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Complemento de Avaliação das U.C TICM E APII
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Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
1
Projecto de Animação com Fantoches
2011
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
2
Animação Sociocultural 1º ano
Capuchinho Vermelho
O rapto da avó
Tecnologias de Informação e Comunicação Multimédia – Docente Ana
Velhinho
Artes Plásticas – Docente Marco Silva
Música – Docente António Cartageno
Trabalho realizado pelos discentes:
Ana Ramalho
Filipe Ruivo
Ana Canhoto
18 De Junho de 2011
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
3
Índice
Introdução …· …pág. 5
Projecto… …pág. 6
Informação sobre as Unidades Curriculares… …pág.7
Descritor da Unidade Curricular APII… …pág.10
Reflexões sobre a dramaturgia do teatro
para crianças… …pág.16
Reflexão sobre a dramaturgia…· …pág.29
Plano de trabalho… …pág.30
Calendarização… …pág.31
Cronograma… …pág.32
Projecto…
Sinopse… …pág.33
Dramaturgia - Guião da Peça… …pág.34
Esboços de personagens… …pág. 39
Relatórios Individuais Ana Ramalho… …pág.44
Bd teca de Beja… …pág. 45
Casa das Artes Museu Jorge Vieira… …pág.47
Colóquio Presença Obrigatória… …pág. 48
Relatório Individual… …pág.49
Relatórios Individuais Filipe Ruivo… …pág.50
Bd teca de Beja… …pág.51
Casa das Artes Museu Jorge Vieira… …pág.52
Colóquio Presença Obrigatória… …pág.53
Relatório Individual… …pág.55
Relatórios Individuais Ana Guedes… …pág. 56
Colóquio Presença Obrigatória… …pág.57
BD teca de Beja… …pág.59
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Relatório Individual… …pág.60
Apêndices… …pág.61
Primeiras Pesquisas…
Construção de Fantoches com espuma… …pág.62
Teatro de Sombras… …pág.64
Técnicas de Manipulação… …pág.66
Capuchinho Vermelho – Versão tradicional… …pág.68
Capuchinho Vermelho – A verdadeira História… …pág.72
Reflexão sobre a primeira parte da pesquisa… …pág.73
Vídeos Tutoriais… …pág. 74
Processo de Construção de Fantoches… …pág.76
Divulgação do Projecto… …pág.83
Conclusão… …pág.85
Bibliografia… …pág.86
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
5
Introdução
Este dossier está inserido nas Unidades Curriculares de Tecnologias da
Informação e Comunicação Multimédia, Artes Plásticas e Música, que estão ligadas ao
desenvolvimento de um projecto de teatro de animação com fantoches.
Pretende-se assim com a realização deste dossier, mostrar todo o processo referente
ao trabalho elaborado pelo nosso grupo, desde a planificação teórica até a realização
da parte prática.
Ao longo do dossier é possível observar a evolução do nosso trabalho, assim como
todos os esboços, cartazes, e o processo de construção dos nossos personagens,
entre muitas outras coisas de extrema relevância para o sucesso do nosso trabalho.
Todo este processo cognitivo pretende auxiliar-nos no desenvolvimento de
competências técnicas que nos poderão vir a ser úteis num futuro próximo.
Este dossier serve ainda como espécie de arquivo, para que um dia, se necessário,
nos possamos guiar por ele para construir bases de um novo projecto.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
6
PROJETO:
Projecto Teatro de Animação/ módulos Artes plásticas e Música
Módulo Artes plásticas (35%):
a) 1º Draft da história (nota qualitativa); b) Dossier e registo de materiais (20%); C) Divulgação on-line (15%).
Módulo Música (35%):
a) trabalho de campo (20%); b) montagem sonora (15%).
Apresentação pública (20%)
Relatório individual (10%)
.......................................................................................................
Projeto Teatro de Animação/ segundo ano
Módulo Artes plásticas (100%):
a) Dossier de Produção (70%); Apresentação (15%); Relatório Individual (15%).
.......................................................................................................
APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS:
2º ANO - DIA 21 JUNHO
1º ANO - DIA 22 JUNHO
SOMBRAS (1º ano): 15 JUNHO - 15H
Matilde uma galinha diferente (2ª ano): dia 28 Junho, 10:30
Alexandra Mimosa (2º ano): dia 28, 11:00
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
7
ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL/ ARTES PERFORMATIVAS II
PROJETO TEATRO DE ANIMAÇÃO
DOCENTES: ANTONIO CARTAGENO, MARCO SILVA
Os discentes deverão formar grupos de 4 pessoas (máximo) para
desenvolverem este projeto de construção e manipulação de fantoches e/ou outras
formas animadas e projeções.
O projeto da UC de Artes Performativas II desenvolve-se nos seus dois módulos –
Música e Artes Plásticas – com articulação com a UC de TICM leccionada pela
docente Ana Velhinho. No módulo de Artes Plásticas irão desenvolver um pequeno
texto dramatúrgico e os personagens e cenários que fazem parte da narrativa. No
módulo de Música irão desenvolver um trabalho de campo e criar uma montagem
sonora de acompanhamento da peça de teatro de animação.
O projeto divide-se em várias partes distintas divididas pelos itens Dossier de
Produção, Divulgação on-line, Relatório individual, Apresentação Pública, Trabalho de
Campo e Montagem Sonora (ver guia de funcionamento da UC).
O Dossier e registo de materiais (20% da nota final):
O Dossier deverá dividir-se nos seguintes capítulos: Índice, Introdução, Plano de
Trabalho (divisão de tarefas, calendarização), Projeto (Sinopse, Dramaturgia, Esboços
de Personagens, Estudos de Cenários, reflexão sobre a pesquisa), Conclusão,
Bibliografia/ Webgrafia.
a) Pesquisa de contos tradicionais Os discentes deverão pesquisar contos tradicionais fazendo uso da plataforma
web e da Biblioteca Municipal José Saramago (Beja) e Biblioteca do IPBeja.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Como ponto de partida aconselha-se a leitura das fábulas de Esopo e de La
Fontaine e os contos dos irmãos Grimm. Encontram ainda sob o título de
Património imaterial um conjunto de contos populares no sítio
www.memoriamedia.net. Desta investigação deverá resultar a escrita de uma
Sinopse.
b) Dramaturgia Os discentes, a partir da pesquisa feita e da Sinopse escrita, deverão escrever
uma pequena peça de teatro para fantoches. Deverão ter em atenção certas
especificidades da dramaturgia de teatro de animação dirigida um publico
infantil – frases curtas; diálogos onde se fazem jogos de palavras; momentos
de silêncio que enaltecem a ação e o gesto do fantoche; ruptura com as
unidades de tempo, lugar e ação; inexistência de relação de causalidade entre
as cenas; diluição do conflito central; interrupção da ação através de canções
e mensagens ao público.
c) Documentação e registos dos materiais O docente não ficará com os vários materiais construídos pelo grupo de
trabalho, cada grupo deverá criar um conjunto de registos desde fotografias,
vídeos, desenhos e textos sobre os fantoches e cenários construídos.
d) Reflexão sobre a pesquisa Cada grupo de trabalho deverá escrever um texto em que reflete sobre a
investigação efectuada na UC de TICM e de Artes Performativas II. Sobre
companhias de teatro que sejam uma referência para o projeto, sobre sites on-
line que tenham servido de inspiração, sobre bibliografia e outros conteúdos.
Divulgação on-line (15% da nota final):
Todos os materiais desenvolvidos na UC de TICM e colocados no blogue do projeto
tais como:
a) Vídeo (Making of) b) Cartaz e Flyer c) Newsletter digital
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Módulo Música (35% da nota final):
a) Trabalho de campo (20%) b) Montagem final (15%)
Apresentação pública (20% da nota final):
A apresentação pública irá decorrer no Estúdio da ESEB. Todos os grupos devem
preparar a apresentação da peça criada à turma. A apresentação pública antecede a
entrega do relatório individual para que os discentes a possam incluir no documento.
O Relatório individual (10% da nota final):
Neste documento o discente deve fazer uma reflexão sobre as visitas e seminários
que assistiu no âmbito das UCs, bem como sobre os conteúdos programáticos
leccionados e a metodologia do projeto.
Momentos de Avaliação:
Consultar os Guias das duas unidades curriculares a fim de se informarem sobre os
vários momentos de avaliação e das percentagens atribuídas aos vários materiais que
em grupo ou individualmente terão de construir.
Atenção:
Pede-se aos alunos que sejam proactivos, curiosos e esforçados na pesquisa a
efetuar e no trabalho prático a realizar. Bom trabalho!
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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DESCRITOR DE UNIDADE CURRICULAR
Artes Performativas II
Ano: 1º Semestre: 2º Área CNAEF: 211 Créditos: 4,5
Docentes
Responsável da UC Jorge Raposo
--- ---
Docência Jorge Raposo
Marco Silva
---
Júri da UC Jorge Raposo Marco Silva Ana Velhinho
Tempo de trabalho do estudante em horas
TOTAL
Contacto
Autónomo Ensino
teórico
(T)
Ensino
teórico-
prático
Ensino
prático e
laboratorial
Trabalho
de campo Seminário Estágio
Orientação
tutorial
122 --- 100 --- --- --- --- --- 22
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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DESCRIÇÃO RESUMIDA DA UNIDADE CURRICULAR
A Unidade Curricular é composta por dois módulos, a saber: a) Artes Plásticas b) Música. Os créditos serão
distribuídos de acordo com o quadro abaixo apresentado. A UC funcionará em articulação com a UC de TICM
leccionada pela docente Ana Velhinho.
Unidade Curricular – Artes Performativas II Horas TP Horas Autónomo
Artes Plásticas 2,25 créditos 50 horas 11 horas
Música 2,25 créditos 50 horas 11 horas
Total de Créditos da UC 4,5 créditos
Módulo – Técnicas de Artes Plásticas:
Com este módulo pretende-se que o aluno aprofunde o domínio das técnicas de expressão plástica aplicadas à performatividade do
Teatro de Animação – construção e manipulação de figuras (Ex.: dedoches, fantoches, marionetas, sombras, objetos, etc).
Módulo – Técnicas de Música:
Este módulo destina-se a desenvolver competências no domínio da adaptação, utilização e montagem de melodias e
enquadramentos sonoros adequados à produção de teatro de animação. Serão abordados também conceitos relacionados com
património musical e formas de dinamização e preservação do mesmo.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Módulo – Artes Plásticas:
Introdução às técnicas de Expressão Plástica aplicadas ao projeto teatro de animação
Processos bidimensionais
Processos tridimensionais
Ambientes para a prática da Expressão Plástica
Módulo – Música:
1.Cultura musical enquanto processo identitário.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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2. Património musical
2.1. trabalho de campo.
2.2. Técnicas de recolha.
3. Introdução a software de captação, montagem e edição de som.
BIBLIOGRAFIA / RECURSOS DIDÁCTICOS DE BASE
Módulo – Artes Plásticas:
AAVV (1995). Unidades Didácticas para Educación Plástica y Visual. Madrid: Editorial la Muralla.
BELVER, M. e D ÉE DEZ, M. (2000). Educación Artística y Arte Infantil. Madrid: Fundamentos.
GONÇALVES, E. (1991). A criança descobre a arte. Lisboa: Raiz editora.
GONÇALVES, E. (1996). A arte descobre a criança. Lisboa: Raiz editora.
FOSTER, Hall; KRAUSS, Rosalind; BOIS, Yve_Alain Bois; BUCHLOH, Benjamin (2004), Art Since 1900: Modernism,
Antimodernism and Postmodernism, London, Thames & Hudson
BENJAMIN, W. (1992). Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política. Tradução de Maria Luz Moita, Maria Amélia Cruz e
Manuel Alberto. Lisboa: Relógio D’Água
PLOWMAN, J. (2002). The Encyclopedia of Sculpting Techniques: A Comprehensive Visual Guide to Traditional and
Contemporary Techniques. New York: Sterling Publishing.
Módulo – Música:
OBJECTIVOS EDUCACIONAIS:
Módulo – Artes Plásticas:
- Conhecer as técnicas de expressão plástica e matérias-primas mais adequadas ao desenvolvimento do projeto de
teatro de animação.
- Conhecer as técnicas de expressão plástica pela experimentação.
- Contextualizar as técnicas de expressão plástica numa perspectiva multicultural de educação pela arte
- Reconhecer a diferença entre as técnicas de expressão plástica bi e tridimensionais.
- Aprender a trabalhar em contexto projetual de partilha e desenvolvimento criativo de grupo.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Módulo – Música:
- Reconhecer conceito de património musical.
- Associar géneros musicais a comunidades culturais específicas.
- Associar géneros e estilos musicais a situações de representação dramática.
- Desenvolver competências ao nível da captação registo e edição sonora.
- Aplicar os conhecimentos e competências técnicas à montagem de teatro de animação
ESTRATÉGIAS DE ENSINO/APRENDIZAGEM:
Método expositivo; Método interactivo; Trabalhos práticos em sala de aula, atelier e visitas de estudo.
AVALIAÇÃO
Trabalhos escritos individuais e/ou em grupo e projeto de grupo, de acordo com regulamento de Avaliação da Escola e
com as ponderações a definir com os alunos.
Avaliação
Tipo de Prova/Descrição Ponderação na
nota final
Passível de 2ª
oportunidade
Previsão do
trabalho
autónomo
PROJECTO TEATRO DE ANIMAÇÃO MÓDULOS ARTES PLÁSTICAS e MÚSICA
Primeiro ano
Módulo Artes Plásticas (35%) ...................................................................
a) 1º Draft da história .......................................................................... b) Dossier e registo de Materiais ......................................................... c) Divulgação on-line ...........................................................................
Módulo Música (35%) ..............................................................................
............................
Nota qualitativa
20%
15%
Sim
Sim
Não
...
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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ÉPOCA DE RECURSO
No caso dos alunos que obtenham uma nota final inferior a 10 valores poderão inscrever-se nos Serviços Académicos para a Época de
Recurso. Data: 19/07/2011 – entrega do enunciado.
MELHORIA DE NOTA
Os alunos que obtiveram uma nota superior a 10 valores e queiram melhorar a nota podem fazê-lo, mediante inscrição nos Serviços
Académicos. Data: 19/07/2011 – entrega do enunciado.
a) Trabalho de campo .......................................................................... b) Montagem sonora ...........................................................................
Apresentação pública (20%) .....................................................................
Relatório individual (10%) ........................................................................
_____________________________________________________________
PROJECTO TEATRO DE ANIMAÇÃO MÓDULO ARTES PLÁSTICAS
Segundo ano (Plano de transição)
Módulo Artes Plásticas (100%) .................................................................
a) Dossier e registo de Materiais (70%) ............................................... b) Apresentação pública (15%) ............................................................ c) Relatório individual (15%) ...............................................................
20%
15%
20%
10%
____________
.........................
70%
15%
15%
Não
Não
Não
Não
__________
Não
Não
Não
________
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Observações Finais
Articulação com a UC de TICM
O projeto de Teatro de Animação será desenvolvido em articulação com a UC TICM, leccionada pela
docente Ana Velhinho, no que respeita ao desenvolvimento e implementação tecnológica de materiais
(para mais informações consultar o guia da UC TICM). Os discentes do plano de transição que não estão
inscritos em TICM serão avaliados tendo este facto em consideração.
Apresentação pública
Apresentação dos projetos no Estúdio da ESE. Todos os discentes (plano de transição ou não) deverão
preparar este momento que será avaliado.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Reflexões sobre a Dramaturgia
no Teatro de Animação
para Crianças
Por Valmor Beltame – Nini
Valmor Beltrame - Níni
Nasceu em Braço do Norte, Santa Catarina. Integrante do Grupo Gralha Azul Teatro
entre 1978 e 1986. É professor de teatro de animação no Departamento de Artes
Cénicas da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, em Florianópolis,
desde 1988. Mestre em teatro pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade
de São Paulo – USP. Actualmente faz doutorado em teatro nessa mesma
Universidade, pesquisando processos de formação profissional do artista bonequeiro.
É interessante observar que a dramaturgia do teatro para crianças no Brasil
apresenta, com frequência, cenas onde são utilizados recursos do teatro de animação.
É comum encontrar nessa dramaturgia, ora uma cena onde o autor sugere o uso de
máscaras, ora uma personagem mitológica ou fantástica a ser representada por uma
forma animada ou boneco, ou cenas com as técnicas do teatro de sombras.
Isso permite constatar a existência de certo interesse por parte de encenadores, que
com isso, demonstram estar abertos à presença de formas animadas em cena ou à
utilização dramática de materiais e objectos nos espectáculos que dirigem.
No entanto, vale destacar que o uso de tais recursos está direccionado, muito
mais no sentido de dar certa dinâmica ao texto, criando climas ou mesmo objectivando
resolver certos problemas técnicos como caracterização física de personagens, do que
experimentar ou trabalhar
a linguagem específica do teatro de animação. Assim configura-se mais como uma
dramaturgia que se utiliza, eventualmente, desta linguagem do que numa dramaturgia
própria da linguagem do teatro de animação. Assim configura-se mais como uma
dramaturgia que se utiliza, eventualmente, desta linguagem do que numa dramaturgia
própria da linguagem do teatro de animação. Este estudo pretende elencar
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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características da dramaturgia do teatro de animação, percebendo suas
especificidades quando destinada ao público infantil.
Não se trata de definir limites sobre onde começa e termina o teatro de animação,
aliás, tarefa difícil e com certeza de pouca significação principalmente porque hoje as
artes, sabiamente, mesclam cada vez mais diferentes linguagens. Interessa, isto sim,
discutir um tipo de jogo teatral que acontece quando o ator se utiliza mediações entre
ele e o público, onde o objecto/boneco é intermediário dessa relação. (1)
1. TEATRO DE ANIMAÇÃO
São diversas as denominações para designar a linguagem do teatro de animação:
teatro de bonecos, teatro de fantoches, teatro de marionetes, teatro de objetos, teatro
de formas animadas, teatro de figuras. Cada uma delas utiliza materiais e
procedimentos técnicos distintos. O importante, no entanto, é perceber que se trata de
uma manifestação teatral, onde objetos ou formas são animadas pelo ator e passam a
ser o foco da atenção na representação. A definição de Amaral, por certo, pode ajudar
na identificação de traços fundamentais desta linguagem: “boneco é o termo usado
para designar um objeto que, representando a figura humana ou animal, é
dramaticamente animado diante de um público.” (Amaral, 1991:69)
As afirmações aí contidas destacam duas propriedades fundamentais desta
linguagem. A primeira se refere ao objectivo e à incondicionalidade da animação. Isso
significa partir do pressuposto que o que confere especificidade do teatro de animação
é a presença do objectivo animado. E o sentido de animação. E o sentido de animado,
aqui, referindo-se à vida, ou mais precisamente à sua derivação de anima, alma. Diz
respeito ao objectivo a quem se lhe empresta alma para possuir vida. A segunda
propriedade é a presença do actor/manipulador, o bonequeiro. Para que o objecto
extrapole a condição de inércia, de matéria inanimada, para deixar de ser escultura e
passar a agir ou actuar, faz-se necessária a presença do actor/manipulador, que
passa a ser uma condicionante na medida em que é através da presença que os
gestos, acções e selecção de movimentos se efectuam. É o actor/manipulador que
cria, experimenta e decide os gestos que caracterizam a personagem.
Assim, entendemos o teatro de animação como uma linguagem com especificidades,
com certa lógica e procedimentos diferenciados de outras linguagens dramáticas.
Colocam-se, a partir disso, outras questões que precisam ser apontadas: a
expressividade do objecto, que está relacionada em certa medida com sua confecção
ou escolha, mas principalmente com o uso que se faz dele na cena. A expressividade
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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do actor/manipulador que, num determinado espaço, dá vida ao objectivo através do
movimento e da voz. E um terceiro aspecto diz respeito à história, ao texto, aos
diálogos e a sua trama dramática. Naturalmente, esses aspectos, inseparável na
prática teatral, fundem-se numa só expressão totalizadora, o teatro de animação.
A partir disso se faz necessário elencar algumas particularidades que seguramente
devem estar presentes num texto dramático para crianças.
2. O TEXTO
Uma das primeiras indagações que surge quando se pensa no texto dramático para
teatro de bonecos é sobre a existência de diferenças e especificidades em relação ao
texto dramático a ser representado por atores. No entanto, mais do que negar ou
concordar com a existência de tais especificidades, o desafio se coloca no sentido de
apresentá-las.
Em relação à forma de apresentação do texto, uma das características mais evidentes
na dramaturgia dessa linguagem é a frequência de rubricas, indicação escrita
descrevendo acções ou gestos do objectivo manipulado. Já por gestos de forma
animada, a concepção de mundo personagem e que, no seu conjunto, constituem as
acções cénicas.
No texto dramático no teatro de bonecos, principalmente quando se fala das
tendências mais contemporâneas, como, por exemplo, quando predomina o uso de
objectos, ou aquilo que se chamaria de um teatro de formas animadas, evidencia-se o
uso de rubricas para descrever acções e gestos a serem efectuados pelo
objectivo/boneco. Ou seja, há uma economia de diálogos construídos por palavras
pronunciadas. O diálogo existe sim, porém, frequentemente feito de gestos e acções,
suprimindo em parte a pronunciação de palavras.
As rubricas/cenas deixam transparecer claramente a importância desse recurso
habitualmente usando nos textos de teatro de animação, porque descrevem cenas
completas, detalham acções a serem realizadas e chamam a atenção. Na maioria das
vezes, tais indicações excluem a realização de diálogos de palavras a serem
pronunciadas pelas personagens. Aliás, para muitos dramaturgos e encenadores do
teatro de animação, “os bonecos exigem silêncio e seus silêncios são claramente
parte da sua linguagem”.(Schumann, 1992:32). Quando o director do Bread and
Puppet Theatre reclama silêncio verbal do boneco, quer chamar atenção para a
importância da acção e do gesto.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
19
O gesto do boneco se diferencia do gesto do actor, principalmente na interpretação
realista, por tratar-se de um gesto sintético e preciso. Por ser um gesto sem titubeio,
limpo, amplo e cuidadosamente elaborado.
Isso acaba sendo determinante na definição do ritmo do texto. A oscilação de acções
com diálogos de palavras pronunciadas e diálogos realizados com gestos, olhares e
acções características da linguagem do boneco, estimulam uma organização do texto
dramático enriquecido por mudanças e alternâncias de tempo e de ritmo. Como se vê,
ritmo, nessa concepção, não está relacionado apenas como o lento ou rápido. Como
diz o professor da Universidade de Paris VIII,
Paradoxalmente, escrever para bonecos é escrever mais sobre sua imobilidade do
que sobre seu movimento. Criar movimentos que, quando o boneco se imobilize,
prossiga no espírito do espectador por certo tempo e ressurjam quando este está a
ponto de aborrecer-se (Chaillou, 1992:48).
O professor francês aponta para a necessidade de se pensar o texto no teatro de
bonecos como suporte para se imaginar as acções cénicas a serem realizadas pelos
objectivos animados. Ou ainda, escrever para bonecos seria escrever uma espécie de
partitura de gestos e acções a serem experimentados e recriados na cena.
É possível perceber, por outro lado, que nas manifestações mais tradicionais do teatro
de bonecos tais como, Mamulengo, João Redondo, Cassemiro Côco ou Babau,
comuns nas regiões norte e nordeste do Brasil, a dramaturgia desse tipo de teatro se
baseia na palavra. Pode-se afirmar que é um teatro de texto, mas com a peculiaridade
de tratar-se de um teatro onde a palavra sustenta o jogo, sem com isso abdicar das
acções próprias da linguagem do boneco.
Os diálogos presentes nos textos de teatro de bonecos fazem impulsionar a ação. Não
são diálogos ou monólogos que se encaminham na direcção de questionamentos
psicológicos ou existenciais. Uma cena como a do príncipe Hamlet, onde ele se
questiona sobre “ser ou não ser” certamente inexiste ou funciona muito pouco para
uma personagem animada. Isto porque o diálogo deve colaborar mais no sentido de
impulsionar a acção do boneco, do que para construir um aprofundamento psicológico
gerador de conflitos internos que pouco se expressam em gestos e acções.
A professora Ilíada Castro, referindo-se ao texto dramático no teatro para crianças e
em especial sobre a palavra na construção dos diálogos afirma:
É como as crianças se comprazem em ouvir as rimas mais absurdas, palavra dita sem
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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uma sequência lógicas, mas com sons próximos! Essas palavras passam a ter um
sentido novo. Toda criança brinca com a linguagem verbal, inventa, modifica. Ela que
recriar e não somente reproduzir o que recebeu pronto. A criança se diverte vendo os
atores jogando, revirando as palavras e se delicia ao poder partilhar de um texto em
que a magia da palavra ultrapassa o sentido (Castro,1987:32).
Chama atenção, nas afirmações da professora, a necessidade de seleccionar e burilar
a palavra a ser usada no texto dramático, possibilitando o jogo e a reinvenção de
sonoridades e significados. E em se tratando de texto dramático para crianças a
questão torna-se ainda mais urgente. Porque longos textos não sustentam a atenção
dos espectadores menores. Para esse tipo de público, diálogos curtos, o jogo de
palavras e, sobretudo as acções é que garantem seu envolvimento na narrativa.
Para o professor Bramiria, da Escola Cívica d’Arte Dramática de Milão, Itália, a
produção do texto dramático, hoje, não pode prescindir da contribuição teatral
contemporânea conhecida com “teatro de imagem” caminha tão próxima do teatro de
animação de Brambilla para o texto como “partitura visual”, parece perfeita.
A dramaturgia deve ter em conta as experiências de outros campos; faz suas outras
formas, se desenvolve graças as imagens que captura e neste movimento se
enriquecem. Se o texto não se limita a conteúdos verbais, mas se estende ao universo
visual, os recursos da tecnologia resultarão consideráveis. Eu tenho definido este tipo
de dramaturgia de partitura visual (Brambilla, 1992:55).
Enfim, partitura visual, partitura de gestos e acções, abundância de rubricas, economia
de diálogos constituído de palavras, são alguns características do texto dramático para
teatro de bonecos para crianças e que lhe dão certa especificidade.
3. A PREDOMINÂNCIA DE ELEMENTOS ÉPICOS
O director do grupo Marionetteatem de Estocolmo, Michael Meschke, em seu livro Una
Estética para el Teatro de Titeres, conta que, numa ocasião, reunidos com o poeta e
dramaturgo alemão Bertolt Brecht, solicitou-lhe autorização para encenar, com
bonecos, o texto A Alma Boa de Tsésuan. E nos diz que “Brecht me contestó
encantado que el teatro de títeres representaba en sí mismo el efecto de distanciación,
piedra angular de su teoria” (Meschke, 1989:91)
A afirmação de Brecht de que “o teatro de bonecos representa em si mesmo o efeito
de distanciamento” (2) denota, em princípio, a aproximação dessa linguagem com o
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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gênero épico. E sugere, a seguir, a necessidade de recorrer-se a textos dramáticos
escritos para essa linguagem buscando identificar tais características.
Uma observação detalhada de textos dramáticos para o teatro de bonecos vai firmar a
presença de pressupostos básicos da dramaturgia épica e ausência de características
da dramaturgia rigorosa/aristotélica (3), tais como a ruptura com as unidades de
tempo, lugar e acção, a inexistência da ralação de causalidade entre as cenas,
diluição do conflito central, interrupção da acção, bem como o não estabelecimento da
empatia causadora de terror piedade.
Tais aspectos acima mencionados são profundamente interligados e a discussão de
cada um dos tópicos remete aos outros porque são questões totalmente imbricadas. A
opção por apresentar tais tópicos separadamente objectivos facilitar a compreensão
dos mesmos.
3.1 – A Negação da Lei das Três Unidades
Evidenciam-se, as mudanças de tempo e lugar. Ir e voltar no tempo, assim como a
apresentação de situações do passado e futuro para ilustrar a narrativa, é recursos
usados com frequência. Ou seja, tais textos não obedecem a “unidade de tempo” (4)
proposta por Aristóteles na Poética. O preceito ali formulado de que “a tragédia
procura, o mais que possível, caber dentro de um período de sol, ou pouco excedê-lo”,
não cabe neste tipo de texto dramático.
Da mesma maneira, os textos dramáticos utilizam abundantemente de diferentes
espaços e geografias, rompendo assim com a “unidade de lugar” (5), outra norma
formulada pelo pensador grego. Como se vê, a ação se desenvolve com relativa
liberdade no espaço e no tempo.
3.2 – A Ruptura com a Relação de Causalidade
É frequente o uso do recuso conhecido como “uma peça dentro da peça ou a
independência das cenas. Ou seja, os textos apresentam uma estrutura onde cada
cena, isolada, contém a essência do todo a que pertence e assim permite uma leitura
da problemática levantada. Difere então da estrutura da dramaturgia rigorosa onde a
relação causal, a dependência sequencial das acções ou ainda a “unidade de acção” é
fundamental para a compreensão da fábula.
O uso corriqueiro de placas e cartazes indicando o início de uma nova situação ou
cena é, de certa forma, a síntese da cena que segue. Ou seja, uma pequena peça
dentro da peça.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
22
3.3 – Diluição do conflito
Já em relação ao conflito enquanto oposição de vontades, percebe-se seu
enfraquecimento no contexto da narrativa, pois o mesmo é permeado por diversas
cenas, permitindo assim ao espectador estabelecer certo afastamento, contribuindo
dessa maneira para que os efeitos de estranhamento se efectivem. Essa estratégia,
além de amenizar o conflito enquanto problemática individual estruturada sobre
desejos e vontades opostas de personagens, também evidencia a negação da relação
de causalidade e contribui para estranhar a problemática, como já se apontou,
características da dramaturgia rigorosa.
3.4 – Interrupção da Acção
A interrupção da acção é um recurso frequente usado na estrutura dramática do teatro
épico. E são utilizadas para se conseguir as rupturas, sendo que o uso de canções
(que Brecht chamava de songs) é muito utilizado.
Bornheim, quando refere-se ao papel da música no espectáculo épico, afirma que a
mesma deve, de certo modo, perturbar a continuidade da acção:
Tal perturbação acontece em diversos níveis: pelo próprio texto da canção, que
usualmente apresenta o carácter de comentário; pela música que normalmente deve
evitar a melodiosidade “psicológica”, e pela presença dos músicos em cena, o
suficiente para que possam ser vistos pelo público (Bornheim, 1992:321).
Músicas, comentários das acções cénicas em curso, intervenções no sentido de
chamar a atenção da plateia de que o que está vendo é ficção ou de que está no
teatro, esses são recursos frequentemente encontrados nos textos dramáticos para
teatro de bonecos e provocam a interrupção dramática. E esta é, sem dúvida, uma
característica do teatro épico e não da dramaturgia rigorosa.
3.5- A Negação da Empatia ou a Presença do Efeito de Distanciamento
Há que se destacar ainda a ruptura com a identificação, com a “empatia” (6), elemento
fundamental da dramaturgia rigorosa. É possível tomar emprestado de Brecht a
afirmação e adaptá-la, dizendo que, nos textos para teatro de bonecos, “o espectador
é colocado em face de algo” (Brecht in Pallottini, 1988:64), não possibilitando, dessa
maneira, a identificação. O espectador acompanha os acontecimentos e a
identificação não se dá, basicamente pelo fato de o protagonista da encenação, a
personagem, ser um objecto, um boneco, ainda que uma forma antropomorfa ou
simulacro do humano.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Evidencia-se, dessa maneira, que na linguagem do teatro de animação é frequente o
recurso dos efeitos de distanciamento e negação da empatia.
Ao concluir as reflexões acerca da predominância de elementos épicos nos textos de
teatro de bonecos para crianças, faz-se necessário elencar duas questões relevantes:
- quando a proposta do dramaturgo ou a opção do encenador é trabalhar com
máscaras (recurso que integra a linguagem do teatro de animação), é possível que a
identificação possa vir a ocorrer. Principalmente se o texto a ser encenado contiver
características do género drama. Mas para confirmar essa questão fazem-se
necessários maiores estudos. Por hora, é possível afirmar que, em se tratando de
encenação com bonecos do tipo antropomorfo e objectos ou formas animadas, os
efeitos de distanciamento predominam e a identificação não se efectiva;
- Ainda que fique clara a presença de elementos épicos nos textos para teatro de
bonecos, tais como a negação da lei das três unidades, a ruptura com a relação de
causalidade, diluição do conflito, interrupção da acção e negação da empatia, é
preciso ressaltar que tais elementos não caracterizam a predominância da teoria
brechtiana de teatro na linguagem da animação, notadamente as concepções do
“teatro dialéctico”.
Portanto, uma característica básica dos textos de teatro para a linguagem da
animação é a predominância de elementos épicos e, consequentemente, a ausência
de estruturas da dramaturgia clássica ou aristotélica.
4. AUSÊNCIA DO REALISMO
Por certo, uma das características mais evidentes numa dramaturgia de teatro de
bonecos para crianças é a ausência ou a negação de uma estética realista. Realismo
no teatro entende-se como:
Estética que pretende representar a realidade na cena, oferecendo uma imitação mais
fiel quando possível do quotidiano. (…) os diálogos se nutrem dos discursos de uma
época ou classe socioprofissional, dando ênfase a interpretação espontânea e
psicológica para a impressão de verdade e realidade (Pavis, 1983:401).
O uso de elementos, personagens e situações mágicas e fantásticas, de certa maneira
bastante comum na dramaturgia para crianças a ser representada por atores, são uma
condicionante na linguagem do teatro de animação. As situações podem ser as mais
inusitadas podendo-se explorar elementos que vão do cenário, que aos poucos ganha
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
24
vida e passam actuar, figurinos-escultura que mais do que vestir, define a
personagem, mas principalmente pode-se recorrer às personagens fantásticas, sejam
animais ou personagens integrantes dos mitos e lendas, como também que aos
poucos adquirem vida através do movimento, som e jogo de luzes.
Como se pode perceber, a recorrência ao fantástico, estimulando assim a imaginação
e a fantasia, é prática corriqueira no teatro de animação.
Não cabe a essas personagens, solilóquios ou extensas falas, uma vez que isso pode
comprometer o ritmo do texto. Não cabe também, aprofundamento psicológico. As
personagens que caracterizam os textos do teatro de animação e sobretudo para
crianças, são personagens arquetípicas, sintéticas, próximas do que poder-se-ia
identificar como o perfil ou a silhueta da personagem. Isso, sem no entanto deixar de
ser uma personagem precisa, clara, perfeitamente identificada como seus desejos,
com vontades, porém, há que se insistir, sem verticalismos ou aprofundamentos
psicológicos. Ou seja, nada tem que ser real no texto do teatro de animação, onde o
que vale é o jogo, as possibilidades de exploração do inusitado. Como dez Ilíada
Castro:
A fantasia possibilita a revelação do real (…) Imaginando outras possibilidades de ser,
a criança fica em condições de escolher o que mais gostaria de viver, de experimentar.
A fantasia não tem como função fazer esquecer, mas desenvolver o espírito crítico da
criança de modo que possa reflectir sobre seus problemas ( Castro, 1987:32).
As situações que seguramente têm como base a realidade ou o quotidiano, nas
acções com os objectos ou bonecos, ampliam as possibilidades de se estabelecer o
jogo sem, no entanto, cair no inverosímil é facilmente tornado crível, e assim, o
irrepresentável, torna-se representável.
5. O MOVIMENTO
A indicação de que o texto no teatro de bonecos para crianças deve preservar o ritmo,
usando de frases e falas curtas, explorando silêncios, olhares, leva a uma outra
característica apontada pelo reconhecido marionetista russo, Sergei Obrastzov quando
afirma: “o destino do boneco é mover-se” (in Revista Mamulengo nº.3, 1974:15). O
movimento, detalhadamente seleccionado e cuidadoso do manipulador, não pode ser
negligenciado no teatro de animação. Isso significa que o texto, enquanto fala da
personagem, não pode explicitar tudo. Acção do boneco é que deve dar sentido e
completar o texto pronunciado pelo actor/manipulador através do boneco. Na medida
em que a acção do boneco se completa com o texto, ele ganha vida, seu carácter se
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
25
evidencia, e a relação com a plateia se estabelece. Quando o texto diz tudo e não
permite que as palavras pronunciadas de materializem de certa forma em gestos,
como diz Obrastzov, instala-se um vazio na comunicação. Isso quer dizer que a
escritura do texto dramático no teatro de bonecos deve priorizar a indicação de uma
gestualidade, conduta e comportamento físico específico do boneco. E como diz o
marionetista russo, fundamental é perceber que “o que pode ser expresso por um
boneco, não pode ser expresso por uma comédia.” (1990:22). Quando o boneco não
assume a condição de boneco ou não dá proporções aos gestos e movimentos,
maiores que as reais; quando não se utiliza o excesso, do exagero, quando o boneco
se limita a imitar o actor, a linguagem do teatro de animação não se efectiva. “Os
bonecos não podem comportar-se como os atores”, como diz Jurdowiski (1990:41).
Além da desproporcionalidade das formas (mão enorme, olho imenso etc.), o que
também caracteriza a especificidade do boneco é fazer entrar em cena, de um lado do
palco uma mão, do outro lado um olho e no outro extremo um imenso pé, como
acontece em Zé da Vaca, de Ana Maria Amaral. Ou seja, voar, desrespeitar as leis da
gravidade, aparecer simultaneamente em distintos lugares, arrancar a cabeça e
continuar falando, mover partes do corpo demonstrando um contorcionismo ou
habilidades impossíveis de serem executadas por um humano, fazem parte do rol de
expressões realizáveis por um boneco e que o actor não pode fazer. Quando o
dramaturgo tem isso claro e substitui a indicação de tais acções pelos solilóquios,
seguramente esse texto indicado para a linguagem do teatro de animação.
6. EXISTEM MUITOS OBJETOS NUM SÓ OBJETO
Outro aspecto que caracteriza o teatro de animação e de certa forma está relacionado
com a construção das personagens é que essas não precisam necessariamente ter a
aparência de seres humanos. É verdade que hoje o mais comum é encontrar
personagens antropomorfas, com traços que, mesmo de forma bastante sintética,
remetem à forma humana. No entanto, também tem sido comum a personagem
aparentar uma forma inusitada, confeccionada especialmente para esta finalidade ou
ser um objecto extraído do quotidiano.
A trajectória do Grupo XPTO de São Paulo é rica nesse tipo de experiência:
“Seus espectáculos puseram em cena estranhos seres, alguns com parentescos no
reino vegetal (A Infecção Sentimental Contra-ataca, de 1985, tinha flores que
engravidavam), outros com toques animais (Coquetel Clown tinha peixes que se
apaixonavam), mas, a maioria, de ascendência desconhecida ou inesperada. Um dos
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
26
quadros de A infecção Sentimental era protagonizado por sacos de lixo que cuspiam
papel celofane; outro por lâmpadas que amavam (Góes,1997).
É interessante destacar que o texto de animação privilegia a necessidade de lançar
olhares distintos sobre o que nos cerca. Na peça didáctica Os Horácios e os Curiácios,
de Brecht, uma intervenção da personagem Horário sintetiza a ideia de valorização da
forma e da necessidade de ver o quotidiano sob diversos olhares. Horácio diz que: “há
muitos objectivos num só objecto” (Brecht in Koudela, 1991:86) Em História de Lenços
e Ventos, de Ilo Krugli, a personagem central é Azulzinha, um lenço azul. A
personagem Papel é uma folha de papel comum, ou seja, são materiais que se tornam
expressivos quando manipulados ou quando contracenam com o actor. O director
italiano Sergio Dioltti sintetiza bem a questão:
O guia-intérprete intervém sobre o palco num universo de objectos que têm invadido o
território da existência. Mas esta contaminação, apocalíptica em certos aspectos,
impõe também a presença arquetípicas do objectivo na esfera do comportamento
humano. Uma forma inanimada, fabricada industrialmente, inutilizada depois de haver
pertencido ao mundo, segue provocando numerosos impulsos afectivos, mecanismos
simbólicos e criativos (Diotti, 1992:42).
Ou seja, o dramaturgo no teatro de animação precisa ver muito além do aparente,
olhar mais profundamente e ver a possibilidade do movimento, do “vir a ser” contido
em cada objecto ou forma. O convite a perceber a existência de “outros objectos num
só objecto” estimula a imaginação e a fantasia, privilegia relações lúdicas e permite
compreender que as coisas no mundo não precisam ser sempre como são e estão,
que é possível rever o sentido e estado das coisas.
7. CONCLUSÃO
As reflexões feitas sobre a dramaturgia no teatro de bonecos para crianças, tendo
como referência os textos dramáticos Histórias de Lenços e Ventos, de Ilo Krugli e Zé
da Vaca, de Ana Maria Amaral, permitem concluir sobre a existência de características
e peculiaridades próprias desta linguagem. E tais especificidades assim se
evidenciam:
- na presença do objecto animado como protagonista do enredo;
- na forma de apresentação do texto que utiliza amplamente do recurso de rubrica,
configurando-o como uma espécie de partitura de gestos e acções a serem realizadas
pelo boneco ou forma animada;
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
27
- na construção de diálogos curtos, usando o jogo de palavras, e sobretudo diálogos
que impulsionem acções físicas, garantindo assim o envolvimento do público infantil
na narrativa;
- na predominância de elementos épicos (ainda que esse tipo de texto não esteja
inteiramente ligado às concepções brechtianas de teatro), como: a negação das
unidades de tempo, espaço e acção; ruptura com a relação de causalidade entre as
cenas e fatos que constituem a fábula; diluição do conflito no contexto da narrativa;
ruptura com a acção dramática que por sua vez provoca a instalação dos efeitos de
distanciamentos;
- na priorização do movimento em relação ao discurso verbal das personagens;
- na ausência de princípios da estética realista e com predominância de elementos que
estimulam a imaginação e a fantasia.
Cabe destacar, no entanto, que certamente este estudo não esgota a identificação de
especificidade própria do texto dramático para o teatro de animação. Certamente,
outro estudo que utilize maior número de textos dramáticos em sua análise apontará a
existência de outras características não identificadas neste trabalho.
Informações de pé de página:
(1) Este estudo tem como referência dois textos dramáticos: “História de lenços e
ventos” , de Ilo Krugli e “Zé da Caca” , de Ana Maria Amaral. Não serão reproduzidas
partes dos textos ilustrando o estudo, por razões de espaço. A opção por analisá-los
se deve basicamente pelas seguintes razões: tais textos foram escritos por
dramaturgos cuja trajetória profissional está vinculada á vista onde os atores
contracenam com os objetivos animados, o outro se inspira no Bunraku Clássico,
teatro de bonecos japonês, onde o manipulador aparece, assumindo uma postura de
neutralidade na relação como o boneco. Por último, tais textos, encenados,
permaneceram em cartaz durante meses na cidade de São Paulo.
(2) Sobre o efeito de “distanciamento” ou “estranhamento” vale destacar pequenos
trechos escritos por Brecht contidos no seu Pequeno Organon para o Teatro: “Uma
representação que cria o distanciamento, permite-nos reconhecer seu objectivo, ao
mesmo tempo em que faz que ele nos pareça alheio” (Brecht, 1967:200). “Tem que
surpreender seu público, e chegar a isso por uma técnica que torne o que lhe é
familiar em estranho” (Brecht, 1967:201). “Os novos efeitos de distanciamento
possuem apenas como objectivo o despojamento dos fenómenos condicionados, de
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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um libero de familiaridade que os resguarda, hoje em dia, de qualquer intervenção”
(Brecht, 1987:200).
(3) Expressões como “dramaturgia rigorosa, aristotélica, clássica”, ou ainda peça bem
feita” refere-se a uma terminologia cunhada pelo classicismo francês do século XVII,
indicando um tipo de estrutura dramática tendo por base as concepções explicitadas
na Poética de Aristóteles.
(4) Segundo Aristóteles (384 – 322 a. C.) a tragédia deve obedecer determinadas leis
e dentre elas a Lei e dentre elas a Lei das Três Unidades, contendo a Unidade de
Tempo, Lugar e Acção.
(5) Unidade de Lugar: A formulação dessa lei não se encontra redigida claramente na
Poética. Segundo Pallotini, é sequência das Unidades de Tempo e Acção e entende-
se que a acção dramática deve se desenrolar toda num mesmo espaço de ficção
(PALLOTTINI,1988:5).
(6) “A empatia é a relação emocional entre personagem e espectador. Uma relação
que pode ser constituída basicamente de piedade e terror, como sugere Aristóteles,
mas que pode igualmente incluir outras emoções como o amor, a ternura, o desejo
sexual” (BOAL, 1977:38).
_________________________________________________________________________________________________
Fonte: moodle da ESEB – Artes Performativas II (Expressão Plástica)
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
29
Reflexão sobre a Dramaturgia
Lê-mos a dramaturgia com atenção de modo a conseguirmos perceber o que é
realmente o teatro de animação para crianças, visto que estamos um pouco perdidos,
pois nunca estivemos em contacto com fantoches, nem nada que esteja relacionado
com esta área.
É importante percebermos a base, para podermos dar inicio à parte prática do projecto
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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2. Plano De Trabalho
Divisão de tarefas
Nota: É relevante comentar que todos os elementos do grupo participaram activa e
empenhadamente em todas as tarefas propostas ao longo do projecto. Contudo houve
tarefas mais direccionadas a um único elemento, devido ao facto de tornar o
desenvolvimento do trabalho mais rentável.
Com a aplicação deste método de trabalho conseguimos acelerar o projecto de
construção quer da parte informática, quer da parte da realização de fantoches.
Recolha de material
Realização de projectos
Realização de fantoches
Parte Multimédia
Guião Recolha de material digital para o vídeo final
Ana Ramalho x x x x
Filipe Ruivo x x x
Ana Guedes x x x
Tabela 1 - Plano de Trabalho
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
31
Calendarização Do Projecto
Ilustração 1- Cartaz Definitivo (Divulgação da Peça)
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Cronograma
Março Abril Maio Junho
1 a
6
7 a
13
14 a
20
21 a
27
28 a
31
4 a
10
11 a
17
18 a
24
25 a
30 1 a 8 9 a 15
16 a
22
23 a
31 1 a 5 6 a 12
13 a
19
20 a
26 27
Preparação
do tema x x x x
Preparação
do Guião x x
Criação dos
Personagens
x x x x x x x
Criação dos
cenários
x x x x
Registos
x x x x x x x x x x x x x x x x
Publicação /
Divulgação
x
Ensaios
x
Realização da
Peça
x
Vídeo
x
Tabela 2 - Cronograma
Nota: A realização das tarefas foi seguida pela ordem acima apresentada, falhando
um dia por outro devido a imprevistos surgidos durante a realização do projecto.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
33
3. Projecto
Sinopse
Dois mundos, uma alucinante aventura, onde nem na própria sombra se pode
confiar.
O que terá acontecido à avozinha? Será o Capuchinho Vermelho uma terrível vilã?
Não perca o final desta andança onde tudo pode acontecer.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Dramaturgia – Guião da Peça
Era um vez uma avó bueda fixe, um lobo todo bacano, uma menina
adolescente como todas as outras, um lenhador chanfrado e …
(AVÓ ENTRA EM CENA)
Estava a avozinha andando de patins perto da sua casa, quando de repente ouve uma
música suave vinda do céu.
(AVOZINHA OLHA PARA O CÉU E VÉ ALGO DESCER)
AVOZINHA: Mas que raio?
Enquanto um objecto estranho se aproxima da sua casa.
(ENTRA O CAPUCHINHO PRETO)
De dentro do tal objecto sai uma menina, coberta por um capuchinho preto. A avó
muito admirada esfrega os olhos não querendo acreditar no que está a ver. A menina
é a sua neta!
CAPUCHINHO PRETO: Vem comigo avozinha, preciso levar-te a um lugar.
AVOZINHA: Mas porque tens tu um capuchinho preto e não o vermelho que eu te
ofereci? (PERGUNTA A AVOZINHA COM UM AR SURPREENDIDO)
CAPUCHINHO PRETO: Porque o preto está mais na moda avozinha.
AVOZINHA: E para onde me levas? E que objecto estranho é esse?
CAPUCHINHO PRETO: Para de fazer perguntas e vem comigo!
E num ápice puxa a velhinha para dentro do objecto e desaparecem sem
deixar rasto. Por sorte ou por azar o lobo mau que se aproximava da cabana da
velhota para lhe dar umas trincas, assistiu a tudo.
(O LOBO MAU ENTRA EM CENA)
LOBO MAU: Raios partam a miúda! Agora levou-me o jantar. (DIZ COM UM AR
IRRITADO)
E decidiu manter-se por ali, caso a senhora voltasse.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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O anoitecer caiu sobre a floresta, e nem sinal da avó. Cansado de esperar e vendo o
pai de Capuchinho Vermelho aproximar-se, decidiu sair dali antes que sobrasse
problemas para ele.
(SAI O LOBO; ENTRA O LENHADOR)
Esquim ia visitar a sua mãe, como fazia todos os dias, pois a casa da avozinha ficava
a caminho do seu trabalho.
Viu a porta aberta, e chamou com convicção. Mas nem sinal da sua querida mãezinha.
ESQUIM: Foi aquele malvado lobo de certeza! (EXCLAMOU COM UM AR ZANGADO)
E foi imediatamente ao encontro do lobo mau para tirar satisfações.
(ESQUIM ENCONTRA O LOBO MAU)
ESQUIM: ouve lá seu malvado…o que é que fizeste à minha mãezinha?
LOBO MAU: Eu? Não fiz nada…pergunta à tua filha (RESPONDEU O LOBO)
ESQUIM: Á minha filha? Porquê?
LOBO MAU: Porque foi ela quem meteu a avozinha dentro de um objecto voador e a
levou daqui.
Sem saber o que fazer Esquim sai disparado, correndo pela floresta, onde
encontra a sua filha.
CAPUCHINHO VERMELHO (Cantando): É o amor, é o amor, é o amor, que eu sinto
no meu coração.
ESQUIM (Interrompendo a canção da miúda): Capuchinho, o que é que fizeste à
avozinha que ela desapareceu?
Não basta já estares de castigo uma semana? Só tens dado problemas na escola e
fora dela.
(CAPUCHINHO VERMELHO COMEÇA A CHORAR)
Realmente tinha feito algumas asneiras na escola juntamente com alguns
colegas, mas o castigo tinha-lhe servido de lição e desta vez nada tinha feito, muito
menos à sua avozinha que tanto amava.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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ESQUIM: Se foste tu que raptas-te a avozinha é bom que digas depressa! Por agora
vou procurar por ai.
(E O ESQUIM SAI DE CENA)
Capuchinho vermelho indignada e desesperada, decide procurar o lobo.
CAPUCHINHO VERMELHO: Com certeza o lobo viu alguma coisa, ele passa o tempo
a rondar a casa da avozinha. Quem sabe não foi ele!
(E PARTE EM DIRECÇÃO À FLORESTA)
Quando encontra o lobo pergunta-lhe:
CAPUCHINHO VERMELHO: Olha malvado foste tu quem fez mal à minha avozinha?
LOBO MAU: Não. Eu vi-te com um capuchinho preto e vi também que levaste a
avozinha para algum lugar.
O Capuchinho Vermelho sem perceber nada do que se esta a passar decidiu fazer um
acordo com o lobo mau.
CAPUCHINHO VERMELHO: Olha e se tu me ajudasses a procurar à avozinha? És
grande, contigo a meu lado ninguém me faria mal.
O Lobo sentiu uma enorme ternura no seu coração, e confuso com esta reacção,
decide ajudar o Capuchinho.
LOBO MAU: Ajudo sim. Mas como?
CAPUCHINHO VERMELHO: Não sei! Vamos andar por ai até encontrar.
(SAIEM OS DOIS PLA FLORESTA FORA)
E assim fizeram.
Enquanto num outro mundo à parte…
(RODA O CENARIO)
…a avozinha se divertia à grande com o Capuchinho preto, cozinhado o seu delicioso
doce enquanto cantava uma música.
(AVOZINHA ENQUANTO COZINHA O SEU MARAVILHOSO DOCE DA AVO)
AVOZINHA: Queres mais Capuchinho?
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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CAPUCHINHO PRETO: Não avozinha chega para eu guardar durante muito
tempo.
CAPUCHINHO PRETO: E se agora fossemos fazer qualquer coisa de mais
aventureiro?
AVOZINHA: Eu alinho!
E assim fizeram, começaram a andar de skate as duas divertindo-se imenso, até que
decidiram regressa à casa da avozinha.
É então que…puffff
(TROCAR O CAPUCHINHO PELO ET)
O capuchinho preto regressa à sua forma original, transformando-se em ET. A
avozinha muito espantada diz:
AVOZINHA: Afinal para que te fizeste passar por alguém que não eras?
ET: Porque tive medo de não aceitares vir comigo, e assim não teria o teu maravilhoso
doce.
Entram os dois no objecto estranho que voava e regressam então a terra, onde
encontram o lobo mau e o Capuchinho vermelho muito cansados e aflitos ainda à
procura da avozinha.
CAPUCHINHO VERMELHO (GRITANDO E CORRENDO EM DIRECÇÃO À AVÓ):
Avozinha! Estás bem?
(ABRAÇAM-SE CALOROSAMENTE)
O lobo mesmo sem perceber o que se estava a passar, ficou contente ao ver aquela
cena e o ET também.
AVOZINHA: Netinha estou bem! Apenas me levaram para eu cozinhar o meu doce,
mas foi bueda fixe.
É então que aparece o Esquim, que ao deparar-se com aquela cena, corre em
direcção a elas e abraça-as calorosamente.
ESQUIM: Desculpa minha filha! Devia ter acreditado logo em ti.
CAPUCHINHO VERMELHO: Não faz mal pai já passou.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
38
Entretanto a avozinha decide fazer um convite ao ET:
AVOZINHA: ETzinho não queres ficar a viver comigo? Fazias-me companhia e eu
fazia-te doce do meu!
ET (RESPONDE COM ENTUSIASMO): Claro que quero!
E assim, fizeram todos uma grande festa, onde foram felizes.
NOTA: O guião não se encontra feito no programa CELTEX, porque o elemento
do grupo responsável por elaborar esta parte não cumpriu com a data de
entrega.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Esboços de personagens
Ilustração 2-Esboço 1
Ilustração 3-Esboço 2
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Ilustração 4- Esboço do Cenário 1 Ilustração 5-Esboço do Cenário 2
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Ilustração 6- Esboço do ET
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Ilustração 7-Esboço do Lobo Ilustração 8- Esboço do Lobo (2)
Ilustração 9-Esboço do Capuchinho (1)
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Ilustração 10-Esboço do capuchinho (2)
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Relatórios Individuais da Ana
Ramalho
Ilustração 11-Ana Ramalho
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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B.D teca de Beja
Director: Paulo Monteiro / Nuno Sousa;
Parte Gráfica: Susana Monteiro;
Existem apenas três B.D tecas em Portugal, sendo uma delas a B.D teca de
Beja. Cerca de 98% dos livros disponíveis neste espaço são de Banda Desenhada, os
restantes são cartoons.
O objectivo deste projecto não é de forma alguma repetir os livros que
podemos encontrar em qualquer biblioteca comum, mas sim apostar na
diversificação criando então um espaço onde podemos encontrar única e
exclusivamente livros de banda desenhada ou de alguma forma ligados a esta
temática.
Podemos ter acesso a livros redigidos em Espanhol, Francês, Inglês e claro em
Português, sendo todos eles livros com muita importância e alguns deles
exemplares únicos.
Este espaço dispõe ainda de uma área reservada a autores amadores, aqui
estes iniciantes da prática de banda desenhada podem ter a oportunidade de
publicar os seus trabalhos. Embora seja algo de pequena dimensão, não deixa de
ser uma rampa de lançamento para estes jovens talentos.
Alguns autores fanzinistas (assim se chamam os autores amadores) distribuem as
suas obras no correio, outro chegam mais longe e conseguem mesmo vender a
editoras.
Para além de ser um sítio de leitura, a B.D teca adoptou ainda outros projectos,
como por exemplo exposições e algumas secções de cinema.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Todas as semanas é mostrado um filme de modo a atrair vários tipos de público, e
dispõe ainda de um requintado equipamento, como por exemplo a caixa de luz, onde
os iniciantes da prática de banda desenhada e não só, podem realizar os seus
desenhos.
Alguns técnicos da B.D teca deslocam-se até escolas de 1º e 2º ciclo para falar da
história deste projecto, e da banda desenhada em si.
Têm obtido tanto sucesso que chegam a ser solicitados a nível Nacional.
A B.D teca de Beja dispõe de 20 e poucos autores e podem desenhar no
espaço, como referi anteriormente.
O trabalho desenvolvido é bastante importante, pois para além de editarem
colecções, publicam autores, o que evita que os trabalhos sejam arquivados e
esquecidos.
Dentro de um vasto leque de actividades e eventos realizados, o principal
destaque vai para o Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja.
Neste festival participam autores conceituados a nível Nacional e Internacional, o
que atrai pessoas de várias regiões, disparando assim o número de vendas e
dinamizando a cidade.
Durante o festival podemos desfrutar de conferências, sessões de
autógrafos, workshops, entre muitas outras actividades que atraem jovens e
adultos de várias partes do mundo.
Com este Evento, Beja recebe cerca de 7000 ou 8000 pessoas em 15 dias, que é o
tempo de duração do festival, sendo este factor bastante importante para a
Região, visto que se encontra cada vez mais desertificada.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
47
Casa das Artes – Museu Jorge Vieira
Local: Casa das Artes – Museu Jorge Vieira (Beja);
Âmbito: Unidades Curriculares Artes Performativas II (Expressão Plástica), TICM e
Música;
No mesmo dia em que visitamos a
BD teca de Beja, passamos também pela
casa das artes – museu Jorge Vieira.
Embora tivesse grandes expectativas, acabei
por ficar um pouco desiludida, pois o museu
não se encontrava nas melhores condições,
estando muito fraco a todos os níveis.
Contudo não deixou de ser interessante,
poder observar algumas obras de arte que
tanto nos enriquecem a nível cultural.
Com esta visita podemos ter uma pequena noção de quem foi o Senhor Jorge
Vieira e de como era o seu trabalho. Embora tenha sido uma visita curta, deu para
perceber a importância que o museu tem em Beja, e para aumentar a nossa bagagem
cultural, visto que eu pessoalmente não conhecia o museu.
Ilustração 12-Peça do museu Jorge Vieira
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Colóquio Presença Obrigatória
9 De Março de 2011 – 5ª Secção
Tema Abordado: Apresentação/Discussão de Projecto sobre Acessibilidade Digital
Sr. Luís Bruno
Nos dias que correm é cada vez maior a importância da internet na vida das
pessoas, mas infelizmente nem sempre é possível que todas as pessoas tenham
acesso a esse meio.
É importante que haja apostas constantes na acessibilidade, de modo a permitir um
nível de vida mais “normal” a pessoas com deficiências motoras/coordenadoras.
Neste colóquio fiquei a conhecer um vasto leque de hipóteses que as pessoas
com algumas deficiências têm á sua disponibilidade.
Foi nos mostrado um vídeo do youtube, com um testemunho de uma pessoa com
deficiências, e ao ouvir aquelas palavras, tive consciência que nem todos tem as
mesmas facilidades que eu.
O vídeo tinha o nome de “Acessibilidade Web – Custo ou Beneficio”, e nele ficamos a
conhecer o programa Jaws for Windows, um programa utilizado maioritariamente por
pessoas com dificuldades visuais, este programa lê toda a informação, permitindo aos
utilizadores descodificar o que diz em cada site.
Para além deste método foi nos dado a conhecer outros como por exemplo:
Terminais Braille
Leitores de ecrã
Reconhecimento da fala
Entre muitos outros existentes.
É importante que as pessoas tomem consciência das dificuldades que milhares
de pessoas sentem todos os dias, pois somos nós que temos que facilitar o futuro e
apostar na acessibilidade digital de modo a garantir uma melhor qualidade de vida a
todos aqueles que infelizmente sofre lesões que incapacitam de algum modo a
normalidade dos seus dias.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
49
Relatório Individual
Este relatório não tem como objectivo prejudicar nem beneficiar nenhum
elemento do grupo, é única e exclusivamente um resumo de tudo o que se passou ao
longo do semestre, simplesmente porque não podemos encobrir os erros das pessoas,
por muito que gostemos delas.
No inicio do trabalho correu tudo muito bem, o grupo parecia equilibrado e
empenhado no trabalho, mostrava ideias e vontade de trabalhar. Contudo foi sol de
pouca dura, como se costuma dizer. Com o passar do tempo tornou-se cada vez mais
difícil progredir, alguns elementos do grupo mostravam desinteresse constante,
acabando por cair o peso todo sempre em cima dos mesmos.
O método de trabalho que utilizamos foi a divisão de tarefas, cada um ficava
responsável por uma parte, embora os outros elementos ajudassem igualmente. É
pena que nem todos tenham mostrado máxima dedicação às partes pelas quais
ficaram responsáveis, com um pouco mais de esforço o trabalho final teria ficado com
mais rigor, e tinham-se evitado pressas e correrias desnecessárias.
Acho que é importante referir que estamos no Ensino Superior e todos nós
temos que ter consciência do que queremos, não podemos passar os 3 anos
encostados aos colegas, e tirar uma licenciatura assim. Não vou referir nomes, até
porque o grupo é apenas de três elementos, e cada um tem consciência do que fez e
do que devia ter feito.
Fica ao critério de cada um avaliar a sua prestação e reflectir sobre os seus
actos.
Apesar de todos os contratempos foi uma experiencia enriquecedora, e
pessoalmente penso que consegui atingir os meus objectivos, embora tenha
consciência que poderia ter feito algumas coisas com mais rigor, mas infelizmente
nem sempre foi possível.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Relatórios Individuais do Filipe
Ruivo
Ilustração 13-Filipe Ruivo
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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BD teca de Beja
O curso de Animação Sociocultural dirigiu-se á BD teca de Beja, tendo como
objectivo conhecê-la melhor e apreciar o seu trabalho. Em Portugal existem apenas
três BD tecas estando situadas em Lisboa, Amadora e Beja. A Biblioteca apresenta
98% de obras de banda desenhada, que percorrem várias gerações e que fazem as
delícias de muitos. Neste espaço estão livros que não estão disponíveis nas
bibliotecas generalistas e encontram-se muitas vezes em Espanhol, Inglês e Francês.
O espaço está dividido com uma secção para adultos e outra para crianças. Sendo
assim, várias gerações encontram-se no mesmo espaço, á procura do mesmo
produto. São realizadas exposições um pouco por todo o país, e existe uma boa
aderência por parte dos visitantes. Em Beja vivem alguns autores de BD. A BD de
Beja, disponibiliza também equipamentos para que autores e visitantes possam
usufruir, dando assim largas á sua imaginação, desenvolvendo e criando ideias. Já
foram editados vários livros de autores desconhecidos, proporcionando assim
visibilidade aos mesmos pelo seu bom trabalho. O festival internacional de BD de
Beja, é um dos eventos mais importantes do país a nível de banda desenhada. Situa-
se na cidade de Beja todos os anos em Maio, com uma duração de 15 dias, o que traz
muita população á cidade. Neste evento são convidados grandes nomes de Banda
Desenhada de outros países, um exemplo de um desses convidados foi Herman. Este
evento tem como objectivo divulgar o mais possível a Banda desenhada, divulgando
também o trabalho de criadores desconhecidos. Portugal revela um número
satisfatório de adeptos nesta área.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Visita ao Museu Jorge Vieira
Casa das artes
No mesmo dia, o curso de Animação Sociocultural, assistiu a uma exposição
de arte em Beja, de Jorge Vieira. Jorge Vieira estudou na Escola de Belas-Artes em
Lisboa. Durante a sua vida, foram expostas várias peças produzidas ao longo do seu
percurso de trabalho. Depois do vinte e cinco de Abril, deu-se a exposição de várias
peças, sendo estas sessenta e nove esculturas e, cento e sessenta desenhos.
Existem várias peças de terracota de grande dimensão que vão em busca do
naturalismo e do surrealismo. No naturalismo Jorge Vieira, vai em busca das formas
humanas, do nu, da natureza em si. O surrealismo vai em busca de algo como se
fosse um sonho, o sobrenatural, algo que existe unicamente na mente de cada
pessoa. Apresenta assim figuras que transmitem diversos sentimentos, algumas
apresentam uma expressão alegre outras assumem uma expressão triste,
melancólica. O surrealismo é apresentado de diferentes formas, levando a cada
pessoa a possibilidade, de criar várias opiniões diferentes acerca das peças que está
a observar.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Colóquio – Presença Obrigatória
5ª Sessão – 9 de Março de 2011
Tema: Apresentação e Discussão de Projecto
Área de Intervenção: Acessibilidade Digital
Conferencista: Professor Luís Bruno
O professor Luís Bruno trouxe-nos um tema bastante importante nos dias de
hoje: a acessibilidade digital. Tendo como base as pessoas com necessidades
especiais, o professor Luís, começou por explicar vários métodos que facilitam a
navegação dessas pessoas dando o exemplo do acesso a uma conta bancária através
da internet.
A partir de um vídeo do youtube intitulado “acessibilidade web: custo ou
beneficio?”, desenvolveu mais o tema. O vídeo apresentado falava sobre uma
deficiente visual que usa um programa de leitura para visualizar a página, esse
programa chama-se Jaws for Windows. Este programa lê toda a informação da página
para que assim, deficientes visuais como a Leda possam ter um fácil acesso à
internet.
Professor Luís Bruno referiu também algumas ferramentas de apoio destinadas
para grupos com necessidades especiais, como por exemplo, leitores de ecrã –
deficientes visuais, terminais Braille – deficientes visuais, reconhecimento da fala –
deficientes motores, entre muitas outras soluções que podem fazer a diferença no dia-
a-dia das pessoas com necessidades especiais.
A apresentação de muitos métodos que beneficiam a utilização da Internet por
parte das pessoas com necessidades especiais faz deste seminário uns dos mais
interessantes pois repare-se que há uma grande vontade por parte das pessoas ditas
“normais” lembrarem-se que todas as pessoas têm direitos iguais.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
54
O mundo da comunicação começa assim a ser mais abrangível em todos os
aspectos, e cada vez mais se preocupa com a organização das páginas web para uma
boa leitura e fácil acesso para os seus utilizadores.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
55
Relatório Individual
No âmbito das disciplinas de Artes Performativas, Técnicas de Comunicação e
Informação Multimédia (TICM), e Música do Curso de 1ºano de Animação
Sociocultural, tivemos que realizar um projecto, que foi criar uma peça de teatro,
baseados em Contos Populares, Esposo e La Fontaine.
Na disciplina de Artes Performativas sera avaliado a construção dos
personagens e acessórios, onde nas aulas iremos construir os mesmos. Em TICM,
será construir os meios de divulgação do evento, como também criar postos de
informação relativamente a construção do projecto. Em Musica será criado a banda
sonora de peça em construção.
O meu grupo é constituído por Ana Ramalho, Ana Canhoto e Filipe Ruivo, no
qual decidimos modificar uma história de um conto popular, no qual escolhemos o
“Capuchinho vermelho”, onde atribuímos o nome de “O Capuchinho Vermelho: O
Rapto Da Avó”.
Este nome surgiu de forma agradável ao grupo, onde tivemos diversas ideias
sobre a elaboração da história, começamos por pensar em como seriam construídos
as personagens, e optamos por utilizar materiais reciclados, depois de uma recolha de
materiais em nossas casas começamos em fazer experiências, ao longo da
construção das personagens houve elementos que foram menos empenhados, mas
tivemos a oportunidade de todos os membros construírem todos os personagens.
Relativamente a parte Informática do trabalho, houve elementos do grupo que
se destacaram mais que os outros, mas todos os membros estavam informados de
todos os passos efectuados.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Relatórios Individuais Ana
Guedes
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Colóquio – Presença Obrigatória
No dia 9 de Março de 2011 a turma de animação sociocultural (entre outras)
dirigiu-se para o auditório da Escola Superior De Educação de Beja para assistir ao
seminário cujo tema era “acessibilidade digital – conceitos e casos pessoais”.
Neste seminário aprendemos que a acessibilidade digital tem uma facilidade de
acesso a qualquer pessoa com diferentes contextos. Envolve um design inclusivo,
adaptação, meios alternativos e manipulação facilitada. A acessibilidade Web consiste
em ser usado por todas as pessoas mesmo que sejam portadoras de uma deficiência.
O uso da mesma permite às pessoas portadoras de uma doença (invisuais, por
exemplo) usar a internet de uma forma independente, sem a ajuda de outrem.
As necessidades específicas são:
- Visual: cegueira, baixa visão, vários tipos de daltonismo;
- Motora/Mobilidade: dificuldade de utilização das mãos, incluindo tremores, lentidão
muscular, perda ou baixo controle muscular;
- Autismo: surdez ou deficiência auditiva;
- Convulsões: fotoepileptismo: convulsão visual causada pelos efeitos estroboscópicos
ou pisca-pisca;
- Cognitiva/intelectual: deficiência no desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem
e deficiências cognitivas de várias origens.
As suas referências de apoio são:
- Leitores de ecrã: lêem o conteúdo textual das páginas, usando sintetizadores de fala
e permitem seleccionar blocos de informação;
- Terminais Braille: transforma os caracteres de texto em caracteres Braille;
- Reconhecimento de fala: recebe comandos de voz do utilizador.
Outras soluções:
- Reconhecimento do olhar;
- Ratos de pés;
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Interfaces cérebro-computador;
- Amplificador de ecrãs;
- Manípulos de controlo manual;
- Ponteiros de controlo de cabeça;
- Aceleradores de escrita;
- Legendagem.
Referências:
- Internacionais – Web accebility inititative (WAI);
- Nacionais – programa de acesso da UMIC; Acessibilidade Net;
- Princípios (#4) das directrizes: perceptível, operável, compreensível e robusto.
As pessoas e organizações que utilizam as WCAG são muito variadas e incluem
programador e Web design, legisladores, agentes de compras, professores e alunos.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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BD teca de Beja
No dia de 2011 a turma de 1º ano de Animação Sociocultural deslocou-se a
Bedeteca municipal de Beja com o objectivo de visualizar uma exposição e aprender
mais sobre banda desenhada, contemplando também áreas relacionadas como a
ilustração, o cartoon e o cinema de animação. A bedeteca situa-se no piso superior da
Casa da Cultura, os serviços disponibilizados contam-se a galeria de exposições
temporárias, o auditório e loja onde podem ser adquiridas as edições da própria
Bedeteca. Neste espaço podemos aproveitar para trabalhar as nossas próprias
animações e, ate mesmo, adquirir ajuda na sua realização. A bedeteca promove
inventos internacionais, onde são convidados vários “artistas” de cartoon e banda
desenhada. Foi-nos muito útil para a construção das nossas marionetas pois permitiu-
nos realizar os nossos esboços dos nossos bonecos com mais precisão e cuidados.
Para alem de nos ajudar neste âmbito ficamos também a saber que podemos contar
com este espaço para qualquer trabalho no âmbito da animação.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
60
Relatório Individual
Este foi um projecto desenvolvido nos âmbitos das unidades curriculares de
Artes plásticas e TICM, no 1º ano do curso de animação sociocultural. Foi um projecto
que nos deu muito trabalho tanto a nível informático como a nível de trabalhos
manuais mas, apesar de tudo foi-nos muito produtivo. Através deste projecto
adquirimos mais conhecimentos sobre manuseamentos de marionetas e da sua
própria construção. Enquanto grupo tenho que destacar a colega Ana Ramalho que se
responsabilizou por a maior parte do trabalho informático e, graças a ela conseguimos
aprender a mexer com qualquer programa no computador; mas, a nível de trabalho
acho que todos cooperamos o que conseguimos e demos o nosso máximo. Gostei da
realização do trabalho apesar de por vezes ter acontecido alguns imprevistos que nos
impossibilitou de trabalhar no mesmo mas, acabamos por conseguir faze-lo e
apresenta-lo a horas.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Apêndices
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Primeiras Pesquisas
Tutoriais sobre a construção de fantoches
Construção de Fantoches com Espuma
Tallar una mano para una marioneta o un títere en
goma espuma es mucho más sencillo que hacer
una cabeza, aún así tiene su técnica. A
continuación detallaré uno de los métodos que
existen.
Los materiales que necesitaremos para este
trabajo, son los mismos que para el tallado de una
cabeza, pero vamos a recordarlos:
* Un bloque de goma espuma, (un rectángulo que tenga el tamaño aproximado de
la mano que queremos hacer).
* Un cúter.
* Unas tijeras.
* Un rotulador.
1) Con el rotulador trazamos una línea que corte
transversalmente la pieza (a un cuarto de la
misma) por su parte frontal y luego hasta la mitad
del ancho de la pieza.
2) Con el cúter, hacemos un corte siguiendo las
líneas anteriormente marcadas y eliminamos el
trozo pequeño.
3) Sobre la parte sobresaliente, marcamos de nuevo unas líneas a modo de
trapecio, cortamos con el cúter por las líneas y retiramos la parte más grande (no
la del trapecio); que será el dedo gordo de la mano.
4) Realizamos una pequeña marca entre la pieza marcada para ser el dedo gordo
y lo que serán los restantes dedos, para hacer un hueco entre éstos. Lo cortamos
con el cúter y retiramos esta pequeña pieza.5) Marcamos los dedos, cortamos con
Ilustração 14-Material Necessário
Ilustração 15-Processo Construtivo
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
63
el cúter entre ellos, así como su longitud y, ya tenemos la base para la mano en
goma espuma.
6) Con las tijeras vamos redondeando la pieza entera, incluidos todos los dedos,
hasta conseguir el volumen deseado.
7) Terminamos refilando bien toda la pieza con las tijeras, intentando quitar todos
los bultos posibles para que la pieza quede lisa.
8) Una vez terminada esta parte, la mano ya está lista para ser pintada.
Con un poco de práctica, se pueden llegar a crear muchos tipos de manos. Eso sí,
no debemos olvidar que las dos manos deben ser del mismo tamaño y forma. Para
lo que recomiendo realicen las marcas y los cortes alternartivamente; primero en
una mano y luego en la otra, antes de cada corte.
Hay que tener en cuenta también, que las manos
deben ser pareja; es decir, hay que hacer la mano
izquierda y la mano derecha. Una buena forma de
no confundirnos y acabar haciendo dos manos
izquierdas; es fijarnos en nuestras propias manos.
Si las observamos bien, puestas con las palmas
boca arriba, veremos claramente que en la mano
izquierda el dedo gordo queda a la izquierda y justo lo contrario en la mano
derecha.
Y por último solo me queda comentarles, que yo suelo hacer las manos para mis
marionetas con tan solo cuatro dedos. ¿Qué por qué cuatro dedos? Sencillamente
porque visualmente es exactamente lo mismo y, realmente es siempre más
sencillo hacerlas con cuatro dedos que con cinco.
_________________________________________________________________________________________________
Fonte: http://www.titerenet.com/2011/06/28/como-tallar-una-mano-en-goma-espuma/
Ilustração 16- Trabalho Final
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Teatro de Sombras
“O Teatro de Sombras parte de um princípio técnico que envolve uma fonte de
luz, uma superfície de projeção e objetos manipulados entre a fonte de luz e a
superfície.
Fontes de luz utilizadas podem ser naturais, como a luz do sol ou de chamas de velas
e lamparinas, ou fontes artificiais como lanternas, lâmpadas, luminárias e refletores.
Para uma melhor definição das silhuetas é necessário que a fonte de luz seja
focalizada, ou seja, que exista um foco concentrado de luz para que esta não diperse
no ambiente e assim crie uma melhor definição das formas projetadas.
Para superfícies de projeção, o ideal é trabalhar com telas semi-transparentes como
as de tecido, a fim de que o trabalho de manipulação de silhuetas seja feito de um lado
da tela e a platéia visualize a projeção de sombras do outro lado. Nesse caso, a
manipulação e projeção é feita ao avesso, já que o público estará vendo o lado
contrário da tela. Entretanto, a manipulação de sombras pode, também, ser projetada
diretamente em qualquer superfície, como em uma parede branca, por exemplo.
Para a manipulação das sombras existe uma infinidade de técnicas de manipulação e
construção de silhuetas, bonecos, cenários, imagens e texturas. Nesse artigo iremos
nos concentrar no trabalho e experimentação de silhuetas através das mãos.
A simples projeção da silhueta de uma mão proporciona a construção e composição
de imagens poéticas e oníricas. Experiências com a criação de silhuetas através do
corpo já foram experimentadas por diversos grupos e companhias do mundo todo e
este é um campo ainda muito fértil para pesquisas técnicas e estéticas em formas
animadas.
Pelas possibilidades de trabalho com materiais acessíveis, estas experiências também
podem ser apropriadas por propostas e atividades educativas. O Teatro de Sombras
na educação pode ser uma estratégia de trabalho em seus aspectos teóricos,
técnicos, práticos, culturais e artísticos.
Veja artigo de Giuseppe Cicale acerca de seu projeto “Experimentando teatro de
sombras na sala de aula”
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
65
A posição e articulação de mãos e dedos frente à fonte de luz produz silhuetas que
remetem às formas do imaginário. Silhuetas podem ser criadas a partir da
experimentação do posicionamento das mãos, com o uso de objetos nos dedos ou
através do uso de luvas com volumes.”
_________________________________________________________________________________________________
Fonte: Tiago Almeida -Grupo Girino Teatro de Formas Animadas (http://formasanimadas.wordpress.com/2010/08/02/teatro-de-sombras-
com-as-maos/)
Ilustração 17-Exemplos de Sobras
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
66
Técnicas de Manipulação
Boneco de Luva [ Fantoche ]
Boneco que o manipulador calça na mão, como os mamulengos. Normalmente, possui
corpo de tecido onde o indicador manipula a cabeça e dedos polegar e médio
manipulam braços.
Cabeça e mãos podem ser esculpidas ou modeladas em diversos tipos de materiais,
no mamulengo é mais comum o uso de madeira e papel machê.
A principal característica da manipulação de bonecos de luva é a agilidade dos
movimentos, apesar das limitações de movimentos dos braços do boneco.
Outras variações de manipulação de luva são aquelas em que a mão do manipulador
articula a boca do boneco, além dos dedoches e a técnica de luva cruzada.
.
Boneco de Vara
Mecanismo de manipulação por varas ou hastes, pode ser um objeto acoplado às
varas ou bonecos projetados com mecanismos de boca e olhos. No caso de bonecos
de figura humana, normalmente, possui uma vara como eixo central e outras duas
para os braços.
Na manipulação, pode se obter tanto movimentos bruscos quanto delicados, uma
dificuldade pode estar relacionada a sustentar o peso do boneco para que mantenha
os eixos, conciliando com a manipulação das varas. Em bonecos mais complexos e
pesados pode ser necessário mais de um manipulador para operar todos os
mecanismos.
Uma variação do boneco de vara é o tringle, que se caracteriza por ser um boneco
com uma vara fixa, normalmente na cabeça e manipulado por cima do boneco. O
boneco de tringle possibilita movimentos extremamente rápidos, bruscos e pausados.
.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
67
Marionete ou Boneco de Fio
Boneco de fio ou marionete , do termo francês “marioneta”, tipo de boneco manipulado
por fios ou cabos, conectados a uma estrutura de madeira [cruz]. A manipulação é
feita por movimentos e mecanismos da cruz ou manipulando directamente os fios.
Uma característica da marionete é a possibilidade de coordenar peso[altura], eixos e
pernas do boneco em apenas uma mão que manipula a cruz, deixando livre a outra
mão para manipular outros fios e mecanismos. A manipulação de bonecos de fio é
uma técnica delicada que requer prática e apurado conhecimento do boneco, seus
eixos, mecanismos e possibilidades de movimentos.
Uma marionete simples pode chegar a ter nove fios: um em cada perna, um em cada
mão, um em cada ombro, um em cada orelha (eixo da cabeça) e um na base da
coluna, para inclinação do tronco do boneco. Movimentos mais detalhados podem
exigir o dobro ou o triplo desse número. As marionetes são capazes de representar
praticamente todos os movimentos humanos ou de animais, além de diversas outras
possibilidades de articulações específicas a cada boneco.
_____________________________________________________________________________________________________________
Fonte: Tiago Almeida -Grupo Girino Teatro de Formas Animadas (http://formasanimadas.wordpress.com/teatro-de-bonecos/tecnicas-de-
manipulacao/)
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Capuchinho Vermelho - Versão Tradicional
Fonte de Inspiração
Era uma vez uma aldeia pequena e bonita, rodeada de montanhas e com um
campanário que se erguia acima das casas circundantes. E, precisamente ao pé do
campanário, estava a casa onde vivia a heroína desta história.
Era uma rapariguinha de nove anos, tão simpática como bela, e toda agente
lhe chamava Capuchinho Vermelho porque, quando fez oito anos, a mãe tinha-lhe
dado um lindo capuz escarlate que ela usava sempre que andava pela aldeia.
O pai de Capuchinho Vermelho era lenhador. Tal como o resto dos habitantes
da aldeia, esta família não era rica, mas a madeira que o pai recolhia era o suficiente
para lhes permitir viver desafogadamente. Porém, há já alguns dias que os lenhadores
andavam um tanto inquietos pois tinham visto um lobo enorme vaguear pelo bosque,
espalhando o medo entre o povo. Com aquele animal deambulando pelo mato, o seu
trabalho tornou-se muito mais difícil.
Certa manhã, a mãe do Capuchinho cozinhou duas dezenas de tortas
deliciosas e, quando estavam prontas, pensou que gostaria de as enviar à sua velha
mãe, a avó de Capuchinho Vermelho, que vivia do outro lado da floresta.
Assim, chamou a filha e disse-lhe:
Ilustração 18-Capa do Livro - O capuchinho Vermelho
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
69
- Leva estas tortas à tua avó. Ouvi dizer que ela está um pouco adoentada e tenho a
certeza que ficará satisfeita por saber que pensamos nela.
Ah e leva também um pacote de manteiga da despensa!
Capuchinho Vermelho obedeceu imediatamente, arranjou o capuz em frente ao
espelho e despediu-se da mãe, com as tortas e o pote nas mãos.
- E tem cuidado com o lobo! – Recomendou-lhe a mãe. – Não saias do caminho
principal e volta depressa.
Capuchinho Vermelho prometeu que assim faria, mas a verdade é que estava
mal preparada para se defender do lobo pois nem sequer sabia como era essa
personagem, de quem todos tinham medo. Assim, saiu da aldeia saltitando
alegremente e parando de vez em quando para cheirar as flores à beira do caminho.
E o que tinha de acontecer, aconteceu. O lobo estava escondido atrás de um
bosque, com a barriga a dar horas de tanta fome. Acossado pelos lenhadores
vigilantes, nas últimas semanas tinha-se alimentado de folhas e raízes, um tipo de
refeição muito escassa para um carnívoro como ele. Por isso, mal sentiu o cheiro da
carne fresca, nem pensou duas vezes e saltou ao caminho, mesmo em frente a
Capuchinho Vermelho.
- Bom dia, menina! – Cumprimentou-a, lambendo os beiços, em antecipação. – Posso
saber para onde vais?
Capuchinho, inocente e confiante, não viu nada de mal nesta personagem. A
única coisa em que reparou foi no facto de ser um pouco mais peludo que a maioria
das pessoas.
- Vou a casa da minha avozinha – respondeu ela. – Ela está doente e vou-lhe levar
umas tortas e um pacote de manteiga.
O lobo teve medo de a comer ali mesmo porque os lenhadores não estavam longe e,
por isso, arranjou um estratagema.
- Sabes o que podíamos fazer? – disse. – Podíamos fazer um jogo!
- Maravilhoso! – disse Capuchinho Vermelho, batendo as palmas. – Gosto muito de
jogos!
- Onde vive a tua avozinha?
- No outro lado do bosque, numa casa com telhas castanhas.
- Pois bem…Eu irei pelo caminho da esquerda, que é mais longo, e tu irás pelo outro,
que é mais curto. Vamos ver quem chega lá primeiro!
Capuchinho Vermelho concordou e o lobo não esperou nem mais um segundo;
desatou a correr pelo caminho que tinha escolhido (que, como se está mesmo a ver,
era o mais curto). Depressa chegou à cabana da avó, ainda Capuchinho ia a meio do
caminho. Arfando por causa da corrida, o lobo bateu à porta.
- Quem é? – Perguntou a avó, de dentro.
- Sou a tua neta, Capuchinho Vermelho – disse o lobo, disfarçando a voz. – Trago-te
tortas e manteiga que a mamã mandou.
A avó levantou-se da cama, manquejando, para abrir a porta. Mas mal tinha
ainda levantado o ferrolho e já o lobo se atirava a ela, derrubando-a. Tê-la-ia engolido
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
70
imediatamente mas pensou na carne tenra de Capuchinho Vermelho e, como ela
devia estar quase a chegar à cabana, preferiu guardar a avó para o caso de ainda ficar
com fome.
Num abrir e fechar de olhos, amarrou a avó, amordaçou-a e fechou-a num
armário. Depois, vestiu uma velha camisa de dormir e pôs uma toca na cabeça,
meteu-se na cama e ficou à espera, cheio de impaciência.
Entretanto, a pequena Capuchinho Vermelho não tinha pressa nenhuma. Os
bosques estavam repletos de coisas maravilhosas; uma linda flor ou um esquilo
brincalhão, tudo era motivo para a menina perder a noção do tempo. Por isso, quando
bateu à porta da cabana, já tinha esquecido a peluda personagem.
- Quem é? – Perguntou o lobo, lá de dentro, imitando a voz da avó.
À medida que se ia acostumando à obscuridade, Capuchinho Vermelho
começou a notar que a avó tinha um aspecto estranho.
-Avó, tens umas orelhas tão grandes! – disse.
O lobo tentou escondê-las melhor, debaixo da touca.
- São para te ouvir melhor! – respondeu.
- E os olhos…Que grandes que são!
- São para te ver melhor, minha querida.
Então, Capuchinho Vermelho reparou na enorme boca e dentes e inclinou-se,
aproximando-se da cabeça do animal.
- Que boca e que dentes tão grandes tu tens, avozinha!
- Vamos acabar com esta conversa tola! – gritou o lobo. – Estes dentes tão grandes
são para te comer melhor!
E, atirando-se à menina, engoliu-a num ápice, sem sequer mastigar.
Satisfeito e contente, passando a mão pela barriga enorme, finalmente cheia, o lobo
cambaleou até um lugar fresco onde pudesse digerir o petisco em paz.
Um pouco mais tarde, o pai de Capuchinho Vermelho, acompanhado por
outros dois lenhadores, calhou de passar pela cabana da avó e decidiu entrar para a
cumprimentar. Depressa deu com ela, debatendo-se dentro do armário.
- Que grande desgraça, que grande desgraça!
-Repetia a boa da mulher. – O lobo comeu a tua filha e eu nada pude fazer para o
evitar!
Louco de fúria, o pai de Capuchinho Vermelho lançou-se em perseguição da
fera, disposto a encontrar o seu esconderijo. E, embora as lágrimas que vertia pela
filha perdida lhe cegassem os olhos, não demorou mais de meia hora a encontrar o
lobo. Estava deitado de papo para o ar, com as costas apoiadas a uma árvore e
ressonava ruidosamente.
- Esta será a última maldade que fazes! – disse o lenhador.
E, levantando o seu machado, preparava-se para o abater sobre a cabeça do
lobo. Mas algo o fez parar. Era uma vozita que parecia chamar, do interior do
estômago do lobo. E a voz dizia:
- Socorro! Socorro! Será que ninguém me tira daqui?
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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O lenhador reconheceu a voz da filha.
Capuchinho Vermelho estava viva!
Então, muito cuidadosamente, começou a cortar a pele da barriga do lobo até
que viu aparecer Capuchinho, muito assustada e trémula.
-Papá, que medo que eu tive! – A menina atirou-se nos seus braços.
O pai compreendeu o que tinha acontecido. O lobo tinha engolido Capuchinho
Vermelho sem a mastigar e, afortunadamente, ele tinha chegado a tempo. E, graças
ao entorpecimento provocado ao lobo pela digestão, este nem sequer tinha sentido
que o seu estômago estava aberto.
- Corre para a aldeia e diz a toda agente que não precisam de se preocupar mais com
o lobo! – disse o lenhador à filha.
Capuchinho Vermelho foi-se embora e o lenhador encheu a barriga do lobo
com grandes pedras e coseu cuidadosamente o animal, que continuava a dormir como
se nada fosse.
Ao fim da tarde, o lobo acordou e quando tentou pôr-se em pé, voltou a cair por causa
do grande peso que tinha na barriga.
- A rapariguinha não me caiu muito bem! – disse. – E eu que julgava que a carne dela
era mais tenra que a de um carneirinho!
Cambaleando o melhor que podia, dirigiu-se para a margem do rio. Precisava
de beber água para matar a enorme sede que sentia. E o que ele bebeu! Mal tinha
mergulhado o focinho no rio, o peso das pedras fê-lo tombar para a frente e ele
mergulhou no rio. Já não conseguiu voltar a sair, afogou-se e ficou no fundo.
A partir daí, a paz voltou a reinar nos bosques e os lenhadores podiam
trabalhar sem receio. Quanto a Capuchinho Vermelho, desde esse dia que passou a
saber como era um lobo, se bem que, felizmente não voltou a encontrar nenhum no
seu caminho.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Capuchinho Vermelho – A verdadeira História
Fonte de Inspiração
SINOPSE
Capuchinho Vermelho, O Lenhador, A Avozinha, O Lobo, Não São os Suspeitos do Costume, Nem a História é a Habitual.
Todos conhecem a história do Capuchinho
Vermelho.
Ou pensam que conhecem...
Finalmente, chegou o filme que vai revelar toda a
verdade sobre a história do Capuchinho - uma
história na qual a Avozinha não é tão frágil quanto
parece e o lobo pode nem ser tão mau como o
pintam. Nesta história, todos são suspeitos.
Original e divertido, comovente e encantador,
CAPUCHINHO VERMELHO: A VERDADEIRA
HISTÓRIA reinventa uma das mais conhecidas
histórias de todos os tempos. Um filme que fará a
delícia dos mais novos, dos novos de espírito... e de
todos os outros.
REALIZADORES: Cory Edwards, Todd Edwards.
INTÉRPRETES (VOZES): Inês Castel-Branco, Simone de Oliveira, Luis Esparteiro, João Lagarto, Vítor
de S
_____________________________________________________________________________________________________________
Fonte: http://www.dvdpt.com/c/capuchinho_vermelho_a_verdadeira_historia.php
Ilustração 19-Capa do Filme
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Reflexão Sobre a Primeira Parte
da Pesquisa
Após uma longa pesquisa o grupo chegou a uma conclusão, vamos pegar na
verdadeira história do capuchinho e altera-la de modo a ficar uma história original e
feita por nós.
Para elaborar a nossa peça de teatro vimos alguns filmes sobre comédia, bem
como “O capuchinho vermelho – A verdadeira história”, e chegamos então a um
acordo, podendo agora passar para a parte prática, ou seja, a construção dos
personagens e guião.
A maior parte dos nossos fantoches serão construídos com material reciclado,
sendo todos bonecos de luva, ou bonecos de vara.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Vídeos tutoriais utilizados
Ilustração 20-Video de apoio 1
Ilustração 21-Video de apoio 2
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Ilustração 22- Filme Capuchinho Vermelho - A verdadeira História
Ilustração 23-Video de inspiração
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Processo de Construção dos
Fantoches
- Processo de Construção do Esquim (Lenhador)
1. Materiais;
Cola branca
Papel de Jornal
Papel de cozinha
Pincéis
Tecidos
Cordel
Um tubo em PVC
Agulha e linha
2. Construção;
Primeiro fizemos uma bola com papel de jornal amachucado.
Depois cobrimos essa bola com pasta de papel que fizemos com cola branca.
papel de cozinha e um pouco de água. Terminado a bola (Cabeça do
Fantoche) deixamos secar.
Em seguida fizemos um buraco na bola de modo a conseguirmos encaixar o
tubo de pvc que seria o corpo do fantoche enquanto outro elemento do grupo
cozia a camisa do mesmo.
Com um cordel atravessamos o tubo de um lado ao outro de modo a fazer os
braços do fantoche e logo de seguida vestimo-lo com a camisa, utilizando cola
para fixar a camisa ao tubo.
Por fim colamos as mãos à camisa, o boné à cabeça e pintamos com
tinta acrílica.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Ilustração 24- Esquim, O lenhador
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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- Processo de Construção da avozinha
1. Materiais;
Uma garrafa pequena
Cordel
Tubo
Cola Branca
Um copo de gelado
Dracalon
Sapatos e Vestido de uma boneca
Spray Cinzento
2. Construção;
Inicialmente começamos por cortar a garrafa ao meio e encher com dracalon
para dar consistência.
Depois fizemos 4 furos na garrafa. Dois em cima e dois em baixo, de modo a
podermos enfiar o cordel que mais tarde daria origem aos braços.
Inserido o cordel, metemos um bocadinho de tubo ligado a cada cordel. E
assim estava completado o corpo da avozinha.
Em seguida vestimos a garrafa e calçamos os sapatos.
Pegamos então no copo de gelado de modo a aproveitar a cabeça, e fizemos
uma abertura de modo a encaixar no gargalo da garrafa.
Colamos com cola branca e fizemos o cabelo com dracalon, pintando em tons
de cinza.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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E finalmente tínhamos a avozinha.
Ilustração 25- Avozinha
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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- Processo de Construção do lobo
1. Materiais;
2 Caixas de Oreo
Cola Branca
Fita Adesiva
Um gargalo de uma garrafa
Pasta de papel
Spray Castanho
Tinta Acrílica
2. Construção;
Inicialmente ligamos uma caixa a outra com a fita adesiva e o gargalo da
garrafa também, de modo a ficar uma espécie de focinho.
Depois cobrimos tudo com dracalon para imitar o pelo do lobo e pintamos com
spray castanho.
Em seguida fizemos as orelhas com cartão e colamos igualmente.
Por fim fizemos os olhos com pasta de papel, pintamos com tinta acrílica e
colamos em cima do focinho do lobo.
Ilustração 26- Lobo mau
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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- Processo de Construção do ET
1. Materiais;
Uma embalagem de compal essencial
Pasta de papel
Caixa de ovos
Bola de ping-pong
Spray verde e vermelho
2. Construção;
Primeiro cortamos a caixa de ovos em forma de ET, depois colamos à
embalagem de compal, e com as bolas de ping pong fizemos os olhos.
Por fim pintamos tudo com spray
Ilustração 27- ET
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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- Processo de Construção do Capuchinho Preto
1. Materiais;
Tecido Preto
Pasta de papel
Tinta Acrílica
Olhos de plástico
2. Construção;
Primeiro fizemos o capuchinho com o tecido preto, e cozemos à máquina.
Depois fizemos a cara com pasta de papel e colamos ao capuchinho.
Por fim foi só realizar os pormenores, como o cabelo, os olhos, a boca, etc.
Nota: O processo de construção do Capuchinho preto foi igual.
Ilustração 28-Capuchinho Vermelho Ilustração 29-Capuchinho Preto
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Divulgação do Projecto
A divulgação do projecto foi realizada de várias formas. Através de cartazes,
flyers, newsletters, e em formato digital através das redes sociais, do blog.
Em baixo ficam os trabalhos definitivos, e algumas ideias que foram surgindo.
Ilustração 30-Cartaz Definitivo Ilustração 31-Exemplo Cartaz 1
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Endereços do Projecto
http://capuchinhovermelhooraptodaavo.blogspot.com/p/elenco.html
http://www.facebook.com/profile.php?id=100002256654331
http://www.youtube.com/user/naniii27
Ilustração 32-Exemplo Cartaz 2 Ilustração 33-Exemplo Cartaz 3
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Conclusão
Este projecto foi algo que precisou de muito empenho e tempo, e embora tenha
sido uma experiência nova para todos os elementos do grupo acho que todos
aprendemos imenso.
Apesar de todas as divergências, e de haver alguns dilemas acabamos por atingir os
nossos objectivos, e ficamos satisfeitos com o resultado final.
Ambos sabemos que podia ter existido mais esforço, contudo estamos conscientes
disso, e retiramos uma lição para futuros trabalhos.
Conseguimos perceber a importância do teatro de animação com fantoches, e não
só para crianças, mas também para jovens, adultos, idosos, não importa a idade, e a
prova disso foi o resultado na nossa performance, em que conseguíamos ouvir o riso
do público, e para além da nota final, ou do trabalho que tivermos, mais importante é
que nos divertimos e entramos verdadeiramente no papel de cada personagem,
conseguindo transmitir ao público a alegria que sentíamos.
Concluímos assim um longo ciclo de trabalho, que nos deixa cansados mas felizes
com o resultado.
Projecto de Animação com Fantoches * Capuchinho Vermelho – O rapto da avó
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Bibliografia
CAPUCHINHO VERMELHO - A VERDADEIRA HISTÓRIA Http://www.youtube.com/watch?v=SZmbQxPjSP0 (8 de Abril de 2011; 16h28m)
Classic Television Blog - Comedian Rodney Dangerfield Http://www.youtube.com/watch?v=9FPv2toi5og (8 de Abril de 2011; 16h35m)
História da Comédia
Http://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9dia (8 de Abril de 2011; 16h45m)