam laços e vínculos de
interação que proporcione valor. Ganham as empresas que oferecem maiores
valores e satisfação do que a concorrência.
Toda empresa é constituída por um conjunto de recursos que compõem
sua estrutura, sejam recursos financeiros, físicos ou humanos, que devem
estar sintonizados. Isso significa elevar a probabilidade de atingir bons
resultados e, consequentemente, de obter sucesso empresarial. Mais do que
nunca as empresas dependem da qualidade do atendimento ao cliente como
fator diferenciador para seu sucesso. É notório que clientes satisfeitos voltam e
pagam um pouco mais pelo valor adicional que recebem.
Partindo dessa necessidade foi que surgiu o Marketing de
Relacionamento que tem como objetivo renovar este conceito de maneira mais
forte e mais abrangente, desenvolvendo técnicas para reforçar a relação da
empresa com o cliente, permitindo uma base maior de conhecimento das suas
necessidades. E, explorando essa base de conhecimento, a empresa será
capaz não somente de atender as necessidades dos clientes como também,
anteciparem-se as elas.
“Relacionamentos são parte importante do Marketing, área de negócios
que centraliza no atendimento dos desejos e necessidades dos consumidores.”
Kotler (1998, p.90)
Em síntese, num mundo marcado por excesso de similaridades entre
empresas e produtos, a grande vantagem do Marketing de Relacionamento é a
capacidade de trazer para o consumidor um motivo concreto para escolher a
uma marca em detrimento das outras.
8
CAPÍTULO I
O FOCO É O CLIENTE!
Conhecer o seu cliente melhora o processo de venda, seja de um
produto ou serviço. Ao levantar as informações sobre cada cliente, a empresa
terá a chance de oferecer produtos/serviços e atendimento mais
personalizados e de acordo com as necessidades específicas de cada um.
O atendimento está diretamente ligado aos negócios que uma
organização pode ou não realizar, de acordo com suas normas e regras. “O
atendimento estabelece dessa forma uma relação de dependência entre o
atendente, a organização e o cliente”. (CARVALHO, 1999, p.233).
Segundo Kotler (2000), o atendimento ao cliente envolve todas as
atividades que facilitam aos clientes o acesso às pessoas certas dentro de
uma empresa para receberem serviços, respostas e soluções de problemas de
maneira rápida e satisfatória. Para tanto é necessário que o atendente de uma
empresa conheça os requisitos básicos para um bom atendimento ao cliente. A
qualidade no atendimento é a porta de entrada de uma empresa, onde a
primeira impressão é a que fica.
pode-se presumir que sempre haverá necessidade de
algum esforço de vendas, mas o objetivo do marketing é tornar
a venda supérflua. A meta é conhecer e compreender tão bem
o cliente que o produto ou o serviço se adapte a ele e se venda
por si só. O ideal é que o marketing deixe o cliente pronto para
comprar. A partir daí, basta tornar o produto ou o serviço
disponível.
Peter Drucker, citado por Kotler(2000, p30)
9
1.1 – Conheça seu cliente
Para BRETZKE (2002), ”não é possível estabelecer uma relação com
alguém que não conseguimos identificar”. Assim, é absolutamente crítico
conhecer os clientes individualmente, com o maior número de detalhes e ser
capaz de reconhecê-los em todos os pontos de contato e assim diferenciar
cada cliente criando certa personalização em cada atendimento e potencial
negócio.
Os clientes podem ser diferenciados por seu nível de valor ou pela
necessidade que tem dos produtos ou serviços oferecidos pela empresa, o que
ajuda a definir os critérios e a estratégia para “aproveitar” melhor o cliente,
tornando a relação de negócios duradoura.
1.2 – A satisfação do cliente
Para se descrever o que é satisfação para um cliente ao comprar um
produto ou um serviço, Kotler (2000), define que ”a satisfação consiste na
sensação de prazer ou desapontamento resultante da comparação do
desempenho (ou resultado) percebido de um produto em relação às
expectativas do comprador”. O autor ainda reforça que a satisfação é função
do desempenho e das expectativas percebidos.
Algumas empresas possuem a cultura de envolver seus clientes por
meio de ações que criam e administram a expectativa do cliente, buscam
descobrir e atender aos desejos e solicitam constantemente a avaliação de
seus clientes para medir a satisfação, levando em conta este resultado como
determinante para o sucesso ou fracasso da equipe de vendas e da empresa
como um todo.
Segundo Kotler (1998), a empresa de hoje precisa ter em mente que
clientes satisfeitos permanecem na empresa por mais tempo, compram mais e
falam favoravelmente da organização.
10
1.2.1 – Pesquisas de satisfação
“A satisfação de clientes é uma avaliação pós-consumo da qualidade
percebida em relação à qualidade esperada” (ANDERSON, FORNELL E
LEHMANN,1994).
Ao elaborar um questionário, a empresa deverá ter claros quais os
aspectos serão avaliados sobre a empresa. Esses aspectos variam de acordo
com a área de atuação e o público alvo do negócio, são comuns a diversos
segmentos a avaliação do atendimento, qualidade e variedade de produtos ou
serviço oferecidos, preços, layout e em setores específicos são avaliados
também a localização, climatização, prazo de entrega além de meios e opções
de pagamento.
A pesquisa de satisfação é de grande valia, independente do ramo de
atividade da empresa: lojas de confecções, bares, restaurantes,
concessionárias de veículos, clínicas odontológicas, instituições de ensino.
Recomenda-se que a pesquisa seja aplicada tão logo o serviço tenha sido
prestado, ou no máximo, poucos dias depois. O tempo tira a eficácia desta
ferramenta. Através dessa ferramenta, a empresa identifica suas falhas e
várias oportunidades de melhoria, descobre seus pontos fortes e diferenciais
competitivos. Na realidade, obtém uma consultoria gratuita de seus próprios
clientes. Enxerga sua empresa sob a ótica de seus consumidores.
Entre as diversas ferramentas destaco o método NPS (Net Promoter
Score) que realiza uma pesquisa simples a objetiva com os clientes, podendo
ser realizada pessoalmente, por telefone ou internet.
Por meios de duas perguntas aponta o grau de satisfação dos mesmos.
Na primeira pergunta, o cliente deverá responder a uma escala de 0 a 10, qual
nota que ele atribui para sua experiência. A partir disso, uma nova pergunta
será feita de acordo com a resposta dada na primeira pergunta. Notas abaixo
de seis revelam clientes insatisfeitos e as médias das notas releva a visão do
cliente sobre a empresa.
11
FIGURA 1 Fonte: www.blogdaqualidade.com.br
1.3 – O relacionamento entre cliente e empresa no Brasil
O período de 1990 a 2002 acontecimentos como a abertura do
mercado, a estabilidade da moeda e o crescimento da internet comercial, além
das criações do código de defesa do consumidor (CDC), das agências
reguladoras e dos prêmios de qualidade e gestão, começaram a moldar uma
nova forma dos clientes se relacionarem com as Empresas.
Clientes mais conscientes de seus direitos, mais informados sobre os
produtos e empresas e por consequência mais exigentes são uma realidade da
qual não há como escapar. Vale ressaltar que quando um setor da economia é
atingido pela mudança do nível de exigências quanto à qualidade do produto
ou do atendimento, toda a economia é atingida, pois os consumidores passam
a elevar suas expectativas em relação a todo o mercado.
A década seguinte consolidou este fenômeno, onde se observou que os
clientes passaram a estabelecer padrões mínimos de qualidade e exigir que
todas as empresas o sigam.
12
1.3.1 – O estado interferindo na relação cliente x empresa.
• Estatuto da criança e do adolescente (Lei nº 8.069, julho de
1990), os consumidores passam a ter mais um valor, uma
preocupação na escolha de seus fornecedores, saber se a
empresa respeita ou não as crianças e se seus produtos são
adequados ou não a elas.
• Código de Defesa do Consumidor (Lei Nº 8.078, setembro de
1990), os clientes passam primeiro a conhecer e em seguida a
exigir que seus direitos, situação que força as empresas a se
preocupar em atender as disposições do código, afetando
sobremaneira as relações entre consumidores e empresas.
• Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n. 101, maio
de 2000), possibilita ao consumidor avaliar de forma mais clara a
qualidade e eficiência na aplicação do dinheiro público.
• O Decreto Federal 5296 que regulamenta o atendimento para
idosos e portadores de necessidades especiais definindo
condições para este segmento, e a cada ano exige que sejam
cumpridas de forma mais veemente alterando a forma de bancos,
lojas e diversos segmentos se relacionar com estes clientes.
• Decreto 6523, de julho de 2008, que regulamentou os meios de
atendimento ao consumidor, incluindo a atividade dos Call
centers.
Outro canal que se consolidou neste período e demonstra a atenção das
empresas para estas mudanças é o fortalecimento das Ouvidorias que se
tornaram um aliado dos consumidores na busca de soluções aos problemas
13
apresentados. É preciso observar que esta medida foi desenvolvida pelos
empresários com vistas a tentar minimizar o desgaste junto ao seu mercado e
tentar apreender ainda mais sobre as novas expectativas dos clientes. Este
fenômeno é comprovável se observarmos que as expectativas dos clientes não
são mais formadas apenas pelo histórico do relacionamento com a empresa,
mas sim considerando as boas experiências obtidas junto a todo rol de
empresas com o qual mantém contato, exigindo que a facilidade encontrada
em um setor esteja à disposição em qualquer lugar. Em síntese o cliente quer
cada dia mais e sabe que pode exigir, qualidade, comodidade e flexibilidade.
1.3.2 – As redes sociais na relação entre empresas e clientes.
As redes sócias como Orkut, Facebook e Twitter que antes serviam
apenas as relações pessoais agora explodem como uma ferramenta que
permite aos consumidores divulgar de forma rápida comentários sobre
pessoas, produtos e serviços. Estes serviços além de sites e blogs
especializados na troca de opiniões entre clientes dotam os consumidores de
uma capacidade ímpar para tornar públicas suas impressões e reclamações
sobre produtos e empresas, o que obriga as empresas a adotar medidas para
monitorar estes canais e desenvolver soluções para manter-se conectados aos
seus clientes. É importante observar que mesmo uma pequena empresa
regional pode ser alvo da ira dos consumidores que se utilizam destas
ferramentas na web e que o desconhecimento ou a desatenção poderá trazer
sérios dissabores para os empreendedores.
.
14
CAPÍTULO II
MARKETING DE RELACIONAMENTO
Em 1948 a American Marketing Association (AMA), definiu marketing
como “a realização de atividades de negócios dirigidos ao fluxo de bens e
serviços do produtor ao consumidor ou usuário” (NICKELS; WOOD, 2001, p.4).
Já no ano de 1985 a AMA definiu o Marketing como “o processo de
planejar e executar a concepção, definição de preço, promoção e distribuição
de ideias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos
individuais e organizacionais” (NICKELS; WOOD, 2001, p.4).
Outros autores procuraram entender melhor a definição de Marketing
aprimorando e discutindo seus conceitos. Nickels e Wood (2001, p.4), definem
Marketing como sendo “o processo de estabelecer e manter relações de troca
mutuamente benéficas com clientes e outros grupos de interesses”, para Kotler
(1998, p.27) “é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos
obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de
produtos de valor com outros”.
Com a evolução do mercado, a literatura volta-se a estudar o potencial
da aproximação ao cliente e o entendimento da sociedade como fundamentais
para o sucesso e a sustentabilidade do negócio.
Conforme Philip Kotler e Armstrong (1998,p.397):
Marketing de relacionamento significa criar, manter e
acentuar sólidos relacionamentos com os clientes e outros
públicos. Cada vez mais o marketing vem transferindo o foco
das transações individuais para a construção de
relacionamento que contem valor e redes de oferta de valor. O
marketing de relacionamento está mais voltado para o longo
prazo. Sua meta é oferecer valor de longo prazo aos clientes,
na medida do sucesso e dar-lhes satisfação em longo prazo.
15
2.1 – A evolução dos processos de marketing
O padrão cada vez mais competitivo do mercado indica mudanças
constantes e rápidas em todas as áreas de uma empresa, especialmente no
marketing, com a adesão de novas tecnologias, consumidores mais
importantes e criteriosos, novos mercados e opções além da multiplicação da
concorrência. Assim como os 4 Ps, os oito processos de Nickels e Wood
(2001, p.11) é uma alternativa para desenvolver uma ordem de prioridades
para que o processo decisório de marketing seja mais eficaz e atinja
plenamente seus objetivos.
O planejamento de marketing é elaborado de forma universal, levando
em conta todas as etapas a partir da análise ambiental, segmentação, seleção
de mercado-alvo e posicionamento, aspectos fundamentais para o
desenvolvimento e diferenciação do produto. Levando em conta estes fatores
para definir as estratégias de valor e preços e o gerenciamento de canais e da
cadeia de valor. Com o produto posicionado de forma eficiente a comunicação
de marketing integrada (CMI) é o processo que se refere à construção de
relacionamento.
2.2 - Estratégias do Marketing de relacionamento
O Marketing de Relacionamento é uma filosofia de administração
empresarial voltada para o cliente por parte de toda a empresa, direcionada a
buscar novas formas de comunicação para estabelecer um melhor
relacionamento com os clientes, prospects, fornecedores e todos os
intermediários, como forma de obter uma vantagem competitiva sustentável,
visando o desenvolvimento de estratégias que objetivem, entre outros, o
aumento da lealdade e o incremento das vendas.
As principais características do Marketing de Relacionamento
relacionadas com o paradigma da base do conhecimento ("kwoledge-based"),
segundo McKenna, são :
16
• A integração do cliente no processo de planejamento dos
produtos ou serviços, para garantir que os mesmos sejam
desenvolvidos, não somente em função das necessidades e
desejos do cliente, mas também de acordo com a estratégia do
cliente. Isto é válido, principalmente, no mercado "business-to-
business".
• O desenvolvimento de nichos de mercado onde, o conhecimento
da empresa sobre canais de distribuição e identificação de
segmentos, leva a um ganho de mercado.
• Desenvolvimento da infraestrutura de fornecedores, vendas,
parceiros, governo, e clientes, em que o relacionamento irá ajudar
a criar e sustentar a imagem da empresa e o seu
desenvolvimento tecnológico.
Quanto aos aspectos de base de experiência ("experience-based"), o
Marketing de Relacionamento enfatiza a interatividade, conectividade e
criatividade, significando que:
• A empresa irá despender esforços mercadológicos e tempo com
os seus clientes, monitorando constantemente as mudanças que
ocorrem no ambiente competitivo, através de um Sistema de
Suporte a Decisões Mercadológicas, possuindo um afinado
sistema de "Market Intelligence" integrado a toda a empresa.
• Monitoramento constante da Concorrência, dentro do conceito
definido por Porter onde uma análise da concorrência é usada
como um importante ponto de partida para prever as condições
futuras da indústria. Em que os prováveis movimentos de cada
concorrente e da sua capacidade de responder a mudanças pode
determinar a perda ou ganho de vantagem competitiva da
empresa.
17
• Desenvolvimento de um Sistema de Análise Mercadológica, que
pelo "feedback", (principalmente pela mensurabilidade) retorna a
informação sobre mercado, concorrência, e comportamento dos
clientes, fornecedores e outros intermediários, para o Sistema de
Suporte à Decisão, aperfeiçoando o próprio sistema e permitindo
uma tomada de decisão ágil e consistente, num processo
contínuo de adaptação às condições mutantes do ambiente
competitivo.
2.2.1 – Suporte a força de vendas
A equipe de vendas pode ser considerada como a mais importante
ferramenta de comunicação de marketing, o contato direto com o cliente
através da interação pessoal e aprofundamento de relacionamento, torna o
processo de compra mais eficaz, além de trazer dados importantes para o
sistema de informação de marketing da empresa. O Marketing de
Relacionamento, como suporte à força de vendas, permite aumentar a
produtividade do vendedor, realizando para ele todas as atividades de
prospecção, apoio (ex: envio de informações para o cliente), otimizando o
processo da venda.
As funções do Marketing de Relacionamento como suporte à força de
vendas são as seguintes:
• Fazer a prospecção de clientes potenciais da enorme
massa de compradores aparentes.
• Identificar as pessoas chaves na cadeia decisória de
compra do produto ou serviço para atingi-los com informações
pertinentes ao processo de vendas.
• Através da informatização e estruturação de uma data-
base, acionar campanhas de comunicação segmentada - através de
comunicação dirigida (Mala Direta) ou telemarketing - visando
18
romper barreiras iniciais, fornecer argumentos básicos, fazer uma
pré-venda do conceito do produto/serviço e, acima de tudo, colocar o
vendedor em uma posição favorável perante o prospect já
predisposto a iniciar a negociação.
• Gerenciar o trabalho de vendas, pois ao qualificar o
prospect, a empresa entrega para seus vendedores apenas as
oportunidades realmente interessantes, tornando o esforço de
vendas mais eficiente e controlável, impedindo que boa parte dessa
função de Marketing fique na dependência do estilo pessoal e da
sorte de cada vendedor.
• Apoiar todo o processo de venda. Pois, com as
informações contidas no data-base sobre cada prospect - tais como
decisores efetivos, comportamento de compra e perfil da empresa,
entre outras - o vendedor pode ser mais eficiente em todo o seu
trabalho, contando com excelente apoio do sistema de Marketing de
Relacionamento para agilizar até o fechamento da venda.
• Possibilitar uma perfeita mensuração de resultados. Pela
capacidade de acompanhamento do sistema e o controle objetivo da
ação do vendedor, a empresa pode avaliar com precisão os
resultados do trabalho de cada um e aferir a eficácia de sua força de
vendas como um todo.
2.2.2 - Cross-sell, Up-sell, Re-sell
Uma vez que a força de vendas é capacitada aproveitar todo o potencial
do cliente os resultados podem ser medidos através do comportamento de
cada cliente, Cross-selling, Up-selling e Re-selling são ferramentas que devem
ser aproveitadas para aumentar o volume de negócios fechados pela equipe
de vendas.
19
Re-sell (Revender): Isto significa encontrar uma forma genuína e ética
de convencer o cliente a comprar produtos e serviços repetidamente, não
alterando a qualidade dos produtos ou serviços para que as pessoas desejem
comprá-los com mais frequência. Deve haver valor para eles, assim como
você. Nem sequer precisa ser toda a compra novamente, poderia ser uma
parte ou componente específico, uma versão condensada menor, como um
curso de reciclagem, por exemplo, ou um programa de manutenção contínua,
dependendo do que é relevante.
Up-sell (Aumentar a quantidade que gastam): É necessário conhecer o
cliente e ter uma maior compreensão de por que eles estão comprando, ser
capaz de sugerir produtos e embalagens para beneficiar seus clientes, bem
como torná-lo mais rentável para você.
Cross-sell (Comprar mais com cada compra): O objetivo é fazer com
que o cliente complemente sua compra com produtos ou serviços
relacionados, a fim de tornar a sua experiência de compra o mais agradável,
benéfica e rentável.
2.2.3 - Geração de Leads
Empresas com objetivo comercial sobrevivem de vendas, e uma das
melhores ferramentas de marketing é a geração de leads, que consiste em
uma forma de qualificação de um contato para potencializar os resultados da
sua equipe comercial. Os leads são por iniciativa do consumidor, as origens da
interação geralmente começam em referências à empresa por pessoas que
recomendam ou falam da empresa ou como uma resposta direta do
consumidor para uma oferta promocional da empresa.
Uma das formas de geração de leads é a criação de uma landing page,
atraindo o cliente para convencer de que precisa entrar em contato para obter
mais informações sobre o produto/serviço para conquistar o possível cliente.
Isto é uma abordagem PASSIVA.
20
Outra forma de lead, é a apresentar da empresa por telefone, envio de
e-mail marketing, mala direta, efetuar ações para prospects, patrocínios de
palestras ou outro tipo de ferramenta de marketing e/ou vendas utilizando uma
abordagem ATIVA.
Depois de um lead gerado, a próxima etapa é qualificação, para
descobrir se este contato realmente tem condições de comprar e qual solução
é a ideal para ele. Uma apresentação detalhada da solução deve ser feita
seguida de uma negociação para a conversão do contato em venda. Se
um lead gerado não atende critérios da empresa, ele deve ser desclassificado
ou pausado até estar apto para avançar no processo, caso contrário, irá gerar
investimento de energia da sua equipe de vendas e muito provavelmente não
vai gerar negócio neste momento.
Portanto, os esforços para gerar leads de sua empresa e a abordagem
para lidar com ligações, propagandas direcionadas em sites ou redes sociais e
e-mails podem afetar significativamente o seu sucesso no mercado.
FIGURA 2 Fonte: www.odig.net/geracao-de-leads/
21
2.3 - Pesquisas de mercado no Marketing de Relacionamento
A pesquisa de mercado é de grande valor para os gestores, podendo
antecipar e compreender as necessidades do cliente. No estudo
mercadológico a ênfase, geralmente, está na análise do macro-ambiente,
considerando os possíveis concorrentes, fornecedores, clientes potenciais e
produtos substitutos, por meio de uma pesquisa de mercado. É importante
identificar oportunidades utilizando a segmentação de mercado e suas
preferências de maneira a adotar ações eficazes para atraí-los até o
estabelecimento, garantindo a compra, a satisfação e a fidelidade.
Segundo McDaniel e Gates (2003, p.08), a pesquisa de mercado
desempenha dois importantes papéis no sistema de marketing: O primeiro é
fazer parte do processo de feedback da inteligência de marketing, abastecendo
os tomadores de decisões com dados sobre a eficiência do mix de mercado
atual, como também, fornece percepções para as mudanças necessárias. O
segundo reforça que a pesquisa de mercado é a principal ferramenta para
explorar novas oportunidades no mercado. A pesquisa de segmentação e de
novos produtos ajuda a identificar as oportunidades mais lucrativas para os
gerentes de marketing.
Para compreender o cliente a empresa deve entender suas
necessidades e a forma como ele se relaciona com o mundo, analisando
informações fornecidas pelo próprio cliente, como vontades, hábitos,
possibilidades e, principalmente, expectativas em relação ao produto/serviço
oferecido. A partir desse conhecimento que a percepção de oportunidade se
consolida e estratégias do negócio podem ser desenvolvidas.
O planejamento de marketing é utilizado para descrever
os métodos de aplicação dos recursos de estratégia de
mercado para atingir os objetivos de marketing, beneficiando os
profissionais da área e a empresa como um todo, ajudando os
gerentes e funcionários de todos os níveis.
Churchuil (2005, p. 86)
22
2.3.1 – Pesquisa por grupos qualitativos
Esta técnica separa pequenos grupos de clientes por perfil para discutir
questões específicas sobre relacionamento, atendimento ao cliente, qualidade
do produto, respondendo a perguntas previamente determinadas. Este método
permite um diagnóstico imediato, outro benefício é dar a esse grupo de clientes
a sensação de que a empresa se interessa por suas opiniões. É comum que
esses clientes recebam algum presente pela participação na pesquisa.
2.3.2 – Pesquisas quantitativas
Trata-se da aplicação de questionários detalhados a vários tipos de
cliente com perguntas que exigem respostas específicas, embora aja lugar
para uma série mais ampla de respostas. É aconselhada para empresas que
desejam uma amostra representativa de seus clientes para obter uma visão
detalhada e contínua sobre as percepções, níveis de satisfação, tolerância e
desejos de seu público alvo.
2.4 - Bancos de dados
Por convenção, na área de banco de dados, os termos “dados” e
“informação” significam a mesma coisa. Um banco de dados é um conjunto de
dados integrados que tem por objetivo atender a uma comunidade de usuários.
É uma coleção lógica e coerente de dados com algum significado inerente.
Para VAVRA(2002), existem quatro máximas para elaborar um banco de
dados de clientes eficaz:
• Antecipar as principais necessidades de informações.
• Planejar cuidadosamente os componentes de um banco de
dados, mas mantê-lo aberto para permitir futuras mudanças.
• Começar a formação do banco de dados o quanto antes possível.
• Envolver o maior número de departamentos e indivíduos.
23
Os dados acrescentados e as informações coletadas junto a cada
segmento de clientes torna o banco de dados mais diversificado, atendendo a
proposta indireta de ajudar a integrar muitas atividades e departamentos da
empresa. Embora existam muitos grupos específicos existem quatro grupos
que devem ser incluídos em um banco de dados: clientes atuais, clientes
potenciais, clientes esquecidos ou perdidos além das informações vindas de
lojas, revendedoras e intermediárias. E três componentes precisam ser
considerados: tempo da última compra, frequência de compra, valor médio da
compra.
2.5 – Marketing “um a um”
O princípio do marketing “um a um” (“one to one”) está baseado em
clientes individuais e na personalização de produtos e serviços a partir do
conhecimento conseguido através das pesquisas de mercado e pelo diálogo
entre os envolvidos.
Do ponto de vista de diferenciação de mercado este aspecto revela-se
de particular importância e com produtos são cada vez mais semelhantes entre
si, a experiência de compra pode ser o diferencial para reduzir a importância
do fator preço na decisão final de compra e garantir a fidelização do cliente. Os
autores Peppers e Rogers (1994) ditaram a máxima de que “no futuro, em vez
da concorrência comercial a disputa será a fatia de clientes – um cliente de
cada vez”.
Com a queda do marketing de massa o foco se tornou a segmentação
de clientes, porém alguns mercados segmentados estão ficando amplos
demais, dificultando a execução das estratégias. O marketing passou a ser
qualitativo em vez de quantitativo, insistindo na necessidade de estabelecer um
diálogo interativo com o cliente, e o sucesso da implantação de uma filosofia
de personalização depende das tecnologias de informação como ferramenta
24
estratégica de agregação de valor e consequentemente de maiores índices de
competitividade para as empresas.
Em toda a estratégia, é fundamental utilizar as ferramentas de CRM na
definição do portfólio de Clientes para estabelecer critérios para classificá-los
ou mesmo diferenciá-los, reconhecendo as necessidades de cada cliente como
únicas e com valores distintos para o relacionamento.
Algumas ações podem permitir estabelecer um contato mais direto com
os clientes e facilitar a percepção de quem estaria realmente interessado em
comprar o produto ou serviço, através da utilização conjunta do marketing um a
um e das ferramentas de suporte à decisão.
• Não perguntar tudo de uma vez: Para obter um maior feedback é
necessário criar mais oportunidades de diálogo, perguntando um
pouco de cada vez;
• Deixar o cliente escolher: Pôr à disposição da escolha do cliente
um conjunto de meios para interagir com a empresa;
• Facilitar o processo ao cliente: A utilização de bases de dados
sofisticadas irá permitir que o cliente retire valor acrescentado da
comunicação estabelecida com a empresa;
• Garantir a privacidade dos clientes: Só assim é possível fazer
com que o cliente confie em nós.
O relacionamento é a base do marketing um a um e o gestor deve medir
a eficácia de seu processo não mais através do resultado das suas vendas no
mercado como um todo, mas sim, pela projeção da perspectiva de valor futuro
que um determinado cliente atribui à empresa.
No inicio este conceito parecia ser apenas adequado a mercados muito
exclusivos e particulares. No entanto, os novos meios de interatividade, dão a
oportunidade de trazer produtos personalizados ao mercado em geral, com um
preço próximo ao da produção em massa. A isto chamamos Personalização
em Massa (Mass Customisation).
25
FIGURA 3 Fonte: Cícero Caiçara Jr. – CRM versus Marketing de Massa
2.5.1 – Personalização em massa
Os clientes são parte integral do processo de desenvolvimento do
produto ou serviço. Produtos e serviços são reunidos através de componentes
pré-fabricadas, que podem sofrer diversas combinações na linha de
montagem, de modo a construir um produto ou desenvolver um serviço,
únicos, para necessidades individuais. A combinação de três fatores (bases de
dados; interatividade e personalização) permite mostrar ao cliente que a
empresa o conhece, que se lembra dele e que tem capacidade para adequar a
sua oferta às necessidades por ele demonstradas. Assim, a combinação do
marketing um a um com a personalização em massa se traduz numa
verdadeira vantagem competitiva para a empresa.
26
CAPÍTULO III
CRM GERANDO NEGÓCIOS
CRM (customer relationship management) é um termo da indústria de
informação para metodologias, softwares, e, geralmente, recursos de Internet
que ajudam uma empresa gerenciar relacionamentos com clientes de forma
organizada. É uma estratégia utilizada para conquistar um diferencial
competitivo envolvendo processos e decisões administrativas, através da TI –
Tecnologia da Informação (LOPES, 2001). O CRM pode concretizar possíveis
melhorias através da experiência dos clientes a cada contato, pois, através
destes contatos, a empresa pode aprimorar seus processos organizacionais e
atender as necessidades dos seus clientes ,e ainda, conquistar vantagem
competitiva por meio da tomada de decisões estratégicas, resultante de um
maior conhecimento do mercado, da indústria, dos fornecedores e dos
concorrentes (BRETZKE, 2000).
O CRM não é apenas uma aplicação de tecnologia para marketing,
vendas ou serviços, mas, uma ferramenta que ao ser implementada e
orientada para o cliente, aliando-se a tecnologia integrada às estratégias de
processos, maximiza os relacionamentos, abrangendo toda a organização,
resultando, possivelmente, num diferencial para a empresa. Já para o cliente, o
CRM, independentemente do canal utilizado para interação, deve oferecer
simplicidade, personalização e conveniência, servindo para complementar as
trocas relacionais existentes entre as partes.
CRM é a interação de tecnologia e processos de
negócios, usada para satisfazer as necessidades dos clientes
durante qualquer interação. Especificamente, CRM envolve
aquisição, análise e uso do conhecimento de clientes para a
venda mais eficiente de produtos e serviços.
(MADRUGA, P 105, 2004)
27
3.1 - A filosofia da gestão do relacionamento
O CRM promete auxiliar empresas identificando, atraindo e retendo
clientes, em um mercado cada vez mais dinâmico, suas estratégias
normalmente utilizam recursos de informática, modelando seus sistemas a
partir de estratégias baseadas na antevisão das expectativas do consumidor.
Potencializando os resultados, em tempo de competitividade, é obrigatório
fazer marketing de relacionamento “um para um”, isto é, tratar fazer o cliente
sentir-se único, filosofia é “proporcionar um tratamento individual ao cliente”.
Segundo DA SILVEIRA (2001), enquanto a produção voltada para
variedade procura atender os desejos dos consumidores através do maior
número possível de opções, a customização em massa tenta atingir o mesmo
objetivo, mas de maneira individual, criando um produto único por consumidor.
Por mais semelhantes que sejam os clientes, estes tem a necessidade de
tratamentos diferenciados. Devem ser considerados os dados cadastrais dos
clientes, suas compras, reclamações, situação logística de suas encomendas,
informações financeiras, etc, estas informações são geridas por sistemas e
pessoas diferentes em vários pontos distintos da empresa. O conhecimento
abrangente do mesmo, proposto pela filosofia do CRM, é a base para a
sobrevivência de organizações no acirrado mercado da atualidade. Depois que
qualidade, custo e prazo de entrega perderam o status de diferenciais de
vendas, rebaixando-se a simples pré-requisitos de uma clientela cada vez mais
exigente, o foco agora é personalizar o atendimento e antecipar as
necessidades dos clientes.
A partir da avaliação das pesquisas de mercado e dos bancos de dados,
os clientes poderão ser segmentados por outros critérios, diferenciados e,
finalmente, receber o atendimento personalizado. Não se oferece diferencias
gratuitamente a um cliente qualquer, não será um investimento gratuito, algo
será desejado em troca, que pode ser um aumento de contribuição.
28
3.2 - O gerenciamento do CRM
Para o CRM, em certos tipos de necessidade empresarial, nem é
preciso comprar software, basta adaptar o que a empresa já tem. O importante
é avaliar a relação custo x benefício antes de adquirir uma ferramenta, visto
que um sistema inadequado pode trazer mais gastos que resultados.
O planejamento incorreto leva empresas a gastar fortunas ao adquirir
softwares que entopem a caixa postal dos clientes com malas diretas
oferecendo serviços indesejados ou que ele já até possui. Usar tecnologia sem
ter clara a definição da necessidade, das estratégias e do plano de
relacionamento, é meio caminho para o fracasso das iniciativas de CRM.
Um simples dispositivo para identificar chamadas telefônicas e um editor
de texto para registrar referências e preferências dos clientes, pode funcionar
de maneira eficiente para empresas do varejo de pequeno porte, Permitindo
poupar o cliente de fornecer o endereço de entrega a cada pedido, além de
chamá-lo pelo nome - regra número um da personalização do atendimento.
Muitas organizações se voltam para os softwares de CRM para ajudá-
los a gerenciar seus relacionamentos com clientes. Tecnologia CRM é
oferecida on-premise (instalado e executado em computadores no local), on-
demand (implantado e gerenciado em infraestrutura de computação em nuvem
de um fornecedor e acessado por usuários através da Internet como e quando
necessário) ou através de Software as a Service, SaaS, (software de
licenciamento).Recentemente, CRM móvel e o modelo de software CRM de
código aberto também se tornaram mais populares.
Uma recente expansão da filosofia CRM foi batizada de Full CRM, isto
é, praticado em todas as instâncias possíveis, ou seja, uma versão completa
de CRM. Um subconjunto dessa novidade é o SRM (Supplier Relationship
Management ou Gestão do Relacionamento com o Fornecedor), que
recomenda a estruturação da cordialidade e da parceria com aqueles que
ficam na parte anterior da cadeia de suprimentos da empresa, através de
produtos para a gestão dessa relação. Outra divisão é o ERM (Employee
29
Relationship Mangement), para cuidar das relações empresa-empregado para
assegurar que ninguém escapa das teorias de marketing “um para um”.
Na verdade, o Full CRM é uma novidade bastante abrangente, pois
sugere que todos os steakholders sejam cuidados, para que se obtenha
sustentação e qualidade de vida na teia do relacionamento global.
As diversas áreas de uma empresa trabalham sobre aquilo que é de sua
competência operacional e visando processos que facilitem o fluxo do pedido e
de informações, diminuir departamentalização excessiva, que trava e impede o
fluir rápido da decisão, oferecer condições e valorizar a cooperação entre as
pessoas e departamentos. A meta é conseguir o comprometimento dos
envolvidos, pois a automotivação e criatividade conduz a mudanças na
natureza da própria organização. É necessário o máximo envolvimento da alta
direção em todo o processo, possibilitando a visão única ao cliente, para
efetuar a mudança cultural, mesmo sabendo que a mudanças de pensamentos
e ações são demoradas.
Segundo MOLINARI E RIBEIRO (2002), é fundamental traçar uma
estratégia de negócio para a CRM que combine “o ciclo de vida do
consumidor” com a “cadeia de valores” do negócio. Esta cadeia poderá passar
por cada departamento da empresa. Porém, não se deve simplificar sua
aplicabilidade como uma solução departamental, e sim, organizacional.
Neste contexto a área de RH tem enorme importância, e a forma de
avaliar os funcionários tem de ser revista. Os funcionários têm que ser
incentivados e remunerados a desenvolver os clientes de maior potencial e a
manter clientes de alto valor para a empresa.
Isso implica na mudança de cargos e salários. Onde os gerentes de
todas as áreas têm de ser transformados em gerente de clientes, e o RH tem
de rever alternativas para estas avaliações.
30
3.3 – CRM e suas finalidades
As organizações podem aplicar e obter resultados diferentes de acordo
com as funções de cada finalidade do CRM. É comum que sejam citados
geralmente apenas três tipos (Operacional, Colaborativo e Analítico), porém
um quarto item, o CRM Estratégico é fundamental em CRM, visto que
aproximadamente 70% dos projetos fracassam ou não atingem objetivos
esperados. Entender os tipos de CRM é um primeiro passo para ter sucesso
em uma estratégia de negócio, elaborar um bom planejamento e diminuir as
chances de fracasso.
• CRM Operacional é voltado a suporte ao cliente e ao mercado,
são ferramentas que funcionam de forma gerencial, interferindo
na automação de processos em venda, marketing e atendimento
ao cliente.
• CRM Colaborativo está relacionado com os pontos de contato da
empresa com clientes e parceiros, como contato telefônico, chat,
e-mail, autoatendimento e redes sociais.
• CRM Analítico envolve todas as análises de desempenho da
organização, comparando o alcance de resultados da empresa e
indicadores de negócio da estratégia e a velocidade com que
esses objetivos são atingidos. No caso de interação com clientes,
identifica qual o comportamento dos consumidores e tendências.
• CRM Estratégico define a orientação da estratégia de negócio
para empresa ao encontrar um foco principal de negócio, seja na
produção de produtos, o produto em si, a venda ou o atendimento
ao cliente. Cada foco permite que seja traçada uma estratégia
adequada e orienta aos demais tipos de CRM.
31
3.4 - O processo de implantação do CRM
Ao iniciar a implantação do CRM, a empresa deve definir claramente
seus objetivos, desenvolvendo indicadores que orientem e deem
sustentabilidade ao projeto. Toda estratégia de negócio deve ser monitorada
por indicadores de desempenho que mostrarão se o caminho que está sendo
percorrido pela organização está na direção dos objetivos traçados, ou não.
O desafio na implantação de projetos de CRM é incorporar suas
funcionalidades aos sistemas atuais utilizados na empresa. A maioria desses
sistemas não tem o cliente e sim as transações como o centro de
preocupação. Além disso, os dados das empresas, geralmente estão
dispersos, o que impossibilita ter uma visão única do cliente, tornando
impossível lembrar todas as transações e interações que a mesma teve com o
cliente. Porém é certo que a implantação de um sistema de administração de
relacionamento com o cliente não é uma tarefa simples. Vaeth (2008)
apresenta os principais desafios quanto à implantação do CRM:
• Integração Cultural: faz-se necessário estabelecer novas relações
interdepartamentais dentro da organização, como por exemplo:
marketing e o serviço de atendimento ao cliente (SAC). Enquanto
marketing está focado em obter novos clientes, o SAC está
preocupado na relação pós-venda, relacionada com a retenção.
Permitir que um ou outro objetivo acabe predominando o CRM
pode resultar em fracasso. Vale lembrar que o objetivo deve estar
centrado no cliente, buscando compreender todas as questões
sobre o relacionamento dele com a organização.
• Integração de Dados: os dados dos clientes podem ser
registrados de diversas formas e para as mais diversas
aplicações. Informações importantes para um departamento,
podem não ter a mesma importância para outro. Integrar os
dados nos registros de clientes de forma coerente e administrável
é um desafio.
32
• Converter Dados em percepção e ação: mesmo que a integração
dos dados das mais diversas origens seja compilada de forma
harmoniosa, as organizações enfrentam sérias dificuldades de
análise para identificar ações apropriadas. Dados como:
demografia do cliente, histórico de compra, experiência pós-
compra, comportamento, precisam ser unificados ao ponto de
permitir a percepção da mesma forma que a percepção pessoal,
a exemplo o dono da mercearia do bairro. Com base nesta
percepção que os clientes poderão ser agrupados de acordo com
necessidades e preferências específicas, possibilitando o
desenvolvimento de estratégias personalizadas para estes
grupos.
• Distinguindo entre cliente e consumidor: empresas podem atuar
comercialmente em duas formas básicas: vendendo seus
produtos para distribuidores ou varejistas. Devem, portanto
estratificar sua abordagem de CRM em dois níveis: cliente direto
e consumidor final, gerando políticas internas e desafios
estratégicos.
3.4.1 - Marketing em sistemas CRM
A gestão da informação é a nova ordem, isso representa o início de uma
reviravolta maior em marketing. A habilidade para ter um banco de dados com
os nomes e informações de usuários finais é a grande reviravolta no marketing.
Isso significa ter que pensar diferente para disputar espaço com um
concorrente que já está pensando dessa maneira, desse pensamento surge
um novo marketing, um marketing individualizado.
Através desse conceito pode-se ver a necessidade de um banco de
dados único que contém todas as informações do cliente, e que está voltado
33
totalmente para a área de marketing. A esse banco de dados dá-se o nome de
data-base marketing (DBM).
Um DBM deve contemplar os clientes atuais, potenciais, perdidos e
intermediários. Dentre as funções oferecidas para clientes estão a oferta e
serviços especiais e reconhecimento, para: busca de fidelidade crescente,
redução de conflitos e aumento de vendas. Já para os não clientes (prospects
e perdidos) o DBM deve oferecer entendimento de motivações e identificação
de clientes potenciais, semelhantes aos clientes atuais, procurando obter:
adição de novos clientes, novas vendas e recuperação de clientes inativos ou
cancelados. (Pires e Figueiredo, 2002).
Essas facilidades descritas fazem com que os gastos diretos e da área
de marketing da empresa diminuam consideravelmente, além de gerarem
novos negócios para a empresa com a adição de novos clientes e fidelidade
dos clientes já existentes.
3.4.2 – A implantação dos softwares
As empresas detentoras destas tecnologias criam uma grande
expectativa para os administradores das empresas ao trazerem o material que
seria a solução dos problemas enfrentados nas organizações, apontando
benefícios inúmeros relacionados com maior satisfação de clientes,
funcionários, aumento de lucratividade, redução de custos, entre outros.
Com o mercado acelerado e competitivo, as empresas necessitam rever
seus processos e informatizar muitas de suas atividades, no sentido de
conseguir respostas mais rápidas, integradas e precisas internamente, e para o
público externo.
A utilização de softwares vem contribuir com as organizações
justamente neste sentido. Porém, nem sempre a implantação dessas
tecnologias é um procedimento fácil, muito contrariamente, existem várias
dificuldades que aparecem durante o processo.
34
Uma das dificuldades mais recorrentes na implantação de softwares é a
falta de preparo da equipe de funcionários da empresa, pois o nível baixo de
formação em informática da equipe que será diretamente influenciada pelo
processo. Ou seja, quando a equipe não possui muitos conhecimentos de
softwares, a maioria dos procedimentos necessitará ser ensinada
gradualmente.
O processo de implantação de um software trará uma mudança
substancial na empresa, inclusive na sua cultura. Segundo Peres (2003),
quando a empresa passa por um processo de implantação de softwares, existe
a necessidade de reeducar as áreas de negócio da organização, adequando
as demandas das áreas, com o objetivo de ajustar a empresa à velocidade e
ao formato Web (on-line). Essa mudança fica mais dificultada quando já existe
na empresa uma cultura que não vai de encontro com a estrutura e os
procedimentos exigidos na utilização de ferramentas tecnológicas. Quando a
estrutura apresenta alta rotatividade de pessoas o processo fica muito
comprometido, pois o treinamento precisa ser constantemente repetido.
A integração entre os processos e entre os setores da empresa é
fundamental ao processo de implantação das novas tecnologias. É necessário
que haja uma integração entre as atividades para que os resultados planejados
sejam realmente efetivos.
A implantação do sistema de CRM através de módulos é a única que
comprovadamente funciona. Controlar a abrangência de cada módulo é critico
e quando não é feito de forma adequado o fracasso é certo. Problemas são
quase totalmente eliminados em empresas onde existe um sistema ERP
totalmente implantado. Neste caso todos os dados da empresa já estão em um
único banco de dados e o acesso fica mais fácil. Entretanto é importante
lembrar que em sistemas ERP a visão da empresa não está centrada no
cliente, o que terá de ser revisto para a implantação do sistema de CRM.
35
3.4.3 - ECR – Resposta eficiente ao consumidor
ECR (Efficient Consumer Response) é um movimento, no qual
empresas, juntamente com os demais integrantes da cadeia de abastecimento
trabalham em conjunto na busca de padrões comuns e processos eficientes
que permitam minimizar os custos e otimizar a produtividade em suas relações.
É um conjunto de ferramentas que, se implantadas, permitem à
empresa considerar-se habilitada e preparada para sempre, uma filosofia, ou
talvez uma postura de negócios, na qual as empresas se dispõem a
compartilhar problemas, dificuldades e informações, implantando em conjunto
as melhores soluções possíveis dentro de seu contexto operacional e
estratégico. Estes processos permitem a redução de estoques e prazos,
liberando espaços de estocagem para atendimento dos clientes, assegurando
menores índices de ruptura e possibilitando trabalhar com menores preços ao
longo da cadeia, em benefício do consumidor.
Os custos reduzidos pela eliminação de ineficiências, em média 8% do
volume total de negócios, refletindo diretamente nos ganhos das empresas
fazem a gestão eficiente do processo, e normalmente agregam-se ao resultado
líquido das operações.
Antes (normal)
Depois (com EDI)
Visitas Vendedor-Cliente 7 dias 14 dias
Pedidos com erros 0,08 0
Espera para descarga 52 min. 12 min.
Tempo de Conferência 18 min 6 min.
FIGURA 4 Fonte: www.ecrbrasil.com.br
36
3.4.4 – As principais ferramentas de CRM
Conforme GREENBERG (2001), podemos destacar as seguintes
ferramentas:
Oracle CRM on demand, que promete uma vista de 360 graus dos seus
clientes, possui a vantagem de ser altamente adaptável a outras tecnologias
Oracle disponíveis no mercado. Promete obter inteligência contextual, análises
históricas e em tempo real e planejamento de negócios adaptável, aumentar a
produtividade com vendas e marketing integrados na nuvem, integração do
Outlook/móvel e soluções específicas para o setor e um melhor valor com um
custo total de propriedade mais baixo, segurança de categoria empresarial e
escolha entre as opções de várias locações ou locação única.
As cinco maneiras de fusão CRM:
FIGURA 5 Fonte: www.oracle.com
37
O Microsoft Dynamics CRM conta a tecnologia da empresa
desenvolvedora do Windows, para organizar e ampliar a rede de contatos
numa interface intuitiva e totalmente integrada ao Microsoft Office e Micosoft
Outlook, ambos de notável praticidade e popularidade entre usuários de
computador. Assim, através de ferramentas integradas com outros serviços
Microsoft e que se apresentam extremamente práticos e fáceis de usar, este
software de CRM, completamente personalizável aos interesses da sua
empresa, vai ser decisivo em áreas de vendas, marketing e apoio ao cliente.
FIGURA 6 Fonte: www.accentgold.com/microsoft
38
3.5 - E-CRM – Relacionamento digital
De acordo com Greenberg (2001), o e-CRM é o CRM Online. Entenda-
se por CRM Online aquele que está disponível para uso dos Clientes através
dos sites Internet das Organizações. Os objetivos principais do e-CRM são
identificar o Cliente, calcular seu valor e interagir com ele. É uma ferramenta
voltada para marcas e empresas que desejam construir a identidade
corporativa digital dos seus negócios dentro das mídias sociais e na internet.
Com o desenvolvimento de novas tecnologias de informação e inovação
em design do produto, houve um aumento sem precedentes da utilização do
self-service. Em todo o mundo, milhões de consumidores utilizam a Internet
para fazer compras, gerir as contas bancárias, efetuar ações comerciais,
reservas de voos, compra de bilhetes de cinema, entre outros. O profundo
impacto desta proliferação do self-service é evidente em quase todos os
principais setores de serviços. O CRM digital é a maneira estratégica e mais
estruturada para construir a Identidade Corporativa Digital e Social da sua
marca e empresa.
O modelo CRM Digital – Conteúdo, Relacionamento e Monitoramento –
faz parte do conceito estratégico e sustentável de uma estrutura composta por:
pesquisas, diagnósticos, métricas, feedbacks e operacionalização de todo um
sistema visando a construção de relacionamentos e obtenção de resultados
orgânicos. Sua estrutura está conceituada em um modelo estratégico de
planejamento, no qual cada marca/negócio possui sua personalização e
segmentação conforme objetivos e desejos.
3.5.1 – Os sistemas multicanal
O sistema de prestação de serviços multicanal que combina um
conjunto de canais de colaboradores e de self-service em ambientes físicos e
virtuais tornou-se o modelo dominante, substituindo os sistemas que
dependem sobretudo dos prestadores de serviço em canais físicos.
39
Uma vantagem de sistemas de marketing multicanal é que eles criam
canais de distribuição confiáveis que se concentram em diferentes populações
demográficas. A gestão da cadeia de abastecimento é um componente
integrante do marketing multicanal. Gestão da cadeia de abastecimento inclui
análise de mercado, distribuição, armazenamento e distribuição de produtos
acabados. Este sistema ajuda a gerenciar as áreas de operações de produção,
distribuição e entrega do produto.
O desenvolvimento de novas tecnologias de CRM contribui para os
métodos multicanais mais eficientes e produtivos de marketing utilizadas pelas
empresas para atingir os clientes. Sistemas como um site e serviços de
comércio eletrônico permitem que os clientes tenham fácil acesso a produtos e
serviços oferecidos com um clique do mouse. Um gerenciamento de E-CRM
eficiente permite que a empresa de atinja milhões de clientes
instantaneamente. O uso de celulares e mensagens de texto tornou-se um
método confiável para atingir e interagir com clientes atuais e potenciais. Por
exemplo, uma empresa pode enviar mensagens de texto aos clientes
anunciando uma oferta de atualização, produto, novo desconto ou buscando
um feedback imediato após a experiência de compra.
As empresas cada vez mais competitivas quanto se trata dos serviços
de web marketing para promover produtos e serviços, utilizando as
informações captadas por ferramentas de CRM e as aplicando em sistemas de
marketing multicanal. O sistema de pay-per-click, anúncios, banners de texto,
sites e blogs de comparação de qualidade e preços ajudam a criar um
mercado mais competitivo, onde os clientes podem comparar produtos e
serviços similares e ver os preços de diferentes fornecedores ao mesmo
tempo. No entanto, este também apresenta desvantagens para as empresas.
Por exemplo, problemas técnicos como: falha no servidor, falta de inventário,
crimes cibernéticos e atualizações de software que podem criar problemas
dentro do sistema de marketing multicanal. Além disso, como esses sistemas
se tornam mais complexos e tecnologia se expande, marketing multicanal se
torna mais difícil de gerir.
40
3.6 - Vantagens de um sistema CRM
O CRM deve ser visto como um modelo definido a partir das políticas de
relacionamento com o cliente e com o objetivo de conquistar e manter este
consumidor, a filosofia de CRM permite a construção de relações sustentadas
de longo prazo com o mesmo, ou seja, o relacionamento deste cliente com a
empresa não será apenas algumas transações, mas sim, ao longo da sua vida.
Através da analise das interações dos clientes com a empresa (CRM
Analítico) é possível identificar e separar os clientes que geram maior
rentabilidade, e que merecem prioridade maior tanto no atendimento, como no
oferecimento de produtos e serviços diferenciados, daqueles que podem
receber uma prioridade inferior, garantindo a manutenção e desenvolvimento
do relacionamento cliente/empresa.
Uma das vantagens da ferramenta de análise de dados é a
possibilidade de otimizar recursos, atingindo diretamente o público alvo ao
oferecer o produto ou serviço mais adequado aquele cliente. Indo além, a
análise permite identificar também os clientes de maior potencial, cuja
lucratividade virá dos negócios futuros que o cliente poderá realizar com a
empresa, e que podem ser estimulados a se tornarem clientes mais valiosos.
Outra vantagem é receber o retorno do cliente quanto à qualidade dos
produtos e serviços oferecidos no momento e suas necessidades futuras (CRM
Colaborativo).
Os aspectos operacionais da CRM (equipamentos e aplicativos)
também oferecem vantagem até certo ponto. Ao racionalizar e otimizar os
processos da empresa nas áreas de central de atendimento, automação de
vendas, páginas de comércio eletrônico e sistemas automatizados de pedidos.
No entanto, se estas ferramentas não forem acompanhadas com a devida
mudança de cultura focado no cliente, de pouco adiantarão para alcançar o
verdadeiro conceito de CRM.
41
CONCLUSÃO
No cenário atual, nota-se que as empresas têm uma grande dificuldade
em agradar o seu público, pelo fato de estarem cada vez mais informados, se
tornam mais exigentes em relação aos produtos e serviços disponíveis. Para
manterem-se competitivas no mercado e deter a preferência dos clientes, é
fundamental para as empresas desenvolver estratégias que visem à
construção e à manutenção de um relacionamento sólido e de longo prazo,
estruturado na confiança, colaboração, compromisso, parceria, investimentos e
benefícios mútuos, gerando retorno para a empresa e para seu público
consumidor, as diretrizes para se chegar a este objetivo estão presentes no
Marketing de Relacionamento.
Tentar fidelizar o cliente apenas por estratégias de preços é uma forma
muito arriscada e finita; o preço deve sim, ser considerado como um fator
importante dentro da política da empresa, mas não, como o principal. É bem
mais barato manter clientes do que abrir novos. Para isso, uma maneira
eficiente é agregar valores aos produtos comercializados, por meio de serviços
de qualidade. O cliente satisfeito com o atendimento dá menor importância ao
fator preço, proporcionando maior lucratividade à empresa.
Foi possível compreender que o marketing de relacionamento decorre
entre outros fatores, da alteração de foco das empresas na conquista de novos
clientes para a manutenção dos já existentes. Porém não deve ser confundido
com retenção de clientes, mas sim como uma estratégia que visa à
manutenção dos clientes atuais, aspecto que constitui um primeiro passo para
uma futura adesão aos relacionamentos. Por conta disso, as organizações
precisam efetuar medidas para que sejam atendidos os desejos do cliente
ocorra, destacando a personalização, a promoção e a adoção de estratégias
buscando um clima de participação e envolvimento dos envolvidos.
Verificou-se também que o marketing de relacionamento é um processo
de troca de informações entre empresas e clientes. Por isso, ele é considerado
uma estratégia tão importante para o mundo dos negócios, pois há
42
necessidade de tornar os clientes influentes, integrados e informados do que
acontece na empresa, fazendo-os sentirem-se parte dela.
Dessa forma conclui-se que este conhecimento potencializa ações que
contribuem para a fidelização dos clientes. O valor que se entrega ao cliente
está no atendimento, na confiança passada desde o primeiro contato com a
empresa.
43
ANEXO I
Estudo de caso - Mídias sociais Starbucks
Este é o caso de sucesso da famosa rede de torrefação e venda de café
especial Starbucks, que ativa deste 1971, passou por problemas com a falta de
fidelização do consumidor em 2008, mas se reergueu através das redes
sociais. Sim, através das mídias.
Promoções e descontos? Não! Ao contrário do que muitos lojistas
pensam, os preços não foram para as mídias sociais tentar levantar a
Starbucks. O alvo da ação salvadora foi a opinião do consumidor.
“Tem uma ideia?”. Essa foi a pergunta que a Starbucks lançou aos
seus clientes através da Central ‘My Starbucks Idea’, incentivando a
participação dos mesmos, ao perceber que estavam passando por uma perda
de tráfego em suas lojas. Ao questionar seus clientes sobre o que eles
mudariam ou o que poderia tornar a empresa ideal para aumentar a
frequência, conquistou-se não apenas o respeito, como o carinho do
consumidor.
Mais canais, mais resultados. Após o sucesso com a participação
opinativa dos clientes, a Starbucks enxergou na web o caminho certo a seguir
e fidelizar seus consumidores e passou a apostar também em outras mídias
com o mesmo propósito: promover o relacionamento com o cliente.
Números crescentes. Atualmente, a Central ‘My Starbucks Idea’ ainda
está ativa e cada vez mais crescente, a Fan Page da empresa é curtida por
mais de 33 milhões de pessoas em todo o mundo e o perfil no Twitter possui
mais de três milhões de seguidores.
Segundo Alexandra Wheeler, Diretora Digital da Starbucks, a presença
da empresa nas mídias sociais nada tem a ver com marketing, mas com
relacionamento. O que podemos entender que a questão da divulgação é
apenas consequência de um bom contato com o consumidor.
44
ANEXO II
Case – Satisfação do cliente Tory Burch
Em um evento que reuniu as principais empresas de e-commerce no
Shop.Org Summit, em Chicago, teve como destaque a empresa Tory Burch,
uma das mais queridinhas entre as americanas. A empresa comentou em
palestra seu crescimento desde 2004, ano de fundação da mesma, através de
boas estratégias de comércio on-line, tendo como base principal seus clientes.
A Tory Burch é definida como uma loja possui seu próprio estilo
conciliando estilo em sapatilhas e sapatos de salto, vestuários esportivos com
sensibilidade eclética, todos com muito luxo e sofisticação.
A chefe de Marketing, Miki Berardelli, e o Vice-Presidente das lojas
globais, Matt Marcotte, compareceram ao evento e disseram que o foco
principal é servir seus clientes. Marcotte afirma que pensar nos clientes é algo
que deve acontecer todos os dias”: “ Nós dividimos um credo fundamental
sobre centralidade nos clientes”.
A loja possui uma ferramenta para Tablet chamada Client Book que é
capaz de puxar ou aumentar conhecimentos de gestão da empresa em relação
aos clientes, ajudando na melhora e no aprimoramento de produtos que são
mais apropriados para os seus clientes. Foi construído com os usuários em
mente, uma vez que hoje em dia não adianta ter tecnologia se ela for de difícil
manipulação, se ela não for criada baseada nos seus usuários. Ambos
afirmam que é preciso permitir uma conexão entre cliente e empresa, uma
relação humana na qual os usuários valorizam este contato.
E se perguntados se todos esses esforços em prol dos clientes
funcionam eles respondem que sim, através do sistema de Net Promoter
Score, o NPS, que mede o quão bem um cliente recomenda uma loja para
amigos, familiares e colegas de trabalho. Tal dado é fundamental para uma
empresa de estilo de vida que precisa ser tão amigável como uma fonte de
moda. Ao longo do tempo, após a implementação do NPS perceberam que o
45
número foi crescendo, assim como o número de vendas e a fidelização da
marca também.
Para eles apenas a satisfação não é suficiente. Estar ok não é suficiente
. É preciso sempre querer clientes apaixonados pela empresa e pelos
produtos. Para isso a empresa pegou os dados do NPS e os transformou em
detalhes para análise e conferência dos empregados como forma de feedback.
” É a voz do cliente – diz Marcotte. ” Temos que ouvir todos os dias, em todas
as loja, como estamos indo e trabalhando, de pessoas que fizeram compras
com a gente. “E as opiniões vão direto para o gerente da loja “, que tem 24
horas para fazer uma questão problema se resolver. “Queremos trazê-los de
volta para o lugar onde eles estão confortáveis com Tory Burch novamente “,
disse ele .
Com a pontuação equilibrada que a Tory Burch recebeu, o feedback é
positivo também, ajudando assim a aumentar a moral do empregado,
assegurando que eles estejam na mesma página que os clientes. O NPS é
uma maneira de saber que as ações promovidas pela marca estão de acordo
com a opinião do cliente. “Se ouvirmos os nossos clientes”, Berardelli disse,
“eles vão realmente ajudar-nos a ser uma marca melhor e fazer a diferença no
mundo.”
46
ANEXO III
Artigo - Os 4 “Cs” do Marketing
Assim como existe um Composto mercadológico para o produto ou
serviço (4 P´s), também há sua contrapartida, a visão do cliente com relação
aos produtos da empresa, chamados de 4 C´s do Marketing, abrangendo o
mesmo produto, mas por um ângulo diferente.
Ambos são importantes para a empresa, pois refletem dois lados
distintos de um mesmo objeto de estudo, mesmo que para muitos não haja
essa relação real, um profissional de Marketing sempre deve estar atento aos
desejos e necessidades do consumidor, há de se entender o quanto fará
diferença em um relacionamento futuro entre esses dois lados do mercado.
Os 4 C´s são:
Cliente: este é o consumidor, buscando produtos e serviços para que
seus desejos ou necessidades sejam supridos da melhor forma possível, é um
dos pontos mais relevantes, sem clientes não há consumo, não existem
vendas, Pesquisas etc., um profissional de Marketing deve conhecer seu
cliente, tratá-lo com respeito e ouvi-lo sempre que possível, seja através de um
Canal de telemarketing, por correio eletrônico ou não, SAC, contato direto etc.,
há várias formas de ouvir seu cliente, basta dar-lhe oportunidade de dizer quais
suas impressões sobre os produtos, os pontos que podem ser melhorados
mesmo que sejam excelentes e aqueles onde o concorrente irá fortalecer-se
ao produzir um produto que foque diretamente os pontos Fracos do seu
produto, tentar entender o cliente é um exercício diário, que exige preparo e
dedicação, então se deve deixar sempre aberto um canal para que a
Comunicação seja eficaz e eficiente;
Conveniência: o cliente sempre irá procurar um ponto de Distribuição do
produto que lhe convenha, pode ser o mais próximo de sua residência, o
caminho para o trabalho, o de mais fácil acesso, o que possua o melhor
atendimento etc., é muito importante que o profissional de Marketing saiba
onde, como e quando distribuir seus produtos, um produto que não está nas
47
lojas não pode ser vendido e um serviço em que não há pessoa disponível
também, é necessário saber qual é a capacidade de produção, estimar muito
bem o Segmento ou nicho de mercado que se pretende atingir, não deixando
com que os produtos sobrem após várias pessoas reclamarem que não
encontraram já é tarde e ele foi para a concorrência, pois hoje é vital que a
Distribuição seja um dos melhores meios para conquistar clientes, toda a
Logística envolvida pode dar o diferencial que o cliente procura e na falta do
concorrente, é o seu produto que será vendido, pois é o mais conveniente para
o cliente naquele momento;
Comunicação: não adianta produzir, distribuir sem comunicar, o cliente
deve estar ciente da existência do seu produto, da facilidade de acesso que
terá ao buscar a compra e que não faltará em suas futuras compras, o cliente
pode ler um jornal, revista, na Internet, receber um e-mail, uma mala direta,
pode-se usar o telemarketing etc., mas o cliente deve saber que o produto ou
serviço existe, quais são as características, onde encontrar, qual o diferencial
do produto, as vantagens de comprar desta empresa, o Preço que irá pagar
para ter um produto novo no mercado ou similar ao da concorrência etc., mas
além de comunicar deve-se deixar que o produto atenda as expectativas do
cliente e seja fruto de compras futuras;
Custo: o cliente não irá pagar muito mais do que sua percepção de
Valor poderá sugerir, o que para a empresa é o Preço, para o cliente é o
Custo, o Valor que terá de desembolsar para que adquira o produto ou serviço,
para que tudo saia perfeitamente é vital que o profissional de Marketing faça
Pesquisas relevantes, saiba quanto o cliente pagaria para adquirir o produto X,
quais os benefícios que ele procura em um produto similar, qual é seu
Segmento de mercado ou o nicho escolhido, estudar o comportamento do
consumidor, qual é a distância que ele poderá ou estará disposto a deslocar-se
para comprar, o que faria ele sair da concorrência para comprar da sua
empresa etc.
Os estudos sobre o cliente ou consumidor devem ser constantes,
embasados em dados reais e que tornem possível um contato cada vez mais
próximo com o consumidor, deixando sempre a oportunidade para a empresa
48
voltar a ofertar o mesmo produto ou então as novidades do mercado,
fidelizando o com produtos que realmente atendam suas necessidades e
desejos, que cumpram o que prometem.
O profissional de Marketing deve estar atento à sua empresa e aos
clientes que possui, não há motivos para descartar clientes que representem
muito do seu faturamento, o maior lucro não deve ser o financeiro, mas sim a
fidelização do cliente que renderá uma parceria muito mais sólida ao longo do
tempo.
Autor: Rafael Mauricio Menshhein
Fonte: Portal do Marketing
49
ANEXO IV
Gráfico – Satisfação e recomendação geral por região
Fonte: www.implantandomarketing.com
50
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
• CRM - Teoria, Prática e Ferramentas – Moacir Quadros – Ed. Visual Books,
2010
• GREENBERG, P. CRM: Customer Relationship Management na velocidade
da luz – Conquista e lealdade de clientes em tempo real na Internet. Rio de
Janeiro: Campus, 2001.
• KOTLER, Philip. Adm de Marketing. 10.ed. São Paulo: ABDR, 2002.
• KOTLER, Philip. Administração de Marketing: análise, planejamento,
implementação e controle. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1998.
• MADRUGA, R. Guia de implementação de marketing de relacionamento e
CRM – O que e como todas as empresas brasileiras devem fazer para
conquistar, reter e encantar seus clientes. Ed. Atlas, 2004
• MCDANIEL, Carl; GATES, Roger. Pesquisa de Mkt. São Paulo: Pioneira
• NICKELS, William G.; WOOD, Marian Burk. Marketing: relacionamento,
qualidade, valor. Rio de Janeiro: LTC, 2001. Thomson Learning, 2003. • http://odig.net/geracao-de-leads/
• http://www.accentgold.com/microsoft-dynamics-crm-software/
• http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/case-starbucks-midias-
sociais-significam-relacionamento-com-o-cliente
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• http://www.bretzke-marketing.com.br/artigos_descricao.asp
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• http://www.leoschweitzer.com.br/geracao-de-leads/
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• http://www.oracle.com/br/products/applications/crmondemand/index.html
51
• http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Marketing_1_a_1_uma_estrategia_fu
ndamental_da_atualidade.htm
• http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/50455/pesquisa-de-
satisfacao-a-importancia-de-saber-o-que-o-cliente-pensa-de-voce