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AUTOMÓVEL Choque frontal nas receitas de ISV Págs. IV e V do Splemento ARAN EMPRESAS Call center francês cria 500 postos de trabalho no Porto Pág. 6 MERCADOS Novagalicia Banco pede desculpa pelas más práticas de gestão Pág. 36 A NOSSA ANÁLISE Banco BIG com taxa de 5% a três meses para novos clientes Pág. 41 Vida Económica abre livraria no facebook Pág. 23 COMÉRCIO ELETRÓNICO Nº 1454 / 20 de julho 2012 / Semanal / Portugal Continental J 2,20 www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa ANTÓNIO PONTES, PRESIDENTE DO FINIBANCO ANGOLA “Agora serão mais os angolanos a investir em Portugal” Págs. 38 e 39 PUB 9 720972 000037 01454 Saiba mais aqui… www.sage.pt | 808 200 782 Sage 2012 It’s Easy! Conheça a Solução de Gestão onde só Paga o que Usa. PUB PUB ARLINDO CUNHA, PRESIDENTE DA CVR DÃO “É preciso um Simplex para a agricultura” Pág. 8 Linha QREN Investe é insuficiente para as empresas Págs. 4 e 5 FUNDOS EUROPEUS SUPLEMENTO ENERGIA E AMBIENTE SUPLEMENTO TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO NESTA EDIÇÃO

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AUTOMÓVEL

Choque frontal nas receitas de ISV

Págs. IV e V do Splemento ARAN

EMPRESAS

Call center francês cria 500 postos de trabalho no Porto

Pág. 6

MERCADOS

Novagalicia Banco pede desculpa pelas más práticas de gestão

Pág. 36

A NOSSA ANÁLISE

Banco BIG com taxa de 5% a três meses para novos clientes

Pág. 41

Vida Económica abre livraria no facebook

Pág. 23

COMÉRCIO ELETRÓNICO

Nº 1454 / 20 de julho 2012 / Semanal / Portugal Continental J 2,20

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

ANTÓNIO PONTES, PRESIDENTE DO FINIBANCO ANGOLA

“Agora serão mais os angolanos a investir em Portugal”

Págs. 38 e 39

PUB

9 720972 000037

0 1 4 5 4

Saiba mais aqui… www.sage.pt | 808 200 782

Sage 2012 It’s Easy!Conheça a Solução de Gestão onde só Paga o que Usa.

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ARLINDO CUNHA, PRESIDENTE DA CVR DÃO

“É preciso um Simplex para a agricultura”

Pág. 8

Linha QREN Investe é insufi ciente para as empresas

Págs. 4 e 5

FUNDOS EUROPEUS

SUPLEMENTO ENERGIA E AMBIENTE

SUPLEMENTO TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO

NESTA EDIÇÃO

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2 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

ABERTURA

Top da semana

PEDRO MOTA SOARES

O ministro da Segurança Social está consciente que há uma elevada

percentagem de fraudes no que toca ao Rendimento Social de Inserção (RSI). Não colocando em causa a sua sobrevivência, Pedro Mota Soares está a tornar o crivo mais apertado. Tem razão ao afirmar que os seus beneficiários também devem contribuir para o esforço que os Portugueses estão a fazer. Assim, terão de exercer tarefas públicas durante três dias da semana, o que parece viável e não coloca em causa postos de trabalho. Por certo que haverá quem prefira desistir desse mesmo rendimento.

PAULO MACEDO

O ministro da Saúde é claramente um tecnocrata. É notória a sua pouca

habilidade política. A forma como geriu o braço-de-ferro com os médicos foi desastrosa. Acabou por ceder em quase todas as frentes, facto que levou a uma forte descredibilização do Governo. E a emenda acabou por ser pior que o soneto, com o ministro a ir buscar desculpas atabalhoadas. Quanto aos médicos, foi evidente a sua insensibilidade. Mesmo depois de a tutela afirmar que estava disposta a negociar, aqueles profissionais avançaram para a paralisação. Numa área tão sensível, o minímo que se pede é alguma razoabilidade.

MIGUEL RELVAS

Relvas remeteu-se a um silêncio quase total sobre a sua situação. As críticas são

cada vez mais e as pessoas têm direito a manifestarem-se contra licenciaturas de um só ano. É um facto que nada tem a ver com o caso Sócrates, mas a opinião pública considera que há semelhanças. Certo é que Miguel Relvas vai perdendo poder dentro do Governo e não é de admirar que dentro de algum tempo Passos Coelho aproveite o balanço e faça um mini-remodelação. A altura é a ideal para pôr um ponto final nesta polémica e aproveitar para substituir os ministros que estão a mais.

EXPANSIÓN

Espanha pode receber fundos do resgate até 2028

A espanha poderá receber fundos do resgate bancário concedido pelo Eurogrupo até ao ano de 2028. Dois terços dos 100 mil milhões de euros serão utilizados no curto prazo para a recapitalização dos bancos comn problemas.A quantia restante, cerca de dez mil milhões de euros, servirá de almofada de segurança no longo prazo. O desembolso do resgate bancário será feito em quatro momentos, o primeiro no valor de 30 milhões de euros estará diponível no final deste mês. O segundo tem lugar em meados de novembro, o terceiro em finais de dezembro e o quarto em junho do ano que vem.

LES ECHOS

Samsung mais forte no mercado dos “smartphones”

A Samsung Eletronics está a bater a Apple e a Nokia no mercado mundial dos smartphones, graças à forte procura do seu modelo Galaxy SIII. O lançamento deste modelo sul-coreano, em maio,

está a garantir o seu distanciamento, face aos seus concorrentes mais diretos.No segundo trimestre, tudo indica que a Samsung se transformou no líder dos telemóveis. A marca terá vendido mais 15,7 milhões de telemóveis do que o grupo finlandês Nokia, também no segundo trimestre, contra 3,4 milhões nos três primeiros meses do ano. De notar que atingiu os maiores volumes vendidos por um só fabricante no primeiro trimestre.

FINANCIAL TIMES

Bruxelas recua nos preços das telecomunicações

A Comissão Europeia deu um novo impulso aos grandes grupos de telecomunicações. Bruxelas recuou no desafio de redução dos custos das suas redes, de modo a permitrir o investimento na infraestrutura europeia.Bruxelas considera que o preço de acesso às redes não pode ser forçado em baixa para os pequenos grupos rivais, enquanto as empresas incumbentes têm a liberdade de estabelecer taxas sobre as novas redes de fibra de alta velocidade e que estão a ser construídas na região. Estas recomendações vão salvaguardar as receitas geradas por estes grupos no aluguer das respetivas redes aos seus rivais.

ImprensaEM REVISTA

Internacional ............. Pág. 13

Emigrantes canalizam mais dinheiro para países de origem

Especial Aeroportos .. Pág. 17

ANA avalia e controla a pegada de carbono

Empreender .............. Pág. 21

Os trabalhadores têm de conquistar o direito ao seu trabalho

Mistolin ..................... Pág. 26

Empresa de produtos de limpeza reforça internacionalização

Negócios e Empresas Pág. 27

Viagens já representam um terço das vendas da LetsBonus

Imobiliário .................. Pág. 30

Oeiras investe 550 milhões de euros na frente ribeirinha

Fiscalidade .................. Pág. 32

Economia reduziu as necessidades de financiamento externo

Leaseurope ................. Pág. 37

Leasing cai em Portugal e cresce no resto da Europa

New York University ....Pág. 40

Aumento da carga fiscal não representa uma alternativa válida

Nesta edição

24 Negócios e Empresas

Novo Código do Trabalho não resolve competitividade das empresas

33 Fiscalidade

Empresas esgotam capacidade contributiva

35 Mercados

“O momento que atravessamos no setor segurador não é positivo”

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilher-me Osswald, Marta Araújo, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO

PUBLICIDADE LISBOA [email protected]; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

O melhor dos mundos é o nosso, porque somos nós próprios que o podemos conceber e realizar.

Indigna-me, por isso, ouvir dizer: “Isto só podia acontecer em Portugal”, “Portugal é um país de corruptos”, “Lá fora é que é bom”, “Os portugueses não prestam para nada”, e frases semelhantes.

Não é verdade, desde logo. Não há povos ou nações quimicamente puros (embora haja no história dramáticos momentos em que alguns nisso acreditaram). Em qualquer país há bons e maus governantes, bons e maus governos, corruptos e malandros, empreendedores e oportunistas. Não se entende, pois, este masoquismo nacional. E nisto não vai nenhuma desculpa relativamente à mediocridade reinante que deverá ser apontada e desmascarada (bravo! D. Januário Torgal Ferreira) sobretudo por quantos, de boa-fé, tenham ideias e vontade de servir genuinamente o país mas não queiram medrar nos esconsos vãos dos partidos que temos – o grande cancro da nossa democracia.

Admita-se, porém, por mero exercício de reflexão, que, de facto, nós, portugueses somos uns enfezados. Ora mesmo aí só de nós nos poderíamos queixar porque nos teríamos posto a morrer, em vez de abraçar a

vida, lutar pelos nossos direitos, conquistar os caminhos do futuro.

Há um aspecto decisivo que vem mesmo a talhe de foice e que tem marcado a nossa mentalidade. É que exigimos sempre tudo ao Estado como se ele fosse o nosso pai. E quando digo tudo, é tudo: até quando chove lhe exigimos sol, e quando faz sol lhe exigimos chuva – ou, o que é o mesmo, subsídios para a falta de sol ou da chuva.

É aqui, no estrume do Estado que tudo providencia a todos – sobretudo aos dependentes de certos partidos políticos – que se gera a mediocridade e que soçobram os melhores.

Apresento um exemplo. É inegável o valor de qualquer investimento na área cultural, não sendo preciso argumentos para o defender. Daqui resulta que qualquer agente ou grupo que a tal se dedique – com valor ou sem ele – passa, em Portugal, o tempo a berrar por subsídios do Estado e se eles não vêm a paisagem cultural desertifica-se. Nos Estados Unidos, porém, o Estado pouco disponibiliza ao setor – e não se diga que a cultura nesse país não é fascinante. Aí é a sociedade que financia, através dos instrumentos do mecenato, aqueles que entende merecem apoio. E para o merecer

os peticionantes têm que mostrar o que valem e não, apenas, colocar-se na linha de partida.

Nós, portugueses, não somos piores (talvez não sejamos também melhores) do que outros povos, mas estamos habituados a fiarmo-nos mais no Estado do que nas pessoas. E quando o Estado está capturado por certos interesses obscuros – e está cada vez mais –, não é de esperar nada de bom.

A afirmação da liberdade, da dignidade e da força dos portugueses tem de ser configurada não no colo do Estado, mas contra o Estado.

O neoliberalismo que avança sem rédeas na sociedade e também já tomou conta do nosso país, apesar das suas políticas, por vezes dramáticas e desumanas, parece poder ter o condão de chamar à razão e à ação muitos daqueles – ricos, pobres e remediados – que dizem mal de tudo, mas nada fazem, eles próprios, por si e pelo seu país.

Seja como for, o debate sobre as funções e a amplitude do Estado está entre nós. Pena é que não haja cidadãos à altura do desafio e disponíveis para nele entrar.

Temos medo de crescer. A nossa medida é a do “Portugal dos pequeninos”. Mas o futuro começa hoje.

O futuro é dos portuguesesÉ no estrume do Estado que tudo providencia a todos – sobretudo aos dependentes de certos partidos políticos – que se gera a

mediocridade e que soçobram os melhores.

Causas do dia-a-diaANTÓNIO VILAR [email protected]

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A nova linha de financiamento para empresas, denominada QREN Investe, apresentada esta semana pelo ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, causa um sabor agridoce no mercado. Associações empresariais aplaudem a novidade, mas asseguram que o dinheiro disponibilizado para o efeito será insuficiente e que a medida peca por tardia. Quanto às taxas aplicadas e ao prazo de amortização, empresas e consultoras são unânimes: olhando para o mercado global, as condições aplicadas não são atrativas, mas, tendo em conta os mercados financeiros tradicionais, sim.MARTA ARAÚ[email protected]

TERESA [email protected]

A QREN Investe é uma linha de apoio “francamente positiva para a dinâmica do tecido empresarial português, embora peque por tar-dia e seja apenas direcionada para o investimento produtivo”. As pa-lavras são de Luís Ceia, presidente da Associação Empresarial de Via-na do Castelo (AEVC).

O dirigente associativo, ouvido pela “Vida Económica”, diz en-tender “a prioridade dada à ino-vação com diretriz exportadora, embora saibamos dos estrangu-lamentos financeiros provocados pela falta de liquidez que as em-presas em geral têm estado sujei-tas, muitos deles resultantes de incumprimentos dos prazos de

pagamento do Estado e das au-tarquias”, como é o caso da cons-trução civil.

Para José Alves da Silva, presi-dente da associação PME Portu-gal, a linha de apoio “é oportu-na”, mas o seu montante – mil milhões de euros (500 milhões através do Banco Europeu de In-vestimento e 500 milhões através da banca nacional) – é “muito in-suficiente”.

No que à taxa de juro a pagar pelas empresas (5%) diz respeito, a mesma fonte assegura que é “de-masiado elevada, atendendo até a que a taxa de referência do BCE foi recentemente reduzida para 0,75%”, pelo que “pagar juros de 5% representa uma tentativa de aproximação à taxa praticada pela banca portuguesa”, declarou José Alves da Silva, presidente da as-

sociação PME Portugal, à “Vida Económica”.

Sobre esta temática, Luís Ceia considera que “do ponto de vista absoluto estas taxas seriam in-compatíveis face à competitivida-de existente no mercado atual”. No entanto, acrescenta, “se re-lativizarmos a questão e compa-ramos com a disponibilidade da banca comercial, diria que são de facto atrativas”.

Empresários duvidam que medida faça disparar execução do QREN

Uma das convicções do Gover-no, ao lançar a QREN Investe, é conseguir aumentar a taxa de exe-cução do quadro de referência até aos 60%. O presidente da AEVC assegura ter “sérias dúvidas que

Linha QREN Investe é insu para alavancar execução

Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia, apresentou, esta semana, a nova linha de financiamento para empresa QREN Investe.

Crise continua a afetar mais as mulheresO número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Portugal (645 955) voltou a aumentar (0,7%) em Junho face ao mês anterior, depois das quedas registadas em Abril e Maio. O desemprego em Portugal continua a afetar mais as mulheres (51,5%), mas penali-zar mais os homens (subida de 29,9%).

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Nova linha de apoio “não é atrativa para as empresas”

“Pagar juros de 5% representa uma tentativa de aproximação à taxa praticada pela banca portuguesa”

ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA,20 DE JULHO 2012

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ficiente do QREN

tal valor venha a ser atingido”. E explica: “Sabemos que os inves-timentos produtivos, neste mo-mento conjuntural, comportam riscos enormes, pelo que temo que por si só a disponibilidade financeira não seja suficiente para alavancar tais investimentos”.

José Alves da Silva partilha da mesma perspetiva. Assumindo peremtoriamente que a nova linha “não é atrativa para as empresas”, o presidente da PME Portugal questiona a “taxa muito reduzida de execução do Compete”, o que, na sua opinião, “coloca o Gover-no numa posição muito difícil de compreender pela ‘troika’ por os empresários portugueses não que-rerem aderir aos fundos disponí-veis para empreendimentos nestas condições”, sujeitando-se, assim, à “perda” dos mesmos.

Não aproveitamento dos fundos “é muito grave”

“O não aproveitamento de to-dos os fundos do QREN seria muito grave”, sublinha ainda José Alves da Silva. E mostra-se certo de que “não vai ser fácil a conclu-são dos projetos de investimento em curso” e que “vai haver muita gente a ter de repor verbas por não conseguir concluí-los”.

Duro nas críticas, o dirigente associativo diz mesmo que é re-ceando este cenário que o Gover-no “lança este reforço” através da linha QREN Investe”. Trata-se,

diz Alves da Silva, de “salvar a imagem do Governo em termos nacionais e perante as instituições financeiras que observam Portu-gal atribuindo-lhe ‘ratings’”.

Consultoras com visões mistas

Para António Cabrita, diretor--geral da Gorin, consultora que há vários anos trabalha projetos do QREN, refere que a Invest QREN “é uma ótima ferramenta financeira para as empresas agi-lizarem a cobertura do investi-mento a que se candidatam”, mas “desde que não tenha que sofrer apreciação direta pelos bancos”, tal como acontece, a título de exemplo, com a PME Cresci-mento.

O especialista recorda que, “neste momento, os bancos estão descapitalizados, muito retraídos a financiarem a nossa economia e tudo o que for alternativo a esse circuito é bem-vindo”. Contudo, sublinha que “o ideal seria uma taxa mesmo mínima, próxima do zero”. No entanto, a taxa de 5% aplicada acaba “por ser sempre mais atrativa do que a dos mer-cados financeiros tradicionais e provavelmente com menos seleti-vidade que aqueles”.

Pedro Nunes, diretor executivo da Risa Consulting, mostra-se mais otimista relativamente a esta nova linha de apoio. “É inequi-vocamente uma excelente medi-

da e que vem ajudar a combater as crescentes dificuldades que as empresas têm vindo a sentir no acesso ao crédito bancário para executarem os seus investimen-tos”. E acrescenta: “Mesmo as boas empresas têm vindo a sen-tir um acréscimo da dificuldade de acesso ao crédito e este aspeto tem condicionado bastante a sua atividade e, por inerência, a de-sejada recuperação da economia portuguesa, que, já se percebeu, só vai ser alcançada com um forte contributo das empresas”. Por outro lado, refere, “este tipo de instrumentos financeiros são muito bem-vindos, porque em projetos em que existe algum ca-ráter de inovação, a que está as-sociado normalmente um maior risco, a abertura da banca para financiamento é normalmente menos acessível”.

Para este especialista, e sobretu-do tendo em linha de conta “as atuais condições de remuneração dos financiamentos bancários, as taxas de juro da QREN Investe “são bastante atrativas, poden-do, nalguns casos, ser menos de metade das taxas que algumas empresas estão atualmente a su-portar”. E deixa o exemplo: “Se atendermos aos empréstimos obrigacionistas recentemente lançados pela BRISA e PT com remunerações acima dos 6,5% ,temos uma ideia mais precisa da ótima atratividade das taxas de juro do PME Investe”.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA,20 DE JULHO 2012 5

“Reprogramação estratégica dá sangue novo ao QREN”

A 31 de maio de 2012, os financiamentos do QREN injetados na economia foram superiores a 9,7 mil milhões de euros (45,1%), de acordo com os dados esta semana entregues em Bruxelas pelo Ministério da Economia. O valor das aprovações (fundos) ascendia, nessa data, aos 17,2 mil milhões de euros e a taxa de execução acumulada estava em 45,1% (9,7 mil milhões de euros).No que às empresas diz respeito, os incentivos atribuídos ascenderam aos 2,8 mil milhões de euros, correspondendo a 6373 projetos. A execução acumulada somou 1,4 mil milhões de euros (em 60% dos projetos) e a taxa de pagamento chegou aos 48%, sendo que, só nos primeiros cinco meses de 2012, executaram-se cerca de 1400 milhões de euros.Assumindo uma meta de execução de 60% até ao fim deste ano, o Governo elenca agora como

prioridades reforçar os incentivos diretos às empresas em 705 milhões de euros, sendo que será dada prioridade às PME exportadoras. O Ministério da Economia revela ainda que “os mecanismos de engenharia financeira de apoio às empresas serão reforçados com 137 milhões de euros” e que, “ao todo, somando os apoios para PME ao abrigo do programa Impulso Jovem, são alocados para financiamento das empresas mais de 1000 milhões de euros”.Em declarações à “Vida Económica”, Almeida Henriques, secretário de Estado Adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional, não hesita em afirmar: “esta reprogramação estratégica dá um sangue-novo ao QREN e à sua execução, conferindo uma marca mais económica e mais social aos fundos comunitários em Portugal no período restante da sua aplicação”.

IVA de serviços dedutível no IRSCada família poderá beneficiar de uma dedução de 5% do IVA pago e um teto máximo de 250 euros das despesas efetuadas com cabeleireiros, empresas de manutenção e reparação automóvel, alojamento, restauração e similares. O objetivo do Governo é combater a fraude e a evasão fiscal.

Taxa de desemprego atingirá 16% em 2013O FMI calcula que regressar a níveis de desemprego pré-crise exigiria que, neste período, o PIB crescesse três vezes mais que o previsto. A taxa de desemprego em Portugal atingirá quase 16% no fim do próximo ano e manter-se-á acima de 14% nos três anos seguintes.

TERESA [email protected]

A linha QREN Investe de fi-nanciamento ao investimento empresarial que o ministro da Economia apresentou formal-mente esta semana “vai permitir acelerar os níveis de execução dos projetos” do QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacio-nal 2007-2013), garante o novo gestor do Compete – Fatores de Competitividade.

Em declarações à “Vida Econó-mica”, Franquelim Alves explica que, “nas atuais circunstâncias, encontram-se dificultadas as con-dições de acesso ao financiamento por parte dos promotores”, pelo que “o grande desafio é garantir que eles realizem a sua quota--parte de financiamento nos pro-jetos apoiados pelo QREN e pelo Compete”. E a linha QREN In-veste, diz, “vai criar as condições para que tal aconteça”.

Desmistificando a ideia de que a taxa de conclusão dos investi-mentos financiados no âmbito do Compete está em apenas 10%, como reconheceu o secretário de Estado da Economia, Almeida Henriques, em entrevista à “Vida Económica” (ver edição de 13 de julho), Franquelim Alves clari-fica: “A 30 de junho de 2012, o Compete apresentava uma taxa de compromissos (valor do in-centivo associado a projetos já aprovados em relação à dotação do programa) de 90% e uma taxa de execução (incentivo associado a despesa de investimento já rea-lizada pelos promotores em rela-ção com a dotação do programa) de 41%”. Por essa razão, realça o gestor, “o diferencial entre as duas taxas reflete o facto de mui-tos projetos ainda se encontrarem a decorrer, já que, em média, a sua duração é de dois a três anos”.

Questionado sobre as metas de execução do Compete para 2012 e sobre se será possível atingir os 60% até ao fim do ano em todo o

QREN, como acaba de ser assu-mido pelo Ministério da Econo-mia, Franquelim Alves mostra-se otimista.

Começa por dizer que “a linha QREN Investe faz parte de umconjunto variado de medidas e ações para apoiar os empresários no seu enorme e difícil desafio de responder com sucesso a um ambiente crescentemente com-petitivo e economicamente desfa-vorável”. Aliás, acrescenta, “ainda recentemente foi anunciado oreforço em mais 1000 milhões de euros da linha PME Cresci-mento, perfazendo um total de 2500 milhões de euros de crédito disponível para as empresas”. Por estas razões, garante FranquelimAlves, “antecipamos que o Com-pete siga um padrão de execução próximo do mencionado para o QREN”.

A “Vida Económica” confron-tou ainda o gestor do Compete com o facto de vários empresáriose dirigentes associativos empresa-riais estarem receosos que muitasempresas possam vir a desistir dos investimentos, mesmo aquelas já com financiamentos aprovados,devido às dificuldades de finan-ciamento bancário e aos receiosquanto ao desempenho da eco-nomia e os níveis de consumo.

Em resposta, Franquelim Alves deixou uma garantia: para alémdas “medidas que procuram res-ponder às dificuldades” sentidas pelos empresários, “o Compete e os organismos intermédios tra-balham em grande proximidadecom os promotores, admitindo, quando devidamente fundamen-tado, ajustamentos pontuais nos planos de execução”.

Por outro lado, garantiu o ges-tor, “estamos a olhar com muitaatenção para as áreas em que se possa reduzir as exigências de na-tureza burocrática”. Tudo com o objetivo de “facilitar e simplificar os processos de candidatura e os pedidos de pagamento”.

Franquelim Alves, gestor do Compete – Fatores de Competitividade.

FRANQUELIM ALVES, GESTOR DO PROGRAMA, GARANTE À “VIDA ECONÓMICA”

Compete acompanha QREN e atinge 60% de execução em 2012

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Governo prepara redução da TSUGoverno está a preparar uma redução da TSU no valor de 800 milhões de euros sobre alguns trabalhadores. Segundo a Co-missão Europeia, as propostas concretas serão estudadas com a “troika” em Agosto. O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, ti-nha já admitido que estava a estudar esta opção, embora sem quantificar.

TERESA [email protected]

A maior operadora francesa na área dos call centers, a Armatis, que opera com grandes clientes nacionais e in-ternacionais na área das telecomuni-cações, da energia e do gás, escolheu Portugal e a cidade do Porto para instalar a sua 15ª filial. A notícia do investimento foi confirmada à “Vida Económica” por fonte do gabinete de advogados António Vilar, Luís Camei-rão & Associados, que está a assessorar a operação. A nova sociedade já está “em constituição” e deverá criar “entre 400 e 500 postos de trabalho”.

A Armatis foi fundada em 1989 por Denis Akriche e é líder em França na área dos call centers, após a aquisição, concluída em junho, da Contact La-ser, uma filial do BNP Paribas e do grupo Galeries Lafayette. Ao todo, a operadora francesa possui 12 filiais no

seu país, mais uma na Tunísia, outra na Polónia e, a partir de agora, outra em Portugal, empregando, ao todo, 6500 colaboradores, ainda não con-tando com os postos de trabalho que aqui vão começar a ser recrutados. Re-gistou, em 2011, vendas combinadas de mais de 200 milhões de euros.

“A complementaridade forte da carteira de clientes deverá resultar em sinergias consideráveis e em opor-tunidades de venda cruzada”, disse, a meados de junho, Jean-Baptiste Marchand, diretor da Leonardo, que aconselhou os acionistas Armatis na operação de fusão com a Contact La-ser. Por sua vez, Denis Akriche, CEO da Armatis, também declarou que “o aumento no volume de chamadas du-rante os últimos anos confirma o in-teresse económico e o papel crescente do call center e outsourcing, especial-mente dentro da banca e dos seguros, além de serviços públicos”.

Trata-se de um projeto que “refor-ça uma porta de entrada [da Arma-tis] para mercados internacionais, acompanhada de novos investidores: a Activa Capital (acionista maioritá-rio), o Credit Agricole Private Capital e a Caisse des Dépôts et Consigna-tions (CDC)”, revelou a empresa em comunicado aquando da conclusão da operação. O CIC LBO Partners, acionista original, também permane-cerá no capital.

Escritório no Porto terá 5000 metros quadrados

O montante do investimento desta operadora francesa em Portugal ainda não foi revelado, mas a “Vida Econó-mica” apurou que vários responsáveis da empresa estiveram esta semana no Porto para trabalhar na consolidação do projeto, sendo que as instalações da Armatis na cidade do Porto de-verão ocupar uma área entre 4000 e 5000 metros quadrados.

O processo de recrutamento de pessoal, que vai receber formação es-pecífica pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, terá início “dentro de um prazo muito curto”, não se conhecendo, para já, quais as habilitações mínimas necessárias. Contudo, e porque estamos em pre-sença de uma operadora francesa que vai prestar serviços a clientes que fa-lam português, a fluência na língua francesa será condição essencial.

A EMPRESA DEVERÁ COMEÇAR A OPERAR EM PORTUGAL JÁ EM OUTUBRO

Call center francesa Armatis abre no Porto e cria 500 postos de trabalho

A Comissão Europeia autorizou, temporariamente, a injeção de 1650 milhões de euros de capital na Cai-xa Geral de Depósitos. Portugal tem agora de apresentar até 29 de dezem-bro um plano de reestruturação para o banco público. Bruxelas tomará uma decisão definitiva sobre a com-patibilidade da injeção de capital com as regras em matéria de auxílios esta-

tais da UE aquando da avaliação do plano de reestruturação.

Portugal notificou a entidade presi-dida por Durão Barroso para as medi-das de recapitalização, que consistem numa subscrição de ações ordinárias emitidas pela CGD no montante de 750 milhões de euros e de valores mobiliários híbridos, no montante de 900 milhões de euros, para melhorar

o capital da CGD, de modo a que o banco respeite os requisitos do teste de esforço da Autoridade Bancária Europeia (ABE) no dia 28 de junho. “A Comissão considerou que as medi-das foram bem orientadas, limitadas ao mínimo necessário e continham garantias suficientes para limitar as distorções da concorrência”, pode ler--se num comunicado.

Bruxelas autoriza recapitalização da Caixa

O pessoal a recrutar pela Armatis vai receber formação específica pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto

FMI e Comissão divergem quanto ao défice portuguêsNos relatórios, separados, publicados na sequência da quarta avaliação à execução do programa da “troika”, FMI e Comissão Europeia diver-gem novamente quanto ao risco de Portugal chegar ultrapassar o défice de 4,5% do PIB. Se Bruxelas quer uma resposta política “atempada”, o FMI defende que “se deixem funcionar os estabilizadores automáticos e se ajuste o objetivo”.

ATUALIDADE

6 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

Deputada Maria da Graça Carvalho com desempenho positivo no Parlamento Europeu

Maria da Graça Carvalho encerra o terceiro ano no Par-lamento Europeu (julho 2011 – julho 2012) com balanço positivo.

Das várias ações ou iniciativas em que participou Maria da Graça Carvalho – que recebeu em 29 de novembro, em Bruxelas o prémio de Melhor Deputado ao Parlamen-to Europeu 2011 na área da Investigação e Inovação - destaca-se a nomeação no início deste ano, para relatora do programa específico do Horizonte 2020.

O Horizonte 2020, a vigorar entre 2014 e 2020, repre-sentará um aumento muito significativo do financiamen-to da União Europeia à investigação e à inovação. O in-vestimento passará dos 52 mil milhões de euros, do atual quadro, para 80 mil milhões de euros, de acordo com a proposta da Comissão Europeia. Um valor mais elevado, de 100 mil milhões de euros, foi proposto pelo Parlamen-to Europeu. O montante final resultará da negociação entre a Comissão Europeia, o Parlamento e o Conselho.

Para além das reuniões individuais que a deputada manteve em Bruxelas e Estrasburgo, organizou seminá-rios e audições públicas em Portugal e Bruxelas.

O relatório foi submetido ao Parlamento Europeu para o processo de emendas no dia 28 de junho.

No dia 17 de setembro, as emendas e o relatório serão discutidos na Comissão ITRE. Espera-se que o relatório final seja votado na Comissão ITRE em novembro e na Sessão Plenária de dezembro.

QREN direcionado para a inovação e PME

Entre as causas que Maria da Graça Carvalho defendeu – Energia e Alterações Climáticas, Ciência e Inovação, Jovens, Países em Desenvolvimento e Regiões Desfavore-cidas – destaca-se a Reprogramação do QREN. Contente com o acordo entre o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, para renegociar o programa e fazer uma revisão intercalar, a deputada acredita que a reprogramação de-veria ser conduzida no sentido da flexibilização e simpli-ficação das regras de participação e do redirecionamento das prioridades para fatores potenciadores do crescimento económico, como por exemplo, a inovação e as PME.

Segundo a deputada, o programa assume uma percen-tagem de cofinanciamento nacional demasiado ambicio-sa, superior mesmo ao exigido pela Comissão Europeia. Por isso, para atingir a redução do cofinanciamento na-cional, sugere, entre outras coisas, o pedido de redução de cofinanciamento nacional para o mínimo exigido pela Comissão Europeia.

Maria da Graça Carvalho é deputada do Parlamento Europeu, pelo Grupo do PPE, desde 14 de julho de 2009.

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VIRGILIO FERREIRAvirgilio@vidaeconomica

A Casa Real Espanhola vai cortar 7,1% no seu orçamento de 2012, deixando o ren-dimento anual do rei Juan Carlos nos 273 mil euros. O montante subtraído é equiva-lente ao subsídio de Natal que foi eliminado aos funcionários públicos espanhóis.

Assim, o rei Juan Carlos vai receber em 2012 menos 20 mil euros do que o seu salário bruto anterior (293 mil euros, 151 mil dos quais destinado a despesas de re-presentação). Este corte de 7% vai ser apli-cado em toda a Casa Real espanhola insta-lada no Palácio da Zarzuela. Dias depois de ser anunciado o corte do subsídio de Natal dos funcionários públicos espanhóis,

é noticiado que a família real decidiu redu-zir, também, os seus rendimentos.

O objetivo da diminuição dos rendi-mentos do rei, que é apenas uma das que acontece na Casa Real, é aliviar as despesas previstas com esta instituição, a rondarem os 8,27 milhões de euros. Note-se que, em 2011, o montante de despesas destinado à Casa Real foi de 8,43 milhões de euros. O corte de 7,1% nas despesas de toda a Casa Real Espanhola permitirá uma poupança de quase 100 mil euros.

Ao orçamento do príncipe das Astúrias, Felipe, será retirado metade do corte apli-cado ao rei, ou seja, 10 mil euros, passando a receber 136,4 mil euros em 2012. A rai-nha e as infantas também não escapam ao corte de salários.

Rei Juan Carlos corta 100 mil eurosna despesa da Casa Real

Corte de 7,1% na

despesa da Presidência

portuguesa permitiria

poupar 710 mil euros

Em Portugal, o orçamento da Presidência da República é, conforme noticiado pela VE na edição de 11 de Maio, quase o dobro do orçamento que, numa iniciativa inédita, foi divulgado pela Casa Real Espanhola no fi nal de 2011.Se tivermos em conta que cerca de 10 milhões de euros do orçamento da Presidência portuguesa é gasto em despesas com o pessoal, metade do qual aplicado em remunerações fi xas com funcionários públicos e pessoal dos gabinetes do PR e secretaria-geral, só aqui, a aplicação de um corte de 7,1% equivaleria a uma poupança de 710 mil euros. Ou seja, sete vezes mais do que o corte que vai ser aplicado na Casa Real Espanhola.

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 7

Oferta do Montepio pelo BPNpoderia ter rendido 150 milhões de euros O Montepio ofereceu entre 35 e 50 milhões de euros pelos balcões e meios de pagamento do BPN em 2011, revelou Tomás Correia, presi-dente da instituição, durante uma audição no Parlamento. Tomás Cor-reia acrescentou que, em 2008, aquando da nacionalização do banco, fez uma oferta que poderia ter rendido 150 milhões de euros.

EP aumenta resultado líquido em 40%A EP – Estradas de Portugal registou um resultado líquido de 144 mi-lhões de euros em 2011, registando um aumento de 40% face aos 103 milhões registados em 2010, aponta o relatório e contas da empresa. Já os encargos fi nanceiros passaram de 105 milhões para 230 milhões de euros. No ano passado, a EP distribuiu 10,2 milhões de euros de dividendos e pagou cerca de 121 milhões de euros de IRC.

ATUALIDADE

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Tratamos por igual, em termos de exigências fiscais, um agricultor que tem cinco hectares e um que tem 1500. Tal como a Comissão Europeia propõe, é preciso criar um regime simplificado para os pequenos agricultores que não os penalize e permita que sejam mais competitivos – esta é a opinião de Arlindo Cunha, ex-ministro da Agricultura e presidente da Comissão Vitivinícola da Região do Dão (CRV Dão).“Um regime simplificado para a pequena agricultura” seria parte da solução, na perspetiva de Arlindo Cunha, do problema da falta de competitividade do pequenos agricultores. JOÃO LUÍS DE [email protected]

Vida Económica – Uma das características do programa que apoia o investimento nas vinhas, o Vitis, é a sua simpli-cidade. Qual é a apreciação que faz do programa e da sua ade-quação à Região do Dão?

Arlindo Cunha - Acho que de-via servir de modelo para os outros programas de investimento.

O Proder, que está agora na fase final de execução, foi um “monu-mento” em racionalidade. Foi mal concebido, de uma forma desfasa-da da realidade, a sua organização, o processo de aprovação e a análise de projetos foram tão complicados

que, passados três anos, ainda não estava a ser aplicado.

A primeira coisa importante no Programa de Desenvolvimento Rural é não se chamar Proder.

Ao Vitis pode apresentar-se um projeto, dar provas da legalidade e, a partir daí, dizer o que pretende fazer. O Vitis tem tabelas de taxas de apoio para cada aprovação. O Vitis é um programa bem con-seguido, simples e que funciona magnificamente. Penso que pode-ria servir de modelo para os restan-tes programas que vão operar.

VE - A aplicação do Vitis é portuguesa ou é comunitária?

AC - O Vitis é financiado por uma linha financeira comunitária do setor. Cada país tem um blo-co financeiro em que uma parte é para a reestruturação das vinhas. Para a entidade pagadora, o que interessa é ir lá a inspeção. Todas as vinhas são inspecionadas.

Se no local estiver o que foi apro-vado no papel, não é preciso mais nada.

VE – Nos programas de apoio ao investimento na agricultura, muitas vezes, nas transições dos quadros, há uns períodos de vazio. Isso tem sido prejudi-cial ao investimento, em parti-cular, ao setor da vinha?

AC - Isso pode-se superar de uma forma bastante simples: o Governo e a Administração traba-lharem com antecedência, ou seja, nesta altura já sabemos que a partir de 2014 haverá um novo “pacote” financeiro para a PAC.

Uma das vertentes da PAC é o desenvolvimento rural. Já sabemos quais os montantes de que vamos dispor para o desenvolvimento rural. Nesta altura, já devíamos es-tar a trabalhar na formatação dos programas de comunicação, por forma a que, logo que comece a aplicação do calendário, que é 1 de janeiro de 2014, enviamos logo a seguir para a Comissão Europeia

os programas. Dessa forma conse-guimos minimizar os erros.

Taxas de apoio acima de 70%

VE - No Vitis, o valor corres-ponde a 70% do valor de inves-timento?

AC - Em geral ,sim, mas depen-de. Hoje há casos excecionais de propostas agrupadas em que au-mentam ou majorações.

VE - A partir de 2014 a inten-sidade vai manter-se?

AC - Penso que em geral po-derá manter-se. Ao contrário do Proder, que tinha taxas de apoio muito baixas na ordem de 40% e inicialmente nenhum interesse dos agricultores. No caso do Vitis, acho que é uma taxa boa.

Na agricultura, hoje em dia, a rentabilidade do investimento é muito baixa. É muito complicado as pessoas terem motivação para investir. A única forma de susci-tar essa motivação é de facto, dar uma boa taxa de apoio. Cabe a nós aproveitar devidamente esses re-cursos da União Europeia.

VE – O que afeta o setor do vinho e da agricultura também não é o regime fiscal?

AC - Há um problema fiscal. Eu tenho defendido que era preci-so um Simplex para a agricultura. Tratamos por igual em termos de exigências um agricultor que tem cinco hectares e um que tem 1500.

Agora a Comissão Europeia pro-põe um regime simplificado para a

pequena agricultura. A nossa reali-dade maioritária é de facto a agri-cultura de pequena dimensão. Um pequeno agricultor pode ser com-petitivo, depende daquilo que faça. Tem de haver um regime simplifi-cado para os pequenos agricultores que não os penalize.

Regresso à agricultura

VE – Agora fala-se novamen-te num regresso à agricultura. Mas surgem críticas a dizer que até aqui andámos a aban-donar. Acha que essa crítica tem fundamento?

AC - Não, porque abandona-mos o que não tinha viabilidade. O nosso setor agrícola tem de ser reduzido em dimensão. Em 1986, tinhamos 17% da população ativa na agricultura. Mas era uma agri-cultura miserável, de subsistência, não era competitiva.

Passámos esse “cabo das tormen-tas”, de uma agricultura de sub-sistência para uma agricultura de qualidade e competitiva em qual-quer parte do mundo. Nós, nos principais setores mais sustentá-veis, somos exportadores e compe-titivos. É o caso do vinho, dos hor-tícolas ou do tomate concentrado.

Somos competitivos porque te-mos uma ótima relação preço/qua-lidade e vendemos em qualquer parte do mundo.

VE - Para uma plantação ter rentabilidade, a área mínima são cinco hectares?

AC - Depende muito desde logo do segmento de qualidade em que se posiciona. Se eu tiver cinco hectares de champanhe, sou rico. Porque no champanhe o hectare pode produzir 20 mil litros de vinho e depois pode ven-der cada litro de champanhe a 40 ou 50 euros.

Na região do Dão, onde as áre-as são pequenas, apesar de que os novos produtos praticamente ne-nhum deles tem cinco hectares, é gente que tem entre cinco e 50 hectares de um modo geral. Mais pequenos, normalmente, estão integrados nas cooperativas. Se se posicionar num segmento alto e se ganhar notoriedade, diria que com cinco hectares pode sobreviver.

VE - O peso da agricultura no PIB é inferior em Portugal, comparado com outros países desenvolvidos, como Espanha, França ou Alemanha?

AC – É, porque na Espanha e na França o setor agricola é exceden-tário, ou seja, eles produzem mais do que o que necessitam e nós não. Temos manobrado dois setores fundamentais do agroalimentar: o setor dos cereais e das oleagino-sas. Não temos grandes condições naturais para produzir cereais, não temos muitas terras e são zonas que não estão preparadas. No caso das oleoginosas só produzimos gi-rassol. O setor do vinho é segura-mente um setor onde temos con-dições fabulosas para sermos um país altamente exportador.

ARLINDO CUNHA, PRESIDENTE DA CVR DÃO, AFIRMA

“É preciso um Simplex para a agricultura”

ATUALIDADE

8 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

“Vitis deveria servir de modelo para outros programas de investimento”, defende Arlindo Cunha.

Dão é o “Macintosh” dos vinhos

Em 2004, o Governo alterou a legislação de gestão comissões vinícolas regionais, que são os órgãos certificadores, que deixaram de ser tuteladas pelo Estado e passaram a associações interprofissionais de direito privado. Arlindo Cunha é o primeiro presidente que não é nomeado pelo Estado, mas eleito pelos produtores e pelas empresas. “Unir e mobilizar os produtores, fazê-los acreditar que têm um produto com ótimos argumentos para triunfar pela relação preço/qualidade” é um dos principais desafio. O outro é “passar essa ideia para a opinião pública”.“O terceiro grande desafio foi simplificar os procedimentos internos da Comissão Vinícola.” Nesta altura, “não há propriamente uma corrida ao investimento no setor”, mas as características que a região do Dão reúne permite-lhe, ao nível vitivinícola, ser “diferente com qualidade. Por isso é que digo que o Dão é o ‘Macintosh’ dos vinhos”, conclui Arlindo Cunha.

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ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 9

O tão esperado regime das sociedades unipessoais angolanas foi finalmente publicado, encontrando-se em vigor desde o dia 11 de junho passado. Este regime dá alguma abertura aos investidores estrangeiros, uma vez que se aplica tanto a sociedades detidas por sócios angolanos como estrangeiros. A diferença radica no facto de os incentivos e benefícios previstos para as micro, pequenas e médias empresas só se aplicarem a sociedades unipessoais cujos sócios sejam cidadãos angolanos. Podem constituir-se dois tipos de sociedades unipessoais angolanas, a saber, as sociedades unipessoais por quotas e as sociedades unipessoais por ações. O capital social mínimo exigido para as sociedades do primeiro tipo é o do equivalente, em kwanzas, a USD 1000, devendo corresponder a uma única quota indivisa. Já no que diz respeito às sociedades unipessoais anónimas, o capital social é representado por acções de valor igual, nunca inferior a USD 100, obrigatoriamente nominativas e cujo

valor global não pode ser inferior a USD 20 000. O regime contempla uma norma especificamente dedicada às instituições financeiras, esclarecendo que as instituições financeiras bancárias, as sociedades seguradoras e resseguradoras, os fundos de pensões e as suas sociedades gestoras não podem constituir-se ou transformar-se em sociedades unipessoais. No entanto, a lei permite que um elenco taxativo de instituições financeiras não bancárias ligadas à moeda e ao crédito ou ligadas ao mercado de capitais e ao investimento se constitua ou transforme em sociedade unipessoal. Citemos alguns exemplos: as casas de câmbio, as sociedades de locação financeira, as sociedades de microcrédito, as sociedades corretoras de valores mobiliários, sociedades de capital de risco, sociedades gestoras de participações sociais, sociedades de investimento, sociedades gestoras de património, sociedades de gestão e investimento imobiliário. Tal como acontece em Portugal, uma

pessoa singular só pode ser sócio de uma única sociedade unipessoal. É de salientar que as sociedades em nome coletivo, as sociedades em comandita, simples ou por ações, as sociedades por quotas e as sociedades anónimas não podem ter como único sócio uma sociedade unipessoal. Acresce que as sociedades unipessoais não podem constituir outras sociedades unipessoais, nem participar noutras sociedades comerciais ou civis.Relativamente aos negócios celebrados em nome da sociedade unipessoal anteriormente ao registo, respondem, solidária e ilimitadamente, o sócio único e o gerente. A sociedade apenas pode ser sujeito de uma relação jurídica laboral na qualidade de empregadora. A lei prevê expressamente que seja desconsiderada a personalidade jurídica societária quando seja praticado ato em nome da sociedade unipessoal que seja tipificado como crime, respondendo, neste caso, o seu sócio ou o gerente, ilimitadamente e em função da culpa.

A sociedade unipessoal que apresente ou declare património inferior ao montante do capital social durante três anos consecutivos é liquidada e dissolvida por iniciativa de qualquer interessado ou terceiro de boa-fé ou por iniciativa do Ministério Público. Podemos observar novamente o crescente esforço de sofisticação que está a ser levado a cabo por Angola. O regime que acabámos de descrever em linhas gerais é prova disso mesmo, pretendendo-se com ele que o país desenvolva um sector terciário sustentado. Notamos também que houve a preocupação de acautelar alguns efeitos arbitrários que os regimes de sociedades unipessoais podem potenciar, como sendo o excesso de desresponsabilização do sócio único que utiliza a sociedade para cometer actos ilícitos ou diminuir as garantias dos credores. Para os pequenos empresários, é sem dúvida uma forma de modernização e de acesso a produtos e sistemas disponíveis no mercado que não estão ao alcance nem dimensão da pessoa singular.

Boas notícias de Angola – o novo regime das sociedades unipessoais

TERESA ALVES DE SOUSAAdvogada da GMA & Associados, RL

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“Um chefe transpira, um líder inspira” – afirmou Sér-gio Almeida, diretor geral da Powercoaching, no semi-nário dedicado ao tema da Felicidade nas Organizações. O evento que decorreu no auditório do Oceanário de Lisboa contou com intervenções de Margarida Pinto Correia, administradora da Fundação do Gil, Fernanda Freitas, jornalista da RTP, Paula Garrido, diretora de Recursos Humanos da Liberty Seguros, e João Luís de Sousa, diretor adjunto da “Vida Económica”. Esta ini-

ciativa contou com o apoio da AEP.Sérgio Almeida destacou o papel da direção e das che-

fias e a sua contribuição para o bom relacionamento nos grupos de trabalho. “Há que ser duro com as re-gras, mas suave com as pessoas. Por vezes, encontramos a atitude oposta, com suavidade em relação às regras e dureza com as pessoas” – referiu.

Para o diretor da Powercoaching, não existe qualquer conflito entre os bons resultados e os níveis de satisfação

dos colaboradores das empresas: “As metas não são mais do que sonhos com prazos” – afirmou.

Um dos aspetos destacados por Sérgio Almeida foi a comunicação no interior das organizações. Segundo re-feriu, 55% da comunicação é feita através da linguagem corporal, 30% através do tom de voz e só 7% através das palavras. Assim, na comunicação o mais importante está normalmente no que não é dito. A proliferação da comunicação escrita em e-mails ou sms envolve riscos adicionais de falhas na comunicação e de interpretações erradas.

O exemplo da Liberty foi apresentado por Pau-la Garrido, diretora de recursos humanos. A sucursal portuguesa da companhia americana Liberty Mutual comprou há nove anos atrás Winterthur (ex-Europeia). Neste período de tempo, inverteu a exploração deficitá-ria, tornando-se a seguradora com os maiores níveis de rentabilidade do setor em Portugal. O crescimento dos resultados foi acompanhado pelo aumento do número de postos de trabalho. Entretanto, a Liberty Portugal vem sendo distinguida ano após ano como uma das me-lhores empresas para trabalhar, refletindo altos níveis de satisfação por parte dos seus colaboradores.

Margarida Pinto Correia abordou a ação da Fundação do Gil no apoio às crianças, destacando a importân-cia da atitude positiva para se atingirem os objetivos. “Quem quer fazer arranja maneira, quem não quer fa-zer arranja desculpas” – comentou. A administradora da Fundação do Gil admitiu que criar e manter um nível elevado de felicidade nas organizações é uma ta-refa difícil. Os gestores têm que ter a força e a coragem para enfrentar as adversidades e ajustar as organizações à mudança. Enquanto, no passado, a Fundação do Gil dependia de poucas entidades que davam contribuições elevadas, agora depende cada vez mais de muitas enti-dades com pequenas contribuições.

SÉRGIO ALMEIDA NO SEMINÁRIO SOBRE FELICIDADE NAS ORGANIZAÇÕES

As metas não são mais que sonhos com prazos

Bilhetes do Tesouro a 12 meses com taxa de 3,5%O Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) emitiu dois mil milhões de euros através de dois leilões simultâneos de dívida de curto prazo, 1250 milhões dos quais através de bilhetes do Tesouro a 12 meses. Aqui, a taxa na colocação baixou de 3,83% para 3,505%.

Portal de Emprego da APESPE tem 150 empregos diáriosO portal de emprego da APESPE – Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego registou um total de 20 626 visitas durante o primeiro semestre de 2012, das quais 17 145 são de visitantes únicos. No final do mesmo período, o referido portal registava 4 847 candidatos inscritos e publicou uma média de 150 anúncios de emprego diários.

ATUALIDADE

10 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

YASMIN BHUDARALLY –

CEO NEYA HOTELSComprometimento

e responsabilidade

“Como líder de uma organização, procuro explorar todas as formas para melhorar o ambiente de trabalho e de forma a motivar os nossos colaboradores. Promovo uma atitude positiva com a finalidade da prestação de um serviço de excelência que é a nossa principal finalidade, com o nosso conceito bem vincado de Sustentabilidade Tripartida, nas vertentes ambiental, social e económica. Os colaboradores devem sentir-se livres e confiantes para apresentar ideias e propostas.A liderança implica comprometimento e responsabilidade. Acredito que, quando gostamos do que o fazemos, fazemo-lo melhor e com melhores resultados.”

TestemunhosISABEL HENRIQUES - GERENTE DA LIDARCO Tolerância e

compreensão

“A Lidarco hoje respira um ar mais puro e menos conflituoso. Nas relações de trabalho reiteram a tolerância e a compreensão sobre os atos dos colegas. Somos, sem dúvida, uma organização mais feliz e, por isso, mais produtiva.”

MARIA DA SAÚDE NICOLAU INÁCIO – AEP – FORMAÇÃO E CONHECIMENTO – COORDENADORA Trabalho

e atividade

profissional

Se pessoas felizes geram melhores resultados, então a felicidade interessa às empresas! O trabalho e atividade profissional é uma das dimensões da vida que contribui para a felicidade e realização da pessoa. Por outro lado, as organizações podem capitalizar esse “bem estar” para o alcance de melhores resultados. A construção desse caminho de “felicidade nas organizações” cabe-nos a todos: pela atitude de compromisso, de envolvimento e de solidariedade, que ajude a mudar o mundo. Por isso a AEP apoia esta iniciativa desde a 1ª edição, em 2010.

HÉLDER BEÇA - SENIOR MANAGER MONERIS SGPS, S.A.Colaboradores

motivados

A Felicidade nas Organizações e em particular nas empresas nos tempos atuais é uma temática que deve preocupar toda a estrutura diretiva. Colaboradores infelizes são colaboradores pouco motivados e centrados nas suas preocupações, como é da natureza humana e não na dos outros, no caso os clientes.A PowerCoaching e em particular o Eng. Sérgio Almeida tem abordado esta temática de uma forma pragmática, objetiva e de aplicabilidade transversal.

MANUELA MIGUEL MARTINS - DIRETORA TÉCNICA - CASA DO GILGerir pessoas

Na Casa do Gil, todos os dias somos expostos a uma montanha russa de emoções, no caminho da reconstrução de vidas das crianças, após internamento hospitalar.Gerir pessoas, dinâmicas e tomar decisões sobre a vida de outros neste contexto é um desafio constante, sobretudo quando o dinheiro escasseia, as parcerias tornam-se mais frágeis e à volta se transpira “CRISE”, mas estas crianças não podem esperar porque o tempo também não espera e elas têm direito à sua vida, plena de direitos.Acreditamos em fadas, abrimos um sorriso quando sentimos que pode desabar e empurramos em sentido contrário ao da maré… e a “Felicidade nas Organizações”, da Power Coaching, está em sintonia absoluta com esta forma de estar e fazer, ajuda-nos a conseguir este alinhamento e equação tão difícil que é o equilíbrio da felicidade, da atitude positiva das boas energias para um mesmo fim, por esta razão acredito que todas as organizações, sobretudo as empresas, deveriam beber desta fonte porque a “Felicidade nas Organizações” ajuda-nos a caminhar sobre a linha do sucesso a perceber que é possível mesmo em tempos difíceis…. É sobretudo uma questão de atitude… e, como sabemos, a atitude muda o mundo.

“Há que ser duro com as regras, mas suave com as pessoas”, afirma Sérgio Almeida.

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Um grupo muito alargado de pessoas da sociedade civil tem vindo a fazer uma profunda reflexão à volta das respostas que num contexto de crescente globalização pode e deve haver para a crise. Num tempo de mudança, em que só sobrevive quem é capaz de antecipar as expectativas do mercado e de gerir em rede, numa lógica de competitividade aberta, a sociedade civil lança a questão e pergunta-se se cabe de facto ao Estado o papel de intervenção ativa no combate à crise ou se, pelo contrário, não caberá à sociedade civil a tarefa de reinvenção de um novo modelo de criação coletiva de valor centrado na participação e criatividade individual. Num mundo de incertezas, em última instância, será que há de facto respostas para as perguntas que cada vez mais preocupam os portugueses?

As recentes medidas anunciadas pelo Executivo como resposta à crise vieram colocar o dedo na ferida. A gestão de expectativas é hoje fundamental e quando se começaram a agudizar os sinais de falta de controlo na gestão operacional das contas públicas criou-se o imperativo da necessidade da intervenção. O Estado assumiu a condução do processo, para evitar a contaminação do sistema e a geração de riscos sistémicos com consequências incontroláveis, mas as dúvidas mantiveram-se em muitos quanto à existência de soluções alternativas mais condizentes com o funcionamento das regras do mercado. Em muitas das situações a que estamos a assistir, o que está em causa é a demonstração de que de facto neste mundo globalizado as elites detentoras da inteligência da gestão do capital perderam por completo o sentido da ética social própria de uma democracia aberta e justa.

O ano 2012 está a ser particularmente relevante para Portugal. Está em cima da mesa, no contexto da consolidação do processo de integração europeia, a

capacidade de o nosso país conseguir efetivamente apresentar um modelo de desenvolvimento estratégico sustentado para o futuro. Da mesma forma que a maior democracia do mundo teve a coragem de eleger Barack Obama e com isso assumir a inevitabilidade do seu processo de reinvenção estratégica, também em Portugal sinais inequívocos de mudança têm que ser dados. Em tempo de crise, os recentes acontecimentos à volta de casos menos transparentes vieram uma vez mais demonstrar que existe no nosso país uma “minoria silenciosa” que de há anos a esta parte mantém o status quo do sistema paralisado e, a pretexto de falsas dinâmicas de renovação social e reconversão económica, tenta reencontrar o caminho do futuro com as mesmas soluções do passado, impensáveis num contexto de mudança como aquele que vivemos.

As perguntas que a sociedade civil lança, a propósito da intervenção do estado num contexto de crise em tempo de globalização, correspondem sem dúvida a um sentimento coletivo de uma nova geração que cresceu e amadureceu numa sociedade aberta onde a força das ideias é central para o desenvolvimento da responsabilidade individual num quadro coletivo. A nova geração que ganhou dimensão global através da força dos instrumentos da sociedade da informação acredita na felicidade e na justiça humana, mas à custa duma adequada aposta na criatividade individual e no reconhecimento do mérito na criação de valor. Por isso, importa que se construam novas ideias que apresentem uma solução diferente para os próximos tempos do país. Precisamos de facto de um sentido de urgência na definição de um novo paradigma de organização em sociedade e de integração no mundo global. A oportunidade existe. Mas importa que haja respostas concretas.

ATUALIDADE/Opinião

Chefe de missão do FMI defende cortes na despesa públicaO chefe de missão do FMI, Abebe Selassie, que se mostrou surpreendido com a decisão do Tribunal Constitucional de considerar inconstitucionais o corte de dois salários apenas a pen-sionistas e funcionários públicos, afirma que a consolidação em dois terços pela despesa deveser mantida e que as receitas extraordinárias não são bem-vindas.

Ano de Portugal no Brasil e Ano do Brasil em Portugal Entre 7 de Setembro, dia nacional do Brasil, e 10 de Junho, dia de Portugal são lançadas, nos dois lados do Atlântico, múltiplas iniciativas culturais e empresariais, através de uma estrutura de cooperação entre entidades e agentes públicos e privados. Duas iniciativas autónomas, mas complementares, cuja realização em simultâneo vai potenciar as mais-valias da ponte para um futuro que se começa agora a construir.

SÃO CADA VEZ MAIS AS PERGUNTAS COLOCADAS PELA SOCIEDADE FACE AO FUTURO

A intervenção do Estado na crise

FRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia, Inovação e Competitividade

ALTERAÇÕES FISCAIS FEITAS COM BOM SENSO

AHRESP enaltece e saúda o bom exemplo espanhol

A AHRESP - Associação da Hotela-ria, Restauração e Similares de Portugal enaltece e saúda a decisão do Governo espanhol de manter a taxa do IVA do Turismo, Hotelaria e Restauração numa taxa reduzida, tendo passado de 8% para apenas 10%. Não obstante a grave cri-se económica e financeira que também afeta o pais vizinho, os reajustes agora feitos nas diversas taxas dos impostos em Espanha revelam um claro bom senso, desde logo através da decisão de baixar as contribuições sociais das empresas (TSU - Taxa Social Única em Portugal), como suporte à manutenção dos postos de trabalho, na linha, aliás, do choque fiscal desde a primeira hora preconizado pela “troika”, mas que até hoje não foi

consumado em Portugal. Perante o bom exemplo espanhol, Portugal insiste num insuportável IVA de 23%, responsável pela insustentabilidade do setor e pelo elevado risco de perda de qualidade da nossa oferta turística. Ao longo do pre-sente ano, o encerramento de milhares de empresas e o envio para o desemprego de dezenas de milhares de trabalhadores inviabilizará as metas do défice e das re-ceitas. A AHRESP alerta, por isso, para a urgência da adoção de uma taxa reduzida de IVA no setor da Restauração e Bebi-das em Portugal, sob pena de inviabili-zarmos uma oferta turística competitiva e liquidarmos de vez a nossa “galinha dos ovos de ouro”, ou seja, o setor que é líder das exportações em Portugal.

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 11

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Aumento na produção de vinho do Porto pode conduzir a quebra de preçosMARC [email protected]

O setor do vinho do Porto contará no próximo ano com um aumento de pro-dução daquele generoso: o Conselho Interprofissional do IVDP, que reúne os diversos parceiros do setor, fixou o bene-fício (montante de mosto que pode ser aguardentado para produção de vinho do Porto) em 96 500 pipas (550 litros), o que representa mais 11500 pipas do que em 2011.

O comércio receia que este aumento possa traduzir-se numa quebra do nível médio dos preços do vinho do Porto. Re-

corde-se que em 2011 o setor registou uma quebra nas vendas de 4% face ao ano an-terior, tendo sido comercializadas menos 417 720 caixas (de nove litros, no valor de 355 milhões de euros. O preço por litro estabilizou em trono dos 4,31 euros em 2011, sendo que no primeiro trimestre de 2012 este desceu para os 4,22 euros.

Paralelamente, o IVDP decidiu flexibi-lizar a utilização da quantidade de aguar-dente necessária à produção de vinho do Porto. Se até agora poderiam ser utilizados 126 litros de aguardente em cada pipa de 550 litros, a partir de hoje, os limites da sua utilização estão balizados entre os 65 e os 120 litros.

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NOVOS ARTIGOS DISPONÍVEIS NO SITE

VIDA ECONÓMICAwww.vidaeconomica.pt

CÁLCULO DA SOBRETAXA IRS: AÇORIANOS NOVAMENTE PREJUDICADOSMuitos contribuintes desconhecem a existência da sobretaxa de IRS. Outros, mais atentos, relacionarão, corretamente, esta taxa com o corte efetuado no último subsídio de Natal, uma vez que é disso que, efetivamente, se trata. Muitos já estarão conformados e dão o assunto por encerrado. Enquanto outros julgam que não será nada com eles, porque, pela natureza dos seus rendimentos, afinal nem recebem subsídio de Natal! Desenganem-se, uns e outros.

JOÃO VALENTEEconomista e TOC

GREVES NOS TRANSPORTES? CONTRIBUÍNTE PAGAEm período de greve, muitas são as vítimas que dizem “palavras tolas” de apoio aos grevistas, e não entendem que eles são egoístas. Aos reformados (nos quais me incluo) e aos trabalhadores do Estado foram retirados direitos (reformas e salários), para além de muitos outros, comuns a todos ou quase contribuintes/consumidores, mas não temos “armas” para lutar contra a nossa “entidade patronal”, o Estado. Se tivéssemos a mesma força, faríamos também uma greve.

SERAFIM MARQUESEconomista

JÁ PLANEOU AS FÉRIAS, AGORA PLANEIE O TRABALHOUma das coisas que mais nos atormenta no início de uma nova etapa do ano comercial é o período antes e depois férias. Todos sabemos que, após 15 dias (ou por vezes mais) de paragem total, é difícil voltar a ligar o motor e sair pela estrada fora a 120 à hora como antes. Se queremos ter um arranque produtivo, uma das primeiras coisas que deveríamos fazer era ter preparado o regresso ao trabalho, antes mesmo de termos partido para férias. Eu sei que custa, pois normalmente só pensamos nos dias de descanso, mas é essencial.

JOSÉ DE ALMEIDAPartner - Ideias & Desafios

PPR PÚBLICO: UM CASO DE DEGRADAÇÃO NA CONFIANÇA PÚBLICA DO ESTADOO PPR do Estado é recente, teve uma adesão limitada e os montantes individuais nele investidos são certamente, em média, pouco significativos. Imaginemos, porém, que o mesmo era antigo, de adesão maciça, e que os montantes individuais eram muito significativos. E que na velhice, os aderentes, após décadas de poupanças amealhadas e confiadas ao Estado, registavam perdas no capital depositado ou rendibilidades muito baixas? Este é um cenário hipotético, mas pode ser legalmente real...

PAULO J. BARATAFRES – Fórum de Reflexão Económica e Social

Exportações portuguesas crescem 9%Portugal registou um crescimento das exportações de 9%, de Janeiro e Abril de 2012, com uma taxa de crescimento de 9%, de acordo com o relatório do Eurostat. O país está a vender ao exterior mais automóveis, sobretudo para a China, barras de ferro e caldeiras. Quanto às importações portuguesas no mesmo período, registou-se uma taxa de crescimento negativa em 5% face ao período homólogo.

Acesso ao ensino superior com menos vagasFace ao ano letivo anterior, há menos 1202 vagas à disposição no concurso nacional de aces-so ao Ensino Superior. O Ministério da Educação e Ciência emitiu também normas orienta-doras em que definiu a empregabilidade como condição para a fixação de vagas. Informação disponível em http://www.dges.mctes.pt permite aos alunos saber qual a média dos cursos escolhidos.

Começo com uma pequena história. Há uns meses atrás, estava a almoçar com um Administrador de um dos bancos multinacionais a operar em Portugal. Bom amigo, e, portanto, quando falamos, é sem restrições de espécie alguma. Ele confidenciou-me uma coisa que certamente não surpreenderá, como não me surpreendeu a mim. Ele conhece pessoalmente um quadro superior do FMI, dos que andam cá por Portugal de régua na mão para nos dar na palmatória se nos desviarmos um milímetro do compromisso assumido. Durante uma conversa com esse homem do FMI, o meu amigo falou no “memorando da troika”. O outro riu-se e disse-lhe que nesse “memorando da troika” não há uma só medida que tenha sido escrita por quem quer que seja da “troika” !

O memorando contém uma série de medidas que eles se limitaram a recolher e resumir num documento, após longas conversas com todas as forças políticas, sindicais e sociais de Portugal. Ou seja, são as medidas que nós todos, de todos os quadrantes políticos e da sociedade civil e empresarial, sabemos há muito que tinham que ser tomadas, implementadas, mas que não passariam do habitual “blá-blá” em Portugal caso a “troika” não as tivesse organizado, resumido num documento formal, imposto um prazo para o seu cumprimento, e instituído um sistema trimestral de medição e acompanhamento (“what gets measured

gets done…”)! Ou seja, o famoso “memorando da

troika” é na verdade o “memorando de Portugal”, aquele que nós, por nós, somos incapazes de implementar, a não ser que venha com um selo de imposição de fora! Uma vergoha, pelo menos para aqueles que em Portugal ainda têm vergonha na cara, e capacidade de indignação! Este é um país em que um dos promotores do Compromisso Portugal e um dos maiores e acérrimos defensores dos “Centros de Decisão Nacionais” vendeu a sua empresa aos espanhóis enquanto participava numa série de reuniões no Convento do Beato sobre a manutenção dos centros de decisão em Portugal...

Entretanto, enquanto escrevo, tenho à minha frente umas páginas de um diário de Maio de 2012, que guardei, para mais adiante escrever sobre o tema. Trata-se da reunião do Conselho para a Globalização 2012, com o alto patrocínio do nosso Presidente, e a colaboração da COTEC. Título “Conselheiros de Cavaco propõem estratégias para o futuro do país”. Subtítulo: “Executivos convidados pelo Presidente da República deixaram 16 ideias-base e vão criar grupos de trabalho”.

O que é que o subtítulo me diz ? Que não vai acontecer nada. As ideias-base são coisas do género (autênticos lugares- comuns, verdades de LaPalisse) : “tenham prazer no que fazem, sejam exigentes e não esqueçam a generosidade” e “apostem

na formação e nas experiências fora de Portugal para valorizar competências”… Isto num país que está a exportar o que tem de melhor, as pessoas formadas aqui à custa dos meus e dos seus impostos, porque é incapaz de gerar emprego de qualidade para a população residente. E os “grupos de trabalho” em Portugal são sinónimo de que nunca mais se fará nada, ou então veja-se o que saiu dos grupos de trabalho do Compromisso Portugal…

Um empresário, por quem eu aliás tenho um enorme respeito enquanto empresário, mas que gosta desta vertente de aparecer colado aos círculos do poder, citado pelo jornal, diz coisas tão inteligentes quanto: “os 24 conselheiros predispuseram-se a dar sugestões para que Portugal se transforme numa plataforma mais interessante para investir e para exportar”. Mas não é isso mesmo que estas dezenas de “treinadores de bancada”, sempre os mesmos, andam a fazer há anos ????!!! E o nosso Dr. Aníbal Cavaco Silva, também citado pelo jornal, diz coisas de uma profundidade ímpar, como “podemos fazer mais junto das comunidades portuguesas para mostrar o que de bom, de positivo, existe no nosso país”. Já ganhámos a batalha ! Eu fiz parte das comunidades portuguesas durante 25 anos e não vi absolutamente nada por parte destes ilustres compatriotas, a não ser “show-off” para “inglês ver”. Em Portugal ainda se vê a nossa emigração como seres de segunda.

Memorando da “troika” sem medidas da “troika”

JOSÉ DE SOUSA Presidência Presidente & CEO da Liberty

Todos os dias, e de inúmeras formas, o empresário comunica com os seus colaboradores, clientes, fornecedores e outros parceiros de negócio… A qualidade da sua mensagem determina como os outros o vão apreciar, ajudar, querer trabalhar consigo e respeitá-lo a si e à sua empresa.

A forma como o empresário faz passar, exatamente, a mensagem que pretende influencia o resultado que espera, em diversos aspetos da sua empresa.

Como pode o empresário reduzir (ou eliminar) os efeitos inesperados das suas mensagens?

Nunca foi confrontado com questões surpreendentes, comentários desagradáveis ou reações inesperadas para as quais não estava preparado?

Que tipo de mensagem quer fazer passar?

Para descobrir, tem de se focar na observação de como é que as suas mensagens são recebidas e qual o “gap” existente entre “como é que os outros o veem?”, e “como é que você quer que os

outros o vejam?”.Os elementos chave do seu processo de

comunicação são: com quem você está a comunicar?; como é que o está a fazer?; e qual o resultado dessa comunicação?

Já sentiu que estava a massacrar a sua audiência? Evite ser repetitivo e falar num tom demasiado monocórdico.

Selecione bem quem deve receber a sua comunicação em função do interesse e da relevância para a audiência alvo. Explique bem o porquê…

Corte a duração das reuniões para metade! Defina bem os objetivos da reunião e os assuntos a tratar. Envie uma agenda clara e objetiva a todos os interlocutores. Nessa agenda, para além do objetivo, defina também a duração da reunião. Faça com que essa duração seja respeitada porque isso obrigará todos a prepararem-se e a resumirem a sua intervenção ao essencial. Não é isso que você quer?

Faça com que as pessoas realmente o ouçam e se importem com isso.

Espere pelo silêncio sempre que

necessário! Quando você fala, ninguém deve estar a fazer duas coisas ao mesmo tempo (ouvi-lo e, por exemplo, enviar SMS ou teclar no computador).

Procure ser claro! Dar exemplos é, muitas vezes, uma boa prática porque faz com que os recetores, para além de o ouvirem, visualizem a sua mensagem. Coloque-lhes questões porque isso permitirá que você detete o que realmente foi percebido da sua mensagem.

Estabeleça credibilidade! As pessoas com quem você está a comunicar necessitam de identificá-lo como uma autoridade credível, para que valorizem aquilo que diz.

Saber cativar o cliente é um aspeto crucial para o seu negócio. Cativar o cliente coloca-lhe o desafio de criar um ambiente onde o seu cliente se sinta bem, se sinta interessado, o considere credível e que queira mesmo fazer negócio consigo!

Comece já e coloque a Sua Empresa um passo à frente da sua concorrência!

Como pode o empresário comunicar melhor?

AZUIL BARROSEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner&Diretor Geral www.QuantumCrescimentoNegocios.com

ATUALIDADE/Opinião

12 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO DE 2012

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Apesar da crise financeira e das elevadas taxas de desemprego, os emigrantes continuam a enviar di-nheiro para os países de origem. As transferências estão calculadas em quase 400 mil milhões de dólares, no ano passado, contra 372 mil milhões no exercício anterior.

Nem sequer a quebra nas opor-tunidades de emprego nos Estados Unidos e na Europa, bem como os incitamentos ao retorno de emi-grantes por parte de alguns países, estão a travar os fluxos daqueles que vivem e trabalham no exterior. Durante a crise, quando a ajuda do exterior está em baixa e os investi-

dores estrangeiros diminuem, os fluxos de dinheiro dos emigrantes têm continuado a fornecer regu-larmente as divisas das economias em desenvolvimento.

Trata-se de uma boa notícia para aquelas economias, de acordo com o Banco Mundial, que encara a situação como uma das fontes de recursos menos voláteis. Importa acrescentar ainda a questão social. Muitas vezes é a única forma de uma família permanecer no seu país de origem. A colocação de fundos não acontece de forma equitati-va. A Índia, no ano passado, foi o principal recetor de fundos dos seus

emigrantes, tendo atingido os 64 mil milhões de dólares. Na Europa, a Espanha é o país de acolhimento de migrantes que apresenta a maior

transferência de fundos. Madrid está na quinta posição da tabela, de-pois dos Estados Unidos, da Arábia Saudita, da Rússia e da Suíça. Em

contrapartida, a América Latina e asCaraíbas, cujos emigrantes estão so-bretudo instalados nos Estados Uni-dos, têm registado uma quebra nareceção de fundos dos seus emigran-tes desde há três anos a esta parte.

Este é um movimento que temrevelado mudanças significati-vas nos últimos anos. Também acrise financeira mudou o estadode coisas. Acontece que há agorauma certa deslocalização de algunspaíses desenvolvidos para as eco-nomias emergentes. No caso dePortugal, o Brasil, Moçambiquee Angola têm ganho terreno nestamatéria.

APESAR DA CRISE E DO DESEMPREGO

Emigrantes canalizam mais dinheiro para países de origem

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 13

ATUALIDADE/Internacional

Pobreza extrema atinge quase um terço da população espanhola

A situação é cada vez mais dra-mática. A pobreza já chegou a mais de 26% da população espa-nhola, de acordo com um estudo da Associação de Grandes Em-presas de Trabalho Temporário (Agett). Nas comunidades de An-daluzia, Extremadura e Canárias a taxa é mesmo superior a 30%.

O forte crescimento deste índi-ce fica a dever-se ao agravamento continuado do desemprego. Portu-gal está no quarto lugar desta lista “negra”, com perto de 19%, sendo antecedido pela Grécia e pela Letó-nia. A Áustria, a Holanda, Malta e Alemanha têm os indicadores mais baixos, não chegando aos nove pontos percentuais. Com as me-didas de austeridade, há países que viram os rendimentos “per capita” baixar de forma drástica. A descida para além do limiar da pobreza é um problema que se tem acentu-ado de forma muita preocupante.

Excedente comercial da UE com Estados Unidos cresce 21%

O excedente comercial de bens da União Europeia com os Esta-dos Unidos cresceu 21%, entre abril e maio, em mais 10,5 mil milhões de euros, face a igual período do ano passado. Nos cinco primeiros meses do ano, o excedente foi de quase 43,5 mil milhões de dólares, comparado com um saldo favorável para os países europeus de 38,6 mil mi-lhões entre janeiro e maio do ano passado. De notar que o dé-fice de 15,6%, correspondente a 67,1 mil milhões de dólares, no comércio externo de bens dos Estados Unidos, no passado mês de maio, ficou a dever-se às suas trocas com a União Europeia.

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MARTA ARAÚ[email protected]

O presidente da nova Confede-ração Portuguesa de Proprietários (CPP), que foi oficialmente apre-sentada esta semana, quer incen-tivar a criação de uma associação no Algarve, a única zona do país onde não existe uma estrutura que apoie os senhorios.

“Até ao momento consegui-mos congregar sete associações de todo o país. Falta-nos o Algarve, onde não existe qualquer repre-sentação, mas onde esperamos estimular a criação de uma asso-ciação que represente os proprie-tários daquela região”, explicou aos jornalistas o presidente da CPP, Menezes Leitão.

O também presidente da As-sociação Lisbonense de Proprie-tários explicou que a CPP, que congrega esta e associações do Barreiro, de Coimbra, de Santa-

rém e de Setúbal, a Associação dos Proprietários e Agricultores do Norte de Portugal, bem como a Associação das Casas Antigas de Portugal, é uma resposta aos “ataques feitos à propriedade pri-vada”.

“Criámos esta confederação para numa só voz a nível nacional respondermos aos inúmeros ata-ques de que a propriedade priva-da tem sido alvo. Temos assistido ao lançamento de cada vez mais impostos, a maior parte deles ab-surdos”, apontou.

Uma das principais contesta-ções da CPP diz respeito ao pro-cesso de reavaliação dos valores patrimoniais dos imóveis, atual-mente a ser feito, no seu enten-der, “sem nenhum critério”.

Menezes Leitão referiu que em alguns o processo de avaliação fez passar um valor patrimonial de 2866 euros para 244 240 euros,

MENEZES LEITÃO, PRESIDENTE DA NOVA CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE PROPRIETÁRIOS, AFIR

“Criámos este organismo que a propriedade privada Nasceu esta semana, em Portugal, uma nova Confederação Portuguesa de Proprietários. Maior descentralização, mais regulamentação que proteja os proprietários e críticas ao aumento do IMI foram os pontos chave da apresentação deste organismo, que congrega sete associações de proprietários de todo o país e representa cerca de 20 mil associados. Menezes Leitão, presidente do organismo, é claro: “Criámos esta confederação para numa só voz a nível nacional respondermos aos inúmeros ataques de que a propriedade privada tem sido alvo”.

Menezes Leitão, presidente da Associação Lisbonense de Proprietários, é agora o presi prietários.

Empresas de distribuição contra nova taxa alimentarO presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Luís Reis, mostra-se contra a nova taxa alimentar. O mesmo responsável garante que “a taxa provoca um tratamento desigual, que não é justificada na lei, e que é causadora de perturbações anticon-correnciais suscetíveis de ser tratado nos tribunais”. Luís Reis admite que a associação reco-mendou aos associados a adoção das medidas que entenderem no “sentido de se protegerem da aplicação desta taxa”.

ASSOCIATIVISMO

14 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

TERESA [email protected]

O Ministério da Economia, pela voz do secretário de Estado Adjunto da Economia e do De-senvolvimento Regional, Almeida Henriques, assumiu, em entrevista à “Vida Económica” na passada 6ª feira, 13 de julho, que a taxa de conclusão dos projetos de investimento financiados no âmbito do COMPE-TE está em apenas 10%.

Por ser considerada uma taxa muito baixa, o Governo lançou, esta se-mana, pela mão do minis-tro Álvaro Santos Pereira, a linha de financiamento ao investimento empre-sarial Investe QREN, no valor de 1000 milhões de euros (500 milhões atra-vés do Banco Europeu de Investimento e 500 milhões através da banca nacional).

Questionado pela “Vida Económica” sobre a atratividade da linha (ver pági-nas 4-5 desta edição), o presidente da associação PME Portugal não só considera a taxa de juro (5%) a pagar pelas empresas “demasiado elevada”, como receia pelo sucesso de execução do QREN, conside-rando que “o não aproveitamento

de todos os fundos do QREN seria muito grave”, mas que “não vai ser fácil de a conclusão dos projetos de investimento em curso” e que “vai haver muita gente a ter de repor ver-bas por não conseguir concluí-los”.

O presidente da PME Portugal vai ainda mais longe ao dizer que “a insuficiência de execução” do

QREN mais não é que “o resulta-do da prática do atual Governo de não querer ouvir os parceiros so-ciais a não ser aqueles que, através do Conselho Permanente de Con-certação Social, auferem subsídios simpáticos dos cofres do Estado para emitirem opiniões e pagarem os estudos que entenderem”.

Depois de ter sido entregue o pedido de reprogramação do QREN a Bruxelas, a AICCOPN – Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas reitera a importância do processo de “reajustamento e readaptação” deste programa, “essencial para que possa desempenhar o papel que lhe foi destinado, de promo-ção do crescimento económico, da coesão territorial e da competitivi-dade do País, esperando que seja, agora, possível assegurar uma nova dinâmica de execução e o correto aproveitamento das verbas comu-nitárias à disposição do nosso país”, informa em comunicado enviado à redação da Vida Económica.

“Num momento em que se en-contram por executar cerca de 12 mil milhões de euros em fundos comunitários, e quando o inves-timento público se encontra to-talmente congelado, a concretiza-ção da reprogramação estratégica do QREN é essencial para que, a exemplo do que está a ser feito na

generalidade dos países europeus, Portugal possa combater a crise através do investimento produtivo e da dinamização de áreas estraté-gicas, aproveitando adequadamen-te e de forma equilibrada verbas que não podem ser desviadas do investimento para o pagamento de subsídios de desemprego e outras responsabilidades do Estado, ao mesmo tempo que se abandonam, a meio, projetos essenciais.”

Apontando para as “crescentes derrapagens na execução orça-mental”, e perante uma “redução de 52% no volume de concursos públicos promovidos no primeiro semestre de 2012, que, a continuar, representará, no final do corrente ano, um valor inferior, em 71%, à média verificada nos dez anos ante-riores”, a AICCOPN considera es-tar bem claro que, “tal como sem-pre defendeu, a redução do défice público não pode ser feita à base de cortes no investimento, os quais apenas contribuem para agravar a já difícil situação do país”.

“Governo não ouve os parceiros sociais sem assento na Concertação Social”

AICCOPN defende a reativação imediata do QREN

Almeida Henriques, secretário de Estado Ad-junto da Economia e do Desenvolvimento.

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MA

para responder aos ataques tem sido alvo”

dente da Confederação Portuguesa de Pro-

Associações hoteleiras aplaudem novas formas de pagamento das ex-SCUTSA Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) e a Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA) mostram-se a favor dos novos sistemas de pagamento de portagens nas antigas SCUTS. Os organismos defendem agora a “necessida-de urgente de o Turismo de Portugal ser capaz de comunicar, de forma intensa e ativa, todas as mudanças junto dos mercados externos”.

ASSOCIATIVISMO

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 15

Menos casas entregues aos bancos no segundo trimestre do anoEstá a diminuir o número de casas entregues aos bancos, en-quanto dação. De acordo com dados disponibilizados pela Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imo-biliária de Portugal (APEMIP), os portugueses entregaram, entre abril e junho, menos 1300 casas aos bancos.

representando uma subida de 8421%.

Falta regulamentação que proteja os proprietários

Outros casos enumerados pelo responsável indicam aumentos de 1435%, 2047% e 1568% e que em grande parte “são rendas an-tigas”.

O presidente da CPP lamentou igualmente a falta de regulamen-tação na lei que permite que pro-prietários de imóveis com rendas fixadas antes de 1990 possam ter o valor do Imposto Municipal so-bre Imóveis (IMI) calculado com base no valor dessas rendas.

“Os proprietários podem re-querer que isso aconteça, mas o prazo termina no dia 31 de agos-to e até agora o Governo nem sequer aprovou o modelo de re-querimento que é necessário para

que o pedido possa ser realizado”, explicou.

Menezes Leitão alertou que

o aumento da tributação so-bre os imóveis, nomeadamente através do IMI, está a deixar

muitas famílias numa “situação delicada”.

A CPP congrega sete associa-

ções de proprietários de todo o país e irá representar cerca de 20 mil associados.

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Na empresa temos um cola-borador que, não obstante as inúmeras formações e “cha-madas de atenção”, continua a não executar corretamente o seu trabalho. Isto traduz-se numa diferença de produtivida-de muito grande em relação aos demais trabalhadores que exer-cem as mesmas funções.

Existe alguma forma de po-dermos despedir este trabalha-dor que claramente não é pro-dutivo?

1. Foi publicada, no passado dia 25 de junho, a Lei n.º 23/2012 que procede à terceira alteração ao Código do Trabalho (CT). Esta revisão ao código laboral entrará em vigor no próximo dia 01 de agosto e promove profundas alterações ao conteúdo do Código, em especial no capítulo da cessação do contrato de trabalho, e, mais concretamente, nos fundamentos e requisitos dos despedimentos objetivos.De facto, uma das principais alterações no âmbito destes despedimentos é a nova configuração do despedimento por inadaptação que, a partir da entrada em vigor da lei, poderá ser utilizado ainda que não tenham sido introduzidas modificações no posto de trabalho - cfr. art. 275.º n.º 2 CT.2. Recorde-se que, segundo o n.º 1 do artigo 374º CT, a inadaptação verifica-se nas situações a seguir referenciadas, quando, sendo determinadas pelo modo de exercício de funções de um trabalhador, tornem praticamente impossível a subsistência da relação de trabalho:a. Redução continuada de produtividade ou de qualidade;b. Avarias repetidas nos meios afetos ao posto de trabalho;c. Riscos para a segurança e

saúde do próprio, dos restantes trabalhadores ou de terceiros.Atualmente, os (inúmeros) requisitos que a lei impõe para a concretização da cessação por este meio tiram grande parte da efetividade da figura, que praticamente não é utilizada. Isto porque, antes da revisão operada pela Lei n.º 23/2012, a cessação do contrato motivada por inadaptação do trabalhador praticamente só podia ter lugar se estivessem preenchidos, cumulativamente e entre outros, os seguintes requisitos:i. Tenham sido introduzidas modificações no posto de trabalho resultantes de alterações nos processos de fabrico ou de comercialização, da introdução de novas tecnologias ou equipamentos baseados em diferentes ou mais complexa tecnologia, nos seis meses anteriores ao início do procedimento;ii. Não exista na empresa outro posto de trabalho disponível e compatível com a qualificação profissional do trabalhador;iii. A situação de inadaptação não decorra da falta de condições de segurança, higiene e saúde no trabalho imputável ao empregador; iv. Seja posta à disposição do trabalhador a compensação devida.3. Com a entrada em vigor do diploma legal que revê o Código do Trabalho, este panorama irá alterar-se. É que, a partir de agosto, o despedimento por inadaptação poderá ter lugar, mesmo que não tenham sido introduzidas modificações no posto de trabalho, desde que:a. Tenha havido uma modificação substancial da prestação realizada pelo trabalhador, de que resultem, nomeadamente, a redução continuada de produtividade ou de qualidade, avarias repetidas nos meios afetos ao posto de trabalho ou riscos para a segurança

e saúde do trabalhador, de outros trabalhadores ou de terceiros, determinados pelo modo do exercício das funções e que, em face das circunstâncias, seja razoável prever que tenham caráter definitivo;b. O empregador informe o trabalhador, juntando cópia dos documentos relevantes, da apreciação da atividade antes prestada, com descrição circunstanciada dos factos, demonstrativa de modificação substancial da prestação, bem como de que se pode pronunciar por escrito sobre os referidos elementos em prazo não inferior a cinco dias úteis;Após a resposta do trabalhador, ou decorrido o prazo para o efeito, o empregador deve comunicar ao trabalhador, por escrito, ordens e instruções adequadas, respeitantes à execução do trabalho, com o intuito de a corrigir, tendo presentes os factos invocados por aquele. Note-se, contudo, que para se proceder ao despedimento de uma forma lícita é, ainda, essencial que o empregador comprove que ao trabalhador foi ministrada formação profissional adequada às modificações do posto de trabalho e que lhe foi facultado, após a formação, um período não inferior a trinta dias de adaptação no posto de trabalho.Assim, no caso em apreço, será necessário aferir se os requisitos para o despedimento por inadaptação estão preenchidos, nomeadamente se houve uma alteração substancial da prestação realizada pelo trabalhador da qual resulta uma redução da produtividade ou qualidade do seu trabalho. Caso estejam reunidas as condições, a empresa poderá proceder ao despedimento do colaborador.

O (novo) despedimento por inadaptação

Para além de muitas outras coisas que já esqueci para não me martirizar mais, tu estiveste presente em alguns momentos cruciais da minha vida – ouviste--me e aconselhaste-me vezes sem conta enquanto eu reclamava contra a vida e, enfim! batizaste-me um filho. Quando foste para Lisboa, alguns de nós misturaram dois sentimentos – o de saber termos-te perdido para sempre (a cosmopolitice esteve sempre no teu sangue, humano como és) e o de algum alívio por ver a Santa Sé, com a sua sabedoria diplomática, ter de facto recuperado um Padre fazendo-te Bispo.Durante todos estes anos, nós, aqui no Porto, acompanhámos-te no que podíamos, rezando, por exemplo, para que a tua superior inteligência e excecional preparação académica te ajudasse a conceituar verdadeiramente a tua missão pastoral.Vi-te, um dia, na televisão, num avião legitimamente barulhento por uma vitória festejada do teu Futebol Clube do Porto – e, a partir desse dia, certamente alguns menos preparados terão admitido que a Igreja, afinal, nada tem a reprovar a alguns homens públicos …Durante todos estes anos, não me lembro de alguma vez te ter ouvido acerca do incomensurável e corrosivo poder das corporações, a começar daquela de que és Bispo. De facto, Querido Padre, o teu silêncio foi ensurdecedor no que às nossas Forças Armadas diz respeito.O desperdício de gasto numa estrutura organizacional escandalosa e quase totalmente invertida; a incompreensível inoperância na desmobilização de ativos que tanto poderiam ter contribuído para o acerto financeiro das contas públicas; a inconcebível diferenciação dos cuidados de saúde, durante décadas mantida como prorrogativa luxuosa de uma corporação em falência de conteúdo visionário; a imposição de investimentos sempre e só sob o permanente e desgastado argumento “porque sim …” - a tudo isto passaste à frente, esqueceste, não assumiste a denúncia, enfim, tacitamente sempre defendeste a tua posição hierárquica e funcional.Ninguém pode obviamente levar a mal a tua actual, assumida, não repudiada e pública opção ideológica de esquerda pura e dura – e quem acompanha as

tuas afirmações públicas nunca a colocará à direita do Bloco de Esquerda. Estás no teu pleno direito – só que, meu Querido Padre, estás desastradamente a perder coerência e até, no fundo, credibilidade. Quem se atira, como tu, a quase tudo o que mexe para não tocar no que é efetiva e funcionalmente corresponsável corre o risco inapelável de diletantismo congénito inamovível.O país está exausto, exangue, paupérrimo e sem futuro – na verdade, podemos estar a assistir às horas do fim. A pobreza explícita e envergonhada, acima de tudo nesta tua terra que deixaste de conhecer e viver, atinge montantes assustadores.O que a todos nós mais enfurece, pela injustiça implícita que está no conceito, é que a “culpa é de todos os portugueses” que se endividaram e alavancaram como doidos. Não, Querido Padre, não foram todos os portugueses – foram, essencial e nuclearmente, as elites económica, financeira, burocrata e castrense que ainda hoje vivem num raio de vinte quilómetros ao redor da tua Av. Ilha da Madeira, e com quem trocas permanentes sorrisos, segredos, festas e convivências.Deixa-te de fazer juízos de valor, Querido Padre!, conceitua uma vez por todas a tua pastoral e joga o prestígio que te resta na verdadeira luta pela justiça e não no sonho de te tornares num justiceiro deste país.Não podes, não deves, não te fica bem, a espada desembainhada na defesa de valores que não são da justiça e da equidade mas que, ao contrário, aparentam ser de puro populismo peronista de um Padre que todos sabemos materialmente rico. Durante anos envaidecias- -me perante terceiros com um elogio: eu teria sido o primeiro a chamar a tua atenção, muito poucos dias depois do 25 de Abril, para o incomportável desvario em que tudo se estava a transformar. Da tua “cabecinha intelectualmente de ouro” esperamos intervenções sustentadas, robustas e que nos façam pensar e actuar – ao contrário, decidiste, por tua alta recreação, embebedares--te com o impacto mediático do soundbite. É pena – a tua qualidade merecia muito mais. Um enorme abraço com saudade deste teu amigo.

Carta aberta a um bispo

MJ CARVALHO [email protected]

Invest Lisboa participa na Feira Internacional de LuandaA Invest Lisboa está presente com um stand no Pavilhão de Portugal na presente edição da FILDA – Feira Internacional de Luanda, que teve início no dia 17 Julho e que termina a 22 de Julho, que este ano está dedicada ao tema “Os Desafios da Atração de Investimento: Estra-tégia, Legislação, Instituições e Recursos Humanos”.

EMPRESAS

16 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

RICARDO MEIRELES VIEIRAAdvogadoGabinete de AdvogadosAntónio Vilar, Luís Cameirão & [email protected]

CONSULTÓRIO LABORAL

No segundo trimestre do ano foram entregues 1000 imóveis em dação em pagamento, menos 1300 imóveis que nos primeiros três meses de 2012, perfazendo 3300 imóveis entregues no primei-ro semestre do ano, um aumento de 8,9% em relação ao período homólogo, de acordo com as esti-mativas da Associação dos Profis-sionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APE-MIP). “Este é um sinal evidente de

que o setor financeiro tomou cons-ciência da gravidade do problema, que a APEMIP bem identificou, logo que começou a divulgar os números rigorosos do fenómeno, passando a encará-lo de forma completamente diferente, através de tentativas de renegociação com os clientes, solução que acaba por se refletir nos números respeitantes ao segundo trimestre de 2012”, considera o presidente da associa-ção, Luís Carvalho Lima.

Segundo a APEMIP, as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto concentram 34,6% das ocorrências relativas a imóveis entregues em dação. Dos dez municípios mais penalizados em termos nacionais, três pertencem a estas duas unida-des territoriais (Valongo, Vila Nova de Gaia e Sintra) e as restantes a zonas distintas do país (Coimbra, Entroncamento, Funchal, Guima-rães, Lagos, Santa Cruz – Madeira, e Silves).

DADOS DA APEMIP PARA SEGUNDO TRIMESTRE INDICAM

Entrega de imóveis ao banco diminui

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A eficiência energética e a gestão volun-tária de carbono são duas áreas estratégi-cas da ANA ao nível da gestão ambiental. Do conjunto de atividades desenvolvidas pela empresa no sentido de aumentar a eficiência energética destacam-se a con-tratualização do smartmetering – sistema de monitorização online dos consumos energéticos – eletricidade, gasolina, ga-sóleo, gás, entalpia, e água. Este sistema com mais de 4.000 pontos de monitori-zação. As emissões de gases efeito de estu-fa, diretamente resultantes dos consumos apresentados (eletricidade, gás natural, gasóleo e gasolina), têm sofrido grandes oscilações, devido ao desempenho do sis-tema energético nacional, mas também ao comportamento energético da ANA. Segundo os cálculos efetuados de acordo

com o protocolo de indicadores da “Glo-bal Reporting Initiative”, a evolução das emissões de CO2 dos aeroportos ANA, entre 2009 e 2011, foi de 35.019 tone-ladas de CO2, em 2009, para 26.446 em 2010, e 29.404 em 2011. Estes valores devem ser analisados com a devida reserva devido à complexidade de relações exis-

tentes entre a ANA e outras entidades nos seus aeroportos.

Um momento de reconhecimento da vontade da ANA para minorizar a pegada de carbono aconteceu com a integração do nível 1 (mapeamento) junto do Airport Carbon Acreditation Council (ACI EU-ROPE) e constar assim da lista dos 55 aero-

portos no mundo, que movimentam cercade 52% dos passageiros anuais de toda a Europa, acreditados num dos níveis — mapeamento, redução, otimização e neu-tralidade —, sendo a redução de consumos de eletricidade e combustíveis líquidos e gasosos uma etapa importante no caminho para este objetivo. A eletricidade adquirida representou o principal consumo energéti-co da ANA Aeroportos em 2011 – 76% do total dos consumos –, 21% para o gás na-tural e apenas 3% para o gasóleo e gasolina.Tanto o consumo de gasóleo como gasolina diminuíram em cerca de 7% em 2001 face a 2010: gasóleo de 14.872 giga joules (1 giga joule = 34,32 m3 de combustível de aviação) para 13.832 no gasóleo e de 1.025 giga joules para 934 na gasolina.

No que se refere ao consumo de outros materiais, os óleos lubrificantes, não só pelo maior cuidado a que obriga a cor-reta gestão em termos ambientais, mas também porque a empresa apresenta umconsumo significativo dos mesmos, sãooutro recurso em foco na política de maior eficiência energética através de uma utilização otimizada deste lubrifi-cante. O volume total de óleos lubrifi-cantes adquiridos em 2011 foi de 9508litros, mais 4,6% do que em 2010 (9089 litros) e cerca de mais 15% face a 2009(8196 litros). Com o intuito de alcançara máxima eficiência, ANA tem vindo adesenvolver esforços no sentido de mi-nimizar o consumo de recursos, esforços que se traduzem ao nível ambiental e eco-nómico junto dos stakeholders ao nível interno e externo.

CONSUMO DE GASOLINA E GASÓLEO DIMINIU

ANA avalia e controla pegada de carbono

Living Airport com área para relaxar O Aeroporto de Lisboa possuiu uma nova ‘Relax Area’, um espaço desen-volvido pela ANA que representa mais um passo na implementação do conceito Living Airport. Nesta zona os passageiros podem relaxar antes do voo, desfrutando de uma vista privilegiada sobre a pista. Seguindo o mote “Preparamo-lo para viajar”, os passageiros veem o seu tempo livre valorizado, descansando ou entretendo-se num espaço confortável dotado de cadeiras reclinadas.

ESPECIAL

AEROPORTOSEFICIÊNCIA ENERGÉTICA

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 17

Consumo de energia direta e indireta em GJ* (2011)

* (1 giga joule = 34,32 m3 de combustível de aviação);1000m³ de gás natural = 43,57 GJ e 1GJ = 277,7kw/h)

A eletricidade representou o principal consumo energético da ANA Aeroportos em 2011 - 76% do total dos consumos –, 21% para o gás natural e apenas 3% para o gasóleo e gasolina. Tanto o consumo de gasóleo como gasolina diminuíram em 2011 face a 2010.

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O Grupo Operacional de Combustíveis (GOC) é constituído por várias gasolineiras e tem na Galp Energia o principal elemento. António Manso, diretor- -geral do GOC, diz que o combustível da aviação, o Jet A1, segue a tendência da cotação do petróleo e as normas internacionais determinam as análises à qualidade do Jet A1, assim como as regras de segurança, tendo o GOC por objetivo conseguir “zero derrames”. No que concerne às perguntas que dizem respeito a uma utilização mais eficiente dos combustíveis por parte dos agentes com os quais negoceiam, António Manso prefere remeter a resposta para as companhias aéreas.

Vida Económica - Qual é o tipo de

combustível usado nos aeroportos por-tugueses e porquê?

António Manso - O principal tipo de combustível utilizado nos aeroportos Portugueses é o Jet A1. É o combustível utilizado em todas as aeronaves equipa-das com motores a jato. No caso de aero-naves militares, o Jet A1 poderá ser aditi-vado com FSII (aditivo antigelo), sendo este combustível apenas fornecido em bases aéreas. O combustível Avgas 100LL (vulgarmente designado por gasolina de aviação) é utilizado em aeronaves que es-tão equipadas com motores alternativos (pistão). A sua utilização tem mais signi-ficado em aeródromos, locais em que este tipo de aeronaves é mais frequente. Exis-te também o JP5, cuja utilização é prati-camente residual e, em Portugal, exclusi-va aos helicópteros da marinha quando abastecidos nos navios de guerra. A Galp comercializa todos os combustíveis acima referidos, com exceção do Avgas 100LL.

VE - Existe a possibilidade de utili-

zar algum tipo de combustível alterna-tivo mais amigo do ambiente?

AM – Existe. Em alguns países/com-panhias aéreas iniciaram-se voos experi-mentais com Biojet.

VE - Qual é o método preferencial

para o abastecimento das aeronaves em Portugal e quais as medidas de se-gurança implicadas?

AM – O método preferencial é o abas-

tecimento através de redes de hidrante de combustível de aviação, enterradas nos aeroportos e equipadas com válvulas nas zonas de estacionamentos das aeronaves. A estas válvulas são ligados “hydrant ser-

vicers”, efetuando-se assim o abasteci-mento das aeronaves. No entanto, este método carece de um investimento inicial elevado, sendo assim viável apenas nos aeroportos com maior movimentação de Jet A1 – por exemplo Lisboa, Faro, Porto, Funchal, Ponta Delgada e Santa Maria. No caso dos aeroportos com menor mo-vimento, os abastecimentos são efetuadas recorrendo aos “refuelers” (vulgarmente designados por camião-cisterna). As me-didas de segurança são as requeridas para movimentação de combustíveis, adicio-nadas das regras de segurança dos aero-portos e requisitos adicionais próprios fundamentados em regulamentação in-terna, boas práticas etc.

VE - Há projetos inovadores quanto à forma de abastecimento (pipelines, navios, contentores…)? Como fazem chegar o combustível aos aeroportos portugueses?

AM – O combustível de aviação chega de variadas formas aos aeroportos portu-gueses. No caso de Lisboa, o percurso faz--se da seguinte forma: refinaria de Sines e oleoduto para terminal CLC Aveiras e ve-ículos, cisterna para Aeroporto de Lisboa. No caso do Porto: refinaria Matosinhos, oleoduto e depois para Aeroporto. No que se refere a Faro: refinaria de Sines e vagão cisterna para Loulé, veículo cister-na para Aeroporto e refinaria de Huelva e veículo cisterna para Aeroporto. No que concerne às Ilhas: refinaria de Sines, navio tanque, oleodutos para terminais e oleo-dutos/veículos cisterna para aeroportos.

VE - Onde ficam situados os termi-nais de armazenamento de combustí-vel no território português e qual a sua capacidade de armazenamento?

AM – Os terminais principais de ar-mazenagem e distribuição de Jet A1 em território português, para além das duas

ANTÓNIO MANSO, DIRETOR-GERAL DO GRUPO OPERACIONAL DE COMBUSTÍVEIS (GOC), CONSIDERA

Combustível de avia segue a tendência da

18 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

ESPECIAL AEROPORTOS/EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Consumo de combustível

(JET A1) nos aeroportos

portugueses (m3) *

Lisboa ............................. 780.000Porto ................................. 92.000Faro ................................ 155.000Funchal ............................. 64.000Ponta Delgada .................... 34.000Santa Maria ....................... 12.000Terceira ............................. 14.000Porto Santo .......................... 1.800Horta ................................... 1.200Beja ......................................... 82

*Dados de 2011

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ção cotação do petróleo

ESPECIAL AEROPORTOS/EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 19

refinarias, são a CLC (Aveiras), CLCM (Caniçal-Madeira), Terminal da Nordela (Açores- São Miguel) e Terparque (Aço-res-Terceira)

VE - O preço do combustível para aviões segue as tendências do merca-do internacional e petróleo?

AM – Sim, tal como todos os combus-tíveis comercializados pela Galp Energia. Em Portugal, os preços dos produtos re-finados à saída da refinaria acompanham as cotações do mercado de Roterdão. Para a composição do preço final acres-cem os custos de logística e a carga fiscal.

VE - O preço do combustível na Eu-ropa difere dos restantes continentes.

Há possibilidade de as aeronaves vi-rem a efetuar abastecimento noutros aeroportos, tornando os preços ofere-cidos pelas companhias áreas mais competitivos?

AM – Existe a possibilidade de as com-panhias aéreas efetuarem a designada políti-ca de “tankering”. Esta política consiste em maximizar os abastecimentos nos aeropor-tos em que o combustível é mais barato e minimizar naqueles em que o combustível é mais dispendioso. No entanto, o trans-portar combustível nos tanques do avião para a “perna seguinte” também tem os seus custos por efeito do aumento de peso trans-portado pela aeronave. Assim, uma solução de otimização destes dois fatores tem de ser encontrada pela companhia aérea.

VE - Devido ao aumento dos preços, já houve a tentação de comprar gran-des quantidades de combustível para armazenar?

AM – Não. A nossa logística de arma-zenagem é adequada aos consumos que existem e não as soluções de armazena-gem de grandes quantidades de combus-tível pelas razões apresentadas.

VE - Quais as medidas tomadas no sentido de conseguir um maior apro-veitamento do combustível (face uma possível evaporação devido a altas temperaturas, por exemplo)?

AM – O manuseamento e arma-zenagem dos combustíveis de aviação obedece a rigorosas regras e critérios in-ternacionais, que vão desde a conceção das instalações, meios de distribuição e abastecimento, até aos procedimentos

operacionais propriamente ditos. Re-gularmente, somos inspecionados por entidades oficiais, companhias aéreas e congéneres petrolíferas para atestar essa mesma conformidade.

VE - Há várias formas de análise daqualidade do combustível. Quais são as que a ANA utiliza?

AM – A Galp efetua a análise ao JetA1 para verificação da sua conformidadede acordo com as ultimas especificaçõesem vigor, a saber: nos seus laboratórios próprios acreditados e certificados e emensaios de campo, tanto nas receções, armazenagem ou expedição do combus-tível como em todos os abastecimentos efetuados.

VE - Há nova legislação no que con-cerne às normas ambientais e metas exigidas a nível internacional para os aeroportos?

AM – A Galp segue as normas am-bientais mais exigentes em vigor, bemcomo adota todas as boas práticas inter-nacionalmente reconhecidas, no sentido se alcançar o objetivo de “zero derrames”.

VE - Em 2011 foram contabiliza-dos 206 derrames por parte da ANA. A que se devem estes derrames e oque pode ser feito para diminuir estenúmero?

AM – Desconhecemos esse número. No entanto, chamo à atenção que os derrames nos aeroportos poderão ser de fluidos que não são Jet A1, como, porexemplo, óleo motor, óleo hidráulico, gasóleo…

O que é o Grupo Operacional de Combustíveis (GOC)?

O Grupo Operacional de Combustíveis (GOC) foi constituído através de um acordo operacional entre os principais operadores com o objetivo de partilhar custos logísticos e de operação nos aeroportos de Lisboa e Faro, não sendo uma entidade com personalidade jurídica autónoma. O GOC é detido em dois terços pela Galp Energia, encontrando-se a restante participação dividida em partes idênticas pela Repsol e pela BP. No aeroporto do Porto, a mesma função foi atribuída a uma empresa, a SABA, em que a Galp Energia detém 50% do capital e BP e Repsol partilham a outra metade. No mercado grossista, a Galp Energia fornece cerca de 6.000 clientes industriais e comerciais, num volume de vendas anual de cerca de 6 milhões de toneladas de produtos refinados, o que representa uma quota de mercado de cerca de 50% em Portugal e de 15% no total da Península Ibérica. O negócio de empresas ou grossista na Galp Energia comercializa produtos petrolíferos aos segmentos de transportes, aviação, indústria, empreiteiros, marinha e lubrificantes. A empresa comercializa combustíveis destinados à aviação civil e militar e gere os ativos de armazenagem e o abastecimento de aeronaves nos nove principais aeroportos nacionais, iniciou operações em 22 dos principais aeroportos de Espanha, dois aeroportos em Cabo Verde e um na Gâmbia. Nestes dois últimos países a Galp Energia atua através da sua área internacional, fornece combustível às principais companhias aéreas nacionais e internacionais que lá operam ou fazem escala. Para além das companhias aéreas de linha, charter e low cost, que

efetuam voos comerciais de passageiros, a empresa tem na sua lista de clientes companhias aéreas de carga e de voos executivos e a Força Aérea Portuguesa e de países que fazem escala nos aeroportos onde opera. A Galp Energia presta ainda assistência técnica e formação a alguns clientes e a empresas no seio do próprio Grupo, no domínio dos combustíveis de aviação.

Valor ambiental de biocombustíveis depende da forma de produzir

Uma série de companhias aéreas e empresas, como a Boeing, por exemplo, têm investido pesadamente em combustíveis para aviação feitos a partir de óleos de plantas de camelina, arbustos, flor de ‘jatropha’ e algas. Os combustíveis produzidos com estes óleos passaram com sucesso todos os testes de funcionamento nas aeronaves (efetuados nos EUA e na Europa) e as emissões de CO2 sofreram uma redução de 80%, embora o biocombustível tivesse um preço premium. “Todos querem uma solução para o petróleo”, afirma Jigar Shah, CEO da Sala de Guerra de Carbono, uma organização fundada pela Virgin Airlines de Richard Branson, para combater as mudanças climáticas. Infelizmente há um problema: o valor de quão amigos do ambiente são os biocombustíveis depende muito da forma como são produzidos. Um combustível feito de óleo de palma acaba por ser pior para os níveis de gases estufa na atmosfera do que combustível refinado de petróleo, pois envolve retirar floresta ou turfa. Para ajudar a resolver este problema, a Sala de Guerra de Carbono lançou RenewableJetFuels.org, que classifica todas as empresas de biocombustíveis sobre a sustentabilidade, entre outros critérios. “Precisamos garantir que esses combustíveis são feitos de uma maneira que não coloca pressão sobre os ecossistemas”, diz Suzanne Hunt, responsável pela área da aviação na Sala de Guerra de Carbono.

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Assegurar a existência de sistemas de drenagem de águas e tratamento de efluen-tes efetivos de modo a minimizar os im-pactes nas massas de água recetoras, em simultâneo com a manutenção de níveis adequados à operação de um aeroporto, são os desafios cruciais que se colocam aos operadores aeroportuários.

São os tipos de efluentes gerados pela atividade da ANA: efluentes resultantes de escorrências das áreas pavimentadas, potencialmente contaminadas com hi-drocarbonetos e que corresponderão a águas pluviais; efluentes resultantes da contenção e derrames e águas residuais domésticas. Relativamente às águas plu-viais, com maior potencial e impacto, têm sido instalados sistemas que permitem

o seu tratamento antes da descarga nos coletores públicos. Assim existem caixas separadoras de hidrocarbonetos nas pla-taformas de estacionamento de aeronaves e nas áreas de abastecimento de viaturas e oficinas. Na última década ANA inves-tiu na melhoria de sistemas de drenagem, com reformulação de redes existentes e com a introdução de programas de moni-torização da qualidade das águas pluviais e de escorrência produzidas. O aeroporto de Faro localizado numa zona adjacente da ria Formosa passou a contar em 2011

com um sistema de elevada capacidade de tratamento de águas pluviais drenadas da área total das plataformas de estacio-namento das aeronaves assim como os caminhos de circulação e pistas do ae-roporto. O aeroporto de Faro foi ainda alvo de um programa de amostragens e análises laboratoriais a diferentes pontos e compartimentos (tipos de amostras: água, sedimentos mexilhões).

No que concerne aos quantitativos de águas residuais produzidas pela ANA, esta assumiu que 70% resultariam em efluentes

logo que esse valor ascenderia a 602.555 m³, sendo encaminhados para tratamento da seguinte forma: os aeroportos do Porto e Beja possuem a própria ETAR; os aero-portos de Lisboa, Faro e Ponta Delgada estão ligados ao coletor municipal; o aero-porto de Santa Maria encontra-se ligado à fossa sética gerida pela Câmara Municipal e os aeroportos das Flores e Horta ligam a poços absorventes da responsabilidade da ANA. A empresa tem ainda procedimentos de emergência ambiental para a contenção de derrames de substâncias perigosas.

Os aeroportos são responsá-veis pela produção de diversos tipos de resíduos. Em 2011 ANA produziu 5.558 toneladas de resíduos dos quais 152 tone-ladas foram resíduos perigosos. Em termos de produção e resí-duos por unidade de tráfego há uma tendência de decréscimo em praticamente todos os aero-portos com um valor médio de 0.10 kg/TU o que representa o valor ligeiramente inferior de 2010 para 2011. Há ainda a as-sinalar uma redução de cerca de 12% na produção e resíduos pe-rigosos, representando em 2011 cerca de 2,7% do total. No âm-bito da gestão e resíduos, a ANA tem vindo a encaminhar os dife-rentes tipos de resíduos para um destino adequado, dando prefe-rência a soluções em detrimento do envio para o aterro, recor-rendo a entidades certificadas para o transporte e gestão desses resíduos. A taxa de valorização global cifrou-se em 27%, o que representa uma descida de 1p.p. em relação a 2010.

Um dos aspetos importantes

em termos de gestão de resíduos numa infraestrutura aeroportuá-ria é a questão dos derrames de produtos químicos, óleos e com-bustível, que podem originar im-pactes ambientais significativos. Em 2011, a ANA registou um total de 206 derrames significati-vos nos seus aeroportos. De acor-do com a ‘National Fire Associa-tion – Standards for Aircraft Fuel Servicing – Handling Fuel Spills’ considera-se um derrame signi-ficativo um derrame alimentado por fuga ou área igual ou superior a 4.60 m² (aproximadamente ¼ de cada laje da placa de estaciona-mento das aeronaves). Até 2010, ANA considerava significativos derrames superiores a 50 litros com área superior a 50 m².

Internacionalmente o controlo dos derrames é amplamente dis-cutido. Pela complexidade das relações no funcionamento dos aeroportos, envolvendo gasoli-neiras, aeroportos e companhias aéreas, apesar das normas con-tratuais usualmente preverem um plano de contingência quan-to aos acidentes ambientais, é

muitas vezes necessário recorrer a uma terceira parte/empresa. No caso da ANA, cada interve-niente tem o seu papel bem defi-nido e tanto interna como exter-namente todos os ‘stakeholders’

são alvo de ações de formação e sensibilização. Uma orienta-ção importante é deixada pelo ‘Spill Center Advisor’ (Centro de Aconselhamento em Derra-mes), procurando conscienciali-

zar todas as partes interessadas: “não importa se foi um acidente e se a culpa não é diretamente da sua empresa, deve sentir-se cor-responsável porque é parte do sistema onde opera”.

Efluentes são alvo de tratamento em todos os aeroportos ANA

ESPECIAL AEROPORTOS/EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

20 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

Produção de resíduos com tendência de descida

Derrames podem ter solução portuguesa

‘Absorvente para derrames Corksorb’, uma gama de produtos da ‘Amorim Isolamentos’, é uma solução eficaz, ecológica e sustentável no combate a situações de derrame de óleos e hidrocarbonetos. Utiliza como absorvente a cortiça, tratada termicamente para aumentar o poder absorvente e as características hidrofóbicas, propriedade importante em derrames no meio aquático ou em superfícies molhadas, pois absorve o poluente e não a água, evitando o gasto desnecessário de absorvente e minimizando os resíduos. Este projeto foi premiado pela Agência Portuguesa do Ambiente no âmbito do Prémio “Empresas pela Biodiversidade” e finalista dos ‘European Business Alares for the Environment’ (EBEA).

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MIGUEL MILHEIRO, SÓCIO DA C2B CONSULTING, AFIRMA

“Os trabalhadores têm de conquistar o direito ao seu salário”A C2B Consulting é uma empresa de consultoria de gestão especializada em sistemas de informação SAP, implementada no TecMaia. Esta empresa foi criada em 2004 e, neste momento, tem cinco sócios. Segundo o porta-voz, Miguel Milheiro, hoje em dia, “todos os trabalhadores têm de conquistar o direito ao seu salário”.PAULO [email protected]

Vida Económica – Quais as motivações para serem empre-endedores, tendo carreiras pro-fissionais de sucesso?

Miguel Milheiro - Em primeiro lugar, por uma questão de perfil e de acreditar no projeto. Em segun-do lugar, a decisão passou pela par-tilha de objetivos de longo prazo e acreditar que podem fazer algo de forma diferente. Se não melhor, pelo menos diferente.

VE - Quais os estímulos para sair da “zona de conforto”?

MM - Ser colaborador de uma empresa atualmente não representa um conforto e na nossa área de atu-ação nunca representou, mas o fac-to de partilharmos os mesmos prin-cípios, valores e objetivos tornou a decisão quase óbvia. Acrescentando que “zona de conforto” é um con-ceito que já não existe. Todos os trabalhadores têm de conquistar o direito ao seu salário, e nesse con-texto somos todos empreendedo-res, independentemente do vínculo contratual que nos liga à empresa, seja por via da participação societá-ria ou laboral.

VE - Quais as barreiras à en-trada no início de atividade?

MM - Tecnicamente, nenhuma, pois hoje em dia é a coisa mais fá-cil, mas a nossa aproximação ao mercado teve que mudar. Tivemos todos que deixar de pensar exclusi-vamente de forma técnica e evoluir também em questões de gestão da empresa e acompanhamento de clientes mas principalmente gestão de uma equipa empenhada.

VE - Quais os fatores de dife-

renciação face à concorrência numa área de negócio extre-mamente competitiva à escala nacional e internacional?

MM - Os gestores da empresa continuam a estar todos os dias em projeto. Este fator revela-se mui-tas das vezes uma vantagem, mas também tem jogado contra nós algumas vezes. Mas o nosso envol-vimento diário e proximidade com os clientes e equipa tem-se revelado uma clara vantagem, mas tem-nos limitado em termos de crescimen-to. Com a futura expansão da em-presa, consideramos que esta pode-rá ser uma área a cobrir no futuro. Por outro lado, este é um processo de contínua aprendizagem, hoje temos a noção clara de como não fazer determinadas coisas. Outro fator de diferenciação é ter uma equipa motivada e experiente e sermos reconhecidos pelos nossos clientes pelo profissionalismo, en-volvimento e partilha de objetivos.

VE - Referiram que ter uma equipa motivada e experiente é fator de diferenciação. Isto parece óbvio. Mas como o con-seguir na prática?

MM - A C2B começou em 2004 com quatro colaboradores neste momento tem 31. Contamos até ao final do ano atingir os 35 a 40 colaboradores. Todos eles qualifica-dos e com formação superior. Sen-do a qualificação dos nossos recur-sos um dos fatores de diferenciação, compreende-se a aposta na forma-ção. Premiar por objetivos todos os colaboradores tem indexado um grau de cumprimento de objetivos individuais e da empresa também,

conhecidos por todos, com moni-torização e divulgação mensal. O que permite todos estarem focaliza-dos nos objetivos.

VE - Em termos de faturação, como tem corrido?

MM - O volume de negócios teve um crescimento superior a 30% de 2010 para 2011, atingin-do cerca de 1,3 milhões de euros. Durante os primeiros cinco meses, a C2B atingiu cerca de 900 mil euros de faturação, prevendo que possa atingir no final do ano cerca de 2 milhões de euros, o que re-presenta um crescimento superior a 60%. A nível nacional, temos clientes de referência, como o Gru-po Sonae, Grupo Martifer, Grupo Rangel, Unicer, Grohe, entre mui-tos outros, sendo de destacar o peso no mercado internacional, que em 2011 representou 35% do volume de negócios e que em 2012 está a representar cerca de 60%.

VE - Tem havido também

uma forte aposta na internacio-nalização. Quais os principais mercados onde estão presen-tes?

MM - A Europa tem sido privile-giada no processo de internacionali-zação, com países como Suíça, Ale-manha, Hungria, Suécia, Holanda tendo ainda projetos no Brasil, An-gola e Moçambique. Consideramos que as empresas portuguesas de TI têm muito potencial por explorar, principalmente nos países de poder económico mais elevado, hoje em dia com as boas ligações existentes no Porto, permite-nos trabalhar em regime nearshore.

Aliás, a região do Porto está a tornar-se uma plataforma de apoio para este tipo de serviços a nível internacional, tendo todas as condições para se desenvolver. Por um lado, pelo acesso ao ae-roporto Francisco Sá Carneiro, com os operadores low-cost, mas fundamentalmente pela mão de obra qualificada e extremamente competitiva com os padrões inter-nacionais.

Os centros de conhecimento como a Universidade do Porto, Aveiro e Braga tornam a região do Porto um polo de excelência para o desenvolvimento de negócios que impliquem inovação e conheci-mento. A maior dificuldade sentida

no processo de internacionalizaçãoé adotar todos os procedimentos eregras gerais, o que exigiu alguma disciplina, assim como conhecertodas as implicações legais e fiscaisprincipalmente em países fora da UE.

VE - Que conselhos deixa-riam a todos aqueles que nes-te momento, por diferentesrazões, têm motivação paraserem empreendedores?

MM - Têm que o fazer pelos motivos certos e ser perseverantes na busca dos objetivos e prepara-dos para vencer os desafios que vão,de certeza absoluta, existir. Tomar adecisão com os pés bem assentes na terra, e nunca esquecer a noção doesforço que exige. Ter a noção clara da responsabilidade perante clien-tes, mas principalmente perante aequipa.

VE - Que dificuldades sen-tem face à crise?

MM - Obrigatoriedade de ter-mos grande parte da equipa em projetos internacionais e fisicamen-te fora de Portugal, pois os projetosinteressantes e motivadores nesta fase escasseiam em Portugal.

VE - Que medidas conside-ram importantes no estímuloao empreendedorismo e a cria-ção de emprego?

MM - Apoiar quem tem von-tade de arriscar, desde que sejaobviamente um projeto que façasentido.

Miguel Pinheira, Vitor Santos, João Boggio, Miguel Milheiro e Sérgio Monteiro são os cinco sócios da CB2 Consulting.

Rede EmpreenDouro quer fomentar ligação com espanhóisEntidades da Rede EmpreenDouro e instituições espanholas dedicadas ao empreendedo-rismo estão a estreitar laços para a criação de projetos comuns transfronteiriços. O objeti-vo é alargar o espaço de ação da Rede EmpreenDouro e fomentar atitudes empreendedoras entre portugueses e espanhóis.

EMPREENDER

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 21

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TiE Portugal chega a LisboaDecorreu no passado dia 18 o TiE Lisbon Entrepreneur Boot Camp. Cerca de 170 elemen-tos do TiE, organização internacional fundada por um grupo de empresários da Diáspora Indiana que tem como missão fomentar o empreendedorismo, estiveram em Portugal. Um número restrito desse grupo participou no encontro TiE Lisbon Entrepreneur Boot Camp foi lançado o TiE Portugal que tem sede em Lisboa.

PATRICIA FLORES [email protected]

Em 1995, Micaela Larish Meu-nier começa a executar o guarda--roupa para espectáculos de ballet. A actividade evolui e no ano 2000 a empreendedora resolve arrancar com a empresa – Micaela Larisch Design – e passa assim a existir como marca, “começando a forne-cer lojas da especialidade de dança com equipamentos de ballet para

aula e mais tarde com vestuário de dança para espectáculo em versão standard. A par da marca, man-temos o desenho e produção de projecto personalizado, servindo vários estilos, mas sempre debaixo da mesma coerência de serviço”, explica a própria.

Hoje, a empresa, sediada em Leça da Palmeira, vende para todo o país, mas também para Espanha e Itália. Esporadicamen-

te, chegam a outros países como a Bélgica, Eslovénia e França. A exportação começou em 2007 e Micaela Larish Meunier assegura que são tomados alguns cuidados, como “falar na língua do cliente, evitando alguns equívocos e dan-do conforto ao cliente para que se mantenha ligado a nós sem sentir qualquer barreira”.

A estratégia para o futuro é, segundo a empresária, divul-

gar mais a marca em Portugal e ao mesmo tempo fazer crescer e solidificar as ligações a clientes estrangeiros. Outro objectivo é permitir aos clientes acederem à encomenda online, acompa-nhando o estado do seu pedido. Esta é uma das formas para “bai-xar o erro e aliviar o desgaste hu-mano”, ressalva a responsável.

Micaela Larish Meunier foi uma das formandas na iniciativa Formação para Empresários co--financiada pelo POPH no âmbi-to do programa Formação-acção para PME. Mas quais as mais- valias deste apoio? “Em primeiro lugar, o acesso à formação que de outro modo não teria qualquer hipótese de a fazer”, afirma.

A empresária reconhece o inves-timento feito em cada empresário e ressalva as competências ganhas em áreas como a gestão, recursos humanos ou contabilidade. Além de ter ganho mais ferramentas para enfrentar o dia a dia da empresa, Micaela Larish Meunier acrescenta que também ganhou a equipa com quem trabalha, os clientes e ela própria enquanto pessoa.

A diretora salienta ainda que para um projeto progredir é determinan-te ter uma equipa especializada. No caso concreto da Micaela Larisch Design, a empresa foi formando os colaboradores à medida da especifi-cidade e da cultura da marca.

Além disso, foi necessário ter “capital para investir em matérias-primas, instalações e equipamento que permitisse a velocidade de fabrico que têm actualmente (duas a três sema-nas para processar encomendas) e o número de pessoas suficientes para abranger todas as áreas”.

Empresária realça importância da formação para o sucesso

Católica promove iniciativa para jovens empreendedores Decorre até 14 de Agosto, duas vezes por semana, o Summer of Startups nas instalações da Católica-Lisbon School of Business and Economics. O objectivo desta iniciativa é ajudar jovens empreendedores de várias áreas de formação a criar uma startup de sucesso global, contando com a colaboração de vários mentores que têm vindo a desafiar-se na área do empreendedoris-mo.

Fidelizar o mercado nacional e crescer nos mercados externosUm excelente exemplo de como se faz crescer um negócio com sustentabilidade. Ideias fortes, comprovadamente bem sucedidas, prendem-se com a criação de marca própria, mantendo produtos personalizados e, rapidamente, investindo no vestuário específico padronizado, de modo a alargar o número de clientes potenciais. A internacionalização é outro passo fundamental para aceder a mercados maiores, os quais permitem, com certeza, economias de escala nos produtos padronizados, e expansão das vendas de design de marca, sempre levando em conta as necessidades e desejos dos clientes, logo

numa orientação estratégica de mercado. Os cuidados no relacionamento com os clientes são mais um sintoma desta orientação, a qual permitirá que a Micaela Larisch Design seja uma empresa com uma maior probabilidade de ter um futuro sustentado.Fidelizar o mercado nacional e continuar a crescer nos mercados externos, permitindo que os clientes possam acompanhar as suas encomendas, é uma estratégia correta, em meu entender. Provavelmente, poder-se-á chegar a uma fase em que o cliente possa também contribuir para o desenvolvimento de novos produtos, isto é, em que haja mais

trabalho de cooperação entre a marca e os seus clientes, assegurando a continuidade dos relacionamentos transacionais existentes. Outra estratégia possível pode passar por uma diversificação ao nível do consumidor final, isto é, a produção de fatos para outro tipo de espetáculos e artes.A manutenção de formação própria e dos colaboradores será outra mais-valia a assinalar, a qual deverá manter-se continuamente, pois só assim a Micaela Larisch Design poderá manter-se no topo da sua área de atividade.Em resumo, um bom exemplo a seguir pelos jovens empreendedores!

JOÃO M. S. CARVALHO [email protected]

Micaela Larish Meunier vende para todo o país mas também para Espanha e Itália.

EMPREENDER

22 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

Concurso de Ideias NET Porto premeia melhores planos de negócios

A VIII Edição do Concurso de Ideias promovido pela NET (BIC Porto) atribuiu os pré-mios às três ideias de negócio mais inovadoras às empresas TECO Planner, Toys 4U - Eco-logical & Natural Wood Toys e CLINIC+A. Estas atuam respe-tivamente nas áreas das tecno-logias da informação, inovação no setor tradicional e saúde, selecionadas por um júri cons-tituído por representantes da NET (BIC Porto), InovCapi-tal, IAPMEI e Agência de Ino-vação (Adi).

O primeiro lugar foi atri-buído ao TECO Planner, um projeto de empreendedorismo social, com preocupações am-bientais e de sustentabilidade, que é um calculador de itinerá-rios nacionais para transportes públicos.

Toys 4U - Ecological & Na-tural Wood Toys, brinquedos didáticos e ecológicos de ma-deira natural de produção lo-cal, foi o segundo classificado, e em terceiro lugar ficou o pro-jeto CLINIC+A, um centro clí-nico que vai combinar métodos complementares de diagnóstico e tratamento com os últimos desenvolvimentos na medicina funcional e biológica, de forma a atenuar os efeitos de doenças crónicas incapacitantes. Estes três planos de negócio, selecio-nados entre os nove finalistas, vão agora constituir empresas.

O Concurso de Ideias da NET (BIC Porto) desenvolveu--se em três fases. Após a receção das candidaturas, a primeira fase selecionou as 10 melho-res ideias para receber apoio técnico da NET (BIC Porto) no desenvolvimento do plano de negócios durante três me-ses. Numa segunda fase, foram apresentados e selecionados os três melhores planos de negó-cio e, a partir deste momento, as ideias vencedoras têm acesso direto ao EIBTnet, programa de apoio à criação e consolida-ção de empresas inovadoras e de base tecnológica, promovido pela NET.

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A Vida Económica acaba de abrir a primeira livraria no Facebook em Portu-gal. Os utilizadores da maior rede social do mundo passaram a ter acesso à com-pra dos livros da Vida Económica e à in-formação sobre as novidades editoriais. Os utilizadores não têm que sair do fa-cebook para fazerem as suas compras de livros. Basta clicar no produto, incluir os dados para envio (apenas na primeira transação) e confirmar a compra. A for-ma de pagamento é o paypal.

O conceito é inovador. “Até agora não havia em Portugal nenhuma plataforma de venda direta de livros no facebook” – refere Frederico Alves. O finalista do ISCAP na Licenciatura de Marketing materializou este projeto no âmbito do estágio curricular efetuado na “Vida Económica”.

A ideia surgiu quando Frederico Alves avaliava sobre novas formas de diferen-ciar o Facebook da Vida Económica e de

atrair mais fãs. “Uma das opções que en-contrei foi criar a loja, o que apresenta grandes vantagens e custos insignifican-tes” – afirma Frederico Alves.

A opção por este canal é interessante para os utilizadores do Facebook. “Não precisam de se registar em nenhum ou-tro site e por isso não correm o risco de ter depois a caixa de email cheia com mensagens promocionais” – acrescenta Frederico Alves.

Conceito pode ser alargado a outras áreas

As redes sociais devem ser uma priori-dade na estratégia de comunicação com os clientes em todas as áreas de ativida-de. O Facebook conta com 900 milhões de utilizadores em todo o mundo, in-cluindo 4,4 milhões de utilizadores em Portugal.

Para Frederico Alves, qualquer empresa com Facebook pode criar a sua própria loja virtual. A aplicação permite colocar vários tipos de produto na loja e até dá mais que uma opção para um produto. Por exemplo, no caso de haver produtos com várias cores, não é necessário adicio-nar um produto por cada cor, bastando colocar o produto uma vez com a dispo-nibilidade das várias cores, o que permite ao utilizador selecionar a cor que prefere.

Segmentação por áreas de atividade

Uma das vantagens do facebook está na possibilidade de segmentação da in-formação dirigida a perfis de interesse específico. O primeiro produto a ser promovido na loja da Vida Económica no Facebook foi a edição conjunta Vida Económica/UEFA “Comer como cam-peões e vencer”. O livro foi apresentado

no Torneio Lopes da Silva e tem como destinatários os jovens adeptos do fu-tebol, e os seus pais. Esta edição, inse-rida na área de responsabilidade social da UEFA, pretende promover a alimen-tação saudável e combater a obesidade infantil.

Através da rede social torna-se possí-vel dirigir a mensagem aos destinatários, reforçando a divulgação do livro.

A Vida Económica assinou com a UEFA um contrato de edição para Portugal e para o Brasil. No caso do mercado brasileiro, a campanha de divulgação também irá con-tar com o suporte do facebook.

A loja no Facebook disponibiliza to-das as edições da Vida Económica di-rigidas ao mercado profissional. O de-partamento de livros é uma das áreas de maior crescimento na atividade da Vida Económica, representando mais de 50 novas edições por ano.

Vida Económica

abre a primeira

livraria no Facebook

Frederico Alves desenvolveu a atividade da loja Vida Económica no Facebook.

Transavia.com já transportou mais de um milhão de passageirosA companhia aérea de baixo custo transavia.com França transportou 1,13 milhões de passa-geiros nas ligações para e em Portugal, ao longos dos primeiros cinco anos de atividade. Apesarda atual conjuntura económica, todas as rotas operadas pela low-cost francesa no mercadonacional têm vindo a registar um crescimento contínuo desde maio de 2007.

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 23

NET – Novas Empresas e Tecnologias, SA

Na página 10 da edição da Vida Económica de 6 de Julho de 2012 foi publicada uma entrevista com o Eng. José Martins, tendo como título “Não é por haver espaços físicos que se vão criar mais empresas”.Por lapso nosso, o antetítulo da entrevista refere que o Eng. José Martins é administrador da empresa, quando de facto é diretor-geral.Pelo lapso involuntário, apresentamos as devidas desculpas ao visado e aos nossos leitores.

RETIFICAÇÃO

“Até agora não havia em Portugal nenhuma plataforma de venda direta de livros no facebook”

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Grupo Onebiz vai continuar a expandir no mercado brasileiroO Grupo Onebiz, líder em franquias em Portugal e com presença internacional em 29 países, esteve presente na maior e mais esperada feira de negócios de franquias do mundo, promovida pela Associação Brasileira de Franchising, a ABF Franchising Expo 2012, e o saldo do evento é muito positivo. Além de terem sido inúmeras as visitas ao stand, o que permite ao Grupo reforçar a sua notoriedade no País.

Novo Código do Trabalho não resolve a competitividade das empresas

Prémio de sustentabilidade das empresas Sonae distingue eco-eficiência do Pólo Logístico da MaiaO Fórum da Sustentabilidade das Empresas Sonae lançou uma iniciativa que pretende reco-nhecer os projetos sustentáveis nas áreas ambientais, de recursos humanos e de responsabili-dade corporativa. A primeira edição do Prémio de Sustentabilidade das Empresas Sonae teve como vencedor o Pólo Logístico da Maia, uma referência internacional em termos de eficiên-cia ambiental, económica e social.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

24 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

As alterações ao Código do Trabalho publicadas a 25 de junho em Diário da República, “ao flexibilizarem as relações laborais, vão permitir às empresas ajustarem melhor as suas estruturas”. Mas elas, “só por si, não resolvem o problema da competitividade” do tecido empresarial, adverte o CEO da Fórmula do Talento. Para Luís Marques, “é preciso uma política justa de remunerações assente no mérito, sem a qual estas alterações de pouco servirão às empresas”.TERESA [email protected]

Vida Económica - Foi pu-blicada em 25 de junho a Lei 23/2012, que altera o Código do Trabalho. Poderão estas al-terações contribuir para o forta-lecimento das empresas e pro-mover a sua competitividade?

Luís Marques - Todos temos consciência que a legislação la-

boral em vigor é rígida, não incentiva a meritocracia, antes facilita o comodismo e a eterniza-ção nos mesmos lugares. De fac-to, tem sido muito difícil a uma empresa dispensar colaboradores, seja para ajustar a estrutura à si-tuação económica, seja porque há evidências claras de mau desempe-nho de determinado colaborador, seja porque há clara desadequação de um colaborador a determi-nada função. As alterações agora aprovadas, ao flexibilizarem as relações laborais, vão certamente permitir às empresas melhor ajus-tarem as suas estruturas, retirarem mais pessoas da zona de conforto onde há muito estão instaladas e, consequentemente, tornar as em-presas mais competitivas. Estou claramente otimista face a estas alterações, mas elas, só por si, não resolvem o problema da competi-tividade das empresas. É essencial que a gestão também evolua de molde a recrutar as pessoas certas, desenvolva de forma continuada essas pessoas, que as remunere de forma adequada e justa e que seja capaz de criar condições para uma gestão de pessoas que tire partido de todo o seu potencial.

VE - O que é que não foi con-

seguido com o primeiro Código do Trabalho em 2003 para que cheguemos a 2012 e mais esta reforma laboral seja, de novo, a tábua de salvação das empresas?

LM - As alterações de 2003

foram bem menos abrangentes e também é justo salientar que a sua aplicação ainda não foi sufi-cientemente comprovada, pois ainda não passou muito tempo. Mas as atuais alterações são cla-ramente mais profundas e terão seguramente mais impacto e no curto prazo. Mas, como referi, a legislação só por si não resol-ve o problema. É essencial a sua correta aplicação e é vital uma mudança na mentalidade da generalidade da gestão do tecido empresarial. A procura da ino-vação permanente nos processos e nos produtos, a motivação e o desenvolvimento dos colabora-dores, a otimização dos processos produtivos e uma política justa de remunerações assentes no mé-rito são bases fundamentais sem as quais estas alterações de pouco servirão às empresas.

VE - De que servirá às empre-sas uma legislação do trabalho aparentemente mais flexível se a falta de financiamento ban-cário, o mau funcionamento da Justiça ou a forte queda do consumo interno prejudicam a sua atividade?

LM - É um facto que hoje as empresas vivem estranguladas fi-nanceiramente e enroladas em processos judiciais que se eterni-zam. Estes dois problemas neces-sitam ser resolvidos com urgência, caso contrário muitas mais empre-sas irão desaparecer.

“É vital uma mudança na mentalidade da gestão do tecido empresarial”, defende Luís Marques, CEO da Fórmula do Talento.

Tenho ouvido falar do Sétimo Programa-Quadro. Em que consiste este pro-grama?

RESPOSTAO Sétimo Programa-Quadro para a Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (FP7) é o principal instrumento da UE para financiar a investigação na Europa, tratando-se de um programa de incentivos europeu. O FP7 é totalmente financiado pela UE, sendo as candidaturas entregues diretamente às entidades europeias.O FP7 é constituído por 4 programas: Cooperação, Ideias, Pessoas e Capacidades. Apoia, ainda, as ações do Centro Comum de Investigação e a Investigação e Formação na Energia Nuclear.O programa Cooperação apoia todos os tipos de atividades de investigação realizadas por diferentes órgãos de investigação (empresas, universidades, centros de investigação, organizações, indivíduos) em cooperação transnacional e subdivide-se em 10 temas:Saúde;Alimentação, Agricultura e Biotecnologias;Tecnologias da Informação e das Telecomunicações;Nanociências, Nanotecnologias, Materiais e novas Tecnologias de Produção;Energia;Ambiente;Transportes;Ciências Socioeconómicas e Ciências Humanas;Segurança;Espaço.O programa Ideias é implementado através do Centro Europeu de Investigação, o qual atribui Subsídios para Investigadores em Início de Carreira, para apoio às carreiras independentes de investigadores de elevado potencial, e Subsídios para Investigadores Avançados, que apoia a excelência na investigação de ponta conduzida por investigadores de topo.O programa Pessoas pretende melhorar o potencial humano em I&D europeu através de:Formação inicial dos investigadores e sua associação em equipas já formadas, via redes Marie Curie;Formação contínua e desenvolvimento de carreira através de bolsas

individuais e programas de cofinanciamento internacional;Bolsas internacionais e intercâmbios;Incentivos às instituições públicas para promover a mobilidade, qualidade e perfil dos seus investigadores e atribuição de prémios.O programa Capacidades visa reforçar e otimizar a utilização das capacidades europeias de investigação e inovação, subdividindo-se em 7 temas:Infraestruturas de Investigação – construção e manutenção de estruturas de investigação;Investigação para Benefício das PME;Regiões do Conhecimento – redes transnacionais de regiões e núcleos de I&D;Potencial de Investigação das Regiões de Convergência – dedicado às regiões menos desenvolvidas ou distanciadas dos centros europeus de I&D;Ciência na Sociedade – estímulo à curiosidade e educação científica;Apoio ao Desenvolvimento Coerente das Políticas de Investigação;Cooperação Internacional – complementar ao programa Cooperação.Pode candidatar-se qualquer órgão de investigação legal na UE-27 ou país associado ou terceiro. A contribuição financeira da comunidade inclui o reembolso, total ou parcial, dos custos elegíveis, montante fixo ou financiamento a taxa fixa. As receitas são deduzidas aos custos, uma vez que o apoio recebido não pode gerar lucros.A contribuição financeira é de 50% dos custos elegíveis para atividades de I&DT ou 75% no caso de PME, organismos públicos, estabelecimentos de ensino secundário e superior e organizações de investigação sem fins lucrativos. Para as atividades de demonstração a contribuição é de 50%. As ações de investigação de fronteira e as restantes atividades podem atingir um máximo de 100% de apoio.

[email protected] 348 500

7º PROGRAMA-QUADRO

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

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“O naufrágio nas empresas é uma via-gem com cinco escalas. Começa pela arrogância,segue com crescimento incontro-lado, pelo não medir os riscos, pelo excesso de reorganizações, e termina com a falta de dinheiro que conduz ao fim da atividade” – afirmou Eduardo Garcia. O diretor-geral da Escola de Negócios Novacaixa Galicia presi-diu à cerimónia de entrega de diplomas do Executive MBA que decorreu no Porto.

“Os gestores devem rodear-se de per-sonas honestas que digam o que pensam, mesmo que não seja o que gostam de ou-vir” – referiu.

Para Eduardo Garcia, o fracasso empre-sarial é 99% de fracasso profissional e 90% é fracasso do diretor da empresa.

Sobre a conjuntura adversa que as em-presas enfrentam, o diretor-geral da Escola de Negócios Novacaixa Galicia comentou

que o pior do inferno é a primeira sema-na, admitindo a evolução para um cenário mais favorável.

“O profissional que resiste à crise tem que ter duas características: ser profissional e ser resistente” - acrescentou.

Para Eduardo Garcia, há três “D” que explicam o fracasso: distrair-se, descentrar--se, e descontrolar-se.

Uma organização comunica aquilo que comunica o seu líder. Segundo referiu, a competitividade das empresas depende da capacidade que os seus líderes revelam co-municando, dirigindo e liderando.

Para Eduardo Garcia, é fundamental ha-ver nas empresas atitude positiva, que não é o mesmo que otimismo. O pessimista queixa-se do vento, o otimista espera que o vento mude, enquanto o realista positivo ajusta as velas.

EDUARDO GARCIA, DIRETOR-GERAL DA ESCOLA DE NEGÓCIOS NOVACAIXA GALICIA, CONSIDERA

O bom gestor tem que ser profissional e resistente

“O sistema de reembolso foi alterado em Janeiro passado” – explica à Vida Económica Johannes Ruckert, director.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 25

Hospital de Santo André acreditado por agência internacionalO Hospital de Santo André (HSA), unidade do Centro Hospitalar Leiria-Pombal (CHLP), viu a sua aposta na excelência dos cuidados aos utentes reconhecida pela Joint CommissionInternational (JCI), que acreditou o HSA ao fim de um longo processo de melhoria, queculminou numa auditoria final que decorreu de 2 a 6 de julho. Esta acreditação traduz o com-promisso do HSA na “promoção de cuidados de qualidade continuamente”.

Schindler tem novo diretor técnicoJulio Arce é o novo responsável pela direcção técnica da Schindler a nível ibérico. O profissional, que desempenhava estas funções na empresa do grupo em Espanha, passa agora a integrar também o comité de direcção da Schindler Portu-gal. Julio Arce é engenheiro industrial pela Universidade de Cantábria.

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Vida Económica – Qual a atual situa-ção do mercado em que estão presen-tes?

Paulo Mendes – Existem dois mercados distintos. Primeiro, o dos bens de consumo – produtos para uso nos lares – que são de uso diário, distribuídos sob as várias formas de distribuição que coexistem no mercado. Os consumidores estão mais exigentes no valor que obtêm com o seu dinheiro e mui-to preocupados com soluções mais econó-micas. Mas nem sempre é a melhor solução no binómio preço/qualidade. Temos cresci-do nesta área de negócio. O outro segmento respeita aos produtos profissionais, para uso em lavandarias, cana horeca, indústria agro-alimentar, setor automóvel. Entre empresas que fazem produtos básicos e as grandes multinacionais, a Mistolin tem uma proposta diferenciadora, o que também nos tem per-mitido crescer neste segmento. São áreas que necessitam de serviços de assistência técnica, sendo que possuimos uma equipa numero-sa que cobre todo o país. Uma síntese desta duas áreas são os mercados internacionais. A faturação a nível externo que representa mais de um terço das nossas vendas. Estamos a in-vestir em novos mercados.

VE – E qual a vossa estratégia a nível internacional?

PM – A exportação tem aumentado gra-dualmente na nossa faturação. Tradicional-mente, os mercados mais fortes são Angola, Espanha, Cabo Verde. Angola já pesou mais de 50% nas nossas exportações. Mas é um mercado que está a reduzir a sua influência em termos absolutos e relativos. Já temos empresas próprias em Espanha, Marrocos e Moçambique. Importantes são ainda os mer-

cados europeus, com destaque para a França, a Bélgica, a Suíça e o Luxemburgo. Estamos a ultimar o nosso projeto para a China e a estudar outros mervados onde pretendemos atuar diretamente. Com tudo o que estamos a aprender em Marrocos vamos investir nou-tros mercados da comunidade árabe.

VE – Que investimentos estão previs-tos?

PM – Já concluímos um ciclo de inves-timentos elevados. Temos, no entanto, um ambicioso plano de marketing para con-cretizar no médio prazo e que também vai representar investimentos significativos. Na China estamos a apurar o plano de negó-cios para determinarmos o investimento necessário. Os projetos de Moçambique, Marrocos e Espanha serão necessários inves-timento adicionais, bem como na atividade comercial a nível internacional. Temos de criar novas ferramentas de marketing para abordar novos mercados.

I&D está na base da forma de operar da Mistolin

VE – Tratando-se de uma empresa pro-

EMPRESA PRODUTORA DE PRODUTOS DE LIMPEZA

Mistolin reforça processo de internacionalizaçãoO mercado dos produtos de limpeza não escapa à crise. A Mistolin enveredou por reforçar a sua posição nos mercados externos. Com um volume de negócios de 9,5 milhões de euros, a internacionalização representa já mais de um terço da faturação. Mas há também boas notícias para o mercado nacional, no qual se abrem novas oportunidades, como referiu à “Vida Económica” Paulo Mendes, diretor-geral da empresa.

Paulo Mendes admite que existem novos desafios, mas também oportunidades que devem ser aproveitadas pelas empresas.

Kyaia expande instalações em GuimarãesO grupo Kyaia, que detém as marcas de calçado Fly London e Softinos e a rede de retalho Foreva, investiu mais de um milhão de euros no alargamento das suas instalações centrais, em Guimarães. O novo pavilhão industrial contempla um centro logístico com seis mil m2 de área operacional, um novo cais de embarque para pesados, uma área administrativa e uma nova cantina para os funcionários. Em curso está ainda a modernização das linhas de monta-gem, mais flexíveis e preparadas para a construção de calçado em simultâneo.

Construção com produção cada vez mais negativaA situação continua a agravar-se no setor da construção, um dos mais castigados pela crise que assola o país. A quebra voltou a acentuar-se no passado mês de maio, mais de 17%, face a igual período do exercício anterior. Tratou-se da descida mais acentuada num ano, com destaques negativos para os segmentos da construção de edifícios e das obras de engenharia civil. O desemprego continuou a sua curva ascendente, desta feita com um agravamento na ordem dos 16%.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

26 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

A falta de liquidez da economia e o olhar para o umbigo da banca colocam desafios todos os dias e leva a sermos muito menos permissivos no crédito a clientes

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EMPRESA DE COMPRAS SOCIAIS

Viagens já representam um terço das vendas da LetsBonus

As viagens já representam um terço das vendas globais do LetsBonus, site de com-pras sociais. E é cada vez mais evidente que os hábitos de consumo dos portugueses es-tão a mudar. O acesso à banda larga é cada vez maior, quer através dos PC, quer dos smartphones. A empresa funciona como uma ferramenta facilitadora dessa nova ferramenta, como explicou à “Vida Eco-nómica” Ricardo Mesquita, responsável da LetsBonus para Portugal.

Criada há apenas três anos em Barcelo-na e tendo feito a sua estreia no mercado português há apenas dois, o crescimento tem sido de dois dígitos, face a um con-sumidor inteligente que procura, pesquisa, compara e escolhe a melhor oferta. As ven-das através da internet são cada vez mais representativas. O mercado não é fácil. A LetsBonus tem ganho uma notoriedade crescente no segmento das viagens, que representa cerca de 30% das suas vendas.

“Ao longo deste ano apenas as operações credíveis permanecerão no mercado. À dis-persão inicial, inevitável pela fraca barreira à entrada de novos players copycats, que não acrescentam valor às ofertas ou à ex-periência de compra, vai sobrepor-se um mercado mais concentrado, com menos empresas, mas melhores preparadas para irem ao encontro das exigências do consu-midor português.”

Quanto às vantagens para as empresas e as marcas que recorrem à rede LetsBo-nus, Ricardo Mesquita aponta a forma como é acompanhado o negócio do par-ceiro, “aconselhando-o e apoiando-o no desenvolvimento das suas campanhas, o que é um fator de diferenciação. Em regra são as PME que mais beneficiam, mas em mercados mais maduros existe um grande número de empresas de maiores dimensões e marcas a trabalharem connosco”. Na prá-tica, explica aquele responsável, “todas as PME que tenham um serviço ou um pro-duto podem tirar proveito deste canal de captação e venda online, beneficiando dos seus milhões de utilizadores”.

Entretanto, fica a garantia de que a em-presa vai continuar a segmentação da sua base de dados e potenciar a inovação tec-nológica online, com como as restantes áreas, com destaque para o “mobile”. Para além das viagens, os segmentos mais pro-curados, que varia ao longo do ano, são a eletrónica e a cosmética, as ofertas de ócio e as experiências. Há sempre a preocupa-ção de diversificar e tornar mais atrativos os produtos disponibilizados, conclui Ri-cardo Mesquita.

dutora, como está o processo de investi-gação e desenvolvimento?

PM – Durante este ano temos em curso um conjunto de investimentos e projetos em I&D. Contratámos um consultor qie nos está a apoiar nessa área, assim como a estabelecer novos patamares nos padrões de qualidade. Tal facto implicou a aquisi-ção de novos equipamentos para o labora-tório e em termos de controlo do produto. Temos parcerias com duas universidades e concorremos a um SI IDT em parce-ria com a Universidade de Coimbra para elevarmos os padrões de qualidade numa linha específica de produtos. A I&D é a mais poderosa alavanca para sermos com-petitivos.

VE – Concretamente, qual a estraté-gia que está delineada para o mercado nacional?

PM – Temos cinco vetores estratégicos. Desde logo, aumentar a nossa notoriedade enquanto empresa nacional que faz produ-tos muito competitivos para as tarefas de limpeza mais difíceis e conquistar quota de mercado em alguns canais de distribuição. Importante é também o desenvolvimento das competências comportamentais e téc-nicas dos nossos funcionários para assumi-rem cada vez mais responsabilidades. Além disso, queremos avançar com mudanças in-ternas para sermos mais produtivos e com-petitivos, a par da realização de parcerias, de forma a ajudarem no nosso processo de internacionalização.

VE – Até que ponto a crise vos está a afetar?

PM – Tem afetado e trazido oportuni-dades. Há novos desafios. O risco do país junto de alguns fornecedores internacionais tem sido muito problemático. Não é fácil manter condições de crédito ou estabelecer relações com outros com condições mais competitivas.

A falta de liquidez da economia e o olhar para o umbigo da banca colocam desafios todos os dias e leva a sermos muito menos permissivos no crédito a clientes. Somos uma empresa que assiste ao seu produto lí-der de mercado, o tira-gorduras Mistolin, a ser imitado fraudulentamente por empresas com produtos não registados no CIAV e sem quaisquer garantias para os consumi-dores.

Mas também surgem oportunidades. Há multinacionais a desinvestirem no mercado nacional. Somos uma empresas portuguesa e há cada vez mais consumidores conscien-tes que as suas decisões permitem reduzir as importações. Os empresários e decisores das empresas e redes dee retalho têm de acom-panhar esta consciencialização.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 27

Exportações têxteis “fazem frente” à criseAs exportações da indústria têxtil e vestuário sofreram uma quebra de 0,7%, nos quatroprimeiros meses do ano, face a igual período do ano passado. No entanto, alguns produtostiveram crescimentos consideráveis, com destaque para os tecidos impregnados, revestidos,recobertos ou estratificados e artigos para usos técnicos de matérias têxteis (mais 19%), ovestuário e acessórios em tecido (11%) e os filamentos sintéticos ou artificiais (com mais16%).

Ramos Catarino conclui Villa Pampilhosa Hotel A Ramos Catarino, empresa de engenharia e construção, concluiu a construção do Villa Pam-pilhosa Hotel, uma unidade hoteleira de quatro estrelas, situada em Pampilhosa da Serra. O investimento ascendeu a cerca de 4,5 milhões de euros. O hotel dispõe de 52 quartos, restau-rante, bar, sala de conferências, espaço de eventos e spa. A intervenção da Ramos Catarino passou pela movimentação de terras, estrutura de betão armados, instalações elétricas, entre outras, numa área total de construção de 8 450 metros quadrados.

Ricardo Mesquita, representante da LetsBonus para Portugal, considera que o tipo de produto disponibilizado vai de encontro à mudança dos hábitos dos consumidores.

Todas as PME que tenham um serviço ou um produto podem tirar proveito deste canal de captação e venda online

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O desbloqueamento das exportações de carne nacional para a Rússia, conseguido há duas semanas após uma visita do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, ao Cazaquistão, já está a surtir efeitos. Em entrevista à “Vida Económica”, Carlos Mota, CEO do grupo Montalva, que detém as marcas de carnes Montalva, Izidoro e Damatta, revelou que, fruto da tripla autorização conseguida junto das autoridades russas, da Bielorrússia e do Cazaquistão, já estão “em contactos com potenciais distribuidores para a Rússia”. O objetivo, explica o empresário, é “reforçar a internacionalização” da empresa, área que os ajudou a alavancar os 240 milhões de euros de faturação em 2011 e a chegar aos 16 milhões só na vertente exportação.

TERESA [email protected]

A visita foi relâmpago – apenas 24 horas -, mas a recente missão empresarial da AICEP e do Mi-nistério dos Negócios Estrangei-ros ao Cazaquistão abriu as por-tas de um mercado potencial de 170 milhões de consumidores às empresas portuguesas de vários setores de atividade. Entre eles o farmacêutico, o do e-governance, da energia, do ambiente, do vi-nho e do setor agroalimentar, com as carnes à cabeça.

Exportando atualmente para 25 países e abrangendo perto de 100 clientes, o grupo Montal-va e o seu CEO acompanham “com natural preocupação a atual

evolução da conjuntura econó-mica em Portugal e as crescentes quebras de consumo”, nomeada-mente em produtos de maior va-lor acrescentado. Razão por que vêem na internacionalização, no-meadamente também agora para os mercados do Leste, a solução para inverter este problema.

Nesta entrevista à “Vida Eco-nómica”, Carlos Mota não hesi-ta em afirmar que “as vendas de produtos de marca para o mer-cado internacional cresceram significativamente durante o úl-timo ano, com destaque para os mercados africano - em especial para Angola - e europeu” e que a estratégia de desenvolvimento do grupo passa pelo “reforço da internacionalização”. Foi este, afirma o CEO do ex-grupo MIF, “o caminho que permitiu alcan-çar exportações de 16 milhões de euros em 2011”.

Agregando hoje um conjun-to de mais de vinte empresas do agroalimentar, o agora grupo Montalva, com sede no Montijo, abrange as várias fases da cadeia produtiva. Na produção animal, opera com a empresa Intergados, que representa 8% do volume de

faturação. Na nutrição animal, está no mercado através das em-presas Progado, com fábrica em Gaia, e Din - Desenvolvimento e Inovação Nutricional, que repre-sentam, ambas, 21% do volume de negócios. Já nas carnes trans-formadas, opera com a Izidoro e a Damatta e nas carnes frescas com a marca Montalva. Estas representam 71% do volume de faturação do grupo.

Recentemente, o grupo lidera-do por Carlos Mota lançou uma nova estratégia de marketing para algumas das suas insígnias nos derivados de carne. “O nosso objetivo é continuar a crescer de forma sustentada através das nos-sas marcas”, explica Carlos Mota à “Vida Económica”, revelando ainda que também acabaram de lançar uma gama completa na área das carnes, segmentada em três conceitos: clássico, ‘healthy’ e ‘explore’ e que “estão a ter uma muito boa aceitação por parte dos consumidores”.

“Atento a novas oportunidades de parceria e expansão interna-cional”, tanto nos mercados onde já opera, como em novas geogra-fias, o CEO do grupo Montalva

assume que a possibilidade de poder exportar para outros pa-íses “é sempre vantajosa para o grupo”. Angola é, aliás, também disso um exemplo, assumindo-se como “o mercado mais impor-tante para nós”, explica Carlos Mota à “Vida Económica”.

“Ao longo dos anos temos mantido e reforçado as parcerias que temos com os nossos clien-tes” em Angola, revela o empre-sário. Frisa, contudo, que a sua “aposta no passado sempre foi no mercado informal”, pelo que “o nosso desafio, neste momento, é introduzir também as nossas marcas no mercado formal”. Para tal, contam com “várias parce-rias efetuadas já no decorrer de 2012”.

Questionado pela “Vida Eco-nómica sobre como avalia o setor das carnes e seus derivados em Portugal, o CEO do grupo Mon-talva diz que “muitas das empre-sas são de cariz familiar”, pelo que “uma possível concentração seria positiva para o setor”, pois “há um conjunto de empresas com qualidade e com potencial para se desenvolverem através dos mercados externos”.

Oracle anuncia Oracle CommerceA Oracle reforça aposta no comércio eletrónico ao unificar o Oracle ATG Commerce e o Oracle Endeca, para permitir que as empresas ofereçam experiências completas aos seus clientes nos diversos canais. O Oracle Commerce foi concebido para ajudar as empresas a oferecerem experiências consistentes, relevantes e personalizadas aos seus clientes nos diver-sos canais.

A celebração da melodiaHoje 20 de Julho, às 21h30, a Orquestra do Norte junta-se pela terceira vez consecutiva à Ordem dos Médicos (Secção Regional do Norte) para a realização de mais um concerto nos Jardins da Casa do Médico, no Porto. O tema do concerto deste ano é “A Celebração da Me-lodia”. O programa iniciar-se-á com a Abertura da opereta O Morcego de Johann Strauss II, exemplo paradigmático no uso da melodia.

TRIPLA AUTORIZAÇÃO DA RÚSSIA, BIELORRÚSSIA E CAZAQUISTÃO ABRE AS PORTAS ÀS EMPRESAS PORTUGUESAS

Grupo Montalva prepara exportação de carne para a Rússia

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

28 SEXTA-FEIRA, 13 AGOSTO 2010

“Há um conjunto de empresas com qualidade e com potencial para se desenvolverem através dos mercados externos”, pelo que “devem dialogar entre elas”, aconselho Carlos Mota, CEO do grupo Montalva.

Poças lança novas colheitas DOC

A casa Poças acaba de lançar no mercado duas novas colhei-tas: o Coroa d’Ouro 2011 e o Vale de Cavalos Tuinto 2009.

O vinho Coroa d’Ouro foi a primeira aposta da Poças e revelou-se um sucesso imedia-to, graças à sua excelente rela-ção/qualidade preço. O Coroa d’Ouro 2011 acaba de ser colo-cado à venda (PVP 3,50 euros) nas lojas Continente, Intermar-ché, El Corte Inglês e garrafei-ras. O Coroa d’Ouro é produ-zido com castas tradicionais da região Demarcada do Douro. Distingue-se pela sua frescura e por ser muito frutado. É ide-al para servir com aperitivos e pratos leves.

O tinto Vale de Cavalos, pro-veniente da sub-região do Dou-ro Superior, surgiu em 2003 e situa-se num patamar superior. Tem um PVP de sete euros. É um vinho que incorpora aro-mas de cerejas escuras e alguma especiaria e que acompanha com queijos e pratos variados de carne e caça.

Fundada em 1918 por Ma-noel Domingues Poças Júnior, a empresa mantém ainda hoje a sua raiz familiar. Com uma fa-turação de oito milhões de eu-ros, a Poças exporta atualmente para 25 países, sendo o merca-do de exportação responsável por 90% das vendas.

Os vinhos DOC Douro já represen-tam cerca de 15% da faturação da Poças.

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O número de franceses inscri-tos no Consulado Geral do Porto regista um crescimento contínuo, situando-se em 5300 pessoas – disse Aude de Amorim, no Dia Nacional de França. A cônsul- -geral de França evocou o signi-ficado histórico do 14 de Julho que celebra a tomada da Bastilha em 1789, e também a Festa da Federação em 1790, sinónimo da reconciliação nacional.

O Dia Nacional de França foi celebrado no Lycée Français, que alargou a ação educativa ao ba-charelato, que equivale ao 12.º ano. A taxa de aprovações dos alunos do primeiro grupo foi de 100%, com 70% a receber men-ção Bom ou Bastante Bom. Para Aude de Amorim, este resultado comprova a vocação de excelên-cia desta escola, que está a ser am-pliada com mais 12 salas de aula.

A cônsul-geral destacou tam-bém a ação da Alliance Françai-se em Braga, Coimbra, Guima-rães, Porto e Viseu, bem como a delegação do Porto do Institut

Français, refletindo um aumento da procura de ensino da língua francesa.

Entre as iniciativas que en-volvem a comunidade francesa, foi referida a Associação Fran-cesa do Norte de Portugal e o Blog “Vivre à Porto”, e a nova associação Observatoire des lu-sodescendants – Nord que tem por objetivo melhorar o conhe-cimento sociológico e facilitar a sua inserção.

Aude de Amorim manifestou a sua grande satisfação com a qua-lidade da relação com as entida-des parceiras portuguesas, nome-adamente as câmaras de Porto e Gaia, as Fundações, instituições culturais e as Universidades, bem como as empresas e os represen-tantes consulares.

Para a cônsul-geral de França, o mundo das empresas está a atra-vessar uma prova difícil, mas os gestores e os empregados estão empenhados em tornar os dois países mais competitivos, conti-nuando a ser solidários.

CVRVV abre Concurso Vinho Verde e Gastronomia

A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) vai levar a cabo, pelo quinto ano consecutivo, o Concurso Vinho Verde e Gastronomia. As inscrições são gratuitas e podem ser efetuadas em [email protected] até ao dia 22 de julho. Os vencedores serão conhe-cidos em setembro.

ÓCIO E NEGÓCIOS

CÔNSUL AUDE DE AMORIM REVELA NO DIA NACIONAL

Comunidade francesa no Norte de Portugal continua a crescer

A cônsul-geral Aude de Amorim destacou a expansão da atividade do Liceu Francês do Porto.

Luís Valente de Oliveira foi um dos convidados.O Dia Nacional de França foi celebrado pela comunidade francesa residente no Norte de Portu-gal.

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 29

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Duas novas marinas, dois empreendimentos de habitação e hotelaria e a conclusão da terceira fase do Passeio Marítimo são os projetos que vão transformar a frente ribeirinha de Oeiras, num investimento público e privado total que ascende aos 550 milhões de euros.

A frente ribeirinha de Oeiras vai ter duas novas marinas, dois empreendimen-tos de habitação e hotelaria e vai ainda ver concluída a terceira fase do Passeio Marí-timo, um investimento público e privado total superior a 550 milhões de euros.

Uma nova marina na margem direita da foz do Rio Jamor, na zona da Cruz Que-brada, vai ser construída e custará 250 milhões de euros, 49 milhões dos quais referentes a investimento público e o res-tante a investimento privado do Grupo SIL.

Neste projeto está ainda incluída a construção de 325 fogos de habitação, uma unidade hoteleira, estabelecimentos de comércio e serviços, que incluem uma nova estação de comboios e um viaduto, uma creche, um parque de estacionamen-to público com 450 lugares e uma ecopis-ta de ligação ao passeio ribeirinho.

Uma outra marina, desta vez inteira-mente financiada pela Câmara de Oeiras, deverá começar a ser construída em 2014 em Paço de Arcos e terá capacidade para 400 embarcações. O estudo, já elaborado, está a ser apreciado pela Administração do Porto de Lisboa (APL).

Até ao final de 2013, a autarquia pre-tende ainda arrancar com a terceira fase do Passeio Marítimo, num investimento de quatro milhões de euros, com uma ex-tensão de dois mil metros entre o Forte de São Bruno e a Cruz Quebrada.

A maior fatia do investimento, cerca de 300 milhões de euros, será investida num hotel de cinco estrelas, um complexo ha-bitacional, uma área de serviços e comér-cio e um pavilhão multiusos que poderá servir para as futuras instalações do tor-neio português de ténis Estoril Open e para a Casa das Seleções. Está em causa a construção de 429 fogos, com comér-cio e serviços, assim como duas unidades hoteleiras, a recuperação da Casa de Chá do Alto da Boa Viagem e a construção de um pavilhão multiusos que poderá servir para as futuras instalações do torneio por-tuguês de ténis Estoril Open e para a Casa das Seleções.

Já em 2007, a autarquia tinha anunciado a construção de um pavilhão multiusos no Alto da Boa Viagem – um projeto assinado por Tomás Taveira – que deveria estar con-cluído até 2009, mas a obra nunca avançou. Em 2013 deverá abrir o Palácio dos Arcos, hotel de charme, do grupo Vila Galé, situ-ado no centro histórico de Paço de Arcos e que implicou um investimento privado de 10 milhões de euros. Este projeto contem-pla a manutenção dos jardins envolventes e a sua abertura ao público, assim como uma zona de construção a Norte da Quinta.

Coube ao vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras, vereador Paulo Vis-tas, apresentar, ontem, as obras projeta-

das, que já estão em diversas fases de de-senvolvimento e surgem durante uma das maiores crises económicas do País, mas já têm investidores para a sua execução.

Em declarações à agência Lusa, Paulo Vistas admitiu que o investimento pre-visto é um “esforço muito grande, mas necessário”.

“É fundamental para o desenvolvi-mento da região. Oeiras carecia deste tipo de equipamentos, porque não tí-nhamos oferta turística face à procura que temos vindo a ter”, afirmou o vice--presidente do executivo liderado por Isaltino Morais.

Aumentar a capacidade de atração de

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30 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

Oeiras investe 550 milhões na frente ribeirinha

Imovirtual.com ultrapassa 7,5 milhões de visitas no primeiro ano

Portugal precisa de se promover enquanto destino de negócios

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SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 31

SPIE colocada no Edifício Sacavém Parque OrienteA SPIE é o novo inquilino do Sacavém Parque Oriente, numa operação liderada pela Worx.A empresa de Serviços e Soluções Técnicas de Engenharia vai ocupar dois pisos do edifício, correspondendo a um total de 1100 m². A SPIE passa igualmente a ocupar um dos armazéns do Sacavém Parque Oriente com 400 m², propriedade da ESAF.

Casas demoram quatro meses a arrendar no PortoUma casa no Porto demora, em média, quatro meses a arrendar, de acordo com as estatísti-cas SIR – Sistema de Informação Residencial, da Confidencial Imobiliário, no 4º trimestrede 2011. Na Área Metropolitana do Porto (AM Porto), o tempo médio de arrendamento deuma habitação sobe para os 10 meses.

Proibida a reprodução do

LISBON PRIME INDEX Lisbon Prime index

No primeiro semestre de 2012 a absorção de escritórios em Lisboa foi de 36 000 m², o que represen-ta um acréscimo de 17% face ao período homólogo de 2011. O período em análise ficou marcado pela boa performance registada nos meses de Maio e Junho de 2012 na cidade de Lisboa. Na análise da ocupação total, 32% realizou-se no eixo Miraflores Porto Salvo e cer-ca de 17% no Parque das Nações

(zona 5). O CBD de Lisboa (zona 1) e outras áreas (zona 7) regista-ram cerca de 14% cada do total absorvido pelo mercado. A zona 2 (Eixo da Praça do Saldanha a Entrecampos; Amoreiras) e a zona 3 (eixo da 2ª circular ao Campo Grande, incluindo Praça de Es-panha / José Malhoa) registaram igualmente 11%. A zona histórica (zona 4) registou apenas 1% do to-tal absorvido.

Absorção atinge 36 mil m2 no 1º semestre

Conceito de revenda para efeitos de isenção de IMT

MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

O IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis), que em 2004 veio substituir o extinto Imposto Municipal de Sisa, incide sobre as transmissões, a título oneroso, do direito de propriedade ou de figuras parcelares deste direito, sobre imóveis situados no território nacional, considerando como valor tributável o constante do ato ou do contrato ou o valor patrimonial tributário dos imóveis, consoante o que for maior.O leitor diz-nos ser sócio de uma

empresa cuja atividade consiste na compra de imóveis para revenda e como tal, efetivamente, quando tal sociedade adquiriu o imóvel em questão não foi obrigada a liquidar o referido IMT se o prédio se destinava a revenda, desde que esta ocorresse dentro dos três anos posteriores á aquisição.Pelo exposto, tudo indicaria que se a escritura da venda do imóvel em questão não ocorresse dentro do referido prazo, efetivamente, o leitor teria que liquidar o referido imposto. Assim seria atendendo

à letra da lei e à jurisprudência corrente sobre o assuntoMas, em bom rigor, se o Código do IMT considera que há transmissão dos bens imóveis nas promessas de aquisição e de alienação, logo que verificada a tradição, ou seja, a entrega do imóvel para o promitente adquirente, ou quando este esteja a usufruir os bens, não se entende por que motivo, no mesmo sistema fiscal, não deverá o mesmo conceito de transmissão ser considerado para efeitos de isenção do pagamento do mesmo imposto.

Neste sentido e contrariando a jurisprudência maioritariamente proferida sobre o assunto, em 12.04.2012, o Supremo Tribunal Administrativo proferiu um acórdão que veio conferir maior coerência ao sistema fiscal vigente, ao decidir que a celebração de um contrato-promessa de compra e venda acompanhada da tradição do imóvel para o promitente comprador preenche o conceito de revenda, uma vez que houve transmissão do bem para efeitos fiscais.

Tenho uma empresa que se dedica à atividade de compra de prédios para revenda.Acontece que no início deste ano a referida empresa celebrou um contrato-promessa de compra e venda de um armazém que tinha sido comprado por nós em 2009.Como o comprador pagou a totalidade do preço, desde logo, no contrato-promessa, também ficou prevista a entrega imediata do imóvel.Não obstante ter ficado previsto no contrato que a escritura deveria ser feita antes que decorram três anos da compra que nós fizemos, o certo é que já tentámos marcar várias vezes a escritura mas as datas nunca dão jeito ao comprador. Dado que já recebemos o preço, não estaria preocupado com a situação, se não tivéssemos que liquidar o IMT caso a escritura não seja celebrada nos três anos posteriores à compra do imóvel pela minha sociedade. Ou não será assim?

IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE AS

TRANSMISSÕES ONEROSAS DE

IMÓVEIS

O Edifício Camilo Castelo Branco, nº 44, o Edifício Ar-cis e o Edifício Alto das Amo-reiras foram alvo das últimas colocações de escritórios na cidade de Lisboa. Todas as operações, num total de 1000 m² foram da responsabilidade da Worx.

A consultora foi responsável pelo arrendamento da totali-dade do sétimo piso no Edi-fício Camilo Castelo Branco, nº 44, propriedade da segura-dora AXA.

O Edifício Camilo Castelo Branco, nº 44 situa-se numa localização estratégica pela proximidade ao Marquês de Pombal, com acesso a uma vasta rede de transportes pú-blicos, dispondo ainda de uma galeria comercial na en-trada.

A SurveyMonkey, líder mundial na oferta de ques-tionários online, é a nova in-quilina do Edifício Arcis, ocu-pando agora o lado esquerdo do terceiro piso do edifício, sendo esta fração proprieda-de do FII Imogest gerido pela Banif Gestão de Activos.

É no Edifício Alto das Amoreiras que passam agora a ser as novas instalações da Vasconcelos Arruda Advoga-dos.

A Worx Real Estate Con-sutants intercedeu pelo clien-te, colocando o escritório de Advocacia no sétimo piso do edifício.

O Edifício Alto das Amorei-ras, propriedade de um fundo de investimento imobiliário gerido pela Norfin, conta já com inquilinos de renome.

Worx coloca 1000 m² de escritórios em Lisboa

turistas de negócio, náutica e eventos é uma das apostas do executivo.

Paulo Vistas afirma-se seguro de que, mau grado a crise económica, que o País atravessa, os projetos turísticos e imobi-liários desenvolvidos na frente ribeirinha serão a curto prazo, geradores de riqueza, emprego e desenvolvimento, permitindo que Oeiras se transforme num novo Cen-tro de desenvolvimento turístico da Área Metropolitana de Lisboa (AML).

IMOBILIÁRIO

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O primeiro-ministro, Pedro Passos Coe-lho, está satisfeito com a estratégia econó-mica e fiscal assumida pelo seu Governo. Isso mesmo deu a entender ao afirmar que “a economia portuguesa reduziu, em pou-co mais de um ano, as suas necessidades de financiamentoexterno, que chegaram a valer dois dígitos, rondando, atualmente, os 3,5% do PIB”.

Quanto aos impostos, não se antevê uma redução dos mesmos, tendo em conta que a execução orçamental não estará a decor-rer como o previsto. Os últimos indicado-res apontam para que a despesa ainda não esteja totalmente sob controlo. O Gover-no tem um entendimento algo diferente e considera que a política fiscal em curso é a mais adequada. Em termos económicos, o primeiro-ministro está claramente otimis-ta, como fez notar durante a abertura do Congresso Internacional de Pedra Natural, em Borba. Lembrou que apenas há um ano o país esteve perto da bancarrota. O país conseguiu reduzir “significativamente as necessidades adicionais de financiamen-to da economia”.

Foi um primeiro-ministro otimista que deu conta que, este ano, as necessidades de financiamento externo para a econo-mia nacional poderão situar-se entre 1% e 1,5%, em termos de valores, a par de um bom desempenho ao nível das exporta-ções. Pedro Passos Coelho fez questão de destacar as previsões do Banco de Portugal, as quais apontam para um excedente co-mercial. Referiu a este propósito: “Estamos a equilibrar as contas porque importamos menos, consumimos menos, mas exporta-mos mais. Este é o resultado da capacidade que as empresas têm verificado para conse-guirem colocar lá fora o que não colocam cá dentro.”

Para o governante, o que está agora so-bre a mesa é a necessidade de colocar o

país “num trajeto sustentável, para que não venha a consumir recursos que não tem e que não seja confrontado com o que aconteceu há mais de um ano”. O primeiro-ministro fez uma crítica velada ao anterior Governo, o qual terá levado o Estado para uma situação incomportá-vel ao nível orçamental. O que implicou medidas de austeridade e fiscais extraordi-nárias. Sobre o financiamento às empre-sas, Pedro Passos Coelho referiu que “os bancos portugueses criaram uma aversão ao risco muito grande e as empresas estão demasiado descapitalizadas para oferece-rem à banca garantias de que o capital está seguro”.

Entretanto, o Governo anunciou que

passa a disponibilizar as versões revistas dos Memorandos de Entendimento, no âmbito do Programa de Ajustamento Eco-nómico e Financeiro. Estes documentos dizem respeito à quarta revisão regular que teve lugar no passado mês de maio e foram agora aprovados pelos órgãos competentes da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional. “As versões atualizadas refle-tem as medidas concretizadas, as que estão em curso e o trabalho a realizar nos pró-ximos meses, no sentido do cumprimento do Programa de Ajustamento que Portugal assinou com a Comissão Europeia, o Ban-co Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional”, refere o Governo em co-municado.

PRIMEIRO-MINISTRO ESTÁ SATISFEITO

“Economia reduziu necessidades de financiamento externo”

JULHO

Até ao dia 31

- Entrega da Informação Empresarial Simplificada - IES /Declaração Anu-al, pelos sujeitos passivos de IRC de IRS, cujo período de tributação seja coincidente com o ano civil, com os correspondentes anexos.

- Entrega da Declaração Modelo 30, por transmissão electrónica de da-dos, pelos devedores de rendimentos a não residentes. - 1º Pagamento por conta do IRC devido por entidades residentes que exercem, a título principal, activida-de de natureza comercial, industrial ou agrícola e por não residentes com estabelecimento estável, com perio-dicidade coincidente com o ano civil.

- Entrega da Declaração Modelo 30 pelos devedores de rendimentos a não residentes. - Entrega da Declaração Modelo 31 pelas entidades devedoras dos rendi-mentos sujeitos a retenção na fonte a taxas liberatórias cujos titulares beneficiem de isenção, dispensa de retenção ou redução de taxa. - Entrega da Declaração Modelo 33 pelas entidades registadoras ou depo-sitárias de valores mobiliários. - Entrega da Declaração Modelo 34 pelas entidades emitentes de valores mobiliários sujeitos a registo ou depó-sito em Portugal. - Entrega da Declaração Modelo 38 por instituições de crédito e socie-dades financeiras relativamente às transferências transfronteiras que te-nham como destinatário entidades lo-calizadas em país, território ou região com regime de tributação privilegiada mais favorável.

- Liquidação e pagamento do Impos-to Único de Circulação, relativo aos veículos cujo aniversário da matricula ocorra no presente mês

AUTORIDADE

TRIBUTÁRIAAvaliação de dirigentes e

trabalhadores

Foi publicada a Portaria nº 198-A/2012, de 26 de Junho, que procede à adaptação à Autoridade Tributária e Aduaneira dos Subsistemas de Ava-liação do Desempenho dos dirigentes e dos trabalhadores da Administra-ção Pública (SIADAP 2 e 3), previs-tos na Lei n.º 66-B/2007, de 28 de dezembro, tendo em consideração a diversidade de carreiras e de funções e a dispersão geográfica das suas uni-dades orgânicas. Ficam abrangidos por este sistema de avaliação os di-rigentes de nível intermédio, as che-fias tributárias e aduaneiras e demais trabalhadores da AT. Refira-se que o sistema de avaliação constante da referida portaria entra em vigor no dia 27 de junho, sendo já aplicável à avaliação de desempenho do ano de 2012.

AGENDA FISCAL

PRÁTICA FISCAL

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1. Só é dedutível o imposto suportado a montante incidente sobre bens e serviços adquiridos pelo sujeito passivo para a realização de operações tributáveis não isentas [alínea a) do n.º 1 do artigo 20.º do CIVA].

2. As actividades da «clínica dentária» estão isentas de imposto ao abrigo do artigo 9.º, n.º 2, do CIVA.3. Sendo assim, o imposto suportado na compra de bens e serviços para a realização das atividades nela desenvolvidas não é dedutível; logo, neste caso, não haverá lugar a crédito de imposto, e, consequentemente, não haverá direito a reembolso do imposto suportado nas referidas aquisições (nºs1, 4 e 5 do artigo 22.º do CIVA).4. Contudo, «Os estabelecimentos hospitalares, clínicas, dispensários e similares, não pertencentes a pessoas coletivas de direito

público ou a instituições privadas integradas no sistema nacional de saúde, que efetuem prestações de serviços médicos e sanitários e operações com elas estreitamente conexas – alínea b) do n.º 1 do artigo 12.º do CIVA», podem renunciar à isenção, optando pela aplicação do impostoàs suas operações.5. O direito de opção pela renúncia é exercido mediante a entrega, em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, da declaração de início ou de alterações, consoante os casos, produzindo efeitos a partir da data da sua apresentação.6. Tendo exercido o direito

de opção, o sujeito passivo é obrigado a permanecer no regime por que optou durante um período de, pelo menos, cinco anos, devendo. Findo tal prazo, no caso de o desejar, pode voltar ao regime de isenção.7. Entrando, com a renúncia, no regime normal de tributação, o direito à dedução do imposto, passa a obedecer às regras constantes dos artigos 19.º e seguintes.8. O pedido de reembolso do IVA a que haja lugar, de acordo com o disposto no artigo 22.º do CIVA, deve obedecer às instruções transmitidas pelo «Despacho Normativo n.º 18-A/10, de 01.07, Série II, n.º126, 1.ºSUP».

IVA

FISCALIDADEO prazo de entrega da Informação Empresarial Simplificada (IES) foi adiada para 31 de julho. O Ministério das Finanças divulgou que já foram submetidas quase 381 mil declarações da IES, relativas ao ano passado, e que o ritmo de submissões já ultrapassou as 60 mil. O ficheiro no portal das Finanças foi disponibilizado a 24 de abril, mas a aplicação para a submissão da declaração apenas ficou ativa a 8 de junho. Inicialmente, a data de entrega da IES era a 15 de julho.

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE [email protected]

32 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

Pedro Passos Coelho admite que o financiamento externo para a economia terá valores entre 1% e 1,5%, no presente ano.

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nos 334,8 milhões de euros do que em igual período de 2011.

Trata-se de uma queda três vezes superior à prevista no OE2012. Recorde-se que, na ver-são retificada da lei do orçamen-to para este ano, a estimativa de receita anual do IRC é de 4859 milhões de euros, menos 5,4%

que o efetivamente cobrado em 2011, correspondente a uma perda de receita fiscal de 279 mi-lhões de euros. Acontece que, só nos primeiros cincos meses do ano, a perda ascende já a 334,8 milhões. São 55 milhões de euros a mais do que o total perdido em 12 meses de 2011.

Empresas esgotam capacidade contributiva

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 33

Conferência internacional debate fraude e corrupçãoO Observatório de Economia e Gestão de Fraude (Obgef ) vai realizar uma conferência inter-nacional sobre a perceção interdisciplinar da fraude e corrupção. Os trabalhos decorrem naFaculdade de Economia da Universidade do Porto, entre os dias 13 e 15 de setembro. A con-ferência visa o estudo interdisciplinar da fraude, da economia paralela e do branqueamentode capitais. Visa também o combate e a prevenção integrados destes fenómenos, de crescenteimportância quantitativa e qualitativa na sociedade.

Derrama municipal incide sobre lucro de grupo de sociedades A derrama municipal devida por uma sociedade sujeita ao RETGS incide sobre o lucro tributável do grupo e não sobre o lucro tributável de cada uma das sociedades que o integram. Este é o pare-cer de dois acórdãos emitidos pelo Supremo Tribunal Administrativo. A lei do OE alterou a regra de apuramento da derrama municipal, a qual passou a ter por base o lucro tributável individual das sociedades sujeitas ao RETGS, alteração esta que é aplicável a partir de janeiro de 2012.

FISCALIDADE

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Solicito o envio de exemplar(es) do livro abaixo assinalado:

Código da IVA 2012 e Legislação Complementar , com o PVP unitário de 4,90 €.

Lei Geral Tributária 2012 e Legislação complementar , com o PVP unitário de 4,90 €.

Código do Procedimento e de Processo Tributário e Legislação complementar, com o PVP unitário de 4,90 €.

Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de € ,

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Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas e Legislação complementar

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EDIÇÕES DE BOLSO

Lei Geral Tributária 2012 e

Legislação complementar

Autor: Vida Económica Páginas:

Código do Procedimento e de Processo Tributário e Legislação complementar

Autor: Vida Económica Páginas:

Por apenas 4.90 A

cada

VIRGÍLIO [email protected]

O número de empresas que paga IRC voltou a cair em 2010. Nesse ano, apenas 114 865 em-presas apresentam imposto liqui-dado, menos 4755 empresas do que em 2009 e menos 17 426 do que em 2008.

Segundo dados da Autorida-de Tributária e Aduaneira, do total das 393 891 declarações entregues em 2010 (388 958 em 2008 e 390 498 em 2009), ape-nas 29% apresentam imposto no exercício, com IRC liquidado, contra 31% em 2009 e 34% em 2008.

Contudo, o número de empre-sas com pagamento especial por conta (PEC) está a aumentar. Em 2010, este regime conta já com 58 148 contribuintes pagantes, mais 2,7% do que em 2008.

Embora se esteja a assistir a um aumento de declarações fiscais entregues ao Estado, sinal de que as empresas estão a cumprir com a sua obrigação legal, o certo é que o total de empresas sem im-posto a liquidar no exercício cai consecutivamente, ano após ano. Em 2010, existiam 124 911 em-presas nesta situação, mais 5,6%, do que em 2008.

Por outro lado, aumenta tam-bém o número de empresas sem pagamento de IRC. Em 2010, existiam 95 967 empresas nesta situação, são mais 14 066 empre-sas do que há dois anos atrás.

Saliente-se, por fim, que, das empresas que liquidam IRC, 40% são micro e pequenas em-presas, com um volume de negó-cios inferior a 150 mil euros. As empresas com um volume de ne-gócios inferior a meio milhão de euros, representam 68% do total das empresas.

Lisboa é o distrito com maior número de empresas com ativi-dade declarada (112 461), com quase o dobro do Porto (68 252). Braga surge em terceiro (28 608) e Aveiro em quarto (24 740).

Estado perde receita de IRC mais do que o previsto

De Janeiro a Maio de 2012, a receita de IRC caiu 15,5% face ao período homólogo do ano passado.

Segundo o boletim mensal de execução do OE2012, nos cinco primeiros meses deste ano, a re-ceita acumulada do IRC atingiu os 1819,2 milhões de euros, me-

A quebra de receita do IRC é um problema orçamental que Vítor Gaspar, ministro das Finanças, terá de resolver.

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A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) publicou recentemente no Portal das Finanças dois entendimentos sobre a dedutibilidade fiscal e as tributações autónomas dos encargos com viaturas ligeiras de passageiros utilizadas em contratos de renting e rent-a-car.O objetivo deste artigo será explicar o âmbito de aplicação destes dois entendimentos, que aparentemente pretendem aumentar a tributação de IRC, por via do alargamento da base de tributação, mas que poderá não ter sido perfeitamente conseguido.

Renting

Para viaturas utilizadas por uma empresa em regime de locação operacional (por exemplo, contratos de renting), com pagamentos de aluguer mensal por essa utilização, o gasto contabilizado, a ser considerado para efeitos fiscais, deverá ser determinado de acordo com o limite fiscal previsto para as depreciações que seriam dedutíveis no caso de a viatura ter sido adquirida (em vez de utilizada numa locação).

A AT já anteriormente havia esclarecido que, no caso de contratos de aluguer superiores a 3 meses ou inferiores a 3 meses renováveis, o montante a ter em conta para a determinação da referida limitação fiscal deverá ser apenas a amortização financeira incluída na renda do renting.Os restantes encargos associados com o renting, como os juros implícitos na renda, manutenções, seguros, impostos, etc., serão aceites integralmente como gastos fiscais, ficando apenas sujeitos ao cumprimento do critério de indispensabilidade para a obtenção de rendimentos sujeitos a imposto ou manutenção da atividade produtora.Este entendimento fiscal, existente desde 1991, não foi alterado,

mantendo-se atualmente em vigor.O que o novo entendimento da AT veio clarificar foi o conceito de “custo de aquisição” para efeitos de determinação da taxa de tributação autónoma (de 10% ou 20%), e para determinação do limite fiscal das depreciações anuais para comparação com o montante da amortização financeira.Essa definição de “custo de aquisição” deverá ser entendida como “o preço que o locador considerou para o cálculo da renda (do aluguer) mensal”, devendo-se adicionar o respetivo montante de IVA suportado não dedutível nos termos do código desse imposto.Esta definição poderá indicar uma certa subjetividade, pois será possível que as locadoras passem a efetuar contratos com valores residuais mais altos, não com objetivos comerciais e de adequação à capacidade financeira dos locatários, mas para assegurar gestão fiscal aos mesmos.A locadora poderá determinar um montante de valor residual para que o custo de aquisição da viatura (valor de cálculo da renda mensal) fique abaixo dos limites fiscais previstos para a depreciação anual dedutível em IRC.Ainda que tal procedimento possa determinar a não dedutibilidade em IRC de parte da amortização financeira incluída na renda, poderá permitir também a aplicação da taxa de tributação autónoma de 10% (em vez da taxa de 20%).

Rent-a-car

Por despacho de 90.12 31, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais tinha sancionado o entendimento de que o procedimento explicado acima para os renting apenas seria aplicável às situações de aluguer de longa duração, considerando-se como tal o aluguer que se reporta a contratos até 3 meses renováveis e a contratos superiores a 3 meses.Segundo este entendimento, os gastos suportados com o aluguer das viaturas ligeiras de passageiros de muita curta duração, por exemplo em contratos de rent-a-car, não teriam qualquer limitação fiscal, podendo ser deduzidos integralmente na determinação do lucro tributável.Antes da emissão destas informações vinculativas, existiam dúvidas se os encargos suportados com viaturas ligeiras de passageiros alugadas através de contratos inferiores a 3 meses (renováveis ou não), por exemplo, no caso dos rent-a-car, estariam, ou não, sujeitos às taxas de tributação previstas para as viaturas ligeiras de passageiros, e qual a taxa a aplicar.

Alguns especialistas entendiam que, face à não existência da limitação fiscal prevista para esse tipo de encargos, e da impossibilidade da aplicação das taxas por não existir um custo de aquisição para as viaturas utilizadas, os encargos com rent-a-car poderiam não estar sujeitos a tributação autónoma, ainda que fossem encargos com viaturas ligeiras de passageiros.

No entanto, a AT veio esclarecer que, face à redação das normas fiscais de aplicação das taxas de tributação autónoma, que abrange todos os encargos relacionados com viaturas ligeiras de passageiros, também os encargos com utilizações de viaturas em rent-a-car deverão ficar sujeitos a tributação autónoma.Como não existe um custo de aquisição para esse tipo de contratos (rent-a-car) e não estará prevista uma taxa de tributação específica para este tipo de encargos, a AT estabelece o entendimento de que tais encargos com viaturas utilizadas em rent-a-car ficarão sujeitas à taxa de tributação autónoma de 10%.Com o alargamento da base tributável e aumento de taxas de tributação autónoma relacionado com os encargos com viaturas ligeiras de passageiros, promovida com o Orçamento de Estado para 2011 e com estes entendimentos da AT, as empresas deverão equacionar os respetivos investimentos neste tipo de viaturas face a este agravamento fiscal.Como alternativa, as empresas poderão alterar a política de aquisições ou locações desse tipo de viaturas, passando a incentivar os trabalhadores a utilizar as próprias viaturas, efetuando o pagamento por compensação por quilómetro de deslocação ao serviço da entidade patronal (os designados pagamento de quilómetros). Apesar destes encargos com pagamento de quilómetros também estar sujeito a tributações autónomas, a base de incidência e a taxa serão bastante inferiores ao previsto com os encargos com viaturas.

Renting e rent-a-car

JORGE CARRAPIÇOCONSULTOR DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

No caso de contratos de aluguer superiores a 3 meses ou inferiores a 3 meses renováveis, o montante a ter em conta para a determinação da referida limitação fiscal deverá ser apenas a amortização financeira incluída na renda do renting.

Face à redação das normas fiscais de aplicação das taxas de tributação autónoma, também os encargos com utilizações de viaturas em rent-a-car deverão ficar sujeitos a tributação autónoma.

Bruxelas propõe taxa reduzida de IVAsobre fator trabalhoA Comissão apresentou ao Conselho e ao Parlamento Europeu uma propos-ta de aplicação, a título experimental, de uma taxa reduzida a determinados serviços com grande intensidade do fator trabalho. A aplicação a um bem ou a um serviço de uma taxa reduzida de IVA, em vez da taxa normal, pode ter efeitos diferentes, em função do nível das duas taxas daquele imposto.

Governo aprova nova orgânicada Autoridade TributáriaO Ministério das Finanças fez saber que foi aprovada a orgânica da Autoridade Tributária e Aduaneira. O Decreto-Lei nº 142/2012, de 11 de julho, define as receitas de que esta entidade dispõe para o seu funcionamento. As alterações introduzidas flexibilizam a apli-cação das referidas receitas.

FISCALIDADE

CONSULTÓRIO TÉCNICO

Indemnizaçõesque tenham subjacente transmissão de bensou serviços são tributáveis em sedede IVA

Se as indemnizações sancionam a lesão de qualquer interesse, sem caráter remuneratório porque não remuneram qualquer operação, antes se destinam a reparar um dano, não são tributáveis em IVA, na medida em que não têm subjacente uma transmissão de bens ou prestação de serviços.

Num contrato de exploração de estabelecimento comercial e rescisão amigável de vínculo de exploração, a dúvida que se coloca é se este último está sujeito a liquidação de IVA (prestação de serviços)? No caso de rescisão amigável houve lugar ao pagamento a título de cláusula penal pelo não cumprimento de contrato de uma verba de 4 mil euros. Está este valor sujeita a imposto?

De acordo com o disposto na alínea a) do n.º 6 do artigo 16.º do Código do IVA, são excluídas do valor tributável as quantias recebidas a título de indemnização declarada judicialmente, por incumprimento total ou parcial de obrigações.Conforme consta dos números 9 e 10 da informação vinculativa resultante do Despacho de 2007.11.12, exarado no Processo xxxx xxxxxx, cuja leitura se recomenda, são tributáveis em IVA as indemnizações que tenham subjacente uma transmissão de bens ou prestação de serviços, enquanto que, se as indemnizações sancionam a lesão de qualquer interesse, sem caráter remuneratório porque não remuneram qualquer operação, antes se destinam a reparar um dano, não são tributáveis em IVA, na medida em que não tem subjacente uma transmissão de bens ou prestação de serviços.Ainda de acordo com o esclarecido nos números 11 e 12 da mesma informação vinculativa, o débito do fornecedor ao cliente relativamente a indemnizações é passível de tributação, por força dos números 1 e 5 do artigo 16.° do CIVA, desde que não se encontrem abrangidas pelo n.º 6 do mesmo artigo, enquanto as penalidades contratuais por incumprimentos diversos, a debitar pelo cliente ao fornecedor, que sancionam o incumprimento de uma obrigação contratual ou, em geral, a lesão de qualquer interesse, não são tributáveis em IVA.Do exposto resulta que, no caso em apreciação, não tendo a indemnização sido declarada judicialmente, a mesma é sujeita a imposto, já que, tratando-se de uma indemnização devida pela cliente, tem subjacente uma prestação de serviços por parte do cedente da exploração.Assim, o segundo outorgante, xxxxxxx e esposa, deverá liquidar IVA à taxa normal, pela importância de 4 mil euros recebida da cessionária. Este montante de IVA será liquidado à taxa normal sobre o valor de 4 mil euros.

COLABORAÇÃO REDIGIDA PELAORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

SEGUNDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

34 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

Page 35: “É preciso um Simplex para a ... - Vida Económicave_ed1454... · estão a fazer. Assim, terão de exercer ... aproveite o balanço e faça um mini- ... subsídios para a falta

MERCADOS-11,53% Var. 2012

Dow Jones 18/Jul .......12916,95

Var Sem ................................2,46% Var 2012 ................................5,70%

Nasdaq 18/Jul ...............2948,31

Var Sem ................................2,08% Var 2012 .............................. 13,17%

IBEX 35 18/Jul ...............6591,20

Var Sem ...............................-3,16% Var 2012 .............................-23,06%

DAX 18/Jul ....................6684,42

Var Sem ................................3,57% Var 2012 ..............................13,33%

CAC40 18/Jul ..................3235,4

Var Sem ................................2,48% Var 2012 ................................2,39%

PSI-20 (18.07) 4860,81

1,32% Var. Semana

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

4760

4780

4800

4820

4840

4860

4880

12 Jul 13 Jul 16 Jul 17 Jul 18 Jul

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 35

Em Portugal, “há uma grande disputa pelo negócio na área seguradora”, mas “o momento que atravessamos no setor não é propriamente positivo”, afirmou o presidente do Instituto de Seguros de Portugal. Para Fernando Nogueira, além de “um maior diálogo” com as entidades supervisionadas por parte do ISP, no momento atual “é muito importante” que as seguradoras façam “uma gestão integrada do risco” e que “disponham de recursos humanos e tecnológicos adequados”.

TERESA [email protected]

“O setor segurador não este-ve envolvido na crise financeira, mas sofreu com ela”, começou por realçar Fernando Noguei-ra, durante uma conferência na Universidade Católica, no Porto. Apesar de as margens de solvên-cia das empresas seguradoras te-rem tido “um nível muito signi-ficativo de resiliência” em 2011 – “os níveis mais baixos nunca desceram abaixo dos 160%” e o reforço de capitais próprios ascendeu a mil milhões de eu-ros nos últimos cinco anos –, o volume da atividade seguradora baixou de forma significativa no ano que passou.

O total dos prémios de seguro em 2011 ascendeu aos 11,6 mil milhões de euros (7,6 mil milhões do ramo vida e quatro mil mi-lhões do ramo não vida), mas só no ramo vida a quebra foi “muito significativa” face a 2010, baixan-do 38%, assumiu Fernando No-gueira. Aliás, o peso da carteira vida situava-se nos 40 mil milhões de euros no final de 2011, mas há

quatro/cinco anos atrás o seu vo-lume ascendia aos 54 mil milhões, revelou o presidente do Instituto de Seguros de Portugal (ISP). Saudando os progressos havidos em matéria de regulação e de su-pervisão financeira das empresas de seguros, Fernando Noguei-ra repetiu por duas ou três vezes uma frase: “na área seguradora, o que precisamos nesta altura é, so-bretudo, de estabilidade”.

Recorde-se que, a nível co-munitário, a atenção aos temas relacionados com a conduta de mercado ganhou nova dimensão em 2011, com a aprovação da nova arquitetura da supervisão financeira, tendo a Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA) sido dotada de atribui-ções e poderes específicos nesta área. E a respetiva atividade foi

potenciada pela instituição de um comité especialmente dedi-cado à proteção do consumidor e inovação financeira.

Salientando que o setor segu-rador “tem riscos específicos”, o presidente do ISP também afir-mou que “precisamos de fazer uma gestão integrada do risco”, insistindo na necessidade de “melhorias na supervisão” e no “diálogo com as entidades su-

pervisionadas”, nomeadamente quanto ao reporte de informa-ção, que “é extremamente im-portante”.

Atividade de supervisão reforçada em 2011

Em 2011, o ISP levou a cabo 1154 ações de supervisão, visan-do matérias relacionadas com a conduta de mercado, o que se traduz num crescimento da or-dem dos 4,2% face a 2010, não só pela intensificação das ações de supervisão, como pela divul-gação de novas orientações aosoperadores, lê-se no Relatóriode Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado do ISP. As ações de supervisão presenciais(“on-site”) sobre as condições de exercício da atividade de media-ção de seguros e de ressegurosrepresentaram cerca de 60% do total de inspeções efetuadas pelo ISP em 2011 (44% em 2010). Um acréscimo que, na ótica do Instituto, “demonstra a atenção do ISP a este universo, não ape-nas pela sua dimensão, mas, tam-bém, pelo importante papel que os mediadores desempenhamenquanto canal de distribuição”.

Quanto à verificação do cum-primento dos prazos de regula-rização de sinistros automóveis,o ISP avaliou um total de 491 415 processos reportados pelos operadores. O nível de cumpri-mento foi de 99,77% no caso de sinistros com danos exclusiva-mente materiais, situando-se nos 99,88% nos sinistros com danos exclusivamente corporais. Ao longo do ano 2011, o ISP pro-cedeu ainda ao cancelamento de 2398 registos de mediadores de seguros e instaurou 150 proces-sos de contra-ordenação. Tam-bém analisou um total de 10 401 reclamações, mais de 16% face a 2010.

FERNANDO NOGUEIRA, PRESIDENTE DO INSTITUTO DE SEGUROS DE PORTUGAL, ADVERTE

“O momento que atravessamosno setor segurador não é positivo”

“Na área seguradora o que precisamos nesta altura é, sobretudo, de estabilidade” em matéria de regulação e super-visão, afirmou Fernando Nogueira.

O total dos prémios de seguro em 2011 ascendeu aos 11,6 mil milhões de euros, mas só no ramo vida a quebra foi “muito significativa”

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Morreu esta semana Barton Biggs – um conhecido e celebrizado analista financeiro de Wall Street. Tinha 79 anos, mas permanecia profissionalmente activo e era presença habitual na imprensa e na televisão norte-americana. Barton Biggs marcou uma geração. Tendo entrado para a Morgan Stanley em 1973 por lá permaneceu até 2003, chefiando a equipa de investimentos. Vencedor de vários prémios, consagrado entre os seus colegas de profissão, era seguido atentamente em todo o mundo e tornou-se num dos primeiros – e poucos – analistas bolsistas capazes de influenciar diariamente os mercados com as suas recomendações. E essas recomendações não eram simples manuscritos técnicos; em geral, eram também textos de enorme qualidade literária, que revelavam a formação de base do seu autor – em literatura inglesa. De resto, nos últimos anos, acabaria também por dedicar-se à escrita comercial, tendo publicado vários livros entre 2006 e 2010. E foi através de um desses livros que tive o prazer de o conhecer pessoalmente.

Desde há muitos anos que também eu seguia Barton Biggs. Através do

“research” da Morgan Stanley, na CNBC ou na Bloomberg, concordando ou discordando, lia-o e ouvia-o atentamente. E assim, quando Biggs começou a publicar livros, naturalmente, também eu os comprei. A sua primeira obra, um livro chamado “Hedge Hogging” (edição Wiley, 2006) que retrata a vida real de vários especuladores de bolsa e gestores de “hedge funds” – foi assim que o próprio autor começou e terminou a sua vida profissional, antes e depois da Morgan Stanley – marcou-me especialmente. Nesse livro, são descritas várias filosofias de gestão em bolsa, que são também acompanhadas dos perfis psicológicos de cada gestor aos quais foram atribuídos nomes fictícios. Depois de o ler, e tendo encontrado entre esses múltiplos perfis a minha “alma gémea”, escrevi uma carta, imprimi-a e mandei-lha por correio. Dias depois, recebia uma mensagem electrónica com uma resposta pessoal de Biggs – agradecendo a carta, fazendo-me ele próprio algumas perguntas, e desvendando o nome real do gestor fictício que tanto me entusiasmara. Semanas mais tarde, nova mensagem, desta feita convidando-me

para um evento reservado, promovido pela Morgan Stanley em Madrid, onde participaria. Compareci com gosto e trocámos pontos de vista sem que alguma vez ele me tivesse menorizado intelectualmente ou exercido qualquer tipo de condescendência profissional sobre mim, como seria até natural pela diferença de idades e pelo seu estatuto de estrela.

Desde então, nunca mais deixei de escrever a quem gosto de ler; encorajando, criticando, sugerindo – construtivamente. Os estrangeiros, nomeadamente os anglo-saxónicos, respondem sempre; os portugueses nem sempre, embora hoje sejam mais solícitos que há cinco anos. Há-de ser uma questão cultural, além de que neste país, tradicionalmente dado à maledicência, é provável que, na presença de “feedback” construtivo, a maioria dos interlocutores fique sem saber o que responder. Daí a reduzida apetência por dar e receber “feedback”, sendo que eu próprio, em oito anos que já levo na imprensa escrita (aqui e noutros meios), recordo-me de apenas três ocasiões em que recebi correspondência postal ou

electrónica dos leitores. Enfim, sigo persistindo! Mas o ponto principal não é esse. O ponto principal é a grandeza que os grandes homens revelam na simplicidade que cultivam, resistindo aos efeitos perversos que as luzes da ribalta, seduzindo, acabam por trazer. Foi isso que vislumbrei em Biggs que, não sendo um homem efusivo – longe disso –, era um indivíduo disponível para a discussão de factos e argumentos, desde que (muito importante) esta se mantivesse objectiva e centrada no tema em análise. E, efectivamente, naquele tal evento de Madrid, lembro-me de um convidado em particular que se alongou em teorias exóticas sem factos que as suportassem e que Biggs logo despachou com um muito simples, muito directo, mas também muito desagradável, “that’s baseless” (isso não tem a mínima fundamentação). Ora, é desta simplicidade na forma e na substância – “keep it simple and stupid” – que todos beneficiaríamos se em Portugal fosse mais simples objectivar o debate que, mais do que grandiloquente, tem é de ser evidente.POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

A simplicidade como virtude

EspeculaçãoRICARDO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA e docente no Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (IESF)

MERCADOS

36 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

0,10% Var. Semana -0,031% Var. Semana 4,75% Var. Semana

-5,35% Var. 2012 -0,476 Var. 2012 -2,23% Var. 2012

Euro/Libra 18/Jul ......0,7841

Var Sem ......................... 0,63% Var 2012 ......................... 6,59%

Euro/Iene 18/Jul .....96,6775

Var Sem ......................... 0,96% Var 2012 ......................... 3,22%

Euribor 3M 18/Jul .....0,4640

Var Abs Sem ................... -0,033 Var 2012 .......................... -0,537

Euribor 1Y 18/Jul ......1,0300

Var Abs Sem ................... -0,036 Var 2012 .......................... -0,474

Ouro 18/Jul .........1576,68

Var Sem .................... -0,19% Var 2012 .....................0,02%

Prata 18/Jul ............. 27,15

Var Sem ....................-0,31% Var 2012 ....................-3,69%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (18.07) 1,2268 EURIBOR 6M (18.07) 0,7480 PETRÓLEO BRENT (18.07) 104,99

1.216

1.218

1.22

1.222

1.224

1.226

1.228

12 Jul 13 Jul 16 Jul 17 Jul 18 Jul0.73

0.735

0.74

0.745

0.75

0.755

0.76

0.765

0.77

0.775

0.78

0.785

12 Jul 13 Jul 16 Jul 17 Jul 18 Jul99

100

101

102

103

104

105

106

12 Jul 13 Jul 16 Jul 17 Jul 18 Jul

Novagalicia Banco pede desculpa pelas más práticas da gestão anterior

A Novagalicia Banco publicou, na se-mana passada, uma carta (em formato de publicidade) na imprensa espanhola a pedir desculpa aos clientes “pelo que foi feito de errado na etapa anterior”. O ob-jetivo principal do anúncio do banco que resultou da fusão da Caixa Galicia e da Caixanova, em dezembro de 2010, é pe-dir perdão pelo facto de, durante a gestão anterior, a instituição ter comercializado ações preferenciais junto dos seus clien-tes, que agora se arriscam a perderem o valor investido e a não receberem divi-dendos por estas aplicações. Vários destes investidores são, segundo noticiou o “El País”, analfabetos, deficientes e menores de idade.

“Pedimos perdão pelo erro de termos comercializado ações preferenciais junto dos nossos clientes particulares sem co-nhecimentos financeiros suficientes”, pode ler-se na missiva, assinada pelo presidente, José María Castellano, e pelo conselheiro delegado, César González-Bueno do ban-co. Os banqueiros assumiram a gestão da instituição depois da sua nacionalização em setembro do ano passado, já depois de

terem sido cometidos os erros que agora motivaram o pedido de desculpas público. “Estamos a dedicar todo o nosso empenho em resolver as situações injustas criadas pe-las ações preferenciais. Colaboramos com a justiça para solucionar os prejuízos resul-tantes da situação anterior”, penitenciam--se os executivos.

Castellano e González-Bueno perdem também desculpa pelas “indemnizações abusivas que alguns dos anteriores respon-sáveis pelas antigas caixas receberam” e por “alguns investimentos pouco prudentes re-alizados no passado”. O “El País” destaca operações ruinosas como a compra de uma ilha ou com a imobiliária Astroc.

Os anteriores responsáveis da institui-ção que resultou da fusão das caixas da Corunha, liderada por José Luis Méndez, e de Vigo, presidida por Julio Fernández Gayoso, estiveram décadas à frente des-tas entidades. Fizeram, de acordo com o diário espanhol, investimentos ruinosos no negócio imobiliário, que deixaram o banco com 12 mil imóveis em cartei-ra e investiram em escritórios em vários pontos do mundo. Por causa das perdas

geradas por esta gestão, o banco já neces-sitou de 3627 milhões de euros de fundos públicos e precisa de mais seis a sete mil milhões a financiar pelo resgate europeu à banca espanhola.

“Estas desculpas não são apenas palavras para melhorar o estado de ânimo de mui-tas famílias. São uma responsabilidade. Garantimos que não voltará a acontecer nada de semelhante”, afirma o anúncio, que apela ainda à renovação da confiança dos clientes na instituição. “Estamos em pleno processo de capitalização, as ajudas públicas, as recebidas e as que estão a ser tratadas dão-nos uma garantia de futuro e solvabilidade. Não há dúvidas de que o Novagalicia Banco oferece hoje a poupan-ça mais segura”, afirma a carta assinada por Castellano e González-Bueno.

Na opinião dos executivos, esta “é uma oportunidade única para alterar a forma de funcionar de um banco” e “para a Ga-liza ter o seu próprio banco”, até porque a alternativa à reestruturação é a liquidação do banco em hasta pública, como já acon-teceu com a Catalunya Caixa. “Ninguém disse que vai ser fácil”, avisam.

BPI em primeiro

lugar no índice

nacional

de satisfação

do clienteO BPI alcançou a primeira posição na

satisfação dos clientes, de entre os bancos estudados individualmente, de acordo com o ECSI Portugal 2011 – Índice Na-cional de Satisfação do Cliente. Promovi-do anualmente pelo Instituto Português da Qualidade, a Associação Portuguesa para a Qualidade e o ISEGI-UNL, este índiceé baseado numa metodologia europeia co-mum e permite avaliar a qualidade dos bens e serviços disponíveis no mercado na-cional em vários setores de atividade, com base em oito dimensões: imagem, expecta-tivas, qualidade apercebida, valor aperce-bido (relação preço/qualidade), satisfação, reclamações, confiança e lealdade.

Em 2011, o setor da banca abrangeu, além do BPI, o BES, a Caixa Geral de Depósitos, o Millennium bcp e Santander Totta. Incluiu ainda o grupo “Outros Ban-cos”, que agrega todos os outros bancos não estudados individualmente. Já na 13ª edição, este estudo é realizado com recur-so a 250 entrevistas telefónicas a clientes de cada banco/marca estudada, com base numa amostra selecionada de modo alea-tório e extraída da população portuguesa.

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O leasing teve um desempenho diferen-te em Portugal e no resto da Europa em 2011. De acordo com os dados da Leaseu-rope, a Federação Europeia das Associa-ções de empresas de Leasing e de Renting, divulgados em Portugal pela Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Ren-ting (ALF), aquela modalidade de finan-ciamento registou, no ano passado, uma descida acentuada de 38% em Portugal, conta uma subida média 7% a nível eu-ropeu. “Esta quebra do volume do leasing [em Portugal] revela não apenas as maiores dificuldades das financeiras em concede-rem este tipo de crédito como, também, o travão que a crise continua a colocar à atividade económica das empresas e que se perspetiva que continuará a colocar ao longo do ano”, referiu José Beja Amaro, presidente da ALF.

Os referidos 7% de crescimento da nova produção financiada através de leasing na Europa cresceu para os 248 mil milhões de euros. “Este aumento face ao ano anterior demonstra que a indústria europeia de le-asing mantém-se em recuperação, uma vez que a maioria dos países representados pela

Leaseurope registou aumentos, em 2011”, refere a ALF.

Já em Portugal, o leasing caiu, então, 38,04% na sua globalidade, para os 3,010 mil milhões de euros e o número de novos contratos desceu 29,67%, para os 74 982. O leasing português, que já chegou a repre-sentar cerca de 35% de todo o investimento nacional em equipamentos e material de transporte e cerca de 15% do investimento na construção, tem assistido ao seu nível de apoio a cair nos últimos anos.

Sul da Europa desce

Existem, no entanto, contrastes entre os vários países europeus representados, bem como entre os tipos de bens. Os mercados do Sul da Europa, onde se inclui Portugal, registaram quedas relevantes de volume. A maior foi registada na Grécia, com uma queda da nova produção de leasing superior a 60%. O leasing de equipamentos e de veí-culos foi a força motora para o desempenho positivo do mercado do leasing europeu, tendo crescido 11% para os 224 mil mi-lhões de euros.

MERCADOS

Agosto sempre foi o mês favorito dos portugueses para ir de férias. E em tempos idos, muitos iam com recurso a crédito. Agora a questão que se coloca é se podem e se, mesmo podendo, o devem fazer.

O mundo mudou nos últimos quatro anos e mudou ainda mais nos últimos dois. O crédito é raro e caro e nem todos podem continuar a recorrer a ele para férias nos trópicos ou para outros destinos exóticos, o que para muitos representa, como representava no passado, manterem um estilo de vida acima das suas possibilidades. Ir de férias tornou-se num embate com a realidade em que de repente acordamos para uma verdade há muito esquecida, onde tudo nos era possível e tudo se

conseguia, ainda que vivendo numa ilusão, numa realidade inexistente, quase que num mundo paralelo onde não existiam dificuldades e podíamos viver sonhos nunca pensados pelas gerações que nos antecederam.

Portugal mudou nos últimos 40 anos, somos mais prósperos, vivemos melhor e durante mais tempo que qualquer geração anterior. Viajamos mais que qualquer outra, mas, ainda assim, não somos ricos como pensámos durante muito tempo e logo, não podemos continuar a viver acima daquilo que produzimos. Vamos ter de ajustar o nosso modelo de vida à realidade da economia e isso nunca é fácil. Há sempre uma causa e haverá sempre

consequências.Não será fácil para as famílias a adaptação

a este novo modo de vida, como não será fácil explicar aos mais novos que aquilo que antes fazíamos não se repetirá nos próximos tempos, mas ainda assim será essencial. E, se bem explicado, será compreendido. Um dos erros do nosso passado recente foi o facto de a geração anterior, não tendo tido acesso àquilo que hoje nós temos, ter caído na tentação de nos dar o que não teve, mas infelizmente fê-lo com o recurso a crédito e cabe-nos agora a nós paga-lo.

Significa isso que não podemos fazer férias? Claro que não. Apenas deixamos de poder gastar o que gastávamos antes, ou de ir para onde gostávamos de ir, para

passarmos a gastar menos e ir para onde realmente podemos ir. É esta a diferença essencial. Não regredimos, não andámos para trás, mas sim reencontrámos a realidade da qual nos tínhamos distanciado indevidamente.

Teremos de ir para fora cá dentro e sobretudo ir de férias com menos dinheiro, mas nosso, sem recurso ao endividamento que mais tarde ou mais cedo teremos de pagar. E quando esse momento chegar, teremos então aí de ajustar a nossa vida. Como diz o poema, “o sonho comanda a vida, que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança” mas se podemos sempre sonhar, nem sempre podemos fazer como no sonho.

Crédito e férias

BRUNO CARNEIROCEO Servdebt

SEXTA-FEIRA, 20 DE JUNHO 2012 37

CMVM aprova parecer sobre Diretiva dos ProspetosA Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) aprovou um parecer genérico so-bre a aplicação da Diretiva dos Prospetos no Direito Interno Português a partir de 1 de julho de 2012, data prevista para o termo do prazo de transposição da referida diretiva. Trata-se do prospeto a publicar em caso de oferta pública de valores mobiliários ou da sua admissão à ne-gociação. Introduz ainda alterações à harmonização dos requisitos de transparência, no âmbi-to das informações respeitantes aos emitentes.

Dívida dos bancos espanhóis atinge novo recordeA dívida dos bancos espanhóis ao Banco Central Europeu atingiu um novo máximo his-tórico em junho, para mais de 337 mil milhões de euros, sobretudo devido às injeções de liquidez do BCE. A situação dos bancos do país vizinho, muito expostos ao setor imo-biliário, em sérias dificuldades, levanta receios junto dos investidores. Estes exigem taxas recordes para emprestarem dinheiro à Espanha. A taxa a dez anos continua excessivamen-te elevada.

Requisito de 9%

para os bancos pode

ser permanente

A Autoridade Bancária Europeia (ABE) acredita que o requisito de 9% de capital de primeira qualidade – que os bancos ti-nham de atingir em junho – possa ser uma exigência permanente.

A ABE informou que a maior parte dos 27 bancos analisados atingiu o rácio de ca-pital “core tier 1” de 9% que lhes permitirá absover eventuais perdas em caso de crise. A entidade considera que essa exigência pode ser permanente, tendo em conta que a conservação do capital é a sua prioridade, face à continuada crise da Zona Euro. Ou seja, os bancos terão de manter um certo nível de capital, pelo que devem desenvol-ver planos nesse sentido.

A exigência da ABE será mais alta do que os níveis de capital estabelecidos no acordo de Basileia III, o qual define que os bancos têm de manter reservas de ca-pital próprio equivalentes a 7% dos ativos ajustados de acordo com o risco. Mais de 240 mil milhões de euros foram já injeta-dos nos bancos europeus através de várias medidas em apenas um ano.

A Autoridade Bancária Europeia vai pu-blicar a informação final sobre a recapitali-zação bancária na Europa no próximo mês de setembro.

INDICAM OS DADOS DA LEASEUROPE DE 2011

Leasing cai em Portugal e cresce no resto da Europa

O leasing cresceu 7% na Europa, mas caiu 38% em Portugal, segundo a ALF, presidida por Beja Amaro.

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“Os ciclos da economia vão criando situações diferentes: houve períodos em que eram os portugueses a investir em Angola, agora serão mais os angolanos a investir em Portugal. Isso parece--me natural, dada a história e os laços que unem os dois países”, afirma à “Vida Económica” o presidente da comissão executiva do Finibanco em Angola. A aposta em Angola é “um vetor fundamental para a presença no exterior do Montepio, que certamente se irá alargar a outros mercados”, acrescenta António Pontes.

JOÃO LUÍS DE [email protected]

Vida Económica - Qual é a linha orien-tadora do Finibanco Angola?

António Pontes - A linha orientadora terá de seguir quatro vetores fundamentais.

Um deles é tentar consolidar a imagem de marca, que continua a ser Finibanco, apesar da aquisição do Montepio. Essa consolidação tenta fazer-se com um bom atendimento e serviço ao cliente, que, de momento, nem sempre é fácil de conseguir, dado o grau de qualificação e aprendizagem do pessoal. Daí a nossa aposta forte na formação e desenvol-vimento das capacidades técnicas e profis-sionais do pessoal. Temos de dar o salto para um banco de média dimensão e isso implica abrir novos pontos de venda. Neste momen-to, o plano estratégico prevê triplicar o nú-mero de balcões do banco nos próximos dois anos. Estamos, também, a preparar uma nova imagem, mais jovem e moderna, e que per-mita aproximar mais o banco do seu acionista principal, que é o Montepio. Outro vetor im-portante é a sustentabilidade, o que, para ser alcançada, implica um reforço importante dos capitais. O banco tinha capitais muito peque-nos, que não foram problema numa primeira fase mas agora exige-se claramente um reforço desses capitais, porque só dessa forma conse-guiremos sobreviver neste mercado obedecen-do a todas as regulamentações que entretanto foram implementadas. Aqui, a entrada do Montepio no capital do Banco veio dar uma ajuda fundamental a esse reforço de capitais.

Outro vetor é a rentabilidade, que foi muito boa nos anos passados, vertente que, apesar da maior complexidade atual do mer-cado angolano, iremos tentar defender, já que é aquilo que os acionistas nos pedem. Em concreto, os acionistas querem retorno e, ape-sar das dificuldades que hoje existem, iremos tentar conseguir os níveis de rentabilidade do passado. As regras do mercado mudaram imenso. Nos últimos 12 meses, há uma mu-dança tremenda, quer ao nível da regulamen-tação quer das exigências de capitais próprios,

quer da intervenção do BNA na política monetária, que tem influenciado fortemen-te a descida das taxas de juro. Isto faz com que margens “gordas”, que eram possíveis no passado, se tornem cada vez mais difíceis de obter. Apesar das dificuldades, o vetor da ren-tabilidade terá de ser sempre uma das linhas fundamentais da nossa atuação.

VE - O contributo para o setor bancá-rio em Angola tem sido positivo?

AP - Fomos pioneiros na criação de uma academia de formação de pessoal, já que os quadros locais têm muito espaço para cres-cer e portanto fizemos essa aposta. O próprio BNA reconheceu o mérito por termos dado esse passo. É um esforço que se faz, trazendo temporariamente quadros de Portugal para ensinar os fundamentos do negócio bancário aos nossos funcionários que, em muitas situ-ações, foram contratados com muito pouca formação. Ao nível económico, realizou-se recentemente a assinatura de um acordo com o Ministério da Economia e das Finanças que se chama Angola Invest, onde há fundos pú-blicos de apoio a iniciativas de empreendedo-rismo angolano, de empresas pequenas ou até microempresas. Existem duas linhas de apoio, uma de crédito bonificado e outra com ga-rantia parcial a 70% do crédito e o Finibanco também assinou esse protocolo, contribuindo assim para o desenvolvimento económico do

país, quer ao nível da formação dos quadros, quer do apoio à economia é também um dos vetores que nos tem motivado.

VE - Quais as principais alterações que resultam da compra e integração no Mon-tepio?

AP - Esta aposta em Angola é um vetor fundamental para a presença no exterior do Montepio, que certamente se irá alargar a outros mercados. Só pode ser positivo para o nosso desenvolvimento. Em 2011, logo após o sucesso da OPA do Montepio ao Finiban-co, foi definida uma estratégia de crescimento do banco em Angola e reforçada em 2012. Para se ter um crescimento orgânico é preciso que seja sustentável e suportado em acionistas fortes com músculo financeiro significativo.

As próprias autoridades de supervisão vi-ram essa aquisição com bons olhos, porque têm vindo a introduzir um conjunto de re-gras que, no essencial já estavam implemen-tadas na Europa através do Basileia II, e sem a entrada do Montepio, seria difícil ao Finiban-co cumpri-las, bem como ter uma estratégia de crescimento para uma presença forte em Angola. Num país como Angola, onde sabe-mos que ainda há muitas lacunas a preencher, é importantíssimo ter um suporte forte como aquele que o Montepio dá ao Finibanco.

VE - Que apoio é prestado aos investido-

ANTÓNIO PONTES, PRESIDENTE DA COMISSÃO EXECUTIVA DO FINIBANCO EM ANGOLA, AFIRMA

“Agora serão mais os angolanos a

O Finibanco/Montepio “tem apoiado, na medida do possível”, a atividade dos empresários portuguesas

Resultados do Citigroup caem menos do que esperadoO resultado líquido do Citigroup no segundo trimestre do ano baixou 12%, para 2,95 mil milhões de dólares (2,41 mil milhões de euros), ou 0,95 dólares por ação, de acordo com a Bloomberg. Este resultado compara com os lucros de 1,09 dólares por ação que o terceiro maior banco americano registou no período homólogo, mas que, ainda assim, é superior ao previsto pelos analistas, que apontavam para um ganho de 0,89 dólares por ação.

Candidaturas à Rede PME Inovação COTEC abertas até 27 de julhoA COTEC Portugal está a receber até 27 de julho candidaturas à Rede PME Inovação e ao Prémio PME Inovação COTEC-BPI. Para se candidatarem, as empresas deverão ter pelo menos três anos de atividade, mais de dez empregados e um volume de negócios superior a 200 mil euros, cumprindo ainda os requisitos das PME (ter menos de 250 empregados e um volume de negócios inferior a 50 milhões de euros).

MERCADOS

38 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

Abrandamento económico vs. bancos centrais: quem vence

o braço de ferro?

Os problemas europeus são sobejamente conhecidos pelos investidores, nomeadamente, os problemas dos países periféricos e o seu impacto na zona euro. As perspetivas macroeconómicas dos países do Sul de Europa são bastante negativas, com os países desta região a apresentarem quedas no PIB em 2012 e, provavelmente, também em 2013. Os pacotes de austeridade não têm sido a solução para os problemas devido ao impacto no crescimento. Assim, o PIB europeu deverá cair 0.4% em 2012 e em 2013 não deverá ir além de um crescimento de 0.7%. Como irá a Europa sair deste círculo vicioso?Mas estarão os problemas de crescimento mundiais meramente afetados pela fraqueza europeia? Infelizmente, não. Os dados económicos dos EUA têm vindo a mostrar sinais de fraqueza ao longo dos últimos meses, tendo como expoente máximo os dados apresentados recentemente do ISM (menor que 50, indicador de recessão) e o emprego não agrícola, que se situou novamente abaixo dos 100 mil este mês. A média de novos empregos criados nos EUA no segundo trimestre de 2012 é um terço dos criados no primeiro (75 mil vs. 225 mil ao mês). Dada a agressividade da queda apresentada em diversos dados, assistimos a um corte de estimativas do PIB nos EUA por parte de diversas casas de investimento ao longo do último mês, situando-se, neste momento, o consenso em 2%.Nos principais mercados emergentes assistimos também a diversos dados indicativos de abrandamento económico. O PIB na China cresceu 7,6% no último trimestre, o valor mais baixo dos últimos três anos. O Brasil tem apresentado dados económicos mais fracos que o esperado, o que levou a cortes significativos de estimativas do PIB para 2012. A casa de investimento Morgan Stanley reviu a estimativa de crescimento do PIB do Brasil de 2.7% para 1.6%.Como vai o mundo crescer nos próximos anos? Haverá luz ao fundo do túnel?A resposta para a generalidade dos pedidos dos investidores chamam-se bancos centrais. A sua atuação nos últimos meses tem sido sempre no sentido de estimular as economias. O Banco de Inglaterra aumentou a LTRO em 50 mil milhões de Libras, o FED estendeu a operação Twist, o BCE cortou taxas de juro para mínimos, o Banco Central da China e o da Coreia também cortaram taxas e o Banco Central do Brasil cortou a SELIC para os 8%, nível mínimo histórico. E agora? Será suficiente?Provavelmente não, mas a expectativa é de continuação de implementação de mais medidas de estímulo por parte dos bancos centrais no segundo trimestre. O BCE ainda tem espaço para novo corte de taxas de juro e as declarações de diversos responsáveis sugerem que tal deverá acontecer ainda este ano; o mercado espera que a Reserva Federal implemente o terceiro programa de “quantitative easing” ainda neste trimestre; nos mercados emergentes, o Brasil, a China e a Índia também deverão aumentar as medidas de estímulo às economias, nomeadamente, através de cortes de taxas e intervenção direta nos mercados. Serão as intervenções dos bancos centrais suficientes para fazer face aos problemas estruturais das economias? Serão capazes de vender este difícil braço de ferro? Retomará a economia mundial os níveis de crescimento em 2013? A situação mantém-se delicada e só os próximos desenvolvimentos poderão ajudar a clarificar quem sairá vencedor.

JOSÉ SARMENTOanalista de mercados da FINCOR

“A rentabilidade será sempre uma das linhas fundamentais da nossa atuação em Angola”

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investir em Portugal”

res e exportadores portugueses em Angola?AP - O Finibanco/Montepio tem apoia-

do, na medida do possível, este negócio, que é muito suportado em pequenas e médias em-presas, com predominância de empresários com origem/base no Norte de Portugal. Na minha perspetiva, só faz sentido a um banco fazer uma aposta numa operação no exterior se for para acompanhar os seus clientes que já tem em Portugal. Só faz sentido montar ope-rações no estrangeiro se for nessa perspetiva. O Finibanco tem em Angola uma carteira muito interessante de clientes com quem já fazia negócio em Portugal.

VE - Quais são os aspetos que as PME têm que ter em conta ao abordar o merca-do angolano?

AP - Qualquer investidor no estrangei-

ro, seja em Angola ou noutro qualquer país, deve, em primeiro lugar, analisar séria e pro-fundamente o mercado onde se vai envolver. Se pensa que é só chegar e as coisas caem do céu, a experiência vai resultar sempre em fra-casso. Para formar uma empresa em Angola, é necessário ter um bom parceiro local. E aqui é fundamental escolher o parceiro certo, senão, em vez de acrescentar valor ao negó-cio, vai destruir esse valor. O segundo pas-so é saber se esse parceiro ajuda a alavancar a ideia de negócio que se tem. A economia angolana tem alguns aspetos que devem ser acautelados. Portugal, ainda, é o primeiro ou segundo parceiro de Angola nas importações para este país, mas há, de momento, projetos angolanos que vão no sentido de reduzir as importações, como é o caso do protocolo An-gola Invest, recentemente assinado. Portanto, aquilo que podia ser uma boa ideia de negócio há um ano pode já não o ser num futuro pró-ximo, porque, entretanto, já existe localmente capacidade para desenvolver essa atividade. É preciso estudar bem todos os aspetos, desig-nadamente no domínio da alimentação. Por outro lado, a mobilidade no país não é fácil mesmo dentro da grande metrópole urbana de Luanda. Portanto, depende das perspetivas de negócio de cada um e se tem de ter mobi-lidade ou não. Até porque as condições de lo-gística também não são fáceis. Normalmente, deveriam ter um bom plano de negócios com esses aspetos e outros muito bem definidos antes de arriscar no que quer que seja.

VE - Qual é o potencial interesse dos investidores angolanos no mercado portu-guês?

AP - É inquestionável que os angolanos gostam de Portugal e, portanto, se têm ca-pitais disponíveis porque não investir em sítios que conhecem, de que gostam, que falam a mesma língua? E se os portugueses têm capitais disponíveis, porque não inves-tir em Angola? Os ciclos da economia vão criando situações diferentes: houve períodos em que eram os portugueses a investir em Angola, agora serão mais os angolanos a in-vestir em Portugal. Isso parece-me natural, dada a história e os laços que unem os dois países.

SUCEDEM-SE OS BANCOS ENVOLVIDOS

Custos da Libor podem atingir os 22 mil milhões de dólares

em Angola.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 39

Supremo alemão pronuncia-se sobre Tratado Orçamental em setembroO Tribunal Constitucional alemão anunciou que vai pronunciar-se no dia 12 de setembro sobre as providências cautelares interpostas por vários grupos e pessoas contra o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) e o Tratado Orçamental Europeu. A generalidade dos requerentes con-testa o MEE por ser “risco financeiro incalculável” para a Alemanha e o Tratado Orçamental por alegarem que transfere soberania de Berlim para Bruxelas, sem respeitar a Lei Fundamental.

Inflação portuguesa mantém-se acima da média europeiaA taxa de inflação anual da Zona Euro manteve-se estável em junho, nos 2,4%, a mesma taxa de maio, com Portugal a permanecer acima da média, com 2,7%, segundo o gabinete de estatísticas da União Europeia (UE). Já no conjunto dos 27 Estados-membros da UE, a inflação desceu uma décima na comparação mensal, para 2,6%, informa o Eurostat.

A eliminação da equipa de futebol de Portugal no Euro 2012 foi uma grande deceção para todos os aficionados, sobretudo se considerarmos a supremacia reconhecida da equipa portuguesa durante a semifinal. Todos nós fomos convencidos pelo empenho, pela qualidade e pelo espírito de equipa dos portugueses durante o jogo; no entanto, não conseguimos marcar os golos, não conseguimos transformar estas forças em resultados concretos! Não pretendo ser um grande conhecedor de futebol (ainda menos de futebol português!) e não vou arriscar-me numa análise detalhada do jogo da equipa portuguesa. No entanto, tenho a convicção que o que nos faltou para ganhar foi Confiança, em particular que era possível vencer os campeões espanhóis!Nunca apoiei as manchetes abusivas sobre as consequências do campeonato europeu, em particular as que deram demasiada importância ao resultado e que previram retomas económicas fortes para o vencedor. Não dou mais crédito aos que afirmaram que o resultado poderia influenciar os poderes entre os países do Norte e os do Sul nas negociações sobre as medidas para sair da crise. De facto, os resultados não influenciaram muito as taxas de juro para refinanciar as dívidas dos dois finalistas; e parece-me que a Alemanha continua a gerir eficazmente as suas negociações, deixando à França e aos GIPS o “poder” de ultracomunicar as suas pequenas vitórias.No entanto, o paralelismo entre os EUROs (futebolísticos e socioeconómicos)

pode ser muito interessante. É aplicável à “doença” de França durante os últimos anos: um país cheio de campeões mas sem nenhum espírito de equipa, um país rico de conselhos para os outros mas sem noção do esforço para si, um país doente que se ignora. Espero sinceramente que a França acorde, mude profundamente e volte a ganhar!É também um ensinamento interessante para Portugal! Se algumas pessoas ficaram com dúvidas sobre a sua capacidade de ganhar, basta olhar para os esforços feitos com calma e dignidade pelo povo português e para os seus primeiros resultados, nomeadamente no controlo das despesas públicas (já com um saldo primário positivo) e da progressão das exportações. É verdade que uma parte do sucesso vem de fora, nomeadamente da capacidade da Europa de se federar no futuro, e também dos estrangeiros de investir e consumir. Porém, acho que o principal vem do desempenho de Portugal e sobretudo da capacidade dos líderes políticos e económicos de reforçarem a nossa confiança nos nossos próprios recursos: a confiança na capacidade de Portugal poder ser um dos maiores “hubs” logísticos da Europa do Sul, de atrair investidores tanto no setor industrial como na área de serviços para, por exemplo, criar plataformas pan-europeias de serviços, de atrair mais turistas e outros pensionistas estrangeiros, de valorizar mais a sua agricultura … a confiança em si(m) num mundo difícil, a confiança num mundo melhor!

Confiança!

GUILLAUME DE LÉOBARDYdiretor-geral da ALD Automotive Portugal

Os 12 bancos globais que foram rela-cionados ao escândalo da taxa Libor en-frentam 22 mil milhões de dólares em coimas e prejuízos imputados aos inves-tidores, de acordo com as estimativas do Morgan Stanley.

Cerca de mais 11 bancos serão penali-zados, à semelhança do que sucedeu com o Barclays, o qual pagou 456 milhões de dólares às autoridades dos Estados Uni-dos e do Reino Unido, por manipulação das taxas de juro. Esta estimativa coloca de parte as investigações que decorrem nos Estados Unidos e na União Europeia sobre cartelização das entidades finan-ceiras. A Comisão Europeia vai agir com mão-de-ferro nesta matéria, conside-rando que se tratou do comportamento mais irresponsável dos últimos tempos. Caso a sua ação seja efetiva, a punição poderá levar a uma alteração na cultu-ra do setor bancário, sempre intocável, mesmo quando se tratava de uma situa-ção de cartel.

É um facto que as investigações po-derão demorar anos a completar, mas podem resultar em multas até cerca de

10% das receitas dos bancos europeus envolvidos. De acordo com a legislação europeia, as investigações apenas têm de demonstrar que houve a tentativa de formar um cartel, não sendo necessário provar o seu exato efeito no mercado. As estimativas do Morgan Stanley poderão atingir 4% a 13% dos ganhos por ação este ano ou 0,5% do seu valor de cotação em bolsa.

De notar que alguns bancos não vão aceitar as penalizações, pelo que nãoterão direito a benefícios como suce-deu com o Barclays, o qual assumiu as culpas e prontificou-se a cooperar comas autoridades britânicas e europeias. Aliás, o banco britânico não foi acusa-do de conduzir o seu negócio com faltade integridades. Se as outras instituiçõesforam acusadas dessa conduta, então a penalização financeira será substancial-mente mais elevada. A manipulação detaxas poderá ser bastante mais extensa do que se pensa. É mais um rude golpe no já fragilizado sistema financeiro euro-peu. Além de que os bancos veem a suaatuação cada vez mais descredibilizada.

Economia angolana depende em 80% do petróleo

Apesar de todos os esforços que têm vindo a ser desenvolvidos para a diversificação das atividades económicas, estima-se que pelo menos 80% da economia angolana ainda depende do petróleo. Perante tal dependência, a variação dos preços do petróleo tem necessariamente de se refletir em toda a economia. Tanto mais que o petróleo é um produto que está cotado em todos os mercados mundiais e, como é sabido, os reflexos da globalização fazem-se sentir em todos os domínios. “Têm-se descoberto novas jazidas de petróleo, designadamente as chamadas “pré-sal”, mas à custa de investimentos complexos e caros, o que faz com que o custo da produção seja muito mais elevado do que era na exploração tradicional de petróleo”, esclarece.O preço do petróleo tem estado muito volátil. Nos anos 2008/2009 desceu abaixo do ponto de equilíbrio, para alguns exportadores de petróleo. “Flutuações bruscas terão necessariamente impacto nas economias, mas se os orçamentos definidos não tiverem as folgas suficientes é inevitável que vão surgir atrasos de pagamento”, acrescenta.“Angola, tal como outras economias petróleo-dependentes, vai estar sempre sujeita a esses ciclos, pelo que terá de adequar todo o seu planeamento financeiro e orçamental a essa inevitabilidade. Desde que haja rigor nesses cálculos, certamente que terá menos problemas do que já teve no passado”.

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O aumento da carga fiscal “não é uma alternativa” à suspensão do pagamento dos subsídios de férias e de Natal a funcionários públicos ou aposentados, declarada ilegal, na passada semana, pelo Tribunal Constitucional, pois “estamos muito no limite daquilo que é possível do ponto de vista de tributação”, assegura Luís Cabral.Em declarações à ‘Vida Económica’, prestadas à margem do encontro anual do “Portuguese Economic Journal, na Faculdade de Economia do Porto, o docente da New York University admite que “poderá haver alternativas no sentido na diminuição de salários ou na redução da despesa do Estado” mas não exclui a renegociação do acordo com a ‘troika’.

FERNANDA SILVA [email protected]

O Tribunal Constitucional declarou a inconstitucionalida-de da suspensão do pagamento dos subsídios de férias e de Natal a funcionários públicos ou apo-sentados, mas determinou que esta decisão não tem efeitos para este ano.

Em reação a esta decisão, Luís Cabral assegura não ser possível compensar esta perda de recei-ta através do aumento da carga fiscal. “Esta não é uma alterna-tiva, porque estamos muito no limite daquilo que é possível do ponto de vista de tributação”, afirma.

Nesse sentido, o professor da New York University sugere haver alternativas ao nível da “diminuição de salários” ou me-diante uma “redução da despesa do Estado superior ao que tem

sido feito”. Outra hipótese para o economista é “a renegociação do acordo com a ‘troika’, quer em termos de prazos, quer em termos de objetivos do défice orçamental”.

“Este revés ao plano do Go-verno implica que há aqui uma redução da despesa planeada que deixa de ser possível e, por conseguinte, tal irá, em princi-pio, implicar uma maior difi-culdade em atingir o objetivo e em responder a um requisito do acordo com a ‘troika’”. Assim sendo, e dado que “aumentar a receita é quase matematica-mente impossível, ou reduzimos despesa noutro lado, o que neste momento também será difícil, ou entraremos numa fase de re-negociação”, sentencia o econo-mista.

Ainda assim, Luís Cabral ad-mite que medidas deste tipo “não poderão ser tomadas sem tomar em conta questões de equidade”. “Aliás”, acrescenta, “a decisão do tribunal tem uma dimensão importante de equi-dade, neste caso entre público e privado e qualquer medida que se tome terá de se ter em consi-deração quer o balanço público--privado, quer o balanço menos elevado do nível de rendimen-to”.

Confrontado com os dados pouco animadores da execução orçamental dos primeiros 5 me-ses do ano, Luís Cabral concede que será “muito difícil” atingir a meta do défice para este ano. “É fácil criticar quer os economis-tas, quer o Governo pela falta de capacidade de previsão. Porém, acho que isso é errado, pois o Governo reconhece, e nós tam-bém, que as previsões económi-cas feitas em 2011 falharam”.

Evitando acusar o Executivo de seguir uma política econó-mica errada, o docente sublinha que a mesma “requer um reajus-tamento”.

“Às tantas temos de ir de volta à Constituição e saber fazer uma clara distinção entre aquilo que são realmente direitos funda-mentais, que não estão depen-dentes da conjuntura económi-ca para serem garantidos, como o direito à vida, ou alterar a lin-guagem da Constituição”. No fundo, prossegue Luís Cabral, o documento deveria apenas ga-rantir que “o Estado português deverá fazer todos os possíveis para que todos os cidadãos te-nham acesso à educação, à saú-de e habitação em condições

favoráveis. Este deve ser o teor de uma lei fundamental, inde-pendemente da conjuntura eco-nómica, ou da situação politica que se viva”.

Todavia, “está-se a tornar evi-dente que, por mais que quei-ramos manter estes direitos ad-quiridos, como o subsídio de férias, de Natal e outros, não só dos portugueses mas de todos os cidadãos em geral, estamos a en-trar numa quadratura do ciclo. Tal não é possível. Seria ótimo que isso acontecesse, mas, ma-tematicamente, verificamos que não”, sentencia o economista.

Ricardo Reis: “São precisas medidas de estímulo”

Já para Ricardo Reis, docen-te da Columbia University e igualmente orador convidado do evento, as alternativas à dis-posição do Governo passam, so-bretudo, pelo “corte de um dos subsídios a todos os trabalha-dores quer do público, quer do privado”, ou pela “redução dos

salários da função pública em 10% a 15%, como aliás se fez há dois anos, em valor equivalente ao subsídio de férias”. Em últi-ma análise, a solução derradeira poderia passar pela criação de um “imposto especial”, aponta.

Questionado acerca da possi-bilidade de a economia nacional entrar numa espiral recessiva, o economista hesita mas reconhe-ce que o facto de “quando subi-mos impostos pode ocorrer uma diminuição da receita, havendo assim mais recessão”. “Essa foi a espiral em que a Grécia entrou, todavia acredito que em Portu-gal não estamos nem perto”, sal-vaguarda.

Ainda assim, e “para que tal não aconteça, o Governo tem de avançar com a regularização das contas públicas bem como com as reformas estruturais”. Adicionalmente, salienta Ricar-do Reis, “são precisas medidas de estímulo na economia no curto prazo”, por forma a com-bater o efeito recessivo do au-mento dos impostos e outros. “Tem havido algum bom traba-lho do Governo, sobretudo na promoção das exportações, mas penso que se poderia ter feito mais”, remata.

LUÍS CABRAL, ECONOMISTA E DOCENTE DA NEW YORK UNIVERSITY, ASSEGURA

Aumento da carga fiscal “não é alternativa”

Meta do déficepara 2012 será “muito difícil”de alcançar

“Este revés ao plano do Governo implica que há aqui uma redução da despesa planeada que deixa de ser possível” , afirma Luís Cabral

Ricardo Reis.

MERCADOS

PT aumenta valor da emissão de obrigaçõesA Portugal Telecom decidiu aumentar o valor da emissão de origações – para o público em geral – para 400 milhões de euros. A oferta pública de subscrição de obrigações tinha um valor inicial de 250 milhões de eu-ros. As referidas obrigações, sob a designação de Obrigações PT Taxa Fixa 2012/2016, têm uma maturidade de quatro anos e os juros vencem a uma taxa nominal bruta fixa de 6,25% ao ano e são pagos todos os semestres.

Espanha poderá pagar juro de 2,5%pelo empréstimo à bancaO empréstimo de até 100 mil milhões de euros que a Europa vai dar à banca espanhola terá, de acordo com o jornal ABC, um juro de 2,5%, um prazo de amortização de 30 anos e um período de carência de dez anos. A confirmarem-se, estas condições são bem mais favoráveis do que as supor-tadas pelos países já resgatados.

40 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

FEP acolheu

6º Encontro

Anual do

“Portuguese

Economic

Journal”

A Faculdade de Economia do Porto foi o palco escolhido para esta sexta edição de um evento que tem por objetivo a “troca de impressões” sobre a economia por aqueles que fazem dela o seu objeto de investigação e, simultaneamente, procurar definir “o que será a economia daqui a alguns anos”, explica Luís Cabral.Porém, ressalva o docente da New York University, “mais do que previsões económicas”, procura-se durante o congresso “tentar compreender como funciona a economia”, seja em termos macroeconómicos ou sobre temas mais concretos, como a economia do trabalho ou o comércio internacional. Na prática, mais do que saber qual será a taxa de crescimento da economia no próximo ano o encontro procura debater o que o país necessita “para resolver esta crise de crescimento”, respondendo à questão sobre “quais as transformações estruturais na economia portuguesa são necessários para que se transforme a economia em crescimento”.Numa outra perspetiva, Ricardo Reis, professor da Columbia University, salienta que este encontro “demonstra que já se faz ciência económica em Portugal de uma forma séria, para publicar em revistas internacionais, tal como se faz em todo o mundo”. Nesse sentido, o evento “é uma amostra de que, comparado com há sete anos, já se faz em Portugal aquilo que se faz um pouco por todo o mundo, que é investigação e tentar perceber e evoluir no conhecimento”, remata Ricardo Reis.

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O Banco BIG tem um depósito a prazo a três meses que remunera uma TANB de 5%. Especialmente pensada para os novos clientes, esta solução exige, desde logo, a abertura de conta na instituição online, cujo valor mínimo é de 250 euros. Posteriormente, para aderir ao Super Depósito 3 Meses, pode investir um mínimo de 500 euros e um máximo de 75 mil euros. A bonificação é atrativa mas tenha em atenção que a mobilização antecipada pressupõe, de imediato, a perda de 25% dos juros.

MARTA ARAÚ[email protected]

Super Depósito para novos clientes

Esta altura é especialmente propícia para estar atento a formas de investimen-to seguras e vantajosas. Por um lado, a banca sabe que, nesta época do ano, regra geral e apesar da conjuntura, as famílias têm um orçamento familiar (ligeiramen-te) maior e uma crescente propensão para amealhar e investir de forma segura. Em paralelo, as instituições financeiras estão sedentas de novo capital, pelo que, dentro do possível, vão apresentando condições mais convidativas para os clientes.

Para quem ainda não aderiu à adesão de produtos financeiros em instituições online, como é o caso do Banco BIG, tem agora uma oportunidade agradável e, em contrapartida, receberá uma taxa de juro interessante.

As vantagens destes bancos, para além

da bonificação oferecida, reside no facto de serem mais rápidos e, por vezes, mais fiáveis na execução, para além de não se-rem aplicadas despesas de manutenção, fruto de operarem em plataformas online.

No caso específico deste Super Depósi-to 3 Meses, o banco obriga, desde logo, à abertura de conta, algo que pode ser fei-to com o mínimo de 250 euros. Trata-se de uma solução válida apenas para novos clientes (único titular e beneficiário), com novos recursos (são considerados novos recursos montantes provenientes de ou-tras instituições de crédito) e durante os primeiros três meses como cliente.

De salientar que este depósito a prazo e os seus pressupostos não são acumuláves com outros superdepósitos.

Mobilização antecipada penaliza 25% dos juros

Desta feita, em troca de, no mínimo, 500 euros e o máximo de 75 mil euros, o

Banco BIG aplica uma TANB de 5%, o que se traduz numa TANL de 3,75%. A sua renovação, bem como eventuais refor-ços não são permitidos.

Especial atenção merece o facto de, apesar de ser possível a mobilização antecipada do capital investido, se o mesmo acontecer, é aplicada uma perda de 25% dos juros. Os juros são calculados sobre a totalidade do saldo, pelo período do depósito, sem arre-dondamento de taxa. A convenção subja-cente ao cálculo dos juros é anual/360 dias.

No que concerne ao pagamento dos juros, os mesmos, como habitualmente, serão creditados na conta à ordem na data de vencimento do depósito ou no dia útil seguinte ao da desmobilização antecipa-da, com arredondamento à centésima.

Este produto está devidamente protegi-do pelo Fundo de Garantia de Depósitos, que garante reembolso até ao valor má-ximo de 100 mil euros por cada deposi-tante.

A NOSSA ANÁLISE

Banco BIG com TANB de 5% a 3 meses para novos clientes

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 41

Petrolíferas europeias sofrem cortes na avaliaçãoA Nomura e o Credit Suisse reviram em baixa as perspetivas sobre o setor petrolífero europeu. Uma decisão que se traduz em cortes no preço das maioria das petrolíferas do Velho Con-tinente. O papel das petrolíferas está numa tendência de descida, para neutral. Ainda que a empresa japonesa dê a recomendação de “compra”, apenas numa perspetiva de cortes no pre-ço objetivo. A portuguesa Galp tem a indicação de “neutral”. Já a Total merece o conselho de “reduzir” por parte da Nomura.

Alemanha diz que “troika” está a perder a paciência com a GréciaO Governo alemão avisou que a “troika” formada pela Comissão Europeia, pelo Banco Cen-tral Europeu e pelo Fundo Monetário Internacional está a perder a paciência com a Grécia.O novo Governo grego quer que os credores ampliem para dois anos as condições de cumpri-mento de poupança, no valor de 11,5 mil milhões de euros. A “troika” começa a levantar dú-vidas que aquele país tenha vontade de avançar com as reformas necessárias. Há quem penseque se trata de mais uma estratégia para ganhar tempo.

CONSELHOS

MARTA ARAÚ[email protected]

A BP Portugal adiou para setembro o anúncio do comprador do seu negócio de gás, a BP Gás. Estava previsto que a empresa o fizesse em julho, mas a decisão foi encami-nhada para o final das férias. O negócio está avaliado em 300 milhões de euros e coloca em causa o futuro laboral de mais de 50 pes-

soas.A BP Gás, segundo a “Vida Económica”

conseguiu apurar, tem cinco potenciais com-pradores. Três delas ainda não operam no mercado nacional e, alegadamente, ter-se-ão disponibilizado não só a ficar com a totalida-de dos trabalhadores envolvidos como con-tratar novos postos de trabalho no país.

Os restantes dois, e de acordo com fonte

próxima, são o grupo Oz Énergie e a Cepsa, que têm já negócios no nosso país. No cená-rio de ser um destes dois a adquirir a BP Gás, os trabalhadores envolvidos – que são cerca de meia centena – ficam garantidamente com os postos de trabalhos assegurados du-rante um ano.

A situação está a causar instabilidade inter-na e externa. Internamente, os funcionários

da BP Gás, cerca de metade na casa dos 50 ou mais anos, receiam que, no primeiro diado segundo ano, percam os seus postos de trabalho. Na perspetiva externa, e perante a incerteza e futuro da chancela, alguns clien-tes tencionam trocar os serviços por outrasempresas. Até ao final do fecho desta ediçãoa “Vida Económica” tentou, sem sucesso,obter declarações por parte da BP Portugal.

BP Portugal vende negócio do gás mas adia para setembro nome do comprador

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EUR/USD 1.2234 -0.21% -2.83% -5.45%

EUR/JPY 96.63 -0.53% -3.50% -3.56%

EUR/GBP 0.7840 -0.53% -2.83% -6.14%

EUR/CHF 1.2010 0.00% -0.17% -1.20%

EUR/NOK 7.4825 0.11% -0.67% -3.50%

EUR/SEK 8.4927 -0.54% -3.19% -4.70%

EUR/DKK 7.4388 0.03% 0.07% 0.06%

EUR/PLN 4.1795 0.24% -1.63% -6.25%

EUR/AUD 1.1867 -0.72% -3.83% -6.73%

EUR/NZD 1.5397 0.18% -2.22% -8.01%

EUR/CAD 1.2399 -0.75% -3.67% -6.17%

EUR/ZAR 10.0063 -0.59% -3.48% -4.55%

EUR/BRL 2.4756 -0.57% -4.00% 2.47%

Euro pressionado

PSI-20 - DIÁRIO

Ainda não é desta que se pode vislumbrar uma perspectiva técnica positiva no PSI20. Neste momento o índice está mesmo colado aos mínimos e arrisca partir os 5125 pontos. Se tal suceder, inicia-se nova vaga de vendas impulsivas. Notar ainda a existência de uma linha de tendência descendente desde o Outono de 2011, que vai limitando as recuperações do PSI20.Apenas seria possível ficar menos negativo para o índice caso essa linha e os 5630 pontos sejam quebrados em alta.

DAX 30 - DIÁRIO

Desde Setembro de 2011, altura em que o DAX testou os 5 000 pontos, que o índice alemão vem mostrando uma tendência de alta, embora irregular e longe de atingir os máximos históricos do passado. Após a rejeição clara dos 7200 pontos, o índice voltou a encontrar suporte a 5900 pontos. Nesta altura, importa observar esse suporte e as resistências a 6900 e 7200 pontos. Enquanto acima do suporte referido, o viés continua de alta para o DAX.

A medida de reduzir a taxa dos depósitos junto do BCE para 0% levou a uma redução considerável dos mesmos. Os bancos europeus, que se têm refugiado desta forma, começaram a procurar alternativas mais rentáveis, o que está a ir de encontro ao objectivo do Banco Central, que espera assim direccionar algum dinheiro para a economia real. Os depósitos que chegaram a totalizar 800 mil milhões de euros contabilizam agora cerca de 380 mil milhões de euros. Apesar deste decréscimo, o cepticismo relativamente a esta medida reina, com vários analistas a duvidar que os bancos europeus excedentários de liquidez voltem a conceder crédito dada a debilidade actual da economia da Zona Euro.Entretanto, outra consequência das últimas medidas do BCE tem sido o “deslizar” consecutivo das taxas Euribor. A tendência de queda destas taxas continua a ser uma regra, com a Euribor a 3 meses a tocar novos mínimos históricos abaixo de 0,50% e a Euribor a 6 meses a recuar até perto de 0,75%. De acordo com

Noyer, muitos dos bancos da Zona Euro não estão a beneficiar das taxas reduzidas dado que os custos de “funding” no mercado continuam elevados. Noyer sublinha ainda que estamos perante um problema de transmissão da Política Monetária, dado que aos olhos do mercado as taxas de juro reflectem os custos de “funding” da dívida pública do país em causa e não as fixadas pelo banco central. No que respeita a indicadores económicos, uma queda significativa dos preços da energia ajudou a arrefecer os preços do consumidor na Zona Euro em Junho e acabou por dar a possibilidade ao BCE de cortar as taxas de juro. A inflação na Zona Euro foi de 2,4%, numa base anual, o que a manteve em mínimos de 16 meses e aproximou-se do objectivo de 2% do BCE. Mario Draghi declarou que a inflação está a abrandar a um ritmo superior ao perspectivado. Nas taxas fixas, os rendimentos da dívida alemã a dois anos

continuam em terreno negativo, agora nos -0,05%, ocorrendo algo similar com os títulos holandeses. Os investidores têm, deste modo, optado por adquirir obrigações a prazos curtos da Bélgica, Áustria e França, cujos retornos são ligeiramente melhores. Entretanto, os investidores mantêm-se relutantes face a Espanha. Os investidores estrangeiros têm vindo a reduzir a sua exposição à dívida espanhola e italiana. Espanha emitiu J 3,5 mil milhões em bilhetes de tesouro a 12 e a 18 meses, tendo pago 3,91% e 4,24% respectivamente, face aos 5,07% e 5,10% com que tinha emitido nestes prazos no mês passado. Este é o primeiro leilão após o anúncio de novas medidas de austeridade feito na semana passada, e apesar de melhorias, continua a evidenciar nervosismo dos mercados relativamente a este país. Portugal, protegido pelo programa de assistência, emitiu esta semana em condições mais favoráveis nos prazos comparáveis.

ANÁLISE PRODUZIDA A 18 DE JULHO DE 2012

Cortes do BCE arrastam taxas Euribor

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD CURVE EURO E DÓLAR

YIELD 10 ANOS EURO “BENCHMARK”

LEILÕES BCE Last Tender 17.julho.2012Minium Bid 0,75%Marginal Rate 0,75%

Eur/Usd Nos últimos meses o Eur/Usd

apenas tem confirmado as pers-pectivas de prazo mais longo. O câmbio está em tendência de baixa desde Abril de 2011, en-contrando-se dentro de um canal descendente deste o Outono do ano passado e que permanece em vigor.

Enquanto o Eur/Usd estiver abaixo de 1,28/1,30 o viés per-manece de descida (dólar mais forte). Os próximos suportes a ter em conta são 1,2150, 1.20 (psicológico e protegido com opções “barreira”) e 1,1875 (mí-nimos de 2010). O mais prová-vel é que ainda se registem mais quedas antes de uma recuperação relevante.

Eur/JpyA tendência de longo prazo

permanece descendente, com uma linha de tendência a marcar o ritmo da queda. Porém, há que notar que, a acreditar na validade de uma outra linha, menos incli-nada, o espaço para mais descidas no curto prazo é limitado.

Fará sentido analisar o Eur/Jpy da seguinte forma: conside-rar que o viés é de baixa, estando atento às resistências. Nesse caso, os níveis a superar para neutra-lizar a tendência são 101,60, 105,5 e 111,50 ienes por euro, sobretudo este último.

Eur/GbpDesde o Verão de 2011 que o

Eur/Gbp iniciou uma trajectória de queda, inserida numa estrutu-ra de pre-ços que é ainda global-mente neutral no longo prazo.

O câmbio segue dentro de um canal descendente e após ter efec-tuado uma consolidação durante quase três meses, partiu em baixa os 0,82, confirmando o movi-mento de queda.

O próximo objectivo em baixa do Eur/Gbp está nos mínimos de finais de 2008, perto de 0.77 libras por euro. Trata-se de uma zona de preços muito transaccio-nava e que não deverá ser fácil de quebrar em baixa. Em termos de médio prazo, o Eur/Gbp só neu-tralizaria acima de 0,82 libras por euro.

FIXING Variação Variação Variação 18.jul.12 Semanal (%) no mês (%) desde 1 jan. (%)

Evolução euribor (em basis points) 18.julho12 11.julho12 20.junho12

1M 0.179% 0.213% -0.034 0.379% -0.2003M 0.464% 0.512% -0.048 0.657% -0.1931Y 1.030% 1.084% -0.054 1.214% -0.184

EURIBOR - 3M, 6M E 1 ANO

Taxas MMIT/N 0.071 W -0.012 W 0.131 M 0.152 M 0.213 M 0.356 M 0.649 M 0.781 Y 0.61

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,75%BCE Lending Facility* 1,50% Deposity Facility* 0,00%

*desde 5 julho de 2012

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Suíça Target Libor 3M 0% - 0,25%Japão Repo BoJ 0,10%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0.360 0.4403X6 0.360 0.3901X7 0.662 0.6773X9 0.609 0.6246X12 0.564 0.61412X24 0.901 0.921*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6MPrazo Bid Ask2Y 0.660 1.9503Y 0.730 2.2905Y 0.660 1.0518Y 1.507 3.30710Y 1.729 3.52220Y 2.126 3.96530Y 2.160 2.175

EUR/USD

0.600

0.700

0.800

0.900

1.000

1.100

1.200

1.300

1.400

1.500

17-Apr 17-May 16-Jun 16-Jul

1Y

6M

3M

CARLOS BALULA [email protected]

MERCADOS

42 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012

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Mercado espera novas oportunidades

Os vários mercados de valores europeus estão sem orientações definidas. Esperam notícias e iniciativas. A crise da dívida soberana nos periféricos continua a preocupar e, por isso, a procura de refúgio na dívida pública alemã, finlandesa e francesa levou os investidores a aceitarem dívida com rendibilidade negativa.

A nível de obrigações, os emitentes estão a revelar bons comportamentos, caso de Portugal, que já tem assegurado 95% das suas necessidades de refinanciamento. Espanha e Itália conseguiram melhores emissões, mas no mercado secundário os preços têm subido. Um dado também relevante, e que foi evidenciado numa nota da corretora XTB, foi a possibilidade de o BCE vir a apoiar o pedido irlandês para facilitar os termos do pacote de ajuda, o que representa uma mudança grande na posição do banco central.

No entanto, a nível de crescimento das economias as notícias não são as melhores para a zona euro, enquanto nos EUA as atenções estavam centradas no discurso do presidente da Fed, Ben Bernanke. As afirmações não foram novidade, tendo-se limitado a dizer que a instituição está preparada para introduzir novas medidas de estímulo monetário, caso as condições económicas se deteriorem. Neste mercado o realce vai para a recuperação da confiança dos empresários. Este indicador registou, em julho, uma subida expressiva, adianta uma análise do Millennium bcp.

Este ambiente não é favorável ao mercado de capitais, que se manterá num marasmo. Na Bolsa portuguesa tem havido alguma animação na OPA à Brisa, depois dos dois oferentes terem revisto em alta (mais 10 cêntimos por ação) o preço para 2,76 euros por título e a CMVM ter aceite o registo da mesma. Um outro título que merece atenção dos investidores é o da Cimpor, que tem um “free-float” inferior a 5%. Este título tem mantido um bom volume de transações, embora a cotação esteja bastante abaixo do preço da OPA. O oferente conseguiu obter mais de 90% do controlo da empresa, mas questões técnicas impedem o lançamento da oferta potestativa sobre o restante capital. O título caiu bastante porque irá ficar sem liquidez, mas há investidores que acreditam que uma ação a três euros tem pouco a ver com o valor da empresa, o que os leva a acreditar que a empresa poderá fazer compras em mercado secundário para obter o restante capital.

Entretanto, os títulos mais líquidos registam quedas acentuadas no mercado de valores português, caso da Portugal Telecom, da Jerónimo Martins ou da EDP. A queda desta última está relacionada com o anúncio da queda de vendas de electricidade na Ibéria durante o semestre, da ordem dos 4,1% em termos homólogos. No entanto, o facto de actuar no mercado regulado também penaliza. As outras duas empresas não têm notícias novas, mas mantêm elevada liquidez. No setor financeiro as empresas mantêm-se deprimidas, tanto mais que o mercado doméstico tende a complicar-se com o aumento dos incumprimentos. Notícias como a melhoria do rating de alguns bancos como o BCP e o BPI pela Fitch não tiveram impacto.

Os investidores continuam a olhar para o mercado como um todo, sendo que a atividade económica portuguesa está cada mais deprimida (o indicador do INE de maio relativamente à atividade económica confirma isso mesmo). Este cenário tem vindo a piorar ao longo dos últimos 18 meses e para este ano estima-se que o consumo das famílias cai mais de 6%.

VÍTOR [email protected]

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Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Act Hora Act

B.POPULAR 1.47 -8.92% 3.912 1.420 -0.127 0.127 -- 11.575 10.88% 1.97% 18-07-2012 16:38:00

INDITEX 81.49 0.85% 83.150 52.035 3.607 4.042 22.592 20.161 1.96% 2.57% 18-07-2012 16:38:00

REPSOL YPF 12.55 -2.56% 24.230 11.065 1.584 1.737 7.923 7.225 8.78% 6.92% 18-07-2012 16:38:00

TELEFONICA 9.894 -1.89% 16.520 8.814 1.275 1.338 7.760 7.395 13.14% 12.76% 18-07-2012 16:38:00

FRA. TELECOM 11.12 7.60% 14.570 9.450 1.309 1.256 8.495 8.854 12.59% 11.08% 18-07-2012 16:37:28

LVMH 120.5 3.30% 136.800 94.160 7.300 8.138 16.507 14.807 2.16% 2.48% 18-07-2012 16:36:09

BAYER AG O.N. 59.06 2.86% 59.100 35.360 5.209 5.738 11.318 10.274 2.80% 2.98% 18-07-2012 16:35:30

DEUTSCHE BK 25.66 -3.61% 39.855 20.785 4.612 5.316 5.583 4.844 2.92% 3.05% 18-07-2012 16:35:23

DT. TELEKOM 9.378 7.48% 10.940 7.688 0.632 0.663 14.796 14.104 7.48% 7.46% 18-07-2012 16:35:15

VOLKSWAGEN 131.95 5.06% 138.800 82.350 24.650 24.513 5.349 5.379 2.28% 2.89% 18-07-2012 16:35:14

ING GROEP 5.357 2.68% 8.382 4.213 1.140 1.281 4.699 4.182 -- 0.50% 18-07-2012 16:35:53

Irão perde proeminência no petróleoA Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos abriram novas condutas, ultrapassando o Estreito de Ormuz, por onde passa 20% do fornecimento mundial de petróleo e que tem sido repetidamente ameaçado. “Esta decisão re-duzirá o poder de Teerão sobre os mercados de petróleo”, segundo a corretora XTB.

Gregos querem renegociação mesmo que tenham de sair do euroA maioria dos gregos defende a renegociação do resgate financeiro mesmo que isso im-plique o abandono da zona euro. De acordo com uma sondagem do semanário grego “To Vima”. 73,9% dos cidadão do país querem que as autoridades nacionais insistam na renegociação das condições impostas, admitindo o risco de sair da moeda única, enquanto apenas 15,5% defende que o Executivo deve cumprir os compromissos as-sumidos.

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Act Hora Act

ALTRI SGPS 1.138 0.09% 1.470 0.945 0.098 0.128 11.612 8.891 1.76% 0.70% 18-07-2012 16:35:00

B. COM. PORT. 0.098 -1.01% 0.363 0.073 -0.017 0.011 -- 8.909 -- 0.00% 18-07-2012 16:35:00

B.ESP. SANTO 0.530 -1.49% 1.695 0.434 0.066 0.108 8.030 4.907 -- 0.38% 18-07-2012 16:35:00

BANIF-SGPS 0.120 0.00% 0.555 0.100 -0.040 0.010 -- 12.000 -- -- 18-07-2012 16:35:00

B. POP. ESP. 1.460 -8.75% 3.900 1.460 -0.127 0.127 -- 11.496 12.31% 0.00% 17-07-2012 17-07-2012

BANCO BPI 0.545 3.71% 1.076 0.338 0.069 0.076 7.899 7.171 -- 0.00% 18-07-2012 16:35:00

BRISA 2.712 15.90% 3.680 2.191 0.108 0.099 25.111 27.394 -- 10.25% 18-07-2012 16:35:00

COFINA,SGPS 0.340 0.00% 0.820 0.270 0.070 0.065 4.857 5.231 2.94% 2.94% 18-07-2012 16:36:02

CORT. AMORIM 1.400 6.06% 1.650 1.010 0.250 0.250 5.600 5.600 4.64% 5.71% 18-07-2012 16:29:20

CIMPOR,SGPS 3.850 5.48% 5.700 2.930 0.330 0.373 11.667 10.322 4.31% 4.86% 18-07-2012 16:37:24

EDP 1.963 1.71% 2.537 1.628 0.290 0.278 6.769 7.061 9.42% 9.68% 18-07-2012 16:36:32

MOTA ENGIL 1.006 0.90% 1.388 0.951 0.215 0.233 4.679 4.318 10.93% 12.43% 18-07-2012 16:35:00

GALP ENERGIA 10.880 2.26% 16.100 8.330 0.432 0.601 25.185 18.103 3.13% 2.14% 18-07-2012 16:35:00

IMPRESA,SGPS 0.340 -5.56% 0.650 0.260 0.015 0.010 22.667 34.000 -- 0.00% 18-07-2012 16:35:00

J. MARTINS 13.450 1.24% 16.070 10.660 0.652 0.783 20.629 17.178 2.04% 2.42% 18-07-2012 16:35:00

MARTIFER 0.610 1.67% 1.320 0.560 -0.040 0.000 -- -- -- -- 18-07-2012 16:35:00

NOVABASE 1.880 3.87% 2.740 1.610 0.195 0.220 9.641 8.545 1.60% 3.72% 18-07-2012 16:35:00

GLINTT 0.100 -9.09% 0.230 0.090 -- -- -- -- -- -- 18-07-2012 12:58:34

P. TELECOM 3.640 0.03% 6.440 3.003 0.383 0.403 9.504 9.032 23.90% 12.75% 18-07-2012 16:35:00

PORTUCEL 1.930 1.85% 2.230 1.680 0.254 0.247 7.598 7.814 11.45% 8.65% 18-07-2012 16:35:00

REDES E. NAC. 2.001 -0.94% 2.374 1.806 0.270 0.288 7.411 6.948 8.45% 8.25% 18-07-2012 16:35:00

S. COSTA 0.160 6.67% 0.440 0.140 0.000 0.020 -- 8.000 -- -- 18-07-2012 16:35:00

SEMAPA 4.891 -2.57% 7.443 4.602 0.895 1.028 5.465 4.758 5.21% 5.21% 18-07-2012 16:39:04

SONAECOM 1.278 0.39% 1.550 1.039 0.146 0.149 8.753 8.577 5.48% 4.85% 18-07-2012 16:35:00

SONAE,SGPS 0.447 3.95% 0.700 0.366 0.047 0.058 9.511 7.707 7.40% 7.38% 18-07-2012 16:35:00

SONAE IND. 0.550 1.48% 1.300 0.384 -0.172 -0.075 -- -- -- 0.00% 18-07-2012 16:35:00

SAG GEST 0.340 13.33% 0.550 0.280 -0.040 -0.010 -- -- -- -- 18-07-2012 14:58:34

TEIX. DUARTE 0.200 -9.09% 0.420 0.170 -0.290 0.050 -- 4.000 -- 10.00% 17-07-2012 17-07-2012

Z. MULTIMEDIA 2.183 -0.18% 3.135 1.760 0.128 0.166 17.055 13.151 7.33% 7.42% 18-07-2012 16:35:00

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 43

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MARTA ARAÚ[email protected]

Em média, as famílias portuguesas rece-bem oito folhetos publicitários por sema-na nas suas caixas de correio. Um número que, a título de exemplo, contrasta clara-mente com a Holanda, país onde os nú-cleos familiares recebem cerca de 37. Na Europa, a média é de 12, mas Portugal, Espanha, Bélgica, Itália e Países Baixos são os países, onde se constata um maior volu-me de queda de investimento neste tipo de publicidade por parte das marcas.

Os dados são avançados pela Mediapost Portugal, empresa de marketing relacional representante no nosso país da European Letterbox Marketing Association (ELMA). Em causa estão os resultados do primeiro estudo pan-europeu sobre os folhetos me-dia (door drops) distribuídos porta a por-ta, que abrangeu 20 mercados.

Entre outros aspetos, o estudo concluiu que o mercado de distribuição publicitá-ria na Europa ascende a cerca de 108 mil milhões de itens, com um valor médio de 3,8 mil milhões de euros investidos neste “media” (folhetos publicitários).

A pesquisa constatou que o volume de mercado aumentou 0,5% e gastou-se 1,5% mais em relação a 2009. No ano an-terior tinha-se verificado uma diminuição global em volume, resultante do início da recessão, mas o sector rapidamente recupe-rou devido principalmente aos resultados nos países de Leste.

Outros países que tiveram também um crescimento importante entre 2009-2010 foram a Áustria, Noruega, Alemanha e Su-íça. As maiores quedas em volume foram na Bélgica, Itália, Países Baixos, Portugal e Espanha.

Os maiores volumes por país em 2010 foram os da Alemanha (31,5 mil milhões), França (19 mil milhões), Holanda (11 684 milhões) Itália (8100 milhões) e Rei-no Unido (7905 milhões de unidades). O volume total em Portugal encontra-se em décimo terceiro, com 1656 milhões de exemplares.

Mercado continua em crescimento

Sobre o estudo, Pedro Barroso, adminis-trador delegado da Mediapost Portugal, re-fere que “os dados do estudo são positivos, pois confirmam que o mercado continua em crescimento, mostrando assinalável re-siliência face à contração nos investimentos que se verificaram na generalidade dos ou-tros media. A nível europeu, apenas existe uma pequena contração no Sul da Europa. E, curiosamente, os países onde se verifica um maior aumento das campanhas com folhetos publicitários são também aqueles em que se verifica igualmente um maior recurso aos “media online”, o que traduz a excelente complementaridade entre estes dois canais”.

Por seu turno, Mark Davies, presidente e managing director da TNT Post, afirma que “o bom resultado no crescimento do

volume médio do mercado do “media” folheto na Europa resulta nomeadamente da excelente relação custo-eficácia, princi-palmente na era digital atual. Outro ele-mento chave para este sucesso consiste na flexibilidade com que as campanhas com folhetos são atualmente organizadas e que permite responder às necessidades dos ma-rketeers no atual contexto económico. É um importante setor de marketing na Eu-ropa e acreditamos no seu crescimento.”

Em termos de número médio de folhe-tos semanalmente recebidos pelas famílias na Europa, há uma diferença significativa. As famílias na Holanda recebem em média 37 folhetos por semana, em comparação com a Irlanda e Roménia que recebem apenas dois. O número médio de itens re-cebidos pelas famílias em toda a Europa é 12 e de 8 em Portugal.

A ELMA representa os principais dis-tribuidores postais europeus de folhetos, panfletos, catálogos, jornais e amostras grátis de produtos. Mais de 132 mil pes-soas trabalham para as empresas dentro da ELMA, dos quais a grande maioria são distribuidores.

Famílias lusas recebem oito panfletos publicitários por semana

Mars Ice Cream transforma o M&M’s em geladoA Mars Ice Cream, empresa detentora da marca M&M’s, lançou o gelado M&Ms Ice Cream. O produto quer afirmar a chancela no mercado como “a sobremesa ideal” e tem como meta reforçar a mensagem da marca em criar mais momentos de partilha e diversão entre os amigos e família. Com uma aposta forte no verão, Mars Ice Cream encara a sazonalidade dos seus gelados como um negócio e centra a sua estratégia na produção.

MARKETING

44 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2010

Agros adota embalagens pedagógicas

MARTA ARAÚ[email protected]

A Agros acaba de renovar as suas em-balagens. Focada na demonstração da sua preocupação com o futuro do pla-neta, investiu numa linha de packaging mais educativa e amiga do ambiente.

Trata-se de um traço quase infantil, através da qual a linha gráfica de Agros Biológico clarifica de forma simples as vantagens de ser biológico para o con-sumidor e para o ecossistema. Através de comunicado, a marca explica que “as embalagens são certificadas pelo FSC, garantia de que a embalagem resulta de matérias-primas renováveis provenien-tes de florestas cujas operações são reali-zadas de forma ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável”.

Na senda dos cuidados ecológicos e da responsabilidade ambiental, a Agros eli-minou ainda o cartão dos packs de leite e iogurtes biológicos.

Esta marca portuguesa tem consegui-do ganhar mercado crescente, nomeada-mente no segmento biológico de leites e iogurtes, com quotas na ordem os 80 e 50% respetivamente. De salientar que estes números da Agros dizem respeito, especialmente, ao mercado láteo a Nor-te.

A flexibilidade com que as campanhas com folhetos são organizadas permite responder às necessidades dos marketeers. A Agros eliminou o cartão dos packs de leite e iogurtes biológicos e as suas embalagens são feitas de matérias-primas renováveis.

Distribuição publicitária na Europa investe 3,8 mil milhões em folhetos publicitários

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MARTA ARAÚ[email protected]

Tem 34 anos e passou a maior parte da sua carreira focado na gestão e na economia. Exerceu funções nos setores automóvel e saúde e acaba de abraçar a área do ensino. José Machado é o novo diretor do IPAM – The Marketing Scho-ol de Aveiro.

Licenciado em Economia pela Univer-sidade Lusíada e doutorando em Ciências Sociais na Universidad Rey Juan Carlos, em Madrid, José Machado é natural de Aveiro e tem agora como missão conso-lidar e potenciar o trabalho desenvolvido pela escola na região, ao longo dos últimos 20 anos.

José Machado iniciou a atividade profi s-sional na Pronefro – empresa portuguesa sediada na Maia, especializada no fabrico de dispositivos médicos para hemodiálises –, onde exerceu o cargo de controller fi -nanceiro que, mais tarde, haveria de conci-liar com o de diretor de compras/logística.

Posteriormente, assumiu funções no ramo automóvel, mais concretamente de gerente da Solabor e de controller de gestão da Re-nault CACIA, e na indústria de mobiliário e da robótica, enquanto economista do Grupo Motofi l, tendo fundado, em 2011, a empresa de consultoria ControlPlan Consulting.

O carisma como uma meta

Convicto de que o carisma é a caraterís-tica mais importante de um líder, José Ma-chado cultiva no seu quotidiano o envolvi-mento e não abdica do controlo de gestão rígido, nem da equidade de tratamento. A leitura de livros de natureza técnica, nome-adamente de gestão, marketing e compor-tamento empresarial, ocupa grande parte do pouco tempo livre.

Robert Kaplan, professor da Harvard Business School e criador do método ba-lanced scorecard, é o seu autor de eleição, que assume já ter lido toda a vasta obra do teórico norte-americano.

José Machado é o novo diretor do IPAM Aveiro

FLAG forma especialistas em marketing digital

MARKETING

Para José Machado, diretor do IPAM Aveiro, o carisma é a caraterística mais importante de um líder.

MARTA ARAÚ[email protected]

A Academia FLAG vai lançar, em setem-bro, uma nova edição da formação em Ma-rketing Digital. Chama-se Academia de Marketing Digital e tem como pressupos-to promover a preparação de profi ssionais de marketing, comunicação e publicidade especializados em marketing digital, fi can-do estes aptos a compreender, planear e desenvolver estratégias globais de comuni-cação que integram efi caz e efi cientemente os meios digitais.

Com esta ação, a FLAG pretende “pro-porcionar aos participantes, o acesso à ati-vidade de especialista de marketing digital, através do desenvolvimento de competên-cias e oportunidades de investigação que tenham por intenção a especulação, a ex-perimentação e a interdisciplinaridade de meios e ferramentas”, explica o organismo através de comunicado.

Apostando num “programa inovador”, a Academia FLAG de Marketing Digital visa “formar profi ssionais de marketing,

comunicação e publicidade, capazes de responder efi cientemente às necessidades do mercado atual, recorrendo, de forma integrada, aos mais recentes e efi cazes ins-trumentos de marketing digital”, refere.

A FLAG pretende diferenciar-se das demais soluções formativas no mercado, ao apresentar o programa curricular mais completo do mercado, pela forte compo-nente prática e equipa de formadores espe-cialistas que atuam diariamente nos mais diversos campos do marketing digital, pri-vilegiando a aprendizagem do saber-fazer.

Este programa tem a duração total de 417 horas e irá ocorrer nas instalações da FLAG em Lisboa e Porto.

As candidaturas à Academia FLAG Ma-rketing Digital são feitas através de agenda-mento de entrevista de admissão no centro de Formação da FLAG. Nesta altura, está a decorrer a primeira fase de candidaturas (e que terminará a 3 de agosto), fase esta em que todos os candidatos selecionados terão um desconto promocional no valor de 200 euros.

A Tributação dos Estabelecimentos Estáveis

Autor: José Carlos Abreu

Páginas: 200 (15 x 23 cm)P.V.P.: € 15

A Tributação das Sociedades não residentes sem estabelecimento

estável em Portugal

Autor: Natália Maria da Silva Cardoso Pinto

Páginas: 240 (15,5 x 23 cm)P.V.P.: € 17

[email protected] 223 399 400

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Códigos Fiscais

Autor: Joaquim Fernando Ricardo

Páginas: 944 (14,8 x 21 cm)P.V.P.: € 30

Sim. Desejo que me enviem exemplar(es) da(s) seguinte(s) obra(s):

A Tributação das Sociedades não residentes sem estabelecimento estável em Portugal - € 17 (IVA incl.)

A Tributação dos Estabelecimentos Estáveis - € 15 (IVA incl.)

Códigos Fiscais - € 30 (IVA incl.)

Envio cheque nº sobre o Banco

no valor de , euros.

Solicito o envio à cobrança

NOME

Nº CONTRIB. TELEF.

MORADA

C. POSTAL

ASSINATURA

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 45

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ENQUADRAMENTO:Este prémio tem como objectivo distinguir as empresas empreendedoras, independentemente da sua dimensão.

CATEGORIAS:As empresas podem candidatar-se nas seguintes categorias:

Gestão - Distingue a organização com desempenho excepcional, visão estratégica e sistemas de gestão que permitam melhorar continuamente o seu desempenho.

Produto/serviço - Prémio para o desenvolvimento de um novo produto ou serviço que represente um contributo relevante para o desempenho da Empresa.

Processo - Distinção para o desenvolvimento e aplicação de uma nova tecnologia/processo de produção/comunicação que dê uma contribuição relevante os resultados atingidos.

CANDIDATURAS:

Para formalização da Candidatura deverá ser preenchido o respectivo formulário e enviado para Patrícia Flores, email: [email protected] até 15/07.

As candidaturas rececionadas após esta data não serão admitidas a concurso:

Formulário disponível: www.vidaeconomica.pt

CALENDÁRIOApresentação de Candidaturas 15/07Avaliação de Candidaturas 15/08Decisão de Premiados 01/09Entrega de Prémios 20/09

ORGANIZAÇÃO:

AVALIAÇÃO DAS CANDIDATURAS:

Os critérios que presidirão a análise e seleção das empresas são os seguintes:

A Comissão de avaliação procederá a atribuição de uma menção honrosa para cada categoria.Caso em sede de avaliação a comissão entenda que nenhuma candidatura possui os requisitos mínimos reserva-se o direito de não atribuir qualquer prémio.Não há lugar a recurso das decisões da Comissão de Avaliação.

PARCEIROSCategoria InstituiçãoGestão

Processos

Produtos/serviços

Coordenação do Prémio

VANTAGENS ASSOCIADAS:

imprensa)

da Empresa

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Semana de Santiago 2012

Celebra-se no próximo dia 25 de Julho a festa litúrgica de Santiago Maior. Para comemo-rar a efeméride a Igreja de Santiago de Lisboa irá realizar durante a semana de 22 a 28 de Julho, um conjunto de iniciativas que visam celebrar a data e dar a conhecer à população lisboeta a mística associada ao culto do Apóstolo, bem como o Caminho de Peregrinação até Compostela.

TERESA [email protected]

Em nome do princípio de que “é impor-tante puxar para cima” para que “na região Norte não haja a Universidade do Porto e o deserto à volta”, o até aqui pró-reitor da Universidade do Porto (UP) para as rela-ções empresariais, Emídio Gomes, aceitou o desafio de se deixar “emprestar” por três anos para liderar a Escola Superior de Bio-tecnologia (ESB) da Universidade Católica Porto.

Em entrevista à “Vida Económica”, Emídio Gomes elogia o “projeto de pres-tígio da ESB naquilo que é o ensino e a investigação nos setores da biotecnologia” e diz querer “ajudar a uma situação menos

fácil que a Escola atravessou nos últimos anos”, acreditando que “faz sentido que uma instituição como a Universidade Ca-tólica, que se lançou num domínio das ci-ências biológicas”, deva “ser ajudada”.

“Queremos ser líderes na investigação de translação em Portugal em especial no domí-nio do agroalimentar”, afirma Emídio Go-mes, frisando que “não há muitas universida-des no país que tenham feito esta aposta, com esta qualidade, com uma área de investigação tão forte e tão líder como é a investigação em biotecnologia na Católica do Porto”.

Seguro de que as empresas “estão sempre disponíveis para aquilo que as ajude a ga-nhar dinheiro”, Emídio Gomes revela que a ESB já tem parcerias com “mais de 50

empresas”. Acaba, aliás, de ver aprovadas “seis candidaturas a vales de inovação”, no valor de 300 mil euros”.

“São parcerias diretas de serviços espe-cializados a empresas”, explica Emídio Go-mes, notando que “é dinheiro das empre-sas, com apoio do QREN, em parte”, com o objetivo de “focar na investigação de translação com o tecido produtivo” para

daí “obter retorno económico”.Rejeitando estar “dependente do erário

público”, o diretor da ESB quer “uma in-vestigação em que 60% a 70% das receitas advenham da ligação ao tecido privado”, pois “só assim poderemos ser mais bem su-cedidos na colocação dos alunos e o tecido produtivo terá uma maior ligação com aEscola”.

NOVO PRESIDENTE DA ESCOLA SUPERIOR DE BIOTECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PORTO ASSUME

“Queremos liderar a investigação de translação no domínio do agroalimentar”

EM FOCO

SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 47

O novo doutoramento em viticultura e enologia é “um projeto estratégico para a região”, que deverá arrancar em 2013, revelou Emídio Gomes à “Vida Económica”.

Católica, UTAD e Universidade do Porto lançam doutoramento em viticultura e enologia

“Juntando as forças” da Universidade Católica (UCP), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e da Universidade do Porto (UP), vai ser apresentado à Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) o projeto de um doutoramento único, em consórcio, em viticultura e enologia. À “Vida Económica” Emídio Gomes diz tratar-se de “um projeto estratégico para a região”, que deverá arrancar em 2013. “A Católica, sozinha, fazia menos bem, a UP, sozinha, se calhar nem conseguia fazer e a UTAD, sozinha, também fazia menos bem”, explica o diretor da ESB. A solução é, pois, avançar em consórcio, porque “juntos somos muito melhores” e “acreditamos que é uma proposta imbatível”. Para Emídio Gomes, “é por aqui que a região vai lá”.

A propósito da notícia “Ministério Publico vai investigar fraude contributiva nos Hospitais Públicos”, difundida na edição de 06.07.2012 do Jornal “Vida Económica”, somos a esclarecer o seguinte:O Centro Hospitalar de São João não diminuiu, nem de forma intencional, como procura indiciar a notícia, nem de forma negligente, quaisquer contribuições à Segurança Social.Para um cabal e inequívoco esclarecimento desta questão, procuraremos dar o devido enquadramento e clarificação: Com o processo de transformação das unidades hospitalares portuguesas em Entidades Públicas Empresariais (EPE), que se tem vindo a concretizar nos últimos anos para todas as instituições hospitalares portuguesas, os hospitais públicos portugueses passaram a ter a atípica situação de dispor nos seus recursos humanos de trabalhadores com Regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas (RCTFP) e trabalhadores com Contrato Individual de Trabalho (CIT). Ora, cada regime laboral é regido por legislação própria e impõe algumas diferenças.Dá-se assim o caso de repetimos, todas as instituições hospitalares do país que passaram por este processo de transformação da sua natureza jurídica

de Sector Público Administrativo (SPA) para Entidade Pública Empresarial (EPE) disporem dentro da Instituição de trabalhadores com as mesmas qualificações, com as mesmas funções, mas com um regime jurídico-laboral distinto - uns trabalhadores regidos pelo regime de contrato de trabalho em funções públicas, outros regidos pelo Código de Trabalho.Ora, uma das diferenças substanciais reside na duração do período de trabalho. Enquanto o período de trabalho para um trabalhador com RCTFP será de 35 horas semanais, já para um trabalhador com CIT, ainda que com as mesmas qualificações e para as mesmas funções, já será de 40 horas semanais. Neste sentido, o Centro Hospitalar de São João, tal como outras instituições hospitalares do país, de forma a colmatar esta situação de injustiça, criou um prémio de assiduidade aos trabalhadores com CIT. Prémio esse que tinha como escopo equivaler a remuneração entre trabalhadores com as mesmas qualificações e para as mesmas funções, em honra ao Princípio Constitucional de “Trabalho igual, salário igual”.No entanto, esse prémio de assiduidade, dado o facto de estar dependente da assiduidade dos trabalhadores, tinha uma

natureza de remuneração variável. Ora, visto ter uma natureza de remuneração variável, não sofria qualquer desconto contributivo. Reiterando e para cabal esclarecimento: o prémio de assiduidade, visto estar dependente da assiduidade dos trabalhadores e como tal ter uma natureza variável, não estava, legalmente, incluído na base de incidência contributiva de prestações sociais!E assim foi até à entrada em vigor do Código Contributivo em Janeiro de 2011. (…)Assim, como procuramos explanar, até à entrada em vigor do novo Código Contributivo não eram devidas, legalmente, quaisquer deduções contributivas sobre o prémio de assiduidade, sendo que a partir da entrada em vigor do referido diploma, tais prémios passaram a incorporar a base de incidência contributiva. Como tal, desde Janeiro de 2011, isto é, desde a entrada em vigor do novo código contributivo, o Centro Hospitalar de São João procede a todos os descontos para prestações sociais sobre os referidos prémios de assiduidade, tal como passou a ser legalmente previsto.Assim sendo, esperamos poder ter esclarecido que nunca o Centro Hospitalar de São João se eximiu à responsabilidade de proceder às devidas contribuições à

segurança social, procedendo antes de acordo e no escrupuloso cumprimento da legislação.Também se informa, por tal estar indiciado na notícia que motiva este esclarecimento, que o Centro Hospitalar de São João não paga quaisquer “prémios de produtividade”.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO CENTRO HOSPITALAR DE SÃO JOÃO

NOTA DE REDAÇÃO

A argumentação utilizada pelo Hospital de São João não pode ser considerada válida. Não é verdade que – relativamente aos prémios de produtividade/assiduidade — o regime tenha sido alterado com o Código Contributivo. Os ditos prémios estão, desde 1983, sujeitos a descontos. Aliás, o art. 2, alínea d), do Decreto Regulamentar n.º 12/83, de 12 de Fevereiro, não faz depender o referido prémio de ser ou não variável ou de estar ou não assegurado à partida, como sustenta o HSJ para justificar o facto de não fazer os descontos devidos. Conforme se depreende deste diploma, desde que seja pago, tem de ser sujeito a descontos, seja qual for o montante em causa.

“Ministério Público vai investigar fraude contributiva nos hospitais públicos”

COLUNA DO LEITOR

Page 48: “É preciso um Simplex para a ... - Vida Económicave_ed1454... · estão a fazer. Assim, terão de exercer ... aproveite o balanço e faça um mini- ... subsídios para a falta

Revisão no crédito à habitação só em setembro

Tudo leva a crer que as novas regras para o crédito à habitação só deverão apare-cer em setembro. O grupo de trabalho composto pelos

partidos no poder entende que não tem condições para apresentar a proposta antes das férias parlamentares. A oposição criticou esta posi-ção.

Diz aquele grupo que é necessário encontrar so-luções equilibradas entre os consumidores e a ban-ca. “Não se pode resolver o problema das famílias e criar um problema para os bancos.” O maior partido da oposição contrapõe que o ideal seria que os deputa-dos que fazem parte do gru-po de trabalho começassem já a afi nar as novas regras, concluindo aqueles pontos que mais consenso geram entre os partidos. Afi nal, diz a oposição em bloco, exis-tem famílias que estão em sérias difi culdades e muitas estão a entregar as respetivas habitações.

Insolvências crescem 41,6% no semestre

As fortes restrições à pro-cura interna levaram a uma forte aceleração das insol-vências, avança o estudo da Coface Serviços sobre as ações de insolvência, crédi-tos vencidos e constituições.

No 1º semestre as insol-vências aumentaram 41,6% em termos homólogos, ou seja, mais 1291 empresas, num total de 4395.

Cerca de 60% das insol-vências resultam de ações apresentadas pelas próprias empresas.

A construção civil e imo-biliário/lar são os setores e atividades onde há maior risco. Estas fi leiras estão muito expostas ao mercado interno, tendo contribuído com 375 insolvências para o total do aumento observa-do no 1º semestre de 2012. O segundo setor com maior risco é o da distribuição não automóvel, com 339 insol-vências.

A nível geográfi co, as maiores ocorrências aconte-ceram nos distritos de Avei-ro, Porto e Braga, e repre-sentam 82% das empresas ativas da fi leira moda.

Centros de indecisão nacional

O programa de ajuda externa colocou a ordem do dia os limites à autonomia e capacidade de decisão nacionais. A questão não é nova. Pelo facto de pertencer à União Europeia, já existem limites à ação do Governo nacional que têm de ser respeitados em diversos domínios e sob o controlo das instituições europeias. No caso de haver confl ito entre as normas nacionais – ainda que sejam as normas da Constituição – e as normas dos tratados europeus, prevalecem as normas europeias.

Em termos de hierarquia, as normas europeias estão acima das normas nacionais.

A intervenção da “troika” tem uma natureza temporária e de exceção, sendo entendida como uma imposição vinda de fora. Entre as medidas que seriam adotadas internamente e as medidas que resultam do compromisso assumido, há uma diferença que corresponde à componente externa do programa, com as vantagens, mas sobretudo com os inconvenientes que daí resultam.

No entanto, o texto de opinião de José António de Sousa publicado nesta edição da Vida Económica leva-nos a concluir algo de muito diferente. Segundo refere o presidente da Liberty Seguros, o Memorando de Entendimento com a “troika” não contém nenhuma medida imposta ou sequer proposta pela “troika”.

Todas as medidas que constam do acordo assumido foram apresentadas pelos partidos políticos, organizações e representantes da nossa sociedade civil. A equipa composta pelo FMI, Comissão Europeia e BCE ouviu os

diagnósticos, as soluções propostas e fez uma selecção das medidas a adotar, fi xando um calendário. É a diferença entre ditar que deve ser feito e perguntar o que pensam que deve ser feito.

Nesta perspetiva, o papel da “troika” não será muito diferente de uma equipa de consultores que são chamados a apoiar uma organização. Não têm a pretensão de se substituir à equipa de direção, nem assumem que sabem mais que os profi ssionais que apoiam quanto às causas dos problemas e às soluções. Apenas se preocupam em alinhar as ações e garantir que são aplicadas de acordo com o calendário estabelecido.

Assim sendo, torna-se pouco compreensível que os partidos políticos que subscreveram o acordo não destaquem a origem nacional das propostas e das soluções, preferindo esconder-se atrás da “troika” para justifi car a adoção de algumas medidas impopulares. Pior ainda, o silêncio sobre a origem das medidas é a melhor justifi cação para explicar um ritmo de execução demasiado lento e demasiado vago. Se a imposição vem de fora, tem aspetos negativos. E quanto mais tarde se fi zer melhor.

Os maus exemplos não faltam. A reforma laboral foi substituída por um estado de mudança permanente das normas, em que todas as alterações têm vários pontos em comum. São superfi ciais, sucessivas, e sem efeitos práticos.

O adiamento da reforma do mercado laboral tem paralelo com todas as grandes reformas consideradas prioritárias. Alguém consegue dar um exemplo de uma mudança signifi cativa que tenha acontecido nos últimos cinco anos em áreas prioritárias como o arrendamento, a Justiça, o Ensino ou a Administração Local? Fazendo a comparação com o futebol, o que temos são passes laterais e bolas que recuam até ao guarda-redes. O objetivo dos políticos há muito deixou de ser progredir no terreno e marcar golos, limitando-se à obsessão pela posse de bola.

A defesa dos centros de decisão nacional é mais a defesa dos centros de indecisão. Face à decisão que obriga a tomar opções e envolve risco, a indecisão é vista como atitude mais segura e mais prudente.

NOTA DE FECHO

O papel da “troika” não será muito diferente de uma equipa de consultores que são chamados a apoiar uma organização

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JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ

Mestre Drucker SchoolPhD Columbia University

Professor Catedrático

A TENDÊNCIA(?)

COMENTÁRIO:

Após o período de ouro de 86-90 a tendência da taxa de crescimento da produtividade (já de si baixa), tem sido de diminuir.

Instituto de Liberdade Económica

Fonte: Anexo Estatístico da Economia Europeia; Maio de 2012, Comissão Europeia

Portugal: a evolução da taxa de produtividade no longo prazo

(a preços constantes e por pessoa empregue)JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR [email protected]

Nº 1454 / 20 de julho 2012 Semanal J 2,20 Portugal Continental

Uma edição

Autor: Vida Económica Páginas: 176 P.V.P.: € 4,90

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O ENDIVIDAMENTO E A NEGOCIAÇÃO COM A BANCA

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benefícios duma boa negociação com a Banca e outros organismos financeiros.

Público-alvo: Empresários, Directores Financeiros e outros

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INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:

Vida Económica – Patricia Flores Tel.: 223 399 466 Fax: 222 058 098 E-mail: [email protected]