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Politécnico aposta nos mestrados e liga-se à Região ENTREVISTA A CONSTANTINO REI C P II E III DOSSIER Janeiro 2012 Dossier dedicado ao Instituto Politécnico da Guarda Produção RVJ - Editores www.ensino.eu Politécnico da Guarda mostra a sua força Tecnologia e Saúde em debate na Guarda IPG C P III Docente do IPG ganha prémio nacional CONTABILIDADE C P III Politécnico participa no Erasmus Centro INTERNACIONALIZAÇÃO C P III

Dossier

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Suplemento Ensino Magazine dedicado Instituto Politécnico da Guarda

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JANEIRO 2012 ///

Politécnico apostanos mestrados e liga-se à Região

ENTREVISTA A CONSTANTINO REI

C P II E III

DOSSIER

Janeiro 2012

Dossier dedicado ao Instituto Politécnico da Guarda

Produção RVJ - Editores

www.ensino.eu

Politécnico da Guardamostra a sua força

Tecnologia e Saúde em debate na Guarda

IPG

C P III

Docente do IPG ganha prémionacional

CONTABILIDADE

C P III

Politécnico participa no Erasmus Centro

INTERNACIONALIZAÇÃO

C P III

/// JANEIRO 2012II

Politécnico da Guarda mostra a sua forçaCONSTANTINO REI, PRESIDENTE DO IPG, EM ENTREVISTA

Constantino Rei, presidente do Politécnico da Guarda

6 O Instituto Politécnico da Guarda tem um impacto de cerca de 40 milhões de euros na região em que está inserido. Constantino Rei, presidente da instituição, destaca a im-portância que o IPG tem no distrito e lembra a qualidade da oferta formativa existente.

Sobre a reordenação da rede de ensino superior e da oferta formativa, Constantino Rei é claro e diz que tem que haver coragem política para corrigir as assimetrias entre o li-toral e o interior do país.

O presidente do IPG fala ainda do projecto de investigação Magic Key, desenvolvido no IPG, o qual deu origem a uma empresa e que já está a exportar soluções de apoio a pesso-as com deficiência. De caminho diz concordar com o antigo ministro do Ensino Superior, Pe-dro Lynce: para ele Bolonha foi mesmo um fiasco!

Estão previstas novas ofertas formativas para o próximo ano lectivo?

Foram aprovados dois novos mestrados em Construções Civis e em Turismo e Tecno-logias de Informação e Comunicação (este em parceria com a Universidade da Beira Interior), os quais poderão abrir no próximo ano. Além desses dois cursos, não apresentámos mais nenhuma proposta à Agência de Avaliação e Acreditação, quer ao nível das licenciaturas, quer dos mestrados.

A aposta do IPG vai no sentido de abrir novos mestrados, garantindo que os alunos possam aqui prosseguir os seus estudos?

Temos que perceber que o Processo de Bolonha fez com que os ciclos de formação sejam diferentes dos antigos. Ou seja, os mes-trados surgem como uma consequência natu-ral do próprio Processo de Bolonha. Por isso, queremos que nas áreas em que temos licen-ciaturas, os nossos alunos possam frequentar aqui os respectivos mestrados. Isto porque reconhecemos que as licenciaturas actuais podem ficar aquém daquilo que o mercado exige. Por isso, iremos continuar a apostar em mestrados profissionalizantes, nas áreas de formação inicial do IPG, sem colocarmos de parte a realização de outros mestrados que o mercado nos venha a exigir.

Abordou a questão do Processo de Bo-lonha. O antigo ministro do Ensino Superior, Pedro Lynce, considera que Bolonha foi um fiasco. Concorda com a ideia?

Concordo. Bolonha foi e é um fiasco. Foi aquilo que se suspeitou que visse a ser: uma forma encapotada de gastar menos dinhei-ro no ensino superior. Objectivamente Bolo-nha não foi mais que a redução dos ciclos de formação. Isto porque a implementação de novas metodologias acabaria por ser feita, com ou sem esse Processo, já que é essa a evolução normal das ciências, das disciplinas, dos métodos e da própria formação das pes-

soas. Significa isto, que excepção feita à nor-malização dos ciclos de estudo, não surgiram vantagens para o ensino superior português. Pelo contrário, Bolonha veio introduzir distor-ções, descriminação e equívocos à sociedade do tipo: um licenciado de três anos tem as mesmas competências que um licenciado de cinco?. Por outro lado veio permitir que algu-mas instituições atribuam equivalências auto-máticas.

E porque é que isso aconteceu?

Porque a implementação do Processo não foi devidamente planeada. Foi tudo feito de-pressa demais. O ministro quis mostrar traba-lho, mas esqueceu-se que o trabalho é feito nas instituições e não nos gabinetes.

Voltando à oferta formativa do IPG. Os Cur-sos de especialização tecnológica (CET’s) e a formação ao longo da vida são outras apostas para captar novos públicos?

O IPG, como outras instituições de ensino superior, tem que se socorrer de determina-das medidas e fazer um trabalho mais árduo para captar mais alunos. Com Bolonha, os alu-nos, em vez de estarem cinco anos nos cur-sos, passaram a estar três. Logo aí as institui-ções sentiram uma grande quebra no número de alunos. Por isso, os CET’s, os mestrados, as pós-graduações e a formação ao longo da vida são ofertas a ter em conta, sem nunca desvirtuar o facto de sermos politécnico.

Esta questão leva-nos para uma outra, a da reorganização da rede do ensino superior. Esta é uma matéria que deve ser analisada

com todo o cuidado...

Nos últimos anos foi-se formando uma opinião, junto dos decisores políticos, dos rei-tores e dos presidentes, sobre a importância do papel das instituições de ensino superior do interior do país. Por isso, tem que haver um cuidado especial a olhar para estas ins-tituições. O caminho da reorganização não me parece que passe pelo encerramento de instituições. Isto não significa que não possa haver uma ou outra fusão, por exemplo de escolas, mas nunca juntando o politécnico A com o B, ou um politécnico com uma univer-sidade. Esta parece ser uma hipótese que está afastada. Nesta fase o reordenamento vai ser feito pela oferta formativa.

Isso obriga uma atenção redobrada...

Obriga a um cuidado redobrado pois en-quanto no reordenamento pela rede nós fi-camos a saber aquilo que vai acontecer, pela oferta é mais difícil de perceber quais são os impactos. Temos que estar muito atentos nes-sa matéria. Devemos estar disponíveis para colaborar e contribuir para esse reordena-mento desejável e necessário, mas devemos ter em conta algumas condições, a saber: tem que ser uma reorganização nacional e não apenas junto das instituições do interior; e tem que ser visto no conjunto dos dois sub-sistemas (é preciso saber se um determinado curso é de cariz universitário ou politécnico) – isto porque se fecharem os cursos com me-nos alunos, fecham os cursos dos politécnicos e aí encerram os politécnicos. Se queremos um país equilibrado, se queremos manter as instituições e as cidades, então há que deixar os discursos politicamente correctos e tomar

as decisões que devem ser tomadas. É claro que isso irá prejudicar algumas instituições, pois, para as do interior crescerem, tem que haver um estancamento nas do litoral. Mas um país serve para isso e é para isso que pa-gamos impostos, de forma a tratar o país com justiça e igualdade.

Ou seja, nas instituições do litoral deveria haver um corte nas vagas de determinadas áreas?

O reordenamento deve ser feito de duas formas. A primeira passa por planear todo o processo a médio e longo prazo. Um processo que deve ser desenvolvido de forma articu-lada. Isso pode fazer com que, no prazo de dois a quatro anos, determinadas formações vão acabar em certas instituições para ficarem noutras – e aqui poderá surgir a especializa-ção de instituições. Este é um processo que deve ter em conta a Agência de Avaliação e Acreditação, pois não se entenderia que o Governo viesse com medidas administrativas dizendo que este curso fecha porque só tem 10 alunos, e chegar-se à conclusão que essa oferta tem melhor qualidade que uma outra que tem 30.

O problema é que as instituições do inte-rior não podem esperar por esse processo de médio e longo prazo. E é aqui que surge a se-gunda forma, a qual passa pelo controlo das vagas, no sentido de reduzir o seu número no litoral e nos grandes centros urbanos para que as instituições do interior possam acolher mais alunos. Se nós temos a capacidade ins-talada e instituições que têm salas de aula disponíveis, para que é que estamos a acu-mular 100 alunos numa sala e em auditórios nas faculdades? O Estado não se pode demitir da função de regulação do sistema e de olhar para Portugal como um todo.

E há coragem política para isso?

Se não houver, então demitam-se! Ser po-lítico é ter a coragem para tomar decisões em benefício do país. Naturalmente que haverá lóbis mais poderosos que os dos politécnicos do interior do país, mas temos a razão do nos-so lado.

A importância do IPG na região é também vincada pelo investimento que gera...

O Politécnico da Guarda está a fazer um trabalho de investigação sobre o impacto que o IPG tem na região. Do ponto de vista económico, se tivermos em conta que por cada euro investido pelo Estado no IPG tem uma reprodução até cerca de três vezes na região, estamos a falar de cerca de 40 mi-lhões de euros. Poderemos estar a falar em cerca de 10 por cento do PIB regional, o que é significativo para o desenvolvimento da região. Os Politécnicos do interior têm sido fundamentais para o desenvolvimento das regiões e são vitais para manter a sustenta-bilidade do interior. ;

JANEIRO 2012 /// III

A qualificação do corpo docente é outra preocupação do IPG. Qual o número de douto-rados que prevê para os próximos anos?

Quando há pouco referi que têm que se tomar decisões, há que acrescentar que o fac-tor qualidade deve ser tido em conta. E no IPG temos qualidade. Cerca de 27% do corpo docente está doutorado e dentro de dois anos teremos cerca de 50 por cento dos professores com esse grau.

Ao nível da investigação os politécnicos continuam a ter algumas dificuldades...

A investigação nos politécnicos tem al-guns problemas que passam pelo facto dos seus professores concluírem os doutoramen-tos em universidades, sendo depois convida-dos a pertencerem a centros de investigação dessas universidades. Isto porque esses cen-tros são financiados de acordo com o número de professores inscritos. Daí que os resultados das suas investigações fiquem associados a essas instituições. Por isso, ao nível da Poli-técnica – que reúne os politécnicos do centro do país, estamos a procurar sinergias para tra-balharmos em conjunto, nesta área de forma a ganharmos massa crítica. A ideia passa por fazer o levantamento daquilo que já existe e que cada um tem, de forma a podermos avançar em conjunto nessa área.

Ainda assim apesar dessas dificuldades foi possível ao IPG transformar um projecto de investigação numa empresa de sucesso...

O projecto Magic Key é de facto um caso de sucesso. O projecto atingiu uma dimensão grande, que nos obrigou a dotá-lo de recursos humanos. Depois de alguma insistência junto do professor Luís Figueiredo, acabámos por criar a empresa. Além disso necessitávamos de procurar outras formas de financiamento, o que conseguimos através da aprovação de uma candidatura ao IAPMEI. Em quatro meses facturaram-se mais de 100 mil euros o que é significativo, pois estamos a falar de soluções destinadas a pessoas com deficiências (logo um mercado pequeno), as quais não visam o lucro imediato, mas sim desenvolvimento de novos produtos e investigação. Neste pro-cesso tivemos também o apoio da Fundação da Portugal Telecom. Toda esta dinâmica per-mitiu-nos também alcançar a internacionali-zação. Hoje temos produtos na Bélgica, Brasil, Espanha, Holanda e estamos em contactos com a Suíça. Em 2012 iremos exportar cerca de 60% do total dos produtos. Queremos que este projecto sirva de exemplo a outros que possam surgir.

Esta é outra forma de internacionalizar as instituições de ensino superior?

Provavelmente terá mais impacto este tipo de projectos do que a mobilidade de do-centes e não docentes entre instituições. Hoje o IPG é citado noutros países devido a este projecto. K

Primeiro prémio de Contabilidade

Tecnologia e Saúde em debate

Acordo entre escolas

“e-Saúde” em análise no IPG

DOCENTE DO IPG CONQUISTOU

V JORNADAS NACIONAIS

SEMINÁRIO

6 Uma docente do Instituto Politécni-co da Guarda (IPG) foi distinguida com o prémio “Luiz Chaves de Almeida” atribuído pela APOTEC – Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade.

A professora Maria Lúcia Marques, que leciona na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPG, conquistou o primeiro pré-mio com o trabalho, na área da contabili-dade, intitulado “Modelo de revalorização de ativos fixos tangíveis: repercussão nas demonstrações financeiras”.

6 O Instituto Politécnico da Guarda (IPG), em colaboração com a Escola Supe-rior de Saúde e a Escola Superior de Tecno-logia e Gestão, vai promover, no dia 27 de Abril de 2012, nesta cidade, as V Jornadas sobre Tecnologia e Saúde.

À semelhança das edições anteriores, estas jornadas pretendem divulgar os mais recentes projectos na área da tecnologia aplicada à saúde e aprofundar o diálogo entre investigadores e profissionais/estru-turas de saúde (médicos, enfermeiros, téc-nicos, profissionais e estudantes das áreas

6 “E-Saúde: Conceito, evolução e aplica-ções móveis” é o tema do seminário que terá lugar no próximo dia 28 de Janeiro, pelas 14 horas, na Escola Superior de Tecnologia e Ges-tão (ESTG) do Instituto Politécnico da Guarda.

Tendo como orador Álvaro Rocha, (Uni-versidade Fernando Pessoa, GIMED – Grupo

ESTH/IPG ASSINA NOVO PROTOCOLO

6 A Escola Superior de Turismo e Ho-telaria (ESTH) do Instituto Politécnico da Guarda e a Escola Profissional de Ton-dela (EPT) assinaram, recentemente, um protocolo de colaboração que visa leccionar - no ano lectivo 2012-2013 – os cursos de especialização tecnológica em Gestão de Animação Turística e Técnicas de Restauração, naquele estabelecimen-to de ensino profissional.

António Melo, Subdiretor da ESTH/IPG salientou que este protocolo “é rele-vante para ambas as instituições, porque permite a mais alunos o prosseguimen-to dos seus estudos e permitirá à ESTH/IPG alargar o seu âmbito geográfico de actuação potenciando assim o desen-

volvimento local e regional.” Por seu turno, Miguel Rodrigues, Di-

rector da EPT, evidenciou a importância da assinatura deste convénio na me-dida em que permitirá aos estudantes da EPT a “oportunidade de poderem ter uma formação técnica e académica de nível mais avançado sem terem de sair de Tondela”.

Após os acordos celebrados com as Escolas Profissionais de Vouzela e de Carvalhais, este é o terceiro protocolo de colaboração assinado pela ESTH/IPG com o objectivo de alargar o alcance da sua oferta formativa ao nível dos cursos de especialização tecnológica (CET). K

de I&D em Informática Médica), esta inicia-tiva integra-se no ciclo de seminários pro-movidos, no corrente ano lectivo, no âmbito do Mestrado em Computação Móvel, lecio-nado na ESTG.

De salientar que “e-Saúde” é um concei-to que vem sendo adoptado para designar

o recurso às Tecnologias de Informação e Comunicação no domínio dos cuidados de saúde. Neste seminário será abordada a te-mática nas suas múltiplas dimensões, bem como referenciadas as várias possibilidades e tendências de aplicações móveis no con-texto da “e-Saúde”. K

O prémio “Luiz Chaves de Almeida” foi instituído pela APOTEC em 1993, tendo por objectivo promover e divulgar a investiga-ção da Contabilidade. Refira-se que, neste domínio, é o prémio mais antigo no âmbito da Península Ibérica.

Para o Presidente do Instituto Politécni-co da Guarda, Constantino Rei, a atribuição deste prémio a uma docente daquela ins-tituição de ensino superior “é o reconheci-mento público e independente da qualidade e mérito do corpo docente do IPG. A área da

Contabilidade, na qual a ESTG apostou forte-mente nos últimos anos, é uma das áreas onde a qualificação do corpo docente e a qualidade da formação ministrada, tanto ao nível das licenciaturas, como dos mestrados tem revelado uma dinâmica assinalável, e este prémio é o justo reconhecimento pelo trabalho que vem sendo desenvolvido”.

Fundada em 1977, a APOTEC é um or-ganismo profissional de classe, autónomo e independente, possuindo o estatuto de Instituição de Utilidade Pública. K

da saúde e da tecnologia).Incrementar a interacção entre ensino

superior e as empresas vocacionadas para as áreas subjacentes a este evento é outro dos objectivos das Jornadas, no decorrer das quais vão ser atribuídos os prémios “Melhor Comunicação” e “Melhor Poster”.

Na data das Jornadas haverá um espa-ço destinado a Expositores.

Os interessados podem obter mais informações ou efectuar a sua inscri-ção em http://www.ipg.pt/tecnologia-saude2012/.K

IPG NA APRESENTAÇÃODO ERASMUS CENTRO

TA apresentação pública do Consórcio ERASMUS CENTRO (EC) vai decorrer no pró-ximo dia 31 de Janeiro, em Coimbra, pelas 10 horas, no auditório do ISCAC.O Erasmus Centro é o primeiro consórcio regional criado no nosso país, integrando os Institutos Politécnicos da Guarda, Coim-bra, Leiria, Castelo Branco e Viseu.Este consórcio constitui uma vasta rede de matriz regional associando os Politéc-nicos, o Conselho Empresarial do Centro (CEC/CCIC) – o qual integra 41 estruturas associativas empresariais, representando cerca de 40 000 empresas – as principais câmaras municipais da região, associações empresariais, empresas e entidades rele-vantes da zona de influência do Erasmus Centro.Providenciar estágios ERASMUS em dife-rentes países europeus, mobilizando po-tencialmente cerca de 34000 alunos, é um dos objetivos do EC. K

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