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Ensina a intalar diversos tipos de fossas.

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  • Ebook de Saneamento Ecolgico

    A problemtica do Saneamento,

    solu es, conceitos e tcnicas.

    ecosanS a n e a m e n t o E c o l g i c o

  • 2

    Este ebook faz parte do curso de Saneamento Ecolgico, que visa utilizar as tcnicas de saneamento ecologico como instrumento didtico e prtico para a conservao e melhoria da qualidade das guas. A partir da necessidade de tratar o esgoto e economia de gua, iremos abordar um conjunto de tcnicas que podem contribuir para o embasamento da prtica de ecosaneamento.

    A apostila tem como objetivo mostrar aos alunos a problemtica do saneamen-to ambiental no planeta e na sociedade em geral bem como nas comunidades rurais. Em seguida abordaremos alguns conceitos e algumas solues simples e prticas de serem implementadas por qualquer pessoa.

    Dessa maneira, esperamos que com essa vivncia todos possam implementar com segurana alguma tcnica de saneamento ecolgico que possa ser til na soluo dos desaos do saneamento em nossa residncia e que ao mesmo tempo possamos ser mais um contribuindo com a limpeza da gua e da terra.

    Apresentao

    Paulo H. De Lucca

    Permacultor e Engenheiro Ambiental

    [email protected]

    www.escoladaunidade.orgwww.ecosan.ga

  • 3

    Sumrio

    1 O saneamento no mundo..........................................................................4

    2 Solues e Saneamento Ecolgico .........................................................5

    3 Tratando as fezes.......................................................................................6

    3.1.1 Tratamento a Seco

    3.1.3 Banheiro Seco Cmara Dupla................. ...........................................7

    3.2 Tratamento de Esgoto............................................................................8

    3.2.1 Conceitos............................................................................................9

    3.2.2 Fossa Sptica Econmica ..................................................................9

    3.2.3 Tevap..................................................................................................11

    4-Tratamento de gua Cinza .........................................................................12

    4.1 Conceitos..............................................................................................12

    4.2 BioFiltros...............................................................................................14

    4.3 Leitos Cultivados ..................................................................................16

    5-Aproveitando a gua de Chuva...................................................................18

    5.1 Captao de gua de chuva...................................................................19

    6 Compostagem.............................................................................................21

  • 4

    1 O Saneamento no Mundo

    Ao longo de todos os dias de nossa vida estamos gerando algum tipo de resduo ou efluente que

    vai diretamente para natureza ou passa por algum processo de tratamento. Seja pela pia, lavan-

    do nossas roupas, levando nossas fezes, nosso lixo ou at mesmo a gua da chuva que passa

    por nossa casa. Todos esses processos geram algum tipo de poluente, que se enviado para

    natureza in natura, pode causar srios danos as comunidades de vida, sejam elas vegetais,

    animais ou humanas.

    O esgoto pode ser tido como um exemplo mais catastrfico de todos os poluentes que diaria-

    mente estamos enviando para algum local, em geral no lenol fretico, crregos, rios e mares

    ou seja na gua. No nosso meio comum, a privada o mecanismo mais utilizado para fazermos

    nossas necessidades, apesar de milhes de pessoas, como no continente Asitico, no Brasil e

    outros pases com elevados ndices de pobreza no ter sequer privada ou qualquer outro tipo de

    alternativa. Toda essa situao, de utilizao da gua para levar nosso esgoto e outros

    poluentes e a falta de gua, leva a uma situao crtica, muito pouco abordada na mdia: A mor-

    tandade de milhares de pessoas diariamente. Cerca de 5 mil pessoas morrem diariamente

    por conta de alguma doena de veiculao hdrica. Em locais cujo saneamento adequado no

    existe 70% do leito hospitalar ocupado por doenas cuja origem proveniente da gua ingeri-

    da com algum vestgio de esgoto. Em resumo, diariamente o homem mata o seu seme-

    lhante, pelo descaso, descompromisso e falta de informao e alternativas para

    tratamento de seus dejetos.

    Ciclo do Saneamento Convencional

    Adubos qumicos

    Agricultura (Nosso Alimento)

    Fezes

    Fossas Negras, Rios, Lenis

    Freticos

    Captao de gua contaminada

    para consumo

    Doenas

    Os modernos

    sistemas sanitrios

    utilizados hoje so

    baseados no equvo-

    co de que os excre-

    mentos humanos so

    apenas materiais

    sem nenhuma utili-

    dade e que devem

    ser descartados.

  • 5

    2 Solues e Saneamento Ecolgico

    Investir em saneamento a nica forma de se reverter o quadro existente. Dados

    divulgados pelo Ministrio da Sade afirmam que para cada R$1,00 (hum real)

    investido no setor de saneamento, economiza-se R$ 4,00 (quatro reais) na rea de

    medicina curativa. A partir de dados como esse, vemos como o mau planejamento

    do dinheiro pblico e a carncia na informao, so sem dvida a causa da

    pobreza e da mortandade, que pode ser evitada.

    O Saneamento Ecolgico, passa pela contribuio na construo de um mundo

    em que o homem aprenda a conviver com seu hbitat numa relao harmnica e

    equilibrada, que permita garantir alimentos saudveis e que permita a todos serem

    corresponsveis por todo dejeto que gera. Assim, beber gua pura e contribuir

    para que todos possam beber. Busca e disseminao de solues criativas para

    atender as necessidades bsicas de saneamento de todo e qualquer ser humano.

    A ideia por trs do saneamento ecolgico (ecosan) a de que os problemas de

    saneamento poderiam ser resolvidos

    de forma mais sustentvel e eficien-

    te se os recursos contidos nos

    excrementos e guas residuais

    domsticas fossem recuperados e

    reutilizados ao invs de lanados no

    meio ambiente.

    Os sistemas de saneamento ecolgi-

    co permitem recuperao completa

    dos nutrientes das guas residuais

    domsticas e sua aplicao na agri-

    cultura. Desta forma, contribuem

    com a fertilidade dos solos, minimi-

    zando a poluio e o consumo de

    recursos hdricos.

    Agricultura com adubos naturais

    Alimentao Saudvel

    Tratamento e reaproveitamento dos dejetos

    Agricultura

    Ciclo do Saneamento Ecolgico

  • 6

    3 Tratando as Fezes

    Existem diversas maneiras de tratarmos as nossas fezes, desde tcnicas que

    utilizam o tratamento do conjunto gua+fezes=esgoto e tcnicas que utilizam a

    compostagem para o tratamento a seco das fezes. Aps vrios anos de pesquisa

    e prtica, o processo mais recomendado para o tratamento de fezes via

    compostagem, tanto pela sua eficcia e por acreditar que a gua, por ser o nos-

    so recurso mais precioso, no deve ser contaminado com o resduo diretamente

    humano mais poluente, as fezes. Cerca de 1/3 do peso de nossas fezes com-

    posto por micro organismos vivos, muitas deles so prejudiciais quando ingeridas

    e causam uma srie de doenas. Em contato com a gua essas bactrias tem

    mais facilidade se propagarem devido as favorveis condies ambientais. Esta

    gua em contato com o homem que precisa se hidratar constantemente, pode

    vir carregada de patgenos prontos para infecta-lo. Existem tcnicas de trata-

    mento que fazem com que esses microorganismos sejam eliminadas (do esgoto

    ou do composto), como veremos a seguir.

    3.1.1 Tratamento a Seco

    As metodologias de tratamento a seco das fezes recebem diversos nomes e

    possuem uma diversidade grande de tcnicas. O principal objetivo desse tipo de

    tratamento recolher as fezes e cobri-las com serragem ou cascas secas pica-

    das em local fechado e impermevel de forma que elas possam permanecer em

    repouso tempo suficiente para que possa sobre o processo de compostagem. A

    compostagem um processo onde atuam diversos micro organismos que de-

    sempenham a funo de digesto da matria orgnica.

    Ao digerir a matria orgnica esse micro organismos provocam o aumento da

    temperatura em todo material matando assim os micro organismos indesejveis.

    Aps o processo de compostagem completo o material se

    transforma em um rico adubo e pode ser utilizado para can-

    teiros, arvores, frutas sem nenhum risco de contaminao

    dos alimentos.

  • 7

    3.2 Banheiro Seco

    O banheiro seco pode ser construdo a partir da con-

    feco de cmaras feitas de alvenaria, toneis de me-

    tal, toneis de plsticos ou qualquer outro material

    que esteja disponvel no local de construo. O im-

    portante que a alternativa escolhida permita que o

    material fezes+serragem possa ficar isolado e fora

    de contato com o solo. interessante que a cmara,

    aps preenchida seja colocada ou j esteja a pleno

    sol por 6 a 8 meses. Aps esse perodo j teremos

    um adubo rico pronto para ser usado.

    Alguns banheiros tambm possuem

    compartimento que separam a urina, que

    um adubo liquido riqussimo que pode

    ser diludo e utilizado na agricultura .

    Quantidade de excretas por ano

    Urina: 500 litros

    Fezes: 100-150 Kilos

    Nutrientes da Urina: N 3.5 mg/l P 1.7 mg/l K 1.6 mg/l

    3.2 Banheiro Seco Cmara Dupla

    Utilizaremos como exemplo prtico o Banheiro Seco de cmara dupla. Tal modelo consiste

    na construo de 2 cmaras que recolham as fezes em perodos diferentes. Geralmente se

    utiliza uma das cmaras por 6 meses enquanto a outra passa pelo processo de composta-

    gem. Nesse modelo instala-se uma chamin que coleta os gases e odores e leva para fora.

    importante que as cmaras fiquem voltadas para o lado que recebe mais sol ao longo do dia

    (Norte) . interessante que tenham tampas metlicas pintadas de pretas para esquentar.

  • 8

    Parte Interna do Banheiro Na parte interna do banheiro podemos construir os assentos sanitrios utilizando o sistema de laje com malha metlica ou alvenaria.

    O sistema de comunicao entre a parte interna e as cmaras que ficam do lado de fora acontecem por uma rampa como mostra na figura abaixo. Nesse tipo de sistema utiliza-se a serragem a cada vez que se utiliza o banheiro. A serragem ajuda no cobrimento das fezes e no processo de compostagem.

    Aps o processo de enchimento de uma das c-maras, comeamos a utilizar a outra deixando o lado cheio em repouso at que encha-se o outro lado. Ento esvaziamos o lado em repouso, o material retirado j deve ter perdido o odor e apresentar caractersticas de composto, podendo ser enviado direto para um minhocario, que processa e enriquece ainda mais o composto.

  • 9

    3.2 Tratamento de Esgoto

    O esgoto domstico aquele que provem principalmente de residncias,

    estabelecimentos comerciais, que dispe de instalaes de banheiros, lavanderias

    e cozinhas. Compem-se essencialmente da gua de banho, excretas, papel

    higinico, restos de comida, sabo, detergentes e guas de lavagem. valido

    trabalharmos com a distino do esgoto da seguinte maneira: - Esgoto Cinza:

    proveniente das guas de lavagem, pias, no contm fezes.

    -Esgoto negro: todo esgoto que tenha fezes misturado a gua.

    Para nossos sistemas de saneamento, em alguns casos necessrio separar o

    Esgoto Cinza do Negro para que o tratamento ocorra da melhor maneira.

    3.2.1 Conceitos

    Sedimentao: Fenmeno fsico onde as partculas mais densas que a gua se

    acumulam no fundo de um recipiente.

    Digesto Aerbica do Esgoto: Digesto do material slido do esgoto a partir de

    micro organismos que utilizam oxignio para viver.(Ex. Filtros de areia e brita)

    Digesto anaerbica: Digesto do material slido do esgoto a partir de micro

    organismos que no utilizam oxignio em seu metabolismo.(Ex. Tambores 200 l)

    Infiltrao no solo: mecanismo de descarte de esgoto que aps algumas tcnicas

    de tratamento permite dispor o esgoto no solo para que possa penetrar sem cau-

    sar poluio do lenes fretico.

    Evapotranspirao: Evaporao de gua a partir dos poros existentes nas folhas

    das plantas.(Ex. Tanques de Evapotranspirao)

    3.2.2 Fossa Sptica Econmica

    Fossa sptica um mecanismo de tratamento do esgoto onde ele disposto em

    um compartimento impermevel em geral enterrado no solo, que permite a decan-

    tao do material slido, aps a decantao microrganismos anaerbicos efetuam

    a digesto do matria poluente, diminudo sua carga e sua concentrao na gua.

    uma maneira simples e barata de disposio dos esgotos indicada, sobretudo,

    para a zona rural ou residncias isoladas. A fossa sptica econmica utiliza mate-

    riais reciclveis para a confeco da fossa. interessante por ter um custo extre-

    mamente baixo quando comparada a outros modelos e uma eficincia muito boa.

    Pode ser usada como tratamento inicial para outras tcnicas que utilizaram plan-

    tas, por exemplo, no tratamento.

  • 10

    valido ressaltar que esse modelo trata apenas a gua da privada, pois confec-

    cionada com bombonas de 200 litros que tem a capacidade limitada de tratamento

    devido ao seu tamanho.

    Materiais usados:

    3 tambores de 200 litros com tampa de rosca

    6 metros de tubo PVC 100mm

    1 Joelho de PVC de 100 mm

    3 Ts de PVC de 100mm

    01 Tubo de Silicone 280Ml

    01 Flange de PVC de 40mm

    03 metros de tubo PVC 40mm

    02 joelhos de PVC 40mm

    0,5 metros de brita numero 03

    Passos para Instalao:

    Procura-se um local que fique em torno de 4 metros do banheiro para que no aja

    curvas na tubulao e que fique numa parte mais baixa para que o esgoto flua por

    gravidade.

    Posteriormente devemos cavar um buraco no solo com as seguintes dimenses:

    1,40 metros de profundidade

    2,50 metros de comprimento

    80 cm de largura

    Os tambores devem ser colocados em sequncia e com um pequeno desnvel

    para que o esgoto flua entre os tambores.

    No 1 tambor conecta-se o tubo de esgoto que

    vem exclusivamente da privada. Nesse tambor

    deve ser instalado um suspiro com a flange e o

    tudo de 40mm para sada dos gases. O esgoto

    que sai do ltimo tambor pode ser destinado para

    infiltrao no solo atravs de uma vala de infiltra-

    o com brita no fundo ou um sumidouro.

  • 11

    Esse sistema consiste na disposio do esgoto em uma bacia fechada impermea-

    bilizada com concreto ou lona plstica. um sistema fechado, onde no h infil-

    trao no solo e as plantas realizam o processo de evapotranspirao das guas

    provenientes do esgoto de nossa casa.

    A base impermeabilizada forrada por uma camada delgada de entulho de obras

    e assentada sobre a base est uma srie de pneus alinhados. O encanamento de

    esgoto (do tipo guas negras) destinado para dentro desse tubo formado por

    pneus, onde acontece a digesto anaerbica do efluente, que escorre pelos os

    espaos entre pneus.

    Saindo desse espao, o efluente encontra barreiras de material permevel que

    sero naturalmente colonizadas por bactrias que complementaro a digesto.

    Assim, na medida em que o efluente preenche toda a bacia, ele ser mineralizado

    e os patognicos vo sendo eliminados, ao mesmo tempo em que as razes das

    plantas no solo acima das camadas vo descendo em busca dos nutrientes

    disponibilizados.

    De baixo para cima, a bacia preenchida com materiais de granulometria decres-

    cente. No fundo vm os grandes fragmentos de tijolos, telhas e pedras. Acima vm

    as pedras e cacos pequenos, britas, cascalhos e seixos. Em seguida, areia com

    cascalho e por sobre tudo, o solo devidamente coberto por matria orgnica

    (mulche). Neles sero introduzidas plantas que consumiro os nutrientes. Podem

    ser plantados bananeiras e taiobas que tem folhas largas e alto ndice de evapo-

    transpirao.

    3.5Tanque de Evapotranspirao

  • 12

    4-Tratamento de gua Cinza

    O tratamento de gua cinza uma alternativa de purificao da gua utilizada para

    lavagem (esgoto ou gua cinza) permitindo sua reutilizao. um servio

    ambiental que podemos fazer em nossas residncias com efeito muito benfico

    sobre o meio ambiente. Alm disso, o fato de tratarmos a gua cinza separadas

    permite que adotemos outras alternativas para o saneamento das fezes, como o

    banheiro seco ou o TEVAP.

    4.1 Conceitos O processo de tratamento das guas cinzas

    pode utilizar diversas tcnicas de trata-

    mento da gua. Processos como filtragem

    que utiliza meios porosos de areia e brita

    para remover os slidos presentes no esgo-

    to. Associado a isso devemos alternar baterias ou pequenos tanques que propici-

    em a condio de ambientes que tenham digesto por bacterias aerbica e anae-

    rbica que so as principais responsveis pelo tratamento. Por fim tanques que

    contenham plantas aquticas podem ser muito eficientes, principalmente quando

    utilizado o aguap, planta com incrvel poder de filtragem de poluentes. Ao final te-

    mos uma gua limpa, que pode ser utilizada at mesmo para fins de paisagismo

    com laguinhos com carpas, por exemplo, as carpas

    nesse caso so bio indicadores da qualidade da

    gua. O tamanho dos tanques variam de acordo

    com a quantidade de esgoto gerado pela residncia,

    rea comercial ou at mesmo industrial.

    Mdia de Produo de

    Esgoto

    1 pessoa =

    200litros dia /dia

    gua Cinza = 150 litros/dia

    gua Negra = 50 litros/dia

  • 13

    O papel bactrias

    As bactrias decompem as substncias orgnicas complexas dos esgotos

    (carboidratos, protenas e gorduras) em materiais solveis.

    Em condies anaerbicas, ocorre o seguinte processo: a matria orgnica

    sedimentvel se acumula no fundo da lagoa ou tanque, formando uma camada de

    lodo, que sofre um processo de digesto anaerbica, as bactrias produzem subs-

    tancias solveis, utilizadas como alimento dentro do ecossistema e que podem

    ser convertidas em gases como o dixido de carbono, metano, gs sulfdrico e

    amnia. O ambiente filtrantes ( brita, areia, pedriscos e terra ) responsvel pela

    remoo de grande parte da matria orgnica como as gorduras e sabo.

    O papel das plantas

    As plantas tem um papel muito importante no trata-

    mento de esgoto e esto sendo utilizadas em todo

    mundo at mesmo em processos de tratamento

    industriais. As razes de algumas plantas convivem

    com micro organismos que tem a capacidade de

    transformar o esgoto em nutrientes e minerais para as

    plantas que consomem e se desenvolvem, deixando as guas mais puras e livres

    de contaminantes.

    O bambu por exemplo, vem sendo utilizando amplamente em tratamento de esgo-

    to domstico e industrial na Frana e Alemanha. O aguap utilizado a muitos

    anos em diversos tipos de tratamento em diversas escalas. J foi muito estudado

    pelo seu potencial de eliminao de poluen-

    tes pesados do esgoto. uma tima alter-

    nativa de tratamento para nosso esgoto.

    Outras plantas como juncos, alface dgua,

    capim Napier, lrios, papiros e outras que

    gostam de brejos e gua podem ser utilizadas

    com bom resultado.

  • 14

    4.2 BioFiltros

    A seguir vamos apresentar um modelo de biofiltro que pode ser utilizado como

    referncia para outros desenhos e combinaes. Primeiramente necessrio

    utilizar uma caixa de gordura no esgoto que vem da cozinha antes de junta-lo ao

    restante do esgoto cinza.

    -O esgoto direcionado para uma bombona de 200 litros,

    onde o esgoto sofrer a decantao do material solido

    ainda presente que ser digerido no fundo do tambor

    (digesto anaerbia)

    -Numa terceira fase podemos utilizar um filtro de areia e brita (Camadas de 10cm

    com BIDIM ou Sombrite entre elas), que ser responsvel pela primeira filtragem

    dos slidos e j iniciara uma digesto pelas bactrias que aderem e formam uma

    pelcula na superfcie da areia e da brita. Caso

    tenha disposto algum outro elemento filtrante, como

    casca de arroz, conchas, tambm pode ser usado.

    Nessa etapa o esgoto pode entrar por cima e sair

    por baixo(+-60 cm de distancia entre entrada e sa-

    da) Esse filtro deve conter um sistema de retrolava-

    gem que ficar responsvel pode limpar o filtro as-

    sim que ele chegar em seu limite de filtragem. A retrolavagem consistem em insta-

    lar um mecanismo que possa injetar agua com presso no sentido oposto que o

    esgoto chega no filtro.

    Sistema de tratamento demonstrativo

  • 15

    -Podemos colocar em seguida um leito filtante com camadas de areia, brita, serra-

    gem (5 cm cada) e por cima um fina camada de solo onde plantamos plantas de

    brejo e que gostem de gua (arroz, capins do brejo, lrios, papiros, etc)

    -Posteriormente o esgoto poder passar para um tanque com plantas aquticas,

    que ficar responsvel por filtrar atravs das razes os poluentes ainda presentes

    (aguaps)

    -Por fim, poder ser encaminhado para outra bateria com plantas aquticas ou

    infiltrado no solo e plantado bananeiras e taiobas.

    -Tambm poder ser enviado para um pequeno lago com peixes. O Sistema de

    ferro cimento pode ser utilizado para

    fazer os tanques e o lago. Consiste

    em cavar buracos no cho do tama-

    nho e formato desejado, forra-lo com

    tela de galinheiro e cobrir com mistu-

    ra de areia cimento 3:1 de forma a

    criar um ambiente impermevel. O

    esquema ao lado tambm eficaz.

  • 16

    4.3-Leito Cultivado

    O leito cultivado um tratamento de esgoto que utiliza um bacia impermeabilizada

    (ou leito) preenchido por brita, areia, material orgnico , solo e plantas. Esse con-

    junto de materiais colocado na bacia em camadas, onde na ltima camada so

    plantadas algumas plantas que auxiliam no tratamento do esgoto.

    Para a construo de um leito cultivado domstico sempre devemos fazer um di-

    mensionamento do esgoto que ser encaminhado para o sistema, seguir alguns

    passos:

    1 passo : Relao entre a largura e comprimento = 1:2, na parte central, aonde

    vo as razes; rea necessria em m para tratar o esgoto de uma pessoa = 0,8 a

    1,2m , na parte central aonde vo as razes. Profundidade do tanque 0,7 metros

    2 passo: instalao de uma caixa de reteno de slidos

    (semelhante ao sistema de fossa sptica econmica que

    consta nessa apostila) nesse caso 2 bombonas atendem.

    Essa caixa tem a funo de deixar os slidos se acumularem

    e passarem por um processo de digesto, realizando assim

    um pr tratamento do esgoto.

    3 Passo: Construo da bacia Escavasse um buraco no cho da dimenso

    adequada para o tratamento de seu esgoto. Impermeabilizao do mesmo utilizan-

    do ferro cimento ou lona plstica.

    Importante :

    O leito cultivado uma

    tcnica que pode ser utili-

    zada tanto para o trata-

    mento de guas cinza

    quanto para o tratamento

    de guas negras.

  • 17

    3 PassoPreenchimento das camadas - O preenchimento das camadas vai

    de acordo com o material disponvel em sua casa. Geralmente utilizamos a brita,

    areia, cerrarem. Caso disponibilize de outros materiais semelhantes como casca-

    lho, conchas, casca de arroz pode ser substitudo. Distribumos camadas de 5cm

    a 10 cm de cada material.

    O primeiro metro linear do tanque, ocupado por um cano de 100 mm, com furos

    de 10mm, ficando este junto ao fundo do tanque no sentido da largura do tanque,

    e o restante deste espao preenchido com brita n4, ficando o cano no fundo do

    tanque. No final do tanque, aps a passagem do efluente pela zona de razes im-

    planta-se novamente num espao de 1 metro de brita n4, uma tubulao de PVC

    perfurado com inclinao de 1%, para receber todo efluente j tratado.

  • 18

    4 PassoPlantio Aps o preenchimento da bacia com as camadas de brita

    areia a ltima camada pode ser um fina camada de terra. Logo em seguida

    plantamos espcies como lrios do brejo, taiobas, capim vertiver, papiros e outras

    espcies que gostam de ambientes encharcados.

    Por fim, teremos um efluente pronto para ser coletado em condies ambiental-

    mente adequadas. Esse efluente pode ser reutilizado, dependendo do uso se faz

    necessrio outra fase de tratamento, com plantas aquticas, por exemplo. Pode

    ser infiltrado no solo ou enviado para algum plantio.

    5-Aproveitamento de gua da chuva

    A gua da chuva tambm faz parte da temtica do Saneamento Ecolgico e pode

    ser reaproveitada para que tenhamos mais uma fonte de abastecimento de gua.

    Em muitos locais do Brasil e do mundo a gua j racionada nos perodos de

    seca. A prtica de captao de gua de chuva uma soluo para o aumento da

    disponibilidade de gua em locais que sofrem da escassez desse recurso .

    A gua da chuva em condies normais livre de poluio. Quando captada e

    armazenada de forma correta, atende as necessidades de uma famlia durante

    todo o ano. Em localidades com taxas de precipitao de 400mm/ano (habitual no

    semi-rido brasileiro), um telhado com 60 m2 capaz de captar cerca de 24.000

    litros de gua anualmente. Esse volume suficiente para fornecer 15 litros por dia

    de gua limpa para uma famlia de 4 pessoas durante todo o ano.

  • 19

    Como captar gua de chuva?

    O principal trabalhos que teremos para a captao de gua de chuva na constru-

    o do reservatrio da gua que vamos captar. Uma boa opo de construo de

    reservatrio a utilizao da tcnica de Ferro-Cimento .

    Dimensionamento de cisternas

    A quantidade de gua de chuva coletada varia de acordo com a intensidade pluvio-

    mtrica (em mm por ano) e com a rea do telhado, conforme segue:

    A partir desse valor, levamos em conta o perodo de seca na regio, para ter certe-

    za que os habitantes da residncia tero gua no perodo mais crtico do ano, o

    nmero de pessoas na famlia, assim:

    Se entendermos que para cada mm de chuva em um m2 de rea a precipitao

    correspondente de um litro de gua, podemos calcular o potencial de coleta de

    gua para qualquer regio, desde que saibamos o ndice pluviomtrico local e o

    tamanho de um dado telhado.

    Exemplo:

    Santa Maria ndice pluviomtrico: 1700 mm (por ano)

    rea do telhado: 12 x 5m = 60 m2

    Potencial de coleta: = 1700 x 60 = 102.000 litros (por ano)

    CAPACIDADE DOS RESERVATORIOS CILNDRICOS

    Altura da pea Dimetro da base

    0,5 m

    1,0 m

    1,5 m

    2,1 m

    1,0 m 400 litros 800 litros 1.200 litros 1.600 litros

    1,5 m 900 litros 1.800 litros 2.600 litros 5.700 litros

    2,0 m 1.600 litros 3.100 litros 4.700 litros 6.600 litros

    2,5 m 2.500 litros 4.900 litros 7.400 litros 10.300 litros

    3,0 m 3.500 litros 7.000 litros 10.600 litros 14.800 litros

    3,5 m 4.800 litros 9.600 litros 14.400 litros 20.200 litros

    4,0 m 6.300 litros 12.600 litros 18.800 litros 26.400 litros

    4,5 m 8.000 litros 15.900 litros 23.800 litros 33.400 litros

  • 20

    A Tcnica indicada para construo dos reservatrios o ferro cimento. Consiste na montagem de um cilindro utilizando tela metlica e massa de cimento. Na construo de uma cisterna padro de 15.000l, so utilizados os seguintes ma-teriais:

    Antes de iniciar sua construo consulte algum que tenha experincia com a tcnica de ferro-cimento, pea dicas e informaes. No material didtico que acompanha esse curso temos algumas apostilas com passo a passo da tcnica. Uma outra sugesto organizar mutires para que todos ajudem e aprendam .

    Malha de ferro 15x15x4,3mm (m2) 55

    Tela plstica 1/2"x1m (m) 30

    Cimento (sacos) 10

    Areia mdia peneirada (m3) 2

    Arame queimado (Kg) 2 Kg

    Arame de atlio (galvanizado) 11m

    Barra de ferro 5/16 (unidade) 1 (12 m)

    Flange 1" (unidade) 1

    Luva mista 1" (unidade) 1

    Pedao de cano de 1" 1 m

    Registro PVC 1" (unidade) 1

  • 21

    5-Compostagem

    A Prtica de compostagem faz parte da temtica Saneamento Ecolgico na

    medida em que um resduo slido que geramos em grande quantidade e seu

    descarte pode ser integrado e reaproveitado na produo alimentar fechando o

    ciclo ecolgico no qual estamos inseridos. Os resduos orgnicos, proveni-

    entes da cozinha e jardim, so excelente matria-prima para a produ-

    o de composto.

    O composto o produto que

    resulta da decomposio natural

    da matria orgnica existente na

    quase totalidade dos resduos da

    sua cozinha e jardim. Essa mat-

    ria orgnica na presena de ar,

    oxignio e gua, transformada

    pelos microrganismos em composto

    Os resduos orgnicos que sero levados sua composteira so os

    seguintes: cascas e restos de hortalias e frutas, erva-mate, borra de

    caf, restos de po, cascas de ovos esmagadas, saquinho de ch, ter-

    ra de vasos, cinzas do fogo, lareira ou churrasqueira, corte de grama,

    ramos, galhos picados, flores murchas, folhagens.

    Composteira em madeira:

    Fazer uma caixa sem tampa ou fundo, com ripas separadas e uma das

    paredes mvel, para permitir o arejamento. Essa composteira poder

    facilmente ser trocada de lugar.

  • 22

    Composteira em tijolos:

    a mais utilizada, sendo construda sobre o prprio solo.

    E como construir a composteira em tijolos?

    Com tijolos de qualquer tipo mon-tada uma caixa, onde as paredes so feitas de tijolos intercalados com ou sem rejunte: Uma divisria central, que pode ser tambm em tijolos, permite a diviso da caixa em dois compartimentos e a adio de novos resduos, enquanto aque-les em processo de decomposio ficam no compartimento onde se comeou a colocar resduos.

    Como montar a composteira em espaos munimos (sacadas e reas de servio)

    1. Forre por dentro um engradado de PVC (destes que usamos para carregar as compras no supermercado) ou ma-deira ,com uma camada espessa de jornal bem mido, mais ou menos 6 ou 8 fo-lhas. Depois de acomodar essas folhas de jornal, faa furos no fundo.

    2. Faa uma camada de resduos orgnicos com pores de cascas de frutas, hortalias, cascas de ovo.

    3. Cubra tudo com mais uma camada de jornal mido ou palha e um pouco de terra. O jornal tem que estar sempre mido, caso contrrio roubar gua do material que est sendo compostado e este no ficar pronto em poucas semanas.

    4. Deixe as outras duas caixas vazias, forradas com papel amassado, para, porteriormente, receberem a terra e os res-

    duos.

    5.Empilhe as trs caixas montando uma es-pcie de pequeno armarinho.

    6. Deixe por cima a caixa contendo os res-duos. Quando ela estiver cheia, transfira-a para o andar de bai-xo.

    7.Voc pode colocar minhocas nas caixas para ajudar no pro-cesso. Elas produziram um timo composto.

  • 23

    Compostagem em Leiras

    O Mtodo mais utilizado em locais com quintais, stios e fazendas a composta-gem em leiras ou pilhas.

    O processo de montagem de uma pilha de compostagem segue os seguintes passos:

    1. Escolha de um local adequado, ventilado, que pegue sol de forma moderada, que seja no to longe da cozinha

    2. A primeira camada pode ser formada por palhas, aparas de jardin, capins, um pouco de galhos, tudo seco

    3. Em seguida colocamos nosso lixo orgnico da cozinha(restos de legumes, cascas, frutas estragadas, restos de co-mida, etc...)

    4. Cobrimos sempre com palha o material depositado alternando cama-das de palha seca com restos da cozi-nha.

    5. Dessa forma vamos formando uma pilha com at 1,5m e iniciamos outra.

    6. A pilha em descanso deve ser regada de tempo em tempo e revirada. Sabemos que a compostagem est funcionando quanto colocamos um pedao de ferro dentro da pilha e ele sai quente.

  • 24

    A problemtica do Saneamento,

    solu es, conceitos e tcnicas.

    E-book de Saneamento Ecolgico

    ecosanS a n e a m e n t o E c o l g i c o