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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PROTECÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL NA ERA
DIGITAL
Por: Michele Netto Stellet
Orientador
Prof. Willian Rocha
Rio de Janeiro
2014
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PROTECÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL NA ERA
DIGITAL
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Direito de Empresa,
Mercado e Negócios.
Por: . Michele Netto Stellet
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos professores e colegas de
turma pela ajuda, dedicação e
companheirismo.
4
DEDICATÓRIA
Dedico aos meus pais, irmão e queridos
amigos, que estiveram comigo em mais
uma etapa da minha vida.
5
RESUMO
Este trabalho tem o objetivo de mostrar como a lei e a sociedade
como um todo vem tratando a questão da proteção da propriedade intelectual
atualmente e as mudanças que surgiram com a era digital.
Criação e ideias que antes passavam despercebidas e que hoje
estão muito mais vulneráveis. E como o Brasil está conseguindo controlar
através de órgãos responsáveis, o uso indevido de obras, marcas e ideias no
geral.
6
METODOLOGIA
A produção deste trabalho foi possível através de pesquisas
bibliográficas, em especial livros de propriedade intelectual e direito
empresarial, busca em sites diversos, apoio em material didático e matérias de
jornais. A bibliografia indicada pelo professor foi de extrema importância para a
conclusão do presente trabalho.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I – Origens Históricas da propriedade
Intelectual 9
CAPÍTULO II – Diferença entre Propriedade
Intelectual e Propriedade Industrial 17
CAPÍTULO III – O Direito autoral e a expansão digital 20
CAPÍTULO IV- Meios de proteção à propriedade
intelectual na era digital 25
5- CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
ÍNDICE 41
8
INTRODUÇÃO
Entende-se como propriedade intelectual a área do direito que trata
da proteção dos sinais distintivos, como marca, nomes empresariais,
indicações geográficas, entre outros signos de identificação de produtos,
serviço, empresa e estabelecimento.
Bem como, as criações intelectuais, como por exemplo, obras literárias,
patentes de invenção, de modelo de utilidade e registro de desenho industrial,
ou seja, tudo aquilo que se refere a criações oriundas do intelecto e que é
protegido juridicamente.
Vale esclarecer que o direito de propriedade industrial é espécie do que
chamamos de direito de propriedade intelectual, assim como o direito autoral é
espécie desse último.
A propriedade industrial ocorre quando um bem econômico imaterial for
objeto potencial de propriedade e passível de apropriação por terceiros, logo
que é exposta no mercado.
Sendo assim, fez-se necessário criar mecanismos jurídicos de proteção ao
investimento colocado na criação desse bem imaterial, para permitir que o seu
titular fique com todo valor da invenção, e assim, com a renda gerada pela
exploração, incentivando dessa forma a pesquisa e investimento em novas
tecnologias.
Tanto o direito intelectual como o industrial protegem bens imateriais que
resultam da atividade criativa do gênio humano e não de força física.
Atualmente essa proteção tem se tornado um pouco mais complicada
devido ao fácil acesso as criações, considerando as particularidades da
tecnologia digital não podemos pensar na aplicação dos tradicionais conceitos
do direito de autor sem uma adaptação à nova realidade. Bem como seria
inadmissível ao jurista discutir qualquer forma de proteção autoral na
tecnologia digital sem levar em conta as discussões sociológicas e
econômicas.
9
CAPÍTULO 1. ORIGENS HISTÓRICAS DA PROPRIEDADE INTELECTUAL
Para analisarmos a propriedade intelectual como um todo, faz-se
necessário antes, um breve estudo para entendermos como surgiu e evoluiu
na sociedade.
Legalmente falando, podemos observar diferentes fases, cada
momento histórico guarda sua peculiaridade e importância no desenvolvimento
e aprimoramento legal.
1.1- PERÍODO ANTIGO
No período antigo não existia necessariamente um sistema jurídico
de proteção à transmissão de informação. Esta era basicamente limitada aos
guerreiros ou sacerdotes, e era conservada como segredo mais em função do
seu objetivo e utilização que pelas características da informação em si.
Observa-se que a proteção à informação sempre existiu, mesmo
que fosse apenas limitada às questões religiosas e estatais inicialmente. Pois
na época apenas se dava importância à informação que tinha uma
característica pública.
A título de esclarecimento vale ler uma história antiga, citada por
Claudio R. Barbosa:
“...história de Sansão narrada no livro dos juízes. Nessa história ele
detinha uma vantagem competitiva mantida por um segredo.
Revelado esse segredo, seus inimigos o derrotaram. Mais do que a
fonte de poder em si, o segredo era o fator decisivo. Sem o segredo,
sua vantagem competitiva, a fonte de seu poder foi cortada. Assim,
também uma informação tecnológica ou economicamente relevante
somente tem valor se utilizada de forma restrita, por uma ou poucas
pessoas; se a mesma informação for usada por todos, torna-se
padrão de mercado, sem acarretar um avanço.” 1
1BARBOSA,Claudio R. Propriedade Intelectual. Introdução à propriedade Intelectual como
Informação. Rio de Janeiro: Elsevier,2008, p.21.
10
Nas sociedades antigas era difícil destacar um ou outro aspecto,
seja econômico, religioso ou militar, que não estivessem associados entre si. E
esse é um dos motivos principais pelo qual podemos considerar que as
informações importantes eram, no geral, religiosas, pois o sistema jurídico era
orientado por tais normas.
Nas civilizações antigas os métodos de proteção às informações
religiosas eram rudimentares, bem como o sistema jurídico romano, onde não
se pode dizer que tais mecanismo existiam de forma sistematizada. Já na
Grécia antiga não existia o conceito de criação, pertencendo ao indivíduo que a
criou, pois o indivíduo como conhecemos hoje não existia.
No Direito Romano, o criador de uma obra de arte buscava apenas
a atribuição de seu nome à obra e não a propriedade sobre algo intangível,
pois para eles não exsitia o conceito de separação entre ideia, elemento que
consubstancia a criação, e o objeto que substancia a mesma criação, muito
menos havia uma valoração específica do bem incorpóreo.
Com isso, o autor recebia prestígio com o reconhecimento da sua
obra, e era desse reconhecimento que se podia alcançar benefícios, tanto
materiais quanto apenas prestígios. Era normal que o criador fosse relacionado
ao resultado concreto de sua criação, e não à obra idealizada.
De acordo com Luis Santa Cruz Ramos:
"...Leonardo da Vinci tinha o cuidado de proteger suas obras, usando
artifícios variados para tanto, como a prática de escrever ao contrário
ou de deixar erros propositais nos seus textos. (PAG.133 ANDRÉ
LUIIS SANTA CRUZ RAMOS
Na época existia a Lex Fabia de Plagiariis, que consolidava a
punição à escravização de um homem livre ou ao apossamento de escravo
alheio. Esses criminosos, eram conhecidos como plagiarius, e foi este o nome
dado pelo poeta Martialis àqueles que se apossavam de suas ideias.
11
Podemos considerar que naquele momento se deu maior
importância à usurpação de uma ideia e não a existência de qualquer relação
jurídica de controle entre autor e criação.
Houve um outro fato, agora relacionado a questão da exclusividade,
que ocorreu na Escócia do século VI. Um monge copiou um raro manuscrito
sem a permissão de seu mestre. Este, pediu a devolução da cópia e o Rei da
época decidiu a favor do mestre. Neste momento ficou caracterizado a questão
do plágio.
Apesar das civilizações antigas poderem ser consideradas a pré-
história da propriedade intelectual, não é correto dizer que, já existia uma
proteção à informação em si, ou seja, uma relação de propriedade entre
criador e criação.2
1.2- PERÍODO MERCANTILISTA
Enquanto na era antiga se discutia sobre autoria e propriedade de
livros e em outras obras não se discutia o conhecimento nelas inserido, já que
as obras eram consideradas um todo, sem separar as informações
consubstanciadas no corpo mecânico e o corpo mecânico em sí.
No período mercantilista com as descobertas científicas, a questão
da proteção mudou um pouco, pois a sociedade passou a ter necessidade de
um cuidado especial com o conhecimento adquirido e também com os sinais
distintivos utilizados na manufatura e no comércio.
A partir desses acontecimentos, as informações deixam de ser
apenas do criador e passam a representar um valor para o comerciante, o
empresário e principalmente para o Estado, que se consolidava como
instrumento apto a oferecer proteção e permitir o desenvolvimento desses
novos empreendimentos.
As descobertas de soluções técnicas e as novas invenções, foram
tratadas como enorme vantagem competitiva dos Estados Nacionais, que
12
naquela época começavam a buscar essas vantagens no comércio
internacional.
Em algumas cidades da Europa havia muita competição quando o
assunto era invenção. As rivais tentavam sempre se superar, e devido a essa
competição, inovavam velozmente as técnicas de impressão, os métodos de
drenagem, os equipamentos óticos e os cronógrafos para a navegação, entre
outras invenções necessárias ao enriquecimento do Estado.
Na época, era de extrema importância os instrumentos precisos de
navegação, por esse motivo havia muita disputa entre os Estados em
formação, que tentavam superar os meios de navegação já existentes.
Tanto que, os que eram pegos traficando informações ou
contrabandeando plantas e esquemas de indústrias entre as colônias e
metrópoles, eram severamente punidos.
O que importava nesse período, não era a participação dos criados,
autores ou inventores, e sim indivíduos que pertencessem às classes
dominantes, como por exemplo no caso dos livros, onde era importante
manter-se o direito de reprodução de livros com as editoras e não com os
autores.
Em relação aos sinais distintivos, com o aumento da facilidade de
comunicação e comércio, tornou-se importante a identificação dos fabricantes
e dos artesãos. Com o fim das limitações das atividades empresariais, a
importância dessas identificações aumentava, pois assegurava que o melhor
artesão poderia vender e cobrar mais por seu produto.
Os sinais distintivos sempre estiveram presentes nas sociedades
antigas devido a necessidade de se identificar o produto feito artesanalmente
ou bens pessoais, no entanto as características dos institutos jurídicos relativos
aos sinais distintivos como conhecemos, somente começaram a se
desenvolver com as corporações de ofício.
Assim, a origem histórica confunde uma identificação pessoal,
estatal e comercial pelo fato de que tais elementos não são, em determinados
períodos, claramente dissociados.
2 BARBOSA, Claudio R. Op.cit. pp.21-25.
13
No período antigo não existia uma separação do patrimônio do
soberano e do Estado, eles se confundiam, assim como a identificação da
produção estatal.
Com o passar do tempo, o que antes era apenas uma identificação
pessoal passou a ser um atrativo, um diferencial, adicionando uma função
mercadológica de ligação entre produto e clientela. 3
1.3- PERÍODO INDUSTRIAL
Após o período mercantilista, muita coisa mudou em relação a
expansão ultramarina. Novas rotas foram descobertas e o conhecimento
passou a ficar centralizado nas universidades europeias e não só nos
mosteiros como era antes.
Havia tanta produção científica que acabou gerando o
desenvolvimento tecnológico. Foi onde o período mercantilista ficou para trás e
surgiu o período industrial.
Foi o momento onde surgiu a manufatura automatizada, ou seja, a
mão de obra humana foi trocada por máquinas, a produção artesanal foi
substituída pela produção mecânica.
O país onde essa revolução foi mais abrangente, foi a Inglaterra,
tanto pelos conhecimentos técnicos absorvidos quanto pela estabilidade social
e política, que acabou limitando arbitrariedades de quem detinha o poder,
aplicando as regras de proteção às criações industriais que estavam em vigor
desde 1623.
Com o crescimento da indústria passou-se a ter a necessidade de
proteção às inovações, apesar de, já haver nessa época proteção as criações
mecânicas por patente.
Vale salientar que, o conceito de propriedade intelectual e proteção
às inovações, foram criadas pelos juristas e economistas do séc. XIX.
3 BARBOSA, Claudio R. Op.cit. pp.25-28.
14
No Brasil, esse período ficou marcado pela vinda da família real e
abertura dos portos, que através da Carta Régia estabeleceu-se uma proteção
aos inventos por meio de alvará.
Foi nessa época também que, os institutos de direito autoral e das
marcas atingem a maturidade. Toda obra passa a ser controlada, evitando sua
exploração, assim como o empresário consegue comprovar a necessidade de
proteção de seus sinais distintivos. O autor passa a ter um maior controle
sobre aquilo que criou.4
1.4- PERÍODO GLOBALIZADO
Podemos dizer que a principal diferença entre esse período e os
anteriores, são os efeitos amplos e imediatos dos atos ocorridos em um Estado
Nacional para os demais. Passou-se a ter a necessidade econômica de regras
para o pleno funcionamento da economia. O grande marco desse período
foram as assinaturas de tratados bilaterais e multilaterais de harmonização da
proteção à propriedade intelectual.
Esses tratados surgiram a partir da necessidade de os Estados
promoverem o mercado de seus produtos e as criações industrias de suas
empresas.
Foi nesse período também que as duas linhas primárias das
concepções autorais (proteção das editoras, direito de reprodução e direito
autoral) unificam-se para o surgimento da indústria cultural como
empreendimento empresarial.
Assim, passou a existir um grande movimento para regulamentação
dos sinais distintivos, englobando também as marcas de indústria e de
comércio, as indicações geográficas, a repressão às falsas indicações de
origem e à concorrência desleal. A concorrência desleal começou a ficar
reprimida pelo estabelecimento de padrões comportamentais e com a
negociação e assinatura de tratados.
4BARBOSA, Claudio R. Op.cit. pp 28-31
15
Assim, foram criados dois importantes sistemas, um deles foi a
Convenção de Paris, que protegia à Propriedade Industrial, com foco nos
sinais distintivos e nas criações industriais. O outro, foi à adoção da
Convenção de Berna para as obras literárias. Como essa convenção adotou
princípios que versavam sobre privilégios ao autor, criou-se então, um sistema
internacional de forma paralela, a Convenção Internacional dos Direitos
Autorais. Esta teve sua importância reduzida, visto que os EUA adotaram a
Convenção de Berna.
Tais tratados acarretaram por um lado a harmonização, e por outro,
iniciaram a crescente diminuição da soberania dos Estados nessa matéria, que
passa a depender ainda mais da normatização e da interação entre vários
sujeitos do direito internacional.
O grande marco desse período foi o salto tecnológico, que marcou o
Séc. XX, o desenvolvimento técnico acelerado associa-se à mudança de
enfoque das empresas no valor agregado ao comércio da tecnologia e ao
licenciamento.
Essa nova visão voltada para a tecnologia e não mais para a
produção, resultou com o desenvolvimento de novas formas de proteção aos
novos produtos tecnológicos, que não se encaixavam muito bem no instituto
antigo da propriedade industrial ou do direito autoral. Começa então, uma
aceleração na criação de proteções híbridas, que tem como uma de suas
características a desterritorialização, que acontece de forma espontânea pelos
novos meios de comunicação (internet),
Essa característica permite a unificação de indivíduos separados
geograficamente em centros de comunicação baseados em afinidades, sejam
étnicas, comerciais, culturais ou nacionais. Ao se permitir essa unificação de
informação, junta-se a produção cultural, e consequentemente os aspectos
econômicos vinculados à essa produção.
Essa nova fase ficou marcada pela inserção da propriedade
intelectual como elemento efetivo da política de comércio internacional, cujo
marco se deu com a aprovação do TRIPs, no contexto do tratado que encerrou
as negociações da Rodada Uruguai do GATT e criou OMC.
16
Aqui no Brasil deu-se inicio a proteção com a elaboração da lei
9.610/98 que trata do direito autoral da lei 9.609/98 que regula direitos
autorais sobre programas de computador.
O fator determinante da efetiva necessidade e das características
de proteção aos bens intelectuais é a estrutura sócio- político- econômico-
cultural de cada país, e não a propriedade intelectual enquanto conceito
universal.
O período em estudo demanda um regime jurídico de proteção à
propriedade intelectual que viabilize produtos de informação nos quais a
materialização é basicamente presumida, e a matéria-prima deixa de ser
concreta, e a própria comercialização passa a ser virtual.
Diante do que foi mostrado, notamos muitas mudanças no decorrer
do tempo, mas atualmente a propriedade intelectual não tem sido matéria de
grandes estudos, apesar de sua grande importância. Infelizmente, na maioria
das vezes continua a ser tratada como um detalhe em face de outras questões
jurídicas.5
5BARBOSA, Claudio R. Op.cit. pp 31-38
17
CAPÍTULO 2. DIFERENÇA ENTRE PROPRIEDADE INTELECTUAL E PROPRIEDADE INDUSTRIAL Para melhor compreensão, é importante destacar a diferença entre
Direito de propriedade Intelectual e Direito de Propriedade Industrial. Este
último é espécie do que foi citado anteriormente, que também abrange o direito
autoral e outros direitos sobre bens imateriais.
2.1 DIREITOS AUTORAIS
Os Direitos autorais são regulamentados pela Lei 9.610/98, que visa
proteger o criador de uma obra intelectual, bem como garantir a este a
exposição, disposição e exploração econômica dessa obra, permitindo assim ,
que impeça o uso ilegal de sua obra por terceiros, independente se bem ou
mal intencionado.
O Direito Autoral é o ramo do direito privado que rege as relações
jurídicas advindas da criação e da utilização econômica de obras intelectuais e
de arte compreendida na literatura entre outros ramos.
Vale destacar que, o que tem a proteção do direito autoral não é
simplesmente a criação intelectual do Homem de forma isolada, mas sim
aquela que de alguma forma tenha sido realizada em um suporte e possa ser
objeto de reprodução.
O simples fato da pessoa ter uma ideia a respeito de uma determinada
coisa não da à ela o direito de proteção dessa ideia. Mas, a partir do momento
que essa ideia “ganha vida”, podendo ser transmitida para terceiros, tal criação
vai poder ser considerada como obra intelectual e tendo como consequência a
proteção legal.
2.2 DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL
Também protege as criações da mente humana, mas as que dão
origem às invenções e marcas, que tem caráter exclusivamente econômico e
que possuem como característica a aplicabilidade industrial. Visam proteger as
18
invenções e marcas. Além de possibilitar ao seu titular a possibilidade de
exploração econômica ou impedir que outros o façam sem autorização.
A lei 9.279/96 regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial
mediante Marcas, Patentes, Desenho Industrial, entre outros.
2.2.1 MARCAS
Podemos entender que é todo sinal distintivo expresso em palavras ou
figuras, destinado a diferenciar o produto ou serviço dos seus concorrentes no
mercado.
De acordo com a lei 9.279/96, a marca é “usada para distinguir produto ou
serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa.”
A marca pode ser dividida em, nominativa, mista, figurativa ou
tridimensional :
NOMINATIVA:
É aquela constituída por uma ou mais palavras no sentido amplo
do alfabeto romano, compreendendo, também, os neologismos e as
combinações de letras e/ou algarismos romanos e/ou arábicos.
MISTA:
É aquela constituída pela combinação de elementos nominativos e
figurativos ou de elementos nominativos cuja grafia se apresente de forma
estilizada
FIGURATIVA:
É aquela constituída por desenho, figura ou qualquer forma
estilizada de letra e número, isoladamente.
TRIDIMENSIONAL:
É aquela constituída pela forma plástica de produto ou de
embalagem, que tenha capacidade distintiva em si mesma e esteja dissociada
de qualquer efeito técnico.
19
2.2.2 PATENTES E MODELO DE UTILIDADE
Entende-se por Patente, a garantia jurídica de exclusividade ao seu
inventor, além de contribuir para o desenvolvimento econômico e tecnológico
de uma sociedade, visto que, ela pode ser considerada como forma de
recompensa pela criatividade técnica de seu inventor.
É também conhecida como carta patente, pois é um documento que
descreve determinado processo baseado na invenção, fruto da imaginação e
que pode ser reproduzido em larga escala industrialmente falando.
Já os modelos de utilidade são conhecidos como patentes de
inovação incremental, pois funcionam como melhorias em processos
produtivos já protegidos por patentes ou que se tornaram públicos.
O modelo de utilidade é considerado como acréscimo de
versatilidade em um processo produtivo, protegido ou não por patentes, sendo
este suscetível à proteção similar ao concedido para as patentes.
A diferença entre modelo de utilidade e patente é basicamente o
prazo de vigência, 20 anos para patente e 15 anos para modelo de utilidade.
2.2.3 DESENHO INDUSTRIAL A Lei também concede proteção ao desenho industrial, conhecido
também como design criativo. Este tem como finalidade dar nova forma a
determinado produto, seja para deixá-lo diferente perante o mercado , seja
para dar um visual mais moderno e atraente.
A vantagem do registro do desenho industrial é exatamente o direito
à exclusividade de exploração aos seus titulares. 6
6 RAMOS, Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. São Paulo: Método, 2013,pp. 131-210.
20
CAPITULO 3- O DIREITO AUTORAL E A EXPANSÃO DIGITAL
O desenvolvimento da internet e da tecnologia digital possibilitou
um importante avanço no processo de criação de obras intelectuais. Com base
em um modelo em que o usuário se comunica diretamente com outro usuário
sem um controle central, a internet permite um maior aproveitamento de obras
previamente criadas, que podem ou não estar em domínio público.
O primeiro grande impacto em relação ao direito autoral , foi sentido
pela indústria fonográfica, pois com a velocidade e facilidade da internet, com
apenas um único clique era possível reproduzir e comercializar determinada
obra e o principal, sem muitos gastos.
O que é visto como facilidade por um lado, como por exemplo a
comunicação dos autores, usuários e editores, por outro lado acaba se
tornando algo prejudicial, pois acabou criando uma confusão entre os usos
permitidos e proibidos, onde tudo é visto e praticamente tudo é repassado.
No âmbito da internet, o direito ainda não encontrou o justo
balanceamento entre o interesse do indivíduo criador da obra e o do público
que deseja dela fruir ou utilizá-la na composição de outras obras. É preciso,
pois, analisar a questão da função social do direito de autor. Uma maior
proteção significa um menor grau de acesso a obras intelectuais que,
dependendo do caso, deveriam ser de uso livre.
O que se observa atualmente, é que a informação não protegida é
um benefício, pois fará parte do domínio público e o terceiro interessado não
pagará nada. Mas economicamente falando, a informação não protegida é um
freio à inovação.
Alguns exageros na proteção do autor em detrimento do interesse
público podem ser observados na Lei de Direitos Autorais. Um bom exemplo
está na proibição da cópia integral de uma obra, ainda que para uso privado
sem finalidade lucrativa. Nesse caso, não há o estabelecimento de qualquer
limite quanto ao uso justificado da reprodução, o que poderia ser alegado, por
exemplo, por um estudante que efetua a cópia integral de um livro pelo fato de
sua edição estar esgotada.
21
É importante lembrar que nem sempre o aumento da proteção
autoral à obra intelectual e da restrição ao seu uso livre representam um
benefício ao indivíduo criador da obra. Muitas vezes, a defesa de uma maior
proteção e restrição ao uso livre de obras intelectuais é uma bandeira da
própria indústria cultural em defesa de seus interesses.
É certo que o Brasil é um dos países com maiores índices de
pirataria e que a mesma deve ser coibida. Mas também é certo que as políticas
públicas deveriam aumentar as limitações ao direito de autor em determinadas
circunstâncias, principalmente no âmbito da internet, visando ao interesse
social à livre utilização de obras intelectuais protegidas e à inclusão digital
como uma das formas de defesa da cidadania.
A sociedade tem interesse na manutenção de um mecanismo de
estímulo ao autor para que continue criando e para que lhe seja reconhecido o
direito a uma remuneração pelas suas criações. Porém não se pode admitir
que, sob o argumento de uma alegada defesa do direito moral do criador, o
direito de autor passe a funcionar não mais como um mecanismo de estímulo,
mas como um entrave às novas formas de criação possibilitadas pela
tecnologia digital.
3.1 QUASE TUDO SE COPIA E NADA MAIS SE CRIA
Atualmente vivemos numa época onde a facilidade de se copiar
está mais em evidência do que a vontade de se criar. E devido a essa “febre”
de copias estamos tendo problemas em manter uma determinada
exclusividade de marcas, obras etc
A chamada contrafação, produção comercial de um artigo sem
autorização da entidade que detém a sua propriedade intelectual, é mais
comum do que imaginamos.
Para fins de esclarecimento segue antiga decisão da 18ª Câmara
Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, referente à Apelação Cível n.º
2414/99 (julgada em 24 de março de 1999), tendo como relator o Des. Jorge
Luiz Habib:
22
"APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA. CONTRAFAÇÃO. (... )
A simples comercialização de produtos contrafeitos caracteriza, obriga
à indenização da parte lesada, em danos materiais e
imateriais, nestes compreendidos o da imagem, independe da prova
de culpa do contrafator, sendo certo afirmar, que a existência do
prejuízo causado pelo contrafator de marca notoriamente conhecida é
presumida.
(... )
Também não tem razão a ré apelante no que tange a alegação de
que inexiste dano, por não estar comprovado o prejuízo, posto que tal
condenação está amparada em legislação especial, qual seja a Lei
9.279 de 14 de maio de 1996, que em seu artigo 210 que dispõe
acerca dos critérios de composição dos danos relativos aos lucros
cessantes no caso de violação de marcas...” 7
O crime de plágio é o mais repudiado de todos quando se trata de
usurpação intelectual, pela malícia, dissimulação e má-fé usada pelo infrator
ao se apropriar de uma ideia como se sua fosse.
O que antes era novidade , hoje em dia já não é tanto, pois ficou
muito fácil buscar na internet ideias. Não podemos considerar que isso seja de
todo mal , mas é nítido que está faltando originalidade. Quantas vezes lemos,
vimos, marcas ou textos que pensamos já não ter visto antes . Isso nada mais
é do que a prova de que está faltando ideias próprias, autênticas.
Algo que vem acontecendo com muita frequência são as
alterações, modificações e até mesmo mutilações, das obras protegidas.
Modificações estas feitas muitas vezes por inconsequência ou mesmo má-fé.
É o caso dos textos e imagens que circulam sob nomes de
pessoas famosas, ou textos de grandes escritores, poetas que são usurpados
por terceiros.
Acontece também com imagens, onde não se é dado os devidos
créditos ao fotógrafo, ou quando alteram tais fotografias.
7 Disponível em : http://jus.com.br. Acesso em: 15 de jun. de 2014.
23
No Rio de Janeiro alguns anos atrás houveram decisões neste
sentido, visto que nelas foi reconhecido o prejuízo causado à imagem da
famosa marca "REEBOK", diante de uma contrafação. São elas:
"Quanto ao pedido em razão do dano moral, o mesmo merece
acolhida, eis que o bom nome e a qualidade que sempre forma
marcas registradas dos tênis Reebok sofreram grande
desgaste, causando-lhes danos à imagem, uma vez que os
consumidores que porventura se enganassem certamente passariam
a acreditar na baixa qualidade dos calçados de propriedade da
primeira Autora, levando a um descrédito em relação ao produto,
pouco importando se a empresa vendedora, no caso, a Suplicada,
possui uma cadeia de lojas de grande ou pequeno porte, sendo o
dano inafastável. Além do mais, a demandada possui mais de dez
lojas espalhadas pela cidade, sendo certo que o prejuízo causado às
Suplicantes, não pode ser configurado como de pequeno porte, até
porque as obrigou a intentarem as presentes ações a fim de evitar
que outras lojas adotassem o mesmo procedimento danoso, que
imensos prejuízos traz à indústria especializada.
(...)Assim, presentes o dano moral, conforme largamente
esclarecido, consubstanciado no dano à imagem do produto objeto de
contrafação, além do dano material, consubstanciado no lucro
cessante, a ser apurado nos termos do art. 210 da Lei nº 9.279/96, e
no dano emergente, consubstanciado no que as Autoras deixaram de
ganhar com a venda e comercialização dos produtos REEBOK, bem
como pela desvalorização da aludida marca."
"(...) quanto ao dano moral, este caracterizou-se
pela depreciação, aos olhos dos consumidores, do nome e
da qualidade dos produtos Reebok. Para aferição do valor
indenizatório, a título de dano moral, deve ser considerado o alcance
do dano causado ao patrimônio moral das autoras, entende este Juízo
que é justa a fixação do valor indenizatório na ordem de 150 (cento e
cinqüenta) salários mínimos para cada uma das autoras".8
Diante do que foi apresentado, nota-se o quanto é importante medidas
de proteção às pessoas, mas também as grandes marcas, empresas etc
8 Disponível em : http://jus.com.br. Acesso em: 15 de jun. de 2014.
24
Outras ocorrências também constituem violação aos direitos
morais dos autores, exceto aquilo que se destina ao humor, a uma forma de
paródia, dado o outro, direito fundamental da pessoa humana que é o de
exercer a crítica, fazendo uso de sua liberdade de expressão.
Diante disso, a sociedade passou a se preocupar com essa
questão e a dar mais atenção a essa facilidade de buscas, consultas, cópias e
até plágio.
Em contra partida tem-se a questão do acesso a informação e
até onde a proteção pode privar uma pessoa de obter informação, educação. É
importante encontrar esse equilíbrio para que ambas as partes não sejam
prejudicadas.
A Lei de Direitos Autorais não deve criar obstáculos à
interatividade propiciada pela internet, sob o risco de contribuir ainda mais para
o aumento da exclusão digital, que não diz respeito apenas à limitação de
acesso às redes de informação, mas também ao exercício da inteligência
coletiva propiciada pela tecnologia digital. De fato, a interatividade permite uma
maior democratização do uso de obras intelectuais, além de incentivar a
criação de formas mais dinâmicas de produção intelectual.
De acordo com Lawrence Lessig, o grande perigo de uma
ampliação do campo de proteção do direito de autor na internet está no fato de
que, no meio digital, esse controle aparece de modo muito mais forte do que
no meio analógico.
Ao mesmo tempo em que a internet facilita o uso indevido e a
reprodução não autorizada de uma obra, os mecanismos de controle digital e
rastreamento de informações são muito mais eficientes do que nos meios
analógicos. Assim, uma legislação de direito de autor muito rígida poderia
desestimular as diversas possibilidades criativas proporcionadas pela internet.
Diante do que foi abordado, interessante seria esclarecer para a sociedade
que, tudo que é alheio, não pode ser tomado e ainda, que se deve respeitar o
que é do outro como se seu fosse.
25
CAPÍTULO 4. MEIOS DE PROTEÇÃO À PROPRIEDADE INTELECTUAL NA
ERA DIGITAL
Atualmente vivemos tempos conturbados no que diz respeito ao
ciberespaço. O espaço entre o real e o virtual parece ficar cada vez mais curto
com o passar dos anos, e o mundo regido por bits e bytes tornou-se uma das
coisas mais importantes em nossas vidas sem que pudéssemos sequer nos
dar conta disso.
Programas de espionagem, quebra de privacidade, ataques
oriundos de grupos hackers e outros assuntos controversos andam nos
bombardeando todos os dias, nos fazendo repensar constantemente o rumo
de nossas vidas digitais.
A propriedade intelectual é normalmente discutida em relação a
direitos autorais, marcas e patentes. Mas focaremos no primeiro instituto, já
que é um dos mais prejudicados quando tratamos de vulnerabilidade digital.
O direito de autor surgiu como um privilégio inicialmente concedido
aos editores para garantir um monopólio na comercialização de obras literárias.
O aparecimento da imprensa foi fundamental para a construção do conceito de
direito às criações literárias e artísticas.
Considerando algumas particularidades da tecnologia digital, não
podemos pensar na aplicação dos tradicionais conceitos do direito de autor
sem uma adaptação à nova realidade. Seria também inadmissível ao jurista
discutir qualquer forma de proteção autoral na tecnologia digital sem levar em
conta as discussões sociológicas e econômicas sobre redes de informação e
novos conceitos de criação em arte digital.
A preocupação com a proteção internacional desses direitos
resultou na assinatura de diversos tratados e Convenções Internacionais, como
o da União de Berna, da Universal de Genebra e de Roma, todas
administradas pela ONU.
Atualmente é organizado via acordo Trips, que é um Tratado sobre
os aspectos dos direitos da propriedade intelectual relacionados ao comércio.
26
É considerado o mais importante anexo do acordo que gerou a
Organização Mundial do Comércio-OMC. Devido a esse tratado, todas as leis
internas dos países-membros dessas organizações são, praticamente,
idênticas, celebrando assim a globalização jurídica muito antes da econômica,
dada a fluidez na circulação das obras intelectuais.
Os tratados internacionais e a legislação interna que versa sobre
direito de autor dos diversos países não oferecem resposta às principais
questões que envolve a tecnologia digital.
Aqui no Brasil, a CF/88 trata do assunto em seu Art. 5º XXIX:
“a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio
temporário para sua utilização, bem como proteção às criações
industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;”9
Além da Constituição Federal, temos outras legislações a respeito
do assunto, em fevereiro de 1998 foi sancionada a Lei nº 9.610 que trata do
Direito Autoral no geral. No entanto, segundo determinadas correntes, essa lei
não aborda claramente as questões referentes à internet ou a violação de
interesses por meio desta, pois está um pouco longe da realidade, o que acaba
tornando-a ignorada pela sociedade. Além desta, temos a Lei 9.609 que regula
os direitos autorais sobre programas de computador.
Aqui no Brasil existe uma autarquia que gere assuntos relacionados
à propriedade intelectual, na área industrial, é o INPI. Criado em 1970, o
Instituto Nacional da Propriedade Industrial, vinculado ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), é responsável pelo
aperfeiçoamento, disseminação e gestão do sistema brasileiro de concessão e
garantia de direitos de propriedade intelectual para a indústria.
9 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Vade Mecun: Saraiva, 2014.
27
Entre os serviços do INPI, estão os registros de marcas, desenhos
industriais, indicações geográficas, programas de computador e topografias de
circuitos, as concessões de patentes e as averbações de contratos de franquia
e das distintas modalidades de transferência de tecnologia. Na economia do
conhecimento, estes direitos se transformam em diferenciais competitivos,
estimulando o surgimento constante de novas identidades e soluções técnicas.
O serviço disponibilizado pelo INPI não favorece apenas as
grandes corporações, por ser tão importante para o desenvolvimento
econômico, abrange também as Micro e pequenas empresas, além de
empreendedores individuais. Eles podem usar estes diferenciais para gerar
parcerias e crescer num mercado competitivo, no qual é praticamente
impossível competir apenas por preço.
Justamente por isso, o INPI vem trabalhando para agilizar,
simplificar e garantir qualidade aos seus serviços. Com o objetivo de atrair
pesquisadores e empreendedores que possam se beneficiar com o uso da
propriedade intelectual.10
As decisões do INPI podem ser sempre revistas pelo Poder
Judiciário, em função do princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional
dos atos do Poder Público, tal possibilidade está prevista no Art.5º, inciso
XXXV, da CF.
Uma das soluções encontradas para atender às necessidades do
criador de determinada obra, foi a de atribuir-lhe o rendimento dos direitos
patrimoniais, consistentes em uma participação em dinheiro pela venda de
cada exemplar, contabilizadas a partir das possibilidades técnicas de
reprodução destas. É o chamado copyright, reserva dos direitos de reprodução
e comercialização de suportes, e também , transmissão, exibição, execução
pública, entre outros.
Uma outra forma de proteção é o chamado Trade Dress, que é o
conjunto de elementos e características que permitem a individualização de
determinado produto ou serviço, permitindo ao consumidor distingui-lo dos
10
Disponível em: http://www.inpi.gov.br. Acesso em :19/06/14.
28
demais. Diz respeito ao caráter externo e sensorial do produto ou do serviço,
seu aspecto geral de como o produto ou serviço é apresentado ao público.
Assim, a embalagem de determinado produto, além de servir
para proteger e conservar, assume também um papel de agente de vendas e
fortalece o consumo com a marca.
A lei protege o Trade Dress, sendo esse o entendimento não só dos
nossos tribunais mas da maioria dos outros países. Assim a sua forma de
proteção pode ocorrer em diversas ocasiões, quando a criação for artística e
original; pelo desenho industrial; proteção marcaria; por meio da concorrência
desleal, quando a imitação gerar engano ou confusão ao público, entre outros.
A lei de direito autoral, apesar de ser recente, não trata a obra
digital e a sua utilização na internet de maneira adequada. Na verdade, esta lei
procurou apenas transportar para as obras digitais os mesmos conceitos de
direito de autor tradicionalmente aplicados às obras analógicas, quando, na
verdade, o funcionamento do direito autoral analógico se contrapõe à ética
criada pela própria tecnologia digital.
Os problemas trazidos pelos produtos da era digital aos tradicionais
meios de proteção intelectual são inúmeros. Em diversos países a lei vem
tentando se adequar as necessidades da sociedade nesse novo cenário.
Alguns acreditam que tais adequações serão suficientes, outros já acham o
contrário, devido a velocidade de mudança dessa era informatizada.11
4.1- RESPONSABILIDADE CIVIL POR VIOLAÇÃO A PROPRIEDADE
INTELECTUAL
Como vimos no tópico anterior, a lei de direitos autorais não está
em concordância com o que vivenciamos atualmente, em relação as grandes
mudanças digitais. Por isso, tal lei foi foco de diversas propostas de reforma,
uma delas é a responsabilidade civil dos intermediários pela violação de
direitos autorais por meio da internet. Após alguns impasses foi promulgada a
Lei do Marco Civil da Internet, que veremos mais afundo no próximo tópico.
11
NALINI, José Renato. Propriedade Intelectual. São Paulo:Revista dos Tribunais, 2013.
29
Ainda hoje, muitos jovens se surpreendem quando informados de que
diversas de suas condutas diárias, tais como, compartilhamento de textos,
imagens, vídeos e músicas em redes sociais, podem acarretar
responsabilização por violação a direitos autorais nos termos da lei, conforme o
Art. 102 e seguintes da Lei 9.610/98.
Algo que é comum entre os usuários da rede, é a digitalização de livros
e a cópia de CDs e DVDs,para uso privado. Ocorre que, são reproduções não
autorizadas pelo titular dos direitos e não estão previstas no rol de limitações
aos sireitos autorais. Ainda que sejam feitas como mera cópia de segurança ou
para que a obra possa ser usufruída independentemente de a pessoa estar no
mesmo local em que o suporte original, atualmente no Brasil, essas
reproduções são claras violações de direitos autorais e podem levar os
usuários a serem responsabilizados civilmente.
Como sabemos, o dano é pressuposto indispensável à
responsabilidade civil, quer seja em sede subjetiva, quer em sede objetiva. Os
demais pressupostos são a ação ou omissão (comportamento humano), a
relação de causalidade e a culpa ou dolo do agente.
Somente em ocorrendo dano, há que se impor a alguém uma
obrigação de indenizar, ainda que este alguém tenha praticado um
comportamento ilícito; este é o entendimento majoritário, donde se conclui
que não há responsabilidade sem prejuízo.
Assim, para que de plano se demonstre a relevância do dano, é
preciso sempre se ter bem em conta que pode haver responsabilidade sem
culpa, mas não pode haver responsabilidade sem dano.
Nesta linha de pensamento o Tribunal de Justiça de São
Paulo,pioneiro, 1ª Câmara Cível, em julgamento de Apelação Cível, datado de
20/08/85 (RT 612/44), assim decidiu:
"Somente danos diretos e efetivos, por efeito imediato do ato
culposo, encontram no Código Civil suporte de ressarcimento.
Se dano não houver, falta matéria para a indenização. Incerto
30
e eventual é o dano quando resultaria de hipotético
agravamento da lesão."12
Apesar de o Código Civil expressamente prever que só há o dever
de indenizar se houver sido efetivado algum dano (arts. 1.059 e 1.060). No
entanto, tal disposição não foi adotada pela LPI (Lei n.º 9.279/96) como se
pode conferir pela leitura dos arts. 208, 209 e 210. Destes sim, afere-se que o
simples uso da marca – que é o fato da violação – já gera o dever de indenizar,
este muito mais facilmente caracterizado e visualizado nos lucros cessantes,
contudo, com o advento dos novos conceitos sobre o dano moral, em se
tratando de uma marca famosa ou de pessoas jurídicas concorrentes cujas
circunstâncias fáticas admitam presumir o dano (diluição da marca, confusão
no espírito do consumidor/cliente do verdadeiro titular da marca, da marca
legítima, etc.), é aceitável, além de bastante prudente e razoável, a aplicação
da teoria da presunção de dano.
Nas decisões contrárias à presunção de dano, em quase todas há a
palavra efetiva e/ou suas derivadas para caracterizar que o dano só é exigível
se comprovado realmente. Tais decisões, que seguem como regra este
entendimento sobre violação ao direito marcário, estão equivocadas, vez que
fazem prevalecer o art. 1.060 do CC em vez de aplicar os artigos concernentes
à Lei Específica – arts. 208, 209 e 210, da LPI – que não exigem
a efetiva demonstração do dano, mesmo porque, caso assim o fizessem,
estariam tornando praticamente inexequível estes artigos, principalmente o art.
210, que é o mais importante na questão de indenização, tendo em vista as
peculiaridades, as características da marca como bem jurídico imaterial,
intangível que é, sendo, portanto, extremamente difícil de se provar –
"efetivamente" – sua lesão.
Aliás, caso fosse regra e constasse expressamente da LPI que o
dever de indenizar, por uso indevido de marca, somente nasceria se
comprovado algum dano efetivo, estaria a LPI, no tocante aos artigos
12
Disponível em : http://jus.com.br. Acesso em 15/06/2014.
31
concernentes à indenização, condenados a receber a adjetivação de "letra
morta".
Faz-se necessário também destacar que, por simples e apropriada
interpretação teleológica da LPI, oriunda da própria natureza do registro
marcário como bem jurídico e de sua função e exploração, não se faz exigível
a comprovação do dano efetivo para gerar o dever de indenizar, o que seria
um absurdo.
A proporção da consequência do dano causado torna-se cada vez
maior, porque atinge esferas insuspeitadas, envolvendo prejuízos cada vez
maiores. A informação é um bem muito diferente de máquinas e produtos
tangíveis, e assim requer uma nova concepção da propriedade e sua proteção.
Apesar do tema, no Brasil, ganhar realmente relevância somente na
década de 90, em 1956 (mais precisamente em 23/10/56) o TJSP, na
Apelação Cível n.º 72.442, referente ao caso "RAIMANN", já decidiu adotando
a teoria da presunção:
"NOME COMERCIAL – Uso indevido – Ação de anulação – Alegação
de falta de prova de prejuízo do autor – Não acolhimento – PREJUÍZO
PRESUMIDO.
(... )
O uso indevido de nome alheio, civil ou comercial, sempre se
presume prejudicial àquele a quem por lei êle pertence com
exclusividade.
(...)
Outro argumento merecedor de rejeição, utilizado a fls. nas razões
das apeladas, é o de que elas não causaram às apelantes prejuízo
algum.
Ora, o uso indevido de nome alheio, civil ou comercial, sempre se
presume prejudicial àquele a quem por lei êle pertence com
exclusividade.13
13
Disponível em : http://jus.com.br. Acesso em 15/06/2014.
32
Em nosso sistema jurídico, o titular de uma obra que foi
reproduzida ,divulgada ou de qualquer forma utilizada fraudulentamente , pode
requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da
divulgação, sem prejuízo da indenização cabível. Há previsão também de
suspensão ou interrupção da transmissão, retransmissão e comunicação ao
público de obras artística, literária ou científico, de interpretação e de
fonogramas, porventura realizadas mediante violação dos direitos de seus
titulares, qualquer que seja o meio utilizado para a prática do ato ilícito.
Dessa forma, não há dúvida de que, o infrator de direitos autorais deve
responder por seu ilícito, uma vez presentes os requisitos do sistema de
responsabilidade civil, quais sejam ,a ação, o nexo causal e o dano.
É certo, também, que aquele que fraudulentamente usa, reproduz e
divulga uma obra protegida, não tem como algar desconhecimento da ilicitude
do seu ato.
A lei prevê ainda que, aquele que comercializa ou auxilia na
comercialização de obra reproduzida fraudulentamente com a finalidade de
obter ganho ou lucro direto ou indireto, para si ou para outrem, é
solidariamente responsável com o infrator.
Quando se trata de violação autoral fora do âmbito da internet a
jurisprudência tem entendido que, a responsabilidade solidária depende da
comprovação de culpa, depende de que haja a ciência de que se trata de obra
fraudulentamente reproduzida.
Algo que vem sendo discutido é quando o provedor de serviços de
internet é o violador de direitos autorais. Nesse caso, não há dúvida de que o
provedor pode ser diretamente responsabilizado pela infração.
O problema é, quando o usuário utiliza ferramentas disponibilizadas
pelo provedor para violar direitos autorais.
Erica Bargalo explica:
“as atividades desenvolvidas pelos provedores de serviço na internet
não são atividades de risco por sua própria natureza, nem implicam
em riscos para direito de terceiros maiores que os riscos de qualquer
33
atividade comercial. E interpretar a norma no sentido de que qualquer
dano deve ser indenizado, independente do elemento culpa, pelo
simples fato de ser desenvolvida uma atividade, seria, definitivamente
,onerar os que praticam atividades produtivas regularmente, e
consequentemente atravancar o desenvolvimento.”14
Em se tratando de uso indevido e desautorizado de marcas,
provado o simples uso desta (seja pela sua exposição em qualquer veículo
informativo, seja pelo assinalamento de produtos), instituído está o dever de
indenizar, tanto patrimonialmente (este, principalmente, fulcrado nos lucros
cessantes) como pelo dano moral; sendo, via de regra, forte e presente a
presunção de dano, esta com relação ao dano patrimonial baseada mormente
nos royalties não recebidos pelo titular da marca, e com relação ao dano moral
(mormente pela diluição da marca, que afeta também o nome e o conceito do
titular), nos novos preceitos e concepções que surgiram sobre este dano nos
últimos anos.
Somente assim, adotando como regra a presunção de dano, ter-
se-á uma lei realmente eficaz com relação à proteção aos direitos da
propriedade intelectual, posto que as novas orientações jurisprudenciais
contribuirão para a prevenção e repressão ao uso indevido e desautorizado,
bem como imprudente de marcas de terceiros, devidamente registradas no
Instituto Nacional da Propriedade Industrial, já que a condenação do agente ao
pagamento de certa importância em dinheiro, pelo simples uso indevido da
marca, além de puni-lo o desestimulará (e também a outros que fiquem
sabedores desta nova direção jurisprudencial) da prática futura de atos
semelhantes.
O fortalecimento da teoria da presunção de dano pelo simples uso
indevido da marca e o crescimento de sua aplicação pelos julgadores terá
ainda um fundamental caráter educativo dentro da sociedade nacional,
principalmente, no que tange à importância em se registrar uma marca,
verificar a viabilidade em usá-la antes de colocá-la no mercado, em respeitar a
marca de terceiros, entre outros tanto fatores pertinentes ao registro de marca,
14 NALINI José Renato.p.115. Apud. Érica Brandini Barbagalo. Aspectos da Resp.Civil.
34
o que seria, e será, extremamente benéfico para termos um desenvolvimento
ainda maior da indústria e comércio, respaldada em uma Lei de Propriedade
Industrial eficaz, conhecida e sobretudo respeitada.
E é com o fortalecimento da jurisprudência baseada na presunção
de dano (sem se afastar obviamente dos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade), em casos de violação de marcas por exemplo, que os
Tribunais contribuirão, de forma significativa, para a diminuição dos casos de
pirataria e falsificação, que continuam a crescer em virtude da certeza da
impunidade e não-responsabilização, ou seja, não aplicação eficaz da lei que
coíba a prática de atos deste tipo.
E ainda, terá papel decisivo para a consolidação de uma atitude
mais dirigente, cautelosa, prudente e honesta do empresariado, comerciantes
e aqueles que não se encontram submetidos ao regime jurídico-empresarial,
no que tange à proteção dos direitos marcários, já que estarão cientes da não
condescendência dos Tribunais com atos que infrinjam marca registrada de
outrem.15
4.2- MARCO CIVIL DA INTERNET
Como o tema do presente estudo engloba a internet, faz-se
necessário um breve apontamento a respeito de um assunto que vem
chamando a atenção, não só no judiciário e legislativo, mas também na
sociedade como um todo, é o Marco Civil da Internet.
Em discussão a pelo menos 4 anos, finalmente entrou em vigor a
Lei 12.965/2014, que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para
uso da internet no Brasil. Seu texto é visto como pioneiro no mundo, por
abordar tais questões, alguns estudiosos afirmam que o projeto ganhou
bastante força após a descoberta das práticas de espionagem utilizadas pelo
governo Norte Americano contra o Brasil e outros países. Teve apoio por meio
15 Disponívem em: http://jus.com.br. Acesso em 19/06/2014.
35
de audiências públicas em todo o Brasil e recebeu sugestões de diversas
plataformas, como Twitter e o portal e-Democracia.
Tim Berners Lee, conhecido como o “pai da internet”, afirma que:
“O centro da questão no Brasil é que a neutralidade é importante e o
país está numa posição de liderança, partindo na direção certa,
levando em consideração os direitos humanos de quem acessa e se
comunica pela internet”.
Espero que ..., o Brasil solidifique sua orgulhosa reputação como
um líder mundial na democracia e no progresso social, ajudando
inaugurar uma nova era mundial– onde os direitos dos cidadãos em
todos os países ao redor do globo sejam protegidos por leis digitais de
direitos”.16
Apesar de todos os elogios, a Lei está sendo alvo de divergências
políticas e de opinião, o grande receio é que seja criada a censura à liberdade
que existe e sempre existiu na utilização da rede, dando controle em excesso
ao governo e possibilitando atos discricionários de privação de liberdade por
parte deste.
O Brasil é um dos poucos países do mundo a estabelecer a
neutralidade da rede como regra. Na lei podemos encontrar a proibição de que
provedores de internet discriminem certos serviços em detrimento de outros.
Assim, há proteção ao usuário de ter sua velocidade de conexão diminuída
baseada em interesses econômicos. As empresas não poderão, então,
diminuir a velocidade da conexão para serviços de voz por IP para dificultar o
uso de Skype ou reduzir a banda de um produto de uma empresa concorrente,
por exemplo. A neutralidade da rede é regra. Por este motivo, caso algum
provedor discrimine o tráfego, terá de se explicar.
A lei prevê, no entanto, algumas exceções em que pode haver
discriminação. Há previsão de que os requisitos técnicos para estabelecer
quais são essas exceções sejam determinadas por decreto presidencial. Essas
16 Disponível em: http://terramagazine.terra.com.br. Acesso em: 15 de jun. de 2014.
36
exceções não foram determinadas no projeto do Marco Civil, pois o projeto é
um marco geral sobre a internet, e não entra em questões específicas de cada
uma das áreas das quais o texto trata.
No que tange a guarda de registro, o Marco Civil da Internet obriga
que os registros de conexão dos usuários devem ser guardados pelos
provedores de acesso pelo período de um ano, sob total sigilo e em ambiente
seguro. Tais informações dizem respeito apenas ao IP, data e horas inicial e
final da conexão. O texto ainda faculta aos provedores a guarda de registros
de acesso a aplicações de Internet - que ligam o IP ao uso de aplicações da
internet – por seis meses.
A lei também prevê que a guarda de registros seja feita de
forma anônima, ou seja, os provedores poderão guardar o IP, nunca
informações sobre o usuário. A disponibilização desses dados, segundo o
texto, só poderá ser feita mediante ordem judicial.
O documento ainda fixa princípios de privacidade sobre os
dados que o usuário fornece aos provedores. Na internet, os dados hoje são
coletados, tratados e vendidos quase que instantaneamente. A lei coloca como
direito dos usuários que suas informações não podem ser usadas para um fim
diferente daquele para que foram fornecidas, conforme estabelece a política de
privacidade do serviço.
A respeito da retirada de conteúdo e responsabilidades, o Marco Civil
estabelece ainda, como regra, que um conteúdo só pode ser retirado do ar
após uma ordem judicial, e que o provedor não pode ser responsabilizado por
conteúdo ofensivo postado em seu serviço pelos usuários.
Com isso, o projeto pretende evitar a censura na internet, para se
provar que um conteúdo é ofensivo, o responsável deve ter o direito ao
contraditório na Justiça.17
O texto, no entanto, prevê exceções. Um conteúdo pode ser
retirado do ar sem ordem judicial desde que infrinja alguma matéria penal,
como por exemplo,: pedofilia, racismo ou violência. Isso evita que um material
17
NALINI, José Renato. Op.cit. pp.121-124.
37
que possa causar riscos a algum usuário fique no ar enquanto aguarda decisão
da Justiça.
O que se pretende com isso, é que a internet ganhe mais
segurança jurídica na retirada de conteúdo. A regra é que os conteúdos têm
que continuar funcionando, a não ser que firam a lei.
Apesar de algumas críticas, a sociedade encara tal lei como um
avanço na área tecnológica e jurídica, pois passa ao usuário uma determinada
segurança e mostra que o Brasil está tentando acompanhar todas essas
mudanças trazidas com a era digital. 18
18 Disponível em : http://tecnologia.terra.com.br/marco-civil. Acesso em: 15 de jun. de 2014.
38
5- CONCLUSÃO
O reconhecimento da autoria é, sem dúvida, um direito inerente ao
criador da obra intelectual. Na obra digital, porém, a autoria pode se apresentar
de forma diluída, pelo fato de ser aberta à interatividade e se transformar nas
mãos de diversas pessoas. Por essa razão, muitas vezes fica difícil identificar o
verdadeiro autor da obra digital. Isso resta evidente se considerarmos as
diversas "recombinações" feitas por artistas multimídia sobre obras de terceiros
protegidas por direitos autorais, criando sempre uma obra nova,
completamente diferente das obras utilizadas na sua composição.
A grande questão que se coloca ao direito de autor diz respeito aos
novos valores relativos ao processo de criação da obra digital. A sociedade
deverá decidir entre permitir determinadas formas de utilização e
transformação de obras criadas por terceiros com base nos princípios
estabelecidos pela própria tecnologia digital ou proibir todas essas novas
formas de criação sem a autorização dos respectivos autores.
A internet nasceu – e cresceu – como uma terra sem leis, muito
provavelmente porque ninguém jamais se deu conta de seu poder e vastas
possibilidades. Ela facilitou o compartilhamento de conteúdo, impulsionou a
democracia, possibilitou o roubo de dados sigilosos, criou os cibercriminosos e
logo plantou uma pequena dúvida na cabeça de cada um de nós: o que é certo
e o que é errado no ciberespaço?
Como julgar o que devemos e o que não devemos fazer nele? Ele
deve ser um local livre – possibilitando a proliferação de dados tanto benéficos
como maléficos – ou deve ser regido com um conjunto de leis assim como o
espaço físico?
A resposta depende da opinião e moral de cada usuário da rede
mundial de computadores. Mas uma coisa é certa: crescendo de forma
avassaladora, a web tem de ser alvo de regulamentação.
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BARBOSA,Claudio R. Propriedade Intelectual. Introdução à propriedade
Intelectual como Informação. Rio de Janeiro: Elsevier,2008.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Vade Mecun: Saraiva, 2014.
NALINI, José Renato. Propriedade Intelectual. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2013.
RAMOS, Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. São Paulo:
Método, 2013.
Disponível em: http://tecnologia.terra.com.br/marco-civil/-11/06/2014. Acesso em: 11 Jun.2014 Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/43675/comportamento-empresarial-privacidade-na-era-digital-e-propriedade-intelectual#ixzz2ueidACI6. Acesso em: 15 Jun.2014 Disponível em: http://cbn.globoradio.globo.com/editorias/internacional/2013/12/18/ONU-APROVA-PROJETO-SOBRE-PROTECAO-DA-PRIVACIDADE-NA-ERA-DIGITAL.htm#ixzz2uejfTEkL. Acesso em: 15 Jun.2014 Disponível em: http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=2870.Acesso em: 15 Jun.2014 Disponível em: http://www.jurua.com.br/bv/conteudo.asp?id=22407#proxima. Acesso em: 15 Jun.2014
40
Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/propriedade_intelectual_na_era_da_internet. Acesso em: 15 Jun.2014 Disponível em: http://philipemcardoso.jusbrasil.com.br/artigos/114622156/entenda-o-que-e-o-marco-civil-da-internet-e-quais-mudancas-trara-para-os-usuarios?ref=home- Acesso em: 16 Jun.2014 Disponível em: http://terramagazine.terra.com.br/blogterramagazine/blog/2014/03/24/criador-da-web-volta-a-apoiar-aprovacao-do-marco-civil-da-internet-no-brasil/ Acesso em: 16 Jun.2014 Disponível em: http://jus.com.br/artigos/3534/a-presuncao-de-dano-em-casos-de-uso-indevido-de-marca#ixzz34jif4mg1 Acesso em: 16 Jun.2014
41
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
ORIGENS HISTÓRICAS DA PROPRIEDADE
INTELECTUAL 9
1.1-PERÍODO ANTIGO 9
1.2- PERÍODO MERCANTILISTA 11
1.3-PERÍODO INDUSTRIAL 13
1.4-PERÍODO GLOBALIZADO 14
CAPÍTULO II
DIFERENÇA ENTRE PROPRIEDADE INTELECTUAL E PROPRIEDADE INDUSTRIAL 17
2.1-DIREITOS AUTORAIS 17
2.2-DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL 17
2.2.1- MARCAS 18
2.2.2-PATENTES E MODELO DE UTILIDADE 19
2.2.3 DESENHO INDUSTRIAL 19
42
CAPÍTULO III
O DIREITO AUTORAL E A EXPANSÃO DIGITAL 20
3.1-QUASE TUDO SE COPIA E NADA MAIS SE CRIA 21
CAPÍTULO IV
MEIOS DE PROTEÇÃO À PROPRIEDADE INTELECTUAL
NA ERA DIGITAL 25
4.1-RESPONSABILIDADE CIVIL POR VIOLAÇÃO
À PROPRIEDADE INTELECTUAL 28
4.2-MARCO CIVIL DA INTERNET 34
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
ÍNDICE 41