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O presente Dossiê traz os levantamentos da área do terreno e entornos no bairro do Córrego Grande, onde será desenvolvido o projeto arquitetônico durante o semestre 2016.1, entre os diagnósticos fazem parte os Aspectos Históricos, Geoambientais, Bioclimáticos e Legais do referido bairro. Os dados foram levantados pelas turmas 03207A e 03207B do semestre trabalhado.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

PROJETO ARQUITETÔNICO E PROGRAMAÇÃO VISUAL II

PROFESSORES EDUARDO WESTPHAL E MARIA INÊS SUGAI

DOSSIÊ PII – 2016.1

O presente Dossiê traz os levantamentos da área do terreno e entornos no bairro do Córrego Grande, onde será desenvolvido o projeto arquitetônico durante o semestre 2016.1, entre os diagnósticos fazem parte os Aspectos Históricos, Geoambientais, Bioclimáticos e Legais do referido bairro. Os dados foram levantados pelas turmas 03207A e 03207B.

Florianópolis, abril de 2016.

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SUMÁRIO

1. HISTÓRICO DO BAIRRO CORREGO GRANDE 7

2. LOCALIZAÇÃO 8

3. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS 9

3.1. Ocupação do bairro hoje 9

3.2. Serviços, comércio e lazer 12

3.3. Verticalização e Mobilidade 12

4. ASPECTOS GEOAMBIENTAIS 15

4.1. Relevo e solo 15

4.2. Hidrografia 16

4.3. Vegetação 16

4.4. Insolação 17

4.5. Ventilação 18

5. ASPECTOS BIOCLIMÁTICOS 19

5.1. Oscilação da temperatura e umidade relativa do ar 19

5.2. Índices pluviométricos 20

5.3. Nebulosidade 20

6. FAZENDINHA 21

7. POÇÃO 21

8. PARQUE DO CÓRREGO GRANDE 21

9. ANÁLISE DO TERRENO 22

10. PERCEPÇÃO DA PAISAGEM – Estudo de Situações Urbanas 22

11. PLANO DIRETOR 34

12. CÓDIGO DE OBRAS 47

13. CÓDIGO DE POSTURAS 68

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7

1. HISTÓRICO DO BAIRRO

CÓRREGO GRANDE

O Córrego Grande começou a ser

povoado no século XVIII, por imigrantes do

arquipélago dos Açores vindos em busca de

terras para o cultivo. O nome do bairro vem

do rio que nasce no sertão do Córrego e corta

o bairro, onde as mulheres costumavam lavar

roupas. Nessa época haviam apenas estradas

de chão batido, se utilizava a água de poços,

e as casas eram de estuque, técnica de

construção de bambus amarrados com barro

e água.

Os moradores viviam da subsistência

e da troca comercial com populações de

outras regiões da ilha, essas realizadas

geralmente no mercado público. Nas

encostas plantava-se banana, café e laranja,

que deu nome e abasteceu por muitas

décadas a Festa da Laranja, hoje festa da

Santíssima Trindade.

A partir do século XIX, já se plantava

café, mandioca e cana, com engenhos que

produziam açúcar, melado e cachaça. A

região também foi importante no

fornecimento de gado e leite para toda a ilha.

A seguir uma descrição da paisagem do

bairro, de Várzea (1900):

“A povoação do Córrego Grande é ainda mais rareada que a do Pantanal e suas habitações suspensas quase todas a encostas e socalcos de morros, cortados de fios de água numerosos e de uma grossa cachoeira que nasce no contraforte do monte do Padre Doutor, na Lagoa. Essa cachoeira, a 400 metros mais ou menos de altura, domina a capital, e, conquanto diminuída pelo desmatamento de suas nascentes, poderia servir, com outras, para abastecer de água o Desterro, que até hoje, como vimos, se ressente dessa falta. Depois, esta água é magnífica, perfeitamente potável, sem a sobrecarga de sais que se observa na da cidade, em geral. ”

No século XX, o bairro foi cenário de

muitas transformações. No começo do

século, os padres jesuítas do Colégio

Catarinense se instalaram com uma grande

fazenda. Eles construíram aí a primeira igreja

do bairro, a Igreja do Puríssimo Coração de

Maria. Mais tarde essa área foi desmembrada

e loteada para a implantação do Jardim

Anchieta, loteamento composto por casas de

classes média e alta.

O desenho viário do Córrego Grande é

do tipo “espinha de peixe”, na qual existe

uma rua geral de acesso, e vários servidões

que vão subindo o morro. Esse modelo de

ocupação é muito recorrente na Ilha de Santa

Catarina em função da sua geografia. No caso

do bairro, essa rua geral é a Rua João Pio

Duarte Silva, que foi pavimentada só na

década de 1980.

Apesar do Plano Diretor de 1952

prever a construção de uma Universidade

Federal no centro de Florianópolis, por

interesses econômicos da elite ligados a

posse de terrenos na região, a universidade

foi instalada na Trindade na década de 60, na

região da antiga fazenda Assis Brasil. Em

seguida foi construída a sede da empresa

Eletrosul no Pantanal. Vários agricultores

começaram a vender suas terras, o que

mudou o cenário do bairro, de rural para o

urbano. Os bairros do entorno, Pantanal,

Trindade, Carvoeira e Córrego Grande,

receberam vários novos moradores, entre

professores, funcionários e alunos das

instituições.

Esses novos moradores tinham

melhores condições econômicas, o que gerou

o crescimento do comércio e melhoria da

infraestrutura de forma geral. Isso deu início

ao processo de valorização que aos poucos

tomou conta da região, com a especulação

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8

imobiliária. A partir da demanda, foram

sendo construídos várias áreas residenciais

de médio e alto padrão, entre elas o Jardim

Guarani, Jardim Albatroz, Parque São Jorge o

Residencial Garapuvu.

Junto com essa ocupação dos

loteamentos e conjuntos habitacionais,

houve uma ocupação predominantemente

informal nas encostas dos morros, em

regiões como o Sertão do Córrego Grande. O

que antes era uma comunidade rural de baixa

renda, se transformou em um bairro de

contrastes, com as regiões mais nobres

ocupadas por classes médias e altas,

enquanto as encostas do Maciço da Costeira

foram ocupadas pela população de baixo

poder aquisitivo.

“Assim ia crescendo, ou melhor,

encolhendo, aquele Córrego Grande original,

rural, ‘caipira’, ‘colono’, nada pobre, muito

rico de cultura, vida e felicidade.” (VENTURI,

2012, p. 70). Nessa frase, Silvia Venturi critica

esse processo de gentrificação que ocorreu

no bairro, e a consequente perda de

identidade. O Córrego Grande foi submetido

aos interesses da especulação imobiliária, e

que acaba expulsando os moradores antigos

de baixa renda do bairro, levando consigo

suas tradições e sentimento de comunidade.

2. LOCALIZAÇÃO

Situado na porção centro-oeste de

Florianópolis, o Bairro possui uma localização

de grande interesse imobiliário por sua

proximidade e fácil acesso à importantes

pontos da cidade, como a UFSC, a UDESC e o

Centro. Delimitado pelos bairros Itacorubi,

Santa Mônica, Trindade e Pantanal, foi a sua

posição e relação em o entorno que definiu o

Córrego Grande como ele o é hoje.

Com um crescimento do tipo “espinha

de peixe”, a Rua primária do Bairro é a João

Pio Duarte da Silva, tendo um uso

predominantemente comercial e de serviço,

Figura 1- O bairro Córrego Grande e seu entorno (Fonte: Geoprocessamento IPUF)

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9

e cujos acessos se dão pela Avenida Prof.

Henrique da Silva Fontes (mais conhecida

com Av. Beira Mar Norte) e pelas ruas Delfino

Conti (Trindade) e Deputado Antônio Edu

Vieira (Pantanal). Além de acessos

secundários, vindos pelo Santa Mônica e pela

Lagoa da Conceição, via Rua Vera Linhares de

Andrade.

O terreno abordado se localiza em

uma das vias secundárias (do lado direito da

João Pio Duarte da Silva, sentido UFSC-

Bairro), a Rua Manoel Rosa dos Santos, a qual

recebe apenas o fluxo dos moradores locais,

em sua maioria de classe média, e é

composta por residências unifamiliares de 1

a 3 pavimentos e de tipologia arquitetônica

semelhante.

3. ASPECTOS

SOCIECONÔMICOS

3.1. Ocupação do bairro hoje

Apesar de ter mantido o uso

majoritariamente residencial ao longo de sua

existência, o Bairro Córrego Grande passou

por mudanças profundas relacionadas à

valorização da terra e às atividades

econômicas realizadas na região. A partir dos

anos 60, quando os interesses das classes

dominantes de Florianópolis se voltam

definitivamente para o norte da ilha

(SUGAI,1994), nota-se uma progressiva

mudança no perfil socioeconômico do bairro,

intensificada pela instalação da UFSC e da

ELETROSUL nas suas proximidades.

O passado rural vai sendo deixado

para trás, tanto que em 1972 os moradores

começam a pagar o Imposto sobre

Propriedade Predial e Territorial Urbana

(IPTU). Antes eles pagavam imposto ao INCRA

(Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária) dando a entender que, para os

órgãos públicos, o Córrego foi considerado

uma área rural até essa data. (VIEIRA,2010)

Com o passar do tempo, e devido à

especulação imobiliária, alguns loteamentos

começam a ser criados para abrigar os novos

moradores ou para regularizar as áreas que

haviam sido ocupadas ilegalmente. Para o

primeiro caso, temos como exemplo a

construção do Jardim Anchieta, loteamento

localizado à direita da rua João Pio Duarte

Silva (sentido UFSC-bairro), característico

hoje por abrigar uma população de maior

poder aquisitivo, conter praças arborizadas,

ruas sem congestionamentos, e apresentar

pouquíssimos comércios. É importante

ressaltar que em loteamentos desse tipo a

Figura 2 - Implantação do terreno (Fonte: Google Maps)

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vida comunitária se torna muito fraca devido

à falta de diversidade de moradores e à

maneira como as casas se fecham para a

rua. Já o Conjunto Guarani, planejado na

década de 70 pelo programa nacional de

habitação popular COHAB, evidencia-se

como um representante do segundo caso,

com habitações simples de alvenaria. Nesta

área, tradicionalmente ocupada por famílias

de menor poder aquisitivo, observa-se que

grande parte dessas famílias originais já não

se encontra mais no local; com a contínua

valorização dos terrenos, o perfil dos

moradores e a própria tipologia das casas

foram mudando, sendo que hoje, por

exemplo, existem pouquíssimas casas feitas

de madeira.

Assim como esses dois, alguns outros

conjuntos e loteamentos podem servir como

exemplo dessas formas de ocupação e do

papel que tiveram na caracterização do

bairro. O Jardim Germânia e o Conjunto

Bermann são clássicos do tipo de ocupações

elitizadas e relativamente fechadas para o

resto da cidade, sendo o primeiro com uma

tipologia de condomínio horizontal, e o

segundo como um condomínio vertical.

Esses dois processos de ocupação

demostram como a divisão social do

território foi ficando cada vez mais evidente

dentro do Córrego Grande. É possível notar

hoje uma diferença significativa entre os

padrões de ocupação de acordo com a

qualificação das habitações e a forma de

ocupação dos lotes. A populações de classe

média ocupa a maior parte do bairro e se

caracteriza por arquiteturas mais simples, em

terrenos planos ou com alguma declividade,

e que vão desde pequenos apartamentos até

casas isoladas no lote. Já as populações de

baixa renda se localizam especialmente na

Figura 3 - Jardim Guarani em 1977 (foto acima) e região

atualmente (foto abaixo). (Fontes: Geoprocessamento IPUF

e Google Earth, respectivamente).

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11

região centro-sul, numa localidade conhecida

como “Maciço da Costeira. Essa área é

caracterizada por morros impróprios à

ocupação e pela dificuldade de acesso a

carro. Normalmente a população precisa se

deslocar até a parte central do bairro para ter

acesso a comercio, serviço e transporte.

(COSTA, FELIPE e PALERMO, 2007).

Atualmente, observa-se o avanço da

especulação imobiliária para uma das últimas

áreas com resquícios rurais dentro do bairro.

O terreno da “Fazendinha do Córrego

Grande”, que apresentava um potencial

enorme para uma área de lazer pública, foi

dividido entre algumas incorporadoras que

desenvolveram projetos de condomínios de

alto padrão para o local. O que se observa

Figura 4 - Imagem de 2011 da área do Conjunto Guarani (Fonte: Google Street View)

Figura 5 - Imagem ilustrativa dos conjuntos residenciais em construção na área da antiga Fazendinha do Córrego (Fonte:

construtora Farmaco Cezarium)

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12

hoje é que, com alguns contratos de

“compensação”, os quais obrigam as

construtoras a reformar algumas praças e

parques, esses projetos são autorizados e

construídos sem a devida preocupação com o

futuro do bairro, de sua memória ou de

infraestrutura urbana. Esta prática de

infringir e compensar já está totalmente

consolidada no mercado imobiliário e da

construção civil, só sendo isso possível

porque esta compensação beneficia mais

para quem infringe do que para aqueles

prejudicados diretamente pelo

empreendimento.

3.2. Serviços, comércio e lazer

Quanto a dinâmica econômica do

bairro, pode-se dizer que a maioria das

atividades comerciais está localizada ao

longo da Rua João Pio Duarte Silva. São

minimercados, bares, padarias, lojas de

bicicleta e restaurantes, bancas de jornal e

postos de gasolina. Ao adentrarmos nas ruas

secundárias o comercio começa a ficar

reduzido e o uso vai ficando cada vez mais

residencial. O Supermercado Imperatriz é um

grande empreendimento que mudou a

dinâmica do bairro. Desde dezembro de

2008, funciona na Rua João Pio Duarte Silva,

próximo ao Jardim Germânia e Jardim

Anchieta. A Escola Básica Municipal João

Alfredo Rohr, o colégio particular COC, o

Centro Comunitário e o Parque Ecológico do

Córrego Grande também são equipamentos

importantes que se localizam na rua

principal. Este Parque representa uma área

extremamente importante para o lazer dos

moradores do bairro, possuindo inúmeros

atrativos e atividades.

3.3. Verticalização e Mobilidade

“(...) o fenômeno depredador

especulativo, que provoca progressivamente

a destruição do entorno natural e o amontoar

nas cidades dos habitantes mais

desfavorecidos economicamente. De nada

serve derrubar bairros infectos e a

construção em seu lugar de espaçosas e

higiênicas habitações se ao mesmo tempo

não se procura sufocar e conter a febre

especuladora que juntamente com tais

reformas, se incentiva. O resultado não é

outro que um urbanismo devorador da

natureza e massificação de enormes massas

Figura 6 -

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14

humanas nos bairros suburbanos das grandes

cidades. ” (BRACONS, 1992 apud CECCA,

1997, p. 162)

A verticalização no Córrego Grande

tornou-se um problema quando a

infraestrutura básicas e de apoio não

acompanharam tal crescimento. O aumento

da população gerou uma demanda por

tratamento de esgoto, rede de água, a qual o

bairro não estava preparado. A falta de

infraestrutura e a verticalização desordenada

no bairro tornou-se um drama para os

moradores que sofreram com as

consequências, como inundações nos anos

de 2000 e 2001, além de falta de energia e

água que são frequentes até hoje.

A mobilidade está comprometida devido ao

crescente número de moradores, e

consequentemente de veículos, aliado a falta

de planejamento do espaço urbano. A

concentração do comercio e dos serviços na

Rua João Pio Duarte Silva, que é a geral do

bairro só intensifica a problemática da

mobilidade. Esta possui escolas públicas e

particulares que interferem diariamente no

fluxo de pedestres e veículos ao longo do dia.

As já citadas Escola Básica Municipal João

Alfredo Rohr e o colégio particular COC

somam 1150 estudantes, do primário ao

ensino médio, e representam um fluxo

massivo de carros no início e no final das

aulas. Com ruas estreitas, acaba por gerar

constantes congestionamentos, pois já não

absorve o fluxo de veículos, além da falta de

incentivo ao ciclista, que diariamente divide

espaço com os pedestres e com os carros pela

falta de ciclovias, intensificando-se a

problemática da mobilidade.

O aumento do gabarito no plano

diretor de 1997 causou a revolta da

população, que passou então a pressionar o

setor público contra a verticalização sem

planejamento do Córrego Grande, pedindo

por melhoria na infraestrutura do bairro.

O maior fluxo de pedestres acontece

na Rua João Pio Duarte Silva, tendo em vista

sua maior concentração de atividades

comerciais e serviços. Já nas ruas adjacentes

o movimento restringe-se aos moradores

locais. Entretanto, muitas ruas não

obedecem às normas de acessibilidade e

espaço, tendo em vista as calçadas estreitas e

os obstáculos como postes e ponto de ônibus

que invadem as calçadas atrapalhando a

mobilidade de pedestres e principalmente

pessoas com necessidades especiais.

A partir de todas essas informações e em

conjunto com uma análise histórica,

podemos concluir que, ao sabor da

especulação imobiliária, as classes mais ricas

de Florianópolis têm começado a ocupar a

parte mais ao sul do bairro, cercando as

populações de baixa renda e forçando-as

progressivamente a mudar do local. Na

região onde se encontra o terreno estudado,

é bem possível que a característica horizontal

e residencial da urbanização se consolide e

que seja acompanhada pelo fortalecimento

das relações comunitárias, incentivadas pelas

novas obras de praças e do novo centro

comunitário do sertão do córrego. Pela sua

proximidade com a UFSC e com o centro de

Florianópolis, a região do córrego grande

tende a ganhar cada vez mais valor

especulativo dentro do mercado imobiliário,

fato que torna necessário a elaboração de

planos diretores verdadeiramente

participativos e que fortaleçam as

associações entre os moradores do bairro.

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4. ASPECTOS GEOAMBIENTAIS

Nas páginas seguintes serão

apresentados os estudos Geoambientais do

terreno e seu entorno, assim como a cidade

onde ele está localizado. Esses estudos são

fundamentais para um melhor

aproveitamento dos recursos da região.

4.1. Relevo e solo

Com um relevo bastante heterogêneo

o bairro Córrego Grande pode ter duas

principais classificações. A parte localizada ao

sul da Rua João Pio Duarte Silva é formada

por um relevo bastante acidentado,

composto por declives muito acentuados que

formam o chamado Morro do Padre Doutor,

que compõe o Parque Municipal do Maciço

da Costeira. Já a parte ao norte do bairro é

formada por uma área de planície, bastante

suscetível a inundações. Essa configuração do

relevo faz com que o escoamento das águas

pluviais aconteça na direção saindo dos

morros e alcançando as áreas planas, com

base nisso, as edificações implantadas nessa

região devem garantir e prevenir obstruções

que reduz sua vazão. A imagem abaixo

mostra como acontece essa divisão do relevo

do bairro.

O solo de Florianópolis é constituído

por duas formações básicas: os terrenos

cristalinos, encontrados nas partes mais

elevadas da cidade, e os sedimentares, em

áreas mais baixas, caracterizados pelo

acúmulo superficial de areia e argila. As áreas

próximas ao terreno são compostas por

rocha de granito em sua profundidade

coberto por uma camada de argila e

materiais sedimentares.

Para uma determinação precisa do

tipo de fundação a ser usada nos locais a

serem edificados, um estudo detalhado do

solo é impressindivel para a seguraça da

edificação, esse estudo deverá ser realizado

por um profissional capacitado e só assim

poderá ser determinado os tipos de

fundação mais adequadas para o projeto.

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16

4.2. Hidrografia

O estado de Santa Catarina possui 23

bacias hidrográficas principais, estando a

cidade de Florianópolis inserida na Bacia

Hidrográfica Cubatão-Sul e possuindo seis

bacias hidrográficas: Rio Ratones, Lagoa da

Conceição, Baía do Saco Grande, Lagoa do

Peri, Rio Itacorubi e Rio Tavares, sendo que as

duas últimas possuem suas nascentes dentro

do Parque da Costeira. O Córrego Grande

encontra-se na Bacia do Rio Itacorubi,

constituída pelos rios do Sertão, Córrego

Grande e Itacorubi, além de afluentes e

canais de drenagem menores. Estes

deságuam no manguezal do Itacorubi, que

por sua vez deságua na Baía Norte,

constituindo a segunda maior bacia da Ilha.

Apesar da região apresentar

cobertura vegetal protegendo o solo, são

locais que apresentam perigo e exigem

critérios para ocupação. Uma vez desmatada

a vegetação, as encostas perdem também a

capacidade de reter a água da chuva,

diminuindo o tempo necessário para

escoamento das águas, e consequentemente

aumentando a velocidade de escoamento.

Em poucos minutos córregos e riachos da

planície recebem grande volume e

transbordam, podendo gerar inúmeros

prejuízos.

4.3. Vegetação

A região do Córrego Grande tem a

Floresta Atlântica como vegetação nativa.

Esse ecossistema apresenta árvores com

folhas largas e perenes, que atingem de 20 a

30 metros de altura, atuando como barreira

contra os ruídos presentes nas vias mais

intensas. Resulta em um microclima úmido e

sombreado.

Na via principal do Córrego Grande

não há grandes focos de vegetação arbórea,

o que causa uma insolação intensa. Conforme

se adentra no bairro, percebe-se um

Page 17: DOSSIÊ PII - 2016.1

17

aumento gradativo de vegetação, que cria

espaços mais agradáveis e sombreados. A

maior porção verde se concentra nos morros

circundantes, que totalizam as APPs. Um

exemplo disso é o Sertão, parte alta do bairro

Córrego Grande e integrante do Parque

Municipal do Maciço da Costeira, que em

1995 se tornou área de preservação

permanente, com 1456 hectares.

O bairro do Córrego Grande conta

com uma porção do manguezal do Itacorubi -

que é muito atingido pela emissão de esgotos

sem tratamento- duas áreas de

reflorestamento pertencentes ao Horto

Florestal e, em sua porção Leste apresenta

uma área de preservação permanente

(APPs), totalizando 80% de área de

preservação segundo o IPUF. Apesar da

grande porcentagem de áreas de

preservação no bairro, na prática a proteção

legal é ineficaz devido à pouca fiscalização e

ao descaso, pois há uma visível ocupação das

mesmas, inclusive das encostas dos morros.

Com isso, ocorre uma intensificação dos

processos naturais, pois com o

desmatamento, a velocidade da água que

escorre dos morros aumenta agravando o

problema das enchentes.

4.4. Insolação

Pela manhã, o edifício construído

pegaria sol principalmente nas fachadas leste

e nordeste, com menos incidência nas

fachadas norte e sudeste. Durante o período

da tarde, o sol bate nas fachadas norte e

noroeste, com menor incidência nas oeste e

nordeste. Sendo assim, o sol bate na fachada

norte o dia inteiro, propiciando um ambiente

aquecido no inverno. No verão, como o sol

não está tão inclinado para o norte, não sofre

um superaquecimento.

As fachadas sul e sudoeste não pegam

sol diretamente, o que acarreta em umidade

e mofo. Ao contrário delas, a fachada oeste

recebe uma grande incidência de luz na

tarde, acarretando em um aquecimento

grande que dura até a noite.

Page 18: DOSSIÊ PII - 2016.1

18

4.5. Ventilação

As principais características relacionadas

à ventilação na cidade de Florianópolis são as

seguintes:

Norte: Ocorre com grande incidência na

cidade durante o ano todo, sendo mais

frequente no inverno. Sua velocidade é

bem mais alta na primavera;

Nordeste: Ocorre com grande incidência

na cidade durante o ano todo, porém é

mais frequente no verão. Dentre todos

possui as maiores velocidades e como

vem do mar é mais úmido;

Noroeste: Há dois tipos: de trovoada e de

tempo bom. Forte e frio, é muito raro e

sua presença no verão é quase nula,

costuma começar a de madrugada e

durar 24 horas;

Leste: Também é raro, mais incidente no

verão e aparece no início do inverno,

vento fraco a moderado e sempre

associado a chuva. Velocidade bem baixa

no inverno;

Sul: Forte e frio, não dura mais que 24

horas quando vem mais forte, não é tão

frequente, mas sua maior incidência se dá

no verão e primavera;

Sudeste: Maior frequência na Primavera e

Verão. Vento calmo, sua presença é sinal

de que não há tempestades por perto.

Costuma iniciar por volta das 10 às 11 da

manhã e no fim do dia torce para Leste e

acelera um pouco;

Sudoeste: Presença mediana na cidade,

ocorre quando há frente fria e com maior

frequência no verão;

Oeste: É raro, não tem muita umidade por

que vem do continente. Costuma

acontecer à noite e a velocidade é mais

baixa no inverno;

Desse modo, podemos ver que os ventos

norte e nordeste são predominantes nessa

região, o que faz que determinemos as

aberturas de acordo com eles. O vento sul é

barrado pela verticalização ocorrente no

bairro e pelos morros que o circundam.

Sendo assim, as faces sul, oeste e sudoeste

tem a ventilação prejudicada, causando

umidade, mofo e musgos. Graças ao clima

úmido de Florianópolis, o edifício construído

necessita de ventilação o ano todo.

Aqui vão algumas sugestões para

melhorar o aproveitamento da ventilação

natural:

Uso de esquadrias amplas em relação à

área de fachada da edificação conforme a

imagem a seguir;

Implantação do eixo longitudinal da

edificação no sentido leste/oeste,

resultando no posicionamento da maior

parte das esquadrias nas fachadas norte e

sul, o que propicia ventilação cruzada nos

ambientes.

Para que uma ventilação plena não seja

prejudicada é importante o

posicionamento de aberturas em

fachadas perpendiculares à direção dos

ventos dominantes (norte e nordeste),

podendo variar de 20 a 30 graus.

Aberturas maiores para a entrada de ar

do que as para saída diminuem o fluxo de

ar dentro do ambiente.

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19

O uso de venezianas possibilita a escolha

do ângulo e o fluxo de entrada do ar

Os beirais podem alterar o ângulo com

que o ar penetra no ambiente;

Posicionar as aberturas de paredes

opostas fora do alinhamento faz com que

o ar circule melhor no ambiente.

5. ASPECTOS BIOCLIMÁTICOS

Para a eficiência de um projeto

arquitetônico, os estudos do terreno e dos

aspectos climáticos do contexto onde ele se

insere são extremamente importantes, pois

possibilitam maior constância nas decisões

projetuais e consequentemente, maior

conforto ao usuário e melhor

aproveitamento do meio ambiente na

concepção e vivência do ambiente a ser

projetado.

A partir desta colocação podemos

observar que as variáveis de maior

interferência neste aspecto são as oscilações

de temperatura e umidade relativa, a

quantidade de radiação solar incidente, as

condições de nebulosidade do céu, sejam

diárias ou anuais, ventilação, índices

pluviométricos e suas predominâncias ao

longo das estações.

Florianópolis possui clima

subtropical, classificado como mesotérmico

úmido, com chuvas bem distribuídas o ano

todo, variações de temperaturas sazonais

não muito altas e com as quatro estações

anuais bem distintas. As temperaturas

máximas variam entre 29° no verão e no

inverno variam de 20° a 13°.

E considerando a influência

determinante da localização geográfica sobre

o clima, podemos especificar que o bairro

Córrego Grande, onde se insere o terreno

estudado, se situa na região centro-

leste da ilha de Florianópolis, localizada

entre os paralelos 27º 10’

e 27º 50’ de latitude sul e entre

os meridianos 48º 25’ e 48 º 35’ de longitude

oeste.

5.1. Oscilação da temperatura e

umidade relativa do ar

Por causa da maritimidade vinda da

presença próxima do Oceano Atlântico, a

amplitude térmica do local é baixa,

mantendo as temperaturas pouco variáveis

ao longo do dia. (ver Gráfico 1).

Page 20: DOSSIÊ PII - 2016.1

20

Gráfico 1 - Variação da temperatura em Florianópolis, no

ano de 2015. (Fonte: INMET)

Em relação à umidade relativa do

ar de Florianópolis, são registrados valores

altos e uniformes durante todo o ano, com o

índice aproximado de 85%, caracterizando

assim o clima de Florianópolis como úmido

(ver Gráfico 2).

Gráfico 2 - Variação da umidade em Florianópolis, no ano

de 2015. (Fonte: INMET)

Ainda devemos considerar que em

média 140 dias ao ano há presença de

chuva e também a presença inconstante de

frentes polares no território, que são os

principais fatores da oscilação térmica e de

umidade diária na região.

5.2. Índices pluviométricos

A precipitação pluviométrica, ou

quantidade de chuva em volume que cai em

Florianópolis é dada como

homogênea durante todo o período do ano.

Sua localização litorânea e a presença de

outros meios hídricos garante uma

evaporação mais constante e assim, maior

condensação. A precipitação normal anual

fica em torno de 1 500 milímetros (mm).

Com chuvas distribuídas ao longo do

ano, a estação que apresenta o maior índice

pluviométrico é o verão em

que temos chuvas quase diárias e de curta

duração e as chuvas de inverno que duram

períodos maiores, geralmente mais de dois

dias, por serem causadas por frentes polares

(ver Gráfico 3).

Gráfico 3 - Variação da pluviosidade em Florianópolis, no

ano de 2015. (Fonte: INMET)

5.3. Nebulosidade

O fator nebulosidade afeta

diretamente a insolação incidente no dia pela

obstrução ocorrida pela quantidade do céu

ocupada por nuvens na região. Pelo controle

sobre a passagem da radiação solar, a

nebulosidade afeta diretamente outros

fatores como a temperatura. Em

Florianópolis, temos no verão índice de

nebulosidade maior que no inverno, gerando

uma amplitude maior de temperatura no

inverno que no verão (ver Gráfico 4).

Page 21: DOSSIÊ PII - 2016.1

21

Gráfico 4 - Variação de nebulosidade em Florianópolis, no

período de 1931-1960 e 1961-1990. (Fonte: INMET)

6. FAZENDINHA

Com grande importância para a região

do bairro Córrego Grande e localidades

próximas, a “Fazendinha” é uma área que

oferece um ar mais bucólico e ajuda no

escoamento da agua da chuva evitando assim

possíveis alagamentos no bairro. A

Fazendinha faz parte do Plano Diretor, com

mais de 36mil metros quadrados, se

diferenciando assim de outros por sua alta

área para amortecimento da chuva.

Infelizmente a área é privada, e já

existiram tentativas de construção de

edifícios no local. Por iniciativas dos

moradores locais e da prefeitura, a obra foi

embargada em 2012 por falta de um projeto

que possua um estudo de macrodrenagem e

um local de uso comum para os moradores

das redondezas.

7. POÇÃO

A cachoeira mais conhecida pelo

nome de Poção se encontra em meio a Mata

Atlântica, no Parque Municipal do Maciço da

Costeira. Sua localidade é relativamente

próxima a Universidade Federal de Santa

Catarina e há 2,4km da via principal do

Córrego Grande (Rua João Pio Duarte Silva).

A cachoeira tem aproximadamente 8 metros

de altura, a piscina maior tem

aproximadamente 50m² e cerca de 3m de

profundidade.

Com uma trilha de aproximadamente

20 minutos até o local, o Poção é uma opção

de lazer aos moradores das localidades

próximas no verão, apesar de alguns

problemas pontuais como os lixos deixados

pelas pessoas que frequentam o local, a trilha

circunda o córrego até a cachoeira que é

extremamente exuberante. O local é

protegido por lei mas a área não é

implementada na prática.

8. PARQUE DO CÓRREGO

GRANDE

O Parque Ecológico do Córrego

Grande foi criado com o objetivo de aliar

lazer e preservação ambiental. Com 21,3

hectares, o parque tem várias funções,

muitas delas sociais. O parque oferece yoga,

oportunidade para a pratica de trilhas,

quadras poliesportivas, parques infantis,

palco para apresentações culturais, pista

para Cooper e aparelhagem de ginasticas

para idosos, sem contar que existe um tipo de

composteira comunitária em que se pode

deixar os resíduos orgânicos e se levar terra

boa para plantio. Existe também vários

projetos como, insetário e borboletário que

são ministrados por cursos de dentro da

universidade. No geral o parque oferece

muitas atividades para a comunidade e tem

vários projetos de proteção ambiental dentro

do próprio parque.

Alguns conjuntos residenciais

também possuem áreas verdes e destinadas

ao lazer da população local, supostamente

Page 22: DOSSIÊ PII - 2016.1

22

obedecendo à lei que rege os condomínios e

destina 20% da área para este fim. No

conjunto Bermann, tem-se um espaço de

playground e uma quadra com acesso livre

para todos os moradores do bairro, porém

não há nenhuma intervenção adequada que

proporcione um real aproveitamento do

espaço. No Jardim Guarani existe uma praça

e outra no Jardim Anchieta.

9. ANÁLISE DO TERRENO

Com a sua testada orientada para

Nor-nordeste (NNE) e por seu relevo em

declive, o terreno, recebe uma insolação

direta principalmente durante o período

matutino e uma presença dos ventos norte e

nordeste, ventos mais brandos que trazem

uma ventilação frasca e úmida (de origem no

mar), ideais para o controle do conforto

ambiental. Assim, esta área possui longos

períodos de insolação e ventilação.

Por apresentar um grande aclive no

relevo, além das próprias construções

vizinhas em níveis superiores, o fundo do

terreno encontra-se uma situação oposta,

essas barreiras atrapalham a insolação e a

ventilação, barrando os ventos

predominantes nessa orientação, tanto para

o sul quanto para o oeste, obstáculos tais que

causam sombreamento no terreno em

grandes períodos do dia durante todo o ano.

Na orientação oeste e noroeste,

existe também alguns obstáculos, como o

relevo e edificações, porém por este lado,

entra toda a iluminação direta da tarde, de

maior intensidade, que não é tão agradável,

pela entrada de calor que se mantém durante

a noite.

Por estar localizado em uma área de

escoamento das águas pluviais, alternativas

para aumentar a absorção do solo,

diminuição das áreas secas, pisos

permeáveis, lajes não enterradas e distantes

do solo, garantindo a passagem da água

abaixo da edificação, assim como o plantio ou

conservação da vegetação natural do

terreno, ajudam a fixar o solo.

10. PERCEPÇÃO DA PAISAGEM

– ESTUDO DE SITUAÇÕES

URBANAS

A importância do estudo da

percepção da paisagem se dá na medida que

a paisagem, através de seus diversos

elementos e de como eles se compõe, é

capaz de transmitir sensações ao homem.

Essas sensações são capazes de estabelecer

uma ligação afetiva entre o homem e o seu

entorno, uma vez que podem tanto

aumentar a importância de certos

elementos, realçando-os e assim

transformando-os em marcos referenciais,

como também podem esconder certos

elementos, e assim diminuem sua

importância visual e referencial. Ou seja, o

estudo de percepção de situações urbanas é

essencial para entender esta dinâmica da

compositiva dos elementos que formam

paisagem, e assim, poder-se tomar partido

deste conhecimento e aplica-lo, quando

necessário, no projeto.

Page 23: DOSSIÊ PII - 2016.1

23

Este estudo tem apenas o intuito de

apresentar e exemplificar um panorama geral

sobre a análise da paisagem no trajeto

estudado. Portanto, uma vez que não foi

possível levar em conta a infinidade de

fatores que influenciam nas situações

urbanas, como por exemplo: efeitos de

iluminação de acordo com a hora do dia -

posição do sol e nebulosidade, quantidade de

carros nas ruas de acordo com a hora do dia,

quantidade de pessoas nas ruas de acordo

com a hora do dia, fatores psicológicos de

cada um, etc. ele apresenta de forma

simplista a percepção sensorial e visual do

homem. Sabendo isso, para decisões

projetuais que irão se basear na percepção

visual e sensorial do homem, devem ser

feitos estudos mais detalhados e que levem

em conta uma quantidade maior de fatores

que influenciam na forma como o homem vê

as situações urbanas.

A seguir, será apresentado uma série

de fotos e analises sobre a percepção visual e

sensorial no trajeto do início da R. João Pio

Duarte Silva até o terreno a ser trabalho.

1.

Este é o início da Rua João Pio Duarte Silva.

Esta foto retrata a monotonia visual, e,

portanto, sensorial que ela transmite a quem

nela se situa. Como possíveis causadores

Figura 7 - Trajeto: início da R. João Pio Duarte Silva - terreno. Os números mostrados na imagem referem-se a posição da

onde as fotos foram tiradas.

Page 24: DOSSIÊ PII - 2016.1

24

dessa sensação foram identificados três

principais aspectos, os quais podem ser

observados na foto:

Nessa parte da rua, percebe-se a rua

como uma entidade reta e que se

prolonga infinitamente. Assim, apenas

em uma visada, o observador já é capaz

de obter, facilmente, o panorama geral

da rua, e, portanto, não desperta uma

sensação de curiosidade que o instigue

subjetivamente a seguir em frente.

Poucas reentrâncias entre/nas as

fachadas. Dessa forma, conforme o

observador caminha ele não vai tendo

uma sensação de "descoberta", assim, a

rua acaba por parecer monótona

visualmente.

As fachadas alinhadas e quase sem

reentrâncias direcionam o olhar do

passante para frente, no entanto, quando

isso acontece o passante nada sente além

de uma falta de contenção espacial, uma

vez que nada está na perspectiva dessa

parte da rua e, portanto, a rua parece que

liga nada a lugar nenhum. Assim, a

sensação de monotonia se acentua.

2.a.

2.b.

Estas fotos são um pouco mais

adiante na Rua Joao Pio Duarte Silva. Elas

retratam a monotonia visual, e, portanto,

sensorial que ela transmite a quem nela se

situa. Como possíveis causadores dessa

sensação foram identificados cinco principais

aspectos, os quais podem ser observados nas

duas fotos acima, são eles:

As fachadas alinhadas e sem

reentrâncias. Dessa forma, conforme o

observador caminha ele não vai tendo

uma sensação de "descoberta", assim, a

rua acaba por parecer monótona

visualmente uma vez que apenas em uma

visada o observador já é capaz de

compreender toda aquela situação

urbana.

As calçadas tomadas por veículos que

impedem que as pessoas se apropriem da

rua e assim criem laços afetivos através

das memorias dos momentos em que

permaneceram naquela rua. Aqui é

importante ressaltar que a presença de

carros também prejudica a formação de

laços emocionais entre a o espaço e o

homem na medida em que impede que o

homem se aproprie do espaço de forma

imaginária, ou seja, a quantidade de

carros tomando as calçadas passam para

o homem a sensação de que aquele

Page 25: DOSSIÊ PII - 2016.1

25

espaço pertence ao automóvel e que ali

ele, o homem, é um intruso.

A falta de contrate entre a

funcionalidade das edificações. Todas

as edificações nessa parte da rua são

comerciais e de tipologia semelhante.

Isso torna o espaço hostil e monótono

ao homem na medida em que o

impede que criar referências nesses

locais, e, portanto, prejudica sua

necessidade, quase que instintiva, de

localização. Imagine, por exemplo, se

substituíssemos uma alguma dessas

lojas por uma igreja. A igreja

instantaneamente se tornaria um

ponto de referência devido ao seu

contraste funcional com o resto das

edificações que estão no seu entorno.

A igreja seria um elemento

inesperado na sequência visual desta

parte da rua e, portanto, seria capaz

de emocionar o homem com uma

certa sensação de "descoberta

inesperada".

A falta de mobiliário urbano passa ao

homem a sensação de que ele é um

intruso naquele ambiente. O

mobiliário urbano uma vez que, além

de favorecer a apropriação do espaço,

somente o simples significado de sua

existência no devido lugar é capaz de

dizer para o homem que aquele lugar

também pertence a ele.

A falta de árvores que fazem sombra

e que poderiam criar ambiências

agradáveis para as pessoas se

apropriarem da rua, e assim, passar

mais tempo lá, estabelecendo laços

afetivos com a paisagem.

Citando Gordon Cullen, em seu livro "A

paisagem urbana": "O cérebro humano reage

ao contraste, às diferenças entre as coisas, e

ao ser estimulado simultaneamente pelas

duas imagens – o contraste entre uma rua

estreita que termina num pátio largo, por

exemplo – apercebe-se da existência de um

contraste bem marcado. Neste caso, a cidade

visível num sentido mais profundo, anima-se

de vida pelo vigor de seus contrastes.".

Os espaços públicos - o que incluem as

ruas e calçadas - são um conjunto de

empreendimentos e iniciativas diferentes, e,

portanto, um conjunto de arquiteturas

diferentes urbanos. Tendo noção disso, é

possível que se conclui que,

consequentemente os espaços públicos

contem – quase – sempre um conjunto muito

vasto de situações urbanas. A Rua João Pio

Duarte Silva não foge a esse padrão de

variabilidade, e, portanto, não é possível

apenas considera-la apenas como "hostil" ou

"fora da escala do homem". Essa forma tão

simplista de análise seria irreal, se levado em

conta a complexidade de uma trama urbana.

Portanto, a seguir serão mostrados exemplos

de partes da Rua João Pio Duarte Silva em que

ela, visual e sensorialmente, não é tão hostil

e fora da escala do homem como nos

exemplos anteriores.

3.a.

Page 26: DOSSIÊ PII - 2016.1

26

Aqui foi possível identificar dois elementos

principais que tornam esta cena urbana não

tão hostil como as anteriores. São eles:

A tipologia desta edificação difere das

outras, uma vez que se aproxima de uma

tipologia residencial. Assim, passa a

contrastar com o seu entorno e, portanto,

ganha importância visual – se torna

referencial.

A permeabilidade visual desta edificação

permite que o observador se aproprie, no

âmbito do imaginário, do entorno desta,

e portanto, estabeleça uma ligação

afetiva com o espaço. Seguindo o trajeto

da rua, até então essa sensação não havia

sido presenciada e portanto, quando essa

nova sensação surge, ela se torna

referencial. No entanto, este exemplo é

volátil na medida que, dependendo da

hora do dia, o entorno desta edificação

pode apresentar-se tomado por carros, e

portanto, impossibilitando a apropriação

do espaço no âmbito do imaginário.

Assim, apenas a tipologia da edificação

passaria a trabalhar como referencial.

3.b.

Aqui se encontra outro contraexemplo a

hostilidade da rua apresentada

anteriormente. Identificou-se como

causadores dessa mudança de percepção

sensorial três elementos, são eles:

Nesta parte do trajeto, é possível

perceber que a rua faz uma curva, e na

medida que essa curva se dá, duas

edificações acabam ficando na

perspectiva do observador - são elas: o

restaurante La Família e o posto de

gasolina. Assim, essas duas edificações

ganham importância visual, e, portanto,

referencial.

O contrate funcional entre o posto e o

resto das edificações do seu entorno.

A tipologia do posto, que permite que o

observador o penetre visualmente e

entenda sua dinâmica, o que contrasta

com as outras edificações comerciais até

então apresentadas. E como visto

anteriormente, o contraste é importante

na percepção do homem sobre a

paisagem, pois é através dele que o

homem é capaz de tomar certos pontos

como referenciais, e assim ter a sensação

de "eu estou aqui"/"estou a chegar

aqui"/"estou a sair daqui". Na medida

que o homem adquire essas sensações

referenciais no espaço, ele deixa, em

parte, de sentir-se como um intruso, e

então é capaz de desenvolver ligações

afetivas-espaciais.

Page 27: DOSSIÊ PII - 2016.1

27

4.

Esta foto se situa um pouco mais

adiante na Rua João Pio Duarte Silva. Como

se é possível ver na figura 1.1, identificou-se

esta parte da rua como um menos

acolhedora sensorialmente do que os dois

exemplos apresentados anteriormente.

Foram levantados como possíveis causadores

de uma possível sensação de hostilidade três

elementos:

Falta de mobiliário urbano;

Falta de árvores com sombras generosas;

Alinhamento total das fachadas;

Citando Gordon Cullen, em seu livro

"A paisagem urbana": "Ainda que o grau de

ocupação seja relativamente fraco, o fato de

haver no mobiliário sinais permanentes dessa

ocupação, garante ao espaço um caráter mais

humano e diverso.".

Foram levantados como possíveis

causadores de uma possível sensação de

acolhimento dois elementos:

A relação entre o primeiro plano

(fachadas alinhadas e muro da loja de

carros) e o segundo plano (massa de

árvores ao final da perspectiva desta

parte da rua), que conforma, ainda que

momentaneamente, um espaço

delimitado. Assim, o observador passa a

se sentir menos perdido na situação

urbana, pois passa a se sentir dentro dela.

A perspectiva dessa parte da rua,

diferente da primeira apresentada, chega

em algum lugar. Assim, o observador não

sente que está caminhando em direção a

lugar nenhum.

5.

Ao chegar nessa parte do trajeto, o

observador tem uma sensação de "estou

aqui"/"estou a chegar aqui" forte, devido:

Ao grande contraste entre a massa

arbórea presente no horto florestal do

Córrego Grande e a grande massa

edificada e falta de arborização presente

na Rua João Pio Duarte Silva até então;

Ao grande contraste funcional entre o

horto florestal do Córrego Grande e a

parte da Rua João Pio Duarte Silva

predominantemente residencial até

então apresentada;

6.a.

Page 28: DOSSIÊ PII - 2016.1

28

6.b.

6.c.

6.d.

Aqui procurou-se exemplificar uma

situação urbana que passe uma sensação de

descoberta. Identificou-se como principal

causador dessa sensação dois elementos, são

eles:

O contraste entre a amplitude da vista

nas imagens (6.a.) e (6.b.) em relação

as imagens (6.c. e 6.d.), isso acontece

porque a rua, nesta parte, faz uma

curva enquanto também sobe um

morro. Por exemplo. Veja as imagens

a seguir:

Page 29: DOSSIÊ PII - 2016.1

29

Page 30: DOSSIÊ PII - 2016.1

30

8.a.

8.b.

8.c.

Na imagem (8.a.) encontramos a primeira

bifurcação da Rua João Pio Duarte Silva. Esta

bifurcação marca uma divisão sensorial e

visual entre a rua principal do Córrego grande

– predominantemente comercial -, e a parte

mais interiorana do Córrego Grande –

predominantemente residencial e de ar mais

bucólico/mais humano. Foram identificados

alguns elementos que marcam essa divisão,

são eles:

A partir desta bifurcação, é possível

perceber as ruas como mais curtas e

sinuosas, assim, quem percorre-as tem

frequentemente a sensação de

descoberta, assim, esta parte da

paisagem é menos monótona e, portanto,

menos indiferente ao homem;

A diferença de piso (imagem 8.a.) entre o

piso de pedras hexagonais que adentra

para o interior do bairro, e o asfalto, que

segue a rua principal, tomada

massivamente por carros – na maior

parte do tempo. A importância da

diferença de piso se dá na medida que

analisamos o significa do asfalto - "Isso

pertence ao automóvel, aqui o pedestre é

um intruso e deve apenas limitar-se a

atravessar, esporadicamente, a rua". Já o

piso de pedras hexagonais é mais familiar

sensorialmente ao homem, uma vez que

este, geralmente, serve como piso para

caminhos de pedestres.

Exemplo

Page 31: DOSSIÊ PII - 2016.1

31

Percepção de equipamentos que

sensorialmente, se direcionam primeiro

ao homem e depois ao automóvel. Como

por exemplo, a ponte da imagem (8.c.).;

O início de edificações de tipologia

residencial, que sensorialmente, se

apresentam mais próximas do homem;

9.

Esta rua é anterior a Rua Manoel Rosa

dos Santos. Nela percebemos a pouca

arborização e falta de mobiliário nas vias

públicas, assim como foi percebido na Rua

João Pio Duarte Silva e assim como será

percebido mais adiante na Rua Manoel Rosa

dos Santos. No entanto, se compararmos

esta, com a rua principal do bairro em

questão, notamos claramente a diferença

sensorial entre ambas. Nota-se que esta é

menos hostil e mais próxima da escala

humana do que aquela. Identificou-se como

elementos causadores desse contraste três

elementos:

A rua, predominantemente, composta

por edificações de tipologia residencial;

A rua não é massivamente tomada por

automóveis como a principal do bairro;

A rua apresenta uma perspectiva, e,

portanto, apresenta a sensação de que

liga algo a lugar algum;

O fato de ser possível habitar, ainda que

no âmbito do imaginário, nos pátios das

casas;

10.a.

10.b.

10.c.

Aqui mostra-se o início da Rua Manoel

Rosa dos Santos que é marcado pela ponte

mostrada na foto (10.b.). Esta rua apresenta

um forte ar bucólico se comparada as demais

ruas apresentadas até aqui. Afim de entender

o porquê de esta rua apresenta um grau

intimista mais forte as demais, será

apresentado a seguir três elementos que

foram identificados como causadores dessa

sensação, são eles:

Percebe-se pela imagem (10.a.) que a

entrada da rua esta visualmente

Page 32: DOSSIÊ PII - 2016.1

32

encoberta por uma mancha de

vegetação. Assim, ela desperta

curiosidade e reforça o que estará na

perspectiva de quem chega na rua.

Conforme a pessoa adentra para a rua,

ela passa pela pequena ponte situada em

sua entrada. Esta ponte, logicamente

contém guarda-corpos (imagem 10.b.).

No entanto, percebeu-se que,

primordialmente, esses elementos tem

uma função visual: alertar a pessoa de um

possível perigo e direcionar o olhar da

pessoa a frente, e assim, acaba por

ressaltar a sensação de descoberta e o

que se descobre quando a pessoa

transpõe a massa vegetal densa que

encobre o início da rua.

O terceiro elemento identificado, como

importante para existência desse ar mais

intimista na rua, é o fato de a edificação

que se situa na perspectiva de quem

chega na rua – a qual é realçada pelo

significado visual dos guarda-corpos da

ponte e pela massa vegetal que encobre

o início da rua - ser uma edificação de

forte tipologia residencial. Assim, esta

edificação anuncia a existência de uma

rua em que possui uma escala mais

humana.

Citando Gordon Cullen, em seu livro a

paisagem urbana: "(...) vegetação

exuberante, um pequeno retângulo de céu e

o calor da construção em tijolo invocam certa

atmosfera íntima, interiorana, bucólica."/

"(...) o caráter dramático deste efeito deve-se

unicamente ao fato de nos depararmos

subitamente e de muito perto com a fachada

em questão.".

11.a.

11.b

11.c.

11.d.

Aqui mostra-se uma sequência visual,

que parte do início da Rua Manoel Rosa dos

Santos, até o final da mesma. Nessa série de

fotos observamos alguns elementos que

fortalecem o caráter bucólico desta parte do

percurso. São eles:

Page 33: DOSSIÊ PII - 2016.1

33

O fechamento da vista em contraste a

amplidão da vista até então apresentada

na maioria do percurso. Este fechamento

da vista se dá basicamente por dois

fatores: (1) a estreiteza desta rua, e

consequentemente a proximidade das

edificações em relação ao observador,

que não permite que sua vista se

prolongue para fora do local; (2) a

proximidade da vegetação do morro.

Citando Gordon Cullen, temos que: "(...)

mas a sensação de "aqui" torna-se mais

intensa devido a uma cortina de

folhagens que torna mais remoto o

mundo para além dela.".

A tipologia residencial existente ao longo

de toda a rua, que remete a um passado

"colonial";

O fato de esta rua parecer,

primordialmente, do pedestre - devido à

baixa quantidade de carros que nela

transitam;

O fato de as casas não se fecharem

visualmente para o passante;

11.e.

11.f.

11.g.

11.h.

Aqui mostra-se vistas do terreno, e a

partir do terreno. Através destas fotos

percebemos que:

O terreno está inserido numa atmosfera

de forte caráter natural, uma vez que dois

de seus três limites com as outras

edificações são feitos por barreiras

verdes, e uma vez que, devido a sua

localização no morro, e dependendo da

altura em que nele estamos, é possível

ver claramente o verde dos morros ao

fundo da paisagem, durante um dia de

sol.

Através dessas fotos também é possível

perceber que ao chegar nessa altura da

rua, é possível ter uma sensação clara e

bem definida de localização. Citando

Cullen, temos que: "A beira de um

precipício tem-se uma percepção de

localização bem definida, enquanto no

Page 34: DOSSIÊ PII - 2016.1

34

fundo de uma caverna, certamente, se

experimenta uma sensação de clausura.";

Se olharmos para a parte de trás do

terreno, temos a impressão que as

edificações continuam

indeterminadamente;

Analisando as fotos da sequência visual

(11/a/b/c/d.) percebemos que apenas

parte do terreno se localiza na

perspectiva da rua. No entanto,

percebemos também, se compararmos a

imagem (11.d.) com a imagem (11.e.) que

quando o observador se aproxima muito

do terreno em estudo – quando o

observador chega na esquina da Rua

Manoel Rosa dos Santos – ele tem uma

sensação de descoberta muito grande,

uma vez que, subitamente, passa a

avistar todo o terreno.

O terreno parece o "escalonamento

visual" das edificações quando olhando

de uma parte mais baixa da rua para uma

mais alta;

Percebe-se também que muitas das

edificações presentes nessa rua possuem

dois pavimentos, muitas são separadas

em mais de um volume, ou no mínimo

apresentam volumes vazados ou que se

projetam em balanço;

No projeto, estes estudos podem ser

utilizados:

Na medida que podem servir como

referências para jeitos criar as sensações

que se deseja passar a usuário da

edificação a ser projetada;

Na medida que através deles é possível

perceber porque a região em que o

terreno está inserido tem um ar bucólico

- e tendo esse conhecimento, é possível

tirar partido dele para decisões

projetuais;

Na medida que o terreno está inserido

numa região de baixíssimo comércio, e,

portanto, dependendo do cliente do

projeto, ele terá que deslocar

constantemente percorrer estas

situações urbanas e visualizar estas

paisagens;

Na medida que todos estes estudos

podem ser analisados juntos aos estudos

de aspectos históricos e zoneamento, e a

partir daí, tentar prever as futuras

mudanças nessa paisagem da rua;

11. PLANO DIRETOR

“Instrumento básico de um processo de

planejamento municipal para a implantação

da política de desenvolvimento urbano,

norteando a ação dos agentes públicos e

privados. ” (ABNT, 1991)

O plano diretor busca apresentar,

portanto, “um conjunto de propostas para o

futuro desenvolvimento socioeconômico e

futura organização espacial dos usos do solo

urbano, das redes de infraestrutura e de

elementos fundamentais da estrutura

urbana, para a cidade e para o município,

propostas estas definidas para curto, médio e

longo prazos, e aprovadas por lei municipal. ”

(VILLAÇA, 1999)

O plano diretor vigente na cidade de

Florianópolis-SC data do ano de 1997, pois o

plano mais atual, aprovado no ano de 2014,

encontra-se embargado em decorrência de

problemas relativos à sua participatividade.

Page 35: DOSSIÊ PII - 2016.1

35

TÍTULO I

DAS NORMAS GERAIS

CAPÍTULO I

DO ZONEAMENTO

O zoneamento é a divisão e subdivisão de

regiões em áreas que possuem

características em comum, seja elas políticas,

sociais, geográficas ou ambientais.

Art. 3o - Para fins de aplicação do regime

urbanístico instituído pela presente Lei, o

território formado pelo Distrito Sede do

Município de Florianópolis, mencionado no

Art. 1o, é constituída pelas Zonas Urbanas e

Rural, que se repartem nas diversas Áreas de

Usos, conforme delimitado nos mapas em

escala 1:10.000, constante do Anexo I.

§ 1o - A Zona Urbana de que trata esta Lei é

um único complexo urbano constituído por

duas áreas distintas:

I - A Área Urbana Continental, delimitada ao

Norte, ao Sul e ao Leste pelo Oceano

Atlântico, e a Oeste pela linha demarcatória

do limite entre os Municípios de Florianópolis

e São José;

II - A Área Urbana Insular delimita-se por uma

linha que parte do Oceano, na Pontado

Siqueira, em Cacupé, seguindo o divisor de

águas até encontrar a cota altimétrica dos

100 m (cem metros), a qual segue na direção

sul, até alcançar o divisor de águas do Morro

da Represa no Rio Tavares, descendo por este

até a Rodovia SC 405, seguindo em linha reta

até o Rio Tavares, descendo por este até o

mar e seguindo pela linha do Oceano até a

Ponta do Siqueira.

§ 2o - A zona Rural compreende o espaço

situado entre os limites das Zonas Urbanas e

os limites do Município.

SEÇÃO I – Do Macrozoneamento

Subseção I – Das Zonas Urbanas

Art. 4o - As Zonas Urbanas subdividem-se em

Zonas Urbanizadas e Zonas de Expansão

Urbana.

§ 1o - Zonas Urbanizadas são as áreas

caracterizadas pela contiguidade das

edificações e pela existência de

equipamentos públicos, urbanos e

comunitários, destinados às funções de

habitação, trabalho, recreação e circulação.

§ 2o - Zonas de Expansão Urbana são os

espaços adjacentes às zonas urbanizadas

constituídas por áreas livres ou ocupadas

com baixa densidade habitacional, e

destinados à expansão dos núcleos urbanos

atuais nos próximos vinte anos.

Subseção II – Da Zona Rural

Art. 7o - Zona Rural é aquela formada pelos

espaços não urbanizáveis destinados à

prática da agricultura, pecuária, silvicultura,

conservação dos recursos naturais e à

contenção do crescimento da cidade.

SEÇÃO II – Do Micro zoneamento

Art. 9o - As áreas em que se repartem as

zonas são agrupadas nas seguintes

categorias:

I - Áreas de Usos Urbanos;

II - Áreas de Execução de Serviços Públicos;

Page 36: DOSSIÊ PII - 2016.1

36

III - Áreas de Usos Não Urbanos;

IV - Áreas Especiais.

Parágrafo Único - As Áreas Especiais estão

superpostas às outras áreas do zoneamento.

Subseção I – Das Áreas de Usos Urbanos

Art. 10 - As áreas dos usos urbanos são as

seguintes:

I - Áreas Residenciais (AR);

II - Áreas Mistas (AM);

III - Áreas Turísticas (AT);

IV - Áreas Verdes (AV);

V - Áreas Comunitárias Institucionais (ACI);

VI - Áreas para Parques Tecnológicos (APT).

Art. 11 - Áreas Residenciais (AR) são aquelas

destinadas à função habitacional,

complementadas ou não por atividades de

comércio e serviços vicinais de pequeno

porte, subdividindo-se em:

I - Áreas Residenciais Exclusivas (ARE);

II - Áreas Residenciais Predominantes (ARP).

Subseção II – Das Áreas de Execução dos

Serviços Públicos

Art. 17 - As Áreas de Execução de Serviços

Públicos compreendem as seguintes áreas:

I - Áreas do Sistema de Saneamento e Energia

(ASE);

II - Áreas do Sistema Viário e de Transporte

(AST).

Subseção III - Das áreas de usos não urbanos

Art. 20 - As áreas de Usos Não Urbanos

compreendem as seguintes áreas:

I - Áreas de Preservação Permanente (APP);

II - Áreas de Preservação de Uso Limitado

(APL);

III - Áreas de Exploração Rural (AER);

IV - Áreas de Elementos Hídricos (AEH).

CAPITULO II

DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

SEÇÃO I – Da Adequação dos Usos às Áreas

Art. 36 - As diferentes formas de uso do solo

são classificadas segundo a espécie, o porte e

a periculosidade.

Art. 37 - A adequação dos usos às áreas é

determinada pela avaliação simultânea da

sua espécie, do seu porte e periculosidade,

podendo os usos ser Adequados (A),

Toleráveis (T) ou Proibidos (P), conforme a

tabela:

Page 37: DOSSIÊ PII - 2016.1

37

Page 38: DOSSIÊ PII - 2016.1

38

§ 1o - Denominam-se Adequados os usos

compatíveis com a destinação da área.

§ 2o - Denominam-se Toleráveis os usos

desconformes cuja adequação às áreas pode

ser alcançada excepcionalmente pelo

cumprimento de disposições especiais

fixadas pelo Órgão de Planejamento, os quais

serão autorizados em caráter transitório,

podendo ser exigida em qualquer tempo a

adoção de dispositivos e instalações que

eliminem os incômodos e a poluição.

§ 3o - Denominam-se Proibidos os usos

incompatíveis com a destinação da área.

Art. 39 - Quanto à periculosidade os usos são

classificados em:

I - Perigosos, quando caracterizados pelo

exercício de atividades que possam originar

explosões, incêndios, trepidações, emissões

de gases, poeiras e exalações que causem

prejuízo à saúde, constituam ameaça para a

vida das pessoas e para a segurança das

propriedades vizinhas, ou por qualquer outra

forma ocasionem grave poluição ambiental;

II - Nocivos, caracterizados pelo exercício de

atividades que implicam na utilização de

ingredientes, matérias primas e processos

que produzam ruídos, vibrações, vapores e

resíduos prejudiciais à saúde, à conservação

dos prédios vizinhos, ou por qualquer outra

forma causem poluição ambiental;

III - Incômodos, caracterizados pelo exercício

de atividades que produzam ruídos,

trepidações, poeiras, exalações, odores ou

fumaças, incomodas à vizinhança.

Subseção I - Do Índice de Aproveitamento

Art. 42 - Índice de aproveitamento é o

quociente entre o total das áreas construídas

e a área do terreno em que se implanta a

edificação, segundo a seguinte fórmula:

Figura 8 - Representação esquemática do Índice de

Aproveitamento

Art. 43 - Não serão computados no cálculo do

Índice de Aproveitamento as seguintes áreas

das edificações:

I - Subsolos destinados a garagem, sobrelojas,

mezaninos, sótãos e pavimentos sob pilotis

destinados a garagens ou área de lazer,

quando abertos e livres no mínimo em 80%

(oitenta por cento) de sua área;

II - Parque infantil, jardins e outros

equipamentos de lazer ao ar livre,

implantados no nível natural do terreno ou

no terraço da edificação;

III - Dois pavimentos - garagem;

IV - helipontos, casas de máquinas e de

bombas, caixas d'água e centrais de ar

condicionado levantadas no plano da

cobertura;

V - sacadas privativas de cada unidade

autônoma, desde que não vinculadas às

Page 39: DOSSIÊ PII - 2016.1

39

dependências de serviço, e com somatório de

áreas inferior a 10% (dez por cento) da

superfície do pavimento onde se situarem.

Subseção II – Da Taxa de Ocupação

Art. 44 - Taxa de Ocupação é a relação

percentual entre a projeção horizontal da

área construída e a área do terreno em que

se implanta a edificação, segundo a fórmula

seguinte:

Art. 45 - Não serão computadas no cálculo da

Taxa de Ocupação as projeções das seguintes

áreas e dependências:

I - piscina, parque infantil, jardins e outros

equipamentos de lazer ao ar livre,

implantados no nível natural do terreno;

II - pérgolas com até 5,00m (cinco metros) de

largura;

III - marquises;

IV - beirais com até 1,20m (um metro e vinte

centímetros);

V - sacadas e balcões com até 2,00m (dois

metros) de profundidade, e com somatório

de áreas inferior a 10% (dez por cento) da

superfície do pavimento onde se situarem;

VI - garagens construídas em sub-solo

segundo as regras da subseção V deste

Capítulo;

VII - jardins, praças ou pátios cobertos de uso

comum, cobertos com cúpula e altura

mínima de 10,80m (dez metros e oitenta

centímetros), em edificações comerciais ou

de serviços.

Art. 46 - Os sub-solos, os pavimentos-

garagem e os dois primeiros pavimentos

comerciais terão taxas de ocupação

diferenciadas, nas seguintes condições:

III - Nas edificações situadas em zonas com

índice de Aproveitamento inferior ou igual a

1,0 (um), ou naquelas situadas em ARE,

deverão ocupar somente a área da projeção

horizontal da edificação.

Parágrafo Único - Quando, além dos

pavimentos comerciais, houverem

pavimentos-garagem acima do nível do

logradouro, apenas os dois primeiros

pavimentos poderão utilizar a taxa de

ocupação referida neste artigo,

independentemente de sua destinação,

exceto o caso previsto no inciso III do artigo

180.

* O Art. 180 apresenta diferentes condições

em casos de Hotéis e Hotéis de Lazer

Construídos.

Subseção III – Da Altura das Edificações

Art. 47 - A altura máxima das edificações é

determinada pela aplicação conjunta do

índice de Aproveitamento, Taxa de

Ocupação, Afastamentos e Número máximo

de Pavimentos (Gabarito).

§ 1o - A altura das edificações é contada a

partir do nível natural do terreno até o cimo

Figura 9 - Representação esquemática da Taxa de

Ocupação

Page 40: DOSSIÊ PII - 2016.1

40

da edificação, e será medido no ponto médio

da fachada situada na menor cota altimétrica,

ou na respectiva secção plana.

§ 2o - Os terrenos em aclive ou declive

poderão ser divididos em secções planas de

15,00m (quinze metros) de profundidade, a

partir da menor cota altimétrica, para fins de

cálculo da altura das edificações;

§ 3o - Não serão considerados no cálculo da

altura, chaminés, casas de máquinas, antenas

e demais equipamentos de serviço

implantados na cobertura;

§ 4o - As edificações vinculadas às vias

panorâmicas terão sua altura definida por

estudo específico de localização, a ser

realizado pelos Órgãos Municipais de

Planejamento e de Proteção Ambiental, de

modo a interferir o mínimo possível na

percepção visual da paisagem, não podendo

ter altura final superior ao nível do passeio do

logradouro.

Art. 48 - Consideram-se subsolos os

pavimentos não destinados à permanência

humana prolongada, cuja face superior da

laje de cobertura não ultrapasse a altura

máxima de 1,50m (um metro e cinquenta

centímetros) acima do nível natural do

terreno, calculada no plano médio de

projeção da fachada do subsolo, conforme o

seguinte desenho:

§ 1o - O nível natural do terreno será

considerado na fachada da menor cota

altimétrica, na respectiva secção plana, ou no

nível do acesso aquático, quando existir.

§ 3o - Ficam proibidas as execuções de

subsolos em áreas sujeitas a alagamentos de

qualquer espécie, somente sendo

autorizados mediante pareceres técnicos do

Órgão Municipal de Planejamento, da

Fundação Municipal do Meio Ambiente e da

Secretaria Municipal de Transportes e Obras.

Art. 49 - Consideram-se sótãos os pavimentos

das residências unifamiliares ou

multifamiliares em que a face superior da laje

de piso esteja em nível igual ou superior ao

do início de telhado com inclinação inferior à

45 (quarenta e cinco graus).

Art. 50 - Considera-se pavimento o entrepiso

de uma edificação, desconsiderados os

mezaninos e sobrelojas.

§ 1o - O entrepiso máximo é de 3,60m (três

metros e sessenta centímetros), exceto nos

pavimentos térreos comerciais ou sob pilotis,

quando poderá ser de até 7,20m (sete metros

e vinte centímetros).

§ 2o - Na hipótese de ocorrerem entrepisos

com alturas maiores que as referidas neste

artigo, a soma dos excessos contará como um

ou mais pavimentos, consoante o valor

obtido.

Art. 51 - A variação do número de

pavimentos está estabelecida na tabela do

Anexo IV, que fixa o número máximo de

pavimentos (gabarito) permitido em cada

área [2 pavimentos, no caso da área ARE-6].

Figura 10 - Desenho esquemático dos níveis da edificação e

do terreno

Page 41: DOSSIÊ PII - 2016.1

41

§1o - Não serão computados, para efeito

único de determinação de gabarito, os

subsolos, dois pavimentos-garagem, os

áticos, sótãos, chaminés, casas de máquinas

e demais instalações de serviço implantadas

na cobertura, e os pavimentos em pilotis,

quando abertos e livres no mínimo em 80%

(oitenta por cento) de sua área.

§ 2o - Não será admitida a utilização de áticos

em áreas residenciais exclusivas.

SUBSEÇÃO IV – Dos Afastamentos

Obrigatórios e das Vedações dos Terrenos

Art. 52 - Todas as edificações em vias que

tenham caixas iguais às programadas nesta

lei deverão respeitar um afastamento frontal

de 4,00 (quatro) metros, no mínimo.

§ 1o - Caixa da via é a medida em seção

transversal, incluindo as pistas de rolamento,

os canteiros centrais e os passeios.

§ 2o - Para garantir adequada insolação e

ventilação dos logradouros, a altura das

edificações poderá determinar a exigência de

maior afastamento frontal, não podendo as

edificações em nenhum caso ultrapassar a

linha de projeção de um ângulo de 70o

(setenta graus) medida a partir do eixo da via

até o ponto mais elevado da fachada,

segundo o desenho e a fórmula abaixo:

L = largura média da rua na testada do lote (+

recuos, se houver) E = eixo da rua, no meio da

testada do lote H = altura da edificação A =

afastamento frontal 2H - 2,75L

§ 3o - Nos locais em que a largura das vias

existentes não corresponder às caixas

programadas nesta lei, as edificações

deverão respeitar os afastamentos frontais

mínimos medidos a partir do eixo da via.

§ 4o - Nas vias locais das Áreas Mistas com

largura entre 8,00m (oito metros) e 16,00m

(dezesseis metros), o afastamento frontal

mínimo das edificações será de 12,00m (doze

metros), medidos a partir do eixo da via.

§ 5o - Nos terrenos situados na confluência

de vias de pedestres com vias de tráfego,

todas as edificações deverão respeitar um

afastamento frontal para a via de pedestres

igual ao afastamento lateral previsto para a

zona, mantendo sempre o mínimo de 4,00m

(quatro metros).

Art. 53 - Todas as edificações com altura até

dois pavimentos, implantadas em terrenos

com testadas iguais ou superiores a 15,00m

(quinze metros), deverão respeitar em ambas

as laterais, afastamentos mínimos de 1,50m

(um metro e cinquenta centímetros).

§ 1o - Em terrenos com testadas entre

12,00m (doze metros) e 15,00m (quinze

metros), o afastamento mínimo de 1,50m

(um metro e cinquenta centímetros) será

exigido apenas numa das laterais.

§ 2o - Os terrenos com testadas inferiores a

12,00m (doze metros) serão dispensados dos

afastamentos laterais mínimos, sem direito à

aberturas para ventilação e iluminação,

exceto os casos previstos no artigo 56.

Art. 54 - As edificações com até dois

pavimentos, quando possuírem aberturas de

iluminação e ventilação, deverão manter

afastamento mínimo de 1,50m (um metro e

cinquenta centímetros) das divisas.

Art. 56 - As edificações com altura até dois

pavimentos implantadas em vias

Page 42: DOSSIÊ PII - 2016.1

42

panorâmicas, e em terrenos com frente ou

fundos para a orla marítima, lacustre ou

fluvial, deverão manter afastamentos

mínimos de 1,50m (um metro e cinquenta

centímetros) em ambas as laterais quando

sua testada for igual ou superior a 15,00m

(quinze metros), e em apenas uma das

laterais quando a testada for inferior a 15,00

m (quinze metros).

Art. 57 - As edículas, alpendres, telheiros e

abrigos estão dispensados dos afastamentos

laterais e de fundos, desde que possuam um

só pavimento e profundidade inferior a

6,00m (seis metros).

Art. 58 - Quando admitida a implantação de

mais de uma edificação isolada num mesmo

terreno as construções deverão conservar

entre si um afastamento equivalente a:

I - 3,00m (três metros) para edificações com

até dois pavimentos, excetuando-se as

edificações geminadas;

II - O dobro das medidas exigidas pelo Art. 55,

conforme o caso, respeitando sempre um

mínimo de 6,00m (seis metros).

Parágrafo Único - O afastamento entre a

edificação principal e as edículas, alpendres

ou telheiros será de 1,50m (um metro e

cinquenta centímetros) ou de 3,00m (três

metros) quando caracterizar residência

isolada.

Art. 59 - Os espaços livres definidos como

afastamentos não são edificáveis, devendo

ser tratados como áreas verdes ao menos em

50% (cinquenta por cento) da superfície

respectiva, ressalvando o direito à realização

das seguintes obras:

I - muros de arrimo e de vedação dos

terrenos, tapumes, cercas divisórias,

escadarias e rampas de acesso, necessárias

em função da declividade natural do terreno;

II - garagem ou estacionamento com

capacidade máxima para dois veículos no

afastamento frontal das edificações

residenciais com até dois pavimentos,

quando implantadas em terrenos que não

permitam a execução de rampa de acesso

com declividade de até 20% (vinte por cento),

devendo, entretanto, resultar encravada em

no mínimo 2/3 (dois terços) de seu volume e

permitir a continuidade do passeio para

pedestres ao longo da testada do imóvel.

III - subsolos acima do nível do logradouro ou

garagem nos afastamentos laterais ou de

fundos, nos casos previstos no Art. 46;

IV - varandas ou coberturas para abrigos de

veículos num dos afastamentos laterais dos

terrenos com testada igual ou inferior a

15,00m (quinze metros), vedado, porém, o

seu fechamento frontal e de fundos.

§ 2o - O afastamento frontal deverá ser usado

com ajardinamento, permitindo-se a

impermeabilização do solo apenas nos

acessos ao prédio, devendo as árvores

obedecer aos alinhamentos definidos nos

Anexos VI e VII, desta Lei.

§ 3o - Nos casos de mais de uma residência

unifamiliar por lote, será permitida a

construção de cercas divisórias separando os

quintais, sem que as mesmas configurem

desmembramentos.

Art. 60 - Nos afastamentos frontais os muros

e cercas de vedação dos terrenos não

poderão se elevar a mais de 1,20m (um metro

e vinte centímetros) de altura, em relação ao

nível natural do terreno.

Page 43: DOSSIÊ PII - 2016.1

43

§ 1o - Os gradis poderão se elevar até 3,00m

(três metros) de altura em relação ao nível

natural do terreno, completando ou não os

muros de vedação.

§ 3o - Os muros ou vedações frontais dos

terrenos deverão situar-se no alinhamento

previsto para o muro, conforme definido no

Anexo VI.

Art. 61- Nos afastamentos laterais e de

fundos, os muros ou vedações são admitidos

até a altura de 2,00m (dois metros) acima do

nível natural do terreno, inclusive para o

fecha- mento das áreas descobertas de que

trata o artigo 62.

Art. 62 - Nos novos parcelamentos do solo

poderão ser eliminados os muros de vedação

em todos os afastamentos, desde que o

projeto urbanístico aprovado assim o exija,

admitindo-se, porém, o fechamento de área

descoberta integrada à edificação, com o

máximo de 40,00m2 (quarenta metros

quadrados), desde que a mesma não ocupe

os afastamentos frontal e laterais

obrigatórios.

Subseção V – Das Vagas de Estacionamento

Art. 63- O número de vagas de

estacionamento, suas dimensões, esquemas

de acesso e circulação, obedecerão aos

anexos V, VIII e XI desta Lei.

§ 1o - Quando no mesmo terreno coexistirem

usos e atividades diferentes, o número de

vagas exigidas será igual a soma das vagas

necessárias para cada uso e atividade.

§ 2o - Os imóveis em vias exclusivas de

pedestres serão dispensados da exigência de

implantação de vagas de estacionamento,

desde que os usos requeridos sejam

compatíveis com a definição programada

para as referidas vias.

§ 3o - As rampas de acesso ou escadarias

deverão ser construídas no interior dos

terrenos, iniciando-se a 2,00m (dois metros)

do alinhamento previsto para o muro,

conforme desenho a seguir.

§ 4o - Será obrigatória a vinculação das vagas

de estacionamento às respectivas unidades

comerciais ou residenciais.

Art. 64 - As vagas de estacionamento não

poderão ocupar a área correspondente ao

afastamento frontal.

Parágrafo Único - Não se aplica a regra do

"caput" deste artigo ao caso do inciso II do

artigo 59, e aos estacionamentos

descobertos das atividades comerciais e de

serviços.

Art. 65 - Nas entidades de ensino pré-escolar,

sem prejuízo do número de vagas de

estacionamento exigido, será também

obrigatória uma área de circulação interna

para veículos, destinada ao embarque e

desembarque de escolares, com capacidade

de parada simultânea para três viaturas.

Art. 66 - Nos usos e atividades que

necessitarem estacionamento frontal, este

Figura 11 - Alinhamento previsto para o muro

Page 44: DOSSIÊ PII - 2016.1

44

deverá ter uma profundidade mínima de

8,00m (oito metros), não computados os

passeios.

Art. 67 - Os padrões de estacionamento para

empreendimentos de base tecnológica

passam a ser de uma vaga para cada 30,00

m2 (trinta metros quadrados) de área útil

construída, mais um mínimo de uma vaga

para carga e descarga.

Art. 68 - Nos condomínios multifamiliares,

ambulatórios, laboratórios, clínicas, prontos-

socorros, postos de saúde, consultórios,

bancos e escritórios em geral, será

obrigatório a existência de vagas de

estacionamento, rotativas para visitantes, na

proporção mínima de 10% das vagas

calculadas segundo as normas do anexo V

desta Lei.

Art. 69 - Independentemente das vagas

mínimas necessárias de que trata a Lei

1246/74, as vagas de garagem poderão

ocupar até dois pavimentos acima do nível do

logradouro, não computados no número

máximo de pavimentos.

§ 1o - Os pavimentos-garagem referidos

neste artigo serão computados na altura da

edificação para o cálculo dos afastamentos

obrigatórios previstos nesta Lei.

§ 2o - Para os pavimentos-garagem referidos

neste artigo, será permitida a construção de

rampas de acesso no afastamento lateral,

obedecida a regra do parágrafo terceiro do

artigo 63.

§ 3o - Quando o pavimento térreo das

edificações for caracterizado como

pavimento-garagem, 20 % (vinte por cento)

da área deste pavimento poderá ser

destinada a dependências de zelador,

portaria e/ou outras áreas de uso comum.

Art. 70 - Os edifícios garagem poderão ser

construídos segundo as seguintes normas:

I - Altura máxima de 50,00m (cinquenta

metros) acima do nível do logradouro e pé-

direito livre de no mínimo 2,20 m (dois

metros e vinte centímetros).

II - Taxa de ocupação no primeiro pavimento

igual à prevista no artigo 46 desta Lei.

III - Taxas de Ocupação nos demais

pavimentos iguais à área remanescente após

a aplicação dos afastamentos obrigatórios

previstos nesta Lei.

Art. 72 - As áreas de estacionamentos

descobertos deverão ser arborizadas numa

proporção mínima de uma árvore para cada

duas vagas.

Subseção VIII – Das Obras de Arte Nas

Edificações

Art. 81 Toda edificação ou praça pública com

área igual ou superior a 1.000,00m2 (hum mil

metros quadrados) que vier a ser construída

no município de Florianópolis deverá ser

contemplada com obra de arte, podendo

beneficiar-se com um acréscimo de 2% (dois

por cento) nos seus índices de

aproveitamento, com acréscimo decorrente

nas taxas de ocupação, respeitados os demais

limites de ocupação, desde que as obras de

arte mencionadas sejam: (NR1)

I - situadas nas paredes externas ou no

afastamento frontal da edificação, de modo a

serem observadas pelos transeuntes;

Page 45: DOSSIÊ PII - 2016.1

45

II - originais, não se constituindo em

reprodução ou réplica;

III - compatíveis com a estética do projeto

arquitetônico e obedeçam as normas de

comunicação visual em vigor;

IV - parte integrante da obra arquitetônica,

de modo que não possam ser removidas,

deslocadas ou substituídas;

V - executadas com materiais de alta

durabilidade, acompanhando a vida útil da

edificação;

VI - adotados critérios de segurança para

garantir sua estabilidade;

VII- compatíveis com a livre circulação de

pedestres e não diminuam as áreas de

estacionamento.

§ 1o - As obras de arte de que trata este artigo

são as pinturas, painéis, relevos e esculturas.

§ 2o - As dimensões mínimas de pinturas,

painéis e relevos serão de 2,50m (dois metros

e cinquenta centímetros) de altura por 4,00m

(quatro metros) de largura; e a volumetria

mínima para esculturas será de 2,00m² (dois

metros quadrados) de base por 2,50m (dois

metros e cinquenta centímetros) de altura.

§ 3o - A aprovação dos projetos das obras de

arte será feito por uma comissão a ser

definida em regulamento, no prazo máximo

de 90 (noventa) dias após a data da

publicação desta Lei, ouvido o SEPHAN

quando se tratar de edificação de interesse

histórico/arquitetônico, ou situar-se na

vizinhança desta.

§ 4o - O “habite-se” da edificação somente

será concedido após a conclusão da obra de

arte.

§ 5o - A assinatura ou marca do autor deverá

ocupar no máximo 1% (um por cento) da área

total.

TÍTULO II

DAS NORMAS ESPECÍFICAS RELATIVAS ÀS

ÁREAS

CAPÍTULO I

DAS NORMAS RELATIVAS ÀS ÁREAS DE USOS

URBANOS

SEÇÃO I – Da Ocupação dos Lotes com

Residências Unifamiliares

Art. 83 - A ocupação dos lotes com

residências unifamiliares será admitida nas

seguintes hipóteses:

I - Residências Isoladas;

II - Residências Geminadas;

III - Condomínios Residenciais Unifamiliares.

Art. 84 - As Residências Isoladas poderão ser

em número de 03 (três) por lote ou gleba,

sem obrigatoriedade de constituição de

condomínio nos termos da Lei Federal

4591/64, desde que obedeçam a uma fração

ideal igual ou superior a 125,00m2 (cento e

vinte e cinco metros quadrados) por unidade,

e aos demais limites de ocupação previstos

nesta Lei.

Parágrafo Único - Para os efeitos deste

artigo, as edículas serão sempre consideradas

como Residências Isoladas quando situadas

em terrenos com área superior a 250,00m2

(duzentos e cinquenta metros quadrados).

CAPÍTULO II

DAS NORMAS RELATIVAS ÀS ÁREAS DE

EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

SEÇÃO I – Das Áreas do Sistema de

Saneamento e Energia (ASE)

Page 46: DOSSIÊ PII - 2016.1

46

Art. 117 - A localização e implantação das

Áreas do Sistema de Saneamento e Energia

(ASE) poderá ocorrer no interior das demais

zonas, observadas as normas técnicas

específicas e a aprovação pela Câmara

Municipal.

SEÇÃO II – Das Áreas do Sistema Viário e de

Transporte

Art. 118 - Os limites de ocupação das AST

serão definidos pelo Órgão Municipal de

Planejamento, respeitadas as normas

técnicas específicas.

Subseção I – Das Áreas do Sistema

Rodoviário

Art. 119 - O sistema rodoviário constante dos

mapas do Anexo I é caracterizado por uma

rede devias hierarquizadas, as quais devem

ser obedecidas e implantadas em todos os

projetos de urbanização ou ocupação e que,

de acordo com suas funções e capacidades,

têm as seguintes denominações:

I - Vias Arteriais, aquelas constituídas pelas

rodovias que têm a função de interligar o

Centro Urbano com os Balneários e outros

Municípios, estruturando seus respectivos

sistemas viários;

II - Vias Principais, aquelas que tem a função

de conciliar o tráfego de passagem com o

tráfego local e propiciar facilidades ao

transporte coletivo;

III - Vias Coletoras, aquelas que tem a função

de coletar o tráfego das Vias Sub-Coletoras e

Locais e encaminhá-lo às Vias Principais,

podendo constituir-se nos corredores de

comércio/serviços dos bairros;

IV - Vias Sub-Coletoras, aquelas que têm a

função de coletar o tráfego das Vias Locais

e encaminhá-lo às Vias Coletoras, apoiando a

função comercial das Vias Coletoras e

facilitando o acesso ao interior dos bairros;

V - Vias Locais, as demais vias de circulação

de veículos, tendo a função de possibilitar o

acesso direto aos lotes e edificações;

VI - Vias Preferenciais de Pedestres, aquelas

que tem a função de conciliar um elevado

fluxo de pedestres com o acesso direto de

veículos aos lotes e edificações;

VII- Vias Panorâmicas, aquelas que tem a

função de turismo e lazer, devido a

visibilidade que propiciam ao mar, às lagoas,

aos mangues, às dunas ou a outros

elementos marcantes da paisagem natural ou

construída da região;

VIII - Ciclovias, aquelas destinadas à

circulação exclusiva de bicicletas.

§ 1o - Os traçados das Vias Preferenciais de

Pedestres, das Ciclovias, das Vias

Panorâmicas e das novas Sub-Coletoras serão

definidos em projetos específicos, ouvido o

Órgão Municipal de Planejamento.

§ 2o - É vedada a implantação de vias de

circulação de veículos automotores sobre as

praias, costões, dunas e mangues.

§ 3o - O traçado de vias arteriais, federais ou

estaduais, depende de aprovação prévia do

Órgão Municipal de Planejamento.

Art. 120 - Quanto às caixas mínimas o sistema

rodoviário (AST-1) obedecerá aos seguintes

gabaritos:

I - 38 (trinta e oito) metros nas Vias Arteriais;

II - 33 (trinta e três) metros nas Vias

Principais;

Page 47: DOSSIÊ PII - 2016.1

47

III - 27 (vinte e sete) metros nas Vias

Coletoras;

IV - 16 (dezesseis) metros nas Vias Sub-

Coletoras;

V - 12 (doze) metros nas Vias Locais;

VI - 2,80 (dois vírgula oitenta) metros nas

Ciclovias.

§ 1o - Caixa da Via é a medida, em seção

transversal, incluindo as pistas de rolamento,

os canteiros centrais e os passeios.

§ 2o - Nas Áreas Mistas Centrais (AMC) e de

Serviços (AMS) todas as Vias Locais

obedecerão a caixa mínima das Vias Sub-

Coletoras, assegurando áreas próprias para o

estacionamento ao longo das vias, exceto nas

vias já existentes com caixa inferior a 8,00m

(oito metros).

Art. 126 - A construção dos passeios ou

calçadas deverá obedecer aos seguintes

critérios:

I - largura mínima de 2,00m (dois metros) nas

vias locais e de 3,00m (três metros) nas vias

sub-coletoras, Coletoras e Principais.

II - declive mínimo de 2% (dois por cento) e

máximo de 4% (quatro por cento), proibidos

os passeios em degrau.

III - acesso de veículo por rebaixamento de

guia ou curva horizontal de concordância,

segundo os desenhos e medidas do Anexo X.

Parágrafo Único - Não se aplicam às regras do

passeio mínimo as vias existentes com caixa

igual ou inferior a 3,00m (três metros).

Art. 127 - Os proprietários de terrenos a

serem edificados ou não, no Município de

Florianópolis, situados em logradouros que

possuam meio-fio, deverão executar passeios

atendendo os critérios definidos no artigo

anterior.

Parágrafo Único - Nos casos de terrenos

situados em vias que não possuam meio-fio,

deverá ser previsto o devido recuo quando da

execução do muro frontal ou edificação, de

modo a permitir, no futuro, a execução de

passeios com a largura definida no artigo

anterior.

Art. 128 - As Vias Arteriais, e todas as vias

urbanas com passeios superiores a 2,00m

(dois metros) de largura, serão

obrigatoriamente arborizadas.

Parágrafo Único - A localização das árvores

deverá respeitar o alinhamento previsto nos

Anexos VI e VII desta Lei, ou planos de

arborização executados pelo Órgão

Municipal competente.

12. CÓDIGO DE OBRAS

LEI COMPLEMENTAR Nº 060/2000, de 28 de

agosto de 2000.

O Código de Obras é um instrumento

básico que permite à Administração

Municipal exercer adequadamente o

controle e a fiscalização do espaço

construído.

Ele estabelece normas técnicas para

todo tipo de construção, definindo também,

os procedimentos de aprovação de projeto e

licenças para execução de obras, bem como

os parâmetros para fiscalização do

andamento da obra e aplicação de

penalidades.

Page 48: DOSSIÊ PII - 2016.1

48

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1 Este código disciplina, no município de

Florianópolis, os procedimentos

administrativos e Executivos e as regras

gerais e específicas a serem obedecidas no

projeto, licenciamento, execução,

manutenção e utilização de obras,

edificações e equipamentos, inclusive os

destinados ao funcionamento de órgãos ou

serviços públicos, sem prejuízo do disposto

nas legislações federal e estadual

pertinentes, no âmbito de suas respectivas

competências.

Parágrafo Único - Este código aplica-se

também às edificações existentes, quando os

proprietários pretenderem reformá-las,

mudar seus usos ou ampliá-las.

Art. 2 Esta Lei Complementar tem como

objetivos:

I - orientar os projetos e as execuções das

obras e edificações no município de

Florianópolis, visando o progressivo

aperfeiçoamento da construção e o

aprimoramento da arquitetura das

edificações;

II - assegurar a observância e promover a

melhoria dos padrões mínimos de segurança,

higiene, salubridade e conforto das

edificações de interesse para a comunidade.

SEÇÃO IV – Do profissional

Art. 14 É obrigatória a assistência de

profissional habilitado na elaboração de

projetos, na execução e na implantação de

obras, sempre que assim o exigir a legislação

federal relativa ao exercício profissional, ou a

critério da Prefeitura, sempre que julgado

necessário, ainda que a legislação federal não

o exija.

Art. 15 O profissional habilitado poderá

atuar, individual ou solidariamente, como

autor ou como executante da obra.

§ 1º - Para os efeitos desta lei, será

considerado autor o profissional habilitado

responsável pela elaboração de projetos, que

responderá pelo conteúdo das peças gráficas,

descritivas, especificações e exequibilidade

de seu trabalho.

§ 2º - Para os efeitos desta lei, será

considerado executante o profissional

responsável pela direção técnica das obras,

desde seu início até sua total conclusão,

respondendo por sua correta execução e

adequado emprego de materiais, conforme o

projeto aprovado na Prefeitura e em

observância às normas da ABNT.

CAPÍTULO III

NORMAS ADMINISTRATIVAS

SEÇÃO I – Disposições Gerais

Art. 17 Todas as obras de construção,

reconstrução, ampliação, reforma,

trasladação e demolição de qualquer

edificação, ou alteração de uso, e ainda as

obras de movimento de terra, como cortes,

escavações e aterros, deverão ser precedidas

dos seguintes atos administrativos:

I - aprovação de projeto;

II - licenciamento da obra.

Page 49: DOSSIÊ PII - 2016.1

49

Art. 19 O projeto das edificações de uso

residencial unifamiliar, ou acréscimos destas,

com área máxima final de construção não

superior a 70,00m2 (setenta metros

quadrados) e um só pavimento poderá ser

apresentado de forma simplificada,

atendendo ao seguinte:

I - deverão ser elaboradas as plantas referidas

nos incisos I e II, com a indicação das áreas

como recomendado no inciso IV do artigo 25.

II - as plantas deverão ser elaboradas em

papel tamanho ofício ou A-4, devendo

obedecer, no que couber, aos parágrafos 1º e

4º ao 6º do artigo 25.

Parágrafo Único - A Prefeitura poderá, a seu

critério, exigir a apresentação de projeto

completo, sempre que julgar necessário.

SEÇÃO II - Projeto

Art. 25 O projeto arquitetônico deverá

constar, no mínimo, de:

I - planta de situação do terreno em escala

não inferior a 1:2000, com as dimensões e

área do lote, indicação do Norte, distância a

uma rua com denominação oficial ou

designação notória, denominação da(s)

rua(s) de acesso e largura(s) da(s) rua(s)

confinante(s);

II - planta de locação, em escala não inferior

a 1:500, com a indicação do Norte, todos os

elementos que definem a forma e as

dimensões do terreno e da construção; a

posição desta no terreno, com todos os

afastamentos das divisas; a indicação de

afastamentos entre prédios no mesmo lote,

as cotas do nível do terreno, dos passeios e

das soleiras; a representação das árvores,

postes e hidrantes da via pública, assim como

a locação das fossas sépticas e filtros

anaeróbios, quando necessários, dos cursos

d’água e galerias, e a distância das margens

destes às construções; limite(s) anterior(es)

do terreno e alinhamento(s) definitivo(s)

do(s) muro(s); alturas dos muros e larguras

dos passeios frontais; vão(s) de acesso ao

imóvel e rebaixamento(s) do(s) meio-fio(s); e,

identificação dos extremantes conforme

titulação do imóvel;

III - plantas baixas, cortes e elevações em

escala 1:50, que indiquem claramente o uso,

a área e as dimensões de cada

compartimento, bem como representem e

dimensionem todos os elementos referidos

neste código, sendo recomendada a redução

da escala até 1:100, quando se tratar de

edificações de grandes dimensões, a critério

da municipalidade;

IV - quadro de áreas indicando a área do

terreno e as áreas das construções, com

discriminação das áreas cobertas e

descobertas - quando existirem - e

totalização para cada edificação implantada

no terreno;

V - memorial descritivo dos revestimentos,

devendo estar discriminado juntamente com

as peças gráficas do projeto.

§ 1º - A escala não dispensará a indicação das

cotas que exprimam as dimensões dos

compartimentos e das aberturas, os

afastamentos das divisas e a altura da

edificação, prevalecendo, em caso de

divergência, as cotas apresentadas.

§ 2º - Os cortes e fachadas deverão ser

apresentados em número suficiente para um

perfeito entendimento do projeto e

convenientemente cotados, com a

representação do perfil natural do terreno e

dos níveis das edificações;

Page 50: DOSSIÊ PII - 2016.1

50

§ 3º - As pranchas deverão ser numeradas e

possuirão espaço reservado para os carimbos

de aprovação acima do selo, e deverão

atender as especificações da ABNT quanto à

forma, dimensões e dobradura;

§ 4º - O selo das pranchas conterá, no

mínimo, a discriminação do(s) uso(s) da(s)

edificação(ões), a(s) escala(s) dos desenhos,

o assunto, o(s) nome(s) do(s) proprietário(s),

o endereço do imóvel e o(s) nome(s) e

referências profissionais do autor e do

executante;

§ 5º - Todas as folhas serão autenticadas com

a assinatura do proprietário e do autor do

projeto, sendo a assinatura do executante

exigida por ocasião do licenciamento, e

devendo figurar adiante da assinatura dos

últimos seus nomes e referências

profissionais;

§ 6º - As dimensões lineares e áreas deverão

ser arredondadas limitando-se a dois

algarismos após a vírgula.

§ 7º - Os projetos de obras situadas em zonas

históricas definidas nas leis de zoneamento,

uso e ocupação do solo, deverão apresentar

a fachada da edificação acompanhada das

fachadas das edificações vizinhas.

SEÇÃO V – Conclusão e Ocupação das

Edificações

Art. 41 Concluída a construção, modificação

ou acréscimo, a edificação só poderá ser

utilizada após a obtenção do habite-se junto

à municipalidade, que só o deferirá

comprovada a execução da obra de acordo

com os projetos e especificações aprovados.

Parágrafo Único - A conclusão da edificação

inclui a execução dos muros, passeios,

rebaixamentos de meios-fios e o tratamento

como áreas verdes dos espaços definidos

como afastamentos conforme disposições

dos planos diretores vigentes.

Art. 42 A vistoria para obtenção do habite-se

deverá ser requerida, junto à Municipalidade,

em prazo máximo de 90 (noventa) dias após

a conclusão das obras.

CAPÍTULO V

OBRIGAÇÕES DURANTE A EXECUÇÃO DAS

OBRAS

SEÇÃO I – Autos de Infração e Multa

Art. 60 A execução de obras, incluindo os

serviços preparatórios e complementares,

suas instalações e equipamentos, será

procedida de forma a obedecer ao projeto

aprovado, à boa técnica, às normas técnicas

e ao direito de vizinhança, a fim de garantir a

segurança dos trabalhadores, da

comunidade, das propriedades vizinhas e dos

logradouros públicos, observada em especial

a legislação trabalhista pertinente.

§ 1º - Durante a execução das obras será

obrigatória a manutenção do passeio

desobstruído e em perfeitas condições,

sendo vedada sua utilização, ainda que

temporária, como canteiro de obras ou para

carga e descarga de materiais de construção,

salvo no interior dos tapumes que avançarem

sobre o logradouro.

§ 2º - Nenhum elemento do canteiro de obras

poderá prejudicar a arborização da rua, a

iluminação pública, a visibilidade de placas,

avisos ou sinais de trânsito e outras

instalações de interesse público.

§ 3º - Nas obras situadas nas proximidades de

hospitais, escolas, asilos e estabelecimentos

similares e nas vizinhanças de edificações

Page 51: DOSSIÊ PII - 2016.1

51

residenciais é proibido executar, antes das 7

horas e depois das 19 horas, qualquer

trabalho ou serviço que produza ruído.

SEÇÃO II – Movimentos de Terra

Art. 61 Qualquer movimento de terra deverá

ser executado com o devido controle

tecnológico, a fim de assegurar sua

estabilidade, prevenir erosões e garantir a

segurança dos imóveis e logradouros

limítrofes, bem como não impedir ou alterar

o curso natural de escoamento de águas

pluviais e fluviais ou não modificar a condição

natural de dunas, praias, costões, lagoas e

todas as demais áreas de preservação

permanente.

§ 1º - Os aterros e muros de arrimo que

apresentarem junto às divisas altura total

superior a 7,20m (sete metros e vinte

centímetros), medidos a partir do perfil

original do terreno, ficarão condicionados, a

partir desta altura, a afastamento mínimo de

3,00m (três metros), no trecho em que

ocorrer tal situação.

§ 4º - Serão obrigatórios muros de arrimo

sempre que os cortes ou aterros ocorrerem

junto às divisas do terreno ou no

alinhamento.

SEÇÃO III - Andaimes, Tapumes e Vedações

de

Subseção III - Vedações em terrenos

Art. 70 Para os terrenos edificados será

facultativa a construção de muros de

fechamento em suas divisas.

Art. 71 Os muros de divisas laterais fora da

faixa de afastamento obrigatório para

logradouros e os muros das divisas de fundos

poderão ter, no máximo, 2,00m (dois metros)

de altura em relação ao nível natural do

terreno, podendo ser complementados por

gradis até a altura total de 3,00m (três

metros).

CAPITULO VI

NORMAS TÉCNICAS

SEÇÃO I – Disposições Gerais

Art. 73 A composição plástica de uma

edificação, sempre que possível, deve

integrar-se com unidade na composição do

conjunto formado pelas edificações vizinhas.

Parágrafo Único - A unidade de composição

estende-se às calçadas, tanto na textura

como na forma.

Art. 75 Os componentes básicos da

edificação, que compreendem fundações,

estruturas, paredes e cobertura, deverão

apresentar resistência ao fogo, isolamento

térmico, isolamento e condicionamento

acústico, estabilidade e impermeabilidade

adequados à função e porte da construção,

serem especificados e dimensionados por

profissional habilitado e atenderem as

normas da ABNT.

SEÇÃO II - Fundações e estruturas

Art. 76 As fundações e estruturas deverão

ficar situadas inteiramente dentro dos limites

do lote e considerar as interferências para

com as edificações vizinhas, logradouros e

instalações de serviços públicos.

Page 52: DOSSIÊ PII - 2016.1

52

Parágrafo Único – A movimentação dos

materiais e equipamentos necessários à

execução de estruturas será feita,

exclusivamente, dentro do espaço aéreo do

imóvel.

SEÇÃO III - Paredes

Art. 77 As paredes das edificações em geral,

quando executadas em alvenaria, deverão

ter espessura não inferior a 0,12m (doze

centímetros).

Art. 78 Os pavimentos acima do solo que não

forem vedados por paredes perimetrais

deverão dispor de guarda-corpo de proteção

contra quedas com altura mínima de 1,10m

(um metro e dez centímetros), resistente a

impactos e pressão.

Parágrafo Único – Se o guarda-corpo for

vazado, deverá assegurar condições de

segurança contra transposição de esfera com

diâmetro superior a 0,15m (quinze

centímetros).

SEÇÃO IV - Fachadas

Art. 79 As fachadas e demais paredes

externas das edificações, inclusive as das

divisas do terreno, deverão receber

tratamento e ser convenientemente

conservadas, considerando seu compromisso

com a paisagem urbana.

Art. 80 As fachadas poderão ter saliências

não computáveis como área de construção,

projetando-se ou não sobre os afastamentos

obrigatórios, desde que atendam as

seguintes condições:

I - formem molduras ou motivos

arquitetônicos e não constituam área de piso;

II - não ultrapassem em suas projeções, no

plano horizontal, a 0,20m (vinte

centímetros).

Parágrafo Único - As saliências para contorno

de aparelhos de ar condicionado poderão

alcançar o limite máximo de 0,70m (setenta

centímetros), desde que sejam individuais

para cada aparelho, possuam largura e altura

não superiores a 1,00m (um metro) e

mantenham afastamento mínimo de 1,50m

(um metro e cinquenta centímetros) das

divisas.

Art. 81 Nos logradouros onde forem

permitidas edificações no alinhamento não

poderão ser projetadas saliências nas

respectivas fachadas.

SEÇÃO V - Balanços

Art. 82 Nas edificações afastadas do

alinhamento será permitido o balanço acima

do pavimento de acesso, desde que não

ultrapasse de 1/20 (um vigésimo) da largura

do logradouro, não podendo exceder o limite

máximo de 1,20m (um metro e vinte

centímetros) sobre o afastamento previsto.

§ 1º - Para o cálculo do balanço, à largura do

logradouro poderão ser adicionadas as

profundidades dos afastamentos

obrigatórios (quando houver), em ambos os

lados.

§ 2º - Quando a edificação apresentar

diversas fachadas voltadas para logradouros

públicos, este artigo é aplicável a cada uma

delas.

Page 53: DOSSIÊ PII - 2016.1

53

§ 3º - Em nenhum caso os balanços poderão

ultrapassar os limites dos alinhamentos.

§ 4º - Para efeito de aplicação deste artigo, o

pavimento de acesso será aquele situado

acima do subsolo mais superior, ou acima do

pavimento mais elevado que possa ser

caracterizado como subsolo quanto ao seu

nível.

Art. 83 Nenhum elemento móvel, como folha

de porta, portão, janela, grade ou

assemelhado, poderá projetar-se além dos

limites do alinhamento, em altura inferior a

2,20m (dois metros e vinte centímetros)

acima do nível do passeio.

SEÇÃO VII - Jiraus e mezaninos

Art. 85 A construção de mezaninos e jiraus é

permitida desde que não sejam prejudicadas

as condições de ventilação, iluminação e

segurança, tanto dos compartimentos onde

estas construções forem executadas, como

do espaço assim criado.

Art. 86. Os jiraus e mezaninos deverão

atender às seguintes condições:

I - permitir passagem livre com altura mínima

de 2,40m (dois metros e quarenta

centímetros) nos dois níveis de sua projeção;

II - ocupar área equivalente a, no máximo,

30% (trinta por cento) da área do

compartimento onde for construído;

III - ter acesso exclusivo, através do

compartimento onde se situar, por escada

permanente.

Art. 87 As chaminés de qualquer espécie

serão executadas de maneira que o fumo,

fuligem, odores ou resíduos que possam

expelir não incomodem os vizinhos ou

prejudiquem o meio ambiente, devendo ser

equipadas de forma a evitar tais

inconvenientes.

§ 1° - A qualquer momento o município

poderá determinar a modificação das

chaminés existentes ou o emprego de

dispositivos fumívoros ou outros dispositivos

de controle da poluição atmosférica, a fim de

ser cumprido o que dispõe o presente artigo.

§ 2° - As chaminés de lareiras, churrasqueiras

e coifas deverão ultrapassar o ponto mais

alto da cobertura no mínimo 0,50m

(cinquenta centímetros);

§ 3° - A altura das chaminés industriais não

poderá ser inferior a 5,00m (cinco metros) do

ponto mais alto das edificações num raio de

50,00m (cinquenta metros);

SEÇÃO IX - Marquises

Art. 88 Será obrigatória a construção de

marquises em toda a fachada, nos seguintes

casos:

I - em qualquer edificação a ser construída

nos logradouros de uso predominantemente

comercial, quando no alinhamento ou dele

afastada menos de 2,00m (dois metros);

II - nas edificações com pavimento térreo

comercial, quando no alinhamento ou dele

afastadas menos de 2,00m (dois metros).

Art. 89 A construção de marquises na fachada

das edificações obedecerá às seguintes

condições:

I - ser sempre em balanço;

Page 54: DOSSIÊ PII - 2016.1

54

II - a face externa do balanço deverá ficar

afastada da prumada do meio-fio, de 0,50m

(cinquenta centímetros);

III - ter largura mínima igual a 2/3 (dois

terços) da largura do passeio, não podendo

ser inferior a 1,20m (um metro e vinte

centímetros), exceto para atender ao inciso

II;

IV - ter altura mínima de 3,00m (três metros)

acima do nível do passeio, podendo a

Prefeitura indicar a cota adequada, em

função das marquises existentes na mesma

face da quadra;

V - permitir o escoamento das águas pluviais

exclusivamente para dentro dos limites do

lote, através de condutores embutidos e

encaminhados à rede própria;

VI - não prejudicar a arborização e iluminação

pública, assim como não ocultar placas de

nomenclatura, sinalização ou numeração;

VII - ser construída em toda a extensão da

quadra, de modo a evitar qualquer solução

de continuidade entre as diversas marquises

contíguas.

SEÇÃO XI - Toldos e acessos cobertos

Art. 92 A colocação de toldos será permitida

sobre o afastamento frontal ou passeio,

desde que atendidas as seguintes condições:

I - ser engastado na edificação, não podendo

haver colunas de apoio;

II - ter balanço máximo de 2,00m (dois

metros), ficando 0,50m (cinquenta

centímetros) aquém do meio-fio;

III - não possuir elementos abaixo de 2,20m

(dois metros e vinte centímetros) em relação

ao nível do passeio;

IV - não prejudicar a arborização e a

iluminação pública e não ocultar placas de

utilidade pública

Art. 93 A colocação de toldos, fora do

afastamento frontal ou passeio, será

permitida desde que atenda as seguintes

condições:

I - ter estrutura metálica ou similar removível,

sendo vedado o fechamento lateral em todo

o seu perímetro;

II - ter afastamento mínimo de 1,50m (um

metro e cinquenta centímetros) das divisas,

exceto quando haja muro com altura superior

à do toldo.

Art. 95 Os toldos e acessos cobertos deverão

ter característica de provisoriedade, devendo

ser cobertos com lona ou material similar na

forma, acabamento e textura.

SEÇÃO XII - Coberturas e beirais

Art. 97 As águas pluviais provenientes das

coberturas serão esgotadas dentro dos

limites do lote, não sendo permitido o

despejo em lotes vizinhos ou sobre os

logradouros públicos.

Parágrafo Único - Não poderá haver

cobertura cujo beiral descarregue as águas

livremente a menos de 0,10m (dez

centímetros) dos limites do lote.

Art. 98 Não são considerados como área

construída os beirais das edificações que

obedeçam a um balanço com projeção

máxima de 1,20m (um metro e vinte

centímetros) em relação ao seu perímetro.

Page 55: DOSSIÊ PII - 2016.1

55

SEÇÃO XIII - Classificação e

dimensionamento dos compartimentos

Art. 99 Os compartimentos nas edificações

classificar-se-ão em “Grupos”, em razão da

função exercida, que determinará seu

dimensionamento mínimo e a necessidade

de iluminação e ventilação naturais.

Art. 100 Classificar-se-ão no “Grupo A” os

compartimentos destinados a:

I - repouso, em edificações destinadas a uso

residencial ou de prestação de serviços de

saúde e de educação;

II – estar e estudo, em edificações de uso

residencial;

§ 1° - Salvo disposição de caráter mais

restritivo constante em legislação específica,

o dimensionamento deverá respeitar os

mínimos de 2,60m (dois metros e sessenta

centímetros) de pé-direito e 7,00m2 (sete

metros quadrados) de área e possibilitar a

inscrição de um círculo com 2,60m (dois

metros e sessenta centímetros) de diâmetro

no plano do piso.

§ 2° - As áreas mínimas dos compartimentos

de estar e repouso obedecerão a:

I – sala/dormitório.........................18,00m2

II – sala de estar.............................12,00m2

III – 1° dormitório ou único..........11,00m2

IV – 2° dormitório ........................ 9,00m2

V – demais dormitórios ................ 7,00m2

Art. 101 Classificar-se-ão no “Grupo B” os

compartimentos destinados a:

I - estudo, em edificações destinadas a

prestação de serviços de educação;

II - trabalho, reunião (excluídos os locais

definidos no artigo 161), comércio, prestação

de serviços e prática de exercício físico ou

esporte, em edificações em geral.

§ 1° - Salvo disposição de caráter mais

restritivo constante em legislação específica,

o dimensionamento deverá respeitar o

mínimo de 2,60m (dois metros e sessenta

centímetros) de pé-direito e possibilitar a

inscrição de um círculo de 2,40m (dois metros

e quarenta centímetros) de diâmetro no

plano do piso e possuir área não inferior a

10,00m2 (dez metros quadrados).

§ 2° - Quando se tratar de salas de espera,

bancas ou boxes, a área e o diâmetro do

círculo não poderão ser inferiores a 4,00m2

(quatro metros quadrados) e 1,50m (um

metro e cinquenta centímetros),

respectivamente.

Art. 102 Classificar-se-ão no “Grupo C” os

compartimentos destinados a cozinhas,

copas, despensas, lavanderias e áreas de

serviço:

Parágrafo Único - Salvo disposição de caráter

mais restritivo constante em legislação

específica, o dimensionamento deverá

respeitar o mínimo de 2,40m (dois metros e

quarenta centímetros) de pé-direito e

possibilitar a inscrição de um círculo com

1,40m (um metro e quarenta centímetros) de

diâmetro no plano do piso e possuir área,

excetuadas despensas e áreas de serviços,

não inferior a 4,00m2 (quatro metros

quadrados).

Art. 103 Classificar-se-ão no “Grupo D” os

compartimentos destinados a ambientes que

possam ser iluminados e/ou ventilados por

meios artificiais.

Page 56: DOSSIÊ PII - 2016.1

56

§ 1º - Incluir-se-ão no “Grupo D” as

instalações sanitárias, os vestiários, as casas

de máquinas, as áreas de circulação em geral,

os depósitos em geral e todo e qualquer

compartimento que, pela natureza da

atividade ali exercida, deva dispor de meios

mecânicos e artificiais de iluminação e/ou

ventilação;

§ 2º - Salvo dispositivo de caráter mais

restritivo constante em legislação específica,

o dimensionamento deverá respeitar o

mínimo de 2,40m (dois metros e quarenta

centímetros) de pé-direito e possibilitar a

inscrição de um círculo no plano do piso e ter

a área mínima definidos em função da sua

utilização especifica;

§ 3° - As instalações sanitárias obedecerão ao

dimensionamento previsto nos artigos 126 a

130;

§ 4º - Os compartimentos destinados a

abrigar equipamentos terão pé-direito

compatível com sua função;

§ 5º - As cozinhas, áreas de serviço,

lavanderias, lavatórios, instalações sanitárias,

locais para despejo de lixo e demais

compartimentos que necessitarem de

cuidados higiênicos e sanitários especiais

deverão ser dotados de revestimentos

adequados à impermeabilidade e resistência

à limpeza frequente, com as características

de impermeabilização dos revestimentos

cerâmicos, no piso e nas paredes até a altura

mínima de 1,50m (um metro e cinquenta

centímetros).

SEÇAÕ XIV - Iluminação e ventilação dos

compartimentos

Art. 105 Todo e qualquer compartimento

deverá ter comunicação com o exterior

através de vãos ou dutos, pelos quais se fará

a iluminação e ventilação ou só a ventilação

do mesmo.

Art. 106 A soma total das áreas dos vãos de

iluminação e ventilação dos compartimentos

deverá corresponder, no mínimo, a:

I - 1/6 (um sexto) da área dos

compartimentos classificados nos “Grupos A

e B”;

II - 1/8 (um oitavo) da área dos

compartimentos classificados no “Grupo C”;

III - 1/10 (um décimo) da área dos

compartimentos classificados no “Grupo D”,

quando não forem adotados dispositivos

mecânicos e artificiais de iluminação e

ventilação;

Art. 107 Não serão considerados no cômputo

da área de iluminação e ventilação os vãos

com área inferior a 0,20m2 (vinte decímetros

quadrados), excetuados os casos de

ventilação por dutos.

Art. 108 Quando a iluminação e/ou

ventilação dos compartimentos efetivar-se

por vãos localizados em áreas cobertas, a

profundidade destas não poderá ser maior

que a largura livre nem superior ao dobro da

altura livre da abertura que comunicar

diretamente com o exterior.

Art. 109 Quando a iluminação e/ou

ventilação de um ou mais compartimentos

forem feitas através de outro, o

dimensionamento da abertura voltada para o

exterior será proporcional ao somatório das

áreas dos compartimentos.

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57

Art. 110 Metade da área dos vãos deverá ser

destinada à ventilação do compartimento e a

sua totalidade à iluminação do mesmo.

Art. 111 Nenhum vão será considerado como

iluminando e/ou ventilando pontos de

compartimento que dele distem mais de

quatro vezes o valor do pé-direito desse

compartimento.

Art. 112 Os meios mecânicos deverão ser

dimensionados de forma a garantir a

renovação de ar de acordo com as normas da

ABNT.

SEÇAÕ XV - Prismas de iluminação e

ventilação

Art. 114 Quando os vãos de iluminação e

ventilação não se comunicarem diretamente

com os afastamentos obrigatórios frontais,

laterais e de fundos da edificação, deverão se

comunicar com o exterior através de prismas

abertos na parte superior, que poderão ser

fechados em todas as laterais ou abertos em

uma ou mais laterais junto às fachadas.

Parágrafo Único – Os compartimentos do

“Grupo A” não poderão estar voltados para

prismas de iluminação e ventilação fechados

em todas as suas laterais.

Art. 115 Os prismas que atenderem aos

compartimentos classificados nos “Grupos A,

B e E” deverão:

I - permitir, quando fechados em todas as

laterais, em qualquer seção ao longo da sua

altura, a inscrição de um círculo com

diâmetro “D”, dado pela fórmula:

D >= H/5 >= 3,00m, onde “H” é a altura média

das paredes que contornam o espaço

interno, medida em metros;

II - permitir, quando abertos em uma das

laterais e interligados com os espaços de

afastamentos obrigatórios frontais, laterais

ou de fundos, em qualquer seção ao longo da

sua altura, a inscrição de um círculo com

diâmetro “D”, dado pela fórmula:

D >= H/10 >= 3,00m, onde “H” é a altura

média das paredes que contornam o espaço

interno, medida em metros;

Parágrafo Único - Os prismas abertos,

dimensionados de acordo com o inciso II,

poderão ter a dimensão “D” reduzida desde

que, em planta, a face aberta seja igual ou

maior que a profundidade do prisma ou

reentrância e sua área não seja inferior à do

circulo com diâmetro “D”.

Art. 116 Os prismas que atenderem aos

compartimentos classificados nos “Grupos C

e D” deverão:

I - quando forem fechados em todas as

laterais, em qualquer seção ao longo da sua

altura, possuir área “A”, expressa em m2,

dada pela fórmula:

A >= 0,40xH, onde “H” é a altura média das

paredes que contornam o espaço interno,

expressa em metros;

II - quando abertos em uma das laterais e

interligados com os espaços de afastamentos

obrigatórios frontais, laterais ou de fundos,

em qualquer seção ao longo da sua altura,

possuir área “A”, expressa em m2, dada pela

fórmula:

A >= 0,20xH, onde “H” é a altura média das

paredes que contornam o espaço interno,

expressa em metros;

Page 58: DOSSIÊ PII - 2016.1

58

III - possuir configuração tal que a menor

dimensão não seja inferior a 2/3 (dois terços)

da maior dimensão em planta, respeitada a

menor dimensão para atingimento das áreas

“A” calculadas, ainda que efetivamente os

prismas possuam áreas superiores às

exigidas.

Parágrafo Único - Os prismas dimensionados

na forma deste artigo poderão ter suas áreas

reduzidas em até 50% (cinquenta por cento)

quando se destinarem exclusivamente ao

atendimento de instalações sanitárias e

circulações em geral.

Art. 117 Os compartimentos classificados no

“Grupo B” poderão estar voltados para

prismas dimensionados de acordo com o

artigo 116, desde que sua iluminação e

ventilação sejam suplementadas por meios

artificiais de renovação de ar e iluminação.

Art. 118 Será admitida, em uma unidade

residencial, um único compartimento

destinado a repouso de empregados,

dimensionado de acordo com o artigo 101 e

cuja ventilação e iluminação poderá ocorrer

através de prismas que atendam ao artigo

116.

Art. 119 Os prismas de iluminação e

ventilação deverão possuir as faces verticais

e seções horizontais constantes em toda a

altura da edificação.

Parágrafo Único - Os prismas deverão ser

totalmente abertos na parte superior, não

sendo admitidos beirais, abas ou saliências

que lhes reduzam a seção, exceto quando

abertos em uma ou mais laterais e

interligados com os espaços de afastamentos

obrigatórios frontais, laterais ou de fundos.

SEÇÃO XVI - Portas

Art. 120 As portas terão, no mínimo, altura de

2,00m (dois metros) e largura livre de 0,80m

(oitenta centímetros), quando situadas nas

áreas comuns de circulação, bem assim

quando servirem para ingresso à edificação,

às unidades autônomas, e a compartimentos

dos grupos “A”, “B” e “C”.

Art. 123 Nenhuma porta poderá ter largura

inferior a 0,60m (sessenta centímetros).

Art. 124 Quando de giro, as portas deverão

ter assegurado movimento livre

correspondente a um arco de 90º (noventa

graus), no mínimo.

SEÇÃO XVII - Lotação das edificações

Art. 125 Considera-se lotação de uma

edificação o número de usuários, calculado

em função de sua área e utilização

.

§ 1º - A lotação de uma edificação será o

somatório das lotações dos seus pavimentos

ou compartimentos onde se desenvolverem

diferentes atividades, calculada tomando-se

a área útil efetivamente utilizada no

pavimento para o desenvolvimento de

determinada atividade, dividida pelo índice

determinado na tabela seguinte:

TABELA PARA CÁLCULO DE LOTAÇÃO

USO M2/PESSOA

RESIDENCIAL UNI E MULTIFAMILIAR 15,00

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59

§ 2º - A área a ser considerada para o cálculo

da lotação poderá ser obtida excluindo-se, da

área bruta, aquelas correspondentes às

paredes, às unidades sanitárias, aos espaços

de circulação horizontais e verticais

efetivamente utilizados para escoamento,

vazios de elevadores, compartimentos

destinados a equipamentos e dutos de

ventilação, bem como garagens.

SEÇÃO XVIII - Instalações sanitárias

Art. 126 Toda edificação deverá dispor de

instalações sanitárias conforme o disposto na

presente seção, em função de sua lotação e

da atividade desenvolvida.

Art. 128 As edificações destinadas a uso

residencial unifamiliar e multifamiliar

deverão dispor de instalações sanitárias nas

seguintes quantidades mínimas:

I - casas e apartamentos: 1 (um) vaso

sanitário, 1 (um) lavatório e 1 (um) chuveiro;

Art. 130 As instalações sanitárias serão

dimensionadas em função do tipo de peças

que contiverem, conforme a tabela seguinte:

TABELA PARA DIMENSIONAMENTO

Tipo de peça Largura

(m)

Área

(m2)

Vaso sanitário 0,80 1,00

Lavatório 0,80 0,64

Chuveiro 0,80 0,64

Mictório 0,80 0,64

Vaso sanitário e Lavatório 0,80 1,20

Vaso sanitário, Lavatório e

Chuveiro 0,80 2,00

Vaso Sanitário para Uso de

Deficiente Físico 1,40 2,24

SEÇÃO XIX – Corredores e Circulações

Subseção I –Circulações em um Mesmo Nível

Art131 - Os corredores, áreas de circulação e

acesso deverão obedecer aos seguintes

parâmetros:

I - quando de uso privativo nas residências,

escritórios, consultórios e congêneres, a

largura mínima será de 10% (dez por cento)

do comprimento, com o mínimo de 0,80m

(oitenta centímetros);

II - quando de uso coletivo nas edificações

residenciais multifamiliares, comerciais ou de

serviços, a largura mínima será de 1,20m (um

metro e vinte centímetros) para até 10,00m

(dez metros) de extensão, acrescentando-se

0,05m (cinco centímetros) por cada metro ou

fração que exceder aos 10,00m (dez metros),

computada a extensão a partir da sua

extremidade até o ponto médio da circulação

vertical de escoamento;

§ 1º O pé-direito mínimo das circulações e

corredores será de 2,40m (dois metros e

quarenta centímetros), exceto no caso de

galerias e centros comerciais, quando será de

3,00m (três metros).

§ 2º Quando o corredor ou circulação nas

galerias e centros comerciais for seccionado

por escadas, vazios ou outros elementos,

cada seção deverá garantir passagem com

largura mínima de 2,00m (dois metros).

§ 3º A largura obrigatória das passagens e

circulações deverá ser isenta de obstáculos,

componentes estruturais, mochetas,

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60

paredes, lixeiras, telefones públicos, bancos,

floreiras e outros elementos que possam

restringir, reduzir ou prejudicar o livre

trânsito.

Subseção II – Circulações de Ligação de

Níveis Diferentes

Art. 132 Nas edificações de uso coletivo

haverá, obrigatoriamente, interligação entre

todos os pavimentos através de escadas ou

rampas.

ESCADAS

Art. 133 As escadas deverão assegurar

passagem com altura livre não inferior a

2,10m (dois metros e dez centímetros),

respeitando ainda as seguintes dimensões:

I - 0,80m (oitenta centímetros) de largura

mínima, quando destinadas a unidades

autônomas de uso privativo;

II - 1,20m (um metro e vinte centímetros) de

largura mínima, quando destinadas a uso

coletivo;

III - 2,00m (dois metros) de largura mínima,

nas galerias e centros comerciais;

IV - nos locais de reuniões e usos especiais a

largura será dimensionada na base de 1,00m

(um metro) para cada 200 (duzentas)

pessoas, não podendo ser inferior a 2,00m

(dois metros);

V - nos estádios, as interligações dos

diferentes níveis deverão ter largura livre de

1,50m (um metro e cinquenta centímetros)

para cada 1000 (mil) pessoas ou fração, não

podendo ser inferior a 2,50m (dois metros e

cinquenta centímetros);

VI - quando de uso nitidamente secundário e

eventual no interior de unidades autônomas

de uso privativo, e ainda para acessos de

manutenção a casas de máquinas, casas de

bombas e assemelhados, a largura poderá ser

reduzida para um mínimo de 0,60m (sessenta

centímetros);

VII - nos hotéis, hotéis-residência e

assemelhados que não forem dotados de

elevador, a largura mínima será de 2,00m

(dois metros).

Art. 134 As escadas do tipo "caracol" ou em

"leque" só serão admitidas para acessos a

torres, adegas, jiraus, mezaninos, sobrelojas

ou no interior de uma mesma unidade

residencial.

Art. 135 As escadas do tipo "marinheiro" só

serão admitidas para acessos a torres,

adegas, jiraus e casas de máquinas.

Art. 136 O dimensionamento dos degraus

será feito de acordo com a fórmula:

(2h+b) = 0,63m a 0,64m, onde "h" é a altura

ou espelho do degrau e "b" a profundidade

do piso, obedecendo aos seguintes limites:

I - altura máxima = 0,18m (dezoito

centímetros);

II - profundidade mínima = 0,27m (vinte e

sete centímetros).

Parágrafo Único - Será admitido bocel ou

balanço nos degraus com dimensão máxima

de 0,02m (dois centímetros).

Art. 137 Nas escadas circulares ou com

trechos em leque a faixa livre mínima será

igual à largura das escadas retilíneas para o

mesmo tipo de uso ou edificação.

Page 61: DOSSIÊ PII - 2016.1

61

Parágrafo Único - Os pisos dos degraus terão

profundidades mínimas de 0,15m (quinze

centímetros) e 0,40m (quarenta centímetros)

nos bordos internos e externos,

respectivamente.

Art. 138 Serão obrigatórios patamares

intermediários sempre que:

I - a escada vencer desnível superior a 3,25m

(três metros e vinte e cinco centímetros);

II - houver mudança de direção em escada

coletiva.

§ 1º Os patamares deverão atender às

seguintes dimensões mínimas:

I - de 0,80m (oitenta centímetros) quando em

escada privativa;

II - de 1,20m (um metro e vinte centímetros)

quando em escada coletiva sem mudança de

direção;

III - da largura da escada, quando esta for

coletiva e houver mudança de direção, de

forma a não reduzir o fluxo de pessoas.

§ 2º Ocorrendo mudança de direção os

cantos externos do patamar poderão ser

ocupados por chanfro cujos catetos sejam, no

máximo, iguais a 1/3 (um terço) da largura da

escada.

Art. 139 Serão obrigatórios patamares junto

às portas com comprimentos, em ambos os

lados, não inferiores aos previstos no artigo

138.

Art. 140 As escadas de uso coletivo,

obrigatoriamente, deverão ter pisos

antiderrapantes, ser construídas em material

incombustível e possuir corrimãos,

admitindo-se estes em madeira.

Art. 141 A existência de elevador ou escada

rolante em um edificação não dispensa nem

substitui a construção de escada.

RAMPAS

Art. 142 As rampas serão construídas com

material incombustível e terão inclinação

máxima de 10% (dez por cento) quando

forem meio de escoamento vertical da

edificação, sendo que sempre que a

inclinação exceder a 5% (cinco por cento) o

piso deverá ser revestido com material

antiderrapante.

Art. 143 Para acesso de pessoas portadoras

de deficiências físicas o imóvel deverá ser,

obrigatoriamente, dotado de rampa com

largura mínima de 1,20m (um metro e vinte

centímetros) para vencer desnível entre o

logradouro público ou área externa e o piso

correspondente à soleira de ingresso às

edificações destinadas a:

I - local de reunião com mais de 100 (cem)

pessoas;

II - qualquer outro uso com mais de 300

(trezentas) pessoas.

Art. 144 No interior das edificações indicadas

no artigo 143, as rampas poderão ser

substituídas por elevadores ou meios

mecânicos destinados ao transporte de

pessoas portadoras de deficiências físicas.

Art. 145 Quando as rampas forem utilizadas

em substituição às escadas, deverão

Page 62: DOSSIÊ PII - 2016.1

62

assegurar passagens com as larguras e altura

livre não inferiores às previstas no artigo 133.

Art. 146 No início e término das rampas o

piso deverá ter tratamento diferenciado para

orientação de pessoas portadoras de

deficiências visuais.

Art. 147 Serão obrigatórios patamares

intermediários sempre que:

I - a rampa vencer desnível superior a 3,25m

(três metros e vinte e cinco centímetros);

II - houver mudança de direção em rampa de

uso coletivo.

§ 1º Os patamares deverão atender às

seguintes dimensões mínimas:

I - de 0,80m (oitenta centímetros) quando em

rampa privativa;

II - de 1,20m (um metro e vinte centímetros)

quando em rampa coletiva sem mudança de

direção;

III - da largura da rampa, quando esta for

coletiva e houver mudança de direção, de

forma a não reduzir o fluxo de pessoas.

§ 2º Ocorrendo mudança de direção os

cantos externos do patamar poderão ser

ocupados por chanfro cujos catetos sejam, no

máximo, iguais a 1/3 (um terço) da largura da

rampa.

Art. 148 Não será permitida a colocação de

portas em rampas, devendo aquelas

situarem-se em patamares planos com

comprimentos, em ambos os lados, não

inferiores aos previstos no artigo 147.

CAPÍTULO VII

CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES

Art. 149 Conforme a utilização a que se

destinam, as edificações classificam-se em:

I - edificações para usos residenciais;

II - edificações para locais de reunião;

III - edificações para usos de saúde;

IV - edificações para usos educacionais;

V - edificações para usos comerciais e de

serviços;

VI - edificações para usos industriais;

VII - edificações para usos mistos.

CAPÍTULO VIII

EDIFICAÇÕES EM GERAL

Art. 150 As edificações, com até dois

pavimentos, construídas em madeira ou

outros materiais não resistentes ao fogo

deverão observar afastamento mínimo de

1,50m (um metro e cinqüenta centímetros)

de qualquer divisa do terreno e 3,00m (três

metros) de outra edificação no mesmo lote.

Parágrafo Único - O afastamento de 1,50m

(um metro e cinqüenta centímetros) não se

aplica às divisas em que a parede externa for

de alvenaria ou material equivalente.

Art. 151 Deverão ser obedecidos

afastamentos mínimos de 1,50m (um metro

e cinqüenta centímetros) dos terraços,

sacadas, aberturas e vãos de acesso às

extremas laterais e de fundos do terreno.

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63

CAPÍTULO IX

EDIFICAÇÕES PARA USOS RESIDENCIAIS

SEÇÃO I– Disposições Gerais

Art. 153 As edificações residenciais, segundo

o tipo de utilização de suas unidades,

poderão ser classificadas em unifamiliares,

multifamiliares e coletivas.

Parágrafo Único - A edificação será

considerada unifamiliar quando nela existir

uma única unidade residencial; multifamiliar,

quando nela existirem duas ou mais unidades

residenciais; e, coletiva, quando as atividades

residenciais se desenvolverem em

compartimentos de utilização coletiva, como

nos asilos, internatos, pensionatos, casas

geriátricas e congêneres.

Art. 155 Exceto nas edificações residenciais

transitórias e coletivas, toda unidade

residencial deverá ter área útil não inferior a

27,00m2 (vinte e sete metros quadrados), e,

pelo menos, quatro compartimentos:

I - sala/dormitório;

II - cozinha;

III - instalação sanitária;

IV - área de serviço.

Parágrafo Único - A cozinha poderá

constituir-se em ambiente integrado à sala,

sendo dispensada sua compartimentação.

Art. 156 As edificações residenciais

unifamiliares situadas em terrenos isolados e

que não fizerem parte de conjunto de

unidades autônomas ficarão dispensadas do

atendimento aos artigos 68, 77, 78, 100 a

111, 114, 115, 116, 119, 120, 123, 124, 130 a

133, 136 a 139, 142, 145 a 148, 219 e 236

desta lei.

Art. 192 Os espaços para acesso, circulação e

estacionamento de veículos para os

diferentes usos e atividades permitidos serão

projetados com todas as indicações gráficas

necessárias e de acordo com as normas desta

seção, dimensionados e executados livres de

qualquer interferência estrutural ou física

que possa reduzi-los e serão destinados às

seguintes utilizações:

I - privativos - de utilização exclusiva da

população permanente da edificação;

II - coletivos - abertos à utilização da

população flutuante da edificação.

Parágrafo Único - Quando existirem

instalações de serviço, abastecimento de

veículos e depósito de inflamáveis, deverão

ser obedecidas as normas específicas deste

código.

Art. 193 A quantidade mínima de vagas para

estacionamento de veículos para os

diferentes usos e atividades permitidos

deverá atender aos parâmetros das leis de

zoneamento, uso e ocupação do solo

vigentes ou em lei específica.

Subseção I - Acessos

Art. 195 Os acessos de veículos através de

rebaixamento de meios-fios ou curvas

horizontais de concordância, as faixas de

circulação e os espaços de manobra e

estacionamento deverão obedecer aos

esquemas constantes nas leis de

zoneamento, uso e ocupação do solo

vigentes.

Page 64: DOSSIÊ PII - 2016.1

64

Art. 196 O acesso de veículos ao imóvel

compreende o espaço situado entre o meio-

fio e o alinhamento do logradouro.

Art. 197 Visando a segurança dos pedestres a

abertura destinada à saída de veículos do

imóvel deverá estar posicionada de forma tal

que permita a visualização da calçada.

Art. 198 A acomodação transversal do acesso

entre o perfil do logradouro e os espaços de

circulação e estacionamento será feita

exclusivamente dentro do imóvel, de forma a

não criar degraus ou desníveis abruptos na

calçada.

Subseção II - Circulações

Art. 199 As faixas de circulação de veículos

deverão apresentar dimensões mínimas,

para cada sentido de tráfego, de:

I - 2,75m (dois metros e setenta e cinco

centímetros) de largura e 2,20m (dois metros

e vinte centímetros) de altura livre de

passagem, quando destinadas à circulação de

automóveis e utilitários.

Parágrafo Único - Os vãos de entrada serão

em número igual ao de faixas de circulação

computado no local de ingresso e descarga

de veículos e terão dimensões mínimas de

2,40m (dois metros e quarenta centímetros)

de largura e 2,20m (dois metros e vinte

centímetros) de altura, quando destinados a

automóveis e utilitários; e, 3,00m (três

metros) de largura e 3,50m (três metros e

cinquenta centímetros) de altura, quando

destinados a caminhões e ônibus.

Art. 201 As rampas deverão apresentar:

I - afastamento não inferior a 2,00m (dois

metros) do alinhamento dos logradouros,

para seu início;

II - declividade máxima de 20% (vinte por

cento) quando destinada à circulação de

automóveis e utilitários;

Subseção III – Espaços de Manobra e

Estacionamento

Art. 205 Deverão ser previstos espaços de

manobra e estacionamento de veículos de

forma que estas operações não sejam

executadas nos espaços dos logradouros

públicos.

Art. 206 Os estacionamentos coletivos

deverão ter área de acumulação,

acomodação e manobra de veículos

dimensionada de forma a comportar, no

mínimo, 3% (três por cento) de sua

capacidade.

§ 1º No cálculo da área de acumulação,

acomodação e manobra de veículos poderão

ser consideradas as rampas e faixas de acesso

às vagas de estacionamento, desde que

possuam largura mínima de 5,50m (cinco

metros e cinquenta centímetros).

§ 2º Quando se tratar de estacionamento

com acesso controlado, o espaço de

acumulação deverá estar situado entre o

alinhamento do logradouro e o local de

controle.

Art. 207 As vagas de estacionamento para

automóveis serão numeradas

sequencialmente, terão pé-direito não

inferior a 2,20m (dois metros e vinte

Page 65: DOSSIÊ PII - 2016.1

65

centímetros) e dimensões mínimas de 2,40m

(dois metros e quarenta centímetros) de

largura e 5,00m (cinco metros) de

comprimento.

Parágrafo Único - A largura da vaga deverá

ser aumentada em 0,20m (vinte centímetros)

para cada lateral onde esteja ladeada por

parede ou elemento construtivo que ocupe

mais de 50% (cinquenta por cento) de sua

extensão.

Art. 208 Os locais de estacionamento, a

distribuição de pilares, paredes e demais

componentes da construção e a circulação

projetada deverão permitir a entrada e saída

independente de cada veículo.

Art. 212 Quando as vagas forem cobertas,

deverão dispor de ventilação permanente

garantida por aberturas, pelo menos em duas

paredes opostas ou nos tetos junto a estas

paredes, e que correspondam, no mínimo, à

proporção de 60cm2 (sessenta centímetros

quadrados) de abertura para cada metro

cúbico de volume total do compartimento,

ambiente ou local.

§ 1º Os vãos de acesso de veículos, quando

guarnecidos por portas vazadas ou

gradeadas, poderão ser computados no

cálculo dessas aberturas.

§ 2º A ventilação natural poderá ser

substituída e suplementada por meios

mecânicos dimensionados de forma a

garantir a renovação de cinco volumes de ar

do ambiente por hora.

Art. 213 Os estacionamentos descobertos

deverão ter piso adequadamente drenado

quando este se apoiar diretamente no solo.

CAPÍTULO XVI

INSTALAÇÕES EM GERAL

SEÇÃO I – Instalações Hidráulicas

Art. 218 As edificações deverão possuir

instalações hidráulicas executadas de acordo

com as normas da ABNT, regulamentos da

concessionária local e as disposições dos

parágrafos abaixo.

Art. 219 Toda edificação deverá possuir

reservatório de água próprio.

Parágrafo Único - Nas edificações com mais

de uma unidade independente que tiverem

reservatório de água comum, o acesso ao

mesmo e ao sistema de controle de

distribuição se fará, obrigatoriamente,

através de partes comuns.

Art. 220 Os reservatórios de água serão

dimensionados pela estimativa de consumo

diário da edificação, conforme sua utilização,

devendo obedecer aos índices da tabela

abaixo:

OCUPAÇÃO CONSUMO

DIÁRIO

CALCULO DA

POPULAÇÃO

Residencial 200 litros/pessoa 2 pessoas/dorm.

com até 12,00m²

3pessoas/dorm.

Mais de 12,00m

Escritórios,

Prestações de

Serviços,

Comércio

50 litros/pessoa 1 pessoa/7,5m²

de área de sala ou

loja

Demais Usos Conforme normas da concessionária

Page 66: DOSSIÊ PII - 2016.1

66

Parágrafo Único - Ao volume calculado na

forma deste artigo deverá ser acrescido o

volume necessário à reserva técnica para

combate a incêndio, quando exigido pelo

Corpo de Bombeiros.

Art. 222 Quando instalados reservatórios

inferior e superior o volume mínimo de cada

um será, respectivamente, de 60% (sessenta

por cento) e 40% (quarenta por cento) do

volume de consumo total calculado.

SEÇÃO II- Instalações de Esgotos Sanitários

Art. 223 Toda edificação que não seja servida

por rede pública de esgotos sanitários deverá

possuir sistema de tratamento e destinação

de esgotos, individual ou coletivo próprio,

projetado e construído de acordo com as

normas da ABNT e aprovado pelos órgãos

competentes.

SEÇÃO III – Instalações para Escoamento de

Águas Pluviais e de Infiltração

Art. 224 Os terrenos, ao receberem

edificações, deverão ser convenientemente

preparados para dar escoamento às águas

pluviais e de infiltração com adoção de

medidas de controle da erosão.

Art. 225 Não será permitido o despejo de

águas pluviais ou servidas, inclusive daquelas

provenientes do funcionamento de

equipamentos, sobre as calçadas e os imóveis

vizinhos, devendo as mesmas serem

conduzidas por canalização sob o passeio à

rede coletora própria, de acordo com as

normas emanadas do órgão competente.

Art. 226 A construção sobre valas ou redes

pluviais existentes no interior dos terrenos e

que conduzam águas de terrenos vizinhos

somente será admitida após análise caso a

caso pelo órgão competente do município.

Art. 227 Somente o município poderá

autorizar ou promover a eliminação ou

canalização de redes pluviais bem como a

alteração do curso das águas.

SEÇÃO IV – Instalações Elétricas

Art. 228 As edificações deverão ter suas

instalações elétricas executadas de acordo

com as normas da ABNT e regulamentos de

instalações da concessionária de energia

elétrica.

SEÇÃO V – Instalações para Antenas de

Televisão

Art. 229 Nas edificações residenciais

multifamiliares é obrigatória a instalação de

tubulação para antenas de televisão em cada

unidade autônoma.

SEÇÃO VI– Instalações Telefônicas

Art. 230 A instalação de equipamentos de

rede telefônica nas edificações obedecerá às

normas da ABNT e os regulamentos da

concessionária local.

SEÇÃO VII – Instalações de Ar Condicionado

Art. 231 As instalações e equipamentos para

renovação e condicionamento de ar deverão

obedecer às normas da ABNT.

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67

Art. 232 Quando em edificações no

alinhamento, a instalação de aparelhos de ar

condicionado deverá atender à altura mínima

de 2,20m (dois metros e vinte centímetros)

acima do nível do passeio, devendo ser

prevista tubulação para recolhimento das

águas condensadas, com interligação, sob o

passeio, para a rede coletora própria.

SEÇÃO VIII – Instalações de Isolamento e

Condicionamento Acústico

Art. 233 São obrigatórias as medidas de

isolamento e condicionamento acústico na

forma definida pela legislação municipal

específica, sem prejuízo da legislação federal

e estadual bem como das normas da ABNT

pertinentes.

Art. 233 A - As unidades habitacionais, em

edificações residenciais multifamiliares e em

residências geminadas, construídas em todo

o território do município de Florianópolis,

deverão ser comercializadas com a

informação sobre o índice de isolamento

acústico.

§ 1º Considera-se índice de isolamento

acústico a capacidade de redução da

propagação do som das paredes e lajes

divisórias entre uma unidade habitacional e

outra.

§ 2º Para efeito deste artigo, mede-se o

índice de isolamento acústico através da

verificação da redução da propagação do

som, entre uma unidade habitacional e outra,

onde a fonte do ruído esteja afastada um

metro da parede ou laje divisória da unidade

habitacional e a captação do som esteja

também na mesma distância, na unidade

inferior, superior ou vizinha, com as janelas

fechadas, ou conforme os parâmetros da NBR

nº 10.151 da ABNT, ou norma sucedânea.

(Redação acrescida pela Lei Complementar

nº 364/2009)

Art. 233 B - Para os efeitos desta Lei

Complementar, consideram-se aplicáveis as

definições constantes no art. 1º da Lei

Complementar CMF nº 003 de 1999, que

dispõe sobre ruídos urbanos e proteção do

bem-estar e do sossego público, ou legislação

sucedânea. (Redação acrescida pela Lei

Complementar nº 364/2009)

Art. 233 C - Na venda de novas unidades, na

placa de informações sobre a obra deverá

constar qual o índice de isolamento acústico

entre as unidades habitacionais, previsto ou

aferido, conforme certidão fornecida pela

Fundação Municipal do Meio Ambiente

(FLORAM). (Redação acrescida pela Lei

Complementar nº 364/2009)

Art. 233 D - Os níveis de intensidade de sons

ou ruídos, bem como o nível equivalente e o

método utilizado para a medição e avaliação

obedecerão as recomendações das NBR

10.151 e NBR 10.152, ou das que lhes

sucederem, conforme disposto no art. 2º da

Lei Complementar CMF nº 003 de 1999.

(Redação acrescida pela Lei Complementar

nº 364/2009)

SEÇÃO X – Instalações de Gás

Art. 235 As instalações de gás nas edificações

deverão ser executadas de acordo com as

normas da ABNT e do Corpo de Bombeiros,

sendo obrigatória nas edificações a utilização

de aparelho sensor de vazamento de gás.

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68

Parágrafo Único - Será permitida a instalação

de central de gás na área relativa ao

afastamento frontal, limitada sua altura

máxima em 2,10m (dois metros e dez

centímetros) acima do nível do passeio.

SEÇÃO XI – Instalações e Equipamentos de

Proteção Contra Incêndio

Art. 236 As edificações deverão ser providas

de instalações e equipamentos de proteção

contra incêndio aprovadas pelo Corpo de

Bombeiros.

Art. 237 As instalações e equipamentos

contra incêndio deverão ser mantidos em

excelente estado de conservação e

funcionamento.

Art. 238 Em edifício já existente em que se

verifique a necessidade de ser feita, em

benefício da segurança pública, a instalação

de equipamentos contra incêndio, a

Municipalidade, mediante solicitação do

Corpo de Bombeiros, providenciará a

expedição das necessárias intimações,

fixando prazos para o seu cumprimento.

Art. 241 O depósito central de lixo deverá ter:

I - dimensão mínima de 1,00m (um metro) e

pé-direito mínimo de 2,20m (dois metros e

vinte centímetros);

II - área calculada na base de 0,125m3 (cento

e vinte e cinco decímetros cúbicos) para cada

200,00m2 (duzentos metros quadrados) de

área construída, não podendo ser inferior a

1,20m2 (um metro e vinte decímetros

quadrados);

III - porta de acesso com dimensões mínimas

de 0,80m (oitenta centímetros) de largura e

2,00m (dois metros) de altura;

IV - as paredes até a altura de 1,50m (um

metro e cinqüenta centímetros) e os pisos

revestidos com material liso, lavável,

impermeável e resistente a produtos

corrosivos;

V - ponto de água e ralo para escoamento da

água de lavação.

SEÇÃO XV – Recepção de Correspondência

Art. 254 Todas as edificações deverão possuir

caixas receptoras de correspondência de

acordo com as normas da Empresa Brasileira

de Correios e Telégrafos - ECT.

SEÇÃO XVI – Instalações de Equipamentos

em Geral

Art. 255 A fabricação e instalação de

qualquer tipo de equipamento deverá

atender às normas da ABNT e legislação

específica, quando existente.

13. CÓDIGO DE POSTURAS

LEI Nº 1224/74, de 02 de setembro de 1974. Procedência: Executivo Natureza: Projeto de Lei nº 1105/72 DOE nº 02.09.74 Fonte: CMF/Gerência de Documentação e Reprografia

INSTITUI O CÓDIGO DE POSTURAS MUNICIPAL.

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69

PARTE GERAL

Capítulo I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Este Código, parte integrante do Plano

diretor, dispõe sobre medidas de polícia

administrativa a cargo do Município, em

matéria de higiene e ordem pública;

tratamento da propriedade, dos logradouros

e dos bens públicos; horário de

funcionamento dos estabelecimentos

comerciais e industriais e matéria conexa,

estatuindo as necessárias relações entre o

poder público e os particulares.

PARTE ESPECIAL

Título I

DO TRATAMENTO DA PROPRIEDADE, DOS

LOGRADOUROS

E DOS BENS PÚBLICOS

Capítulo I

DAS VIAS E LOGRADOUROS PÚBLICOS

Art. 27 A ninguém é lícito, sob qualquer

pretexto:

a) abrir rua, travessas ou praças sem prévio

alinhamento e nivelamento fornecido pela

Prefeitura;

b) deixar em mau estado de conservação os

passeios fronteiriços, paredes frontais das

edificações e dos muros que dão para as vias

públicas;

c) danificar de qualquer modo, o calçamento,

passeios e meios-fios;

d) danificar por qualquer modo, fios e

instalações de luz, telégrafo e telefone nas

zonas urbanas e suburbanas da sede e das

vilas;

e) deixar de remover os restos e entulhos

resultantes de construção e reconstrução,

uma vez terminadas as respectivas obras;

f) deitar nas ruas, praças, travessas ou

logradouros públicos, águas servidas e

quaisquer detritos prejudiciais ao asseio e à

higiene pública.

g) Deixar de recolher, nos logradouros

públicos, os dejetos eliminados por animais

de sua propriedade ou sob sua guarda.

(incluído pela Lei Complementar CMF nº

002/99 de 30/4/99 – DOE de 3/5/99)

h) urinar e defecar em logradouros públicos.

(Lei Complementar nº 449/12 - DOEM

Edição nº 858 de 30/11/2012).

i) proibido o depósito de entulhos de qualquer

natureza em via pública, ou em lugar de uso

comum, ou de uso alheio, excetuando-se as

áreas destinadas ao depósito e coleta destes.

(Redação dada pela Lei Complementar nº

496/2014 – DOEM Edição nº 1302 de

18/09/2014)

Parágrafo único. Qualquer cidadão poderá

denunciar o descumprimento do que trata a

alínea ‘i’ deste artigo. (Redação dada pela Lei

Complementar nº 496/2014 – DOEM Edição

nº 1302 de 18/09/2014)

Art. 28 É vedado ainda:

a) estreitar, mudar ou impedir de qualquer

modo a servidão pública das estrada e

caminhos, sem prévia licença da Prefeitura;

b) colocar tranqueiras ou mesmo porteiras

em estradas e caminhos públicos, sem prévio

consentimento da Prefeitura;

c) danificar por qualquer forma, as estradas

de rodagem e caminhos públicos;

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70

d) impedir que se façam escoadouros de

águas pluviais para dentro de propriedades

marginais das estradas e caminhos públicos.

e) fixar, sem autorização do proprietário ou

possuidor, folhetos, panfletos e demais

materiais do gênero em qualquer veículo

automotor. (incluído pela Lei Complementar

nº 442/2012 – DOEM Edição nº 778 de

03/08/2012)

Art. 28A. As empresas de prestação de

serviço público de fornecimento de energia

elétrica e tratamento de água e esgoto que

implantar serviços de sua incumbência, em

vias não denominadas, responderão pelo

crime de responsabilidade. (incluído pela Lei

Complementar nº 420/2012 – DOEM Edição

nº 647 de 23/01/2012)

Art. 29 É proibido embaraçar ou impedir por

qualquer modo o livre trânsito nas estradas e

caminhos públicos, bem como nas ruas,

praças e passeios da cidade, vilas e povoados

do Município.

Parágrafo Único - Compreende-se na

proibição deste artigo o depósito de

quaisquer materiais, inclusive construção,

nas vias públicas em geral.

Art. 30 Tratando-se de materiais cuja

descarga não possa ser feita diretamente no

interior dos prédios, será tolerada a descarga

e permanência na via pública, de modo a não

embaraçar o trânsito, pelo tempo

estritamente necessário à sua remoção, não

superior a duas horas.

Art. 31 Não será permitida a preparação de

reboco ou argamassa nas vias públicas, senão

na impossibilidade de fazê-los no interior do

prédio ou terrenos; neste caso só poderá ser

utilizada a área correspondente à metade da

largura do passeio.

Art. 33 Quem realizar escavações, obras ou

demolições, fica obrigado a colocar divisas ou

sinais de advertência, mesmo quando se

tratar de serviços públicos, conservando os

locais devidamente iluminados à noite.

Art. 35 É vedado fazer escavações que

diminuam ou desviem as águas de servidão

pública, bem como represar águas pluviais de

modo a alargar quaisquer logradouros

públicos ou propriedade de terceiros.

Capítulo II

DOS PASSEIOS

Art. 44 A construção e a reconstrução dos

passeios dos logradouros que possuam meio-

fio em toda extensão das testadas dos

terrenos edificados ou não, são obrigatórias

e competem aos proprietários dos mesmos

terrenos, devendo ser feita de acordo com a

licença expedida pela Prefeitura.

§ 1º - Não será permitido o revestimento dos

passeios formando superfície inteiramente

lisa, ou com desnível que possa produzir

escorregamento ou queda.

§ 2º - É proibido qualquer letreiro ou anúncio

de caráter permanente ou não no piso dos

passeios dos logradouros públicos.

Art. 45 Os passeios deverão apresentar uma

declividade de dois por cento (2%) do

alinhamento para o meio-fio.

Art. 46 Os proprietários são obrigados a

manter os passeios permanentemente em

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71

bom estado de conservação, sendo

expedidas a juízo da Secretaria de Obras, as

intimações necessárias aos respectivos

proprietários, para consertos ou

reconstrução dos passeios.

Parágrafo Único - Quando se tornar

necessário fazer escavação nos passeios dos

logradouros, para assentamento de

canalização, galerias, instalações de subsolo

ou qualquer ou serviço, a reposição do

revestimento dos mesmos passeios deverá

ser feita de maneira a não resultarem

remendos, ainda que seja necessário refazer

ou substituir completamente todo o

revestimento, cabendo as despesas

respectivas aos responsáveis pelas

escavações, seja um particular, uma empresa

contratante de serviços de utilidade pública

ou uma repartição pública.

Art. 50 Não cumprida a intimação para a

construção, reconstrução e reparação de

passeios, além da multa a que fica sujeito o

proprietário do prédio, a Prefeitura poderá

efetuar as respectivas obras, cobrando o

custo das mesmas, acrescido de 20% (vinte

por cento).

Art. 51 Não poderão ser feitas rampas nos

passeios dos logradouros destinados à

entrada de veículos.

Art. 52 O rampamento das soleiras e o

rebaixamento do meio-fio são obrigatórios

sempre que tiver lugar à entrada de veículos

nos terrenos ou prédios com travessia de

passeios de logradouro, sendo proibida a

colocação de cunhas ou rampas de madeira

ou de outros materiais fixos ou móveis, nas

sarjetas ou sobre o passeio junto às soleiras

do alinhamento para o acesso de veículos.

Capítulo III

DO FECHAMENTO E CONSERVAÇÃO DE

TERRENOS NO ALINHAMENTO

Art. 54 Os terrenos não construídos na zona

urbana, com testada para logradouro

público, loteados ou não, serão

obrigatoriamente fechados no alinhamento.

Parágrafo Único - O disposto no “Caput”

deste artigo, não se aplica aos terrenos

localizados em loteamentos onde, como

requisito urbanísticos, seja proibida a

execução de muros e cerca de vedação.

(incluído pela Lei Complementar n° 017/98,-

DOE de 19/01/98)

Art. 55 O fechamento será feito por um muro

de alvenaria convenientemente revestido e

com uma altura mínima de um metro e

oitenta centímetros (1,80m).

Art. 59 Não será permitido o emprego de

espinheiros, para fechamento de terrenos.

Art. 61 Os terrenos não construídos fora da

zona rural deverão ser mantidos limpos,

capinados e drenados.

Art. 64 Os terrenos construídos serão

obrigatoriamente fechados no alinhamento

por meio de muro, gradil ou cerca viva.

Art. 65 Nas áreas de uso residencial

programado poderá, a juízo da Prefeitura, ser

dispensado o fechamento dos terrenos

construídos, desde que nos mesmos seja

mantido um ajardinamento rigoroso e

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72

permanentemente conservado, e que o

limite entre o logradouro e o terreno fique

marcado com meio-fio, cordão de cimento ou

processo equivalente.

Capítulo IV

DOS TAPUMES E FECHOS DIVISÓRIOS

Art. 67 Presumem-se comuns os tapumes

entre propriedades urbanas ou rurais,

devendo os proprietários dos imóveis

confinentes concorrerem em partes iguais

para as despesas da sua construção e

conservação, na forma do artigo 588, do

Código Civil.

§ 1º - Os tapumes divisórios para prédios

urbanos, salvo convenção em contrário, são

muros de tijolos, com um metro e oitentas

centímetros (1,80m) de altura, pelo menos.

TÍTULO II

DA POLÍCIA SANITÁRIA

Capítulo I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 75 A fiscalização sanitária abrangerá

além da higiene e limpeza das vias públicas,

objeto do Título I, da Parte Especial deste

Código, também a higiene e a limpeza dos

lotes e das edificações, da alimentação, dos

cemitérios e dos matadouros e dos açougues.

Capítulo II

DA HIGIENE DOS LOTES E DAS EDIFICAÇÕES

Art. 77 As edificações e respectivos lotes

serão conservados em perfeito estado de

asseio e usados de forma a não causar

qualquer prejuízo ao sossego, à salubridade

ou à segurança dos seus habitantes ou

vizinhos.

§ 1º - Não é permitida a existência de

terrenos cobertos de matos, ou servindo de

depósito de lixo, nos limites da cidade, das

vilas ou povoados.

Art. 82 Nenhuma edificação situada em via

pública dotada de rede de água e esgotos

poderá ser habitada sem que disponha

dessas utilidades e seja provida de

instalações sanitárias.

Art. 83 Não é permitido conservar água

estagnada nos quintais ou pátios dos prédios

situados na cidade, vilas ou povoados.

TÍTULO III

DA POLÍCIA DE ORDEM PÚBLICA

Capítulo Único

DOS COSTUMES, DA TRANQUILIDADE

DOS HABITANTES E DOS DIVERTIMENTOS

Art. 107 É expressamente proibido, sob pena

de multa:

I - perturbar o sossego público com ruídos ou

sons excessivos evitáveis, tais como:

a) os de motores de explosão desprovidos de

abafadores ou com estes em mau estado de

funcionamento;

g) despejar lixo em frente das casas ou nas

vias públicas;

i) colocar recipientes de lixo na via pública,

fora do horário estabelecido pela Prefeitura;

k) tirar pedra, terra ou areia das ruas, praças

ou logradouros públicos;

m) descobrir encanamentos públicos ou

particulares, sem licença da Prefeitura;

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73

q) impedir ou danificar o livre escoamento

das águas, pelos canos, valas, sarjetas ou

canais das vias públicas, danificando ou

obstruindo tais servidões;

s) conduzir, sem as precauções devidas,

quaisquer materiais que possam

comprometer o asseio das vias públicas;

u) depositar na via pública qualquer objeto

ou mercadoria, salvo pelo tempo necessário

à descarga e sua remoção para o interior do

lote ou edificações, não excedentes de duas

horas;

v) comprometer a limpeza das águas

destinadas ao consumo público ou particular;

OBS.: O texto original da Lei está em letras

convencionais. A consolidação está em

itálico e tem caráter meramente

informativo, não substituindo as

publicações dos Diários Oficiais.

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REFERÊNCIAS

CENTRO DE ESTUDOS CULTURA E CIDADANIA (CECCA). Uma cidade numa ilha: relatório sobre problemas sócio-ambientais da Ilha de Santa Catarina. Florianópolis/SC: Insular, 1997.

FLORIANÓPOLIS (Município). Lei Complementar nº 001/97, de 18 de fevereiro de

2007. Plano Diretor. Florianópolis, SC, 17 abr. 1997.

FLORIANÓPOLIS (Município). Lei Complementar nº 060/2000, de 28 de agosto de

2000. Código de Obras. Florianópolis, SC, 30 jun. 2000.

FLORIANÓPOLIS (Município). Lei nº 1224/74, de 02 de setembro de 1974. Código de

Posturas. Florianópolis, SC, 02 set. 1974.

GEOPROCESSAMENTO (Florianópolis). Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis. Geoprocessamento. 2016. Disponível em: http://geo.pmf.sc.gov.br/. Acesso em: 02/04/2016 GOOGLE MAPS (EUA). Google Inc. Google Maps. 2016. Disponível em: maps.google.com.

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INMET - INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA (Brasil). Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento. Estações Automáticas. 2016. Disponível em:

http://www.inmet.gov.br/portal/index.phpr=home/page&page=rede_estacoes_auto_graf.

Acesso em: 30/04/2016

VÁRZEA, Virgílio dos Reis. Santa Catarina: a Ilha. Florianópolis: IOESC, 1984. VENTURI, Silvia. Córrego Grande, um bairro em pleno processo de encolhimento. Cronicar II: olhares, sentimentos e lugares / organizadores: Marcos Antonio Rocha Baltar... [et al.]. – Florianópolis : UFSC - Biblioteca Universitária, 2012.