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SISTEMA DE LINHA DE RACK EM UMA MOVIMENTAÇÃO INTERNA DE UM ARMAZÉM: UMA
VISÃO DE SUSTENTABILIDADE E ECONOMIA DE MEIOS.
André Luís Monteiro Moreira
ORIENTADOR:
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro 2016
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
SISTEMA DE LINHA DE RACK EM UMA MOVIMENTAÇÃO INTERNA DE UM ARMAZÉM: UMA
VISÃO DE SUSTENTABILIDADE E ECONOMIA DE MEIOS.
Por: André Luís Monteiro Moreira
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do grau
de especialista em Logística Empresarial.
Por: André Luís Monteiro Moreira
Rio de Janeiro 2016
3
AGRADECIMENTOS
.... ao orientador Jorge Tadeu Vieira Lourenço,
aos amigos do curso, à esposa e filhos pela
força nesse novo projeto de vida.
Principalmente a Deus, por me proporcionar
saúde e perseverança.
4
DEDICATÓRIA
.... à minha esposa, por ter participado da
construção deste trabalho, pela paciência em
entender as horas disponibilizadas para a
conclusão do mesmo.
5
RESUMO
A análise do arranjo físico com ênfase na movimentação de carga,
onde se busca rapidez nos processos de recebimento, paletização e
expedição; vibializando uma diminuição nos custos, aperfeiçoando os
mecanismos de movimentação, mantendo uma boa qualidade de serviço em
um ambiente sustentável, evitando os problemas operacionais no armazém; é
o foco desse trabalho. O objetivo deste trabalho é mostrar que um bom arranjo
físico combinado com um eficiente sistema de movimentação de carga, com
base no sistema de linha de rack com roletes, em todo processo de
armazenagem, pode solucionar alguns défices na cadeia de suprimento,
tornando-o mais sustentável; e para dar exemplo, foi realizado um estudo de
caso no Terminal Central de Transporte Logístico do Centro do Correio Aéreo
Nacional, Comando da Aeronáutica, que optou em alterar o arranjo físico e o
sistema de movimentação de cargas, baseado em equipamentos pesados de
combustão interna dentro do armazém, a fim de promover melhorias no seu
processo de armazenagem. Dentro desta realidade pôde-se destacar a
importância da busca por eficiência na movimentação de materiais, como forma
de aumentar a produtividade de um armazém, proporcionando redução de
custos de forma sustentável, verificando que não podemos mais desperdiçar
oportunidades e desprezar os danos que processos possam provocar ao clima
e ao meio ambiente.
.
6
METODOLOGIA
Para a realização desta monografia foi utilizada a metodologia de
estudo de caso em um armazém do Comando da Aeronáutica, Terminal
Central de Transporte Logístico, do Centro de Transporte Logístico da
Aeronáutica, sediado na Base Aérea do Galeão, Rio de Janeiro, e ainda foram
realizadas pesquisas bibliográficas em livros, revistas especializadas, artigos e
também pesquisa eletrônica para revisão de literatura. Os dados apurados para
implantação do novo sistema de linha de movimentação de carga e os
comparativos foram realizados pela Comissão de Reestruturação dos Postos
do Correio Aéreo Nacional (PCAN), do extinto Centro Correio Aéreo Nacional –
CECAN, que passou a se chamar de Centro de Transporte Logístico da
Aeronáutica – CTLA, a qual aproveitou a construção do novo Terminal Central
de Transporte Logístico e desenvolveu o referido sistema, buscando a melhoria
dos processos, economia de meios e um ambiente sustentável. As fotos
elencadas no trabalho fazem parte do acervo pessoal e da Comissão de
Reestruturação dos Postos do Correio Aéreo Nacional (PCAN), tiradas em
2010 e 2015.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I
Logística
12
CAPÍTULO II Mudança no Arranjo Físico
18
CAPÍTULO III
O Estudo de Caso
31
CONCLUSÃO
37
BIBLIOGRAFIA
39
ÍNDICE
41
ÍNDICE DE FIGURAS
43
8
INTRODUÇÃO
O Sistema do Correio Aéreo Nacional (SISCAN), da Força Aérea
Brasileira (FAB), como conjunto de meios materiais e humanos, organizados
sob forma sistêmica, tem por finalidade proporcionar um eficiente
funcionamento de todas as atividades do Correio Aéreo Nacional.
Para cumprir sua missão, dentre as quais está à movimentação de
carga, depende do desempenho dos Postos do Correio Aéreo Nacional
(PCAN), que são os terminais logísticos, para realizarem as atividades
logísticas da FAB com eficiência e segurança, apresentando o menor custo
possível, disponibilizando os volumes no menor tempo proposto.
As operações de movimentação de carga nos terminais, tanto nos
modais aéreo, terrestre, marítimo/cabotagem se dão em três fases:
movimentação interna, o transporte até o modal utilizado e carregamento;
sendo que cada operação requer um tipo de equipamento, entretanto, a
ergonomia ideal só é conseguida quando se dimensiona as instalações de
acordo com os processos e equipamentos utilizados.
No caso desse Terminal em estudo, do Comando da Aeronáutica, o
sistema utilizado refletia em um elevado consumo de combustível, homem-hora
desperdiçado, gastos na manutenção dos equipamentos, rachadura no piso do
armazém e riscos de acidente, onde foi reestruturado com um novo sistema de
linhas de rack.
Há décadas esse Terminal vinha trabalhando com um sistema de
movimentação de carga e um arranjo físico que não atendia a sua
necessidade, e acabava prejudicando todo o Sistema do Correio Aéreo
Nacional, com atrasos, acidentes e aumento do custo operacional.
Um dos pontos importantes na armazenagem é o arranjo físico, pois
um arranjo físico eficiente proporciona um aumento na produtividade, com
redução nos custos operacionais. Na maioria das vezes o termo é conhecido
como layout.
9
Desta forma, o problema da pesquisa é saber se a utilização de
linhas de rack em armazéns proporciona uma situação de sustentabilidade e
economia de meios.
Martin Christopher (2013) cita que a definição mais utilizada para a
sustentabilidade é aquela que ao atingir as necessidades do presente não
comprometam as gerações futuras, sempre pensando no amanhã.
Alcançar o desenvolvimento sustentável não é algo tão simples, vai
além da esfera ambiental. É preciso que três importantes fatores estejam em
equilíbrio: o social, o ambiental e o econômico.
A emissão de dióxido de carbono (CO2) por um sistema de
combustão interna responde por uma boa parcela do total de emissões globais.
A consciência ambiental cresce à medida que observamos que os recursos
materiais e o meio ambiente encontram-se bem alterados. Dentro deste cenário
e acompanhando as políticas de estímulos à redução de emissão de gases do
efeito estufa, demonstrarei nesta pesquisa como uma modificação no layout de
um armazém e a troca de equipamentos à combustão interna por um
mecanismo não motorizado, podem colaborar na redução das emissões de
gases e na economia de meios.
O objeto do presente estudo é a análise de um sistema de linha de
rack e sua relação com a sustentabilidade e economia de meios, estudo de
caso em um armazém da Força Aérea Brasileira; e tem como objetivo geral
demonstrar que um sistema de linhas de rack bem elaborado em um armazém
pode melhorar os processos logísticos, de forma sustentável e econômica.
Objetivos específicos são:
Verificar como uma modificação em um layout de um armazém
pode proporcionar uma economia nos processos logísticos; e
Analisar se a utilização de mecanismos de movimentação de
materiais em armazéns, sem combustão interna, podem viabilizar um ambiente
mais sustentável.
O sucesso de qualquer arranjo físico depende diretamente de um
tempo de estudo e o resultado é primordial para o início de um projeto. Cada
10
processo na Logística requer um bom planejamento e no caso da
movimentação da carga não é diferente. Para Viana (2008), a representação
gráfica de uma área ocupada por pessoas e equipamentos é o layout de um
armazém.
Um arranjo físico com uma péssima movimentação de carga em um
armazém reflete diretamente na área operacional, ocasionando um custo
elevado no final.
De acordo com Martin Christopher ( 2013, p. 9):
...um caminho cada vez mais poderoso para se conquistar uma vantagem de custo não vem necessariamente com o volume e as economias de escala, mas com a logística e a gestão da cadeia de suprimentos. Em muitas indústrias, os custos logísticos representam proporção tão significativa dos custos totais, que é possível fazer grandes reduções de custos fundamentalmente por meio de processos logísticos de reengenharia.
Ao otimizar os processos e reduzindo os custos você ganha em
competividade, que não é o caso do Comando da Aeronáutica, mas ganha na
rapidez das operações.
O arranjo deve estar diretamente relacionado ao sistema de
armazenagem/movimentação de carga, ambos devem ser eficientes.
Conforme Bertaglia (2009, p.2):
Atualmente, as organizações empresariais enfrentam cada vez mais desafios importantes – desde aspectos estratégicos até condições operacionais que mobilizam e afetam o ecossistema, produzindo conflitos na organização, nos colaboradores e clientes, no âmbito do mercado e seus concorrentes.
Os sistemas devem sempre procurar a excelência logística, sempre
melhorando os níveis de serviço, através de muitas adequações, pois para
usufruir da logística é preciso que se estruture de modo a ser capaz de
gerenciar a complexidade de diferentes políticas de serviços.
Segundo Pereira; Boechat; Tadeu; Silva e Campos (2013) as
organizações devem priorizar o fato sustentabilidade, como uma nova forma de
processos e satisfação à sociedade.
Diante do exposto, para enriquecimento do conhecimento e para
melhor entendimento dos processos logísticos, serão abordados no Capítulo I o
11
conceito de Logística, a importância de suas fases e o processo de
armazenagem, exemplificando alguns tipos da mesma. No Capítulo II serão
verificados as dificuldades e os equipamentos utilizados no armazém antigo,
antes das modificações físicas e dos processos de movimentação de cargas,
como também as novas estruturas com o novo sistema de movimentação,
baseado na movimentação interna de materiais com linhas de rack. E o
Capítulo III que elenca as vantagens proporcionadas com as mudanças na
estrutura, arranjo físico e no processo interno de movimentação de cargas.
12
CAPÍTULO I
LOGÍSTICA
Logística - se observar no seu dia a dia, todo o processo de
desenvolvimento ou fase final de qualquer produto e/ou serviço, o tema está
presente. É um desafio necessário para continuidade e busca de vantagens
competitivas. Difícil é saber organizá-la e otimizá-la. Deve ser avaliada de
forma sistêmica, verificando todos os fatores que podem impactar o processo.
A entidade que detém vários associados/especialistas nos Estados Unidos e no mundo, a palavra logística pode ser definida como: O processo de planejar, implementar e controlar eficientemente o custo correto, o fluxo e armazenagem de matérias-primas, estoques durante a produção e produtos acabados, e as informações relativas a essas atividades, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender os requisitos dos cliente. (COUNCIL OF LOGISTICS MANAGEMENT APUD CAXITO, 2011)
A estratégia operacional da logística é desenvolvida por três
atividades: Armazenar, Transportar e Distribuir. Tem que haver um sincronismo
em todos os momentos, pois um desencontro de informações poderá levar a
uma ruptura em todo o sistema, proporcionando danos irreparáveis a cadeia
logística. Todos os setores da logística devem buscar o
aprimoramento/desenvolvimento de suas áreas para que haja uma boa sinergia
em todo o processo.
Ballou (2006) cita o transporte, manutenção de estoque e
processamento de pedidos como atividades primárias. Outras atividades de
apoio, como: armazenagem, manuseio de materiais, embalagem de proteção,
obtenção e programação de produtos, manutenção de informações,
complementam as atividades primárias buscando a satisfação do cliente.
A integração só se torna viável se houver um bom planejamento,
que considere o fluxo de matérias, fluxo de informações e fluxo financeiro, para
que contribuam na otimização dos processos e redução dos custos.
A armazenagem é uma das fases de gerenciamento da Logística; se
refere a todas as atividades que ocorrem em um armazém: recebimento,
13
movimentação e expedição. Nessa fase do processo, agilizar o fluxo dos
volumes é muito importante, portanto o arranjo físico se mostra um grande
diferencial para minimizar custos e o tempo gasto para a entrega no seu
destino final.
1.1 – Armazenagem
Quando pensamos que a armazenagem é apenas o momento da
guarda de um produto/volume, estamos enganados, é uma etapa complexa,
onde há uma cadeia de serviços: receber, conferir, etiquetar, manusear,
consolidar/desconsolidar, expedir etc; cada atividade com a sua importância
devida.
Segundo Caxito (2011), diante das respostas rápidas e reposições
contínuas, a armazenagem tem grande importância nas empresas,
necessitando de uma gestão estratégica de armazenagem.
A movimentação interna de volumes nos armazéns é uma etapa
com um custo muito elevado, pois estão envolvidos equipamentos, mão–de-
obra direta ou indireta.
Conforme é a complexidade da etapa de armazenagem, inúmeros
são os problemas que atrapalham as operações diárias: arranjo físico
incompatível com atividade desenvolvida, mão-de-obra despreparada,
equipamentos inapropriados etc.
De acordo com Figueiredo; Fleury e Wanke (2006), para minimizar o
custo total de determinado nível de serviço, deve-se observar a otimização do
fluxo de produção ao invés da maximização da utilização dos recursos que
apóiam este fluxo.
Um sistema adequado de movimentação de volumes aumenta a
produtividade, sendo assim reduz os acidentes, reduzindo o custo de
afastamento dos funcionários. Proporciona uma melhoria nas operações de
carga e descarga, ganhando em agilidade.
14
Segundo Viana (2008), dependendo das características dos
volumes, a armazenagem pode ser tornar simples ou complexa. Se não há
uma padronização de embalagens ou de paletização o sistema de
acondicionamento da carga pode requerer uma maior engenharia em todo o
processo.
Para caracterizarmos um Sistema de Armazenagem é necessária
uma perfeita integração entre estrutura metálica, equipamento de
movimentação, prédio/armazém, produtos a serem estocados etc. Tudo isso
para que se satisfaçam as necessidades de cada organização.
De acordo com Caxito (2011, p.135):
Diante das necessidades de respostas rápidas e reposições contínuas, a armazenagem ganha importância e destaque nas empresas, representando não mais a tradicional guarda de matérias-primas ou produtos acabados, mas sim uma função administrativa executada por meio de uma gestão estratégica de armazenagem.
As estruturas de armazenagem são elementos básicos para a
paletização e o uso racional de espaço e, ainda atendem aos diversos tipos de
cargas. São estruturas constituídas por perfis em “L”, “U”, tubos modulares e
perfurados, dispostos a formar estantes, berços ou outros dispositivos de
sustentação de cargas.
Geralmente, a armazenagem é feita dentro dos seguintes critérios:
Por agrupamento – deve ser sempre realizada buscando-se a
unitização dos materiais estocados;
Por tamanho, peso e volume – as cargas com tamanho, peso ou
volumes significativos devem ser agrupados em uma mesma
área, racionalizando a ocupação; e
Por frequência – quando o volume de movimentação e frequência
são significativos, devem ser colocados tão próximo quanto
possível da saída da instalação de armazenamento.
15
1.2– Tipos de Armazenagem
Os sistemas de armazenagem são conjuntos de equipamento que
tem como objetivo armazenar uma carga, dando-lhe segurança na estocagem
e condições para que não sejam danificadas. Existem inúmeras configurações
para cargas fracionadas e cargas unitizadas.
1.2.1 - Armazenagem com estrutura Porta Paletes
Estrutura que proporciona o acondicionamento da carga paletizada
de diferentes tamanhos e pesos. Apresenta um bom custo-benefício, uma das
estruturas mais utilizadas. Como aproveita o máximo da altura de um
armazém, não compromete a movimentação da carga. Alguns aspectos
negativos: o sistema gera muitos corredores e há fragilidade na estrutura.
Segundo Milan (2011) foi homologada em 1º de outubro de 2007, a NBR
15.524 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), norma que
define parâmetros para uso de estruturas de porta-paletes. Que representam
70% das estruturas logísticas.
1.2.2 - Armazenagem com Estantes
Sistema estático de armazenagem; são utilizadas para produtos com
pequeno volume e peso, não paletizados e com armazenamento manual. Nível
de carregamento regulável verticalmente a cada 50 mm, podendo se
apresentar com piso intermediário. A movimentação dos corredores pode ser
de forma manual ou sobre carrinhos.
16
1.2.3 – Armazenagem com Mezanino
Sistema que aproveita a altura útil em um armazém, dividindo em
mais níveis. Divide-se o espaço vertical, com pisos intermediários. Bom para
cargas a granel e paletizadas. Ideal para dobrar ou triplicar o espaço para
armazenagem, facilmente desmontável. Pode ser instaladas salas para
escritórios, liberando espaços inferiores para a armazenagem convencional, ou
permite a colocação de equipamentos sobre determinada área.
1.2.4 – Armazenagem por Flow-rack
Sistema composto por trilho com roletes, os produtos deslizam
devido ao efeito da gravidade, até o setor de resgate da carga. Ideal para o
processo de armazenamento segundo o método FIFO (First In First Out), ou
seja, primeiro que entra, primeiro que sai. Alta velocidade na preparação para
distribuição, com custo operacional baixo, podendo ser integrado a outros tipos
de equipamentos de armazenagem e movimentação de materiais. Ideal para
cargas fracionadas de pequenos volumes.
1.2.5 – Armazenagem por Cantilever
Ideal para volumes com dimensões consideráveis, volumosos,
compridos e irregulares. Sua estrutura é bem reforçada para receber as cargas
bem pesadas. Permiti boa seletividade e velocidade de armazenagem. É
destinada às cargas armazenadas pela lateral, preferencialmente por
empilhadeiras. Pode ser construído nas versões simples e duplas, fixas ou
deslizantes.
17
1.2.6 - Armazenagem por Drive-in
Aproveita o máximo espaço interno, quantidade menor de
corredores operacionais, ideal para cargas pouco diversificadas. Deve ser
utilizado, preferencialmente, quando o sistema de inventário for do tipo LIFO
(last in, first out – último a entrar, primeiro a sair). Sua utilização torna-se
necessária quando é preciso alta densidade de estocagem. A alta densidade
de armazenagem que o sistema oferece pode ser considerada como o melhor
aproveitamento volumétrico de um armazém. As empilhadeiras têm acesso
pelos dois lados, mas o espaço para o trânsito interno é mínimo, exigindo mais
habilidade do operador. A desvantagem para este processo está na variedade
de produtos, o sistema não permite.
No mercado há diversas estruturas e sistemas de movimentação de
materiais, mas as elencadas acima formaram a base para a implantação da
nova estrutura aplicada no armazém em estudo. É o primeiro passo para
otimizar os processos e reduzir os custos da operação. Outros critérios como
tipo de produtos, rotatividade, área operacional disponível, dimensões e de
capacidade de carga devem ser observados na escolha da estrutura a ser
utilizada.
19
aeronáuticos, tanto para o processo de expedição de mercadorias como para o
recebimento das mesmas.
Difícil controle dos itens em estoque, danos em volumes freqüentes,
pouco espaço para o manuseio do equipamento com o palete.
A estrutura do piso já apresentava um desgaste excessivo, fator que
atrapalhava na condução dos volumes, pois em determinadas áreas já havia
buracos, que provocavam até quedas dos itens paletizados.
A iluminação era precária e a ventilação do ambiente praticamente
inexistente. Era difícil adotar um processo de roterização. O fluxo de material
era interrompido constantemente, em virtude de o processo estar totalmente
ultrapassado.
2.1.1 – Equipamentos utilizados no sistema antigo.
Os equipamentos utilizados no antigo armazém ou sistema,
motorizados ou não, tinham a função de transportar, manobrar, realizar os
carregamentos/descarregamentos de aeronaves e veículos de carga nas
operações do Sistema do Correio Aéreo Nacional – SISCAN. Mantendo as
atividades de movimentação de materiais em dia, mesmo fora dos padrões que
estão preconizados nas normas e legislações vigentes.
2.1.1.1 - Empilhadeiras de 7 Toneladas
Equipamento industrial, de grande porte, utilizado para realizar
serviços de elevação e carregamento material através de seus garfos. As
empilhadeiras a combustão GLP, diesel ou gasolina são utilizadas mais
comumente em pátios, docas, portos etc. Deve ser observado o limite de carga
na operação. Além das atividades internas utilizadas para a movimentação dos
paletes aeronáuticos no armazém, o equipamento é utilizado no processo de
paletização, atividade de preparação das cargas sobre paletes, e nas
atividades de carregamento/descarregamento de aeronaves e veículos de
20
carga. Devido as peculiaridades no processo de
carregamento/descarregamento das aeronaves da Força Aérea Brasileira, as
especificações das empilhadeiras no processo de aquisição devem obedecer
as seguintes especificações:
capacidade nominal de 7.000 kg;
combustível diesel;
motor de 4 ou 6 cilindros; potência de no mínimo 75 HP;
velocidade de deslocamento carregada/descarregada de no
mínimo 19/19 km/h;
altura mínima da torre recolhida de no máximo 2.230 mm;
altura máxima de elevação dos garfos de no mínimo 3.800 mm;
elevação livre de no mínimo 1.125 mm;
altura máxima do protetor do operador de 2.235 mm;
comprimento dos garfos de no mínimo 2.340 mm e de no máximo
2.440 mm; e
O equipamento deve possuir deslocador lateral; protetor de carga;
cinto de segurança; kit de iluminação completo, com, no mínimo,
dois faróis dianteiros, um traseiro e duas lanternas de freio e ré;
espelhos retrovisores; alarme sonoro de marcha à ré; pintura
predominante em esmalte sintético amarelo-cromo.
2.1.1.2 - Empilhadeiras de 2,5 Toneladas
Equipamento industrial, de pequeno porte, utilizado para realizar
serviços de elevação e carregamento material através de seus garfos. As
empilhadeiras a combustão GLP, diesel ou gasolina são utilizadas mais
comumente em pátios, docas, portos etc. Deve ser observado o limite de carga
na operação.
21
2.1.1.3 - Transpalete
Utilizado no manuseio da carga dentro do armazém, especialmente
em áreas de espaço restrito. Equipamento não motorizado. Pode ser elétrica e
com balança conjugada.
2.1.1.4 - Pares de luvas com roletes
Equipamento utilizado acoplado à empilhadeira, de grande porte, aos
pares, para realizar o carregamento e descarregamento de cargas paletizadas,
como para apoio de carga.
2.1.1.5 - Paletes PBR
Palete Padrão Brasil (PBR) usado para acomodar as cargas, de
modo que permita a movimentação, armazenagem e distribuição de
mercadorias entre os envolvidos nos processos logísticos. Usado para o
processo de unitização da carga.
Os paletes PBR, no antigo armazém, eram também utilizados como
apoio para os paletes aeronáuticos.
2.1.1.6 - Paletes Aeronáuticos de medida 108 polegadas por 88
polegadas
Equipamento utilizado como base para um ou mais itens-carga,
formando com este(s) um volume único. É elemento básico de um sistema
paletizado. O peso do palete carregado será sempre considerado como a soma
do peso do palete (290 libras/120 kg), mais a carga nele contida. Este tem como
características:
comprimento: 2,74 m (108”);
22
largura: 2,23 m (88”);
espessura: 0,07m (2,25”);
peso: 120 kg;
capacidade máxima de carga: 4.545 kg; e
limite de carga concentrada: 166 kg.
2.1.1.7 - Fitas de amarração de carga
Equipamento utilizado para amarrar a carga a ser transportada sobre
o palete ou piso da aeronave, de modo que a mesma não se mova em qualquer
condição exigida pela aeronave.
2.1.1.8 - Redes de amarração de carga
Equipamento utilizado para amarração da carga ao palete
aeronáutico, cujas embalagens são frágeis, de pouco peso, e não resistentes à
tensão das fitas . As características são as seguintes:
capacidade de resistência máxima; 4.545kg;
confecção da rede: fitas de fio de nylon;
possui uma rede de topo e duas redes laterais; e
peso total do conjunto: 25kg;
Apresenta mais dificuldade no manuseio comparada a fita, pois
dependendo da necessidade de agilizar o processo, dois operadores serão
utilizados na operação.
23
2.2 - Nova estrutura do TCTL e com o novo sistema de
armazenagem (2012)
Através de uma comissão de reestruturação dos Postos do Correio
Aéreo Nacional (PCAN), no sentido de buscar outras fontes energéticas
sustentáveis para a movimentação de cargas no Sistema do Correio Aéreo
Nacional (SISCAN), e diminuir os custos logísticos, um novo terminal de
Cargas foi desenvolvido.
Segundo Braga (2005), muitas empresas não investem tempo e nem
capital em programas de prevenção de poluição por não verem isso como um
fator prioritário, pois esses programas são uma alternativa para a redução de
custos para as empresas, mas no inicio necessitam de investimentos e
mudanças nos processos. Para Leff (2009), a sustentabilidade anuncia o limite
da racionalidade econômica, proclamando os valores da vida, da justiça social
e do compromisso com as gerações vindouras.
Foi construído e entregue em 2012, no interior da Base Aérea do
Galeão- Rio de Janeiro, o novo Terminal Central de Transporte Logístico do
Galeão - TCTL (figura 2).
Figura 2: Novo terminal (Foto tirada pelo AUTOR, 2015)
24
Este terminal é modelo para a logística de movimentação de carga
na FAB, no que concerne a não emissão de gases poluentes e uso de energia
limpa e sustentável.
2.2.1 - Equipamentos utilizados no novo sistema
Comparado ao sistema antigo, apenas foram realizadas as
substituições dos equipamentos motorizados, combustão interna, pelos
equipamentos que serão elencados.
2.2.1.1 - Sistema de linha de Rack
Sistema praticamente composto de estrutura metálica com linhas de
roletes. Proporciona uma movimentação de forma segura, eficiente, com baixo
custo, e sem danos na carga a ser transportada. Possui estruturas fixas e
móveis. Conforme movimentação, demanda do sistema, e altura do seu
armazém, outros níveis de linha de rack podem ser instalados, o que não é o
caso do armazém em estudo, as linhas instaladas atendem bem a
movimentação diária.
Figura 3: Linhas de Rack (Foto tirada pelo AUTOR, 2015)
25
2.2.1.2 - Rack fixo
Rack utilizado para acomodar a carga já paletizada, facilitar o
deslocamento da carga dentro do armazém sem a utilização de equipamentos
motorizados. Deve possuir as seguintes especificações básicas:
Capacidade de carga de 7.000 kg (15.000 lbs);
Largura externa de 2.350 mm;
Comprimento externo de 3.300 mm;
Altura da superfície dos roletes de 508 mm;
Mesa de Roletes formada por 6 vigas longitudinais de chapa
dobrada em U com ¼ da polegada de espessura, onde se apóiam
duas linhas de roletes e 02 vigas externas de chapa dobrada em
U, com ¼ poelgada de espessura para guia de carga,
sobressaindo 25 mm acima da superfície dos roletes. As vigas
transversais externas, também de chapa dobrada em U, com ¼
polegada de espessura;
Entre os roletes deverá existir um passadiço de chapa xadrez com
1/8 da polegada de espessura;
Pista de Rolamento formada por três linhas de 10 roletes cada,
feitos de tubo galvanizado com diâmetro nominal externo de 3
polegadas x 585 mm de comprimento com parede de 03 mm de
espessura e eixo de 625 mm de comprimento, montados sobre
rolamentos esféricos blindados de primeira qualidade;
Travas de chapa galvanizada com ½ polegada de espessura e
100 mm de largura, projetando-se 89 mm acima da superfície dos
roletes, montadas na entrada e saída de ambas as pistas de
rolamento. As travas são acionadas manualmente, uma a uma;
26
Furos na base para colocação de pés de apoio; e
Compostos por 04 pés de apoio em chapa dobrada, sendo 02 pés
para cada sapata de ¼ da polegada com sapatas de 3/8 polegada
x 260 mm x 260 mm, que deverão possuir 01 furo no centro da
base para aplicação de chumbadores tipo Parabolt de 1 / 2
polegada (fixação no piso).
2.2.1.3 - Rack transferidor
Rack utilizado para transferir paletes com cargas nas diversas
linhas de rack fixo e deslocamento da carga paletizada dentro do armazém.
Além das especificações elencadas no rack fixo, retirando os pés, as seguintes
características devem ser observadas:
Quatro rodas para apoiar no guia (trilho), a ser fixado no chão;
As rodas deverão ser fixadas na base do rack com solda de alta
resistência;
Quatro barras de ferro para servir de apoio aos operadores e
facilitar o deslocamento do rack. As barras deverão ser
confeccionadas com um suporte para apoio das mãos.
2.2.1.4 - Rack transferidor/giratório
Rack utilizado para transferir paletes com cargas nas diversas linhas
de rack fixo, deslocamento da carga paletizada dentro do armazém e com a
possibilidade da inversão da posição de saída do palete de 108 polegadas para
88 polegadas ou de 88 polegadas para 108 polegadas, dependendo da
aeronave a ser carregada ou do veículo de carga. Possui as mesmas
27
características do rack transferidor, mas com a mesa giratória, para mudança
das posições mencionadas.
2.2.1.5 - Rack balança para um palete
Rack utilizado para pesagem de um palete carregado. Seu
dispositivo de roletes deve ser capaz de receber os paletes na posição 88” e
108”. Além das características mencionadas no rack fixo, o equipamento
também deve possuir:
Impressor de etiquetas auto-adesivas;
Superfície de Pesagem - Mesa de Roletes;
Células de Cargas, de no mínimo 4 células por equipamento,
deverão ser analógicas, construídas de aço liga blindada, de
modo a evitar a corrosão por umidade e as descargas elétricas
atmosféricas;
Suporte em perfil rígido, com grade de proteção;
O indicador de peso deverá ser do tipo eletrônico digital industrial,
devendo conter teste dos segmentos do display, indicador de zero
e comando para a impressão;
Os dígitos deverão ter altura máxima de 15 mm e a mínima de 6
mm, de modo a propiciar fácil leitura, e intensidade luminosa
compatível, de modo a não causar desconforto visual aos
usuários;
No caso de ocorrência de sobrecarga, todos os segmentos do
display deverão apagar quando a carga sobre o rack balança para
palete aeronáutico exceder de 5 incrementos a capacidade do
rack balança, e deverá haver um sinal luminoso no display do
operador, de modo a caracterizar esta situação;
28
A saída para impressão deverá ficar bloqueada enquanto houver
movimento sobre a plataforma, interferindo sobre a pesagem;
O módulo digital deverá conter saída serial para impressora ou
para interligação à micro;
Impressora deverá ser para utilização conjunta com o módulo
indicador;
Entrada de dados - compatível com o indicador; e
Impressão contendo os seguintes dados - peso bruto, tara e peso
líquido.
2.2.1.6 - Plataforma hidráulica com rack giratório
Utilizada para trabalhar com a carga paletizada em diversas alturas,
facilitando o carregamento nos veículos de carga e outros equipamentos de
transferência de carga. Possui um rack giratório na parte superior para
possibilidade da inversão da posição de saída do palete de 108 polegadas para
88 polegadas ou de 88 polegadas para 108 polegadas, dependendo da
aeronave a ser carregada ou do veículo de carga. Além de possuir a mesma
estrutura metálica do rack fixo e mesa giratória, o equipamento possui as
seguintes características:
A movimentação da plataforma será feita por cilindros hidráulicos
de simples efeito e este deverá ser provido dos seguintes
componentes descritos abaixo:
Dois cilindros hidráulicos de simples efeito para movimentação da
plataforma prevendo-se carga de 7000 kg + 30%;
Reservatório hidráulico com capacidade para 70 litros, com
indicador de nível, bocal de enchimento com filtro de ar, filtro de
sucção, bujão para dreno e registro de saída;
29
Bomba hidráulica acionada por motor elétrico trifásico de 7,5 HP,
220/380v, TFVE, proteção IP 54 e IV pólos;
Válvulas direcionais acionadas por solenóides;
Válvula de retenção, válvula de alívio e válvulas controladoras de
vazão para o controle de velocidade de elevação e descida da
plataforma;
Tubos, mangueiras e conexões para alta pressão;
Painel de comando e proteção montado com os dispositivos de
acionamento e proteção, tipo relé, fusíveis etc; e
O painel é montado em suporte ao lado da plataforma, com a
necessária ligação elétrica entre painel e motor/solenóides,
protegida por conduites flexíveis.
2.2.1.7 - Rack balança para paletes acoplados
Rack utilizado para pesagem de três paletes acoplados carregados.
Seu dispositivo de roletes deve ser capaz de receber os paletes na posição 88”
e 108”. Balança utilizada quando o material a ser transportado supera as 88”,
para aeronaves C-130, ou supera as 108” para aeronaves C-105. Para a
utilização desta balança os paletes devem estar acoplados por pares de
acopladores. As especificações são as mesmas do rack balança para um
palete, diferenciando na quantidade de células a serem instaladas.
2.2.1.8 - Empilhadeiras elétricas, leves de uso interno
São equipamentos versáteis em função do seu desenho e de suas
características operacionais, são próprios para serem operados em lugares
fechados, tais como: depósitos, armazéns ou câmaras frigoríficas. Geralmente
compactos, para que possam realizar tarefas em corredores estreitos,
30
normalmente possuem uma torre de elevação com grande altura aumentando
consideravelmente a capacidade de armazenagem e estocagem em
prateleiras. Empilhadeiras elétricas operam com baterias de 48 volts,
silenciosas, diminuindo consideravelmente ruídos operacionais. Possuem alto
grau de giro possibilitando manobras em seu próprio eixo.
O novo processo permitiu que os equipamentos a combustão
fossem retirados da parte interna do armazém, permanecendo outros,
mencionados anteriormente, como: o transpalete, o palete aeronáutico, o
palete PBR, as fitas, o conjunto de rede, os acopladores. Os demais
equipamentos foram colocados na parte externa do armazém, realizando o
processo de carregamento/descarregamento de aeronaves.
31
CAPÍTULO III
O ESTUDO DE CASO
Após o exposto dos dois momentos do Terminal Central de
Transporte Logístico da FAB, observa-se uma ligeira melhora no arranjo físico
a partir de 2012, mas outras modificações foram mais relevantes, que
proporcionaram um ambiente mais sustentável, economia significante nas
manutenções dos equipamentos, e melhoraram os fluxos dos materiais dentro
do processo de armazenagem.
Os 3Rs da gestão sustentável da cadeia de suprimento – reduzir, reutilizar e reciclar – estão agora começando a receber muito mais atenção na maioria das empresas. Cresce a compreensão de que ela não é só uma estratégia focada na diminuição do impacto ambiental da atividade econômica para todos os que vivem neste planeta, mas também deve ser uma estratégia para a melhora da rentabilidade global da empresa porque tais estratégias consomem menos recursos. CHRISTOPHER, Martins. 2013, p.301.
Segundo Barbieri e Cajazeira (2009) uma empresa sustentável
procura incorporar os conceitos, os objetivos relacionados com o
desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social, em suas políticas e
estratégias de negócios, de modo consistente.
O grande destaque vai para as linhas de rack que substituíram a
movimentação interna dos paletes aeronáuticos, pois antes eram feitas com a
utilização de empilhadeiras de 7 toneladas, cumprindo com excelência a função
das esteiras transportadoras tão comumente usadas nos operadores logísticos
da atualidade. Ressalta-se que, neste sistema, a movimentação ocorre
manualmente, sem o consumo de energia.
A movimentação de materiais é um sistema de atividades
interligadas que faz parte de um grande sistema de uma instalação, implica
cuidados devido à fragilidade, dimensão ou peso do objeto a ser transportado,
para que essa movimentação ocorra sem danos (PALETTA et al, 2009).
O sistema de linhas de rack, além de dar uma dinâmica excepcional
no processo de movimentação de cargas unitizadas (Paletes Aeronáuticos com
33
No transporte rodoviário a carga paletizada não reflete em toda a
frota, encontra-se em fase de teste. Os veículos de carga de pequeno porte
foram testados com o novo sistema e foram observados ganhos significativos
no melhor aproveitamento da cubagem.
O processo de carregamento de cargas unitizadas no modal
terrestre, cargas paletizadas sobre paletes aeronáuticos (fig.6), segue o mesmo
processo de carregamento de cargas soltas, contudo agrega-se a vantagem de
eliminar a necessidade de ter-se uma empilhadeira de 2,5 ton fora do armazém
para fazer a transferência das cargas para o caminhão/carreta, uma vez que o
palete será transferido diretamente, da plataforma hidráulica para o caminhão.
Desta forma a operação pode ser executada em sua totalidade sem o uso de
empilhadeira e operador, ou seja, o trabalho pode ser realizado por 2
auxiliares.
Logo, a visão de movimentação de carga no interior dos armazéns
deve ser cada vez mais, voltada para a movimentação de paletes (cargas
unitizadas) e não de cargas à granel.
Figura 6: Veículo de carga com carroceria roletada. (Foto tirada pelo AUTOR, 2015)
34
Todavia, sobre a economia gerada em longo prazo, o novo sistema
proporciona ainda as seguintes vantagens:
Diminuição do tempo de carregamento e descarregamento de
caminhões e carretas;
Padronização dos procedimentos, com conseqüente redução de
acidentes e incidentes, causados por iniciativas erradas dos
operadores no intuito de cumprir a missão o mais rápido
possível;
Não exposição do pessoal à ruído, gases e poeira de pneus;
Maior vida útil aos paletes (redução de paletes com empenos e
chapas soltas), por estarem sendo movimentados sempre sobre
superfícies roletadas e niveladas (linhas de rack);
Flexibilidade nas operações (não há necessidade de operador
ou de empilhadeira para movimentação, paletização e pesagem
das cargas);
Facilidade para carregamento e descarregamento de cargas
paletizadas em veículos de carga;
Figura 7: Carga Paletizada/Unitizada (Foto tirada pelo AUTOR, 2015)
35
Redução do tempo de carregamento e descarregamento de
carretas de 3:00h para 30 min;
Organização e arrumação das cargas no interior do armazém
(alinhadas), com conseqüente facilitação às eventuais
conferências;
Facilidade de substituição de mão de obra, muita rotatividade
(problema que é constante), uma vez que não será mais
considerado critério crítico de seleção, para trabalhar no
terminal, ser habilitado (empilhadeiras elétricas não requerem
habilitação); e
Eliminação dos gastos anuais com aulas e demais taxas
necessárias para a habilitação veicular, bem como do tempo
perdido com o envio dos funcionários para aulas e exames.
O outro destaque vai para a substituição das empilhadeiras a
combustão, de 7 e de 2,5 toneladas por empilhadeiras elétricas de 2,5
toneladas trabalhando conjugadas com as linhas de rack.
Dentre as vantagens do uso de empilhadeiras elétricas podemos
destacar os seguintes:
Maiores elevações – torre que eleva até 10 metros, facilitando a
armazenagem vertical, que não é o foco, mas um ponto a mais;
Uso de energia limpa e renovável;
Curva de manutenção constante e de baixo custo;
Intervalos de manutenção maior – 700 horas para verificação;
Podem operar em corredores menores que 3 metros;
Baixo custo ambiental – troca da bateria no fim da vida útil -
mínimo de 1500 ciclos;
Múmero reduzido de componentes a serem trocados ou
verificados;
36
Diversidade de modelos – permite uma operação personalizada e
específica;
Maior vida útil do equipamento; e
Maior precisão na movimentação de mercadorias.
Não foi adotada a operação por empilhadeiras de 2,5 Ton. à GLP,
pois iria surgir a necessidade de contratar-se uma empresa especializada no
fornecimento de gás, bem como há a exigência de se ter local apropriado para
guarda das botijas. Há prejuízos também no aspecto ergonômico, no tocante à
substituição das botijas pelos operadores, pois se faz necessário um esforço
físico considerável, uma vez que tal tarefa só pode ser realizada manualmente.
Antes de todas estas mudanças, a comissão de reestruturação,
citada anteriormente, verificou que o gargalo no processo Logístico do Sistema
do Correio Aéreo Nacional estava no setor de armazenagem, pois apresentava
muitos atrasos nas atividades que envolviam o fluxo das cargas e os
carregamentos/descarregamentos dos meios de transporte. Foi verificada que
a velocidade alcançada através do transporte, no modal aéreo, só seria
eficiente se também fosse eficiente o processo de movimentação de carga em
solo, pois o carregamento de uma aeronave se dá em três fases: a
movimentação interna, o transporte até a aeronave, e o carregamento
propriamente dito, ocorrendo o inverso para descarregamento.
A forma de roteirização com as linhas de rack proporcionou uma
resposta mais rápida para o planejamento dos transportes, dando uma visão
mais real do necessário a ser transportado e o modal ideal a ser utilizado.
De acordo com Viana (2008), a evolução da tecnologia acarretou em
inúmeros benefícos para a armazenagem; a implantação de novos métodos,
tanto para a otimização dos processos, como para melhor adequação da
estrutura física e dos equipamentos a serem utilizados.
37
CONCLUSÃO
É preciso, como Força Aérea, que à velocidade e à flexibilidade, que
são características desta instituição, estejam agregadas a um sistema eficiente
de coordenação e movimentação de cargas, de forma a possibilitar o total
cumprimento da missão, seja em tempo de paz, seja em tempo de guerra.
Dentre os diversos sistemas de armazenagem existentes no
mercado e de acordo com as características diferenciadas no trabalho do
terminal em foco, verificou-se que o sistema de linha de rack atendeu bem as
necessidades e elevou significativamente a operacionalidade do setor, com
redução dos custos de mão-de-obra, das perdas de materiais por avarias,
melhoria na organização e controle da armazenagem, melhoria nas condições
de segurança de operação do depósito, aumento da velocidade na
movimentação, descongestionamento das áreas de movimentação, sem contar
com o excelente ambiente proporcionado pelo novo sistema, sem poluição
sonora e do ar. A sustentabilidade se faz presente neste Terminal.
Projetos simples são cada vez mais necessários nas operações
logísticas, com uma metodologia consistente. Existem algumas áreas que
parecem ser as principais causas de erros no gerenciamento, porém existem
soluções para corrigir estes problemas se reservarmos um tempo para procurá-
los; medidas simples são, muitas das vezes, econômicas e fáceis de
implementar. Um armazém só será tão eficiente, se os funcionários que
trabalham nele, estiverem em sintonia com o mesmo. Os funcionários que
compõem a força de trabalho do armazém devem ser eficientes em seus
trabalhos, ou o armazém irá fracassar na mesma área. Com o emprego destes
novos conceitos de armazenagem na Força Aérea, um processo contínuo de
treinamento deve ser estabelecido, para que todos trabalhem no mesmo nível,
com os mesmos procedimentos e metas em mente.
Portanto, em um armazém de distribuição é essencial a adoção dos
padrões de economia logísticos, para que sejam obtidos eficiência e equilíbrio
na realização de suas atividades, com a finalidade de alcançar um nível ideal
38
de racionalização dos recursos, assegurando a agilidade, rapidez e segurança
na realização desse serviço. Assim, de acordo com essa realidade, pode-se
destacar a importância da busca por eficiência na movimentação de materiais,
como forma de aumentar a produtividade de um armazém, proporcionando
redução de custos de forma sustentável. Não podemos mais desperdiçar
oportunidades e desprezar os danos que processos possam provocar ao clima
e ao meio ambiente.
39
BIBLIOGRAFIA
BALLOU, R.H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006. BARBIERI, J. C.; CAJAZEIRA, J. E. R. Responsabilidade social empresarial e empresa sustentável: da teoria à prática. São Paulo: Saraiva, 2009. BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia logística. São Paulo: Saraiva, 2009. BRAGA, B. Introdução à Engenharia Ambiental: O desafio do Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Pearson, 2005. BRASIL. Comando da Aeronáutica. Centro Logístico da Aeronáutica. Sistema do Correio Aéreo Nacional: NSCA 4-1. Rio de Janeiro, 2014. BRASIL. Comando da Aeronáutica. Centro Logístico da Aeronáutica. Sistema do Correio Aéreo Nacional: ICA 4-2. Rio de Janeiro, 2014. BRASIL. Comando da Aeronáutica. Centro Logístico da Aeronáutica. Sistema do Correio Aéreo Nacional: ICA 4-3. Rio de Janeiro, 2014. CAXITO, Fabiano. Logística: um enfoque prático. São Paulo: Saraiva, 2011. CHRISTOPHER, Martin. Logística e gerenciamento na cadeia de suprimentos. São Paulo: Cengage learning, 2013. FAB. Aeronaves. http://www.fab.mil.br. Acesso em 16/10/2015. FIGUEIREDO, Kleber Fossat. FLEURY, Paulo Fernando e WANKE, Peter. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento do fluxo de produtos e dos recursos. São Paulo: Atlas, 2006. IMAM. Armazenagem. http://www.imam.com.br/logística/noticias/armazenagem/. Acesso em 11/10/2015. LEFT, E. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Rio de Janeiro: Vozes, 2009. MILAN, Celso Flávio.Operador de empilhadeira: transporte, movimentação e armazenagem de cargas. São Paulo: Érica, 2011.
40
PEREIRA, André Luiz; BOECHAT, Cláudio Bruzzi; TADEU, Hugo Ferreira Braga; SILVA, Jersone Tasso Moreira; CAMPOS, Paulo Március Silva. Logística Reversa e Sustentabilidade. São Paulo: Cengage Learning, 2013. VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2008.
41
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
LOGÍSTICA
11
1.1 - Armazengem 13
1.2 – Tipos de armazenagem 15
1.2.1 - Armazenagem com estrutura Porta Paletes 15
1.2.2 - Armazenagem com Estantes 15
1.2.3 - Armazenagem com Mezanino 16
1.2.4 - Armazenagem por Flow-rack 16
1.2.5 - Armazenagem por Cantilever 16
1.2.6 - Armazenagem por Drive-in 17
CAPÍTULO II
MUDANÇA NO ARRANJO FÍSICO
18
2.1 - Sistema antigo de armazenagem do TCTL e sua estrutura 18
2.1.1 - Equipamentos utilizados no sistema antigo 19
2.1.1.1 -Empilhadeiras de 7 Toneladas 19
2.1.1.2 - Empilhadeiras de 2,5 Toneladas 20
2.1.1.3 - Transpalete 21
2.1.1.4 - Pares de luvas com roletes 21
2.1.1.5 - Paletes PBR 21
2.1.1.6 - Paletes Aeronáuticos de medida 108 polegadas por 88 polegadas
21
2.1.1.7 - Fitas de amarração de carga 22
42
2.1.1.8 - Rede de amarração de carga 22
2.2 - Nova estrutura do TCTL e com o novo sistema de armazenagem
(2012)
23
2.2.1 Equipamentos utilizados no novo sistema 24
2.2.1.1 Sistema de linha de Rack 24
2.2.1.2 Rack fixo 25
2.2.1.3 Rack transferidor 26
2.2.1.4 Rack transferidor/giratório 26
2.2.1.5 Rack balança para um palete 27
2.2.1.6 Plataforma hidráulica com rack giratório 28
2.2.1.7 Rack balança para paletes acoplados 29
2.2.1.8 Empilhadeiras elétricas, leves de uso interno 29
CAPÍTULO III
O ESTUDO DE CASO
31
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA 39
ÍNDICE 41
ÍNDICE DE FIGURAS 43
43
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Antigo armazém do terminal central de transporte logístico,
2010
18
Figura 2 – Novo terminal 23
Figura 3 – Linhas de rack 24
Figura 4 – Aeronave C-130 32
Figura 5 – Aeronave C-105 32
Figura 6 – Veículo de carga com carroceria roletada 33
Figura 7 – Carga paletizada/unitizada 34