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p f l e x projeto patrimônio cultural e natural na serra da moeda, minas gerais: intervenções arquitetônicas para a preservação e uso sustentável das ruínas do forte de brumadinho prof. dr. frederico de paula tofani 2º período letivo de 2017 plano de curso ea U F M G

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p f l e x

projeto patrimônio cultural e natural na serra da moeda, minas gerais:

intervenções arquitetônicas para a preservação e uso sustentável das

ruínas do forte de brumadinho

prof. dr. frederico de paula tofani 2º período letivo de 2017

plano de curso

ea U F M G

sumário

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ................................................................................. 1

O PATRIMÔNIO CULTURAL E NATURAL NA SERRA DA MOEDA .............................. 2

OBJETIVOS EDUCACIONAIS DA DISCIPLINA ............................................................ 12

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA DISCIPLINA .......................................................... 13

PROCEDIMENTOS E PRODUTOS DA DISCIPLINA ..................................................... 19

SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA ................................................................. 21

CRONOGRAMA DA DISCIPLINA .................................................................................. 22

DIVULGAÇÃO DE RESULTADOS ................................................................................. 23

BIBLIOGRAFIA BÁSICA ................................................................................................ 24

Antigamente, os viajantes tomavam por modelos os heróis cujas façanhas eram narradas nas

mitologias. Em virtude de sua origem semi-divina e semi-humana, os heróis tinham a missão de

unir o desconhecido ao conhecido e pôr em comunicação a esfera dos homens, o empíreo divino

e o mundo subterrâneo dos mortos. Podiam franquear o umbral deste último em ambos os

sentidos, e, na verdade, esta era uma das provas que deviam enfrentar, pois embora destinados à

imortalidade, tinham que conquistá-la percorrendo a Terra até os seus confins, onde ninguém

jamais pisara. (...) Para os parentes e amigos, que, vendo-o partir, admiraram sua temeridade, o

viajante ao retornar já não é o mesmo; ainda impregnado do desconhecido, converteu-se em

herói. (...) Que resta do espírito que animava aqueles viajantes arrojados numa época como a

nossa, em que basta tomar um avião para sentir-se herói? Esse novo tipo de viajante, o turista, vai

verdadeiramente ao encontro do outro, interessa-se no fundo em encontrá-lo?

Jacques Brosse

O Viajante e sua Busca

1

apresentação da disciplina

preservação dos bens que constituem o patrimônio cultural e natural de

uma sociedade exige não apenas que eles tenham a sua integridade física e simbólica

salvaguardada de fenômenos potencialmente lesivos. A preservação exige também que

sejam dadas destinações a esses bens que lhes permitam contribuir para o

desenvolvimento social em geral e, em particular, para o desenvolvimento das

comunidades às quais eles estão diretamente associados.

A relação entre salvaguarda e destinação, entre preservação e desenvolvimento,

deve se dar, necessariamente, de forma sustentável e que garanta que os bens do

patrimônio cultural e natural sejam entendidos, permanentemente, como portadores de

relevante significação e, assim sendo, ocupem um lugar de destaque no passado,

presente e futuro, na memória, cotidiano e projetos de uma sociedade.

Todavia, o estabelecimento de sustentabilidade nessa delicada relação é uma

tarefa bastante complexa que ganha contornos ainda mais intrincados quando o

patrimônio em questão se encontra em contextos com prolongado declínio econômico ou

acelerado crescimento econômico, com grande desigualdade social e política e/ou com

atividades econômicas predatórias como, inclusive, algumas modalidades de turismo.

Esta disciplina trata a questão de como determinadas intervenções espaciais –

propostas por meio de projetos arquitetônicos – podem contribuir para a sustentabilidade

da relação entre preservação e desenvolvimento em contextos como o das ruínas do

complexo de exploração aurífera setecentista polarizado pelo chamado Forte de

Brumadinho, localizado na Serra da Moeda, a aproximadamente 30 quilômetros do

hipercentro da cidade de Belo Horizonte.

Serão estudados, principalmente, os bens do patrimônio cultural e natural na

Serra da Moeda, as comunidades que a habitam e utilizam, os fenômenos da mineração,

industrialização, urbanização e turismo que lá tem lugar e a teoria e prática

contemporâneas de restauração, reabilitação e requalificação de bens arquitetônicos,

urbanísticos e paisagísticos.

A

2

o patrimônio cultural e natural na serra da moeda

Projeto Patrimônio Cultural e Natural na Serra da Moeda, Minas Gerais

consiste em um conjunto de atividades de pesquisa, extensão e ensino com vistas a

contribuir para a preservação e uso sustentável do relevante patrimônio cultural e natural

existente na formação geológica e fisiográfica denominada Geosinclinal da Moeda ou,

simplesmente, Serra da Moeda.

Postada majestosamente na transição de dois importantes biomas nacionais – a

Mata Atlântica e o Cerrado – e entre dois grandes afluentes do Rio São Francisco – os

rios Paraopeba e das Velhas –, a Serra da Moeda constitui um ambiente montano

claramente distinguível na paisagem regional devido aos seus gradientes altitudinais

acentuados. Com cotas altimétricas sempre superiores a 1.100 metros e cerca de 50

quilômetros de comprimento no sentido Norte-Sul e 15 quilômetros de largura máxima no

sentido Leste-Oeste, essa serra compreende 470 quilômetros quadrados de área e pode

ser considerada como uma unidade não apenas geológica, geográfica e ecológica, mas

também histórica (Brandt, 2007) (Figura 1; Figura 2; Figura 3).

Figura 1: a) porção da Cadeia do Espinhaço em Minas Gerais e, em destaque, o Quadrilátero Ferrífero;

b) Quadrilátero Ferrífero e suas principais estruturas geológicas: A: Serra do Curral; B: Geosinclinal da Moeda; C: Geosinclinal do Gandarela; D: Chapada de Canga; E: Geosinclinal Alegria; F: Geosinclinal Ouro

Fino; G: Geosinclinal Conta História; H: Geosinclinal Dom Bosco. Fonte: Carmo (2010).

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3

Figura 2: Geosinclinal da Moeda: a) limite da área com cota altimétrica superior a 1.100 metros (linha

amarela) e linha de perfil transversal (linha azul); b) perfil transversal com dimensão vertical acentuada. Fonte: modificado de Brandt (2007).

Figura 3: porção do Geosinclinal da Moeda no município de Brumadinho. Fonte: fotografia de Ilana Lansky.

Sobretudo, a Serra da Moeda se distingue por suas extraordinárias paisagens

culturais, habitadas por grupos humanos há milênios, constituídas por singulares

formações geológicas e unidades geomorfológicas detentoras de grande beleza cênica,

permeadas por uma intricada rede hidrológica superficial e subterrânea e compostas por

um conjunto de ecossistemas de Mata Atlântica e Cerrado que abriga uma grande

biodiversidade e inclui Florestas Estacionais Deciduais e Semideciduais, Cerradões,

4 Campos Cerrados e, em especial, raros Campos Rupestres Quartizíticos e Ferruginosos

com elevado grau de endemismo e especialização de fauna e flora e, portanto, bastante

frágeis (Figura 3, Figura 4).

Figura 4: a) Campo Rupestre Ferruginoso no Geosinclinal da Moeda; b) abelha solitária Xylocopa truxali

(Apidae), que constrói seus ninhos nos ramos da canela-de-ema Vellozia compacta; c) planta carnívora do gênero Drosera. Fonte: a) b) fotografias de Glauco Cezar Borges; c) fotografia de Frederico de Paula Tofani.

Em meio a esse espaço também se encontra uma grande quantidade e

diversidade de bens culturais de natureza material e imaterial relacionados aos processos

de produção do espaço e reprodução social das culturas que lá habitaram ou habitam e

que de lá dependeram ou dependem.

Isso inclui sítios arqueológicos pré-históricos, tais como abrigos sob rocha com

pinturas rupestres onde predominam representações zoomórficas da Tradição Planalto, e

sítios arqueológicos históricos cuja concepção é atribuída principalmente a portugueses e

luso-brasileiros e cuja execução ficou a cargo, em geral, de seus escravos africanos.

Esse grupo inclui os remanescentes de grandes estruturas como a rede de estradas

calçadas com lajes de pedra que se estendia por toda a Serra da Moeda, as ruínas do

complexo de exploração aurífera do Forte de Brumadinho e da Fazenda e núcleo de

5 mineração de Morro Velho, no município de Brumadinho, as ruínas do lendário complexo

de fundição e cunhagem clandestina de barras de ouro denominado Casa da Moeda

Falsa, no município de Moeda, as ruínas da imponente fazenda setecentista que

constituem a singular base física da comunidade afrodescendente de Chacrinha dos

Pretos, no município de Belo Vale, e as ruínas da Usina Siderúrgica do Ribeirão da Prata,

ou Fábrica Patriótica do Barão Eschwege, no município de Ouro Preto (Figura 5).

Figura 5: a) pintura rupestre, no município de Brumadinho; b) remanescente de estrada calçada com lajes de pedra, no município de Moeda. c) ruínas do Forte de Brumadinho, no município de Brumadinho; d) ruínas da Casa da Moeda Falsa, no município de Moeda; e) ruínas na comunidade afrodescendente de Chacrinha dos Pretos, no município de Belo Vale; f) ruínas da Fábrica Patriótica, no município de Ouro Preto. Fonte: a) b)

fotografias em Brandt (2007): c) d) e) f) fotografias de Frederico de Paula Tofani (2010, 2013, 2014, 2014).

6 Diversos bens urbanos, arquitetônicos, móveis e integrados também constituem o

acervo cultural existente na Serra da Moeda. Mesmo tendo variados portes, feições e

finalidades, esses bens comungam o fato de terem a sua origem e trajetória histórica

fortemente relacionadas, direta ou indiretamente, à economia da mineração e, em

particular, à exploração aurífera iniciada pelos portugueses no último quartel do século

XVII. Dentre eles, se sobressaem o núcleo urbano da vila de São Sebastião de Águas

Claras e sua capela homônima, no município de Nova Lima, o núcleo urbano da vila de

Piedade do Paraopeba, sua Igreja de Nossa Senhora da Piedade e sua Capela de Nossa

Senhora do Rosário, no município de Brumadinho, a Vila Coco e sua Capela do Sagrado

Coração de Jesus, no município de Moeda, o povoado de São Caetano da Moeda, sua

igreja homônima e sua Igreja de Nossa Senhora das Graças, também no município de

Moeda, o núcleo urbano da vila de Santana do Paraopeba e sua igreja homônima, no

município de Belo Vale, o núcleo urbano do povoado de Boa Morte e sua Igreja de Nossa

Senhora da Boa Morte, também no município de Belo Vale, bem como a Fazenda dos

Martins, no município de Brumadinho, a Fazenda das Grotas, no município de Moeda, a

Fazenda Boa Esperança, a Fazenda Santa Cecília e a Fazenda Santa Cruz, todas no

município de Belo Vale e diversos conjuntos ferroviários como os existentes nas cidades

de Moeda e Belo Vale (Figura 6).

Ademais, a Serra da Moeda ainda abriga comunidades tradicionais originárias,

não raro, de intercâmbios entre europeus, africanos e indígenas. Essas comunidades têm

como marca mais notável a profunda interdependência – ou mesmo a indissociabilidade

– entre os seus modos de produção do espaço e os seus modos de reprodução social,

entre o seu sentido de identidade e o seu sentido de territorialidade, entre a preservação

de seus bens naturais e culturais e a sua continuidade enquanto grupo social. Isso

redunda na instituição de um elaborado conjunto de conhecimentos e estratégias de uso

e manejo dos recursos naturais e culturais, na constituição de modos de produção e

reprodução bastante peculiares e na formação de percepções, formulações e

representações profundamente marcadas por tal dependência, indissociabilidade e

conhecimento. Em outras palavras, isso redunda em um singular conjunto de saberes (ou

conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano da comunidade), celebrações

(ou rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do

entretenimento e de outras práticas da vida social), formas de expressão (ou

manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas) e lugares (ou espaços

onde se concentram e reproduzem práticas culturais coletivas) passíveis de

reconhecimento como bens culturais de natureza imaterial (Figura 6e).

7

Figura 6: a) Igreja de N. S. da Piedade, no município de Brumadinho; b) Igreja de N. S. da Boa Morte, no

município de Belo Vale; c) Igreja de N. S. das Graças, no município de Moeda; d) Fazenda Boa Esperança, no município de Belo Vale; e) Capela de N. S. do Rosário, com apresentação de Congada, no município de Brumadinho; f) patrimônio ferroviário na cidade de Belo Vale; g) patrimônio ferroviário na cidade de Moeda. Fonte: a) b) c) fotografias em Brandt (2007); d) fotografia de Glauco Umbelino (2007); e) fotografia de autor

desconhecido (s/d); f) g) fotografias de Frederico de Paula Tofani (2014).

8 Contudo, o fato da Serra da Moeda conter algumas das maiores jazidas de

minério de ferro do Quadrilátero Ferrífero, uma das mais importantes províncias minerais

do planeta, em associação com os fatos de ela estar junto à Região Metropolitana de

Belo Horizonte, lar de mais de cinco milhões de pessoas, e ser cruzada por grandes vias

de transporte, como a BR-040, uma das principais rodovias federais do país, têm

colocado essa serra sob a esteira de pressões cada vez mais intensas da urbanização,

do turismo e de atividades extrativistas e industriais altamente lesivas como,

principalmente, a mineração.

Essas pressões têm acarretado desdobramentos negativos cada vez mais

visíveis, amplos e profundos e ameaçam de forma grave, direta e imediata não apenas o

patrimônio natural e cultural na Serra da Moeda e as suas comunidades, mas também

contextos ambientais, sociais e econômicos muito mais amplos. Dentre diversos

exemplos desses desdobramentos ampliados, podemos citar a crescente probabilidade

de desabastecimento de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte – posto que

essa serra seja o seu principal manancial – e mesmo as incontestáveis contribuições ao

aumento e aceleração das mudanças climáticas e do aquecimento tanto regional quanto

global (Figura 7, Figura 8).

Figura 7: o Pico do Itabirito, no Geosinclinal da Moeda, no século XIX e hoje. Fonte: a) Gravura de F. J.

Stephan (1840); b) Aquarela de Marianne North (1873); c) fotografia de Carlos Alberto Rosière (2005); d) fotografia de John Sargent (2005).

9

Figura 8: a) b) incêndios criminosos no Geosinclinal da Moeda; c) motociclismo predatório sobre remanescente do chamado Calçadão de São Caetano, no município de Moeda; d) patrimônio ferroviário em arruinamento por abandono em Belo Vale. Fonte: a) b) fotografia de Lucas Mendes (2011); c) Disponível em

http://www.youtube.com/watch?v=-hRfsPWk5rY; d) fotografia de Frederico de Paula Tofani (2014).

Se ações visando à preservação e uso sustentável do patrimônio cultural e natural

da Serra da Moeda são justificáveis apenas e tão-somente pela relevância dos bens que

o constituem, hoje elas se fazem imperativas em face de tais pressões e dos muitos

desdobramentos negativos que têm acarretado e ainda podem acarretar.

Esta compreensão tem sido cada vez mais compartilhada nos últimos anos, como

se pode constatar pelo número crescente de ações governamentais e não

governamentais, nacionais e internacionais, visando à preservação e uso sustentável

desse patrimônio. Isso pode ser atestado pela criação de diversas Unidades de

Conservação municipais e estaduais na região; pelos tombamentos e demais formas de

acautelamento municipais e estaduais de seus diversos bens culturais; pelas ações

realizadas pelo Ministério Público de Minas Gerais e, em especial, pela Promotoria

Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais; pelo volume de

pesquisas produzidas e em produção sobre a Serra da Moeda e seu patrimônio cultural e

natural; pela atenção que ela tem recebido das mídias no Brasil e no exterior; pelo

reconhecimento pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura (UNESCO), em 2005, da Cadeia do Espinhaço, formação onde se insere a Serra

da Moeda, como Reserva da Biosfera; pela recente inclusão da Serra da Moeda na lista

10 da organização World Monuments Fund (WMF) de sítios de patrimônio cultural com

grande relevância e sob grave ameaça1; e, sobretudo, pela ampliação do clamor social e

pela ação política local, regional, nacional e internacional no sentido de sua preservação

e uso sustentável (Figura 9).

Figura 9: peça publicitária da organização WMF sobre a inclusão da Serra da Moeda na sua lista de sítios de patrimônio cultural com grande relevância e sob grave ameaça (“2014 World Monuments Watch”). Fonte:

WMF (2014).

1 Conforme a WMF (2014) explica, “apesar da importância da Serra de Moeda, a pressão advinda do

crescimento urbano e da crescente atividade minerária nessa serra ameaçam seu patrimônio natural e cultural. A prática corrente de mineração a céu aberto sem regulamentação ambiental tem significativos impactos sociais e ambientais na paisagem natural e cultural e nas comunidades locais. A inclusão da Serra da Moeda na lista de 2014 ajudará a se advogar práticas minerárias mais sustentáveis que melhor protejam o patrimônio natural e cultural na área” (tradução do autor).

11 O Projeto Patrimônio Cultural e Natural na Serra da Moeda, Minas Gerais é parte

desse esforço por sua preservação e uso sustentável. Como é próprio à Universidade

Federal de Minas Gerais, a contribuição desse projeto se dá por meio da pesquisa, da

extensão e do ensino, de forma indissociada e integrada na educação do cidadão, na

formação técnico-profissional, na difusão da cultura e na criação filosófica, artística e

tecnológica, buscando constituir-se como veiculo de desenvolvimento regional, nacional e

internacional e inspirando-se nos ideais de liberdade e de solidariedade humana.

Especificamente, o Projeto Patrimônio Cultural e Natural na Serra da Moeda,

Minas Gerais consiste em um conjunto de atividades de pesquisa, extensão e ensino –

denominadas subprojetos – objetivando a geração, o desenvolvimento, a transmissão e a

aplicação de conhecimentos no âmbito da identificação, da documentação, da

salvaguarda e do uso em bases sustentáveis desse patrimônio.

Nesse sentido, adotamos como premissa, conforme tratado na apresentação

deste documento, que a preservação dos bens que constituem o patrimônio cultural e

natural de uma sociedade exige, a um só tempo, que eles tenham a sua integridade física

e simbólica salvaguardada de fenômenos potencialmente lesivos e que lhes sejam dadas

destinações que lhes permitam contribuir para o desenvolvimento social em geral e, em

particular, para o desenvolvimento das comunidades às quais eles estão diretamente

associados. Todavia, o estabelecimento de sustentabilidade na delicada relação entre

salvaguarda e destinação, entre preservação e desenvolvimento, é uma tarefa bastante

complexa que ganha contornos ainda mais intrincados quando o patrimônio em questão

se encontra em contextos com prolongado declínio econômico ou acelerado crescimento

econômico, com grande desigualdade social e política e, em particular, com atividades

econômicas predatórias capazes de espoliar, usurpar e arruinar bens culturais e naturais

dotados de grande relevância e reconhecidos constitucionalmente como um patrimônio

de todos e dependentes da proteção do Poder Público.

Enfim, por meio desse projeto e de seus subprojetos, buscamos honrar a longa

tradição, a inequívoca excelência e a clara vocação da UFMG como instituição de

referência no âmbito da preservação e uso sustentável do patrimônio cultural e natural e,

sobretudo, como instituição voltada e destinada à res publica, à coisa pública.

12

objetivos educacionais da disciplina

disciplina Projeto Patrimônio Cultural e Natural na Serra da Moeda,

Minas Gerais: Intervenções Arquitetônicas para a Preservação e Uso Sustentável das

Ruínas do Forte de Brumadinho visa contribuir para a produção e reprodução de

conhecimentos, competências e habilidades que capacitem futuros arquitetos e

urbanistas para atuarem na preservação e uso sustentável do patrimônio cultural e

natural. Esses conhecimentos, competências e habilidades possibilitarão:

A compreensão do conceito antropológico de cultura e do conceito de patrimônio

cultural e suas expansões;

A compreensão da questão da sustentabilidade na relação entre a salvaguarda da

integridade física e simbólica do patrimônio e o desenvolvimento socioeconômico;

A compreensão dos conceitos de restauração, requalificação e conservação;

A compreensão dos critérios contemporâneos de restauração, requalificação e

conservação: Interdisciplinaridade; unidade potencial; reconstrução, anastilose e

consolidação de ruínas; intervenção integrativa ou preenchimento de lacuna;

contribuições válidas e intervenções espúrias; sistemas construtivos, bens móveis

e integrados, adaptações e acréscimos (distinguibilidade material e imaterial,

dialogismo, reversibilidade, coadjuvação); documentação e publicação e processo

decisório;

A compreensão das principais características dos bens do patrimônio cultural e

natural, das comunidades humanas relacionadas a esses bens e dos fenômenos

econômicos que os impactam;

E, sobretudo, a articulação e aplicação dos conteúdos acima em projetos

arquitetônicos com vistas à preservação e uso sustentável do patrimônio cultural e

natural.

A

13

conteúdo programático da disciplina

presente disciplina, de modo a alcançar os seus objetivos educacionais,

se dedica – tanto no sentido teórico quanto prático – à questão de como intervenções

sócio-espaciais podem contribuir para a sustentabilidade da relação entre preservação e

desenvolvimento em contextos como os das ruínas do chamado Forte de Brumadinho e

do vasto complexo de exploração aurífera que foi polarizado por ele.

Esse extraordinário bem tem a sua origem e trajetória histórica – assim como

muitas cidades, vilas e povoados na Serra da Moeda – relacionadas à economia da

mineração e, em particular, à exploração aurífera iniciada pelos portugueses no último

quartel do século XVII. Contrariando uma série de mitos e equívocos ainda reproduzidos,

a Serra da Moeda não experimentou uma integração apenas pequena, ou mesmo

marginal, às redes econômicas, sociais e culturais sustentadas pelos portugueses, em

escala mundializada, ao longo do Período Colonial. Ao contrário, esse espaço foi parte

constitutiva dessas redes, necessário a elas, e a elas fortemente ligado, seja nas esferas

oficiais seja nas não oficiais.

Situado na latitude 20°7’4.8”S e longitude 43°59’40.8”O, o Forte de Brumadinho

está inserido, portanto, no município homônimo que ocupa a porção meridional da Região

Metropolitana de Belo Horizonte, junto à face ocidental da Serra da Moeda (no seu trecho

conhecido por Serra da Calçada), na bacia hidrográfica do rio Paraopeba e a menos de

30 km do hipercentro de Belo Horizonte, 6 km do Condomínio Retiro das Pedras e 3 km

da Rodovia Federal BR-040 (Figura 10, Figura 11, Figura 12, Figura 14).

A

14

Figura 10: localização do Forte de Brumadinho (seta vermelha): a) em relação à cidade de Belo Horizonte

(porção superior da figura); b) em relação ao Condomínio Retiro das Pedras (porção superior da figura) e à Rodovia Federal BR-040 (linha amarela). Fonte: Google Earth (2009).

6

Figura 11: localização do Forte de Brumadinho (seta vermelha) a) em relação à cumeada da Serra da Moeda

e trilhas lá existentes (porção central e direita da figura); b) em relação à grande lavra a céu aberto do complexo (porção direita da figura). Fonte: Google Earth (2009).

15

Figura 12: imagens do Forte de Brumadinho. Fonte: fotografias de Frederico de Paula Tofani (2009).

16

Figura 13: Gravuras do Período Colonial representando técnicas de produção de grandes lavras de

exploração aurífera a céu aberto: a) “Representação ou perfil de hum servº. que fazendo agua se esgotta por pias, e a força de braços”; b) Representação ou perfil de hum serviço e desmontação a seco”. Fonte: Bertran

(1997) apud Guimarães et ali. (2002:45-46).

Figura 14: imagens de maquete digital do Forte de Brumadinho com sua grande lavra de exploração aurífera

a céu aberto e outras estruturas arqueológicas. Fonte: maquete digital de Frederico de Paula Tofani (2012).

17 A extraordinária relevância das ruínas do complexo de exploração aurífera do

Forte de Brumadinho não se deve apenas, deve-se destacar, às suas próprias dimensões

físicas e simbólicas. Ela se deve também ao fato das ruínas do complexo estarem

inseridas em espaço que contem diversos outros sítios arqueológicos, produzidos

inclusive por culturas pré-coloniais, bem como exuberantes paisagens culturais habitadas

há milhares de anos e constituídas por singulares formações geológicas e unidades

geomorfológicas que detêm grande beleza cênica e atuam como elementos basilares de

uma intricada rede hidrológica e de raros e delicados ecossistemas dos biomas Mata

Atlântica e Cerrado tais como Florestas Estacionais, Cerradões, Campos Cerrados e

Campos Rupestres (Figura 3, Figura 4).

Como tratado anteriormente, o patrimônio cultural e natural na Serra da Moeda

tem sido objeto de um número crescente de ações governamentais e não-

governamentais, nacionais e internacionais, visando à sua preservação e uso

sustentável. No que diz respeito especificamente à porção da Serra da Moeda que abriga

as ruínas do complexo do Forte de Brumadinho, isso pode ser atestado pelo tombamento

do Conjunto Histórico e Paisagístico da Serra da Calçada como patrimônio cultural do

Estado de Minas Gerais pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural em 2008.

Contudo, muito ainda tem de ser feito até que se possa afirmar que se logrou sucesso na

intricada tarefa de se garantir a efetiva preservação e uso sustentável do patrimônio

cultural e natural na Serra da Moeda em geral e na Serra da Calçada em específico.

Principalmente, se considerarmos as pressões cada vez mais intensas exercidas sobre

esse patrimônio pela mineração, industrialização, urbanização e turismo que lá têm lugar.

Portanto, a disciplina Projeto Patrimônio Cultural e Natural na Serra da Moeda,

Minas Gerais: Intervenções Arquitetônicas para a Preservação e Uso Sustentável das

Ruínas do Forte de Brumadinho busca contribuir para a produção e reprodução de

conhecimentos, competências e habilidades que capacitem futuros arquitetos e

urbanistas para atuarem na preservação e uso sustentável do patrimônio cultural e

natural na Serra da Moeda e em contextos similares.

A escolha do projeto a ser desenvolvido nesta disciplina ficará a cargo do próprio

estudante e resultará, obviamente, da sua análise das principais questões sócio-

espaciais relacionadas à preservação e uso sustentável do patrimônio em questão. Como

exemplos de projetos desenvolvidos em versões anteriores desta disciplina, podemos

citar: espaços para o turismo receptivo tais como centros de informação e apoio, áreas de

entretenimento, hotéis e pousadas, bares e restaurantes; espaços para pesquisa e

monitoramento ambiental; espaços museológicos de arqueologia, história, geologia,

geografia; espaços para tratamento de saúde; etc.

18

Figura 15: alguns projetos desenvolvidos na disciplina. Fonte: L1: Tatiana Bandeira (2009); L2: Laila Faria &

Nathali Padovani (2011); L3: Camila Freitas, Felipe Pires, Lucas Drummond & Yaçana Lima (2011); L4: Daniela Resende, Lais Dias & Mitzi Motta (2011); L5: Luiza Magalhães & Mateus Lira (2011); L6: Elisangela, Ellis & Fernanda (2009); Amanda Maciel & Thiago Fontes (2011); Anna Clara Marçall & Pablo Onofre (2010).

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procedimentos e produtos da disciplina

desenvolvimento da disciplina Projeto Patrimônio Cultural e Natural na

Serra da Moeda, Minas Gerais: Intervenções Arquitetônicas para a Preservação e Uso

Sustentável das Ruínas do Forte de Brumadinho se dará em duas etapas baseadas no

exercício de projeto pelos estudantes, sob a orientação do professor. Esse exercício

consiste no lançamento de várias hipóteses de projeto, na análise crítica dessas

hipóteses e no desenvolvimento de uma delas. Ele será perpassado por conteúdos

teóricos e metodológicos e por estudos de casos que serão introduzidos, discutidos e

aprofundados através de aulas expositivas, pesquisas orientadas e seminários.

O exercício de projeto pelos estudantes será realizado preferencialmente em

equipe, pois entendemos que o trabalho colaborativo proporciona melhores condições

para o desenvolvimento de temas mais complexos e promove um maior amadurecimento

de importantes conhecimentos, competências e habilidades profissionais tais como a

expressão e compreensão, a crítica e autocrítica, o intercâmbio e associação etc.

Deve-se destacar que o lançamento, análise crítica e desenvolvimento de

hipóteses de projeto pelos estudantes, e a respectiva orientação pelo professor, sempre

ocorrerão tendo como base representações bidimensionais e/ou tridimensionais em

suportes presenciais e/ou digitais. Recomenda-se que todos os estudantes assistam as

apresentações dos demais e as respectivas orientações do professor.

ETAPA 1 – FUNDAMENTAÇÃO, HIPÓTESES DE PROJETO E ESTUDO PRELIMINAR

Na primeira etapa serão estudados e debatidos conteúdos teórico-metodológicos

e estudos de casos que proporcionarão aos estudantes conhecimentos, competências e

habilidades básicas para iniciar o supracitado exercício de projeto. Tendo o estudante ou

O

20 equipe de estudantes escolhido o tema com o qual trabalhará, ele(a) deverá elaborar o

material de fundamentação – análise sócio-espacial, programa de necessidades, pré-

dimensionamento etc. – e partir para o lançamento e avaliação de hipóteses de projeto.

Escolhida uma hipótese, ela será aprofundada até alcançar o nível de informações

próprio a um estudo preliminar.

Produto: TP1 – Estudo Preliminar, contendo:

Memorial com análise sócio-espacial do sítio em questão, programa de

necessidades, pré-dimensionamento, conceitos iniciais, croquis ilustrando o

processo de desenvolvimento do estudo preliminar etc.;

Planta de situação, implantação, planta(s) baixa(s), planta de cobertura, cortes

esquemáticos, fachadas e perspectivas externas e internas. Obs: a apresentação

da proposta em maquete digital (no formato SKP ou similar) elimina a

necessidade das referidas plantas, cortes, fachadas e perspectivas;

Quadro geral de áreas;

Apresentação em mídia digital.

ETAPA 2 – ANTEPROJETO

Nessa segunda etapa, o estudo preliminar elaborado na etapa anterior deverá ser

desenvolvido até o nível de anteprojeto.

Produto: TP2 – Anteprojeto, contendo:

Memorial apresentado no TP1 atualizado com informações pertinentes e croquis

ilustrando o desenvolvimento do anteprojeto;

Planta de situação, implantação, planta(s) baixa(s) com layout, planta de

cobertura, cortes, diagrama estrutural, fachadas e perspectivas externas e

internas. Obs: a apresentação da proposta em uma maquete digital (no formato

SKP ou similar) elimina a necessidade das referidas plantas, cortes, fachadas e

perspectivas;

Quadro geral de áreas;

Especificação geral de materiais;

Apresentação em mídia digital e caderno impresso.

21

sistema de avaliação da disciplina

sistema de avaliação adotado na disciplina Projeto Patrimônio Cultural

e Natural na Serra da Moeda, Minas Gerais: Intervenções Arquitetônicas para a

Preservação e Uso Sustentável das Ruínas do Forte de Brumadinho é denominado

“Conceito Móvel”. Cada trabalho realizado – TP1 e TP2 – receberá um conceito (e

respectiva nota) indicando o desempenho do estudante em relação ao patamar ideal

estabelecido pelo professor para a respectiva atividade. Contudo, o conceito obtido no

TP1 não será necessariamente “fixo”, mas poderá ser incrementado caso o estudante

tenha um desempenho no TP2 proporcionalmente superior ao obtido no TP1. De modo a

não contrariar os regulamentos da UFMG, o conceito obtido no TP1 só será objeto de

ajuste quando esse procedimento beneficiar o estudante. Isto evita que ele tenha o

conceito do seu TP1 reduzido na excepcionalidade de ter um desempenho no TP2

proporcionalmente inferior ao do seu TP1.

Esse sistema de avaliação possibilita aos estudantes que têm um desempenho

inicial proporcionalmente inferior ao desempenho final não serem prejudicados no seu

conceito final. Em outras palavras, através desse sistema não são prejudicados aqueles

que têm uma apropriação do projeto inicialmente mais lenta – e, portanto, um conceito

inicial mais baixo –, mas que são capazes de um grande desenvolvimento e, finalmente,

de apresentar projetos de alto nível. Portanto, esse sistema permite a coexistência de

uma diversidade de métodos de projeto entre os estudantes e, portanto, evita uma

preconceituosa e prejudicial homogeneização dos mesmos.

O Estudo Preliminar (TP1) valerá 40 (quarenta) pontos e será avaliado por uma

banca composta pelo professor-orientador e, se possível, por um ou mais professores

e/ou profissionais convidados. O Anteprojeto (TP2) valerá 60 (sessenta) pontos e será

avaliado por uma banca composta pelo professor orientador e por um ou mais

professores e/ou profissionais convidados.

O

22

cronograma da disciplina

MÊS DIA AULA ATIVIDADE PROGRAMADA

01 a 04

Apresentação da disciplina, do patrimônio cultural e natural na Serra da Moeda e do Forte de Brumadinho.

--- Visita ao Forte de Brumadinho

05 a 08

Seminário: Teoria e prática contemporânea de projetos de restauração, reabilitação e requalificação do patrimônio arquitetônico, urbanístico e paisagístico.

09 a 12

Seminário: Teoria e prática contemporânea de projetos de restauração, reabilitação e requalificação do patrimônio arquitetônico, urbanístico e paisagístico.

13 a 16 Orientação e desenvolvimento TP1

17 a 20 Orientação e desenvolvimento TP1

21 a 24 Orientação e desenvolvimento TP1

25 a 28 Orientação e desenvolvimento TP1

29 a 32 Orientação e desenvolvimento TP1

33 a 36 Banca Intermediária

37 a 40 Orientação e desenvolvimento TP1

41 a 44 Orientação e desenvolvimento TP2

45 a 48 Orientação e desenvolvimento TP2

49 a 52 Orientação e desenvolvimento TP2

53 a 56 Orientação e desenvolvimento TP2

57 a 60 Banca Final

23

divulgação de resultados

onsiderando a importância das experiências que se espera acumular e

dos conhecimentos que se espera gerar, desenvolver, transmitir e aplicar através da

disciplina Projeto Patrimônio Cultural e Natural na Serra da Moeda, Minas Gerais:

Intervenções Arquitetônicas para a Preservação e Uso Sustentável das Ruínas do Forte

de Brumadinho, os docentes e discentes participantes poderão produzir publicações de

qualquer natureza, em meio físico e/ou digital, sobre essas experiências e

conhecimentos.

Os créditos serão incorporados às próprias publicações na forma da citação dos

nomes dos docentes e discentes participantes, desta disciplina, do curso de graduação e

da Escola de Arquitetura da UFMG.

C

24

bibliografia básica

ARQUEOLOGIA:

GUIMARÃES, Carlos Magno (coord.); ASSIS, Adriana Paiva de; PEREIRA, Anderson

Barbosa Alves; GROENNER, Daniele; REIS, Flávia Maria da Mata; SOUZA, Jorge

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