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COMPOSIÇÃO�ODISTRIBUIÇ�O E ABUNDANCIA DA ICTIOFAUNA DA BAIA DA ILHA GRANDE (RIO DE JANEIRO - BRASIL) BANCA EXAMINADORA: ii Silvio Corrêa dos Anjos Prof. .. - -- - (Presidente da Banca) Prof. . .. . �M ... Prof. S .. . -- 0&� Rio de Janeiro� 26 de agosto de 1993

eaiJo. S&r - pantheon.ufrj.brpantheon.ufrj.br/bitstream/11422/4135/1/273666.pdf · r RESUMO COMPOSIÇ O, DISTRIBUIÇAO E ABUNDANCIA DA ICTIOFAUNA DA BAIA DA ILHA GRANDE (RIO DE JANEIRO

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COMPOSIÇÃO�O� DISTRIBUIÇ�O E ABUNDANCIA DA ICTIOFAUNA DA

BAIADA ILHA GRANDE (RIO DE JANEIRO - BRASIL)

BANCA EXAMINADORA:

ii

Silvio Corrêa dos Anjos

Prof. fJfJ.é .. ✓-��- -�- • • • • • • • (Presidente da Banca)

Prof. �eaiJo. ��� .�À\¼ . .f. �M ...

Prof. S&r .. �Whl°-f'. �J/2 -�-0&�

Rio de Janeiro� 26 de agosto de 1993

Trabalho realizado no Setor de Recursos Departamento de Biologia Marinha, Instituto Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Orientador:

Pesqueiros, de Biologia,

Prof. Dr. Melquiades Pinto Paiva

Universidade Federal do Rio de Janeiro Departamento de Biologia Marinha

iii

*1

'

-

iv

FICHA CATALOGRAFICA

ANJOS, Silvio Corrêa dos Composi��o, distribuii�º

Baia da Ilha Grande (Rio de Janeiro. UFRJ, Museu Nacional,

e abundência da ictiofauna da Janeiro Brasil). Rio de 1993.

x, 80 p. Disserta��o: Mestre em Ci�ncias Biológicas (Zoologia) 1. Ictiofauna 2. Baia da Ilha Grande 3. Ecologia 4. Pesca

I. Universidade Federal do Rio de Janeiro - Museu Nacional II . Titulo

V

AGRADECIMENTOS

Gostaria de expressar meus agradecimentos às seguintes pessoas e institui�eies, pela ajuda prestada durante a execu��o do presente trabalho:

Ao Prof. Dr. orienta��º e sugesteies.

Melquiades Pinto Paiva,

Ao Prof. Sérgio Roberto Pereira Annibal, conselhos e incentivo.

pela

pelos

'A Secretaria de Agricultura e Pesca do Municioio de Angra dos Reis, bem como ao colega biblogo Ivan Kiefer Valdetaro, pelas informa�e,es referentes às Estatisticas da Pesca e apoio logistico.

'A Cooperativa de Pesca de Angra dos Reis, pelas informa��es sobre a atividade pesqueira e fornecimento de material ictiol6gico.

Ao meu irm�o Flávio Correa dos Anjos, desenhos a nanquim das figuras e mapas.

pelos

'As colegas Jane Cirne Oliveira, Alicia Tello Rozas e Clàudia Ferreira de Moura, pela partilha de dados referentes às suas respectivas áreas de trabalho na regi�o, além do incentivo e amizade.

possivel a Vida.

A todos os que, com seu estimulo e ajuda, tornaram realiza��º deste trabalho, dedicado a eles, e à

r

RESUMO

COMPOSIÇ�O, DISTRIBUIÇAO E ABUNDANCIA DA ICTIOFAUNA DA BAIA DA ILHA GRANDE (RIO DE JANEIRO - BRASIL)

vi

O presente trabalho tem por objetivo apresentar e discutir aspectos da ecologia da ictiofauna da Baia da Ilha Grande� costa sul do Estado do Rio de Janeiro. Foram realizadas coletas experimentais e observac;t3es de campo, que permitiram a anàlise da distribuic;�o dos peixes. Paralelamente, o estudo dos registros de estatistic:a da pesca em 1988, produzidos pela Prefeitura de Angra dos Reis, mostrou variac;ôes na abund�ncia relativa dos principais tipos comerciais de peixes naquele ano. Est�o registradas 134 espécies que comp�em quatro comunidades, de acordo com os principais bi6topos encontrados na regi�o. Foram observadas evidências de movimentos sazonais de peixes pleuronec:tiformes dentro da baia, que parecem ocupar preferencialmente as àreas mais internas no periodo de primavera-ver�o, e as externas no inverno. Os outros grupos de pei>:es penetram na baia em diversas estac;e)es do ano. Foi notada a dominância de algumas espécies, na área estudada.

ABSTRACT

COMPOSITION, DISTRIBUTION, AND ABUNDANCE OF THE ICHTHYOFAUNA FROM ILHA GRANDE BAY (RIO DE JANEIRO - BRAZIL)

The present work aims to show and discuss some aspects of ecology of the ichthyofauna of the Ilha Grande Bay, south coast of Rio de Janeiro State. Experimental catches and field observations were carried out, providing results used in fish distribution analysis. Aside, the study of the 1988 fisheries statistics records, provided by Angra dos Reis Munitipality, have shown relative abundance variations of the main fish commercial kinds. It was recorded 134 fish species, distributed in four c:ommunities, according the main biotopes found in the region. It was observed evidences of seasonal movements of pleuronec:tiform fishes, which seems ocupy mostly the bay inner areas in spring-summer period, and the outer ones during winter . The other fish commercial kinds come in the bay during eeveral year seasons. It was notic:ed that some species domine the studied area.

INDICE

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

viii

iv

LISTA DE SIGLAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . i>:

1 - I NTRODUÇJ!IO . . . . . . . • . . . . • • . . . . . . . . . . . . . • . • . . . . . . . . . 1

2

1.1 Gerenciamento pesqueiro .....•...........•.

1.2 - Objetivo da pesquisa

1.3 - Trabalhos anteriores

MATERIAL E ME TODOS ..•......•....•......•........•

5

6

8

10

2.1 - Area estudada ..•.....•..•....•........••.. 10

2.2 - Coleta de material ictiológico ........•... 15

2.3 Estatisticas da pesca ..................... 18

2.4 Processamento de dados .................... 19

3 - RESULTADOS E DISCUSSJ!IO ••.•.....•..•.•....•..•.•.• 22

3.1 Espécies registradas .....••.........••..•. 22

3.2 - Comunidades de peixes 22

3.3 - Estatisticas da pesca 41

3.3.1 - Principais grupos de peixes ........ 41

3.3.2 Dinâmica dos principais grupos ..... 54

4 - CONCLUSt3ES • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 69

5 - REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .••...•.••..•.......••.. 72

vii

#%

(

LISTA DE FIGURAS

1 - Localizaç�o das Baias da Ilha Grande e de Sepetiba, no litoral do Estado do Rio de

viii

Janeiro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2 Sub-àreas de pesca da Baia da Ilha Grande.

3 Procedimentos dos mergulhos de observaç�o,

11

para o levantamento ambiental . ..•••.••••.•••••.•••• 17

4 - Dendrograma de similaridade entre as sub-àreas, quanto às espécies registradas, segundo o indice de Ochiai • ••••••.••••.•.••..•.•.•. 38

5 - Espécies representativas tipos comerciais de peixes.

dos principais

6 - Niveis mensais de abundância relativa dos

47

peixes de Sabacu (1988) . •••••.•••.••••••••.•.•••••• 55

7 - Niveis mensais de abundancia relativa dos peixes de Verolme (1988) • •••••••••••••••..••.•••••• 56

8 Niveis mensais de abundância relativa dos peixes de Sandri (1988) . •••••.••••••••••••••••••••• 57

9 Niveis mensais de abundância relativa dos peixes de Coronel (1988) • •••.••••.••••••••••••••••• 58

10 - Niveis mensais de abundância relativa dos peixes de Acaià (1988) . ...•••...•••.•.•••.•••••.••• 59

11 - Niveis mensais de abundancia relativa dos peixes de Longa (1988) • •••••••..••••..•••.••••••.•• 60

12 - Niveis mensais de abundência relativa dos peixes de Abra�o (1988) • .•.•••.••.•....•.•..••••.•• 61

13 - Niveis mensais de abund�ncia relativa dos peixes de Drago (1988) . .••.••..•..•••..••.•••.••••• 62

14 - Niveis mensais de abundência relativa dos peixes de Grego (1988) • ••••..••.•.••...••.••••••••• 63

15 - Sub-áreas ocupadas pelo linguado, segundo as estaç�es do ano (1988) • ..•••..•••••••••••••••••• 66

I Relac;:�o das dos Reis, principais.

LISTA DE TABELAS

sub-áreas com suas

de pesca de Angra caracteristicas

II Lista das espécies de peixes coletados na àrea da Baia da Ilha Grande, entre 1989 e

12

1991 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

III Distribui��º das espécies de coletados nas sub-áreas de pesca.

peixes,

IV Lista de correspondência entre os tipos comerciais de peixes registrados, os nomes vulgares encontrados na literatura

31

e as respectivas espécies coletadas . •. . .. . ..•. . . 36

V Dados de estatistica da pesca de Angra dos Reis (1988). Percentagens dos rendimentos mensais, por sub-áreas de pesca . •...•.••.....•.. 42

VI Rendimentos e percentagens totais dos tipos comerciais de peixes de Angra dos Reis (1988) . ....•.••.........•••....••..•..•..•. 51

VII Niveis de abund�ncia dos tipos comerciais de peixes na Baia da Ilha Grande (1988).

VIII - Epocas do ano (1988) de maiores valores de abund�ncia dos principais tipos comerciais de peixes, por sub-àreas de

52

pesca. . . • . • . . . . • • . . . . . . . . . . • • . . . . • . . • • . • . . . • • . • • 64

LISTA DE SIGLAS

EUA Estados Unidos da América.

FAO Food and Agriculture Organization.

ix

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

IBGE

Recursos Naturais Renováveis.

Fundac;:�o Instituto Estatistica.

Brasileiro de Geografia e

PUCRGS - Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

9

SUDEPE

UFRJ

UFRN

USP

Superintendência do Desenvolvimento da Pesca.

Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Universidade de S�o Paulo.

>t

-

l

1 - INTRODUÇAO

A costa brasileira, com 7. 920 km de extens�o,

abrangendo desde a zona equatorial, ao norte, até a faixa

sub-tropical, ao sul, abriga 747 espécies de peixes

neriticos (Vazzoler, 1993), e um número ainda indeterminado

de formas pelágicas e batipel ágicas.

Segundo Fowler (194 1), tal ictiofauna apresenta,

além das espécies end@micas, elementos relacionados a três

regiôes geográficas adjacentes, totalizando 121

sendo por ele dividida em três grandes grupos, denominados

representa&�es, pois se referem aos centros de irradia��º

originais de cada conjunto de espécies, que s�o:

a) representa��º das Indias Ocidentais - parcela

da fauna cujas espécies s�o tipicas do Caribe e Golfo do

México, composta por 89 familias;

b) representa��º africana espécies também

encontradas na costa ocidental africana, sendo a segunda em

import�ncia, com 74 familias;

c) representa��º patagônica

regiâo temperada da América do Sul

distribuidos em 54 familias.

peixes tipices da

(Uruguai e Argentina),

Tais observa��es parecem ser particularmente

válidas, no caso da costa do Estado do Rio de Janeiro, que

além de conter uma grande variedade de ambientes, localiza-

se prbximo ao Trópico de Capricórnio, portanto, da regi�o

sub-tropical sul. Tal fato � assinalado por Vazzoler (1993),

familias,

2

que inclui o Rio de Janeiro na Provincia Zoogeográfica

Argentina, a qual se extende da àrea de Cabo Frio até a

Peninsula de Valdez (Argentina). Da mesma forma, Briggs

(1974) e Moyle & Cech, Jr. (1982) consideram esta àrea o

limite norte da zona temperada do sul do Atl-.i�ntico

Ocidental, onde ocorre a mistura gradual com a fauna da

regi�o tropical. Desta forma, o litoral fluminense apresenta

tanto elementos faunisticos tipicamente tropicais,

outros prbprios de águas temperadas.

como

Assim, pode-se deduzir o potencial de bio-

diversidade deste trecho da costa brasileira, que apresenta

quatro àreas de alta produtividade biológica as quais, a

exce��o de Cabo Frio, cujos niveis de produ��o se devem ao

fenômeno da ressurgência local, s�o todas relacionadas a

sistemas estuarinos, nas três maiores baias do Estado, que

sâo a da Guanabara, de Sepetiba e a da Ilha Grande.

Esta última (figura 1) ' é um importante

ecossistema costeiro, caracterizado pela quantidade de

pequenas enseadas e ilhas, onde predominam os ambientes de

lajes sobre fundo arenoso (Anjos, fundo rochoso, coste:!es e

1987). Segundo Oliveira (1945), esta é uma zona de transiç�o

entre àguas tropicais, ao norte, e sub-tropicais, ao sul.

Tais condiçbes, entre outras, possibilitam a existência de

uma rica ictiofauna, cuja explotai�º representa uma das

bases da economia da regi�o.

Quanto à ocupaiâD humana, a área é relativamente

pouco povoada, em compara��º à vizinha baia de Sepetiba, a

BRASIL

21 e

0 Oceano Atlântico

44 .., 43 ° 42 ...

Mangaratiba

Ilhi 6nnde

FIGURA 1 -· Localiza��º das Baias da Ilha Grande e de Sepetiba,no litoral do Estado do Rio de Janeiro� Brasil.

22 °

41'

28

3

-�

qual compreende parte da regiâo metropolitana do Rio de

Janeiro. No entanto, as atividades relacionadas com esta

ocupa�•□ ocasionam uma série de efeitos negativos sobre a

biota local, destacando-se entre estes a pol ui��o, a

modifica��º de ambientes e a pesca predatória. Esta última

n�o se deve propriamente aos pescadores artesanais da

regiâo, mas a fatores como a descaracterizai�º de seu modo

tradicional de vida e o advento da pesca empresarial

( Dieques, 1988) .

O maior centro urbano da regi�o é a cidade de

Angra dos Reis, onde se concentram as suas atividades

pesqueiras. Em 1959, o municipio apresentava 27 indústrias

de beneficiamento de pescado, com predominància daquelas de

salga da sardinha na Ilha Grande e o enlatamento da mesma,

na área urbana (Oliveira, 1992) . Atualmente, resta apenas

uma unidade de salga, e em processo de desativa��□• Isto se

deve à continua diminui��º das capturas anuais deste peixe,

a partir da década de 70, segundo dados de desembarque de

pescado no Estado do Rio de Janeiro (IBAMA, 1991). Todo o

pescado desembarcado nos dois entrepostos da cidade é

comercializado fresco, destinando-se, em geral, aos mercados

do Rio de Janeiro e de S�o Paulo. Deste modo, a infra-

estrutura pesqueira de Angra dos Reis composta,

básicamente, por empresas de armadores de pesca, que s�o os

principais responsàveis pela produi�O, além de firmas

transportadoras, fábricas de g�lo, pei >:ar ias, postos de

abastecimento para os barcos de pesca e estaleiros,

4

mobilizando um mercado de trabalho de cerca de 1. 300

pessoas. Existe tamb�m uma cooperativa, da qual participam

pescadores e armadores, e que �, presentemente, o principal

setor responsàvel pela expans�o das atividades pesqueiras na

regiâo. Ainda segundo Oliveira (1992) , a frota pesqueira

local é composta por 365 barcos, nos quais trabalham

a pro>: imadamen te 1.600 pescadores, entre autônomos e os

empregados dos armadores. A maioria destas embarcaç:�es

( 93 'l. ) , destina-se apenas à navega��º interior, ou seja,

dentro dos limites da Baia da Ilha Grande, enquanto qL1e

poucas delas estâo habilitadas a operar na pesca costeira e

oce�nica (5 e 2 'l., respectivamente) .

1. 1 - Gerenciamento pesqueiro

O quadro acima corresponde a uma realidade

5

histórica, que se repete em quase todos os municipios

costeiros no Brasil, que tradicionalmente promovem um modelo

de expans�o econômica no qual a apropriai�º de recursos

pesqueiros se faz de forma desordenada. A utilizaç:g.:o

racional destes recursos, corresponde ao objetivo central do

gerenciamento pesqueiro que, segundo Annibal et ª-1_. (1993a),

envolve um conjunto de aç:�es politico-administrativas,

visando disciplinar os usos econômicos dados às regibes

litor�neas,

correlatas.

no que se refere à pesca e atividades

6

Tais

regulamentac;:�o

ac;:ôes consistem, básicamente, na

das atividades pesqueiras em uma regi�o, de

modo a tornar mais eficiente e duradoura a explotac;:�o das

espécies, conservando-se os estoques, com o minimo de

efeitos danosos ou indesejàveis sobre os ecossistemas

envolvidos, bem como sobre a economia das comunidades

humanas locais (Paiva, 1986) .

De forma complementar, tais medidas podem ser

acompanhadas de um zoneamento costeiro, que significa a

delimita��º de áreas ou zonas do litoral, especificas para a

pràtica da pesca, maricultura, atividades portuárias,

turismo, preservac;:�o ambiental, entre outras. Tais decisôes,

no entanto, devem observar critérios rigorosos, de modo a se

evitar conflito� de interesse na ocupac;:�o ou preservai�º

destes espac;:os (Annibal et ª1._. , 1993a) .

Estudos cientificas de levantamento faunistico e

de bioecologia das espécies, especialmente aquelas de valor

comercial, s�o extremamente importantes nestes casos, já que

podem fornecer as informac;:�es e dados necessários, no

sentido de nortear as decisbes

pesqueiro.

1. 2 - Objetivo da pesquisa

ligadas ao gerenciamento

O objetivo do presente trabalho é apresentar

aspectos preliminares da ecologia dos peixes ocorrentes na

7

Baia da Ilha Grande, especialmente no municipio de Angra dos

Reis, dando ênfase aos seguintes pontos:

a) Ocorrência -Registro das espécies de peixes

existentes na àrea em estudo.

b) Distribui��º -Ambientes ou locais (habitats em

geral) onde ocorrem as esp�cies. Em outras palavras, como os

peixes se distribuem na regi�o.

e) Abund8ncia Quantificai�º das populaiôes

(grupos de individuas da mesma espécie) e seu peso relativo

nas comunidades bibticas (conjunto de populaiôes existentes

em um mesmo local), ou seja, os n�meros ou percentagens dos

representantes de cada esp�cie nestas comunidades.

d) Din�mica -Conjunto de mudan�as na estrutura

das popula��es, no tempo e no espa�o, determinadas

bàsicamente por comportamentos destas, condicionadas pelos

fenômenos de natalidade, mortalidade, crescimento,

densidade, distribui��º etària e dispers�o 1985).

Tais fenômenos s�o mediados por fatores ambientais. Tudo

isto se traduz no crescimento ou atrofia de uma comunidade,

dependendo do seu estado de equilibrio ou desequilibrio.

Segundo autores como Csirke & Sharp (1985), todas

estas variàveis biológicas e ambientais, além daquelas

pertinentes à própria pesca, quantificada em unidades de

esfor�o (número de barcos, de lances de apetrechos ou horas

de trabalho),

dos recursos

influem diretamente sobre a disponibilidade

pesqueiros e, consequentemente,

rendimentos finais, ou seja, a produ��o pesqueira.

sobre os

‘umpo )

r

O presente trabalho é, bàsicamente, um estudo da

distribui��º das espécies de peixes na regi�o, envolvendo o

uso de dados de campo, além das estatisticas da pesca,

visando-se à identificai�º dos passiveis padrOes de

distribui��º dos seus grupos dominantes. A compilac;;:ão e

anàlise integrada dos dados permite delinear-se um quadro da

situa��º presente, o que possibilitará, juntamente com

outras informa��es advindas da continuac;;:ão dos trabalhos, a

elabora��º de estratégias de gerenciamento e conservac;;:�o dos

recursos marinhos da regi�o.

1.3 - Trabalhos anteriores

As regi�es Sul e Sudeste do pais s�o rel ativamente

bem estudadas, no que concerne à ictiofauna. A bibliografia

existente pode ser agrupada segundo as àreas pesquisadas,

desde grandes trechos da costa (Fowler 194 1; Figueiredo,

1977; Benvegnu-Lé, 1978; Lema et fil•, 1979; Figueiredo &

Menezes, 1978, 1980; Menezes & Figueiredo, 1980, 1985;

'v'azzoler et al. , 1982; Nonato et fil., 1983; MatsuLtra et

1985) , até aqueles de interesse geográfico mais

restrito (Cunha, 1981; Zani-Teixeira & Paiva Filho, 1981;

Paiva Filho, 1982; Silva, 1982; Cunningham, 1983; Szpilman,

1984; Nicolau, 1985).

Com referência à costa sul do Estado do Rio de

Janeiro e, particularmente, à Baia da Ilha Grande, pod�m ser

apontados os trabalhos de Brum et al. (1981) , ::om um

8

a1 J

,-

g

registro pré-impacto dos peixes ocorrente� na área próxima à

Usina Angra I; Anjos ( 1987), qu� fez um

ictiofauna de algumas il�as costeiras do

levantamento da

litoral sul do

Estado do Rio o� Janeiro; Anjos (1989) , com uma listagem das

espécies d� peixes da regi�□ de Angra dos Reis. Além destes,

também pode ser citado o estudo de Oliveira ( 1988) ,

referente à bioecologia de duas espécies de engraulideos na

Baia de Sepetiba, além do trabalho de Annibal

(1993b), que consiste na avalia��º geral do setor pesqueiro

do municipio de Angra dos Reis, com sugest�es de critérios

de gerenciamento.

et a1.

10

2 - MATERIAL E METODOS

2. 1 - Area estudada

O presente trabalho foi desenvolvido na Baia da

Ilha Grande, em uma faixa de mar formada pela proje��o dos

limites do municipio de Angra dos Reis (figura 2) . De acordo

com a metodologia utilizada por Annibal et al. (1993b), esta

área, com cerca de 1450 km2 de superficie, foi dividida em

11 sub-áreas, que correspondem ao conjunto dos principais

pesqueiros frequentados pelos pescadores locais, segundo

s?us próprios relatos, coligidos pela Prefeitura, que os

incluem nas estatisticas de pesca da regi�o. Cada uma destas

unidades apresenta caracteristicas ambientais distintivas,

mostradas abaixo e na tabela I. Todos os nomes de pontos

geográficos notáveis e localidades foram grafados de acordo

com as cartas náuticas, n°•. 1 • 607, 1. 621, 1. 631 e 1. 632,

elaboradas pela Diretoria de Hidrografia e Navega��º

(Ministério da Marinha) .

a) AN-0 1 Mambucaba - Compreende uma faixa que

acompanha a Praia de Mambucaba, regi�o fortemente

influenciada pelo rio do mesmo nome, que ali desemboca. O

fundo é predominantemente lodoso e a profundidade vai até

10 m. Engloba também as ilhas Sandri,

Algod�o.

Samambaia e do

b) AN-02 - Sabacu Formada pela Baia da Ribeira,

onde deságua, entre outros, o Rio Bracui, e cuja referência

Sandr i í AN-04)

, ,

,

, ,

Acalá (AN-07)

Angra

- Porcos p

(AN-06i

Drago (AN-10)

' \ '

\

11

dos Reis

Abraào (AN-B9i

Atl�nti.c:c:::>

FIGURA 2 - Sub-áreas de pesca da Baia da Ilha Grande.

/.

i

*

TABELAI - Rela�o das sub-areas de pesca da regilo de Angra dos Rtis, coa suas caracteristicas principais.

=============================================================================================z========

Sub-áreas Pesqueiros Fundo Prof(1) Caracteristicas gerais ====================================================2================================================

AN-11 "ª•bucaba

AN-82 Sabacu

AN-13 Verol1e

AN-14 Sandri

AN-15 Coronel

AN-81, Porcos

AN-87 Acaiá

AN-18 Longa

AN-19 Abralo

AN-18 Drago

AN-11 Grego

- Foz do Rio "a1bucaba

- Baia da Ribeira - Ilha C01prida - Pau-a-Pino - Barand� - Ponta Grossa

- Baia de Jacuacanga

- II ha Sandr i

- Laje do Coronel - Costuaado

- Ilhas dos Porcos - Ilha de ltaquatiba

- Enseada de Ara�atiba - Acaia - Balizaaento

- Saco da Longa - Enseada do Sitio Forte - Enseada de "atariz - Saco do Bananal - Ubatubinha - Rasgo

- Pau-a-Pino do Abraio - Enseada das Estrelas - Gaabelo - Castelhanos - Vallo

- Ponta do Drago - Ponta dos "eros - Arcuteiro

- Ilha de Jorge Grego

lodo

areia lodo

areia

lodo areia

areia cascalho lajes

areia lodo lajes

areia cascalho lajes

areia

areia

areia cascalho lodo

areia cascalho lodo

8-13

8-14

12-21

12-21

11-21

21-25

1-22

1-25

25-51

25-51

- Area de estuário

- Litoral recortado - "anguezais - "uitu ilhas

- CostOes rochosos

- Area aberta

- Vilrias ilhas

- Várias ilhas

- CostOes rochosos - Praias arenosas

- Costbes rochosos

- Praias arenosas - Várias ilhas

- Praias arenosas

- Costbes rochosos

12

======================================================================================================

0-18

r

13

é a Ilha do Sabacu, localizada em seu centro. Esta área é,

básicamente, um grande estuàrio, com litoral bastante

recortado, onde predominam os manguezais� com numerosas

ilhas. Apresenta fundo lodoso e areia em alguns pontos, com

profundidade de até 13 m, em sua por��o central. Os

principais pesqueiros relatados s�o a Ilha Comprida, Pau-a­

Pino, Barand�o e Ponta Grossa.

c) AN-03 - Verolme - E' a Baia de Jacuacanga, na

qual està instalado o Estaleiro Verolme. Suas principais

caracteristicas s�o o fundo arenoso, litoral onde predominam

os costbes rochosos e profundidade de até 14 m no centro.

d) AN-04 Sandri Regi�o ao largo da Ilha

Sandri, com fundo lodoso nos pontos mais prbximos da costa e

uma mistura de areia e lôdo nos mais afastados, tendo de 12

a 20 m de profundidade.

e) AN-05 - Coronel - Forma um poligono entre a

face sudoeste da Ilha da Gipbia e a Laje do Coronel.

A presenta vàrias ilhas, fundo de areia, cascalho e muitas

lajes submersas, com profundidade entre 12 e 20 m. A pesca

é feita principalmente junto à laje principal, e entre os

lajeados menores que, por formarem no conjunto uma àrea de

dificil navega��o, esta é também chamada de Costumado.

f) AN-06 Porcos - Area em frente à cidade de

Angra dos Reis, onde se localizam as ilhas dos Porcos

(Grande e Pequena). O fundo é formado por areia em alguns

pontos e lôdo em outros, além de umas poucas lajes, indo de

14

10 a 20 m de profundidade. Os pesqueiros est�o nas

proximidades das duas ilhas dos Porcos e Ilha de Itaquatiba.

g) AN-07 Acaiá - Compreende a por��□ oeste da

Ilha Grande, indo da Enseada de Ara�atiba até o cost�o além

da Praia de Provetà, tendo como refer@ncia o Morro do Acaiá.

Notam-se, neste apenas duas faixas de areia,

Ara�atiba e Provetá, sendo o resto formado por costôes

rochosos. Seus limites ficam entre as isbbatas de 20 e 25 m,

com o fundo composto bàsicamente de areia, com cascalho em

alguns pontos. S�o também conhecidas duas lajes: Branca e do

Fundo. S�o relatados como pontos de pesca a Enseada de

Ara�atiba, a área em frente ao Morro do Acaiá e o ponto

conhecido por Balizamento.

h) AN-08 - Longa Area ao largo da costa noroeste

ilhas Longa e dos Macacos. da Ilha Grande, entre as

Destacam-se ai as enseadas de Sitio Forte e Matariz, além do

Saco do Bananal, com suas praias arenosas separadas por

cost�es. O fundo comp�e-se de areia e lôdo, com profundidade

de atê 22 m. As atividades pesqueiras se concentram no Saco

Enseada do Sitio Forte, e nas praias de Matariz,

Bananal, Ubatubinha e Rasgo.

i) AN-09 Abra�o Estende-se entre a costa

nordeste da Ilha Grande (entre a Ilha dos Macacos e a Ponta

dos Castelhanos) e o continente (entre a Ponta do Leme e a

Ilha de Cutiatà-mirim), sendo a área de pesca mais extensa

da regi�o. Seu ponto notável é a Vila do Abra�o. Apresenta

muitas praias arenosas e cost�es, com fundo onde predomina a

trecho,

da Longa,

(

15

areia, al�m de pontos constituidos de cascalho ou lôdo, com

até 25 m de profundidade, próximo à boca leste da Baia. As

pescarias ocorrem principalmente nas àreas chamadas Pau-a­

Pino do Abra�o, Enseada das Estrelas, Gambelo, Castelhanos e

Val�o.

j) AN-10 - Drago - Compreende a proje��o da costa

sul da Ilha Grande, entre a Ilha dos Meros e a Ponta Alta da

Parnaioca, até a linha correspondente à is6bata dos 50 m.

Seu referencial é a Ponta do Drago. Inclui três praias

importantes: Parnaioca, do Sul e do Leste, além de vários

costbes rochosos. A composi��o do fundo é variada, com

pontos de concentra��º de areia, cascalho, lôdo e misturas

destes. As profundidades ficam entre 25 e os jà citados 50

m. Os pesqueiros est�o próximos às pontas de Drago, Meros e

Arcuteiro.

k) AN-11 Grego Corresponde à proje�âo da

por��o da costa sul da Ilha Grande, entre a Ponta Alta da

Parnaioca e a Ponta dos Castelhanos, incluindo o Saco de

Dois Rios, e a Ilha de Jorge Grego, situada a cerca de 4 km

da ilha principal. O fundo é formado básicamente por areia,

cascalho e mistura de

variando de 25 a 50 m.

lôdo e areia, com profundidades

2. 2 - Coleta de material ictiológico

Foram coletados peixes através de arrastas de

fundo de 45 a 60 min. de durai�º• realizados semestralmente

16

entre 1988 e 1991, durante excursbes de 4 a 10 dias de

dura��o, nas sub-áreas de Sabacu, Coronel, Porcos, Acaiá,

Abra�o e Drago, por barcos de pesca comercial, utilizando

redes de porta ("otter trawl") de 15 m de comprimento por 3

m de boca e malha de 5 cm. Também foram feitas capturas em

Porcos, por meio de redes de espera ("malhadeiras") de 50 m

de comprimento por 2 m de altura e 5 cm de abertura de

malha, além de armadilhas fixas

coletado foi fixado em formal a

("covas"). O material

112! '1/. e, posteriormente,

conservado em àlcool etilico a 712! '1/.. A identifica��º dos

e>:emp lares foi feita através de chaves especificas,

encontradas nos trabalhos de Figueiredo (1977), Fischer

( 1978) , Soares (1978), Figueiredo & Menezes (1978, 1980) e

Menezes 8< Figueiredo 1985) Os espécimes est�o

depositados no Setor de Recursos Pesqueiros, Departamento de

Biologia Marinha da Universidade Federal do Rio Janeiro.

Além disso, foram e>:aminados exemplares

encontrados nos entrepostos de pesca locais, com a tomada de

depoimentos para determina�âo de sua procedência, de forma a

se identificar as espécies comerciais da regi�o.

Paralelamente às coletas, foram realizados

mergulhos diurnos de observai�º de peixes e respectivos

ambientes, em SabacG, Porcos, Acaiá, Abraâo e Grego, de

forma a se caracterizar a estrutura fisica dos ecossistemas

das àreas estudadas, complementando-se os dados de coleta.

Para isto, foi utilizado equipamento bàsico para mergulho

livre (em apnéia), totalizando 192 horas de mergulho, com um

‘0861 )

CON',JENC:ClES:

> percurso

do mergulhador

laje submersa

mancha de macro-algas

FIGUF:A 3

Area com manchas dispersas de macro-algas

Lajeado, ou base de cost�o

Ilhota circundada por lajes

17

Procedimentos dos mergulhos de observa��o 1 para o levantamento ambiental.

lB

minimo de horas diár-ias de observai;: âo. As anotac;:bes

cor- r-espondentes foram feitas em p l anil has subaquàticas de

acri l ico, adaptando-se as técnicas discutidas por Hobson

( 1972) , Jones & Thompson (1978) e Smith & Ty l er ( 1973) . Como

pode ser visto na figura 3,

aber-tos, como por exemp l o,

nos l ocais com ambientes mais

fundos de areia ou casca l ho, a

r-otina de mergu l ho seguiu um padr�o em zigue-z ague, dando-se

mais aten��o aos pontos de concentrac;: �o de vegetac;: �o (macro­

a l gas) e às pequenas l ajes. Estruturas como cost�es, grandes

l ajes ou i l hotas, eram acompanhadas em toda a sua extensâo,

no caso dos costôes, ou circundadas, como nas i l hotas e

l ajes, examinando-se tanto o fundo em gera l ,

vegetac;: âo e cavidades encontradas.

quanto a

2.3 - Estatisticas de pesca

Também foram ana l isados

desembarque de pei>:es, co l etados

os

e

registros

compi l ados

de

pe l a

Prefeitura de Angra dos Reis, a partir de amostragens feitas

nos entrepostos de pesca e dos mapas de bordo das traineiras

l ocais. Estas informac;:bes comp�em as estatisticas da pesca

da r-egi�o, uti l izadas pe l o IBAMA na e l aborac;:�o dos quadros

de situa��º naciona l . Neste caso, foram uti l izados apenas os

dados referentes aos tipos ou categorias comerciais de

peixes demersais,

Sabacu, Vero l me,

capturados nos bancos de camar�o de

Sandri, Corone l , Acaià, Longa, Abra�o,

Drago e Grego, ao l ongo do ano de 1988.

3

19

Dados referentes a desembarques de pesca comercial

podem ser de grande valia na elabora��º de estudos gerais de

abundància relativa ou de variai�es na abund�ncia de

peixes, desde que usados cri teriosamente, respei tando-5e as

limi taibes inerentes a este tipo de (Gulland,

1971).

A pr incipa l vantagem na utilizai�º deste tipo de

dados està no tamanho do universo amostral, ou seja, grandes

e inúmeras co l etas ( pescar ias ) , cobrindo vastas áreas ,

devido aos mui tos pontos de amostragem ( pesqueiros), a l ém da

extens�o temporal práticamente ilimi tada, o que normalmente

n�o é conseguido com as metodologias tradicionais.

2. 4 - Processamento de dados

Os resultados assim obtidos

observando-se os procedimentos recomendados

Reyno l ds ( 1988) e Vazzoler ( 1965).

foram tratados,

por Ludwig &

Os dados de ocorrência das espécies, registradas

nas sér ies de coleta experimental e observaiâO de campo,

foram dispostos em uma matr i z de presen�a-ausência e

submetidos a rotinas de anàlise de grupamento, através do

programa NT-SYS, versâlo 1. 0 , de forma a se estabelecer

rela��es entre as sub-áreas. No caso , foi utilizado o indice

de similar idade de □chiai, cuja fbrmula é dada a seguir.

informacclo

2 0

IND ICE DE □CH IA I ( O ) - Para cada par de espé cies

( X e Y ) , encontradas em um certo número de unidades

amostrais (UAs);

o = ---------------------/ a + b

1:-: /a + c

1

onde a = número de UAs onde X e Y ocorrem ; b = número de UAs

onde X o corre, mas nâo Y; c = número de UAs onde Y ocorre,

mas nâo X.

Este indice, juntamente com os de Dice e de

Jac card � s�o recomendados por Ludwig & Reynolds (1988) para

o tratamento de dados de presen�a-aus@ncia , sendo citados

por estes autores como as únicas fun�ôes que podem medir,

com alto nivel de confiabilidade, tanto a similaridade entre

unidades amostrais , quanto o grau de associa��º de espécies

em um e cossistema. Foram testados os três indices, sendo

escolhido o de □chiai, que apresentou melhor ajuste, além de

ser o ünico dentre estes, criado espe cialmente para o estudo

de popula�bes de peixes.

Já os dados referentes às estatisticas da pesca

foram tabulados e convertidos a valores de percentagem dos

dados brutos de rendimentos mensais de cada tipo comercial

por sub-área, com auxilio da plani l ha eletrônica QUATTRO

PRO� vers�o 3 . 0 . Assim,

estimativas dE· abund·ància

foi possi vel a obteni;;:�o de

para se inf erir a

dinàmica dos grupos de peixes dentro da área estudada,

através de gráficos de séries temporais de cada pesqueiro,

a

re1ativa „

2 1

ao longo do per iodo. O eventual cruzamento das inf orma�ôes

re ferentes a cada tipo comercial � per m i tiu reduzir passiveis

erros ou vic i as inerentes à amostragem original.

*

22

3 - RESULTADOS E D ISCUSS�O

3. 1 - Especies registradas

Foram registradas, no presente trabalho, um total

de 134 espécies,

marinhos, (tabela

pertencentes a 59 familias de peixes

I I), distribuidas nas diversas sub-áreas

consideradas (tabela I I I) . Deste total, 132 foram coletadas

durante as e x curs�es, e 49 registradas nos entrepostos

locais . A partir do exame dos dados fornecidos pela

Prefeitura de Angra dos Reis, destacaram-se 25 tipos

comer ciais, designados pelos nomes vulgares, encontrados nas

estatisticas oficiais ( I BGE , 1988a, b) . Deve-se frisar , no

entanto, que cada um destes tipos n�o corresponde,

ne cessariamente, a uma dada espécie biológica, podendo

muitas vez es abrange r vàrias destas ( Silva , 1945 ; Fer r eira &

Souza, 1988) . A tabela IV apresenta uma rela��º dos tipos,

que reúnem as 49 espé cies comer ciais identificadas nos

entrepostos, além de uma lista mais detalhada de nomes

vulgares , colhidos na literatura consultada.

3.2 - Comunidades de peixes

A anàlise de grupamento dos dados de distribui��º

de espécies (figura 4), considerando-se apenas os niveis de

similaridade acima de 50 % (O = 0, 5), sugere a exist�ncia de

quatro comunidades distintas na àrea em quest�o, sendo que a

0

0

23

TABELA II - Lista das espécies de peix es coletados na á r ea da Baí a d a I lha Gr an de , en tr e 1 989 e 1 991 ( seg undo o sistema tax onômico adotado por Moy le & Cech Jr. , 1 982 ) .

------------------------------ . -----------------------------C lasse Chon drichthy es

Ordem C archar hin if ormes

Fam i l ia Car char hinidae

Ca rcha r hinus l ia batus ( Val en ciennes , 1 841 ) Rhizop rionodon l a l andei ( Val encien n es , 1 841 )

Ord em Sq uatin if ormes

Fam i l ia Squatinidae

Squatina a rgentina ( Marin i , 1 930 )

Ord em Raj if ormes

Fam i lia Rhinobatidae

Rhino batus pe rce l l ens ( Wal baum , 1 792) Zapte rix b rev i rostris ( Mu l l er & H en l e, 1 841 )

Famil ia Raj idae

Raj a agassizi (Mu l ler & Hen le , 1 84 1 ) Raj a pl atana Gunther , 1 880

Ordem Tor pedin if ormes

Fam i lia Nar cin idae

Ha rcine brasil iensis ( O l f ers , 1831 )

Ordem My l iobatif ormes

Fam i l ia Dasy atidae

Das yatis guttata ( Bloch , 1 801 ) Das yatis sayi ( Lesueu r , 1817 ) Gyanu ra a l ta v e l a ( Linn aeus , 1 7 58 )

Fam i lia My liobatidae

Aeto batus na rina ri ( Euphrasen , 1790 ) Hylio batis � reainvil l ei LeSueur, 1824 Rhinopte ra bonasus ( Mitchil l , 1 81 5 )

=====================================================:======

2 4

(Continua � �º d a tabe l a I I ) ==================================-=========================

Classe Osteichthyes

Ordem Anguiliformes

Familia Muraenidae

Gy• notho rax ao ringa (Cuvier, 1829) Gya n o t ho rax ocel l atus Agassiz, 1828

Ordem Clupeiformes

Familia C l upeidae

Chi rocen t rodon bleeke rianus (Poey, 1867) Ha rengu la cl upeo l a (Cuvier, 1829) Opistho neaa og l i nu• (LeSueur, 1818) Pel l o na ha r roweri (Fowler, 1917) Sa rdinel l a b rasil iensis (Steinda chner, 1879)

Familia Engraulidae

Anchoa t rico l o r (Agassiz, 1829) Ceteng rau l is edentu l us ( Cuvier , 1829)

Ordem Cypriniformes

Familia Ariidae

A rius spixii (Agassiz, 1829) Bag re aa rinus (Mitchill, 1815) Genidens genidens (Valenciennes, 1839) Netuaa ba r ba ( Lacé pede, 1803) Hot a r i us g randi cass i s (Valenciennes, 1840) Sci ade i cht hys l u n i s cu t i s (Valenciennes, 1840)

Ordem Myctophiformes

Familia Synodontidae

Synodus foe t e ns (Linnaeus, 1766) T rachi no ce pha l us ayops (Foster, 1801)

- -----------------==========================================

2 5

( Continua��º da tabela I I) ==============--------------------------====================

Ordem Gadiformes

Familia Gadidae

U rophy cis b rasil iensis (Kaup, 1858)

Ordem Batrachoidiformes

Familia Batrachoididae

Po ri chthys po rosis si•us (Valenciennes, 1837)

Ordem Lophiiformes

Familia Antenariidae

P h r y l enox sca ber (Cuvier, 1817)

Familia Lophiidae

Lophius gast rophysus (Ribeiro, 1915)

Familia Ogcocephalidae

Ogco ceph� l us vespe rtil io (Linnaeus � 1758)

Ordem Atheriniformes

Familia Atherinidae

Xeno•el ani ris b rasil iensis (Quoy & Gaimard, 1824)

Ordem Beryciformes

Familia Holocentridae

Ho l o cent rus as cencionis (Osbeck , 1765)

Ordem Gasterosteiformes

Familia Fistularidae

Fistu l a ria ta ba ca ria Linnaeus � 1758

Familia Syngnathidae

Hippo ca•pus reidi Ginsburg, 1933 ============================================================

2 6

(Continua��º da tabela I I ) ===============================----------------==-==-===----

Ordem Scorpaeniformes

Familia Scorpaenidae

S co r paena isthaensis Meek 8( H ildebrand � 1928

Familia Triglidae

Prionotus punctatus (Bloch, 1797)

Ordem Dactylopteriformes

Familia Dacty lopteridae

Dactyl opte rus v o l ita ns (Linnaeus, 1758)

Ordem Perciformes

Familia Serranidae

Alphestes ater (Bloch, 1793) Dipl ect ru• fo r■osu• (Linnaeus, 1766) Dipl ect ru• radia l e ( Quoy & Gaimard � 1824 ) Hycte rope rca bonaci (Poey � 1860) Hycte rope rca aic ro l epis (Goode & Bean, 1880) Hycte rope rca ru b ra ( Bl och � 1793) Epinephel us guaza (Linnaeus , 1758) Epinephe l us ao rio (Valenciennes � 1828) Epinephel us niveatus (Val enciennes � 1828)

Familia Grammistidae

Rypticus ra nda l l i Courtenay, 1867

Familia Priacanthidae

P riacanthus a renatus Cuvier & Valenciennes � 1829 P riaca nthus c ruentatus (Lacépede � 1802)

Familia Pomatomidae

Po■atoaus sa l tato r (Linnaeus � 1766) =========================== ============�=================�=

2 7

(Continua��º da tabela I I) ===========================================-=-==============

Familia Carangidae

Ca ranx chrysos (Mitchill, 1815) Chl o roscoa b rus ch r ysu rus (Lin naeus , 1776) Deca pte rus punctatus (Cuvier, 1829) Heaica ranx aabl y rhynchus (Cuvier, 1833) O l i go pl i tes sal i e ns (Bloch, 1793) Se l e ne seta pi n n i s (Mitchi l l, 1815) Sel e ne v oae r (Linnaeus, 1758) T rachinotus ca ro l i nus (Linnaeus, 1766) T rachinotus goodei J ordan & Evermann , 1896 T rachu rus l athaai (Nichols, 1920)

Fami l ia Cory phaenidae

Co r y phaena hippu rus Lin naeus, 1758

Fami l ia Centropomidae

Centro poaus pa ra l e l l us Poey, 1860 Centropoaus undeciaa l is (Bloch, 1792)

Fami l ia Lutj anidae

L utj anus a n a l is (Cuvier, 1828) L utj anus synag ris (Linnaeus, 1758)

Familia Gerreidae

Dia pte rus o l ithostoaus (Goode & Bean, 1882) Dia pte rus rhoa beus (Cuvier, 1829) Eucinostoaus a rgenteus (Baird & Girard, 1855) Eucinostoaus gu l a (Cuvier, 1830) Euge r res b rasi l ianus (Cuvier, 1830)

Familia Pomadasyidae

Anisot reaus su rinaae nsis (Bloch, 1791) Ani s o t reaus v i rg i n i cus (Linnaeus, 1758) Bo r i d i a g ros s i dens (Cuvier, 1830) Conodon nobi l i s (Linnaeus, 1758) Haemu l o n au rol ineatua Cuvier, 1829 Hae•u l o n steindachne ri (Jordan & Gilbert, 1882) Ortho pristis rube r (Cuvier, 1830) Po•adasys co rvinaefo rais (Steindachner, 1868)

=====-======================================================

-

2 8

(Continuaç�o d a tabe l a I I ) ====================-==-=---------------====================

Fam ilia Sparidae

A rchosa rgus r hoa boida l is ( L innaeus, 1758 ) Cal anus penna (Valenc iennes � 1830 ) Dipl odus a rgenteus (Valen c i ennes , 1830 ) Pag rus pag rus (Linnaeus � 1758 )

Familia S c iaenidae

Cteno s c i aena g racil ici r r hus (Metzelaar , 1919 ) Cynos c i o n j aaaicensis (Vaillant & Bocoury, 1883 ) Cynos c i o n l e i a rchus (Cuvier, 1830 ) Cynos ci o n s t r i atus (Cuvier, 1829 ) I so p i s t hus pa rv i pi n n i s (Cuv i e r, 1830) L a ri mus b re v i ce ps (Cuvier & Valenc iennes, 1830 ) He n t i c i r rhus aae ricanus ( L innaeus, 1758 ) H i c ro pogo n i as fu rn i e ri (Desmarest, 1823 ) Odo n t os c i o n dentex Cuv ier, 1830 Pa ra l onchu rus b rasil iensis (Steindachner, 1875 ) Pa reques acuainatus (Bloch & Schneider, 180 1 ) Ste l iffe r rastrife r (Jordan, 1889 ) Umb rina co roides (Cuvier, 1830 )

Familia Mullidae

Pseudupenneus aacu l atus (Bloch, 1793 ) Upenneus pa rvus (poey, 1853 )

Familia Kyphosidae

Kyphosus inciso r (Cuvier, 1831 )

Fam i l ia Ephippididae

Chaetodipte rus fabe r (Broussonet, 1782 )

Familia Chaetodonti dae

Chaetodon st riatus L innaeus, 1758

Familia Pomacanthidae

Po•acanthus pa ru (Bloch, 1787 )

Familia Pomacentr i dae

Abudefduf saxatil is ( L innaeus, 1758 ) =====================================-======================

2 9

(Continua�âo da tabela I I) ============================================================

Familia Mugilidae

Hugil cu re•a Valenciennes, 1836 Hugil l iza Valenciennes, 1836

Familia Labridae

Bodia nus rufus ( Linnaeus � 1758) Hal ichoe res poe yi (Steindachner � 1867)

Familia Scaridae

Sca rus guaca•aia Cuvier, 1829

Fam ilia Opis tognathidae

Opistognathus cu vie ri Valenciennes, 1836

Fam ilia Trichiuridae

T richiu rus l eptu rus Linnaeus � 1758

Familia Scombridae

Sco• be ro•o rus caval l a (Cuvier � 1829)

Fam ilia Stromateidae

Pep rilus pa ru (Linnaeus, 1758)

Ordem Pleuronectiformes

Familia Bo thidae

Bothus ro binsi (Jutare , in : Topp & Hoff, 1972) Citha richthys spil opteus Gunter, 1862 Pa ra l ichthys b rasi l iensis (Ranzani, 1 840 )

Syacium micru rua Ranzani, 1840 Syaciu• papil osua ( Linnaeus, 1758)

Familia Soleidae

Achi rus l ineatus (Linnaeus, 1758) T rinectes pau l istanus (Ribeiro, 1915)

Familia Cynoglossidae

Sy•phu rus pl agusia (Bloch & Schneider, 180 1) ========================= ===================�==============

*

r

3 0

(Continua��º da tabela II) ===============================---------=�-=================

Ordem Tetraodontiformes

Familia Balistidae

Bal istes capris cus Gmelim, 1788

Familia Monacanthidae

Honacanthus cil iatus (Mitchill, 1818 ) Stephano l epis hispidus (Linnaeus , 1766 )

Familia Tetraodontidae

Lago cepha l us l aevigatus (Linnaeus, 1766) Sphoe roides nephel us (Goode & Bean, 1882 ) Sphoe ro i des speng l e ri (Bloch, 1785) Spho reoides testudineus (Linnaeus, 1 758)

Familia Ostraciidae

Acanthost racio n quadrico rnis (Linnaeus, 1758)

Fami l ia Diodontidae

Chil omicterus a ntennatus (Cuvier, 1818)

===============================================-=====-�===== TOTAL - 134 espêcies. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

:n

TABELA I II - Distribui�to das espécies de peixes , coletados nas sub-áreas de pesca .

================================-==========================================s========================== Espécies encontradas Notes vulgares Sub-áreas de pesca

: 12 : @5 : !& : 17 : 19 : 11 : 11 ! ===================================================================================================•==

CARCHARHINIDAE Cuchuhi aus l ithhs ca��o-ga lha-preta : X ! X n,11,rinodn li1Hdti caçlo-frango : X : X

SQUATINI DAE -----------------------------------------------------------------------------------------S411tin artntin ca��o-anjo : X : X

RHINOBATIDAE -----------------------------------------------------------------------------------------Ui1tht1s ,ucfllHs raia-viola : X : X : X za,tnil •ruirostris raia-viola : X : X : X

RAJ I DAE ----------------------------------------------------------------------------------------------laja afilSSizi raia-santa : X : X : X laja ,11ta■a raia : X : X : X

NARCIMIDAE -------------------------------------------------------------------------------------------luciH •rHiliHsis tre1e-tre1e : X : X

DASYATIDAE -------------------------------------------------------------------------------------------Dasyatis nyi raia X X X X lasyatis tittata raia : X : X 6,-11,a a1tntli raia-borbol eti : X X

"YLIOBATIDAE -----------------------------------------------------------------------------------------Aftdit1s ■ari■ari raia-pintada X X lylitbtis frnia,iJJ,i raia-sapo : X : X : X Ui11,t,n HHSIS ticonha : X : X X X

"URAEMIDAE -------------------------------------------------------------------------------------------6,-aotàoru oct J htu 1oreia : X : X : X : X G,-ttOtrH tori1fa 1oréia : X

CLUPEI DAE --------------------------------------------------------------------------------------------1,isthu■a t9litu sardinha-laje X X lirHf■h cJ■"tla sardinha-cascuda X X X X SardiuUa •nsilinsis sardinha-verdadeira X ,fHtH hrrtHri X c•i r1c,1trtdo1 •1,,t,ria11s I

EN6RAULIDAE ------------------------------------------------------------------------------------------Cffntrnlis 1dnt1J1s aanjuba : X : X Atdti trict1tr aanjuba : X : X

AR I I DAE ----------------------------------------------------------------------------------------------lafff ■arias bagrt-bandeira X X fftÍHIS fflÍHS bagre-veludo X Scil41ic•t•1s I11isc1tis bagre-guri X X lttari■s ,,at4ic1ssis bagre-papai X X Arits s,i1ii bagre-aaarelo X X lff■H •u•a bagre-branco ' l X X X

===========z===============================2=================---------------------�--------------==-==

I I II I I I I I I

I » I I » II II II » f I * II I I I I I

I 1 I III I I I

I I tI II » I I

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3 2

( continua�o da tabe la I I I ) =====================================================================================================

esp�cies encontradas notes vulgares sub-áreas de pesca : 62 ! 65 ! 06 ! 07 : 09 ! 10 ! 11 !

-------------------------------- - ---------------------------------------------------------------------SYNODONTI DAE

S,u41s tutrts peixe-l agarto : X ! X Tr;icàiuce,àd1s 110,s peixe-l agarto : X : X

SADIDAE ----------------------------------------------------------------------------------------------

flro,hycis bns i l insi s abrbtea : X : X BATRACHOIDIDAE ---------------------------------------------------------------------------------------·

Pori chthys ,oros iss iaas aanganga-liso : X : X : X ANTENARI I DAE ----------------------------------------------------------------------------------------

ràr,ult1 .snwr : X LOPHI I DAE ------------------------------------------------------------------------------------------

l,,ài1.s filstr,,àfsa.s peixe-sapo ! X OSCOCEPHALIDAE ---------------------------------------------------------------------------------------

ltctce,Ml1s ,,s,.rtilit peixe-1orceg0 ! X : X : X ATHERINIDAE ------------------------------------------------------------------------------------------

ltttHlniris •rHiJinsis peixe-rei : X HOLOCENTRIDAE ----------------------------------------------------------------------------------------

ffoJocntrus ucncioais j agurip : X : X : X : X FISTULARIDAE -----------------------------------------------------------------------------------------

Fist■briil hhnriil peixe-tro1beta : X : X SYNSNATHIDAE -----------------------------------------------------------------------------------------

li,,.cu,.s rti4i cavalo-aarinho : X : X SCORPAENIDAE ----------------------------------------------------------------------------------------

Scor,uu isthans is aang;inga : X TRISLIDAE --------------------------------------------------------------------------------------------

Pritttta.s ,-1cht1s cabrinha : X : X : X DACTYLOPTERIDAE --------------------------------------------------------------------------------------

Dlctyloptm1s rol i tus coib : X : X : X SERRANIDAE -------------------------------------------------------------------------------------------

Di,hctr11 ril4idt 1ichole-de-areia X X X ti,J,ctrn f,,.tsn 1ichole-de-areia X X X 1,ct,,.,.,u hnci badejo-quadrado X X 1,ct,rt,.,n rdril badejo-1ira X X X X X X 1,ct,,.,.,u 1icrtlf,is badejo-de-areia X X E,in,wl1s Hri, garoupa-de-Sto-To■� X X E,iu,klts fHZil garoupa-nrdadeira X X X X E,i11,wl1s liHlfa.s cherne X X X X A1,wstes ilftr garoupa-gato X

6RAMISTIDAE ---------------------------------------------------------------------------------------

R-,,t i cu rndil l i peixe-sab� ! X PR IACANTHIDAE ---------------------------------------------------------------------------------------

,,i1c11th1s 1rt11t1s o l ho-de-e� : X : X Pri1cnths cr■t1ht1s o lho-de-cio : X

PO"ATO"IDAE ------------------------------------------------------------------------------------------

PttilttHS Sillt;it,, enchova : X : X ================zz:::::::::===================:==================================================•=====

I I I II II I I

II I

I II

II » II I I

1 I« I

I I II I I

I II »

II

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3 3

( continua�o d a tabela III) ===========================-====-==========-=-==--------------=-=-===================================

espécies encontradas no■es vulgares sub-áreas de pesca : 82 : 85 : ló : 87 : 89 : 18 : 11 :

=================================�•===== ==================================================�========= CARANGIDAE lt1ic1ra11 11•1,,.,,cks CHtrtSctdr■s c•"s■r■s pa lo1beta 0Jift,Jitts SIJiHS guaivira StJttf s,t1,i11is peixe-galo StJttt ,,,,, peixe-galo C1r111 c•r,sos xerelete t,n,t,r■s ,.acht■s xixarro Tr1dtr■s J1tb1i x ixarro Tr1c•iaetu ftt4ti paapo-gal hudo

X X X X

X

X 1

X X X X

X X X ' X

X X l

Tr1c•iut1s cutlins paapo X X

X X

CENTROPO"IDAE ----------------------------------------------------------------------------------------Cntro,eus ,ull,JJ■s roba lo : X : X : X : X Ctttre,ot■s 1141,ciaaJ is robalo-flecha ! X : X

LUTJANIDAE -------------------------------------------------------------------------------------------L■tjans s,11,ris caranha-ver1e lha : X : X : X : X L1tj111s a1alis caranha : X

GERREIDAE -------------------------------------------------------------------------------------------Euci aostoaus arguhus carapicl! ' X X X X X EtciusteHS f■li carapicÍI X X X X X Etftrrts •rasiJians carapicÍI X Jia,ttr■s eliUtsteus carapeba X X X ' Jia,ttr■s rN,.,ts carapeba X

PO"ADASYIDAE -----------------------------------------------------------------------------------------loridi1 9ressih1s l1,11J11 nr0Ji1rat11 11,11101 strit41ac•••ri

corcoroca-sargo cor coroca cor coroca

X X

hti41as,s c1r,i1ffflnis corcoroca X

X X X

X X X

lrth,ristis rdrr corcoroca X ' X X X Atisttrn■s s■rituttsis sargo-de-bei�o X X Atisotrens ri r9i1ic1s saleta X X X C.Hfft tdilis roncador X X

SPARIDAE ---------------------------------------------------------------------------------------------Archsar91s rh1hi411Jis Di pJodus a rg,1t,us Cabos ,r111 ,a,r■s ,a9r■s

sargo-de-dente 1ari1ba peixe-pena pargo

X X

X X ======================================================================================================

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Xx : x : x ; x ; x xX

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3 4

( continuai::ao d a tabe l a I I I ) =================================================================================e=====-============== espécies encontradas noees vulgares sub-áreas de oesr�

: 02 ! 05 : 06 ! 07 ! @q ! 10 ! 1 1 ' ====================================================================::==========================•====== SCIAENIDAE 1,1ticirrks iHriCillS papa-terra h•riti c,r,iHs castanha CtfHSCÍHli ffiCiJicirrks aaria-luiza ,1riJt1ckr1s •ruiJi,1sis papa-terra licrtl"fttiis f1r1i,ri corvina l1ri11s •rrriceps oven ,1,,,.,s iCllitifas Is,,isths p1rri,i11is pescadinha fótftSCÍtl fflttl

X X X X X X X X X

X

X

X X

X

X X

c,Nscitt Jtiircks pescada-branca X X X c,Nscitt j1Hictuis goete X St,Iitt,r r1strif,r canguá : X

X

X X

KULLIDAE ---------------------------------------------------------------------------------------------l'stlff,rtH■s HC1Jit1s tri l ha : X : X l,r11,u ,arr■s tri l ha : X

KYPHOSIDAE -------------------------------------------------------------------------------------------1,,hsts i1cistr piranj ica : X

EPHIPPIDI DAE --------------------------------------------------------------------------------------··--Cà1,te4iptu■s fiffr enxada : X : X : X : �

CHAETODONTIDAE -------------------------------------------------------- -------------------------------ChttHtt striit■s peixe-borboleta : X : X : X : X

POKACANTHIDAE --------------------------------- ----------------------------------------------------,01ici1tks ,in peixe-frade : X : X

PO"ACENTRIDAE ------ ----------------------------------------------------------------------------------ANHf4■f HHtilis sargento ! X ! X : X : X : X : X : X

"UGIL IDAE ------------------------------------------------------------------------------------------lttiJ c■rtti parati : X : X : X l■fil lin tainha : X ! X

LABRIDAE ---------------------------------------------------------------------------------------------Bodinu nfus budi'li> : X : X lilidtHts ,o,,i budilo : X

SCARIDAE ---------------------------------------------------------------------------------------------Scins ftiCitiii peixe-papagaio : X

OPISTOGHATHIDAE --------------------------------------------------------------------------------------fpisttftit .. s c1ritri : X

TRICHIUR I DAE -----------------------------------------------------------------------------------------Tríc•í■r■s Jtpt■r■s espada : X : X : X : X : X

SCO"BRIDAE ------------------------------------------------------------------------------------------Scnffrntr■s cd1Ih cavalinha : X

STRO"ATEI DAE -----------------------------------------------------------------------------------------,,,riI1s p1r1 gordinho : X : X ! X

BOTHIDAE ---------------------------------------------------------------------------------------------Cit•1ric•t•1s s,i1,,trr1s linguado X l lttks re•i1si l inguado X X X X S,iCÍII ,a,illtsll l inguado X X X s,1ci11 1icr1rn l inguado X X X ,1rilic•t•1s •risiiietsis l inguado X X X X

====================================�=====================z========•z========�z===========.:.�======m::

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4

3 5

( continuaµo da tabela III ) ==============================•===============================e=============�========================

espécies encontradas no■es vulgares sub-àreas de pesca : 82 : 85 : 86 : 07 : 89 : 11 : 11 :

============================s=========================================================================

SOLEIDAE Ac•i ras l i 1ut1s linguado : X : X Triuctts ,11Hsh1ts l inguado : X X : X X

CYNOGLOSSIDAE ----------------------------------------------------------------------------------------Sya,hllm ph9usi i língua-de-sogra : X : X : X

BALISTIDAE -------------------------------------------------------------------------------------------Bilistes Cil,riscts cangulo : X : X

"ONACANTHIDAE ----------------------------------------------------------------------------------------lo11c11tks ci1i1t1s peixe-porco : X : X St,,•1111,,ís •is,ius peixe-porco : X

TETRAODONTIDAE ---------------------------------------------------------------------------------------h9octphalas l iuigitus baiacú-arara X X X X s,e,roidts ttst■4itHS baiacú X X s,Htrtidu s,r19Jtri baiacú X ' X X X X X X Sphtrtid,s tt,HI■s baiacú X

OSTRACIIDAE -----------------------------------------------------------------------------------------Ac11thstr1cit1 ,,i4ricortis peixe-cofre : X

DIODONTIDAE ------------------------------------------------------------------------------------------

Chi loaycttras 11tt111tus baiaclr-de-espinho : X : X : X ====================================================================================e================= TOTAIS DE ESPECIES 132 : 99 : 23 : 58 : 18 : 78 : 38 : 38 :

======================================================================================================

I I II I I

I

II

I II I

I I II I I

f I »I I

I I II I

I I I II I I I

» I I II I I II I » I II I tI I I I II I I

I I II I I t

I I

TABELA IV - Lista de correspondtncia entre os tipos co1erciais de peixe, registrados, os no1es vulgares encontrados na literatura , e as respectivas esp�cies coletadas.

================================�==================================-=

No1es vulgares ( locais )

No1es vulgares (li ter atura)

Espkies registradas

=====================================================================

arraia raia-santa filjil ifHSÍZÍ raia lijil ,bfili raia JHJiltiS SilJÍ raia Jasyiltis 9■ttiltil raia-borboleta •JIHfil i1JfilJfJi1 raia-pintada AfttNt■s NfÍlilfÍ raia-sapo lylit•iltis frr■i■,illri ticonha •• ÍNptrril hlH■s tre1e-tre1e lilrciH •rilsiJir■sis

badejo badejo-quadrado lyct,,,,.,cil h■ilci badejo-1ira lydrr,,.rcil r■•ril badejo-de-areia lpdrr,,.rcil ■icr,Jrpis

bagre bagre-veludo 5f■iff■S ffliff■S bagre-bandeira lilfff ■ilfÍHS bagre-guri Sciilftic•t.,s l■■isc■tis bagre-papai lttilri■s frilHÍCilssis bagre-a■arelo .Irias spilii bagre-branco lftnil llirN

ca�3o ca�lo Ci1rcuri1■s li■•ilt■s ca�3o-frango l.,z,prit■tdt■ li1Ji11dri

ca�o-anjo ca�lo-anjo Sf■ilti■il ilfff■ti■il

castanha castanha •••ri■il ctrtidrs

corvina corvina licrtptft■iils f■nirri

cherne cherne EpiHpHJ■s IÍJfilt■s

dourado dourado c.,,,.lil u,,.,■s

espada espada Tric•i■r■s 1,,t■r■s

galo peixe-galo SrJrH SftilpÍIIÍS SdrH H■rr

garoupa garoupa EpiHpHJ■s f■ilZil garoijpa-Slo-To1� EpiHpHJ■s ■trit

goete goetl! Cyusci11 j111icr1cis ========================�=:===========================================

3 6

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I I» I»

( continua�� da tabe la IV) =====================================================================

notes vulgares ( locais )

notes vulgares ( l i teratura )

espl!cies registradas

=====================================================================

l inguado l inguado Cítlaricltl1s s,i1,,t,r1s l inguado lttl■s rtliHi l inguado S11ciu pi,ill,sn l inguado s,1cíu 1icr1ru l inguado ,1,1lícltlys lruiJir1sis

taria-■ole ■aria-■ole c,uscit■ stri1t1s

■ari■ba ■ari■bá Ji,ltRS iffflfflS

papa-terra papa-terra lr■ticirrl■s utriciHS

pargo pargo ,ifns ,ttr■s

pescada pescada c,uscitl ltiircll■s

pescadinha pescadinha lso,istns pir,i,i11is

robalo roba lo-f lecha c,,t,,,..,s INfCÍlilis robalo Cttfrt,ons piriltll■s

ver1e lho ver■e l ho-caranha L1fjiHS SJlifris ver■e lho L1fj1ns 111Hs

viola raia-viola lli1thf■s ,.,c,ll11s raia-viola z1,trri1 lrr,irostris

xerelete xerelete C.r111 clrJsts =====================================================================

TOTAL DE ESPECIES 49 =====================================================================

3 7

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-------S I K I LAR I DADE 1 1 00 l = 1 . 0 ) 1 �0 1

--------------ri . CES : N° de ESPEC!ES

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------------------------ SABACU

, --L------------------------ PORCOS

, -------------L--------------------------- ABRA�O

. ------- DRAGO

'. -----------L---------------------------------L------- GREGO

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-------L-----------�----------------------------------------- ACAIA : --------- : --------- : ________ 1, --------- ·, --------- : ------ ,

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--------------------===================================================-

3 8

comunidade in terna ( Sabacu/Porcos/ Abra�o )

comunidades

intermediá rias

( Coronel e Acaiá )

comunidade ex tern a (Drago/ Greoo )

F IGURA 4 - Den drog rama de similaridade entre as sub-àreas , q uanto às espé cies reg istradas , seg undo o I � dice de □chiai , com a divis�o das comunidades.

— — — — — — — =r :sz:s: S: SS: == === = ===== == = = =- == = ===========lt

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0.57 99it

0.53 125i

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II

I

3 9

primeira compreende as sub-áreas de Sabacu (AN-02 ) , Porcos

(AN-06 ) e Abraâo (AN-09 ) ; a segunda reúne Drago (AN- 10 ) e

Grego (AN- 1 1); a terceira e a quarta correspondem a Coronel

(AN-05 ) e Acaià (AN-07 ) , respectivamente .

Tais associa��es entre as sub-áreas podem ser

explicadas por suas semelhan�as ambientais, uma vez que,

para cada tipo de habitat, existe sempre um conjunto

particular de espé cies a ele associadas (Luckhurst &

Luc khurst, 1978; Lowe-MacConnel, 1987). Ao se considerar uma

dada caracteristica, como tipo de fundo, pode-se observar

que tanto Sabacu quanto Porcos apresentam areia e

enquanto Abraâo tem predomin�ncia de areia, com algumas

concentra�ees de lôdo nos pontos próximos à boca da Baia de

Sepetiba; em todas, as profundidades s�o menores que 15 m.

Da mesma forma, Drago e Grego se assemelham por serem áreas

abertas, na faixa de profundidade entre 25 e 50 m, ambas

apresentando fundo arenoso e pontos com cascalho e lôdo . Jà

Coronel e Acaià, apesar de serem áreas contiguas e de

profundidade mediana, entre 1 2 e 20 m , diferenciam-se entre

si justamente quanto ao tipo de fundo, pois embora as duas

tenham areia, cascalho e lajes submersas, Coronel possui um

grande número de rochas e ilhotas sem praias arenosas

significativas, enquanto Acaiá mostra fundo mais pobre em

laj es, sendo predominantemente arenoso, com duas importantes

faixas de areia: a Enseada de Araiatiba e a Praia de

Provetá, separadas por costees rochosos .

l tbdo ,

Ainda segundo a tabela I I I ,

40

a SLtb-área que

apresenta o maior n6mero de espécies coletadas é Sabacu

( 99 ) � seguida por Abraâo

Grego ( 30 ) , Coronel (23 )

( 70 ) , Porcos ( 58 ) , Drago

e Acaiá ( 18 ) . Também

( 30 ) ,

pode-se

observar que 3 espécies foram registradas em todas as sub­

áreas : Di pl odus a rgenteus, Abude fdu f saxat i l i s e Sphoe ro i des

s peng l e r i . Somando-se a estas, 28 espécies foram encontradas

em mais da metade dos locais visitados. Além disso, 13

espécies foram registradas apenas em Sabacu, 9 em Abra�o, 2

em Porcos e 1 em Aca i á.

Com rela��º às comunidades

destaca-se, quanto ao n6mero de espécies,

(figura 4 ) ,

o conj unto

Sabac6/ Porcos/ Abra�o (125),

Coronel (23 ) e Acaiá (18 ) .

seguido por Drago/ Grego ( 39 ) ,

Como demonstrou Anj os - ( 1987 ) , os locais que

apresentam uma compos i ��o ambiental mais complexa, ou sej a,

um maior n6mero de bi6 topos, tendem a conter mais espécies

do que aqueles onde existam poucos ou apenas um 6nico tipo

de bi6topo. Portanto, o maior nivel

primeiro grupo deve-se, provavelmente,

de diversidade do

ao fato de todas as

trés sub-áreas se l ocalizarem no fundo da Baia, com grandes

extensbes de manguezal, praias arenosas, várias laj es e

ilhotas. Esta é, portanto, a regi�o mais rica em nichos

ecol6gicos . A comunidade Drago/Grego, por estar em uma àrea

aberta, pode ter menos espécies que a anterior, mas por

apresentar uma grande variedade de habitats, mostra maior

diversidade que as outras duas, situadas em ambientes mais

4 1

monótonos. Corone l tem fundo predominantemente rochoso �

enquanto em Acaià o componente principal é areia .

3. 3 - Estatisticas da pesca

Os dados de percentagens de rendimento pesqueiro

se referem aos desembarques de peixes capturados nos bancos

de camar�o, em pescarias artesanais realizadas durante o ano

de 1988 ( tabe l a V } . Por estarem organizados por capturas

mensais rea l izadas nas sub-áreas de pesca (pesqueiros) � s�o

os registros mais comp l etos disponiveis.

3. 3. 1 - Principais grupos de peixes

Foi observada a predomin�ncia de cinco tipos

comerciais de peixes, quanto aos volumes de desembarques,

durante o periodo estudado. As espécies representativas

( figura 5) , foram escolhidas entre as mais frequentes nos

entrepostos de pesca l ocais.

a) Arraias - Grupo de elasmobrênquios da ordem

Rajiformes, compreendendo vàrias espécies na área em estudo,

das quais ,

capturadas,

as mais representativas, pelas quantidades

s�o Das yatis sayi (Dasyatidae) e G i • nu ra

a l tavela (Gymnuridae) . Ambas apresentam amp l a distribui��º

geográfica , ocorrendo desde Massachusetts

Argentina (Figueiredo, 1977; Fischer, 1978) .

até a (EUA),

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F IGUF:A '.:, Es pécies representativ as dos principais tipos comerciais de peixes. Desenhos modificados de Fischer ( 1 978) e Menez es & Figueiredo ( 1980) .

4 9

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4 CI

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FIGURA 5 - Con ti n ua��□.

4 9

D . s a y i habita preferencia l mente locais rasos e de

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alimentando-se principalmente de bivalves,

crustáceos e, eventualmente, pequenos peixes

(Figueiredo, 1977) .

G . a l tave l a vive em águas rasas, preferindo fundos

arenosos e lodosos. Alimenta-se de crustáceos e bivalves. No

sudeste do Brasil � capturada com maior frequência entre

novembro e fevereiro. Esta espécie vive em áreas costeiras

tropicais e temperadas do Mar Mediterràneo e do Oceano

Atlàntico (Figueiredo, 1977; Fischer, 1978) .

b) Goete Corresponde a Cynoscio n j a■aic� nsis,

(Sciaenidae) . Ocorre sobre fundos de areia e/ou lodo, até

100 m de profudidade. Distribui-se do Panamá e Caribe até a

Argentina (Menezes & Figueiredo, 1980) .

c) Linguados - Peixes da ordem Pleuronectiformes .

Entre as espécies registradas na regi�o, destaca-se

Pa ra l ichthys b rasil iensis (Bothidae) , que vive em locais de

pouca profundidade, de fundo arenoso e/ou rochoso,

alimentando-se de pequenos peixes e crustáceos. Penetra em

baias e estuários no ver�o, dirigindo-se para as áreas

abertas no inverno, �peca de reprodu;�o (Szpilman , 1991) .

Tal caracteristica é compartilhada pela maioria dos

linguados que desovam na plataforma continental (Rounsef ell,

1975) , embora algumas espécies do hemisfério norte, como

Pleu ronectes aae r i canus, realizem movimento inverso,

procurando as regibes de baia no inverno, para reprodu;�o

(Phelan , 1992) .

50

d) Pescadas - Grupo que inclui várias espécies do

gênero C y noscion . Na área em estudo, destaca-se a espécie

Cynoscion l eia rchus, que habita principalmente estuários,

sobre fundos de areia e lodo , podendo ser encontrada no

ambiente marinho, at� 50 m de profundidade . Alimenta-se de

crustàceos e peixes . Sua área de distribuii�º vai do Panamá

ao sul do Brasil (Menezes & Figueiredo, 1980).

e) Corvina - H i c ropogo n i as fu rnie r i , espécie que

vive em àguas estuarinas e costeiras de até 60 m , sendo mais

comum a menos de 25 m de profundidade . Sua alimenta��º

consiste de anelideos, crustáceos e pequenos peixes .

Distribui-se das Antilhas à Argentina (Menezes & Figueiredo,

1980) .

Os cinco tipos comerciais mais importantes, no que

diz respeito a volumes e frequências de captura (goete,

linguados, arraias, pescadas e corvina), juntos representam

86, 9 1: do tota 1 pescado da regi�o no ano de 1988 (tabela

VI) . Os grupos correspondentes aos peixes com maior valor

comercial, ou seja, os

significa��º no tota l

chamados II pei >:es nobres 1 1 , t�m pouca

dos desembarques, com os robalos

atingindo 1,6 %, o dourado 1, 2 %, a viola 1, 1 % , o cherne

0, 4 %, as garoupas 0, 1 % e os badej os 0, 1 % - o que resulta

em apenas 4, 4 % do volume desembarcado .

Estes números representam a situai�º gera l da área

em estudo. O exame das sub-�reas mostra diferentes conj untos

de tipos comerciais dominantes em cada uma, como pode ser

visto na tabela V II.

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TABELA V I Rendimentos e percentagens totais comerciais de peixes em Angra dos Reis

5 1

dos tipos (1988 ) .

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pescada 823, 1 7, 20 corvina 504, 1 4, 40 maria-mole 306, !:, 2, 70 papa-terra 24 1 , 5 2, 10 robalo 184, 3 1 , 60 castanha 142, 0 1, 20 dourado 14 1, 0 1 , 20 galo 138, 5 1,20 viola 122, 0 1, 10 ca��o 80 , 0 0, 70 espada 50, 4 0, 40 cherne 42, 0 0, 40 ca��o-anj o 4 1, 0 0, 40 pescadinha 32 , 0 0, 30 bagre 31, 0 0, 3121 pargo 30, 0 0, 30 >tere 1 ete 27, 0 0 , 20 garoL\pa 13, 0 0 , 1 0 sambalo 7, !'5 0 , 07 badej o 7, 0 0, 06 marimbá 2, 0 0, 02 vermelho 1, 0 0, 0 1 ============================================================ TOTAIS 11. !:193 , 1 --------------==============================================

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5 3

Os agrupamentos de abundància foram definidos da

seguinte maneira, em fun�;go dos volumes das captu ras :

dom inante, quando acima de 5(2) '1/. ; abundante, de 35 a 50 %;

comum, de 5 a 35 i: ; raro , de 1 a 5 % ; e mu ito raro, qundo

abai >:o de 1 '1/..

A análise dos dados acima, quanto aos maiores

valores de abund·�n ci a de cada tipo comercial por sub-área,

mostra que o goete é dominante em Sandri, Coronel, D rago e

Grego ; abundante em Sabacu, Acaiá, Longa e Abra�o. Os

linguados s�o abundantes em Acaiá, Verolme, Longa e Abra�o.

As arraias sâo abundantes apenas em Verolme. As pescadas s�o

comuns somente em Sabacu. A corvina é comum em Longa, D rago

e Grego. No entanto, os resu l tados gerais indicam n�o haver

dominànc ia de nenhum grupo na á rea , como um todo, sendo o

goete abundante, o linguado, a pescada e a arraia, comuns, e

a corvina, rara. Todos os outros tipos s�o muito raros.

certa discrepància entre os

dados de

Foi observada uma

coleta exper imental e os registros de estatistica

da pesca, quanto

Algumas espécies,

à distribu ic;;�o

como o goete

dos grupos de pei>:es .

(Cynosci on j aaai cens i s),

foram captu radas pela pesca comercial em todas as sub-áreas,

enquanto as

Sabacu.

coletas mostravam a sua presen�a apenas em

Isto pode ser e>:pl icado pelas limitac;;e3es dos

métodos de amostragem de campo, como o pequeno número de

amostras e o maior espa�amento entre elas, em comparac;;�o à

pesca, que também apresenta, como caracteristica, uma certa

5 4

tendência à

levam para

seletiv idade por parte dos pescadores , que só

o porto as esp�cies de valor econômico , quando

capturadas em quantidades ou peso significativos.

3. 3. 2 - Din•mica dos principais grupos

A an á l ise dos dados mensais de captura por sub-

á. rea ( tabe 1 a V) mostrou claras flutuaiôes de abund�ncia dos

cinco principais tipos de pei :-:es na regiâo, ao longo do

per- iodo em estudo ( figuras 6 a 14).

O e>:ame do comportamento de cada um destes tipos

comerciais , l evando-se em conta apenas os maiores valores de

percentagem dos rendimentos mensais por grupo, mostra

algumas tendências sazonais, como

na tabela VIII .

pode ser visto adiante e

Arraia

verâo e OLttono, em

Capturada principalmente nos meses de

todas as sub-áreas, exceto em Verolme e

Acaià, que registraram ocorrências no inverno. Em Longa,

Abraâo e Drago , tambem sâo registrados valores importantes

na primaver-a.

Goete - Apresenta as maiores capturas nos meses de

primavera e outono, em todas as sub-áreas . No entanto ,

Acaiá, Abra�o, Drago e Grego mostraram indices importantes

no final do inver-no.

Linguado - Em Sabacu, Vero l me e Sandri mostra

piques de ocorrência principalmente no ver�o e ,

secundariamente, no final da primavera e in icio de outono ;

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F IGURA 9 - N iveis mensais de abundência re l ativa dos peixes de Co ronel (1988) .

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F IGURA 12 - N i veis mens a is de abund�n c ia relativ a dos peixes de Abraâo ( 1988).

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F IGURA 13 - N i v e i s mensais de abundancia relativa dos peixes de D r-ago ( 1988 ) .

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F I GURA 1 4 - N iveis mensais de abundànc ia r elativa dos peixes de Grego ( 1 988).

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TABELA VIII - Epocas d o ano ( 1988 ) d e aaiores valores de abundância dos principais tipos coaerciais de peixes , por sub-áreas de pesca . CONVENÇ!IES: priaavera ( P ) ; ver�o (V } ; outono (O ) ; inverno ( I } .

================-=-===-===------=============================--==-====================================

Tipos coaerciais AM-12 AM-13 AM-14

Sub-áreas de pesca AN-15 AM-17 AM-18 AM-19 AM-18 AN-11

s==================================================c========7:�======================================= arraia O-V V V V-I P-V V p goete I-P p P-0 P-0 I-P P-Y P-V 1-P p linguado P-Y P-V V I o I I 0-I I pescada I p p 1 1 I-P I p I corvina p I o p 0-P p p

==============================================================================================::z::::a

- -

1

.

6 5

n as outras sub-àreas, tais piques se d�o tipicamente n o

inverno , especialmen te em j ulho.

Pescada - Com os maiores indices de captura n o

inverno em Sabacu , Coron el , Acaià , Abra�o e Grego; também

aparece nos meses da

Drago.

Corvin a -

primavera em Verolme, Sandri, Longa e

Capturada principalmente no inverno e

primavera em Sandri, Coronel,

outono , em Acaiá e Abra�o.

Longa, Drago e Grego; no

Com foram n otadas evid@ncias de que o

linguado realiza migra çbes sa z on ais restritas à Baia da Ilha

Grande, passando os meses mais quentes, de primavera-ver�o,

nas enseadas do fundo da ba ia (Sabacu, Sandri e Verolme } ,

dirigindo-se para ás . áreas intermediárias (Coronel e Longa)

e e :-:tern as Drago e Grego) n o periodo de

outono-inverno, provavelmente para reprodu ç�o (figura 15), o

que concorda com as afirma çbes de Rounsefell ( 197�,) e

Szpilman ( 1991). Quanto aos outros grupos , pode-se apen as

constatar as épocas em que est�o mais disponiveis à pesca

dentro da baia, sendo possive l que entrem e saiam da área

durante o ano , indo para regibes vi zinhas, como a Baia de

Sepetiba, ou para o alto-mar.

A análise comparativa dos gráficos de din t<mica

mostrou que os dados

apresentam varia�ôes

correspondentes a linguado e pescada

picos

secundários, o

de uma única

bem

que sugere

espécie

marcadas, com poucos

a predomin�ncia nos desembarques

para cada tipo , possivelmente

isto,

(Acai<k < AbraSo,

F I GURA 1 5 -.

e:: ocLtpadas pelo Sub- �rea� _ ( 1988 ) • ,.,_,es do c1no estai;;:u

66

1 .:i. n g Lt a. d CJ

. e r a-v e r � o p r i m a v

1 .i � ÇI Ll a. ci C)

t n o- i nverno ou o

c::eoLtndo as linguado � � -

67

Pa ral i chthys b rasi l i ensi s e Cynosc i on l e i a rc hus,

respecti vamente. Da mesma forma, os dados referentes à

arraia, pelo fato de apresentar picos de ocorrência em

épocas dispares,

duas espécies

indicam a

compondo o

domin�nc:ia ·nos desembarqL1es de

tipo, provavelmente Gyanu ra

altavel a que,

maiores ta>:as

segundo Menezes & F igue iredo (1980 ) , tem suas

de captura no verào, juntamente com Dasyati s

sayi , que ocorreria pricipalmente no outono- inverno.

Ao anali sar a quest�o da domin�ncia em comunidades

de pei :-:es , Skud ( 1982 ) considerou que, em um ecoss istema, o

comportamento de uma populai; �o depende de fator-es

abi 6ticos, como salinidade ou temperatura, responsávei s pela

compos i�ào da

competi 1;:ào,

ambientais,

Também este

comun idade; e

intra OLI

que determinam

autor observou

de fatores bióticos, como a

por r-ecur-sos i nterespecifica

as dens idades populaciona is.

que as medidas de biomassa e as

de abund·ància das espécies sào i gualmente válidas, na

deter-m ina�ào da domin�ncia.

As espécies dominantes sào afetadas pr-inc ipalmente

pelos fatores abi6ticos e pela competiião intr-aespecifica,

enquanto as espécies subor-dinadas sào mai s sensivei s à

competi�ào interespecifica por- alimento, e à preda�ào . Desta

for-ma, a corr-ela1;:ào entr-e as variaibes de um deter-minado

fator abi 6tico e a abund�ncia, é normalmente positiva para a

espéci e dominante , e negati va para as subordinadas, que têm

suas r-espostas repr- im idas pela

entanto, outr-os fatores, como a

competi�ào com

pesca, podem

aquela. No

r-edu zir a

6 8

abundAncia de uma espécie dominante , até niveis abaixo da

sua densidade de equilibrio.

tende a aumentar sua

Assim, uma das subordinadas

devido à f alta de

competi��º, podendo tornar-se dominante (Skud , 1982) .

I sto significa que a estrutura de uma comunidade

pode sofrer grandes varia��es, possivelmente ciclicas, ao

longo do tempo . Dai a importancia do monitoramento constante

e de longo pra zo da estrutura das comunidades de uma àrea ,

juntamente com os vàrios parametros ambientais.

»

populacSo,

.

69

4 - CONCLUSôES

For am registradas, no presente trabalho, 134

espéc ies de pei xes, distr ibuidas de forma diferen c i ada nas

sub-àreas em que foi dividida a Baia da Ilha Grande,

formando quatro comunidades dist intas. Estas representam os

princ ipa i s biótopos ali encontrados: os ecossistemas

estuarinos do fundo da baia (grupo S a bacu/Porcos / Abra�o) ; os

ambientes abertos, tipi camente oce�ni cos (Drago/Grego);

áreas de fundo rochoso (Coronel); e a da boca da bai a , com

fundo arenoso e carac teristi cas intermedi ári as entre as

regibes i nternas e externas (Acai á).

Os dados de estat isti ca da pesc a revelaram a

existên c i a de 25 grupos de peixes explotados economi camente

na área . Destes, desta caram-se como os ma i s

arra i a, goete, linguado, pesc ada e corvina,

importantes,

que juntos,

representaram 86, 9 % do total das capturas realizadas na

regi�o em 1988.

Foram observadas flutua�ôes na abundanci a relativa

dos grupos c itados, em 9 sub-áreas estudadas, durante o ano

de 1988 . O linguado apresentou uma tendên c i a de movimento

s azonal dentro da baia, poi s mostrou-se ma i s abundante no

outono- inverno nas partes externas, enquanto que no periodo

de pr imavera-ver�□, as maiores c apturas ocorreram nas

enseadas do interior da baia . Os outros peixes n�o mostraram

ev idências de movimentos restr itos à baia , possivelmente

.

7 0

deslocando-se para outros sistemas costeiros, como a Baia de

Sepetiba, ou para o alto-mar.

Foi observada , baseando-se n a bibliografi a

consultada e n o ex ame dos pei xes en con trados nos entrepostos

loca is, uma

nos tipos

possivel predomi n•ncia de determi n adas espéci es

comerc i a i s multi-especificas, n �s desembarques de

pescado. Neste

Gy•nu ra a l tavel a

caso, o grupo

(no ver�o)

arra i a

e Das yatis

seri a composto por

sayi (no outono-

i nverno) ; o gr-upn linguado ser i a domi nado por- Pa ral icht hys

brasi l iensis ; e o grupo pescada, por C ynoscion l eia rchus.

Os r-esultados do presente trabalho corroboram a

opi n i�o de

dados de

vá r-ios autores, que apontam a validade do uso de

desembarque pesqueiro n a i nvestiga��º de questbes

ligadas ecologi à e biolog i a de pei )-:es ma r- i nhos. No

entanto, para

de abund·ànc i a,

necessári o que

que sejam identificados os padrbes dos ciclos

e n�o apen as a sugest�o de tendênci as , é

se realizem estudos posteri ores, de cada

grupo de pe ixes . Al�m disso , é impr-esci ndivel que se melhor-e

a estrutura de coleta de dados de desembarques pesquei r-os no

mun icipio de Angr-a dos Reis, especi almente

garantir a cont i nuidade no fluxo de coleta.

de modo a se

Uma outra for-ma de melhor- a r- a qualidade destas

informa�bes ser- i a a sub-divis�o dos tipos comerci a is, como

sugerido n a tabela I I I, com o estabelecimento de tipos com

espécies filogenética e comportamentalmente muito pró x imas,

o que aumentar i a a precis�o dos dados.

£

7 1

S�o necessá r ios estudos posteriores, foca l iz ando a

biologia e ecologia de cada uma das esp�cies que compôem os

tipos comerciais de peixes da regiâo. A amplia��º do

perimetro em estudo deve englobar a Baia de Sepetiba� de

modo a se estabelecer passiveis movimentos sazonais de

cardumes entre estes dois sistemas costeiros.

.

72

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