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mafalda-azeredo-frade
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DefiniçãoDefinição
• DIPDIP = síndrome clínica secundária à ascensão de microorganismos da vagina e/ou endocérvice ao trato genital superior útero (endométrio), trompas de Falópio, ovários, superfície peritonial e/ou estruturas contíguas.
DIPDIP
Abscesso ovariano
US = abscesso tubário
Sinonímia:Sinonímia: endometrite, salpingite, salpingooforite, pelviperitonite
DIPDIP
EpidemiologiaEpidemiologia
• 1 milhão/novos casos/ano nos EUA= 4,2 bilhões de dólares/ano (Washington,2000)
• 10% das mulheres em idade reprodutiva (MS, Brasil, 1999)
• Infertilidade: 8% das mulheres no primeiro episódio; 20% no segundo e 40% no terceiro
• Risco de gravidez ectópica aumenta de 7 a 10 vezes
• 20% das algias pélvicas crônicas
• Rara: mulheres em amenorréia, grávidas e pós-menopáusicas;• Comum: tabagistas, raça não-branca, jovens, nulíparas, com
história de DIP prévia
DIPDIP
DIPDIPAgentes EtiológicosAgentes Etiológicos
• Bactérias pertencentes às DSTs = Neisseria gonorrhoeae , Neisseria gonorrhoeae , Chlamydia trachomatis Chlamydia trachomatis = = 75% casos
• Micoplasma hominis Micoplasma hominis ee Ureaplasma urealyticum Ureaplasma urealyticum
• Bactérias não pertencentes às DSTs = flora vaginal endógena(aeróbios / anaeróbios gram + / -):
• Bacteroides, Peptoestreptococcus, Gardnerella Bacteroides, Peptoestreptococcus, Gardnerella vaginalis, Escherichia coli, Streptococcus B-vaginalis, Escherichia coli, Streptococcus B-hemolíticohemolítico do grupo Ado grupo A
• Actinomices israeliActinomices israeli: mulheres usuárias de DIU: mulheres usuárias de DIU
• VírusVírus: papel incerto : papel incerto
Quadro clínico
Severe symptoms
4%
Subclinical/silent60%
Mild to moderate symptoms
36%
Overt
40%
DIPDIP
Classificação• I - LEVE: Salpingite sem peritonite
– não há liberação de material purulento para a cavidade peritoneal através do óstio tubário.
• II - MODERADA: Salpingite com peritonite– o material purulento extravasa pelo óstio e compromete o
peritônio pélvico.
• III - GRAVE: Abscesso tubo-ovariano– processo infeccioso agressivo causando obstrução das fímbrias
tubárias com formação de piossalpinge; proliferação máxima dos germes aneróbios com posterior propagação para os ovários e formação de abscesso tubo-ovariano.
DIPDIP
DiagnósticoDiagnósticoDIPDIP
Critérios maiores:Critérios maiores:• Dor abdominal/ pélvica• Dor à palpação dos anexos• Dor à mobilização do colo uterino
Critérios menores:Critérios menores:• Temperatura axilar maior que 37,8 ºC• Corrimento cervical ou vaginal anormal• Hemograma com sinais infecciosos ( leucocitose com desvio à esquerda)• Outras provas laboratoriais sugerindo infecção (VHS, proteina C reativa)• Comprovação laboratorial de clamídia ou gonococo na cérvix
Critérios elaborados:Critérios elaborados:• Biópsia endometrial= eBiópsia endometrial= evidência histológica de endometrite• Ecografia ou tomografia evidenciando abscesso tubo-ovariano• Laparoscopia evidenciando DIP
DIPDIP
Diagnóstico ClínicoDiagnóstico Clínico
• Necessário a presença dos três critérios maiores somados a um dos critérios menores.
• Os critérios elaborados por si só definem o diagnóstico.
Exames Complementares
• Ultra- sonografia: avaliação de abscesso tubo-ovariano
• Rx simples abdome: diagnóstico diferencial do abdome agudo cirúrgico (apendicite)
• Hemograma : VHS / leucocitose com desvio a esquerda
• Proteina C reativa: evidenciar atividade inflamatória
• Bacterioscopia: culturas para germes aeróbios e anaeróbios , clamídia (imunofluorescência, cultura ou PCR); gonococo, ureaplasma e micoplasma (cultura ou PCR)– demonstrar a presença de agentes em material obtido da
endocérvix, do fundo de saco de Douglas (obtido por punção) ou das tubas e peritônio (quando for realizada laparoscopia ou laparotomia)
DIPDIP
Bacterioscopia: Corrimento cervical mucopurulento (swab)
Source:Seattle STD/HIV Prevention Training Center at the University of Washington/ Claire E. Stevens and Ronald E. Roddy
Exames ComplementaresDIPDIP
Exames Complementares
• Urina tipo I e cultura: afastar infecção urinária
• Teste de gravidez: em alguns casos, para excluir prenhez ectópica
• Sorologia para HIV, sífilis e hepatites: para rastrear outras DST
• Laparoscopia: na dependência das possibilidades de cada serviço e, principalmente, nos casos em que houver dúvida com relação ao diagnóstico.
DIPDIP
Critérios específicos para o diagnósticoCritérios específicos para o diagnóstico
• Biópsia endometrial
• Ultrassom Transvaginal ou MRI
• Laparoscopia
DIPDIPExames Complementares
Atenção à epidemiologiaAtenção à epidemiologia
• parceiro com queixa de corrimento uretral ou úlcera genital
• parceiro recente (menos de 3 meses)• múltiplos parceiros ou ausência de parceiro fixo• dados clínicos: alteração do muco cervical (aspecto
mucopurulento) ou sinais de cervicite
DIPDIP
DiagnósticoDiagnóstico
DIPDIP Atenção à epidemiologiaAtenção à epidemiologia
DiagnósticoDiagnóstico
• dados clínicos: muco cervical (aspecto mucopurulento) ou sinais de cervicite
Tratamento Ambulatorial Tratamento Ambulatorial
• Cefoxitina 2g, IM, dose única + probenecida, 1g, VO, dose única + doxiciclina 100 mg 12/ 12 h - 14 dias; OU
• Ofloxacina 400 mg, VO, 12/12 h, 14 dias + metronidazol 500mg, VO, 12/12h, 14 dias; OU
• Ofloxacina 400 mg, VO, 12/12 h, 14 dias + doxiciclina 100mg,12/ 12h - 14 dias + metronidazol 500mg, VO, 12/12h, 14 dias; OU
• Ampicilina 3,5 g, VO, dose única + probenecida 1g, VO, dose única + doxiciclina 100 mg de 12/12 hs, VO, por 14 dias + metronidazol 500mg, VO, 12/12h, 14 dias
DIPDIP
• Ceftriaxona 250 mg, IM - dose única +Ceftriaxona 250 mg, IM - dose única +
• Doxiciclina 100 mg 12/ 12 h - 14 diasDoxiciclina 100 mg 12/ 12 h - 14 dias
CDC, 2002CDC, 2002
Tratamento HospitalarTratamento Hospitalar
• Dúvida diagnóstica:
– pacientes usuárias de DIU
– imunossuprimidas (HIV)
• Quadros tóxicos de início ( temperatura ≥ 38C)
• Intolerância tratamento VO ou na falta de resposta terapêutica no período de 24-48 horas
• Salpingite com peritonite ou abscesso tubo ovariano
• É fundamental diagnosticar a presença ou não de abcesso tubo-ovarino
DIPDIP
Tratamento HospitalarTratamento Hospitalar
• Cefoxitina Cefoxitina (2g,IV, 6/6h)(2g,IV, 6/6h) + +• Doxiciclina Doxiciclina (100mg VO ou IV, 12/12h, por 14 dias)(100mg VO ou IV, 12/12h, por 14 dias)
DIPDIP
Clindamicina (900mg, IV,8/8h) + gentamicina (180 mg,IV, dose única diária-até 60 Kg; ou 240 mg)
OU
CDC, 2002CDC, 2002
Tratamento CirúrgicoTratamento Cirúrgico
• Abscesso tubo ovariano: inicia-se a terapêutica e observa-se a evolução da paciente
• Sem melhora /aumento no volume do abscesso/ suspeita de rotura do mesmo= intervenção imediata
• Abscessos até 5 centímetros: boa resposta ao tratamento
• Abscessos > 10 cm : cirurgia
• Drenagem do ATO: incisão mediana infra-umbilical para diminuir a chance de infecção de parede posterior
• Como critério de alta hospitalar considera-se, além da melhora laboratorial e clínica, a ausência de febre por, no mínimo,48 horas
DIPDIP
Tratar Sempre O ParceiroTratar Sempre O Parceiro
• Doxiciclina 100 mg 12/12 h,14 dias Doxiciclina 100 mg 12/12 h,14 dias ouou• Azitromicina 1.0 g VO em dose únicaAzitromicina 1.0 g VO em dose única
DIPDIP
Quando a paciente apresentou abscesso tubo-ovariano Quando a paciente apresentou abscesso tubo-ovariano associar: associar: • Metronidazol 500 mg VO 12/12 h,14 dias ou• Clindamicina 600 mg VO 8/8 h,14 dias
ComplicaçõesComplicações
• Precoces:Precoces: Peri-hepatite Abscesso tubo ovariano Morte
• Tardias:Tardias: Infertilidade Gravidez ectópica Dor pélvica crônica DIP recorrente
DIPDIP
Complicações Precoces Complicações Precoces Peri-hepatite Peri-hepatite Aderências em forma de “cordas de violino”
DIPDIP
Síndrome de FITZ-HUGH-CURTISSíndrome de FITZ-HUGH-CURTIS
Complicações TardiasComplicações Tardias InfertilidadeInfertilidade Gravidez ectópica Dor pélvica crônica DIP recorrente
DIPDIP
Mandell and Rein, Atlas of Inf. Diseases, vol 5 Sex Trans Dis
• Relação entre o Relação entre o número de episódios número de episódios de DIP e a ocorrência de DIP e a ocorrência de infertilidadede infertilidade
Complicações TardiasComplicações Tardias Infertilidade Gravidez ectópica Dor pélvica crônica DIP recorrente
DIPDIP
Complicações TardiasComplicações Tardias
Visão laparoscópica de uma gravidez ectópica: trompa edemaciada.
DIPDIP Infertilidade Gravidez ectópica Dor pélvica crônica DIP recorrente
Complicações TardiasComplicações Tardias Infertilidade Gravidez ectópica Dor pélvica crônica DIP recorrente
DIPDIP
• Relação entre o Relação entre o número de episódios número de episódios de DIP e a ocorrência de DIP e a ocorrência de dor pélvica crônica.de dor pélvica crônica.
Mandell and Rein, Atlas of Inf. Diseases, vol 5 Sex Trans Dis
Diagnóstico DiferencialDiagnóstico Diferencial
• Apendicite
• Aborto Séptico
• Gravidez Ectópica
• Torção e ruptura de cisto ovariano
• Torção de mioma
• Endometriose
• Infecção urinária
• Litíase renal
DIPDIP
Para lembrar = As síndromesSíndrome Etiologias
Corrimento vaginal vaginite: -tricomoníase -candidíase -vaginose bacterianacervicite: -gonorréia -infecção por clamídia
Corrimento uretral gonorréiaclamídia
Úlcera genital sífiliscancro moleherpes simplesdonovanoseLGV
Desconforto ou dor pélvica gonorréiaclamídiainfecção mista por anaeróbios
42
DIPDIP
Orientação e AconselhamentoOrientação e Aconselhamento
• Associação DST / HIV: OFERECER teste
• Associação entre as DST: OFERECER sorologias Sífilis/Hepatites
• Orientar sobre como comunicar parceiros
• Adesão ao tratamento
• Interromper atividade sexual
• Preservativo em todas as relações
• Notificar
• Agendar retorno
DIPDIP
Quem deverá ser notificado?Quem deverá ser notificado?11
DST CONTATOS TEMPOCorrimento uretral/uretrite(Gonorréia e clamídia)
-Parceiros sexuais-Pessoas envolvidas em casos de abuso sexual
Até 60 dias (2 meses) antes do início do quadro
Úlceras genitais(Sífilis e cancro mole)
-Parceiros sexuais-Pessoas envolvidas em casos de abuso sexual
Até 90 dias (3 meses) antes do início do quadro
DIP(Gonorréia e clamídia)
-Parceiros sexuais-Pessoas envolvidas em casos de abuso sexual
Até 60 dias (2 meses) antes do início do quadro
DIPDIP
Quem deverá ser notificado?Quem deverá ser notificado?22
DST CONTATOS TEMPOCorrimento vaginalSe cervicite(gonorréia e clamídia) ou tricomoníase
-Parceiros sexuais-Pessoas envolvidas em casos de abuso sexual
Até 60 dias (2 meses) antes do início do quadro
Oftalmia neonatal(gonorréia e clamídia)
-Mãe e seus parceiros sexuais atuais
Sífilis congênita -Mãe e seus parceiros sexuais atuais
DIPDIP
Quem deverá ser notificado?Quem deverá ser notificado?33
DST CONTATOS TEMPOSífilis primária -Parceiros sexuais
-Pessoas envolvidas em casos de abuso sexual
Até 90 dias (3 meses) antes do início do quadro
Sífilis secundária
-Parceiros sexuais-Pessoas envolvidas em casos de abuso sexual
Até 180 dias (6 meses) antes do início do quadro
Sífilis latente recente
-Parceiros sexuais-Pessoas envolvidas em casos de abuso sexual
Até 01 ano antes do início do quadro
Sífilis latente tardia ou indeterminada
-Avaliar!!-Tratar parceiros sexuais atuais
DIPDIP
Quem deverá ser notificado?4
DST CONTATOS TEMPOInfecção pelo HIV
-Parceiros atuais-Considerar os parceiros desde o início da(s) atividade(s) de risco
Hepatite B - Convocar todos os contatos sexuais e de uso de drogas
Herpes genitale Condiloma (HPV)
-Convocar parceiros sexuais atuais para aconselhamento-Tratamento se necessário
DIPDIP
Você não pega DST’s:Você não pega DST’s:
• pelo assento “quente” do ônibus;pelo assento “quente” do ônibus;• pelo ar;pelo ar;• por tosse ou espirro;por tosse ou espirro;• por picadas de insetos;por picadas de insetos;• por suor ou lágrima;por suor ou lágrima;• por alimentos;por alimentos;• em cadeiras, bancos públicos de praças, parques e em cadeiras, bancos públicos de praças, parques e
hospitais;hospitais;• em apertos de mão e abraços;em apertos de mão e abraços;• usando copos, pratos e talheres.usando copos, pratos e talheres.
DIPDIP