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Tradução, revisão, formatação: Comunidade RTS – ORKUT: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=18008059 T T RADUÇÕES RADUÇÕES RTS RTS SÉRIE IRMÃS MÁGICAS SÉRIE IRMÃS MÁGICAS L L IVRO IVRO 2 2 CREPÚSCULO CREPÚSCULO ANTES DO ANTES DO NATAL NATAL Christine Feehan Tradução: Jossi Borges Revisão: Gladys Castiglionis e Cristiane Skau Comunidade RTS – ORKUT: http://www.orkut.com/Community.aspx? cmm=18008059 1

Drake Sisters 02 - Crepúsculo Antes Do Natal - Christine Feehan-

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Historia das irmãs drake. Livro 2

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TRADUES VIRTUAIS RTS

PAGE 1Traduo, reviso, formatao: Comunidade RTS ORKUT: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=18008059

Tradues RTS

SRIE IRMS MGICASLivro 2

Crepsculo antes do natal

Christine Feehan

Traduo: Jossi BorgesReviso: Gladys Castiglionis e Cristiane SkauComunidade RTS ORKUT: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=18008059CREPSCULO ANTES DO NATAL

Christine Feehan

Este livro dedicado minha irm Lisa, pois tem uma magia especial por si mesmo.

Reconhecimentos

Graas a Heather King e Rose Brugand pelo maravilhoso poema natalino que to graciosamente me proporcionaram para que o utilizasse neste livro!Crepsculo antes do Natal

Por Heather King e Rose BrungardChegou a penumbra antes do Natal e atravessou as terras,

Nada ocorreu que no fosse por minha mo.

A bola de neve que seguravam escondia em seu interior um segredo,

Onde a nvoa formava redemoinhos em lugar da neve que foi.Um calafrio, mais frio ainda que o ar sentiro,Quando um ferrolho se abrir e um selo for atravessadoUma coroa de flores como saudao

Muito melhor atir-la na ruaUm povo imerso em doces sonhos enquanto descansa na cama,

At que os pesadelos sobre mim comeam a danar em suas cabeas.

O tempo era propcio, para um presente ou dois,E a nvoa sobre a areia escondia um segredo, uma pista.Como amantes que se encontram sob o brilhante visco,

O terror se prende abaixo deles esta noite

E o sangue corre vermelho sobre a antiga neve branca...Enquanto em todas as casas brilham as luzes de Natal.

Uma estrela arde a fogo lento na morte da noite,

Quando o sino anuncia que j meia-noite

Sob a estrela, essa que brilha tanto,

Desdobra-se o ato, para meu deleite.Na meia pendurada com tenro cuidado,Um mistrio se oculta.Uma vela arde com um estranho brilho,

Enquanto se funde, a cera flui,

Agora meu ltimo presente, um especial,

Uma bengala de caramelo para um filho especial,Ele observa e guarda e conhece a terra,

Mas no o suficiente para evadir minha mo.

Todas as faanhas esto j realizadas, o perdo meu,

Enquanto duas pessoas compartilham um amor para sempre.

Captulo 1

Chegou a penumbra antes do Natal e atravessou as terras,

Nada ocorreu que no fosse por minha mo.

N

O DIGA. NO DIGA. NO DIGA. Danny Granite murmurava o mantra baixinho, enquanto sentado no caminho observava seu irmo mais velho selecionar cuidadosamente tomates orgnicos da quitanda de fruta do Velho Mar. Danny olhou fixamente as chaves, assegurando-se de que o caminho estava em marcha; tudo o que seu irmo tinha que fazer era saltar e sair. Inclinou-se aparecendo pelo guich, cumprimentou o ancio e franziu o cenho para seu irmo.

Matt, mexa-se. Estou morrendo de fome aqui dentro.

Matt deu uma piscada, depois sorriu com encanto para o ancio.

Feliz Natal, Senhor Mar. Disse alegremente enquanto entregava vrias faturas e levantava a bolsa de tomates. Menos de duas semanas para o Natal. Espero com ansiedade o desfile deste ano.

Danny gemeu. Um cenho preto se formou no rosto do Velho Mar. Suas sobrancelhas se uniram em uma linha reta e grossa. Grunhiu com desgosto e cuspiu sobre o cho.

O sorriso no rosto de Matt ampliou-se at a careta de um moo travesso enquanto se apressava a rodear a caixa da caminhonete para abrir de um puxo a porta do motorista. Quase antes de acomodar-se em seu assento, subiu o volume do rdio para que o "Jingle Bells" bramisse ruidosamente dos alto-falantes.

Ser melhor que se mexa, Matt. Murmurou Danny nervoso, olhando pelo guich, de volta para o posto de fruta. Est se armando. Tinha que lhe desejar Feliz Natal, claro. Sabe que odeia essa festa. E sabe muito bem que pr essa msica acrescentar um insulto afronta.O primeiro tomate se espatifou na janela traseira da caminhonete enquanto Matt acelerava e o caminho saltava para frente, recuando, as rodas lanando p ao ar. O tomate aterrissou com um impulso mortal, salpicando suco, sementes, e polpa sobre o guich traseiro. Vrios msseis mais golpearam a parte traseira enquanto a caminhonete saa do estacionamento e corria rua abaixo.

Danny franziu o cenho para seu irmo. Tinha que lhe desejar Feliz Natal. Todo mundo sabe que odeia o Natal. Chutou o pastor o ano passado durante o desfile de meia-noite. Agora, estar mais zangado que nunca. Se tivesse evitado a palavra, poderamos ter passado sem incidentes este ano, mas agora tomar represlias.

Os enormes ombros de Matt se sacudiram enquanto ria.

Por isso, agora lembro voc fez papel de pastor o ano passado. No te fez tanto mal, Danny. Um pontap na canela bom para voc. Fortalece seu carter.

S lhe parece divertido porque no foi tua canela. Danny esfregou a perna como se ainda lhe doesse quase um ano depois.

Precisa se endurecer. Assinalou Matt. Tomou a estrada, uma magra cinta que se retorcia e girava ao longo dos escarpados sobre o oceano. Era impossvel ir rpido pelas ascenses em ziguezague embora conhecesse bem o caminho. Manobrou ao redor de uma curva fechada, preparando-se para o seguinte giro. Corria colina acima e quase dobrava de volta. A montanha estava a sua direita, um banco alto sobre o que crescia erva verde esmeralda e estalava uma exploso de cores de flores silvestres. A sua esquerda, a estreita cinta de um atalho percorria os escarpados para cair para o extenso azul do oceano com sua espuma branca e suas ondas.

Oh, meu Deus! Essa Kate Drake. Disse Danny alegremente, apontando para uma mulher a cavalo, montando pelo estreito atalho junto estrada.

No pode ser ela. Matt baixou apressadamente sua janela e estirou o pescoo, espiando descaradamente. S podia ver as costas da amazona, que estava vestida toda de branco e tinha um espesso cabelo castanho que flamejava no entardecer. Seu corao palpitou. Secou-lhe a boca. S Kate Drake podia sair vestida de branco e montar a cavalo to perto da estrada. Tinha que ser ela. Freou o caminho para conseguir uma melhor vista enquanto se aproximava, baixando o volume do rdio ao mesmo tempo.

Matt! Veja o que faz. Reclamou Danny, abraando-se a si mesmo enquanto a caminhonete saa da estrada e rodava diretamente pelo banco coberto de erva. Deteve-se bruscamente. Ambos os homens se viram jogados para trs contra seus assentos e feitos prisioneiros por seus cintos de segurana.

Demnios! Rugiu Matt. Voltou-se para seu irmo. Est bem? No, no estou nada bem, seu idiota, nos tirou da estrada por olhar Kate Drake outra vez. Di-me tudo. Preciso de um curativo, e acho que posso ter quebrado o dedo mindinho. Danny manteve a mo erguida, segurando no pulso e emitindo ruidosos gemidos.

Oh, cale-se! Disse Matt rudemente.

Matthew Granite. Meu Deus, est ferido? Tenho um celular e posso ir a busca de ajuda.

A voz de Kate era tal e como a recordava. Suave. Meldica. Falava de largas notas e lenis de cetim. Matt girou a cabea para olh-la. Para beber dela. Tinham passado quatro longos anos desde que tinha falado com ela por ltima vez. Kate estava em p perto da caminhonete, com as rdeas soltas na mo, seus grandes olhos verdes ansiosos. No pde evitar notar que tinha a mais linda das peles. Imaculada. Perfeita. Parecia to suave, quis deslizar os dedos para baixo por essa bochecha s para comprovar se era real.

Estou bem, Kate. Foi um milagre que encontrasse sua voz. Parecia ter a lngua pregada ao cu da boca. Devo ter tentado tomar a curva um pouco s pressas.

Um bufado de brincadeira chegou do lado da caminhonete onde estava Danny.

Dirigia como uma tartaruga. Simplesmente no estava olhando aonde ia.

A ponta da bota de Matt aterrissou solidamente contra a canela de seu irmo e Danny deixou escapar um uivo de arrepiar o cabelo.

No me surpreende que o Velho Mar queira lhe chutar o ano passado. Murmurou Matt baixinho.

Daniel. Est ferido? Kate parecia ansiosa, mas seu fascinante lbio inferior tremia como se estivesse contendo a risada.

Decidido a mant-la longe de seu irmo, Matt correu apressadamente para abrir a porta, com mais fora que o necessrio. A porta retumbou sonoramente contra as pernas de Kate. Ela saltou para trs, o cavalo meio se encabritou, e Danny, maldito seja, riu como a hiena que era.

Matt gemeu. Nunca falhava. Era um Ranger do Exrcito condecorado, tinha estado em servio durante anos, fazendo misses encobertas onde sua vida dependia de suas habilidades fsicas e sua conduta fria, mas sempre as arrumava para sentir-se torpe e rude diante de Kate. Estirou seu grande corpo, erguendo-se sobre ela, sentindo-se como um gigante. Kate estava sempre perfeita. Equilibrada. Articulada. Grcil. Ali estava ela, formosa, vestida toda de branco com seu cabelo preso por causa do vento. Era a nica pessoa no mundo que podia lhe fazer perder sua frieza e elevar sua temperatura ao mesmo tempo s sorrindo.

Danny est realmente ferido? Perguntou Kate, voltando a cabea ligeiramente enquanto tentava tranqilizar o cavalo nervoso.

Isso proporcionou a Matt uma grandiosa viso de sua figura. Devorou-a com os olhos, seu faminto olhar vagou sobre suas suaves curva. Sempre tinha adorado observ-la caminhar afastando-se dele. Ningum se movia de forma to sexy como o fazia ela. Parecia to decente, mas tinha esse andar e esses olhos sensuais e um cabelo glorioso que um homem quereria sentir deslizando sobre sua pele por toda a noite. Conteve um gemido. Como no tinha pressentido que Kate estava de volta no povoado? Seu radar devia estar lhe falhando.

Danny est bem, Kate. Tranqilizou-a Matt.

Dedicou-lhe um rpido sorriso sobre o ombro, seus olhos faiscaram para ele.

Em quantos acidentes se envolveu Matt? Parece que nas estranhas ocasies nas quais te vi, ao longo dos ltimos anos, seu pobre carro sempre acaba destrudo.

Era certo, mas era culpa dela. Kate Drake era como uma espcie de catalisador para o comportamento estranho. Ele era bom em tudo. A menos que Kate estivesse por perto... Ento logo que podia arrumar-lhe para falar corretamente.O cavalo se remexeu inquieto, exigindo a ateno imediata de Kate, e Matt notou que seu jeans e sua camiseta de trabalho estavam cobertas de uma mistura de cimento em p com sujeira, em completo contraste com o traje branco imaculado dela. Aproveitou a oportunidade para sacudir o p da roupa, levantando uma nuvem cinza que envolveu Kate quando se voltou para ele. Ela tossiu delicadamente, piscando para evitar que o p se metesse nos olhos. Outro resmungo chegou da direo de Danny.

Matt lanou ao seu irmo um olhar que prometia morte instantnea antes de voltar-se para Kate.

No tinha nem idia de que voc estava de volta. As fofocas do povoado me deixaram para trs. - Ins do supermercado tinha mencionado que Sara estava no povo, igual Hannah e Abigail, trs de suas seis irms, mas no havia dito nenhuma palavra sobre Kate.

Sara voltou, e j sabe como minha famlia, reunimo-nos com tanta freqncia como podemos. encolheu os ombros, um gesto bastante simples, mas nela foi muito sexy. Estive em Londres fazendo uma investigao para meu ltimo thriller. Riu suavemente. O som o fez sentir um frio descer pela espinha dorsal, provocando todo tipo de coisas interessantes em seu corpo. Londres sempre perfeita para um cenrio arrepiante. Antes estive em Borneus. Kate viajava por todo mundo, investigando e escrevendo suas famosas novelas de assassinatos misteriosos. Era to bonita que fazia at mal olh-la, to sofisticada que se sentia primitivo em sua presena. Era to sexy que ele sempre tinha desejado transformar-se em um homem das cavernas e jog-la no ombro para lev-la sua gruta. Sara est comprometida com o Damon Wilder. Inclinou a cabea ligeiramente e acariciou outra vez o pescoo do cavalo. Conhece? No, mas todo mundo fala disso. Ningum esperava que Sara se casasse.

Matt estudava a forma em a que luz do sol beijava seu cabelo, tornando os sedosos fios em uma chamejante massa tentadora. Seu olhar seguiu a mo dela que acariciava o pescoo do cavalo e notou a ausncia de anel com alvio.

Danny limpou a garganta. Inclinou-se, aparecendo pelo lado do motorista. Est babando, tio Sussurrou em voz muito alta.

Sem perder um batimento do corao, Matt fechou a porta com fora.

Vai ser muito longa esta visita? Conteve o flego esperando sua resposta. Para piorar a coisa, Danny riu. Matt fez uma silenciosa promessa de que seus pais teriam um filho a menos com o qual preocupar-se antes que acabasse o dia.

Na verdade decidi ficar e fazer de Sea Haven meu lar. Comprei o velho moinho que est nos escarpados sobre a baa de Sea Lion. Decidi renovar o moinho e convert-lo em uma livraria e cafeteria, e modernizar a casa para poder viver nela. Cansei-me de vagar pelo mundo. Estou preparada para voltar outra vez para casa.

Kate sorriu. Tinha uns dentes perfeitos junto com sua perfeita pele. Matt se encontrou olhando-a fixamente enquanto a terra se sacudia sob seus ps. Ficou ali, sorrindo diante da idia de Kate vivendo em seu povoado natal para sempre.Uma sombra cruzou o cu, fios pretos formaram redemoinhos e buliu, um caldeiro negro de nuvens obscureceu o sol. Uma gaivota piou uma s vez. No s era o assombroso efeito que ela tinha sobre ele. O cavalo retrocedeu perigosamente perto da estrada, atirando a cabea para trs assustado, quase arrastando Kate longe. Matt acudiu velozmente passando junto a ela e agarrou as rdeas com uma mo para estabilizar o animal. Passou seu outro brao rodeando a cintura de Kate, ancorando seu pequeno corpo ao dele, para evitar que casse quando uma rachadura se abriu prximo deles e se estendeu rapidamente pelo cho, dirigindo-se justamente para os ps de Kate. Matt a levantou e afastando-a do buraco aberto, arrastou-a vrios ps para trs, com o cavalo a reboque, longe da greta. Esta tinha somente uns poucos centmetros de amplitude, mas vrios de profundidade, era muito comprida e corria mais com o tremor de terra. Est bem, Danny? Chamou o seu irmo.

Sim, estou bem. Esse foi grande.

Kate se agarrava a Matt, suas pequenas mos fechadas sobre seus ombros. Ele ouviu a aguda inspirao que fez para acalmar seus nervos, mas no gritou. A terra se estabilizou, e Matt permitiu que seus ps tocassem o cho, mas reteve-a presa. Era incrivelmente morna e suave e cheirava a flores frescas. Inclinou-se sobre ela, inalando sua fragrncia, roando com o queixo o alto de sua cabea.

Est bem, Kate?Aparentando estar to serena como sempre, Kate murmurou consoladoramente ao cavalo. Nada a perturbava. Nem os terremotos nem certamente Matthew Granite.

Sim, claro, foi s um pequeno terremoto. Elevou a vista para as nuvens com um ar confuso.

Foi um bastante grande. E a terra se abriu endiabradamente perto de seus ps.

Kate continuou acariciando o pescoo do cavalo, aparentemente inconsciente de que Matt estava ainda abraando-a, apanhando seu corpo entre ele e o animal. Pde ver que lhe tremiam as mos e lutava por manter a compostura, e isso lhe fez admir-la ainda mais. Ela elevou a cara para o vento.

Adoro a brisa do mar. No momento em que a senti sobre meu rosto, voltei a me sentir em casa.

Matt limpou a garganta. Kate tinha um formoso perfil. Seu cabelo estava recolhido em uma espcie de caprichoso n, mostrando seu comprido e gracioso pescoo. Quando se voltou, seus peitos empurraram contra a fina camiseta, cheios, arredondados e to incitantes que fez tudo o que pde para evitar inclinar-se e colocar sua boca sobre o tenso tecido branco. Tentou mover-se, afastar-se dela, mas se sentia atrado por ela. Hipnotizado por ela. Sempre recordava uma bailarina, com suas linhas elegantes e suaves, e suas curvas femininas. Seus pulmes ardiam procurando ar, e havia um estranho rudo em sua cabea. Levou trs segundos para abrir a boca antes que sasse uma palavra coerente.

Se fala realmente srio a respeito da renovao, Kate, casualmente ocorre que minha famlia est no negcio da construo.

Ela enfocou todo o poder de seus enormes olhos nele.

Lembro que todos vocs so construtores. Essa sempre me pareceu uma maravilhosa ocupao. Estendeu-se e tomou suas mos. Ele tinha mos grandes, speras e calosas, enquanto as mos dela eram suaves e pequenas. Sempre me encantaram suas mos, Matthew. Quando era uma mocinha recordo que desejava ter suas capazes mos. Suas palavras, muito mais que seu toque, enviou pequenas chamas que lamberam sua pele.

Matt estava seguro de ter ouvido um bufo e provavelmente um riso na direo de seu irmo.

Acredita que j a segurou bastante, irmo. Chamou Danny. O cho deixou de mover-se faz uns minutos.

Matt era muito cavalheiro para assinalar a seu irmo que era Kate que lhe estava sujeitando as mos. Baixando o olhar para ela, viu uma dbil cor estender-se sob sua pele. A contra gosto, afastou-se dela. O vento atirava mechas de seu cabelo, mas isso s a fazia parecer mais atrativa.

Sinto muito, Kate. Este a primeira vez em tempos que temos um terremoto que nos sacuda to forte. Passou os dedos pelo cabelo escuro com agitao, procurando algo brilhante que dizer para mant-la ali. Sua mente estava em branco. Kate se voltou outra vez para seu cavalo. Comeava a sentir-se desesperado. Era um homem adulto, trabalhador, alguns diziam que brilhante quando se tratava de desenho, a maior parte das mulheres francamente se lanava sobre ele, mas Kate recolhia tranqilamente as rdeas de seus arreios, sem que lhe debilitassem os joelhos, nada afetada por sua presena. Limpou-se o suor que subitamente gotejava por sua frente, deixando um rastro de sujeira detrs. Kate. Deixou escapar brandamente.

Danny tirou a cabea pelo guich do lado do condutor.

Quer uma mo com o velho moinho, Kate? Matt decentemente bom com esse tipo de coisas. Obviamente no sabe conduzir, e no pode falar, mas endiabradamente bom com as renovaes.

Os olhos do Kate se iluminaram.

Isso eu adoraria, Matthew, mas de verdade no quero abusar de nossa amizade. Teria que ser um acerto de negcios.

Matt no tinha notado que ela pensasse que fossem amigos. Kate raramente lhe falava, alm de suas estranhas e breves conversaes quando se encontravam por acaso durante seus anos de escola. Gostava da idia de ser seu amigo. Cada clula de seu corpo entrava em alerta quando ela estava perto, sempre ocorria assim, inclusive quando era uma adolescente e ele estava em seu primeiro ano de universidade. Kate sempre fazia reluzir seus instintos protetores, mas sobre tudo sentia que tinha que a proteger de sua prpria atrao por ela. Isso tinha sido desagradvel para um homem como Matt. Levara suas fantasias sobre ela a cada pas estrangeiro ao que lhe tinham mandado. Ela tinha compartilhado seus dias e noites em selvas e desertos, nas piores situaes, e a lembrana lhe havia trazido para casa. Agora, um homem adulto que tinha lutado em guerras e tinha mais que suficiente experincia na vida para lhe dar confiana, podia falar fcil e naturalmente com qualquer outra mulher. S Kate fazia que lhe enredasse a lngua. Tomaria a amizade com ela. Ao menos era um comeo.

Me diga quando quer que olhe o moinho, Kate, e ajustarei meu horrio. Ser seu prprio chefe tem suas vantagens.

Ento vou aproveitar de sua generosa oferta e te pedir que v comigo amanh pela tarde. Acha que pode arrumar isso? No lhe pediria, mas intento levar a cabo este projeto logo que seja possvel.

Isso soa genial. Pegar-te-ei na casa do escarpado ao redor das quatro. Fica ali com suas irms, verdade?Kate assentiu e se voltou para ver como o carro do xerife estacionava detrs da caminhonete. Matt estudou sua cara, principalmente porque no podia apartar o olhar dela. Seu sorriso era gracioso, amigvel inclusive, mas foi consciente inclusive antes de voltar cabea de que o homem que saa do carro do xerife era Jonas Harrington. Ocorreu-lhe que conhecia a Kate muito bem, cada uma de suas expresses. E isso significava que tinha passado muito tempo observando-a. Kate estava sorrindo, mas se tinha esticado s um pouco. Sempre o fazia ao redor do Jonas. Todas suas irms o faziam. Pela primeira vez se perguntou por que Kate reagia desse modo.

Bom, Kate, vejo que causou outro acidente. Disse Jonas como saudao. Estreitou a mo do Matt e lhe bateu as costas. As irms Drake tm tendncias a causar estragos. Piscou um olho ao Matt.

Kate simplesmente elevou uma sobrancelha.

Diz isso desde que somos meninas.

Jonas se inclinou para roar um beijo casual na bochecha de Kate. Algo preto e letal, cuja existncia Matt no quis reconhecer, removeu-se dentro dele como uma escura sombra. Colocou uma mo flagrantemente possessiva sobre as costas de Kate.

Jonas ignorou a linguagem corporal do Matt.

Ainda estarei fazendo a mesma acusao quando todas vocs tiverem oitenta anos, Kate. Onde est todo mundo? Olhou ao redor como se esperasse que suas irms aparecessem galopando sobre o topo da montanha.

Parece um pouco nervoso, Jonas. Observou Danny da segurana da caminhonete. O que far esta vez? Prender Hannah e lanar seu formoso traseiro a crcere com algum delito inventado?O jovem se calou quando Kate fixou todo o poder de seu olhar sobre ele. O vento se levantou do mar, trazendo a fragrncia e a sensao do oceano.

No tinha nem idia de que estivesse to interessado na anatomia de minha irm, Danny.

Vamos, Kate, qualquer homem se interessaria pela anatomia da Hannah. Assinalou Danny, nada arrependido.

E se no quer que a olhem, o que est fazendo deixando que cada fotgrafo daqui ao inferno tire fotos? Exigiu Jonas. E s para sua informao, no teria que inventar delitos se quisesse prender a Hannah. Acrescentou com um cenho fechado. Poderia prend-la por exibio indecente. Essa revista na loja do Ins mostra na capa... Nua! No est nua. Leva um biquni, Jonas, com um sarong em cima. Kate soava to tranqila como sempre, mas Matt notou que sua mo apertava com fora as rdeas do cavalo at que os ndulos ficaram brancos. Aproximou-se mais, inserindo-se entre ela e o xerife. Poderia ter colocado outra roupa, possivelmente uma bata at os tornozelos ou algo assim. Mas tinha que pr essa estpida pose s para fazer que o olhar de todo mundo... Jonas se interrompeu quando o vento soprou de novo, uivando esta vez, trazendo suspiros no redemoinho de caos de folhas e gotas de gua do mar. Voou-lhe o chapu da cabea e o levou longe do grupo. O vento trocou de direo, soprando de volta ao oceano, retraindo-se igual a uma onda da costa. A sbita brisa levou com ela o chapu, enviando-o sobre os escarpados at a gua agitada abaixo.

Jonas se voltou e olhou para a grande casa colocada sobre os escarpados na distncia.

Demnios, Hannah. Este o terceiro chapu que perco desde que voltou para casa. Gritou as palavras ao vrtice do vento.

Fez-se um pequeno silncio. Matt esclareceu a garganta.

Jonas. No acredito que possa te ouvir daqui.

Jonas lhe olhou fixamente.

Pode me ouvir. No certo, Kate? Sabe exatamente o que estou dizendo. Diga-lhe que isto j no divertido. Pode deixar seus joguinhos com o vento.

Voc acredita em tudo que as pessoas dizem sobre as irms Drake, verdade, Jonas? Disse Danny. Imitou o tema de abertura do seriado Alm da imaginao.

Matt baixou o olhar at a mo de Kate. As rdeas estavam tremendo. Cobriu sua mo com a prpria, estabilizando as rdeas de couro que aferrava.

Eu adorarei olhar o moinho amanh, Kate. Quer que te ajude a montar? Obrigada, Matthew. Apreciaria.

No se incomodou em unir suas mos para ajudar a subir sela. Simplesmente a elevou. Era alto e forte, e foi fcil coloc-la sobre o cavalo. Colocou-se como se tivesse nascido ali. Elegante. Refinada. To perto perfeio como qualquer sonho que pudesse conjurar e igualmente inalcanvel.

Te vejo amanh, ento. Mande lembranas as suas irms.

Farei, Matthew, e voc d lembranas a seus pais. Encantada em te ver, Danny. Seu frio olhar se deslizou sobre o Jonas. Estou segura de que te verei pela casa, Jonas.

Jonas encolheu os ombros.

Tomo meu trabalho muito a srio, Kate.

Matt a observou afastar-se a cavalo, esperando at que uma curva na estrada a tirou da vista antes de voltar-se para o xerife.

Que demnio foi tudo isso?

Sabe que as sete mulheres Drake me deixam louco a metade do tempo. Disse Jonas. Te contei todos os problemas que ocasionam. Voc sempre me atormenta com elas. Bem... sorriu maliciosamente enquanto assinalava a caminhonete. Este no o terceiro acidente que teve estando Kate pelos arredores? Deveria saber o que quero dizer.

Jonas tinha crescido com Matt Granite, tinham ido juntos escola, uniram-se ao exrcito, aos Ranger, lutado cotovelo com cotovelo. Sabia o que sentia Matt pela Kate. No era um segredo. Matt no era muito bom ocultando seus sentimentos a sua famlia e amigos, especialmente desde que Jonas tinha abandonado o servio dois anos antes dele e Matt tinha lhe interrogando sobre o paradeiro de Kate e seu estado civil. Matt tinha voltado para casa fazia trs anos e tinha ficado esperando que Kate voltasse tambm.

Danny se queixou.

Estamos de volta a seus anos de escola, Jonas, quando conduziu o caminho de papai at a beira do riacho e bateu contra uma rocha. No estava Kate por ali essa vez?Matt tomou um profundo flego. No podia matar a seu irmo diante do xerife, nem sequer se este era Jonas. A vez que tinha batido o caminho de seu pai, conduzindo sem permisso, Kate tinha ao redor de quatorze anos, muito jovem para que um universitrio estivesse olhando-a, e ainda lhe envergonhava que seus irmos e Jonas soubessem por que tinha batido o carro. obvio que conhecia as irms Drake, todo mundo as conhecia, mas ele nunca as tinha olhado. No dessa forma fascinada, fsica e masculina. At que tinha visto Kate no riacho recolhendo amoras com o sol beijando seu cabelo e seus grandes olhos verdes mar lhe devolvendo o olhar. A segunda vez que tinha batido um carro fazia quatro anos. Matt estava em casa de licena, e tinha estado to ocupado olhando a Kate que caminhava pela calada com suas irms, que no notou que estava estacionando diante de um muro de cimento e tinha subido o carro de sua me sobre ele quando tinha seguido para frente. Agora, ignorando o riso de seu irmo, rodeou a caminhonete para inspecionar o dano.

Acredito que posso tirar a caminhonete sem reboque.

Vejo que incomodou o velho Mar. Jonas assinalou ao tomate melado sobre o guich traseiro.

J conhece o Matt, tinha que desejar Feliz Natal ao velho. Danny abriu de um empurro a porta. Gosta de incomodar o velho resmungo justo antes do desfile. Faz todos os anos. A vez que mame me colocou como tamborileiro, Mar me rompeu as baquetas em dez partes e as atirou ao cho e depois saltou sobre elas uma e outra vez. Todos meus irmos levaram um pontap alm disso, e eu fiquei traumatizado. Tenho pesadelos at hoje.Jonas riu.

Mar um velho estranho, mas bastante inofensivo. E d quase toda sua colheita s pessoas que necessitam. D algo s mes solteiras e aos casais idosos. E sei que alimenta ao menino Ruttermyer, que tem a sndrome de Down e faz todo tipo de trabalhos para todo mundo. Persuadiu a Donna para que desse ao menino uma casa perto de sua loja de presentes. Sei que ajuda esse menino. Sim, no fundo um bom homem. Concordou Matt. Um lento sorriso se estendeu por sua cara. Simplesmente odeia o Natal.

Apontou para o outro lado da caminhonete e os outros dois homens foram at a parte dianteira escavando entre o barro e o p para empurrar at que separaram o pra-lama do aterro. No apreciarei que ande por a dizendo nada a Kate sobre ela e suas irms serem diferentes, Jonas. disse Matt em voz baixa, mas Jonas e ele tinham sido amigos desde que eram moos e Jonas reconheceu o tom de advertncia.

No vou fingir que so como todos os outros Matt, nem por ti. Espetou Jonas. As Drake so especiais. Tm poderes e os utilizam para todos sem pensar em si mesmas ou em sua prpria segurana. Vou cuidar delas gostem ou no. Sara Drake quase consegue se matar faz umas poucas semanas. Hannah, Kate e Abbey estavam com ela e tambm poderiam ter morrido.

Matt sentiu as palavras como um golpe em alguma parte nos arredores de seu estmago. Seu corao deu um curioso sobressalto afundando-se em seu peito.

Ouvi o da Sara, mas no sabia que as outras estavam aqui. O que ocorreu? Para resumir a histria, Wilder tinha gente que lhe seguiu at aqui. Queriam informao que s ele podia lhes dar. Ajudou a desenhar nosso sistema de defesa nacional e o governo queria lhe proteger a todo custa. Com a Sara sendo de Seja Haven, foi bastante natural para os federais envi-la a lhe proteger. Essa gente tinha posto j suas mos sobre ele uma vez anteriormente, mataram a seu assistente justo diante dele e lhe torturaram. Por isso utiliza uma muleta ao caminhar. Irromperam na casa Drake armados at os dentes quando ele estava ali e estavam preparados para matar o Wilder e s Drake para conseguir o que queriam. A fria na voz do Jonas se aprofundou.

Ningum disse uma palavra que Kate estivesse na casa nesse momento. Sabia que Sara estava protegendo o Damon Wilder e que ele era um perito em defesa que estava metido em algum tipo de problema, mas... Matt se interrompeu enquanto voltava o olhar para a casa do escarpado. Estava coberta de luzes de Natal. A seu lado se erguia o alto e espesso abeto Douglas, completamente decorado e brilhando com as luzes antes que o sol casse. Quando olhava para a casa sentia uma sensao de paz. De correo. As irms Drake eram os tesouros do povo. Apartou o olhar do escarpado para dirigi-la ao velho moinho. Erguia-se sobre a estrada, construdo sobre Seja Lion. Uma estranha formao nublosa se sustentava sobre a pequena enseada e se estendia lentamente para terra. A forma capturou sua imaginao, uma boca preta totalmente aberta, mandbulas abrindo-se, dirigidas diretamente para eles.

Quase mataram a todas. Disse Jonas. Seus olhos se voltaram srios e frios. As Drake se entregam muito e todo mundo espera simplesmente que o faam sem pensar no custo para elas.

Nunca tinha pensado assim, Jonas. Agora que o menciona, as vi drenadas de energia depois de ajudar da forma em que o fazem. Matt no apartava os olhos do cu. Observou uma gaivota fugir freneticamente do caminho da lenta nuvem em movimento, freando no meio do ar, as asas revoando com fora e agitao. Bancos de nvoa comearam a elevar-se desde o mar e se arrastaram para a costa. Possivelmente deveramos prestar mais ateno ao que ocorre com elas. Murmurou brandamente, mais para si mesmo que para os outros.

Captulo 2

A bola de neve que sujeitavam escondia em seu interior um segredo,

Onde a nvoa se formava redemoinhos em lugar da neve que h fora.

I

nalando as fragrncias mescladas de canela e pinheiro Kate vagava pela cozinha da casa do escarpado. O som de canes de Natal enchia o ar e se mesclava com o aroma de bolachas recm assadas e a fragrncia das velas ricamente aromticas.

essa a voz de Joley? Perguntou Kate, apoiando o quadril comodamente contra o mostrador de madeira pesadamente ornamentado. Quando fez uma coleo de canes de Natal?Hannah Drake se deu a volta, com uma lata de ch nas mos. Seu abundante cabelo loiro brilhou por um momento com os ltimos raios de sol que atravessavam a janela.

Kate, no te ouvi sair da ducha. Acredito que estava em meu prprio pequeno mundo. Joley enviou o CD como surpresa, embora especificasse que no devia sair da famlia.

Ambas riram afetuosamente.

Joley e essa banda dela. Pode cantar algo desde gospel at blues, desde rock at rap, mas cuida muito de deixar que ningum saiba. Acredito que gosta de sua imagem de garota m. Mencionou se ia voltar para o Natal ? Sei que estava de excurso.

A cara da Hannah se iluminou, seu sorriso foi brilhante.

Est tentando. Estou desejando v-la. Seguimos nos encontrando entre nossas viagens. Espero que chegue logo. Falar por telefone no o mesmo que estar todas juntas. Kate colocou uma mecha de cabelo errante detrs da orelha. E mame e papai? Algum ouviu algo deles? Vm para o Natal?

Hannah sacudiu a cabea.

A ltima noticia que enviavam beijos e abraos e que estavam quentinhos juntos em seu pequeno chal nos Alpes Suos. Libby lhes fez uma visita rpida antes de partir para o Congo. Ela disse que viria para casa no Natal. Mame e papai prometeram que o ano que vem estariam aqui conosco.

Kate riu brandamente enquanto se inclinava para farejar o ch.

Mame e papai so ainda uns pombinhos. O que est fazendo? Estava com humor para um pouco de lavanda, embora algo no esteja bem. Hannah escrutinou a Kate atentamente. Mas vamos optar pela camomila. Algo tranqilizador.

Kate sorriu.

Acha que necessito um pouco de tranqilidade?Hannah assentiu enquanto introduzia o ch num pequeno bule.

Me conte.

Encontrei-me com Matthew Granite e seu irmo Danny. Kate tentou soar casual, quando todo seu corpo estava tremendo. S Matt podia lhe fazer isso. S Matt a comovia. Nunca entenderia por que.

Matthew Granite. Pensei que podia tratar-se dele. Os enormes olhos azuis de Hannah pousaram em sua irm com compaixo e interesse. Que aspecto tinha?Kate encolheu seus esbeltos ombros.

Maravilhoso. Solicito. Ofereceu-se para olhar o velho moinho e me ajudar com as renovaes. Sempre desfrutava observando sua irm menor. Hannah no era s formosa, era to surpreendente, to extica, com sua estrutura ssea, abundncia de cabelo plido quase platino, suas enormes e espessas pestanas, e lbios carnudos. A beleza irradiava dela. Kate sempre tinha pensado que a extraordinria beleza da Hannah surgia de dentro. Estudou os graciosos movimentos das mos de Hannah enquanto esta seguia fazendo o ch. Matt sempre to solicito. Suspirou.

Hannah estendeu o brao para ela, pegando as mos de Kate em um gesto de solidariedade. Como foi? Seu irmo Danny ficou rindo todo o tempo. A cor se estendeu sobre a pele de Kate. Cada vez que me aproximo dos Granite todos eles riem. No tenho nem idia de por que. No como voc e Jonas. Matthew nunca se mete comigo. Sempre perfeitamente corts, mas parece que tenho algum efeito humorstico sobre sua famlia. Tento com tanto empenho me mostrar corts e tranqila, mas os irmos riem at que desejo ir comprovar em um espelho se tenho espinafres entre os dentes. Matthew se limita a olh-los fixamente, mas isso em realidade atrai a ateno sobre todas as coisas estpidas que fao diante dele. Apertou os dedos da Hannah antes de deixar escapar sua mo. Vesti-me e troquei-me, mas cheguei a casa com a roupa coberta de p. Pobre Matthew, acabava de sair do trabalho, estava poeirento e tive que ficar a dois passos atrs dele. Quando tentou abrir a porta de sua caminhonete bateu em minhas pernas. Oh, Katie, Deus do cu, sinto-o tanto. O que ocorreu? O rosto de Hannah refletiu a angstia por sua irm.

Kate encolheu os ombros.

A porta quase me atirou e ele teve que se desculpar de novo. O pobre homem passa cada minuto desculpando-se comigo. Suponho que desejaria no ter que voltar a me ver nunca.

No, no certo. Disse Hannah firmemente. Eu acredito que sempre muito doce com voc.

Kate suspirou.

Voc e eu sabemos que Matthew Granite nunca me olharia duas vezes. selvagem, duro e um viciado em adrenalina. Praticava todos os esportes no colgio e na universidade. Uniu-se aos Ranger. Investiguei o que fazem, sua doutrina um pouco arrepiante. Chegam ao "limite da batalha", nunca falham a seus camaradas e se do mais que cem por cento. A doutrina diz que lutar inclusive se for o nico sobrevivente e rendio no palavra para um Ranger. estremeceu-se delicadamente. um homem selvagem e faz todo tipo de coisas arrepiantes. Procura mulheres que escalem montanhas e riam na cara do perigo. Pode-me ver fazendo isso? Kate. Disse Hannah brandamente. possivelmente agora est mais tranquilo. Saiu e fez tudo isso de salvar o mundo e agora voltou para casa e est trabalhando no negcio familiar. Pode ter mudado.

Kate forou um sorriso fugaz.

Os homens como Matthew no mudam, Hannah. Estava lhe contando minha histria de calamidade. Estava justo no ponto no que apareceu Jonas. J sabe como fica com seus pequenos comentrios sobre as "irms Drake". Sugeriu que cada vez que estou ao redor ocorre algo terrvel. Isso s piorou a situao. Suspirou de novo. Tentei fazer como se no me importasse, mas acredito que Matthew se deu conta.

Jonas Harrington precisa cair ao oceano e ter um bonito tubaro faminto nadando a seu redor. Hannah tirou o ch do fogo e derramou gua no bule, uma fina fria irradiava dela ante a idia de Jonas Harrington dizendo algo que molestasse Kate. A gua ferveu no pequeno bule da China, as borbulhas buliram e estalaram com uma fria firme. O vapor se elevou.

Kate cobriu o bule com a palma da mo, fazendo baixar a gua.

Estava l fora me observando.

Hannah assentiu, sem mostrar arrependimento.

O terremoto me incomodou. Senti algo elevar-se clandestinamente. No posso explic-lo, Kate, mas me assustou. Estava sentada aqui escutando as canes de Natal de Joley, j sabe o muito que eu gosto do Natal, e ento senti o terremoto. Quase imediatamente atrs disso algo mais perturbou a terra. Senti como uma escurido que se elevava. Sabia que estava montando a cavalo, assim sa para me assegurar de que no estava em problemas.

E senti o vento chegando do mar. Disse Kate. Apoiou o quadril contra a pia. Eu o senti tambm. Franziu o cenho e tamborilou com os dedos sobre a superfcie azulejada. Cheirei algo, Hannah, algo velho e amargo no vento.

Malvado? Aventurou Hannah.

Kate sacudiu a cabea lentamente.

No foi isso exatamente. Bom. Duvidou. Possivelmente. No sei. Voc o que acha?Hannah se apoiou contra a pia brilhantemente azulejada, seu corpo to gracioso que pareceu um movimento casual de bal.

Honestamente no sei Kate, mas no bom. Senti-me perturbada depois do terremoto e quando olhei o mosaico, havia uma sombra negra.. No pude encontrar sentido porque parecia mover-se e no ficar em um mesmo lugar.

Kate olhou fixamente para o cho na entrada da casa. Sua av, junto com suas seis irms e ela eram mulheres de poder e magia, as sete irms criaram um cho intemporal de infinita beleza. Para a maioria das pessoas era simplesmente um cho nico, mas as irms Drake podiam ler muitas coisas nas mudanas das sombras que ocorriam dentro dele.

muito estranho que nenhuma de ns saiba com preciso se a perturbao foi malvada. Encolheu-se de ombros e tomou um profundo flego cheio de canela e pinheiro. Adoro os aromas do Natal. Tamborilou com o p, um pequeno sorriso revoou em sua cara.

Est guardando algo. Sugeriu Hannah, sua voz subitamente zombadora. Ocorreu algo mais, verdade? Quando comeou o terremoto, Matthew ps um brao ao redor de mim para me sustentar e simplesmente ficamos assim, inclusive depois que terminou. Sorriu para Hannah. to forte. No tem nem idia! Esse homem todo msculo. Foi sorte que no desmaiei aos seus ps! Mas me arrumei para aparentar estar fria e serena.

Hannah fingiu desmaiar.

Desejaria ter podido v-lo. Matthew definitivamente ardente, inclusive apesar de ser um Neanderthal. Devo ter sado justo depois disso, bem a tempo para ver o sapo mais lamacento do mundo chegar em seu carro de xerife. Sorriu amplamente. Que pena que ventou e seu precioso chapu saiu voando at o mar.

Que vergonha, Hannah. Falou Kate meio a srio. Jonas no tem culpa. Simplesmente est acostumado que todo mundo faa tudo o que diz e ns sempre parecemos estar em meio de qualquer tipo de problema que haja em Seja Haven. Est comeando a desfrutar em lhe atormentar.

Por que no deveria faz-lo? Ele me atormentou durante anos.

Havia tanto dor na voz da Hannah que Kate deslizou um brao ao redor da cintura de sua irm para consol-la. Jonas as conhecia desde que eram meninas e nunca tinha entendido Hannah. Ela tinha sido uma menina muito inteligente e extraordinariamente formosa, mas tinha sido dolorosamente tmida fora de sua prpria casa, as irms tinham tido que usar magia s para conseguir que fosse escola todos os dias. Jonas tinha estado seguro de que ela era altiva, quando de fato, raramente tinha sido capaz de falar em pblico.

Bom, depois de tudo, foi um bom dia. Voc arrumou para fazer Jonas perder outro chapu e eu tive um encontro prximo e pessoal com o homem mais ardente de Seja Haven. Kate abraou Hannah antes de servir uma xcara de ch e caminhar com ela at o saguo.

Hannah a seguiu.

Conseguiu enviar seu manuscrito?Kate assentiu.

O assassinato e a incerteza prevalecero em um pequeno povo costeiro. Esqueci de voltar a colocar o pano sobre o ch, importa-se faz-lo?Hannah olhou para a cozinha e elevou os braos.

Quando Kate voltou a olhar, o pano estava sobre o bule.

Obrigado, Hannah. Tenho que dizer que Jonas foi de incalculvel valor para mim durante a investigao.

Sei que foi, mas no lhe atribua crdito por ser amvel ou algo assim. Os grandes olhos azuis da Hannah refletiram sua risada. Estava tentando te pr ao seu lado para que me persuada a deixar de me meter com seus preciosos chapus.

Ambas se deram volta quando a porta dianteira se abriu de repente. Abigail Drake entrou apressadamente, uma mulher pequena de olhos escuros e rico cabelo vermelho dourado derramando-se por suas costas em um espesso rabo-de-cavalo. Sua cara estava rosada e seus olhos brilhantes. No momento em que divisou suas irms, caiu em lgrimas.

Abbey!. Hannah colocou sua xcara sobre a mesa de caf polida. O que acontece? Voc nunca chora! Humilhei-me diante de todo o comit do desfile de Natal. Disse Abigail miseravelmente. Atirou-se sobre a poltrona acolchoada, enroscando os ps por debaixo dela e cobriu a cara com as mos. Nunca poderei voltar a olhar nenhum deles!Hannah e Kate se apressaram a ir a seu lado, ambas a rodearam com os braos.

No chore Abbey. O que ocorreu? Possivelmente possamos arrum-lo. No pode ser to mau.

Foi mau. Murmurou Abigail entre os dedos. Acidentalmente utilizei a voz. No estava emprestando ateno. Houve um terremoto e estava muito distrada porque senti algo abaixo de ns, algo se movendo justo sob a superfcie procurando uma forma de sair. Senti-o. De todos os talentos concedidos s irms, Abigail sentia que o dela era o pior. Sua voz podia ser utilizada para extrair a verdade da gente que a rodeava. Quando era menina, antes que tivesse aprendido a controlar o tom e a formao de suas frases, tinha sido muito impopular entre seus companheiros de classe. Com freqncia soltavam verdade de alguma escapada a seus pais ou a um professor sempre que estava em sua presena. Abigail baixou as mos e as olhou com olhos tristes. No tenho desculpa. No sou uma adolescente. Sei que tenho que estar alerta todo o tempo.

Hannah e Kate intercambiaram um largo e temeroso olhar.

Ns tambm sentimos a sombra, Abbey. Foi muito desconcertante para as duas. O que ocorreu na reunio?Abbey recolheu as pernas ainda mais contra seu corpo.

Estvamos discutindo sobre o desfile de Natal. Esfregou o queixo contra os joelhos. Senti o movimento da terra, um vazio emanando para cima e a prxima coisa que soube era que estava pedindo a verdade. Apertou as mos contra os ouvidos. E consegui a verdade. Todo mundo o fez. Bruce Harper tem uma aventura com a mulher do Mason Fredrickson. Estavam todos na casa. Bruce e Mason tiveram uma terrvel briga a murros, e Letty Harper estalou em lgrimas e fugiu. Est grvida de seis meses. Sylvia Fredrickson me deu uma bofetada e partiu, me deixando ali de p com todo mundo me olhando. Caiu em lgrimas de novo.

Kate franziu o cenho enquanto esfregava os ombros de sua irm. Podia sentir as quebras de onda de mal-estar surgindo de Abigail.

Tudo vai ficar bem agora, cu. Est em casa e est a salvo. No momento uma consoladora tranqilidade se deslizou pela habitao, uma sensao de paz. As velas apagadas sobre a toalha saltaram vida com brilhantes chamas vermelho-alaranjadas. A voz de Joley se verteu na habitao, ligeira e meldica, proporcionando uma sensao de lar e alegria natalina. Kate se inclinou sobre sua irm. Abigail, seu talento um dom tremendo e sempre o utilizou para o bem. Isto foi uma distoro de seu talento, no algo que nenhuma de ns pudesse ter previsto. Vamos. S respira e deixa-o ir.

Abbey as arrumou para desenhar um pequeno sorriso, os soluos decaram ante o som da voz de sua irm. Kate a pacificadora. A maior parte das pessoas pensavam que evitava as lutas e revolvia problemas, mas em realidade havia uma magia nela, uma tranqilidade e paz interior que compartilhava com outros s com sua forma de falar.

Desejaria ter seu dom, Kate. Disse Abbey. Pressionou a mo contra a bochecha. No me importa nada terem descoberto Sylvia... Gosta de pensar que pode conseguir a qualquer homem... Mas a pobre Letty, grvida e to apaixonada por seu estpido marido infiel. Foi para romper o corao. E no Natal. O que me possuiu para ser to descuidada? Estou to envergonhada de mim mesma.

O que foi exatamente que disse Abbey?. Perguntou Kate.

Abbey pareceu confusa.

Todo mundo tinha proposto uma variedade de idias para a obra que fazemos cada ano e algum perguntou se realmente gostava do texto antigo e deveramos mant-lo por tradio ou se deveramos moderniz-lo. Acreditei que seria um bom momento para dizer a verdade se queramos fazer alguma grande mudana. Queria dizer com a obra, no com a vida das pessoas. Esfregou as tmporas. No cometi um engano como esse desde que era adolescente. Sou to cuidadosa evitando a palavra verdade. Passou a mo pela cara uma segunda vez, tentando apagar o rastro da mo de Sylvia. Sabem que se utilizar essa palavra todo mundo nos arredores conta a verdade sobre tudo.

Preocupa-me que tenhamos sentido a mesma perturbao. Disse Kate. Hannah viu uma sombra escura no mosaico. Voc disse algo que nunca haveria dito normalmente e uma greta se abriu quase a meus ps e percorreu todo o aterro.

Hannah ofegou.

No me contou isso. Kate poderia ter sido um ataquei contra voc. a mais... interrompeu-se, olhando a Abbey.

Kate elevou o queixo.

Sou a mais o que?.Hannah encolheu os ombros.

a melhor de ns. No tem nem um osso mesquinho em seu corpo. No s isso, Katie. Sinto muito, sei que odeia que digamos isto, mas nem sequer sabe como desgostar de algum. to...

No diga perfeita. Advertiu Kate. No sou perfeita. E acredito que por isso os irmos do Matthew riem de mim. Acreditam que quero ser perfeita e fico triste.

Hannah e Abbey intercambiaram um largo e preocupado olhar.

Acredito que deveramos chamar as outras. Disse Hannah. Sara querer saber isto. Ela tambm deve ter sentido o terremoto. Podemos perguntar se lhe ocorreu algo estranho. E deveramos chamar Joley, Libby, e Elle. Algo vai mal, Kate, simplesmente o sinto. como se o terremoto tivesse desatado uma fora malfica. Temo que possa estar dirigida contra voc.

Kate tomou um comprido sorvo de ch. O sabor era to tranqilizador como o aroma.

Vamos, no far mal ver o que s outras tm a dizer. No vou preocupar-me por isso. No senti uma ameaa direta. Entretanto no vou chamar Sara. Ela e Damon provavelmente esto enredados um com o outro. Posso sentir o calor inclusive atravs da linha telefnica.

Posso sair varanda e lhe fazer gestos. Disse Hannah maliciosamente. A janela de seu dormitrio d para ns e por alguma misteriosa razo as cortinas seguem abrindo-se nessa habitao em particular.

Hannah. Kate tentou no rir. Voc impossvel!Hannah riu.

E voc perfeita, querendo reconhecer ou no. Ao menos para mim.

E para mim. Disse Abigail.

Kate lhes sorriu.

No sou to perfeita. Eu gostaria de dar a Sylvia Fredrickson seu castigo. No fez bem em te golpear, Abbey. Inclusive no colgio era desagradvel.

Eu me ocuparei da Sylvia. Disse Hannah. No se preocupe Abbey. Passar uma larga temporada pensando em quo estpido foi te golpear.

Hannah. Kate e Abbey fizeram coro em protesto.

Hannah estalou em gargalhadas.

Captei a mensagem, Kate. Voc falar com a Sylvia, mas no me quer lanando feitios em sua direo.

Kate sorriu.

Deveria ter sabido que estava brincando comigo.

Quem disse que no falei a srio? Sylvia d m fama s mulheres.

Kate sacudiu a cabea.

Hannah Drake, est se convertendo em uma pequena bruxa sedenta de sangue. Acredito que Jonas est exercendo uma m influncia sobre voc. Tocou gentilmente a bochecha de Abbey. Inclusive apesar disto no podemos utilizar nossos dons para nada que no seja o bem.

Hannah fez uma careta.

bom que Jonas tenha que perseguir seu chapu. Evita que se volte muito arrogante e mando. E quem sabe a grande lio que Sylvia Fredrickson aprenderia se a castigasse s um pouco. Antes que suas irms pudessem dizer algo, riu brandamente. No vou fazer nada horrvel s que adoro ver as duas com esse olhar de "A vai Hannah" em suas caras.Kate acotovelou Abbey, ignorando o sorriso travesso de Hannah.

Adivinha o que farei amanh? Matthew Granite esteve de acordo em olhar o moinho comigo manh. Espero que nenhum de seus irmos esteja pelos arredores para rir de mim e possivelmente se dar conta de que sou uma mulher adulta, no uma adolescente. Qualquer um acreditaria que o fato de ter viajado por todo o mundo e ser uma escritora de xito lhe impressionaria, mas me olha exatamente igual a quando estava no colgio.

Hannah e Abbey intercambiaram um rpido e apreensivo olhar.

Kate, vai passar tarde com ele. Realmente quer faz-lo? Perguntou Abigail.

Kate assentiu.

Eu gosto de estar com ele. No me pergunte por que, simplesmente eu gosto.

Kate, no esteve em casa por anos. Matthew tem certa reputao. Disse Abigail dubitativamente. Sempre foi amvel com voc, muito encantador, mas ... interrompeu-se e olhou Hannah em busca de indicaes.

O que? Um conquistador? Sei que um homem de sua idade tem encontros. Kate percorreu a sala para tocar a primeiro das sete meias que penduravam em fila ao longo do suporte da chamin. Isso lhe permitiu manter a expresso oculta de suas irms. Sei que teve relaes.

Trata-se justamente disso, Kate. No teve relaes. O mximo que teve foram aventuras de uma noite. As mulheres o acham encantador e misterioso e ele as encontram fceis. Srio, Kate, no se apaixone por ele. Parece genial por fora, mas tem uma atitude de homem das cavernas. Foi militar durante muito tempo, fazendo todo tipo de coisas para as Foras Especiais e simplesmente espera que todo mundo cumpra ao p da letra suas ordens. Provavelmente por isso no se deixa impressionar por suas viagens pelo mundo. Por favor, no se apaixone por ele. Suplicou Hannah. No poderia suportar se te fizesse mal, Kate.

To segura est de que ele no se apaixonaria por mim. Faz uns minutos dizia que acreditava que era doce comigo. Kate tentou guardar sua voz, manter seu tom estritamente neutro apesar de sentir uma dor peculiar em seu interior. Na realidade no necessito de advertncia. Os homens como Matthew no olham s mulheres como eu. Deu de ombros. No me incomoda. Eu necessito de solido como sempre. E no disponho da tremenda quantidade de tempo que requer uma relao.

O que quer dizer com Matthew no olharia a uma mulher como voc?. Abbey estava ultrajada. Do que est falando, Kate?Kate tomou outro sorvo de ch e sorriu para suas irms sobre a borda da xcara.

No se preocupem, no me auto- compadeo. Sei que sou diferente. Nasci como sou. Todas vocs se sobressaem. Seus aspectos, suas personalidades, inclusive voc, Hannah, sendo to dolorosamente tmida, abraa a vida. Todas vocs vivem. No deixam que suas debilidades ou fracassos lhes separem de seu caminho. Eu sou uma observadora. Leio sobre a vida. Investigo a vida. Encontro um canto de uma habitao e me fundo com ela. Posso me voltar invisvel. uma arte e me sinto maravilhada praticando-a.

Viaja por todo o mundo, Kate. Assinalou Hannah.

Sim e meu agente junto com meu publicitrio aplainam o caminho para mim. No tenho que pedir nada, tudo me do feito. Matthew como todas vocs. Lana-se vida e vive cada momento. Nasceu sendo um heri, cavalgando para resgate, carregando o ferido s costas. Necessita algum disposto a fazer o mesmo. Eu nasci sendo uma observadora. Possivelmente por isso foi concedida a mim a habilidade de ver nas sombras s vezes. Uma parte de mim j est ali.

Os olhos azuis da Hannah se encheram de lgrimas.

No diga isso, Kate. Nunca diga isso. Enredou seus braos ao redor da Kate e a abraou, sem preocupar-se de que uma pequena quantidade de ch se derramasse sobre ela. No sabia que se sentia assim. Como pude no ter visto?Kate a abraou com fora.

Cu, no se preocupe por mim. Voc no entende. No me incomoda. Meu mundo so os livros. Sempre foram. Adoro os livros. Adoro viver em minha imaginao. No quero escalar uma montanha. Adoro estudar. Adoro falar com gente que o faz, mas no quero experiment-lo. Minha imaginao proporciona uma maravilhosa aventura sem o risco ou o desconforto.

Katie. Protestou Abbey.

a verdade. Sempre me senti atrada pelo Matthew Granite, mas sou muito prtica para cometer o engano de acreditar que poderia haver algo entre ns. Ele selvagem. Recordo-lhe em meio de cada jogo rude de futebol no colgio e na universidade. Fez tantas loucuras, desde servir aos Ranger at lanar-se de pra-quedas s por diverso. Estremeceu-se. Eu nem sequer pratiquei mergulho. Ele faz rafting e escalada para relaxar-se. Eu leio um bom livro. No somos minimamente compatveis, mas ainda assim acho tudo estupendo.

Est segura que quer sair com ele?. Perguntou Abbey.

Kate encolheu os ombros.

O que quero fazer olhar ao mosaico e ver se posso perceber a sombra na terra como fez Hannah.

Possivelmente possamos averiguar o que est passando. Esteve de acordo Hannah. Seguiu Kate at a entrada, olhando Abigail sobre o ombro. No soa Joley genial? Enviou-nos seu CD de Natal. Disse que poderia ser que viesse para casa pro Natal? Isso espera. Disse Abbey. Chamaram Elle ou Libby? Libby est na Amrica do Sul. Disse Hannah.

Acreditei que disse que estava no Congo. Interrompeu Kate.

Hannah riu.

Estava no Congo, mas a chamaram na Amrica do Sul. Ligou justo depois do tremor. Alguma pequena tribo no bosque pluvial tem alguma surpreendente enfermidade e pediram a Libby que voasse at ali imediatamente para ajudar e obvio que o fez. Disse que seria difcil, mas que no importava como, viria para casa pro Natal. Acredito que precisa estar conosco. Parecia cansada. Realmente cansada. Disse-lhe que nos reuniramos e veramos se podamos lhe enviar um pouco de energia, mas disse que no. Disse-me para conservarmos nossas foras e que fossemos muito cuidadosas. Informou Hannah.

Abbey e Kate deixaram de caminhar bruscamente.

Est segura de que Libby no nos necessita, Hannah? Perguntou Kate. Sabe o que pode lhe ocorrer. Ajuda s pessoas nas piores circunstncias e isso esgota continuamente sua energia. Viajar essas distncias dormindo pouco no ajuda.

Disse que no. Reiterou Hannah. Ouvi a debilidade em sua voz. Obviamente precisa voltar para casa, reagrupar-se e descansar, mas no senti que estivesse em um estado perigoso. Ajoelhou-se sobre o cho aos ps do mosaico que sua av e as irms tinham trabalhado tanto.

O alvio alagou a Kate. Libby sempre exigia muito de si mesma e sua sade sofria dramaticamente por isso. Libby era muito pequena, muito magra, uma mulher frgil que se empurrava ao limite por outros. Libby trabalhava para o Centro de Controle de Enfermidades e viajava por todo o globo.

Todas tm que vigi-la. Disse Kate brandamente, pensando em voz alta.

Eram um dos mais apreciados talentos das irms, serem capazes de estabelecer comunicao sem importar quo longe que estivessem fisicamente. Podiam "ver-se" umas as outras e enviar energia de um lado a outro quando era necessrio. Kate se ajoelhou junto Hannah na entrada.

Kate sempre sentia uma sensao de respeito ao olhar o artesanato do cho. O mosaico sempre lhe parecia estar vivo, com energia. Toda vez que o olhava sentia como se estivesse caindo em outro mundo. O profundo azul do mar era na realidade o oceano no cu. As estrelas estalavam e flamejavam cobrando vida. A lua era uma brilhante bola de prata. Kate se inclinou aproximando-se mais do mosaico para examinar os verdes, marrons e cinzas que constituam a me terra.

S a voz de Joley alagava a casa, depois se fundindo nas ltimas notas abandonou a habitao que ficou completamente em silncio. As trs irms uniram as mos. Pequenas exploses de eletricidade se arquearam de uma outra. Na habitao insuficientemente iluminada a energia pareceu um ltego denteado de relmpago que danava entre as trs mulheres. O poder enchia a habitao, energia suficiente para mover as cortinas nas janelas fazendo que o tecido se balanasse e arqueasse.

Kate manteve os olhos fixos nos tons mais escuros da terra. Algo se moveu abaixo, perto da borda do mosaico, nas rochas mais profundas. Movia-se lentamente, uma sombra enegrecida, deslizando-se de uma zona escura a seguinte. Havia uma conduta serpentina, ardilosa nela, movendo-se das bordas de acima para a superfcie como se tentasse atravess-la. Kate deixou escapar o flego lentamente, inalando profundamente para encher seus pulmes, e deixou que seu corpo se afastasse. Era a nica forma de caminhar pelo mundo das sombras que era invisvel para a maior parte dos olhos humanos.

Sentiu a malevolncia imediatamente, um sopro retorcido, malvado e decidido, um ser tomado pela raiva e alimentado pela necessidade de vingana. O distrbio era entristecedor, girando e bulindo com calor e raiva. Arrastava-se se aproximando dela, consciente de sua presena, que lhe proporcionava uma espcie de maliciosa alegria. Ela se manteve imvel, tentando discernir a fora escura entre as sombras mais profundas, mas se camuflava muito bem.

Kate. Hannah a sacudiu com fora, agarrando-a pelos ombros e balanando-a at que a cabea lhe pendurou para trs sobre o pescoo.

Abbey tirou Kate de perto do mosaico e de volta a seu prprio corpo. Fez-se um comprido silencio enquanto se aferravam umas s outras, respirando pesadamente, perto das lgrimas. O penetrante som do telefone as sobressaltou.

Sara. Disseram simultaneamente e romperam a rir com alvio.

Abbey saltou para responder o telefone.

Vou contar a Sara o que tem feito. Advertiu a Kate. e ter grandes problemas.Kate aferrou a mo de Hannah, tentando sorrir ante a horrenda predio de Abbey.

Sentiu-o, Hannah. Sussurrou. Sentiu-o vir por mim. No pode entrar nesse mundo outra vez, Kate. No com essa coisa a. No pude ver o que era, mas tem que se manter longe dele. Hannah abraou Kate mais forte. Eu sei o que ter medo todo o tempo, Kate. No posso funcionar em meio de uma multido porque a energia de tanta gente me drena. Suas emoes me bombardeiam at que no posso pensar ou respirar. Todas vocs me protegem, voc sempre o faz. Deveria deixar que fizssemos o mesmo por voc.

Kate sorriu e se inclinou para beijar a bochecha de Hannah.

Aceitei minhas limitaes faz muito, Hannah e nunca me arrependi de minha eleio de estilo de vida. Controlo o que me rodeia e isso me basta. No tenho necessidade de todas as coisas que vocs querem fazer com suas vidas. Meu mundo est cuidadosamente construdo e tem grandes muros para me proteger. Vocs esto muito mais abertas ao assalto. Tomarei cuidado, Hannah. No sou das que correm riscos. No tem que preocupar-se que tente encontrar as respostas sem o resto de vocs.

Katie! Chamou Abbey. Sara tem umas poucas coisas que quer comentar com voc. Estendeu o telefone.

Kate abraou de novo Hannah.

Tudo ir bem, prometo-lhe isso, cu. Natal. Quase todas voltam para casa e passaremos um bom momento, igual sempre quando nos reunimos.

Captulo 3

Um calafrio, mais frio ainda que o ar que sentiro.Quando um ferrolho se abra e um selo seja atravessado

M

att permaneceu em p junto ao enorme abeto Douglas decorado com centenas de adornos e luzes de cores. A alta rvore crescia no ptio perto dos escarpados diante da casa. Era uma das vises mais formosas que tinha visto, mas empalidecia em comparao com Kate. Ela estava em p sobre o alpendre, com uma bola de cristal de neve nas mos, sorrindo. Seus olhos eram verdes como o mar e seu comprido e espesso cabelo estava recolhido em uma espcie de intrincado n que o fazia desejar lhe tirar cada forquilha para poder v-lo cair em desordem.

Subiu os degraus do alpendre e estendeu a mo.

Onde demnios conseguiram essa bola de cristal? A cena interior parece exatamente a de sua casa e esta rvore de Natal.

Ps-lhe a esfera nas mos. Duas de suas irms estavam sobre o alpendre com ela, lhe estudando com expresses srias nas caras. Tinha estado to ocupado olhando a Kate que nem sequer as tinha visto. Suas mos se fecharam sobre a pesada esfera, seus dedos roaram os de Kate. Um formigamento de eletricidade faiscou para cima por seu brao. Quase ao momento a esfera se esquentou em suas mos.

Boas tarde, senhoras.

Ol, Matt. Saudou Hannah. Abbey cabeceou para ele.

Embora tenha feito tudo o que pde por limpar-se depois do trabalho, esfregando as mo durante uma boa meia hora para conseguir que a sujeira se desprendesse de suas unhas, notou com vergonha que no tinha tido xito. Suas unhas pareciam estar salpicadas pelo estranho brilho que chegava de dentro da esfera de cristal. As luzes da rvore flamejaram inesperadamente dentro do cristal, enquanto uma estranha nvoa branca comeava a formar redemoinhos. Fascinado, sustentou a esfera desde todos os ngulos, tentando ver como a tinha acendido, mas no pde encontrar uma pilha ou um interruptor por nenhuma parte. Esquadrinhando mais de perto notou que uma sombra escura tomava forma na base da rvore e se arrastava pelo caminho para os degraus da casa. Seu corpo reagiu, ficando alerta enquanto observava sombra mover-se s escondidas. Esta coisa horripilante. Estendeu a esfera para a Hannah e tomou o cotovelo de Kate em uma deliberada ao de propriedade. Estabelecendo sua reclamao. Declarando suas intenes. Seus dedos se posaram sobre o brao esbelto e o corao realmente lhe saltou no peito. Ela vestia uma espcie de camisa branca de encaixe que ressaltava seus peitos arredondados e deixava seus antebraos nus. A gema de seus polegares se deslizou sobre a pele suave como as ptalas de uma flor s para sentir a textura. Ela estremeceu e Matt notou que seu prprio corpo se aproximava para bloquear a brisa que chegava do oceano. Disseram adeus a suas irms e se dirigiram para o carro.

Kate esclareceu a garganta.

Avalio que tenha que me trazer, Matthew. Poderia ter me encontrado com voc l.

Isso uma tolice, Kate, j que vamos ao mesmo lugar. Pensei que poderamos discutir os planos de renovao durante o jantar quando terminarmos de inspecionar o moinho. Abriu a porta de seu Mustang conversvel. O teto era certamente levantado. O que estava fazendo com a esfera?Sorriu-lhe e assim, fcil, lhe roubou o flego.

Ainda estamos colocando nossos adornos. Hannah acaba de tirar a esfera do apartamento da cobertura e estava limpando o cristal. uma tradio natalina em nossa famlia lhe fazer um desejo.

O que era essa estranha sombra escura que se movia na esfera?Kate se voltou bruscamente para a casa. Matt estava perto dela, mantendo aberta a porta do Mustang e chocou com o nariz contra seu peito. Por um segundo ficou ali de p com os olhos fechados, depois inalou profundamente. Matt sentiu esse flego atravs de sua prpria pele, todo o caminho at os ossos. As pontas de seus peitos lhe roavam o torso enviando um fogo que lhe percorria o sangue e se acumulava em um espesso calor no fundo de seu estmago. Ela cheirava a canela e especiarias. Desejou empurr-la at seus braos e beij-la ali mesmo. Justo diante de suas irms.

Matthew. Pela primeira vez que ele pudesse recordar, Kate soava sem flego. O que est fazendo?Notou que seus braos a rodeavam. Estava-a mantendo cativa contra ele e seu corpo estava endurecendo e fazendo urgentes demanda. Amaldioou silenciosamente e a deixou partir, voltando-se longe dela.

Pensava que estava entrando no carro. Sua voz foi spera, inclusive aos seus prprios ouvidos. Nunca tinha desejado a uma mulher como desejava Kate. No se sentia gentil quando queria ser gentil. No se sentia agradvel e encantador quando normalmente era to fcil para ele ser encantador. Sentia-se tenso, inquieto e dolorido como o inferno. Sentia o louco desejo de levant-la e encerr-la em seu veculo, uma urgncia primitiva quando ela parecia a ponto de pr-se a voar. Viu realmente uma sombra na esfera? Perguntou ela.

O que?Era a ltima coisa que esperava que ela dissesse e enviou um calafrio por sua espinha dorsal.

No poderia dizer o que era. A sombra escura parecia surgir da base da rvore e subir pelo caminho para o alpendre da casa. sua casa a da esfera, verdade? H nvoa ou neblina em vez de flocos de neve formando redemoinhos ao redor. Isso d esfera um efeito muito estranho.

Kate se voltou para olhar suas irms. Hannah colocou a esfera de neve muito cuidadosamente sobre o amplo corrimo e se afastou dela. Dentro do cristal, girava uma pesada nvoa. As luzes da diminuta rvore de Natal brilhavam num estranho laranja e vermelho atravs da neblina, quase como se estivesse ardendo. Matt estudou a irm de Kate atentamente. Tinha vivido em Seja Haven toda sua vida. Tinha ouvido coisas estranhas sobre as irms Drake. Perto delas, sentia o poder e a energia crepitarem no ar e emanar delas. O poder encheu o espao ao redor at que pde respir-lo. Hannah elevou os braos e o vento soprou do mar. Com ele chegaram vozes suaves, cujas palavras eram impossveis de distinguir, mas o cntico resultava melodioso e em harmonia com as coisas da terra. A estranha luz da esfera de neve empalideceu e se extinguiu at que ficou s um brilho dbil e suave. As vozes do vento continuaram at que as luzes depois do cristal piscaram e se desvaneceram, deixando o globo como um adorno natalino absolutamente ordinrio.

O vento os rodeou com um ar frio. Matt saboreou o sal do mar. Baixou o olhar at seus dedos que rodeavam o brao de Kate. Tinha segurado-a protetoramente sem pensar ou raciocinar. Sabia que devia solt-la, mas no podia evit-lo. O corpo esbelto dela tremeu, com frio ou temor, Matt no estava seguro do que era, mas no lhe importava.

Kate levantou o olhar para ele.

No posso explicar o que acaba de ocorrer com a esfera.

No estou pedindo uma explicao. S quero te colocar em meu carro.Sorriu-lhe.

Obrigada, Matthew. Realmente o aprecio. Relaxou visivelmente e lhe permitiu ajud-la a acomodar-se no quente assento de pele.

Kate se sentia muito pequena junto a Matt. Dentro do carro parecia enorme e poderoso. Seus ombros eram amplos o bastante para roar contra ela nos limites do Mustang. Quando inalou, tomou a fragrncia masculina profundamente em seus pulmes. Por um momento se sentiu aturdida. Isso a fez desejar rir em voz alta ante a idia de Kate Drake aturdida pela fragrncia de um homem. Nenhuma de suas irms acreditaria. O carro tomava as curvas fechadas da estrada costeira com preciso e facilidade, fluindo ao redor nos giros, fazendo que se relaxasse um pouco. Estar perto de Matt sempre a fazia sentir a salvo. No sabia por que, mas j no o questionava.

Ele a olhou.

Voc se molesta com a forma em que as pessoas sempre falam de sua famlia? Falam bem de ns. Assinalou Kate.

Sei. So o tesouro do povo, mas te incomoda.Kate lhe sorriu.

S voc me faria essa pergunta. Suspirou. No deveria me incomodar. Somos diferentes. No podemos ocult-lo precisamente e obvio que as pessoas falem de nossos estranhos costumes. Crescemos aqui, assim todo mundo nos conhece e alguns chegam ao extremo de nos proteger dos estranhos, mas sim, incomoda-me que as pessoas sempre sejam to consciente de ns quando estamos ao redor. Nunca tinha reconhecido em voz alta ante ningum, nem sequer ante suas irms.

Senti sua falta enquanto estava percorrendo o mundo, Kate. Alegro-me que tenha decidido voltar para casa.

Ela sorriu amplamente.

to coquete, Matthew, inclusive comigo e me conhece toda a vida. No se acalmou muito desde seus dias selvagens da universidade. Quando estava no colgio todas as garotas diziam que foi legendrio no Stanford.

Bom, no o era. Deveria ter ido a uma universidade longe daqui em vez de uma a s um par de horas. Isso poderia ter terminado com os falatrios. E eu no paquero. Disse firmemente. Queria estacionar o carro e simplesmente olh-la. Tocar sua suave pele e beij-la durante horas. No momento que as idias alagaram sua cabea seu corpo se endureceu at uma dor embotada. No podia aproximar-se dela sem que ocorresse. Era um homem adulto e seu corpo respondia a ela como se fosse um adolescente.

Matthew, voc paquera com todo mundo. E sua reputao terrvel. Se no estivesse to inteirada, me preocuparia.

Ningum fala de mim.

Ela riu brandamente.

Posso contar sua histria com a Janice Carlton em detalhes, ouvi-a muitas vezes.

Ele gemeu.

Ainda falam disso. Ocorreu faz sculos. Estava de licena, deve ter sido faz o que? Uns seis anos. Recolhi-a no bar, estava bbada, Kate. No podia deix-la ali sem mais.

E como acabou sua blusa sobre os arbustos frente ao pomar?Matt a olhou de esguelha.

De acordo, admitirei que foi sua blusa, mas vamos, Kate, no estava no colgio. D um pouco de crdito a minha maturidade. Estava to bbada que comeou a tirar a roupa no mesmo momento em que samos rua. Atirou a blusa pela janela e teria atirado tambm o suti, mas lhe disse que a deixaria na calada se o fizesse. Levei-a diretamente para casa. E no caso de querer saber minha verso nunca foi contada, eu no gosto de falar das mulheres que se lanam sobre mim estando bbadas. Apesar do que tenha ouvido, minha me me educou para ser um cavalheiro. Podemos ser um pouco speros nas bordas, mas os Granite tm um cdigo de honra.

O Mustang deslizou fluidicamente pelo caminho que conduzia ao velho moinho no escarpado sobre a baa de Seja Lion. Matt conduziu diretamente pelo poeirento caminho at o comprido edifcio de madeira e estacionou. Desligou o motor e deslizou o brao pelo respaldo do assento dela. O oceano se estampava sob os escarpados, um ritmo interminvel que parecia ter eco no batimento de seu corao.

A maior parte das histrias sobre mim no so certas, Kate.

Kate olhava fixamente para frente, para o velho edifcio. A maior parte da madeira estava danificada pelo salitre. A pintura fazia muito tinha cedido sob o firme assalto do vento. Adorava admirar o moinho, a forma em que se encaixava ali sobre o escarpado, uma parte do passado que desejava levar com ela ao futuro. Tomou um profundo flego, recompondo-se, e se voltou para o Matt.

Assim perto, Matthew Granite era um gigante com msculos ondulantes e definidos, com forte e teimosa mandbula. Sua boca era algo que passava muito tempo olhando e sonhando com a forma em que a tinha arrumado para deslizar-se em suas novelas em vrios de seus heris. Seus olhos eram assombrosos. Deveriam ter sido cinzas, mas era bem chapeada, uma cor assustadora que fazia seu corao bater triplamente mais rpido. Tinha essa aura de cabelo escuro e espesso que a fazia desejar passar os dedos por ele e o levava mais comprido que a maioria dos homens. Kate se sentia um pouco fraca olhando seu peito musculoso e depois os brilhantes olhos chapeados.

Bom, demnios Matthew, todo este tempo pensando que estava na presena da grandeza. Se arrumou para conjurar uma risada ligeira. No muito amvel de sua parte destruir as iluses de uma mulher.

Ele franziu o cenho.

No disse que no fui o menino mau de Seja Haven.

Pensava que Jonas Harrington era o menino mau de Seja Haven.

Matt pareceu ofendido.

Eu nunca fico em segundo lugar. Sua mo se elevou, fechando-se inesperadamente sobre a garganta de Kate.

Kate estava segura de que seu corao saltou um batimento. A palma era grande e os dedos se enredaram facilmente ao redor de seu pescoo, o polegar lhe inclinou a cabea para cima para que se visse forada a enfrentar o sbito desejo desses olhos chamejantes. Era a ltima coisa que Kate esperava ver e sua intensidade a surpreendeu.

Matthew. Respirou seu nome em um pequeno protesto. No era uma boa idia. Eles no eram uma boa idia.

Ele simplesmente baixou a cabea e tomou posse de sua boca. Seu beijo foi algo menos gentil. Atraiu-a mais perto, um homem faminto devorando-a com beijos ardentes e urgentes. O flego abandonou seus pulmes e cada terminao nervosa de seu corpo gritou. A eletricidade rangeu entre eles, arqueando-se do Matt a Kate e outra vez de volta. O fogo percorreu sua pele, derretendo suas vsceras. Ele tomou a dianteira, beijando-a faminto, ardentemente, sua lngua lutou com a dela exigindo uma resposta que se encontrou lhe dando.

Seus braos lhe rodearam o pescoo, seu corpo se pressionou mais perto do calor dele. Sentia tanto calor, tanta magia que no podia pensar com claridade.

O bramido de uma buzina fez que Kate saltasse longe dele. Matt amaldioou e olhou para a estrada a tempo para ver seus irmos saudando, uivando e brincando enquanto passavam.

Malditos idiotas. Disse, mas havia um afeto em sua voz impossvel de passar por cima.

Kate pressionou uma mo tremente sobre sua boca machucada. Sua pele estava sensvel e ardia por causa da escura sombra na mandbula dele. No se atreveu a olhar-se no espelho, mas sabia que pareceria beijada.

Salvaram-nos.

Pode ser que tenham salvado voc, mas eu estou em uma situao difcil aqui, mulher. E demnios, estava. Que tinha esta mulher que o fazia perder o controle sempre que estava a seu redor? Realmente era uma bruxa. Ia ter que dizer umas quantas coisas a seus irmos quando lhes pusesse as mos. No iriam deix-lo viver tranqilo depois que o tinham pegado beijando Kate Drake como um adolescente. No ajudou ver Jonas Harrington passando muito lentamente, obviamente lhes buscando. Maldito Danny e seu rdio. Seria de domnio pblico se no fossem mais cuidadosos e a ltima coisa que queria era que Kate fugisse dele por causa dos rumores.

Tocou o rosto vermelho de Kate. A pele suave esta avermelhada por sua barba.

Deveria ter me barbeado, Katie, sinto muito. No planejava te beijar. De acordo, queria beij-la. Esperava beij-la. Realmente tinha se posto de joelhos a noite anterior quando no havia ningum ao redor e tinha pedido um milagre natalino, mas ela no parecia saber quanto a desejava.

A forma em que ele disse "Kate" fez que lhe desse um tombo o corao, enviando um milho de mariposas a revoar por seu estmago. No me importa.

Agarrou-lhe o rosto entre as mos.

A mim sim. Tenho que ser mais cuidadoso com voc. Bruscamente a deixou partir e abriu a porta. Era a nica coisa segura a fazer quando ela lhe parecia to tentadora. O frio do mar o tocou, deslocando o calor de seu corpo dentro do carro.

Kate no esperou que ele rodeasse o carro e lhe abrisse a porta. Estava to agitada, to surpreendida por suas reaes com ele. Era to imprprio dela. Kate, a prtica, acabava de cometer um terrvel engano e no podia voltar atrs. Ainda podia lhe saborear, ainda tinha sua fragrncia obstinada ao corpo, ainda sentia uma tremenda e estranha presso, uma necessidade que era to elementar, to faminta e sedenta. Permaneceu em p no meio do vento e elevou o rosto, esperando que sua pele se esfriasse e que a raivosa necessidade que estava sempre dentro dela encontrasse de novo descanso.

Matt tomou sua mo e a conduziu pelo quebrado e acidentado caminho at o edifcio. Ela no resistiu e o apartou.

A estrutura boa. Tranqilizou-lhe enquanto abria a porta. Quero incorporar tanto do edifcio original como possvel quando o ampliar. Estava pensando em cobrir l fora com algum amparo contra o vento para os dias mais ensolarados e dentro uma zona grande com cadeiras e pequenas mesas para ler e beber caf ou chocolate ou o que seja. H um grande lugar de pedra no que deve ter sido um escritrio e eu gostaria de manter isso tambm se for possvel.

Kate cobria sua ansiedade com bate-papo, assinalando os rasgos rsticos que queria salvar e os muitos problemas das zonas como os conhecia. Era muito consciente da mo do Matt que a sujeitava por segurana. Duas vezes tentou soltar-se casualmente, mas ele no soltava dela, levando-a pela habitao para examinar uma seo de madeira carcomida perto dos alicerces.

Aqui ficam as escadas? Matt abriu a porta e esquadrinhou para baixo o escuro interior. As escadas pareciam ser muito pronunciadas e a meio caminho estava seguro de que as paredes estavam cobertas de sujeira. H uma luz? Claro. Disse Kate. Est sobre o segundo degrau. No posso alcanar. Por que no est aqui em cima? Acendeu as luzes cautelosamente, meio esperando que a lmpada explodisse. Agentou, mas era escura e amarelada e produzia um estranho zumbido. O que isso? No sei, mas o chefe dos bombeiros me assegurou que era seguro. Sorriu-lhe. Um de seus irmos no eletricista? Passar um tempo antes que lhe necessitemos aqui. Disse Matt, comeando a descer as escadas. As escadas eram bastante slidas, mas no gostava do aspecto das paredes. Vrias gretas se estendiam do centro da parede em todas as direes como um tecido de aranha. Olhou Kate, com as sobrancelhas elevadas.

Ela sacudiu a cabea.

O terremoto deve ter prejudicado. No estava assim quando desci com o agente de propriedade. J desci duas vezes para me assegurar de que todo o lugar no ia afundar-se no oceano. Sei que est em mau estado, mas uma localizao to perfeita. Se tiver que faz-lo, posso atirar abaixo o moinho e comear do zero. Se acha que melhor faz-lo assim, aceitarei seu conselho, mas realmente quero salvar tanto do edifcio original como possvel.

Vai custar mais dinheiro do que possa valer a pena gastar, Kate. Advertiu.

Kate estremeceu enquanto desciam as escadas para o poro insuficientemente iluminado. Estava muito mais frio do que recordava. Sempre sensvel energia, sentiu uma fria malevolncia que no tinha estado ali antes. Olhou ao redor cautelosamente, aproximando-se de Matt em busca de amparo. A atmosfera vibrava com incontvel e maliciosa diverso.

Matthew, saamos. Falou, pegando-o pelo brao.

Ele olhou para ela rapidamente.

O que acontece, Katie? Havia uma carcia em sua voz, algo que a esquentou apesar do frio do poro. Pode esperar escada acima enquanto dou uma olhada. Sentiu seu estremecimento e uniu as bordas da jaqueta que ela usava abotoando-a, seus dedos se atrasaram sobre as lapelas, simplesmente sujeitando-a ali, perto dele.

Kate sacudiu a cabea.

Aqui embaixo persiste uma sensao doentia. No quero deixar voc sozinho aqui Matthew. Parou, procurando as palavras corretas. Sinto como se algo no estivesse bem, no o sinto como antes.

Os olhos chapeados se moveram sobre seu rosto. De repente Matt deu uma piscada, um gesto veloz e sexy, que fez seu corao bater mais forte.

Serei rpido, prometo.

Kate foi atrs dele, relutante a afastar-se muito no sombrio poro. Era comprido, amplo e tinha cho de terra.

Acredito que isto se utilizava como armazm de contrabandistas. H umas escadas que conduzem baa atravs de um estreito tnel. Parte do tnel se derrubou faz alguns anos, mas li no jornal de minha av; diz que o moinho era utilizado para armazenar provises, armas e especiarias que chegavam de bote. Apertou os lbios, decidida a no lhe distrair enquanto o via estudar as paredes e o cho do poro.

O que isto? Matt fez um gesto perto de um estranho revestimento no cho. Era de dois centmetros de espessura quase como a tampa de um atade, exceto que era de forma oval. A superfcie era spera e estava coberta de smbolos, que resultavam impossveis de ler por causa do p e a sujeira que os cobria. Correndo diretamente por meio da tampa havia uma larga fenda.

Kate franziu o cenho.

No o tinha notado antes. Deve ter estado talhado na terra. O terremoto pode ter movido. Aproximou-se mais, a contra gosto. O ar gelado saa da profunda greta. Isto eu no gosto, Matthew.

No uma tumba, Kate. O assinalou, agachando-se junto greta e limpando o p das bordas. Parece mais a uma espcie de selo.

Kate agachou junto a ele. Uma rajada de ar frio lhe tocou a palma da mo ao pass-la sobre a rocha gretada. Apartou a terra dos smbolos, tentando decifrar os antigos hierglifos. A linguagem era antiga, mas lhe resultava bastante familiar. Suas antepassadas, geraes de poderosas bruxas, tinham utilizado smbolos semelhantes para comunicar-se em privado. Sua me as tinha feito aprender a linguagem, e Kate conhecia uns poucos smbolos, mas no todos.

Diz algo sobre raiva. Os smbolos esto danificados e desgastados. Posso divisar as palavras, "selado at o dia em que nasa algum..." interrompeu-se com frustrao, inclinando-se mais para tentar averiguar o significado das palavras.

Onde aprendeu a decifrar esses smbolos? So egpcios? Perguntou Matt.

Kate sacudiu a cabea.

No, um assunto familiar. Supe-se que todas tinham que aprend-lo. Acha que isto algum tipo de poo?Matt continuou cavando ao redor da grossa tampa. No pode ser um poo, Kate. Possivelmente algum tipo de placa comemorativa. Pisou na pesada laje. Esta cedeu ao redor das bordas e deslizou ligeiramente. No. Kate agarrou o brao de Matt com fora. No sabemos o que h dentro. Algo nisso me d arrepios. No pode sentir a malevolncia supurando pela greta? Cambaleou para trs, o levando com ela, quase se derrubando sobre o cho e fazendo que ele tivesse que agarr-la enquanto um gs nocivo vertia atravs da greta aberta. s gs criado pela matria em decomposio que esteve presa durante tanto tempo. Disse Matt, arrastando-a to longe da fenda como pde. Empurrou-a para as escadas. Algumas vezes os gases podem fazer que adoea ou algo pior, Kate. No o aspire. Ela parecia plida, seus olhos totalmente abertos com horror. Olhava fixamente para a tampa sem mover-se, com uma mo apertada sobre a boca. Matt podia ver que seu corpo inteiro tremia.

A rodeou com seus braos e a atraiu para ele. Virtualmente envolveu seu corpo inteiro, mas ela no apartou o olhar da singularidade do poro, hipnotizada pelo vapor preto e amarelo que emanava da greta.

No nada, Kate, s um buraco no cho. Provavelmente de um par de centenas de anos de antiguidade. Permaneceu tranqilo para acalm-la, mas todos seus sentidos tinham entrado em alerta.

Obviamente Matt no podia sentir o triunfo malicioso que emanava do cho, um grito de vitria. Ela no podia identific-lo, no tinha nem idia do que era mas a aterrorizava que pudessem ter liberado algo perigoso. Horrorizada, observou o escuro e feio redemoinho percorrer a habitao e depois subir pelas escadas para a liberdade, deixando atrs um frio gelado. Deixa de tremer, Kate. gs. Ocorre todo o tempo nestes velhos respiradouros. Matt no podia suportar v-la to assustada. Encontraremos bolsas por toda parte. No entrou no tnel, certo? Poderia haver nele toda classe de bolsas de gs igual nas cavernas.

Alguma vez viu um gs fazer isso? Percorrer a habitao? Foi algum tipo de brisa do oceano, Kate. No pode sentir as correntes de ar aqui dentro? So muito fortes.

Tenho que olhar esses smbolos, Matthew. Acredito que havia um selo sob a tampa e o terremoto o perturbou. Sabia que soava completamente ridcula. Provavelmente lhe parecia uma louca, mas estava segura de ter razo. Algo tinha deslizado por esse respiradouro, algo que no tinha que habitar o mundo.

Matt estudou sua face com seriedade, o medo em seus olhos.

Deixa que me assegure de que seguro, Kate. Gentilmente a colocou de lado e foi at a greta da tampa de pedra.

Tome cuidado, Matthew. Quando olhou para ela, desejou ter mantido a boca fechada. Soava cada vez mais e mais paranica.

Ele cheirou o ar cautelosamente. O aroma era pestilento, mas podia respirar facilmente sem tossir.

Acredito que bastante seguro, Kate. No estou vomitando e no me sinto enjoado. No sei que demnio acaba de ocorrer, mas se tiver tanto medo vou acreditar no que o Jonas diz e nunca duvidar de nenhuma de vocs, as Drake.Agradecia que estivesse tentando entender, mas sabia que no poderia. Kate abaixou a cabea, evitando seu olhar, temendo ver a forma em que a olhava. Deixou-se cair junto tampa e tirou o p agilmente com os dedos, temendo romper a velha rocha ainda mais.Matt esperou silenciosamente tanto como pde. O som do mar se ouvia como fundo. Seu eco batia nas paredes de fora de forma estranha. Significa algo para voc? Tentou conter a impacincia de sua voz quando tudo o que queria fazer era agarrar Kate, levant-la e tir-la nos braos do lugar.Kate esquadrinhou mais de perto para decifrar as palavras. Sete irms. Sete irms Drake. Suas antepassadas. Tinham encarcerado algo a terra, o esprito no oco da ventilao para proteger algo. No podia l-lo com exatido porque parte das letras estavam rotas e desgastadas, mas temia que fossem as pessoas do povoado que precisavam ser protegidas. Tambm podia ter algo a ver com o Natal e o fogo e algum que nasceria para trazer paz. Kate levantou o olhar para o Matt. No havia forma de esconder o terror de seus olhos e no se incomodou em tent-lo.

Tenho que voltar para casa agora mesmo.

Captulo 4

Uma coroa de flores como saudao

Muito melhor atir-la na ruaM

att estava sentado em seu carro com a calefao ligada e seu CD favorito tocando baixo. A voz nica e rouca de Joley Drake tinha escalado rpido nas listas de xitos. Encantava-lhe esta coleo em particular, normalmente o deixava tranquilo, mas agora no estava fazendo nenhum bem. Aferrou o volante e ficou com o olhar fixo nas resplandecentes luzes da rvore de Natal frente casa do escarpado. A nvoa estava comeando a elevar-se mar a dentro, estendendo seus dedos brancos para a terra e para a casa que estava vigiando. No havia luzes eltricas nas janelas, mas podia ver a piscada de velas e uma sombra ocasional quando uma das irms Drake passava junto a janela.

A porta do passageiro se abriu de um puxo e Jonas Harrington se deslizou no assento junto ao Matt, fechando a porta contra o frio.

Demnios, Jonas, me deu um susto de morte. Espetou Matt. No se tinha precavido de quo nervoso estava at que Jonas tinha aberto a porta de repente.

Sinto muito. Jonas soava to agradvel como sempre. Muito agradvel. Matt virou cabea para olhar seu amigo da infncia. O que est fazendo aqui fora? Faz frio e est levantando nvoa. No estar espreitando a nossa Kate, verdade?Matt estudou a cara de seu amigo. Sorria, parecia amigvel, mas seus olhos eram frios.

obvio que no estou espreitando Kate. Acha que perdi a cabea? O lugar dessa mulher ao meu lado. Sorriu para aliviar a tenso acumulada entre eles. S tenho que averiguar como convenc-la disso. O que est fazendo aqui? E por que no vi os faris de seu carro? Olhou pelo retrovisor e notou que Jonas tinha estacionado silenciosamente atrs dele.

Ia sem luzes, no queria te espantar. O que ocorreu esta noite? Por que esto todas alteradas? No havia uma acusao bvia em sua voz, mas Matt tinha passado junto ao Jonas toda sua vida e reconhecia a nota subjacente de suspeita.

Que demnios esta insinuando Jonas? Cospe-o e deixa de rodeios. Seu gnio estava comeando a flamejar. Tive uma tarde infernal e voc no est ajudando.

Jonas deu de ombros.

Acabo de cuspi-lo. Esto alteradas. Posso senti-lo. Todas elas, cada uma das irms. Tem algo a ver com voc e com Kate? Que classe de pergunta essa? Demnio, sim desejo Kate. E faria qualquer coisa para consegui-la, mas te asseguro que no posaria um dedo sobre ela se no me correspondesse e nunca lhe faria mal. isso o que queria saber?Jonas assentiu.

Isso era o que estava procurando. Odiaria ter que te chutar o traseiro, mas se fizesse mal a essa garota, teria que faz-lo.

Como se pudesse. Matt tamborilou com os dedos contra o volante, franzindo o cenho enquanto seu temperamento se tranqilizava. Quer dizer que pode sentir como todas esto alteradas? Sempre pude sentir quando algo vai mal com as Drake. E agora mesmo, algo vai muito mal. Jonas continuava olhando para ele com olhos frios e especuladores.

Matt sacudiu a cabea.

No fui eu, Jonas. Algo estranho ocorreu no velho moinho e Kate estava muito alterada. Pediu-me que a levasse para casa e foi o que fiz. Passou os dedos pelos cabelos, no uma vez, mas duas. Nem sequer tive oportunidade de convid-la para sair outra vez. Simplesmente estava sentado aqui, tentando decidir se deveria subir at a casa e lhe perguntar o que ocorreu ou voltar para o moinho e tentar entender isso. A as tem! Jonas resmungou um palavro baixo. Que demnios acreditam que esto fazendo saindo no meio da noite com a nvoa que h?Matt podia divisar as trs irms Drake sob capuzes escuros enquanto se apressavam em descer os degraus. A nvoa era pesada e espessa, uma invaso de nvoa branca que ocultava efetivamente s mulheres enquanto se apressavam em descer pelo gasto caminho que girava baixando a colina para a estrada. Matt saltou do carro, perdendo-as de vista em meio a cor