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Eb Superinteressante 254a Julho 2008 Especial Livros Sagrados

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EOITORA ., Abril~u.,,!ador. V I C I ' O I i C I V J T A

( ) 9 I Y / · j S g O l

P td id en :t ll e S di to r- ~ H ob e r t o 0 i v 1 1 ; 1 )

"0(0-P",'10.0'. E.","I iVo: jairo M r n dC O\ L e n l

c " " " , , " " Ed;",~' R Q l . \ ( > ( I { , Ci~;1iI (IlresiliCl1l~ ,'fh~m~.,SOlllO<'Drriil (V!~·Pltsidfn~}'luse ! \ oI IMO GUZ lO

D ' " , ' o , dDA<~n.'u..~ Frm~"dDal~la0 ' '' ' '0 , " G . , . , neP o .rl~dod~' T I m i s C h o o o S o a r e s

oh.o'G."'~. ""bl;cl<l,';.o¥J~""':\oglrio G a b r i e l ( 'o m p r l d oDI",to.'~< R).Io Adm l i \I S o " ,( 80 : Olm f i i MI~IIQ

D lr e\ ", ," d BM 'd l. D lg JI »I ; 1,, -l i IonahmnlD 1 , " '' ' ' d O """ 'o jom •• to. C o . , . . , I . , Au ro Lu is d ~ l a s ;

01",,,,,. s " p . , j" , • • d.nIOlII.~~ n.~,,"11Prn:!tom i : : ! { r Nijdcro: I ln : n d l l f tu - : ;u f { r

l J i . l : j , l j J i I J~~Ie;Si :~G' I\ 'T tt 'm .ln oqtof 'd tA rt "; /iU1 .JD( li ), 'r ol~"", ,, ro fdlb) l de.j... og~fl< l l l ;:-t.uV tria A, 'MTI 'M"lO M LeitOt; r\l.h'iu.J ~1i!r1'dtcl[,(1, ( Jlf (l\ ~ Coo~d.l'I~tI't;"..,

AdmilJl1w.1U. . r . ·Gl}tW G .d Ii tC -~ ~' <: 'I m Ht ?t di ~d "I ~! ~ \""';0 ,~ j .A. I l1hi : l~ ~ UD l G , l j . . . . . . . , { t d '! ; li O l l c . ., 1 > I . _ . . . . cn ..I I tO (~1 P. . . Io"',~:I;;r.. . {" , I>IO)CI ' ·

U N I II ~'d, lla a.lu {d .. r . J . • Ud' T ,," 'r .. l l<¥l" ' ! l o . . . R o d" " , ' -' 10 < $0 R " l' .f f i. .. . \'dg

\MIVW .sup-Of i I ' l Ul i'Oi J , ( ) IUO. fO m ,1)f

Aj>o;o ! < I1 , o j l. ~ 8 1 . Il"'&'" ( , , 1 1 1 \ _ ( 1. , ,, ,1 1 " "1 " 0 . ~ _ ,~ ._l;l.~' Po"", G " ,. 1 1 0 & .". .

PVBUUilAOIl~DI~M ...~r"'q.JIII~r..III'.I.\1.IsIo"Or;ir.~i\~ •. . . . . ." " " " ' _ d I \ H . . . . . " , ' . . . . ." " " r ~ • ..".wpw)_...Cu>-._p.dI>( l~ r ~f n li l ~ ("'lilK C : i l 1 i w k I "PWIl;lb_,OrJnl r r r . w l l ,~ ! n m , ; 1 f f l i \ E ! r w r d ' o I ; ~lJnit~~ " 'W t 1 \ w i f l u . . " i .

NII~1~1~i\J*tdI\~hll~~ ~~'itI~~~r,wr.:.llu,llllllil",t~II'II~ ~i'il,"U.~Il~,W.:JI~III'itffllll~tl Fll tB llCI)AO(RE61 00A I . : O i tO fO f l:J~ l ~1 G l t '; 1 nl o! ( J 6L ICIOADE R l qpE ,JAN Ime : Dire-toi: 11.mlt ) .nl it l~ro

'~Ir~ P CI J~ UQ O A Oe N Ll CL lO J OV r; ;M ; ~~nlt l : l'!!tlUn~~~hl l l i II, E~l:lc"';vos de. tleg.!):(~,=

- . l \ . b . n '\lJltntn ' \IM~ UtJtr~!LCtI!!1t1lllldl ~njll IIIf.'lIirmg~, Clllnin Curly.I~o &lulll'OOlllwl [1It1~

~ I\'I~ ~;U:li \bl.ua.. Cii!'rwtliD d.V~n!i:'s?'~u Prld., ~1·~ &:itilt...Cooroe~!;iltodrlOafS1~~.Alca. ~n1.NG-.fcmOJl.Ao\O<:Wrffltecre~,",Itt:dflg:V.~~"""" .. "' __ """"-I\ __ ll"'~ __ 6000_

1", ,~~'WcaM,A~ ,~AtWIs t .U .: : F''''da,\t..b~"'~fttqn\os:C~~

p.Ml$:tM:: Cidrl~ I~ W6Jii."s.m ..,I IIPta h trt4g.iii,t,.. r l l l i . l . . J» r . . . uGeI I 'OIW i dll'

~1I~AVU~\f1Ei*1iI ~ltlt""'d: ..G"-u~A~llAm'O'd:)brnot~Utnll.lhll ll9Urlar"bdlJ \~PtAU~IAMIlNn') . CONll tOU.f OPt:R.A~tGerenle:..\bd!t

\ '~ I( "' ;" ( onsu ttor . ~ to1"~rCl , H I W ~ I ":~I 'I "o«"n4» 'I ;~ li I) \ ' W u n AS,SlN/llTUA_AS:.

1)Jl~UM,&-AU!f\If~lo@'~m"I"'(Of!,oQ~t:I!I=~II"S ~~~~~

d i > . . . '.....t_LO""(""""""""~joloY.~

Tao pr6xim os e

tao mis te r iosos

Li vr os s a gr -a dO . Ssa'O.COisas m isteriosa s por .! la t -reza. Sua propria definicao ja oferece alguns

en i gmas . se co ns id era ssem o s sa gra dos a pena s

a qneles q ue se d iz gua rda rern a pa la vra de D eus,

nenhum livre budista ou nao f s ta enrrazia nas pagirras

deste especial. Se levarmos a palavra "livre" ao pe da

letra, -tam· o u eo f a la r la r ne s da rica mi to log ia d0S or ixa - s .

Mas, apesar de ela nunea ter side eranserita, estd a c eorganizada em capitulos. Intrigante, nao? E pes isso

que"jna bora de escolher 08 assuntos que aberdarfamesaqui.optamos pela deflnicao mais ampla do terrae. Sdl

assirn poderfamos'tratar de escrituras de ffiigi.6es del

munde inteiro e-de outras que nao podem ser conside-

rados canenes religiosos, como as transerir;:oes des

d is clyu lo s d e osho, 0 I ivro-guja de s . € i~ n t ol 0 .g i s ra s QU

o s t ex to s reve lados par E -Tsno secu le 2.0 . E 1':0\!losesses

assuntos guardam misrerios que merecem aten~iio,

Conforme voce ler este especial, provavetrnente vai

ach ar qu e conh ece m u lto pou co sobre o s liv ro s sagrados

e os misterios por ti·as de-suss paginas, Apesar de serem

alguns dos texros maio; imporrantes da hisreria da

hurnanidade, ces turnamos dar p ol tc a ~m . p( !) rt an cia ,a

eles, N as pro xirn as pa gipa s, ; V 'o ce t en1 : a opor tuM . id a cl e

de coahecer lU:Q pOUG0 mais sob~~ 0 rema. E dessobrir

'eomo ele pode ser interessante, mesmo para querrfnao

segue' nenhurna r eUg i ao . Boris caminhos.

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Os majores , misterios d os

tIVRO S SAGRADO S~l I N T R O D U < ;A O ~

U rn m apa d os livros sagradosVe_jgonde foram escritosos UVTO.'i,das _ -

1· .~ d h ' , . 6e .igioes e.on e se passarn suas _rstonas ..

Traduzindo a p alavra d e DeusEntenda por que e ta Q complicado Q

trabalho de rraduzir sexrosreligiosos , : , 8

A criacao do mundoTodas as religioes ternsua versao para a-origem

d 0 U 11iverso. P o]' qu e isso e tiio im p. ( '! twnt ,e pjirp:,eJa s?: " 1 0

~ H IN D uts M O I~

Um ltvro aberto

[20'1: que os Vedas sao a chave da diversidadeI

e da unidade das varias correntds do hindufsmo :.. __ . . 1 4.y

Divisao ancestra l

*lR E L IG IO E S C H IN E S A S ~

A f e que m ove a Ch in aSalba Como ursa mistura de confucionismc, taoisrnd

e hud i s tnOcda forma a espiritualidade dos.chineses , 20

~ JU DA 1S MO f*

o que a cabala pode f a z e r p or v oce?A corrente mlstica do judafsmo usa' nunrere] o.gia . _

pa ra d ecif ra r a ,.1i:lrtl e m b1l< sE :C !e um a : vidE - rrrelh or, . _ " 26

Milagres naturals

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~ C R IS fIA N IS M O l iE

A historia secreta d o cris t ianismoDepois de seculos escondidos, as evangelhos

ap6crifos ajudam a contara historia cia religiao 34

o outr o J es usCenheca as lendas sobre 0perlodo da vida

de Jesus que nao apareceno Novo Te- '! tam,ento 40

~ IS LA M IS M O ~

V€fSOS ant i -sa tanicosOs rnuculmanos rambern tern seu Diabo,

E seus cantos de exorcisrno nas palavras do Alcoriio : 42

~ R E L IG IO E S A F R IC A N A S ~

o l ivro nao escritoComo a crenca nos orixas se organizou e atravessou

'0 Atlantica, mesmo sern ter um registro escrito. .. 46

il a N ov as TEM PO S ! I f :

asbastidores do L ivro dos E sp ir itas

EIll plena revelw;:ao industrial, urn professor

de eiencias investiga mensagens do alem 52

O s p ro feta s da AmericaOs detalhes da revelal?ao do Livro de M6"man ,

(mica rexto sagrade eseritono continence. .. " 5 6

o guru dos n ovos tem posQuem £0i o llder espiritual indiana que

prodnziu rnals de 600 livros COP] seus ensinamentos 58

opoder da m en teUrn autor de fic<;ao, cientifica escreve a Dian.e t ica ,

urn l i V ' l " 0 de auto-ajuda, e funda a eientologaa , 62

Sag rado s extr ate rre stre sETeses'ta0 enU'e·u6s, mas querem ajurlai.

E Q que diaem.as seitas que cultuam QS ETs ~ ,,64

Cronolog ia dos l ivros

Uma finha do tempo dos livros sagrados ' " ,. ..66

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~ INTRODU<;AO ~

Referencias

@ > B U D I S M O

1 r C R I S T I A N I S M O,

. . . E S P IR I T IS M O

~ H I N D U I S M O

C~S L A M I S M O

(IU D A f S M O

~ M O R M O N S

~ R E L I G I O E S

A F R I C A N A S

~ T A o I s M O

~O L l V R O D O N O V O M U N D O

a p r o f e ta J o s e p h Smith r e c e b e ua s p la c a s d e DUro q u e o r i g i n a r a mo livto d e Mo rmon na s col in a s

d e ( u m o r a M , n a c id a d e d e P a lm i r a ,

e s t a d n d e N o v a Y o r k . P e r s e g u i d o s

p u r o u tr n s r e li g io s o s , u s m 6 rm o n s

b u s c a r a m refugi 0 n o oeste, e

Sf a ss e n t a ra m e m S a l t L a k e C it y .

Umma p ados liv r o ssagrados

A influencia cia l i teratura

religiosa esta em todos

o s ca n tos dom u ndo . Aqu i ,v oce con fe re o nd e su as h is to ria s

se pa ssa rn au foram escrita s ,

' Ie xt o T ia go jokura • U U S l i r a . ; : a o Bru n o A lg a rv e

(om-mprli i ini , '~<; pela

, F ra n ~ a ,

n n d e 111 p","'n~' m a is a f u n d o

a s m ensagens recsbi das na s m esa s

g i r a n t e s q u e fazi~m s uc e s so n a

r idade . .1 < \ , p u h l i d o u a l' e d i ~ a ode 0 L iv ro d D S E s q f ri tD s ,

KAMERICA

-- t -

d e q u e 05 e s t r a v u s

a f r i c a n o s t r o u x e r a m p a r a aA m e r i c a e a r e g ia 'o l o r u -~ iI ,

n a a t u al f r n n t e t r a d a N ig e r i a r e m

- 0 B e h i n . S e g u n d 0 a c u lt u ra d e ss e

povo, 0, mundo fo i r rl ad on a

c i d a d e d e I l e I f e ' , n a N i g e ' r i i l ,

O R I S T I A N I S M O • J • 1 5 lA M I5 M O • H I N D U f s M O • B U G I S M O

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( j b ' R ~ 6 I S T R O A N t E S TR A L ~

0 5 textos v e d i c o s , 05 'm .is a h U g o 's :. ' . ~ 'd o h i n d u i s m o , f o r a m e s t r i t o s _ _ ,

n s r e g i a o ~ e P u n j a b , c o n s i d e r a a a . _ , ~

bet '~o da r e l i g ia o h in d _ u . G r a n d e s

a ~ t i e 5 dn s t ex to s e p ic o s , c o m o, Q l j e I T o l sd o M a h a b h a r ( 1 t q , t a m b e - m -

.ff s e p a s s a m n o l o c al , a tu a l" - 1 'r o n 1 e i r a e n t r e I n d i a e P a q u i s t i i o .

u .uea o.eav ir t u d e d o T a o e s t a v a m n il c a b e ~ ad e l a e -t se , f t l 6 s o f o d e t u o y a n g ,

s u i d a C h i n a . Q u a n d o 0 p e n s o . d o r

d e i x e u a r e g i a o , u r n g u a r d a e m

E h u n g - n an S h a n p e d i u que e te

defxassesuas l t c t i e s por esrnto.

A s sim n a s c e u 0 U vro d o T ao .

u t a m a n a s c e u

e m L u m n i e V i V E U a t e o s 2 9 a n o sn o r as te le , 0 r ei n a o 0 d e i x a v a sairt e m e n d o u m a p r o fe d a: s e u f i l h o

s e r i a u r n g r a n d e If d e r esptritual,M a s 5 i d d h a r t a t u g i u e a fi n g i u 0

n ir v an a e m B o d h G .a y a , n a I n d ia ,

t u m a n d e - s e 0 p r i m e i r a B u d a .

e n m ,J e s u s n as c e u e m B e l e m , ac a m i n h o d o c e n s o d e Q u i r i r l o .

M a s a M e s s i a s c r i s t a o p a s s o u

a i n f a n c i a n a c i d a d e d e N a z a r e ,r e gi a o d a G a l i 1 f i a , o n d e v iv ia mM a r i a e .J o s e . 5 6 a o s . 3 0 a n o s J e su sSf e s t a b e i e c l ! r i a e m l e t u s al e m .

2~__-~\~-::?"'1:'iiai~~fa1~~es~ta({(entr.adan a a n t i q a M e s o p o ta r n ia , a t u a lr e gi a o d e Ir a e l r a q u e . ~ eg u n d oo ~ene5e ,0 J a r d im d o E d e l lestava e n t r e as r io s T i g r e

e [ u f r a t e s e , m a ts a o n o r t e ,D m o n t e A r a r a t , o n d e , [ < ! r c ad e N o e e n ca lh o u a p e s B d M v io .

I1

s a g r a d a

p a r a 3 r e l i g i 5 e s q u e s u r g i r a m

d a a l i a n ~ a d e D e u s c o m A b r a a o .

E l a t o i endereto d o p F i m e i r oT e m p lo d e S a l a t n a o , d o s j u d e u s :l o c a l d a c r u d f j c a ~ a o d e J 8SUS Ip a r a c r i s t a o ~ ; e d a a s ~ e n s a 0de M a o m e , m a i o r pmfeta ' d o i s la .

rerar, 05 m u ~ u l m a n e sv o l t a m - s s p - a r a M e :c a , o n d e

M a o m e n a s c e u e r e e e b e ua s r e v e la ~ O e 5 'd Q a n jo G a b r i e l ,

q u e d e ra m o r ig e m i)0A l c o r i i o .

P e rs e gu i d o e m s u a c id a d e n a t a l,o p r o f e t s s e g u in p a r a M e d in a ,d eo n d e o r g a n i z a r i a a r e co n q u i s t a ,

I R A : e n b : e 1600 a . G e 1 2 0 0 a . c . , : a a n u g a

P e r s ' a v i u naseere Z o r o a s t n s m o , p f i m e j r a

f e l i g i a o m o M t e r S f < ! d e quesetemnetieta.

A p e n a s u m q u a r t o do A v e s t a , u b ~ ' c o " T 1

s e u s e o s ln a tn e n t o s , ~ h e 'g o ) j , a o s n u s s o s

tempos. A l i f a m p e m foi'estnto, e m I B n ;

o Kitab- i -Aqcfas ( U b i v r o m a i s s a g r a d o " ) ,

d a religiao B a M 'I . u f I " ! a q i s S i d e l 1 c i a d 9 isla.

J A P A O : o X i n t o i s m o e u m a t r a d j~ ao o r a l

t e l i g io s a , m a s g a n h o u \ f e r s o e s e s c r i t a s ,

c n r n o 0 K o j i k i ( 7 1 2 . d . C . ) , c o m m i t e s s a b r e

a h i s t o r i a j a p o n e s a e a n riq em d o u n i v e r s o .

J a m a i c a : 0 m o v im e n t o r a s t a t e r n u r n t e x t o

s a g t a d o , 0 K e b ra N e g a s t. T r a d u z -id o p a ra

o a r a b e p e r t o d e 1 2 2 .5 d . c. , r e l a t a a v i d a d o

p rim e ir o r e i E l l o p e , h e rt l e ir o d o r e i S alo m a a.

i N D I A : n a r e g i a a d o P u n ja b ,o nd e n a se e u

° h i n d u i s m o , t a m b e m f l o r e s c e u °j a i n is m o , t e l I g ii i o u rm tIlrctJ d e 4 ,2 .

m i l h f i e s d e s e u utd e re s , c t J jo p r i n ( j ~ a J

t e x t o s a g r a d o e ° T a t t v a r t ha 5 u tr a .

N o m e s m o p a i s , n a s e e u 0S ik h is m o , c u jo

l i v r o . s a g r a d o , o G _ u rn 6 r a n th S a hib , s e r f a

o rg a n iz a d o e m u m a c o n f e r e n e i a e m tBn

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~ INTRODU<;AO ~

Traduzindoa palavra de Deus

-<~. : 0 :{>-

A traducao d as e scritu ra s sa gra da s e u rn desa f io tao g ra nde que m e recia

u m a a ju da d iv ine , 0 que fa zer quando nao se pode conta r CGm ela7T ex to A rt ur f on se ca I l lu s tr a ca o Ev and ro Berte!

8T

raduzir e uma arte improvavel, cos- Vilson Scholz, professor de teologia e consul-

.

tumam dizer os tradutores, Afinal e tor de tradncao da Sociedade Bfblica do Bra-

muito diffcil haver uma correspon-siL Alern disso, 0 tradutor preeisa estar aten-

dencia absoluta entre 0 que o.escri- toa descobertas arqueologicas que trazem ator qais dizere 0 novo texto, Se j,i ediflcil Iuz novos significados de palavras bfblieas.

assim nas lfnguas modernas, imagine comas "Ha 50 ou 100 anos, a lista de palavras que

livros sagrados, como a Biblia e 0 Alcutao, s6 existiam na Biblia era grande. A arqueo-

escritos ha dezenas de seculos em dialetos que logia fez essa Iista diminuir muito."

nao sao mais usados hoje em dia. Depois, e precise quebrar a cabeca para

Livre mais traduzido no mundo, com vet- enrender 0 significado daspalavras no con-

sees .integrais em mais de 300 lfnguas, a texto. ·"0 Nove Testamento tern cerca de

Biblia. foi escrita em 3 idiomas, 0 Antigo 540.0 palavras, E cada uma tern em-media

Testamento, incluindo a TOTa , tern originals 4 ou 5 significados", 'diz Scholz. A s vezes aem hebraico e aramaico, provavelmente simples .f~1ta.de uma virgula '- que 11aO

a lingu a falada por. JeSll, S. 0 Novo Tes-*xistia nas linguasd. os originals - co.m-tamento e quase todo escrito num plica tudo, Como nao da para rirar a

grego arcaico que precisa ser tradu- diivida com oaucor, 0 tradutor preci-

zido mesmo para as gregos de hoje. sa intuir 0 significado das palavras , G >

J a o (\lcorao e todo ern arabe, s o ,que que Ihs c ia mat gem para .influerioiar 0

ern 4 dialetos diferentes, exatarnente como texto sagrado. A palavra malakoi, pof exam-

foi revelado < I Maorne, plo, ja virou tanto "masturbador" quanta

Dutro problema que os tradutores enfren- "homossexual" (ve ja a o la do ).

tam e a escolha dos textos em .que.se basear, Afinal, e precise escolher 111U tipo de por-

Os 66livros que formam a l1iblta, por exem- tugues para 0 texto final, "Atraducao depen-

plo, nao tern mais origin;ai~ disponfveis, e os de tambem d e quem vai ler", diz colingti ista

tradutores precisam se basear em c ap ia s - -a s e tradurer Nestor Dockhom, que prepara

vezes em.copias de capias. Para evitar erros, tradw;:6es do EvangeLhQ de ~uca s em :3 vc_u;:ian-

o tradutor compara varias copias antigas e tes poptlla'res~ urbana, urbana daperiferia

usa !iVres·que discutem 0 significado das erural. Perfeccicnisrno? Nem tanto. "Na

palavres bfblicas. "E,preciso usar vasta' lite- bora d o e traduzir a palavra sagtada, todo

ratura de irrterpretaeac.das palavras':a£irrna cuidado e pouco"; <'lizDockhorn. ®

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nECADOS DA U NGU A Ita.A s v ers oe s d as e scritu ra s s ag ra da s e sta o re ple ta s d e im p erf eico es po r ca us a d as d if icu ld ad es

im p o sta s p elo s originals e os id iom a s em que loram escritos Con fi ra a lg u ns e xemp lo s.

D E C E P ~ A O N O A R A is o

I') A 1 l ' lO c i i o , J iv ( o s a g r a d o d o s m u £ u l m . m o s ,

tambeirl f e l n seus p robl emas d e : t f a d l l ~ a n .

S e g u n d o E f : r f i s to p h l L t x l! n i l e r g , p s e l l d o n R n Q

de u r n e s p e G i a li s a il ! l e m i I o em !!studes.arabes,·

a u t c r d o . li v r o T h eSy ro -A ta m a ir R {) afli ng

O f th e K ora n ( ssm t rad ll~ae p a r a ] ) p o r t llY u e s ) ,

0 5 t a x :t ll S o r i g in a i s d ' l tAlcorao n a o f o r a m

escr; itO! ia [enas em dia lef l ls : a tab l !s m a s

t a m h s m nurn d i a l e t o sfrto-aramaicu f a l a u o

e m M e ca n o s e c u lo 7 . . 0 e s t u d o d e L u x e n b e r g

traz IfnfdeIalhe aterrador para o s terroristas

s u h : i i i a s . . .5esua i n t g r p : r e t a ~ o es ti 'ler cnrreta ,

05 mu ,u 1m a na s q ue morrem e m nume-da f en a o e l im n t r a r ia m m i i l h e r e s v i I g e t l S n o p a r a i s o ,

e s ir n U l r 8 S . - S e g u n d . o 0 pesquisadur, a p a l a v r a

usaila JlO arigiina!, hud , s i ~ n : i t i c a "U\las

br a fleas' n o d i l i l e t o . shio-aramaico.

A t r a d l l~ a 6 1 i f e r a l , n o entantc. tomece 0 n o m eIbode d e Alaz! ! ] , 0 o e m o l) i o " . E l a n a G q u e r

d i!e r q ue 0 a n i m a l p er te nce ira cotsa-ruun,

mas :q u e r e p resenta s u a in f1 u e n c f a sabre

o s · h o m e n s , s u a p a r t e m ; a l i g n a . f o r a d o

c e n t e x r o , ile X T Jr E $ Sa 0 p o d e _ n a d a r a e n t e n d e r

q u e u rn b o d ,! ! d o d e m o n i o l i l l r o u o sh o m e n s d o s

p ec adn s d os .h eh rau s - 0; q u e , n a o e v e r d a d I!.

Para evitar 0 ma l -e nt en dl dn , o s t ra du to re s

p r e f e n r a m 0 t e rm o b o d e e ~ j i f a t 6 r i n,

A P A l.A V R A D O ' p R E C O N C E lT O

Um b O ! l 1 l e x e m p f o de c o m o f ip~ i ies de

n a d u ~ a o t l o d e m c a u s a r p o l e I l ] i c a e a ~uestao

d a llomossexuali'aade. lm v a r i c s t r e c h a s

d ' i l Blbna , p a l a v r a s q u e p o rl e m s ig l1 i f i c a r

" p e d e r a s t a " , "ma s u rb ad or " o u " e s t u p r a d o r "

v i r a r a m s im p le 5 m e n t e ') ~ ~ o m o s s e x u a r " -

rlei~ndo e v i d e n t s 9 preconceito d Q t r a d u t o r ,

A p a l a n a . m a · / a k o i . p u r e x : e m p l o , j a v ir o u

t a n t o " m o l e " q u a n t o " p e r v e r t i d o " . " e f e b o "

.n u "h sm o ss en ia l". [a aa rraduter eseelhe

a q u e Pt~f~F I ! o u 'a ch a m a i s ceneta.

l IT fR AL , M A S A M S 1 G UO

E m Lev f t i co , ( ) 1 3G l l v r o d a Iora, I ! s ta a b i s t e r ia

d o bod-e e x p ia t 6 . t to , q u e e .sactifi [ a d o p a r a

q u e 0 p n v n d e M01~e~p a g u e s e u s p e e a d o s ,

9

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A criacao do m undo-< ~I : 0 :~>-

Todos os liv ros sa g ra dos te rn um a respos ta sobre

a n a tu re za e a origem do U niverso . Por q ue isso

e ta o importante para a s r elig io e s?T O O o T arso A ra ujo

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N0 comeco, era 0 Dada. Entao al- grandes OUpequenas, novas O U anrigas, codas

guem resolveu conrar a origem as religioes rerao respostas para isso", diz 0

de tudo. E assim nasceu a tenta- teologo da PUC-SP, Rafael Rodrigues, espe-

trva do bornem de explicar a ori- cialista no Antigo Testamento, que comeca

gem do Universe. As civilizacoes mais com a narrativa do Livre do Genes e .

anrigas ja tinham esse questao existen-*a falta de referencias, os homens

cial, E as religioes, preocupadas em . costurnam usar COHlO materia-prima

dar respostas a seus fieis, nao pode- dos mites 0 mundo real para responder

riarn deixar de formular suas respostas. essas perguntas transeendentais, Par

"Como surgiu tude? Como e a origem do isso, a cosmologia de cads grupo social

planeta, das coisas, do hornem? Essas sao as e urn reflexo da cultura e do memento his-

prlmeiras perguntas que 0 homern faz a si t6rico de quem a inventa, "Os mires colocam

rnesmo, Sejam incligenilS,african as, orienrais, 0 que e mais Irnportante na culrura local com

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~ INTRODUC;AO f i E

uma importancfa.propercional nOS mitos de

criacao", diz Rodrigues. Logo a sol e a agua,

essencials para a producao agricola e a So-

brevivencia, sernpre ocuparam lugar de des-

taque na mitologia das civilizacdes antigas.

Muiras historias sabre a origem do mundo

comecam contando como esses reeursos {o-

ram criados au controlados pelo homem,

o m ito do Genese

na sce com o um a critic a

a o sis tem a produ tivo . Eu rn te xto a n titrib uta ris ta .

sores babilonios, para quem Marduk, 0 Sol,

era 0 dells supremo e criador de todas as

coisas, inclusive da luz.

Ainda contando a tragedia dos povos de

Israel e Juda, os capftulos 2 e 3·do Gene s e

mosrram 0 que acontece quando urn cam-

pones perde aquilo que e rnaisprimordialpara sua sobrevivencia: a horta, "0 sentido

da palavra que traduzimos parajardim, em

hebraico, e horta", diz Rodrigues. Ao ser

expulso do Eden e perde-la, Adao camera

"0 pao com 0 suor do rosto" e Eva senrira

aurnentar "as dores do. parte" porque, emvez de teI fillies de 7 em 7 anos, como era

9 habito, tera de engravidar mais vezes

para o casal ter rnaisfflhos e mao-de-obra,

Trabalharido para cs babilonios, eles preci-

savam produzir mais para pagar irnpostos.

"0 rnito nasee como uma crlrica ao sistema

produtivo da epoca. E urn texto antitributa-

rista", afirma Rodrigues.

Segundo a rnitologia ioruba, no infcio des

tempos havia dois rnundos: Oru111,espa~o

sagrado dos orixas, e Aiye, que, seria dos

fiomens. feito apenas de caos e agua. Por

ordem de Olorurn, 0 deus supremo" o orixa

Odudua veio a Terra trazendo uma cabaca

com ingredientes especiais, entre eles a ter-

ra escura que jcgaria sabre 0 oceano para

garantir morada e sustento aos homens,

Para a tradieao religiosa chinesa, 0 caos ini-

cial era COlnO urn ovo no qual entraram em

equilfbrio os principios opostos, yin e yang.

Desse equilfbrio nasceu Pangu, glgantede

eujo eorpo se formou a agua, a terra e oSol.

A s vezes os mites de criacao sao verda-

deiros tratados politicos de suaepoca. "s6

compreendemos 0 10 capitulo do Gene s e se

entendernos a catastrofe dos povos Cjue 0

escreveram", diz Rodrigues. A cosmologia

judaico-crista foi escrita par povos dos an-

tigos territories de Israel e Juda, Ievados aforca para a Babilonia, onde pagavam tri-

bums. "Quando clizem que 'antes a terra

estava vazia e sern forma', eles nao se refe-

rein ao planeta, mas ao territorio del es, gue

ficou devastado e abandonado apes a inva-

saodos povos assirios." A ordern de criaCfao

das coisas no rnito 'e uma.provocacjio aq

poder local. A primerra [rase c lop Gene se diz

§'lJeDeus fez a luz. 56 no 40 ilia Ele criaria

oSo~J contrariando a cosm01ogia des Q,pr€s -

A V ERSAO D E QUEM LEA'cosmolcgfa das religioes geralmente e

elaborada a partir de mites rnais antigos.Ab se aproptiar deles, elas 5e alimentam do

mite e-ao mesrno tempo 0 fortalecem, Afi-

na1, elas transformarn as Iendas em alge

mais que a realidade: a verdade de Deus, E

e nesse processo de assimtlacao que geral-

mente os mites sao organizados em Iivros.

sagrados, quando tambem enrram emjogo

as interpretacoes e tradicoes orals e escritas

que vao orientar sua leitura pelos fieis,

Os mitos do Gene s e , por exemplo, foram

escritos entre os seculos 8 e 5 a.C., mas a

organizacao deles nurna T o n i s o comecariano seculo 2 a.C, Nessa 'epoca, e provavel que

o texto tenha sofrido mudaricas e adapta-

~6es, segundo os ideais do judaismo nascen-

te·. A propria escolha dos textos tarnbem

obedece os criterios da religiao que 0 orga-

niza, COlTliO' aconteceria cOU) o N o vo T es ta .-

mento, no inlciodo cristianismo,

M e s m o fora d o s 1 ( \f r0S S a g r a d o s, as : t rad i -

g O , e s e interptetac;oes dos mites de criac;ao

fundamentam valores, regras morals e de

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eornporramento para seus seguidores. "Ha criacao e desrruicao do Universe: Brahma

texros rabfrucos que interp ret am cada linha cria, Vishnu preserve e.Shiva 0 destr6i para

do Gen e s e para mostrar que a rnulher nao que 0 ciclo recomece. Para criar 0 mundo e

pode dar testemunho em publico. Porque, os hurnanos, Brahma fez dais deuses de si:

quando ela tomou alguma decisao, levou 0 Gayatri e Purusha, 0 hornem cosmico de

hornern ao erro e ao pecado. A partir dai onde foram feitas todas as coisas. Mas, en-

aparece toda a quesrfio da sujeicao da mu- quanto alguns homens nasceramda boca de

lher" , diz Rodrigues. As tradicoes cons- . Purusha, e se tornaram sacerdetes, ou-truldas < ? p~rtir do te~tO as . v:z.es se

*ros nascerarn d o s _ pe s, e =t~tnaTam

tornam rnais fortes no rmagmano do os escravos da sociedade indiana.

que os originais. Quando lembramos . 0 exemplo da sociedade hindu ede Adao e Eva no paraiso, e comum apenas mais urn exernplo de como os

pensarmos.na ma9a, como retratado na mitos sabre a criacao do Universe fazern

imagern da pagina anterior. Apesar de a pa - bern mais que resolver quest6es exisrenciais

lavra mat;a nao aparecer no texto do Gen e s e . ao esta belecer relacoes de poder e deralhar

A ccsmelogia do hlnduisrno tambem ex- codigos de conduta. 0 que fez deles ferra-

plica, alem da origem do rnundo, sua orga- meritas Importantes para a ceesao social.

oizaqa0 social. Segundo 0S Vedas, 3 divin- como parte indispensavel cia cultura e da

dades sao responsaveis pelos ciclos de idenridade de urn POVQ. ®

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~ H IN DutSMO ~

U rn l ivre abertoEntenda po t que o s Vedas , escrituras sa gra da s m a is antigas

da h is to ria , sa o ao m e sm o tem po o rig em cia un idade

e cia diversidade da s m u ltipla s co rren te s do h indu ism cTex to And re Santoro e Andre Victor Sartorellr

Hcerca de 3 500 anos, as comu- deus com cabeca de elefante, que teria

nidades na regiao do vale do In- passado as palavras para 0 papel. Lendas

do, atualno~te da India, c.omet;a- a parte, os historiadores estimam que os 4

ram a orgaruzar um dos sistemas Vedas - RigVeda, Yajurveda, Samaveda e

religiesos mais antigos de que ternos noticia: Atkarvaveda - teriam sido compilados en-

a .hindrrismo, Suas crencas forarn transmiti- tre 1500 e 900 a.C. Mas, seja qual for sua

das oralmerrte de geracao em geraeao por origem, e nostextos vedicos que estao os

muitos seculos a te serern transcritas nos Ve- principals €onceitQs e simbolos do hin-

m.as,conrpilacaodehinos e preces considera- duismo, os deuses, lend as e ensinamentos

da Garno0 primeiro livro sagrado da hisroria. que dao forma e unidade a religiao.

oconteudo dessa literatura sagrada, com- "A esseneia da tradicao dos Veda s

e0

posta de 4 volumes de texto em versos, ex- respeito aos ancestrais e a vinculaeao aos

plica ao mesmo tempo a unidade e a va- deuses", afirma CarlosEduardo Barbosa.

riedade das multiplas correntes do ._,:... "Essas condicoes pautaram 'e pautam

hin~U.Ismo. Grac;~s.a alguns .de seus 00 todas as correntes do hindufsmo. Pal'ensinarnentos ma r s Import antes, esse isso, esses livros s a o aceitos como tex-

conjunto de livros e sagrado para mais tos sagrados por todos as seguidores

de 1 bilhao de pessoas que seguem seitas de todas as correntes", afitma 0 cientista

tao dlferentes a ponto de serem monotefstas, da rciigiao Joachim Andrade, autor de uma

politefstas on panteistas - e ainda assim in- tese de doutorado sabre a cultura hindu.

regrarern a mesma religiao, Os Veda s forarn cruciais no periodo inicial

Os historiadores acreditam que a primei- do hinduismo, porque ajudaram a aglutinar

ra versao dos Ved.as em papelseja do seou- varias crencas pre-historicas em um mesmo102 a.C.~quando 0 povo hindu desenvolveu sistema religiose. Mais.tarde, 110 seculo 9,

urn sistema de escrita. Segundo a lenda, a religiao passou por urn processo orga-

eles teriatn-sido organizados pOT Vyasa, nizado de unificacao, e os textos vedicos

um sabio que seria a encarnacao de Vishnu, foram igualmente importantes para garan-

deus que em todas os cielos de, e:riayao e .tir a reuniao de varias crencas diferentes

d es o'u !c;a o d o Universe elabora asescritu - em urn meSIDO' sistema religiose. Na epoca,

ras e m 4livrQs, para garantir q4e os dtn- por influencia de urn sacerdote hindu

tiC08 se I?rbpagQem e se eternizem, 0 ch amad e Adi Shankara, varias correnres.do

mesrno Vyasa seria re sponsave l per outros hinduismo que nao acretlitavam nos,anti:g<;)s

textes sagrados do hindufsmo, como 0 textos.sagrados reconduziram os 4livros ao

Mahabhuram, ditado _porele a Ganesh, 0 seu espaco privilegiadc nos riurais. ~ te

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~ HINDutSMO ~

E n t re h in d u fs t a s ,v a r a s s a o t r a r a d a s

c o m o S llc e rd o f e s

N o o n d e n t e , 0 c u l t o a s V a m e : - : t i i j o c o m e V i i i

d e s p H n c i p a - is s i m b o l o s d o h i n c y i s m o . E , d e f a t o ,

o a n i m a l t e m u m s t a t u s t f i f e r e n c i a d p n a m a i a r i a

d a s c o r r e n t e s . c ia r e , l i g ia o H i n d l j . f / o . o r i g e md a s s a a d o r a ~ a o r e m o n t a a e p e r l ' o d o e r n g ll e a s ,

V e d a s t o r a m c o m p o s t o s , a J J la t t i r d e 1 .5 0 0 a X .

" l h n a d a s e x p J i c a ~ j j e s e 0 f ' a t o d e o s h a b i t a n t ~ s

d a a n t i g a i n d i a s e r e m p a s t o r e s n o m ~ d e s ,

q u e d e l J e n d i a m d o g a d o p a r a a s o b r e u M n G i a

e , p e r r a n t o , p re ct s a v am p r o t e g e r s e u s

r e b a n h o s " , diz 0 espeEialisla f a r lo s t id u a rd o

B a r b o s a . : t I . i n d a a s s im , n O 'e n t a n t o , 05 a n i m a i s

e 'r a m s a n i f l c ~ d e s e m H t u a i s - m a sa s v ac a s

l e it e j r . a s e -r a m p o up a d a s . E s se s slv o - c o n d u to

d a s fem~as e e ita d o e m a l g u m a s p a s , s a g e n s

d o I 1 r o p r i o . R i g v e d a , d p M a h a b h a r q t r r e d e u r ni m p ' o f t i \ l n t e € O d f g o d e c o h d u . t a d o s h in d u s , 0

N I : a n L ! ; ' - , s m i r t i( t a m b e ]J 1 .C 'o o n e o fd o c o m o A s L e is

d e M a n u ) , e ~ c r - j t u a p a l ' t i r d e 2 0 0 a . C . . C o m 0

~el l1po,as v a c a s f o ra m g a n l i a n d o im p o t t a n ci a

e ~ c a d a ! l e i m a i s , p as s a r a m a s e r assedadas

a s p ri n o p , a is ; d i l l i n d a d e s d o h i n d u f s m o . H o j e ,

e m a l g u m a s s e il a s , a a g - f e s s a o c o n t r a 0 a n i m a l

e q u i v .a le a u m a te n ta ~ o c o n t r a u m s a c e r d o t e .

~ D IV INASTETAS ~Na h istone do culto ao gada. bois podiam ser sacri f tcados Vaca s le it ei ra s, no lo .

porque seu eonteudo era aberto 0suficiente incorporam urn conceito filos6fico que estapara cada grupo tirar dele sua propria .in- na origem de todo 0 sistema de crencas.hi n-

terpreracao e multiplicar ainda mais as dufsta e permanece vivo na maioria das cor-

correnres hinduistas. renres existentes boje em dia: 0monismo.

~ "Segundo essa filosofia, somes todos

A M U LTIPL ICA< ;AO D E CREN< ;AS ~ partes de um a coisa 56 , que e um a es-

"OsVedas , sio textosrituaHstic~s,e MO pe~ie de inteligencia ~ivina", diz 0hi~-uma enciclopedia de procedirnenros toriador Edgardi Ferreira Neto, da Uni-

r elig io so s" , d iz C a rl os Eduarde Barbosa , versidade do r;star le d o R io d e Ja neiro ,

e spe cia lis t3 e m cu ltu ra hIndu e p ro f e sso» d o Esse pri'u ,c ipi0 d e t0lell'an~ia a cutresInstitute de CuItu ra Hindu Naradeva Shdl., credos pl'eS~Iilte nos Vedas gistinlro e a re-em Sao Paulo. Alem disso, todos os textca ligi'iiohindu demuitas ourras, ern que a fe

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alheja nao e vista com bons olhos,e per-

mite urna corrvivencia pacffica entre as

co rren tes q ue naseem d e c a da l nt er pr et ac a e

diferente que ele permite, Carlos Eduardo

Barbosa, que ja fO l a india varias vezes, da

urn exemplo cia unidade que existe entre

os hindus, apesar cia diversidade de cren-

9as. "Nasruas, em todos os cantos, voce

encentra devotos do deus Ganesh, par ex-

emplo, convivendo em harmonia com de-

votes de-Shivs . Pessoas que eultuarn divin-

dadesdiferentes se respeitam mutuarnente,

pois tedos se recenhecem como hindusautenticos, apesar das di fe rencas ."

E aqui vale dar urna ideia do que e avariedade de crencas do hindufsrno. Em

relacao aos cultos, existem 4 principais:

vaishnavas, shaivas, shaktas e smartas.

EIltte9,l~tras particularidades, cada uma

I!)&HC5ntra seus rituais de de:vo<;Eto em

d u s e s especfficos - noshaivismo, poi

exernplo, a divindade mais respeitada eShiva. Outre tipo de classificacao leva em

conta a filosofia de vida e a interpretacao

dos textos sagrados, Nesse campo hapelo me:n .o~ 6 e s co la s p ri n c; :j pa i S -: sankhya ,yoga, Jiyaya , va ish esh ik a, purva rnirna:q.l:-

sa _.vedanta _.todas tern, igualmente, su'}s

respecnvas subdivisoes, "Trata-se de uma

religiao que incorpora a sabedoria de

varies rnestres, e gue, par isso, able es-

pac;o para Iniimeras interpretacoes", afir-

rna Joachim Andrade.A variedade e tao grande que segui-

dores de crencas monoteistas, politeistas

ou parrtefstas - que acreditarn em urn

deus universa l , em varies au na presencedeles e m foda s as caisas - tomam banho

juntos no mesmo rio Ganges, todos de-

baixo do grande guarda-chuva hindufsta,

Os shaivistas adorarn Shiva, mas recon-

heeema ~x:istencia de Ol I t rOS deuses, logo,

s a Q jDcil i teistas . O sva isbnava s g13ud,igls.s a p

d ev oro s ex clu siv es d e K ris hn a, e s ao C011,-

siderados m:Qno-t~istas. Ja os vedantas

a cred ita rn €}_ 1!leredo a tJRiverso e a.reali-

dade ~a0expressees d~ Brahma, priacfpio

infinito, sern passado nem futuro, e se

encaixarn na categoria dos panteistas.

Apesar das diferencas fundamentals, essas

correntes tern pelo menos uma coisa em

cornum: "Tod as as correntes aceitam os

Vedas como escrituras sagradas", diz C81'-

lo s E d u ard o Barbosa,

Para rnuitos, a descentrallzacao da

doutrina e a grande responsavel pela sua

riqueza. Mas diante de tanta diversidade If

na tu ra l qu e surjam correntes q ue se distan-

clam e, em algunscasos, acabam se trans-

fo rmand t r em:r~ligiQes Independentes , T I0

case do budismo e dojainismo, que surgi-

ram do seio do 'h indu isrno an tigo e re iinem

seguidores ate 11Oje .0 budismo surgiu por

volta do seculo 6 a.C., por causa do des-

contentarnento dea1guns sabios e sacerdo-

tes com 0S ritnais.esacriftcios difundidos

Q,QsVedq:s, e:ntremutps ca ra cterf sn ca s d es

te no s h in du s. C} j_~ in i smo , q u e s e o rg a ri iz oua partir do secule 7 a.c., tern com o ba se

dourrinaria 0 principle da nao-violencia

contra rodos osseresvivos como forma de

alcancar a elevacao espiritual, Outra cor-

0,prin ctpio d e

tolerancia dos Vedas

distingue 0 h i ndu t smo

de outras religioes

rente que ganhou contornos de religiao

independente foi 0 s ik hism o , q ue surg iu no

seculo 15 e defende a impossibilidade de

enca rna cao e represen tacao de D eu s, entreoutros principios. De uma forma ou de

outra, todas beberam da rne sma fonte an-

cestral.rantes de assumirem sua 'propria

identidade. Segnindo seus carninhos como

retigj ,oes indepeadenres, ela s ta m bem

p re se ry ar am o id ea J "d e t o le r a. n ci a e u lr iv ado

nas cjVtli,za<;0€S do vale do Indo, Nurna

r~egiao em que tantas religioes nasceram,

i s so .p rovave lm e r it e foi um a eond ictie fun -

damental p ar a s u a e xi St@ 'n c: ia .0

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A origem do s is tema de ca s ta s da Ind ia . q ue con tinu a em vigor apesar da

proibicao do governo , rem e te aos an tigos texto s sag rados do hinduisrnoTex to A nd re S an to ro e A nd re V ic to r Sa rt or el li • I lu s tr acao Evandro Berrol

Div i sao ancestral

Varias so cied ad es .e onte m pora ne as < ;6 es b ud is ta s sabre 0 l ivse-arbfs r io , que at~cern seus mecanisrnos de divisao hoje criticarn explicieamenre a divisao dos

d a p op ula ca o, S e gu nd o. diferenres h indus em castas, O s brahmius r rararam de

criterios, de maneira rnais au me- Instituir o·sistema definitivarnente. no livro

nos in fo rma l , com au sem aval do Estado. Manu Stnriii, tambern conhecido como As

Urn dos mais ansigos.e misteriosos.de todos Le is de M iln U. Escrito a. partir de 200 a.C;

e1e$ e 'o complexo sistema decas tas .dsdndia , ele ,denne objerivamente.as eascas e as : atri-

~l~e existeM. pelo meno s dois.milenios: Sua bu i< ; :6esdos integrantes de cada um a .

@ t ig ! i ! i: n se perd e n a hist6ria, 111as a s prirneiras N o S t ' i lt im bs .2 m il anos, 0 sistema tornou-

re ferencia s a ele esdio nos Vedas, rextos sa- se cada vez mats rfgido e cornplexo. No.5

g ra de s m a is a ntig os d o h in du fs m o . Nos I iv ros , u ltim os secu lo s , po r exernplo , a atribuic;ae

existem 4 cas tas originais, que passaram pQ r de casta passou a ser hereditaria - alguem

v a ri as t ra n s fo nnacoe s e se desdobrararn B : ! 1 1 que na see ern U FI1,acas ta inferior tern querrn iltipla s ca te go rie s a o I on go d o te m p o. "f);@- conv iyer co rn a s ina du ra n te toda a vida,je existern milhares de castas no pais", • eJl'1-Duit0S casus . E, para se_adaptar a sa firm a C arlo s E du ard o Barbosa, espe- \ 5 0 ~ r nu d an ca s s oc ia ls 0mirne ro de casras

crallsta em hindulsmo do Institute e.StlbeaSras se rnultiplicou aos.milha-

Narayana, em Sao Paulo. J:€S. Uma das novas subcastas e adosA referenc. ia . ;na , is an tiga ao sistema dali t s , eons lderada U rn segmenre it par-

de castasesra num hino do R i g v e d a s o b r ~ o. te O ll uma subcasta 111fel'iQren-H-e es s bu -

sacriffclo do dells Purusha, de cujo corpo dras. Trabalhadores cia industria de como,

teriam se orlginado as casras nasquals ainda scm-terra, varredores de rua, arnistas de

se divide a sociedade indiana. D e sua boca, rua e mendigos cosrurnam pertencer a essa

nasceramos

brahmins. De seus braces, vie- categoria,E m algum a s

regioesda

India,

ram os l,shatriyas. De suaspernas, surginlm eles sao proibidos de ter qualquer contate

05 vaisbyas. E : de seus pes , os shudrf~s Cveja Com membros de ourras castas.

aQ i a d o ) , 0 Bhago ) l a d Gita, fragmento mais Apesar da aparente crueldade, 0 sistema

famoso do epico Mahabha r a t a , que pp@va- e eonsiderado pot 11'I1.1i'1:05 hindus como 0

velrnente corneceu a se r escrito p or v pI ta 9 . 0 unico ml! i 'd de i n , s e r . c ; : a d , e pan ic ipa< ; a o s o ci a l.

ane 500 a.C. , tambem se refers exp!idtamen. "Para n o s , ocidentais, 'p~n.'ece algoinjusto,

t e a s eastas e t r a z 1 i ~ o e s s o s r e c _ o m Q _ s . . ~ .< z € \ j n . - preconceiniosn, mas nao e sssa a . 1Jisao da. . .

BOlitar de aCQlido com sua categoria social. maioria dos indian-oil', afitma B a rb os a. "M u i -

a Bp . aga . v ad~ i t a l al fas , e cons iderado por' tosse es fo . t : '<;_ama rm s e m anter ~m sua s cas-

muir9s estudiosos do'hindutsmo como uraa tase-reeliaar-deferma cHgnaa ~tla ativldade,

r e. a f; a o d e s sacerdotes (brq .hmins ) ~s @Fega - po r raais s imples que e la seja." 0

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~ CADA UM NA SUA ~o h indu tsm o tern 4 ca sta s principa ls e um a ca tego ria independen te pa ra a s "scm -ca s ta " .

A t u a lmen t e 0 s i s t ema e bern m a is co m plexo e tern m i lh ares d e ca teg oria s d iferentes.

A c a s t a bra/ lmin e a m a ts a lt a e n t r e 0 .5 h in d u s E r e u n e

H d e r e s r e l i g io s o s , p r o f e s s o r e s e l n t e le c t u a is . F o r a m

o s i n te gr a n t e s d e ss a c a s t a q u e n r q an iz a r a m a m a t e r i a

d a s - t e x t o s s a q r a d n s d o h in d u is m o , S ,u a o r i g e m s a o

o s vaishyas, a r t e s a o s q u e v iv ia m n a s c o m u n i d a d e s

h il i d t i s a n r e s tr a is e t e r i a m a p r e n d i d o a r e a li z e r

r it u a l s e c an n c o s e m h o m e n a g em a o s d e u se s .

A p 1e , b e , q u e n i l o t i n h a a c e s s n a s d e c t s b e s

politicos, n a o p a r t i c ip a v a da s g u e r t a s e n a ot i n h a p e r m i s s a o p a r a s e i n t r o m e t e r e m a s s u n t o s

r e li g io s o s - e m b o ra p u d e s s e p a r t i c ip a r d e r i t u a i s e

a p r e n d e r a s e s c r t t u r a s , e m alguns ( a 5 0 5 ' - t o r m a v a

a 3 " ( a s 1 a , ~ t r e o s h i r f d u s . A t ll a lm e n t e , e la a b r iQ " a '

c o m e r c ia n t e s , a r t e s r o s 'e e a m p o n e s e s .

0 5 g u e r r e i r o s e p o l i t ic o s f o r m a m a 2 ' c as ta e n t r e 05

h in d u s . E le s t 'e m a c e ss n a o s e n s i n am e n t o s r e l i g i o s o s ,

m a s n a o p o d e m passe-las a d ia n t e - t a r e f a q u e r e b e

a o s brahmins. O s ksh/WiY~ t a m b e m t e r i a m

o r; g e m n as c o m u n i da d e s d e artesaus, a l im d e

e s t a h e l e c s r u i n g r u p o p a r a ' p r o t e g e r ' G S h a b i t a n t e s

d e i n v a s f i e s , b a s t a n t e f r e q U e n t e s n a a n t i q a r n d i a .

S H U D R A

A c as ta m a t s b a ix ad e sc r it a n o s t e x t o s sa g r a d 05 e a

d o s a n tig o s estravos, h o j e owpada p e l o s i n d ia n n s q u e

r e a l i z a m t ra h a l h u s m a n u a ls p o u t n v a l o r i . l a d o s . C b m d

s a o o s m a i s d i s ~ r i m i n a d o s , t a m b e m s a o , o s q u e m a is

l u ta m , p ar a a s s e q u r a r a ig u a l d a d e d e d i r e i l o s n a r n d ia .

Atea independenda d o p a I s , e m 194~, o s s h « d r a s n a o

t inham acesso a v a r i o s s e t v i ~ o s e e m p r eg o s p u 6 1 ic o s ,

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~ R E L IG IO E S C H IN E 'S A S f*

A fe ueh inaove aNo pals. rna is populoso do m undo, 3 doutnnas se influenciam para

form a r um a religiao que so existe l a - e explica 0 jeito c h i n e s de serIexte J o s H r W 1 O s C O Botelho

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"T odo chines e taolsta em casa, con-fncionista na rua e budistana ho-

rada motte". Para rnuitos estudio-

50S, esse ditado chines resume acomplexa espirrtualidade da nasao mais

antiga do rnundo, Em seus S mil anos de

historia, a Chinateve a alma moldada pelos

Iivros dessas 3 doutrinas, surgidas ha mais

de 20 seculos, Por 1SS0, apesar do vertigi-

noso crescimento economico que moderni-

za a pais a toque de caixa, quem quiser

entender a China de hoje precisa voltar a

olhar J:'>axaa passada distante. Enquanto

arranha-ceus e caateiros de obras mudam

a face das milenares metropoles chinesas,

Confucio, Tao e Buda ainda explicam mui-

to sobre -os chineses e sua relacao com 0

mundo. Em vez de se excluirern, essas dou-

trinas se misturam como ingredientes de

uma poderosa salada espiritual- a chama-

da "religiao tradicional chinesa", que inclui

de filosofia e regras de etiqueta a magias,

talismas e reencarnacao. Nas proximas

paginas, voce vai entender como se forrnou

essa tdade sagrada, cujas origens se per-

dem ITalenda e cujos ensinamentos regem

a vida demais de 1 bilhao de pessoas.

Num pais em que sabedoria conta mais

que santidade, nenhum sabio desfruta de

tanto prestigio quanta Kung-Fu-Izu - 0 "Ve-

neravel Mestre Kung", tamhem conhecido

] 'lor seu n om e Latinizado, Confucio, Nascido

no.seculo 5 a.C. - uma epoca de guerras,

fome e miseria -, Confticio estava rnais inte-

ressado em reformar 0 rnundo dos hornens

c 1 0 que em desvendar os misterios do Univer-

so. E buscou 0 antidote para os problemas

sociais em classicos da civilizacao chines a:

ae longo da vida, ele compilou, editou e C0-menton urn conjunto de obras hoje conheci-

das como Cu is sic os C o n fu cia n os ( le ia m a is na

pdgina24). Nos seculos seguintes, discipules

e seguidores reuniram os ensinamentos do

mestre nos Ana l ec ta s e transformaramo con-

fucionismo ua ideologia oficial do imperio.

A filosofia de Confucio se baseia no con-

ceite de ten, termo que pode ser traduzido

por "benevolencia" ou "humanismo". Para

ele, urn sabio deve medir suas ac;6eii tendo

em vista 0 bern da humanidade -tanto as

geracoes presentes quanta as futures, Esseapelo ao altrufsrno universal se resume na

maxima cunhada pelo mestre 400 anos antes

de Jesus Cristo: "Nfio facas aos Olmos 0 que

nao desejes que te facam", Outre conceito

essencialdo confucionismo e 0 ii, que podeser traduzido como "ordenamento social".

Confiicio acreditava que 56 poderia haver

harmonia. entre os homens se cada individuo

seguisse a risca as normas de sua soeiedade

- incluindo respeito a hierarquia e etiquera,

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~ R E L I G IO E S C H IN E S A S 8f

22

"Socialmente-- ou seja, 'na rua' - o chines

moderno ainda e profundamente confucia-

no", diz 0 sin6logo Andre Bueno, do Depar-

tamento de Hist6ria e Filosofia da Faculdade

Estadual de Uniao de Vitoria, Parana, 0

apreco pelas regras de etiqueta pode parecer

estranhoaos olhos de outros povos - urn

tipo de cheque cultural que ocorre com fre-

quencia entre empresarios ocidentais que

van fazernegncios na China. Urn exernplo

bematual da obsessao confuciana por esses

protocolos: entre os chineses, cartoes comer-

ciais devem ser apresentados com os bracesestendidos, uma suave reverencia com a

cabeca e a palma das maos voltadas para 0

interlocutor, Quem entrega sen cartao com

.displicencia se arrisca a arruinar transacoes

milionarias, Exagero? Nao, confucionismo.

Apesar de sua influencia sabre a espiri-

tualidade chinesa, a confucionismo esta

mais para filosofia etica do que religiao,

Confucio nada disse sobre vida ap6s a mor-

te, e h : : l . quem diga que era ateu. Para Kung-

Fu-Tzu, 0 sabio deveria fazer a bern pelo

bern, sem esperar recompensas divinas. 0que soou muito estranho para os rnissiona-

rios cristaos que chegaram a China a partir

do seculo 15 e passaram a descrever a con-

fucionismo como "religiao oficial" do pals,

E verdade que 0 cetico e pragrnatico mestre

Kung pregava 0 respeito aos citltos tradicio-

nais como forma de coesao social. Mas foi

nas outras duas faces da triade, 0taofsmo

e 0 budismo, que a alma chinesa saciou seu

apetite pela transcendencia,

MANANCIA L D E SU P ER ST I< ;O E SPara alguns, estudiosos, 0 taoisrno e a 1ri.ga

mais forte do temple espiritual chines, e sua

influencia sobre pr.aiiCas tipicas da culrura

chinesa, como 0 feng shui e 0 tai chi chuan,

sao provas disso. A palavra Tao - "caminho"

ou "curse" ern mandarim - indica.a forca

primordial que mantem 0 Universe em equi-

librio, Nao e uma divtndade antrepomorfa,

a rneneira judaico-crista, mas uma espesie

de energia impessoal que se move por trois

rilerudo que existe. Segundo 0 raolsmo, 0

fluxo do Tao € r eg id o p ela tr an si ca o entre yin

e yang, os pares de opostos que formam 0

cosmos: macho e femea, luz e sombra, quen-

te e frio etc, Essas ideias sao antigas cornoa

China e remetem aos xamas da Pre-Historia

- mas 0primeiro a elabora-las em forma de

filosofia foi Lao-tse. Embora nao sesaiba ae

certo se ele viveu uma gera¢o antes ou 100

anos depois de Confucio, todas as referencias

concordam que ele foi 0 autor do primeiro

canone do taoismo, a :rao T e C h in g Oll "Chis-

sico do Caminho e da Virtude",Se 0 ideal de Confiicio era refermar a

sociedade, 0 de Lao-tse era harmonizar 0 ser

humane com 0 Cosmos. "0 homem segue a

Terra, a Terra segue 0 Ceu, 0 Ceu segue 0

Tao, e a Tao segue a si mesmo" -e urn dosversos mais farnosos de sua fascinantee

obscura obra. Mais individualista que Con-

fiieio.Lao-tse pregava. urna vida Simples, em

comunhao com as energias da natureza e

longe-das turbulencias dapolfnca. Essa bus-

ca. de equilfbrio entre 0 indivlduo e 0Uni-

verso e 0que rege, ainda hoje, a disposicaodas mobflias segundo 0 feng shui, os rnovi-

mentos do tai chi chuan e os exercicios de

disciplina das artes marcia is chines as.

"Ate 0 seculo 14 ,0 taoismo era uma filoso-

fia de vida, principalmente. Depois , tornou

ares de religiao", explica 0 sin61ogo Bueno.

Em sua vertente mfstica, 0 taofsmo se apro-

xima do animismo - a ideia de que todas as

Lao-tse pregava

uma vida simples,em com unh ao com

a s energias d a n atu re za .

coisas, incluindo pedras e plantas, sao dota-

da s de "espf.rito" e "poder". D a l a mul t idao de

feiricos, encantamenros e simp-arias que 0

raoismo assimilou com Q tempo. Na.Idade

Media, o s s ae erd ote s ta ois ta s nao se lim ita -

yam a rnedi tar: IPraticavam a alquimia, bus"

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A pr~ticad o t a i c h i c h u a nb u s c a 0 e q u i l i b r io c am . an a t u r e z a p r e q a d u p e l o I s o ;

cavam a imortalidade em elixires magicos e ta Gautama (0 Buda) viveu na epoca de Con-

diziam ter superpoderes, como 0 de voar fucio e Lao-tse - mas fol so por volta do se-pelos ceus a noire, Ao lade da vertente fllo- culo 1 a.C. que obras budistas chegaram it

sofica, muitas supersticoes do panreao ta015- China, com viajantes que cruzavam 0Hima-

ta continuam vivas a te hoje. Umexemplo: laia, Entre os conceiros budistas que "co-

quando urn chines tern problemas do- ~ Iaram'vna China esta 0 "nirvana", es-

mesticos, costuma por.a culpa na pre- • tado de elevacao espirirual em que

senea de genies rnal-humorados em sua todo sofrimento desaparece, e 0 "sa-

casa, O'jeito e contra tar os services de msara", ,que pode ser entendido como

algum sacerdote'raofsta especializado ern reencarnacao. Durante seculos, monges

exoreismos - cujos rituais se parecem COm as chineses traduziram obras em linguas india-

da umbanda brasileira, com direito a banhos nas ecompuseram sells proprios rratados em

de sal grosse e golpes de folha de arruda nos mandarim - 0 resultado disso tUGO e a cole-

exorcizados. "Mesmopara quem vern de urn <;aoconhecida como G ra n de T e so llro d as E s-pills como 0 Brasil, a quarnidade de crencas crituras, cornpilado .no seeulo 10.

e superstiqoes populates q_ueexistern na Chi- 0 budismo original se dividia em duas

na e enorme", diz a antropologa especialista escolas: 0Theravada, mais cetico e.filosofico,

em China Rosana Pinheiro Machado, da Uni- e 0Mahayana, uma especie de caldeirao de

versidade Federal do Rio Grande do Sul. creneas qne aceita a existencia de deuses,

espfritos e criaturas f an tasncas , como demo-

nios e serpentes falantes. Poi esta versao que

fez.sucesso no pais de Connicio, dando ori-

gem a duas formas de budismo tfplcas da

China. Umae 0 chlp'l, ou zen, que misturou

CIen¥8s budistas a pnlticas de medita<;a0 do

A SAL VAc;AO D A ALMAM as C0ID todos seus feiticos e medlracoes 0

t a o f smd nada diz sobre .a vida apos a morte.

E e af que enrra 0budismo, fundado tarnbern

porvolta do seculo 5 a.C., na India. Siddhar-

23

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~ G ENEALO G IA D AS:ESCRITU RAS CHINESAS ~As r elig io es c hin es a s te rn v a rie s c an on es r elig io so s, o s ching, em m a nda rim . M a s seu con teudonao e considerado a pa lavra de D eus. e slm 0 repo sit6 no d e m i len io s d e sa be do ria h um a n aCon ftr a a hlstcria d os prin cipa ls liv ro s q ue d era m fo rm a e sen tid o a e spi ri tu a l id ade ch in e s e.

~ REL IG IO ES CHINESAS ~

I C H I N 6 ( [U C A D E J O O O A , ~ . )

C o n s i d B l ' i l d o 0 1 iv r t ; l1 1 1 a isa r n t i g o d a C h i n a , f o i , e sE n t o

p o r F u I f ! > ! ' , i m p e r a d o r l e g e n d a r i o q u e \\il l ' li m d r a g a o

e m e r g i r d a s a g u a s c o m .5 1 m b o lo s g r m m e f r i { Q s .

g ra v a d o s n a s c o st a s : 0564 ~ e x a g r a m a s - d o 1[/ling.M a i s t a r d e , s a l l io s ' i l s c r e v e r a m i n t e l ' J l r e t a ~ o 8 S p a r a

o s s i n a i s , f o r m a n d o 0 l i v r i l l C l l m g . N e s s a - o b f f i ,s u r g i u 0c o n c e i t o d e y i n ' ~ y a n g , b a s e d e t o d e

o p e n s a m e n t n ( h in e s . O s h e x a g r a m a s s a o u s a d o s

a t e h o je p 'a r a a d iV i n h a ~ o e s n a 'h i n a e n a (oreia.

T AO T E C H IN G ( C E R f A D E 5 0 0 A . t . )

M u it a s le n d a s e n v o lv e m la o - t s l l - s u p o s t t r a u t o r

d o m a i e r c l a s s i c o d o t a n is m o . • 5 e g u i l d u 3 t r l a i s

f cl l n e sa , . 0 s a b i o t e t i a a b s n d . o n a d 0 a C h in a p a r a

v i v e r cemaerefhtta e m t e r r a s o d d e n t a is . i : a lt t e r i a

e s c i t o 0 T a a T e C h in g a p e d id o d e u r n g u a r i l : a ' d a

f r o n te ir a , q u a n d o d e i x a v a s u a p ro v in c i a , A o b r a

t a l a d a r e l a ~ i r o e n t r e 0 s e r h u m an e e 0 1 1 1 0 - - fOf@p ri l T lo rd ia l q u e m o v e 0 C o s m o s . P a r a h is to r ia d o re s ,

o T d O I e C h i n a f o i e s c ti t o p e rd lv e rs a s p e ss a a s

entre 05 s e c u l o s 4 e 3 a . C . .

o c o n ju n to { li f o b r a ,q ~ e s e n tiu l i e b a s e

a e d u c a ~ o t I l i n ' e s a

d u r a n t e m i l e n i o s .

A . o b r i l t e m n I l t o t a l

1 . B livros.·Os5prind:p,~is,

m c l u e m , a l e m d o , I @ l i il l g - ,

o C b u C f iin g ( , ' C l a s s l c o

d a . H i s to f i i ') , 0 C b i C f j i n g

( " e l ; i s 5 t c o ; d a ~ o : e s i a ' ( ' ) e - o 5h i

[ h i n y ( , ' C J a s s i ( o i l a Muska") .

A NA LE (IT O S (5 00 A zbOU·. )

A p o s a m o t t e d e C o n f U c i o , s e u s s e g u i d o r e s

a c r e sc e n 1 :! m u lt ao c ah l ln e o 5 .A r ra le c t0 5 - c ' o l e g i a '

d e : 1 :I i. il o g 0 9 e d i to s d i lr n e S h 'e , c o m p U a d o s p a r

seas d i s C i p u l o 5 e m 2 l C a p i t i J l o s .

o T R I P I T A K A ( I O O A.t-JS id d h a r t a 6 a u ta m a , 0B u d a , e la ti o r o u s u a d o u tr in a

e n t r e o s s e cu i o s ~ e 5 a ,C _ - lni$ r ia 'o d e i ) (o l l

n e n h u m a p a la v r a p a r e s c r i r o ; Selts e n . ! i i r i a m e n t o s

f o r a m m e m o rf z a d o s p o r u r n a s s i s t e n t e e e m

s e g f iid a p re S f!N a d o s p e l a t r a1 ! i~ ~ o o r a l e r i t r E

m l f u g e s . b u d i s t a s . N o s e ~ u lo 1 ~ L , m a n g e s

d o S r i L a n ka u s t r an s c e g e ra r t l, d a n d a o r ig e tr l~ o

J r i p i t a k a ( " O s m ~ 5 f e s t o s U " e m P i n t ) . A o h r a t r a t a

d e < l u e s t o e s - t e o l d g j £ a f i , s ' e f m o e s d o B u d a s o b r e

- a m o r a l'e (J d e s t in o e r e . ~ ta s d e " d j s c f p l i n a p a r a

o s m o n g e s . ,0 t e x , t o . : e 0 r n n a n e d o T e r a ic id a ,

VllrsBO m a is t r u lic f o n a l f f i lo s 6 fi c a d o b u d is m o .

S U T R A S M A H A Y A N A S ( 100 A .LA I O U )

{ l u t i ' s v e 1 t e n t e - b u d i s ~ a , 0M a h a y a n a , surgiu p o r

v o lt a d o s e cu lo 1 a ; £ . M a i s m f s t i c i I : q 1 . ! 0 T e r a v a d a ,

e ' f o n t e p r i n E i p a ld o b u d is m o (h i n e s / e l a m d u t

a c r .e .h ~ e m s e r e s f u n ta st i t o s ~DroG d e " m o n i G S ,

f a l l t a s m a s e , s e r p e r f t e s g ig a n t e s ; S e u ~ · t e X t ll s

S d g r a d o s s a o o s ' r s u t r a s M a h a ' )J a n a s 'J , 119[ ,o t05

h O 'i n i ct 'o t ia e r a c r i s ta , f io f C li o m a s ; l l l s c l i t o .

G R A N D E T E S O U R . - O DAS lS t:R lmRAS (983)

N o S ft u lo 1 a .c . o s t e x t o s b u d is t a s c o m e ~ a ra ma s e r l e v a d o s a C h i l l a p o r Y i a j a n f e s q u e c m z a v a m

o H i m a la i i \, c a il e ia - d e m o fl t a n h a s q ue s e p a ra

o p a l s ' d i l I n a i a . N o s s e £ u l o s segliintes, o s e l e s

f o r : a m - t r a d u l i d o s p a r a o m an d a r im , a a n d o o ri g e m

. a f O lm a s d e b u d is m o t ip iG a s . d iI 'C n fn a , " c o I f l o o c h a n

( a u ~ e n ) e a v e r f e n t e € O i lh e r it [a c e m o " t e t ra p u r a " ,

Em 9 8 3 , asesdituras e c h i n e s foram r e u n i d a s

n o G r a n d e T e so u to t i ns fS ( f it i J tds , q u e i , n t . e q r a

m a l s d e 2 ' 1 1 1 i 1 t e x t o s i n d i v i d u a i 5 e · f a m b e r i l

i n f iu e m ; i o l lO b u d is m o It O j a p a o : e n 0 ' 1 i b e t e .

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taofsmo, A outra e 0 "terra pura", ramo maispopular, que venera diversos espfritos ilumi-

nados em vez de um unico Buda,

E assim deciframos a ultima parte do

enigmatico proverbio citado l e i no inlcio.

Pais e na hora da morte que 0 pragrnatico

chines renuncia a s preecupacoes desse mun-

do e chama menges budistas para recitarem

O S sutras - textos sagrados que garantem

sorte na proximaencarnacao. "0 racio-

cinio e simples: se corremos 0 risco de-

reencarnar, entao Ii! melhor chamar

um especialista", resume 0 sinologoBueno. Mais chines, impossfvel.

A trtade espiritual passaria por luaus

bocados a partir de 1949, quando 0 pais foi

dominado pela ditadura comunista de Mao

Tse-tung. POT sua enfase na reflexao indivi-

dual, 0 confuclonisme virou ideologia.vbur-

guesa". Enquanto i550, as praticas budistas e

taoistas eram descartadas como "supersticoes

aborninaveis", Os livros foram proibides e

muitos queimados. Mas a repressao mal

afrouxou, na decada de 1980; e a borbulhan-

te religiosidade chinesa voltou a rona, com

resultados muitas vezes.ironicos, Eo caso dodestino postumo de Mao Tse-tung, Alguns

anos ap6s sua morte, a ditador ateu pas sou a

ser venerado como espirito do panteao taofs-

ta ..Hoje.quase todos as taxis de Pequim tern

um ·amuleto no retrovisor, onde se v e a foto-grafia de Mao cercada de franjas e sininhos

- uma sirnpatia contraacidente de transite.

Assirn como sua efigie, a ideologia de

Mao tambern foi vir ada pelo avesso par

seus sucessores. Quando abriu a eco-

nomia chines a, por volta de 1988, a

reformista Deng Xiaoping justificousua traicao.ao marxismo.corn uma

tirada "tjpicameute chinesa: IINao im-

porta se 0 gato ~.pret9 au branco. Importa

que cace ratos". Nos anos seguintes, a onl-

voro qra~ao chines, que ja tinha digerido a

doutrina de Marx; fez 0mesmo com a capi-

talismo - transformando essas duas ideolo-

gias ocidentais em alga, dig-amos, bern chi-

nes. 0 que nao e de estranhar no pals de

Coufiicio, que tam bern cunhou outra maxi-

ma farnosa: "Devemos copiar 0 que adrni-

ramos.para depois supera-lo". 0

25

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~ JUDMSMO B E

R a b f n o s f ~ I € 1 T I

c o n t a s p a r a

d e ti f r a r a T o n i .

- < } . : _ 1 3 ) : 1 = = = = ~T radk ao m istica rnan tida em segrede por seculos, a ca ba la pe rrn ite

in te rp re ta r s ig n if ic a do s ocultos na s h is to ria s da T a r a , liv ro sag rado dos

ju deus . C orne esses ensinamentos podem nos lever a u rna Vidame l ho r ?

T ex to E du ard o S zk Ja rz

OFormato da Tord. livro sagrado saga. do pava de Israel pelo deserro em

d.0 judalsrno, impressiona: dais busca da 'Terra prorn.etida. Mas a riquesa

grandes rolqs de pergam~- dos pergaminhos vai muito alem, Segun-

riho escritoa.a mao com*o a cabala, tIadiC;,ao rnistiea judaica,

tinta ,~special, presos a carreteis de as 304 805 letras hebraicas da Tara

madeira e envoltos potum pano her- tarnbem contem signif,icados ocultes

dado e ornamentcs de prata. Seu -sabre Deus e as-leis G O Universe. Ao

conteudo, revelada per Deus a Moi s e s usarern chaves nuniericas e rr!:edit.a~oes

no monte Sinai, inclui os 5 primeiros livros para desvendar esses misterios, as cabalis-

da Bibiia ~ narra desde a Cri ar;.aoate at'8.S

tiram 1i~6.esdas historias narradasne

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texto. E voce niio precisaser rabino au

mesmo judeu para ter aoesso a esses ensi-namentos e usa-los para viver rnelhor,

o segredo da cabala e relacionar pala-

vras e mimeros da Totti de urna rnaneina

especlfica. E sua origem esta no Sejer letsi-

A letra s cia T O f a

con te rn s ign if ic ados

ocu lto s sobre D eu s

e a s le is do Universo.

rd , ouLivro da Criadio, obra miruiscula que

.ninguem sabe ao cerro quando e por quem

foi escrita. 0 fato e que ela introduz a ideia

de que Deus criou 0 Universe usando as 22

letras do alfabeto hebraico. "0 Genese ja

dizia que 0 verba divino foi 0 instrurnento

da Criac;ao: Deus disse 'Haja luz', e houve

luz. A novidade do Sefer Ietsira e especularem deralhes como Deus combinou essas

letras", diz 0pesquisador Daniel C. Matt

no livre 0 Essencialda,Cuoaia. 0 livre tam-

hem apresenta a ideia'das s~fitot, plural de

sefird, que pode significar "reino", "esfera"

au "conragern", conformea traducao. Re-

presentadas pelos mirneros de 1 a 10, elas

stio consideradas outre Instrurnento da

criacae do Universe. 0 livre so nao expli-

cava como usar rudo 15S0 para revelar as

significados ocultos da Tore:

A ERA DE O URO D A CABALAAte que llosecuio 13 0 espanhol Moises de

Leon publicou 0 Sefer SaZohar, Livro do

Esplendor , com as regras que consolidaram

o que hoje se conhece COUlD cabala. Ele

eonectou carla sefiri: aum modo que Deus

tern de : atuar, bern como a urn personagem

bfblico. "Asefir« de Chessed, 'por exemplo,

esra ligada ao amore a Abraao. Quandoos

cabalrstas H~emAlJraab na Tota, leern t am :bern esse aseed!o misericordioso de Deus

aruande IlO munde", diz Leonardo Alanati,

e ta CO J :l .g l 'e g a~ aoIsraelita M ine ir a ,

Alern de usar essas associacoes entre as-

pectos de Deus e passagens da narrativa, oscabalistas interpretam a Tor t i utilizando a

g . u i m a t r i ( J . , numeroiogia judaica. 0 principio

e que cada urna das 22 Ietras do alfabeto

hebraico.rdo alef ao tav, POSSU] urn valor

numerico, "As primeiras 9 letras estaoasso-

ciadas a s unidades (1, 2, 3, ..., 9); a s 9 1 ! ' ! r n . - a s

seguintes estao associadas a s dezenas (10,

20, 30, "J 90); e as ultimas 4 estao associa-

das i1-scentenas (100, 200, 300, 400)", diz 0

pesquisador David Zumerkorn no livro Os

Segredos da Guimiuria. Fazendo a s contas(veja aboixo), surgem os significados oculros

que expandem os ensinamentos do livre

sagrado, "Aparentemente, as historias da

To r d nao t~n1 rela~ao com a vida diana ..Mas

a cabala mostra que, por tras delas, ha ensi-

namentos 'profundos sobre como Iidar com

.nosso sernelhante e encarar as situacoes",

diz Samuel Lemle professor do Kabbalah

Centre (Centro de Cabala) no Brasil.

' 1 . ' 1

~ A NUM ERO LO G IA t ; { 4 < . .

A rnaternatica da novos sentidos a T o r a

f l i r l v am , a 5 f o tm a s d e i I l t e r . p r e t a r , a T a r a u s a n d o

a ' , m , l I n e r O l o g i C ) j U l f a k a _ Um a d e l a s e reladonar

, Q u a s p : a l a v . t a : s ' c o r n o m e sm a v a l n r n um e r ic o n u

dais v e r s i m l \ l s cnde essas p a l a v r a s - a p a r e c e m .

POf. exem~lor o valor. dasletras d a palavra

a m a le k f r ff e c t e n f e ·a o a n lig .o p o vo a .m a le k )

f o _ m e s l) 1 o d a ~ a la v ra safek ( " i f l i v ' i d a " O il

" i n c e r - t e z a " J . ~~raosrabal i s t as , i s s o . s i g n i f i c a

q u e a o r d em b , fb U ~ a d B m a ta r a m a l e k n a o

s e r e f ~ r e a a p o v u e m s i, m as it d u v i d ae i: I i n c e r t e ' l . < I . q U B s x t s t e m d e i l t r o d e 1 1 6 5 .

- p $ A ' )I"~'" A m a l e J ( .• Q Safel(

': 1 ,A y tn ; • • •• • : : 10h i M em •. , .40 D S a l1 1 e c h . .• .. • u.. 60

~ l a m e r f = r-» ., : ._ , •• 3 0 c > r e i • .. .• .• »..... 8 0

t » U f ;.100 r K u f • • • • • •• • . •• • • • lO O

240 240

y~~~m a l e k = ~ '} S a f e k

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~ JU DA fSM O ~

Lemle menciona 0 mandarnento bfblico

"Nao mataras"; lembrando que na Tora ha

uma passagem onde Deusordena aos isra-eliras matar 0povo de amalek. Uma baita

contradtcdo, cerro? A n~o serque se usemas centas d~ Zohar para ver que as letras

hebraic as da palavra amalek tern 0 mesmo

valor numerico que a palavra safek, que

significa "duvida" au "incerteza". "Acabala

usa a numerologia para entender que matar

Amalek nao e marar urn povo, mas a duvi-

da e a incerteza dentro de n65", diz Lemle.

", f \ guerra nap econtra 0 inimigo la fora,

m a s contra urn oponente interne, -u m lade

negativo da nossa natureza: pensamentos

<10 tipo 'nao vou conseguir' e '1550 nao vai

dar cerro', Eles sabotam a nossa vida."

Segundo 0 professor, cabalistas milena-

res usavamessa sabedoria para se tnrna-

rem pessoas melhores e crescer espiritual-

mente. Assim como cahalistas fnodefnos,

eles queriam nao apenas conipreender mais

sobre Deus mas tambem obter licfies de

vida e aeonselhar as pessoas. E, ao contra-rio do que muitos pensam, 0 rnisticismo

judaico nunca foi lim oraculo capaz de

descobrir coisas sobre 0 passado au o fu-

turo. De vez em quando alguem ate arrisca

esse carninho - pot exemplo, tentando

prever a chegada do Messias, mas-sernpre

da.errado. orabino Alanat'i lembra.que a

cabala tambern.nao tern nada a ver com

amuletos, " N a Idade Media, muita gente

escrevia formulas com permutacoes das

te tra s d os names de Deus a r r as da rnezuza

(caixinha colocada no batente da porta nascasas judaicas)", diz ele.

U M A TRA DI< ;A O SECRETAPor essas e outras, durante muiro tempo nao

foi facil ter acesso a cabala. Os candidates

lii ,nbam que ser h om e ns judeus de mais de

40 anos - e se os rrrais qualificadosespiri-

e ua lm e nte e:ra m a-ceitbs. "Os ia]jjnds temiam

que as t~Cnicascaissem nas ma~ s de quemnao tinha a preparacao necessaria. Emqua-

se todas as re:1igj.Bes,as i l luuina<; :6es_misciqls

..i'§';l A A R V O R E D A V ID A ~A estrutura do Unlve rso , segundo a cabala.

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dos leigos sernpre foram Fontes de risco e

heresias", diz 0 historiador Gershom Scho-

lem no livro As Gmndes C o r re n te s d a M is tic a

Judaica. A te hoje, judeus ortodoxos restrin-

gem 0 ensino da cabala. Mas algumas cor-

rentes mais progressistas discord am. "Nao

e que os cabalistas antigos quisessem ocultar

a cabala. E que nan tinharnos a linguagem

acessivel para cornpartilhar esses conheci-

mentes. Mas os avances da nossa era ja nos

permitem entende-los", diz Lern le .

situacao, Voce aprende a parar, pensar e

bus car a melhor forma de agir em cada

memento", diz Lemle. Segundo ele, isso

pode ser aplicado em situacoes tao corri-

queiras como lima conversa entre irmaos

au uma briga entre marido e mulber. "Os

o estudo da cabalalevou secu los pa ra sa ir

cia o bscu rid ad e, m esm o

en tre os judeu sPO PU LAR IZ A< ;AO D O ESTU D OAssim 0 estudo da cabala levou seculos

para sail da obscuridade total, mesmo en- cabalistas milenares tarnbem eram proati-

tre os judeus, ate a relativa popularidade vas. Abraao ensinava a s pessoas que existia

atingida nos anos 90, quando 0 Kabbalah urn unico Criador e que havia urna lei de

Centre, nos EUA, abriu as portas da cabala causa e efeito. Ou seja, ensinava uma forma

para leigos de qualquer religiao. Madonna, de encarar a vida", afirrna.

uma de suas frequentadoras, gar ante que Na busca por essa nova atitude, os alu-

tern atrafdo boas vibracoes desde que co- nos aprendem a usar ferramentas caballs-

rnec;ou a fazer 0 curso. Os ortodoxos criti- ticas. As mais simples sao feitas de cornbi-

earn a iniciativa (que inclusive foi rotulada nacoes de letras que nao tern neuhum

de cabala" pop" au "light"), mas 0 Kabba lah significado em hebraico; sao sirnplesmente

Centre garante que 0 conhecimento e 0 chaves, como ABD, que funcionam como

rnesrno e ate os livros de seus alunos*ma especie de .mantra para medlta.-sao exatamente os mesmos que ser- \ao. "0 Zohar explica que as olhos

vern de fonte para as judeus. sao as janelas cia alma. Passar os

Segundo Lemle, a prirneira coisa . olhos todo dia por essas sequencias

que 0 estudo da cabaJa proporciona e de lerras 110S ajuda nessa mudanca

uma nova atitude diante da vida. "Do rnes- espiritual. 0 processo de visualizacao ali-

1110 jeito que exisrem leis [(sieas, como a lei menta nossa alma para que possamos ser

cia gravidade, a cabala diz que existem Ieis proativos", diz 0 professor.

espiriruais que regem este rnundo, E nos Claro que ninguern vai frequentar algu-

ensina a conviver 'com elas em harmonia", mas aulas e mudar sua vida de repente.

afirma. POl' exernplo: a cabala diz que nab "Uma pessoa precisa esrudar qsica qwilltica

existe 0 acaso, e sim a lei de causa e efeito. por mu itos anos para entende-la profunda-

Tudo 0que acontece, oa nossa vida fomos mente, mas comeca aprendendo a conrar de

n6s que criarnos de algurna forma. Assirn, 1 a 10. No curse, e a mesma coisa , 0 alum)

o ensinamento mais importante para quem corneca contando ate lO'~ diz ele, acre seen-

comeca a estudar no Kabbalah Centre e tando que mesmo 0 conhecimento limitado

deixar de ter urn comportamento reativo e das primeiras aulas do curse ja possibilita

passar a ser proativo. Ou seja, deixar de ser aos alunos tirar algum proveito orr pratica,

o efeiro de dererminadas situacces e se como controlar melhor as ernocees no dia-

tamar a causa delas. <'I.-dia."Mas nada vai funcionar se nao tiver-

"Sendo proativo, voce deixa 0 papel de mos a verdadelra fnten~ao de. aprender e

vftlma, que uunca tem controle sobre a nos tornarmos pessoas rnelheres:" ®

29

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ta J U D A 1 S M O ~

Milagres naturais-<). : . 1 3 1 : ' C > - -

O S m ila gres d o Exodo sem pre a tra ira m 0 in tere ss e d a ciencia

E ela tem h ipoteses pa ra explica r ca da u rn delesT exte T la go jok ura • nustra~o Sattu

Aorigem do povo de Israel em!

descnta noExodo, 20livro da To-

ni, 0 texto sagrado dos judeus,

Segundo a historia, os descen-

dentes de Abraao viviam como escravos do

fara6 egfpcio, rrabalhando na construcao de

obras no delta do Nilo. A te que Moises rnatou

urn egfpcio e decidiu fugir, Em sua fuga, re-

cebeu uma mensagem de Deus para que Ii-

bertasse seu povo e 0 conduzisse , a TerraPrometida. Apesar da resistencia do farao,

ele e seu povo empreendem a jornada de 40

anos, marcada por dlversos milagres, Mi l h a -

res de anos depois, 0ffsico Colin Humplrreys,

da Universidade de Cambridge, analisou esses

fenornenos ,epropos explica~oesnatura is

para eles no livro Os M il ag re s do Exodo . E:m

vez de desacreditar os rnilagres, elas os refor-

caram, ao mostrarem como cada coisa aeon-

teceu na hora e lugar certos para os judeus.

A q ui, v oce vera a s hipoteses de Humph rey s

para alguns e ve nto s d es sa hisroria. ®

~0chamado (E xodo3 :2e3 ) ~Ali 0 An)o do Sen nor lh e apareeeu num e cham a de fogo lllle sala do rnelo de ulna sar~a, Molses

v lu q ue . ernbora a su r< ;a e sdvesse em chamaa n !u era consumlda pelo fogo . "Que lmpresslonentef",

pcnson, "Por que a sa r~a n aos e qu etm a? Vou w r 1550 d e per te ,"

1 I I@ l I t 1 1

H a d u a s h ip o t e s e s n a tu ra is

p a r a 0 f o g o q u e n a o c o n s u m i a

a s a r ~ a , a r b u s t o c o m u m n o E g it b .

A p n m e i r a d iz q ue f e n d a s n o s o lo

I l b e r a v a m ga s n a t u r a l, a b u n d a n t I '

n a r e g l a o , p a r a a superffcie, 0 c a l o ri n t e n S Q permitirta a c o m b u s t a o

d o g a s a o r e d o r d o s rb u s r o , q u e

a pe na s p are da qu eirn at A o u t r a

h i p n t e s e e s e m e lh a n t e : a d j f e r . e n ~ a

e q u e iI ,f on fe do f o g o s e n a u m a

c h a ro in e v u lc iJ n ic a , o c o r r @ n c i a

c O Q 1 u m e m lu g a re 5 l i ln ~ e ja h o u v e

v u lc o e s e m a t iv id a de . ls so ta m b e m

e x p } i c a r ia a f e r t i l i d a d e d o s o l o

n a q u e l a a r e a , 0 q u e t e r t a

a t r a f d o 0 r e b a n n o d e M o is e s.

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~ A s 10 Praga s do Egito (Bxodo 7 .2 e 4) ~

Voce t a l a l a tude 0 que eu lh e ordenar, e 0 s eu ir ,m i io Arac d lra s o f a r / J . 6 qu e debe o s i sr a el lt a s satrdo pal l ;" , el e nae OS'cuv l r a , E ' n t a , . o p ore la m ln h a m ~ t;)sabre Q ~git0 e com pcde ro s os

a to s d ej ul zo tlr ar ei 0 0 E g it e QS r neusexe r c i te s , 0 rneu p O V O ; os i s raeh tas,

lO iM O R T E 0 '0 5 P R 1 M O G E N IT O S. . f T ra d i t i o n 'a h n e n t e , p r im o g e n f l o s t e r n

f o p tiv i 1 ~ g 1 0 d e s e a 1 lm e l i t a r q u a n d o n a o

~ h o i a l i m e n t o p a r a t n d o s. M a s 0 b e n e f l t i o

l , se i n v e r t e a o e e m e r e m o s c e t e a t s

~ [ O n t a r n i n a d o s p e 1 a s f e z e s d e g af ah h o t o s .

T9 ~ ~ .~ .~ .~ w A .Q ~. { I s 3 d i a s d e m u r i d a o e r n m a r ~ o m i a m

c o n s e q l i e n ci a d ~ u m a . d e n s a t e m p e s t a d e

d e a r e ia , q u e t r a n ca f i a o s e g i p d o s e m r a s a ,

o f e n o m e n o , c o n h e c i d o tOmb khamsin,

e c o m u m a le h o je n e s s a epota d o a n e ,

1 2!N llO E M S A tm lI n ~ A P O S M O R T O Se [ 0 r io H i lo t e .r f a f ic a d o v e r m e lh o !lra~as a

1 p ro l i f e r a ~a o d e a lg as Y e r m e l H i ls " ~ r o d u t o r a s

!d etex in as qu em ata m n s p e 1 x e s ' e a f u g e n t a m) sapos er~~ . Ao; fug irpa r a ss p a r t e s l 1 J a j s s e o a ~ ;

J e le s i n v ad e m - a c i d a d e e m o r re m d e s i d r at a d u s ,

6

9[i!

7 8!C H U VA D E P E D R A S E G A f A N H O T OS fe - A c l l u v a d e p e d 'r as s e n a : ' ~ i i v e r ~ a i i e : " "id e g r a n iz o , q u e f e r e h o m e n s e a n im a l s e d e s t r 6 i

la s p l a n t a ~ i i e s . 05010 ! im i d Q a t r a i g a f a n h o t o s -

! d o - d e s e r t o , q u e d e p o s i t a m s e u s O V O S e , a t e

i ~ ~ ~~~ :.~ . ~~~~~~ . ~ . , ~~e a liment e,

Ij.I

o

...._!_.

. . . . . . . . ; .. . , \ . . . . . " . e ~

~ . .. .: : . ' , ' I ~ . - :. . " . ._ , t , . • 4 I - i

,;_ ,;_.' .....9.".- c '* ~

l · . .,

'J

3 e 4 J.~.~M~~J11.MQ~q~!J9,H.'.d.g~.~?iC o m iIm o r t e d e s a p a s e r a s , p re d a d 0 r e s

n a t u r a is d o s i n s - e ta s, m o s q u U o s ,c o m o

o C u l i r o id e s rani thorax e mos[as-de-est~bul0

c o r l f O a S t o m o x ys ( a lc i t ra n s r n u J t i p l i [ a m ~ 5 ~descQntrol adamente en tr e o u t u b r o e n o v e m 6 r o .

. 5 i) M O~ T E D O G A DO E C H A G A I N A S P E SS OA S

-e ls ·m o s ca s- d e -e s t ai b u l o C i! r re g a m v f r 4 s f at al s

1 p ar a v ar a s e ( a V a l o s , q u e come~i lm a m o rr e r p a r

t e a u s a ~ o s Ml tames . E a I n fe s t a ~ o d e CuliGoides

j c au sam a s d oe nta s d e pe le n o s egll1d05,

1 0 c e m ir i o e g r av e e n tr e cn o v e m b r o e j a n e ir o .

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J U D A 1 SM O 9 i :

~ Ven to a favor (Exoda 14:21 e 32) ~b :t l~b Mo jl '; ;i&se s t e n d e u a m30 s Q h r e 0 rollj', c o S e n n o r a J b s t Q \ l 'O 'rn ar c o tQ roQ lI e m t e r r a seea,

com lIn ~ forte,ventQ Qriental que:sOPf9U t o d a a q u ~ J nm ~ j t c . j} S a g U i i , v t e d iV il1! ir am, e C! lSS J a e l i 1 a s

d t r a v a9 ~ n r~ r n p e l o m e i O d o m a r e m t e J . ' r a - s c " l l , t e ~ 1 d k ) l Im a [ )l ; J r- e t j e~ N ' l g l 1 a ' a - d l t e i( a e o u t r a l 1 e s q u e r d a .

~ A lim en to que ca i do ceu (Exodo 1 6 :1 4 . 1 5 e 3 0 ) ~D epo ts q ue 0 o rv alh o s eco u f lo co s f in os sem e lh an tes a ge ad a es tev am s O Q r e a s u p e r i 1 c l e d o desertc

(. •. D t ss e-l h es Mo i s~ s: "E ste _ '"0 pa o que 0 S en ho r lh es deu para com er. ( .., ) 0 pOV0 de Israel charnou demana a q v « ie p a ' ( ; 'O s israelitas come ram r na n adu ra n te ti D a no s a te c h eg arem a s frorueiras de Canaa.

or

l l I@litilA r l l o r e s d o g § . n e ro d o s

t a r n a r i s c o s , q u e a i n d a h o j e

o co rr e m n a r e g . ia o d a A r a . b i a

S a u d i t a , p r o d u z e m u m a s e iv a

d a c e q U E ! s e rv e d e a l t m e n t n

p a r a a l g u n s tipos d e tnsetes,

o p a D q y e os judeus c h a m a m

d e m an a s eria m go tfc ulas ~ e

5 e c r ~ ~ a o p r o d u z ig a s p e r insetns

q u e 58 a l im e n t a r n d a s e iV 3 , .

q ue E ;:H 'J n c o m a p 'e q u e n e s

t l Q G 0 5 . c r i 5 t 'i ll lt a a o ~ s , s e r n e l h a n t e s

a o s a e s _ c r it e s n o E : x o e t o .R i ca e m c a r b m r t t a to s ,. a s e l v E -

d o s t a m a r i S C D s - f a z f a - d o m a n a

u m a f o n t ): _ d e e n e r q ia e s- se n c i . 1 1

p a r a u m a m r l l t i d a o q u e

r a r n i n h a v a a t a E " n o t t e J1(j

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~ 0 outro endereco do Sina i (E xo dbB :21 ) ~Duran te 0 di a 0 Senh or la adian te deles , Duma co lu na d e 'n uv ero ,

pa ra gu ia -los no cam lnh o, e de.noite , num a coluna d~ {ega.

para llum ina -los , e a ssim podta rn cam inh ar de dia.e1!:lenaite.

U I I 4 1u t i lP a r a H u m p h re ~ s , 0 r e l a t a s c h r e

a s c o l u n a s d e r iu ve m e fb ,g o

q u e n rie n ta r n a c :a m i n n a d a

d o p o v e j u d e u e . a E l e s c r i ~ a o d o

m e n t e e r n q u e M O l s e s s o b e p a r ae n c o n t r a r D e u s e r e _ c . e p e r @5D~L

M a n d a m e n t o s t l 0 r e q i s t r o m a isa n t i g o d e u m v u l c a o e m eJup~ao.

E m b o r a a ~ r a d i~ a ' Q r e c o f1 h e ~ a

Q m o n te J e b e l M u s a " r ra regiaa

d o S i n a i I com 0 a q l l e Le~ciad b

n o f X Q d O - , a s s a r a c t e r i s t i . m , c l . e

v u l c a b - Inenstetrte e m qualquer

m o n t e ( ; t a rnn lo d o ~ i n a t -

5 ug e xe m .q u~ Q m o n te c j~ a .d Q ·

l i l a : B ' f b l i a s e j a 0 i B e t l r , . . s i f u a d o

n u m a r e g i a o dii'tit'abia S a t J d i t a

qU B ja teveatividadesvulcantcas.

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Em 1945, urn pastor encontrou urn compoem a B tb 1 ia _ mas. vaiios-texto:s, cada

jarro de ceramioa nurna gruta qual escrito pelas diferentes seiras existentes,proxima a sua aldeia no E gito : A o que registravam seus proprios valores e cren-

a bri-lo , a ch o u whips l ivros e S C J : i - '< ;a sso bre a .o rig em d o rn un do e da.v ida, sobre

tos em idiom as que ele DaO cornpreendia. Deus e. o-messias, Ehavia rnuitas divergen-

Algumas. folhas amareladas .serviram ali- etas. as docetas, par exernplo, negavam a

mentararno fornoa lenha de sua easa, As realidade mate r i a l de Cristo. Consideravam

res tantes cairam nas rnaos de um religiose que Jesus possuia um corpo etereo e que,local, circulararn no mercado de antig.ui- par isso, nao nasceu nem foi morto na cruz

dades e forarn resgatadas por urn funcio- e rnuito menos ressuscitou. Os ebionitas, par

nario ,do zoverna egfpcio. Mais tarde, sua vez, defendiarn que Jesus tinha nascido

descobriu -se Clue a "lenha" era urn te - " de forma up-rural e s o depois de batizade

souro d.eval ,or , i~C,a ,'Ict~1avel: a COle,; : , a o

1 ( ' , 'e que

? ,'

eus deC,idill,a~ota- ! ,9 ' Jf t a s o f it as,d e N ag Ham m a d I, 13 .livros corn 1 600 acreditavarn que C aU TI era 0 represen-

i3n6s e hist6rias que a lgreja tentou' • tante espirltual rnais elevado, Para.eles ,

abafar durante todo esse tempo. Mas a rnorte de Jesus foi Lim crime do Uni-

nao conseguiu, Depois de sobreviver ao verso, mas, urn evento necessaria para a

tempo e Ii censura religiosa, 0 achado tor- salvacao cia 'humantdade.

neu-se 0maior e mais importanre.acervo Urn dos grupos maisinfluentes do cristia-

El.eeva~gelhps a po crif os , lite ra tu ra q ue tem n i smo primitive fo i 0 des gn6St: l80S, que ado -

ajudado a elucidar varies rnistertcs sobre 1! i~I .Wtmum a vida ascetics, negavarn.a materia

as origens do cristiauismo. e acrediravam que.o conhecimento eta acarfanho para 'a salvar;ao. A l g uma s faC:~0es

rambeni.defendiam que Deus possufa t im.

principia rnasculino e outro feminino, De

Jato, as rnulheres desses gnIpos atuavam

como mestras; lideres e profetisas ~ uma idela

ainda hoje revolucionaria para a Igteja,

E havia tambem o-chamado cristianismu

apestolico, baseado nas narratives dos pri-

TESO U RO D O S PR IM E IRO S CR IsrA os

A maioria dos escritos de Nag Harnmadi fof

produzida entre os.seculos 1,:f.;: seus auto-

res fQ_ziampane das primeiras comunidades

cIis,tas. Nesse acervo, e possrvel conhecerlivros que ficaramde fora do NovO,Tes tamen-

to,COJIlOevarigelbosde Tome e Tiago, 0 in-

teressantedesses re l 'aros ,€ 'q t l€ destcam bas-

ranredoque aparece naBtblia. Neles, Jesus

tern urn ladohurnano, Mada l e n a e uma gran-de lider, Deus e UlU principia maseulinoe

femwiQo ... Diferencaspclemicas que deixam

clare 'por que C iS apocrifes sernpre foram lima

pedra no sapato da Igrej a, , "Ele~ representa-yam ourro cristianismo, riao.oficial, margi-

nat isado" ; explica 0 pad re e te61ogo Lu:igf

Schiavo; professor do Departamento de Ci-

enuias cia R.eligiaQ da Universidade Catoliea

de Golas . "Eles tem grande.valo» hisrerico e. .. . ~

reUgi9soporque 1i1('{,Str:am 110vas;irrterpteta-

r ;6ell . i IAPJ9Te. :a . f jgUi:a.de Jesus naorigem dO ,

eristianisfuo", enf '3t iz<J . ' :o especiali:s:ra.

Naq\lel:a epoca nao havia umeanone--

nome,dado·ail)' (Cbnjtlnto ofrcial de livros que

f r e e h o s d e s e v a n g 'e l h o s i le

N a g R a m m a d l, q u e r e v e l a r a m

m t 5 . f E r i o ~ d a a r 1 g ~ m d o G r i s ( 1 3 n i s m o .

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meiros discipulos de Jesus. Eles contavam seculo 2, quando alguns bispos decidiram

que 0 messias havia morrido na cruz para organizar as Escriruras, "Eles precisavam

salvar a humanidade e aos seguidores cabia adotar urn canon definitive para que a reli-

a mtssao de espalhar sua mensagern pelo giaQ pudesse se expandlr", explica a fret

mun . dO . Essa tradicao cornecou a set 1 ( . Jacir , Mas para. isso nao adiantava tra-

registrada por volta dos anos 30 e 40 duzir os texros para varias linguas e

do seculo 1, em livros como os evan- divulga-los entre varios poves, Era pre-

gelhos de Marcos, Mateus, Lucas e ciso aparar as diferencas e chegar a

Jcao. Esses textos eram lidos par rnuitos uma especie de "versao ofidal". Na hora

g rupos, qu e a s consideravarn o s re la to s r na is de s ele cio na r o s I iv ro s, 0 espfrito dernocra-

antlges e precisos da vida de Cristo. tico que pennitiu a existencia das diferentes

A babel de cristianisrnos resistiu a te 0 versoes deu Iugar a s disputas de poder .

~ CRISTIANISM O ~

.05 t ra ~ o s f e r n i i n o sd o a p d st n lo s e m b a r b a

s e r ia m d e M a r ia t t l a d a le n a ?

I : D I

~ M AGDALA. A FAVORITA D E JESUS ~Ap oc rif os r ev el am q u e M a ri a d es pe rt av a 0 c lcme d os a pO s to lo s e q ue Jesu s a be ija va na bo ca .

M a ri a M a d al e n a - o u M i r i a m d e M a gd al a , t o m o

e s t a n o h e b r a i c o - a p a r e ce n o s a p 6 c r i f o s E O t l ) O

u m a m u 1 H e ~ s ab i a e r e sp e it a d a PO l J e s u s . E la

a c o m p a n h a 0 m e s t r e e m . su a s p r e g a ~D e s e o a ju d a

II 1 i d e r a r o s p r im e i r o s c r i s ta o s . 0 E v d n g e l/ io d e

Fil ipe, d o s e c u J o 2 , c o n ta q u e e l a e r a a s e g u i d o r a

p r e f e t i d a d e C r i s t o , 0 q u e d e s p e r t o u a c l u m e

d O S o u t r o s , a p o 5 t o l d s . " P o r q u e a a m a s m a i s q u e

a t o n e s n o s ? " I p e rg u n t < iv a m e l e s a o S e n h o r . U m a

p a s s a g e m q u e a i l i l f a . e n f u r e c e m u i t o s Ilristaos d iz

q u e " o S e n h o r a m ay a M a r ia m a i s d o q u e a t o d o s

65 d i s c i p u l o s e a b e i j a v a r r e q i i e n t e m e n t e n a b o c a " .

A l i d e r a n ~ . a d e , M a d a l e n a t a m b e m e m e n c i o n a d a

n o e v a n g e lh o a p 6 c r i f o q u e l e v a s e l'J n o m e ,

t a m b e m d o . s e c u l o 2 . N u m a p as s a q e r n , P e ~ r o

q u e s t i o n a : · "D e i ie m c is m u d a r n o ss o s habifos a

e s ~ u f a u m o s t o d o s e s s a m u lh e r 1 " ( ) t e x t n r e v e ta

q u ~ e ,a p e sa r d e s p r e co n c e it o s" e la c o n s e gu e s e

iriiRor. E u m a · i m a g e m distimle d a m u lh e r f m p u r a

e . p eG a d o l'a q u e a t r a 'd i~ ao d a I g r e j a e n f a t i z o u

d u r a n t e s e c u l o s . f m 1 . 9 6 9 , '0 l l a tk a l 1 0 r e e n n h e ce u

q u e h o u v e u m a (O n f U S 3 o 1 1 a i n t e rp r e t a! i 3 o

da s E s c r iM a s ( e la t e r i a sido'tonfundida e e m a

p e e a d e r a q u e u n g e o s p e ! > d e J e s u s no fvaagelho

d e - L u c a s } e r e ti r o o a d e m i n i j n a ~ a o d e p r o s ti t u te

q u e , d u r a n t e s e c u l o s p - e s D u s a b r e M a r i a M a d a le n a.

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PO R U MA VERSAO O FICIALAs igrejas rnaiores e mais influentes tenta-

ram impor seus textos, 0 que as menores

nao aceiravam. Ravia debates e acusacoes

mutuas de heresia entre elas. A peleja con-

tinuou ate 0 seculo 4, quando rudo indica-

va que 0 cristianismo apost61ico iria preva-

Iecer sobre os outros eristianismos. Sells 4

evangelhos ja erarn populares naquela epo-

ca e, desde 0 seculo 2, eram elogiados pelos

pensadores da Igreja, Mas faltava tornar

esses livros oficiais,

A s ig reja s m a io re s

ten tavam im por

seus textos. 0 que a s

m enores nao a ceita vam .

Foi quando 0 imperador de Roma, Cons-

tantino, entrou em ceria e Interveio no im-

passe. Na epoca, com 0 imperio em crise,

ele precisava de uma bandeira para justifi-car a expansao e corrvencer ourros povos a

aceitarern seu domlnio. E a solucdo estava

numa allanca com os crisraos, que par sua

vez desejavam espalhar a mensa gem de

Jesus mundo afora, "Constantino percebeu

que erauma grande oportunidade e decidiu

fazer do cristianisrno a religiao oficial do

imperio", explica 0 frei Jacir,

Os cristaos deixararn de ser perseguidos

em 313'e apenas 12 anos depois seus bispos

foram convocados para 0Condlio de Niceia,

primeiro passe dado para a criacfio do Novo

Testamento. Na reuniao, os evangelhos deMarcos, Lucas, Mateus e Joao forarn escolhi-

dos para narrar a biografia de Jesus par um a

cazao simples: expressavam a visao dorni-

nante na Igreja. E todos os demais foram

considerados ap6crifos, falsos e perigosos

para 0esrabelecimento do novo livre,

Come\011, entao, a perseguicao a todos

que ousa;vam diseordar da recem-forrnulada _

Rscritura sagrads, OS'gndsticos, doceras,

eblonitas e ofitas foram acusados de heresia.

~ A RED ENy\O D E JU D AS ~Judas teria entregue Jesus a seu pedtdo

A ~ is t 6 r i a d o d js . c i p u l o q u e t r a i u s e u m e s t r e

p o r ~ o r n c e d a s d e p ra t a e u m a d a s m a i s

c o n h e c i d a s d o c r i s t i a n i s m o . S e g u n d o 0

E va n g e lh o d e J u da s - u m m a n u s c r it o c o p t a

( f f n g u a f a l a d a p e l o s a n t i g o s e g i p ci o s ) e s e n to

e n t r e 0 5 s e w to s 3 e '* - 0 a p 6 s t o l ' 0 p e d e t e r

s i d o c o n d e n a d o in j u s t a m e n t e p e la h i s t6 r ia .

N o t e x t o , d e s c o b e r t o n 05 a n o s 7 0 , n o [ g i t o ,

o p e r s o n a g e m m a i s a m a d o d o c r l s t i a m s m o

a p a r e c e c o m o 0 d i s o i p u l o m a i s p r o x i m o

e q u e r i d o d e J e su s . E le d e n u n c i a 0 m e s t r e

a s a ~ t o r i d a d e s r e m a n a s a p e d id n d o p r o p r i oM e s s ia s , n um p la n o q u e s e r i a e s s e n c ia l e m

SlJB m t s s a o d e s a lv a r a h u r n a n i d a d e . " N e s s e

c o n te x t e , a f i g u r a d e J u d a s r e p r e s e n ta 0 i d e a l

d o d l S c i p u lo q u e , r e c e b i d a a llU 1 1 1 il 1 a ~ a o ,

e u m p r e a v o n t a . d e d e D e u s , m e sm o q u e e l a

t e n h a a v e r e n m a e n t r e g a d e J e s u s a m o r t e " ,

d iz 0 t e 6 J o g o L u ig i S c h ia v o . N a v e r s s o d o N o v o

T e s t a m e n t o , J u d a s e n t e r c a - s e , a r r e p e n o id o .

N O te x t o , a p o c r if o e d jf e r e n te . A o c om p r e e n d e r

a i . lT lp a rt a n cia d e s ua m i s sa o , J u d a s t e r i a

s e r e tl r a d o p a r a m e d f t a r n o d e se r t o .

3 1

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~ CRISTIANISM O ~

Os que insistiam em desrespeitar 0 canon

erarn punidos com a excomunhao ou a mer-

t e o Dezenas de livros - au c:entenas, J a queninguem sabe ao cerro quantos eram - to-

ram destruidos au queimados. FQi nessa

epoca que alguem decidiu esconder 13 vo-

lumes numa gruta, na aldeia de Nag Ham-

madi, no alto Egit0.- talvez urn oristao per-

seguido ou urn mange do Mosteiro de Sao

Pacomio, que ficava ali perto. Eram evart-

gelhos, cartas e atos dos apestoles escritos

O s a p6 crifo sS aO

d ocum en to s essen cia is

para . com preender a

histone do cr is t ian ism o

~ A INFANCIA D E CR1STO ~E va ng elh os rn os tra m la do h om a n o e d iv in o.

em copra, lingua falada pelos crista os do

Egito. 0 tesouro 56 fO I descoberto 1 6 s ec ul os

depois, por aquele pastor que apresentamos

hI. no corneco, e hoje esta no Museu Copta

do Cairo, a disposicao do publ: ico.

A l it e r a t u r a apocrifa c o n t a v i i r ia s h j s t6 r ia s

s o b r e a g l i l v i d e z d e M a r i a e 05 p r i m e l r o s

a n u s d e v id a d e J e s u s . E u m a t e n t a t i v .a d e

p r e e n c h e r a l a c u n a d a Bfbl ia, q u e faz u m a

u n i c a r e f e r e n d a a i n f in c ia ,d o M e s s ia s ,

q u a n d o elevis ita 0 T e m p l o d e J e r u s a l e m ,

a o s 12 3nOS . 0 fv an g elh o d o P s eu do ~M a re U 5,

d o s e cu lo 3 , c o n t a q u e 0m e n i n o f az ia m i la g t e s

a i n d a n a b a n ig a d a m a e e q u e , d e s d e t : t i a n ~ ,

u sa v a s e u s p o d e r e s p a r a r u r a r ' d o e n t e s e

r e s s u s d t a r o s m o r t o s . M a s , q u a n d O " i r r i t a d o ,

e le s e c o m p o r t a v a c o m o u m a c r i a n ~ a m im a d a

e v in g a ti v a . C e r t o d i a , u r n m e n in o 0 d e r r u b o u

n o c h a o . J e s u s e n ta o o r d e n o u : " ( a i a m o t t a ! " ;

e (I a m i g o m o r r e u . D e p o i s , a r r e p e n d id o ,

o f e z r e s s u s c i t a r , U m d e s e u s p as s a t e m p o sp r e f e r i d o s s e r i a c r i a r s e r e s d e b a r r o e l h e s

d a r v i d a 'o m u m s n p r n , E s s a f a c e ta d e J e s u s

p (l d e a ss u s t a r q u em I e o s a p o c r if o s . . M a s ,

p a r a t e 6 1 0 g o J a d r d e f r e it a s , . e la d e v i l s e r

c o m p r e e n d i d a n o c o n t e x t o e m q u e 0 I i v r o f o i

esento, " A i n t e n ~ a o e m o s t r a r q u e J e s u s t e m

u r n l a d o h u m a n o e o u t r o d iv i n o , 0 gU t! e u m

r e f l e x o d e u m a e p o c a e m q u e a I g r e ja d is w t i a

q u a l e ra a n a t u r e z a d o fi lho d e ( T e u s : '

O L E G A D OAlem desses, muitos outros apocrifos foram

excluidos daBiblia. Eo caso dosManU5c"i~

to s do Mar Morto, descobertos em 1947, que

apresentarn copias de Iivros do Antigo Tes-

tamento, deixadas pela seira judalca des

esserrios, E do Evangelho Segundo Judas,

descoberro na decada de 1970, que coma

uma historia diferente sobre 0discipulo que

traiu Jesus. No total, sao mais de 1@0livros

de valor inquestionavel para es estudiosos

das Escriruras, "Sao docurnentos essenciaispara compreender a historia do crisdanismo

DO 1" e 20 seculos", afirma 0 teologo Paulo

Nogueira, professor da Universidade Mete-

disra de Sao Paulo.

Os apocrifos revelarn que 0 N ovo T esta -

mento nao nasceu prouts e aeabado e que

as textos que servem de base para a arual

doutrina crista passaF~m par urn complica-

do processo de "edi<;ao". Tambem deixam

clare que, ao contrario do que se imaginava,

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d o s a n u s 6 0 ~ 7 0 d o s e r u l e 1 ,m e s m a e R o c a

d o s e v a n q e l h o s. q u e e n tr a r a m p a r a 0 e a n o n e

s o b a j u s t i f ie a t i l J a d e s e r e m o s r e la te s m a i s

a n t i q o s d o m e s s i a s , O ~ p e s q u is a d o r e s c h a m a m

e s se a p o e r i f o d e QUin to Ev~nge lho e s u sp e i t am

q u e e le s e ja 0f a m o s o Fon te Q , e se t t o n u n c a

a c h a d o q u e t e r t a s i d o a b a s e d e 3 d o s 4

e v a n u ~ l h o s c a n 6 n i t o s . S e t s s o f u r v e r d a d e ,

n s t e Xt05 b i b I i c o s s a 0 a d a p t a ~ii 5 d e ss e a p o c r i f q ,

{ f o n o d e s v e rd a d e ir u s e n s i n a m e n t a s d e { r i s t o .

~ 0 QU INTO EVANG ELHO ~I·l lstorladores acreditam qu e E van ge lho de T om e s eja in s pira ca o d e 3 d os c an on ic os .

o fv an ge lh o S eg un do T om e , d o a p o s t o lQ q u e

p r e c i s a v a 'verpara ( f e r " , I i: 0 m a i s p o l e m i ' c o

d o a e e p /o d e N a g H a m m a d i . 0 m a n u s c r i t o c o n t e m

1 1 4 p a r i b o l~ e f r a s e s a t r i b u i d a s a J e s u s ,

A s d t a ~ f i e s s ao s e m e l h a n t e s a s d a Bib l i a , m a s

rs fl etem a p e n s a m e n t o gnost ico. N e l e , J e s u s

a p a r e ce c o m o u rn m e st r e m a t s m i s t i c e , q u e

o r i e n t a o s t 1 i s d p u lo s a r e c o n h e c e r s u a i d e ~ t id a d e

d iv i n a e a b u s e a r D e u s e m q u a l q u e r : l u g a r . E l e '

f o i e x c l u i d o , a p e s a r d e t e r s i d o e s c r r t e p o r v o l t a

o cristianismo praticado hoje nao era 0 iini- E verdade que esse textos, nm itas vezes

eo nos primeiros seculos, Existiam varies coloridos,e aberrantes, costumam chocar 0cristianismos, eada urn com sua propria leiter de prime ira viagem, "Mas alguns tam-

interpretacao da vida de Jesus e seus en- bern podem cornplernenrar a nossa fe",

sinamentos, Quem I e os escritos deixa- 1 r adianta Jacir, Uma prova de que eles

dos por esses grupos pode conhecer uaosao a,Penas urna "arneaca" aos c a -outros pontos de vista sobre lima his- nones da Igreja Cat:6Jica estao 11a reli-

toria contada M. mais de 2 mil anos, giosidade popular e na arte sacra, que

No entanto, e necessario afrouxar 0 buscaram inspiradib nas historias apocri-

julgamento antes de merguThar na Ieitura. fas. Afamosa historia dos 3 reis magos que

"De~emos compreender esses livros de mo- levaram presentee ae men ina Jesus e rudo

do ecumenico e rentando dialogar com os que inspira as presepios natalinos, par

cristianismos de origem", sugere 0 frel Jacir, exemplo, v e r n dos evangelhos ap6crifos. 0

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~ CRIST lAN ISMO ~

o outro Jesus- c ~ . : 0 :.(,._

A Btbli« nao d iz pa r onde andou 0 f ilho de M aria dos 13 ao s

29 anos de idade L enda s e h is to ries cu ltiva da s na o ra llda de

e rra nscrita s pa ra liv ro s a ntig os tern a res postaT exto M ich elle V cro nes e • lIustra~ao Sat tu

Um homern sabio anda pelo mun- critos para anunciar uma rnensagem religio-

d~ curando doentes e fazendo sa" justifica 0 teologo Pedro Lima Vasconce-

rnilagres enquanro prega urna los da PUC de Sao Paulo. Essa lacuna no

mensagern de paz e arnor ao enranto, deu margeru a varias especulacoes,

proximo, Parece.fatniliar? Born, voce nao e como a de que Jesus passou 17 anos peregri-

o unico que se lembrou de Jesus. Mas essa nando pelo rnundo, No roteiro, ceria visitado

rambem e a historia de Yus Asaf, curandei- a India, ° Tibete, a China, a Pers ia (atual Ira)

TO misterioso que visitou a Caxemira no e pafses vizmhos. Alguns defendem que ele

seculo 1.E rambern a lenda de Issa, andari- chegou ate mesmo ao Japao e a Inglaterra,Tho que esrudou anos com sa bios na india e Em cada Iugar, 0M es s ia s teriaconvivido com

no Tibete em busca da iluminacao. Ou de reis, sabios e homens santos de antigas tra-

Apolonio e de um certo budista. Todos Sa0 dic;oes, sempre em busca dos fundamenros e

personagens que viveram no Oriente Medio Iic;oes de outras religioes e povos.

na epoca de Cristo e rem biografias repletas G pesquisador russo Ni cl10J as .Notov ich,

de feitos esperaculares e mensagens de S8- autor do livro A Vida Desconhecida de Jesus,

bedoria ..5.a o tanras sernelhancas que ~ fo i urn dos PdnC.ipal..S defensores d.essah a quem acredite rratar-se todos da . I teoria, Noseculo 19iele apresenroumesma pessoa. 0 que responderia run ' rnanuscritos antigos que narravarn a

dos grandes misterios do crlstianis- vida de lssa, hornem santo que, "ao

mo, a chamada vida secreta de Jesus. ~ completer 14 anos, deixou a casa dos

Sim, h a algo oculro na biografia do pais, em Jerusalem, e parriu com urn

Messias. Ninguern sabe oude ele esteve e 0 grupo de mercadores", Notovich dizia ter

que fez des 13 aos 29 auos. 0 Novo Testa- encontrado os documentos num mosteiromenta s6 menciona seu nascirnento -e urna ribetano e defendia que aquele homern era

aparicao aos 12 anos, quando ele discute Jesus. Na opiniao dos estudiosos da Biblia

teologia com sabios do Templo de Jerusalem. .esse tipo de assoeiacao njio faz sentido e

"D e po is d isso , h oi u rn sa lta no tempo, e Cris- deve ser encarada com rnuita cautela. "As

to reaparece ia com 30 anos sendo batizado religioes da india diferem muito das que

por J011o, antes de cornecar sua pregacao", surgiram no Oriente Media., Logo, !1~io[em

conta 0 teologo Joel Ant6-nio Ferreira, pro- fundamen 0 relacienar Jesus a essas len-

fessor da Universidade Cat6lica de Goias, das", diz Vasconcelos. De fa to, nao existem

A au send a de dados nao surpreende os provas concretas da vida de Jesus, mulre

estudlosos da B{blia. "as evangelhos nao fern menos de rodas essas hrsterlas. Mas taro-

uma preocupacao historioa, pois forarn es- bern llao existern provas em contrario. 0

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I :', -~ ~ ~-=-'-'T ~.~.- ~. _

, . ~- 4~NO-:L~ASTROiDO:'MESSlAS~C onh eca a lgu ns dos h om e ns cu ja ldentida de se con fu nde com a de Jesu s.

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~ ISLAM lSMO f*

Versos anti-satanicosNem so de preces vive 0 Alaxso, li vr e sag rado d o isla .

O s seu s verslcu los ja foram usados p a t - a exorcjzar demon io s

e ou tros en tes m a lignos . C onh eca a hisroria dos exorcis tas de Ala.T exto A lv aro O ppe rm a nn • 11ustra~aoD i e g e l S 1 J l 1 c h c S

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or AIa_ , s a ia deste corp a e r.fiio re- Tudo 0 mais sernpre rnereceu reserva, OU

tome, a ele jarnais I" a te dessonfianca - e nisso , claro, se incluern

A f rase foi dita em torn imperio" os cases de possuidos. "Nao exists urna

so.,Era noite. Noaposento de entra- posicao oficial sobre 0 excreismo na lei ca -

da de umacasa de chao batido .e paredesde 1'l-6ru.caslamica", diz Bilal Philips. 0 sstra-

barro coz-ido, urn sujeitose debatia, gemtae nho e que oprimeiroexorcista da historia

gritava. Suas feit;:5es estavam crispadas, A muculmana pode ter side justamente Mao-

sua volta, muculrnanos rezavam, Os mais m e, como dernonstra 0 historiador Abdel-

velhos, de olhos semicerrados. Os mais jo- mumin Aya - emE l Secre te de M uh l!lm m ad: La

ovens) terneroses, nao conseguiam parar de Expe.r iencia Chamanica d el P rd fe ~ a d elJ sla m

fitare corpo do homemao chao, com olhos ("OSegredo de Maome: A Experiencia Xa-

arregaladosrera urn pO'$seSSQ,Os presentes milnita de Profeta do Isla"),livro de 2007.

entoavam, come numa ladainha monocordia, Na bibgtafia do profeta, as curas de posses-

os versiculos da $uratQ: cl- Baq a ra - "0 capi- sao podem ser contadasas dezenas, inclu-

tulo da Vaca" - 0 2 Q e rnai slongo capitu- sive umaque envolve a proprio Maome,

1 0 do A l c o . r a o . , _ , . O . I . i V .ro. sag.r a dO . dO.iSliL.~* eOfeiti~a.do pO.r urn inimigo. A y a tam-Au centro, lim homern de barb a bern . bem.ressalta que oprimeiro manual de

afeitada empu nhava a livre sagrado. exorcismo do isla foi ... 0Al~orao,

Seu nome era Mohamed TaherAbdul Quando foi revel ado - segundo a

Muhsin, Sua profissao, exorcista, crenca islarniea, por meio de a pa nco es d o"Em nome de AIa.~0 clemente e misericor- anjo Gabriel a Maorne, n6 seculo 7 - Q A I"

dioso,saia,desrecorpo!", i5!itou de novo. Ao c on l o logo charnou a atencao dos crentes

ouvir novarnente 0 nome de Ala, 0 possesso por urn detalhe, Parecia haver, por tras do

estrerneceu, Fez-se silencio, eo hom:em no set! sentidoliteral, urn significado cifradochao abriu os olhos, Com voz gurural, dissEl: e oculto, Misticos muculmanos ternaram

"Per Ala - ,~u prometo sair deste homern e esse suposto poder como a presence diseta

nunca mais vel tar". De siibito, as £ei~6e~ do de Deus no livra. P0r [sse, os versfculoa da

possuftlo serenaram e ele recuperou a luci-

-dez, Estava curado da posses-sao, obra de urn

espfrito maligne, conhecido na tradieao is -

l&m i ea . co m o jm n . " Alla h u Akbar!", gritaram

em tome - Um - l l exclamacso de Iouvora

Deus. Abdu l Muhsin beijou 0A1cordo, depo-

slteu-osobre uma almofada e ajudou 0 1 1 0 -

m em recern -cura do a se levan ta r.

Essa cena oeorreu Rum subtirbio da cida-

de-do Cairo, no Egito, em 1988. Ela consta

d o li vre Th e Exorcist Tradition in I s laam (,'A

Tradiga0do'E-;wrcismo 00 Isla", de 1997),

do {llltmp61og0 jamaicano - convertido IUU-

< ;1J1mno - A bu A m ina B jia l Ph ilips ...0 exo r-

cismo e urn dos capitulos menes conhecidos,

e nrais p,olemi.cos; da rel ig iab mur, ;uh:hana.

Entre IslaniicQs,; a pratica sernpre foivistacom reticencia, pOls para.o crente deilsii

religiae 0 aut~ntko milagre do isla e 0Ako-

T'ae;C'omsua beleza p.GeticB e p;H)'fU1!ldidade.- . ' - - - . - ~ .

Os maisjovens nao

consegu ia rn pa ra r defitar a co rpo do h om e rna o ch ao : e ra LIm pos ses so

obra teriarn poder decura-r enfeemidades

ou expulsar demonios. E mais, o profeta os

recomendava para 0S rna-is variados preble-

mas, do mau-olhado a picada de escorpiao.

Amuletosde pliotegao erarn confsccionados

com a inscr i~ao: de v:ers iculos do livro sa-

grade em pedacos de tecido. "0 efeito do

mau -o l h a do e real", c liz ia M a em j § .

O leitorde hoje poti-e sQ[:rirc H a n t e dessesrela.(os.N!:o entanto, essa atituae € pra IS.de

cornpreensfvel qua~ldQ eon tex tua l iz ames 0

surgimento ,d0 Akop1( lo e doislji, Bruxos e

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44C l l a l T l ~ - l o - d e " ~ r l n c i p e d a s t r e , l 1 a s " , " m a l t l i t r I ! I

e 't!n h o s o " , e n I t e 0 I I t r o . s i n s u l t e 5, nil 0- ee x c l u s i v i d a d e l 5 i b n C i ! . E s s e s . I ! o o t r o 5 a l l j e t i ' l o s

s a o u s a d a s n o A l " G o r a o 'p a r a d e f i h ir S a t a , o u '

S h a ft a n , n o i d i o m a j r . a b e , p a l a v r a - - q u e - s i g n i f i c a

"0 a d v e r s a r io " . A d v e is if r i o d a h u - m a n i d a d e ,

o b v i a m e i l t e . A s s f m c O J n O n o ( r i s t i a- n is m Q ,

a f ig u r a d o D i a b o e s t i p r . e s e n t e n l f i s J i i .

T a o p _ re s e n t e , a l i a s , ' q u e d t v e r s o s 1 l 1 1 s t i C o s ,

c o m o I b n A t t a U a h e S H it iH f a h iM 's ( t o : S £ f l f l o

lO j g a r a n t t i a m q u e " q u e m 'n a o _ ac r e d i t a n o :

D 1 a b o n a o m e d i t a e m D e u s " , ~ h l$ to 'r i a : d 'e '

S a t a n a s - e d e s c r i t a n o A l c o r i i o ' e ; s ~g u 'e d e p e rt o

a n a r r a t i v a d o l i v r o db G e n e s e " n a , B l b U u .

Q u a r rd i l D e u s . cr io u A d a o , f e it o d e argila,

o rd e n o u q u e 05 a n j o s e _ g i l h i o s , f e _ it o s d e lUI

e d e f o g o , r e s p e c t i l ta m i m t e , c s e .i n c li n a s s e f n

diante-d.ele. D i ve r sG s s e ~e(usa I I I a f a z e ' - I n

i!n r a m a m a l d i ~ o a C f _ o sp o r A l a . U r n d e s s e s s e r i aI b f is , q u e e - c h a ' 1 1 l a d o ti e b U c i f e t , n a B f I J I i a ,

C f i e f i l d . e u m a l e g l a o l l e s e r e s - t r h a - t e r : i a i s , e l e

a f a s t o u - s e d e D e u s a m a l d l , o a n l l o Ada~ c o m l t

c a n s t a d o s c a p it u 1 6S 4 e ~ 4 , d o A f c o m a : " J u m

q u e m e a p o d e r a r e i d e - u m a - p a r t e d m r t e u ~

s e r v o s {Ol i h a m e n ' § ! J . E o s aes'Iiarei [ o m . t a 1 s a s

p r o m e s s a s " . C o m o b o r n V i t a o , .Ib1is a s s L i m i i J '

n u t r a i d e l lt id a d e . N a g c ia o - S h a i f a n . E l l I m

e s s e n e m a p a ss e e ~ h is t6 rt a . A Mssa_hist6ria.

supersticoes faziam

parte do cotidiano de Meta

[lOS tempos de Maome, Para con-

quistar adeptos, a nova religiao teve de

dar uma respostaas quest6es de ordem

-: sobren atura I- como as enfeiticarnentos - e

traduzir as velhas crencas pagas na forma

islamica, Para essa tarefa, Maome se valeu

do Aicoriio, chamado por ele de "refugio dos

crentes". E verdade que 0Alcoriio nao dedi-

cou nenhum capitulo especialmente ao exor-

cisrno, tratando-o de modo oblfquo. Mas os

rnuculmanos aprenderam os trechos alco-

ranicos certos para cada tipo deexorcismo

com 0 profera, que as tinha aprendido QOT

Inspiracao do arcanjo Gabriel, ou diretamen-

te de Deus, segundo a tradicao islamica.

D EM O NIO S E ]INNS: O S P O SS ES SO R E SAs possessoes, dizia 0profeta, podiam ser

obra de duas classes de esptritos: demonios

ou j i nns . A descricao que 0 Alcoriio dava pa-

ra: as dernonios era a mesma da Bibt ia: eram

anjos, criaturas feitas de luz, que teriam

decaido pela soberba, quando se recusaram

a se prostrar diante de Adao, a primeiro ho-

memo 0 chefe dos dem6nios era Satanas.ou

Shaitan. J a as j inns (palavra que no Ociden-

te foi traduzida por "genio", como na lenda

de Ali Baba) seriam, segundo a eosmologia

islamica, habit antes de urn mundo interrne-

diario, entre a material dos huma:nos e 0

imaterial dos anjos e dernonios, Alguns ge -

nics seriarn bonzinhos; outros, malvados.

Mas ambos teriarn ac::esso,sern escalas.ao

mundo humane, nos ajudando au atazanan-

do, de acordo com a sua predisposicao. Eles

tambern conseguiriarn tamar formas eorpo-

reas, ou controlar objetosinanimados, cau-

sando, porexernplo, Lncendios aoderrubar

Ia.mpadas a oleo. Segl!ll'ldo 6 exorcista Abdul

Muhsin, no d~@imento-ao auter Bilal Philips,

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as mulheres seriam mais afetadas do que oshornens por posses sao de jinns. Os genies -

nada bobos - apreciariarn a sua beleza e

manteriarn, inclusive, relacoes sexuais com

elas. Nos casas de possessao demoniaca, 0

profeta recornendava a leitura do versfculo

82 do capitulo 17 do Iivro sagrado, riro e

queda para afugentar demonios, relata phi-

lips. Porern, em casos de demonios e genies

renirentes, que se recusam a deixar 0 corpo,

a espancarnento do possesso era recornen-

dado, segundo Ibn Qayirn al-Jawziya, Ele

conta que seu mestre, Ibn Taymiya, partiu

para a agressao fisicafrenre ao descaso .de

um genic aos versos do Alcordo . Com urna

vara, bateu no pesco<;o do possesso ate seu

brace ficar cansado. Par fim, 0 genic, rnoido

de tanta pancada, concordou em ir ernbora.

Quando 0 possuido voltou a si, ficou espan- Falaq ("A Alvorada") eAn-Nass ("Os Huma-

tado com as vergoes: nao sentira as golpes. nos") - que encerrarn 0 Alcorao . Maorne

Em arabe, varias palavras sao usadas pediu ao sen gem-o, Ali, que fosse ate 0

como sinonirno de "exorcismo", A principal poco e encontrasse os cachos. Depois, pe-

delas e mqaa. Literalrnente, "a CUIa de urn diu-lhe que desatasse os nos, urn a om com

feitico". Segundo Abdul Muhsin, os sinais a concomitante recitacao das duas suratas,

de possessao mais comuns sao 0desconfor- lsso libertou 0 profeta do encantaruento.

to, a habito do possesso de se levantar e Com 0 tempo, os capltulos virararn uma das

sentar repetidas vezes 1 0 ' falar de maneira principals armas dos exorclstas.

incongruente ou IncompreensiveL Varias Hoje em dia 0 exorcisrno e visto comeeti-acoes hurnanas facilitarn 0 trabalho dos cisrno nos meios islamicos, principalmente

espiritos malevolos, como andar nu pe- ~ no ambiente cosmopol ita das grandes

la casa, nao fazer a oracao matinal, * metr6poles, como Darnasco ou Argel,

~ntl:ar no toalete.-local predileto dos . "Deve ser.reconhecido que em rnuiros

jinns mal-intencionados - sem pedir casos a on gem desses problemas e pu-protecao a Deus, jogar agua quente ou rarnente bio16gica", diz 0 psiquiatra Ali

urinar inadvertidamente num genic (0 que Muhammad Mutaawi, da Universldade doo irrita profunda me nte) e freq uentar locals Cairo. Aquilo que ja foi categorizade de pos-

de seu agrado, como 0 cume das rnontanhas sessao e hoje diagnosticado como doencas

1 0 ' aterros de lixo. Nao se deve bobear com mentais pela ciencia modern a, como.neuro-

eles, Para com bater genies e dernonios, 0 se, esquizofrenia ou outras sfndromes psiqui-

exorcists deve preencher 3 requ isitos: 1) cas. Porem, como mostra 0 aurar Bilal Philips,

Utilizar apenas palavras do pr6prioAlcori io . a rnistica do Alcor-ao esta longe de morrer,

2) Recita-las de forma inteligfvel em arabe. em pleno seculo 21. Enquanro 0mundo ain-

3) Ter ciencia de que e DeLISquem expulsa da tiver rendas dos milagre.s, se ouvira, no

os enres malignos, e 113.0 0 exorcista, meio da nolte, recitais alcoranicos como a

o case de possessio mais comum no isHi dos cornpanheiros db exoucista Abdul Muh-

e 0 de genios que agem a mando de urn sin) engalfinhados na luta contra os seres do

feiticeiro. E 0 equivalente muculmano do alern, Acredire-se.neles ou n3 .0 . €I

vodu haitiano, Urn caso nororio, diz a autordeEI Secreta deMuhammad. foi 0 do propria

profeta, enfeiticado por urn mago da cidade

de Medina. Abruxaria foi feita a partir de

cachos de cabelo de Maome, arnarrados em

nos e jogados num poco abandonado. Com

a feitico, 0 profeta passou a sofrer lapses

de memoria. No entanto, 0 anjo Gabriel

'revelou 0 sortilegio ao profeta e aproveitou

para lhe passar duas suratas curtas - A I-

Varias acoes human a sfacilitam 0 traba I ho

dos e sptrito s malevoloscom o andar nu pela casa

45

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R E L I G I O E S AFRICANAS' f*

~ A TRAVESSIA D O S O RIXAs ~o tr af ic o d e e sc ra vo s e ntr e as secu los 16 e 19 f oi determlnante pa ra a d if usa o d as re l lg ioesd e o rig em a fr ica n a. P a ra as extla do s, ela s era m seu ca nta ta co m 0 d iv in o e a te rra n ata l.

l C A R I B E N f { A S~ N a s c o lo n i a s e s p a n h o la s d e C u b a

~ e n o H a i~ 0 s i l 1 c r e t i s m o o r i g i n O I J

~a s a n t e r i a e 0 v o d u n ("i~5pill to",~ n o i d io m a f o n ). N a c r e n ~ a h a i t i a n a ,1 bo ne c os s a o mensaqeirosentre1 h o m e n s e d e us e s. M a s o s a l f f i i e f e si s ao inven~o d e f ilmes amer i tanos .

o

O R I G E M• P a v o s a f r i ( f 3 n 0 5 d e In a ls d e I P O O

e t n l a s c o m f :e )a ~ i i e s d e a li a n ~ae ! l u 'e r r a f u n d e m i l i v in d a d e sde di fereh tes f l l ! l i o e s . Dessesm e s r n o s l u g a t. e s s a i t ia m 0 5eseaves l e v a d o s . p a r a a A m e r i c a ,

Y . . ~ .M ~ . P .1 t "0

N o R io d e J a n e i r n , 0 c o n t a t o c o m

·0 e s p i f 1 t i ~ m o f O J l. 1 l o ua u m b a nd a ,

n a d e c a d a d e 1 9 2 0 . N a n o ~ a f e 1 i9 ! i iQ ,'g u i~ " e 5 p i r it i l a i .: ;jn ~ Q r p o r a d o sn o terreiro, e c n m 0 p r e t o . v e l h o

e n c a l l o c l o , t a z e m a G o m u n i c a ~ ~ oe n t r e . o s d e v o te s e o s o o x a s .

p . . I A ~ . f . Q " I J A . rA p a r t i r ~Q s e t u l o 1 9 , ,t1~vi(l.5

n e g r e ir o s f i l . e r a m c e r r a

d e J S m ll v il g ~ l1 s iiA m e t ic a .A b o ~ d o , S I ! ( L u i r a r r i p a r a

o c o n , i n e n t e 1 ~ ,5 (1 1 i l1 1 i i ;e s

d e a f r ic a i1 9 S , p f i n c ip i ll m e n t fd o s - p b v o s i o r l l b a a : banta.

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poemas cantados. Cadaconjunte de poemas, permitem fazer as previsfies, Os jejes jogam

os versfculos de I f a (ou hans de Ifri), e co- as Re~as,- que, alem dos biizios, podem ser

nhecido como odu e descreve a vida e'as nozes de deride - para a frente. Os nagos,

atd1::iaiqoes de orixas e rseus mhos. Tais para tras. Os odus, os versfculos do livro, sao

lendas e deuses sao compartilhados por relacionados a vida de quem faz a consulta

d iferentes povos africanos, inclusive inirni- se revelam na posicao em que eles caem. "No

gos, 0 reino Abomei, CIanacao jeje, que jogo de buzios, a combinacao cle3 odus

eomercializou hornens e mulheres iorubas sintetiza a vida da pessoa, dando enfase 1 . 1 . 0

comportugueses rnercadores de eseravos, passado, presente au futuro", diz Portugal

reverenciavam as inquices, deuses serne- Filho.Aqui, os pais-de-sante preservaram

lhantes, com nomes diferentes, "As.divin- apenas 0nome dos odus os orixas protago-

dades africanas representant manifestacoes nistas de cada historia, as previsoes e os ebos

da natureza, com nomes diferentes de acor- (Ob oferendas). "Os pais e maes-de-santodo com a regiao. 0 iorubaXan,go pode seT brasileiros.simplificaram a leitura dos odus,

Dvodum B a d e ou 0 inquice Zaze ..E o r a tornando rapida e simples a formacao

'pod.e ser Q.vod.u m .Sobo o.~~ inquice ~.. .'." .' dO.S sacerdotes", ~if:Regi~al?o Pra!1d~,Barnburucema", diz 0 sociologo Ar- autorde Mrto lo g r.a d os Orixas. NaAfn-

mando. Vallado, da USP. '. ea e em Cuba os babala6s- conhecidos

Em praticarnente todos os.lugares .- . como pais do segredo - ainda m e m o -

para onde vieram escravos negros, a rizarn meticulosamente cada historia.

misrura desses ritos e divindades.mistura -. Os rites-de possessao sao 0.OUJroelemen-

rarn-se com caracterfsticas regionais e to- to rirual transrnitido com 0 "livro", C0111

maram divers as formas. A'partir do ~ecul!'l algumas mudancas em eada ri to. No can-

19, surgirarn crencas.corno o.xange, em domble, os OX i x < } . s "pegarn a cabega"tie:umPernambuco, o~tt:~.mbor-de-mina, no Mara- filho-de-santo - como se diz no terreiro

nhao, eo. batuque, no Rio Grande do SuI. quando eles incorporam em urn d¢ ,y6 tO: corn

No intcio do seculo 20; 0 candombleseen- 0 dam ci a rnediunidade -, dancam aa sorn

controu 'GOm0 espiritisme frances, no Rio.

de Janeiro, e fez nascer a umbanda, Em

Cuba.alemda sanreria, onde as vestimentas

des orixas lembrani'traies ciganos e de co-

lonizadores espanhois, h a 0 palo monte eo'

palo rnayombe, faunas d.e culto aos egun-

guus (espfriros.ancestraisjde origem banto.

As creucas se desdobraram no Brasil, em

Cuba, no' Haih e em Trinidad e Tobago, maso transede pessessac das divindades e a f eno Jog!,>da adivinhacao permanecerarn co-

mo pontocomura dos ritos em cada local.

Segundo a mitologia, Wi seria dono de

todos os porquesdos acontecimentos na

vida do ser humano-'e saberia como identi-

ficar e solucionar 0s.problemas decada urn

deles, E'contam.os africarros que Ifa teria

deixado 0 dom do oraculo a todos os povos

por onde pas.sou~mudando apenas. amanei-

f , , ! , de cada.naifaomaniptilar osamuletos que

C ad a co nju nto

de poem a s descreve

a v ida e a s a tribu icoes

de orixas e seus f i lhos .

de batuques e canticos, com movimentos

que sinalizam suas qualidades, lama, por

exemplo, e a deus a dos ventes t! da s ternpes-

tades e tern pnder sobre Q m u n : d o d o s v iv o s

'e dos.rnorros. Quandqjncorperada, en rpur=

fa 0 ar com asmaos como quem quer eSPaI~-

t a r os eguns ou controlar os ventos, Nessa

vertente, QS orixas nao conversam com seus

devotes, ao tomddodQs VOdUDS do.tambor-

de-milia, que se expressam verbaimente-e

eomem cit;) l iamque.te, S'~rvido00 terreiro. Na

t1mb~l;1da,-os: o$.:as :;i,m ch . . gam a Terra.

49

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~ R E L I G I O E S AFR lCANA S' ~

Quem tornaoCOl'PO

.dos filhos-de-santosao odus em suas libretas (eadernetas),,<inota-<;6es pessoais com rnitos, interpretacoes e

prescJiq6es de saeriffcios. Os primeiros es-

cf'itos desse eipo tambem-sao do seculo 19;

e apareceram em pesquisas do padre Baudin,

de 1884, e do corone! Ellis, de 1894, rnissio-

narios europeus que levaram.a escrita a

Afr~ca ~cid~ntaJ,dando infcio a,:sco-

lari zacao do's negros e a formasao da

primeira gramatica iantha, com Usta's

de verbose substantives, 0 mais anti-

go registro brasileiro com divinizacoes

de antigos babalaos foi 0 do baiano AgenorMiranda Rocha, 0me sire Agenor, datado de

1928. 0 curioso e que, ao mesmo tempo que

guardarn informacoes para a posteridade,

quando essas coisas v a G para 0 papel, muitas

outras se perdem. "Toda a literatura sagrada

guiasespirituais, como as ancesrrais pretos-

velhos, caboclos e criancas, que visitamos

humanos para levar seus pedidos e agrade-

cimentos-aos deuses e para trazer do mundo

divino as bencaos e as alertas,

A FALA QU E M UD A E RENO VAMesilla com 0 desenvolvimento da

escrita nas civilizacaos africanas e 0

contato C O l " F J . a 1ingua de outras cultu-

ras, as religioes africanas continuararn

sem livre. Ate hojeso existern irnimeros li-

vros etnograficos - surgidos a partir do se-

culo 19 - e registros nas cadernetas dos sa-

cerdotes - que acabam servindo como

consulta para os seguidores, Em Cuba, os

babalaos cultivararn 0 habito de registrar os

~ O P A NA vida e os poderes dos orixa s, de u ses da relig ia o io ruba , sa o con t

O X A I A

E h a m a d a d e G r a n d e Orixa,e a c r l a d o r d o h n m e m ,

s en h or d o p ril 1d~i o d a

Vida , da - r.e5~ira~iioe do

a r. C .a st i g a d . o p ar E x .u p o r

n a o l h e s f e r e r e r u m a

ofe~enda, D . .e b e u r :n l li tl J

e; M bado, nao p o d e ~riar

o m u n d o . R e s t o u a e l e

e r i a r o s h u m a n o s . A i r id i f ,

e m b r i a Q a d o , m o l l e lo u

s e r e s d f s t i n t o s , d a n d n

o r i g e m a d i ' l e ~ i d a d e .

E X U

M e n s a g e i r o e n t r eo r i x a s - e h u m a n o s, f o ·t

i i 1 c u m b i d o de r e c e b e r

n u m a e n t ( l i i i l h ad a '

as p r e s e o t~ 5 d a s v 1 's i t a s

d e D ~ a la , e n q Q a l l t o l i i e

( r f a v a iI h e m e m , P li t isso,

el~.nai: l 'e~e~uta p e d j t l o 5

s e m , a t g o e m t r o ~ a . T e m

p ~ T S ,o n a 1 i d a d e v i n g a ti v a ,

Q u e 0 fe z s e f < 1 ~ 5 0 C i a u o

a n d e m f i n i o t ri sta o por

r r ! i 5 s t o n a n 0 5 ' e l J r o p ~ 1 l 5 .

X A t f G O

G o v e m a d o r d a j u s ti ~ ,f a i u rn d o s p r tm e l rn s

r e t s d i! c id a d E : d e O i o ,

q u e d om in o u p o r m u l t o

t e m p n d i v e r sa s c iI la d e s

ie r u b a n a s , G e r a l m e ] l t e ,

q u e m D tm n rpu ra u sa

u m a c o m a , d e m Q n s f i' a l) ~

s e u n o ~ r e p o st n . E o

p a t r u n u d a s r e li g ii i e s d

o r ix as n o B r a s i l e m a r i d o

de lansa, Dba e f lxum ,

d e u s a s d e n o s atricanes.

O G U M

O e u s d a gllerrH d o se am in h c s , d a t - e c n o l o g i a

edas ap.ortunidide .

de realila~iin pessual ,

D o n o J l o s e gr a~ o n o l f cr ja ,

q u ;e e n a tn~trUl11entflS

m a i s resisfe n t e 5 p ara a

a g rj c u lt u r a ~ ~ Ia n ~ a s p a l a

l ia ~ a d o ( .e s e _ g u e r re i ro s .

A l e m d a e n x .a d a ,~ 5 e U

~ in l b o l o ~ -e -a ~ s l 1 a d M U e 0,

fe l s e r J 1 g a d . o a o s c a t 6 li c o s

s a n t o A n t o n t o e s ao J o rg e .

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Em Cuba . os babalaoscultivaramo habito

de registrar os mitesem suas cadernetas.

essencial do oraculo, no Brasil. "Como a rni-

tologia ioruba e muito rica em simbolos e

signos, teria gerado lima maleabilidade de

rites", diz 0 sociologo Vallado. EmMitologia

dos Orixiis, Reginaldo Prandi compilou 301

mhos afrieanos e afro-americanos, Em cada

urn os orixas se multiplicam em varies, crian-

do uma diversidade de devocoes, cada qual

com urn repertorio espedfico de rites, cantos,

dancas, paramentos, c o re s , p re f er en c fa s ali-

rnentares, cujo sentido pode ser encontrado

nos rnitos. Essa flexibilidade que a tracti!;ao

oral viabiliza e admite , no entanto, e justa-mente a fonte da riqueza e ciaresistencia m a srellgioes de origem african a, J55.0 e a f e dosvelhos negros nos orixas e suas historias,passadas adiante de pal para filho-de-santo,

de sacerdote para disclpulo. 0

tern que ser mernorizada, E",quando se usa

a escrita, perde-se arnemoria do que rrao

esta registrado", diz Reginaldo Prandi.

Com II tempo, tanto a falta de uma versao

eserita como a transcricac de alguns mitos

para 0 papel rnudoua forma da tradicf io , Ao

longo do tempo, 0 jogo de adivinhacao Iirni-

rou-se a lin segredo de iniciacao na religiao

- a leitura dos biizios para quem ingressa no

terreiro, J a es mites se difundiram mais como

manifsstacao popular do que como parte

DOSORIXA s ~v ers tc ulo s d e Ifa. Su a o rigem h um ana os fa z Im perf eitos , com dese jos e defeitos .

o x 6 s S ID . r i x a d a s f l o r e st a s , d e

onde 51' r e t i r a 0 s u s f e n t o .N a A f r i c a , t e r i a s i d o r e i

d e K e t u ; wj" P Q P U r a ~ a o

f o i a e s t r u i d a p e l n s

i n im i g - o s j ej es . P a r i s so ,

~ o b r ~v iv e u a p e n as n e

B r a s - H , o n c i e " f ~ a d r o e j r o

des ke tus . l nca rp c rado ,

s e -g !l 1 a a r c jJ ,~ f le c h a e

[[a!l I lS c om o s e e s tiv e s ss

ca~ando : Em a lgun s m i to s

I < t m b e m e f r m a o d .e O g u m ,

I E M A N J AS e n h e r a ~ a s a q u a s ,

tern 0HI ll a 11gadoaor inN i g e r , n a M r ic < \, o n d e

t a m n e m e c e ' l e b r a d a entre

as d iVindad~ f e m i h i n a s

p r i r l l o r d i a i s , d o n a s

d o c o n h e c i m e n t o e , d o

f e - i t i ~ o . E m a e d 0 5 o r i : { a s

p or que 'a ju do ll a c n ar

~ p O vQ a r a T e t r -a : E r rr <i u a

f e s t a , a ia 2 d e fevertijro,

devOtos o f e rece rn f lo res

e p r e se n t e e a e m a r ,

O M U L US e n h o r d .a p e s ~ e ~

ranheeederdeseus5 e gr e d o s e -c u ra s . P o r

ter n u , o r : p o a s r n a rta s d av a r i o l a , u m a d e s d o e n ga s

a q l, !e os e s C r a V 0 5 f(fram

expns tc s, t ern s i n c r e l i 5 m o

c o m sa o l a za ro , c u ]o

c o r p o t a m b e m e c o b e r t o

de c h a ga s . N o s r tt o s ,

5 a ' b o d ~ 0 x a x - a r a , { e i x e

~epalha c o m c a b a q a s

q u e ~ u a r d am r e m i! o i0 5 .

D i r f g e Q V I' n t o e a s

tempestades e e t a m b e md e u sa c ia s e n s u a li d a d e

f _ e m ; n i n a . 5~u n o m e q u e r

d i z e r 'im a e nove z e ze s" e ,

segundo 0 m i t o , prectsou

f~ler u m a o f e r e !l d a 'p a ra

c o n s e g u i r t e r a ~role.Ma e b a t a l h a d o r a , vendia

. d e n d e - p a r ~ s u s t e n t a r 0 -5

f i l h o s. D u t r a I e n d a d iz q u e

t e r t a s i d o u m a p ri n lle S q n a

d da d e d e I r a , e m 1 4 5 0 <1 . (

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~ E S P I R I T I S M O B E

sa Osstidores d e

Livro dos Espiritos- < } . : ( ; ) : ·c~

S aiba com o u rn pro fesso r de cien cia s inV e stig ou a s m en sa ge ns

dos e sptritos pa ra fundar um a relig ia o na Paris do secu lo 19..Text o A r tu r Fonseca. I lu s tr a coe s RS2

Na sala principal de uma. rnansao

em Paris, urn grupo de senhores

elegantes observa e):IIsilencio a

garota de14 anos. Julie Baudin

esta sentada em frente a uma mesa redon-

da e segura um estranho 0bjeto - uma

eestacorn urn lapis encaixado na borda,

que risca letras em espiral. Cadapalavra eanalisada asentarnente por urn dos.homens.

A gMota parece nae saber por ql1e os adul-

tos olham para ela tao concentrados - vol-

ta e meia la rie faz algum eomentario

engracado. Suas rnaos, porem, desenharn

no papel frases que em pOlleos rneses Irao

fundar urna religiso: 0 espjritisnro.

Publicado pela prim,eira vez em 1857, .0

Livre dos Espirltos foi organizado em cerca

de 20 meses' pelo profe ssor frances Alla n

Kardec, quecoordenou longas reunioes earn

mediuns.fazendo l?erguntas a elese colhen-

do respostas que aereditava vir dos espiritos,

Des varies medians que conrribufram para

o livre, 3 garot_a:s se destacam. Julie e Ca-

roline Ba\idi~nd,e J: 5 e 18 amos, e Ruth, Ja-

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K a r d e c f e z 0 lia»i la s E sp it it a5 ( o m

a a ju d a d a s m e d iu n s

J ul ie e ( ar ol in e

phet, de 20,. Organizando as respostas para

501 perguntas sabre 0 Universe, Kardec

criou a doutrina e visao de mundo ·do espi-

r:itismo, fazendo dele muito mais que uma

'diversao da burguesia parisiense,

Na epoca, os fenomenos mediiinicos ser-

viam como passatempo .nos saloes de Paris,

que cornecava a ganhar ares cosmopolitas. A

partir de 1850, a cidade passou por uma

grande reforrna. Ruelas rnedievais e

casebres deram Ingar a avenidas largas

e.bulevares que convergiam no Areo

do Triunfo, sfmbolo da forca da moder-

nidade e da nova burguesia france sa.

Com novos parques; a cidade se preparava

para virar 0 seculo como a Cidade das Luzes.

Era tempo de revolucso industrial e desco-

bertas clentificas, que tornavam 0 hornem

capaz de explicar e interferir nos fenornenos

ao sell ream, Ou ern quase todos,

Pe n que no meio 'de toda-essa modernida-

de, as mesas girantes eram uma-febre que'

assclava a Paris de 195;0. Eram comuns as

reunifies em saloes culturais au rnansoes de

senhoras da sociedade, nos quais as pessoas

iarn para girar mesas apenas com 0 poder

da concentracao, "Toda a Europa tern 0 es-

pinto voltado para uma experiencia q_ue

consiste em fazer girar uma mesa", afirmou

a jornal L'nIus trat iol1 do dia 14de maio de

1853. "Ide por.aqui, ide por ali, nos grandes

saloes, nas mais humildes mansardas,

, no atelier do pintor - e vereis pessoas

••• gravernente assentadas e m torno de

•• urna mesa vazia, que elas conternplam

• a sernelhanca daqueles crentes que

passam a vida a olhar sells umbigos.' Nas

reunioes, havia poetas, intelectuais e nobres.

o poeta Victor Hugo era freqiienrador assf-

duo das reunioes e chegou a escrever que

"negar a atencao a 'que tern direito 0 espiri-

tisrnoe desviar a atencao da verdade",

"Numa noite de maio de l8SS) a reuniao

das mesas girantes aconteceu na casa de

uma senhora chamada Plainemaison .. lima

das pessoas que c0mpa. t€Ceu a reuniao foi

53

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~ E S P I R I T I S M O ~

Hippolyte V~OI1Deaizard Rivail, urn.profes:..

SOI" de ciencias de SO arras. Mais tarde, ele

COIl,t3rj3como a visita 0 deixou irnpressio-

nado. A $ mesas, segundo ele, nao ~6 giravam.

c omo batiam no chao e se mov i am "em con,

d i< ;6 es Rue nao de lxam m a r gem a qua lq uer

dtivida"; A reuniao na casa da sra. Plaine-

rnaison deixou Rivail aturdido, "Entrevi

n a qu e la s a pa re nr es furilidades, no passa tern-

po q ue fa zia m d aq ue le s f en6menos , qua lquer

coisa de serio, como que a revelacao de um a

nova lei, que tome! a mim investigar a fun-

do", e scre ve ria o professor, anos depots .

CO M E< ;AM AS SESSO ES

Rivail passou meses observando 0 fenome-

no naquela e em outras casas da cidade,

com o a dos Boudin, que tin ha rn d ua s filhas

que acreditavam ser rnediuns .O maisestar-

recedor era que as mesas pareciarn nao so

radar COmO tam bern falar, Isso rnesmo:

pareciarn indicar letras com pancadas

no ch ao e , quando interrogadas, mo-

v i am - s e para a direita ou esquerda,

tentando comunicar "sim" ou "nao".

"S e as pessoas viarn a f !momeno como

um a diversao, Rivail ia a s reunioes de me s a s

g ira nees co m o u rn cien tis ta , F azia pergl,lIltas

seria s e a no ta va a s respo sta s que obt inha" ,

diz 0medium e jornalista Jorge Rizzini. Em

abril de 1856 , . 11 rneses depots da primeira

visira a 1 . 1mB . daquelas reuni6es, a mensagern

da mesa perturbou ainda rnais aquele pro-

fessor de ciencias. Um espfrito teria escolhi-

do Rivail para reunir e pebhcar os ensina-

men ro s queele obtinha nas mesas ..Rivailnao acreditou e pediu que 0 espfrito repe-

tisse a mensagem. "Confirmo 0 que foi dito,

m a s recom e ndo d iscrica o , se quiser se sair

bern. 'Iomara mais tarde conhecimento, de

coisas que agora 0surpreendem", foi a men-

sa gem q ue e le recebeu como resposta,

Assim 0 trabaiho comecou. Tedas as ter-

cas-feiras, Rivail freqiientavaaeasa da se-

nhora Boudin. Julte/a moea de 14 anos; e

sua irma Caroline, de 16, psicografaram

quase todas ·a~questQes do Livro 4QsEsp i ri to s .

Como a idemidade das duas foi maHt i c l a em

seg red o po r rn uito s a no s, sa be-se po uco sa bre

elas, 0 que se sabee que Julie era uma m e "< i liu mp as slv a, in co ns cie nte d b q ue esc rev ia ,

someme achava divertido a s pes soas lhe

darem tanta impottancia, As r eun ioes , dir.i-

gidas pelos pais delas, nao eram secretas,

mas resrritas a poucos convidados, Para es-

crever as mensagens, Julie e Car-oline usava:m

u ln a ce sta -d e-b ico , f eita de v im e , com 15 a

20 centfmetros.de diametro eumaespecie

de bico co m um lapis naponta, "P0ndo 0

m ed ium os dedo s na borda da ces ta , 0 apa -re lh o todo se ag ita e o lapis com eca a escre-

ver", conrou Kardec em () tivro dos Mediuns,

Com o tempo, as garotas passararn a usar a

psicografia direta, mesmo metodo usado

mais tarde pelo brasileiro Chico Xavier,

Diante delas, Rivail fazia perguntas que

nos , mortals, sempre quisemos f a zer a quem

passa pela rnorte e volta para contar. A

1 1 ,4:1pergunta do L iv re d o e E s pfr .it os , por

••• example, e"Poderiamos dizer que

•• Deus e infinite?" Ea resposta: "Defi-

• n (9aO in co m ple ta , P obre za d a lin gu a-

gem des homens, insuficiente para de-

finir coisas acima de sua Imeligencial'. A

I SOn e "A alma, a pos a m o rte , conserve . S U < ' l

individualidade? Sim, nunca a perde. 0 que

seria ela se naoa ,cons ervas se?"

As respostas que Caroline e Julie psico-

grafavam eram revisras.unalisadas emuitas

vezes comparadas a outras mensagens ..Na

Riva il I a zia pe rgun ta sque mor t a l s semprequ iseram [azer a quem

passa pela m orte

fase de revisao, a medium que rnais cOllEri,

buill foi Ruth Japhet, tuna mediu m sonam-

hula que tinha mars d e 50 cadernos Gam

mensagens que psicografava a noire. Para.RiVi!JI, a xev j sao era necess~·ria, primeino,

pOl' eausa da difieuldade em, se entender a

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que os espiritos diziam, Segundo, porque,

para ele, as espiritos nao eram donos de

toda a sabedoria do Universe, "Umdos pri-

meiros resultados das minhas observacoes

'f6i que os espftitos, nao sendo.senao asal-

mas dos hornens, nao tinham nem .a sobe-

rana.sabedoria nem a soberana ciencia; que

seu saber era limitado ao grau deadianta-

rnentoe que a opiniao deles paD tinha senao

o valer de uma opiaiao pessoal", escreveu

ele em 0 Iiivro dos Mediuns . Par isso, Kardec

afirrnava que muitas rnensagens de entida-

des eram ignaradas, au par terem gracejosofensivos ou por nao faze rem sentido. Tam-

bern por e ss e m o ti ve , quanta mais med iun s

participassem da composicao do livro, me-

lhor. Segundo de, mais de 10 deles contri-

bufram na 1· edicao da obra.

Quando Rivail acabou de editar as per-

guntas..surgiu umproblerna: qual seria 0

tltulo e quem deveria assinar a obra? Como

nao se eonsiderava autor, e sim urn organi-

zador, deu 0nome 6:pvio: o L iv re d o s E s piri-

tos. 'Mas.alguem precisava assina-lo. "Rivail

consultou as espiritos e uma entidade deu a

o s u ce s s o d a s m e s a s

g jr a n te s n o s s a li i e s d e

Pans a t r a r r a m K a r de c

ele '0 nome .de Allan Kardec, porque esse

tinha side o nome que ele teve numa vidapassada; como u rn sacerdote druids." Assirn

surgiu 0 nome do pai do espiritismo,

Em 18 de abril de 1857, os primeiros

exemplares sairiarn da Tipografia de Beaq,

ern Saint-Gerrnain-en-Laye, cidade vizinha

a Paris. 0 livro rapidamente correu 0 mun-

do e criou polernica, provo cando protesros

de padres e cientistas ceticos, mas atraindo

a atencao de outros mediuns, que entraram

em contato com Kardec. 0 pai do espiritis-

rna viu que seu trabalho ainda nao estavaterminado. Eram tantas novas tevela!i0eS

que eledecidiu revisal" mais umavez e es-

tender 0 Iivro. A 2"eai~a0, definitiva, con-

tern 1 Ol9 perguntas, A ultima delas e "(;Ireino do bern podera, urn dia realizar-se na

Terra?" Parte da resposta e : '''0 bern reinarana Terra quando.entre QS esptritos que vern

habita-la, os bons predominarem sobre os

mans; enrao .eles fal'ao-t'eipa,r na Terra G

amor e a justica, que.sjio a fonte do bern e

da felicidade". Estava criado 0 liVTO e, (tern

,ele~urna nova relig'iaErpara as homens. ®

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Os profetasdaAmer ica

~ M O R M O N S ~

Conh eca a h ist6 ria por tra s do unlco livre sa grado escnto na America

E a o rigem d a s polern icas hgadas a r e l i g i a o f un da da pelo Livro de M rn n.

Texto Nina \veingri l l

Um anjo aparece para voce e diz

que sua rnissao e contar a todos

que Cristo instituiu uma reli-

giao verdadeira, e ela nao enenhuma das que voce conhece. Foi 0 que

aconteceu com Joseph Smith em 1823,

quando 0 adolescence de 14 anos rezava

numa floresta arras de casa, ria cidade de

Palmira, Nova York. 0 anjo era M oroni , e

sua rnensagem 0 ponte de partida para aelaboracao do Livre de Mo rm o n , unica - . . - - -scritura sagrada feita na America.

Segundo 0 anjo, apos a ressurrei-

r ; a o , Cristo atravessou 0 oceano rumo

a Amer i ca . Aqui, ele viveu entre po-

vas judeus que teriam ernigrado para 0

continente a partir de 600 a.C. Durante 40

dias, Ele operou milagres, curou doencas e

transrnitiu aos natives valores cristaos. Urn

dos proferas que acompanhou 0 Messias

durante esse penodo foi M 6rm on - outro

anjo, pai de M o roni - , que regisrrou a pas-sagem do Messias em placas de ouro,

Smith foi guiado pelo anjo ate as placas e

recebeu a missao de traduzi-las. Com a ajuda

de pedras magic as, que colocava no chapeu

ao trabalhar, 0 jovem levou 10 anos para

decifrar 0 rnanuscrito e publicar a primeira

versa o d o U vro d e M o rm o n , escritura que ate

hoje guia a rg~eja de Jesus Cristo dos Santos

dos Ultirncs. Dias, Os seguidores da nova

religiao, conhecidos por mo rmon s au santos,

acreditarn que sua "Biblia" seja 0 livre se-

guinte ao N o vo T e st am e n to . " O s r no rr no n s se

afirrnam como as donos da verdadeira pala-

vra de Jesus Cristo", diz John Gordon Melton,

professor de Estudos Rel igiosos da Culture

Americana da Universidade de Indiana.

Urn deralhe crucial cia devocao ao Livre

d e M o rm o n e a crenca de que apenas seus

seguidores serao salvos no JU 1Z QFlnal. Gra-cas a essa conviccao, as fieis cia nova

religiao foram perseguidos por gru-

pos evangelicos que proliferavarn na

mesma epoca e viam naquela fe urna

afronta a sua propria. Para fugir da

violsncia, Joseph Smith retirou-se de.

Nova York em busca da terra prornetida ou

"Nova Jerusalem", e rurnou para oeste.

P OUGAM IA EM NOVA JERUSALEMEm Illinois, Smith acompanhado de profe-

tas, inclusive dojovem Bringham Young, queviria a sucede-Io, fundou uma legUio chama-

da de Nauvoo. La, a reltgiac tornou urna

dimensfio barulhenta. Primeiro porque Sm i -

th instituiu a poligamia como regra em sua

comunidade. A ordem teria side dada a ele

por Deus - segundo a religiao, as revelacees

sa o feitas sempre aos profetas da dourrina,

que podem mudar mandamentos e leis den-

tro da.Igreje a qualquer memento.

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A nova, regra criou dissidencias, Revolta-

dos eles buscararn apoio do governado r , que

tinha uma rixa pessoal com 0 profeta, Smi-

th era urn homem charrnoso e carisrnatico,

com pianos de se candidatar a presidencia

dos Estados Unidos. Era melhor conte-loantes que sua carreira decolasse, e ele foi

parar no xadrez, junto com seu rrrnao. Tres

dias depots, em 27 de junho de 1844, os dois

foram mortos a tires dentro da cadeia.

A essa altu ra, a Igrej a ja tinha bases bern

esrabelecidas e Young assurniu a Iideranca

mormon. A .tragedia, porem, confirmara a

necessidade de os fieis se mudarem para urna

area isolada. Disperses em cidades do Mis-

souri, Illinois e Iowa, os convertidos fieuni-

ram rurno a Utah, estado praricarnenre alheio

ao comando dos EUA. L a , construfrarn urn

temple, onde hoje esta Salt Lake City.

A t e hoje, a cidade e a sede da religiao e

base de treinamento dos rnissionanos, res-

ponsaveis por levar a palavra do Livrode

M6rmon a todos os cantos do mundo. Urn

sistema que s o tern dado certo. Hoje existern

12, milhoes de morrnons e eles continuam

crescendo. " 1 3 possfvel que daqui a 40 anoso mundo tenha cerca de 50 milhdes deles",

afirma Rodney Stark, professor desociologia

da Urrixersidade de Baylor; 110 Texas. ®

A h lm d a p o l e m tc a d a p o l 1 g a m i a , q u e l e v o u 0

f u n d a d o r d a r e l f g f a o it m o r t e e f o i e x t i n t a e n t t e

o s r n o rm o n s em 1 8 · 9 0 , n u tr a s r e q r a s d a r e l i g i a oc a U S ilm - o u c a us a V i \m - c o n tr o v e r s ia s , c o m o

a p r o j b i~ a o d a - e n t r a d a d e n e q r u s n o s t e m p lo s .

E - s s a f o i e x t i n t a e m 1 9 7 8 , l I O r o r d e m d e u m a

t e v e l a t a o , e f e ; a u m e n t a r a s .c o nv e rs d e s e m

p a i s e s d e grande p o p i j l a ~ a o n e ·g r a , c o m o

o B r a s i l . 0 i n c e n t i v .o a n s e x o a p a s

o { as ' a m e n t 01

c o m f i n s n ~ p " r o d u t i V " o s ,

e m a i s u m ' f ,a t 6 r lm p o r ta n t e p a r a

o c r e sc im e n t o d o n u m m e r u de M is .

I A n a ta li d a d e e n t r e us m o r m o n s

a m e r i c a n o s e 5 0 % m a i e r que a

m e d i a d o . r e s i o d a p o p u la ~ a o .E , q u a n m i n a is t 1 l h o s ; 1 n a i s f ie is

n o f u t u r o . A b u s ca p o r n o v o s

s e g u id o r e s v a i a t e 0 a l i l m . " T o d a s

a s p e s s e a s t e J T I 0 d i r e l f o d e e s c o lh e r

t a l e r p a r t e ' d a Igrll:ja", d i t N e i G i m i a ,

do l ) e p _ i i l t a l T l e n t o de A ' s s u n t o 5 P u M ic o s

d a s e d e d a Igrffja n o B r a s il . P o r l s so , r e r t a

, d e 200 milhoesde p e s s o a s m e r t a s j~f o r a m

l i a t i z a d ( l s , p a r a q u e p s s s a m o p t a r p e la

c o h v e r s a o n a - ' l O r a d o J u i z o f i n a l . E n t r e e l 'e s ,

e - s t a o B u l l a , tOd05 o s p a p a s e E l v i s P r e s le y .

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~ NOVaS TEMPOS f*

o gurudosn ovas tem pos

- -c ,~ . : 18 : .(>-

Conheca O sh a. a ind iana funclador de urn mov imen t o

e sp iritu a l com todas as caracteristicas de UIDa nova re lig ia o ~

inclu siv e u m a obra escrita com m ais de 600 vo lumes .Text)\ ' Bia ;nca Nunes

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No fim dos anos 50, urn professor orientals, que segundo ele nao surtern efeitode filosofia chamava a rencao na no homem moderno e num mundo extrema-

Universidade de Jabalpur, na mente consumista e dinamico, Seria precise

India. As aulas do barbudo de algo rnais agressivo para nos tirar do estado

gorro e oculos escuros, sempre loradas, "vicioso" em que estamos. Para isso, Osha

eram as (micas em que homens e J:11'llheres desenvolveu tecnicas, como a meditacao

podiarn sentar-se juntos e debater livremen- dinarnica, e reformulou outras, "0 objetivo

te - apenas mais UJDadas controversias do e a libertacao do ser humano por praticas

homem que se: definiu como "urn mistico diversas das quais Osha se apropriou, de

espiritualrnenteincorreto". Chandra Mohan tradicoes religiosas como 0 zen-budismo, 0

Jain, Oll sirnplesmente Osho, causava pole- tantrisrno e 0 sufismo'', diz Usarski.

mica principalrnente com seus ataques as Segundo a aurobiografia de Osho, suareligioes tradicionais. Pregando a busca da trajetoria espiritual cornecou de maneira

liberdade atraves da meditacao, ele conquis- semelhante a de antigos profetas, aos 21

tou uma ge.ra~ao de pes.seas que bus-® anos, com lima revelacao, Ete ton.ta quecava a espiritualidade sem ter de se numa noire de marco de 1953 foi acor-

comprometer com antigas crencas, ....... dado por uma energia forte em seu

Mas 0 nrovimento que ele criou assu- quarto, correu para 0 jardim onde

miu todos os contornos de uma nova meditava e viu tudo iluminado, Ficou3

religia«, como a busca pelo divino,.seguido- horas ernesuado contemplative - "chapa-

res, rituals, dourrinas e ate mesmoescritu- dao", como definiu-e 7 dias sem falar.

ras - mais de 600 Iivros qne S 3 _ O best sellers "Dias sepassavarn e eu nao sentia fame, nao

internacionais, traduzidos em 5S idiomas. sentia sede, Desde aquela noite, nunca mais

"Nao existe homem mais cabeca-duraque estive 'em meu corpo." A luz trouxe a per-

o papa, o-Polaco", disse sebre Joao Paulo 20- cepcao. de que nao ha nad a a ser obtido, pois

durante umaentrevista de 1985, publicada a ser hurrrano ja e perfeito.em 6 volumes no livre O- ( rl ti m o T e s tam e n t o .

o Polaco, como sempl'e chamava 0 entao

chefe da rgreja Catolica, era um dos alvos

favor iuos de Osho: "0 mundo es ta superpo-

voado e ele continua pregando contra 0 con-

tro1e de' natalidade, a pilula e o aborto", Seus

liv):,os, editados a partir de palestras e entre-

vistas, oferecem novas interpretacoes de 11-

vros sagrados, lideres religiosos e sistemasJ;)0Htico,S. 0 cbjetivo era discutir a . importan-

cia cia Iiberdade, do auto conhecimento eda

r.e]ac;ao do homern com ele rnesmo e com 0

planeta -a busca por urn novohomern,

"A abordagern, de Osho traz elementos

religiosos, especialmente no.sentido de que

o ser humane tern a capacidade de se ilu~ni-

uar e po de desenvolver seu potencial ineren-

te" explic'rO professerdejeclogia da PUC-SP

Prank Vsa1iS~t?si>e p,otencial seria desen-

v01vtd~p;el'3 meditaga'%- mas nao coni os

metoMs desenv0Iv::ici0s ba sec;ulos pelos

D A FtLO SO FIA A RELIGIAO

Formado em filosofia, Osho passou a dar

aulas e a reunir nas universidades seuspri-

meiros dlsclpules. A quaritidade de pessoas

que ° buscavam era tao grande que em 1962

ele abriu urn centro de meditacao e comec;ot1

a fazer inumeras viagens para palestras ao

redorda india. Em 1964, suas palavras fo-ram publicadas.pela primeira vez em Iivro,

sob a titulo 0 C am i n h a P e rfe it o. Foi a primei-

ra das rnuiras obras 'que fizeram 0 sueesso

do movimento. Dois anos depois, Osha aban-

donaria 'sua atividade academica para dedi-

car-se ~xclusiv<ilJlente.a voca9ao de guru e

passou a organizar acampamentos de medi-

tac;ao na_zona rura] do pais.

Nos .anos 70, Osho ja tinha uma pequena

giultidao de seguidores e 0 P119\7inie~lIJQ eo-

m e co u a -g an ha r a s feit5es de uma religHio.

Em 1970, num cam_PQde meeitag8.o. ele fez

5 .9

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~ NOVOS TEMPOS ~

a iniciacao formal do primeiro de seus dis-

dpulos - ou neosanias, Em 1971, ele mesmo

mudaria seu nome para Bhagwan Shree

Rajneesh=- ou "Rajneesh, 0 senhor abenco-

ado", em sanscrito - deixando clara sua Ii -

gacao divina, a s neosanias adotaram rituais

como vestir roupas vermelho-alaranjadas,

urn colar de 109 contas e urn medalhao com

a imagem do lider. Alern disso, cada novo

discipulo era rebatizado pelo mestre para

caracterizar a adesao. Afinal, Osha e seus

seguidores mudaram-se para uma comuni-

dade no parque Koregaon, em Puna, India,

que se tornou urn resort de meditacao, Se-

gundo Usarski, mais urna caracterfsrica de

urn movimento religiose. "Religices inte-

gram socialmente, ja que mernbros de lima

comunidade religiosa compartilham a mes-

rna cosmovisao, tern valores comuns e pra-

ticam sua fe em grupo."

Em Puna, Osha aplicava rnetodos tera-

peuticos em workshops e dava palestras

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diariarnente. De rnanha, .comentava as en- foram hipotecados para comprarrnosmate-sinamentos de tradicoes religiosas, como 0 rial de construcao." Seu liberalismo em re-

bud i smo , 0 sufisrno e 0 cristianismo. A tarde, l aC ;ao ao sexo (vejaao Zado) tambem criou

respondia perguntas sobre temas.como.amor, repiidio. Ainda havia uma agravante: "N6s

chime e rneditacao, Num mes, falava em andavamos de vermelho. E naquela ~p0ca

hindi, no outro, ern ingles, Cada serie de 10 verrnelho era coisa de cornunista", diz Raci-

elias foi publicada em forma de livro, com- Iy. Rajneeshpuram comecou a sofrer hoi-

pondo mais de 240 obras em 7 anos. Na® cotes da comunidade local. Alvaeas

e.poca, Osho ja tinha cerca de 400 li - foram negados e 0 vista d.e residente

vros publicados, somando urn volume .",... de Osho foi negado. Em 1985, aeusado

de texto maior que a da Btblia au do de violara lei de imigracao, passou 6

Alcarao . Em 1976, 0 compJexo de Puna elias preso e fQ i Iibertado sob fianca de

ganhou urn ediffcio dedicado exclusivamen- US$ 400 mil e a promessa de deixar 0 pais.

te a producao editorial do guru. Os livros Pessoalrnente, a temporada americana

levavam a palavra de Osho para 0 mundo foi ruim para Osho, que em seguida teve

inteiro e atraiam cada vez mais genrepara visto negado em 21 paises e foi obrigado a

conhecer de perto seu movimento. No fim voltar a India. A perseguicao, no entante,

dos anos 70, 0 centro recebia cerca de 100 teve muita repercussao na midia. 0que, de

mil pessoas por ano. E cad a vez mais ociden- forma contemporanea, teve urn efeitoseme-

tais eram conquistados peJa ideia de rerum- lhante a s perseguicfies sofridas por wrofetas

ciar as repress6es impostas par religioes, da Antiguidade, como.Moises, Jesus e Mao-

educacao, governos e outras tradicoes, sem me, ajudando a fortalecer a adesao dos fieis

ter de abrir mao do mundo material. ao rnovimento e a populariza-lo entre os

dernais. Antes de morrer, em ·1990,0 gurumudaria de nome uma u l t ima vez, para 0

definitive Osho - sinonimo de "oceanico'',

Alias, a placa sobre suas cinzas diz que ele

"nunca nasceu, nunca morreu. Apenas 11a-

bitou este planeta Terra entre 1931 e 1990".

Sua palavra, Gam certeza, esta bastante viva.

Segundo Klaus Steege, presidente da Osho

International em Nova York, ainda h < l pales-

A CO NQU ISTA D A AM ERICAo interesse de estrangeiros fez 0 movimen-

to buscar uma base fora da india e em 1981

Osho e seus seguidores mais proximos mu-

daram-se para urn terrene 150 vezes rnaior

que 0 Parque do Ibirapuera, no deserto de

Oregon, FlOS EUA, dando urn passe impor-

tantepara inrernacionalizar 0 movimento.

"Querfarnos construir um lugar para viver-

mos 0 novo homem. Urn centro terapeutico,

urn resort, uma comunidade, urn clube de

meditacao enorme", conta A. Racily, brasi-leira membra da Osho International, que

morou com 0 guru em Rajneeshpuram, co-

mo foi chamada a . comunidade,

Por nao condenar a riqueza, 0 rnovirnen-

t ( , ) atraiu a atenr;:ao de rnilionarios. E come-

cararn as polemicas que marcariam aquela

ternporada, Osha fieou famoso por sua cole-

- ; 0 3 0 de 93 Rolls-Royces. Segundo.Racily, os

earrcs foram doados pot discipulos ricos

P<! I a ajud a t a construira cid ade . "S em bens,

nao PQd i amos pega r emprestimss, Os carros

No f im dos anos 70,

o cen tro de medi tacaode O sh o recebia 100 m il

pesso a s po r a no .

tra~'nao rraduzidas do, hindi para 0 ingles,

- 0 que sigriifica gut? mais 1 i \1 1 : 0 5 S e r aQ pu-

blicados. E como era de esperar de urn guru

moderno, os liV[0S nao sao mais 0 principal

"tefCulo da palavra de Osho. "0 grande pro-

jete agora sao osdvds com tecnicas de ID'e-

ditacao e os livros ccm cds.' ®

~ -,

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~ NOVOS TEMPOS f M

o poder da m en te- c ~ . : 0 :.()-

. I C~encia,p:i~ologia e ~i ta~~s d~ ficcao cientlf ica s~o os .lq gre dle nte s ba sICO Sd e Dianetic»; l ivre fundador da cientologia ,

Text o N i na Weingrill• I lu s tr a cao L i li an Laszlo

oce ja deve ter ouvido falar da 0 livre logo entrou na lista de best sellers

cientologia, religiao de Tom Crui- do jornal The New York Times e aeumula 20se, John Travolta e outras cele- mllhoes de capias vendidas desde 0 l anca-

bridades de Hollywood. Nascida menta. Famose, Hubbard cornecou uma

em 1954, nos EUA, ela.promete acabar com luta contra.a psicologia eo uso de remedies

as problemas do mundo ajudando as pesso- para doencas mentais que, na sua opirriao,

as a se Iivrarem. de seus traumas. A doutri- eram psicossornaticas. AAssociacao Ameri-

na tern influencias de outras religioes, como cana de Psicologia reagin afirmando que 0

o hind uismo e 0 budismo, e de ciencias livro nfto tinha fundamento cientffico, ° quehumanas, comoa psicologia . .M<:lS 0 livro derrubou as vendas. Hubbard realizou mais

que fundou toda essa historia foi uma obra urn ajuste de trajetoria, e fez. da Dianetica 0

de auto-ajuda chamada Dianetica - A Cien - livro-guia da cientologia, religiao.da qual

dj1Moderna da Saude Mental. seria profeta e fundador."

o misto de filosofia com psicologia nas- Em 1954 ele comecou a peregrinar parceu dacabeca de Lafayette Ronald Hubbard, universidades ecentros comunitarios, mi-

urn escritor de ficcao com centenas.de !ivros nistrando palestras sobre a nova doutrina e

publicados nos an os 30 e 40. Apesar de ser reunindo seus primeiros seguidores. 0 rno-

um autor razoavelmente conhecido, espe- vimento logo abriria igrejas na Inglaterra,

cialmente por seus tttulos de fic<;ao cienti- Australiae naNova Zelandia - alem dos

fica, 'Hubbard nao tinha retorno financeiro EUA. Para os seguidores se tornarem "lim-

com. seus livros, que custa.vam-apena. s+ pos'', devem seguir as tera.pias, ate.,hojealguns centavos. Entao, depois de 0principal ritual da cientologia, que as

servir como ofieial da Marinha arne- oferece na forma de cursos pagos. E

ricana na 2" Guerra Mundial, ele de- bern pagos: custam entre US~ 750 e

cidiu esereverum livre diferente de US$ 8 mil, Dependendo dos problemas

tudo que tmha feiro ate ° momenta, que tern, 0 fiel pode dernorar para chegar itDianetica chega as livrariasem 1950 com ilumlnacao, ou nao alcanca-la nunca.

a teoria central de que a fonte das doencas Aqueles que chegarern Ia, todos os segre-

mentais e ffsicas sao cicatrizes chamadas de dos da Igreja serao revelados - inclusive sua

"engramas". Elas se fixam no subconsciente teoria da criacao do homem, "Hubbard

das pessoas, a ('mente reativa", e viram obs- achou que seria.irnportante ter uma historia

taeulos para uma vida plena. Para se livrar de come tudo comecon, assim como aCOD-

desses traumas e aproveitar ],00% da sua tece em outras religi5es", afrrma Stephen

capacidade, as pessoas devem passar por Kent, professgrd~so~iologia da Universida-

audicees, especi"e de terapia regressiva, para de, de Alberta, nn Canada. A stmsa<;:ao de

se tornarem "limpas" - seres llnrainados. que a'lg~ na v:idaesta errado e precisa ser

v

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consertado e 0 que move toda religiao, e na

de Hubbard isso nao poderia faltar,

Durante decadas, 0mito da cria<;ao foi

rnantido em segredo, sendo revel ado apenas

aos fieis rnais graduados, S6 que alguns deles

resolveram falar, eo mite se tornou publico

em 1995. Hi 75 rnilhoes de anos, varies

planetas 56 reuniram numa "confederacao

das galaxies", governada por urn lider do mal

chamado Xenu. Como as planetas estavam

com problemas de snperpopulacao.Xenu

mandou bilhoes de seus habitantes para aTerra, onde foram mortos com bombas de

hidrogenio, Seus espiritos - charnados de

"thetans" - continuaram por aqui, reencar-

nando justarnente em nos , seres humanos.

A c ien to lo g ia p rom e te

as pessoas rem over

bloq ueios e rea lizer u rn

potencia l desconhccido

Ahisteria incrivel, digna da carreira de

ficcao cientifica de Hubbard, n,ao atrapa-

1ho11a difusao da religiao, que desde 0prin-

cipia busoou HSs entre as celebridades, gIJ-e

a colocam nas manchetes dos tabloides.

Dina de suas estrategias pioneiras de 'pro-

rnocao fbi 0 Projeto Celebridade, lancado

em 1~55 para estirnular a adesao de farno-

sos do cinema) do esporte e da politica .com

descontos no prer;o clos cursos, Urna vez

cooptadas, as celebridades tornavam-sedivulgadores espontaneos da Igreja, como

e Tgr t. l Cruise: hoje em dia.

A tatica tern dado bastante certo, ajulgar

pelo rneie milhso de adeptos que a religiao

conrabfliza e m 156 pafses, inclusive a Brasil,

Mas, para Kent, esse nao e 0principal apelo \

da mligiao. ''A formula do slices so deles.ea

ageq,u'ar;aoa necessidadede cada u r n . Acien-

nQ10gia promete a s pesseas remover seus

bloqueios e realizar urn p0tehcial queelas

, l ! J . a o oonhecem. S e isso funeiona por causa da

religiao au nao e urn longo debate"; diz.0

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~ NOVOS TEMPOS ~

Sagradosextraterrestres

N ova s crenca s e escrltu ra s re lig io sa s su rg ira m no secu lo 20.

Em a lg um a s d ela s, o s a njos tra dicio na lm en tc associados

a revelacao fo r am subsriru idos por ex tr a te rr e st re s .Text o M i che ll e V e ron es e

"p arai 0 mais breve posstvel com as tauro, extraterrestre preocupado com 0

experiencias belicas ou ireis pre;- destinoda humanidade, Em sua "revels-

J senciar terdveis. sofr irne ntos", 0 ; ; : 3 0 " , e'le pede queo-jcvern divulgue suas

~ anuucia urn ser alto, loiro e_ rnensagens de paz e amor pela terra,

vestido com urn uniforme de astro- 9 Oencontl'O parece obra de ficcao

naut.a. ~.mensagem e transmitida ao ~~ cienrifica, mas esta no livre OJovem

brasileiro Paulo Fernandes, uma das q ue se Encon t rava com Extraierres tres ,

pessoas que dizern ter recebido a pa- de 1972. Antes dele, pelo menos 011-lavra do comandante Ashtar Sheran, tras duas pessoas, urn Ingles e um ale-

extraterrestre da constelacao de Alfa Cen- mao, publicaram livres sobre urn contato

sagrado com 0 Comanclante Ashtar, como

e conhecido, e suas recomendacoes para a

salvacao, E ainda existem dezenas de ou-

tras obrassobre centaros sagrados entre

hurnanos e habitantes de outros mundos,

Esses livros s a o a base de nevas religioes

em que ETs sao objeto de culto,

Os seguidores dessas correntes acredi-

tam que habitantes de outros planetas sao

os criadores da rac;:ahumana ou espiritosmais'evolufdosencarregados de nos orien-

tar espiritualmente - crenca sugerida in -

clusive p clo Liv ro iio s E s p( rito s, publicado

por Allan Kardec ainda no seculo 19. Des-

de entao, esses seres visitam a Tetra e se

comunicam corn algun-s PQUCOS escolhidos

para proteger e ajudar a :"lUmali1idflde,rnais

ou menos como anjos e deuses de outras

reHgiOes. A rnaioria, das pessoas que encon-

tram esses p t " m J ) .tas f U l 'l . . c l a seitas.

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Esse tipo de crenya cornecou a surgir no

fim da dec ada de 1940, com 0mundo mer-

gulhado Bas paranoias da Guerra Fria e na

con ida espacial. Naquela epoca surgiram

os primeiros relates de ovnis, logo associa-

dosa discos voadores pilotados pOI' extra-

terrestres, E nesse clima que surgem os"contatados": hornens e mulheres que re-

cebern revelacces deETs e sao encarrega-

dos de divulgar sua palavra, Tal como Bu-

da, Moises e Jesus, os contatados virararn

os profetas da era espacial, com crencas

semelhantes a s de outras reljgioes, A dife-

renca e que suas figuras ,sagradas s · a o ver-

des ou .usam roupas de astronauta,

I-foje basta navegar na Internetpara

eneentrar centenas de cultos a extraterres-

tres espalhados pelo mundo. E verdade Que

essa mistura de religiaill e ufologia airidacausa estranheza, especialments depots

que os integrantes de um desses gTUpOS, 0

Heaven's Gate, cometeram suicidio coletivo

noestado arriericano da California, nos

aH'qs 90. Mas para o cientista da religiao

AlblMto MOT e ira, da Universidade Federal

de Juiz de Fora, esses grupos fazern suces-

so por causa.de uma necessidade bem ter-

rena. {'As,pessoas l@m necessidade de en-

cantameuto .eJascini9 'para viver, E algumas

buscam Isse alem de-horizonte." 0

M O V I M f N T O R A E L I A N O8edfa~o n o Eanadt e ss e g ro up o a t r a i

s i ~ p a l i z a n t e s no I l l - u n d o i n t e i r o e o m . a i d e i a

d e q u e 05 s e re s h um a n o s t o r a m e r la d e s p o r

m a n i p J t l a ~ a o g e n e t ' i c ~ a - i l l l a g em e 5 ~ _ m e l n a n ~ a

de s ewhim ( " i l q i J e l e s qu e v i e r ~ m d o cau",

e r n h e b r -a ie o ) . 0 .5 r a e l i a n a s consideramo

e x -j o r n a l i s t a l r a n . ~ @ 5 R a ~ s e u l Idsr e p r e t e t aO····..··..····..·hO: --., - ~••• .,._~••.•••••

e , a g l l a r d a m o r e to r n a t l o s E J s , p r e v i s t o p a r a

O S S "c . o n to r m e d jz o , l i v rQ A me l l sogem

T ransm i t/ do pe lo~ f x t(Q te f (f s t re s .

~ FE N O OUTRO MUNDO ~Ve ja a lg um a s l l v r o s q ue cu ltu am E T s .

1))2 A S H T A R ' S H E R A N

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~ EPfLO G O 9i

Cron olog ia dos livrosA qu i estao o rga n iza dos os principais liv ro s s ag ra do s cira do s n as re po rta ge ns ,segundo a epoca em q ue su rg ira rn , de a co rdo com os estud io sos da a r e a .

tE l HINDUS lie

G URU G RANT SAHm

S i k h i s m a

1469 a 1708

G RAND E TESO URO

DAS ESCRI TURAS

B u d ; s m 0 c h i n e s

9 8 3

B u d i s m o t e r a v a d a50 0 a 10 0 a . c .

TA1TVARTHA SUTRA

l a i n i s m o

200 a . I.

C o n f u c i o n i s m o5 0 0 a 2 0 0 a .c .

I u d a i s m n

5 0 0 a .c .

~ ABRA ANICO S [! E

· 1 0 . 0 . 0 . C o n f u r . i o n i s m o

5 5 1 a 4 7 9 a . c .

2 0 . 0 . 0 .

S U T R A S M A H A Y A N A S

L lVRO D E M ORM ON

Mormons1830

1 5 0 . 0 .

1000.

Cristianismo

50 a 40 0

l s l a m i s m o

6 1 0 a 6 3 3

NOVO TES fAMENTO

5 0 . 0

B u d i s m o mahayana

1 0 0 a . c .

o

Hinduismo

8 00 a 50 0 a .c.