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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A AFETIVIDADE, O PROFESSOR E O ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM Por: Regina Célia Teixeira de Freitas Orientador Prof. Ms. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2018 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL · 2018-04-29 · que as crianças devem se tornar normais para contribuir para o mundo. (DRAGO, ... desde loucos, doentes até como

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A AFETIVIDADE, O PROFESSOR E O ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO

E APRENDIZAGEM

Por: Regina Célia Teixeira de Freitas

Orientador

Prof. Ms. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2018 DOCUMENTO P

ROTEGID

O PELA

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A AFETIVIDADE, O PROFESSOR E O ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO

E APRENDIZAGEM

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Educação Especialista

Inclusiva.

Por: Regina Célia Teixeira de Freitas

Rio de Janeiro

2018

3

AGRADECIMENTOS

A minha orientadora, que se portou

como só o fazem os mestres. Por

acreditar no meu trabalho, por suas

manifestações de apoio e dedicação

agradeço e expresso o meu respeito,

admiração e carinho.

...Ao bom Deus, pois sem ele não teria

conseguido vencer esse desafio me

dando coragem e superação.

4

DEDICATÓRIAS

... Minhas amigas de trabalho e estudos que

me apoiaram e incentivaram para continuar e

chegar ao fim dessa árdua monografia. Em

especial Shirlei Chagas que se manteve

comigo durante todos os meus estudos.

...Dedico aos meus queridos filhos que me

acompanharam durante os meus estudos, me

apoiando nos meus momentos de desespero.

... Aos meus familiares que devido aos estudos

me mantive ausente. Obrigada por compreender

este momento em minha vida.

5

RESUMO

O presente estudo tem como finalidade abordar as dificuldades de aprendizagem

e integração por crianças com Necessidades Educacionais Especiais no âmbito

escolar, e como a afetividade faz-se necessária na construção de conhecimentos

por essas crianças, se tornando um grande desafio em sala de aula, tanto para

o professor quanto para a escola e família. Vários estudos relacionam a

afetividade como instrumento na educação especial, não se revela apenas em

deduções ou experiências de alguns professores, ela é constatada ao se estudar

as emoções e o desenvolvimento da educação emocional e seus aspectos, onde

se faz necessário o professor ter esse conhecimento. A Educação inclusiva

compreende a educação especial dentro da escola regular e transforma a escola

em um espaço para todos. Ela favorece a diversidade na medida em que

considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum

momento de sua vida escolar. Temos como objetivo geral, analisar as

possibilidades de estimular a afetividade na criança em processo de inclusão

para melhorar sua interação com os conteúdos, o papel da escola e a sociedade

no reconhecimento da deficiência existente em cada ser. Ter um olhar

abrangendo os professores, alunos e a família, diante da proposta de inclusão

escolar. Buscando especificar e, detalhando as dificuldades encontradas pelas

escolas e alunos frente à inclusão. Sabendo-se que a inclusão é uma força para

a renovação da escola, levando a escola e professores a procurar

especializações e formular estratégias para receber esses alunos. Educação

Inclusiva é um processo pedagógico, mas se puder contar com a afetividade de

todos os envolvidos, ajudará muito.

6

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de revisão de literatura do tipo qualitativa descritiva,

para melhor auxiliar e orientar escolas, professores, alunos e pais no

acolhimento de todas as pessoas com Necessidades Educacionais Especiais no

sistema de ensino, e de como a afetividade pode ajudar nesta integração.

A base de dados utilizados para esta pesquisa foram endereços eletrônicos

como: Sacie-lo, Google Acadêmico, Revistas de psicopedagogia científica e

livros de psicopedagogia. A escolha dos artigos se restringiu à discussão de

critérios para se definir o desenvolvimento infantil com a ajuda da afetividade.

As palavras-chave empregadas: Inclusão, afetividade e Educação Inclusiva

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8

CAPÍTULO I

DIFICULDADES EDUCACIONAIS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA ....................11

CAPÌTULO II

RELAÇÃO DA AFETIDADE E DESENVOLVIMENTO MENTAL DA

CRIANÇA.......................................................................................................... 20

CAPÍTULO III

A ESCOLA, O PROFESSOR E O AFETO........................ .............................. 29

CONCLUSÃO .................................................................................................. .38

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................40

8

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, vem se notando um elevado crescimento na

rede de ensino regular de alunos portadores de necessidades educacionais

especiais, levando assim, a mais pesquisas com objetivo de desenvolver

métodos e aplicações educacionais voltadas a incluir esses ditos especiais, pois

até pouco tempo, a escola se preocupava somente com as áreas acadêmicas, e

sua principal função era ensinar e avaliar com objetivo de selecionar alunos.

Discutir sobre a inclusão de alunos portadores de necessidades

educacionais especiais e como ela deve acontecer no contexto escolar, têm sido

um tema bem polêmico, pois não basta somente que seja incluído em classes

normais, mas principalmente que seja atendido nas suas necessidades de

interagir com o meio em que vive, pois são postos à margem das questões

sociais, culturais e educacionais e não são vistos pela sociedade por suas

potencialidades, mas pelas limitações impostas por sua condição.

Esse conceito de inclusão vem mudando, não somente nas

legislações que regem esse direito, mas os alunos com necessidades especiais

que antes eram levados para escolas especializadas ou eram classificados como

fracassados dentro do sistema escolar, agora vem despertando uma verdadeira

preocupação em atender esses alunos e integra-los de maneira efetiva nas salas

de aula, dando-lhes apoio social e educativo.

A educação Inclusiva deve ser baseada em afetividade, paciência,

criatividade, dedicação e principalmente respeito a um ser humano.

Não devemos esquecer-nos do significado de educar que consiste em

estar junto, construir, vivenciar, atuar, trocar, ceder, descobrir e humanizar,

estabelecendo uma interação dinâmica com o grupo.

9

Educar significa também respeitar a criança, sabendo que ela é um

ser que tem características, sensibilidade e lógicas próprias. Assim,

desenvolvimento, transformação, crescimento são partes desse processo global.

O presente estudo tem como finalidade de apontar a importância da

afetividade no processo de ensino/aprendizagem, dinamizando o processo

educativo, sabendo-se que o afeto é de grande importância na vida humana e

que deve fazer parte em todas as fases da vida.

Devido à dificuldade em incluir os alunos com necessidades

especiais, e mais ainda, inclui-los nas atividades escolares, contribuindo com

seu desenvolvimento cognitivo, físico e sensorial, faz necessário analisar às

fomas pelas quais os professores poderão atender esses alunos, tendo a

afetividade como mediadora das ações inclusivas, pois cada vez maior a

entradas desses alunos na escola regular.

Existem objetivos pré-existentes que dizem respeito à criança que

abrangem os aspectos sócio afetivos, cognitivos e físicos, mas para atingi-los é

preciso não perder de vista a dinâmica das relações entre as pessoas no

contexto escolar, a história de vida de cada um dos envolvidos e as

características de cada faixa etária.

E não menos importante, a vivência familiar, a possibilidade de

ampliar essa vivência entre outras crianças, num ambiente propício, com uma

metodologia que considere suas necessidades e características, favorece e

enrique seu desenvolvimento. Escola e família não se excluem se completam, e

na interação que a criança constrói o seu conhecimento.

Através do desenvolvimento do intelecto, que tem duas vertentes

importantíssimas que são o cognitivo e o afetivo, e ambos quando bem

trabalhados e desenvolvidos nos portadores de necessidades especiais, vai

dinamizar e dar sentido ao processo educativo, pois quanto mais cedo ocorrer

essa intervenção, melhor será para esse aluno, pois o afeto dado desde muito

cedo, determina o modo com que um indivíduo se desenvolverá, contribuído com

a construção da autoestima das pessoas desde a infância, pois quando uma

10

criança recebe afeto das pessoas com quem convive, seja em casa seja na

escola, consegue crescer e desenvolver-se com segurança e determinação.

Não menos importante, a formação do professor é primordial para que

o processo de inclusão ocorra, pois ele precisa estar preparado para situações

diversas no contexto escolar, além de ser necessário um conhecimento na área

de educação especial, é preciso que ele tenha um excelente relacionamento

interpessoal com todos os alunos, baseado no diálogo, no respeito e no afeto,

pois na maioria das vezes, o professor preocupa-se mais com os conteúdos a

serem ensinados e menos com a inclusão da afetividade em sua prática

pedagógica.

Devido a isso, devemos encarar a afetividade como um mecanismo

indispensável na construção da aprendizagem, uma vez que é responsável por

criar vínculos imprescindíveis na produção do saber pelos alunos.

Penso que no processo de inclusão ela se torna ainda mais

importante, visto que todo o grupo lida com o desconhecido e precisa sentir-se

amparado.

11

CAPÍTULO I

DIFICULDADES EDUCACIONAIS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A definição de um aluno como um ser deficiente e, portanto incapaz,

deve-se não somente à forma incompreensiva da sociedade analisar as

necessidades educacionais especiais - NEE desse aluno, mas principalmente

devido a um atraso e dificuldade na aquisição de aprender e se desenvolver

fisicamente e mentalmente, já que, na maioria das vezes, o acesso a ela é

inexistente.

Esse atraso envolve todos os aspectos da aprendizagem e do

desenvolvimento cognitivo dos portadores de Necessidades Educacionais –

N.E.E.

Cabe esclarecer, segundo Miranda (2003), que há diferença da

educação especial com o ensino inclusivo, embora esteja inserido neste

contexto. Inclusão escolar é acolher todas as pessoas, sem exceção, no sistema

de ensino, independentemente de cor, classe social e condições físicas e

psicológicas, e o termo educação especial é associado mais comumente à

inclusão educacional de pessoas com deficiência física ou mental.

A educação inclusiva tem como um de seus princípios a valorização

da diversidade, respeito aquele que é diferente e não inferior:

Segundo Drago, 2014:

O princípio fundamental da educação inclusiva e a valorização

da diversidade e da comunidade humana. Quando a educação

inclusiva é totalmente abraçada, nós abandonamos a ideia de

que as crianças devem se tornar normais para contribuir para o

mundo. (DRAGO, 2014, p 30)

São enfrentadas segundo Beyer (2013), grandes barreiras por todos

aqueles que defendem a questão legal, preconceitos, problemas conceituais,

desrespeitam as interpretações tendenciosas de nossa legislação educacional,

12

distorcem o sentido da inclusão escolar, reduzindo-a unicamente à entrada de

alunos com NEE no ensino regular.

Torna-se fundamental a diferença entre a teoria e a prática na ação

docente, no sentido de garantir de fato a entrada, a permanência e o sucesso da

pessoa com NEE em seu processo de escolarização.

Como cita Beyer (2013), passamos de uma escola onde predominava

a separação, separação essa das crianças com necessidades educativas

especiais de todos os outros meninos, para uma visão integradora em que se

defende uma escola para todos onde todos têm a oportunidade de poder usufruir

e aprender.

Os alunos com NEE são aqueles que podem necessitar de apoios de

serviço de Educação Especial durante todo o seu percurso escolar, de forma a

facilitar o seu desenvolvimento acadêmico, pessoal e soco emocional.

O foco do ensino especial é permitir que alunos especiais interajam

com os outros alunos em escolas dita comuns (que não são especiais, ou seja,

que são mistas) e que possam participar desse ensino-aprendizagem como

verdadeiros atuantes.

Apresenta uma proposta interessante para aprendizagem, onde a

capacidade de aprender que o ser humano tem, o faz ter uma melhor interação

com o meio que o rodeia, verificando-se que a maior parte da aprendizagem que

o homem adquire é consequência de imitações de outras pessoas, pois são as

diferentes ideias e níveis de compreensão que enriquecem o processo do

aprender.

A aprendizagem pode ser simultaneamente influenciada e

condicionada por diversos elementos como interações entre professores e

alunos, levando ao sucesso do processo de fixação das novas informações,

ocorrendo a interiorização de uma série de comportamentos e capacidades

intelectuais, aquisição de novos conhecimentos e o desenvolvimento de

competências, estando em constante ação de ampliar seus conhecimentos, pois

o ser humano é em sua essência capaz de procurar novas informações e ainda,

procurar novos métodos que permitam a melhoria do seu saber.

13

No decorrer da história, o portador de alguma necessidade especial

foi alvo de incompreensão, apresentada apenas por aspectos negativos onde

esses eram vistos de várias formas, desde loucos, doentes até como pessoas

castigadas pelos Deuses, estes viviam à margem da sociedade, pois eram

considerados ineducáveis, portanto não tinham direitos, principalmente à

educação.

Segundo Barbosa (2015), a necessidade de constituir uma escola em

que a prática pedagógica seja estruturada de modo a contemplar as

necessidades de todos, de forma igualitária, foi discutida e assumida a partir de

documentos legais nacionais e internacionais, como a Constituição Federal de

1988 (BRASIL, 1988), a Declaração Mundial Sobre Educação para Todos

(UNESCO, 1990), a Declaração de Salamanca (Espanha, 1994) e a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996).

A Declaração de Salamanca é um documento de referência

internacional que aborda a importância da inclusão escolar, objetivando fornece

diretrizes básicas para a formulação e reforma de políticas e sistemas

educacionais de acordo com o movimento de inclusão social, tomado como

referência pela área da educação Especial.

No início deste século, há um incremento da legislação que contempla

a pessoa com deficiência, como a Convenção da Guatemala (2001), a

Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada e incorporada

a Constituição como Decreto Legislativo nº 186/2008 (BRASIL, 2008) entre

outros dispositivos legais.

Ainda, foi a favor da diversidade e pensando no direito de todos de

aprender que a lei no. 7.853 (que obriga todas as escolas a aceitarem matrículas

de alunos com deficiência e transforma em crime a recusa a esse direito) foi

aprovada em 1989 e regulamentada em 1999.

Graças a isso, segundo Junior (2000), o número de crianças e jovens

com deficiência nas salas de aula regulares não para de crescer: em 2001, eram

14

81 mil, em 2002, 110 mil; e em 2009, mais de 386 mil, aí incluídas as deficiências,

o transtorno global do desenvolvimento e as altas habilidades.

Apesar de ter uma série de portarias, normativas, resoluções,

decretos e leis para assegurar e regulamentar o atendimento educacional de

estudantes com NEE e reforçados pela Lei Brasileira de Inclusão da pessoa com

deficiência, não é suficiente para suprir as necessidades que um portador de

NEE necessita, então, não basta estar garantido na constituição, mas demanda

modificações profundas e importantes no sistema de ensino para que a inclusão

aconteça.

Mas, todas essas medidas provocaram mudanças, citado por Cunha

(2014) levando o crescimento do número de matrículas de estudantes com

algum tipo de necessidade educacional especial – NEE, apesar de muitas

escolas não acompanharem esse caminhar, os alunos com NEE vão apenas

para socializar-se e não com o intuito de aprender.

Assim, a política nacional de educação especial trouxe um novo olhar

do que é inclusão, evidenciando o que muito discutido, mas pouco aplicado que

é a liberdade educacional do aluno em participar no seu processo de ensino

aprendizagem.

Mas segundo Cunha (2014), a inclusão de crianças e jovens com NEE

na educação básica ainda gera muita resistência no país. Há os que defendem

que os estudantes com deficiência frequente apenas as escolas especiais e os

que defendem as classes regulares como o melhor local para que eles aprendam

os conteúdos curriculares e convivam com os demais.

Entre os problemas citados por Mendes (2006), está a falta de

condições adequadas para a inclusão de aluno com NEE (físicos, equipamentos

e materiais pedagógicos, por exemplo) como de recursos humanos (acesso a

programas de formação continuada e/ou apoio de profissionais especializados.

Para que práticas inclusivas dos NEE se traduzam em ganhos

efetivos, são necessários investimentos substanciais em infraestruturas e na

contratação e na formação de profissionais. Segundo o Ministério da Educação

15

(MEC), há duzentas mil crianças e adolescentes com NEE fora das salas de

aula. A situação está longe da ideal, mas admite-se que o processo ainda está

em andamento.

Sendo assim, além do acesso, Ramos (2010) diz que outros

importantes aspectos definem parâmetros de organização adequados para

atender as crianças. De forma geral, os critérios de qualidade do trabalho na

Educação Inclusiva devem abranger desde as condições de funcionamento das

escolas (razão aluno/professor, tamanho de salas, qualidades de alimentação,

diversidade de materiais didáticos, especialização de professores, etc.), às

práticas pedagógicas, condições de trabalho e de formação dos diversos

profissionais que fazem parte do contexto escolar.

Sabe-se a importância de obter e vivenciar uma Pedagogia inclusiva,

pois a inclusão refere-se a educação como um todo, pois a educação é um direito

de todos, somos por natureza inacabados, isso traz a necessidade de sermos

incluídos em algum momento em algum lugar, devido a isso, compreende-se que

todos somos iguais por possuirmos necessidades e sonhos e ao mesmo tempo

diferentes por possuirmos diferentes necessidades.

Considera-se também casos na educação especial de pessoas com

problemas degenerativos muito severos, contudo, ainda que a impossibilidade

da inclusão física no espaço escolar, poderão ser incluídas no espaço

pedagógico e afetivo, por meio da atuação de profissionais preparados,

interessados e comprometidos.

Segundo Stainback (2007), quanto mais se fala em inclusão mais se

destaca a exclusão, mas deve-se concentrar o foco em algumas necessidades

ainda bastante carentes, não só quanto à capacidade docente mais também

quanto à metodologia e aos materiais de desenvolvimento. A educação de

alunos com N.E.E. é um trabalho multidisciplinar que requer especialista de

diversas áreas atuando na escola.

Inclusão é interagir com o outro, sem separação de categorias de

aprendizagem, sendo assim, um regime escolar único capaz de atender a toda

sociedade é o exercício da cidadania para todos, engloba progresso educacional

16

e social e a questão das mudanças torna-se imprescindível para que as escolas

se tornem centros de conexão total dos indivíduos, não só na mudança da

estrutura organizacional, mas também da reformulação de todos os aspectos

que envolvem a escola.

1.1. A importância da família.

É na família e com a mesma que o sujeito se moraliza, aprendendo

as questões do certo e errado, em lidar com as diferenças entre seus próximos

e compreender as regras vivenciadas em seu lar e futuramente em sua

sociedade.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) defende que toda

criança ou adolescente tem direito de ser criado e educado no seio de sua

família, recebendo dos pais a alimentação, cuidados e educação e esses

procurar por dar a seus menores essas bases.

Sendo assim, é na primeira infância que os principais vínculos são

estabelecidos, bem como os cuidados e estímulos necessários ao crescimento

e desenvolvimento que são fornecidos pela família, e é nela que aprendemos a

nos relacionarmos com o outro, portanto é na família que acontece a socialização

imediata do sujeito, pois em casa que se estabelece os primeiros contatos de

interação com o outro, convívio social e aprende o alicerce da educação,

portanto a construção dessa sociedade inclusiva começa na família.

Segundo Ribeiro (2003):

O ponto de partida é o olhar para esse agrupamento humano

como um núcleo em torno do qual as pessoas se unem,

primordialmente, por razões afetivas dentro de um projeto de

vida em comum, em que compartilham um quotidiano, e, no

decorrer das trocas intersubjetivas, transmitem tradições,

17

planejam seu futuro, acolhem-se atendem aos idosos, formam

crianças e adolescentes. (RIBEIRO, 2003, p:10).

Tanto a família como a escola, agindo em conjunto, é a chave para a

formação bem sucedida do estudante, desenvolvendo assim suas habilidades e

capacidades conforme seu desempenho global, preparando este para sua

integração em sociedade, desenvolvimento de suas funções e preparando para

exercer sua cidadania.

Cita ainda que no Art. 22 da Lei de Diretrizes Curriculares Nacional

para a Educação Básica que: “A Educação Infantil tem por objetivo o

desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos físicos, afetivo,

psicológico, intelectual, social, complementando a ação da família e da

comunidade.

A importância da família no desempenho do educando no âmbito

escolar é o que favorecerá tanto aos aspectos motores/físicos, como

emocionalmente e intelectualmente.

Sendo assim, para resultar em um desenvolvimento de qualidade e

eficaz, a escola e a família devem caminhar juntas para atingir o alvo comum

que é o bem estar e a aprendizagem da criança com necessidades especiais

incluída na rede regular de ensino.

A escola segue como parceira nessa aprendizagem, se encontrando

como segunda organização educadora o sujeito. Seja ainda na tenra idade, na

desconstrução de seu egocentrismo ou até as matérias universitárias mais

complexas.

Por isso, conforme Silva (2013) é de extrema importância criar um elo

de comunicação entre a família e a escola. Ambas necessitam uma da outra. É

inegável que o afeto encontra-se presente nas relações familiares, sendo

caracterizadas na relação mútua entre os pais e destes para com seus filhos,

que se vinculam não só pelo sangue, mas por amor e carinho.

Portanto, a criança deverá sentir-se segura, acolhida e protegida por

todos envolvidos no seu processo de aprendizagem e para tanto é necessário

que a família, comunidade e escola estejam sempre presentes. Por isso é

necessário a participação de todos comprometidos, e com o mesmo objetivo,

18

demonstrando afetividade para que a criança possa ter condições de

desenvolver plenamente seu cognitivo.

1.2. Afetividade na educação de alunos com Necessidades Educacionais

Especiais.

A educação é uma questão humana e não somente constitucional,

aprendemos segundo Saltini e Caravenaghi (2014), por uma condição biológica

e não somente pelo rigor de regras a serem seguidas, mudar esse ciclo natural

é tentar limitar a inteligência.

Cientificamente provado, todas as pessoas é afetada tanto por

elementos externos (uma informação que recebe do meio ou um objeto que

chama atenção) quanto por sensações internas (medo, alegria, fome, etc.) e

responde a eles, essa condição humana recebe o nome de afetividade e é crucial

para o desenvolvimento. Todo ser humano é afetado positivamente e

negativamente e reage a esses estímulos.

Segundo Cunha (2014), o afeto é fundamental na utilização como

ferramenta da psicopedagogia, mostrando que não se deve ficar presa apenas

a conteúdos (conteúdo esses que devem auxiliar no desenvolvimentos das

capacidade).

O conceito de inconsciente abordado por Freud e o movimento

psicanalítico, foi um dos que desfiaram a entender cognição e afetividade e

conforme Silva (2013) ainda cita, pensadores que abordaram o conceito de

afetividade como Henri Wallon, Vygotsky e Jean Piaget.

Tais pensadores deram a afetividade uma elevada relevância no

processo pedagógico, e seu desenvolvimento ocorrem através de vários

estágios, e nesses estágios, a inteligência e a afetividade vão alternando em

termos de importância. No primeiro ano de vida de uma pessoa, a afetividade é

predominante, pois o bebê se usa dela para interagir com o mundo que o

envolve.

19

A afetividade, no entanto, não é importante apenas nessa fase,

também determinará o tipo de relacionamento entre o professor e aluno, o que

terá um grande impacto na forma como o aluno adquire novos conhecimentos.

O indivíduo, sua evolução, não depende somente da capacidade

intelectual garantida pelo caráter biológico, mas também do meio ambiente que

vai condicionar a evolução, permitindo ou impedindo que determinadas

potencialidades sejam desenvolvidas.

A afetividade surge nesse meio e tem sido vista como uma

ferramenta a mais, com uma grande importância como papel facilitador no

processo de ensino-aprendizagem e na inclusão na educação.

Como afirma Santos,

2012:

Os portadores de deficiência precisam ser

considerados a partir de suas potencialidades de

aprendizagem. Sobre esse aspecto é facilmente

compreensível que a escola não tenha de consertar

o defeito, valorizando as habilidades que o deficiente

não possui, mas ao contrário, trabalhar sua

potencialidade, com vistas em seu desenvolvimento.

(SANTOS, 2012, p.:13).

Desta forma, entende-se que este não pode se constituir em um real

processo inclusivo. É necessário se procurar meio de trabalhar no seio da

comunidade escolar, com as famílias, alunos, professores, os potenciais, as

capacidades, os interesses dos indivíduos, tornando-os não só aceitos e

valorizados, mas sujeitos de seu processo de formação.

20

CAPÌTULO II

RELAÇÃO DA AFETIVIDADE E DESENVOLVIMENTO MENTAL DA CRIANÇA

O Cérebro humano é um órgão complexo, responsável por coordenar

muitas informações vindas dos sentidos, sistema imunológico e também das

emoções. Ele é o centro de controle do movimento, sono, fome, sede e quase

todas as atividades vitais necessárias à sobrevivência.

Emoções, como o amor, o ódio, o medo, a ira, a alegria e a tristeza,

também são controladas por esse órgão, que ainda recebe e interpreta os

inúmeros sinais apontados pelo organismo e pelo ambiente, é o principal órgão

de aprendizagem do ser humano.

Também chamado, segundo Relvas (2011) de encéfalo, faz parte do

sistema nervoso central e está localizado dentro da caixa craniana. O nosso

sistema nervosos central é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal. Sendo

assim o cérebro é formado a partir do encéfalo e constitui a parte mais

desenvolvida do encéfalo, sendo suas funções ligadas à capacidade cognitiva e

afetiva do ser humano.

Possuem ventrículos que são diferentes câmaras cheias de líquidos.

Este é composto por dois hemisférios justapostos e separados por um sulco e

cerebelo constituído por dois hemisférios direito e esquerdo. Possuem ainda o

tronco encéfalo que é uma estrutura contínua com a medula espinhal que se

esconde por trás do cerebelo e por dentro do cérebro.

Sabe-se que, segundo Relvas (2011):

O cérebro humano constitui-se em dois hemisférios cerebrais:

esquerdo e direito. O hemisfério esquerdo controla o lado direito

do corpo, e o hemisfério direito controla o lado esquerdo do

corpo. Cada hemisfério divide-se em lobo frontal, lobo parietal,

lobo occipital e lobo temporal. [...] Percebeu-se que o hemisfério

direito era mudo, mas não tolo. O esquerdo é resumidamente

21

verbal e analítico. O direito é rápido, complexo, espacial,

perceptivo e configuracional. (RELVAS, 2011, p.34)

Assim sendo, Araújo (2011) cita que o córtex cerebral envolve os

hemisférios cerebrais e é composto de massa cinzenta. A principal função do

córtex é ser responsável pelas operações das capacidades cognitivas. Ele é o

grande especialista nas modalidades sensoriais e tem uma organização de

forma hierárquica que atua com o ambiente e o processamento das funções

superiores.

Ao pensar na funcionalidade dos hemisférios cerebrais, faz-se

necessário compreender que cada hemisfério tem suas especificidades e não

exclusividades de funções, porém, para o desempenho das atividades diárias,

há uma comunicação entre eles. Dependendo da atividade proposta, um

hemisfério vai assumir a função, mas o outro hemisfério também irá participar.

Segue a organização de algumas funções específicas dos

Hemisférios Cerebrais:

Hemisfério Esquerdo:

Interpreta os acontecimentos;

Controle motor fino;

Escrita à mão;

É analítico;

Racional, Símbolos, Linguagem;

Compreensão de palavras;

Leitura, fonética, escuta, ritmos;

Localização de fatos e detalhes;

Conversação e recitação;

Seguimento de instruções;

Associação auditiva, percebe o tempo;

Reconhece números como palavras.

Hemisfério Direito:

22

Relações espaciais;

Interpretação e linguagem corporal;

Figuras e padrões;

Computação matemática;

Sensibilidade a cores;

Canto e música;

Expressão artística;

Criatividade, visualização;

Percebe simbolismo e metáforas de palavras e textos;

Reconhece rostos e gestos e movimentos faciais;

É subjetivo, impulsivo e reconhece música, lugares e objetos.

Essas importantes regiões possuem funções que nos ajudam

compreender como são os processos mentais que colaboram na aquisição, por

exemplo, da aprendizagem, tão importante para ações pedagógicas em sala de

aula com alunos com deficiência.

Faz parte ainda do encéfalo o hipotálamo, formando uma importância

área tendo como função, regular determinados processos metabólicos e outras

atividades autônomas como emoções e comportamentos, sendo assim vários

estímulos acontecem no hipotálamo, segundo Relvas (2011):

... A maioria das modificações de comportamento observadas

em experiências com hipotálamo de animais já foi também

observada no homem em experiências realizadas durante o ato

operatório, ou como consequência de traumatismo, tumores,

lesões vasculares ou infecções desta região. Parece, pois, fora

de dúvida que as manifestações emocionais são, pelo menos

em parte, coordenadas e integradas em nível hipotálamo

(RELVAS, 2011, p 103).

Faz-se necessário que o educador tenha em mente que a educação

emocional é real e fundamental. Pois para o desenvolvimento da Educação

Emocional, o educador precisa conhecer as ideias relativas à educação dos

23

hemisférios cerebrais, portanto, devemos estimular o aprendiz a aprender

amando-o, mostrando o interesse em seu rendimento.

Esse órgão, que possui inúmeras funções, também tem cerca de cem

bilhões de neurônios como estruturas básicas para seu funcionamento e suas

atividades cerebrais se dá pela transmissão de sinais elétricos.

Esses neurônios se adaptam e se modificam à medida que interagem

com o meio ambiente, essa interação é realizada por meio dos cinco sentidos,

portanto, são mutáveis, ou seja, possuem plasticidade podendo modificar sua

função.

Segundo Kleinman (2015), Muitos fatores no cérebro não foram bem

compreendidos, entre os neurocientistas, mas sabemos que o cérebro possui

uma plasticidade incrível, isso, é sofre alterações a todo o momento. Essas

alterações se dão no momento em que o cérebro é estimulado, modificando a

sua anatomia.

A plasticidade cerebral, refere-se a capacidade que o cérebro tem de

mudar ao longo da vida. É a capacidade adaptativa do Sistema Nervoso Central,

é a habilidade para modificar a organização estrutural e funcional em resposta

às experiências (estímulos ambientais).

Sendo assim, o cérebro humano tem a capacidade de se autor

reorganizar por meio de novas conexões entre células nervosas, os neurônios ,

fazendo suas sinapses.

A neuroplasticida acontece em três instâncias: quando nos

desenvolvemos (bebê, criança, adolescente, adultos e senioridade); quando

aprendemos (somos capazes de aprender até o último suspiro de vida) e

mediante um dano (um derrame ou outra tipo de lesão). O cérebro muda

fisiologicamente e funcionalmente.

Durante os primeiros anos de vida e durante a adolescência Araújo

(2011) diz que há mais possibilidade e capacidade de plasticidade no cérebro.

Com o tempo, o cérebro vai perdendo tal capacidade, porém vários são os

24

recursos para que possamos manter o que conquistamos e o que é útil e

importante.

A fisiologia cerebral é altamente complexa e tem o poder de influenciar

tudo que fazemos. O cérebro (Contendo cerca de 86 bilhões de neurônios,

ligados por mais de 1.000 conexões sinápticas cada) é o centro do sistema

nervoso, que responde pela adaptação do organismo ao meio ambiente.

A sua função é identificar e compreender as condições ambientais

externas, bem como as internas ao próprio organismo, e preparar respostas a

essas mesmas condições, controlando o comportamento, seja ativando

músculos, seja causando a secreção de substâncias químicas.

Além disso, apresenta também a capacidade de raciocínio e

estímulos para as mais variadas ações e com o envelhecimento sofre

modificações importantes.

Aprender nada mais é que modificar as conexões dos neurônios no

cérebro. Exemplo disso que quando nascemos não sabemos que língua vamos

falar. Dependendo do que vê e ouve, nosso cérebro vai decidir se vamos falar

inglês, português, ou outra língua.

Segundo Delduque (2016) o nosso cérebro possui três áreas de vital

importância, ou seja, a parte sensorial que recebe e processam as informações

vindas do ambiente e criar uma representação mental, a parte motora que gera

uma resposta de acordo com as informações vindas da parte sensorial e córtex

pré-frontal que é parte associativa que fornece complexidade ao nosso

comportamento atribuída emoções e decidindo o que deve ser feito ou não.

As emoções fazem com que o nosso cérebro ative o sistema de

recompensa dando um valor positivo ou negativo, ao nosso corpo, que vai gerar

a motivação. Temos expressões humanas que são universais: felicidade,

tristeza, surpresa, nojo, raiva e medo.

Aprender significa a modificação do cérebro pela experiência. Isto não

quer dizer que aprender aumenta as sinapses, e sim, que deram certo e elimina-

se que não dão certo.

25

Quem não tem uma boa experiência sensorial prévia não tem como

imaginar e criar. A reativação das representações interna, a capacidade de

visualizar mentalmente aquilo que não está presente e de criar caminhos novos

usando a criatividade depende da experiência. Contudo, está reorganização e

distribuição das funções acontecem desde que o cérebro seja usado.

É muito comum quando alguém perde o movimento de algum membro

o cérebro se reorganizar para usar outro.

Com uma idade mais precoce, temos janelas de oportunidades que

podem ser definidas como períodos em que o cérebro está mais apto a processar

algumas habilidades.

Isto não quer dizer que depois deste período não se aprenda. Até os

dez anos aprender uma nova língua é mais fácil mas não quer dizer que não

possamos aprender depois desta idade.

Contudo, não podemos de deixar de lado os fatores que interferem na

aprendizagem que são: atenção, prática, método e motivação.

Se o aluno não consegue prestar a atenção, selecionar

adequadamente os estímulos, permanecer concentrado por um período mais

prolongado de tempo e não sabe separar os aspectos relevantes dos irrelevantes

para a execução de uma aprendizagem dificilmente ele vai aprender.

Para que isto seja possível ele tem que ter boas conexões cerebrais,

boa alimentação e estímulos adequados. A atenção é a porta de entrada para a

aprendizagem pois ela filtra os estímulo do ambiente.

Segundo Delduque (2016), motivação todos nós temos mas, para

manifestá-la, o aluno tem que ser encorajado, tem que receber retorno positivo

e o nível da atividade e o método tem que estar adequado as suas necessidade

e capacidades. Tendo vontade, prazer e engajamento o aluno pratica mais e,

quando mais prática, mais melhora e mais motivação tem para aprender.

Sabe-se que cérebros que foram criativamente, potencialmente,

competentemente bem trabalhados, estimulados, encorajados acabam por criar

26

uma espécie de reserva inteligente que nada mais é do que está reserva

cognitiva. Preparando o cérebro para utilizá-la quando tiver algum problema.

Desta forma, sabemos que o cérebro melhora e se torna mais capaz

pelas experiências que passa, pelas relações que estabelece, pelo interesse que

busca. O ambiente é então um mediador, assim facilita, promove, estimula,

como, possibilita, encoraja, reforça para que a criança e o adolescente

amadureçam e desenvolvam o melhor deles, sendo assim o mediador é uma

parte muito importante para a plasticidade cerebral dos alunos.

Mesmo quando o aluno tem alguma NEE tem dificuldade ele poderá

avançar, melhorar através de estímulos apropriados, pois serão possíveis novas

conexões e alterações nas estruturas e funções cerebrais.

2.1 Funções afetivas e cognitivas

Pensar e sentir são ações inseparáveis, apesar da afetividade e a

inteligência serem de naturezas distintas, ou seja, a energética da conduta vem

da afetividade e as estruturas vêm das funções cognitivas, e assim o campo total

junta ao mesmo tempo o sujeito, as relações e os objetos, todos sendo

fundamentais para que ocorram as condutas e as interações entre sujeitos e

objetos.

Sendo assim, é impossível encontrar condutas procedentes somente

da afetividade sem elementos cognitivos e vice-versa, percebe-se então que

toda ação e pensamento comportam um aspecto cognitivo, representado pelas

estruturas mentais, e um aspecto afetivo, representado por uma energia, que é

a afetividade.

A importância segundo Kleinman ( 2015), do estudo da afetividade

não consiste apenas pelas concepções de inteligência, mas também quando se

observa que esse é um aspecto da mente humana definidor de vários

comportamentos e atitudes, dando como exemplo os nossos afetos, que vão

determinar ( em muitos momentos) uma maior ou menor motivação para estudar

esse ou aquele tema, sendo assim os afetos, sejam emoções ou sentimentos,

27

também têm uma função importante na motivação da conduta e para a

aprendizagem.

O sistema cognitivo consiste na relação entre as funções de memória,

atenção, linguagem, percepção e funções executivas, desde o comportamento

mais simples até os de maior complexidade, e elas se interagem entre si.

Quando se fala de cognição, geralmente fazemos referência a tudo o

que está relacionado com o conhecimento, ou seja, a acumulação de

informações que adquirimos através da aprendizagem ou experiência.

Precisamos então, de estímulos constantes através dos diferentes

sentidos e informações para que sejam convertidas em conhecimento e assim

ajudar a adquirir novo saberes e criar uma interpretação do mundo que nos

rodeia.

Segundo Alves (2015), é de grande importância o professor usar a

afetividade como ferramenta para o desenvolvimento cognitivo das crianças com

NEE, pois a afetividade exerce um papel fundamental nas correlações

psicossomáticas básicas, além de influenciar decisivamente a percepção, a

memória, o pensamento, a vontade é as ações, sendo um componente

importante para a aprendizagem.

Todo processo cognitivo possui um lado afetivo, a afetividade

apresenta-se como um aspecto interdisciplinar capaz de alterar até mesmo

processos biológicos, isso reforça que a afetividade exerce influência direta nos

mecanismos do corpo.

Como afirma Alves (2015),

Deve-se dar especial atenção ao desenvolvimento

afetivo dos educandos, visto que o funcionamento

total do organismo, em qualquer momento e

circunstância, envolve um significado e indissociável

parcela de sentimentos e emoções. (ALVES, 2015,

p.: 11).

28

Não podemos deixar de avaliar os alunos com NEE, pois

normalmente as pequenas mudanças não são nítidas aos olhos do educador,

não conseguindo contemplar transformações em si e no aluno. No entanto, esse

diagnóstico se dá ao analisar o antes e o depois do aluno e do professor como

um todo.

29

CAPÍTULO III

A ESCOLA, O PROFESSOR E O AFETO.

Sabe-se que a segunda instituição educadora a qual o indivíduo tem

ligação é a escola, a primeira é a família que o indivíduo está inserido (estes são

os primeiros ensinastes), aonde aprende a relacionar-se e assimilar à ética e a

moral que vão nortear a sua vida. A escola amplia essa educação trazida da

família, já adquirida, e estimula novas visões e áreas.

Em termos de lei, e a viabilidade operacional do sistema escolar,

público e particular, nos diferentes estados brasileiros, a distância é significativa

entre o ideal de integração/inclusão, e os recursos humanos e materiais

disponíveis.

É preciso mudar a escola e mais precisamente o ensino nelas

ministrados. A escola aberta para todos é a grande meta e, ao mesmo tempo, o

grande problema da educação.

Conforme e definido por Barbosa (2015) é importante que a escola

tenha um olhar voltado para o aluno em seus aspectos cognitivos e afetivos,

desenvolvendo metodologias que visam à construção de conhecimento

vinculado à realidade do educando sem deixar de oferecer as novas tecnologias

e possibilitando a sua formação ampla, vendo o aluno como um todo, não

excluindo, nem segregando aqueles que possuem dificuldade de aprendizagem,

pois quando o indivíduo se sente excluído, precisa de uma equipe estruturada

para ajudá-lo com as questões cognitivas, sócio- afetivas e com a autoconfiança.

O ensino inclusivo toma por base a visão sociológica de deficiência e

diferença, reconhece assim que todas as crianças são diferentes, e que as

escolas e sistemas de educação precisam ser transformados para atender às

necessidades individuais de todos os educandos, com ou sem necessidade

especial.

30

De acordo com Maciel (2016), a inclusão não significa tonar todos

iguais, mas respeitar as diferenças. Isto exige a utilização de diferentes métodos

para se responder às diferentes necessidades, capacidades e níveis de

desenvolvimento individuais.

O ensino integrado é algumas vezes visto como um passo em direção

à inclusão, no entanto sua maior limitação é que se o sistema escolar se mantiver

inalterado, apenas algumas crianças serão integradas.

Como cita Maciel (2016), no Centro Nacional de Reestruturação e

Inclusão Educacional, diz:

Educação Inclusiva significa provisão de oportunidades

equitativas a todos os estudantes, incluindo aqueles com

deficiência severa, para que eles recebam serviços eficazes,

com os necessários serviços suplementares de auxílios e

apoios, em classes adequadas à idade, em escolas da

vizinhança, a fim de prepara-los para uma vida produtiva com o

membro plenos da sociedade. (MACIEL, 2016, p:21)

A escola está ligada a um princípio que idealiza imaginar um mundo

melhor. É considerado que o ideal para todos ter o mesmo direito com educação

de qualidade, e a maior preocupação é idealizada na escola, aonde pudesse

garantir trabalho voltado, a dificuldade de cada um, profissionais preparados

para atender os de forma que fosse eficaz através do trabalho diferenciado. É na

escola que produz esse sintoma social, como citado por Weiss, 2004:

Professores em escolas desestruturadas, sem apoio material e

pedagógico, desqualificados pela sociedade, pelas famílias,

pelos alunos não podem ocupar bem o lugar de quem ensina

tornando o conhecimento desejável pelo aluno. É preciso que o

professor competente e valorizado encontre o prazer de ensinar

para que possibilite o nascimento do prazer de aprender. O ato

de ensinar fica sempre comprometido com a construção do ato

de aprender, faz parte de suas condições externas. A má

qualidade do ensino provoca um desestímulo na busca do

conhecimento. (WEISS, 2004, p14).

31

A maior influência do processo escolar é exercida pelo professor que

precisa ter o conhecimento de como se dá o desenvolvimento emocional e

comportamental da criança em todas as suas manifestações.

Segundo Ribeiro, 2003:

Para que haja um desenvolvimento harmonioso é importante

satisfazer a necessidade fundamental da criança que é o amor.

(...) O professor, na sua responsabilidade e no seu

conhecimento da importância de sua atuação, pode produzir

modificações no comportamento infantil, transformando as

condições negativas através das experiências positivas que

pode proporcionar. Estabelecer, assim, de forma correta, o seu

relacionamento com a criança, levando-a a vencer suas

dificuldades (RIBEIRO, 2003, p. 40).

Na educação de alunos com NEE a afetividade contribui para o

desenvolvimento cognitivo. Assim, como não existe comportamento somente

cognitivo, a afetividade não se manifesta apenas em gestos de carinho físico,

mas também em uma preparação para o desenvolvimento cognitivo, pois é

fundamental na relação das pessoas que estão em contato direto nas diversas

fases do desenvolvimento infantil da criança.

Alves (2015), cita que deve-se ter a mediação correta do professor

(intenção, reciprocidade e transparência). O professor precisa, utilizando muito

também o afeto, como mediador das aprendizagens.

Para tal avanços se faz necessários, como citado no capítulo 2,

conhecer as ações cognitivas e o que é esperado após ser dado um estímulo,

um conteúdo e ou uma atividade proposta. Identificando as saídas das

informações recebidas pelo NEE, o professor conseguirá identificar possíveis

dificuldades precocemente e, assim, atuar nas capacidades e habilidades que o

aluno já tem para modificar o que ele ainda precisa alcançar.

A afetividade faz com que se desenvolva um sujeito crítico, autônomo,

e responsável, ela deve permear em todos os momentos do desenvolvimento da

vida da criança, em qualquer lugar ou momento que ela esteja, ela se desenvolve

32

como ser humano através de suas experiências vividas, a afetividade deve estar

presente em todos os momentos.

A afetividade na escola proporciona autoconfianças e autoestimas.

Por meio de uma relação segura, alunos e professores trabalham a interatividade

e a troca de experiências, evidenciando os valores e o afeto, facilitando a

comunicação, incentivando seus desejos e vontades, valorizando suas

qualidades e aptidões, promovendo a união e capacidade de cada um, não

importando sua deficiência.

Tendo como base que o equilíbrio emocional contribui para o

processo de aprendizagem, o aluno é motivado pelo professor que vai preparar

e organizar o universo da busca e do interesse através de aplicações práticas

daquilo que está sendo ensinado e apresentado para que o aluno aprenda mais

facilmente.

Deve-se integrar valores e educar de uma forma criativa e dinâmica,

onde todos os espaços e momentos vivenciados na escola favoreçam a

construção da aprendizagem e da autonomia, em um ambiente que ofereça

oportunidades e possibilidades lúdicas e interativas.

Assim todos os alunos, com ou sem NEE, vão construindo o seu

conhecimento e desenvolvendo (cada qual ao seu tempo), aprendendo a

respeitar as regras, os direitos e os limites da convivência em sociedade.

E não menos importante temos o papel da família, sendo parte

integrante do contexto de sociedade que vem sendo analisado nas linhas de

pensamento acima, a família torna-se elemento fundamental, pois está inserida

em todo contexto de sociedade, depositando na escola suas expectativas,

ambições, angústias, necessidades e sonhos. É no ambiente familiar que aflora

aquele que é o sujeito de todos esses estudo, a criança/aluno.

Segundo Visca (2000), em algum ponto do sistema educativo, na

formação do docente, na exigência dos conteúdos, na fragmentação curricular

ou possibilidades oferecidas aos alunos para o aprendizado, encontra-se um

desajuste que possa produzir o fracasso do desenvolvimento do aluno com NEE.

33

A aprendizagem é um processo interno, que se inicia no cérebro, que

consiste em mudanças permanentes, que se integram ao comportamento do

indivíduo, sendo assim, agindo diferente em situações diferentes.

São objetivos da educação infantil, como cita Barbosa (2015), de uma

forma sucinta, que se deve atender às necessidades próprias das crianças,

desenvolvendo integralmente as suas potencialidades enquanto pessoa,

introduzindo a criança à experiência sistemática da reflexão e construção do

conhecimento, desta forma, contribuindo para a sua estabilidade e segurança

emocional, levando-a a interagir de forma natural ao meio social que pertence,

como sua família e escola, contribuindo com sua formação moral e seu censo de

responsabilidade.

É importante estimular a criança alcançar cada uma das etapas do

seu desenvolvimento, dentro do seu próprio tempo, pois o processo é o mais

importante, é o que vai favorecer sua capacidade de expressão, comunicação,

imaginação, hábitos de higiene, seu estimulo a atividades lúdicas e sua

criatividade, não trabalhar somente em suas deficiências mas orientar esta

criança despindo-a de preconceitos.

Sendo assim, a prática da Educação Infantil, pois é onde tudo se

começa, o docente e a escola deve se organizar de modo que as crianças

desenvolvam característica (crianças com ou sem NEE) para ajudar seu

desenvolvimento futuro.

1. Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez

mais independente, com confiança em suas capacidades e percepção

de seus limites;

2. Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas

potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos

de cuidado com a saúde e bem-estar;

34

3. Estabelecer vínculos afetivos e de trocas com adultos ou crianças,

fortalecendo sua auto- estima e ampliando, gradativamente suas

possibilidades de comunicação e interação social;

4. Estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo

aos poucos articular seus interesses e pontos de vista com as demais,

respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e

colaboração;

5. Observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade,

percebendo-se cada vez mais como independente e agente

transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que

contribuam para sua conservação;

6. Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos

e necessidades utilizando as diferentes brincadeiras de linguagens

(corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às diferentes

intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser

compreendido, expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e

desejos e avançar seu processo de construção de significados,

enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;

A escola necessita acompanhar as descobertas e mudanças na forma

de ensinar, pois será mais fácil a inclusão daqueles que apresentam alguma

dificuldade para aprender, oferecendo subsídios e recursos para que se tenha

um estudo e uma leitura minuciosa dos processos cognitivos e dos mecanismos

psicológicos.

É um trabalho merecedor de muito amor e dedicação por parte do

professor, sabendo que a realidade das salas de aulas é a lotação e com isso

dificulta o professor identificar e atender individualmente o aluno, mas quando

possível buscar a orientação da prática psicopedagógica.

O professor é de grande importância em sala de aula, pois ele vai

ser o responsável pela inclusão do aluno em sala de aula, tendo um caráter de

mediador, pesquisador e agente da igualdade em sala.

35

A criança deverá ser acolhida e respeitada pelo professor dentro dos

seus interesses, dificuldades e diferenças, e o professor não deverá cair na

armadilha dos sentimentos de pena, e assim beneficiá-la.

Na visão de Schoeder e Mecking (2009) a meta do diagnóstico

psicopedagógico é investigar o processo de aprendizagem do indivíduo e seu

modo de aprender, identificar áreas de competência e limitações, visando

entender as origens das dificuldades e/ou distúrbio de aprendizagem

apresentado, sempre contando com ajuda multidisciplinar.

Não é apenas o aluno quem tende a ser beneficiado com uma

abordagem mais afetiva. A humanização da relação também pode levar o

professor a ampliar o seu desenvolvimento, pois há situações em que o educador

se sente profundamente frustrado por não conseguir atingir um aluno da forma

como havia planejado.

Se tivesse a possibilidade de conhecer esse aluno mais

profundamente, certamente o profissional perceberá a natureza das limitações

presentes na realidade daquela criança ou jovem. Com esta sensibilidade, o

professor passa a compreender melhor o seu próprio trabalho e as direções para

as quais o aluno pode avançar.

Os professores, em sua grande maioria, são formados apenas para

passarem os conteúdos, em alguns casos até afastando esses profissionais da

atuação na educação infantil, fortemente pautada pela interação afetiva

desprivilegiada nos cursos de formações.

Não está apenas nas mãos dos professores, porém, a

responsabilidades de construir uma escola mais afetiva. A família também tem

um importante papel como reguladores das relações, além de poderem contribuir

com informações e estímulos.

E assim como o que se espera em sala de aula, este processo

também precisa ser pautado por sentimentos como o respeito e confiança.

Quanto melhores forem as condições dadas aos professores, melhor tenderá a

ser sua atuação, inclusive do ponto de vista afetivo.

36

Segundo Weiss (2004) a afetividade não se manifesta apenas em

gestos de carinho físico, mas também em uma preparação para o

desenvolvimento cognitivo, pois é fundamental na relação das pessoas que

estão em contato direto nas diversas fases do desenvolvimento infantil da

criança.

Através da afetividade nos portadores de NEE é possível ir além do

ensino tradicional em busca de relações concretas que auxiliam a aprendizagem

da criança, uma vez que ela não possui capacidade de abstração que permita

um ensino mais contrudista.

É fundamental abordar que a relação pedagógica deve nortear a

relação afetiva que terá influência no desenvolvimento do aluno, tendo em vista

diferenças individuais e comportamentais inerentes a cada necessidade do

aluno.

Entretanto Strieder (2012) cita que é preciso alertar: o uso da

afetividade não é sinônimo de sucesso escolar. Mas é essencial para que o aluno

dê os passos que é capaz de dar com segurança, mesmo que em princípio isso

signifique apenas ir para a escola com mais vontade ou cuidar com mais atenção

do próprio caderno ou ainda ter alguma percepção do meio.

Dependendo do aluno, essas ações podem significar, sim, grandes

conquistas. E quanto mais o professor estiver habilitado para enxergar essas

singularidades, mais rica e consistente tende a se tornar a sua atenção.

Fundamental para o processo de aprendizagem, a construção de uma

relação de qualidade com os alunos desafia educadores, na mesma medida em

que apresenta caminhos concretos para o enriquecimento dos processos em

sala de aula, pois o educador precisa entender que a educação emocional é real

e fundamental.

O educador deve estar atento e consciente de sua responsabilidade

de ensinar. O ambiente de sala de aula, que muitas vezes pode se mostrar frio,

severo e hostil aos alunos, deve ser recolocado, e reapresentado aos mesmos

de forma mais amena e amigável.

37

Quando a maioria das tarefas de sal de aula exige que a criança fique

parada e estática, com uma atenção direcionada ao que é exposto pelo

professor, certamente este local não será um dos mais atraentes a ela.

Não é difícil, dentro desse clima, surgir hostilidade da criança em

relação ao professor e ao ambiente escolar. Dentro dessas situações de conflito

facilmente observadas. Ele precisa compreender o aluno e seu universo em que

vive. Mas conhecer esse aluno implica em uma predisposição em demostrar

gestos de carinho para com o mesmo.

Cabe ao professor investigar mais esse aluno e, ao longo de sua

formação, não deixar que esse educando acumule raivas ou questionamentos.

O lado intelectual como cita Relvas (2011), ainda lado a lado com o afetivo.

Faz-se necessário compreender que o ser humano é uma miscelância

de peculiaridades, e são todos esses fatores que trazem a criança em situação

de deficiência um jeito único de aprendizagem.

Somos indivíduos únicos, onde se é inviável querer padronizar o

ensino-aprendizagem de todos, os meios podem até ser parecidos para todos,

mas a dinâmica de aprendizagem é individual. A afetividade, empatia,

motivação, o amor entre outros, devem permanecer constantes na relação

aluno-professor.

38

CONCLUSÃO

O presente estudo concluiu através dos trabalhos científicos

utilizados, que a afetividade manifestada na relação entre professor e aluno

constitui elemento inseparável no processo de construção do conhecimento,

uma vez que a qualidade da interação pedagógica vai conferir um sentido afetivo

para o objetivo de conhecimento e também, um ajuste afetivo se torna condição

necessária na escola para pleno desenvolvimento do aluno com NE E.

Para que o professor conheça bem seus alunos, é necessário que não

negligenciem os aspectos afetivos. É importante refletir sobre a importância da

afetividade em uma sala de aula nos anos iniciais do ensino fundamental, pois é

no âmbito escolar que é detectado a maioria dos alunos com NEE, de modo que

os alunos possam ser compreendidos, aceitos e respeitados.

É preciso ter sensibilidade para ouvi-los, dialogar com eles e apoiá-

los para que busquem superar as suas dificuldades.

Ensinar crianças e jovens com NEE ainda é um desafio. Nos últimos

dez anos, período em que a inclusão se tornou realidade, o que se caiu foi a

escola atendendo esse novo aluno ao mesmo tempo que aprendia a fazer isso.

Hoje ainda são comuns casos de professores que recebem um ou mais alunos

com deficiência e se sentem sozinhos e sem apoio, recursos ou formação para

executar um bom trabalho.

Mas a tendência, felizmente, é de mudança, embora lenta e ainda

desigual. A boa-nova é que em muitos lugares a inclusão [e é um trabalho de

equipe.

Os alunos com NEE, mesmo com suas diferenças, quando possuem

uma boa autoestima têm motivação para aprender, sendo necessárias ações

planejadas, formação teórica e sensibilidade de todos os envolvidos. O que esse

estudo evidenciou é que um ambiente de confiança e respeito mútuo,

39

proporcionado por afeto e promoção da autoestima, criam condições favoráveis

à aprendizagem.

Não houve dúvidas quanto a necessidade de desenvolver mais

estudos, no âmbito da educação especial, sugerindo a integração do

conhecimento do professor em sala de aula, psicopedagogas, escola, família,

que amparem a escola em diversificar seu método de ensino para os alunos que

tenham alguma dificuldade de aprendizado, tendo em vista que existe um

número reduzido de escolas fazendo esse tipo de ensino individualizado, e com

isso, ter mais providências a respeito da remoção de barreiras existentes entre

as várias etapas do fluxo da escola para valorização da autoimagem e

autoestima o aluno.

40

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43

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

DIFICULDADES EDUCACIONAIS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 11

1.1 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA 16

1.2 AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES

EDUCACIONAIS ESPECIAIS 18

CAPÍTULO II

RELAÇÃO DA AFETIVIDADE E DESENVOLVIMENTO MENTAL DA CRIANÇA

20

2.1 FUNÇÕES AFETIVAS E COGNITIVAS 26

CAPÍTULO III

A ESCOLA, O PROFESSOR E O AFETO 29

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

ÍNDICE 43

44