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novembro 2013 04 Fórum Municipal Luísa Todi P assado um ano da rea- bertura ao público, após a execução de um proje- to que rejuvenesceu de forma determinante a principal sala de espetáculos de Setúbal, o Fórum Municipal Luísa Todi assume-se, novamen- te, como um catalisador de grandes eventos na região. Terminadas as obras de modernização, num inves- timento orçado em mais de quatro milhões de euros, a Câmara Municipal de Setú- bal deu início a 15 de setem- bro de 2012 a uma nova eta- Nas luzes da ribalta pa cultural na vida do Fórum Luísa Todi. Bailados, cinema, concer- tos, musicais, recitais, teatro ou variedades. A arte não tem um formato específico na maior sala de entreteni- mento do concelho. A qualidade, em contra- ponto, rege-se sempre pelo mesmo padrão. A fasquia de exigência elevada para os espetáculos a apresentar no Fórum Luísa Todi já per- mitiu trazer a Setúbal nomes como Maria Rueff, Joaquim Monchique, Pop Dell’Arte, Herman José, Companhia Portuguesa de Bailado Con- temporâneo, Ala dos Na- morados, Jorge Palma e Orquestra Metropolitana de Lisboa e produções do Tea- tro Nacional D. Maria II. As lotações esgotadas re- petem-se e os 634 lugares de capacidade já foram, por várias vezes, poucos para acolher o público que dese- ja assistir às manifestações artísticas que o Fórum Luísa Todi tem para oferecer. O palco, ampliado em cerca de dez metros em relação à versão anterior, permite ago- ra que à boca de cena su- bam orquestras sinfónicas com mais de meia centena de elementos ou que gran- des produções, como “Luísa Todi – O Musical”, explorem cenários com dimensões anteriormente impossíveis de apresentar no recinto. Nas alturas, bem no topo do edifício e com uma vis- ta panorâmica privilegiada para a cidade e para a baía, a Sala Multiusos possibili- ta não apenas que se apro- veite o café que ali funciona todos os dias, mas também os eventos de cariz mais in- timista que esporadicamen- te se realizam nesta área do equipamento. Este é o Fórum Municipal Luísa Todi, edifício de arqui- tetura icónica transformado num rejuvenescido espaço cultural da cidade, ampliado, melhorado e modernizado para que as artes tenham o lugar de destaque que me- recem e estejam sempre na boca de cena de Setúbal. É que o espetáculo ainda ago- ra começou.

Dossier Especial Fórum Luísa Todi

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Edição publicada juntamente com o Jornal Semmais de 9 de novembro de 2013

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novembro 201304

Fórum Municipal Luísa Todi

P assado um ano da rea-bertura ao público, após a execução de um proje-

to que rejuvenesceu de forma determinante a principal sala de espetáculos de Setúbal, o Fórum Municipal Luísa Todi assume-se, novamen-te, como um catalisador de grandes eventos na região.

Terminadas as obras de modernização, num inves-timento orçado em mais de quatro milhões de euros, a Câmara Municipal de Setú-bal deu início a 15 de setem-bro de 2012 a uma nova eta-

Nas luzes da ribaltapa cultural na vida do Fórum Luísa Todi.

Bailados, cinema, concer-tos, musicais, recitais, teatro ou variedades. A arte não tem um formato específico na maior sala de entreteni-mento do concelho.

A qualidade, em contra-ponto, rege-se sempre pelo mesmo padrão. A fasquia de exigência elevada para os espetáculos a apresentar no Fórum Luísa Todi já per-mitiu trazer a Setúbal nomes como Maria Rueff, Joaquim Monchique, Pop Dell’Arte,

Herman José, Companhia Portuguesa de Bailado Con-temporâneo, Ala dos Na-morados, Jorge Palma e Orquestra Metropolitana de Lisboa e produções do Tea-tro Nacional D. Maria II.

As lotações esgotadas re-petem-se e os 634 lugares de capacidade já foram, por várias vezes, poucos para acolher o público que dese-ja assistir às manifestações artísticas que o Fórum Luísa Todi tem para oferecer.

O palco, ampliado em cerca de dez metros em relação à

versão anterior, permite ago-ra que à boca de cena su-bam orquestras sinfónicas com mais de meia centena de elementos ou que gran-des produções, como “Luísa Todi – O Musical”, explorem cenários com dimensões anteriormente impossíveis de apresentar no recinto.

Nas alturas, bem no topo do edifício e com uma vis-ta panorâmica privilegiada para a cidade e para a baía, a Sala Multiusos possibili-ta não apenas que se apro-veite o café que ali funciona

todos os dias, mas também os eventos de cariz mais in-timista que esporadicamen-te se realizam nesta área do equipamento.

Este é o Fórum Municipal Luísa Todi, edifício de arqui-tetura icónica transformado num rejuvenescido espaço cultural da cidade, ampliado, melhorado e modernizado para que as artes tenham o lugar de destaque que me-recem e estejam sempre na boca de cena de Setúbal. É que o espetáculo ainda ago-ra começou.

O Fórum Luísa Todi abriu requalificado e moderno, pronto para receber da melhor maneira qualquer manifestação artística. Do cinema ao teatro, da música à dança, a atividade é contínua e vocacionada para diferentes públicos. No primeiro ano desta nova etapa, o cartaz ativo, diversificado e com timbrede qualidade já provou que este é o novo centro cultural de Setúbal e da região

Foco no êxito

O dia 15 de setembro de 2012 marcou uma viragem na

cena cultural de Setúbal, bem como da própria região depois de um período em obras de mo-dernização do Fórum Municipal Luísa Todi.

A maior sala de espetáculos de Setúbal voltou a receber público, abrindo as portas a um sem nú-mero de eventos artísticos para recuperar o papel de principal centro cultural do concelho.

Pouco mais de um ano depois da reabertura, a sala de espetá-culos já recebeu duas edições do Festroia – Festival Interna-cional de Cinema de Setúbal, certame que coloca o melhor da sétima arte europeia sob os ho-lofotes da cidade sadina.

Além de receber a inauguração e a cerimónia de encerramento,

recordar, em nova sala esgota-da, os quarenta anos de carreira.

Muitas foram as ocasiões em que os mais de 600 lugares do Fórum Luísa Todi foram insufi-cientes para receber o público dos espetáculos anunciados.

Numa grande produção local, envolvendo várias entidades cul-turais do concelho, “Luísa Todi – O Musical”, estreado no início de 2013, teve de ser reposto no verão para satisfazer a procura.

Só em setembro, numa repo-sição de oito dias, mais de 1500 espetadores fizeram questão de assistir ao musical que conta a história da vida da maior canto-ra lírica portuguesa, nascida em Setúbal em 1753.

O êxito humorístico de teatro “Lar, Doce Lar”, em que Maria Rueff e Joaquim Monchique

o Fórum Luísa Todi exibiu gran-de parte dos cerca de 170 filmes projetados durante cada edição do certame.

No cinema destaque ainda para um ciclo de masterclasses com a exibição de filmes clássicos co-mentados por Lauro António.

Da tela para o palco, são muitos os nomes que se podem realçar no cartaz de eventos do Fórum Municipal. Em 2012, o concer-to acústico de Luís Represas e João Gil esgotou por completo a sala, numa noite em que se re-cordaram temas da discografia dos músicos, antigos compa-nheiros nos Trovante.

Numa tendência saudosista que temperou a segunda meta-de do ano passado, Jorge Palma trouxe o filho Vicente para, no âmbito da digressão “Íntimo”,

contracenam pela primeira vez em palco, também já foi posto e reposto, sempre com casa cheia a cada encenação.

Para novembro, nos dias 15 e 16, há as derradeiras apresenta-ções em Setúbal. Quem quiser assistir a esta comédia terá de se apressar, pois já só há bilhe-tes – e poucos – para o dia 15.

Esta variedade de espetáculos alia-se à qualidade, patente em várias estreias que se têm verifi-cado no palco do Fórum.

Na música, Setúbal foi a cidade escolhida pela americana Tufts Jazz Orchestra para debutar em Portugal.

Já na dança, bailados também podem ser vistos em primeira mão no Fórum Luísa Todi.

Ainda hoje, dia 9, às 21h30, a Companhia Portuguesa de Bai-

O Fórum Municipal promove em dezembro, en-tre os dias 26 e 28, a primeira edição do projeto “Luísa Todi – Jovens Clássicos”, destinado à projeção nacional de cantores líricos.

A iniciativa, criada pelo diretor do Fórum Luísa Todi, João Pereira Bastos, e organizada pela Câ-mara Municipal de Setúbal, tem as audições no dia 26, às 15h00 e às 21h00, com entrada gra-tuita, enquanto a finalíssima, com bilhetes a dois euros, está marcada para o dia 28, às 21h30.

O projeto não é um concurso, mas antes uma

Procura-se cantores

lado Contemporâneo reservou a sala setubalense para a estreia absoluta de “Fado”, uma coreo-grafia de Vasco Wellenkamp que inclui música ao vivo com a fa-dista Carla Pires.

Também a Academia de Dan-ça de Almada aproveitou a ex-celência do Fórum Luísa Todi para apresentar pela primeira vez ao público uma coreografia. Foi “Muito Chão”, o último baila-do de uma trilogia de Benvindo Fonseca. A companhia já havia passado pelo Luísa Todi com a obra “A Casa do Lago”, a segun-da dança desse ciclo.

O último quadrimestre de 2013 reforça uma outra tendência deste ano “zero” do Fórum Luísa Todi. A música clássica, chama-da frequentemente de erudita, ganha redobrado protagonismo.

rampa de lançamento de cantores de música erudita.

Os candidatos selecionados todos os anos passam a ser considerados para a criação de elencos de produções profissionais, a ter início já em 2014.

A lista de intérpretes a participar nestes espe-táculos será constituída tanto pelos cantores apurados em Setúbal, como pelos instrumen-tistas vencedores do Prémio Jovens Músicos, da RTP.

DOSSIER ESPECIAL Fórum Municipal Luísa Todi

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“O público já não tem de ir tanto a Lisboa”

As salas esgotadas no primeiro ano do moderno Fórum Luísa Todi deixam contente o diretor,

João Pereira Bastos. A par do ecletismo, a aposta na música erudita é um caminho a seguir

Sonatas de Rossini, os 200 anos de Wagner e “O Messias” de Haendel são alguns concer-tos a ecoar na sala principal. Opus Ensemble e as orquestras Sinfónica do Sul, Metropolitana de Lisboa, Sinfónica Portugue-sa e da República do Tartaristão são conjuntos que já passaram ou vão passar por ali.

A oferta da sala é ainda as-segurada pelas instituições de música, dança e teatro de Se-túbal, que encontram no Fórum o palco para expressar as suas criações artísticas.

De passos e compassos se vai fazendo esta nova etapa. Um ano após a reabertura, fica água na boca para descortinar o que o renovado e moderno centro cul-tural de Setúbal reserva para as luzes da ribalta.

O Fórum Municipal Luísa Todi completou recentemente o primeiro aniversário após a reabertura resultante da mo-dernização do edifício. Decor-rido este tempo, de que forma é que a sala recuperou o pro-tagonismo que, no passado, teve na cena cultural?O Fórum tem um papel hiperde-senvolvido em termos culturais, com um palco que consegue abarcar um bom ecrã de cinema mas que ganhou muito na sua dimensão física, o que permite trazer, sem ninguém pestane-jar, qualquer tipo de espetáculo, sendo muito elogiado por todos. Tudo começa pelas cargas e descargas, em que tudo é feito ao simples tocar de um botão com um elevador que nos trans-porta do nível da rua diretamente para o palco. Do ponto de vista cultural, dentro das carências fi-nanceiras e sociais transversais ao País, é indiscutível que o que se oferece em Setúbal se tem potencializado ao mais alto nível. Muitos espetáculos esgotados. E com uma oferta cultural ab-solutamente indiscutível e que abrange as atenções máximas das companhias e pressupostos culturais locais, de cariz popular a nível nacional, e do melhor ní-vel da chamada música clássica, conhecida como música erudita.

As programações quadrimes-trais apresentadas caracteri-zam-se pela diversidade ar-tística, com a preocupação de assegurar um ecletismo. Qual é o objetivo pretendido com esta filosofia de orientação?Como questionou Churchill no período da II Guerra Mundial, altura em que se pretendia apli-car cortes no setor da cultura, “se não investirmos na Cultura, para que é que estamos vivos?”.

É algo simples que retenho so-bre o que é uma necessidade do homem pós-escolar. É impor-tante existir uma continuidade cultural que fixe as pessoas ao local que escolheram para viver. A vivência popular é essencial a um homem, mas a vivência cul-tural e erudita, seja de cinema, bailado, música, é igualmente algo que não se pode deixar para trás. Essa é a preocupação número um que tenho enquan-to diretor artístico do Fórum Luísa Todi. Perante o contexto nacional, fico satisfeito com a oferta cultural que transmiti-mos. É preciso é que o público responda e diga “nós queremos isto”. O facto é que vemos que os públicos são profundamente diferentes de acordo com a pro-gramação apresentada.

O Fórum acolhe produções a que apenas era possível assistir fora de Setúbal. O que é que esta rea-lidade traduz em termos de fixa-ção de públicos em Setúbal e de captação de públicos externos?Repare que não estamos à porta do Fórum a perguntar de onde é que as pessoas vêm. Mas temos a noção de que há zonas limítro-fes do concelho que têm vindo a usufruir da oferta cultural do Fó-rum. Também não é raro ouvir o

próprio público de Setúbal dizer que já não tem de ir tanto a Lis-boa para assistir a determinado tipo de programação.

Ao longo deste ano nota-se uma preocupação de inova-ção na programação. O que se pode esperar nesta área para os próximos anos?A oferta deste quadrimestre pode apontar opções para o fu-turo [ênfase no género erudito]. Mas mesmo que se tenha de insistir em duas ou três opções de música de câmara, não po-demos forçar o público a aderir inteiramente a um tipo de evento em que, no resto do País, tam-bém não há uma adesão assim tão flagrante. Tem de haver um equilíbrio grande e essa tem sido a nossa preocupação. Vamos ter um espetáculo especial de Natal para crianças, como é o caso do “Carnaval dos Animais”, tivemos a apresentação da Orquestra Clássica do Sul e da Orquestra Sinfónica Juvenil, assim como teremos da Metropolitana [de Lisboa] em breve. Estas opções dão -nos uma paleta de ofertas muito perto daquilo que é a vi-vência nos grandes centros. No entanto, não podemos aceitar que, se na apresentação de uma obra menos conhecida do Ros-

sini, tivermos 200 pessoas na plateia deveríamos ter tido 600. Se não acontece noutros sítios, também não é exigível que as-sim seja aqui.

Em complemento da programa-ção, o Fórum quer apostar na criação dos seus próprios pro-jetos, como é o caso do “Luísa Todi – Jovens Clássicos”, de projeção de cantores líricos. Que papel pode assumir o Fó-rum como agente cultural?As audições para o projeto Jo-vens Clássicos, que acontecem em dezembro, vão-nos ajudar a aproximar de pessoas que não tiveram capacidade de chegar até nós e dizer “eu também can-to”. Ao reunir um júri todos os anos para estas audições, com um processo de seleção crite-rioso e isento, será criada uma lista de cantores elegíveis para participarem em espetáculos. O problema é se vamos conseguir reunir esforços pelo País todo para abrir uma rede de exibição que corresponda à oferta do “Luísa Todi – Jovens Clássicos”. Pode ser um fracasso, ninguém está livre disso. Só que fica o projeto. Se calhar um bocadi-nho megalómano, mas, porque não?! Se todos contribuírem e em cada cidade a câmara qui-ser abraçar este tipo de projeto, é possível mostrar em 15 ou 20 teatros o que estava condena-do a ser exibido em apenas um. Este é um exemplo do que tem sido uma preocupação constan-te em fazer do Fórum Luísa Todi mais do que uma mera sala de espetáculos. Se um dia houver um mecenas que nos permita ter uma companhia de ópera, este projeto, que se aplica a con-certos, aplicar-se-á então a ópe-ras pelo País fora. É tudo uma questão de o País querer.

DOSSIER ESPECIAL Fórum Municipal Luísa Todi

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A s obras de modernização do Fórum Municipal Luísa

Todi dotaram a sala de espe-táculos mais carismática de Setúbal com características técnicas que permitem a rea-lização de qualquer tipo de eve ntos, dos mais simples aos de organização e execução mais complexas.

As intervenções representa-ram um investimento da ordem dos quatro milhões e 280 mil euros, tendo sido integradas no Programa ReSet – Regenera-ção Urbana do Centro Históri-

O desenho que o tornou numa referência arquitetónica foi preservado. O edifício tem quase o mesmo aspeto do imóvel original de 1960. Mas as condições técnicas mudaram radicalmente. Hoje, o Fórum pertence ao século XXI e recebe sem problemas qualquer manifestação artística

Modernoe acolhedor

co de Setúbal. As obras foram comparticipadas em 65 por cento por fundos comunitários canalizados através do POR-Lisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, no âmbito do QREN – Quadro de Referên-cia Estratégico Nacional.

Uma das principais preocu-pações do projeto de remo-delação foi a preservação da traça arquitetónica do icónico edifício erigido em 1960.

Sem que o Fórum Luísa Todi tivesse perdido a personalida-de da arquitetura que o distin-

guiu no seio da cidade duran-te décadas, a sala ficou agora apetrechada com um conjunto de valências técnicas e sociais dignas de registo.

Enquanto os mais novos se podem distrair no espaço “play-ground” durante os espetácu-los, a sala principal apresenta um palco com mais dez metros do que na versão anterior às obras, tendo atualmente uma profundidade de 16,8 metros.

A sala, com 634 lugares, re-partidos pela plateia, com 398 cadeiras, e o balcão, com 236,

está dotada com 110 projeto-res, foi forrada a madeira, para melhorar a acústica e encontra- -se adaptada para receber pes-soas com mobilidade reduzida.

Uma das novidades técnicas do renovado Fórum é a criação de um fosso de orquestra, com capacidade para acolher 55 músicos, estreado com a pro-dução “Luísa Todi – O Musical”.

Quatro cabinas de tradu-ção permitem a realização de eventos de cariz internacional, como congressos.

No topo do edifício, num piso

A história do Fórum Municipal Luísa Todi começa a 1 de agosto de 1897, quando foi inaugurado com o nome de Teatro Rainha D. Amélia.

A sala estava dotada na época com 222 lugares na plateia, oito frisas, 17 camarotes de primeira or-dem, outros dez de segunda ordem, dois balcões e galeria de fundo.

Os pintores Eduardo Machado, João Vaz, Fran-cisco Augusto Flamengo e Augusto Pina foram os autores dos primeiros cenários que adornaram o antigo Rainha D. Amélia. Com a implantação da República, a casa de espetáculos passa a desig-nar-se, a partir de 1911, Teatro Avenida.

Os primeiros anos republicanos foram adversos à atividade cultural e a casa de espetáculos acaba por ser rebatizada de Teatro Luísa Todi ao receber, em 1915, a Academia Sinfónica de Setúbal.

Após um período de encerramento, a sala reabre ao público, agora no formato de cineteatro, moderni-zação que resultou da instalação de rede elétrica no edifício. Seguiu-se um novo período de abono das atividades artísticas e até do próprio imóvel, que viria a ser adquirido, décadas mais tarde, para ser totalmente demolido.

Nesta altura estavam traçados os planos para uma nova sala, desenhada pelo arquiteto Fernan-do Silva, famoso pela conceção de edifícios como o Imaviz, o Hotel Sheraton e o Cinema São Jorge, todos em Lisboa.

As obras tiveram início em 1958 e o novo equipa-mento cultural foi inaugurado a 24 de julho de 1960 pelo presidente Américo Tomás.

O primeiro evento do Luísa Todi contemporâneo, “Fórum Municipal” desde 1990, altura em que pas-sou para gestão da Autarquia, foi a exibição do fil-me “Os Dez Mandamentos”, de Cecil B. DeMille.

acrescentado à estrutura inicial, a que se pode chegar por um dos dois elevadores instalados – o outro é de acesso ao 2.º balcão –, localiza-se a Sala Mul-tiusos, um novo espaço para ati-vidades artísticas onde também funciona um café e sala de chá.

A Sala Multiusos, de onde se pode apreciar do terraço a vista panorâmica para a baía, tem lo-tação para 132 pessoas no for-mato de plateia e para 60 no de café-concerto, estando pensada para acolher eventos com ca-racterísticas mais intimistas.