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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O TRASNTORNO DE DEFICT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE Por: Luana Morena Alves Ferreira Orientadora Professora Solange Monteiro Niterói 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · O professor precisa ser auxiliado em como buscar ajuda caso o ... mas não constituem por si próprias, uma dificuldade de aprendizado

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O TRASNTORNO DE DEFICT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

Por: Luana Morena Alves Ferreira

Orientadora

Professora Solange Monteiro

Niterói

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O TRASNTORNO DE DEFICT DE ATENÇÃO E

HIPERATIVIDADE

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Psicopedagogia .

Por: . Luana Morena Alves Ferreira

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RESUMO

Há alunos que apresentam comportamento muito agitado, tomam os

brinquedos de seus colegas, andam de um lado para o outro e não conseguem

ficar muito tempo sentado no mesmo lugar. Não conseguem terminar as tarefas

solicitadas e, em alguns momentos, demonstram atitudes agressivas e um

comportamento que geralmente pode ser confundido com indisciplina, mas na

verdade pode ser uma característica do distúrbio de atenção. Esse distúrbio

atinge 5% das crianças e adolescentes de todo o mundo: é chamada de

Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. É muito importante

conhecer os sintomas deste transtorno para a lidar com a situação de maneira

confiante. A demora em diagnosticar o caso pode trazer sérias consequências

para o desenvolvimento da criança.

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METODOLOGIA

Trabalho baseado em diversas pesquisas realizadas na internet, em

artigos, livros e vídeos, onde foi destacada a importância não apenas em ter

conhecimento e saber lidar com o transtorno do TDAH, como também a fazer o

diagnóstico e a intervenção no momento adequado.

Para entender e compreender o que era na íntegra a hiperatividade

e como separar o sintoma do TDAH de outros problemas relacionados busquei

fontes nas Além das referências bibliográficas, profissionais especializados e

sites relacionados ao tema .

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 06

CAPÍTULO I

Compreendendo o que é um transtorno. 07

CAPÍTULO II

A história do TDAH. 13

CAPÍTULO III

Características do TDAH. 18

CAPITULO IV

O TDAH no ambiente escolar. 27

CAPÍTULO V

Tratando o TDAH. 30

CONCLUSÃO 40

REFERÊNCIAS 42

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INTRODUÇÃO

O intuito desse artigo é poder orientar e ajudar muitos profissionais

que lidam com crianças a entenderem e aprenderem sobre como diferenciar

um distúrbio de aprendizagem de um comportamento indisciplinado. Além

disso, estará abordando a importância da intervenção psicopedagógica no

cotidiano escolar.

Após pesquisas na internet, livros, congressos e vídeos direcionados

ao tema Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), ficou

comprovado que os profissionais da educação, precisam ser orientados em

como lidar com alunos tanto com indisciplina e falta de limites, como saber

diferenciar do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). É

muito importante orientar os professores caso venham perceber que um aluno

demonstre agitação repetitiva, falta de atenção, dificuldades de relacionamento,

entre outros, para saberem diferenciar uma situação da outra. Deixando claro

que o sintoma de TDAH não se restringe apenas a uma criança agitada, mas

que uma criança quieta ao extremo também pode ser portadora desse

distúrbio.

O professor precisa ser auxiliado em como buscar ajuda caso o

comportamento venha a persistir, o apoio e parceria da escola são de grande

importância para juntos encaminharem o aluno para especialistas da área,

como Psicólogo ou Psicopedagogo entre outros, que possam fazer a

intervenção e um eventual tratamento.

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CAPÍTULO I

COMPREENDENDO O QUE É UM TRANSTORNO

O termo transtorno abrange diferentes acepções.

Pode fazer referência a uma ligeira alteração da saúde ou a um estado de

incapacidade mental, por exemplo. Transtorno é, por outro lado, a ação e o

efeito de transtornar (inverter a ordem regular de algo ou perturbar o

comportamento de alguém).

Um transtorno psicológico, por exemplo, faz referência a um

desequilíbrio do estado mental de uma pessoa. Em geral, quem sofre deste

tipo de distúrbios recorre a um especialista (o psicólogo) para receber

tratamento (através da psicoterapia e de outras técnicas).

O conjunto de afecções psiquiátricas que modificam o

normal desenvolvimento das relações interpessoais é conhecido como

transtorno de personalidade. Os psicólogos acreditam que existem distintos

fatores genéticos e ambientais podendo dar origem ao aparecimento deste

transtorno, o qual altera o padrão complexo das características psicológicas

que definem um indivíduo.

No âmbito escolar , porém , os transtornos mais comuns são os de

aprendizagem que compreendem em uma inabilidade específica, como leitura,

escrita ou matemática, em indivíduos que apresentam resultados

significativamente abaixo do esperado para o seu nível de desenvolvimento,

escolaridade e capacidade intelectual.

Em 1988, o National Joint Comittee on Learning

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Disabilities apresentou uma conceituação muito bem aceita e aplicada sobre os

problemas de aprendizagem :

"Dificuldade de aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupo

heterogêneo de transtornos manifestados por dificuldades significativas na

aquisição e uso da escuta, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades

matemáticas. Estes transtornos são intrínsecos ao indivíduo, supondo-se que

são devido à disfunção do sistema nervoso central, e podem ocorrer ao longo

do ciclo vital. Podem existir junto com as dificuldades de aprendizagem,

problemas nas condutas de auto-regulação, percepção social e interação

social, mas não constituem por si próprias, uma dificuldade de aprendizado.

Ainda que as dificuldades de aprendizado possam ocorrer concomitantemente

com outras condições incapacitantes como, por exemplo, transtornos

emocionais graves ou com influências extrínsecas (tais como as diferenças

culturais, instrução inapropriada ou insuficiente), não são o resultado dessas

condições ou influências".

Atualmente, a descrição dos Transtornos de Aprendizagem é

encontrada em manuais internacionais de diagnóstico, tanto no CID-10,

elaborado pela Organização Mundial de Saúde (1992), como no DSM-IV,

organizado pela Associação Psiquiátrica Americana (1995). Ambos os manuais

reconhecem a falta de exatidão do termo "transtorno", justificando seu emprego

para evitar problemas ainda maiores, inerentes ao uso das expressões

"doença" ou "enfermidade".

Além destes , são comuns os transtornos do desenvolvimento global

, distúrbios nas interações sociais recíprocas que costumam manifestar-se nos

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primeiros cinco anos de vida. Caracterizam-se pelos padrões de comunicação

estereotipados e repetitivos, assim como pelo estreitamento nos interesses e

nas atividades.

Os TGD englobam os diferentes transtornos do espectro autista, as

psicoses infantis, a Síndrome de Asperger, a Síndrome de Kanner e a

Síndrome de Rett.

Com relação à interação social, crianças com TGD apresentam

dificuldades em iniciar e manter uma conversa. Algumas evitam o contato

visual e demonstram aversão ao toque do outro, mantendo-se isoladas. Podem

estabelecer contato por meio de comportamentos não-verbais e, ao brincar,

preferem ater-se a objetos no lugar de movimentar-se junto das demais

crianças. Ações repetitivas são bastante comuns.

Os Transtornos Globais do Desenvolvimento também causam

variações na atenção, na concentração e, eventualmente, na coordenação

motora. Mudanças de humor sem causa aparente e acessos de agressividade

são comuns em alguns casos. As crianças apresentam seus interesses de

maneira diferenciada e podem fixar sua atenção em uma só atividade, como

observar determinados objetos, por exemplo.

Com relação à comunicação verbal, essas crianças podem repetir as

falas dos outros - fenômeno conhecido como ecolalia - ou, ainda, comunicar-se

por meio de gestos ou com uma entonação mecânica, fazendo uso de jargões.

E ainda o TDAH (transtorno do déficit de atenção/hiperatividade) que

é um distúrbio neurobiológico crônico que aparece na infância e que na maioria

dos casos acompanha o indivíduo por toda a vida.

O TDAH é um dos transtornos psiquiátricos mais bem estudados no

mundo, entretanto existe um questionamento contínuo sobre a sua origem e

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até o momento não há um consenso científico sobre as suas reais causas, ou

seja, quanto a ele ser inato (genético) ou adquirido (ambiental).

Considerando-se que o TDAH é um transtorno heterogêneo

(manifesta-se de inúmeras formas) e dimensional (os sintomas se combinam

nos mais variados graus de intensidade) é possível inferir a complexidade da

questão, com múltiplas causas e fatores de risco. Assim, ainda continua difícil

precisar a influência e a importância relativa de cada fator no aparecimento do

transtorno, havendo necessidade de mais pesquisas sobre o tema.

Em suma, a maioria dos estudiosos concorda com a origem

multifatorial do TDAH, com seus componentes genéticos e ambientais, em que

provavelmente vários genes anômalos de pequeno efeito em combinação com

um ambiente hostil, formatariam um cérebro alterado em sua estrutura química

e anatômica.

Podemos dividir os fatores que causam o TDAH em fatores

neurobiológicos (que incluem genética e anormalidades cerebrais) e fatores

ambientais.

Os fatores genéticos parecem ter um papel bastante relevante na

origem do TDAH. As pesquisas são concordantes e mostram que a prevalência

de TDAH é bem maior em filhos e familiares de pessoas com TDAH em relação

a pessoas sem o problema e que a herdabilidade média do TDAH é estimada

em 76%.

Estudos usando famílias e casos de gêmeos e adoção

estabeleceram as bases genéticas do TDAH, apoiando a contribuição genética

para o surgimento do transtorno. Estudos verificaram que 60% das crianças

com TDAH tinham um dos pais com o transtorno, que a probabilidade da

criança ter o TDAH aumenta em até oito vezes se os pais também tiverem o

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problema; que entre familiares de pessoas com TDAH o risco de se ter o

transtorno era cinco vezes maior que o de pessoas sem história familiar; que

apesar de não haver diferenças importantes na incidência de TDAH entre pais

e irmãos de filhos adotivos comparados a pais e irmãos da população controle,

havia um padrão familiar de TDAH entre os pais e irmãos biológicos de

crianças com TDAH.

Muitos estudos de imagem feitos no cérebro mostraram evidências

de disfunção em pessoas com TDAH (no córtex pré-frontal, núcleos da base,

cerebelo e outras).

Fatores ambientais ,como baixo peso ao nascer (menos de 1.500 g)

confere um risco 2 a 3 vezes maior para TDAH, embora a maioria das crianças

que nascem com baixo peso não desenvolva o transtorno.

Embora o TDAH esteja correlacionado com tabagismo na gestação,

parte dessa associação reflete um risco genético comum. Uma minoria de

casos pode estar relacionada a reações a aspectos da dieta.Pode haver

história de abuso infantil, negligência, múltiplos lares adotivos, exposição a

neurotoxinas (chumbo), infecções (por exemplo: encefalite) ou exposição ao

álcool durante a gestação. Exposição a toxinas ambientais foi correlacionada

com o TDAH subsequente, embora ainda não se saiba se tais associações são

causais.

O TDAH se caracteriza pela combinação de sintomas de

desatenção, desassossego ,hiperatividade (inquietude motora) e impulsividade

sendo a apresentação predominantemente desatenta conhecida por muitos

como DDA .Esses sinais devem obrigatoriamente manifestar-se na infância,

mas podem perdurar por toda a vida, se não forem devidamente reconhecidos

e tratados.

De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção a

prevalência do TDAH gira em torno de 3 a 5% da população infantil em idade

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escolar do Brasil e de vários países do mundo onde o transtorno já foi

pesquisado, sua prevalência é maior entre os meninos. Nos adultos estima-se

prevalência em aproximadamente 4%. Segundo o DSM-5, levantamentos

populacionais sugerem que o TDAH ocorre na maioria das culturas em cerca

de 5% das crianças e 2,5% dos adultos, em adultos, maiores chances de

pessoas do sexo feminino se apresentarem primariamente com características

de desatenção em comparação com as do sexo masculino.

A dificuldade para manter o foco nas atividades propostas e a

agitação motora que caracterizam a síndrome podem prejudicar o

aproveitamento escolar e ser responsável por rótulos depreciativos que não

correspondem ao potencial psicopedagógico dessas crianças.

TDAH não é uma doença nova. Já foi descrita em meados do século

19 e sua frequência é igual em todo o mundo. De acordo com o DSM.IV, o

manual de classificação das doenças mentais, a síndrome pode ser

classificada em três tipos:

1) TDAH com predomínio de sintomas de desatenção;

2) TDAH com predomínio de sintomas de

hiperatividade/impulsividade e

3) TDAH combinado.

Em todas as faixas etárias, portadores do transtorno estão sujeitos a

desenvolver comorbidades, isto é, a desenvolver simultaneamente distúrbios

psiquiátricos, como ansiedade e depressão. Na adolescência, o risco maior

está no uso abusivo do álcool e de outras drogas.

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CAPÍTULO II

A HISTÓRIA DO TDAH

Na análise de Barkley , George Still, um pediatra inglês, foi quem

primeiro explicou e apresentou, em 1902, o TDAH. Still observou algumas

alterações no comportamento de várias crianças atendidas em seu consultório

e, segundo esse médico, tais comportamentos não podiam ser atribuídos a

falhas educacionais, mas pareciam ter um determinante biológico incapaz de

ser demonstrado, assim vinculou o transtorno da atenção a um defeito da

vontade inibitória.Foi ele quem ofereceu as bases clínicas do diagnóstico do

TDAH. No entanto, a análise de George Still foi apenas uma das tantas que

tinham algo a dizer sobre o assunto.

O grupo de crianças que Still selecionou para realizar o estudo, não

correspondia exatamente ao que se considera hoje como TDAH, pois estavam

inclusas as crianças com deficiência mental, crianças com lesões cerebrais e

crianças epiléticas, porém todas elas apresentavam alguns traços em comum:

um acentuado grau de inquietação, uma dificuldade de atenção, e também uma

dificuldade de aprender com a experiência, e por mais que recebessem

ensinamentos, essas crianças voltavam a praticar os mesmos erros.

A história oficial do TDAH conta que,na literatura médica, ele foi

primeiro um defeito do controle moral. O cenário de sua aparição foi a capital

inglesa na virada do século XIX, mais especificamente, o King´s College

Hospital, no ano 1902. George Still é o marco obrigatório. Considerado por

seus comentadores o primeiro pediatra inglês, Still foi também o primeiro

professor de doenças infantis do King´s College Hospital e autor de vários

livros sobre o comportamento infantil normal e patológico. Ele ficou famoso

pela descrição da artrite reumatóide crônica em crianças, patologia que ficou

conhecida como a doença de Still. Na história do diagnóstico do TDAH, de sua

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vasta produção, são retomadas três conferências proferidas diante do Royal

College of Physicians, no ano 1902, entituladas Algumas condições psíquicas

anormais em crianças, publicadas no The Lancet, no mesmo ano .

A história de Barkley sobre o transtorno é a mais citada pelos que,

como ele, encontram nas Conferências de George Still a primeira descrição

médica do TDAH. Para o autor, vários aspectos da análise de Still confirmam a

existência biológica do transtorno e de sua manifestação clínica na virada do

século. O primeiro ponto de acordo é etiológico: a condição mórbida descrita

por Still e o atual TDAH resultam do defeito da função inibitória da vontade. A

sintomatologia e a epidemiologia descritas são também as mesmas. Nas

crianças afetadas, a punição é ineficaz. O comportamento agressivo e

desafiante que está na base da criminalidade é uma manifestação comum.

Entre os familiares, há relatos de alcoolismo, depressão e comportamento

criminoso. Nos dois diagnósticos, a desatenção e a hiperatividade estão

presentes. Observa-se o comportamento patológico orientado por gratificações

imediatas, acompanhado da incapacidade de planejar o futuro. O intelecto não

é afetado. As duas pesquisas legitimaram a patologia moral como uma

condição mórbida independente e real porque biológica e cerebral. O objetivo

era e é encontrar a sede fisiológica da vontade, da moral e do autocontrole.

As possíveis similaridades entre o TDAH e a condição analisada por

Still são repetidas em todo livro e tese sobre o assunto. Elas atestam que o

transtorno não é uma invenção de nossos tempos. Mas, na maior parte das

vezes, esses estudos emprestam a Still uma meticulosidade neurológica e um

vocabulário sintomatológico irreconhecível em suas conferências. O médico

inglês era extremamente cauteloso em seus argumentos. Para ele, o debate

estava em aberto. Em relação aos sintomas analisados, seus textos estão

repletos de expressões condicionais do tipo se eles realmente forem (mórbidos

ou não), se eles existem (como uma patologia) e de outras indeterminações do

mesmo gênero. Por outro lado, os historiadores internos do TDAH nunca

mencionam as questões morais, políticas e legais que norteavam os estudos

15

de Still. Tratava-se, em primeiro lugar, de legitimar os valores morais da época

ao inscrevê-los no corpo. Still foi um dentre muitos outros que postulou a

existência de uma patologia moral específica, marcada pela desobediência às

regras e consensos sociais. Seu nome pode ser incluído na história da

naturalização da moral e moralização do natural .

Still analisava os defeitos anormais do controle moral em crianças

resultantes de uma falha no desenvolvimento mental. O médico acreditava que

o controle moral normal sempre estava em conformidade com a ideia de bom

ou de bem de todos. Era tal controle que inibia as forças espontâneas e

instintivas opostas à ideia de bem de todos. Mas, nas crianças analisadas em

seu estudo,havia um defeito moral.

Na história neurobiológica do TDAH, um outro capítulo importante é

dedicado à origem do tratamento com estimulante, e, nesse caso, Charles

Bradley é o nome mais citado. Diferentemente do que a versão oficial nos

conta, mesmo na história farmacológica, a explicação para o transtorno não era

de todo biológica. Em sua pesquisa, Bradley afirmava que o medicamento

estimulava as partes do córtex responsáveis pelo processo de inibição do

comportamento e assim auxiliava no tratamento da hiperatividade. Sua

pesquisa comprovava as bases neurofisiológicas do transtorno, mas ele

oferecia uma explicação para o problema que era também psicodinâmica. As

crianças sem interesse pela escola, incapazes de controlar seus

comportamentos impulsivos e suas emoções estavam quase sempre

envolvidas em situações de conflito pessoal.

Comentando o trabalho de Bradley, Nefsky afirma que :

O estudo do efeito do tratamento medicamentoso em crianças hiperativas associa Bradley naturalmente ao pensamento biomédico, mas sua teoria etiológica não postulava um mecanismo neurológico consistente nas bases da hiperatividade. Na verdade, por fim, ele usava conceitos

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psicodinâmicos, como a noção de conflito pessoal.(NEFSKY, 2004, p. 19).

Essa é também a análise de Singh. Devido à força da interpretação

psicanalítica, o campo psiquiátrico era caracterizado pela mistura entre as

explicações biológicas e psicológicas. De certa forma, na conceituação da

hiperatividade e na psiquiatria infantil, as perspectivas psicodinâmicas

dominavam o cenário.

O TDAH foi constituído na economia biomédica da atenção,

característica das últimas décadas do século XX. Ao mesmo tempo, ele

pertence a um período que extrapola a criação de seu conceito diagnóstico e o

vincula à história do sujeito cerebral. Sendo parte de um processo mais geral

de somatização e cerebrização da identidade, ele pertence à história da

constituição das biologias morais da vontade e da atenção.

A defesa da causa cerebral e neurológica da patologia mental

também possui uma história. Seus argumentos, seus métodos e suas

tecnologias mudaram e se transformaram, fizeram parte de diferentes regimes

científicos e discursos morais, mas, em todos eles, as descrições biológicas

das patologias da atenção e da vontade permitiram que os valores morais

dominantes em cada época fossem naturalizados e inscritos no corpo.

No entanto, não queremos dizer que o diagnóstico do TDAH seja um

engodo e que a condição patológica que ele descreve seja inexistente.

Em sua temporalidade recente, o TDAH e a condição existencial que

ele descreve foram constituídos no espaço fronteiriço habitado pelas

tecnologias de saber-poder que possibilitaram a emergência do indivíduo

empreendedor, gestor de si e persistente em sua vontade, do eu neuroquímico

e cerebral, do indivíduo visto como um risco para si para a sociedade e do eu

no qual o desejo de risco é uma ameaça para as sociedades de segurança. Ele

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não somente nasceu desse solo, mas participou e participa ativamente de sua

constituição.

A hiperatividade teve muitos nomes no decorrer dos anos, tais como:

síndrome da criança hiperativa, reação hipercinética da infância, disfunção

cerebral mínima e transtorno de déficit de atenção (com ou sem

hiperatividade). Após grupos de psiquiatras realizarem pesquisas, chegou-se à

conclusão de que o TDAH é um transtorno da inibição da auto regulação.

Em 1980, a associação Americana de Psiquiatria adotou

oficialmente o termo Transtorno do Déficit de Atenção e no ano de 1994 foi

atualizado para Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TODA/H),

onde o acréscimo da barra inclinada significa que o problema pode ocorrer com

ou sem o componente de hiperatividade, inicialmente considerado o sintoma

mais importante e definidor do quadro.

Atualmente o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é uma

forma usada para relacionar um transtorno de desenvolvimento específico, que

é observado tanto em crianças como em adultos, destacando uma inibição

comportamental, atenção sustentada, resistência à distração e também a

regulação do nível de atividade da pessoa.

18

CAPÍTULO III

CARACTERÍSTICAS DO TDAH

O TDAH é um transtorno com forte componente genético, por isso é

muito comum vermos várias pessoas de uma mesma família com esse

transtorno, quando se diagnostica uma criança.

Por ter conotação genética, a Hiperatividade reforça a ideia de que é

um transtorno hereditário, apresentando outras ideias sobre possíveis causas

deste transtorno, uma delas seria a hiperatividade como disfunção orgânica,

pois envolve diversas áreas do cérebro na determinação do quadro do

hiperativo.

É preciso ficar atento para os movimentos de cada aluno em sala de

aula, pois o professor é a pessoa mais próxima da criança, e poderá observar

cada comportamento e atitude desse aluno, para poder distingui-lo do TDAH ou

indisciplina e poder encaminhá-lo para uma possível avaliação e

acompanhamento psicopedagógico. As crianças hiperativas são capazes de

aprender, mas encontram dificuldades no desempenho escolar devido ao

impacto que os seus sintomas causam.

A identificação da idade em que aparecem os sintomas é muito

importante, pois tem início precoce e habitualmente dos seis ou sete anos de

vida já pode ser percebido pelos pais quando a criança começa a enfrentar os

desafios no convívio com outras crianças, pessoas com TDAH geralmente

apresentam o mesmo comportamento na escola e também em casa.

Algumas caraterísticas de uma pessoa portadora do TDAH serão

apresentadas a seguir tais como:

Não consegue se concentrar em palestras, aulas, leitura de livros;

demonstra dificuldades em terminar um livro, a não ser que seja muito

19

interessante; fala excessivamente; gesticula e tem dificuldades em realizar

atividades em silêncio; parece não ouvir quando o chamam e muitas vezes são

interpretados como egoístas e desinteressados.

Quando participa de uma conversa pode distrair-se e prestar

atenção em outras coisas, principalmente quando está em grupos. Às vezes

capta apenas partes do assunto ou enquanto "ouve" já está pensando em outra

coisa. Demora muito para iniciar uma tarefa que exija longo esforço mental,

possui dificuldade em seguir instruções, em iniciar, completar e só então,

mudar de tarefa, muitas vezes são chamados de irresponsáveis o que dificulta

o tratamento.

São desorganizados com objetos como: mesa, gavetas, arquivos,

papéis e etc. Não conseguem fazer o planejamento do tempo, apresenta

problemas de memória em curto prazo: perde ou esquece objetos, nomes,

prazos, datas. Quando está falando, pode ocorrer um "branco" e a pessoa

esquecer o que ia dizer. São desassossegadas e que não permanecem

sempre nas mesmas atividades, só conseguem permanecer quietos quando

estão dormindo. Podem demonstrar excesso de movimentos sem motivos para

a realização de uma tarefa, como ficar mexendo os pés e as pernas, dar

tapinhas nas coisas, balançar-se quando estão sentados ou mudar de posição

ou postura enquanto estão realizando algumas tarefas que possa aborrecê-los.

Outra característica de quem apresenta um quadro de TDAH na

escola é a falha na produção da escrita, tanto no seu aspecto gráfico, quanto

no ortográfico, dificuldade para compreender, interpretar e produzir textos

esquece instruções, direções e lições, memoriza com muita dificuldade as

informações, muitas vezes distrai-se com seus próprios devaneios.

Existem casos em que as crianças podem se mostrar

completamente desatentas, desconcentradas, a viverem no mundo da lua,

perdidas nos seus próprios pensamentos, não apresentarem nenhum

20

comportamento agitados, são quietas demais, e mesmo sem apresentarem

nenhum sinal de inquietação, essas crianças também podem ser consideradas

portadoras do Transtorno do Déficit de Atenção.

A hiperatividade pode acontecer em muitos outros distúrbios

psíquicos, não sendo, portanto uma marca característica das pessoas

portadora do TDAH. É muito importante observar com atenção tanto uma

criança inquieta ao extremo como também a criança que fica quietinha no seu

canto, que não fala e não participa das aulas como as demais crianças, pois

muitas vezes o professor presta mais atenção somente naquele aluno que não

para quieto e se esquece de observar aquela criança não se manifesta em sala

de aula. Metade das crianças com TDAH seguirão tendo sintomas

problemáticos de desatenção ou impulsividade na idade adulta. Mas quando já

estão adultos costumam ser mais capazes de controlar o comportamento e

mascarar as dificuldades.

3.1 O TDAH em adolescentes e suas características

As características de um adolescente com TDAH são semelhantes

às crianças com o mesmo transtorno, apenas com diferenças decorrentes do

próprio amadurecimento e das circunstancias próprias da faixa de vida em que

se encontra.

De forma semelhante à criança, o adolescente tem dificuldade de

ficar concentrado nas aulas, em leituras, a não ser que a leitura também seja

do seu interesse, caso contrário logo fica entediado e acaba abandonando a

prática de leitura. Geralmente estuda pouco ou nada para as provas e reluta

em fazer atividades escolares que exija concentração, como pesquisas em

livros, trabalhos demorados, etc.

21

Apresenta dificuldades para completar todas as tarefas escolares e

do cotidiano em geral, até procura se esforçar para começar e terminar um

trabalho escolar, mas imediatamente se sente atraído por algo que possa

proporcionar mais prazer, como uma partida de futebol, ou um colega

conversando.

Alguns adolescentes portadores de TDAH iniciam várias atividades

de uma vez, porém conseguem terminar somente algumas dessas atividades

ou nenhuma delas, pois sempre pulam para outra atividade sem terminar a

primeira e nunca chegam ao final. De forma aparecida com a criança, o

adolescente com TDAH é muito desorganizado e para entender melhor o que

se passa nessa etapa de vida de um adolescente, é importante ressaltar que

em relação à criança, os pais atuam como se fosse o lobo frontal do cérebro

delas que ainda está pouco desenvolvido e, portanto, não realiza bem as

funções executivas ou de autocontrole.

(...)Um transtorno do desenvolvimento do autocontrole que consiste em problemas com os períodos de atenção, com o controle do impulso e o nível de atividade. [...] Esses problemas são refletidos em prejuízos na vontade da criança ou em sua capacidade de controlar seu próprio comportamento relativo à passagem do tempo – em ter em mente futuros objetivos e consequências. Não se trata apenas [...] de uma questão de estar desatento ou hiperativo. Não se trata apenas de um estado temporário que será superado, de uma fase probatória, porém normal, da infância. Não é causado por falta de disciplina ou controle parental, assim como não é o sinal de algum tipo de “maldade” da criança. (BARKLEY . 2002, p. 35).

Mas à medida que o adolescente vai crescendo, as tarefas que

antes eram desempenhadas pelos pais vão sendo deixadas por conta do

adolescente, mas no caso do portador de TDAH, ocorre um prejuízo na

aquisição dessas suas dificuldades em organizar diferentes atividades como:

planejar as coisas que precisam ser feitas em prazos adequados, selecionar o

que precisa ser feito primeiro ou o que pode ser adiado.

22

O adolescente com TDAH costuma se comportar como se ainda

fosse uma criança nesse sentido, e é isso que os pais costumam pensar, que o

adolescente com o transtorno é muito infantil e que precisa e gosta de sempre

ficar dependente, às vezes os pais até tentam transferir para o adolescente o

gerenciamento de parte da sua vida, porém não obtêm nenhum sucesso.

Mesmo demonstrando ser mais impaciente e inquieto que os

colegas da mesma idade, um adolescente com TDAH já não é tão hiperativo

quanto uma criança, e por causa do amadurecimento fisiológico, um

adolescente não é mais visto subindo nos móveis, pulando e correndo como

ele fazia quando tinha menos idade, mas se compará-lo com outros

adolescentes da mesma faixa de idade, observa-se que o seu grau de

atividade é maior que os que não apresentam o transtorno.

Os professores se encontram numa posição melhor que os próprios

pais, pois podem observar a diferença constantemente e ao mesmo tempo de

adolescentes e também crianças que convivem em uma turma onde todos

estão aproximadamente, com a mesma idade e com isso, os professores

podem ver claramente as diferenças entre as características de comportamento

que são próprias da idade e aquelas que se destacam do grupo.

Os adolescentes geralmente agem com impulsividade e sempre

tomam decisões precipitadas como mudança de escola, término do namoro, ou

mesmo nas reações impensadas nos relacionamentos com as pessoas

próximas é uma característica que pode ter consequências sérias, pois vivem

sempre em uma busca constante de novidades e fortes emoções e é por isso

que ele se dedica a esportes radicais e vive à procura de tudo que proporciona

desafios.

O adolescente com TDAH tende a ter oscilação comportamental e

por conta disso ficam predispostos ao uso de drogas se não forem orientados a

tempo, podem apresentar também sérios problemas em aceitarem as normas

escolares, o que pode levá-lo a ter dificuldades com as regras sociais e as leis.

23

Até poucos anos atrás, esperava-se que no final da adolescência os

sintomas do TDAH pudessem regredir com ou sem o tratamento, e que, na

fase adulta, o individuo ficasse livre das características que apresentavam

quando criança.

Mas infelizmente não é isso o que acontece, pois o problema tende,

na maioria das vezes, a persistir na vida adulta, deixando consequências sérias

e tornando a pessoa portadora do transtorno, mais vulnerável para sofrer de

outros problemas associados ao TDAH.

3.2 Diferenciando o TDAH da indisciplina

Um comportamento indisciplinado é qualquer ato ou omissão que

contraria alguns princípios do regulamento interno ou regras básicas

estabelecidas pela escola, pais, professor e pela comunidade.

Dentro da escola a indisciplina é uma resposta negativa à autoridade

do professor.Se a repreensão funcionasse, a indisciplina não seria apontada

como o aspecto da Educação com o qual é mais difícil lidar em sala de aula.

Os próprios alunos acreditam que o problema vem crescendo.A

indisciplina é a transgressão de dois tipos de regras. O primeiro: são as morais,

construídas socialmente com base em princípios que visam o bem comum, ou

seja, em princípios éticos. Por exemplo, não xingar e não bater.

Sobre essas, não há discussão: elas valem para todas as escolas e

em qualquer situação. O segundo são as chamadas convencionais, definidas

por um grupo com objetivos específicos, são os que não respeitam as figuras

que representam autoridade, que geralmente entram na sala de aula de

24

maneira grotesca, sem pedir licença, abusa de colegas sem receio de serem

punidos, não obedecem a regras e nem os próprios pais.

Quando o aluno age dessa maneira para com a escola e com os

profissionais que trabalham nela, a relação entre aluno-professor, aluno-diretor,

aluno-coordenador e aluno-inspetor, torna-se desequilibrada.

O aluno não aceita o professor ou a sua disciplina, com isso o

professor acaba se desesperando, pois se vê frente a uma situação de

impotência porque não consegue mais fazer da sala de aula e do conteúdo

planejado, um momento de interatividade e comunhão e, por não conseguir

motivar o seu aluno, despertá-lo e cativá-lo para o conteúdo aplicado, o

professor começa a entrar em um estado de frustração e desanimo.

São muitas as razões para que uma criança venha mostrar uma

atitude de indisciplina, o que pode levá-la a um baixo rendimento escolar,

razões que às vezes são ignoradas e até deixadas passar despercebidas,

como: problemas emocionais, baixo nível intelectual, dificuldades de leitura,

dificuldades auditivas ou visuais, entre outras.

São alguns sintomas de que algo está errado e deve-se encaminhar

a criança observada para uma avaliação com vários especialistas para então

descartar a hipótese de que seja um sintoma de TDA/H, pois é um transtorno

considerado importante responsável do fracasso escolar de uma criança.

Alguns motivos da indisciplina de uma criança pode soar como grito

de socorro, é como se estivessem emitindo alertas de que alguma coisa de

ruim está acontecendo, é como se estivesse querendo falar algo ou pedir ajuda

e a forma de conseguirem obter a atenção das pessoas é agindo de forma

indisciplinada.

25

Existe diversos tipo de indisciplina: a indisciplina por falta de

correção, e também pelo excesso de correção, pode ser de inserção social ou

escolar, excessiva proteção dos pais, carências sociais e forte influência de

ídolos violentos que estão visíveis na mídia e etc.

São fatores não podem de maneira alguma passar despercebidos.

Não é aceitável que rotulem um aluno que não consegue se concentrar, ou até

mesmo ficar quieto, como uma criança que seja hiperativa, muitas das vezes é

uma criança indisciplinada, e como aprendemos, essa indisciplina pode ser um

grito de socorro. Para a indisciplina existe a educação e para o TDAH o

tratamento.

Em alguns casos o professor pouco pode fazer o que acaba

levando o professor a passar por vários momentos de sentimentos negativos e

se não estiver preparado, pode levá-lo a um quadro de depressão e

professores desmotivados provocam nos alunos notável desinteresse por

aquilo que se pretende ensinar.

O professor deve ser claro e justo ao planejar e executar o que foi

acordado com os alunos. A alteração das regras pode provocar indisciplina.

Um aluno indisciplinado aprende pouco e se aprende pouco, fica

desinteressado e desanimado.

O aluno ainda pode trazer para a sala de aula os valores e atitudes

com as quais convive e apreende, como emprego de palavras de baixo

escalão, gestos e atitude, a indisciplina pode ser em alguns casos, um reflexo

da ausência de condições e falta de estrutura para uma adequada educação

familiar.

O que não significa que toda criança indisciplinada seja de um baixo

nível econômico social, em muitos casos, são crianças de famílias com alto

26

poder aquisitivo, pois isso depende muito da educação fornecida pelos pais,

independentemente do nível de escolaridade ou profissão.

Quando uma criança apresenta imaturidade,vadiagem, desatenção,

incapacidade de fixação, baixo rendimento escolar e agressividade, devem ser

analisados com urgência, considerando-se os sintomas de alguns distúrbios

mais profundos tanto fisiológicos, como emocionais.

O TDAH pode ser confundido com indisciplina, a diferença é que um

portador de TDAH apresenta baixo rendimento escolar, falta ou excesso de

agitação e enquanto uma criança apenas indisciplinada tem capacidade de

acompanhar o restante da classe, o portador de TDAH não consegue, não fixa

a memória sempre está atrasado e não consegue terminar as atividades junto

com os colegas da sala, uma criança indisciplinada acostuma-se com a

mudança de rotina o portador de TDAH não.

Existem diferenças claras entre TDAH e indisciplina: O TDAH é um

transtorno mental que gera forte impacto ao longo da vida do indivíduo e

podendo ser tratado através de medicamentos, procedimentos psicoterápicos e

psicoeducacionais.

Portanto, a indisciplina é uma questão meramente educacional e não

gera tanto impacto acadêmico e social. Nesse caso, procurar terapia e

orientação familiar com profissionais especializados ajuda a resolver o

problema.

27

CAPÍTULO IV

O TDAH NO AMBIENTE ESCOLAR

Alguns estudos foram realizados no Brasil por profissionais da

educação e apontaram que 87% dos portadores de TDAH repetem o ano na

mesma série mais de uma vez, comparados a 30% dos estudantes que não

eram portadores deste transtorno.

Foi observado que 48% dos portadores de TDAH já haviam sido

expulsos de outros colégios onde estudavam frente a 17% e 2%,

respectivamente, do grupo de não portadores, 81% das crianças com TDAH

apresentaram desempenho inferior ao esperado para a sua faixa de

escolaridade, apresentaram um atraso escolar de pelo menos um ano ou mais,

e apenas 19% apresentaram desempenho escolar compatível com o esperado

para a sua idade.

O TDAH é considerado um distúrbio infantil, podendo prejudicar a

aprendizagem no âmbito escolar, pois existem relatos de pais e professores de

crianças portadoras do TDAH de que prejudica todo rendimento escolar,

mesmo que a criança demonstre interesse e capacidade de aprender.

Por isso, é muito importante que o professor e toda a equipe

pedagógica estejam bem informados sobre as possibilidades de tratamento do

quadro de TDAH, incluindo a medicação e como ela age no sistema nervoso

central e sobre os comportamentos inadequados, além de entender que as

melhoras ocorrem no aumento do foco, da atenção, na execução, na caligrafia,

nas habilidades motoras finais e na melhora dos relacionamentos

interpessoais.

Para Barkley , prognosticar uma criança pode se tornar mais difícil,

pois ela pode apresentar comorbidades, ou seja, pode apresentar, além do

28

TDAH, outro quadro clínico, como o transtorno de aprendizagem, presente em

20 a 30% dos alunos com TDAH, ou o Transtorno Desafiador Opositivo

presente em 50% das crianças com TDAH e problemas de conduta, também

presentes de 15 a 25% dos portadores do transtorno.

Atualmente existem informações de todo tipo sobre as dificuldades e

transtornos de aprendizagem, mas infelizmente o sistema educacional é

desenvolvido para alunos que não apresentam nenhum déficit de

aprendizagem, e não estão preparados para receber uma criança com o

diagnóstico e nem tão pouco podem observar a possibilidade de um aluno ser

portador de TDAH.

Os alunos que possuem distúrbios e estão inseridos no meio de

alunos que não apresentam nenhum problema, muitas vezes são tratados de

uma forma preconceituosa e com muito despreparo da parte dos professores e

coordenadores, não oferecendo assim nenhuma assistência e apoio necessário

a esse aluno.

Com muita frequência as crianças consideradas difíceis dentro da

sala de aula são vistas e rotuladas pela escola como uma criança hiperativa, e

muitas crianças que sofrem com o transtorno acaba permanecendo sem ser

diagnosticada e em todos os casos, o problema de aprendizado e de humor

também são ignorados com frequência.

A educação inclusiva é uma escola que precisa ser ampliada para a

participação de todos e deve estar familiarizada com as informações básicas

do TDAH. Por conta disso é muito importante que todo o corpo docente esteja

preparado para trabalhar com uma criança que apresente qualquer distúrbio ou

transtorno e, ao perceber alguma característica diferenciada, imediatamente

encaminhar a criança para uma avaliação psicopedagógica.

29

O professor precisa ter experiência e criatividade para poder

elaborar uma variedade de alternativas, para poder avaliar qual delas funciona

melhor em cada situação. É muito importante que o professor seja capaz de

modificar a forma de aula e se adequar ao estilo de aprendizagem da criança.

É de grande importância usar a criatividade em sala de aula,

elaborando uma aula que seja atrativa tanto para as crianças que apresentem

sintomas do TDAH, como para as demais, uma aula bem elaborada e

cativante, poderá despertar a vontade dessa criança em aprender.

30

CAPÍTULO V

TRATANDO O TDAH

O tratamento precoce do TDAH é o “ponto-chave” para que a vida

daqueles que têm o transtorno seja mais saudável, produtiva e com mais

qualidade. Por isso é imprescindível que os sintomas sejam logo identificados e

tratados corretamente.

O tratamento de crianças e adolescentes com TDAH é

multidisciplinar, ou seja, se baseia na intervenção com profissionais de várias

áreas, como os da área médica, de saúde mental e pedagógica. Avaliações

com psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, psicomotricista,

otorrinolaringologista, oftalmologista, e outros, podem ser necessárias,

conforme a demanda de cada caso.

Os psicoestimulantes são o padrão-ouro no tratamento do TDAH até

os dias atuais. Eles apresentam um alto poder de eficácia e melhoram o

funcionamento das áreas cerebrais responsáveis pelos sintomas do transtorno.

A primeira e mais importante etapa do tratamento é a

conscientização do paciente e dos familiares, esse é o primeiro passo para um

tratamento e muitas vezes, o mais importantes de todos.

Logo depois que o profissional se certificar que está diante de um

caso de TDAH, precisa dispor de tempo e muita paciência para explicar

detalhadamente para os pais e para a própria criança e de que forma o

transtorno poderá estar comprometendo o funcionamento daquela criança,

estar pronto para responder a todas as dúvidas que surgirem feitas pela

família.

31

Um grande inimigo do tratamento é a má informação, podendo ser

mais desastrosa do que a falta de informação. Muitas vezes as pessoas

chegam aos profissionais com uma bagagem de informações obtidas pela

mídia, conhecidos e o pior de tudo, por outros profissionais também mal

informados. É fundamental que todos esses mitos e informações erradas sejam

esclarecidos de forma correta para a família, desfazendo então os mitos que

foram inoculados.

Para todos os estágios de hiperatividade é muito importante que as

crianças sempre sejam recompensadas de alguma forma quando elas

apresentarem um comportamento adequado ou quando conseguirem terminar

as tarefas de modo correto, isso serve de incentivo para que continuem a

melhorar o comportamento dia após dia.

O tratamento do TDAH deve ser multimodal, ou seja, precisa ser

uma combinação de medicamentos, orientações aos pais e também aos

professores além da psicoterapia, que é indicada para o tratamento do TDAH,

conhecida também como Terapia-Cognitivo Comportamental, que no Brasil é

uma atividade exclusiva de psicólogos, e até o momento não existem

comprovações cientificas de que existam outras formas de psicoterapias que

possam auxiliar nos sintomas e tratamentos do TDAH.

Por se tratar de um transtorno neurobiológico ligado a uma disfunção

na região pré-frontal do cérebro, de origem genética, o TDAH é tratado com

remédios, que devem ser associados à psicoterapia.

Alguns estudos científicos, realizados por médicos psiquiatras,

relacionaram que o consumo de alimentos ricos em ômega-3, melhora a

concentração e a memória, aumentando a motivação e a velocidade de reação,

aumentam as habilidades motoras e previne doenças degenerativas.

32

O TDAH é um problema de ordem psiquiatra, pois é o profissional

recomendado para fazer o diagnóstico, o caminho até o diagnóstico do TDAH

não fácil, é preciso contar com o apoio de uma equipe multidisciplinar.

Existem estágios avançados e reduzidos do TDAH, para cada um

deles existe um tratamento diferenciado.

Em estágios avançados, os especialistas indicam o uso de

medicações, em outros, simples programas de modificação do comportamento

são capazes de diminuir o nível de atividade ou desatenção.

O importante é que pais e professores também recebam orientações

sobre como lidar com a criança que apresenta o problema. Nesses casos são

usados alguns tipos de medicamentos.

Em um tratamento Transtorno do Déficit e Hiperatividade, um dos

fatores mais importantes é o re-treinamento comportamental e cognitivo de

forma que a pessoa passe a manter o foco nas tarefas diárias e não mais se

perder em atividades desnecessárias.

Onde pode ser incluídos: medicamentos, acompanhamento

psicológico, e outras atividades onde a criança possa dar vazão à energia dela,

não se esquecendo da importância que tem o apoio da escola e também do

professor.

5.1 A importância de um bom diagnóstico

A tarefa de um especialista em diagnosticar uma criança com TDAH

é algo que precisa ser feito com maturidade e muita experiência. Sabe-se que

33

não existem exames complementares que por si só venham constatar ou

diagnosticar o transtorno.

Em qualquer suspeita de TDAH, a criança precisa ser encaminhada

para uma avaliação médica constituída por questionários para os pais e

também para os professores, encaminhá-la para avaliação psicológica, tanto a

criança como a família, onde possa ser aplicados testes de QI e também

psicológicos, os exames completos mentais, nutricionais, físicos, psicossociais

e de desenvolvimento, são muito importante para iniciar um diagnóstico.

O diagnóstico é afirmado após várias observações desses

especialistas como psiquiatras, psicólogos e neurologistas, após todos esses

procedimentos a criança poderá ser encaminhada para intervenções e

acompanhamento de um psicopedagogo.

O acompanhamento do desempenho da criança é feito através de

testes neuropsicológicos e medidas fisiológicas da atenção, do controle

inibitório, da organização e planejamento da rotina, pois é muito importante

estabelecer uma rotina para a criança que seja diagnosticada com TDAH. A

rotina facilita o desenvolver de suas habilidades, pois o diagnóstico é

interdisciplinar.

É imprescindível conhecer toda história de vida da criança através

de uma anamnese realizada com muito cuidado e atenção, deve-se estar

atento a todo relato da família e também observar todo o contexto

educacional, procurando saber o desenvolvimento dessa criança no ambiente

escolar.

A história de queixas com o mesmo relato deve ser minuciosamente

pesquisado, pois uma anamnese adequada pode incluir aspectos ligados a

mudanças no ciclo de vida da criança e da família.

34

O psicopedagogo poderá utilizar varias técnicas para coletar dados

cognitivos e também psicanalíticos, e poderá ser utilizado desde a fase do

diagnóstico até a fase de intervenção educativa, o psicopedagogo deve ser o

elo principal entre a família e os especialistas envolvidos durante o tratamento

do TDAH, o seu papel é diagnosticar e esclarecer aos pais que, o transtorno

não tratado, gera inúmeras complicações para o seu portador como; angústia,

desânimo, medo, infelicidade e depressão.

Para Barkley, as intervenções devem ser aplicadas de forma

coerente e devem incluir estratégias pró ativas de como saber manipular

eventos antecedentes para evitar comportamentos desafiadores e estratégias

reativas, como fornecer consequências, por exemplo, dando reforço positivo

imediatamente ao comportamento desejado. Os professores devem permitir o

uso de computadores e de outros recursos tecnológicos para administrar as

intervenções em sala de aula.

Todas as pesquisas que foram realizadas por médicos psiquiatras

deixaram evidente que o tratamento medicamentoso é o mais recomendado

para reduzir os sintomas do TDAH, mas os alunos ainda não ficam na “faixa

típica de funcionamento” e os efeitos sobre déficits acadêmicos e sociais são

menos acentuados.

As limitações do uso de medicação levaram a enfoques multimodais

de tratamento de TDAH para aperfeiçoar a probabilidade de melhoras em longo

prazo em termos de estado comportamental e acadêmico destes alunos.

Em alguns casos, é aconselhado que o medicamento para a

hiperatividade seja interrompido durante as férias e retomado quando as aulas

começarem novamente. Essa intervenção pode limitar alguns dos efeitos

colaterais prolongados desses medicamentos.

35

Após as férias inteira sem o medicamento, seria de grande utilidade

deixar que o aluno ao terminar as férias, frequente as primeiras semanas de

aula sem qualquer medicação. Levando em consideração que esse período

agirá como um teste para determinar se a criança pode ou não passar sem o

medicamento.

Quando o TDAH é diagnosticado corretamente, a criança pode

aprender a se adaptar à deficiência. Aprende a conhecer as suas limitações e

as implicações que ele acarreta e, através de um tratamento adequado,

consegue levar uma vida tranquila.

5.2 Contribuições psicopedagógicas

A psicopedagogia foi criada com o intuito de atender a uma

demanda, que apresentassem dificuldades de aprendizagem, e que geralmente

vem acompanhada de TDAH. O psicopedagogo pode atuar em diversas áreas

de forma terapêutica e preventiva, podendo assim compreender todos os

processos de desenvolvimento e também das aprendizagens humana,

recorrendo a várias estratégias e ocupando-se dos problemas que possam

surgir.

O psicopedagogo pode desempenhar uma prática docente,

envolvendo a preparação de profissionais da educação, ou atuar dentro da

própria escola para poderem trabalhar com uma criança que apresente o

transtorno, é um trabalho árduo que necessita de muito empenho e dedicação,

precisa de muita informação e uma intensa relação com a família dessa criança

e que não seja apenas um profissional da educação, precisa ser acolhedor, e

transmitir confiança tanto para a criança, quanto para a família.

36

Cabe ao professor detectar possíveis perturbações no processo de

aprendizagem e encaminhar a criança ou adolescente para uma avaliação

psicopedagógica. Portanto o psicopedagogo poderá participar da dinâmica de

relações da comunidade educativa a fim de favorecer o processo de integração

e troca, promover orientações metodológicas de acordo com as características

dos indivíduos e grupos; pode realizar processo de orientação educacional,

vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo.

O trabalho psicopedagógico consiste em atuar diretamente sobre a

dificuldade escolar apresentada pela criança, procurando suprir essa

defasagem e trabalhando para reforçar o conteúdo possibilitando condições

para que novas aprendizagens possam ocorrer e orientar os professores em

planejar atividades que possam atrair o portador do TDAH.

Ao fazer as intervenções com antecedência, o psicopedagogo

poderá apresentar um grande passo para minimizar o impacto negativo que o

TDAH traz à vida da criança. Mas quando ela não é tratada no momento certo,

podem ocorrer experiências negativas de ordem social, pessoal, familiar e

escolar que permanecem na adolescência e fase adulta.

Na escola é necessário que haja alguma forma em que possa

beneficiar a criança portadora do TDAH, ficar atento para o histórico das

famílias e estar o mais próximo possível de todos, procurando estar em contato

com os responsáveis, firmando assim um vinculo verdadeiro com o intuito de

ajudar o aluno e toda a família, o profissional precisa dar importância às

mesmas coisas que os pais dão ser é uma escola que complete a educação

que o aluno recebe em casa ou completar o que falta.

A escola desempenha um papel de grande importância ao observar

uma criança hiperativa, pois geralmente nos intervalos de aula, ela costuma se

meter em brigas e confusões, ou prefere as vezes brincar sozinha, essa

criança estará sempre tentando chamar a atenção e se comporta como se

37

fosse alienada. As meninas que sofrem desse transtorno, são mais distraídas,

falam demais ou simplesmente se isolam.

Os meninos não conseguem firmar amizades por muito tempo, são

muitos agitados e sempre interrompem as aulas. Na idade escolar, uma criança

com sintoma de hiperatividade, começa a ter que resolver os próprios

problemas, sem a presença da família para interceder por elas.

Um comportamento que antes era visto com engraçadinho ou

imaturo, passa a não ser mais tolerado e precisa então aprender a lidar com as

regras, estruturas e também com os limites estabelecidos pela instituição

escolar organizada e geralmente demora certo tempo para que se ajuste bem

com as expectativas da escola.

Um dos fatores que mais dificultam o rendimento escolar da criança

hiperativa é o déficit de atenção, pois em todo momento sua atenção em sala

de aula é requisitada pelos colegas e professores.

Se a criança hiperativa tem dificuldades de atenção, toda sua

aprendizagem pode estar comprometida. A atenção da criança é flutuante, pois

qualquer barulho ou movimento a impede de concentrar-se no que começou a

fazer.

A criança não consegue memorizar o que aprendeu devendo então

ser ensinado novamente no dia seguinte para que possa ser memorizado o

conteúdo do dia anterior. O professor não deve exigir a atenção

demasiadamente, pois, aumenta a tensão emocional da criança e reduz sua

capacidade de prestar atenção.

A falta de atenção e concentração, como também a excessiva

atividade motora em uma criança hiperativa, interfere na aprendizagem levando

38

ao baixo rendimento escolar, como também a um desequilíbrio no convívio

familiar.

É importante que as escolas estimulem os profissionais a fazerem

cursos de capacitação em como trabalhar com uma criança que apresente

qualquer tipo de dificuldades, tanto de aprendizagem, como dificuldades físicas

de locomoção, visão e audição. Uma escola preparada, treinada e orientada,

está pronta para receber todo o tipo de aluno, aplicando o direito a inclusão

escolar.

A função de um psicopedagogo não se restringe apenas em intervir

e diagnosticar, mas também tratar o TDAH. Existem vários métodos para

serem aplicados em um possível tratamento, um deles são os jogos que exijam

a concentração.

Trata-se de um instrumento importantíssimo no tratamento de um

portador de TDAH, o jogo permite que se estabeleçam regras.

Quando a criança aprende e brinca, ela ocupa o mesmo espaço

transacional no qual razão e emoção, objetividade e subjetividade se

encontram. Para jogar, é preciso exercitar uma lógica e uma ética, pois não

basta apenas jogar bem para ganhar, é preciso ganhar com dignidade.

Por isso, o jogo é um material de extrema importância na

intervenção psicopedagógico, pois possibilita o exercício das lógicas racionais

e afetivas, fazendo-se necessário para a ressignificação dos aspectos

patológicos relacionados com a aprendizagem humana.

As terapias ajudam as crianças a se autovalorizarem e a

encontrarem alternativas para se adaptarem socialmente. A ludoterapia, a

39

psicopedagogia, o psicodrama, podem ser técnicas valiosíssimas para serem

usadas no tratamento de crianças hiperativas.

40

CONCLUSÃO

A principal intenção é que este trabalho possa colaborar com todos

os que atuam na área da educação.

É um trabalho baseado em diversas pesquisas realizadas na

internet, em artigos, livros e vídeos, onde foi destacada a importância não

apenas em ter conhecimento e saber lidar com o transtorno do TDAH, como

também a fazer o diagnóstico e a intervenção no momento adequado.

Pretendo com isso reforçar os alerta emitidos às escolas, de que o

TDAH e todos os transtornos e síndromes são problemas real e que estão

presente em praticamente todas as instituições escolares.

Precisamos acordar para esses problemas e nos especializarmos

para que juntos possamos trabalhar e ajudar as nossas crianças que gritam

por ajuda.

É importantíssimo que o professor e toda equipe pedagógica que

esteja em contato boa parte do tempo com as crianças, saibam diferenciar o

TDAH de casos de indisciplina.

Mesmo que seja uma criança que apresente somente um quadro de

indisciplina, é possível intervir, tratar e ajudar, na maioria das vezes só

podemos perceber que o aluno apresenta dificuldades quando começa a

frequentar a escola.

O problema maior acontece quando os pais são comunicados, e

deixamos clara a suspeita do problema, muitos pais não aceitam, negando que

seu filho possa ter TDAH.

41

É uma situação delicada e complicada, pois é nesse momento que

deve haver uma sintonia entre psicopedagogo, escola, pais e todos os

especialistas.

Ao suspeitar e observar comportamentos duvidosos de uma criança

é preciso encaminhá-la com urgência para uma avaliação com equipes

multidisciplinares, fazendo com a criança entenda que a avaliação não é uma

forma de puni-la, mas de acompanhá-la e ajudá-la como também a todas as

pessoas da família envolvidas, fazer com que se sintam acolhidas e não

investigadas.

A formação de um educador é um processo que não tem um fim,

pois o mundo está cheio de informações, onde tudo já se fez e pensou várias

coisas foram escritas e criadas em diversas áreas do conhecimento, não existe

algo novo em meio a tanta informação, onde pude apenas complementar com

as minhas próprias palavras.

Em meio a tantas informações no que se refere à criança com

TDAH, apenas busquei entender e compreender o que era na integra a

hiperatividade e como separar o sintoma do TDAH de outros problemas

relacionados.

Busquei referências bibliográficas, profissionais especializados e

sites relacionados ao tema para que pudessem me indicar os caminhos a

serem seguidos.

42

REFERÊNCIAS

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BARKLEY, R. A. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Porto Alegre: Artmed, 2002.

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DIRECIONAL EDUCADOR.Cidade: São Paulo, editora Grupo Direcional, Outubro, 2011, 7ª edição.

BENCZIK, Edyleine Bellini Peroni. Transtorno de Deficit de Atenção/Hiperatividade: Atualização diagnóstica e terapêutica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.

GENTILE, P. Indisciplinado ou Hiperativo. Nova escola. São Paulo: Editora Abril, 2000.

GENTILE, Paola. Indisciplinado ou hiperativo. Nova Escola, São Paulo, Editora Abril n. 132, p. 30-32, maio. 2000.

LIBÂNEO, J. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2001.

MUSZKAT, M.; MIRANDA, M.; RIZZUTTI, S. Transtorno do déficit de atenção e Hiperatividade. São Paulo: Cortez Editora, 2011.

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43

SCHUWARTZMAN, J. Transtorno de Déficit de Atenção. Cd. Mennon Mackenzic. Disponível em: http://www.psicopedagogia.com .br/artigos/artigo.asp?entrID=426. Acesso em: 10 agosto.2014.

44

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http://www.youtube.com/watch?v=8vn_q5Ie9Nw Acesso 12 Outubro 2014

http://www.youtube.com/watch?v=8vn_q5Ie9NwAcesso 05 Set 2014, 06 Outubro 2014

http://www.youtube.com/watch?v=rGhrcH54L44&feature=relmfuAcesso 07 , 08 , 09 e10 Novembro 2014 .

http://www.minhavida.com.br/saude/temas/tdah Acesso 17 Novembro 2014 .

45

Índice

FOLHA DE ROSTO 02

RESUMO 03

METODOLOGIA 04

SUMÁRIO 05

INTRODUÇÃO 06

CAPÍTULO I

COMPREENDENDO O QUE É UM TRASNTORNO 07

CAPÍTULO II

A HISTÓRIA DO TDAH 13

CAPÍTULO III

CARACTERÍSTICAS DO TDAH 18

3.1. O TDAH em adolescente e suas características 20

3.2. Diferenciando o TDAH da indisciplina 23

CAPÍTULO IV

O TDAH NO AMBIENTE ESCOLAR 27

CAPÍTULO V

TRATANDO O TDAH 30

5.1. A importância de um bom diagnóstico 32

5.2. Contribuições psicopedagógicas 35

CONCLUSÃO 40

REFERÊNCIAS 42

46