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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA PLANO PLURIANUAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: LIMITES E POSSIBILIDADES Por Vanessa Soares Bomfim Orientador Prof. Luiz Eduardo Chauvet Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Segundo Augustinho Paludo, em seu livro Orçamento Público, AFO e LRF – Teoria e Questões , pode-se imaginar o início do orçamento

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

PLANO PLURIANUAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:

LIMITES E POSSIBILIDADES

Por Vanessa Soares Bomfim

Orientador

Prof. Luiz Eduardo Chauvet

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

PLANO PLURIANUAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:

LIMITES E POSSIBILIDADES

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão Pública.

Por Vanessa Soares Bomfim

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela graça de ter tido

a oportunidade de aprender cada dia

mais.

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DEDICATÓRIA

Dedico à minha mãe, que me ensinou que

a única coisa que não se pode tirar de

uma pessoa é o estudo.

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RESUMO

Este trabalho tem por objetivo conhecer melhor o Orçamento Público,

dando ênfase ao Plano Plurianual do Estado do Rio de Janeiro. Para tanto,

faremos uma breve introdução sobre a origem do Orçamento Público, seu

conceito, etapas e instrumentos.

Veremos de forma mais aprofundada o Plano Plurianual, um dos

instrumentos do Orçamento Público, abordando seu conceito, seus objetivos,

suas metas e sua vigência.

Falaremos também especificamente do Plano Plurianual do Estado do

Rio de Janeiro, fazendo um breve histórico da utilização desse instrumento

orçamentário no Estado e seus objetivos à época.

Por fim, mostraremos a estrutura do Plano Plurianual do Estado do Rio

de Janeiro 2012-2015, que está em vigor, salientando os principais tópicos que

o atual Governo aponta como prioridade e demonstraremos possíveis

limitações.

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METODOLOGIA

Para este estudo, foram utilizados documentos constantes no Portal do

Governo do Estado do Rio de Janeiro, na seção da Secretaria de

Planejamento e Gestão (SEPLAG), livros teóricos versando sobre Orçamento

Público e Direito Financeiro, uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada (IPEA) e consultas ao Portal da Assembleia Legislativa do Estado do

Rio de Janeiro (ALERJ).

Num primeiro momento, os livros foram utilizados para dar o

embasamento teórico e conceituação ao trabalho. Porém, conforme o avanço

do tema, observou-se a necessidade de complementar o que estava sendo

apreciado nos livros, com dados históricos retirados do Portal da ALERJ e da

pesquisa do IPEA.

Mais adiante foi necessária a utilização de alguns pontos do Plano

Plurianual do Estado do Rio de Janeiro, para que fossem devidamente

conhecidos e apreciados.

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SUMÁRIO

ÍNDICE DE GRÁFICOS 09

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I – Orçamento Público 11

1.1 – Histórico do Orçamento Público no Brasil 11

1.2 – Conceito de Orçamento Público 15

1.3 – Princípios do Orçamento Público 18

1.4 – Instrumentos de Planejamento Orçamentário 24

CAPÍTULO II – O Plano Plurianual - PPA 27

2.1 – Conceito 28

2.2 – Regionalização 29

2.3 – Vigência 30

2.4 – Modelo de Gestão 30

2.5 – Etapas 31

CAPÍTULO III – O Estado do Rio de Janeiro e o Plano Plurianual 34

3.1 – Histórico do Plano Plurianual do Estado

do Rio de Janeiro 34

3.2 – Objetivos do Plano Plurianual do Estado

do Rio de Janeiro 43

CAPÍTULO IV – Lei 6.126 – O Plano Plurianual vigente no

Estado do RJ 44

4.1 – Contextualização Estratégica 45

4.2 – Metas e Prioridades 49

4.3 – Monitoramento e Avaliação 58

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CONCLUSÃO 61

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 63

ÍNDICE 64

FOLHA DE AVALIAÇÃO 63

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ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Distribuição do Orçamento de execução de políticas

públicas para o tema “Construção da Cidadania” 49

Gráfico 2: Distribuição do Orçamento de execução de

Grandes Projetos. 51

Gráfico 3: Distribuição do Orçamento para as despesas destinadas

aos Megaeventos Internacionais. 52

Gráfico 4: Distribuição do Orçamento para execução de

programas para o tema “Estratégias Metropolitanas”. 54

Gráfico 5: Distribuição do Orçamento para desenvolvimento de

ações na área de Saúde e Educação. 58

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INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é analisar e procurar entender melhor como o

Orçamento Público funciona e, de forma particular, o Plano Plurianual do

Estado do Rio de Janeiro.

No primeiro capítulo será abordado de forma sucinta, o que é

Orçamento Público, qual sua origem e como se compõe, abordando seus

princípios e características.

Em prosseguimento, no capítulo dois, falaremos especificamente o Plano

Plurianual, peça fundamental para o Orçamento Público, tratando sobre a sua

conceituação, características e estrutura.

Já no capítulo três, iremos mostrar a origem e desenvolvimento do Plano

Plurianual no Estado do Rio de Janeiro, comentando brevemente sobre os

principais Planos que já foram realizados no Estado do Rio de Janeiro partindo da

fusão do Estado da Guanabara.

Por fim, no quarto capítulo, faremos um breve panorama do Plano

Plurianual do Estado do Rio de Janeiro em vigor, mostrando o contexto em que ele

foi planejado, as principais metas e um resumido monitoramento das revisões do

referido Plano.

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CAPÍTULO I

Orçamento Público

O orçamento, tal como existe no mundo de hoje, não era conhecido na

antiguidade. Confundia-se orçamento do Rei com o do Estado. Basicamente,

existia o aerarium, confiada ao Senado e o fiscus, em mãos do Rei.

Segundo Augustinho Paludo, em seu livro Orçamento Público, AFO e

LRF – Teoria e Questões, pode-se imaginar o início do orçamento em 1215,

quando os barões impingiram a Magna Carta a João Sem Terra. Tributos não

poderiam lhes ser exigidos, salvo quando de sua concordância. Tal dispositivo

foi reforçado em 1689 pelo Bill of Rights. Mesmo antes da implantação do

orçamento formal, a Câmara dos Comuns adotou o princípio de só aprovar

propostas de despesas oriundas da Coroa.

No entanto, efetivamente apenas se pode pensar no orçamento no

início do regime representativo. O parlamento passa a ser um órgão de

controle do rei e começa a discutir o destino dos recursos públicos.

1.1 – Histórico do Orçamento Público no Brasil

No Brasil, à época de colônia havia cálculo de receitas e despesas,

mas não se podia falar em um orçamento; entretanto, já havia a cobrança

demasiada de tributos pela Coroa, onerando e muito a sociedade. Com a vinda

do rei D. João VI, o Brasil começou um processo de organização das finanças.

A abertura dos portos às nações amigas de Portugal trouxe a necessidade de

maior disciplina na cobrança dos tributos aduaneiros. Em 1808, foram criados

o Erário Público (Tesouro) e o regime de contabilidade.

Na Constituição Imperial de 1824, surgem as primeiras exigências de

elaboração de orçamentos formais por parte das instituições imperiais. Em seu

artigo 172 estabelecia que era de responsabilidade do Ministro de Estado da

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Fazenda apresentar anualmente o balanço geral de receitas e despesas do

Tesouro Nacional do ano antecedente, e igualmente o orçamento geral de

todas as despesas públicas no ano futuro e da importância de todas as

contribuições e rendas públicas. Esse dispositivo por muitos considerado a

primeira lei de orçamento do Brasil teve dificuldades de ser implementado nos

primeiros anos por diversos fatores, sejam os deficientes mecanismos

arrecadadores em nível provincial, dificuldades de comunicação e conflitos

com as normas legais. Além disso, a Constituição de 1824 distribuía dessa

forma as competências dos poderes imperiais em matéria tributária:

a) ao Executivo competia a elaboração da proposta orçamentária;

b) à Assembleia Geral (Câmara dos Deputados e Senado), a

aprovação da lei orçamentária; e

c) à Câmara dos deputados, a iniciativa das leis sobre imposto.

O primeiro orçamento brasileiro teria sido, então, aquele aprovado pelo

Decreto Legislativo de 15/12/1830, que fixava a despesa e orçava a receita das

antigas províncias para o exercício de 1831. A lei de 12/08/1834 emendou a

Constituição e regulou o funcionamento das Assembleias Legislativas

provinciais, definindo, entre as suas competências, os seguintes

procedimentos:

a) fixação de despesas municipais e provinciais, bem como os

impostos necessários para atender a tais encargos; e

b) repartição das rendas entre os Municípios e a fiscalização do

emprego das mesmas .

Com a Constituição de 1891, que se seguiu à Proclamação da

República, houve importante alteração na distribuição das competências em

relação ao orçamento. A elaboração deste dispositivo passou a ser função

privativa do Congresso Nacional, assim como a tomada de contas do

Executivo. Visando auxiliar o Congresso nesse controle, a Constituição instituiu

o Tribunal de Contas. A Câmara dos Deputados assumiu a iniciativa de

elabora o orçamento.

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Na constituição outorgada de 1934 o orçamento é tratado com certo

destaque, sendo classificado em uma seção própria. A competência da

elaboração da proposta orçamentária é atribuída ao presidente da República.

O Legislativo encarregava-se da votação do orçamento e do julgamento das

contas do presidente, contando, para tal, com o auxílio do Tribunal de Contas.

A Constituição não colocou limites ao poder de emendas ao orçamento por

parte dos legisladores, caracterizando, assim, a coparticipação dos dois

Poderes na elaboração de importante lei, gerando competência cumulativa à

iniciativa orçamentária. É ainda desta carta a introdução a classificação das

despesas, dividindo-as em duas partes, uma fixa e outra variável. A despesa

fixa não poderia ser alterada, senão em virtude de lei anterior, e a variável

deveria obedecer à rigorosa especialização.

Crises políticas jogaram o País num regime fortemente autoritário o

Estado Novo, gerador da Constituição de 1937. A elaboração orçamentária foi

tratada com destaque, merecendo um capítulo especial com seis artigos.

Segundo essas disposições, a proposta orçamentária seria elaborada por um

departamento administrativo a ser criado junto à Presidência da República,

votada pela Câmara dos Deputados e pelo Conselho Federal (uma espécie de

Senado que contaria também com 10 membros nomeados pelo Presidente da

República). O orçamento seria uno, com todas as receitas e despesas

discriminadas por órgãos, além de impedir qualquer dispositivo estranho.

Já em 1939, o regime estado-novista liquidou o que restava de

autonomia dos Estados e Municípios ao transferir ao presidente da República a

prerrogativa de nomear os governadores estaduais (interventores) e, a estes, a

nomeação dos prefeitos municipais. A mesma lei determinou a criação, em

cada Estado de um Departamento Administrativo, integrado por membros

nomeados pelo presidente da República. Entre outras atribuições, aprovava os

projetos de orçamento dos Estados e dos Municípios, bem como fiscalizava a

execução dos mesmos.

A redemocratização do país veio com a Constituição de 1946. O

orçamento voltou a ser misto: o Executivo elaborava o projeto de lei de

orçamento e o encaminhava para discussão e votação nas casas legislativas.

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Com o instituto da emenda, os legisladores coparticipavam da elaboração

orçamentária. Os dispositivos constitucionais sobre o orçamento consagravam

certos princípios básicos (unidade, universalidade, exclusividade e

especialização), além de evidenciar, de forma mais clara, o papel do Tribunal

de Contas.

O regime que derivou do Movimento de 1964 assumiu características

marcadamente autoritárias, com reflexos no equilíbrio de poder entre o

Executivo e o Legislativo, em especial, no que se referia à questão das

competências no processo orçamentário.

A constituição outorgada em 1967 encerrou a primeira fase do regime.

Deu especial relevância ao orçamento disciplinando-o através de oito artigos e

inúmeros parágrafos. Novas regras e princípios foram incorporados aos

processos de elaboração e fiscalização orçamentárias, o primeiro sendo

estendido aos estados. A grande novidade, porém, residiu na retirada de

prerrogativas do Legislativo quanto à iniciativa de leis ou emendas que criem

ou aumentem despesas, inclusive emendas ao Projeto de Lei do Orçamento.

Uma nova crise política determinou o início da 2ª etapa do Regime, da

qual se originou a Emenda Constitucional nº 1/1969. Outorgada pela Junta

Militar, a dita emenda alterou, em muitos aspectos, a Constituição de 1967,

mantendo, no entanto, os dispositivos sobre o orçamento, inclusive o que

limitava a capacidade de iniciativa do Legislativo em leis que gerassem

despesas em emendas ao orçamento quando da sua discussão.

Os anos 80 se iniciaram com muitas pressões no campo político, que

visavam à distensão do regime autoritário e à abertura institucional. O

agravamento da crise por volta de 1982-83 evidenciou a fragilidade da base

política do Governo e abriu espaço para campanhas de forte conteúdo popular,

como a das eleições diretas para presidente e a convocação de uma

Assembleia Nacional Constituinte.

Em 1988 o país recebeu sua sétima constituição. O tema orçamentário

mereceu grande atenção, pois era visto como símbolo das prerrogativas

parlamentares perdidas durante o período autoritário. A seção sobre os

orçamentos, integrante do capítulo sobre Finanças Públicas, compreende

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apenas 5 artigos, mas todos com inúmeros incisos e parágrafos, trazendo à

baila novos conceitos e regras, além de consagrar e confirmar princípios e

normas tradicionais. As duas novidades do novo texto constitucional em

matéria orçamentária dizem respeito à devolução ao Legislativo da prerrogativa

de propor emendas ao Projeto de Lei do Orçamento e à explicitação do sentido

da universalidade orçamentária. Outra inovação é a exigência de, anualmente,

o Executivo encaminhar ao Legislativo Projeto de Lei de Diretrizes

Orçamentárias com o objetivo de orientar a elaboração da Lei Orçamentária e

dispor sobre a política de fomento a ser observada pelas agências oficiais.

1.2 – Conceito de Orçamento Público

Costumeiramente visto sob o aspecto financeiro, o orçamento público é

um ato de previsão de receita e fixação de despesa num determinado período

de tempo. Só que o orçamento não tem apenas este caráter contábil.

Podemos vê-lo sob o aspecto político, observando o funcionamento dos três

Poderes, assegurando-lhes recursos para que cumpram suas finalidades.

Juridicamente, o Orçamento Público materializa-se numa lei ordinária de

validade anual, que exprime em termos financeiros e técnicos, as decisões

políticas na alocação dos recursos públicos, estabelecendo as ações e

programas prioritários que atenderão às demandas da sociedade.

Além de permitir o controle das finanças públicas, evitando que sejam

realizados gastos não previstos, o orçamento público atua como instrumento

da programação de trabalho do Governo como um todo e de cada um de seus

órgãos em particular.

O orçamento público é estudado sob vários aspectos, entre eles:

§ político - diz respeito a sua característica de Plano de Governo ou

Programa de Ação do grupo ou partido que detém o poder.

Segundo Gaston Jeze, em sua Théorie genérale du budget (1922):

Todo governo no Poder tem, necessariamente, um plano de

ação. No Estado moderno, os partidos políticos têm seus

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programas e suas concepções. Um Governo não está no Poder

senão para realizar o programa de partido político que o

sustente.

Esse aspecto constitui o plano de ação política que se traduz

necessariamente, na continuidade de despesas, anteriormente

criadas, em despesas novas ou em redução de despesas.

Cabe aos governantes a tarefa de criar meios para

concretização desses planos, ou seja, gerar receitas.

§ jurídico – é o que define a Lei Orçamentária no conjunto de leis do

país e constitui um aspecto bastante discutido, uma vez que, para

alguns autores, o orçamento é sempre uma lei; para outros, tanto

pode ser uma lei como um mero ato administrativo; e, finalmente,

para outros, o orçamento nunca é uma lei.

Sobre o assunto, Aliomar Baleeiro, na obra Uma introdução à ciência

das finanças, citando Jeze, inclui orçamento na classe dos atos-

condição, ou seja, atos que não acrescentam nada ao conteúdo da

lei.

Por sua vez, Amilcar de Araújo Falcão, na obra Uma introdução ao

Direito Tributário, escreveu:

Como se sabe, é uma peculiaridade do orçamento a dizer que,

emanado, embora do Legislativo, não possui eficácia para criar

ou extinguir tributos, ou para modificar a lei que os instituiu.

A eficácia jurídica do orçamento é limitada, pois só tem por

efeito determinar aos funcionários da Administração que lancem

e arrecadem os tributos ali contemplados.

O orçamento, pois, é lei formal de eficácia reduzida por

dispositivo constitucional e, por sua natureza, ou natura

materiae, constitui ato administrativo correspondente a categoria

dos atos-condição.

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As Constituições Brasileiras sempre consagram o princípio do ato-

condição para a Lei Orçamentária, vale lembrar, que é um ato

jurídico de procedência legislativa , mas que nada acrescenta ao

conteúdo da lei, ainda que, sem ele, em certos casos a lei não tenha

eficácia.

§ econômico – é o resultado da evolução das características políticas

do orçamento, o Orçamento Público é peça fundamental ao

cumprimento das finalidades do Estado, não há dúvida de que

deverá observar que o melhor plano resulta em maior produção com

menor gasto.

Por outro lado, a evolução das características políticas imprimiu ao

orçamento o papel de regulador da Economia, uma vez que os

Governos têm obrigação de atender as necessidades econômicas e

sociais da coletividade, aproveitar recursos humanos e materiais

para aumentar a renda nacional e redistribuir a renda.

Esses aspectos são de suma importância, pois a intervenção do

Estado na Economia deve objetivar, entre outras coisas, a criação

de novas fontes de trabalho e, assim, intervir na solução de

problemas sociais.

§ financeiro – é caracterizado pelo fluxo monetário das entradas da

receita e das saídas da despesa, meio efetivo e normal da execução

orçamentária.

Sob esse aspecto, o Poder Público deve ter em vista a obtenção de

receitas para atender às necessidades coletivas e a distribuição do

ônus tributário pela população de forma equitativa.

O orçamento anual da União é composto pelos orçamentos: Fiscal, da

Seguridade Social e de Investimento das Estatais. Ele prevê todos os recursos

e fixa todas as despesas do Governo Federal, referentes aos Poderes

Legislativo, Executivo e Judiciário.

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O Orçamento Público materializa-se numa lei, a LOA – Lei Orçamentária

Anual. A LOA é o instrumento por meio do qual o Governo estima as receitas

que irá arrecadar e fixa os gastos que pretende realizar durante o ano. A LOA

é um documento anual (uma lei) elaborada pelo Executivo e aprovada pelo

Legislativo, pela qual ficam autorizadas as despesas públicas e previstas

(estimadas) as receitas orçamentárias. A Lei Orçamentária Anual é conhecida

como a lei dos meios porque é um “meio” para garantir créditos orçamentários

e recursos financeiros para a realização dos planos, programas e projetos.

Quando nos referimos ao processo orçamentário, em 2001, afirmamos

que “o Orçamento Público é um processo, contínuo, dinâmico e flexível, que

traduz em termos financeiros os planos e programas do Governo, ajustando o

ritmo de sua execução à efetiva arrecadação dos recursos previstos”. Ao

mesmo tempo em que o PPA é executado, uma LDO está vigente e uma LOA

está sendo executada; e outro projeto de LDO e de LOA estão sendo

elaborados (continuidade). Os planos de médio/longo prazo (plurianual,

regionais, setoriais) e de curto prazo (orçamento anual) têm que ser dinâmicos

e flexíveis para se ajustarem às conjunturas econômicas, sociais e políticas –

tornando-se, assim, efetivos instrumentos de realização dos objetivos

nacionais estabelecidos no PPA e implementados nos orçamentos-programas

anuais. Por fim, o orçamento anual permite ajustes – alguns no âmbito de cada

Poder/órgão e outros mediante Créditos Adicionais (flexibilidade).

O controle externo do orçamento é feito pelo Legislativo, e seu órgão

auxiliar, o Tribunal de Contas, que exercem a fiscalização orçamentária não só

sob o aspecto estritamente legal, mas segundo critérios de legitimidade e de

economicidade.

1.3 – Princípios do Orçamento Público

Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ao tratar dos princípios administrativos,

ensina que “princípios de uma ciência são as proposições básicas,

fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturas subsequentes”.

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Os princípios orçamentários são regras válidas para todo o processo

orçamentário (elaboração, execução e controle/avaliação) – aplicam-se tanto

à LOA como aos créditos adicionais – e visam assegurar-lhe racionalidade,

eficiência e transparência, mas não têm caráter absoluto, visto que

apresentam exceções.

1.3.1 – Princípio da Legalidade

O princípio da legalidade exige que o gestor público observe os

preceitos e normas legais aplicáveis à arrecadação de receitas e à realização

de despesas. Por este princípio, o orçamento anual, deve ser aprovado pelo

Poder Legislativo, tornando-se uma lei. Também devem ser objeto de lei as

Diretrizes Orçamentárias e o Plano Plurianual (art. 165 da CF/1988), bem

como os créditos adicionais. Nenhuma despesa poderá ser realizada se não

for autorizada pela LOA ou mediante créditos adicionais. O princípio da

legalidade tem a função de limitar o poder estatal e garantir a indisponibilidade

do interesse público, já que não há que se falar em vontade pessoal no trato

da coisa pública. Isso significa que a ação estatal deve ser exercida nos

contornos da autorização parlamentar consubstanciada no Plano Plurianual, na

Lei de Diretrizes Orçamentárias, na Lei Orçamentária Anual ou em qualquer

outra modalidade que exige autorização legislativa relativa à matéria

orçamentária.

1.3.2 – Princípio da Universalidade

O princípio da universalidade significa que todas as receitas e despesas

devem estar previstas na lei orçamentária e nenhuma instituição

governamental deve ficar afastada do orçamento.

O princípio da universalidade também contempla tudo que pode

aumentar/diminuir a arrecadação da receita e a realização da despesa.

Ocorre que apenas um ponto rompe com a universalidade. Diz respeito

aos tributos que podem ser cobrados de um ano a outro, sem que estejam

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previstos na lei orçamentária, pois podem ser previstos posteriormente à

aprovação e sanção da lei própria. É o que consta da Súmula 66 do STF, ao

dispor: "É legítima a cobrança do tributo que houver sido aumentado após o

orçamento, mas antes do início do respectivo exercício financeiro". É que o

tributo sujeita-se ao princípio da anterioridade. Basta que tenha sido instituído

ou aumentado no exercício anterior para que possa ser cobrado no seguinte.

Independe, pois, de previsão na peça orçamentária.

1.3.3 – Princípio da Anualidade (ou Periodicidade)

O princípio da anualidade apregoa que as estimativas de receitas e as

autorizações de despesas devem referir-se a um período limitado de tempo,

em geral, um ano ou o chamado “exercício financeiro”, que corresponde ao

período de vigência do orçamento.

Este princípio impõe que o orçamento deve ter vigência limitada no

tempo, sendo que, no caso brasileiro, corresponde ao período de um ano.

1.3.4 – Princípio do Orçamento Bruto

O princípio do Orçamento Bruto estabelece que todas as parcelas de

receitas e despesas, obrigatoriamente, devem fazer parte do orçamento em

seus valores brutos, sem quaisquer deduções. Procura-se com esta norma

impedir a inclusão de importâncias líquidas, ou seja, descontando despesas

que serão efetuadas por outras entidades e, com isso, impedindo sua completa

visão, conforme preconiza o princípio da universalidade.

1.3.5 – Princípio da Exclusividade

A Lei Orçamentária Anual não pode conter dispositivo estranho à previsão

da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização

para a abertura de créditos suplementares e contratações de operações de

crédito, ainda que por antecipação de receitas, nos termos da lei.

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Claudiano Albuquerque, Marcio Medeiros e Paulo H. Feijó, explicam que

o princípio da exclusividade foi consagrado pela reforma

constitucional de 1926 e sua adoção visava pôr fim às

chamadas “caudas orçamentárias” ou, como Ruy Barbosa

denominava, “orçamentos rabilongos”. Segundo esse princípio,

o orçamento deve conter apenas matéria orçamentária, não

incluindo em seu projeto de lei assuntos estranhos. Dentre os

assuntos estranhos alguns tratadistas citam a tentativa de incluir

a “lei do divórcio” no Projeto de Lei Orçamentária. Isso se dava

em face da celeridade do processo de discussão, votação e

aprovação da proposta orçamentária.

1.3.6 – Princípio da Unidade (ou Totalidade)

O princípio da unidade ensina que o orçamento deve ser uno, ou seja,

no âmbito de cada esfera de Governo (União, estados e municípios) deve

existir apenas um só orçamento para um exercício financeiro. Cada esfera de

Governo deve possuir apenas um orçamento, fundamentado em uma única

política orçamentária e estruturado uniformemente. Assim, existem o

Orçamento da União, o de cada estado e o de cada município.

1.3.7 – Princípio da Especificação (Especialização ou Discriminação)

Essa regra opõe-se à inclusão de valores globais, de forma genérica,

ilimitados e sem discriminação, e ainda, o início de programas ou projetos não

incluídos na LOA.

1.3.8 – Princípio da Não Afetação de Receitas

O princípio da não afetação de receitas veda a vinculação de receita de

impostos a órgão, fundo ou despesa, e está definido na Constituição Federal.

São vedados:

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Art. 167, IV – a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo

ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da

arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159,

a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de

saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para

realização de atividades da administração tributária, como

determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37,

XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por

antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o

disposto no § 4º deste artigo.

Há, pois, algumas exceções: a primeira decorrente de previsão do

constituinte originário, que diz respeito à vinculação de recursos para o ensino; o

Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, realização de atividades da

administração tributária, prestação de garantias às operações de crédito em

antecipação de receitas, e para atender ao pagamento de débitos para com a União.

1.3.9 – Princípio da Publicidade

É um dos princípios fundamentais que regem a Administração Pública e

tem o objetivo de levar ao conhecimento de todos os atos praticados pela

Administração. A publicidade legal faz-se através do Diário Oficial, podendo

também abranger jornais, internet etc.

A publicação torna mais transparente o montante, a destinação e a

utilização dos créditos orçamentários, e demonstra: onde, como, em que e

para que foram utilizados os recursos públicos, e quais os resultados obtidos e

facilita a fiscalização pelos órgãos de controle e pela sociedade.

Transparência

Os novos Manuais da STN/SOF incluíram o princípio da transparência

apoiado nos arts. 48, 48-A e 49 da LRF, que determinam ao Governo divulgar

o Orçamento Público de forma ampla à sociedade; publicar relatórios sobre a

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execução orçamentária e a gestão fiscal; disponibilizar, para qualquer pessoa,

informações sobre a arrecadação da receita e a execução da despesa.

Assim, os itens da LRF tanto podem ser cobrados dentro do princípio da

publicidade ou separadamente como princípio da transparência – e visam criar

condições para o exercício do controle social sobre os gastos públicos.

1.3.10 – Princípio do Equilíbrio

Este princípio determina que a LDO disporá sobre o equilíbrio entre

receita e despesa. Ele estabelece que a despesa fixada não pode ser superior

à receita prevista, ou seja, deve ser igual à receita prevista. A finalidade deste

princípio é deter o crescimento desordenado dos gastos governamentais e

impedir o déficit orçamentário.

1.3.11 – Princípios do Planejamento e da Programação

Esses princípios são modernos e recentes. O princípio do planejamento,

de acordo com a Constituição Federal de 1988, refere-se à obrigatoriedade de

elaboração do PPA – Plano Plurianual, e a obrigatoriedade de todos os planos

e programas nacionais, regionais e setoriais serem elaborados em

consonância com ele e reforçados pela LRF, que exige a ação planejada.

O princípio da programação surgiu a partir da instituição do orçamento-

programa, e apregoa que o orçamento deve evidenciar os programas de

trabalho, servindo como instrumento de administração do Governo, facilitando

a fiscalização, gerenciamento e planejamento. Todas as despesas são

inseridas no Orçamento sob a forma de programa.

Programa é o instrumento que o Governo utiliza para organizar suas

ações de maneira lógica e racional, a fim de otimizar a aplicação dos recursos

públicos e maximizar os resultados para a sociedade.

Como o “programa” é o elo entre planejamento e orçamento, esses

princípios são apresentados juntos.

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1.3.12 – Princípio do Não Estorno

O administrador público não pode remanejar ou transferir verbas de um

órgão para outro, nem alterar a categoria de programação sem prévia

autorização legislativa. Se houver insuficiência orçamentária ou carência de

novas dotações, deve-se recorrer à abertura de crédito suplementar ou

especial, mediante autorização do Poder Legislativo, contida na própria LOA

ou em lei específica de crédito adicional.

Porém, se houver extinção, transformação, transferência, incorporação

ou desmembramento de órgãos e entidades, ou alterações de suas

competências/atribuições, o Poder Executivo poderá transpor, remanejar ou

transferir verbas mediante decreto.

1.3.13 – Princípio da Clareza

De caráter meramente formal, o princípio da clareza exige que a

linguagem orçamentária seja clara e de fácil entendimento; exige que as

informações orçamentário-financeiras sejam divulgadas em linguagem

facilitada, de forma que as pessoas comuns consigam entendê-las.

Traz implícita a finalidade de facilitar o controle social, proporcionando a

todos sua compreensão mediante uma linguagem facilitada.

1.4 – Composição e Estrutura do Orçamento Público Atual

A LOA – Lei Orçamentária Anual é um instrumento de planejamento

anual de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo e deve estar

compatível com a CF/1988, com a LRF, com a Lei no 4.320/1964, com o PPA

e com a LDO. É o documento que define a gestão anual dos recursos públicos.

É a lei que viabiliza a realização dos programas e das Políticas Públicas com

vistas a proporcionar o bem-estar da coletividade.

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A Lei Orçamentária Anual é uma lei ordinária, cuja validade abrange

somente o exercício fiscal a que se refere.

A Constituição Federal de 1988, art. 165, determina que a Lei

Orçamentária Anual compreenderá o Orçamento Fiscal, o de Investimento das

Empresas Estatais e o da Seguridade Social, explicando cada tipo de

orçamento:

§ Fiscal, referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e

entidades da Administração direta e indireta, inclusive fundações

instituídas e mantidas pelo Poder Público.

Embora abrangente, não integram o Orçamento Fiscal:

o os fundos de incentivos fiscais;

o as autarquias (conselhos) de fiscalização de profissão

(CREA, CRM, OAB etc.);

o as empresas estatais independentes.

Apesar dos Fundos de Incentivos Fiscais não fazerem parte do

orçamento, eles figurarão como informações complementares ao projeto de

LOA.

§ De Investimento, das empresas em que a União, direta ou

indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

§ Da Seguridade Social, abrange todas as entidades e órgãos a ele

vinculados, da Administração direta ou indireta, bem como os

fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

Para James Giacomoni,

o Orçamento da Seguridade Social é uma “dupla novidade”. Em

primeiro lugar, pelo destaque concedido às três funções, a ponto

de separá-las das demais e juntá-las em uma peça própria. Em

segundo lugar, por submeter ao processo orçamentário comum

os orçamentos das autarquias previdenciárias, cuja aprovação,

no regime constitucional anterior, dava-se por decreto do Poder

Executivo.

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A Constituição Federal determina que nenhum investimento cuja

execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia

inclusão no Plano Plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de

crime de responsabilidade. A Lei de Diretrizes Orçamentárias obedece à

anualidade, orientando a elaboração da Lei Orçamentária Anual e deve ser

compatível com o Plano Plurianual. A Lei Orçamentária Anual, por sua vez, é o

documento que define todo o processo de gestão dos recursos públicos.

A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades

da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o

exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária

anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a

política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

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CAPÍTULO II

O Plano Plurianual

A economia mostrou que o orçamento anual é instável e não mais

atende às necessidades públicas. Surgem os superávits e déficits de forma a

complicar o orçamento anual com previsão de planos. Com a intervenção

estatal na ordem econômica e social, o orçamento passou a ter novas funções,

passou a ser um instrumento de programação econômica, de programação da

ação governamental, em consonância com a economia global da comunidade

a que se refere.

O Plano Plurianual – PPA é o instrumento legal de planejamento de

maior alcance no estabelecimento das prioridades e no direcionamento das

ações do Governo. Ele traduz, ao mesmo tempo, o compromisso com os

objetivos e a visão de futuro, assim como a previsão de alocação dos recursos

orçamentários nas funções de Estado e nos programas de Governo. É um

planejamento estratégico de médio a longo prazo, previsto na Constituição,

que estabelece de forma regionalizada as diretrizes, os objetivos e as metas da

Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras dela

decorrentes, bem como as relativas aos programas de duração continuada.

No âmbito nacional o PPA representa o Planejamento Estratégico do

Governo Federal; no entanto, em nível de órgão/entidade/unidade

administrativa ele é tão somente um planejamento de longo prazo.

A Constituição determina que os projetos de lei relativos ao Plano

Plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos

adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na

forma do regimento comum, cabendo a uma Comissão mista permanente de

Senadores e Deputados. A Constituição também prevê que a Comissão mista

permanente, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a

forma investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá

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solicitar a autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias

preste os esclarecimentos necessários.

O PPA tem duração de quatro anos e inicia-se no segundo ano do

mandato do Chefe do Poder Executivo, terminando no primeiro ano do

mandato subsequente. A Constituição determina que nenhum investimento,

cuja execução ultrapasse um exercício financeiro, poderá ser iniciado sem

prévia inclusão no Plano Plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão sob

pena de crime de responsabilidade.

2.1 – Conceito

O conceito do PPA – Plano Plurianual é extraído da Constituição

Federal, art. 165, § 1º:

“a lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá, de forma

regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração

Pública Federal para as despesas de capital e outras delas

decorrentes e para as relativas aos programas de duração

continuada”.

Detalhando o conceito trazido pela Constituição, temos:

§ Regionalização – refere-se às macrorregiões brasileiras.

§ Diretrizes – são instruções que balizarão as medidas que o Governo

adotará para alcançar os objetivos; são “linhas norteadoras” que

definem os rumos a serem seguidos; são critérios de ação e de

decisão que disciplinam e orientam os diversos aspectos envolvidos

no planejamento.

§ Objetivos – são alvos a serem atingidos, são o resultado que se

pretende alcançar com a realização das ações governamentais,

sempre visando ao bem-estar da coletividade. Cada Programa

incluso no PPA possui objetivo específico, ao mesmo tempo em que

concorre para o alcance dos objetivos gerais.

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§ Metas – são partições dos objetivos que mediante a quantificação

física dos programas e projetos permitem medir e avaliar o nível de

alcance dos objetivos.

§ Despesas de capital – as despesas de capital são aquelas que

contribuem para a formação ou aquisição de um bem de capital –

são obras de toda espécie, equipamentos, investimentos, inversões

financeiras e amortizações de dívidas.

§ Outras delas decorrentes – são as despesas geradas após a

entrega do produto das despesas de capital. São despesas

correntes essenciais para o seu funcionamento ou manutenção.

Exemplo: a construção de uma escola é despesa de capital.

Concluída a obra e iniciada a sua utilização é necessário contratar

professores, auxiliares, pagar despesas com luz, água, telefone, etc.

– essas são as despesas decorrentes das despesas de capital (da

construção da escola).

§ Programas de Duração Continuada – de acordo com a LRF são

programas que ultrapassam a dois exercícios financeiros. Referem-

se à manutenção dos órgãos e das entidades e aos recursos

necessários à oferta de bens e serviços no período de vigência do

PPA, através de programas continuados de educação, saúde,

segurança, lazer etc.

2.2 – Regionalização

Com vistas a alcançar os objetivos constitucionais estabelecidos no art.

3º da CF/1988, o critério utilizado para o estabelecimento de diretrizes,

objetivos e metas é a regionalização (não é por estado nem por municípios) e o

critério populacional.

Essa regionalização não se refere apenas ao PPA, mas a todos os

demais planos que, conforme o art. 165, § 4º, devem ser elaborados em

consonância com o Plano Plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.

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O Orçamento da Seguridade Social não está incluído no critério

populacional, visto que os seus recursos são insuficientes para atender às

necessidades da Seguridade Social.

2.3 – Vigência

As Disposições Constitucionais Transitórias estabelecem que o PPA

será enviado ao Congresso Nacional para aprovação no primeiro ano do

mandado, passando a vigorar, então, a partir do segundo ano do mandato

presidencial atual até o final do primeiro ano do mandato presidencial seguinte.

É de quatro anos o período de sua vigência. É no primeiro ano do mandato do

Presidente da República que é elaborado o seu PPA; o seu planejamento para

os quatro anos seguintes. O PPA deve ser encaminhado ao Congresso

Nacional no primeiro ano do mandato presidencial, até quatro meses antes do

encerramento do exercício financeiro (31 de agosto), e devolvido para sanção

até 22 de dezembro do mesmo ano. Assim, no primeiro ano do mandato

presidencial é utilizado o PPA elaborado pelo Presidente anterior.

2.4 – Modelo de Gestão

O modelo de gestão do PPA atribui ao MPOG, órgão central do Sistema

de Planejamento e Orçamento Federal, a responsabilidade pela coordenação

do processo de planejamento, elaboração e gestão do Plano Plurianual. Essa

gestão é compartilhada com a Presidência da República, os ministérios e os

Órgãos Setoriais.

O PPA organiza a atuação governamental em programas, inserindo na

Administração Pública a orientação do gasto para resultados na sociedade.

Esse modelo complementa a ótica da gestão das organizações, que se

orientam pelas suas missões, otimizando a gestão organizacional, a qualidade

dos serviços e os resultados diretos para a sociedade.

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2.5 – Etapas

O PPA possui cinco etapas: elaboração, implementação, monitoramento,

avaliação e revisão.

2.5.1 – Elaboração

A Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos do MPOG,

responsável pela coordenação, elaboração e gestão do Plano Plurianual,

divulga as diretrizes e normas para sua elaboração através de Manual de

Orientações para Elaboração do PPA.

2.5.2 - Implementação

A implementação do PPA ocorre, ano a ano, através das Leis

Orçamentárias Anuais.

Após a elaboração do PPA (diretrizes, objetivos e metas), do

estabelecimento das metas e prioridades pela LDO e da aprovação da LOA –

Lei Orçamentária Anual é que ocorre a implementação do PPA, através da

execução dos programas contemplados com dotações na LOA.

No entanto, os programas são apenas instrumentos que organizam as

ações de Governo, então, é com a execução das ações orçamentárias e não

orçamentárias dos programas que essa implementação torna-se realidade e

procura-se solucionar os problemas ou atender demandas da sociedade.

2.5.3 – Monitoramento

O monitoramento do Plano Plurianual é atividade estruturada a partir da

implementação de cada programa, e orientada para o alcance das metas

prioritárias do Governo.

Para o MPOG, o monitoramento consiste no acompanhamento contínuo

da execução físico-financeira das iniciativas/ações e dos programas do PPA,

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permitindo análises para a identificação e superação das restrições. Ao final de

cada exercício, realiza-se a avaliação dos resultados da implementação do

Plano e de seus programas.

O monitoramento é uma atividade sistemática realizada pelos técnicos do

MPOG – Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos, pela CMA –

Comissão de Monitoramento e Avaliação e pela rede de UMAs – Unidades Setoriais

de Monitoramento e Avaliação. As estruturas da CMA e das UMAs foram criadas por

lei e detalhadas por decreto.A CMA é composta por um órgão colegiado

interministerial, responsável pela coordenação do Sistema, com representantes da

Casa Civil da Presidência da República, do Ministério da Fazenda, do Ministério do

Meio Ambiente e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. A CMA

dispõe de Plenário, Secretaria Executiva e Câmara Técnica de Monitoramento e

Avaliação. A Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos do MPOG

funciona como Secretaria Executiva da Comissão.

As UMAs são designadas para cada ministério setorial ou secretaria

especial.O trabalho da CMA e das UMAs consiste em integrar as várias

iniciativas de avaliação e de monitoramento. São feitas as seguintes

avaliações: avaliação anual do PPA; avaliação de programas selecionados;

avaliação de iniciativa setorial; e avaliação de iniciativa não governamental.

2.5.4 – Avaliação

A avaliação do PPA consiste na análise das políticas públicas e dos

programas, fornecendo subsídios para eventuais ajustes em sua formulação e

implementação. Avaliam-se os efeitos das políticas, programas e agendas, por

meio da análise da evolução dos indicadores e/ou pesquisas avaliativas e a

consistência, pertinência e suficiência da estrutura programática.

A avaliação anual tem como objeto a análise da adequação da concepção,

implementação e resultados obtidos no ano anterior. Ela compreende as

atividades de aferição e análise dos resultados da aplicação dos recursos à luz da

orientação estratégica. O objetivo imediato é influenciar as práticas de gestão do

plano e o processo alocativo de recursos no orçamento.

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A avaliação é um processo gerencial que analisa tanto os resultados

obtidos como os esperados, e, ainda, os resultados inesperados, visando ao

aperfeiçoamento do planejamento governamental.

A avaliação também é uma atividade sistemática realizada pelos

técnicos do MPOG – Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos,

pela CMA – Comissão de Monitoramento e Avaliação e pela rede de UMAs –

Unidades Setoriais de Monitoramento e Avaliação.

O objetivo da avaliação é assegurar o aperfeiçoamento dos programas e do

Plano Plurianual como um todo, e subsidiar a decisão sobre alocação de recursos.

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CAPÍTULO III

O Estado do Rio de Janeiro e o Plano Plurianual

O Plano Plurianual – PPA/RJ – é o instrumento que explicita, de forma

detalhada, a programação do governo, comprometida com a geração de

resultados e com o alcance do equilíbrio fiscal. Na qualidade de instrumento

definido pela Constituição Federal de 1988, art. 165, e pela Constituição

Estadual de 1989, art. 209, o PPA sintetiza o esforço da administração

estadual em planejar sua atuação.

3.1 – Histórico do Plano Plurianual do Estado do Rio de Janeiro

A experiência da atividade de planejamento no Estado do Rio de Janeiro

remonta efetivamente ao período da fusão do Estado da Guanabara com o

antigo Estado do Rio de Janeiro, em 1975. Nesse período houve uma

convergência para propor estratégias que pudessem superar os desequilíbrios

históricos entre a “velha província” e a cidade do Rio de Janeiro, antiga capital

do país. A integração política entre os dois Estados ensejou a discussão do

planejamento, que esteve presente no nascimento do Governo do Estado do

Rio de Janeiro, assentada numa visão com ênfase sobre a realidade

metropolitana e territorializada e que foi abandonada pelos vários governos

após a fusão.

3.1.1 – Período anterior a 1976

O município do Rio de Janeiro tem uma experiência de planejamento de

longo prazo desde a época do antigo Distrito Federal, com o Plano Agache, em

1930. Posteriormente, o Plano Diretor de Carlos Lacerda (1964) teve alguma

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significação por compreender projeções numéricas de crescimento

demográfico, sistema viário e outros.

3.1.2 – Período de 1976-1979

No Governo Faria Lima foi criada a Secretaria de Planejamento e

apresentado o “I Plano de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado do

Rio de Janeiro – I PLANRIO”, para o período 1976-1979, posteriormente

transformado na Lei Estadual nº 53 de 10 de junho de 1976. A importância

desse primeiro plano foi sua ênfase territorial, adotando um planejamento

centralizado e integrado no âmbito governamental, setorial e espacial.

O I PLANRIO instituiu a divisão do Estado em seis Regiões-Programa.

Foi também criado o Sistema de Informações para o Planejamento Estadual

(SIPE), gerando informações ao nível global, setorial, regional ou local para

ajustar ações setoriais às diretrizes gerais do Governo.

No âmbito da Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral

(SECPLAN), duas fundações passaram a apoiar o planejamento estadual voltado

para um desenvolvimento equilibrado do novo Estado: a Fundação para o

Desenvolvimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (FUNDREM) com

atribuições de elaboração e coordenação de programas e projetos para a Região

Metropolitana do Rio de Janeiro; e a Fundação Instituto de Desenvolvimento

Econômico e Social do Rio de Janeiro (FIDERJ), com atribuições de estudo,

pesquisa e analise da realidade física, econômica e social para o planejamento

global do Estado. A FUNDREM foi uma espécie de agencia centralizadora das

políticas publicas para a região metropolitana do Rio de Janeiro.

3.1.3 – Período de 1979-1983

O Governo Chagas Freitas (1979-1983) adotou uma preocupação mais

político-eleitoral nas ações da administração pública estadual e menos pautada

em planejamento estratégico de longo prazo.

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A década de 1980 e caracterizada como um período de poucos repasses

voluntários de recursos da União para o Estado do Rio de Janeiro, afetando a

capacidade de planejamento de médio e longo prazo. Apesar das dificuldades

financeiras do Estado pós-fusão, Chagas Freitas apresentou um conjunto de

metas para sua administração por meio do Plano de Desenvolvimento Econômico

e Social, de novembro de 1979. O Plano estava dividido em três partes:

condicionantes externos e internos; diagnostico socioeconômico do estado e

metodologia de ação para alcançar os objetivos gerais do governo; e um conjunto

de programas prioritários para diferentes áreas1.

“São definidos os seguintes objetivos gerais do governo:

melhoria das condições sociais e econômicas da população;

elevação de taxa de investimentos do estado; estímulos a

iniciativa privada; controle da poluição ambiental, e preservação

do patrimônio natural do estado e ocupação racional do

território.” (FREIRE, 1999: 203)

Os pressupostos gerais do plano de desenvolvimento de Chagas Freitas

são característicos da chamada “era do planejamento”, com linguagem

eminentemente técnica e alusões ao “planejamento cientifico”, e soluções que

exigem ação exclusiva do poder publico, numa visão do Estado como agente

planificador e regulador das forcas do mercado:

“Não há maiores referencias a parcerias ou a qualquer outra forma

de atuação da sociedade civil no processo de desenvolvimento

econômico e social do estado.” (FREIRE, 1999: 203).

Entretanto, a crítica situação financeira da capital e do estado,

decorrente do contexto da fusão, é o principal foco do Plano, sem grandes

perspectivas de futuro:

“Os programas e projetos são apresentados de forma muito

genérica. Não há interesse em comprometer o poder publico com

maiores gastos. O que existe na verdade e a clara intenção de

1 Ver FREIRE, Américo. “O governador do estado do Rio de Janeiro”. In: SARMENTO, Carlos Eduardo (org.) Chagas Freitas. Rio de Janeiro: Editora

Fundação Getúlio Vargas, ALERJ, 1999: 195-245.

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apresentar uma administração austera e ciente das dificuldades do

momento.” (FREIRE, 1999: 203-204)

Envidando esforços, Chagas Freitas conseguiu o auxilio de agencias

federais com recursos para implementar duas metas prioritárias: a

continuidade das obras do metro e o estabelecimento de uma infraestrutura de

serviços básicos em municípios fluminenses, onde o esquema eleitoral

chavista se mostrou mais forte.

3.1.4 – Período de 1983-1987

Leonel de Moura Brizola foi eleito governador do Rio de Janeiro em 1982,

particularmente apoiado nos votos da Região Metropolitana. O plano de governo

para o período 1983-1987 se opôs ao estilo tecnocrático que, segundo o

governador, havia conduzido a um quadro de afastamento entre a vontade do

povo e a atitude dos governantes. O foco da administração de Brizola foi o

Programa Especial de Educação (PEE) com o modelo de educação em tempo

integral e a criação dos Centros Integrados de Educação Publica (CIEP). A

situação econômica desfavorável do Estado, agravada pela dificuldade de

obtenção de recursos federais, tendo em vista a posição do governador de

enfrentamento ao Governo Federal, resultou em intervenções marcadamente

pontuais ou setoriais, atendendo demandas das populações menos favorecidas.

Foi nesse período que se promoveu a primeira reforma da estrutura

administrativa do Estado pós-fusão. Cabe destacar, ainda, o “Projeto Rio - Ano

2000”2, um exercício quantitativo e qualitativo de construção de cenários

futuros, com horizonte de quinze anos (1985-2000), realizado por meio de um

convenio entre a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de

Janeiro (FAPERJ) e a Secretaria de Estado de Planejamento e Controle

(SECPLAN) por uma equipe de 13 técnicos e dois assessores, sob

coordenação geral de Yedda Botelho Salles. Esse Projeto adotou o modelo de

2 Rio de Janeiro: “Projeto Rio – Ano 2000: Relatório Final”. Rio de Janeiro:SECPLAN, Fevereiro de 1987.

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experimentação numérica de Oscar Varsavsky (Modelo Numex)3, que permite

ensaiar diferentes estilos de desenvolvimento:

“No caso da aplicação ao Estado do Rio de Janeiro, formulou-se

um cenário ‘laissez-faire’, caracterizado pela projeção de dados

históricos, isto e, um futuro desprovido de ações do Governo de

forte conteúdo social. Definiu-se, então, uma evolução

moderadamente consumista para a população do Estado, cuja

inviabilidade foi constatada, conforme se relata. Essa aplicação

consistiu, portanto, em examinar as conotações que teria – para

distintos aspectos essenciais – uma projeção, durante 15 anos, das

estruturas e modalidades características do atual processo de

crescimento. Como se trata de prolongar no tempo a evolução que

se vem registrando, supôs-se que todos os parâmetros técnicos

conservaram suas tendências históricas. Os resultados são

dramáticos, a ponto de podermos caracterizar essa evolução como

catastrófica.” (Projeto Rio – Ano 2000: 15)

3.1.5 – Período de 1987-1991

Os instrumentos de planejamento utilizados hoje (PPA, LDO e LOA)

foram introduzidos pela Constituição Federal de 1988, durante o Governo de

Moreira Franco no Rio de Janeiro (1987-1991). Por oposição ao “planejamento

discursivo” de Brizola, o Plano de Desenvolvimento Econômico e Social da

Administração Moreira Franco para o período 1988-1991 embasou-se na

realização de diagnósticos da realidade econômica. Foram apresentados

programas com custos definidos, compatibilizados com a proposta

orçamentária para 1988 e com o Orçamento Plurianual de investimento. O

objetivo desse planejamento seria o de “fundamentar a analise e a seleção dos

investimentos públicos estaduais, evitar a duplicação de esforços e o

3 Oscar Varsavsky, matematico argentino, elaborou modelos matematicos aplicados as ciencias sociais, desenvolvendo um metodo de simulacao

computacional denominado Experimentacao Numerica. Este Modelo foi aplicado a Venezuela pelo “Grupo de Modelos Matematicos”, do “Centro de

Estudios del Desarrollo”, da Universidade Central de Venezuela, na decada de 1970. O modelo adota a linguagem matematica (“a unica

suficientemente precisa e ampla para expressar tao grande numero de variaveis em suas conexoes e evolucoes temporais”) e e apto a

processamento computacional (Projeto Rio – Ano 2000: 16).

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desperdício de recursos e promover a integração e cooperação entre as ações

projetadas” (Plano de Desenvolvimento Econômico e Social 1988-1991).

3.1.6 – Período de 1991-1994

O segundo Governo de Leonel Brizola (1991-1994) manteve a mesma

lógica do planejamento adotado no primeiro mandato, de atendimento das

necessidades sociais da sociedade fluminense, com foco na educação como

fator prioritário para a autonomia e participação igualitária da sociedade, com

destaque para o Programa Especial de Educação, interrompido no Governo

Moreira Franco, os Centros Integrados de Ensino Publico (CIEPs), os Ginásios

Públicos e a criação da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF).

3.1.7 – Período de 1995-1998

Alinhado com o Governo Federal, o Governo de Marcello Alencar (1995-

1998) ingressou no processo da Reforma Gerencial do Estado impulsionada

por Bresser Pereira no Ministério da Administração Federal e Reforma do

Estado (MARE), durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso4. O

Programa Estadual de desestatização do Governo Marcello Alencar privatizou

diversas empresas estatais do setor de transporte publico (ônibus, metro, trens

de subúrbio, barcas, terminais rodoviários), de gás (Companhia Estadual de

Gás – CEG), de eletricidade (Companhia de Eletricidade do Estado do Rio de

Janeiro – CERJ), e do setor bancário (BANERJ).

A Reforma Gerencial de 1995 resultou na adoção de um novo modelo

de administração voltada para resultados, ou “modelo gerencial”, fundado no

principio da eficiência, e novas instituições normativas fundamentais foram

criadas através da Emenda Constitucional N.19/98. Decorrem desta Reforma,

também, inovações na sistemática de planejamento, centradas no PPA.

Modificações importantes na modernização dos processos de planejamento e

4 BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. “Do Estado Patrimonial ao Gerencial”. IN: Pinheiro, Wilheim e Sachs (orgs.), Brasil: Um Século de

Transformações. S. Paulo: Cia. das Letras, 2001: 222-259.

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orçamento nos três níveis da federação (Municípios, Estados e União) com

vistas a uma administração menos burocrática e mais gerencial, orientada para

resultados, foram instituídas através do Decreto N. 2829/98 (que estabeleceu

normas para a elaboração e execução do PPA e dos Orçamentos) e pela

Portaria N. 42 do Ministério do Orçamento e Gestão, de 14 de abril de 1999.

3.1.8 – Período de 1999-2002

Foi apenas em 1999, no Governo de Anthony Garotinho (1999-2002),

que a nova metodologia passou a ser adotada para a construcao do PPA

estadual: programa, objetivos que definem ações e seus respectivos produtos

e as metas dos produtos, associando o PPA ao Orçamento.

O PPA elaborado no primeiro ano de governo adotou como base o

Planejamento Estratégico Situacional (PES), do economista chileno Carlos

Matus, na concepção de seus programas e ênfase no planejamento regional5.

Sob a coordenação da Secretaria de Planejamento, o PPA foi construído com

a participação ativa de todas as secretarias de Estado.

“(...) os investimentos públicos e privados tem de estar voltados

para o combate a exclusão social, a melhoria da distribuição de

renda e das atividades econômicas, a preservação do meio

ambiente, bem como a democratização do acesso a saúde e a

educação publicas de qualidade, entre outros. Foi inclusive com tais

propósitos que adveio o Plano Rio – Desenvolvimento Humano, a

partir de dialogo com o Governo Federal, com os Prefeitos e

diversos segmentos da sociedade, em todas as regiões do Estado,

num processo participativo, que permitiu recolher importantes

contribuições que se somaram aquelas oriundas da elaboração

técnica do Governo. O resultado foi a construção de um plano

multifacetado, que procurou situar o Estado do Rio de Janeiro no

cenário nacional e do próprio Mercosul, identificando projetos

estruturantes para cada região do Estado e contemplando

5 Ver “Planejamento Regional no Estado do Rio de Janeiro”. SEPLAG/SUBPL: PPA/RJ 2012-2015 – Revisao 2013. Anexo I, Vol. I. Rio de Janeiro,

2013: 18.

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programas setoriais e multissetoriais, tudo em conformidade com o

desafio de promover o desenvolvimento humano.” (Anthony

Garotinho, Mensagem do governador a ALERJ, apresentação do

Projeto de Lei N. 959/99, dispõe sobre o Plano Plurianual de

2000/2003. Rio de Janeiro, 30 de setembro de 1999.)

A equipe de planejamento na época criou um sistema próprio para

acompanhamento das ações do PPA que durou ate 2001. Ate aquele

momento, o planejamento participativo não tinha sido desarticulado totalmente

e representantes dos municípios e de outros segmentos mantinham

oficialmente uma participação, causando muita desorientação política. As

equipes de discussão do planejamento, governamentais e não

governamentais, não se entendiam e disputavam o papel oficial de controle

das obras e ações do Governo.

Em 2000, foi criada a Lei Complementar N. 101, de 04 de maio, também

denominada Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabeleceu normas

de finanças publicas voltadas a responsabilidade fiscal, dando ênfase as ações

de planejamento, controle e transparência dos atos das gestões publicas para

um período de quatro anos, nos três níveis: municipal, estadual e federal.

A estreita vinculação do planejamento com o orçamento, como definido

pela Lei de Responsabilidade Fiscal, num primeiro momento, não foi adotada

no Rio de Janeiro. Antes de deixar o Governo para se candidatar a Presidente

da Republica, Garotinho decidiu desalojar o setor de planejamento retirando-o

para outra área de governo. A Secretaria passou a se chamar Secretaria de

Controle, com a responsabilidade de controle do orçamento. Com perda de

status dentro do Governo, o planejamento, por sua vez, compôs uma nova

Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, alocando as ações

de planejamento e orçamento em dois órgãos diferentes.

3.1.9 – Período de 2003-2006

No governo seguinte, de Rosinha Garotinho (2003-2006), as funções de

planejamento retornaram a Secretaria de Controle e Gestão, onde foi criada

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uma subsecretaria com essa finalidade. Na Secretaria de Controle havia um

sistema de gerenciamento do orçamento, o Sistema Integrado de Gestão

Orçamentária (SIGO). A Secretaria de Controle alojou o planejamento ate o fim

daquele período de Governo. A gestão da governadora Rosinha ficou marcada

como uma continuidade do Governo Garotinho, mantendo como “eixos

prioritários de atuação a implementação de ações de combate a pobreza e a

exclusão social associadas a ações setoriais que exigem uma atuação

permanente e sistemática na oferta de serviços de saúde, educação e

segurança publica” (Rosinha Garotinho, Mensagem da governadora a ALERJ,

apresentação do Projeto de Lei N. 2018/2004, que dispõe sobre a revisão do

PPA 2004/2007, em 30 de setembro de 2004).

3.1.10 – Período de 2007-2010

No governo de Sérgio Cabral, o PPA traz uma síntese do diagnóstico do

estado que serviu de fundamento à formulação estratégica, compreendendo

uma breve retrospectiva, assim como uma análise do panorama fluminense

atual, onde são identificados seus principais gargalos e potencialidades; uma

análise prospectiva até 2027 que mapeia as tendências consolidadas e os

invariantes do ambiente externo (mundo e país) e do ambiente interno, onde

são apresentadas as incertezas quanto ao desenvolvimento nesse horizonte e

a formulação de quatro contornos alternativos, descritos sob a forma de

cenários exploratórios.

O PPA também traz a visão de futuro de longo prazo, além de conter as

diretrizes estratégicas envolvendo as macro-prioridades: três grandes

realizações (Reconstrução da gestão pública estadual, Reconquista da

segurança pública e cidadania e Articulação e promoção de investimentos) e

as 8 principais entregas a serem feitas à sociedade fluminense nos próximos

quatro anos. Além disso, são apresentadas 68 prioridades para a atuação do

Governo do Estado ao longo da vigência deste Plano, agrupadas em 9 áreas

de resultados.

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3.2 – Objetivos do Plano Plurianual do Estado do Rio de Janeiro

O Plano Plurianual do Estado do Rio de Janeiro, apoiado na legislação

vigente, busca evidenciar a necessidade do planejamento como base de uma

gestão orientada para resultados:

§ Organizando em programas as ações dos órgãos da administração

estadual, assegurando o alinhamento destes com a orientação

estratégica do governo e com as previsões de disponibilidade de

recursos;

§ Buscando melhorar o desempenho gerencial da administração,

aprofundando a definição de responsabilidade, a conscientização de

custos, a busca contínua de qualidade e o comprometimento com

resultados;

§ Criando condições para avaliação e mensuração dos produtos das

ações do governo e dos efeitos destas ações sobre a realidade

estadual;

§ Tornando públicas as informações referentes à administração

estadual, dando maior transparência à aplicação de recursos

públicos e visibilidade às ações do governo e aos resultados

obtidos;

§ Estimulando parcerias entre os órgãos da administração estadual e

desses com outras esferas de governo e com a iniciativa privada,

visando à ampliação das fontes de recursos e dos resultados;

§ Dotando os administradores públicos de um instrumento gerencial

estruturado e atualizado, objetivando facilitar a tomada de decisões,

corrigir desvios e direcionar a aplicação de recursos para a

realização dos resultados pretendidos.

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CAPÍTULO IV

Lei 6.126 – O Plano Plurianual vigente no Estado do RJ

O PPA/RJ 2012-2015 é resultado de um trabalho coletivo que envolveu

as diferentes áreas da administração pública estadual e foi norteado pelas

condições proporcionadas pela conjuntura atual favorável à retomada da

prática do planejamento e pelos compromissos com a população fluminense. O

modelo de elaboração estimulou um esforço de reflexão que mobilizou os

primeiros escalões do Governo Estadual para a construção de uma agenda

cuja meta comum foi construir um PPA voltado para a contínua melhoria dos

serviços públicos, para a criação de um ambiente de negócios gerador de

emprego e renda, e para a garantia dos direitos do cidadão.

O processo teve início com a institucionalização de uma Comissão

Central, no âmbito da SEPLAG, com o papel de coordenar as atividades das

Comissões Setoriais em cada Secretaria de Estado (Resolução SEPLAG nº

434 de 25/01/2011).

A inovação propiciou a construção de um modelo integrador, cujo

objetivo foi promover em cada Secretaria de Estado o fortalecimento do

planejamento, buscando ajustar os resultados programados aos recursos

disponíveis e à efetiva capacidade de execução da área responsável.

A elaboração do Plano foi precedida por um conjunto de entrevistas

realizadas pela SEPLAG e destinadas a mobilizar os atores envolvidos e a

colher subsídios que atualizassem o conhecimento sobre o território e os

grandes desafios do Estado, por um lado, e registrassem o pensamento

diretivo da cúpula estratégica da administração pública estadual, por outro. As

entrevistas ficaram a cargo da Coordenadoria de Dimensão Territorial do

Planejamento (COTEP) da Subsecretaria de Planejamento (SUBPL), que ouviu

especialistas e autoridades do Estado.

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4.1 – Contextualização Estratégica

A última década foi marcada por profundas transformações no cenário

econômico brasileiro. As taxas de crescimento que antes se situavam abaixo

da média mundial agora se encontram em patamares que revelam grande

dinamismo e potencialidade para a próxima década. Contudo, o fator inovador

preponderante do desempenho econômico brasileiro nos últimos dez anos

revela-se na redução das desigualdades regionais e sociais a não somente

acompanhar o crescimento, mas como elemento dinamizador deste processo.

Ao longo da década de 2000, o crescimento da economia brasileira passou

de uma média anual de 2,5% para 4,5%. No período de 2007 a 2010, essa taxa

não ficou acima de 6% apenas devido à crise financeira internacional de 2008, que

ocasionou uma retração de 0,6% do Produto Interno Bruto – PIB em 2009.

A crise prejudicou a trajetória de crescimento econômico brasileiro e

gerou queda nos preços das commodities, resultando na desvalorização do real

frente ao dólar dos EUA e consequente deterioração temporária dos indicadores

da atividade econômica e de emprego. Em contrapartida, o governo aplicou um

conjunto de políticas fiscais e monetárias com o intuito de romper com o ciclo da

crise e suas expectativas negativas, impulsionar o crescimento econômico e

restabelecer o ambiente de confiança entre os diversos setores.

No campo fiscal, algumas das principais medidas foram: postergação do

prazo de recolhimento de certos tributos; redução do IPI de produtos de

consumo duráveis e de construção civil que estimularam a demanda doméstica

e a produção, o que se refletiu na manutenção dos níveis de emprego;

concessão de aportes financeiros para os bancos públicos; e, ainda, redução

temporária da meta de superávit primário de 3,3% para 2,5%.

No campo monetário, foram adotadas, entre outras, as seguintes ações:

provimento de liquidez em moeda estrangeira e doméstica; disponibilização de

reservas internacionais para o comércio exterior; flexibilização de regras

relacionadas ao depósito compulsório dos bancos visando ampliar a

disponibilidade de recursos para empréstimos dos bancos comerciais; e

movimento de corte, pelo Banco Central, das taxas básicas de juros (SELIC).

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Como resultado da recuperação e eficácia das políticas anticíclicas

adotadas pelo Governo Federal descritas anteriormente, em 2010, o PIB

brasileiro cresceu 7,5%, o maior crescimento dos últimos 24 anos.

De acordo com os dados do IBGE, a economia do Estado do Rio de

Janeiro representava, em 2008, 11,3% do PIB nacional, constituindo-se na

segunda maior economia do país. O Estado também se destaca por ser uma

das principais bases industriais do país. Segundo dados da Pesquisa Industrial

Anual - PIA/IBGE, a indústria fluminense obteve a terceira maior participação

no valor da transformação industrial - VTI nacional em 2007, 7,5%, além de

responder por mais de 80% da produção de petróleo e mais de 40% da

produção de gás natural do Brasil.

Apesar disto, entre 1995 e 2008, o Rio de Janeiro apresentou a 25ª pior

taxa média de crescimento do PIB – 2,53% – entre todos os entes estaduais

da federação. Este processo de perda continuada de participação no PIB

nacional e de baixo crescimento teve reflexos negativos, principalmente sobre

a geração de empregos formais, sobre rendimento médio do trabalho e outros

indicadores sociais.

Contudo, o cenário apresenta indícios de que está sendo revertido. A

retomada do crescimento econômico sustentado no Brasil, a maturação de

alguns investimentos nos últimos quatro anos e o atual cronograma de

investimentos públicos e privados previstos para o Estado do Rio de Janeiro

aceleraram a geração de empregos formais e o crescimento do rendimento

médio, e se refletiram em uma baixa taxa de desocupação da mão de obra.

A orientação estratégica do Governo do Estado tem por finalidade,

sobretudo criar um ambiente de negócios favorável ao desenvolvimento da

atividade produtiva. Para alcançar este objetivo, a área econômica atua com a

sua capacidade de articulação entre órgãos e entidades públicas e privadas e

com alguns programas de incentivos fiscais e financeiros.

Com o intuito de incentivar o investimento, o Governo criou o Programa

de Bens de Capital de Consumo Durável, que tem como objetivo desonerar de

impostos os investimentos. Para isso, este programa institui tratamento tributário

especial diferindo o ICMS das operações de importação e aquisição de

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máquinas e equipamentos. A ideia é que os investimentos em atividades

produtivas que vão gerar mais impostos e postos de trabalho não devem ser

tributados pelo Estado. O programa vem sendo utilizado por empresas de

diversos setores, uma vez que desonera os investimentos de maneira horizontal.

De modo a promover a diminuição das desigualdades regionais, em

parceria com a Assembleia Legislativa, o Governo criou o Programa de

Recuperação Industrial Regionalizada. A Lei 5.636/2010 (que substituiu a Lei

4.533/2005) estabeleceu tratamento tributário diferenciado com alíquota de 2%

para um conjunto de 44 municípios e três distritos industriais. A principal

evolução em relação à Lei anterior é a obrigatoriedade de avaliação, realizada

por uma comissão no Poder Executivo, dos pleitos das empresas interessadas

em se beneficiar da alíquota. Esta comissão busca evitar assimetrias

competitivas ao não favorecer empresas que já possuam concorrentes que

não gozem deste benefício no Estado.

A viabilização financeira de projetos de investimentos conta com o apoio

do Programa Fundes. Este incentivo caracteriza-se pelo financiamento de

parte do imposto referente ao faturamento incremental de um investimento.

Assim, as empresas que realizam investimentos no Estado usufruem um

benefício financeiro, visto que financiam parte dos impostos com taxas de juros

reduzidas. O incentivo contempla todos os setores da economia, sendo, na

prática, o financiamento do capital de giro de uma empresa.

O Executivo estadual conta igualmente com empresas especialmente

voltadas para a atração de novos investimentos produtivos no Rio de Janeiro,

como a Investe Rio, agência cuja missão é estimular o desenvolvimento por

meio da concessão de financiamentos e da prestação de serviços financeiros.

Através dela, o Governo pode financiar projetos de todos os portes, da micro à

grande empresa, instalada ou em implantação. Ela administra linhas de crédito

amparadas por recursos do BNDES ou recursos próprios do Tesouro do

Estado e de fundos estaduais de fomento. Trata-se de uma agência que

precisa continuar a ser capitalizada, de modo a ganhar musculatura financeira

para responder à demanda de financiamentos no Estado.

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Questão relevante para o desenvolvimento do Rio de Janeiro é o

encadeamento dos setores já instalados no Estado. A atração de

fornecedores, empresas prestadoras de serviços e clientes para o entorno de

grandes empresas eleva a produtividade dessas empresas e gera benefícios

para o Estado. Em particular, o Governo terá por foco o desenvolvimento das

seguintes cadeias produtivas:

§ Cadeia do Petróleo e Gás

§ Cadeia Siderúrgica

§ Cadeia Petroquímica

§ Cadeia Automobilística

§ Cadeia Naval

§ Cadeia Logística

§ Cadeia de Bens de Consumo de Massa:

o Setor de Alimentos e Bebidas

o Setor de Vestuário e Calçados

o Setor Moveleiro

O desenvolvimento dessas cadeias passa pela atração de empresas, pelo

incentivo à formação de arranjos produtivos e pela sua articulação com as

aquisições das grandes empresas. Outra estratégia é a articulação entre as

Secretarias do Governo, no sentido de viabilizar a infraestrutura e a capacitação

profissional, necessárias para os novos investimentos e setores em expansão.

O desafio de transformar crescimento em desenvolvimento econômico

passa necessariamente pela renovação do setor público fluminense, que deve

aprofundar o processo de modernização em curso, ganhar eficiência e gestão

para responder às questões do século XXI. Os exemplos atuais de renovação

na área de planejamento e na gestão de determinados setores do Executivo

estadual apontam caminhos para os próximos passos. O desafio requer

iniciativas de responsabilidade do conjunto do Governo e vem sendo

enfrentado por seus mais diversos órgãos, em especial aqueles envolvidos

com a área de planejamento e gestão, assim como os da área fiscal e

financeira da administração estadual.

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4.2 – Metas e Prioridades

Os temas aqui expostos não compreendem a totalidade dos programas

registrados no PPA, muito menos esgotam as preocupações com a eficiência e

eficácia das políticas públicas elaboradas. Contudo, oferecem uma síntese de

importantes componentes da programação constante do PPA, além de

proporcionar uma visão intersetorial das políticas estaduais e indicar questões

estratégicas da agenda pública dos próximos anos.

4.2.1 - Construção da Cidadania

Para o exercício do PPA 2012-2015, tanto o governo quanto a

sociedade civil do Estado do Rio têm pela frente um desafio secular a ser

alcançado: o atendimento eficaz das demandas da população fluminense

historicamente submetida a riscos físicos e morais e à vulnerabilidade

socioeconômica. Com vistas a definitivamente consolidarem instrumentos de

construção da cidadania, a SESEG, a SEASDH, a SEAP e órgãos estaduais

de controle das ações de Governo tendo em vista a garantia dos direitos

essenciais – Defensoria Pública Geral do Estado (DPGE), Ministério Público

(MP) e Tribunal de Justiça (TJ) – previram orçamentos para a execução de

suas políticas, que juntos atingem, no quadriênio, R$ 11.357.798.071,00.

Gráfico 1: Distribuição do Orçamento de execução de políticas públicas para o tema “Construção da Cidadania”.

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A SESEG responde por valor superior a R$ 2 bilhões e 530 milhões em

despesas programadas para os próximos quatro anos. Do total, 50,6% estão

destinados a atividades operacionais, tanto da Polícia Civil quanto da Polícia

Militar. Do orçamento da SEASDH, estimado em R$ 2 bilhões e 460 milhões,

boa parte irá para o Programa de Transferência de Renda às Famílias em

Pobreza Extrema – Renda Melhor, que representa 45,1% do total

disponibilizado para o órgão.

As atividades de Promoção de Alimentação Saudável representam a

segunda maior parte do orçamento da SEASDH (9,5%). A SEAP estimou um

orçamento de R$ 855 milhões, destacando-se nele as ações de Alimentação

dos Apenados e Custodiados (57,9%) e de Construção, Implantação e

Reforma de Unidades do Sistema Penitenciário (21,8%). Juntos, o TJ, a DPGE

e o MP previram orçamento de cerca de R$ 5,5 bilhões, a serem investidos em

ações relacionadas à construção da cidadania. A mais importante ação do TJ,

com 42,6% de seu orçamento previsto, consiste na Operacionalização do

Processamento Judiciário. As ações intituladas Infraestrutura da DPGE e

Defesa dos Direitos e Interesses da Sociedade serão as mais importantes da

Defensoria Pública (60,6%) e do MP (97,6%), respectivamente.

4.2.2 – Grandes Projetos de Investimento

Os grandes investimentos planejados ou já em andamento no Estado do

Rio de Janeiro ganharam destaque neste PPA, sendo especialmente destinados

à área de infraestrutura. É significativo o aporte estimado de recursos para ações

avaliadas em mais de R$ 500 milhões e para aquelas contempladas no

Programa de Aceleração de Crescimento – PAC, do Governo Federal.

Grandes investimentos e projetos do PAC em geral compartilham o

objetivo de alavancar o crescimento sustentável de longo prazo. Os recursos

para os próximos quatro anos totalizam investimentos de R$

19.832.065.603,00, distribuídos entre sete órgãos estaduais. Somente o PAC

terá projetos responsáveis pela aplicação de R$ 6,7 bilhões nos próximos

quatro anos, representando mais de um terço dos grandes investimentos do

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Estado. A SEOBRAS, que responde por 39% do orçamento total previsto para

os grandes projetos, estará à frente de programas como o Somando Forças,

Reforma do Maracanã, Urbanização das Comunidades e Saneamento Básico.

Gráfico 2: Distribuição do Orçamento de execução de Grandes Projetos.

Outro órgão de grande relevância é a SETRANS, que consolidará a

Implantação da Linha 4 do Metrô do RJ, aplicando recursos previstos em R$

1,4 bilhão. O programa Construção e Reforma de Estações e Oficinas deverá

proporcionar a algumas estações a infraestrutura adequada para os grandes

eventos que aqui serão realizados. A SEA receberá mais de R$ 1 bilhão de

recursos do PAC para o programa Pacto pelo Saneamento, que visa reduzir o

passivo ambiental do Estado decorrente da falta de tratamento de esgoto e da

disposição inadequada dos resíduos sólidos.

Destaque também para a SEASDH, com a ação Transferência de

Renda às Famílias em Pobreza Extrema - Renda Melhor, para a Regularização

Fundiária e Melhorias em Assentamentos Irregulares, a cargo da CEHAB

(vinculada à SEH), e para o Padrão de Qualidade da Infraestrutura Física da

Rede da SEEDUC.

4.2.3 - Megaeventos Internacionais

A oportunidade de sediar grandes eventos internacionais nos próximos

anos é uma conquista brasileira que traz grandes benefícios e

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responsabilidades para o Rio de Janeiro. A Copa das Confederações e a Copa

do Mundo de Futebol de 2014, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 e a

Rio+20 exigirão pesados investimentos e ações concentradas de diversos

órgãos do Estado, alguns deles à frente de programas claramente associados

a esses desafios no PPA 2012-2015.

São oito os órgãos estaduais que assumiram o compromisso explícito

com programas e ações relacionados aos grandes eventos internacionais a

serem total ou parcialmente realizados no Rio de Janeiro. A SEOBRAS

responde pelo maior orçamento destinado a esse tema, com mais de R$ 900

milhões em despesas programadas para o próximo quadriênio. A SEEL, a

SEDEC e a SETRANS deverão responder por ações de valor global

semelhante, situado em torno de R$ 500 milhões. Ao todo, os megaeventos

internacionais são o objeto de programas globalmente avaliados, ao longo dos

próximos quatro anos, em R$ 2.414.450.485,00.

Gráfico 3: Distribuição do Orçamento para as despesas destinadas aos Megaeventos Internacionais.

Um único programa, intitulado Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos

e Paralímpicos Rio 2016, será o instrumento de aplicação de todo o referido

orçamento da SEOBRAS e da SETRANS, e ainda contará com recursos da

SEEL e da Casa Civil. As ações nele compreendidas representam 58% do

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orçamento global formalmente destinado aos eventos internacionais no PPA. O

desenho do programa reforça a intersetorialidade da atuação do Governo.

A SEDEC e a SEEL serão responsáveis por outros programas exclusivos

que representam, respectivamente, 21% e 20% do mesmo orçamento global. Os

demais órgãos envolvidos com o tema serão a SEA, a SECT, a SESEG e a

Casa Civil. Distribuídos por função, os recursos alocados pelo PPA em favor dos

grandes eventos internacionais serão destinados quase integralmente a

Desporto e Lazer (60%), Transporte (19%), Segurança Pública 14%) e Saúde

(7%). Na primeira função estão alocados todos os recursos orçados pela

SEOBRAS, que prevê gastos de R$ 909.923.208,00 apenas com a Reforma do

Complexo do Maracanã. Do orçamento total relacionado com os grandes

eventos, 63% serão canalizados para projetos e 37% estarão concentrados no

financiamento de atividades. Os projetos da SEOBRAS (38%) e da SETRANS

(19%) representam, sozinhos, 57% daquele orçamento total, ou quase a

totalidade do orçamento de projetos explicitamente voltados para o tema.

4.2.4 - Estratégias Metropolitanas

Um dos principais desafios identificados nos últimos anos pelo Governo

do Estado na análise dos mais diversos indicadores é o enfrentamento de

problemas longamente vividos pela população radicada na Região Metropolitana

do Rio de Janeiro (RMRJ). A agenda estadual focalizada exclusivamente na

região tem lugar assegurado no PPA 2012-2015, e com ela haverá 14 órgãos

formalmente comprometidos. Destacam-se entre esses órgãos a SETRANS e a

SEOBRAS, responsáveis por cerca de 80% dos recursos programados nessa

agenda. Possuem também ações direcionadas exclusivamente para a RMRJ

órgãos como a SECT (6%), a SEA (5%), o TJ (2%), a SEDEIS (2%), a SEC (2%)

e outros (3%). Ao todo, serão 53 programas dotados de 144 ações

exclusivamente voltadas para a região e amparados em recursos estimados em

R$ 19.126.775.152,00, a serem aplicados em quatro anos.

O programa Sistema de Transporte sobre Trilhos é o que prevê maiores

gastos, com 12% dos recursos exclusivamente destinados à RMRJ. A cargo da

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SETRANS estarão também outros dois programas – Bilhete Único (9%),

Expansão e Consolidação das Linhas de Metrô (9%) e Melhoria do Sistema de

Transportes Ferroviário (6%) – que canalizam 24% do orçamento exclusivo

para a RMRJ no PPA. A SEOBRAS responderá pelos programas Rio

Metrópole (9%) e Urbanização das Comunidades (8%), os dois mais

importantes do órgão na região.

Gráfico 4: Distribuição do Orçamento para execução de programas para o tema “Estratégias Metropolitanas”.

Metade de todos os recursos previstos será alocada na área de

Transporte, ficando as funções de Urbanismo e Saneamento com,

respectivamente, 17% e 8% do orçamento exclusivo da RMRJ. Educação

(5%), Desporto e Lazer (5%) e Gestão Ambiental (4%) são, depois das três

anteriores, as funções que maiores recursos deverão receber no âmbito das

estratégias metropolitanas. Dos recursos estimados para as ações focalizadas

na RMRJ, 64% serão destinados a projetos. As atividades (17%) e ações não

orçamentárias (18%) representam 36% daqueles recursos. A SEOBRAS e a

SETRANS programaram investimentos em projetos equivalentes a 30% e 25%

do orçamento exclusivo da RMRJ.

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4.2.5 - Modernização da Gestão

Uma das preocupações do atual Governo é a modernização da gestão

pública estadual. Ao longo dos anos este tema não foi tratado como prioridade

pelos Governos anteriores. Esse fato pode ser comprovado pelo estado em

que se encontravam alguns setores: quadro de pessoal envelhecido e com

grande número de extraquadros, sistemas de informação e gerenciamento

ultrapassados e instalações físicas degradadas. Ressalvadas as carreiras de

policiais, médicos e de profissionais do magistério, não se fazia concurso há

quase 20 anos.

O Programa Plurianual anterior (PPA 2008-2011) já previu a

modernização da gestão como uma prioridade, através de diversas iniciativas,

como o programa Modernização da Gestão Pública Estadual, da SEPLAG, que

já fez investimentos de cerca de R$ 64 milhões até 30/09/2011. O PPA 2012-

2015 não será diferente: a meta de modernização da administração pública

estadual é um dos destaques da programação e tem prevista a aplicação de

8% de toda a despesa. Entre as iniciativas, destacam-se as da Casa Civil,

SEPLAG, SEFAZ e SECT, que juntas pretendem investir cerca de R$ 4 bilhões

de um total de R$ 6 bilhões. É importante ressaltar que os dois maiores

programas, em termos de volume de despesa, serão financiados com recursos

próprios da CEDAE, empresa independente, e do DETRAN–RJ.

4.2.6 - Prevenção e Combate a Efeitos de Desastres

Recentes desastres naturais no Estado do Rio de Janeiro, como os que

ocorreram em Angra dos Reis e na Região Serrana em 2011, e agora, nos

municípios do Centro-Sul e Norte Fluminense (Sapucaia e Campos), foram

responsáveis por tragédias que causaram muito sofrimento ao povo

fluminense. Apesar de tais acontecimentos serem inevitáveis, é possível que

ações preventivas e de combate sejam feitas por órgãos do Estado a fim de

que seus efeitos sejam amenizados.

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Ações totalizando R$ 1.306.051.589,00 estão previstas para os próximos

quatro anos no PPA com objetivo de enfrentar o atual desafio. A SEOBRAS,

com orçamento previsto em R$ 666.479.002,00, é o órgão com maior

participação. Deste valor, R$ 411.600.000,00 estão alocados na ação

Reassentamento de Moradores de Áreas de Risco, do Programa Morar Seguro.

Outros R$ 213.760.000 estão no programa Recuperação de Localidades

Atingidas por Catástrofes, exclusivamente destinado à Região Serrana.

Quanto à ações preventivas, a SECT estima orçamento de R$

2.670.000,00 no programa Melhoria do Processo de Gestão de Riscos a

Desastres Naturais, que contém ações como Aquisição de Equipamentos para

Detecção Vertical de Tempestades e Desenvolvimento de um Sistema de

Previsão Meteorológica de Alta Resolução. O DRM, órgão vinculado à

SEDEIS, possui uma Ação, Prevenção e Análise de Desastres Geológicos,

visando à ampliação do conhecimento geológico do Estado. A SEDEC, através

do programa Ampliação da Capacidade de Atendimento da Defesa Civil

Estadual e CBMERJ para Redução de Desastres, receberá recursos que

correspondem a 39% do total dos investimentos diretamente ligados ao tema.

4.2.7 - Saúde e Educação

As políticas governamentais destinadas à Saúde e à Educação podem

ser identificadas em distintas Secretarias do Governo do Estado. São grandes

os desafios enfrentados em cada uma dessas áreas, nas quais indicadores

importantes serão impactados por ações conduzidas por diversos órgãos da

administração. Por isso, associaram-se aqui às políticas de Saúde e Educação

as ações enquadradas nessas duas funções e, adicionalmente, aquelas

destinadas à função Saneamento, em decorrência de seus impactos diretos e

significativos no desenvolvimento humano.

Ao todo, R$ 32.020.221.879,00 serão investidos pelo Estado, no

próximo quadriênio, com a expectativa de se obterem avanços de curto prazo

nos indicadores fluminenses de Saúde e Educação. A maior parte desses

recursos teve sua aplicação programada pela SES (44%), ficando a SEEDUC

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(21%), a SEOBRAS (18%), a SECT (11%) e a SEA (4%) com praticamente a

totalidade do orçamento restante.

Com 12 programas, a SES atribuiu a um deles (Assistência Hospitalar e

Ambulatorial nas Unidades Próprias) 43% de seu orçamento para 2012-2015.

Este e outros três programas do órgão (Assistência Pré-hospitalar, Gestão e

Fortalecimento da Atenção à Saúde e Assistência Farmacêutica) terão 92%

daquele orçamento, ou 40,3% do valor total para o tema de Saúde e

Educação. Na SEEDUC, apenas um programa (Padrão de Qualidade da

Infraestrutura Física da Rede) terá 52% de seu orçamento no Plano, ou 11,1%

dos recursos para o tema em discussão.

O programa Saneamento Básico será o mais importante da SEOBRAS

na função de Saneamento. Ele e outros dois programas representam 16,3%

dos recursos previstos no PPA para o tema de Saúde e Educação. A SEA

concebeu três programas para a área de Saneamento, sendo o mais

importante deles (Controle de Inundações e Recuperação de Áreas

Degradadas) responsável por 2,7% dos recursos programados para o tema. A

SECT, cujo plano para a área de Educação divide-se em 22 programas,

atribuiu a 18 deles valores equivalentes a menos de 1% do valor orçado para o

tema. O programa Expansão e Melhoria da Educação Profissional, com o

maior valor orçado pela SECT na função Educação, previu gastos equivalentes

a 3,38% dos recursos associados ao tema.

As ações em benefício da Saúde e da Educação no Estado irão destinar

69% de seus recursos a atividades, ficando os 31% restantes disponíveis para

projetos, os quais estão vinculados sobretudo à função de Saneamento e

serão executados principalmente pela SEOBRAS (43%) e pela SEEDUC

(25%). É na SES que se concentram as atividades, cabendo ao órgão 40% do

valor orçado para esse tipo de ação no tema em questão.

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Gráfico 5: Distribuição do Orçamento para desenvolvimento de ações na área de Saúde e Educação.

4.3 – Monitoramento e Avaliação

Conforme previsto nos Arts. 11 e 12 da Lei nº 6.126, a execução do

Plano Plurianual/ RJ 2012-2015 será monitorada e avaliada de forma

sistemática pelo Poder Executivo.

Esse trabalho se constitui como atividade estruturada a partir da

implementação de cada Programa do Plano, orientado para o alcance das

metas previstas.

O monitoramento pode ser definido como um processo de

acompanhamento da execução das ações do programa visando à obtenção de

informações para subsidiar decisões, bem como à identificação e à correção

de problemas. É uma atividade gerencial que deve permitir avaliar o contexto

onde se desenvolvem os programas e ações governamentais de modo a

prover a administração de informações sintéticas e tempestivas que permitam

identificar e viabilizar a superação de restrições em tempo de execução.

O objetivo central do Sistema de Monitoramento e Avaliação do PPA é

gerar informações adequadas para utilização pela administração pública no

processo decisório, com vistas à obtenção de melhores resultados pelo

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Governo, bem como permitir a reorientação nos desvios de execução e melhor

alocação dos recursos e insumos disponíveis.

Para isso, o modelo de gestão do PPA proposto se desenvolve por meio

da Rede de Planejamento, formada por Comissões Setoriais em cada

Secretaria de Estado e por uma Comissão Central constituída pela SEPLAG.

De todo modo, cabe pontuar que o monitoramento está mais

relacionado à possibilidade de intervenção no curso do processo, enquanto

que a avaliação vincula-se ao conhecimento das causas e resultados obtidos,

por meio da utilização de dados fornecidos pelo monitoramento ou de

pesquisas avaliativas.

Para monitorar e avaliar a execução do PPA/RJ 2012-2015 pretende-se:

§ Monitorar a programação prioritária;

§ Monitorar a execução das metas das ações dos programas;

§ Avaliar quadrimestral e anualmente a execução do PPA.

Desde a sua aprovação pela ALERJ, o PPA teve 97 emendas

aprovadas, sendo a área priorizada pelos parlamentares a de Promoção e

Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, com 31 emendas apresentadas.

A LOA foi aprovada em 2012, com 5.195 emendas, disponibilizando R$

35 milhões para o aluguel social dos moradores da Região Serrana atingidos

pelas chuvas de janeiro. Recebeu também, um aporte de R$ 2.067,9 bilhões. A

reestimativa foi baseada especialmente no aumento da receita de ICMS e na

arrecadação de royalties e participação especial do petróleo. Os valores

elevaram o Orçamento de R$ 61,9 bilhões para pouco mais de R$ 64 bilhões.

Em 2013, o Orçamento subiu ainda mais, chegando em R$ 902,2 milhões,

fazendo com que a previsão de receita e a despesa fixada para o próximo ano

chegassem a R$ 72,7 bilhões. Já em 2014, O orçamento de investimento do

Estado para o próximo ano, atingirá R$ 12,1 bilhões – a ser utilizado,

sobretudo, no investimento em infraestrutura urbana e no transporte público.

Desse montante, R$ 3 bilhões serão empregados na implantação de novas

linhas do metrô. O valor corresponde a cerca de 25% do dinheiro que o estado

projeta ter disponíveis para gastar com infraestrutura. E finalmente, no

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exercício de 2015, os setores que mais receberão recursos serão segurança,

com R$ 10,1 bilhões; educação, com R$ 7,2 bilhões; saúde, com R$ 6,1

bilhões; e transporte, com R$ 4,9 bilhões. Os investimentos estratégicos foram

estimados em R$ 10,9 bilhões e serão custeados pelo Tesouro Estadual, por

parcerias com o Governo federal, através do PAC, e por contratação de

financiamentos e empréstimos com organismos internacionais e instituições

federais, em decorrência de abertura de espaço fiscal trabalhado pelo Governo

no período 2007/2014.

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CONCLUSÃO

Vimos que o Orçamento Público surgiu efetivamente no início do regime

representativo e no Brasil, surge com a Constituição Imperial de 1824, que

obrigava o Ministro de Estado da Fazenda a apresentar anualmente o balanço

geral de receitas e despesas do Tesouro Nacional do ano antecedente, e

igualmente o orçamento geral de todas as despesas públicas no ano futuro e

da importância de todas as contribuições e rendas públicas. Após sete

constituições, o tema Orçamento Público ganhou grande atenção na

Constituição de 1988, pois era visto como símbolo das prerrogativas

parlamentares perdidas durante o período autoritário. As novidades que o novo

texto constitucional traz em matéria orçamentária diz respeito à devolução ao

Legislativo da prerrogativa de propor emendas ao Projeto de Lei do

Orçamento, a explicitação do sentido da universalidade orçamentária, e a

exigência de, anualmente, o Executivo encaminhar ao Legislativo Projeto de

Lei de Diretrizes Orçamentárias com o objetivo de orientar a elaboração da Lei

Orçamentária e dispor sobre a política de fomento a ser observada pelas

agências oficiais. Com isso, ficou consolidada a estrutura atual do Orçamento

Público: a LOA – Lei Orçamentária Anual, a LDO – Lei de Diretrizes

Orçamentárias e o PPA – Plano Plurianual.

Pudemos observar que o Plano Plurianual – PPA é o instrumento legal

de planejamento de maior alcance no estabelecimento das prioridades e no

direcionamento das ações do Governo. No âmbito nacional o PPA representa

o Planejamento Estratégico do Governo Federal; no entanto, em nível de

órgão/entidade/unidade administrativa ele é considerado somente um

planejamento de longo prazo.

No Estado do Rio de Janeiro, observamos que a atividade de

planejamento se estrutura de forma mais efetiva ao período da fusão do

Estado da Guanabara com o antigo Estado do Rio de Janeiro, em 1975, porém

existem registros de planejamentos de longo prazo desde 1930.

O Plano Plurianual do Estado do Rio de Janeiro é de fato bem

estruturado e detalhado. São dois volumes com pelo menos 480 páginas cada

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um com todos os gastos bem definidos. Há ainda a versão de bolso, mais

simplificada, para o alcance da população. Tem também um plano de

monitoramento bem definido, composto por várias comissões temáticas e um

Manual que, ano a ano, é modificado de modo a atender as demandas da

sociedade para aquele determinado cenário.

Porém, embora as despesas sejam bem definidas, o que podemos

perceber é que em cada revisão do Plano Plurianual e em cada votação Do

Orçamento Anual, aumenta-se a arrecadação, mas em grande escala

aumentam-se os gastos.

Temos também a problemática da verba pública, que apesar de ser

bem delimitada no PPA, não vem sendo aplicada com eficácia. Obras públicas

que já deveriam ter acabado têm seu custo duplicado e até triplicado, além de

terem seu prazo para conclusão prolongado, causando prejuízos ao erário

público e a população.

Enfim, o Plano Plurianual do Estado do Rio de Janeiro é eficiente no

que tange a sua estruturação e monitoramento, mas é ineficaz, pois a verba

que ele prevê não é de fato aplicada ou é aplicada de forma inadequada.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CARNEIRO, Claudio. Curso de Direito Tributário e Financeiro. São Paulo:

Editora Saraiva, 2012.

OLIVEIRA, Regis Fernandes de. Curso de Direito Financeiro. São Paulo:

Editora Revista dos Tribunais, 2010.

PALUDO, Augustinho. Orçamento Público, AFO e LRF – Teoria e Questões.

São Paulo: Elsevier Editora, 2013.

VASCONCELLOS, Alexandre. Orçamento Público. Rio de Janeiro: Editora

Ferreira, 2012.

Constituição da República Federativa do Brasil. Serie Legislação Brasileira,

Editora Saraiva, 1988.

Plano Plurianual 2008/2011. Rio de Janeiro: SEPLAG, 2008.

Planejamento e Gestão Governamental na Esfera Estadual - uma análise

comparativa dos processos, conteúdos e sistemas de acompanhamento dos

PPAs. Rio de Janeiro: IPEA.

Plano Plurianual – PPA/RJ 2012-2015. Rio de Janeiro: SEPLAG, 2011.

Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro - http://www.alerj.rj.gov.br/

Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão - http://www.rj.gov.br/web/seplag

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - http://www.ipea.gov.br/portal/

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

ÍNDICE DE GRÁFICOS 09

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I – Orçamento Público 11

1.1 – Histórico do Orçamento Público no Brasil 11

1.2 – Conceito de Orçamento Público 15

1.3 – Princípios do Orçamento Público 18

1.3.1 – Princípio da Legalidade 19

1.3.2 – Princípio da Universalidade 19

1.3.3 – Princípio da Anualidade (ou Periodicidade) 20

1.3.4 – Princípio do Orçamento Bruto 20

1.3.5 – Princípio da Exclusividade 20

1.3.6 – Princípio da Unidade (ou Totalidade) 21

1.3.7 – Princípio da Especificação

(Especialização ou Discriminação) 21

1.3.8 – Princípio da Não Afetação de Receitas 21

1.3.9 – Princípio da Publicidade 22

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1.3.10 – Princípio do Equilíbrio 23

1.3.11 – Princípios do Planejamento e da Programação 23

1.3.12 – Princípio do Não Estorno 24

1.3.13 – Princípio da Clareza 24

1.4 – Instrumentos de Planejamento Orçamentário 24

CAPÍTULO II – O Plano Plurianual - PPA 27

2.1 – Conceito 28

2.2 – Regionalização 29

2.3 – Vigência 30

2.4 – Modelo de Gestão 30

2.5 – Etapas 31

2.5.1 – Elaboração 31

2.5.2 – Implementação 31

2.5.3 – Monitoramento 31

2.5.4 – Avaliação 32

CAPÍTULO III – O Estado do Rio de Janeiro e o Plano Plurianual 34

3.1 – Histórico do Plano Plurianual do Estado

do Rio de Janeiro 34

3.1.1 – Período anterior a 1976 34

3.1.2 – Período de 1976-1979 35

3.1.3 – Período de 1979-1983 35

3.1.4 – Período de 1983-1987 37

3.1.5 – Período de 1987-1991 38

3.1.6 – Período de 1991-1994 39

3.1.7 – Período de 1995-1998 39

3.1.8 – Período de 1999-2002 40

3.1.9 – Período de 2003-2006 41

3.1.10 – Período de 2007-2010 42

3.2 – Objetivos do Plano Plurianual do Estado

do Rio de Janeiro 43

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CAPÍTULO IV – Lei 6.126 – O Plano Plurianual vigente no

Estado do RJ 44

4.1 – Contextualização Estratégica 45

4.2 – Metas e Prioridades 49

4.2.1 - Construção da Cidadania 49

4.2.2 – Grandes Projetos de Investimento 50

4.2.3 - Megaeventos Internacionais 51

4.2.4 - Estratégias Metropolitanas 53

4.2.5 - Modernização da Gestão 55

4.2.6 - Prevenção e Combate a Efeitos de Desastres 55

4.2.7 - Saúde e Educação 56

4.3 – Monitoramento e Avaliação 58

CONCLUSÃO 48

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 63

ÍNDICE 64