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Manual Sobre Doenças nos Peixes e Seus Tratamentos Um aquário é dádiva de relaxamento natural Preocupações e stress são fatores predominantes das nossas vidas. O desejo de relaxar nos nossos tempos livres é fácil de perceber. Um aquário, com a sua conjugação impar de tranqüilidade e vida, proporcionam a oportunidade de fazê-lo, como nenhum outro passatempo. Por esta razão há cada vez mais pessoas a descobrir o prazer de manter um aquário. Um aquário permite certa libertação da nossa alma. Manter um aquário é um passatempo cheio de vida, no verdadeiro sentido da palavra. O fato de ter um aquário, dá-lhe a responsabilidade de manter os animais saudáveis. Mas por outro lado, manter um pequeno aquário biótipo equilibrado, é muito fácil. Este manual dá-lhe toda a ajuda e conselhos para as doenças dos seus peixes. Isto passa pela identificação imediata e correta da maioria das doenças mais comuns que atacam os peixes, o uso do tratamento correto e, claro, um bem explanado programa preventivo de modo a evitar ao máximo os problemas provocados por doença. Nós desejamos-lhes o maior sucesso no combate às doenças e uma saúde de ferro para os seus peixes.

Doenças dos Peixes e seus tratamentos

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Manual Sobre Doenças nos Peixes e Seus Tratamentos

Um aquário é dádiva de relaxamento natural

Preocupações e stress são fatores predominantes das nossas vidas. O desejo de relaxar nos nossos tempos livres é fácil de perceber.

Um aquário, com a sua conjugação impar de tranqüilidade e vida, proporcionam a oportunidade de fazê-lo, como nenhum outro passatempo. Por esta razão há cada vez mais pessoas a descobrir o prazer de manter um aquário. Um aquário permite certa libertação da nossa alma.

Manter um aquário é um passatempo cheio de vida, no verdadeiro sentido da palavra.

O fato de ter um aquário, dá-lhe a responsabilidade de manter os animais saudáveis. Mas por outro lado, manter um pequeno aquário biótipo equilibrado, é muito fácil.

Este manual dá-lhe toda a ajuda e conselhos para as doenças dos seus peixes. Isto passa pela identificação imediata e correta da maioria das doenças mais comuns que atacam os peixes, o uso do tratamento correto e, claro, um bem explanado programa preventivo de modo a evitar ao máximo os problemas provocados por doença.

Nós desejamos-lhes o maior sucesso no combate às doenças e uma saúde de ferro para os seus peixes.

Doenças externas e internas: do diagnóstico até a cura.

Para nossa sorte, as doenças raramente se manifestam em aquários bem equilibrados. No entanto, muito aquariófilo, com os anos de experiência, é confrontado com este problema. Se por acaso surge uma doença no se

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aquário, uma ação consciente e rápida evita, na maioria das vezes, que aconteça o pior.

As doenças externas dos peixes são diferentes das doenças internas. Em particular na pele e nas barbatanas, são geralmente fáceis de detectar e tratar doenças externas, na sua fase inicial. As doenças internas não são tão fáceis de detectar, mas a maioria delas implica comportamentos estranhos, o que as torna óbvias se observarmos os peixes conscientemente. Estes comportamentos passam por perda de apetite, nadar de forma estranha, apatia e mudanças de cor, principalmente o escurecimento. Por isso, também nos casos de doenças internas, o aquariófilo pode detectar rapidamente alguma coisa errado.

È muito importante atuar de acordo com a seqüência que a seguir indicamos.

A – Observação

B – Diagnóstico

C – Prevenção

Através de uma observação freqüente e atenta, muitas das doenças podem ser detectadas nas suas fases iniciais. Os peixes atacados não estão ainda enfraquecidos e temos uma boa hipótese de os peixes ainda saudáveis não sejam contaminados. Um diagnóstico correto é imprescindível para um tratamento bem sucedido. Com medicamentos específicos para diferentes doenças, evitamos perturbações desnecessárias aos peixes e às plantas. O tipo de tratamento depende do diagnóstico. Os medicamentos diferem de doenças para doença. Mas devemos respeitar uma regra básica em relação a

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rodas as doenças: atuar rapidamente aumenta de forma considerável a hipótese de recuperação total. Isto se aplica em especial nas doenças muito contagiosas.

Doença de Cilados

Os cilados são microorganismos unicelulares. Há muitas espécies diferentes em todos os aquários, sendo a maioria deles demasiado pequenos para serem vistos a olho nu. Eles comem bactérias e pequeníssimas partículas flutuantes, e são um belo petisco suplementar para os peixes mais pequenos.

Mas, alguns cilados são parasitas, que vivem dos peixes alimentando-se das substâncias corporais segregadas pelos mesmos.

Como é um Peixe doente?

O primeiro passo para se detectar e prevenir doenças é a observação constante. Com esse procedimento, você terá mais condições de identificar imediatamente qualquer anormalidade e perceber se o aquário está em boas condições, tomando as providencias necessárias, caso haja algum problema.

Como observar os peixes

Cheque regulamente se os peixes estão no aquário. Se num primeiro momento você não vir todos, tenha calma. Muitos peixes, sobretudo os de hábitos noturnos, podem estar entre as pedras e as plantas.

Caso você note a falta de um espécime por dois ou três dias, então o fato merece uma apuração.

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Prevenção contra as doenças

Assim como nós, os peixes também adoecem. A manutenção da boa qualidade da água é uma ferramenta importantíssima para a saúde e o bem estar dos peixes, pois a prevenção ainda é o melhor remédio A falta de cuidados com a manutenção da água do aquário normalmente é o estopim que desencadeia em doenças nos peixes, causadas por protozoários, fungos, bactérias e outros parasitas.

A rápida detecção do problema, a identificação precisa para o correto tratamento e a perseverança são as chaves para uma recuperação bem sucedida!

O condicionamento da água do aquário pode ser feita com produtos de diversos fabricantes mas falarei do Labcon Protect. Ele é muito importante para a manutenção de boas condições ambientais e a conseqüente prevenção das doenças. O produto neutraliza cloro e metais pesados, normalmente presentes nas águas de abastecimento doméstico, fornece vitamina B1, um importante agente anti-stress que promove o bem estar dos peixes. Labcon Protect ainda preserva a integridade dos peixes pela ação do extrato de Aloe Vera e de um colóide orgânico, que formam uma película sobre o corpo, preservando o seu muco natural.

A seguir, listamos algumas das doenças mais comuns que podem acometer os peixes, bem como os tratamentos recomendados:

Doenças causadas por protozoários e outros parasitas:

Protozoários são pequenos seres formados por uma única célula. Podem apresentar duas fases no seu ciclo de vida: a forma de cistos e a forma livre-natante. Na maioria das vezes eles se manifestam quando ocorre uma queda brusca na temperatura da água. Para o tratamento de doenças causadas por protozoários e outros parasitas, recomenda-se o uso de Labcon Ictio, um parasiticida extremamente eficiente. A elevação da temperatura da água para a faixa entre 27 e 30 ºC contribui para acelerar o ciclo de vida do protozoário, diminuindo o período de encistamento e aumentando a eficácia do tratamento. Muitas vezes as manifestações de protozoários podem estar associadas a infecções causadas por fungos e bactérias oportunistas. Desta forma, quando há detecção dos mesmos, é recomendado o uso conjugado do Labcon Ictio com o Labcon Aqualife (no caso de fungos) e do Labcon Bacter (no caso de bactérias).

Íctio ou Pontos branco

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É a doença mais comum entre os peixes de água doce. Causado por protozoário Ichthyophthyrius multifiliis, perfura rapidamente a epiderme e se estabelece entre a epiderme e a derme, deixando um ponto branco, de fácil diagnóstico. Infectam um aquário em pouco tempo. Outros sintomas são nadadeiras fechadas e costumam esfregar-se nas pedras e troncos.

O organismo unicelular ichthyophthirius pode medir ate 1,5 mm. E é perfeitamente visível sobre a pele, a olho nu. Pelo fato de deixar o peixe coberto com pústulas brancas, que mais parece polvilhado com areia ou areão. O Íctio é geralmente apelidado de doença do ponto branco ou, menos comum doença da areia.

Peixes contaminados pela Ictiofitiríase ou Íctio

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Como o agente causador não se propaga pelo ar, a contaminação de um aquário sadio se dá pela introdução de um hospedeiro, que na maioria dos casos, pode ser um peixe aparentemente com saúde, pedras e/ou cascalho e, é claro, a água, proveniente de outro aquário, tanque, ou loja de peixes. Cistos de Íctio já foram encontrados, também, em plantas aquáticas, alimentos vivos, e outros animais aquáticos. Atenção especial também às redes e puçás de captura, e demais objetos usados em aquariofilia que entrem em contato com a água e permaneçam molhados.

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A temperatura, sendo um dos fatores de grande importância na vida dos peixes, contribui decisivamente para o aparecimento e desenvolvimento do Íctio. Isto explica porque uma epidemia ocorre sempre que peixes tropicais (infestados) são mantidos em temperaturas muito baixas ou, em alguns casos, peixes de água fria (também infestados) em temperatura mais alta. Pelas mesmas razões, a maioria das infestações por Íctio em peixes tropicais parece ocorrer, com mais freqüência, nas estações mais frias ou quando os mesmos são manipulados indevidamente, sem considerar a temperatura ou a queda brusca da mesma.

SintomasNo estágio inicial da infestação o peixe se esfrega no fundo e nos objetos de decoração do aquário. As nadadeiras ficam mais fechadas, ocorre perda de apetite e a respiração se torna ofegante.Pequenos pontos brancos (1mm de diâmetro) em todo o corpo do peixe: boca, nadadeira anal, dorsal, opérculos, nadadeira peitoral e etc. Esses pontos brancos não são o parasita, são os cistos, ou melhor as feridas causada por eles. Depois que o parasita se desenvolveu bastante o peixe fica com uma espécie de "cordão" branco, onde solta milhares de novos parasitas para contaminar outros peixes. Os pontinhos brancos são na verdade a fase cística e a forma mais resistente do protozoário. Depois do período de amadurecimento, o cistos se desprendem do peixe e vão para o fundo do aquário. Eles então eclodem e liberam novos protozoários infestantes que irão se fixar novamente no peixe, até amadurecerem e fechar o ciclo.

TratamentoApesar de ser uma doença temida por sua velocidade de contaminação, não é difícil de tratar, veja o que você pode fazer:

• Elevar a temperatura do aquário para 30 graus;• Aplicar um parasiticida de ação rápida;

O íctio também é vulnerável a azul de metileno, portanto você pode optar por comprar remédios prontos em lojas de aquarismo.

• Ou coloque sal grosso na água, 15g a cada 10 litros por curto período de tempo, uma semana, (lembre sempre que o sal não é muito benéfico às coridoras e peixes de couro);

O sal grosso é bom no tratamento de algumas doenças dos peixes, por exemplo, no tratamento do íctio. Você pode colocar o sal diretamente na água ou, ainda, diluir o sal na água a ser reposta nas trocas parciais ou, ainda, fazer o tratamento em um aquário de quarentena (ou hospital).

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• Desligar as luzes do aquário durante o tratamento.

Íctio de água salgada

O Cryptocarion, na água salgada, é muito parecido com o Íctio da água doce. Daí a sua designação comum de Íctio de água salgada. É também originada por um ciliado, que se fixa profundamente na pele. Os pontos brancos ou acinzentados, perfeitamente visíveis, erupções da membrana mucosa de formato elíptico, protegem e permitem a sobrevivência destes unicelulares. São muito difíceis de arrancar e muitas vezes rasgam-se quando se recolhe uma amostra de pele pra examinar.

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A cura do Cryptocarion, doença muito contagiosa, consegue-se com Será cyprinopur, já que este medicamento também elimina parasitas (no seu estado livre).

Será cyprinopur afeta alguns invertebrados por ex. corais duros, caracóis, camarões e, como precaução, deve ser utilizado num aquário de quarentena ou hospital.

Sera Cyprinopur é aplicado diariamente, durante quatro a seis dias seguidos. Os espumadores, ozonisadores, e ultra-violetas, devem ser desligados. Para o cálculo da dose correta, deve considerar rodo o volume de água, incluindo o filtro, tanques de apoio, etc..Pode utilizar pequenas doses de medicamentos entre 0,2 e 2 ml com uma seringa.

Pode tratar peixes de água salgada num aquário á parte, com SERA costapur. Depois de terminado o tratamento, não deve introduzir os peixes de imediato no aquário de água salgada, pois a mínima quantidade deste medicamento pode ser fatal para os invertebrados. Por isso deverá deixar os peixes, cerca de dez minutos, num recipiente com água e em seguida passá-los para o mesmo.

Brooklynelia

A Brooklynelia parece-se com a chilodonelia no aspecto e no tamanho. Este ciliado é um parasita que aparece na pele e nas guelras dos peixes de água salgada.

No inicio pode ver pequenas zonas descoloradas na pele, o peixe perde o apetite, respira rapidamente, fica cada vez mais letárgico e a segregar muco. As zonas descoloradas crescem e, na fase final, acabam por sair grandes pedaços de pele. A morte ocorre em poucos dias, nos casos de grande destruição da pele.

O tratamento imediato é mais do que necessário. Nos aquários de água salgada, sem invertebrados ou no aquário hospital adicione Será cyprinopur diariamente durante quatro a seis dias, conforme as instruções. Como no caso do cryptocarion, deve fazer o cálculo do volume de água para uma dosagem correta de medicamento. Nos aquários de água salgada, sem invertebrados, a Brooklynelia pode também ser combatida de uma forma segura com SERA costapur. Respeite as instruções de dosagem do produto.

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Glossatella

A Glossatella e a Hteropolaria colisarum são protozoários muito parecidos que se fixam nas lesões da pele e outros tipo de feridas. Eles constroem pequenos talos, com os quais se fixam nos bordois dessas lesões, dificultando a cura destas. Estes organismos unicelulares proliferam rapidamente e crescem sobre as lesões. Fica um aspecto de algodão, que no entanto não pode ser confundido de maneira nenhuma, com fungos, pois estes apresentam filamentos muito mais longos.

Com uma lupa, podemos observar facilmente os protozoários em movimento. Depois de cobrirem as feridas, estes parasitas propagam-se para áreas de pele saudável junto das mesmas. Eles não se alimentam diretamente das feridas, mas sim das bactérias secundárias e células isoladas dos tecidos destruídos. SERA costapur combate estes parasitas rapidamente e permite a cicatrização das feridas.

Trichodina

O cilado trichodina é causador de uma infecção cutânea difícil de reconhecer. Os peixes coçam-se, às vezes, e sacodem ás barbatanas. O trichidina não é realmente um parasita. O esôfago deste organismo unicelular, por onde absorve bactérias e pedaços de células, das quais se alimenta, fica do lado oposto ao da sua fixação aos peixes. Desta forma o trichodina aparece frequentemente como fenômeno secundário de muitas doenças de pele. Usando um circulo de anzóis na parte inferior da célula, esse protozoário fixa-se à pele dos peixes, irritando-os. Isto provoca um

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endurecimento da pele com segregação de muco, do qual se afilamenta o trichodina.

Se por qualquer outro tipo de infecção cutânea, a pele dos peixes vermelhos ou das Koi já está endurecida, o unicelular fixar-se-á nas camadas mais profundas da membrana mucosa.

O trichodina pode se combatido eficazmente co9m SERA costapur. Use Será omnisan no caso dos lagos de jardim, de acordo com as instruções de utilização.

O protozoário Tetrahymena também não é um verdadeiro parasita, e só aparece quando a membrana mucosa já está infectada com fungos ou bactérias e fragmentos de pele destruída. Em aquários sobre povoados, pode ocorrer a proliferação maciça do Tetrahymena devido à poluição da água.

Então estes organismos unicelulares infestam a membrana mucosa dos peixes em grandes quantidades. Como conseqüência aparecem riscas esbranquiçadas de pele endurecida. Na fase final, a pele cai e os peixes morrem. Com Será Costapur, consegue eliminar eficazmente os agentes patogênicos se respeitar as instruções de utilização. Em casos extremos, com um PH elevado, perto de 8,0 ou com forte filtragem biológica, deve utilizar a dose normal durante 3 dias seguidos.

Antes de cada utilização do medicamento, mude cerca de 30% da água. Deve evitar manifestações secundárias de fungos ou bactérias na fase inicial do tratamento, utilizando para isso Será mycopur ou será baktopur, respectivamente.

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Um organismo Chilodonella “ coração” deixa a pele baça e provoca manchas transparentes esbranquiçadas na membrana mucosa, medindo de 1 a 3 cm. Os peixes sentem-se incomodados e coçam-se. Se a doença não for tratada, as manchas da pele vão aumentando até que toda a pele se torna viscosa, branca e espessa. Os peixes ficam oscilantes nas saídas de água dos filtros cada vez mais apáticos.

Os parasitas nadam perfeitamente de uns peixes para os outros, espalhando a doença rapidamente, pelo que se deve ser feito um tratamento imediato com será costapur que combate eficazmente a Chilodonella. Para tratamento no lago de jardim use será omnisan.

Tuberculose

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Também conhecida como doenças da barriga seca, por causar falta de apetite e conseqüente retração do ventre devido ao emagrecimento gradual.

Agente responsável: Mycobacterium tuberculosis piscium, Mycobacterium fortuitum, entre outras do gênero Mycobacterium.

Fotografia: Alexandre Altieri

Sintomas:

A tuberculose ataca com mais facilidade os peixes que apresentam por algum motivo o sistema imunológico enfraquecido, o peixe se alimenta com dificuldades e passa a emagrecer gradualmente, ficando com o ventre retraído, pode apresentar lesões cutâneas e nódulos externos, perda de coloração, nado irregular e deformação da coluna vertebral e mandíbula.

Profilaxia:

O peixe pode ter o sistema imunológico debilitado por vários motivos, alimentação deficiente por exemplo, ou por parâmetros incorretos da água do aquário. Uma forma de evitar a tuberculose pisciária é oferecendo alimentação de boa qualidade e variada, bem como a manutenção regular do aquário, com trocas parciais de água, sifonagem do substrato e limpeza dos filtros. Antes de inserir novos peixes ao aquário proceder a quarentena, e se constatar peixes doentes separá-los dos demais em aquário hospital, evitando a contaminação dos demais.

Tratamento:

Geralmente quando a tuberculose é detectada já está em um estágio avançado, e por isso a cura é difícil, pois o peixe encontrar-se-á mais

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debilitado que no momento que contraiu a doença, mas o primeiro passo é adequar a alimentação e os parâmetros da água com o ideal para a espécie. Substâncias como a Estreptomicina ou Kanamicina em banho prolongado em solução a 50mg/L, ou Aureomicina em banho a 25mg/L podem ser eficazes.

Columnariose

Ulceração de áreas irregulares na pele e perda de epiderme, possível aparecimento de fungos com aparência de algodão.

Agente responsável: Flexibacter columnaris (bactéria)

Fotografia: Christie

Sintomas: Ulceração de áreas irregulares na pele e perda de epiderme, possível aparecimento de fungos com aparência de algodão, nadadeiras corroídas, possível associação a outras doenças, principalmente parasitárias.

Profilaxia: Manutenção periódica do aquário e filtros, mantenimento de temperatura ideal para a espécie de peixe criada e nível de O2 dissolvido na

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água suficiente para a população do aquário.

Tratamento: Limpeza (tópico) das ulceras com permanganato de potássio. A aplicação pode ser feita usando um cotonete. Baixar a temperatura para aproximadamente 24º e usar 1 colher de chá de sal grosso para cada 4 litros de água do aquário, 1 colher de chá de Praziquantel para cada 40 litros por medida de prevenção no caso das úlceras terem aparecido por causa de flukes, não fazer injeção de CO2 se tiver água dura. Em estágios avançados da doença, o uso de antibióticos será necessário, os indicados são kanamicina, tetraciclina, oxytetraciclina bem como eritromicina, minociclina ou nifurpirinol, se possível misturados a comida.

Néon tetra disease – Doença do néon

A doença do neon ou “neon tetra disease” atinge principalmente Neons Cardinais, mas pode atingir varias outras espécies de peixes.

Agente responsável:

Pleistophora hyphessobryconis (parasita).

Fotografia: Edson Rodrigo

Sintomas:

A doença do neon ou “neon tetra disease” atinge principalmente Neons Cardinais, mas pode atingir varias outras espécies de peixes. Ao ingerir alimento contaminado pelo parasita, este se instala no intestino do peixe e se espalha na parede intestinal, produzindo cistos dentro do tecido do músculo, que passa a necrosar, sendo possível nesse momento verificar a perda da coloração na faixa azul superior do peixe. A faixa fica branca/opaco

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na parte de trás até a cauda. Os sintomas são perda da coloração, nado irregular, irregularidade da coluna devido a formação dos cistos do parasita.

Profilaxia:

Manter a água do aquário em boas condições, efetuando sifonagem para retirada de matéria orgânica que venha a se decompor e trocas parciais de água, dando manutenção periódica no sistema de filtragem, oferecendo boa alimentação aos peixes e efetuando quarentena para novos habitantes.

Tratamento:

Ainda não existe tratamento eficaz para cura dessa doença, a medida a ser tomada pelo aquarista é a separação do peixe doente o mais rápido possível para evitar a contaminação dos demais peixes do aquário, caso a identificação da doença seja tardia e muitos peixes já estiverem contaminados, o ideal é a remontagem do aquário após esterilização dele e dos equipamentos.

Argulose ou Piolhos D'Água

Pequenas feridas de cor avermelhada.Doença parasitária muito comum em aquários onde a quarentena não é observada, o parasita é facilmente transmitido de um aquário ao outro por meio de peixes, plantas ou qualquer outro utensílio contaminado.

Agente responsável:

Argulus foliaceus (parasita).

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Fotografia: Alex Hackmann

Sintomas:

Pequenas feridas de cor avermelhada causadas pela mordida do parasita, normalmente a barriga do peixe é onde a fêmea se fixa, o macho vive livre na água. Mesmo o parasita não sendo visto, manchas vermelhas na pele dos peixes podem indicar os locais de onde saíram a fêmea do parasita, que costuma deixar o hospedeiro no momento da postura, nadando e se fixando nas plantas, pedras ou substrato, onde coloca os seus ovos, que após eclodidos, nadam em busca do novo hospedeiro...

Profilaxia: Adquirir peixes de boa procedência e efetuar quarentena antes de introduzir novos animais ou plantas no aquário.

Tratamento:

Pode ser realizada a remoção manual utilizando-se uma pinça para essa ação, e posteriormente a remoção, se o local atacado pelo parasita estiver apresentando lesão profunda, limpar a ferida onde o piolho estava com permanganato de potássio usando um cotonete para isso. Banhos rápidos de imersão com solução salina (cloreto de sódio 5%) combinada com formalina (10%) durante 60 segundos, repetindo-se este procedimento de duas a três vezes também se mostra eficaz no tratamento, bem como produtos a base de Diflubenzuron (Dimilin, por exemplo), o Dimilin é muito usado no tratamento de piolhos em kinguios a proporção de 1 colher de sopa para cada 240 litros de água. O medicamento deve permanecer na água por 14 dias e deve ser repetido novamente por mais 14 dias, não sendo recomendada a troca de água entre tratamentos. Depois de completado o

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tratamento, o medicamento poderá ser retirado com o uso de carvão ativado ou de trocas parciais de água. 

Spironucleose / Sindrome do buraco na cabeça.

O peixe contaminado apresenta em conjunto alguns sintomas, como desnutrição, fraqueza, e desanimo, pode apresentar inflamação e dilatação no abdome, palidez ou escurecimento, não se interessa pela comida ou não consegue se alimentar, o que gera emagrecimento, pode parar de evacuar ou evacuar fezes finas e longas com cor transparente ou esbranquiçada que custam a se desprender do anus do animal.

Agente responsável:

Spironucleus sp (protozoário).

 Fotografia: Horácio

Sintomas: O protozoário é encontrado no trato gastrintestinal dos peixes, e a doença se manifesta quando os protozoários se multiplicam além do normal, isso ocorre quando os peixes se encontram em situação de prolongado estresse, tornando-se debilitados, e essa situação ocorre geralmente quando o peixe está exposto a condições da água em desacordo com suas necessidades individuais e demais condições desfavoráveis de água, como o excesso de compostos nitrogenados causados por falta de manutenção no aquário. O contágio ocorre com a ingestão do protozoário pelo peixe, muitas vezes essa ingestão ocorre junto com a da ração que vai ao fundo do

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aquário e se contamina com as fezes de peixes doentes. O peixe contaminado apresenta em conjunto alguns sintomas, como desnutrição, fraquesa, e desanimo, pode apresentar inflamação e dilatação no abdome, palidez ou escurecimento, não se interessa pela comida ou não consegue se alimentar, o que gera emagrecimento, pode parar de evacuar ou evacuar fezes finas e longas com cor transparente ou esbranquiçada que custam a se desprender do anus do animal. Em estágios avançados da doença, ocorre a SÍNDROME DO BURACO NA CABEÇA, conseqüência de vários fatores sintomáticos que os peixes apresentam quando contaminados pela spirunucleose, e caracteriza-se inicialmente pelo aparecimento de pequenos orifícios sobre e/ou ao lado da cabeça do peixe, geralmente com um muco de cor esbranquiçado no interior da ferida (aparência de pus), que ao avançar da doença tornam-se maiores e com a substância esbranquiçada podendo sair pelo orifício, aparentando uma espinha

Profilaxia:

Manter a água do aquário em boas condições, efetuando sifonagem para retirada de matéria orgânica que venha a se decompor e trocas parciais de água, dando manutenção periódica no sistema de filtragem, oferecendo boa alimentação aos peixes e efetuando quarentena para novos habitantes.

Tratamento:

O tratamento deve ser feito por duas semanas, obrigatoriamente em aquário hospital sem ornamentos e substrato, apenas com algum lugar para o peixe se esconder e se sentir protegido, a temperatura da água deve ser aumentada gradualmente até a temperatura máxima tolerada pela espécie a ser tratada, e deve ser mantido aerador durante todo o período do tratamento. O medicamento usado é o metronidazol (Flagyl 400mg), que deve ser esmagado e misturado à comida do peixe, caso este ainda se alimente, ou diluído na água do aquário (15mg/L) caso o peixe não se alimente mais. Deve-se efetuar trocas parciais de 50% diariamente e repor a quantidade equivalente de medicamento (8mg/L). Para o buraco na cabeça, recomenda-se o uso tópico de anti-sépticos, como iodo ou permanganato de potássio, que devem ser pincelado delicadamente sobre o orifício, se houver substância semelhante a pus no local, retirar antes da primeira aplicação, mas evitar raspagem do local nas próximas aplicações, pois poderia ocorrer a retirada das camadas já cicatrizadas.

Enfermidades dos Peixes ornamentais - Oodiniose (Doença do Veludo)

O que é a Oodiniose, ou Doença do Veludo ?

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A Oodiniose, ou também conhecida Piscinoodiniose é uma doença causada por um protozoário altamente patogênico que acomete principalmente

espécies de peixes tropicais. Este protozoário tem o corpo em forma de pêra e uma coloração acastanhada/esverdeada atribuída a presença de clorofila.

A presença deste pigmento (clorofila) sugere a possibilidade de fotossíntese deste protozoário. A doença dissemina-se muito rapidamente em aquários.

No aquarismo é chamada comumente de doença do veludo “velvet disease” devido ao aspecto brilhante aveludado, ou de poeira esbranquiçada e

brilhante na superfície de peixes intensamente parasitados. Este protozoário é um parasita obrigatório que acomete todas as espécies, invadindo e

fixando-se na pele e brânquias do hospedeiro através de uma estrutura denominada de rizocisto.

Considerações gerais sobre a doença e o parasita:

A velocidade de progressão dos sinais clínicos da oodiniose é muito alta, impedindo algumas vezes o sucesso do tratamento. Um dos erros mais

comuns é a utilização de medicamentos ineficazes (antiprotozoários comuns) que serviriam para outras doenças causadas por protozoários. O

fato do Oodinium sp. ser um protozoário clorofilado permite que a prática de redução da iluminação durante o tratamento medicamentoso seja benéfica.

Ciclo de vida: Possui um ciclo de vida semelhante ao da ictiofitiríase (ictio) onde o parasita adulto permanece na pele do hospedeiro e em um dado momento se desprende indo ao substrato onde permanece enquistado

multiplicando-se. O resultado desta multiplicação é a produção de inúmeros esporos flagelados que podem nadar e infestar um novo hospedeiro.

Sinais Clínicos: Os sinais clínicos da doença do veludo, inicialmente são inespecíficos onde o peixe apresenta irritação cutânea, aumento da

produção de muco e distúrbios natatórios. Quando a parasitose torna-se mais intensa surgem manchas brilhantes acastanhadas na superfície do

corpo assemelhando-se ao veludo. Alguns relatos sugerem também a visualização de uma poeiira esbranquiçada. No avançar da doença os peixes

já apresentam disfunção respiratória atribuída a danos nas brânquias causados pelo parasita. Estágios agônicos com peixes indo ao fundo com o

ventre para cima e nados em rodopio sucedem a fase de disfunção respiratória e nenhum tratamento pode reverter o quadro neste momento.

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Diagnóstico: O diagnóstico pode ser realizado através de exame de microscopia óptica de luz. Montagem de lâminas com recorte de nadadeiras,

raspado de muco e arcos branquiais são adequados para visualização do parasita

Prevenção: Medidas de prevenção consistem na aquisição de peixes de fornecedores idôneos livres de Piscinoodinium em suas criações. Caso um lojista, ou aquarista observe um surto de piscinoodiniose em seus aquários

deve notificar seu fornecedor, porque é muito provável que esta doença também tenha ocorrido no local de origem destes peixes. Nos

estabelecimento de comércio de peixes ornamentais é imprescindível que exista um plano de desinfecção dos aquários de estocagem bem como orientação dos funcionários para não reutilizar utensílios contaminados

antes de uma higienização e desinfecção adequada. Soluções hipersalinas, ou com formalina comercial 1:4000 são ideais para deixar puças/redinhas, ou

outros utensílios de molho para uma boa desinfecção. Recomendamos registrar todos os casos de mortalidades compatíveis com piscinoodiniose notificando criadores, ou distribuidores. Estas medidas permitem identificar

os melhores peixes de acordo com a procedência e agregar qualidade e sanidade aos peixes ornamentais comercializados.

Tratamento: Em relação aos tratamentos para piscinoodiniose recomendamos rapidez e monitoramento intensivo. Banhos de cloreto de

sódio muito preconizados no aquarismo são ineficazes contra o Ooodinium sp., pois este parasita apresenta tolerância ao aumento da salinidade. O

princípio ativo mais eficaz para o combate da Doença do Veludo é o cobre na forma de sais de cobre (cloreto de cobre) e o sulfato de cobre.

Temos relatos de inúmeras tentativas de aquaristas menos avisados que chegam a introduzir metais a base de cobre (fios, moedas, etc...). Estes

procedimentos são ineficazes e devem ser deixados de lado. Os tratamentos modernos para a doença do veludo necessitam um pouco mais de técnica e

dedicação do que outras doenças. Para obtenção de sucesso durante o tratamento da piscinoodiniose é necessário 3 regras básicas:

- Iniciar o tratamento o mais rápido possível. - Administrar medicamentos que contenham sais de cobre com uma matéria

prima de boa qualidade e alta solubilidade na água. - Monitorar os níveis de cobre da água cuidando para que estes nunca

excedam 0,3mg/L. Para isto, é fundamental um bom teste colorimétrico para dosar cobre.

A realização diária do teste de cobre é a maneira mais eficaz de garantir segurança durante o tratamento e que as concentrações terapêuticas

(0,3mg/L) estejam adequadas.

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Contra Indicações: Espécies com maior sensibilidade a sais de cobre como Borboletas, Rásboras, Rodóstomus e Néons devem receber um

monitoramento intensivo durante o tratamento. Espécies de fundo como cascudos e corydoras não toleram tratamentos a base de cobre. Crustáceos e invertebrados aquáticos também não toleram tratamentos a base de sais

de cobre.

O que fazer para minimizar os riscos de superdosagem com sais de cobre ?

Relatos de toxicidade a sais de cobre durante tratamentos da Ooodiniose ocorrem, na grande maioria dos casos, devido a superdosagem cometida

pelos aquaristas, baixa aeração durante a execução do tratamento e águas com baixa dureza. A grande dica para executar estes tratamentos com maior segurança é administra-lo em aquários hospitais com um pH neutro e um KH próximo de 6°dH. Quanto menor a dureza em carbonatos da água do aquário,

maior será o risco de toxicidade ao cobre.

SERA Oodinopur é o medicamento mais indicado para o combate da oodiniose (Doença do Veludo) em peixes ornamentais.

Protocolo Terapêutico: Aplicar 20 gotas, ou 1 ml de Sera Oodinopur para cada 20 litros de água. 2° Dia - Executar medição de Cobre na água com um Teste de Cobre da SERA assegurando que tenha uma concentração de 0,3mg/L. Caso não haja esta concentração deve-se aplicar Sera Oodinopur até atingir 0,3mg/L de cobre na água do aquário. 3°Dia – Repetir os procedimentos do segundo dia.

Ou Deve-se associar Labcon Ictio e Labcon Aqualife no tratamento.

Guia Ilustrado das Principais Enfermidades Fúngicas dos Peixes Ornamentais

Page 23: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

As doenças fúngicas que acometem os peixes ornamentais apresentam grande relevância. Os fungos podem ser causa primária de uma doença,

assim como podem fazer o papel de agentes oportunistas. A segunda situação (agente oportunista) é sem dúvidas a mais freqüentemente

observada no aquarismo. Ocorre sempre quando os peixes estão debilitados enfrentando uma situação de estresse mediada por uma inadequada

qualidade de água e alimentação deficiente. No aquarismo, há ainda uma idéia predominante de que as doenças fúngicas tem um aspecto de tufos de

algodão e que estes ocorrem na superfície do corpo dos peixes. É uma verdade incompleta ! Existem sim doenças fúngicas que podem ser

diagnosticadas no exame visual por esta interessante característica de tufos de algodão, mas há também infecções fúngicas sistêmicas. As infecções fúngicas sistêmicas possuem alta atogenicidade e apresentam uma maior taxa de mortalidade. Há ainda uma confusão frente uma outra doença: as

infestações por protozoários Sessilidas, tendo o Epystilis um dos principais representantes. A Epistiliose (doença causada por este protozoário) é muito

freqüente no aquarismo e seus sinais clínicos (tufos esbranquiçados na superfície do corpo) diversas vezes são interpretados erroneamente como

doença fúngica.

Espero poder trazer informações novas neste modesto artigo. Acredito que seria possível, aqui neste espaço, expor novos conceitos teóricos e práticos

sobre as doenças fúngicas que ainda não vejo serem empregados no aquarismo.

Vamos lá...

Considerações sobre os Fungos

Os fungos são classificados basicamente em saprófitas e parasitas. Os saprófitas correspondem aos fungos de vida livre que alimentam-se da

matéria orgânica existente no ambiente. Já os parasitas são aqueles que se alimentam as custas de um hospedeito. Há exceções. Existem fungos

parasitas facultativos, assim como existem fungos saprófitas facultativos.

Existem 3 considerações genéricas importantes a fazer relacionadas as doenças fúngicas:

Page 24: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

1a as doenças fúngicas acometem todas as espécies de peixes ornamentais sem diferenças no grau de especificidade.

2a os peixes debilitados e imunodeprimidos são o maior alvo. 3a representam um grande problema para ovos incubados.

Abaixo relacionamos as principais doenças fúngicas, seus agentes causadores e o local de infecção.

Agente: Saprolegnia...............Doença: Saprolegniose...............Local Infecção: Tegumento, Nadadeiras, olhos e Brânquias

Agente: Achlya...............Doença: sem denominação técnica...............Local Infecção: Tegumento, Nadadeiras, olhos e Brânquias

Agente: Aphanomyces...............Doença: Afanomicose...............Local Infecção: Tegumento, Nadadeiras, olhos e Brânquias

Agente: Branchiomyces...............Doença: Branquiomicose...............Local Infecção: Brânquias

Agente: Exophiala...............Doença: Exofialose...............Local Infecção: Sistêmico

Agente: Ichthyophonus...............Doença: Ictiofonose...............Local Infecção: Sistêmico

Destaque especial (círculo) para a família Saprolegniaceae onde encontram-se os 3 gêneros de fungos externos de maior significância: Saprolegnia,

Achlya e Aphanomyces. Fonte: D. W. Bruno & B. P. Wood

Transmissão: a transmissão das doenças fúngicas ocorre de forma direta entre peixes e ovos contaminados. A liberação de zoosporos na água

permitem uma rápida disseminação da doença num cardume. A temperatura e a quantidade de matéria orgânica também contribuem para a reprodução e

Page 25: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

rápida disseminação dos fungos no ambiente aquático.

Fatores Predisponentes: sabemos que os peixes estão continuamente expostos aos fungos presentes no ambiente aquático. A presença de matéria orgânica mais uma vez é apontada como um dos fatores predisponentes. Há

ainda influência da temperatura da água. Existem espécies de fungos que causam doença em águas quentes, enquanto outras causam doença em águas mais frias. No gênero saprolegnia, por exemplo temos a S. diclina

mais evidente no inverno, enquanto a S. ferax ocorre predominantemente no outono e primavera.

Sinais Clínicos: os sinais clínicos das doenças fúngicas externas correspondem aos tão referenciados tufos de algodão. Estes tufos podem ser localizados na pele, nas nadadeiras, na cabeça e boca. Não há desta

forma uma região de preferência significativa para o parasitismo. As lesões na pele são inicialmente acinzentadas e/ou brancas. No caso de infecções

mais severas o fungo pode atingir até 80% da superfície do corpo dos peixes. Muitas vezes ocorrem erosões graves que atravessam a epiderme

até atingirem a derme. Assim, temos muito freqüentemente infecções fúngicas e infecções bacterianas simultâneas. Os peixes infectados

apresentam letargia e perda do equilíbrio durante o nado. É muito importante tomar os devidos cuidados com lesões decorrentes de brigas e/ou captura,

pois estas consistem em verdadeiros locais de fixação e constituição da colônia fúngica.

Disfunção Osmorregulatória: um dos primeiros transtornos fisiológicos causados pelas doenças fúngicas é o desbalanço osmótico do organismo.

Este ocorre pela perda da integridade da pele e destruição tecidual em virtude da penetração das hifas dos fungos. A morte do hospedeiro ocorre pela alteração da pressão osmótica com a perda de íons e hemorragias.

Atividade Enzimática: os fungos da família Saprolegniaceae (Achlya, Saprolegnia e Aphanomyces) possuem enzimas proteolíticas ativas que

contribuem com a patogenicidade destes agentes. Estas enzimas promovem a destruição do epítelio para permitir a penetração e fixação das hifas dos

fungos.

Imunologia: a manifestação de doença fúngica nos peixes está relacionada ao estado de imunodepressão. Imunodepressão esta mediada uma condição fisiológica de estresse. É muito comum o surgimento de infecção fúngica em

´após períodos de queda de temperatura, ou que ocorram grandes oscilações. Condição ambiental esta que ocorre, muito frequentemente na

prática, com o Beta Splendens. Diversos estudos, sob condições controladas, demonstraram uma alta relação entre a baixa imunidade e os decréscimos da temperatura da água como resultantes na manifestação de

doença causada por fungos.

Page 26: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

Visualização de regiões delineadas (círculos) e seta indicando a presença de colônias de fungos. Aspecto bem característico de tufos de algodão ainda

em fase inicial.

Diagnóstico: o diagnóstico de doença fúngica é relativamente fácil para os casos de doença fúngica externa. Para as doenças fúngicas sistêmicas

requer exames mais apurados. É muito importante realizar um diagnóstico diferencial para protozoários Sessilidas (Epistylis, por exemplo). Fica o

alerta também para os novatos que freqüentemente confundem manchas esbranquiçadas causadas por outros protozoários com doença fúngica,

propriamente dita. Na dúvida é sempre melhor procurar orientação técnica, uma vez que, os tratamentos para doença fúngica são diferenciados sobre

os tratamentos de doenças causadas por protozoários.

Exame Clínico - no exame clínico (visualização a olho nu) observa-se tufos de algodão bem característicos e manchas esbranquiçadas com um aspecto

gelatinoso em alto relevo. Abaixo uma coletânea de imagens e suas respectivas referências:

Page 27: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

Visualização das hifas de Achlya (aspecto espetado) no interior do circulo na região caudal e pedúnculo caudal.

Visualização de Saprolegnia na região lateral do corpo sob um aspecto esbranquiçado, gelatinoso em alto relevo.

Page 28: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

Visualização de uma enorme infecção fúngica com sinal bem característico de infecções externas (Saprolegnia/Achlya/Aphanomyes) que pode também

ser confundido com Epistylis. Fonte: www.elacuarista.com

Caso clínico grave de doença fúngica associada com doença bacteriana. Visualização de da presença de ulcerações e hemorragias no tegumento.

Outro caso de infecção fúngica externa com visualização bem característica com aspecto de tufos de algodão. Fonte: www.aquariumpharm.com

Exame Laboratorial – a coleta de material através de “claps”, ou raspados suaves que não prejudiquem os peixes é suficiente para a montagem de

lâminas para visualização na microscopia. É possível identificar desde hifas até esporos ainda aderidos conforme segue as imagens abaixo.

Page 29: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

Fonte: www.protist.i.hosei.ac.jp

Prevenção: medidas preventivas correspondem basicamente com os cuidados da qualidade da água e uma dieta balanceada que contenha um

rico complexo vitamínico.

Termostato/Aquecedor: um bom sistema de controle da temperatura da água é essencial para previnir o aparecimento de doença fúngica, pois como já

vimos anteriormente, quedas bruscas de temperatura causam uma baixa de imunidade.

Ultravioleta: o sistema de irradiação ultravioleta é apontado como a forma mais indicada para o controle e prevenção de fungos no ambiente aquático,

pois impedem sua proliferação e transmissão de forma segura com altíssima eficácia.

Page 30: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

Tratamento: o tratamento das doenças fúngicas consistem na melhoria das condições de qualidade de água, nutrição e medicação apropriada.

A aplicação de SERA Mycopur durante 3 dias consecutivos (20 gotas, ou 1 ml para cada 20 litros de água) é eficaz para o combate de doenças fúngicas.

A aplicação de SERA Omnipur e repetição do tratamento após 7 dias (20 gotas, ou 1 ml para cada 20 litros de água) é eficaz para o caso de infecções

fúngicas sempre que estas tiverem associadas com presença de protozoários externos e agentes bacterianos. É um tratamento diferenciado para casos muito específicos, sendo assim, este tratamento não deve ser

aplicado para infecções fúngicas isoladamente.

Page 31: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

O uso de SERA Fishtamin (6 a 7 gotas misturados ao alimento) em peixes enfermos durante o tratamento é muito importante para estimular ainda mais

o apetite e fortalecimento para auxiliar na recuperação.

Guia Ilustrado das Principais Doenças Bacterianas dos Peixes Ornamentais

As enfermidades de origem bacteriana em peixes ornamentais são muito freqüentes. Existem diversos gêneros de bactérias que podem causar

doença nos peixes e levá-los a morte. É importante deixar bem claro que a ocorrência de uma doença bacteriana está associada a falhas graves de manejo. Falhas estas que submetem os peixes a condições estressantes

desde a captura, criação, passando pela comercialização e finalmente pelo aquarista. Um agente bacteriano, por si só, é muito improvável de causar uma doença. É preciso que o peixe de alguma forma esteja debilitado.´

Page 32: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

Os principais fatores que predispõem a manifestação destas enfermidades, quase sempre são os mesmos: a má qualidade de água e a alimentação

deficiente. Por esta razão, seria muito importante que o aquarista estivesse atento para algumas práticas de manejo relacionadas à manutenção da

qualidade de água em seu aquário e durante da escolha da dieta de seus peixes ornamentais para prevenir infecções bacterianas. É preciso

compreender também que diversas bactérias são encontradas normalmente na água, substrato e inclusive no trato intestinal dos peixes. Contudo, a

manifestação de doença somente ocorre quando há um desequilíbrio entre o meio ambiente e o peixe.

Neste artigo irei falar um pouco sobre as doenças bacterianas que acometem os peixes ornamentais. Este artigo servirá também como um

pequeno guia ilustrado das principais doenças bacterianas de peixes ornamentais. Espero que aproveitem, afinal procurei tornar este material

inédito quanto ao conjunto e fidelidade das informações...

Sumário:

- Doença Bacteriana da Água Fria

- Columnariose

- Doença Bacteriana das Brânquias

- Septicemias causadas por aeromonas

- Septicemias causadas por pseudomonas

- Septicemias causadas por edwardsielas

- Infecções por Streptococcus

- Micobacteriose/Tuberculose

- Eritrodermatite, ou Furunculose

Doença Bacteriana da Água Fria

A Doença bacteriana de água fria é atribuída ao gênero de uma bactéria muito comumente associada a enfermidades de peixes ornamentais. O Flavobacterium, ou Flexibacter, possue inúmeras espécies capazes de

Page 33: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

causar doença em peixes. Estas duas nomenclaturas (Flavobacterium e Flexibacter) são equivalentes e as espécies incluídas nestes gêneros podem

ser encontrados na literatura referenciadas destas duas maneiras. Uma característica marcante destas bactérias é a existência de filamentos. Sendo

bactérias filamentosas estão incluídas num grupo nomeado de Mixobactérias.

Para o caso em específico da doença da água fria, é o Flavobacterium psychrophilum (também referenciado na literatura como Cytophaga

psychrophila). O Flavobacterium psychrophilum manifesta doença em temperaturas de água fria abaixo de 18°C. Como a maioria dos aquários são de temperaturas de água compatíveis com climas tropicais sua freqüência é

baixa, no entanto, fica o alerta para criadores de peixes de águas frias.

Sinais Clínicos e Patogenia da Doença Bacteriana de Água Fria: o Flavobacterium psychrophilum causa lesões externas na pele (tegumento) e

também lesões um pouco mais profundas atingindo a musculatura dos peixes em condições de água fria. As lesões podem ocorrer em todo o

corpo, no entanto é na região caudal (no pedúnculo caudal) a sua maior freqüência.

Há com a progressão da doença uma perda gradual da nadadeira caudal com: erosões, perda da coloração, esbranquiçamento e, por fim, exposição

dos raios da nadadeira caudal

Columnariose

A columnariose é uma doença bacteriana freqüente em peixes ornamentais provocada pela bactéria Flavobacterium columnaris. Também é referenciada

Page 34: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

na literatura como Flexibacter columnaris e/ou Cytophaga columnari. Assim como a bactéria causadora da doença bacteriana de água fria a

Columnariose é classificada como uma Mixobactéria filamentosa. Todos os peixes ornamentais de água doce estão sujeitos a ação da columnariose. Ao contrário da doença bacteriana de água fria esta ocorre em temperaturas de água bastante elevadas. A associação de altas temperaturas do aquário e o excesso de matéria orgânica (acumulada pela falta de sifonagens de fundo e trocas parciais de água) contribuem para o surgimento da columnariose. É notável a susceptibilidade de filhotes de peixes em relação aos adultos. Os

mais jovens são efetivamente mais atingidos pelo Flavobacterium comumnaris. Outro interessante aspecto desta doença é a sua maior

patogenicidade em águas de baixa dureza, representando assim, um perigo a mais para as espécies de peixes que preferem condições de baixa dureza

da água.

Sinais Clínicos e Patogenia da Columnariose: as primeiras manifestações clínicas da columnariose são cutâneas seguidas das branquiais, podendo

por fim, tornar-se generalizadas/sistêmicas. No início da doença há necrose da pele configurando manchas esbranquiçadas na cabeça, corpo e

nadadeiras. Posteriormente, nos locais destas manchas, formam-se úlceras hemorrágicas.

É comum observarmos infecções bacterianas associadas conjuntamente com doença parasitária (geralmente protozoários). Estes exemplares de lebistes apresentaram sinais marcantes de columnariose, mas no exame

parasitológico foram encontrados também 3 espécies de protozoários (Ictio, Trichodina e Chilodonella). Na prática, quando os peixes estão enfermos é muito comum diagnosticar diversos agentes patogênicos. Mais complexo

Page 35: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

seria determinar qual é o agente de maior importância em cada caso, bem como quais os fatores que desencadearam a manifestação da doença.

Manchas esbranquiçadas na pele atraibuídas a Flavobacterium columnaris. Inicialmente um foco central e logo a seguir uma expansão radial da lárea

afetadaColumnariose grave atingindo o tecido das bânquias. Há presença de necrose, perda da estrutura normal da brânquia. A forma branquial da

columnariose é a mais grave (ver a seguir detalhes sobre a Doença Bacteriana das Brânquias). Fonte: www.fisheries.org

Doença Bacteriana das Brânquias

A doença bacteriana das brânquias é provocada por bactérias filamentosas (Mixobactérias) dos gêneros: Flavobacterium (a mesma que causa a

columnariose), Myxococcus, Chryseobacterium e a apontada como mais significativa: o Flavobacterium branquiophilum. A doença bacteriana branquial também pode ser encontrada referenciada como: Doença

Proliferativa das Brânquias (DPB). É uma doença crônica que manifesta-se progressivamente em diversas espécie de peixes, sendo mais reportada em

salmonídeos e na família Ciprinidae. Portanto, carpas, caudas-de-véus, paulistinhas entre outros estão inclusos nesta estatística.

Não há qualquer relação desta doença com a temperatura da água, mas sabe-se que a gravidade dos transtornos deve-se ao grau de infecção e sua

Page 36: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

relação com os danos sobre o tecido branquial. Estas lesões nas brânquias causam transtornos na osmorregulação, respiração e intoxicação pela

amônia acumulada no organismo. Isto porque a brânquia excerce funções vitais para a sobrevivência dos peixes através da troca de sais com a água,

trocas gasosas de CO2 e O2 e eliminação de mais de 80% da amônia por esta via de excreção nitrogenada. A Doença bacteriana branquial, assim

como a columnariose, possue uma vasta distribuição geográfica de ocorrência e merece muita atenção sob o ponto de vista sanitário.

Sinais Clínicos e Patogenia da Doença Bacteriana das Brânquias: sendo as brânquias o órgão alvo desta doença, temos os diversos sinais cínicos

associados aos distúrbios causados pelo mal funcionamento desta. Há uma disfunção crônica das brânquias decorrente da doença bacteriana branquial.

Está incluso nesta disfunção sinais de letargia e respiração ofegante observados pelos rápido movimentos do opérculo e abrir e fechar da boca

dos peixes enfermos. Visualmente é notável um escurecimento das brânquias (hiperemia - devido a dilatação dos vasos sanguíneos na região) e

grande presença de muco sobre elas. A resposta fisiológica do peixe é gradual, uma vez que a doença é crônica. Inicialmente há hipertrofia do

tecido (aumento compensatório do epitélio para tentar compensar a dificuldade de trocas gasosa, sais e eliminar a amônia acumulada).

Posteriormente há uma fusão das brânquias decorrente da proliferação de células do tecido afetado (ainda na mesma tentativa de compensação). A

taxa de mortalidade atribuída a esta doença em criatórios pode atingir 50%. Esta alta mortalidade ocorre tanto pela infecção em estágios avançados,

como pela intoxicação acumulada no organismo (hiperamonemia sistêmica).

Visualização de um arco branquial com zonas esbranquiçadas devido a necrose do tecido.

Page 37: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

Visualização das brânquias com aspecto brilhante refletido do excesso de muco produzido. Há avermelhamento excessivo (hiperemia devido a

dilatação dos vasos sanguíneos). Fonte:

Septicemias

- 1- Septicemias causadas por aeromonas - 2- Septicemias causadas por pseudomonas - 3- Septicemias causadas por edwardsielas

As septicemias são infecções bacterianas graves caracterizadas por atingirem todo o organismo do peixe. Uma septicemia é equivalente a uma infecções sistêmica, ou generalizada. As septicemias nos peixes atingem tanto o tegumento (infecção externa), como os órgãos (infecção interna).

Mediante exame laboratorial a precisão e definição do diagnóstico é efetiva e estas septicemias hemorrágicas são denominadas de acordo com o agente

patogênico envolvido.

Entre as septicemias mais importantes para peixes ornamentais temos:

- Septicemias causadas por aeromonas - Septicemias causadas por pseudomonas - Septicemias causadas por edwardsiellas

As chances de sucesso para o tratamento da infecção de qualquer uma destas bactérias são maiores nos estágios iniciais da doença. Este estágio inicial corresponde a doença ainda restrita a infecção externa, ou antes da

consolidação da septicemia. Isto justifica a necessidade de um rápido início do tratamento para evitar o avanço da doença para um estágio mais grave, a

septicemia (infecção generalizada).

Page 38: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

1 - Septicemias causadas por aeromonas

As bactérias pertencentes ao gênero aeromonas podem ser integrantes da microbiota dos peixes e encontradas em águas (ambientes aquáticos) ricos em matéria orgânica. As aeromonas causadoras de septicemias são ditas aeromonas móveis, uma vez que, são capazes de executar movimentos

ativos graças a presença de flagelo. Inúmeras espécies de aeromonas são reportadas nos ambientes aquáticos, no entanto, poucas foram

diagnosticadas como agentes causadoras de septicemias nos peixes. No passado eram várias espécies, mas hoje restringem-se na nomenclatura

basicamente a espécie Aeromonas hydrophila (antigamente classificada de Aeromonas punctata) e suas subespécies. As pesquisas científicas em torno da Aeromonas hyrophila e suas subespécies estão em estágios avançados tanto no Brasil como em outros países. O desenvolvimento de vacinas e o emprego da biotecnologia em favor de modernos métodos de diagnósticos avançam tamanha sua importância na aquacultura mundial. É um consenso

que as infecções causadas por aeromonas móveis são consideradas oportunistas, ou seja, manifestam-se devido a existência de um desequilíbrio

entre o meio ambiente aquático e o peixe. Temos que ter a consciência de que é a condição fisiológica de estresse (estado de baixa imunidade) que

desencadeia esta doença.

Sinais Clínicos e Patogenia da Septicemia causada por aeromonas: os sinais clínicos da infecção por aeromonas móveis são víssiveis através de lesões

da pele e nadadeiras. Estas podem progredir (ulcerar) e atingir a musculatura formando áreas de hemorragias e necrose. É o início da

septicemia, onde a seguir surgem sinais mais graves como: olhos saltados (exoftalmia), distenção do ventre (ascite/hidrpsia/barriga de água) e presença de escamas eriçadas. É muito comum a presença de septicemia associada a

viremia primaveril, portanto é necessário estar atento para diferenciá-las.

Lebiste com ascite atribuída a infecção causada por Aeromonas (também denominado

de ascite infecciosa, hidropsia e/ou barriga d’água).

Page 39: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

Visualização de lebiste com dificuldade de nado e de manter-se na coluna de água devido ao avançado estágio da doença e conseqüente compressão da

vesícula gasosa (bexiga natatória).

Visualização da infecção interna (septicemia hemorrágica) afetando todos órgãos internos.

Page 40: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

2 - Septicemias causadas por pseudomonas

As infecções causadas por bactérias do gênero Pseudomonas tem como principal representante a espécie Pseudomonas fluorescens.

Sinais Clínicos e Patogenia da Septicemia causada por Pseudomonas: as septicemias causadas por pseudomonas são tão graves, quanto as

causadas por aeromonas, porém diagnosticadas com menor freqüência. Lesões de nadadeiras e pele são muito comumente associadas a

Pseudomonas e variam de severidade, desde lesões localizadas com pequenas ulcerações até grandes áreas hemorrágicas com exposição de

musculatura e até mesmo do esqueleto.

Catfish com infecção bacteriana. Detalhe do pedúnculo e nadadeira caudal com erosões graves, hemorragias, desfiamento. Este caso mostra que as

septicemias, embora muito frequentes nos ciprinídeos, não é uma condição patológica exclusiva desta família.

Page 41: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

3 - Septicemias causadas por edwardsielas

As septicemias causadas pelas edwardsielas (Edwardsieloses) são atribuídas as bactérias Edwardsiella tarda e E. ictaluri. São consideradas

enterobactérias podendo fazer parte da microbiota intestinal dos peixes. Ao modo do que ocorre com as aeromonas, as septicemias causadas por

bactérias do gênero Edwardsiella também estão associadas à condição fisiológica do estresse em peixes. Outro agravante nesta mesma linha de

raciocínio é a presença de águas quentes (24 a 28°C) e excesso de matéria orgânica que contribuem para o surgimento da doença. As septicemias

causadas pela E. tarda e E. ictaluri são marcadas também por duas formas distintas de aparecimento: uma forma aguda e outra forma crônica.

Sinais Clínicos e Patogenia da Septicemia causada por edwardsielas: as lesões causadas pelas edwardsielas são marcadas por iniciarem sob a forma de pequenas lesões de pele. Estas lesões logo originam abscessos maiores na lateral do corpo. Estes abscessos são muito bem delimitados nas bordas, sendo que na porção central apresentam-se pálidos, volumosos e convexos.

Carpas, Kingyos e catfishes são mais susceptíveis a estes agentes.

Visualização de início de abscesso causado por Edwardsiella com detalhe da linha em preto delimitando os bordos.

Page 42: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

Visualização de um abscesso após ulceração com exposição da musculatura. Bordos da lesão esbranquiçados (necrose). Além do problema causado pela infecção, há uma perda da integridade da barreira que isola o peixe da água. A perda desta barreira física provoca uma grave disfunção osmorregulatória. No caso de peixes de água doce, estas lesões fazem o peixe inchar, enquanto que para peixes de água salgada, fazem o peixe

desidratar. A morte dá-se justamente por esta disfunção osmótica

Forma aguda da septicemia causada por edwardsielas: a forma aguda é aquela que ocorre mais de imediato. É mais agressiva desde o início de seu surgimento. A bactéria (Edwardsiela) é ingerida e absorvida pelo organismo onde irá infectar diversos órgãos. A manifestação clínica desta forma aguda

é mais interna do que externa. Há pouca presença de lesões e ulceras externas, mas no exame de necropsia os órgãos internos deflagram os

malefícios causados pela bactéria. Órgãos como o fígado, baço e intestino são os mais afetados. Estes peixes acometidos pela forma aguda mostram-

se apáticos, com perda de apetite e natação irregular. Nos estágios mais avançados da septicemia pode ocorrer exoftalmia (olhos saltados),

distenção do ventre (ascite/hidropsia) e as lesões cutâneas características a exemplo das ilustrações anteriores.

Forma crônica da septicemia causada por edwardsielas: a bactéria atinge o peixe pela via nervosa através do trato olfatório localizado nas duas fossas nasais (fundo cedo nos peixes). A infecção atinge as meninges e finalmente a pele onde pode ocorrer o Buraco na Cabeça. (não confundir esta patogenia

do buraco na cabeça com a patogenia da doença dos discos, pois são completamente diferentes). A progressão da doença é mais lenta do que a

forma aguda, mas nem por isso menos fatal.

Page 43: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

Forma crônica de uma septicemia causada por Edwardsiella Tarda. Visualização característica do Buraco na Cabeça, posteriormente a infecção

das meninges

Infecções por Streptococcus

As infecções bacterianas causadas por Streptococcus ganham mais destaque recentemente. Uma das bactérias mais associadas ao gênero é o

Streptococcus inae. A ocorrência desta doença está associada a altas temperaturas como ocorrem no verão e sob condições controladas de

aquários tropicais.

Sinais Clínicos e Patogenia da infecção por Streptococcus: os sinais clínicos da infecção bacteriana causada pelo streptococcus inclui a exoftalmia (olhos saltados) entre os mais característicos. No entanto, sob exame clínico, este

não é um sinal clínico exclusivo desta doença, embora muito intuitivo. É importante observar também a presença de congestão (avermelhamento) e hemorragias na base das nadadeiras peitorais, nadadeira caudal e na boca.

Page 44: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

Sinais clássicos de exoftalmia (Pop eye, ou olhos saltados)geralmente associado a infecção bacteriana, entre elas as causadas por Streptococcus.

Fonte da Imagem: www.elacuarista.com

Visualização da base de nadadeira peitoral congesta.

Micobacteriose/Tuberculose

A micobacteriose, ou tuberculose dos peixes é uma doença crônica. A severidade das infecções parecem estar relacionadas a idade dos peixes. É muito mais freqüente a ocorrência de tuberculose em peixes velhos do que

peixes jovens. Esta doença é apontada com grande destaque para o

Page 45: Doenças dos Peixes e seus tratamentos

aquarismo e a piscicultura ornamental à nível mundial. Há trabalhos que referenciam uma incidência entre 10 a 22% desta doença em populações de peixes. É um percentual muito alto para uma doença bacteriana, mas que na

prática podemos entender melhor com a manifestação de sua patogenia. Qualquer criador que se preze precisa obrigatoriamente ter um bom

programa sanitário de prevenção da tuberculose no seu plantel. Pelo fato de ser, na maioria das vezes crônica, a tuberculose pode passar de um

hospedeiro para muitos outros peixes sem que o aquarista, ou criador perceba de maneira clara. Os peixes mais velhos, já enfraquecidos e com o sistema imune comprometido são os que usualmente demonstram os sinais clínicos da tuberculose. Numa população, não há uma mortalidade abrupta de muitos peixes ao mesmo tempo, ou ao menos isto não é o comum. As

mortalidades ocorrem num intervalo de tempo esparso. Os sinais clínicos da tuberculose surgem aos poucos e tornam-se mais graves gradualmente com

o passar dos dias. Para completar a desinformação, muitos peixes que morrem “de velhos” na verdade morrem de tuberculose sem o conhecimento

de seu criador.

A micobacteriose, ou tuberculose dos peixes possui espécies de agentes patogênicos que infectam peixes marinhos, o Micobacterium marinum. Já

em peixes de água doce há o Micobacterium fortuitum. Há outras sinonímias, mas estas não são consideradas oficiais sistematicamente e, portanto, são

irrelevantes. No aquarismo, a tuberculose dos peixes tem uma alta ocorrência em caracídeos como o caso dos néons e peixes da família poecilidae como o caso de lebistes, molinésias, platys e espadinhas.

Sinais Clínicos e Patogenia da tuberculose de peixes: os sinais clínicos da tuberculose são crônicos, iniciando com o tão citado emagrecimento

progressivo e perda do apetite. O segundo estágio é a deformação da coluna vertebral. Os peixes costumam ficar muito debilitados com uma natação muito irregular na superfície da água, ou parados no fundo. O tratamento não é fácil, uma vez que, na maioria dos casos, são peixes velhos com o sistema imune deprimido e incapazes de desencadear uma recuperação.

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Espadinha infectado por Micobacterium. Muito comum encontrar entre os criadores desta espécie diversos exemplares apresentando esta condição de escoliose e retração do ventre. No entanto, é necessário fazer o diagnóstico diferencial para deficiências nutricionais tais como: o aminoácido triptofano

e vitamina C.

Exemplar de neon integrante de um cardume de mais de 3 anos e meio com sinais de micobacteriose presente já a 3 meses. Os exemplares no estágio

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final da doença começam a sofrer infestações parasitárias secundárias por protozoários ciliados, entre eles, o Ichthyophthirius (ictio). É evidente a

imunodepressão presente entre os peixes de idade avançada.

Eritrodermatite, ou Furunculose

A eritrodermatite é uma doença bacteriana causada pela bactéria Aeromonas salmonicida. Como o próprio nome científico sugere, esta doença tem alta especificidade para salmonídeos onde a sua manifestação clínica recebe o

nome de Furunculose. Contudo, existem subespécies de relevância para não salmonídeos como o caso de peixes de couro e ciprinídeos ornamentais

(carpas e os kingyos). A espécie associada em espécies de peixes que não sejam salmonídeos é a Aeromonas salmonicida subsp. Nova. Um fator

predisponente ao aparecimento desta doença são as lesões causadas por ectoparasitas como o Argulus e a Lernea. Os locais de fixação destes

parasitas são propícios a desenvolverem uma eritrodermatite (inflamação, irritação e infecção da pele). Esta eritrodermatite tem grande importância em peixes de lago onde recebe a denominação de Eritrodermatite das Carpas,

devido a grande ocorrência nesta espécie.

Sinais Clínicos e Patogenia da Eritrodermatite: A denominação de furunculose, para esta doença causada pela A. salmonicida retrata muito

bem o aspecto externo do tegumento dos peixes infectados. A presença de “furúnculos” é semelhantes ao tipo de lesão causada pelas bactérias

causadoras de septicemia. O diagnóstico diferencial é possível apenas mediante exame bacteriológico laboratorial seguido de identificação bioquímica. São exames triviais e já com uma metodologia definida.

Visualização de uma eritrodermatite 1.

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Visualização de eritrodermatite 2. Fonte: www.petlegal.vet.br

Cauda-de-véu com sinal clássico de furunculose causada por Aeromonas salmonicida. Fonte: www.disease-watch.com

Enfermidades dos peixes ornamentais –Spironucleose/Hexamitose

" A Doença dos Discos "

A Spironucleose e a Hexamitose são doenças causadas por protozoários e são conhecidas, principalmente, por sua grande ocorrência em Acarás Discos, Acarás Bandeiras, Oscars, Ramirezis, Apistogramas e diversas outras espécies de peixes ornamentais tropicais. Na Medicina Veterinária, mais precisamente na área de Ictiopatologia, temos o Acará Disco como uma das espécies de peixes ornamentais mais susceptíveis e relacionada ao maior número de casos clínicos destas doenças. Por esta razão está é genericamente chamada também como a “Doença dos Discos”.

Ainda existem muitas informações equivocadas a respeito destas doenças devido a uma série de incertezas que existiam no passado a respeito destes agentes patogênicos. Incertezas estas que, inclusive, dificultavam o diagnóstico clínico, o diagnóstico laboratorial e até mesmo impossibilitavam recomendações técnicas eficazes de prevenção, controle e tratamento. O objetivo deste material é justamente elucidar para criadores e aquaristas o que representa esta doença para o aquarismo. Ensinaremos técnicas de

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manejo para garantir saúde para nossos peixes e controlar a hexamitose e spironucleose.

O que é hexamitose, spironucleose ?

A hexamitose e a spironucleose são doenças causadas por protozoários internos que parasitam o trato gastrointestinal dos peixes. A hexamitose é causada pelo gênero Hexamita, enquanto a spironucleose é causada pelo gênero Spironucleus. Estes dois agentes patogênicos não podem ser diferenciados no exame clínico. A única forma de oferecer um diagnóstico diferencial é através do exame laboratorial. Na prática não há necessidade de sua diferenciação, uma vez que, os sinais clínicos e as recomendações técnicas de tratamento e prevenção são equivalentes.

Considerações gerais sobre a doença: o Hexamita e o Spironucleus possuem formato piriforme (de pêra) apresentando 3 pares de flagelos anteriores e um posterior e um par de núcleos ovóides na região anterior do corpo. Medem aproximadamente 6-8 µm de largura e 10-12 µm de comprimento.

Estes protozoários podem ser encontrados normalmente habitando o trato intestinal de peixes clinicamente normais, ou seja, fazem parte da microbiota natural sem causar doença. Esta particularidade justifica duas situações para aquarista e criadores de Acarás Discos, por exemplo:

- a primeira refere-se a compra de peixes jovens que após aclimatados no aquário apresentam dificuldade de ingerirem o alimento (cospem com grande freqüência os grânulos de ração), apresentam emagrecimento progressivo e permanecem nesta condição por vários dias até meses. Por fim estes peixes ficam tão magros e tão fracos que chegam a morrer.

- a segunda situação refere-se a peixes que aparentemente estão saudáveis na loja (antes de serem comprados), ou até mesmo em nossos aquários. Inesperadamente os sinais clínicos começam a surgir: apatia, timidez, perda do apetite, escurecimento do corpo, cospem os grânulos de ração e emagrecem progressivamente.

Tanto a primeira, como a segunda situação são muito freqüentes e estão associadas a hexamitose e/ou spironucleose. Milhares de Acarás Discos e outros ciclídeos morrem todo o ano devido a estas doenças. O mais alarmante disso tudo é que na maioria das vezes o proprietário destes peixes desconhece a causa e não executa qualquer tratamento. Algumas vezes, estes peixes são encaminhados para o tratamento quando a doença encontra-se num estágio tão avançado que as chances de recuperação são mínimas. Com trabalho e informação podemos mudar isto !

Ciclo de vida e Transmissão: a reprodução do Hexamita e do Spinonucleus

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ocorre por divisão binária. A transmissão se dá por ingestão de cistos ou formas não encistadas que são eliminadas pelas fezes de peixes parasitados. Ocasionalmente podem encistar-se, originando cistos que podem resistir fora do hospedeiro por várias semanas.

Sinais Clínicos: os sinais clínicos constituem basicamente uma síndrome:

- Os peixes tem dificuldade de inferir os pellets/grânulos da ração; - Após a apreensão do alimento pela boca este é continuamente expelido/cuspido para fora resultando na não ingestão deste alimento; - As fezes ficam esbranquiçadas e com uma viscosidade aumentada; - Há um emagrecimento lento e progressivo; - Enfraquecimento e perda da vitalidade dos peixes ; - Adotam um comportamento tímido; - Escurecimento da pele; - Os olhos ficam salientes e a região dorsal acima próxima a cabeça permanece côncava devido ao emagrecimento.

Estes sinais são facilmente observados variando na intensidade de acordo com a gravidade da doença e resistência do peixe doente.

Manifestação externa da Hexamitose / O Buraco na Cabeça:

A hexamitose, como já foi visto tem uma manifestação clínica interna semelhante a spironucleose. Porém há uma manifestação externa peculiar que é denominada de Buraco na Cabeça, ou referida em diversos artigos internacionais como “hole in the head”. O Buraco na cabeça é na verdade um sinal clínico decorrente do surgimento de erosões/erupções na pele na região anterior do corpo dos peixes parasitados. Há nesta região uma intensa hipersecreção de muco, avermelhamento das lesões com a possibilidade da presença de hemorragias. As lesões surgem por degeneração do colágeno nesta região. Esta degeneração é atribuída a uma reabsorção de minerais compensatória a deficiência destes no trato intestinal afetado pelo parasita. Nesta região, a gravidade destas lesões resulta, tanto em uma disfunção osmorregulatória pela perda da integridade da pele, como serve também de porta de entrada para bactérias causarem infecções mais severas.

Complicações causadas pela hexamitose e Spironucleose: como se não bastassem os efeitos diretos da hexamitose e spironucleose há ainda seus efeitos indiretos. Entre eles destacam-se as infecções secundárias causadas

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por bactérias e fungos. O parasitismo intenso ocasionado por estes protozoários flagelados culmina com uma inflamação do trato gastrointestinal seguida da má absorção de nutrientes como sais minerais e vitaminas. Em razão desta deficiência mineral e vitamínica surgem problemas como a degeneração de nadadeiras, erosões da pele e linha lateral.

Diagnóstico: o diagnóstico clínico é feito pelo exame clínico e observação da sintomatologia característica. O diagnóstico laboratorial confirmativo é realizado por exame de microscopia óptica do trato intestinal de peixes após uma minuciosa necropsia, ou através do exame de fezes de peixes enfermos.

Tratamento: no Brasil o primeiro medicamento disponível para peixes eficaz para o tratamento da Spironucleose e Hexamitose (incluindo o Buraco na Cabeça BNC) é o SERA Baktopur Direct. SERA Baktopur direct é um antimicrobiano de amplo espectro com eficácia também para protozoários flagelados como o caso do Hexamita e Spironucleus.

SERA Baktopur Direct além de tratar a hexamitose e spironucleose combate infecções bacterianas decorrentes destas formas de parasitismo.

Recomendação Técnica de uso: aplicar 1 tablete de SERA Baktopur Direct para cada 50 litros de água. Após 3 dias decorrido o início do tratamento executar uma renovação parcial de água de 50% e reaplicar uma nova dose do medicamento.

Tratamento de suporte ao SERA Baktopur Direct: para auxiliar o tratamento e fortalecer os peixes é muito importante adicionar na ração um suplemento vitamínico. A opção seria o SERA Fishtamin. Aplique 6 a 7 gotas de SERA Fishtamin sobre a ração e/ou alimento liofilizado antes de oferecer aos peixes. Com esta suplementação vitamínica há um fortalecimento dos peixes e uma melhora na recuperação.

Prevenção 1 : lembre que sempre é preferível prevenir uma doença do que remediar. A alimentação devidamente balanceada, bem como uma excelente qualidade de água do ambiente aquático em que nossos peixes habitam é essencial para evitar o aparecimento de doenças como a hexamitose e a spironucleose. Portanto, quando adquirir seus peixes procure levar junto sempre a melhor ração. Peixes bem nutridos não costumam adoecer !

Prevenção 2 : procure escolher sempre peixes com muita vitalidade e bem alimentados na loja de aquarismo. Peça sempre para o vendedor, ou lojista

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alimentar os discos para que você possa observar como eles ingerem o alimento. Evite adquirir peixes magros, peixes que cospem o alimento e/ou com escurecimento na região dorsal do corpo.

Prevenção 3 : durante a aclimatação de seus peixes novos ofereça SERA

Activant. Sera Activant é um rico complexo vitamínico e mineral desenvolvido justamente para peixes novos em período de adaptação. A aplicação de SERA Activant fortalece peixes debilitados após transporte e mudança de aquário prevenindo assim a manifestação de doenças oportunistas como o caso da hexamitose e spironucleose. Pode acrescentar 1 (uma) pastilha de SERA Activant para cada 40 litros de água e repetir após 7 dias (1 semana). Para manutenção, é possível aplicar 1 pastilha de SERA Activant para cada 40 litros de água a cada 14 dias.

Enfermidades dos Peixes Ornamentais - Trematódeos Monogenóides (vermes de pele e de brânquias)

Dactilogiroose & Girodactiloose

O que são Trematódeos Monogenóides, ou vermes de pele e brânquias ?

Phylum Plathyhelminthes Class Monogenea (Monogenoidea)

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Subclass Polyonchoinea Order Dactylogyridea Order Gyrodactylidea

Os trematódeos monogenóides são tipos de platelmintos (vermes chatos). Os principais representantes dos termatódeos monogenóides, ou simplesmente monogeneas pertencem as famílias dactilogiridae e girodactilidae.

Considerações gerais sobre a doença e os parasitas: a dactilogiriose e a girodactiliose são doenças de grande importância sanitária para peixes em todo o mundo. Representam grande perigo a saúde dos peixes e prejuízo para o aquarismo, piscicultura ornamental e piscicultura de corte. A constatação da presença de monogeneas em brânquias ou na pele dos peixes não significa que estes estejam ocasionando doença, já que freqüentemente encontramos um, ou mais deste parasitas em peixes que apresentam um bom estado de saúde. Isto indica a necessidade de uma interpretação correta do resultado de um exame parasitológico positivo para monogeneas, porque mais importante do que a presença, ou ausência é a quantidade destes parasitas presentes nos peixes. De acordo com as nossas observações, peixes estressados criados em sistemas intensivos mostram-se muito mais suscetíveis aos efeitos patogênicos causados pelos monogeneas e que monogeneas de brânquias são muito mais freqüentes do que os de pele. Nota-se também que os alevinos são a faixa etária mais atingida e susceptível aos efeitos e estes quando infestados por monogeneas sempre apresentam outra parasitose associada que e, geralmente um protozoário externo. Entre as espécies de peixes ornamentais que mais temos diagnósticos de monogeneas associado a sintomatologia clinica temos representantes da família Ciprinidae: Carpas e Kinguios Cichlidae: Acarás Discos, Acarás Bandeiras, Ramiresis, Apistogramas entre outros e Siluriformes: catfishes de um modo geral.

Ciclo de vida: existem algumas diferenças quanto ao ciclo de vida destes monogeneas. Os monogeneas do gênero Dactilogyrus são ovíparos, enquanto os Girodactylus são vivíparos, sendo que ambos podem se reproduzir, rapidamente em temperaturas de água mais elevadas e causarem grandes danos em peixes doentes e estressados. Os trematódeos monogenéticos recebem esta classificação por necessitarem de um único hospedeiro para completarem o seu ciclo de vida, ao contrario dos digenéticos que necessitam dois, ou mais.

Sinais clínicos: as lesões provocadas por estes parasitas predispõe a diversas infecções secundarias por serem a porta de entrada de diversos microrganismos patogênicos. A dactilogirose esta mais relacionada as brânquias, enquanto a girodactilose a pele, mas isto não deve ser encarado

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como uma regra, porque ambos podem parasitar qualquer um destes órgãos. Quanto as lesões causadas pelos monogeneas temos que:

- Nas brânquias e comum encontrarmos visualmente congestão dos vasos sangüíneos e aumento da secreção de muco. Com a persistência da infestação encontramos microscopicamente um aumento das células do tecido das brânquias seguido de uma fusão fusão de algumas estruturas deste órgão. Algumas vezes o parasitismo e tão intenso que pode provocar a perda da estrutura das brânquias. Todos estes efeitos sobre as brânquias prejudicam as trocas gasosas de oxigênio e gás carbônico, alem da eliminação de metabólitos como a amônia. Neste estagio avançado de parastismo os peixes encontram-se na superfície da água com uma respiração ofegante. A mortalidade dos peixes pode ocorrer por asfixia ou intoxicação pelo excesso de amônia acumulado no organismo.

- Na pele os monogeneas causam grande irritação, avermelhamento, hipersecreção de muco e formação de ulceras que servem de porta de entrada para infecções bacterianas. Os peixes apresentam-se inquietos, agitados e costumam se esfregar no fundo do tanque, ou em objetos.

Diagnóstico: O diagnóstico é realizado através do exame visual das brânquias com auxílio de uma lente de aumento (lupa) para espécies de monogeneas maiores. Na grande maioria dos casos há necessidade de exame de microscopia de brânquias por um especialista.

Exame parasitológico de brânquias sob microscopia. Visualização de dactilogirídeos em Acarás Bandeiras. Foto por Rodrigo G. Mabilia.

Prevenção: Uma prática muito útil para prevenção de doenças atribuídas ao monogeneas é o monitoramento de lotes de peixes ornamentais em cativeiro. Realiza-se uma amostragem de peixes, em intervalos de tempos regulares, para detectar há presença, ou ausência destes parasitas no exame de microscopico. Esta é uma forma segura de prevenir infestações graves e a disseminação desta doença durante a comercialização. Outra vantagem de executar este manejo sanitário preventivo (o monitoramento da presença e ausência de monogeneas) é a possibilidade de obtenção de peixes mais saudáveis e resistentes a fatores estressantes como o caso da captura, embalagem e transporte destes peixes. Vale lembrar que a presença de poucos parasitas não causa a doença em si, mas pode ser uma “bomba relógio”.

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Tratamento:

O tratamento contra girodactilus e dactilogirus consiste na aplicação de medicamentos como o caso do SERA Mycopur. Recomendamos também um aumento da aeração da água e a manutenção de uma temperatura entre 24 a 26°C. Temperaturas muito elevadas são indesejadas, pois aceleram o ciclo de vida destes parasitas.

Protocolo Terapêutico: Administre na água 22 gotas, ou 1 ml de SERA Mycopur durante 3 dias consecutivos.

Estudo sobre a ocorrência das principais doenças parasitárias de peixes ornamentais em lojas de aquarismo.

INTRODUÇÃO

No Brasil, até pouco tempo, poucas eram as informações sobre a ocorrência de doenças parasitárias em peixes ornamentais comercializados. A ausência destas informações técnicas impossibilitam realizar um mapeamento da ocorrência dos principais agentes patogênicos. A realização de um banco de dados sobre o percentual de ocorrência de doenças de origem parasitária em uma determinada espécie de peixe, gênero, ou até mesmo família, seria uma importante ferramenta para desenvolver programas sanitários preventivos para estas doenças nos peixes ornamentais comercializados no Brasil. Este banco de dados pode ser utilizado, inclusive, como subsidio para implantação de um selo, ou certificado de qualidade para peixes ornamentais.

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AS PESQUISAS

Diante destas argumentações alguns pesquisadores já executaram trabalhos que abordavam estes aspectos. Na Itália, pesquisadores do Departamento de Saúde Pública Veterinária e Patologia Animal e do Instituto Zooprofilático Experimental publicaram um interessante estudo no ano de 2002. Caffara e colaboradores investigaram entre os anos de 1997 até 2001 a prevalência de parasitas em peixes importados provenientes dos seguintes países e/ou regiões: Singapura, Malásia, Srilanka, Tailândia, China. Israel, Hong Kong, Colombia e da Amazônia. Os resultados do estudo chegaram a um percentual de prevalência de parasitas em peixes ornamentais de 54,3%. Praticamente, a cada dois peixes importados pelo menos um estava infestado por alguma espécie de parasita. Os países onde foram importados peixes com a maior prevalência foram: Malásia (90,2%), Israel (60%) e Singapura (56,1%). Estes números servem de alerta para que uma série de cuidados sejam adotados na hora de executar a importação de exemplares de peixes ornamentais. Neste mesmo estudo, detectou-se o percentual dos agentes parasitários que estavam envolvidos como segue abaixo:

Os trabalhos de investigação da ocorrência de doenças parasitária em peixes ornamentais se estendem por todo o mundo. Pesquisadores do Instituto de Pesquisa de Ciências Veterinárias do Siri Lanka pesquisaram a prevalência de enfermidades de origem parasitária em 26 pisciculturas ornamentais exportadoras neste país. Os dados foram coletados entre o ano de 1999 e 2000 englobaram as seguintes espécies de peixes: Guppie (Poecilia reticulata), Caudas-de-véus (Carassius auratus), Platy (Xiphophorus maculatus), Molinésia (Poecilia sphenops), Acarás Bandeiras (Pterophyllum scalare), Espadinhas (Xiphophorus helleri), Tetras (Hyphessobrycon sp.), Barbus (Capeota sp. e Puntius sp.), Gourami (Colisa sp.), Carpas (Cyprinus carpio), Betta spelendens, Paulistinha (Danio rerio) e Oscar (Astronotus sp.). Este estudo é mostrou-se de grande importância para o setor daquele país, pois revelou uma prevalência de 45,3% de peixes parasitados em 23 das 26 pisciculturas incluídas nesta pesquisa. A complexidade deste estudo conduzido por Thilakaratne e colaboradores identificou 09 espécies de dactilogirídeos e girodactilideos, entre entre elas: Dactylogyrus extensus, Dactylogyrus vastator, Dactylogyrus sp., Gyrodactylus turnbulli, Gyrodactylus. katherineri, Gyrodactylus spp.; 07 protozoários: Trichodina nigra, Trichodina sp., Tetrahymena corlissi, T. pyriformis, Ichthyophthirius multifiliis, Ichthyobodo necator, Piscinoodinium sp.; 03 espécies de copepodas ectoparasitas: Lernaea cyprinacea, Ergasilus ceylonensis, Argulus foliaceus; 01 metacercária de um trematódeo digenea (Centrocestus sp.) e 01 nematódeo (Capillaria sp.). O protozoário do gênero Tetrahymena teve maior prevalência nos guppies (P. reticulata) quando comparado as outras espécies de peixes. Já para as

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carpas os parasites predominantes foram o Argulus foliaceus e a Lernaea cyprinacea. Os nematelmintos foram encontrados principalmente nos Acarás Bandeiras (Pterophyllum scalare) e Guppies (P. reticulata). Esta distribuição dos parasitas, bem como sua prevalência são muito interessantes. É notável como alguns parasitas possuem maio afinidade em parasitar determinadas espécies de peixes.

No Brasil, até pouco tempo não havia trabalhos semelhantes. Há necessidade destas informações fundamentadas em trabalhos que demonstrem a realidade do estado sanitário dos peixes ornamentais comercializados em nosso país. No ano de 2002 Mabilia e colaboradores do Instituto de Pesca de São Paulo realizaram um estudo que investigou qual eram os principais fatores predisponentes de enfermidades em peixes ornamentais em lojas de aquarismo na cidade de São Paulo. Neste mesmo estudo determinou-se a ocorrência das principais doenças de origem parasitária. Posteriormente, no ano de 2004 este mesmo estudo repetiu-se em lojas de aquarismo da cidade de Porto Alegre por Mabilia e colaboradores do Setor de Aquacultura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Estas informações obtidas compõem hoje um banco de dados que agrega novos resultados a cada ano. As principais causas predisponentes ao aparecimento de doenças parasitárias identificadas nos estabelecimentos foram: estresse decorrente do transporte, altas densidades de estocagem, manutenção errada da qualidade da água, temperaturas inadequadas, pH incompatíveis para a espécie, falhas na alimentação e no conhecimento das exigências nutricionais de cada espécie, acúmulo de substâncias tóxicas e baixa taxa de renovação de água, falhas na aclimatação dos peixes e estocagem de espécies incompatíveis. Abaixo destacamos na ordem de significância os 3 fatores que mais se repetiram em lojas de aquarismo de São Paulo e Porto Alegre:

1° Estresse por transporte 2° Alimentação inadequada 3° Qualidade de água inadequada

Estes três principais fatores predisponentes ao surgimento de doenças parasitárias demonstram falhas de manejo desde a origem (captura/criação em cativeiro). Vale lembrar que a recomendação técnica para recuperarmos peixes debilitados por estresse de transporte é justamente a associação de uma alimentação de boa qualidade com uma excelente qualidade de água. Uma vez que estes cuidados não são verificados na prática, a taxa de mortalidade de peixes ornamentais ao longo de toda cadeia produtiva é altíssima.

Atualmente o banco de dados gerado com estes trabalhos permitiu a elaboração de 03 níveis de riscos. Os diferentes agentes parasitários foram distribuídos nestes níveis, de acordo com a freqüência que acometem peixes ornamentais comercializados em lojas de aquarismo. Os lojistas podem

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consultar estes níveis de risco como uma importante ferramenta para auxiliar na detecção e executar mais rapidamente medidas de controle destas doenças em seus estabelecimentos.

Para compor este banco de dados até o momento já foram incluídas no estudo as espécies da família CIPRINIDAE: carpas coloridas (Cyprinus carpio), Caudas-de-véus (Carassius auratus), Barbus (Capoeta sp.), Paulistinha (Danio rerio) POECILIDAE: Molinésia (Poecilia latipinna), Espada (Xiphophorus helleri), Platy (Xiphophorus maculatus), Guppies (Poecilia reticulata); CICHLIDAE: Acará Bandeira (Pterophyllum scalare), Acará Disco (Symphysodon discus), Ramiresi (Microgeophagus ramirezi), Apistograma (Apistograma cacatuoides); ANABANTIDAE: Colisa (Colisa lalia), Tricogaster (Trichogaster trichopterus); CHARACIDAE: Neon (Paracheirodon Axelrodi), Rodóstomus (Hemigrammus rhodostomus), Mato Grosso (Hyphessobrycon serp), Rásbora (Rasbora heteromorpha), Borboleta (Gasteropelecus sternicla), Tetra negro (Gimnocorymbus Ternetzi). É importante deixar claro que a cada ano mais espécies serão incluídas, assim como o aumento das amostragens, configurando uma atualização e confiabilidade muito maior dos resultados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A falta de qualidade e fragilidade dos peixes ornamentais comercializados sempre foram questionados. As perdas desde a captura/criação, passando pelo transporte até as baterias de lojas nunca foram quantificadas de maneira exata. Sabemos que são baixas as taxas de sobrevivência de peixes ornamentais capturados, enquanto que para os peixes ornamentais cultivados estas taxas são menos dramáticas. Colocamos aqui, como principal recomendação técnica, a necessidade de identificar fornecedores idôneos que garantam peixes ornamentais com um estado de saúde compatível que permita a sobrevivência destes peixes até o seu destino final. Que se pague mais por esta condição ! Que se exija esta condição ! Podem apostar que o grau de desenvolvimento de uma loja de aquarismo pode ser medido pela forma com que tratam e apresentam seus peixes ornamentais.

Enfermidades de Peixes Ornamentais - Ictiofitiríase (Ictio)

O que é a Ictiofitiríase, ou Ictio ?

A Ictiofitiríase, ou popularmente conhecida Ictio é uma doença causada por um protozoário do gênero Ichthyophthirius. É considerada a doença parasitária em peixes de maior ocorrência no mundo.

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É verdade que as espécies tropicais, principalmente as amazônicas possuem uma notável sensibilidade ao parasita. No aquarismo é sem dúvida a enfermidade número 1 entre os relatos de casos clínicos.

Na piscicultura de corte o “ictio” é responsável por grandes prejuízos econômicos devido as mortalidades de alevinos e gastos com medicamentos. Na região sul do país a ictiofitiríase é um grande problema sanitário no cultivo do jundiá (Rhamdia quelen) e do Pacu (Piaractus mesopotamicus) principalmente na fase de alevino.

No aquarismo, é para muitos aquaristas iniciantes uma novidade, sendo a primeira doença enfrentada durante o aprendizado. Já para aquaristas experientes torna-se elementar a sua compreensão e execução de medidas preventivas e terapêuticas.

Phylum Ciliophora (the ciliates) ·Class Oligohymenophorea ·Subclass Hymenostomatia ·Order Hymenostomadia . Specie Ichthyophthirius multifiliis

Considerações gerais sobre a doença e o parasita: a terminologia desta doença na língua inglesa é “White Spot Disease” que no português é melhor traduzida como a doença dos pontos brancos. Aqui temos que tomar um cuidado, pois há uma variedade de doenças parasitárias em peixes causadas por protozoários que possuem entre os sinais clínicos pontos brancos na pele e nadadeiras. É muito comum no aquarismo leigos observarem manchas, e/ou pontos brancos e logo associarem ao Ictio, mas fiquem espertos porque a questão é um pouco mais complexa e merece algumas considerações como segue abaixo:

- Existem outros protozoários externos que podem causar sinais clínicos (pontos brancos) que podem enganar o observador;

- É muito comum junto com o ictio ocorrer outros protozoários patogênicos infestando os peixes. Estes diagnósticos com a presença de ictiofitiríase junto a outras doenças parasitárias externas causadas por protozoários já foram realizados em trabalhos em lojas de aquarismo de São Paulo e Porto Alegre.

- O tratamento das doenças parasitárias por protozoários que causam pontos brancos e manchas esbranquiçadas quase sempre é o mesmo. Isto faz com que mesmo diagnosticando erroneamente uma doença, como o caso do ictio, seja possível obter a cura.

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Ciclo de vida: o ciclo de vida completo varia de acordo com a temperatura da água e dura aproximadamente 5 a 7 dias. a transmissão do Ichthyophthirius sp. ocorre pelo contato direto entre os peixes e a água.

Os pontos brancos que observamos nos peixes são como pústulas que alojam uma forma específica do ciclo de vida denominada de Trofozoítos. Após a ruptura destas pústulas estes trofozoítos atingem o substrato do aquário, formam cistos e reproduzem-se muito rapidamente. Estes cistos contém inúmeras formas jovens do parasita que possuem a capacidade de nadar na água e atingir um novo hospedeiro. Este ciclo de vida simples e dotado de grande rapidez para ser completado é responsável pela disseminação do Ichthyophthirius sp. no aquário em poucas horas.

Sinais clínicos: o sinal clínico mais evidente é a presença de inúmeros pontos brancos entre 0,5 a 1mm na pele e nadadeiras.

O ideal é estar atento e observar os sinais da doença logo no início da infestação. Podemos classificar os sinais clínicos em três níveis de acordo com a evolução da doença.

Nível 1 de infestação: é o período onde somente aquaristas e piscicultores mais experientes percebem que os peixes estão desenvolvendo a ictiofitiríase.

- os peixes começam a esfregar o corpo em superfícies como cascalho, pedras, troncos, etc... - já observa-se aumento da mucosidade da pele. - as nadadeiras começam a fechar e tornam-se mais opacas.

O que fazer ?

Manejo da temperatura e banhos com sal podem controlar.

Nível 2 de infestação: é o aparecimento dos sinais clássicos de ictio. - surgimento de pontos brancos na pele e nadadeiras. - As nadadeiras ficam muito fechadas - Os peixes permanecem com severa irritação e esfregam-se nas superfícies com muita freqüência. - Há perda de apetite.

O que fazer ?

Manejo da temperatura e medicamento específico para ictiofitiríase com um prognóstico muito favorável.

Nível 3 de infestação: é o período mais crítico da infestação que antecede a

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morte caso o tratamento não seja iniciado. - natação irregular e sinais de asfixia devido ao comprometimento das brânquias - locais com edema (inchaço) e intenso desprendimento de muco. - pontos brancos tomam conta da maioria do corpo dos peixes. - o tratamento não é garantia de recuperação

O que fazer ?

Manejo da temperatura e medicamento específico para ictiofitiríase com um prognóstico muito desfavorável.

Jundiás após um surto grave de ictiofitiríase (Nível 3) em uma piscicultura de corte no estado do Rio Grande do Sul.

Diagnóstico: O diagnóstico de ictio ocorre pela confirmação da presença dos trofozoítos através de exame microscópico de brânquias, pele e nadadeiras. O Ichthyophthirius sp. caractariza-se por ser um grande protozoário ciliado com a presença de um macronúcleo em forma de ferradura.

Prevenção: a prevenção do ictio é muito importante. Temos a consciência e resultados de trabalhos atuais que indicam que é justamente após o transporte o momento mais propício para ocorrência de ictiofitiríase.

Os relatos mais freqüentes são de surtos de ictio em peixes recém comprados e colocados em aquários já na casa do aquarista. Poucos aquaristas não passaram por uma situação destas, não é ?

Deixarei para vocês uma série de cuidados e uma prática de manejo preventivo que quando devidamente praticados proporcionam grande eficácia na prevenção da introdução acidental do ictio em nossos aquários.

Quais os cuidados ?

- Compre peixes que estiverem se alimentando bem. Peça ao vendedor alimenta-los na sua presença.

- Observar cuidadosamente os peixes no momento da compra. Observe se há manchas esbranquiçadas nas nadadeiras, pois este é um dos primeiros sinais indicativos de que o ictio está iniciando a infestação.

- Não compre peixes com respiração ofegante juntos a superfície da água, ou local de aeração pois podem ter a presença de ictio nas brânquias.

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- Evite peixes que esfregam o corpo sobre as pedras, ou qualquer outro objeto, pois este comportamento é uma resposta a irritação do protozoário encistado na pele.

- Verifique a temperatura da água dos aquários e baterias de peixes tropicais nas lojas. As temperaturas ao redor de 28°C indicam que os lojistas são mais atenciosos ao bem estar destas espécies.

- Por fim, tenham conhecimento que trabalhos de investigação de doenças parasitárias externas em peixes ornamentais concluíram que mesmo peixes na ausência de sinais clínicos podem carregar parasitas (como o ictio). Isto significa que após o estresse do transporte e mudança de ambiente é possível que os peixes adoeçam de ictiofitiríase desde que não seja adotado práticas de manejo preventivo.

- Conhecendo a loja, o perfil do lojista e o treinamento dos vendedores vocês podem identificar quais são os locais onde vocês podem e quais vocês não podem comprar peixes ornamentais.

Qual o manejo preventivo ?

Um manejo preventivo seguro e muito bem sucedido é realizar uma “quarentena” para os peixes recém adquiridos, conforme o protocolo:

1° Compra dos peixes tendo como pré-requisito os cuidados descritos no item anterior.

2° Administrar um banho de sal não iodado 20g por litro de água com bastante aeração durante 2 a 5 minutos. O tempo varia de acordo com a sensibilidade das espécies e exige observação intensiva. Dilua o sal previamente e faça uma solução homogênea. Se ficar na dúvida, sempre consulte um profissional capacitado antes de executar este manejo.

3° Coloque os peixes num aquário de quarentena aclimatando eles gradativamente para uma temperatura de 30 a 32°C onde devem permanecer por 7 dias.

4° Ofereça diariamente (mínimo duas vezes ao dia) uma ração de excelente qualidade com bons níveis de vitamina C que seja formulada de acordo com as exigências nutricionais das espécies adquiridas.

Tratamento

Manejo da Temperatura da água: o tratamento preconizado é a elevação da temperatura da água para 30 a 32°C num período de até 7 dias. O

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desaparecimento dos pontos brancos pode ocorrer logo a partir das primeiras horas progressivamente. Deve-se cuidar para não interromper este tratamento térmico logo que a totalidade dos pontos brancos desapareçam. Isto pode resultar no reaparecimento da doença e é apontado como uma falha grave de tratamento.

Medicamento x Temperatura da água: embora seja possível eliminar o parasita somente com o manejo da temperatura da água, podem ter certeza que o uso de medicamentos junto com o tratamento térmico é a maneira mais eficaz de tratar a ictiofitiríase. A aplicação de medicamentos reduz significativamente as chances de recidiva, ou seja, do reaparecimento da doença nos peixes. O medicamento, além de reduzir a recidiva garante uma maior velocidade na recuperação dos peixes e redução dos sofrimentos causados pela injúria do parasita.

Os protocolos terapêuticos devem ter uma duração de até 7 em conjunto com o manejo da temperatura da água. Existem excelentes formulações comerciais paras uso em peixes ornamentais e estas devem sempre ser preferenciais. Evite comprar princípios ativos e manipula-los em casa, pois isto pode ser prejudicial para saúde do aquarista, além de intoxicar os peixes.

Os medicamentos comerciais são resultados de anos de pesquisa e esta tecnologia gerada garante maior segurança e eficácia dos tratamentos. Sera CostaPur é o medicamento indicado para o tratamento da Ictiofitiríase (Ictio).

Protocolo Terapêutico: Dia 1° ao Dia 3 (3 dias consecutivos) administre 22 gotas, ou 1ml de SERA Costapur para cada 40 litros de água. Dia 5 ao dia 7 (+ três dias consecutivos) administre a mesma dosagem de SERA Costapur se houver necessidade.

Enfermidades de Peixes Ornamentais - Hidropsia, Ascite, ou Barriga d' Água

O que é a Hidropsia, Ascite, ou Barriga d'Água ?

Há uma série de informações perdidas no meio aquarístico sobre os agentes patogênicos envolvidos. Para os aquaristas internautas exímios pesquisadores é possível que já tenham percebido a quantidade de informações existentes na rede sobre este assunto. Difícil é fazer uma triagem para assimilar o que é verdadeiro e o que é falso.

Hidropsia, Ascite, ou barriga d’água são nada mais nada menos do que

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sinais clínicos (sinônimos de um mesmo sinal clínico) e não uma doença propriamente dita. Rotineiramente, ao dizermos que um determinado peixe está com hidropsia deveríamos compreender que o respectivo peixe está com uma doença (um agente patogênico) que causa a hidropsia. Ao menos tecnicamente deveríamos compreender assim.

A razão da postagem deste artigo é a grande ocorrência de doenças que afetam, principalmente kinguios e carpas koi e que são capazes de causar este quadro clínico bem característico. Pretendemos aqui repassar algumas informações interessantes para instruir lojistas, aquariofilistas e todos demais que estiverem interessados em aprender um pouco mais sobre estas enfermidades que tanto mal fazem aos nossos estimados e adorados peixes dourados e carpas coloridas.

Quais os Agentes patogênicos que causam estes sinais clínicos ?

Os grandes responsáveis por estes sinais clínicos são bactérias causadoras das septicemias hemorrágicas e a virose primaveril das carpas (VPC).

Agentes bacterianos: Aeromonas móveis e algumas Pseudomonas.

Agente Viral: Rhabdovirus carpio

Considerações sobre as Septicemias hemorrágicas:

As septicemias hemorrágicas são infecções generalizadas com presença de hemorragias que acometem os peixes. Existem diversas espécies de bactérias que causam septicemias nos peixes ornamentais, entre elas, destacam-se as bactérias do gênero Aeromonas e Pseudomonas.

A Aeromonas hydrophila e a Pseudomonas fluorescens são importantes espécies representantes destes gêneros. A ocorrência de doença causada por estas bactérias são atribuídas inicialmente a fatores predisponentes que prejudiquem o equilíbrio entre o meio ambiente e os peixes.

Por esta razão a Aeromonas e a Pseudomonas são ditas bactérias oportunistas. Presentes no substrato de tanques e lagos, além do próprio trato intestinal de peixes elas normalmente não causam doença. A presença de uma condição de estresse é pré-requisito para que estas bactérias causem doença. Exemplos de condições estressantes poderiam ser:

- Estresse por deficiência alimentar. - Estresse por excesso de compostos nitrogenados na água. - Estresse por transporte e manipulação inadequada dos peixes.

Entre estes fatores estressantes o excesso de compostos nitrogenados na

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água são os fatores mais predisponentes. Níveis elevados de matéria orgânica no fundo de lagos de jardim e aquários são responsáveis pela elevação da taxa de amônia total e amônia não ionizada na água. Assim temos uma condição de desequilíbrio garvíssima entre o meio ambiente (a água) e o peixe. O resultado disso é uma infecção bacteriana por aeromonas, ou pseudomonas na maioria dos casos.

Sinais clínicos:

- Perda do apetite; - Dificuldade no nado; - Erosão e avermelhamento das nadadeiras; - Surgimento de ulceras hemorrágicas na pele; - Aumento (inchaço da barriga) da cavidade celomática; - Presença de escamas eriçadas.

Diagnóstico presuntivo: é realizado na constatação dos sinais clínicos.

Diagnóstico confirmativo: é realizado por Médico Veterinário especialista em patologia de peixes em laboratorial mediante exame bacteriológico (cultivo e testes bioquímicos).

Tratamento: o tratamento medicamentoso isoladamente não resolve o problema por completo. É fundamental investigar o fator que causou o desequilíbrio entre o meio ambiente e o peixe. Vale lembrar mais uma vez que o excesso de matéria orgânica com alta taxa de amônia e nitritos associado a alimentação de péssima qualidade são os fatores mais predisponentes às septicemias hemorrágicas.

A antibioticoterapia é essencial para controlar a infecção, no entanto deve-se realizar o tratamento com muita responsabilidade para evitar a tão discutida resistência bacteriana.

A SERA tem disponível para estes casos O SERA Baktopur Direct que é um antibiótico desenvolvido especialmente para estes tipos de infecções bacterianas.

Protocolo Terapêutico: Administrar 1 tablete de SERA Baktopur Direct para cada 50 litros de água. Após 3 dias faça uma troca parcial de água de 50% e aplique novamente numa nova dosagem de SERA Baktopur Direct (1 Tablete para cada 50 litros de água). Após 3 dias faça uma nova troca parcial de 50%.

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Considerações sobre a Viremia Primaveril das Carpas:

A VPC atualmente é uma doença de notificação obrigatória ao Ministério da Agricultura quando há sua suspeita e/ou diagnóstico. Este ministério está implantando o PNSA (Programa Nacional de Sanidade Aqüícola) através de uma equipe de Médicos Veterinários especializados em patologia de animais aquáticos. O PNSA trata a viremia primaveril das carpas com uma atenção especial, uma vez que representa um grande perigo nos aspectos econômicos e sanitários das pisciculturas brasileiras.

Os peixes ornamentais (Kinguios e Carpas coloridas) são susceptíveis a esta virose e portanto podem contribuir para disseminação desta doença. Criadores, lojistas e aquaristas devem sempre agir com muita inteligência no momento que suspeitarem da ocorrência da VPC. Devem agir com responsabilidade e procurar orientação para esclarecer suas dúvidas.

Historicamente muitas infecções bacterianas já foram e ainda continuam sendo diagnosticadas e tratadas como septicemias, mas na verdade não são. São casos típicos de VPC.

Outra possibilidade muito comum é a ocorrência de VPC e infecção bacteriana ao mesmo tempo acometendo os peixes.

Sinais Clínicos:

- a multiplicação do vírus ocorre no endotélio capilar e tecido renal ocasiona um desbalanço iônico que causa ascite e é muitas vezes letal.

- os peixes doentes respondem menos a estímulos sensoriais, ficam com a natação irregular e a velocidade da resposta da vesícula gasosa (bexiga natatória) reduzida progressivamente.

- pode ser observado escurecimento da pele, abaulamento do ventre, exoftalmia (olhos saltados) , petéquias hemorrágicas (manchas vermelho vivo), palidez das brânquias, inchaço/avermelhamento e prolapso da região anal.

Transmissão: a VPC é transmitida horizontalmente (de um peixe para o outro), pois os vírus é eliminado nas fezes, urina e brânquias. Pode ocorrer também a transmissão vertical (Fêmeas para sua prole), uma vez que se encontra o vírus nos fluidos ovarianos. Outra importante fonte de transmissão da doença são por vetores como sanguessugas e argulus (piolho de peixe).

Diagnóstico Presuntivo: os sinais clínicos citados aliados a investigação do histórico do caso clínico (anamnese) levam a um diagnóstico presuntivo.

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Diagnóstico Confirmativo: no Brasil são poucos os laboratórios e centros de pesquisa que realizam o diagnóstico laboratorial e acredita-se que a ocorrência desta doença esteja subestimada.

Tratamento: o tratamento para VPC é sintomático e existem poucos medicamentos disponíveis no mercado. Eventualmente deve-se associar antibióticos quando houver infecção bacteriana em conjunto. Sempre que houver a presença de argulose deve-se eliminar o parasita, pois como já citamos, este é um vetor da VPC.

O reversão do quadro de ascite é demorada e mesmo após a cura os peixes tornam-se portadores da doença. Isso implica que podem adoecer novamente quando houver uma situação de estresse, ou ainda transmitir a doença para peixes saudáveis que entrarem em contato com os portadores. Fiquem espertos para este importante detalhe !

O Tratamento preconizado é a associação de Sera Baktopur Direct com SERA Cyprinopur, conforme protocolo terapêutico apresentado logo abaixo:

Protocolo Baktopur Direct: Administrar 1 tablete de SERA Baktopur Direct para cada 50 litros de água. Após 3 dias faça uma troca parcial de água de 50%.

Protocolo Cyprinopur: Administre 100ml de SERA Cyprinopur para cada 2000L de água, ou 1ml para cada 20 litros durante 3 dias consecutivos.

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Após o térmico do tratamento deve-se avaliar a necessidade da continuidade e repetição da aplicação dos medicamentos SERA Baktopur direct e SERA Cyprinopur.

Outra medida bastante útil complementar ao tratamento medicamentoso é administrar sobre a ração, ou alimento liofilizado (6 a 7 gotas)SeraFishtamin, pois assim estaremos aumentando o suporte vitamínico e auxiliando na recuperação dos peixes.

Enfermidades de Peixes Ornamentais - Argulose (Piolho de Peixe)

O que é a argulose, ou o piolho de peixe ?

A argulose é uma doença ectoparasitária que ocorre com certa freqüência em pisciculturas ornamentais, pincipalmente na criação de kingyos e carpas. Causada pelo Argulus sp., vulgarmente conhecido como piolho de peixe, a argulose já foi diagnosticada em diversos lagos ornamentais. A sua ocorrência em lagos é muito maior do que em aquários. Isto serve de alerta para proprietários de lagos ornamentais, pois o Argulus sp. deve constar na lista de doenças que merecem cuidados preventivos para evitar a sua introdução no ambiente aquático do lago.

Phylum Arthropoda • Subphylum Crustacea •Class Maxillopoda •Subclass Branchiura •Order Argulidea •Argulus sp.

Considerações gerais sobre a doença e o parasita:

A argulose acomete todas as espécies de peixes de água doce. Ciprinideos como carpas e kinguios são peixes com uma notável predisposição. Espécies nativas como alguns carás, joaninhas e traíras freqüentemente são encontrados em seus ambientes naturais apresentando também este parasita. O Argulus sp. apresenta adulto apresenta entre 5 a 8mm podendo ser visualizado macroscopicamente (sem auxilio de lupa, ou microscópico). Isto facilita o diagnóstico e triagem de peixes durante a comercialização.

Uma característica particular do Argulus é a modificação de sua segunda maxila em duas estruturas circulares na porção ventral de seu corpo capazes de realizar sucção. Esta sucção torna-se essencial para a fixação do parasita em seu hospedeiro. A sobrevivência do parasita depende de sua habilidade em obter alimento. O Argulus alimenta-se de células da epiderme e fluidos contendo células sanguineas. Para isso possui uma estrutura em forma de estilete que auxilia na desfoliação da pele e penetração para injetar

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uma toxina que impede a cicatrização do local. O local de fixação é uma área que sofre de irritação e avermelhamento da pele. As lesões nestes locais consistem em portas de entradas para infecções bacterianas.

Ciclo de vida: o ciclo de vida do Argulus é muito interessante. As áreas preferências de fixação da fêmea parasita são as regiões onde a pele é mais tenra e possui menor quantidade de escamas. A nadadeiras caudal e o a região anterior-dorsal são áreas que atendem estas condições. A duração do ciclo entre o desde o ovo e a forma parasitária é de aproximadamente 3 a 4 semanas. O tempo de duração do ciclo varia de acordo com a temperatura da água. Em geral, o parasitismo é detectado em temperatutas acima de 18°C. A fêmea no momento da postura abandona o hospedeiro e nada a procura de plantas aquáticas para depositar seus ovos. As larvas infectantes são capazes de nadar e infectar novos peixes dando continuidade ao ciclo de vida. Podemos perceber que o ambiente de lagos ornamentais pode ser muito propenso a perpetuação do ciclo de vida do Argulus sp.

Sinais clínicos: os sinais clínicos incluem uma severa irritação cutânea com avermelhamento e descamação nos locais de fixação dos parasitas. Infestações mais intensas apresentam inclusive ulcerações na pele que podem ser seguidas de infecção fúngica, ou bacteriana.

Diagnóstico: o diagnóstico da argulose é realizado clinicamente pela simples visualização dos parasitas adultos, ou laboratorialmente por um profissional para o caso de formas jovens que não podem ser muito bem visualizadas no exame a olho nu.

Prevenção: a prevenção da argulose deve ser realizada desde o processo de criação dos peixes nas pisciculturas. Ainda na criação uma orientação técnica capacitada pode elaborar um programa sanitário de manejo preventivo para estas doenças ectoparasitárias.

No comércio, os lojistas devem observar muito bem os peixes que adquire. Os fornecedores de peixes ornamentais, principalmente de kinguios e carpas coloridas devem fornecer garantias de que seus peixes não contenham estes parasitas. Se ele não oferece esta garantia então devemos cobrar.

Muito falada, mas pouco colocada em prática seria a realização de quarentena para estes peixes. Ela é fundamental quando houver dúvidas sobre a idoneidade dos fornecedores. Não tenho dúvidas que estas medidas citadas acima contribuem para a melhoria da qualidade dos peixes ornamentais comercializados. Se cada um de nós fizer a sua parte bem feita o aquarismo só tem a ganhar.

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Tratamento: os tratamentos existentes para a argulose são semelhantes ao da lerneose. O mecanismo de ação dos princípios ativos atuam de forma semelhante, tanto para os parasitas do gênero Lernaea, como para Argulus.

O tratamento medicamentoso é indispensável mesmo com a remoção dos parasitas adultos, pois as formas intermediárias do ciclo de vida estão presentes no meio ambiente. Em lagos ornamentais esta situação é agravada quando existir uma grande quantidade de plantas aquáticas, pois são locais onde as fêmeas depositam os ovos.

Sera Cyprinopur é o tratamento indicado para o combate da Argulose (piolho de peixe) e outros crustáceos ectoparasitas.

Protocolo Terapêutico: Administre por 3 dias consecutivos SERA Cyprinopur 100 ml para cada 2.000 litros de água para lagos ornamentais, ou 1ml para cada 20 litros em aquários. Após o tratamento é conveniente aplicar esta dosagem prescrita uma vez por semana nas próximas 3 semanas para prevenir o aparecimento da doença novamente.

Para complementar o tratamento medicamentoso é interessante administrar sobre a ração, ou alimento liofilizado (6 a 7 gotas) SeraFishtamin, pois assim estaremos aumentando o suporte vitamínico e auxiliando na recuperação dos peixes.

Enfermidades dos Peixes Ornamentais - Lerneose (verme âncora).

O Que é a Lerneose ?

A lernea, ou “verme âncora”, como é conhecida no aquarismo, é uma

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doença muito comum na piscicultura de corte, mas que tem alta ocorrência também em peixes ornamentais.

A Lernea é um importante ectoparasita que acomete a maioria das espécies de peixes, ou seja não tem especificidade pelo seu hospedeiro. É verdade que peixes de couro como os catfishes e ciprinideos como as carpas koi e os kinguios são mais susceptíveis.

Atualmente a Lernea encontra-se disseminada por todo o país, sendo responsável por sérios prejuízos econômicos, tanto para piscicultura de corte como de ornamento. Acredita-se inclusive que este parasita foi introduzido no Brasil através da importação de carpas da Hungria. Encontrando as condições favoráveis para o seu ciclo de vida disseminou-se rapidamente pelos rios, açudes e pisciculturas do Brasil.

Em lagos ornamentais são inúmeros os casos relatados de carpas coloridas e kinguios infestados por este parasita. As infestações ocorrem, na maioria das vezes, em épocas mais quentes do ano entre a primavera e o verão. Os aquaristas, ou proprietários de lagos ornamentais costumam relatar A Lernea como pequenos filamentos, ou fios aderidos na superfície do corpo dos peixes. Quando isto ocorrer fiquem espertos ! Pode ser lerneose !

Considerações gerais sobre a doença e o parasita.

Phylum Arthropoda •Subphylum Crustacea •Class Maxillopoda •Subclass Copepoda •Order Cyclopoida •Lernaea sp. ("anchor worms, ou verme âncora")

A Lernea, ao contrário do que algumas pessoas divulgam inadvertidamente, não é um verme. É um crustáceo. No Brasil muitos aquaristas acreditam que seja um verem, porque vem da tradução em inglês para: “Anchor Worm”, verme âncora.

Existem mais de 3000 espécies de crustáceos parasitas de peixes dos mais diferentes tamanhos e formas. O gênero Lernaea tem entre os parasitas mais populares a Lernaea cyprinacea.

Este crustáceo é classificado comum copepoda. Existem ainda crustáceos parasitas branquiúros e isopodas, como o caso do Argulus “Piolho de Peixe” e Ergasilideos, respectivamente. Estes serão abordados em outros artigos que em breve estarão disponíveis no Aquarforum.

Facilmente visível a olho nu, tem o seu corpo alongado. Na porção anterior uma âncora fixadora e na extremidade oposta dupla bolsa ovígera. A porção

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fixadora penetra na pele e musculatura do peixe causando lesões ulcerosas com pontos hemorrágicos e necrose da pele. Esta lesão predispõe o peixe a infecções bacterianas secundarias. Os peixes acometidos sofrem perda de peso e redução da taxa de crescimento. O quadro clínico é de maior gravidade em espécies de peixes pequenas e alevinos. Os prejuízos a saúde dos peixes são proporcionais a quantidade de parasitas fixados ao corpo. Condições especiais causam um aumento na taxa de mortalidade.

Ciclo de vida: apenas a fêmea adulta de lernea é parasita, sendo nesta fase hematófaga e por esta razão causa a já citada anemia no peixe hospedeiro. A grande maioria dos peixes infestados por estágios adultos de lernea (visível macroscopicamente) apresentaram também as formas infectantes (copepoditos) na pele e, principalmente nas brânquias. Estes resultados alertam para cuidados na aquisição de peixes ornamentais sem controle sanitário para lerneose.

O cilco de vida da Lernaea sp. é complexo, pois envolve uma série de formas intermediárias que antecedem o estágio de adulto. A cópula e fecundação ocorrem na água durante a fase de vida livre do ciclo. Esta fecundação culmina com a morte do macho. A fêmea fecundada remanescente passa por um processo de metamorfose dando inicio a fase de vida parasitária.

A temperatura da água é um fator importante para a reprodução do parasita e início do parasitismo. Temperaturas na faixa entre 18 a 25°C são ótimas para a perpetuação do ciclo de vida. Desde da ovopostura da fêmea até o surgimento da forma infectante do ciclo de vida pode transcorrer algo próximo de 7 dias. As fases de vida passam dos estágios de náuplios e metanáuplios até copepoditos primário, secundário e copepodito infectante. A visualização das primeiras vesículas na superfície do corpo do peixe logo após a fixação da fêmea podem surgir a partir de 10 dias. A fêmea adulta fixada ao corpo pode levar entre 14 a 18 dias de acordo com a temperatura da água.

Sinais clínicos: clinicamente visualize o parasita invadindo a pele com sua porção anterior fixadora. Os locais mais propensos são as bases das nadadeiras e locais desprovidos de escamas. Os peixes parasitados pela lernea apresentam grande desconforto e irritação. Nas regiões de fixação do parasita há avermelhamento devido a hemorragias. Somente a fêmea adulta é parasita. Por ser hematófaga quando ocorre infestações intensas, ou acomete peixes de pequeno tamanho corporal causam um quadro de letargia. Os peixes ficam enfraquecidos devido a anemia. Formas intermediárias do cilco de vida (copepoditos infectantes) também são parasitas. Estes também causam ligeira irritação na pele e nas brânquias. O surgimento de infecções bacterianas decorrente das lesões causadas pelo parasita e o quadro de anemia agravam o quadro clínico e aumentam as taxas de mortalidade.

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Resumo dos sinais clínicos da lerneose:

- presença de lesões avermelhadas e ulcerosas; - pontos hemorrágicos e necrose de pele com áreas de difícil cicatrização (porta de entrada para bactérias oportunistas); - perda de peso; - redução da taxa de crescimento; - alta taxa de mortalidade quando ocorre em alevinos; - anemia; - aspecto repugnante em infestações intensas

Diagnóstico: o diagnóstico de lerneose é muito fácil, podendo ser realizado macroscopicamente através da visualização da fêmea adulta fixada no corpo do peixe.

Um dos grandes problemas relacionados ao diagnóstico da lerneose é a não visualização de sua forma infectante imediatamente anterior ao estágio adulto. Os copepoditos infectantes, como são denominados, só podem ser detectados através de exame parasitológico laboratorial executado por um profissional.

Assim peixes são comercializados com grande risco de serem portadores deste parasita em suas formas intermediárias. Sem este controle, muitos kinguios e carpas koi são comerciazaliadas e disseminam a lerneose para aquários, lagos ornamentais e tanques de criação.

Lojistas e aquaristas precisam estar conscientes sobre este problema. Quantos aquaristas já não compraram kinguios e carpinhas coloridas e passado algum tempo percebem a projeção de inúmeros filamentos no corpo de seus peixes. É lernea ! E tarde demais ! Já está disseminada em seu lago, ou aquário.

Prevenção: medidas preventivas podem ser adotadas pelo aquarista no momento da compra dos peixes. Inicialmente deve certificar-se da ausência de parasitas adultos no corpo dos peixes. Faça isto junto com o vendedor. Se perceber que o vendedor não é qualificado procure o lojista. Se o lojista não atender as tuas expectativas... Bom dae fica difícil.

Os aquários de kinguios e carpas são onde o aquarista deve tomar mais cuidado. Pergunte ao lojista se já teve problemas com lerneose. Depois pergunte de onde vem os peixes que você quer comprar. Isso para kinguios e carpas é fundamental !!! Faça partir de você a sinceridade e honestidade. Não vamos logo de saída achar que o lojista irá mentir. Troque idéias sobre a lerneose com ele. Estas relações constituem a essência do aquarismo !!!

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Existem excelentes lojistas... Precisamos descobrí-los. E quando descobrir recomendar para outros aquaristas.

Certificação sanitária: É um documento emitido exclusivamente por um Médico Veterinário. É a garantia de que o peixe comercializado não possue alguma enfermidade. É um atestado de saúde que certifica um peixe isento de doença. Infelizmente é pouco aplicado na comercizalização de peixes ornamentais. Na piscicultura de corte, e transações de importação de peixes e reprodutores já está ganhando força.

Em algumas pisciculturas ornamentais, e pequenas criações já há profissionais que monitoram os lotes de peixes quanto ao estado sanitário durante todo o processo de criação. Realiza-se exames clínicos e laboratoriais rotineiramente para constatar a presença, ou ausência tanto do parasita adulto, como de suas formas intermediárias do ciclo de vida.

Vamos ser otimistas quanto a isso. Todos saem ganhando no final das contas... Sendo um profissional Médico Veterinário eu não posso me contentar com pouco: a baixa qualidade de muitos peixes ornamentais comercializados. Há bastante tempo preconizo a necessidade de um aquário de uma loja de peixes ornamentais possuir um selo de qualidade. Um selo que informe a procedência do peixe ornamental e garanta a sua saúde.

Tratamento: os tratamentos existentes para a lerneose são bastante eficazes, tanto para o combate do parasita adulto como para os copepoditos. Recomendamos, inicialmente, a remoção manual dos parasitas adultos com um auxílio de uma pinça. Esta remoção manual do parasita é muito importante, porém deve-se administrar medicamentos específicos para o combate da lerneose.

Não recomendamos o tratamento em aquário hospital e sim diretamente no aquário, ou lago ornamental. Isto, porque é necessário combater tanto a forma de vida parasitária, como as formas de vida livre. Se não respeitar estas recomendações é possível uma reinfestação futura.

Sera Cyprinopur é o tratamento indicado para lerneose (verme âncora) e outros crustáceos ectoparasitas.

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Protocolo Terapêutico: Administre por 3 dias consecutivos SERA Cyprinopur 100 ml para cada 2.000 litros de água para lagos ornamentais, ou 1ml para cada 20 litros em aquários. Após o tratamento é conveniente aplicar esta dosagem prescrita uma vez por semana nas próximas 3 semanas para prevenir o aparecimento da doença novamente.

Para complementar o tratamento medicamentoso é interessante administrar sobre a ração, ou alimento liofilizado (6 a 7 gotas) SeraFishtamin, pois assim estaremos aumentando o suporte vitamínico e auxiliando na recuperação dos peixes.

Enfermidades dos Peixes Ornamentais - Malawi Bloat

1.0 Introdução – Considerações gerais sobre o Malawi Bloat

O Malawi bloat é uma condição patológica de ocorrência esporádica em Ciclídeos Africanos ornamentais. Esta condição patológica não é restrita aos Ciclídeos Africanos do Lago Malawi, estendendo-se também para membros de outras famílias com a denominação genérica de bloat, ou dropsy.

Compreendendo o significado destas palavras temos o sinal clínico mais característica desta doença: Bloat = significa inchar, ou inchaço.

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Dropsy – significa edema, ou acúmulo de líquido.

Desta forma, tecnicamente em português, podemos denominar o bloat de: hidropsia, ascite, ou barriga da água. Para diferenciar o bloat que ocorre em outros grupos de peixes do bloat que ocorre nos Ciclídeos Africanos é mais didático aceitarmos o termo Malawii bloat.

Haja visto uma série de informações disponíveis no meio aquarístico sobre a Malawi bloat deparamos com três dilemas em discussão sobre esta doença:

Controvérsias: Não há motivos para polêmica, nem controvérsias. Não existem causas obscuras para a manifestação do bloat em ciclídeos africanos. As causas são conhecidas e muitas delas inclusive já publicadas cientificamente. O que ocorre é a existência de mais de um agente causador desta doença e, talvez por esta razão, surjam incertezas entre os mais leigos. Outra importante causa destas incertezas é a falta de diagnóstico laboratorial confirmativo. Isto não é rotina no aquarismo, salvo algumas raras exceções, ou quando há investigações de cunho científico. Os Ciclídeos Africanos acometidos pelo bloat não costumam ser levados ao Veterinário. É bloat e ponto final !

Para discutirmos o bloat e suas causas devemos fixar dois aspectos importantíssimos:

- (1)Primeiramente, é relevante a determinação do fator predisponente, ou seja, a condição que permitiu a manifestação do bloat.

- (2)Segundo, a determinação propriamente dita, do agente causador do bloat.

Se conseguirmos deixar aqui a mensagem compreendida de que estes dois aspectos (Fator Predisponente X Agente Causador) devem obrigatoriamente receber igual atenção pelos criadores e aquaristas, já teremos nossa missão cumprida.

Qual a causa do Malawi bloat ? Como resposta apresentamos aqui, após uma breve revisão e comunicações pessoais de alguns pesquisadores, que o Malawi bloat é um sinal clínico (já citada no primeiro parágrafo deste artigo: condição patológica em ciclídeos africanos do Lago Malawi). Não há uma única causa para a ocorrência do Malawi bloat, mas sim diversas causas e fatores predisponentes que aqui discutiremos. O conhecimento das possíveis causas do Malawi bloat permitirá executarmos medidas de prevenção e tratamentos específicos com maiores chances de sucesso. As principais argumentações (difundidas no aquarismo) indicam que o bloat seja de origem parasitária, excesso de proteína na alimentação, bactérias, sal na água, etc... Vamos aqui procurar trazer a tona o que realmente é relevante na ausência de especulações e de palpites.

O Malawi bloat só acomete ciclídeos africanos do Lago Malawi ? Não. O

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Malawi bloat acomete todas as espécies de ciclídeos africanos, mas PREFERENCIALMENTE, ciclídeos africanos de hábito alimentar herbívoro, ou onívoros com alta demanda de vegetais na dieta. Entre os gêneros de Ciclídeos Africanos (CAS) mais susceptíveis ao bloat destacamos para o Lago Malawi: Cynotilapia, Aulonocara, Labidochromis, Nimbochromis, Pseudotropheus, Maylandia e Melanochromis; e para o Lago Tanganika os Tropheus.

2.0 Condição/Fator predisponente para manifestação do Malawi Bloat

a) Altos níveis de amônia não ionizada NH3 presentes na água do aquário.

Os elevados níveis de amônia total e, principalmente de amônia não ionizada presentes na água dos aquários de ciclídeos africanos são umas das principais condições necessárias que predispõem a manifestação clínica do malawi bloat. Lembrem que os aquários de ciclídeos africanos são caracterizados por alta dureza (18 a 22°GH) , alta alcalinidade, alto pH (7,7 a 9,0) e temperaturas médias que variam entre 26 a 30°C . Isto significa que há uma combinação perfeita entre estes parâmetros de qualidade de água para ocasionar um alto de percentual de amônia não ionizada dissolvida na água do aquário.

A combinação de altas temperaturas e alto pH (condição peculiar existente nos aquários de ciclídeos africanos) exige um monitoramento diferenciado dos níveis de amônia na água. Em uma temperatura de 28°C e um pH entre 8,0 a 9,0, por exemplo, teremos uma acentuadíssima variação do percentual de amônia não ionizada sobre a amônia total que pode variar entre 6,5 até 41% de amônia não ionizada. É muita amônia não ionizada para um aquário só... Esta condição de altíssimo percentual de amônia não ionizada, não será reproduzida em nenhum outro aquário de peixes de água doce. É peculiar aos aquários de ciclídeos africanos. Fiquem espertos para este importantíssimo detalhe !

Mas quais as implicações destes altos níveis de amônia ?

A amônia presente na água é causa direta de estresse fisiológico. Com o estresse surge o comprometimento do sistema imune e há maior susceptibilidade do organismo as bactérias causadoras do bloat.

- Amônia total (NH4+ e NH3) = é condição ideal para a proliferação de bactérias patogênicas, entre elas, diversas bactérias que cursam com a condição patológica característica do Malawi bloat.

- Amônia não ionizada (NH3) = é a fração extremamente tóxica da amônia. A alta taxa desta amônia na água irá causar uma grave intoxicação no peixe e danos severos nas brânquias. O excesso de amônia na água impede (por uma questão de gradiente de concentração) que a amônia endógena

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(metabólica) seja excretada pelas brânquias. Desta forma esta amônia acumula no organismo até níveis críticos. Nestas condições adversas há predisposição para manifestação do Malawi bloat.

b) Alimentação inadequada com alto percentual de proteínas de origem animal para ciclídeos africanos de hábito alimentar herbívoro, ou com alta demanda de vegetais na dieta.

Tão relevante, quanto a questão da amônia presente na água são as falhas de manejo da alimentação em ciclídeos africanos.

A CONDIÇÃO: a condição de ciclídeos africanos herbívoros e/ou ciclídeos africanos onívoros que possuem alta demanda de vegetais na dieta alimentados com rações de peixes carnívoros, ou rações com altas taxas de proteína de origem animal pode ser catastrófica. A ocorrência do malawi bloat está muito relacionada a esta condição, portanto é muito importante acertar na escolha do cardápio de nossos ciclídeos africanos.

Os CAS pertencentes aos gêneros: Labidochromis, Nimbochromis, Pseudotropheus e Tropheus são muito suceptíveis ao bloat quando alimentados exclusivamente com rações com excesso de proteína de origem animal. Da mesma forma, a sobrecarga alimentar (excesso de alimento oferecido) é prejudicial.

3.0 Agente causador do Malawi bloat

A causa direta do Malawi bloat são bactérias patogênicas. O Malawi bloat é basicamente uma infecção bacteriana sistêmica que teve origem a partir de uma proliferação desordenada de bactérias no trato intestinal mediada pelos fatores predisponentes supracitados e discutidos no item 2.0. Vale insistir e repetir que a amônia na água e a alimentação inadequada não são causas, mas sim fatores/condições que predispõem uma bactéria a causar o bloat.

Entre as principais bactérias causadoras do Malawi bloat temos o gênero das Aeromonas móveis e Clostridium. Este último tem alta patogenicidade produzindo endotoxinas e beneficiando-se de condições de anaerobiose (ausência de oxigênio). Este detalhe é muito importante na hora da escolha do medicamento apropriado como veremos mais adiante.

Existem outras causas para o Malawi bloat ?

Na verdade o Malawi bloat restinge-se hoje a infecção bacteriana com sintomatologia do bloat (ascite, hidropsia, ou barriga da água) em ciclídeos

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africanos submetidos a condições de água e/ou alimentação inadequadas. Como não é rotina a realização de diagnóstico laboratorial, outras causas, tais como: parasistismo, hipoproteinemia, tumores, disfunções hepáticas e renais que causem acumulo de líquido e distensão do ventre são equivocadamente denominados de Malawi bloat.

4.0 Fisiopatogenia do Malawi bloat

Fisiopatogenia da malawi bloat I: a sobrecarga alimentar e excesso de proteína de origem animal oferecido aos ciclídeos africanos susceptíveis ao bloat tem efeitos danosos ao metabolismo. Normalmente, estes CAS possuem durante o processo de digestão uma importante dependência/auxilio da ação de uma microflora natural (comensal) presente no trato intestinal. Esta microflora, ou mais adequadamente microbiota, auxilia na boa digestão de carboidratos e proteína de origem vegetal. Estes CAS ao contrário dos demais (carnívoros e onívoros), conseguem aproveitar o carboidrato e a proteína vegetal da dieta. Feito este que é impossível de ser executado com tamanha eficácia pelos CAS carnívoros e onívoros.

Fisiopatogenia da malawi bloat II: diferenças anatômicas do TGI (Trato gastrointestinal) dos ciclídeos herbívoros e com alta demanda de vegetais na dieta são bem evidentes. Os CAS herbívoros, por exemplo possuem um tubo intestinal muito mais longo do que CAS carnívoros e onívoros. Isto porque o processo de digestão da proteína vegetal é bem mais lento e estas espécies precisaram evoluir e adaptar-se neste âmbito. Com estas considerações podemos já imaginar, ou melhor compreender o efeito deletério de uma sobrecarga alimentar e, principalmente, se a dieta não conter vegetais. CAS herbívoros, ou com demanda de vegetais não irão digerir adequadamente a proteína de origem animal quando esta estiver em excesso e também nãoe stiver acompanhada de proteína de origem vegetal. E mais... está proteína animal excessiva irá acumular e fermentar no tubo digestivo causando mortalidade da microbiota natural, beneficiando a proliferação excessiva de outros microorganismos. Entre estes microorganismo, temos bactérias anaeróbicas e alguma aeróbicas que, normalmente estão no trato intestinal sem causar problemas quando este está em equilíbrio. Havendo este desequilíbrio elas tornam-se potenciais agentes patogênicos. Algumas delas causadoras do bloat.

Fisiopatogenia da malawi bloat III: a impossibilidade de digerir a sobrecarga de proteína de origem animal é agravada pela ausência de vegetais na dieta. A fermentação desordenada no trato intestinal gera ácido láctico e comprometimento da integridade do epitélio intestinal. O ácido láctico ocasiona uma acidose metabólica grave para o peixe, enquanto há acúmulo gradual de líquido na cavidade celomática proveniente do trato intestinal que já não se encontra íntegro. Sob estas condições de perda de líquido para a cavidade há uma desidratação severa. Quando observarmos um peixe com

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bloat pode parecer estranho, mas ele encontra-se desidratado. Vale lembrar que normalmente peixes de água doce não ingerem água, no entanto a disfunção metabólica ocasionada pelo malawi bloat (desidratação) faz com que o peixe adote um distúrbio de comportamento: ele passa a ingerir água. Tentativa em vão, pois mais líquido sairá do trato intestinal e acumulará na cavidade.

Fisiopatogenia IV: os sinais de septicemia são evidentes. Os peixes nos estágiso mais avançados tornam-se apáticos/letárgicos. O ventre fica abaulado (distensão pelo acúmulo de líquido no celoma), as escamas ficam eriçadas, pode ocorrer exoftalmia (olhos saltados), hemorragias também podem ser evidentes. A morte pode ocorrer entre 2 a 5 dias se nada for feito logo no início dos sintomas.

5.0 Sinais Clínicos

Alterações primárias: são alterações de comportamento, onde inicialmente, há perda do apetite, respiração com movimentos operculares acelerados e letargia.

Alterações secundárias: são visualizadas na inspeção visual do peixe enfermo. A distensão do ventre, bem como alteração da coloração das fezes e consistência são evidentes. As fezes podem apresentarem-se esbranquiçadas, ou marrom avermelhadas com aumento da viscosidade.

Alterações terciárias: acentuada distensão do ventre, presença de escamas eriçadas em menor, ou maior grau. A região perianal permanece avermelhada com a possibilidade de presença de edema (inchaço). Manchas avermelhadas no corpo, ulcerações e hemorragias indicam septicemia. No estágio de septicemia há disfunções hepáticas, renais e/ou da vesícula gasosa (bexiga natatória).

6.0 Prevenção

a) Controlar os níveis de amônia total e monitorar os níveis de amônia não ionizada: um bom manejo de trocas parciais de água e uma filtragem biológica de alta eficácia são fundamentais. Para determinar o intervalo, o percentual de água renovada deve-se adotar a medição periódica de amônia, nitrito e nitratos com bons testes colorimétricos. Recomendamos um sistema de filtragem completo (mecânico, químico e biológico) de maior dimensionamento do que o usualmente utilizado em outros aquários. Uma vazão de 6 a 8 vezes o volume de água do aquário seria bem interessante.

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Lembrem que nos Aquários de Ciclídeos Africanos há uma maior dificuldade de promover o desenvolvimento inicial de forma rápida e garantida das bactérias responsáveis em executar a detoxificação da amônia e nitritos. A recomendação técnica é optar por filtros de areia fluidizada, ou canisters com cerâmica em quantidade e qualidade comprovadas. A inoculação destas bactérias (nitrossomonas e nitrobacters) disponíveis em formulações comerciais são muito úteis.

Dica: evite obrigatoriamente temperaturas de 30°C com pH entre 8,5 a 9,0 pois é onde há a maior taxa de amônia não ionizada em relação a amônia total da água. Para pH entre 8,5 a 9,0 fazer uma manutenção da temperatura da água ao redor de 26°C.

Citação:

Como estimar a amônia não ionizada (NH3) ?

Etapa I

1° Medir a amônia total (NH3 e NH4+) com um teste colorimétrico confiável. 2° Medir a Temperatura da Água 3° Medir o pH da água

Etapa II

1° Usar a tabela que informa o percentual de amônia não ionizada (NH3) em solução na água. 2° Executar uma regra de 3 básica 3° Verificar se o valor encontrado representa perigo, ou não para saúde dos peixes, conform a tabela de efeito dos níveis de amônia não ionizada (NH3) para peixes ornamentais.

Exemplo 01 – Aquário de lebistes com 28°C pH 7,0 Amônia total (NH3 e NH4+) 0,5ppm, ou 0,5mg/l

Qual percentual de amônia não ionizada (NH3) ? R: 0,697% tabelado

Qual a quantidade de amônia não ionizadana água do aquário ? R: 0,5ppm------------------------100% X------------------------------0,697

X = 0,5 . 0,697/100 = 0,003mg/l ou 0,003ppm de amônia não ionizada (NH3)

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Este nível representa problema para os peixes do aquário ? R: não.

Exemplo 02– Aquário de ciclídeos africanos com 30°C pH 8,5 Amônia total (NH3 e NH4+) 0,5ppm, ou 0,5mg/l

Qual percentual de amônia não ionizada (NH3) ? R: 20,3% tabelado

Qual a quantidade de amônia não ionizadana água do aquário ? R: 0,5ppm------------------------100% X------------------------------20,3%

X = 0,5 . 20,3/100 = 0,1mg/l ou 0,1ppm de amônia não ionizada (NH3)

Este nível representa problema para os peixes do aquário ?R: sim. Inclusive com efeitos subletais

Tabela Porcentagem de NH3 em solução na água para 0 – 30o C de temperatura e pH entre 6 – 10.

Tabela de efeito dos níveis de amônia não ionizada (NH3) para peixes ornamentais.

Nota: ver Exemplos de como estimar a amônia não ionizada (NH3) nos Anexos I e II.

b) Cuidados com a alimentação: executar uma boa estratégia nutricional para os ciclídeos africanos previne a manifestação do Malawi bloat. Para isso é pré-requisito conhecer um pouco mais sobre os hábitos alimentares da comunidade de CAS que temos no aquário. CAS herbívoros e onívoros com alta demanda de vegetais na dieta devem receber rações específicas devidamente balanceadas. Estas rações além do balanço de minerais e vitaminas deve agregar mais fibras, carboidratos e proteína de origem vegetal. São na maioria das vezes incrementadas com hortaliças selecionadas e spirulina. A boa qualidade dos ingredientes é fundamental, caso contrário há enormes perdas na digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes essenciais. A presença de tanitos, lignina e fatores antinutricionais podem estar presentes em rações comerciais de segunda linha, portanto é importante adquirir rações de qualidade comprovada.

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Como fazer para alimentar meus ciclídeos herbívoros que convivem com onívoros e carnívoros ?

Esta situação é muito freqüente. Num Aqua de CAS é comum a presença de uma comunidade com diversas espécies e, inevitavelmente, diferentes hábitos alimentares. A prioridade é oferecer primeiro a ração balanceada para peixes herbívoros, ou peixes com alta demanda de vegetais na dieta. A segunda ração a ser oferecida pode ser a ração para os onívoros. Abaixo deixamos quatro “Leis” para garantir uma estratégia nutricional aceitável:

1 - É inevitável que todos os peixes comam ambos tipos de rações.

2- É obrigatório que os peixes herbívoros e os peixes com alta demanda de vegetais ingiram suas rações específicas, mesmo que depois comam a outra ração.

3- É inaceitável alimentar somente com a ração para onívoros e carnívoros.

4- É necessário oferecer quantidades suficientes para saciar o apetite, desde que não acarretem em sobras e a indesejada sobrecarga alimentar.

7.0 Tratamento

O tratamento inicial consiste em ações corretivas na água quando esta é o fator/condição que favorecer o surgimento do Malawi bloat. Trocas parciais seguidas o do uso de detoxificantes de ação imediata na inativação da amônia e nitritos são muito úteis. Ações corretivas na dieta da comunidade de CAS também são importantíssimas. Deve-se levar em consideração que dificilmente um peixe com Malawi bloat em estágio intermediário a avançado irá aceitar alimentação.

Os peixes enfermos devem ser isolados num aquário hospital para receber antibióticoterapia apropriada. Visto que há uma alta relação de bactérias anaeróbicas deve-se optar pelo uso de um antibiótico que seja eficaz contra este tipo de bactérias. Entre eles, destaca-se o metronidazol na dosagem de 10mg/litro de água a cada dois dias. É importante realizar uma troca parcial de 50% da água do aqua hospital antes da nova aplicação do antibiótico. Outro medicamento que já se mostrou muito eficaz para o tratamento do Malawi bloat é o SERA Baktopur direct. O espectro é ligeiramente maior do que o metronidazol e, portanto é eficaz tanto para bactérias anaeróbicas, quanto para bactérias aeróbicas. Deve-se aplicar 1 tablete de SERA Baktopur ditect para cada 50 litros de água. Após 3 dias realiza-se uma troca parcial de 50% e aplica-se novamente o antibiótico. Para peixes que se alimentam é interessante agregar suplemento vitamínico junto a uma ração rica em spirulina e outros vegetais.

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Resumo das Doenças

Ictio - Causado por protozoário, perfura rapidamente a epiderme e se estabelece entre a epiderme e a derme, deixando um ponto branco . De fácil diagnóstico, Parasita de ciclo reprodutivo dentro e fora do peixe. Infectam um aquário em pouco tempo. Geralmente atacam peixes com baixa resistência, ou introduzidas a pouco dentro do aquário. Deixe em temperatura alta por volta dos 29 a 30 graus, introduza sal grosso, 15g a cada 10 litros por curto período de tempo, 10 dias, (lembre sempre que o sal não é muito benéfico as coridoras e peixes de couro), isso deve melhorar, eliminar o parasita. o Ictio é uma doença que geralmente pode atacar pela baixa resistência do peixe pelo transporte, até as lojas e até finalmente em seu aquário, mas não devemos nos desesperar, pois em pouco dias notaremos que ele desaparecerá , assim que o peixe adquirir uma resistência melhor, não esquecendo de aumentar a temperatura... Acredito que poderemos comparar a uma "gripe" que nós seres humanos estamos sujeitos , claro que até uma gripe pode ser fatal quando não cuidada...

Fungos - Maiores causadoras de doenças em peixes ornamentais, maioria ataca a pele, peixes debilitados, com strees, por muita manipulação são seriamente sujeitos a adquirir fungo, nas infecções causadas por traumatismo, lesões e brigas. O risco está em atingir os olhos, podendo até afetar o cérebro. Devemos adquirir imediatamente um remédio nas lojas especializadas, seguindo as recomendações do fabricante, sempre usando um aquário hospital , para evitar novas lesões e contaminação do peixe.

Oodium - pillularis - Doença de ‘poeira dourada’ vulgarmente chamado. Ataca principalmente alevinos e peixes novos, ataca quase todas as espécies de peixes tropicais, Doença muito contagiosa, e se espalha pelo aquário rapidamente, produzindo uma perda total dos peixes. Apresenta sinais parecidos do Ictio, em seguida apresenta uma camada na pele em forma aveludada, branco ou amarelo. Nota-se um emagrecimento e muita excitação do peixe. Retirar os peixes afetados, Pode ser usado como medicamento o azul de metileno 5ml p/ 5 litros, pode-se elevar a temperatura do aquário hospital , mantendo o aquário no escuro para matar o parasita. Doença de difícil cura pela rapidez da contaminação. Existem excelentes remédios importados para a tentativa de cura, lembrando que deve-se seguir rigorosamente a bula dos fabricantes.

Tuberculose- Esta doença é simplesmente uma das mais temidas, pode acabar com um aquário inteiro caso não diagnosticado rapidamente, o peixe fica magro, com falta de apetite, destruição das nadadeiras, deformação da coluna, nado obliquo, o peixe fica desgovernado, Até o momento não se tem cura, devemos sacrificar o peixe sem dó, pois a doença pode ser transmitida

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facilmente pela alimentação e pode-se correr o risco de perder o aquário Todo!

Hidropsia - Doença causada por uma bactéria, Aeromonas Punctatos, o peixe fica com o abdomêm muito inchado, pára de se alimentar. nada em círculos, pode ficar com escamas eriçadas, destruição de nadadeiras, manchas vermelhas em todo o corpo. Muito difícil a cura, ainda não é conhecida um remédio realmente eficaz para essa doença.

Fungo nos olhos: (pop-eye): Os olhos ficam encobertos ou projetados (pop-eye). Pode se tornar mais severo caso não seja tratado, pois ocorre infecção também por bactérias, além do peixe desenvolver tuberculose. As vezes ocorre devido a quantidade excessiva de matéria em decomposição na água.

Tratamento: Deve ser feito com associação de antifúgicida e antibiótico.

Nadadeiras Degeneradas: Uma das causas desta doença é a alteração de pH, geralmente ácido. Outro fator, mais preocupante, é a falta de higiene e a qualidade do alimento oferecida, causando má condição da água e desnutrição, respectivamente. Estes fatores podem ainda serem portas de entrada para outras doenças.

Cóstia: Causado por três protozoários (Chilodonella, Costia (ichtybodo) e Cyclochaeta (Trichodina)) afetando a pele causando um embaçamento das cores, produção excessiva de muco e debilidade. Em estágios mais avançados atingem as guelras causando a morte do animal. O surgimento desta doenças ocorre devido a quedas de temperaturas na água. Tratamento com remédios apropriados.

Hexamita: O agente etiológico da doença é o Hexamita, protozoário flagelado.O nome "Parasita do Disco". Existe uma doença chamada "Hole-in-the-head" (dç. do Buraco na cabeça), frequentemente observada em Discos, Acarás, Oscar e outros Ciclídeos, associando-se a presença do Hexamita, bem como a infecções bacterianas, desnutrição, aquário sujo, além do uso de carvão ativado. Em muitos peixes a infecção é inaparente, acometendo espécimes jovens. Por isso, quando observarmos um peixe muito emagrecido devemos pensar, além dos distúrbios alimentares, primeiro em Tuberculose e depois em Hexamita. Outro sinal observado na doença é o escurecimento da pele. TRATAMENTO: A prevenção faz-se através da boa alimentação, a qual evita lesões intestinais. Manter limpo e higiênico seu aquário. A doença tem cura e deve ser adquirida seu medicamento em lojas especializadas.

Parasita do Disco: É um protozoário presente no intestino nas espécies de Disco. Dissemina-se lentamente para outros peixes. Sinais: causa doença inflamatória intestinal. O parasita é detectado pelo exame microscópico do animal sacrificado. Tratamento: Metronidazol pode ser eficaz.

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Acidose: água ácida. Muitas espécies de peixes convivem bem em águas ácidas, outros preferem águas alcalinas (pH > 7.0) ou neutras. Daí a importância de conhecermos o pH ideal de cada espécie e mantermos monitorizado o aquário quanto ao pH. Grandes acidoses podem levar à morte lenta ou rápida dos peixes que não convivem em meio ácido. Os peixes morrem em posição natural, muitas vezes escondidos entre as plantas. Sinais: observamos aumento na freqüência respiratória, boquejamento, opacificação e depósitos de cor cinza nas brânquias, vegetações e secreção mucosa (de muco) nas brânquias, escamas eriçadas, nadadeiras fechadas, pele avermelhada e peixes que nadam em círculos.

Ascite Infecciosa (septicemia hemorrágica ): A doença é própria dos ciprínideos: Barbus, Brachydanio, Danio, Tanichthys. Sinais: olhos saltados ou olhos fundos, ânus avermelhado e prolapsado (deslocado do seu lugar habitual, caído), líquido amarelado (em alguns casos aquoso ou claro) na cavidade abdominal, fígado amarelado ou castanho-amarelado ou cinza-esverdeado, inflamação do intestino e bexiga natatória. TRATAMENTO: Devemos criar condições para uma boa resistência e imunidade e as boas condições de higiene decidem o curso da doença. Isolar o peixe doente.

Ferimentos: Em meio natural, as lesões traumáticas resultam geralmente de ataques de predadores. Essa lesões cicatrizam facilmente, a não ser que exista uma infecção secundária na lesão. No aquário, os ataques de predadores ocorrem por incompatibilidade entre as espécies ou lutas pelo território quando se introduz um peixe novo. As lutas entre machos da mesma espécie são bem conhecidas (Bettas, Ciclídeos africanos) ou por falta de adaptação de peixes em geral, sofrem lesões na pele como hematomas , hemorragias, nadadeiras destruídas. TRATAMENTO: Isolar o peixe em aquário hospital, Permanganato de potássio a 2%, pincelar o ferimento com Tintura de iodo, oferecer pouco alimento. Leia Também sobre Químicos e Remédios

LERNAEA (Verme âncora): Parasita perigoso (principalmente para alevinos e peixes jovens), que causa a morte com freqüência. A espécie mais importante de água doce é a Lerneae elegans. As fêmeas penetram até a musculatura do peixe e por vezes até o fígado. Outros órgãos como as brânquias, a boca, a pele e os olhos podem ser atacados. O parasita fixado na pele induz a formação de uma úlcera. Os peixes parasitados perdem peso e têm mau aspecto. TRATAMENTO: retirá-lo com uma pinça. Substâncias como Lindano e preparados a base de Triclorfon também podem ser usados.

Produtos Disponíveis no mercado

Sera Algopur

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Empregado no tratamento contra algas em aquários de água doce . Devido sua robusta estrutura, as algas filamentosas uma vez mortas parecem nada afetadas pelo tratamento permanecendo assim durante várias semanas até que se dissolvem . Os caracóis não toleram o Sera Algopur . Em casos mais graves deve ser repetido o tratamento três dias depois .

Sera Baktopur Direct

Sera Bactopur Direct combate eficaz e rapidamente várias doenças bacterianas tais como hidropisia, inflamações hemorrágicas ou úlceras em peixes de água doce ou salgada . Atenção : Este medicamento altamente eficaz irá também afetar as bactérias do filtro . Portanto, se possível, mantenha o filtro ligado em outro aquário a fim de manter as bactérias benéficas . Durante o tratamento mantenha forte circulação e aeração da água no aquário .

Sera Baktopur

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Sera Bactopur combate eficazmente doenças de origem bacteriana tais como a podridão da boca e barbatanas e zonas cinzento-esbranquiçadas ou parecidas com algodão, na pele e barbatanas de peixes de água doce, em aquário ou em lago de jardim . Utilize Sera Ectopur para potencializar a atividade de Sera Bactopur .

Sera Costa Med

Sera Costa Med é ideal para desinfecção da água de aquários de água doce e salgada . Deve ser utilizado quando introduzimos novos peixes e também para o tratamento e prevenção de doenças causadas por ectoparasitas (Ichthyophthirius, Costia e Chilodonella) . Adicione 2 gotas para cada 10 litros como preventivo e 6 gotas para cada 10 litros como tratamento . Repetir após 3 dias se necessário .

Sera Costapur

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Utilizado no tratamento contra Ichthyophthirius (pontos brancos) e outros parasitas da pele, tais como Costia, Chilodonella e Trichodina, em água doce ou salgada . Sera Costapur combate e remove os parasitas de uma forma segura . A adição simultânea de Sera Ectopur aumenta a eficácia do tratamento e acelera a recuperação dos peixes .

Sera Ectopur

Utilizado para combater e previnir fungos e ectoparasitas em água doce ou salgada . Sera Ectopur contém na sua composição vários sais quem em solução libertam oxigênio e esta libertação decorre ao longo de um grande período de tempo . Sera ectopur é o suporte ideal para os tratamentos com medicamentos Sera . A adição de 5g de Sera Ectopur em cada 50 litros de água, quinzenalmente, contribui para reduzir o stress e previne deficiências de oxigênio .

Sera Mycopur

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Utilizado no tratamento contra fungos (Saprolegnia) e dístomos da pele e brânquias, em aquários de água doce. Antes do tratamento remover o carvão ativado do sistema de filtragem . Sera Mycopur previne o aparecimento de fungos nos ovos. A adição simultânea de Sera Ectopur aumenta a eficácia do tratamento e acelera a recuperação dos peixes . Após a recuperação dos peixes recomendamos que faça uma mudança parcial de água (20%) pré acondicionada com Sera Aqutan e recoloque carvão ativado no sistema de filtragem a fim de remover resíduos do medicamento .

Sera Oodinopur

Sera Oodinopur combate com segurança o Oodinium em água doce e salgada . Este medicamento contém cobre e por isso não deve ser utilizado em aquários de água salgada que contenham invertebrados . Nesses casos recomendamos que o tratamento seja efetuado num aquário separado . Durante o tratamento com Sera Oodinopur deve ser removido o carvão ativado do sistema de filtragem . Os Skimmers e ozonizadores devem também ser desligados. Após a recuperação dos peixes recomendamos uma troca parcial de 20% da água do aquário água esta previamente acondicionada com Sera Aqutan .

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Sera Schneckopur

Utilizado no tratamento da água contra caracóis, Hydra e vermes redondos em aquários de água doce . Após duas horas do tratamento fazer troca parcial de 30% da água do aquário . Durante a troca remover os caracóis paralizados . Concluída a mudança aplicar uma dosagem completa (calculada a partir da capacidade total do aquário) de Sera Aqutan . Repetir o tratamento após uma semana e ao fim de duas semanas a fim de atingir os caracóis que vierem a eclodir (a postura não é afetada) . É importante observar os peixes durante o tratamento . Respiração acelerada e procura de ar na superfície são sinais de superdosagem do produto . Caso isso ocorra iniciar imediatamente uma troca parcial da água do aquário . Importante : Os barbos Puntius nigrofasciatus não toleram o Sera Schneckopur .

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Labcon BACTER

Indicações:

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Labcon Bacter é composto de Sulfato de Neomicina, um agente antimicrobiano aminoglicosídico de largo espectro, com ação sobre bactérias gram-negativas. As bactérias de ocorrência nas doenças infecciosas dos peixes ornamentais pertencem, em grande parte, ao grupo gram-negativo. A sintomatologia destas bacterioses é muito variada e muitas vezes os peixes apresentam sintomas comuns causados por diferentes bactérias, além de outros agentes etiológicos como fungos e parasitas. Em muitos casos estas doenças apresentam-se em estado septicêmico (infecção generalizada), com as bactérias presentes em vários órgãos.

Alguns sintomas associados às bacterioses : Nadadeiras roídas; Ascite (hidropsia abdominal); Escamas eriçadas; Hemorragia no tegumento e base das nadadeiras; Ramificações vermelhas nas nadadeiras; Ventre retraído; Exoftalmia (olhos saltados); Úlceras (feridas) e abcessos (bolhas) na superfície do corpo; Perda de escamas; Deformação da coluna vertebral; Coloração escurecida; Letargia; Nado irregular; Respiração ofegante.

Modo de Usar e Via de Aplicação:Uso externo, através de banhos de tratamento. Dissolva o conteúdo da(s) cápsula(s) na água do aquário. Para melhor diluição, dissolva previamente o conteúdo da(s) cápsula(s) em um copo com água, aplicando a seguir a solução no aquário a ser tratado. Não armazene solução para aplicações posteriores. A aplicação deve ser imediata após a preparação. Descarte as cápsulas vazias. Trate os peixes preferencialmente em aquário hospital, para não haver ação do medicamento sobre as bactérias do filtro biológico. Durante as primeiras 8 horas após a aplicação, suspenda a filtragem, sem desligar o oxigenador. Em geral os sistemas de filtragem funcionam associados à oxigenação. Se não for possível desconectar o oxigenador do sistema, então não desligue a filtragem

Dosagem:Aplique o produto na proporção de 1 cápsula para cada 12,5 litros de água. Repita as aplicações a cada 24 horas durante 5 dias, preferencialmente após rápida sifonagem de fundo e troca parcial de água. Caso seja necessário novo tratamento, garanta um intervalo mínimo de 15 dias entre os tratamentos.

Embalagens Disponíveis:

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Labcon AQUALIFE - água doce

Fungicida e auxiliar no tratamento de parasitoses.

Como fungicida:Saprolegnioses (Doença dos tufos de algodão)

Como auxiliar nas parasitoses:Oodiniose (Doença do Veludo)Ictiofitiríase (Íctio ou Doença dos Pontos Brancos)Costiose (Costia)

Modo de Usar:

Calcule o volume em litros da água no aquário. Aplique o produto diretamente na água, na proporção de 1 gota para

cada dois litros. Repita as aplicações a cada 48 horas. Em caso de associação com parasiticidas aplicar metade da dose.

Doses preventivas podem ser aplicadas na proporção de 1 gota para cada 5 litros na embalagem de transporte ou no aquário a cada 15 dias.

Fórmula (cada 100 ml contém):

Embalagens Disponíveis:

Acriflavina (cloridrato) 0,45 g

Veículo q.s.p. 100 ml

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Labcon ÍCTIO - água doce

Parasiticida para peixes ornamentais indicado no tratamento de:

Ictiofitiríase (Íctio ou Doença dos Pontos Brancos) Oodiniose (Doença do Veludo)

Costiose (Costia)

Doenças causadas por monogenéticos

Modo de Usar:

Calcule o volume em litros da água no aquário. Aplique o produto diretamente na água, na proporção de 1 gota para

cada dois litros. Exclusivamente para casos de Oodiniose use uma gota por litro. Repita as aplicações a cada 48 horas. Doses preventivas podem ser aplicadas na proporção de 1 gota para cada 5 litros a cada 15 dias.

Fórmula (cada 100 ml contém):

Embalagens Disponíveis:

Verde Malaquita 0,6 g

Azul de Metileno 0,3 g

Sulfato de Magnésio 0,3 g

Cloreto de Potássio 0,2 g

Sulfato de Cobre 1 g

Veículo q.s.p. 100 ml

CÓD. 2204-9 15 ml

CÓD. 2206-3 200 ml

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Labcon CLEAN - água doce/ marinho

Labcon Clean é indicado para evitar a introdução no aquário de organismos patogênicos causadores de doenças em peixes, além de espécies responsáveis por infestações, como os caramujos. O uso de Labcon Clean é importante, pois nem sempre é possível manter peixes e plantas recém adquiridos em aquários de quarentena.

Modo de Usar:

Desinfeção de peixes: Deve ser feita na própria embalagem plástica usada para o transporte dos peixes, enquanto esta estiver boiando na água do aquário para equilíbrio de temperatura. Descartar a água de tratamento ao soltar os peixes no aquário;

Desinfeção de plantas: Deve ser feita em recipiente não metálico (louça ou plástico), com água de torneira. Após o tratamento passar as plantas em água de torneira antes de introduzi-las no aquário.

Importante: Nunca aplique o produto diretamente na água do aquário!

Dosagem: Para desinfecção de peixes ou plantas, adicionar 1 gota de Labcon Clean para cada 200 ml de água (5 gotas por litro).

Aguardar de 20 a 30 minutos.

Composição:

Cada 100 ml contém:

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Embalagens Disponíveis:

Sulfato de cobre 0,7 g

Azul de metileno 0,14 g

Verde malaquita 0,28 g

Formalina 17,2 g

Veículo q.s.p. 100 ml

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Aquário Hospital ou Quarentena

Aquário hospital é qualquer aquário usado com fins de aplicação de tratamento de peixes doentes. Ele é um aquário diferente do aquário principal, ou seja, os peixes devem sempre ser removidos a esse aquário hospital, onde serão medicados até que a doença seja devidamente curada.

O aquário hospital costuma ser o mais básico dos aquários, possuindo apenas água, sem decorações ou substrato de fundo - o chamado "aquário pelado".

Deve possuir:

mecanismo de controle de temperatura da água (termostato/aquecedor/termômetro);

mecanismo de aereação regulável;

sifão, balde, rede (para captura de peixes) e todos os demais equipamentos de manutenção exclusivos do aquário hospital, evitando contaminação de outros aquários;

Pode ainda contar com uma lâmpada para iluminação, que se aconselha ser fraca, o suficiente para permitir observar o peixe e a evolução/regressão da doença. Se o ambiente for iluminado naturalmente, não se aconselha manter essa luz acessa, apenas se o aquário ficar muito escuro é que se deve mantê-la acesa (e no máximo por 12 horas).

Não deve possuir:

substrato - por questões de higiene e facilitar o controle de várias doenças;

filtragem química - carvão ativado ou resinas afetam, ou mesmo retiram, a maior parte das medicações, inutilizando o tratamento;

filtragem biológica - depende da medicação (veja mais abaixo);

plantas vivas - não teriam condições de sobreviver seja pelas medicações, ou pela falta de luz, nutrientes etc., e morrendo, comprometeriam a qualidade da água e a saúde

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dos peixes;

troncos, rochas, e qualquer coisa que altere parâmetros químicos da água, pois certos valores de pH, sais dissolvidos (GH/KH) etc podem afetar negativamente ou mesmo inviabilizar o tratamento por inativar a medicação empregada (algumas vezes chegam ao ponto de formar substâncias tóxicas aos peixes).

Costuma-se recomendar que o aquário hospital seja um aquário pequeno a médio em volume, para facilitar a manipulação e manutenção do mesmo, bem como restringir custos com medicações. Volumes ideais são entre 20 e 50 litros, embora quem possua peixes grandes acabe necessitando de aquários consideravelmente maiores - criadores de oscar ou carpa adultos (por exemplo) necessitariam de aquários de 100 ou mais litros.

Quanto à filtragem biológica, em alguns casos pode ser interessante usá-la, mas eu não aconselho. Isso porque há necessidade de ter conhecimento prévio de quais drogas afetam ou não a colônia de bactérias nitrificantes, já que algumas dessas drogas (muitas absolutamente comuns) aniquilam rapidamente as bactérias nitrificantes desse filtro, gerando então efeito deletério -- decomposição dessas bactérias, prejudicando a qualidade da água e consequentemente piorando as condições de peixes já enfermos.

Também demandaria trabalho e gastos extras, de manter esse filtro permanentemente em funcionamento, para manter-se biologicamente ativo. Isso seria possível mantendo-o ligado em aquários estabilizados ou mantendo o aquário hospital em funcionamento com alguns peixes sadios, que seriam removidos quando de tratamentos.

Portanto, parto do princípio que é mais trabalhoso, porém mais seguro começar já sem filtragem biológica alguma. Em todo caso, a filtragem biológica ideal seria com filtro-espuma, mas pode-se empregar qualquer outro tipo de filtro para esse fim, exceto FBF.

Minha recomendação é usar apenas aeração, sendo suprimida a filtragem biológica e química. Essas seriam compensadas pela realização de trocas de água diárias para controlar os acúmulos de substâncias orgânicas deletérias (amônia, etc). Essas trocas seriam, em nível ideal, de 100% diariamente.

Essa prática tem muitas vantagens:

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remoção de toda substância deletéria acumulada ao longo do dia;

redosagem obrigatória da medicação, o que no caso de drogas que decaem na água, as mantém por mais tempo em níveis ótimos de ação, aumentando as chances de cura;

melhor controle de patógenos, pois possibilita remoção mecânica de grande parte dos mesmos com as trocas de água / limpeza do aquário, portanto, igualmente aumentando as chances de cura;

a água limpa possibilita ao peixe concentrar suas energias no combate à doença, já que não está submetido ao estresse fisiológico que águas poluídas lhe imputam (novamente, potencialização da cura);

a exigência dessas trocas de água possibilitam em alguns casos a aplicação de medicação tópica, já que o peixe será obrigatoriamente capturado com rede.

As desvantagens seriam:

demanda ter tempo e paciência para fazer essas trocas diárias;

também demanda ter água apropriada a essa troca, equalizada em parâmetros físico-químicos com a que sai, ao menos em temperatura;

estressa emocionalmente o peixe (embora dependa muito de espécie a espécie, e indivíduo a indivíduo e ainda do modo como é feita a remoção dele do aquário);

aumenta os gastos com medicação e água - e condicionadores de água (anticloro), se for o caso.

Isso tudo acima vale para as trocas de 100% de água. Muitas pessoas acabam fazendo trocas menores e/ou em espaços de tempo mais amplos (a cada dois dias etc.)

Índice dos Procedimentos

AQUÁRIO HOSPITAL AQUÁRIO HOSPITAL: O aquário hospital é um recurso

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de grande importância no aquarismo feito com seriedade. Todo peixe acometido de qualquer tipo de doença, principalmente infecto-contagiosa ou crônica, deverá ser isolado para tratamento em um aquário hospital. Isso evita que a doença se dissemine pelo aquário principal, acometendo peixes sadios, além de permitir o uso de medicamentos, muitas vezes tóxicos. Não coloque drogas profilaticamente ou para tratamento no aquário principal, pois você estará intoxicando peixes sadios, destruindo plantas e desequilibrando todo o ecossistema. Separe os peixes doentes que serão submetidos a tratamento medicamentoso em aquário hospital. Nunca use criadeiras para esta finalidade. Se o fizer, procure tampar bem os furos. Não se esqueça de manter o aquário hospital bem oxigenado, pois a manutenção das concentrações de oxigênio dissolvido na água é um fator primordial para a sobrevivência do peixe.Os produtos químicos que usamos no aquário hospital podem induzir ao "stress" do peixe doente e sabemos que este é fator desencadeante de infeçcões oportunistas. As brânquias são os órgãos mais suceptíveis a intoxicações por medicamentos e qualquer alteração que as afete diminui a capacidade de sobrevivência do peixe. (leia sobre montagem do aquário hospital no índice de procedimentos)

BANHOS CURATIVOS BANHOS CURATIVOS: O peixe deverá ser colocado em um recipiente com água nas mesmas condições do aquário do qual foi retirado, mantendo-se também temperatura e aeração. Para tratamento de determinadas doenças podemos utilizar os banhos, classificando-os como de CURTA duração, quando se banham os peixes "in situ" em uma solução química estática em baixa concentração (durante 5 a 30 minutos), fazendo-se necessário apenas um aporte de oxigênio através do aerador; LONGA duração, quando se banham os peixes "in situ" em solução química de baixíssimas concentrações durante um período de 12 horas a 10 dias; IMERSÃO quando se submerge um peixe em uma solução química de alta concentração durante alguns segundos até 5 minutos. Esse tipo de banho determina "stress" no peixe. Os peixes que apresentam patologias (doenças) das brânquias não suportam banhos de curta duração ou de imersão por muito tempo, devendo-se retirá-los ao menor sinal de agonia.Os banhos de imersão e os de curta duração

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podem ser feitos em cubas de madeira ou porcelana à parte e com o auxilio de uma redinha de captura (sobretudo os de imersão). Já os de longa duração podem ser feitos no próprio aquário hospital, trocando-se toda a água ao fim de cada banho.

COMO REALIZAR A QUARENTENA

COMO REALIZAR A QUARENTENA = 1) Torne ideais a temperatura (24-27 graus Celsius), pH e DH da água. 2) Acrescente o(s) peixe(s) permitindo a adaptação 24-48 horas antes do tratamento. 3) Avalie as condições dos peixes, observando quaisquer problemas que requeiram atenção imediata. 4) Realize os testes da água durante a quarentena. 5) Faça inspeções frequentes 6) administre os medicamentos para controlar os agentes patogênicos (causadores de doenças) comuns. 7) Após 14-21 dias, transfira o(s) peixe(s) para um aquário definitivo.

DESINFECÇÃO DESINFECÇÃO: Define-se como o processo de tornar inofensivos objetos e/ou peixes que possam transmitir doenças para o aquário. Muitos desinfectantes podem ser usados. Utilize o Permanganato de Potássio para desinfectar plantas novas antes de introduzí-las no aquário, na proporção de 1g para 20 litros d'água. Embora seja eficaz, deve-se evitar o seu contato direto com as mãos, pois, sendo um agente oxidante, pode causar manchas à pele. Podemos usar Sal a 3%, que funciona como desinfectante para parasitas. Formaldeído é, também, um bom parasiticida. Os compostos quaternários de Amônia também são aplicados na desinfecção de redes. O Cloro é um excelente desinfectante, principalmente quando usado em objetos do aquário. Uma camada orgânica protege as bactérias da ação do Cloro, portanto, deve-se limpar a superfície destes objetos antes de adicioná-lo para que o seu efeito seja máximo.

EUTANÁSIA EUTANÁSIA: Prática pela qual se busca abreviar, sem dor ou sofrimento, a vida quando a doença é reconhecidamente incurável. Só devemos sacrificar aqueles peixes os quais são portadores de doenças incuráveis ou intratáveis. Para isso, separe uma cuba e faça uma solução a 20% (1:5) de álcool 96 GL e água gelada. Mergulhe o peixe e aguarde. Caso o método tenha sido ineficaz, aplique doses elevadas de anestésico (Ethyl 3-aminobenzoato ou

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methanosulfonato), diluído na água ou por via injetável. Um outro método que vem sendo difundido é o uso de Alka-Selzer (Bayer). Coloque 2 comprimidos efervescentes no fundo de uma cuba com água e imediatamente introduza o peixe. Nunca jogue seu peixe a ser sacrificado na privada, pois seu sofrimento será ainda maior.

EXAMES LABORATORIAIS

EXAMES LABORATORIAIS: Muitas vezes nossos peixes adoecem e apesar dos esforços não conseguimos firmar um diagnóstico para podermos tomar uma conduta correta, colocando-se em risco toda a comunidade do aquário. Ou ainda, outros peixes morrem e não sabemos a causa. Nessas ocasiões são importantes os exames laboratoriais. Antes de instituir um tratamento duvidoso certifique-se do diagnóstico através de exames específicos. Para esse procedimento é importamte a presença de um médico veterinário.

FICHA DE PROTOCOLO DE DOENÇAS

========== FICHA DE PROTOCOLO DE DOENÇAS ========== Ficha No:_____ Protocolo No:______ Dia:_______ Hora:______ Nome Científico:_________________ Nome Popular:______________ Lesões ou alterações observadas na(s): Boca ___________________ Brânquias ___________________ Abdômen ___________________ Nadadeiras __________________ Opérculos ___________________ Pele ________________________ Alt.Gerais ___________________ Diagnósticos Diferenciais ____________, ____________, ____________ Diagnóstico Definitivo ________________________ Morreu antes do tratamento: s( ) n( ) Usou aquário Hospital: s( ) n( ) Medicamentos usados e doses _________________, _________________ Elevou Temperatura s( ) n( ) para quanto ______ Evolução da doença: __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ Tempo de tratamento: _______________

FICHA DE PROTOCOLO DE DOENÇAS

FICHA DE PROTOCOLO DE DOENÇAS: As fichas de protocolo de doenças devem fazer parte de um arquivo ou fichário, onde deverão constar dados sobre o peixe

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adoecido, dia e hora em que notamos as alterações, as principais lesões observadas, o tratamento instituído, a evolução da doença e o tempo de tratamento. (veja no índice de procedimentos sobre: ficha de doenças (registro da).

HIGIENE HIGIENE: Ao adquirir um peixe novo, procure, sempre que possível, conhecer o criadouro de origem, se as condições de higiene são adequadas e se os aquários de exposição para venda mantêm as mesmas condições de higiene. A falta desta nos aquários determina o aparecimento de diversas doenças infectoparasitárias. Por exemplo, em criadouros de peixes Neon, a falta de higiene determina, de forma perigosa e rápida, a propagação da Plistoforose. No comércio oficial de peixes ornamentais, deve-se exigir o mais completo cumprimento das medidas higiênicas básicas. Por isso, antes de introduzir um peixe novo no aquário, o ideal é submetê-lo à quarentena. A higiene também se estende ao seu aquário. Evite que doenças se proliferem neste, mantendo-o higiênico, através de sifonagem semanal, alimentação adequada, aparagem das plantas podres, trocas de água periodicamente, limpeza dos vidros e desinfecção de todos os utensílios acrescentados ao aquário com Permanganato de Potássio.

MONTAGEM DO AQUÁRIO HOSPITAL

MONTAGEM DO AQUÁRIO HOSPITAL: O aquário hospital poderá ter um tamanho reduzido, conter a mesma água do aquário principal, um aquecedor, um termômetro, uma pedra porosa conectada ao oxigenador do aquário principal através de um desviador, plantas artificiais e algumas pedras. É importante o uso de um bom filtro (evite o de carvão ativado, pois pode reagir com alguns medicamentos, anulando o seu efeito terapêutico). Ilumine o aquário hospital com luz fraca (observe que alguns medicamentos necessitam de escuridão, pois reagem com a luz). As condições bioquímicas da água (pH,DH etc) devem ser iguais às do aquário principal, com isso evitaremos o "stress". Evite o uso de cascalho de fundo, pois cistos de algumas doenças podem se proliferar entre as pedras. O ideal é que o aquário hospital esteja contido no interior do principal, sem que haja contato entre as águas de ambos. Porém, nos casos onde a elevação da temperatura faz parte do

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tratamento, isso não será possível. Antes de introduzir os equipamentos e objetos no aquário hospital, desinfecte-os bem. Faça deste um habitat bem próximo do aquário principal. Observe se o peixe que está doente tinha um local de refúgio e tente imitá-lo no aquário hospital ou coloque um vaso de cerâmica que sirva de esconderijo. (leia sobre aquário hospital no índice de procedimentos)

MONTAGEM DO AQUÁRIO QUARENTENA

MONTAGEM DO AQUÁRIO QUARENTENA: Um aquário de 25 a 50 litros é suficiente para um aquário quarentena. Coloque água repousada (desclorificada) e mantenha a mesma bioquímica do aquário principal (pH,DH etc), bem como a temperatura. Acrescente o equipamento básico como aquecedor-termostato, aerador com pedra porosa, termômetro, uma lâmpada (use luz negra) e algumas peças decorativas. Antes de introduzir um ou mais peixes novos no aquário quarentena, leia o capítulo "Introdução de peixes novos no aquário" no tema Orientações Básicas. Alimente os novos "hóspedes" normalmente e no fim da quarentena (+/- 30 dias) transfira o(s) peixe(s) para o aquário principal com cuidado, caso não observe nenhuma alteração ou nenhuma doença se desenvolva nesse período. Procure adquirir uma luz negra para o aquário quarentena, pois será útil na detecção de qualquer parasita na pele do peixe.

NECRÓPSIA NECRÓPSIA: Exame médico das diferentes partes de um cadáver. Se a causa morte do peixe não pôde ser confirmada, a necrópsia deverá ser realizada, não só a nível de pesquisa como também prevenção. Conserve o peixe morto em solução de 1 para 10 de Formol. Se você conhece algum veterinário, chame-o para auxiliar no procedimento cirúrgico. Retire as partes do corpo afetadas e leve-as para análise laboratorial.

QUARENTENA QUARENTENA: O aquário quarentena tem como principal finalidade receber um peixe novo antes que este entre no aquário principal. Submeter um peixe a quarentena significa isolá-lo dos peixes sadios por um período de tempo (historicamente de 40 dias). O conceito básico de quarentena tem como objetivo prevenir que os peixes não disseminem microorganismos causadores de doenças para um aquário cujos peixes estão sadios. Durante este

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período, um peixe portador do microorganismo poderá incubar o parasita, desenvolver a doença ou morrer. A rotina de tratamento deverá ser instituída já durante a quarentena para livrar o peixe de qualquer parasita. Aquaristas que investem largamente em peixes observam que a introdução de um novo exemplar sem a rotina de quarentena pode ser uma atitude desatrosa para toda a comunidade do aquário principal. Parasitas como Ichthyophthirius, Ichthyobodo, Chilodonella, Oodinium, Hexamita e Trematodos podem ser introduzidos no aquário.A quarentena previne doenças comuns e muito perigosas de serem introduzidas no aquário. Doenças subclínicas podem estar incubadas no novo peixe que pode ter um aspecto de saudável. Evite colocar peixes que vieram de aquários ou lojas diferentes ao mesmo tempo e nunca coloque um peixe novo no aquário quarentena que esteja sendo usado por outro peixe. Cardumes da mesma espécie vindos do mesmo aquário podem fazer quarentena juntos.

REGISTRO DE QUARENTENA / TRATAMENTOS

======== REGISTRO DE QUARENTENA / TRATAMENTOS ======== Data:_______________ Peixe submetido a quarentena:_____________________ Nome científico:___________________ Nome vulgar:________________________ # QUARENTENA # Aquário número: _________ Adquirido em: ____________ Data prevista para quarentena: ___________ Data de saída: ___________ Diagnóstico preliminar: _______________________ # TRATAMENTOS # Datas: de _____ até _____ Químicos usados:________________ Doses: ___________ Duração do tratamento: _______________ Métodos de administração ( ) banhos de imersão ( ) oral ( ) injetável Resultados do tratamento: ____________________________ -- Medicamentos que devemos ter: - Sal - Azul de metileno - Acriflavina - Fenbendazol - Formaldeído - Metronidazol - Permanganato de potássio - Praziquantel - Verde de Malaquita --

SIFONAGEM SIFONAGEM: É um procedimento que consiste na remoção dos detritos acumulados no fundo do aquário (cama). O sifão é um tubo flexível de borracha, plástico ou acrílico, cujo comprimento e diâmetro variam de

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acordo com o fabricante. A técnica da sifonagem consiste em encher o tubo e cano de drenagem com água do próprio aquário, tampando-se a extremidade do cano com o polegar e mergulhando o tubo no aquário em direção ao fundo. Abre-se a extremidade do cano dentro de um balde e aspira-se a cama do aquário em diferentes pontos. Repetir o procedimento até que a água saia limpa. O ideal é sifonar o aquário semanalmente trocando 10 a 20% da água sifonada por água limpa. O restante da água sifonada poderá ser reaproveitado, uma vez filtrado com filtro contendo lã de vidro e carvão ativado. Na aquisição de sifonadores, dê preferência aos importados, pois são de material superior aos nacionais e não deixam resíduos plásticos dentro do aquário.

TRANSFERÊNCIA DO PEIXE DOENTE

TRANSFERÊNCIA DO PEIXE DOENTE: O meio mais eficaz de transferir um peixe doente do aquário principal para o aquário hospital é através da redinha de captura. Mesmo não sendo um método ideal, por levar ao "stress" do peixe, é um método prático e, feito com os devidos cuidados, minimiza em muito os traumas decorrentes do procedimento. O ideal é utilizarmos duas redinhas de captura, mantendo-se uma estacionada ao lado do esconderijo do peixe e a outra, em movimentos suaves, deverá guiar o peixe até a primeira. Procure aliviar ao máximo essas manobras, pois sabemos que o "stress" é fator desencadeante e principalmente agravante de doenças já instaladas no peixe.

Quarentena, entenda a sua importância!

Todo peixe é susceptível a doenças e adquirem-nas com certa facilidade em aquário, devido ao tamanho extremamente reduzido desse ambiente. Peixes saudáveis já apresentam maior resistência natural contra diversos seres invasores. Porém, quando sob certas circunstâncias, essa resistência cai e é nesse momento que seu organismo fica exposto a diversos agentes etiológicos que só estavam esperando por uma oportunidade como esta.

Transporte, variação nos parâmetros da água, má qualidade da água,

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incompatibilidade de peixes, entre outros, estressam os peixes, baixando assim, sua resistência natural. Nos aquários das lojas, na maioria das vezes, os peixes sofrem de pelo menos 2 desses fatores, e estão sempre muito estressados, por isso estão bem susceptíveis a contrariar diversos tipos de doenças.

Devido a isso que não podemos introduzi-los diretamente em nossos aquários, estabilizados e livres de parasitas. Antes de introduzi-los, devemos dar um período para que possíveis doenças se manifestem antes e assim, possamos tratá-los, se preciso. Esse período é chamado de quarentena e o aquário onde se passa esse período, chamamos de aquário-quarentena (AQ).

Como o peixe permanecerá por um tempo considerável nesse aquário (mínimo de 6 semanas), devemos ter todo o equipamento necessário para a manutenção dos peixes. Filtros, aquecedores... A única diferença do AQ para o aquário principal (AP), é a falta de ornamentos, substratos, etc. Isso, para facilitar sua manutenção e limpeza. Ele também não deve ser muito pequeno (pelo menos 50 litros, para peixes pequenos-médios).

Um dos problemas dos aquários de quarentena, é que normalmente não ficam funcionando direto (são desmontados na ausência de peixes). Por isso, não costuma ter as bactérias benéficas em quantidade significativa (essas bactérias começam a fazer efeito a partir de 6 semanas. O aquário só estabiliza em aproximadamente 6 meses), assim, toda a amônia formada não pode prosseguir no ciclo do nitrogênio e resultar em nitrato que não é tão tóxicos aos peixes. Uma característica das bactérias, é que se fixam em qualquer superfície de contato no aquário. Usamos cerâmicas e outros objetos porosos para sua fixação, para que haja maior superfície de contato onde as bactérias possam se fixar. Assim, em menor volume, tem-se um maior número de bactérias. Para que haja uma formação rápida de uma colônia de bactérias no AQ, basta então transferir as bactérias do AP (já estabilizado) para o AQ. Para transferir, podemos usar os elementos filtrantes do AP, no AQ. Não precisa nem usá-los, basta "lavá-los" dentro da água do AQ, que no meio das "sujeiras", haverá milhões de bactérias benéficas, que se fixarão no seu filtro, outra forma é manter um filtro de esponjas no AP, para que quando preciso, tenha uma boa quantidade de bactérias para transferir para o AP, mesmo assim, lembre-se que ainda não há a quantidade de bactérias necessárias, que só com o tempo se formarão, mas dessa forma já se evitaremos possíveis desastres.

Durante a quarentena, os peixes devem ser observados atentamente, diariamente. Procure manter a rotina e tipo de alimentação, temperatura, pH, etc, semelhantes aos do AP, para que já possam ir se acostumando. Esse período também é bom, para o fortalecimento dos peixes, já que na maioria das vezes, chegam fracos da loja. Mesmo que nada de anormal aconteça nas primeiras semanas, deve-se aguardar o período mínimo, já que há ciclos de parasitas que levam várias semanas e por isso, podem demorar a se

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manifestar.

Caso apareça algum sintoma, é preciso diagnosticar rapidamente e iniciar o tratamento. Quanto antes começar o tratamento, maiores são as chances de recuperação. O peixe deve ser tratado nesse mesmo aquário, que chamaremos agora de aquário-hospital (AH).

No AH, os parâmetros da água já não precisam ser iguais aos do AP, mas sim, ideais para o combate à doença, principalmente com relação à temperatura. A limpeza do aquário também deve ser feita com mais freqüência e é recomendável aumentar a oxigenação do aquário, ou seja, no AH, é necessário cuidado especial para com a qualidade da água, que é um fator determinante para o sucesso de qualquer tratamento, aliás, manter a qualidade da água é o melhor tratamento profilático contra doenças.

Tendo a certeza de que o peixe está totalmente curado, voltamos ao período de recuperação – quarentena (pelo menos mais duas semanas após a cura), mas num estágio mais avançado, onde se inicia o processo de introdução do peixe ao AP.

No entanto, mesmo após a quarentena, é preciso ter atenção aos peixes novos. Todos os peixes interagem com uma grande quantidade de microorganismos, incluindo alguns agentes etiológicos, porém, esta população é controlada e não consegue afetar o peixe, devido a um fator já discutido, sua resistência natural. O problema é que essa resistência é diferente em cada peixe e não sabemos como os microorganismos dos peixes do AP, interagirão com os peixes novos, a recíproca também é válida, então a quarentena não garante total sucesso na introdução de novos peixes, mas já ajuda bastante pois estes não estarão introduzindo novos agentes etiológicos no AP, ou pelo menos não tantos como estariam sem a quarentena. Aquaristas mais exigentes chegam a, no final da quarentena, introduzir dois peixes do AP no AQ e observar as suas reações na presença dos microorganismos presentes nos peixes novos que já estavam no AQ, evitando assim expor todo o sistema já estabilizado que existe no AP.

O processo de adaptação para o AP, consiste em realizar trocas parciais, usando a água do AP como a de reposição. Se os parâmetros das águas dos 2 aquários não estiverem muito diferentes, a transferência pode ser feita no mesmo dia. Do contrário, é melhor fazer no dia seguinte.

Seguindo todo esse processo, dificilmente terá problemas com peixes recém chegados ao AP. O risco de doenças também é muito menor. Lembre-se, todo peixe carrega consigo, bactérias e outros microorganismos, e muitos deles poderiam fazer mal a ele, mas num aquário estabilizado, sob condições ideais, dificilmente irão causar problemas. Somente quando há condições para o desenvolvimento desses seres, é que conseguirão vencer o sistema imunológico dos peixes. Por isso devemos sempre manter o aquário em boas

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condições.

Enfim, o aquário de quarentena, não é um artigo opcional, ou de luxo. É um básico do aquarismo, que deve ser considerado um equipamento integrante do aquário principal assim como um filtro ou aquecedor, por exemplo. Sem ele, arriscamos a vida de toda a população do aquário.

Como dizem, é melhor prevenir, que remediar!

Para complementar sua eficácia no tratamento das doenças em peixes recomendamos que utilize um filtro de UV para esterilização da água. Mas esses filtros são caros, por isso disponibilizamos pra vocês no Mercado livro uma apostila sobre como construir filtro UV á um preço baixo. Confira entre em contato.

Equi então está outra relação, beeem mais completa:

 

ACIDOSE: pH 5,5 ou menor, causa eriçamento das escamas e nadadeiras fechadas, o peixe nada em círculos, depois começa a tremer e finalmente morre. Corrija o pH gradualmente,antes que isso aconteça.

ALCALOSE: pH 8 ou maior, principalmente em água mole, o bicarbonato de cálcio presente na água se transforma em carbonato de cálcio insolúvel que ataca as guelras enadadeiras, provocando seu desfiamento e tornando a pele opaca. Corrija o pH gradualmente, antes que o peixe morra.

ÂNUS AVERMELHADO, com saída de mucosidade ou catarro intestinal: o peixe apresenta falta de apetite, emagrecimento e saída de mucosidade (catarro) pelo ânus; é uma inflamação dos intestinos (enterite) causada por má alimentação, como alimentos secos de má qualidade, com excesso de gordura ou proteínas, excesso de alimentação com tubifex. Deixar o peixe afetado uma semana sem comer e reiniciar a alimentação de forma correta, veja aqui como proceder.

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Argulose ou piolho d'água: é causada por um crustáceo parasita (Argulus Foliaceus) de 4 a 5 mm o macho e 7 mm a fêmea. O sintoma mais claro são manchas vermelhas na pele dos peixes, onde o crustáceo aplicou seu ferrão. Retirar o peixe e tocar o parasita com algodão com água salgada, também pode ser usado banhos com permanganato de potássio 1 g / 100 litros de água, durante 10 a 30 minutos, repetindo novamente uma semana depois. É necessário desinfetar o aquário antes de colocar os peixes novamente.

AVITAMINOSE E HIPOVITAMINOSES: são causadas pela falta total ou deficiência de vitaminas. Aparecem furos sobre os opérculos, guelras inflamadas, feridas avermelhadas pelo corpo, lábios feridos e em geral atacados por fungos. É causada por uma alimentação deficiente e pouco variada, utilize sempre os melhores alimentos e varie o cardápio, oferecendo também alimentos vivos. Administre um complexo vitamínico usado para pássaros, embebendo a comida em flocos nele ou então utilize artêmias previamente alimentadas com o produto. Veja na página sobre alimentação mais orientações.

BARRIGA INCHADA: pode ser sintoma de Ascite Infecciosa ou Hidropsia, hipertrofia (aumento) dos órgãos internos, gases, prisão de ventre, etc. Pode ser causada por uma alimentação deficiente e pouco variada, deixe o peixe afetado 1 dia ou 2 sem comer e reinicie a alimentação de forma correta, utilize sempre os melhores alimentos e varie o cardápio, oferecendo também alimentos vivos. Porém se for Ascite não há nada a fazer, pois ela não tem cura. Veja também Hidropsia, a seguir.

BRANQUITE (inflamação das brânquias): sintomas > brânquias inflamadas, indiferença geral, apatia, e às vezes manchas brancas sobre o corpo. Transfira o peixe para o aquário hospital e aumente a aeração, diminua a quantidade de alimentos vivos.

CATARATA VERMINÓTICA. É causada pela larva de um verme, o Hemistomum spathaceum, cujo adulto é parasita de pássaros aquáticos e cujos ovos saem com suas fezes, caindo na água onde eclodem e as larvas vão infestar o peixe. Não há transmissão de peixe a peixe, porque o verme precisa de uma ave como hospedeiro intermediário, para que se torne infestante. Tratamento: sulfamerazina-sódio, 1 g por litro de água 2 a 3 semanas; Fuadin, 5 ml para 100 litros de água; tártaro emético, 150 mg para 100 1 de água. 

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CHOQUE. É um acidente comum em peixes recém capturados ou quando são transferidos de aquários com diferentes temperaturas (choque térmico). Quando intenso, pode ser fatal. Sintomas: aceleração dos movimentos respiratórios, o peixe nada com as nadadeiras dobradas e se esconde pelos cantos ou tocas. Quando se assusta, foge apavorado. Tratamento: separar o peixe em outro aquário, deixá-lo bem quieto, dar-lhe um abrigo e iluminar o aquário, quando necessário. 

COCCIDEOSE OU EIMERIOSE. É causada por um parasita, um coccídeo, a Eimeria cyprini. Sintomas: olho fundo, fezes amarelas e o doente nada de cabeça inclinada para baixo. Tratamento: banho rápido em solução de sal, 20 g para 5 litros de água. 

COLORAÇÃO PRETA. Pode ser uma doença intestinal (quando a cor não é a normal do peixe). Quando a região que fica preta é a cauda, podemos suspeitar de uma Mylosomose, principalmente quando vem acompanhada dos sintomas dessa doença. 

CONGESTÃO OU INFLAMAÇÃO DAS NADADEIRAS. Elas ficam congestionadas (vermelhas) devido à maior quantidade de sangue nelas existentes. Suas causas são, em geral, temperatura inadequada, esfriamento ou superalimentação. Tratamento: banhos de permanganato de potássio, 1 g para 100 litros de água ou de água salgada, 1 g de sal para 1 litro de água, durante 3 min.

CONSTIPAÇÃO OU PRISÃO DE VENTRE. Sintomas: perda de apetite, apatia, gases saindo do ânus, fezes duras e compridas como filamentos pendurados no peixe e por ele sendo arrastadas, quando nada; ventre aumentado, ficando ele com a barriga grande. Causas: defeitos de alimentação, principalmente quando dados alimentos secos e enquitréias. Alimentação variada e com alimentos vivos como minhocas, larvas de mosquitos etc, evita o seu aparecimento. Tratamento: dar óleo de rícino ou outro laxante especial vendido no comércio, como o agar-agar, sal de Epson etc. Podemos dá-los por via oral (boca), embebidos em alimentos secos ou sob a forma de clister, por via anal. Deixar o peixe jejuar alguns dias e depois dar-lhe os alimentos vivos já mencionados, exceto minhocas brancas, porque provocam constipação. 

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COSTÍASE. É produzido pelo Costia necatrix, flagelado de 15 a 20 micra, que só ataca quando o peixe tem queda de resistência. Localiza-se principalmente sobre as nadadeiras moles que ficam opacas ou turvas. Há entumescimento dos tecidos e hemorragias. O peixe passa a nadar aos balanços, e fica cada vez mais fraco. Não é comum em peixes tropicais. O parasita morre em 30 a 50 min quando fora do peixe, em água acima de 30° C. Quanto maior, mais resistente é o peixe, embora possa morrer, se não for tratado. Tratamento: uma boa alimentação e formalina, 0,85 a 2 ml de uma solução a 40% para 10 litros de água, banhos repetidos de 2 em 2 dias; sal comum, 10 a 15 g para 1 litro de água, banho de 15 a 30 min, de 2 em 2 dias até à cura, mas mudando o peixe de aquário; Tripaflavina, 1 g para 100 litros de água, banhos de 2 em 2 dias cura a doença em 10 dias; Hidrocloreto de quinino 1,3 a 1,6 para 51 de água em aquário sem planta e banho prolongado até à cura. 

DACTILOGIROSE (FLUKES ). Produzida pelo Dactylogirus, verme parasita de 4 olhos e 2 trombas ligadas às glândulas que secretam um líquido irritante. Típico das guelras, é mais perigoso que o Gyrodactylus. O paciente boqueja, suas guelras aumentam, ficam pálidas, salientes e com as bordas engrossadas, forçando os opérculos a ficarem entreabertos. O parasita se fixa no peixe por meio de um disco especial e introduz sua tromba para sugar-lhe o sangue. Reproduz-se por ovos. No início da doença, podemos tentar o tratamento com azul de metileno, 2 mg por litro de água; 2 ml de formalina a 40% para 10 litros de água, banhos de 30 a 45 min, retirando o peixe, logo que apresente sinais de angústia. Usar aeração durante o tratamento. Após 3 dias, trocar metade da água e depois de mais 3 dias, trocar, também metade da água. Banho de sal comum, 10 a 15 g por litro de água, 20 min; ácido acético glacial, 1 parte para 500 partes de água, repetindo 3 dias depois; formaldeído, banhos de 5 a 10 min. Pouco comum nos aquários de peixes ornamentais. Quando a infestação é grande, pode haver destruição do tecido branquial e ruptura de vasos, com a morte por asfixia ou hemorragia. 

DEFORMAÇÕES DOS MAXILARES. São provocadas, em geral, pelo Mylosoma cerebralis, como na milosomose. 

DESCAMAÇÃO. Pode ser sintoma de tuberculose. 

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DIPLOSTOMÍASE. Produzida pelo verme Neodiplostomum cuticola, em sua forma larval e que fica enquistado, cercado por células pigmentares que dão, por fora, a impressão de pontos pretos. Quando os pontos são muito pequenos, são amarronzados. O quisto contém o verme que vive enrolado e com movimentos muito lentos. Para que infeste um peixe, é preciso que complete seu ciclo evolutivo: um pássaro aquático serve de hospedeiro para o parasita que se localiza no seu intestino. Ao defecar, lança os ovos do verme na água, onde eclodem e as larvas infestam caramujos, passando deles para os peixes. Quando o peixe é comido por uma ave aquática, recomeça o ciclo evolutivo. Para evitar a doença, basta não ter caramujos no aquário. Tratamento: ácido pícrico, 1 g para 1001 de água. Usar 2 a 7 ml para 1 litro de água, para banho de 1 hora. Caso o peixe apresente algum problema, retira-lo imediatamente do banho. 

DOENÇA DO ALGODÃO; FUNGO BUCAL; MOFO DOS PEIXES; LIMO DOS PEIXES. Muito contagiosa, causada pela bactéria Flexibacter columnaris; ataca peixes marinhos e de água doce. Sintomas: formações, linhas ou manchas branco-azuladas em volta dos lábios dos peixes, os quais ficam inchados, as partes atacadas necrosadas e depois com as lesões com aspecto de maceradas; perda de apetite; os movimentos vão se tornando lentos, toda a parte frontal da cabeça é atacada e o peixe morre. O nome popular "mofo dos peixes" está errado, pois é uma doença por bactéria e não por fungo. O corpo do animal fica revestido por uma camada que parece limo. Tratamento: aureomicina ou terramicina, 50 mg para 5 litros de água, podendo curar em 48 horas; pincelar o local com mertiolato (tintura), pode curar a doença com uma só aplicação; 10.000 a 25.000 U.I. de penicilina por litro de água, repetindo a dose, se preciso, ou 50.000 U.I. curam em 4 a 5 dias; verde-brilhante (VERDE MALAQUITA) dissolvido em álcool etílico; Phenoxethol, sulfamidas, cloromicetina ou acromicina também curam. A mortalidade é de 100% para os peixes sem tratamento. 

DOENÇA DO NEON OU PLISTOFOROSE. É produzida pelo Plistophora hyphessohryconis (esporozoário). Ataca principalmente os neons tetra e outros peixes como os paulistinhas, o espada, o engraçadinho etc. Sintomas: perda de apetite, nada sem parar, inclusive à noite; fica muito agoniado, nada em posição anormal (oblíqua); apresenta descoloração,

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como nos casos do neon tetra e do cardinal, nos quais começa como manchas que se estendem até atingir sua faixa fosforescente; fica separado do cardume; emagrece, ficando desbarrigado; há endurecimento e destruição dos tecidos. Ataca os rins. Não há tratamento especifico. Tentar banho em uma solução de 2,5 g de euflavina ou 2 g de azul de metileno para 100 litros de água, durante 15 dias. Pode ser tentado também o formaldeído. A cura é difícil.

DOENÇA DAS BORBULHAS. Causas: super aeração da água ou aumento da sua pressão gasosa sobre o peixe, fazendo com que os gases que seriam por ele eliminados, se acumulem debaixo da pele, podendo até matá-lo. Uma boa aeração ou a troca, mesmo que parcial, da água, resolvem o problema. 

DOENÇA DOS NÓS. É um nome dado a várias doenças que apresentam os mesmos sintomas, mas causas diferentes. Sintomas: quistos ou nós na pele, confundidos, às vezes, com os do Ichthyophthirius ou com bolhas ou bolsas provocadas por processos ocorridos no interior dos músculos. Esse grupo de doenças é produzido por esporozoários, parasitas protozoários em forma de amebas, que se reproduzem enquistando no hospedeiro e produzindo centenas ou milhares de esporos de 4 a 20 micra. São encontrados nos órgãos dos peixes, mas raramente na pele, onde são confundidos com os do Ichthyophthirius, mas que não podem ser curados com azul de metileno ou quinino, como ele. Entre os desse grupo temos o Alburnus lucidus; Glugea anomala; Henneguya sp; Leucistus rutilus; Myxolobus dispor; M. exiguus e M. oviformis. Dificilmente atacam um aquário. Não há tratamento. 

DOENÇA DOS PONTOS DAS NADADEIRAS DOS LABIRINTÍDEOS. É causada pelo Pseudomonas fluorescens. Sintomas: pontos corroídos, às vezes vermelhos cor de sangue na pele e pontos vermelhos claros na pele e nadadeiras. É em geral acompanhada por uma infestação por fungos. Essa bactéria vive livre, sendo uma das mais comuns em aquários. Nos labirintídeos não há o aparecimento de ulcerações ou tumores, como ocorre nas lampréias e enguias. Sintoma principal: presença de uma camada de pó brilhante sobre todo o corpo, nadadeiras, cauda e guelras, onde causa hemorragias e onde deixa seus filamentos. Começa provocando certa irritação e dificuldade respiratória, inclusive aceleração dos movimentos

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respiratórios. Perda de apetite, movimentos lentos, nadadeiras permanecem dobradas, vem a perda do equilíbrio e o peixe morre. Quando o parasita penetra no cérebro, há descoordenação de movimentos. Podem aparecer úlceras na pele, com cistos do parasita. São encontrados no coração, fígado, baço, rins, estômago, intestinos e órgãos reprodutores. Os cistos são como que grãos cinza esbranquiçados ou laranjas contendo o parasita e encontrados entre os tecidos, parecendo pedrinhas ou areia. Devem ser retirados com uma pinça. Essa doença pode se espalhar rapidamente. Em geral surgem doenças secundárias. Tratamento: sulfato de cobre, 1 g para 1 litro de água e colocar 1 ml dessa solução para cada 2 litro de água do aquário. Repetir a dose 48 horas depois, se não houver melhora acentuada. Antes da aplicação, isolar o doente em outro aquário. Acriflavina dá bons resultados. Elevar a água a 28° C facilita a saída dos parasitas para a água, onde são liquidados. 

DOENÇAS DA BEXIGA NATATÓRIA. Sintomas: anormalidades no nadar, pois o peixe fica com a cabeça caída para baixo e para a frente, não consegue ficar nivelado e tem dificuldade para subir à tona, permanecendo às vezes no fundo ou então na superfície, de barriga para cima. Sua causa em geral é alimentar, devido a uma alimentação deficiente e não variada. Basta que seja corrigida a alimentação para os sintomas desaparecerem. Pode ter outras causas como uma paralisia da própria bexiga natatória, por mudança brusca ou acentuada da temperatura. Neste caso; baixamos o nível da água a no máximo 3 vezes a altura do peixe na sua posição normal, pois sendo obrigado a permanecer no fundo, deixa de absorver ar, aumentando suas probabilidades de cura, já bem grandes. Degeneração da bexiga natatória, sintoma de doença infecciosa como a ascite (pelo Ichthyophonus) são outras de suas causas. Os distúrbios do equilíbrio podem ter outras causas como produção de gases intestinais (mesmo tratamento que para a constipação). Não é mortal e o peixe pode viver muito tempo. Boa alimentação e controle da temperatura a evitam. Não há tratamento específico. 

DOENÇAS DA PELE. A pele do peixe tem uma camada exterior, a epiderme, que secreta um muco viscoso cobrindo todo o corpo do peixe, como uma verdadeira película protetora contra bactérias, fungos etc e que aumenta muito quando a pele fica

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irritada por picadas, ferimentos etc. A sua diminuição pode ser sintoma de anormalidade. A derme, camada inferior da pele, é formada por feixes de tecidos bastante vascularizados. As escamas são nela fixadas por ligamentos e cobertas por células epiteliais. Quando alguma bactéria penetra no alvéolo onde se fixa a escama e provoca uma inflamação, há logo a produção de exudato (líquido) que causa uma pressão forçando o eriçamento das escamas. Sob a derme estão as células gordurosas, enquanto entre ela e a epiderme, ficam os cromatóforos ou células pigmentares que dão as cores aos peixes. Os peixes com saúde têm sua cor normal. Uma palidez ou descoloração podem significar alteração passageira, mimetismo, doença ou um choque, que ocorre em geral quando um peixe tropical, p. ex. é colocado em aquário com água fria ou sofre mudanças bruscas de temperatura. 

EMAGRECIMENTO; OCTOMICOSE. Quando o peixe emagrece muito, não sendo por fome, podemos pensar em tuberculose e depois em octomicose, produzida por um flagelado que vive em seus órgãos internos, o Octomitus. Ataca os peixes vivíparos, o Cichlasoma, o Discus, o Heterandria, o Scalare etc. Usar tripaflavina ou calomelano na dose de 2 g para 1 k de alimentos, durante 4 dias. 

ENVENENAMENTO OU INTOXICAÇÃO. Causas: ingestão de alimentos estragados, águas poluídas e outras de ordens química ou biológica. Não é doença mas pode ser mortal, se o peixe não for removido do aquário contaminado e colocado em outro com água limpa, nova e de boa qualidade (vêr intoxicações). 

ESCAMAS ERIÇADAS. Pode ser em todo o corpo ou em apenas algumas partes. Quando é generalizada, encontramos pontos vermelhos ou equimoses pelo corpo e nadadeiras. As escamas podem ficar dilaceradas e até mesmo cair, se o peixe sofrer alguma fricção. Elas ficam eriçadas devido à pressão dos líquidos contidos nos tecidos, bastando fazermos uma pressão sobre uma escama, para que debaixo dela saia esse líquido. Podem ser sintoma de várias doenças como hidropsia pelo Vibrio piscium e muito contagiosa ou pelo Bacterium lepidorthosae (lepidortose). Sintomas: curso lento; levantamento das escamas 3 a 4 semanas depois da contaminação; movimentos lentos; respiração acelerada; cauda fica paralisada; doente fica só perto

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da superfície e morre em poucos dias. Quando a infecção é aguda, nem há eriçamento das escamas, mas as manchas na pele da barriga, sempre aparecem. Nos aquários, ocorre principalmente nos laberintídeos e com mais freqüência, nos betas e peixes paraiso. Embora contagiosa, não provoca epizootias. Não há tratamento eficaz e o doente deve ser sacrificado, o aquário bem desinfetado e trocada toda a água. Tratamento: tentar com tripaflavina, 1 ml para 201 de água, banhos de 24 a 48 horas. Desinfetar o aquário com permanganato de potássio a 2%. 

EXOFTALMIA, OLHOS SALTADOS OU POP-EYE. Mais comum nos peixes de água salgada do que nos de água doce. Pode ser uma simples inflamação, podendo o peixe curar-se; uma hemorragia dos capilares, por pressão interna de gás; uma hidropsia etc. Em geral devemos sacrificar o doente. Pode ser conseqüência de tuberculose ou infecção pelo Pseudomonas punctatus, embora nem sempre ele seja encontrado nas lesões. Sintomas: 1 ou 2 olhos aumentados, parecendo que vão saltar das órbitas. Os escalares são muito sujeitos a ela. Tratamento: o mais simples é com o banho de sal durante 36 horas e depois aplicação de um colírio como o Argirol a 5 % . Não há tratamento específico. Baixar a temperatura da água diminui a pressão. 

FERIDAS OU FERIMENTOS. Quando no olho ou na retina, podem ser causados por picadas de outros peixes, crustáceos, parasitas ou mesmo ulcerações. Nas feridas das nadadeiras, pele e brânquias, notamos a pele rosada. A cauda em geral é a mais atingida. Podem ser causadas também por crustáceos das guelras, piolhos ou doenças dos órgãos internos, como a ictiofonose, por ex. Quarentena: 3 a 8 dias, embora não haja contágio. Tratamento: 3 a 8 dias. Separar o doente e colocá-lo em água nova com permanganato de potássio a 2%, dar pouca alimentação ou pincelar o ferimento com tintura de iodo, mertiolato etc. 

DESTRUIÇÃO TRAUMÁTICA DAS NADADEIRAS. É causada em geral por brigas, pontas de pedras ou manuseio inadequado. Nos betas há regeneração dos tecidos, enquanto que nos outros peixes, uma cicatrização. Tratamento: isolar o doente e coloca-lo em uma solução de azul de metileno a 5 % , na dose de 2 gotas para 5 litros de água, até à cura; 2 a 5 gotas de mercúrio

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cromo a 5 % para 5 litros de água do aquário, ou pincelar as lesões com mercúrio cromo a 2%. 

FLUKES. Vêr girodactilose. 

FUNGOS NOS OLHOS. É muito perigosa, porque eles podem penetrar no cérebro, com fatais conseqüências. O tratamento é diferente dos usados para as outras fungoses e, para isso, pegamos um cotonete com algodão na ponta, molhado com uma solução de nitrato de prata a 1 % e o aplicamos sobre o olho infestado. Fazemos depois um segundo toque, mas com uma solução a 1 % de bicromato de potássio, para evitar uma reinfestação e colocamos o doente em um banho de bicromato de potássio, 1 g para 30 litros de água, até à cura. Durante esse tempo, repetir o tratamento local. 

FUNGOS. As feridas dos peixes são em geral atacadas por fungos, sob a forma de uma placa fina e macia sobre toda a região lesada. Pode ser fatal. Tratamento: aureomicina, 1 g para 100 litros de água. 

FUNGO BUCAL. Vêr doença do algodão. 

GIMNODACTILOSE. Muito contagiosa, produzida pelo Gymnodactylus apresenta como sintoma, o fato de o doente dar corridas súbitas e rápidas e paradas também bruscas. Tratamento: banho de ácido acético glacial, 1 parte para 500 partes de água, banho de 20 segundos, 2 dias seguidos ou formaldeído, 4 gotas em 1 litro de água, durante 5 min, bem como banho de permanganato de potássio, 3 g para 1 litro de água. 

GIRODACTILOSE. Causa: Gyrodactylus, verme cego de 0,5 a 0,8 mm de comprimento, que tem uma ventosa na boca e um gancho na cauda, pelo qual se fixa no peixe. Este vai ficando cada vez mais pálido, a pele produz mais mucosidade e com manchas ou pontos hemorrágicos também nas nadadeiras. Mesmo quando as guelras não são afetadas, há respiração acelerada. O peixe fica triste, cansado, com os movimentos cada vez mais lentos, permanece na superfície e morre. A confirmação da doença, pode ser feita em laboratório. Tratamento: banhos de 30 min em formalina, 2 ml de solução a 40% para 10 litros de água, morrendo o parasita em menos de

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20 minutos. Boa aeração durante o banho; azul de metileno a 5 % , uma gota por litro de água; 10 a 15 g de sal em 1 litro de água, banhos de 20 min. As más condições do aquário concorrem para o aparecimento da doença. 

HIDRA DE ÁGUA DOCE. É um pequeno animal medindo 2 cm de comprimento, cujo corpo é formado por um verdadeiro saco com um orifício único, que serve de boca e anus e pelo qual entram os alimentos ingeridos e saem os excrementos. Sua multiplicação é muito rápida, infestando todo o aquário, com grande rapidez. Como ataca e come peixes pequenos, deve ser combatida. Para impedir sua entrada no aquário devemos examinar rigorosamente todas as plantas antes de serem nele colocadas, lavá-las com água corrente e depois mergulha-las em uma solução de permanganato de potássio ou azul de metileno. Os Trichogasters são grandes devoradores de Hidras. 

HIDROPSIA. Causada pelo Aeromonas punctatus, comum nos ciprinideos, mas relativamente rara nos outros peixes de aquário, principalmente tropicais, muito resistentes a ela. A mortalidade dos doentes é de 30 a 40%. Produz deformações, úlceras, ascite (barriga d'água) etc. Na forma generalizada, os doentes ficam muito inchados (edemaciados) e, por isso, suas escamas ficam muito eriçadas, chegando a formar um ângulo de 90° em relação ao corpo ou então sob a forma localizada, com os mesmos sintomas, mas localizados apenas em algumas partes do corpo. Cura quase impossível. Tentar com injeções de cloromicetina, 0,1 mg para 10 g de peso vivo; streptomicina, 1 mg para 50 g de peso vivo, sulfamidas, Phenoxethol, 10 a 20 ml de uma solução a 1 % por litro, colocada aos poucos, por 24 horas. Período de incubação: 4 a 8 dias. Isolar o doente e desinfetar o aquário. Diagnóstico: pelos sintomas ou em laboratórios. 

ÍCTIO, ICTIOFITIRIOSE OU PONTO BRANCO. É a mais temida pelos aquaristas, a mais comum e perigosa, liquidando todos os peixes, se não for combatida a tempo. A falta de luz concorre para que apareça, porque diminui a resistência dos peixes, pela queda do teor de oxigênio da água e diminuição de microrganismos que lhes servem de alimentos, bem como mudanças bruscas de temperatura. Sintomas: grande número de pontinhos brancos e redondos do tamanho da cabeça de alfinete (0,5 a 1 mm de diâmetro) no corpo e nadadeiras,

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ficando o peixe todo salpicado de branco; muita coceira causada pelos parasitas; o peixe se esfrega em tudo o que encontra, para se coçar (pedras, cama etc). Sintomas: movimentos diminuídos; fecham as nadadeiras; ficam parados e deitados no fundo. Pode apresentar uma placa que em poucos dias se desprende, vai ao fundo, se rompe e solta centenas de parasitas que vão infestar outros peixes. Quando o parasita está "maduro", os pontos brancos debaixo da pele ou nas guelras se rompem, soltando de 600 a 1.200 esporos que vão infestar outros peixes, morrendo na água, em 2 ou 3 dias, quando não os encontram. Na água são mais fáceis de serem combatidos. Diagnóstico: a olho nu, pela observação direta dos quistos. Quarentena: 2 a 4 semanas para peixes tropicais e 4 a 8 para os de água fria. O Ichthyophthirius multifilis, parasita unicelular que a produz, aparece ao microscópio como um núcleo escuro em forma de ferradura e com um movimento giratório característico, com o auxílio de seus cílios vibráteis, o que não ocorre com o Oodinium. A pele se irrita e reage, envolvendo o germe com uma camada celular (pele). Alimenta-se de sangue, causando uma anemia cada vez mais profunda e a morte. Quando ataca as guelras, o peixe morre por asfixia. Acontece que às vezes o parasita desaparece espontaneamente do aquário, mas reaparece quando um peixe novo é ai colocado, mesmo que esteja sadio. É doença essencialmente de peixes de água doce, morrendo o parasita em água salgada. Há um Ichthyophthirius de água salgada. Elevar a água a 30° C durante vários dias, trocando o peixe de aquário, é um meio de combater essa doença. Tratamento: água salgada; azul de metileno, 0,8 a 1 ml de solução a 1 % para 51 de água, repetindo o banho 1 ou 2 vezes; atebrina, 300 ml para 3001 de água (afeta a fertilidade), trocando a água após o tratamento; sulfato de cobre 0,8 a 1 ml para 1 litro de água, até à cura, trocando 3/4 da água e rigorosa limpeza do aquário, eliminando todas as algas; hidrocloreto de quinino (não mata as bactérias), 12,5 ml para 5 litros, trocando a água a cada 2 ou 3 dias; tripaflavina dá bons resultados. Os banhos devem ser dados a 16 ou 20° C para peixes de água fria e de 21 a 27° C ou mais, para os tropicais. 

ICTIOFONOSE. Muito espalhada, de diagnótico difícil, é produzida pelo Ichthyophonus hoferi, parasita medindo 5 a 20 micra de diãmetro. Transmite-se por esporos, através de alimentos contaminados por esse germe que se desenvolve no

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estômago e intestinos, sendo eliminados pelas fezes. Alguns perfuram a parede do intestino e são levados pelo sangue para diversos órgãos como coração, fígado etc, onde ficam sob a forma de pequenos nódulos pardos ou pretos. Quando eles se rompem, os órgãos são atacados e o peixe morre. Ela só aparece quando o parasita é levado por alimentos, materiais ou peixes contaminados, mas as más condições da água facilitam sua difusão. Os peixes a transmitem uns aos outros através de feridas e abcessos ou pela ingestão de peixes mortos por ela. No estômago, o quisto se rompe, soltando as larvas infestantes. Sintomas: os primeiros são difíceis de serem identificados, são muito variados e podem ser perda de apetite; entorpecimento; olhos saltados, nadadeiras dobradas; peixe escondido a maior parte do tempo; vem instabilidade para nadar e movimentos estranhos; fica no fundo, com a barriga inchada e  ou corpo todo inchado (edemaciado); pele e escamas ficam como que vidradas; o doente vira sobre o seu eixo e fica balançando; formam-se, às vezes, placas ou ulcerações na pele; emagrecimento; pele desbota; nadadeiras perdem pedaços; boca sempre aberta. O doente às vezes só morre após 6 meses. O peixe deve ser sacrificado, porque não há cura. Tratamento: tentar Phenoxethol, solução a 1 % , na dose de 10 % da solução para 1 litro de água do aquário. Para adultos, usar 30 ml por litro. O para-chlorophenoxethol é mais eficiente nas doses de 1 ml para 1 litro de água destilada, sendo usada 0,1 % desta, na solução em que adicionamos 50 ml por litro, mas aos poucos, durante 24 horas. Após 100 horas nessa solução, os parasitas, em todos os seus estágios, ficam completamente degenerados. 

ICTIOZOOSE. Infecto-contagiosa por vírus, ataca os peixes de água doce e às vezes os marinhos. A mortalidade de doentes é acima de 90%. Como uma causa predisponente, temos o "stress" por temperatura, com água abaixo de 15° C. Sintomas: inflamação nas bases das nadadeiras, principalmente peitorais. O doente nada devagar e descontrolado, dando voltas e ficando à superfície da água e até com parte do corpo de fora. Fica também no fundo, virando de lado. Morre em poucas horas. Outro sintoma é que a boca e estômago ficam cheios de barro. Não há tratamento especifico, podendo ser usados antibióticos para combater invasões secundárias por bactérias ou fungos. 

INFLAMAÇÃO DO ESTÔMAGO (GASTRITE). É provocada, em geral, por muito sal nos alimentos. Não ocorre quando são dados

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alimentos vivos. Sintoma principal: avermelhamento da mucosa estomacal. Tratamento: o mesmo que para a enterite. 

INFLAMAÇÃO INTESTINAL (ENTERITE). Prende-se geralmente a problemas de alimentação, quando os peixes recebem somente alimentos secos ou vivos. Variar a alimentação evita esse distúrbio. Sintomas: não podem ser vistos externamente, exceto alguns gerais como perda de apetite, escurecimento da cor etc, mas que podem significar outras doenças. Na necrópsia, vemos os intestinos vermelhos, inflamados, veias bem visíveis e as paredes engrossadas, enquanto que os órgãos ficam aumentados, às vezes 1,5 vezes o seu tamanho. Pode aparecer um líquido sangüíneo nos intestinos, expelido quando fazemos pressão sobre a barriga do peixe. Fezes amarelas ou vermelhas, podem significar enterite. Tratamento: suspender a alimentação por 5 ou 6 dias e depois, aos poucos e devagar, dar ao doente outro tipo de alimentação, voltando à normal, bem variada, logo que não houver sangue nas fezes.  

INTOXICAÇÕES POR METAIS. Objetos, pedras com traços de cobre, alumínio, zinco etc. em contacto com a água, produzem sais tóxicos para os peixes. Sintomas: olhos embaciados, dificuldade respiratória, inquietação ou excitação e depois o doente fica balançando na água e acaba morrendo deitado no fundo ou na superfície, mas sem nenhuma reação. O tratamento leva de 20 minutos a vários dias. Fazer testes de cobre, NO2 etc e verificar se não foi feita alguma pulverização, mesmo com "spray", perto do aquário. Trocar a água, manter o peixe em água de boa qualidade e uma boa aeração é o indicado, além de verificarmos a causa da intoxicação, para combatê-la. 

INTOXICAÇÃO POR NITRITOS ( NH3 ). Superpopulação, água não estabilizada e excesso de alimentos são as suas causas. Sintomas: olhos embaciados; dificuldades respiratórias; doente inquieto, fica balançando na água e morre deitado no fundo ou na superfície, mas sem qualquer reação. Tratamento de 20 min a alguns dias. Trocar a água e manter o peixe em água nova bem estabilizada. 

INTOXICAÇÃO POR SUBSTANCIAS QUÍMICAS como desinfetantes, detergentes, inseticidas, resíduos diversos, fumaças de cigarros e charutos etc. Sintomas e tratamento: os mesmos de intoxicação por nitritos. 

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LEPIDORTOSE. É infecto-contagiosa, produzida pelo Bacterium lepidorthosae, pelo Vibro anguillarum e outros, segundo alguns autores. Ataca peixes tropicais. Sintomas: perda de escamas por todo o corpo e mais no dorso; movimentos cada vez mais lentos; respiração acelerada e a cauda vai ficando paralisada. O doente fica na superfície, perde a noção de fuga e morre em mais de 80% dos casos, quando não há tratamento. Os peixes sadios são portadores e a transmissão é direta ou indireta, pela água contaminada. Dura 3 a 4 semanas. Tratamento: sulfanilamida, cloromicetina e phenoxethol. Retirar os doentes e mortos e desinfetar o aquário. 

LIMO DOS PEIXES. Vêr doença do algodão. 

LINFOCISTOSE. É contagiosa, produzida por um vírus de localização cutânea. Ataca a pele e nadadeiras, sendo em geral de evolução benigna. Ataca os peixes marinhos e alguns de água doce (macropodos). Em alguns desaparece em 6 ou 7 meses. A reação da pele produz crostas brancas semelhantes a placas em forma de 5 a 20 nódulos característicos, de cor creme, lisos ou rugosos, de 10 a 20 mm de diâmetro sobre as nadadeiras e as bordas dos opérculos branquiais e depois sobre todo o corpo. Em geral ocorre uma infecção bacteriana secundária, prejudicando ainda mais o paciente. É mais comum no verão e a quarentena só é indicada em caso positivo da doença. Os sadios podem ser portadores do vírus. Incubação: 40 a 50 dias e o tratamento deve ser feito por várias semanas, até à cura. A infecção secundária, quando aparece, pode ser controlada pelo ozônio ou raios ultravioleta. Aparar as nadadeiras afetadas, com uma tesoura bem afiada e pincelar as partes contaminadas e os locais dos cortes, com tintura de iodo, 1 parte para 3 de água. O peixe paraíso e outros são mais atacados. Separar os doentes e desinfetar o aquário. Não há tratamento específico. 

MONOGENIA. Parasitária, ataca a pele e as guelras e pode ser mortal. Sintomas: coceiras nas zonas atacadas e respiração bem acelerada, além dos parasitas nas guelras, como manchas de talco. As formas larvárias vivem na água à espera de um hospedeiro, sendo fáceis de combater. Combate: colocar na água uma dose de sal, formalina ou um medicamento comercial de uso indicado, ou banhos de tripaflavina, 2 mg em 25 litros de

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água. Limpeza rigorosa e desinfecção com permanganato de potássio. 

MILOSOMOSE. É incurável e produzida pelo parasita Mylosoma cerebralis, que infesta o peixe, nele se reproduzindo formando esporos. Quando morre, os esporos contaminam o fundo do aquário. Ataca pouco os peixes de aquário, sendo comuns nas criações de trutas: Sintomas: movimentos rotatórios, enegrecimento da cauda e depois deformações da coluna vertebral, da cabeça e maxilares. 

NADADEIRAS DESFIADAS. Doença infecciosa por bactérias e em geral mortal. Sintomas: putrefação de todas as nadadeiras ou só da caudal. Nesses locais costumam aparecer pequenos pontos vermelhos bem visíveis. Os peixes mais pigmentados são os mais atacados, como os molinésias pretos. Quase sempre aparece uma doença secundária, em geral por fungos, sempre prontos a atacar as partes feridas. Há o tratamento cirúrgico, (quando a doença está muito avançada), com a extirpação das partes afetadas e necrosadas (mortas) e o terapêutico, quando ainda no início ou até certo ponto. Tratamento: 8 ml de solução de acriflavina para 5 litros de água, aplicada diretamente sobre as lesões, com um bastonete com algodão na ponta, embebido na solução. Repetir, quando a água for mudada; colocar o peixe em água fresca e limpa, por um dia, sendo recolocado na solução de acriflavina, durante 3 a 5 dias. Não sarando, usar o tratamento cirúrgico, sendo retiradas as partes afetadas e as vizinhas, para evitar que fique uma região contaminada. Aplicar, sobre os cortes, solução de bicromato de potássio a 1 % e colocar o paciente em água com 1 grama de bicromato de potássio para 30 litros de água. Podemos usar, também, 500 mg de aureomicina, cloromicetina ou terramicina para 70 litros de água ou 250 mg de aureomicina para 25 litros de água; cloromicetina, 25 a 40 mg para 5 litros de água durante 48 horas no máximo. O Phenoxethol é bom e não afeta a fertilidade dos peixes e dos ovos. Banhos de tripaflavina, 1 g para 1 litro de água, usando 10% dessa solução por litro de água do banho. Os antibióticos por via oral, em geral, dão melhores resultados. 

NADADEIRAS ENCOLHIDAS OU DOBRADAS, quando o peixe se esfrega em tudo o que encontra, inclusive na cama, em geral está infestado pelo Ichthyophthirius e deve ser tratado (Vêr ictiofitiriose). 

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NÓDULOS SOBRE A PELE E AS NADADEIRAS, DOENÇA DO VELUDO OU PILULARIOSE. É produzida pelo Oodinium pilularis, sendo conhecida por "doença do veludo" porque, quando a infestação é muito grande, cobrindo uma grande extensão dá, à pele, o aspecto de um veludo cinza-pardacento. Aparecem nódulos sobre a pele e deslocamento de escamas. O peixe sente muita coceira, se esfrega em tudo o que encontra, para se coçar, emagrece e morre em 2 semanas ou um pouco mais. Raramente ataca os vivíparos, mas o faz com os Barbus, Colisas, Hiphessobrycon, Nannostomus, B. panchax, Platy, Poecilus, Aphyosemion, Rasbora, Tanichthys, Xiphophorus e mesmo os dourados. Tratamento: à base de cobre; banhos demorados de tripaflavina, elevação da temperatura a 30° C e escurecimento total do ambiente; tentar 2 gotas de azul de metileno a 5 % para 5 litros de água, durante 5 dias, com um intervalo de 3, trocar a água e repetir a dose. Retirar as plantas e todos os objetos do aquário. 

OCLUSÃO INTESTINAL. É causada por alimentação defeituosa, sem variar, alimentos ainda congelados, com pouca fibra, não volumosos ou mesmo em excesso. O peixe perde o apetite, recusa alimentos e fica com a barriga inchada. Tratamento: o mesmo que para a constipação. Suspender a alimentação por 2 ou 3 dias e dar, para os herbívoros, um pouco de verde como algas, confrei, alface etc e, quando carnívoros ou omnívoros, alimentos vivos como minhocas, tenébrio etc. Nos casos mais graves, dar 1 ou 2 gotas de óleo de rícino, na boca. 

OCTOMICOSE OU SECA. É a mais comum doença que, além da tuberculose, provoca um grande emagrecimento do peixe sendo, por isso, chamada de "seca". É produzida por um protozoário, o Octomicus, sendo de cura difícil, porque o parasita vive nos órgãos internos do peixe. O doente emagrece muito e sua barriga vai encolhendo, parecendo que ele está secando. Tratamento: tentar com tripaflavina, 2 g para 50 litros de água. 

OLHOS NO FUNDO. Pode ser fome, ascite infecciosa ou infestação pelo Trypanoplasma, que vive nos intestinos das sanguessugas e são por elas transmitidos, quando sugam os peixes. 

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OPÉRCULOS ABERTOS. Pode ser uma dactilogirose. As bordas das guelras ficam cinzas e engrossando, fazendo com que os opérculos permaneçam entreabertos. Não é muito comum nos aquários, mas pode aparecer em escalares, lebistes etc. Tratamento: banhos rápidos de 30 min em formalina a 3%, 20 25 cc em 100 litros de água ou em solução de sal (NaCl). 

PAPILOMATOSE DOS PEIXES. Doença infecto-contagiosa do grupo dos tumores. Caracteriza-se por formações cutâneas (verrugas) como uma couve-flor, principalmente na boca (mandíbulas), embora apareçam também em qualquer parte, como costas, lados, barriga e cauda. Quando os tumores não o permitem, o peixe não come e morre em pouco tempo, magro e de inanição. Quando porém eles não o atrapalham este, apesar da doença, aparenta boa saúde, come e respira normalmente, mas também acaba morrendo caquético. O número de papilomas é, em geral, de 10, no máximo. O seu tamanho aumenta com o tempo, atingindo 6 cm. São brancos, passam a marrons ou castanhos claros e novamente a esbranquiçados. Não há tratamento e a mortalidade é de praticamente 100% dos doentes. Separar os doentes e desinfetar o aquário é o indicado. 

PARASITAS INTERNOS. São em geral transmitidos por alimentos vivos. Ocorrem raramente em aquários com um bom manejo, porque os vermes necessitam de mais de um hospedeiro para completar o seu ciclo evolutivo e não os encontram. Quando ocorre uma infestação, é porque os ovos ou larvas infestantes foram introduzidos nos aquário por materiais, alimentos ou animais vivos, como tubifex, camarões, larvas de mosquitos etc. Como exemplos, temos o Cucullanus elegans transmitido pelo Cyclops e o Clinostomum complanatum, pelos caramujos. Este último forma quistos debaixo da pele e deve ser retirado com uma pinça, após uma incisão com bisturi, sendo o local desinfetado com mercúrio cromo. Outro verme é o Paramercis crassa, que vive nos órgãos internos do peixe, mas que provoca uma inchação generalizada na sua região dorsal. Tratamento: Phenoxyethanol, solução a 1 % , na dose de 10 ml por litro de água. Para adultos, 30 ml por litro. O tratamento só dá resultados, se os órgãos internos não estiverem muito danificados. 

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PELE TURVA OU OPACA. Sintomas: apatia, enfraquecimento, perda de apetite, manchas esbranquiçadas por todo o corpo, avermelhamento e hemorragias. Esfrega-se contra tudo o que encontra e levanta as nadadeiras dobradas e com sangue; movimentos anormais, em forma de balanços. Suas causas são infestações por Trichodina, Costia e outros parasitas. 

PETRIFICAÇÃO DOS OVÁRIOS. É em geral devido a uma desova não realizada, ficando a fêmea "cheia". Suas causas são desconhecidas. A paciente pode viver assim, com os ovários petrificados (duros como pedras), durante muito tempo. Sintomas: diferentes dos do quisto, pois os ovários não crescem tanto, são duros e, externamente, a barriga fica dura e não mole, como no caso dos quistos. 

PODRIDÃO BACTERIANA OU NECROSE DAS NADADEIRAS. Como causas predisponentes, temos queda brusca de temperatura, água de má qualidade ou velha, que provocam um enfraquecimento do peixe. Produzida pelo Pseudomona punctata, ataca, não só molinésias, mas também os Barbus, Colisas, Tetras neon, Trichogaster leeri, alguns caracídeos do gen. Hemigrammus etc. Aparece como uma pequena turvação nas bordas das nadadeiras, lesão essa que vai aumentando, as nadadeiras apodrecendo e diminuindo de tamanho, ficando apenas alguns tocos. Aparar as nadadeiras desfiadas, com uma tesoura. Tratamento: tentar com 3.000 U.I. de penicilina para 1 litro de água, uma só vez; aureomicina, 10 ml para 1 litro de água e depois outro banho em solução de 5 g de sal comum para 1 litro de água, colocando mais água quando o peixe não resistir e tender a flutuar; 1 g de tripaflavina para 100 litros de água; 1 g de sulfonamida para 10 litros de água; 500 ml de terramicina para 20 litros de água; 10 gotas de azul de metileno a 5 % . 

PROSTAÇÃO NERVOSA. Os peixes ficam tímidos, afastam se dos companheiros, deixam de comer e ficam no fundo. É causada por problemas da água. Completar sempre o nível da água, mas só com água fresca e de boa qualidade ou substituí-la total ou parcialmente, nas épocas adequadas, para evitar que se alterem sua qualidade e composição química, para não prejudicar os peixes. Manter a temperatura elevada, pois se trata de peixes tropicais. É aconselhável substituir 1 /3 da água. 

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QUILODONELOSE. É produzida pelo Chilodonella cyprini, um ciliado de 60 micra de comp. por 45 de largura e transmitida por contacto direto entre doente e sadio. Sintomas: opacidade brancaazulada e no dorso umas excrescências em forma de pedras, que depois se desprendem. O parasita ataca as guelras, ficando o peixe asfixiado. O doente se esfrega contra tudo, na tentativa de se livrar das coceiras. Tratamento: à base de banhos demorados de tripaflavina, 2 mg para 101 de água e a temperatura elevada a 28° C, morrendo os parasitas em 10 horas; banhos de sal comum, 1,5 a 2%, durante 15 a 20 min, repetindo de 2 em 2 ou de 3 em 3 dias; Triparsamide, 1 g para 100 litros de água; Stilbamidine, 150 mg para 100 litros de água. Aparece com freqüência, mas não causa epizootias. Só ataca quando os peixes estão com as defesas diminuídas, atingindo mais os peixes dourados, os guppies e os Brachydanios, sendo o parasita encontrado na  secreção da pele. 

QUISTO OVARIANO. Suas causas não são bem conhecidas, ficando os ovários cheios de um líquido amarelado ou avermelhado. Devido ao aumento de volume, comprimem os órgãos vizinhos. Revelam sua presença, pelo aumento do volume do ventre, embora o aspecto seja diferente de quando a fêmea está "cheia" ou com ascite, pois no caso do cisto, ela não fica tão arredondada. Naturalmente a fêmea com quisto não desova. 

SANGUESSUGA (Piscicola geometra). É muito prejudicial aos peixes porque os incomoda com suas mordidas e fica presa a eles, provocando traumatismos. Além disso, suga o seu sangue, causando-lhes anemias cada vez maiores, até que, enfraquecidos, morram por perda de sangue, uma verdadeira sangria contínua. Pode ainda transmitir-lhes parasitas do sangue como o Trypanoplasma e o Trypanosoma sp, que causam a doença do sono. Para evitar ferimentos, às vezes graves, não devemos arrancar as sanguessugas sem antes mergulhar o paciente intestado, durante 1 minuto, em uma solução de sal comum, pois o parasita fica atordoado e cai ou é retirado com facilidade, com uma pinça. 

SAPROLENIOSE, MOFO DOS PEIXES OU DOENÇA DOS FUNGOS. Os fungos crescem na pele, nadadeiras, brânquias, boca, olhos etc, bem como nas desovas, caracterizando-se por finos

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filamentos que, quando se desenvolvem muito dão, às lesões, um aspecto de tufos de algodão. É produzida por fungos em geral dos gêneros Saprolegnia e Achlya e se propaga por esporos. Só atacam quando o peixe tem uma queda de resistência física, principalmente por ferimentos externos causados por brigas, arestas cortantes etc. Peixes sadios e fortes, praticamente não são atacados por eles. Tratamento: elevar a temperatura da água a 27 ou 28° C; pincelar as áreas atacadas, com tintura de iodo a 1%, mercúrio cromo a 1 % , azul de metileno a 5 % ou bicromato de potássio a 1%, este para peixes mais sensiveis. Não colocar esses remédios nas partes sadias. Usar banhos de 10 a 20 min de permanganato de potássio, 1 g para 100 litros de água; bicromato de potássio, 1 g para 35 litros de água, durante 7 a 10 dias no máximo, trocando a água depois do tratamento; sulfanilamida, 10 a 25 g para 1001 de água; 100.000 U.I. de penicilina em 100 1 de água, banhos de 5 a 7 min; aureomicina, 10 mg para 1 litro de água; verde malaquita, 60 mg/litro de água e colocar o peixe novamente no aquário. O fungo desaparece em 24 horas. Repetir o banho, se necessário. Prata coloidal, 0,1 ml/litro de água, banhos de 15 a 20 min, no máximo. Banho progressivo de sal é eficiente, mas pode apresentar problemas. Quando o fungo é no olho, tocar com algodão embebido em solução de nitrato de prata a 1 °io e depois com uma de bicromato de potássio a 1%. Phenoxethol dá bons resultados. 

TREMORES OU "SHIMMY". São causados, em geral, por queda de temperatura. Tratamento: elevar a água a 29 ou 30° C. O peixe pode ficar com ligeiros tremores para o resto da vida. 

TRIPANOPLASMOSE OU DOENÇA DO SONO. É causada pelos Trypanoplasma bancroft, T. carassi e T. chagesi, sendo transmitidos pelas sanguessugas ao picarem os peixes. Sintomas: anemia profunda, sonolência, olhos no fundo e emagrecimento, Suas guelras vão ficando muito pálidas devido à anemia. O doente pode ficar inclinado, com a cabeça apoiada no fundo, vai ficando cada vez mais fraco e morre. 

TUBERCULOSE. É causada pela bactéria Mycobacterium cyprini, que ataca os peixes de água doce e os de água salgada, mas não ataca os animais de sangue quente e o homem. Atinge mais os peixes criados há muitos anos em aquário, como os betas, gupies, molinésias etc, mas só o faz quando há uma

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queda de resistência, mesmo que passageira. Sintomas: perda de apetite, cansaço, emagrecimento, lentidão de movimentos, palidez, lesões abertas na pele, olhos saltados, transtornos do equilíbrio e movimentos giratórios; manchas delimitadas de cor vermelha bem viva nas guelras; destruição de nadadeiras; perda de escamas; deformações das mandíbulas ou da coluna vertebral e, às vezes, externamente, alguns nódulos. É de evolução crônica e o doente deve ser sacrificado. O diagnóstico mais garantido é por exames de laboratório. Nos tetras, o aparecimento de 2 pontos amarelos claros no pedúnculo caudal, pode ser um sintoma de tuberculose. Não há tratamento. 

TUMORES. São neoplasias (novas formações), por crescimento e proliferação anormais de células e de tecidos. Os benignos não se reproduzem. Os malignos, cujo crescimento é diferente, vão soltando raízes e invadindo os tecidos vizinhos. O pior, porém, é que eles se multiplicam a partir de um tumor primário, podendo se transmitir à distância, atingindo qualquer parte ou órgão do corpo. Também são chamados de câncer. 

VELUDO OU ICTIO VELUDO. Parasitária e muito contagiosa, é causada pelo Oodinium limnecticum, cuja forma infestante é livre e mede 13 micra. Confundida com o íctio, seus sintomas são parecidos com os do Ichthyophthyrius, embora as manchas, em geral, sejam menores e mais amareladas, ficando o doente como se estivesse "empoado" com um pó amarelo. O Oodinium que aparece nas lesões, isolado, possui um núcleo arredondado e não tem mobilidade. Ataca principalmente ciprinídeos, laberintídeos e poecilídeos. O parasita se reproduz por divisão, dentro do quisto, originando 200 ou mais formas jovens. É mais perigosa para os novos do que para os adultos. Usar banhos a 24 ou 27° C, de azul de metileno a 1%, 3 a 5 ml para 5 litros de água, durante 3 dias ou tripaflavina, mas que afeta a reprodução, pela esterilização temporária dos reprodutores, causa mortes entre os jovens e baixa eclosão dos ovos. A escuridão combate o parasita, pois ele precisa de luz para a fotossíntese no processo de sua alimentação, e a falta de luz o prejudica e mata, se durar 8 a 10 dias. Usar acriflavina, mas no máximo 10 dias, para evitar problemas na reprodução. A água deve ir a 27° C. Sulfato de cobre é eficiente, mas perigoso. 

VERMES ANCORA. O Lernaea cyprinacea e espécies correlatas são raros nos aquários. Crustáceo parecido com o Cyclops,

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mede 20 mm e possui um ferrão ou tromba. A fêmea penetra nos músculos dos peixes, enquanto que o macho é um parasita da sua própria fêmea. Deve ser tocado com um bastão embebido em permanganato de potássio a leio, para depois ser retirado com uma pinça. Desinfetar o ferimento com mercúrio cromo, 1:10. É melhor transferir os peixes para outro aquário, durante 3 a 4 semanas, para dar tempo de o parasita morrer na água, por falta de hospedeiro. Usar, também, solução de permanganato de potássio. Pode ser usado banho de 2 a 3 minutos com Difluordiphenyl trichloro methylmethane, 1 ml para 10 litros de água. 

VERMES NOS OLHOS. São em geral parasitas dos gêneros Prolaria e Diplostoma, que se fixam sobre os olhos, provocando cegueira. Para se desenvolverem, necessitam de 3 hospedeiros intermediários: uma ave, que elimina os seus ovos, deixando os cair na água, um caramujo aquático que é por ele infestado e do qual saem as cercárias com cauda bifurcada, que infestam os peixes. Essas doenças não têm cura. 

ZONAS OU MANCHAS VERMELHAS NA PELE. São em geral picadas de piolho ou de sanguessugas. O piolho das carpas, o Argulus, é bem grande, perfura a pele do peixe, com uma "tromba", e injeta nele uma substância urticante e tóxica que além de provocar uma lesão na pele, com uma região avermelhada, ainda pode matar o peixe. Tratamento: extrair o piolho com uma pinça, tocando-o, antes, com sal, para que ele se solte logo. Desinfetar o local. 

VERMINOSES OU HELMINTOSES. São causadas por vermes, os maiores parasitas que atacam os peixes. Podem ser internos (endoparasitas) e externos (exoparasitas). Os aquários são pouco atacados por eles, porque necessitam de mais de um hospedeiro para completar o seu ciclo evolutivo, não os encontrando onde em geral só vivem os peixes. Encontramos os vermes adultos no trato digestivo do doente, enquanto que as larvas ficam na área visceral ou na carne. Podem ser mortais. Retiram-se dos peixes, nas épocas certas e, não encontrando seu próximo hospedeiro, acabam morrendo. Tratamento: banhos de sulfato de cobre ou de permanganato de potássio ou de água salgada, por alguns minutos, o que os combate na água e nas partes mais vulneráveis dos peixes, como as áreas externas das guelras e nadadeiras. No seu ambiente natural os

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peixes parecem tolerar os vermes, desde que não afetem, diretamente, nenhuma função vital.