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1 Ana Maria de Carvalho Júlio Ribeiro Soares Maria do Socorro da Silva Batista Sílvia Maria Costa Barbosa (Organizadores) POLÍTICA DE FORMAÇÃO DOCENTE E INTERVENÇÃO NA REALIDADE ESCOLAR

e Book Pibid Uern

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  • 1

    Ana Maria de Carvalho

    Jlio Ribeiro Soares

    Maria do Socorro da Silva Batista

    Slvia Maria Costa Barbosa

    (Organizadores)

    POLTICA DE FORMAO DOCENTE E

    INTERVENO NA REALIDADE ESCOLAR

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar. / Ana Maria de Carvalho [et al]. (Org). Mossor, RN: Edies UERN, 2013.

    421 p.

    ISBN 978-85-7621-061-0

    1. Produo acadmica - PIBID/UERN. 2. Divulgao cientfica - PIBID/UERN. 3. Formao docente UERN. 4. Programa Institucional de Bolsa de Iniciao Docncia. I. Carvalho, Ana Maria de. II. Soares, Jlio Ribeiro. III. Batista, Maria do Socorro da Silva. IV. Barbosa, Slvia Maria Costa Barbosa. III. Ttulo.

    UERN/BC CDD 378.007

    Organizao Ana Maria de Carvalho Jlio Ribeiro Soares Maria do Socorro da Silva Batista Silvia Maria Costa Barbosa Capa, projeto grfico, editorao eletrnica e diagramao Mrio Srgio Leite; Ana Maria de Carvalho. Reviso Os textos aqui apresentados foram os selecionados pela comisso cientfica que integrou o II Encontro PIBID/UERN. Cada autor foi responsvel pela reviso de seu prprio texto e por ele responde por quaisquer questes e/ou atos que venham a ser levantados.

    Catalogao da Publicao na Fonte.

    Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

    Reitor

    Prof. Milton Marques de Medeiros

    Vice-Reitor

    Prof. Acio Cndido de Souza

    Pr-Reitor de Pesquisa e Ps-Graduao

    Prof. Wogelsanger Oliveira Pereira

    Comisso Editorial do Programa Edies UERN:

    Prof. Wogelsanger Oliveira Pereira

    Profa. Marclia Luzia Gomes da Costa (Editora Chefe)

    Prof. Eduardo Jos Guerra Seabra

    Prof. Humberto Jefferson de Medeiros

    Prof. Srgio Alexandre de Morais Braga Jnior

    Profa. Lcia Helena Medeiros da Cunha Tavares

    Prof. Bergson da Cunha Rodrigues

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    SUMRIO

    APRESENTAO 08

    I - CONCEPES DE ENSINO E APRENDIZAGEM 09

    A LITERATURA DE CORDEL COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO DE

    HISTRIA E HISTRIA INDGENA

    10

    Aldione Francisco da Silva

    A UTILIZAO DE AULAS PRTICAS COMO MTODO DE ENSINO APRENDIZAGEM

    15

    Tiago Caminha de Lima, Maria Tereza de Alencar

    ANLISE DOS CONHECIMENTOS PRVIOS DOS ALUNOS SOBRE

    METABOLISMO CELULAR

    25

    Arnaldo Ferreira da Costa, Andr Lenidas da Silva Rodrigues, Dijenaide Chaves de Castro

    ATIVIDADES LDICAS E A MOTIVAO NAS AULAS DE E/LE: UMA

    EXPERINCIA DO PIBID

    32

    Joseilson Jales Alves, Maria Janicleide de Freitas, Ivoneide Aires Alves do Rego

    CONHECE-TE A TI MESMO: A ESCOLHA PELA PROFISSO DOCENTE DOS

    ALUNOS(AS)-BOLSISTAS DO PIBID/PEDAGOGIA/CAMEAM/ UERN

    41

    Jhonnys Ferreira do Nascimento, Maria da Conceio Matias, Dbora Maria do Nascimento

    CONHECIMENTOS PRVIOS: UMA ABORDAGEM E EXEMPLO A SER

    SEGUIDO

    52

    Francisca Jssica Teixeira da Silva, Gesa Maria da Cruz, Giany Paiva Pedrosa, Anairam de

    Medeiros e Silva

    ENSINO PBLICO: INSTRUMENTOS E CRITRIOS PARA AVALIAO DA

    HABILIDADE ORAL DE ESPANHOL

    59

    Beatriz Fernandes da Costa, Josenildo Fernandes Sobrinho, Silas Soares da Silva, Maria Solange de

    Farias

    EL USO DEL TEXTO LITERRIO EN EL MANUAL SNTESIS 1: UNA

    PERSPECTIVA SEMITICA

    70

    Solange Maria de Farias, Josirranny Priscilla da Silva, Samira Luara Gis Arajo

    FEIRA DE CINCIAS: INCENTIVANDO O PENSAMENTO CIENTFICO DE

    ALUNOS DO ENSINO MDIO DE UNA MG

    81

    Franciele Caetano Vasconcelos, Ana Luiza Litz Passos, Cla Mrcia Pereira Cmara

    FORMAO DE PROFESSORES: UMA EXPERINCIA A PARTIR DO

    PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAO DOCNCIA

    88

    Eleni de Andrade Leite, Rafaella Pereira Chagas, Dbora Maria do Nascimento

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    IMPLANTAO DO ENSINO DE ESPANHOL NAS ESCOLAS PBLICAS DE

    MOSSOR: DESAFIOS E CONQUISTAS

    99

    Naftali Naalai de Lima Souza, Oscarina Caldas Vieira, Karine Menezes Ribeiro, Maria Solange de

    Farias

    LA IMPORTANCIA DE LA PRAGMTICA EN LA ENSEANZA DE LENGUAS 109 Emanuela Azevedo Costa, Pedro Adrio

    LEVANTAMENTO DE CONHECIMENTOS PRVIOS DE ESTUDANTES DE

    ENSINO MDIO SOBRE METABOLISMO E MORFOLOGIA VEGETAL

    121

    Andr Luiz Braga Silva, Rita Maria da Silva Lima, Dijenaide Chaves de Castro, Anairam Medeiros

    e Silva, Priscilla Kelly da Silva Barros

    MTODOS DE RESOLUO DE PROBLEMAS 129 Eli Erisson Pereira Antunes, Farlei Ferreira Silva, Wilian Ferreira Rocha, Rosivaldo Antonio

    Gonalves

    O PROJETO POLTICO PEDAGGICO E OS PARMETROS CURRICULARES

    NACIONAIS COMO DOCUMENTOS NORTEADORES DO PLANEJAMENTO

    ESCOLAR

    135

    Lais Francielly Garcia do Nascimento, Las Klennaide Galvo da Silva, Maria Luzia Carlos da

    Silva, Maria Solange de Farias

    O USO DO GNERO LITERRIO NAS AULAS DE ESPANHOL DAS ESCOLAS

    PBLICAS DE MOSSOR: ANLISE DO MANUAL ENLACES

    147

    Rozilene Ferreira da Costa, Thayn Celina Rodrigues, Ana Paula Alves Ferreira, Maria Solange de

    Farias

    PERCEPES NOS PARMETROS MUSICAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL I:

    PROPOSTA MUSICAL VIVENCIADA NO PIBID MSICA UFRN 158

    Joalisson Jonathan Oliveira Diniz, Orientador: Prof. Dr. Danilo Guanais

    PIBID: CONTRIBUIES DA FORMAO DOCENTE PARA A PRTICA

    PEDAGGICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

    165

    Kely Barcelos de Oliveira, Giselly de Castro Ramos, Mnia Maristane Neves Silveira Maia

    PROPUESTA DIDACTICA: El GNERO CUENTO PARA EL DESARROLLO DE

    LAS HABILIDADES LINGUSTICAS EN CLASE DE ELE

    175

    Emanuela Azevedo Costa, Maria Evnia Pinheiro de Albuquerque, Yanskara Roberta de

    Medeiros, Maria Solange de Faras

    RELATOS DE EXPERINCIAS VIVENCIADAS E ADQUIRIDAS DURANTE AS

    ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PIBID/UERN

    186

    Maria Emurielly Nunes Almeida, Antnia Karolina Bento Pereira, Cryslene Dayane Bezerra da

    Silva, Edilene Rodrigues Barbosa

    TRABALHANDO GEOMETRIA E RESOLUES DE PROBLEMAS 196 Ana Flvia Pereira de Souza, Anny Christine Vieira Lima, Gislaine Beatriz Teixeira Santos,

    Romulo Barbosa Veloso

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    II - DIVERSIDADE E INCLUSO SOCIAL NA EDUCAO BSICA 206

    AS METODOLOGIAS ATUAIS DE ENSINO DE GEOGRAFIA NA

    MODALIDADE DA EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS

    207

    Ana Paula Souza, Maria Adriana de Souza Lins, Maria Aparecida Monteiro da Silva, Luiz Eduardo

    do Nascimento Neto

    EDUCAO MUSICAL E DEFICINCIA AUDITIVA: UM ENCONTRO

    POSSVEL? RELATO DE EXPERINCIA DO PIBID MSICA/UFRN

    215

    Aline Regina da Silva, Amlia de Jesus, Catarina Aracelle Porto

    INCLUSO DAS PESSOAS COM DEFICINCIA NAS AULAS DE EDUCAO

    FSICA NA ESCOLA DR. JOSE FERNANDES DE MELO

    224

    Maria Solange de Frana, Darphany Alexandre Ramalho, Antonio Gracione Macena Morais, Maria

    Ione da Silva

    III - SABERES E PRODUO DE CONHECIMENTO NA ESCOLA 234

    A POLTICA DE FORMAO E TRABALHO DOCENTE NO BRASIL 235 Profa. Dra. Nilza Maria Cury Queiroz

    O PIBID NA FORMAO DE PROFESSORES: MODOS DE INTERVENO NA

    REALIDADE ESCOLAR E A CONSTITUIO DE NOVOS SENTIDOS DA

    DOCNCIA

    249

    Profa. Me. Eliana de Sousa Alencar Marques

    O PROCESSO DE FORMAO DE PROFESSORES NO CONTEXTO DAS

    POLTICAS PBLICAS

    259

    Slvia Maria Costa Barbosa, Ana Maria de Carvalho

    A CONSTRUO DO CONHECIMENTO ATRAVS DA CRIAO DE

    MATERIAL DIDTICO-PEDAGGICO: UMA AO PARTICIPATIVA

    264

    Evandro Nogueira de Oliveira, Francisco Alves de Alencar, Lindonjhmson Ferreira da Silva, Maria

    Ione da Silva

    A IMPORTNCIA DO PIBID PARA A FORMAO DOS ESTUDANTES DE

    LICENCIATURA

    274

    Seliane de Oliveira Pascoal, Jlio Ribeiro Soares

    AS CONTRIBUIES DO ESTGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO NA

    FORMAO PROFISSIONAL DO PROFESSOR

    283

    Cla Mrcia Pereira Cmara

    CURRCULO E PRTICA DOCENTE NO ENSINO DE GEOGRAFIA DO RN 298

    Otoniel Fernandes da Silva Junior, Maria Jos Costa Fernandes

    PIBID: APLICAO E ANLISE DO SEMINRIO SOBRE TRATAMENTO DE

    RESDUOS QUMICOS NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR ABEL FREIRE

    COELHO

    307

    Clarissa Grazianne Barbosa Fernandes, Roseana da Silva Bezerra, Paula Havanna Alves de Morais,

    Vasco de Lima Pinto

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    PIBID E ENSINO DE GEOGRAFIA: TECENDO SABERES, CONSTRUINDO

    PRTICAS

    312

    Miqueias Virginio da Silva, Milton Thiago Gomes Barroso, Adlany Fontes Oliveira, Luiz Eduardo

    do Nascimento Neto

    POR ONDE ANDAM? UM ESTUDO SOBRE AS ABORDAGENS PEDAGGICAS

    DA EDUCAO FSICA NO PIBID/CEF/CAMEAM

    323

    Fernanda de Oliveira Silva, Francisco Anderson Dias de Freitas, Francisco Hugo Borges, Maria

    Ione da Silva

    PRTICAS PEDAGGICAS DESENVOLVIDAS POR BOLSISTAS DO PIBID NO

    5 ANO

    332

    Ranuze Maria da Silva Gomes, Thamyres Ramos de Andrade, Isabel Cristina da Silva Fontineles

    PROJETO DE EDUCAO FSICA CULTURA CORPORAL: A BUSCA DO CORPO PERFEITO PELA SADE

    340

    Fernando Florncio Da Costa, Otto Jos Pereira, Regina Sheelly Da Silva Paiva, Maria Ione Silva

    UMA VISO DO ALUNO NUMA EXPERINCIA DOCENTE 347 Valderi Idalino da Silva, Luiz Eduardo do Nascimento

    UTILIZAO DE MODELOS DIDTICOS DE CAULES COMO ARTICULADOR

    DO ENSINO DE BOTNICA NO ENSINO MDIO

    357

    Diego Jairon Lopes Paulino, Gssica Gabriela Freire do Rgo, Andra Bezerra dos Santos

    IV - LINGUAGENS, CULTURA E ARTE 364

    A GUERRA FRIA EM HISTRIA EM QUADRINHOS 365 Patrcia Tmara da Silva, Kelly kalla Aires de Almeida, Tas Cristina Nunes Pereira Gurgel, Me.

    Luiz Eduardo do Nascimento Neto

    A LITERATURA DE CORDEL: CONSTANDO AS HISTRIAS DO SERTO

    NORDESTINO

    372

    Antonio Marcos Ferreira da Costa

    ANLISE DAS PROPOSTAS DE ATIVIDADE SOBRE VARIAO

    LINGUSTICA NO LIVRO DIDTICO DE LNGUA PORTUGUESA

    380

    Reginaldo Fernandes da Costa, Sueilton Junior Braz de Lima, Maria Santana Soares de Andrade,

    Maria Clivoneide de Freitas Freire

    AS CHARGES: LINGUAGEM ALTERNATIVA NO ENSINO DA GEOGRAFIA 389 Francisco de Assis Fernandes Lima, Jos Washington Gonalves Pereira, Luiz Eduardo do

    Nascimento Neto

    AS PRTICAS DE LINGUAGEM NA ESCOLA: IMPLICAES NO ENSINO DE

    LNGUA PORTUGUESA

    396

    Manoel Guilherme de Freitas, Josefa Christiane Mendes Martins, Antonia Cludia de Lucena

    Freitas, Francisco Elieudes Fernandes de Queiroz

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    O TEATRO NA ESCOLA: UM CAMINHO PARA A EDUCAO 405 Cristiana Abrantes Sarmento, Maria Bonfim Gonalves, Maria Ismelry Diniz, Sidileide Batalha do

    Rgo

    RITMO NO ENSINO FUNDAMENTAL I: UMA PROPOSTA MUSICAL A

    PARTIR DA VIVNCIA NO PIBID MSICA UFRN 413

    Luciano Luan Gomes Paiva, Orientador: Prof. Dr. Danilo Guanais

  • 8

    Apresentao

    Esta publicao destaca a produo acadmica do PIBID no cenrio da

    formao inicial dos alunos-bolsistas das diversas licenciaturas, como tambm dos

    professores-supervisores das escolas parceiras e de todos que compe o quadro de

    professores ligado ao Programa.

    Em trs anos de desenvolvimento do PIBID/UERN houve uma ampliao

    significativa dos subprojetos. Com essa ampliao no binmio de 2011/2012 temos

    20 subprojetos nas diversas licenciaturas, totalizando 393 bolsistas, o que tem nos

    garantido o maior PIBID do Rio Grande do Norte. relevante a poltica de

    formao inicial dos futuros professores que vem sendo mediada e financiada pela

    CAPES, tendo em vista a produo acadmica na rea de ensino.

    O II Encontro do PIBID/UERN veio ampliar e socializar as experincias

    desenvolvidas, tais como: estudos, oficinas pedaggicas no mbito das escolas

    parceira. Nessa perspectiva, o livro POLTICA DE FORMAO DOCENTEE

    INTERVENO NA REALIDADE ESCOLAR vem propiciar temticas

    condizentes com as reas das diversas licenciaturas, tendo como eixo comum a

    articulao da produo, a formao e o trabalho docente. Assim, temos neste E-

    BOOK quatro eixos temticos como: concepes de ensino e aprendizagem;

    diversidade e incluso social na educao bsica; saberes e produo de

    conhecimento na escola; linguagens, cultura e arte.

    Assim sendo, vale destacar os trabalhos de outras universidades onde o

    Programa vem sendo gestado. Isso possibilitou a rica oportunidade de teorizao da

    realidade, fato esse que se materializou nos diversos grupos temticos do referido

    encontro e que hoje apresentamos nesta edio.

    Slvia Maria Costa Barbosa

    (Coordenadora de rea de Gesto de Processos Educacionais do PIBID/UERN)

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    9

    I - CONCEPES DE

    ENSINO E APRENDIZAGEM

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    10

    A LITERATURA DE CORDEL COMO FERRAMENTA PARA O

    ENSINO DE HISTRIA E HISTRIA INDGENA

    Aldione Francisco da Silva

    Resumo

    O referente artigo a literatura de cordel como ferramenta para o ensino de histria e histria

    indgena, tem como objetivo utilizar a Literatura de Cordel como ferramenta pedaggica para

    o ensino de histria. Por isso, a proposta desse trabalho proporcionar um mtodo de ensino

    para os profissionais da rea de educao que tenham interesse no tema e ainda em fazer

    cumprir a Lei N 11.645|08 que tornou obrigatrio a incluso do estudo da histria indgena

    no Currculo Escolar em escolas pblicas e privadas, principalmente nas disciplinas de

    Histria, Geografia e Literatura. Para isso, sero apresentados cordis que retratem um pouco

    da histria do ndio, que proporcionaram uma maior discusso em relao ao tema. Logo,

    possvel constatar que essa temtica pode-se se fazer presente em sala de aula, e que histrias

    retratadas pelas poesias possibilitam discusses e reflexo sobre a histria indgena. Vale

    destacar ainda que, a lei n 11645\08 que representou um avano no que diz respeito

    valorizao do ndio no nosso pas, no cabe somente ao professor, por isso tambm podemos

    fiscalizar e constatar se realmente os rgos responsveis est cumprindo com suas

    obrigaes.

    Palavras-Chave: Literatura de cordel. Histria indgena. Lei n 11645\08.

    Introduo

    A Literatura de Cordel surge na Europa durante a Idade Mdia, numa poca que

    no existia televiso, cinema, teatro, entre outros meios de comunicao. Por isso, essa poesia

    popular era uma forma de diverso para as pessoas daquela poca, que durante as feiras livres,

    em meio multido, eram apresentadas Cordis, muitas vezes, acompanhados pelo som de

    uma viola que se apresentavam as lendas, as aventuras, as culturas de determinada regio,

    chegando a ser considerada como um veculo de comunicao. Vale ressaltar, que o nome se

    deu em decorrncia da forma de sua comercializao, onde essas folhas (folhetos) eram

    penduradas em cordes que l eram chamados de Cordis.

    Essa poesia popular chegou ao Brasil trazida pelos portugueses no incio da

    colonizao, mas espalhou-se principalmente na regio nordeste, especificamente nos estados

    de Pernambuco, Paraba, Rio Grande do Norte e Cear. E s ganharam caractersticas de

    nosso povo durante o sculo XIX.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    11

    Abrangendo uma diversidade de assuntos, faz da Literatura de Cordel um grande

    contedo didtico e educativo. Essas poesias podem ser utilizadas como instrumentos

    paradidticos, onde ir propor uma maior facilidade na transmisso de contedos e no

    processo de aprendizagem.

    Esse trabalho esta dividido em dois tpicos, a Lei N 11.645|08 e como utiliz-la

    em sala de aula e literatura de cordel e histria indgena, onde sero utilizados Cordis para

    essa apresentao e por fim as consideraes finais.

    1 A Lei N 11.645|08 e como utiliz-la em sala de aula

    A Lei N 11.645|08 determina a incluso da histria indgena no Brasil, nos

    estabelecimentos de ensino fundamental e mdio, pblicos ou privados.

    Esses contedos podem ser ministrados em todo currculo escolar, mais

    especialmente nas disciplinas histria, geografia e literatura.

    No entanto, deve-se ter bastante cuidado com relao histria indgena e como

    passar esse conhecimento para os alunos, pois, existe bastante documentao colonial

    tradicional que apresenta o ndio a parti do olhar europeu-extico. Alm disso, o livro

    didtico, um grande instrumento que se tem na educao bsica, na maioria das vezes,

    apresenta os ndios ainda com caractersticas dos do ano de 1.500. Logo, tem se notado que

    aps a implementao da lei, os livros didticos da atualidade tm trazido informaes sobre

    o ndio dos dias de hoje.

    Por isso, tendo em mos outros instrumentos como: revistas, jornais, entre outros,

    o professor ter a possibilidade de passar para os alunos os preconceitos que ainda existe em

    relao ao ndio e assim tentar acabar com isso, onde, a cultura o meio que possibilita

    analisar esse processo de mudanas. Assim, podemos fazer comparaes entre o ndio do ano

    1.500 e o dos dias atuais.

    2 Literatura de cordel e histria indgena

    Ao fazer uso de determinados instrumentos, o professor deve ter bastante cuidado

    para que o contedo seja passado da melhor maneira possvel. Por isso, ao utilizar a Literatura

    de Cordel, o professor deve propor aos alunos reflexes a cerca do Cordel.

    Neste artigo, foram apresentados trs Cordis: hostilidade- Tas de Oliveira

    Arajo, indiozinho- Narclio Lima de Assis, filhos do Brasil- Tatiane da Silva Santos.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    12

    As poesias escolhidas retratam um pouco da histria indgena, onde mostra a

    forma como eles receberam os europeus (conquistadores), como ficou essas localidades aps

    a conquista e a grande quantidade que existia de ndio naquele perodo e o que restou deles.

    Nos prximos tpicos, sero apresentados esses Cordis separadamente, mostrando como

    utiliz-los em sala de aula.

    2.1 A Recepo indgena

    Hostilidade

    O ndio do litoral sem nenhuma inimizade.

    Recebeu o europeu sem m vontade.

    Mostrou tudo com disposio, mas o que recebeu foi traio.

    O ndio inocente confiou tanto que ajudou o branco a sobreviver.

    Por isso perdeu suas terras que at seus costumes teve que esquecer.

    Tudo o ndio vez para tentar ajudar, mas o branco capitalista como

    sempre s queria enricar.

    O ndio sofreu, o ndio chorou por ver sua terra chorando de dor.

    rvores no cho, rio sem vida.

    Tudo isso sendo morto por causa de briga.

    Os arcos e flechas jogados no cho, ndios mortos dentro da mata por

    causa da minerao.

    Garimpeiros invadem suas matas, que roubam sua tradio.

    Que matam porque e sem razo.

    E j se passaram quase quinhentos anos do descobrimento hostil.

    Mas ainda hoje preconceito contra ndios h no Brasil

    (Tas de Oliveira Arajo).

    O professor poder propor aos alunos uma discusso em relao ao encontro entre indgenas e

    europeus e, os confrontos que existiram entre eles.

    2.2 As perdas dos indgenas

    Indiozinho

    Indiozinho nu na mata.

    Arco e flecha em sua mo

    Foi caar seu alimento

    Indiozinho brincalho.

    Indiozinho to valente

    Foi na vida se embrenhar

    Curioso esse menino

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    13

    Indiozinho a brincar

    Indiozinho ficou triste

    Quando viu tudo queimado

    Sua tribo sentiu fome

    Viu o ndio desolado.

    (Marclio Lima de Assis).

    O professor poder propor uma discusso sobre as devastaes ocorridas durante

    e aps a colonizao.

    2.3 Como eram os ndios e o que hoje

    Filhos do Brasil

    Eles j foram milhes

    Os donos do cho brasileiro

    Sem lutar, sem morte, sem medo

    De um mundo com exploraes.

    Hoje restou histria

    E a preservao da cultura

    Danas, comidas, pinturas

    De um povo que anseia a vitria

    No meio do descobrimento Na rota de uma viajem

    A vista de muita coragem

    Sem ter mais de conhecimento

    A tribo, a canoa, a oca

    O arco, a flecha, o coc

    Tacape, brinco, mo

    E o gosto da mandioca.

    A fora de uma tradio

    Que vive para os animais

    Perdeu o direito de paz

    Pois no civilizao (Tatiane da Silva Santos).

    O professor poder fazer uma discusso junto com os alunos em relao as

    grandes comunidades indgenas que existiam no ano de 1.500, e as condies das poucas

    tribos existentes na atualidade.

    3 Consideraes finais

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    14

    Este artigo props aliar a literatura de cordel histria indgena, com isso, foi

    possvel constatar que esta temtica pode se fazer presente em sala de aula, e que as histrias

    retratadas pelas poesias possibilitam discusses e reflexes acerca da histria indgena.

    Vale ressaltar, que a Lei n 11645/08 no dever s do professor, por isso, cabe a

    ns fiscalizar que os rgo responsveis esto realmente cumprindo com suas obrigaes.

    Referncias

    CAVALCANTE, Thiago Leandro Viana. Etino-histria e histria indgena: questes sobre

    conceitos, mtodos e relevncia da pesquisa. Histria (So Paulo) v. 30, n.1, p. 349-371,

    jan/jun 2011 ISSN 1980-4369 2011.

    ABLC Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Disponvel em: Acesso em: 29 de setembro de 2012.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    15

    A UTILIZAO DE AULAS PRTICAS COMO MTODO DE ENSINO/

    APRENDIZAGEM

    Tiago Caminha de Lima

    1

    Maria Tereza de Alencar2

    Resumo

    A utilizao de mtodos de ensino diversificados atualmente um diferencial bastante

    consistente no auxlio da aprendizagem do aluno, tendo em vista a necessidade de utilizar

    diferentes metodologias para contribuir com a melhor compreenso dos estudos realizados em

    sala e em seu dia a dia. O presente trabalho faz uma abordagem sobre o desenvolvimento de

    aulas prticas como forma de dinamizar o processo de ensino-aprendizagem em sala de aula

    com os alunos do 7 ano da Unidade Escolar Santa Ins, localizada na zona Sudeste da cidade

    de Teresina Piau. O objetivo geral relatar a experincia dos pibidianos do curso de Geografia na busca e realizao de aulas prticas para melhor compreenso dos contedos

    abordados em sala de aula.Para conhecer a problemtica da escola realizamos diagnstico

    com os alunos da instituio de ensino, atravs da aplicao de questionrios

    semiestruturados.Com a anlise dos resultados obtidos percebemos que os educandos no

    estavam motivados nas aulas de Geografia. Desta forma, visando ampliao dos

    conhecimentos produzidos em sala de aula, propusemos metodologias diferenciadas, tais

    como: construo de maquetes, exibio de vdeos, elaborao de cartazes, edificao de

    instrumentos de pesquisa e exposio dos materiais produzidos em uma feira do

    conhecimento geogrfico. Os resultados alcanados, em sua maioria foram satisfatrios, pois

    percebemos uma melhor compreenso dos assuntos ministrados, somado motivao dos

    alunos durante as aulas de Geografia.

    Palavras-chave: Ensino. Geografia. Aulas Prticas. PIBID.

    Introduo

    O emprego de tcnicas diversificadas de ensino atualmente um diferencial

    consistente no auxlio da aprendizagem do aluno dentro e fora da sala de aula. Tendo em vista

    que fundamental a necessidade de utilizar metodologias inovadoras para contribuir com uma

    melhor compreenso e motivao dos estudos realizados na escola.

    Giovanni (2007, p. 44) afirma que a Geografia talvez seja a disciplina que mais

    trabalha com prticas interdisciplinares, percorrendo um leque de possibilidades na rea da

    1 Discente do 7 bloco do curso de Licenciatura Plena em Geografia da Universidade Estadual do Piau - UESPI

    e bolsista do Programa Institucional de Iniciao Docncia PIBID Subprojeto Geografia. E-mail: [email protected]. 2 Professora Doutora em Geografia da Universidade Estadual do Piau UESPI, orientadora do trabalho e

    Coordenadora do Subprojeto/Geografia PIBID. E-mail: [email protected].

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    16

    educao. No mundo globalizado, no h como evitar a recorrncia aos conceitos bsicos da

    Geografia para entendermos o mundo e as sociedades.

    Por meio dos estudos realizados em sala e com incremento das aulas prticas o

    alunado percebe expressivamente o papel da Geografia, sabendo estabelecer os conceitos

    bsicos geogrficos, desde o seu lugar, espao, territrio e regio. Dessa forma, percebemos a

    relevncia deste trabalho. Kaercher (2002, p. 225/226) afirma que se ajudarmos nossos

    alunos a perceberem que a Geografia trabalha com as materializaes das prticas sociais,

    estaremos colocando-a no seu cotidiano.

    Assim sendo, desenvolveu-se esse trabalho com alunos do 7 ano da Unidade

    Escolar Santa Ins, localizada na zona Sudeste da cidade Teresina Piau, com o objetivo de

    relatar a experincia dos pibidianos de Geografia na busca e realizao de aulas prticas para

    o melhor desenvolvimento dos contedos abordados em sala de aula, visando ampliao dos

    conhecimentos produzidos em classe.

    Para o incio do trabalho realizou-se pesquisa bibliogrfica que consiste na formao

    terica para o desenvolvimento das aulas prticas. Logo aps, efetivou-se a pesquisa de

    campo, que consistiu na aplicao de questionrios com os alunos do 7 ano da referida

    escola.

    O presente artigo est dividido em introduo, desenvolvimento e concluso. O

    desenvolvimento est dividido em duas partes: na primeira, realizou-se uma anlise sobre as

    questes propostas na avaliao diagnstica e na segunda faz-se um relato sobre as atividades

    proposta pelos pibidianos e sua contribuio para o ensino-aprendizagem do aluno.

    Avaliao diagnstica dos educandos

    O Programa Institucional de Iniciao Docncia PIBID, subprojeto Geografia,

    possui nos seus objetivos a insero de futuros professores na sua rea de atuao, podendo

    assim intervir nas escolas juntamente com os professores, colocando em prtica metodologias

    diversificadas de ensino em sala de aula.

    Para o incio das atividades em sala de aula realizou-se primeiramente uma avaliao

    diagnstica, com o objetivo de saber as dificuldades, interesses, melhorias dos alunos e como

    est seu desenvolvimento no estudo da Geografia.Como afirma Filho(2012, p. 06), a

    avaliao diagnstica possibilita o conhecimento de cada um, da sua posio em relao

    classe, estabelecendo uma base para atividades de ensino-aprendizagem.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    17

    A avaliao foi composta de seis perguntas: duas relacionadas aos dados pessoais

    como idade e bairro onde reside o aluno e quatro sobre a disciplina Geografia, em

    conformidade com os grficos 1 a 4. Utilizou-se a amostragem de vinte e quatro alunos na

    realizao da avaliao, onde cada aluno exps sua opinio sobre a disciplina.

    No grfico1 est o resultado referente terceira pergunta: O que voc acha da

    disciplina Geografia?, verificou-se a partir da tabulao dos dados respostas bastante

    objetivas. Oito alunos consideraram a disciplina legal, nove alunos avaliaram como muito

    boa, trs consideraram a disciplina interessante. Apenas um aluno classificou a matria como

    divertida. Uma pequena minoria, trs alunos, declararam no gostar da disciplina.

    Grfico 1 Opinio sobre a disciplina Geografia

    Fonte: LIMA, T.C., 2012.

    No grfico 2, foi exposto a resposta da seguinte pergunta: Qual a sua opinio sobre

    a maneira que o professor repassa os assuntos em sala de aula?.

    Nas respostas, observou-se que nove alunos achavam a aula boa, trs tima e dois

    gostavam bastante. Cinco alunos apontaram que o professor repassava os contedos muito

    rapidamente e quatro comentaram ser regular o modo de transmisso dos assuntos.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    18

    Grfico 2 - Opinio sobre a maneira que o professor repassa os assuntos em sala de aula

    Fonte: LIMA, T.C., 2012.

    No grfico 3foi exposto a resposta a seguinte pergunta: O que poderia ser melhorado

    nas aulas de Geografia?. Observou-se as seguintes respostas: sete alunos sugeriram a

    realizao de atividades diferenciadas. Outra sugesto foi sobre a melhoria da explicao do

    contedo, exposta por sete alunos. Trs outros alunos questionaram sobre o comportamento

    dos discentes em sala e trs comentaram sobre a necessidade de correo das atividades em

    classe.

    Dois alunos sugeriram ser necessrio a ampliar o tempo de aula visando uma melhor

    explorao do contedo.Em relao organizao da sala, apenas um aluno colocou seu

    posicionamento, e enfatizou a questo da indisciplina dos alunos e a falta de ordem na sala,

    pois os alunos encontravam-se dispersos na classe.

    Grfico 3 - O que poderia ser melhorado nas aulas de Geografia

    Fonte: LIMA, T.C., 2012.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    19

    No grfico 4, apresentamos as respostas a seguinte pergunta: Quais os instrumentos

    voc gostaria que fossem utilizados em sala de aula?.

    Nesse questionamento, foi inserindo algumas alternativas em que os alunos poderiam

    escolher de uma a cinco opes (Revistas e Jornais/Msicas/Jogos/Vdeos/Charges e

    Quadrinhos) sobre quais destes instrumentos deveriam ser utilizados em sala de aula.

    Grfico 4 -Instrumentos que o aluno gostaria que fosse utilizados em sala de aula

    Fonte: LIMA, T.C., 2012.

    Na apresentao dos resultados foi percebido que dezesseis alunos assinalaram a

    opo jogos. Catorze alunos marcaram a necessidade de trazer vdeos para a sala de aula. Em

    relao msica, doze alunos gostariam como ferramenta de ensino. Apenas dois alunos

    optaram pelas revistas e jornais e a mesma quantidade de alunos escolheram charges e

    quadrinhos.

    Prticas de ensino em sala de aula

    A primeira atividade possua como contedo a Agricultura e a Pecuria, solicitou-se

    uma pesquisa sobre as prticas agrcolas e pecurias do estado do Piau,porque existe a

    necessidade de o alunado conhecer melhor o prprio estado e a partir desse um melhor

    conhecimento sobre os aspectos agropecurios do mundo, como afirma Perez (2001, p. 107):

    Ler o mundo ler o espao. Ler o mundo aprender a linguagem do mundo,

    traduzindo-o e representando-o: a percepo do espao e sua representao

    um processo de mltiplas operaes mentais que se desenvolve a partir da

    compreenso simblica do mundo e das relaes espaciais topolgicas

    locais.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    20

    Assim percebeu-se a necessidade de um estudo partindo do local para o global, para

    que o aluno compreenda melhor o espao que vive e as transformaes que ocorrem no

    mesmo.

    A segunda atividade abordada em sala foi sobre o processo de Urbanizao, foi

    exposto em classe os fatores que levam a urbanizao, consequncias da mesma e a

    importncia do processo de urbanizao no Brasil.A partir da aula terica pediu-se aos alunos

    que formassem grupos e que elaborassem cartazes sobre os principais problemas urbanos da

    sua cidade. Fotos 1 e 2. Como afirma Villaa, (2003, p. 29):

    A cidade brasileira hoje o pas. O Brasil est estampado nas suas cidades.

    Sendo o pas, elas so a sntese das potencialidades, dos avanos e tambm

    dos problemas do pas. Vamos falar dos problemas. Nossas cidades so hoje

    olocus da injustia social e da excluso brasileiras. Nelas esto a

    marginalidade, a violncia, a baixa escolaridade, o precrio atendimento

    sade, as ms condies de habitao e transporte e o meio ambiente

    degradado. Essa a nova face da urbanizao brasileira.

    Compreender o processo de urbanizao de sua cidade de fundamental importncia

    para conhecer os fatores positivos e negativos que as cidades possuem, sendo que os fatores

    negativos, como violncia, favelizao, poluio esto bastante evidente no espao urbano

    local e global.

    Foto 1 Apresentao dos cartazes Foto 2 Cartazes elaborados

    Fonte: LIMA,2012 Fonte: LIMA, 2012.

    Ao dar continuidade aos estudos sobre o espao urbano exibimos em sala de aula

    vdeos retratando os problemas urbanos encontrados nas principais cidades do mundo, como

    exemplo: Cidade do Mxico, Tquio, Mumbai e So Paulo; e como essas cidades procuram

    diminuir esses problemas.O estudo do campo e da cidade de fundamental relevncia para a

    compreenso de diversos fatores polticos, sociais, econmicos e culturais, assim confirma

    Spsito (2006, p. 122), em que:

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    21

    A unidade espacial urbana, como marca das cidades, no decorrer do longo

    processo de urbanizao, cedeu lugar ao binmio urbano/rural resultado,

    tambm, da incapacidade, no perodo atual, de distinguir onde acaba a

    cidade e comea o campo. As formas confundem-se porque as relaes se

    intensificam, e os limites entre esses dois espaos tornam-se imprecisos.

    Com o estudo do espao rural e espao urbano pode-se unificar o contedo e retratar a

    importncia de um para o outro. A partir dos conhecimentos tericos e prticos realizados em

    sala de aula pediu-se aos alunos que construssem maquetes retratando o Campo e a Cidade

    sob o ponto de vista deles. Fotos 3 e 4. Percebeu-se um excelente desenvolvimento dos

    grupos na construo das maquetes, mas verificou-se o baixo desempenho em relao ao

    trabalho entre os grupos, no existindo um cooperativismo, prevalecendo o individualismo

    entre os grupos.

    Foto 3 Construo das maquetes Foto 4 Maquetes Espao Rural

    Fonte: LIMA,2012. Fonte: LIMA,2012.

    Na atividade seguinte realizou-se o estudo sobre o Clima, em que se abordou em sala

    os tipos de clima, sua influncia, entre outros. Sugeriu-se aos alunos a edificao de um

    anemmetro, aparelho utilizado por medir a velocidade do vento, pois o estudo do clima e

    seus agentes so de fundamental importncia para compreender os efeitos terrestres,

    completa, Ayoade (1996, p. 286), que:

    O clima talvez seja o mais importante componente do ambiente natural. Ele

    afeta os processos geomorfolgicos, os da formao dos solos e o

    crescimento e desenvolvimento das plantas. Os organismos, incluindo o

    homem, so influenciados pelo clima. As principais bases da vida para a

    humanidade, principalmente o ar, a gua, o alimento e o abrigo, esto na

    dependncia do clima. Assim, o ar que respiramos obtido da atmosfera, a

    gua que bebemos origina-se da precipitao e o nosso alimento tem sua

    origem na fotossntese - um processo que se torna possvel por causa da

    radiao, do bixido de carbono e da umidade, e todos so atributos do

    clima.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    22

    O estudo do clima se torna necessrio devido importncia do mesmo na interveno

    das atividades naturais e humanas na atmosfera, sendo que, o clima influncia diretamente na

    organizao do espao das sociedades e no seu dia a dia.

    Ao finalizar as atividades prticas foi realizada com uma feira cultural de Geografia,

    com o objetivo de divulgar a toda comunidade escolar as atividades desenvolvidas em sala.

    Essa exposio foi organizada juntamente com os alunos, pibidianos, professor supervisor e a

    coordenadora do subprojeto. O ttulo dessa feira foi construdo atravs de um sorteio onde os

    alunos desenvolveram o nome dessa exposio, intitulada de: Arte do Saber Geogrfico no

    Dia a Dia.

    Foto 5 Mural - Problemas urbanos Foto 6 Feira de Geografia

    Fonte: LIMA,2012. Fonte: LIMA,2012.

    A aplicao de atividades prticas cada vez mais necessria em todas as disciplinas,

    em virtude da necessidade do alunado poder utilizar o conhecimento apreendido na escola no

    seu cotidiano. Como afirma Freire (2000, p. 95), a construo ou a produo do

    conhecimento do objeto implica o exerccio da curiosidade, sua capacidade crtica de tomar

    distncia do objeto, de observ-lo, delimit-lo, de cindi-lo, de cercar o objeto ou fazer sua

    aproximao metdica, sua capacidade comparar, de perguntar. A importncia da incluso

    de ferramentas diferenciadas no ensino coloca em ascenso o crescimento da viso de espao

    do aluno, visto assim, ele passa a ampliar o seu senso crtico.

    A prtica do ensino de geografia, segundo, Souza (2009, p. 6) est felizmente se

    renovando, seja pelo aperfeioamento dos docentes, bem como pela prpria imposio das

    transformaes que dominam o nosso mundo e sociedade, as quais exigem que o professor

    realize um ensino mais dinmico e contextualizado.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    23

    A interveno dos pibidianos de Geografia nas escolas conveniadas de essencial

    importncia, pois possui a finalidade de contribuir para uma melhor formao dos futuros

    docentes, na construo do processo de ensino-aprendizagem dos alunos.

    Consideraes finais

    Os resultados alcanados foram positivos, percebeu-se uma melhor compreenso dos

    assuntos ministrados em sala de aula somado a utilizao de aulas prticas, como a elaborao

    de cartazes, construo de maquetes, edificao de instrumentos de pesquisa em relao ao

    clima e elaborao de uma feira do conhecimento.

    Do ponto de vista negativo percebeu-se a dificuldade em alguns alunos em trabalhar

    em cooperao. No entanto, nosso trabalho proporcionou a interao dos educandos e

    favoreceu momentos de descontrao e troca de conhecimentos entre eles, isto fez com que os

    mesmos se aproximassem e compreendessem a importncia de trabalhar em grupo.

    A realizao de atividades complementares as aulas expositivas de essencial

    importncia para mostrar de forma prtica como a Geografia est presente no dia a dia,

    permitindo que o aluno estabelea relaes sobre os contedos expostos em sala de aula,

    atravs das aulas prticas com a utilizao de maquetes, cartazes, pesquisas, feira de

    conhecimento.

    Para os pibidianos a realizao de aulas diferenciadas importante para contribuir para

    sua formao profissional, uma vez que os mesmos esto se aperfeioando na construo de

    ferramentas que contribuem positivamente no processo de ensino-aprendizagem dos alunos.

    Concluiu-se que a realizao das aulas prticas contribuiu para desenvolver e melhorar

    os estudos dos alunos em sala ampliando sua viso crtica para as questes debatidas em

    classe e no seu cotidiano, promovendo a relao entre a teoria e prtica.

    Referncias

    AYOADE, J. O. Introduo a climatologia para os trpicos. Traduo de Maria Juraci Zani

    dos Santos; reviso de Suely Bastos; coordenao editorial de AntonioChristofoletti. 4 ed.

    Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.

    CASTROGIOVANNI, AntonioCarlos; ROSSATO, Mara Suertegaray (Org.) et. al. Ensino da

    Geografia: caminhos e encantos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007.

    CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. Para entender a necessidade de prticas prazerosas no

    ensino de geografia na ps-modernidade. In: REGO, Nelson et al. Geografia: prticas

    pedaggicas para o ensino mdio. Porto Alegre: Artmed, 2007.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    24

    FILHO, Jos Amadeu da Silva. Avaliao Educacional: Sua Importncia no processo de

    Aprendizagem do Aluno.Campina Grande: REALIZE Editora, 2012.

    FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessrios prtica educativa. 15 ed.

    Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.

    KAERCHER, Nestor. Andr. Ler e escrever a geografia para dizer a sua palavra e construir o

    seu espao. In: NEVES, Iara Conceio Bitencourt;SOUZA, Jusamara Vieira;SCHAFFER,

    Neiva Otero;GUEDES, Paulo Coimbra;KLUSENER, Renita (Orgs). Ler e escrever:

    compromisso de todas as reas. 8ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007.

    PEREZ, Carmem Lcia Vidal. Leituras do mundo/leituras do espao: um dilogo entre Paulo

    Freire e Milton Santos. In. GARCIA, Regina Leite (Orgs). Novos olhares sobre a

    alfabetizao. So Paulo: Cortez, 2001. p. 101-122.

    SOUZA, Hanilton Ribeiro. O Cotidiano na Geografia, a Geografia no Cotidiano. Porto

    Alegre: ENPEG, 2009.

    SPSITO, M.E e WHITACKER, A.M. A Questo Cidade-Campo: Perspectiva a Partir da

    Cidade. In: SPSITO, M.E e WHITACKER, A.M. (Org) Cidade e Campo: Relaes e

    contradies entre urbano e rural. So Paulo: Expresso Popular, 2006.

    VILLAA, F. A recente urbanizao brasileira. In: CASTRIOTA, L. B. (Org.) Urbanizao

    Brasileira: redescobertas. Belo Horizonte.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    25

    ANLISE DOS CONHECIMENTOS PRVIOS DOS ALUNOS SOBRE

    METABOLISMO CELULAR

    Arnaldo Ferreira da Costa3

    Andr Lenidas da Silva Rodrigues4

    Dijenaide Chaves de Castro5

    Introduo

    Desde quando nascemos estamos submetidos ao processo de ensino-aprendizagem.

    Mesmo que de maneira informal, a maioria das palavras que saem da boca de um sujeito

    determina um conhecimento aprendido que esta sendo repassado para os que ouvem, seja este

    considerado verdadeiro ou no pelos especialistas. Dessa forma, para a prtica do ensino

    formal, devemos considerar relevantes os conhecimentos adquiridos pelos sujeitos durante

    toda sua vida at ali. Estes conhecimentos vm sendo alvo de muitas discusses nos dias

    atuais e recebe o nome de conhecimentos prvios.Segundo Trevisan (1991, p. 02) Esse

    conhecimento, que abrange basicamente o conhecimento de mundo, [...] armazenado na

    memria do leitor,a partir das vivncias e experincias acumuladas ao longo de sua vida.

    Todos os alunos que chegam ao ensino formal j trazem com sigo uma considervel

    carga de conhecimentos que foram aprendidos durantes suas relaes com o ambiente e os

    sujeitos que dele fazem parte. A partir disso, a escola tem o dever de auxiliar os alunos para

    que estes possam descobrir nestes conhecimentos o que so verdades ou no. Dessa forma,

    o professor tem a responsabilidade de nortear os alunos na busca e assimilao dos

    conhecimentos tomados como corretos e relevantes pelas cincias, para a formao de um

    cidado voltado as exigncias da sociedade. Para isso, os professores devem fazer um

    intercmbioentre os conhecimentos prvios dos alunos, com os conhecimentos acumulados

    pelas cincias necessrios para formao destes, ajudando para que estes possam, dessa

    forma, construir o seu prprio conhecimento. Segundo Junior (1998, p. 107) a imagem de

    que o conhecimento ativamente construdo pelo aprendiz e no apenas transmitido pelo

    3Graduando em Cincias Biolgicas (Lic.). Universidade do Estado do Rio Grande do Norte- UERN. (Campos

    Central, Mossor/RN). 4Graduando em Cincias Biolgicas (Lic.). Universidade do Estado do Rio Grande do Norte- UERN. (Campos

    Central, Mossor/RN). 5Doutora em psicobiologia. Professora supervisora - Secretaria de Estado da Educao e da Cultura do

    RN.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    26

    professor e passivamente aprendido, hoje um lugar comum no apenas entre pesquisadores,

    mas tambm no discurso de boa parte dos professores de diversas reas.

    Existe uma variao na quantidade de conhecimentos prvios entre um assunto e

    outro,cada realidade proporciona sua oportunidade para aquisio de tipos de conhecimentos

    diferentes. Ento, cada aluno vai possuir sua carga de conhecimento, de cada assunto, que

    reflete seu tipo de realidade vivida. Este um dos fatores que dificulta a ao do professor em

    conhecer cada carga de conhecimentos prvios de cada aluno, exigindo do professor

    estratgias para anlises desses conhecimentos, seja antes ou durante a prpria aula.

    O estudo da biologia no ensino mdio possuem muitos assuntos considerados de alto

    grau de dificuldade de assimilao, pois exige que os alunos aprendam nomenclaturas de

    cunho cientfico que muito caracterstica e difere muito da usual, bem como ciclos,

    esquemas, vias, conceitos, leis etc. Metabolismo celular um desses assuntos que se encaixa

    bem nessa afirmao, pois possui quase todas as dificuldades citadas anteriormente, como

    exemplo:vias metablicas (gliclise e Beta-oxidao), conceitos de metabolismo, ciclos (ciclo

    de Krebs e ciclo de Calvin) e nomenclatura cientfica (Acetil-Coenzima-A). Com isso, o

    professor precisa saber os conhecimentos prvios dos alunos sobre este assunto, para poder

    trabalhar encima das dificuldades dos mesmos. A partir dessa premissa, este trabalho visa

    investigar os conhecimentos prvios de um grupo de alunos sobre o assunto Metabolismo

    Celular com enfoque em respirao celular e fotossntese.

    Metodologia

    A pesquisa foi realizada na cidade de Mossor/RN Rio Grande do Norte (RN),

    envolvendo 19 alunos do 1 ano do ensino mdio, Centro de Educao Integrada Professor

    Eliseu Viana (CEIPEV), sendo esta uma escola pblica, durante o perodo de maro a abril.

    Foi utilizada uma abordagem de pesquisa do tipo qualitativa, que segundo Rosa

    (2013, p. 32),

    [...] O carter quantitativo ou no da pesquisa vem do uso ou no de

    ferramentas quantitativas (tipicamente ferramentas da Estatstica Inferencial)

    para anlise dos registros colhidos. Pesquisas qualitativas tm por

    caracterstica no usarem estas ferramentas, privilegiando o uso de

    ferramentas baseadas na interpretao subjetiva dos registros por parte do

    pesquisador.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    27

    Para coleta dos dados foi aplicado um questionrio com nove questes discursivas

    sobre o assunto metabolismo das clulas animal e vegetal, com enfoque em respirao e

    fotossntese. O mtodo de aplicao dos questionrios foi o face a face, sem qualquer tipo de

    auxlio aos participantes da pesquisa e a resoluo do questionrio foi realizada em um nico

    dia, por esta se tratar de anlise de conhecimento prprio.

    O critrio utilizado para anlise dos dados e classificao dos conhecimentos prvios

    dos alunos foi comparao subjetiva com a literatura vigente, que trata dos assuntos

    abordados na pesquisa.

    Resultados e discusso

    Tabela 1 Resultado e classificao dos conhecimentos prvios dos alunos participantes da pesquisa.

    QUESTES SEM

    RESPOSTA

    NENHUM POUCO RAZOVEL BOM

    1 QUESTO 2 17

    2 QUESTO 3 14 1

    3 QUESTO 1 15 3

    4 QUESTO 17 2

    5 QUESTO 4 13 1 1

    6 QUESTO 3 11 5

    7 QUESTO 4 10 3 2

    8 QUESTO 14 2 1

    9 QUESTO 8 6 4 1

    Fonte: Questionrio da pesquisa.

    Como foi possvel perceber nos resultados apresentados na tabela 1, em todas as

    questes a grande maioria dos alunos no possuam nenhum conhecimento sobre o assunto

    enfocado na pesquisa. Esse resultado confirma as expectativas levantadas sobre o quanto que

    os alunos possuam de conhecimento sobre o assunto metabolismo celular (com enfoque em

    respirao e fotossntese), pois se sabe que este contedo no to abordado no dia-a-dia,

    tanto nas mdias quanto nos dilogos informais. As questes que os alunos tiveram pouco ou

    razovel conhecimentos foram na maioria aquelas que tratavam do assunto fotossntese, que

    pode ser justificado por este ser mais citado nas mdias e tambm por ser introduzido, de

    forma superficial, anteriormente no quarto ano do fundamental um. Este foi o caso da resposta

    da ltima questo do questionrio que pedia para que o aluno fizesse um esquema

    representando o processo da fotossntese, no qual, ao menos, quatro alunos tiveram o

    conhecimento classificado como pouco e um como razovel, onde este ltimo possvel ver a

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    28

    resposta na ntegra (na imagem 1), que se comparado como esquema da fotossntese da

    imagem 2, o aluno s esqueceu de mencionar a produo de glicose.

    Imagem 1 Resposta do aluno com um esquema do processo da fotossntese.

    Fonte: Questionrio da pesquisa.

    Imagem 2 Esquema da fotossntese.

    Fonte: http://www.ciencias.seed.pr.gov.br

    Para que esta resposta pudesse classificar o conhecimento do aluno como bom, o

    mesmo teria que dar um enfoque mais bioqumico do processo, como por exemplo;

    mencionar que o CO2 fixado e posteriormente transformado em glicose e a energia

    necessria para isso fornecida pela radiao solar que excita os eltrons da clorofila que est

    presente nas folhas ou mais especificamente nos tilacides dos cloroplastos, arrancando-

    os(os eltrons arrancados da clorofila so repostos atravs da quebra da gua no ction

    hidrognio (H+) e na molcula de oxignio (O2) ) para que percorram uma cadeia de

    complexos formados por protenas at reduzir no final uma molcula aceptora de eltrons

    (NADP+), que ser utilizado na fosforilao oxidativa para produzir adenosina trifosfato

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    29

    (ATP) que a molcula energtica utilizada para fornecer energia para a maioria das reaes

    nas clulas. Esse o conhecimento que deve ser passado pelos professores de biologia na

    aplicao desse assunto para os alunos para que estes possuam um bom conhecimento sobre

    o mesmo. Com isso, percebe-se que seria quase impossvel que um aluno possua um

    conhecimento prvio classificado como bom apenas atravs de formas de ensino informal.

    J as questes relacionadas ao processo de respirao celular os alunos

    demonstraram um rendimento menor se comparado com as de fotossntese. Isso pode ser por

    que o tema respirao pouco ou no abordado nas mdias, em sries iniciais e em

    conversas informais no dia-a-dia. possvel visualizar em algumas respostas da questo um

    que perguntava a funo do oxignio no organismo, que eles no fazem a mnima ideia da

    resposta e sabem apenas que importante para vida. Alguns alunos responderam; sua funo

    para que tenhamos uma respirao melhor, e com a falta do oxignio ns no poderamos

    respirar; todos seres humanos precisa de oxignio; O ar muito importante, sem respirar

    no existe a vida,Porque se agente para de respirar por muito tempo nosso corao para. E

    para que essa resposta pudesse classificar o conhecimento do aluno sobre a mesma como

    bom, o aluno teria que responder que o oxignio tem a funo de aceptor final de eltrons

    na cadeia transportadora de eltrons. Conhecimento este, muito difcil de um aluno de 1 ano

    que nunca estudou o assunto metabolismo celular e suas vias metablicas, possuir.

    Foi possvel perceber tambm que a maioria dos alunos tinha grande dificuldade em

    interpretar a questo e no respondiam o que a mesma pedia. Foi o caso da questo trs, que

    apresentava uma questo/situao onde dizia: No ltimo dia de carnaval, Maria Luiza sentiu

    uma fraqueza no corpo seguida de tontura e foi levada para o hospital da cidade, onde foi

    diagnosticada pelo mdico com um quadro de hipoglicemia e desidratao, onde foi

    necessria a aplicao intravenosa de um soro fisiolgico contendo glicose, pois segundo o

    mdico, ela precisava se hidratar e recuperar as energias. Explique atravs do seu

    conhecimento, como esse procedimento pode ajuda-la? Algumas respostas foram as

    seguintes: ela tem que ficar em casa bebendo gua se alimentando bem e no enchendo a

    cara no meio da farra; ela tem que tomar muita vitamina para ficar boua. Estas no

    condizem com o que foi pedido na questo, evidenciando a deficincia que os alunos possuem

    em interpretao da pergunta. Outros alunos repetiam as mesmas informaes dadas na

    pergunta, talvez por no saber a resposta ou na tentativa de enrolar, como foi o caso dessas

    respostas: Para ajud-la a repor suas energias; A glicose vai ajud-la a repor sua energia.

    Informaes estas que j estavam no enunciado da questo.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    30

    Um outro fator que pode ter influenciado na pesquisa, como ponto negativo, tambm

    por contadas questes/situao do questionrio, que pode ter contribudo para aumentar o

    ndice de questes sem respostas, pois como possvel perceber na tabela 1, que a partir da

    quinta questo a mdia de questes sem resposta foi bem maior (3,8) que nas quatro

    primeiras (1,4). Isso pode ter ocorrido por conta que os alunos no esto acostumados a esse

    tipo de questo e foram se cansando ao longo do questionrio e desistindo de responder. A

    questo oito pode ter fugido a este aspecto por conta de ser de alternativa seguida de

    justificativa, no qual a maioria no justificou, mas mesmo assim foi considerada como

    questo respondida.

    Consideraes finais

    A anlise dos conhecimentos prvios dos alunos antes de abordar qualquer assunto,

    seja atravs de questionrios ou indagaes no inicio da aula, um procedimento muito

    importante para facilitar no processo de ensino aprendizagem. Atravs dessa anlise o

    professor pode se guiar, identificando os pontos fracos e fortes que os alunos possuem sobre o

    assunto que ser abordado. Dessa forma, os professores devem sempre fazer essa anlise no

    s para alcanar uma aprendizagem mais significativa, mas tambm para facilitar o prprio

    processo. H sempre diferenas entre a quantidade de conhecimentos prvios dos alunos de

    um assunto para o outro, e isso varia de acordo com o contexto social e a realidade do mesmo.

    Fica claro que os alunos sempre trazem consigo um conhecimento informal sobre o

    assunto metabolismo celular, sendo que este a grande maioria das vezes no correto, e cabe

    ao professor utilizar este para mold-lo e transform-lo em verdadeiro.

    Ficou tambm evidente que os alunos possuam grande dificuldade em interpretar as

    questes/situao, que necessita raciocnio para responder, o que pode ter levado tambm a

    que os mesmos deixassem as ltimas perguntas sem respostas. Isso pode acontecer porque os

    professores utilizam abordagens de ensino que no estimulam a reflexo e raciocnio dos

    alunos, deixando-os acomodados com abordagens que utilizam a metodologia do decoreba.

    Com isso, os professores devem buscar novas metodologias e processos de aprendizagem

    atravs da formao continuada, para que os alunos percam esse vcio do decoreba.

    Referncias

    Galeria de imagens. Sistemas Biolgicos. Disponvel em:

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    31

    .

    Acesso em: 10 de abril de 2012.

    JUNIOR, O. A. O Papel do Construtivismo na Pesquisa em Ensino de Cincias.

    Investigaes em Ensino de Cincias, v. 3(2), p. 107-120, 1998.

    ROSA, P. R. S. Uma Introduo a Pesquisa Qualitativa no Ensino de Cincias.

    Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS, Campo Grande, 2011.

    TREVISAN, E. M. C. Leitura e Conhecimento Prvio. Revista Letras, n2, Universidade

    Federal de Santa Maria UFSM, 1991.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    32

    ATIVIDADES LDICAS E A MOTIVAO NAS AULAS DE E/LE:

    UMA EXPERINCIA DO PIBID

    Joseilson Jales Alves6

    Maria Janicleide de Freitas7

    Ivoneide Aires Alves do Rego8

    Resumo

    O presente trabalho se volta para uma breve apresentao de alguns conceitos que tratam do

    uso de materiais ldicos na sala de aula de lngua estrangeira como ferramentas que

    contribuem para a melhoria das aulas e elemento motivador por parte dos alunos, assim como,

    traz uma sumaria descrio de experincias com atividades ldicas desenvolvidas em uma

    instituio campo de atuao do PIBID de Letras Lngua Espanhola no municpio de Pau dos

    Ferros/RN. Com o objetivo de aproximar o aluno universitrio da prtica docente

    desenvolvida nas escolas pblicas, o planejamento das aes didticas desenvolvidas dentro

    do PIBID juntamente com a escola campo de atuao efetivou o contato do futuro professor

    de lngua espanhola com seu ambiente de trabalho, a escola,o que contribui para a formao

    do educando de modo a averiguar na prtica, as teorias estudadas na academia. Para tanto,

    tomamos por base os conceitos tericos de Silva (2006), Teixeira (1995), Nunes (2003),

    Piaget (2003), Santics (2003), dentre outros que colaboraram para a construo dessa

    pesquisa. Como procedimentos para a construo desse trabalho, fizemos primeiramente um

    estudo terico dos conceitos que tratam de materiais ldicos, fizemos o planejamento das

    aulas juntamente com o professor supervisor, depois em conjunto aplicamos as atividades em

    sala de aula e realizamos um registro de notas das aulas trabalhadas, as quais resultaram em

    registro de experincia das aulas planejadas. Os resultados da aplicao do planejamento se

    mostraram satisfatrios por alterar o comportamento desmotivado e a participao dos alunos

    nas aulas, resultando em aulas mais produtivas e em um ensino/aprendizagem de melhor

    qualidade.

    Palavras-chave: Materiais ldicos. Ensino/aprendizagem. Motivao. Ensino de lnguas.

    Introduo

    Sabendo que o fundamental da ao pedaggica e da atuao docente promover a

    aprendizagem dos alunos, o professor reconhece a importncia de planejar formas de envolv-

    los, mobilizar seus processos de pensamento, explorar todas as dimenses e oportunidades de

    aprendizagem, fazer e refazer percursos, criar e renovar procedimentos, visando sempre seus

    alunos, os quais formam um grupo com caractersticas prprias.

    6Aluno do 8 Perodo de Letras Espanhol no CAMEAM/UERN, bolsista PIBID Lngua Espanhola na instituio

    Escola Estadual Prof Maria Edilma de Freitas. [email protected] 7Aluna do 8 Perodo de Letras Espanhol no CAMEAM/UERN, bolsista PIBID Lngua Espanhola na instituio

    Escola Estadual Prof Maria Edilma de [email protected] 8Professora supervisora PIBID Lngua Espanhola na instituio Escola Estadual Prof Maria Edilma de Freitas

    [email protected]

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    33

    Dentre essas caractersticas encontramos a desmotivao como um fator

    preponderante. fato que todo educador ir encontrar em salas de aula, um ou outro aluno

    desmotivado, assim como, turmas inteiras sem disposio para participar das aulas planejadas,

    por isso, buscar desenvolver atividades que motivem os alunos no processo de

    ensino/aprendizagem tarefa constante do trabalho pedaggico.

    O professor como um dos agentes fundamentais no ensino-aprendizagem deve

    buscar desenvolver atividades em que venha a despertar no aluno o interesse em aprender.

    Sendo assim, planejar aulas com atividades ldicas pode auxiliar na aquisio de uma lngua

    estrangeira, no caso especfico deste trabalho, o espanhol.

    Entendemos que o professor como responsvel pelo resultado no processo de ensino-

    aprendizagem de uma LE deve buscar melhorar cada vez mais suas prticas didticas de

    modo que o aluno venha a adquirir um melhor aprendizado.

    Nesse processo de ensino-aprendizagem, buscar reavaliar as prticas didticas e

    procurar novas metodologias para ensinar os contedos de qualquer disciplina uma tima

    opo. Dessa forma, compreendemos o ldico como uma ferramenta didtica facilitadora no

    processo de ensino-aprendizagem.

    O uso desse elemento na prtica pedaggica no algo indito e nem recente. De

    acordo com investigaes de Silva (2006) a origem desse elemento datada de 776 a.C. Deu-

    se incio na Grcia Antiga quando jovens exercitavam suas habilidades atravs dos jogos nas

    competies que realizavam.

    Nosso estudo sobre o elemento ldico como ferramenta didtica e motivadora no

    processo de ensino-aprendizagem de E/LE vem contribuir para novas discusses acerca deste

    tema que vem sendo investigado por muitos estudiosos no que se refere prtica pedaggica

    do docente. relevante, porque nos baseamos em teorias consistentes e em estudiosos que

    diagnosticaram muitos pontos positivos com o uso deste elemento. Nessa perspectiva,

    buscaremos apresentar algumas atividades que foram desenvolvidas na primeira fase do

    PIBID espanhol e, consequentemente, avaliar os resultados.

    O ldico: origem e perspectivas

    Segundo SantAnna e Nascimento (2011) a palavra ldico se origina do latim

    ludusque significa brincar. Esse termo no est relacionado somente ao brincar, como

    exemplifica Silva (2006, p.13),

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    34

    A atividade ldica no est relacionada somente ao jogo ou a brincadeira, ela uma

    atividade utilizada em sala de aula em que na maioria das vezes requer esforo,

    concentrao, socializao e interao com o outro, e isso possibilita um grande

    prazer ao indivduo (aluno).

    bem verdade que o professor ao planejar uma aula fazendo uso de jogos ou

    brincadeiras espera receber uma boa aceitao dos seus alunos. Seu objetivo principal

    repassar os contedos de modo que este seja parte indispensvel na realizao da atividade.

    Ao participar, o aluno desenvolve sua concentrao e ao mesmo tempo interage com o outro.

    Seu esforo cognitivo busca dar o melhor de si a fim de ser reconhecido pela agilidade e, ou

    pelo conhecimento prvio que se tem daquele determinado assunto, resultando assim, em uma

    aula proveitosa e dinmica para ele.

    Segundo Vygotsky (1987, apud SANCTIS, 2008), o aprendizado se realiza atravs

    da interveno dos outros, sendo assim, se constitui como um fenmeno social. Dessa forma,

    compreende-se que o forte lao entre professor e aluno na construo do conhecimento

    determinante no desenvolvimento das prticas educativas. Estas devem envolver da melhor

    maneira possvel os alunos na aprendizagem dos variados contedos.

    Fazendo um percurso histrico, vemos que o ldico esteve sempre relacionado de

    acordo com os estudos de Piaget(2003) aos smbolos que a criana em seu comportamento

    produzia. Esses smbolos se referem s atividades habituais da criana. Essa simbologia est

    atrelada as imitaes que a prpria realizava e que resulta em um significante. Em suas fases

    que descrevem o desenvolvimento da inteligncia sensrio-motora, Piaget (2003) mostrou que

    o brincar apresenta formas diferenciadas e que o jogo representa uma evoluo significativa

    para a criana, pois a partir dele que ela assimila e transforma a realidade.

    Piaget (2003) conclui que o jogo se constitui como importante ferramenta na

    construo da inteligncia, uma vez que, produz o prazer e consequentemente motiva o aluno

    aprendizagem.

    Dessa forma, compreendemos que o brincar em um contexto educativo uma boa

    ferramenta a ser utilizada pelo professor para estimular a autonomia de cada aluno na

    construo do conhecimento. Sobretudo, a ludicidade no est relacionada somente ao ensino

    da criana, ela pode tambm influenciar e trazer benefcios para os adultos, pois estes gostam

    de aprender ao mesmo tempo em que se distraem.

    Portanto, percebemos que as atividades ldicas contribuem para o desenvolvimento

    das funes psicolgicas e intelectuais do aluno. Estas so essenciais para ampliar de forma

    qualitativa o aprendizado de uma E/LE, pois, os alunos so os agentes principais na execuo

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    35

    das atividades. Sendo assim, ao participar destas, o aluno utiliza seus potenciais de maneira

    absoluta na busca de adquirir um conhecimento consistente.

    O ldico como ferramenta motivadora no ensino de lnguas

    Quando pensamos no ldico como ferramenta motivadora, logo podemos refletir

    sobre as prticas didticas dos professores de E/LE. No tocante ao nosso contexto de pesquisa

    podemos reforar que o professor de lngua estrangeira deve proporcionar ao aluno, nas

    atividades realizadas, o maior contato possvel com a audio, oralidade, leitura e escrita. Esse

    contato deve ser realizado de forma que o aluno venha a adquirir o letramento dessas

    habilidades a fim de desenvolv-las em seu contexto social.

    Sobretudo, no se pode tambm sobrecarreg-los, pois, quando o aluno submetido

    a muitas atividades envolvendo regras gramaticais e traduo de textos por exemplo, alm de

    no encontrar sentido, se frustra, porque de certa forma no encontra significado nas

    atividades.

    fundamental que o professor de lngua espanhola trabalhe com o objetivo de

    repassar ao aluno a importncia de se estudar uma lngua estrangeira, alm disso, que

    desenvolva um trabalho dinmico e que o envolva nessa construo de sentido em situaes

    reais de uso da lngua, contextualizando os contedos de modo que sejam atrativos para ele.

    As atividades ldicas de acordo com os estudos de Teixeira (1995 apud SANCTIS,

    2008) originam o prazer e o esforo nos alunos. Causa prazer porque os motiva a participar da

    aula e esforo porque requer destes um empenho na execuo das atividades.

    Sabemos que cabe ao professor inserir em seu planejamento uma mescla de

    metodologias para ensinar os mais variados contedos. Se ensinarmos com a inteno de

    motivar o alunado, com certeza a educao alar voos rasantes. O elemento ldico exemplo

    disso, traz o contedo e quebra a rotina de usar somente a lousa.

    O ldico no processo de ensino/aprendizagem de E/LE

    No processo de ensino-aprendizagem, buscar reavaliar as prticas didticas e

    procurar novas metodologias para ensinar os contedos so fatores positivos no que se refere

    ao ensino de qualquer disciplina. No tocante ao ensino de E/LE indispensvel, segundo

    Sanctis (2008) o uso de atividades ldicas, pois estas quebram a rotina em sala de aula e

    desafiam o aluno a um comportamento alm de seu conhecimento bsico de lngua

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    36

    estrangeira, desse modo, pode provocar mudanas significativas, uma vez que este buscar

    resolver o problema de maneira que possa alcanar o objetivo da atividade.

    Os recursos ldicos como assegura Nunes (2006) so mais empregadas no ensino da

    matemtica, contudo, elas devem ser inseridas na prtica de outras disciplinas, como o caso

    da lngua estrangeira. Dessa maneira, reforamos que as aulas de E/LE podem tambm fazer

    uso dos recursos ldicos a fim de obter tambm resultados satisfatrios, pois o aluno ser

    motivado a aprender da mesma forma que na disciplina de matemtica.

    Para Nunes (2006) O ser que brinca e joga , tambm, o ser que age, sente, pensa,

    aprende e se desenvolve. No se pode negar essa verdade, pois quando somos submetidos a

    participar de uma brincadeira nosso pensamento estimulado e o aprendizado flui de maneira

    natural, consequentemente o contedo internalizado e o objetivo da aula alcanado.

    Silva (2006) apresenta a abordagem behaviorista na aprendizagem de lngua

    estrangeira:

    A abordagem behaviorista na aprendizagem de lngua estrangeira corresponde

    trade ESTMULO-RESPOSTA-REFORO que se baseia basicamente ao professor

    fornecer os contedos ao aluno, o qual dever dar uma resposta, e a avaliao do

    professor tido como um reforo (SILVA, 2006, p. 23).

    Nesse sentido, compreendemos que o aluno, se estimulado a participar da aula,

    provavelmente atender aos objetivos da atividade e com certeza o aprendizado flui. Essa

    resposta pode e deve ser acrescida de mais informaes advindas do docente. Acreditamos

    que o aluno j possui um conhecimento prvio e que pode ser estimulado e reforado pelo

    professor na tentativa de construir a aquisio de uma lngua estrangeira.

    Para Souza (2010) se faz necessrio introduzir o ldico no ensino-aprendizagem de

    Lngua Espanhola, uma vez que se trata de uma maneira eficaz, eficiente e prazerosa de

    aprender, pois o ato de brincar estimula os alunos a se deparar com contedos que at ento

    so considerados inditos. Assim, intensificamos que o professor nesse processo de ensino-

    aprendizagem deve procurar de forma comunicativa oferecer ao aluno uma maior

    participao, pois sabemos que este j traz conhecimentos prvios que somados ao do

    professor resulta num aprendizado excelente.

    No tocante ao aspecto pedaggico Nunes (2006) defende que o professor precisa

    compreender que a sociedade se transforma ao longo dos anos e que isso requer

    transformaes no ensino. Assim, ele deve reconhecer que o seu saber no absoluto e que

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    37

    deve adequar-se as novas formas de aprendizagem, pois sabemos que a tecnologia muito tem

    influenciado a aprendizagem e dessa maneira, deve-se reavaliar conceitos e metodologias.

    Devemos compreender que o foco da aprendizagem o aluno e se faz necessrio que

    este tenha um contato com os diversos usos da lngua para que sua capacidade de interagir

    seja desenvolvida; se assim acontecer, esse aluno poder exercer a sua afetiva participao na

    sociedade.

    Portanto, compreendemos que o ldico de fundamental importncia no processo de

    ensino-aprendizagem de E/LE, uma vez que o alunado levado a participar interacionalmente

    da atividade que tem finalidade to somente de possibilitar uma aquisio da lngua espanhola

    de forma que sirva de progresso para cada um deles.

    A ludicidade aplicada: uma experincia no PIBID

    Na primeira fase do PIBID que abarcou os meses de outubro a dezembro de 2012,

    acompanhamos diretamente a prtica docente do professor de lngua espanhola, e nesse

    perodo percebemos que falta motivao por parte dos alunos na execuo do que prope o

    livro didtico. Como reflexo do que se observou, viu-se a necessidade de incluir atividades

    que objetivem receber uma maior participao do aluno na aula.

    Ademais, observamos que muitos dos alunos alimentavam uma ideia errnea e isso

    lhes causava grande resistncia no processo de ensino e aprendizagem de E/LE. Muitos

    diziam que no precisavam estudar porque no iriam viajar aos pases falantes dessa lngua e,

    ou, que s precisavam dela para uma prova de vestibular. Essa foi uma das dificuldades que

    encontramos, porm, buscamos planejar e, juntamente com a professora, desenvolver

    atividades que os motivassem a participar das aulas e quebrar esses paradigmas.

    Dessa forma, desenvolvemos projetos e executamo-los a fim de obtermos uma

    melhor participao dos alunos. Descreveremos dois momentos em que trabalhamos juntos,

    todos os pibidianos, na tentativa de apresentar a cultura de alguns pases hispnicos e ao

    mesmo integr-los na execuo das atividades propostas.

    Antes de descrevermos o que desenvolvemos na escola campo de atuao do PIBID,

    importante entender que a ludicidade no se restringe somente ao jogo e a brincadeira,

    sobretudo, inclui atividades que possibilitem ao aluno uma melhor participao na aula e, de

    forma prazerosa, adquira o conhecimento repassado pela atividade que for aplicada. Esses

    momentos devem integr-los na aula de maneira participativa no qual cada um seja agente

    ativo no processo de ensino/aprendizagem.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    38

    O primeiro momento, onde foi possvel colocar elementos ldicos visando facilitar

    este contato entre os alunos e a lngua espanhola ocorreu numa amostra cultural na Escola

    Edilma de Freitas, preparamos uma sala temtica sobre a cultura de alguns pases que falam

    espanhol, expondo sua culinria, lendas e danas tpicas. Nesta sala destinada s mais diversas

    aes culturais, demos destaqueao item dana, onde a historia da msica Macarena, seus

    autores, cantores assim como sua letra e coreografia passo a passo foram expostos e

    apresentados a turma, posteriormente encaminhamos um concurso de dana onde houve a

    participao ativa dos alunos mostrando que as informaes ali expostas haviam sido

    absorvidas, e muito mais que isso eles s aplicavam executando a coreografia. As atividades

    desenvolvidas foram extremamente recompensadoras tanto para ns quanto para os alunos

    que se mostraram envolvidos pela maneira ldica de apresentarmos a eles esta cultura to

    diversa.

    Certos dos resultados positivos desta ao na escola como um todo, decidimos

    minimizar esta ao de amostra cultural trazendo-a para a sala de aula em aspecto

    convencional e seguindo um tema do livro didtico voltado para os pases hispnicos

    aplicando este conceito de ludicidade para obter melhores resultados de aprendizagem.

    Nesses termos, preparamos uma aula para a turma do 1 ano noturno, havendo 32

    alunos na turma, nosso intuito era expor os 24 pases que falam espanhol, apresentando

    peculiaridades como: bandeira, hino, capital, paisagens e personalidades marcantes do pas.

    Sempre em conversao com a turma verificamos que a grande maioria demostrava interesse

    e estava motivada a participar da aula. Em seguida direcionamos uma atividade escrita a

    turma, onde alm de poderem fazer relao das ilustraes da atividade a diversidade exposta

    nos slids e vdeos poderiam posicionar-se em relao a esta temtica diversidade, em defesa

    de que no h um pas hispnico melhor que outro, e sim pases de culturas distintas, mas no

    menos ricas.

    Consideraes finais

    O fazer pedaggico compreende uma ao educativa que visa desenvolver no

    educando habilidades para melhor adquirir conhecimentos para sua vivncia e interao

    dentro e principalmente fora da escola. Para tanto, a interveno do educador se faz

    necessria, assim como, a articulao de atividades e metodologias que promovam alm do

    conhecimento terico, o bem estar e a motivao necessria para aprender a conhecer de

    modo prazeroso.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    39

    Da as discusses se voltarem para o uso do ldico na sala de aula como ferramenta

    que facilita e promove uma aprendizagem mais dinmica e eficiente, tanto por parte do aluno

    como por parte do professor.

    A experincia vivenciada na instituio campo de atuao do PIBID de espanhol se

    mostrou satisfatria pelo fato de que os alunos antes relutantes em participar das atividades,

    passaram a participar ativamente com as novas atividades planejadas. Todavia, isso no

    significa que o trabalho do professor era insuficiente, mas pela disposio da carga horaria e o

    pouco tempo da prpria carga horria destinada disciplina tambm so fatores negativos

    para a qualidade das aulas e a prpria motivao por parte do professor, fator contornado com

    a ajuda dos bolsistas do PIBID que auxiliaram e colaboraram no planejamento e execuo das

    atividades ldicas planejadas para as turmas da instituio campo de atuao do PIBID.

    Em linhas gerais, ficou comprovado atravs de nossas experincias que as atividades

    ldicas contribuem e muito para o processo de ensino e aprendizagem de lngua espanhola no

    sentido de dinamizar e melhorar na qualidade das aulas e na motivao dos alunos em

    aprender, resultando num impacto positivo nas aulas de lngua espanhola atravs do programa

    PIBID.

    Referncias

    NUNES, A, R, S, C, A. O Ldico na aquisio da segunda lngua. Disponvel on-line

    em:. 2006. Acesso

    em 06 de Fevereiro de 2013.

    PIAJET, J. A formao do smbolo na criana. Imitao, jogo e sonho. Imagem e

    representao. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003.

    SANTANNA, A, NASCIMENTO, P, R.A histria do ldico na educao. Disponvel em: http://dx.doi.org/10.5007/1981-1322.2011v6n2p19. 2011. Acesso em 10 de Janeiro de 2013.

    SANCTIS, R, J, O. A mediao ldica no ensino de lngua espanhola: um desafio docente

    para alm da instruo. Disponvel em:< http://artigos.netsaber.com.br/resumo>. 2008.

    Acesso em 15 de Fevereiro de 2013.

    SILVA, M, J, F. Atividades ldicas no ensino da lngua espanhola. Originalmente

    apresentada como monografia de graduao, UERN, Mossor, 2006.

    SOUZA, A, S. Entre o prazer e o conhecimento: um olhar sobre o ldico no processo de

    ensino-aprendizagem de lngua espanhola. Originalmente apresentada como monografia de

    graduao, UERN, Pau dos Ferros, 2010.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    40

    TEIXEIRA, C, E, J. A ludicidade na escola. So Paulo: Loyola, 1995.

    TRIPP, D. Pesquisa-ao: uma introduo metodolgica. Educao e Pesquisa, So Paulo,

    2005.

    VYGOTSKY, L, S. A Formao social da mente. So Paulo: Martins Fontes, 2003.

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

    41

    CONHECE-TE A TI MESMO: A ESCOLHA PELA PROFISSO

    DOCENTE DOS ALUNOS(AS)-BOLSISTAS DO

    PIBID/PEDAGOGIA/CAMEAM/UERN

    Jhonnys Ferreira do Nascimento9

    Maria da Conceio Matias10

    Dbora Maria do Nascimento11

    Resumo

    O Mtodo (auto) biogrfico vem sendo utilizado, pelas Cincias da Educao, desde a dcada

    de 1980, como um dispositivo de pesquisa-formao. Ao narrar sua histria de vida, com a

    perspectiva de presente-passado, o sujeito em processo de formao aprendente consegue ressignificar suas projees de futuro, o que contribui para seu processo de formao

    permanente. Nesta perspectiva, o subprojeto PIBID do Curso de Pedagogia do Departamento

    de Educao (DE), Campus Avanado Profa. Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM)

    da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), que tem como objetivo a

    valorizao da docncia como base da formao do pedagogo, utiliza, como primeira

    atividade (auto)formativa, as narrativas de vida. Este escrito o resultado da anlise das 15

    (quinze) narrativas dos alunos-bolsistas do referido subprojeto. A indagao charneira que

    orientou este estudo foi: Por que escolhi ser professor?Utilizamos a Anlise do Discurso

    como instrumento de leitura das narrativas de vida. Acreditamos que refletir sobre escolha

    pela profisso docente salutar para s discusses sobre identidade profissional do educador,

    visto que, ao empreender uma anlise crtica e reflexiva acerca deste aspecto, poderemos

    entender como foi construdo o sentimento de pertena pela profisso, e quais fatores

    contriburam para isso. Observamos, no decorrer da pesquisa, que o contexto

    socioeconmico, a lgica de destinao profissional atribuda s mulheres, e a influncia de

    familiares, foram os principais fatores que influenciaram na escolha pela docncia.

    Conclumos, tambm, que a populao da zona rural, principalmente as mulheres

    camponesas, esto chegando, com mais intensidade, ao curso de Pedagogia, o que demonstra

    a disparidade de oportunidade entre moradores da zona urbana e rural.

    Palavras-chave: Mtodo (auto)biogrfico. Identidade profissional. Escolha profissional

    9 Discente do 7 Perodo do Curso de Pedagogia, do Departamento de Educao (DE), Campus Avanado Profa.

    Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM), Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).

    Bolsista do Programa de Iniciao Docncia (PIBID). E-mail: [email protected]. 10

    Discente do 7 Perodo do Curso de Pedagogia, do Departamento de Educao (DE), Campus Avanado Profa.

    Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM), Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).

    Bolsista do Programa de Iniciao Docncia (PIBID). E-mail: [email protected] 11

    Doutora em Educao. Docente do Curso de Pedagogia, do Departamento de Educao (DE), Campus

    Avanado Profa. Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM), Universidade do Estado do Rio Grande do

    Norte (UERN). Coordenadora do Subprojeto PIBID/PEDAGOGIA/CAMEAM/UERN. Orientadora. E-mail:

    [email protected]

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

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    Iniciando a Caminhada

    O Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Docncia (PIBID), configura-se,

    na atualidade, como uma das maiores polticas pblicas de valorizao da formao de

    professores, visando o aperfeioamento da mesma. Ao propor a aproximao entre

    Universidade e Educao Bsica, possibilitando que os professores j atuantes tornem-se

    formadores dos alunos dos cursos de licenciatura, o programa fortalece a formao inicial dos

    graduandos e, ao mesmo tempo, contribui para o desenvolvimento profissional dos docentes,

    ou seja, para a formao continuada.

    neste sentido de trabalho colaborativo entre professores atuantes e graduandos, que

    se insere o subprojeto PIBID do Curso de Pedagogia, Departamento de Educao (DE),

    Campus Avanado Profa. Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM), Universidade do

    Estado do Rio Grande do Norte (UERN), que possui como principal objetivo a

    [...]valorizao da docncia como base da formao do pedagogo (NASCIMENTO, 2012,

    p. 02). Assim, o foco do subprojeto a [...]reflexo e a construo dos saberes e prticas

    alfabetizadoras nos 1 e 2 anos do Ensino Fundamental (Idem, p. 02).

    O citado subprojeto tem como tessitura terica para a formao dos alunos-bolsistas

    o trabalho colaborativo e reflexivo, tendo em vista as atuais discusses acerca destas teorias

    na literatura pedaggica (DESGAGN, 2007; IBIAPINA, 2010; NASCIMENTO, 2011;

    SCHON, 1992). Neste sentido, busca-se a construo de saberes tericos-metodolgicos

    na/para a prtica de alfabetizao, nos 1 e 2 anos do Ensino Fundamental, utilizando para

    tanto, o trabalho colaborativo e reflexivo entre graduandos e professores da Educao Bsica.

    Nesse sentido, e visto que, na atualidade, no se concebe a formao de educadores

    sem a prtica da pesquisa, a colaborao compreendida como [...]oportunidade igual e

    negociao de responsabilidades, em que os partcipes tm vez e voz no processo de

    negociao de sentidos (IBIAPINA, 2010, p. 04). Interligado com as prticas colaborativas,

    encontra-se a reflexo que, segundo Nascimento (2011, p. 50), [...] uma maneira de encarar

    e responder aos problemas, uma maneira de ser professor. Ou seja, tanto a prtica de

    reflexo, como a de colaborao, so fulcros para a investigao e a formao de educadores.

    Assim, o subprojeto PIBID/PEDAGOGIA/CAMEAM/UERN, visa formao dos

    alunos-bolsistas imersos na prtica da pesquisa. Neste interim, a primeira atividade

    desenvolvida com os graduandos foi a produo de uma Narrativa de Vida, onde os mesmos

    iriam relatar suas trajetrias de vida e formao experincias com a alfabetizao, refletindo

    sobre o caminho trilhado da Educao Bsica ao Ensino Superior. As histrias de vida e,

  • Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar

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    tambm, o mtodo (auto)biogrfico, podem ser concebidas como estratgias pertinentes para a

    formao de professores, pois [...]as duas funes do mtodo biogrfico, a investigao e a

    formao, surgem, de fato, como dois eixos fundamentais de qualquer projeto de formao

    (FINGER; NVOA, 2010, p.26).

    Partindo da dialtica pesquisa-formao, como eixos do subprojeto, empreendemos

    uma anlise crtico-reflexiva das narrativas de vida dos alunos-bolsistas, visando responder a

    pergunta: Por que escolhi ser professor? A curiosidade epistemolgica (FREIRE, 2010) que

    nos levou a esta questo, foi as atuais discusses que permeiam os escritos sobre a profisso

    docente, principalmente no que se refere identidade e profissionalizao do ensino

    (NVOA, 1992, 2007, 2008; VALLE, 2002, 2006; RAMALHO; NUEZ; GAUTHIER,

    2004). Acreditamos que o processo de escolha pela docncia influenciado pelo contexto

    histrico e geogrfico (VALLE, 2002, 2006), assim como, pela lgica de destinao

    profissional atribuda s mulheres (BUENO, 2005; LOURO, 2000).

    O presente estudo insere-se na tessitura da pesquisa qualitativa, onde adotamos a

    Anlise do Discurso, embasados em Orlandi (2007), como instrumento para a leitura das

    15(quinze) narrativas de vida dos alunos-bolsistas do PIBID/PEDAGOGIA. Utilizamos os

    seguintes aportes tericos: Bueno (2005), Desgagn (2007), Dominic (2010), Ferrarotti

    (2010), Finger; Nvoa (2010), Ibiapina (2010), Josso (2007), Louro (2000), Nascimento

    (2011), Nvoa (1992, 2007, 2008), Orlandi (2007), Passeggi (2006) e Valle (2002; 2006).

    Na primeira sesso deste escrito refletiremos, brevemente, acerca da literatura

    pedaggica que versa sobre a escolha profissional. Neste mesmo tpico, discutiremos,

    tambm, as principais abordagens do Mtodo (auto)biogrfico. Na segunda sesso, traremos

    os resultados da pesquisa realizada.

    Escolha pela profisso professor e Mtodo (auto)biogrfico: Qual entendimento? Quais

    perspectivas?

    O presente estudo parte do pressuposto de que, refletir sobre a escolha profissional

    dos professores, ou alunos-professores em formao, no caso deste trabalho, propicia analisar

    as identidades profissionais dos educadores, ou, futuros