6
FEA ALUNOS FEA FUNCIONÁRIOS FEA MIX ano 04_edição 36_agosto_2007 uma publicação mensal da FEA-USP PAINEL FEA X FEA ANÁLISE E OPINIÃO E AINDA... p.02 p.03 p.06 Profª. Marina aborda o com- prometimento da FEA com cultura e extensão. Faculdade realiza uma série de discussões em torno do desen- volvimento brasileiro. Professores falam sobre os hábitos de consumo das famí- lias brasileiras, com base em pesquisa do IBGE. p.08 p.10 p.11 FEA_MIX #12 G ENTE DAFEA G ENTE DAFEA GENTE DA FEA Uma publicação mensal da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo Assistência de Comunicação e Desenvolvimento AGOSTO 2007_TIRAGEM 2.000 EXEMPLARES Av. Prof. Luciano Gualberto, 908 Cidade Universitária - CEP 05508-900 Diretor da FEA CARLOS ROBERTO AZZONI Coordenação Geral Lu Medeiros ASSISTÊNCIA DE COMUNICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA FEA-USP Reportagem e Edição: FLÁVIA SANTANA Jornalista Responsável Flávia Santana - MTB 38006 Entrevistas Wilson Cândido Ramos Projeto Gráfico: ELOS COMUNICAÇÃO E EDEMILSON MORAIS Diagramação: ISMAEL BELMIRO DO ROSÁRIO Fotos: WILSON CÂNDIDO RAMOS, ROBERTA DE PAULA CAPA ISMAEL BELMIRO DO ROSÁRIO Revisão: V ALÉRIA LOURENÇÃO Desenvolvimento brasileiro em foco Discutir idéias, apresentar resultados de estudos e promover debates acerca de questões nacionais e internacionais relevantes são atividades constante- mente realizadas na FEA. Nos me- ses de maio e junho não foi diferente. Em vários eventos, docen- tes da Faculdade, especialistas, auto- ridades e pesquisadores debateram temas importantes a respeito do desenvolvimento brasileiro. “Brasil: periferia como centro de si mesma”, “Poupança, investimento e desen- volvimento do mercado financeiro pós-es- tabilização”, “A Amazônia sob a ótica da segurança”, “A agricultura após a abertura ao exterior”, “Crescimento econômico e distribuição de renda: prioridades para ação”, “Gasto e consumo das famílias brasileiras contemporâneas” e “A questão metropolitana no Brasil” foram alguns dos assuntos abordados nos seminários e palestras que aconteceram na escola nesses dois me- ses. Além disso, também foi realizado, na FEA, o XII Encontro Nacional de Economia Política, com o tema central “O Brasil e a América La- tina no capitalismo con- temporâneo: contradições e perspectivas do desenvolvimento”. Vamos, então, conhecer um pouco mais sobre todos esses assuntos, tão importantes para a compreensão do atual estágio de desenvolvimento do Brasil! (CONTINUA NA PÁGINA 3) u Dois em um Congressos em contabilidade Nos dias 26 e 27 de julho, foram realizados, na FEA, o 7º Congresso de Controladoria e Con- tabilidade e o 4º Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade. Os eventos, orga- nizados pelo departamento de contabilidade com apoio da FIPECAFI, tiveram cinco temas princi- pais: Controladoria e Contabilidade Gerencial; Contabilidade para Usuários Externos; Mercados Financeiros, de Crédito e de Capitais; Pesquisa e Ensino em Contabilidade; e Atuária. Segundo o coordenador dos Congressos, professor Welling- ton Rocha, mais de 850 pessoas se inscreveram e os dez melhores trabalhos foram premiados. De acordo com o prof. Wellington, a finalidade de ambos eventos é debater idéias inovadoras nas áreas de con- troladoria e con- tabilidade, bem como despertar nos estudantes o inter- esse pela pesquisa nesses campos. Debatendo as mudanças climáticas FEA recebe o embaixador da Inglaterra no Brasil . Por iniciativa do professor da FEA, Jacques Marcovitch, e do diretor cientí- fico da FAPESP, Carlos Henrique Brito da Cruz, foi realizada, no dia 26 de junho, na Faculdade, uma reunião com o embaixador britânico no Brasil, Peter Collecott, juntamente com o assessor es- pecial de meio ambiente do primeiro-ministro inglês, John Ashcroft. De acordo com o diretor da FEA, professor Carlos Roberto Azzoni, o intuito da reunião foi discutir a possibilidade de se replicar no Brasil um estudo que a Inglaterra fez para o mundo inteiro sobre o impacto das mudanças climáticas. “A Inglaterra está em uma cruzada grande sobre os temas do aquecimento global e mudanças climáticas”, explica o prof. Azzoni, que continua: “então, nós os recebemos aqui e estamos em negociação para realizar esse estudo no Brasil, com apoio do governo britânico, do Banco Mundial e da Fapesp”. Também participaram da reunião os professores José Eli da Veiga, Danilo Camargo Igliori e Eduardo Amaral Haddad, que militam em áreas relevantes para essa pesquisa. Para o prof. Azzoni, a escolha da FEA para a realização dessa reunião é muito importante, pois mostra que as autoridades inter- nacionais identificaram a escola como um interlocutor relevante para aquilo que elas têm a dizer. Prof. Jacques, que participou da reunião com o embaixador inglês. O coordenador dos dois Congressos, Prof. Wellington Rocha. Embaixador da Inglaterra no Brasil participa de reunião na FEA sobre mudanças climáticas.

EA FEA MIX F GENTEDAF - fea.usp.br · nizado pelo Departamento de Economia da Faculdade, sob a coordenação do professor Eduardo Amaral Haddad, pela FIPE, pela EMBRAPA e pela EcoMod

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

FEA ALUNOS

FEA FUNCIONÁRIOS

FEA MIX

ano 04_edição 36_agosto_2007

uma publicação mensal da FEA-USP

PAINELFEA X FEAANÁLISE E OPINIÃO E AINDA...

p.02 p.03 p.06

Profª. Marina aborda o com-prometimento da FEA com cultura e extensão.

Faculdade realiza uma série de discussões em torno do desen-volvimento brasileiro.

Professores falam sobre os hábitos de consumo das famí-lias brasileiras, com base em pesquisa do IBGE.

p.08

p.10

p.11

FEA_MIX

#12

GENTEDAFEAGENTEDAFEA

GENTE DA FEAUma publicação mensal da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo Assistência de Comunicação e DesenvolvimentoAGOSTO 2007_TIRAGEM 2.000 EXEMPLARES

Av. Prof. Luciano Gualberto, 908Cidade Universitária - CEP 05508-900

Diretor da FEA

CARLOS ROBERTO AZZONI

Coordenação Geral

Lu Medeiros

ASSISTÊNCIA DE COMUNICAÇÃO E

DESENVOLVIMENTO DA FEA-USP

Reportagem e Edição:

FLÁVIA SANTANA

Jornalista Responsável

Flávia Santana - MTB 38006

EntrevistasWilson Cândido Ramos

Projeto Gráfico: ELOS COMUNICAÇÃO E EDEMILSON MORAIS

Diagramação: ISMAEL BELMIRO DO ROSÁRIO

Fotos:WILSON CÂNDIDO RAMOS,

ROBERTA DE PAULA CAPA

ISMAEL BELMIRO DO ROSÁRIO

Revisão: VALÉRIA LOURENÇÃO

Des

envo

lvim

ento

bra

sile

iro

em fo

co

Discutir idéias, apresentar resultados de estudos

e promover debates acerca de questões nacionais

e internacionais relevantes são

atividades constante-

mente realizadas

na FEA. Nos me-

ses de maio

e junho

não foi

diferente.

Em vários eventos, docen-

tes da Faculdade, especialistas, auto-

ridades e pesquisadores debateram temas

importantes a respeito do desenvolvimento

brasileiro. “Brasil: periferia como centro de

si mesma”, “Poupança, investimento e desen-

volvimento do mercado financeiro pós-es-

tabilização”, “A Amazônia sob a ótica da

segurança”, “A agricultura após a abertura ao

exterior”, “Crescimento econômico e distribuição

de renda: prioridades para ação”, “Gasto e consumo

das famílias brasileiras contemporâneas” e “A questão

metropolitana no Brasil” foram alguns dos assuntos

abordados nos seminários e palestras que

aconteceram na escola nesses dois me-

ses. Além disso, também foi

realizado, na

FEA, o XII

Encontro

N a c i o n a l

de Economia

Política, com o

tema central “O

Brasil e a América La-

tina no capitalismo con-

temporâneo: contradições

e perspectivas do desenvolvimento”.

Vamos, então, conhecer um pouco

mais sobre todos esses assuntos, tão

importantes para a compreensão do

atual estágio de desenvolvimento do Brasil!

(CONTINUA NA PÁGINA 3) u

Dois em um

Congressos em contabilidade

Nos dias 26 e 27 de julho, foram realizados, na

FEA, o 7º Congresso de Controladoria e Con-

tabilidade e o 4º Congresso USP de Iniciação

Científica em Contabilidade. Os eventos, orga-

nizados pelo departamento de contabilidade com

apoio da FIPECAFI, tiveram cinco temas princi-

pais: Controladoria e Contabilidade Gerencial;

Contabilidade para Usuários Externos; Mercados

Financeiros, de Crédito e de Capitais; Pesquisa e

Ensino em Contabilidade; e Atuária. Segundo o

coordenador dos Congressos, professor Welling-

ton Rocha, mais de 850 pessoas se inscreveram

e os dez melhores trabalhos foram premiados.

De acordo com o prof. Wellington, a finalidade

de ambos eventos é debater idéias inovadoras

nas áreas de con-

troladoria e con-

tabilidade, bem

como despertar nos

estudantes o inter-

esse pela pesquisa

nesses campos.

Debatendo as mudanças climáticas

FEA recebe o embaixador da Inglaterra

no Brasil .

Por iniciativa do professor da FEA,

Jacques Marcovitch, e do diretor cientí-

fico da FAPESP, Carlos Henrique Brito da Cruz, foi realizada, no

dia 26 de junho, na Faculdade, uma reunião com o embaixador

britânico no Brasil, Peter Collecott, juntamente com o assessor es-

pecial de meio ambiente do primeiro-ministro inglês, John Ashcroft.

De acordo com o diretor da FEA, professor Carlos Roberto Azzoni,

o intuito da reunião foi discutir a possibilidade de se replicar no

Brasil um estudo que a Inglaterra fez para o mundo inteiro sobre

o impacto das mudanças climáticas. “A Inglaterra está em uma

cruzada grande sobre os temas do aquecimento global e mudanças

climáticas”, explica o prof. Azzoni, que continua: “então, nós os

recebemos aqui e estamos em negociação para realizar esse estudo

no Brasil, com apoio do governo britânico, do Banco Mundial e da

Fapesp”. Também participaram da reunião os professores José Eli

da Veiga, Danilo Camargo Igliori e Eduardo Amaral Haddad, que

militam em áreas relevantes para essa pesquisa.

Para o prof. Azzoni, a escolha da FEA para a realização dessa

reunião é muito importante, pois mostra que as autoridades inter-

nacionais identificaram a escola como um interlocutor relevante

para aquilo que elas têm a dizer.

Prof. Jacques, que participou da reunião com o embaixador inglês.

O coordenador dos dois Congressos, Prof. Wellington Rocha.

Embaixador da Inglaterra no Brasil participa de reunião na FEA sobre mudanças climáticas.

ANÁLISE E OPINIÃO

#02 #11

GENTEDAFEA

GENTEDAFEAFEA_MIX

que serão organizadas por similaridade das atividades

que ocorrem em nosso dia-a-dia.

O apoio da Diretoria da FEA bem como de todo corpo

administrativo, em especial a Assistência Acadêmica,

Assistência de Comunicação e Desenvolvimento e a

Unidade de Processamento de Dados além dos inte-

grantes da própria Comissão, composta hoje pelos pro-

fessores doutores Fábio Frezatti, Joaquim José Martins

Guilhoto, Isak Kruglianskas, Carlos Alberto Pereira,

Antonio Carlos Coelho Campino, Sérgio Buarque de

Hollanda Filho, Nicolau Reinhard, Dílson Gabriel dos

Santos, Ariovaldo dos Santos, Valmor Slomski, Silvia

Pereira de Castro Casa Nova, Dante Mendes Aldrighi,

Roberto Sbragia e Adolpho Walter Pimazoni Canton

tem sido fundamental para o cumprimento das diversas

etapas que nos levarão ao sucesso desse projeto.

Esperamos contar também, com o apoio de professores,

alunos e funcionários nesse importante feito, através de

sugestões e informações pelo e-mail: [email protected] .

Cu

ltu

ra e

Ext

ensã

o n

a F

EA

-USP

A visão do papel das universidades, baseada

nas funções tradicionais de ensino e pesquisa,

tem sido amplamente discutida pelas comu-

nidades acadêmicas e sociedade em geral, e a

pauta que tem merecido especial destaque é a

inclusão das atividades de cultura e extensão

como parte integrante e necessária das ativi-

dades universitárias. A USP, pioneiramente,

através da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão,

tem trabalhado incorporando a moderna visão

de universidade baseada no tripé: ensino, pes-

quisa e cultura e extensão.

A extensão universitária é um processo que

articula o ensino e a pesquisa, permitindo a

interação transformadora entre a universidade

e a sociedade. As atividades de cultura visam

preservar e ampliar o patrimônio cultural,

valorizando os marcos e as manifestações

culturais, além de incentivar novas formas de

manifestações artísticas e culturais (Resolução

4940/2002-USP).

A FEA, tradicionalmente, tem sido muito

atuante por meio de seus professores, alunos

e funcionários, em grupos organizados ou não,

oferecendo à comunidade cursos, palestras,

serviços, atividades culturais entre outras.

Citamos o PESC, o PET, a FEA Júnior, o

Cursinho, o Coral e o Grupo de Teatro, como

exemplos de grupos organizados da FEA.

Para o maior envolvimento da comunidade

FEA-USP nas atividades de cultura e exten-

são, a Comissão de Cultura e Extensão da FEA

tem direcionado seus esforços para organizar

e dar maior visibilidade às muitas atividades

aqui desenvolvidas, facilitando o engajamento

dos interessados nas suas respectivas áreas de

interesse. Adicionalmente, espera-se que essa

ação contribua para melhor integração da

FEA com a sociedade em geral, pois facilitará

a busca das atividades de cultura e extensão,

PROFª. MARINA MITIYO YAMAMOTO

Presidente da Comissão de Cultura e Extensão da FEA.

Tecnologia em debate

4º CONTECSI

Entre 30 de maio e 1º de junho, foi realizado na FEA o 4º Congresso Internacional de

Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação. O evento, coordenado pelo professor

Edson Luiz Riccio, contou com a participação especial do professor de sistemas de infor-

mação e co-diretor de pós-graduação e pesquisa da University of Auckland Business School,

da Nova Zelândia, e presidente da Associação para Sistemas de Informação, Michael D.

Myers, que abordou o tema: “Da adolescência à maturidade – a natureza mutante da disci-

plina Sistemas de Informação”. O objetivo do 4º Contecsi foi promover o relacionamento

entre as diversas comunidades envolvidas com tecnologia, sistemas e ciência da informação,

visando reunir profissionais e acadêmicos sob uma visão unificadora da gestão, para dis-

cutir os efeitos da TI e dos sistemas de informação nas organizações e na sociedade.

Psicóloga dá palestra na FEA para divulgar os serviços oferecidos pela Unidade Fitness da USP.

Um alerta em prol da saúde

Palestra divulga os serviços da Unidade Fitness da USP

Com o intuito de apresentar e disponibilizar os serviços oferecidos pela Unidade Fitness da USP, vinculada

à Unidade de Reabilitação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício do InCor, foi realizada, no dia 14 de

junho, na FEA, uma palestra com a psicóloga Luciana Ângelo. O programa de condicionamento físico

divulgado pela profissional durante o evento é voltado tanto para clientes sadios, quanto para cardía-

cos de risco, que podem contar com a segurança, os benefícios e o prazer da prática do exercício físico

orientado. A Unidade Fitness USP está localizada nas dependências da Escola de Educação Física da Universidade e possui uma

equipe especializada, composta por médicos cardiologistas, professores de educação física, nutricionista e psicólogos, que atendem

às diferentes demandas que surgem. Dentre os serviços oferecidos, estão: exame ergoespirométrico, prescrição e orientação de

exercícios à distância ou supervisionados, exame clínico cardiológico, avaliação nutricional e psicológica, entre outros. O professor

de economia Heron Carlos Esvael do Carmo, após sofrer um infarto, começou a participar das atividades da Unidade e se tornou

um de seus maiores incentivadores. “Depois que eu entrei no programa, comecei a ter mais disposição e isso contribuiu para minha

produtividade acadêmica. Acho que é um programa fundamental para o bem-estar físico e psicológico de quem participa, ou passou

por algum problema de saúde”, defende o professor, que conclui: “eu recomendo o programa para os colegas”.

Conferência internacional

Saiba o que foi discutido no EcoMod 2007

A FEA sediou, entre 11 e 13 de julho, o Congresso Internacional EcoMod (International Conference on Policy Modeling), co-orga-

nizado pelo Departamento de Economia da Faculdade, sob a coordenação do professor Eduardo Amaral Haddad, pela FIPE, pela

EMBRAPA e pela EcoMod. O evento reuniu trabalhos de economistas de 35 países, especializados em modelagem econômica,

ou seja, o uso da teoria econômica, de métodos matemáticos e análises quantitativas para subsidiar a formulação de políticas nos

setores público e privado. A cada ano, o EcoMod é realizado em uma cidade diferente do mundo, e pela primeira vez o evento

foi feito na América Latina. Nessa edição, foram escolhidos 100 papers, dentre os 200 inscritos, sendo quase metade de autoria de

especialistas brasileiros.

Prof. Dr. Michael D. Myers e Edson Luiz Riccio (Coordenador do 4º CONTECSI).

Contemplar atividades de cultura e extensão é tradição da FEA.

FEA X FEA

#03

FEA_FUNCIONÁRIOS

#10

GENTEDAFEA

GENTEDAFEA

Conheça um pouco mais sobre o grupo de pescariacriado por funcionários da FEA.

Moisés Santana, pelo técnico acadêmico da seção

de pós-graduação, Francisco Oliveira Costa, e pelo

professor de contabilidade, Edison Ryu Ishikura.

Para que os interessados possam se organizar melhor,

as pescarias são planejadas com antecedência. “Não

é um passeio tão barato. Só o aluguel do barco é R$

700,00. Então, nós fazemos uma programação ante-

cipada, parcelamos os pagamentos para que não fique

pesado para ninguém”, explica Ricardo.

Nessas pescarias, onde os participantes

passam um dia inteiro em alto-mar,

não se pode reclamar de desconforto.

“O barco é seguro, tem colete salva-vi-

das para todos os sócios, beliche e até

churrasqueira”, comenta Guilherme,

que garante que o passeio é muito gostoso: “vale

a pena, porque além de levar peixe fresco para

casa, a gente se diverte muito, ri o dia inteiro”.

Aumentar o contato e a amizade com o pessoal

do trabalho é outro benefício proporcionado pela

pescaria. “Está havendo uma integração maior entre

esse grupo de pessoas que se interessam pelo as-

sunto. Isso ajudou a gente a se conhecer melhor e

o ambiente de trabalho também fica mais gostoso,

porque passamos a ter mais liberdade com os colegas

para conversar”, garante Guilherme, que relembra

o último passeio: “a gente pescou uns peixes

grandes mesmo. Tem até fotos para comprovar”.

Quem estiver interessado em participar do grupo de

pescaria, deverá entrar em contato com Guilherme,

pelo telefone 3091-5852 e programar-se, pois o

próximo passeio já foi marcado para 6 de outubro.

Gru

po

de

pes

cari

a: a

lian

do

div

ersã

o à

inte

gra

ção

Funcionários que participam do grupo de pescaria, durante um dos passeios em Bertioga.

Reunir pessoas para realizar uma atividade de

lazer prazerosa é sempre muito bom. E se essa

atividade ainda proporciona uma integração

que extrapola os encontros, melhorando o

relacionamento no local de trabalho, é ainda

melhor! É justamente esse o intuito do grupo

de pescaria criado por funcionários da FEA

em abril de 2006: unir diversão à integração.

De acordo com o idealizador

do grupo, o técnico acadêmico

Guilherme Ricardo de Araújo

Filho, desde a sua criação, já houve

duas pescarias, uma em julho de

2006 e outra em maio desse ano.

Normalmente, o grupo vai pes-

car em Bertioga, litoral de São Paulo.

A idéia deu tão certo que, segundo Guilherme,

estão planejando a criação de uma Associação

dos Pescadores da FEA, não só para aumentar

a divulgação do grupo de pescaria, mas tam-

bém para que mais pessoas se interessem em

participar. Atualmente, o grupo é composto por

Guilherme, pelos técnicos acadêmicos da seção

de alunos, Ricardo Bueno Pereira de Barros e

Valdir Borges dos Santos, pelo recepcionista,

Professores da FEA, autoridades, especialistas e pesquisadores debatem temas relativos ao desenvolvimento do Brasil nos meses de maio e junho.

“Brasil: periferia como centro de si mesma” foi o

assunto discutido em 29 de maio, fechando o ciclo

de palestras do Mês Cultural do curso de Relações

Internacionais. O evento, cujo tema central foi

“Ação Cultural em Zonas de Conflito na América”,

procurou abordar, sob o aspecto sociológico, o pro-

cesso de produção cultural em regiões conflituosas

no continente americano e como esta região pode

se tornar um local de resistência de comunidades

em meio à pobreza, à segregação racial, à repressão

oficial e à luta social.

Segundo o presidente do Centro Acadêmico de

Relações Internacionais, Jônatas Ribeiro de Paula,

a palestra do dia 29, que contou com a participação

da etnomusicóloga Francisca Marques e do antropó-

logo Pedro Guasco, analisou o papel das periferias na

produção cultural brasileira, bem como a influência

do relacionamento de certos grupos sociais marginais

com o restante da sociedade na formulação dessa

expressão cultural.

“Poupança, investimento e desenvolvimento do

mercado financeiro pós-estabilização” foi o tema

central de mais um evento coordenado pelo ex-

ministro da Fazenda e do Planejamento e professor

emérito da FEA, Antonio Delfim Netto, no dia

30 de maio, como parte dos Seminários “Brasil no

Século XXI”. O foco do debate foram as profundas

mudanças institucionais pelas quais passaram tanto

o setor bancário, quanto o mercado de capitais no

período pós-1994. De acordo com

o professor Márcio Issao Nakane,

além desses avanços, também

foram apreciados os gargalos

que ainda existem e precisam ser

superados, como a forte presença

governamental nesses setores

e a baixa disponibilidade de fon-

tes de financiamento de longo

prazo a custos acessíveis.

No dia 31 de maio, a palestra do general Eduardo Villas

Boas, organizada pelo professor Jacques Marcovitch, tratou

do tema “A Amazônia sob a ótica da segurança”. De acordo

com o prof. Jacques, os maiores desafios da Amazônia são

o vazio demográfico, a distância dos centros de poder e,

principalmente, a ausência do Estado, que só se manifesta

de modo repressor, não oferecendo incentivos e oportuni-

dades para o desenvolvimento da região, o que se reflete na

preservação da própria floresta.

Com o intuito de esclarecer um pouco mais sobre esses

desafios, a apresentação do general concentrou-se não só

em questões relacionadas à segurança, mas também em as-

pectos ambientais, sócio-econômicos e culturais da região,

com ênfase na questão indígena e na importância da região

amazônica para o Brasil e para o mundo. Para explicar a

relevância dessa discussão, o prof. Jacques acrescenta: “a

região, que ocupa metade do território brasileiro, possui

cerca de 70% do volume de água doce e forma o maior

banco genético de biodiversidade do planeta”.

Prof. Nakane, que participou do debate sobre Poupança, In-vestimento e Desenvolvimento do Mercado Financeiro Pós-estabilização.

FEA X FEA

#04 #09

GENTEDAFEA

GENTEDAFEA

Des

envo

lvim

ento

bra

sile

iro

em fo

coA região amazônica, o consumo das famílias brasileiras e a agricultura são alguns dos assuntos abordados nos eventos da Faculdade.

“A agricultura após a abertura ao exterior”

foi mais um tema discutido como parte

da série de Seminários “Brasil no Século

XXI”, organizado pelo professor Antonio

Delfim Netto, no dia 13 de junho. No

evento, procurou-se abordar a perspectiva

de retomada do crescimento agrícola após

a crise dos anos 2005 e 2006. Segundo

o professor Fernando Bento Homem de

Melo, que participou das discussões, uma

importante notícia nesse setor é a nova

demanda de bio-combustíveis por todo

mundo. “A agricultura brasileira, portanto,

tem todas as condições de aproveitar essa

nova fase”, defende o prof. Fernando.

“Crescimento econômico e distribuição de

renda: prioridades para ação” é o título

do livro organizado pelo professor Jacques

Marcovitch e também do Seminário de

lançamento deste, no dia 19 de junho.

Durante o evento, foram debatidos os en-

saios desenvolvidos pelos autores sobre dez

questões que se tornaram prioritárias para

o desenvolvimento brasileiro e da América

Latina: educação, saúde, emprego, habi-

tação, proteção social, infra-estrutura,

reforma tributária, inovação, comércio

internacional e serviços financeiros. De acordo

com o prof. Marcovitch, os textos foram escritos

com a preocupação de ultrapassar o diagnóstico

e adquirir um tom propositivo. Essas diferentes

abordagens sobre o tema tornam o livro “uma

valiosa contribuição da sociedade civil para o

aperfeiçoamento e implantação de políticas

públicas impulsionadoras do crescimento com

eqüidade”, comenta o prof. Marcovitch, que

ressalta: “as dez propostas compõem um quadro

único e precisam ser vistas de maneira inte-

grada”.

Para o prof. Marcovitch, trata-se de um tema

muito relevante, uma vez que demonstra que é

possível erradicar a miséria no Brasil, desde que

as políticas públicas transcendam o ciclo dos

mandatos eletivos e sejam focadas em prioridades

duradouras.

O Instituto de Pes-

quisa Econômica

Aplicada (IPEA) e a

FEA realizaram, no

dia 21 de junho, o

seminário de lança-

mento do livro, em

dois volumes, “Gas-

tos e consumo das

Capa do livro lançado junto ao seminário sobre Gastos e Con-sumo das Famílias Brasileiras Contemporâneas.

Site dos ex-alunos: uma ferramenta útil e inovadora.

O Programa de Relacionamento com Ex-alunos, FEA+, pro-

move o lançamento de seu novo site, com foco no tripé social,

profissional e aprendizagem.

Durante as comemorações dos 60 anos da FEA, o programa cres-

ceu e estreitou os laços com aqueles que não estudam mais na

Faculdade. Com o intuito de conhecê-los melhor, oferecer-lhes

um intercâmbio de conhecimento e obter recursos para a Univer-

sidade, o FEA+ mais promove, no dia 23 de agosto, o lançamento

de uma ferramenta virtual que facilitará imensamente a interação

com esses ex-alunos e ampliará a rede de contato destes.

Segundo o gestor do programa Wagner Toyama Cassimiro,

trata-se de uma ferramenta inovadora e de grande utilidade,

pois, ao mesmo tempo em que não há nada oferecido por outras

escolas no Brasil, existe o aspecto social, pois essas pessoas po-

dem reencontrar antigos colegas, sua turma de faculdade, enfim,

refazer contato com alguém que não vê há muito tempo. “Do

ponto de vista profissional, da carreira, o ex-aluno vai ter acesso,

através do site, a oportunidades de novos desafios, vai poder postar

vagas e conhecer experiências da vida de outras pessoas”, explica

Wagner, que completa: “o aspecto da aprendizagem também foi

incluído no site, então, eles terão acesso a temas que estão sendo

discutidos atualmente, sempre com um ex-aluno ou professor

opinando, e depois continuarão a discussão, participando de

fóruns sobre esses assuntos”. De acordo com Wagner, além de

aproximar os ex-alunos da FEA, bem como ampliar e intensificar

o networking destes, o site (www.usp.br/feamais) tem o objetivo

de divulgar o que está acontecendo na Faculdade, para que estes

possam participar dos eventos que são realizados pela escola.

Raça, Desenvolvimento e Desigualdade Social Programa de Intercâmbio realiza curso na FEA.

Entre 26 de maio e 15 de junho, o Programa de Inter-

câmbio “Raça, Desenvolvimento e Desigualdade So-

cial” (RDDS) promoveu, na FEA, o 1º Summer Course

of Race, Development and Social Inequality Program.

Esse programa é fruto de uma parceria entre Brasil e

Estados Unidos, incluindo a Universidade de São Paulo

(USP), a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a How-

ard University

e a Vanderbilt

University.

O RDDS foi

firmado ofi-

cialmente em

2003, sendo

administrado

pela CCInt-

F E A / U S P.

Durante seus

quatro anos

de vigência,

promoveu o

intercâmbio acadêmico entre estudantes brasileiros de

graduação da USP e da UFBA e norte-americanos de

pós-graduação das duas universidades dos Estados Uni-

dos. No Brasil, o RDDS é coordenado pelo diretor da

FEA, professor Carlos Roberto Azzoni, assessorado pela

consultora da ECA/USP, Drª. Rosangela Malachias.

O Summer Course, que contou com a participação de

estudantes norte-americanos, foi ministrado por do-

centes da USP, especialistas convidados, representantes

de setores governamentais e ativistas do Movimento

Negro. O tema do curso, que teve continuidade em

Salvador, na Bahia, entre os dias 16 de junho e 5 de

julho, foi “História do Negro no Brasil”.

Prof. Azzoni e Malu com o grupo que participou do Treinamento do Programa Raça, Desenvolvimento e Desigualdade Social.

No novo site, ex-alunos poderão ampliar sua rede de relacionamentos e ter mais contato com a FEA.

#05

FEA ALUNOS

#08

GENTEDAFEA

GENTEDAFEA

A c

onq

uis

ta d

o d

up

lo-d

iplo

ma

Saiba quem é a primeira aluna da FEA a receber duplo-diploma pelo convênio entre a Faculdade e a Euromed-Marseille da França.

Ter a chance de estudar em uma universidade

do exterior por um período é uma experiência

única na vida. Receber um duplo-diploma, então,

é algo inesquecível. Sabendo da importância de

uma oportunidade como essa, a FEA, através da

CCInt, desenvolveu um convênio de duplo-di-

ploma em administração com a Euromed-Mar-

seille da França. Segundo o professor Edson Luiz

Riccio, Presidente da CCInt e responsável pela

viabilização desse convênio, esse é o primeiro e

ainda único duplo-diploma oficial entre uma es-

cola brasileira e francesa nessa área. Conforme o

prof. Riccio, os pré-requisitos para estabelecer o

convênio são “que as duas escolas se conheçam

mutuamente e tenham uma relação de semelhan-

ça, além da confiança mútua, ou seja, deve haver

um interesse das duas instituições para se fazer o

acordo”.

Para ter essa oportunidade, o aluno da FEA deve

atender às seguintes exigências: estar no terceiro

ano, ter média mínima 7, ter carta de recomen-

dação de dois professores, falar corretamente o

idioma francês, apresentar um projeto de estudos

na Euromed-Marseille e possuir todos os docu-

mentos exigidos pela CCInt.

De acordo com o prof. Riccio, o aluno fica no

exterior durante um ano e, ao concluir todos os

créditos necessários, bem como o trabalho de

conclusão – em

inglês ou francês

retorna ao Brasil e

todo o seu proces-

so é enviado para

a Euromed, que

emitirá o Diploma

de Master em Ma-

nagement Francês.

Atualmente, a

FEA possui 8 alu-

nos participando

desse processo e uma estudante já duplamente diplomada,

Camila Garcia, que desenvolveu uma monografia com o tema

“Um estudo de caso sobre a viabilidade de exportação de pe-

ças de decoração brasileira para a França”. Segundo Camila,

a orientação do trabalho de conclusão é compartilhada entre

as duas escolas. Por isso, ela foi orientada, no Brasil, pelo pro-

fessor de finanças da FEA, André Luiz Oda, e na França pelo

docente Fréderic Prévot. Para ela, a experiência de conquis-

tar um duplo-diploma é de grande importância para sua vida

acadêmica e profissional. “Em meu ano de estudos na França

tive a oportunidade de conviver com pessoas de diferentes na-

cionalidades, entender as diferenças culturais e estudar temas

relevantes para as relações de comércio internacionais”, ressalta

finalizando: “hoje me sinto muito mais confiante para trabalhar

em conjunto com profissionais de outros países”.

A aluna da FEA, Camila, realizada pela con-quista do primeiro duplo-diploma.

Saiba o que foi discutido durante o XII Encontro Nacional de Economia política realizado na FEA

famílias brasileiras contemporâneas”, escrito

por autores de diferentes áreas profissionais,

incluindo docentes da FEA – professores

Carlos Roberto Azzoni, Denisard Cnéio de

Oliveira Alves e Heron Carlos Esvael do Car-

mo e pesquisadores da Fundação Instituto

de Pesquisas Econômicas (FIPE). O evento

foi pautado pela apresentação e discussão dos

resultados dos estudos desenvolvidos pelos

autores, que analisaram, sob várias óticas, os

hábitos de consumo da população, com base

na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF),

realizada pelo Instituto Brasileiro de Geogra-

fia e Estatística (IBGE) em 2002-2003.

Informações adicionais sobre o livro e debate

no “Painel” desta mesma edição do Gente da

FEA.

“A questão metropolitana no Brasil” é outro

assunto incluído na série de Seminários “Bra-

sil no Século XXI”, sob a responsabilidade do

prof. Delfim Netto. O debate, realizado no

dia 27 de junho, abordou a situação atual

das grandes cidades brasileiras, concentran-

do-se em questões estruturais e nos desafios

que devem ser superados através de ações

estratégicas para se promover o crescimento

ordenado das metrópoles nacionais. Profª. Leda Paulani, que coor-denou o XII Encontro Nacional de Economia Política.

XII Encontro Nacional de Economia Política

Evento discutiu perspectivas e contradições do desen-volvimento brasileiro

Entre 5 e 8 de junho, foi realizado, na FEA, o XII Encontro

Nacional de Economia Política, promovido pela Sociedade

Brasileira de Economia Política (SEP). Coordenado pela

professora da FEA, Leda Maria Paulani, e pela professora

da PUC-SP, Christy Ganzert Pato, o evento teve como

tema principal “Perspectivas e contradições do desenvol-

vimento capitalista no Brasil e na América Latina”.

Além da apresentação de 120 trabalhos, houve, durante

o encontro, dois minicursos, sendo um deles sobre “Amé-

rica Latina no ciclo recente de alta liquidez e crescimen-

to acelerado da economia mundial” e, outro, “Análise

do Capitalismo Liberal”. Ainda foram realizadas mesas

especiais de debates acerca de diferentes aspectos da

temática central.

Segundo a profª. Leda, o encontro foi muito satisfatório,

não só pela relevância das discussões – tanto para o âm-

bito político, como social –, mas também pela intensa

participação, já que todas as seções estavam lotadas. “A

apreciação geral foi boa, tiramos um documento, a Carta

de São Paulo, que estamos fazendo os últimos acertos e

iremos colocar no site da SEP”, acrescenta a profª. Leda.

Conforme os organizadores, a escolha desta temática é

fruto da conjuntura particularmente desafiadora vivencia-

da atualmente pelo continente

e pelo Brasil, num momento em

que o domínio do pensamento e

das políticas neoliberais parece

estar sendo colocado em xeque.

PAINEL

#06 #07

GENTEDAFEA

GENTEDAFEA

Con

hec

end

o os

háb

itos

de

con

sum

o d

asfa

míl

ias

bra

sile

iras

Professores falam sobre Pesquisa de Orçamento Familiar realizada pelo IBGE e sobre estudo de Gastos e Consumo das Famílias Brasileiras Con-temporâneas, desenvolvido a partir dos dados disponibilizados pela POF.

É nítida a impor-

tância da econo-

mia na análise

da qualidade de

vida das famílias

brasileiras, já

que se trata de

uma área volta-

da à pesquisa de

várias questões

envolvendo esse

assunto, como

geração de em-

prego, crescimento econômico, distribuição

de renda etc. De acordo com o diretor da

FEA, professor Carlos Roberto Azzoni, uma

outra maneira concreta de analisar o bem-

estar dessas famílias é avaliar como elas estão

gastando. Justamente com esse intuito, foram

desenvolvidos vários estudos sobre Gastos e

Consumo das Famílias Brasileiras Contempo-

râneas, que culminaram na publicação de um

livro, em dois volumes, editado pelo IPEA, com

a participação de docentes da FEA.

Para elaboração desses estudos, os autores con-

taram com os dados levantados pela Pesquisa

de Orçamento Familiar (POF), realizada pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE), em todo Brasil, em 2002. “É uma

pesquisa muito detalhada, que disponibiliza

informações relevantes das famílias, como

quanto cada uma gastou e quanto recebeu; se

é branco ou negro; se é pobre ou rico; se mora

no Nordeste ou no Sul; se trabalha no setor

público ou não”, explica o prof. Azzoni, que é

um dos autores do livro. Através dos dados da

POF, os pesquisadores puderam calcular inú-

meros indicadores de dispêndio da população

com bens e serviços relacionados à alimentação,

vestuário, transporte, habitação, saúde, educa-

ção, lazer, cultura, entre outros. Isso possibilitou

não só uma compreensão detalhada da qualida-

de de vida das famílias brasileiras, mas também

contribuiu para o entendimento dos diferentes

níveis de desenvolvimento em que se encontra a

população. “Foi feito um conjunto de avaliações,

tanto sobre a realidade de 2002-2003, quanto

sobre a evolução da situação entre essa pesquisa

e a anterior, que foi realizada em 1995-1996.

Então, são, basicamente, dez anos de história

do Brasil, analisados a partir do consumo das

famílias”, completa o prof. Azzoni, que escreveu

um dos capítulos do livro sobre o tema “aluguel”,

com base nos dados disponibilizados pela POF,

em co-autoria com a professora da Universida-

de Federal de Pernambuco, Tatiane Almeida de

Menezes, e o pesquisador da FIPE, Guilherme

Moreira. “Fizemos essa pesquisa sobre aluguéis

porque é um bom indicador de quanto custa viver

na cidade. Em uma cidade em que o aluguel é

caro, provavelmente, todo o resto é caro também;

se o aluguel é barato, todo o resto é barato”, es-

clarece o prof. Azzoni, que adianta o resultado

obtido nesse estudo: “concluímos que Brasília é

o lugar mais caro. É um mercado que tem uma

rotatividade muito grande de pessoas que bus-

cam apartamentos de bom nível. Depois vem

São Paulo, Rio de Janeiro e assim por diante”.

Para o professor de economia, Denisard Cnéio

de Oliveira Alves, a POF traz uma amostra

representativa das famílias brasileiras, e a

comparação entre a atual pesquisa e a ante-

rior permitiu o conhecimento da evolução

dos gastos no período entre 1996 e 2002.

“Pudemos constatar as mudanças no padrão

de consumo dessas famílias e isso é muito

O diretor da FEA, prof. Carlos Roberto Azzoni, que é um dos autores do livro lançado pelo IPEA.

relevante do

ponto de vis-

ta da política

econômica”,

a rgumenta

o prof. De-

nisard, que

aponta como

motivos dessas

modificações

no padrão de

consumo o

crescimento

da renda real

dos consumidores, a queda dos preços relativos e

a introdução de novos produtos. O trabalho feito

pelo prof. Denisard, com a utilização de dados da

POF, aborda o consumo de proteína da população.

A pesquisa, que também está no livro, foi elaborada

juntamente com a professora Tatiane Menezes. “Pe-

gamos os principais produtos que produzem proteínas

e tentamos verificar como a demanda por eles reage

a preços e renda. Observamos que certas famílias

não consomem alguns desses produtos, devido aos

seus preços relativos e aos gostos”, comenta o prof.

Denisard, que continua: “também analisamos a im-

plicação disso em termos de estimar a elasticidade do

preço e da renda, bem como da demanda por esses

elementos”.

Segundo o professor de economia, Heron Carlos

Esvael do Carmo, as informações disponibilizadas

pela Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE se

constituem em elementos importantes para que se

possa desenvolver uma análise mais aprofundada da

realidade brasileira, uma vez que permitiram uma

melhoria dos estudos tanto em termos de amostra,

quanto em relação à precisão dos resultados obtidos.

“De modo geral, a POF demonstrou que houve uma

“É uma pesquisa muito detalhada, que disponibiliza informações relevantes das famílias, como quanto cada uma gastou e quanto recebeu; se é branco ou negro; se é pobre ou rico; se mora no Nordeste ou no Sul; se trabalha no setor público ou não”.

mudança no consumo, principalmente um

aumento na participação nos gastos com

serviços públicos – por conta, primordial-

mente, da telefonia – e uma redução na

participação de alimentos”, ressalta o prof.

Heron, que também destaca a ocorrência

de um ganho de bens duráveis de consumo,

associado tanto à queda dos preços, quanto

ao aumento do crédito. Para o prof. Heron,

um aspecto relevante detectado pela POF

foi a melhora no padrão nutricional do bra-

sileiro. “Durante muito tempo, a discussão

girava em torno da desnutrição no Brasil.

Hoje, ficou claro que essa desnutrição

ainda existe em bolsões de pobreza, mas o

que estamos vivendo é a má nutrição, pois

não há mais uma restrição muito grande

para que as famílias adquiram alimentos”,

destaca complementando “Isso está em

sintonia com o aumento significativo da

produtividade agrícola do país”. A partir

dessas constatações, o prof. Heron conclui

que o principal resultado dessa pesquisa foi

evidenciar uma melhora geral na qualida-

de de vida das famílias brasileiras, embora

também se tenha observado, pelos dados

disponibilizados, que

a distribuição de

renda no Brasil con-

tinua sendo muito

desigual.

Prof. Denisard, que escreveu dois artigos do livro sobre Gastos e Consumo das Famílias Brasileiras.

Prof. Heron, que aponta uma mudança nos hábitos de consumo das famílias, a partir dos dados levantados pela POF.