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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIA Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal nos Trópicos Avaliação da PCR, PCR multiplex e nested PCR no diagnóstico de Theileria equi em eqüinos DANIELLE CUSTÓDIO LEAL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIAPrograma de Pós-Graduação em Ciência Animal nos Trópicos

Avaliação da PCR, PCR multiplex e nested PCR no

diagnóstico de Theileria equi em eqüinos

DANIELLE CUSTÓDIO LEAL

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Salvador-Bahia2010

DANIELLE CUSTÓDIO LEAL

Avaliação da PCR, PCR multiplex e nested PCR no diagnóstico de Theileria equi em eqüinos

Dissertação apresentada à Escola de MedicinaVeterinária da Universidade Federal da Bahia,

como requisito para a obtenção do título deMestre em Ciência Animal nos Trópicos, na

área de Saúde Animal.

Orientador: Prof. Dr. Cláudio Roberto MadrugaCo-orientador: Prof. Dr. Carlos Roberto Franke

Salvador – Bahia2010

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FICHA CATALOGRÁFICAELABORADA PELA BIBLIOTECA DA EMV – UFBA

Leal, DanielleAvaliação da PCR, PCR multiplex e nested PCR no diagnóstico de Theileria equi

em eqüinos. Danielle Leal. – Salvador-Bahia, 08 de fevereiro de 2010. 56p.

Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal Nos Trópicos) – Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia, 2010.

Professor Orientador: Prof. Dr. Cláudio Roberto MadrugaProfessor Co-orientador: Prof. Dr. Carlos Roberto Franke

Palavras chaves: 1- Bahia, 2- Eqüinos, 3- PCR, 4- nested PCR, 5- Theileria equi

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AVALIAÇÃO DA PCR, PCR MULTIPLEX E NESTED PCR NO DIAGNÓSTICO DE THEILERIA EQUI EM EQÜINOS.

DANIELLE LEAL

Dissertação defendida e aprovada para a obtenção do grau de Mestre em Ciência Animal nos Trópicos.

Salvador, 08 de fevereiro de 2010.

Comissão Examinadora:

_____________________________________________________________________Prof. Dr. Cláudio Roberto Madruga - UFBAOrientador

______________________________________________________________________Prof. Dra. Ana Paula Cardoso Peixoto - UFRB

_____________________________________________________________________Prof. Dr. Luís Fernando Pita Gondim - UFBA

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Aos meus pais, meus orgulhos, que tornaram tudo possível.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Beto e Eliane pela minha formação e amor eterno, tudo que realizo é

pensando em vocês.

Aos meus irmãos Sheila e Junior pelo companheirismo e amor.

Ao Professor Dr. Cláudio Roberto Madruga pela orientação, pelo exemplo de dedicação

à pesquisa e pela amizade compartilhada durante a realização deste trabalho.

Ao Professor Dr. Carlos Roberto Franke pela amizade, colaboração e orientações no

desenvolvimento deste trabalho e durante toda vida acadêmica.

À minha amiga e companheira de trabalho, médica veterinária e pesquisadora dedicada

Bárbara Paraná pelo auxílio científico e emocional.

Aos colegas do Laboratório de Infectologia Veterinária: Sabrina, Lídia, Flávia, Cristiane

pela amizade.

Aos professores do mestrado pelos ensinamentos compartilhados.

A Eduardo e minha amigas do G9, meus suportes emocionais aqui em Salvador.

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vii

ÍNDICE

1.INTRODUÇÃO..............................................................................................................1

2.REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................4

1.1. ETIOLOGIA ............................................................................................................................. 4

1.1.1. CLASSIFICAÇÃO ................................................................................................................... 4

1.1.2. MORFOLOGIA ..................................................................................................................... 6

1.2. CICLO DE VIDA ....................................................................................................................... 7

1.3. TRANSMISSÃO ....................................................................................................................... 8

1.4. EPIDEMIOLOGIA .................................................................................................................. 10

1.5. ALTERAÇÕES CLÍNICAS E LABORATORIAIS ........................................................................... 16

1.6. DIAGNÓSTICO ...................................................................................................................... 19

1.6.1. DIAGNÓSTICO DIRETO ...................................................................................................... 19

1.6.1.1. EXAME MICROSCÓPICO ................................................................................................. 19

1.6.1.2. REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR) ................................................................. 20

1.6.2. DIAGNÓSTICO INDIRETO ................................................................................................. 22

1.6.2.1. TESTE DE FIXAÇÃO DE COMPLEMENTO ......................................................................... 22

1.6.2.2. IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA ................................................................................ 23

1.6.2.3. ELISA 25

1.7. PREVENÇÃO ......................................................................................................................... 26

1.8. TRATAMENTO ...................................................................................................................... 27

3.OBJETIVO...................................................................................................................28

4.ARTIGO CIENTÍFICO................................................................................................29

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viii

LISTA DE TABELAS Página

TABELA 1 - Determinação da sensibilidade da PCR (PCR-Teq), Nested PCR (NPCR-Teq) e PCR multiplex (M/PCR) para diagnóstico de Theileria equi por diluições múltiplas de DNA de equinos comprovadamente infectados por esse hemoparasito....................................................................................................................41

TABELA 2 - Número e percentagem de reações positivas e negativas da PCR-Teq, nested PCR (NPCR-Teq) e PCR multiplex (M/PCR) para diagnóstico de T. equi em DNA extraído do sangue de eqüinos sorologicamente positivos em teste ELISA .........................................................................................................................................42

TABELA 3 - Resultado da PCR (PCR-Teq), nested PCR (N/PCR-Teq) e PCR multiplex (M/PCR) para diagnóstico de T. equi dos animais provenientes de fazenda e cavalaria/haras do estado da Bahia..................................................................................43

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ix

LISTA DE FIGURAS Página

FIGURA 1 - Gel de agarose 1,5% da PCR para T. equi (PCR-Teq) em amostras de estudo epidemiológico. 1. Marcador 100pb, 2. Controle negativo, 3. Controle positivo, 4, 6, 7, 10, 15, 16, 20 e 22. Amostras negativas, 5, 8, 9, 11, 12, 13, 14, 17, 18, 19 e 21. Amostras positivas.......................................................................................................... 40

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LEAL, D. Avaliação da PCR, PCR multiplex e nested PCR no diagnóstico de Theileria equi em eqüinos. Salvador, Bahia, 2010, 56p. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal nos Trópicos) - Escola de Medicina Veterinária, Universidade Federal da Bahia, 2010.

RESUMO

O presente trabalho avalia a sensibilidade, especificidade e desempenho da PCR de T. equi de seqüências do gene 18S rRNA no formato padrão e multiplex em relação a nested-PCR, através da aplicação das técnicas em amostra de sangue de eqüino sabidamente positivo para T. equi, em amostras de papas de hemáceas positivas (n=19) e negativas (n=30) em teste ELISA e em amostras de sangue de eqüinos (n=118) do estado da Bahia. A avaliação de PCR no seu formato padrão (PCR-Teq), PCR multiplex (M/PCR) e nested PCR (N/PCR), evidenciou sensibilidade idêntica entre primeira e terceira técnica de diagnóstico de T. equi na diluição de DNA de cavalo comprovadamente positivo para esse hemoparasito (1:128). A análise de concordância entre soros positivos de eqüinos no teste ELISA indicou uma concordância elevada entre esse teste e a PCR-Teq (κ =0,780) e moderada com N/PCR-Teq (κ = 0,562) e M/PCR (κ = 0,488). A freqüência de T. equi foi maior nos eqüinos de criação extensiva que nos de criação intensiva, e em ambos os sistemas a PCR-Teq determinou uma freqüência significativamente superior que as demais técnicas (p= 0,000), embora todas tenham indicado uma situação endêmica para T. equi no estado da Bahia. Portanto a PCR-Teq demonstrou desempenho apropriado para ser utilizada em estudos epidemiológicos e para detecção de eqüídeos portadores de T. equi.

Palavras-Chaves: Bahia, Equinos, PCR, Nested PCR, Theileria equi

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LEAL, D. Evaluation of PCR, multiplex PCR and nested PCR in the diagnosis of Theileria equi in horses. Salvador, Bahia, 2010, 56p. Dissertation (Master' Degree in Animal Science in the Tropics) – School of Veterinarian Medicine, Federal University of Bahia, 2010.

SUMMARY

The present study evaluates the sensitivity, specificity and performance of T. equi 18S rRNA gene PCR conventional and multiplex PCR against nested-PCR, by applying the techniques in blood samples of known equine positive for T. equi, in samples of mashed red cells positive (n = 19) and negative (n = 30) in ELISA and in blood samples from horses (n = 118) of the state of Bahia. PCR assessment of conventional PCR (PCR-Teq), multiplex PCR (M/PCR) and nested PCR (N/PCR), showed similar sensitivity between the first and third diagnostic technique for detection of T. equi in equivalent dilution of DNA of horse proved positive for this hemoparasite (1:128).The analysis of concordance between positive sera of horses in the ELISA showed a high correlation between these tests and PCR-Teq (κ = 0,780) and moderate with N/PCR-Teq (κ = 0,562) and M/PCR (κ = 0,488). T. equi frequency was higher in horses from extensive farming than in intensive farming system, and in both systems the PCR-Teq determined a significantly higher frequency than the other techniques (p = 0.000). The results indicated a endemic situation for T. equi in the state of Bahia. Therefore the PCR-Teq demonstrated suitable performance for use in epidemiological studies and for detection of T. equi carriers equine.

Keywords: Bahia, Horses, PCR, Nested PCR, Theileria equi

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1. INTRODUÇÃO

A babesiose eqüina, também denominada de piroplasmose eqüina ou

nutaliose, está disseminada em áreas tropicais e subtropicais das Américas, Ásia,

África e Sudeste da Europa (FRIEDHOFF 1982, UILENBERG, 2006), sendo o

Brasil uma área endêmica com prevalências variáveis de 5,5 a 96,0%

(BATTSETSEG et al., 2002a; COSTA-PEREIRA et al., 2007; HEIM et al.,

2007). Essa doença é causada pela Theileria equi, que a semelhança de outros

organismos desse gênero, tem desenvolvimento inicial no interior de leucócitos

do hospedeiro antes dos merozoítos invadirem os eritrócitos, enquanto que, a

Babesia caballi faz ciclo no hospedeiro apenas invadindo os eritrócitos dos

eqüídeos (MEHLHORN & SCHEIN, 1998). Os vetores da babesiose eqüina

pertencem aos gêneros Anocentor, Amblyomma, Rhipicephalus e Boophilus

(BARBOSA et al., 1995; RIBEIRO et al., 1999) No Brasil, o B. microplus é

considerado o principal responsável pela transmissão da T. equi, como

evidenciado por Heuchert et al. (1999) e o A. nitens é indicado como principal

vetor da B. caballi (GUIMARÃES et al., 1998). A babesiose eqüina aguda, cuja

sintomatologia não tem especificidade, é rara nas áreas endêmicas, embora em

algumas circunstâncias possam ocorrer recidivas em animais cronicamente

infectados, decorrentes de estresse de treinamento, viagens ou de doenças

intercorrentes (NICOLAIEWSKY et al., 2001). A forma crônica, que se

estabelece após a primeira infecção, é a mais relevante, pois afeta a performance

dos animais e os torna reservatórios e fontes de infecção aos carrapatos

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(PEREIRA, 1999; BOTTEON et al., 2005). A Organização Mundial de Saúde

Animal (OIE) inclui a piroplasmose eqüina na lista de doenças de notificação

obrigatória, e há restrições de trânsito internacional para cavalos infectados com

T. equi e B. caballi (OIE, 2008). Os países mais importantes da indústria eqüina

como Canadá, Estados Unidos e Austrália são livres desses hemoparasitos,

exceto o Japão, que teve o primeiro diagnóstico de T. equi e B. caballi (IKADAI

et al., 2002). Portanto, é imprescindível a vigilância epidemiológica para o

controle da piroplasmose eqüina em países endêmicos, para a manutenção do

mercado internacional, prevenção da entrada em países livres (CAMACHO et

al., 2005) e redução dos prejuízos conseqüentes da mortalidade, abortos, gastos

com tratamento e morbidade (ALLSOP et al., 2007). Nos estudos

epidemiológicos ou na detecção de animais com infecção crônica, o exame

parasitológico de esfregaço de sangue tem baixa sensibilidade, devido à baixa

parasitemia (CUNHA et al., 1998; ALHASSAN et al., 2005; BHOORA et al.,

2009). O teste ELISA competitivo (cELISA) recentemente substituiu a fixação

de complemento como método diagnóstico oficial da OIE para o transporte

internacional de eqüinos. As técnicas sorológicas têm algumas limitações,

porque apresentam reações positivas em animais que não são mais portadores

em virtude da persistência de anticorpos anti- T. equi e B. caballi por longos

períodos, possibilitando reações falso positivas. Outra desvantagem é a

possibilidade de ocorrer reações cruzadas entre as duas espécies de

hemoparasitos pela semelhança antigênica (XUAN et al., 2001; BALDANI et

al., 2004; BALDANI et al., 2008). A PCR, por ser um método de diagnóstico

direto de elevada sensibilidade, tornou-se uma técnica amplamente utilizada na

identificação de portadores, e que em conjunto com as provas sorológicas,

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3

aumentam a capacidade de detecção de animais nessas condições de infecção,

tornando o controle da babesiose eqüina mais eficiente. Nos últimos anos a PCR

nos seus formatos padrão, nested ou multiplex para T. equi e B. caballi com

primers baseados nas seqüências dos genes 16S rRNA, EMA-1, BC48, 18S

rRNA tem sido vastamente avaliada quanto a sensibilidade e especificidade

(BASHIRUDDIN et al., 1999; BATTSETSEG et al., 2001; NICOLAIEWSKY

et al., 2001; ALHASSAN et al., 2005). Embora em geral a PCR nested seja

considerada a de maior sensibilidade (BALDANI et al., 2008) essa apresenta

desvantagens como o maior tempo de execução, custo e o aumento do risco de

contaminação das amostras (RAMPERSAD et al., 2003). Nos estudos

epidemiológicos populacionais são desejáveis técnicas simples, rápidas e de

menor custo. As PCR multiplex possuem essas características, por serem

capazes de detectar múltiplas sequências-alvo numa mesma amostra

(ALHASSAN et al., 2005). O presente trabalho avalia a sensibilidade,

especificidade e desempenho em estudo epidemiológico de PCRs de T. equi de

sequências do gene 18S rRNA no formato padrão e multiplex em relação a

nested-PCR.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

1.1. ETIOLOGIA

1.1.1. CLASSIFICAÇÃO

Nantes e Zappa (2008) descrevem que a primeira descrição de um dos

parasitos causadores da babesiose eqüina foi feita por Guglielmi em 1899; e em

1901, Theiler observou parasitos intra-eritrocitários em amostras de sangue, que

ele atribuiu à malária eqüina, mas a determinação do mesmo foi feita por

Laveran (1901) que o denominou de Piroplasma equi. A Babesia caballi foi

descrita mais tarde por Nuttal e Strickland (1910, 1912) que a diferenciaram

morfologicamente da Theileria equi, descrevendo uma nova espécie envolvida

na epidemiologia da babesiose eqüina.

A Babesia caballi e Theileria equi possuem a seguinte classificação

taxonômica:

Filo Protozoa

Subfilo Apicomplexa

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Classe Aconoidasida

Ordem Piroplasmida

Famílias Babesiidae e Theileriidae

Gêneros Babesia e Theileria

Espécies Babesia caballi e Theileria equi

Esta taxonomia da T. equi é a mais atual e foi redescrita por Mehlhorn e

Schein (1998), já que diferente das espécies de Babesia, esta inicia seu ciclo

dentro de linfócitos antes de parasitar os eritrócitos e dividir-se em quatro

merozoítos, durante seu ciclo.

Na ordem Piroplasmida apenas duas famílias são consideradas, apesar de

alguns trabalhos indicarem a inclusão de novas famílias, como Allsopp et al.

(1994) que sugerem o surgimento da família Nicollidae que abrangeria as

espécies T. equi, Cytauxzoon felis e B. rodhaini, indicando que a T. equi poderia

representar um terceiro grupo diferente de Babesia e Theileria. Porém, segundo

Criado-Fornelio et al. (2003), as espécies C. felis e T. equi possuem ancestral

comum com a família Theileriidae, mas não pertencem a ela, o que levou Allsop

et al. (1994) a concluírem a formação da família Nicollidae. Entretanto, este

trabalho não concorda com o anterior, na proximidade da B. rodhaini com as

espécies C. felis e T. equi. Zhaler et al. (1998) propuseram a existência de três

grupos de piroplasmidas após análise de sequências do gene 18S rRNA, que são

B. microti, babesias e theilerias. Um quarto grupo foi descrito incluindo isolados

de ruminantes selvagens dos Estados Unidos (KJEMTRUP et al., 2000;

PENZHORN et al., 2001). Estes grupos propostos ainda não foram

estabelecidos, mas pode haver formação de novas famílias (CRIADO-

FORNELIO et al., 2003).

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Bhoora et al. (2009) descrevem em seu estudo uma extensa variação na

seqüência do gene 18S rRNA dentro da T. equi, identificando a existência de três

grupos genéticos distintos de T. equi na África do Sul, sugerindo que ocorram

estudos das variantes do gene 18S rRNA de T. equi e B. caballi para o

desenvolvimento de testes de diagnóstico molecular para detectar estes parasitos

em equinos.

1.1.2. MORFOLOGIA

Os dois protozoários intra-eritrocitários causadores da babesiose eqüina em

cavalos, pôneis, zebras, asininos e muares, não produzem esporos, não têm

flagelos, cílios ou formam pseudópodes, sua locomoção ocorre por flexão ou

deslizamento. São caracterizados pela presença de complexo apical menos

desenvolvido e sua reprodução assexuada ocorre por fissão binária ou

esquizogonia em eritrócitos de mamíferos (HOMER et al., 2000; CHAUVIN et

al., 2009).

Inicialmente, espécies de Babesia foram identificadas com base em

parâmetros morfológicos das formas intra-eritrocitárias visíveis em esfregaços

de sangue de hospedeiros vertebrados infectados. B. caballi que está localizada

no grupo das grandes babesias, medindo dois a cinco micrômetros, e a T. equi do

grupo das pequenas babesias, medindo um a três micrômetros, são facilmente

confundidos com artefatos de técnica quando observados ao microscópio devido

ao seu pequeno tamanho. Em esfregaço sangüíneo corado com Romanowsky,

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7

observa-se a T. equi como pequenas inclusões, com formas que variam de

esféricas, elípticas a ovóides que se dividem em quatro formas piriformes

caracterizadas como Cruz de Malta, enquanto que a B. caballi se apresenta como

pares piriformes juntos em ângulo agudo (HOMER et al., 2000; NIZOLI, 2005;

RONCATI, 2006; KUMAR et al., 2008).

1.2. CICLO DE VIDA

O ciclo da T. equi em eqüinos tem início com a inoculação da saliva do

carrapato com esporozoítos, os quais invadem os linfócitos do hospedeiro, onde

se desenvolvem em macro e micro esquizogontes, que ao originar merozoítos,

são liberados na circulação sanguínea. Ocorre, então, a penetração nos

eritrócitos transformando-se em trofozoítos, nestas células, os parasitos dividem-

se sucessivamente, por fissão binária ou esquizogonia, originando organismos

piriformes em forma de tétrade que caracteriza sua estrutura observada

microscopicamente, a chamada Cruz de Malta. Inicialmente estes trofozoítos

apresentam-se unidos e depois separados, eles destroem os eritrócitos

parasitados e ficam livres para penetrarem em outras hemácias (HOMER et al.,

2000; NIZOLI, 2005; RONCATI, 2006). A continuidade do ciclo ocorre quando

carrapatos, ao realizarem repasto sangüíneo, ingerem os organismos que se

reproduzem sexuadamente, no intestino deste hospedeiro invertebrado, e

transformam-se em esporozoítos que chegam às glândulas salivares via

hemolinfa (HOMER et al., 2000; NIZOLI, 2005).

O ciclo da B. caballi diferencia-se de espécies do gênero Theileria por

não haver um estágio pré-eritrocitário, onde há a invasão dos linfócitos,

ocorrendo a infecção direta dos esporozoítos nas células vermelhas do sangue.

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8

Os esporozoítos inoculados transformam-se em trofozoítos que crescem e

dividem-se em dois merozoítos em forma de pêra unidos na sua parte posterior.

Estes se reproduzem até causar hemólise, ficando livres para invadir novas

células (MEHLHORN e SCHEIN, 1998; HOMER et al., 2000). Quando fêmeas

de carrapato se infectam, ocorre a penetração e multiplicação dos parasitos nas

células intestinais, passagem, através da hemocele, e multiplicação nos tubos de

Malpighi, ovários, oócitos e glândulas salivares, assim ocorre a transmissão

tanto para os ovos do hospedeiro invertebrado, chamada de transmissão

transovariana, quanto a transmissão aos hospedeiros vertebrados através da

saliva do carrapato infectado, chamada de transmissão transestadial

(MEHLHORN e SCHEIN, 1998; RONCATI, 2006).

1.3. TRANSMISSÃO

A babesiose eqüina é transmitida naturalmente através de ninfas e

adultos de carrapatos pertencentes à Subordem Ixodides e à família Ixodidae.

Estes vetores pertencem aos gêneros Anocentor, Amblyomma, Rhipicephalus,

Boophilus e Haemaphysalis (BARBOSA et al., 1995; RIBEIRO et al., 1999,

IKADAI et al.., 2007). Pelo menos três carrapatos são comumente encontrados

em cavalos no Brasil. O Anocentor nitens, monóxeno, é o carrapato de maior

difusão no país e tem o cavalo como seu principal hospedeiro, localizando-se

preferencialmente no pavilhão auricular e por isso, é conhecido como carrapato

de orelha. O Amblyomma cajannense (vermelhinho ou micuim) é bastante

difundido, exceto no extremo sul do país onde possivelmente as temperaturas

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baixas limitam seu estabelecimento. Sua presença em fazendas de São Paulo

esteve associada à altura da pastagem, devido à maior parte de seu ciclo de vida

ocorrer no solo. Outro carrapato encontrado em cavalos no Brasil é o Boophilus

microplus, conhecido como carrapato do boi, também monóxeno, sendo a

infestação freqüente em equinos que compartilham o pasto com bovinos

(RIBEIRO et al. , 1999; LABRUNA et al., 2001).

No Brasil, o B. microplus é considerado o principal responsável pela

transmissão da T. equi, (HEUCHERT et al., 1999), e na manutenção da

estabilidade enzoótica, devido a grande parcela da população eqüina ser

composta por portadores (SOUZA et al., 2000). Em nosso país, BATTSETSEG

et al., (2002a) consideram esse carrapato vetor natural de T. equi e B. caballi,

sugerindo ocorrência de transmissão transestadial e transovariana, pois DNA

destes parasitos foi encontrado em ovos e larvas do B. microplus. Entretanto,

UETI et al., (2008) demonstraram que há uma eficiente transmissão

intraestadial, além da transestadial e que a transmissão transovariana da T. equi é

ineficiente apesar da contaminação dos ovos. Essa constatação é importante

porque a infecção de T. equi em ovos e larvas, além de ter sido detectada no B.

microplus, também foi verificada no Dermacentor nuttalli e Haemaphysalis

longicornus, o que possibilitou inferir que essa forma de infecção poderia ser

importante na transmissão deste hemoparasito para os eqüinos (BATTSETSEG

et al., 2002a, BATTSETSEG et al., 2002b, IKADAI et al., 2007).

Stiller e Coan (1995) afirmam que o A. nitens e o A. cajannense são as

principais espécies de carrapato que parasitam equinos, porém foram incapazes

de transmitir a T. equi para estes animais. O A. nitens é indicado como principal

vetor da B. caballi por vários autores (BARBOSA et al., 1995; GUIMARÃES et

al. , 1998). Segundo Fortes, 1987 apud (Roncati, 2006), o A. nitens adulto se

infecta, mas não transmite a doença, o que será feito pela geração seguinte. A

transmissão ocorre pela passagem transovariana, podendo manter-se por até

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10

quatro gerações, o que faz desta espécie de carrapato um importante reservatório

da B. caballi.

A T. equi pode ser também transmitida por via transplacentária e a

infecção pode ocorrer no primeiro trimestre da prenhez, enquanto que na B.

caballi esta forma de transmissão não é observada (RONCATI, 2006; ALLSOP

et al., 2007). Até o momento, ainda são escassas explicações de como ou quando

ocorre a transmissão transplacentária. Sugere-se que esta transferência seja

resultante de placentação anormal, devido a danos na placenta, casos de

eritroblastose fetal reversa e casos de prenhez normal, ou seja, devido à

fisiologia da gestação específica de equinos (ALLSOP et al., 2007).

A babesiose também pode ser transmitida por sangue contaminado, logo

a infecção de animais saudáveis pode ocorrer acidentalmente ou

iatrogenicamente. Suspeita-se que através de picadas de insetos hematófagos

seja possível a transmissão (NANTES e ZAPPA, 2008), porém Phipps e Otter

(2004) não apontam tabanídeos e espécies de Stomoxys como vetores da doença,

devido ao fato da probóscide da maioria destes insetos não ser capaz de sugar e

manter hemácias parasitadas por T. equi e B. caballi até picar outro animal

sadio.

1.4. EPIDEMIOLOGIA

Ambas as espécies causadoras da piroplasmose eqüina se distribuem

largamente em áreas tropicais e subtropicais do globo, sendo a prevalência mais

alta nas primeiras (AVARZED et al., 1997; KERBER et al., 1999;

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BOLDBAATAR et al., 2005). Boldbaatar et al. (2005) demonstraram em seu

estudo uma maior prevalência da doença em áreas semi-desérticas, onde sugere

que haja ótimas condições para o desenvolvimento da população de carrapato. A

prevalência da babesiose eqüina é um espelho da distribuição do carrapato vetor

e pode variar de acordo com as diversas populações e regiões. Quando o

controle do carrapato não é realizado numa área endêmica, aproximadamente

100% dos equinos se tornam expostos aos parasitos em algum momento de suas

vidas (PFEIFER BARBOSA et al., 1995; AVARZED et al., 1997).

Países como Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Japão, Alemanha, Reino

Unido, Irlanda, Holanda e países Escandinavos são considerados livres dos

parasitos (NANTES E ZAPPA, 2008; OGUNREMI et al., 2008) e possuem uma

indústria eqüina importante. Cavalos positivos para piroplasmose estão

impedidos de entrar nestes países ou sofrem severas sanções como quarentena

prolongada ou isolamento. A Austrália é o único país onde a piroplasmose

eqüina não se estabeleceu apesar da T. equi ter sido introduzida, provavelmente

pela falta do carrapato vetor (BASHIRUDDIN et al., 1999). No norte da Europa

não existem relatos de Babesia, apesar de haver algumas das espécies vetoras

(NANTES E ZAPPA, 2008). O Japão é considerado livre da babesiose, apesar

do aumento do número de equinos importados, inclusive de países endêmicos

para os carrapatos R. sanguineus, H. longicornis e D. reticulatus (IKADAI et al.,

2002; IKADAI et al., 2007). Ikadai et al. (2002) sugeriram a existência da

babesiose eqüina neste país devido à detecção de anticorpos anti-B. caballi e

anti-T.equi em 5,4% e 2,2% dos equinos, respectivamente. Porém, casos

autóctones da infecção ainda não foram confirmados.

A B. caballi e a T. equi são endêmicas ou já foram relatadas no sudeste e

leste da Europa, na Ásia, na África, na Arábia, em Cuba, nas Américas do Sul e

Central, assim como, em partes do sudeste dos Estados Unidos (OGUNREMI et

al., 2008). Na Europa, a babesiose eqüina se estende pela Espanha, Portugal, sul

da França, Itália e em vários outros países. Em partes do Sudeste Europeu

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12

infecções por T. equi são mais freqüentes que aquelas por B. caballi

(BASHIRUDDIN et al., 1999). Moretti et al. (2009) (in press) observaram na

Itália um alto nível de exposição dos equinos aos parasitos causadores da

babesiose, com prevalências atingindo até 50,4% para T. equi e 56,06% para B.

caballi. Na Espanha, soroprevalências de 40% e 28,3% foram observadas para

T. equi e B. caballi, respectivamente, sendo os carrapatos dos gêneros

Rhipicephalus e Dermacentor presentes no noroeste do país (CAMACHO et al.,

2005). Na África infecções por Babesia são relatadas, sendo considerada a

principal doença de equinos na África do Sul (POTGIETER et al., 1992;

OGUNREMI et al. 2008).

Na Ásia, a China é reconhecida como um país endêmico para babesiose

eqüina onde foram observadas uma soroprevalência de 34% e 32% para T. equi

e B. caballi, respectivamente, na província de Jilin localizada no nordeste da

China (XU et al., 2003). A Mongólia, localizada na Ásia Central, também possui

a piroplasmose disseminada em equinos da região central do país (AVARZED et

al., 1997; IKADAI et al., 2000; BOOLDBATAR et al., 2005; RÜEGG et al.,

2006), sendo transmitida pelos carrapatos D. nutalli, D. marginatus, D.

salivarum e H. dromedari (BOOLDBATAR et al., 2005; RÜEGG et al., 2006).

Em Trinidad casos de babesiose são periodicamente diagnosticados em

equinos de corrida, e das duas espécies associadas a esta doença, a T. equi

sempre esteve presente, contudo a B. caballi só foi detectada em 2003 por

Rampersad et al. Segundo estes autores, houve falhas no diagnóstico deste

parasito, provavelmente, devido às dificuldades na diferenciação entre as

espécies, e não devido à ausência da B. caballi. Em 2007, Asgarali et al.

observaram altas prevalências de anticorpos anti- B. caballi e T. equi em

Trinidad, sendo que a freqüência para B. caballi foi maior que para T. equi com

68,8% e 33,3%, respectivamente e os vetores associados foram o A. nitens, A.

cajannense e B. microplus. Prevalências de 12,8% a 25% para T. equi e 2,29% a

34,6% para B. caballi, utilizando testes sorológicos, foram observadas em

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13

diferentes regiões da Turquia (ÖNCEL et al., 2007; ACICI et al., 2008; SEVINC

et al., 2008; KARATEPE et al., 2009). Dentre os carrapatos citados como

vetores no país, estão o R. tiranicus, o H. detritum, o D. marginatus e o R. bursa

(ÖNCEL et al., 2007; ACICI et al., 2008; SEVINC et al., 2008). Nos Estados

Unidos, ambas as espécies de babesia foram introduzidas através da importação

de equinos infectados de Cuba (NANTES e ZAPPA, 2008) e atualmente o país é

considerado área controlada, onde medidas sanitárias foram adotadas, entre as

quais a realização de teste sorológico dos animais importados, sendo que estes

ficam retidos nas unidades de quarentena, e se positivos, são enviados de volta

ao país de origem ou sacrificados (COSTA-PEREIRA et al., 2007).

A babesiose é enzoótica em toda a América Latina, com exceção do sul

do Chile e sul da Argentina, ocorrendo em todas as áreas de distribuição

geográfica do carrapato transmissor A. nitens (LINHARES et al., 1997;

AGUIRRE et al., 2004), sendo as prevalências de T. equi e B. caballi muito altas

em países como Colômbia e Brasil. Na Argentina, a babesiose eqüina é

endêmica na região nordeste e na região noroeste, onde foram descritos casos

clínicos causados por B. caballi (AGUIRRE et al., 2004). Este país, além do

Chile e do Uruguai, mantém, segundo Costa-Pereira et al. (2007), um rígido

controle de fronteira, impedindo a entrada de animais soropositivos para as duas

espécies.

Segundo Guimarães et al. (1998) e Battsetseg et al. (2002a), no Brasil, o

primeiro diagnóstico de B. caballi foi feito por Costa e Mello (1963) no estado

do Rio de Janeiro e outros registros foram feitos posteriormente por Lima et al.

(1976) em Minas Gerais e Rocha et al. (1988) em Pernambuco (LINHARES et

al., 1997). Os casos de babesiose estão associados à infestação pelos carrapatos

A. nitens no caso de infecção por B. caballi e por B. microplus na infecção por

T. equi.

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14

Estudos epidemiológicos descrevem a prevalência da babesiose eqüina

nas diferentes regiões do Brasil. Na região Sul, estudo realizado por Cunha et al.

(1996) em equinos de haras e jóquei clube locais observaram soroprevalência

para T. equi de 57,89%, sendo que o principal vetor observado infestando

equinos na região foi o B. microplus. Resultado semelhante foi observado por

Souza et al. (2000) com prevalência de 50,38% de animais com anticorpo anti-

T. equi no Planalto Catarinense. Valor menor foi observado por Nizoli (2005)

com freqüência de 16,97% de equinos soropositivos para T. equi no Rio Grande

do Sul. A região centro-oeste apresentou sempre prevalências maiores como

observado por Battsetseg et al. (2002a) com freqüência de 96% para T. equi e

8,5% para B. caballi e 40-62,5% para os diversos estágios de B. microplus

coletados. Numa microrregião de Goiânia, a prevalência de anticorpos anti-B.

caballi foi de 90,8%, não havendo diferença significativa entre grupos de idades,

raças, espécies ou sexo (LINHARES et al., 1997).

Altas taxas de infecção também foram descritas por Xuan et al. (2001)

em equinos de diferentes fazendas dos estados de São Paulo e Mato grosso do

Sul, onde 81% e 90% dos animais apresentaram-se soropositivos para T. equi e

B. caballi, respectivamente. Taxas menores foram encontradas por Kerber et al.

(1999) nos mesmos estados com 37% e 27% de soroprevalência para T. equi e

B. caballi, respectivamente. Esses resultados distintos se devem provavelmente

aos diferentes testes utilizados, já que o primeiro estudo usou a fixação de

complemento (TFC) que é menos sensível que o ensaio imunoenzimático

(ELISA) e o teste de aglutinação em látex (LAT) que foram utilizados no

segundo estudo (XUAN et al., 2001).

Na região sudeste, no estado de Minas Gerais, a prevalência descrita foi

de 91% para T. equi e 83% para B. caballi utilizando o teste de

imunofluorescência indireta (IFI) e 59,7% e 12,5% utilizando a reação de

polimerase em cadeia (PCR) para T. equi e B. caballi, respectivamente (HEIM et

al., 2007). No mesmo estado, Ribeiro et al. (1999) encontraram uma

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15

soroprevalência de anticorpos anti-T. equi de 60,45%. Em São Paulo, Labruna et

al. (2001) encontraram A. nitens, A. cajannense e B. microplus como as únicas

espécies de carrapatos parasitando equinos, sendo o A. nitens mais freqüente, em

concordância com dados do estudo de Heuchert et al. (1999), também realizado

em fazendas de São Paulo. Este último trabalho observou uma maior incidência

de B. caballi que de T. equi, o que se deve provavelmente à maior ocorrência do

A. nitens associado à transmissão de B. caballi na região em relação ao B.

microplus, considerado principal vetor da T. equi no Brasil. No estado do Rio de

Janeiro, estudos sorológicos demonstraram prevalências para T. equi de 5,5% a

21% e para B. caballi de 1,5% a 9,7%. Nestes estudos os carrapatos encontrados

foram A. nitens e A. cajannense (PEREIRA et al., 2004; COSTA-PEREIRA et

al., 2005; COSTA-PEREIRA et al., 2007).

Botteon et al. (2002) observaram soroprevalências para T. equi em

animais submetidos a diferentes manejos. No sistema de criação extensivo,

89,58% dos animais foram positivos, enquanto que em sistema de semi-

confinamento a freqüência foi de 87,89% e de apenas 45,24% em sistema

confinado, provavelmente, porque animais confinados possuem menos contato

com o vetor. O fator ambiental também é considerado fator de risco em outros

estudos, onde equinos de corrida apresentaram menor soropositividade em

relação a animais submetidos a outros manejos, provavelmente devido ao fato de

animais de corrida serem submetidos a um melhor manejo e programa de

controle vetorial (SEVINC et al., 2008; MORETTI et al., 2009).

A faixa etária é considerada por alguns autores um fator que afeta a taxa

de animais positivos para T. equi e B. caballi (CUNHA et al., 1996; ASGARALI

et al., 2007; SEVINC et al., 2008; KARATEPE et al., 2009). Asgarali et al.

(2007) obtiveram uma maior freqüência de anticorpos anti-T. equi em animais

mais velhos, enquanto que, anticorpos para B. caballi foram mais comuns em

equinos com dois a quatro anos de idade. Tais fatos podem estar relacionados

com a evidência que animais infectados por T. equi permanecem hospedeiros

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16

por toda a vida, causando repetida estimulação antigênica e manutenção dos

níveis de anticorpos, e infecções por B. caballi persistem por um a quatro anos

antes de serem eliminados.

Entretanto, idade não foi observada como fator de risco em estudo no Rio

de Janeiro, onde não houve diferença significativa na prevalência de anticorpos

anti- T. equi entre animais de diferentes faixas etárias, concluindo que a região é

uma área de estabilidade enzoótica (BOTTEON et al., 2002). Assim como

observado por Xu et al. (2003), Acici et al. (2008) e Moretti et al. (2009).

Resultados semelhantes foram encontrados por outros pesquisadores, onde não

só o fator idade, mas também sexo, raça e espécie não atuaram como fatores de

risco para infecção por T. equi e B. caballi (LINHARES et al., 1997; SOUZA et

al., 2000; KARATEPE et al., 2009).

1.5. ALTERAÇÕES CLÍNICAS E LABORATORIAIS

Segundo Mehlhorn e Schein (1998), o período de incubação da infecção

por T. equi varia de 2 a 10 dias até 21 dias, dependendo do carrapato vetor. Dois

dias após a infecção os esquizogontes de T. equi ocorrem em linfócitos, e por

volta de 12 a 14 dias, os merozoítos são visualizados em eritrócitos através de

esfregaços sangüíneos. A parasitemia da T. equi é de aproximadamente 7% dos

eritrócitos, mas em animais imunodeprimidos ou sem qualquer contato prévio

que lhes garanta imunidade, a parasitemia pode chegar a 80%. No caso de B.

caballi, o período de incubação varia de 10 a 30 dias e a parasitemia é mais

baixa que a de T. equi podendo chegar a 1% dos eritrócitos (ALLSOPP et al.,

1994).

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17

Os sinais clínicos da babesiose eqüina são variáveis e inespecíficos. Na

fase inicial os sintomas característicos são febre, normalmente excedendo 40°C,

em decorrência do aparecimento do parasito na corrente sangüínea, depressão,

inapetência, secreção nasal mucóide, dispnéia e aumento da freqüência

respiratória e cardíaca (NICOLAIEWSKY et al., 2001; ZOOBA et al., 2008). A

lise de eritrócitos leva a ocorrência de anemia, havendo liberação de

hemoglobina e acúmulo de bilirrubina nos tecidos, e hemoglobinúria

(RONCATI, 2006). Outros sinais observados são mucosas congestas,

hemorragias petequiais ou equimoses na conjuntiva e incoordenação. Segundo

Sakha (2007), a T. equi é considerada a mais patogênica das duas espécies, e a

B. caballi causa uma febre mais persistente e anemia.

Redução da performance é a principal queixa associada à babesiose

eqüina, principalmente em animais de competição (PEREIRA, 1999;

BOTTEON et al., 2005). Suspeitava-se da ocorrência de cólicas e mialgias em

animais com babesiose, mas esta suspeita não foi confirmada por Botteon et al.

(2005). Apesar de estes sinais clínicos terem sido freqüentes nos animais

avaliados, estatisticamente não houve interação entre a ocorrência de babesiose

clínica e cólica ou mialgia. Somente queda de performance e claudicação

apresentaram associação estatística com a ocorrência clínica de babesiose. Pode

ocorrer a morte do animal ainda nesta fase aguda ou a doença pode se tornar

crônica e persistir por meses sem que o animal apresente sinais clínicos,

tornando-se reservatório para os parasitos. Infecções crônicas podem resultar em

sinais variados, geralmente, envolvendo leve inapetência com perda de peso,

febre intermitente, pouca tolerância a exercício, fraqueza, anemia leve e

esplenomegalia (ZOOBA et al., 2008).

O recrudescimento da doença que estava em fase crônica é comum em

animais que sofrem situações que determinem a diminuição de anticorpos e

stress como treinamento, transporte, condições climáticas adversas ou prenhez

(NICOLAIEWSKY et al., 2001). Segundo Botteon et al. (2002), observações a

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18

campo indicam que a forma aguda ocorre principalmente em animais mantidos

confinados, raramente afetando animais criados a campo, pois a baixa infestação

de carrapatos em cavalos confinados impede a manutenção da taxa de anticorpos

suficiente para manter a proteção destes animais. Os animais infectados por T.

equi permanecem infectados por anos, provavelmente por toda a vida

(RONCATI, 2006; RÜEGG et al., 2007), enquanto que infecções causadas por

B. caballi não são persistentes e são pouco estáveis, produzindo altos níveis de

anticorpos no organismo saudável (RONCATI, 2006).

Segundo Ribeiro et al. (1995), em áreas endêmicas, potros normalmente

adquirem infecção logo após o nascimento, sendo a parasitemia detectada antes

dos 42 dias de idade. Nestas condições, casos sintomáticos de babesiose não são

esperados com freqüência em adultos, já que estes normalmente apresentam

infecções subclínicas ou crônicas. A infecção de potros in utero leva ao

nascimento de animais normais que podem desenvolver sinais de infecção após

o nascimento (PHIPPS e OTTER, 2004). O resultado desta infecção, porém, vai

ser influenciado pelo número de parasitas infectando o feto, já que em infecção

causada por T. equi são observados abortos e casos de piroplasmose neonatal

quando a parasitemia excede 50%. Infecção por T. equi em éguas portadoras é

citada como a principal causa de abortos em equinos (ALLSOP et al., 2007).

As alterações laboratoriais mais comuns são redução do número de

eritrócitos, plaquetas e concentração de hemoglobina. Infecções agudas são

também caracterizadas por neutropenia, linfopenia, diminuição do fibrinogênio

plasmático e aumento da concentração de bilirrubina (ZOOBA et al., 2008). Tais

características que se assemelham àquelas encontradas por Camacho et al.

(2005) que observaram diminuição significativa da hematimetria,

hemoglobinometria e hematócrito em animais com babesiose eqüina, sendo a

anemia mais severa em animais infectados por T. equi que aqueles infectados

por B. caballi. Estes autores também observaram diminuição no número de

plaquetas e aumento nas concentrações de bilurrubina total, uréia, AST, γGT,

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19

CK e LDH. Cunha et al. (1998) observaram em seu estudo que houve rápida

redução do hematócrito durante a fase aguda da infecção, porém este não

apresentou alterações significativas durante a fase crônica, enquanto o título de

anticorpos esteve relacionado diretamente com a multiplicação do parasito,

mesmo durante baixas parasitemias.

1.6. DIAGNÓSTICO

1.6.1. DIAGNÓSTICO DIRETO

1.6.1.1. EXAME MICROSCÓPICO

O diagnóstico direto mais comum na babesiose é a detecção de parasitos

em esfregaço sanguíneo corado com o Giemsa ou o corante de Wright. Segundo

MEHLHORN e SCHEIN (1998), após 14 a 16 dias da infecção em animais não

imunes, é possível observar, através da análise microscópica do esfregaço

sanguíneo corado com Giemsa, estágios típicos de T. equi (merozoítos em

formato piriforme, estágio caracterizado pela cruz de Malta e estágio ovóide)

dentro dos eritrócitos. Esta é uma técnica rápida, de fácil realização e possui alta

especificidade, sendo possível diferenciar morfologicamente as espécies

envolvidas (ALHASSAN et al., 2005; BALDANI et al., 2008). A principal

desvantagem dessa técnica é a baixa sensibilidade nas fases crônicas e

subclínicas da enfermidade, devido às baixas parasitemias nestas fases (CUNHA

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20

et al., 1998; BALDANI et al., 2004; NAGORE et al., 2004; ALHASSAN et al.,

2005; OGUNREMI et al., 2008; BHOORA et al., 2009). CUNHA et al. (1996)

observaram uma baixa porcentagem de positivos no exame de esfregaço

sanguíneo (1,5%) em relação à IFI (57,8%) na detecção de T. equi. Outra

desvantagem desta técnica é que os agentes são facilmente confundidos com

artefatos da técnica (NANTES E ZAPPA, 2008).

1.6.1.2. REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR)

Consiste em amplificar um fragmento específico do DNA utilizando

primers específicos até que sua concentração possa ser detectável. A

multiplicação dos segmentos específicos ocorre alternando-se a temperatura do

ensaio para: desnaturação das cadeias do DNA genômico; anelamento dos

primers, usados para delimitar a seqüência a ser amplificada; extensão da

seqüência pela ligação dos desoxinucleotídeos pela ação da enzima e reinício do

ciclo.

Nos últimos anos, com o advento da reação em cadeia da polimerase

(PCR), o diagnóstico molecular tornou-se amplamente difundido. PCRs no seu

formato padrão, nested, multiplex e tempo real foram desenvolvidas ou

adaptadas para o diagnóstico de T. equi e B. caballi com primers baseados nas

seqüências dos genes 16S rRNA, (BASHIRUDDIN et al., 1999), EMA-1

(BATTSETSEG et al., 2001; NICOLAIEWSKY et al., 2001; FARAH et al.,

2003), BC48 (BATTSETSEG et al., 2001, GÜCLÜ & KARAER, 2007) e 18S

rRNA (RAMPERSAD et al., 2003, ALHASSAN et al., 2005; BHOORA et al.,

2009). Essas técnicas proporcionaram uma maior sensibilidade e especificidade

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21

comparadas aos testes sorológicos e ao exame microscópico de esfregaço

sanguíneo (CANOLA et al., 2007; BHOORA et al., 2009). HEIM et al. (2007)

demonstraram a maior eficiência da PCR Multiplex Real-time em relação à

técnica de pesquisa de hematozoários em esfregaço sanguíneo. A técnica

molecular apresentou positividade de 59,7% para T. equi e 12,5% para B.

caballi, enquanto que o exame parasitológico obteve 7,2% para T. equi e 1%

para B. caballi. Através da PCR é possível realizar estudos de epidemiologia

molecular entre os diferentes isolados de T. equi e B. caballi. BHOORA et al.

(2009) foram capazes de observar variação na seqüência do gene 18S rRNA da

T. equi, o que possibilitou a identificação de três grupos genéticos distintos dessa

espécie de hemoparasito na África do Sul. A seqüência do gene 18S rRNA da B.

caballi apresentou menor polimorfismo genético, que permitiu a caracterização

de apenas dois grupos genéticos. A análise do gene que codifica o antígeno

EMA-1 não evidenciou polimorfismo genético entre isolados de T. equi do

Brasil ou com as sequências já disponíveis de outros isolados geográficos dessa

espécie de hemoparasito (HEIM et al., 2007).

A nested PCR ou a semi-nested PCR normalmente são utilizadas para

tornar a reação mais eficiente incrementando a sensibilidade principalmente. Na

primeira etapa da nested PCR um par de primers é utilizado para amplificar um

fragmento de DNA genômico, cujo amplicon é utilizado como molde para uma

segunda etapa de amplificação com outros dois primers (MOLINA e TOBO,

2004). Apesar da PCR, em geral, ser descrita como uma técnica de alta

sensibilidade, existe variações entre elas, e muitas vezes estas apresentam

desempenho inferior a outras técnicas de diagnóstico. Por exemplo, em estudo

comparativo entre cultivo in vitro, PCR e nested PCR para diagnóstico de T.

equi em 15 equinos portadores submetidos ao estresse induzido por exercícios

para provocar recidiva, a nested PCR apresentou 100% de sensibilidade, pois

identificou todos os animais como positivos, enquanto que o cultivo in vitro

detectou 14 animais positivos, e a PCR não diagnosticou nenhum animal como

positivo (BALDANI et al., 2008). RAMPERSAD et al. (2003) também

demonstraram que a nested PCR tem maior sensibilidade, pois esta detectou 3,6

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22

vezes mais infecções de T. equi que o exame de esfregaço de sangue e 2,2 vezes

mais que a PCR. A sensibilidade superior da nested PCR em detectar infecções

crônicas está relacionada às duas etapas de amplificação (BALDANI et al.,

2008). Entretanto, este método demanda maior tempo de execução e custo, que

são características contrárias a de um teste diagnóstico ideal, que além de

sensibilidade e especificidade elevadas, deve ser simples e rápido. Nesse sentido,

a PCR no seu formato padrão e principalmente a PCR multiplex apresentam

vantagens. Essa última modalidade de PCR permite diagnosticar

simultaneamente dois ou mais agentes patogênicos utilizando pares de primers

específicos para cada um deles (MOLINA e TOBO, 2004), inclusive a PCR

multiplex para detecção de T. equi e B. caballi desenvolvida por ALHASSAN et

al., (2005) apresentou alta sensibilidade e especificidade.

1.6.2. DIAGNÓSTICO INDIRETO

1.6.2.1. TESTE DE FIXAÇÃO DE COMPLEMENTO

Testes sorológicos ainda possuem um importante papel em estudos

epidemiológicos e no trânsito internacional de eqüinos, porque tem maior

probabilidade de detectar animais portadores que o exame de esfregaços de

sangue (MEHLHORN E SCHEIN, 1998). Em 1969, o teste de fixação de

complemento (TFC) foi aceito como oficial para diagnóstico de piroplasmose

eqüina pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Esse

teste foi reconhecido mundialmente para o transporte mundial de eqüinos

(PEREIRA et al., 2004; BALDANI et al., 2007; CANOLA et al., 2007; COSTA-

PEREIRA et al., 2007).

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23

O TFC se baseia na pesquisa da imunoglobulina M (IgM). Essa

imunoglobulina tem uma concentração mais elevada que os demais isotipos na

resposta imune primária atingindo níveis detectáveis antes dos demais.

Entretanto, devido a modificação de isotipo de imunoglobulina no decorrer da

infecção com predominância da imunoglobulina G (IgG) e seus sub-isotipos

IgG2, IgG4 e IgG(T) que não são hábeis fixadoras de complemento e redução do

nível total das imunoglobulinas durante a cronicidade da infecção,

principalmente da IgM, a sensibilidade do TFC se reduz drasticamente, exceto

nos casos de recidivas e re-infecções (PEREIRA et al., 2004). Portanto, o TFC é

ineficiente em detectar eqüinos portadores assintomáticos, talvez devido as

características da IgM que é uma imunoglobulina que possui afinidade e avidez

por um espectro maior de epítopos B, resultados falso-positivos também foram

observados no TFC, por vários autores (IKADAI et al., 2002; BALDANI et al.,

2004; PEREIRA et al., 2004; COSTA-PEREIRA et al., 2005; HUANG et al.,

2006; CANOLA et al., 2007; COSTA-PEREIRA et al., 2007; OGUNREMI et

al., 2008). Outro aspecto negativo do TFC a ser considerado é que este teste

requer grandes quantidades de antígenos para a realização de estudos

epidemiológicos de grande escala (BALDANI et al., 2004; HUANG et al.,

2006).

Mesmo com baixa sensibilidade, o TFC se manteve como o teste padrão-

ouro, ou seja, o teste de escolha referendado pela OIE por mais de 30 anos.

BALDANI et al. (2007) consideram esta técnica para diagnóstico de T. equi

como um método que combina acurácia a sua fácil execução. Em seu estudo,

não foi observada reação cruzada com a B. caballi e não houve diferenças

significativas entre o TFC e outras técnicas sorológicas como ELISA e IFI.

1.6.2.2. IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA

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24

A IFI é uma técnica bastante usada para diagnóstico de babesiose e

alguns pesquisadores consideram que ela tem uma sensibilidade até superior

àquela da TFC (PASSOS et al. , 1999). Como comprovam OGUNREMI et al.

(2008) no diagnóstico de B. caballi, a IFI apresentou sensibilidade de 92% e

especificidade de 95%, enquanto que, o TFC apresentou sensibilidade de 28% e

especificidade de 99%. ÖNCEL et al. (2007) demonstraram a maior

sensibilidade da IFI em relação ao TFC na detecção de anticorpos anti-T. equi,

com frequências de 25,7% e 19,7%, respectivamente.

Um estudo realizado em 1999, objetivou avaliar o uso de antígenos

homólogos (isolado da área de estudo) e heterólogos (cepa USDA) para a

detecção de anticorpos contra B. caballi e T. equi pela técnica de IFI. A IFI com

antígeno homólogo produziu títulos significativamente maiores que a IFI com

antígeno heterólogo, indicando que há diferenças antigênicas entre isolados de

diferentes regiões (HEUCHERT et al., 1999). Estes autores também confirmam

a melhor performance da IFI em relação ao TFC, que foi capaz identificar

apenas 45% e 59% dos animais positivos para B. caballi e T. equi pela técnica de

IFI, respectivamente.

As desvantagens da IFI são que a padronização da técnica é muito difícil

e as leituras das lâminas adquirem caráter subjetivo, de acordo com a

experiência do laboratorista, além da presença de reação cruzada entre T. equi e

B. caballi. Por essa razão, a IFI tem sido recomendada como um teste

complementar (HEUCHERT et al., 1999; BALDANI et al., 2004; HUANG et

al., 2006; BALDANI et al., 2007).

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25

1.6.2.3. ELISA

O ELISA é um teste imunoenzimático que permite a detecção de

anticorpos específicos no plasma e soro sanguíneo. Somente em 2004, o ELISA

competitivo (cELISA) foi validado junto à OIE e aceito como teste oficial para a

permissão de transporte internacional de equinos para países livres de

piroplasmose eqüina (COSTA-PEREIRA et al., 2007; NANTES E ZAPPA,

2008; OGUNREMI et al., 2008). Esta técnica detecta IgG, imunoglobulina cuja

resposta ao antígeno é mais específica e duradoura. É possível que em casos

onde o animal seja um portador inaparente, o título de anticorpos do tipo IgG

contra a piroplasmose permaneça por toda a vida.

O teste ELISA é mais sensível que o TFC, sendo utilizado como

ferramenta para a detecção da doença aguda e latente, principalmente com o uso

de antígenos recombinantes (XUAN et al., 2001; IKADAI et al., 2002;

BALDANI et al., 2007; CANOLA et al., 2007). XUAN et al. (2001)

demonstraram que um ELISA com antígeno EMA-1 recombinante, expresso em

células de insetos por baculovírus, é uma boa opção para diagnóstico de T. equi.

BALDANI et al. (2004) citam a importância da qualidade do antígeno de

parasitos intracelulares, devido à presença de componentes contaminantes como

fragmentos de eritrócitos, o que torna a padronização de testes imunológicos um

passo crucial, já que os contaminantes aumentam a ocorrência de reação

cruzada. Daí a importância da utilização de antígenos recombinantes, facilitando

a padronização de testes, evitando a realização do cultivo in vitro dos parasitos,

que é duradouro, ou a infecção artificial de equinos para a produção de

antígenos. Entretanto, a despesa para produção de antígenos recombinantes

aumenta o custo do teste para piroplasmose eqüina em relação às preparações

antigênicas a partir de parasitos intracelulares.

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26

1.7. PREVENÇÃO

Para o controle e prevenção da piroplasmose eqüina, a situação enzoótica

do país ou da região deve ser considerada. Em áreas livres, medidas que evitem

a entrada de animais infectados são fundamentais, enquanto que nas áreas

endêmicas, o objetivo da criação de eqüinos e o mercado de comercialização

determinam o sistema mais apropriado de controle. Em áreas enzoóticas é

conveniente manter a estabilidade, que está relacionada a níveis de infestação de

carrapatos que mantenham as taxas de inoculação de T. equi e B. caballi e

estimulem uma resposta imune que controle as infecções e mantenham o estado

de portador (COLETO, 1999). Nesta situação se enquadram eqüídeos de

trabalho de áreas urbanas e rurais, de animais criados para reprodução e lazer

que são comercializados nas áreas endêmicas. Nestes casos é recomendado

manter uma infestação de carrapatos que não cause um efeito espoliativo e que

não afete a saúde do animal. (COLETO, 1999; BOTTEON et al., 2002;

CAMACHO et al., 2005).

Algumas medidas de manejo animal e das pastagens podem reduzir

significativamente a população de carrapatos. A separação da criação de eqüinos

e bovinos evita a infestação de B. microplus nos cavalos, assim como a

infestação por A. cajannense pode ser controlada sem o uso de acaricidas,

mantendo os pastos uniformes e limpos (LABRUNA et al., 2001). O uso de

acaricidas em intervalos corretos controla a infestação de todos os carrapatos

transmissores de T. equi e B. caballi. Entretanto, essa estratégia é

particularmente importante para controle de A. nitens, que quando utilizada por

longo tempo elimina o A. nitens da área, caso não haja outros hospedeiros para

esta espécie de carrapato além dos eqüinos (LABRUNA et al., 2001).

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27

Criações de eqüinos com mercado de exportação e os equinos de alto

valor genético, criados para esporte de alta performance devem ser livres da

infecção, portanto sem exposição aos carrapatos transmissores de T. equi e B.

caballi (COLETO, 1999; BOTTEON et al., 2002).

1.8. TRATAMENTO

O tratamento das infecções por T. equi e B. caballi na fase aguda com

dipropionato de imidocarb (IMIZOL®) (VIAL e GORENFLOT et al., 2006) e

parvaquone (CEXON®) (MEHLHORN E SCHEIN, 1998) apresentam bons

resultados, pois elimina a sintomatologia clínica. O dipropionato de imidocarb

(IMIZOL®) é a principal droga utilizada para o tratamento da babesiose eqüina.

Nas infecções por B. caballi, a dose recomendada é de 2,2mg/Kg, por via

intramuscular, e que deve ser repetida após 24 horas. Enquanto que, nas

infecções por T. equi a dose recomendada é de quatro aplicações de 4mg/Kg,

repetida a cada 72 horas (VIAL e GORENFLOT et al., 2006; HARTWIG et al.,

2008). Após a aplicação dessa droga, é recomendado o uso do sulfato de

atropina para prevenir o aparecimento de sintomas colinérgicos como salivação,

cólica leve e hipermotilidade intestinal, causados pelo dipropionato de

imidocarb. Existem outros esquemas de tratamento bem sucedidos, como a

aplicação de Imizol (4mg/kg, IM, sid) por três dias e com tratamento adicional

de catosal (phosphorus) 10 ml por três dias, vitamina B12 e dois litros de

parafina para aliviar a cólica causada pelo medicamento (SAKHA, 2007).

Segundo Mehlhorn e Schein (1998), a parvaquone (CEXON®) apresenta o

mesmo efeito do imidocarb contra T. equi, com redução de sua atividade, mas

não eliminação, porém é altamente efetivo contra outras theilerias.

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28

Nas situações em que há desidratação, a reposição de fluidos

(fluidoterapia endovenosa) é indicada, assim como as transfusões sanguíneas,

naqueles animais com anemia severa ou hemorragia. Nos casos de infecções

bacterianas secundárias, o uso de antibiótico eficaz contra o agente oportunista é

recomendado (NANTES E ZAPPA, 2008).

Devido às restrições de comércio internacional de eqüídeos de T. equi e

B. caballi, é também preconizado tratamento para a eliminação do estado de

portador a esses hemoparasitos. Os resultados obtidos até o presente indicam que

não há uma droga capaz de eliminar o estado de portador dos eqüídeos para T.

equi (BUTLER et al., 2008) e os resultados para B. caballi são contraditórios.

De acordo com os resultados obtidos por BUTLER et al. (2008), o imidocarb,

mesmo em altas doses, (4.7 mg/kg P.V. IM a cada 72 h 5 vezes) não foi capaz de

eliminar a infecção por B. caballi, pois na PCR de blot hibridização reversa

(PCR-reverse line blot hybridization), todos os animais foram positivos. Ao

contrário, SCHWINT et al., (2009) executaram o tratamento com altas doses de

Imidocarb em eqüinos portadores de B. caballi e obtiveram resultados que

indicaram a eliminação da infecção, porque os resultados nas PCRs quantitativa,

semi-nested foram negativos, não houve infectividade do sangue dos eqüinos

tratados aos animais susceptíveis após tratamento e houve conversão dos

animais portadores de soropositivos para soronegativos.

3. OBJETIVO

O presente trabalho avalia a sensibilidade, especificidade e desempenho em

estudo epidemiológico de PCRs de T. equi de sequências do gene 18S rRNA no

formato padrão e multiplex em relação a nested-PCR.

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29

4. ARTIGO CIENTÍFICO

Avaliação da PCR, PCR multiplex e nested PCR no diagnóstico de Theileria

equi em equinos

LEAL, Danielle Custódio 1, MATOS, Paulo Ferreira de 1, SOUZA, Bárbara Maria Paraná da Silva 1, FRANKE, Carlos Roberto 1, MADRUGA, Cláudio

Roberto 2

1. Universidade Federal da Bahia- Escola de Medicina Veterinária - Salvador, Bahia, Brasil;

2. Pesquisador Visitante Fundação de Amparo à Pesquisa do estado da Bahia - Salvador, Bahia, Brasil

Autor correspondente: Danielle Leal - E-mail: [email protected]

RESUMO

O presente trabalho avalia a sensibilidade, especificidade e desempenho da PCR de T. equi de seqüências do gene 18S rRNA no formato padrão e multiplex em relação a nested-PCR, através da aplicação das técnicas em amostra de sangue de eqüino sabidamente positivo para T. equi, em amostras de papas de hemáceas positivas (n=19) e negativas (n=30) em teste ELISA e em amostras de sangue de eqüinos (n=118) do estado da Bahia. A avaliação de PCR no seu formato padrão (PCR-Teq), PCR multiplex (M/PCR) e nested PCR (N/PCR), evidenciou sensibilidade idêntica entre primeira e terceira técnica de diagnóstico de T. equi na diluição de DNA de cavalo comprovadamente positivo para esse hemoparasito (1:128). A análise de concordância entre soros positivos de eqüinos no teste ELISA indicou uma concordância elevada entre esse teste e a PCR-Teq (κ =0,780) e moderada com N/PCR-Teq (κ = 0,562) e M/PCR (κ = 0,488). A freqüência de T. equi foi maior nos eqüinos de criação extensiva que nos de criação intensiva, e em ambos os sistemas a PCR-Teq determinou uma freqüência significativamente superior que as demais técnicas (p= 0,000), embora todas tenham indicado uma situação endêmica para T. equi no estado da Bahia. Portanto a PCR-Teq demonstrou desempenho apropriado para ser utilizada em estudos epidemiológicos e para detecção de eqüídeos portadores de T. equi.

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30

Palavras-Chaves: Bahia, Equinos, PCR, Nested PCR, Theileria equi

SUMMARY

The present study evaluates the sensitivity, specificity and performance of T. equi 18S rRNA gene PCR conventional and multiplex PCR against nested-PCR, by applying the techniques in blood samples of known equine positive for T. equi, in samples of mashed red cells positive (n = 19) and negative (n = 30) in ELISA and in blood samples from horses (n = 118) of the state of Bahia. PCR assessment of conventional PCR (PCR-Teq), multiplex PCR (M/PCR) and nested PCR (N/PCR), showed similar sensitivity between the first and third diagnostic technique for detection of T. equi in equivalent dilution of DNA of horse proved positive for this hemoparasite (1:128).The analysis of concordance between positive sera of horses in the ELISA showed a high correlation between these tests and PCR-Teq (κ = 0,780) and moderate with N/PCR-Teq (κ = 0,562) and M/PCR (κ = 0,488). T. equi frequency was higher in horses from extensive farming than in intensive farming system, and in both systems the PCR-Teq determined a significantly higher frequency than the other techniques (p = 0.000). The results indicated a endemic situation for T. equi in the state of Bahia. Therefore the PCR-Teq demonstrated suitable performance for use in epidemiological studies and for detection of T. equi carriers equine.

Keywords: Bahia, Horses, PCR, Nested PCR, Theileria equi

INTRODUÇÃO

A babesiose eqüina é causada pelos protozoários Babesia caballi e

Theileria equi, este último considerado até 1998 como pertencendo ao gênero

Babesia (MEHLHORN E SCHEIN, 1998). A distribuição geográfica desses

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31

hemoparasitos está diretamente associada à presença dos carrapatos vetores,

entre os quais se destacam os gêneros Anocentor, Amblyomma e Rhipicephalus,

particularmente o subgênero Boophilus, os quais ocorrem com freqüência nas

zonas tropicais e subtropicais, por isso os eqüídeos estão mais expostos a

infecção por esses hemoparasitos quando criados em climas correspondentes

nos continentes Asiático, Africano, Americano e parte do Continente Europeu

(UILENBERG, 2006). A piroplasmose eqüina causa prejuízos decorrentes da

morbidade e mortalidade, além daqueles oriundos dos gastos com o tratamento

e da restrição do comércio internacional porque os animais infectados por T.

equi e B. caballi tornam-se reservatórios e fonte de infecção especialmente

para animais de regiões indenes ou àquelas parcialmente livres desses

hemoparasitos. Por essa razão, o tratamento é uma estratégia utilizada na

tentativa de eliminar o estado de portador (BUTLER et al., 2008) e, com o

passar do tempo, obter resultados soronegativos para T. equi e B. caballi.

Entretanto, esse procedimento não é eficiente, pois até o momento não há

droga capaz de eliminar o estado de portador dos eqüídeos infectados por T.

equi, e os resultados para B. caballi são contraditórios (BUTLER et al., 2008;

SCHWINT et al., 2009). Portanto, enquanto não houver um método seguro de

eliminação do estado de portador dos eqüinos, estes devem ser submetidos a

um monitoramento que assegure uma elevada probabilidade que os animais

estejam livres da infecção por hemoparasitos. Uma alternativa é a utilização do

teste de imunoadsorção enzimática (ELISAc), considerado oficial pela OIE

(NANTES E ZAPPA, 2008), associado a um diagnóstico direto, uma vez que

testes imunológicos têm limitações como: a detecção de anticorpos por longo

tempo após a eliminação do agente etiológico e a não detecção de infecções

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32

recentes, além da ocorrência de reações cruzadas (BALDANI et al., 2008). O

cultivo in vitro é uma técnica com elevada sensibilidade e especificidade, mas

de custo elevado e realização demorada, quando comparado às técnicas

moleculares baseadas na amplificação in vitro de DNA. Várias modalidades de

PCR para diagnóstico de T. equi e B. caballi foram desenvolvidas

(NICOLAIEWSKY et al., 2001; RAMPERSAD et al., 2003; HEIM et al.,

2007). As PCRs no seu formato padrão e multiplex têm a vantagem da rapidez

do diagnóstico com relação a nested PCR, mas essa última é considerada de

maior sensibilidade, embora haja maior probabilidade de contaminação das

amostras (BALDANI et al., 2008). Todas essas modalidades podem ser

adaptadas para PCR tempo real, entretanto nem todos os laboratórios de

regiões endêmicas possuem o equipamento devido ao custo elevado. O

presente trabalho avalia a sensibilidade, especificidade e desempenho em

estudo epidemiológico de PCRs de T. equi de sequências do gene 18S rRNA

no formato padrão e multiplex em relação a nested-PCR.

MATERIAL E MÉTODOS

As amostras de sangue foram colhidas por punção de capilares da orelha

dos equinos em frascos com EDTA, e mantidos sob refrigeração para o

transporte até o Laboratório de Infectologia Veterinária da Universidade Federal

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33

da Bahia, onde permaneceram a -20ºC e até sua utilização. A extração de DNA

das amostras de sangue foi realizada com o kit comercial PurelinkTM Genomic

DNA MiniKit (Invitrogen) de acordo com as instruções do fabricante. O DNA

purificado foi eluido num volume de 100 µl de tampão de eluição.

A PCR multiplex (M/PCR) utilizou primers desenhados com base nas

seqüências do gene 18SsrRNA de T. equi (Teq) e B. caballi (Bc). As seqüências

destes foram as seguintes: TeqF forward 5’-ATGCCCTTCAGTTCG- 3’ e TeqR

reverso 5’-ACCTCCCTGTGTCAGGATTG- 3’. Enquanto para B. caballi: BcF

forward 5’-GAGGGACTTTGGGTCATAA-3’ e BcR reverso q5’-

GGTACTCGATCGGTAGGA-3’. Em volumes de 50 μL, as reações foram

realizadas com 3mM de MgCl2, 0,2mM de dNTPs, 2U de Taq platinum

polimerase (Invitrogen), BSA (10mg/ml), 1 pmol de primers TeqF e TeqR e 100

pmol de cada BcF e BcR e 1 μl de DNA genômico. A reação foi executada a

94°C por 2 minutos, seguida de 40 ciclos de 94°C por 1 minuto, 58°C por 1

minuto e 72°C por 1 minuto, com uma extensão final a 72°C por 5 minutos. A

PCR no seu formato padrão para T. equi (PCR-Teq) foi executada com os

primers Teq empregados na PCR multiplex em volume de 50 μL com 2mM de

MgCl2, 0,2mM de dNTPs, 2,5 pmol de cada primer TeqF e TeqR, 2 U da Taq

platinum polimerase e 1 μL de DNA genômico. A termociclagem foi de 94°C

por 2 minutos, seguida de 35 ciclos de 94°C por 30 segundos, 60°C por 30

segundos e 72°C por 30 segundos, com uma extensão final a 72°C por 5

minutos.

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34

A nested PCR para a detecção da T. equi, (N/PCR-T. equi) foi executada

de acordo com a técnica descrita por Nicolaiewsky et al. (2001). Os DNAs que

constituíram os controles positivos de T. equi foram gentilmente cedidos pelos

doutores Carlos Massard da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e

Guido Linhares da Universidade Federal de Goiás. Os produtos das PCRs foram

corados com solução de Sybr Gold (Invitrogen) e submetidos à corrida

eletroforética horizontal em gel de agarose 1,5%, em tampão Tris borato EDTA

(TBE), juntamente com o marcador de peso molecular 100pb (Invitrogen). Os

resultados foram visualizados num transiluminador e fotodocumentados

(Biometra).

Os amplicons foram purificados do gel agarose com kit comercial

PureLink™ Quick Gel Extraction Kit (Invitrogen) e os fragmentos clonados

foram seqüenciados em seqüenciador automático capilar ABI 3100 (Applied

Biosystems), no Laboratório de Regulação e Expressão Gênica do Instituto de

Biologia Molecular do Paraná (IBMP). As seqüências dos clones da porção final

dos genes de T. equi e B. caballi foram comparadas com seqüências dos genes

18S rRNA destes microorganismos presentes no GENBANK, usando o

algorítimo BLASTX, a partir do site do NCBI (http://www.ncbi.nlm.nih.gov).

As seqüências dos clones de T. equi também foram comparadas com cada uma

delas individualmente usando o programa MEGALIGN (Lasergene/DNASTAR

INC.).

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35

As especificidades das PCR-Teq, M/PCR e N/PCR-Teq foram analisadas

com DNA extraído de papa de hemácias de eqüinos criados em haras do extremo

sul do Brasil (município de Bagé, estado do Rio Grande do Sul) que

apresentaram sorologia negativa no teste ELISA com antígeno recombinante

EMA-1 desenvolvido na Universidade Federal de Pelotas pelo Dr. Sérgio da

Silva (informação pessoal). A relação dos resultados positivos do ELISA com as

PCRs foi determinada com DNA proveniente de 19 eqüinos positivos nessa

prova sorológica utilizando o teste kappa. Adicionalmente para avaliar a

sensibilidade, o DNA de eqüino comprovadamente positivo para T. equi cuja

concentração foi determinada por fluorímetro (Qubit® - Invitrogen) foi diluído

de forma múltipla de 1:2 até 1: 512. Nessa avaliação foi empregado teste de

significância.

As PCR-Teq, M/PCR N/PCR-Teq também foram avaliadas através de

suas aplicações nos 118 eqüinos do estado da Bahia, sendo 62 de haras e

criatório da polícia militar que possuem controle de carrapato (sistema de

criação intensivo) e 56 de fazendas comerciais sem controle de ixodídeos

(sistema de criação extensivo). As diferenças foram avaliadas por testes de

significância. Dos eqüinos avaliados 15 possuíam carrapatos no momento da

coleta e uma amostragem destes carrapatos foi obtida para caracterização de

gêneros e espécies que infestam os eqüinos nas áreas abrangidas pelo estudo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

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36

As reações da PCR-Teq produziram amplicons de 283pb (Figura 1), cujo

seqüenciamento do produto evidenciou 100% de identidade com as respectivas

sequências de T. equi existentes no Genbank (AY50063.2; EU 888902.1;

EU888906.1) e de B. caballi (U46551.1; AB017700.1; AF092736.1).,

confirmando a especificidade destes produtos amplificados.

As sensibilidades da PCR-Teq, M/PCR e N/PCR-Teq, avaliadas por

diluição do DNA extraído obtido, podem ser observadas na Tabela 1. A PCR-

Teq e a N/PCR-Teq apresentaram sensibilidades idênticas, pois detectaram DNA

de T. equi até a diluição 1:128 e superiores a M/PCR. Esse resultado demonstra

que a PCR-Teq possui elevada eficiência em relação a outros protocolos de PCR

descritos na literatura, os quais consideram que a nested PCR aumenta em geral

cerca de duas vezes a sensibilidade com relação à PCR no seu formato padrão, o

que foi verificado na identificação de cavalos infectados com T. equi

(RAMPERSAD et al. 2003). Baldani et al (2008) relatam que a nested PCR foi

capaz de identificar 100% de animais portadores de T. equi, em relação à PCR

no seu formato padrão que não diagnosticou nenhum destes eqüinos como

positivo. A eficiência do protocolo da N/PCR-Teq foi demonstrada

anteriormente por Battsetseg et al. (2002a), pois esta modalidade de PCR foi

capaz de detectar DNA de T. equi em 95,7% dos equinos criados em área

endêmica. Outros protocolos de PCR no seu formato padrão também

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37

demonstraram menores níveis de detecção de parasitemia (8 x10-5%) em eqüinos

naturalmente infectados (BASHIRUDDIN et al., 1999; BALDANI et al., 2008)

em relação aos protocolos de nested PCR, que detectou parasitemias de 6 x10-6%

a 8x10-6% (NICOLAIWSKY et al., 2001; BALDANI et al., 2008). Kim et al.

(2007) demonstraram que uma técnica com um passo de amplificação, como a

PCR tempo real, pode ser tão eficiente quanto uma nested PCR que emprega

dois passos de amplificação. A menor sensibilidade da M/PCR pode estar

relacionada a inibição na reação decorrente de padronização inapropriada ou a

denominada inibição competitiva que ocorre nessa modalidade de PCR em

algumas ocasiões, particularmente quando as amostras são positivas para mais

de um organismo (WHILEY E SLOOTS, 2005).

A análise de sensibilidade através das amostras testadas pelo ELISA

(Tabela 2) demonstrou que a diferença de sensibilidade da PCR-Teq, e da

N/PCR-Teq em relação a M/PCR não foi influenciada pelas especificidades de

cada uma delas, já que estas não diferiram significativamente, pois as

percentagens de reações positivas foram 93,6% (2/30), 90,0% (3/30) e 96,7%

(1/30), para PCR-Teq, N/PCR-T. equi e M/PCR, respectivamente. A análise de

relação com o teste ELISA evidenciou uma concordância substancial desta

prova sorológica com a PCR-Teq, conforme indicado pelo coeficiente Kappa de

0,78 (0,61-0,80) (Tabela 2), enquanto que a N/PCR-Teq apresentou índice κ =

0.562 que apesar de ser maior que da M/PCR (κ = 0.488) ambos apresentaram

concordância moderada com o ELISA. Inclusive, a concordância da PCR-Teq

pode ainda ser maior, pois há a possibilidade de reações sorológicas

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38

permanecerem positivas, mesmo quando os eqüinos não são mais portadores,

devido à persistência de anticorpos. Este fato torna freqüente relatos de maior

número de animais positivos na sorologia quando comparada a técnicas de

detecção de DNA. Em estudo na Mongólia, Rüegg et al., (2007) identificaram

78,8% dos eqüinos com anticorpos contra T. equi, enquanto que o DNA deste

piroplasma na PCR foi encontrado em 66,5% das amostras. Jaffer et al. (2009)

também encontraram maior número de eqüinos reagentes no teste sorológico

(36,2%) e menor na PCR (31,4%).

A PCR-Teq também mostrou menor número de reações falso-positivas o

que sugere maior especificidade que a N/PCR-Teq e a M/PCR, embora esta

reação positiva possa indicar uma infecção recente não detectada no ELISA,

pois os anticorpos em geral atingem níveis detectáveis pelas provas sorológicas

apenas 10 a 14 dias após a infecção (NANTES e ZAPPA, 2008). Esse seria um

fator favorável a PCR que diagnosticaria a infecção de T. equi precocemente, o

que pode ocorrer em recidivas de animais exportados de países endêmicos após

tratamento. Além disto, a possibilidade de que haja falsos negativos na prova

sorológica, ou seja, as reações positivas nas PCRs possam ser verdadeiros

positivos não alteraria a significância dos resultados. Estes resultados

credenciam a PCR-Teq como uma prova de diagnóstico direto apropriada para

detecção de portadores, porque a nested PCR tem sensibilidade que possibilita

detecção de 100% de animais infectados com T. equi como foi verificado por

BALDANI et al. (2008).

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39

Em ambos os sistemas de criação as maiores freqüências de T. equi

foram determinadas pela PCR-Teq em relação a N/PCR-Teq e M/PCR (Tabela

3). Com base nos dados anteriores de avaliação de sensibilidade e

especificidade, há confirmação da maior capacidade da PCR-Teq em

diagnosticar cavalos portadores deste hemoparasito. A maior freqüência de T.

equi em animais criados extensivamente em relação aos cavalos criados de

forma mais intensiva e com controle de carrapato já havia sido constatada

anteriormente por Botteon et al. (2002) que encontraram 89,58% animais

positivos no sistema extensivo, 87,89% em animais semi-confinados e de apenas

45,24% nos cavalos de sistema confinado. Esses resultados refletem a menor

taxa de inoculação deste hemoparasito em animais criados em sistema intensivo,

devido a menor infestação de carrapatos vetores de áreas endêmicas como o

estado da Bahia, em que a amostragem de ixodídeos dos eqüinos identificou a

maioria do gênero Anocentor, e Amblyomma cajannense infestando um eqüino.

A predominância desses carrapatos e freqüência elevada de T. equi foi também

verificada no estado do Rio de Janeiro (PEREIRA et al., 2004; COSTA-

PEREIRA et al., 2007), embora alguns investigadores considerem estes

ixodídeos incapazes de transmitir a T. equi (STILLER e COAN, 1995), e no

Brasil o Rhipicephalus B. microplus é considerado principal vetor desse

hemoparasito (BATTSETSEG et al., 2002a), particularmente quando há

compartilhamento de pasto com bovinos (LABRUNA et al., 2001).

Ainda que seja subjetivo comparar situações epidemiológicas mesmo que

sejam endêmicas, devido aos vários fatores que afetam a transmissão de T. equi

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40

aos cavalos como sistema de manejo dos animais, populações e espécies de

carrapato, condições climáticas e as suas variações sazonais. O resultado da

avaliação epidemiológica, com a PCR-Teq (Tabela 3), caracteriza uma situação

endêmica comparável às observadas em levantamento realizado com eqüinos de

Minas Gerais, Goiás, São Paulo pela técnica de PCR (HEIM et al., 2007). Em

Mato Grosso do Sul a prevalência encontrada foi maior, 85,7% determinada por

PCR tempo real (KIM et al., 2007). Mesmo em outros países, situações

endêmicas com freqüências semelhantes, foram encontradas por PCR (RÜEGG

et al. 2007, JAFFER et al 2009).

Com base nos dados apresentados, conclui-se que a PCR-Teq apresenta

elevada sensibilidade e especificidade, o que a torna apropriada para estudos

epidemiológicos e detecção de portadores, com as vantagens de maior rapidez na

execução e menor custo em relação à nested PCR. A situação epidemiológica da

T. equi nas regiões estudadas se caracteriza como endêmica, inclusive para

eqüinos criados de forma intensiva.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior (CAPES), pela bolsa de mestrado concedida; a Fundação de Amparo à

Pesquisa do estado da Bahia (FAPESB) pela concessão de financiamento do

projeto; e a Fundação Alexander von Humboldt pela doação dos equipamentos

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41

de biologia molecular, ao Prof. Dr. Carlos Roberto Franke (III-ERSX-

BRA/1067633).

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42

Figura 1. Gel de agarose 1,5% da PCR para T. equi (PCR-Teq) em amostras de estudo epidemiológico. 1. Marcador 100pb, 2. Controle negativo, 3. Controle positivo, 4, 6, 7, 10, 15, 16, 20 e 22. Amostras negativas, 5, 8, 9, 11, 12, 13, 14, 17, 18, 19 e 21. Amostras positivas

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Tabela 1. Determinação da sensibilidade da PCR (PCR-Teq), Nested PCR (N/PCR-Teq) e PCR multiplex (M/PCR) para diagnóstico de Theileria equi por diluições múltiplas de DNA de equinos comprovadamente infectados por esse hemoparasito

DNA de eqüino infectado por T. equi

Diluições PCR-Teq N/PCR-Teq M/PCR

1:2 + + +

1:4 + + +

1:8 + + +

1:16 + + -

1:32 + + -

1:64 + + -

1:128 + + -

1:256 - - -

1:512 - - -

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44

Tabela 2. Número e percentagem de reações positivas e negativas da PCR-Teq, nested PCR (NPCR-Teq) e PCR multiplex (M/PCR) para diagnóstico de T. equi em DNA extraído do sangue de eqüinos sorologicamente positivos em teste ELISA competitivo (ELISAc)

Resultado

ELISAc

PCR-Teq (a) NPCR-Teq (b) M/PCR(c)

Positivo Negativo Positivo Negativo Positivo Negativo

Positivo (%) 16 (84,2) 3 (15,8) 12 (62,3) 7 (36,8) 8 (42,1) 11 (57,9)

Negativo (%) 2 (6,7) 28 (93,3) 3 (10) 27(90) 1 (3,3) 29 (96,7)

Total (%) 18 (36,7) 31 (63,3) 15 (30,6) 34 (69,4) 9 (18,4) 40 (81,6)

(a) k= 0,784; (b) k= 0,562; (c) k= 0,488

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45

Tabela 3. Resultado da PCR (PCR-Teq), nested PCR (N/PCR-Teq) e PCR multiplex (M/PCR) para diagnóstico de T. equi dos animais provenientes de fazenda e cavalaria/haras do estado da Bahia

Origem PCR-Teq(a) N/PCR-Teq (b) M/PCR (c)

Positivo (%) Negativo (%) Positivo (%) Negativo (%) Positivo (%) Negativo (%)

Extensivo 46 (82,1) 10 (17,9) 33 (58,9) 23 (41,1) 25 (44,6) 31 (55,4)Intensivo 32 (51,6) 30 (48,4) 10 (16,1) 52 (83,9) 14 (22,6) 48 (77,4)

(a) p = 0,000 (b) p = 0,000 (c) p= 0,011

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49

5. Considerações Finais:

A técnica de PCR para o diagnóstico de T. equi é apropriada para estudos

epidemiológicos e detecção de equinos portadores, devido ao seu desempenho e

com as vantagens de maior rapidez na execução e menor custo em relação à

nested PCR.

Esta parasitose está presente com alta freqüência em eqüinos no estado da Bahia,

principalmente em animais de fazenda, embora presente também em animais de

cavalaria e haras, sendo importante a intensificação do controle de vetores e

monitoramento da doença nos rebanhos equinos do estado.

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6. Referências Bibliográficas

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