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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO Júlio Rodrigues da Silva ORIENTADOR: Prof. Marcelo Saldanha Rio de Janeiro 2017 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORALcontigo; porque este negócio é mui difícil para ti; tu só não o podes fazer. 19 Ouve agora minha voz, eu te aconselharei, e Deus

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

Júlio Rodrigues da Silva

ORIENTADOR: Prof. Marcelo Saldanha

Rio de Janeiro 2017

DOCUMENTO

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Pedagogia Empresarial. Por: Júlio Rodrigues da Silva

A EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

Rio de Janeiro 2017

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AGRADECIMENTOS

Todos que me apoiaram nesse trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha família.

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RESUMO

A pratica da administração é antiga, mas o estudo formal desses

campo do conhecimento é relativamente novo. Ela é essencial para

empreendimentos conjuntos. Entendemos que uma definição ampla e prática

de administração é a atividade que desempenha certas funções na aquisição,

distribuição e utilização de esforço humano e recursos materiais para realizar

um objetivo. O pensamento administrativo, portanto, é o conjunto de

conhecimentos existentes sobre gestão, suas funções, seu propósito e seu

escopo.

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METODOLOGIA

A metodologia usada neste trabalho foi exclusivamente baseada em

pesquisa bibliográfica.

Os autores utilizados nesta pesquisa foram: IDALBERTO

CHIAVENATO, FALCAO VIEIRA, DANIEL A. WREN, RUI OTÁVIO E

MAXIMIANO.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Os Primórdios da Administração 9

CAPÍTULO II

Abordagem Clássica da Administração 15

CAPÍTULO III

A Evolução das Teorias da Administração 36

CONCLUSÃO 58

BIBLIOGRAFIA 60

ÍNDICE 61

INTRODUÇÃO

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A administração como área sistematizada do conhecimento moderno

surgiu no início do século XIX para resolver um problema novo que se

apresentava para a sociedade.

Com o advento da Revolução Industrial, que propiciou a passagem

do sistema rural e feudal de organização social da produção para a produção

em larga escala, o novo e grande problema passou a ser descobrir qual a

melhor forma de organizar o trabalho e a produção.

Para tentar resolver um problema entre trabalho e produção,

estabeleceu-se uma nova maneira de estruturar o trabalho e a vida em geral

nas sociedades: a organização moderna.

A organização moderna trouxe novos desafios para a sociedade.

Apesar de se acreditar que ela seria capaz de fazer os indivíduos alcançarem

objetivos intangíveis individualmente, favorecendo o desenvolvimento e o

enriquecimento social, tornava-se necessário sistematizar o conjunto de

variáveis que atuava sobre e nesse novo objeto.

Este trabalho de pesquisa, procura apresentar as principais teorias

do pensamento administrativo, desde um contexto cultural passando pela

revolução industrial, destacando a evolução do pensamento administrativo.

No capítulo I, destacamos alguns conceitos culturais dos Hebreus

com Moises e alguns pensadores Gregos, assim como a influência da Igreja

Católica e influência da Organização Militar e a influência da revolução

industrial, todos esses eventos contribuíram para o pensamento e o conceito

de administração.

No capítulo II, destacamos a abordagem clássica da Administração,

aonde mostraremos a Obra de Taylor e administração cientifica, a Obra de

Fayol no seu foco na estrutura e Max Weber com a abordagem burocrática.

No capítulo III, mostraremos a evolução da teorias da administração,

dentro do pensamento das escolas de Relações humanas.

CAPÍTULO I OS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO

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A palavra Administração, pode ser definida de várias maneiras, vai

depender do conceito de cada autor, CHIAVENATO (2011) propõe alguns

conceitos:

• Administração é o processo de alcançar objetivos pelo

trabalho com e por intermédio de pessoas e outros recursos

organizacionais.

• Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e

controlar o trabalho dos membros da organização e utilizar

todos os recursos organizacionais disponíveis para alcançar

objetivos organizacionais definidos.

• Administração é o alcance de objetivos organizacionais de

maneira eficaz e eficiente graças ao planejamento, à

organização, a liderança e ao controle de recursos

organizacionais.

• Administração é o ato de trabalhar com e por intermédio de

outras pessoas para realizar os objetivos da organização,

bem como de seus membros

Segundo o relato bíblico no livro de Êxodo, cap. 18, v. 13-27, revela

o conselho de Jetro, sogro de Moises, notando as dificuldades do

genro em atender ao povo e julgar suas causas, após aguardar o

líder durante o dia inteiro em uma fila à espera de suas decisões

para cada caso, disse a Moises:

13 E aconteceu que, no outro dia, Moisés assentou-se para julgar o

povo; e o povo estava em pé diante de Moisés desde a manhã até à

tarde.

14 Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao

povo, disse: Que é isto, que tu fazes ao povo? Por que te

assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã

até à tarde?

15 Então disse Moisés a seu sogro: É porque este povo vem a mim,

para consultar a Deus;

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16 Quando tem algum negócio vem a mim, para que eu julgue entre

um e outro e lhes declare os estatutos de Deus e as suas leis.

17 O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes.

18 Totalmente desfalecerás, assim tu como este povo que está

contigo; porque este negócio é mui difícil para ti; tu só não o podes

fazer.

19 Ouve agora minha voz, eu te aconselharei, e Deus será contigo.

Sê tu pelo povo diante de Deus, e leva tu as causas a Deus;

20 E declara-lhes os estatutos e as leis, e faze-lhes saber o caminho

em que devem andar, e a obra que devem fazer.

21 E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a

Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos sobre

eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta, e

maiorais de dez;

22 Para que julguem este povo em todo o tempo; e seja que todo o

negócio grave tragam a ti, mas todo o negócio pequeno eles o

julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão

contigo.

23 Se isto fizeres, e Deus to mandar, poderás então subsistir; assim

também todo este povo em paz irá ao seu lugar.

24 E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro, e fez tudo quanto tinha

dito;

25 E escolheu Moisés homens capazes, de todo o Israel,

e os pôs por cabeças sobre o povo; maiorais de mil,

maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de

dez.

26 E eles julgaram o povo em todo o tempo; o negócio árduo

trouxeram a Moisés, e todo o negócio pequeno julgaram eles.

27 Então despediu Moisés o seu sogro, o qual se foi à sua terra.

1.1. Influência dos Filósofos

De acordo com Chiavenato(2011), desde os tempos da Antiguidade,

a Filosofia sugeriu muitos conceitos atuais de Administração.

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1.1.1 Sócrates

Sócrates (470 a.C.- 399 a.C.), o filósofo grego expõe seu ponto de

vista sobre Administração como uma habilidade pessoal separada do

conhecimento técnico.

1.1.2 Platão

Platão (429 a.C. - 347 a.C.), filósofo grego discípulo de Sócrates,

analisou os problemas políticos e sociais decorrentes do desenvolvimento

social e cultural do povo grego. Em sua obra A República, expõe a forma

democrática de governo como a preferida na administração dos negócios

públicos.

1.1.3 Aristóteles

Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), discípulo de Platão, foi o filósofo

mais influente até o início da Idade Moderna. Escreveu um livro chamado

Política, que versa sobre a organização do Estado, distingue as três formas de

Administração pública:

• Monarquia ou governo de um só (que pode redundar em

tirania).

• Aristocracia ou governo de uma elite (que pode descambar

em oligarquia).

• Democracia ou governo do povo (que pode degenerar em

anarquia.

1.2. Influência da Organização da Igreja Católica

De acordo com Chiavenato (2003), o exemplo da Igreja Católica também

influenciou na Administração, com a queda do Império Romano em 476 d.C., a

Igreja Católica passou a constituir a maior organização de sua época. Através

dos séculos, as normas administrativas e os princípios de organização pública

foram se transferindo das instituições dos Estados para as instituições da Igreja

Católica.

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A estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo para as demais

organizações que, ávidas de experiências bem sucedidas, passaram a

incorporar os princípios e normas utilizados pela Igreja Católica.

1.3. Influência da Organização Militar

De acordo com Chiavenato (2003), a organização militar influenciou

poderosamente o aparecimento das teorias da Administração. O general

filósofo chinês Sun Tzu (544 Tzu a.C – 496 a.C.), ainda reverenciado nos dias

de hoje, escreveu um livro a arte da guerra no qual trata da preparação dos

planos, da guerra, da espada embainhada, das manobras, da variação de

táticas, do exército em marcha, do terreno, dos pontos fortes e fracos do

inimigo e da organização do exército.

As lições de Sun Tzu ganharam versões contemporâneas de muitos

autores.

Na época de Napoleão Bonaparte (1769-1821), cada general, ao chefiar

seu exército, cuidava da totalidade do campo de batalha. Com as guerras de

maior alcance e de âmbito continental, o comando das operações exigiu novos

princípios de organização e um planejamento e controle centralizados em

paralelo com operações de campo descentralizadas. Com isso passou-se à

centralização do comando e à descentralização da execução das operações

militares.

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1.4. Influência da Revolução Industrial

Com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e sua

posterior aplicação à produção, surgiu uma nova concepção de trabalho que

mudou radicalmente a vida social e comercial da época, provocando profundas

e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social.

A chamada Revolução Industrial tem seu início na Inglaterra e que pode

ser dividido em dois períodos distintos:

• 1780 a 1860 - 1ª Revolução Industrial ou revolução do carvão e

do ferro.

• 1860 a 1914 – 2ª Revolução Industrial ou revolução do aço e da

eletricidade.

De acordo com RUI OTAVIO (2011) a Inglaterra foi o país pioneiro da

industrialização. A agricultura inglesa desenvolveu-se com a difusão de novas

técnicas e instrumentos de cultivo. O fim de uso comum das terras gerou o

trabalhador livre, expulso do campo onde não tinha mais condições de

sobrevivência e transformado em mão de obra urbana. A mecanização da

produção criou o proletariado rural e urbano, composto de homens, mulheres e

crianças, submetido a um trabalho diário exaustivo no campo ou nas fabricas.

Conforme DANIEL A. WREN (2007), as máquinas de Watt eram usadas

para bombear água e ar para altos fornos na fundição de metais.

Em 1781, Watt produziu sua maior inovação tecnológica: conseguiu

transformar o movimento de sobe e desce do balancim no movimento rotatório

de um motor. Isso proporcionou inúmeros novos usos para a energia do vapor,

como içar carvão e minério das minas, fornecer energia para cervejarias

e fábrica de óleo e, por fim, gerar energia para locomotivas e navios.

De acordo com RUI OTAVIO (2011), pode-se dizer que a primeira

revolução industrial passou por quatro fases:

• Mecanização da indústria e da agricultura – a máquina substitui o

trabalho do homem e a força motriz muscular do homem.

• Aplicação da força motriz á indústria – transformação das oficina

sem fábricas.

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• Desenvolvimento do sistema fabril – o artesão desaparece para

dar lugar ao operário de fábricas baseadas na divisão do trabalho.

• Aceleramento dos transportes e das comunicações.

A segunda Revolução Industrial foi marcada pela substituição do ferro

pelo aço e do vapor pela eletricidade; pelo aumento da especialização do

trabalho; e pelo desenvolvimento de novas formas de organização capitalista.

As duas Revoluções Industriais proporcionaram:

• Transferência da habilidade do artesão para a máquina;

• Substituição da força animal ou do músculo pela maior potência

da máquina;

• Fusões de pequenas oficinas em fábricas; desaparecimento das

unidades domesticas de produção;

• Fixação na melhoria dos aspectos mecânicos e tecnológicos de

produção e na regulamentação administrativa do operário como

principal preocupação dos empresários.

• O capital apresenta-se sob a forma de terras, dinheiro ,lojas e

máquinas.

• O agricultor, o comerciante, o industrial e o banqueiro, donos do

capital, controlam o processo de produção.

Com a revolução industrial, consolidou-se o sistema capitalista, baseado

no capital e no trabalho assalariado.

CAPÍTULO II

ABORDAGEM CLASSICA DA ADMINISTRAÇÃO

As origens da Abordagem Clássica da Administração remontam as

consequências geradas pela Revolução Industrial, em um contexto de

crescimento acelerado e desorganizado das empresas.

Segundo (FALCAO VIEIRA 2016), o aumento de empresas

industriais fez com que a concorrência ficasse mais acirrada, o que exigiu que

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as fábricas procurassem uma maior eficiência produtiva para competir com

êxito no mercado.

Conforme (CHIAVENATO 2011), no início do século XX, dois

engenheiros desenvolveram os primeiros trabalhos pioneiros a respeito da

Administração. Um era americano, Frederick Wisnslow Taylor, e iniciou a

chamada Escola da Administração Cientifica preocupada em aumentar a

eficiência da indústria por meio da racionalização do trabalho do operário. O

outro era europeu, Henry Fayol, e desenvolveu a chamada Teoria Clássica,

preocupada em aumentar a eficiência da empresa por meio de sua

organização de princípios gerais da Administração em base científicas. Muito

embora ambos não tenham se comunicado entre si e tenham partido de pontos

de vista diferentes e mesmo opostos, o certo é que suas ideias constituem as

bases da chamada Abordagem Clássica da administração.

Em função dessas duas correntes, a Abordagem Clássica da

Administração é desdobrada em duas orientações diferentes e, até certo ponto,

opostas entre si, mas que se completam com relativa coerência:

• De um lado, a Escola da Administração Cientifica, desenvolvida

nos Estados Unidos, a partir dos trabalhos de Taylor. Essa escola

era formada principalmente por engenheiros, como Frederick

Winsnlow Taylor (1856-1915), Henry Lawrence Gantt (1861-

1919), Frank Bunker Gilbreth (1868-1924), Harrington

Emerson(1853-1931) e outros. Henry Ford (1863-1947)

costumava ser incluído entre eles pela aplicação desses

princípios em seus negócios. A preocupação básica era a

produtividade da empresa por meio do aumento de eficiência no

nível operacional, isto é, dos operários. Daí a ênfase na análise e

na divisão do trabalho do operário. Predominava para o método

de trabalho, para os movimentos necessários à execução de uma

tarefa, para o tempo padrão determinado para sua execução.

Esse cuidado detalhista e analítico permitia a especialização do

operário, que constituem a chamada Organização racional do

Trabalho (ORT). Foi acima de tudo, uma corrente de ideias

desenvolvida por engenheiros que procuravam elabolar dentro de

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uma concepção pragmática. A ênfase nas tarefas é a principal

característica da Administração Científica.

• De outro lado, a corrente dos Anatomistas e Fisiologistas da

organização, desenvolvida na França, com os trabalhos

pioneiros de Fayol. Essa escola teve como expoentes: Henry

Fayol (1841-1925). James D. Mooney, Lyndall F.Urwick

(1891-1979), Luther Gulick e outros. A essa corrente

chamaremos Teoria Clássica. A preocupação básica era

aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e

disposição dos órgãos componentes da organização

(departamentos) suas inter-relações estruturais. Daí a ênfase

na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funcionamento) da

organização. Nesse sentido a abordagem inversa à

Administração Científica.

2.1. TAYLOR E A ADMINISTRAÇAO CIENTIFICA

A administração cientifica é uma abordagem de baixo para cima (do

operário para o supervisor e gerente) e das partes (operários e seus cargos)

para o todo (organização empresarial), no século XX, a atenção para o método

de trabalho, para os movimentos necessários à execução de uma tarefa, para o

tempo padrão determinado para sua realização. Esse cuidado analítico e

detalhista permitiu a especialização do operário.

Em 1903, Taylor publicou seu livro denominado Shop Management

(Administração de Oficinas), no qual se preocupava exclusivamente com

técnicas de racionalização do trabalho operário por meio de Estudo de Tempos

e Movimentos (Motion-time Study).

Segundo (CHIAVENATO 2011), Taylor começou por baixo, junto

com os operários no nível de execução, efetuando um paciente trabalho de

análise das tarefas de cada operário, acompanhando os seus movimentos e

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processos de trabalho para aperfeiçoá-los e racionalizá-los. Verificou que o

operário médio e com equipamento disponível produziu muito menos do que

era potencialmente capaz. Concluiu que se o operário mais produtivo percebe

que obtém a mesma remuneração que o seu colega menos produtivo, acaba

se acomodando, perdendo o interesse e não produzindo de acordo com sua

capacidade. Então verificou-se a necessidade de criar condições de pagar mais

ao operário que produz mais. Em essência, Taylor diz em Shop management,

que:

• O objetivo da Administração é pagar salários melhores e

reduzir custos unitários de produção.

• Para realizar tal objetivo, a Administração deve aplicar

métodos científicos de pesquisa e experimentos para formular

princípios e estabelecer processos padronizados que

permitam o controle das operações.

• Os empregados devem ser cientificamente selecionados e

colocados em seus postos com condições de trabalho

adequadas para que as normas possam ser cumpridas.

• Os empregados dever ser cientificamente treinados para

aperfeiçoar suas aptidões e executar uma tarefa para que a

produção normal seja cumprida.

• A Administração precisa criar uma atmosfera de íntima e

cordial cooperação com os trabalhadores para garantir a

permanência desse ambiente psicológico.

Essas ideias vieram a ser expostas com maior clareza e de forma mais

simples no livro Princípios de Administração científica, de 1911,quando

concluiu que a racionalização do trabalho operário deveria ser acompanhada

de uma estruturação geral para tornar coerente a aplicação dos seus princípios

na empresa como um todo. A partir daí, desenvolveu seus estudos sobre a

administração geral, a qual denominou administração Cientifica, sem deixar de

lado sua preocupação quanto à tarefa do operário.

Para Taylor, as indústrias de sua época padeciam de três males:

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• Vadiagem sistemática dos operários, que reduziam a

produção acerca de um terço da que seria normal, para evitar

a redução das tarefas de salários pela gerência.

• Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do

tempo necessário para sua realização.

• Falta de uniformidade das técnicas e dos métodos de trabalho.

Para sanar esses três males, Taylor idealizou o Scientific Management

(Administração Cientifica), difundido sob os nomes de Administração Cientifica,

organização Cientifica no Trabalho e Organização Racional do trabalho.

Segundo Taylor, o Scientific Management é uma evolução e não uma teoria,

tendo como ingredientes 75% de análise e 25 % de bom senso. Para Taylor, a

implantação da Administração científica deve ser gradual e obedecer a um

período de quatro a cinco anos para evitar alterações bruscas que causem

descontentamento por parte dos empregados e prejuízos aos patrões.

Para Taylor, a organização e a Administração devem ser estudadas e

tratadas cientificamente e não empiricamente. A improvisação deve ceder lugar

ao planejamento e o empirismo à ciência.

Como pioneiro, o mérito de Taylor reside em sua contribuição para

encarar sistematicamente o estudo da organização. O fato de ter sido o

primeiro a faze ruma análise completa do trabalho, incluindo tempos e

movimentos, a estabelecer padrões de execução, treinar os operários,

especializar o pessoal, inclusive o de direção.

O principal objetivo da Administração é assegurar o máximo de

prosperidade ao empregado. O princípio da máxima prosperidade para o

patrão acompanhada da máxima prosperidade para o empregado deve ser os

dois fins principais da Administração. Assim deve haver uma identidade de

interesses entre empregados e empregadores.

Para Taylor, o operário não tem capacidade, nem formação, nem

meios para analisar cientificamente seu trabalho e estabelecer o método ou

processo mais eficiente. Antes o supervisor deixava ao critério de cada

operário a escolha do método de execução de seu trabalho para encorajar sua

iniciativa. Com a Administração Cientifica ocorre uma repartição de

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responsabilidade. A administração (gerência) fica com o planejamento (estudo

do trabalho do operário e o estabelecimento do método de trabalho) e a

supervisão (assistência contínua ao trabalhador durante a produção) enquanto

o trabalhador fica somente com a execução do trabalho. A gerência pensa

enquanto o trabalhador executa.

Segundo (RUI OTÁVIO 2011) Taylor ao analisar o trabalho

desenvolvido pelos trabalhadores, chegou à conclusão de que eles aprendiam

por meio da observação do que os outros estavam fazendo. Esta situação

proporcionou a utilização de métodos e procedimentos diversificados para o

desenvolvimento de uma mesma atividade por parte dos trabalhadores e,

também, a diferentes níveis de produção. Foi a partir destas conclusões que

Taylor considerou mais oportuno separar as atividades de planejamento e de

execução. Os administradores deveriam planejar para os operários

executarem.

Dentro dessa linha de estudos de produção, Taylor criou o que se

denomina ORT (Organização Racional do Trabalho), que se fundamenta nos

seguintes aspectos:

• Análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos: O

instrumento básico para se racionalizar o trabalho dos operários

era o estudo de tempos e movimentos. O trabalho é executado

melhor e mais economicamente por meio de análise do trabalho,

isto é, da divisão e subdivisão de todos os movimentos

necessários à execução de cada operação de uma tarefa.

Observando metodicamente a execução de cada operação a

cargo operários, Taylor viu a possibilidade de decompor cada

tarefa e cada operação da tarefa em uma série ordenada de

movimentos simples. Os movimentos inúteis eram eliminados

enquanto os movimentos úteis eram simplificados, racionalizados

ou fundidos com outros movimentos para proporcional economia

de tempo e de esforço ao operário. A essa análise do trabalho

seguia-se o estudo dos tempos e movimentos, ou seja, a

determinação do tempo médio que um operário comum levaria

para execução da tarefa, por meio da utilização do cronômetro. O

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estudo dos tempos e movimentos permite a racionalização do

método de trabalho e a fixação tempo para sua execução. Com o

estudo dos tempos e movimentos Taylor conseguiu eliminar o

desperdício de esforço humano e movimentos inúteis,

racionalizou a seleção dos operários e sua adaptação ao trabalho

e facilitou o treinamento e melhorou a eficiência e rendimento da

produção pela especialização das atividades.

• Estudo da fadiga humana: Por meio da aplicação dos métodos

científicos, a administração científica procurou eliminar os

movimentos desnecessários para o desenvolvimento de uma

determinada atividade, visando à diminuição dos esforços

musculares. Os movimentos em demasia proporcionavam e, por

sua vez a queda da produção.

• Divisão do trabalho e especialização do operário: A divisão do

trabalho proporcionou a especialização pelo fato de ele se limitar

à execução rotineira do mesmo trabalho. Dessa forma, cada

operário passou a ser especializado na execução de tarefas

simples e elementares, visando seu ajuste aos padrões descritos

e às normas de desempenho estabelecidas pelo método. A ideia

básica era de que a eficiência aumenta com a especialização:

quanto mais especializado for um operário, maior será sua

eficiência.

• Desenho de cargos e tarefas: O desenho de um cargo

compreende a definição do seu conteúdo em termos de tarefas e

atividades, bem como os métodos necessários para a sua

execução e seu relacionamento com outros cargos. O desenho do

cargo favorece a compreensão dos que estão na organização,

assim como daqueles que chegam à organização. Isto porque

cada trabalhador passa a conhecer o seu campo de atuação e as

relações do lque faz com os demais cargos existentes na

organização.

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• Incentivos salariais e prêmios de Produção: Taylor partiu do

pressuposto de que os trabalhadores deveriam desenvolver os

seus trabalhos dentro dos padrões de tempo determinados;

Relacionou a remuneração com a quantidade produzida. O salário

era determinado pelas peças produzidas por trabalhador.

• Condições de trabalho: Para Taylor e seus seguidores, a

eficiência não está atrelada só à aplicação dos métodos

científicos e ao incentivo salarial, mas também às condições de

trabalho.

• Padronização: Padronizar métodos consiste em selecionar os

métodos mais condizentes para o desenvolvimento de

determinada tarefa. A padronização tinha por objetivo eliminar os

desperdícios e incrementar os níveis de eficiência.

• Conceito de Homo economicus: A Administração Científica

baseou-se no conceito de homo economicus, isto é, do homem

econômico. Segundo esse conceito, toda pessoa é concebida

como influenciada exclusivamente por recompensas salarias,

econômica e materiais. Em outros termos, o homem procura o

trabalho não porque gosta dele, mas como um meio de ganhar a

vida por meio do salário que o trabalhado proporciona. O homem

é motivado a trabalhar pelo medo da fome e pela necessidade de

dinheiro para viver. Assim, as recompensas salariais e os prêmios

de produção influenciam os esforços individuais do trabalho,

fazendo com que o trabalhador desenvolva o máximo de

produção de que é fisicamente capaz para obter um ganho maior.

Uma vez selecionado cientificamente o trabalhador, ensinado

método de trabalho e condicionada sua remuneração à eficiência,

ele passaria a produzir o máximo de sua capacidade física.

• Supervisão Funcional: A supervisão funcional mostra a existência

de diversos supervisores, cada qual especializado em sua área,

tendo autoridade funcional sobre operários subordinados em

comum a outros supervisores.

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2.2. Taylor e seus seguidores

Taylor contou com alguns colaboradores que o ajudaram a formular

sua teoria da administração científica, sendo vários deles citados em sua obra.

Outros autores, apesar de não terem colaborado diretamente com Taylor,

influenciaram também sobremaneira o movimento da Administração científica.

De acordo com Maximiano (2011), Taylor e seus seguidores tiveram

o mérito de assimilar, sistematizar e disseminar um conjunto de princípios que

vinham ao encontro de uma necessidade e, por isso foram recebidos com

grande entusiasmo. Estudos de tempos e movimentos, descrições de cargos,

organização e métodos, engenharia de eficiência e racionalização do trabalho

foram algumas da ideias que a ação de Taylor colocou na ordem do dia.

Estudando administração, você terá contato com muitos desses

princípios, e técnicas do taylorismo, que continuam a comprovar sua validade

apesar da passagem do tempo.

2.2.1 Frank Gilbert e Lilian Gilberth

De acordo com Motta e Vasconcelos (2002), Frank Gilbert foi um

engenheiro norte americano que influenciou bastante o movimento da

administração científica, especialmente por ter sido um dos pioneiros no estudo

de tempos e movimentos, sendo bastante citado ao longo da obra de Taylor.

Sua análise sobre as diferentes fases do trabalho dos pedreiros ao assentarem

tijolos tornou-se bastante conhecida. Gilberth, em seu estudo, observou que os

pedreiros, para construir uma parede, tinham de se agachar diversas vezes

para apanhar os tijolos e a argamassa, e logo depois se levantar. Para tentar

solucionar o problema Gilberth analisou qual seria a melhor altura para colocar

tanto a pilha de tijolos quanto o balde de argamassa, de modo que os operários

não precisassem se agachar tanto e aumentassem sua produtividade.

Elevando o material, por meio de um andaime, uma altura cômoda para os

pedreiros, a produtividade destes aumentou consideravelmente. Já Lilian

Gilberth, esposa de Frank Gilberth, foi uma das precursoras da área de

psicologia aplicada ao trabalho, preocupando-se com o bem estar dos

trabalhadores e com as condições do ambiente de trabalho, o que foi muito

importante pois poucos estudiosos se preocupavam com isso na época.

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2.2.2 Henry Gantt

Conforme Motta e Vasconcelos (2002), Henry Gantt tornou-se conhecido

especialmente pela invenção do gráfico de controle de fluxos de produção,

posteriormente chamado de Gráfico de Gantt. Gantt em suas análises,

diferenciou-se por vezes de Taylor quanto aos problemas da administração,

reconhecendo a existência de aspectos de natureza psicológica dos

trabalhadores e também a importância de incentivos não monetários para

estimular o aumento da produtividade.

2.2.3 Harrington Emerson

De acordo com Chiavenato (2011), Harrington Emerson foi um engenheiro

que simplificou os métodos de trabalho. Popularizou a Administração Científica

e desenvolveu os primeiros trabalhos sobre seleção e treinamento de

empregados. Os princípios de rendimento preconizados por Emerson são os

seguintes:

• Traçar um plano bem definido, de acordo com os objetivos.

• Estabelecer o predomínio do bom-senso.

• Oferecer orientação e supervisão competentes

• Manter disciplina

• Impor honestidade nos acordos, ou seja, justiça social no trabalho

• Manter registros precisos, imediatos e adequados.

• Oferecer remuneração proporcional ao trabalho.

• Fixar normas padronizadas para as condições de trabalho.

• Fixar normas padronizadas para o trabalho em si.

• Fixar normas padronizadas para as operações.

• Estabelecer instruções precisas.

• Oferecer incentivos ao pessoal para aumentar o rendimento e a

eficiência.

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2.3. Henry Ford e o Fordismo

De acordo com Chiavenato (2011), Henry Ford, provavelmente seja

o mais conhecido de todos os precursores da Administração Científica, Henry

Ford iniciou sua vida como mecânico. Projetou um modelo de carro e em 1899

fundou sua primeira fábrica de automóveis, que logo depois foi fechada. Sem

desanimar, fundou, em 1903 a Ford Motor company. Sua ideia foi de

popularizar um produto antes artesanal e destinado a milionários, ou seja,

vender carros a preços populares, com assistência garantida, revolucionando a

estratégia comercial da época. Entre 1905 e 1910, Ford promoveu a grande

inovação do século XX: a produção em massa. Embora não tenha inventado o

automóvel nem mesmo a linha de montagem, Ford inovou na organização do

trabalho. Conseguiu desenvolver o maior número de produtos acabados com a

maior garantia de qualidade e pelo menor custo possível. Em 1913 já fabricava

800 carros por dia. Em 1914, repartiu com seus empregados uma parte do

controle acionário da empresa. Estabeleceu jornada diária de oito horas,

quando na época, a jornada variava entre dez e doze horas. Em 1926, já tinha

88 fábricas e empregava 150.000 pessoas, fabricando 2.000.000 de carros por

ano. Utilizou um sistema de concentração vertical, produzindo desde matéria

prima inicial do produto final acabado, além da concentração horizontal através

de uma cadeia de distribuição comercial por meio de agências próprias Ford

fez uma das maiores fortunas do mundo graças ao constante aperfeiçoamento

de seus métodos e processos de trabalho.

De acordo com Rui Otavio (2011), historicamente, foi graças ao

taylorismo e fordismo que o automóvel se tornou um produto de massa ou, pelo

menos, ao alcance da classe média, inclusive dos operários que o fabricavam,

em razão de seu baixo preço, dos salários elevados e das próprias facilidades

de crdito introduzidas pela administração da Ford Company. Ford defendia três

aspectos que suportava o sistema, são eles:

• O processo produtivo deve ser planejado, ordenado e contínuo.

• O trabalhador deve receber o trabalho que deve ser feito.

• Os fluxos de operações devem ser avaliados de forma continua

para evitar desperdícios e incrementar os níveis de eficiência.

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Para obter um esquema caracterizado pela aceleração da produção por meio

por meio de um trabalho ritmado, coordenado e econômico, Ford adotou três

princípios básicos:

• Princípio de intensificação: Diminuir o tempo de duração com a

utilização imediata dos equipamentos e matéria-prima e a rápida

colocação do produto no mercado.

• Princípio de economicidade: Reduzir ao mínimo o volume do

estoque da matéria-prima em transformação, fazendo com qlue o

automóvel fosse pago à empresa antes de vencido o prazo de

pagamento dos salários e da matéria-prima adquirida. A velocidade

de produção deve ser rápida.

A racionalização da produção proporcionou a linha de montagem que permite a

produção em série. Na produção em sérieou em massa, o produto é

padronizado, bem como o maquinário, o material, a mão-de-obra e o desenho

do produto, o que proporciona um custo mínimo. Daí, a produção em grandes

quantidades, cuja condição precedente é a capacidade de consumo em massa,

seja real ou potencial, na outra ponta.

2.4. FAYOL E A TEORIA CLASSICA DA ADMINISTRAÇÃO

Segundo CHIAVENATO (2011), enquanto Taylor e outros engenheiros

desenvolviam a Administração Científica nos Estados Unidos, em 1916 surgia

na França, expandindo-se rapidamente pela Europa, a Teoria Clássica da

Administração. Se a Administração Científica se caracterizava pela ênfase na

tarefa realizada pelo operário, a Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase

na estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente. Na realidade,

o objetivo de ambas as teorias era o mesmo: a busca da eficiência das

organizações. Segundo a Administração Científica, essa eficiência era

alcançada por meio da racionalização do trabalho do operário e do somatório

das eficiências individuais.

A Teoria Clássica, ao contrário, partia do todo organizacional e da sua

estrutura para garantir eficiência a todas as partes envolvidas.

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De acordo com Rui Otavio (2011), Fayol defendia uma corrente

chamada de anatômica e fisiologista, que seria uma abordagem inversa à

Administração Científica; de cima para baixo (da direção para a execução) e do

todo (organização) para as partes componentes (unidades de trabalho). A

ênfase na estrutura é sua principal característica.

A corrente dos anatomistas e fisiologistas da organização foi

desenvolvida na França com os trabalhos pioneiros de Henri Fayol. Essa

escola era formada principalmente por executivos de empresas da época. Essa

corrente foi chamada de teoria clássica da administração, cuja preocupação

básica era aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e da

disposição de seus órgãos componentes (departamento) e das suas estruturas.

Isso explica o porquê da ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia

(funcionamento) da organização. Predominava a ênfase na estrutura

organizacional, com os elementos e os princípios gerais da Administração, com

a departamentalização. Isso possibilitou a melhor maneira de subdividir a

empresa sob a centralização de um supervisor principal.

Segundo CHIAVENATO (2011), Fayol delimitou as funções de uma

empresa em seis tipos:

• Funções técnicas: relacionadas com a produção de bens ou serviços da

empresa.

• Funções comerciais: relacionadas com compra, venda e permutação.

• Funções financeiras; relacionadas com procura ou gerência de capitais.

• Funções de segurança: relacionadas com proteção e preservação dos

bens e das pessoas.

• Funções contábeis, relacionadas com inventários, registros, balanços,

custos e estatísticas.

• Funções administrativas: relacionadas com a integração de cúpula das

outras cinco funções. A funções administrativas coordenam e

sincronizam as demais funções da empresa pairando sempre acima

delas.

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Para FALCAO VIEIRA (2012), Fayol entendia que a função administrativa não

se restringia ao mundo empresarial, era uma atividade comum a todos os

empreendimentos humanos. Segundo Fayol os empreendimentos deviam ser

geridos por meio de um processo administrativo composto de cinco etapas:

previsão, organização, comando, coordenação e controle.

Segundo CHIAVENATO (2011), o processo administrativo envolvem o os

elementos da administração, isto é, as funções do administrador, a saber:

• Prever: Visualizar o futuro e traçar o programa de ação.

• Organizar: Construir o duplo organismo material e social da empresa.

• Comandar: Ligar, unir, harmonizar todos os atos e esforços coletivos.

• Controlar: Verificar que tudo ocorra de acordo com as regras

estabelecidas e as ordens dadas.

Esses são os elementos da Administração que constituem o chamado

processo administrativo, são localizáveis no trabalho do administrador em

qualquer nível ou área de atividade da empresa. Em outros termos, tanto o

diretor, o gerente, como o supervisor, cada qual em seu respectivo nível,

desempenham atividades de previsão, organização, comando, coordenação e

controle, como atividades administrativas essenciais.

Para Fayol existe uma proporcionalidade da função administrativa, ela se

reparte por todos os níveis da hierarquia da empresa e não é privativa da alta

cúpula. A função administrativa não se concentra exclusivamente ao topo da

empresa, nem é privilégio dos diretores, mas é distribuída proporcionalmente

entre os níveis hierárquicos. Na medida em que se desce na escala

hierárquica, mais aumenta a proporção das outras funções da empresa e na

medida em que se sobe na escala hierárquica mais aumenta a extensão e o

volume das funções administrativas.

Como toda ciência, a Administração deve se basear em leis ou em

princípios. Fayol definiu os princípios gerais de Administração, sistematizando-

os sem muita originalidade, porquanto os coletou de diversos autores de sua

época. A concepção que Fayol tinha de princípios não possuía bases tão

rígidas quanto o conceito de regra ou lei das ciências físicas. Era com muita

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relutância que ele usava a palavra princípios, tudo em administração é uma

questão de medida, ponderação e bom senso. Os princípios são universais e

maleáveis e adaptam-se a qualquer tempo, lugar ou circunstância.

De acordo com A. Wren (2007), Os princípios de Fayol derivaram

daqueles que ele usava mais frequentemente em sua própria experiência. Não

eram imutáveis, mas serviam de faróis para indicar o caminho para a teoria.

Esses princípios eram os seguintes:

• Divisão do trabalho: Era a conhecida idéia da especialização da

mão de obra e das vantagens provenientes da redução do

desperdício, do aumento da produção e da facilitação da tarefa de

treinamento para execução de um trabalho. Fayol considerava que

a divisão podia também se aplicar à especialização do trabalho, ele

achava que essa divisão podia também se aplicar à especialização

de funções e à separação de poderes, isto é devia levar em conta

também o esforço gerencial. Reconhecia ainda que algumas tarefas

podiam ser ampliadas para funcionar como incentivo aos esforços

dos empregados.

• Autoridade: Era definida como o direito de dar ordens e o poder de

exigir obediência. Fayol distinguiu entre a autoridade formal,

inerente ao gerente por seu cargo ou posição, e a autoridade

pessoal, a qual se compunha de inteligência, experiência valor

moral, habilidade de liderar, serviços realizados. Um bom gerente

deveria usar de autoridade pessoal para complementar sua

autoridade funcional. Além disso, autoridade e responsabilidade

eram corolários no sentido de que, onde quer que a autoridade

fosse exercida, haveria a responsabilidade. Fayol usou o argumento

clássico de que autoridade é proporcional à responsabilidade, um

princípio que aparece em toda a literatura sobre administração.

Assim, os elementos autoridade e responsabilidade se tornaram tão

inseparáveis quanto unha e carne.

• A disciplina: era o princípio baseado essencialmente em obediência

e respeito na relação entre empresa e empregados, crucial para o

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sucesso e fundada mais no respeito do que no medo. Falta de

disciplina era inevitavelmente o resultado de liderança deficiente, e

boa disciplina decorria de bons líderes, de acordos claros entre

administração e mão de obra em relação às regras e do uso

judicioso de sanções.

• Unidade de comando: o quarto princípio de Fayol, oponha-se aos

capatazes funcionais de Taylor. O princípio de que para toda e

qualquer ação o empregado deve receber ordens somente de um

superior era fundamental ao conceito de Fayol sobre organização.

Assim como ninguém pode servir a dois senhores, o comando duplo

era uma ameaça a autoridade, à disciplina e à estabilidade.

• Unidade de direção: significava uma só direção e um só

planejamento para um grupo de atividades tendo o mesmo objetivo.

A unidade de direção advinha de uma estrutura sólida de

organização e era essencial para haver unidade de ação,

coordenação de forças e concentração de esforços.

• O princípio de subordinação dos interesses individuais ao interesse

geral: Era um apelo à abolição da ignorância, da ambição, do

egoísmo, da preguiça, da fraqueza e de todas as paixões humanas

que geravam conflito quando o indivíduo ou grupo tentava

prevalecer sobre a organização. Nesse primeiro conceito de teoria

da organização, Fayol reconheceu que os indivíduos que serviam a

si mesmos eram prejudiciais aos interesses dos companheiros e de

outros cujos interesses eram afetados pelo sucesso no

desempenho da empresa.

• A remuneração: Dizia respeito a salários diários, a pagamentos por

unidade produzida, às gratificações e à participação de lucros.

Fayol concluiu que a forma de pagamento dependia de muitos

fatores e que a remuneração devia ter o objetivo de tornar o pessoal

mais valorizado e também inspirar entusiasmo.

• Centralização: O princípio de centralização não é bom nem mau

para a empresa. É uma questão de medida em relação ao seu

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oposto; a descentralização. Fayol destacava que encontrar a

medida que propicie o melhor rendimento era o problema dos

gerentes em relação ao binômio centralização/descentralização.

• Hierarquia; São os diversos níveis da empresa. A hierarquia é

consequência da unidade de comando e da necessidade de uma

comunicação segura. Assim sendo, quando mal utilizada pode

limitar a velocidade da comunicação dentro da empresa.

• Ordem: Um lugar para cada coisa e uma coisa em cada lugar.

Derivou o de ordem social; um lugar para cada pessoa e uma

pessoa em cada lugar. É preciso compreender que o objetivo da

ordem é dispor as coisas de maneira a facilitar as operações. Não

basta organizar os objetos em determinado lugar, é preciso saber

em que organizá-los. Da mesma forma o planejamento da ordem

não se restringe a definir um lugar que atenda ao funcionário, mas

também a adequação do funcionário ao lugar. A ordem exige do

administrador uma boa capacidade de organização e de

recrutamento, para colocar o homem certo no lugar certo.

• Equidade: Esse princípio é entendido como o cumprimento das

convenções estabelecidas. Mas, como não é possível estabelecer

regras para todas as situações, é necessário que o administrador

analise uma delas dentro do contexto social existente, tratando com

benevolência seu pessoal.

• Estabilidade de pessoal: Partindo-se de um bom recrutamento, a

tendência é que o funcionário renda melhor quanto maior for o

tempo em que estiver exercendo a função.

• Iniciativa: representa um grande diferencial para as empresas e tem

por elementos a concepção e a execução de um plano qualquer. É

necessário desenvolver e encorajar nos funcionários essa

faculdade, sem ferir os limites impostos pelo respeito à autoridade e

à disciplina.

• União do pessoal: O administrador deve saber estabelecer e manter

a harmonia e a união do pessoal de sua empresa.

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Segundo CHIAVENATO (2011),A Teoria Clássica formula uma teoria da

Organização, tendo por base a administração como uma ciência. A ênfase na

estrutura visualiza a organização como uma disposição das partes (órgãos)

que constituem, sua forma e o relacionamento entre essas partes. Essa teoria

da organização restringe-se apenas à organização formal. Para tratar

racionalmente a organização, essa deve se caracterizar por uma divisão do

trabalho e correspondente especialização das partes(órgãos) que constituem.

A divisão do trabalho pode ser vertical (níveis de autoridade) ou horizontal

(departamentalização). À medida que ocorre divisão do trabalho e

especialização, deve haver coordenação para garantir a harmonia do conjunto

e, consequentemente, a eficiência da organização. Além disso, existem órgãos

de linha (autoridade linear) e órgãos de staff (autoridade de staff para

prestação de serviços e consultoria). Para conceituar a administração, os

autores clássicos utilizam o conceito de elementos da administração (ou

funções do Administrador), que formam o processo administrativo.

A abordagem normativa e prescritiva da Teoria Clássica se fundamenta

em princípios gerais de Administração, uma espécie de receituário de como o

administrador deve proceder em todas as situações organizacionais.

2.5. MAX WEBER E A TEORIA BUROCRÁTICA

Segundo A. WREN (2007), a vida e a obra de Max Weber (1864-1920)

correm cronologicamente paralelas às de Henri Fayol e de Frederick Taylor.

Nascido na Alemanha, em uma família bem relacionada em termos sociais e

políticos, Weber foi um intelectual de primeira grandeza com vasto interesse

por sociologia, religião, economia e ciência política. Nas etapas finais de

preparação de seu livro clássico, A ética Protestante e o espirito do capitalismo,

Weber teve a oportunidade de visitar os Estados Unidos, que considerava a

mais capitalista de todas as nações. Em 1904, foi convidado para ir a Saint

Louis fazer uma conferência sobre sociologia da religião. Os honorários que

recebeu cobriam as despesas da vagem e por isso ele aproveitou a

conferência para fazer uma excursão e ver em primeira mão como o espírito do

capitalismo predominava nos Estados unidos.

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Os eventos econômicos que ele observou naquele país revelaram-se um

pouco diferentes dos da Alemanha. A manufatura e o mercado americano

haviam evoluído para o empreendimento de grande escala, articulado por uma

rede de comunicações e transportes

Na Alemanha, empresa de grande escala se havia desenvolvido apenas

no setor químico, no de metais e no de bens de produção industrial complexos.

Nesses setores se haviam formado cartéis para controle de preços e

racionalização dos mercados. Enquanto nos Estados unidos essa prática era

limitada por leis antitrustes, os cartéis Alemães podiam operar sem receio de

intervenção governamental nem ameaça de concorrência. O espírito do

capitalismo nos Estados Unidos estimulava a inovação e a competição, e

Weber via isso como o centro da relação entre o protestantismo e a empresa

moderna.

Weber verificou uma crescente burocratização dos partidos políticos nos

Estados Unidos, na Inglaterra e na Alemanha, o que o levou a estuda-los.

Estabeleceu um paralelo entre democracia, por ele entendida como um

mecanismo restrito de eleição e legitimação de lideranças políticas qualificadas

por meio do voto popular, e burocracia.

Ao mesmo que entendia a burocracia como uma forma de administração

que garantia a racionalidade contra a tirania e o despotismo, via na sua

superioridade técnica um risco à liberdade e aos valores da democracia liberal,

da qual era defensor, na medida em que podia sancionar novas arbitrariedades

legitimadas pelo caráter racional e legal das ações daqueles que controlam sua

estrutura.

Para Weber, no âmbito do Estado, o poder burocrático tendia a

desconsiderar ou abolir as funções políticas do Parlamento e a proclamar para

si a representação dos interesses da nação, subordinando a massa ao seu

poder. Era necessário, para weber, impor limites ao poder da burocracia, que

ele entendia como grupo político fechado que defendia interesses próprios.

Os burocratas, para Weber, não possuíam a competência necessária

para considerar critérios políticos juntamente com técnicos e econômicos em

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suas tomadas de decisão, e isso poderia levar à ineficiência da ação do Estado

na condução da nação.

Ao constatar esses fatos políticos e econômicos na nova Alemanha

capitalista industrial, Weber realizou estudos sobre a denominação social

burocrática e estabeleceu relações entre a burocracia e a política.

Segundo MAXIMIANO (2011), Weber, não tentou definir as

organizações, nem estabelecer padrões de administração que elas devessem

seguir. Seu tipo ideal não é um modelo descritivo, mas uma abstração

descritiva. É um esquema que procura sintetizar os pontos comuns à maioria

das organizações formais modernas, que ele constatou com as sociedades

primitivas e feudais. Weber descreveu as organizações burocráticas como

máquinas totalmente impessoais que funcionam com regras que ele chamou

de racionais, regras que dependem de lógica e não de interesses pessoais.

A denominação, segundo a análise que Weber fez da burocracia,

começa com a discussão dos processos interligados de denominação (ou

autoridade) e obediência. Dominação ou autoridade, segundo Weber, é a

probabilidade de haver obediência dentro de um grupo determinado. Há três

tipos de autoridade ou denominação legítima;

• Autoridade carismática: Repousa na crença da santidade,

heroísmo ou exemplaridade de uma pessoa e nas ordenações

por ele criada ou reveladas. No caso da autoridade carismática,

a obediência é devida ao líder pela confiança pessoal em sua

revelação, heroísmo ou exemplaridade, dentro do círculo em que

se acredita em seu carisma. A palavra que Weber usou para

designar a atitude dos seguidores em relação ao dominador

carismático é devoção. Sua descrição da dominação carismática

ajusta-se à imagem do grande líder religioso é devoção. Sua

descrição da dominação carismática ajusta-se à imagem do

grande líder religioso, social ou político, do grande condutor de

multidões de adeptos. A ideia de carisma, porém está associada

a qualquer tipo de influência que dependa de qualidades

pessoais.

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• Autoridade Tradicional: Repousa sobre a crença quotidiana na

santidade das tradições que vigoram desde tempos distantes e

na legitimidade daqueles que são indicados por essa tradição

para exercer a autoridade. No caso da autoridade tradicional, a

obediência é devida á pessoa do senhor indicado pela tradição e

a ela vinculado, dentro do círculo dos costumes. Dominação e

obediência na família, nos feudos, nas tribos e, em certos tipos

de relações sociais, são do tipo tradicional. Nos sistemas em

que vigora a dominação tradicional, as pessoas têm autoridade

não por causa de suas qualidades intrínsecas, como acontece

no caso carismático, mas por causa das instituições tradicionais

que representam. É o caso dos sacerdotes e das lideranças no

âmbito das instituições como os partidos políticos e as

corporações militares.

• Autoridade Racional: É a crença na legalidade de ordenação

instituídas racionalmente e dos direitos de mando das pessoas a

quem essas ordenações responsabilizam pelo exercício da

autoridade. A autoridade portanto, é a contrapartida da

responsabilidade. No caso da autoridade legal, a obediência é

devida às ordenações impessoais e objetivas, legalmente

instituídas, e às pessoas por elas designadas, que agem dentro

de uma jurisdição. A autoridade racional fundamenta-se em leis

que estabelecem direitos e deveres para os integrantes de uma

sociedade ou organização. Por isso, a autoridade que Weber

chamou de racional é sinônimo de autoridade formal.

Após descrever os três tipos de autoridade, Weber dedica-se a analisar

a fundo as características da autoridade racional, as chamadas características

da burocracia. Essas características estão presentes em todas as organizações

da sociedade moderna e são o germe do estado moderno. A autoridade

racional ou autoridade burocrática substituiu as fórmulas tradicionais e

carismáticas nas quais se baseavam as antigas sociedades.

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As características da burocracia, identificadas por Weber, agrupam-se

em três categorias: formalidade, impessoalidade e profissionalismo.

Weber conclui que a administração burocrática é a forma mais racional

de exercer a dominação.

A burocracia, ou organização burocrática, possibilita o exercício da

autoridade e a obtenção da obediência com precisão, continuidade, disciplina,

rigor e confiança.

A burocracia é mais racional porque é mais capaz de atender ao objetivo

da organização social (por meio da obediência) do que o carisma ou tradição.

CAPÍTULO III

A EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

De acordo com FALCAO VIEIRA (2012), os esforços de Taylor para

racionalizar o trabalho na fábrica em bases científicas levaram ao aumento

significativos da produtividade e a um aproveitamento da mão de obra pelas

empresas industrias da época. Os métodos de Taylor, contudo, provocaram

reações negativas nos trabalhadores, que passaram a fazer reivindicações,

manifestações e greves, o que prejudicou a produção e o lucro das empresas.

Os trabalhadores resistiam porque não só acreditavam que tais

métodos atendiam exclusivamente aos interesses dos empregadores, mas

também comprometiam sua saúde, segurança e qualidade de vida.

Pode-se associar o surgimento e o desenvolvimento da escola de

relações humanas ou abordagem humanística da administração a alguns

fatores históricos sociais que ocorriam na Europa e nos EUA, como

fortalecimento dos sindicatos de trabalhadores, bem como à emergência da

psicologia e da psicologia industrial e ao desenvolvimento da sociologia

moderna.

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Paralelamente à expansão industrial e ao movimento da

administração científica no início do século XX, ocorreram a expansão e o

fortalecimento dos sindicatos de trabalhadores na Europa e nos Estados

unidos.

Em 1912, por pressão dos sindicatos, foi aberto um inquérito

parlamentar contra Taylor.

As greves realizadas entre 1911 e 1916 exigiam o cancelamento da

mensuração dos tempos e movimentos e, consequentemente, a extinção dos

cronometristas e apontadores que vigiavam cada atividade executada pelos

operários.

Exigiam também a democratização das relações de trabalho, ou

seja, a participação dos trabalhadores nas decisões da empresa, visto que

organização do trabalho e da produção dos moldes de Taylor era incompatível

com o estilo democrático de vida do norte americano.

Se, por um lado, o sindicalismo se fortalecia e se organizava, por

outro, o patronato desenvolvia estratégias para garantir seus interesses, como

a criação de movimentos e associações patronais, o financiamento de teorias

administrativas e desenvolvimento de técnicas capazes de minimizar os

conflitos na indústria, reduzir os altos índices de turnover e absenteísmo

existente na época, e garantir a maximização da produção e do lucro.

3.1. TEORIA DA RELAÇOES HUMANAS

De acordo com (RUI OTAVIO), a Escola de Relações Humanas

surgiu nos Estados unidos devido à onda de desemprego resultante da crise de

1929 e foi impulsionada pelos resultados da pesquisa desenvolvida na Western

Eletric no bairro de Hawthorne.

Segundo CHIAVENATO (2011), a Teoria da Relações humanas foi

um movimento de reação e oposição à Teoria Clássica da Administração.

A partir destas questões, os estudiosos passaram a se preocupar

com o fator humano no trabalho, contrariando os pressupostos defendidos por

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Taylor de que a organização era uma máquina desprovida de valores

humanos. O homem era considerado como uma peça de uma máquina.

Entre 1927 e 1932, George Elton Mayo e seus colaboradores fazem

uma experiência na fábrica da Western Eletric Company, situada no bairro de

Hawthorne, e tinha como objetivo inicial conduzir experimentos relacionados a

luminosidade do ambiente de trabalho com a eficiência dos operários medida

pela produção.

A partir dos primeiros resultados, a pesquisa se estendeu ao estudo

da fadiga, aos acidentes de trabalho, à rotação do pessoal e ao efeito das

condições físicas de trabalho sobre a produtividade dos operários.

A experiência de Hawthorne, passou por quatro fases:

1) A primeira fase da experiência tinha por objetivo verificar o efeito

da iluminação sobre o rendimento dos operários. Dois grupos de

operários foram constituídos em salas diferentes, fazendo o

mesmo trabalho em condições idênticas, o grupo experimental ou

de referência, trabalhava sob luz variável, e o outro grupo, o de

controle, trabalhava sob a mesma iluminação o tempo todo.

Pôde-se constatar que não havia relação entre as duas variáveis

(iluminação e rendimento dos operários), mas, sim a

preponderância do fator psicológico sobre o fisiológico.

2) A segunda fase da experiência iniciou-se em abril de 1927, com

seis moças de nível médio constituindo o grupo experimental ou

de referência separadas do restante do departamento constituía

o grupo de controle, que continuava trabalhando nas mesmas

condições. A pesquisa foi dividida em 12 períodos experimentais,

nos quais foram observadas as variações de rendimento

decorrentes das inovações a que eram submetidos os grupos de

referência. As moças participantes da experiência eram

informadas das inovações a que seriam submetidas (aumentos

de salários, intervalos de descanso de diversas durações,

redução da jornada de trabalho), bem como dos objetivos da

pesquisa e dos resultados alcançados. Nos doze períodos

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experimentais a produção apresentou pequenas mudanças,

levando os pesquisadores a concluírem que a mudança no

rendimento do trabalho não era resultante das condições de

trabalho. Como isso conseguiram um desenvolvimento social,

gerado pelo trabalho em equipe, conseguiram um

desenvolvimento da liderança e do exercício de liderança

proporcionado pelos objetivos comuns e o ambiente de trabalho

passou a ser amistoso.

3) Com base nas conclusões da segunda fase, em que as moças

do grupo de referência tinham atitudes das do grupo de controle,

Mayo e os seus colaboradores foram se afastando do estudo das

melhores condições físicas de trabalho e passaram a estudar as

relações humanas, pois a empresa, apesar de sua política aberta

de pessoal, pouco sabia sobre os fatores determinantes das

atitudes das operárias em relação à supervisão, aos

equipamentos de trabalho e à própria empresa. A partir de 1928,

iniciou-se o programa de entrevistas no setor de inspeção,

seguindo-se no de operações e, mais tarde, nos demais setores

da fábrica. Nesta fase da pesquisa, foi evidenciada a existência

de uma organização informal dos operários, visando à proteção

deles contra as ameaças da administração superior ao seu bem

estar.

4) A quarta fase iniciou-se em novembro de 1931 e durou até maio

1932, tendo como objetivo analisar a organização informal dos

operários. Foi formado um grupo experimental, composto de

nove soldadores, nove operadores e dois inspetores. Eram

observados por um pesquisador e entrevistados

esporadicamente por outro, e o pagamento era baseado na

produção do grupo. Mayo e seus colaboradores perceberam que

os operários, após atingirem uma produção que julgavam ser a

ideal, reduziam o ritmo de trabalho, informando a sua produção

como forma de deixar o excesso de um dia para compensar no

outro. Esta experiência foi suspensa em 1932 devido à recessão

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nos Estados unidos. A quarta fase permitiu o estudo das relações

entre a organização formal da fábrica e a organização informal

dos operários.

As principais decorrências da experiência de Hawthorne foram as

seguintes:

• O nível de produção não é determinado pela capacidade

física do trabalhador, mas sim pela integração social: A

experiência de Hawthorne demonstrou que o homem não

pode ser visto como uma máquina. Não adianta a empresa

utilizar métodos de trabalho para isolar o homem. O homem

precisa conviver com as outras pessoas para poder se sentir

útil e com vida nas organizações. A interação social

resultante da experiência demonstrou que o homem é um ser

social que necessita dos outros para dialogar, trocar amor e

carinho.

• O comportamento do indivíduo está apoiado no grupo: Os

indivíduos não agem de forma isolada por pertencerem a um

grupo de pessoas. O grupo passou, conforme a experiência

de Hawthorne, a determinar o que deveria ser feito.

• O comportamento dos indivíduos esta condicionado a

normas e padrões sociais: A experiência de Hawthorne

demonstrou que as pessoas preferiram ganhar menos para

manter as relações amistosas com os colegas de trabalho.

• Grupos informais: Os grupos informais são aqueles que

surgem naturalmente nas organizações por questões de

amizades, identificação e objetivos comuns. Na experiência

de hawthorne, o surgimento dos grupos informais foi um fator

determinante do estabelecimento de relações de confiança

entre os companheiros de trabalho. Uma vez constituídos,

passam a ditar as regras de comportamento, dentre outros

aspectos.

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• Interação social: As pessoas precisam interagir umas com as

outras, porque são seres humanos com sentimentos. Estes

devem ser compartilhados pelos membros da organização. O

ser humano sempre necessitará do ombro de outro.

• Conteúdo e natureza do trabalho; A definição do conteúdo e

a natureza do trabalho devem estar de acordo com as

aptidões dos trabalhadores para que estes não se sintam

frustrados e desmotivados. Não basta, por esta razão, as

organizações implementarem métodos de trabalhos sem o

conhecimento do perfil de quem vai executar.

• Emoção; Todo dirigente tem de se preocupar com as

emoções dos seus trabalhadores. No momento em que o

trabalhador manifesta sua emoção e sentimento, é salutar

para todos, organização, companheiros de trabalho e

mercado.

Segundo CHIAVENATO (2011), o advento da Teoria das Relações

Humanas trouxe uma nova linguagem que passou a dominar o repertório

administrativo, fala-se agora em motivação, liderança, comunicação,

organização informal, dinâmica de grupo.

Os conceitos clássicos de autoridade, hierarquia racionalização do

trabalho, departamentalização, princípios gerais de Administração passam a

ser contestados ou deixados de lado. Subitamente, explora-se o reverso da

medalha.

O engenheiro e o técnico cedem lugar ao psicólogo e ao sociólogo.

O método e a máquina perdem a primazia em favor da dinâmica de grupo. A

felicidade humana passa a ser vista sob um ângulo diferente, pois o homo

economicus cede o lugar para o homem social. A ênfase nas tarefas e na

estrutura é substituída pela ênfase nas pessoas.

3.2. Teoria Comportamentalista

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De acordo com RUI OITÁVIO (2011), a Escola Comportamentalista

surgiu no final da década de 1940, com uma redefinição geral de conceitos

administrativos no momento em que passou a criticar as escolas anteriores.

A Escola comportamentalista ou Behaviorista da Administração vai

se preocupar com as ciências do comportamento e abandonar as posições

normativas prescritas das teorias anteriores.

As pessoas continuam sendo o foco de estudo dentro de uma

perspectiva mais ampla.

Os grandes expoentes da Escola Comportamentalista foram

Abraham Maslow e Frederick Herzberg (teorias motivacionais), Douglas

McGregor e Rensis Likert (estilos de administração e sistemas de

administração) e herbert A. Simon (sistemas de decisão).

Para CHIAVENATO (2011), as origens da Teoria Comportamental

são as seguinte:

• Oposição ferrenha e definitiva da Teoria das Relações

humanas (com sua profunda ênfase nas pessoas) em relação

à Teoria Clássica (com sua profunda ênfase nas tarefas e na

estrutura organizacional). A Teoria Comportamental passou a

representar uma nova tentativa de síntese da teoria da

organização formal com enfoque das relações humanas.

• A teoria Comportamental representa um desdobramento da

Teoria das Relações humanas, com a qual se mostra

eminentemente crítica e severa. A Teoria Comportamentalista

rejeita as concepções ingênuas e românticas da Teoria da

Relações Humanas.

• A Teoria comportamental crítica a Teoria Clássica, havendo

autores que veem no behaviorismo uma verdadeira antítese à

teoria organizacional formal, aos princípios gerais de

administração, ao conceito de autoridade formal e à posição

rígida e mecanicista dos autores clássicos.

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• Com a Teoria Comportamental deu-se a incorporação da

Sociologia da Burocracia, ampliando o campo da teoria

administrativa.

Para explicar o comportamento organizacional, a Teoria

Comportamental fundamenta-se no comportamento individual das pessoas.

Para poder explicar como as pessoas se comportam, torna-se necessário o

estudo da motivação humana.

Assim, um dos temas fundamentais da teoria Comportamental da

Administração é a motivação humana, campo no qual a teoria administrativa

recebeu volumosa contribuição.

Os autores behavioristas verificaram que o administrador precisa

conhecer as necessidades humanas para melhor compreender o

comportamento humano e utilizar a motivação humana como poderoso meio

para melhorar a qualidade de vida dentro das organizações.

3.2.1 Abraham Maslow e hierarquias da necessidades

Maslow apresentou uma teoria da motivação segundo a qual as

necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis.

Essa hierarquia de necessidades pode ser visualizada com uma

pirâmide. Na base da pirâmide estão as necessidades mais baixas

(necessidades fisiológicas) e no topo, as necessidades mais elevadas (as

necessidades de autorealização.

Maslow identifica cinco necessidades ordenadas hierarquicamente e

que precisam ser satisfeitas, desde as situadas no nível mais baixo até as

dispostas no topo da hierarquia.

A hierarquia das necessidades são as seguintes:

• Fisiológicas: Incluem fome, sede, abrigo, sexo e outras

necessidades corporais.

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• Segurança: Abrange segurança e proteção contra danos

físicos e emocionais.

• Sociais: Dizem respeito a afeição, aceitação, amizade e

sensação de pertencer a um grupo.

• Estima: inclui fatores internos e estima, como respeito próprio,

realização e autonomia, e fatores de estima, com status,

reconhecimento e atenção.

• Autorealização: A intenção do indivíduo de se tornar tudo

aquilo que é capaz de ser, inclui crescimento,

autodesenvolvimento e realização do próprio potencial.

3.2.2 Frederick Herzberg e a teoria dos dois fatores

Segundo RUI OTAVIO (2011), a teoria dos dois fatores foi

formulada para explicar melhor o comportamento das pessoas em uma

determinada situação no trabalho. Existem dois fatores que contribuem para o

comportamento das pessoas: Os higiênicos e os motivacionais.

• Os fatores higiênicos dizem respeito às condições de

trabalho, como por exemplo, as instalações físicas, as

condições ambientais de trabalho, o sálario, os benefícios

sociais, as políticas da empresa, o tipo de supervisão

recebido, o clima de relações entre direção e empregados, os

regulamentos internos, as oportunidades existentes.

• Os fatores motivacionais; São aqueles relacionados com o

conteúdo de cargo e com a natureza das tarefas que a

pessoa desenvolve. A satisfação no cargo é função do

conteúdo ou das atividades desafiadoras e estimulantes do

cargo, são os chamados fatores motivacionais.

Herzberg chegou à conclusão de que os fatores responsáveis pela

satisfação profissional são totalmente desligados e distintos dos fatores

responsáveis pela insatisfação profissional.

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Para proporcionar continuamente a motivação no trabalho, o autor

propõe o enriquecimento das tarefas ou enriquecimento de cargo; consiste em

substituir as tarefas simples e elementares do cargo por tarefas mais

complexas.

O enriquecimento de cargos representa uma estratégia de

ampliação do trabalho de um empregado, de tal forma que isto proporcione

maiores oportunidades para que este possa desenvolver um trabalho muito

mais desafiante e motivador.

3.2.3. McGrecor e as teorias X e Y

McGrecor procurou comparar dois estilos opostos e antagônicos de

administrar, ou seja, de um lado, a concepção da teoria tradicional (teoria X) e,

de outro, um estilo baseado nas concepções modernas a respeito do

comportamento humano (Teoria Y).

Teoria X:

• O empregado de inteligência mediana não gosta de trabalhar

e realizar o mínimo possível.

• A esse tipo de empregado faltam ambição, desejo de

realização e gosto pela liderança; preferem ser mandado a

mandar.

• O empregado de inteligência mediana é indolente e

indiferente às causas da empresa; pensa, antes de tudo, em

si mesmo.

• Esse mesmo tipo não gosta de modificações de qualquer

natureza.

• Esse tipo de empregado é influenciável e acredita em

demagogia e charlatanismo, revelando-se, com isso pouco

brilhante.

A Teoria Y:

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• O trabalho pode ser uma fonte de satisfação e de

recompensa, dependendo da situação.

• As pessoas podem se identificar com as necessidades das

organizações, assim como resistir a elas.

• As pessoas podem buscar o seu desenvolvimento para

assumir novas responsabilidades.

• As pessoas podem aprender a aceitar novas

responsabilidades.

• A solução de problemas propicia à pessoa exercer o seu

potencial criativo e de imaginação.

3.2.4. Likert e o sistema de Administração

A partir dos estudos de Michigan sobre liderança, Likert fez

algumas pesquisas amplas, a fim de descobrir o padrão geral de administração

usado por administradores mais produtivos, em contraste com os usados pelos

outros. Os supervisores que registravam melhor produção focalizavam sua

atenção nos aspectos humanos de seus empregados e foram denominados

centrados no empregado.

Os que exerciam constante pressão para a produção foram

denominados centrados no serviço, e verificou-se que estes operavam em

seções de baixa produção.

Após as conclusões das pesquisas feitas nas mais diversas

organizações, Likert propôs uma classificação de sistemas administrativos,

estabelecendo quatro perfis organizacionais, conhecidos hoje como Perfil

Organizacional de Likert.

O estudo desenvolvido pelo autor permite quatro estilos de liderança: o

autoritário, que se baseia no poder e no qual a comunicação se faz apenas de

cima para baixo; o autoritário benevolente, semelhante ao autoritário, mas no

qual já existe alguma consulta e delegação; o consultivo, que discute os

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objetivos com os subordinados e a comunicação de cima para baixo e de baixo

para cima; o participativo, no qual a gestão é baseada na comunicação,

existindo esta tanto na vertical como na horizontal. Em termos de

produtividade, o estilo autoritário é aquele que apresenta maior redução; no

estilo participativo, entretanto, a produtividade é excelente. Este último estilo é

característico das organizações baseadas nas relações humanas.

3.2.5. Simon e a tomada de decisão

A tomada de decisão é um processo contínuo que permeia toda

atividade empresarial.

Em qualquer empresa, toda pessoa é virtualmente um decisor. O

trabalhador que desliga o torno para fumar um cigarro é parte do sistema

decisório, do mesmo modo que os executivos que resolvem construir uma

fábrica de elevado custo.

As conseguências destas e de outras decisões variam de acordo com o

impacto causado sobre os objetivos globais da empresa.

Simon, partindo da ideia fundamental de que administrar é antes de

tudo, decidir, preocupou-se, sobretudo com o que fazer e consequentemente,

com o problema relativo ao processo de escolha que conduz à ação, a fim de

que se passe a decidir melhor, e não apenas de acordo com a predominância

de seus predecessores, e executar melhor, por meio de processos de

racionalização do trabalho.

O processo decisório comporta três fases, estreitamente relacionadas

aos estágios da solução de problemas:

• Qual é o problemas? Nesta primeira fase, efetua-se a coleta de

informações mediante a análise do ambiente, para identificar as

situações que exigem decisão.

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• Quais são as alternativas? Nesta segunda fase, desenvolve-se a

atividade de estruturação mediante a criação, o desenvolvimento

e a análise de possíveis cursos de ação.

• Qual a melhor alternativa? Nesta terceira fase de avaliação,

escolha ou decisão procede-se à seleção de uma determinada

linha de ação entre as disponíveis.

Simon ainda destaca que:

• A decisão é apenas um ponto, o último estágio do processo

decisório para o qual estão condicionados os membros da

organização.

• A execução reabre, no nível hierárquico inferior, o ciclo do

processo decisório, já que exigirá estruturação e escolha de uma

linha de ação para executa-la, de forma dinâmica e sucessiva.

• As decisões estão sujeitas a contingência de acomodação. A

alternativa finalmente escolhida não permitirá a realização

completa e exata dos objetivos visados.

• A racionalidade que permeia os passos da tomada de decisão é

limitada. O ser humano não tem condições para levantar todas as

informações possíveis acerca de um problema e/ou de uma

oportunidade.

• As decisões não são perfeitas. Apenas umas são melhores que

outras quanto aos resultados proporcionados para a organização.

A Escola Comportamental ressalta o tipo de homem administrativo, em

vez do homem econômico da Escola de Administração Clássica, do homem da

Escola de Teoria de Relações humanas.

O processo de tomada de decisão típico do homem administrativo pode

ser explicado da seguinte forma

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• O tomador de decisões evita a incerteza e segue as regras

padronizadas da organização para tomar sua decisões.

• Ele define as regras padronizadas apenas nos momentos de

crise.

• A organização é lenta para efetuar ajustes perante os atos

determinísticos dos quais não possui controle.

3.3. Teoria Estruturalista

De acordo com RUI OTAVIO (2011), a Teoria Estruturalista surgiu em

decorrência do declínio do movimento das relações humanas, no final da

década 1950.

O impasse criado pela Escola Clássica e pela de Relações humanas não

foi superado pela teoria da Burocracia. Surge, então, a Escola Estruturalista

como consequência dos seguintes aspectos:

• Oposição entre os aspectos formais, e os defendidos pelos

autores da Escola Clássica informais, valorizados pelos autores da

Escola de Relações Humanas.

• A necessidade de visualizar a organização como um todo, e não

de forma compartimentada e isolada. A organização lida com muitas

variáveis complexas de ordem interna e externa. Ela tanto influencia

como pode ser influenciada pelo ambiente externo direto e indireto.

• A repercussão dos resultados dos estudiosos estruturalistas na

compreensão das organizações como um todo integrado e

complexo.

O Estruturalismo é um método analítico e comparativo que estuda os

elementos ou fenômenos em sua totalidade, salientando seu valor de posição.

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Os estruturalistas preocupam-se com as relações e interconexões das

partes na constituição e na compreensão do todo.

O estruturalismo esta alicerçado na totalidade e na reciprocidade para

facilitar o entendimento de que o todo é maior que a simples soma das partes.

As organizações são uma forma de instituição predominante em nossa

sociedade, altamente especializada e interdependente. Elas permeiam todos

os aspectos da vida moderna e envolvem atenção, tempo e energia de

numerosas pessoas.

Possuem uma estrutura interna e interagem com outras organizações e

com o ambiente. São concebidas e reconstruídas a fim de atingir objetivos

específicos.

Os estruturalistas veem a organização como uma unidade social grande

e complexa, na qual interagem muitos grupos sociais. Embora esses grupos

compartilhem alguns interesses, têm outros incompatíveis. Os diversos grupos

poderiam cooperar em certas esferas e competir em outras, mas dificilmente

são ou podem tornar-se uma grande uma grande família feliz, como

frequentemente dão a entender os autores de Relações Humanas.

Segundo CHIAVENATO (2011), não existem organizações iguais. As

organizações são diferentes entre si e apresentam enorme variabilidade.

Contudo, elas apresentam características que permitem classificá-las em

classes ou tipos, chamadas de Tipologias das organizações:

3.3.1 TIPOLOGIA DE ETZIONI

Etizioni criou um esquema de classificação para organizações com base

na natureza do comportamento da sujeição. De acordo com o autor, sujeição é

o elemento principal do relacionamento entre os que tem poder e aqueles

sobre os quais o poder é exercido.

Em todas as organizações, os membros estão sujeitos às ordens

daqueles que encontram em escalões superiores na hierarquia de autoridade.

Os membro dos níveis mais altos podem exercer autoridade sobre os

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subordinados por meio de força ou coerção, recompensa ou remuneração ou

meios normativos.

Etizioni explica a existência de tipos incongruentes, em parte, como

decorrência de fatores externos que reduzem o poder dos superiores na

organização (por exemplo, a afiliação dos participantes inferiores aos

sindicatos) e de vários comprometimentos de valor.

As organizações foram classificadas como coercitivas, utilitárias e

normativas:

• Coercitivas: neste tipo de organização a força e utilizada como

principal mecanismo para controlar os trabalhadores dos níveis

inferiores. Pode-se citar, como exemplos, as prisões hospitais

para doentes mentais, campos de trabalhos forçados.

• Utilitárias: A remuneração é a principal base para controlar os

trabalhadores dos níveis inferiores. Pode-se citar, como

exemplos, as industriais de colarinho azul, as indústrias de

colarinho branco e os sindicatos comerciais.

• O controle moral é a principal arma que as organizações

possuem para influencias e guiar os participantes do processo.

Como por exemplo, pode-se citar as Igrejas, as universidades, as

organizações políticas.

3.3.2 TIPOLOGIA DE BLAU E SCOTT

Blau e Scott apresentam uma tipologia das organizações baseada no

beneficiário, ou seja em quem se beneficia com a organização.

Para os autores, há quatro categorias de participantes que podem se

beneficiar com uma organização formal:

• Os próprios membros da organização

• Os proprietários os dirigentes da organização

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• Os clientes da organização

• O público em geral

Em função dessas categorias de beneficiário principal que a organização

visa atender existem quatro tipos básicos de organizações:

• Associações de benefícios mútuos: Em que o beneficiário

principal são os próprios membros da organização, como as

associações profissionais, as cooperativas e sindicatos.

• Organizações de interesses comerciais: Em que os proprietários

ou acionistas são os principais beneficiários da organização,

como a maior parte da empresas privadas, sejam sociedades

anônimas ou sociedades de responsabilidade limitada.

• Organizações de serviços: Em que um grupo de clientes é o

beneficiário principal

• Organizações de Estado: Em que o beneficiário é o público em

geral. Exemplos: organização militar, correios, instituições

jurídicas e penais, segurança pública.

3.4 TEORIA DA CONTINGENCIA Segundo CHIAVENATO (2011), a

Teoria da contingencia enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações

ou na teoria administrativa.

Tudo é relativo. Tudo depende. A abordagem contingencial explica que

existe uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas

administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da

organização.

As variáveis ambientais são variáveis independentes dentro de uma

relação funcional.

Na realidade, não existe uma causalidade direta entre essas variáveis

independentes e dependentes, pois o ambiente não causa a ocorrência de

técnicas administrativas.

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De acordo com FALCAO VIEIRA (2012), a abordagem contingencial

procura compreender e explicar como as organizações funcionam em

diferentes condições ou contextos ambientais e verificar as configurações

estruturaris mais eficazes.

Tal abordagem surgiu a partir de estudos realizados em meados da

década de 1950 e início dos anos 1960.

Surgiu em um contexto no qual se observava na Europa, principalmente

na França e Inglaterra e nos Estados unidos a existência de empresas

multinacionais, grandes oligopólios e organizações cada vez mais complexas

em termos de tamanho, tecnologia, tarefas, estratégia e estrutura, em um

período em que se travavam guerra ideológicas entre o capitalismo e o

socialismo.

Em suma, a Teoria da Contingência explica que não há nada de

absoluto nos princípios gerais de administração.

Os aspectos universais e normativos devem ser substituídos pelo critério

de ajuste constante entre cada organização e o seu ambiente e tecnologia.

Entre os principais trabalhos sobre abordagem contingencial destacam-

se os de Burn e Stalker (1961), Lawrence e Lorsch (1967), Wooward (1977).

3.4.1 BURNS E STALKER

Burns e stalker desenvolveram uma pesquisa com 20 industrias inglesas

a fim de verificar a relação existente entre as práticas administrativas e o

ambiente externo das indústrias objetos de investigação. Chegaram a

conclusão de que as organizações possuíam características diversas, e com

base nesses resultados, os autores classificaram as organizações como

mecanicistas e organicistas.

Organizações Mecanicistas:

• Estrutura vertical por meio de uma minuciosa divisão de trabalho

• As atividades eram desenvolvidas por especialistas, segundo os cargos

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• As decisões eram tomadas pelo nível estratégico

• O comando era único, ou seja, cada empregado deveria se reportar a

um único superior.

• Sistema rígido de controle

• A comunicação ascende, de baixo para cima, passa por um processo de

racionalização, só sobe para os níveis hierárquicos o que for de

interesse da alta administração.

• Amplitude de controle do supervisor com menos número de empregados

vinculados em decorrência da divisão minuciosa do trabalho.

• Ênfase nos princípios universais da teoria clássica.

Organizações organicistas:

• Estruturas organizacionais mais flexíveis, com menos níveis

hierárquicos.

• Desenho de cargos baseado nos princípios de complementaridade de

competências.

• O conhecimento é pré requisito para o desenvolvimento das atividades

• O número de empregados vinculados a cada superior é mais amplo em

decorrência do desenho do cargo.

• Valorização das comunicações ascendentes, de baixo para cima, e das

organizações informais.

Ênfase nos postulados da Escola de Relações Humanas. Percebe-se

que as organizações mecanicistas convivem melhor em ambientes

relativamente estáveis, certos e previsíveis.

Um ambiente estável tem pouca ou nenhuma mudança imprevista ou

repentina.

As organizações organicistas valorizam a flexibilidade e a agilidade para

que possam dar respostas para o mercado no menor tempo possível.

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3.4.2. AS CONTRIBUIÇÕES DE LAWRENCE E LORSCH

Segundo CHIAVENATO (2011), Lawrence e Lorsch fizeram uma

pesquisa sobre organização e ambiente que provocou o aparecimento da

Teoria da Contingência.

O nome Teoria da Contingência derivou dessa pesquisa. Preocupados

com as características que as empresas devem ter para enfrentar com

eficiência as diferentes condições externas, tecnológicas e de mercado, fizeram

uma pesquisa sobre dez empresas em três diferentes meios industriais:

plásticos, alimentos empacotados e recipientes.

Os autores concluíram que os problemas organizacionais básicos são a

diferenciação e a integração:

• Diferenciação: a organização e dividida em subsistemas ou

departamentos, cada qual desempenhando uma tarefa

especializada para um contexto ambiental também

especializado. Cada sistema ou departamento reage

somente àquela parte do ambiente que é relevante para a

sua própria tarefa especializada

• Integração: Refere-se ao processo oposto à diferenciação

e é gerado por pressões vindas do ambiente da

organização no sentido de obter unidade de esforços e

coordenação entre os vários departamentos.

De acordo com RUI LOPES (2011), os resultados das pesquisas

desenvolvidas por Lawrence e Lorsch os estimularam a formular a teoria da

contingência, ou seja, de que não existe a melhor maneira para se gerenciar e

organizar uma empresa, esta precisa estar em constantes ajustes como

ambiente externo. Se prevalecer um ambiente externo em transformação ou

turbulento, então a organização pode adotar diferentes posturas estratégicas

para se ajustar ao meio.

Se prevalecer um ambiente estável e de calmaria, então a organização

pode atuar de forma diferente, assim como apresentar uma configuração

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organizacional e processual diferenciada das organizações que convivem em

ambientes em transformação e de turbulência.

Os resultados das pesquisas realizadas por Burns, Stalker, Lawrence e Lorsch

demostraram que os modelos prescritivos não são aplicados a todas as

situações.

3.4.3. AS CONTRIBUIÇÕES DE JOAN WOODWARD

Segundo FALCÃO VIEIRA (2012), Joan Woodward desenvolveu seus

principais trabalhos no campo organizacional quando dirigiu a unidade de

pesquisa sobre relações humanas.

O modelo de Woodward era mais complexo que o de Burns e Stalker,

contando com três estágios ao invés de dois. Entretanto, eles compartilhavam

uma conceituação similar de estrutura, enquanto mecânica e orgânica e

também convergiam a respeito da tecnologia.

Woodward classificou os sistemas produtivos em três tipos:

• Sistemas de produção unitária e de pequenos lotes:

Compreendem a produção de unidades ou pequenos lotes por

pedido, ou seja, de acordo com as especificações dos

consumidores, bem como a produção de protótipos ou de grandes

equipamentos, como navios e aviões, por exemplo.

• Sistemas de produção de grandes lotes e em massa: Esses

sistemas caracterizam-se pela padronização, pelo uso de

tecnologia de média complexidade em pelo grande volume de

produção bem como de grandes lotes em linhas de montagem.

• Sistemas de produção por processo: Caracterizado pelo fluxo

contínuo de produtos como grãos, líquidos e gases, bem como

pela alta complexidade da tecnologia envolvida na produção.

A partir de pesquisas em diferentes indústrias, Woodward identificou

uma forte relação entre as variáveis tecnologia e estrutura, bem como o

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reflexo dessa relação no desempenho das organizações. Seus estudos

indicaram que a natureza da tecnologia empregada afetava diretamente

quantidade a quantidade de níveis hierárquicos e a amplitude de

controle dos supervisores nas linhas de produção. Verificou também que

uma empresa era tão mais bem sucedida quanto melhor alinhada a sua

estrutura à tecnologia de produção utilizada.

Para CHIAVENATO (2011), a Teoria da Contingência é a mais

recente das teorias administrativas, suas origens remontam às

pesquisas de Burns e Stalker, Lawrence e Losrch e Woodward a

respeito das organizações e seus ambientes.

Essa pesquisas revelaram que a teoria administrativa disponível

era insuficiente para explicar os mecanismos de ajustamento das

organizações aos seus ambientais de maneira proativa e dinâmica.

Verificou-se que as características das organizações são decorrentes do

que existe fora delas. Passou-se a estudar os ambientes e a

interdependência entre as organizações e o meio ambiente

O conhecimento do ambiente passou a ser vital para

compreensão dos mecanismos organizacionais

A teoria da Contingência parte para novos modelos

organizacionais mais flexíveis e orgânicos, como a estrutura matricial,

estrutura em redes e a estrutura em equipes. Também enfatiza o modelo

do homem complexo e abordagens contingenciais sobre motivação e

liderança.

Em uma apreciação crítica, verifica-se que a Teoria da

Contingência é eclética e interativa, mas ao mesmo tempo relativista e

situacional.

Em alguns aspectos, parece que a Teoria da Contingência é

muito mais uma maneira relativa de encarar o mundo do que

propriamente uma teoria administrativa.

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CONCLUSÃO

Nossas ideias sobre os indivíduos, a administração e as

organizações evoluíram de acordo dom diferentes valores culturais e

instituições através da história.

O desenvolvimento de como administrar também evoluiu no meio

econômico, social, político e tecnológico das várias culturas. O pensamento

administrativo é tanto um processo como um produto de seu meio cultural e

deve ser examinado nesse contexto.

A administração surge quando os indivíduos tentam satisfazer essas

necessidades por meio da ação grupal, ela facilita a realização das metas do

indivíduo e do grupo. Várias organizações, como família, a tribo, o Estado e a

Igreja, surgiram no curso da história como meios para realização dos objetivos

humanos.

As pessoas criaram organizações para ampliar suas competências,

proteger-se, enriquecer sua vida e satisfazer diversas outras necessidades,

para atingir esses fins, pessoas com um propósito comum associam-se e

formam organizações que atendam às suas necessidades. E essas

organizações precisam ser administradas.

A administração cientifica deve ser entendida no contexto de seu

tempo, pelo exame das forças que a criaram como extensão da administração

sistemática e fizeram dela o espirito daquela época.

A administração científica, iniciada por Taylor e seus seguidores,

constitui a primeira teoria administrativa, a preocupação em criar uma ciência

da administração começou com a experiência concreta e imediata do trabalho

de operários e com a ênfase nas tarefas.

Np primeiro período de sua obra, Taylor voltou-se para a

racionalização do trabalho dos operários, estendendo-se no segundo período à

definição de princípios de Administração aplicáveis a todas as situações da

empresa.

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A racionalização do trabalho se fundamenta na análise do trabalho

operário, no estudo dos tempos e movimentos, na fragmentação das tarefas e

na especialização de produção.

O surgimento da teoria da administração e da organização ocorreu

perla contribuição de Fayol, com os princípios e os elementos da

administração, e pela busca de Weber por um esquema de arranjos estruturais

racionalizados com a finalidade de assegurar a eficiência organizacional. Com

diferentes experiências e perspectivas, tanto Fayol com Weber tentaram

apresentar esquemas para se lidar com grandes organizações.

Henry Fayol defendeu maior ênfase na educação em administração

do que na formação técnica, e importância do planejamento e da organização,

e as fases sequenciais de comando, coordenação e controle.

Max Weber buscou, evitar a liderança e organização por meio de

tradição e carisma, estabelecer uma base racional legal para a autoridade, e

apresentar arranjos sistemáticos para a seleção de pessoal e a execução de

atividades.

Porém, dentro desse contexto da abordagem Clássica da

administração, surge nos EUA, a Teoria das Relações humanas, decorrente de

reações negativas nos trabalhadores, que passaram a fazer reivindicações,

manifestações e greves.

O surgimento e a evolução da Teoria das relações humanas na

administração também podem ser associados ao desenvolvimento da

psicologia e da psicologia industrial e à sociedade moderna.

As origens da Teoria das Relações humanas remontam à influência

das ideias do pragmatismo e da iniciativa individual nos Estados unidos, berço

da democracia.

A experiência de Hawthorne marca, ao longo de sua duração, o

inicio de uma nova teoria calcada em valores humanísticos na Administração,

deslocando a preocupação com as pessoas.

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BIBLIOGRAFIA

ANDRADE, Rui Otavio Bernardes de. Teoria Geral da Administração. 2ª ed. Rio

de Janeiro: Elsevier, 2011.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 8ª ed. Rio

de Janeiro: Elsevier, 2011.

MAXIMIANO, António Cesar Amaru. Introdução à Administração. 5ª ed. São

Paulo: Atlas, 2000.

MOTTA, Fernando Claudio Prestes. Teoria Geral da Administração: uma

introdução. 9ª ed. São Paulo: Pioneira, 1981.

VIEIRA, Marcelo Milano Falcão. Teoria Geral da Administração. Rio de janeiro:

FGV, 2012.

WERN, Daniel A. Ideias de Administração: O pensamento clássico. São Paulo:

Ática, 2007.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

OS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO 09

1.1. Influência dos Filósofos 11

1.1.1 Sócrates 11

1.1.2 Platão 11

1.1.3 Aristóteles 11

1.2. Influência da Organização da Igreja Católica

1.3. Influência da Organização Militar 12

1.4. Influência da Revolução Industrial 13

CAPÍTULO II

ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO 15

2.1. Taylor e a Administração Cientifica 16

2.2. Taylor e seus Seguidores

2.2.1. Frank Gilbert e Lilian Gilberth 22

2.2.2. Henry Gantt 23

2.2.3. Harrington Emerson 23

2.3. Henry Ford e o Fordismo 24

2.4. Fayol e a Teoria clássica da Administração 26

2.5. Max Weber e a Teoria Burocrática 32

CAPÍTULO III

A EVOLUÇAO DAS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO 36

3.1. Teoria das Relações Humanas 37

3.2. Teoria Comportamentalista 41

3.2.1. Abraham Maslow e hierarquias da necessidades 42

3.2.2. Frederick Herzberg e a teoria dos dois fatores 43

3.2.3. McGrecor e as teorias X e Y 44 3.2.4. Likert e o sistema de Administração 45 3.2.5 Simon e a tomada de decisão 46

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3.3 Teoria Estrururalista 46 3.3.1 Tipologia de Etizioni 49 3.3.2 Tipologia de Blau e scott 50 3.4.Teoria da Contingência 52 3.4.1. Burns e Stalker 53 3.4.2. As contribuições de Lawrence e Lorsch 54 3.4.3. As contribuições de Joan Woodward 55 CONCLUSÃO 58 BIBLIOGRAFIA 60 ÍNDICE 61