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AVM FACULDADE INTEGRADA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL Por: Helena Cristina Ramalho Farias Greenhalgh Orientadora Profª. MS. Andréa Villela Mafra da Silva Rio de Janeiro 2011 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · um de seus discípulos, filósofo da época, ampliou as ideias de Sócrates. Para Platão o homem deveria se preocupar em aprimorar

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AVM – FACULDADE INTEGRADA

PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por: Helena Cristina Ramalho Farias Greenhalgh

Orientadora

Profª. MS. Andréa Villela Mafra da Silva

Rio de Janeiro

2011

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AVM – FACULDADE INTEGRADA

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Pedagogia.

Por: Helena Cristina Ramalho Farias Greenhalgh

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AGRADECIMENTOS

... à minha irmã Maria Teresa que me

incentivou, apoiou e ajudou de todas as

formas possíveis...

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DEDICATÓRIA

...às crianças que merecem e precisam de

educadores comprometidos com o processo

educacional, atenciosos e preparados...

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RESUMO

Trabalho de pesquisa que visa conhecer como a intervenção da

Psicomotricidade pode contribuir para o desenvolvimento cognitivo e assim ajudar

no sucesso escolar de alunos da Educação Infantil. Apresentamos a

Psicomotricidade, sua evolução histórica, sua concepção e definições, assim como

também conheceremos alguns estudiosos que contribuíram para difundir a

Psicomotricidade tanto no Brasil como no mundo.

Já no segundo capítulo estudaremos os Fundamentos da Psicomotricidade,

suas funções básicas, Conceitos Funcionais e Relacionais.

No terceiro e último capítulo concluímos o trabalho apresentando de que

forma a Psicomotricidade pode contribuir para a evolução escolar na Educação

Infantil. Primeiro faremos uma breve consideração sobre o que se refere a

Constituição, a LBD e o RECNEI sobre a importância do movimento nas práticas

escolares para crianças de 0 a 6 anos , e para entendermos as necessidades e

características de criança nessa faixa etária incluímos um resumo das fases do

desenvolvimento infantil. Estudaremos também as contribuições da

Psicomotricidade para o desenvolvimento cognitivo, este tópico apresenta uma visão

cientifica dos benefícios do movimento, como atividades físicas atuam sobre a parte

psicológica e vice-versa. Por fim concluiremos o capítulo apresentando o que é

Psicomotricidade na Escola, Educação Psicomotora na Escola, Psicomotricidade na

Creche e o último tópico que trata da importância de um agente fundamental na

relação ensino aprendizado, o professor, de como ele pode se valer da

Psicomotricidade para enriquecer sua aula e ajudar a solucionar problemas de

aprendizado, esse trabalho deverá ser construído junto com o Pedagogo que

também deve estar consciente da importância de um planejamento que vise também

o desenvolvimento físico do aluno.

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METODOLOGIA

Esta pesquisa é resultado de um estudo bibliográfico sobre Psicomotricidade

e a sua importância para a evolução escolar, que incluiu leitura de livros e artigos da

Internet, sendo através deles que reuni informações que serviram de base teórica

para a apresentação desse trabalho.

Inicialmente selecionando um livro escrito pela minha professora Fátima

Alves, a apostila oferecida pelo Instituto A Vez do Mestre na disciplina Corpo e

Movimento e outros livros que tinha a disposição.

Deu-se preferência a autores com grande experiência no campo do

desenvolvimento infantil, no conhecimento psicomotor e em atividades

psicomotoras.

Após a seleção da bibliografia referente ao tema da pesquisa iniciou-se a

leitura, o resumo e o fichamento dos capítulos mais importantes para o

desenvolvimento do trabalho, inclusive destaque para as citações mais importantes,

iniciando em seguida a redação dos três capítulos que compõem o trabalho de

pesquisa.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Psicomotricidade 09

CAPÍTULO II - Fases do desenvolvimento Psicomotor Conceitos Funcionais e 18

Relacionais da Psicomotricidade

CAPÍTULO III - Psicomotricidade na Educação 27

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 37

ÍNDICE 38

FOLHA DE AVALIAÇÃO 39

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INTRODUÇÃO

Vivemos em uma época de grandes avanços tecnológicos, a criança tem

cada vez mais ao seu alcance computadores, celulares e jogos eletrônicos de última

geração, elas também participam de redes sociais e dominam o mundo virtual

muitas com mais facilidade que os próprios adultos. As escolas tem se empenhado

em acompanhar essa nova geração de alunos que já não se contentam mais com

práticas pedagógicas tradicionais e os professores se tornam cada vez mais

preocupados em incluir a informática em suas aulas. Claro que essa preocupação

por parte da escola e professores é válida, pois a escola tem que estar em sintonia

com o mundo em que vive o seu aluno, isso fará com que a escola seja bem

conceituada na comunidade em que está inserida. O problema é quando a escola

relaciona o desenvolvimento cognitivo e o sucesso escolar apenas a uma

metodologia de trabalho, deixando de levar em conta o desenvolvimento corporal da

criança, principalmente durante a Educação Infantil.

Conhecer os benefícios que a Psicomotricidade na escola para a criança faz

com que o professor inclua atividades físicas no seu planejamento, não aquela

Educação Física como disciplina curricular, mas atividades que façam as crianças se

movimentarem, desenvolverem consciência corporal, melhorar o tônus muscular,

equilíbrio e outros conceitos da Psicomotricidade que vão auxiliar o aluno no seu

aprendizado escolar. Quando a criança consegue interagir com o mundo que a

rodeia de forma equilibrada e harmoniosa ela vai se sentir mais segura e isso vai

beneficiá-la na sua aprendizagem dos conteúdos formais.

É importante que também o Pedagogo tenha conhecimento da

Psicomotricidade, seus conceitos, definições e benefícios, para que ele possa

desenvolver junto com o professor atividades que visem essa prática.

Apesar de todo avanço tecnológico ainda somos seres humanos, constituídos

de um corpo que possui músculos que necessitam ser exercitados, e é através do

movimento que nos conectamos e nos relacionamos com o mundo que nos rodeia,

pois aprendemos de uma forma global através de todos os nossos sentidos, somos

uma unidade de corpo e mente.

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CAPÍTULO I PSICOMOTRICIDADE

1.1– O que é Psicomotricidade

Para melhor entendimento das definições de Psicomotricidade vamos recorrer

à etimologia da palavra, pois psyché significa “alma” palavra de origem grega e

motorius que significa “que tem movimento”, de origem latina, sendo então

Psicomotricidade uma palavra que possui duas raízes diferentes, grega e latina.

Conhecendo a etimologia da palavra já podemos perceber o objetivo da

Psicomotricidade, que é o de unir corpo e mente, com o objetivo de desconstruir

uma ideia dicotômica, pois não podemos separar nem medir a atuação do corpo ou

só da mente na interação do indivíduo consigo e com o mundo que o cerca já que

um interage com o outro e se completando e se transformando.

Quando existe o estimulo sensorial o sistema nervoso atua sobre a

musculatura, o que podemos definir como motricidade, já as percepções,

sensações, pensamentos, afetos etc., entendemos como psiquismo.

Para a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (1982) “Psicomotricidade é a

ciência cujo objetivo de estudo é o homem por meio de seu movimento e sua

relação com o mundo interno e externo”. De acordo com Fátima Alves (2008, p.15

apud Jaques Chazaud, 1976) Psicomotricidade consiste “na unidade dinâmica das

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atividades, dos gestos, das atitudes e posturas, enquanto sistema expressivo,

realizador e representativo do ser-em-ação e da coexistência com outrem”.

1.2– A História da Psicomotricidade

Desde a antiguidade que o corpo humano já era motivo de atenção e

valorização, principalmente para os gregos, que cultuavam a forma humana e

expressava a sua preocupação com a perfeição das formas em suas esculturas de

mármore que ornamentavam as cidades e estádios. Já era preocupação de

Sócrates fazer com que os homens observassem seus próprios corpos, Platão foi

um de seus discípulos, filósofo da época, ampliou as ideias de Sócrates. Para Platão

o homem deveria se preocupar em aprimorar a sua capacidade de raciocínio para

conhecer melhor os seus sentimentos e não apenas pensar em si mais também nos

outros, para Platão o homem era corpo e alma, sendo a alma a mestra, a que

domina essa dicotomia.

Surge então Descartes, filósofo, físico e matemático francês da Idade

Moderna, que se destacou principalmente por seu trabalho revolucionário na filosofia

e na ciência, mas também teve reconhecimento como matemático. Para Descartes

“E a alma que dá as ordens para o corpo e comanda os seus movimentos”, e que o

indivíduo livre é aquele que domina as suas paixões e controla seus movimentos

corporais.

No início do século XX, Dupré, psiquiatra francês sem 1907 formulou a noção

de Psicomotricidade, caracterizada pelo paralelismo psicomotor, fazendo a

associação entre motricidade, inteligência e afetividade. Dupré (1907) desenvolveu

estudos sobre três linhas de acesso para conceituar Psicomotricidade: Patologia

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cortical, Neurofisiologia e Neuropsiquiatria. Para melhor entendimento dessas três

linhas apresentamos uma breve definição para cada uma delas:

Patologia cortical é quando alguma enfermidade afeta o córtex

cerebral, local de processamento neuronal mais sofisticado e distinto,

tendo papel importante nas funções complexas do cérebro como

memória, atenção, consciência, linguagem, percepção e pensamento,

sendo também responsável pela realização dos movimentos humanos.

Neurofisiologia é o estudo do Sistema Nervoso na sua dimensão

funcional.

Neuropsiquiatria é a parte da medicina que integra os domínios da

Neurologia e da Psiquiatria e suas relações.1

Como veremos mais a frente outros teóricos e estudiosos surgiram e

aprofundaram os estudos sobre novas metodologias para a aplicação funcional dos

conceitos de Psicomotricidade.

1 Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Neuropsiquiatria. Acesso em 03 maio 2011.

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1.3– A História da Psicomotricidade no Brasil

Foi Antonio Branco Lefévre com formação em Paris que organizou a primeira

escala de avaliação neuromotora para crianças brasileiras, tendo sido influenciado

pelas obras Ajuriagerra e Ozeretski.

A Drª Helena Antipoff baseada na Pedagogia do interesse derivada do

conhecimento do sujeito sobre ele próprio, como via da conquista social, trouxe para

o Brasil a sua experiência com deficiência mental, tendo sido a Drª Helena

assistente no Instituto Jean-Jacques Rosseau, em Genebra

A partir da década de 80 foram realizados vários encontros para promover a

Psicomotricidade no Brasil, nessa época já existia o GAE, Grupo de Atividades

Especializadas, fundado em 1977 é responsável pela pare clínica e o ISPE, Instituto

Superior de Psicomotricidade e Educação responsável pela formação dos

profissionais de Psicomotricidade. Em 19 de abril de 1980 foi fundado a SBP –

Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, sem fins lucrativo sendo seu perfil

científico-cultural2.

2 Disponível em www.efdeportes.com. (Acessado em: 05 maio 2011).

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1.4– Estudiosos que contribuíram com as suas pesquisas para o

desenvolvimento da Psicomotricidade.

Algumas pessoas se destacaram pela contribuição de suas pesquisas para a

educação infantil, apesar de possuírem formação em áreas como Medicina,

Biologia e Filosofia seus estudos contribuíram de forma significativa para a

compreensão do desenvolvimento infantil. Em seus estudos tiveram o

preocupação em estabelecer uma relação entre corpo e mente e a importância

do desenvolvimento psicomotor para o desenvolvimento da criança.

Jean Piaget

Epistomólogo suíço nascido em 1896 na Genebra, formado em Biologia

dedicou-se a Psicologia, Epistemologia e a Educação, mas também tinha

interesses pelas áreas da Religião, Filosofia e Sociologia, ele se destacou

principalmente pelos os seus estudos sobre o desenvolvimento cognitivo,

escreveu durante sua vida mais de 50 livros e muitos artigos. Piaget

contribuiu muito para a educação mesmo sem ter sido Pedagogo, para ele

era de grande importância a motricidade na construção da inteligência, sendo

através dela que o sujeito se relaciona com o mundo, recebendo influencia do

objeto e modificando-o, dessa forma o indivíduo está executando ações de

assimilação e acomodação que resultam no equilíbrio. Com as atividades

sensório-motoras as crianças desenvolvem o que Piaget chamava de

“Inteligência Prática”, onde a criança representa por meio de imitação

situações que acontecem ao seu redor gerando imagens mentais, essa fase

de representação simbólica é chamada de pré-operatória, a próxima fase é a

dos esquemas operacionais, nessa fase a criança tem uma perspectiva mais

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elaborada e o objeto só tem sentido quando usado de forma significativa.

Sendo o movimento a base da estruturação da inteligência sendo ela

desenvolvida por atividades motoras.3

Jean Le Boulch

Para Le Boulch a Educação Psicomotora deve ser a base da educação

primária, sendo que o professor deve estar atento para a educação global da

criança. A Educação Psicomotora ajuda ao sucesso escolar e no

desenvolvimento da personalidade. Para ele a escola deve se preocupar não

apenas com desenvolvimento intelectual do aluno, mas também em

proporcionar uma educação psicomotora. Em seus estudos Le Bouclch

destaca a importância da família que exerce um papel muito importante para

a motivação da criança, mas essa influência pode ser positiva como negativa

destaca também a importância da sociabilidade para a imagem que a criança

tem de seu próprio corpo, já que o desenvolvimento psicomotor ocorre na

relação com os outros a partir de reflexões e princípios afetivos e quanto

mais cedo a Psicomotricidade for incluída na escola mais cedo podem ser

corrigidas inadaptações.4

3 Disponível em:<http://deboracg.blogspot.com/2009/11/contribuiçõede-piaget.html>. (Acesso em: 05 maio 2011). 4 Disponível em: <http://deboracg.blogspot.com/2009/11/contribuições-de-le-boulch.html>. (Acesso em 05 maio 2011).

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Henri Wallon

Formado em Filosofia e Medicina, Henri Wallon nasceu em Paris em 1879,

tendo durante toda sua vida grande aproximação com a educação.

Desenvolveu um trabalho científico muito importante sobre Psicologia do

Desenvolvimento. Para Wallon o grupo social influencia no desenvolvimento

da inteligência do indivíduo e não apenas o desenvolvimento fisiológico,

sendo assim impossível desassociar aspectos cognitivos e afetivos, estando a

didática baseada nos campos funcionais do movimento, da afetividade, da

inteligência e na pessoa. Sendo que a Psicomotricidade serve tanto para a

exploração do mundo bem como para expressão dele e seus sentimentos, é

por intermédio da motricidade que a criança que não possui linguagem verbal

se comunica.5

Júlio Ajuriaguerra

Nasceu na Espanha em 1911, mas se formou em Medicina na França, seus

estudos foram de suma importância para uma nova visão da Psicomotricidade

a partir de suas considerações sobre a debilidade motora como síndrome

delimitando os transtornos sensórios psicomotores, sendo possível assim que

a Psicomotricidade adquirisse autonomia em relação às outras disciplinas.

Para Ajuriaguerra a criança evolui através da sua imagem corporal

desenvolvendo a relação do corpo com o meio e a construção da sua

personalidade é feita por meio das suas experiências corporais. Ele introduz

conceitos importantes à Psicomotricidade como: A somatognosia, que é a

5 Disponível em: <http://deboracg.blogspot.com/2009/11/contribuições-de-wallon-sobre.html>. Acesso em 06 maio 2011.

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consciência do corpo com o real e a evolução dos movimentos intencionais. A

ilusão do membro fantasma em pessoas amputadas. Aborda também a

questão da praxia que é a coordenação normal do corpo e apraxia que é a

incapacidade por ordem neurológica de executar movimentos. Ajuriaguerra

também teoriza sobre as fases de evolução da criança, separando-as em três

fases denominadas de Organização Psicomotora, Organização da

Planificação Motora e a da Automatização. Na primeira a criança executa

movimentos reflexos, instintivos, na segunda a criança já tem a intenção de

utilizar os movimentos para se ajustar ao mundo exterior e na terceira a

criança já interiorizou a prática motora, os movimentos já se tornam

automáticos e que são à base do desenvolvimento psicomotor da criança.

Além desses estudiosos mencionados existem outros que contribuíram

e continuam contribuindo para o desenvolvimento da Psicomotricidade6

1.5- Desenvolvimentos psicomotor

O desenvolvimento psicomotor não acontece apenas pelo desenvolvimento

Biológico da criança como também sofre influência do meio externo e de sua relação

com as pessoas que a cercam. Segundo Alves (2008, p.31) “As fases do

desenvolvimento psicomotor não devem ser consideradas apenas segundo um

quadro de maturação neurológica, mas como resultado de um processo racional e

relacional complexo”.

A motricidade se organiza em quatro fases. Na primeira fase a criança

organiza a sua estrutura motora o tônus de fundo e a propriocepção, desparecendo

6 Disponível em: <http://deboracg.blogspot.com/2009/11/contribuições-de-ajuriaguerra.html>. Acesso em: 06 maio 2011.

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as relações primitivas, nessa fase a criança possui condições físicas dos reflexos

sendo ele um assimilador que se acomoda ao meio. A segunda fase é o de

Organização do Plano Motor. “Durante esta fase há o aperfeiçoamento do espaço

temporal das reações. Evoluem paralelamente as possibilidades de conhecimento e

das relações sociais” (ibid). A terceira fase é a da automatização do adquirido,

quando acontece a automatização das aquisições motoras. E por último a quarta

fase que se estabelece entra as idades de cinco e sete anos, quando a criança

aperfeiçoa e desenvolve novas habilidades motoras. “A criança passa do estado

global e sincrético para o de diferenciação e analise” (ibid).

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CAPÍTULO II FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR E

CONCEITOS FUNCIONAIS E RELACIONAIS DA PSICOMOTRICIDADE

2.1- Fases do desenvolvimento psicomotor

A maturação neurológica, o crescimento dos ossos e músculos e o

desenvolvimento mais complexo do sistema nervoso central não são os únicos

responsáveis pelo desenvolvimento psicomotor, mas também segundo Alves (2008,

p.31) é “resultado de um processo racional e relacional complexo”. Devendo ser

levado em conta a relação entre a criança, as pessoas que a cercam e o ambiente

onde vive.

De acordo com Alves (ibid) a organização psicomotora passa por quatro

fases, sendo elas:

1ª fase:

O ser nasce com as condições anátomo-fisiológica dos

reflexos, mas para que estes se manifestem é indispensável

que o meio atue, sob forma de estímulos, que irão quebrar o

equilíbrio da organização, provocando a reação reflexa. O

reflexo constitui-se em uma modalidade assimiladora, que se

acomoda ao meio, quando se põe em funcionamento.

Esta fase caracteriza-se pelas seguintes conquistas:

a) Organização da estrutura motora

b) Organização do tônus de fundo

c) Organização da propriocepção

d) Desaparecimento das reações primitivas

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2ª fase: Organização do plano motor.

Durante esta fase há o aperfeiçoamento espaço-temporal das

reações. Evoluem paralelamente as possibilidades de

conhecimento e das relações sociais.

3ª fase: Automatização do adquirido.

Através da ação do sujeito as aquisições motoras vão sendo

automatizadas.

4ª fase: Aperfeiçoamento e desenvolvimento de novas

habilidades motoras.

A idade de cinco anos a sete anos apresenta uma etapa de

transição no desenvolvimento. A criança passa do estágio

global e sincrético para o de diferenciações e análise.

2.2 – Fundamentos da Psicomotricidade

O desenvolvimento biopsicossocial é à base do trabalho psicomotor. Sendo a

Psicomotricidade vista como sendo:

[...] a ação educativa integrada e fundamentada na comunicação, na

linguagem e nos movimentos naturais conscientes e espontâneos da

criança. Tem como finalidade normalizar e aperfeiçoar a conduta

global do ser humano. Utiliza as ações psicomotoras como meio de

comunicação na exploração do movimento consciente, intencional e

sensível em sua formação e evolução, sendo considerada como

ponto tal de apoio das experiências sensório-motoras, emocionais,

afetivas, cognitivas, espirituais e sociais, como um todo. (BARROS,

2008, p.65)

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2.3- Funções básicas da Psicomotricidade

Didaticamente subdividimos os procedimentos psicomotores em

FUNCIONAIS e RELACIONAIS. A Psicomotricidade Funcional se refere à parte

motora são procedimentos funcionais realizados através de exercícios repetidos que

ajudam a eliminar possíveis descompassos nas atividades motoras. Já a

Psicomotricidade Relacional leva em conta a parte afetiva em que a criança se

expressa de forma espontânea tem um caráter preventivo, ajuda a criança no

desenvolvimento cognitivo e no aprendizado.7

2.3.1 – Conceitos Funcionais

- Coordenação Motora: Segundo Alves (2008, p.56) a coordenação motora é “a

capacidade de incorporar atividades que incluem duas ou mais capacidades e

padrões motores”. Para que aconteça a evolução das potencialidades de

aprendizagem cognitiva, psicomotora e afetiva no indivíduo sendo necessário o

desenvolvimento de todas suas capacidades perceptivas (ibid). De acordo com

Alves (2008, p.57) “podemos considerar cinco tipos de Coordenação Motora:

Coordenação Motora Fina; Motora Ampla; Visiomora; Audiomotora e Facial”.

Coordenação Motora-Fina – Utiliza pequenos grupos musculares para realizar

movimentos complexos que e necessitem de precisão na realização dos

movimentos.

Coordenação Motora-Ampla – Utiliza grandes grupos musculares, primeiro a

criança realiza movimentos simultâneos e simétricos para somente depois

realizar movimentos separadamente com os membros.

7 Disponível em:< http://psicomotricidadesantista.blogspot.com/2008/12/psicomotricidade-relacional-e.html>. Acesso em: 13 junho 2011.

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Coordenação Visiomotora – Coordena a visão com os movimentos do corpo,

quando essa coordenação não acontece de forma harmônica a criança tem

dificuldade na escola e realiza movimentos desajeitados.

Coordenação Audiomotora – Transforma um comando sensibilizado pelo o

ouvido em um movimento.

Coordenação Facial – É uma importante ferramenta para a comunicação

interpessoal, sendo os olhos mais usados nessa comunicação. Segundo

Alves (2008, p.59) “A contração voluntária da musculatura facial tem muita

importância, pois é o começo da expressão de estados mais abstratos (medo,

negação e ansiedade)”.

-Tônus: Para que o nosso corpo execute uma ação é necessário que haja tensão

adequada em um grupo de músculos e que outro grupo de músculos relaxe é o que

chamamos de tônus muscular, para executar um movimento precisamos ter controle

sobre o tônus. (Santos, s/d. p.13).

- Postura: Para que o corpo assuma uma posição desejada é necessário ter

equilíbrio postural e esse equilíbrio é resultado da unidade tônico-postural que

acontece através de energias tônicas dirigidas por meios de canais que

possibilidade que a criança aumente a duração de seus atos, sendo através da

maturação que o tônus vai se fortificar. O equilíbrio postural pode ser comprometido

por posturas inadequadas ou através e transtornos emocionais ou afetivos, o que é

chamado de distonia (Alves, 2008, p.106).

- Equilíbrio: De acordo com Alves (2008, p. 105) o equilíbrio “exige muita

concentração, implica na coordenação e postura da criança, sem deixar de citar que

o esquema corporal dá estrutura para o equilíbrio”, além disso, Alves (ibid) ressalta

também que “faz-se necessário utilizar os sistemas labirínticos e plantar”.

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- Respiração: “A educação corporal é imprescindível para haver uma boa respiração.

A criança tem que se conhecer para saber como é e como está a sua respiração”

Alves (2008, p.108). Para Santos (s/d. p.20) “A respiração é fundamentada para a

execução das atividades físicas. A respiração e constituída de dois momentos

inspiração e expiração”. Ainda segundo Santos (ibid) “ o controle respiratório é

adquirido através de uma respiração abdominal(...) A respiração se adapta de

maneira automática às necessidades de cada momento”.

- Esquema corporal: “A partir do momento que o indivíduo descobre, utiliza e

controla o seu corpo, o esquema corporal passa a ter consciência dele e suas

possibilidades, em relação com o meio ambiente em que vive” Alves (2008, p.48).

Conforme Santos (s/d. p. 9) “O esquema corporal é um elemento básico

indispensável para a formação da personalidade da criança”. Na concepção de

Alves (2008, p.50) são três as etapas do desenvolvimento do esquema corporal:

A primeira fase (até os três anos de idade)

Corpo vivido – Essa etapa é dominada pela experiência vivida pela criança

através da exploração do meio.

A segunda fase (Três até sete anos)

Corpo vivido ou descoberto - Corresponde à organização do esquema

corporal devido à “função de interiorização” (...) A criança com isso passa a

aperfeiçoar e refinar seus movimentos.

A terceira fase (sete a 12 anos)

Corpo representado – Nesta fase observa-se a estruturação do esquema

corporal, pois já apresenta a noção do todo e das partes do corpo, conhece

as posições e mantém um maior controle e domínio do corpo.

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- Lateralidade – Segundo Santos (s/d. p. 13) “É uma especialização dos hemisférios

celebrais que permite ao homem a realizações de ações complexas, motoras,

práxicas, psíquicas e o desenvolvimento da linguagem.” A tonicidade do corpo será

diferente em cada parte do corpo de acordo com a lateralidade, o lado mais usado

apresentará a tonicidade mais desenvolvida. Podendo ser manual. Pedal, ocular e

auditiva (Santos, p.15). Para Alves (2008, p.63) “Os termos lateralidade e

dominância cerebral se aplicam geralmente, para designar as condições de Destro,

Canhoto ou Sinistro e Ambidestro”.

Destro – Quando há a utilização de membros predominantemente do lado

direito, não somente membros como também órgãos.

Canhoto ou Sinistro – Quando a dominância e estabelece predominantemente

do lado esquerdo do corpo.

Ambidestro – Neste caso o indivíduo pode possuir lateralidade cruzada,

quando se usa membros e órgãos tanto do lado esquerdo como direito, o uso

estabelecido é bem claro e se usa indiscretamente os dois lados. (Alves,

2008, p.63)

- Relaxamento – “É um método de condicionamento psicofisiológico, que leva a

alterações físicas e emocionais, levando a criança a vivenciar uma sensação de

calma, redução de fadiga” Santos (s/d. p.21). Ainda segundo Santos (ibid) o

relaxamento leva “o funcionamento do organismo a um equilíbrio onde a agitação

desapareça (....) Exige a capacidade de controle do tônus muscular”.

- Orientação e Estruturação Espaço-Temporal

Conforme Alves (2008, p.108) Orientação e Estruturação Espaço- Temporal

“é a orientação e a estruturação da tomada de consciência de si, dos objetos e dos

outro num tempo e num espaço em relação ao mundo”. Ainda segundo Alves (ibid)

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“a noção de espaço é mais fácil para a criança do que a noção de tempo e para isso

é fundamental que a memória esteja sendo trabalhada quanto à aquisição do

tempo”. Antes que a criança consiga perceber a relação dos objetos em relação ao

seu corpo ou a relação dos objetos entre si, a criança deve perceber a posição do

seu próprio corpo no espaço. (Alves, p. 69). Conforme Alves (2008, p. 74, 75).

O desenvolvimento da estruturação temporal na criança é

importante, pois, por intermédio do ritmo é que ela terá uma boa

orientação do domínio do papel, na escolarização. (...) A estrutura

temporal, tanto quanto a estrutura espacial, também não são

conceitos inerentes, tendo que ser construídas (ALVES, 2008, p.

74, 75).

Segundo considerações de Jorge (2008, p.181) “A construção das noções

espaciais é um dos temas principais da educação psicomotora e é um dos aspectos

fundamentais para o desenvolvimento humano”. Ainda segundo o autor (ibid) “A

educação psicomotora é um dos instrumentos fundamentais que possibilitam à

criança passar a se perceber, diferenciar-se progressivamente dos objetos, orientar-

se no espaço, coordenar as suas ações e organizar a sua vida cotidiana”.

- Ritmo – O ritmo é muito importante como conceito da orientação temporal, está

presente em várias áreas do nosso comportamento. O ritmo pode ser Motor, Auditivo

e Visual (Alves, p.77).

- Percepção – De acordo com Alves (2008, p. 111) a percepção acontece.

Através dos sentidos: tato, visão, audição, paladar, olfato. A

percepção tem que ser estimulada para permitir a criança aprender.

A criança chega à ação através da percepção. (...) A percepção faz

com que a criança pense antes de agir (IDEM).

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2.3.2 – Conceitos Relacionais

O corpo necessita de se expressar para se desenvolver e se capacitar, para

que isso aconteça a criança tem que se comunicar, para que um corpo exista

precisa que existam as relações. (Alves, p. 111). Segundo Alves (2008, p. 111) os

procedimentos psicomotores relacionais são estabelecidos “através da

COMUNICAÇÃO, da EXPRESSÃO, da AFETIVIDADE, do LIMITE, da

CORPOREIDADE e da AGRESSIVIDADE”. Para Ferreira (2008, p. 46) “Com essa

perspectiva inaugura-se uma nova estratégia de ação educativa psicomotora. A

afetividade constituída em seu conceito relacional ganha um status até então não

observado no campo da educação”. Conforme definição de Alves (2008, p.112,113):

A COMUICAÇÃO facilita receber a informação e transmiti-la através

da expressão corporal. Ela tem que ser estabelecida, pois o corpo

fala numa comunicação verbal e não verbal. (....) É através da

comunicação que se aprende, que se escuta e dá significado.

A EXPRESSÃO exercita as emoções, oferece e favorece o processo

educativo para a criança se relacionar consigo mesma e com os

outros através das ações que ela mesma cria pela sua imagem

corporal.

A AFETIVIDADE para o desenvolvimento psicomotor é fator

contribuinte. (...) A afetividade facilita e contribui com as funções

intelectuais.

O LIMITE não tem que ser imposto, deve ser conduzido

corretamente, mostrando que a criança tem deveres e

responsabilidades, mas não podemos direcionar o limite apenas

quando pensamos em disciplinas, disciplina de subordinação. A

disciplina na psicomotricidade é a do toque humano, o contato com o

corpo, as sensações, a intenção, as noções espaciais e temporais.

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CORPOREIDADE - seu principio fundamental baseia-se no corpo

como presença do ser humano no mundo. (...) Corpo na relação com

o outro, com o mundo.

A AGRESSIVIDADE é decorrente de não conseguir alcançar aquilo

que desejamos e, para firmamos nossa personalidade, assumimos o

papel dominante. Canalizar ou reprimir a agressividade pode levar a

criança a um estado de elaborá-la ou de introversão e compulsão.

(...) o desenho é um meio para se trabalhar a agressividade,

trabalhar o simbólico.

2.3.3 – Psicomotricidade Relacional na Escola

A Psicomotricidade Relacional na escola se refere à necessidade de se agir a

favor de uma comunidade escolar aberta a comunicação, não somente no campo

das intenções, mas em atitudes concretas baseadas em valores humanos, é de

responsabilidade de o psicomotricista estabelecer um canal de comunicação

saudável entre as pessoas da comunidade escolar, difundindo assim a saúde

emocional que irá atingir não somente os alunos como também sua família, os

funcionários da escola e toda sociedade, ajudando-os a serem autônomos perante

sua formação pessoal exercendo a cidadania. É necessária a participação de todos

para que se possa programar um projeto coletivo com características preventivo-

educacionais. Vieira (2008, p. 53,57).

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CAPÍTULO III

A PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

3.1 – Considerações legais sobre a importância do Movimento na

Educação Infantil

Desde a Constituição de 1988 que é dever do Estado e dever da criança o

atendimento educacional de 0 a 6 anos em Creches e Pré-escolas. Em 1996 a nova

Lei de Bases e Diretrizes (LDB) afirma e promulga como sendo a Educação Infantil a

primeira etapa da Educação Básica, sendo o atendimento em Creches para crianças

de até três anos e de quatro a seis anos nas Pré-escolas, tem do como objetivo o

desenvolvimento integral da criança no que diz respeito aos seus aspectos físicos,

psicológicos, intelectual e social. A partir da inclusão da Educação Infantil no sistema

educacional público brasileiro o Ministério da Educação e Desporto propõem a

criação do Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI). (Toledo,

2008, p.140). “O RCNEI é constituído de três volumes: Introdução; Identidade e

Autonomia; e Conhecimento do Mundo”. Toledo (2008)

Sendo que este último volume é dividido em seis outros documentos que são:

Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade

Matemática, o documente referente ao Movimento tem uma abordagem psicomotora

na prática da expressão corporal (ibid). Na concepção de Toledo (2008, p. 141).

Segundo o referencial o movimento humano é muito mais do que um

ato motor, é uma das formas que a criança possui para expressar

seus sentimentos, emoções e pensamentos, uma linguagem que

possibilita agir e atuar sobre o meio físico, mobilizando o outro por

meio de movimento, pois o aborda para além da motricidade e do

instrumental, encarando-o como algo subjetivo e expressivo,

exatamente como faz a Psicomotricidade (TOLEDO, 2008, p. 141).

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É através das brincadeiras que a criança se apropria do seu repertório cultural,

isso o faz mais forte quanto indivíduo e afirma a sua existência como ser social. Para

que a criança tome conhecimento do seu próprio corpo no dia-a-dia é necessário

que a instituição de ensino reconheça a importância do movimento na aprendizagem

e que faça disso parte da sua filosofia de ensino, precisa ser oferecido para a

criança um ambiente acolhedor e seguro. O professor da pré-escola deve estar

preparado para entender as emoções geradas pela exposição do corpo em uma

atividade psicomotora, pode haver muita alegria e satisfação, mas também vergonha

do corpo e o educador deve estar atento para ajudar alunos de forma positiva com

seus limites e possibilidades (IDEM).

3.2 – Desenvolvimento Infantil

Para entendermos a importância da Psicomotricidade na Educação Infantil

temos que conhecer as fases do desenvolvimento da criança. Como define Hensius

(2008, p.79) “O crescimento físico segue uma sequência e um calendário maturativo,

mas o desenvolvimento psicomotor refere-se também à interação com o meio e a

estimulação que este propicia”.

Abaixo apresentamos uma relação de características pertinentes ao

desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida, são características comuns

a cada faixa etária, sem esquecer que cada criança se desenvolve dentro da média

em tempos diferentes, e que o seu desenvolvimento também depende dos estímulos

que ela recebe do meio em que vive e das pessoas que a cercam.

De 0 a 3 meses – Durante o primeiro mês o bebê se assusta com facilidade

principalmente com barulho muito alto e inesperado, dorme boa parte do

tempo, só enxerga algum objeto ou alguém se estiver muito perto dele, pois

sua visão ainda é muito limitada. A partir do segundo e mês e terceiro já

começa a acompanhar objetos e pessoas com os olhos e reconhece os pais,

leva as mãos até a boca e já consegue sugar os dedos, abrir e fechar as

mãos. Seu choro fica diferenciado para cada tipo de problema que ocorre,

sendo constante e agudo. Fica agitado com brincadeiras e músicas fazendo

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movimentos com as pernas, braços, sorri e dá gritos. Reconhece a voz dos

pais, tenta se comunicar através do choro e sons que imitam vogais. È

importante neste momento organizar a rotina do bebê, para que as atividades

como alimentação e higiene tenham um horário fixo.

De 4 a 7 meses – Fica de bruços e se apoia nos antebraços para ver o

ambiente, rola, estica as mãos para pegar objetos, passa de uma mão para

outra até leva-lo até a boca, já consegue ter equilíbrio ao ser colocado

sentado. Demonstra pelas expressões faciais quando algo lhe agrada, alguns

bebês podem nesta fase demonstrar medo perto de pessoas que não são do

seu convívio. Repete seus próprios sons e imita a voz das pessoas. Procura

com movimentos da cabeça um som que escuta e ao ouvir música para de

chorar, sorri quando quer atenção dos adultos. Esta é a fase que o bebê

começa a jogar os objetos e brinquedos no chão, descobrindo a lei de causas

e efeitos.

De 8 a 11 meses – Já senta e engatinha sem precisar de apoio, mas para

ficar de pé ainda precisa de apoio, aponta para pessoas e objetos e segura

objetos pequenos com os dedos indicadores e polegar. Quer ser o centro das

atenções, fica eufórico ao reconhecer a sua imagem no espelho, não gosta de

ser contrariado. Consegue identificar de onde vem um som, bate palmas e

joga beijos para se despedir, compreende significado de alguns gestos, nega

com movimentos da cabeça quando não quer alguma coisa e já consegue

emitir sons de alguns monossílabos como: “ma-ma”.

De 1 a 2 anos – Anda sozinho sem precisar de apoio, com um ano e meio

pode começar a correr, subir em móveis e ficar nas pontas dos pés, consegue

virar as páginas de livros e revistas, mas não vira uma de cada vez acaba

virando várias ao mesmo tempo, gosta de rabiscar e identifica quando uma

gravura esta de cabeça para baixo. Tem senso de humor. Neste momento a

criança ainda não sabe que são as regras, mas chora e fica bravo quando

leva uma bronca atirando objetos no chão e fica contente quando é o centro

das atenções. Com 18 meses a criança já fala frases curtas e frases com uma

palavra só, mas ao chegar aos dois anos já pode falar frases com três

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palavras. Quer saber o porquê das coisas, reconhece o seu nome e

reconhece também as partes do corpo as suas e das outras pessoas,

apresenta atenção para ouvir pequenas histórias. Não gosta de compartilhar

seus brinquedos com outras crianças.

De 2 a 3 anos – Começa a ficar independente consegue tirar os sapatos e

está pronta para começar a largar a fralda. Tem equilíbrio para chutar uma

bola, gosta de dançar e acompanhar o ritmo da música batendo palmas.

Percebe quem ele é e testa a autoridade do adulto fazendo malcriação,

tentando impor a sua vontade, não gosta mais de brincar sozinho preferindo

brincar com alguém.

De 3 a 4 anos – A criança já consegue se vestir sem ajuda, gosta de

desenhar e segura o lápis do jeito certo, consegue pedalar. Gosta de brincar

com outras crianças e percebe as emoções das pessoas que a cercam.

Forma frases com até seis palavras sobre o seu cotidiano, percebe as

diferenças gramáticas, troca o “r” pelo “l”, mas isso muda em torno dos três

anos e meio. Diferencia coisas que são iguais e que são diferentes e é capaz

de classificar objetos por tamanho e cor. Consegue contar e se lembrar de

histórias.

De 4 a 5 anos – Consegue manusear tesoura e cortar papel, usa melhor os

talheres, consegue pelar uma bola em movimento com as duas mãos. Quer

fazer suas próprias escolhas e tomar decisões, é mais sociável com as outras

crianças e gosta de se sentir grande das crianças menores. Fala muitas

palavras, consegue expressar sentimentos, inventa e conta histórias

inventadas por ela mesma e já tem condições de identificar números e letras

do alfabeto.8

8 Disponível em: http://<estimulando.com.br/desenvolvimento.html. Acesso em: 05 junho 2011.

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3.3 – Contribuições da Psicomotricidade para o desenvolvimento

cognitivo.

O tônus é a base da organização psicomotora, está ligada a equilibração e

regulação mais complexa do ato motor, sendo ele responsável pela elaboração,

controle e execução do movimento, e importante para o desenvolvimento psicomotor

e psicológico.

Para que aconteça um ato motor voluntário é necessário se ter controle sobre

a tensão dos músculos do corpo, sendo que uns ativam e outros rejeitam às suas

tensões. O estado tônico depende de cada indivíduo, estando ligado aos aspectos

neurofisiológicos, hereditário e de maturação.

Segundo Costallat e Sanseverino (p.32).

O tônus como principio energético regulador de todo comportamento

humano necessita do equilíbrio das três áreas:

Campo inteligente – saber fazer – cognitivo

Campo fisiológico – poder fazer- corporal

Campo emocional – querer fazer – emocional

O tônus pode ser classificado como neurofisiológico, sendo observado seu

aspecto muscular, quando em repouso caracteriza equilíbrio, quando em atividade

caracteriza o movimento, e no aspecto psíquico pode ser classificado como afetivo

ou mental relacionado com a emotividade ou humor do indivíduo. A estabilidade

tônica influência os aspectos emocionais e o desiquilíbrio emocional influência a

estabilidade tônica

É através da organização tônica que a Psicomotricidade se desenvolve,

refletindo na maturidade neurológica, pois a edificação do sistema nervoso depende

disso. A organização tônica está ligada a personalidade e estabelece a primeira

construção do pensamento. (DALIA et al, 2002)

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O sistema nervoso central é uma rede de comunicação integrada pelos neurônios,

relacionando-se com o mundo exterior através dos órgãos dos sentidos e outros

sistemas como o sistema nervoso(s) vegetativo, que é de nutrição e reprodução, e

os órgãos de execução que recebem as informações, que são os musculares

estriados. O músculo é um campo perceptivo que traduz as experiências

psicológicas e emocionais do indivíduo. Por isso é importante que o professor dê

atenção as funções psicomotoras e energético-afetivo, que dão suporte as funções

operatórias, cognitivas e práxicas. (ADEMIR, 1995)

3.4 – Psicomotricidade na Escola

A Psicomotricidade passou a ser considerada como Ciência da Educação e

nessa condição passou a ter ao seu dispor estudos feitos em outras áreas formando

assim uma rede interdisciplinar. Mesmo assim existem escolas que não atribuem

importância para a Psicomotricidade para a Educação Infantil. Muitas dificuldades de

aprendizados dos alunos em sala de aula como, por exemplo, dificuldades de leitura

escrita poderiam ser resolvidas com a prática da Psicomotricidade, tendo ela

condições de desenvolver capacidades básicas como o potencial motor que vai

refletir nas aquisições mais elaboradas como as intelectuais. Alves (2008)

3.5- Educação Psicomotora na Escola

Foi de muita importância para as escolas de Educação Infantil a proposta feita

pelo Referencial a respeito do Movimento na educação, possibilita que as crianças

possam se desenvolverem de uma forma mais consciente, criativa e responsável,

quando usada na prática educativa a Psicomotricidade é chamada de Educação

Psicomotora, muitos autores desenvolveram métodos para desenvolver a

Psicomotricidade na Educação, entre eles destacamos: Jean Le Boulch, Pierre

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Vayer, André Lapierre e Bernard Aucouturier. Sempre visando o desenvolvimento da

criança proporcionando sua integração escolar e social. Toledo (2008).

Segundo Alves ( 2008, p. 131) “Na educação Infantil a prioridade deve ser

ajudar a criança a ter uma percepção adequada de si mesma (...) auxiliá-la a se

expressar corporalmente com maior liberdade, conquistando e aperfeiçoando novas

competências motoras”. Ainda segundo Alves (ibid) o movimento e sua

aprendizagem abrem um espaço para desenvolver:

Habilidades motoras que levam a criança a aprender a conhecer seu

próprio corpo e a se movimentar expressivamente;

Um saber corporal que deve incluir as dimensões do movimento que

indiquem estados afetivos até representações de movimentos mais

elaborados de sentidos e ideias, oferecendo um caminho para troca

de afetividade;

Facilitar a comunicação e a expressão das ideias;

Facilitar a exploração do mundo físico e o conhecimento do espaço;

Apropriação da imagem corporal;

Percepção rítmica, através de jogos corporais e dança;

Habilidades motoras finas, através de diversas atividades que facilitem

a escrita.

3.6 - Psicomotricidade na Creche

Nos dois primeiros anos de vida a criança ainda não desenvolveu a

linguagem verbal, sendo sua comunicação feita através das relações corporais,

sendo então uma comunicação psicomotora, segundo Roncarati e Rocha (2008, p.,

apud Lapierre, 1984, p. 53).

(...) nessa relação psicomotora, a fala é pouco utilizada por parte do

psicomotricista, que prioriza as linguagens simbólicas do corpo, cujas

nuanças e carga afetiva não podem ser traduzidas em linguagem

verbal. A fala quando necessária deve ser pontual, não interferindo

na movimentação espontânea da criança gratuitamente, não

precisamos “narrar” as atividades para as crianças. Se falarmos o

tempo todo, perdemos a oportunidades preciosas de escutar as

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crianças, e elas têm muito a expressar (RONCARATI, ROCHA

2008, apud LAPIERRE, 1984, p. 53).

É importante que se estabeleça com a criança na creche a comunicação

funcional que é o primeiro tipo de comunicação que se estabelece com a criança,

sendo o desejo de estabelecer contato com o outro através de um contato tônico

direto, sendo que gradativamente ela não vai mais necessitar dessa satisfação

funcional com o contato direto, mas quando essa comunicação funcional não foi

satisfatória a criança pode apresentar uma busca incessante por carinho,

apresentando carências, se tornando possessiva ou até mesmo tornando-se

agressivas e fechadas em si mesmas não conseguindo se relacionar com adultos ou

outras crianças. Se houver uma interversão nesse processo que comunicação

funcional insatisfatória sendo possível evitar que esses comportamentos sejam

fixados na personalidade da criança (RONCARATI, ROCHA 2008, apud LAPIERRE,

1984, p. 53).

3.7- A importância do professor para a Psicomotricidade na escola

O papel do professor é ser facilitador do processo de aprendizagem,

estimulando a criança e proporcionando oportunidade de viver experiências

concretas com seu corpo inteiro, e não somente se limitar apenas as transmissões

de conhecimento de forma verbal (2008. P.136). Conforme Alves (ibid).

O professor não deverá esquecer que o material de seu trabalho é o

seu aluno. Portanto, não deverá preocupar-se apenas em preparar o

ambiente escolar com cartazes, painéis, faixas, mas a si mesmo. É

necessário que ele conheça o aluno e seja amigo dele.

A Psicomotricidade é de grande importância para a aprendizagem, possibilita

alcançar a consciência corporal e a entender a relação do corpo com o mundo ao

seu redor. O professor deve conscientizar a família e os coordenadores da

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importância de trabalhar Psicomotricidade e o objetivo do trabalho que pretende

realizar.

O exercício físico traz muitos benefícios para o desenvolvimento da criança,

estimula a circulação, a respiração, o aparelho excretor, fortalece os ossos e

músculos, desenvolvendo plenamente o corpo, auxilia a parte mental, possibilitando

que a criança que possui um bom controle motor explore melhor o mundo que a

rodeia.

Para Alves (2008, p.137) o professor deve “conscientizar-se de que a

educação pelo movimento é uma peça mestre da área pedagógica, permite a

criança resolver mais facilmente os problemas atuais da sua escolaridade”. Ainda

segundo Alves (2008, p.138).

O trabalho do pedagogo consciente da importância e utilidade da

psicomotricidade na escola é de orientar o professor, motivando-o

através de uma conscientização da validade de aplicação da mesma

e despertando o seu interesse, para que possam ajudar aos que

estão envolvidos no processo ensino-aprendizagem, chegando ao

sucesso almejado.

É muito importante que o professor da Educação Infantil conheça o diz a LDB a

respeito da importância do Movimento para o desenvolvimento infantil, para isso é

necessário conhecer as etapas do desenvolvimento infantil para entender de que forma a

Psicomotricidade a Psicomotricidade pode ajudar no desenvolvimento não somente físico

como também no desenvolvimento cognitivo, tanto na Educação Infantil como na Creche,

pois quanto mais cedo começar a educação psicomotora mais fácil será perceber algum

desajuste e ajudar ao aluno no seu desenvolvimento completo e sadio.

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CONCLUSÃO

A criança de hoje apesar de viver em um mundo de grandes progressos

tecnológicos e de rápidas mudanças não se difere fisicamente das crianças de

outras épocas, elas continuam possuindo um corpo físico e não virtual, e esse corpo

físico necessita de movimento, é através do movimento que a criança desenvolve a

sua consciência corporal, desenvolve seus músculos e cria conexões neurológicas

mais aprimoradas, fortalece a tonicidade muscular, o que vai influenciar sua

capacidade de equilíbrio, ajuda a definir sua lateralidade, melhora a coordenação

motora, global, fina e visiomotora. A Psicomotricidade na Educação Infantil ajuda a

criança a explorar o mundo que a rodeia e se relacionar com ele, vai aprender a lidar

com emoções como alegria, raiva, medo e angustia entre outras, o aluno se

beneficia dessas atividades motoras para o seu desenvolvimento cognitivo,

consequentemente vai ajuda-la no aprendizado dos conteúdos formais na escola.

Como mediador desse processo tem o professor, que deve estudar e

conhecer a importância da Psicomotricidade para o desenvolvimento do seu aluno e

desenvolver esse trabalho junto com o Pedagogo que também deve estar

consciente da importância da implementação de um projeto de atividades

psicomotoras na Educação Infantil.

Quanto mais cedo for diagnosticado algum desajuste motor nas crianças na

Educação Infantil mais fácil será interver com um trabalho de educação psicomotora,

já que a criança está mais acessível à implementação de novos hábitos e atitudes,

também é muito importante as crianças tenham a oportunidade de brincarem e de se

movimentarem com liberdade e sem medo, pois elas necessitam se localizar no

mundo e se relacionar com ele para seu desenvolvimento tanto físico como

cognitivo.

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BIBLIOGRAFIA

ALVES, Fatima. Psicomotricidade: Corpo, Ação e Movimento. Rio de Janeiro:

Wak, 2008.

FERREIRA, Carlos Alberto de Mattos et al. Psicomotricidade Escolar. Rio de

Janeiro: Wak, 2008.

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE. Disciplina corpo e Movimento. Fatima Alves. Rio

de Janeiro: Divulcan, 2008.

SANTOS, Rosangela Pires dos. Psicomotricidade. Course Pack. São Paulo:

Editora, [200-].

COSTALLAT, Dalia. M. M. de et al. A Psicomotricidade otimizando as relações

humanas. São Paulo: Arte e Ciência, 2002.

MARCO, Ademir. Pensando a Educação Motora. São Paulo: Papirus, 1995.

Neuropsiquiatria. www.wikpedia.org.Acessado em 03 de maio de 2011. DEBORA. Contribuições de Piaget para a Psicomotricidade. www.deboracg.blogspot.com.2009, acessado em 05 de maio de 20011. DEBORA. Contribuições de Le Boulch para Psicomotricidade. www.deboracg.blogspot.com.2009, acessado em 05 de maio de 2011. DEBORA. Contribuições de Wallon sobre a Psicomotricidade. www.deboracg.blogspot.com.2009, acessado em 06 de maio de 2011. DEBORA. Contribuições de Ajuriaguerra sobre a Psicomotricidade. www.deboracg.blogspot.com.2009, acessado em 06 de maio de 2011. Estimulando o desenvolvimento Infantil. www.estimulando.com.br, acessado em 05 de junho de 2011. História da Psicomotricidade. www.efdeportes.com, acessado em: 05 maio 2011.

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INDÍCE

INTROUÇÃO 08

CAPÍTULO I 09

1.1. O que é Psicomotricidade 09

1.2. A História da Psicomotricidade 10

1.3. A História da Psicomotricidade no Brasil 12

1.4. Estudiosos que contribuíram com suas pesquisas para o desenvolvimento 13

Da Psicomotricidade

1.5. Desenvolvimento psicomotor 16

CAPÍTULO II 18

2.1. Fases do desenvolvimento Psicomotor 18

2.2. Fundamentos da Psicomotricidade 19

2.3. Funções básicas da Psicomotricidade 20

2.3.1. Conceitos Funcionais 20

2.3.2. Conceitos Relacionais 25

2.3.3 Psicomotricidade Relacional na Escola 26

CAPÍTULO III 27

3.1. Considerações legais sobre a importância do Movimento na 27

Educação Infantil

3.2. Desenvolvimento Infantil 28

3.3. Contribuições da Psicomotricidade para o desenvolvimento cognitivo 31

3.4. Psicomotricidade na Escola 32

3.5. Educação psicomotora na Escola 32

3.6. Psicomotricidade na Creche 33

3.7. A importância do professor para a Psicomotricidade na Escola 34

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 37

ÍNDICE 38

FOLHA DE AVALIAÇAO 39

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: AVM – Faculdade Integrada - Licenciatura em Pedagogia

Título da Monografia: Psicomotricidade na Educação Infantil

Autor: Helena Cristina Ramalho Farias Greenhalgh

Data de entrega:

Avaliada por: Conceito: