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Afecções dos Rins TRANSPLANTE RENAL

Ebook - Transplante Renal · ença culmina em falência renal e diálise, indicando-se, então, o transplante renal. O transplante renal é a única terapia que proporciona maior

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Afecções dos Rins

TRANSPLANTE RENAL

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A principal indicação para transplante renal atualmente é a Doença Renal Crô-nica (DRC), que aumenta a cada ano, principalmente por nefropatia hipertensiva e diabética. A doença é mais comum em negros e na idade avançada, com pa-drão de edema, hematúria, proteinúria e azotemia. As principais causas são pie-lonefrite, glomerulonefrites e hipoplasia congênita, além de diabetes e Lúpus (causa secundária). Há histórico familiar em até 20% dos casos.

Diagnóstico da DRC é difícil nas fases iniciais, por ser comumente assintomática. Conforme o quadro evolui, pode haver sintomas como astenia, prurido, náuseas e queda do estado geral. A maioria dos pacientes apresenta hipertensão arterial (que pode ser causa ou consequência). Nos quadros mais graves, surgem os sin-tomas de uremia, com neuropatia, pericardite e ascite. Os exames laboratoriais demonstram anemia de doença crônica (normocítica e normocrômica), aumento de escórias nitrogenadas e distúrbios hidroeletrolíticos (principalmente potás-sio). Um sumário de urina (EAS) pode apresentar proteinúria, porém este é achado inespecífico. À ultrassonografia pode-se observar rim de tamanho redu-zido, com cortical delgada (perda da relação córtico-medular). A evolução da do-ença culmina em falência renal e diálise, indicando-se, então, o transplante renal.

O transplante renal é a única terapia que proporciona maior sobrevida e quali-dade de vida ao receptor. Estudos comprovam que os custos de manter um pa-ciente em diálise são mais elevados que os custos do transplante, tornando esta terapia uma boa opção. Então porque há fila de transplante? Pois, além da com-plexidade do serviço e da escassez de doadores, há a necessidade de compati-bilidade entre doador e receptor. Idealmente, deve-se realizar o transplante pre-emptivo (antes do paciente iniciar diálise), mas esta não é uma realidade atual.

As contraindicações ao transplante também contribuem para reduzir o quantita-tivo desta cirurgia. Pacientes com câncer em atividade, infecções, vasculopatias graves e baixa expectativa de vida não podem ser candidatos. A via urinária deve

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ser estudada previamente tanto no doador quanto no receptor, para evitar, por exemplo, obstrução por cálculos ou por hiperplasia prostática.

O receptor deve ser rastreado para infecções bacterianas, câncer (contraindica-ção absoluta), vírus (realizar proxilaxia de CMV, Herpes, Varicela, Epstein-Bar por possível latência ou transmissão pelo enxerto), infecção ativa não-tratada por HIV, doenças cardiovasculares ou gastrointestinais e as doenças sistêmicas (alta chance de recidivar).

O doador deve ter seu complexo de histocompatibilidade HLA testado (6 genes) e comparado com o receptor. Avaliar possível hipertensão e diabetes. Doador vivo apresenta maior sobrevida do enxerto (rim transplantado) em relação ao doador cadáver. São excluídos doadores com trauma grave, sepse, HIV e câncer em atividade. A anatomia renal e a função renal devem ser estudados (doador fica com seu “melhor rim”).

Após a nefrectomia do doador, o rim deve ser preservado e preparado em solu-ção hiperosmolar (para remover o sangue) e hiponatrêmica (para diminuir o edema celular), além de resfriado (isquemia a frio pode durar até 24h, chegando, em alguns casos, até 40h). O enxerto é mais comumente implantado na fossa ilíca Direita, com anastomose nos vasos ilíacos). Utiliza-se, preferencialmente, o rim esquerdo do doador (pois a veia renal é mais longa e a técnica mais simples). O receptor é imunossuprimido para evitar rejeição e o controle de infecções deve ser rigoroso.