8
: PORTS ECT - l ISR-40-3909/83 f p A <3 O 1 DRÍSP RENATO BARUFALDI DENUNCIA CARNE CONTAMINADA EWI SAO PAULO Orgâo informativo de Sâo Paulo Associação de Consumidores JORNAL Ano II Numero 5 Fevereiro de 1984. Pode ser vendido somente em bancas Cr$ 100.00 Cdo n ONSUMIDOn Página 4 Prefeito Covas acaba com pressões e tarifas não sobem O Prefeito Mario Covas acabou com as pressões dos empresários de ônibus e as tarifas das linhas do transporte coletivo sobem agora quando se justificarem ante a comunidade. Leia na página 6. AMENDOIM: VENENO A VENDA Ministério da Agricultura encontrou aflatoxina no amendoim e no feijão vendido nos principais centros consumidores do Brasil. Trata-se de um veneno que provoca câncer e causou muitas mortes no mundo. Página três. ^^ * Hpsfolhante 0 Agente IffXfJu abortos usado no Para, cau njmais e mortes de pessoa 5 u ara durante dez anos logia NAO COMPRE ESSES REMÉDIOS! O Laboratório Giba Geiby pediu o cancelamento da licença no Brasil para produzir os medicamentos "Enteroviofórmio" e o "Mexafórmio", ambos com clioquinol na sua com- posição. Ambos são responsáveis pela doença "Smon". a neuropatia subaguda mielo óti- ca. No Japão onde foram descobertos 11 mil casos de Smon, a produção foi proibida em 1972, e os remédios foram retirados do mercado nos EstadosUnidos, Taiwan, Paquis- tão, Espanha, Suécia e Hong-Kong. Qs sintomas da doença são dores, seguidos de dor- mencia e paralisia dos membros, até afetar o nervo ótico e levar à cegueira. Apesar de todos esses perigos que os remédios apresentam, e do laboratório Giba Geigy ter solicitado em 14 de janeiro de 1984 o cancelamento da licença para a fabrica- ção do Enteroviofórmio e do Mexafórmio eles continuam sendo vendidos nas farmácias de São Paulo. h*

DRÍSP ISR-40-3909/83 RENATO BARUFALDI DENUNCIA … · RENATO BARUFALDI DENUNCIA CARNE CONTAMINADA EWI SAO PAULO Orgâo informativo de ... Torrado, doce ou salgado, em pasta ou em

  • Upload
    vuxuyen

  • View
    221

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

:

PORTS ECT - l

ISR-40-3909/83

f p A <3 O 1 DRÍSP

RENATO BARUFALDI DENUNCIA CARNE CONTAMINADA EWI SAO PAULO

Orgâo informativo de Sâo Paulo Associação de Consumidores JORNAL

Ano II Numero 5 Fevereiro de 1984.

Pode ser vendido somente

em bancas Cr$ 100.00

Cdo n ONSUMIDOn

Página 4

Prefeito Covas

acaba com pressões e

tarifas não sobem O Prefeito Mario Covas acabou com as pressões dos empresários de ônibus e as tarifas das linhas do transporte coletivo só sobem agora quando se justificarem ante a comunidade. Leia na página 6.

AMENDOIM: VENENO A VENDA

Ministério da Agricultura encontrou aflatoxina

no amendoim e no feijão vendido nos principais centros consumidores

do Brasil. Trata-se de um veneno que

provoca câncer e causou muitas mortes no mundo.

Página três.

^^ ■* Hpsfolhante 0 Agente IffXfJu abortos usado no Para, caunjmaise mortes de pessoa5 uara

durante dez anos logia

NAO COMPRE ESSES REMÉDIOS! O Laboratório Giba Geiby pediu o cancelamento da licença no Brasil para produzir os

medicamentos "Enteroviofórmio" e o "Mexafórmio", ambos com clioquinol na sua com- posição. Ambos são responsáveis pela doença "Smon". a neuropatia subaguda mielo óti- ca. No Japão onde foram descobertos 11 mil casos de Smon, a produção foi proibida em 1972, e os remédios já foram retirados do mercado nos EstadosUnidos, Taiwan, Paquis- tão, Espanha, Suécia e Hong-Kong. Qs sintomas da doença são dores, seguidos de dor- mencia e paralisia dos membros, até afetar o nervo ótico e levar à cegueira.

Apesar de todos esses perigos que os remédios apresentam, e do laboratório Giba Geigy ter solicitado em 14 de janeiro de 1984 o cancelamento da licença para a fabrica- ção do Enteroviofórmio e do Mexafórmio eles continuam sendo vendidos nas farmácias de São Paulo.

h*

página 2

JORNAL do

CONSUMIDOR Fevereiro de 1984.

Cartas INTERESSE PELOS CONSUMIDORES

tornei conhecimento, através do Pro- con. de Belo Horizonte, desta valiosa associa- ção que muito contribui e contribuirá em de- fesa dos direitos do consumidor.

Solicito, dentro do possível, informações que nos possibilitem organizar, nesta cidade, uma associação dentro dos moldes da Spaço. Jorge Castor. Conselheiro Lafaiate, Minas Gerais.

físsposta: Estamos enviando regularmen- te o Jornal do Consumidor e quanto aos de- mais pedtdos estamos enviando carta anexa.

AINDA O QUINCAS

"Dou minha palavra de apio e pretendo fazer parte de leitores assíduos desse Jornal. O primeiro artigo que me fascinou na página 2 foi ~A Morte do Quincas - I" do Carlito Maia, excelente pessoa e que faz parte da mi- nha coleção de recortes de jornal. Outros te- mas também me fascinaram: ar poluído, remé- dios, rótulos, etc... Quanto a defesa do nosso direito de consumidor, direito a gente tem, mas como defendê-los? Tentei ser naturalista, mas pelo que vi é impossível. Tá tudo conta- minado. Um abraço. Anna, São Paulo.

VIVER É POSSÍVEL

'Hoje em dia está difícil viver. É uma ta- refa fácil e cômoda apenas aos que deveriam nos proteger das armadilhas do custo de vida, roubo, inflação, mas que só fazem protege- rem-se a sí mesmos, esquecendo sobretudo da própria moral. Mesmo assim vamos em frente Vamos nos unir para não sermos lesados. Abraços- Antônio Rasquinho Alves, Jardom En&íra. São Paulo. Capital.

São Paula Aisociaçào dos Consumidoreê

Publicação da São Paulo Associação dos Consumidores, nu Baião de Itapetininga, 255,

conjunto 1001, CEP 01042, São Paulo SP, telefones: 255-7893 e 2554962.

Piesidenle: Renato Rodrigues Tucunduva Júnior

.yimaiista responsável Raul Antônio Varassin

Edição Gráfica: Cláudio da Costa

Colaboradores:

Luis Henrique V. Tucunduva

Isabel de Paiva

Fábio de Castro Quintanilha (charge)

Heveli Cássia Malma

José Luiz Losnak Maria de Fátima Oliveira

Remaido Canto Pereira Filho Sônia liaria Costa

Composição, past-up e fotoüto: Publicações Paioeira Hda, Av. Prof.

Francisco Mora to, 3.559. Impressão;

Jornal Paulista Ltda. Rua Oscar Gordinho, 46, São Paulo SP As matérias assinadas são de res-

ponsabiíidade de seus autores e não re- ptesenlaiüit necessariamente a opinião1

dsfjornad

EDITORIAL

A DOW QUÍMICA E 0 NOVO CEMITÉRIO

VENENO DA DOW QUÍMÍCA MATA 50 BRASILEIROS ou A DOW QUÍMÍCA E O NOVO CEMITÉRIO

Quando um veneno vendido por uma multinacional é a causa princi- pal da morte de 50 brasileiros, fi- car apático pode significar ser a próxima vítima.

A próxima vítima pode ser aquele que fica apático quando re- cebe a informação de que, nos últi- mos 3 anos, um desfolhante vene- noso vendido por uma multinacio- nal, foi a principal causa da morte de 50 brasileiros. Sem contar 31 a- bortos, 500 animais e o dano ao meio ambiente.

Quando os nazistas mataram os judeus, depois os poloneses e de- pois o próprio povo alemão, os jui- zes, na Alemanha permaneceram apáticos. ÍNIão era com eles! . Quan- do chegou a vez deles, já era tarde para agir. Não tinham mais força. Foram massacrados.

Os mais de cem milhões de con- sumidores brasileiros ainda têm tempo para agir. Então, não preci- sarão soltar o choro diante de co-

vas rasas, como fez há poucos dias o agrônomo do Ministério da Agri- cultura Sebastião Pinheiro diante das covas onde nos últimos dois anos foram enterrados dez crian- ças no cemitério novo da cidade de Tailândia no Estado do Pará.

O cemitério novo é resultado de tantas vítimas que o desfolhan- te fez em Tailândia e na vizinha ci- dade de Goianésia, que chegou a lo- tar o velho cemitério, e a popula- ção teve que pedir que o agricultor Inocécio Barbosa inaugurasse ou- tro em sua gleba.

O desfolhante que é um herbici- da de folhas largas tem o mesmo princípio ativo (245-T) do agente laranja que foi usado na guerra do Vietnã, e por causa do qual o Dow Química sofre hoje nos Estados Unidos um processo judicial de mi- lhões de dólares. Aqui no Brasil, os produtos da companhia Dow que contêm 0 245-T são um certo tipo de "TORDON" e o "LEPECID", um cicatrizante veterinário, que é

também usado em gente pela popu- lação rural, na maioria ignorante.

O 245-T contém a substância mais mortal existente no mundo, a dioxína, responsável por um gra- víssimo acidente, há poucos anos, em Seveso, na Itália.

Depois do 245-T ter sido sus- penso há mais de três anos nos EUA, a própria Dow decidiu no ano passado retirar o produto do mer- cado. Mas só do mercado de lá, claro. Não daqui. Dá pra enten- der?

O povo brasileiro tem o mes- mo direito à vida que o norte-ame- ricano. Sem sermos excessivamente nacionalistas, sejamos patriotas. Pe- lo menos por amor à própria pele.

Escrevam ou telefonem (255-7893) para a Associação dos Consumidores de São Paulo se ma- nifestando pela proibição dos pro- dutos que contenham o 245-T. E- vite a abertura de novos cemitérios. Você poderá não conseguir ir à inauguração. >

A defesa do consumidor é também justiça social

A tese "Base para o Desenvolvimento da Proteção do ConsumlJcty no Brasil", (publica- da pelo Comparative Juridical Review, volume 20,1983, Flórida, EUA), defendidas por Rena- to Tucunduva Júnior, é oportuna e no momen- to conjuntural, adequada. Tanto a recessão eco- nômica como a explosão inflacionária, colocam o consumidor na defensiva, acuando-o, obrigan- do-o a lutar pela sua sobrevivência, enquanto consumidor.

A tese propõe a aplicação na prática, do preceito contido no artigo 160 da Constituição Federal, que consagra a justiça social como pa- râmetro, e que poderia ser o pano de fundo de toda a ação em defesa do consumidor no Brasil. Por outro lado, aponta uma contradição do es- pírito do citado texto constitucional, com a le- gislação ordinária, ou seja, o artigo 1523 do Có- digo Civil, combinado com o artigo 333 do Có- digo de Processo Civil, que estabelece, o ônus da prova, ao consumidor e não ao fabricante ou vendedor, quanto a culpa pelo defeito do pro- duto. Tal dispositivo legal na verdade, contribui

epmiM M

paralmobilizar a ação do consumidor no sentido de buscar o meio judicial para reparação do da- no.

CONTRADIÇÕES O trabalho de Renato Tucunduva Júnior,

tem o me'rito de mostrar as contradições de nos- sa legislação, aliás, tão decantada por aí, que a bem da verdade não e' das melhores, compara- das com a dos países europeus, tendo estes, le- gislação de defesa do consumidor mais evoluída e perfeita.

Discute ainda a tese, embora de forma rá- pida, a participação do estado na defesa do con- sumidor, distinguindo acertadamente a nosso ver, as diferentes realidades, ou seja, o problema da defesa do consumidor no Brasil e' diverso do dos Estados Unidos, comportando soluções di- versas. Assinala ainda as diferentes formas de atuação na defesa do consumidor, tanto dos países europeus como o norte-americano, aque- les tendo sua participação maior do estado.

CULPA A tese defende a eficácia da teoria da res-

ponsabilidade estrita ou responsabilidade obje- tiva, como a melhor forma ou sistema jurídico para defender o consumidor dos danos causados pelos produtos defeituosos, propugnando pela sua adoção no Brasil. Responsabilidade objetiva quer dizer que não há necessidade do consumi- dor provar a culpa do fabricante ou vendedor, pelo defeito, basta provar que o produto defei- tuoso causou o dano.

Cabe agora, uma observação final, a tese coloca que o acesso à justiça no Brasil, conti- nua difícil, e ale'm disso e' caro, portanto, é pre- ciso democratizar e facilitar seu acesso a todos os consumidores e aqui vale a pena, lembrar o projeto que substitui o Juizado Especial de Pequenas Causas que barateia e facilita o aces- so ao Judiciário, isentando o demandante das custas processuais na propositura da ação.

O tema é instigante, e a colaboração trazi- da pela tese e' muito importante para a nossa luta na defesa do consumidor no Brasil.

Adnan El Kadri, Presidente da ADECON, Associação de Defesa do Consumidor,

PAPAI. 0 QUE é C0M$tíHtt>0M

UMA RAÇA i EM sxmçÃc//

tm OS PREÇOS

jAL&um CON- z^som ALGU- fâpMA COISAp/

Fevereiro de 1984.

JORNAL do

CONSUMIDOR páginaS

NAO COMA VENENO:

AMENDOIM ESTÁ CONTAMINADO Torrado, doce ou salgado, em pasta ou

em paçoca, o amendoim é nutritivo e sa- boroso. Dizem alguns que é afrodisiaco. Mas atualmente ele pode ser o causador de câncer no fígado. E já está matando homens e animais.

A primeira denuncia ocorreu em 1968 na Inglaterra quando centenas de perus morreram depois de comerem uma ração, importada do Brasil. Esta ração continha como principal elemento uma torta de amendoim.

COMO SURGE Os grãos de amendoim já são recolhi-

dos do solo com um fungo chamado "as- pergillus flavus", que se desenvolve em lu- gares úmidos produzindo um veneno chamado aflatoxina. E e'este veneno que pode causar doenças como degeneração nos tecidos, baixa resistência e infecções, encefalopatia, hemorragias gastro-intesti- nais^que causam morte súbita em homens e animais e até câncer no figado.

No Brasil a aflatoxina vem sendo estu- dada há mais de 20 anos, mas se tornou um problema de âmbito nacional desde maio de 1982 quando foi denunciada a presença de altos índices de aflotoxina nas paçocas das merendas escolares.

Desde então vários órguos e autori- dades têm se preocupado com o proble- ma, ficando a cargo da Secretaria de Saú- de Publica o reconhecimento de amostra de grãos tanto no varejo como nas indus- trias para analises realizadas no Instituto Adolfo Lutz.

VENENO DA AFLATOXINA ESTÁ SENDO VENDIDO ATÉ NAS RUAS

COMO EVITAR Desde a denuncia da aflotoxina nas

paçocas usadas para merenda escolar tem se verificado, nas analises realizadas, altos Índices do veneno, fato decorrente de um ano considerado climaticamente ruim pa- ra o amendoim. Isto porque a safra 82/83 foi obtida num período de muitas chuvas.

Mas embora o produto já possua umi- dade natural, é na má qualidade de esto-

Primeiras providências contra a aflatoxina

Com base nestes dados, vários oigaos fede- rais e estaduais se reuniram para tentar proteger o consumidor agora e o produto no futuro. Assim, estiveram reunidos a CATI - Coordena- doria de Assistência Técnica Integrada da Se- cretaria da Agricultura de São Paulo, Instituto Adolfo Lutz, responsável pelas análises de grãos de amendoim no Brasil, Associação Brasileira dos Ciassifiçadores, a Universidade de Campinas o Grupo Executivo de Proteção ao Consumidor- Procon, a Coordenadoria de Defesa do Consu- midor-Codecon, o Instituto Biológico, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, repre- sentada pelo especialista Homero Fonseca e que estuda o assunto há 20 anos, a Divisão de Ali- mentação Pública da Secretaria de Saúde (DAP) o Ital - Instituto Tecnológico de Alimentos, o Codec - Coordenadoria de Defesa do Consumi- dor do Paraná.

O Brasil é um dos maiores produtores de amendoim do mundo, contribuindo São Paulo com 70 por cento da safra. Este fato, e o de ser o amendoim altamente nutritivo e de grande consumo despertaram o interesse e a preocu- pação das autoridades. Pensando nestes fato- res a comissão decidiu que a DAP faria uma coletagem mais ampla de amostras para que as análises pudessem chegar às conclusões.

NOVAS PROPOSTAS A reunião destas entidades ocorreu no

dia 19 de janeiro e esta comissão estudou os índices obtidos com novas amostras que varia- ram de um terço ate' 200 vezes mais que o li- mite permitido no Brasil.

Estes dados foram considerados relativa- mente altos.

Diante deste fato, a comissão decidiu prio- ritariamente "manter a recomendação de que o consumidor deve continuar evitando o consumo

do amendoim e de seus derivados apesar dos ín- dices terem melhorado". Estes índices melhora- ram em relação às coletas de amostras anterio- res.

E chegou-se a conclusão de que e' necessá- rio a montagem de três sub-grupos de trabalho, o que foi feito e que tratam:

l.o) de cuidar da proposta a ser encami- nhada ao Ministério da Agricultura para mudan- ça da legislação que permite 12 por cento de umidade. Este é considerado bastante expressi- vo para a propagação da aflatoxina;

2.o) montagem de um programa de assis- tência aos produtores para verem seus proble- mas desde a produção, a estocagem, o armaze- namento e a industrialização do produto até ele chegar ao consumidor.

E, por último foi considerado básico/para a segurança do consumido^ a criação de um esquema de fiscalização e controle sistemático do problema.

Esta comissão e seus subgrupos de traba- lho voltarão a se reunir para discutir as propos- tas referentes a estes trabalhos. Elas serão enca- minhadas ao Ministério da Agricultura s a Se- cretaria de Saúde.

Segundo a nutricionista Maria Helena Vil- iar, do Codecon, o consumidor deve verificar sempre a cor da casca do amendoim, e que isto só e possível quando ele está crú. Se apresentar manchas é sinal que existe mofo c portanto existe a presença de aflatoxina. Ela diz que é preciso que tenhamos reciprocidade por parte de todos os órgãos da imprensa brasileira, prin- cipalmente o rádio e a televisão, que atingem um número maior de pessoas, "para que possa- mos fazer do assunto aflatoxina um assunto co- nhecido do grande público, podendo com isto melhor combatê-lo e fiscalizá-lo".

cagem e armazenamento que o fungo mais se prolifera,contaminado assim irre- versívelmente o produto. E atenção: esta contaminação não se elimina totalmente através de nenhum processo de torrefação ou industrialização. O único caso de pro- duto de amendoim em que isto não ocor- re é o do óleo comestível pois consegue-se a inatívação química com acído mineral.

Segundo Ranato Tucumduva Jr. da Associação dos Consumidores de São Pau- lo, a contaminação do amendoim pode ser evidada atravez de secagem rápida artificial, selsção genéticas as variedades mais resistentes, rotação de culturas e estocagem ambientes bem secos.

PRIMEIRAS VITIMAS Os animais foram as primeiras vitimas

conhecidas da aflatoxinas no Brasil. E foi o caso de dois cães da raça Dalmatasque morreram envenenados por uma ração que continha amendoim em sua composi- ção. E isto só foi provado após o Institu- to Biológico ter feito vários exames sele- tivos, como explica o especialista Dirce Nobre". "Nos animais e mais facíl de se diagnosticar, pois podem melhor examí- neT-los, mas isto só é possível quando há interesse dos donos em descobrir, como foi o caso destes cachorros dalmatas. Mui- tos outros cães morreram por isto logo depois. 'A Cargíllfoi acusada de ser a res- ponsável pela contaminação de mais ra- ções (JORNAL DO CONSUMIDOR N.o 2e3).

0 caso mais impressionante registrado no mundo ocorreu na índia em 1974. Um envenenamento por aflotoxina contami- nou 400 pessoas e resultou em 106 mor- tes.

As concentrações de aflatoxinas neste caso chegavam a ser 10 vezes maiores que o limite permitido no Brasil. E na Suazi- landia, o câncer no figado, particularmen- te em homens, foi aumentado considera- velmente com a elevação do consumo de produtos com aflotoxina. No mundo in- teiro a aflatoxina é e-ncontrada principal-

mente em alimentos como o amendoim e o miiho e também em sementes de algo- dão que servem para alimentação do ga- do. Muitos dos casos de câncer no figado em varias partes do mundo, Uganda, Estado Unidos, Moçambique, tíveream na aflatoxina sua principal fonte causadora. Na Tchecoslovaquia 27 crianças morre- ram depois de ingerirem leite obtido de leite em pó mal armazenado e contamina- do com aflatoxina. A Fom and Drug Ad- misntration FDA" dos Estados Unidos considera que de cada 100 mil casos de câncer 66 são causados por aiflatoxina. Estes dados são reiterados pelo Insti- tuto Internacional de Paris que possui provas estatísticas de que a aflatoxina vem causando câncer no fígado do homem.

MAIS EM CRIANÇAS Os técnicos consideram que a aflo-

toxina tem maior poder de penetração em crianças, pessoas do sexo masculino, e as que ficam mais expostas ao so^sub- nutridas. Apesar de não haver nenhuma denuncia de morte no Brasil por aflatoxi- na não se pode dizer que casos fatais não tenham ocorrido.

Por falta de conhecimento do assunto, e mesmo de analise e estatísticas, não se sabe quantas pessoas podem ter morridos vitimas deste veneno.

Que a safra de 1982/1983estáaltamen- te contaminada já esta provado. E isto por analises do Instituto Adolfo Lutz e pela recente devolução de um suprimento

de amendoim importado da Inglaterra que depois de analisados, foi devolvido por ter se constatado um grande índice do vene- no.

SITUAÇÃO NO BRASIL Para se ter uma idéia a legislação vigen-

te permite 12 por cento de umidade no a-THíndoime10 microgramas de aflatoxina por quilo. Em outros paises os limites são menores. Na França so e permitido 5 mi crograms por quilo^e na Holanda, Polônia e Malásia o limite e zero.

Quando da denuncia da paçoca das merendas escolares, as analisas realiza- das pelo Instituto denunciava teores nas amostras de 70 partes por miií 5es até mil partes por bilhões, amostras e;-^ ia grãos e seus derivados que estavam no arcado. Isto signiffica, no mínimo, o dobro do permitido.

Feijão com aflatoxina pertencia ao governo

Como no amendoim, o Ministério da Agricultura diz ter constatado a presença de aflatoxina em cinco marcas de feijão vendidos em Brasília: XapiXap, Bola 7, Guerra, Pardal e Campeiro, Estas marcas também estariam sendo vendidas em São Paulo. Mas percorre- ram os supe.mecados e armazéns de São Paulo e do Rio, e não encontraram estas marcas a venda, nem achatam feijão mofado expôs- to a venda,

Todos os responsáveis e proprietários destas empresas que estavam vendendo o fei- jão foram unânimes em dizer que compraram o feijão da Comissão de Financiamento da Produção, órgão do Ministério da Agricultura Alegaram e que não ficaram com o feijão mais de trinta dias.

página 4

JORNAL do

CONSUMIDOR Fevereiro de 1984.

BARUFALDI MOSTRA COMO 0 GOVERNO FISCALIZA

ALIMENTOS ESTRAGADOS Renato Barufaldi tem 45 anos. É titular de Tecnologia

de Alimentos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. Também é o atual diretor da Divisão

de Alimentação Pública da Secretaria de Saúde. Ficou conhecido a partir de

várias denúncias contra o estado de alimentos e medicamentos no Brasil E no começo do ano passado, os resultados de sua pesquisa

mostraram que o leite especial consumido em São Paulo oferecia grande grau de contaminação. Estas denúncias mostraram que houve uma queda

no consumo do leite in-natura em mais de 30 por cento. E também um consumo maior de leite em pó.

A Associação dos Produtores de

Leite B moveu uma ação na justiça contra ele. Nela ele foi absolvido Barufaldi acusuva a contaminação do leite B. E a acusação dizia que por isso ele defendia as multinacionais do leite em pó. Mesmo assim Barufaldi continuou suas pesquisas.

Todas denunciaram o estado de contaminação dos alimentos e dos medicamentos. Além da denúncia sobre o leite e que provocou o um processo, Barufaldi

mostrou, em outra pesquisa, que 79 por cento das verduras vendidas no Ceagesp estão contaminadas por coliformes fecais e o germe "scherichia coli", responsável por grande número de "entero-colite" e até de desidratação.

O JORNAL DO CONSUMIDOR foi entrevistá-lo na Secretaria de Saúde. JORNAL — A Secretaria tem recebido denuncias de comida contaminada ou ir- regular? BARUFALDI - Existem denúncias logi- camente há, feitas, pelos consumidores e ajuda muito a gente. Realmente tem denúncias que nos ajudam demais no serviço. JONAL - A mairia das denúncias conta o que? BARUFALDI - Não tenho nada especí- fico. A maioria é generalizada. Tem um exemplo: a denúncia foi feita dizendo que num supermercado tal existia um produto com data de fabricação pré-da- tada. O produto foi fabricado e faltavam ainda dois dias para o dia que eles alega- vam ser a data de fabricação. Fomos lá Perguntajnos. Pedimos e constatamos o lugar, a marca do produto. E enfim en- contramos.

Assim é que melhora a nossa efi- cência. Mas o que temos ido atraá de denúncias falsas não é brincadeira. E muitas vezes estas denúncias são feitas pelo próprio concorrente. JORNAL - O Ministério da Agricultu- ra alega que a Secretaria de Saúde não atua, não fiscaliza os alimentos, como por exemplo, a carne estragada nos açougues.

METADE É CLANDESTINA BARUFALDI - A fiscalização da carne, especificamente, é um caso sério. A carne chega em São Paulo e grande parte dela é vendida clandestinamente. De acordo com dados do Ministério da Agricultura 50 por cento da carne vendida em São Paulo e clandestina. O pro- blema que nós temos é o seguinte: a nível de comercialização. Então ao fazer o con- trole a n ível de comercialização não sabe- mos se essa carne é ou não clandestina. E a primeira dúvida que me assalta é essa. Mas aí eu vejo que uma parte da carne é boa. Uma carne tem o SIF( Serviço de

Inspeção Federal). Essa carne pode ou não estar contaminada, ela pode ou ter sido contaminada de maneira crimi-

nosa, aditivada. Temos casos e mais ca- sos de carne aditivida. Agora, assim como a carne não é clandestina, poderá se tra- tar de carne clandtestina. A nossa compe- tência vai até o ponto de punir o açougue. Mas, em se tratando de uma carne que é produzida de maneira clandestina, não tenho como ir além. Mesmo porque não sei de onde veio, que trouxe, nada. Em segundo lugar não tenho competência para fiscalizar a nível de abate, nem de industrialização.

Minha atribuição acaba aí. Se, no caso, é um frigorífico que não seja clan- destino, então o que posso fazer, além de de ir checar, e passar esses processos para o Serpa do Ministério da Agricul- tura. A partir eu perco a competência.

JORNAL- E o Decon fiscaliza, também, esta situação da carne? BARUFALTI - Ele entra assim em casos criminosos como aditivos, etc. . . Após a denúncia. JORNAL - Com denúncias partidas de quem? BARUFALDI - A determinado ponto vo- cê não sabe se encontra uma carne con- taminada num açougue ou num frigorí- fico. A quem você vai responsabilizar? Se ela tiver sido aditivada no açougue, pode-se punir o infrator e agora se for uma carne aditivada e tem o SIF? Aí encaminha-se ao Ministério da Agri- cultura. União é nossa competência. JORNAL - Fiscalização em supermerca- dos e restaurantes só é feita através de denúncias ou elas são corriqueiras, feitas rotineiramente pelo serviço de fiscaliza- ção? BARUFALDI - Em média, no máximo a cada mês, nós passamos em todos os locais para controle, certo? JORNAL - O problema da carne clandes- tina nas feiras clandestinas, como é o caso grave da carne de porco, é de com- petência da Secretaria de Saúde?. BARUFALTI - Não, não é. E pelo se- guinte: nós podemos ir até o ponto de apreender. Agora, a partir daí acabou e a nossa saída é comunicar ao Minis- tério da Agricultura.

Fevereiro de 1984.

JORNAL do

CONSUMIDOR página 5

NÂO HA FALTA DE FISCAIS PARA ADASTECIMENTO JORNAL - Quem fiscaliza a alimentação em bares, restaurantes, etc... BARUFALDI - São os Centros de Saúde do Estado. Para você perceber bem, e entender toda esta situação, vou mos- trar como ela é. Há três grandes divisões: a parte da indústria, a do abastecimen- to e do consumo. A indústria é aquela que fabrica. O abastecimento e aquele que vende para você levar embora para casa e o consumo é aquele que vende o produto para ser inga-ido logo. Então a

feira é o abastecimento, onde ser compra verdura, laranja, carne e leva-se para fa- zer em casa. Um bar, uma lanchonete, são consumos. Você consome no local,

manda vir um prato, um sanduíche. En- tão fica assim: a Divisão de Alimentação Pública que é aqui, fiscaliza esses segmen- tos da indústria^ no setor do abasteci- mento nós temos convênio com a Prefei- tura de São Paulo.

Os Centros de Saúde fiscalizam as su-

jidades, peças inadequadas, uso de equipa- mento que não deve ser usado, copos que- brados, etc. . . Esses são, mais ou menos, problemas nossos. JORNAL - E o problema da carne-moída? BARUFALDI - Nós temos convênio com a Prefeitura de São Paulo, para tratar de todos esses problemas, e como signatá- rios, temos reuniões mensais para abor- dar estas questões. E um grande proble- ma que ainge a Prefeitura é a venda de carne moída. Tem havido muita reclama-

ção na venda da carne moída nos açou- gues. A lei diz: é proibida a venda de car- ne moída, e se o consumidor quiser car- ne moída deve comprar a que é moída a vista dele. Mas o número de reclamações que recebemos é grande. Agora uma coisa é a seguinte: que lei é essa? Vamos discu- tir esse aspecto? Higienicamente seria mais interessante que se vendesse a car- ne moída, globalmente e não fazer isto: moe um, moe outro. Esse sistema é pior e a lei manda fazer. Vou explicar porque. Se você chegar de manhã e moe a carne, você pega seu moedor põe ele em condi- ções, põe a carne e vai moendo. Moe dez, quinze quilos de carne. Essa carne fica ali na refrigeração. E ali você vai venden- do as porções, e vai tirando e vendendo. No sistema legal, toda vez que ele for usar aquele moedor, ele estará contaminando com a carne anteriormente moída. Essa carne moída tem sua temperatura elevada ali dentro do moedor, pois ele fica na temperatura ambiente inclusive há a abra- são e a ela desprende calor. Enfao você vai esquentar outra vez. E tira aquela, 400 gramas. Passado mais 3 ou 4 minutos, senta mosca, assenta poeira. Passado mais 3 ou 4 minutos, aparece outra pessoa e pede mais 400 gramas de carne. Pesa-se e vai se usar aquele moedor que não se fez a limpeza. E tudo isso é feito por que? Porque a gente acha que o açougue vai vender como sendo carne de primeira e vai colocar carne de terceira e outros ti- pos de carne de terceira qualidade. Tudo para ganhar no peso. E é para evitar a fraude deste tipo, quer dizer de preço, que se perde na qualidade.

FALTAM FISCAIS JORNAL - O número de fiscais na Secretaria, é suficiente para atender as proridades? BARUFALDI - Dá. Não dá muito, não. Mas sabe o que acontece? Não sei até onde a quantidade é importan- te. Sabe por que? Eu acho que no caso de um numero muito elevado de pessoas exer- cendo um setor, você precisaria ter um controle muito efetivo sotve todos esse pessoal. Então precisaríamos, ao aumentar o número de fiscais, ter a in- fra-estrutura muito grande de controle do sistema. Então aí tem que crescer muito, o aparelho burocrático. As vezes, talvez, você trabalhando com um número menor de pessoas, sobre as quais você tem um melhor relacionamento, porque tam- bém tem isso .Eu acho que os fiscaispste pessoal, tanto o agente de saneamento ou o supervisor de saneamento, ele deve ser freqüentemente reciclado. É uma coisa constante, quer dizer, ensinar este pes- soal, encomendando cursos para ele. Es- tamos montando cursos agora para o pri- meiro no semestre, quero montar para o segundo também.

Agora, fazemos o seguinte: escolhe- mos, selecionamos os produtos, e feita a coleta, passamos para o Adolfo Lutz. Ele nos manda o resultado e a partir daí então, se for o caso damos orientação, no- tificamos ou de runimos. Quanto a mim, não me coloco na posição de vidraça, por- que estou sempre na posição de pedra. Só me colocaria na posição de vidraça se chegasse, por exemplo, e visse que existe uma irregularidade num dado produto e eu passasse a defender esse produto. Se tem uma irregularidade eu sou o primei- ro a combater.

Eu acho que a pessoa que se coloca na posição de vidraça é quando procura esconder certas coisas defendendo irregu- laridades. Eu continuo atacando as irregu- laridades, então eu continuo na posição de pedra, só que a barra é mais pesada agora, a pedra é maior.

--*

página 6

JORNAL do

CONSUMIDOR Fevereiro de 1984.

FAÇA COMPRAS EM GRUPO. E MAIS BARATO Para você comprar mais barato há muitas receitas. Esta é uma delas.

A organização em grupo de compra. Até a Secretaria da Agricultura tem um programa pronto para isso e oferece toda a assitêncía . A su- gestão é de fazer uma cesta básica com arroz, feijão, óleo de soja, batata cebola, alho, ovos, macarrão, sabão em pedra, sabão em pó, detergente.

sabonete, pasta de dente, bom-bril e papel higiênico. Os Grupos de Com- pra podem se abastecer nos mercadões, no semi-atacado da Água Funda, na Ceagesp e outros mercadões que venham a ser instalados em São Paulo. A cotação dos preços pode ser acompanhada diariamente nos jornais Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Gazeta Mercantil e Diário do Comércio e Indústria.

Hoje quase 50 por cento do orçamento de uma família que ganha ate' cinco salários míni- mos e destinado à alimcntaçãb. Por causa disso, o consumidor está se mostrando cada vez mais apto a encontrar soluções para conter gastos. Linu dessas soluções, a organização de Grupos de Compra Comunitária está acontecendo.

COMO FUNCIONA Um grupo de compra comunitária de pro-

dutos básicos (cereais, produtos de limpeza, de higiene pessoal e latarias) pode ser formado de várias formas:operários de uma fábrica; traba- lhadores de um escritório ou de uma organiza- ção; funcionários de repartições; moradores de um conjunto habitacional; vizinhos; moradores de um edifício.

Não tem uma única regra a ser seguida Nem mesmo quanto ao número exato de pes- soas para compor estes grupos. Existem grupos funcionando com 12 a 18 famílias (número ideal segundo a Secretariada Agricultura) ou então 100 operários de uma fábrica e mesmo várias famílias de diferentes bairros.

A participação dos componentes dos gru- pos no processo de compra vai depender do ta- manho e da organização de cada equipe. O siste- ma de rodízios de funções é muito utilizado e contribui para que o processo de compra seja sempre bem sucedido.

CADA GRUPO SE DIVIDE EM COMISSÕES a) Comissão de pesquisa de preços no ata-

cado e varejo: Realiza pesquisa de preço próxi- mo ao dia da compra, recolhe as listas de com- pra de cada participante, soma todas elas e pre- para a lista gerai. Posteriormente entrega-a à Comissão de Compras.

b) Comissão de Compras: Realiza as com- pras e passa-as, juntamente com a lista geral e individuais para a Comissão de Distribuição.

c) Comissão de distribuição: Confere mer- cadorias, separa e distribui a compra de acordo com o pedido individual de cada lista.

d) Comissão de contabilidade: Recebe as listas, o troco, as notas ficais e acerta as contas, atrave's de uma ficha de controle, com cada in- tegrante do grupo.

e) Comissão de coordenação: £ formada por um elemento de cada comissão. Esses ele- mentos se reúnem após a compra e discutem as dificuldades encontradas.

f) Comissão de divulgação: Tem o objetivo de motivar e incentivar a entrada de novos membros. Informa e divulga os resultados obti- dos pela compra comunitária através de circula- res e cartazes.

COMO SE PREPARAR Para a realização da primeira compra, po-

de-se definir o seguinte:

EM MÉDIA A CESTA DO CONSUMIDOR COiVIlNüA

SUBINDO EM 10 POR CENIO Nestes mes foram pesquisados quatro supermercados: 2 na Zona Sul (Eldorado da

Avenida Rebouças ePastorlnhoda Domingos de Morais, no bairoo de Vila Mariana), um na Zona Leste (Pão de Açúcar da Rua Sanson no Brás) e um na Zona Norte (Minibox da Avenida Mazzei, no bairro do Tucuruvi). A Cesta do Consumidor mais barata foi verificada no Supermecado Minibox na Zona

Norte da Cidade, totalizando 7.687 cruzeiros. A cesta mais cara, ficou por conta do Supermercado Eldorado na Rebouças, com

uma diferença de 835 cruzeiros a mais. Se for incluída nessa cesta, o pão e a banana que foram encontrados em apenas três

supermercados, o Pastorínho ficará sendo o mais em conta. Já carne só foi encontrada no Supermercado Pão de Açúcar, pois os outros não ven-

dem esse tipo de carne.

ALIMENTOS UNIDADES MINIBOX PASTORÍNHO PAO AÇÚCAR ELDORADO Leite esp. Ovos (médios) Feijão Arroz Tomate Batata Laranja Pera Açúcar Óleo Soja Margarina Café Ceoola SOMA Pão Banana Nan. SOMA Alface SOMA Acém SOMA

Litro Dúzia Quilo 5 Kg Quilo Quilo 5 Kg Quilo Lata 250 gr. 500 gr. Quilo

550 605 360

1.850 195 265 790 302

1.020 380

1.110 260

7.687 Não tem Não tem

Não tem

Não tem

250 590

1.030 1.980

220 270 950 302

1.040 368

1.095 200

8.295 108 375

8.778 Não tem

Não tem

250 647 330

2.100 250 260

1.150 302 990 426

1.080 320

8.105 108 350

8.563 170

8.733 1.760

10.493

250 574 980

2.150 210 299

1.080 302 980 364

1.095 239

8.523 108 390

9.021 272

9.293 Não tem

No Supermi que também é i

No Minibox CrS 550,00.

;rcado Minibo :omercializadG só e vendido

x, o feijão no Pão de

o Leite de

fnais barato é ve Açúcar. caixa. Longa Vic

ndido com a mi

a ^ Parmalat, co

rca D. Maria

m o preço de

1 - Lista de compra: Itens mais consumi- dos e quantidades. Elaboração de uma lista pro- visória até compor uma lista definitiva. Devem ser discutidos tipo e marcas de produtos e optar por uma ou até mais se for o caso.

2 - Locais de compra: Pesquisar preços da região, em locais onde vendam no .atacado. Observar ofertas de produtos no varejo, que, em certos casos são mais baratos que no ataca- do. Se possível aproveitai essas oportunidades de oferta e estocados até a próxima compra.

3 - Período de compras: Geralmente são feitas mensalmente. A decisão sobre o dia da compra vai depender de cada grupo e suas res- pectivas disponibilidades.

4 - Recursos financeiros: O que for decidi- do sobre a quantidade de recursos financeiros destinados às compras dependerá da pesquisa realizada anteriormente sobre preços, quanti- dades, marcas e preferências dos integrantes de cada grupo. Cada grupo determinará o método a ser usado. Normalmente nos grupos já existen- tes, o dinheiro é arrecadado previamente, pois as compras são realizadas com pagamento à vis- ta.

No entanto, outros grupos de compra comu- nitária não realizam suas compras à vista, procu- ram comprar de atacadistas que possam ofere- cer um prazo de pagamento. Nestes casos o di- nheiro é arrecadado após à compras. As despe- sas de transporte dependerão do que o grupo resolver.

5 - Local de distribuição: Conforme as dis- ponibilidades, cada grupo especificará local, dia e hora para distribuição, e também se possível determinará locais para estocar mercadorias.

APOIO É INDISPENSÁVEL Todos estes aspectos citados poderão ser

facilitados, caso o grupo tenha o apoio ou esteja ligado à alguma organização (fábrica, escritório,

reparticipaçãb, etc) ou então à alguma entidade (Igreja,Sociedade de Amigos de Bairros, etc). Esta ajuda pode ser referente à:

- Dia da compra: Com apoio integral, <u. uma organização, as compras poderão ser reali- zada em qualquer período.

- Transporte: Uma empresa poderá ofere- cer gratuitamente, o transporte, inclusive com- bustível, para a realização das compras e até pa- ra a entrega nas residências de cada membro do grupo. Sociedade Amigos de Bairros, igrejas, também poderão ceder transporte, mesmo que o grupo tenha que pagar o combustível.

- Realização da compra, distribuição e es- tocagem: Entidades locais podem ceder espaços para distribuição e até para estocagem. Empre- sas podem conceder horários especiais que faci- litem tanto às compras como a distribuição.

COMO FORMAR INSTITUIÇÕES Existem alguns que só vendem para pes-

soas jurídicas, empresas, associações e entidades com CGC.

Um grupo de compra comunitária pode se transformar numa entidade jurídica legalmente constituída. Pode ser uma instituição sem fins lucrativos, conforme consta em estatuto, e comprar, transportar e distribuir mercadorias sem problemas com a fiscalização da Fazenda.

A Secretaria da Agricultura e Abasteci- mento oferece toda a assistência para a consti- tuição dessas instituições. Assessora e acompa- nha todos os processos burocráticos. Apoia e dá todas as informações para a formação de grupos de compra. O telefone para maiores detalhes é 275-3433 ramal 153 ou 348. Informações tam- bém poderão ser obtidas na Associação dos Consumidores de São Paulo, através dos telefo- nes 255-7893 e 2554962.

Fevereiro de 1984.

JORNAL do

CONSUMIDOR página 7

Prefeitura dá aumento de tarifas, mas os critérios

agora são outros. O prefeito Mário Covas reagiu às pretensões e ameaças dos empresá-

rios de ônibus de São Paulo e interviu nas empresas. Não há motivo para novo aumento na tarifa, diz ê/e. E o secretário dos Transportes, Getúlio Henashiro mudou os critérios para analisar e conceder aumento nas pas- sagens dos ônibus. Agora o Dieese e sindicatos dos trabalhadores partici- pam do Grupo de Trabalho que decide estes reajustamentos periódicos.

O prefeito Mario Covas reagiu fir- memente às novas pressoões das empre- sas de ônibus da capital e decidiu acabar com este jogo sempre que há qualquer au- mento, por pequeno que seja, para justi- ficar nova elevação nas tarifas de ônibus.

Desta vez as empresas queriam um aumento de 10 cruzeiros na tarifa, com o que não concorda a Secretaria Munici- pal dos Transportes que considera que o último aumento dos derivados de petró- leo é perfeitamente suportável pelas em- presas desta vez.

INTERVENÇÃO NÃO É ESTATIZAÇÃO'

Ante a ameaça de redução de 30 por cento nas frotas dos ônibus das empre- sas particulares que circulam em São Paulo, a Prefeitura de São Paulo não teve dúvidas: interviu nas principais em- presas, afastando a ameaça. Não se tra- ta de estatização alguma, mas sim defesa do passageiro que vem sofrendo um pés- simo serviço, principalmente nos bairros mais afastados, por parte das empresas particulares. A intervenção se limita a operação das empresas e acabará quan- do as ameaças contra a população aca- barem. Justiça à Secretaria Municipal dos Transportes.

DECON, UM ÓRGÃO A SERVIÇO DO CONSUMIDOR. Entrevista com

o novo delegado, Sérgio Maduren a. Continuar o trabalho que vem sendo

realizado no Decon (Departamento de Policia de Defesa do Consumido), durante esses dez meses de sua criação, é c que pretende Sérgio Madureira, atual delegado chefe do departamento, em exercício des- de o início de janeiro.

Para ele não há necessidade, à primeira vista de modificações no Decon, por ter este sido montado por Enos Beolchi Jr., atualmente na Corregedoria da Policia Ci- vil, "um delegado de policia de larga ex periência, e que imprimiu um trabalho correto e eficiente na medida do possível ao departamento. E não se mexe naquilo que anda bem", acentua o delçgado Sér- gio Madureira. E prossegue: "E evidente que dependendo do tempo que permane- cer aqui e quase fatos novos surgirem, po- derá ocorrer alguma alterção. Mas a ma- neira de trabalhar é aquela determinada pela lei e fora disso não há nada que pre- tendo fazer".

E ainda acrescenta que a dinamização do departamento depende de recursos a maiores ou menores/que existam,e que não há possibilidade de um crescimento imediato, pretendendo assim trabalhar com os recursos que tem, e justificar a existência do Decon.

ATUAÇÃO MAIS AMPLA

O Decon que foi criado para dinamizar e centralizar uma defesa mais direta ao consumidor e para isso aplicando os dis- positivos penais; possui também outras divisões que trabalham no sentido de apu- ração de outros crimes. Além dos crimes contra a Saúde Publica, que à primeira v vista é a que mais interessa ao consumi- dor, segundo o delegado Sérgio Madurei- ra. Há também a divisão de crimes contra

há economia popular, a divisão de crimes contra a fazenda publica (que trata mais especificamente dos interesses do Estado com relação às sonegações fiscais) e uma divisão contra crimes funcionais (crimes praticados por funcionários públicos contra a administração).

Por outro lado/toda essa centralização esclarece o delegado chefe do Decon, não quer dizer que as demais delegacias de po- lícia existentes no Degran, não possam

tratar disso porque conforme a regula- mentação, é competência concorrente. Todas as autoridades policiais à vista de um crime praticado, são competentes pa- ra a instalação de um inquérito policial.

COM O PROCON O Decon é um órgão policial que tra-

balha intimamente ligado ao Procon. Pra- ticamente existe uma interligação, uma colaboração, por que conforme Sérgio Madureira, a população já aprendeu a ir ao Procon e este entrosado com o Decon, procura, naquilo que representa crime corvfra a economia popular ou contra a Saúde Publica/dar andamento no compe- tente inquérito para a apreciação da jus- tiça. Em ultima instância, o Decon faz o papel de apurador da denuncia. Quem examina depois se é crime ou não, é sem- pre o promotor público e um juiz de di- reito.

Conforme o tipo de denúncia, é acio- nada a divisão competente e os delegados vão ao local para verificar, quando o tipo de verificação é aquela que demanda a ida de policiais. É comum isso nos crimes contra a Sai/de Pública. "Ouando se chega a um lugar onde existem alimentos dete- riorados, ou que estãoiem desacordo com toda a legislação de saúde, a simples veri- ficação do fato, é autuado em flagrante. E o procedimento depois prossegue no foro. São requisitados os exames neces- sários ao Instituto Adolfo Lutz e depois se caracterizar crime, o promotor pu- blico vai denuncia' -Io".

Nos demais casos de denuncias ou re- querimentos com relação a crimes de usura, aos crimes contra a lei do inqui- linato e nesses tipos de empreendimen- tos imobiliários, é também instaurado o inquérito e procura-se apurar quem e o responsável. No Decon as reclamações são transformadas em procedimento criminal e, de acordo com o delegado Sérgio Madureira, o numero de proce- dimentos nesses dez meses está acima de cem.

Para procurar o Decon o consumidor deve ligar para os seguintes telefones: 221.0011, 221.1803, 221.2345, 221.1749, 221.1451 e 229.5566 ramal 500, ou as Delegacias dos bairros.

Prefeito reage e novo aumento não sai

Por mcnvel que possa parecer o salano foi o componente do cus- to que menos influiu no último au- mento das tarifas do transporte co- 'et^o de São Paulo. Em seis meZ os salários dos motoristas cobrado res e pessoal da administração e oficinas das empresas de transpor- te coletivo subiram 64 por cento

Em compensação o óleo diesel teve uma alta de 134 por cento os pneus subiram 112 por cento é os tfZ 'u£"f,cantes ^eram uma al- ta de 150 por cento. A tarifa subiu 50 por cento, passando de 100 para 150 cruzeiros.

exemplo os ônibus em circulacãc ^e antes podiam ficar rodando an ojto anos, agora têm vida útil dt apenas 5 anos Os gastos com pnem óleo diesel e lubrificantes são medi aos pelo padrão da CMTC queus' o mesmo tipo de veículo é faz per- curso lguais das empresas particuía-

PRIMEIRA VEZ Na Secretaria Municipal de

iT^T hOUVe uma m^nca por quilômetro rodado, com a nova aJ^'s^ao ^o município. Criou-

Ise um Grupo de Trabalho que é in- tegrado pelo DIEESE, representar,- do a área sindical de São Paulo o Sindicato das Empresas de Trans- Portes Coletivos, a TRANSURB o Sindicato dos Condutores de Veí- culos que representa os motoristas e cobradores, a CMTC, o CET 0

Departamento de Transportes Pú- blicos, um observador da Cia do

tamed6. "^'r™ Um 'W*"- tante da própria Secretaria.

Nas gestões municipais anterio- res, este trabalho de verificação dos custos eram realizdos por um ou \

do>s técnicos da própria Secretaria ,üs aumentos concedidos de-

pois da checagem dos dados, énvia- dos em pedido de aumento da ta- rifa feito pela Transurb e pelos téc- nicos da Secretaria. Agora começa a participar os representantes d7co- mumdade. E isso implicou em .Z dança de critérios da avaliação do custo e c/a própria metodologia des sa avaliação. y

PLANILHA

Médio Anual /o wt^S? geiro por Quilômetro, o /PQ% neste tempo de trabalho Jonse gu.u-se algumas inovações Zr

Levantamento feito durante

São PaT65 ^ t0daS as linha"£ novn. 1° mOStrOU al9Uns dados novos. Por exemplo, em funcão

do desemprego aumentou o núme- ro de pessoas que deixaram de usar duas conduções, andanto a oé no percurso mais curto.

A Secretaria Municipal dos Transportes deverá sugerir a cria- ção de um Sanco de Compensação para as empresas. Isto já funciona em algumas cidades brasileiras e evi- ta prejuízos, já que os lucros con- seguidos em alguma época em de- terminadas linhas, cobrem os pre- luizos. se houverem, em outras li- nhas. Permite-se assim manter a ta- rifa umtaria, que foi implantada em Sao Paulo como fórmula de fazer com que o usuário dos bairros mais ricos custeirem o usuário dos bair- ros mais pobres.

Com relação ao último aumen- to as empresas particulares pediram 181 cruzeiros de tarifa única. Loqo depois reduziram este pedido nara 176 cruzeiros. A SMT chegou a conclusão que 150 cruzeiros é a ta- rifa ideal sem que haja prejuízos tsta tarifa, em vigor, só será modifi- cada quando os custos das empresas para manterem em operação as li- nhas atuais estiverem deteriorados e causando prejuízos que desesti- mulem a atividade empresarial nes- ta iniciativa.

. Se9undo Renato TucunduvaJu

o preço. Os consumidores é mm tem o maior interesse em verificar

por issof' qUe tem que W

JORNAL do

CONSUMIDOR

1

Arbítrio do SPC chegou

ao fim no Brasil? Explodiu no Congresso Nacional e nos principais centros consumido-

res um projeto que visa acabar com o Serviço de Proteção ao Consumidor, ou pelo menos reduzir seus poderes de vida e morte, sobre o consumidor.

A crise econômica que atravessamos está fazendo com que muitas pessoas fiquem impossibilitadas de pagar suas dívidas e passam a figurar nas listas negras dos Serviços de Proteção ao Crédito.

Em São Paulo o Serviço Central de Proteção ao Crédito, da Associação Comercial de São Paulo, incluiu 453.981 novas pessoas na lista dos negativados em 1982. Já em 1983 esse número saltou para 631.961. Para acabar com o que chama de "fábrica de infelizes", o depu- tado Marcondes Pereira, do PMDB de São Paulo, vai entregar ao ministro da Justiça, Abi Ackel, já no próximo mes uma proposta concreta pedindo a extin- são do SPC.

E o jornalista Ubirajara Pires, espe- cializado em assuntos comunitários da Agência "O Estado", também questiona os serviços do SPC por ser rigoroso com as pessoas que foram induzidas a comprar a prazo pela constante propaganda, e que por qualquer eventualidade não puderam pagar a prestação. E cita como exemplo, nesta difícil situação econômica porque passam os assalariados, os casos de doença e de desemprego.

PORQUE FECHAR JÁ Milhares de cartas e recortes de

jornais de todo o Brasil serão anexados ao pedido do deputado federai Marcondes Pereira mostrando que há um clamor nacional contra o SPC. "Trata-se do maior tirano de pós-guerra contra os consumidores porque, depois de ser induzido pelo comércio com

apelos engendrados dos departamentos de publicidade e marketing das grandes e pequenas lojas, o consumidor se vê caçado pela aliança desigual do SPC e dos cobradores picaretas. Por todo o Brasil são quase 60 milhões de brasileiros incluídos nestas listas do SPC e que não podem comprar nem sua casa própria. Ele acha que o controle contra maus paga- dores deve ser feito não deve ter o po- der de cercear a compra. Marcondes

Pereira vai arguir a inconstitucionalidade do funcionamento dos SPC na Câmara Federal. Os SPCs no Brasil auferem grandes lucros, constróem sedes suntuosas as expensas dos consumidores em débito e que, para limparem seus nomes, têm que pagar formulários, certidões taxas e um grande número de exigências que o habilitem novamente a fazer compras.

Por último o parlamentar defende a moralização do trabalho de coorança, entendendo que deve ser executado diretamente pelas próprias lojas e não por firmas especializadas que contratam advogados e até policiais para caçar o mau pagador.

AGORA COM COMPUTADOR Por sua vez a Associação Comercial

de São Paulo defende o sistema e acredita que ele deve ser aprimorado. Geraldo Mayer, subchefe do SCPC da Associação Comercial diz que o serviço serve para os bons pagadores, informando para as empresas quais são os bons pagadores. E com isso estas pessoas podem comprar na hora. Se o SCPC não existisse elas leva- riam dias para poder comprar a prazo.

O SCPC de São Paulo, a exemplo do de Campinas, passou a utilizar os serviços de um moderno computador que dá as referencias dos consumidores em segun- dos. E para toda a Grande São Paulo.

RISCO DE VENDER A PRAZO Já o jornalista Ubirajara Pires diz que

quem estimula e vende a prazo deve correr o risco que este tipo de venda traz e que o SPC não pode ter o poder de cercear o consumidor em adquiri o que ele necessita. "Se para os grandes deve- dores existe a compreensão de um Fundo Monetário Internacional ou de 800 banqueiros mundiais, para o povo impera o arbitrário do SPC que ao primeiro atraso, não tem contemplação: a cobrança vem dura e insensível. Depois de seu nome do SPC ninguém quer saber se sua inadimplência é realmente fruto de má fé ou de problema pessoais". >

Torne-se associado da Spaço - São Paulo Associação dos Consumidores. Você terá os seguintes benefícios:

1) Recebimento gratuito do Jornal do Consumidor, em sua residência. 2) Atendimento e serviço jurídico gratuito para qualquer reclamação de

consumidor resolvida amigavelmente. 3) Consulta gratuita paia qualquer problema de consumidor.

Vo?ê tem as seguintes opções de pagamento da taxa de associado: parccli sócio normal sustentador benemérito

(

í ) Cr$ 2.000,00 )Cr$ 5.500,00 ) Cr$ 10.000,00 ) Cr$ 19.000,00

( )Cr$ 3.000,00 )Cr$ 8.250,00 )Cr$ 15.000,00 .) Cr$ 28.000,00

)Cr$ 4.000,00 )Cr$ 11.000,00 )Ci$ 20.000,00 ) Cr$ 36.000,00

mensal tnmesUi»i semestral anual NOME , .,. ; '........ Endereço Tel CEP Bairro Cidade Est. . Assinale a opção de pagamento que mais lhe convém. Preencha as linhas acima Recorte este cupom e envie-o pelo correio à São Paulo Associação dos Consumi dores, à Rua Barão de Itapetininga, 255, conjunto 1001, CEP 01042, São Paulo SP. Você receberá, em seguida, um camê para pagamento em banco.

COMO COMPRAR

CERTO E

EXIGIR DEVOLUÇÃO Como você deve proceder para

devolver uma mercadoria comprada e que não era exatamente o que vo- cê queria ou que não foi entregue no prazo marcado pelo vendedor? Existe lei para exigir isto ou não adianta reclamar?

I

No dia 7 de dezembro passado Ricar- do Nunes Calazans comprou um colchão na Fábrica de Móveis Bandeirantes, na Praça da Árvore No dia 10 não o entrega- ram, conforme estava previsto. A entrega foi adiada para o dia 13 e depois para o dia 16. Neste dia o Ricardo Nunes apare- ceu na loja e pediu que cancelassem a compra. A loja se recusou. No dia 19 Ri- cardo retornou, novamente, à loja que prometeu, mais uma vez, entregar o col- chão no dia seguinte, mas também não o fez. Aborrecido com todas essas des- culpas, Ricardo procurou a Associação dos Consumidores de São Paulo e juntos pressionaram ainda mais a loja, que, fi- nalmente, no dia 21 fez a entrega. Por isso êle relatou seu caso ao Jornal do consumidor com o intuito de alertar os consumidores em geral, conforme suges- tão que recebeu da Associação: "Ao com- prar exija sempre que conste no pedido o prazo de entrega e que este será cance- lado automaticamente caso a mercadoria não seja entregue na data marcada. E não esqueça de pedir ao gerente que assinei isto".

CONTRATOS PERIGOSOS Um contrato de adesão é o típico

contrato de compra à prestação, o cre- diário. É o contrato de financiamento. É o contrato de seguro. É também aque- le em que não há discussão entre as par- tes envolvidas.

Em geral uma dessas partes, por exemplo, o consumidor, já encontra-o pronto e apenas assina. A empresa não discute com cada um de seus contratan- tes, cláusulas por cláusulas, e o consumi- dor também raramente tem condições,

e tempo, para ler estas cláusulas, que im- pressas geralmente em letras extremamen- te pequenas, desencoraja qualquer interes- sado em fazer uma leitura e a uma análi- se mais profunda. Estes contratos são sempre interpretados favoravelmente àquele que aderiu. Pelo menos é o que dita a lei. Porém o consumidor precisa prestar atenção pois quem faz um contra- to procura fazê-lo, cercando-se de todas as garantias para que, realmente, não le- ve prejuízo, e se houver que fique sempre ao lado de quem aderiu.

É importante atentar também para compras onde o documento principal é somente a nota fiscal. Esta nota fiscal tem o mesmo valor de um contrato. Tu- do deverá constar nele: o valor correto, a descrição detalhada da mercadoria, o pra- zo de entrega e observações sobre o can- celamento da compra caso não se cumpra o estabelecido entre as partes. Além dis- so deve-se saber com a loja qual o prazo limite para quaisquer reclamações, pois

pelo Código Comercial este prazo é de 10 dias.

O QUE DIZ ALEI É previsto no Código Civil Brasileiro,

e Comercial a possibilidade de haver re- paração, substituição, diminuição de preço ou mesmo cancelamento de com- pra, se o produto comprado entre outras coisas não foi aquilo que se penseou (não serve para o fim a que se destina). E se ainda acontecer a não entrega da mercadora dentro do limite estabeleci- do pelo comprador e vendedor.

Apesar dessas possibilidades, é im- portantes observar que, no Brasil, não existe propriamente um direito de pro- teção ao consumidor, isto é, não exis- te um corpo de leis consolidadas onde este possa estar e ficar informado a res- peito de seus direitos. O que há, na ver- dade, é o seguinte: alguns dispositivos pinçados aqui e acolá, dentro do Códi- go Civil e Comercial que provavelmente ajudarão a defender o consumidor.

LENTA E CARA Se um consumidor adquire, por

exemplo, um rádio que jamais permita sintonizar direito, e é claro, este não servirá como rádio. Então o consumi- dor terá o direito, conforme é previs- to por lei, de pedir à loja a substitui- ção ou mesmo o cancelamento da com- pra e devolução do dinheiro. Mesmo sa- bendo que casos como este são possí- veis de resolver não compensa ao con- sumidor fazê-lo. As ações jurídicas que os envolvem são extremamente lentas e dispensiosas: isto é o que afirma o pro- fessor de Direito Econômico da Facul- dade do Largo São Francisco, Fábio Nus- deo. Ele diz que "a nossa justiça, real- mente é lenta e a culpa é do Executivo que nunca deu ao Poder Judiciário bra- sileiro elementos necessários, e recursos suficientes para se aprimorar, se tor- nar ágil e consequentmente barato". Por isso eie aconselha não em termos propria- mente legais, mas em termos de institui- ções que o melhor é que o consumidor procure associações ou órgãos de caráter público de proteção ao consumidor a fim de que estes dialoguem em primeira mão com as lojas, que por sua vez, saberiam estar lidando com alguém mais preparado juridicamente, e não usuariam de técni- cas dilatórias, como fazem normalmente quer dizer, o adiamento proposital do problema. O professor Fábio Nusdeo co- menta que "o desenvolvimento dessas instituições e dessas associações, onde realmente o consumidor é acolhido, é de vital importância. Essas instituições por assim dizer, passam a representar o con- sumidor no seu diálogo com a empresa na tentativa de uma rápida solução".

y