E-Quintana - Mario Quintana

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  • 2012 by Elena Quintana de Oliveira

    Todos os direitos desta edio reservados EDITORA OBJETIVA LTDA.Rua Cosme Velho, 103 Rio de Janeiro RJTel.: 2199-7824 Fax.: 2199-7825www.objetiva.com.br

    Capa Marcelo Martinez | Laboratrio Secreto

    Reviso Eduardo Carneiro

    Coordenao de e-book Marcelo Xavier

    Converso para e-book Abreu's System

    CIP-BRASIL. CATALOGAO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJQ67q

    Quintana, Marioe-Quintana [recurso eletrnico] / Mario Quintana ; [organizao Arthur Dapieve]. - Rio de

    Janeiro : Objetiva, 2012.recurso digital

    Formato: ePubModo de acesso: Adobe Digital EditionsRequisitos do sistema: World Wide Web94p. ISBN 978-85-66384-01-7 (recurso eletrnico)

    1. Poesia brasileira. 2. Livros eletrnicos. I. Ttulo.

    12-8193. CDD: 869.91 CDU: 821.134.3(81)-1

  • Epgrafe

    As nicas coisas eternas so as nuvens...

  • Haikai de outono

    Uma folha, ai,Melancolicamente

    cai!

  • Simultaneidade

    Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio emDeus! Deus um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver! Voc louco? No, sou poeta.

  • O poema

    O poema uma pedra no abismo,O eco do poema desloca os perfis:Para bem das guas e das almasAssassinemos o poeta.

  • A ltima cano

    Quando disserem os mdicosQue nada h a fazer,Eu quero que tu me cantesUma cano de bem-morrer...

  • Tristeza de escrever

    Cada palavra uma borboleta morta espetada na pgina:Por isso a palavra escrita sempre triste...

  • Momento

    E, de repente,Todas as coisas imveis se desenharam mais ntidas

    [no silncioAs plpebras estavam fechadas.Os cabelos pendidos.E os anjos do Senhor traavam cruzes sobre as portas.

  • As covas

    O bicho,quando quer fugir dos outros,faz um buraco na terra.

    O homem,para fugir de si,fez um buraco no cu.

  • Depois de tudo

    Acusarem um poeta de ser egosta acus-lo de ser ele mesmo.

  • Serenidade

    Um gato adormecido...Uma criana adormecida...As mos de um mortoantes que as cruzem sobre o peito...

  • Elegia

    Minha vida uma colcha de retalhosTodos da mesma cor...

  • Trova

    Corao que bate-bateAntes deixes de bater!S num relgio que as horasVo batendo sem sofrer.

  • HaikaiNo meio da ossariaUma caveira piscava-me...(Havia um vaga-lume dentro dela.)

  • Morgue

    Minha alma gelou nas prateleiras!

  • Silncios

    H um silncio de antes de abrir-se um telegrama urgenteh um silncio de um primeiro olhar de desejoh um silncio trmulo de teias ao apanhar uma moscaeo silncio de uma lpide que ningum l.

  • O tnel

    s vezesO longo tnel do sono iluminado, apenas,pelos olhos verdes dos fantasmas...

  • Triste mastigao

    As reflexes dos velhos so amargas como azeitonas.

  • Envelhecer

    Antes, todos os caminhos iam.Agora todos os caminhos vm.A casa acolhedora, os livros poucos.E eu mesmo preparo o ch para os fantasmas.

  • Pssaros

    As mos que dizem adeus so pssarosQue vo morrendo lentamente...

  • Guerra

    Os avies abatidosSo cruzes caindo do Cu...

  • Lies da histria

    Um mercado de escravas no Oriente, uma festa de debutantes,um cristo estraalhado pelas feras, um animal sacrificadometiculosamente em pleno circo por um cristo.

  • Sempre

    Sou o dono dos tesouros perdidos no fundo do mar.S o que est perdido nosso para sempre.Ns s amamos os amigos mortosE s as amadas mortas amam eternamente...

  • Haikai da ltima despedida

    E os dois trocaram um beijo friocomo um beijo de esqueletos...

  • Um retrato

    Margarida tinha uma boca to grandemas com tanto frescor e douraque parecia um leque quando sorria...

  • Camuflagem

    A hortnsia uma couve-flor pintada de azul.

  • Fora do hbito

    Um dia o meu cavalo voltar sozinho e, assumindo semquerer a minha prpria imagem e semelhana, vir ler,naquele caf de sempre, nosso jornal de cada dia...

  • Viagem de trem

    Esses burrinhos pensativos que a genteencontra s vezes na estrada dispensama gente de pensar...

  • Dogma e ritual

    Os dogmas assustam como trovese que medo de errar a sequncia dos ritos!Em compensao,Deus mais simples do que as religies.

  • Rezas

    Rezas da infncia, to puras...Um dia a gente as esquece!Mas o bom Deus, das alturas,Ainda escuta a nossa prece...

  • Axiomas

    Um ovo, um cacto, um chafariz, um anjo de tmulo, umlampio o nico que existe. E um cavalo... ah, verdadeiroporque nico. Um poeta o nico poeta que existe nomundo. Deus o Deus nico e verdadeiro.

  • O bailarino

    No sei danar.Minha maneira de danar o poema.

  • Vero

    Quando os sapatos ringem quem diria?So os teus ps que esto cantando!

  • As aeromoas

    Aeromoas... No!Devem ser aeroanjos...Pois no nos atendem em pleno Cu?!

  • O viajante

    Eu, sempre que parti, fiquei nas garesOlhando, triste, para mim...

  • A visitante

    O seu olhar imensamente verde ilumina o meu quarto

  • Outro retrato

    Ela era branca branca brancaDessa brancura que no se usa mais...Mas tinha a alma furta-cor.

  • Uma frase para lbum

    H iluses perdidas mas to lindas que a gente as v partircomo esses balezinhos de cor que nos escapam das mos e desaparecemno cu...

  • Dois versos para Greta Garbo

    O teu sorriso imemorial como as Pirmidese puro como a flor que abriu na manh de hoje...

  • Maria

    H trs coisas neste mundocujo gosto no sacia... o gosto do po, da guae o do nome de Maria.

  • Biografia

    Entre o olhar suspeitoso da tiaE o olhar confiante do coO menino inventava a poesia...

  • Germinal

    Plantocom emooeste verso em teu corao.

  • Sada da escola

    Ns marchvamos ao assaltoDo mundo, pelas caladas claras:Tac! tac! a marselhesa dos sapatos!As tuas tranas pareciam loucas,Adalgiza, Nora, Lurdes,E nos teus olhos riam bandeirolas...

  • Haikai da cozinheira

    A cozinheira preta pretaPreta e gordaCom seu fresco sorriso de lua...

  • O poema

    O poema um objeto sbito.Os outros objetos j existiam...

  • Anmona

    No preciso um verso... nemUma orao...

    Basta que digas a palavra anmonaE tudo esquecers, enredado na suaFantasmagrica palpitao.

  • Lembras-te?

    Para a Elo

    Minha lanterna andante, meu cachorrinho de cego...Perdidos naquela Babilnia, nem sei bem se eras o caminho...Se, acaso, eras a verdade...Eu sei apenas que Tu s a Vida!

  • Um retrato

    Seus olhos grandes, redondos e pretosTempos depois ainda ficavam pregados na genteComo botes...

  • Teus olhos

    Zarpam, do Sonho, em teus olhosOs brigues aventureiros:Lindos olhos cismativos,Com distncias e nevoeiros...

  • Haikai da palavra andorinha

    A palavra andorinhaFreme devagarinhoE some em silncio...

  • Histria natural

    O homem um bicho que arreganha os dentes sem necessidade,isto , quando nos sorri.

  • Dos costumeiros achaques

    A coisa mais melanclica deste e do outro mundo um cachorrosem pulgas.

  • Vida social

    O gato o nico que sabe manter-se com indiferena numsalo. As outras indiferenas so afetadas.

  • Suspense

    A aranha desce verticalmente por um fioe ficapendendo do teto escuro candelabro:devem ser feitas de aranhas, desconfio,as rvores de Natal do diabo.

  • Momento

    O mundo frgilE cheio de frmitosComo um aqurio...

    Sobre ele desenhoEste poema: imagemDe imagens!

  • Claro enigma

    ... negras flores que se abrem sob a chuva...

  • Elegia urbana

    Rdios. Tevs.Goooooooooooooooooooooolo!!!(O domingo um cachorro escondido debaixo da cama)

  • Anoitecer

    Da chamin da tua casaUma por umaVo brotando as estrelinhas...

  • Poesia pura

    Um lampio de esquinaS pode ser comparado a um lampio de esquina,De tal maneira ele ele mesmoNa sua ardente solido!

  • O poema

    Uma formiguinha atravessa, em diagonal, a pgina ainda embranco. Mas ele, aquela noite, no escreveu nada. Para qu? Se porali j havia passado o frmito e o mistrio da vida...

  • O lampio

    A janelinha de acetilene do lampio da esquina tinha uma luzque no era a do dia nem a da noite... a mesma luz que banhava aspessoas, animais e coisas que a gente via em sonhos... aquela mesmaluz que deveria enluarar, mais tarde, as janelas altas do outromundo...

  • Boca da noite

    O grilo canta escondido... e ningum sabe de onde vem seu canto...nem de onde vem essa tristeza imensa daquele ltimo lampioda rua...

  • Estampa

    Linda moa, com sua cara de loua, na moldura da janela. Passa,a cavalo, o oficial reto, correto, linear , como um valete de cartas.Enquanto, lento, anoitece, flores suspiram olores, no jardinzinhosincero. E l no fim da rua a estrela Vsper, como se fora pirotcnica,irradia-se em trinta e sete cores.

  • A companheira

    A Lua parte com quem partiuE fica com quem ficouE pacientemente Aguarda os suicidas no fundo do poo

  • HaikaiSilenciosamentesem um cacarejoa Noite pe o ovo da lua...

  • Apario

    To de sbito, por sobre o perfil noturno da casaria, to de sbitosurgiu, como um choque, um impacto, um milagre, que o corao,aterrado, nem lhe sabia o nome: a lua! a lua ensanguentada eirreconhecvel de Babilnia e Cartago, dos campos malditos de aps--batalha, a lua dos parricdios, das populaes em retirada, dos estupros,a lua dos primeiros e dos ltimos tempos.

  • A menina

    Ao longo dos muros da morteCorre a menina com o arco.O vento agita-lhe a saia floridaE a terra negra nem lhe imprime o rastro...

  • Vspera de tempestade

    Contra um cu de chumboAquelas rvores desesperadamente verdes!

  • Paisagem de aps-chuva

    A relva, os cavalos, as reses, as folhas, tudo envernizadinho comono dia inolvidvel da inaugurao do Paraso...

  • Aquarela de aps-chuva

    No peitoril de todas as janelasH uma flor convalescente...No cu desenha-se um plido sorriso...S o teu nome, que estava quase desmaiado no meu peito,Aviva-se em brasa como uma cicatriz!

  • Primavera

    As guas riem como raparigas sombra verde-azul das samambaias!

  • Amanhece

    Um copo de cristalSobre a mesaInventa as cores todas do arco-ris...

  • O caminho

    Passa o Rei com seu cortejo.Passa o Deus no seu andor.E, milnios depois, neste caminho, apenasAinda sopra o vento nas macieiras em flor...

  • Vero

    A tarde uma tartaruga com o casco pardacento de poeira,a arrastar-se interminavelmente. Os ponteiros esto esperandopor ela. Eu s queria saber quem foi que disse que a vida curta...

  • Mudana de temperatura

    Nos fios telegrficos pousaram uma, duas, trs, quatroandorinhas.Olham de um lado e outro... Iro partir?Sobre as cercas rasas do arrabalde, os girassis espiam comogirafas...

  • Virao

    Voa um par de andorinhas, fazendo vero. E vem uma vontade derasgar velhas cartas, velhos poemas, velhas contas recebidas. Vontadede mudar de camisa, por fora e por dentro... Vontade... para que essepudor de certas palavras?... vontade de amar, simplesmente.

  • Cho de outono

    Ao longo das pedras irregulares do calamento passam ventandoumas pobres folhas amarelas em pnico, perseguidas de perto porum convite de enterro, sinistro, tatalando, aos pulos, cada vez maisperto, as duas asas tarjadas de negro!

  • Os ps

    Meus ps no choComo custaram a reconhecer o cho!Por fim os dedos dessedentaram-se no lodo macio, agarraram-se

    [ao cho...Ah, que vontade de criar razes!

  • Parbola

    A imagem daqueles salgueiros ngua mais ntida e pura que osprprios salgueiros. E tem tambm uma tristeza toda sua, uma tristezaque no est nos primitivos salgueiros.

  • Cano de inverno

    Pinho quentinho!Quentinho o pinho!(E tu bem juntinhoDo meu corao...)

  • Humilde orgulho

    Aquele fiozinho dguaNo era um rio:Bastava-lhe ser um fio de msica...

  • Os rios

    H na vida tanta coisa,Tanta coisa e um s olhar!Toda a tristeza dos rios no poderem parar...

  • Data

    Duas laranjasUm copo dgua ao ladoAs moedinhas da luz em torno

    PertoA folhinha marca 13 de janeiro

  • Descobertas

    Descobrir continentes to fcil como esbarrar com[um elefante:

    Poeta o que encontra uma moedinha perdida...

  • s vezes tudo se ilumina

    s vezes tudo se ilumina de uma intensa irrealidadeE como se agora este pobre, este nico, este efmero

    [instante do mundoEstivesse pintado numa tela, sempre...

  • O poema

    O poemaessa estranha mscaramais verdadeira do que a prpria face...

  • Pequenos tormentos da vida

    De cada lado da sala de aula, pelas janelas altas, o azul convida osmeninos, as nuvens desenrolam-se, lentas, como quem vai inventandopreguiosamente uma histria sem fim... Sem fim a aula: e nadaacontece, nada... Bocejos e moscas. Se ao menos, pensa Margarida, seao menos um avio entrasse por uma janela e sasse pela outra!

  • S.O.S.

    O poema uma garrafa de nufrago jogada ao mar.Quem a encontraSalva-se a si mesmo...

  • O milagre

    Dias maravilhosos em que os jornais vm cheios de poesia... e dolbio do amigo brotam palavras de eterno encanto... Dias mgicos...em que os burgueses espiam, atravs das vidraas dos escritrios, agraa gratuita das nuvens...

  • Porto parado

    No movimentolentodas barcaasamarradaso diasonolentovai inventando as variaes das nuvens...

  • Da humilde verdade

    O quotidiano o incgnito do mistrio.

  • Sumrio

    CapaFolha de RostoCrditosEpgrafeHaikai de outonoSimultaneidadeO poemaA ltima canoTristeza de escreverMomentoAs covasDepois de tudoSerenidadeElegiaTrovaHaikaiMorgueSilnciosO tnelTriste mastigaoEnvelhecerPssarosGuerraLies da histriaSempreHaikai da ltima despedidaUm retratoCamuflagemFora do hbitoViagem de tremDogma e ritualRezasAxiomasO bailarinoVeroAs aeromoasO viajanteA visitanteOutro retratoUma frase para lbum

  • Dois versos para Greta GarboMariaBiografiaGerminalSada da escolaHaikai da cozinheiraO poemaAnmonaLembras-te?Um retratoTeus olhosHaikai da palavra andorinhaHistria naturalDos costumeiros achaquesVida socialSuspenseMomentoClaro enigmaElegia urbanaAnoitecerPoesia puraO poemaO lampioBoca da noiteEstampaA companheiraHaikaiAparioA meninaVspera de tempestadePaisagem de aps-chuvaAquarela de aps-chuvaPrimaveraAmanheceO caminhoVeroMudana de temperaturaViraoCho de outonoOs psParbolaCano de invernoHumilde orgulho

  • Os riosDataDescobertass vezes tudo se iluminaO poemaPequenos tormentos da vidaS.O.S.O milagrePorto paradoDa humilde verdade

  • Table of ContentsCapaFolha de RostoCrditosEpgrafeHaikai de outonoSimultaneidadeO poemaA ltima canoTristeza de escreverMomentoAs covasDepois de tudoSerenidadeElegiaTrovaMorgueSilnciosO tnelTriste mastigaoEnvelhecerPssarosGuerraLies da histriaSempreHaikai da ltima despedidaUm retratoCamuflagemFora do hbitoViagem de tremDogma e ritualRezasAxiomasO bailarinoVeroAs aeromoasO viajanteA visitanteOutro retratoUma frase para lbumDois versos para Greta Garbo

  • MariaBiografiaGerminalSada da escolaHaikai da cozinheiraO poemaAnmonaLembras-te?Um retratoTeus olhosHaikai da palavra andorinhaHistria naturalDos costumeiros achaquesVida socialSuspenseMomentoClaro enigmaElegia urbanaAnoitecerPoesia puraO poemaO lampioBoca da noiteEstampaA companheiraAparioA meninaVspera de tempestadePaisagem de aps-chuvaAquarela de aps-chuvaPrimaveraAmanheceO caminhoVeroMudana de temperaturaViraoCho de outonoOs psParbolaCano de invernoHumilde orgulhoOs riosData

  • Descobertass vezes tudo se iluminaO poemaPequenos tormentos da vidaS.O.S.O milagrePorto paradoDa humilde verdadeSumrio

    CapaFolha de RostoCrditosEpgrafeHaikai de outonoSimultaneidadeO poemaA ltima canoTristeza de escreverMomentoAs covasDepois de tudoSerenidadeElegiaTrovaMorgueSilnciosO tnelTriste mastigaoEnvelhecerPssarosGuerraLies da histriaSempreHaikai da ltima despedidaUm retratoCamuflagemFora do hbitoViagem de tremDogma e ritualRezasAxiomasO bailarinoVeroAs aeromoasO viajanteA visitanteOutro retratoUma frase para lbumDois versos para Greta GarboMariaBiografiaGerminalSada da escolaHaikai da cozinheiraO poemaAnmonaLembras-te?Um retratoTeus olhosHaikai da palavra andorinhaHistria naturalDos costumeiros achaquesVida socialSuspenseMomentoClaro enigmaElegia urbanaAnoitecerPoesia puraO poemaO lampioBoca da noiteEstampaA companheiraAparioA meninaVspera de tempestadePaisagem de aps-chuvaAquarela de aps-chuvaPrimaveraAmanheceO caminhoVeroMudana de temperaturaViraoCho de outonoOs psParbolaCano de invernoHumilde orgulhoOs riosDataDescobertass vezes tudo se iluminaO poemaPequenos tormentos da vidaS.O.S.O milagrePorto paradoDa humilde verdadeSumrio