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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA ESTILOS DE GESTÃO E O CONSERVADORISMO CORPORATIVO Por: Edson Silva Reis Orientador Prof. Vinicius Calegari Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · podem influenciar no fator motivacional de seus liderados na organização. Será discorrido no terceiro capítulo sobre gestão

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ESTILOS DE GESTÃO E O CONSERVADORISMO CORPORATIVO

Por: Edson Silva Reis

Orientador

Prof. Vinicius Calegari

Rio de Janeiro

2014

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ESTILOS DE GESTÃO E O CONSERVADORISMO CORPORATIVO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão de Recursos Humanos

Por: Edson Silva Reis

RESUMO

Estilos de Gestão nas empresas é um tema bem frequente na literatura, mas há uma

dificuldade importante que é o fato de que existe hoje um número muito grande de

classificações, o que exige uma seleção que limite o estudo. Assim, adotou-se a

postura mais clássica de entender que existem estilos de gestão autocráticos,

democráticos, laissez-faire e paternalista. Para cada um desses tipos foi adotada

uma breve descrição. Os exemplos surgem ao longo do exame da bibliografia e

apontam para empresas que adotam estilos mais conservadores, indicando que há

um contexto e objetivos das empresas que as levam a escolher o tipo de liderança

ou estilo de gestão que irão ter. Os estudos sobre liderança apontam ainda o

caminho de tipos de gestão diferenciado pelo comportamento dos seus lideres.

Habilidades de gestão são estudadas em termos de sua influência nas empresas e

as principais trazidas ao trabalho foram as habilidades técnicas, de gerenciamento,

de administração, de comunicação, organizacionais, interna, de relacionamento e de

liderança. O estudo da gestão estratégica foi importante ser trazido, pois delineia

processos mais claros de tomadas de decisão em relação a gestão.

Palavras-chave: Liderança. Estilos de Gestão. Comportamento. Motivação.

METODOLOGIA

Este trabalho pode ser classificado como uma pesquisa descritiva, na medida

em que sua intenção é contribuir com o conhecimento e com o aprofundamento

deste conhecimento sobre o tema em apreço.

Como fontes foram utilizados livros, revistas especializadas, trabalhos

publicados e artigos científicos, constituindo-se como fontes primárias e deste modo,

se classifica como uma pesquisa bibliográfica.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 6

CAPÍTULO I - LIDERANÇA EMPRESARIAL ................................................... 8

CAPÍTULO II - GESTORES QUE EXERCEM LIDERANÇA POSITIVA E

HABILIDADES DE GESTÃO ............................................................................ 12

CAPÍTULO III - GESTÃO DE PESSOAS EM ORGANIZAÇÕES ..................... 27

CONCLUSÃO ................................................................................................... 33

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 36

ÍNDICE ............................................................................................................. 39

ÍNDICE DE FIGURAS ...................................................................................... 40

6

INTRODUÇÃO

Os Estilos de Gestão nas empresas é um tema já tradicional dentro do estudo

da Administração.

Muitas lideranças se destacaram no cenário empresarial por terem levado

empresas que eram inexpressivas a alcançarem faturamentos milionários. Dentre as

qualidades ressaltadas, encontra-se sempre o traço da influencia pessoal sobre os

rumos da empresa, em especial a ousadia e a coragem de correr riscos.

O desenvolvimento das empresas em termos de organização nas últimas

décadas, tem incluído também os modelos estruturais tecnológicos que dependem

de decisões acerca do investimento em tecnologia e de onde buscá-la.

Outro ponto crucial para as empresas tem sido sua sobrevivência no

mercado, que se tornou muito mais competitivo, criativo e flexível gerando a

necessidade de adaptação desde os níveis hierárquicos mais elevados, até o piso

da fábrica, com a incorporação de novos métodos, técnicas, instrumentos e modelos

de trabalho.

A modificação radical que algumas empresas tiveram que fazer para se

adaptarem aos tempos, supõe que elas aprenderam a crescer com base na gestão

inteligente, que traduz as mudanças rápidas do mundo em capacidade de

negociação e mudanças contínuas.

A identificação da liderança como um fator-chave na construção de estilos de

gestão em empresas, possibilita a compreensão de que as maiores empresas do

mundo têm sido conduzidas por pessoas com um estilo marcante de liderança,

embora não se possa na maioria dos casos identificar apenas um líder, mas um

conjunto de condições que levam ao sucesso.

Como objetivos deste trabalho, será identificar os estilos de gestão que

predominam nas organizações, explorar a necessidade de conscientização dos

7

gestores em estimular um bom ambiente de trabalho e demonstrar que o estilo de

gestão de determinados gestores deve estar em sintonia com a cultura

organizacional.

No primeiro capítulo abordaremos os tipos de gestão e de liderança

existentes, apresentando definições e classificações.

Já no segundo capítulo serão abordados os tipos e habilidades de gestão,

além de estabelecer um vínculo com a gestão estratégica e como os gestores

podem influenciar no fator motivacional de seus liderados na organização.

Será discorrido no terceiro capítulo sobre gestão de pessoas, bem como

estratégias de treinamento e pontos necessários a serem desenvolvidos nos

colaboradores para se obter um melhor desempenho no alcance dos objetivos da

empresa.

O primeiro e mais importante comentário a ser realizado, diz respeito ao fato

de que o tema não tem uma linha de pesquisa que possa ser definida como única,

havendo indicação de diferentes aspectos como delineamentos de tipos de gestão,

onde a classificação das lideranças atualmente não seguem o modelo mais clássico,

mas inova dependendo do autor que se consulte.

8

CAPÍTULO I

LIDERANÇA EMPRESARIAL

Muitos são os fatores que determinam como um líder será e como ele atuará

dentro da empresa, formando assim, os diferentes tipos de liderança. No entanto, os

princípios que o líder deve seguir são iguais, atraídos e desenvolvidos por um

mesmo princípio de atuação, habilidades e experiências.

Muitas empresas até confundem gestão com liderança, dando ao gestor o

mesmo titulo de líder. No entanto, nem todos os gestores são bons líderes e nem

todos os bons líderes se tornam necessariamente gestores.

Para que haja sucesso em uma organização, garantindo a qualidade dos

serviços prestados, é importante que o profissional, gerente, tenha qualidades de um

gestor e também qualidades de um líder.

Neste capítulo serão abordados os tipos de gestão e de liderança existentes,

além de apresentar suas definições e classificações.

1.1. TIPOS DE GESTÃO E LIDERANÇA

1.1.1. Classificação Tradicional

Rodrigues (2009) destaca em seu estudo, que a liderança é desenvolvida

com base em quatro fatores essenciais, sendo:

9

Figura 1 – Desenvolvimento da Liderança (Fonte: Rodrigues, 2009, p. 30)

Onde,

Comprometimento – Refere-se à compreensão da necessidade de

desenvolvimento e comprometimento com que faz, e aos processos que ampliam a

conscientização sobre as necessidades de desenvolvimento e ampliação do

comprometimento pessoal com o aprendizado.

Formação – Refere-se em adquirir as competências necessárias, e as ações

educacionais para incorporação de novos conhecimentos e aprimoramento de

habilidades.

Aplicação – Refere-se a colocar em prática o aprendizado, através da

vivência de situações reais, usar experiências diferenciadas e vivências inovadoras

no cotidiano do profissional para consolidar conhecimentos e habilidades adquiridas.

Exemplo – Refere-se ao fato de tornar-se exemplo de conduta e referência

para os demais, espelhando-se em outros líderes da organização dando prioridade a

ações que busquem a identificação do profissional com exemplos e modelos de

conduta na organização, estimulando o mesmo a servir de exemplo.

Desta forma, a liderança pode ser considerada uma condição inicial, diante

das necessidades das diferentes organizações, no entanto, não é suficiente para

10

que um líder torne-se um profissional adequado, que conquista resultados

impressionantes para si próprio, para a equipe de trabalho e para a instituição.

O mundo empresarial reconhece quatro estios básicos de liderança:

autocrático, paternalista, democrático e laissez-faire.

Os lideres que seguem o estilo autocrático tendem a controlar as decisões e

não dão espaço aos liderados.

O estilo paternalista é também uma gestão exclusivista. O líder nesse caso se

inspira em uma figura paternal para manter os liderados sob sua vigilância e

condução. Vários governantes populistas se encaixam neste tipo de liderança, como

Hugo Chávez, ex-presidente da Venezuela, Juan Perón, ex-presidente da Argentina

e Getúlio Vargas, ex-presidente do Brasil.

O estilo paternalista também se refere ao tipo de cultura em que o líder está.

Nesse sentido, a pesquisa de um professor da Fundação Instituto de Administração

(FIA) de São Paulo, ressalta que alguns atributos são básicos para o exercício da

liderança em todo o mundo, enquanto outros se distinguem por serem adequados a

certa cultura.

Para entender o porquê desse desagrado e mapear o estilo de liderança

preferido em cada cultura, o professor realizou uma pesquisa com 147

alunos, 73 brasileiros e 74 estrangeiros. A metodologia do estudo foi

inusitada. O professor Alfredo pediu para que os participantes assistissem a

seis vídeos com os discursos de diferentes líderes de empresas nacionais e

internacionais. Durante a sessão os alunos tiveram de listar adjetivos para

definir cada gestor e associá-los com os seguintes animais: coruja, águia,

leão, vaca, urubu e castor. O chefe preferido por 66% dos alunos

estrangeiros e por 51% dos brasileiros foi o coruja: um tipo cujas caracte-

rísticas são calma, confiança, profissionalismo e inteligência. "Esses são

atributos básicos para uma liderança em qualquer parte do mundo", diz

a coach executiva Ada Maria de Assis. O que surpreendeu o pesquisador foi

constatar que 31% dos brasileiros, apesar de quererem um chefe coruja

para si, acreditam que seus colegas se entenderiam melhor com um líder

11

vaca, superprotetor e tipicamente paternalista. "É um traço cultural muito

forte", (TOZZI, 2013)

O estilo democrático se caracteriza pelo consenso e pela participação. Trata-

se de uma forma de gestão colaborativa, que pode resultar em uma liderança

compartilhada e que tem a grande vantagem de aumentar a autoestima dos

liderados, fornecendo melhores soluções para os problemas dos negócios.

O tipo Laissez-Faire, são os líderes que favorecem a participação ativa dos

funcionários nas tomadas de decisões, e que funciona muito bem quando se têm

empregados altamente motivados, com boa experiência e prontos a assumir

responsabilidades.

No Brasil se poderia citar como exemplo, a gestão da 3M do Brasil, onde a

descoberta e a invenção são um princípio básico de ação aplicada a problemas do

cotidiano. A 3M tem uma percepção aguçada dos problemas e sua meta é criar

condições para que eles sejam solucionados de maneira imediata, simples e

adequada.

O compromisso da empresa com os seus colaboradores internos, chama

atenção pelo nível de responsabilidade que eles assumem em relação às inovações

e a criação dos produtos. Trata-se de uma das premissas atuais da responsabilidade

interna das empresas que elas possam ratificar sua identidade na medida em que

seus colaboradores mantenham essa identidade nas suas relações cotidianas

(ASHLEY, 2005).

12

CAPITULO II

GESTORES QUE EXERCEM LIDERANÇA POSITIVA E

HABILIDADES DE GESTÃO

Neste capítulo serão abordados os tipos e habilidades de gestão, além de

estabelecer um vínculo com a gestão estratégica e como os gestores podem

influenciar no fator motivacional de seus liderados na organização.

2.1. TIPOS DE GESTÃO

Com base nos primeiros estilos de liderança que surgiram através da teoria

de Hersey e Blanchard (2006) outros, tipos de liderança ganharam destaque no nível

de maturidade do líder em relação a sua equipe e a organização, destacando

principalmente a mistura das atitudes de um gestor, visando melhores resultados

para a organização.

Esses tipos atualmente são definidos como Gestão estratégica, gerencial e

visionária. De acordo com Rowe (2002) essas gestões de liderança possuem as

seguintes características:

Gestores estratégicos – Onde influenciar funcionários a tomar,

voluntariamente, decisões que ajudem a organização é considerado o aspecto mais

importante da liderança estratégica, que possui as seguintes características,

segundo Rowe (2002, p. 9):

• Combinam, em sinergia, gestão gerencial e gestão visionária;

• Enfatizam o comportamento ético e decisões baseadas em Valores;

• Supervisionam responsabilidades operacionais (rotineiras) e

estratégicas (longo prazo);

13

• Formulam e implementam estratégias para impacto imediato e

manutenção de metas de longo prazo para garantir a sobrevivência, o

crescimento e a viabilidade em longo prazo;

• Possuem expectativas grandes e otimistas em relação à performance

de seus superiores, pares, subordinados e deles próprios;

• Valem-se de controle estratégico e financeiro, dando ênfase ao

estratégico;

• Utilizam e alternam o uso de conhecimento tácito e explícito em relação

ao indivíduo e à organização;

• Usam padrões de pensamento linear e não linear;

• Acreditam na adoção de estratégias, isto é, suas decisões estratégicas

fazem diferença em suas organizações e ambiente de trabalho.

Gestores visionários – De acordo com Rowe (2002, p. 11) esse tipo de gestão

exige autoridade para influenciar o pensamento e as atitudes das pessoas, o que

significa delegar poderes e implica correr riscos em várias dimensões e por isso,

possui as seguintes características:

• São proativos, moldam ideias, mudam o que as pessoas pensam ser

desejável, possível e necessário

• Trabalham para aprimorar estratégias e novas abordagens para

problemas antigos;

• Ocupam cargos de alto risco;

• Preocupam-se com ideias;

• Relacionam-se com as pessoas de maneira intuitiva e compreensiva;

• Sentem-se alienados de seu ambiente de trabalho, trabalham nas

organizações, mas não fazem parte delas;

• A percepção que têm de si próprios não é vinculada ao trabalho;

• Influenciam atitudes e opiniões das pessoas dentro da organização;

• Preocupam-se em garantir o futuro da organização, principalmente por

meio do desenvolvimento e gerenciamento de pessoas;

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• São mais ligados à complexidade, à ambiguidade e à sobrecarga de

informações;

• São comprometidos com tarefas multifuncionais e integradoras;

• Sabem menos do que os especialistas de sua área funcional;

• São mais propensos a tomar decisões baseadas em valores;

• Estão mais dispostos a investir em inovações e em capital humano e a

criar e manter uma cultura eficiente a fim de assegurar a viabilidade em

longo prazo;

• Enfatizam o conhecimento tácito e desenvolvem estratégias como uma

forma comum de conhecimento tácito que incentiva a realização de um

objetivo;

• Vale-se de pensamento não linear;

• Acreditam na adoção de estratégias, isto é, suas decisões estratégicas

fazem diferença em suas organizações e ambiente de trabalho.

Gestores Gerenciais – De acordo com Rowe (2002, p. 10) adotam atitudes

impessoais e passivas em relação às metas, e compõem-se das seguintes

características:

• São conservadores, adotam atitudes passivas em relação às metas;

metas surgem da necessidade, e não de desejos e sonhos; metas são

baseadas no passado

• Considera o trabalho um processo facilitador que envolve a integração

de ideias e pessoas que interagem para definir estratégias

• Relacionam-se com pessoas segundo as funções delas no processo de

tomada de decisão;

• Acreditam ser conservadores e reguladores do status quo;

• Acreditam na percepção que têm de si próprios é vinculada à

organização;

• Influenciam os atos e as decisões das pessoas com quem trabalham

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• Envolvem-se em situações e contextos característicos de atividades do

dia-a-dia;

• Preocupam-se e sentem-se bem com áreas funcionais de

responsabilidade;

• São especialistas na sua área funcional;

• Estão menos propensos a tomar decisões baseados em valores

• Apoiam e adotam postura de preço mínimo em curto prazo a fim de

aumentar o desempenho financeiro;

• Concentram-se em gerenciar a troca e a combinação de conhecimento

explícito e garantem o cumprimento de procedimentos de operação;

• Vale-se de pensamento linear;

• Acreditam em determinismo, isto é, as escolhas que fazem são

determinadas pelo ambiente externo e interno.

Esses são, portanto, os tipos de liderança e características de líderes que

mais compõem as organizações nos dias atuais, estratégicos, gerenciais e

visionários.

Figura 2 - Um continuum duplo das lideranças gerencial, visionária e estratégica. (Fonte: Rowe, 2002, p.13)

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Figura 3 – Criação de valor e lideranças gerencial, visionária e estratégica. (Fonte: Rowe, 2002, p.15)

2.2 HABILIDADES DE GESTÃO

Segundo Sbragia, Krugliankas e Maximiano (1997), a evidência empírica

sugere que boa parte do sucesso de uma empresa depende da posse de um

conjunto peculiar de aptidões por parte de seu gerente, aptidões essas que se

classificam em três famílias: os conhecimentos (o que sabe?), as atitudes (suas

reflexões sobre si, o ambiente de trabalho e outras interfaces), e as habilidades (o

que sabe fazer?):

Conhecimentos – relaciona-se com a competência técnica pertinente ao

projeto no qual o indivíduo vai gerenciar, dando suporte ao grupo e atuando

como facilitador e gerente técnico.

Atitudes – tudo que a empresa faz, é profundamente afetado pelas atitudes

e comportamentos dos seus gerentes, atitudes que tendem a tornar-se um

padrão de referência no desenvolver do empreendimento para os demais

membros da equipe.

17

Habilidades – possuem três vertentes, a primeira relaciona-se com as

habilidades gerenciais, ou seja, a capacidade de planejar, organizar, dirigir,

coordenar e controlar sua equipe, assim como a destreza em distribuir a

intensidade destas competências. A segunda envolve o aspecto das

relações humanas, como formar equipes, manter bom relacionamento no

grupo, gerenciar conflitos e fomentar um clima motivacional ótimo para os

integrantes do grupo. A terceira habilidade situa-se em aspectos políticos,

considerados como a perspicácia de conhecer e manejar a cultura

institucional “dentro da qual o projeto será desenvolvido”. Maximiano (2006,

p. 34)

Segundo Maximiano (2006) algumas habilidades do líder inovador, podem ser

consideradas e também encontradas dentro da equipe de trabalho, podendo ser

aproveitadas pelo líder, a seu favor e segurança:

• Habilidades técnicas: Conhecimento pleno na área de atuação;

• Habilidades da administração: O gestor precisa ter conhecimento das práticas

de gestão em geral e deve possuir habilidades interpessoais ou

comportamentais como liderança, comunicação, negociação e solução de

problemas. Consequentemente é importante que alguns integrantes da

equipe, senão todos tenham ao menos um pouco de conhecimento nessas

áreas.

• Habilidades de gerenciamento: Muitos pensam que essa habilidade precisa

ser exclusivamente do gestor. O gestor precisa ser um bom gerente, ter

conhecimentos e práticas em gerência de projetos, saber realmente gerenciar

um projeto e uma equipe. Mas é importante que possa contar com o auxilio

de algum de seus integrantes, para gerenciar cada grupo de atividades.

• Habilidades de comunicação: Saber comunicar-se é imprescindível seja da

parte do gestor como de toda a equipe. Mas saber falar não significa ser um

bom profissional, além de comunicarem-se os integrantes precisam saber

ouvir e persuadir.

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• Habilidades organizacionais: O líder precisa ser campeão em planejamento e

estabelecimento de objetivos e análises. E sua equipe deverá ser especialista

em respeitar o planejamento e cumprir para com todas as atividades

estabelecidas, capazes de identificar e buscar a solução das falhas que

surgirem no decorrer do processo.

• Habilidades de relacionamento: Humildade, empatia, ética, motivação são

mais do que habilidades exigidas da equipe. São características fundamentais

para o bom desempenho do projeto. O gerente deverá estar a todo tempo

cooperando e interagindo com a equipe, para que se respeitem e consigam

manter a harmonia do grupo, trabalhando sempre unidos em busca dos

objetivos.

• Habilidades de liderança: Muito exigida do líder, a liderança torna o processo

agradável, sem que o rumo se perca e tempo e dinheiro sejam

desperdiçados. Se possível, um ou mais dos integrantes da equipe, podem

destacar-se, caso tenham essa habilidade, para auxiliar o líder em seus

processos de controle e monitoramento.

• Habilidades internas: Também é uma característica que todos os líderes

inovadores devem apresentar sendo elas: flexibilidade, criatividade, paciência

e persistência.

De acordo com Chiavenato (2000, p. 92) “um gestor inovador se realiza a

partir dos resultados da ação ou das qualidades ou comportamentos salientes,

associados ao protótipo do inovador, socialmente construído num dado contexto”.

Segundo Rodrigues (2009), a inovação em termos de gestão tem relação com

a visão do que acontece a sua volta, a visão da sua equipe e também da empresa.

Além de ser uma pessoa apaixonada pelo que faz, exercendo cada atividade com

emoção e razão, se automotivando e consequentemente motivando sua equipe,

19

(...) um gestor inovador tem um pensamento estratégico, capaz de inovar,

criar, modificar e melhorar ao mesmo tempo. Capaz de tomar a decisão

certa na hora certa, sem magoar ninguém e ainda ter a capacidade infinita

de minimizar conflitos e unir as pessoas, julgando corretamente quando

necessário. (RODRIGUES, 2009, p. 32).

Esse tipo de gestão pode ter um papel fundamental na organização, mesmo

estando distante de sua equipe, pois o gestor goza de uma influência derivada do

seu poder pessoal, da congruência e da capacidade de adaptação, além da

disciplina, respeito e educação durante todo o tempo.

Um gestor inovador e que trata da sua equipe mesmo a distância, precisa

estar constantemente estudando, dividindo e ganhando experiência, buscando

constantemente a excelência.

Rodrigues (2009) destaca que esse tipo de gestão exige conhecer as pessoas

e saber trabalhar e lidar com elas com dignidade e respeito, tendo capacidade de

administrar pessoas e equipes, de personalidades diferentes, e gerenciá-las,

mobilizando-as para objetivos comuns.

Para Krames (2006), esse processo diz respeito a comunicar as pessoas seu

valor e potencial de forma tão clara e tão forte que elas acabam sentindo-se de tal

maneira e tornam-se cada vez mais capazes graças ao seu conhecimento interior.

Para Rodrigues (2009) o gestor sabe conquistar o respeito das pessoas, é

sensível, justo, amigo e positivo. Transmite segurança, respeito e comprometimento.

Toda a equipe sente-se bem em trabalhar com ele, e evita os erros, atrasos e faltas,

porque segue o exemplo do gerente, mesmo que ele não esteja presente.

20

2.3. GESTÃO ESTRATÉGICA

O sistema de gerenciamento de uma empresa dentro da atual perspectiva

empresarial, supõe que exista uma gestão que tenha definida uma linha estratégica

de ação considerando a natureza e os cenários dos negócios. Formular estratégias

além de ser uma ação simples se torna uma ferramenta poderosa na busca da

competitividade.

A importância de se ter um planejamento estratégico está ligada ainda

maneiras de administrar a organização segundo metas ou objetivos a serem

alcançados. Esse é um tipo de gestão que começa com a observação de como a

empresa emprega seus recursos, qual é a sua missão e quais são as crenças que a

empresa sustenta.

Uma definição da gestão estratégica pode ser conseguida com a ideia de que

se trata de reunir um conjunto de processos e decisões que podem ser identificados

pelos gestores como necessários para levar a empresa a alcançar outro patamar.

Segundo Maximiano (2006):

O planejamento conduz à ideia de controle sobre os recursos utilizados de

forma que se atinjam as metas e objetivos anteriormente estipulados. A

relação existente entre formulação da estratégia e planejamento estratégico

tem seus limites, na maioria das vezes, imperceptíveis. Entretanto, a

escolha dentre as várias possibilidades de atuação estratégica e a

disposição dos gestores é a origem do planejamento estratégico. O

planejamento é racional, pois age sobre os recursos e possibilidades reais

existentes, para construir formalmente uma realidade esperada pela

formulação estratégica inicial. Sendo a estratégia fruto do conhecimento,

experiência, visão do setor de atuação, consumidores, tecnologia e do

aproveitamento de oportunidades, podendo sofrer mudanças, o

planejamento também deve ser flexível a ponto de absorver as novas

realidades. (MAXIMIANO, 2006, p. 60).

21

Para Alday (2000, p. 120), “o planejamento deve ser desenvolvido objetivando

alcançar uma situação almejada de forma mais eficaz, utilizando a maior

concentração de esforços e recursos disponíveis na empresa”. O autor ainda

entende o planejamento estratégico como “o processo administrativo que

proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser

seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com o ambiente e

atuando de forma inovadora e diferenciada” ALDAY (2000, p. 121), considerando

também que os mais altos níveis da administração são responsáveis por formular e

determinar os cursos de ação para que os objetivos desejados sejam atingidos.

Pode-se dizer que o conjunto de ações que deverão ser desencadeadas

pelos gestores em todos os níveis da estrutura organizacional, bem como a

alocação dos recursos necessários para a sua consecução, compõe o planejamento

estratégico.

Planejar é importante para comunicar a estratégia para toda a organização,

direcionar os esforços, controlar os resultados por meio de medidas de

desempenho, bem como para criar a sinergia capaz de conduzir a empresa às

metas estratégicas.

Para Kotler (2005) o planejamento estratégico que visa a inserção ou

manutenção de empresas no mercado

(...) é o processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação viável

entre os objetivos, experiências e recursos da organização e suas

oportunidades em um mercado continuamente mutante. O propósito do

Planejamento Estratégico é moldar e remoldar os negócios e produtos da

empresa com objetivo de crescimento e lucro. (KOTLER, 2005, p. 69).

Segundo Fischmann e Almeida (2002):

Planejamento Estratégico é uma técnica administrativa que, através da

análise do ambiente de uma organização, cria a consciência das suas

22

oportunidades e ameaças; dos seus pontos fortes e fracos para o

cumprimento de sua missão e, através dessa consciência, estabelece o

propósito de direção que a organização deverá seguir para aproveitar as

oportunidades e evitar riscos. (FISCHMANN; ALMEIDA, 2002, p. 25).

Importa ainda entender que Planejamento em Longo Prazo e Planejamento

Estratégico não são a mesma coisa, visto que há uma forte tendência para a

utilização desses termos como se fossem sinônimos. A metodologia do

Planejamento em Longo Prazo foi desenvolvida nos Estados Unidos na década de

50, com profundas influências da tecnologia de planejamento dos países com a

economia planejada em longo prazo.

O enfoque do Planejamento Estratégico parte da premissa de um ambiente

em constante mutação e turbulência, que exige um processo contínuo de formulação

e avaliação de objetivos baseado em fluxo de informações sistemáticas sobre as

transações entre ambiente e organização, que determinam possíveis variações no

senso de missão social da empresa.

Acerca dos objetivos, o planejamento estratégico é um modelo de decisão,

unificado e integrador que, segundo Mosimann e Fisch (1999, p.56):

• Determina e revela o propósito organizacional em termos de valores,

missão, objetivos, estratégias, metas e ações, com foco em priorizar a

alocação de recursos;

• Delimita os domínios de atuação da organização;

• Descreve as condições internas de resposta ao ambiente externo e a

forma de modificá-las, com vistas ao fortalecimento da organização;

• Engaja todos os níveis da empresa para a consecução dos fins maiores.

23

Como benefícios, Maximiano (2006) destaca que o planejamento estratégico

“agiliza decisões; melhora a comunicação entre os setores administrativos da

organização; amplia a capacidade gerencial para o processo de tomada de

decisões; promove consciência coletiva e visão em conjunto” (MAXIMIANO, 2006, p.

33), e ainda melhora o relacionamento da organização com seu ambiente interno e

externo.

2.4. A INFLUÊNCIA DA LIDERANÇA NA MOTIVAÇÃO

Liderança pode ser definida como um processo de dirigir e influenciar as

atividades relacionadas às tarefas de um determinado grupo, já a motivação são os

fatores que provocam, sustentam e canalizam comportamentos de uma pessoa.

A existência de uma liderança se faz necessária em qualquer tipo de

organização humana, seja em empresas, escolas, instituições privadas ou públicas e

em seus departamentos. Liderar é importante em diversas atividades da

Administração: um gestor precisa saber liderar, conhecendo motivações humanas e

conduzindo pessoas.

O comportamento da liderança (que engloba funções como a de planejar,

prover informações, avaliar, recompensar, arbitrar, estimular, controlar e punir se

necessário) deve contribuir para o atingimento dos objetivos do grupo e suas

necessidades.

Liderar reduz fatores de incertezas de um grupo, sendo as escolhas o

comportamento através do qual é possível se conseguir essa redução. Liderança é

um contínuo processo de escolha, possibilitando a empresa seguir de encontro aos

seus objetivos, apesar das inúmeras influências externas e internas.

24

Entre o líder e seus liderados, a relação pode ser parcialmente resumida e

generalizada de três modos:

• Para cada pessoa, a vida pode ser vista como uma luta contínua para satisfação de suas necessidades e manutenção de equilíbrio.

• Em nossa cultura, grande parte das necessidades individuais, é satisfeita através de relações com outras pessoas ou grupos de pessoas.

• Para um indivíduo, o uso de relações com outros indivíduos, é um processo ativo de satisfação de necessidades. Resumidamente, uma pessoa não espera de modo passivo que a relação que pode proporcionar-lhe meios de satisfação de uma necessidade ocorra naturalmente, ele próprio busca relacionamentos adequados para tal ou faz uso daqueles relacionamentos já existentes, com o objetivo de satisfazer necessidades pessoais.

Nesta concepção, liderança é uma função das necessidades existentes em

determinada situação e que consiste em uma relação entre indivíduo e um grupo.

Conceitualmente, liderança é uma relação funcional que existirá sempre que um

líder for percebido por um grupo como o controlador ou possuidor de meios que

satisfaçam suas necessidades.

Ter um líder para seguir, pode representar para um grupo uma forma para se

alcançar a satisfação de suas necessidades ou de impedir sua redução. O líder é

visto como um meio para a consecução dos objetivos pretendidos por um grupo.

Sabemos que a motivação é resultado de fatores internos e externos ao

indivíduo e, liderança é considerada um fator externo. Se o gerente for um “líder

eficaz”, poderá ter uma equipe motivada.

Segundo Minicucci (1995, p. 297):

Os indivíduos convivem amigavelmente. Há mais atitudes amistosas e

ligadas às tarefas. As relações com o chefe são mais espontâneas e livres.

O trabalho progride de maneira suave e espontânea, mesmo quando o

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chefe está ausente. Sob frustrações, originadas na situação de trabalho,

responde o grupo normalmente através de ataques organizados às

dificuldades.

Fica clara a importância da liderança em diversos segmentos da vida

humana. Ela existe desde os tempos primitivos, onde um líder liderava uma tribo.

Nas organizações, a figura do líder se faz muito importante, para a produtividade e

também para a motivação dos colaboradores da organização.

A produtividade de cada colaborador está relacionada com a sua satisfação.

Se ele está satisfeito produzirá mais, se não estiver produzirá menos, satisfação

depende, em parte, da liderança.

A satisfação está relacionada com o ambiente de trabalho, com o clima

organizacional percebido na organização. A supervisão é componente deste

contexto. Ser supervisionado por um chefe é diferente que por um líder.

O líder precisa desenvolver atividades que venham ao encontro das

expectativas existentes no estilo pessoal de cada um, favorecendo o sentido o qual

os colaboradores procuram no trabalho que desempenham. No momento em que

valores e crenças incorporam-se ao trabalho, eles podem intensificar o

comprometimento dos trabalhadores, trazendo entusiasmo e ampliando o esforço,

possibilitando a empresa a se transformar em um competidor muito mais forte.

O compartilhamento de valores pode estimular os colaboradores a

trabalharem por um período maior de tempo desenvolvendo seu trabalho com mais

cuidado e afinco. Valores compartilhados podem reduzir custos e até determinado

ponto, podem substituir a compensação financeira como recompensa física.

O gestor, como verdadeiro líder deverá estar, assim, em condições de

oferecer fatores de satisfação complementares às necessidades dos seus

subordinados. Por outro lado, na medida em que o comportamento do líder se

mostra apropriado em termos de complementaridade de expectativas, haverá a

26

formação produtiva do vínculo superior-subordinado. Nesse caso esse tipo de

comportamento se transforma em fator se satisfação, resultando em maior

produtividade.

Conforme Stoner, Freeman (1995, p. 336):

Os supervisores imediatos influenciam fortemente a motivação e o

desempenho dos empregados através de exemplos e de instruções, bem

como através de recompensas e penalidades que vão do elogio, dos

aumentos de salários e das promoções até as críticas, os rebaixamentos e

as demissões. Eles também afetam grandemente o projeto de trabalho e

são importantes transmissores da cultura organizacional, especialmente

para os novos empregados.

Com esta colocação de Stoner & Freeman, pode-se observar que os

supervisores influenciam diretamente na motivação e no desempenho dos

funcionários. Desta forma, ter gestores que sejam “líderes” é fundamental para

manter uma equipe motivada e com um bom desempenho. Diante deste quadro,

várias empresas estão investindo na admissão de pessoas com perfil de “líder”, e

que após admitidos, são treinados adequadamente.

27

CAPÍTULO III

GESTÃO DE PESSOAS EM ORGANIZAÇÕES

Será discorrido neste capítulo, gestão de pessoas, bem como estratégias de

treinamento e pontos necessários a serem desenvolvidos nos colaboradores para se

obter um melhor desempenho no alcance dos objetivos da empresa.

3.1. GESTÃO DE PESSOAS

Na dinâmica interna das grandes empresas pode-se verificar que não há uma

preocupação maior com os talentos que possuem, e que mecanismos de adaptação

e manutenção dessas pessoas especiais não são constantemente desenvolvidos a

fim de evitar a perda desses talentos.

Entretanto, algumas grandes empresas tem se destacado dentro do quadro

nacional na procura pela valorização do seu quadro funcional, através do

oferecimento de inúmeros benefícios pensados como parte da estratégia

empresarial.

Práticas atuais como Banco de Talentos, programas especiais de

Treinamento e identificação de lideranças, entre outras vem sendo desenvolvidas

com o objetivo de garantir a sustentabilidade empresarial dentro de um quadro

internacional extremamente competitivo.

Por outro lado, pode-se identificar certa confusão entre o tratamento dos

trabalhadores como “ativo empresarial” e a adoção de programas de gestão que

considerem esses mesmos trabalhadores dentro do quadro maior da qualidade de

vida.

O bem-estar dos sujeitos que trabalham, pode ser tomado sob diferentes

enfoques, e o que mais se verifica nos programas voltados para os trabalhadores é

28

a associação entre bem-estar e saúde física, cumprindo assim com a ideia que a

redução do absenteísmo indicaria uma boa saúde.

Outros indicadores como o sucesso profissional têm sido associados a uma

especialização e treinamentos contínuos, deixando de lado a compreensão do

sucesso como realização individual dentro dos projetos de vida singulares. A

contribuição a empresa e os resultados medidos quantitativamente são os critérios

mais utilizados, minimizando, assim, a preocupação e o investimento nas relações

de trabalho satisfatórias.

A motivação profissional está relacionada diretamente ao ambiente e à cultura

organizacional. As empresas que têm investido mais na formação de um capital

intelectual são também aquelas que têm criado maiores condições de

competitividade e lucratividade.

Para Chiavenato (2000) o capital humano são os talentos que fazem a

diferença nas empresas. Esses trabalhadores são os verdadeiros responsáveis pelo

crescimento da ideia de que o valor de mercado das organizações independe de seu

patrimônio físico, e cada vez mais depende de sua reserva de conhecimentos, que

estrategicamente funciona como uma alavanca de todos os projetos e objetivos

traçados pela direção.

Essa postura exige, assim, que as organizações coloquem desafios aos seus

colaboradores, objetivando agregar experiências e conhecimentos novos à dinâmica

cotidiana. E, supõe a construção de novas estratégias de Recursos Humanos, que

considerem a motivação pessoal de cada trabalhador, bem como suas aptidões e

capacidades de realização.

3.2. ESTRATÉGIAS DE GESTÃO E TREINAMENTO DE PESSOAS

De acordo com Lacombe (2006), o modelo estratégico de

administração na área de RH surgiu nos anos 80, encontrando nas estratégias

29

de treinamento a oportunidade de alinhar a administração de recursos

humanos ao conhecimento e objetivos do ambiente organizacional. Este

modelo foi baseado nas teorias desenvolvidas por Michael Porter, um

engenheiro, professor da Harvard Business School, que desenvolveu várias

teorias sobre estratégia competitiva, a partir da posição de feedback.

Do seu trabalho resultaram conceitos de estratégia que marcaram a

várias disciplinas a partir da teoria das cinco forças competitivas, e das fontes

genéricas da vantagem competitiva, a diferenciação e o baixo custo.

Entre os dispositivos que mais nos interessam dessa nova abordagem

estão o envolvimento dos profissionais de RH na definição das estratégias, as

formas de envolvimento dos treinandos nas propostas de treinamento, o papel

de liderança dos gerentes de linha na consecução dos objetivos estratégicos e

no delineamento de uma cultura organizacional.

Decorre desse novo modelo, que criar e administrar estratégias de RH

requer grandes investimentos em pessoal especializado e na implementação

das próprias estratégias. Tal movimento foi incrementado já nos anos 90, pela

teoria dos recursos da firma, com sua ênfase no papel dos empregados na

obtenção e sustentação do potencial competitivo da empresa.

De acordo com a abordagem dos recursos da firma, a formulação da

estratégia precisa ser centrada em um grupo específico de recursos

– as competências essenciais, conforme denominadas por Prahalad

e Hamel (1990), que garantem competitividade no longo prazo.

Estes recursos precisam (i) adicionar valor à organização; (ii) ser

únicos e raros entre os competidores; (iii) ser de difícil imitação e (iv)

não ser facilmente substituível por outro recurso por uma empresa

competidora. (LACOMBE, 2006, p. 11)

A idéia de aumento da competitividade através do investimento em

estratégias de RH vem dominando o cenário da administração de pessoas, e

30

fornecendo ao treinamento um papel de vital importância nas organizações.

Aliou-se a isto o fato de que o desenvolvimento tecnológico vem

demonstrando que, embora os empregados possam ser substituídos por

recursos avançados eletrônicos e digitais, eles não podem ser completamente

substituídos. Decorrendo então, que a importância do capital humano nas

empresas tende a priorizar a qualidade do desempenho dos funcionários.

Reverteu-se assim, a tendência de décadas atrás de promover uma

inclusão em grande proporção de pessoas dentro das empresas, em razão de

ter sido superada a ideia de que a quantidade de empregados produziria um

maior desenvolvimento e consequentemente, melhor desempenho

especialmente na área de vendas.

O treinamento inclui um somatório de atividades que vão desde a

habilidade motora até o alcance de um conhecimento técnico complexo, com a

mudança de atitudes, tomada de decisões e modificação de comportamentos

habituais em função de problemas sociais que atingem o treinando.

Para Campos (2004) as empresas na contemporaneidade têm que se

alinhar com novas formas de progresso e comunicação, implementando

estratégias de treinamento com a finalidade de manter seus funcionários

atualizados em relação as novas técnicas de trabalho em suas áreas

profissionais, conceitos atuais em termos de produtos e serviços, e, ainda, em

relação aos objetivos da organização.

O método de Michael Porter, amplamente difundido, foi criticado por

Aktouf (2002), e dentro dos limites desse estudo, merece menção a uma

importante contradição. Para Aktouf (2002) Porter, um engenheiro de leitura

heteróclita baseou seu métodomna teoria do posicionamento estratégico, na

31

sua noção de "cadeia de valores integrados".

A critica de Aktouf (2002) se revela importante, dado que ela trata de

uma crítica a erros ideológicos, metodológicos e epistemológicos de Porter.

Segundo Aktouf (2002) Porter teria deixado de considerar posições como a de

Aristóteles que regem a finalidade humana nas atividades.

Dessa crítica convém assinalar a idéia da vantagem que ignora a

desigualdade na competitividade, e que inverte o fato de que é o ambiente que

faz a estratégia corporativa e não o contrário

Aktouf (2002) conclui que a macroeconomia não se submete a

microeconomia e a políticas nacionais das decisões empresariais, sob pena

de agravamento exponencial de desequilíbrios entre norte e sul e entre os

próprios fatores da produção (capital, trabalho e natureza).

O enlace entre o método Porter e as estratégia de treinamento nos

fazem pensar que a dimensão propriamente humana dos recursos da

organização tem ficado em segundo plano, e que fatores tais como o temor do

desemprego, o receio de desagradar os superiores, questões de insatisfação

pessoal com as atividades, entre outras, interferem no aprendizado e

assimilação de informações.

Portanto, não basta que as técnicas empregadas no treinamento

tenham objetivos claros, transparentes quanto à gestão empresarial, e que

provenham diretamente do plano de ações levantado como resultado da

própria participação dos funcionários.

Segundo Chiavenato (2000), há desconforto ou insegurança

relacionados com o próprio treinamento, mesmo que indiretamente, e que,

32

portanto, para que o treinamento alcance seus objetivos devemos considerar

no treinando a vontade de aprender, de reciclar-se e de mudar de atitudes.

O autor propõe quatro pontos essenciais para o treinamento:

• Ter em conta a percepção do funcionário e da empresa daquilo a ser

melhorado, mas dentro de um quadro de compatibilidade dessas

percepções;

• O funcionário deve ter potencial e estar motivado para aprender, além

de ter suas ansiedades e medos detectados;

• Os princípios e valores implícitos no conteúdo devem ser praticados

pelos superiores;

• O objetivo final a ser atingido deve estar bem definido.

Suas observações partem de uma critica a visão sistêmica do

treinamento, mais preocupada com o contexto organizacional, e que

transforma o treinamento em meio de suprir carências de conhecimentos,

habilidades e atitudes, para que se atinja o desempenho. Ocorre que esse

desempenho deve estar em consonância tanto com os objetivos da

organização quanto do indivíduo.

33

CONCLUSÃO

Vantagens competitivas são fatores de influência direta na condução e na

organização, que geram lucro e maior eficiência. Assim, espera-se que a empresa

possua um planejamento que permita adquirir maior capacidade de responder a

clientela com rapidez, adequação às necessidades e preços competitivos. Da

mesma maneira, as empresas hoje têm que se adequar a uma série de requisitos

em termos de Certificação e Responsabilidade Social, que devem sempre ser

incluídos no planejamento de suas ações.

Em geral as empresas ganham vantagens competitivas quando colocam em

ação estratégias importantes em face de seus concorrentes. O sucesso também

está ligado à adaptação e ajuste dos negócios da empresa em um mercado que

pode mudar de maneira rápida.

Nessa perspectiva de uma visão de futuro, o estilo de gestão tem importância

central para a organização dos meios e recursos empresariais.

Escolher um ou outro tipo de gestão que mais se encaixa com os princípios,

cultura organizacional e políticas da empresa, é o mais recomendável, bem como é

importante exigir que o gestor possua características de líder e que estas sejam

inovadoras, juntamente com o estilo escolhido pela organização ou pelo próprio

gestor, em determinação do que já conhece de sua equipe.

O conservadorismo corporativo consiste basicamente na tendência a

perpetuar um estilo de gestão mesmo em face de toda mudança em torno da

empresa, no mundo dos negócios e nas possibilidades de sucesso baseadas em

técnicas de gestão eficiente.

Entretanto, o conservadorismo está ligado em linhas gerais a geração de

estilos autoritários de gestão.

34

Os estilos de gestão ajudam a solucionar problemas organizacionais,

melhoram a satisfação e a realização dos funcionários, conferem maior

autoconfiança e desenvolvem a lealdade e a participação responsável, mas ele tem

que estar adequado tanto ao contexto interno de demandas dos funcionários e de

exigências do trabalho, quanto ao contexto externo de competitividade e de

sobrevivência empresarial.

A satisfação depende do grau de desenvolvimento do trabalhador com suas

tarefas e com a organização. A participação do funcionário nas soluções dos

problemas da empresa é que determinaria o quanto cada trabalhador pode

aproveitar seu potencial e esse aproveitamento seria, também, um parâmetro para

avaliação das recompensas recebidas.

Desse modo, a escolha de um ou outro tipo de gestão depende, assim, de um

planejamento mais cuidadoso que visa criar estratégias de desenvolvimento e

crescimento da empresa.

Se uma empresa adota uma estrutura de gestão que não se adequa a seu

ambiente interno ou externo isso pode gerar tensões entre os funcionários e lideres

e resultar em conflitos ou mesmo afetar a produtividade, o que leva a problemas que

vão requerer soluções por parte das lideranças.

Ao ingressarem em uma organização os indivíduos trazem consigo suas

expectativas individuais, expectativas que precedem a inserção na organização e

que são diferentes das experiências dos demais membros da organização. Todo o

processo de adaptação e inclusão na organização deve, entretanto, ser moldado

pela cultura vigente, que introduz novas expectativas e redimensiona as anteriores.

Todo esse processo é acompanhado da construção de novos sentidos que os

trabalhadores vão administrando isoladamente. A participação do líder nesse

processo é que vai decidir a verdadeira inclusão do trabalhador.

35

Assim, a eficácia do líder está fundamentalmente na sua habilidade de

promover mudanças tanto nos liderados quanto na organização, a partir desses

novos sentidos que vão se reunindo.

Necessário, portanto, que o gestor tenha um grande conhecimento da cultura

organizacional e que seja sensível o bastante para ajustar tanto as expectativas dos

seus liderados quanto a realidade da organização, de modo a que as mudanças

operadas contribuam para a eficiência no cumprimento das tarefas, e para a eficácia

final dos resultados.

Gestões autocráticas podem ser bem equacionadas e podem gerar

lucratividade, embora este estilo possa estar ligado também ao conservadorismo

que engessa a modernização das empresas.

Conclui-se que há vários estilos de gestão e que não há um melhor do que

outro quando se entende que cada estilo tem que estar ajustado a cultura da

empresa, a atualidade das demandas interna e externa da empresa, e aos estilos de

negócios que ela pretende empreender no mercado.

36

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39

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ......................................................................................... 2

RESUMO.......................................................................................................... 3

METODOLOGIA .............................................................................................. 4

SUMÁRIO ........................................................................................................ 5

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 6

CAPÍTULO I - LIDERANÇA EMPRESARIAL .................................................. 8

1.1. TIPOS DE GESTÃO E LIDERANÇA ......................................................... 8

1.1.1. CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAL .......................................................... 8

CAPÍTULO II - GESTORES QUE EXERCEM LIDERANÇA POSITIVA E

HABILIDADES DE GESTÃO ........................................................................... 12

2.1. TIPOS DE GESTÃO .................................................................................. 12

2.2. HABILIDADES DE GESTÃO ..................................................................... 16

2.3. GESTÃO ESTRATÉGICA ......................................................................... 20

2.4. A INFLUÊNCIA DA LIDERANÇA NA MOTIVAÇÃO .................................. 23

CAPÍTULO III - GESTÃO DE PESSOAS EM ORGANIZAÇÕES .................... 27

3.1. GESTÃO DE PESSOAS ........................................................................... 27

3.2. ESTRATÉGIAS DE GESTÃO E TREINAMENTO DE PESSOAS ............. 28

CONCLUSÃO .................................................................................................. 33

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 36

ÍNDICE ............................................................................................................. 39

ÍNDICE DE FIGURAS ...................................................................................... 40

40

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Desenvolvimento da Liderança ........................................................ 9

Figura 2 - Um continuum duplo das lideranças gerencial, visionária e

estratégica ........................................................................................................ 15

Figura 3 - Criação de valor e lideranças gerencial, visionária e

estratégica ........................................................................................................ 16