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RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Cidadania e Meio Ambiente Formiguinhas do Vale www.formiguinhasdovale.org A Associação tem como princi- pal objetivo interferir nas mudanças com- portamentais da sociedade que o momento exige, no que tange a preservação ambien- tal, sustentabilidade e paz social, refloresta- mento, incentivo à agricultura orgânica, hor- tas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e composta- gem do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divul- gado através deste veículo de interação. Projetos integrados: Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a música de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições popula- res de cada região. Inicialmente iremos for- mar turmas que terão a finalidade de multi- plicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respecti- vas comunidades. Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os ecossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo domésti- co, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico à prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgâ- nica, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conheci- mento adquirido em cada comunidade. Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finali- dade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a for- mação de cooperativas ou grupos preserva- cionistas em suas comunidades. Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a mú- sica de raiz sejam o seu tema. Primeiramen- te será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com res- ponsabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos. # SEJA UM VOLUNTÁRIO. Conheça !!! Fale conosco 0xx12 - 9114.3431 Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associação “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa Edição 65 Ano VI - Abril 2013 Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê História da Saúde Pública Pág.: 03 Na Escola Pág.: 04 Cidadania Pág.: 05 Escola integral x Educação Pág.: 06 Cuide de suas flores Pág.: 07 Fala sério ! Pág.: 14 Rios Voadores Pág.: 13 Sustentabilidade Social Pág.: 12 Nióbio Pág.: 11 Hachiko Pág.: 10 Professores. Pág.: 09 Homem ser racional Pág.: 08 Internacional Pág.: 16 Corrupção Leonardo Boff Pág.: 15 Datas importantes ABRIL 01—Dia da mentira 02—Dia Internacional do Livro Infantil 04—Assinatura Tratado Atlântico norte OTAN Morte de Martin Luther King (1968) 06—Descoberta do Pólo Norte (1909) 07—Dia Mundial da Saúde Abdicação de D. Pedro I (1831) 08—Dia Mundial do Combate ao Câncer 13—1ª. Execução do Hino Nacional do Brasil 16—Dia Nacional da Voz 17—Dia Mundial da Luta Camponesa 18—Dia Nacional do Livro Infantil Nascimento de Monteiro Lobato (1882) 19—Dia do Índio Dia do Exército Brasileiro 21—Inauguração de Brasília (1960) Dia da Polícia Militar 22—Descobrimento do Brasil (1500) Inicio da Semana da Educação Dia da Comunidade Luso-Brasileira Dia da Terra 23—Dia Mundial do Livro 25—Dia de Portugal 28—Dia da Educação 29—Dia Internacional da Dança 30—Dia Nacional da Mulher Agora a Gazeta Valeparaibana está online, trazendo diariamente todas as notícias relevantes nas áreas da Edu- cação, Cultura, Meio Ambiente e Sus- tentabilidade Social Confira! www.gazetavaleparaibana.com Se Os Tubarões Fossem Homens Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes cai- xas do mar, para os peixes pequenos com todos os tipos de alimen- tos dentro, tanto vegetais, quanto animais. Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias, cabíveis se por exemplo um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadu- ra a fim que não morressem antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos. Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tuba- rões. Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos. Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos. Se levariam os peixinhos a acreditar que esse futuro só estaria ga- rantido se aprendessem a obediência. Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista e denunciaria imedi- atamente aos tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclina- ções. Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra en- tre si a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros. As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que entre eles os peixinhos de outros tuba- rões existem gigantescas diferenças, eles anunciariam que os peixi- nhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes lín- guas, sendo assim impossível que entendam um ao outro. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos Da outra língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói. Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, havia belos quadros, nos quais os dentes dos tu- barões seriam pintados em vistosas cores e suas goelas seriam re- presentadas como inocentes parques de recreio, nos quais se pode- ria brincar magnificamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as goelas dos tubarões. A música seria tão bela, tão bela que os peixinhos sob seus acordes, a orquestra na frente entrariam em massa para as goelas dos tuba- rões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos. Também haveria uma religião ali. Se os tubarões fossem homens, ela ensinaria essa religião e só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida. Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igual- dade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam car- gos e seriam postos acima dos outros. Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar e os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, ofi- ciais, engenheiro da construção de caixas e assim por diante. Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens. Bertold Brecht

e Meio Ambiente Formiguinhas do Vale · Execução do Hino Nacional do Brasil 16—Dia Nacional da Voz 17—Dia Mundial da Luta Camponesa 18—Dia Nacional do Livro Infantil Nascimento

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Cidadania e

Meio Ambiente

Formiguinhas do Vale www.formiguinhasdovale.org

A Associação tem como princi-pal objetivo interferir nas mudanças com-portamentais da sociedade que o momento exige, no que tange a preservação ambien-tal, sustentabilidade e paz social, refloresta-mento, incentivo à agricultura orgânica, hor-tas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e composta-gem do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divul-gado através deste veículo de interação.

Projetos integrados: • Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a música de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições popula-res de cada região. Inicialmente iremos for-mar turmas que terão a finalidade de multi-plicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respecti-vas comunidades.

• Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os ecossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo domésti-co, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico à prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgâ-nica, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conheci-mento adquirido em cada comunidade.

• Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finali-dade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a for-mação de cooperativas ou grupos preserva-cionistas em suas comunidades.

• Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a mú-sica de raiz sejam o seu tema. Primeiramen-te será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com res-ponsabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos.

# SEJA UM VOLUNTÁRIO. Conheça !!! Fale conosco

0xx12 - 9114.3431 Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org

Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associação “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins

lucrativos , com ênfase em assuntos inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa

Edição 65 Ano VI - Abril 2013 Distribuição Gratuita

Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

História da Saúde Pública Pág.: 03

Na Escola Pág.: 04

Cidadania Pág.: 05

Escola integral x Educação Pág.: 06

Cuide de suas flores Pág.: 07

Fala sério ! Pág.: 14

Rios Voadores Pág.: 13

Sustentabilidade Social Pág.: 12

Nióbio Pág.: 11

Hachiko Pág.: 10

Professores. Pág.: 09

Homem ser racional Pág.: 08

Internacional Pág.: 16

Corrupção Leonardo Boff Pág.: 15

Datas importantes ABRIL

01—Dia da mentira 02—Dia Internacional do Livro Infantil 04—Assinatura Tratado Atlântico norte OTAN Morte de Martin Luther King (1968) 06—Descoberta do Pólo Norte (1909) 07—Dia Mundial da Saúde Abdicação de D. Pedro I (1831) 08—Dia Mundial do Combate ao Câncer 13—1ª. Execução do Hino Nacional do Brasil 16—Dia Nacional da Voz 17—Dia Mundial da Luta Camponesa 18—Dia Nacional do Livro Infantil Nascimento de Monteiro Lobato (1882) 19—Dia do Índio Dia do Exército Brasileiro 21—Inauguração de Brasília (1960) Dia da Polícia Militar 22—Descobrimento do Brasil (1500) Inicio da Semana da Educação Dia da Comunidade Luso-Brasileira Dia da Terra 23—Dia Mundial do Livro 25—Dia de Portugal 28—Dia da Educação 29—Dia Internacional da Dança 30—Dia Nacional da Mulher

Agora a Gazeta Valeparaibana está online, trazendo diariamente todas as notícias relevantes nas áreas da Edu-cação, Cultura, Meio Ambiente e Sus-

tentabilidade Social Confira!

www.gazetavaleparaibana.com

Se Os Tubarões Fossem Homens Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes cai-xas do mar, para os peixes pequenos com todos os tipos de alimen-tos dentro, tanto vegetais, quanto animais.

Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias, cabíveis se por exemplo um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadu-ra a fim que não morressem antes do tempo.

Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos.

Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tuba-rões.

Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos.

Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos.

Se levariam os peixinhos a acreditar que esse futuro só estaria ga-rantido se aprendessem a obediência.

Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista e denunciaria imedi-atamente aos tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclina-ções.

Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra en-tre si a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros.

As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que entre eles os peixinhos de outros tuba-rões existem gigantescas diferenças, eles anunciariam que os peixi-nhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes lín-guas, sendo assim impossível que entendam um ao outro. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos Da outra língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.

Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, havia belos quadros, nos quais os dentes dos tu-barões seriam pintados em vistosas cores e suas goelas seriam re-presentadas como inocentes parques de recreio, nos quais se pode-ria brincar magnificamente.

Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as goelas dos tubarões. A música seria tão bela, tão bela que os peixinhos sob seus acordes, a orquestra na frente entrariam em massa para as goelas dos tuba-rões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos.

Também haveria uma religião ali.

Se os tubarões fossem homens, ela ensinaria essa religião e só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida. Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igual-dade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam car-gos e seriam postos acima dos outros.

Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar e os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, ofi-ciais, engenheiro da construção de caixas e assim por diante.

Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.

Bertold Brecht

ABRIL 2013 Gazeta Valeparaibana Página 02

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download e

visa a atender à Cidade de São Paulo e suas Regiões Metropolitanas.

Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista, Bragantina e Alto do Tietê e ABC Paulista. Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

Diretora Pedagógica dos Projetos: Profª. Elizabete Rúbio

Revisão de textos: Profª. Francisca Alves

Veículo divulgador da Associação

“Formiguinhas do Vale”

Gazeta Valeparaibana é um MULTIPLICADOR do Projeto Social

“Formiguinhas do Vale” e está presente

mensalmente em mais de 80 cidades do Cone

Leste Paulista, com distribuição gratuita em

cerca de 2.780 Escolas Públicas e Privadas de

Ensino Fundamental e Médio.

“Formiguinhas do Vale” Uma OSCIP - Sem fins lucrativos www.formiguinhasdovale.org

Editorial

Rádio web

CULTURAonline Brasil NOVOS HORÁRIOS e NOVOS PROGRAMAS Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós ! A Rádio web CULTURAonline, prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania nas te-máticas: Educação, Escola, Professor , Família e Sociedade. Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, onde a Educação se dis-cute num debate aberto, crítico e livre. Mas com responsabilidade!

Acessível no links: www.culturaonlinebr.org

Crônica

DIA DO ÍNDIO

Dezenove de abril – dia do índio. Catequizados pelo homem bran-co, a eles se uniram, sobrevive-ram e resistiram por séculos afo-

ra. Mas perderam suas terras, sua liberdade.

Auxiliados por alguns órgãos na luta pelo direito de cidada-nia, ocuparam cargos de lideranças, tentando serem respei-tados e ao preço de ficarem distantes de suas terras e tradi-ções; como a magia do feiticeiro, o cuidar das florestas, os ritos dos pajés, a religiosidade e a bravura dos destemidos guerreiros.

Nesse tempo em que as etnias avançaram, vimosa força do homem branco com sua tecnologia ir ao encontro dessa conglomeração de inteligências, sim, pois o índio vem mos-trando sua capacidade, interagindo no meio social moderno, levando a evolução em prol de suas raças que sofrem pela exclusão vivendo à beira do que lhes é permitido ter, como se a bandeira do Brasil também não fosse deles e, nessa luta, para não serem banidos de vez dessa terra gentil, vi-vem a engrenagem que ameaça até a própria língua, uma das poucas heranças que restou para suas crianças.

Nos tempos remotos, por falta de conhecimento e de infor-mação, o índio comia o branco, acreditando que ao comer a carne do inimigo absorviam sua força e por esse motivo, vi-ram sua gente massacrada e escravizada.Forçados, apren-deram os hábitos do homem branco, no entanto,ainda hoje, são queimados e enfraquecidos pelo preconceito e, tirados da sua inocência, tornaram-se reféns da bebida, drogas e prostituição.

Os portugueses descobriram os índios e não o Brasil, eles já faziam parte desta nação e são os verdadeiros donos dessas terras que lhe foram roubadas juntamente com sua dignidade e moldá-los às normas de uma sociedade “culta e civilizada”.

Lamento essa falta de humanização e consciência. Os ín-dios são nossas origens e há quem muito devemos.

Como outras, essa, é mais uma das histórias que os brasi-leiros esqueceram. Ou, nem leram...

Então comemorar o quê? - Índios das tribos da “Aldeia Glo-bal”!

Genha Auga – Jornalista MTB: 15.320

A Política Brasileira do “Pão e Circo”

As formas usadas pelo governo para

calar a população vem trazendo polêmi-

ca desde a Antiguidade. Seja regime

monárquico ou democrático, sempre

haverá revoltas e discordâncias de opi-

niões, ou seja, sempre defenderemos

nossos próprios interesses. Apesar de os

mais pobres serem a maioria, esses

sempre saem perdendo no “jogo da vi-

da”. São de fácil manipulação e não sa-

bem defender seus direitos de forma

realmente organizada.

Não se trata de algo da atualidade, mas

de fatos históricos que se repetem, já

que esse tipo de coisa vem acontecendo há muito tempo. Para fazer com que a população

parasse de se revoltar, o governo romano adotou uma política que ficou conhecida como

“Política do Pão e Circo”. Para fazer com que o povo se calasse, eles faziam grandes espetácu-

los no Coliseu, onde colocavam os Gladiadores (homens que, em sua maioria, eram pessoas

comuns que desobedeciam as leis injustas da época) para lutar com animais. Era uma diver-

são sangrenta, mas a violência fazia parte da cultura romana. Durante o “espetáculo”, eles

distribuíam pães para a população que, entretida com o show, esquecia os problemas sociais

e a falta de assistência do governo, voltando feliz e satisfeita para casa. Parece algo absurdo

se contado hoje, e pode ser que alguns estejam pensando como a população se deixava levar

por coisas tão banais. Esses mesmos não param para pensar que no Brasil acontece a mesma

coisa. Quem nunca reclamou do governo ou da situação de sua cidade? Mas porque isso não

muda? Por que poucos são os que conseguem mudar a situação de seu país?

Somos tão atuais, mas não notamos que estamos sendo tratados com a mesma política da

Roma Antiga. A mídia nos proporciona lazer, com novelas, reality shows, entre outros. E o go-

verno adora fazer festivais onde milhões de pessoas se divertem comendo, ouvindo música ao

vivo, entre outras coisas. Isso tudo é muito bom, mas em que isso melhora a nossa situação?

Como nos tornaremos um país de primeiro mundo se a população liga mais para diversão do

que para educação? Como nos tornaremos um país de primeiro mundo se só temos slogans

bonitos e não os colocamos em prática? Dizemos que o Brasil vem evoluindo, que país rico é

país sem pobreza, mas a nossa realidade transcende essas belas frases de efeito. Ainda temos

muita miséria intelectual, e essa é a mais difícil de acabar.

Não podemos colocar toda a culpa no governo, já que, acredito eu, o que falta para a popula-

ção é vontade de mudar e lutar por seus direitos.

Céfora Carvalho

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ABRIL 2013 Gazeta Valeparaibana Página 03

Nossa saúde x Políticas Públicas

BARBOSA ITO

_____________________

A D V O C A C I A

EDERKLAY BARBOSA ITOEDERKLAY BARBOSA ITOEDERKLAY BARBOSA ITOEDERKLAY BARBOSA ITO

Todos sabemos que programas sobre educação onde se abordem verdades e se discuta o assunto de forma imparcial, suprapartidari-amente e com ética são raros na mídia convencional.

São raros porque infelizmente não dão IBOPE e a mídia convencional busca imagem e IBOPE, pois so-

mente assim conseguirá patroci-nadores e valorizará seus espaços publicitários.

EDUCAR Uma janela para o mundo

Nosso programa no ar todas as Quintas, das 20h às 22h e, o ou-vinte poderá interagir com suas

sugestões, críticas ou questionamentos.

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Prof. António Carlos Vieira CONHEÇA TODA A NOSSA

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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL

Dos tempos da Colônia ao SUS

No início, não havia nada. A saúde no Brasil praticamente inexistiu nos tem-pos de colônia. O modelo exploratório nem pensava nessas coisas. Opajé, com suas ervas e cantos, e os boticários, que viajavam pelo Brasil Colônia, eram as únicas formas de assistência à saúde. Para se ter uma idéia, em 1789, havia no Rio de Janei-ro, apenas quatro médicos.

Com a chegada da família real portu-guesa em 1808, as necessidades da corte forçaram a criação as duas pri-meiras escolas de medicina do país: o Colégio Médico-Cirúrgico no Real Hospital Militar da Cidade de Salva-dor e a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro. E foram essas as únicas me-didas governamentais até a Repúbli-ca.

Foi no primeiro governo de Rodrigues Alves (1902-1906) que houve a pri-meira medida sanitarista no país. O Rio de Janeiro não tinha nenhum sa-neamento básico e, assim, várias do-enças graves como varíola, malária, febre amarela e até a peste espalha-vam-se facilmente. O presidente en-tão nomeou o médico Oswaldo Cruz para dar um jeito no problema. Numa ação policialesca, o sanitarista convocou 1.500 pessoas para ações que invadiam as casas, queimavam roupas e colchões. Sem nenhum tipo de ação educativa, a população foi ficando cada vez mais indignada. E o auge do conflito foi a instituição de uma vacinação anti-varíola. A popula-ção saiu às ruas e iniciou a Revolta da Vacina. Oswaldo Cruz acabou a-fastado.

Ninguém aceitou a imposição A forma como foi feita a campanha da vacina, revoltou do mais simples ou mais intelectualizado. Veja o que Rui Barbosa disse sobre a imposição à va-cina: “Não tem nome, na categoria dos crimes do poder, a temeridade, a vio-lência, a tirania a que ele se aventura,

expondo-se, voluntariamente, obstina-damente, a me envenenar, com a intro-dução no meu sangue, de um vírus so-bre cuja influência existem os mais bem fundados receios de que seja con-dutor da moléstia ou da morte.”

Apesar do fim conflituoso, o sanitaris-ta conseguiu resolver parte dos pro-blemas e colher muitas informações que ajudaram seu sucessor, Carlos Chagas, a estruturar uma campanha rotineira de ação e educação sanitá-ria.

Pouco foi feito em relação à saúde depois desse período, apenas com a chegada dos imigrantes europeus, que formaram a primeira massa de operários do Brasil, começou-se a dis-cutir, obviamente com fortes formas de pressão como greves e manifesta-ções, um modelo de assistência médi-ca para a população pobre. Assim, em 1923, surge a lei Elói Chaves, cri-ando as Caixas de Aposentadoria e Pensão. Essas instituições eram man-tidas pelas empresas que passaram a oferecer esses serviços aos seus fun-cionários. A União não participava das caixas. A primeira delas foi a dos fer-roviários. Elas tinham entre suas atri-buições, além da assistência médica ao funcionário e a família, concessão de preços especiais para os medica-mentos, aposentadorias e pensões para os herdeiros. Detalhe, essas cai-xas só valiam para os funcionários urbanos.

Esse modelo começa a mudar a partir da Revolução de 1930, quando Getú-lio Vargas toma o poder. É criado o Ministério da Educação e Saúde e as ca ixas são subst i tu ídas pe-los Institutos de Aposentadoria e Pen-sões (IAPs), que, por causa do mode-lo sindicalista de Vargas, passam a ser dirigidos por entidades sindicais e não mais por empresas como as anti-gas caixas. Suas atribuições são mui-to semelhantes às das caixas, preven-do assistência médico. O primeiro IAP foi o dos marítimos. A União continu-ou se eximindo do financiamento do modelo, que era gerido pela contribui-

ção sindical, instituída no período ge-tulista.

Quanto ao ministério, ele tomou medi-das sanitaristas como a criação de órgãos de combate a endemias e nor-mativos para ações sanitaristas. Vin-culando saúde e educação, o ministé-rio acabou priorizando o último item e a saúde continuou com investimentos irrisórios.

Dos anos 40 a 1964, início da ditadu-ra militar no Brasil, uma das discus-sões sobre saúde pública brasileira se baseou na unificação dos IAPs como forma de tornar o sistema mais abran-gente. É de 1960, a Lei Orgânica da Previdência Social, que unificava os IAPs em um regime único para todos os trabalhadores regidos pela Conso-lidação das Leis Trabalhistas (CLT), o que excluía trabalhadores rurais, em-pregados domésticos e funcionários públicos. É a primeira vez que, além da contribuição dos trabalhadores e das empresas, se definia efetivamen-te uma contribuição do Erário Público. Mas tais medidas foram ficando no papel. A efetivação dessas propostas só aconteceu em 1967 pelas mãos dos militares com a unificação de I-APs e a conseqüente criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Surgiu então uma de-manda muito maior que a oferta. A solução encontrado pelo governo foi pagar a rede privada pelos serviços prestados à população. Mais comple-xo, a estrutura foi se modificando e acabou por criar o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) em 1978, que ajudou nesse trabalho de intermediação dos repasses para iniciativa privada. Um poucos antes, em 1974, os militares já haviam criado o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS), que ajudou a remodelar e ampliar a rede privada de hospitais, por meio de em-préstimos com juros subsidiados. To-da essa política acabou proporcionan-do um verdadeiro boom na rede priva-da. De 1969 a 1984, o número de lei-tos privados cresceu cerca de 500%.

De 74.543 em 1969 para 348.255 em 1984. Como pode se ver o modelo criado pelo regime militar era pautado pelo pensamento da medicina curati-va. Poucas medidas de prevenção e sanitaristas foram tomadas. A mais i m p o r t a n t e f o i a c r i a ç ã o da Superintendência de Campanhas da Saúde Pública (Sucam).

Durante a transição democrática, fi-nalmente a saúde pública passa a ter um fiscalização da sociedade. Em 1981, ainda sob a égide dos militares, é criado o Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciá-ria (Conasp). Com o fim do regime militar, surgem outros órgãos que in-cluem a participação da sociedade civil como o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems).

Se de um lado, a sociedade civil co-meçou a ser mais ouvida, do outro, o sistema privado de saúde, que havia se beneficiado da política anterior, teve que arranjar outras alternativas. É nesse período que se cria e se for-talece o subsistema de atenção médi-co-suplementar. Em outras palavras começa a era dos convênios médicos. Surgem cinco modalidades diferentes de assistência médica suplementar: medicina de grupo, cooperativas mé-dicas, auto-gestão, seguro-saúde e plano de administração.

A classe média, principal alvo destes grupos, adere rapidamente, respon-dendo contra as falhas da saúde pú-blica. O crescimento dos planos é ver-tiginoso. Em 1989, já contabilizam mais de 31 mil brasileiros, ou 22% da população, faturando US$ 2,4 bilhões. Ao lado dessas mudanças, os consti-tuintes da transição democrática co-meçaram a criar um novo sistema de saúde, que mudou os parâmetros da saúde pública no Brasil, o SUS. Autor: Luís Indriunas Edição texto: Filipe de Sousa

CULTURAonline BRASIL

ABRIL 2013 Gazeta Valeparaibana Página 04

MUDANÇAS NO ENSINO Recentemente foi assinado o Pacto Nacional pela Alfa-betização na Idade Certa – onde o compromisso é de alfabetizar todas as crian-ças até no máximo oito a-nos de idade.

Essa estratégia e investi-mento na educação poderá ser um passo para o problema da de-sigualdade social e falta de oportunidades aos cidadãos brasilei-ros?

Mais do que alterações dos currículos, programas e planos de en-sino nas escolas, é necessário um estudo profundo, especializado, sério e que avalie o que não está adequado no processo de apren-dizagem. A cada gestão e mudanças pelos quais tem passado o sistema educacional, os resultados têm sido drásticos e aquém do esperado, promovendo cada vez mais o caos na educação, agra-vados pela falta de conhecimento e má formação dos docentes.

Se houver verdadeiro compromisso de:

- cooperação dos envolvidos, bem como dos órgãos competentes em fiscalizar, com imparcialidade, as instituições de ensino, inde-pendente do nível social e de acordo com as necessidades de ca-da uma. - gerenciamento de recursos financeiros por agentes honestos e transparentes, com administradores que ajam sem corporativismo. - professores eficazes,engajados,que cumpram rigorosamente o que for implantado nesse projeto. - recursos humanos gabaritados para opinar e sugerir, como res-ponsáveis e especialistas do ensino,nas decisões a serem toma-das no que se referir a quaisquer mudanças no ensino. - investimento na capacitação dos envolvidos para que metas es-tabelecidas possam ser almejadas. - selecionar e avaliar profissionais especializados.

Esse pacto, aplicado com seriedade, ao prazo de alguns anos, poderá ter os primeiros resultados positivos.

Diante do quadro atual, visto a corrupção e desvio de verbas que se expandiu no sistema político educacional, faz-se necessário, identificar a idoneidade de cada um, fiscalizar as universidades que vem formando pedagogos que seguem rumo às salas de au-las sem a devida qualificação tornando o ensino cada vez mais deficiente. Paralelamente a todos esses déficits, estão os problemas sociais da família e comunidades a que cada uma pertence. É importante desenvolver um plano que atraia e insira os pais das crianças, tan-to da periferia como os de classe social mais alta,que por inúme-ros motivos, não interagem com seus filhos, para mostrar-lhes a importância de sua participação no desenvolvimento intelectual da criança. O papel da escola é alfabetizar e dar continuidade à educação da-da em casa e os pais não podem transferir o que é de sua respon-sabilidade a outrem.

Professores atualizados e comprometidos,serão respeitados,terão melhores condições para atuarem junto às dificuldades de seus alunos e detectar o que impacta o desempenho escolar de cada um. Através desse trabalho, futuramente, possibilitarão a todas as crianças condições de igualdade.

Se esse pacto for cumprido sem esmorecimentos, bem como, ou-tras intervenções que se fizerem necessárias ao longo dos anos e com muitos esforços, haveremos de ter a reconstrução da educa-ção.

Genha Auga – Jornalista MTB 15320

Na ESCOLA

BARBOSA ITO

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A D V O C A C I A

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O ano de 2013, postado pela ONU como aquele da "cooperação pela água”, é um teste para a veracidade da política hídrica brasileira. O país das águas – somos o país de tantas coisas – tem mesmo sua prioridade no abastecimento humano e na dessedentação dos animais, como define a lei brasileira de recursos hídricos 9.433/97?

No ano de 2012, se abstrairmos o investi-mento federal em barragens, então o a-bastecimento humano tornou-se efetiva-mente prioridade, mesmo considerando o investimento na Transposição de Águas do São Francisco como de uso exclusiva-mente econômico. A longa estiagem no Semiárido brasileiro obrigou o governo a fazer esses investimentos, sob o risco de colapso hídrico em centros urbanos de todas as dimensões populacionais.

Uma análise mais detalhada dos investi-mentos brasileiros em água pode nos ajudar nessa tarefa. Segundo o SIGA do Senado Federal "a dotação inicial para a água na LOA 2012 foi da ordem de R$ 2.339.655.429 (Dois bilhões, trezentos e trinta e nove milhões, seiscentos e cin-quenta e cinco mil e quatrocentos e vinte e nove reais). Foram autorizados R$ 3.153.001.306 (Três bilhões, cento e cin-quenta e três milhões e um mil e trezen-tos e seis reais). Foram empenhados R$ 1.882.695.481 (Um bilhão, oitocentos e oitenta e dois milhões, seiscentos e nove-na e cinco mil e quatrocentos e oitenta e um reais). Liquidados foram R$ 442.466.697 (Quatrocentos e quarenta e dois milhões, quatrocentos e sessenta e seis mil, seiscentos e noventa e sete re-ais) o que significa uma execução per-centual 14,03% da LOA” (INESC ).

Acontece que nessa análise não consta o investimento em abastecimento humano pela linha do saneamento básico, que inclui o abastecimento humano, principal-mente nas cidades. Esse investimento ultrapassou a casa de um bilhão de reais em 2012.

Nessa seca que o Semiárido atravessa o governo federal –e os estaduais– viram-se obrigados a fazer o que a sociedade civil nordestina reivindica há muito tempo, isto é, investir na distribuição da água acumulada nos reservatórios, particular-mente através das adutoras. O manancial principal tem sido o São Francisco. As-sim, só na Bahia, o governo estadual em parceria com o Federal, tendo ainda a EMBASA (Empresa Baiana de Sanea-mento) como operadora principal, reali-zou rapidamente as adutoras de Gua-nambi e Irecê. Assim também agiu o go-verno de Pernambuco que está concluin-do a adutora do Pajeú.

Os principais programas nacionais de investimento em água são o "Oferta de Água” e "Água para Todos”, esse último vinculado ao Brasil sem Miséria. Nele se inclui os programas de construção de cis-

ternas, tanto o operado pela Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), como a-quelas de polietileno distribuídas pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF), mas também a implantação de sistemas sim-ples de abastecimento. Mas, como a á-gua tem muitas interfaces, todo investi-mento em saneamento tem uma dimen-são de "abastecimento humano” que pre-cisa ser considerado. Além do mais, há programas como o "Gestão de Risco e Resposta a Desastres”, mais vinculado à questão das mudanças climáticas, que tem uma evidente interface com a drena-gem das águas pluviais. Há ainda programas relativos à água, mas não diretamente vinculados ao abas-tecimento humano como "Ciência, Tec-nologia e Inovação” e o " Mar, Zona cos-teira e Antártida”.

O Brasil lançou em 2011 o Plano Nacio-nal de Saneamento Básico (PLANSAB). O total previsto de investimentos em 20 anos é da ordem de R$ 426 bilhões. Co-mo parte desse todo, ali está previsto o custo da universalização da água em to-do o território nacional de 2011 até 2030: R$ 105.152.000.000 (cento e cinco bi-lhões e cento e cinquenta e dois milhões de reais). Para o período de 2011 a 2015 foi planejado o investimento de R$ 29.226.000.000 (vinte e nove bilhões e duzentos e vinte e seis milhões de reais). Para esse período, o PLANSAB prevê o investimento anual de R$ 5,84 bilhões em abastecimento.

Essa quantidade não está sendo investi-da e ainda há a questão da qualidade final desses investimentos, principalmen-te quando se trata do abastecimento hu-mano vinculado ao saneamento. Aqui no São Francisco, sua revitalização tem re-cebido investimentos em saneamento, mas a qualidade final das obras tem sido um desastre, quando não totalmente in-conclusas e abandonadas pelas emprei-teiras, exigindo novas licitações e aditivos para que sejam efetivamente concluídas em todos seus parâmetros projetados.

Pouco se comenta que, nessa seca, uma das razões fundamentais para a crise do abastecimento no meio urbano foi a in-tensa utilização desses mananciais para a agricultura irrigada, inclusive de águas subterrâneas, correndo o risco de em médio prazo secarmos importantes ma-nanciais subterrâneos que abastecem populações e também rios, como é o ca-so do aquífero Urucúia, no Oeste Baiano, garantidor da perenidade do São Francis-co. Há aí um evidente conflito no uso da água, prevalecendo o uso econômico so-bre o abastecimento humano e a desse-dentação dos animais.

O hidronegócio – expressão cunhada no âmbito da Comissão Pastoral da Terra -, quando a água é transformada em negó-cio, está na raiz de toda essa inversão de valores, que expõe, por exemplo, a popu-lação nordestina a uma escassez violenta e provoca a eliminação dos animais, mas é incapaz de controlar o uso intenso da água pelas empresas de irrigação.

Entretanto, não é possível negar que, premido pela tragédia que poderia ter sido essa seca – o risco ainda não aca-bou - o governo federal inaugurou uma nova dinâmica no abastecimento de água em nível nacional.

Edição: Filipe de Sousa

ABRIL 2013 Gazeta Valeparaibana Página 05

Cidadania Utilidade Pública

NOVO PROCON

"PROCON é coisa do passado. A Revista Exame traz uma re-portagem sobre um site chama-do "Reclame Aqui". A ideia é que seja um mural (ESPÉCIE DE MURO DAS LA-MENTAÇÕES) onde as pessoas expõem suas queixas sobre serviços ou produtos, visível a todos que acessarem o site. O interessante é que, sem buro-cracia, os problemas são solu-cionados com mais rapidez. Quando um consumidor recla-ma de um produto de alguma empresa, essa empresa recebe um e-mail dessa queixa.

E como a empresa preza por sua imagem, ela tende a ser eficiente na solução, que será aberta ao público.

O que tem dado muito certo, já que 70% dos casos são resolvi-dos! E o tempo médio é de me-nos de uma semana, diferente do PROCON que tem a média em 120 dias.

Acesse: www.reclameaqui.com.br

Diga não ao consumismo

COPIE E COLE NO SEU NAVEGADOR - JUNTE-SE A NÓS! [https://www.facebook.com/groups/150403778428664/]

AMBIÇÃO & GANÂNCIA

A motivação busca atingir objetivos com tentativas, erros, acertos e evoluindo habilidades, mos-tra talentos. Com a correção dos erros, aprende-se a solucionar problemas, realizar tarefas difíceis, superar obstáculos alcançar metas cada vez mais desafiantes. A ambição é importante para sair da inércia, crescer e obter o máximo dos esforços dedicados a

uma ação. O ambicioso contempla outras pessoas em seus planos, atua respeitando quem e o que está à sua volta, progride e sempre tem ao seu lado pessoas também ambiciosas, motivadas, sem medo de enfrentar riscos e que dão tudo de si. Sabe que para ser bem-sucedido é necessário crer, ter convicções, valores e ver os problemas como desafi-os a serem vencidos e que desenvolver essas habilidades exige concentração, dedicação, comprometimento com a fa-mília, colegas de trabalho e envolver outras pessoas, abrindo espaço para todos. Há um limite para a ambição. Não perder a medida e nem usar de qualquer meio para conseguir sucesso e alcançar ob-jetivos, é o que difere a ambição da ganância. O ambicioso, mira sempre mais acima, à frente, mais alto, longe e aplica sempre princípios éticos. O ganancioso só se importa consigo mesmo, não contempla mais ninguém em seus planos e chega onde quer a qual-quer preço, faz qualquer coisa, suja as mãos, faz conchavos, alia-se a desonestos e faz da ética, meio. Usa dos piores princípios e valores, engana a todos e assim atinge o fim desejado. Mediante esta notória diferença e comparação, analisemos o comportamento do Sr. Renan Calheiros, que após renunci-ar ao cargo ocupado em 2007, por denúncias de corrupção e escândalos, renuncia ao cargo para não ser cassado. Vol-ta depois de cinco anos, sem o menor escrúpulo, candidatando-se ao mesmo cargo renunciado. Assume a Presidência do Senado, aliado aos congressistas que o elegeram, descomprometido com o povo, afirmando em seu discurso que “ética é um meio e não um fim” e a usa como ferramenta. Afinal de contas, sua atração pela políti-ca não tem demonstrado boas intenções para melhorar a situação do país mas, uma forma de enriquecer e sem a me-nor vergonha de fazê-lo por meios ilícitos. E então... Esse sujeito, é ambicioso ou ganancioso? Genha Auga – Jornalista MTB: 15.320

CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - PATROCÍNIOS: patrocí[email protected]:

Afinal, o que é ser cidadão?

Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade pe-rante a lei: ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asse-guram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a partici-pação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho jus-to, à saúde, a uma velhice tranquila.

Como exercemos a cidadania? Cidadania é a expressão concreta do exercício da democracia. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais. Expressa a igualdade dos indivíduos perante a lei, pertencendo a uma sociedade organizada. É a qualidade do cidadão de poder exercer o conjunto de direitos e liberdades políticas, socioeconômicas de seu país, estando sujeito a deveres que lhe são impostos. Relaciona-se, portanto, com a participação consciente e responsável do indivíduo na so-ciedade, zelando para que seus direitos não sejam violados. A cidadania instaura-se a partir dos processos de lutas que culminaram na Independência dos Estados Unidos da Amé-rica do Norte e na Revolução Francesa. Esses dois eventos romperam o princípio de legitimidade que vigia até então, baseado nos deveres dos súditos e passaram a estruturá-lo a partir dos direitos do cidadão. Desse momento em diante todos os tipos de luta foram travados para que se ampliasse o conceito e a prática de cidadania e o mundo ocidental o estendesse para a s mulheres, crianças, minorias nacionais, étnicas, sexuais, etárias.

PRESTE ATENÇÃO

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos po-líticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato

e do remédio dependem de decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.

Não sabe o imbecil que, da sua ignorância nasce a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior dos bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e o lacaio dos exploradores do povo.

(Brecht).

ABRIL 2013 Gazeta Valeparaibana Página 06

Educação ESCOLA INTEGRAL

X EDUCAÇÃO INTEGRAL

A Educação Pública apresenta, atu-almente, deficiências e é comprova-da em todos os mecanismos que auferem sua qualidade. Em muito se fala que a resolução dos problemas, da falta de qualidade da Educação Pública, seria resolvida se implan-tando Educação Integral em todas as escolas e quando ouço essas falas e vejo as propagandas, apre-sentações de seminários, as orienta-ções pedagógicas e os poucos pro-jetos de implantação dessas tão de-cantadas Escolas de Educação inte-gral, eu sempre me lembro que al-guns anos atrás se fazia uma propa-ganda massiva, com os seguintes dizeres: toda criança na escola.

No período desta campanha de “toda criança na escola”, eu sempre me perguntava: fazendo o quê? E por que sempre fazia essa pergun-ta?

Neste período, se encheu as salas de aulas de crianças e só. Os resul-tados dessa campanha de se colo-car as crianças na escola não se resolveu o problema da qualidade de ensino e não acabou com o anal-fabetismo. As salas de aulas ficaram repletas de crianças, mas a qualida-de do ensino será a mesma e agora agravada pelo fato de se colocar um número de crianças maior que devia em sala de aulas, ou seja, a escola virou um depósito de crianças retira-das das ruas.

Em alguns municípios, já estão im-plantando o que seria (ou será!) a tão propalada Escola de Educação Integral. Os alunos ficam o dia todo na escola, com direito ao almoço e tudo mais. Observando-se algumas unidades escolares em funciona-mento se fazem necessários alguns questionamentos:

Como é a estrutura dessas escolas onde os alunos ficam o

dia todo (tempo integral)?

Se a estrutura administrativa, organi-zacional e física dessas escolas continuam as mesmas das chama-das escolas tradicional, os mesmos

problemas existentes anteriormente irão permanecer!

A quantidade de alunos, por sala de aula, continua a mesma das escolas dita de ensino regular?

Se a quantidade de alunos por tur-mas forem as mesmas, os professo-res terão as mesmas dificuldades para controlar os alunos pelo exces-so de quantidade. As poucas esco-las que já implantaram esse novo modelo, certamente irão continuar com o mesmo número de alunos por turma. Tanto é que as unidades e-xistentes são escolas que apenas foram adaptadas para esse novo modelo e visivelmente se percebe que não foram ampliados o número de salas de aulas.

Os professores tiveram capacitação e foram atualizados?

Se os professores continuarem de-satualizados irão continuar lecionan-do com conteúdos e com as mes-mas práticas anteriores. As poucas capacitações existentes são as mes-mas que foram programadas para as escolas tradicionais e continua-ram a serem aplicados para os atu-ais professores lotados nessas es-colas com o novo regime.

Como foram preenchidos os horá-rios extras que os alunos permane-cem nestas escolas?

Se os horários extras para tornar as escolas com turno integral (manhã e tarde) forem preenchidos somente com atividades recreativas, os alu-nos apenas deixaram de se divertir em casa e na rua e passarão a se divertir nas escolas.

O mais interessante, é que se perce-be que não terão atividades para uma Educação Integral, olhando os mesmos itens da resposta anterior.

Se não construíram mais salas de aulas, onde serão as novas ativida-des de cultura e lazer no novo mo-delo nestas novas escolas?

Para se diminuir o número de alunos por turma e se colocar novas ativida-des, se faz necessárias contrata-ções de mais professores e amplia-ção dos espaços, já existentes, nas escolas.

Essas escolas terão os equipamen-tos necessários (inclusive os da área de comunicação) ?

Os chamados “Laboratórios de Infor-mática” forma implantados com os mesmos procedimentos dos labora-tórios implantados anteriormente.

Geralmente ficam obsoletos, são u t i l i z a d o s a l e a t o r i a m e n t e (geralmente falta capacitação para o

uso) e muitos ficam inutilizados por falta de manutenção.

Esses laboratórios são mantidos, usados e organizados da mesma maneira das chamadas escolas tra-dicionais. As aulas nesses laborató-rios tem de seguir um agendamento, devido a quantidade de computado-res, serem desproporcionais a ne-cessidade de uso por parte de alu-nos e professores. Da maneira que estão implantando essas escolas, com a chamada Edu-cação Integral, estão apenas criando meios para manter os alunos o dia inteiro nas escolas, da mesma ma-neira que anteriormente se fazia a propaganda de toda criança na es-cola. É como se o único interesse é retirar as crianças e adolescentes da rua e manterem ocupadas dentro dos muros destas escolas.

O que está ocorrendo é que a im-plantação de Escola de Educação Integral, o termo que melhor utiliza-do seria “Escola de Tempo Integral”, são semelhantes ao divulgado no Projeto “Toda Criança na Escola”, e os resultados, provavelmente, serão iguais aos que se exigia na propa-ganda do MEC (Ministério da Educa-ção e Cultura), com a diferença de que o tempo, que as crianças e ado-lescentes irão permanecer na esco-la, será mais bem mais elástico.

Não é necessário ser nenhum gênio para se perceber que essas novas unidades escolares, que estão sen-do implantadas, não irá funcionar com Escola de Educação Integral e sim Escola em Tempo Integral.

Para se colocar educação integral, visando a qualidade de ensino, se faz necessário ampliação das atuais escolas (salas de aulas e áreas para lazer e esporte) e também do qua-dro de pessoal (professores e pes-soal administrativo).

Somente no item redução de alunos por turmas, o número das salas de aulas teria de ser ampliadas pratica-mente em dobro e ainda teria de se criar novas salas (além das quadras esportivas) para colocação das no-vas atividades culturais e de lazer. Um bom exemplo seria as aulas, de músicas, que exigirão novas salas e novos professores para esta discipli-na. Antônio Carlos Vieira (SEED-SE) Licenciatura Plena - Geografia

Se você tem filhos, conheça aqui um pouco mais sobre

como lidar com isto

Educação tem de vir do berço e cabe à família responsabilizar-se por isso! Se cada família praticasse esta máxima: Educar os filhos dentro de princípios morais e boas maneiras, com certeza não teríamos Professores frustrados e exauridos devido a falta de educação de muitas crianças e jovens.

Todos os dias em milhares de salas de aula espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, crianças e jovens chegam ao ápice da mal criação destilando todo tipo de impropérios nas dependências da Escola e fora dela, comunicando-se uns com os outros aos berros de forma rude e irônica, tratando mal os cole-gas, Professores e demais Funcioná-rios da Escola.

É de conhecimento da grande maioria das pessoas que, devido ao fato da criança ou jovem chegar na escola sem o mínimo de educação familiar, ocorrem uma série de problemas que desencadeiam a indisciplina e tumultu-am o andamento das atividades na sala de aula, e que por esta razão, muitas vezes, inviabiliza que o aprendi-zado ocorra de maneira satisfatória.

Sob este ponto de vista seria apropria-do dizer que, neste caso, os pais são responsáveis pela indisciplina e falta de educação dos filhos e portanto, de-vem ser responsabilizados por isso.

Reflita comigo, se as crianças e jovens chegassem com um mínimo de educa-ção de casa, dada pelos pais, boa par-te dos problemas de indisciplina dentro da sala de aula estariam resolvidos. Esse mínimo de educação envolveria que o aluno soubesse seis questões básicas:

Princípios básicos de boas maneiras que todos devem trazer de casa: 1) Pedir “Por Favor” , diga “Obrigado”, “Com licença “ e manter sempre o con-trole emocional; 2) Falar educadamente, sem usar gí-rias, palavrões, ou expressões de bai-xo calão; 3) Tratar com respeito todos a sua vol-ta e jamais falar de alguém pelas cos-tas; 4) Jamais usar de intimidação verbal ou física (bullyng) para conseguir o que deseja; 5) Ser íntegro: sustentar o que se diz e faz e sempre enfrentar as consequên-cias de seus erros; 6) Jamais usar de mentiras, engana-ção e falsas acusações; Ahhh... Uma última dica: nunca super-proteja os seus filhos e não acoberte os seus erros ou mentiras... Eles, co-mo qualquer outro, são sujeito a falhas e erros e precisam arcar com as con-sequências disto...

ABRIL 2013 Gazeta Valeparaibana Página 07

Contos e papos sérios! CUIDE DAS SUAS FLORES

Certa história, de autor desconheci-do, conta que... “havia uma mulher que tinha tudo, uma família feliz, um marido amoroso, filhos saudáveis, casa própria, ela e o marido com bons empregos. O estranho é que ela não conseguia conciliar tudo isso, o trabalho e os afazeres lhe ocupa-vam todo o tempo e a sua vida sem-pre estava deficitária em alguma á-rea.

Se o trabalho lhe consumia muito tempo, ela deixava de dar atenção aos filhos, se surgiam problemas, ela deixava de lado o marido... E assim, as pessoas que ela amava eram sempre deixadas para depois. Até que um dia, seu pai, um homem mui-to sábio, lhe deu um presente: uma flor raríssima, da qual só havia um exemplar em todo o mundo.

E disse à ela:

- Filha, esta flor vai lhe ajudar muito mais do que você imagina! Você terá apenas que dar um pouco de aten-ção para ela, regando-a e podando-a de vez em quando, e conversar um pouquinho com ela. Fazendo isso ela lhe dará em troca esse perfume ma-ravilhoso e essas lindas flores.

A mulher ficou muito feliz, afinal a flor era de uma beleza sem igual e tinha um perfume!

O tempo foi passando, os problemas surgiam, o trabalho consumia todo o seu tempo, e a sua vida, que continu-ava confusa, não lhe permitia cuidar da flor. A mulher chegava em casa, olhava a flor e as flores ainda esta-vam lá, não mostravam sinal de fra-queza ou morte, apenas estavam lá, lindas, perfumadas. Então ela passa-va direto sem lhe dar nenhuma aten-ção. Até que um dia, sem mais nem menos, a flor morreu. A mulher che-gou em casa e levou um susto ao ver a flor morta, com suas raízes resse-cadas, suas flores caídas e suas fo-lhas amarelas. A mulher chorou mui-to e contou a seu pai o que havia a-contecido.

Seu pai então respondeu:

- Eu já imaginava que isso acontece-ria, e eu não posso lhe dar outra flor, porque não existe outra igual a essa, ela era única, assim como seus fi-lhos, seu marido e sua família. Todos são bênçãos que o Senhor deu a vo-

cê, mas você tem que aprender a dar atenção a eles, regando-os com cari-nho e amor, podando-os com aten-ção e estímulos positivos, pois assim como a flor, os sentimentos também morrem.

E o pai encerrou dizendo:

- Você se acostumou a ver a flor sempre lá, sempre florida, sempre perfumada, e se esqueceu de cuidar dela. Cuide das pessoas que você ama! Dê a elas a sua atenção, o seu amor..."

Essa história tem uma grande lição de vida, que os antigos chamavam de "Lei da Vovó": se você fizer algo positivo, ganhará outra coisa positiva.

A vovó dizia ao netinho:

"Se você comer toda a comida, ga-nhará um doce de sobremesa". Os antigos já conheciam a grande influ-ência dos estímulos positivos para fazer alguém feliz.

Faz, realmente, um tremendo bem quando se recebe um estímulo físico como um abraço carinhoso ou um beijo, um estímulo verbal como um elogio ou um "eu gosto de você", um telefonema alegre e estimulador, um olhar amoroso, um tapinha nas cos-tas, a presença de alguém querido ou qualquer outro estímulo positivo que dê alegria e satisfação à pessoa. Estímulos assim, fazem um tremendo bem à saúde mental e emocional.

A ciência já descobriu que os estímu-los são necessários à sobrevivência do ser humano e a escassez de estí-mulos não é saudável, tanto física quanto emocionalmente.

A pessoa "civilizada" é culturalmente condicionada a economizar os estí-mulos, evitando dar estímulos aos outros, desenvolvendo uma socieda-de onde as pessoas vivem constan-temente com um "déficit de estimula-ções" que recebem dos outros, há uma falta daqueles estímulos que poderiam fazê-las sentirem-se bem.

Por isso, que tal aproveitar a come-moração do Dia Internacional da Mu-lher, dia 8 de março, e começar a dar mais estímulos positivos aos outros à sua volta?

Não custa nada, além de um peque-no esforço para deixar de ser "tão civilizado", economizando nos estí-mulos positivos que os outros gosta-riam de receber de você! Seja você mulher (Aquele abraço! Parabéns pelo seu dia!) ou homem, faça um esforço para ser mais natural e es-pontâneo com as pessoas com as quais convive, trocando estímulos, "sem economia".

Você pode transformar o ambiente em que vive, espalhando alegria e felicidade entre as pessoas! Vamos lá, dê o primeiro passo, faça a sua parte! Você vai se surpreender...

Edição texto: Filipe de Sousa

CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - patrocí[email protected]

SEJA BAMBU!

Depois de uma grande tempestade, o menino que estava passando fé-rias na casa do seu avô, o chamou para a varanda e falou: - Vovô corre aqui! Me explica como essa árvore frondosa e imensa, que precisava de quatro homens para balançar seu tronco se quebrou, caiu com o vento e com a chuva... este bambu é tão fraco e continua de pé? - Filho, o bambu permanece em pé por que teve a humildade de se cur-var na hora da tempestade.

A árvore quis enfrentar o vento. O bambu nos ensina sete coisas. Se você tiver a grandeza e a humildade dele, vai experimentar o triunfo da paz em seu coração. A primeira verdade que o bambu nos ensina, e a mais importante, é a hu-mildade diante dos problemas, das dificuldades. Eu não me curvo diante do problema e da dificuldade, mas diante daquele, o único, o princípio da paz, aquele que me chama, que é o Senhor. Segunda verdade: o bambu cria raí-zes profundas. É muito difícil arran-car um bambu, pois o que ele tem para cima ele tem para baixo tam-bém. Você precisa aprofundar a ca-da dia suas raízes em Deus na ora-ção. Terceira verdade: Você já viu um pé de bambu sozinho? Apenas quando é novo, mas antes de crescer ele

permite que nasça outros a seu lado (como no cooperativismo). Sabe que vai precisar deles. Eles estão sem-pre grudados uns nos outros, tanto que de longe parecem com uma ár-vore. Às vezes tentamos arrancar um bambu lá de dentro, cortamos e não conseguimos. Os animais mais frá-geis vivem em bandos, para que desse modo se livrem dos predado-res. A quarta verdade que o bambu nos ensina é não criar galhos. Como tem a meta no alto e vive em moita, co-munidade, o bambu não se permite criar galhos. Nós perdemos muito tempo na vida tentando proteger nossos galhos, coisas insignificantes que damos um valor inestimável. Pa-ra ganhar, é preciso perder tudo a-quilo que nos impede de subirmos suavemente. A quinta verdade é que o bambu é cheio de nós ( e não de eus ). Como ele é oco, sabe que se crescesse

sem nós seria muito fraco. Os nós são os problemas e as dificuldades que superamos. Os nós são as pes-soas que nos ajudam, aqueles que estão próximos e acabam sendo for-ça nos momentos difíceis. Não deve-mos pedir a Deus que nos afaste dos problemas e dos sofrimentos. Eles são nossos melhores professores, se soubermos aprender com eles. A sexta verdade é que o bambu é oco, vazio de si mesmo. Enquanto não nos esvaziarmos de tudo aquilo que nos preenche, que rouba nosso tempo, que tira nossa paz, não sere-mos felizes. Ser oco significa estar pronto para ser cheio do Espírito Santo. Por fim, a sétima lição que o bambu nos dá é: ele só cresce para o alto. Ele busca as coisas do Alto. Essa tem que ser sua meta. Autor: Garr Reynolds

ABRIL 2013 Gazeta Valeparaibana Página 8

Sociedade Homem Ser racional Dizer que o homem é o único ser que mata outro por maldade, por rai-va, por vários motivos, todos fúteis( a maioria), e sem justificativas, é quase como “chover no molhado”. Mas em se tratando de seres humanos tudo é possível e nada deveria nos surpre-ender mais. A verdade é que ainda nos surpreen-demos com o que o homem é capaz de fazer em termos de desrespeito a outro ser, não me refiro apenas ao ser humano. Há alguns dias assisti a uma reporta-gem na televisão que me deixou chocada, me dei conta que ainda não estou insensível a todas as barbáries que presenciamos todos os dias, ain-da não estou anestesiada, a enxurra-da de informações desse tipo é tão grande que alguns de nós acabam criando uma camada de insensibili-dade como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. Assim como eu, muitas pessoas ain-da ficam chocadas com certas coisas que o ser humano é capaz de fazer, por pura maldade, por falta de respei-to , por não se colocar no lugar do outro, não praticar a alteridade, por

egoísmo e insensibilidade e outras tantas razões que não servem de maneira alguma como justificativa de nada que possa colocar outro ser (humano/animal) em desvantagem, em situação precária e humilhante, em situação de risco, que comprome-ta sua integridade física ou mental. E nós ditos seres racionais segui-mos surpreendendo, ignorando leis e direitos, ignorando deveres, regras básicas de educação, esquecendo-nos de sermos caridosos, praticar-mos a compaixão e o amor. O que me deixou chocada foi a matéria so-bre o caso do taxista moçambicano de 27 anos que foi algemado a tra-seira de um carro de polícia e arras-tado pelas ruas na África do Sul, a-pós a discussão com os agentes po-liciais, sobre estacionamento numa praça de taxi, e que veio a morrer depois na prisão. Nada justifica essa atitude de desres-peito e desvalorização da vida e do ser humano. O homem perdeu a no-ção dos limites. Vivemos numa socie-dade intolerante, violenta, e que não sabe conviver com a diversidade, ba-nalizando o mal e deixando a ética de lado. O que dá a certas pessoas o direito de pensar que podem tudo?

Que podem julgar e punir conforme suas crenças? Com certeza a falta de limites é um dos motivos. Existem normas éticas e morais que são universais, direitos humanos que são o fundamento da condição hu-mana, não precisariam estar positiva-dos pelo simples fato que os temos desde sempre, mas eles estão na Declaração Universal dos Direitos Humanos, nas constituições, nas leis, a sociedade garante assim o respeito a dignidade humana. O homem é um transgressor das pró-prias leis que ele cria, e cria leis por-que não consegue viver em socieda-de se não houver regras, havendo, já comete transgressões inomináveis, sem elas viveríamos no caos absolu-to. O ser racional é cruel. O escritor português Jose Saramago dizia que “O homem é cruel, sobretu-do em relação ao homem, porque somos os únicos capazes de humi-lhar, de torturar e fazemos isto com uma coisa que deveria ser o contrá-rio, que é a razão humana.” Não vou entrar na discussão sobre a crueldade fazer parte da natureza humana ou ser provocada pelo meio

em que se está inserido, isso daria um outro texto, mas não vem ao ca-so. Aqui quero deixar claro que precisa-mos repensar o que é viver e fazer parte de uma sociedade. Que valores queremos ver melhora-dos, que presente queremos constru-ir para os nosso filhos viverem um futuro mais feliz, de respeito, de paz e de comunhão, com um espírito de fraternidade e de união. Onde essas atitudes “desumanas” não encontrem espaço e nem justifi-cativas de quem as comete. Atrocida-des são cometidas contra pessoas e contra animais, e a barbárie humana parece não ter limites. O que não po-demos é nos acostumar com esse tipo de notícia, não devemos fechar os olhos e achar que nós não somos assim, SOMOS, (nós humanos). Mas acredito que nem tudo está per-dido, acredito que exista mais bonda-de e amor do que maldade e que o ser humano ainda tem salvação. Mariene Hildebrando de Freitas Advogada e especialista em Direitos Humanos Email: [email protected]

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A imprensa é um circo de horrores.

Entre o findar e o início, entre a mor-te e o nascimento a o ócio. Com seus pequenos prazeres. Sempre se valoriza o trabalho e es-quecemos o ócio que nos faz viver. Brincar com cachorros na tardes. Jo-gar com crianças. Acordar as pesso-as sem querer. Simplesmente sem o compromisso social. Sem ajudar o futuro do pais. O ócio de cada dia que nos traz a

reflexão da vida. Mente quieta. E o corpo em funcionamento esta é a vi-da. E uma música clássica no ouvido. E vamos seguindo fazendo planeja-mentos. A vida tem algum roteiro a ser seguido? E vem na cabeça títulos de livros. Como POEMAS ESQUECIDOS NO INFERNO … E aí vamos quem sabe uma série de poemas a serem feitos ou refeitos dada a abundância de imagens que a poesia de Cassiano Ricardo nos inspira. É da vontade de criar novas imagens a partir da leitura deste poeta. Enfim um senhor poeta. E tudo o mais se-gue em dias de ócio. O refletir na me-tafísica. Se bem que realmente en-tendemos sequer a física? E o prazer em bancas de revistas. Entre o findar e o início. Estamos aqui vivendo. Assistindo a mídia televisiva e sua infinita manipulação em jornais televi-sivos. A manter a população alheia a realidade e a reflexão. Causando o desinteresse nos problemas nacio-nais.

É que o povo gosta de se digladiar em causas sem frutos. E vivemos num país carente de infra-estrutura de base, sem estradas. Como uma indústria a beira de ser sucateada. E com governos inchados de mão de obra sem serventia os chamados barnabés na época de Cassiano. E as empreiteiras estão ai enquanto governos e mais governos passam. E elas cada vez mais ricas. E nunca se debate o que realmente interessa a agenda nacional? A imprensa é um circo de horrores. E nos estamos sempre batendo palma para sua agenda de interesses priva-dos. Enquanto a esquerda que gosta de insistir na burrice discute se Feliciano fica ou não fica. Eu me diverti num protesto em São Jose dos Campos com no máximo vinte e cinco pesso-as. Feliciano sim deve sair mas quem vai assumir seu lugar? E enquanto caminhões de soja não

conseguem descarregar a soja que vai para o exterior a preço de bana-na. Aprendi numa sétima séria nos anos oitenta que devemos produzir aqui e vender os produtos prontos. E a in-dústria nacional cada vez mais suca-teada. Um país que não investe no desenvolvimento de tecnologia está a mercê do mercado internacional e da especulação imobiliária. E estamos em festa. Copa do Mun-do, Olimpíada e Feliciano cai ou não cai ? É a poesia é algo bem mais saudável que as manipuladas notícias da im-prensa. E a educação , a cultura e arte não são levadas a sério, professores ga-nham muito pouco pelo que se deve estudar e pesquisar. E vamos seguindo. Entre o findar e o início. Autor: JOKA João Carlos Faria

O Brasil é a maior nação neolatina do mundo. Temos tudo para sermos também a maior civilização dos trópicos, não imperial, mas solidária com todas as nações, porque incorporou em si representantes de 60 povos que para aqui vieram. Nosso desafio é mostrar que o Brasil pode

ser, de fato, um pedaço do paraíso que não se perdeu.

ABRIL 2013 Gazeta Valeparaibana Página 9

Educação Pública

A PARALIZAÇÃO DOS

PROFESSORES E OS

PROFESSORES PARALISADOS:

Reflexos de uma crise.

Desde o final de 2011 que ouvimos falar em uma mobilização nacional para forçar os Esta-dos, os Municípios e o Distrito Federal a cum-prirem a Lei n. 11.738 de 2008 (chamada Lei do Piso) que institui nos seus oito artigos o piso salarial nacional dos profissionais do magistério público da educação básica, a composição da jornada de trabalho, reservan-do o limite máximo de 2/3 da carga horária para o desempenho das atividades de intera-ção com os educandos e 1/3 em Aula de Tra-balho Pedagógico Coletivo (ATPC) e Aula de Trabalho Pedagógico Livre (ATPL) e, também sobre o Plano de Carreira. Pois bem, desde 2008 que vem se travando a discussão sobre essa Lei, e pouquíssimos Sistemas de Ensino vem cumprindo-a integralmente. Alguns cum-prem a parte do salário, outros cumprem com o Plano de Carreira. Não conhecemos ne-nhum que cumprissem com as horas de ativi-dade com alunos. O que nos chamou a atenção foi a ausência desse debate desde que a Lei foi publicada em 2008. Nas escolas foram raras as oportu-nidades de discussão durante as Horas de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC), agora denominadas ATPC. Nas redes sociais, tam-bém pouco se falou. Entretanto, há alguns meses esse debate ganhou espaço (nas re-des sociais). Indiferentes a isso, continuamos sem debater esses assuntos nas escolas. O tempo foi passando e a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) convocou uma paralisação nacional para os dias 14, 15 e 16 de Março de 2012. Desde o início de 2012 que estamos acompanhando essa tentativa de mobilização. Independentemente do corrente ano eleitoral e dos interesses políticos e, sobretudo parti-dários que permeiam esse debate, gostaría-

mos de centrar nosso foco sobre a figura do professor e sua formação filosófica, ou políti-ca. Já faz algum tempo que as ciências humanas perderam sua função na educação básica (se é que alguma vez, realmente tiveram essa função) que é a de proporcionar ao aluno uma reflexão crítica e autônoma sobre os aconteci-mentos sociais. Com a expansão descontrola-da e a monetarização desenfreada do ensino superior no Brasil as ciências humanas tam-bém perderam seus espaços (inclusive dentro dos próprios cursos de ciências humanas). É comum hoje verificar cursos de Pedagogia, Filosofia, História, Geografia, Letras, Sociolo-gia, entre outros, uma formação a “toque de caixa”, sem que haja leituras essenciais para a formação deste profissional ou debates em torno das ideias centrais do seu ramo de atua-ção. Isso posto, é de se esperar que o futuro profissional não domine sua área de atuação e seja um trabalhador “meia boca”. Para dei-xar mais claro, é possível citar José Carlos Libâneo (Adeus Professor, Adeus Professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. Ed. Cortez, 1998) em que no terceiro capítulo o autor faz uma brilhante análise da desprofissionalização do docente, mediante o sistema neoliberal de ensino. Em que o pro-fessor é formado sem que haja condições deste partir para o mercado de trabalho plena-mente qualificado e, sendo assim, também formará alunos sem qualificação. O que queremos discutir aqui é que os pro-fessores, diferentemente de outras categorias (tais como os metalúrgicos, os petroleiros, os mineradores, os caminhoneiros...) não sabem, ou não querem, brigar pelos seus direitos trabalhistas. Talvez a sensibilidade do profes-sor diante do turbilhão de atividades e contro-vérsias que permeiam seu trabalho tenha diminuído seu interesse em formar cidadãos livres e conscientes do seu papel social. En-tretanto, cabe outra citação. Desta vez, verifi-camos em Paulo Freire (Pedagogia do Opri-mido. Ed. Paz e Terra, 1987) é dito que é pre-ciso ensinar ao oprimido que ele o é, e portan-to, a partir da sua consciência de oprimido adquirida, o mesmo tenha condições de e-mancipar-se intelectualmente. Pois bem, faz-se a questão: Como ensinar a um oprimido que ele o é, se o professor também o é e não sabe? Como criar uma sociedade emancipada e democrática se o professor, papel central nes-te processo, não é emancipado e muito me-nos democrático? Como formar um aluno crítico e consciente dos seus deveres e direi-tos se o professor também não tem consciên-cia dos seus?

As faculdades não proporcionam tal formação para seus alunos, por conta de um currículo enxuto, mensalidades baixas para atrair qual-quer tipo de aluno-pagante, salas superlota-das (100 – 150 alunos, sem exagero), profes-sores mal remunerados, e portanto, sobrecar-regados de aulas e sem estímulo para conti-nuarem sua formação (até porque se continu-arem a formação se tornarão profissionais mais caros), falta de pesquisa e publicações acadêmicas, cortes de custos a qualquer pre-ço, a quantidade e o lucro em detrimento da qualidade do ensino, são alguns dos fatores que contribuem para o círculo vicioso, má formação gerando má formação, ou seja, o professor mal formado no ensino básico, tam-bém é mal formado no ensino superior e vai contribuir com a má formação no ensino bási-co. Se formos analisar a situação sob esta ótica, veremos que os sindicatos e seus diretores, pessoas astutas e possuidores de uma orató-ria invejada, utilizam-se deste círculo vicioso na razão direta dos seus interesses políticos-partidários, pois sabendo que o professorado é mal formado politicamente e também não consciente da sua posição de formador de opinião, usam os mesmos como massa de manobra, assim como o governo, usa desse expediente para reforçar o círculo vicioso que resulta na má formação do aluno que por sua vez ao se formar numa faculdade também terá grandes chances de ser um mal profissio-nal. Tal situação, a má formação do professor, foi no citada no “Jornal da Educação” em sua edição on-line nos idos de 2007 onde é dito que os mestres e doutores, responsáveis pela formação dos profissionais da educação, de-veriam assumir parte na responsabilidade da má formação dos alunos da educação básica, pois eles tem participação nesse processo, haja visto que eles formam os professores. O mesmo jornal cita ainda a possibilidade, caso o governo fosse sério (adendo nosso), de que todos os professores poderiam ser chamados a fazer atualizações e especializações GRÁ-TIS (grifo nosso). Impossível? Não nos pare-ce. Afinal seria uma bela demonstração de seriedade. Alguns, menos avisados, poderiam aventar de que o governo já proporciona bol-sa mestrado e doutorado para os professores da rede. Mas, isso é em número reduzido e insignificante para uma rede de aproximada-mente 200 mil profissionais da educação. É necessário mais, muito mais. Segundo Cunha (CUNHA, M. I. Aprendiza-gens significativas na formação inicial de pro-fessores: um estudo no espaço dos Cursos de Licenciatura. Artigo on line, disponível em

http://168.96.200.17/ar/libros/anped/0425T.PDF), ”Não são os conteúdos ou as informações que carregam as relações sociais que geram a reprodução social ou cultural, mas a forma de transmissão, entendi-da como a teia de relações de poder e de subjetividade que a permeiam”. Daí deduz-se que o especialista recém-formado, muitas vezes, não detém a capacidade necessária para a devida transmissão do conhecimento adquirido. Ele é de fato um especialista em sua área, porém em um mundo globalizado e contextualizado, como o de hoje, talvez fosse necessária uma formação acadêmica global. Seria o professor do tipo “canivete suíço”. Como um professor desse naipe, provavel-mente, custaria mais caro às universidades e faculdades elas acabam optando por aqueles que possuem o conteúdo, porém vazios de competência. Onde isso irá desembocar? Claro, evidentemente na má formação do aluno do Ensino Básico. Ainda referenciando Cunha, ”esse profissional mal preparado vai encontrar dificuldade para se encaixar no mercado. Vai, então, para a especialização na Pós-Graduação. Escolhe uma área específica, forma-se, e vai dar aula. Seu método será o mesmo utilizado pelo pro-fessor que ele teve durante a graduação. E a inovação? Sem ela, não há mudança.” De fato, como o professor ,durante a sua especi-alização, não inovou em nada, há de se en-tender que nada irá mudar e ele agora com diploma na mão irá ensinar exatamente aquilo que aprendeu e da forma que aprendeu. Faz-se necessária uma ruptura epistemológica que permita reconfigurar os conhecimentos para além das regularidades propostas pelo paradigma da modernidade. Percebemos então que, o balaio é muito maior do que ima-ginávamos inicialmente. Por fim, podemos concluir afirmando que há interesses por parte de alguns grupos sociais para que a formação inicial e continuada do professor seja de baixa qualidade. Há interes-ses políticos e econômicos evidentes para que a formação da educação básica seja de baixa qualidade. Esses interesses partem de diversos lugares, tanto do Governo, quando dos sindicatos e das empresas que precisam de mão-de-obra semi qualificada e barata. Para quebrar esse ciclo só existe um meio: Estudar. Amigo professor, é preciso estudar mais! Autores: Prof. Omar de Camargo [email protected] Prof. Ivan Claudio Guedes [email protected] Republicação

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“A leitura é para o intelecto o que o exercício é para o

corpo.” ( Joseph Addison )

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“A leitura, como a comida, não alimenta senão digerida.”

( Marquês de Maricá )

ABRIL 2013 Gazeta Valeparaibana Página 10

Políticas sociais

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A Verdadeira História de Hachiko

Chu-ken Hachiko (o cachorro fiel Ha-chiko) nasceu em Odate, na província de Akita, no Japão em novembro de 1923. Em 1924, Hachiko foi enviado a casa de seu futuro proprietário, o Dr. Eisa-buro Ueno, um professor do Departa-mento Agrícola da Universidade de Tóquio. A história dá conta de que o professor ansiava por ter um Akita há anos, e que tão logo recebeu seu almejado cãozinho, deu-lhe o de Hachi, ao que depois passou a chamá-lo carinhosa-mente pelo diminutivo, Hachiko. Foi uma espécie de ‘amor à primeira vista’, pois, desde então, se tornariam amigos inseparáveis! O professor Ueno morava em Shibu-ya, subúrbio de Tóquio, perto da esta-ção de trem. Como fazia do trem seu meio de transporte diário até o local de trabalho, já era parte integrante da rotina de Hachiko acompanhar seu dono todas as manhãs. Caminhavam juntos o inteiro percurso que ia de casa à estação de Shibuya. Hachiko parecia ter um relógio interno, e sempre às 15 horas retornava à es-tação para encontrar o professor, que desembarcava do trem das 16 horas, para acompanhá-lo no percurso de volta a casa. Em 21 de Maio de 1925, o professor Ueno sofreu um AVC, durante uma reunião do corpo docente na faculda-de e morreu. Hachiko, que na época tinha pouco menos de dois anos de idade. No horário previsto, esperava seu dono pacientemente na estação. Naquele dia a espera durou até a ma-drugada. Na noite do velório, Hachiko, que esta-va no jardim, quebrou as portas de

vidro da casa e fez o seu caminho pa-ra a sala onde o corpo foi colocado, e passou a noite deitado ao lado de seu mestre, recusando-se a ceder. Outro relato diz que como de costume, quando chegou a hora de colocar vá-rios objetos particularmente amados pelo falecido no caixão com o corpo, Hachiko pulou dentro do mesmo e ten-tou resistir a todas as tentativas de removê-lo. Depois que o professor morreu a Se-nhora Ueno deu Hachiko para alguns parentes do que morava em Asakusa, no leste de Tóquio. Mas ele fugiu vá-rias vezes e voltou para a casa em Shibuya, um ano se passou e ele ain-da não tinha se acostumado à nova casa. Foi dado ao ex-jardineiro da fa-mília que conhecia Hachi desde que ele era um filhote. Mas Hachiko conti-nuava a fugir, aparecendo frequente-mente em sua antiga casa. Depois de certo tempo, aparentemente Hachiko se deu conta de que o professor Ueno não morava mais ali. Todos os dias à estação de Shibuya para esperar seu dono voltar do traba-lho, da mesma forma como sempre fazia. Procurava a figura de seu dono entre os passageiros, saindo somente quando as dores da fome o obriga-vam. E ele fez isso dia após dia, ano após ano, em meio aos apressados passageiros. Estes começaram passa-ram então a trazer petiscos e comida para aliviar sua vigília. Em 1929, Hachiko contraiu um caso grave de sarna, que quase o matou. Devido aos anos passados nas ruas, ele estava magro e com feridas das brigas com outros cães. Uma de suas orelhas já não se levantava mais, e ele já estava com uma aparência mi-serável, não parecendo mais com a criatura orgulhosa e forte que tinha sido uma vez. Um dos fiéis alunos de Ueno viu o ca-chorro na estação e o seguiu até a residência dos Kobayashi, onde a-prendeu a história da vida de Hachiko. Coincidentemente o aluno era um pes-quisador da raça Akita, e logo após seu encontro com o cão, publicou um censo de Akitas no Japão. Na época haviam apenas 30 Akitas puro-sangue restantes no país, incluindo Hachiko da estação de Shibuya. O antigo aluno do Professor Ueno re-tornou frequentemente para visitar o cachorro e durante muitos anos publi-

cou diversos artigos sobre a marcante lealdade de Hachiko. Sua história foi enviada para o Asahi Shinbun, um dos principais jornais do país, que foi publicada em setembro de 1932. O escritor tinha interesse em Hachiko, e prontamente enviou foto-grafias e detalhes sobre ele para uma revista especializada em cães japone-ses. Uma foto de Hachiko tinha também aparecido em uma enciclopédia sobre cães, publicada no exterior. No entan-to, quando um grande jornal nacional assumiu a história de Hachiko, todo o povo japonês soube sobre ele e se tornou uma espécie de celebridade, uma sensação nacional. Sua devoção à memória de seu mestre impressio-nou o povo japonês e se tornou mode-lo de dedicação à memória da família. Pais e professores usavam Hachiko como exemplo para educar crianças. Em 21 de Abril de 1934, uma estátua de bronze de Hachiko, esculpida pelo renomado escultor Teru Ando, foi er-guida em frente ao portão de bilheteria da estação de Shibuya, com um poe-ma gravado em um cartaz intitulado "Linhas para um cão leal". A cerimônia de inauguração foi uma grande ocasi-ão, com a participação do neto do pro-fessor Ueno e uma multidão de pesso-as. Hachiko envelheceu, tornou-se muito fraco e sofria de problemas no cora-ção (heartworms). Na madrugada de 8 de março de 1935, com idade de 11 anos e 4 meses, ele deu seu último suspiro no mesmo lugar onde por a-nos a fio esperou pacientemente por seu dono. A duração total de seu tem-po de espera foi de nove anos e dez meses. A morte de Hachiko estampou as primeiras páginas dos principais jornais japoneses, e muitas pessoas ficaram inconsoláveis com a notícia. Um dia de luto foi declarado. Seus ossos foram enterrados na se-pultura do professor Ueno, no Cemité-rio Aoyama, Minami-Aoyama, Minato-ku, Tóquio. Sua pele foi empalhado - para conservar-lhe as formas e sub-metido à substâncias que o isentam de decomposição, e o resultado deste maravilhoso processo de conservação está agora em exibição no Museu Na-cional da Ciência do Japão em Ueno. Alguns autores dizem que Hachiko, esta no Museu de Artes de Tóquio.

Durante a 2ª Guerra Mundial, para aplicar no desenvolvimento de materi-al bélico, todas as estátuas foram con-fiscadas e derretidas, e, infelizmente, entre elas estava a de Hachiko. Em 1948, formou-se a “The Society For Recreating The Hachiko Statue” entidade organizada em prol da recria-ção da estátua de Hachiko. Tekeshi Ando, o filho de Teru Ando foi contra-tado para esculpir uma nova estátua. A réplica foi reintegrada no mesmo lugar da estátua original, em uma ceri-mônia realizada no dia 15 de agosto. A estação de Odate, em 1964, rece-beu a estátua de um grupo de Akitas. Anos mais tarde, em 1988, também uma réplica da estátua de Hachiko foi colocada próxima a estação. A história de Hachiko atravessa anos, passa de pai para filho, sendo até mesmo ensi-nada nas escolas japonesas – no iní-cio do século para estimular lealdade ao governo, e atualmente, para exem-plificar e instilar o respeito e a lealda-de aos anciãos. Na atualidade, viajantes que passam pela estação de Shibuya podem com-prar presentes e recordações do seu cão favorito na Loja localizada no Me-morial de Hachiko chamada "Shibuya No Shippo" ou "Tail of Shibuya". Um mosaico colorido de Akitas cobre a parede perto da estação. Todos os anos, no dia 8 de março. Ocorre uma cerimônia solene na esta-ção de trem de Shibuya, em Tóquio. São centenas de amantes de cães que se reúnem em homenagem à leal-dade e devoção de Hachiko. Ao nasci-mento de uma criança, a família rece-be uma estatueta de Akita como dese-jo de saúde, felicidade e vida longa. O objeto também é considerado um a-muleto de boa sorte. Quando há al-guém doente, amigos dão ao enfermo esta estatueta, desejando pronta recu-peração. Por causa desse zelo, o Akita se tor-nou Patrimônio Nacional do povo japo-nês, tendo sido proibida sua exporta-ção. Se algum proprietário não tiver con-dições financeiras de manter seu cão, o governo japonês assume sua guarda.

Autor: Desconhecido Edição: Filipe de Sousa

UTILIDADE PÚBLICA

Durante o churrasco, Inês caiu.

Queriam chamar uma ambulância mas ela insistiu que estava bem e que só tropeçara por causa dos sapatos no-vos. Ela estava um pouca pálida e tre-mia. Inês passou o resto da noite bem disposta e alegre.

Mais tarde, o marido dela telefonou a informar, que a mulher fora internada no hospital. Às 23 horas falecera. Ela tinha tido um AVC durante o churras-co. Se os outros soubessem reconhe-cer os sintomas do AVC, ela poderia ainda estar viva. Algumas pessoas não morrem logo mas ficam durante muito tempo sujeitas a apoios e numa

situação de desespero.

Um neurologista disse, se ele conse-gue chegar ao pé de um individuo que sofreu um AVC, ele pode eliminar as sequelas de um AVC. Ele disse, o tru-que é diagnosticar e tratar a pessoa durante as primeiras 3 horas.

Como reconhecer um AVC?: Há 4 passos que devem ser seguidos para reconhecer um AVC. 1 - peça à pessoa para rir (ela não vai conseguir).

2 - Peça à pessoa para dizer uma fra-se simples (por exemplo: hoje está um dia bonito). 3 - Peça à pessoa para levantar os dois braços (não vai conseguir bem). 4 - Peça à pessoa para mostrar a lín-gua (se a língua estiver torta ou virar dum lado para o outro, é um sintoma). Se a pessoa tem alguns destes sin-tomas chamar imediatamente o mé-

dico e descrever os sintomas ao telefone.

ABRIL 2013 Gazeta Valeparaibana Página 11

Petróleo Brasil

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Hoje vamos voltar a falar sobre o Nióbio; O nióbio, símbolo químico Nb, é muito empregado na produção de ligas de aço destinadas ao fabrico de tubos para con-dução de líquidos. Como curiosidade, o nome nióbio deriva da deusa grega Nío-be que era filha de Tântalo que foi res-ponsável pelo nome de outro elemento químico, tântalo.

O nióbio é dotado de elasticidade e flexi-bilidade que permitem ser moldável. Es-tas características oferecem inúmeras aplicações em alguns tipos de aços inoxi-dáveis e ligas de metais não ferrosos destinados à fabricação de tubulações para o transporte de água e petróleo a longas distâncias por ser um poderoso agente anti-corrosivo, resistente aos áci-dos mais agressivos, como os naftênicos. Inúmeras são as aplicações do nióbio, indo desde as envolvidas com artigos de beleza, como as destinadas à produção de jóias, até o emprego em indústrias nucleares. Na indústria aeronáutica, é empregado na produção de motores de aviões a jato, e equipamentos de fogue-tes, devido a sua alta resistência a com-bustão. São tantas as potencialidades do nióbio que a baixas temperaturas se con-verte em supercondutor. O elemento nióbio recebeu inicialmente o nome de “colúmbio”, dado por seu desco-bridor Charles Hatchett, em 1801. Não é encontrado livre no ambiente, mas, como niobita (columbita). O Brasil com reserva de mais de 97%, em Catalão e Araxá, é o maior produtor mundial de nióbio, e o consumo mundial é de aproximadamente 37 mil toneladas anuais do minério total-mente brasileiro. As pressões externas que subjugam o

povo brasileiro Ronaldo Schlichting, administrador de empresas e membro da Liga da Defesa Nacional, em seu excelente artigo, que jamais deveria ser do desconhecimento

do povo brasileiro, chama a atenção so-bre a “Questão do Nióbio” e convoca to-dos os brasileiros para que digam não à doutrina da subjugação nacional. Mencio-na que a história do Brasil foi pautada pela escravidão das sucessivas gerações de cidadãos submetidos à vergonhosa doutrina de servidão. Schlichting, de forma oportunista, desper-ta na consciência de todos que “qualquer tipo de riqueza nacional, pública ou priva-da, de natureza tecnológica, científica, humana, industrial, mineral, agrícola, e-nergética, de comunicação, de transpor-te, biológica, assim que desponta e se torna importante, é imediatamente des-truída, passa por um inexorável processo de transferência para outras mãos ou para seus ‘testas de ferro’ locais”. Identificam-se, nos dizeres do membro da Liga de Defesa Nacional, as estraté-gias atualmente aplicadas contra o Brasil nesta guerra dissimulada com ataques transversais, característicos dos comba-tes desfechados durante a assimetria de “4ª Geração”. Os brasileiros têm que ser convencidos de que o Brasil está em guerra e que de nada adianta ser um pa-ís pacífico. Os inimigos são implacáveis e passivamente o povo brasileiro está as-sistindo a desmontagem do país. Na guerra assimétrica, de quarta geração de influências sutis, não há inicialmente uso de armas e bombardeios com grande mortandade. O processo ocorre de forma sub-reptícia, com a participação ativa de colaboracionistas, entreguistas, corrup-tos, lobistas e traidores. O povo na sua esmagadora maioria desconhece o que de gravíssimo está ocorrendo na sua frente e não esboça nenhum tipo de rea-ção. Por trás, os países hegemônicos, mais ricos, colonizadores, injetam volu-mosas fortunas em suas organizações nacionais e internacionais (ONGs, religio-sas, científicas, diplomáticas) para cor-romperem e corroerem as instituições e autoridades nacionais para consequente-mente solaparem a moral do povo e es-vaziar a vontade popular. Este tipo de acontecimento é presenciado no momen-to no Brasil. Entre os metais refratários, o nióbio é o mais leve prestando-se para a siderurgia, aeronáutica e largo emprego nas indús-trias espacial e nuclear. Na necessidade de aços de alta resistência e baixa liga e de requisição de superligas indispensá-

veis para suportar altas temperaturas como ocorre nas turbinas de aviões a jato e foguetes, o nióbio adquire máxima importância. Podem ser exemplificados outros empregos do nióbio na vida mo-derna: produção de aço inoxidável, ligas supercondutoras, cerâmicas eletrônicas, lente para câmeras, indústria naval e fa-bricação de trens-bala, de armamentos, indústria aeroespacial, de instrumentos cirúrgicos, e óticos de precisão.

O descaso nas negociações Internacionais

A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), a maior exploradora mundial, do Grupo Moreira Salles e da multinacional Molycorp, em Araxá, expor-ta 95% do nióbio extraído de Minas Ge-rais. Segundo o artigo de Schlichting, que menciona o citado no jornal Folha de São Paulo, 5 de novembro de 2003: “Lula passou o final de semana em Araxá em casa da CBMM do Grupo Moreira Salles e da multinacional Molycorp…” E, com-plementa que “uma ONG financiou proje-tos do Instituto Cidadania, presidido por Luiz Inácio da Silva, inclusive o ‘Fome Zero’, que integra o programa de governo do presidente eleito”. O Brasil como único exportador mundial do minério não dá o preço no mercado externo, o preço do metal quase 100% refinado é cotado a US$ 90 o quilo na Bolsa de Metais de Londres, enquanto que totalmente bruto, no garimpo o quilo custa 400 reais. Na cotação do dólar de hoje (R$ 1,75), R$ 400,00 = $ 228,57. Portanto, $ 228,57 – $ 90,00 = $ 138,57. Como conclusão, o sucesso do governo atual nas exportações é “sucesso de en-ganação”. O brasileiro é totalmente ludi-briado com propagandas falsas de pro-gressos nas exportações, mas, em rela-ção aos negócios internacionais, de ver-dadeiro é a concretização de maus negó-cios. Nas jazidas de Catalão e Araxá o nióbio bruto, extraído da mina, custa 228,57 dólares e é vendido no exterior, refinado, por 90 dólares. Como é que pode ocorrer tal tipo de transação comercial com total prejuízo para a população do país? É muito descaso com as questões do país e o desinteresse com o bem-estar do povo brasileiro. Como os EUA, a Europa

e o Japão são totalmente dependentes do nióbio e o Brasil é o único fornecedor mundial, era para todos os problemas econômicos, a liquidação total da dívida externa e de subdesenvolvimento serem totalmente resolvidos. Deve ser frisada a grande importância do nióbio e a questão do desmembramento de gigantescas fatias de territórios da Amazônia, ricas deste metal e de outras jazidas minerais já divulgadas. As pres-sões externas são demasiadas e visam a desmoralização das instituições brasilei-ras das mais diversas formas, conforme pode ser comprovado nas políticas edu-cacionais e nos critérios de admissão de candidatos às universidades. Métodos que corrompem autoridades destituídas de valores morais são procedimentos que contribuem para a desmontagem do país. Uma gama extensa de processos que permitam os traidores obterem van-tagens faz parte para ampliar a divulga-ção da descrença, anestesiando o povo, dando a certeza de que o Brasil não tem mais jeito. A questão do nióbio é tão vergonhosa que na realidade o mundo todo consome 100% do nióbio brasileiro, sendo que os dados oficiais registram como exportação somente 40%. Anos e anos de subfatura-mento tem acumulado um prejuízo para o país de bilhões e bilhões de dólares anu-ais. Ronaldo Schlichting, no seu artigo publi-cado, ressalta que “no cassino das finan-ças internacionais o jogo da moda é cha-mado de ‘mico preto’, cujo perdedor será aquele que ao fim do carteado ficar com a carta do mico, denominada dólar”. É, devido à incompetência do governo bra-sileiro e do ministro da Fazenda, quem ficou com o mico preto foi o povo brasilei-ro, o papel pintado, falso, sem valor, cha-

mado de dólar.

O que está ocorrendo é que o Bra-sil está vendendo todas as suas riquezas de qualquer jeito e rece-bendo o pagamento em moeda podre, sem qualquer valor, ficando caracterizada uma traição ao país e ao povo brasileiro.

Autor: Edvaldo Tavares É coronel-médico da Reserva do Exército

PETRÓLEO e PRÉ-SAL Os movimentos sociais e entida-des populares que integram a campanha “O Petróleo Tem que Ser Nosso” retomaram, no final do ano, as plenárias regulares, bem como estarão programando diver-sas atividades contra os leilões de petróleo realizados pela Agência de Petróleo, Gás Natural e Bio-combustíveis (ANP). Os encontros

ocorreram no auditório do Sindipe-tro-RJ, Centro do Rio de Janeiro, com expressiva participação de representantes de entidades soci-ais.

A previsão é que se realizem reu-niões mensais. E aqui em São Jo-sé vamos também agendar reuni-ões com os diversos sindicatos e trazendo também líderes sindicais e população para o debate e para

o movimento.

A primeira atividade da nova agen-da foi a realização de um ato no dia 3 de Outubro passado, em frente ao Edifício Sede da Petro-brás, alusivo ao 59º aniversário da empresa - criada com a instituição do monopólio estatal do petróleo (Lei 2004/53), para fazer frente às demandas do país em desenvolvi-mento, emprego, saúde, educa-

ção, moradia, entre outras.

PETRÓLEO BRASIL Todas as Segundas-Feiras na

CULTURAonline BRASIL

Às 20 horas. Conheça nossa história e nossa ri-queza, que não podemos perder.

www.culturaonlinebr.org JUNTOS SEREMOS FORTES!

O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO!

ABRIL 2013 Gazeta Valeparaibana Página 12

Sustentabilidade Social

CICATRIZ

Um menino tinha uma cicatriz no ros-to,as pessoas do colégio não falavam com ele nem sentavam ao seu la-do,na realidade quando os colegas do colégio o viam franziam a testa devido a cicatriz ser muito feia…Então a turma se reuniu com o pro-fessor e foi sugerido que aquele me-nino da cicatriz não frequentasse mais o colégio,o professor levou o caso à diretoria do colégio.

A diretoria ouviu e chegou a seguinte conclusão: Que não poderia tirar o menino do colégio e que conversaria com o menino pra que ele fosse o ultimo a estar em sala de aula e o pri-meiro a sair,desse forma nenhum alu-no via o rosto do menino, a não ser que olhassem pra trás. O professor achou magnífica a ideia da diretoria,sabia que os alunos não olhariam mais pra trás. Levado ao

conhecimento do menino da decisão do menino ele prontamente ele pron-tamente aceitou a imposição do colé-gio,mas com uma condição: que ele compareceria na frente de todos os colegas do colégio,para dizer o por-que daquela CICATRIZ.

A turma concordou e no dia o menino entrou e dirigiu-se a frente da sala de aula e começou a relatar:

– Sabe turma,eu entendo vocês. Es-sa cicatriz é muito feia,mas foi assim que eu a adquiri:

- Minha mãe era muito pobre e pra ajudar na alimentação da casa ela passava roupa pra fora…eu tinha por volta de 7 ou 8 anos de idade…A tur-ma tava em silencio atenta a tudo… o menino continuou:

– Alem de mim,tinha mais 3 irmãozi-nhos um de 4 anos,outro de 2 anos e uma irmãzinha de apenas alguns dias de vida..(SILENCIO TOTAL NA SA-LA). Foi aí que não sei como a nossa casa que era simples e toda de ma-deira começou a pegar fogo..minha mãe correu ate o quarto em que está-vamos, pegou meu irmão de 4 anos o

de 2 anos e eu pelo braço e nos le-vou pra fora,havia muita fumaça, as paredes que eram de madeira pega-vam fogo e estavam muito quentes…minha mãe colocou-me sentado no chão do lado de fora e pediu que eu ficasse ali ate ela voltar,pois minha mãe tinha que voltar a casa e pear a minha irmãzinha que ainda ficara no quarto em chamas... Só que quando minha mãe tentou entrar na casa em chamas as pessoas que estavam ali não deixaram minha mãe pegar mi-nha irmãzinha e via minha mãe gritar:

“minha filha esta lá dentro”!

Vi no rosto da minha mãe o desespe-ro,o horror e ela gritava,mas aquelas pessoas não deixavam minha mãe buscar minha irmãzinha. Foi aí que decidi: Deixei meus irmãos e disse-lhes que não saísse de la ate eu vol-tar,sai entre as pessoas e sem que eles percebessem eu entrei na ca-sa…Havia muita fumaça,estava tudo muito quente,mas eu tinha que pegar minha irmãzinha. Eu sabia o quarto em que ela estava. Quando cheguei ao quarto la estava ela enrolada num lençol e chorava

muito. Nesse momento vi alguma coi-sa caindo e então me joguei sobre ela para protegê-la e aquela coisa quente tocou no meu rosto. (a turma estava quieta, atenta ao menino e envergo-nhada) então o menino continuou:

Vocês podem ate achar essa CICA-TRIZ feia, mas tem alguém lá em ca-sa que a acha linda e todos os dias quando eu chego, ela minha irmãzi-nha a beija porque sabe que a marca é do AMOR.

Pra você que leu essa historia ate o fim, queria dizer que o mundo esta cheio de cicatrizes. Não falo da cica-triz visível,mas das cicatrizes que não se veem, estamos sempre prontos a abrir cicatrizes nas pessoas,seja com palavras ou ações. Ha aproximada-mente 2000 anos JESUS CRISTO adquiriu algumas cicatrizes nas mãos, pés,corpo e cabeça. Essas ci-catrizes eram nossas, mas Ele nos protegeu e morreu em nosso lugar e ficou com todas aquelas cicatrizes.

Essas também são marcas

DE AMOR Autor: desconhecido

Rádio web CULTURAonline Brasil

Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós. A Rádio web CULTURA-online, prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabili-dade social, cidadania nas temáti-cas: Educação, Escola, Saúde, Ci-dadania, Professor e Família. Uma rádio onde o professor é valo-rizado e tem voz e, a Educação e o Brasil se discute num debate aber-to, crítico e livre, com conhecimen-to e responsabilidade!

ATENÇÂO

A Gazeta Valeparaibana, um veículo de divulgação da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de aulas, tais como: educação, cultu-ra, tradições, história, meio ambiente e sustentabilidade, respon-sabilidade social e ambiental, além da transmissão de conheci-mento.

Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conhecimento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidária e conhecedora de suas responsabilidades sociais.

No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudiquem seus nomes. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato.

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Quando vem o abraço? Hoje, sempre hoje e já deixou de ser hoje. Num corrido dia à procura de instalar programas de computadores, que me façam reconhecer o mundo. Hoje quase chorei ao ver Manoel de Barros, um simpático homem do po-vo.

Hoje, conversei com Adão Silvério; vi militantes que são eternos; corri de uma Câmara Municipal, cheia de gen-te alucinada, tentando sobreviver da inocência cruel do povo.

Quantos poderes que vivem a nos mentir, iludidos com votos. Mas a vi-da sempre acontece nos centros e nas periferias.

Hoje não esbarramos com pessoas que querem romper com amareladas rotinas. E vemos jovens dentro de ônibus a sonhar com uma vida futura que nunca existe. Artistas lunáticos que sonham o tempo todo.

E a vida sempre escorre por nossos

narizes. Epa! não faço uso de entor-pecentes. Para mim, já basta os poe-tas e profetas. Já basta uma boa roda de conversa… Ou quando compra-mos brinquedos novos como novos programas de computadores e passa-mos a tarde inteira tentando instalá-los e nos frustramos. Mas viver é se frustrar o tempo todo.

Gosto quando chove e faz frio en-quanto todo mundo quer dias quentes em feriados. Quantos dias quentes há durante o ano todo e as pessoas se desesperam a trabalhar, a suar e se enfeitiçar pelo consumo, comprando bugigangas. A vida é bem mais e Manoel de Bar-ros nos ensina. Quero dançar ciranda com Fernando Pessoa, Cecília Meire-les e Manoel de Barros.

Quando eu gravava um filme e o dire-tor esbravejava nas horas de folga “vocês só leem Fernando Pessoa”. Era anos noventa, eu e o mundo não reconhecíamos a poética de Manoel de Barros. Agora temos alguém que

esconde rebanhos e brinca com Je-sus Cristo nos rios do Pantanal.

Manuel conhecia Jesus, era uma das crianças que brincavam com Jesus nos poemas de pessoa. E ele não nos contou. Caraca e ainda não existe Windows 9. Mas existe a poética imaginativa de Manoel… Que nos emana luz…

Força e amor.

Poetas nos mostram que as coisas têm alma. E contam o mundo a partir das coisas. Manoel quando dorme, reuni-se numa mesa com Fernando Pessoa, Cora Coralina, Guimarães Rosa. E também Caetano Veloso, Raul Seixas e ali planejam trazer luz ao mundo. Tudo já esta criado deve-mos dizer: Faça se a luz.

E a palavra já existe. E a poesia é uma brincadeira com as palavras. E tudo já existe. Nossos filmes, nossos poemas e nossa mor-te. Mas deixai a morte chegar a seu tempo. E ela puxa todo mundo, como

nos filmes de Ingmar Bergman, outro poeta da imagem… E todos brincam com nos mortais. Seres humanos que precisam de trabalho, carteira assina-da e aposentadoria. Enfim sejamos mortais enquanto du-remos. E a poesia vem nos abraçar … E ai Eliza, quanto custa um abra-ço? Mas que sejam abraços verda-deiros! Que venham os amores verdadeiros. A vida é verdade. A vida deve ser vivida com amor. Que nossos corações voltem a ser de carne e não duro coração de maqui-na… E a vida se faz longa… E poetas precisam ocupar as praças, as perife-rias, a cidade como um todo.

A filosofia se faz em nossos dia a dia … Não tenho mais nada a dizer por hoje. Mas tenho algo a dizer ? Eu existo? Autor: JOKA João Carlos Faria

ABRIL 2013 Gazeta Valeparaibana Página 13

Nossas crianças

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O que são os rios voadores? São imensas massas de vapor d’água que, levadas por correntes de ar, viajam pelo céu e respondem por grande parte da chuva que rola em várias partes do mundo; O principal rio voador do Brasil nasce no oceano Atlântico, bomba de volume ao incorporar a evaporação da floresta A-mazônica, bate nos Andes e escapa ru-mo ao sul do país. “O vapor d’água que faz esse trajeto é importantíssimo para as chuvas de quase todo o Brasil”, afirma o engenheiro agrônomo Enéas Salati, da Universidade de São Paulo (USP). Veja a seguir os meandros impressionantes dessa gigantesca corredeira voadora.

Corredeira voadora Volume de água que circula pelo céu é similar à vazão do rio Amazonas 1- O rio voador nasce no oceano A-tlântico. A água evapora no mar, per-to da linha do Equador, e chega à floresta Amazônica empurrada pelos ventos alísios. Esse blocão de vapor passa rasante: 80% dele voa a, no máximo, 3 quilômetros de altura 2- A vazão desse aguaceiro aéreo é da ordem de 200 milhões de litros por segundo (similar à do rio Amazo-nas), fazendo da Amazônia uma das regiões mais úmidas do planeta, a-lém de provocar as chuvas que desa-bam diariamente por toda a região 3- Enquanto passa sobre a floresta, o rio voador praticamente dobra de vo-lume. Isso ocorre porque, ao absor-ver mais radiação do Sol do que o próprio oceano, a mata funciona co-

mo uma gigantesca chaleira, liberan-do vapor com a transpiração das ár-vores e a evaporação dos afluentes que correm no solo . 4- No oeste da Amazônia, a massa de umidade encontra uma barreira de montanhas de 4 quilômetros de altu-ra, a cordilheira dos Andes, que fun-ciona como uma represa no céu, contendo a correnteza aérea do lado de cá . 5A- Boa parte do vapor fica acumula-da nos próprios Andes, sob a forma de neve. Ao derreter, essa água des-ce as montanhas, dando origem a córregos que, por sua vez, formarão os principais rios da bacia Amazôni-ca, como o Amazonas. 5B- Nem todo vapor que encontra os Andes fica por ali. Cerca de 40% dessa cachoeira celeste segue rumo ao sul. A umidade passa por Rondô-nia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, terminando a via-gem no norte do Paraná, cerca de seis dias depois . 6A - Enquanto flui em caudalosos veios rumo ao mar, muito da água proveniente dos rios voadores é ab-sorvido pela floresta. Quando transpi-ram, as árvores então liberam esse líquido em forma de vapor, fechando o ciclo que novamente alimentará a corrente no céu. 6B- Por fim, o rio voador cai em for-ma de chuva. Mais da metade da precipitação das Regiões Centro-Oeste e Sudeste vem dos rios aéreos da Amazônia. Além desse veio princi-pal, outras 20 correntezas cruzam o céu do país, carregando um volume de água equivalente a 4 trilhões de caixas-d’água de 1 000 litros

CAÇADORES DE NUVENS

Pesquisadores “surfam” as corrente-zas aéreas para estudar o fenômeno. Desde 2008, um projeto científico tenta conhecer melhor os rios voado-res. O líder da pesquisa é Gerard Moss, engenheiro e explorador fran-cês naturalizado brasileiro. O traba-lho dele consiste em voar com um

monomotor coletando vapor d’água. “Enquanto todos os pilotos evitam as nuvens, eu vou direto para elas”, diz. Em seu avião, Moss caça a umidade

usando tubos de 40 centímetros res-friados a 70 graus negativos. Numa temperatura tão baixa, qualquer va-por que entra no tubo se transforma, imediatamente, em água. As gotas são então armazenadas para a análi-se em laboratório. Conheça os Rios Voadores Imagine um rio do tamanho do rio Amazonas, o maior do planeta, mas invisível! Pois é assim que são os rios voadores. Com enormes quanti-dades de vapor de água, eles percor-rem o Brasil de Norte a Sul e são res-ponsáveis por boa parte das chuvas no país. Você sabe de onde vem a chuva? Acertou quem disse: das nuvens cheias de vapor de água que se con-densam quando encontram uma fren-te de ar mais fria e caem sob a forma de gotas. Agora responda: e de onde vem o vapor de água? Essa resposta não é tão simples quanto a primeira. E mui-ta gente, inclusive os adultos, pensa que o vapor vem apenas do oceano em direção ao continente e faz cho-ver quando chega por aqui. O que os cientistas e um piloto de avião - o inglês, naturalizado brasilei-ro, Gérard Moss - acabaram de des-cobrir é que boa parte do vapor vem da Amazônia! Durante um ano e mei-o, eles voaram em um avião leve, acompanhando o caminho que os vapores de água faziam até chega-rem ao Sul e ao Sudeste do Brasil. Os vapores que chegam do oceano Atlântico, fazem chover na Amazô-nia. Ali, ¼ da chuva fica nas folhas das árvores e evapora, voltando para a atmosfera, e mais 2/4 são absorvi-

dos pela vegetação e também voltam a ser vapor de água por causa da transpiração das árvores. A quantidade de vapor de água que sai da Amazônia é gigantesca! Cada árvore de grande porte da floresta evapora e transpira 300 litros de á-gua por dia! E quando os ventos não sopram do mar para o continente, as espertas árvores, mais do que de-pressa, usam suas raízes para retirar água dos lençóis freáticos, garantin-do que a evaporação e a transpira-ção continuem acontecendo com a mesma intensidade. Com a “evapotranspiração” das árvo-res da floresta, chegam a se formar enormes rios de vapor de água, que são conhecidos como “rios voadores” e não podem ser vistos a olho nu. Juntos, os rios voadores têm mais água do que o rio Amazonas, que é o maior do mundo. A diferença é que, no rio Amazonas, a água está no es-tado líquido e nos rios voadores, ela está em estado gasoso. Dali, os ventos levam esses rios voa-dores para perto da Cordilheira dos Andes, que é bem alta, não deixa os ventos passarem e os empurram de volta para o Brasil, a Argentina e o Uruguai. Sempre que os rios voado-res estão presentes na atmosfera de uma cidade, a chance de chover é bem maior . Por isso, é muito importante cuidar da floresta amazônica. Se o ser hu-mano continuar destruindo suas ár-vores, a quantidade de vapor de á-gua que chega ao restante do país vai ficar desregulada. Assim, podem acontecer grandes tempestades em alguns lugares e secas muito fortes em outros. Preservar a Amazônia é a melhor saída para evitar que isso aconteça.

FONTE: planetasustentavel.abril.com.br

PENSE NISSO !

Apesar da pobreza e da marginalização, os pobres sabiamente inventaram caminhos de sobrevivência. Para superar esta anti-realidade, o Estado e os políticos precisam escutar e valorizar o que o povo já sabe e inventou. Só então teremos superado a divi-são elites-povo e seremos uma nação una e complexa. - O brasileiro tem um compromisso com a esperança. É a última que morre. Por isso,tem a certeza de que Deus escreve direito por linhas tortas. A esperança é o segredo de seu otimismo, que lhe permite relativizar os dramas, dançar seu carnaval, torcer por seu time de futebol e manter acesa a utopia de que a vida é bela e que amanhã pode ser melhor. - O povo brasileiro ainda não acabou de nascer. O que herdamos foi a Empresa-Brasil com uma elite escravagista e uma massa de destituídos. Mas do seio desta massa, nasceram lideranças e movimentos sociais com consciência e organização. Seu sonho? Re-inventar o Brasil. O processo começou a partir de baixo e não há mais como detê-lo.

ABRIL 2013 Gazeta Valeparaibana Página 14

Fala sério! A DIGNIDADE CUSTA UM PACOTE DE FEIJÃO NO HIPER BOMPREÇO

DE PETROLINA/PE

Vivi uma fato que me deixou indigna-da, uma atitude de desrespeito, igno-rância e má preparação profissional dos funcionários e da equipe do su-permercado mencionado no título. A pessoa ofendida não fui eu, mas a natureza do problema e a minha inte-ração com o ocorrido não me permi-tem ficar calada diante desse absur-do.

Estava com minha filha ontem e reali-zamos uma compra de alguns itens de alimentação e limpeza para nossa residência, enquanto aguardávamos na fila, fomos abordadas por um jo-vem de aparência humilde com apro-ximadamente 15 anos, que com edu-cação descrição e um certo receio, me pediu que lhe comprasse um pa-cote de feijão.

Isso mesmo, um simples pacote de feijão, não me pediu dinheiro, não me pediu futilidades, não fez apelos, nem veio com frases prontas apelati-vas, apenas pediu um pacote de fei-jão, disse, inclusive, que iria buscar para que eu não tivesse que deixar a fila. Eu o encarei por alguns instantes e enxerguei fome, desespero, medo, humildade; enxerguei uma pessoa vítima de uma sociedade que no au-ge de sua ausência de perspectiva recorreu a um estranho para lhe pro-ver o que um sistema público eficien-te deveria assegurar a todos. Eu concordei e ele agiu prontamente, foi até o corredor, buscou o feijão e retornou rapidamente, nem sequer escolheu um dos tipos mais caros ou de marcas mais consagradas, pegou um modelo simples, tradicional, tipo aquele que nossa mãe manda com-prar quando não temos muito dinhei-

ro, sei porque passei por isso na mi-nha infância. Foi o primeiro item a passar na mi-nha lista, como demonstra o compro-vante que demonstro acima. Tão lo-go foi feito o registro a empacotadora colocou o produto numa sacola e o entregou ao garoto. Quando encerrou-se o registro das minhas compras, às 15h32min, reali-zei o pagamento, e enquanto termi-návamos o empacotamento vi a mo-ça que me auxiliava no caixa interce-der numa situação um pouco distante dizendo “não façam isso, foi a moça aqui que pagou o feijão dele”, pronta-mente me atentei para o ocorrido e então percebi o absurdo: quando ten-tava sair do supermercado, pelo cor-redor de caixas, com o item na saco-la, o segurança lhe tomou o produto, mandou que uma funcionária devol-vesse à prateleira e o tangiam como quem tenta afastar um bicho amea-çador. Uma senhora que estava na minha frente na fila do caixa tentava explicar o ocorrido, mas não era ouvi-da pelos funcionários grosseiros e intolerantes. Enquanto isso o pobre garoto se silenciava diante do cons-trangimento, acuado num canto sem saber o que fazer ou para onde ir. Dei de encontro com a funcionária que retornava com o feijão e imedia-tamente ORDENEI, sim ordenei aos gritos, que a mesma retornasse ime-diatamente e devolvesse o produto ao rapaz, pois eu havia realizado o pagamento. E assim começou a confusão e a su-cessão de absurdos que só pioraram a situação. A moça devolveu o pro-duto ao rapaz e o mesmo rapidamen-te se foi sem que percebêssemos ou que um pedido adequado de descul-pas lhe fosse ofertado. O segurança informou que a medida fora tomada porque ele estava sem o recibo, porque estava importunando os demais clientes e porque estava andando pela loja com produtos na mão há algum tempo com aparência suspeita. Ora, nada disso justifica a conduta, primeiramente, não encontraram na-da escondido no rapaz, quanto ao recibo, não lhe deram a chance de explicar que eu havia pago, não pro-curaram explicações e nem me ques-

tionaram, antes de tomar medidas mais radicais. Ora, o produto estava em uma sacola e o garoto saia do corredor de caixas, tudo isso são in-dícios de que o pagamento havia si-do realizado, por quem quer que fos-se, mas nada disso foi levado à con-ta. O interessante é que frequento aquele estabelecimento há anos e nunca me pediram para verificar um produto sequer, nunca tive minha nota solicitada, nunca, assim como muitos outros acredito eu. Outro funcionário logo se aproximou ao ver a confusão e informou que esse era o procedimento padrão, mas que padrão esse para se ado-tar!?! Então com meu carrinho cheio de mercadorias sugeri que, em cum-primento ao procedimento padrão, o mesmo verificasse item por item na nota se eu também não estaria sub-traindo nada, pois saí do mesmo cor-redor que o garoto sem apresentar recibo, mas o mesmo informou que isso não seria preciso pois eu “era diferente”. “Diferente”, um conceito meio com-plexo, já que acredito que sejamos todos diferentes, mas a minha falta de ingenuidade me fez concluir exa-tamente o que ele quis dizer, então solicitei que explicasse claramente, mas adverti-lo de que isso era discri-minação, preconceito e até mesmo crime, acredito eu. Então ele ficou sem palavras, não soube mais o que dizer, não tinha mais o que dizer, en-quanto nós, que demos uma voz à-quele menino, esbravejávamos indig-nadas e um público já bastante gran-de, atento ao que era dito, questiona-va. Aumentando a bola de neve que a situação se tornou me disseram que se eu desejasse fazer isso novamen-te deveria entregar a mercadoria fora do supermercado. Cada vez mais revoltada informei que o que faço com minhas mercadorias não era problema de nenhum deles, se qui-sesse eu poderia simplesmente der-ramar tudo ali, largado, e ir embora, porque diferentemente daquele meni-no, eu pude pagar por aquelas com-pras, e depois que passei daquele caixa tudo era meu, não sendo mais da conta de nenhum deles o que faço com meus produtos ou a quem entre-

go cada um deles, nem dentro, nem fora Em mais uma tentativa frustrada de justificação me disseram que eu não estava ajudando o rapaz, pois ele provavelmente venderia o feijão para comprar drogas, acreditem, sim, me disseram isso, ali, descaradamente, na frente de todo mundo. Os profis-sionais supostamente sérios e prepa-rados para assegurar a segurança do estabelecimento, para lidar com con-sumidores, para solucionar crises em um estabelecimento comercial de grande porte, é triste, mas eles fize-ram isso.

Gente estúpida, mal preparada, de mente fechada, preconceituosos, jul-gando por estereótipos, taxam o ra-paz de bandido, tomaram-lhe o pro-duto. Eles sim é que me perturbam e me incomodam, não aquele menino que precisava de ajuda, que pediu ajuda, se bem que eles também pre-cisam de ajuda, precisam urgente-mente aprender como se trata uma pessoa com respeito, porque todos merecem respeito, TODOS!!! Seguranças, supervisores, responsá-veis pela administração, todos tenta-do justificar o injustificável. Mas a ex-plicação é simples: discriminaram, taxaram, suspeitaram, acusaram e condenaram o rapaz sem uma chan-ce de explicações ou defesa. Não porque o mesmo tenha agido errado, não porque estivesse sem o recibo, mas porque era simples, hu-milde, estava mal vestido, um tanto quanto sujo, pedindo ajuda, estava receoso de ser expulso, se esquivan-do e depois de tantos nãos, procura-va um ser humano que lhe ofertasse um pouco de solidariedade, mas a-creditaram que ele não poderia ter pago um pacote de feijão que custou R$ 4,56 (quatro reais e cinquenta e seis centavos), e antes de apurar o ocorrido com responsabilidade, foram totalitários e intolerantes, todo esse absurdo por causa de um produto desse valor! Esse estabelecimento e esses funcionários incompetentes que não souberam lidar com a situa-ção são uma vergonha para nossa comunidade, ou até mesmo para to-da a raça humana. Autora: ROZANI ALVES COSTA

CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - patrocí[email protected]

Desse chão.

O sol ainda não tinha apontado a serra e várias curvas já tinha deixado pra traz. O trajeto, feito e refeito ao longo dos anos, desde menino, desde sempre, já não tinha o que contar. Nada ali era surpresa. Meus vinte e tantos anos era este vai e vem. No rancho as ferramentas, a enxa-da, a foice. Pendurada no varal do telha-do de sapê uma gaiola velha que já não me trazia nenhuma alegria, pelo contrá-rio, aquela sábia mal se agüentava no poleiro, era triste, quase tão enfadonha quanto os meus dias, mas aquele olhar lento, de virar o bico pra lá e pra cá de alguma forma me prendia a atenção. Mas naquele dia não me movia estalan-do o dedo no correr lateral das varetas como sempre fazia. Não hoje, hoje em

alguém eu tinha de destravar o peito, ter como companheira de infortúnio.

Passo uma velha lima na enxada, busco o fio, que afio, num vai e vem ritmado. O olhar esta cravado num eito de quiabo, o capim esta alto, olho de rabo de olho, é trabalho pra uns três dias, quiabo dana-do, corta a carne só de esbarrar. Minha mãe me dizia que em quiabal se entra cantarolando. “Por que se não filho ele te lanha todo". A velha estava certa, se en-trar num quiabal chateado, de cabeça quente, ele te pinica até os ossos. E ali tem trabalho, de ver morcego voar, pra três dias. Com a unha faço a enxada as-sobia, o fio ta fino e pronto, o braço ta quente de tanto vai e vem, pro fio che-gar. Vou cume esse quiabal no braço, se bobear acabo com o eito hoje.

Já faz mais de mês e fui ao mercado, chão de muito passo largo e bem uma hora ou mais naquele caminhão velho. Num pagam nada, descer três horas de picado puxando uma parelha de burro carregado de caixa de quiabo, jiló e ai-pim, pra nada. Vale a pena não, é muita braçada de chão, pra pouco tostão. Toda a terra ao redor do rancho ta tro-cando de mão e tudo casa boa, tudo ca-sarão.

Eu to ali encravado, num saio não, fazer o que fora daquele chão? Num saio não. O Zé das almas vendeu tudo dele, pego mulher e sumiu, os filhos já tava tudo longe, ganhando a vida no comércio. À tardinha o Zé ficava lá sentado naquela varanda, olhando a curva, como a espe-rar alguém chegar, espera longa, parece

até que ainda ta lá.

Ta tudo virando casarão.

O Quininho também não sai não. Mas aquele num tem mais jeito, a cachaça ta roendo ele.

Sei não, esse chão todo ta mudando de mão. Tem gente até falando língua que a gente não entende. Ta tudo mudado, ta tudo virado.

Eu só sei de uma coisa, desse chão eu não saio não. Autor: Alex Prado

ABRIL 2013 Gazeta Valeparaibana Página 15

Culturas e responsabilidades

Corrupção: crime contra a sociedade

“Como se explica a corrupção no Brasil? Identifico três razões básicas entre outras: a histórica, a política e a cultural”

Por: Leonardo Boff Segundo a Transparência Internacio-nal, o Brasil comparece como um dos países mais corruptos do mundo. So-bre 91 analisados, ocupa o 69% lu-gar. Aqui ela é histórica, foi naturali-zada, vale dizer, considerada com um dado natural, é atacada só poste-riormente quando já ocorreu e tiver atingido muitos milhões de reais e goza de ampla impunidade. Os da-dos são estarrecedores: segundo a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), anualmente ela repre-senta 84,5 bilhões de reais. Se esse montante fosse aplicado na saúde subiriam em 89% o número de leitos nos hospitais; se na educação, poder-se-iam abrir 16 milhões de novas vagas nas escolas; se na construção civil, poder-se-iam construir 1,5 mi-lhões de casas.

Só estes dados denunciam a gravi-dade do crime contra a sociedade que a corrupção representa. Se vi-vessem na China, muitos corruptos acabariam na forca por crime contra a economia popular. Todos os dias, mais e mais fatos são denunciados como agora com o contraventor Car-linhos Cachoeira, que, para garantir seus negócios, infiltrou-se corrom-pendo gente do mundo político, poli-cial e até governamental. Mas não adianta rir nem chorar. Importa com-preender este perverso processo cri-minoso.

C o m e c e m o s c o m a p a l a -vra corrupção. Ela tem origem na te-ologia. Antes de se falar em pecado

original, expressão que não consta na Bíblia mas foi criada por Santo Agostinho no ano 416 numa troca de cartas com São Jerônimo, a tradição cristã dizia que o ser humano vive numa situação de corrupção. Santo Agostinho explica a etimologia: cor-rupção é ter um coração (cor) rompi-do (ruptus) e pervertido. Cita o Gêne-sis: “a tendência do coração é desvi-ante desde a mais tenra ida-de”(8,21). O filósofo Kant fazia a mesma constatação ao dizer: “somos um lenho torto do qual não se podem tirar tábuas retas”. Em outras pala-vras: há uma força em nós que nos incita ao desvio que é a corrupção. Ela não é fatal. Pode ser controlada e superada, senão segue sua tendên-cia.

Como se explica a corrupção no Brasil? Identifico três razões básicas entre outras: a histórica, a política e a cul-tural.

A histórica: somos herdeiros de u-ma perversa herança colonial e es-cravocrata que marcou nossos hábi-tos. A colonização e a escravatura são instituições objetivamente violen-tas e injustas. Então as pessoas, pa-ra sobreviverem e guardarem a míni-ma liberdade, eram levadas a cor-romper. Quer dizer: subornar, conse-guir favores mediante trocas, pecula-to (favorecimento ilícito com dinheiro público) ou nepotismo. Essa prática deu origem ao jeitinho brasileiro, u-ma forma de navegação dentro de uma sociedade desigual e injusta e à lei de Gerson que é tirar vantagem pessoal de tudo.

A política: a base da corrupção polí-tica reside no patrimonialismo, na indigente democracia e no capitalis-mo sem regras. No patrimonialismo não se distingue a esfera pública da privada. As elites trataram a coisa pública como se fosse sua e organi-zaram o Estado com estruturas e leis que servissem a seus interesses sem pensar no bem comum. Há um

neopatrimonialismo na atual política que dá vantagens (concessões, mé-dios de comunicação) a apaniguados políticos. Devemos dizer que o capitalismo a-qui e no mundo é, em sua lógica, cor-rupto, embora aceito socialmente. Ele simplesmente impõe a domina-ção do capital sobre o trabalho, crian-do riqueza com a exploração do tra-balhador e com a devastação da na-tureza. Gera desigualdades sociais que, eticamente, são injustiças, o que origina permanentes conflitos de classe. Por isso, o capitalismo é por natureza antidemocrático, pois a de-mocracia supõe uma igualdade bási-ca dos cidadãos e direitos garanti-dos, aqui violados pela cultura capita-lista. Se tomarmos tais valores como critérios, devemos dizer que nossa democracia é anêmica, beirando a farsa. Querendo ser representativa, na verdade, representa os interesses das elites dominantes e não os ge-rais da nação. Isso significa que não temos um Estado de direito consoli-dado e muito menos um Estado de bem-estar social. Esta situação confi-gura uma corrupção já estruturada e faz com que ações corruptas campei-em livre e impunemente.

Cultura: a cultura dita regras social-mente reconhecidas. Roberto Pom-peu de Toledo escreveu em 1994 na revista Veja: “Hoje sabemos que a corrupção faz parte de nosso sistema de poder tanto quanto o arroz e o feijão de nossas refeições”. Os cor-ruptos são vistos como espertos e não como criminosos que de fato são. Via de regra podemos di-zer: quanto mais desigual e injusto é um Estado e ainda por cima centrali-zado e burocratizado como o nosso, mais se cria um caldo cultural que permite e tolera a corrupção.

Especialmente nos portadores de poder se manifesta a tendência à corrupção. Bem dizia o católico Lord Acton (1843-1902): “o poder tem a tendência a se corromper e o absolu-

to poder corrompe absolutamente”. E acrescentava: “meu dogma é a geral maldade dos homens portadores de autoridade; são os que mais se cor-rompem”.

Por que isso?

Hobbes, no seu Leviatã (1651), nos acena para uma resposta plausível: “assinalo, como tendência geral de todos os homens, um perpétuo e irre-quieto desejo de poder e de mais po-der que cessa apenas com a morte; a razão disso reside no fato de que não se pode garantir o poder senão buscando ainda mais poder”. Lamen-tavelmente foi o que ocorreu com o PT. Levantou a bandeira da ética e das transformações sociais. Mas, ao invés de se apoiar no poder da socie-dade civil e dos movimentos e criar uma nova hegemonia, preferiu o ca-minho curto das alianças e dos acor-dos com o corrupto poder dominante. Garantiu a governabilidade a preço de mercantilizar as relações políticas e abandonar a bandeira da ética. Um sonho de gerações foi frustrado.

Oxalá possa ainda ser resgatado.

Como combater a corrupção?

Pela transparência total, pelo aumen-to dos auditores confiáveis que ata-cam antecipadamente a corrupção. Como nos informa o World Economic Forum, a Dinamarca e a Holanda possuem 100 auditores por 100.000 habitantes; o Brasil apenas, 12.800 quando precisaríamos pelo menos de 160.000. E lutar para uma democra-cia menos desigual e injusta que a persistir assim será sempre corrupta e corruptora.

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Ando Cansado... Cansado de pessoas que escolhem lados, sem entender que isso é igno-rância, e que sua atitude é de al-guém que está pondo suas vontades acima da justiça. Que defender os mais fracos, nem sempre é defender o que é certo. Acabando assim por tornar ainda mais fraco e mais injusto aquele que acomete o ato e se refu-gia em sua condição de derrota. Cansado de ver amigos meus sofre-rem por fazer o certo e serem since-ros, e serem massacrados como pessoas insensíveis e "sem cora-ção", sendo que, na verdade, queri-am o melhor ao próximo.

Cansado de ver pessoas que erra-ram, tentando desesperadamente dizer: "eu errei, eu sei, me arrepen-do..." e ser ignoradas por pessoas que se julgam com caráter irrefutá-vel, mas que não entendem o valor do perdão, ou mesmo, que as pesso-as mudam, aprendem... e julgá-las pelo passado é como julgar um ino-cente por um crime de outra pessoa. Cansado de brigas por coisas ba-nais, e silêncio por coisas que deveri-am ser debatidas. Cansado de ver as pessoas se per-dendo em idéias de outras pessoas, que em seu "pilar de sabedoria", não conseguem ou querem tomar conclu-sões próprias, pois isso dá muito tra-balho...

Cansado de ver o desperdício de vi-da e energia de todos por coisas que não valem a pena, esquecendo-se, de que no fim, só temos uma certe-za. Vamos morrer. Ponto. Sem Dúvida. E aí? De que adiantará tudo o que con-quistou com seu orgulho, mentiras e intolerância? Cansado de ver pessoas dando mais importância ao que todos vão pensar do quem em fazer o que é certo. Sendo que o que vale é o que você tem em mente quando toma uma ati-tude, e não o que os outros acham que você tinha em mente. Por: Dande P Nutti

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Responsabilidade Social

Edição nº. 65 Ano VI - 2013

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável - Cidadania

O saque Imperialista das riquezas de África

A África, durante séculos vítima do colonialismo, é agora um dos terre-nos em que o imperialismo se movi-menta com maior agressividade. Der-rube de regimes, destruição de Esta-dos, massacre das populações, reco-lonização, saque de recursos, explo-ração e miséria para os povos: eis o imperialismo no quadro da crise geral do

O imperialismo planeia dominar os países do Norte de África e desesta-bilizara região e todo o continente de forma a perpetuar a pilhagem das ri-quezas africanas.

A agressão da NATO à Líbia (produtor de petróleo), a intervenção da França no Mali (ouro e urânio), a construção de uma base militar dos EUA no Níger (urânio) e o «cerco» à Argélia (petróleo e gás) são peças dessa estratégia que visa, face à cri-se do capitalismo mundial, intensificar a exploração dos trabalhadores e o saque dos recursos naturais africa-nos.

O jornalista Dan Glazebrook, que es-creve em jornais como The Guardian, The Independent ou The Morning Star, publicou um artigo no Al-AhramWeekly do Cairo, denunciando esta conspiração.

Começa ele por recordar que o Oci-dente drena todos os anos de África milhares de milhões de dólares em pagamentos do «serviço da dívida», em lucros de investimentos e em em-préstimos ligados a esquemas de cor-rupção de sectores das burguesias nacionais.

Outra via de dominação da África é o saque das suas riquezas minerais. É apontado o caso do Congo, onde, no Leste, bandos armados – controlados pelos vizinhos Uganda, Ruanda e Bu-rundi, por sua vez apoiados por po-tências ocidentais – patrocinam o rou-bo de minérios e a sua venda a em-presas estrangeiras.

A África financia ainda as classes do-minantes ocidentais através dos bai-xos preços das matérias-primas e dos miseráveis salários pagos aos traba-lhadores que as extraem ou cultivam. Em suma, o capitalismo impõe ao continente africano o papel de forne-

cedor de matérias-primas e mão-de-obra baratas. E, para que esta situa-ção se mantenha,procura assegurar que a África continue pobre e dividi-da, flagelada por golpes e guerras. Segundo Glazebrook, a criação em 2002 da União Africana (UA), dinami-zada por Muamma rKhadafi, preocu-pou os estrategas ocidentais. Para Washington, Londres e Paris era inaceitável o plano da UA de cria-ção do Banco Central Africano e de uma moeda única. Era inaceitável a criação do Fundo Monetário Africa-no.E, sobretudo, era inaceitável a de-cisão da UA, em 2004, de elaborara Carta de Defesa e Segurança Co-mum Africana. E a decisão, em 2010, de avançar com uma força militar uni-ficada.

Nessa altura, face ao seu declínio econômico e à «ameaça» da China, os EUA já tinham traçado planos para recolonizar a África.

Em 2008 surgiu o Africom, comando militar que o presidente G. W. Bush pretendia instalar em território africa-no. Mas a UA rejeitou a presença de tropas norte-americanas e o Africom teve de montar o quartel-general na Alemanha.

Maior humilhação para os EUA foi ver Khadafi eleito presidente da UA em 2009 e a Líbia tornar-se o principal suporte da organização pan-africana.

O Império não tolerou as propostas da UA no sentido de um processo de integração africana. Depois de justifi-car a agressão à Líbia com«um paco-te de mentiras ainda maior do que o que servira de pretexto para a inva-são do Iraque» – como escreve Gla-zebrook –,a NATO destruiu o país, reduziu-o«à condição de mais um es-tado africano falhado» e «facilitou a tortura e o assassinato de Khadafi», assim se libertando de um seu oposi-tor.

A guerra contra o coronel destruiu o seu regime e também a paz e a segu-rança no Norte de África.

O dirigente líbio tinha organizado des-de 1998 a Comunidade de Estados Sahel-Saharianos, com o foco na se-gurança regional,travando a influên-cia das milícias salafistas e apazi-guando os líderes tribais tuaregues.

Com a queda de Khadafi, os radicais islâmicos da região obtiveram armas modernas –cortesia da NATO – e as fronteiras meridionais da Líbia entra-ram em colapso.

A primeira vítima dessa desestabiliza-ção regional foi o Mali. O avanço isla-mita, resultado da agressão à Líbia, foi pretexto para a intervenção militar da França.

A Argélia ficou igualmente na mira do imperialismo. Está hoje «cercada» por radicais islâmicos a Leste

(fronteira com a Líbia) e a Sul (fronteira com o Mali), onde se insta-lou também a legião francesa.

O imperialismo tem razões para não «simpatizar» com a Argélia, o único país do Norte de África ainda gover-nado pelo partido que lutou pela inde-pendência (FLN):Argel apóia a UA, tem assumido posições internacionais dignas e, como o Irão e a Venezuela, vende por um preço justo o seu petró-leo e o seu gás.

Este «nacionalismo dos recursos» leva as gigantes petrolíferas ociden-tais a não esconder que «estão fartas da Argélia», como escreve o Financi-al Times. O mesmo jornal que, um ano antes da agressão da NATO, também acusou a Líbia do«crime» de proteger os seus recursos naturais…

Autor: Carlos Lopes Pereira

============================= AMÉRICA LATINA

Por que a direita odeia a América Latina.

A direita odeia a América Latina. An-tes de tudo porque sua mentalidade colonial e seus interesses a vinculam aos países do centro do capitalismo, aos Estados Unidos em particular, que tem uma relação histórica de conflitos com o nosso continente. A direita nunca esconde sua posição subserviente em relação aos EUA, adorava quando os países latino-americanos eram quintal traseiro do império, quando, por exemplo, na dé-cada de 90 do século passado, não expressavam nenhum interesse dife-rente dos de Washington e buscavam reproduzir suas políticas. A direita não entende a América Lati-na, nem pode entender, porque sua cabeça é a da anulação diante do que as potencias imperiais enviam para nossos países, de aceitação re-signada e feliz aos interesses dessas potencias. Para começar, compreender a Améri-ca Latina como continente e entender o que a unifica como continente: o fenômeno histórico de ter sido coloni-zada pelas potencias européias e ter sido transformada posteriormente em região de dominação privilegiada dos EUA. Daí a incapacidade da direita de en-tender o significado do nacionalismo e dos líderes nacionais, porque para a direita não há dominação e explora-ção imperialista, menos ainda o con-ceito de nação. Esses líderes seriam então demago-gos populistas, que se valeriam de

visões fictícias para fabricar sua lide-rança carismática, fundada no apoio popular. A própria existência da América Lati-na como continente é questionada pela direita. Ressaltam as diferenças entre o México e o Uruguai, o Brasil e o Haiti, a Argentina e a Guatemala, para tentar passar a ideia de que se trata de um agregado de países sem características comuns. Não mencionam as diferenças entre a Inglaterra e a Grécia, Portugal e a Alemanha, Suécia e Espanha, que no entanto compõem um continente co-mum. Por quê? Porque tiveram e tem um lugar comum no sistema capitalis-ta mundial: foram colonizadores, hoje são imperialistas. Enquanto que os países latino-americanos, tendo dife-renças culturais muito menores do que os países europeus entre si fo-mos colonizados e hoje sofremos a dominação imperialista. Esses elementos de caracterização são desconhecidos pela direita, para a qual o mundo é composto por paí-ses modernos e países atrasados, sem articulação como sistema, entre centro e periferia, entre dominadores e dominados. Assim a direita nunca entendeu e se opôs sempre tenazmente aos maio-res líderes populares do continente, como Getúlio, Perón, Lazaro Cárde-nas, e hoje se opõe frontalmente ao Hugo Chávez, ao Lula, aos Kirchner, ao Mujica, ao Evo, ao Rafael Correa, à Dilma, ao Maduro, além, é claro, ao Fidel e ao Che. Não compreendem por que foram e são os dirigentes po-líticos mais importantes do continen-te, porque têm o apoio popular que os políticos da direita nunca tiveram. Ainda mais agora, quando a América Latina consegue resistir à crise, não entrar em recessão, continuar diminu-indo a desigualdade, e projetar líde-res como Chávez, Lula, Evo, Rafael Correa, Mujica, Dilma, a incapacidade de dar conta do continente aumenta por parte da velha mídia. Sua igno-rância, seus clichês, seus preconcei-tos a impedem de entender essa di-nâmica própria do continente. Só resta à direita odiar a América La-tina, porque odeia os movimentos po-pulares, os líderes de esquerda, a luta antiimperialista, a crítica ao capi-talismo. Odeiam o que não podem entender, mas, principalmente, odei-am porque a América Latina protago-niza um movimento que se choca frontalmente com tudo o que a direita representa.

Autor: Emir Sader

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