96
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O DIAGNÓSTICO DE DENGUE VIVIANE MARTHA SANTOS DE MORAIS RECIFE-PE 2013

DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

  • Upload
    leque

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL

DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O

DIAGNÓSTICO DE DENGUE

VIVIANE MARTHA SANTOS DE MORAIS

RECIFE-PE

2013

Page 2: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

VIVIANE MARTHA SANTOS DE MORAIS

DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O DIAGNÓSTICO

DE DENGUE

Orientadora: Profª Drª Marli Tenório Cordeiro

Coorientadora: Profª Drª Maria Rosângela Cunha Duarte Coêlho

Recife- PE

2013

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Medicina Tropical do Centro de

Ciências da Saúde da Universidade Federal de

Pernambuco, como parte dos requisitos para a

obtenção do Título de Mestre na área de

Concentração em Doenças Infecciosas e

Parasitárias.

Page 3: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira
Page 4: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira
Page 5: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL

REITOR

Anísio Brasileiro de Freitas Dourado

PRÓ-REITOR PARA ASSUNTOS DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

Francisco de Sousa Ramos

DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

Nicodemos Teles de Pontes Filho

COORDENADORA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

EM MEDICINA TROPICAL

Maria Rosângela Cunha Duarte Coêlho

VICE-COORDENADORA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

EM MEDICINA TROPICAL

Valdênia Maria Oliveira de Souza

CORPO DOCENTE

Ana Lúcia Coutinho Domingues

Célia Maria Machado Barbosa de Castro

Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto

Fábio André dos Santos Brayner

Heloísa Ramos Lacerda de Melo

Maria Amélia Vieira Maciel

Maria Rosângela Cunha Duarte Coelho

Marli Tenório Cordeiro

Ricardo Arraes de Alencar Ximenes

Valdênia Maria Oliveira de Souza

Vera Magalhães de Silveira

Vláudia Maria Assis Costa

CORPO DOCENTE COLABORADOR

Ana Catarina de Souza Lopes

Maria de Fátima Pessoa Militão de Albuquerque

Page 6: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

Dedico aos meus pais, Cicero João de Morais

e Marildes Maria dos Santos Morais,

pelo amor incondicional ofertado.

Page 7: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais e a minha irmã, que com amor, paciência e dedicação

ensinaram-me a jamais desistir.

À minha orientadora Profª. Drª. Marli Tenório Cordeiro e à minha

coorientadora Profª. Drª. Maria Rosângela Cunha Duarte Coelho, por toda paciência

e ensinamentos compartilhados.

Aos pacientes que aceitaram participar deste trabalho e contribuíram para sua

realização.

A todos do Setor de Virologia do Laboratório de Imunopatologia Keizo-Asami

(LIKA/UFPE), do Laborátorio de Virologia e Terapia Experimental

(LaViTE/CPqAM/FIOCRUZ) e da Pós-Graduação em Medicina Tropical que

contribuíram para a minha formação.

A Jéfferson Almeida, Joanne Ferraz, Evônio Campelo e Georgea Cahú, meus

grandes amigos e companheiros do Setor de Virologia do LIKA.

Aos amigos Washington Soares, Regina Cele, Bruna Melo, Phoeve Macário,

Edclécia Morais e Cristina Torres pela paciência, carinho e amizade.

À Deus.

Mais uma vez, os meus sinceros agradecimentos.

Page 8: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

“Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena

Acreditar no sonho que se tem

Ou que seus planos nunca vão dar certo

Ou que você nunca vai ser alguém

Tem gente que machuca os outros

Tem gente que não sabe amar

Mas eu sei que um dia a gente aprende

Se você quiser alguém em quem confiar

Confie em si mesmo

Quem acredita sempre alcança!”

Mais uma vez - Renato Russo

Page 9: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

RESUMO

MORAIS, V.M.S. Dosagem da IgA sérica por ELISA de captura para o diagnóstico

de dengue.

Introdução: O diagnóstico rápido, simples e preciso para confirmar a infecção pelo

vírus dengue (DENV) é uma necessidade real, uma vez que a doença pode se

manifestar com um amplo espectro de sinais e sintomas, similares a outros quadros

febris agudos. Durante a infecção por dengue se verifica também a produção da

imunoglobulina A (IgA) específica, que aumenta ao mesmo tempo que a

imunoglobulina M (IgM), permanece positiva por um período de tempo mais curto e

se apresenta em níveis mais elevados na infecção secundária. Objetivo: O presente

estudo teve como objetivo investigar a presença de IgA no soro durante a infecção

primária e secundária (sequencial) pelo DENV. Metodologia: Foram avaliadas

amostras de soro por meio do teste imunoenzimático de captura da IgA (AAC-

ELISA) in house. Resultados: Avaliou-se um total de 445 amostras de soro, sendo

171 caracterizados como infecção primária e 194 secundária; 40 amostras de

indivíduos saudáveis negativos para dengue e 40 de vacinados contra febre

amarela. As amostras foram distribuídas em 13 grupos. A positividade da IgA foi de

42,2% (154/365), sendo 27,5% (47/171) na infecção primária e 55,2% (107/194) na

secundária. Na infecção secundária, a IgA foi detectada do 2º ao 4º dias de sintomas

(grupo 1), antes mesmo da IgM, assim como no grupo 11 no qual a IgM não havia

sido detectada (infecção secundária). Na infecção primária o maior valor da

sensibilidade foi de 60,0 (36,4 - 80,0) no grupo com 30-35 dias de sintomas e na

secundária foi de 87,5% (60,4 – 97,8), grupo com 8 dias de sintomas. A

especificidade foi de 100% nas duas infecções (94,3 – 100). Ao aplicar o teste em

paralelo para ambas técnicas observou-se um aumento global de 6,6% na

sensibilidade do diagnóstico; sendo 2,7% para a infecção primária e de 15,2% para

a secundária. A IgA não foi detectada nas amostras dos indivíduos saudáveis, nem

nas amostras dos indivíduos recentemente vacinados contra febre amarela.

Conclusões: A detecção da IgA demonstrou ser útil como forma de diagnóstico

sorológico e em conjunto com a detecção da IgM poderá auxiliar na confirmação de

casos agudos de dengue e na interpretação dos resultados de casos inconclusivos,

permitindo a adoção de medidas preventivas para evitar a ocorrência de epidemias e

ocorrência de casos graves e óbitos.

Palavras-chave: Dengue, IgA, IgM, ELISA, infecção primária, infecção secundária.

Page 10: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

ABSTRACT

MORAIS, V.M.S. Determination of IgA capture ELISA for diagnosis of dengue.

Introduction: Diagnosis quick, simple and accurate to confirm infection by dengue

virus (DENV) is a real need, since the disease can manifest with a broad spectrum of

signs and symptoms similar to other acute febrile conditions. During dengue infection

is also seen production of immunoglobulin A (IgA)-specific, which enhances the

same time as immunoglobulin M (IgM) remains positive for a shorter time period and

performs at higher levels in secondary infection. Objective: This study aimed to

investigate the presence of serum IgA during primary infection and secondary

(sequential) by DENV. Methods: We evaluated serum samples using the enzyme

immunoassay capture of IgA (AAC-ELISA) in house. Results: We evaluated a total

of 445 serum samples characterized as being 171 primary and 194 secondary

infection; 40 samples were from healthy individuals negative for dengue and 40

vaccinated against yellow fever. The samples were divided into 13 groups. The

positivity of IgA was 42.2% (154/365) and 27.5% (47/171) in primary infection and

55.2% (107/194) in the secondary. In secondary infection, IgA was detected 2nd to

4th days of symptoms (group 1), even before the IgM, in the group 11 in which IgM

was not detected (secondary infection). In primary infection, the highest sensitivity

was 60.0 (36.4 to 80.0) in the group with 30-35 days of symptoms and the

secondary was 87.5% (60.4 to 97.8) group with 8 days of symptoms. The specificity

was 100% in both infections (94.3 - 100). In applying the test in parallel for both

techniques showed an overall increase of 6.6% in the sensitivity of diagnosis; being

2.7% for primary infection and 15.2% for secondary. IgA was not detected in samples

from healthy subjects, nor in samples of individuals recently immunized against

yellow fever. Conclusions: The detection of IgA proved to be a useful diagnostic

serology and in conjunction with the detection of IgM may assist in confirming acute

cases of dengue and interpretation of results inconclusive cases, allowing the

adoption of preventive measures to avoid the occurrence epidemics and severe

cases and deaths.

Keywords: Dengue, IgA, IgM, ELISA, primary infection, secondary infection.

Page 11: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Representação esquemática do genoma do vírus dengue................... 19

Figura 2 - Representação esquemática dos métodos empregados no

diagnóstico da dengue, conforme os dias de doença .........................................

23

Figura 3 - Representação esquemática da IgM e IgG conforme a infecção

primária e secundária..............................................................................................

25

ARTIGO

Fig. 1 - Detecção da IgA anti-DENV em casos de infecção primária (IP) e

infecção secundária (IS) de acordo com o número de dias após o início dos

sintomas.................................................................................................................

49

Page 12: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição das amostras de soro em grupos, de acordo com o

número de dias de sintomas e o tipo de infecção............................................

32, 43

Tabela 2 - Distribuição dos valores de sensibilidade, especificidade, valor

preditivo positivo e negativo do AAC-ELISA na infecção primária e na

secundária pelo DENV ...................................................................................

50

Tabela 3 - Distribuição dos valores de sensibilidade, especificidade, valor

preditivo positivo e negativo do AAC-ELISA na infecção primária em relação ao

número de dias após o inicio dos sintomas ........................................................

51

Tabela 4 - Distribuição dos valores de sensibilidade, especificidade, valor

preditivo positivo e negativo do AAC-ELISA na infecção secundária em relação ao

número de dias após o inicio dos sintomas........................................................

52

Page 13: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAC-ELISA Ensaio imunoenzimático para captura de anticorpos IgA

BSA Albumina bovina fração V

cDNA DNA complementar

CPqAM Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães

DENV Vírus dengue

DNA Ácido desoxirribonucleico

DO Densidade óptica

E Especificidade

ELISA Ensaio imunoenzimático

FHD Febre hemorrágica da dengue

IgA Imunoglobulina A

IgG Imunoglobulina G

IgM Imunoglobulina M

IP Infecção primária

IS Infecção secundária

LaViTE Laboratório de Virologia e Terapia Experimental

MAC-ELISA Ensaio imunoenzimático para captura de anticorpos IgM

NS1 Antígeno viral NS1

OMS Organização Mundial da Saúde

PBS Solução salina tamponada

RNA Àcido ribonucleico

RT-PCR Transcrição reversa seguida da reação em cadeia da polimerase

S Sensibilidade

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TMB Substrato tetra-metil-benzidina

VPN Valor preditivo negativo

VPP Valor preditivo positivo

Page 14: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 15

2 REVISAO DA LITERATURA.................................................................... 18

2.1 A dengue................................................................................................. 19

2.2 Manifestações clínicas ...................................................................... 19

2.3 Epidemiologia ..................................................................................... 20

2.4 Diagnóstico laboratorial..................................................................... 22

2.5 Resposta Imune.................................................................................. 24

2.6 Imunoglobulina A................................................................................. 25

3 OBJETIVOS............................................................................................. 28

3.1 Objetivo geral...................................................................................... 29

3.2 Objetivos específicos........................................................................ 29

4 METODOLOGIA....................................................................................... 30

4.1 Desenho do estudo ............................................................................ 31

4.2 População de estudo.................................................................................. 31

4.3 Definição do tamanho da amostra ......................................................... 31

4.4 Categorização das variáveis.............................................................. 32

4.5 Diagnóstico laboratorial para caracterização dos casos de

dengue .......................................................................................................

33

4.6 Caracterização das amostras usadas como controle negativo..... 34

4.7 Caracterização do controle positivo.................................................. 34

4.8 Ensaio imunoenzimático para detecção da IgA............................... 35

4.9 Análise estatística.............................................................................. 36

4.10 considerações éticas......................................................................... 37

5 RESULTADOS......................................................................................... 38

Artigo – Aplicação do ensaio imunoenzimático de captura da

imunoglobulina A (IgA) no diagnóstico sorológico da dengue...........

40

6 CONCLUSÕES DA DISSERTAÇÂO...................................................... 59

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................... 61

REFERÊNCIAS.......................................................................................... 63

Page 15: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

APÊNDICES................................................................................................ 68

Apêndice A – Versão do artigo 1 em inglês

ANEXOS...................................................................................................... 88

Anexo A – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFPE

Anexo B - Normas para publicação da revista científica

Page 16: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

15

1 INTRODUÇÃO

Page 17: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

16

O diagnóstico rápido, simples e preciso para confirmar a infecção pelo vírus

dengue (DENV) é uma necessidade real, uma vez que a doença pode se manifestar

com um amplo espectro de sinais e sintomas, similares a outros quadros febris

agudos (OLIVEIRA et al., 2008). Os testes laboratoriais para diagnosticar infecções

virais geralmente são baseados em métodos sorológicos, virológicos e moleculares.

Embora mais sensíveis e precisos, os testes moleculares possuem custo mais

elevado e necessitam de laboratórios especializados, razão pela qual os testes

sorológicos são os mais utilizados na rotina (GUZMÁN et al., 2010). Para Blacksell et

al. (2008), o uso de um teste preciso tem o propósito de auxiliar no manejo clínico

dos pacientes, principalmente em regiões endêmicas, onde as infecções podem

ocorrer dentro de um curto período de tempo.

Entre os testes sorológicos disponíveis, o ensaio imunoenzimático (ELISA)

para captura de anticorpos IgM (MAC-ELISA) permite realizar o diagnóstico

presuntivo de infecção recente ou ativa, em amostra única de soro do paciente,

sendo assim o método de eleição para a vigilância epidemiológica da dengue, uma

vez que pode ser empregado durante um longo período, geralmente até 70-90 dias

após o inicio dos sintomas (KUNO, GÓMEZ, GUBLER, 1987; GUZMÁN et al., 2010).

A IgM, geralmente, pode ser detectada a partir do quarto dia dos sintomas e

nos casos de infecção primária a técnica é extremamente sensível. Entretanto, os

resultados desta técnica devem ser interpretados com cuidado, pois em casos de

infecção secundária (sequencial) a produção de anticorpos IgM ocorre em baixos

níveis e nem sempre são detectáveis (GUZMÁN, KOURI, 1996; BALMASEDA et

al.,2003).

O diagnóstico realizado apenas pelo MAC-ELISA tem limitações quando

utilizados em regiões endêmicas, nas quais há uma elevada prevalência de

anticorpos para dengue e circulação dos diversos sorotipos do vírus. Nessas

regiões, nem sempre o achado de IgM é um indicativo de infecção aguda e recente,

pois segundo alguns autores (CHEN, HWANG, FANG, 1991; GUZMÁN et al, 2010),

a IgM pode permanecer por mais de oito meses após o início da doença. Às vezes é

difícil interpretar um resultado positivo (IgM) para dengue em pacientes com doença

febril, pois a presença de IgM pode refletir uma infecção de até oito meses

anteriores. Nestes casos, é de fundamental importância a solicitação de uma

segunda amostra de sangue para avaliação por outras técnicas sorológicas, como

inibição da hemaglutinação e/ou teste de neutralização (GUZMÁN et al., 2010).

Page 18: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

17

Durante a infecção aguda por dengue se verifica também a produção de IgA

específica, tendo sido demonstrado que essa imunoglobulina aumenta ao mesmo

tempo que a IgM, permanecendo positiva por um período de tempo mais curto e

apresenta níveis mais elevados em infecções secundárias (TALARMIN et al. 1998;

BALMASEDA et al. 2003; NAWA et al. 2005). Esse dado traz a possibilidade de que

a detecção sorológica da IgA poderia ser mais sensível que a da IgM, mostrando a

importância de sua detecção no diagnóstico de dengue (TALARMIN et al. 1998;

BALMASEDA et al. 2003; NAWA et al. 2005).

Existe um pequeno número de estudos sobre a detecção e cinética da IgA

como marcador sorológico na confirmação de casos de dengue. Além disso, não

existe um consenso sobre a possibilidade de se diagnosticar um caso de dengue,

por meio desta imunoglobulina. No entanto, por estudos já realizados, a detecção da

IgA poderá constituir um parâmetro para confirmação desta infecção, principalmente

nas infecções secundárias, uma vez que esta imunoglobulina aparece precocemente

e se apresenta em níveis mais elevados neste tipo de infecção (TALARMIN et al.

1998; BALMASEDA et al. 2003; NAWA et al. 2005).

No Brasil, ainda não há estudos sobre o diagnóstico sorológico de dengue

comparando a sensibilidade e especificidade da detecção da IgA e da IgM, por meio

do AAC-ELISA e MAC-ELISA, respectivamente. Acredita-se que o emprego dos dois

ensaios, em conjunto, poderá fornecer, além de informações úteis para a

interpretação dos resultados, permitirá a confirmação de casos agudos e/ou

recentes de dengue que poderão levar à adoção de condutas preventivas de modo a

evitar a ocorrência de epidemias e consequentemente, dos casos graves.

Assim, o presente estudo teve como objetivo verificar a utilidade da detecção

da IgA específica para o vírus dengue no soro, por meio ensaio imunoenzimático de

captura da IgA (AAC-ELISA), como forma de auxiliar no diagnóstico laboratorial, e

também avaliar se essa imunoglobulina representa um bom marcador para a

detecção de casos agudos e/ou recentes de dengue.

Page 19: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

18

2 REVISÃO DA LITERATURA

Page 20: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

19

2.1 A dengue

A dengue é uma infecção viral aguda de importância global em termos de

morbidade e mortalidade, transmitida por artrópodes, principalmente o mosquito

Aedes aegypti, infectado por um dos quatro sorotipos do vírus dengue (DENV)

(DENV-1, DENV-2, DENV-3, DENV-4). Mundialmente, é a doença mais importante

causada por um arbovírus, especialmente nas regiões tropicais e subtropicais

(PAULA, FONSECA, 2004).

O vírus dengue pertence à família Flaviviridae e ao gênero Flavivirus,

apresentando-se como uma partícula esférica medindo 40-50 nm de diâmetro, com

um envelope lipídico e RNA de fita simples, com polaridade positiva, possui um

genoma de aproximadamente 11 kb que codifica três proteínas estruturais, o

capsídeo, a membrana e o envelope, e sete proteínas não estruturais, NS1, NS2A,

NS2B, NS3, NS4A, NS4B e NS5, conforme a figura 1 (GUZMAN et al. 2010).

Figura 1- Representação esquemática do genoma do vírus dengue.

Fonte: Adaptado de GUZMAN et al. 2010.

Os quatro sorotipos do vírus são geneticamente relacionados, porém

antigenicamente distintos, causando manifestações clínicas similares, sendo

transmitido ao ser humano por meio da picada de um mosquito infectado do gênero

Aedes, sendo que o vetor mais importante nas epidemias é o Aedes aegypti

(ROTHMAN, 2011).

2.2 Manifestações clínicas

A dengue pode ocorrer de forma assintomática ou sintomática. Ela se

apresenta com uma grande variedade de sintomas, que vão desde a forma leve,

febre do dengue, também chamada de dengue clássica, até a febre hemorrágica da

Page 21: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

20

dengue/síndrome de choque da dengue. Manifestações clínicas, não usuais,

também têm sido relatadas, como as manifestações neurológicas (ORGANIZAÇÃO

MUNDIAL DA SAÚDE, 2009).

A dengue em sua forma clássica é uma doença febril, não fatal, com duração

de 5 a 7 dias. O período de incubação do vírus no homem pode variar de 3 a 14

dias, mas usualmente é de 5 a 7 dias. Os principais sinais e sintomas consistem de

febre súbita, dor retro-orbitária associada com o movimento dos olhos e congestão

conjuntival, cefaleia, artralgia, mialgia, prostração, exantema máculo-papular

generalizado, prurido, astenia, náuseas, vômitos, dor abdominal, sabor metálico nos

alimentos, mudança no estado psicológico, podendo ocorrer depressão pós-doença.

Em alguns casos, ocorre um segundo pico de febre que pode durar dois a três dias,

desaparecendo em seguida (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1995).

A grande maioria dos pacientes apresenta a forma leve da doença, a dengue

clássica que tem uma evolução benigna. Em uma proporção menor dos casos, a

doença apresenta evolução muito mais grave, como a febre hemorrágica da

dengue/síndrome de choque da dengue. Esta segunda forma da doença se

caracteriza pelo aumento da permeabilidade capilar, extravasamento de plasma e

anormalidades homeostáticas que podem evoluir para insuficiência circulatória e

choque hipovolêmico (KORAKA et al. 2001; ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE,

2009).

2.3 Epidemiologia

A dengue é uma das doenças infecciosas mais frequentes no Brasil e um dos

principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde

(OMS) estima que cerca de 2,5 bilhões da população mundial estão em risco de

infecção, ocorrendo mais de 50 milhões de casos a cada ano (GUZMAN et al. 2010;

WHITEHORN, SIMMONS, 2011).

No Brasil, a incidência tem aumentado desde 1986 devido às sucessivas

epidemias (BARRETO et al. 2011) e no século XXI tornou-se, mundialmente, o país

com o maior número de casos de dengue notificados (TEIXEIRA et al. 2009), com

cerca de 6.642.936 casos notificados entre os anos de 1990 a 2011, destacando os

anos de 2002 (696.472 casos), 2010 (1.011.548 casos) e 2011 (764.032 casos),

Page 22: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

21

quando ocorreram as maiores epidemias registradas no Brasil (PENNA et al. 2011;

BRASIL, 2013a).

Até 2009 circulavam no país os sorotipos 1, 2 e 3 do vírus, mas em 2010 o

DENV-4 foi reintroduzido no país, tendo sido isolado em 2010 em Boa Vista, a

capital do estado de Roraima (TEMPORÃO et al. 2011), com posterior disseminação

nos estados do Amazonas, Pará, Piauí, Pernambuco, Bahia, Ceará, Rio de Janeiro e

São Paulo (NOGUEIRA, EPPINGHAUS, 2011).

O primeiro surto de dengue em Pernambuco ocorreu em 1987 (DENV-1) com

mais de dois mil casos notificados, porém esse surto foi logo controlado e só em

1995 ocorreu uma nova epidemia com a introdução do sorotipo 2 (CORDEIRO et al.

2007a). A partir de 2002 os três sorotipos (DENV-1, -2, -3) circularam

simultaneamente, e nesse mesmo ano, o Estado de Pernambuco registou sua maior

epidemia de dengue (CORDEIRO et al. 2007b), com 99.652 casos, apresentando

uma incidência de 1.235,7/100.000 habitantes (BRASIL, 2013a; BRASIL, 2013b).

Em 2012 foi detectado o sorotipo 4 no estado de Pernambuco,

consequentemente, um novo surto foi verificado em consequência da falta de

imunidade da população para esse sorotipo, tendo sido notificados 12.236 casos na

cidade do Recife (BRASIL, 2013a).

A circulação simultânea dos vários sorotipos, de acordo com a teoria da

infecção sequencial, representa um fator de risco para a ocorrência da febre

hemorrágica da dengue (FHD), devido à formação de imunocomplexos resultantes

da presença de anticorpos heterólogos para dengue no indivíduo infectado por um

novo sorotipo (TEIXEIRA et al. 2009). Em consequência da circulação simultânea de

sorotipos do vírus foi registrado no Estado de Pernambuco, em 2002, o maior

número de óbitos (20 casos) por FHD, seguido de 13 casos em 2011 (BRASIL,

2013c).

O aumento do número de casos de dengue preocupa as autoridades de

saúde devido às dificuldades em controlar as epidemias e a necessidade de

expandir os serviços de saúde para tratar os pacientes (TEIXEIRA et al. 2009). Três

em cada quatro municípios brasileiros estão densamente povoados com o principal

vetor da dengue, o Aedes aegypti, tornando-se difícil o controle desse mosquito,

principalmente porque depende também da conscientização da população, para a

redução e/ou eliminação de potenciais criadouros, além da necessidade de políticas

públicas voltadas para as atividades de vigilância epidemiológica e vetorial, com

Page 23: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

22

capacidade de monitoramento da circulação viral (GUBLER, 1998). Como não existe

ainda uma vacina disponível para a população até o momento, apesar de haver

algumas vacinas candidatas em fase de teste clinico, as pespectivas para o controle

efetivo do dengue não são animadoras, considerando a dificuldade em se controlar a

proliferação do vetor (BARRETO et al. 2011).

2.4 Diagnóstico laboratorial

A confirmação laboratorial da infecção pelo DENV é importante considerando

que muitos dos sintomas da dengue são comuns a outras viroses, fazendo-se

imprescindível o diagnóstico diferencial em muitos casos. Vários métodos podem ser

empregados para o diagnóstico (Figura 2), como o isolamento do vírus em cultura de

células, a detecção do RNA viral pela reação em cadeia da polimerase, associada à

transcrição reversa (RT-PCR), a detecção da proteína NS1 (antígeno viral) no

sangue e em tecidos (óbitos), além da detecção de anticorpos específicos no soro

(GUZMÁN et al., 2010).

O isolamento viral pode ser realizado por meio da inoculação da amostra de

sangue e/ou soro em culturas de células, principalmente as originadas de mosquito,

como o clone C6/36 de Aedes albopicuts (SHU, HUANG, 2004). Entretanto, essa

técnica não é usada como um procedimento de rotina de diagnóstico em virtude da

necessidade de pessoal e laboratório especializados e requer de uma a duas

semanas para se obter o resultado (DATTA, WATTAL, 2004). No Brasil, o

isolamento viral é realizado pelos Laboratórios de Saúde Pública de Referência em

dengue, pertencente à Rede Nacional de Laboratórios do Ministério da Saúde.

O diagnóstico molecular realizado pela RT-PCR tem um papel fundamental

porque é capaz de identificar de forma rápida a presença do vírus durante a fase

aguda da doença (YAP, SIL, NG, 2011). Entretanto, a exigência de uma equipe

treinada, a necessidade de vários equipamentos especiais, bem como o custo

elevado associado aos métodos moleculares tem limitado sua aplicação como

diagnóstico de rotina (DATTA, WATTAL, 2004).

O diagnóstico sorológico pode ser feito por meio de vários métodos (inibição

da hemaglutinação, teste de neutralização, etc), contudo, o ensaio imunoenzimático

(ELISA) é o método mais utilizado, sendo de grande utilidade devido a sua alta

Page 24: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

23

sensibilidade e fácil execução, além de não exigir, necessariamente, duas amostras

de soro como nos demais métodos (PAULA, FONSECA, 2004).

O ELISA tem sido usado para detectar anticorpos IgM na fase aguda e na

convalescença, além dos anticorpos IgG anti-dengue. Entretanto, os anticorpos IgM

são melhores detectados a partir do quinto dia após o início da doença, tornando

essa técnica inviável para um diagnóstico precoce, ou seja, nos primeiros dias de

doença (PAULA, FONSECA, 2004), apresentando também limitações que consistem

nas variações da taxa de detecção durante a fase aguda da doença (LIMA et al .

2010).

A detecção do antígeno NS1, encontrado no soro ou plasma durante a fase

aguda da doença, tem oferecido um novo caminho para o diagnóstico precoce e

rápido ainda na fase aguda da infecção, podendo ser realizado pela maioria dos

laboratórios públicos ou privados. Atualmente sua maior desvantagem é o custo

mais elevado em relação aos testes para detecção de anticorpos (TRICOU et al.

2010).

Figura 2 - Representação esquemática dos métodos empregados no diagnóstico da dengue

conforme os dias de doença.

Fonte: Adaptado de HALSTEAD, 2007.

Page 25: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

24

2.5 Resposta Imune

Durante a infecção o pico da viremia ocorre após o surgimento dos primeiros

sintomas, mesmo quando o paciente não apresenta manifestações clínicas que o

faça procurar atendimento médico. Os vírus circulantes permanecem detectáveis

geralmente até o quinto dia de doença, coincidindo com o período de elevação dos

níveis de anticorpos, porém, em muitos casos é possível detectar o vírus até o

sétimo dia de doença (GUBLER, 1998).

A resposta imune adquirida após a infecção pelo DENV consiste na produção

da IgM, IgG e IgA, que são específicas principalmente para a proteína do envelope

viral, e a intensidade da resposta varia dependendo do tipo de infecção (PEELING et

al., 2010).

Dois padrões de resposta imune podem ser observados nas infecções

agudas: a resposta primária, que ocorre em indivíduos que não são imunes ao vírus

e a resposta secundária, que ocorre em indivíduos com infecção aguda pelo DENV e

que já tiveram uma infecção anterior por outro sorotipo do vírus. Ressaltando que

um indivíduo infectado com um sorotipo apresenta imunidade permanente ao vírus

infectante, ou seja, não se infecta mais com o mesmo sorotipo do DENV

(HALSTEAD, 2007).

De acordo com Halstead (2007), durante a infecção primária, a viremia

coincide mais ou menos com a febre e é caracterizada por uma resposta lenta e de

baixo título de anticorpos. A primeira imunoglobulina que surge é a IgM, enquanto

que a IgG aparece com títulos baixos no final da primeira semana da doença e

aumenta lentamente (Figura 3).

Já nas infecções secundárias, altos níveis de IgG são detectáveis, mesmo na

fase aguda e aumentam nas duas semanas seguintes. A cinética da resposta da IgM

é mais variada, aparecendo mais tarde durante a fase febril da infecção secundária

e é precedida por IgG, ressaltando-se que algumas sorologias negativas para IgM

são observadas nestas infecções (GUZMÁN, KOURÍ, 2004).

Page 26: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

25

Figura 3 - Representação esquemática da IgM e IgG conforme a infecção primária e

secundária.

Fonte: Adaptado de PEELING et al., 2010.

Após a febre e mal-estar causados pelo DENV, geralmente os pacientes

procuram atendimento médico nos primeiros dias de febre e nesta fase o diagnóstico

só é possível por meio da detecção do vírus, do RNA viral ou da proteína não

estrutural NS1 (antígeno viral) presentes no sangue. O diagnóstico sorológico pela

detecção de IgM é difícil de ser feito até a redução da febre e quando realizado

neste período, se a IgM for negativa deve ser solicitada uma segunda amostra de

sangue, coletada após o término da febre, na fase convalescente. Outros testes

sorológicos, como o de inibição da hemaglutinação e o teste de neutralização

exigem amostras pareadas de soro, o que nem sempre é possível se obter

(GUZMÁN, KOURÍ, 2004; PEELING et al., 2010).

2.6 Imunoglobulina A

Na infecção pelo DENV a IgA é produzida quase ao mesmo tempo que a IgM

e pode ser igualmente detectada no sangue, podendo, portanto, ser empregada para

fins de diagnóstico.

4

Page 27: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

26

Na Guiana Francesa, Talarmin et al. (1998), utilizando as técnicas do MAC-

ELISA e AAC-ELISA em 178 amostras de soros (37 infecção primária e 25 infecção

secundária) observaram que a positividade para IgA anti-DENV ocorreu em média

um dia após o aparecimento da IgM. Porém o tipo de infecção não foi estabelecido

para a maior parte das amostras (n = 116), conforme os critérios utilizados pelos

autores. Observaram o pico da produção da IgA no 8º dia, diminuindo mais rápido do

que o da IgM, não sendo encontrada após 40 dias do início dos sintomas. No

entanto, o valor preditivo positivo e a especificidade do AAC-ELISA foram de 100%

nos soros de referência, já a sensibilidade e o valor preditivo negativo foram de

100% apenas entre o 6º e 25º dia após o início da infecção, o que sugere que a

presença do IgA é um indicador de infecção ocorrida dentro deste período.

Posteriormente, Balmaseda et al. (2003) ao analisarem apenas as infecções

secundárias pelo DENV, na Nicaragua, verificaram que a detecção de IgA no soro

ocorre antes da IgM em relação ao início dos sintomas e em níveis mais elevados,

indicando que a pesquisa desta imunoglobulina pode ser útil na detecção de

infecção secundária. Também encontraram uma sensibilidade de 94,4%,

especificidade de 74,7%, valor preditivo positivo de 78.2% e valor preditivo negativo

de 93.3%. Todavia, indicaram que a detecção IgA no soro pode ser uma outra

alternativa viável para o diagnóstico de infecção por DENV.

Vázquez et al. (2005) também obtiveram um percentual de detecção da IgA

mais elevado nos casos secundários. Ao avaliarem 127 amostras de soro coletadas

entre o 5º e 7º dia após o início da febre, dos quais 42 foram classificados como

dengue primária, 48 como secundário de dengue clássico e 37 casos secundários

de FHD, obtiveram resultados positivos para IgA de: 23,8% (10/42), 85,4% (41/48) e

56,8% (21/37), respectivamente.

Ahmed et al. (2010) avaliando um teste rápido para IgA (ASSURE® Dengue

IgA Rapid Test) em 58 amostras de pacientes com infecção primária, 121 com

infecção secundária e 245 pacientes negativos para dengue, verificaram uma

sensibilidade total de 99,4% (178/179); 100% na infecção primária (58/58) e 99,2%

(120/121) na infecção secundária, sendo a especificidade de 99,2%.

Tan et al. (2011) utilizando o mesmo teste rápido obtiveram uma sensibilidade

e especificidade global de 86,70% (202/233) e 86,05% (586/681), respectivamente.

Por outro lado, encontraram uma sensibilidade de 77,42% (72/93), na infecção

primária e 92,86% (130/140) na secundária.

Page 28: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

27

Hernández et al. (2012) uutilizando o teste rápido para IgA (ASSURE®) em

172 amostras de pacientes com dengue encontraram uma positividade de 61%.

Estes autores ao avaliarem a positividade após os dias de sintomas, encontraram os

valores de 33,3% (4/12) nos soros coletados no mesmo dia do início da febre e de

81,2% (23/28) nas amostras coletadas cinco dias após o início da febre.

Classificaram 143 casos como infecção primária e 29 secundária, dessa forma

encontraram uma sensibilidade e especificidade global de 85,1% e 61,0%,

respectivamente.

Da mesma forma, Hernández et al. (2012) analisaram 47 amostras de

doadores de sangue negativos para dengue e o teste rápido apresentou 7 (14,9%)

amostras positivas, uma especificidade de 85,1%. Por outro lado, ao avaliarem um

soro de paciente com febre amarela e cinco soros de vacinados contra febre

amarela obtiveram resultado negativo, sugerindo que os anticorpos contra a febre

amarela não são detectados pelo teste rápido.

As pesquisas até então realizadas utilizando a IgA como forma de confirmar

casos de dengue sugerem que o emprego das imunoglobulinas M e A, em conjunto,

poderão fornecer informações úteis no diagnóstico laboratorial da dengue.

Page 29: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

28

3 OBJETIVOS

Page 30: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

29

3.1 Objetivo geral

Estimar a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo do

ensaio imunoenzimático de captura de IgA específica na infecção primária e

secundária pelo vírus dengue.

3.2 Objetivos específicos

Estimar a frequência da IgA no soro utilizando o AAC-ELISA durante a infecção

primária e secundária pelo DENV;

Estimar a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo do

AAC-ELISA segundo os dias de sintomas na infecção primária e secundária;

Estimar a especificidade do AAC-ELISA frente às amostras negativas para

dengue e após a vacinação contra febre amarela;

Comparar a detecção da IgA e IgM segundo os dias de sintomas na infecção

primária e secundária;

Estimar a sensibilidade da aplicação em paralelo dos ensaios em conjunto para a

detecção da IgM e IgA na infecção primária e secundária.

Page 31: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

30

4 METODOLOGIA

Page 32: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

31

4.1 Desenho do estudo

Trata-se de um estudo observacional analítico do tipo transversal, utilizando

grupos de comparação.

4.2 População de estudo

Foram incluídas neste estudo 445 amostras de soro humano do banco de

amostras biológicas provenientes de projetos de pesquisas desenvolvidos no

Departamento de Virologia e Terapia Experimental (LaViTE), do Centro de

Pesquisas Aggeu Magalhães/Fiocruz. Sendo 365 amostras de casos confirmados de

dengue, 40 soros de indivíduos saudáveis negativos para dengue e 40 soros de

indivíduos saudáveis vacinados contra o vírus da febre amarela, com IgM anti-febre

amarela.

4.3 Definição do tamanho da amostra

Considerando que anticorpos IgM anti-dengue desenvolvem-se rapidamente,

podendo ser detectados em cerca de 80% dos pacientes com cinco dias de doença,

e tomando como base esta prevalência, com o erro aceitável de 5 % e o intervalo

de confiança de 95 %, a amostra foi determinada em 246 soros. Entretanto, devido à

disponibilidade do banco de amostras biológicas (previamente caracterizadas) do

LaViTE, optou-se por utilizar um total de 445 soros distribuídos em 13 grupos. As

365 amostras positivas para dengue foram divididas em 11 grupos, conforme

demonstrado na tabela 1.

Page 33: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

32

Tabela 1 - Distribuição das amostras de soro em grupos, de acordo com o número de dias após o início da febre e o tipo de infecção.

Grupos

Dias após

o inicio dos sintomas

Presença

da IgM

Tipo de infecção

IP (N=171)

IS (N=194)

Total (N=365)

1# 2-4 Não 17 15 32

2 5 Sim 17 19 36

3 6 Sim 16 15 31

4 7 Sim 19 19 38

5 8 Sim 17 16 33

6 9 Sim 15 16 31

7 10 Sim 16 17 33

8 15-20 Sim 16 21 37

9 30-35 Sim 20 17 37

10 45-50 Sim 18 14 32

11# 10 - 21 Não - 25 25

#Casos de dengue com IgM negative, mas com isolamento do vírus e/ou RT-PCT positivo;

IP = infecção primária; IS = infecção secundária; N = número de soros testados.

Distribuição das amostras de soro em grupos, de acordo com o número de dias de sintomas e o tipo de infecção.

Adicionalmente, foram incluídos dois grupos como controles negativos para

comparação: o grupo 12, composto por amostras de 40 indivíduos saudáveis,

negativos para dengue e o grupo 13 formado por amostras dos mesmos indivíduos

coletadas após a vacinação contra febre amarela e que possuem IgM positiva para

este vírus, com a finalidade de avaliar a ocorrência de reação cruzada (falso positivo

para IgA anti-dengue). As amostras de soro encontravam-se estocadas a -20o C, em

pequenas alíquotas.

4.4 Categorização das variáveis

a) Dependente: IgA. Definição: detecção da IgA no soro. Categorização:

Presente/Ausente.

b) Independente: dias. Definição: dias após os sintomas. Categorização: de 02 a

50 dias.

Page 34: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

33

4.5 Diagnóstico laboratorial para caracterização dos casos de dengue

Indivíduos com suspeita clínica de dengue atendidos em hospitais públicos e

privados da cidade do Recife tiveram amostras de sangue coletadas durante a fase

aguda da doença, na convalescença e após esse período, constituindo uma coorte

clínica de pacientes para pesquisas sobre a dengue, conforme descrito por Cordeiro

et al. (2007). De forma sucinta, o diagnóstico laboratorial para confirmação e

caracterização dos casos de dengue foi realizado conforme descrito a seguir:

Para o isolamento dos vírus foi utilizada a linhagem celular de mosquito Aedes

albopictus, clone C6/36 (IGARASHI, 1978), utilizando-se o meio Leibovitz L15 (GIBCO,

Invitrogen Co., Grand Island, New York), com 5% de soro fetal bovino para o meio de

crescimento e com 2% para o meio de manutenção. Os vírus isolados foram

identificados por meio da técnica de imunofluorescência indireta (HENCHAL et al.,

1982), utilizando-se anticorpos monoclonais para o quatro sorotipos do DENV (Bio-

Manguinhos/Fiocruz).

O diagnóstico molecular foi realizado por meio da reação em cadeia da

polimerase precedida pela transcrição reversa (RT-PCR). A extração do RNA viral

do soro foi feita utilizando-se o QIAmp Viral Mini Kit (QIAGEN, Inc., Valencia, CA,

EUA). Para a detecção do RNA viral e identificação do vírus foi utilizado o protocolo

descrito por Lanciotti et al. (1992). Nesta técnica são utilizados iniciadores (primers)

universais do vírus dengue localizados nos genes C e prM e o sorotipo é identificado

mediante o uso de primers sorotipo-específico em um semi-nested PCR em uma

segunda amplificação.

Para a detecção de anticorpos IgM e IgG anti-dengue foram utilizados os kits

ELISA da PANBIO, captura de IgM anti-dengue e o ELISA IgG anti-dengue (PanBio,

Pty., Ltd., Brisbane, Australia) e os ensaios realizados e interpretados conforme

recomendado pelo fabricante.

A caracterização do tipo de resposta imune do paciente à infecção pelo vírus

dengue, em primária e secundária, foi feita baseada na cinética dos anticorpos das

classes IgM e IgG, de acordo com os seguintes critérios:

A) Infecção Primária foi definida pela ausência de anticorpos IgG anti-dengue na

amostra de soro coletada durante a fase aguda da doença, enquanto IgM estava

presente; e/ou isolamento de vírus e/ou RT-PCR positivos. Na segunda amostra

Page 35: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

34

coletada na fase convalescente, anticorpos IgG anti-dengue eram detectados, sendo

observada conversão sorológica.

B) Infecção secundária foi definida pela detecção de anticorpos IgG anti-dengue na

amostra de soro coletada na fase aguda da doença e ausência de IgM anti-dengue,

associada (ou não) com isolamento de vírus e/ou RT-PCR positivos, em alguns

casos. Na amostra de soro coletada na fase convalescente eram detectados

anticorpos IgM específicos (CORDEIRO et al, 2007b).

4.6 Caracterização das amostras usadas como controles negativos

As amostras de soro utilizadas como grupo controle negativo foram obtidas de

indivíduos saudáveis antes de receberem a vacina contra febre amarela (n=40),

com nova coleta dos mesmos indivíduos 30 a 60 dias após a vacinação (n=40; IgM

e IgG positivos para febre amarela), e se encontram estocadas a -20o C no banco

de amostras biológicas do LaViTE. Essas amostras foram previamente testadas

para presença de anticorpos IgM anti-dengue; ELISA IgM e IgG para o vírus febre

amarela e ao teste de neutralização por redução de placas para febre amarela,

conforme descritos em Melo et al. (2011).

Além destas amostras foi utilizado como controle negativo do teste, em todos

os experimentos, um pool de soros negativos para dengue, febre amarela, rubéola,

sarampo e parvovírus.

4.7 Caracterização do controle positivo

Para obtenção das amostras de soros IgA positivas para o DENV, utilizadas

como controle positivo nos ensaios, foram triadas 20 amostras de soro IgM- positivas

para dengue por meio do teste rápido imunocromatográfico ASSURE® Dengue IgA

Rapid Test (MP Diagnostics). Obteve-se 11 amostras IgA positivas, das quais foi

feito um pool de seis soros e estocados à -20o C em pequenas alíquotas.

Page 36: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

35

4.8 Ensaio imunoenzimático para detecção da IgA

O ensaio imunoenzimático para captura de IgA in house (AAC-ELISA) utilizado

no estudo baseou-se no protocolo do MAC-ELISA desenvolvido por Kuno, Gómez,

Gubler (1987), com algumas modificações.

Sensibilização da microplaca

Na primeira etapa do ensaio microplacas de poliestireno com 96 poços foram

lavadas com uma solução de salina tamponada (PBS) com 0,05% de Tween. Em

seguida foram sensibilizadas com 100µl de anti-IgA humana (SIGMA) diluída em

tampão carbonato pH 9.0, contendo 2µg/poço e incubadas por 24 horas a 4°C, em

câmara úmida. No dia seguinte realizou-se cinco lavagens com PBS/0,05% Tween.

Bloqueio dos sítios inespecíficos

A segunda etapa consistiu no bloqueio de sítios inespecíficos com a adição

de 200 µl da solução de PBS com 4% de albumina bovina fração V (BSA)-(INLAB)

nas microplacas e incubação à temperatura ambiente, em câmara úmida, por 30

minutos, sendo em seguida lavadas quatro vezes com PBS/0,05% Tween.

Adição das amostras

Amostras de soro, controle positivo e negativo foram diluídos 1:10 em PBS pH

7.4 com 1% BSA (diluente do teste) e 50l dessas amostras foram dispensadas na

microplaca, em duplicata. Dois orifícios foram destinados ao branco contendo 50l

do diluente, em seguida a microplaca foi incubada por 1 h a 37ºC, em câmara

úmida, com posterior lavagem.

Adição dos antígenos

Foram utilizados antígenos para cada sorotipo do DENV produzidos em

cérebro de camundongos (extraídos por acetona), pelo Serviço de Arbovirologia do

Instituto Evandro Chagas (Ministério da Saúde), em Belém (PA), gentilmente

cedidos por Dr. Pedro Vasconcelos. Os antígenos foram previamente titulados,

individualmente, para determinar a diluição ótima dos mesmos. Na reação foi

utilizado um pool dos quatro antígenos diluídos (1/30) em PBS/1% BSA e

Page 37: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

36

dispensados 50l por poço, incubação por 1 h a 37°C, em câmara úmida, seguida

de cinco lavagens.

Adição do anticorpo secundário (conjugado à peroxidade)

Foram dispensados 25l (por poço) do anticorpo secundário anti-flavivírus

(MAB 6B6C-1), (CDC, Estados Unidos), previamente titulado, diluído 1/13.000 em

PBS /1% BSA, seguida de incubação por 1 h a 37°C e cinco lavagens após esse

tempo.

Adição do substrato

Foram adicionados à microplaca 100l do substrato tetra-metil-benzidina

(TMB Substrate Reagent Set, BD Biosciences) e incubadas por 30 minutos à

temperatura ambiente, protegido da luz. Após esse tempo a reação foi parada com a

adição de 100l / poço de uma solução de H2SO4 a 12,5%. A leitura da densidade

óptica (DO) das amostras foi realizada em espectrofotômetro (Bio-Rad Laboratories,

Inc.), utilizando filtro de 450 nm.

Interpretação dos resultados

Para a interpretação dos resultados foi calculado um valor de index com base

no seguinte cálculo: média da absorbância do soro-teste / média da absorbância do

controle negativo. Foram consideradas positivas (reagentes) as amostras que

apresentaram o valor do índex maior que dois e negativas (não reagentes) aquelas

com valor de index igual ou menor que dois. As amostras com resultado

indeterminado foram repetidas.

4.9 Análise estatística

Os resultados das leituras obtidas no AAC-ELISA foram armazenados numa

planilha Excel. A análise estatística foi realizada no software Epi-Info 6.04d. Foi

aplicado o teste qui-quadrado, admitindo um p < 0,05 para avaliar a significância da

detecção da IgA na infecção primária e secundária. Adicionalmente foi aplicado o

teste em paralelo para estimar a sensibilidade do MAC e AAC-ELISA em conjunto.

Page 38: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

37

4.10 considerações éticas

As amostras de soro utilizadas nesta pesquisa pertencem ao banco de

amostras biológicas do LaViTE/CPqAM, provenientes de pacientes com diagnóstico

de dengue utilizados em projetos de pesquisa desse departamento, não havendo

necessidade de coletar novas amostras.

Os integrantes do banco de amostras biológicas haviam assinado o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) com aprovação do Comitê de Ética em

Pesquisa do CPqAM/Fiocruz. Porém, para a realização do presente estudo, foi

submetido também ao Comitê de ética da UFPE e aprovado sob o Nº 510/11 (Anexo

A).

Page 39: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

38

5 RESULTADOS

Page 40: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

39

Os resultados da pesquisa serão apresentados na forma de artigo

científico que será submetido ao periódico Diagnostic Microbiology and

infectious Disease, qualis B1. Medicina II.

Page 41: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

40

Artigo

Aplicação do ensaio imunoenzimático de captura da

imunoglobulina A (IgA) no diagnóstico sorológico da dengue

Viviane Martha Santos de Moraisa,b, Maria Rosângela Cunha Duarte Coêlhob,c, Ana

Isabel Vieira Fernandesd, Jéfferson Luis de Almeida Silvaa,b, Verônica Gomes da

Silvae, Marli Tenório Cordeiroe, f

aPrograma de Pós-Graduação em Medicina Tropical, Universidade Federal de Pernambuco, Recife-

PE Brasil; bSetor de Virologia do Laboratório de Imunopatologia Keizo-Asami (LIKA), Universidade

Federal de Pernambuco, Recife-PE Brasil; cDepartamento de Fisiologia e Farmacologia do Centro de

Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife-PE, Brasil; dDepartamento de

Promoção da Saúde do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba;

eLaboratório de Virologia e Terapia Experimental do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães,

Fundação Oswaldo Cruz, Recife-PE Brasil; fLaboratório Central de Saúde Pública, Secretaria de

Saúde do Estado de Pernambuco, Recife-Pe, Brasil.

Resumo

Pesquisou-se a IgA anti-DENV pelo ELISA de captura de IgA (AAC-ELISA) in

house, em 171 soros de casos de infecção primária (IP) e 194 de secundária (IS),

distribuídos de acordo com dias de sintomas. A sensibilidade geral do teste foi de

42,2% (154/365), com maior positividade na IS em relação à IP (55,2% vs. 27,5%; p

= 0,000); e especificidade de 100%. Na infecção secundária a IgA foi detectada 2 a 4

dias após o inicio dos sintomas, antes da IgM, assim como em amostras com 10 a

21 dias, sem IgM. Observou-se maior sensibilidade na IP (60,0%) 30-35 dias após o

inicio dos sintomas e na IS com 8 dias (87,5%). A detecção de IgM e IgA em

Page 42: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

41

paralelo aumentou a sensibilidade do diagnóstico sorológico, em particular na IS, de

79,4% para 94,6%. Não se observou resultado falso-positivo. O AAC-ELISA

demonstrou ser útil para confirmar casos de dengue e utilizada em paralelo com a

IgM aumentou a sensibilidade do diagnóstico sorológico, de 84,4% (IgM) para 91,0%

(IgM + IgA).

1. Introdução

A dengue é uma doença viral aguda, causada por um dos quatro sorotipos do

vírus dengue (DENV), que pode se manifestar com um amplo espectro de sinais e

sintomas, similares a outros quadros febris agudos (Oliveira et al., 2008).

Na dengue podem ser observados dois padrões de resposta imune: a

infecção primária, que ocorre em indivíduos que não são imunes a nenhum dos

quatro sorotipos do vírus e a infecção secundária, quando o indivíduo foi re-infectado

por um sorotipo do DENV diferente do da infecção anterior (Halstead, 2007).

De acordo com Halstead (2007), durante a infecção primária a viremia

coincide com a febre, sendo caracterizada por uma resposta lenta e com baixo título

de anticorpos. A primeira imunoglobulina que surge é a IgM, enquanto que a IgG

aparece em títulos baixos no final da primeira semana da doença e aumenta

lentamente. Já nas infecções secundárias, são detectáveis altos níveis de IgG,

mesmo na fase aguda e aumentam nas duas semanas consecutivas.

Na fase aguda da infecção a dengue pode ser diagnosticada pela detecção

do RNA viral por meio da reação em cadeia da polimerase associada à

transcriptase reversa (RT-PCR), pelo isolamento do vírus, ou pela detecção do

antígeno NS1. Entretanto, o ensaio imunoenzimático de captura de anticorpos IgM

(MAC-ELISA) é o mais comumente utilizado e permite realizar o diagnóstico

Page 43: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

42

presuntivo de infecção recente ou ativa. Utiliza-se uma amostra única de soro do

paciente e pode ser empregado até 70 a 90 dias após o inicio dos sintomas

(Guzmán et al., 2010; Kuno, Gómez, Gubler, 1987).

O diagnóstico de dengue realizado apenas pela detecção da imunoglobulina

M (IgM) apresenta limitações quando utilizado em regiões endêmicas, nas quais há

elevada prevalência e circulação dos diversos sorotipos do vírus, e, nem sempre, a

detecção da IgM indica uma infecção aguda e recente. Por outro lado, os resultados

desta técnica devem ser interpretados com cautela, pois a presença de IgM pode

refletir uma infecção ocorrida até oito meses anteriores (Chen, Hwang, Fang, 1991)

e em alguns casos de infecção secundária (sequencial), a produção da IgM

encontra-se em baixos níveis e às vezes não detectáveis (Balmaseda et al., 2003;

Guzmán, Kouri, 1996).

Na infecção pelo vírus dengue a imunoglobulina A (IgA) é produzida

simultaneamente à IgM e pode ser igualmente detectada no sangue, podendo,

portanto, ser empregada para fins de diagnóstico. Segundo alguns estudos, a

detecção da IgA anti-DENV pode ocorrer antes da IgM e decresce mais rápido que a

IgM, não sendo encontrada após 40 dias do início dos sintomas (Balmaseda et al.,

2003; Talarmin et al., 1998).

Portanto, o presente estudo teve como objetivo estimar a sensibilidade e

especificidade do AAC-ELISA na detecção da IgA anti-DENV, assim como avaliar se

essa imunoglobulina representa um bom marcador para auxiliar no diagnóstico

laboratorial da doença.

Page 44: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

43

2. Material e Métodos

2.1. População de estudo e tamanho da amostra

Foram incluídas neste estudo 445 amostras de soro do banco de amostras

biológicas do Departamento de Virologia e Terapia Experimental (LaViTE), do

Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fiocruz, Recife-PE, Brasil. Foram avaliadas

365 amostras de indivíduos com suspeita clínica de dengue atendidos em hospitais

públicos e privados da cidade do Recife, confirmados como dengue, conforme

descrito por Cordeiro et al. (2007), distribuídas em 11 grupos, de acordo com o

número de dias de sintomas, como demonstrado na tabela 1.

Tabela 1 Distribuição das amostras de soro em grupos, de acordo com o número de dias após o início da febre e o tipo de infecção

Grupos

Dias após

o inicio dos sintomas

Presença

da IgM

Tipo de infecção

IP (N=171)

IS (N=194)

Total (N=365)

1# 2-4 Não 17 15 32

2 5 Sim 17 19 36

3 6 Sim 16 15 31

4 7 Sim 19 19 38

5 8 Sim 17 16 33

6 9 Sim 15 16 31

7 10 Sim 16 17 33

8 15-20 Sim 16 21 37

9 30-35 Sim 20 17 37

10 45-50 Sim 18 14 32

11# 10 - 21 Não - 25 25

#Casos de dengue com IgM negative, mas com isolamento do vírus e/ou RT-PCT positivo;

IP = infecção primária; IS = infecção secundária; N = número de soros testados.

Page 45: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

44

Adicionalmente, foram incluídos dois grupos de controles negativos para

comparação: o grupo 12, composto por amostras de 40 indivíduos saudáveis,

negativos para dengue e o grupo 13 composto por amostras dos mesmos indivíduos

coletadas após a vacinação contra febre amarela, com IgM positiva para esse vírus,

com a finalidade de avaliar a ocorrência de reação cruzada. As amostras de soro

encontravam-se estocadas a -20o C, em pequenas alíquotas.

2.2. Caracterização das amostras dos casos de dengue

De forma sucinta, o diagnóstico laboratorial para confirmação e

caracterização dos casos de dengue foi realizado conforme descrito a seguir:

Para o isolamento dos vírus foi utilizada a linhagem celular de mosquito Aedes

albopictus, clone C6/36 (Igarashi, 1978), utilizando-se o meio Leibovitz L15 (GIBCO,

Invitrogen Co., Grand Island, New York), com 5% de soro fetal bovino para o meio de

crescimento e com 2% para o meio de manutenção. Os vírus isolados foram

identificados por meio da técnica de imunofluorescência indireta (Henchal et al., 1982),

utilizando-se anticorpos monoclonais para o quatro sorotipos do DENV (Bio-

Manguinhos/Fiocruz).

O diagnóstico molecular foi realizado por meio da reação em cadeia da

polimerase precedida pela transcrição reversa (RT-PCR). A extração do RNA viral

do soro foi feita utilizando-se o QIAmp Viral Mini Kit (QIAGEN, Inc., Valencia, CA,

EUA). Para a detecção do RNA viral e identificação do vírus foi utilizado o protocolo

descrito por Lanciotti et al. (1992). Nesta técnica são utilizados iniciadores (primers)

universais do vírus dengue localizados nos genes C e prM e o sorotipo é identificado

mediante o uso de primers sorotipo-específico em um semi-nested PCR em uma

segunda amplificação.

Page 46: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

45

Para a detecção de anticorpos IgM e IgG anti-dengue foram utilizados os kits

ELISA da PANBIO, captura de IgM anti-dengue e o ELISA IgG anti-dengue (PanBio,

Pty., Ltd., Brisbane, Australia) e os ensaios realizados e interpretados conforme

recomendado pelo fabricante.

A caracterização do tipo de resposta imune do paciente à infecção pelo vírus

dengue, em primária e secundária, foi feita baseada na cinética dos anticorpos das

classes IgM e IgG, de acordo com os seguintes critérios: A) Infecção Primária foi

definida pela ausência de anticorpos IgG anti-dengue na amostra de soro coletada

durante a fase aguda da doença, enquanto IgM estava presente; e/ou isolamento de

vírus e/ou RT-PCR positivos. Na segunda amostra coletada na fase convalescente,

anticorpos IgG anti-dengue eram detectados, sendo observada conversão

sorológica. B) Infecção secundária foi definida pela detecção de anticorpos IgG anti-

dengue na amostra de soro coletada na fase aguda da doença e ausência de IgM

anti-dengue, associada (ou não) com isolamento de vírus e/ou RT-PCR positivos,

em alguns casos. Na amostra de soro coletada na fase convalescente eram

detectados anticorpos IgM específicos (CORDEIRO et al, 2007).

2.3. Caracterização dos controles negativos

As amostras de soro utilizadas como grupo controle negativo foram obtidas de

indivíduos saudáveis antes de receberem a vacina contra febre amarela (n=40),

com nova coleta dos mesmos indivíduos 30 a 60 dias após a vacinação (n=40; com

IgM e IgG positivos para febre amarela). Essas foram submetidas a ensaios para

detecção de anticorpos IgM anti-dengue; ELISA IgM e IgG para o vírus febre

amarela e ao teste de neutralização por redução de placas para febre amarela,

conforme descritos em Melo et al. (2011). Além dessas amostras foi utilizado como

Page 47: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

46

controle negativo do teste, em todos os experimentos, um pool de soros negativos

para dengue, febre amarela, rubéola, sarampo e parvovírus.

2.4. Caracterização do controle positivo

Para obtenção de amostras de soros IgA positivas para dengue, utilizadas

como controle positivo nos ensaios, foram triadas 40 amostras de soro IgM positivas

para dengue por meio do teste rápido imunocromatográfico ASSURE® Dengue IgA

Rapid Test (MP Diagnostics), das quais 13 amostras foram positivas, foi feito um

pool de seis soros e estocados à -20o C em pequenas alíquotas.

2.5. Ensaio imunoenzimático para detecção da IgA

O ensaio imunoenzimático para captura de IgA in house (AAC-ELISA)

utilizado no estudo baseou-se no protocolo do MAC-ELISA desenvolvido por Kuno,

Gómez, Gubler (1987), com algumas modificações.

Sensibilização da microplaca - Na primeira etapa do ensaio microplacas de

poliestireno com 96 poços foram lavadas com uma solução de salina tamponada

(PBS) com 0,05% de Tween. Em seguida foram sensibilizadas com 100µl de anti-

IgA humana (SIGMA) diluída em tampão carbonato pH 9.0, contendo 2µg/poço e

incubadas por 24 horas a 4°C, em câmara úmida. No dia seguinte realizou-se cinco

lavagens com PBS/0,05% Tween.

Bloqueio dos sítios inespecíficos - A segunda etapa consistiu no bloqueio de sítios

inespecíficos com a adição de 200 µl da solução de PBS com 4% de albumina

bovina fração V (BSA)-(INLAB) nas microplacas e incubação à temperatura

Page 48: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

47

ambiente, em câmara úmida, por 30 minutos, sendo em seguida lavadas quatro

vezes com PBS/0,05% Tween.

Adição das amostras - Amostras de soro, controle positivo e negativo foram diluídos

1:10 em PBS pH 7.4 com 1% BSA (diluente do teste) e 50l dessas amostras foram

dispensadas na microplaca, em duplicata. Dois orifícios foram destinados ao branco

contendo 50l do diluente, em seguida a microplaca foi incubada por 1 h a 37ºC, em

câmara úmida, com posterior lavagem.

Adição dos antígenos - Foram utilizados antígenos para cada sorotipo do DENV

produzidos em cérebro de camundongos (extraídos por acetona), pelo Serviço de

Arbovirologia do Instituto Evandro Chagas (Ministério da Saúde), em Belém (PA),

gentilmente cedidos por Dr. Pedro Vasconcelos. Os antígenos foram previamente

titulados, individualmente, para determinar a diluição ótima dos mesmos. Na reação

foi utilizado um pool dos quatro antígenos diluídos (1/30) em PBS/1% BSA e

dispensados 50l por poço, incubação por 1 h a 37°C, em câmara úmida, seguida

de cinco lavagens.

Adição do anticorpo secundário - Foram dispensados 25l (por poço) do anticorpo

secundário anti-flavivírus (MAB 6B6C-1), conjugado à peroxidase (CDC, Estados

Unidos), previamente titulado, diluído 1/13.000 em PBS /1% BSA, seguida de

incubação por 1 h a 37°C e cinco lavagens após esse tempo.

Adição do substrato - Foram adicionados à microplaca 100l do substrato tetra-metil-

benzidina (TMB Substrate Reagent Set, BD Biosciences) e incubadas por 30

Page 49: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

48

minutos à temperatura ambiente, protegido da luz. Após esse tempo a reação foi

parada com a adição de 100l / poço de uma solução de H2SO4 a 12,5%. A leitura

da densidade óptica (DO) das amostras foi realizada em espectrofotômetro (Bio-Rad

Laboratories, Inc.), utilizando filtro de 450 nm.

Interpretação dos resultados - Para a interpretação dos resultados foi calculado um

valor de index com base no seguinte cálculo: média da absorbância do soro-teste /

média da absorbância do controle negativo. Foram consideradas positivas

(reagentes) as amostras que apresentaram o valor do índex maior que dois e

negativas (não reagentes) aquelas com valor de index igual ou menor que dois. As

amostras com resultado indeterminado foram repetidas.

2.6. Análise estatística

Os resultados das leituras obtidas no AAC-ELISA foram armazenados numa

planilha Excel. A análise estatística foi realizada no software Epi-Info 6.04d. Foi

aplicado o teste qui-quadrado, admitindo um p < 0,05 para avaliar a significância da

detecção da IgA na infecção primária e secundária. Adicionalmente foi aplicado o

teste em paralelo para estimar a sensibilidade da detecção da IgM e IgA em

conjunto.

3. Resultados

As 365 amostras dos casos confirmados de dengue (por isolamento viral, RT-

PCR e/ou detecção da IgM/IgG), incluídas neste estudo apresentaram uma

positividade global para IgA de 42,2% (154/365) com maior frequência na infecção

secundária quando comparada à infecção primária (55,2% (107/194) vs. 27,5%

Page 50: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

49

(47/171); p = 0,000). Em adição, o AAC-ELISA foi 2 vezes (55,2/27,5) mais sensível

na infecção secundária quando comparada à primária. A positividade para a IgM foi

de 84,38% (308/365).

A figura 1 apresenta a distribuição dos casos positivos para IgA de acordo

com dias de sintomas, na infecção primária e na secundária. O maior percentual de

positividade da IgA na infecção primária ocorreu entre o 30º e 35º dias de sintomas,

enquanto que na infecção secundária se verificou no 8º dia de sintomas. A partir do

45º dia de sintomas (grupo 10) a IgA não foi mais detectada, apenas uma amostra

foi positiva (1/18) na infecção primária.

Fig. 1. Detecção da IgA anti-DENV em casos de infecção primária (IP) e infecção secundária

(IS) de acordo com o número de dias após o início dos sintomas.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

3 . 4 5 6 7 8 9 10 15-20 30-35 45-50

% P

ositiv

ida

de

Dias após o início dos sintomas

Primary SecondaryIP IS

Page 51: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

50

Observa-se que na infecção secundária os valores estimados para a

sensibilidade e valor preditivo negativo do AAC-ELISA foram maiores do que na

infecção primária (Tabela 2).

Tabela 2

Distribuição dos valores de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo

do AAC-ELISA na infecção primária e na secundária pelo DENV

Tipo de

infecção

S

(95% IC)

E

(95% IC)

VPP

(95% IC)

VPN

(95% IC)

Infecção primária 27,5

(21,1-34,9)

100

(94,3-100)

100

(90,6-100)

39,2

(32,5-46,3)

Infecção secundária 55,2

(47,9-62,2)

100

(94,3-100)

100

(95,7-100)

47,9

(40,2-55,7)

S = sensibilidade; E = especificidade; VPP = valor preditivo positivo; VPN = valor preditivo

negativo; IC = intervalo de confiança.

Nas tabelas 3 e 4 estão demonstrados os valores de sensibilidade,

especificidade, valor preditivo positivo e negativo para todos os grupos analisados,

distribuídos de acordo com dias de sintomas, na infecção primária e secundária,

respectivamente.

Na infecção primária o AAC-ELISA apresentou uma maior sensibilidade

(60,0%; 12/20) nas amostras coletadas com 30 a 35 dias de sintomas (grupo 9);

enquanto nas amostras da infeção secundária a maior sensibilidade (87,5%; 14/16)

foi observada no grupo 5, coletadas no oitavo dia de sintomas. Independentemente

dos dias de sintomas, a especificidade do AAC-ELISA foi de 100% (94,3 – 100) nos

dois tipos de infecção.

Page 52: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

51

Tabela 3

Distribuição dos valores de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo

do AAC-ELISA na infecção primária em relação ao número de dias após o inicio dos

sintomas

Grupos

(Dias*)

S, % [N]

(IC)

E, %

(IC)

VPP

(IC)

VPN

(IC)

1 (2-4) - (0/17) 100 (94,3-100) - 82,5 (73,1-89,5)

2 (5) 17,6 [3/17] (4,7-44,2) 100 (94,3-100) 100 (31-100) 85,1 (75,9-91,3)

3 (6) 18,7 [3/16] (5-46,3) 100 (94,3-100) 100 (31-100) 86,0 (76,9-92,1)

4 (7) 21,1 [4/19] (7-46,1) 100 (94,3-100) 100 (39,6-100) 84,2 (75,0-90,6)

5 (8) 23,5 [4/17] (7,8-50,2) 100 (94,3-100) 100 (39,6-100) 86,0 (76,9-92,1)

6 (9) 26,6 [4/15] (8,9-55,2) 100 (94,3-100) 100 (39,6-100) 87,9 (79,0-93,5)

7 (10) 50,0 [8/16] (25,5-74,5) 100 (94,3-100) 100 (59,8-100) 90,9 (82,4-95,7)

8 (15-20) 50,0 [8/16] (25,5-74,5) 100 (94,3-100) 100 (59,8-100) 90,9 (82,4-95,7)

9 (30-35) 60,0 [12/20] (36,4-80,0) 100 (94,3-100) 100 (69,9-100) 90,9 (82,4-95,7)

10 (40-45) 5,6 [1/18] (0,3-29,4) 100 (94,3-100) 100 (5,5-100) 82,5 (73,1-89,2)

*Dias após o início dos dintomas; S = sensibilidade; E = especificidade; VPP = valor

preditivo positivo; VPN = valor preditivo negativo; N = número da amostra; IC = intervalo de

confiança.

Observou-se um percentual de positividade para a IgA de 56% (14/25) para

as amostras do grupo 11 (Tabela 4), coletadas entre 10 e 21 dias de sintomas,

correspondente aos casos de infecção secundária pelo DENV, onde não houve

detecção de IgM.

O AAC-ELISA apresentou especificidade de 100% nas amostras negativas

para dengue (grupo 12) e nas amostras coletadas após a vacinação contra o vírus

da febre amarela (grupo 13), demonstrando ausência de reação cruzada entre

dengue e febre amarela.

Page 53: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

52

Tabela 4

Distribuição dos valores de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo

do AAC-ELISA na infecção secundária em relação ao número de dias após o inicio dos

sintomas

Grupos

(Dias*)

S, % [N]

(IC)

E, %

(IC)

VPP

(IC)

VPN

(IC)

1 (2-4) 26,7 [4/15] (8,9-55,2) 100 (94,3-100) 100 (39,6-100) 87,9 (79,0-93,5)

2 (5) 73,7 [14/19] (48,6-89,9) 100 (94,3-100) 100 (73,2-100) 94,1 (86,2-97,8)

3 (6) 66,7 [10/15] (38,7-87) 100 (94,3-100) 100 (65,5-100) 94,1 (86,2-97,8)

4 (7) 84,2 [16/19] (59,5-95,8) 100 (94,3-100) 100 (75,9-100) 96,4 (89,1-99,1)

5 (8) 87,5 [14/16] (60,4-97,8) 100 (94,3-100) 100 (73,2-100) 97,6 (90,6-99,6)

6 (9) 56,3 [9/16] (30,6-79,2) 100 (94,3-100) 100 (62,9-100) 92,0 (83,6-96,4)

7 (10) 70,6 [12/17] (44,0-88,6) 100 (94,3-100) 100 (69,9-100) 94,1 (86,2-97,8)

8 (15-20) 47,6 [10/21] (26,4-69,7) 100 (94,3-100) 100 (65,5-100) 87,9 (79,0-93,5)

9 (30-35) 23,5 [4/17] (7,8-50,2) 100 (94,3-100) 100 (39,6-100) 86,0 (76,9-92,1)

10 (40-45) 0 [0/14] 100 (94,3-100) - 85,1 (75,9-91,3)

11 (10-21) 56 [14/25] (35,3-75) 100 (94,3-100) 100 (73,2-100) 87,9 (79,0-93,5)

*Dias após o início dos dintomas; S = sensibilidade; E = especificidade; VPP = valor

preditivo positivo; VPN = valor preditivo negativo; N = número da amostra; IC = intervalo de

confiança.

Analisando os dois ensaios em conjunto, para a detecção da IgM e IgA,

observou-se um aumento da sensibilidade do diagnóstico, de 84,4% para 91%

(6,6%) para o total das amostras dos casos de dengue; na infecção primária passou

de 90,1% para 92,8%; entretanto, na infecção secundária houve um aumento

significativo (15,2), de 79,4% quando usamos apenas a IgM para 94,6% quando

usamos os ensaios em paralelo.

Page 54: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

53

4. Discussão

Na infecção pelo DENV a imunoglobulina A é sintetizada simultaneamente à

IgM, podendo ser igualmente detectada no sangue (Balmaseda et al., 2003;

Talarmin et al., 1998), consequentemente, a IgA também poderia ser empregada

para fins de diagnóstico dessa infecção.

No presente estudo observou-se uma sensibilidade do ELISA para IgA de

42,2% (154/365), na IgM a positividade foi de 84,4% para as mesmas amostras. Em

outros estudos foram encontrados percentuais de positividade da IgA semelhantes

aos nossos: Talarmin et al. (1998) encontraram 47,75% (85/178) e Nawa et al.

(2005) 24,47% (23/94), enquanto Hernández et al. (2012) utilizando o teste

cromatográfico “Dengue IgA Rapid test” (ASSURE® ) detectaram a IgA em 61%

(105/172) das amostras testadas. Convém ressaltar que nesses estudos foi

analisado um menor número de amostras, além do que, em nossa casuística, levou-

se em conta a data da coleta da amostra em relação ao número de dias após o

início dos sintomas, bem como o tipo de infecção dos casos: 46,8% (171 amostras)

eram de casos de infecção primária e 53,2% de secundária (194 amostras).

A presença de IgA foi detectada em maior frequência nas amostras dos casos

de infecção secundária (55,2%), em contraste com 27,5% da infecção primária,

corroborando com os dados de Vázquez et al. (2005), que utilizando o AAC-ELISA

detectaram a IgA em 17% dos casos na infecção primária e em 62% na secundária.

Em oposição a esses resultados, Ahmed et al. (2010), obtiveram uma

sensibilidade de 100% na infecção primária e 99,2% na secundária, porém

empregando um teste rápido. Geralmente são encontrados resultados falsos

positivos em testes rápidos, o que em tese, poderia explicar os altos percentuais

encontrados. Outros estudos também observaram valores de sensibilidade mais

Page 55: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

54

elevados quando aplicaram o teste rápido (ASSURE® Dengue IgA Rapid Test) para

detecção de IgA sérica (Hernández et al., 2012; Tan et al., 2011). No entanto,

Hernández et al. (2012) identificaram 14,9% (7/47) de reações positivas em

amostras de doadores de sangue negativos para dengue. Em nosso estudo, ao

utilizarmos esse mesmo kit para selecionar amostras de soro IgA positivas, a

sensibilidade encontrada foi de apenas 32,5% (13/40).

Diferenças na sensibilidade também podem ser explicadas pelo tipo de

infecção analisada, diferentes metodologias empregadas para detecção de IgA anti-

DENV e pela prevalência da infecção nas diferentes áreas geográficas. Nas regiões

onde o DENV é endêmico ocorrem mais casos de infecção secundária.

Em concordância com os resultados obtidos por Talarmin et al. (1998), não se

detectou a IgA em amostras coletadas após o 45º dia do inicio da infecção, apenas

uma única amostra de infecção primária foi reagente. Para Nawa et al. (2005), a IgA

permanece positiva por um menor período de tempo quando comparada com a IgM,

o que representa uma vantagem no seu emprego como diagnóstico. A presença de

IgM pode não indicar uma doença em curso, essa imunoglobulina pode permanecer

no sangue por três meses ou mais, após a infecção (Chen, Hwang, Fang, 1991;

Peeling et al., 2010).

Por outro lado, estudos têm demonstrado a ocorrência de sorologias

negativas para IgM em casos de infecções secundárias pelo DENV, mesmo em

amostras da fase convalescente (Guzmán e Kourí, 2004; Cordeiro et al, 2007). Esta

pesquisa mostrou que o AAC-ELISA foi capaz de detectar a IgA em 56% (14/25) das

amostras do grupo 11, cujo resultado de IgM foi negativo, tanto nas amostras de

soro coletadas na fase aguda quanto na convalescença e que foram confirmados

como dengue, clinicamente, por isolamento viral e por RT-PCR. Dessa forma, o

Page 56: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

55

AAC-ELISA identificou a infecção em amostras que na prática clínica seriam

consideradas inconclusivas. Também nas amostras de infecção secundária a IgA foi

detectada antes da IgM, nas amostras coletadas 2 a 4 dias após o início dos

sintomas. Geralmente a IgA aparece um dia após a IgM (Balmaseda et al., 2003;

Talarmin et al., 1998).

Peeling et al. (2010) detectaram a IgM entre o 3º e o 5º dias após o início da

febre em cerca de 50% dos pacientes hospitalizados, apresentando uma

sensibilidade de 90% e especificidade de 98% quando os ensaios foram realizados

em cinco dias ou mais após o início da febre. Contudo, vários estudos

demonstraram que esses dados podem variar dependendo do tipo de infecção.

No estudo de Talarmin et al. (1998) o pico da IgA ocorreu no 8º dia após o

início da febre, contudo o tipo de infecção não foi estabelecido para a maioria das

amostras; para Balmaseda et al.; (2003) observou-se no 5º dia, já em nossa

casuística, para o grupo das amostras de infecção secundária, o maior percentual de

positividade também foi observado no 8º dia, diferentemente dos casos de infecção

primária que ocorreu no grupo com 30-35 dias do inicio dos sintomas.

Com relação à especificidade, o AAC-ELISA se mostrou muito eficiente, a IgA

não foi detectada nas amostras negativas para dengue e nem naquelas com IgM

positiva para o vírus febre amarela vacinal, indicando ausência de reação cruzada.

A fim de estimar o aumento na sensibilidade do diagnóstico avaliou-se a

aplicação em paralelo dos ensaios em conjunto para a detecção da IgM e IgA,

observando-se um aumento de 6,6% da sensibilidade, em relação à pesquisa da

IgM isoladamente, e nas infecções primária e secundária de 2,7% e 15,2%,

respectivamente. Ressaltando-se a importância de utilizar a pesquisa da IgM e IgA

em paralelo (Balmaseda et al., 2003; Nawa et al., 2005; Vázquez et al., 2007).

Page 57: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

56

Apesar de apresentar-se menos sensível que a detecção da IgM, o AAC-

ELISA demonstrou ser uma importante ferramenta diagnóstica na infecção

secundária, onde há maior probabilidade da IgM não ser detectada. Além disso, o

AAC-ELISA mostrou-se especifico frente às amostras negativas para dengue e após

a vacinação contra febre amarela. A detecção em paralelo de IgM e IgA em casos

suspeitos de dengue aumentaria, significativamente, a sensibilidade do diagnóstico

sorológico.

Referências

Ahmed, F et al. (2010) Evaluation of ASSURE® Dengue IgA Rapid Test using

dengue-positive and dengue-negative samples. Diagnostic Microbiology and

Infectious Disease 68:339–344.

Balmaseda, A et al. (2003) Diagnosis of Dengue Virus Infection by Detection of

Specific Immunoglobulin M (IgM) and IgA Antibodies in Serum and Saliva.

Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology 10:317-322.

Chen WJ,Hwang KP, Fang AH (1991) Detection of IgM antibodies from cerebrospinal

fluid and sera of dengue fever patients. Southeast Asian Journal of Tropical

Medicine and Public Health 22:659–63.

Cordeiro MT et al. (2007) Characterization of a Dengue Patient Cohort in Recife,

Brazil. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene 77: 1128–1134.

Guzmán MG, Kouri G (1996) Advances in Dengue Diagnosis. Clinical and Diagnostic

Laboratory Immunology 3:621–627.

Guzmán MG, Kourí G (2004) Dengue diagnosis, advances and challenges.

International Journal of Infectious Diseases 8:69-80.

Page 58: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

57

Guzmán, M.G. et al. (2010) Dengue: a continuing global threat. Nature Reviews

Microbiology, 7-16.

Halstead SB (2007) Dengue. Lancet 370:1644 – 1652.

Henchal EA et al. (1982) Dengue virus-especific and flavivirus group determinants

identified with monoclonal antibodies by indirect immunofluorescence. American

Journal of Tropical Medicine and Hygiene 31: 830-6.

Hernández SIC et al. (2012) Evaluation of a novel commercial rapid test for dengue

diagnosis based on specific IgA detection. Diagnostic Microbiology and

Infectious Disease 72:150–155.

Igarashi, A. (1978) Isolation of a Singh’s Aedes albopicitus cell clone sensitive to

dengue and chikungunya viruses. The Journal of General Virology 40: 531-544.

Kuno G, Gómez I, Gubler DJ (1987) Detecting artificial anti-dengue IgM immune

complexes using an enzyme-linked immunosorbent assay. American Journal of

Tropical Medicine and Hygiene 36:153-159.

Lanciotti RS et al. (1992) Rapid Detection and Typing of Dengue viruses from clinical

samples by using Reverse Transcriptase Polymerase chain Reaction. Journal

of Clinical Microbiology 30: 545-551.

Melo AB et al. (2011) Description of a Prospective 17DD Yellow Fever Vaccine

Cohort in Recife, Brazil. The American Society of Tropical Medicine and

Hygiene 85:739–747.

Nawa M et al. (2005) Immunoglobulin A Antibody Responses in Dengue Patients: a

Useful Marker for Serodiagnosis of Dengue Virus Infection. Clinical and

Diagnostic Laboratory Immunology 12:1235–1237.

Oliveira MJC et al. (2008) Frequência de sarampo, rubéola, dengue e eritema

infeccioso entre casos suspeitos de sarampo e rubéola no estado de

Page 59: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

58

Pernambuco, no período de 2001 a 2004. Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical 41:338-344.

Peeling et al. (2010) Evaluation of diagnostic tests: dengue. Nature reviews

microbiology s30-s38.

Talarmin A et al. (1998) Immunoglobulin A-Specific Capture Enzyme-Linked

Immunosorbent Assay for Diagnosis of Dengue Fever. Journal of Clinical

Microbiology 36:1189–1192.

Tan YY et al. (2011) Development of ASSURE® Dengue IgA Rapid Test for the

Detection of Anti-dengue IgA from Dengue Infected Patients. Journal of Global

Infectious Diseases 3: 233-240.

Vázquez S et al. (2007) Kinetics of antibodies in sera, saliva, and urine samples from

adult patients with primary or secondary dengue 3 virus infections. International

Journal of Infectious Diseases11:256-262.

Vázquez S et al. (2005) Serological markers during dengue 3 primary and secondary

infections. Journal of Clinical Virology 33: 132–137.

Page 60: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

59

6 CONCLUSÕES DA

DISSERTAÇÃO

Page 61: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

60

Foi detectada uma maior frequência de IgA na infecção secundária, assim como

a sensibilidade, valor preditivo positivo e negativo do AAC-ELISA;

Houve uma maior sensibilidade para detecção da IgA na infecção primaria entre

o 30º e 35º dias após o início dos sintomas e na infecção secundária no 8º dia,

indicando que a infecção pode ter ocorrido neste período.

A especificidade e o valor preditivo positivo foram similares em ambos os tipos

de infecções conforme os dias se sintomas;

O AAC-ELISA apresentou boa especificidade frente às amostras negativas para

dengue e após a vacinação contra o vírus da febre amarela;

A IgA foi detectada entre o 2º e 4º dias de sintomas, enquanto que a IgM estava

presente somente após o 5º dia após o inicio dos sintomas;

Após a aplicação em paralelo para detecção da IgM e IgA, foi observado um

maior ganho de sensibilidade na infecção secundária.

Page 62: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

61

7 CONSIDERAÇÕES

FINAIS

Page 63: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

62

Apesar de apresentar-se menos sensível que a detecção da IgM, o AAC-

ELISA demonstrou ser importante na infecção secundária, principalmente nos casos

onde a IgM não foi detectada. A aplicação do teste em paralelo aumentou a

sensibilidade do diagnóstico sorológico, além disso, o AAC-ELISA mostrou-se

especifico frente às amostras negativas para dengue e após a vacinação contra o

vírus da febre amarela.

O emprego dos dois ensaios pode fornecer informações úteis para a

interpretação dos resultados e, consequentemente, para a detecção de casos

recentes de dengue, auxiliando na adoção de medidas preventivas de modo a evitar

a ocorrência dos casos graves.

Page 64: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

63

REFERÊNCIAS

Page 65: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

64

AHMED, F. et al. Evaluation of ASSURE® Dengue IgA Rapid Test using dengue-positive and dengue-negative samples. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease, v. 68, p. 339–344, 2010.

BALMASEDA, A. et al. Diagnosis of Dengue Virus Infection by Detection of Specific Immunoglobulin M (IgM) and IgA Antibodies in Serum and Saliva. Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology, v. 10, n. 2, p. 317-322, 2003.

BARRETO M.L. et al. Successes and failures in the control of infectious diseases in Brazil: social and environmental context, policies, interventions, and research needs. Lancet, v.377, p. 1877–1889, 2011.

BLACKSELL, S.D. et al. Evaluation of the Panbio dengue virus nonstructural 1 antigen detection and immunoglobulin M antibody enzyme-linked immunosorbent assays for the diagnosis of acute dengue infections in Laos. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease, v. 60, p. 43-49, 2008. BRASIL. Ministério da saúde. Casos de Dengue. Brasil, Grandes Regiões e Unidades Federadas. 1990 a 2011. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/casos_de_dengue_classica_brasil_1990_2011.pdf>. Acesso em: 14 de fevereiro de 2013a. BRASIL. Ministério da saúde. Incidência de Dengue. Brasil, Grandes Regiões e Unidades Federadas. 1990 a 2011. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/incidencia_de_dengue_brasil_1990_2011_21_06_12.pdf>. Acesso em: 14 de fevereiro de 2013b. BRASIL. Ministério da saúde. Óbitos por Febre Hemorrágica da Dengue. Brasil, Grandes Regiões e Unidades Federadas. 1990-2011. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/obitos_por_dengue_1990_2011_21_06_12.pdf>. Acesso em: 14 de fevereiro de 2013c.

CHEN, W.J.; HWANG, K.P.; FANG, A.H. Detection of IgM antibodies from cerebrospinal fluid and sera of dengue fever patients. Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and Public Health, v. 22, n. 4, p. 659–663, 1991. CORDEIRO, M.T. et al. Dengue and dengue hemorrhagic fever in the State of Pernambuco, 1995-2006. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical,

v. 40, n. 6, p. 605-611, 2007a. CORDEIRO, M.T. et al. Characterization of a Dengue Patient Cohort in Recife, Brazil. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v. 77, n. 6, p. 1128–

1134, 2007b. DATTA, S; WATTAL, C. Dengue NS1 antigen detection: A useful tool in early diagnosis of dengue virus infection. Indian Journal of Medical Microbiology, v.

28, p. 107-110, 2010. GUBLER, D.J. Dengue and Dengue Hemorrhagic Fever. Clinical Microbiology Reviews, v. 11, n. 3, p. 480–496, 1998.

Page 66: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

65

GUZMÁN, M.G. et al. Dengue: a continuing global threat. Nature Reviews Microbiology,10.1038/nrmicro2460, p. 7-16, 2010.

GUZMÁN, M.G.; KOURI, G. Advances in Dengue Diagnosis. Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology, v. 3, n. 6, p. 621–627, 1996. GUZMÁN, M.G.; KOURÍ, G. Dengue diagnosis, advances and challenges. International Journal of Infectious Diseases, v. 8, p. 69-80, 2004.

HALSTEAD, S.B. Dengue. Lancet, v. 370, p. 1644 – 1652, 2007.

HENCHAL, E. A. et al. Dengue virus-especific and flavivirus group determinants identified with monoclonal antibodies by indirect immunofluorescence. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v. 31, p. 830-6, 1982.

HERNÁNDEZ, S. I. C. Et al. Evaluation of a novel commercial rapid test for dengue diagnosis based on specific IgA detection. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease, v. 72, p. 150–155, 2012.

IGARASHI, A. Isolation of a Singh’s Aedes albopicitus cell clone sensitive to dengue and chikungunya viruses. The Journal of General Virology, v. 40, p. 531-544, 1978. KORAKA, P. et al. Kinetics of Dengue Virus-Specific Serum Immunoglobulin Classes and Subclasses Correlate with Clinical Outcome of Infection. Journal of Clinical Microbiology, v. 39, n. 12, p. 4332–4338, 2001.

KUNO, G.; GÓMEZ, I.; GUBLER, D.J. Detecting artificial anti-dengue IgM immune complexes using an enzyme-linked immunosorbent assay. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v. 36, p. 153-159, 1987.

LANCIOTTI, R.S. et al. Rapid Detection and Typing of Dengue viruses from clinical samples by using Reverse Transcriptase Polymerase chain Reaction. Journal of Clinical Microbiology, v.30, n.3, p. 545-551, 1992.

LIMA, M.R.Q. et al. Comparison of Three Commercially Available Dengue NS1 Antigen Capture Assays for Acute Diagnosis of Dengue in Brazil. Plos Neglected Tropical Diseases, v. 4, p. 1-8, 2010.

MELO, A.B. et al. Description of a Prospective 17DD Yellow Fever Vaccine Cohort in Recife, Brazil. The American Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 85, n. 4, p. 739–747, 2011. NAWA, M. et al. Immunoglobulin A Antibody Responses in Dengue Patients: a Useful Marker for Serodiagnosis of Dengue Virus Infection. Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology, v. 12, n. 10, p. 1235–1237, 2005.

Page 67: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

66

NOGUEIRA, R. M. R.; EPPINGHAUS, A. L. F. et al. Dengue virus 4 arrives in the state of Rio de Janeiro: a challerge for epidemiological surveillance and control. Mem Inst Oswaldo Cruz, v. 106, n. 3, p. 255-56, 2011.

OLIVEIRA, M.J.C. et al. Frequência de sarampo, rubéola, dengue e eritema infeccioso entre casos suspeitos de sarampo e rubéola no estado de Pernambuco, no período de 2001 a 2004. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 41, n. 4, p. 338-344, 2008. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Dengue Guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control, New Edition, Geneva, 2009.

______. ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD. Dengue y Dengue hemorrágico en las Américas: guías para su prevención y control. Publicación Científica n.548, Washington, D.C., 1995, 109 p. PAULA, S.O.; FONSECA, B.A.L. Dengue: A Review of the Laboratory Tests a Clinician Must Know to Achieve a Correct Diagnosis. The Brazilian Journal of Infectious Diseases, v. 8, n. 6, p. 390-398, 2004.

PEELING et al. Evaluation of diagnostic tests: dengue. Nature reviews microbiology, p. s30-s38, 2010. PENNA, G.O. et al. Doenças dermatológicas de notificação compulsória no Brasil. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 86, n. 5, p. 865-77, 2011.

ROTHMAN, A.L. Immunity to dengue virus: a tale of original antigenic sin and tropical cytokine storms. Nature Reviews Immunology, v. 11, p. 532-543, 2011. SHU, P.Y.; HUANG, J.H. Current Advances in Dengue Diagnosis. Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology, v. 11, n. 4, p. 642–650, 2004.

TALARMIN, A. et al. Immunoglobulin A-Specific Capture Enzyme-Linked Immunosorbent Assay for Diagnosis of Dengue Fever. Journal of Clinical Microbiology, v. 36, n. 5, p. 1189–1192, 1998.

TEIXEIRA, M.G. et al. Dengue: twenty-five years since reemergence in Brazil. Cad. Saúde Pública, v. 25, n. 1, p. 07-18, 2009. TEMPORÃO, J. G. et al. Dengue Virus Serotype 4, Roraima State, Brazil. Emerging Infectious Diseases, v. 17, n. 5, p. 938-939, 2011.

TRICOU, V. et al. Comparison of two dengue NS1 rapid tests for sensitivity, specificity and relationship to viraemia and antibody responses, BMC Infectious Diseases, v. 10, n. 142, p. 1-8, 2010. VÁZQUEZ, S. et al. Serological markers during dengue 3 primary and secondary infections. Journal of Clinical Virology, v. 33, p. 132–137, 2005.

Page 68: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

67

WHITEHORN, J.; SIMMONS, C.P. The pathogenesis of dengue. Vaccine, v. 26, p.

7221– 7228, 2011. YAP, G.; SIL, B.K.;NG, C.L. Use of Saliva for Early Dengue Diagnosis. Plos Neglected Tropical Diseases, v. 5, n. 5, p. 01-07, 2011.

Referências elaboradas de acordo com

as normas da ABNT (NBR 6023).

Page 69: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

68

APÊNDICES

Page 70: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

69

APÊNDICE A

VERSÃO DO ARTIGO EM INGLÊS

Application of enzyme immunoassay capture of immunoglobulin A

(IgA) in the serological diagnosis of dengue

Viviane Martha Santos de Moraisa,b, Maria Rosângela Cunha Duarte Coêlhob,c, Ana

Isabel Vieira Fernandesd, Jéfferson Luis de Almeida Silvaa,b, Verônica Gomes da

Silvae, Marli Tenório Cordeiroe

aPrograma de Pós-Graduação em Medicina Tropical, Universidade Federal de Pernambuco, Recife-

PE Brasil; bSetor de Virologia do Laboratório de Imunopatologia Keizo-Asami (LIKA), Universidade

Federal de Pernambuco, Recife-PE Brasil; cDepartamento de Fisiologia e Farmacologia do Centro de

Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife-PE, Brasil; dDepartamento de

Promoção da Saúde do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba;

eLaboratório de Virologia e Terapia Experimental do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/FioCruz,

Universidade Federal de Pernambuco, Recife-PE Brasil

Abstract

Anti-dengue IgA was investigated by capture ELISA (AAcELISA) in sera of 365

dengue cases, being 171 primary (PI) and 194 secondary infections (SI), distributed

according to days of symptoms. The overall sensitivity was 42.2% (154/365) with

higher positivity in SI compared to PI (55.2% vs. 27.5%, p = 0.000); and 100%

specificity. In SI IgA was detected before IgM, 2-4 days after symptoms onset and in

10-21 days samples (without IgM). In PI, the highest sensitivity was 60.0% in

samples 30-35 days and in SI was 87.5% in 8 days samples. In SI cases without IgM

(group 11) IgA was detected in 56.0% of cases. Detection of IgM and IgA in parallel

Page 71: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

70

increased the sensitivity, especially in SI (79.4% to 94.6%.). IgA ELISA used in

parallel with IgM ELISA increased the sensitivity of the diagnosis from 84.4% (IgM) to

91% (IgM and IgA), and would help in serological dengue diagnosis.

1. Introduction

Dengue is an acute viral disease caused by one of four serotypes of dengue

virus (DENV), which may manifest with a broad spectrum of signs and symptoms

similar to other acute febrile conditions (Oliveira et al., 2008).

Dengue can be observed in two patterns of immune response: the primary

infection that occurs in individuals who are not immune to any of the four serotypes of

the virus and secondary infection when the subject was re-infected with a different

serotype of DENV infection Previous (Halstead, 2007).

According to Halstead (2007), during primary infection viremia coincides with

the foot, characterized by a slow response with low antibody titers. The first arises

immunoglobulin is IgM, while IgG appears in low titers after the first week of the

disease, and increases slowly. Already in secondary infections are detected high

levels of IgG, even in the acute phase and increase in two consecutive weeks.

In the acute phase of dengue infection can be diagnosed by detection of viral

RNA by polymerase chain reaction associated reverse transcriptase (RT-PCR), by

isolating the virus, or by detection of antigen NS1. However, the enzyme

immunoassay for IgM antibody capture (MAC-ELISA) is the most commonly used

and allows for the presumptive diagnosis of active or recent infection. Uses a single

sample of patient serum and can be used until 70 to 90 days after the onset of

symptoms (Guzman et al. 2,010; Kuno, Gómez, Gubler, 1987).

Page 72: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

71

The diagnosis of dengue performed only by the detection of immunoglobulin M

(IgM) has limitations when used in endemic regions, where there is a high prevalence

and movement of various serotypes, and not always the detection of IgM indicates an

acute and recent infection. Moreover, the results of this technique must be

interpreted cautiously because IgM may reflect an infection occurred up to eight

months (Chen, Hwang, Fang, 1991) and in some cases secondary infection

(sequential), production IgM is found at low levels and sometimes undetectable

(Balmaseda et al. 2003; Guzman, Kouri, 1996).

In dengue infection immunoglobulin A (IgA) is produced simultaneously with

IgM and can also be detected in the blood, could therefore be employed for

diagnostic purposes. According to some studies, detection of IgA anti-dengue IgM

may occur before and decreases faster than IgM was not found after 40 days of

onset of symptoms (Balmaseda et al. 2003; Talarmin et al. 1998).

Therefore, this study aimed to estimate the sensitivity and specificity of AAC-

ELISA for the detection of IgA anti-DENV, and assess whether this immunoglobulin is

a good marker to aid in the laboratory diagnosis of the disease.

2. Materials and Methods

2.1. Study population and sample size

Were included in this study 445 serum samples bank of biological samples at

the Department of Virology and Experimental Therapy (LaViTE), Research Center

Aggeu Magalhães/Fiocruz, Recife-PE, Brazil. We evaluated 365 samples from

patients with clinical suspicion of dengue enrolled in public and private hospitals in

the city of Recife confirmed as dengue, as described by Lamb et al. (2007),

Page 73: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

72

distributed into 11 groups according to the number of days of symptoms as shown in

Table 1.

Table 1

Serum samples used in this study distributed in groups according to the number of days after

the onset of fever and status of infection

Groups

Days after

symptoms

onset

Presence

of

IgM

*Type of Infection

PI

(N=171)

SI

(N=194)

Total

(N=365)

1#

2-4 No 17 15 32

2 5 Yes 17 19 36

3 6 Yes 16 15 31

4 7 Yes 19 19 38

5 8 Yes 17 16 33

6 9 Yes 15 16 31

7 10 Yes 16 17 33

8 15-20 Yes 16 21 37

9 30-35 Yes 20 17 37

10 45-50 Yes 18 14 32

11#

10 - 21 No - 25 25

*Type of dengue infection is indicated as all types (Total), primary infection (PI), secondary

infection (SI); (N=) number of sera tested; #Samples from dengue cases with IgM negative,

but with virus isolation and/or RT-PCR positive.

Additionally, we included two groups of negative controls for comparison:

group 12, composed of samples from 40 healthy individuals were negative for

dengue and the group composed of 13 samples collected from the same individuals

after vaccination against yellow fever IgM positive for this virus for the purpose of

evaluating the occurrence of cross-reactivity. Serum samples were stored at -20 ° C

Page 74: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

73

in small aliquots.

2.2. Characterization of samples of cases of dengue

Briefly, the diagnostic laboratory for confirmation and characterization of

dengue cases was performed as described below:

For the isolation of the virus was used cell line mosquito Aedes albopictus,

clone C6/36 (Igarashi, 1978), using the L15 Leibovitz medium (GIBCO, Invitrogen

Co., Grand Island, New York) with 5% fetal bovine serum in the growth medium and

2% for maintenance medium. The virus isolates were identified by indirect

immunofluorescence (Henchal et al., 1982), using monoclonal antibodies to the four

serotypes of DENV (Bio-Manguinhos/Fiocruz).

The molecular diagnosis was made by polymerase chain reaction preceded by

reverse transcription (RT-PCR). The extraction of viral RNA from serum was

performed using the QIAmp Viral Mini Kit (QIAGEN Inc., Valencia, CA, USA). For the

detection and identification of viral RNA virus was used protocol described by

Lanciotti et al. (1992). In this technique, primers are used (primers) universal dengue

virus genes located in the C and prM and serotype is identified by using serotype-

specific primers in a semi-nested PCR in a second amplification.

For detection of IgM and IgG anti-dengue ELISA kits were used PanBio of

capture, anti-dengue IgM and IgG anti-dengue ELISA (PanBio, Pty. Ltd., Brisbane,

Australia) and tests performed and interpreted as recommended by the

manufacturer.

The characterization of the patient's immune response to infection with dengue

virus in primary and secondary been made based on the kinetics of antibody IgM and

IgG, according to the following criteria: A) Primary Infection was defined as the

absence of antibodies IgG anti-dengue in the serum sample collected during the

Page 75: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

74

acute phase of disease, while IgM was present, and / or virus isolation and / or RT-

PCR positive. In the second sample collected in the convalescent phase, IgG

antibodies to dengue were detected, being observed serologic conversion. B)

Secondary Infection was defined by the detection of IgG anti-dengue antibodies in

the serum sample collected during the acute phase of the disease and the absence

of anti-dengue IgM associated (or not) with virus isolation and / or RT-PCR positive,

some cases. In serum sample collected during convalescent specific IgM antibodies

were detected (Lamb et al, 2007b).

2.3. Characterization of the negative controls

Serum samples used as negative controls were obtained from healthy

individuals before receiving the yellow fever vaccine (n = 40), with a new collection of

the same individuals 30 to 60 days after vaccination (n = 40; with IgM and IgG

positive for yellow fever). These were subjected to tests for detection of anti-dengue

IgM, IgG and IgM ELISA for yellow fever virus and the neutralization test plaque

reduction to yellow fever, as described in Melo et al. (2011). Besides these samples

was used as a negative control test in all experiments, a pool of sera negative for

dengue, yellow fever, rubella, measles and parvovirus.

2.4. Characterization of the positive control

To obtain samples of serum IgA positive for dengue, used as positive control

in the assays, were screened 40 serum samples positive for dengue IgM by the rapid

immunochromatographic test ASSURE ® Dengue IgA Rapid Test (MP Diagnostics),

of which 13 samples were positive pool was made a six sera and stored at -20 ° C in

small aliquots.

Page 76: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

75

2.5. Enzyme immunoassay for detection of IgA

The capture enzyme immunoassay for IgA in house (AAC-ELISA) used in the

study was based on the protocol of the MAC-ELISA developed by Kuno, Gómez,

Gubler (1987), with some modifications.

Sensitization of the microplate - In the first step of the assay polystyrene microplates

with 96 wells were washed with a solution buffered saline (PBS) with 0.05% Tween.

Then 100µL were sensitized with anti-human IgA (SIGMA) diluted in carbonate buffer

pH 9.0, containing 2μg/poço and incubated for 24 hours at 4 ° C in a moist chamber.

The next day was carried out five washes with PBS/0,05% Tween.

Blocking of nonspecific sites - the second stage in blocking nonspecific sites with the

addition of 200 µL of PBS solution containing 4% bovine albumin fraction V (BSA) -

(INLAB) in microplates and incubation at room temperature in a moist chamber for 30

minutes, then washed four times with PBS/0,05% Tween.

Addition of samples - Samples of serum, positive and negative control were diluted

1:10 in PBS pH 7.4 with 1% BSA (assay diluent) and 50 l these samples were

dispensed in microplate wells in duplicate. Two holes were intended for white

containing 50µL of diluent, then the plate was incubated for 1 h at 37 ° C in a humid

chamber, with subsequent washing.

Addition of antigens - antigens were used for each serotype of DENV produced in

mouse brain (extracted by acetone), the Service Arbovirology the Evandro Chagas

Page 77: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

76

Institute (Ministry of Health), Bethlehem (PA), kindly provided by Dr. Pedro

Vasconcelos . The antigens were previously titrated individually to determine the

optimal dilution thereof. Reaction was used in a pool of four antigens diluted (1/30) in

PBS/1% BSA and dispensed 50µL per well, incubation for 1 h at 37 ° C in a moist

chamber, followed by five washes.

Addition of secondary antibody - 25 were dispensed l (per well) of anti-flavivirus

secondary antibody (MAB 6B6C-1), conjugated to peroxidase (CDC, USA),

previously titrated, 1/13.000 diluted in PBS / 1% BSA , followed by incubation for 1 h

at 37 ° C and five washings after this time.

Addition of substrate - microplate were added to 100µL of the substrate tetramethyl-

benzidine (TMB Substrate Reagent Set, BD Biosciences) and incubated for 30

minutes at room temperature, protected from light. After this time the reaction was

stopped by adding 100 µL/well of a solution of H2SO4 12.5%. The reading of the

optical density (OD) of samples was performed on a spectrophotometer (Bio-Rad

Laboratories, Inc.) using 450 nm filter.

Interpretation of results - For the interpretation of the results we calculated an index

value based on the following calculation: mean absorbance of test serum / mean

absorbance of the negative control. Were considered positive (reactive) samples

showed that the value of the index greater than two and negative (non-reactive)

those with index value equal to or less than two. The samples with indeterminate

results were repeated.

Page 78: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

77

2.6. Statistical Analysis

The results of the readings obtained at the AAC-ELISA were stored in an

Excel spreadsheet. Statistical analysis was performed using Epi-Info 6.04d. We

applied the chi-square test, assuming a p <0.05 to evaluate the significance of the

detection of IgA in primary and secondary infection. Additionally was applied the

detection of IgM and IgA in parallel to estimate the sensitivity of both tests.

3. Results

The sample of 365 confirmed cases of dengue (by virus isolation, RT-PCR

and/or detection of IgM/IgG), included in this study had a positive overall IgA 42.2%

(154/365) with increased frequency in infection secondary compared to primary

infection (55.2% (107/194) vs. 27.5% (47/171), p = 0.000). In addition, the AAC-

ELISA was 2 times (55.2/27.5) more sensitive for secondary infection when

compared to the primary. The positivity for IgM was 84.38% (308/365).

Figure 1 shows the distribution of IgA-positive cases according days of

symptoms, primary and secondary infection. The highest percentage of positive IgA

in primary infection occurred between the 30th and 35th days of symptoms, while in

secondary infection occurred on the 8th day of symptoms. From the 45th day of

symptoms (group 10) IgA was no longer detected, only one sample was positive

(1/18) in the primary infection.

Page 79: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

78

Fig. 1. Detection of DENV IgA antibodies in primary and secondary dengue infections cases

according to the number of days after the onset of symptoms.

It is observed that the secondary infection estimated values for sensitivity and

negative predictive value of AAC-ELISA were higher than in the primary infection

(Table 2).

Table 2

Distribution of sensitivity, specificity, positive and negative predictive value of AAC-ELISA in

primary and secondary infection by DENV

Type of

infection

S

(95% CI)

E

(95% CI)

PPV

(95% CI)

PNV

(95% CI)

Primary Infection 27.5

(21.1-34.9)

100

(94.3-100)

100

(90.6-100)

39.2

(32.5-46.3)

Secondary Infection 55.2

(47.9-62.2)

100

(94.3-100)

100

(95.7-100)

47.9

(40.2-55.7)

S = sensitivity, specificity = E; PPV = positive predictive value, NPV = negative

predictive value, CI = confidence interval.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

3 . 4 5 6 7 8 9 10 15-20 30-35 45-50

% P

ositiv

ity

Days after Symptoms onset

Primary Secondary

Page 80: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

79

Tables 3 and 4 are shown the values of sensitivity, specificity, positive

predictive value and negative for all groups, distributed according to days of

symptoms in primary and secondary infection, respectively.

In primary infection AAC-ELISA showed higher sensitivity (60.0%, 12/20) in

samples collected at 30 to 35 days of symptoms (group 9), while the samples of

infection secondary to higher sensitivity (87.5% , 14/16) was observed in group 5,

collected on the eighth day of symptoms. Regardless of days of symptoms, the

specificity of AAC-ELISA was 100% (94.3 - 100) in both types of infection.

Page 81: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

80

Table 3

Distribution of sensitivity, specificity, positive and negative predictive value of AAC-ELISA in

primary infection cases in relation to the number of days since symptoms onset

Groups

(Days*)

Sensitivity, % [N]

(CI)

Specificity, %

(CI)

PPV

(CI)

NPV

(CI)

1 (2-4) - (0/17) 100 (94.3-100) - 82.5 (73.1-89.5)

2 (5) 17.6 [3/17] (4.7-44.2) 100 (94.3-100) 100 (31-100) 85.1 (75.9-91.3)

3 (6) 18.7 [3/16] (5-46.3) 100 (94.3-100) 100 (31-100) 86.0 (76.9-92.1)

4 (7) 21.1 [4/19] (7-46.1) 100 (94.3-100) 100 (39.6-100) 84.2 (75.0-90.6)

5 (8) 23.5 [4/17] (7.8-50.2) 100 (94.3-100) 100 (39.6-100) 86.0 (76.9-92.1)

6 (9) 26.6 [4/15] (8.9-55.2) 100 (94.3-100) 100 (39.6-100) 87.9 (79.0-93.5)

7 (10) 50.0 [8/16] (25.5-74.5) 100 (94.3-100) 100 (59.8-100) 90.9 (82.4-95.7)

8 (15-20) 50.0 [8/16] (25.5-74.5) 100 (94.3-100) 100 (59.8-100) 90.9 (82.4-95.7)

9 (30-35) 60.0 [12/20] (36.4-80.0) 100 (94.3-100) 100 (69.9-100) 90.9 (82.4-95.7)

10 (40-45) 5.6 [1/18] (0.3-29.4) 100 (94.3-100) 100 (5.5-100) 82.5 (73.1-89.2)

*Days refer to the day since symptoms onset; [N] = number of positive samples/total samples

tested; (CI) = 95% confidence interval; PPV = positive predictive value; NPV = negative

predictive value.

We observed a percentage of positive IgA 56% (14/25) for the samples of

group 11 (Table 4) were collected between 10 and 21 days of symptoms

corresponding to cases of secondary infection by DENV, where no IgM detection.

The AAC-ELISA had a specificity of 100% in samples negative for dengue (group 12)

and the samples collected after vaccination against yellow fever virus (group 13),

demonstrating the absence of cross-reactivity between dengue and yellow fever.

Page 82: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

81

Table 4

Distribution of sensitivity, specificity, positive predictive value and negative secondary

infection cases in relation to the number of days since symptoms onset

Groups

(Days*)

Sensitivity, % [N]

(CI)

Specificity, %

(CI)

PPV

(CI)

NPV

(CI)

1 (2-4) 26.7 [4/15] (8.9-55.2) 100 (94.3-100) 100 (39.6-100) 87.9 (79.0-93.5)

2 (5) 73.7 [14/19] (48.6-89.9) 100 (94.3-100) 100 (73.2-100) 94.1 (86.2-97.8)

3 (6) 66.7 [10/15] (38.7-87) 100 (94.3-100) 100 (65.5-100) 94.1 (86.2-97.8)

4 (7) 84.2 [16/19] (59.5-95.8) 100 (94.3-100) 100 (75.9-100) 96.4 (89.1-99.1)

5 (8) 87.5 [14/16] (60.4-97.8) 100 (94.3-100) 100 (73.2-100) 97.6 (90.6-99.6)

6 (9) 56.3 [9/16] (30.6-79.2) 100 (94.3-100) 100 (62.9-100) 92.0 (83.6-96.4)

7 (10) 70.6 [12/17] (44.0-88.6) 100 (94.3-100) 100 (69.9-100) 94.1 (86.2-97.8)

8 (15-20) 47.6 [10/21] (26.4-69.7) 100 (94.3-100) 100 (65.5-100) 87.9 (79.0-93.5)

9 (30-35) 23.5 [4/17] (7.8-50.2) 100 (94.3-100) 100 (39.6-100) 86.0 (76.9-92.1)

10 (40-45) 0 [0/14] 100 (94.3-100) - 85.1 (75.9-91.3)

11 (10-21) 56 [14/25] (35.3-75) 100 (94.3-100) 100 (73.2-100) 87.9 (79.0-93.5)

*Days refer to the day since symptoms onset; [N] = number of positive samples/total samples

tested; (CI) = 95% confidence interval; PPV = positive predictive value; NPV = negative

predictive value.

Analyzing the two tests together for detection of IgM and IgA, we observed an

increase in diagnostic sensitivity from 84.4% to 91% (6.6%) to the total sample of

cases of dengue; primary infection increased from 90.1% to 92.8%, although in

secondary infection there was a significant increase (15.2%), 79.4% when using only

IgM to 94.6% when we use the testing in parallel.

Page 83: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

82

4. Discussion

DENV infection in immunoglobulin A IgM is synthesized simultaneously with,

and may also be detected in the blood (Balmaseda et al. 2003; Talarmin et al. 1 998)

thus IgA could also be used for diagnostic purposes such infection.

In the present study we observed a sensitivity of ELISA for IgA 42.2%

(154/365) in IgM positivity was 84.4% for the same samples. In other studies found

the percentage of positive IgA similar to ours: Talarmin et al. (1998) found 47.75%

(85/178) and Nawa et al. (2005) 24.47% (23/94), while Hernandez et al. (2012) using

the chromatographic test "Dengue IgA Rapid test" (ASSURE ®) IgA detected in 61%

(105/172) of specimens tested. It is worth noting that these studies was analyzed a

smaller number of samples, in addition to that in our study, we took into account the

date of sample collection in relation to the number of days after onset of symptoms

as well as the type of infection cases: 46.8% (171 samples) were cases of primary

infection and 53.2% of secondary (194 samples).

The presence of IgA was detected in samples more frequently in cases of

secondary infection (55.2%), in contrast to 27.5% of primary infection, corroborating

data Vázquez et al. (2005), that using the AAC-ELISA IgA detected in 17% of cases

the primary infection and 62% in secondary.

In contrast to these results, Ahmed et al. (2010) obtained a sensitivity of 100%

in primary infection and 99.2% in secondary, but using a rapid test. They are usually

found in false positive rapid tests, which in theory could explain the high percentage

found. Other studies have also observed higher sensitivity when applied the rapid

test (ASSURE ® Dengue IgA Rapid Test) for detection of serum IgA (Hernández et

al., 2012; Tan et al., 2011). However, Hernandez et al. (2012) identified 14.9% (7/47)

of positive reactions in samples of blood donors negative for dengue. In our study,

Page 84: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

83

we used this same kit to select samples of serum IgA positive, the sensitivity was

only 32.5% (13/40).

Differences in sensitivity can also be explained by the type of infection

analyzed, different methodologies used for detection of IgA anti-DENV and the

prevalence of infection in different geographical areas. In areas where DENV is

endemic occur most cases of secondary infection.

In agreement with the results obtained by Talarmin et al. (1998), IgA was not

detected in samples collected after the 45th day from the beginning of infection, only a

single sample of primary infection was positive. For Nawa et al. (2005), IgA remains

positive for a shorter time when compared with the IgM, which represents an

advantage in their use as diagnostics. The presence of IgM may not indicate a

disease in progress, this immunoglobulin may remain in the blood for three months or

more after infection (Chen, Hwang, Fang, 1991; Peeling et al., 2010).

Furthermore, studies have demonstrated the occurrence of negative for IgM

serology in cases of secondary infection by DENV, even in convalescent phase

samples (Guzman and Kouri, 2004, Lamb et al, 2007). This study showed that the

AAC-ELISA was able to detect IgA in 56% (14/25) samples of group 11, whose result

IgM was negative in both the serum samples collected during acute and

convalescent and were confirmed as dengue clinically by virus isolation and RT-

PCR. Thus, the AAC-ELISA identified infection in samples which in clinical practice

would be considered inconclusive. Also in samples of secondary infection IgA IgM

was detected before, in samples collected 2-4 days after the onset of symptoms.

Generally IgA appears one day after IgM (Balmaseda et al. 2003; Talarmin et al.

1998).

Page 85: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

84

Peeling et al. (2010) detected IgM between the 3rd and 5th days after the onset

of fever in approximately 50% of hospitalized patients with a sensitivity of 90% and

specificity of 98% when the tests were performed in five days or more after initiation

fever. However, several studies have shown that these data may vary depending on

the type of infection.

In the study of Talarmin et al. (1998) peak of IgA occurred on the 8 th day after

the onset of fever, however the type of infection has not been established for most of

the samples for Balmaseda et al.; (2003) was observed on day 5, as in our series, for

the group of samples from secondary infection, the highest percentage of positivity

was also observed on the 8th day, unlike the cases of primary infection that occurred

in the group with 30-35 days of onset of symptoms.

Regarding specificity, the AAC-ELISA proved to be very efficient, IgA was not

detected in samples negative for dengue, nor those with IgM positive for yellow fever

virus vaccine, indicating no cross-reaction.

In order to estimate the increase in diagnostic sensitivity was assessed

parallel implementation of testing kit for the detection of IgM and IgA, observing a

6.68% increase in sensitivity compared to the research of IgM alone and in primary

and secondary infections of 2.7% and 15.2%, respectively. Underscoring the

importance of using research IgM and IgA in parallel (Balmaseda et al., 2003; Nawa

et al., 2005; Vázquez et al., 2007).

Despite presenting themselves less sensitive than detection of IgM, the AAC-

ELISA is an important diagnostic tool in secondary infection, where there is a higher

probability of not being detected IgM. Moreover, the AAC-ELISA was shown to be

specific face of negative samples after dengue and yellow fever vaccination. The

Page 86: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

85

parallel detection of IgM and IgA in suspected dengue cases increase significantly

the sensitivity of serological diagnosis.

References

Ahmed, F et al. (2010) Evaluation of ASSURE® Dengue IgA Rapid Test using

dengue-positive and dengue-negative samples. Diagnostic Microbiology and

Infectious Disease 68:339–344.

Balmaseda, A et al. (2003) Diagnosis of Dengue Virus Infection by Detection of

Specific Immunoglobulin M (IgM) and IgA Antibodies in Serum and Saliva.

Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology 10:317-322.

Chen WJ,Hwang KP, Fang AH (1991) Detection of IgM antibodies from cerebrospinal

fluid and sera of dengue fever patients. Southeast Asian Journal of Tropical

Medicine and Public Health 22:659–63.

Cordeiro MT et al. (2007) Characterization of a Dengue Patient Cohort in Recife,

Brazil. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene 77: 1128–1134.

Cordeiro MT et al. (2009) Reliable Classifier to Differentiate Primary and Secondary

Acute Dengue Infection Based on IgG ELISA. Plos one 4 :4945.

Fletcher, R.H., Fletcher, S.W. Epidemiologia clínica: elementos essenciais. 4th ed.

Porto Alegre: artmed, 2006.

Guzmán MG, Kouri G (1996) Advances in Dengue Diagnosis. Clinical and Diagnostic

Laboratory Immunology 3:621–627.

Guzmán MG, Kourí G (2004) Dengue diagnosis, advances and challenges.

International Journal of Infectious Diseases 8:69-80.

Halstead SB (2007) Dengue. Lancet 370:1644 – 1652.

Page 87: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

86

Henchal EA et al. (1982) Dengue virus-especific and flavivirus group determinants

identified with monoclonal antibodies by indirect immunofluorescence. American

Journal of Tropical Medicine and Hygiene 31: 830-6.

Hernández SIC et al. (2012) Evaluation of a novel commercial rapid test for dengue

diagnosis based on specific IgA detection. Diagnostic Microbiology and

Infectious Disease 72:150–155.

Igarashi, A. (1978) Isolation of a Singh’s Aedes albopicitus cell clone sensitive to

dengue and chikungunya viruses. The Journal of General Virology 40: 531-544.

Kuno G, Gómez I, Gubler DJ (1987) Detecting artificial anti-dengue IgM immune

complexes using an enzyme-linked immunosorbent assay. American Journal of

Tropical Medicine and Hygiene 36:153-159.

Lanciotti RS et al. (1992) Rapid Detection and Typing of Dengue viruses from clinical

samples by using Reverse Transcriptase Polymerase chain Reaction. Journal

of Clinical Microbiology 30: 545-551.

Medronho, R.A., Bloch, K.V., Luiz R.R., Werneck, G.L. Epidemiologia. 2rd ed. São

Paulo: Atheneu, 2008.

Melo AB et al. (2011) Description of a Prospective 17DD Yellow Fever Vaccine

Cohort in Recife, Brazil. The American Society of Tropical Medicine and

Hygiene 85:739–747.

Nawa M et al. (2005) Immunoglobulin A Antibody Responses in Dengue Patients: a

Useful Marker for Serodiagnosis of Dengue Virus Infection. Clinical and

Diagnostic Laboratory Immunology 12:1235–1237.

Oliveira MJC et al. (2008) Frequência de sarampo, rubéola, dengue e eritema

infeccioso entre casos suspeitos de sarampo e rubéola no estado de

Pernambuco, no período de 2001 a 2004. Revista da Sociedade Brasileira de

Page 88: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

87

Medicina Tropical 41:338-344.

Peeling et al. (2010) Evaluation of diagnostic tests: dengue. Nature reviews

microbiology s30-s38.

Talarmin A et al. (1998) Immunoglobulin A-Specific Capture Enzyme-Linked

Immunosorbent Assay for Diagnosis of Dengue Fever. Journal of Clinical

Microbiology 36:1189–1192.

Tan YY et al. (2011) Development of ASSURE® Dengue IgA Rapid Test for the

Detection of Anti-dengue IgA from Dengue Infected Patients. Journal of Global

Infectious Diseases 3: 233-240.

Vázquez S et al. (2007) Kinetics of antibodies in sera, saliva, and urine samples from

adult patients with primary or secondary dengue 3 virus infections. International

Journal of Infectious Diseases11:256-262.

Vázquez S et al. (2005) Serological markers during dengue 3 primary and secondary

infections. Journal of Clinical Virology 33: 132–137.

Page 89: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

88

ANEXOS

Page 90: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

89

ANEXO A Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFPE

Page 91: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

90

ANEXO B Normas para Publicação da revista

Diagnostic Microbiology and Infectious Disease

Instructions to Authors

As of 01 June 2005, all new manuscripts must be submitted through the Diagnostic

Microbiology and Infectious Disease online submission and review Web site (

http://ees.elsevier.com/dmid/ ). Authors are requested to submit the text, tables, and

artwork in electronic form (not as a PDF ) to this address. In an accompanying letter,

authors should state that the manuscript, or parts of it, have not been and will not be

submitted elsewhere for publication. Authors are highly encouraged to include a list

of three or more potential reviewers for their manuscript, with complete contact

information.

Submission items include a cover letter (save as a separate file for upload),

suggested reviewers, the manuscript (including title page, abstract, manuscript text,

references, and table/figure legends), tables, and figures. Revised manuscripts

should also be accompanied by a unique file (separate from the covering letter) with

responses to reviewers' comments. The preferred order of files is as follows: cover

letter, suggested reviewers, response to reviews (revised manuscripts only),

manuscript file(s), table(s), figure(s). Files should be labeled with appropriate and

descriptive file names (e.g., SmithText.doc, Fig1.eps, Tables3.doc). Upload text,

tables and graphics as separate files. (You can compress multiple figure files into a

Zip file and upload that in one step; the system will then unpack the files and prompt

you to name each figure.) Do not import figures or tables into the text document and

do not upload your text as a PDF. Complete instructions for electronic artwork

submission can be found on the Author Gateway, accessible through the journal

home page. Your figures will be tested by an artwork quality check tool; you will be

Page 92: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

91

asked to view the results before you can complete your submission. Your figures can

move into review if not up to production standards, but you should be prepared to

provide better quality figures should we express interest in your manuscript.

Authors who are unable to provide an electronic version or have other circumstances

that prevent online submission must contact the Editors prior to submission to

discuss alternate options. The Publisher and Editors regret that they are not able to

consider submissions that do not follow these procedures.

Please note, although the Elsevier Editorial System Registration page asks if you are

available for reviews, we are not currently seeking new reviewers as members of the

Editorial Board. All other correspondence should be addressed to the Editor in Chief:

Ronald N. Jones, M.D., Editorial Office, Diagnostic Microbiology and Infectious

Disease, Suite A, 345 Beaver Kreek Centre, North Liberty, Iowa 52317, USA.

Manuscripts

Papers may be submitted that are full-length articles (including subject review

articles), or short notes. Manuscripts are accepted with the understanding that they

are original, unpublished work and are not being submitted elsewhere. All

manuscripts are subjected to peer review by the editors, by members of the Editorial

Board, or by other qualified reviewers.

Papers must be accompanied by a letter signed by the corresponding author

indicating that they have read and are familiar with the current "Instructions to

Authors" (published in each issue) and will comply with the instructions and stated

conditions. The letter should indicate that all of the named authors and

acknowledged parties have agreed to the submitted draft of the paper or, as

providers of personal communications, have consented to their inclusion, and that

the content/submission is original/unpublished and has not been simultaneously

submitted to another medical journal. Furthermore, previous or other publication of

any or part of the content of the manuscript (including conference or congress

proceedings, letters, and brief communications) must be declared on the title page.

Failure to comply with the above mentioned policies may result in a 3-year

Page 93: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

92

suspension of publishing privileges in this journal.

Manuscripts should be submitted via the Elsevier Editorial System, in English,

double-spaced, and, where appropriate, divided into Introduction; Materials and

Methods, which should include sufficient technical information so that experiments

can be repeated and which should give sources of unusual chemicals, reagents,

equipment, or microbial strains; Results, which should describe the design of the

experiments as well as the results using text, tables, or figures; and Discussion,

which should provide an interpretation of the results in relation to previously

published work. An abstract is required for all papers; it should be 150 words or less

for full-length papers and 50 words or less for notes. Papers for the Notes category,

which is intended for the presentation of brief observations (including instructive case

reports), that do not warrant full-length papers, should not contain any section

heading and should not exceed 1,000 words.

The first page of the manuscript should include: title, running title of not more than 45

characters and spaces, full names of all authors, address of the institution at which

the work was performed, and the corresponding author's full address, telephone

number, and FAX number. Any change of address by any of the authors should also

be noted. Any footnotes to the text should be numbered using Arabic numerals and

should be typed on the page of the manuscript on which they are referred to.

Tables

Tables should be on separate files and numbered using Arabic numerals. Each table

should have a brief title with detailed information appearing as footnotes bearing

superscript, lower-case letters. Vertical rules should be avoided.

References

Please ensure that every reference cited in the text is also present in the reference

list (and vice versa). Any references cited in the abstract must be given in full.

Unpublished results and personal communications should not be in the reference list,

but may be mentioned in the text. Citation of a reference as 'in press' implies that the

Page 94: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

93

item has been accepted for publication. Diagnostic Microbiology and Infectious

Disease uses the standard 'Vancouver' system with name and year in the text.

Text: All citations in the text should refer to:

1. Single author: the author's name (without initials, unless there is ambiguity) and

the year of publication;

2. Two authors: both authors' names and the year of publication;

3. Three or more authors: first author's name followed by 'et al.' and the year of

publication.

Citations may be made directly (or parenthetically). Groups of references should be

listed first alphabetically, then chronologically.

Examples: "as demonstrated in wheat (Allan, 1996a, 1996b, 1999; Allan and Jones,

1995). Kramer et al. (2000) have recently shown ...."

List: References should be arranged first alphabetically and then further sorted

chronologically if necessary. More than one reference from the same author(s) in the

same year must be identified by the letters "a", "b", "c", etc., placed after the year of

publication.

Examples:

Reference to a journal publication: Van der Geer J, Hanraads JAJ, Lupton RA. The

art of writing a scientific article. J Sci Commun 2000;163:51-9.

Reference to a book: Strunk Jr W, White EB. The elements of style. 3rd ed. New

York: Macmillan, 1979.

Reference to a chapter in an edited book: Mettam GR, Adams LB. How to prepare an

electronic version of your article. In: Jones BS, Smith RZ, editors. Introduction to the

electronic age. New York: E-Publishing Inc.; 1994. p. 281-304.

Note shortened form for last page number. e.g., 51-9, and that for more than 6

authors the first 6 should be listed followed by 'et al.' For further details you are

referred to "Uniform Requirements for Manuscripts submitted to Biomedical Journals"

(J Am Med Assoc 1997;277:927-34), see also

http://www.nlm.nih.gov/tsd/serials/terms_cond.html

Page 95: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

94

Figures

All manuscripts must be accompanied by complete artwork. Each figure must be on a

separate file. Electron micrographs should be of sufficient contrast to withstand

reduction and printing at the journal page size. The cost of printing color photographs

must be borne by the author. Any graphs, charts, or diagrams should be finished

drawings, using type size large enough to be read easily when reduced to page size.

Proofs and Reprints

The corresponding author will receive page proofs, which should be corrected and

returned within 48 hours of receipt. Corrections are limited to printer's errors and no

substantial author's changes will be made. Reprints may be ordered at the price

listed on the order form accompanying the proofs.

Style and Nomenclature

Authors should use the CBE (Council of Biology Editors) Style Manual, 5th ed., as a

general guide for style. The names of chemical compounds should conform with

Chemical Abstracts and its indexes or The Merck Index, 11th ed. Enzymes and

biochemical terms should bear the recommended, trivial name listed in the latest

edition of Enzyme Nomenclature. Whenever possible, use generic drug names.

Binary names consisting of a generic name and a species name must be used for all

microorganisms. Names of general and higher categories may be used alone.

However, a species name must be preceded by the complete generic name the first

time that it is used in the manuscript. Following this, the generic name should be

abbreviated to the initial capital letter (for example, S. aureus), provided there can be

no confusion with other genera of organisms used in the paper. The nomenclature for

bacteria should follow well-established references such as Bergey's Manual of

Determinative Bacteriology (current edition) or the Manual of Clinical Microbiology,

8th ed., or validation lists and specific articles published in the International Journal of

Systematic and Evolutionary Microbiology since January 1, 1989. Informative web

sites are available as well ( http://www.dsmz.de/bactnom/bactname.htm and

Page 96: DOSAGEM DA IgA SÉRICA POR ELISA DE CAPTURA PARA O ... · Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Fábio André dos Santos Brayner Heloísa Ramos Lacerda de Melo Maria Amélia Vieira

95

http://www.bacterio.cict.fr ).

Nomenclature and classifications of fungi and yeasts are the responsibility of the

manuscript authors as guided by published sources such as Ainsworth and Bisby's

Dictionary of the Fungi, 9th ed. (2001) and The Yeasts: A Taxonomic Study, 4th ed.

(1998).

Names used for viruses should be those listed in the International Committee on

Taxonomy of Viruses publication (Virus Taxonomy: Classification and Nomenclature

of Viruses: Seventh Report of the International Committee of Taxonomy and Viruses,

2000). Synonyms may be used in parentheses when the name is first used in

conjunction with the approved generic (or group) and family names.

Copyright

Upon acceptance of an article by the journal, the author(s) will be asked to transfer

copyright of the article to the publisher. This transfer will insure the widest possible

dissemination of information under the US copyright law. Unless this agreement is

executed, the journal will not publish the manuscript.