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ESPAÇO DO'AUTOR

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... E fechou-se a Porta.Copyright Ó 2003

Todos os direitos reservados. Nenhum trecho deste livro poderá ser reproduzido, ou transmitido, de alguma forma ou qualquer meio, seja eletrônico, mecânico, fotocópia, registro magnetofônico, ou de qualquer outro, sem a prévia autorização do autor, exceto o uso de referências curtas incluídas em resenhas do livro.

Samuel Montanez Díaz

Direitos do autor

Editores: Samuel Montanez Díaz e Maria S. Flores

Impresso em S.P - Brasil.

Publicado no espanhol com o título: ... Yse cerró la Puerta.

Tradução: Abdón Adiei Solis Meza

Capa: Hugo S. Damian

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Indice

Prefácio 7Apresentação 11Introdução 13Cap. I - Para Isto Fomos Ordenados 16Gap. II - O Que é a Grande Tribulação? 25Cap. III - Consumação da Ira de Deus 46Cap. IV - Haverá Salvação Após o Arrebatamento? 61Cap. V - Haverá Salvação Durante a Grande Tribulação? 69Cap. VI - O Arrebatamento e a Primeira Ressurreição: Um Só

Evento 75Cap. VII - Diferença Entre a Ira de Deus e a Grande Tribulação 80 Cap. VIII - Os Judeus na Grande Tribulação 88Cap. IX - A Igreja da Grande Tribulação 94Cap. X - O que Detém a Manifestação do Homem do Pecado 109 Cap. XI - A Importância De Sabermos De Antemão Se A Igreja

Passará Pela Grande Tribulação 115Cap. XII - Tipologia do Arrebatamento 118Gap. XIII - A Besta e o Homem do Pecado 144Epílogo ' 185

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Prefácio

Existe a crença generalizada de que o arrebatamento da Igreja ocorrerá antes da grande tribulação, havendo crentes que ficarão na terra, logo após esse acontecimento por não estarem preparados. Que os mesmos enfrentarão os embates da grande tribulação, enquanto que o grupo de fiéis que participaram do arrebatamento estarão no céu desfrutando das bodas do Cordeiro. Dizem que os que ficarem na terra terão uma segunda oportunidade de salvação, mas, pagarão com suas próprias vidas, o preço do seu desvio. Afirmam ainda, que esses serão os que enfrentarão o anticristo e o seu sistema de governo e religião. Como conseqüência por não adorarem a imagem do anticristo, nem receberem a marca em suas testas e mãos direita, os crentes que ficarem na terra após o arrebatamento serão sentenciados à decapitação, etc.

Se essa interpretação estiver incorreta, seria vergonhoso reconhecer e admitir tal equivoco. Além disso, estaria sendo ensinado uma falsidade, atrativa e cobiçada, porém errônea.

P or essa razão, é recom endável estudar todas as possibilidades e pontos de vista em relação a esse tema. A realidade é que em bora a grande m aioria aceite a tese mencionada anteriormente como a verdadeira, existem diferentes teorias a respeito desse tema. Alguns afirmam que o arrebatamento da Igreja ocorrerá antes da grande tribulação, porém outros opinam que será na metade, e outros ainda, que acontecerá no final desse período de tempo.

Nesta obra demonstraremos à luz daquilo que se desprende das Escrituras, que o arrebatamento da igreja ocorrerá em algum momento durante os últimos três anos e meio antes do visível retorno de Cristo à terra. Além disso, não haverá oportunidade de

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salvação para os crentes que não participarem do arrebatamento, pois quando esse ocorrer, se fechará a porta e os que ficarem de fora estarão excluídos do Reino de Deus.

Em outras palavras, o arrebatamento ocorrerá durante a grande tribulação. Será junto com a ressurreição de todos os que são de Cristo; porém antes que seja derramada a ira de Deus sobre a terra, a qual culminará com o retorno de Cristo à terra e com o fim da grande tribulação.

GRÁFICO N° 01SEPTUAGÉSIMA SEMANA DE DANIEL (Dn 9.27)

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Reinado de "Um príncipe que há de vir" Igreja Atribulada Ira de Deus

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----------------------*1Grande Tribulação

Devemos lembrar que Deus não precisa de artimanhas, nem de farsas para atrair o homem à salvação. Ele sempre fala a verdade mesmo que pareça dura. O fato de termos que enfrentar a grande tribulação e inclusive chegar a morrer por causa do Evangelho de Jesus Cristo será uma honra e privilégio, pois a própria Bíblia nos ensina que: “Bem aventurado é aquele que oferta sua vida por causa da Palavra de Deus”.

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Além disso, há muitas coisas dentro do plano salvífico de Deus para o com homem, que nós, com muita dificuldade conseguimos entender. Por exemplo: poderíamos pensar com a nossa mente finita que a grande tribulação, para a igreja seria um desastre.

No entanto, o próprio Deus assegura que a quantidade de pessoas que serão salvas durante esse período de tem po é incalculável: Pois o capítulo sete do Apocalipse nos diz que: haverá uma “grande multidão”, a qual ninguém pode contar, de todas as nações, que sairão da Grande Tribulação e sendo transportadas ao céu (Ap 7. 9-14).

Por outro lado, é inconcebível pensar que num momento tão crucial para a humanidade, Deus pudesse decidir levar para o céu, os escolhidos, deixando assim sem conhecimento o restante de suas criaturas.

A grande tribulação será o tempo no qual Deus usará o seu povo, conhecedor da palavra, para dar testemunho a todos que perecem. Quão maravilhoso será poder falar ao mundo perdido do grandioso cumprimento profético que naquele dia ocorrerá! Já não será um sinal de acontecimentos futuros, mas sim, poderemos demonstrar com indubitáveis provas, que a palavra de Deus está se cumprindo fielmente perante os nossos próprios olhos. Tudo isso segundo o meu entendimento terá um poder de convencimento irrefutável nos incrédulos. Na vida dos crentes causará um avivamento sem precedentes na história da Igreja. Saberemos então que a nossa redenção está perto. Sim amém.

Devemos lembrar que quando Jesus veio a terra, o povo de Israel conhecia todas as profecias concernentes à sua vinda. Porém, por causa de interpretações e conceitos errôneos não o receberam. Eles esperavam uma coisa e Deus havia determinado outra. Sua visão do cumprimento profético era a de um rei semelhante a Davi que viria para dar à Israel, o domínio sobre os

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territórios prometidos, e sobre os povos circunvizinhos. Esse devia ser aceito e reconhecido, pelos conhecedores, ou seja, os interpretes da lei. Incrível! Todos enganaram-se. Você sabe o por quê? Porque não levaram em consideração sob uma justa perspectiva, versículos e passagens bíblicas, chave do Antigo Testamento. Por exemplo: no livro de Isaías falava-se claramente do Messias que viria. No capítulo 53 é descrita detalhadamente a obra do enviado de Deus, porém eles não o consideraram. Em Isaías 35.4 anunciava-se àquele que haveria de vir da seguinte forma: “ Dizei aos desalentados de coração: Sede fortes, não temais. Eis o vosso Deus. A vingança vem, a retribuição de Deus; Ele vem e vos salvará”. Os judeus esperavam um homem e não o próprio Deus. A visão deles era humana, viam o cumprimento profético como algo conveniente, segundo os seus próprios planos e perspectivas humanas. Porém o plano de Deus era diferente, mais abrangente. Eles esperavam um que os salvassem dos seus inimigos e os livrasse do jugo opressor dos invasores, não um que os redimissem dos seus pecados, derramando assim a bênção para todas as nações.

Em Isaías 7.14 é chamado de Emanuel, que traduzido é “Deus conosco”. Ou seja, Deus mesmo, será aquele que virá morar entre nós. O Ungido prometido seria o próprio Deus o qual viria com a nossa semelhança, pois nasceria de uma mulher.

Mas eles não puderam entender o plano de Deus. Jamais aceitaram que Jesus fosse manifesto na segunda pessoa da Trindade como o Filho de Deus. Interpretações bíblicas errôneas conduzem a resultados desastrosos. Não permitamos que a nós aconteça o mesmo por não querermos escutar. “Aquele que tem ouvidos ouça”.

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Apresentação

Apresento esta segunda edição ampliada do livro “...E fechou-se a porta” , pois na primeira, eu quis, por várias razões, ser o mais breve possível em quanto à dissertação dos temas abrangidos no mesmo. A primeira era o grande peso do fardo que sentia pela responsabilidade perante Deus, de apresentar à igreja todas estas idéias o quanto antes possível. Preocupava-me em pensar que o povo do Senhor fosse privado de conhecer este conceito em relação às coisas que logo deverão acontecer, devido ao curto tempo que resta para que tudo isso tenha cumprimento e à escassez de literatura disponível semelhante a esta. Além disso, não quis ser extenso, evitando assim, cansar aos leitores com tanta exposição literária, fazendo dessa forma, mais agradável e amena a leitura do livro. Porém agora, com o passar do tempo, e o livro sendo distribuído por diferentes países, sabendo que já muitos têm sido informados sobre esse tema, o que alivia o meu fardo. Estou disposto a ampliar a apresentação dos temas tratados, fazendo mais abundantes os relatos bíblicos que sustentam nossa postura sobre o arrebatamento, a ressurreição dos que estão em Cristo, a grande tribulação; a ira de Deus, o anticristo, a segunda vinda de Cristo, etc...

Agradeço ao meu Deus, que tem me dado forças e os recursos necessários para seguir em frente com este ministério, apesar das muitas dificuldades que tenho tido que enfrentar. A Deus seja a Glória!

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Introdução

Quase todos os escritores, mestres e pregadores evangélicos, esforçam-se por encontrar nas Escrituras, evidências para demonstrar que a Igreja de Jesus Cristo não estará na terra durante a grande tribulação, e que não verá a manifestação do anticristo nem sua marca.

Esse ensinamento tem se transformado como parte das doutrinas da igreja. Considera-se tão vital crer nele, como na ressurreição de Cristo, para poder ser aceito como cristão. Isso tem conduzido a muitos, considerar apóstata, a qualquer um que pense de outra maneira, pois para a imensa maioria, crer de uma outra forma é um erro doutrinário.

Porém, a realidade é que, crer ou não que a Igreja passará Dela eranae triouiacao nem salva nem conaena. A saivaçao inclui o arrependimento, conhssáo de pecado, receber a Cristo como Salvador e conseqüentemente ser fiel até a morte.

Existem doutrinas fundam entais na Bíblia que são inquestionáveis. Quem as distorcer, receberá seu justo pagamento. Porém, há nela uma série de ensinos que envolvem um mistério em si mesmo, e fazemos bem em não aceitá-los às pressas, como fora-nos ensinado. O fato de acreditar se a igreja passará ou não pela grande tribulação, é motivo para diferentes linhas de pensamento, mas não é um fundamento bíblico no qual esteja em jogo a salvação da alma. Crer numa ou em outra, não envolve salvação nem condenação.

No entanto, a Bíblia nos indica que se o “atalaia vir que vem a espada, não tocar a trombeta e o povo não for avisado, se a espada vier e ferir do meio do povo a algum, esse tal foi levado por causa do seu pecado, mas Deus demandará o seu sangue da mão do atalaia” (Ez 33.6).

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É por isso que me propus a apresentar perante o povo de Deus a probabilidade de que a Igreja enfrentará a grande tribulação.

É necessário salientar que, o que Deus tem determinado que ocorra, acontecerá não importando a interpretação bíblica que os homens possam ter. Se a interpretação é incorreta isto nos isenta daquilo que Deus tem predeterminado. Podemos até conseguir que as circunstâncias que nos afetam mudem por meio da fé, mas não podemos mudar o que está profetizado e escrito de antemão na palavra de Deus. Em outras palavras, se Deus tem determinado que a igreja experimente o tempo da grande tribulação, ainda que nós pensássemos diferente, ocorrerá como Ele tem proposto na Sua divina e santa vontade. O fato de crer que não haverá grande tribulação para a igreja, não me livra dela, se Deus tem decidido o contrário.

Portanto, é impróprio crer, como muitos dizem, que os que afirmam que a igreja passará pela grande tribulação, são os que passarão por ela. Isto não é questão daquilo que eu digo ou acredito, e sim daquilo que Deus diz.

A verdade é que, existe grande base bíblica para demonstrar que a igreja será arrebatada e os justos ressuscitados, durante a grande tribulação, e não antes, como é a opinião generalizada.

Vale a pena esclarecer que os enfoques e questões aqui apresentados, não são palavras inspiradas por Deus, embora, tivesse em todo momento buscado a direção do Espírito Santo para entende-los. O propósito dessas interpretações não é criar uma nova doutrina dentro do Evangelho, já que é imutável. Tampouco pretendo dizer que é uma nova revelação de Deus, senão simplesmente, uma interpretação escriturária. Não é minha intenção criar polêmicas ou controvérsias, ou contender sobre opiniões que para nada se aproveitam. Tão somente desejo criar uma consciência sobre a possibilidade de que a igreja não será arrebatada antes da grande tribulação, mas posteriormente, conforme dados bíblicos

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que sugerem isso. Nem sequer,- pretendo obrigar a alguém crer nesta posição. Mas a Bíblia nos diz: ’’Examinai tudo. Retende o bom” (lTs.5:21). Se você, meu amado leitor, prefere continuar crendo que não haverá grande tribulação para a Igreja, não permitamos que diferenças de opiniões sobre esse tema fragmentem o Corpo de Cristo. Lembre-se que o Senhor continua sendo Senhor de todos e que o conhecimento envaidece, porém o amor edifica.

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Capitulo !

Para Isto Fomos Ordenados

O apóstolo Paulo em sua primeira carta aos tessalonicenses, lembra-os de qual deve ser o significado, para o crente em Cristo, das tribulações. No capítulo um e versículo seis lhes escreve da seguinte forma: “E vós fostes feitos nossos imitadores e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo”.

E comprovado que, na vida do homem, o melhor e mais propício momento para buscar a Deus e recebe-lo como Salvador, é quando ele está passando por quebrantamentos e aflições. Nos momentos de alegria e bem-estar é sumamente difícil que o ser humano se volte para o Senhor, reconhecendo-o como o seu Deus e serví-lo em espírito e em verdade. Logo, origina-se uma série de circunstâncias adversas que tentarão fazer desistir os novos convertidos. Os tessalonicenses convertidos estavam passando por uma grande tribulação depois de haver crido no evangelho de Jesus Cristo, devido a uma perseguição que desatou-se contra eles por parte de inconversos da sua própria nação.

Desta forma os tessalonicenses vinham a ser imitadores; não tão somente dos demais crentes, senão também do Senhor, quanto ao que haviam tido de padecer. No capitulo 2:14 Paulo esclarece o que havia provocado tal padecimento aos tessalonicenses quando lhes afirma: “Porque vós, irmãos, haveis sido feitos imitadores das igrejas de Deus que na Judéia estão em Jesus Cristo; porquanto também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que os judeus”. A história voltava a se repetir. A mesma perseguição que sofreram as primeiras igrejas apostólicas em

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Jerusalém e por toda a Judeia , estavam recebendo as novas igrejas gentis por toda a Ásia.

O apóstolo Paulo sabia que tais perseguições poderiam trazer confusão aos novos crentes e fazê-los voltarem atrás. E regra geral, logo depois que alguém se converte ao evangelho de Jesus Cristo, chegam as dificuldades, tentando impedir o nosso caminhar nessa salvação tão gloriosa. Eis aqui o motivo da expressão bíblica: “...se faz violência ao reino dos céus e pela força se apoderam dele” ( Mateus 11:12). Por essa razão, Paulo exorta aos tessalonicenses dizendo-lhes: “...Pelo que... enviamos a Timóteo, nosso irmão...para vos confortar e exortar acerca da vossa fé, para que ninguém se comova por estas tribulações; porque vós mesmos sabeis que para isto fomos ordenados: Pois estando ainda convosco, vos predizíamos que havíamos de ser afligidos, como sucedeu, e vós o sabeis”. (lTs. 3:1-4).

O apóstolo dos gentios, conhecia a importância de advertir aos crentes sobre as tribulações que viriam às suas vidas como fiéis ao Senhor. Ao dizer-lhes “para isto fomos o rd en ado s”, conscientizava-os de que o crente em Cristo deve saber que enfrentará duras provas, aflições, perseguições, tribulações e fraquezas. Porém, o apóstolo não esperou que chegasse o momento de grande tribulação, mas avisava-os de antemão daquilo de deveriam enfrentar, para que estivessem totalmente preparados para o que haveria de vir.

Creio que nós, pregadores modernos, deveríamos imitar a Paulo nesse aspecto. Estamos muito inclinados a oferecer “casas e palacetes” aos ouvintes, de tal forma que muitos têm se esquecido de orientar a igreja em relação as tribulações próprias do evangélico. Consideram que estamos colocando medo aos crentes quando dizemos que a igreja terá que enfrentar muitas tribulações; e ainda mais, a grande tribulação. Paulo diz pelo Espírito que “para isto fomos ordenados”. Não é o seu propósito despertar medo na

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igreja, mas sim, alerta-la para que quando isso ocorrer, estejamos devidamente preparados e não sejamos surpreendidos de maneira alguma, se isso chegar a nos acontecer pessoalmente.”Para isso fomos chamados... para sofrermos tribulações”.

A seguir, Paulo, na sua carta, expressa aos tessalonicenses: “...não podendo eu também esperar mais, mandei-o (a Timóteo) saber da vossa fé...” (3.5). a preocupação do apóstolo era sobremaneira grande. Preocupava-lhe o fato de pensar que a igreja tessalônica pudesse claudicar na sua fé, por não terem o firme conhecimento de que os crentes fomos, chamados para padecermos tribulações. Perturbava a Paulo, o fato de que alguém pudesse estar desorientando aos crentes, afirmando-lhes que não valia a pena padecer aquelas perseguições, e que não era característico do evangelho nem da vontade de Deus que eles sofressem. Por essa razão lhes afirma: “não vos inquieteis por estas tribulações”. Muitos recém-convertidos pensam que tomaram um caminho errôneo ao começarem a caminhada no evangelho e descobrem que tudo se transtorna em derredor. Então, chegam à conclusão de que antes da sua conversão sua sorte era melhor e costumam, assim, falhar diante da pressão. Devemos entender que faz parte do plano divino, que os crentes padeçam tribulações. Na sua segunda carta aos tessalonicenses, Paulo volta a enfatizar sobre o relacionamento que deve existir entre o crente e as tribulações. Expressa-se assim: “...nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus, por causa da vossa paciência e fé, e em todas as vossas perseguições e aflições que suportais” (2Ts 1.4). Era para Paulo uma satisfação o fato de que à igreja de Tessalônica fosse um exemplo para as demais igrejas, na sua capacidade em enfrentar as tribulações. Em todas as igrejas que Paulo percorria, gloriava-se fazendo menção da disposição dos tessalonicenses em suportar a dura provação.

Imediatamente, nos versículos 5 e 6, declara-nos que para o crente, o padecer tribulações é “prova clara do justo juízo de

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Deus, para que sejais considerados dignos do reino de Deus, pelo qual também padeceis. Se, de fato, é justo diante de Deus que dê em paga tribulação aos que vos atribulam”. Quer dizer, a razão que Deus utilizará para justificar o fato de que os pecadores sejam atribulados é, que os mesmos agiram provocando tribulação aos justos. Então Deus aplicará a Sua justiça quando os ímpios forem expostos ao castigo, não podendo reivindicar nada a Deus, pois estarão recebendo o que os seus atos mereceram. E os justos que são atribulados receberão descanso, porquanto foram atribulados injustamente. O versículo 7 nos indica que aos que são atribulados ser-lhes-ão dado repouso, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu. As aflições para o crente acabarão quando o Senhor vier com retribuição, com o pagamento, e não necessariamente durante a nossa vida terrena; mas sim, quando Cristo implantar o Seu reinado de poder no dia da Sua vinda. Por essa razão, vemos que Deus não eximirá das tribulações aos crentes até depois do fim da grande tribulação, pois esse será o momento da manifestação ou do retorno de Cristo à terra. Mateus 24.29 e 30 nos diz: “E, logo depois da aflição daqueles dias... aparecerá no céu o sinal do Filho do homem... e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”. A época da grande tribulação será o momento do clímax das perseguições à igreja, vindo logo a seguir a demonstração do justo juízo de Deus, para pagar subseqüentem ente com tribulação àqueles que nos atribularam. Ou seja: ao diabo, ao anticristo, ao falso profeta e a todos os ímpios. No final, Deus dará a retribuição (pagamento justo) aos que “não conhecem a Deus e aos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder, quando vier para ser glorificado nos seus santos e para se fazer admirável naquele dia em todos os que creem...” (2Tsl.8-10).

Quando o Senhor Jesus se manifestar no céu, imediatamente

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após a tribulação daqueles dias (a grande tribulação), todos aqueles que perseguiram a igreja receberão o seu merecimento. No entanto, os que foram atribulados, experimentarão a satisfação de termos sido considerados dignos de padecer por causa de Jesus Cristo e assim poder estar em pé diante do Filho do Homem, e ainda, sendo considerados dignos de entrar no Reino de Deus.

O apóstolo Pedro tinha a clara convicção daquilo que um crente deve padecer. Na sua primeira epístola cap. 2.21, usa uma expressão similar àquela usada por Paulo em 1 Ts 3.3. Pedro diz à igreja: “para isto sois chamados”, que significa o mesmo que dizer “para isto fomos ordenados”, como Paulo afirmara. Pedro estava se referindo aos sofrimentos. Ainda mais, mostra-nos que é da aprovação de Deus que soframos pesares, padecendo injustamente. Em outras palavras, Deus dá o seu consentimento para que o crente seja atribulado, mesmo sem merecer. Isto é inaudito para a maioria das pessoas, que Deus aprove tal injustiça! Não é viável para a mente humana entender os propósitos de Deus. Em certo lugar das Escrituras, Paulo questiona: “Há injustiça da parte de Deus?” Ali mesmo dá-nos a resposta, dizendo: “de maneira nenhuma “ (Rm 9.14). O que acontece é que não podemos entender a mente de Deus. Por isso é aconselhável acatar os seus desígnios, embora pareçam contrários ao nosso raciocínio humano. Deus é justo, não há nenhuma injustiça nEle. Amém. A idéia está bem clara nesses versículos de 1 Pe 2.19-21. Vejamos o que diz a Escritura: “Porque é coisa agradável que alguém... sofra agravos, padecendo injustamente... se fazendo o bem, sois afligidos e o sofreis, isso é agradável a Deus. Porque para isto sois chamados...”

Então, por que escandalizam-se tanto os crentes de nossos dias quando dizemos que a igreja passará pela grande tribulação? Será, por acaso, que Paulo e Pedro estavam enganados na sua colocação? Se afirmarmos isso, negaríamos a inspiração das escrituras. Portanto, devemos afirmar que Pedro e Paulo estão

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corretos, e qualquer que pense diferente deles, está enganado, quem quer que seja. Isto é assim. Amém..No restante do versículo 21, o apóstolo Pedro continua, dizendo: "... pois também Cristopadeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas”. Mas, há muitos que crescem pregando e ensinando um evangelho diferente. Não querem seguir as pisadas do Mestre. Têm seguido os seus próprios caminhos enganando a igreja “por meio de filosofias e vãs sutilezas” (Cl 2.8). “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema” (Gl 1.8). Na sua primeira epístola 3.14, o apóstolo Pedro declara: “Mas tam bém , se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados”. Padecer tribulações por causa do evangelho é uma bem-aventurança. É a escritura quem o diz. Então, em quem vamos crer? Em Deus ou nos homens? O próprio Jesus disse: “Bem-aventurados os que choram... bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça... bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem... por minha causa... exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus...” (Mt 5.4-12). Aleluia!

Em 1 Pe 4.1, o apóstolo nos aconselha da seguinte forma: “Ora, pois, já que Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos também vós com esse pensamento: que aquele que padeceu na carne já cessou do pecado”. Devemos ter em nossas mentes que iremos padecer tribulações. Pedro nos aconselha que isto é uma efetiva arma contra os sofrimentos que tentam fazer-nos sucumbir no caminho do Senhor. Precisamos ter sempre presente o pensamento de que se Cristo padeceu por nós, não é de se estranhar que nós padeçamos por Ele. Meu irmão, use como arma esse pensamento, e você não mais encarará a grande tribulação como motivo de desgraça, mas sim, de conveniência, segundo os propósitos de Deus. Não se escandalize se alguns afirmamos que a igreja experimentará o tempo da grande tribulação. Pois o mesmo

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Pedro diz: “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós, para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo...” (1 Pe 4.12,13). A maior prova de fogo que nós cristãos haveremos de sofrer é a Grande Tribulação. Deus o tem determinado. Por isso devemos estar preparados m ental e espiritualm ente. Diariamente podemos ver nas manchetes jornalísticas sobre pessoas em diferentes lugares do mundo, que até se deixam ser crucificados literalmente, crendo assim, que com isso estão agradando a Deus. Certamente eles estão enganados. Mas, no entanto, os verdadeiros crentes não estão dispostos a sofrer na sua carne por causa de Cristo. É desconcertante saber que essas pessoas permitem ser flagelados, recebendo castigo físico por alguém que nem sequer conhecem, e que os remidos sejam tão apáticos a qualquer tipo de sofrimento por causa daquele que nos salvou e comprou com o seu sangue precioso na cruz do calvário. Estejamos armados com esse mesmo valor e sejamos fiéis até a morte... por amor a Jesus Cristo. Sejamos imitadores de Paulo, o qual disse: “Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja” (Cl 1.24).

Na sua segunda epístola a Timóteo (2 Tm 3.11,12), Paulo faz menção do que tinha acontecido em Antioquia, Icônio e Listra, cidades da época apostólica, para mostrar ao seu filho espiritual que todo aquele que deseja viver agradando ao Senhor, sofrerá perseguições. Em Antioquia, Paulo foi perseguido e expulso da cidade (Atos 13.50). Em Icônio, os judeus e os gentios junto com os governantes, lançaram-se contra Paulo e Barnabé para afrontá- los e prendê-los. Foram forçados a fugir dali (At 14.5,6). Em Listra, Paulo foi apedrejado e deixado fora da cidade, sendo considerado morto, e novamente teve de fugir. No entanto, nos diz a Escritura que logo Paulo retornou a essas cidades “confirmando o ânimo dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas

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tribulações nos importa entrar no Reino de Deus” (At 14.19-22).Querem fazer-nos crer que a grande tribulação não faz

parte dessas muitas tribulações das quais nos fala a Escritura. Por essa razão, a maioria dos crentes têm chegado à conclusão de que a igreja não sofrerá a experiência da Grande Tribulação. Esse pensamento carece de toda lógica de raciocínio. A Bíblia nos ensina que Deus não faz acepção de pessoas. Se as tribulações sofridas por aqueles grandes homens de Deus no início da era cristã, foram única e exclusivamente para eles e não para nós, os crentes dos tempos do fim, então Deus estaria fazendo acepção de pessoas; e além disso, estaria agindo injustamente. E nós sabemos que Deus continua sendo justo.

É sumamente difícil aceitar o fato de que Deus houvesse permitido que o seu povo sofresse penalidades através de toda a história da era cristã, e que em relação à igreja que irá participar do arrebatamento, tenha mudado de idéia. Isso seria algo incompatível com aquilo que foi estabelecido através de todo o novo testamento. É como se Deus se contradissesse. Mas, Ele não pode se contradizer, pois o fundamento de Deus é firme, não muda. Nele não há mudança alguma, nem sombras de dúvidas. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Deus não muda de idéia.

Todo crente deve estar consciente de que a sua fé vai ser provada. Todos, cedo ou tarde, seremos submetidos à prova. Isso está claramente expresso em 1 Pe 1.5-7. Diz ali a escritura que nós, os crentes, somos guardados pelo poder de Deus segundo a fé para assim alcançarmos a salvação. Tal convicção do cuidado que Deus tem por nós, é motivo de alegria, “Ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache (por parte de Jesus Cristo) em louvor, e honra, e glória na Sua revelação“.

O tem po de duração da grande tribu lação será

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relativamente curto: uns três anos e meio. Esse período, segundo a Bíblia, para os escolhidos será menor. Além disso, esses três anos e meio serão divididos em duas fases: a tribulação dos crentes e a ira de Deus. A igreja não experimentará o tempo do derramamento da ira de Deus, pois antes disso será arrebatada ao céu. Portanto, o tempo de angústia para a igreja será menor do que três anos e meio.

Sei que será difícil aquilo que nos espera, porém será mais fácil se estivermos de antemão apercebidos para isso. Se Paulo, Pedro, Estêvão, entre outros, puderam manter sua fé em momento de duras provações, também nós resistiremos por amor aos nossos irmãos e Àquele que sofreu por nós tal afronta de pecadores, que ainda sendo angustiado e afligido, não abriu sua boca para se queixar. Haja, pois, em nós esse mesmo sentimento que em Cristo houve. Para os crentes que participarem do arrebatamento, esse será o momento de entrar no Reino de Deus. Então, se cumprirá o que está escrito: “É necessário que através de muitas tribulações entremos no Reino de Deus”, porque antes do arrebatamento haverá grande tribulação. (

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Capítulo II

O Que é a Grande Tribulação?

Podemos definir como tribulação, um momento ou tempo de perseguição ou adversidade pelo qual atravessa uma pessoa ou um grupo de indivíduos; a qual cria um estado de aflição, angústia , pena ou sofrimento. A Bíblia nos relata vários casos de momentos de tribulação, que muitos tiveram de atravessar. No entanto, quem melhor nos mostra o que significa passar por uma tribulação, é o nosso Senhor Jesus Cristo, o qual sofreu perseguições, acusações, calúnias, castigo corporal e até a morte. E tudo, injustamente.

No capítulo 24 do evangelho segundo São Mateus, faz-se menção da “grande tribulação”. Esse capitulo, é o texto bíblico que melhor descreve os sinais que haverão de ocorrer nos tempos finais. Narra o que Jesus relatou a seus discípulos sobre o que aconteceria nessa época, em resposta às perguntas que esses lhe fizeram sobre os sinais que haveriam de determinar o tempo que Cristo voltar à terra, e quando seria o fim dos séculos. O termo “fim dos séculos” deve ser com preendido como o fim da Dispensação atual, que é a “da graça”, ou o fim dos tempos ou das épocas. Marcará o retorno de Cristo à terra.

No versículo 15, Jesus faz alusão a uma profecia bíblica do Antigo Testamento dita pelo profeta Daniel, a qual deveríamos considerar, se realmente desejamos saber quando acontecerá a grande tribulação. Diz: “Quando pois, virdes a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel...” A seguir, declara uma série de sugestões para o momento- quando essa abominação desoladora for colocada no lugar santo: “Então os que estiverem na Judéia, que fujam para os montes, e quem estiver sobre o telhado

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não desça a tirar alguma coisa de sua casa. E quem estiver no campo não volte atrás para buscar as suas vestes”. É o versículo 21 que faz menção da grande tribulação. Diz assim: “Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais”. Sem dúvida alguma, os versículos 15 e 21 se complementam. De ambos, deduzimos o seguinte: “Quando pois virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo... haverá então, grande tribulação” .

Devemos considerar alguns detalhes importantes, para compreendermos ao que se referia o nosso Senhor. O primeiro detalhe é que essa “grande tribulação” virá quando a abominação desoladora, predita por Daniel, estiver no lugar santo. O segundo é que a “grande tribulação” não terá precedentes, ou seja, não haverá uma outra semelhante, antes de que essa ocorra; e o terceiro é que essa “grande tribulação” não terá comparação posterior. Em outras palavras: nem antes nem depois dela, haveria uma tribulação tão grande. Quer dizer, esse tempo de Grande Tribulação será o de maior magnitude, jamais registrado na história humana.

Portanto, para poder determinar o tempo em que ocorrerá essa Grande Tribulação, podemos considerar, em primeiro lugar, que o Senhor, quando se refere a ela, está descrevendo os acontecim entos do fim dos tem pos. O fim dos tem pos é indeterminado. Mas, se pudéssemos determinar o momento preciso em que a abominação desoladora estiver no lugar santo, então poderíamos fixar com maior exatidão o momento dessa grande tribulação. Assim diz a profecia: “Quando pois virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo... haverá então grande aflição, como nunca houve...nem tampouco haverá jamais”. Se a Grande Tribulação se desenvolver quando a abominação desoladora estiver no lugar santo, deveríamos, então, considerar certamente o que diz Daniel em

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relação a esse fato; Em Dn. 12:11 diz: “E desde o tempo em que o contínuo sacrifício for tirado e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias”. (Versão Revista e Corrigida). Isso quer dizer que a abominação desoladora será posta quando o contínuo sacrifício for tirado. Daniel 11:31 confirma os fatos anteriores, pois diz: “Dele sairão forças (o “homem vil” do v. 21) que profanarão o santuário e a fortaleza, e tirarão o continuo sacrifício, estabelecendo a abominação desoladora”.

É muito significativo o seguinte fato: quando a abominação desoladora estiver no lugar santo, ao mesmo tempo, o contínuo sacrifício será tirado. Se analisarmos Dn. 9:27, encontraremos ali que o contínuo sacrifício será tirado na metade da septuagésima semana, ou na última semana das setenta semanas proféticas de Daniel. Assim nos afirma a Escritura: “E ele (O príncipe que há de vir) firmará um concerto com muitos por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício (contínuo) e a oferta de manjares”. Se a abominação desoladora será posta quando o contínuo sacrifício for tirado, a mesma ocorrerá na metade da septuagésima semana de Daniel, ou imediatamente depois.

Somente nos restaria determinar quando terá lugar a septuagésima semana profética de Daniel, podendo assim determinar precisamente quando acontecerá a grande tribulação. Neste mesmo versículo 27 do capitulo 9 de Daniel, está a chave do assunto. Como havíamos afirmado anteriormente, na metade da septuagésima semana será tirado o contínuo sacrifício e a oferta de manjares. Mas, também, o versículo nos mostra que “sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até a consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador”. Em outras palavras, “o assolador” entrará em cena, logo após o contínuo sacrifício ser tirado e a abominação desoladora estiver no lugar santo.. Dessa forma, “o assolador” começará a atuar imediatamente depois da primeira metade da septuagésima semana,

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ou seja, durante o segundo período de três anos e meio da semana número setenta. Sabemos que a semana em referência, possui sete anos, pois a profecia das setenta semanas de Daniel compõe-se de semanas de anos. Isto quer dizer que cada semana na realidade contém sete anos. Aparentemente esse “assolador” vai atuar durante três anos e meio, ou seja, na segunda metade da semana número setenta, já que, como pudemos observar, a profecia fala de que, o assolador aparecerá depois que o contínuo sacrifício seja tirado, o que ocorrerá na metade da semana, até que venha a consumação. A consumação é o fim. Então, aquilo que está determinado será derramado sobre “o assolador”. Isto não é outra coisa, senão que o derramamento da “ira de Deus”, a qual se efetuará nos últimos dias antes do retorno de Cristo à terra. Os capítulos 16 e 19 do Apocalipse mostram-nos que a ira de Deus será derramada imediatamente antes do retorno de Cristo à terra, e terminará com a batalha do Armagedom.

GRÁFICO N9 02SEPTUAGÉSIMA SEMANA DE DANIEL (Dn 9.27)

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Por fim, podemos concluir que a grande tribulação será um momento de grande angústia para as pessoas do fim dos tempos. O fim será marcado pelo retorno de Cristo à terra. Imediatamente antes do retorno de Cristo à terra, ocorrerá a grande tribulação. Este fato é confirmado pelo Senhor neste mesmo capítulo 24 de Mateus, nos versículos 29 e 30, onde nos diz: “logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu e as potências dos céus serão abaladas”. Então aparecerá o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre a nuvem do céu, com poder e grande glória”. Fica, portanto, demonstrado, que a segunda vinda de Cristo, será imediatamente após a “Tribulação daqueles dias”. Em outras palavras, a grande tribulação ocorrerá exatamente antes do retorno de Cristo à terra, e vice-versa, o Seu retorno será imediatamente depois da grande tribulação.

Cristo ainda não retornou. É por essa razão que a grande tribulação ainda não ocorreu. Portanto, a septuagésima semana profética de Daniel capitulo 9:27, também não pode haver ocorrido, pois Cristo mesmo disse que a grande tribulação acontecerá quando a abominação desoladora estiver no santo lugar, o que efetuar-se- á na metade da semana número setenta de Daniel. Será nesta ocasião que haverá grande tribulação, qual nunca houve e nem haverá.

Recapitulando podemos argumentar o seguinte:

1. Jesus disse: “Quando pois virdes que a abominação da desolação, de quem falou o profeta Daniel...” (Mt. 24:15).

2. “Porque haverá, então,'grande tribulação...” (Mt. 24:21).3. “E tirarão o contínuo sacrifício, estabelecendo (no lugar santo)

a abominação desoladora” (Dn. 11:31).4. O contínuo sacrifício será tirado na metade da semana número

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setenta, das profetizadas por Daniel (Dn. 9:27), e então virá a abominação.

5. Portanto, a Grande Tribulação ocorrerá quando a abominação desoladora estiver no lugar santo, durante a metade da semana profética número setenta de Daniel.

6. “E logo depois da aflição daqueles dias... verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu...” (Mt. 24: 29-30)

7. Cristo disse que voltaria à terra imediatamente após a grande tribulação; portanto, seu retorno será também, por dedução, no final da septuagésima semana de Daniel.

8. Cristo ainda não retornou, por conseguinte, nem a grande tribulação, nem a semana núm ero setenta de D aniel, aconteceram ainda. Não tiveram ainda o seu cumprimento.

Podemos assim concluir que, haverá uma grande tribulação futura, ao contrário do que alguns indoutos proclamam. Dizem eles que a grande tribulação já passou, ocorrendo nos tempos da igreja apostólica. Outros afirmam que jamais acontecerá um evento como esse. Os que ensinam tais coisas, são falsos mestres, homens ímpios, sonhadores que se corrompem como animais irracionais; nuvens sem água, árvores sem frutos, duas vezes m ortos e desarraigados, estrelas errantes, para os quais está reservada eternamente a escuridão das trevas (carta do apóstolo Judas).

Quando o profeta Daniel recebeu a profecia descrita na Bíblia, ele não pôde entender o significado da mesma. Disse: “Eu, pois ouvi, mas não entendi”; e perguntou ao anjo que falava com ele: “Senhor meu, qual será o fim destas coisas?” (Dn 12:8). Mas o anjo lhe respondeu: “Vai, Daniel porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim”. E no capítulo 8:19, a palavra dada ao profeta em relação à profecia foi: “... Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira; porque ela se exercerá no determinado tempo do fim”.

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Daniel não podia entender, porque a profecia não era pra se cumprir na sua época, nem no tempo posterior ao profeta, mas sim, seria para o tempo do fim. Por aquilo que analisamos anteriormente, o “tempo do fim” refere-se ao momento profético que a terra estará vivendo, nos dias anteriores ao retorno de Jesus Cristo. Vale a péna destacar o fato, de que parte da profecia dada por Daniel para os tempos do fim encontra-se em D n.l2:l. Entre outras coisas, esta passagem das Escrituras diz: “...e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo”. Essa expressão é análoga àquela dita por Jesus em Mt 24.21: “Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, tampouco haverá jamais”. Sem dúvida alguma, Daniel está se referindo ao mesmo evento que Jesus: A grande tribulação.

Em Dn. 12:7, as Escrituras afirmam que esse “tempo de angústia” será por “um tempo, tempos e a metade de um tempo”. Essa expressão, na verdade significa um período de três anos e meio. Podemos então deduzir que a grande tribulação terá uma duração de três anos e meio. Se voltarmos à explicação anterior, poderemos entender que a septuagésima semana de Daniel capítulo nove, está dividida em duas sessões de três anos e meio cada uma. O fato que divide á semana em duas sessões, numericamente equivalentes, é a retirada do contínuo sacrifício e a abominação desoladora tomando o lugar santo;-Se Jesus disse: “Quando...virdes que a abominação da desolação... está no lugar santo...haverá grande tribulação (tempo de angústia)” e Daniel também afirmou que esse tempo de angústia será de três anos e meio, então este fato não ocorrerá no primeiro período da septuagésima semana, pois a abominação desoladora não estará ainda no santo lugar, mas sim, até a metade da semana. Durante os primeiros três anos e meio ninguém poderá “ver” a abominação desoladora. Mas, só durante o segundo período de três anos e meio.

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Podemos portanto, assim entender, que a grande tribulação terá uma duração clara de três anos e meio, e que esses serão os anos que formarão a segunda parte da última semana profética de Daniel. Sendo assim, esses três anos e meio ocorrerão exatamente antes do retorno de Cristo à terra.

Esses três anos e meio são claram ente definidos e estabelecidos na Palavra de Deus. Por exemplo, será o período de quarenta e dois meses no fim dos tempos, quando os gentios pisarão a Jerusalém, a cidade santa (Ap 11.2). Será a mesma época, de mil duzentos e sessenta dias, quando as duas testemunhas profetizarem durante o reinado da “besta” (Ap 11.3). Será o fim dos quarenta e dois meses, nos quais a “besta” se manifestará e reinará sobre toda a terra (Ap 13.5-7). Essa “besta” será um demônio que sairá do próprio inferno (Ap 17.8).

Daniel acrescenta outro elemento importante relacionado com esse “tempo de angústia” (a grande tribulação). Ele afirma que tal tempo ocorrerá “quando tiverem acabado de destruir o poder do povo san to” (Dn 12.7). Essa inform ação é im portantíssim a pois fixa o cum prim ento profético do já mencionado “tempo de angústia”, obviamente, em nossos dias. De acordo com dados históricos, no ano 70 d.C. , o exército do império romano invadiu Israel e o “povo santo” (os judeus) foram dispersos pelo mundo inteiro. Passados mais de 1.850 anos após terem sidos dispersos entre as nações, os judeus retornaram a sua pátria, findando assim, o que conhecemos como “Diáspora”. Assim sendo, termina-se a dispersão do poder do povo santo, e, em 1948 é proclamada a nação de Israel como um estado soberano e independente. Nos dias atuais, Israel é um estado com poderes autônomos. Findou-se a dispersão do povo santo.

Porém, como afirmamos anteriormente, embora tenha já se cumprido essa parte da profecia, o “tempo de angústia” ainda não teve cumprimento. Também Cristo não retornou, voltando

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apenas, no final desse período de três anos e meio de grande tribulação.

E necessário voltarmos à profecia da septuagésima de Daniel 9.27, na qual se cumprirá o “tempo de angústia” ou de grande tribulação. Daniel revela-nos como terá inicio essa última semana, ou seja, a semana número setenta: diz que o povo de um “príncipe que há de vir”, destruirá a cidade e o santuário. Embora muitos têm querido demonstrar que esta parte da profecia, cumpriu- se quando o exército do império romano, liderados pelo general Tito, destruíram a cidade de Jerusalém e o templo judeu no ano 70 cLC., na verdade, existe discordância em relação a esse assunto, pois a profecia também afirma que “o príncipe que há de vir” confirmará um concerto (tratado de paz) com muitos, por uma semana, depois de que o povo, não a nação, desse príncipe, tiver destruído a cidade e o santuário. Nem o general Tito, nem o povo romano confirmaram pacto algum após a destruição de Jerusalém e do templo judeu no ano 70 da nossa era, e nem sequer, um pacto de sete anos de duração, o que equivale a uma semana. Portanto, essa parte da profecia não pode ainda ter se cumprido no ano 70 d.C., mas sim, terá cumprimento exatamente antes do começo da septuagésima semana. Então, o povo de um “príncipe que há de vir” invadirá a cidade de Jerusalém e o lugar do santuário, causando predita destruição, antes do início dessa última semana. Devemos recalcar o fato de que a escritura faz menção do povo, não da nação, de um “príncipe que há de vir”. Conhecendo a perfeição da revelação divina, devemos supor que esse “povo”, estaria disseminado entre muitas nações. Esta consideração, assim como muitos outros aspectos relatados profeticamente na Bíblia, sugerem que esse “povo” pode referir-se aos árabes muçulmanos. Eles são um só povo, em bora separados territorialm ente, formando diferentes nações. Possuem uma mesma cultura, religião, ideologias e um único propósito: exterminar por completo o povo

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de Deus reconhecido no Antigo Testamento: Israel.Devemos agora, abrir um parênteses para explicar o porquê

das semanas proféticas de Daniel equivalem a semanas de anos. Já vimos como essa profecia nos relata que na metade desta septuagésima semana, será tirado o contínuo sacrifício e colocada a abominação desoladora (Dn 9.27; 11.31). Portanto, a profecia nos mostra que no final da 70 a semana, dar-se-á fim à prevaricação e ao pecado, selar-se-á a visão e profecia, e o Santo dos santos será ungido. O item anterior significa que, ao findarem as setenta semanas proféticas, acabará também o tempo para que a profecia tenha o seu cumprimento. A afirmação “selar-se-á a profecia” deve ser interpretada, que nesse momento fecha-se ou finda-se a ordem dos eventos proféticos revelados por Deus, culminando com o retorno de Cristo à terra, e sua subseqüente unção como rei, para dar início ao Seu reino milenar.

Daniel acrescenta ainda, uma informação que nos ajuda a determinar o tempo de duração da septuagésima semana e da grande tribulação. Daniel 12.11 afirma-nos que, desde o tempo em que o contínuo sacrifício for tirado e a abominação desoladora estiver no lugar santo, haverão mil duzentos e noventa dias. Anteriormente falamos que, a oferta de manjares e o contínuo sacrifício seriam tirados na metade da 70 a semana, também que a abominação desoladora será colocada nessa ocasião. Em outras palavras, se contarmos desde o momento em que o contínuo sacrifício for tirado na metade dessa semana, haverão mil duzentos e noventa dias. Isto significa que o tempo que restaria para findar o total cumprimento do profetizado para essa última semana, seria de mil duzentos e noventa dias dias. Podemos dividir essa cifra em mil duzentos e sessenta dias, mais trinta dias, ou seja, três anos e meio, mais trinta dias adicionais. Obviamente, desde a metade da septuagésima semana até o final dela, passarão três anos e meio, mais os trinta dias adicionais. Portanto, a segunda metade da

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septuagésima semana deve contar com mil duzentos e sessenta dias, ou três anos e meio, e a semana completa, com sete anos.

Gênesis capítulo 29, narra-nos a história de Jacó servindo a Labão pelas suas duas filhas Raquel e Léia. No versículo 15, Labão diz a Jacó: “Porque tu és meu irmão, hás de servir-me de graça? Declara-me qual será o teu salário”. Jacó respondeu-lhe: “Sete anos te servirei por Raquel, tua filha menor”. Tendo Jacó cumprido o tempo do seu serviço, foi-lhe entregue Léia em lugar de Raquel. Percebendo a trapaça, protestou, porém Labão disse- lhe que não era costume do seu povo entregar a um homem a filha menor, antes da mais velha. Então, Labão sugeriu a Jacó que trabalhasse outros sete anos adicionais, e assim, lhe entregaria também sua filha menor. A expressão usada por Labão encontra- se no versículo 27, que diz: “Cumpre a semana desta; então te daremos também a outra, pelo serviço que ainda outros sete anos servires comigo”. No versículo 28, as Escrituras declaram: “E Jacó fez assim e cumpriu a semana desta; então Labão lhe deu por mulher Raquel, sua filha”.

Assim, entendemos que a expressão bíblica “uma semana”, pode significar, além de sete dias, sete anos. Tudo indica que no livro de Daniel faz-se uso dessa terminologia, para mostrar semanas de anos, ao referir-se à profecia das setenta semanas do capítulo nove.

No capítulo 25 do livro de Levítico é descrita a forma como seria determinado o ano do jubileu do povo judeu, uma festa celebrada a cada 50 anos, que ocorria no ano seguinte às sete semanas de anos, ou 49 anos. O versículo 8 diz: “Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos, de maneira que os dias das sete semanas de anos, te serão quarenta e nove anos” (ver Ap 12.6,14).

A grande tribulação ocorrerá quando “virdes que a abominação da desolação... está no lugar santo” durante a metade

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desses sete anos. Portanto, a grande tribulação durará três anos e meio. Em Dn 8.13,14, o profeta também faz menção da relação existente entre o contínuo sacrifício, a abominação desoladora e o tempo de duração da profecia. Esses versículos afirmam: “Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo à aquele que falava: Até quando durará a visão do contínuo sacrifício e da transgressão assoladora, para que seja entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado”. Sem dúvida alguma, esses versículos referem-se a septuagésima semana, pois conforme Dn 9.27, nela se cumprirá a visão de Daniel em relação ao contínuo sacrifício, a abominação desoladora e ao exército sendo entregue para ser pisado. Nada disso é mencionado como se fosse acontecer durante as sessenta e nove semanas anteriores a septuagésima, senão, durante a mesma última semana. Concluímos então, que o tempo da visão de D aniel em relação a septuagésim a semana especificamente, será de dois mil e trezentos dias, mais o período da purificação do santuário; pois ele afirma que durará até duas mil e trezentas tardes e manhãs, e logo a seguir, o santuário será purificado, ou seja, será tirada a abominação desoladora juntamente com as tropas que a colocaram (Dn 11.31).

Duas mil e trezentas tardes e manhãs equivalem a setenta e seis meses mais vinte dias. O total dos sete anos da septuagésima semana equivaleriam a oitenta e quatro meses. Se do total dos oitenta e quatro meses que a septuagésima semana vai durar, subtrairmos os setenta e seis meses e vinte dias referentes às duas mil trezentas tardes e manhãs, restarão sete meses e dez dias. Portanto, esse será o tempo de duração da retirada da abominação desoladora e das tropas que invadirem o lugar do santuário e assim purificá-lo.

Os sete meses e dez dias anteriormente mencionados, que restarão para completar os sete anos, logo após os primeiros setenta e seis meses e vinte dias (duas mil e trezentas tardes e manhãs) da

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septuagésima semana, parecem ser os mesmos sete meses que E/.equiel 39 menciona. Por tudo que é narrado nesse capítulo, podemos entender que o mesmo fala de eventos relacionados ao tempo do fim, quando uma multidão de exércitos invadirá Israel. O próprio Deus pelejará contra eles e os vencerá. O povo de Israel estará enterrando os mortos da batalha (Armagedom) por sete meses (v.12). “E serão separados homens que incessantemente passarão pela terra, para que sepultem os que tiverem ficado sobre a face da terra, para a purificarem, durará sete meses esse trabalho” (v.14). Em outras palavras, o termo “sete meses” (sete meses com dez dias para ser mais exato), é o tempo que levará a purificação do santuário.

As duas mil tardes e manhãs somadas aos sete meses que durará a purificação da terra de Israel, totalizam os sete anos, que a última semana profética menciona.

A revelação que a palavra de Deus nos oferece em relação a abominação desoladora, é de suma importância para poder nos localizar no tempo profético, e sua relação com a grande tribulação. Por exemplo, quando Jesus em Mt 24.15 diz: “quando, pois, virdes...” está se referindo a um tempo futuro. Claramente a expressão “quando, pois, virdes que a abominação da desolação, falada pelo profeta Daniel...” também assinala um tempo futuro. A expressão “quando virdes” denota futuro, não passado, nem presente. Se nos localizarmos no calendário do tempo em que Jesus fez tal declaração, descobriremos que deve ter sido por volta do ano 30 d.C., ou seja, no último ano do seu ministério. Assim sendo devemos descartar a possibilidade que a profecia dita por Daniel referente a abominação desoladora, tivesse se cumprido na pessoa de Antíoco Epífanes. Este rei sírio realizou algo similar ao que farão os exércitos que Daniel 11.31 menciona, quando os seus exércitos profanaram o templo judeu no ano 168 d.C., proibiram ao povo israelita oferecer os seus sacrifícios, colocaram dentro do

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templo uma imagem do deus pagão Júpiter Olimpo, e o próprio Antíoco profanou o lugar do santuário, oferecendo um animal imundo no altar do sacrifício. Mas, tudo isso ocorreu mais de cento e sessenta e oito anos antes de que Jesus fizera tal declaração: “quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel...”. Portanto, a interpretação de que esta profecia teve o seu cumprimento na pessoa de Antíoco Epífanes, deve ser descartada. Nenhum evento histórico acontecido antes de Cristo, faz com que se cumpra a profecia de Daniel, referente à abominação desoladora. Tal acontecimento deverá ocorrer após a primeira vinda de Cristo, mas exatamente antes da sua segunda vinda, como temos explicado anteriormente. Por esta última razão, também não deve ter se cumprido nos dias da destruição do templo judeu por parte do exército romano, liderado pelo general Tito no ano 70 d.C., pois Cristo não retornou após àquela época.

Resta somente uma explicação. Todos os eventos proféticos relacionados com a septuagésima semana de Daniel se cumprirão exatamente antes do retorno de Cristo à terra. Quer dizer, Jerusalém será invadida e destruída pelo povo de um “príncipe que há de vir”, que logo confirmará um pacto de paz por um período de sete anos. Na metade desse sete anos, proibirá a religião judaica (fará cessar o sacrifício contínuo e a oferta de manjares) e será posta a abominação desoladora (provavelmente a imagem da “besta” de Ap 13.14,15). O assolador (a besta de Ap 13.1) começará a reinar na metade da semana e atuará durante quarenta e dois meses (três anos e meio), então será o tempo da Grande Tribulação que a Bíblia menciona em Mt 24.21. No final dessa grande tribulação, virá a consumação ou o fim, e o que está determinado (a Ira de Deus) se derramará sobre o assolador (a besta) e sobre todos os moradores da terra (a hora da prova de Ap 3.10) e por fim, imediatamente após a tribulação daqueles dias, verão ao Filho do Homem (Cristo) vindo sobre as nuvens do céu com poder e

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grande glória (segunda vinda visível de Cristo).Como vimos anteriormente, na metade da septuagésima

semana de Daniel, o contínuo sacrifício será tirado. Se analisarmos Daniel 8.11, encontraremos que o personagem que Daniel, nesse capítulo, chama de “uma ponta mui pequena”, tirará o contínuo sacrifício e lançará por terra o lugar do santuário, sendo pisoteado. Obviamente, devemos entender que, esse personagem chamada “uma ponta pequena” e o “príncipe que há de vir” de Daniel 9.26- 27, são um só, pois a ambos se refere que tirarão o contínuo sacrifício. Essa “ponta mui pequena”, segundo o capítulo oito de Daniel, sairá ou procederá de um dos quatro reinos nos quais o reino da Grécia se dividiu. Com toda a certeza, sairá do reino da selêucia, como explicaremos posteriormente.

Portanto, a Besta de Ap 13.1-10, a qual reinará por três anos e meio (Ap 13.5), é o mesmo personagem que em Daniel 9.27 é chamado de “o assolador”, o qual atuará nos últimos três anos e meio da septuagésima semana de Daniel, durante os quais acontecerá a “grande tribulação”.

Daniel 11.3, volta a mencionar a abominação desoladora. Quero novamente recalcar a transcendência e importância da informação profética que o próprio Jesus mencionou em Mateus 24.15, dizendo que, quando víssemos no lugar santo a abominação desoladora, da qual falou o profeta Daniel, então viria uma grande tribulação sobre a terra, sem precedentes, e que no final dela, aconteceria o retorno de Cristo.

Portanto, devemos entender que Daniel 11.31, está se referindo a eventos que ocorrerão durante a grande tribulação. O versículo anterior afirma que “...sairão a eles uns braços, que profanarão o santuário e a fortaleza e tirarão contínuo sacrifício, estabelecendo a abominação desoladora”. Da parte de quem se levantarão essas tropas?. Da parte do “homem vil” do qual se fala no versículo 21. E um outro nome apropriado ao personagem

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que destacamos anterior mente, e que em Dn 9.26 é chamado “Um príncipe que há de vir”.

Sendo assim, parece que a referência dada em Daniel 9.26, de um “príncipe que há de vir”, à do capítulo 11.21, o “homem vil”, e o “chifre pequeno” (ou ponta mui pequena) de Dn. 8.9, referem-se ao mesmo personagem. Esse personagem, será aquele que reinará quando o contínuo sacrifício for tirado e a abominação desoladora seja posta na metade da semana número setenta de Daniel. Se o que temos afirmado anteriormente referente à septuagésima semana de Daniel, são os últimos sete anos proféticos exatamente antes do retorno de Cristo, então esse personagem chamado por Daniel “um príncipe que há de vir”, “homem vil”, e um “chifre pequeno”, começará o seu reinado no inicio da septuagésima semana. Logo, na metade dessa semana cessará o contínuo sacrifício e a oferta de manjares.

Aparentemente, esse personagem será um homem que, durante o seu reinado será morto e o seu cadáver possuído por um terrível demônio. Essa possessão demoníaca Daniel chama de o “assolador”. Esse demônio será o que reinará durante a segunda metade da septuagésima semana. João, no livro de Apocalipse, o chama de “a Besta”, o qual terá autoridade durante os últimos três anos e meio do fim (ver Cap. XIII).

Podemos deduzir que será um demônio, porque João diz, que sairá do abismo, ou inferno (Ap. 11.7 e 17.8). Não é o próprio Satanás porque Ap. 13. 2 diz que o Dragão (Satanás) “deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio”. Reinará sobre o mundo inteiro, ou seja, sobre toda tribo, povo, língua e nação (Ap. 13.7) Seu reinado durará três anos e meio ou quarenta e dois meses (Ap. 13.5). Todos os moradores da terra o adorarão, exceto a igreja de Jesus, pois os nomes de cada um estão escritos no Livro da Vida (Ap. 13.7). O falso profeta dará ordens ao mundo inteiro para que seja erguida uma imagem dessa besta, e todo aquele que

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não a adorar, será m orto (Ap. 13. 12; 15). Irá requerer obrigatoriamente que todo ser humano seja marcado na testa ou na mão direita, e que ninguém possa comprar ou vender, se não tiver essa marca (Ap. 13. 16;17). Todo aquele que receber essa marca e adorar a besta e a sua imagem, poderá comprar e vender, porém será atormentado dia e noite pelos séculos dos séculos com fogo e enxofre, e enfrentará a ira de Deus (Ap. 14.9-11). Aquele que não se deixar marcar ou não adorar a besta e a sua imagem, a Bíblia o chama de “paciência dos santos... os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap. 14.12). Essa paciência é aquela à qual Jesus se refere em Ap. 3.10, quando diz: “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”.

O momento de provar a paciência dos santos ou crentes, será quando forem obrigados a receber a marca da besta e também adorar a sua imagem, para poder comprar e vender, e assim não serem sentenciados a morrer. Porém, o momento de prova que Deus enviará sobre toda a terra, será o derramamento da ira de Deus. Então, todos os homens serão provados; mas os crentes já terão passado a sua prova de paciência, ao não deixarem se marcar, não adorando a Besta e a sua imagem. Por essa razão, o Senhor livrará a Igreja dessa dura prova, que será o derramamento dos juízos de Deus sobre à terra. Todos os crentes estarão salvos no céu, para onde foram levados através do arrebatamento da igreja, antes do derramamento da ira de Deus sobre todos os moradores da terra. Assim como a septuagésima semana será dividida em duas partes, assim também será dividida em duas partes principais, a segunda metade. A primeira, envolverá a perseguição e investida contra o povo de Deus por parte desse personagem demoníaco, o qual João denomina de “A Besta” e Daniel chama de “O Assolador” (Ap. 13.7 e Dn 9.27). E a segunda parte envolverá o

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derramamento da ira de Deus sobre todos os moradores da terra, exceto a igreja que estará no céu resguardada dos juízos apocalípticos.

No final da grande tribulação, ou seja, no final da septuagésima semana das setenta semanas proféticas de Daniel, esse personagem demoníaco chamado “A Besta”, reunirá todos os governantes da terra e os seus exércitos no vale do Armagedom, em Israel, para guerrear contra Cristo e seus exércitos celestiais (Ap. 19.19). Todos serão derrotados por Cristo e suas tropas. O falso profeta e a besta serão lançados vivos no lago de fogo e enxofre; os demais serão mortos com a espada que sai da boca do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo. A espada é a Palavra (Ap.19. 20-21).

A septuagésima semana de Daniel, corresponde aos últimos sete anos antes do retorno de Cristo à terra. Ainda que, não necessariamente será de sete anos, o tempo que durará a grande tribulação, todos serão anos de tribulação e angústia. A grande tribulação, é uma fração de tempo contida dentro desses sete anos de tribulação, e será a segunda metade da septuagésima semana de Daniel.

Os eventos narrados no Apocalipse, a partir do capítulo seis em diante, até a batalha do Armagedom, parece que estão todos encaixados dentro desses últimos sete anos da septuagésima semana de Daniel. Assim, o cavaleiro que monta o cavalo branco, invencível e que recebe uma coroa de rei, o qual é descrito em 6.2, deve representar o “Príncipe que há de vir” de Dn 9.27, e o “Homem vil” de Dn 11.21, e o “Chifre pequeno” de Dn 7.8. Esse personagem estará reinando, ou talvez começará a reinar, no princípio da septuagésima semana, ou seja, os últimos sete anos prévios ao retorno de Cristo. A besta de Apocalipse 13.1-10 deve ser uma possessão demoníaca do cavaleiro que monta o cavalo branco de Ap. 6.2. Essa, começará a reinar na metade da septuagésima semana e reinará por um espaço de tempo de três

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anos e meio. Esse será o verdadeiro tempo de grande tribulação, não somente de tribulação, mas de grande tribulação.

Porém, antes que apareça esse personagem demoníaco chamado “a besta”, durante os primeiros tempos da septuagésima semana, não haverá paz na terra e os homens matarão uns aos outros (Ap. 6.3), Haverá grande escassez de alimentos (Ap. 6.6). Essa será a razão pela qual as pessoas serão obrigadas a receber a marca para ter o direito de com prar e vender. Assim, será estabelecido um racionamento, principalmente sobre os produtos de maior necessidade e consumo. Haverá guerras sangrentas, mortes por inanição e pela violência, que imperará mundialmente (Ap. 6.8).

Mas, Deus fará com que haja uma provisão especial para seu povo, como fez com Elias na casa da viúva de Sarepta de Sidom, no ribeiro de Querite (1 Rs 17) nos dias de seca. Por isso, em Ap. 6.6 diz: “e não danifiques o azeite e vinho”. Deus cuidará daqueles que se mantiverem fiéis a Ele. Devemos nos manter firmes na fé perante as ameaças e perigos, e não ceder em nenhum momento sob circunstância alguma. As promessas de Deus são eternas. É Ele quem diz: “Não temas porque eu te remi: chamei-te pelo teu nome: tu és meu. Quando passares pelas águas, estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não te submergirão: quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti” (Is. 43.1;2).

Em 1 Pe 3.13,14 o apóstolo nos diz: “E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem? Mas também se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis”. Ninguém poderá nos fazer dano algum, se não for da vontade de Deus. Nem o anticristo, nem falso profeta, nem mesmo o diabo deve amedrontar e turbar ao crente. Se Deus é por nós, quem será contra nós?

No entanto, a Bíblia adverte que os crentes em Cristo sofreremos uma terrível perseguição nos tempos do fim. Em Mt

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24.9 Jesus diz: “Então vos hão de entregar para serdes atormentados e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome”. Naquele instante, Jesus estava se dirigindo a seus discípulos, para mostrar-lhes o que aconteceria no final dos tempos. Então, devemos entender, que os discípulos dos últimos tempos é que serão entregues à tribulação. Não os discípulos do tempo de Jesus, aos quais está se dirigindo, porque fica claro que essa tribulação à que Jesus se refere, seria para os tempos do fim. Não tão somente seriam atribulados, mas também os matariam e seriam detestados (odiados) por todo o mundo. Certamente haverá crentes que perderão as suas vidas, porque apesar de que Deus pode nos guardar, proteger, e em-qualquer circunstância suprir todas as nossas necessidades, no entanto, Ele tem determinado que tudo isso ocorra conforme o seu propósito.

Sendo assim, os males que ocorrerão aos crentes, serão por causa do nome de Jesus. Isto indica que o Senhor está se referindo à igreja em particular. Os judeus até hoje não querem reconhecer a Cristo como o messias. O que padecerão no tempo da grande tribulação, é precisamente por terem rejeitado a Jesus. Por outro lado, serão os crentes os que sofrerão essa tribulação, onde alguns morrerão e serão odiados pelas pessoas por causa do nome de Cristo. Certamente, os que tiverem crido no nome de Jesus.

Sem dúvida alguma, será uma época de grande perseguição tribulacional. O v.10 de Mt 24 diz: “Neste tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão”. O versículo se refere aos próprios crentes que se levantarão uns contra os outros. Como se fosse pouco, o fato de que todas as pessoas nos aborrecerão, além disso, será criada uma atmosfera de rixas entre os próprios crentes. A tal ponto, que uns aos outros se acusarão e se entregarão aos seus inimigos, lançando- se assim à morte. É incrível! Mas será assim, porque Deus conhece

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melhor do que nós mesmos, como será nossa reação perante tal situação. O pior é que a grande tribulação ainda nem começou, e já existe esse desprezo entre os próprios irmãos na fé! Já são evidentes os sinais de um crente detestando o outro, muitas vezes por questões supérfluas e sem sentido.

Tenho escutado comentários de crentes, os quais dizem que se tiverem de atravessar a grande tribulação, deixariam de ser evangélicos. Isso me causa grande constrangimento, já que isso mostra uma inclinação a úma preferência de serem condenados eternamente, do que sofrer por causa do nome de Jesus. Estou certo que esse não é o tipo de Igreja que Cristo vem buscar. Essa não é a Igreja pela qual o Senhor deu a sua vida no calvário. Essa é a Igreja que, assim como o apóstolo Pedro, negará ao Senhor em tempos de confronto. Essa é a Igreja que, a exemplo dos primeiros crentes, estará acovardada e amedrontada quando vier a perseguição nos dias da grande tribulação.

Mas, apesar de tudo isso, sempre haverá um remanescente fiel. A grande tribulação não é a exceção, também ali haverão fiéis que tirarão forças da debilidade, estarão dispostos a enfrentar vitupérios, açoites, prisões, a serem apedrejados, serrados, mortos a fio de espada, dos quais o mundo não será digno. Tal é a geração dos que o buscam. Dos que buscam a sua face. Amém.

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Capitulo III

Consumação da Ira de Deus.

Devemos evitar atribuir a Deus características ou atributos similares às paixões e debilidades do ser humano. A natureza divina em nada é semelhante à natureza corrompida do homem, com suas distintivas características de violência, imoralidade, destruição e outros caracteres do ser chamado cientificamente de HomoSapiens. Por isso, quando nos referimos biblicamente falando, à ira de Deus, nunca devemos pensar de que Deus está irado, da mesma maneira que fazem os homens.

No entanto, a Palavra de Deus faz uso da expressão “ira de Deus” para que possamos entender de que Ele esta indignado ou insatisfeito com o nossa forma de agir. Também, encontramos na Bíblia a expressão “derramamento da ira de Deus” que significa que Ele está executando um juízo ou castigo sobre os impenitentes. Na manifestação da sua ira, Deus expressa com palavras ou com atos, que não está de acordo com a conduta assumida pelos homens. Por exemplo: Ele declarou a Noé que estava aborrecido com aquela geração, e a ação remediável que havia decidido tomar. Para neutralizar o comportamento deles: “Então disse Deus a Noé: o fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a terra esta cheia de violência; e eis que os desfarei com terra” (Gn 6.13).

No livro de Números 11.1, encontramos um exemplo do que significa fazer Deus irar-se. A Escritura ali registra: “E aconteceu que queixando-se o povo, era mal aos ouvidos do Senhor; porque o Senhor ouvi-o, e a sua ira se ascendeu, e o fogo do Senhor ardeu e consumiu os que estavam na última parte do arraial”. Moisés, autor do livro, usa uma metáfora para ilustrar o que ele

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chama de “ ardor da ira de Deus”. Compara-a com o fogo. Quando o fogo é aceso, tudo o que ele alcança é consumido pelas chamas, causando destruição por onde ele- passa.

Miriã e Aarão, irmãos de Moisés, murmuraram contra ele por causa da mulher cuxita que tomara como esposa. Além disso, conspiraram, alegando que Deus também falava por meio deles. Então a Bíblia diz que: “Assim, a ira do Senhor contra eles se acendeu” (Nm 12.9). Como resultado daquele ato, o qual desagradou a Deus, Miriã ficou leprosa.

A idolatria é o que provoca a ira de Deus. A palavra que veio a Jeremias, no capítulo 44.2,3 do seu livro, nos alerta sobre as conseqüências da idolatria: ’’Assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Vós vistes todo o mal que fiz cair sobre Jerusalém e sobre todas as cidades de Judá; e eis que elas são, hoje, um deserto, e ninguém habita nelas; por causa da maldade que fizeram para me irarem, indo queimar incenso e servir a deuses estranhos, que eles nunca conheceram, eles, vós e vossos pais”. No versículo 6 diz: “Derramou-se pois, a minha indignação e a minha ira, e ascendeu-se nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém; e elas tornaram-se em deserto e em assolação, como hoje se vê”.

O derram am ento da ira de Deus sem pre trouxe conseqüências funestas e calamidades para os que a receberam.

Outro exemplo do que significa enfrentar a ira de Deus, é revelado pelo apóstolo Paulo em I a Ts 2.15,16. Faz ali referência do povo judeu e dos tais declara: “Os quais também mataram o Senhor Jesus e os seus próprios profetas, e nos têm perseguido, e não agradam a Deus, e sao contrários a todos os homens, e nos impedem de pregar aos gentios as palavras da salvação, a fim de encherem sempre a medida de seus pecados; mas a ira de Deus caiu sobre eles até o fim”.

A conduta dos judeus em oposição ao evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo, acarretou-lhes males: Sua rejeição à fé cristã

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provocou a ira de Deus. A história relata-nos tudo aquilo que esse povo tem sofrido como conseqüência disso: a invasão de Israel pelo exército romano no ano 70 d.C., as invasões árabes, e mais recentemente o holocausto nazista. Apesar de tudo, ainda não acabou tudo aquilo que irá padecer. A Bíblia afirma que nos tempos do fim, o “anticristo” levantará uma perseguição devastadora contra eles.

A Bíblia registra, desde tempos mui remotos, casos do derramamento da ira de Deus. Logo após o Senhor anunciar a Noé sua decisão o derramamento da ira de Deus manifestou-se através do dilúvio. A palavra de Deus afirma em relação a este fato histórico que “as águas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e todos os altos montes que havia debaixo de todo céu foram cobertos... e expirou toda carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de gado, e de feras, e de todo réptil que se roja sobre a terra, e de todo homem” (Gn 7.19,21).

Deus decidiu exterminar da face da terra, os homens, as feras, os répteis e as aves do céu, trazendo um dilúvio como forma de juízo. A ira de Deus derramou-se sobre a terra.

Um dos atributos de Deus é ser justo; julgar com justiça, com eqüidade. A Bíblia afirma que ele dará justa recompensa a cada um conforme as suas próprias obras. Para aqueles que não se arrependerem, em Romanos 2.5, a Escritura nos diz: Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus”. A conseqüência da falta de arrependimento e a dureza de coração, não obedecendo o estabelecido por Deus na Sua palavra, é enfrentar a ira do Senhor.

Os homens de Nínive converteram-se após a pregação de Jonas, por isso, Deus arrependeu-se do mal que havia determinado lhes enviar (Jn 3.10). A ira de Deus manifesta teria provocado a destruição dessa cidade. No entanto, eles não precisaram enfrentá- la, pois converteram-se dos seus maus caminhos.

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Numa outra ocasião, Deus manifestou a Sua ira contra as cidades de Sodoma e Gomorra, e cidades vizinhas. Disse o Senhor a Abraão: “o seu pecado se tem agravado muito” (Gn 18.20). Derramou-se a ira de Deus, de tal forma, que a Bíblia nos diz: “Então o Senhor fez chover enxofre e fogo, do Senhor desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra. E derribou aquelas cidades; e toda aquela campina, e todos os moradores daquelas cidades, e o que nascia da terra” (Gn 19.24,25). Deus agiu assim, com o intuito de exterminar completamente o pecado, pois aquela era uma sociedade extremamente pecaminosa. O Seu objetivo era acabar com o pecado de uma vez e para sempre. O resultado imediato de tal atitude foi a destruição total de todos os moradores da região, mais o fruto da terra.

Outros textos bíblicos do Novo Testamento nos mostram as causas pelas quais a ira de Deus é derramada sobre os homens. Por exemplo, em Romanos 1.18 diz: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça”. Essa expressão utiliza a palavra “manifesta” como indicativo da revelação da ira de Deus. Em outras palavras, a prova da indignação de Deus contra os homens, é claramente visível através de atitudes que Deus toma com o propósito de combater a impiedade e a injustiça. Aqueles que se opõem à verdade de Deus, hão de enfrentar a Sua ira.

Em Efésios 5.5,6, diz a Escritura, que “... nenhum fornicário, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus... porque por estas coisas vem a ira de Deus”. A manifestação da ira de Deus traduz-se na exclusão do reino dos céus, depois de ter experimentado o juízo de Deus. Aqueles que tiverem de enfrentar a ira de Deus, não terão acesso ao reino dos céus.

Portanto, Deus tem determinado um tempo no qual, a Sua ira manifesta através das épocas, terá a sua consumação.

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Consumação significa terminar, acabar, fim. Os escritores do Antigo Testamento, assim como os do Novo, fizeram menção desse momento. No Antigo Testamento, é usada a expressão “o dia do Senhor” para mostrar o tempo quando a ira de Deus será manifesta na sua última expressão.

Isaías assim declara: “Porque o dia do Senhor dos Exércitos será contra todo soberbo e altivo e contra todo o que se exalta, para que seja abatido... Então os hom ens se m eterão nas concavidades das rochas e nas cavernas da terra, por causa da presença espantosa do Senhor e por causa da glória da sua majestade, quando ele se levantar para assombrar a terra” (Is 2.12,19).

O apóstolo João, homólogo de Isaías, descreve de forma idêntica o que ocorrerá naqueles dias. Apocalipse 6.12-17 relata- nos o que acontecerá no momento em que se efetuar o juízo denominado “o sexto selo”. Fala-nos de um grande terremoto durante o qual o sol se tornará negro e a lua como sangue; o céu se desfará como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas serão removidos dos seus lugares. Todos os homens da terra se esconderão nas cavernas e nas rochas das montanhas e lhes dirão: “Caí sobre nós e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro, porque é vindo o grande dia da sua ira”. Estas duas passagens bíblicas demonstram, também, que Cristo é o Senhor, manifesto na Segunda pessoa do Deus trino.

Tanto Isaías, como João, referem-se a um mesmo acontecimento. Este, pelo que podemos entender, ainda não teve cumprimento. É um evento futuro. Em inúmeras ocasiões, Deus tem manifestado Sua ira com feitos descritos na Bíblia, no entanto, ainda resta um tempo futuro, no qual a ira de Deus será derramada em grandes proporções, podendo comparar-se apenas ao dilúvio universal. Os juízos determinados por Deus para aquele então, atingirão toda a terra. Haverá destruição em todas as partes do globo terrestre.

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Todos os eventos nos quais a ira de Deus se manifestou, com exceção do grande dilúvio nos dias de N oé, foram acontecimentos locais ou regionais., isolados do resto do mundo, e numa escala menor, os quais poderíamos chamar de micro-juízos. Mas, o momento da consumação futura da ira de Deus, será um macro-juízo que atingirá de forma superlativa toda a terra, assim como foi o dilúvio.

Os juízos enviados por Deus nos tempos da saída do povo hebreu do Egito, conhecidos como as dez pragas, somente afetou aquela região. O juízo sobre Sodoma e Gomorra, restringiu-se, única e exclusivamente a várias cidades em redor.

A diferença entre o ocorrido durante o dilúvio universal e o que acontecerá nos tempos da consumação futura da ira de Deus, é que, o dilúvio foi só um magno evento que cobriu toda a face da terra, enquanto que na consumação da ira de Deus, ocorrerá uma série de juízos separadamente e durante um intervalo de tempo que Deus tem prefixado .

Os efeitos do dilúvio universal duraram um ano e dezessete dias no total, porém, não houve uma seqüência de diferentes acontecimentos catastróficos. Ocorreu tão somente um dilúvio.

Através da Bíblia, podem os determ inar o tem po aproxim ado que durarão os juízos conhecidos como a “consum ação da ira de D eus”, quais serão esses juízos especificamente, e quando será a época em que ocorrerá a consumação dessa Sua ira. Além disso, existe ampla base bíblica para crer que a Igreja não passará pelos juízos que ocorrerão durante o desenrolar da consumação da ira de Deus. Quando me refiro à Igreja, é claro, que falo daqueles que têm crido em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, e que vivem uma vida, cuja regra de conduta, fé e espiritualidade, estão conforme aquilo que a Bíblia expressa, que é a palavra inspirada por Deus aos homens que queiram ser salvos. Leia Gn 18.25; Sl 34.16; Jo 3.36; Rm 2.7,8; 5.9;

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Cl 3.6; ITs 1.10 e 5.9.Para sabermos quando será o momento do derramamento

da ira final, ou da consumação da ira de Deus, a Bíblia oferece- nos dados que deveríamos analisar. Por exemplo: o profeta Sofonias, que é um dos escritores bíblicos que expõe como tema principal do seu livro “o dia da ira de Deus”, declara o seguinte: “O grande dia do Senhor está perto, está perto, e se apressa muito a voz do dia do Senhor; amargamente clamará ali o homem poderoso. Aquele dia é um dia de indignação, dia de angústia e de ânsia, dia de alvoroço e de desolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas, dia de trombeta e de alarido contra as cidades fortes e contra as torres altas. E angustiarei os homens, e eles andarão como cegos, porque pecaram contra o Senhor; e o seu sangue se derramará como pó, e a sua carne, como esterco. Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia do furor do Senhor, mas, pelo fogo do seu zelo, toda esta terra será consumida, porque certamente fará de todos os moradores da terra uma destruição total e apressada” (Sf 1.14-18).

A descrição feita por Sofonias do “dia da ira do Senhor” é muito ampla através de todo o seu livro. No entanto, é exatamente no último versículo que Sofonias dá-nos um detalhe que nos ajuda a entender quando se cumprirá essa profecia. Assim diz o versículo 20 do capítulo 3: “Naquele tempo, vos trarei (a Israel), naquele tempo vos recolherei; certamente vos darei um nome e um louvor entre todos os povos da terra, quando reconduzir os vossos cativos diante dos vossos olhos, diz o Senhor”. Em outras palavras, a época do “dia da Ira do Senhor” seria quando Israel retornasse de entre as nações, terminando assim, o seu cativeiro. Embora esta profecia tenha tido o seu cumprimento parcial nos dias do retorno do povo judeu à sua terra, logo após o seu cativeiro na Babilônia, certo é, que terá o seu final e total cumprimento quando Deus reunir todas as nações e reinos para derramar sobre eles a sua

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cólera e todo o ardor da sua ira; quando, através do fogo do seu zelo, a terra será consumida, conforme Sofonias 3.8. E isso não aconteceu na época do retorno do cativeiro babilónico.

O retorno de Israel à sua terra voltou a cumprir-se em tem pos recentes, assim como aconteceu após o cativeiro babilónico. No entanto, no primeiro retorno, a terra não foi consumida, nem foram reunidas as nações e os reinos para que Deus derramasse sobre eles o Seu furor. Portanto, entendemos que a profecia de Sofonias aponta para uma época diferente à da volta de Israel da Babilônia. Se esse dia, do qual o profeta fala, ainda não se cumpriu, sem dúvida alguma, será no tempo em que estamos vivendo, pois Israel foi trazido do seu cativeiro de quase dois mil anos entre as nações. Declara também Sofonias que naquele tempo Deus dará à Israel “um nome e um louvor entre todos os povos da terra”. Isso também ainda não se cumpriu. Nem no tempo do retorno da Babilônia, nem depois, vimos Israel ser exaltado para alcançar uma posição privilegiada ente as nações. Consequentemente, resta ainda um tempo futuro pra isso se cumprir. Mas, com certeza, será quando Deus tiver levantado a Israel do seu cativeiro. Tudo isso nos leva a pensar que será em um futuro muito próximo.

Isaías fala-nos de um momento em que Deus recolherá ao povo de Israel, não somente de um lugar da terra, como aconteceu após o fim do cativeiro babilónico, mas de entre todas as nações do mundo, como tem acontecido em nossos dias. O profeta diz: “Porque há de acontecer, naquele dia, que o Senhor tornará a estender a sua mão para adquirir outra vez os resíduos do seu povo, que restarem da Assíria, e do Egito, e de Patros, e da Etiópia, e de Elão, e de Sinar, e de Hamate, e das ilhas do mar. E levantará um pendão entre as nações, e ajuntará os desterrados de Israel, e os dispersos de Judá congregará desde os quatro confins da terra” (Is 11.11,12). Os versículos anteriores falam de um segundo retorno

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de Israel à sua terra. Eles expressam que o Senhor levantará “outra vez” Sua mão para recolher o remanescente do seu povo dos “quatro confins da terra”; do mundo inteiro. Expressa que, além daquele já acontecido após a Babilônia, haveria um outro retorno.

Em Isaías 13.9-13, o profeta menciona eventos que também estão registrados no Novo Testamento, para falar do “dia da Ira do Senhor”, que eqüivale à consumação da Ira de Deus. São detalhes que Jesus menciona no Novo Testamento, como era seu costume, e que nos fazem entender que as profecias pronunciadas no Antigo Testamento se cumpririam após a vinda de Cristo à terra. Nos versículos citados anterior mente, Isaías faz a seguinte descrição “Eis que o dia do Senhor vem, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação e destruir os pecadores dela. Porque as estrelas do céus e os astros não deixarão brilhar a sua luz; o sol se escurecerá ao nascer e a lua não fará resplandecer a sua luz... pelo que farei estremecer os céus; e a terra se moverá do seu lugar, por causa do furor do Senhor dos Exércitos e por causa do dia da sua ardente ira”.

Quando haveria de acontecer esse dia do ardor da ira de Deus que o profeta Isaías se refere? Jesus oferece-nos uma resposta nos versículos a seguir, e que descrevem os mesmos acontecimentos mencionados por Isaías. Em Mateus 24.29-30 diz: “E, logo depois da aflição (Grande Tribulação) daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”.

Podemos apreciar claramente, relacionando os versículos de Isaías com os de Mateus, que o dia da ardente ira de Deus será na época do retorno de Cristo à terra, pois ambas as passagens declaram que naquele então, o sol se escurecerá e a lua não dará a

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sua luz, e a terra e o céu serão abalados. Isto também é mencionado pelos profetas Joel 01 2.10; 31 e 3.15), Amós (Am 8.9), Sofonias (Sf 1.15), Zacarias (Zc 14.6,7) e João (Ap 6.12). Em resumo, podemos deduzir que será nos dias da Grande Tribulação, pois imediatamente após, aparecerá o Desejado das nações.

Até o m om ento, podem os enum erar três eventos proféticos significativos que nos ajudam a determinar, quando será o tempo da consumação da ira, ou o dia do Senhor. São eles: O retorno de Israel à sua terra, a Segunda Vinda de Cristo e a Grande Tribulação. O capítulo catorze do Apocalipse oferece-nos interessantes detalhes para fixar a época quando ocorrerá o derramamento da ira de Deus consumada. Nos versículos 9 e 10 deste capítulo diz: “E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa ou na sua mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado no cálice da sua ira...” Ou seja, o derram am ento da ira de Deus será no tem po em que o personagem chamado por João de a besta (anticristo), imporá o seu regime mundial. Naquela época, os moradores da terra serão marcados na sua testa ou na sua mão direita, e terão de se prostrar perante a besta e sua abominável imagem (Ap 13.14-17). Todos aqueles que os seus nomes não estiverem escritos no Livro da Vida (Ap 13.8). Os que forem marcados e adorarem a besta e a sua imagem, enfrentarão a ira pura de Deus. Será uma ira sem m isericórdia, sem esperança de restauração nem novas oportunidades, pois será já demasiado tarde para alcançar a salvação ou o perdão de Deus. A besta enfrentará a Cristo no momento do Seu retorno à terra (Ap 19. 11-21). Isto está de acordo com o que dissemos anteriormente de que o derramamento da ira de Deus será na época da volta de Cristo à terra e da Grande Tribulação, onde também ocorrerá o reinado da besta. Em Apocalipse 11.18 diz: “E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos,

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para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra”. Este versículo fala do juízo, que tem por nome “a sétima trombeta”. É um dos juízos do tempo do fim. Referindo-se a ele, Apocalipse 10.7 indica: “Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos”. Se no momento em que há de acontecer o juízo da sétima trombeta, se consumar o mistério de Deus, mostrando que o tempo da Sua ira chegou, obviamente, há aqui uma referência sobre a consumação da ira de Deus, a qual ocorrerá nos dias do juízo já mencionado.

Conforme o versículo 18 de Apocalipse 11, a ira de Deus chegará quando as nações se irarem, os mortos forem julgados, os santos do Altíssimo receberem o seu galardão e os que destroem a terra forem destruídos. Logicamente, este é um tempo futuro.

Para podermos determinar o que é realmente o dia da ira de Deus, a Bíblia nos mostra o seu significado. Em Apocalipse 6.17, está escrito: “Porque é vindo o grande dia da Sua ira; e quem poderá subsistir?” Esta pergunta é feita logo após a narrativa da abertura dos primeiros seis selos do capítulo seis de Apocalipse. A abertura de cada selo manifesta um acontecimento de adversidade. O primeiro selo: entra em cena o Anticristo, um personagem que causará muitos danos à terra. O segundo selo: guerra. O terceiro selo: fome. O quarto selo: violência, morte, pestes. O quinto selo: a morte dos escolhidos (nossos irmãos). O sexto selo: terremoto em alta escala, escurece-se o sol, a lua torna-se como sangue, as estrelas caem sobre a terra (Satanás e os demônios descem com grande ira sobre os moradores da terra - Ap 12.4), o céu se desfaz, a terra inteira é abalada e há angústia sem cessar. Quando estas coisas começarem a acontecer, é porque o grande dia da ira chegou

A abertura do sétimo selo contém sete juízos, ou formas

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em que Deus derramará a Sua ira naquele grande dia. São uma seqüência dos primeiros eventos' chamados de seis selos. Um terremoto marca o momento de transição entre os selos e os juízos contidos dentro do sétimo selo. São chamados de as sete trombetas (Ap 8.9 e 11.15).

A primeira trombeta: saraiva e fogo misturados com sangue são lançados sobre a terra. A segunda trombeta: destruição no mar. A terceira trombeta: as águas da terra tornam-se venenosas. A quarta trombeta: escuridão e trevas. A quinta trombeta: invasão de demônios sobre a terra para atorm entar os homens. A Sexta trombeta: é travada uma guerra sumamente destrutiva. Aparecem as duas testemunhas de Deus com o poder para provocar secas, converter as águas em sangue e fazer com que surjam pragas enquanto durar o tempo do seu ministério. Outro grande terremoto abalará a terra no dia em que eles subirem ao céu. Depois de todos esses acontecimentos chamados “as trombetas”, fala-se novamente daquilo que está ocorrendo: “E iraram-se as nações, e veio a tua ira...” (Ap 11.18).

A sétima trombeta anuncia a chegada do reino do Messias (Ap 11.15-19) e a hora do Seu juízo (Ap 14.7).

E ai então, que começa o mom ento culm inante na consumação da ira de Deus. Em Apocalipse 15.1, o apóstolo João expressa: “E vi outro grande e admirável sinal no céu: sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus”. A consumação da ira é descrita como o derramamento das sete taças da ira de Deus (Ap 16.1). A primeira taça: chagas malignas sobre os homens que tinham a marca da besta e que a adoraram. A segunda taça: morte no mar. A terceira taça. Os rios e as fontes das águas tornam-se em sangue (este juízo será por motivo de terem matado aos servos de Deus da G rande Tribulação - Ap 16.6). A quarta taça: o sol queima aos homens com intenso calor. A quinta taça: ataque de Deus direto ao trono

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da besta. A sexta taça: convocação dos exércitos da terra para reuni-los na batalha em Armagedom. A sétima taça: o maior terrem oto da história, queda das nações, ira sobre a grande Babilônia e saraivada sobre os homens (Ap 16.17-21).

O último grande juízo, que põe fim a consumação da ira, é literalmente o próprio Retorno de Cristo à terra. Ele virá desde o céu acompanhado de seu Exército Celestial, para enfrentar a besta juntamente com seu exército (Ap 19. 11,14,19). O versículo 15c, nos demonstra que o Retorno de Cristo à terra faz parte da consumação da ira. Assim diz a Escritura: “... é o que pisa o lagar do vinho do furor da ira de Deus Todo - Poderoso”.

O resultado da batalha será o aprisionamento da besta e do falso profeta, sendo lançados vivos no lago de fogo e enxofre. Seus seguidores serão mortos e as aves se fartarão com suas carnes. Satanás será amarrado e lançado ao abismo, onde permanecerá preso por mil anos (Ap 19.20,21).

Logo após a consumação' da ira de Deus, dá-se início ao milênio, no qual Cristo reinará com vara de ferro sobre as nações (Ap 12.5; 20. 4,5).

O tem po da consumação da ira de Deus, pode ser interpretado de diversas maneiras. Há alguns que opinam que será literalmente um dia de 24 horas. No entanto, a Bíblia nos dá detalhes para entendermos, que será um período de tempo maior. Por exemplo, só o juízo descrito em Apocalipse 9, chamado a quinta trombeta, indica que os gafanhotos (demônios) que saíram do poço do abismo, atormentarão aos homens durante cinco meses (Ap 9.5). Se esse juízo, que faz parte da consumação, durar cinco meses, então todos os eventos nela contidos, deverão ter um espaço de tempo maior. Por outro lado, os juízos descritos no Apocalipse que fazem parte da consumação da ira, deverão ocorrer durante o reinado do personagem chamado a besta. Este reinará durante três anos e meio antes do retorno de Cristo, enfrentando-O durante

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o Seu retorno aterra, na batalha do Armagedom (Ap 13.5 e 19.19). Por esta razão, podemos deduzir que o dia do Senhor (a consumação a ira) durará mais de cinco meses, porém, menos de três anos e meio. Se o diluvio universal durou um ano e dezessete dias, estes juízos também poderiam durar o mesmo período de tempo, porque o Senhor disse, que o tempo do fim seria como nos dias de Noé (Lc 17.26).

Não cabe a nós sabermos os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo o seu próprio poder (At 1.7). Só o Senhor conhece em detalhes todas as coisas. No entanto, Ele tem nos revelado o suficiente para que possamos distinguir o tempo e as coisas que acontecerão no tempo do fim; para que aquele dia não nos surpreenda como um ladrão. Amém. Porque o dia do Senhor virá como um ládrão a noite (Ia Ts 5.2,3).

Finalmente, mencionaremos o capítulo 3 de 2a de Pedro. É mais uma descrição, do que será o dia do Senhor. No versículo 10 do capítulo 3 diz: “Virá, entretanto, como ladrão, o dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas”. Este versículo é uma descrição, não detalhada do que ocorrerá no dia do Senhor. Em 3.12, o apóstolo faz uma recapitulação do tema, afirmando: “Esperando e apressando a vinda do dia de Deus, por causa do qual os céus incendiados serão desfeitos e os elem entos abrasados se derreterão”. Há um dado muito significativo neste capítulo, que Pedro nos revela. Se encontra no versículo 7. Assim diz: “Ora os céus que agora existem, e a terra, pela mesma palavra têm sido entesourados para o fogo, estando reservados para o dia do juízo e destruição dos homens ímpios”. Isto nos mostra claramente que a ira de Deus será derramada sobre os ímpios, os pecadores.

Não tenho a menor dúvida de que o povo do Senhor, não estará na terra quando começarem - a acontecer os juízos de Deus.

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A Igreja será arrebatada ao céu antes da manifestação da ira de Deus, mas depois da ira do Anticristo, do falso Profeta e de Satanás. Estes três voltarão todo o furor da sua ira sobre o povo santo, guerrearão contra eles, e os vencerão (Ap 13.7 e Dn 7.25; 8.24). Perante os olhos do mundo será uma aparente derrota dos crentes. Porém, será uma vitória diante de Deus, pois se cumprirá a palavra que está escrita: “Eles, pois, o venceram por causa do sangue do cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram, e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (Ap 12.11).

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Capítulo IV

Haverá Salvação Após o Arrebatamento?

Este detalhe é altamente significativo, pois servirá para termos uma melhor compreensão de que, se o arrebatamento acontecerá antes, durante ou depois da grande tribulação. Se conseguimos demonstrar baseados nas escrituras, que não haverá salvação após o arrebatamento, então teremos de reconhecer que o mesmo ocorrerá após o início da grande tribulação, pois a Bíblia nos mostra muito claramente, que haverá pessoas salvas neste período de tempo. Se o arrebatamento encerra a oportunidade para obter-se a salvação, esse não poderá acontecer antes da grande tribulação, pois dessa forma não haveria uma explicação para passagens como Ap 6.9-11; 7.9-17; 15.1-6 e 20.4-6, às quais demonstram, sem dúvida alguma que haverão, salvos na grande tribulação. Sugiro ao leitor ler essas passagens detalhadamente, pois serão úteis para compreender o que explicarei a seguir.

A passagem bíblica que melhor ilustra se haverá ou não salvação para aqueles que ficarem na terra após o arrebatamento, encontra-se em Mateus 25.1-13, na parábola das dez virgens. Nos diz assim: “Então o Reino dos céus será semelhante a dez virgens...” A que tempo se refere esse “então”? E claro que ao tempo do fim, pois Jesus está respondendo à uma pergunta feita por seus discípulos em Mateus 24.3, sobre quais seriam os sinais da Sua Vinda e do fim dos séculos, ou do fim dos tempos, antes da Sua Vinda à terra pela segunda vez. Portanto, devemos considerar esse versículo como uma amostra de coisas que acontecerão no tempo do fim. Naquele “então”, ou em outras palavras, no tempo do fim; as circunstâncias prevalecentes serão semelhantes às da... £ Fechou-se a Parta 6 1

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parábola das dez virgens.As dez virgens representam os crentes daquele tempo do

fim. Não há referência aos incrédulos nessa parábola. As dez tinham as mesmas características. Todas eram virgens, o que significa castidade, não contaminação. Todas tinham lâmpadas, que simboliza claridade espiritual ou escriturai. Todas saíram para receber ao esposo. O “Esposo” é Cristo, e somente a Igreja verdadeira aguarda-o para recebê-lo. As demais pessoas, embora reconheçam que é o tempo do fim, não farão nada para preparar-se e recebê- lo. Todas cochilaram e dormiram. Isso nos mostra os últimos tempos quando a igreja languescerá e assumirá um estado de letargia e inconsciência. Todas foram despertadas e ouviram o rumor: “Aí vem o esposo; saí-lhe ao encontro!” Todas se levantaram e arrumaram suas lâmpadas.

Porém, haviam cinco virgens prudentes e cinco insensatas. Teríamos a seguinte proporção: um a cada dois crentes, seriam insensatos. Um número muito elevado. As lâmpadas das insensatas se apagaram; não tinham a clareza do entendimento. Pediram às prudentes do seu azeite. O Espírito Santo guia à clareza espiritual, sem Ele, a Palavra de Deus pode ser distorcida por elementos alheios. O deus deste século cega o entendimento e a visão se enfraquece. As cinco prudentes pegaram azeite suficiente para as suas lâmpadas, porém as insensatas, não.

Portanto, devemos descartar a possibilidade de que haja uma representação dos incrédulos nessa parábola. Representa, sim, a igreja nominal e a genuína.

O que aconteceu no final da narrativa? Enquanto as insensatas foram buscar azeite, veio o esposo e as cinco prudentes entraram com Ele nas bodas, e a porta se fechou. Depois vieram as outras virgens dizendo: “Senhor, Senhor, abre-nos a porta”! Mas o esposo respondendo lhes disse: “Em verdade vos digo que não vos conheço”.

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Isso, sem dúvida alguma, representa o dia do arrebatamento. Fala da vinda do esposo, que é Cristo para a igreja, do grupo de crentes que participarão do arrebatam ento, simbolizado pelas cinco virgens prudentes, e dos crentes que ficarão sem participar do mesmo, simbolizados pelas cinco virgens insensatas.

Mas há um fato muito significativo: As virgens insensatas que não entraram nas bodas junto com as prudentes, foi lhes negada a entrada quando tentaram entrar depois. A resposta foi “não vos conheço”. O u seja, os crentes que não partic iparem do Arrebatamento, não terão mais uma oportunidade. Nem tampouco para os incrédulos haverá oportunidade. De nada adiantarão súplicas nem outras tentativas. As virgens insensatas rogaram: “Senhor, Senhor, abre-nos a porta!”. A reposta foi um rotundo

-“N Ã O ”.Logo que as prudentes entraram, diz a Escritura: “E fechou-

se a porta”, significando que não há maneira de alcançar o céu depois do A rrebatam ento. Os que não partic iparem do Arrebatamento não terão acesso às bodas, sejam crentes ou não. Em Ap 3.7, o Senhor nos diz: “Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi, o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre”.

Depois do Arrebatamento, a porta se fechará e ninguém poderá abri-la...Ninguém!

Agora daremos uma olhada na passagem bíblica que se encontra em Lucas 13.22-30. Alguém perguntou a Jesus: “Senhor, são poucos os que se salvam? E Ele lhe respondeu: Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão. Quando o pai de família se levantar e cerrar a porta e começardes a estar de fora e a bater à porta, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos; e respondendo ele, vos disser: Não sei de onde vós sois”.

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O pai representa Deus, a família, os irmãos na fé, que é a igreja. O fato de que o pai tenha se levantado e fechado a porta é o indicativo do momento do fim, quando depois que o grupo de salvos entrar na presença do Senhor para estar com Ele eternamente, a porta se fechará. Esse será o dia do Arrebatamento da Igreja: Deus fechará a porta e muitos da família ficarão de fora. Os que ficarem de fora serão os que não participarão do Arrebatamento.

O caminho da salvação é uma vereda estreita. Significa viver uma vida de autonegação, isolado de toda espécie de maldade, não satisfazendo os desejos da carne.” Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (ljoão 2.16,17).

A narrativa de Lucas afirma ainda que, aqueles que ficarem de fora dirão ao Senhor: “temos comido e bebido na tua presença, e tu tens ensinado nas nossas ruas”. Em outras palavras, insistirão tentando convencer ao Senhor dizendo que faziam parte do grupo que entrou pela porta, tentando assim, conseguirem a permissão para entrarem também. Mas, receberão uma só resposta: “Digo- vos que não sei de onde vós sois; apartai-vos de mim, vós todos os que praticais a iniqüidade”. Ficarão, portanto, excluídos do reino e sem oprtunidade para salvação. A passagem termina afirmando: “Ah, haverá choro e ranger de dentes, quando virdes a Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os profetas no Reino de Deus e vós, lançados fora”. Portanto, baseados nesse ensino, fica provado que, depois do Arrebatamento não haverá oportunidade para salvação. Muitos que pertencem à família da fé ficarão excluídos do arrebatamento e da salvação.

Quando Esaú vendeu sua primogenitura por um prato de comida, embora desejasse depois herdar aquela bênção, até com choro foi rejeitado. N ão houve oportunidade para o

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arrependimento (Hb 12.16,17). Depois do arrebatamento, de nada adiantarão lágrimas nem súplicas. O tempo aceitável para Deus é agora.

Analisemos também o que a Bíblia nos ensina em relação à história de Noé. Jesus, falando sobre os acontecimentos do fim, afirma em Mateus 24.37: “E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do Homem”. A vinda de Jesus para a igreja é o arrebatamento. Portanto deve haver uma semelhança entre o que ocorreu nos dias de Noé e o que acontecerá nos dias do Arrebatamento. Referente ao acontecido naqueles dias, Lucas 17.27 diz: “...até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e consumiu a todos”. Quer dizer, a todos menos aos que entraram na arca. A entrada na arca simboliza a entrada da igreja no Reino Eterno, ou seja, o arrebatamento.

Será assim mesmo, como nos dias de Noé; quando muitos não entenderam, nos dias do Arrebatamento, muitos também não entenderão. Será a maioria. Somente oito pessoas entraram na arca, assim, tão somente algumas participarão do arrebatamento; e ainda mais, poucas pessoas compreenderão a mensagem em relação ao que ocorrerá, e da forma que realmente isso acontecerá. Isso não exclui a igreja que não quer dar ouvidos a essa mensagem. Eis aí a importância desse relato. Porém a grande maioria do povo de Deus não pode nem sequer aceitá-lo. Nem sequer admitem a mera possibilidade de que a igreja poderá enfrentar a grande tribulação.

Depois que Noé e sua família entraram na arca da salvação que os protegia do dilúvio, o Senhor fechou a porta (Gn 7.16). Noé e sua família representam a igreja do Arrebatamento, não a igreja em geral, somente o remanescente fiel. E será como nos dias de Noé. Depois que a igreja-do- Arrebatamento tiver sido elevada aos céus, Deus fechará a porta. Como naqueles dias, quando os que ficaram de fora da arca não tiveram outra oportunidade, assim, também, os que ficarem no Arrebatamento,

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não a terão. Só uma terrível contemplação do juízo e do fogo para eles.

E então entenderão; quando for tarde demais... e a porta tiver se fechado.

Do mesmo modo, os versículos 28-30 do capítulo 17 do livro de Lucas, nos mostram que “Como da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló. Choveu do céu fogo e enxofre consumindo a todos, no dia em que Ló saiu de Sodoma. Assim será o dia em que o Filho do Homem se há de manifestar”.

Então, quando Cristo voltar à terra, acontecerá algo semelhante com o que aconteceu nos dias de Ló, ou seja, o que foi profetizado que ocorrerá nos dias da volta do Senhor, terá que ser parecido ao que aconteceu naquele tempo, porque a Escritura assim o afirma.

A saída de Ló da cidade de Sodoma, tipifica a igreja deixando a terra em direção ao céu, ou seja, o translado da igreja. As circunstâncias prevalecentes que afetarão aos crentes dos últimos tempos, terão de ser iguais àquelas que prevaleciam no tempo de Ló. A igreja será levantada da mesma maneira que foram tirados Ló e sua família em direção a uma salvação gloriosa. Ló saiu até um outro lugar na mesma terra, porém, a igreja deixará a terra em direção ao céu.

Embora estivesse indo no caminho certo, nem sequer a esposa de Ló se salvou, e aqueles que ficaram na cidade, menos ainda. Ela estavá no grupo dos que procuravam a salvação, porém olhou para trás. Em outras palavras, a expressão “olhou para trás” significa que ela não estava preparada. Assim também, no dia do arrebatamento muitos dos que fazem parte da igreja ficarão para trás sendo excluídos do arrebatamento. A mulher de Ló, assim como as cinco virgens insensatas, representa a igreja que não será Arrebatada.

A manifestação do Filho do Homem para a igreja será o

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arrebatamento. Da mesma forma que Ló saiu de Sodoma, no dia da manifestação de Cristo, a igreja sairá de um mundo corrompido em direção ao céu. Ló sofreu violência por parte de sua geração antes da saída daquela cidade (Gn 19.9). Da mesma maneira, a igreja atravessará por um período de muita perseguição e violência antes do arrebatamento. Será um tempo de grande tribulação (Mc 13.9-13; Mt 24.21,22 e Ap 6.11).

Depois que Ló e sua família saíram daquele lugar, todos os que ali ficaram pereceram, inclusive sua própria esposa (Gn 19.25). Nem uma pessoa sequer, escapou da ira. Todos enfrentaram o juízo de Deus. Assim também, daqueles que ficarem após o arrebatamento, nenhum se salvará, sendo crentes ou não. Mais adiante, estaremos explicando a diferença entre a Grande tribulação e a ira de Deus. A ira de Deus faz parte daquilo que acontecerá durante a grande tribulação, porém, não é a grande tribulação em si.

A saída de Ló e sua família daquele ambiente corrompido foi acelerado como uma fuga ou escape. Fugiam desesperados da violência e imoralidade imperante. Até os anjos de Deus sofriam violência pois desejavam fazê-los participantes de atos impudicos. Fugiam dos juízos de Deus que logo iriam cair sobre Sodoma. Fugiam da nefanda conduta daqueles malvados sodomitas que os faziam vítimas da sua violência. Foram tirados dali por meio de anjos. A igreja do Arrebatamento será tirada da terra por anjos (Mt 24.31).

Da mesma m aneira que foi a fuga de Ló, será o Arrebatamento. Daqueles que ficarem no mundo, nenhum se salvará. Todos terão que enfrentar a ira de Deus, pois será “como aconteceu nos dias de Ló”.

Como seria fácil crer depois do arrebatamento da igreja ao céu! Por isso o Senhor disse: “Bem-aventurados os que nãoviram e creram!” Qo 20.29).

Fizemos uso dessas três passagens: A da parábola das dez

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virgens, a dos dias de Noé e a dos dias de Ló, para exemplificar o que ocorrerá no tempo do Arrebatamento, pois a mesma Bíblia nos mostra um paralelo entre esses acontecimentos. Portanto, devemos tomá-los como guia para nossas interpretações bíblicas. Q uando estabelecemos critérios p róprios sem levar em consideração o método da exegese, que é a explicação da Bíblia por meio dela mesma, estamos fazendo conjeturas e inferências pessoais. Não podemos deixar-nos levar por nossa própria imaginação para explicarmos a Palavra de Deus. É um erro comum entre o povo de Deus dizer: “eu acredito que isto deve ser assim ou assim”, sem ter fundamentos bíblicos. Por isso muitos dizem: “eu creio ser impossível Deus permitir que a igreja enfrente a Grande Tribulação”, simplesmente porque eles consideram que deve ser assim.

Outros usam textos da Bíblia e interpretam-nos sem considerar outras passagens-chave sobre o tema ou um enfoque diferente. Eis a razão porquê a imensa maioria assumiu a idéia do Arrebatamento ser antes da Grande. Tribulação, como única e verdadeira interpretação.

Podemos então concluir, que o translado da igreja ao céu não será antes da grande tribulação, pois a Bíblia nos ensina que haverá salvação durante a mesma, e temos comprovado que depois do arrebatamento, não haverá salvação. É contraditório dizer que o arrebatamento será antes da grande tribulação, que não haverá salvação depois desse, e que haverá oportunidade durante a grande tribulação.

Tão somente há uma explicação: o arrebatamento será durante a grande tribulação e os que forem salvos neste período, participarão no mesmo; logo após, a porta se fechará.

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Capítulo V

Haverá Salvação Durante a Grande Tribulação?

A resposta imediata à questão de haver ou não salvação durante a grande tribulação é: Sim, haverá salvação. Essa resposta, é claro, não pode ser arbitrária, mas deve estar fundamentada com aquilo que a Bíblia registra em relação a esse tema.

Em Mt 24.21,22 o Senhor nos declara: “Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos, serão abreviados aqueles dias”.

Esses versículos encerram uma só idéia; um só pensamento; Estão entrelaçados. Para entendermos a idéia principal ou a mensagem a ser transmitida, não podemos separá-los um do outro. O segundo é a continuidade do primeiro.

Falam-nos da grande tribulação, que será um acontecimento sem precedentes na história humana. “Aqueles dias” referem-se obviamente, aos dias da grande tribulação. Aqueles dias serão abreviados por causa dos escolhidos, pois se não fosse assim, ninguém seria salvo. Isso mostra que haverá salvação nesse período. Se Deus não reduzir o tempo da grande tribulação, os salvos que estiverem passando por ela, chegarão a desfalecer a tal ponto que sucumbirão diante da prova. Se esse período se prolongar por mais tempo do que os escolhidos pudessem resistir, então, ninguém poderia suportar e todos se perderiam. Mas, por causa dos escolhidos Deus abreviará o tempo que estiverem sobre a terra para evitar um desenlace funesto. Se ninguém pudesse resistir não haveria Arrebatamento, e Deus tem profetizado que realmente...E Fechou-se a Parta 69

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haverá. Logo, para que se cumpram as Escrituras, Deus não permitirá aos salvos da grande tribulação ficarem até o seu final, mas serão assuntos ao céu antes do final da grande tribulação. Muitos desfalecerão perante a prova, mas um remanescente permanecerá fiel; uns até a morte e outros até o arrebatamento.

N o C apítulo an terior (Haverá Salvação Após o Arrebatamento?) demonstramos que não haverá salvação após o arrebatamento. Agora podemos ver que haverá salvação durante a grande tribulação. Então devemos concluir que o arrebatamento dos salvos (a igreja) será durante esse período. Se após o Arrebatamento não houver oportunidade de salvação e sendo que na Grande Tribulação sim, dedtizirhos que o Arrebatamento ocorrerá em algum momento desse período. Não poderá ocorrer antes.

Alguns afirmam que isso é para os judeus e não para a igreja. Efésios 2.11-16 diz que os gentios e judeus da fé, são um só povo, porque Cristo derrubou as paredes de separação e a cruz reconciliou a ambos com Deus em um só corpo. Quando Cristo fala em Mateus 24.22 de escolhidos salvos, refere-se a crentes, assim, judeus como gentios.

Tanto a igreja como os judeus, terão a sua parte na grande tribulação, mas separadamente. Mais adiante nessa obra estarei explicando o que há de acontecer aos judeus durante a grande tribulação segundo o livro do Apocalipse, que foi escrito e dirigido para a igreja e não para os judeus.

Portanto, não devemos excluir a igreja de alguns eventos, pretendendo atribuí-los aos judeus. O Senhor disse a João: “escreve ao anjo da igreja”. É por essa razão que os eventos descritos neste livro envolvem principalmente a igreja.

Outra passagem bíblica que demonstra que haverá salvação durante a grande tribulação, encontra-se em Ap 6.9-11. João viu as almas dos mártires do evangelho debaixo de um altar estabelecido

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“no céu”. Esses clamavam para que a sua morte fosse julgada e vingada “dos que habitam sobre a terra“. Mas foi-lhes dito que esperassem um pouco mais de tempo, até que se completasse o número de seus conservos e seus irmãos que haveriam de ser mortos como eles foram.

Se João viu as almas dos mártires é porque já haviam morrido. No entanto restava um grupo de crentes na terra que ainda não havia, morrido e que estavam destinados ao martírio, assim como àqueles.

Agora, em qual momento da cronologia bíblica podemos encaixar esse evento? Sem dúvida alguma, dentro da grande tribulação, visto que ocorrerá quando o Senhor abrir o quinto dos sete selos, que serão os primeiros eventos desse período. Há uma concordância em que a abertura do primeiro selo indica o começo da grande tribulação. Consequentemente, o quinto selo marca um acontecimento dentro da mesma.

Porém, ainda ficariam na terra um número de fiéis que haveríam de morrer da mesma maneira que morreram os que clamavam por vingança e cujas almas estavam debaixo de um altar no céu. Havia começado a grande tribulação e ainda restavam crentes na terra que sofreriam martírio.

Se haverá morte para esses salvos, pois são chamados de irmãos e conservos que serão martirizados por causa da Palavra de Deus durante a grande tribulação, então, durante esse evento haverá salvação. E se depois do Arrebatamento não houver salvação, consequentemente, o mesmo não pode ter acontecido.

O fato de os mártires da grande tribulação serem chamados de conservos e irmãos, mostra-nos que esses serão fiéis cristãos, não judeus, assim como os que já haviam morrido e suas almas encontravam-se no céu descansando e esperando mais um pouco de tempo, até se completar o número de seus conservos e irmãos. O curto período de tempo que teriam de esperar é aquele que

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abrange entre a abertura do quinto selo até a morte do último mártir de Jesus. Então, ocorrerá a primeira ressurreição, da qual participarão todos os mortos em Cristo, incluindo as almas que clamavam debaixo do altar e os que morrerem durante a grande tribulação. Todos receberão corpos,glorificados e ocorrerá também o arrebatamento da igreja viva que nesse momento estiver na terra. Mais adiante mostraremos que a prim eira ressurreição e o arrebatamento acontecerão simultaneamente. Então, dar-se-á início ao dia da vingança do Senhor, pela qual clamavam as almas debaixo do altar (Rm 12.19; Elb 10.30). Em outras palavras, a ira de Deus.

Outra passagem análoga encontra-se em Apocalipse 7.9- 17. O versículo 14, especificamente, menciona “os que vieram de grande tribulação”. Se saíram da grande tribulação, na realidade é porque participaram dela. O texto mostra que são crentes de todas as nações, povos, tribos e línguas, o que indica que não serão exclusivamente judeus. Encontram-se no céu, pois estão diante do trono e na presença do Cordeiro. Se foram tirados da grande tribulação e transportados ao céu, devem ter participado do arrebatamento ou da primeira ressurreição, que são os únicos eventos através dos quais pode-se chegar ao céu. Mais à frente demonstraremos também que haverá uma só primeira ressurreição e um só arrebatamento, e que ocorrerão simultaneamente.

É evidente que esse grupo de salvos estiveram presentes na grande tribulação, que alcançaram a salvação e que não são unicamente judeus. Por isso, é certo que haverá salvação durante a grande tribulação, mas não após o arrebatamento, o qual ocorrerá depois do início da tribulação.

Em Apl5.2 e 20.4b, vemos também outro grupo de salvos que participaram da grande tribulação. João contempla no céu, sobre um mar como de cristal, os que haviam alcançado a vitória sobre a besta. Esse é um personagem que terá autoridade sobre o mundo in teiro nos tem pos da grande tribu lação, mais

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especificamente, durante os últimos três anos e meio (Ap 13.5b, 7b). Por que afirmo que reinará-durante os últimos três anos e meio da grande tribulação? Simples.-.porque também diz a Escritura que esse personagem chamado no Apocalipse de a besta, enfrentará a Cristo no Seu retorno à terra, na Batalha do Armagedom (Ap 19.19).

Esse grupo de salvos que João contempla no céu, em pé sobre aquilo que ele descreve como um mar de cristal, deve ter sido transpo rtado no arrebatam ento , caso não tenham experimentado a morte, ou na primeira ressurreição, se morreram antes do arrebatamento. Essas são as únicas duas maneiras de chegar ao céu, e ocorrerão simultaneamente. Além disso, se esse grupo de salvos alcançou a vitória sobre a besta, deve tê-la enfrentado na terra durante o seu reinado, ou seja, nos últimos três anos e meio antes da Segunda vinda de Cristo à terra com poder e majestade (Ap 19.11-21).

Definitivamente, haverão salvos na grande tribulação; mas, não depois do arrebatamento e da primeira ressurreição. Se o arrebatamento fosse acontecer antes do início da grande tribulação, não haveria forma de explicar como chegaram ao céu os salvos citados na Bíblia, que estarão e participarão dela. Pelo contrário, teríamos que concluir que haverá salvação após a porta se fechar; ou após o arrebatamento e a primeira ressurreição. Em segundo lugar, teríamos que falar de um segundo arrebatamento e uma segunda prim eira ressurreição, pois, de que form a serão transportados ao céu os salvos que morrerem ou que ficarem vivos na grande tribulação? N ão existe base nas Escrituras para demonstrar que haverão dois desses eventos.

E as que estavam preparadas entraram com Ele para as bodas; e fechou-se a porta. Essa porta não voltará a se abrir pela segunda vez, para um segundo arrebatamento.

Alguém podería argumentar, afirmando que os crentes que

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passarem e morrerem na grande tribulação, irão para o céu na primeira ressurreição, já que não participaram do arrebatamento, inferindo assim, que a primeira ressurreição ocorrerá após ao arrebatamento e durante ou depois da grande tribulação, o que é totalmente incorreto.

Poderiam também argüir que os que ficarem na terra após o arrebatam ento, morrerão durante a grande tribulação e ressuscitarão no final do milênio na segunda ressurreição registrada na Bíblia. Isto também é um equívoco.

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Capítulo VI

O Arrebatamento e a Primeira Ressurreição: Um só Evento

O Arrebatamento da igreja será aquele momento em que os corpos mortais dos crentes, que não experimentaram a morte, serão transform ados em corpos imortais e incorruptíveis e transportados ao céu. A primeira ressurreição é a de todos os salvos que tenham morrido até aquele momento. Também esses receberão corpos transformados e imortais. Em outras palavras, ambos são o mesmo acontecimento, só que o primeiro é para os crentes vivos, e o segundo para os crentes já mortos.

Qual outra relação existe entre ambos? Pois acontecerão juntos e quase simultaneamente. A passagem bíblica mais certa para mostrar a relação do tempo entre esses acontecimentos, encontra- se em lTs 4.15-17. O Espírito Santo revela-nos aqui um mistério. Afirma que nem todos os salvos terão morrido até a ocasião da segunda vinda de Cristo, à qual será para a igreja; acontecendo antes da aparição de Cristo com poder e grande glória, quando todo olho o verá. Na manifestação de Cristo para a igreja, o Senhor não descerá à terra, mas receberá ao Seu povo nas nuvens do céu. Tantos os vivos como os mortos em Cristo serão transformados corporalmente e elevados ao céu.

Mas, a passagem também afirma que os crentes que estiverem vivos naquele instante não precederão aos que dormiram (morreram). Ou seja, não receberão seus novos corpos glorificados, nem serão elevados primeiro que aqueles que já morreram até então. Mas sim, os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, ao ouvir a voz do Senhof; e logo após,, os que estiverem vivos serão arrebatados ao céu. Mas, o versículo diz “juntamente” com eles.... £ Fechou-se a Parta 75

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Quer dizer, os mortos em Cristo ressuscitarão e imediatamente os crentes vivos serão transformados e arrebatados ao céu. Devemos recalcar a palavra “juntamente”, pois ela nos dá a entender que serão dois eventos, mas que ocorrerão ao mesmo tem po. “Juntamente” significa que embora não aconteçam no mesmo instante, porém, serão juntos. Será uma fração infinitesimal de segundo, o intervalo de tempo que haverá entre um e outro evento. Isso, para efeitos práticos, é simultaneamente, segundo a percepção humana. De forma que, não podemos registrar uma diferença de tempo notável entre o arrebatamento e a primeira ressurreição.

Os mortos em Cristo mencionados nessa passagem, são todos aqueles que faleceram crendo em Cristo, desde Adão até o último que morrer antes da Sua segunda vinda e que participarão da primeira ressurreição. Até o presente, só Cristo ressuscitou dentre os mortos, e todos os seus servos aguardam com paciência esse dia glorioso, o dia em que Deus trará com Jesus a todos os que dormiram nEle. Nesse dia glorioso, Cristo voltará para buscar todos os remidos, os que estiverem vivos e os que morreram. Todos juntos iremos com Ele ... e a porta se fechará.

Os demais mortos não ressuscitarão até que tenham passado os mil anos do reino messiânico, o qual começa no término da grande tribulação, com a batalha do armagedom. Quais mortos? Todos os que morreram antes da primeira ressurreição e que não participaram dela, somados aos que morrerem posteriormente até o final do milênio.

Portanto, devemos concluir que pelo fato de não haver oportunidade para salvação depois do arrebatamento, nem durante o resto da grande tribulação, também não haverá, após a primeira ressurreição, pois ambos ocorrerão aô mesmo tempo.

Assim também, os que morrerem salvos, e os que venceram e estiverem vivos durante a grande tribulação, farão parte daquele grupo de salvos da primeira ressurreição e do arrebatamento,

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respectivamente. Do contrário, teriam de esperar até o fim do milênio para ressuscitar, pois Ap 20.4 afirma que todos os crentes que foram decapitados pela besta na grande tribulação, viverão e reinarão com Cristo durante mil anos. Além disso, não haverão dois “arrebatamentos” nem duas “primeira ressurreição”. Também, estes eventos não serão separados um do outro.

Dessa form a, é im possível a possibilidade que o arrebatamento e a primeira ressurreição ocorram antes da grande tribulação, e nem no final dela, mas sim, num certo momento no transcorrer da mesma.

Em que outra passagem podemos encontrar a prova, que esses dois eventos ocorrerão juntos e que marcarão o fim das oportunidades para a salvação até a Segunda vinda visível de Cristo? Veja ICo 15.51,52. Aqui, a Escritura nos diz que nem todos dormiremos (morte) para o dia da transformação dos corpos corruptíveis em corpos incorruptíveis e imortais. Mas todos seremos transformados. Quem serão esses? Não se refere a todos os que já morreram, nem a todos os que estiverem vivos. Sem dúvida alguma refere-se a todos os salvos, tanto vivos como mortos. O apóstolo Paulo, pelo Espírito, faz aqui uma alusão àquilo que ocorrerá aos crentes. Mas não só aos crentes que tiverem morrido, ou aos que estiverem vivos naquele tempo do fim. Mostra-nos claramente que a transformação do corpo será para todos, tanto salvos vivos, como para aqueles que já partiram com o Senhor. “Nem todos dormiremos”. Significa que haverão salvos que não terão experimentado a morte até ocorrer essa transformação.

A passagem continua dizendo: “num momento, num abrir e fechar de olhos...” os m ortos ressuscitarão e nós os que estivermos vivos naquele instante, seremos transformados.

Todos, tanto vivos como mortos, serão transformados num espaço de tempo tão curto, como um piscar de olhos. Quer dizer, que num período de tempo tão pequeno ocorrerão a primeira

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ressurreição e o arrebatamento. Um primeiro e o outro depois, mas separados por um lapso de tempo que não pode ser maior que o tempo gasto num abrir e fechar de olhos. Então, ambos eventos ocorrerão praticamente ao mesmo tempo. O u seja, acontecerá a primeira ressurreição e logo, transcorrerá o tempo de um piscar de olhos, ou menos, e assim ocorrerá o arrebatamento, onde todos os salvos seremos elevados ao céu e então a porta se fechará. Não irão alguns antes e passado um tempo indeterminado, irão os outros. Não, isso é impossível, porque dessa forma não seríamos todos transformados em um só momento, mas sim, em dois. Nem num piscar de olhos.

A seguir, afirma que essa transformação será “ante a última trombeta”. Se é no final, quer dizer que será a última, não na semifinal, nem na penúltima trombeta. Não haverá mais toques de trombeta para a transformação dos corpos dos salvos, e aquele que não fizer parte dos que serão transformados ao toque dessa trombeta final, não terá uma segunda oportunidade. Não haverá dois toques de trombeta para a transformação dos corpos, tanto dos que já dormem no Senhor, como dos que estiverem vivos.

N ão haverá duas “prim eira ressurreição” nem dois “arrebatamentos”, e nem ocorrerão separadamente. Na realidade, podemos afirmar que será um só evento composto por dois fatos. Um evento único, sem precedentes, sem repetições e sem um duplo cumprimento.

Portanto, volto a repetir: já que a Bíblia demonstra que haverá salvos durante a grande tribulação, e que dentre esses salvos, alguns serão mortos e outros não, que serão transportados ao céu e que viverão e reinarão com Cristo durante o milênio, somente resta uma conclusão: O arrebatamento e a primeira ressurreição não ocorrerão antes da grande tribulação, nem depois, mas sim, no transcorrer das mesma.

A expressão “ante a última trombeta” simboliza o fim. O

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fim de quê? O fim da Dispensação da Graça, é claro! Esse duplo evento, composto da primeira ressurreição e do arrebatamento, põe fim ao período bíblico que abrange o tem po desde a ressurreição de Cristo até se completar o número de crentes salvos que farão parte da igreja neotestamentária, chamados a “plenitude dos gentios” (Rm 11.25). Quando esse número se completar, ocorrerão a primeira ressurreição e o arrebatamento... e a porta se fechará. Depois disso, não muito tempo depois, ocorrerá a segunda vinda visível de Cristo à terra, quando pisará no monte das Oliveiras. Virá com grande poder e grande glória e colocará os seus inimigos por escabelo dos seus pés, e estabelecerá o reino milenar messiânico. Essa Segunda vinda de Cristo à terra, marcará o fim de todas as eras bíblicas anteriores.

Entre o arrebatamento e a Segunda vinda visível de Cristo à terra, ocorrerá a manifestação da ira de Deus (Ap 11.18; 14.9- 10; 15.1 e 16.1). Será um período de tempo relativamente curto: menos de três anos e meio, e acontecerá no final da Grande Tribulação. Falaremos com mais detalhes desse tema, no próximo capítulo. No salmo 30.5, a Escritura nos diz: “porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida; o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”.

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Capítulo VII

Diferença Entre a Ira de Deus e a Grande Tribulação

Uma vez que a igreja for arrebatada ao céu e os mortos em Cristo ressuscitarem, começará a hora da prova que Apocalipse 3.10 nos fala: é a ira de Deus.

A Igreja já terá passado pela sua grande prova de fogo e vencido sobre a grande tribulação e a besta. A grande prova, à qual Mateus 24.22 se refere assim: “E se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos, serão abreviados aqueles dias”.

A ira de Deus que será derramada sobre a terra no fim da grande tribulação, não é a Grande. Tribulação propriamente dita, mas faz parte dos eventos que ocorrerão nesses dias. Muitos têm cometido o erro de pensar que ambos são um só evento. Muita gente não consegue estabelecer com clareza, a diferença um do outro. Por isso, não aceitam a idéia de que a Igreja possa participar da grande tribulação, pelo fato, segundo afirmam, Deus tem prometido nos livrar da hora da prova que há de vir sobre o mundo inteiro, conforme Ap 3.10. Mas, à hora da prova e a grande tribulação não são a mesma coisa. A hora da prova envolve a ira de Deus derramada sobre os moradores da terra, e dessa, com certeza, Deus nos livrará. Acontecerá num curto período de tempo no final da grande tribulação.

O erro surge da idéia de que os sete selos, as sete trombetas e as sete taças da ira de Deus, compõem um total de vinte e um juízos, representando a grande tribulação.

E certo que a grande tribulação contém outros eventos e que nem todos os chamados “vin te e um ju ízos” são

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verdadeiramente juízos de Deus.A grande tribulação começa com dois notáveis eventos:

primeiro, o anticristo fará um pacto com Israel por sete anos (Dn 9.27). Na metade desses sete anos, que é quando começa em si a grande tribulação, quebrantará o pacto e será colocada a abominação desoladora. Depois disso, virá o fim, ou a Segunda vinda de Cristo (Dn 11.21-39), culminando assim, com a batalha do Armagedom (a septuagésima semana de Daniel).

O segundo sinal manifesto no início da grande tribulação é quando os dez reis que ainda não receberam o reino, mas receberão o poder como reis por uma hora, juntamente com a besta (Dn 7.24; Ap 17.12,13). Esses dois sinais são significativas evidências para reconhecer que ali estará em processo a grande tribulação. Os dez reis terão um mesmo propósito e entregarão o seu poder e autoridade à besta. Surgirão como reis junto à besta, porque o Apocalipse diz: “juntamente com a besta”. Reinará durante quarenta e dois meses.

Devemos estar atentos a esses dez reis que, ao meu ver, procederão dos países árabes. Muitos consideram que são os países do Mercado Comum Europeu. Esses dez reis junto com a besta, enfrentarão a Cristo na batalha do Armagedom, no fim da grande tribulação (Ap 17.14).

Um outro evento que ocorrerá durante a grande tribulação será a invasão de Israel pelos exércitos gentios, liderados pelo anticristo. O cerco durará quarenta e dois meses (Ap 11.2), que será o mesmo período de tempo que a besta atuará. Esse é um outro sinal no desenvolvimento da grande tribulação.

Também, se desencadeará uma forte oposição a tudo o que se relaciona com Deus. Em outras palavras, uma oposição contra os remidos e contra Israel. Isso é demonstrado em 2Ts 2.3,4, onde nos diz que o homem do pecado (o anticristo) se levantará e se oporá a tudo o que se chama Deus ou se adora.

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Joio refere-se a ele em Ap 13.7, dizendo: “E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse que fossem mortos todos os que nao adorassem a imagem da besta”. Haverá uma só religião oficial, reconhecida e aceita pelo império da besta. Todas as demais religiões serão proibidas sob pena de morte (Ap 13.11-17).

Agora, para quem será grande a tribulação daqueles dias? Com certeza, para os crentes em Cristo. Eles serão os que não se prostrarão diante da imagem da besta. Não poderão comprar nem vender (Ap 13.17), pois não receberão a marca da besta, nem se submeterão ao estabelecido pela religião do reino da besta. Os seguidores de Cristo serão os que hão de enfrentar, numa dura luta, o regime de temor imperante, e não aceitarão em instante algum, nem mesmo debaixo de circunstâncias adversas, submeter- se a uma religião satânica. Terão a oportunidade de alertar a hum anidade sobre o que realm ente estiver acontecendo, demonstrando tudo através da Palavra de Deus. Por isso, se levantará contra eles, uma das mais terríveis perseguições de toda a história da igreja.

Essa perseguição será tão horrenda que Ap 20.4b nos afirma: “...E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem” Por que foram decapitados? A resposta está alí: por dar testemunho de Cristo e por pregar a Palavra de Deus, além de não submeter-se às leis civis e religiosas impostas pelo regime da besta.

Porém, dentro dessa situação de castigo e perseguição brutal, haverá u'm numeroso grupo de valentes soldados de Jesus Cristo que alcançarão a vitória. João refere-se a ele em Ap 15.2: “E vi um como mar de vidro misturado com fogo e também os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro e

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tinham as harpas de Deus”. Sairão tão fortalecidos da prova da grande tribulação, que poderão suportar ficar em pé sobre o fogo. São aqueles que demonstrarão que as promessas de Deus são fiéis quando afirmam: “quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti”.

Para o resto da humanidade será simples deixar-se marcar, e adorar a besta e a sua imagem. "Fazendo isso, poderão comprar e vender. N ão serão perseguidos, nem maltratados, pois se encaixarão ao sistema estabelecido pela besta e pelo falso profeta. Para esses não haverá grande tribulação, ao contrário dos servos do Deus vivo. Embora as circunstâncias não serão tão animadoras para eles, serão muito melhores do que as dos cristãos.

O problema da humanidade que fará aliança com a besta e com seu sistema, não será precisamente isso, mas, sua dificuldade será quando Deus começar a estabelecer justiça sobre os moradores da terra. Receberão o seu justo pagamento. Apocalipse 14.9-13 relata-nos esse fato, descrevendo-o da seguinte forma: "... Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber o sinal na testa ou na mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso, nem de dia nem de noite, os que adoram a besta e a sua imagem e aquele que receber o sinal do seu nome”.

A ira de Deus é a' hora da prova que há de vir sobre o mundo inteiro para provar a todos os seus moradores. Dessa ira, Deus livrará a todos os crentes, pois não destruirá Deus o justo com o ímpio.

Entanto, no versículo 13 desse mesmo capítulo, Deus chama de “bem-aventurados” aos que morrerem no Senhor durante o confronto com a besta e o seu sistema político - religioso demoníaco. Se o próprio Deus chama-os de bem-aventurados,

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por que então, muitos afirmam que Ele seria um Deus não misericordioso, se permitisse à igreja estar na terra durante a grande tribulação? Morrer por Cristo é sumamente honroso e de grande estima para Deus.

Outro evento que não representa o derramamento da ira de Deus sobre a terra na grande tribulação, é a destruição do poder religioso chamado de “a grande prostituta”. Essa destruição será executada pelos dez reis que respaldarão à besta no seu domínio mundial (Ap 17.16).

Os cinco primeiros selos do capítulo seis do Apocalipse, não devem ser classificados como juízos de Deus, mas sim, como circunstâncias que prevalecerão do início da grande tribulação. Entre elas podemos mencionar: a paz militarizada, guerras, fome e a visão de João dos mártires debaixo de um altar no céu e a morte dos seus conservos e irmãos, que representam os mártires da grande tribulação.

Um fato irrelevante que imperará durante a Grande Tribulação é que a besta terá a hegemonia do poder mundial: "... e deu-se-lhe poder sobre toda tribo, e língua, e nação” (Ap 13.7b).

Nós crentes ficaremos livres não da grande tribulação, mas da ira de Deus que será derramada sobre a terra, a qual compõe- se de uma série de juízos que serão enviados diretamente desde o céu sobre os homens, especialmente sobre o reino do anticristo. Deus entrará em litígio com as forças do mal comandadas pela besta. A ira inclui especificamente o sexto selo, as sete trombetas e as sete taças da ira de Deus (Ap 6.12-17; 8.7-13; 9.1-21; 11.15-19 e 16.1-21).

O mais horrendo dos juízos de Deus sobre os moradores da terra, será a própria vinda de Cristo com poder e grande glória. Esse será um momento de confusão e angústia para todos os homens. Os remidos estarão protegidos no céu, mas, o restante da humanidade viverá a cena mais desesperadora da história humana.

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Quão horrível será ver o cumprimento profético do segundo advento do Messias, e saber que virá, não como redentor misericordioso, mas como Juiz implacável! Para todos os que estiverem vivos na terra naquele tempo do fim, será uma experiência de dor e remorso. A Bíblia descreve esse fato da seguinte forma: “Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mt 24.30).

E provável que a Igreja seja preservada de alguns desses juízos, estando ainda na terra, sendo protegida pelo poder de Deus. No entanto, essa probabilidade é muito pequena. Durante as sete pragas posteriores, ou taças da ira de Deus, é certo que somente os ímpios estarão na terra juntamente com os que não subiram no arrebatamento. Isso é confirmado pelo fato de que João afirma em Ap 15.1,2, que viu sete anjos no céu, os quais estavam com as sete últimas pragas da consumação da ira de Deus. Os anjos ainda não haviam derramado as taças sobre a terra, pois isso só acontece no capítulo 16. Naquele instante, João vê também no céu os que alcançaram a vitória sobre a besta, em pé sobre o que ele denomina “um mar de vidro misturado com fogo”.

Se João contempla no céu aqueles que terão vencido a besta, uma personagem que irá reinar sobre a terra durante os últimos quarenta e dois meses antes do retorno de Cristo, e se ainda não foi derramada a porção da ira de Deus, composta pelas sete últimas pragas, isso que dizer então, que, quando a ira de Deus for derramada, todos os salvos já estarão no céu, porque todos subirão juntos. Mas, o fato de terem enfrentado a besta na grande tribulação, mostra-nos que devem Ter passado por ela. Portanto, estiveram na grande tribulação, enfrentaram a besta e estarão no céu antes de serem derramadas as sete últimas pragas. Assim sendo, o arrebatamento e a primeira ressurreição devem ocorrer após o início da grande tribulação, durante os últimos três anos e meio da

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mesma, mas, antes do derramamento da ira de Deus sobre os moradores da terra, que será no final desse período, pois também cairá a ira sobre o reino da besta (Ap 16.10-16).

As sete trombetas descrevem, também, acontecimentos que farão parte da ira de Deus derramada sobre a terra. Semelhante à descrição feita por João do derramamento das últimas sete pragas, é a sua descrição que antecederá o toque das sete trombetas.

O capítulo sete menciona duas visões antes da visão da execução das sete trombetas. Em primeiro lugar, vê os cento e quarenta e quatro mil judeus que serão selados para serem protegidos das caóticas circunstâncias que hão de vir sobre a terra. Logo a seguir, vê uma multidão que estava no céu, que vinha da grande tribulação. Essa, sem dúvida alguma, é a igreja do arrebatamento. Será composta de gente de todas as nações; t inham os seus corpos glorificados e afirma ainda, que não estarão mais sujeitos aos efeitos adversos de uma terra sob maldição por causa do pecado. Não terão mais fome, nem sede, não haverá mais sol e nem calor sufocante.

Estando os judeus já selados, e assim protegidos dos juízos, e ainda, os remidos presentes no céu, pois irão todos juntos, João a seguir, então, recebe a visão do toque das sete trombetas, estando sete anjos do céu prontos para tocá-las (capítulo 8).

A visão dos cento e quarenta e quatro mil judeus selados e a dos remidos presentes no céu de todas as nações, ocorrem após a abertura dos seis primeiros selos e antes do sétimo selo. O sétimo selo contém os sete toques da trombeta, ou os sete juízos de Deus.

Portanto, o selo desses cento e quarenta e quatro mil e a aparição dos remidos no céu, ocorrerá após o início da grande tribulação, que começa com a abertura do primeiro selo; e antes dos sete juízos das trombetas, que fazem parte da ira de Deus juntamente com as sete últimas pragas. Imediatamente depois do juízo do sexto selo, João vê a multidão dos remidos tirados da

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grande tribulação, o que indica que isso ocorrerá antes ou durante a execução desse juízo, que será o primeiro, e que iniciará o derramamento da ira de Deus.

Então, resta uma só explicação: o arrebatamento e a primeira ressurreição ocorrerão após o início da grande tribulação, mas antes da ira de Deus que será derramada sobre todos os moradores da terra e que culminará com a segunda vinda de Cristo e o fim da grande tribulação.

GRÁFICO N9 03SEPTUAGÉSIMA SEMANA DE DANIEL

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Capítulo VIII

Os Judeus na Grande Tribulação

Os judeus serão os únicos que terão a oportunidade de serem salvos após o arrebatamento, não podendo participar do mesmo (exceto os que antes tiverem recebido a Cristo). Esse evento será exclusivo para a igreja. Depois do arrebatamento, já não haverá chance para mais ninguém, de participar desse glorioso evento. Mas, Deus tem promessas de salvação para os judeus, depois que o número dos gentios que serão salvos, se completar (Rm 11.25,26). Quando esse número se completar, ocorrerão o arrebatamento e a primeira ressurreição; então, a porta se fechará. Somente, para que se cum pram as Escrituras, os judeus terão uma nova oportunidade. O endurecimento virá em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado ao céu no arrebatamento e na primeira ressurreição; e assim, todo o Israel será salvo; por conseguinte, Deus começará a tratar com eles, tão logo a porta tiver se fechado para os demais moradores da terra.

No entanto, depois que os salvos se encontrarem no céu, será derramada a grande fúria do governo do anticristo sobre os habitantes do planeta, além disso, começará o derramamento da ira de Deus, sem misericórdia.

Por essas razões, a situação dos judeus que ainda permanecerem sobre a terra, será precária, se Deus não intervir. Então, cumprir-se-á novamente a Palavra de Deus que promete sempre guardar o Seu povo.

O que Deus fará para proteger o seu povo Israel, naquele tempo do fim? Apocalipse 7.1-8 nos explica: João viu quatro anjos em pé sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da

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terra, para que nenhum vento soprasse sobre ela, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. Mas, outro anjo subia de onde nasce o sol, tinha o selo do Deus vivo e clamou aos quatro anjos a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar, para não fazerem dano algum até que hovessem assinalado na testa os servos de Deus.

De forma que, esses quatro anjos hão de executar um juízo que danificará a terra, os homens sofrerão os efeitos desse dano. A igreja já estará no céu, por isso não sofrerá dano algum, pois estará fora do alcance. Mas, os judeus que tiverem crido estarão na terra, e esses sim, poderão estar expostos aos efeitos nocivos do juízo dos quatro anjos. Por essa razão, Deus enviará um quinto anjo com o seu selo, o qual marcará os judeus nas suas testas. Até que não sejam selados os servos de Deus, aqueles quatro anjos não poderão ocasionar dano algum. Esse selo será o escudo de proteção para os do povo de Israel. E foram selados cento e quarenta e quatro mil de todas as tribos dos filhos de Israel, o qual é um número simbólico. Com o selo nas suas testas, nem Satanás, nem o anticristo, nem os próprios juízos de Deus, nem ainda a morte, os atingirão. Se pudessem ser levantados ao céu, não haveria necessidade de serem protegidos com o selo. Mas, pelo fato do arrebatamento e a primeira ressurreição já terem acontecido, eles terão de permanecer na terra durante o resto da grande tribulação. Já que não haverá um segundo arrebatamento, nem uma segunda ressurreição, é necessário que estejam protegidos até o retorno de Cristo à terra, e logo entrarão com Ele no Milênio.

É importante ressaltar o fato de que esses cento e quarenta e quatro mil, no momento de serem selados, estarão na terra e não no céu. O que demonstra isso é que o versículo diz que os anjos estarão cada um sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, e ainda lhes será dado poder para danificar a terra.

O período de tempo que esses cento e quarenta e quatro mil judeus selados estarão sendo protegidos por Deus, contará a

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partir do arrebatamento até a segunda visível vinda de Cristo; ou seja, durante a ira de Deus.

Todos estão de acordo em que a grande tribulação durará sete anos, que é a última das setenta semanas de anos profetizadas por Daniel. No entanto, as Escrituras fazem menção da tribulação dos judeus referindo-se a três anos e meio (Dn 12.7; Ap 11.2,3; 12.6,14 e 13.5). Porém, o momento em que os cento e quarenta e quatro mil judeus serão selados e o início da grande tribulação para eles, não devem coincidir. O selo dos mesmos será, de fato, após a grande tribulação e simultâneo ao arrebatamento, ou pelo menos, bem perto dele.

Por conseguinte, baseados nesta premissa, podemos deduzir que o arrebatamento ocorrerá em algum instante durante esses três anos e meio da tribulação dos judeus. Começará assim, o reinado da besta que durará os últimos três anos e meio, antes do retorno visível de Cristo (Ap 13.5 e 16.13-16). Por sua vez, inicia-se a tribulação dos judeus, com a invasão da besta sobre Israel. A Igreja enfrentará a besta. Ocorrerá o arrebatamento e a primeira ressurreição, e os judeus então, serão selados no número de cento e quarenta e quatro mil. Começa a ira de Deus e finalmente Cristo retorna para enfrentar ao dragão, a besta, ao falso profeta e aos reis da terra, na batalha do Armagedom. Assim, dar-se-á início ao milênio.

N o capítulo nove do A pocalipse, os selados são mencionados novamente. Esse capítulo narra o juízo da quinta trombeta, que faz parte da ira de Deus. Será perm itido aos demônios que estão prisioneiros no abismo ou cadeias da escuridão (2 Pe 2.4; Jd 6) sair dali, e ser-lhes-á dado poder para atingir aos homens que não tiverem o selo de Deus nas suas testas. Esses demônios ou anjos que pecaram, sairão do abismo para atuar sobre a terra, mas, não poderão cometer nenhum dano à erva da terra, nem a coisa verde alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não tiverem o selo de Deus nas suas testas. Ao que

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parece, esse juízo durará os cinco últimos meses da grande tribulação (v.5). Devemos fazer menção do seguinte:

1. Aos demônios ser-lhes-á dada a ordem de não danificar aos homens que tiverem o selo de Deus em suas testas. Os únicos que são mencionados no Apocalipse, como sendo selados em suas testas durante a grande tribulação, são os cento e quarenta e quatro mil judeus (Israel).

2. Os selados estarão ainda na terra, pois o dano que os demônios farão, será sobre a terra.

3. A “estrela” que abrirá o poço do abismo, cairá na terra vinda do céu.

4. Os demônios (gafanhotos) sairão do poço do abismo em direção da terra.

5. A ira de Deus estará no seu apogeu, pois trata-se da quinta trombeta.

6. A igreja não será selada naquele tempo do fim, pois foi selada no momento em que cada crente recebe a Cristo (2Co 1.21,22; Ef 1.13; 4.30); e estará no céu quando isso acontecer.

7. A primeira ressurreição e o arrebatamento já terão acontecido; é p o r essa razão que som ente são mencionados os cento e quarenta e quatro mil selados, protegidos por ordem de Deus.

Os cento e quarenta e quatro mil são novamente citados em Ap 14.1-5. Analisemos esta cena: João vê ao Cordeio (Jesus) em pé sobre o monte de Sião, e com Ele, cento e quarenta e quatro mil que têm o nome do Cordeiro e o do Seu Pai escrito nas suas testas, à saber, o selo do Deus vivo. Portanto, esses são os mesmos cento e quarenta e quatro mil dos capítulos 7 e 14 do Apocalipse. O monte de Sião encontra-se na terra. Denomina-se assim, o lugar onde está assentada a cidade de Jerusalém. Será naquele tempo do

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fim que Jesus colocará os seus pés sobre a terra. Representa a segunda vinda visível de Cristo, que ocorrerá no final da grande tribulação (Zc 14.14). Isso quer dizer que, quando Jesus retornar à terra, os cento e quarenta e quatro mil ainda estarão aqui. Em nenhuma parte das Escrituras é mencionado o fato de que possam ter subido ao céu, simplesmente porque isso nunca irá acontecer. Se estarão aqui na terra quando Cristo retornar, é evidente que sua participação será no final dos eventos da grande tribulação, pois será nesse tempo do fim que Jesus colocará os seus pés sobre a terra, concluindo assim, esse período escatológico. Devemos lembrar que, se a pressão sobre Jacó (Israel) durará três anos e meio, esses cento e quarenta e quatro mil selados aparecerão durante esse mesmo período de tempo ou até menor.

E interessante notar o fato de que, quando João viu os cento e quarenta e quatro mil selados junto a Cristo sobre o monte de Sião, também afirma que naquele instante ouviu uma voz do céu, como voz de harpistas que cantavam diante do trono de Deus, e dos que estavam na terra, ninguém podia aprender o cântico dos que cantavam no céu. Com toda certeza, a voz que João ouviu no céu é a dos salvos que já se encontravam no céu; mas os cento e quarenta e quatro mil ainda permaneciam na terra. Em outras palavras, no momento em que Cristo retornar à terra e assentar os seus pés sobre o monte de Sião, esses cento e quarenta e quatro mil selados ainda estarão vivos sobre a terra. Dos que estiverem sobre a terra, ninguém mais estará com Cristo, nem poderão aprender aquele cântico celestial.

Tudo isto nos mostra que os cento e quarenta e quatro mil selados nunca subirão ao céu e que jamais verão a morte. Além disso, significa que serão os únicos remidos que estarão na terra quando Cristo retornar. Pelo fato de o arrebatamento e a primeira ressurreição já terem acontecido no momento em que os cento e quarenta e quatro mil remidos forem selados, não poderão esses

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ter participado desses dois eventos, e terão de permanecer na terra sendo protegidos pelo poder e pela autoridade de Deus sobre todo domínio e principado. Porquê não haverá um segundo arrebatamento, os cento e quarenta e quatro mil selados terão de permanecer vivos na terra durante o derramamento da ira de Deus. Também não experimentarão a morte, pois a primeira ressurreição já terá acontecido, e terão de esperar até a próxima ressurreição que será no final do milênio, pois não haverão duas “primeira ressurreição”. Esses cento e quarenta e quatro mil remidos são chamados de “as primícias” (Ap 14.4), o que nos mostra que serão os primeiros salvos a entrarem vivos no milênio. Â seguir, outros serão salvos, mas esses serão os primeiros salvos dessa dispensação. Possivelmente morrerão durante o milênio e ressuscitarão no final do mesmo, junto com o restante dos mortos desse período e todos os que não participaram da primeira ressurreição.

Analisando tudo desse ponto de vista, devemos concluir que o resto dos salvos que são descritos no livro do Apocalipse e que estarão na grande tribulação, não são judeus. Fica claro, então, o que haverá de acontecer com os judeus durante esse período de tempo. Esse será o trato de Deus com Israel, logo após a entrada da plenitude dos gentios.

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Capítulo IX

A Igreja Da Grande Tribulação

Explicamos anteriormente que a primeira ressurreição e o traslado da igreja viva ao céu são eventos praticamente simultâneos e que não haverá oportunidade de salvação para os gentios que não participarem do arrebatamento após este ter ocorrido, não importando se eram membros da igreja ou não. Também não haverá um segundo arrebatamento, nem uma segunda ressurreição, e nem também os judeus convertidos depois do traslado da igreja ao céu permanecerão na terra; não morrerão e nem serão transformados vivos para serem elevados ao céu. Eles receberão à Cristo na sua segunda vinda, estando na terra, protegidos por Deus.

A partir das premissas anteriores, podemos observar que é incompatível o fato de a igreja ser elevada ao céu antes da grande tribulação, pois o próprio livro do Apocalipse nos mostra que haverão salvos no meio dela.

João viu no céu uma grande multidão de salvos que fora tirada da grande tribulação (Ap 7.9-17). Se o arrebatamento e a primeira ressurreição acontecerem antes da grande tribulação, como explicar a chegada desses ao céu?- Em- outro arrebatamento? Em outra primeira ressurreição? Impossível! Só existe uma única explicação: o arrebatamento e a primeira ressurreição ocorrerão durante a grande tribulação.

A maioria dos crentes opina que a igreja não passará pela grande tribulação, não verá o anticristo, a sua marca, nem o falso profeta, simplesmente porque pensam que seria impossível Deus permitir à igreja tal sofrimento. Esquecem-se que a igreja tem sido

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perseguida através de toda a sua história. Sempre foram cometidas opressões, perseguições e martírios. Começando pelo próprio Cristo, depois Estêvão, os apóstolos, a igreja primitiva dos tempos de Nero, o imperador romano que, segundo a história, deu ordens para incendiar a cidade de Roma e logo atribuiu tal fato aos cristãos, desencadeando-se assim, uma das mais impiedosas e brutais perseguições jamais vista contra povo algum. Devemos também observar os dias da inquisição, quando os crentes eram assassinados por serem declarados hereges, pelo fato de negar-se à aceitar os dogmas impostos pela religião católica romana. Nos dias mais recentes, os governos comunistas em diferentes partes do mundo, têm estabelecido uma política de intolerância a qualquer tipo de crença que se oponha à doutrina marxista-leninista. Milhares de evangélicos sofrem crueldades por parte dos comunistas ateus, que têm proposto extirpar toda adesão a crenças fora da sua própria ideologia.

Apesar de tudo, a maior promessa que Deus faz ao crente em Cristo, não se refere em livrar-nos da grande tribulação, mas sim, dar-nos a vida eterna. Se nós evangélicos esperamos somente o livramento dessa aflição, como promessa de Deus, somos os mais dignos de comiseração de todos os homens.

Devemos fixar os nossos olhos muito além de todas as promessas para essa vida presente. A vida eterna é mais valiosa que a cura terrenal, que a prosperidade, mais do que essa vida. Onde mais poderíamos encontrar crentes no meio da grande tribulação?

Todos concordam em que os eventos da grande tribulação começarão, segundo o livro do Apocalipse, quando o Senhor começar a abrir os selos do livro que tomou da mão direita daquele que estava assentado sobre o trono (Ap 4.2; 5.7 e 6.1). O primeiro selo revela um personagem montado sobre um cavalo branco, que presume-se, seja o anticristo. A abertura dos selos continua

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mostrando circunstâncias que prevalecerão durante o governo do anticristo.

Quando o Senhor abrir o quinto selo, supostamente a grande tribulação estará no seu pleno apogeu. Então João viu as almas dos mártires por causa da Palavra de Deus, debaixo de um altar no céu. Esses clamavam a Deus por justiça.

São almas que estão no céu, e que foram martirizadas na terra, pois clamavam dizendo: “até quando... não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” João não viu os corpos, mas sim, as almas daqueles que haviam morrido e suas almas encontram-se agora no céu. Isso mostra-nos que a primeira ressurreição ainda não ocorreu, nem o arrebatamento, pois serão simultâneos. Se a grande tribulação já teve início nesse então, e esses mártires ainda não receberam os seus corpos glorificados, então, o arrebatamento e a primeira ressurreição não podem ter ocorrido antes da grande tribulação.

A ressurreição dos santos é um acontecimento onde seremos dotados de um novo corpo e diferente do que possuímos nesta vida presente. A alma sem o corpo do crente morto, está descansando no céu. Tanto a ressurreição como o arrebatamento implicam um novo corpo (Mt 10.28; Rm 8.11,23; 1 Co 15.1,44 e Fp 3.21).

O altar no qual João viu as almas, já dissemos que está estabelecido no céu. Para confirmarmos isso, podemos ver Ap 8.3-5. Nessa passagem, João volta a mencionar esse altar, referindo- se à um anjo, o qual toma fogo desse altar enchendo um incensário de ouro e derramando-o sobre a terra. Portanto, as almas que João viu debaixo do altar, estão no céu.

A passagem continua explicando que foram-lhes dadas vestes brancas. Essa informação ajuda-nos a entender se essas almas possuem ou não, corpos. Há uma grande diferença entre afirmar que foram-lhes dadas vestes brancas, e que estavam vestidos com

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elas. Se João tivesse afirmado que estavam vestidos, então isso mostraria que possuíam um corpo. Mas, ele diz que foram-lhes entregues vestes brancas, mostrando assim que, já os seus vestidos estavam prontos, mas que não podiam estreá-los até receberem os seus corpos glorificados. Por isso é lhes dito que esperassem ainda um pouco mais de tempo, e que repousassem até que se completasse o número de seus conservos e seus irmãos que haviam de ser mortos como eles foram. Quem são esses conservos? Se a grande tribulação está no seu desenrolar, sem dúvida alguma, são os que hão de morrer durante esse período: a igreja martirizada.

Quando se completar o número dos que hão de morrer na grande tribulação, então ocorrerá a primeira ressurreição e o arrebatamento, e então, as almas que estavam no altar receberão os seus corpos glorificados e poderão vestir as roupas brancas que antes foram-lhes entregues.

A menção feita às vestes 'brancas entregues às almas dos mártires de Jesus (capítulo 6) durante a abertura do quinto selo, é altamente significativa. Muitos alegam que a igreja será elevada antes da grande tribulação, pois ela supostamente, não aparece, nem é mencionada, depois de João ser levado ao céu, segundo Ap 4.1,2. Por essa razão, dizem que o traslado de João tipifica o arrebatamento da igreja. Além disso, afirmam que, supostamente a igreja volta a ser mencionada no momento do retorno de Cristo à terra (capítulo 19) no final da grande tribulação. Firmados nisso, dizem que a igreja não passará pela grande tribulação.

No entanto, lemos no capítulo 6 que, depois de terem sido abertos quatro selos, que são o início da grande tribulação, são entregues vestes brancas às almas dos que morreram por Cristo, que em nenhum instan te são identificados com o sendo exclusivamente judeus.

A quem Jesus promete vestir com vestes brancas? Em Apocalipse 3.5, falando à igreja de Sardes, não somente aos judeus

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dessa cidade, Jesus declara: “o que vencer será vestido de vestes brancas” Aleluia! Portanto, as almas que clamavam debaixo do altar fazem parte da igreja. Na verdade, fazem parte dos remidos que foram mortos por causa de Cristo, estão presenciando o desenrolar da grande tribulação e ainda não receberam os seus corpos glorificados (ressuscitados) pois falta ainda um grupo de crentes que se converterão em mártires de Jesus durante a grande tribulação . Esses são os que hão de enfrentar a besta e a vencerão, não adorando a sua imagem, e nem recebendo a sua marca, sendo assim, decapitados. Quando se completar o número desses conservos e irmãos, ocorrerá a primeira ressurreição e a ira de Deus começará a ser derramada sobre os moradores da terra.

Considerando o que anterior mente expusemos, concluímos que o arrebatamento e a primeira ressurreição ocorrerão durante a grande tribulação.

Observemos então, a igreja do arrebatamento. Apocalipse 7.9-17, mostra-nos claramente que João viu uma “grande multidão” de todas as nações, tribos, povos e línguas. Isso nos leva a entender claramente que não serão exclusivamente judeus. Se concluirmos que essa multidão é somente judeus e que não estarão presentes nela os gentios, falharíamos quanto às melhores práticas de interpretação. Mas o Espírito encarregou-se de que tudo fosse escrito de tal forma que não houvesse interpretações errôneas. É diáfano o conceito estabelecido, pois são gentes de “todas” as nações, tribos, povos e línguas existentes sobre a face da terra, incluindo, portanto, toda a humanidade. Por outro lado, se dissermos que essa grande multidão é exclusivamente judeus, teríamos de afirmar que a besta do Apocalipse reinará somente sobre os judeus. O versículo sete do capítulo treze, afirma que à besta ser-lhe-á dada autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação. Mas, para que pudéssemos entender com clareza, Deus nos mostra que a sua influência e domínio serão sobre “todos os que

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habitam sobre a terra” (vs. 8,14,16). Portanto, é certo que a grande multidão que João viu (capítulo 7) compõe-se de pessoas de entre todos os moradores da terra.

Consideremos outro detalhe importantíssimo: essa multidão está presente no céu, visto que afirma que estava diante do trono e do Cordeiro. Esse é o mesmo trono descrito por João quando subiu ao céu (Ap 4.2), e viu a um assentado sobre o trono, que é Deus Pai (v.3). No capítulo cinco versículo seis, viu também João no meio do trono, em pé, um Cordeiro, como havendo sido morto, que sem dúvida alguma, é Jesus Cristo. Portanto, a grande multidão é contemplada por João no céu.

Porém, diferentemente das almas dos mártires que João viu no céu debaixo do altar, clamando, e que receberam vestes brancas, tendo-lhes sido dada a ordem de esperarem um pouco mais de tempo para vestirem essas vestes até que se lhes fizesse justiça (6.9-11), essa grande multidão estava já vestida de roupas brancas. Os primeiros não tinham ainda os seus corpos novos, mas essa segunda grande multidão, tinham sim, os seus corpos transformados, pois estavam já vestidos. O fato de estarem vestidos mostra-nos que tinham corpos e não eram somente almas. Mas, a passagem nos indica também que estavam com palmas nas suas mãos (7.9), podendo assim observar com toda a claridade que, se João contemplou as suas mãos, é porque possuíam corpos. Além disso, suas vestes eram brancas.

Para aqueles que afirmam que a igreja não aparece em parte alguma depois que João sobe ao céu (cap. 4 do Apocalipse), deduzindo assim, que o arrebatamento será antes da grande tribulação e que a subida de João ao céu é símbolo do mesmo, fazemos a seguinte pergunta: Quem são esses que João viu vestidos de roupas brancas? João menciona por duas vezes o detalhe das vestes brancas. Primeiro, quando vê as almas dos mártires debaixo do altar e no momento quando se vê essa grande multidão. Se

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Jesus falou em Apocalipse 3.5 “o que vencer será vestido de vestes brancas”, sem dúvida, esses dois grupos fazem parte da igreja remida. Além disso, não podemos afirmar que são aqueles que ficaram depois do arrebatamento, porque já temos demonstrado biblicamente que depois do arrebatamento não haverá chance para os que ficarem, e esses dois grupos que mencionamos, estavam no céu e não na terra.

A grande multidão que o apóstolo João viu de todas as nações na presença do Cordeiro, não clamava por vingança, diferente das almas dos mártires que estavam debaixo do altar, as quais clamavam dizendo: “A salvação pertence ao nosso Deus”. Isso aconteceu, porque a grande multidão de todas as nações está vendo já o começo do derramamento da ira de Deus sobre a terra. Em outras palavras, acabaram de acontecer o arrebatamento e a primeira ressurreição e iniciou-se o grande dia da vingança do nosso Deus sobre todos os moradores da terra. As almas que estavam debaixo do altar já viram transcorrer o pouco tempo que deviam esperar para ver seu sangue vingado e julgado nos moradores da terra. Por isso, o clamor é diferente. Também, não podiam clamar para que Deus vingasse o seu sangue nos que estavam na terra, pois essa grande multidão não tinha ainda visto morte. E a igreja do arrebatamento. João viu as almas dos mártires que clamavam debaixo do altar sem mãos nem pés, mas nessa grande multidão, ele sim, pôde ver. As almas não têm forma corpórea.

Enquanto João observava a grande multidão vestida de roupas brancas e o culto de adoração que acontecia nesse glorioso momento no céu, no qual participavam a grande multidão, os anjos, os anciãos e os quatro seres viventes, um dos anciãos se aproxima e lhe pergunta: “Quem são estes de brancos vestidos e de onde são?” João lhe responde: “Senhor, Tu sabes”. E o ancião lhe respondeu: “Estes são os que saíram da grande tribulação, e lavaram

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suas roupas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro”. Sem sombra de dúvidas, esses são os remidos que foram tirados da terra onde está acontecendo a grande tribulação e transferidos ao céu. Em Ap 22.14, Jesus diz: “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas”. A cidade é a nova Jerusalém, que é o tabernáculo de Deus com os homens, onde Ele morará com eles. (Ap 21.2,3). E o lavar as roupas simboliza a salvação por meio do sangue de Cristo.

Então, esses são salvos que estão no meio da grande tribulação. Por isso, o arrebatamento não poderá acontecer antes da grande tribulação, porque não haverão salvos depois do mesmo, nem tampouco haverão dois arrebatamentos, e essa grande multidão havia sido transportada da terra ao céu, sem ver a morte, e chegaram ao céu com os seus corpos transformados, e vestidos com vestes brancas.

Essa multidão representa a igreja arrebatada. São os que ficaram para a vinda do Senhor e seus corpos foram transformados e levados ao céu. Vejamos o porquê:

Se afirmarmos que foram tirados da grande tribulação e João os vê no céu vestidos e com mãos, isso quer dizer que chegaram lá com seus corpos transformados. Não diz que foram mortos, nem decapitados, nem que as suas almas estiveram no céu esperando. Quando diz: “estes são os que saíram” refere-se a um passado recente. Ou seja, acabaram de sair da grande tribulação. E tinham seus corpos glorificados por terem acabado de sair desse evento. A grande tribulação estava no seu pleno apogeu, mas não havia ainda terminado.

Sem dúvida, essa multidão chegou ao céu com seus novos corpos, sem ter experimentado a morte e sem ter tido de esperar um tempo para receber seus corpos ressuscitados.

Se o arrebatamento tivesse acontecido antes da grande

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tribulação, teríamos que acreditar num outro arrebatamento para essa multidão, e isso não tem fundamento bíblico.

Por isso, só há uma explicação: O arrebatamento e a primeira ressurreição acontecerão durante a grande tribulação; não antes nem depois, mas no meio dela. Ainda mais: haverá uma grande multidão de salvos apesar dos embates da grande tribulação.

Portanto, além da grande multidão, que representa à igreja do arrebatamento, João vê anjos, anciãos e os quatro seres viventes (Ap 7.11). Será que esses anciãos são os vinte e quatro que ele vira anteriormente no capítulo 4 versículo 4? Como é possível que, se esses anciãos realmente representam a igreja, como muitos afirmam, João possa ver-se separado da multidão de remidos da grande tribulação?

Primeiro, notemos que João agora não menciona o número de anciãos que vê. Pode ser que tenha visto mais de vinte e quatro, e que os vinte e quatro que ele viu no capítulo 4.4, seja um grupo de anciãos dentre muitos outros, tendo uma grande dignidade ou hierarquia.

Quando João subiu ao céu, no meio das primeiras coisas que ele viu, estão esses vinte e quatro anciãos. Se esses representam a igreja, é impossível que João tenha visto posterior mente as almas dos mártires embaixo do altar, esperando seus corpos imortais, que sem sombra de dúvidas, entre eles deveram estar os mártires da dispensação da graça, ou a igreja sacrificada. Também não pode haver uma multidão de salvos tirados da grande tribulação e ao mesmo tempo e no mesmo lugar os vinte e quatro anciãos que, supostamente são a igreja que tinha sido arrebatada antes da grande tribulação. Na verdade, os vinte e quatro anciãos não representam a igreja como muitos afirmam.

Em Apocalipse 5.8-10, encontramos que os vinte e quatro anciãos se prostraram diante do Cordeiro e os quatro seres viventes também o fizeram. Tanto os quatro seres viventes como os vinte e

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quatro anciãos tinham harpas, taças de ouro e cantavam o mesmo cântico, dizendo: “Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue nos compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação; e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra”

Se os vinte e quatro anciãos são a igreja, também o seriam os quatro seres viventes, porque eles também adoraram e cantaram o mesmo cântico de redenção, que diz: “Nos compraste para Deus”.

Por outro lado, versões bíblicas antigas, o Apocalipse diz: “E com teu sangue compraste para Deus... e fizeste para nosso Deus reis e sacerdotes, e reinarão sobre a terra”. É omitido o pronome “nos” o que excluiria os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes de serem parte dos remidos. As versões antigas são mais fidedignas que as modernas.

Além disso, em Apocalipse 19, João vê uma multidão que é composta da esposa do Cordeiro e dos vinte e quatro anciãos à parte. O versículo quatro nos fala dos vinte e quatro anciãos adorando junto aos seres viventes, e o versículo sete menciona a esposa do Cordeiro, tudo isso numa mesma cena. Se os vinte e quatro anciãos representam a igreja, quem seria então, essa esposa do Cordeiro?

Eis aqui outro detalhe muito curioso: quando João é transportado ao céu no capítulo quatro do Apocalipse, vê uma cena a qual ele descreve detalhadamente. Entre as coisas que viu, João faz menção de um trono e na sua frente havia “como um mar de vidro semelhante a um cristal” (Ap 4.6). O apóstolo não diz que viu alguém sobre esse “como um mar de vidro”, no entanto, afirma que viu ali os vinte e quatro anciãos (4.4). E difícil crer que João não tivesse dado importância àquilo que estava sobre esse “como um mar de vidro”, sendo que, como podemos observar,

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é altamente detalhista no seu livro todo. O que acontece é que, não havia nada, nem ninguém sobre ele. Estava vazio.

Mesmo assim, no capítulo 15.2, antes do derramamento das sete taças da ira de Deus, João volta a ver aquele “como um mar de vidro”, porém, agora o vê misturado com fogo, e sobre ele os que tinham alcançado a vitória sobre a besta, em pé e com harpas nas suas mios, cantando o cântico de Moisés. Tinham pés e mãos, ou seja, possuíam corpos.

Se alcançaram a vitória sobre a besta, consequentemente estiveram na grande tribulação, pois a besta reinará os últimos quarenta e dois meses da mesma. Se estão sobre o mar de vidro que estava diante do trono, encontram-se, portanto, no céu e têm corpos. Se João não os viu no começo das revelações sobre o mar de vidro no capítulo quatro, é porque ainda não tinha subido ao céu, pois ainda não tinha acontecido o arrebatamento, nem a primeira ressurreição. Para subir ao céu só pode ser através de um desses eventos. Se os que estão em pé sobre o mar de vidro fazem parte da igreja que sairá da grande tribulação, então os vinte e quatro anciãos que João viu no começo, não são a igreja, porque esta não fora tomada ao céu ainda. A igreja vai subir toda junta, tanto os ressurretos, como os vivos transformados. Não irão uns na frente e outros depois.

Outro detalhe singular é que, quando João vê os que tinham alcançado a vitória sobre a besta em pé no mar de vidro que está no céu, vê também os sete anjos que tinham as sete últimas pragas, prontos para derramá-las sobre a terra. Esse grupo de salvos está no céu, quando ainda não foram derramados os juízos das sete taças da ira de Deus, mas já haviam enfrentado a besta e alcançado vitória.

Através deste detalhe, o arrebatamento e a primeira ressurreição acontecerão antes do derramamento das sete taças da ira de Deus ou últimas pragas, e depois do início do reinado da

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besta que durará os últimos três anos e meio da grande tribulação, até o confronto contra Cristo na batalha de Armagedom (Ap 13.5 e 16.12-16).

Em 20.4 voltam a ser mencionados os que tinham alcançado a vitória sobre a besta. Diz assim o versículo: “E vi as almas daqueles que foram decapitados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de-Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem nas mãos. Reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos”.

Através de uma interpretação literal, podemos afirmar que esses são os cristãos que a besta mandará executar, por não ter se deixado marcar, nem ter adorado a sua imagem. Quando diz: “e reviveram e reinaram com Cristo mil anos”, mostra-nos que ressuscitarão antes do milênio, porque para reinar com Ele mil anos devem ter ressuscitado antes. Pelo contrário, teriam que esperar até a próxima ressurreição que será precisamente no final dos mil anos. (Ap 20.7-15). E se foram decapitados tinham que ter morrido e isso os exclui do arrebatamento, mas não da primeira ressurreição. De fato, no versículo cinco do capítulo 20, os decapitados pela besta são chamados de “a primeira ressurreição”, e os outros mortos não voltarão a viver até que se cumpram os mil anos.

Em 1 Co 15.23,24 encontramos a ordem das ressurreições conform e o estabelecido pela Bíblia. São mencionadas três ressurreições: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda; então virá o fim quando Ele entregar o reino a Deus o Pai, quando houver destruído todo domínio, e toda autoridade e todo poder”.

A ressurreição de Cristo já aconteceu. A próxima seria a ressurreição dos que são de Cristo, que ocorrerá quando Cristo voltar à terra na sua segunda vinda. Mas, a segunda vinda do Senhor para a igreja será antes da visível, quando colocará seus pés sobre a terra.

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Tão somente é mencionada uma ressurreição para quando Cristo voltar. Essa será para os que são de Cristo. Nesse mesmo capítulo quinze, os versículos 51 e 52 relatam-nos essa ressurreição como se estivesse acontecendo junto com a transformação da igreja viva, como vimos anteriormente.

A epístola aos Tessalonicenses 4.13-17, nos fala outra vez da ressurreição de “os que são de Cristo”, só que aqui são chamados de ‘ ‘os mortos em Cristo”. Assim como em 1 Coríntios, mostra a ressurreição acontecendo quando Cristo descer dos céus, que é a primeira etapa da sua segunda vinda. Entendemos através dessa que, a ressurreição será junto com o traslado da igreja, o qual acontecerá no momento da transformação dos corpos mortais e imortais.

Menciona-se novamente a ressurreição dos santos em Apocalipse 20.5. Aqui é chamada de “primeira ressurreição”. As Escrituras nos mostram que João viu as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus e pela Palavra de Deus, os que não tinham adorado a besta nem a sua imagem, e que não receberam a marca (da besta) nas suas testas, nem nas suas mãos, e logo diz: “e reviveram e reinaram com Cristo mil anos”. A expressão “e reviveram” significa “e ressuscitaram”. João também diz que reinarão com Cristo mil anos, ou seja, durante o milênio, o que mostra que ressuscitaram antes do milênio. Mas, se não adoraram a besta, viveram durante os últimos três anos e meio antes do retorno de Cristo, e se foram decapitados pela besta, tinham de ter morrido antes do fim do reinado da mesma. Tudo isso deixa- nos só uma opção: trata-se da ressurreição dos mortos em Cristo, de primeira aos Tessalonicenses, e da ressurreição dos que são de Cristo, de primeira aos Coríntios. Essas três citações da ressurreição dos santos, referem-se a um só evento: A ressurreição dos justos, que é a Segunda, das três mencionadas na Bíblia.

Nessa mesma passagem de Apocalipse 20, é mencionada

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a terceira e última ressurreição. Se Assim declara o versículo cinco: “Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram”. Essa é a ressurreição que acontecerá quando Cristo, no final do milênio, entregar o reino (reino milenar) ao Deus e Pai, depois que o diabo for solto no final do milênio para enganar as nações, e for derrotado pelo Senhor na guerra de Gogue e Magogue, e a morte e o inferno forem lançados ao lago de fogo junto com o diabo para tormento eterno. Essa terceira ressurreição será com posta dos m ortos que não ressuscitaram na prim eira ressurreição, junto com os que morrerão durante o milênio.

Tudo o que foi anterior mente explicado, nos mostra que haverão cristãos que hão de morrer e ressuscitar durante a grande tribulação, e haverão cristãos no meio dela que não morrerão e subirão ao céu durante esse período. Se somente haverá um arrebatamento e uma só ressurreição para os justos antes do retorno de Cristo à terra, esses eventos terão que acontecer durante a grande tribulação. E tem mais, esses eventos acontecerão no decorrer dos últimos três anos e meio antes da segunda vinda do Messias, pois o livro do Apocalipse nos mostra duas cenas de salvos que enfrentarão a besta, a qual reinará durante esse últimos anos. Além disso, mostra-nos que a ira de Deus será derramada sobre a terra durante o reinado da besta, mas ,depois do traslado da igreja e a ressurreição dos santos.

As informações anteriores, que nos demonstram que a besta reinará durante os últimos três anos e meio, antes do retorno de Cristo à terra, e que indicam que enfrentará a Jesus na sua vinda, podemos encontrá-las em:1. Ap 13.5b - Duração do reinado da besta: “e deu-se-lhe poder

para continuar por quarenta e dois meses” Isso corresponde a três anos e meio.

2. Ap 16.13,14 - Confronto da besta com Cristo: “E da boca do dragão, da boca da besta, e da boca do falso profeta vi

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saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs, porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo para os congregar para a batalha, naquele grande Dia do Deus Todo-Poderoso”.

3. Ap 19.19 - “E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército”.

É necessário lembrar que tudo o que já analisamos é só uma interpretação bíblica. Não quero de forma alguma, afirmar, nem garantir que acontecerá assim. Mas, é bom reconhecer que tudo o que foi apresentado tem fundamentos bíblicos, que vale a pena esquadrinhar.

Posso sim, afirmar que eu, como autor estou plenamente convencido das coisas que interpreto. No devido tempo saberemos quem estava certo. Muitos desses temas estão vigiados para que a igreja permaneça alerta, perseverante e apercebida. “Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis o dia nem a hora”.

GRÁFICO Ne 5

- Os que saíram da grande tribulação

• Os que alcançaram a vitória sobre a besta e estão no mar de vidro

• Os decapitados que não adoraram a besta

n . ^ w

Reinado de um príncipe que há de vir (chifre pequeno)

Os decapitados pela besta (o tempo de espera

dos mártires) A ira de Deus*

3 'A anos^ Grande Tribulação ^

Reinado da besta

3 'A anos

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CAPÍTULO X

O Que Detém a Manifestação do Homem do Pecado

Grande parte dos cristãos tem interpretado o capítulo dois de segundo aos tessalonicenses, versículos 7 e 8, de tal maneira que estão convencidos que o que detém a manifestação do anticristo é a igreja através do poder do Espírito Santo. As Escrituras nos dizem: “Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora, resiste até que do meio sçja tirado; e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda”.

Mas, essa passagem bíblica não demonstra explicitamente que será a igreja, nem menciona ao Espírito Santo como o que detém essa manifestação. Simplesmente tem se chegado à conclusão de que esse versículo refere-se à igreja cheia do Espírito Santo, que o detém. Por isso, esses versículos são usados para defender a posição de que a igreja não estará na terra durante a grande tribulação, pois enquanto ela estiver aqui, o anticristo não poderá manifestar-se. É mais uma inferência que, como tantas outras, poderia ser desatinada. E por isso que, devemos esquadrinhar mais profundamente os referidos textos bíblicos.

É interessante também notar um fato muito peculiar. Observe que o apóstolo Paulo não se inclui como parte integrante daquilo que detém o anticristo. É curioso ver que em outras passagens bíblicas, ele inclui a si mesmo como participante dos eventos escatológicos que ele mesmo descreve. Quando fala do arrebatamento da igreja diz: “nós os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo,

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e com a trom beta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles...” (lTs 4.15-17). Quando Paulo fala da transformação dos corpos dos cristãos, diz: “Nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados”. (1 Corl5.51). Quando se refere ao corpo glorificado que a igreja receberá, diz: “e, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial” (1Co15.49).

Portanto, por que o apóstolo, se realmente está se referindo ao Espírito Santo, não o menciona explicitamente? Não há razão alguma para pensarmos que Paulo, sabendo que é Ele quem detém a manifestação do anticristo, não faça menção do nome da terceira pessoa da trindade.

Entretanto é muito difícil imaginar como é que o Espírito Santo será “tirado”, como se fosse possível eliminar sua influência, já que Ele está e estará em todas as partes pela sua onipresença.

Deus permitiu que ficasse essa incógnita na mente dos cristãos, para que pudéssemos entender que “não nos corresponde saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (Atos 1.7) e para manter a expectativa e para que estejamos alertas sobre o que finalmente acontecerá.

Porém, há uma outra possibilidade em relação a quem está detendo a manifestação do anticristo. Voltamos a recalcar o fato de que se trata de uma possibilidade. No entanto, apoiaremos essa possibilidade com fundamentos bíblicos. Poderia ser um anjo? Seria Gabriel? Ou talvez o arcanjo Miguel?.

Quando. Adão, o primeiro homem desobedeceu a Deus, a Escritura nos relata que Deus expulsou-o do jardim do Éden, e colocou no oriente do jardim uns querubins (anjos), e uma espada acesa que estava em toda parte, guardando o caminho da árvore da vida. Portanto, o Senhor colocou anjos que impediam ao homem ter acesso à árvore da vida. Em outras palavras: “impediam” o

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homem de esticar a sua mão, e comer da árvore, e viver para sempre. (Gênesis 3.22-24).

O relato das Escrituras no livro de Daniel capítulo 6, nos mostra que quando Daniel foi lançado na cova, Deus enviou um anjo, o qual fechou a boca dos leões. Novamente um anjo “detém” aos leões, para que não lhe fizessem dano.

Mas, poderiam os anjos “deterem” ou dominarem a satanás ou aos demônios? Porque a besta que subirá do abismo, da qual se faz menção nos capítulos treze e dezessete do Apocalipse, é um demônio, e se é à essa besta de haverá que deter, seria necessário alguém que tivesse poder sobre os demônios.

O relato do capítulo dez do livro de Daniel nos diz; que o profeta havia estado orando e jejuando por vinte e um dias. Teve então, uma visão de um varão que com toda certeza é o anjo Gabriel, o qual lhe afirma que tinha ouvido as suas orações desde o primeiro dia em que ele começara a interceder, mas, o príncipe da Pérsia havia interferido. Sem dúvida, um principado demoníaco, mas o arcanjo Miguel ofereceu ajuda para Gabriel contra aquele principado conseguindo a vitória, e fazendo com que Gabriel chegasse com a informação até o profeta. Os anjos prevaleceram contra as potestades espirituais da maldade.

Judas, o apóstolo faz menção de um fato que não é registrado explicitamente nas Escrituras. Na sua carta, ele afirma que, o arcanjo Miguel teve de batalhar contra o próprio satanás, disputando com ele o corpo de Moisés. O diabo precisou fugir ao escutar a repreensão que o arcanjo lhe fez. (livro apócrifo judeu “A ascensão de Moisés” ).

Dem os uma olhada no capítulo doze do livro das revelações. Os capítulos sete ao nove mostram-nos o cenário de uma batalha que ocorrerá no final dos tempos. Miguel e os seus anjos lutarão contra o dragão e seus anjos, os expulsará do céu e satanás já não será mais o príncipe das potestades dos ares. Reflita

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nessa passagem onde Miguel, o arcanjo, tem poder para enfrentar e vencer aos principados e potestades e aos governadores das trevas, e as hostes espirituais da maldade nas regiões celestiais. Deve, portanto, também ter poder para impedir a manifestação do homem do pecado.

No capítulo nove do Apocalipse João viu cair uma estrela do céu e foi-lhe dada a chave do inferno. Essa estrela é um anjo, o mesmo do capítulo 20.1, que desce do céu com a chave do abismo. É do abismo que sairá a besta do capítulo treze do Apocalipse (Ap 17.8 e 11.7),a qual enfrentará a Cristo na sua segunda vinda, e reinará sobre todos os moradores da terra durante os últimos três anos e meio da atual dispensação. A estrela (anjo) abriu o poço do abismo e saíram gafanhotos (demônios). Saiu também o anjo do abismo, que é o rei desses demônios, mas, esse não é satanás, pois ele ainda não está preso no abismo. Esse rei é chamado dos demônios, Abadom ou Apoliom. Pelo fato da besta subir do abismo, poderia ser esse o rei dos demônios. Devemos notar que até que o anjo não abra o poço do abismo, os demônios e seu rei presos ali, não poderão se manifestar. Esses demônios são os que Pedro menciona na sua segunda epístola 2.4, onde nos fala que Deus não perdoou aos anjos que. pecaram, lançou-os no inferno (abismo) e entregou-os às prisões de escuridão. Quando o anjo que tem a chave, abrir o abismo, manifestar-se-á o rei dos demônios encarcerados junto com esses. Essa é outra cena bíblica que nos mostra a intervenção de um anjo impedindo os propósitos das forças do mal.

Vemos esse mesmo anjo que tem a chave do abismo, no capítulo 20.2 do Apocalipse, quando prende o dragão (diabo) e o amarra com uma grande corrente, jogando-o no abismo, ou seja, no inferno. Mas, além disso, diz que o anjo pôs o seu selo sobre o dragão para que não enganasse mais as nações. Portanto, esse anjo tem poder e autoridade para abrir o poço do abismo, para amarrar

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a satanás e para selá-lo, a fim de que não possa exercer o seu ministério de engano. Então, isso nos mostra que, ele também tem poder para impedir que o ímpio, o homem do pecado, o filho de perdição do capítulo dois de 2o aos Tessalonicenses, se manifestar.

Se a Bíblia não nos m ostrasse outras passagens confirmando que a igreja estará na grande tribulação na terra, seria razoável dizer que o que detém o ímpio, é a igreja. Mas já temos visto e demonstrado com bases bíblicas contundentes, que a igreja será tirada da grande tribulação, e que enfrentará à esse ímpio chamado no Apocalipse, de besta. Portanto, não pode ser tirada antes da manifestação desse ímpio, pois sendo assim, não poderia enfrentá-lo. Quando o filho da perdição se manifestar, a igreja ainda estará na terra. Muitos fraquejarão, outros serão fiéis até a morte e muitos permanecerão fiéis até o arrebatamento.

Devemos considerar todos os textos bíblicos que pertencem à um tema específico, antes de estabelecer uma doutrina ou uma interpretação bíblica.

Se fosse o Espírito Santò que detivesse o ímpio, não seria necessário que a igreja fosse tirada para que o ímpio se manifestasse. O Espírito Santo pode mostrar a sua influência e controle sobre esse iníquo, permitindo que ele se manifeste, estando ainda a igreja sobre à terra. Diversas vezes a Bíblia expõe casos, nos quais vemos Deus permitindo que as forças do mal atuem contra os seus servos. Exemplo disso, é o caso de Jó. Mas, sempre haverá vitória para os que são de Deus. A maior vitória de Cristo sobre satanás foi quando o enfrentou na tentação do deserto, e finalmente na cruz. E a Bíblia nos garante que já o vencemos por meio do sangue do Cordeiro (Ap 12.11). Se fosse o Espírito quem o detivesse, satanás não estaria solto na terra pois, Ele impediria que operasse maldade sobre a igreja.

Talvez, poderia ser também, o próprio satanás o que impede que o ímpio se manifeste. Paulo nos fala explicitamente

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quem é o que o detém. Apocalipse 13.2 diz que o dragão (satanás) dará o seu poder e o seu trono à besta, ou anticristo. O diabo não aceitará que sejam dois os que mandem no reino das trevas. Não vai tolerar que outro tenha o domínio, a não ser que seja colocado pelo próprio Senhor. Ele sabe que um reino dividido não pode prevalecer. Mas, no fim dos tempos será afastado, não por vontade própria, mas sim, por determinação do próprio Deus, para dar lugar ao ímpio, e para que a Palavra de Deus se cumpra. Mas, até agora impede que outro tome o seu lugar.

Se realmente, é um anjo o que impede a manifestação do ímpio, não podemos garantir. Mas, uma coisa é certa: existe fundamento bíblico para pensar que é dessa forma, havendo e existindo, ainda, a possibilidade que seja satanás, o que o detém.

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CAPÍTULO XI

A Importância De Sabermos De Antemão Se a Igreja Passará Pela Grande Tribulação

G rande parte da igreja do Senhor não dá a devida im portância à profecia. Pensa que o que é verdadeiramente importante, é a graça. É bom lembrarmos que, o mesmo Deus na Sua Palavra nos adverte que, não devemos menosprezar as profecias (1 Ts.5.20), e que possuímos a palavra profética mais segura, à qual, fazemos bem se estivermos atentos (2Pel.l9). Quando nos profetizam sofrimentos e aflições nos mostramos apáticos e desobedientes, preferindo ouvir coisas boas e agradáveis. “O prudente vê o mal e esconde-se; mas os simples passam adiante e sofrem a pena” (Pv 22.3).

Em que nos ajudará saber se nós cristãos estaremos na terra nos tempos da grande tribulação? De muitas maneiras. Primeiro: a Bíblia mostra-nos que durante esse tempo irá surgir um líder religioso conhecido como o falso profeta. Ele fará com que todos os homens sejam marcados na mão direita ou na testa, e ninguém poderá comprar, nem vender a não ser os que estejam marcados. Essa é a marca da besta (Apl3.16,17). O que irá acontecer com todo aquele que receber a marca da besta? Beberá do vinho da ira de Deus; será atormentado com fogo e enxofre por toda a eternidade e não terá repouso (Apl4.9-ll). Nenhum dos que receberem a marca nas suas mãos ou nas suas testas obterá salvação. Irá se perder ir remissivelmente, ainda que haja sido cristão. Você entendeu?

Que desgraça será se grande parte dos cristãos forem marcados! Se a besta aparecer e a igreja estiver ainda na terra, os

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que estiverem desapercebidos irão pensar que essa não é a marca da besta, porque se for como eles ensinaram, a igreja não verá o anticristo, nem a sua marca, nem a grande tribulação. Muitos serão enganados facilmente e induzidos a deixar-se marcar, pois estarão convencidos que se trata somente de um ensaio. Irão dizer: “esta não é a marca da besta, porque quando a besta aparecer nós já estaremos no céu, nas bodas do Cordeiro”. E serão presas fáceis. Irão como bois ao matadouro, inocentemente.

Agora, se form os sóbrios e prudentes, ainda que acreditemos que não estaremos na terra quando isso acontecer, se pelo menos, estivermos na expectativa de que talvez não aconteça da maneira que nós estamos pensando, então, não vamos atuar negligentemente. Nem com a maior sutileza poderão fazer com que sejamos marcados.

Mas, lamentavelmente, haverão muitos que não aceitarão por nada deste mundo que a igreja esteja na terra no início da grande tribulação. Nem mesmo, se um anjo do céu se apresentar e lhes anunciar que a grande tribulação já começou, vão querer entender. Pois vão dizer: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema” (Gl 1.8).

Meus irmãos, isto não é um evangelho diferente. Achar que haverá grande tribulação para a igreja não muda a doutrina fundamental do evangelho. O sangue de Cristo continua tendo o mesmo poder, havendo ou não tribulação para a igreja. A ressurreição de Cristo continuará sendo verdade havendo ou não tribulação para a igreja. A promessa da vida eterna estará vigente, ainda que a terra seja removida e sejam transportados os montes para o meio dos mares. A palavra de vida continuará tendo o mesmo poder, ainda que sejamos derramados em libação pelo sacrifício e serviço da fé.

Em segundo lugar, devemos mencionar que será muito

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difícil para aqueles que afirmam que não haverá grande tribulação para a igreja, aceitarem o contrário. Negarão o nome de Cristo e rejeitarão a Deus e aos líderes evangélicos pela sua teimosia. Mas, Deus não será o responsável pelos nossos erros. Depois de tudo, haverão alguns como este vosso servo, e anunciaremos o que temos entendido, ainda que esteja em desacordo com os teólogos, exegetas, grandes evangelistas e a maioria dos cristãos. O Senhor tem me dito: “tu não estás só; tenho reservado sete mil homens que não têm dobrado seus joelhos perante o medo ou a intolerância”.

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CAPÍTULO XII

Tipologia Do Arrebatamento

A grande maioria dos cristãos evangélicos sabe que a Bíblia nos ensina sobre um dia futuro e não muito distante, no qual acontecerá um fato que tem recebido os nomes de arrebatamento ou traslado. Será o momento em que todos os cristãos do mundo, receberão corpos novos glorificados através de uma transformação miraculosa. Nesse mesmo dia, hora e instante, todos os seres humanos que estiverem servindo a Cristo em espírito e em verdade, sem ter chegado a morrer, seus corpos mortais e corruptíveis serão transformados, num abrir e fechar de olhos, em corpos celestiais, imortais e incorruptíveis. Imediatamente depois, serão todos transportados ao céu (lTs 4.15-17 e 1 Co 15.51-54).

São muitas as passagens bíblicas que mencionam este fato profético: Em Lucas 17.34-36 a Escritura nos diz: “Digo-vos que, naquela noite, estarão dois numa cama; um será tomado, e outro será deixado. Duas estarão juntas, moendo; uma será tomada, e outra será deixada. Dois estarão no campo; um será tomado, e outro será deixado”. Mas, anterior a essa passagem, o Senhor falava do dia em que o Filho do Homem se manifestaria. Nos versículos 29 e 30, Jesus diz: “Mas, o dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, consumindo a todos, assim será no dia em que o Filho do Homem se há de manifestar”, Da mesma forma acontecerá no dia do arrebatamento, quando Cristo se manifestar ao seu povo. Naquela noite e naquele dia (porque em alguns lugares do planeta será de noite, mas em outros será de dia), a igreja será tirada, assim como Ló foi tirado de Sodoma. Mas, não para ser transferida a outro lugar na terra, como aconteceu com Ló , e sim

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para o céu. Alguns serão tomados e outros ficarão na terra.Mas, o dia em que Ló saiu daquela cidade, choveu do céu

fogo e enxofre, destruindo tudo. Em outras palavras, logo após Ló ser livrado do juízo que Deus havia decretado sobre aquele território impenitente, desceu a ira de Deus arrasando a todos. Nenhum dos que ficaram se salvou.

Assim será o dia em que o Filho do Homem se manifestar no fim dos tempos. Quer dizer, tão logo que a igreja subir para a presença do Senhor, cairão os juízos decretados na Palavra de Deus, e nenhum dos que não participaram do arrebatamento se salvará. É claro, devemos entender que o juízo de fogo e enxofre sobre Sodoma e as outras cidades vizinhas nos dias de Ló, devem ter durado relativamente pouco tempo. Não acontecerá assim nos dias da manifestação de Cristo, pois o tempo do derramamento dos juízos de Deus ou da ira divina, durará muito mais, porque não será um só juízo como em Sodoma, se não que serão uma série de juízos consecutivos, que terminarão com o retorno de Cristo à terra (entre eles, as sete trombetas e as sete taças).

Quando dizemos que ninguém será salvo, referimo-nos à salvação da alma, porque a Bíblia nos dá a entender que, haverão sim, sobreviventes na terra, depois dos juízos apocalípticos que culminarão em Armagedom. Por exemplo: Daniel 7.12 fala-nos que lhes será prolongada a vida às três bestas (reinos) que aparecerão com a quarta besta (reino), da qual sairá o anticristo, depois que essa quarta besta for derrotada, o que acontecerá em Armagedom. Se foi-lhes prolongada a vida, ou existência, depois de Armagedom, isso m ostra que haverão sobreviventes nos juízos, pois o Armagedom é o últim o deles. Em Zc 14.16 e l7 , fala dos sobreviventes das nações que invadirão Jerusalém e lutarão contra Cristo em Armagedom. Todos esses terão uma nova oportunidade no milênio, não na grande tribulação. Morrerão e ressuscitarão depois de mil anos.

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Por isso, depois do arrebatamento não haverá oportunidade de salvação para os que ficarem. Ninguém escapará da ira que há de vir. Ainda que nem todos morrerão, todos terão de enfrentar a ira de Deus, mas os que receberem a marca da besta ou adorarem a sua imagem, serão condenados.

Também, o versículo 32 de Lucas 17 nos diz: “Lembrai- vos da m ulher de L ó”. Perceba que nem ela teve ou tra oportunidade, e também será assim no dia do arrebatamento. Lembre-se do que aconteceu à mulher de Ló. Ela pertencia ao grupo que Deus havia decidido salvar. Mas, não foi digna de sobreviver.

Nenhum dos que não participarem do arrebatamento ou traslado da igreja para o céu, escapará do juízo. Buscarão a morte e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles (Ap 9.6)

Se o arrebatamento acontecer antes da grande tribulação, ninguém poderá ser salvo durante a mesma. Mas, ainda os que tiverem ficado da igreja, teriam de enfrentar a ira de Deus, e Ele prometeu livrar-nos da ira vindoura. Por isso, é improvável que o arrebatamento ocorra antes da grande tribulação. No entanto, se o mesmo acontecer no meio da grande tribulação, aí sim, muitos poderíam se salvar.

Deus falou que a saída de Ló de Sodoma é semelhante ao arrebatamento da igreja. Quais eram as circunstâncias daquele lugar antes da saída de Ló e da sua família? Em Gênesis 18.20 diz: “porquanto o seu pecado se tem agravado muito”. Existia um alto índice de homossexualismo nos habitantes daquela cidade (Gn 19.5-8). Devemos ressaltar um fato muito significativo: todo aquele povo praticava grande violência contra Ló (v.9), e será assim nos dias do arrebatamento, quando a igreja sofrerá grande perseguição. Também queriam praticar o mal aos mensageiros enviados por Deus. Serão assim os dias da grande tribulação. Tanto o povo de Deus, como os que Deus enviar para pregoar a Sua justiça, sofrerão

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violência. Até as duas testemunhas, as quais são chamadas de “duas oliveiras” e os “dois castiçais” (Apll.7), serão mortas.

Mesmo assim, a passagem de Gn 19, fala-nos que os varões enviados por Deus para resgatar a Ló, estenderam suas mãos, íi/.eram Ló entrar na casa, e feriram de cegueira os varões que estavam à porta. Assim será nos dias do arrebatamento. De alguma maneira Deus cuidará do seu povo e nos guardará de todo mal. Menos aqueles que Deus tiver determinado para morrerem nas mãos da besta.

Em 2 Pe 2.8, diz que o justo Ló afligia todos os dias a sua alma ao ver e ouvir as iníquas obras dos habitantes de Sodoma. Lstava agoniado pela conduta dos malvados; assim será nos dias tio arrebatamento da igreja: o povo de Deus sofrerá tormentos e haverá grande violência contra todos os cristãos. Mesmo assim, a Palavra diz que Deus livrou a Ló e reservou aos injustos o castigo no dia do juízo.

A igreja sairá vitoriosa da grande tribulação. Deus nos guardará e nos livrará no meio da prova. Finalmente nos tirará deste mundo corrompido e cheio de violência, e a porta se fechará. Então, todos os homens terão de enfrentar a ira de Deus; à hora da prova que há de vir sobre todos os moradores da terra. Amém.

A primeira menção que a Bíblia faz de um evento que poderíam os tom á-lo como exemplo do que há de ser o arrebatamento, encontra-se em Gênesis 5:24. Fala-nos de Enoque, o qual foi um dos descendentes de Sete. Diz a Bíblia que ele desapareceu, porque Deus para si o tomou. Não existem mais dados dessa passagem, a não ser em Hebreus 11:5, onde diz que Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara. Além disso, no livro de Judas 14 encontramos que Enoque viveu na sétima geração depois de Adão, e que profetizou sobre o juízo de Deus sobre os pecadores e ímpios.

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Sem dúvida alguma, o relato do que aconteceu a Enoque é uma ilustração do arrebatamento da igreja. Enoque não foi levado ao céu em espírito, nem morreu para logo receber um corpo glorificado; mas sim, estando vivo foi trasladado ao céu. Em outras palavras, deve ter acontecido uma transformação do seu corpo mortal para um imortal, pois as Escrituras dizem que nem carne, nem sangue herdarão o reino dos céus. Portanto, Enoque foi trasladado ao céu com esse corpo novo. Esse fato dá-nos a entender que, Deus quis dar testemunho ao homem, desde o princípio da criação, que ele podia ter acesso ao céu. É a evidência de que Deus, algum dia levaria o seu povo ao céu, e ainda que o paraíso terrenal tenha-se perdido, há esperança de um novo e melhor lugar para os que caminharam com Deus. Devemos lembrar que esse evento foi realm ente uma dem onstração do que daquilo que será o arrebatamento da igreja, mostrando Deus assim, através de um homem, o que Ele, realizará no dia do arrebatamento, mas dessa vez, com muitas pessoas ao mesmo tempo. Será uma grande multidão que ninguém poderá contar, de todas as nações, povos, tribos e línguas (Ap 7. 9).

Sobre a passagem que fala de Enoque, a Bíblia não nos dá muitos detalhes sobre as circunstâncias vividas na época dessa história. Podemos perceber sim, que havia muita iniqüidade na vida dos pecadores, exemplo disso é que Enoque pregou-lhes sobre o resultado das suas obras ímpias, e que enfrentariam o Juízo de Deus.

Outro caso que a Bíblia registra sobre o traslado de uma pessoa ao céu sem ter morrido, é o do profeta Elias, que também é semelhante ao arrebatamento da igreja, o qual é narrado em 2 Reis 2.11. Nos dois casos,'tanto o de Enoque como o de Elias, tratou-se de um profeta. O tem a das suas profecias eram semelhantes. Os pecadores que não se arrependerem terão de enfrentar o juízo de Deus.

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Na passagem de Elias temos mais informações acerca do ambiente vivido no momento da sua profecia e sua subseqüente transposição. É surpreendente o fato de a história de Elias conter uma boa quantidade de eventos semelhantes aos que irão acontecer nos tempos da grande tribulação. E recomendável estudá-los e esquadrinha-los, pois é muito provável que o ocorrido naquele então, seja parecido com o que acontecerá nos tempos finais.

No primeiro livro dos Reis 17.1, começa o mistério de Elias, profetizando que não iria chover por alguns anos. Em Lucas 4.25, a Bíblia é mais clara, pois nos mostra que o tempo de duração da seca profetizada por Elias foi de três anos e meio. Não é coincidência que essa mesma quantidade de tempo esteja associado com as profecias da grande tribulação.

A passagem de Ap 11.2,3 nos indica que os gentios pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses, o que eqüivale a três anos e meio. A cidade santa é Jerusalém (Is 52.1; J1 3.17).

Ap 13.5 indica que a besta terá autoridade para agir por quarenta e dois meses, ou seja , três anos e meio.

Em Ap 12.14, a Bíblia nos diz que à mulher (Israel) foram- lhe dadas asas da grande águia, para que voasse fora da vista da serpente (satanás) para o deserto, ao seu lugar, onde será sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, que seriam três anos e meio. Esse será o mesmo tempo que os gentios invadirão Israel, liderados pela besta.

Em Ap'11.3 as Escrituras-expressam: “E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias. Isto eqüivale a três anos e meio. São os dois profetas que darão testemunho em contra da besta durante seu reinado de três anos e meio.

Dn 7.25, referindo-se à besta, ou anticristo, fala-nos do undécimo chifre que sai da quarta besta, vista pelo profeta na visão, a qual tinha dez chifres. O versículo diz que proferirá palavras contra

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o Altíssimo e quebrantará os santos... e eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos e metade de um tempo, que são três anos e meio.

Também, em Dn 12.7, em resposta à pergunta que um dos dois personagens, que estavam à beira do rio Hidekel, fizera a um terceiro personagem, a respeito de quando seria o fim das maravilhas que Daniel estava recebendo na revelação acerca dos tempos do fim, ele responde que seria por um tempo, tempos e a metade de um tempo, ou seja, três anos e meio. Para interpretarmos a relação de tempos mencionados nestas passagens, devemos fazer referência a Daniel capítulo quatro, onde sete tempos significam sete anos, assim como em Ap 12.6,14.

Portanto, Elias profetizou três anos e meio sobre a seca. A Bíblia profetiza três anos e meio de duração da provação de Jacó, ou seja, a grande tribulação para Israel, no final dos tempos. Ainda que o lapso que abrangerá o cum prim ento profético dos acontecimentos do fim dos tempos, representando a última semana de anos profetizada por Daniel, a qual ainda não se cumpriu, será de sete anos, a difícil prova para os judeus será de três anos e meio. Em outras palavras, desde a metade da última semana de anos em diante, até a consumação. A grande tribulação estará dividida em duas seções de três anos e meio cada uma.

Esta passagem ainda nos afirma que houve uma grande fome em toda a terra durante aqueles três anos e meio. Assim também nos dias da grande tribulação haverá uma grande fome (Ap 6.6). Duas medidas de trigo será o salário de um dia de trabalho. Os preços dos mantimentos de prim eira necessidade serão altíssimos nesse tempo. No entanto, Deus proveu sustento para seu servo Elias. Primeiro o enviou ao ribeiro de Querite, onde bebia e era sustentado pelos corvos. Logo, enviou-o a Sarepta de Sidom , onde foi sustentado por uma mulher viúva. Dessa mesma forma, Deus cuidará dos seus escolhidos durante a grande

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tribulação (1 Reis 17.3,4,9).O utro detalhe mencionado nesse relato bíblico, é a

ressurreição do filho daquela mulher viúva. Elias clamou para que Deus fizesse voltar a alma do menino. “O Senhor ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu” (1 Rs 17.17-24). Assim será o dia do traslado da igreja: Deus ouvirá de Jesus, que com voz de arcanjo e com trombeta de Deus, descerá do céu, e os mortos ressuscitarão primeiro; e logo nós, os que estivermos vivos, seremos arrebatados para o céu. Esse dia trará Deus com Jesus os que dormiram nEle. Ocorrerá a ressurreição de todos os santos; os que são de Cristo.

Elias teve de enfrentar uma religião idólatra e cruel, representada por uma mulher chamada Jezabel, esposa do rei Acabe. Da mesma forma, a igreja do arrebatamento terá de enfrentar uma religião similar chamada “a grade m eretriz” e representada na Bíblia por uma mulher luxuosamente vestida e adornada, cheia de imundícies e abominações (Ap 17 e 18). Essa mulher chamada Jezabel destruía os profetas de Deus (1 Rs 18.4). Assim também, nos dias da grande tribulação, o falso profeta, que será o cabeça da religião oficial (a meretriz) do reino da besta, mandará matar todo aquele que não adorar a besta e a sua imagem. Em outras palavras, mandará matar os cristãos evangélicos, que são os que não adoram imagens, nem esculturas, nem deuses alheios (Apl3.14,15). Também Apl8.24 nos diz que “nela se achou o sangue dos profetas e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra”.

Mas, Obadias, o mordomo do rei, escolheu cem profetas do Senhor para impedir que Jezabel os destruísse (1 Rsl8.4), da mesma forma, os crentes que participarão do arrebatamento, serão guardados pelo Espírito Santo, mordomo dos bens de Deus na terra, que é a igreja, para não ver a morte nos dias da grande tribulação .

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Jezabel foi brutalmente assassinada por ordem do rei Jeú, que a aborrecia, e o seu corpo foi comido por cies (2 Rs 9.30-37). Tudo isto, conforme a palavra profética anunciada por Elias (2 Rs 9.36; 21.23). A grande meretriz do Apocalipse será abatida por dez reis aliados da besta, que receberão poder junto com a besta. Esses a aborrecerão e a deixarão desolada e nua; devorarão suas carnes e a queimarão com fogo. Assim está profetizado na palavra de Deus (Ap 17.16; 18:21).

Somado' ao relato referente ao acontecido nos dias do profeta Elias, que fora trasladado ao céu, houve um rei déspota, tirano e inclinado à idolatria, cujo nome era Acabe. Esse rei simboliza a besta que reinará durante a grande tribulação. Nenhum outro rei deixou uma história tão triste. Sua mulher, Jezabel, que tipifica a grande meretriz de Ap 17 el8, que será a religião imperante na grande tribulação, era muito ambiciosa e idólatra apaixonada. Essa mulher introduziu o culto idólatra a Astarote e Baal em Israel. E ainda, proibiu o culto a Deus e mandou matar os seus profetas, como já falamos. A idolatria e a maldade daquela época chegaram a prevalecer tão espantosamente, que o rei Acabe conseguiu provocar a ira de Deus (lRs 16.35 e 21.22). Também, constituíram profetas falsos, uns 450 de Baal e 400 de Astarote. O mesmo acontecerá nos tempos da grande tribulação: um rei, chamado no Apocalipse de, “a besta”, junto a uma religião chamada “a grande meretriz” e um falso profeta, farão com que Deus derrame a sua ira sobre a terra, devido, principalmente, aos atos de impiedade que cometerão contra o povo santo, e por sua atitude pretensiosa e arrogante, fazendo com que todos os moradores da terra rendam cultos aos seus próprios deuses. Proibindo culto a tudo o que se chama deus, ou é objeto de culto, exceto à besta e à sua imagem, mandando matar a todo aquele que não adore a besta nem a sua imagem.

O rei Acabe cobiçou e apoderou-se da vinha de um pobre

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homem chamado Nabote, o jezreelita (1 Rs 21.1-16). Assim também, a besta cobiçará e invadirá a Israel com um grande exército de diferentes nações. Israel é a vinha do Senhor (Isaías 5.1-7).

A besta, em Apl7.10 e ll , é identificada como rei de um império, o qual terá dez reis aliados. Em Ezequiel 38 e39, esse rei é descrito mais amplamente. E chamado de Gogue, príncipe soberano de Meseque e Tubal. Este invadirá Israel nos dias da grande tribulação. O assédio durará quarenta e dois meses; ou seja três anos e meio (Ap 11:2).

Acabe fez uma imagem de Asera, uma deusa pagã (1 Rs 16.33), assim também, o falso profeta mandará fazer uma imagem da besta e todo aquele que não adorar essa imagem será assassinado (Apl3.14,15).

O profeta Elias orou e fez descer fogo do céu (1 Rs 18.38), a chuva parou por três anos e meio (Tg 5.17). Durante o reinado da besta, que serão os últimos três anos e meio antes da segunda vinda de Cristo à terra, Deus enviará dois profetas que farão esses , mesmos sinais (Apll.5,6). São chamados de “as duas oliveiras”.

Finalmente, vejamos a situação do profeta Elias, antes do seu traslado ao céu. Já falamos que Elias tipifica a igreja do arrebatamento. Por tanto, deve haver uma analogia entre o que aconteceu durante o ministério deste homem de Deus e o que acontecerá à igreja que participará do arrebatamento. Já temos feito o paralelismo de eventos e personagens associados à narrativa histórica do profeta com os eventos e personagens que terão lugar na grande tribulação. No entanto, resta uma parte muito importante por analisar. Tendo Elias profetizado a seca, desencadeou-se uma forte perseguição contra ele por parte de Acabe e Jezabel (1 Rs 18.10). Logo após Elias enfrentar e matar aos falsos profetas, inicia- se a persecução, e Jezabel decide matá-lo (1 Rsl9.2). Tinham matado a muitos profetas nesses dias e o culto a Deus tinha sido proibido (1 Rsl9.10). Elias pensava que somente ele tinha ficado vivo, mas

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Deus manifesta-lhe que ainda restava um grande número que haviam sobrevivido à dura prova. Elias expressa-lhe sua condição de como sua vida corria perigo dizendo: “Só fiquei eu dos profetas do Senhor, e agora estão tentando matar-me também” (1 Rs 18.22; 19.14). Em outras palavras, Elias estava passando por um momento de grande tribulação em sua vida, mas Deus o preservou, e finalmente o trasladou ao céu.

A igreja do arrebatamento padecerá perseguições. Serão dias ignominiosos para todo o povo de Deus, “pois haverá então grande aflição, como nunca houve desde o principio do mundo... nem haverá jamais... mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias (Mt 24.21,22).

Quando Elias estava à beira de sucumbir pelo seu temor e desfalecimento, Deus interveio resgatando-o a tempo (1 Rs 19.4- 8). Assim será com a igreja durante a grande tribulação, a qual sairá da terra antes de sucumbir.

Acabe foi morto numa batalha (1 Rs 22.29-37), assim também, a besta do Apocalipse será derrotada por Cristo na batalha do Armagedom e lançado vivo no lago de fogo (Apl6.13-16 e 19.20).

Quando Elias foi arrebatado para o céu, Eliseu ficou na terra. Eliseu não participou do arrebatamento (2 Rs 2.11). Do mesmo modo, quando a igreja seja arrebatada para o céu os judeus permanecerão na terra, não participando do mesmo. Ficarão na terra sendo protegidos por Deus. Serão selados para que nada, nem ninguém lhes faça dano. (Ap 7.1-8; 9.4; 14.1-5).

Consideremos agora, outra passagem bíblica que pode nos dar uma luz sobre o que acontecerá quando o arrebatamento da igreja se concretizar. A mesma se encontra em Apocalipse 14.14- 20. É uma das visões que João teve no céu referente aos acontecimentos dos últimos dias. Primeiramente, ele vê uma nuvem branca, e sobre ela sentado um semelhante ao Filho do Homem, o

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qual tinha na cabeça uma coroa de ouro, e na mão uma foice afiada. Com exatidão, podemos observar que se trata de Jesus Cristo. Quando o Senhor se manifestar ao seu povo, será no dia do arrebatamento da igreja. Nesse dia Jesus não colocará seus pés sobre a terra mas receberá a igreja que subir, nos ares, ou seja, nas nuvens (lTs 4.17). Há uma coroa de ouro na Sua cabeça, o que indica que é rei, o Rei dos reis. Além disso, tinha uma foice afiada na sua mão, a qual é um instrumento de trabalho utilizado na colheita, pois será o momento de recolher uma grande colheita de remidos. Mas, esse é um dos acontecimentos que ocorrerão durante a grande tribulação. Pois esta visão forma parte da revelação que Deus deu a João a respeito dos acontecimentos contidos na mesma. Poratanto, essa colheita de remidos deve ser recolhida no meio da grande tribulação. Com toda certeza é a igreja do arrebatamento. Assim sendo, o arrebatamento terá de ocorrer durante a grande tribulação, porque não haverá dois arrebatamentos. A foice era afiada. Com uma foice não afiada provavelmente parte da colheita ficaria sem ser recolhida, pois haveria espigas que não cortariam. Mas essa foice estava bem afiada. Jesus quer a certeza de que nenhuma parte da colheita fique sem ser ceifada, pois Ele sabe que o que ficar será lançado no fogo, no ardor da ira de Deus. Os que ficarem sem participar do arrebatam ento não terão outra oportunidade para serem ceifados. Se perderão. Não há mais oportunidade depois do arrebatamento. O v.16 diz: “e aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi segada”. Isso quer dizer, que o ceifeiro está nas nuvens, ou seja, no céu, e a colheita na terra. Portanto, se refere aos remidos que no momento da ceifa estarão na terra. E o ceifeiro irá levá-los para o céu. Com certeza, trata-se da igreja do arrebatamento.

No versículo 15, um anjo clama ao que estava assentado sobre a nuvem dizendo: “Lança a tua foice e sega! É já vinda a hora de segar, porque já a seara da terra está madura”. Volta a

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recalcar que é uma colheita que será recolhida da terra, num só momento e de uma só vez. E o arrebatamento. A igreja que participará do arrebatamento será uma igreja madura. O fruto maduro que não se colhe se perde. Será o momento oportuno para o arrebatamento. Se a igreja não for levantada nesse momento se perderá. Por isso diz a Escritura: “Se aqueles dias não fossem encurtados ninguém seria salvo...’V

“E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi segada” É descrito aqui o momento em que Cristo levará a Sua igreja ao céu.

Imediatamente, João vê outro anjo que sai do templo que está no céu, tendo também uma foice afiada. Devemos ter em mente que a visão de João descreve atividades no céu, que estão afetando o desenvolvimento dos acontecimentos na terra. Para entendermos melhor o livro do Apocalipse, é vital visualizar separadamente as cenas que ocorrem no céu, e as que ocorrem na terra. Devemos situar cada uma delas em seu lugar correspondente. João vê um terceiro anjo nessa cena, que sai do altar, que também está localizado no céu. Esse anjo tinha poder sobre o fogo. Diz a passagem que chamou ao anjo que tinha a foice afiada para que lançasse sua foice na terra e executasse a vindima dos ramos da terra, porque suas uvas estavam maduras. Esse anjo irá recolher outra colheita. A diferença das duas colheitas é que, a primeira é chamada de ceifa da seara, e a segunda, vindima das uvas. Isso implica dois tipos de colheitas, diferentes. Em Mateus 9.37e38, Jesus se refere aos filhos do reino como “a seara”, dizendo: “A seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara”. O Senhor chama os salvos de “sua” seara. Portanto, devemos entender que a primeira colheita desta visão inclui especificamente os salvos.

Porém, quando a Bíblia fala de vindima, refere-se à colheita do fruto da videira. Recolhiam-se as uvas, e a vinha assim despojada,

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era símbolo de desolação. A terra ficará desolada depois que Deus completar seus juízos sobre ela. Grande quantidade das uvas colhidas eram levadas ao lagar, lugar onde eram esmagadas e pisadas pelos pés descalços dos homens. Os que as pisavam manchavam suas vestes e seus pés com o suco que emanava das uvas. No versículo 19 diz que o anjo lançou sua foice na terra e vindimou a vinha da terra, e jogou as uvas no grande lagar da ira de Deus.

Esta segunda colheita representa os pecadores que terão consumado sua obra até o fim. O grande lagar da ira de Deus será o destino final de todos os que não façam parte do primeiro grupo ceifado do meio da terra, que serão transportados ao céu. Todos os homens que não participarem da primeira colheita, que simboliza o arrebatamento, terão de enfrentar a ira de Deus, que será derramada sobre a terra depois que a igreja tiver sido tirada da terra e transportada ao céu.

Nesta passagem são descritos dois grupos: Uns serão tom ados e ou tros serão deixados. U ns participarão do arrebatamento...e se fechará a porta. Dos que ficarem nenhum será salvo.

A passagem termina, dizendo: “e o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios” (14.20). O que pisará o lagar é Cristo (Apl9.15). Simboliza a ira de Deus sobre todos os moradores da terra; a terrível prova de Ap3.10, a qual culminará com a batalha de Armagedom. Durante o derramamento da ira de Deus sobre a terra, se desencadeará só morte, dor e destruição, sobre todos os homens.

Outro relato bíblico que poderíamos considerar como pré- figura do arrebatamento da igreja, é o de Noé, em Gênesis 6.7 e 8.

Mateus 24.35-41 mostra-nos claramente da relação íntima que existe entre a vinda de Cristo à terra pela segunda vez e o que

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aconteceu nos dias de Noé. Portanto, devemos considerar os acontecimentos a Bíblia que descreve nesse relato, como similares aos que ocorrerão no tempo da volta de Cristo. A referência bíblica diz: “Como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do Homem. Então estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro. Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada a outra”.

Nesta passagem podemos ver que quando o arrebatamento ocorrer, as circunstâncias do então, terão uma grande semelhança às dos dias de Noé. Porque diz que, quando o Filho do Homem vier, será como nos dias de Noé; e quando na terra os dias forem como aqueles, “então” será levado um e deixado o outro. Esse é o arrebatamento. Em outras palavras, ocorrerá de forma idêntica ao que sucedeu naquela época. Por isso diz “então” estarão dois no campo; será levado um, e deixado o outro.

A primeira circunstância que a Bíblia descreve na passagem de Gênesis referente aos dias de Noé, é uma apostasia gigante. As Escrituras nos dizem que, “quando começaram os homens a multiplicar-se sobre a terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram” (Gn 6.1,2). O Senhor refere- se a este fato em particular, quando disse que, assim como nos dias antes do dilúvio, em que estavam...casando-se e dando-se em casamento, assim seria a vinda do Filho do homem. Isso desagradou a Deus de tal maneira que, decidiu não dar mais oportunidades ao homem; e deu fim à existência sobre a terra. Deus disse: “seus dias serão cento e vinte anos” (Gn 6.3). Por que o fato de casarem os filhos de Deus com as filhas dos homens desagradou tanto a Deus? Não podemos jamais pensar que uma união matrimonial fora desaprovada por Deus. Deve ter ocorrido algo mais. Com certeza, o que aborreceu a Deus foram as práticas pagãs e idólatras que as filhas dos homens (a linhagem de Caim)

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introduziram nos filhos de Deus (a linhagem de Sete). Assim, a semente santa contaminou-se com a semente má, diabólica. Então, aconteceu o que sempre acontece quando o povo santo se mistura com os pagãos: ao invés de convertê-los, se converteram a eles. Apostataram a fé. Provavelmente, indo atrás de deuses falsos e adotando práticas ímpias. A situação à qual chegaram os filhos de Deus era tão repugnante que, a Bíblia assim o descreve, quando diz: “A terra, porém, estava corrompida diante de Deus, e cheia de violência” (Gn 6.11). Corrompe-se algo que era bom e se danifica.

A apostasia será um dos sinais que presentes antes da vinda de Cristo pela sua igreja. Em 2 Ts 2.1-3, é mencionado este detalhe. Indica-nos aqui a Escritura que, a vinda do nosso Senhor Jesus Cristo, e nossa reunião com Ele, não ocorrerá sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado. Sendo assim, devem manifestar-se a apostasia e o anticristo, antes da nossa reunião com Cristo. Ambos se manifestarão durante a grande tribulação. Portanto, o arrebatamento, que será quando nos reunirmos com o Senhor, não poderá ocorrer antes da grande tribulação, mas durante a mesma. Deverão aparecer a apostasia e o homem do pecado (o anticristo), antes do arrebatamento... porque será como nos dias de Noé. Primeiro a apostasia, logo a entrada de Noé na arca, e então o dilúvio. Assim será nos dias da vinda do Filho do homem: prim eiro a apostasia e o hom em do pecado, depois o arrebatamento, e então, os juízos de Deus sobre a terra.

Em 1 Tm 4.1, as Escrituras profetizam a apostasia dos dias quando Cristo voltar à terra: “O Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos apostatarão, alguns da fé”. Os últimos tempos são a grande tribulação. Os últimos dias antes de Cristo voltar à terra, já está em ação, pois essa apostasia já apareceu em nossos dias, mas terá sua máxima expressão, nos tempos da grande tribulação, quando aparecer o ecumenismo que, alcançará todas as esferas. Então muitos crentes apostatarão da fé e se “casarão” com

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uma “rameira”.Ainda que a Bíblia não o declare explicitamente, podemos

determinar que, os acontecimentos ocorridos na época de Noé devem ter afetado tanto a Noé como a sua família. Noé não era um ermitão, pois a Bíblia o denomina “pregoeiro de justiça”. Para poder pregar àqueles homens devia ter uma convivência com eles. Esse homem justo vivia com a sua família no meio de uma sociedade, cuja maldade era excessiva. Os seus pensamentos maquinavam somente o mal, tinham-se corrompido e estavam repletos de violência (Gn 6.5-11). Por isso, é lógico supor que Noé e sua família estavam sofrendo na própria pele o acossar dos seus contem porâneos. Seria quase impossível, uma sociedade corrompida e violenta como aquela, não arremeter contra aquele que os admoestava e lhes mostrava sua maldade. Nunca os soberbos verão com bons olhos os justos e perfeitos. É de supor que Noé estava vivendo em grande tribulação. Talvez a situação vivida, somada ao fato de que as revelações de juízo que Deus tinha declarado ao seu servo, motivaram Noé a entrar na arca. Tão somente era essa a esperança para ele. Ou entrava na arca, ou perecia nas mãos de uma geração adúltera e pecadora, ou unia-se a eles, convertendo-se dessa maneira num dos tantos homens corrompidos e violentos dos seus dias. Unir-se a eles não podia, sobreviver sob tais circunstâncias era impossível; sua única alternativa, portanto, era aceitar a oferta que Deus lhe fizera: ’’Entra na arca, tu e toda a tua casa” (Gn 7.1).

Assim também sucederá com a igreja do arrebatamento, porque será como nos dias de Noé. A única esperança para os justos que passarem pela grande tribulação, será o céu no traslado, ou o perecer na terra . A grande tribulação dos dias do arrebatamento será mais intensa do que a que Noé e sua família sofreram, pois as Escrituras mostram que, “haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora,

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nem haverá jamais”(Mt 24.21). Mas, onde abundou o pecado, superabundou a graça. Noé achou graça aos olhos de Deus (Gn 6.8). O povo de Deus durante a grande tribulação será cheio de graça na plenitude. Bem-aventurados os que sofrem pois eles serão consolados. Amém.

Não foi somente Noé e sua família os que se salvaram daquela catástrofe. Houve uma grande multidão de animais de todas as espécies que entraram com ele na arca. Assim mesmo haverá uma grande multidão de salvos que participarão do arrebatamento. Desta vez, não serão animais, senão pessoas de todas as nações, tribos, povos e línguas (Ap7.9). A graça de Deus estendida aos homens.

A ordem de entrar na arca que Deus deu a Noé, será a voz de mando, voz de arcanjo e trombeta de Deus que ouvirão os remidos participantes do arrebatamento.

As Escritura mostram em Gênesis 7.16, o seguinte: “E os que entraram eram macho e fêmea de todos os seres viventes, como Deus lhe tinha ordenado. Então o Senhor fechou a porta “. Homens e mulheres de todas as nações debaixo do sol, e de todos os povos e línguas participarão do arrebatamento. Essa é a multidão de Ap 7.9 que sairá da grande tribulação. Não são judeus, pois eles não sairão da grande tribulação, a não ser para serem transportados ao céu. Mas, permanecerão na terra até o fim da grande tribulação e entrarão com Cristo ao milênio, sem ver a morte.

Naquele então, Noé e toda essa multidão entrou na arca, e o Senhor fechou a porta. Assim mesmo, Deus fechará a porta, logo depois do arrebatamento. Porém, não será uma porta de madeira de cipreste, mas a porta que leva à salvação, a qual poucos encontram. Depois do arrebatamento não haverá oportunidade, para os que ficarem, de entrar por essa porta. Gritarão e chorarão como as cinco virgens insensatas. Mas não haverá para eles outra resposta, senão aquela que receberam as virgens insensatas: “Não

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vos conheço”.Depois de Noé entrar na arca e fechar-se a porta, não

veio o juízo decretado por Deus, imediatamente. Ainda passaram- se sete dias antes que começasse o dilúvio (Gn 7.4). Com certeza, os homens começaram a zombar, rindo de Noé. Gabavam-se pensando que “tinham a razão”. Pensavam que por fim tinham se livrado daquele moralista que os incomodava com as suas pregações de admoestação.

Quando a igreja for transportada ao céu, os juízos de Deus não virão imediatamente. Será um tempo de comemoração, no qual, os homens ímpios começarão a “comer e beber”. E será como nos dias de Noé: “Comiam e bebiam”. O restante dos homens se alegrará por ter escapado do seqüestro que fizeram os extraterrestres, tendo levado, segundo sua própria opinião, uma multidão de terráqueos para outros planetas.

Porém, passados esses sete dias, Deus enviou chuva sobre a terra, durante quarenta dias e quarenta noites. “E não entenderam até que veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem”.

Quando a igreja for transportada ao céu, não virão imediatamente os juízos apocalípticos sobre a terra. Os homens dirão “paz e segurança” mas, então virá sobre eles destruição repentina, como as dores de parto à mulher grávida, e não escaparão (lTs 5.3). Não escapará nenhum, pois todos enfrentarão a ira de Deus. Dos que ficarem, nenhum será salvo. Depois do arrebatamento, Deus fechará a porta, e logo derramará seus juízos sobre a terra, onde nenhum será salvo.

Por tanto, o arrebatamento deverá ser durante a grande tribulação, pois a Bíblia dem onstra que haverá salvos que participarão dela e serão transportados ao céu (Ap 7.9-14). E se depois do arrebatamento não haverá salvação, então, não pode ter acontecido antes da grande tribulação.

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Noé foi transportado ao céu. De que forma? Diz Gênesis 7.17: “Esteve o dilúvio quarenta dias sobre a terra; e cresceram as águas e levantaram a arca, e ela se elevou por cima da terra”. O versículo 20 nos mostra a altitude à qual foi elevada a arca, onde diz que as águas subiram quinze côvados mais alto que todos os montes que haviam debaixo de “todo” o céu. Quinze côvados eqüivalem a uns vinte e dois pés e meio, ou seja, 6.75 metros. Ou seja, Noé subiu vinte e dois pés e meio mais alto que o Monte Everest, que é o ponto mais elevado da superfície terrestre. Está a uma altitude de 8.848 metros acima do nível do mar, equivalentes a uns vinte e nove mil e vinte e um pés (29.021,44 pés). Ainda que não foi num corpo transformado, Noé e sua tripulação viajaram dentro da arca a uma altitude que, poderíamos dizer, foi levado ao céu. É evidente que, não da mesma forma em que há de acontecer no dia do arrebatamento, mas nos mostra um antecedente que o torna pré-figura do mesmo.

Durante todo o tempo em que a terra foi afetada pelo juízo do dilúvio, Noé esteve protegido dentro da arca. Podemos calcular a duração do juízo: desde o momento em que Noé entrou na arca até o início da chuva, passaram-se sete dias (Gn 7.1-4). Desde o começo da chuva (Gn 7.11), até Noé sair da arca (Gn 8.14-16), passou um ano e dez dias. No total, o juízo do dilúvio durou um ano e dezessete dias. Durante todo esse tempo, Noé e sua tripulação estiveram refugiados dentro da arca.

Já temos demonstrado que “a ira de Deus” será um espaço de tempo dentro da grande tribulação, na qual serão derramados os juízos apocalípticos sobre todos os moradores da terra. Ocorrerá no fim da grande tribulação e durará menos de três anos e meio (ver capítulo IV). Sabemos que será no fim da grande tribulação, pois terminará com a segunda vinda de Cristo à terra, ao efetuar- se a guerra do Armagedom. Também sabemos que durará mais de cinco meses, pois somente o juízo da quinta trombeta (Ap 9)

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durará cinco meses. Porém, durará menos de três anos e meio, pois começará depois que os salvos forem arrebatados, e esses estarão na terra parte dos outros três anos e meio da grande tribulação, enfrentarão a besta e sairão vitoriosos em sua luta contra esse personagem. A besta reinará pelos últimos três anos e meio da grande tribulação, enfrentando a Cristo na batalha do Armagedom (Ap 13.5; 16.13-16 e 19.19). Então, existe a possibilidade de que “a ira de Deus” possa durar o mesmo tempo que o juízo do dilúvio durou: um ano e dezessete dias. Por que te surpreendes? Foi o próprio Senhor que disse: “Como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.37).

Assim como esteve Noé refugiado dentro da arca da salvação todo o tempo que durou o juízo do dilúvio, assim estará a igreja. Noé subiu ao céu, a igreja também, ainda que de forma diferente. A igreja estará guardada no céu dos juízos apocalípticos que serão derramados sobre a..terra, pois o Senhor mesmo prometeu: “Visto que guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre todo o mundo, para provar os que habitam sobre a terra” (Ap 3.10). Guardar a palavra da perseverança de Deus é suportar os embates da grande tribulação. Então, a igreja precisará revestir-se de muita paciência até o soar da trombeta, para irmos com Ele. Lembre-se que a provação produz paciência.

Noé retornou à terra, saindo da arca logo que o juízo do dilúvio acabara em sua totalidade (Gn 8.4-16). Assim também a igreja voltará à terra depois que a ira de Deus for consumada. Daniel 7.18,27, fala-nos dos santos do altíssimo reinando sobre “os reinos debaixo de todo o céu”, ou seja, na terra. Apocalipse 20.4,6, também indica que os participantes da primeira ressurreição reinarão com Cristo mil anos, junto com os que receberem poder para julgar. Ambos grupos reinarão com Cristo depois da Sua

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volta à terra quando implantará um regime de “vara de ferro” sobre as nações (Ap 19.11-15).

Poderíamos mencionar outros acontecimentos bíblicos considerados simbolismos do arrebatamento da igreja: A saída do povo de Deus do Egito; a travessia do mar vermelho; a passagem do rio Jordão desde o deserto até a terra prometida, entre outros. Mas, acho conveniente analisar dois casos que se encontram no Novo Testamento e que mencionam pessoas que foram elevadas ao céu.

O prim eiro deles se encontra em 2Col2.2-4. Nesta passagem, Paulo revela que fora arrebatado até o terceiro céu, ou até o paraíso. Embora o apóstolo use a palavra arrebatamento, que é o mesmo termo que utiliza- em lTs 4.17, para referir-se ao translado da igreja ao céu, mesmo que sejam eventos totalmente diferentes um do outro.

Paulo indica que não sabe se foi elevado ao céu em seu corpo ou em seu espírito. A pesar de ele não atrever-se a afirmar como foi essa experiência, temos argumentos que nos ajudam a decidir se, foi no corpo, ou no espírito. É muito difícil crer que tenha sido no corpo. O corpo humano não resiste a uma experiência como essa. Paulo desconhecia detalhes que o homem moderno conhece, por isso não poderia diferenciar. Indiscutivelmente, agora sabemos, que o corpo hum ano não pode sobreviver nem a elevações extremas dentro da atmosfera terrestre, nem muito menos, ultrapassar a camada atmosférica que rodeia a terra. E o terceiro céu está além da atmosfera terrestre e muito além do vazio que segue a mesma, onde nem sequer há oxigênio, elemento vital para a sobrevivência humana. Portanto, devemos descartar a possibilidade de que tenha sido no corpo.

A segunda opção é a mais certa. Deve ter sido no espírito. Deus tirou o espírito do corpo de Paulo e o transportou ao terceiro céu. Em relação a isso, temos muitos testemunhos na atualidade

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de crentes cujos espíritos tem sido tirados, para ter uma experiência, seja na mesma terra ou no céu. Mas, nunca ouvimos testemunhos de pessoas que tenham visitado o céu num corpo de sangue e carne. De fato, essa é a experiência da morte do crente; seu espírito abandona o corpo e vá ao paraíso de Deus.

Por essa razão devemos descartar a experiência de Paulo como simbologia do arrebatamento. O arrebatamento da igreja não vai ser em seu espírito, senão em seu corpo. Mas, não num corpo mortal que temos nesta vida, senão num corpo novo, glorificado, assim como aconteceu com Enoque e Elias.

Outro caso, é o de João, o apóstolo, em Ap 4.1,2, o qual é muito parecido ao de Paulo. João escutou uma voz que lhe disse: ’’Sobe para aqui, e te mostrarei as coisas que depois destas devem acontecer”. Ainda que João não indique que subiu ao céu explicitamente, como Paulo expressa, podemos dizer que subiu ao céu, sim; pois imediatamente depois de escutar a voz, começa a descrever uma cena que via no céu. Nela, via um trono estabelecido no céu, e no trono um, assentado, que por sua descrição e a das coisas que o rodeiam, sabemos que é o próprio Deus. A Bíblia diz que o céu é o trono de Deus e a terra o estrado dos seus pés (Isaías 66.1; Mateus 5.34,35).

Apesar de João ter sido elevado ao céu, não podemos dizer que esse evento seja símbolo do arrebatamento da igreja. Assim como Paulo, João não sofreu uma transformação de seu corpo. O único que ele diz, é que estava no espírito. A espiritualidade de João nesse momento era marcante. Estava numa comunhão perfeita com o Espírito Santo de Deus. O espírito de João e o Espírito Santo formavam um enlace, assim como o que realizam duas moléculas de hidrogênio com uma de oxigênio para compor a água. E estando nessa comunhão plena, o espírito de João é transportado ao céu pelo Espírito Santo.

O arrebatamento da igreja é o traslado da mesma, da terra

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ao céu. Mas não somente no espírito, mas com um novo corpo transformado. Porém, o que foi transportado de Joio ao céu foi o seu espírito. Contudo, seu corpo foi deixado na terra sem sofrer transformação alguma. Além disso, João, assim como Paulo, voltou ao seu corpo, uma vez terminadas as revelações, e posterior mente m orreu, mas ressuscitará com todos os santos na prim eira ressurreição. N o caso de Enoque e Elias, ambos foram transportados ao céu com um corpo glorificado, pois não viram a morte. Esses sim, são tipologias do arrebatamento. Porém, a experiência de João foi muito diferente. De maneira alguma poderíamos ver relação alguma, entre esta e o arrebatamento da igreja.

Se imaginássemos que o caso de João é um tipo do arrebatamento, teríamos de reconhecer que antes de o apóstolo ser transportado ao céu, sofreu uma grande tribulação. Ele não se encontrava exilado à ilha de Patmos por vontade própria. Tinha sido levado ali pelas autoridades, que o m antinham no encarceramento por causa da “Palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo” (Ap 1.9). O imperador romano tinha desencadeado uma forte perseguição contra os cristãos da época, porque estes se negavam a render-lhe culto. César Augusto fez com que lhe fossem erguidas estátuas por todo o império romano, e ordenou que todos os cidadãos lhe ofertassem sacrifícios como mostra de lealdade para com ele. Quando os cristãos se negaram a participar de tal idolatria e abominação, foram perseguidos. Tiravam-lhes as propriedades, eram presos e encarcerados, e m uitos foram assassinados. A tradição conta que João foi mergulhado dentro de um tanque de óleo quente e não morreu. Por esse motivo decidiram levá-lo preso à ilha de Patmos.

Se o traslado de João ao céu representasse o arrebatamento da igreja, então teríamos de aceitar que a igreja passará por parte da grande tribulação, pelo motivo já explicado.

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Isso é muito claro. Mas, a Bíblia, em lugar nenhum diz que os dias da manifestação de Cristo serão semelhantes aos de Paulo e João. No entanto, menciona sim, que seriam como os dias nos tempos de Ló e de Noé. E o relato de Elias, mesmo que as Escrituras não façam menção dele, relacionando-o diretamente com os acontecim entos que ocorrerão à igreja no tem po do arrebatamento, é uma digna representação do que será aquele então.

O caso mais extraordinário de uma representação do arrebatam ento é o concernente ao próprio Jesus. O mais surpreendente do assunto é que, Jesus participou da experiência da ressurreição e também da do arrebatamento. Ambas aconteceram com Ele.

Todos os crentes participarão de uma dessas duas experiências; mas Cristo, que em tudo é a exceção, viveu cada uma delas, mas separadamente. Primeiro, morreu ao terceiro dia e ressuscitou dentre os mortos. Seu corpo mortal foi transformado num corpo imortal por meio da ressurreição dentre os mortos. (ICo 15.42-44). Logo, aos quarenta dias após ter ressuscitado, ascendeu aos céus (Atos 1.1-11). No momento da sua ascensão, o Senhor já estava com um corpo glorioso. Jesus não ascendeu ao céu só no espírito, mas, tinha sido dotado antes de um corpo glorificado (Lc 24.36-43).

Antes de Jesus participar das experiências da ressurreição e da ascensão, padeceu grande tribulação. Seu ministério na terra durou três anos e meio. O mesmo tempo em que são divididos os sete anos da grande tribulação. Durante todo o tempo do seu ministério foi perseguido, na maioria pelos da sua própria nação. Mas, ao final do mesmo, sofreu mau tratos grosseiros, vexames e insultos, até perder sua vida em mãos dos seus opositores. Tudo isto e muito mais padeceu Jesus, antes de participar da ressurreição e da ascensão.

Se os crentes que participarem do arrebatamento tiverem

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um trato similar ao de Jesus, então será durante a grande tribulação. Por isso Ele diz: “Pois se ao madeiro verde fazem isso, que se fará ao seco?” Falou isso enquanto carregava sua cruz até o calvário. Seguia-o um grupo de mulheres que choravam e lamentavam. Jesus voltando-se para elas profetizou-lhes sobre os juízos que viriam após a sua partida ao céu, dizendo: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai, antes, por vós mesmas e por vossos filhos. Pois virão dias em que dirão: Bem-aventuradas as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram. Então dirão aos montes: caí sobre nós, e aos outeiros: Cobri-nos” (Lc 23.26-31).

Depois que Cristo ressuscitou e ascendeu ao céu foi derramado uma série de juízos sobre aquele povo que culminaram com a destruição total de Israel no ano 70 d.C. Assim será também após a primeira ressurreição e o arrebatamento. A ira de Deus será derramada sobre o mundo inteiro. Cristo voltará à terra para reinar. A igreja também voltará depois da grande tribulação a reinar com Ele.

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Capítulo XIII

A Besta e o Homem do Pecado

Falam-se tantas coisas em nossos dias sobre o annVristoque não sabemos em quem crer. Tenho ouvido ensinos c >asque ao que tudo indica, não conhecem muito acerca da ioprofética escrita em relação à esse personagem. Tai: >asexpressam idéias sem sentido sobre quem será ou é o ant: deonde surgiu e o que fará. Mas, também lemos e ouvimos ej >es de pessoas muito conhecedoras da profecia bíblica, que 1 aconclusões pessoais sobre o referido tema, não tendo oainterpretação. Tais pessoas, ainda que suas intenções e p ossejam bons, criam confusão e expectativas erradas re fc x c x u c ao que acontecerá, e como e quando sucederá. O mais alarmante é escutar versões sobre esses acontecim entos escatológicos, afirmando e assegurando a veracidade da sua interpretação profética, como infalível.

Para não cair em semelhante pretensão de que a nossa posição em relação tema do anticristo tem caráter oficial, quero recalcar que na verdade, estamos debatendo sobre um tema muito enigmático, do qual fala-se muito na Bíblia, mas, ainda assim, continua sendo um mistério.

Fazemos bem em não nos apegarmos a uma particular interpretação e tomá-la como final e decisiva, como temos indicado anteriormente, pois ao final de contas, saber o que é o anticristo, de onde virá e o que fará, não salvará nem condenará ninguém. Só conhecendo a Cristo, aceitá-lo como Salvador e serví-lo até o fim, nos oferecem a garantia da salvação. “Ainda que eu tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência...e

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não tivesse amor, nada seria” (ICo 13.2).Neste capítulo nos dedicaremos a examinar ao máximo

sobre o que a Palavra de Deus mostra que poderia estar relacionado com o anticristo e sua possível aplicação à interpretação profética. Digo isso, porque existem dados bíblicos muito difíceis sobre o assunto, os quais não iremos interpretar conforme ao que cremos, e assim justificar o nosso próprio pensamento, tentando convencer a alguém, em detrimento à Palavra de Deus e prejuízo dos amados leitores.

Entremos pois no estudo do anticristo. A realidade é que a Bíblia menciona vários termos ou'substantivos que parecem referir-se ao personagem que todos chamamos de anticristo. Entre eles se encontram: o anticristo, a besta, o homem do pecado, o filho de perdição, o iníquo; o desolador, Gogue, um homem desprezível, o príncipe que há de vir, um pequeno chifre, etc.

O nome “anticristo” é utilizado somente pelo apóstolo João. Em ljoão 2.18 diz: “Filhinhos, esta é a última hora, e como ouvistes que vem o anticristo, já muitos anticristos têm surgido, pelo que conhecemos que é a última hora”. Entendemos nesse versículo que o tema do anticristo fazia parte do revelado aos apóstolos, do qual se falava na igreja dos primórdios dias. Assim como se falava de que Cristo viria outra vez, também se falava de que o anticristo viria e que seria especificamente no fim dos tempos. João relata que naquele tem po tinham aparecido já muitos personagens que podiam ser catalogados como anticristos, mas eles esperavam, com certeza, um anticristo que segundo o que parece, era o realmente revelado. Podemos entender claramente que, um dos sinais que a igreja primitiva esperava para saber quando seria o tempo do fim, era a aparição do anticristo.

Em ljoão 2.22, o tema novamente é mencionado dessa forma: “E o anticristo esse mesmo, que nega o Pai e o Filho”. Uma característica que identificaria o anticristo é que ele não crerá

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na revelação bíblica de Jesus Cristo como o Filho de Deus, e também não crerá no Pai. Em outras palavras, não acreditará no Deus da Bíblia. Tais declarações nos levam a pensar em duas hipóteses: será um ateu, ou será um que acreditará em outro deus que não é o Deus revelado na Bíblia.

Fundamentados no que vimos anteriormente, podemos descartar que o anticristo será judeu. Eles não têm reconhecido a Jesus como o Filho de Deus, mas nunca negaram a existência do Deus da Bíblia. Também não pode ser um católico romano, pois, apesar das suas muitas idéias errôneas, eles têm por dogma, aceitando a revelação bíblica que apresenta a Deus manifestado em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Da mesma forma podemos descartar todas as demais religiões que reconhecem ao Pai, ao Filho, ou ambos; por exemplo: as Testemunhas de Jeová, os Mórmons, os Adventistas do Sétimo Dia, etc. Se fosse um ateu, é fácil pensar que seria um russo. Embora não possamos descartar essa possibilidade, devemos sim, enfatizar o fato de que, as demais profecias da Bíblia em relação ao anticristo teriam que encaixar-se com essa dedução, e nossa colocação demonstrará que não é assim.

A outra possibilidade é que será alguém que professará uma religião contrária à da Bíblia, como mostramos anterior mente. Existem muitos e podemos mencionar, por exemplo, o islamismo, o budism o, o hinduism o e o confucionism o. Desses, os muçulmanos são os que melhor se ajustam ao que foi revelado por João, pois ainda que afirmem ser descendentes de Abraão através de Ismael, têm o seu próprio deus Alá e o seu próprio profeta, Maomé. Negam ao Pai e ao Filho e são inimigos acérrimos do povo que está reconhecido na própria Bíblia como o povo de Deus, Israel. O profeta Daniel acrescenta um ingrediente relacionado ao tema: Dn 11.37-39 mostra-nos: “E não terá respeito aos deuses de seus pais, nem terá respeito... a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá. Mas ao deus das fortalezas honrará em seu

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lugar (em lugar do Deus de seus pais); e a um deus a quem seus pais não conheceram honrará... haver-se-á com os castelos fortes com o auxílio do deus estranho”.

Nas traduções modernas da Bíblia, no versículo anterior, a palavra Deus aparece com letra maiuscula. Por esse motivo, podemos entender que Daniel estava referindo-se ao Deus verdadeiro, pois na regra geral, ao referir-nos ao Deus da Bíblia, escreve-se com letra maiuscula, por se tratar de um nome próprio. Dessa maneira, qualquer um poderia interpretar que o anticristo será do verdadeiro povo de Deus. Portanto, poderia ser um judeu, pois diz a profecia que, ao Deus de seus pais não respeitarão. Porém, há um dado que não foi considerado: a versão original do livro de Daniel, foi escrita em hebraico e esse idioma escrito não usa maiusculas. O texto original não contém palavras que comecem com letra maiuscula; simplesmente o tradutor do texto original pensou em sua própria opinião, que Daniel estava se referindo ao Deus dos hebreus, e por isso escreveu seu nome com letra maiuscula. Isso foi uma simples suposição do tradutor, que poderia estar incorreta, criando assim uma confusão entre os intérpretes do texto. Portanto, existe a possibilidade de que, quando Daniel profetizou, não estava se referindo ao Deus verdadeiro. Isso mostra a hipótese de que o anticristo seja descendente de um povo fiel a um outro deus, que não é Jeová Deus de Israel, como acontece com os muçulmanos.

Por outro lado, se o tradutor estivesse correto e a profecia se referisse ao Deus verdadeiro, também incidiria aos muçulmanos. Sabemos que eles são descendentes de Abraão, que era um crente fiel a Jeová Deus de Israel. Ainda mais, reconhecem a Abraão como seu pai ancestral, mas, agora servem a um outro deus, Alá, tendo uma revelação contrária à da de Abraão.

O restante do texto afirma que o anticristo “ao deus das fortalezas honrará em seu lugar”, implicando assim, que continuará

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sendo um religioso, modificando somente suas crenças. Quando Maomé recebeu uma nova “revelação” a nova doutrina começou a propagar-se por todo o povo árabe e substituíram suas velhas crenças. O anticristo fará algo parecido, uma vez que ele mesmo se proclamará como Deus.

O apóstolo Paulo em 2Ts 2.1-3, revela que o Senhor não virá a reunir-se com o seu povo, sem antes vir a apostasia e o homem do pecado, o filho da perdição, se manifestar. Podemos ver que, para o Senhor levar a sua igreja, essas duas condições estabelecidas, devem acontecer. Isso concorda com a interpretação mantida através desse escrito, de que o arrebatamento não será antes da grande tribulação. É correto pensar que muitos dos cristãos evangélicos apostatarão da fé durante esse período, mas, implica também que o anticristo levará a outros crentes a apostatar, sendo ele mesmo um dos que negará o Deus de seus pais, substituindo- o por outro deus. Outros versículos da Bíblia nos mostram que proclamará a si mesmo como Deus, e fará que seus seguidores adorem a sua própria imagem.

Tudo isso, está de acordo com a idéia de que o anticristo estará vinculado a uma forma de religião idólatra e pagã. Daniel diz que agirá contra os castelos mais fortes com a ajuda de um deus estranho. Os deuses estranhos na Bíblia simbolizam deuses falsos, inventados pelos homens para honrá-los no lugar do Deus verdadeiro. Os árabes acreditam num deus que incentiva seu povo a preparar-se para a “Guerra Santa”. Então, quando o anticristo aparecer, ser-lhe-á mais fácil continuar com essa linha de pensamento, pois ele próprio se exaltará sobre tudo o que é chamado Deus, ou objeto de culto. O Islamismo é a única religião que seus adeptos estão preparando-se para a guerra.

2 Ts 2.4 indica que esse anticristo se “opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer

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Deus”. Proclamará a si mesmo como tal. A maior pretensão de satanás sempre tem sido querer ser semelhante a Deus. Portanto, podemos entender através disso que, entre satanás e o anticristo haverá uma relação muito estreita. Terão muita afinidade.

O fato de assentar-se no templo fazendo-se passar por Deus, tem duas explicações: Uma é que ele se assentará no templo literalmente, ou seja, uma estrutura física semelhante ao templo de Salomão em Jerusalém. O povo do Israel moderno perdeu a prática de oferecer sacrifícios e ofertas a Jeová em algum lugar determinado, o que dificulta a possibilidade de que o mesmo seja restabelecido. Atualmente, não existe mais uma linhagem sacerdotal, pois a descendência de Arão perdeu-se entre o povo através de séculos de cativeiro. Para eles, é impossível, assegurar com certeza que pertencem à tribo de Levi, tampouco que são descendentes de Arão. Os judeus são muito temerosos de pretender tal distinção: ser um descendente de Arão e poder ministrar como sacerdotes, sem, de fato serem, por medo de que venha lhes acontecer o que ocorreu com Nadabe e Abiú, filhos do sacerdote Arão, que mesmo sendo descendentes do próprio Arão,. morreram por atrever-se a apresentar fogo estranho diante do Senhor. Se Nadabe e Abiú receberam tal tratamento, quanto mais receberá alguém que queira considerar-se descendente da tribo sacerdotal, sem realmente ser. O sacerdote tem que ser da tribo de Levi e especificamente da ordem de Arão. Tal circunstância dificulta em grande maneira a possibilidade de que o anticristo se assente num templo físico, que atualmente, nem sequer existe.

A outra possibilidade é que, o apóstolo Paulo esteja se referindo ao templo do Deus vivo, que é a igreja. Sempre que Paulo fala do templo de Deus no Novo Testamento (ICo 3.16; 6.19 e Ef 2.19,20), refere-se à igreja. Portanto, é aceitável pensar que o templo sobre o qual o anticristo se assentará, é a igreja, e simboliza que ele enganará até os escolhidos que, ingenuamente o

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aceitarão sem dar-se conta de ser ele o anticristo. Não é estranho o fato de Daniel dizer referindo-se a ele que “pelo seu entendimento fará prosperar o engano da sua mão” (Dn 8.25). Muitos crentes não perceberão o que estará acontecendo.

Voltando ao que o apóstolo João expressou nas suas epístolas referente ao anticristo, consideremos o que 1 Jo 4.3 diz: “e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo”. Muitos personagens da história tiveram esse “espírito do anticristo”, por exemplo: o imperador romano Nero, nos tempos de João, Adolf Hitler nos tempos modernos e também Maomé, ao atribuir a si próprio ser o “iluminado” e profeta de uma nova revelação contrária à estabelecida na Bíblia. Mas, nenhum deles era o anticristo que viria no fim dos tempos, pois João descreve “o espírito do anticristo” como aquele que não confessa que Jesus é Deus feito homem, e esse espírito nãó é de Deus. O Espírito de Deus, pelo contrário, é o que se encarrega de revelar Cristo aos homens. Como o espírito do anticristo tem existido por tempos incontáveis, alguns homens têm seguido a tendência anti-cristã de que Jesus não é Deus feito homem. Ao que parece, João procurava mostrar que esse “espírito do anticristo” era uma influência satânica que operava nos filhos da desobediência para fazê-los negar a verdade espiritual de que Jesus é Deus encarnado. O “espírito do anticristo” é uma manifestação demoníaca, portanto, o que virá no fim dos tempos também será. Os demônios são seres espirituais incorpóreos, pois a Bíblia faz menção deles como espíritos imundos (Mt 12.43,45), espíritos (Mc 9.17,26), espíritos enganadores (lTm 4.1), hostes espirituais da maldade (Ef 6.12), etc. Ou seja, quando João chama- o de “espírito do anticristo”, com certeza está referindo-se a um demônio em sua manifestação como o futuro anticristo. Também no Apocalipse, João sugere tal condição ao referir-se à besta que

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sobe do abismo, ou seja, do próprio inferno. Mais à frente consideraremos a fundo esta asseveração.

Finalmente, 2 Jo 7 afirma-nos o que anteriormente vimos: “Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo”.

Um sinal que mostrará quem será o anticristo, é que ele negará enfaticamente a encarnação de Cnsto. Além disso, aparecerá no fim dos tempos, negará ao Pai e ao Filho, proclamar-se-á como Deus e com grande probabilidade, será uma manifestação demoníaca.

O profeta Daniel nos capítulos 9.27, 11.31 e 12.11 faz declarações proféticas associadas ao que temos discutido e falado anterior mente. Tudo parece indicar que está referindo-se ao anticristo e enfatiza que esse “fará cessar o sacrifício e a oferta” e suas tropas “tirarão o sacrifício contínuo”, estabelecendo assim, a abominação desoladora. O que realmente essa expressão significa é que proibirá a observância da religião judaica e imporá sua própria concepção religiosa. A religião dos hebreus baseava-se numa série de rituais litúrgicos que envolviam a apresentação de ofertas e sacrifícios diante de Deus. Esses dois fazem parte dos elementos que caracterizam a forma de religião que conhecemos como o Judaísmo. Essa afirmação coloca o anticristo como inimigo do povo semita, que proibirá de forma obrigatória a religião do povo judeu, substituindo-a pelo seu próprio sistema religioso, para adotar um novo conceito no qual será a figura preponderante. Imporá uma abominação para ser adorada.

Historicamente, os piores inimigos de Israel têm sido seus próprios vizinhos árabes. Por séculos, esses povos têm vivido em confronto, disputas e contendas entre eles. Não há quem odeie mais aos israelitas que os árabes, em sua maioria muçulmanos. Desejam fervorosamente extirpar todo vestígio do seu arqui-

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inimigo Israel. Em tempos atuais, quando o estado de Israel foi estabelecido em 1948, um sério problema foi criado entre palestinos e Israel. Os palestinos são árabes que foram tirados de seus territórios para serem ocupados por israelitas. Quase um milhão de palestinos foi disperso até outros estados árabes ou mantidos em campos de refugiados no próprio Israel. Desde então, os palestinos têm procurado criar um estado palestino, porém, sem êxito. Diante do fracasso, têm tentado derrubar o estado de Israel através de organizações terroristas. Em 1958 fundaram uma sociedade secreta chamada Al-Fatah, cujo líder era Yasser Arafat, reconhecido como o principal antisemita árabe. Em 1964 foi fundada a organização pará a libertação palestina (OLP), servindo a grupos separados de palestinos formados por toda essa região. Seu primeiro diretor foi Ahmed Shukairy. Em 1969, Yasser Arafat foi eleito diretor. A OLP mantém representantes em muitos países. Para todos os efeitos práticos, a OLP funciona como um governo, mas sem um território para governar. Organizações de resistência como a Al-Fatah, a frente Popular para a Libertação da Palestina, o Movimento Nacional para a Libertação da Palestina, a Frente Popular Democrática para a Libertação da Palestina, a Frente Popular da Luta Palestina e também o Grupo Setembro Negro, encontram-se entre os filiados à OLP. Depois de muitos confrontos entre a OLP e o exército israelita, em setembro de 1993, Arafat assinou um tratado de mútuo reconhecimento entre a OLP e Israel. Anos depois, em 1995 assinaram um tratado de paz, e pela primeira vez Israel reconheceu a OLP. Esse tratado, supostamente, daria fim a 45 anos de confrontos e violência entre a OLP e Israel. A assinatura do tratado foi realizada pelo então ministro do exterior de Israel, Shimon Peres e o representante da OLP para a política exterior Mahmoud Abbas. O primeiro ministro de Israel Yitzhak Rabin e o líder da OLP, Yasser Arafat, apertaram as mãos nos jardins da Casa Branca, em Washington.

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Devemos lembrar que a Bíblia estabelece que Israel e “o povo de um príncipe que há de vir” assinarão um pacto que logo será confirmado por esse “príncipe que há de vir” por sete anos. (Dn 9.26,27). E quando disserem: paz e segurança, então virá sobre eles destruição repentina (lTs 5.3).

Uma afirmação muito relevante que a Bíblia nos oferece é o lugar de procedência do anticristo. Os detalhes que a Bíblia nos mostra, sugerem que o anticristo virá de algum lugar situado ao norte de Israel. Por esse motivo, devemos considerar as nações localizadas geograficamente ao norte desse país, que são: Líbano, Síria, Turquia, Iraque (Babilônia), Irã (Pérsia) e Rússia.

Os capítulos 38 e 39 do livro do profeta Ezequiel, falam de um personagem chamado Gogue, que segundo a informação dada nos mesmos, muito bem poderíamos identificá-lo como o anticristo dos últimos dias. No versículo dois do capítulo 38 mostra que Gogue é um habitante da terra chamada Magogue, e ainda, que é o príncipe soberano dos territórios de Meseque e Tubal. Magogue, Meseque e Tubal são nomeados em Gênesis 10.2, como descendentes de Jafé, um dos filhos de Noé,. Os territórios povoados por ele foram chamados pelos seus respectivos nomes, e correspondem aos territórios em que habitaram os povos conhecidos como os godos, cretenses, citas e os russos. Magogue é o território entre o Mar Negro e o Cáspio; Meseque e Tubal são identificados como os territórios que incluem a atual Ásia Menor. Entre os outros descendentes de Jafé, podemos localizar sua provável posição geográfica. Por exemplo, Madai podemos identificá-la como os medos, Javã como a Grécia, Asquenaz como os citas, Elisá (Alasia) como Chipre, e Társis como a Espanha. Sabemos que o príncipe soberano de uma nação é o seu rei, sendo assim, Gogue seria o rei dos territórios mencionados. Outros títulos que usados no lugar de rei, são, presidente, primeiro mandatário, governador ou primeiro ministro, segundo os governos atuais.

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Uma coisa, sim, podemos afirmar com exatidão: Gogue é o príncipe soberano de um território localizado ao norte de Israel, pois os seguintes versículos do capítulo trinta e oito indicam que Gogue será o líder de um contingente de nações que virão “dos confins do norte” (v.6) e invadirão Israel (v.8). Será “no fim dos anos”, em outras palavras, no fim dos tempos, de modo que, concorda com o que João disse sobre o anticristo que viria no fim dos tempos. Ainda que João não fale da sua procedência, Ezequiel, sim.

O versículo 12 faz menção da época ocorrerá a invasão, afirmando que Gogue virá “sobre as terras desertas que agora se habitam, e contra o povo, que se ajuntou dentre as nações...que habita no meio da terra”. Esses dados repetem-se nos versículos 14 ao 16. As Escrituras mostram-nos aqui que, naquele tempo quando Israel habitar em segurança, Gogue virá do seu lugar “das regiões do norte” com um poderoso exército e subirá contra Israel, recalcando novamente que será “no fim dos dias”. O profeta destaca o retorno de Israel à sua terra. Essa também é uma profecia dos últimos tempos do retorno de Israel aos seus territórios, no fim dos tempos.

Outro dado importante que nos faz entender que Gogue aparecerá no fim dos tempos é que Ezequiel menciona que "... naquele dia, no dia em que vier Gogue contra a terra de Israel, diz o Senhor Deus, a minha indignação será despertada” (v.8). Gogue terá de enfrentar “a ira de Deus”. A “ira de Deus” é um termo bíblico que faz menção dos juízos apocalípticos que ocorrerão no fim da grande tribulação. Abrange, entre outros, os juízos das sete trombetas e das sete taças da ira de Deus (Ap 8.9,16).

É de suma importância o fato no qual Ezequiel narra eventos que João descreve identicamente no Apocalipse. Não há dúvidas que João está falando de acontecimentos escatológicos, nos tempos finais. Portanto, se Ezequiel menciona os mesmos

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eventos, temos de concluir que ambos profetas estão referindo-se a uma mesma profecia, e é evidente que Gogue poderia ser o mesmo personagem que Joio chama de “a besta”. O mesmo cão com diferente coleira. As descrições referidas se encontram em Ezequiel 38.19-22 e em Apocalipse 16.18-21. Em Ezequiel diz: “No meu zelo e no fogo do meu furor eu digo que naquele dia haverá um grande tremor de terra em Israel. Tremerão diante da minha face os peixes do mar, as aves do céu, os animais do campo, todos os répteis que se arrastam sobre a terra, e todos os homens que estão sobre a face da terra. Os montes cairão e os precipícios se desfarão, e todos os muros desabarão por terra. Chamarei contra ele (Gogue) a espada, sobre todos os meus montes, diz o Senhor Deus. A espada de cada um se voltará contra seu irmão. Contenderei com ele (Gogue) por meio da peste e do sangue, chuva inundante, grandes pedras de saraiva, fogo e enxofre farei cair sobre ele, sobre as suas tropas e sobre os muitos povos que estiverem com ele”. Entretanto, o mesmo evento é narrado assim por João: “E houve relâmpagos, vozes, trovões, e um grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra, tal foi o terremoto, forte e grande. A grande cidade fendeu- se em três partes, e as cidades das nações caíram. Deus se lembrou da Grande Babilônia, para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira Todas as ilhas fugiram, e os montes não mais se acharam. E sobre os homens caiu do céu uma grande saraivada, pedras que pesavam cerca de um talento. E os homens blasfemaram contra Deus por causa da praga da chuva de pedras, porque a sua praga era muito grande”. Essa é a descrição do juízo denominado a “sétima taça” das sete últimas taças da ira de Deus, que será executado no fim da ira sobre a terra, mais especificamente, sobre a besta e seus exércitos que estarão reunidos no vale do Armagedom para o momento do retorno de Cristo. O relato de ambos os autores coincidem em vários detalhes, entre eles por exemplo, um

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grande tremor de terra, cujo epicentro, ao que parece será no território de Israel. A magnitude do terremoto não terá precedentes em toda a história da existência do homem sobre o-planeta. Será tão grande que, ainda as aves dos céus estremecerão, assim como todos os homens ao redor de toda a terra. Será tão forte, que os montes se abalarão e todos os muros cairão e as ilhas desaparecerão. Um terrem oto como o descrito nas passagens de Ezequiel e Apocalipse nunca aconteceu antes, nem há sequer registro de que alguma vez tenha ocorrido. Portanto, é um único evento, ainda que em datas diferentes. A catástrofe descrita por ambos os autores bíblicos ocasionará o colapso de cidades inteiras, destruindo sua infra-estrutura e mudando o estado natural de muitas coisas. Tanto Ezequiel como João, mencionam a chuva de granizo que cairá dos céus, concordando que será algo terrível e destrutivo. A chuva de granizo cairá, segundo Ezequiel, sobre Gogue e suas tropas, e segundo João, sobre a besta e seus exércitos.

Sendo ambos um único acontecimento, ainda que revelado em datas diferentes, isso indica que o Gogue de Ezequiel é o mesmo personagem que João chama de “a besta” no Apocalipse. Por esse motivo, devemos considerar os dados que Ezequiel oferece referente a Gogue, como aplicáveis à besta do Apocalipse, que é o mesmo anticristo, quanto à sua procedência, sua invasão a Israel e seu fatal confronto com Deus.

Se considerarm os lim itada a com paração feita anteriormente para recalcar o fato de que as profecias de Ezequiel no Antigo Testamento encaixam-se com as de João no Novo Testamento referente ao anticristo, consideremos as passagens de Ezequiel 39.17-20 e Apocalipse 19.17-19. Veremos também que são semelhantes: Em Ezequiel diz: “Tu pois, ó filho do homem, assim diz o Senhor Jeová: Diz às aves de todas as espécies e todos os animais do campo: Ajuntai-vos, e vinde, vinde de toda parte para meu sacrifício, que eu sacrifiquei por vós, sacrifício grande

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nos montes de Israel, e comei carne, e bebei sangue. Comereis a carne dos poderosos e bebereis o sangue dos príncipes da terra, dos carneiros, dos cordeiros, dos bodes e dos bezerros, todos engordados em Basã. E comereis a gordura até vos fartardes e bebereis o sangue até vos embebedardes, a gordura e o sangue do meu sacrifício que sacrificarei por vós. E vos fartareis, à minha mesa, de cavalos, e de carros, e de valentes, e de todos os homens de guerra, diz o Senhor Jeová.”

João, no Apocalipse descreve-o assim: “E vi um anjo que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: vinde e ajuntai-vos à caia do grande Deus. Para que comais a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavalos e dos que sobre eles se assentam, e a carne de todos os homens, livres e servos, pequenos e grandes. E vi a besta, e os reis da terra, e seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo ( Cristo), e ao seu exército.”

Ezequiel faz referência à mortandade que ocorrerá depois que Gogue tiver invadido a Israel dando lugar à intervenção divina com os específicos resultados. Quando diz: “E vos fartareis, à minha mesa, de cavalos, e de carros e de valentes, e de todos os homens de guerra”, faz alusão à batalha do Armagedom. Da mesma forma, João, descreve a mortandade que será provocada quando Cristo e seus exércitos arrasarem a besta e o contingente de exércitos que com ela estarão no Armagedom.

Tudo o que anteriormente foi analisado permite-nos poder concluir que Ezequiel 38 e 39 falam-nos do mesmo personagem que João chama de “a besta” no Apocalipse, e que denominamos como o anticristo. Sendo assim, a procedência do anticristo será de algum lugar ao norte de Israel, invadirá a Israel no fim dos tempos e Deus mesmo pelejará contra ele e suas tropas, e saberão as nações que Cristo é o Senhor.

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Por isso, é propício pensar que o anticristo será um líder turco, sírio, libanês, iraquiano, iraniano ou de qualquer nacionalidade da região, mas sobretudo, poderá ser um membro do Islã, a religião do povo árabe.

O profeta Daniel em seu livro profético, faz também menção em várias ocasiões de outros dados referentes a esse personagem misterioso que fará sua aparição no fim dos tempos. Mesmo que m uitos têm procurado relacionar a visão de Nabucodonosor no capítulo 2, com o reino do anticristo, o certo é que parece se tratar do desenvolvimento político mundial antes de Cristo. O rei viu em sonhos uma estátua que estava dividida em várias partes. Sua cabeça era de ouro, seu peito e seus braços de prata, seu ventre e suas coxas de cobre, suas pernas de ferro e seus pés em parte de ferro e em parte de barro. A interpretação profética, o próprio Daniel a confirma, pois diz que a imagem significa quatro reinos contados a partir do reino Babilónico (caldeu), em sucessão um do outro (v.37-40). Os restantes três reinos seriam o medo persa, o grego e o romano. Diz Daniel que nos dias dos reis, Deus levantaria um reino que não seria destruído, nem teria sucessor, e consum iria a todos os reinos representados na estátua, permanecendo para sempre (v.44).

Esta profecia podemos compará-la à primeira vinda de Cristo à terra. Foi então quando fundou-se o verdadeiro reino de Deus. Na época, o poder estava nas mãos do reino romano, e a profecia diz que o reino, Deus o implantaria nos dias dos reis, ou seja, dos reis representados na imagem da visão de Nabucodonosor. E especificamente nesses dias, no tempo do reino romano, o último reino representado, Cristo veio estabelecendo assim, o reino de Deus na terra. Até esse momento da história, tanto Israel como os povos pagãos falavam de reinos terrenais, mas Cristo, assim como João Batista, foram os precursores em falar do reino dos céus (Mt 3.2; 4.17; 10.7; 5.3,19; 6.10; 6.33; 7.21; 8.11; 11.12; 12.28; 16.19;

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18.3). O reino estabelecido por Cristo não pode ser destruído. Tem permanecido desde sua fundação até o presente, mas os quatro reinos da imagem de Nabucodonosor desapareceram, não existindo mais. A Bíblia dá-nos a garantia de que o reino dos céus, estabelecido por Cristo há dois mil anos, permanecerá para sempre.

Dessa forma, podemos entender que a profecia do capítulo dois de Daniel contém o desenvolvimento político das nações gentias até a primeira vinda de Cristo à terra. Foi Deus mesmo que dividiu a história: antes e depois de Cristo.

Em nenhum lugar da profecia do capítulo dois de Daniel é feita alguma comparação com o fim dos tempos, nem é dito que alguns dos reinos representados na imagem estão associados com os tempos finais. Por isso, podemos dividir o reino dos céus em três etapas: desde a primeira vinda de Cristo até a segunda, o milênio e a eternidade.

Diferente da profecia do capítulo dois de Daniel, a do capítulo sete contém sim, frases que indicam com claridade, relacionar-se ao fim dos tempos. Nos versículos 9 ao 14 são mencionados acontecimentos semelhantes aos descritos por João no Apocalipse, relacionados ao fim dos tempos, os quais veremos a seguir:Daniel

1. Foram postos uns tronos Dn 7.92. E um ancião de dias se assentou Dn 7.9

3. Suas vestes eram brancas como a neve, e o cabelo da sua cabeça como limpa lã Dn

Apocalipse

1. É vi tronos... Ap 4.4 e 20.4

2. E eis que um trono estava posto no céu, e um assentado no trono Ap 4.23. Sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca como neve Ap 1.14

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7.94. Seu trono, chamas de fogo e as rodas..iogo ardente Dn7.95. Milhões e milhões estavam diante dele Dn 7.10

6. Assentou-se o juízo, e abriram-se os livros Dn 7.10

7. Então, estive olhando, por causa das grandes palavras Dn 7.118. o animal foi morto ...e o seu corpo...entregue para ser queimado pelo fogo Dn 7.11

9. E eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem Dn 7.13

10. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino para todos os povos, nações e línguas o

4. E do trono saíam relâmpagos. Ap 4.5

5. E ouvi a vos de muitos anjos redor do trono... e o número milhões de milhões Ap 5.116. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida, e os mortos foram Julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras Ap 20.127. E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas. Ap 13.58. E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta... Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo...Apl9.209. Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro A pl9 .ll10. Que há de reger todas as nações com vara de ferro Apl2.5; 19.15

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servissem Dn7.1411. E quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão 10 reis Dn 7.2412. Quatro animais...uma como leio... Outra como . urso...outra como leopardo...

11. E os dez chifres que vistes são dez reis. Ap 17.12

12. E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e seus pés como de urso e a sua boca como a do leão. Ap 13.2Dn 7.3-

Vejamos a visão e sua explicação dada no mesmo capítulo sete: Daniel teve um sonho e visões nos quais via quatro grandes animais diferentes um do outro. O primeiro era como leão com asas de águia; o segundo como um urso que mancava tendo três costelas na sua boca; o terceiro era semelhante a um leopardo com quatro asas de ave em suas costas, tendo quatro cabeças. O quarto animal era diferente dos outros três, pois tinha dez chifres. Entre esses dez chifres saiu outro “pequeno chifre” que tinha olhos como de homem e uma boca que falava grandes coisas. Esse “pequeno chifre” parece representar ao anticristo por sua semelhança com a besta do Apocalipse, conforme as características colocadas anterior mente.

É importante observar que o “pequeno chifre” sairá do quarto reino, a besta. Se pudéssemos identificar esse reino saberíamos a procedência do “pequeno chifre”, o anticristo.

Mas, Daniel não mostra mais detalhes a respeito, por esse motivo, muitos entendem que os quatro animais de Daniel capítulo sete, são os mesmos reinos identificados como a imagem do capítulo dois, ou seja: Babilônia, Medo - Pérsia, Grécia e Roma. Mesmo Daniel explicando que os quatro animais significam quatro reinos, nenhum desses versículos mostram alguma evidência para

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podermos chegar a essa conclusão.Porém, ao estudarmos o capítulo oito de Daniel, podemos

observar uma relação muito íntima com a profecia do capítulo sete. Apesar de que a revelação foi dada dois anos após à do capítulo sete, existe um detalhe muito interessante na explicação da visão do capítulo oito, que liga uma visão com a outra. O capítulo 8 explica que de um dos quatro chifres que saíam do “chifre notável” do bode, sai um “pequeno chifre”. No capítulo sete o “pequeno chifre” sai do quarto animal ou reino, e no capítulo oito o “pequeno chifre” sai do quarto chifre ou reino. A descrição relatada no capítulo sete a respeito do “pequeno chifre” é parecida à descrição do “pequeno chifre” do capítulo oito. Vejamos:

No capítulo 7

1. Sai do quarto animal2. Os 4 animais são 4 reinos3. Depois dos 4 reinos receberão o reino dos santos do Altíssimo (tempo final)4. Fazia guerra contra os santos e os vencia.5. Falará palavras contra o Altíssimo6. Quebrantará os santos7. Falava grandes coisas

8. Pensará em mudar os tempos e a Lei.9. Mas se assentará o juiz e lhe tirará seu domínio... e será destruído.

No capítulo 8

1. Sai do quarto chifre2. Os 4 chifres são 4 reinos3. O fim do seu reinado será quando os transgressores acabarem (tempo final)4. Destruirá os fortes e ao povo dos Santos5. Lançou em terra a verdade (A Bíblia)6. Causará grande destruição7. Seu coração se engrandecerá8. Tirou o contínuo sacrifício

9'. Será para o fim da ira (ira de Deus) será quebrantado mas não por mão humana.

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Estabelecendo como condição “sine qua non” que o “pequeno chifre” do capítulo sete é o mesmo “pequeno chifre” do capítulo oito, podemos formular que os quatro animais ou reinos do capítulo sete são equivalentes aos quatro chifres ou reinos do capítulo oito: e que o quarto reino do capítulo sete é um dos quatro reinos ou chifres do capítulo oito. Os quatro reinos do capítulo oito são os mesmos quatro reinos do capítulo sete.

Analisemos a fundo a visão do capítulo oito: O profeta viu um carneiro com dois chifres e um bode com um chifre notável entre seus olhos. O carneiro representa o reino Medo-Persa e o bode o reino da Grécia. O bode feriu ao carneiro e quebrou-lhe seus dois chifres, simbolizando a vitória do reino da Grécia sobre o reino Medo-Persa. Aquele bode engrandeceu-se, mas estando em sua maior força, o grande chifre que tinha entre seus olhos foi quebrado e em seus lugar saíram quatro chifres. O chifre notável representa a Alexandre o Grande, rei da Grécia, e o que foi quebrado, representa sua queda. Os quatro chifres que saem do grande chifre notável simboliza que do reino de Alexandre o grande, ou seja, o reino da Grécia, sairiam quatro reinos inferiores a ele. Não diz que o reino da Grécia se dividirá em quatro reinos, mas que, dele sairão quatro reinos. Esses quatro reinos não irão surgir todos ao mesmo tempo, nem sucessivamente, mas sim, sairão do território que o reino da Grécia chegou a abranger. No versículo nove a profecia diz: “E de uma delas saiu um chifre pequeno, o qual cresceu muito para o meio-dia e para o oriente, e para a terra formosa”. Fica claro que o “pequeno chifre” sai de um dos quatro reinos que surgiriam do que fora o reino da Grécia.

Lembremos a história para esclarecermos o que aconteceu com o império da Grécia, após a morte de Alexandre Magno, o chifre notável. As opiniões dos seus generais e conselheiros se dividiram: uns desejavam manter a unidade do império, mas a maioria aspirava dividi-lo. Assim, o império foi dividido entre seus

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generais: Ptolomeu Lágida, Lisímaco, Seleuco, Cassandro e Pleistarco. Ptolomeu ficou com o Egito, Lisímaco com a Ásia Menor, Seleuco com a Síria, Armênia e Capadócia, Cassandro com a Macedonia e suas cidades gregas, e finalmente, Pleistarco ficou com a região do Taurus. Dessa forma, o império foi dividido entre cinco dos generais de Alexandre. Perante o crescente poder de Lisímaco, os demais se uniram e o derrotaram na batalha de Curupediom. Depois de quarenta anos de lutas, ficaram constituídos três grandes reinos: o do Egito, o da Selêucia e o da Macedonia. Sendo assim, faltaria um reino, pois a profecia diz que daquele que representa o reino grego, sairiam quatro reinos, ou chifres.

Mesmo que muitos tenham tentado associar o império romano com a profecia de Daniel 7 e 8, o correto é que, não há relação alguma. O império romano dominou os reinos que haviam surgido da divisão do império grego, mas não pode ser contado como o quarto reino restante da profecia dos capítulos 7 e 8 de Daniel, por uma só razão: os quatro reinos, ou chifres teriam que sair do reino de Alexandre, ou seja, da Grécia, mas, sabemos que o império romano não surgiu do império grego, portanto, totalmente alheio à profecia dos capítulos 7 e 8, dominou sim, nos territórios que tinham sido ocupados pelo reino da Grécia. Dessa forma, encaixa-se no marco profético do capítulo 2 de Daniel, como o quarto reino da visão do rei Nabucodonosor, portanto, o quarto reino da imagem desse rei. O outro reino que surgiu nessa região depois dos três reinos que se formaram do reino grego, foi o império bizantino. Mesmo conhecido como o império do oriente, ou grego, surgiu da divisão do império romano: o reino do ocidente e o do oriente. Não surgiu daquele que fora o império da Grécia.

Porém, a profecia dos capítulos 7 e 8 de Daniel restringe- se a fatos históricos ligados exclusivamente ao reino grego. Não podemos encaixar o reino rom ano nessa profecia, porque falharíamos com as sábias práticas da hermenêutica. E a profecia

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de Daniel 7 e 8 mostra que do reino da Grécia é que sairão os quatro reinos, e que de um desses quatro reinos, é que sairia por sua vez o “pequeno chifre”.

Então, se da primeira divisão do reino grego surgiram três reinos: Egito, Síria e Macedônia, faltaria um reino adicional. Qual seria esse quarto reino?

A própria historia nos afirma que dos territórios que uma vez estiveram debaixo do domínio da Grécia, incluía-se o que hoje conhecemos como o mundo árabe. O outro reino que surgiu daquele que era o reino da Grécia é o império árabe. Seu fundador foi Mohamed-Bem-Abdallah, mais conhecido como Maomé. Desde a sua juventude entregou-se à meditação e durante todos os anos, desde os 25 aos 45 anos, ia até a caverna de Hera, a uns 5 Km de Meca, onde permanecia todo o mês do Ramadan. Ali conversava com os “espíritos celestes”, especialmente com o arcanjo “Gabriel”, o qual tinha lhe dado a ordem de pregar a “verdadeira religião: O Islã. Quando quis ensinar a “verdadeira religião” publicamente, foi motivo de zombaria e desprezo dos habitantes de Meca. Vendo-se ameaçado de morte, fugiu para Yatreb, cujo nome foi mudado para Medina, que veio a ser a cidade do “profeta”. Assim, começava a era muçulmana, quando achou discípulos que o receberam com entusiasmo. Começou uma guerra contra seus inimigos, apoderando-se assim de Meca. Derrubou os ídolos da Kaaba e converteu-se no “senhor” da maior parte da Arábia, de onde extirpou a “idolatria”. Acabara de declarar guerra ao imperador romano Heráclio, quando morreu em Medina, em 632 D.C. Sua doutrina baseia-se num monoteísmo rigoroso, derivados dos conceitos do Judaísmo e do Cristianismo, ainda que praticado em oposição contra eles. O mais curioso é que seu maior ataque às doutrinas judaicas e cristãs é, especialmente em relação à doutrina da trindade do cristianismo, pois nega ao Pai e ao Filho. A religião de Maomé caracterizou-se por uma militância extrema,

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que acabou gerando a “guerra santa”. Suas “revelações” estão no “Alcorão”.

Maomé tinha dado aos árabes uma religião comum para todos: o islã, impondo ao mesmo tempo a unidade política. Assim, alcançava a unificação política e religiosa do povo árabe. Imediatamente depois da sua morte, os árabes começaram uma série de conquistas, tanto pelo espírito de proselitismo religioso, como por meio da “guerra santa”. A expansão do islamismo efetuou-se por meio de conquistas, e o número de muçulmanos cresceu graças aos novos “convertidos.” Só havia uma distinção para eles: crentes ou infiéis. Em menos de dez anos tinham conquistado a Síria, depois a Caldeia e a Assíria, e posteriormente, o Egito e a Pérsia. Tempos depois, as conquistas tomaram impulso, alcançando todo o Norte da África, Gália (França) e Espanha. Seus domínios chegam ao oriente até o Afeganistão, Turquia e parte da índia. Dessa forma, em 750 d.C. o império árabe tinha se expandido desde a Espanha até o noroeste da índia, constituindo- se num vasto império, sendo ele o quarto surgido daquele que fora o reino da Grécia.

A Grécia influenciou todos os povos da antigüidade. Sua influência foi muito importante, pois, devido à sua colocação serviu de nexo entre a Europa e a Ásia. A influência grega penetrou profundamente na Ásia Menor e no Oriente. Os judeus que tinham adotado a língua grega foram chamados de helenistas. O estabelecimento do império romano não deteve o avanço do Helenismo, pois mesmo durante o domínio árabe, não morreu. Pelo contrário, ressurgiu dentre os árabes com maior força ainda. Ficava porém, o remanescente do reino que tinha dado origem a reinos posteriores, cumprindo-se assim a palavra profética dada por Deus através de Daniel.

O quarto reino ao qual Daniel se refere e de onde sairá o “pequeno chifre”, seria diferente de todos os outros reinos, pisando,

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devorando, e despedaçando tudo na terra. Sem dúvidas, o império árabe foi totalmente diferente dos demais reinos anteriores. Enquanto os outros buscavam alcançar o domínio político, subjugando por meio da força aos demais povos para implantar a sua soberania, este acrescentava outro elemento a suas conquistas: conseguir adeptos ou prosélitos para sua religião. Dessa forma, estabelecia domínio político e religioso. Apesar de que o domínio e a soberania árabe terem sucumbido, sua influência religiosa perdura, de tal forma, que tem traspassado todas as barreiras políticas, raciais, religiosas, étnicas & culturais, para converter-se num império diferente. Sabemos que organizações filiadas ao Islamismo são responsáveis de numerosos atentados terroristas ao redor do mundo inteiro: “Trilhará toda a terra”.

Em Dn 7.24 a profecia mostra que “As dez pontas (chifres) daquele mesmo reino (o quarto) se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro (rei), o qual será diferente dos primeiros e abaterá a três reis”. Como mostramos anterior mente, do quarto reino, ou animal do capítulo sete, sairão os dez reis e o “pequeno chifre”. E no capítulo oito o “pequeno chifre” sai do quarto reino, ou chifre, mas não menciona os dez reis. Mas, podemos concluir que o quarto reino ou animal do capítulo sete é o quarto reino (ou chifre) do capítulo oito, pois em ambos os casos, o “pequeno chifre” sai de um dos quatro reinos. Por conseguinte, podemos inferir que do quarto reino do capítulo oito, sairão tanto os dez reis como o “pequeno chifre”. Isso nos leva a entender, através da explicação anterior, que se trata do reino árabe, pois foi o quarto a sair do império da Grécia.

Porém, a profecia tocante' aos dez reis ou chifres e do “pequeno chifre” que sai dentre eles, ainda não se cumpriu, mas, ambos sairão do reino árabe, se esse for realmente o quarto reino.

A teoria de que o reino grego dividiu-se em quatro, inferiores a esse, imediatamente após a morte de Alexandre o

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Grande, tem se generalizado. Seriam eles: Egito, Síria, Macedônia e Ásia M enor. Mesmo se esta explicação for a correta, a interpretação profética em relação à procedência do “pequeno chifre” ou anticristo, seguiria sendo a mesma. Segundo Daniel capítulo oito, o “pequeno chifre” teria que surgir de um desses quatro reinos, ou divisões do reino da Grécia. Ou seja, o anticristo viria a ser alguém procedente de um dos quatro reinos mencionados. Portanto, podemos descartar a possibilidade de que a procedência do pequeno chifre ou anticristo seja do império romano ou seus derivados. Em outras palavras, o pequeno chifre, conforme à palavra profética de Daniel capítulo oito, deverá ser um egípcio, sírio, macedônio ou turco (Ásia Menor).

Também teríamos de reconhecer que as dez nações que darão poder e autoridade ao anticristo deverão pertencer, geograficamente falando, às regiões anteriormente mencionadas. Seria altamente provável, então, que as dez nações surgirão do mundo árabe e não do Mercado Comum Europeu.

O apóstolo João no livro do Apocalipse oferece-nos uma série de dados em relação à profecia de Daniel, completando a engrenagem do andamento profético em relação a este tema e achando a peça chave para completar este quebra-cabeças. Em Ap 13.1 diz: “...e vi subir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças...” Os dez chifres voltam a aparecer. Apocalipse 17.12 dá-nos a explicação: são dez reis; a mesma explicação de Daniel. Ap 17.10 mostra que as sete cabeças “são também sete reis; cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo. E a besta, que era e já não é, é ela também o oitavo (rei), e é dos sete...” A besta é o oitavo reino e os dez chifres pertencem ou estão aderidos à besta, não às cabeças. Por esse motivo, os dez chifres serão dez reis que estarão unidos ao oitavo reino que é a besta e é, em ordem cronológica, o último reino. Quais seriam os sete reinos restantes?

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Para podermos decifrar quais são esses reinos, devemos combinar ambas as profecias, a de João e a de Daniel, pois estão interligadas devido aos muitos detalhes análogos entre ambas. A profecia dada a Daniel começa a contar desde o império Medo- Persa, em relação aos dez chifres e o “pequeno chifre”. Não podemos começar a contar desde o império babilónico, que foi anterior ao Medo-Persa, porque estaríamos contrariando a explicação bíblica. Já temos falado e recalcado que a profecia do capítulo 2 de Daniel em relação aos quatro reinos da imagem de Nabucodonosor, não faz parte das profecias de Daniel 7 e 8; e não devemos misturá-las. No entanto, João inclui o reino romano na sua profecia das sete cabeças da besta.

A profecia dada a Daniel, começa com a visão de um carneiro, o qual representa o império Medo-Persa (Dn 8.20). Logo vê um bode, que representa o império da Grécia (Dn 8.21). Desse último, sairiam quatro reinos. No tempo em que João escreveu essa profecia, três desses quatro reinos haviam já passado. Foram eles: Egito, Selêucia e Macedônia.

Estava no poder nessa época o império romano, é por esse motivo que João expressa que cinco haviam já caído, ou seja, o Medo-Persa, a Grécia, o Egito, a Selêucia e a Macedônia. A expressão “e um existe” viria a ser o império romano, pois naquele instante, era o governo que regia, e João refere-se a ele no tempo presente. Seriam, portanto, seis os reinos contados, e João declara que o outro, ou seja, o sétimo, ainda não tinha vindo. Esse sétimo seria o império árabe, que foi o quarto saído do reino da Grécia, o qual teve início no ano 632 d.C.; em outras palavras, mais de 500 anos depois de ter escrito o Apocalipse.

João declara ainda que, a besta seria o oitavo reino. Esse terá dez reis que entregarão seu poder e autoridade ao anticristo (Ap 17.13 e 13.2). O quarto reino de Daniel 7 é o sétimo de Ap 13, que seria o império árabe. Dali sairão os dez reis e o pequeno

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chifre que formarão o oitavo reino.Finalmente, Joio acrescenta que a besta “foi e já não é”

(Ap 17.8); e que além de ser o oitavo reino, é também um dos sete anteriores. Em outras palavras, foi um dos reinos que existiram antes do tempo de João, não é o reino que estava no poder nos dias de João, e voltará a levantar-se para assim converter-se no oitavo reino.

Tudo isto leva-nos, sem dúvida alguma, a excluir o império romano de ser o oitavo reino ou o do anticristo. Se acrescentarmos aos dados anteriores que o reino do anticristo deverá localizar-se ao norte de Israel, poderíamos deduzir que o reino citado é o reino de Seleuco (Síria), que era composto principalmente dos territórios que ocupavam naquele então, e nos dias atuais ocupam os países árabes. Devemos recalcar o fato de que o império de Seleuco antes de João, veio a ser o eixo central que deu origem ao império árabe no ano de 632 d.C. Dessa forma, os povos árabes confirmam o que foi expresso profeticamente por João: “Foi e já não é”. A expressão “E será” tem uma dupla conotação: seria o império árabe, que surgiu depois dos tempos de João, e que se constituiu no quarto reino que saíra do reino da Grécia, e chegaria a ser o oitavo reino, que por sua vez sairia do quarto reino procedente da Grécia.

As sete cabeças da besta de Ap 13.1-10 não tinham diademas (coroas), mas os dez chifres sim. Porém, quando o dragão é descrito como tendo sete cabeças, em Ap 12.4, essas sim, tinham diademas. Isso significa que os sete reinos representados pelas sete cabeças do dragão terão lugar durante o domínio de satanás. Mas, os dez reis que darão o seu respaldo à besta, ou anticristo, reinarão no tempo quando o dragão der o seu poder, trono e grande autoridade à besta. Em outras palavras, quando satanás se afastar para dar lugar ao regime do anticristo, formando assim, o oitavo reino com o anticristo à sua frente. Será realmente um triunvirato: a besta, o dragão e o falso profeta;

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mais dez reis adicionais alinhados com a besta.Em Ap 13.2 aparece um outro detalhe que nos mostra

que as profecias de Daniel e as do Apocalipse, relacionadas ao anticristo, estão intimamente ligadas. Diz assim o versículo: “E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés, como os de urso, e a sua boca, como a de leão”. A descrição dos três primeiros animais ou reinos do cap. 7 de Daniel é idêntica a esta: A primeira era como leão, a segunda semelhante a um urso, e a terceira semelhante a um leopardo. João viu uma só besta composta de três partes: leopardo, urso e leão, que são as mesmas três figuras de Daniel, as quais representam três dos quatro reinos saídos da Grécia. Isso demonstra que a besta de João é uma combinação dos três reinos aludidos por Daniel. Se os três primeiros animais de Daniel 7 são três dos quatro reinos ou “chifres” do capítulo 8 de Daniel, então a besta de Apocalipse 13.1-10 será uma mistura dos três reinos saídos da Grécia: Egito, Selêucia e Mecedônia. Portanto, de um desses o anticristo sairá.

Sendo assim, existe a possibilidade de que o anticristo seja um árabe muçulmano. O enfoque principal em nossos dias é para com o Mercado Com um Europeu como sendo o eixo do cumprimento profético. Muitos não têm levado em conta a base profética que temos visto através deste escrito. Não esqueçamos que o povo árabe também está procurando há muito tempo alinhar- se política e religiosamente. Já o fizeram no tempo de Maomé, e poderão voltar a faze-lo. A liga das nações árabes começou a organizar-se a partir de 1945, fazendo parte dela, naquele então, os seguintes estados islâmicos: Egito, Síria, Líbano, Iraque, Jordânia, Arábia Saudita, Iêmen, Argélia, Líbia, Marrocos, Sudão e Tunísia. E uma união com um forte sentimento de solidariedade. Acredita- se que na atualidade existem mais de 1,5 bilhão de muçulmanos.

As perspectivas mundiais da hegemonia voltam-se para a Europa e os EUA, mas a profecia bíblica mostra o contrário:

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“Porque os meus pensamentos não slo os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor” (Is 55.8).

Um exemplo dos erros comuns na igreja dos nossos dias em relação ao que irá acontecer no tempo do reinado do anticristo, é a afirmação de que a moeda oficial que o mesmo usará, será o euro. O euro é uma moeda que circulará brevemente no Mercado Comum Europeu, mas, a Bíblia não indica que o anticristo utilizará alguma moeda. A profecia é m uito clara. P or favor, não tergiversemos seu sentido. Em Ap 13.16,17 diz sobre o falso profeta: “e faz que a todos...lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver- o sinal ou o nome da besta, ou o número do seu nome”. O sistema comercial, financeiro ou econômico, ou como quisermos chamá-lo, que a besta imporá, não estará baseado em um sistema como o que nós conhecemos agora. Não haverá dinheiro circulando palas ruas, nem dólares e nem euro. Será um sistema diferente, no qual, para qualquer transação será utilizada a marca do anticristo. Mas, pelo fato de termos a idéia preconcebida de que o Mercado Comum Europeu será o reino do anticristo, por isso cometemos esse erro.

Em Daniel 9.24-27 encontramos o relato das setenta semanas de anos proféticas. Por serem semanas de anos, formam um total de 490 anos. Cada semana possui sete anos. O versículo 25 dá-nos o ponto de partida para começarmos a contagem do tempo: Seria “desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém”. A partir desse momento até a vinda do messias passaram-se sete semanas e outras sessenta e duas, num total de setenta e nove semanas, equivalentes a 483 anos. Voltaria a edificar os muros e a praça de Jerusalém, o que aconteceu nas primeiras sete semanas. Ao finalizar a semana número 69, a vida do messias seria tirada. E assim aconteceu. Só restaria uma semana adicional, a de número setenta. Em outras palavras, ficariam sete anos para

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que findasse o tempo da profecia. Ao acabar essa última semana de anos, a prevaricação e o pecado chegariam ao fim, a iniquidade seria expiada, a justiça perdurável chegaria, a visão e a profecia seriam seladas, e o Santo dos santos seria ungido. Nada disso teve o seu cumprimento ainda. Todos sabemos que desde a morte de Cristo até os tempos atuais, passaram-se mais de sete anos e ainda não vimos cumprir-se essa profecia. A única explicação aceitável é que a semana número setenta está reservada para cumprir-se no fim dos tempos:

O profeta m ostra-nos detalhadam ente o que há de acontecer depois da semana sessenta e nove e durante a semana número setenta. Assim diz Daniel: “E o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário; e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações. E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador”.

GRAFICO N9 6PROFECIA DAS 70 SEMANAS (Dn 9.24-27)

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Observemos que é “o povo” de um príncipe que há de vir o que destruirá a cidade (Jerusalém) e o santuário. Significa que, é provável que quando Jerusalém e o santuário forem destruídos “o príncipe que há de vir” não esteja ainda no poder. A mencionada destruição provocará uma guerra que findará com uma inundação (muitos exércitos), e grande será a mortandade até o fim da guerra.

A disputa pela cidade de Jerusalém é a chave dentro do marco profético. A destruição de Jerusalém e do santuário, resultará numa invasão a Israel, como a descrita em Ezequiel 38 e 39.

Por outra semana, sete anos, o “príncipe que há de vir” confirmará o pacto com muitos povos, que inclui Israel, que é o centro da profecia, e o povo do “príncipe que há de vir”. Os sete anos da confirmação do pacto pertencem à semana número setenta da profecia, que começará no momento da confirmação desse concerto entre muitas nações, tendo como figura principal o “príncipe que há de vir”. Confirmar significa corroborar, revalidar o aprovado previamente; é o ato de administrar autenticidade e veracidade a um acordo anteriormente estabelecido. Por isso, o “príncipe que há de vir” revalidará o pacto previamente acordado por sete anos adicionais. Em outras palavras, honrará o convênio antes estabelecido entre seu povo e as partes afetadas. Mas, a destruição de Jerusalém será antes da confirmação do pacto.

Na metade da semana, ou seja, aos três anos e meio da confirmação do pacto, fará cessar o sacrifício e a oferta. Isso significa que proibirá a observação da prática da religião judaica. O culto judeu consiste numa série de sacrifícios e ofertas que o povo apresenta diante de Deus. Fará cessar todo tipo de manifestação religiosa de forma obrigatória. Será algo semelhante ao imposto por N abucodonosor nos tem pos do dom ínio do im pério babilónico relatado no capítulo três do livro de Daniel. Tudo isso coincide com o que o apóstolo Paulo profetizou em 2 Ts 2.4, referente ao “homem do pecado”, o “filho de perdição”. Diz

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assim: “o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora”. Esse “homem de pecado” ou “filho de perdição” é o mesmo a quem Daniel chama “um príncipe que há de vir”. O apóstolo Paulo expressa-se de forma mais abrangente, dizendo que a oposição religiosa que o “homem de pecado” mostrará, não se limitará única e exclusivamente aos judeus, mas a todo tipo de manifestação religiosa.

João também faz menção a isso, quando nos diz que o falso profeta ordenará aos moradores da terra que façam uma imagem à besta e “lhe foi permitido dar espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta” (Apl3.14,15). Não permitirá a ninguém adorar a outro deus que não seja a besta ou sua imagem. Quem infringir tal decreto, será condenado à morte.

A narração profética prossegue dizendo que depois da proibição do sacrifício e da oferta, virá “o assolador”, até que venha a consumação, e o que está determinado se derrame sobre “o assolador”. Na sua exposição profética, Daniel está mostrando, em forma não explícita, que há dois personagens envolvidos no caso. Um é chamado de “um príncipe que há de vir” e o outro de “o assolador”. O primeiro confirmará um pacto por sete anos com muitos, o que nos leva a pensar que “o príncipe que há de vir” estará operando no começo dos últimos sete anos da profecia. Mas, diz que depois que o “príncipe que há de vir” fizer cessar o sacrifício e a oferta na metade da semana, então aparecerá o “assolador”. Em outras palavras, “o assolador” virá quando restarem três anos e meio dos últimos sete. Isso mostra uma harmonia perfeita com o revelado em Apocalipse 13.5, onde diz que “à besta” ser-lhe-á dada autoridade para atuar quarenta e dois meses, equivalentes a três anos e meio. E essa besta reinará pelos últimos três anos e meio dos sete anos, pois Ap 19.19 afirma que

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enfrentará a Cristo na sua segunda vinda, e tal evento acontecerá no final da grande tribulação.

Daniel 12.11 ajuda-nos a entender melhor o assunto. Mas, para isso usemos a versão em inglês da “The Kings James Version”. A referência diz: “And from the time that the daily sacrifice shall be taken away, and the abomination that maketh desolate set up, there shall be a thousand two hundred and ninety days”. Traduzindo literalmente seria: “Desde o tempo em que o sacrifício contínuo for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá mil e duzentos e noventa dias” Quer dizer, a proibição aos judeus e a colocação da “abominação desoladora” pelo “assolador” serão praticamente simultâneos. E depois que isto acontecer passarão mil duzentos e noventa dias, ou seja, três anos e meio mais trinta dias adicionais. O versículo 12 acrescenta: “Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias”, que somarão quarenta e cinco dias adicionais aos mil duzentos e noventa dias. Somados aos trinta anteriores, totalizam setenta e cinco dias que haverá posteriormente aos últimos sete anos. Talvez seja o tempo para o juízo dos galardões (Ap 22.12), a repartição da herança dos santos (Dn 12.13), e o juízo das nações (J1 3.12; Ap 20.4). “O assolador” tomará as rédeas do poder gentio no segundo período de três anos e meio da última semana. E também “aquele iníquo” que 2 Ts2.8 menciona. Será, possivelmente, uma manifestação demoníaca à qual todos os moradores da terra adorarão, cujos nomes não estiverem escritos no livro da vida (Apl3.8). A abominação desoladora não é o assolador em si, mas parece ser a imagem que João menciona em Ap 13.14,15, que dará ordens de matar todo aquele que não a adorar. E a essa imagem que Jesus se refere em Mt 24.15, quando diz: “...quando, pois, virdes que a abominação da desolação...”. E depois de tudo isto vira a consumação, e o que esta determinado será derramado sobre o assolador. O que será derramado João descreve perfeitamente no Apocalipse: A ira de Deus.

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Sendo assim, a semana número setenta da profecia ficará dividida em duas partes de três anos e meio. Durante a primeira metade reinará “o príncipe que há de vir” e durante a segunda, o “assolador”, o demônio anticristo.

Com quem Israel fará aliança? Será com o povo árabe? Em 1993, numa cerimônia em Washington, D.C. representantes de Israel e da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) assinaram um tratado de paz para pôr fim aos quarenta e cinco anos de confrontos e violência entre a OLP e Israel. Israel entregou aos palestinos a Faixa de Gaza e a cidade de Jericó. Esse acordo foi considerado como o primeiro passo para a transferência do poder nas terras ocupadas pelos israelitas. Pela primeira vez na história, Israel reconheceu a OLP como a organização representante dos interesses palestinos.

Em 1995 registrou-se outro tratado de paz entre Israel e a OLP. Israel tem cedido territórios ocupados na guerra dos sete dias, em 1967. A “margem ocidental” do rio Jordão e outras cidades, passaram a ser dos palestinos.

Ainda existe uma grande rivalidade entre árabes e israelitas em relação ao controle da cidade de Jerusalém. É de se esperar que a qualquer momento os palestinos lancem uma ofensiva para obter o controle da cidade santa, e para o cumprimento da profecia, destruirão a cidade e o lugar do santuário. Até agora, não lhes foi possível, mas quando chegar o momento determinado por Deus, a cidade será invadida pelos árabes palestinos.

Então, surgirá um pacto entre “o príncipe que há de vir” e Israel, junto a outras nações que intervirão no assunto, por tratar- se de um tema de interesse internacional, para assim estabelecer a paz no conflito do Oriente Médio. O pacto será por sete anos, mas, na metade desses sete anos, “o príncipe que há de vir” lançará uma segunda ofensiva militar com o propósito de acabar de vez com o estado de Israel. Engrandecer-se-á ainda contra o príncipe

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dos exércitos de Israel (o chefe das milícias), tirará o contínuo sacrifício e o lugar do santuário será pisoteado (Dn 8.11).

Quanto tempo durará essa situação? Dois mil e trezentos dias (Dn 8.14). Tudo o que diz respeito à visão de Daniel, a partir do dia em que o povo de um “príncipe que há de vir” invadir e destruir Jerusalém e o lugar do santuário, assinando o pacto por sete anos por motivo dessa invasão, passarão dois mil e trezentos dias. A primeira ofensiva m ilitar e o pacto, ao que parece acontecerão num lapso de tempo muito breve.

Dos sete anos da semana número setenta que somam dois mil quinhentos e vinte dias, o povo do “príncipe que há de vir” terá domínio da cidade e do lugar do santuário por dois mil e trezentos dias, restando portanto, duzentos e vinte dias para completar-se a semana ou os sete anos. Os duzentos e vinte dias eqüivalem a sete meses e dez dias. Talvez, esse seja o tempo que durará o derramamento da ira de Deus sobre a besta e suas tropas. Logo após os dois mil e trezentos dias, em que Deus permitirá a última invasão dos exércitos gentios sobre Jerusalém, começará a intervenção de Deus, tendo como resultado a expulsão dos invasores de Jerusalém e a eventual destruição de todas as tropas invasoras junto com o “assolador” (a besta ou anticristo). “Mas será quebrantado, ainda que não por mão humana” (Dn 8.25). Essa será a consumação, o fim do domínio gentio sobre Israel, para assim dar lugar ao reino messiânico.

O capítulo onze de Daniel, mostra-nos alguns dados que devemos recalcar: Não entraremos na discussão minuciosa do mesmo, mas somente salientaremos que a narrativa profética desse capítulo começa a partir do reino Medo-Persa, mostrando uma série de eventos proféticos até chegar à descrição do personagem que Daniel chama de “um homem desprezível “. Podemos identificá-lo como o anticristo, pelas coisas que fará, e pelo fim que terá. A seguir, e como conseqüência dos acontecimentos do

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capítulo onze, o capítulo doze começa indicando o “tempo da angústia,” ou o período da grande tribulação para os judeus, que serão os últimos três anos e meio. Fora isso, mencionam-se as ressurreições, o retorno de Israel à sua terra e o período da angústia, que durará tempo, tempos e a metade de um tempo; por último, o tempo determinado depois que o contínuo sacrifício for tirado e for colocada a abominação desoladora.

Vemos que sempre Daniel estabelece o reino Medo-Persa como ponto de partida para começar a contar a ordem dos acontecimentos, até chegar ao tempo do fim. De modo que, o caminho para chegar ao desfecho final, começa com o reino Medo- Persa, como vimos anteriormente.

Já analisamos alguns versículos do Apocalipse e sua relação com outros textos bíblicos que fazem menção do tema do anticristo. O termo utilizado por João para referir-se a esse personagem é “a besta”. Em algumas ocasiões, o apóstolo usa esse termo para mostrar o reino do anticristo e em outras, o próprio anticristo. Sua maior descrição encontra-se em Ap 13.1-10 e em outras passagens.

O primeiro detalhe que João mostra sobre “a besta” é que “sobe do mar”, ou seja, emerge das profundidades. Ap 11.7 e 17.8 diz que ela “sobe do abismo”. Ambas as expressões sugerem o mesmo. O abismo, biblicamente falando significa o inferno, o mundo de baixo. Tanto Pedro como Judas, em sua epístolas falam do inferno como o lugar onde estão prisioneiros os anjos caídos que não guardaram sua própria dignidade e rebelaram-se contra Deus. São prisões de escuridão, onde Deus lançou-os para reservá- los até o dia do juízo final (2 Pe 2.4 e Jd 6). Quando Jesus expulsou os demônios do gadareno, eles suplicaram que não os enviasse para o abismo (Lc 8.31). Em Ap 9.1-11 fala-se do abismo como o lugar de onde sairão muitos demônios (gafanhotos) para atormentar aos homens durante a grande tribulação. Será a execução do juízo da quinta trombeta.

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Por esse motivo, “a besta que sobe do abismo” deve ser um demônio. Ap 16.13 fortalece essa idéia, pois João indica: “da boca do dragão (o diabo), e da boca da besta (o anticristo) e da boca do falso profeta, vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs, porque são espíritos de demônios...” É o mesmo “espírito do anticristo” que João menciona em suas epístolas (1 Jo 4.3).

João continua, dizendo que a besta “tinha sete cabeças e dez chifres, e em seus chifres dez diademas”. Já dissemos anteriormente que as sete cabeças são os sete reinos: o medo-persa, o grego, o macedônio, Egito, Selêucia, Roma e o árabe; sendo o oitavo a própria besta: o reino do anticristo, e um dos primeiros cinco, possivelmente o Seleuco. Os dez chifres são dez reis que irão reinar junto com a besta.

Sobre suas cabeças havia um nome blasfemo. Nenhum desses reinos era ou pertencia a Deus, pois só o reino que Cristo fundou na terra é reconhecido pelo mesmo Deus como o reino de Deus.

O versículo 2 fala-nos do reino da besta, que será uma combinação dos três primeiros reinos da visão do capítulo sete de Daniel. Fora isso, o dragão (o diabo) cederá o trono do poder à besta rei.

O versículo três do capítulo doze, indica um dado que é um mistério. João diz que viu uma das sete cabeças como ferida de morte, mas essa ferida de morte tinha sarado, causando espanto a todos os moradores da terra. Devemos parar e pensar: João refere-se à cabeça que simboliza um reino, ou ao seu rei? Se for ao reino, significa que ressurgirá um dos antigos reinos, no tempo final. Isso é bem improvável, pois é difícil conceber a idéia de que o mesmo reino da Grécia do passado, por exemplo, voltasse a existir com todas as características anteriores. Por outro lado, João pode estar se referindo ao rei desse reino, que simboliza uma das cabeças. Já demonstramos que o reino da besta é um dos

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representados. Então, João poderia estar falando da besta rei, ou seja, o anticristo.

Em nossos dias, não é motivo de admiração que um homem seja ferido mortalmente e fique curado. Mas, se a ferida provocar a morte e a pessoa voltar à vida, isso sim, seria causa de espanto, ainda mais, se tal pessoa estivesse morta, por exemplo, há três dias, como esteve Cristo, e ao terceiro dia se apresentar perante todo o mundo, depois de o seu cadáver ter sido exibido através da TV via satélite em toda terra. Isso não é de se estranhar. Paulo expressa claramente em 2 Ts 2.9-11 que o seu advento será por “obra de satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios da mentira, para que creiam na mentira...” Simularia talvez, uma ressurreição proclamando que ressuscitou dentre os mortos, mas, na verdade, seria um engano. Provavelmente, será uma possessão demoníaca, um demônio, o espírito do anticristo se possuiria o cadáver simulando uma ressurreição. Deus mesmo permitirá isso, para que sejam condenados todos aqueles que não creram que Cristo é a verdadeira ressurreição e a vida.

O versículo quatro do capítulo 13 acrescenta: “E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?” Para que o mundo inteiro adore à besta, terá ela de fazer uma obra sobrenatural, de grande impacto, do contrário, ninguém a adorará. Mas, ao mostrar que “ressuscitou”, poderá então, assentar-se no templo de Deus, como tal, fazendo-se passar por Deus (2 Ts 2.4). Ap 13.8 diz: “E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro...” Ninguém adora a alguém pelo simples fato de que foi ferido gravemente e sobreviveu, mas, se alguém se levantar dentre os mortos proclamando que venceu a morte, a esse sim, exaltarão. Ainda mais, se demostrar que venceu a morte, dirão: “Quem poderá vence-lo? Se a própria morte não pôde segurá-lo, ninguém

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poderá lutar contra ele”. Será o maior engano jamais introduzido na humanidade: um demônio sendo objeto de adoração e sendo reconhecido como deus.

O versículo 14 do capítulo 13 diz que, o falso profeta ordenará às pessoas “que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida de espada e vivia”. Em outras palavras: recebeu uma ferida que lhe causou a morte e “ressuscitou”. Essa afirmação mostra- nos que o falso profeta será um líder religioso, que praticará a idolatria, desejando a veneração imagens. Assim como o papa de Roma, um líder budista, um hindu, ou algo semelhante.

No v.5 a narrativa continua: “E foi-lhe dada uma boca para grandes coisas e blasfêmias... e abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar de seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu”. O que na realidade foi-lhe concedido, é um corpo humano, pois tinha uma boca, para servir ao demônio da besta como instrumento, manifestando-se ao mundo, e com essa boca, poder maldizer e negar ao verdadeiro Deus e ao Filho. Negará portanto, ao Pai e ao Filho.

João é enfático e repetitivo em relação ao detalhe da ferida mortal que é curada, mencionando-o também no versículo 12. O apóstolo quer mostrar que esse detalhe é muito significativo, por isso menciona-o em vários versículos.

O falso profeta, como participante dessa zombaria, ordenará que todos os moradores da terra adorem ao dragão, à besta e à imagem da besta. Com os seus feitiços fará com que outro demônio fale através da imagem da besta, o qual dará ordens de matar todo aquele que não adorar. A referida imagem deve ser a “abominação desoladora”. Mais um prodígio: uma imagem que fala! O falso profeta também obrigará a todos os homens que sejam marcados com a marca ou com o nome da besta, na mão direita ou na testa.

O diabo sempre quis imitar a Deus. Deus sela ao seus com

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o selo do Espírito Santo. Ele os selará com a marca da besta. O ministério do Cordeiro de Deus na terra durou três anos e meio. O do anticristo, a besta de satanás, também (Ap 13.5). Jesus venceu e assentou-se com o Pai no seu trono (Ap 321). Satanás dará o seu trono e grande autoridade à besta (Ap 13.2). Jesus era humano e divino. A besta poderá ser uma possessão demoníaca, tendo um corpo humano. Será humano e demônio. A Cristo foi-lhe dada autoridade contra os demônios para que se lhe sujeitassem. A besta foi-lhe dada autoridade contra os santos para assim vencê-los (Ap 13.7). A Cristo, o Pai deu-lhe “toda potestade”. A besta, o diabo lhe dará grande autoridade. Os profetas verdadeiros induzem os crentes a adorarem ao Pai, ao Espírito Santo e a Cristo, o qual é a imagem do Deus invisível (Cl 1.15). O falso profeta fará com que os perdidos adorem ao dragão, à besta e à imagem da besta. Cristo padeceu a morte, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia. O anticristo será úm homem que será-morto, logo um demônio possuirá o seu corpo, provavelmente ao terceiro dia, e simulará uma ressurreição. O Espírito de Deus estava sobre Cristo. O espírito do anticristo estará sobre a besta em form a de possessão demoníaca. Cristo voltará à terra montado sobre um cavalo branco (Ap 19.11). O anticristo também fará a sua aparição montado sobre um cavalo branco (Ap 6.2). Mas, diferente de Cristo, a besta sobe do abismo, Cristo desce do céu. Cristo tem uma esposa que é a igreja, o anticristo terá uma esposa que é a grande prostituta (Ap 17.1-6). Cristo é simbolizado por meio de um Cordeiro, o anticristo por meio da besta. Cristo proíbe a adoração a imagens ou esculturas, a besta permitirá ao falso profeta induzir os moradores da terra a lhe fazerem uma imagem (Ap 13.14). Cristo tem uma cidade amada: a Jerusalém celestial (Ap 3.12), o anticristo terá ao seu serviço, a Babilônia, a grande cidade (Ap 14.8). Os que são de Cristo beberão com Ele vinho novo no reino do Pai (Mt 26.29), os que adorarem à besta ou à sua imagem, e receberem a marca em sua testa ou na

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sua mão, beberão também do vinho da ira de Deus (Ap 14.10). Cristo foi exaltado soberanamente (Fp 2.9); o anticristo será lançado ao mais profundo: ao lago de fogo e enxofre (Ap 19.20). Ambos se enfrentarão no grande combate dos séculos: a batalha do Armagedom. Cristo será o vencedor; a besta cairá vencida. (Ap 19.19-21).

“Eu sou o Alfa e o Omega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso (Ap 1.8).

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Epílogo

Todos os acontecimentos mundiais da última mostram- nos que a vinda de Cristo está próxima. A noite avança, enquanto que o dia se aproxima. A Bíblia registra uma série de fatos proféticos que mostrariam o fim dos tempos do governo humano, para da lugar ao Soberano dos reis da terra: Cristo Jesus e o estabelecimento terrenal do Seu reino messiânico. Seria negligência da nossa parte como crentes, se não indagássemos todas as coisas concernentes à época profética em que vivemos. É por isso que este livro foi escrito. Minha maior preocupação sempre foi pensar no fato que podermos errar em relação à percepção dos fatos proféticos e o seu cumprimento.

Apesar de não me considerar uma pessoa idônea para escrever um livro, perante a persistente apatia e indiferença que tenho observado no povo de Deus para investigar diversos pontos de vista referentes à possível explicação de como e quando acontecerão todas esses sinais, senti-me motivado em fazê-lo.

O fim e propósito primordiais para a realização desta obra é, alertar, precisamente, ao povo cristão evangélico sobre a possibilidade de que as interpretações atuais em relação ao cumprimento de eventos proféticos nas Escrituras, da forma que foram concebidas, poderiam ser incorretas.

Somente Cristo supera ao anticristo em relação aos numerosos dados bíblicos proféticos acerca da sua manifestação. De nenhum outro personagem bíblico há uma quantidade tão grande de referências como deste filho das trevas. Deve ser motivo de preocupação, a triste realidade de que quando Cristo veio à terra, apesar de tantas referências proféticas que existiam ao seu respeito, seu cumprimento passou desapercebido, ainda entre os que o esperavam. Não poderia acontecer conosco o mesmo? Se

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Deus tem dado tanta preeminência a tais assuntos, não deveríamos nós fazer o mesmo? O Senhor quer que saibamos tudo referente a este tema, porque nos convém, com certeza. Quando essas coisas começarem a acontecer, servirão de estímulo para sustentar-nos firmes e não vacilar diante do que se aproxima. Saber de antemão que um furacão se aproxima, leva-nos a estarmos preparados e assim não sofreremos os estragos .que sofrerá aquele que não se apercebeu, tomando as devidas medidas preventivas.

Israel, o povo de Deus, tinha uma perspectiva segundo o seu entendimento profético: que o Messias prometido manifestar- se-ia como um poderoso guerreiro invisível. De certa forma, não erraram em sua percepção. Só erraram referente ao tempo quando isso haveria de acontecer, pois será na Sua segunda vinda à terra, cumprindo-se assim, o que Israel esperava e ainda espera que aconteça. Então verão ao Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e grande glória; e submeterá a todos seus inimigos por estrado dos seus pés. Um só erro de cálculo foi o suficiente para ocasionar um enorme desastre.

Até algum tempo atrás, eu cria e ensinava o que tinha aprendido por meio de mestres e livros, de que o arrebatamento da igreja seria antes da grande tribulação, que a igreja não veria a manifestação do anticristo e que as dez nações que lhe darão sua autoridade seriam do Mercado Comum Europeu, o império romano restaurado. Era muito convincente a explicação de que a igreja não passaria pela grande tribulação e que somente os judeus estavam predestinados a padecer as duras experiências do fim dos tempos, devido ao seu endurecimento. Fora isso, pensava eu que os autores dessas interpretações proféticas eram pessoas tão bem preparadas e capacitadas, que poderia considerá-las como fonte de total credibilidade, e eles, é claro, como todo intérprete, estavam certos em relação às suas explicações. Pensava comigo mesmo, quem era eu para desconfiar desses sábios. Sei que é difícil crer em

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algo que contradiz o que a grande maioria por muitos anos tem aceitado como sedo o correto.

Contudo, sempre houve em mim um certo grau de incompreensão e dúvida referente às interpretações de porções escriturais que não harmonizavam com o estabelecido. Portanto, propus no meu coração, investigar pessoalmente tudo o que se relaciona à temática da grande tribulação, do arrebatamento, do anticristo, etc., e a sua relação com a igreja, sempre procurando remediar preconceitos e prejuízos adquiridos através de ensinos que dia a dia são introduzidos nos institutos, seminários e ainda, nas próprias igrejas. Sabia que devia buscar a direção do Espírito Santo, pois é Ele quem nos guia a toda a verdade. Quão grande foi a minha surpresa ao perceber que existe uma maior base bíblica para respaldar a idéia de que a igreja será arrebatada no meio de grande tribulação, e que o anticristo e os dez reis que reinarão com ele, não sairão do Mercado Comum Europeu! Os livros ajudam, mas a única fonte infalível e inspirada por Deus, é a Bíblia.

Existem evidências históricas de que ainda nas esferas da sabedoria humana, muitos são os eruditos que têm errado. Um dos fatos históricos mais marcantes, foi a crença antiga de que o mundo era plano. Hoje, para nós seria ridículo que alguém pensasse assim, mas o certo é que durante séculos e séculos toda a humanidade estava convencida de que a terra era plana. E se alguém se atrevesse a dizer o contrário, teria que sofrer as conseqüências. O mesmo aconteceu com a crença de que a terra era o centro do universo, e tudo girava em torno dela. Todos os que creram nisso, erraram. Que ironia! Quando alguém começou a dizer que não era dessa forma, foi catalogado como um lunático, mas, o tempo e o avanço da ciência e da tecnologia confirmaram que o que aquele suposto lunático dizia, estava correto.

Mas, muitos dirão que em relação aos temas bíblicos não é assim, pois a igreja possui o Espírito Santo, que se encarrega de

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revelar-nos a verdade. Mas, sabe de uma coisa, amado leitor? Daniel tinha o espírito dos deuses santos (Dn 4.9; 5.11,12) e foi- lhe dada a profecia relacionada aos acontecimentos vindouros e aos do fim dos tempos, junto com a sua interpretação...e mesmo assim, não entendeu. A João foi-lhe revelado por completo o livro do Apocalipse. Era ele um crente cheio do Espírito Santo, mas não entendeu. Paulo, o apóstolo dos gentios, demonstrou que tinha a unção do Santo. Foi-lhe mostrada grande parte da revelação divina contida no Novo Testamento, e acreditou que seria um dos que subiriam no arrebatamento da igreja...e não aconteceu assim. Incluiu-se no grupo que seria arrebatado ao céu, quando diz: “e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles...” (lTs 4.16-17). E não foi só ele, mas, toda a igreja primitiva cria também que Cristo haveria de voltar naqueles dias.

No Antigo Testamento são narrados casos de homens como Elias e Jeremias. A palavra proferida por eles era contrária à da grande maioria do povo de Deus. Foram catalogados de inimigos, traidores, perturbadores, etc. Jeremias foi humilhado, envergonhado diante de todos, encarcerado e até espancado como um malfeitor. Tudo porque suas crenças em relação ao cativeiro de Judá por mãos do rei da Babilônia, eram repugnantes perante os olhos do seu próprio povo. O próprio Jesus disse: “Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; e a uns deles matareis e crucificareis, e a outros deles açoitareis...” (Mt 23.34).

Com certeza, se em nossos dias fosse permitido apedrejar aos que pensam como eu, sem dúvida alguma, já teriam tirado as nossas vidas. Mas, existe uma outra maneira de “matar” aos que pensam diferente. Tenho sofrido na pele a rejeição do meu próprio povo. Fecharam-me todas as portas. Quase todos catalogam-me como apóstata, pelo fato de crer que a igreja passará por boa parte da grande tribulação.

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É motivo de espanto ver como a igreja tem se aferrado de form a intransigente a teorias que alguns têm levantado interpretando esses temas escatológicos. Fecharam hermeticamente a porta do raciocínio e do diálogo. Será que já estamos vivendo o cum prim ento profético que diz: “Tosquenejaram todas e adormeceram...” e não conseguem entender por que os seus olhos estão vendados?

O ser humano sempre dependeu da aceitação dos demais para sentir-se feliz. Por esse motivo, existe a tendência dentro do povo de Deus para concordar com os demais, mesmo quando não estamos convencidos de algo em particular. Muitos optam por calar-se e acompanhar a correnteza, para não sentir-se rejeitados. Essa atitude é compreensível quando a vemos de um ponto de vista humano, mas não quando temos a convicção de que é necessário agradar a Deus, antes do que aos homens.

Talvez estejamos perto da chegada do momento, quando as Escrituras afirmam: “Mas, à meia-noite, ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo! Saí-lhe a encontro! Então, todas aquelas virgens se levantaram e prepararam as suas lâmpadas”. Chegará o momento quando haverá luz suficiente para entender.

Que desilusão terão aqueles que esperavam uma coisa, e acontecerá outra! Quem dera eu estivesse errado e a igreja fosse arrebatada antes do tempo da angústia. Mas que não seja feita a minha vontade, senão a vontade do Pai que está nos céus. Amém.

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O Rev. Samuel Montanez Díaz tem se destacado com o Pastor, Evangelista e Missionário, além de Mestre de Institutos Bíblicos. Nasceu na c idade de Gurabo, Porto Rico,

Cursou seus estudos universitários no Colégio de Agricultura y Artes Mecânicas (atual RUM) da Universidad de Puerto Rico em Mayagüez, onde formou-se com o engenheiro civil.

O fim e o propósito primordial desta obra, é alertar o povo de Deus sobre a possibilidade de que as atuais interpretações em reiação ao cumprimento dos evéntos proféticos, da forma que são concebidas, podem estar erradas.

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ESPAÇO DO AUTOR

Esta publicação é criação do Pastor Samuel Montanez Díaz.

Para convites e apresentação do tema, ligar para o telefone:

00 xx 1 (787) 737.2775 ou escrever para:

Rev. Samuel Montanez Díaz RO. Box 95

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