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Uma publicação do CEPEA USP/ESALQ Av. Centenário, 1080 CEP: 13416-000 Piracicaba (SP) Tel: 19 3429.8808 - Fax: 19 3429.8829 e-mail: [email protected] IMPRESSO DEVOLUÇÃO GARANTIDA CORREIOS PARA USO DOS CORREIOS 1 Mudou-se 2 Falecido 3 Desconhecido 4 Ausente 5 Recusado 6 Não procurado 7 Endereço incompleto 8 Não existe o número 9 __________________ 10 CEP incorreto Reintegrado ao Serviço Postal em ____/____/________ Em ____/____/________ _______________________ Responsável Impresso Especial 9912227297-2009 - DR/SPI FEALQ CORREIOS

e-mail: [email protected] Tel: 19 3429.8808 - Fax: 19 3429 · na intErnEt Acesse a versão on-line da Hortifruti Brasil no site: ... ciamento correto do “dinheiro do tomate”

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2 - HORTIFRUTI BRASIL - Junho de 2010

Junho de 2010 - HORTIFRUTI BRASIL - 3

EscrEva para nós. Envie suas opiniões, críticas e sugestões para: Hortifruti Brasil - Av. Centenário, 1080 - Cep: 13416-000 - Piracicaba (SP) ou [email protected]

Venho parabenizar, em meu nome e da di-retoria da Abcsem, a revista Hortifruti Brasil pela matéria sobre o tema Alimentação Esco-lar (abril, nº 89). O assunto é interessante e importante e foi abordado de forma bastante completa, especialmente sob o aspecto da le-gislação existente. A Abcsem vê como muito apropriada a abordagem do tema. Nossos pa-rabéns à equipe,

Márcio nascimento – associação Brasileira do comércio de sementes e Mudas (abcsem)

Obrigado pelos cumprimentos, sr. Márcio! Consideramos oportuno abordar a alimenta-ção escolar e a sua importância para o setor hortifrutícola, mostrando esse segmento como mais um nicho de mercado no qual o produ-tor pode investir.

OpiniãO

alimentação escolar

Tomate 25

Melão 28

Manga 32

Citros 30

Mamão 34

Batata 24

Cebola 26

Cenoura 29

Banana 36

Uva 35

Maçã 33

Novamente, neste Especial Tomate 2010, é ressaltada a importância de um cálculo apu-rado dos riscos assumidos no empreendimen-to como base da sustentabilidade econômica do negócio do tomate. Confira nesta edição.

Os entrevistados do Fórum nesta edição, Antônio Dal Bosco e Edson Antônio Trebeschi, falam um pouco sobre a gestão em suas propriedades e também as formas de financiamento existentes em suas respectivas regiões: Caçador (SC) e Araguari (MG).

Errata:Na matéria de capa Especial Citros (edição nº 90, maio/10), o valor correto do item A (Mão-de-obra) do estudo de caso 3 (página 21) é R$ 1.208,71/ha.

FÓRUM 37

4 - HORTIFRUTI BRASIL - Junho de 2010

AO LEITOR

CAPA 06

HOrtifruti Brasil na intErnEtAcesse a versão on-line da Hortifruti Brasil no site: www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasilEntre também no blog e no twitter:

www.hortifrutibrasil.blogspot.comwww.twitter.com/hfbrasil

SEÇÕES

a reprodução dos textos publicados pela revista só será permitida com a

autorização dos editores.

expedientea Hortifruti Brasil é uma publicação do cEpEa - centro de Estudos avançados em Economia aplicada - EsalQ/usp issn: 1981-1837coordenador científico: Geraldo Sant’ Ana de Camargo BarrosEditora científica: Margarete BoteonEditores Econômicos: João Paulo Bernardes Deleo, Larissa Pagliuca e Mayra Monteiro VianaEditora Executiva: Daiana Braga MTb: 50.081Diretora financeira: Margarete BoteonJornalista responsável: Ana Paula da Silva MTb: 27.368revisão: Alessandra da Paz e Daiana Braga Equipe técnica: Aline Mariana Rodrigues, Fabrícia Basílio Resende, Fernanda Geraldini, Fernando Cappello, Gabriela Carvalho da Silva Mello, Joseana Arantes Pereira, Juliana Natália Custódio Silveira, Keila Inoue, Letícia Julião, Luana Kellen Manarim, Mayra Monteiro Viana, Manuela Silva Silveira, Marcella Moreira Menten, Margarete Boteon, Natalia Dallocca Berno, Rafael Augusto Tapetti, Richard Truppel, Ticyana Carone Banzato e Thaís Massoti Menegazzo.apoio: FEALQ - Fundação de Estudos Agrários Luiz de QueirozDiagramação Eletrônica/arte: enfase - assessoria & comunicação 19 2111-5057impressão: www.graficamundo.com.brcontato: av. centenário, 1080 - cep: 13416-000 piracicaba (sp) tel: 19 3429-8808 - fax: 19 3429-8829 [email protected] www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasilA revista Hortifruti Brasil pertence ao Cepea

ÍNDICE

COMO ADMINISTRAR O “DINHEIRO DO TOMATE”?

Neste Especial Tomate, avançamos um pouco mais na aplicação do concei-to de Gestão Sustentável no setor hor-tifrutícola. Mais uma vez, reforçamos a recomendação de que, a cada safra, o tomaticultor avalie a “saúde financeira” do seu negócio, faça um planejamento para a próxima temporada e guarde um montante em dinheiro – aplicação com alta liquidez – para situações de preju-ízos na lavoura e também para repor a infra-estrutura da propriedade.

Em situações mais difíceis, o produ-tor utilizaria a sua “poupança” feita em safras passadas, evitando ou pelo menos

diminuindo o seu grau de inadimplên-cia, o que facilitaria, inclusive, a obten-ção de dinheiro de terceiros a um custo menor para as safras seguintes. O cálcu-lo do fundo de reserva mensal para se precaver de situações de inadimplência é apresentado nesta edição, com base na análise do risco da cultura.

A “poupança” também deve ser feita para repor máquinas, implemen-tos, equipamentos, estacas e outros itens que compõem a infra-estrutura de uma propriedade. O cálculo desse fundo de reposição de patrimônio já foi discutido em edições anteriores e refere-se ao Custo Anual de Reposição do Patrimônio (CARP).

Um exemplo do cálculo da “pou-pança” necessária na tomaticultura foi apurado nesta edição para uma proprie-dade de 15 hectares com um sistema de produção e comercialização típico de safra de inverno na região de Mogi Gua-çu (SP). O resultado para esta proprieda-de é de uma poupança de R$ 158 mil para enfrentar momentos de rentabilida-de negativa. Para repor a infra-estrutura (CARP), a estimativa é de R$ 78 mil ao ano. Essa poupança deve ser formada

pelo lucro de safras bem-sucedidas.Apesar de esses valores se alte-

rarem de acordo com o risco e com a infra-estrutura de cada fazenda, a pri-meira impressão é que são elevados demais, praticamente inviáveis para a cultura do tomate. Se não for possível guardar o montante total, a recomen-dação é que, ao menos, seja poupado um valor parcial que estaria disponível em situações críticas de renda. O pro-dutor pode, inclusive, utilizar parte da poupança do CARP para amenizar os impactos do prejuízo em anos ruins. O fundamental é que o produtor incorpore na sua administração o hábito de pou-par uma parcela do lucro.

Outro aspecto importante da gestão sustentável do negócio é que o produtor saiba apurar corretamente seu lucro econômico. O saldo final de uma temporada não é lucro se deste saldo não tiver sido deduzido o CARP. É impor-tante também o produtor entenda que é prudente - mais sustentável economica-mente – investir em uma área menor ca-so ele não disponha de caixa suficiente para formar um fundo de provisão que lhe resguarde de eventuais prejuízos.

João Paulo Bernardes Deleo (esq.) e Richard Truppel são os organizadores da Matéria de Capa Especial Tomate 2010.

Junho de 2010 - HORTIFRUTI BRASIL - 5

EDITORIAL

Por João Paulo Bernardes Deleo e Richard Truppel

O vai-e-vem dos preços é uma situação típica da tomaticultura de mesa do País. Se o produtor não levar em conta esse risco, ele não consegue ter uma atividade economicamente sustentável. Em 2009, o preço do tomate ao produtor variou entre R$ 10,00/cx e R$ 44,50/cx de 23 kg, sendo que o custo médio por caixa ficou entre R$ 13,00/cx e R$ 16,50/cx. No mesmo ano, quando a Equipe Custo/Cepea estimou a rentabilidade do produtor com base nos preços médios, custos e produtividade, a lucratividade por hectare variou de um prejuízo de R$ 20.000,00 até um lucro de R$ 100.000,00.

Segundo o professor da Esalq/USP Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, coordenador científi-co do Cepea, “ser sustentável significa permanecer na atividade de forma ininterrupta, com perspecti-va de aumentar seu capital e progredir na vida.” Os preços, porém, tendem a oscilar ao longo do tempo, completa o professor. “Uma parte dessas variações é realmente imprevisível e não há o que fazer a respei-to. Já outra parte das oscilações tende a apresentar alguns padrões: em certos meses, há elevada chance de lucro e, em outros, o ganho raramente ocorre. Mesmo assim, pode ser interessante investir, pois o lucro, se houver, tende a ser realmente muito gran-de. Nesse caso, um provisionamento adequado po-de manter a sustentabilidade desejada”.

Esse comportamento é típico na tomaticultura de mesa. Assim, novamente, neste Especial Tomate da Hortifruti Brasil, ressaltamos a importância de um cálculo apurado de custos e de análise minucio-sa dos riscos assumidos no empreendimento como bases da sustentabilidade econômica do negócio do tomate. Tendo em vista justamente o elevado risco de rentabilidade da cultura e o seu alto custo

de produção, na edição nº 80 da Hortifruti Brasil (junho/2009) defendemos a importância do geren-ciamento correto do “dinheiro do tomate” como providência fundamental para minimizar o risco da atividade.

Agora, nesta edição Especial Tomate de 2010, os objetivos são aprimorar as formas de cálculo de risco e dar continuidade à adaptação do conceito de boas práticas de gestão sustentável do Cepea/Esalq-USP para o setor hortifrutícola. Repetimos a reco-mendação de que, após cada safra, o tomaticultor avalie a “saúde financeira” do seu negócio, faça um planejamento para a próxima temporada e guarde um montante em dinheiro para situações de prejuí-zos na lavoura.

Nesta edição, apresentamos como diferenciais a avaliação do risco de prejuízo da cultura por mês e a forma de estimar uma poupança adequada pa-ra enfrentar momentos de rentabilidade negativa. A proposta é correlacionar a administração financeira com o risco de prejuízo da cultura. Esta Matéria de Capa também analisa, a partir de informações coleta-das com produtores, as formas como o tomaticultor, ao longo de uma safra, administra o seu dinheiro.

A importância dessa avaliação é que, numa crise de rentabilidade, o nível de inadimplência do produtor se eleva, e ele pode perder o acesso ao crédito ou ter de pagar juros muito elevados. Ou, ainda pior: ficar sem condição de manter o nível de investimento na cultura. Em situações difíceis, o produtor utilizaria a sua “poupança” feita em sa-fras passadas, evitando ou pelo menos diminuindo o seu grau de inadimplência, o que facilitaria, in-clusive, a obtenção de dinheiro de terceiros a um custo menor.

gestão sustentÁvel

Avaliação do risco da tomaticultura é uma das bases da gestão sustentável

6 - HORTIFRUTI BRASIL - Junho de 2010

capa

Junho de 2010 - HORTIFRUTI BRASIL - 7

A tomaticultura está exposta a ameaças climá-ticas, fitossanitárias e de preços. A análise de riscos da sua rentabilidade (prejuízo/lucro), portanto, deve incorporar boa parte dessas variáveis.

Para estimar o risco de rentabilidade, trabalha-mos com intervalos de freqüência em que ocorrem prejuízo e lucro. No Especial Tomate da Hortifruti Brasil do ano passado, analisamos o risco da cultura com base no cálculo da freqüência de perda/ganho anual. Agora, detalhamos o cálculo mês a mês.

A análise mensal é mais apurada porque, na maioria das regiões, a colheita não ocorre o ano to-do, com a comercialização se limitando a uma épo-ca do ano. Além disso, o risco de prejuízo se altera ao longo dos meses do ano, mudando também o va-lor do fundo de reserva que o produtor deve guardar (“poupança”) para enfrentar tempos de crise.

A Tabela 1 apresenta a chance (probabilida-de) de prejuízo mensal na tomaticultura e também a estimativa de quanto, em média, seria o prejuízo por mês nas principais regiões produtoras de tomate de mesa. Com base nestas estimativas de prejuízo,

é possível calcular a “poupança” por pé de tomate que o produtor deveria fazer para estar protegido em momentos de crise. Os dados da Tabela 1 são esti-mativas médias; o ideal é que cada produtor calcule o seu próprio risco de prejuízo e o quanto costuma perder ou ganhar em cada mês.

O cálculo de probabilidade de lucro ou preju-ízo é feito através de uma análise da freqüência de rentabilidade em reais por hectare por mês. Para a tomaticultura de mesa, o cálculo foi feito com base na série histórica de preços, custos e produtividade médios por hectare, para o período de janeiro/2006 a abril/2010, apurada pela própria Hortifruti Brasil. Os preços e custos foram deflacionados aos valores de abril de 2010 pelo IPCA do IBGE.

Na Tabela 1, observamos que há possibilidade de prejuízos em todos os meses para a cultura do to-mate. Os meses de maior risco de prejuízo são julho e agosto, com chances acima de 40% de se obter rentabilidade negativa. Os meses de menor risco de rentabilidade negativa são março, com 11% de pro-babilidade, abril, que representa a menor risco de

1 Refere-se à probabilidade de o tomaticultor ter prejuízo em um determinado mês com base na série histórica de rentabilidade (receita bruta menos custos) estimada pela Equipe Hortifruti/Cepea. Para os meses de janeiro, fevereiro, março e abril, o cálculo abrange dados de 2006 a 2010. Para os demais meses, de 2006 a 2009. 2 O fundo de reserva para enfrentar prejuízos foi calculado através da divisão do prejuízo médio por hectare pelo número de pés de tomate por hectare, sendo considerado 11.500 pés/ha.Obs: As informações consideradas são valores médios e subestimados de prejuízo, tendo em vista que não levam em conta as ineficiências na produção e comercialização nem a inadimplência sofrida pelo produtor. Portanto, são apenas uma aproximação da realidade do tomaticultor.

Tabela 1. Risco da tomaticultura nacionalRisco de prejuízo, perda média por mês em R$/ha e reserva para safras negativas contra prejuízos (R$/pé)

QUAL É O RISCO DO TOMATE?

Font

e: C

epea

Mês

Chance de ter Quando houve prejuízo, Fundo de reserva prejuízo (%)1 foi em média de (R$/ha) R$ por pé2

JAN 26,92% R$ 4.004,38 0,35

FEV 31,11% R$ 9.330,95 0,81

MAR 11,01% R$ 3.024,48 0,26

ABR 6,06% R$ 13.981,59 1,22

MAI 13,10% R$ 7.172,57 0,62

JUN 28,92% R$ 15.991,86 1,39

JUL 40,45% R$ 9.632,64 0,84

AGO 42,05% R$ 13.350,28 1,16

SET 24,39% R$ 8.342,61 0,73

OUT 21,84% R$ 11.741,52 1,02

NOV 30,00% R$ 9.894,73 0,86

DEZ 37,10% R$ 8.206,54 0,71

8 - HORTIFRUTI BRASIL - Junho de 2010

capa

prejuízo do ano, com 6%, e, maio, com 13%.Valerá a pena submeter-se a um risco de pre-

juízo acima de 10%? A resposta deverá ser positiva se a rentabilidade possível (esperada) compensar tal exposição ao risco (Tabela 2). Isto é, caso a chance de lucro seja maior que a de prejuízo. Nesse caso, a recomendação ao produtor é que invista, mas tam-bém que faça um fundo de reserva, com base no prejuízo médio já sofrido, para superar eventual frus-tração dos resultados.

Por exemplo, em abril, é de 6% a probabilida-de de a cultura do tomate dar prejuízo e, na média dos anos em que o resultado neste mês foi negativo, o montante foi de R$ 13.981,58 por hectare. Por ou-tro lado, é de 94% a chance de se obter lucro com a atividade nesse mês.

Para que o lucro seja suficiente para a forma-ção da “reserva” e, claro, para que o produtor se exponha a esse risco, o lucro mínimo deve ser de R$ 900,00 por hectare. Para se chegar a esse valor,

multiplicamos o prejuízo estimado para o mês (R$ 13.981,59) pela probabilidade de que ele aconteça (6,1%). Em seguida, dividimos esse resultado por 93,9%, que representam as ocasiões em que se teria lucro e, portanto, poderia ser feita a reserva. Temos, então, a quantia exata de R$ 902,04, arredondada para o mínimo de R$ 900,00/ha. A chance de se ob-ter essa lucratividade em abril (R$ 900,00/hectare) é elevada, o que justificaria a reserva de R$ 13.981,58/hectare ou R$ 1,22/pé de tomate.

Os meses de março e maio também estão en-tre os mais favoráveis à criação do fundo, tendo em vista que têm as maiores chances de lucro. Por outro lado, agosto é o mês em que é mais difícil obter ca-pital para o fundo de reserva. Nesse mês, a expecta-tiva de lucro é muito próxima à chance de prejuízo (tabelas 1 e 2).

Analisando as tabelas 1 e 2 e também o ca-lendário de colheita de tomate de mesa nas princi-pais regiões produtoras (tabela 3), é possível avaliar

1 Refere-se à probabilidade de o tomaticultor ter prejuízo ou lucro em um determinado mês com base na série histórica de rentabilidade (receita bruta menos custos) estimada pela Equipe Hortifruti/Cepea. Para os meses de janeiro, fevereiro, março e abril, o cálculo abrange dados de 2006 a 2010. Para os demais meses, de 2006 a 2009. Obs: As informações consideradas são valores médios superestimados de lucratividade, tendo em vista que não levam em conta as ineficiências na produção e comercialização nem a inadimplência sofrida pelo produtor. Portanto, são apenas uma aproximação da realidade do tomaticultor.

Tabela 2. Análise da viabilidade da criação de um fundo de reserva para períodos de crise de rentabilidade do tomate

QUAL É O RISCO DO TOMATE?

Font

e: C

epea

Probabilidade de prejuízo/lucro da cultura do tomate (R$/hectare) (%)1

Lucro mínimo para Chance de ter

Chance de obter Chance de obter proporcionar a criação

prejuízo (%) lucro de até lucro acima de

do fundo (R$/ha) R$ 10 mil/ha (%) R$ 10 mil/ha (%)

JAN 1.475,30 26,92% 25,96% 47,12%

FEV 4.213,98 31,11% 20,00% 48,89%

MAR 374,16 11,01% 11,93% 77,06%

ABR 902,04 6,06% 12,12% 81,82%

MAI 1.080,80 13,10% 22,62% 64,29%

JUN 6.505,16 28,92% 12,05% 59,04%

JUL 6.542,93 40,45% 13,48% 46,07%

AGO 9.685,49 42,05% 12,50% 45,45%

SET 2.691,16 24,39% 14,63% 60,98%

OUT 3.280,72 21,84% 6,90% 71,26%

NOV 4.240,60 30,00% 15,00% 55,00%

DEZ 4.839,76 37,10% 8,06% 54,84%

Junho de 2010 - HORTIFRUTI BRASIL - 9

Legenda:

Pico de Colheita

Calendário de Colheita

Tabela 3. Calendário de colheita das principais regiões produtoras de tomate de mesa

quais delas estão mais expostas aos riscos de preju-ízo e também as que têm melhores oportunidades de lucro.

Na safra de verão, os meses de maior risco de prejuízo são dezembro e fevereiro. As melhores oportunidades de rentabilidade positiva encontram-se no final da safra: março, abril e maio, e são apro-veitadas pelas regiões que conseguem prolongar a colheita até aquele período (tabela 3).

Na safra de inverno, os meses de julho e agosto são os que apresentam maior exposição ao risco de prejuízo enquanto as melhores oportunidades de lu-cro estão no início e final daquela safra.

No geral, as regiões menos expostas ao risco são aquelas que não apresentam um calendário con-centrado de colheita em poucos meses do ano. A re-gião de Caçador (SC), Itapeva (SP) e Nova Friburgo (RJ), por exemplo, colhem boa parte da sua produção entre os meses de dezembro e fevereiro – período de maior exposição ao risco de prejuízo na safra de verão. Na safra de inverno, a região onde a rentabili-dade é mais arriscada é São José de Ubá (RJ) porque o seu pico de colheita ocorre concentrado nos meses mais críticos: julho e agosto.

Em tempos de crise de preços, os tomaticultores que não possuem um fundo de reserva (“poupança”)

Safra de Verão NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI

Caçador e Urubici (SC)

Itapeva (região sul de SP)

Venda Nova do Imigrante (ES)

Nova Friburgo (RJ)

Chapada Diamantina (BA)

Reserva (PR)

Chance de lucro e prejuízo na tomaticultura de mesa

Chance de obter prejuízo 30% 37% 27% 31% 11% 6% 13%

Chance de obter lucro 70% 63% 73% 69% 89% 94% 87%

Safra de Inverno MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Sumaré (SP)

Araguari (MG)

Sul de Minas

Pará de Minas (MG)

Mogi Guaçu (SP)

Paty do Alferes (RJ)

São José de Ubá (RJ)

Itaocara (RJ)

Norte do Paraná

Chance de lucro e prejuízo na tomaticultura de mesa

Chance de obter prejuízo 11% 6% 13% 29% 40% 42% 24% 22% 30% 37%

Chance de obter lucro 89% 94% 87% 71% 60% 58% 76% 88% 70% 63%

10 - HORTIFRUTI BRASIL - Junho de 2010

capa

Junho de 2010 - HORTIFRUTI BRASIL - 11

O ideal é que os tomaticultores avaliem o seu grau de exposição ao risco com base no seu fluxo de caixa antes de planejar o plantio. Para o cálculo apurado do fluxo de caixa, é importante uma contabilidade dos gastos e das receitas. O risco de preços é inerente à cultura do tomate e, independente da escala do produtor, todos estão expostos. A diferença é o modo como gerenciam o “dinheiro do tomate”.

Na proposta que apresentamos de que se-ja feito um fundo de reserva, tal capital deve ser provisionado de preferência em dinheiro, de fá-

cil acesso. Essa poupança equivaleria ao prejuízo médio a que determinado agricultor está exposto. Essa proteção garantiria a permanência do tomati-cultor no mercado, mesmo em situações de crise.

Nos próximos itens, calculamos o custo de produção, o custo de capital de giro e o fundo de reserva de uma fazenda típica de tomate na re-gião de Mogi Guaçu. O custo de produção desse perfil de propriedade referente à safra de 2008 foi apresentado na edição nº 80 da Hortifruti Brasil, junho/2009 (página 11). Agora, trazemos o custo atualizado da safra de inverno 2009 (página 15).

Como gerenciar o risco na cultura do tomate?

feito em safras anteriores acabam tendo problemas de

acesso ao crédito e diminuem os tratos da cultura. Isso tende a intensificar

ainda mais os prejuízos porque, além de rece-ber menos por unidade comercializada, o pro-

dutor também deve ter uma produtividade menor. Muitos acabam gerando dívidas para vencimen-

tos futuros e, não raro, acabam por ficar inadimplentes com alguns desses compromissos e, com isso, aumen-ta também a dificuldade de acesso ao crédito – se-ja por perda de credibilidade ou porque os juros são reajustados –, situações que ampliam ainda mais o prejuízo. Com pouco crédito à disposição, produto-res que entram nesse ciclo vicioso acabam buscando fontes alternativas, como parcerias com compradores de tomate. Nesses casos, o poder de negociação do tomaticultor se torna bem menor que o de um produ-tor independente.

Assim, o produtor que durante a safra não conse-guir honrar todos os seus débitos, terá sua dependên-cia de crédito do comprador aumentada, ao mesmo tempo em que diminuem ainda mais as chances de lucratividade futura, mesmo em anos de bons preços. O elevado grau de descapitalização e a dependência de crédito do comprador de tomate são mais comuns

nos produtores de pequena escala de produção e que concentram sua colheita em poucos meses do ano.

Assim, reafirmamos a recomendação de que, após uma safra, o tomaticultor avalie a sua “saúde financeira” e faça um planejamento para a próxima temporada. Geralmente, se o ano foi de elevada ren-tabilidade, a decisão do produtor é por aumento dos investimentos na própria cultura. Porém, nesse mo-mento em que o tomaticultor tem dinheiro disponível, é imprescindível que avalie os riscos de expansão do negócio. E, com dinheiro em mãos, é recomendável que ele guarde um montante para se precaver em situ-ações futuras de prejuízo. É comum um ano de boa lu-cratividade ser seguido por outro de baixa justamente por causa da ampliação na área cultivada que acarreta em queda dos preços.

O ideal é que o produtor consiga finalizar a con-tabilidade de cada safra sem acumular dívidas. Como diz o professor Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, “o produtor precavido evita os dissabores da inadim-plência. O principal dissabor é perder de imediato o acesso a todo tipo de crédito a taxas aceitáveis e, evidentemente, ficar sem condição de manter o nível de investimento que vinha praticando. Pode chegar ao ponto de ter de dispor de parte de seus bens, que nes-sas ocasiões, em geral, são desvalorizados”.

12 - HORTIFRUTI BRASIL - Junho de 2010

capa

Junho de 2010 - HORTIFRUTI BRASIL - 13

A Equipe Custo/Cepea reuniu-se pelo segundo ano consecutivo com produtores de tomate de mesa na região de Mogi Guaçu (SP) para estimar os gastos da safra de inver-no de 2009 numa propriedade típica. Também foi avaliada a evolução desses gastos em relação ao mesmo período de 2008.

O método de levantamento do custo de produção ado-tado é o Painel, que consiste na reunião de pesquisadores com produtores e técnicos da região para o registro detalha-do tanto da estrutura da propriedade típica quanto das práti-cas relacionadas à cultura. Esse encontro ocorreu na cidade de Mogi Guaçu em abril de 2010.

O tamanho de uma fazenda típica de tomate naquela região continua sendo de 15 hectares. Já o calendário de co-lheita e a produtividade foram alterados de 2008 para 2009. A produtividade em 2008 foi de 3,3 mil caixas por hectare enquanto que, em 2009, subiu para 3,355 mil cx/ha. A safra de 2008 teve início em maio e finalizou em novembro. No ano passado, também começou em maio, mas encerrou um mês antes devido à decisão dos produtores em adiantar o plantio para evitar a competição com o tomate rasteiro.

O custo de implantação (estrutura de estaqueamento) foi igual ao de 2008, estimado em R$ 6.000,00 por hectare,

com o tempo de vida útil permanecendo em três safras ou três anos (no caso de uma safra por ano). Quanto à infra-estrutura da safra 2009, a vida útil do barracão (desmontável) é de três anos, a um custo de aquisição de R$ 8.000,00, com taxa anual de 10% de manutenção e 20% de valor residual. O custo do refeitório (desmontável) foi de R$ 4.000,00, com dois anos de vida útil e taxa anual de 10% de manutenção e 25% de valor residual. Considerou-se também um banheiro de R$ 1.000,00 (incluindo a instalação no local), com vida útil de aproximadamente dois anos, sem valor residual.

Para a colheita de 15 hectares, o produtor compra, em média, 132 caixas por hectare, totalizando 1.980, com um custo de R$ 11,00 a unidade. A cada ano, são repostos 17% dessas caixas.

O sistema de arrendamento de terra ainda é o mais co-mum na região. O custo por hectare foi igual ao de 2008, de R$ 1.240,00 por hectare – valor computado na planilha no Custo Operacional –, com pagamento efetuado no momento da contratação.

Quanto ao inventário de máquinas e implementos, al-guns itens são adicionados em relação ao descrito na edição de junho/2009 (página 10): 9 pulverizadores costais, 30 en-xadas e 12 cavadeiras.

CUSTO DE PRODUçãO DO TOMATE EM MOGI GUAçU

Perfil da propriedade típica de Mogi Guaçu - Safra 2009

Área 15 hectares

Densidade 11 mil pés por hectare

Produtividade em 2009 3.355 caixas por hectare

Sistema de plantio arrendamento

Estrutura básica (desmontável)

1 banheiro, 1 refeitório e

1 barracão para seleção de tomates

Estrutura para o estaqueamento estruturas de mourão, bambu, arame e fitilho

Sistema de Irrigação sulco

Descrição das máquinas, implementos e ferramentas

• 3 tratores com as respectivas potências: • 2 carretas de 5 toneladas cada

65, 75 e 100 cv

• 1 arado de 3 discos e 28 polegadas • 1 tanque de 2 mil litros

• 1 grade aradora de 16 discos e 28 polegadas • 2 mil metros de mangueira

• 1 distribuidor de calcário de cinco toneladas • 1 veículo utilitário

• 1 subsolador de 5 hastes • 1 ônibus

• 1 grade niveladora de 32 discos

• estrutura de irrigação (motobomba + canos)

• 1 sulcador de duas linhas • 9 pulverizadores costais

• 1 plaina • 30 enxadas

• 1 pulverizador de 2 mil litros • 12 cavadeiras

14 - HORTIFRUTI BRASIL - Junho de 2010

capa

Itens 2008 2009 Var% (R$/ha) (R$/pé) (R$/ha) (R$/pé) 2009/08

CUSTO TOTAL DE PRODUçãO DE TOMATE NA REGIãO DE MOGI GUAçU (SP) - SAFRAS DE INVERNO 2008 E 2009

* Na planilha de 2008, este item não foi computado.** O valor do CARP foi divulgado incorretamente na edição Especial Tomate de 2009. Ao invés de R$ 121,56, o valor correto é R$ 223,91 por hectare, alterando-se, então, os dados finais do custo de 2008.

Insumos e sementes ...........................................................................................................................19.873,12 ...............................1,81 ...........................21.787,00 .............................1,98 ...........................9,63%Fertilizantes/Corretivos ..............................................................................................................................9.085,00 ...............................0,83 ...............................9.175,40 .............................0,83 ...........................1,00%Adubação Foliar ...................................................................................................................................................1.313,78 ...............................0,12 ...............................1.207,02 .............................0,11 .........................-8,13%Sementes ........................................................................................................................................................................2.900,00 ...............................0,26 ...............................3.456,42 .............................0,31 .......................19,19%Fungicidas/Bactericidas .............................................................................................................................3.342,53 ...............................0,30 ...............................3.395,03 .............................0,31 ...........................1,57%Inseticidas .......................................................................................................................................................................2.671,40 ...............................0,24 ...............................3.833,83 .............................0,35 .......................43,51%Herbicidas ............................................................................................................................................................................141,00 ...............................0,01 ......................................266,75 .............................0,02 .......................89,18%Adjuvante/Red. PH/Indutores ................................................................................................................419,42 ...............................0,04 ......................................452,55 .............................0,04 ...........................7,90%Viveirista ............................................................................................................................................................................264,00 ...............................0,02 ......................................318,00 .............................0,03 .......................20,45%Replantio* .............................................................................................................................................................................................- ...........................................- ......................................377,44 .............................0,03 ................................................-Sementes Replantio ............................................................................................................................................................- ...........................................- ......................................345,64 .............................0,03 ................................................-Viveirista Replantio .............................................................................................................................................................- ...........................................- ..........................................31,80 .............................0,00 ................................................-Infra-estrutura ...................................................................................................................................................1.894,59 ...............................0,17 ...............................1.925,14 .............................0,18 ...........................1,61%Estrutura de Plantio ........................................................................................................................................1.870,70 ...............................0,17 ...............................1.870,70 .............................0,17 ...........................0,00%Benfeitorias .............................................................................................................................................................................23,89 ...............................0,00 ..........................................54,44 .............................0,00 ...................127,88%Ferramentas Campo* .......................................................................................................................................................- ...........................................- ..........................................93,00 .............................0,01 ................................................-Operações Mecânicas ..........................................................................................................................1.895,03 ...............................0,17 ...............................2.236,78 .............................0,20 .......................18,03%Colheita ...................................................................................................................................................................................880,00 ...............................0,08 ...............................1.035,31 .............................0,09 .......................17,65%Pulverização ......................................................................................................................................................................434,40 ...............................0,04 ......................................548,19 .............................0,05 .......................26,19%Estaqueamento/Destaqueamento ................................................................................................244,00 ...............................0,02 ......................................274,93 .............................0,02 .......................12,68%Preparo de Solo e Adubação .................................................................................................................336,63 ...............................0,03 ......................................378,35 .............................0,03 .......................12,39%Irrigação ........................................................................................................................................................................1.959,40 ...............................0,18 ...............................2.628,27 .............................0,24 .......................34,14%Irrigação ............................................................................................................................................................................1.950,40 ...............................0,18 ...............................2.628,27 .............................0,24 .......................34,76%Mão-de-obra .........................................................................................................................................................9.682,71 ...............................0,88 ...........................10.361,75 .............................0,94 ...........................7,01%Meeiros (temporários) ................................................................................................................................7.481,23 ...............................0,68 ...............................7.440,33 .............................0,68 .........................-0,55%Diaristas .............................................................................................................................................................................1.368,35 ...............................0,12 ...............................1.368,35 .............................0,12 ...........................0,00%Permanente .......................................................................................................................................................................883,13 ...............................0,08 ...............................1.553,07 .............................0,14 .......................75,86%Despesa com utilitários ..........................................................................................................................181,80 ...............................0,02 ......................................445,60 .............................0,04 ...................145,10%Despesas gerais ..............................................................................................................................................4.040,67 ...............................0,37 ...............................5.171,56 .............................0,47 .......................27,99%Administrador .........................................................................................................................................................3.200,00 ...............................0,29 ...............................4.000,00 .............................0,36 .......................25,00%EPIs ..................................................................................................................................................................................................374,00 ...............................0,03 ......................................400,00 .............................0,04 ...........................6,95%Seguro-lavoura ............................................................................................................................................................266,67 ...............................0,02 ......................................400,00 .............................0,04 .......................50,00%Contador ...............................................................................................................................................................................200,00 ...............................0,02 ......................................200,00 .............................0,02 ...........................0,00%Custo com Telefonia ...........................................................................................................................................100,00 ...............................0,01 ..........................................80,00 .............................0,01 .................... -20,00%Sindicato Rural ..................................................................................................................................................................53,33 ...............................0,00 ..........................................66,67 .............................0,01 .......................25,01%Energia Elétrica .................................................................................................................................................................13,33 ...............................0,00 ..........................................24,89 .............................0,00 .......................86,72%Caixas (reposição)....................................................................................................................................................146,67 ...............................0,01 ......................................188,76 .............................0,02 .......................28,70%Impostos .......................................................................................................................................................................2.099,95 ...............................0,19 ...............................1.686,15 .............................0,15 .................... -19,71%Taxas e Contribuições .................................................................................................................................1.958,69 ...............................0,18 ...............................1.544,90 .............................0,14 .................... -21,13%IPVA + Seguro Obrigatório .......................................................................................................................141,25 ...............................0,01 ......................................141,25 .............................0,01 ...........................0,00%Arrendamento da Terra ...................................................................................................................1.239,67 ...............................0,11 ...............................1.239,67 .............................0,11 ...........................0,00%Finaciamento do Capital de Giro....................................................................................2.872,92 ...............................0,26 ...............................3.327,01 .............................0,30 .......................15,81%Custo Operacional .................................................................................................................................46.141,53 ...............................4,19 ...........................51.597,37 .............................4,69 .......................11,82%CARP .....................................................................................................................................................................................4.855,82 ...............................0,44 ...............................5.047,73 .............................0,46 ...........................3,95%Implantação ................................................................................................................................................................2.314,31 ...............................0,21 ...............................2.314,31 .............................0,21 ...........................0,00%Máquina ...........................................................................................................................................................................1.162,46 ...............................0,11 ...............................1.162,46 .............................0,11 ...........................0,00%Utilitários ...............................................................................................................................................................................395,24 ...............................0,04 ......................................395,24 .............................0,04 ...........................0,00%Implementos ....................................................................................................................................................................494,86 ...............................0,04 ......................................523,34 .............................0,05 ...........................5,76%Equipamentos (Irrigação).............................................................................................................................265,04 ...............................0,02 ......................................325,49 .............................0,03 .......................22,81%Benfeitorias** ...............................................................................................................................................................223,91 ...............................0,02 ......................................326,89 .............................0,03 .......................45,99%

CUSTO TOTAL ............................................................................................................................................50.997,35 ..............................4,64 .........................56.645,10 ................R$ 5,15 .....................11,07%

Custo Total 2008 (3.300 cx/ha) - R$ 15,45/cx de 23 kg

Custo Total 2009 (3.355 cx/ha) - R$ 16,88/cx de 23 kg

Junho de 2010 - HORTIFRUTI BRASIL - 15

O custo médio por caixa produzida na safra de in-verno 2009 de Mogi Guaçu foi 9% maior que o de 2008. Já por hectare, o custo aumentou 11%. A diferença é explicada pelo ganho de 2% de produtividade.

O que mais pesou foi o encarecimento dos insu-mos, especialmente dos defensivos e sementes. Entre os defensivos, o destaque foi para os inseticidas devido à maior incidência de mosca branca na safra de inverno de 2009. Quanto à semente, o dispêndio cresceu em torno de 20% sobre 2008. A produção da muda também ficou mais cara, sendo preciso desembolsar 20% a mais para o pagamento de viveiristas.

Um item que não havia sido considerado em 2008 são as despesas com replantio de tomate. Em média, 10% da área total cultivada em 2009 teve que ser replantada – percentual considerado normal para a cultura.

Houve aumento de 18% nos custos com as ope-rações mecânicas devido principalmente ao maior nú-mero de pulverizações, já que o preço médio do diesel não aumentou significativamente de 2008 para 2009. O aumento da necessidade de irrigação também impulsio-nou os dispêndios com esse item.

Apesar do reajuste do salário mínimo, os gastos com mão-de-obra temporária (meeiros) apresentaram uma ligeira queda por conta do menor número de pes-soas requeridas em 2009 em relação ao ano anterior. Essa diferença, no entanto, pode estar mais relacionada aos participantes de um Painel e de outro do que pro-priamente a mudanças na demanda por trabalho. Quan-to aos funcionários permanentes, foi declarado salário 75% maior que o verificado no ano passado, o que, igualmente, pode estar atrelado ao perfil dos participan-tes dos distintos Painéis.

O custo com o administrador da propriedade au-mentou 25%. Na propriedade típica definida em con-senso, o administrador é o produtor, e a remuneração destinada a ele equivale ao montante que declararam retirar para o sustento da família.

O dispêndio com o seguro-lavoura também deu um salto de 2008 para 2009. O governo subsidia parte desse seguro e, de acordo com produtores, esse apoio vem reduzindo. Os gastos com impostos foram menores em 2009, tendo em vista que são atrelados ao valor de venda do tomate.

TOMATE CUSTOU 9% A MAIS EM 2009

Distribuição dos principais itens que compõem o Custo Total de Produção (%) de Mogi Guaçu (SP) - safras de inverno 2008 e 2009

2008 2009

Adubo

20% Mão-de-obra

19%

Semente

6%

Capital de Giro

6%

CARP

10%

Defensivos

13%

Outros

26%

Adubo

18% Mão-de-obra

18%Semente

7%Capital de Giro

6%Defensivos

14%CARP

9%Outros

27%

Custo: R$ 15,45/cx Custo: R$ 16,88/cx

16 - HORTIFRUTI BRASIL - Junho de 2010

capa

Junho de 2010 - HORTIFRUTI BRASIL - 17

18 - HORTIFRUTI BRASIL - Junho de 2010

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Junho de 2010 - HORTIFRUTI BRASIL - 19

A propriedade analisada de 15 hectares de Mogi Guaçu conseguiu rentabilidade positiva em 2008 e tam-bém em 2009. O produtor que não apresentava débitos de safras passadas conseguiu suprir, em média, 41% da sua necessidade de caixa com capital próprio. Os de-mais recursos para custear a safra vieram de revendas (38%) e de bancos (21%).

Nesta amostra, os defensivos e fertilizantes foram 100% financiados através das revendas, a juros de 2% ao mês para os defensivos e adubos foliares, com um prazo de 120 dias para o pagamento, e 1,7% ao mês para os fertilizantes, com o prazo de 90 dias para o pagamento.

Os 21% restantes foram custeados por recursos

subsidiados pelo governo (através de banco) à taxa de 6,75% a.a., com o montante limitado a R$ 150.000,00 por produtor/ano. No entanto, para o cálculo de juros, a taxa considerada foi de 9% a.a. porque são cobradas outras taxas que acabam por encarecer esse recurso.

Para capital próprio, utilizou-se a taxa de 6% a.a. como custo de oportunidade. Vale lembrar que custo de oportunidade se refere ao ganho que se pode ter com aquele dinheiro e, portanto, 6% (equivalente a poupan-ça) é o mínimo a ser considerando, tendo vista as possi-bilidade de se obterem taxas maiores.

Para a safra de inverno de 2009, os resulta-dos de rentabilidade não foram tão positivos

A seguir, o passo-a-passo do cálculo do fundo de reserva para se enfrentar o risco de rentabilidade na região de Mogi Guaçu (SP) na safra de inverno. Os dados utilizados refere-se à mesma propriedade típica de 15 hectares. A simulação é feita com vistas ao produtor se proteger de uma eventual crise na safra de inverno de 2010, que está sendo colhida.

O fundo de reserva deve equivaler ao prejuízo médio por hectare que o produtor pode ter de arcar em uma temporada de preços baixos ou quebra de produção. Essa reserva representa uma proteção para que o tomaticultor tenha possibilidade de continuar produzindo, sem comprometer seu fluxo de caixa ou se endividar, após safras com rentabilidade negativa. Mogi Guaçu vem de dois anos boa rentabilidade (2008 e 2009), o que favorece a formação de reserva para as temporadas que vêm pela frente.

1. Determine o número de hectares que será cultivado com tomate. No presente exercício, é utilizada a média de plantio por produtor na região de Mogi Guaçu, de 15 hectares.2. Faça o planejamento mensal de colheita. A quantidade de hectares/mês deve ser multiplicada pelo respectivo valor do prejuízo médio mensal:

3. O valor desse fundo é de R$ 157.720,00. Esse montante equivale ao investimento de cerca de 3 hectares de cultivo de tomate. Caso não fosse possível economizar essa quantia, o tomaticultor poderia planejar o plantio de uma área menor, poupando o que seria investido e completando o valor do fundo. Ou, ainda, fazer uma poupança inferior ao valor apurado, expondo-se parcialmente às conseqüências de uma safra de prejuízo.

QUANTO CUSTA O “DI NHEIRO DO TOMATE”?

Mês Calendário

Prejuízo (R$/ha) Valor do Fundo (R$) de colheita (ha)

MAI 4.50 R$ 7.172,57 R$ 32.276,57

JUN 3.00 R$ 15.991,86 R$ 47.975,57

JUL 3.75 R$ 9.632,64 R$ 36.122,40

AGO 1.50 R$ 13.350,28 R$ 20.025,42

SET 1.50 R$ 8.342,61 R$ 12.513,92

OUT 0.75 R$ 11.741,52 R$ 8.806,14

TOTAL 15.00 R$ 66.231,47 R$ 157.720,01

QUANTO POUPAR PARA “SE MANTER VIVO” EM ÉPOCAS DE PREJUÍZOS?

PASSO-A-PASSO

20 - HORTIFRUTI BRASIL - Junho de 2010

capa

Produtor (capital próprio)

QUANTO CUSTA O “DI NHEIRO DO TOMATE”?

Principais financiadores da cultura de tomate em Mogi Guaçu e suas respectivas taxas de juros

As revendas oferecem crédito para a compra tanto de fertili-zantes quanto de defensivos, sendo que para fertilizantes o prazo costuma ser mais curto e a taxa menor que para de-fensivos. Para defensivos, o prazo é de 4 meses, a uma taxa de 2% ao mês. Para os fertilizantes, a taxa é de 1,7%, mas o prazo é de 3 meses.

Oficialmente, a taxa é de 6,75% a.a., mas acrescentando os custos de registros, o valor é em torno de 9% aa.

Apesar de o produtor não desembolsar juro sobre seu capital, é importante que ele considere um custo de oportunidade do seu capital – equivalente, pelo menos, à poupança.

Financiadores de fertilizantes (revenda)

Financiadores de defensivos (revenda)

Banco

22% ao ano

27% ao ano

9% ao ano

6% ao ano

quanto os de 2008, com o lucro final por hectare sendo de R$ 10.000,00/ha. Dependendo das reservas passa-das, o produtor pode custear uma parte maior da sua cultura com capital próprio. Isso reduz, e muito, o custo

total de produção ao mes-mo tempo em que alavan-ca a “saúde financeira” do empreendimento.

Junho de 2010 - HORTIFRUTI BRASIL - 21

22 - HORTIFRUTI BRASIL - Junho de 2010

Junho de 2010 - HORTIFRUTI BRASIL - 23

Temporada das secas

oferta 60% da área em

junho

Font

e: C

epea

preço recua com início da safra das secas Preços médios de venda da batata ágata no ataca-do de São Paulo - R$/sc de 50 kg

BatataPor Manuela Silva Silveira e

Juliana Silveira

[email protected]

Safra das secas entra em pico de oferta

Em junho, a safra das secas de 2010 entra em pico, com 57% dos 18.300 hectares totais deven-do ser ofertados. A colheita teve início em maio, com atraso de pelo menos 15 dias devido ao clima chuvoso durante o plantio. No primeiro mês foram disponibilizados 20% do total da área, ao contrário dos 35% previstos inicialmente. O encerramento da safra está previsto para julho, quando deverão ser ofertados os 23% restantes.

Área do Sudoeste Paulista reduz 10% neste ano

O Sudoeste Paulista foi a única região que re-duziu a área cultivada neste ano – houve diminui-ção de cerca de 10%, sendo estimados 2.700 hecta-res. Essa redução está atrelada à perda de sementes durante a colheita, devido à elevada incidência de Erwinia SSP, causadora da podridão mole, por conta do clima chuvoso em janeiro e fevereiro. A colheita teve início em maio, e o pico de safra está previsto para junho, quando deverão ser disponibi-lizados 50% da área total. Os 35% restantes devem ser colhidos em julho, encerrando a temporada da região. Em maio, a produtividade média registrada na praça foi 60% menor que a normal para região - 30 t/ha. Isto de deve às constantes chuvas durante o plantio e à baixa qualidade da semente. A expecta-tiva é que a produtividade se recupere em meados

de junho, visto que as condições climáticas entre março e abril foram mais favoráveis.

Sul de Minas amplia área das secas

O Sul de Minas deve colher 5.600 hectares na safra das secas deste ano, área quase 25% maior que a da temporada passada. Considerando o total produzido, 35% devem ser destinados ao mercado in natura, 60% ao de sementes e, 5%, à indústria. Produtores comentam, no entanto, que, caso os preços sigam elevados no correr da safra, parte da produção de sementes pode ser destinada ao mer-cado in natura. Assim como o Sudoeste Paulista, a região mineira iniciou a colheita em maio, com pico de safra previsto para junho, quando deverão ser disponibilizados 60% do total. Os 20% restan-tes deverão ser ofertados em julho, encerrando a safra. A menor qualidade das sementes cultivadas deve reduzir a produtividade média em 15%.

Aumento do cultivo no PR é limitado

No Paraná, as chuvas em janeiro e feverei-ro e a menor oferta de batata-semente limitaram o aumento de 23% da safra das secas de 2010 frente ao ano anterior, com incremento de apenas 13%. Por outro lado, a produtividade desta safra deve ser maior em relação à verificada na temporada das secas de 2009, cerca de 22 t/ha.

Cristalina intensifica colheita em junho

A região de Cristalina (GO) entra em pico de safra em junho. Produtores acreditam que, além de melhor qualidade, a lavoura recupere a produtivi-dade, voltando para 35 t/ha – normal para a região em junho. A safra de Cristalina teve início em abril, quando a produtividade e a qualidade do tubérculo foram fortemente prejudicadas pelas chuvas e pelas altas temperaturas de fevereiro a março – em abril, produtores colheram apenas 20 t/ha. O pico de sa-fra na praça goiana deve ocorrer entre os meses de agosto e setembro, juntamente com a região de Var-gem Grande do Sul (SP).

24 - HORTIFRUTI BRASIL - Junho de 2010

Font

e: C

epea

Inicia safra em São José

de Ubá

tomate mais barato com maior ofertaPreços médios de venda do tomate salada 2A longa vida no atacado de São Paulo - R$/cx de 23 kg

tomatePor Richard Truppel,

Manuela Silveira e Luana Kellen Manarim

[email protected]

Ubá inicia colheita

A região de São José de Ubá (RJ) deve come-çar a ofertar tomates no início deste mês. Durante esta safra, devem ser colhidos cerca de 6,7 milhões de pés. Segundo colaboradores do Cepea, as pri-meiras lavouras devem apresentar uma produtivi-dade média 21% inferior à esperada para o período – 380 caixas por mil pés. Essa quebra na produti-vidade deve-se principalmente à incidência de fu-sarium sp. durante o desenvolvimento das plantas. Além disso, a falta de água nos açudes de algumas áreas da região fluminense também reduziu o ren-dimento. Em junho, espera-se que 1,5 milhão de pés sejam colhidos. O pico de safra está previsto para ocorrer no mês de julho, quando 27% da safra deve ser ofertada.

Paty do Alferes entra em pico de safra

A primeira parte da safra de inverno de Pa-ty do Alferes (RJ) está em pico de colheita neste mês. A expectativa é que em junho sejam oferta-dos 40% do total da safra, volume semelhante ao ofertado em maio, que corresponde a 1,4 milhão de pés em cada mês. Durante a temporada, não foram constatados problemas com doenças na região, e a produtividade média para esta safra deverá ser de 300 caixas por mil pés. Segundo o calendário de plantio, a colheita da primeira parte da safra de inverno deve finalizar em julho. Com as temperaturas baixas, contudo, a época

de produção das lavouras pode se estender, re-duzindo o período de entressafra na praça flu-minense.

Venda Nova e Itapeva finalizam temporada de verão 2009/10

No final deste mês, produtores de Venda No-va do Imigrante (ES) e de Itapeva (SP) devem termi-nar a colheita da safra de verão 2009/10. Ambas as regiões ofertaram tomates de novembro/09 a junho/10. Estima-se que foram cultivados 8,5 mi-lhões de pés na praça capixaba e 31 milhões de pés na região paulista. Nessas praças, o pico de safra ocorreu entre janeiro e fevereiro, quando as elevadas temperaturas aceleraram a maturação das lavouras, aumentando a oferta. Com isso, o período de produção das lavouras encurtou de 120 para 90 dias, em média, segundo produtores. Além disso, a proporção de tomates 1A foi maior que a esperada. Em Itapeva, o preço recebido nesta safra por caixa de tomate de 26 kg, já ponderado pela quantidade colhida em cada mês e pela classificação do fruto (1A ou 2A), foi de R$ 19,68, enquanto o mínimo estimado pelos produtores para cobrir os custos de produção foi de R$ 17,55 por caixa, garantindo, assim, margem de ganho de 12% por caixa. Em Venda Nova do Imigrante, o preço ponderado re-cebido foi de R$ 20,00 por caixa de 22 kg, 24% su-perior ao mínimo estimado pelos produtores para cobrir os custos – R$ 16,13 por caixa.

Nematóides diminui produtividade na BA

As lavouras da região da Chapada Diaman-tina (BA) devem ter uma quebra de produtividade de cerca de 20% em junho – produtores espera-vam rendimento médio de 500 caixas por mil pés. Isso porque os frutos registraram forte incidência de nematóides no período de desenvolvimento (abril). Segundo produtores, a causa do apareci-mento dos nematóides ainda está em processo de análise, visto que a área cultivada era nova e, dessa maneira, descarta-se a hipótese de falta de rotação de culturas.

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epea

Importações de cebola argentina

em alta

cebola nordestina segue valorizadaPreços médios recebidos por produtores do Nor-deste pela cebola na roça - R$/kg

CeBolaPor Natalia Dallocca Berno e

Rafael Augusto Tapetti

[email protected]

Volume importado quase dobra neste ano

A quantidade de cebola importada pelo Bra-sil neste ano (de fevereiro a abril) aumentou ex-pressivos 96% se comparada à do mesmo período de 2009, conforme dados Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Em 2010, o Brasil importou 98 mil toneladas de cebola, sendo que 83 mil tonela-das foram provenientes da Argentina. O aumento nas compras externas neste ano esteve atrelado à antecipação do fim da safra do Sul do País, que deixou o mercado brasileiro com baixa oferta. Es-se cenário até adiantou as importações brasileiras. Assim, nem mesmo o aumento da fiscalização na fronteira limitou as importações. Quanto aos pre-ços, em Porto Xavier (RS), a média de fevereiro a maio foi de 28,15/sc de 20 kg de caixa 3, valor 98% maior se comparado ao do mesmo período do ano passado – essa região é responsável por receber 57% do volume importado. A valorização do bulbo argentino deve-se ao baixo volume de produto importado com qualidade satisfatória. A expectativa é de que os preços continuem em alta, visto que, até junho, não haverá outras regiões na-cionais ofertando volume suficiente para abastecer o mercado doméstico.

Cebola em Irecê atinge valor recorde

A região de Irecê (BA) vem registrando preços elevados desde fevereiro deste ano, quando iniciou

a safra de 2010. Na segunda semana de maio (de 10 a 14/05), o preço médio da cebola atingiu os R$ 2,05/kg na roça, maior valor já registrado pelo Cepea, em termos nominais, considerando toda a série de dados, iniciada em 2001. O aumento nas cotações se deve ao clima desfavorável na praça baiana desde o início da produção. Na época de plantio (de outubro/09 a janeiro/10) o clima esteve bastante seco. Já em fevereiro, fortes chuvas come-çaram a cair na região, persistindo até o momento das primeiras colheitas. Com isso, houve quebra de produtividade em torno dos 40%, sendo que em al-gumas lavouras a perda foi total. O clima também prejudicou a qualidade dos bulbos. Para junho, produtores locais acreditam que os bulbos conti-nuem valorizados.

Bulbinho entra no mercado

A safra de bulbinhos em Divinolândia e Pie-dade (SP) começou em meados de maio, com o pico de oferta previsto para junho. Apesar de o vo-lume da safra de bulbinho ser menor nessas regiões paulistas em relação às demais, a produção de Di-vinolândia e Piedade será suficiente para ampliar a oferta nacional. Quanto ao desenvolvimento da lavoura, cebolicultores afirmam que a produção segue conforme esperado, o que deve gerar bulbos de boa qualidade – ao contrário do ano passado, quando o clima prejudicou fortemente a cultura. Em maio, o preço médio do quilo do bulbinho na roça foi de R$ 1,13.

Safra mineira inicia mais cedo

A safra de Minas Gerais, que estava prevista para iniciar em meados de junho, começou com um mês de antecedência. Assim, desde a segunda quinzena de maio, a cebola mineira já está sendo negociada no atacado de São Paulo. Isso ocorreu porque alguns produtores realizaram o semeio em janeiro, visando disponibilizar bulbo durante a en-tressafra nacional. Além disso, a antecipação do final da safra sulista animou o semeio precoce nas regiões mineiras. A colheita em MG deve ganhar fôlego a partir da segunda semana deste mês.

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epeapreço aumenta, mas é inferior ao de

2009Preços médios de venda do melão amarelo tipo 6-7 no atacado de São Paulo - R$/cx de 13 kg

melãoPor Joseana Arantes Pereira e

Letícia Julião

[email protected]

Plantio é intensificado

no RN/CE

RN/CE aumenta ritmo de plantio

Produtores de melão do Rio Grande do Norte e Ceará devem intensificar o plantio em junho. Em maio, parte dos agricultores já iniciou o preparo e o cultivo em algumas áreas. Além disso, muitos exportadores já fecharam contratos de venda ao exterior – algumas negociações ao mercado in-ternacional ainda devem ser realizadas em junho. Melonicultores da região nordestina, no entanto, estão receosos com a crise econômica que atinge a Europa, já que esse cenário pode reduzir a deman-da de consumidores europeus pela fruta brasileira. Além disso, o euro vem registrando desvalorização frente ao Real, o que pode diminuir a receita a ser obtida com a fruta exportada à Europa. Em contra-partida, uma maior receita poderá ser obtida com os negócios fechados em dólar, já que essa moeda vem se valorizando em relação ao Real.

Vale diminui colheita em junho

O volume de melão colhido no Vale do São Francisco deve diminuir gradativamente em junho devido à aproximação do fim da temporada local – o encerramento deve ocorrer entre julho e agos-to. Neste primeiro semestre (até maio), o clima foi favorável às lavouras do Vale, devido ao fenômeno El Niño, que fez com que as chuvas fossem menos intensas, garantindo estabilidade na oferta de me-lão ao mercado interno. Além disso, a qualidade da fruta está superior à verificada nas temporadas anteriores – em 2009, fortes chuvas no período de

colheita prejudicaram lavouras inteiras. Para o se-gundo semestre, o inverno e o início da safra no Rio Grande do Norte/Ceará em agosto devem di-minuir a competitividade do melão do Vale do São Francisco. De modo geral, contudo, produtores do Vale estão mais animados com a cultura nesta tem-porada e uma parte dos agricultores deve retomar o cultivo em outubro, visando abastecimento do mercado nas festas de fim-de-ano.

Menor oferta deve valorizar melão

Em junho, o menor volume de melão a ser ofertado no mercado interno deve impulsionar os preços da fruta no atacado de São Paulo. Esse comportamento já foi verificado em maio, uma vez que o Vale do São Francisco abastece o mercado doméstico praticamente sozinho e o pólo produtor Rio Grande do Norte/Ceará está em entressafra. Em maio, o melão amarelo tipo 6 - 7 foi comercializa-do na Ceagesp a R$ 20,39/cx de 13 kg, em média, alta de 14% frente à abril. Entretanto, a valorização da fruta neste ano foi limitada pela maior oferta da fruta do Vale do São Francisco. Nas duas últimas sa-fras, chuvas intensas ocasionaram quebra de produ-tividade, elevando os preços do melão no período.

Exportação aumenta 17% de janeiro a abril

Alguns produtores de melão do Rio Grande do Norte e do Ceará, que cultivaram a fruta duran-te a entressafra local, exportaram maior volume da fruta neste ano. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil embarcou cerca de 55 mil toneladas de melão de janeiro a abril deste ano, incremento de 17% em relação ao mesmo perío-do de 2009. Isso ocorreu principalmente por conta do menor volume de chuvas na região neste ano, resultado da atuação do fenômeno El Niño no Nor-deste. Assim, o clima permitiu o cultivo da fruta no período de entressafra, elevando o embarque de melão ao bloco europeu entre abril e maio. Tradi-cionalmente, o Brasil encerra suas exportações de melão em março por conta do início das chuvas nas regiões potiguar e cearense.

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CenouraPor Natalia Dallocca Berno e

Thaís Massotti Menegazzo

[email protected]

produtividade elevada derruba preçosPreços médios recebidos por produtores de São Gotardo pela cenoura “suja” na roça - R$/cx 29 kg

Maior produtividade

eleva oferta nacional

Clima favorável aumenta produtividade no País

O clima bastante favorável do outono (tem-peraturas amenas e baixo volume de chuva) tem contribuído para elevar o rendimento das lavouras no País. Em maio, a produtividade da safra de ve-rão aumentou 9% se comparada à do mesmo mês de 2009. A maior disponibilidade de cenouras, por sua vez, pressionou as cotações do produto. O pre-ço médio da caixa “suja” de 29 kg em maio foi de R$ 11,36, valor 25% menor que o de abril. Apesar da queda, os preços continuam acima do valor mí-nimo estimado pelos produtores para cobrir os gas-tos com a cultura, calculado em R$ 7,00/cx “suja” de 29 kg, para uma produtividade de 61 toneladas por hectare. Nas regiões mineiras de São Gotardo, Santa Juliana e Uberaba, a cotação média de maio foi 61% inferior à de maio de 2009. No Paraná, as lavouras de Marilândia do Sul também apresen-taram maior rendimento. Produtores colheram, 52 t/ha entre abril e maio, volume 8% maior que o verificado no mesmo período do ano passado. De modo geral, o aumento na oferta nacional de ce-noura tem influenciado as negociações no atacado de São Paulo, que vem encontrando dificuldades para escoar todo o produto nesta época do ano.

GO e RS iniciam safra de inverno

As regiões de Cristalina (GO) e Caxias do Sul (RS) iniciarão a colheita da safra de inverno em me-ados de junho. O plantio começou a ser realizado

em março e ambas as regiões aumentaram a área plantada. Na praça goiana, a área cultivada deve ter aumento de 10% em relação à da temporada ante-rior. Produtores de Goiás elevaram o investimento neste ano, visando aumentar o número de compra-dores nas áreas já atendidas, como Norte e Nordeste do País, além de conquistar novos demandantes de outras regiões. Com o crescimento da área da safra de inverno em Goiás e com a possível elevação na produtividade (se o clima for favorável), os preços em Cristalina podem registrar médias inferiores em relação às da temporada anterior. Quanto à região de Caxias do Sul (RS), a área será 7% maior frente à passada. Nessa praça, o motivo do incremento é que alguns produtores compraram mais terras e decidiram investir em cenoura, que é um produto tradicional na região. Como a safra de inverno sul-rio-grandense possui maior duração se comparada com as de outras regiões, a finalização deve ocorrer em meados de fevereiro de 2011.

Lavoura baiana recupera produtividade e qualidade

Neste mês, a região de Irecê (BA) deve re-cuperar a produtividade das lavouras, que estava reduzida nos últimos meses. De fevereiro a março, intensas chuvas registradas na praça baiana dimi-nuíram a produtividade e a qualidade da raiz no período. Em maio, o rendimento médio das roças já apresentou melhora se comparado ao de abril. Como conseqüência, os preços tiveram queda de 12% no mês passado frente a abril, tendo média de R$ 12,57/cx “suja” de 20 kg. Quanto à qualidade da raiz, os lotes colhidos recentemente também já apresentaram melhorias. Entretanto, não houve au-mento nos preços em maio. Isso ocorreu porque as cotações da cenoura de Cristalina (GO) estavam mais competitivas em relação às da Bahia, o que facilitou a entrada do produto goiano no mercado nordestino. Apesar do frete, a busca pela raiz de Goiás é incentivada pela maior qualidade. Agora, com a melhora da qualidade da cenoura de Irecê, as compras da raiz goiana devem diminuir.

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epea

Boa parte dos produtores

fecha contrato para

2010

contratos impulsionam preços de hamlinPreços médios recebidos por produtores paulistas pela hamlin na roça - R$/cx de 40,8 kg, na árvore

CitrosPor Mayra Monteiro Viana,

Keila Inoue, Fernanda Geraldini e

Margarete Boteon

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Aumenta número de pomares contratados

O número de produtores com contratos para a safra 2010/11 aumentou significativamente entre o final de abril e início maio. Até o dia 15 de abril, levantamentos do Cepea indicavam que cerca de 75% dos produtores consultados ainda não possu-íam contratos. Já a partir da segunda quinzena de abril, houve uma intensificação no fechamento de contratos para a safra 2010/11. Assim, uma nova pesquisa realizada pelo Cepea mostrou que, até a última semana de maio, cerca de 90% dos produ-tores que estavam sem contratos fecharam negócios com processadoras. A maioria dos valores variou entre R$ 13,00 e R$ 15,00/cx de 40,8 kg, posta, principalmente para uma safra. Além disso, uma parcela receberia, antecipadamente, entre 30% a 40% do valor do contrato. As variedades envol-vidas foram tanto precoces como pêras e tardias. Entre os citricultores que já possuíam contratos de longo prazo, alguns conseguiram renegociações, de modo que os novos valores passaram a ser mais altos que os verificados na última temporada. Da-qui para frente, o foco de produtores passa a ser no aguardo da maturação dos frutos para o início das entregas, que, por enquanto, limita-se a precoces.

Pouca precoce e tangerina no mercado

Como boa parte dos pomares já está contra-tada para a safra 2010/11, poucos são os produto-

res focados no mercado de consumo de mesa. Por enquanto, este segmento é abastecido basicamente com precoces e tangerinas, mas o volume ainda é reduzido. Em maio, a cotação média da caixa de 27 kg de poncã na árvore foi 64% maior que a ve-rificada no mesmo mês do ano passado. Os preços só não foram maiores em maio devido ao clima frio no estado de São Paulo, que limitou a demanda. No correr da safra, as cotações de citros, em geral, devem ser sustentadas pela baixa disponibilidade de fruta neste segmento.

Preço do suco sobe 37% na safra 2009/10

Desde outubro de 2009, os preços futuros do suco de laranja têm reagido na bolsa de Nova York (ICE Futures) diante das perspectivas de menores safras em São Paulo e na Flórida. No acumulado da safra 2009/10 (julho/09 a maio/10), o preço do suco na bolsa foi em torno de US$ 1.770,00, expressiva alta de 37% em relação à temporada 2008/09. No final de maio, no entanto, as cotações internacionais apresentaram quedas, devido à in-fluência da crise européia sobre as commodities, em geral. Ainda assim, agentes acreditam que os fundamentos internos ao setor podem contribuir para que o suco siga em patamares elevados nos próximos meses.

Safra da Flórida se aproxima do final

Boa parte da produção da safra 2009/10 da Flórida já foi colhida, de modo que a estimativa fi-nal da safra do Departamento de Agricultura dos Es-tados Unidos (USDA), que será divulgado em julho, deverá apresentar números próximos aos do relató-rio de abril. O boletim do Comitê Administrativo da Flórida mostrou que, até o dia 30 de maio, restavam apenas 4,1% da safra nas árvores. Assim, todas as variedades das laranjas precoces e de meia estação já teriam sido colhidas, faltando 8,5% das valên-cias. De acordo com o relatório de abril, a Flórida poderá produzir 131,6 milhões de caixas na safra 2009/10, quase 20% a menos que na 2008/09.

30 - HORTIFRUTI BRASIL - Junho de 2010

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preço estável em maioPreços médios recebidos por produtores de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) pela tommy atkins - R$/kg

mangaPor Fabrícia Basílio Resende e

Marcella Moreira Menten

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Florada de junho deve determinar

safra

Pomares paulistas devem florescer em junho

Em junho, a florada deve ocorrer na maio-ria dos pomares de Monte Alto/Taquaritinga (SP). A floração deve indicar qual será a produção da próxima safra paulista de manga. Em alguns po-mares da variedade palmer, a florada já ocorreu antecipadamente em maio, o que confirmou a ex-pectativa de agentes. Esse adiantamento foi possí-vel devido ao acúmulo de reservas energéticas nas árvores que não frutificaram na safra passada. Em maio, com objetivo de prevenir a ocorrência de an-tracnose, principal doença da manga, alguns pro-dutores já realizaram a primeira pulverização de fungicida. Segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe), são aguardadas chuvas dentro do normal para a região Sudeste no trimestre junho-julho-agosto. Caso esse cenário se confirme, o clima nos próximos meses deve ser fa-vorável à cultura, visto que precipitações não de-vem ocasionar problemas para a floração.

Atenção de exportadores se volta à florada

Exportadores também estão atentos à ocor-rência das novas floradas em junho, as quais de-terminarão o volume de manga a ser embarcado no segundo semestre. De modo geral, os embar-ques brasileiros aos Estados Unidos começam em agosto. No primeiro semestre, o mercado norte-americano geralmente é abastecido pela fruta pro-

veniente do México, Peru e Guatemala. Quanto às exportações da manga brasileira à Europa, o vo-lume em junho tende a reduzir, já que há menor oferta da fruta nos pomares do Nordeste. Em abril, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o total embarcado foi 29% inferior ao de março, devido ao menor volume da fruta colhida no perío-do e à concorrência com outros países, como Peru, Porto Rico e os da África.

Pomares em Livramento com flores

Em Livramento de Nossa Senhora (BA), a flo-rada para a safra do segundo semestre iniciou em maio, segundo produtores. Se houver “pegamen-to” das flores, a colheita deve iniciar a partir de meados de agosto. No entanto, ainda é cedo para prever o pico da safra, já que fatores como clima e incidência de doenças podem interferir no de-senvolvimento das frutas. Em junho, a colheita da manga palmer deve reduzir na região baiana, mas como muitos produtores escalonaram a produção, não deve faltar fruta no mercado interno. A colhei-ta em Livramento de Nossa Senhora foi intensifica-da na segunda quinzena de maio, com a variedade palmer registrando média de R$ 1,07/kg no mês, valor 22% menor que o de abril.

Oferta do Vale deve diminuir em junho

A oferta de manga da região de Petrolina (PE)/Juazeiro (BA), no Vale do São Francisco, deve ser menor em junho, o que pode elevar os preços da fruta. Em maio, o preço médio da manga do Va-le caiu em relação ao de abril, por conta da in-tensificação da colheita em Livramento de Nossa Senhora (BA). Além disso, as baixas temperaturas verificadas em maio no estado de São Paulo, prin-cipal destino do mercado doméstico, diminuíram o consumo da fruta, enfraquecendo os preços. Em maio, a variedade tommy atkins foi comercializada a R$ 0,60/kg, em média, queda de 9% em relação à de abril. Neste ano, produtores do Vale plane-jaram uma oferta escalonada, visando evitar fortes oscilações nos preços.

32 - HORTIFRUTI BRASIL - Junho de 2010

Produção do Sul do País

aumenta mais de 10%

maçãPor Joseana Arantes Pereira e

Letícia Julião

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epeaMaior oferta disponível retrai preços

Preços médios de venda da maçã gala categoria 1 (calibres 80 -110) no atacado de São Paulo - R$/cx de 18 kg

Colheita de fuji é finalizada em maio

Fraiburgo (SC) e Vacaria (RS) finalizaram a colheita de maçã fuji em meados de maio. Já pro-dutores de São Joaquim (SC) encerraram as ativida-des apenas no final do mês por conta das chuvas entre março e abril, que dificultaram o acesso ao campo. Segundo agentes, a produção de maçã no Sul do País foi de 1,2 milhão de toneladas na safra 2009/10, volume 11% maior que o da temporada 2008/09. Desse total, a variedade fuji representa cerca de 34% e a gala, 61% – os 5% restantes são de outras variedades. Esse aumento na produção esteve atrelado ao clima favorável durante o perío-do de desenvolvimento da fruta. Nesta safra, apesar de a polinização dos pomares ter sido afetada pe-las chuvas que ocorreram em outubro e novembro, houve pouca ocorrência de granizo durante o de-senvolvimento das maçãs.

Controle da oferta deve elevar preços da gala

Com a finalização das atividades de campo, empresas produtoras de maçã devem começar a controlar a oferta da gala em junho – a fruta que não é comercializada neste momento fica arma-zenada em câmaras frigoríficas. Este controle da oferta tem como objetivo evitar fortes variações de preços no correr do ano. Por enquanto, os valores ainda estão abaixo dos praticados em 2009, mas agentes acreditam que, com a finalização da co-

lheita da fuji, esse cenário seja alterado. De modo geral, a expectativa de produtores é que a fruta va-lorize na medida em que a oferta diminui, o que deve ocorrer a partir de junho.

Exportações recuam 4% neste ano

As exportações brasileiras de maçã diminuí-ram 4% no primeiro quadrimestre de 2010 em rela-ção ao mesmo período do ano passado, conforme dados da Secretaria do Comércio Exterior (Secex). O menor embarque neste ano se deve aos elevados estoques da fruta no mercado europeu. Em abril deste ano, o volume de maçã estocada na Europa era de 1,68 milhão de toneladas, quantidade 0,6% acima da total estocada no mesmo período de 2009, de acordo com dados da Associação Mun-dial de Maçã e Pêra (Wapa, sigla em inglês). Apesar da queda no volume exportado, a receita (em dó-lar) teve um ligeiro aumento de 1,1% no primeiro quadrimestre deste ano se comparado ao mesmo período de 2009 (Secex). A temporada de exporta-ção brasileira segue até julho, quando inicia a safra dos países do Hemisfério Norte. Segundo o Servi-ço de Comercialização Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (AMS/USDA), a maçã brasileira royal gala calibre 100 foi negocia-da no porto de Roterdã (Holanda) à média de US$ 21,53/cx de 10 kg em maio, valor 11% acima do praticado no mesmo período de 2009.

Terremoto no Chile diminui embarques

Assim como o Brasil, o Chile apresentou re-cuo nas exportações no primeiro quadrimestre des-te ano. A princípio, era esperado um incremento de 10% nos envios da fruta chilena, mas houve queda de 12% nos embarques de janeiro a abril em com-paração com o mesmo período do ano passado. A diminuição das exportações se deve aos terremotos que atingiram o país no final de fevereiro. Segundo a Federação de Produtores de Frutas do Chile (Fede-fruta), as exportações de maçã do Chile devem tota-lizar pouco mais de 700 mil toneladas neste ano.

Junho de 2010 - HORTIFRUTI BRASIL - 33

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formosa valoriza 55% em maio 2010 Preços médios recebidos por produtores do Espírito Santo pelo mamão formosa - R$/kg

mamãoPor Ticyana Carone Banzato e

Aline Mariana Rodrigues

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Oferta deve ser menor em junho

As temperaturas mais baixas nas principais regiões produtoras de mamão em maio desacele-ram a maturação dos frutos, diminuindo a oferta no mercado interno. Assim, o menor volume nacional de mamão manteve as cotações em alta no mês passado. Outro fator que influenciou a sustentação dos preços, segundo produtores, foi o baixo calibre de algumas frutas, que deu margem para valoriza-ção do mamão graúdo. Em maio, o havaí do sul da Bahia teve média de R$ 1,34/kg, alta de 31,3% em relação à de abril. Apesar do cenário positivo, agen-tes acreditam que os preços poderão reduzir ligei-ramente nos próximos meses, visto que a procura pela fruta geralmente diminui durante o inverno.

Crise na Europa limita embarque do Brasil

A crise financeira na Europa pode estar limi-tando os embarques de mamão brasileiro àquele bloco. Em abril/10, foram exportadas 2,3 mil to-neladas da fruta, volume 10,3% menor que o de março, segundo os dados da Secex. Dessa forma, produtores nacionais que enviam o mamão ao mer-cado externo têm destinado a fruta tipo exportação para o consumo doméstico. Além do menor custo com beneficiamento, o mercado nacional tem me-nos exigências, como embalagens.

Rentabilidade elevada não aumenta investimentos

Apesar do aumento na área cultivada com mamão no País neste primeiro semestre, produ-tores estão cautelosos em elevar ainda mais os investimentos no setor até o final de 2010. Isso porque as novas lavouras cultivadas apresenta-ram problemas com o desenvolvimento, devido ao clima desfavorável desde o final de 2009. Assim, mesmo com o aumento da área, houve forte redução na oferta de mamão nas principais regiões produtoras neste primeiro semestre, o que limitou os ganhos com a atividade. Diante disso, muitos agricultores paralisaram seus inves-timentos e optaram apenas por renovar os po-mares antigos. Segundo produtores consultados pelo Cepea, uma forte estiagem de novembro/09 a abril/10 no Nordeste comprometeu a produção da fruta. A floração foi seriamente prejudicada, gerando um longo período de “pescoço” – inter-valo na produção – que dura até os dias atuais. Agora, com as temperaturas mais baixas, a matu-ração da fruta tem ocorrido de forma mais lenta, diminuindo ainda mais o volume colhido. A nor-malização da oferta deve ocorrer em meados de setembro, já que o clima mais quente favorece o desenvolvimento da fruta. Caso esse cenário se confirme, produtores podem voltar a investir na cultura.

El Niño começa a enfraquecer

O fenômeno El Niño, cujas características são excesso de chuva no Sul e Sudeste do País seca no Nordeste, apresentou enfraquecimento em maio (Somar Meteorologia). Para o segundo semestre, os metereologistas aguardam o fenômeno La Niña. A previsão é de uma intensidade fraca a moderada do fenômeno. No geral, a previsão dos metereolo-gistas é que o clima na próxima primavera e verão seja diferente dos anos anteriores. Para o Nordeste, a expectativa é de aumento das chuvas no verão. Essa previsão pode favorecer as regiões produtoras de mamão no Nordeste, visto que tal fenômeno (La Niña) não deverá ocasionar períodos de forte estia-gem, como aconteceu no último verão.

Preço segue em alta desde

o início do ano

34 - HORTIFRUTI BRASIL - Junho de 2010

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Menor oferta no pr valoriza uva itáliaPreços médios recebidos por produtores pela uva itália - R$/kg

uva Por Fernando Cappello

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Paraná reduz oferta em

junho

Oferta diminui no Paraná

Em junho, a oferta de uvas finas do Paraná deve ser menor que a verificada em maio. Tal fato se deve à passagem do pico de safra em Marialva e Bandeirantes. Alguns produtores já devem, in-clusive, encerrar a safra no final deste mês. Já nos municípios de Uraí e Assaí, o pico da safra tempo-rã deve se prolongar até início de junho. De modo geral, o volume ofertado paranaense nesta tempo-rada deverá ser 30% inferior se comparado ao da safra anterior, devido a adversidades climáticas. Em maio, o preço médio da uva itália na roça em Marialva foi de R$ 1,93/kg, valor 12% maior que o do mesmo mês de 2009. A valorização da itália está atrelada à diminuição da oferta durante o pi-co de safra neste ano e também à menor área cul-tivada com a variedade, em detrimento das uvas de cor, rubi e benitaka.

Jales inicia safra

Jales (SP) deve iniciar a safra de uvas finas e rústicas no final de junho. Embora ainda seja cedo para quantificar o volume da safra, a produ-tividade deve reduzir para as uvas finas, por conta do excesso de chuvas durante as primeiras podas (fevereiro e março). Já para a uva rústica, agentes acreditam que a produtividade fique em torno da média - 25 t/ha. A oferta da safra de Jales deve ocorrer de forma escalonada, com previsão para encerramento em novembro.

Oferta nordestina deve ser maior em junho

A oferta de uvas com semente (itália e beni-taka) do Vale do São Francisco (BA/PE) ao mercado brasileiro deve ser maior em junho. A produtividade na região nordestina é considerada boa, resultado das condições climáticas favoráveis durante o perí-odo de podas e floradas. Assim, com a desacelera-ção da safra no Paraná e com a redução no volume de frutas importadas, agentes esperam que os pre-ços da uva da região nordestina subam em junho.

Crise européia alerta exportador do Vale do São Francisco

A atual crise econômica na Europa deixou exportadores de uva do Vale do São Francisco (BA/PE) em alerta, pois pode prejudicar os embarques de uvas no segundo semestre. Com o euro registrando desvalorização frente ao Real, produtores estão re-ceosos quanto à receita a ser obtida com as uvas ex-portadas à Europa, que pode ser limitada. Entretan-to, ainda é cedo prever um panorama mais concreto para as exportações no segundo semestre, visto que, além do câmbio, a oferta mundial de uva no segun-do semestre também determinará as condições que o Brasil terá para entrar nesta janela em 2010.

México inicia temporada, Chile finaliza

O México iniciou a safra de uva na primeira se-mana de maio, ainda com pouco volume exportado aos Estados Unidos – principal consumidor da fruta mexicana. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a safra do México está entre 7 e 10 dias atrasada devido às temperaturas mais baixas, que retardaram a maturação da fruta daquele país. Quanto ao Chile, os produtores encerraram os embarques ao país norte-americano em maio. Nesta safra (de novembro/09 a maio/10), até a última sema-na de maio, as exportações chilenas aos EUA foram 7,4% menores que as do mesmo período da tempo-rada anterior, segundo o relatório da Capespan.

Junho de 2010 - HORTIFRUTI BRASIL - 35

Oferta de nanica é menor, mas preço cai no valePreços médios recebidos por produtores do Vale do Ribeira pela nanica - R$/cx de 22 kg

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Banana Por Gabriela Carvalho da Silva Mello

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Vale do Ribeira em entressafra

Entressafra deve manter preço do Vale do Ribeira elevado

A região do Vale do Ribeira (SP) deve seguir com pouca oferta de bananas em junho por conta do período de entressafra. Além disso, a menor dis-ponibilidade da fruta também está atrelada ao cli-ma mais frio na praça paulista, que retardou o de-senvolvimento da banana. Esse cenário deve fazer com que os preços da nanica registrem patamares mais atrativos ao produtor em junho. Em abril, os preços já apresentaram reação: a média da nanica foi de R$ 11,11/cx de 22 kg, valor 10% superior à de março e 15% maior que a de abril do ano passado. Em maio, apesar da menor oferta paulista da variedade, os preços caíram, pressionados pelo maior volume de nanica da região de Bom Jesus da Lapa (BA). Vale lembrar que, no primeiro bimes-tre deste ano, a oferta esteve elevada, e foi a partir de março que o volume no Vale do Ribeira come-çou a reduzir significativamente. Isso ocorreu por conta da quebra de produção, devido às chuvas e às inundações que atingiram a região paulista em fevereiro. Esse clima desfavorável resultou em en-fraquecimento do sistema radicular dos bananais, lixiviação de nutrientes e maior presença do fungo causador da sigatoka negra. Diante dessas adversi-dades, a produtividade média de 2010 poderá ter uma queda frente à de 2009. O número médio de pulverizações neste ano também deverá aumentar em, pelo menos, uma aplicação.

Oferta baiana também diminui

Além do Vale do Ribeira, a oferta de banana nanica também será reduzida nas demais regiões produtoras do País em junho, o que deverá impul-sionar os preços da fruta no período. A praça de Bom Jesus da Lapa (BA), por exemplo, intensificou a colheita em maio, devendo diminuir a oferta da fruta em junho. Em maio, a maior oferta da região baiana pressionou as cotações da nanica, mesmo com as demais regiões produtoras não disponibili-zando grandes volumes da fruta. Naquele período, agentes acreditavam em aumento de oferta de na-nica por parte de produtores de Santa Catarina. As baixas temperaturas, no entanto, retardaram o de-senvolvimento da fruta, fazendo com que a oferta catarinense de nanica não ocorresse de forma tão intensa. A menor oferta de Santa Catarina, por sua vez, aliada aos elevados preços da fruta, limitou as exportações em maio. Além disso, os embarques brasileiros para a Argentina foram prejudicados pela banana mais competitiva da Bolívia – a Argentina é o principal destino da fruta brasileira ao Mercosul.

Bahia oferta prata de forma escalonada

O pico de safra de prata, que iniciou em maio em Bom Jesus da Lapa (BA), deve permanecer até junho, mas com menor intensidade. Neste ano, a região baiana apresenta maior escalonamento de oferta, reduzindo a concentração no período de pi-co (que deveria seguir até o final de julho). Em maio, boa parte das bananas foi colhida ainda miúda (an-tes do ponto ideal de maturação), refletindo, então, em menor qualidade. Mesmo com o baixo volume durante o pico de safra, a prata registrou desvalori-zação de 14% frente a abril, devido ao aumento de oferta. Apesar da oferta mais escalonada, o volume ofertado pela região neste ano deverá ser semelhante ou maior ao registrado em 2009, já que produtores investiram em mais áreas para a cultura. Além disso, os bananais tiveram bons tratos culturais, fazendo com que a produtividade alcance a média do ano.

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FÓRUM

É dificil usar 100% de capital próprio no tomate“

“Antônio Dal Bosco sempre trabalhou com agricultura, iniciando o plantio do tomate na década de 80. Em 2007, assumiu o cargo de presidente da Associação Caçadorense dos Produtores de Tomate (Acato), em Caçador (SC).

entrevista: antônio Dal Bosco

Hortifruti Brasil: O custo da tomaticultura tende a au-mentar ao longo do tempo. Com isso, o produtor deve ficar cada vez mais atento às formas de captação de recursos. De que forma os produtores de sua região financiam a safra?antônio Dal Bosco: Aqui, existem quatro formas de fi-nanciamento: recursos próprios, bancos, agropecuárias e os compradores de tomate. No geral, 50% dos gastos com a lavoura são financiados via agropecuárias. Os produtores que têm baixo nível de inadimplência con-seguem também captar financiamento via crédito ofi-cial dos bancos. No entanto, há um limite por produtor e é muito baixo quando comparado à necessidade de financiamento. Os que não conseguem captar dinhei-ro pelos bancos fazem parcerias com os compradores. Poucos produtores conseguem “bancar” integralmente uma lavoura de tomate com capital próprio, porque ela está ficando cada vez mais cara.

HF Brasil: Na hora de captar dinheiro, quais as van-tagens e/ou desvantagens que Caçador (SC) tem em relação a outras regiões concorrentes?Dal Bosco: A minha percepção é que as regiões pau-listas que competem com Caçador (Itapeva, Ribeirão Branco, Apiaí e Guapiara) têm o comprador de tomate como um importante financiador dos produtores, en-quanto que, em Caçador, são mais variadas as formas de financiamento.

HF Brasil: A parceria entre produtores e compradores diminuiu muito na região de Caçador. Por que o se-nhor acha que esse sistema não deu certo?Dal Bosco: Os pequenos e médios produtores prefe-rem não “amarrar” sua comercialização a um único comprador. Eu acho que cada ano tem diminuído mais essa parceria.

HF Brasil: A Associação atua para favorecer o acesso ao crédito na região? Ela organiza pool de compra de insumos?Dal Bosco: A Associação, da qual sou presidente, atua mais na questão política e no acompanhamento do mercado. Os tomaticultores de Caçador são tradicio-nais na atividade e cada um já tem sua forma de finan-

ciamento. Quanto à compra conjunta de insumos, não fazemos. Acredito que há um ambiente competitivo entre as agropecuárias e as condições são favoráveis para o produtor agir individualmente. Cada produtor tem sua autonomia na produção; a associação tem um papel de suporte, orientação aos associados.

HF Brasil: Nossa equipe estimou que o risco de prejuí-zo no pico de safra em Caçador (fevereiro) é de 31%. O senhor avalia como alta essa chance de prejuízo?Dal Bosco: Acho que essa estimativa é um pouco alta. Hoje dominamos muito o plantio e o manejo da cultura do tomate. Eu não tenho um cálculo da região, mas se ocorrer tal risco ele está atrelado a questões climáticas. No caso da venda, isso pode ocorrer quando um pro-dutor tem problemas de inadimplência de algum ata-cadista.

HF Brasil: Por outro lado, os meses de março e abril apresentaram maiores chances de bons lucros. O se-nhor acha que o calendário de produção de Caçador se altera muito em função dos preços?Dal Bosco: A região de Caçador não tem como mudar muito porque no mês de fevereiro as temperaturas são elevadas. Isso favorece o amadurecimento do fruto e a necessidade de colheita. Isso é um comportamento tí-pico em fevereiro. Um maior escalonamento é difícil porque o nosso verão é muito curto. Temos o risco das geadas que direciona a nossa colheita para o primeiro trimestre. Se eu atrasar o plantio para colher após es-se período, eu corro risco de geadas. Se eu adiantar o plantio e colher no final do ano, eu corro risco de geada durante o semeio. O calendário de semeadura na região é setembro a novembro. Consequentemente, no geral, temos uma concentração da colheita em fevereiro.

HF Brasil: Após um ano de boa lucratividade, o senhor acha importante fazer uma reserva de dinheiro para possíveis períodos de prejuízo? O senhor faz uma poupança para riscos futuros?Dal Bosco: No geral, a lucratividade de safras passadas é para financiar a próxima temporada. O ideal é admi-nistrar a propriedade com o capital próprio e é o que eu tenho tentado fazer. O problema é que a cada ano é

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FÓRUM

É importante fazer reserva de dinheiro para se precaver em Épocas de vacas magras“

“Edson Antônio Trebeschi é técnico em agropecuária pela Escola Agrícola de Espírito Santo do Pinhal (SP). Graduou-se em Administração de Empresas e fez pós-graduação em Gestão Empresarial na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atualmente, a Trebeschi Tomates ocupa posição de destaque entre as principais empresas do setor de FLV (frutas, legumes e verduras) do País.

entrevista: Edson antônio trebeschi

Hortifruti Brasil: Quais são as principais formas de financiamento para o custeio agrícola da lavoura de tomate em sua região?Edson antônio trebeschi: Uma das formas é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pro-naf), para os produtores familiares. Os empresários têm acesso ao crédito oficial de até R$ 170.000,00 por CPF.

HF Brasil: Captar recursos do banco, ainda que a quan-tidade seja limitada, é uma das formas mais baratas para obter capital, já que as taxas de juros giram em torno de 7% ao ano. Na opinião do senhor, por que o número de produtores que captam dinheiro em bancos ainda é baixo?trebeschi: Acho que seja em função das exigências, prin-cipalmente ambientais, que na região do cerrado (Ara-guari) estão cada vez mais complicadas.

HF Brasil: Na hora de captar dinheiro, quais as vanta-gens ou desvantagens que a região de Araguari (MG) tem em relação a outras?trebeschi: Acredito que a maior dificuldade esteja rela-cionada às exigências com licenças ambientais, especial-mente a outorga para uso de água para irrigação.

HF Brasil: A parceria entre produtores e compradores ainda existe em Araguari? O senhor acha que esse sis-tema dá certo?trebeschi: Sim, ainda existe. Creio que esse sistema é viá-vel desde que de forma organizada e transparente.

HF Brasil: Existe alguma organização (associação, coo-perativa, pool) entre os produtores para comprar insu-mos em maior escala em busca de preços menores?

trebeschi: Ainda não existe, mas acredito ser esta uma alternativa viável a ser implantada em curto prazo.

HF Brasil: A Equipe Custos/Cepea estimou que, nos me-ses de março e abril, a tomaticultura de Araguari (MG) apresentou maiores chances de bons lucros. O senhor acha que o calendário de produção de Araguari pode se alterar muito em função dos preços?trebeschi: Não, pois nesta época do ano a produtividade é muito baixa para a região, além de a qualidade não ser a ideal. Temos que respeitar a mãe natureza.

HF Brasil: Após um ano de boa lucratividade, o senhor acha importante fazer uma reserva de dinheiro para possíveis períodos de prejuízo? Como o senhor faz es-sa provisão (poupança, aquisição de terras) para a safra seguinte?trebeschi: Com certeza, ainda mais pela ausência de apoio ao setor, especialmente no que tange a financia-mentos e pelos altos custos da produção de tomate. En-tendo que a melhor opção seja em investimentos com fácil liquidez, para se precaver em épocas de “vacas magras”.

HF Brasil: Os tomaticultores da região têm outras ativi-dades agrícolas? O senhor acha que aplicar o dinheiro do tomate em outras culturas é um bom negócio?trebeschi: Sim, temos vários exemplos de sucesso princi-palmente com culturas de menor risco. No nosso caso, a diversificação se dá com o plantio de grãos (soja, milho e café), e tem sido uma ótima opção pois permite que comercializemos esses produtos na melhor época e não concorre com a cultura do tomate em termos de pragas e doenças.

difícil financiar a cultura com 100% de capital próprio.

HF Brasil: Os tomaticultores da região têm alguma ou-tra atividade agrícola? O senhor acha que aplicar o di-nheiro do tomate em outras atividades agrícolas é um bom negócio?

Dal Bosco: Na minha opinião, não. O nosso carro-

chefe é a tomaticultura. Nós trabalhamos com seguro,

o nosso risco concentra-se então no preço. Somente

os produtores com maiores extensões de terra acabam

diversificando com grãos.

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Uma publicação do CEPEA – ESALQ/USPAv. Centenário, 1080 CEP: 13416-000 Piracicaba (SP)tel: (19) 3429 - 8808 Fax: 19 3429 - 8829E-mail: [email protected]/hfbrasil

Muito mais que uma publicação, a Hortifruti Brasil é o resultado de pesquisas de mercado desenvolvidas pela Equipe Hortifruti do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq/USP.

As informações são coletadas através do contato direto com aqueles que movimentam a hortifruticultura nacional: produtores, atacadistas, exportadores etc. Esses dados passam pelo criterioso exame de nossos pesquisadores, que elaboram as diversas análises da Hortifruti Brasil.