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ACABAMENTOS: UV - ENVERNIZAMENTO ULTRAVIOLETA Comunicação Gráfica do Século XXI DRUPA 2016 FARMACÊUTICA SAIBA MAIS SOBRE A NOVA DIRETIVA EUROPEIA! BULHOSAS (IRMÃOS), S.A. 81 ANOS DE PAIXÃO GRÁFICA! AVERY DENNISON COMPRA MACTAC EUROPE Abril 2016 | Mensal | nº 342 | Ano 29 EMBALAGENS mais seguras e inteligentes! www.dopapel.com Preço: 4€ EMBALAGENS mais seguras e inteligentes! EMBALAGENS mais seguras e inteligentes! Comunicação Gráfica do Século XXI Abril 2016 | Mensal | nº 342 | Ano 29 www.dopapel.com Preço: 4€

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ACABAMENTOS:

UV - ENVERNIZAMENTO

ULTRAVIOLETA

Comunicação Gráfica do Século XXI

DRUPA 2016

FARMACÊUTICASAIBA MAIS SOBRE A NOVA DIRETIVA EUROPEIA!

BULHOSAS (IRMÃOS), S.A.81 ANOS DE PAIXÃO GRÁFICA!

AVERY DENNISON COMPRA MACTAC EUROPE

Abril 2016 | Mensal | nº 342 | Ano 29

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EMPRESA GRÁFICA

TRADIÇÃO E INOVAÇÃO NOS GENESFORAM CELEBRADOS OS 81 ANOS DE VIDA DA BULHOSAS (IRMÃOS), S.A. A 11 DE MAIO E A EM-PRESA CAMINHA A PASSOS LARGOS PARA OS 100, REINVENTANDO-SE E APOSTANDO NA RE-CEITA DO SUCESSO QUE A FEZ ATRAVESSAR QUASE UM SÉCULO DE EXISTÊNCIA: POTENCIAR OS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS AO LONGO DOS ANOS, RESPEITANDO O PATRIMÓNIO MATERIAL E IMATERIAL ADQUIRIDO E INOVAR SEMPRE. QUANDO A VONTADE DE CRIAR E ENFRENTAR OS NOVOS DESAFIOS SÃO CARATERÍSTICAS QUE INTEGRAM A GENÉTICA DAS EMPRESAS, ESTAS PO-DEM OLHAR O FUTURO COM OPTIMISMO E SEGURANÇA. VENHAM POIS MAIS 81!

É uma empresa familiar com muito orgulho, uma referência empresarial na terra onde nasceu, S. João da Madeira, uma gráfica portuguesa com reconheci-mento internacional, vocacionada para as etiquetas autocolantes, mas é tam-bém, sobretudo, a prova de que a ética empresarial, aliada à responsabilidade é a argamassa que consolida a identidade e abre novos caminhos para o futuro.

Alberto Bulhosa, administrador da empresa, recebeu a doPAPEL e propor-cionou uma visita guiada à sua “casa”, “porque para perceber a empresa é preciso senti-la”, incluindo o cheiro a tinta, o ronronar das máquinas e os ecos das memórias, patentes no pequeno museu que tem instalado e que conta a evolução da Bulhosas. A guilhotina do século XIX ao lado da primeira máqui-

na de etiquetas do país transportam--nos para outros tempos mas, basta atravessarmos uma porta e abrem-se instalações luminosas, quase laborato-riais, onde maquinaria moderna e bem mais silenciosa do que a exposta na sala ao lado satisfaz as necessidades dos clientes. Um deles, por exemplo, é uma empresa inglesa, que produz para todo o mundo palhetas usadas por forças de

BULHOSAS (IRMÃOS), S.A.

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segurança para detetar drogas ilegais e explosivos líquidos e sólidos, utilizadas, nomeadamente, em aeroportos. Aqui são feitas as palhetas, colocado o res-petivo produto e embaladas individual-mente. “São produzidas milhares, um produto de baixo valor acrescentado, é verdade, mas que nos prestigia pela confiança depositada e nos orgulha”, re-fere Alberto Bulhosa que realça ainda o facto de, apesar do rigor exigido por este trabalho, nomeadamente no manusea-mento da matéria-prima (o líquido dete-tor colocado nas palhetas), não ter sido necessário investimento em tecnologia, “adaptamos a existente, apostamos na formação e testamos com rigor as diver-sas fases de produção”.

Rigor e profissionalismo é, pois, um dos lemas da Bulhosas e a capacidade de estar um passo à frente. É isso mes-mo que acontece com um novo serviço, a jóia da coroa, que a empresa oferece: a impressão de ADN nos rótulos das gar-rafas de vinho. Tudo começou com dois cientistas da Universidade de Aveiro que desenvolveram um sistema para auten-ticar produtos e evitar a contrafação, o DNAiTag, passível de ser introduzido em todo o tipo de etiquetas. Era necessá-rio, pois, quem tivesse know-how nesta área, especialização em etiquetas de se-gurança, uma boa quota de mercado no segmento de rótulos e etiquetas para

Quando a empresa tinha como principal mercado a indústria do calçado, para além das etiquetas, decidiu fornecer também palmilhas.

Alberto Bulhosa diz que para perceber a empresa é preciso senti-la!

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UMA HISTÓRIA FEITA DE DESAFIOS

É certo que o setor gráfico é o barómetro da economia. Transversal a todas as áreas de negócio, o mundo gráfico cresce com os seus clientes, sente as crises por que passam e é abanado pelos saltos tecnológicos e mudanças de paradig-mas. A Bulhosas (Irmãos), S.A., pela sua história, é o exemplo acabado do que ficou dito. Começou, em 1935, numa pequena divisão da casa familiar, a fabri-car etiquetas e tiras em couro artificial para chapéus, uma indústria pujante em finais do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, nomeadamente em S. João da Madeira, denominada na altura a capital do chapéu. O mundo mudou e a chapelaria entra em decadência. Mas nem os empreendedores desapareceram nem a Bulhosa deixou de produzir, a indústria do calçado reinventa a economia local e a gráfica Bulhosas concentra a produção em etiquetas para os sapatos, potenciando os balancés para fabricar também palmilhas.

O salto tecnológico acontece depois da segunda guerra mundial, quando o papel autocolante (inventado pelo americano Staton Avery) começa a ser usado em grande escala. A Bulhosas, a par com a gráfica do extinto jornal Comércio do Porto, adquire a primeira máquina de impressão automática de etiquetas auto-colantes do país e volta a ser pioneira, tornando obsoleta a goma-arábica, que se aplicava pacientemente às etiquetas.

O pós-guerra foi terreno fértil para os empresários com visão e por isso a Bu-lhosas diversifica os seus mercados, entra nos setores químico e alimentar, um processo de crescimento que acelerou na década de 70, quando assume a deno-minação de Bulhosas Irmãos, Lda. e se lança para outros mercados, nomeada-mente, as então colónias africanas, constrói as atuais instalações e se redirecio-na para o setor que então ganhava dimensão e estatuto, o das confeções têxteis.

Anos depois, a indústria têxtil é apanhada pelo furacão asiático, a indústria da confeção nacional deslocaliza-se para outras paragens. Mas a Bulhosas mantinha a postura de sempre, atenta às mudanças e às oportunidades: cria o departamento de injecção de plástico e continua a diversificar os mercados. A internacionalização da empresa acontece na viragem do milénio, com a terceira geração a assumir o destino da empresa que, em 1998, passa a sociedade anóni-ma. Atualmente o mercado internacional, com destaque para os países da União Europeia, nomeadamente Inglaterra, França, Suíça e Alemanha, representa 40% da faturação, um número que Alberto Bulhosa quer fazer crescer e com ele a notoriedade desta empresa com passado e com futuro.

vinhos e vontade de inovar. A Bulho-sas foi a escolha natural e nasceu uma spin-off que lança no mercado uma tecnologia de ponta. “Inovadora, 100 por cento portuguesa e que permite eliminar todas as suspeitas de falsificação de for-ma rápida e simples e a custos acessí-veis”, salienta Alberto Bulhosa.

Os códigos de ADN são desenvolvi-dos a partir de qualquer elemento da natureza, no caso dos vinhos pode ser, por exemplo, a partir de uma casta. Criado o ADN único, ele é aplicado no produto que se quer autenticar através de uma etiqueta de segurança. Se for questionada a autenticidade do produto, uma caneta laser, na posse do cliente, lê o código e se houver dúvidas o ADN é extraído do rótulo e enviado para o laboratório da empresa, que responde em 24 horas. “Existem duas empresas no mundo que trabalham este processo e uma delas é esta que nasceu a partir da universidade, portuguesa, sendo que o sistema desenvolvido aqui é bem mais simples e eficaz”, realça o administra-dor da Bulhosas, satisfeito por poder participar num projeto que faz justiça à tradição de transmissão do conhecimen-to que o setor gráfico assume com todo o mérito.

Testada a impressão e a resistência do ADN (com durabilidade até 25 anos) a Bulhosas apresentou a nova solução na VS Pack, no final do ano passado,

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um certame vocacionado para soluções de embalagens para vinhos e bebidas espirituosas. A resposta do mercado tem sido positiva, nomeadamente lá fora, até porque, como explica Alberto Bulho-sa “apesar da sofisticação do sistema o preço não é significativo”. E, para quem pensa que esta solução serve apenas um pequeno nicho de mercado, desen-gane-se, todos os produtos de marca e elevada qualidade estão sujeitos à falsi-ficação e praticamente todos necessitam de rótulo e/ou etiqueta, desde os têxteis aos perfumes.

A PAIXÃO PELA ARTE GRÁFICA

Como se percebe, a paixão pela arte gráfica, que atravessa já três gerações de Bulhosas, não deixa esta empre-sa adormecer, fomentando mesmo a necessidade de inovação e aprimorando a capacidade de flexibilização que, em tempos de desafios ou de crise, é uma mais-valia inestimável. Senão vejamos, quando a empresa tinha como principal mercado a indústria do calçado, para além das etiquetas, decidiu racionalizar os balancés e passou a fornecer tam-

bém palmilhas. Anos depois, quando o setor da confeção estava no auge, percebeu uma oportunidade de negócio e inicia um novo segmento de produção, fornecendo os cabides aos seus clientes, através da injecção de plástico. “Esta área representa apenas 10 por cento da faturação, mas permite-nos rentabilizar os recursos humanos, não exige investimento em tecnologia, é um setor de fabrico onde não há desperdício de matéria-prima e, mais importante, dá-nos a possibilidade de complementar a oferta a um grande número de clientes que, para além das etiquetas precisam de cabides, grampos, molas ou marcadores, entre muitos outros produtos”, explica Alberto Bulhosa.

Mas é o departamento gráfico que constitui o coração e a vocação da Bulhosas. Preparada para satisfazer completamente as necessidades dos clientes, a empresa tem um parque de equipamentos modernos, que cobre todas as áreas da impressão, nomea-damente a flexografia, tipografia, offset, serigrafia, estampagem a quente e a frio, relevo, digital até sete cores e outros acabamentos. Foi a primeira empresa da Península Ibérica a adqui-rir uma máquina de impressão offset intermitente de bobine a bobine, para o fabrico de etiquetas e rótulos autoco-lantes, com vários sistemas de impres-são integrados em linha. Foi pioneira na especialização em sistema de segurança em etiquetas e é pioneira ao introduzir o ADN nas “velhinhas” etiquetas.

É o departamento gráfico que constitui o coração e a vocação da Bulhosas.

A empresa pioneira na especialização em sistema de segurança em etiquetas

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COOPERAÇÃO, INFORMAÇÃO E FORMAÇÃO

“Portugal tem os melhores gráficos do mundo”, afirma convictamente Al-berto Bulhosa, mas… e é o que se segue a este “mas” que explica a existência de um setor frágil, alvo fácil das tempestades que as crises provocam, campo fértil para o veneno da concorrência desleal. “Eu não vejo as outras empresas como concorrentes, mas sim como parceiros, colegas de um negócio que, pela sua natureza implica uma constante troca de informação”, afirma Alberto Bulhosa que considera o individualismo um dos principais problemas deste setor. Por isso, acredita que o sucesso das empresas gráficas e, por inerên-cia, de todo o setor, “que já tem recursos humanos de excelência, tecnologia de ponta e uma flexibilidade assinalável”, salienta, tem que apostar em três fatores “Cooperação entre empresas, Informação externa e interna e formação constante”. Para além disto, uma postura ética e moral, “porque vivemos de confiança e de credibilidade”.

O negócio não pode ser apenas uma forma de ganhar dinheiro, a qualquer custo, o trabalho gráfico não pode ser desvalorizado pela deslealdade e agres-sividade comercial que, em última análise prejudicam o setor, incluindo os clientes. “Tenho receio que aconteça ao segmento das etiquetas o que aconte-ceu, com maior ênfase na zona de Lisboa, na área da impressão folha-a-fo-lha”, explica Alberto Bulhosa.

No entender deste empresário, há pois que consolidar estratégias, dialogar e perceber a importância do associativismo e da união de esforços. “Eu fui diri-gente da Apigraf durante sete anos e acreditava na altura, como acredito hoje, que o espírito de cooperação tem de se sobrepor ao individualismo crónico que não nos deixa ver que juntos somos mais fortes”.

Definitivamente, o segredo não é a alma do negócio, no entender de Alberto Bulhosa, que abre as portas da empresa para oferecer workshops a criativos e apaixonados pelas artes gráficas que, durante um dia, podem desenvolver um trabalho, desde a criação até à impressão. Uma forma simples de dizer que a partilha de conhecimento é uma divisão que resulta numa multiplicação.

Nas instalações amplas, inauguradas em 1973 e ampliadas para o dobro em 1985, trabalham 40 funcionários que, a par com os dois administradores, inte-graram, nos seus, os genes da empresa, inscrito na paixão e profissionalismo com que enfrentam os desafios.

As máquinas são tratadas com cari-nho – vão mesmo ser as estrelas de um filme institucional que o departamento de comunicação da empresa está a de-senvolver – os clientes sabem que con-tam com um parceiro de confiança e a comunidade, que (também) faz parte da sua génese, continua a orgulhar-se des-ta gráfica que soube sempre estar à al-tura das circunstâncias. Não é por acaso que o pequeno, mas cheio de identidade, núcleo museológico da Bulhosas inte-gra uma rota de turismo industrial, que a Câmara de S. João da Madeira está a organizar e que vem dizer aos visitantes que o respeito e a preservação da me-mória é o que nos diferencia e nos dá o sentido de pertença.

Ao longo dos anos, o trabalho da Bulhosas foi

premiado, por diversas vezes, no concurso de

qualidade gráfica PAPIES