dvl.ccn.ufsc.brdvl.ccn.ufsc.br/ececon/anais/14ECECON/19_17.docx  · Web viewNo Brasil, por meio de dispositivo expresso na Constituição Federal, os entes públicos devem cumprir

Embed Size (px)

Citation preview

O DESEMPENHO DO MUNICPIO DE FLORIANPOLIS SC EM RELAO AO CUMPRIMENTO DA APLICAO MNIMA CONSTITUCIONAL EM SADE NO PERODO DE 2000 A 2015

Paulo Bittencourt

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

[email protected]

Orion Augusto Platt Neto

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

[email protected]

Resumo:

No Brasil, por meio de dispositivo expresso na Constituio Federal, os entes pblicos devem cumprir limite mnimo de aplicao em Aes e Servios Pblicos em Sade (ASPS). Nesse sentido, o objetivo deste artigo evidenciar o desempenho do Municpio de Florianpolis - SC em relao ao cumprimento dos limites constitucionais de aplicao mnima em sade no perodo de 2000 a 2015. Esta pesquisa classificada como descritiva, com abordagem do problema qualitativa e quantitativa. Quanto aos procedimentos, a pesquisa documental, sendo os documentos de fontes primrias e secundrias. Por meio da anlise dos demonstrativos contbeis da Prefeitura Municipal de Florianpolis (PMF) e de dados dos pareceres prvios do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE/SC), pde-se conhecer o cumprimento da exigncia constitucional imposta ao Municpio. Conclui-se que a PMF cumpriu o limite mnimo de aplicao em quase todos os anos analisados. Os anos em que no houve o cumprimento do percentual mnimo foram: 2001 e 2003, conforme dados do TCE/SC; e 2002 e 2003, conforme dados da PMF. Todavia, tais anos foram parte de um perodo de adaptao gradual ao limite, que seria concludo apenas em 2004.

Palavras-chave: Aplicao mnima constitucional, Despesa pblica, Despesas com sade.

rea Temtica: Contabilidade Governamental e do Terceiro Setor.

INTRODUO

A correta e eficiente aplicao de recursos pblicos um assunto de crescente interesse na sociedade brasileira, fato que faz com que o Estado tenha que evidenciar como so aplicados tais recursos. No Brasil, em relao sade, existe desde 1988 o Sistema nico de Sade (SUS), que um dos maiores sistemas de sade do mundo e que foi criado para garantir o acesso integral e universal de toda populao ao atendimento do mais simples at os mais complexos procedimentos ambulatoriais (MS, 2016).

Desde a criao do SUS, observou-se um aumento nos gastos pblicos com sade no Brasil, que, entre os anos de 1995 e 2010, foi em mdia 3%, mas ficou abaixo do crescimento da maioria dos pases de renda mdia, como China, frica do Sul e Turquia, que obtiveram crescimento entre 8% e 12% analisados na mesma srie histrica (COUTTOLENC; GRAGNOLATI; LINDELOW, 2013, p. 3).

Para garantir e incentivar os gastos com sade, a Constituio Federal, alterada pela Emenda Constitucional n. 29/2000, definiu que os municpios devero aplicar um mnimo em despesas com sade, e que a partir do ano de 2004, o percentual deveria ser de no mnimo 15% das arrecadaes de impostos (prprios e de transferncias).

Para evidenciar os resultados das aplicaes das despesas em sade, existem demonstrativos emitidos pelos prprios entes e pareceres emitidos pelos Tribunais de Contas, que demonstram se as aplicaes mnimas foram cumpridas ou no.

O acesso a tais demonstrativos pblico. Porm, a anlise demanda tempo para coleta e tabulao, sendo necessrios muitas vezes ajustes para que possam ser corretamente interpretados. Deste modo, tornar os dados pblicos, e mais do que isso, torn-los compreensveis populao em geral, de fundamental importncia.

A pergunta da pesquisa que envolve o problema investigado : O Municpio de Florianpolis - SC cumpriu o limite constitucional relativo aplicao mnima em sade no perodo de 2000 a 2015?

O objetivo desta pesquisa evidenciar o desempenho do Municpio de Florianpolis - SC em relao ao cumprimento dos limites constitucionais de aplicao mnima em sade no perodo de 2000 a 2015.

Diante das exigncias normativas existentes e de acordo com os demonstrativos e pareceres estudados, este artigo apresenta os dados das receitas e despesas com sade, relativos apurao do limite mnimo constitucional, em termos percentuais. Adicionalmente, feita a comparao dos dados coletados nos demonstrativos do Municpio com os dados provenientes dos pareceres do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE/SC).

O presente artigo no possui o propsito de avaliar qualitativamente as despesas com sade; assim, no objetivo analisar fatos histricos que esto associados aos dados coletados. No h a inteno de explicar os resultados por meio de relaes de causa efeito e no so criticadas e questionadas as normas e nem os critrios contbeis seguidos pelo ente. Contudo, o artigo est delimitado a cumprir o objetivo expresso, mediante a realizao dos procedimentos e da aplicao dos instrumentos descritos no Captulo 3.

O artigo justifica-se pela potencial relevncia nos contextos social e governamental. Nesse sentido, o contexto social justificado pela simplificao dos dados apresentados pela Prefeitura Municipal de Florianpolis e pelo TCE/SC, relativos s despesas com sade, por meio de tabelas e grficos comparativos, bem como explicaes que facilitam o entendimento dos leitores sobre o cumprimento ou no do limite constitucional.

No contexto governamental, a pesquisa justifica-se porque oferece informaes de 16 anos da srie histrica referentes ao cumprimento, estabelecido constitucionalmente, das despesas com sade, do Municpio e dos pareceres do TCE/SC. Deste modo, o gestor pblico poder avaliar como foi o desempenho do Municpio na srie analisada.

FUNDAMENTAO TERICA

Receitas e despesas pblicas

Os entes pblicos do Brasil elaboram oramentos baseados em receitas estimadas e em despesas fixadas. Posteriormente, os entes executam as receitas e as despesas durante o exerccio financeiro. Conforme a Lei n. 4.320/1964, o exerccio financeiro coincidir com o ano civil (BRASIL, 1964, art. 34).

O oramento pblico conceituado por Cruz (1988, p.17) como um meio de prever as intenes da programao econmica e financeira que o Poder Executivo deseja adotar no exerccio financeiro seguinte. Portanto, integram o oramento as receitas pblicas e as despesas pblicas.

As receitas pblicas so arrecadadas com o intuito de dar condies ao Estado de prestar os servios de interesse da populao. Segundo Silva (2011), a entrega de recursos ou rendas por meio da contribuio da coletividade constitui as receitas pblicas.

De acordo com Kohama (2010, p. 62), identificam-se dois tipos de receitas pblicas, as oramentrias e as extraoramentrias. Segundo o mesmo autor (2010), as oramentrias devem estar compreendidas e fazer parte do oramento anual. Ainda conforme Kohama (2010), as extraoramentrias no pertencem ao poder pblico, que um mero depositrio dos valores arrecadados, ou seja, ele arrecada, mas ter que as devolver a quem de direito.

Conforme a Lei n. 4.320/1964, a receita oramentria classificar-se- nas seguintes categorias econmicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital (BRASIL, 1964, art. 11). Conforme a mesma Lei (BRASIL, 1964, art. 11, 1), so receitas correntes

as receitas tributrias, de contribuies, patrimonial, agropecuria, industrial, de servios e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito pblico ou privado, quando destinadas a atender despesas classificveis em Despesas Correntes.

As receitas de capital so definidas na Lei como (BRASIL, 1964, art. 11, 2)

as provenientes da realizao de recursos financeiros oriundos de constituio de dvidas; da converso, em espcie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito pblico ou privado, destinados a atender despesas classificveis em Despesas de Capital e, ainda, o supervit do Oramento Corrente.

No que tange despesa pblica, Silva (2011, p. 247) define que so todos os desembolsos efetuados pelo Estado no atendimento dos servios e encargos assumidos no interesse geral da comunidade, nos termos da Constituio, das leis, ou em decorrncia de contratos ou outros instrumentos. Entre os desembolsos efetuados pelo Estado, existem aqueles que so meras devolues de valores recebidos anteriormente, sem afetar o patrimnio (SILVA, 2011, p. 247), esses valores so chamados de desembolsos extraoramentrias.

As despesas que dependem de autorizao legislativa para serem executadas so chamadas de despesas oramentrias. Assim, integram o oramento anual dos entes, ou seja, no podem ser realizadas sem crdito oramentrio correspondente (KOHAMA, 2010, p. 88).

Segundo o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico (MCASP), despesa oramentria toda transao que depende de autorizao legislativa, na forma de consignao de dotao oramentria, para ser efetivada (STN, 2014a, p. 61). Segundo a categoria econmica, as despesas oramentrias sero classificadas em despesas correntes e de capital (BRASIL, 1964, art. 12).

Como despesas correntes, podem-se classificar todas que no contribuem, diretamente, para a formao ou aquisio de um bem de capital (STN, 2014a, p. 65). Ainda conforme o MCASP, as despesas de capital so aquelas que contribuem, diretamente, para a formao ou aquisio de um bem de capital (STN, 2014a, p.65).

Outra classificao das despesas a funcional. Tal classificao normatizada por meio da Portaria n. 42/1999 do ento Ministrio do Oramento e Gesto (MOG). A classificao funcional segrega as dotaes oramentrias em funes e subfunes, buscando responder basicamente a indagao em que rea de ao governamental a despesa ser realizada (SILVA, 2011, p. 255).

Conforme a referida norma, como funo, deve entender-se o maior nvel de agregao das diversas reas de despesas que competem ao setor pblico (MOG, 1999, art. 1, 2). Ao total a norma apresenta 28 funes de governo, cada uma com um cdigo prprio, tais como: 06 Segurana Pblica, 10 Sade e 12 Educao.

Despesas com Aes e Servios Pblicos de Sade (ASPS)

O poder pblico, por meio de suas aes, deve garantir a populao, direitos sociais essenciais. Conforme a Constituio Federal de 1988, So direitos sociais a educao, a sade, a alimentao, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurana, a previdncia social, a proteo maternidade e infncia, a assistncia aos desamparados, na forma desta Constituio (BRASIL, 1988, art. 6).

Ainda conforme a Constituio (BRASIL, 1988, art. 198, caput, I, II e III) as ASPS

integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema nico, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralizao, com direo nica em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuzo dos servios assistenciais;

III - participao da comunidade.

Deste modo, assim como as despesas em Educao, a Constituio obriga todos os entes da federao a aplicar um percentual mnimo de suas Receitas de Impostos e Transferncias Constitucionais (RITC) em aes e servios pblicos de sade, conforme Emenda Constitucional n. 29/2000 (BRASIL, 1988, ADCT, art. 77):

Art. 77. At o exerccio financeiro de 2004, os recursos mnimos aplicados nas aes e servios pblicos de sade sero equivalentes:

[...]

III no caso dos Municpios e do Distrito Federal, quinze por cento do produto da arrecadao dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alnea b e 3.

1 Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios que apliquem percentuais inferiores aos fixados nos incisos II e III devero elev-los gradualmente, at o exerccio financeiro de 2004, reduzida a diferena razo de, pelo menos, um quinto por ano, sendo que, a partir de 2000, a aplicao ser de pelo menos sete por cento.

So diversas as receitas que os municpios arrecadam durante o ano. Contudo, somente algumas delas so consideradas para compor a base de clculo da aplicao em despesas com sade. No quadro a seguir, consta uma lista de todos os recursos recebidos pelos municpios que so consideradas para apurao da aplicao mnima constitucional em sade.

Quadro 1 Receitas consideradas para clculo da aplicao mnima constitucional em sade

Impostos

Outros recursos

- Imposto s/ Propriedade Territorial e Urbana (IPTU)

- Imposto s/ Transmisso de Bens Inter Vivos (ITBI)

- Impostos s/ Servios de Qualquer Natureza (ISS)

- Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)

- Imposto Territorial Rural (ITR)

- Cota-Parte Imposto s/ Propriedade de Veculos Automotores (IPVA)

- Cota-Parte Imposto s/ Circulao de Mercadorias e Servios (ICMS)

- Cota-Parte Imposto Territorial Rural (ITR)

- Fundo de Participao dos Municpios (FPM)

- Cota-Parte Imposto s/ Produtos Industrializados Exportao (IPI)

- Compensaes Financeiras Provenientes de Impostos e Transferncias Constitucionais

Fonte: Elaborado pelos autores com base em Brasil (1988, arts. 156, 158 e 159).

Em relao s despesas com ASPS, a Lei Complementar n. 141/2012 considera que so aquelas voltadas para a promoo, proteo e recuperao da sade [...] (BRASIL, 2012, art. 2). A mesma Lei estabelece quais as despesas so consideradas com ASPS, como, por exemplo: vigilncia em sade, incluindo a epidemiolgica e sanitria; aes de apoio administrativo realizadas pelas instituies pblicas do SUS e imprescindveis execuo das aes e servios pblicos de sade e gesto do sistema pblico de sade e operao de unidades prestadoras de servios pblicos de sade (BRASIL, 2012, art. 3, I, XI e XII).

A evidenciao das receitas e despesas relacionadas com a funo sade feita por meio do Demonstrativo das Receitas e Despesas com Aes e Servios Pblicos de Sade, que integra o Relatrio Resumido da Execuo Oramentria. Tal Relatrio dever ser publicado bimestralmente pelos entes da federao at 30 (trinta) dias aps o encerramento de cada perodo (BRASIL, 2000b, art. 52).

Segundo o Manual de Demonstrativos Fiscais (MDF), o Demonstrativo tem por finalidade dar transparncia e comprovar o cumprimento da aplicao dos recursos nas aes e servios pblicos de sade [...], bem como apresentar informaes para fins de controle pelo governo e pela sociedade (STN, 2014b, p. 394).

Nesse sentido, o referido Demonstrativo dever apresentar, entre outros aspectos, (STN, 2014b, p. 393):

a) as receitas que compem a base para clculo do cumprimento do percentual mnimo de aplicao em aes e servios pblicos de sade e as receitas adicionais para financiamento da sade (no aplicvel Unio);

b) as despesas com aes e servios pblicos de sade, por grupo de natureza da despesa e por subfuno;

c) o clculo do percentual de aplicao para cumprimento do limite mnimo de aplicao em aes e servios pblicos de sade;

d) o confronto entre a receita e a despesa previstas e as efetivamente realizadas que resultem no no atendimento dos percentuais mnimos de aplicao em aes e servios pblicos de sade; e

e) os controles de aplicao da disponibilidade de caixa vinculada a restos a pagar cancelados ou prescritos e do percentual mnimo no cumprido em exerccios anteriores.

A divulgao dos Demonstrativos referentes s despesas com ASPS suscetvel fiscalizao. Segundo a Lei Complementar n. 141/2012 Compete ao Tribunal de Contas, no mbito de suas atribuies, verificar a aplicao dos recursos mnimos em ASPS de cada ente da Federao sob sua jurisdio, sem prejuzo do disposto no art. 39 e observadas as normas estatudas nesta Lei Complementar (BRASIL, 2012, art. 25). Portanto, importante a correta divulgao dos Demonstrativos dentro dos prazos estabelecidos em lei.

Pesquisas anteriores

Algumas pesquisas identificadas em publicaes acadmicas, e relacionadas ao tema central desta pesquisa, so descritas nesta seo. O quadro a seguir elenca as publicaes com suas fontes e principais resultados encontrados, sem a pretenso de esgotar todos os aspectos.

Quadro 2 Sntese das pesquisas anteriores similares em abordagem

Autores [1]

Ttulos / Tipos de publicaes [2]

Temticas abordadas e resultados encontrados

Campelli e Calvo (2007)

O Cumprimento da Ementa Constitucional n. 29 no Brasil / Peridico

A pesquisa objetiva verificar o cumprimento da Emenda Constitucional n. 29 no Brasil no perodo de 2000 a 2003.

Os autores concluem que o total de estados que cumpriram a EC-29 foi de 59% em 2000, 33% em 2001, 41% em 2002 e 52% em 2003. Alm disso, concluem que os dados do SIOPS mostram que a mdia percentual dos recursos aplicados em sade dos municpios foi superior ao mnimo exigido que era de 7%.

Rezende (2009)

Despesa com a Funo Sade no Municpio de Florianpolis, no Perodo de 2004 a 2008 / TCC

O objetivo da pesquisa conhecer as despesas com a funo sade no Municpio de Florianpolis, entre os anos de 2004 e 2008, considerando a composio, a expressividade, a evoluo e o cumprimento da aplicao mnima constitucional.

Os resultados apresentados mostram que as despesas em sade representam em mdia 15,36% das despesas municipais. Quanto evoluo, as despesas com Sade, comparadas com o total das despesas da PMF, cresceram 3,85% sendo que o percentual de aplicao mnimo foi cumprido em todos os anos analisados.

Continua

Continuao

Autores [1]

Ttulos / Tipos de publicaes [2]

Temticas abordadas e resultados encontrados

Santana (2011)

A Fiscalizao Exercida pelo Tribunal de Contas dos Municpios Goianos quanto Aplicao do Percentual Mnimo Constitucional na Sade / TCC

O objetivo da pesquisa conhecer quais municpios no aplicaram o percentual mnimo na sade, e quais so as causas da no aplicao deste percentual estabelecido na Constituio Federal, buscou tambm verificar qual a metodologia utilizada pelo Tribunal de Contas para confeco dos ndices da sade.

Como resultado o autor conclui que pequena parte dos municpios de Gois no cumpriu o mnimo de aplicao constitucional nos anos em anlise. Conclui tambm que as principais causas para o no cumprimento foram a m gesto dos FMSs e os gastos com despesas indevidas.

Santos e Cruz (2011)

Investigao da Funo Sade no Municpio de So Jos/SC, no Perodo de 2004 a 2008 / Evento

O objetivo do artigo analisar as despesas com a funo sade no municpio de So Jos, no perodo de 2004 a 2008, considerando a expressividade, a evoluo e o cumprimento da aplicao mnima constitucional.

Os autores concluem que, em todos os anos da srie analisada, o percentual de aplicao mnimo foi cumprido pelo ente em estudo.

Schwanck (2012)

Direito a Sade Pblica no Estado do Rio Grande do Sul: o (Des)Cumprimento da emenda Constitucional n. 29/2000 no Perodo de 2006 a 2011 / TCC

O objetivo da pesquisa o estudo do financiamento da sade pblica no estado do Rio Grande do Sul (RS), no perodo entre 2006 e 2011.

O autor conclui que o perodo em anlise foi marcado pela falta de regulamentao do art. 198, 3, da Constituio Federal (CF), conduzindo a um conflito entre as definies de receitas e despesas em aes e servios pblicos de sade, levando ao descumprimento de EC n. 29/2000 no estado do RS.

Batista (2012)

Uma Anlise dos Gastos com Sade Pblica no Municpio de Boa Vista (PB), no Perodo de 2007 a 2011, em Conformidade com a Emenda Constitucional 29/2000 / TCC

O presente estudo tem por objetivo principal fazer a apresentao e avaliao dos gastos com sade pblica no municpio de Boa Vista (PB), entre os anos de 2007 a 2011.

Os resultados apresentados mostram que, em todos os anos da srie analisada, o Municpio cumpriu o limite mnimo estabelecido pela Emenda Constitucional 29/2000. Os maiores gastos foram com pessoal e encargos sociais seguidos de gastos com medicamentos e servios de terceiros.

Continua

Continuao

Autores [1]

Ttulos / Tipos de publicaes [2]

Temticas abordadas e resultados encontrados

Silva, Maciel, Chacon e Arajo (2012)

Gastos com Sade: Uma Anlise do Cumprimento da Ementa Constitucional n. 29/2000 pelos 100 Municpios Brasileiros mais Populosos, no Perodo de 2000 a 2008 / Peridico

A pesquisa objetiva analisar se os 100 municpios brasileiros mais populosos cumpriram os percentuais vinculatrios de gastos com sade determinados pela Emenda Constitucional n. 29/2000 durante o perodo de 2000 a 2008.

Como resultados os autores apresentam que, dos 100 municpios brasileiros mais populosos analisados, 49 no cumpriram em determinado ano os percentuais vinculatrios de gastos com sade, determinados na Emenda Constitucional n. 29/2000, durante o perodo de 2000 a 2008.

Ferreira e Platt Neto (2014)

O desempenho do Municpio de Moreira Sales PR em Relao ao Cumprimento dos Limites Constitucionais de Aplicaes Mnimas em Educao e Sade no Perodo de 2004 a 2012 / Evento

A pesquisa objetiva evidenciar o desempenho do municpio de Moreira Sales PR em relao ao cumprimento dos limites constitucionais de aplicaes mnimas em educao e sade no perodo de 2004 a 2012.

Os autores concluem que, em todos os nove anos da srie histrica, o Municpio estudado demonstrou o cumprimento dos dois limites constitucionais, relativos s aplicaes mnimas em educao e sade. Na educao o percentual ficou bem prximo do limite de 25% e na rea da sade houve um crescimento, atingindo um mximo de 26,87%.

Macarini (2014)

Gastos com Sade: um Estudo de Caso Sobre o Percentual da Aplicao dos Gastos na rea da Sade do Municpio de Meleiro SC / TCC

O objetivo da pesquisa identificar as Receitas de Impostos e Transferncias Constitucionais Legais e voluntrias na destinao dos recursos pblicos na rea da Sade do Municpio de Meleiro SC.

O autor conclui que o municpio depende de transferncias de outros entes, pois apresenta pouca arrecadao. O municpio gastou alm do mnimo exigido constitucionalmente e as despesas superaram as receitas arrecadadas durante o exerccio devido a um supervit financeiro do exerccio anterior.

Notas: [1] Autores dispostos em ordem cronolgica das publicaes citadas. [2] Os tipos de publicaes, sinteticamente, so: TCC; Dissertao; Tese; Peridico; e Evento. Detalhadamente, so: TCC Monografias e artigos apresentados como Trabalhos de Concluso de Curso de graduao ou de especializao (latu sensu). Dissertao Dissertaes de mestrado (strictu sensu). Tese Teses de doutorado (strictu sensu). Peridico Artigos tcnicos-cientficos publicados em peridicos (revistas, boletins, etc.). Evento Artigos tcnico-cientficos publicados em anais de eventos (congresso, encontros, etc.).

Fonte: Elaborado pelos autores com base nas fontes citadas.

No Quadro 2 observa-se que os trabalhos apresentam objetos de estudo similares ao do presente artigo, ou seja, as despesas pblicas com sade. De maneira geral, os trabalhos visam verificar o cumprimento da aplicao mnima constitucional em Aes e Servios Pblicos em Sade (ASPS), sendo que na maioria destes o ente em estudo um municpio.

Os objetivos dos trabalhos, de forma geral, assemelharam-se ao objetivo desta pesquisa. Entretanto, em alguns deles a evidenciao do cumprimento normativo das despesas em ASPS estava agregada verificao do cumprimento constitucional mnimo em educao e aos limites para despesas com pessoal.

Outros trabalhos relevantes foram encontrados com similaridade de tema central. Entretanto, apresentaram metodologia, objetos e objetivos diferentes do apresentado na presente pesquisa, motivo pelo qual no foram apresentados.

METODOLOGIA DA PESQUISA

Com o propsito de alcanar o objetivo proposto, e diante do problema formulado para esta pesquisa, este artigo utiliza uma abordagem metodolgica. Com vistas a evidenciar a metodologia utilizada na pesquisa, este captulo apresenta: a classificao da pesquisa; as tcnicas e instrumentos de coleta e anlise de dados; os procedimentos metodolgicos; e as caractersticas e dados da entidade.

CLASSIFICAO DA PESQUISA

Diversos autores preconizam diferentes tipologias para delineamento de pesquisas. Conforme Raupp e Beuren (2004), na rea de conhecimento de Contabilidade, as tipologias mais aplicveis esto agrupadas em trs categorias: quanto aos objetivos, quanto aos procedimentos e quanto abordagem do problema. A seguir, apresentada a tipificao quanto aos aspectos mencionados.

As pesquisas podem ser classificadas quanto aos seus objetivos como exploratrias, descritivas e explicativas (GIL, 2010, p. 27). Diante das opes de classificao, esta pesquisa apenas descritiva.

A classificao desta pesquisa, como descritiva, foi utilizada, pois essa tem como propsito verificar se o limite constitucional foi cumprido pelo ente ao longo da srie histrica analisada, alm de verificar possveis divergncias em relao aos dados divulgados pelo Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina TCE/SC e os apresentados pelo municpio.

Segundo Raupp e Beuren (2004), os procedimentos na pesquisa cientfica referem-se maneira pela qual se conduz o estudo e, portanto, se obtm os dados e podem ser agrupados em: pesquisa de levantamento, bibliogrfica, documental, participante e experimental (RAUP; BEUREN, 2004, p. 83). Diante das opes de tipologia, a pesquisa classificada como bibliogrfica e documental.

A pesquisa documental feita baseada nos Demonstrativos das Receitas de Impostos e das Despesas Prprias com Sade, elaborados pela Prefeitura Municipal de Florianpolis, e nos pareceres do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina.

Para a pesquisa bibliogrfica, foram utilizados livros, artigos, monografias, teses, e dissertaes, ensejando maior entendimento aos temas abordados no presente artigo. Os principais temas da pesquisa so: aplicao em despesa com sade e Contabilidade Pblica.

As pesquisas, quanto abordagem do problema, podem ser classificadas como: qualitativa; quantitativa; ou, se ambas as classificaes, como mista (quali-quantitativa). A presente pesquisa classificada como mista.

A etapa de coleta e tabulao dos dados referentes aos demonstrativos do Municpio, e pareceres do Tribunal de Contas do Estado, justifica a classificao da pesquisa como quantitativa. Aps a etapa quantitativa de coleta e tabulao dos dados, h uma etapa qualitativa em relao abordagem, quando se busca interpretar, comparar e analisar a evoluo das despesas ao longo da srie histrica.

Tcnicas e instrumentos de pesquisa

O conjunto de processos ou preceitos de que se serve uma cincia podem ser entendidos como tcnicas de pesquisa (LAKATOS; MARCONI, 2010, p. 205). Deste modo o conjunto dos processos, descritos pelos autores, so executados com a finalidade de cumprir os objetivos da pesquisa.

As fontes de dados utilizadas para embasamento da fundamentao terica, assim como na seo de resultados, foram de documentos escritos. So dados de fontes primrias e de fontes secundrias. As fontes primrias so aquelas que no receberam qualquer tratamento analtico, e as secundrias so aquelas em que os dados j so elaborados.

So fontes primrias utilizadas nesta pesquisa: os Demonstrativos da Receita de Impostos e das Despesas Prprias com Sade de todos os anos analisados do Municpio alm das normas aplicadas ao tema proposto pela pesquisa.

A pesquisa bibliogrfica baseou-se nas fontes secundrias de dados, e utilizaram-se livros, artigos cientficos, monografias, entre outros. Tais fontes serviram de base, principalmente, para a fundamentao terica da pesquisa. Consideram-se, ainda, como fontes secundrias, os dados referentes aos pareceres do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina.

Procedimentos DE PESQUISA

Com a finalidade de cumprir os objetivos propostos desta pesquisa, procedimentos foram utilizados pelos pesquisadores. Estes procedimentos foram ordenados em cinco passos, nos quais foram aplicados os instrumentos da pesquisa.

1 Passo: Reviso de literatura, buscando identificar os fundamentos legais que regem os limites de aplicao mnima de despesas com sade.

2 Passo: Levantamento dos demonstrativos e dos relatrios contbeis e pareceres do TCE/SC que apresentam as despesas com sade do Municpio estudado no perodo de 2000 a 2015 e que permitem realizar a coleta de dados.

3 Passo: Coleta e organizao dos dados referentes s receitas lquidas de impostos e s despesas com sade. Foi utilizado um programa de planilha eletrnica para tabulao. Os procedimentos especficos de coleta e tabulao de dados esto detalhados na Seo 3.4 do Captulo Procedimentos Metodolgicos.

4 Passo: Apresentao dos clculos que foram efetuados para demonstrar os percentuais das despesas com sade em relao s receitas consideradas para o clculo, com vistas a evidenciar se os limites legalmente estabelecidos foram cumpridos.

5 Passo: Exposio e comparao dos valores obtidos por meio da anlise efetuada com grficos, tabelas e textos expositivos.

Este artigo adota uma abordagem similar s de Rezende (2009), que analisou as despesas com sade do Municpio de Florianpolis entre os anos de 2004 e 2008, verificando a composio, a expressividade, a evoluo e a aplicao mnima constitucional.

Esta pesquisa, alm de ampliar a srie histrica analisada, de 2000 a 2015, compara os dados coletados dos demonstrativos municipais com os dados apurados pelo TCE/SC, verificando se houve divergncias entre ambos.

A anlise dos dados coletados foi feita com a criao de tabelas e grficos, buscando evidenciar, alm do cumprimento da aplicao mnima constitucional, a evoluo das receitas e despesas ao longo dos anos.

Caractersticas e dados da entidade

Esta pesquisa focada em observar apenas um municpio brasileiro. No foi utilizado nenhum procedimento amostral para escolha do ente, sendo que no possvel apenas um municpio representar toda a populao, ou mesmo generalizar os resultados encontrados para todos os municpios a partir de um caso.

Foi selecionado o Municpio de Florianpolis - SC, sobre o qual foi realizado o estudo de receitas e despesas com sade. O critrio de escolha do municpio foi pela facilidade de acesso aos dados necessrios para a pesquisa.

A pesquisa buscou obter os dados referentes aos seguintes documentos:

a) Demonstrativos das Receitas e Despesas com Aes e Servios Pblicos de Sade do Municpio de Florianpolis, elaborados pelo Poder Executivo, referentes aos sextos bimestres dos anos de 2000 a 2015;

b) Publicaes referentes a dados dos Pareceres Prvios do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE/SC), concernentes s contas anuais do Municpio de Florianpolis, referentes aos anos de 2000 a 2015.

Os documentos foram obtidos das seguintes fontes:

a) Os Demonstrativos das Receitas e Despesas com Aes e Servios Pblicos de Sade, referentes aos anos de 2002 a 2008 e do ano de 2010, foram obtidos por meio de busca in loco no arquivo da Secretaria de Fazenda, Planejamento e Oramento, cujo acesso foi permitido aps contato por telefone com a Contadora do Municpio. Os Demonstrativos referentes aos anos de 2009 e 2011 a 2015 estavam disponveis no Portal da Transparncia da Prefeitura: para acesso pblico.

b) As publicaes referentes a dados dos Pareceres Prvios referentes aos anos de 2000 a 2015 estavam disponveis no Portal do Cidado do TCE/SC: para acesso pblico, contemplando toda a srie de dados.

A presente pesquisa foi realizada entre os meses de agosto de 2015 e julho de 2016. A obteno dos Demonstrativos mencionados referentes aos anos de 2002 a 2008 e 2010 foi realizada em 14/12/2015, aps visita aos arquivos da Diretoria de Contabilidade, da Secretaria Municipal da Fazenda, Planejamento e Oramento, da Prefeitura Municipal de Florianpolis.

RESULTADOS DA PESQUISA

Apresentao do Municpio de Florianpolis

No inicio do sculo XVI, embarcaes que almejavam chegar Bacia do Prata, aportavam na Ilha de Canta Catarina para abastecer-se de alimentos e vveres (PMF, 2015b). Devido ao fluxo de embarcaes, por volta de 1965, Dias Velho fundou a Nossa Senhora do Desterro, iniciando sua colonizao com a vinda de sua famlia e demais agregados (PMF, 2015b). Entretanto, nessa ocasio, ainda fazia parte da Vila de Laguna (PMF, 2015b).

Somente em 1726 a Nossa Senhora do Desterro foi elevada categoria de vila, com o seu desmembramento da Vila de Laguna, e aps quase um sculo, em 1823, tornou-se a capital da provncia de Santa Catarina, deixou de ser uma vila e passou a ser uma cidade (PMF, 2015). Em 1894, a cidade de Nossa Senhora do Desterro mudou o nome para Florianpolis, em homenagem ao Marechal Floriano Peixoto, devido s vitrias de suas tropas em guerras (PMF, 2015b).

O Municpio est situado no litoral centro-leste do Estado de Santa Catarina e, segundo o IBGE (2016a), tinha uma populao estimada de 469.690 habitantes em 2015. Florianpolis possui uma parte insular (Ilha de Santa Catarina) e uma parte continental (PMF, 2015a), sendo banhada pelo Oceano Atlntico.

As principais atividades econmicas de Florianpolis so: as prestaes de servios pblicos, comrcio, indstria de transformao e turismo (PMF, 2015b). A partir do sculo XX, um dos grandes suportes para o crescimento econmico foi a construo civil, que transformou substancialmente a cidade (PMF, 2015b). O Municpio ocupa a 3 posio do ndice de Desenvolvimento Humano dos municpios brasileiros, sendo a cidade catarinense mais bem classificada (PNUD, 2015).

Florianpolis apresentou no ano de 2015, segundo dados do PNAD (IBGE, 2016b), uma renda mdia mensal dos trabalhadores de R$ 2.905,00. Em 2013, o PIB do Municpio foi de R$ 14,7 bilhes, sendo que 58,30% foi adicionado por meio do setor de servios, seguido pelos impostos sobre produtos, com 19,31% (IBGE, 2016a).

Aplicaes em Aes e Servios Pblicos de Sade (ASPS)

Para o clculo do percentual de aplicao em ASPS, so utilizadas determinadas receitas e despesas. Os fundamentos normativos para a obteno e apurao destes valores so evidenciados no Captulo 2. Nesta seo, foram utilizados os seguintes termos: Receita para Efeito do Clculo (REC), representando as receitas provenientes da arrecadao de impostos (incluindo as de transferncias intergovernamentais); e Despesas para Efeito do Clculo (DEC), representando as despesas de aplicaes em ASPS.

Neste sentido, os dados originais das REC e das DEC, divulgados pela Prefeitura Municipal de Florianpolis (PMF) e pelo Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE/SC), esto evidenciados na Tabela 1, assim como os percentuais de aplicao em ASPS de cada ano da srie analisada.

Tabela 1 - Comparao da REC, da DEC e do percentual (%) de aplicao em ASPS entre dados da PMF e do TCE/SC 2000 a 2015

Valores originais em R$.

Variveis

Origens dos dados

2000

2001

2002

2003

REC

TCE/SC

61.145.491,67

107.062.516,87

145.260.620,80

189.615.864,53

PMF

ND

ND

191.547.026,88

226.585.034,05

DEC

TCE/SC

11.737.696,60

15.821.871,98

22.924.467,18

27.377.023,81

PMF

ND

ND

21.673.336,42

27.922.344,80

% de Aplicao em ASPS

TCE/SC

19,20%

14,78%

15,78%

14,44%

PMF

ND

ND

11,31%

12,32%

Variveis

Origens dos dados

2004

2005

2006

2007

REC

TCE/SC

257.844.490,53

300.885.949,60

338.214.510,80

388.083.708,20

PMF

254.776.361,05

300.908.572,98

338.214.510,83

388.091.730,01

DEC

TCE/SC

39.746.350,45

45.419.218,55

59.612.165,33

68.746.425,56

PMF

38.459.677,21

46.701.217,27

54.754.781,79

67.817.795,98

% de Aplicao em ASPS

TCE/SC

15,41%

15,10%

17,63%

17,71%

PMF

15,10%

15,19%

16,07%

17,47%

Variveis

Origens dos dados

2008

2009

2010

2011

REC

TCE/SC

456.377.707,13

500.499.461,13

578.528.538,93

514.156.266,87

PMF

456.381.403,58

504.313.005,14

578.528.538,96

629.939.781,38

DEC

TCE/SC

84.034.755,12

101.954.374,35

114.572.238,21

129.233.590,34

PMF

118.328.127,00

103.334.305,60

176.787.186,20

130.530.375,50

% de Aplicao em ASPS

TCE/SC

18,41%

20,37%

19,80%

25,14%

PMF

25,91%

20,49%

30,56%

20,72%

Variveis

Origens dos dados

2012

2013

2014

2015

REC

TCE/SC

538.368.237,87

756.345.984,80

838.563.510,67

966.434.129,07

PMF

654.226.696,49

755.616.162,03

838.495.155,87

960.360.606,59

DEC

TCE/SC

136.863.970,76

143.131.797,77

155.870.716,18

180.836.073,93

PMF

140.787.734,40

147.629.250,99

165.351.618,46

194.023.815,57

% de Aplicao em ASPS

TCE/SC

25,42%

18,92%

18,59%

18,71%

PMF

21,52%

19,54%

19,72%

20,20%

Siglas: ASPS = Aes e Servios Pblicos de Sade; DEC = Despesas para Efeito do Clculo; ND = No Disponvel; PMF = Prefeitura Municipal de Florianpolis; REC = Receita para Efeito de Clculo; TCE/SC = Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina.

Notas: Os dados referentes aos anos de 2000 a 2010 do TCE/SC so informaes de acordo com o processo de julgamento das contas do Municpio. Os dados referentes aos anos de 2011 a 2015 do TCE/SC so informaes preliminares ao processo de julgamento das contas do Municpio.

Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados do Demonstrativo das Receitas e Despesas com Aes e Servios Pblicos de Sade do Municpio de Florianpolis (PMF, 2000 a 2015) e de dados do TCE/SC (2016).

Observa-se na Tabela 1 que todos os dados da srie histrica analisada foram obtidos, com exceo dos provenientes da PMF referentes aos anos de 2000 e 2001. Os dados dos TCE/SC evidenciam que em 2000 e 2001, o Municpio atingiu 19,20% e 14,78% de despesas com ASPS, respectivamente.

Conforme os dados da PMF, o limite mnimo de aplicao em ASPS no foi cumprido apenas nos anos de 2002 e 2003, quando atingiu 11,31% e 12,32%, respectivamente. Destaca-se que, em 2008 e 2010, o percentual de aplicao foi maior que 25% (25,91% e 30,56%, respectivamente). Observa-se, ainda, que em 2009, 2011, 2012 e 2015 o percentual foi superior ao mnimo estabelecido em mais 5 p.p. (20,49%, 20,72%, 21,52%, 20,20%, respectivamente).

Por sua vez, os dados divulgados pelo TCE/SC evidenciam que, ao longo da srie estudada, os nicos anos em que no houve cumprimento mnimo dos percentuais de aplicao em ASPS foram 2001 e 2003, quando atingiram 14,78% e 14,44%, respectivamente. Observa-se que, em 2009, 2011 e 2012, os percentuais de aplicao em ASPS ficaram acima dos 20%, enquanto que em 2011 e 2012 ficaram acima de 25% (25,14% e 25,42%, respectivamente).

Em relao ao no cumprimento do limite nos anos de 2001 a 2003, cabe uma observao, pois, conforme 1 do art. 77 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias (ADCT), includo pela da Emenda Constitucional n. 29/2000, os Municpios que apliquem percentuais inferiores aos fixados nos incisos II e III devero elev-los gradualmente, at o exerccio financeiro de 2004, reduzida a diferena razo de, pelo menos, um quinto por ano [...] (BRASIL, 1988, ADCT, art. 77, 1).

No Grfico 1 pode-se visualizar a comparao dos percentuais de ASPS da Tabela 1 entre os dados da PMF e do TCE/SC, comparando tambm com o mnimo de aplicao em sade estabelecido na Constituio Federal.

Grfico 1 Comparao dos ndices de aplicao em ASPS em relao ao mnimo 2000 a 2015

Siglas: ASPS = Aes e Servios Pblicos de Sade; PMF = Prefeitura Municipal de Florianpolis; TCE/SC = Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina.

Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados do Demonstrativo das Receitas e Despesas com Aes e Servios Pblicos de Sade de Florianpolis (PMF, 2000 a 2015) e dados do TCE/SC (2016). Tabela 1.

Percebe-se no Grfico 1 que nos anos de 2008 e 2010 o percentual de aplicao conforme PMF foi bem superior em relao ao outros anos da srie mesmo se comparado aos dados do TCE/SC. Percebe-se tambm que em 2011 e 2012 o percentual de aplicao, conforme o TCE/SC, foi superior aos outros anos, atingindo os maiores patamares ao longo da srie histrica.

Destaca-se, ainda no Grfico 1, o no cumprimento do mnimo estabelecido constitucionalmente nos anos de 2001 e 2003, de acordo com o TCE/SC (14,78% e 14,44%, respectivamente), e 2002 e 2003, conforme a PMF (11,31% e 12,32%, respectivamente).

Anlise dos resultados

Esta seo final do captulo visa comparar as pesquisas anteriores descritas na seo 2.3, do captulo de fundamentao terica, com os resultados de anlise de dados deste artigo. As pesquisas apresentadas naquela seo foram consideradas similares em abordagem, disponveis em forma de artigos e trabalhos acadmicos.

Dentre as pesquisas anteriores, destaca-se a de Rezende (2009), que analisou a mesma entidade do presente artigo, em srie histrica de 2004 a 2008 (cinco anos), abordando as despesas com a funo sade. A presente pesquisa, por sua vez, ampliou a srie analisada para dezesseis anos (2000 a 2015) deste mesmo ente, alm de comparar os dados divulgados pela PMF com os do TCE/SC.

Verificou-se que a abordagem adotada na presente pesquisa compatvel com os estudos realizados em outros municpios, visto que as pesquisa de Santana (2011), Santos e Cruz (2011), Batista (2012), Silva, Maciel, Chacon e Arajo (2012), Ferreira e Platt Neto (2014) e Macarini (2014), referem-se verificao do cumprimento constitucional de aplicao em ASPS tambm na esfera municipal.

Todas as pesquisas apresentadas evidenciaram se os entes em estudo cumpriram ou no o percentual mnimo de aplicao em ASPS, sendo que Campelli e Calvo (2007) e Schwanck (2012) analisaram estados-membros, com o mesmo objetivo de investigao.

Entretanto, nenhum dos trabalhos identificados buscou comparar fontes de dados diferentes a fim de verificar a autenticidade das informaes fornecidas pelos entes. Todavia, alguns trabalhos buscaram tambm verificar a composio dos gastos pblicos em sade, e a expressividade destes diante das demais despesas dos entes.

CONCLUSES

Tendo em vista os resultados expostos, considera-se atingido o objetivo do artigo, de evidenciar o desempenho do Municpio de Florianpolis - SC em relao ao cumprimento dos limites constitucionais de aplicao mnima em sade no perodo de 2000 a 2015.

Os resultados da pesquisa, obtidos por meio da anlise dos demonstrativos contbeis do Municpio de Florianpolis e de dados de pareceres do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE/SC), permitiram identificar e observar a evoluo das variveis envolvidas na apurao do limite. Em relao aos demonstrativos da Prefeitura Municipal de Florianpolis (PMF), a abrangncia da anlise foi de 2002 a 2015, enquanto que em relao aos dados dos pareceres prvios do TCE/SC, todos os anos (2000 a 2015) foram abrangidos.

Conforme o embasamento normativo exposto na fundamentao terica, para apurar o limite constitucional, so consideradas as despesas com Aes e Servios Pblicos de Sade (ASPS) e as receitas provenientes de impostos e outras de transferncias constitucionais.

Quanto ao limite constitucional de aplicao das despesas com ASPS que no deve ser inferior a 15% das receitas provenientes de impostos observou-se que, de acordo com os dados da PMF, apenas nos anos de 2002 e 2003 o Municpio no cumpriu o mnimo estabelecido, com 11,31% e 12,32%, respectivamente. Por sua vez, de acordo com os dados do TCE/SC, o limite mnimo no foi cumprido apenas nos anos de 2001 e 2003, com 14,78% e 14,44%, respectivamente.

Observa-se, assim, que nos anos de 2001 a 2003 a aplicao realizada pelo Municpio foi inferior ao limite de 15%. Entretanto, conforme a regra, os municpios que aplicassem percentuais inferiores aos fixados deveriam elev-los gradualmente at o ano de 2004 (BRASIL, 1988, ADCT, art. 77, 1).

Destaca-se, ainda, em relao aos percentuais de aplicao, conforme dados dos demonstrativos da PMF, que o maior percentual foi de 30,56%, no ano de 2010. Com os dados referentes aos pareceres do TCE/SC, evidenciou-se que o maior percentual de aplicao foi de 25,42%, no ano de 2012.

Comparando-se os dados da PMF com os do TCE/SC, observou-se que em todos os anos da srie histrica analisada houve diferenas nos percentuais de aplicao com ASPS, sendo que a maior diferena foi de 10,76 p.p., no ano de 2010.

A evoluo das despesas com ASPS em valores originais, conforme a PMF, entre os anos de 2002 e 2015, foi de 795,82%, passando de R$ 21,67 milhes para R$ 194,02 milhes. Por sua vez, os dados do TCE/SC, em valores originais, entre os anos de 2000 e 2015, evidenciam um crescimento de 1.440,64%, passando de R$ 11,74 milhes para R$ 180,84 milhes.

Destaca-se, por fim, que no houve pretenso de analisar a qualidade dos gastos pblicos em sade, de tal modo que a pesquisa se restringiu a analisar o cumprimento da aplicao mnima constitucional das despesas com ASPS.

Para pesquisas futuras, sugere-se: analisar outros municpios, ou mesmo uma amostra dos mesmos, com vistas a poder compar-los; analisar a metodologia utilizada para obteno dos dados referentes s despesas e receitas utilizadas no clculo, assim como verificar se houve alteraes; e analisar a qualidade e a eficincia dos gastos pblicos em sade.

REFERNCIAS

BATISTA, Andressa Maria da Costa. Uma anlise dos gastos com a sade pblica no Municpio de Boa Vista (PB), no perodo de 2007 a 2011, em conformidade com a Emenda Constitucional 29/2000. Artigo de Graduao em Cincias Contbeis da Universidade Estadual da Paraba. Campina Grande, 2012.

BRASIL. Constituio (1988). Constituio da Repblica Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Atualizada at a Emenda Constitucional n. 90, de 15 de setembro de 2015. Disponvel em: . Acesso em: 08 abr. 2016.

_______. Emenda Constitucional n. 29, de 13 de setembro de 2000. Altera os arts. 34, 35, 156, 160, 167 e 198 da Constituio Federal e acrescenta artigo ao Ato das Disposies Constitucionais Transitrias, para assegurar os recursos mnimos para o financiamento das aes e servios pblicos de sade. Disponvel em: . Acesso em: 10 abr. 2016. 2000a.

_______. Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). Estabelece normas de finanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal e d outras providncias. Disponvel em: . Acesso em: 06 out. 2016. 2000b.

_______. Lei Complementar n. 141, de 13 de janeiro de 2012. Regulamenta o 3 do art. 198 da Constituio Federal para dispor sobre os valores mnimos a serem aplicados anualmente pela Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios em aes e servios pblicos de sade; estabelece os critrios de rateio dos recursos de transferncias para a sade e as normas de fiscalizao, avaliao e controle das despesas com sade nas 3 (trs) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis n.os 8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993; e d outras providncias. Disponvel em: . Acesso em: 06 abr. 2016.

_______. Lei n. 4.320, de 17 de maro de 1964. Estatui normas gerais de direito financeiro para elaborao e controle dos oramentos e balanos da Unio, dos Estados, dos Municpios e do Distrito Federal. Disponvel em: . Acesso em: 08 abr. 2016.

CAMPELLI, Magali Geovana Ramlow; CALVO, Maria Cristina M.. O cumprimento da Emenda Constitucional n. 29 no Brasil. Caderno de Sade Pblica, v. 23, n. 7, 2007. Disponvel em . Acesso em: 28 abr. 2016.

COUTTOLENC, Bernard; GRAGNOLATI, Michele; LINDELOW, Magnus. 20 anos de construo do sistema de sade no Brasil: uma avaliao do sistema nico de sade. Washington D.C.: The Word Bank, 2013.

CRUZ, Flavio da.Contabilidade e movimentao patrimonial do setor publico.Rio de Janeiro: Ed. do Autor, 1988.

FERREIRA, Anili Gloor; PLATT NETO, Orion Augusto. O desempenho do Municpio de Moreira Sales PR em relao ao cumprimento dos limites constitucionais de aplicaes mnimas em educao e sade no perodo de 2004 a 2012. Artigo Apresentado no 5 Congresso UFSC de Controladoria e Finanas e do 5 Congresso UFSC de Iniciao Cientfica em Contabilidade. Florianpolis, 2014.

GIL, Antnio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. So Paulo: Atlas, 2010.

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Cidades. Disponvel em: . Acesso em: 10 abr. 2016a.

______. Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios Contnua PNAD. Disponvel em: . Acesso em: 24 jun. 2016b.

KOHAMA, Heilio. Contabilidade Pblica: teoria e prtica. 11. ed. So Paulo: Atlas, 2010.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia de pesquisa. 7. ed. So Paulo: Atlas, 2010.

MACARINI, Daiani. Gastos com Sade: um estudo de caso sobre o percentual da aplicao dos gastos na rea da sade do Municpio de Meleiro (SC). Monografia para Graduao em Cincias Contbeis da Universidade do Extremo Sul Catarinense. Cricima, 2014.

MOG Ministrio do Oramento e Gesto. Portaria n. 42, de 14 de abril de 1999. Atualiza a discriminao da despesa por funes de que tratam o inciso I do 1 do art. 2 e 2 do art. 8, ambos da Lei n 4.320, de 17 de maro de 1964, estabelece os conceitos de funo, subfuno, programa, projeto, atividade, operaes especiais, e d outras providncias. Disponvel em: . Acesso em: 10 abr. 2016.

MS Ministrio da Sade Portal da Sade. Entenda o SUS. Disponvel em: . Acesso em: 28 mar. 2016.

PMF Prefeitura Municipal de Florianpolis. A cidade. Disponvel em: . Acesso em: 07 dez. 2015a.

______. Demonstrativo das Receitas e Despesas com Aes e Servios Pblicos de Sade: Anexos 12 do Relatrio Resumido de Execuo Oramentria referentes aos 6os bimestres dos anos de 2002 a 2015. Secretaria Municipal da Fazenda, Planejamento e Oramento. Anos de 2002 e 2008 a 2010 fornecidos pela Secretaria fisicamente. Anos de 2009 e 2011 a 2015, disponveis em: . Acesso em: 12 abr. 2016.

______. Histria. Disponvel em: . Acesso em: 07 dez. 2015b.

PNUD Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento. Atlas do desenvolvimento humano no Brasil 2013. Disponvel em: . Acesso em: 08 dez. 2015.

RAUPP, Fabiano Maury; BEUREN, Ilse Maria.Como elaborar trabalhos monogrficos em contabilidade:teoria e prtica.2. ed. So Paulo: Atlas, 2004.

REZENDE, Camila Schmitt. Despesas com a funo sade no Municpio de Florianpolis, no perodo de 2004 a 2008. Monografia de Graduao em Cincias Contbeis da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianpolis, 2009.

SANTOS, Grazielle Souza dos; Cruz Flvio da. Investigao da funo Sade no Municpio de So Jos (SC), no perodo de 2004 a 2008. Artigo Apresentado no 4 Congresso UFSC de Controladoria e Finanas e do 4 Congresso UFSC de Iniciao Cientfica em Contabilidade. Florianpolis, 2011.

SILVA, Lino Martins da.Contabilidade Governamental:um enfoque administrativo da nova contabilidade pblica.9. ed. So Paulo: Atlas, 2011.

SILVA, Mauricio Corra da; MACIEL, Joo Halberto Balduino; CHACON, Mrcia Josiene Monteiro; ARAUJO, Aneide Oliveira. Gastos com Sade: uma anlise do cumprimento da Emenda Constitucional n. 29/2000 pelos 100 municpios brasileiros mais populosos, no perodo de 2000 a 2008. Revista de Administrao, Contabilidade e Sustentabilidade, v. 2, n. 1, 2012. Disponvel em: . Acesso em: 28 abr. 2016.

SANTANA, Grace Stphanie Carvalho. A fiscalizao exercida pelo TCM quanto aplicao do percentual mnimo constitucional na sade. 2011. 94 f. Trabalho de Concluso de Curso (Graduao) da Faculdade de Administrao, Cincias Contbeis e Cincias Econmicas, Universidade Federal de Gois, Goinia, 2011.

SCHWANCK, Gustavo Aguiar. Direito a Sade Pblica no Estado do Rio Grande do Sul: o (des)cumprimento da emenda constitucional n. 29/2000 no perodo de 2006 a 2011. Monografia de Graduao em Administrao da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto alegre, 2012.

STN Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de Demonstrativos Fiscais (MDF). Aprovado pela Portaria STN n. 553/2014. Ministrio da Fazenda. 6. ed. Disponvel em: . Acesso em: 05 jul. 2016. 2014a.

______. Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico. Aprovado pela Portaria STN/SOF n. 01/2014. Ministrio da Fazenda. 6. ed. Disponvel em: . Acesso em: 25 nov. 2015. 2014b.

TCE/SC Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina. Portal do Cidado. Gastos com Sade Municpio de Florianpolis referentes aos anos de 2000 a 2015. Disponvel em: . Acesso em: 12 abr. 2016.

% de aplicao em ASPS conforme a PMF

20002001200220032004200520062007200820092010201120122013201420150.113148905378614720.123231196257377020.150954653137747450.155200687064186910.161893650439859180.174746820753569090.259274646319496820.204901131929592440.305580752364968070.207210878497068120.215197171187513910.195375983744692750.197200445706137730.20203225146742751% de aplicao em ASPS conforme o TCE/SC

20002001200220032004200520062007200820092010201120122013201420150.191963402033758280.147781618091526930.157816117360281620.14438150456376270.1541485349107180.150951610104694710.176255492968044460.177143291788409430.184134224365307460.203705262978331910.198040771544138680.251350802600789070.254219995038133250.189241168256944180.185878247976068440.18711681271440544Aplicao mnima em ASPS0.150000000000000240.150000000000000240.150000000000000240.150000000000000240.150000000000000240.150000000000000240.150000000000000240.150000000000000240.150000000000000240.150000000000000240.150000000000000240.150000000000000240.150000000000000240.150000000000000240.150000000000000240.15000000000000024

0

15