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Página | 1 Dossier de Mercado França PROJETO DE PROMOÇÃO INTERNACIONAL

Dossier Mercado França 2 Revisto - APCMC€¦ · Por tudo isto, e ainda pela exigência de qualidade que coloca nas suas relações comerciais, a França disfruta de imagem de prestígio

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Dossier de Mercado França

PROJETO DE PROMOÇÃO INTERNACIONAL 

 

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DOSSIER DE MERCADO ‐ FRANÇA  

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FICHA TÉCNICA 

 

Promotores  APCMC – Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção 

APEMIP – Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de 

Portugal 

   

Conteúdos  Pamésa Consultores 

   

Data  2018 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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ÍNDICE 

1. CARATERIZAÇÃO ..................................................................................................... 7 

1.1 Território ..................................................................................................................... 7 

1.2. A IMPORTÂNCIA DO MERCADO FRANCÊS ................................................................. 9 

2. INDICADORES ECONÓMICOS ................................................................................ 13 

2.1 A DISTRIBUIÇÃO ECONÓMICA POR SETOR DE ATIVIDADE ....................................... 17 

2.2. A COMPETITIVIDADE, A TRANSPARÊNCIA E OS OBSTÁCULOS ................................ 18 

3. O COMÉRCIO INTERNACIONAL E AS POSIÇÕES DE PORTUGAL .............................. 24 

3.1.  AS  TROCAS  COMERCIAIS  (exportações/Importações)  DE  BENS  E  SERVIÇOS  COM 

PORTUGAL ...................................................................................................................... 26 

4. A EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO PORTUGUESES 

PARA FRANÇA .......................................................................................................... 35 

5. O INVESTIMENTO FRANCÊS NO IMOBILIÁRIO PORTUGUÊS ................................... 39 

6. TENDÊNCIAS, RECOMENDAÇÕES E OPORTUNIDADES ........................................... 46 

7. O REGIME GERAL DE IMPORTAÇÃO ...................................................................... 60 

7.1. Condições Legais de Acesso ao Mercado Francês ................................................... 60 

7.2 Informações Úteis ..................................................................................................... 62 

7.3. Contactos Úteis ........................................................................................................ 64 

BIBLIOGRAFIA........................................................................................................... 69 

 

 

 

 

 

 

 

 

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ÍNDICE DE FIGURAS, QUADROS E GRÁFICOS 

 

Figura 1: Mapa França ...................................................................................................... 7 

 

Quadro 1: Previsões Indicadores Macroeconómicos França ......................................... 14 

Quadro 2: Perspetivas Economia Francesa .................................................................... 15 

Quadro 3: Distribuição Económica por Setor ................................................................. 17 

Quadro 4:: Ambiente de Negócios França ..................................................................... 18 

Quadro 5: Pilares Competitividade ................................................................................ 20 

Quadro 6: Balança Comercial de Bens Ranking Mundial ............................................... 24 

Quadro 7: Principais Clientes Mercado Francês em 2016 ............................................. 25 

Quadro 8: Principais Fornecedores Mercado Francês em 2016 .................................... 25 

Quadro 9: Balance commerciale des biens entre la France et le Portugal entre 2008 et 

2017 ................................................................................................................................ 26 

Quadro 10: Evolution sur les 10 dernières années du commerce bilatéral de biens de la 

France avec le Portugal .................................................................................................. 27 

Quadro 11: Structure sectorielle des importations françaises en provenance du Portugal 

en CPA17/36 en 2017 ..................................................................................................... 28 

Quadro  13:  Structure  sectorielle  des  exportations  françaises  vers  le  Portugal  en 

CPA17/36 en 2017 .......................................................................................................... 30 

Quadro 14:: Echanges de services entre le Portugal et la France de 2012 à 2017 ........ 31 

Quadro 15: Types de services exportés par la France vers le Portugal de 2012 à 2017 32 

Quadro 16: Types de services importés par la France depuis le Portugal de 2012‐ 2017

 ........................................................................................................................................ 33 

Quadro 17: Comércio Internacional da Fileira de matérias de Construção ............... Erro! 

Marcador não definido. 

Quadro 18:  Imóveis adquiridos por não residentes, por escalão de valor unitário, em 

Portugal .......................................................................................................................... 40 

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Quadro 19: Principais países de residência dos compradores não residentes, em valor 

transacionado (e peso no total das aquisições de não residentes) ‐ 2012 a 2017 ........ 41 

Quadro 20: Imóveis transacionados, total e adquiridos por não residentes, por NUTS III 

(2017) .............................................................................................................................. 43 

Quadro 21: Contratos de  compra e  venda de prédios,  segundo o  tipo de prédio,  em 

Portugal .......................................................................................................................... 44 

 

Gráfico 1: Pilares de competitividade ............................................................................ 19 

Gráfico 2: Obstáculos à realização de Negócio .............................................................. 22 

Gráfico 3: Evolution sur les 10 dernières années du commerce bilatéral de services de la 

France avec le Portugal .................................................................................................. 31 

Gráfico 4: Comércio Internacional de Materiais de Construção 2017/2018 ................. 36 

Gráfico 5: Comércio Internacional da Fileira de Materiais de Construção – França ..... 36 

Gráfico 6: TOTAL‐ Comércio Internacional da Fileira de Materiais de Construção........ 37 

Gráfico 8: Compradores Estrangeiros Em Portugal ........................................................ 42 

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1. CARATERIZAÇÃO 

1.1 Território 

 Figura 1: Mapa França  Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU)   

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Área:  

543 965 km2  

 

População:  

66,6 milhões de habitantes 

O  território  francês  é  composto  por  18  regiões  administrativas:  13  metropolitanas 

(França continental) e 5 regiões ultramarinas.  

 

Capital:  

Paris‐ Île de France (12 milhões de habitantes) 

Outras cidades importantes:  

Lyon  (2,2  milhões  de  hab.);  Marseille‐Aix‐en‐Provence  (1,7  milhões  de  habitantes.); 

Toulouse (1,2 milhões hab.); Lille (1,2 milhões hab); Bordeaux (1,1 milhões hab.); Nice 

(1,0 milhão hab.); Nantes  (884 mil  hab.);  Strasbourg  (764 mil hab.); Rennes  (680 mil 

hab.); Grenoble (675 mil hab.); Rouen (655 mil hab.); e Toulon (607 mil hab.) 

 

A língua oficial é o francês; dos numerosos dialetos regionais, destacam‐se o bretão e o 

basco. 

 

Unidade monetária: Euro (EUR) 

1 EUR = 1,1836 USD (fim de dezembro 2017) 

1 EUR = 1,1297 USD (média anual 2017). 

 

Risco País: A (AAA = risco menor; D = risco maior) ‐ EIU, novembro 2017 

Risco Político ‐ AA 

Risco de Estrutura Económica – A 

 

 

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1.2. A IMPORTÂNCIA DO MERCADO FRANCÊS 

 

A França constitui um dos maiores mercados da Europa em termos de consumidores 

(66,6 milhões de habitantes) com bom poder de compra (29,4 mil euros ‐ PIB per capita). 

As relações entre França e Portugal vão muito para além das transações comerciais dado 

que  envolvem  outras  situações  económicas,  políticas  e  sociais  que  decorrem  não 

somente da  sua  integração no  tratado da U.E.  e da moeda única, mas  também, dos 

movimentos migratórios ocorridos ao longo de décadas.  

De  facto,  existem  laços  históricos  e  culturais  profundos  considerando  que  neste 

território  vive  uma  vasta  comunidade  de  origem  portuguesa  que  contribui  para 

desenvolver o conhecimento mútuo e facilitar a promoção de negócios. Há em França 

um mercado específico para os produtos ditos “da saudade”, geralmente, alimentares e 

bebidas  destinados  especificamente  à  comunidade  portuguesa  ali  residente  que 

estimula negócios e outros relacionamentos.  

Também, é uma realidade que em Portugal existe uma crescente comunidade francesa 

que vive e investe em vários setores contribuindo para o desenvolvimento de múltiplas 

parcerias  comerciais de enorme valor económico,  social e  cultural. A este propósito, 

uma nota  recente do Banco de Portugal  (BP)  ,  informa o  seguinte:”… os dispositivos 

fiscais e promocionais (vistos Gold) para atrair residentes não habituais têm conhecido 

elevado sucesso. Neste contexto, mais de 30 000 reformados franceses já se instalaram 

em Portugal desde o início do dispositivo, com reflexos significativos no investimento e 

na procura interna”. 

O mercado francês tem vindo a ocupar, nos últimos anos, a 2ª posição no ranking dos 

principais clientes de Portugal, pelo que estamos em presença de uma economia com 

importância estratégica, designadamente, para as empresas (da indústria, do  comércio, 

distribuição,  mediação,)  que  integram  os    setores  da  fileira  da    construção    e    do 

imobiliário. 

As  exportações  para  o  mercado  francês  têm  vindo  a  subir  de  forma  permanente, 

contribuindo para o equilíbrio da balança comercial portuguesa que regista, a partir de 

2010, um saldo positivo no comércio com este mercado.  

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De  facto,  em  2016,  o  saldo  foi  da  ordem  dos  1,49  mil  milhões  de  euros,  tendo  as 

exportações atingido 5,6 mil milhões de euros. A  taxa de cobertura das  importações 

passou de 105,7% em 2010, para 135,7% em 2016.  

A França é dos primeiros clientes de vários produtos tradicionais com peso significativo 

na economia portuguesa, como é o caso dos vinhos do Porto, da Madeira e do vinho 

verde, do mobiliário, dos materiais de construção, do papel, das cerâmicas, cortiças e 

dos moldes.  

Também, ocupa posições de relevo noutros setores como a indústria têxtil e vestuário 

e do calçado. Importa realçar, ainda, o turismo proveniente de França que tem vindo a 

crescer em valor e em número de visitantes, bem como o investimento francês nesta 

atividade,  designadamente,  na  restauração  e  hotelaria.  Aliás,  é  consensualmente 

atribuída ao crescimento do turismo a evolução positiva nos negócios das empresas dos 

setores referidos.  

Também,  devido  à  realização  regular  de  certames  de  projeção  mundial,  como  a 

BATIMAT que é maior feira mundial dedicada aos setores da  fileira da  construção, e a 

MIPIM‐ mostra internacional do investimento para o  setor imobiliário‐ fazem da França 

um importante mercado para a promoção internacional da oferta.  

O investimento francês em Portugal é relevante em termos de volume e projeção em 

vários  setores  de  atividade  importantes,  como,  o  das  tecnologias  de  informação  e 

comunicação  (TIC),  das  tintas,  da  vitivinícola,  da  moda,  etc.,  de  que  são  exemplos 

recentes,  a  aquisição da Robbialac,  de diversas  unidades  vitivinícolas  no Douro ou  a 

instalação de uma fábrica ligada ao Grupo Louis Vuitton, em Ponte de Lima.  

Há também avultados investimentos no setor auto (Renault, PSA, Faurecia, Eurocast), 

bem como do setor aeronáutico (Lauak, Mecachrome) e em vários serviços (financeiros‐

BNPParibas, seguros‐AXA‐Ageas, etc.). 

De acordo com informações oficiais relativas ao investimento francês em Portugal, as 

conclusões  do  estudo  “Marca  Portugal”,  apresentado  na  5.ª  Conferência  Franco‐

Portuguesa, com a presença do ministro da Economia e das Finanças francês, Michel 

Sapin, e também do seu homólogo português Mário Centeno e do primeiro‐ministro, 

António Costa, referem: 

“…  a  França  mantém  uma  posição  de  topo  na  economia  portuguesa  e  tornou‐se  o 

primeiro investidor estrangeiro em Portugal em termos de investimento indireto.  

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… é previsível que se mantenha uma continuidade do nível de investimento francês em 

Portugal. A presença de representantes do governo francês em Lisboa mostra que há 

vontade de fazer crescer a relação ainda mais. 

… O  investimento  francês vai aumentar se Portugal mantiver a sua competitividade", 

disse  Pierre  Debourdeau,  presidente  da  secção  portuguesa  dos  conselheiros  do 

Comércio Externo de França,  

O  referido estudo  refere ainda que: “…as  filiais  francesas com presença em Portugal 

ocupam o segundo lugar, depois de Espanha, em termos do número de empresas (582), 

empregados (61 598 postos de trabalho) e volume de negócios (14 274 mil milhões de 

euros). Desde 2014, a França lidera o pódio dos países com filiais em Portugal que mais 

valor geraram nos setores da informação e comunicação, transportes e armazenagem, 

construção e imobiliário, indústria e comércio.” 

Mais  recentemente,  o  investimento  francês  diversificou‐se no  setor  financeiro  e  nas 

novas tecnologias de informação que são essenciais para o desenvolvimento económico 

e apoio ao investimento. 

Em 2018, o banco francês Natixis instalou‐se no Porto e fundamentou as suas opções de 

investimento no seguinte:  

“…como  fator‐chave  para  a  decisão  de  instalar  o  seu  centro  de  excelência  no  Porto, 

Laurent  Mignon,  que  preside  ao  banco  de  investimento  francês,  elege  o  nível  de 

qualificação, aliada à forte qualidade do ensino superior. A valorização das  línguas, a 

mentalidade internacional, bem como a "energia, disponibilidade e orgulho" completam 

as mais‐valias identificadas.  

…. Como explicou, ainda, Laurent Mignon: “…após dois anos de estudo, verificou‐se que 

o Porto cumpria todos os critérios, tanto em termos de localização (a proximidade com 

a sede do banco, em França), como também ‐ e mais relevante ‐ a especialização e a 

preparação dos profissionais.  

E  fundamentou:  ”….que  este  é  um  investimento de  longo prazo,  estamos a  criar  um 

centro Natixis para ficar e gerar vantagens e rentabilidade para o banco, pelo que custos 

laborais e o preço do imobiliário, embora importantes, não foram os fatores que mais 

pesaram na escolha.” 

Também o BNP ‐Banque Nationale de Paris (Paribas) tem vindo a investir fortemente 

em Portugal.  

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Acresce referir que a França é uma das principais potências económicas mundiais pelo 

desenvolvimento  da  sua  indústria  transformadora,  das  mais  avançadas  do  mundo, 

especialmente em setores como o automóvel, a cosmética, a moda,  a química, e pela 

relevância das atividades de serviços, designadamente o turismo.  

Por  tudo  isto,  e  ainda  pela  exigência  de  qualidade  que  coloca  nas  suas  relações 

comerciais, a França disfruta de imagem de prestígio internacional que se repercute na 

valorização dos seus parceiros de negócio. 

Assim, o histórico das  relações bilaterais,  a dimensão e as  caraterísticas do mercado 

francês  evidenciam  que  estamos  em  presença  de  um mercado  estratégico  para  a 

economia portuguesa. 

 

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2. INDICADORES ECONÓMICOS 

 

As projeções seguidas na análise da economia francesa são do Banco Central de França 

(BCF) de dezembro de 2018. Da sua  leitura, concluiu‐se que os principais  indicadores 

perspetivam uma evolução positiva do mercado francês até 2021. Contudo, dados mais 

recentes, não confirmam as previsões uma vez que se verifica uma desaceleração do 

crescimento económico e  tudo aponta para   uma revisão em baixa das projeções de  

2019 e anos seguintes.  

 De facto, dados recentes sobre o ambiente macroeconómico internacional apontam no 

sentido de um final de ciclo de seis anos consecutivos de crescimento embora  afaste, 

no curto prazo, qualquer ambiente de crise, o que é positivo para os negócios. 

As projeções anunciadas pelo BCF apontam para um crescimento do Produto Interno 

Bruto (PIB=valor final de bens e serviços produzidos anualmente) de 1,5% em 2018 e 

2019, 1,6% em 2020 e 1,4% em 2021, o que permite perspetivar uma recuperação ligeira 

da economia e baixa do desemprego. Também mostram que a contribuição do comércio 

externo para o crescimento é praticamente neutra, isto é, o saldo esperado da balança 

comercial francesa será possivelmente nulo.  

Por outro lado, para o consumo, prevê‐se uma subida entre 2019 e 2021, com destaque 

para o consumo das famílias, após a quebra em 2018. 

A inflação, medida pelo índice de preços ao consumidor (IHPC) deverá atingir os 2,1%, 

média anual em 2018, tendo em conta o previsível o aumento dos preços da energia. 

Nos anos seguintes, 2019 a 2021, a inflação deverá rondar entre os 1,6% e 1,7%.  

Vejamos,  o  quadro  síntese  das  variações  em  pontos  percentuais  (2016  a  2021)  dos 

principais indicadores económicos  

 

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 Quadro 1: Previsões Indicadores Macroeconómicos França  Fonte: Banque de France 

 

 

 

 

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O quadro seguinte, segundo  “The Economist Intelligence Unit(EIU), serve para comparar 

dados tendo em conta diferentes cenários macro. 

 Quadro 2: Perspetivas Economia Francesa 

Como  se  pode  verificar  as  previsões  de  2018  a  2020,  diferem das  do  BCF,  são mais 

favoráveis, designadamente, em relação à taxa de crescimento do PIB e do desemprego, 

e menos otimistas relativamente à evolução das contas externas.  

Assim temos:  

‐ O PIB deverá crescer 2% em 2018 e 1,6% em 2019, (abaixo dos valores de crescimento 

previstos para a Zona Euro, que são de 2,1% e 1,9%).  

‐ O consumo privado deverá registar uma variação positiva de 1,8% em 2018 e 1,7% em 

2019,  enquanto o  consumo público  abrandará para  1,4% em 2018 e  1,3% em 2019. 

Também o investimento deverá registar um abrandamento em 2018 e 2019, crescendo 

3,1% e 2,7%,  respetivamente  (após 3,5% em 2017, o maior  crescimento dos últimos 

cinco anos).  

A procura interna deverá aumentar 1,8% e 2% em 2018 e 2019, respetivamente. 

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‐ Para as  importações de bens e serviços, prevê‐se crescimento, em termos reais, na 

ordem dos 3,6% em 2018 e 3% em 2019. Em relação às exportações é esperada uma 

evolução de 3% e 2,5% no mesmo período. 

‐ A taxa de inflação deverá subir no corrente ano para 1,5%, mantendo‐se o mesmo valor 

em 2019. 

‐ O nível de desemprego manter‐se‐á ao longo do período em análise, prevendo‐se, no 

entanto, que mantenha uma trajetória de redução gradual (8,7% em 2018 e 8,4% em 

2019). 

‐ O saldo negativo da balança comercial deverá voltar a aumentar no período 2018‐2019 

e  em termos do seu peso no PIB, prevê‐se que passe para 1% do PIB em 2018 (após 

0,4% do PIB em 2015 e 0,9% em 2017). 

Contudo, importa realçar os dados mais recentes divulgados pelo BCF e pela Business 

France (BF), organismo público que tutela a internacionalização da economia francesa, 

que sinalizam  perspetivas muito animadoras para o investimento estrangeiro que é um 

importante fator de crescimento económico: 

“‐ Em 2017, o país acolheu 1.298 novos projetos de investimento estrangeiro. 

‐ Os EUA são o maior investidor estrangeiro, sendo França o segundo destino europeu 

mais procurado pelos norte‐americanos, apenas atrás do Reino Unido.  

‐ Em 2018, o  investimento externo criou 26.400 empregos, mais 6% do que em 2016. 

Adicionalmente, este investimento permitiu a manutenção de cerca de sete mil postos 

de trabalho”. 

A BF informa ainda que: 

“‐ A França está a beneficiar da anunciada saída do Reino Unido da União Europeia (UE). 

O  Brexit  terá  desviado  parte  do  investimento  externo  da  economia  britânica  para  o 

mercado francês”. 

“‐ Macron anunciou um ambicioso plano de investimento de 1.500 milhões de euros para 

tornar França um líder mundial na Inteligência Artificial (IA)”. 

Sintetizando,  independentemente  dos  cenários macro  considerados  nas  previsões,  o 

mercado  francês  revela  indicadores  positivos, mas  denota  algumas  dificuldades  que 

impedem um crescimento mais robusto e parece  que esta situação se manterá  sem 

alterações significativas no curto/médio prazo.  

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2.1. A DISTRIBUIÇÃO ECONÓMICA POR SETOR DE ATIVIDADE 

 

A distribuição económica por setores de atividade revela o peso e a  importância dos 

mesmos  na  economia  francesa  e  sinaliza  o  nível  de  desenvolvimento  económico  do 

mercado. Isto é, um mercado é tão mais desenvolvido e promissor  quanto maior for a 

contribuição das indústrias transformadoras e dos serviços no valor do PIB.  

A França é a maior potência agrícola da União Europeia, dado que é responsável por um 

quarto  da  produção  agrícola  total.  No  entanto,  este  setor  representa  apenas  uma 

pequena parte do PIB (1,6%) e emprega menos de 3% da população ativa. A atividade 

agrícola francesa é altamente subsidiada por fundos da União Europeia, sem os quais 

dificilmente seria competitiva no atual quadro da concorrência global. Os seus principais 

produtos agrícolas são o trigo, o milho, a carne e o vinho. 

A  indústria  transformadora  francesa  é  forte  e  diversificada,  mas  está  em  fase  de 

mudança  acelerada  por  força  das  novas  tecnologias  associadas  à  digitalização  dos 

processos  e  à  ecoeficiência  da  gestão  industrial  onde  se  integra  o  novo  paradigma 

“Indústria  4.0”.  As  principais  indústrias  são:  as  telecomunicações,  a  eletrónica,  o 

automóvel, a aeroespacial e o armamento.  

Já o setor terciário (serviços) que representa cerca de 80% do PIB, emprega mais de três 

quartos da população ativa.  

Neste setor, assume relevância, o turismo que é dos mais desenvolvidos a nível mundial. 

A França é o primeiro destino turístico do mundo, com 89 milhões de visitantes em 2017 

(representando um aumento de 8% em relação a 2016).  

Há outros serviços que têm, também, peso importante, como o financeiro e os seguros.  

Vejamos o quadro da distribuição económica por setor: 

 Quadro 3: Distribuição Económica por Setor 

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2.2. A COMPETITIVIDADE, A TRANSPARÊNCIA E OS OBSTÁCULOS 

 

A análise dos principais fatores de competitividade, de transparência, etc.,  e obstáculos 

à livre concorrência, é cada vez mais importante para avaliar o nível de atratividade de 

um  mercado  para  expandir  ou  explorar  novos  negócios.  Existem  indicadores  de 

avaliação  com  base  em  critérios  do  mérito  reconhecidos  internacionalmente  que 

importa  considerar dado que  servem para avaliar  as especificidades dos mercados e 

ajudar  o  tecido  empresarial  a  definir  estratégias  de  expansão  e    as  opções  de 

investimento. 

A França é considerada a 5ª. maior economia do mundo pelo valor do PIB de 2.776,30 

biliões de dólares. No  ranking do”  The Global Competitiveness Report posiciona‐se a 

seguir aos EUA, China, Japão e Alemanha. 

Contudo, o mercado francês reúne algumas especificidades que podem condicionar as 

ações comerciais e, por isso,  requerem preparação adequada para as enfrentar, como 

veremos mais à frente.  

As posições no  ranking mundial  (competitividade,  transparência,  facilidade negócios, 

global) estão referidas no seguinte quadro: 

 Quadro 4:: Ambiente de Negócios França 

 

As  posições  (22º  na  competitividade,  23º,    na  transparência,  …)  têm‐se  mantido, 

praticamente,  sem  alteração  significativa,  nos  últimos  cinco  anos,  o  que  demonstra 

ausência de dinâmicas de progressão nestes  indicadores.  Isto é,  existe uma    relativa 

estagnação ao nível dos fatores que se interligam, como, a evolução da produtividade 

da mão‐de‐obra, da eficiência do mercado de trabalho, do investimento e da burocracia. 

Para uma análise mais detalhada, vejamos o gráfico seguinte que mostra a performance 

do  país  relativamente  aos  12  pilares  de  competitividade  considerados  no  relatório 

“Global  Competitiveness  Report”  que  é  publicado  anualmente  pelo World  Economic 

Fórum (WEF).  

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Neste  relatório,  o WEF  define  competitividade  como:  “…  o  conjunto  de  situações  e 

fatores  (pilares de competitividade) que são avaliados segundo critérios reconhecidos 

internacionalmente para o desenvolvimento de negócios e que determinam o potencial 

competitivo de um mercado à escala global”  

O  gráfico    descreve  a    natureza  dos  “pilares”  do   mercado  francês    considerada  na  

avaliação por indicadores: 

 

 Gráfico 1: Pilares de competitividade  Fonte: The Global Competitiveness Report 

Os  fatores  (pilares  de  competitividade)  de  mérito  designadamente,  a  dimensão  do 

mercado,  a  maturidade  tecnológica,  sofisticação  do  mercado,  educação/saúde  e 

infraestruturas, comportam conceitos explicitados no quadro seguinte:  

 

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 Quadro 5: Pilares Competitividade Fonte: The Global Competitiveness Report 

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No gráfico,  é de assinalar a avaliação relativa à maioria dos pilares que se situa acima 

do ponto 5 numa escala de 1 a 7. Isto é, o mercado francês é considerado como muito 

competitivo,  o  que  equivale  a  dizer,  que  disfruta  de  condições  que  proporcionam 

atratividade e forte concorrência. 

Tendo presente estes fatores e as posições no ranking internacional, vejamos, agora, os 

obstáculos  mais  significativos  à  realização  dos  negócios  que  o  mesmo  é  dizer,  as 

condicionantes  de  acesso  ao mercado  que  se  transformam muitas  vezes  em  formas 

encapotadas  de  protecionismo  que  impedem  a  livre  concorrência  e  que,  por  vezes, 

anulam parcialmente o potencial de atratividade. 

Através do exemplo prático, refletido no gráfico seguinte, poder‐se‐á avaliar o resultado 

da  auscultação  efetuada  junto  de  executivos  de  empresas  estrangeiras  que  se 

instalaram em França ou que têm representação neste mercado.  

A amostra selecionada dos respondentes ao inquérito  abrangeu quadros superiores de 

diversos setores com experiência, de pelo menos seis anos, no mercado francês.  

As percentagens atribuídas foram calculadas em função das respostas a uma listagem 

de  fatores  que,  na  prática,  dificultam  a  realização  de  negócios  e  se  traduzem  em 

obstáculos ao desenvolvimento do comércio com o mercado francês.  

A questão colocada  foi  simples:  Indicar os cinco obstáculos mais problemáticos, com 

classificação de 1 (o menos) a 5 (o mais).  

Os resultados constam na tabela seguinte:  

 

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 Gráfico 2: Obstáculos à realização de Negócio  Fontes: World Economic Forum’s Executive Opinion Survey/The Global Competitiveness Report  

 

Como se pode constatar, existem sérios obstáculos, que se transformam usualmente 

nos  designados  “custos  de  contexto”,  sobretudo  para  as  entidades  que  pretendem 

investir  diretamente  neste  mercado.  O  resultado  revela  sobretudo  um  conjunto  de 

dificuldades  como,  regulamentos  tributários,  taxas,  acesso  ao  financiamento,  as 

burocracias legais e as leis do trabalho.  

Sintetizando, temos:

A França ocupa o 31º lugar no ranking global (numa lista de 190 países) relativamente 

ao ambiente de negócios (Ease of Doing Business), (na última edição do relatório Doing 

Business Report 2018, do Banco Mundial); e o 22º. lugar do ranking (num total de 137 

países). (Global Competitiveness Index 2017‐2018, do World Economic Fórum).  

 

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Por isso, há condições favoráveis para os negócios, designadamente: 

‐  O  mercado  francês  tem  dimensão,  é  economicamente  sólido,  desenvolvido  e 

competitivo. 

‐O capital humano possui bom nível de educação/qualificação/formação. 

‐  As  infraestruturas  de  transportes,  de  comunicações,  de  logística  são  de  elevada 

qualidade;  

‐ Os  serviços  (financeiros,  seguros,  transportes,  turismo, …)  são  inovadores nos  seus 

processos;  

‐ A indústria transformadora dispõe de elevada qualidade e inovação;  

‐ O poder de compra da população é elevado; 

‐ A política de investimentos anunciada e o Brexit podem suscitar novas oportunidades 

pelo  crescimento  da  procura  dirigida  às  empresas  dos  setores  dos  materiais  de 

construção e do imobiliário.   

Mas, por outro lado, há que ter em conta alguns pontos negativos (1):   

 ‐ A complexidade da legislação laboral; 

‐ O custo do trabalho (mão de obra);  

‐ A elevada carga tributária; 

 ‐ A burocracia dos serviços públicos; 

‐ As dificuldades de acesso a financiamento.  

‐ O protecionismo sobre a oferta doméstica.  

 

(1) Fonte : Tableau de bord de l’Attractivité de la France 2017” ‐ Business France):  

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3. O COMÉRCIO INTERNACIONAL E AS POSIÇÕES DE PORTUGAL 

 

Os dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), evidenciam que a França ocupa 

o  7º  lugar  como exportador  e  o  6º  como  importador  no  ranking mundial  (3,1% das 

exportações mundiais e 3,5% das importações). 

Entre 2012‐2017, a balança comercial francesa de bens foi sempre deficitária, porém, a 

taxa de cobertura das  importações  tem vindo a aumentar e  situou‐se nos 87,2% em 

2016, quando em 2012 foi de 83,8%, o que revela tendência positiva.  

Em 2016, as exportações francesas atingiram 441,7 mil milhões de Euros (‐0,7% face ao 

ano anterior), enquanto as importações registaram 506,5 mil milhões de Euros (‐0,2%). 

O défice comercial foi de 64,7 mil milhões de Euros (+3,5%) face ao ano anterior, mas   

(‐23%) quando comparado com o valor registado em 2012.  

 

 Quadro 6: Balança Comercial de Bens Ranking Mundial  

 

As exportações francesas para Portugal atingiram € 4,8 mil milhões (+ 4,3%) enquanto 

as importações ascenderam a 5,9 mil milhões de euros (+ 5,6%).  

Como se pode verificar nos quadros seguintes, Portugal ocupava o 18º lugar do ranking 

de  clientes,  representando  1%  do  total.  Como  fornecedor,    ocupava  o  15º  lugar, 

representando 1,1% do total das importações francesas. 

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 Quadro 7: Principais Clientes Mercado Francês em 2016 

 

 Quadro 8: Principais Fornecedores Mercado Francês em 2016 

 

Os dados mostram que evolução do comércio entre França e Portugal tem sido positiva, 

mas a reduzida relevância do mesmo denota que há muito trabalho a desenvolver no 

sentido  de  aumentar  quotas  (posições)  tendo  em  conta  que  se  trata  de  mercado 

estratégico para a economia nacional.  

 

 

 

 

 

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3.1. AS TROCAS COMERCIAIS  (exportações/Importações) DE BENS E SERVIÇOS COM PORTUGAL  

 

Como  se  depreende  do  anteriormente  referido,  Portugal  detém  posições  pouco 

relevantes no comércio com o mercado francês quando comparadas a  outros mercados 

de  idêntica  dimensão,  pelo  que  é  urgente  equacionar  estratégias  de  expansão  que 

contribuam  para melhorar  posições,  promover  a  imagem  e  a  notoriedade  da  oferta 

nacional e a divulgação das vantagens competitivas em determinados segmentos alvo.  

Para avaliar a situação atual das trocas comerciais entre os dois mercados e ter uma 

visão  mais  abrangente  sobre  os  montantes  envolvidos,  vejamos  separadamente  os 

movimentos  relativos  a  Bens  transacionáveis  e  aos    Serviços,  segundo  fonte  do 

Ministério da Economia e Finanças de França. 

(Nota importante: Os dados são de fontes oficiais francesas, por isso, nos quadros ou gráficos, quando 

referem    “Importations”  (correspondem  a  exportações  portuguesas)  e    “Exportations”  (refere‐se  a 

importações  portuguesas).  Os  valores  relativos  a  saldos  quando  negativos  (‐)  são  positivos  para 

Portugal e vice versa).  

Relativamente a Bens, a evolução da balança comercial tem tido um comportamento 

favorável a Portugal como se pode constatar pelo quadro e gráfico seguintes:  

 Quadro 9: Balance commerciale des biens entre la France et le Portugal entre 2008 et 2017  Fonte : Ministère de l'Économie et des Finances 

 

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 Quadro 10: Evolution sur les 10 dernières années du commerce bilatéral de biens de la France avec le Portugal  Fonte : Ministère de l'Économie et des Finances 

 

Os valores acima mostram a evolução de 2008 a 2017. Também evidenciam que a partir 

de 2010, se verificou a inversão da tendência do saldo da balança comercial (passou de 

negativo para positivo) a favor de Portugal e assim se tem mantido até ao presente.  

Sobre a evolução mais recente, os quadros seguintes mostram a variação percentual de 

2017  em  relação  a  2016,  por  rubricas,  de  acordo  com  a  nomenclatura  seguida  pelo 

Banco de França. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Exportações de Bens:  

 Quadro 11: Structure sectorielle des importations françaises en provenance du Portugal en CPA17/36 en 2017 Fonte: Banque de France       

 

A análise  permite concluir sucintamente:  

‐  As  exportações  de  Bens  portugueses  para  França  registaram  recentemente  uma 

evolução excecionalmente positiva. Em 2017, atingiram um total de cerca de 5,9 mil 

milhões de euros (+ 5,6%) em relação ao ano anterior. Porém, mais da metade (57,5%) 

das exportações corresponde ao grupo de outros produtos industriais (Autres produits 

industriels). 

 ‐  As  rubricas  produtos  manufaturados  diversos,  527,3  M€  (+9,4%),  produtos 

metalúrgicos e metálicos 491,3 M€ (+3,3%) totalizam, 1 018,6 M€. Parte destes valores 

correspondem a exportações de materiais de construção. 

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(Nota: Os dados do AICEP/INE indicam que, em 2017, as exportações de materiais de construção para o 

mercado francês atingiram cerca de 699.549 milhões €, como veremos em detalhe mais à frente, o que 

representa cerca de 68,7% do total de 1018 M€.) 

‐  Os  materiais  de  transporte  representam  cerca  de  mil  milhões  €,  16,8%  das 

exportações nacionais.  

A  variação  de  (+  24,3%)  nesta  componente  deve‐se  ao  aumento  da  atividade  das 

empresas fabricantes do setor automóvel (Renault, PSA, Faurecia, Eurocast), instaladas 

em Portugal  bem  como do  setor  aeronáutico  (Lauak, Mecachrome)  cuja  produção é 

quase exclusivamente dedicada à exportação.  

‐  Os  equipamentos  mecânicos,  equipamento  elétrico,  eletrónico  e  de  informática 

representaram (+12,1%) do total e os produtos da indústria agroalimentar atingiram  

(+9%). 

‐  As  variações  mais  significativas,  além  das  referidas,  correspondem  a  produtos 

agrícolas,  silvícolas,  pesca  e  aquacultura  (+26,8%),  a  hidrocarburantes  naturais  e 

outros  produtos  da  indústria  extrativa,  …  (+11,8%),  equipamentos  mecânicos, 

eletrónico  e  informático  (+10,8%),  madeira,  papel  e  cartão  (+10,9%)  e  produtos 

manufaturados diversos (+48,3%). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Importações de Bens:  

 Quadro 12: Structure sectorielle des exportations françaises vers le Portugal en CPA17/36 en 2017  Fonte Banque de France 

A leitura do quadro acima, evidencia:  

‐ Os produtos agrícolas e florestais, pesca e piscicultura representaram, em 2017, 5,7% 

(275,8 milhões de euros), com crescimento significativo (+ 13,1%). A seca e os incêndios 

do  verão  em  Portugal  podem  explicar  o  aumento  da  importação  destes  produtos 

(especialmente cereais). 

‐ Os equipamentos de transporte caíram 2,7%. A diminuição é explicada em parte pela 

redução na compra de Aeronaves, apenas três aeronaves da Airbus foram adquiridas 

pelas companhias aéreas portuguesas (Azores Airlines e Hi Fly). 

‐  Os  equipamentos  mecânicos,  material  elétrico,    eletrónico  e  informático 

representaram 16,7% ( 804,2 milhões de euros). O crescimento (+ 13,6%) é em parte 

explicado pelo aumento do investimento produtivo em novas tecnologias. 

 

Vejamos as transações com  Serviços. 

Os  Serviços  são  cada  vez  mais  importantes  no  contexto  do  comércio  internacional 

porque permitem avaliar as dinâmicas e o grau de desenvolvimento do mercado em 

atividades como, as turísticas, as financeiras e a logística que são fundamentais para o 

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desenvolvimento  económico  pelo  impacto  que  proporcionam  no  investimento,  no 

consumo, no valor acrescentado e na criação de novos postos de trabalho.  

Os dados também evidenciam que o saldo da balança comercial tem vindo a aumentar 

e  de  forma muito  expressiva  a  favor  de Portugal  que  está  a  exportar  cada  vez mais 

Serviços para França, conforme se pode avaliar pelo quadro e gráfico seguintes: 

 Quadro 13:: Echanges de services entre le Portugal et la France de 2012 à 2017   Fonte: Banque de France 

 

 Gráfico 3: Evolution sur les 10 dernières années du commerce bilatéral de services de la France avec le Portugal  Fonte: Banque de France 

 

Os negócios com  Serviços, por rubricas, tiveram a seguinte evolução:  

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Importações (M€) 

 Quadro 14: Types de services exportés par la France vers le Portugal de 2012 à 2017  Fonte: Banque de France 

 

As  importações portuguesas  aumentaram  7,6%,  e  atingiram  os  1.337,5   milhões  de 

euros em 2017. Estes valores colocam a França como um dos principais prestadores de 

serviços a Portugal, logo atrás da Espanha e do Reino Unido. 

O destaque vai para  rúbrica Viagens e turismo, com o montante de 597,2 milhões de 

euros que representa 44,6% do total das importações. Os Outros serviços às empresas 

diminuíram  1,4%,  atingindo  237,7 milhões  de  euros.  Os  Transportes  representaram 

153,4 milhões de euros (+ 10,2%). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Sobre Exportações, vejamos o quadro seguinte: 

Exportações (M€) 

 Quadro 15: Types de services importés par la France depuis le Portugal de 2012‐ 2017  Fonte: Banque de France 

 

‐  Os  dados  sinalizam  o  crescimento  excecional  das  rubricas  Viagens  e  turismo  que 

representa 54,6%, em 2017, e dos Transportes com 21,1%.  

Os valores mostram a relevância da atividade turística que decorre do elevado número 

de franceses que visitam  o nosso país. Em 2016, França foi o terceiro maior cliente de 

Portugal,  com  uma  quota  de  13,1%,  depois  de  Espanha  e  do  Reino  Unido.  Foi  o  2º 

mercado com maior geração de receitas turísticas, com cerca de  2,27 mil milhões de 

euros, depois do Reino Unido. Em 2017, esta tendência permaneceu com um aumento 

de 9% na receita gerada (cerca de 2,48 mil milhões de euros). 

‐ No que diz  respeito  a  serviços  relacionados  com o  setor da    fileira da   Construção 

verifica‐se evolução muito positiva até 2016 e ligeiro decréscimo (‐3,1%) em 2017.  

O relatório do BCF refere os contributos das atividades de empresas portuguesas em 

França,  designadamente,  a  Constructel  (filial  do  grupo  Visabeira),  no  setor  das 

instalações  de  infraestruturas  de  telecomunicações;  ou  a  Caixiave  France  (grupo 

Caixiave), nas instalações de janelas e portas; ou a Roff e a Sketchpixel na montagem 

de TIC’s para a construção. 

Estes exemplos confirmam o potencial deste mercado para a oferta nacional de serviços 

relacionados com a fileira da construção. 

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‐ No que se refere a Outros serviços a empresas, representaram 10,9% (cerca de 0,5 mil 

milhões de euros) em 2017, e um crescimento de 13,1%, em relação a 2016.  

A  evolução  decorre  da  atividade  de  empresas  francesas  implantadas  em  Portugal, 

designadamente (Thales, BNP Paribas, Natixis, Armatis‐lc), de Tecnologia Informática‐TI 

(GFI  Informatique,  Altran)  e  de  Call  centers  (Teleperformance,  Webhelp,  Altice  ). 

Também resulta da presença crescente em Portugal de grandes grupos ligados à grande 

distribuição (Auchan, Intermarché, Leclerc, Conforama, La Redoute, FNAC, Decathlon e 

Leroy‐Merlin),  aos  seguros  (AXA‐AGEAS),  o  crédito  ao  consumo  (Cofidis)e  aos 

transportes (VINCI).  

Em síntese, temos:  

‐ A França passou a ser, desde 2015, o segundo maior mercado para as exportações 

portuguesas, depois da Espanha, tendo ultrapassado a Alemanha;  

‐ É um mercado diversificado, dos mais importantes para setores como,  o automóvel, o 

material elétrico, calçado, mobiliário, bens alimentares e bebidas, têxteis e confeções, e 

materiais de construção;  

‐ É responsável pelo maior saldo positivo da balança comercial portuguesa (cerca de 3,5 

mil milhões €);  

‐ É o segundo maior mercado para a oferta de serviços portugueses, tais como viagens 

e turismo e a construção civil.  

 

 

 

 

 

 

 

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4. A EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO PORTUGUESES 

PARA FRANÇA 

 

Do referido anteriormente, constata‐se que as exportações de Bens e Serviços para o 

mercado  francês  têm  vindo  a  evoluir  muito  positivamente,  mas  tendo  em  conta  o 

objetivo  do  presente  trabalho  vejamos,  a  evolução  das  vendas    de   materiais  de 

construção por rubricas:  

 

‐Exportação de materiais de construção (M€)  

  

Quadro 2: Comércio Internacional da Fileira de Materiais de Construção – FRANÇA  Fonte: AICEP/INE Nota: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2013‐2017; (b) Taxa de variação homóloga 2017 (2013 a 2016: resultados definitivos; 2017: resultados provisórios) § ‐ Coeficiente de variação >= 1000% ou valor zero em no período 2013‐2016 (série 2013‐2017) ou em 2017  ‐ Informação pública, corrigida de valores confidenciais 

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 Gráfico 4: Comércio Internacional de Materiais de Construção 2017/2013 e 2017/2016  Fonte: AICEP 

 

 Gráfico 5: Comércio Internacional da Fileira de Materiais de Construção – França‐ Fonte: AICEP 

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Como se pode verificar os valores mais relevantes correspondem à rubrica Metais que, 

em 2017, representou cerca de 57,6% do total. 

Nos últimos anos, o crescimento das vendas dos Metais tem sido constante. Em 2016, 

as vendas foram de 349 987 M€, em 2017 de 403 435 M€ e em 2018 (jan. a nov.) o 

atingiu cerca de 418 874 M€. 

No gráfico seguinte, podemos verificar a variação percentual das vendas de materiais 

de construção nos períodos de 2013 a 2017, entre 2016 e 2017 e entre 2017 e 2018.  

 Gráfico 6: TOTAL‐ Comércio Internacional da Fileira de Materiais de Construção Fonte: AICEP/INE 

 

Sintetizando, temos:  

‐O valor total das vendas de exportação de materiais de construção para França, atingiu 

cerca de 651 milhões de Euro, em 2017 e em 2018, até novembro subiu para valores 

superiores a 710 milhões de Euro.  

A variação entre 2013 e 2017 foi de 7,1 % e a variação entre 2017 e 2018 (até novembro) 

foi  de  9,1%,  o  que  denota  tendência  de  crescimento  com 2018  a  atingir  recorde  de 

vendas.  

‐  O  contributo  mais  significativo  para  as  exportações  vem  naturalmente  da  rúbrica 

metais que corresponde, como já  referido, a cerca de 57,6% das vendas em 2017, e em 

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2018, subiu para 58,9% do total. A variação entre 2013 e 2017 atingiu (+ 11,1%), e entre 

2018 (até novembro) e 2017,  (+9%).  

‐ Os artigos de cerâmica, em 2017,  tiveram uma variação de (‐0,2%) em relação a 2013, 

o que denota estagnação ou tendência de queda ligeira, que se deverá manter em 2018 

(de  jan.º. a nov./18, as vendas foram de 95 674 M€ enquanto no mesmo período de 

2017 foram de 98 229 M €). Estes artigos representaram,  em 2017,  cerca de 14,9 % do 

total.  

‐ Os artigos de madeira têm vindo a crescer desde 2013 (26 997 M€) a 2017 (38 478 

M€). Em 2018,  as exportações devem atingir cerca de 39 000 M€, isto é,  ligeiramente 

acima dos valores de 2017. As madeiras representam cerca de 5,5% do total exportado. 

‐  As  vendas  de  rochas  ornamentais,  após  a  descida  entre  2013  e  2014,  têm  vindo 

igualmente  a  crescer  todos  os  anos,  recuperando,  em  2017,  os  níveis  próximos  dos 

atingidos em 2013, cerca de 71 000 M€. Os dados de 2018 superam o melhor período 

(2013) com valores superiores a 75 000 M€. Representaram, em 2017, cerca de 10,1 % 

do total.  

‐ Os cimentos, gesso, betão, têm vindo a subir ligeiramente todos os anos. A tendência 

é de sustentabilidade no crescimento das vendas que atingiram 19 090 M€ em 2013 

para os 24 188 M€ em 2017. Em 2018, estima‐se uma variação excecional (+ 24,5%). Em 

relação ao volume total das exportações representam cerca de 3,4%.  

‐ Os produtos de cortiça, também evoluíram positivamente de 2013 a 2017. Porém em 

2018, os dados de jan.º. as nov., apontam para uma quebra (‐16,5%).  

‐ Os artigos de plásticos, subiram entre 2013 e 2014. A partir deste ano até ao presente 

estabilizaram vendas a rondar os cerca de 30 000 M€. 

‐  As  tintas  e  vidros  têm  valores  pouco  significativos  em  relação  ao  total,  contudo  a 

variação da taxa de crescimento entre 2017 e 2018 é muito relevante, respetivamente 

de (+32,2%) e de(+32,9%).  

A evolução registada permite reforçar a ideia de que há muito trabalho a desenvolver 

para aumentar e diversificar vendas para este mercado e que  é indispensável promover 

ações comerciais que integrem campanhas de imagem e ações de prospeção no terreno 

com regularidade e intensidade  que o  mercado justifica.  

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5. O INVESTIMENTO FRANCÊS NO IMOBILIÁRIO PORTUGUÊS  

 

Os dados sobre vendas foram recolhidos junto dos Registos e Notariado e da Direção 

Geral  da  Política  de  Justiça,  do  Ministério  da  Justiça  por  nos  parecerem  os  mais 

completos e adequados para os objetivos do presente estudo. 

Os quadros seguintes integram, para além da França, outros mercados, o que permite 

estabelecer comparações e ao mesmo tempo ter elementos para suportar orientações 

de estratégia setorial e recomendações sobre medidas a adotar.  

Tem sido tornado público, que a venda de imóveis a estrangeiros não residentes tem 

aumentado significativamente devido, por um lado, a estímulos financeiros (vistos Gold) 

e, por outro, a dinâmicas relacionadas com o investimento na construção de habitação 

residencial, atividades  turísticas, bem como outros  fatores de atratividade   da oferta 

nacional,  nomeadamente,  os  preços  competitivos  quando  comparados  com  os 

praticados   noutros mercados.   

As condições da  oferta nacional potenciam margens de retorno compensadoras para 

os  investidores estrangeiros a que acresce   o baixo nível de  risco pelo    ambiente de 

estabilidade política e  social,  bem como o nível de  vida acessível,  a  gastronomia e a 

afabilidade das comunidades. 

Tudo  isto,  alavancado  naturalmente  no  crescimento  do  turismo,  tem  induzido  o 

aumento dos negócios nas empresas da  fileira da construção e do      imobiliário que, 

tudo indica, deverá manter‐se  com oscilações decorrentes de eventuais ajustamentos 

da oferta  para satisfazer o nível e a intensidade da  procura em concorrência com outros 

mercados. 

A aquisição de imóveis por parte de população não residente é o indicador de prova do 

referido anteriormente. 

vejamos o seguinte quadro resumo sobre os imóveis adquiridos por não residentes, de 

2012 a 2017:  

 

 

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 Quadro 16: Imóveis adquiridos por não residentes, por escalão de valor unitário, em Portugal Fonte: Direção‐Geral da Política de Justiça do Ministério da Justiça 

 

Os valores globais mostram que no período (2012 a 2017) a venda de  imóveis a não 

residentes sofreu uma autêntica “revolução”, pela positiva. Em quantidade (+152%), em 

valor total (+249%) e em valor médio (+38,6%).  

A evolução permite concluir: 

 ‐ Em 2017, o valor dos  imóveis adquiridos por não residentes atingiu o montante de 

cerca de 2,8 mil milhões de Euro, e o seu peso no total representou 11,5%. 

As vendas de  imóveis aumentaram 19,2% em número e 22,6% em valor,  face a 2016 

(+11,4% e +4,6%, no ano anterior). 

‐ O valor médio dos prédios vendidos em 2017 (160 407€) foi quase 50% superior ao 

valor médio realizado nas transações globais (107 381€). 

‐ No mesmo ano, 6,8% dos imóveis vendidos tinham um valor unitário igual ou superior 

a 500 mil euros, correspondendo‐lhes 36,3% do valor total. 

Importa, agora, para o mesmo período, fazer a análise sobre o mercado de origem dos 

compradores/investidores com base no seguinte quadro:  

NºValor total

(103 €)

Valor médio

(€)Nº

Valor total

(103 €)

Valor médio

(€)Nº Valor total Nº Valor total

2012 6.902 798.484 115.689 205 219.515 1.070.807 3,0 27,5 4,9 8,4

2013 7.926 1.137.532 143.519 528 410.014 776.542 6,7 36,0 5,6 10,7

2014 10.814 1.907.432 176.385 1.128 827.938 733.988 10,4 43,4 7,3 15,7

2015 13.104 2.176.454 166.091 1.043 864.392 828.756 8,0 39,7 7,5 14,4

2016 14.592 2.275.494 155.941 908 824.266 907.782 6,2 36,2 7,3 12,5

2017 17.388 2.789.156 160.407 1.185 1.012.039 854.041 6,8 36,3 7,7 11,5

Peso das aquisições de não residentes

no total do paísAno

Total de imóveis adquiridos por não residentes

Imóveis adquiridos por não residentes, com valor unitário

≥500.000€

Peso dos imóveis com valor unitário

≥500.000€, no total dos imóveis

adquiridos por não residentes

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 Quadro 17: Principais países de residência dos compradores não residentes, em valor transacionado (e peso no total das aquisições de não residentes) ‐ 2012 a 2017  Fonte: Direção‐Geral da Política de Justiça do Ministério da Justiça 

 

Assim, temos:  

‐ Em 2017, e à  semelhança do ano anterior,  foram os  franceses quem mais  imóveis 

adquiram (19,6% do valor total), correspondente a 546.674 milhões de €. Estes valores 

são inequívocos quanto à importância do investimento francês no imobiliário nacional.  

‐ Os residentes do Reino Unido (16,2%), realizaram aquisições de 451.843 milhões de €. 

‐ O Brasil, China e Suíça integram o top 10 das aquisições desde 2015. 

No que se refere aos anos de 2016 e 2017, por serem os mais recentes, importa analisar 

o detalhe porque sinaliza as tendências da procura.  

‐ As vendas em 2017 aumentaram 19,2% em número e 22,6% em valor face a 2016. 

‐ Os franceses foram os que mais imóveis adquiriram em Portugal (19,6% do valor total), 

seguidos pelos residentes no Reino Unido (16,2%).  

‐ No mesmo ano, 2017, 6,8% dos imóveis vendidos tinham um valor unitário igual ou 

superior a 500 mil euros, correspondendo a 36,3% do valor total.  

Ordenação 2012 2013 2014 2015 2016 2017

1º Reino Unido (23,7%) China (18,9%) China (29,4%) Reino Unido (20,6%) França (19,6%) França (19,6%)

2º França (14,9%) Reino Unido (17,9%) França (16,6%) França (17,9%) Reino Unido (19,3%) Reino Unido (16,2%)

3º Alemanha (7,1%) França (14,2%) Reino Unido (15,3%) China (14,4%) China (6,3%) Brasil (6,9%)

4º Suíça (5,7%) Suíça (4,7%) Brasil (4,2%) Brasil (6,2%) Espanha (6,2%) China (6,3%)

5º Ango la (4,9%) Alemanha (4,5%) Suíça (3,9%) Suíça (5,1%) Suíça (4,9%) Suíça (5,5%)

6º Bélgica (4,8%) Angola (4,4%) Angola (3,4%) Bélgica (3,6%) Brasil (4,6%) Alemanha (5,2%)

7º Países Baixos (4,7%) Bélgica (4,1%) Bélgica (3,1%) Angola (3,4%) Alemanha (4,3%) Suécia (4,3%)

8º Rússia (4,5%) Brasil (4,0%) Alemanha (2,5%) Alemanha (3,2%) Bélgica (4,1%) Estados Unidos (4,1%)

9º Estados Unidos (4,5%) Estados Unidos (3,5%) Estados Unidos (2,3%) Suécia (2,8%) Suécia (3,8%) Bélgica (4,0%)

10º Espanha (3,5%) Países Baixos (2,9%) Suécia (2,0%) Estados Unidos (2,7%) Países Baixos (3,4%) Países Baixos (2,7%)

78,4% 79,2% 82,5% 79,9% 76,6% 74,8%T o tal do s 10 principais

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‐ Mais de três quartos (3/4) do valor das aquisições localizou‐se nas regiões do Algarve 

(42,8%) e Área Metropolitana de Lisboa  (35,0%).  Foi nesta última  região que o valor 

médio das aquisições foi o mais elevado (276,8 mil euros). 

‐ Em 2017, o conjunto dos 5 principais compradores, representou cerca de 54,5% do 

valor global de vendas nesse ano. 

Admite‐se que parte do resultado das vendas para os mercados França e Suíça esteja 

também  influenciado  pelas  aquisições  de  emigrantes  portugueses  e  de  luso‐

descendentes radicados naqueles países. 

O  relatório,  2017,  da  ListGlobally  confirma  que:  “…segundo  os  agentes  imobiliários 

Portugueses quem compra mais em Portugal são os franceses (35%), os brasileiros (19%) 

e  os  ingleses  (16%),  sendo  que  estes  dados  se  alinham  com  o  estudo  apresentado 

anteriormente sobre quem são estes clientes e o que procuram.  

… no top dos big spenders podemos encontrar os ingleses (24%), os franceses (20%), os 

alemães (11%), os belgas (9%) e os chineses (8%)”. 

 

 Gráfico 7: Compradores Estrangeiros Em Portugal  Fonte: ListGlobally 

 

 

 

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Para  analisar  a  distribuição  geográfica  dos  investimentos  e  avaliar  o  seu  nível  de 

concentração, temos o seguinte quadro:  

 

 Quadro 18: Imóveis transacionados, total e adquiridos por não residentes, por NUTS III (2017)  Fonte: Direção‐Geral da Política de Justiça do Ministério da Justiça 

 

Região NUTS IIINº total de imóveis

transacionados

Valor total dos imóveis

transacionados (103 €)

Nº de imóveis adquiridos por não residentes

Valor dos imóveis

adquiridos por não residentes

(103 €)

% do valor dos imóveis

adquiridos por não residentes,

face ao valor total dos imóveis transacionados

P o rtugal 226.617 24.334.399 17.388 2.789.156 11,5

N o rte 67.200 4.942.302 3.080 245.356 5,0

Alto M inho 5.361 268.983 408 29.243 10,9

Cávado 7.295 512.604 365 26.326 5,1

Ave 6.488 436.758 266 15.998 3,7

Área M etropolitana do Porto 30.457 3.200.628 1.222 142.479 4,5

Alto Tâmega 2.611 48.269 189 4.881 10,1

Tâmega e Sousa 5.752 246.082 236 13.186 5,4

Douro 5.457 151.041 258 11.267 7,5

Terras de Trás-os-M ontes 3.779 77.937 136 1.976 2,5

C entro 58.024 2.506.340 3.609 226.148 9,0

Oeste 8.854 649.552 886 106.772 16,4

Região de Aveiro 8.406 422.885 351 22.097 5,2

Região de Coimbra 12.950 511.984 794 34.235 6,7

Região de Leiria 7.342 323.413 407 17.154 5,3

Viseu Dão Lafões 6.931 190.924 375 14.181 7,4

Beira Baixa 2.411 73.115 166 3.663 5,0

M édio Tejo 5.601 186.730 298 16.125 8,6

Beiras e Serra da Estrela 5.529 147.737 332 11.922 8,1

Á rea M etro po litana de Lisbo a 56.935 12.123.001 3.522 974.942 8,0

A lentejo 13.712 1.094.120 567 74.999 6,9

Alentejo Litoral 2.162 288.031 201 42.098 14,6

Baixo Alentejo 2.676 190.337 66 4.515 2,4

Lezíria do Tejo 4.145 290.463 117 12.170 4,2

Alto Alentejo 2.147 101.515 93 4.358 4,3

Alentejo Central 2.582 223.775 90 11.857 5,3

A lgarve 20.311 2.916.501 5.827 1.193.862 40,9

R eg. A ut . A ço res 5.567 248.197 307 13.378 5,4

R eg. A ut . M adeira 4.868 503.938 476 60.471 12,0

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É  um  facto  que  existe  concentração  em  determinadas  regiões,  o  que  é  natural, 

considerando a atratividade e grau de desenvolvimento das mesmas para  facilmente 

desenvolver atividades e satisfazer preferências da procura,  como ambientes culturais, 

de lazer e de bem estar social.   

A concentração é uma tendência  que se verifica sobretudo nas áreas de Lisboa, Porto e 

Algarve.  Este  facto,  deverá  suscitar  reflexão  no  sentido  de  promover  estratégias  de 

diversificação da oferta e estimular a procura para outras regiões do país, evitando a 

saturação e excessos especulativos prejudiciais à sustentabilidade dos negócios. 

Pese embora a concentração, é certo que há condições para diversificar a oferta para 

outras  áreas  ou  cidades  até  agora  inexploradas.  Isto  tem  a  ver  com  estratégias  que 

implicam  a  cooperação,  designadamente,    entre  agentes  imobiliários,  entidades 

públicas e investidores. 

A informação existente sobre esta matéria é vasta e pode contribuir para a definição de  

estratégias de curto e médio prazo  e para orientar opções de investimento.  

O tipo de propriedade transacionada fornece dados complementares aos anteriormente 

referidos. 

Assim, temos:  

 Quadro 19: Contratos de compra e venda de prédios, segundo o tipo de prédio, em Portugal Fonte: Direção‐Geral da Política de Justiça do Ministério da Justiça

Nos anos de 2016 e 2017, as tendências do valor médio dos prédios urbanos (+22,4%) e 

em propriedade horizontal (+22,5%). Contudo, é de salientar o crescimento das vendas 

NºValor total

(103 €)

Valor médio

(€)Nº

Valor total

(103 €)

Valor médio

(€)Nº

Valor total

Valor médio

NºValor total

NºValor total

T o tal 14 592 2 275 494 155 941 17 388 2 789 156 160 407 19,2 22,6 2,9 7,3 12,5 7,7 11,5

Urbanos 11 716 2 146 317 183 195 14 101 2 627 753 186 352 20,4 22,4 1,7 8,1 12,5 8,4 11,4

Em propriedade horizontal 6 985 1 268 555 181 611 8 565 1 552 907 181 308 22,6 22,4 -0,2 7,6 12,7 7,9 12,9

Rústicos 2 439 51 703 21 199 2 723 49 920 18 333 11,6 -3,4 -13,5 4,6 7,0 5,0 5,8

M istos 437 77 473 177 284 564 111 483 197 664 29,1 43,9 11,5 16,9 21,3 19,2 22,3

Peso dos não residentes

no total - 2016

Peso dos não residentes no

total - 2017Tipo de prédio

2016 2017Variação 2017/2016

(%)

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de prédios mistos, isto é, a venda de residências com caraterísticas urbanas ou rústicas 

(+43,8%). 

A  evolução  registada  nos  prédios  mistos  pode  estar  relacionada  com  aquisições 

efetuadas por emigrantes portugueses ou de luso‐descendentes radicados em França e 

na Suíça, conforme referido anteriormente. 

 

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6. TENDÊNCIAS, RECOMENDAÇÕES E OPORTUNIDADES  

 

Nos  capítulos  anteriores  já  foram  referidas  algumas  tendências,  recomendações  e 

oportunidades  que  decorrem  do  crescimento  económico,  da  importância  da 

diversificação da oferta e das caraterísticas do mercado francês.  

Atualmente,  não  obstante    alguns  sinais  claros  de  abrandamento  económico,  é  de 

salientar que as tendências nos  negócios dos setores da  fileira  da construção  e do  

imobiliário  são positivas porque existem manifestações  relacionadas com a  procura 

turística,  que induzem  desenvolvimentos  nestes setores. 

Neste  contexto,  é  de  salientar  a  informação dos  barómetros  (2018)  das  agências  de 

viagem  francesas  (SNAV) e dos Operadores  (SETO) que evidenciam as  tendências da 

procura por parte do mercado francês: “… o facto de Portugal bater todos os recordes 

em termos de progressão e vendas de pacotes turísticos (com +58% no final de dezembro 

2015 em termos homólogos, e de 35%, em 2016, de 36% em 2017), com destaque para 

o mercado francês”. 

De acordo com o mesmo barómetro, verifica‐se igualmente a tendência crescente da 

oferta  de  transporte  aéreo  de  França  para  Portugal  registado  nos  últimos  meses, 

designadamente, “… os voos  low cost de Paris para o Porto ou para Lisboa  (Ryanair, 

Vueling e Transavia), o lançamento do voo direto regular da Paris‐Funchal (Aigle Azur) e 

ainda as novas rotas Paris‐Faro (Easyjet, Transavia e Aigle Azur), para dar resposta à 

tendência da procura do turismo proveniente de França”. 

Porém, há que ter em conta outro tipo de tendências que se manifestam à escala global, 

mas com maior incidência em mercados evoluídos, como o francês: 

‐ A digitalização dos processos de comunicação e venda. 

O mercado francês é dos mais evoluídos nos processos de digitalização das vendas e do 

marketing, por isso, recomenda‐se às empresas dos setores que se relacionam com este 

mercado, a implementação de medidas com vista à utilização de ferramentas digitais 

nos negócios. 

O  crescimento  exponencial  das  vendas  via  internet  (e‐commerce)  é  uma  tendência 

incontornável à escala internacional, designadamente em França que obriga a inovação 

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nos processos de comunicação e determina alterações na forma de realizar negócios. A 

digitalização promove a facilidade e a eficiência nas relações comerciais.  

Estamos  a  falar  não  somente  de  vendas  online,  mas  também  de  novas  formas  de 

comunicar e de promover a oferta não somente para França, mas também para outros 

mercados internacionais.  

Por isso, recomenda‐se estratégias de comunicação e venda através de meios digitais, 

por exemplo, um website bem elaborado, com conteúdos  interativos de promoção e 

com funcionalidades que permitam a utilização das redes sociais e, também, a interação 

com plataformas digitais de promoção e venda dirigida ao mercado francês.  

Tudo isto torna possível:  

a) maior facilidade e rapidez de contatos entre fornecedores e clientes;  

b) alargar áreas geográficas de promoção da oferta;  

c) a melhoria da imagem de modernidade da empresa junto dos mercados; 

d) a promoção de fatores de competitividade, como a inovação do marketing, e 

a eficiência organizativa. 

Deste modo,  estar  em  linha  com esta  tendência  é  decisivo  para  os  relacionamentos 

empresariais com o mercado francês pela valorização que este lhe atribui nos negócios.  

Acresce  referir  que  a  digitalização  contribui  para  atingir  importantes  objetivos  de 

impacto, como:  

a) melhorar o desempenho comercial, a capacidade de gestão e o controlo das 

equipas;  

   b) reduzir o “gap” existente entre a qualidade intrínseca da oferta portuguesa e 

a imagem da mesma, que constitui um dos fatores inibidores do crescimento junto do 

mercado francês; 

 c)  aumentar  o  conhecimento  proporcionado  pela  maior  proximidade  ao 

mercado tendo em conta o potencial envolvimento dos clientes nos processos criativos;  

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   d) aumentar os níveis de satisfação dos clientes procurando obter dados sobre a 

as suas necessidades, o que contribui para a fidelização. 

e)  diversificar  mercados,  procurar  novos  segmentos  ou  realizar  ações  de 

cooperação e de complementaridade com outros agentes económicos.  

A evolução dos mercados mostra que ter qualidade e preço competitivo é importante, 

mas  já  não  é  suficiente  para  sustentar  os  negócios  dado  que,  cada  vez  mais,  é 

imprescindível saber comunicar e promover os fatores  imateriais de competitividade, 

tais como, a inovação, diferenciação, design, ecoeficiência, junto dos mercados através 

de meios adequados, digitais e/ou outros.  

‐ A inovação, a diferenciação e a ecoeficiência. 

A evolução do investimento e das vendas nas empresas  da fileira dos setores referidos 

está relacionada com o ambiente económico da conjuntura, designadamente, as taxas 

de crescimento do PIB, o nível de confiança dos agentes económicos, a fiscalidade sobre 

os bens imobiliários, as políticas de habitação que, no seu conjunto, estimulam novos 

investimentos na construção nova ou na reabilitação de edifícios, seja para a arrendar 

seja para vender.  

Na prática, isto quer dizer que é necessário haver condições de conjunturais de base e 

competitivas  para  atrair  o  investimento  estrangeiro  que  não  dependem  do  tecido 

empresarial, mas sim de  opções de natureza de política económica e social.  

Porém,  existe  outro  tipo  de  condições  que  dependem  das  empresas  e  que  são 

fundamentais para as opções  de quem investe e podem fazer a diferença aquando da 

escolha dos mercados de destino do investimento.  

Tais condições têm a ver com a qualidade e as competências dos serviços (comerciais, 

distribuição, logística, mediação, financeiros,  etc.)  designadamente, no que se refere à 

sua capacidade para    inovar o marketing e   ter dimensão organizativa para  lidar com 

ferramentas digitais. Assim, é essencial ter capacidade para saber comunicar fatores de 

diferenciação e tendências de mais valia, p.e. a  ecoeficiência da oferta. 

Neste  contexto,  importa  ter  presente  as  atividades  dos  setores  do  comércio  de 

materiais  de  construção  e  da mediação  imobiliária  que  pela  sua  proximidade  aos 

clientes finais,  permite‐lhes perceber mais rapidamente as tendências e os “gaps” entre 

a oferta e a procura que lhe é dirigida.  

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A  inovação poderá desenvolver‐se a vários níveis e em diferentes domínios.   O mais 

importante  é  que  resulte  em melhorias  no  produto,  no  serviço,  na  organização,  do 

marketing, e tenha sucesso nos mercados.  

A inovação do marketing no ponto de venda, p.e., é fundamental para aumentar o grau 

de satisfação dos clientes, dado que contribui para melhorar o desempenho comercial 

e dar a conhecer a oferta disponível, designadamente, o tipo e a qualidade dos materiais 

utilizados,  a  ecoeficiência  dos  mesmos,  as  garantias  e  formas  de  financiamento 

disponíveis.  

A  inovação neste domínio requer competências adequadas para desenvolver ações e 

conteúdos  informativos com qualidade sobre os produtos à venda e saber utilizar os 

meios digitais para promover a oferta omnicanal (online e offline) e a sua fiabilidade. 

A inovação do serviço, pode ser concretizada por diversas formas, designadamente pela 

implementação  de  novos  sistemas  organizativos  de  gestão  da  qualidade,  …  que 

integrem a digitalização e controlo das vendas, p.e.  

Considerando a importância que o mercado francês atribui à utilização de ferramentas 

digitais, importa promover a digitalização adequada dos serviços para realizar negócios, 

nomeadamente na gestão logística para otimizar stocks de materiais e assegurar prazos 

de entrega compatíveis com as ferramentas de gestão de obras, como as PIM(Projeto 

integrado multidisciplinar) ou o BIM  (Building  Information Modeling) ‐ softwares que 

permitem aceder a informações sobre os processos de construção, em curso, satisfazer 

as necessidades “just‐in‐time” e acompanhar a evolução das obras em curso.  

A inovação do serviço,  também,  poderá ser conseguida através de ações de cooperação 

entre  empresas  de  diferentes  setores  no  sentido  de,  por  exemplo,  explorar 

complementaridades, juntar esforços na promoção da imagem da oferta nacional junto 

do mercado  francês através de ações de prospeção em  feiras,  realização de mostras 

conjuntas, publicitação de notícias, edição de documentos, etc.  

A  Inovação  do  produto  pode  assumir  diferentes  caraterísticas  (radical,  adaptativa, 

incremental)  conforme  os  níveis  de  aplicação  e  de  transformação  do  produto.  O 

mercado  francês  tem  vindo  a  valorizar  a  inovação  pela  ecoeficiência  que  é  na 

incremental  ou  adaptativa  na  maioria  dos  casos.  Por  exemplo,  a  exigência  na 

apresentação  de  declarações  ambientais  do  produto  (DAP)  para  os  materiais  de 

construção, demonstra bem a importância que atribui a este tipo de inovação. 

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As  recomendações  são de assegurar  condições da ecoeficiência da oferta dirigida ao 

mercado francês, sem prejuízo de outro tipo de inovação para diferenciar o produto e 

aumentar a competitividade.  

‐ O bricolage  

O bricolage é uma tendência em crescimento: Os resultados do  inquérito promovido 

pelo L’Observateur ‐Cetelem de 2018, Les français et le bricolage, apontam para valores 

de negócio muito significativos que devem ser tidos em conta nas estratégias da  oferta 

dos  materiais de construção.  

Assim,  de  acordo  com  o  estudo,  cerca  de  70%  da  população  francesa  faz  bricolage 

regularmente ou muito frequentemente, quando há dez anos atrás, apenas se situava 

nos 45%. Os dados, também, mostram que cerca de 28% da população faz bricolage de 

tempos a tempos e apenas 2% raramente. Esta situação, tem determinado o aumento 

da oferta de grandes grupos económicos franceses como, Le RoyMerlin, Brico Depôt e 

Saint‐Gobain.  

As conclusões evidenciam a existência de oportunidades para a oferta portuguesa. Isto 

é,  as empresas devem explorar o aumento da procura de materiais para o bricolage 

promovendo  a  entrada  nas  redes  de  distribuição  do  “faça  você  mesmo”  dado  que 

representa uma parte importante do consumo e influencia as opções dos profissionais 

para obras reabilitação de maior volume e rendibilidade.  

‐ O Território, a diversidade e o posicionamento 

Como  acontece  na  maioria  dos  mercados  de  dimensão  internacional,  a  França  não 

deverá ser avaliada como um todo, mas sim região a região, porque revelam realidades 

distintas. A diversidade do mercado francês tem a ver com aspetos culturais, sociais e 

económicos.  

Por isso, recomendam‐se análises e abordagens regionais antes de tentarem zonas de 

elevado peso comercial, como a da capital, Paris.  

As  zonas  mais  desenvolvidas  estão  a  norte  (Região  de  Paris).  Outros  centros 

importantes,  são,  Lyon,  Toulouse  e  Marselha  e  as  cidades  de  Bordéus,  Lille  e 

Estrasburgo.  

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Todas as zonas e cidades referidas têm especificidades e oportunidades a diversos níveis 

que  carecem  de  trabalho  de  prospeção  local  para  desenvolver  negócios.  Por  isso,  a 

existência de um parceiro local (distribuidor, agente comercial, …) justifica‐se a fim de 

facilitar  os  contactos  e  ajustar  posicionamentos  da  oferta.  Trata‐se  de  um  recurso 

imprescindível sem o qual, as empresas enfrentarão dificuldades impeditivas no acesso 

ao mercado francês.  

Os posicionamentos referidos têm a ver sobretudo com o nível do preço, da qualidade 

e da diferenciação face à concorrência. A avaliação destes  fatores deverá orientar as 

práticas comerciais e o nível das margens de comercialização.  

No que se refere a margens (mark‐up) comerciais, importa salientar práticas do mercado 

francês. Apesar dos preços praticados no comércio de materiais   serem mais elevados 

quando comparados com os portugueses, não  implica,  forçosamente, a obtenção de 

maior margem de lucro para os fornecedores.  A razão está no facto da distribuição local 

ter elevado poder negocial e exercer “pressão” no sentido de “esmagar” os preços junto 

dos  fornecedores  para ter condições competitivas na venda sem o “sacrifício” das suas 

margens de comercialização.  

Na prática, isto denota que no mercado francês não há limitações à entrada de novos 

produtos      nas  redes de distribuição. Mas, o  facto deste  tipo de empresas   deterem   

poder  e  influência    deve  ser  considerado  nas  estratégias  de  posicionamento  e  de 

rendibilidade do mercado.   

‐ As equipas comerciais e a sua preparação 

Apesar da ligação histórica, entre França e Portugal, as empresas nacionais não têm via 

aberta  no  mercado  francês,  como  se  depreende  do  anteriormente  exposto.  Por 

consequência,  é  importante  ter boas estruturas, dimensão e equipas de gestão bem 

preparadas para enfrentar os obstáculos previstos e imprevistos, entre eles, a elevada 

concorrência e o protecionismo para a  oferta doméstica.  

Assim, procurando sintetizar, temos as seguintes recomendações e alertas:  

a) O domínio da língua francesa para comunicar é decisivo para os negócios porque a 

grande maioria dos franceses não fala fluentemente outra língua que não seja o francês;  

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b) As estratégias de comunicação e o marketing  devem ser apoiadas por colaboradores 

com conhecimento da cultura francesa, de forma a estabelecer uma boa ligação com os 

agentes do mercado.  

c)  A  cortesia  deve  estar  sempre    presente  nos  relacionamentos,  porque    reflete 

educação  e  saber  estar    nos  negócios.    Os  franceses  apreciam  a  pontualidade  nos 

contactos, os convívios numa relação negocial, como sejam os convites para refeições 

ou para visitar as instalações do fornecedor ou cliente. 

d)  A  presença  na  internet  é  indispensável,  bem  como  saber  lidar  com  ferramentas 

digitais. Para o mercado francês, uma empresa que não tenha um site na “net”, bem 

apresentado e atrativo  ( em língua francesa, corretamente escrita), não existe. Se não 

utiliza processos digitais na venda, não tem capacidade para  inovar, é uma empresa 

ultrapassada.  

e) A subcontratação pontual de serviços a gabinetes especializados de advogados ou 

contabilistas franceses (conhecedores do direito francês), tanto na criação da empresa, 

como  na  celebração  de  contratos  de  agenciamento  ou  de  outro  tipo,    deve  ser 

considerada porque será muito útil para a fluidez nos negócios.  

f) As dificuldades de exportação são reais porque usualmente surgem obstáculos que 

colidem com o cumprimento legal de livre circulação de pessoas e bens entre os estados 

membros da U.E. 

A  chamada  diretiva  “Bolkestein”  (Diretiva  2006/123/CE  ‐  relativa  às  liberdades  de 

estabelecimento dos prestadores de serviços e livre circulação dos serviços no mercado 

interno),  suscitou  contestação  em  França  (e  noutros  países)  e  levou  à  alteração  do 

princípio de base relacionado com as regras do país de origem.  

A diretiva obriga qualquer empresa que presta um serviço em países da UE a aplicar o 

direito do  trabalho do país  onde o  trabalhador  vai  efetuar  a  sua missão,  o que  vem 

limitar  a margem concorrencial dos países  com baixos  custos que  têm de  recorrer  à 

subcontratação de serviços locais.  

Apesar disso, e para superar as limitações de expansão no mercado interno, a presença 

de  empresas  portuguesas  a  prestar  serviços  em  França  tem  vindo  a  aumentar 

nomeadamente na construção. 

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g) A França é um mercado protecionista, conforme já referido anteriormente, mas há 

outras situações a ter em conta, p.e.: 1) a implementação de um bilhete de identidade 

específico para todos os trabalhadores da construção civil de  empresas francesas ou 

estrangeiras determina condições que, na prática, protegem a mão de obra francesa; 2) 

Usualmente as condições para aceder a  concursos públicos beneficiam, na prática, as 

empresas francesas.  

‐ Os eventos internacionais 

Não obstante a importância crescente do comércio digital no mundo dos negócios, é um 

facto  que  a  presença  física  é  ainda  imprescindível  nas  ações  de  promoção,  de 

prospecção,  de  participação  com  stands,  etc.,  em  eventos  internacionais  (Feiras, 

Mostras, Exposições,…) para saber quem é quem nos negócios, bem como aprofundar 

o  diálogo  técnico‐profissional,  conhecer  a  evolução  da  tecnologia  e  explorar  novas 

oportunidades junto dos agentes económicos ou de representantes das marcas.  

As ações presenciais em eventos deverão ser bem preparadas e com antecedência a fim 

de preparar as equipas, viagens, estadas, e otimizar os contactos comerciais. 

Em França, realizam‐se eventos dos mais importantes à escala global, nomeadamente 

para setores da fileira da  construção e do imobiliário, como se segue: 

 

 

 

 

 

 

 

 

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www.batimat.com 

É uma Feira internacional de referência para toda a  fileira  da construção. 

Atualmente, designada como Mondial du Bâtiment (Mundial da Construção) integra:  

‐  A  Feira  Interclima+Elec,  especializada  em  equipamentos  elétricos,  climatização  e energias renováveis. 

‐ A Feira Ideo Bain, com equipamentos para casas de banho. 

Trata‐se de um evento de prestígio mundial que está, desde sempre, ligado à construção  

e muito  focalizado em processos  de  inovação do produto  e  serviço no  contexto da 

transição para a eficiência energética. 

Daí a sua importância para os negócios e oportunidades, para observar a concorrência 

e ter perspetivas sobre a evolução tecnológica para os setores que integram a fileira da 

construção.  

As participações por evento são de cerca de 2600 expositores, 150 países presentes e 

mais de 350 mil visitantes anuais, o que reflete bem o potencial deste certame à escala 

internacional. 

A participação de empresas portuguesas no  certame  tem sido  relevante nos últimos 

anos, sobretudo no espaço destinado à construção civil.  

De acordo com informação recente, a próxima edição irá contar com a primeira cimeira: 

“África‐França da Construção” tendo em atenção as necessidades emergentes de vários 

países do continente africano e a sustentabilidade (económica, financeira e ambiental) 

da construção nesses mercados.  

 

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Neste salão, participam anualmente mais de uma centena de expositores. A realização  

percorre diversos espaços, em regime itinerante, o que lhe permite chegar a 30 cidades 

que se integram nas principais regiões francesas.  

Os  participantes  são  empresas  de  pequena  e  média  dimensão,  construtores  e 

distribuidores de materiais de construção, bem como,  fornecedores de equipamentos 

de climatização, isolamentos térmicos, cozinhas, jardinagem e  bricolage.  

A maioria dos participantes é de empresas   que  se especializaram em determinadas 

atividades    e  segmentos  de  mercado  que  procuram  promover  os  seus  produtos  e 

serviços.  

Este evento permite,  também,  conhecer as novidades, os agentes de mercado e criar 

ambientes favoráveis ao desenvolvimento de negócios no mercado francês. 

 

 

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www.mipim.com 

 

O  MIPIM  é  um  dos  maiores  eventos  internacionais  destinado  a    investidores 

imobiliários. Anualmente, concentra mais de 5400 representantes de empresas de todo 

o mundo  especializadas na promoção de projetos bem como no  apoio ao investimento. 

O  evento  permite  identificar    a  oferta  relativa  a  projetos  que  pretendem  entrar  no 

“radar”  dos  investidores  imobiliários  internacionais.        Está  vocacionado  para 

protagonizar o  encontro e a cooperação entre representantes de investidores (fundos 

imobiliários e outros),   construtores,   mediadores imobiliários, entidades financeiras, 

etc.  cujas atividades se complementam para desenvolver novos negócios.  

 

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www.salon‐immobilier.org 

Trata‐se de um  evento com  prestígio e  impacto a nível do mercado francês. Concentra 

mais  de  uma  centena  de  participantes,  designadamente  investidores,  empresas 

construtoras, de mediação imobiliária, entidades financeiras, empresas de engenharia 

e arquitetura, etc.  

É um evento importante  para  conhecer tendências e perceber  como está a evoluir   a 

oferta e a procura  bem como o posicionamento da  concorrência no mercado francês e 

como  se  desenvolvem  as  atividades    das  empresas  locais  dos  setores  da  fileira  da 

construção  e  do  imobiliário,  os  serviços  de  engenharia,  arquitetura  e  design  de 

interiores. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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‐ Um caso recente de investimento português no mercado francês 

 

 

Trata‐se de um  investimento  recente de uma empresa portuguesa, em cerca de 150 

milhões de Euro, no Silk Road de Paris (mega‐shopping nos arredores de Paris junto ao 

aeroporto  Charles  de  Gaulle).  Dedicado  ao  comércio  de  produtos  de  diversos 

proveniência, portugueses,  franceses, espanhóis,   chineses, etc., conta com cerca de 

400 lojas numa área equivalente a 10 campos de futebol.  

O empreendimento  reflete  as  tendências da      inovação de processos de  venda e de 

logística  porque    foi  concebido  para  acomodar  o  chamado  serviço  "Click &  Collect" 

através  do  qual  os  consumidores  podem  comprar online  e  recolher  as  encomendas 

neste local, ou  assegurar  serviço integrado de levantamento ou entrega no mesmo dia 

com processos de stock exatos e eficientes.  Acomoda,  também,  espaços destinados a  

lojas e armazéns de marca com dimensão adequada para promover vendas e ao mesmo 

tempo cobrir necessidades de  logística na área de Paris. Ou seja, permite flexibilidade, 

e diferenciação ao assegurar simultaneamente  vendas online e offline, o omnicanal.  

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A inauguração teve a presença do primeiro ministro francês que referiu: “…o comércio 

é a melhor maneira de as pessoas se entenderem. É por isto que este centro faz sentido. 

Este  é  um  investimento  português  significativo  por  que  se  trata  de  um  povo  de 

comerciantes, …. São bons interlocutores e bons trabalhadores.”  

Trata‐se de um exemplo que reflete a capacidade da oferta portuguesa para investir e 

promover  negócios  no  mercado  francês.  Outros  exemplos  poderão  ocorrer  face  às 

oportunidades evidenciadas e que estão ao alcance da oferta nacional.  

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FRANÇA | Conhecer o mercado 

7. O REGIME GERAL DE IMPORTAÇÃO 

7.1. Condições Legais de Acesso ao Mercado Francês 

 

A França, como membro da União Europeia (UE), é parte integrante da União Aduaneira, 

caracterizada, essencialmente, pela  livre circulação de mercadorias e pela adoção de 

uma política comercial comum relativamente a países terceiros. 

O Mercado Único, instituído em 1993 entre os Estados‐membros da UE, criou um grande 

espaço económico interno, traduzido na liberdade de circulação de bens, de capitais, de 

pessoas e de serviços, tendo sido suprimidas as fronteiras internas aduaneiras, fiscais e 

técnicas. 

Deste  modo,  as  mercadorias  com  origem  na  UE  ou  colocadas  em  livre  prática  no 

território comunitário (isto é, que sejam provenientes dos Estados terceiros em relação 

às quais forem pagos os direitos aduaneiros e que tenham cumprido as formalidade de 

importação) encontram‐se isentas 

de controlos alfandegários, sem prejuízo, porém, de uma fiscalização no que respeita à 

respetiva qualidade e características técnicas. 

Neste  contexto,  a  rede  SOLVIT  é  um  mecanismo  criado  pela  União  Europeia  para 

resolver problemas entre os Estados‐membros resultantes da aplicação  incorreta das 

regras do Mercado Único, evitando‐se, assim, o recurso aos tribunais. 

A União Aduaneira implica, para além da existência de um território aduaneiro único, a 

adoção da mesma  legislação neste domínio – Código Aduaneiro Comunitário  (CAC) – 

que estabelece as 

normas  e  os  procedimentos  gerais  relativos  às  importações  e  exportações  de 

mercadorias entre a União Europeia e os países  terceiros, bem como a aplicação de 

iguais  imposições  alfandegárias  aos  produtos  provenientes  exterior  –  Pauta  Exterior 

Comum (PEC) / TARIC – Integrated Community Tariff. 

Importa  referir  que  com o  objetivo  de melhorar  os  controlos  aduaneiros,  agilizar  as 

formalidades  de  desalfandegamento,  simplificar  os  regimes  aduaneiros  económicos, 

facilitar o comércio através da garantia de um elevado nível de segurança nas fronteiras, 

entre outros desígnios de modernização, foi publicado um novo Código Aduaneiro da 

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FRANÇA | Conhecer o mercado 

União, que entrou em vigor a 30 de outubro de 2013, sendo que a maioria das suas 

disposições só teve aplicação a partir de 1 de maio de 2016, segundo o Regulamento de 

Execução (UE) n.º 2016/481, que revoga o Regulamento n.º 2913/92, anterior CAC, bem 

como do Regulamento n.º 2454/93, que fixava as respetivas disposições de aplicação. 

A  regra  geral  de  livre  comércio  com  países  terceiros  não  impede  que  as  instâncias 

comunitárias determinem restrições às  importações (fixação de contingentes anuais), 

quando  negociados  no  seio  da  Organização  Mundial  de  Comércio  (World  Trade 

Organization – WTO). 

A PEC baseia‐se no Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias 

(SH), sendo os direitos de  importação na sua maioria ad valorem, calculados sobre o 

valor CIF (Cost, Insurance and Freight / Custo, Seguro e Frete) das mercadorias. 

Para além dos referidos encargos, há, também, lugar ao pagamento do Imposto sobre o 

Valor  Acrescentado  (IVA)  que,  em  França,  apresenta  4  níveis  de  taxas  (Taux  TVA  en 

Vigueur en France): 

• Taxa Normal (Taux Normal) – 20%, aplicável à generalidade de bens e serviços; 

•  Taxas  Reduzidas  (Taux  Réduit):  10%,  incidente,  nomeadamente,  sobre  produtos 

agrícolas e da pesca,  lenha e aglomerados florestais para aquecimento; 5,5% sobre a 

maioria dos produtos alimentares (com exceção de produtos de pastelaria, chocolate e 

produtos à base de chocolate, caviar, margarina e gorduras vegetais), serviços sociais 

(lares  e  instituições  de  apoio  social),  entrada  em  eventos  desportivos,  admissão  a 

eventos culturais, parques de diversões e museus, entre outros produtos e serviços; 

•  Taxa  Específica  (Taux  Particulier)  –  2,1%  no  caso  de  determinados  espetáculos, 

medicamentos reembolsáveis pela Segurança Social e contribuição para o audiovisual 

público. 

A  listagem  dos  produtos  e  serviços  sujeitos  às  referidas  taxas  podem,  ainda,  ser 

consultados nos  sites Net‐iris  (TVA Française – Taxe  sur  la Valeur Ajoutée) e Avalara 

VATLive (French VAT Compliance and Rates). 

Referir, finalmente, o facto de determinados produtos se encontrarem submetidos ao 

pagamento  de  Impostos  Especiais  de  Consumo  que  incidem  sobre  a  produção, 

detenção, circulação e introdução 

no consumo de bens como o álcool, as bebidas alcoólicas ou o tabaco. 

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FRANÇA | Conhecer o mercado 

Os interessados também podem consultar informação sobre os impostos e taxas na UE 

(Taxation and Customs Union) no Portal Europa: VAT Rates; Excise Duties on Alcohol, 

Tobacco and Energy. 

 

7.2 Informações Úteis 

 

Hora Local 

Corresponde ao UTC, mais uma hora no horário de inverno e mais duas horas no horário 

de verão. Em relação a Portugal, França tem sempre mais uma hora. 

 

Horários de Funcionamento 

Serviços Públicos: 

Das 9h30 às 17h00/18h00 (segunda‐feira a sexta‐feira) 

Alguns serviços interrompem à hora de almoço. 

 

Empresas:  

Contactos de Negócios  

Das 9h00 às 12h00 e das 14h30 às 16h00 ou 17h00 (segunda‐feira a sexta‐feira)  

À sexta‐feira, de preferência só de manhã. As reuniões e/ou contatos comerciais devem 

ser marcadas com antecedência. O mês de agosto deve ser evitado dado que muitas 

empresas encerram para férias.  

Bancos:  

Das 9h30 às 17h30 (segunda‐feira a sábado)  

Em  Paris,  os  bancos,  em  geral,  não  interrompem  à  hora  de  almoço  e,  na  sua  larga 

maioria,  abrem  aos  sábados  e  encerram  às  segundas‐feiras.  A  maioria  dos  bancos 

encerra nas tardes que precedem alguns feriados (Bastilha, Natal e Ano Novo).  

 

 

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FRANÇA | Conhecer o mercado 

Comércio:  

Lojas e Centros Comerciais  

Das 9h30 às 19h00 (segunda‐feira a sábado)  

Os  centros  comerciais  e  alguns  grandes  armazéns  encerram  às  22h00  às  quintas  e 

sextas‐feiras.  

 

Feriados  

Data Fixa:  

1 de janeiro – Dia de Ano Novo  

1 de maio – Dia do Trabalhador  

8 de maio – Dia da Libertação  

14 de julho – Festa Nacional (Tomada da Bastilha)  

15 de agosto – Dia da Assunção  

1 de novembro – Dia de Todos‐os‐Santos  

11 de novembro – Dia do Armistício  

25 de dezembro – Dia de Natal  

Data Móvel:  

Segunda‐feira de Páscoa  

Dia da Ascensão  

Dia de Pentecostes  

 

Corrente Elétrica  

220 Volts AC, 50 Hz  

 

Pesos e Medidas  

É utilizado o sistema métrico 

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FRANÇA | Conhecer o mercado 

 

7.3. Contactos Úteis 

 

Em Portugal 

 

Embaixada de França em Portugal 

Chancelaria 

Rua Santos‐o‐Velho, 5 

1249‐079 Lisboa 

Tel.: (+351) 213939100 | Fax: (+351) 213939151 

E‐mail: contact@ambafrance‐pt.org | http:// 

www.ambafrance‐pt.org 

 

aicep Portugal Global 

Rua Júlio Dinis, 748, 8º Dtº 

4050‐012 Porto 

Tel.: (+351) 226 055 300 | Fax: (+351) 226 055 399 

 

aicep Portugal Global 

Av. 5 de Outubro, 101 

1050‐051 Lisboa 

Tel.: (+351) 217909500 | Fax: (+351) 217909581 

E‐mail: [email protected] |  

http://www.portugalglobal.pt 

 

Câmara de Comércio e Indústria Luso‐Francesa 

Av. da Liberdade, 9, 7.º 

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FRANÇA | Conhecer o mercado 

1250‐139 Lisboa 

Tel.: (+351) 213241990 | Fax: (+351) 213424881 

E‐mail: [email protected] | http://www.ccilf.pt 

 

Câmara de Comércio e Indústria Luso‐Francesa (Delegação do Porto) 

Av. da Boavista, 1203, 6.º, Sala 607 

4100‐130 Porto 

Tel.: (+351) 226051500 | Fax: (+351) 226051509 

E‐mail: [email protected] | http://www.ccilf.pt 

 

Câmara de Comércio e Indústria Luso‐Francesa (Delegação Business France Portugal) 

Rua Dom Pedro V, 132 

1250‐095 Lisboa 

Tel.: (+351) 21 381 40 50 | Fax: (+351) 21 381 40 60 

E‐mail: [email protected] 

 

Em França Embaixada de Portugal em França  

3, Rue de Noisiel  

75116 Paris ‐ France  

Tel.: (+00 33) 147273529 | Fax: (+00 33) 144059402  

E‐mail: [email protected]  

 

Consulado Geral de Portugal em Paris  

6‐8, Rue Georges Berger  

75017 Paris ‐ France  

Tel.: (+00 33) 156338100 | Fax: (+00 33) 147669335  

E‐mail: [email protected] | http://www.consuladoportugalparis.org/  

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Página | 66 

FRANÇA | Conhecer o mercado 

 

aicep Portugal Global ‐ Paris  

Ambassade du Portugal  

3, Rue de Noisiel  

75116 Paris ‐ France  

Tel.: (+00 33) 145054410 | Fax: (+00 33) 156883089  

E‐mail: [email protected]  

 

Office du Tourisme du Portugal ‐ Paris  

aicep Portugal Global  

Ambassade du Portugal  

3, Rue de Noisiel  

75116 Paris ‐ France  

Tel.: (+00 33) 156883190 | Fax: (+00 33) 156883089  

E‐mail: jean‐[email protected]  

 

CCIFP – Chambre de Commerce et d'Industrie Franco‐Portugaise  

1‐7, Avenue de la Porte de Vanves,  

75014 Paris ‐ France  

Tel.: (+00 33) 179351000 | Fax: (+00 33) 145254837  

E‐mail: [email protected] | http://www.ccifp.fr/  

 

AFD ‐ Agence Française de Développement  

5, Rue Roland Barthes  

75598 Paris Cedex 12 ‐ France  

Tel.: (+00 33) 153443131 | Fax: (+00 33) 144879939  

Email: [email protected] | http://www.afd.fr/home 

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FRANÇA | Conhecer o mercado 

 

Direction Générale du Trésor  

139, Rue de Bercy  

75572 Paris Cedex ‐ France  

Tel.: (+00 33) 140040404  

http://www.tresor.economie.gouv.fr/  

 

BUSINESS FRANCE  

77, Bd. Saint Jacques  

75680 Paris Cedex 14 ‐ France  

Tel.: (+00 33) 144871717  

E‐mail: [email protected]| http://invest.businessfrance.fr/  

Maison de la France  

79, Rue de Clichy  

75009 Paris ‐ France  

Tel.: (+00 33) 142967000 | Fax: (+00 33) 142967011  

E‐mail.: [email protected] | http://www.franceguide.com  

 

Banque de France (Banco Central)  

31, Rue Croix des Petits Champs  

75049 Paris Cedex 01 ‐ France  

Tel.: (+00 33) 142924292/16802020 | Fax: (+00 33) 142924500  

E‐mail: infos@banque‐france.fr | http://www.banque‐france.fr  

 

Consulado Geral de Portugal em Bordéus  

11, Rue Henri Rodel  

33000 Bordeaux ‐ France  

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FRANÇA | Conhecer o mercado 

Tel.: (+00 33) 556006820 | Fax: (+00 33) 556524609  

E‐mail: [email protected] 

 

Consulado Geral de Portugal em Lyon  

71, Rue Crillon  

69458 Lyon Cedex 6 ‐ France  

Tel.(geral): (+00 33) 478173440 | Fax: (00 33) 478173450  

Tel.: (+00 33) 478173457 ‐ atendimento exclusivo das 14h00 ‐ 16h00  

E‐mail: [email protected]  

 

Consulado Geral de Portugal em Marselha  

141, Avenue du Prado  

Bâtiment A ‐ 2eme étage  

13008 Marseille ‐ France  

Tel.: (+00 33) 491299530/31/32/34/35/36/37 | Fax: (+00 33) 491809505  

E‐mail: [email protected] 

 

Consulado Geral de Portugal em Estrasburgo  

16, Rue Wimpheling  

67000 Strasbourg ‐ France  

Tel.: (+00 33) 388456040 | Fax: (+00 33) 388605449  

E‐mail: [email protected] 

 

 

 

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FRANÇA | Conhecer o mercado 

BIBLIOGRAFIA 

 

Aicep Portugal Global 

Banco de Portugal 

Banque Central de France 

Comtrade 2018 

Country Reputation Report 2018 

Divisão de Estatísticas das Nações Unidas 

Euromonitor International – novembro de 2018 

IMF – World Economic Outlook Database 

INSEE ‐ Institut national de la statistique et des études économiques 

INE‐Instituto Nacional de Estatística  

ITC – International Trade Centre 

Ministère de l'Économie et des Finances – DG Tesor 

OMC – Organização Mundial do Comércio 

The Economist Intelligence Unit (EIU) 

União Europeia (EU) 

UNTAD‐ World Investment Report 2017 

World Bank  

World Tourism Organization 

 

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