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Tiago Fernandes Alves Mar73128279187 O conteúdo deste curso é de uso exclusivo quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação e distribuição, CURSO ON-LINE – CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS – DETRAN/DF PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA – 10 Caros agentes, Estamos na reta final de nosso curso, em nossa penúltima aula, infelizmente... Nesta aula, você estudará uma das mais cobradas normas legais em concursos públicos que têm algum tipo de relação com a Segurança Pública: a Lei nº 8.069/90, mais conhecida como O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ou ECA. O Estatuto da Criança e do Adolescente comparece no nosso ordenamento jurídico enquanto forma de regulamentação do art. 227, da Constituição Federal, que absorveu os ditames da doutrina da proteção integral e contempla o princípio da prioridade absoluta . Formulado com o objetivo de intervir positivamente na tragédia de exclusão experimentada pela nossa infância e juventude, o Estatuto da Criança e do Adolescente apresenta duas propostas fundamentais, quais sejam: garantir que as crianças e adolescentes brasileiros, até então reconhecidos como meros objetos de intervenção da família e do Estado, passem a ser tratados como sujeitos de direitos; o desenvolvimento de uma nova política de atendimento à infância e juventude, informada pelos princípios constitucionais da descentralização político-administrativa (com a consequente municipalização das ações) e da participação da sociedade civil. Nesta aula, começaremos, portanto, analisando os aspectos constitucionais relativos à criança e ao adolescente. Em seguida, traremos os principais conceitos contidos no Estatuto, os direitos da criança e do adolescente e, ao final, estudaremos os atos infracionais cometidos por crianças e adolescentes e os crimes e infrações administrativas cometidos CONTRA esses menores. Aos estudos!!

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AULA – 10

Caros agentes,

Estamos na reta final de nosso curso, em nossa penúltima aula, infelizmente...

Nesta aula, você estudará uma das mais cobradas normas legais em concursos públicos que têm algum tipo de relação com a Segurança Pública: a Lei nº 8.069/90, mais conhecida como O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ou ECA.

O Estatuto da Criança e do Adolescente comparece no nosso ordenamento jurídico enquanto forma de regulamentação do art. 227, da Constituição Federal, que absorveu os ditames da doutrina da proteção integral e contempla o princípio da prioridade absoluta.

Formulado com o objetivo de intervir positivamente na tragédia de exclusão experimentada pela nossa infância e juventude, o Estatuto da Criança e do Adolescente apresenta duas propostas fundamentais, quais sejam:

garantir que as crianças e adolescentes brasileiros, até então reconhecidos como meros objetos de intervenção da família e do Estado, passem a ser tratados como sujeitos de direitos;

o desenvolvimento de uma nova política de atendimento à infância e juventude, informada pelos princípios constitucionais da descentralização político-administrativa (com a consequente municipalização das ações) e da participação da sociedade civil.

Nesta aula, começaremos, portanto, analisando os aspectos constitucionais relativos à criança e ao adolescente. Em seguida, traremos os principais conceitos contidos no Estatuto, os direitos da criança e do adolescente e, ao final, estudaremos os atos infracionais cometidos por crianças e adolescentes e os crimes e infrações administrativas cometidos CONTRA esses menores.

Aos estudos!!

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I - A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E A CRIANÇA E O ADOLESCENTE

A primeira consideração que preciso fazer com você, caro aluno, é a respeito de um importante fundamento trazido pela nossa Constituição Federal de 1988.

Nossa constituição nos diz, em seu art. 1º, que a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

a soberania;

a cidadania;

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA;

os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

o pluralismo político.

Bom, isso você já sabe!! Quero apenas aqui destacar um desses fundamentos que para o nosso estudo é o mais importante e o qual destaquei em letras maiúsculas:

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA!!

Esse fundamento está diretamente ligado à problemática da criança e do adolescente nesse país, posto que, há muito tempo e por muitas pessoas, vem sendo bastante desrespeitado. A violência em casa, os abusos sexuais, a pornografia e a pedofilia, cresceram absurdamente no seio de nossa sociedade nas últimas décadas representando um profundo ataque à dignidade da pessoa humana, sobretudo em seus estágios iniciais da vida.

Preocupado com essa problemática, o legislador especial reservou, também na nossa Constituição, capítulo especial destinado à criança e ao adolescente o qual, em seu art. 227, rege:

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Art. 227. É DEVER DA FAMÍLIA, DA SOCIEDADE e do estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com ABSOLUTA PRIORIDADE, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

(...)

§ 3º - O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:

I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho (...);

II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;

III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola;

IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ATO INFRACIONAL, igualdade na relação processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a LEGISLAÇÃO TUTELAR ESPECÍFICA;

V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;

VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;

VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins.

A Constituição ainda nos garante, neste mesmo artigo, que A LEI PUNIRÁ SEVERAMENTE o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente e que A LEI ESTABELECERÁ:

O ESTATUTO DA JUVENTUDE, destinado a regular os direitos dos jovens;

O plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação das várias esferas do poder público para a execução de políticas públicas.

Perceba que a Constituição, nossa carta legal maior, traça as linhas gerais para a proteção da criança e do adolescente como forma de assegurar-lhes de forma ESPECIAL e PRIORITÁRIA a DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.

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Mas, com eu disse, a CF/88 traça as linhas gerais reservando À LEI (conforme expressões sublinhadas acima) a competência para detalhar e regulamentar tais direitos assegurados acima. E que lei é essa?

A Lei nº 8.069/90, o nosso famoso ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, objeto de estudo nessa aula!!

Como já havia dito, mesmo que o nosso foco maior seja nos aspectos penais e processuais penais dos dispositivos dessa lei, relacionados com atos infracionais e crimes contra a criança e o adolescente, faremos, antes disso, um voo panorâmico sobre seus principais aspectos e conceitos. Vamos lá!!

II – ECA – CONCEITOS INICIAIS

2.1. A CRIANÇA E O ADOLESCENTE

Vamos combinar o seguinte para nossa aula: chamaremos o Estatuto da Criança e do Adolescente pelo seu mais conhecido apelido – ECA, pois você há de concordar comigo que, assim, as citações a ele ficarão bem mais fáceis.

Pois bem, a Lei nº 8.69/90, que instituiu o ECA nos diz que ela dispõe sobre A PROTEÇÃO INTEGRAL À CRIANÇA e ao ADOLESCENTE.

Então pergunto: quem para o ECA é considerado CRIANÇA? E qual a definição por ele dada de ADOLESCENTE?

IMPORTANTE

CRIANÇA Pessoa ATÉ OS 12 ANOS DE IDADE INCOMPLETOS.

ADOLESCENTE Pessoa entre 12 e 18 ANOS DE IDADE.

Nos casos expressos em lei, aplica-se EXCEPCIONALMENTE o Estatuto às pessoas entre 18 e 21 anos de idade.

A informação acima, portanto, nos diz que as disposições do ECA não são exclusivas para pessoas até 18 anos de idade. Assim, em casos excepcionais,

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os maiores de 18 e menores de 21 anos poderão ser contemplados com disposições desse Estatuto.

Além da proteção integral trazido pelo Estatuto, a criança e o adolescente gozam de TODOS OS DIREITOS FUNDAMENTAIS INERENTES À PESSOA HUMANA (em obediência irrestrita aos fundamentos de nossa Constituição). A eles deve ser assegurado, seja por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento:

Físico;

Mental;

Moral,

Espiritual e;

Social,

Tudo em condições de liberdade e de dignidade!!

É de fundamental importância você sabia que, segundo dispõe o ECA, não só é dever da FAMÍLIA, mas também da COMUNIDADE, da SOCIEDADE EM GERAL, e do PODER PÚBLICO, assegurar, COM ABSOLUTA PRIORIDADE a efetivação dos direitos fundamentais da criança e do adolescente.

Você então me pergunta: o que significa essa garantia de prioridade absoluta? E que direitos fundamentais são esses?

A garantia de prioridade absoluta compreende o que chamamos de 4 Ps:

Primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

Precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;

Preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

Privilégio na destinação de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.

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Acabei de responder sobre a garantia de prioridade (nunca se esqueça de que ela é absoluta!!). Falta responder-lhes sobre os tais direitos fundamentais da criança e do adolescente.

São eles os direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

É importante que você, caro aluno, não se esqueça também desses direitos, pois versa ainda o ECA que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

Quem desrespeita tal regra certamente será responsabilizado nos termos do Estatuto. Conheceremos quais são esses termos e como será responsabilizados quem assim o fizer, quando estudarmos sobre os crimes previstos no ECA.

Nosso intuito não será detalhar letra por letra o que o ECA regulamenta sobre cada um dos direitos acima citados. Entretanto, vou falar um pouco mais sobre eles, pois sem o conhecimento de suas linhas gerais desses direitos, fica mais difícil fazermos links futuros com os atos infracionais, as infrações administrativas e os crimes nele previstos.

Vamos começar a ver como isso é cobrado em provas:

[FCC – AGENTE PENITENCIÁRIO- SJDH/BA – 2010] O Estatuto da Criança e do Adolescente aplica-se, apenas, a pessoas

(A) entre 12 e 18 anos.

(B) até 16 anos e, nos casos expressos em lei, até 18 anos.

(C) até 12 anos incompletos.

(D) até 18 anos e, nos casos expressos em lei, até 21 anos.

(E) entre 12 e 16 anos.

Acabamos de estudar que o Estatuto da Criança e do Adolescente define criança como a pessoa de até 12 anos de idade INCOMPLETOS e adolescente como a pessoa entre 12 e 18 anos. Essas pessoas são os sujeitos a terem seus direitos protegidos pelo ECA. Mas atenção: essa regra não é ABSOLUTA!! O próprio Estatuto versa que em casos excepcionais, pessoas com idade entre 18 e 21 anos de idade podem ter direitos protegidos pelo ECA.

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Item A – Esse item refere-se apenas aos adolescentes, excluindo as crianças (pessoas até 12 anos de idade) da aplicabilidade do ECA. ITEM ERRADO

Item B – Não é até 16 anos e, sim, até os 18 anos, podendo ir até os 21 anos em casos excepcionais. ITEM ERRADO

Item C – O item inclui a criança e exclui os adolescentes. ITEM ERRADO.

Item D – Perfeito!! Essa é a nossa resposta!! ITEM CORRETO

Item E – Esse item acaba por excluir tanto as crianças como os adolescentes entre 16 de 18 anos. Exclui ainda excepcionalidade prevista no ECA. ITEM ERRADO

Gabarito: Letra “D”

[FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. SÃO JOSE PINHAIS/PR – 2011] Preencha as lacunas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta. De acordo com o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente:

Para os efeitos desta Lei, considera criança a pessoa até __________ anos de idade __________, e __________ aquela entre __________ e __________ anos de idade. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre __________ e __________anos de idade.

(A) treze / completos / adolescente / treze / vinte e um / dezoito / vinte

(B) doze / completos / adolescentes / treze / dezoito / dezenove / vinte e um

(C) doze / incompletos / adolescente / doze / dezoito / dezoito / vinte e um

(D) treze / incompletos / adolescente / doze / dezoito / dezoito / vinte

(E) treze / incompletos / adolescentes / treze / vinte e um / dezoito / vinte e um

Para essa questão temos literalidade do art. 2º do ECA. Criança é a pessoa com até 12 anos incompletos e, adolescente, aquela entre 12 e 18 anos. Em casos excepcionais, vou ser repetitivo, o ECA protegerá as pessoas entre 18 e 21 anos. A opção de resposta que se encaixa direitinho é a letra “C”.

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[FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CARIACICA/ES – 2011] A legislação brasileira considera a criança e o adolescente como

(A) sujeitos de direito.

(B) ser humano.

(C) pessoa humana.

(D) adolescente.

(E) crianças.

Vimos que, além da proteção integral trazido pelo Estatuto, a criança e o adolescente gozam de TODOS OS DIREITOS FUNDAMENTAIS INERENTES À PESSOA HUMANA. São, portanto, sujeitos de direito. A opção correta é a letra “A”. As outras opções não respondem adequadamente ao que pede o enunciado da questão.

Gabarito: Letra “A”

Antes ainda de adentrarmos na seara dos direitos fundamentais, faz-se necessário que você conheça alguns conceitos extremamente IMPORTANTES que aparecem no decorrer do Estatuto. Todos eles serão extraídos do próprio ECA. Conhecidos tais conceitos, iniciaremos o estudo dos direitos fundamentais da criança e do adolescente.

2.2. A FAMÍLIA NATURAL

O conceito é simples: FAMÍLIA NATURAL é a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.

Apenas para refrescar a sua memória, os descendentes são aqueles que nascem da pessoa e a sucedem na escala familiar, como por exemplo, filhos e netos. A família natural de uma criança ou adolescente, portanto, é aquela formada pelos seus pais (ou pai ou mãe sozinhos) e seus irmãos (ou outro descendente de seus pais, se houver).

A Constituição Federal, em seu art. 226, nos ensina que para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

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Mas ela não para por aí quanto ao conceito de entidade familiar, e nos diz que se entende também como entidade familiar a comunidade formada por QUALQUER DOS PAIS E SEUS DESCENDENTES.

O ECA nos dá então a definição legal dessa entidade familiar: “família natural”, também chamada “família de origem”.

IMPORTANTE

DEVE ser dada PREFERÊNCIA à PERMANÊNCIA DA CRIANÇA OU ADOLESCENTE EM SUA FAMÍLIA NATURAL, sendo sua transferência para uma família substituta (veremos já também esse conceito), medida de caráter EXCEPCIONAL.

Preciso ressaltar que de acordo com o Estatuto, o PODER FAMILIAR será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência.

Agora pergunto: e o filhos havidos fora do casamento?

O ECA estabelece que os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer que seja a origem da filiação.

2.2. A FAMÍLIA EXTENSA OU AMPLIADA

Entende-se por FAMÍLIA EXTENSA ou AMPLIADA aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por PARENTES PRÓXIMOS com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.

Para que seja realmente considerada família extensa, não basta que ela seja formada por parentes próximos. Além dessa prerrogativa, outras duas precisam ser cumpridas CUMULATIVAMENTE:

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A criança ou adolescente deve nela CONVIVER e;

Deve nela manter dois VÍNCULOS: o de afinidade e o de afetividade.

Ter afinidade significa ter uma relação de simpatia, de aproximação. Ter afetividade significa ter sentimentos mais profundos de emoção, amor e carinho.

IMPORTANTE

A “família extensa” terá PREFERÊNCIA NO ACOLHIMENTO FAMILIAR de criança ou adolescente que, por qualquer razão, não possa permanecer (ainda que temporariamente) na companhia de sua família natural.

2.3. A FAMÍLIA SUBSTITUTA

Entende-se como FAMÍLIA SUBSTITUTA aquela na qual a criança ou o adolescente foi ou estão inseridos mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente de situação jurídica, nos termos do Estatuto.

Importante não perder de vista, no entanto, que a colocação de criança ou adolescente em família substituta é medida de proteção que visa beneficiar a estes e não aos adultos que eventualmente a pleiteiem.

IMPORTANTE

A FAMÍLIA SUBISTITUTA possui também um CARÁTER EXCEPCIONAL, pois a preocupação precípua, inclusive em respeito ao disposto no art. 226, da CF, deve ser a manutenção da criança ou adolescente em sua família de origem.

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É exatamente por seu caráter excepcional, que a criança ou o adolescente que for colocado em família substituta será, sempre que possível, PREVIAMENTE ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada.

IMPORTANTE

Tratando-se de MAIOR DE 12 (DOZE) ANOS DE IDADE, será necessário seu consentimento, colhido em audiência.

Vamos ver como esses conceitos foram cobrados em prova:

[FUNDEP – EDUCADOR SOCIAL- PREF. UBERABA/SP – 2011] Assinale a alternativa CORRETA quanto ao entendimento de família natural segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei federal n. 8.690/1990).

(A) A comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.

(B) A comunidade formada pelos pais ou qualquer deles, avós e seus ascendentes.

(C) A comunidade formada pelos pais ou qualquer deles, seus ascendentes e seus descendentes.

(D) A comunidade formada pelos pais ou qualquer deles, tios e primos de primeiro grau.

A questão nos pede o conceito puro e simples de família natural. Revisando: a família NATURAL é aquela composta pelos pais ou qualquer um deles e seus descendentes.

Item A – Esse item já responde corretamente ao que quer o enunciado. Você nem precisaria mais seguir adiante!! ITEM CORRETO

Item B – Avós e ascendentes não compõem a família natural de uma criança ou de um adolescente. ITEM ERRADO

Item C – Ter inserido os ascendentes no conceito é o erro do item. ITEM ERRADO

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Item D – Tios e primos de primeiro grau?? De forma alguma!! ITEM ERRADO

Gabarito: Letra “A”

Ao conceituar FAMÍLIA SUBSTITUTA, faz-se mister também conceituar guarda, tutela e adoção conforme dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente

A Guarda

O ECA conceitua a GUARDA como a obrigação da prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.

A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará COMPROMISSO DE BEM E FIELMENTE DESEMPENHAR O ENCARGO, mediante termo nos autos.

Dá-se o nome de guardião àquele a quem é deferida a guarda da criança ou do adolescente. A guarda pode coexistir com o poder familiar e não confere o direito de representação do guardião em relação ao guardado. Cabe ressaltar que o fato de o guardião ser obrigado a prestar assistência material à criança não desobriga os pais deste mesmo dever podendo ser os mesmos demandados a prestar alimentos ao filho que estiver sob a guarda de terceiro, contribuindo com sua manutenção, atendendo aos critérios de necessidades do alimentado/ possibilidades do alimentante.

IMPORTANTE

A GUARDA confere à criança ou adolescente A CONDIÇÃO DE DEPENDENTE, para todos os fins e efeitos de direito, INCLUSIVE PREVIDENCIÁRIOS.

A GUARDA PODERÁ SER REVOGADA A QUALQUER TEMPO, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público.

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A Tutela

A TUTELA é o instituto que a primeira vista tende a proporcionar ao menor em situação de desamparo, decorrente da ausência do poder familiar, proteção pessoal e a administração de seus bens, por nomeação judicial de PESSOA CAPAZ, objetivando atender o melhor do menor.

IMPORTANTE

O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação DA PERDA OU SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR e implica NECESSARIAMENTE O DEVER DE GUARDA.

O ECA regulamenta que a TUTELA será deferida, nos termos do Código Civil Brasileiro, a pessoa DE ATÉ 18 (DEZOITO) ANOS INCOMPLETOS.

O objetivo precípuo da tutela (e seu maior diferencial em relação à guarda), é o de conferir um representante legal à criança ou adolescente que não o possui, valendo lembrar que a simples guarda, embora atribua ao guardião a condição de responsável legal pela criança ou adolescente, NÃO LHE CONFERE O DIREITO DE REPRESENTÁ-LA NA PRÁTICA DOS ATOS DA VIDA CIVIL.

Quando o tutelado atinge a idade da plena capacidade civil ou é emancipado, a tutela cessa.

Perceba que ao contrário do que ocorre com a guarda, a tutela não pode coexistir com o poder familiar, tendo assim por pressuposto a prévia suspensão, destituição ou extinção deste.

É imprescindível, portanto, que a criança ou adolescente resida com o tutor nomeado, que deverá prestar-lhe toda assistência MATERIAL, MORAL e EDUCACIONAL e representá-lo ou assisti-lo na prática dos atos da vida civil.

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A Adoção

Importante que você saiba que o processo de adoção de criança e adolescente em nosso país é TODO REGIDO pelo ECA. E é exatamente ele que nos traz o conceito de adoção.

A ADOÇÃO atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.

Uma vez consumada a adoção, a relação de parentesco original é extinta e, de forma concomitante, uma nova relação de parentesco é estabelecida, passando o adotado, a partir daí, a ter os mesmos direitos e obrigações que os filhos biológicos em relação a seus pais e parentes adotivos.

Saiba que, conforme o Estatuto, a adoção é MEDIDA EXCEPCIONAL à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa e será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.

A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando. No entanto, o consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar.

IMPORTANTE

A ADOÇÃO é medida IRREVOGÁVEL e o adotando deve contar com, NO MÁXIMO, 18 ANOS À DATA DO PEDIDO, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.

Para a sua adoção, em se tratando de ADOTANDO MAIOR DE 12 ANOS de idade, será também NECESSÁRIO O SEU CONSENTIMENTO.

E aí você me pergunta: quem pode adotar uma criança ou um adolescente? Existem pré-requisitos?

Com certeza!!

O ECA regulamenta que podem adotar os MAIORES DE 18 (DEZOITO) ANOS, independentemente do estado civil, desde que esses adotantes NÃO SEJAM ASCENDENTES OU IRMÃOS DO ADOTANDO. Nesses casos a adoção é PROIBIDA.

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Qualquer pessoa maior de 18 (dezoito) anos, mesmo que seja solteira, pode adotar, devendo, no entanto, se submeter ao procedimento de habilitação previsto no próprio Estatuto e demonstrar, em qualquer caso que possui maturidade e preparo para adoção. Vale também mencionar que, apesar de prever uma idade mínima para adoção, não há, no Direito Brasileiro, a previsão de uma idade máxima, tal qual ocorre em outros países.

Para adoção conjunta, é INDISPENSÁVEL que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família.

IMPORTANTE

O adotante há de ser, PELO MENOS, 16 ANOS MAIS VELHO do que o adotando.

É VEDADA A ADOÇÃO POR PROCURAÇÃO.

A morte dos adotantes NÃO RESTABELECE o poder familiar dos pais naturais.

A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, observadas as peculiaridades do caso. O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia do direito à convivência familiar.

O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a TUTELA OU GUARDA LEGAL do adotante DURANTE TEMPO SUFICIENTE para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo.

IMPORTANTE

Em caso de adoção por pessoa ou CASAL RESIDENTE OU DOMICILIADO FORA DO PAÍS, o estágio de convivência, CUMPRIDO NO TERRITÓRIO NACIONAL, será de, no mínimo, 30 (trinta) dias.

Preenchidos todos os requisitos, como será então efetivamente constituída a adoção?

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O vínculo da adoção constitui-se por SENTENÇA JUDICIAL, que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão. Tal inscrição consignará o nome dos adotantes COMO PAIS, bem como o nome de seus ascendentes, ou seja, dos seus “novos” avós. O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado.

E mais: nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro!!

Outro ponto bastante preocupante e delicado diz respeito à ADOÇÃO INTERNACIONAL. O estatuto estabelece regras bem mais rígidas para esse tipo de adoção, justamente para dificultar qualquer intento de possíveis tráficos de crianças e adolescentes.

IMPORTANTE

A colocação em família substituta ESTRANGEIRA constitui medida excepcional, somente admissível na modalidade de ADOÇÃO.

Antes de tratarmos dos principais aspectos sobre a adoção por estrangeiros, é preciso lembrar que o ECA também estabelece que a autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção e que serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção.

Pois bem, seguindo o previsto em convenções e normas internacionais, o Estatuto considera ADOÇÃO INTERNACIONAL aquela na qual a pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado fora do Brasil (bem óbvio não é??).

A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar comprovado CUMULATIVAMENTE:

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Que a colocação em família substituta é a solução adequada ao caso concreto;

Que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em família substituta brasileira, após consulta aos cadastros acima mencionados e;

Que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe interprofissional.

IMPORTANTE

Os BRASILEIROS residentes no exterior TERÃO PREFERÊNCIA AOS ESTRANGEIROS, nos casos de ADOÇÃO INTERNACIONAL de criança ou adolescente brasileiro.

Complementando o disposto acima, é igualmente importante ressaltar que a adoção internacional somente será deferida se, após consulta ao cadastro de pessoas ou casais habilitados à adoção, mantido pela Justiça da Infância e da Juventude na comarca, bem como aos cadastros estadual e nacional referidos, não for encontrado interessado com residência permanente no Brasil.

IMPORTANTÍSSIMO

Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção internacional, NÃO SERÁ PERMITIDA a saída do adotando do território nacional.

Depois de transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária determinará a expedição de alvará com autorização de viagem, bem como para obtenção de passaporte, constando, OBRIGATORIAMENTE, AS CARACTERÍSTICAS DA CRIANÇA OU ADOLESCENTE ADOTADO, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, ASSIM COMO FOTO RECENTE E A APOSIÇÃO DA IMPRESSÃO DIGITAL DO SEU POLEGAR DIREITO, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e certidão de trânsito em julgado.

Guarde essas informações!

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E se o adotante falecer no curso do procedimento antes de prolatada a sentença judicial que concederá a adoção? O processo é extinto e a criança ou o adolescente deixará de ser adotado?

De jeito nenhum!! Ainda assim a adoção poderá ser deferida ao adotante!!

Para finalizarmos os principais aspectos sobre a adoção, é preciso salientar também que o adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter ACESSO IRRESTRITO ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes. Entretanto, ele só goza desse direito após completar 18 (dezoito) anos!!

Há casos em que o acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica.

Mais questões para analisarmos:

[FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, salvo os previdenciários.

A guarda é a obrigação da prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente e confere a eles a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, INCLUSIVE PREVIDENCIÁRIOS. A assertiva em tela insinua que os direitos previdenciários na estão inclusos nessa garantia. Estão sim!!

Gabarito: ERRADO

2.4. O CONSELHO TUTELAR

O CONSELHO TUTELAR, importantíssimo para o nosso estudo, é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.

Em cada Município haverá, NO MÍNIMO, um Conselho Tutelar composto de 05 MEMBROS, escolhidos pela comunidade local para MANDATO DE 03 ANOS, permitida uma recondução.

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O Conselho Tutelar possui um caráter institucional, ou seja, uma vez criado e instalado, passa a ser, em caráter definitivo, uma das instituições integrantes do chamado Sistema de Garantias dos Direitos da Criança e do Adolescente, não mais devendo haver solução de continuidade em sua atuação, mas apenas a renovação periódica de seus membros.

A "autonomia" a que se refere o dispositivo é sinônimo de independência funcional, que por sua vez se constitui numa prerrogativa do órgão, enquanto colegiado, imprescindível ao exercício de suas atribuições. Embora, como resultado de sua autonomia, o Conselho Tutelar não necessite submeter suas decisões ao crivo de outros órgãos e instâncias administrativas, lhe tendo sido inclusive conferidos instrumentos para execução direta das mesmas, estão aquelas sujeitas ao controle de sua legalidade e adequação pelo Poder Judiciário, mediante provocação por parte de quem demonstre legítimo interesse ou do Ministério Público.

O Conselho Tutelar é órgão municipal que possui completa autonomia em relação ao Poder Judiciário, e embora, dentre outras atribuições, tome decisões e aplique medidas de proteção a crianças, adolescentes, pais e responsáveis (que estudaremos mais adiante), estas possuem um CARÁTER MERAMENTE ADMINISTRATIVO.

Uma das idéias básicas que inspirou a criação do Conselho Tutelar foi a “desjudicialização” do atendimento à criança e ao adolescente, na perspectiva de assegurar maior capilaridade (quis o legislador que o Conselho Tutelar estivesse presente - fisicamente - em todos os municípios, o que não ocorre com o Poder Judiciário, cujas comarcas, não raro, abrangem diversos municípios), assim como maior agilidade e menos burocracia na aplicação de medidas e encaminhamento para os programas e serviços públicos correspondentes.

Para tornar-se um membro do Conselho Tutelar, o ECA exige os seguintes requisitos:

Reconhecida IDONEIDADE MORAL;

Idade SUPERIOR A 21 ANOS;

Residir NO MUNICÍPIO.

Saiba que o membro do Conselho Tutelar não integra o Poder Judiciário nem se confunde com a figura do antigo “comissário de menores”.

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2.4.1. Atribuições e competências do CONSELHO TUTELAR

O Estatuto, em seu art. 136, elenca uma série de atribuições do Conselho Tutelar. Sugiro que você, caro aluno, dê uma lida em todas as atribuições procurando entendê-las. No entanto, listarei as competências que considero mais importantes para as finalidades de nosso estudo, ou seja, aquelas relacionadas ao direito penal e a processual penal.

Dentre outras, são atribuições do Conselho Tutelar:

Atender as crianças e adolescentes sempre que os seus direitos reconhecidos no ECA forem AMEAÇADOS ou VIOLADOS por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; em razão de sua conduta.

Se uma das hipóteses acima acontecer, o Conselho Tutelar será autoridade competente para aplicar qualquer uma das seguintes MEDIDAS DE PROTEÇÃO:

Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;

Orientação, apoio e acompanhamento temporários;

Matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;

Inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente;

Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;

Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

Acolhimento institucional;

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IMPORTANTÍSSIMO

O CONSELHO TUTELAR terá a competência para aplicar uma das mesmas medidas acima quando uma CRIANÇA (e não um adolescente) cometer qualquer ATO INFRACIONAL.

Dispõe o ECA que ATO INFRACIONAL é a conduta descrita como CRIME ou CONTRAVENÇÃO PENAL. Para os adolescentes que cometem atos infracionais o Estatuto prevê algumas punições enquanto que para CRIANÇAS que cometem tais atos, caberá ao Conselho Tutelar, como vimos, a aplicação das MEDIDAS DE PROTEÇÃO acima mencionadas.

Trataremos mais adiante sobre os procedimentos a serem tomadas quando do cometimento de atos infracionais por ADOLESCENTES.

Continuemos com outras importantes competências dos conselhos tutelares:

Cabe ao Conselho Tutelar atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando a eles uma das seguintes medidas previstas:

Encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;

Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

Encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;

Encaminhamento a cursos ou programas de orientação;

Obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar;

Obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado e;

Advertência.

Outras competências que aqui destaco:

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Encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;

Requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;

Representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;

Representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural.

O objetivo fundamental da intervenção do Conselho Tutelar não é com a pura e simples (e burocrática) aplicação de medidas (e/ou com o mero “encaminhamento” para os programas de atendimento e serviços existentes, mas com a efetiva solução dos problemas que afligem a população infanto-juvenil, proporcionando-lhes, de maneira concreta, a proteção integral que lhes é prometida pelo ECA.

Assim sendo, a intervenção do Conselho Tutelar deve ter um caráter RESOLUTIVO, de modo que as causas que se enquadram na sua esfera de atribuições sejam por ele próprio solucionadas, não podendo o órgão servir de mero “degrau” para que o caso chegue ao Poder Judiciário.

Para isso, o Estatuto prevê que as decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.

E quem é essa autoridade judiciária? Vamos à resposta!!

[USCS – EDUCADOR SOCIAL- SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP – 2010] O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:

I . Reconhecida idoneidade moral;

II . Idade superior a dezoito anos;

III . Residir no município.

Em relação às afirmativas acima pode-se afirmar que

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(A) todas estão corretas.

(B) apenas uma está correta

(C) apenas duas estão corretas.

(D) todas estão incorretas.

Vamos conferir cada item checando sua conformidade com os requisitos exigidos pelo ECA para que alguém seja membro de Conselho Tutelar:

Item I – Reconhecida idoneidade moral. ITEM CORRETO

Já descartaríamos a alternativa “D” !!

Item II – A idade deve ser superior a 21 anos e não a 18 como sugere o item. ITEM ERRADO

Agora a alternativa “A” também ficou sem sentido!! Só nos os itens “b” e “c”.

Item III – Residir no Município. ITEM CORRETO.

GABARITO: Letra “C”

2.5. A JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE

A autoridade judiciária a que se refere o Estatuto da Criança e do Adolescente é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma da lei de organização judiciária local.

Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas especializadas e exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões. E é nessas varas especializada que esse Juiz exerce suas funções.

Diante da extrema complexidade e relevância das causas que envolvem interesses infanto-juvenis, a criação de varas especializadas e exclusivas da infância e da juventude, sobretudo nos grandes centros, é de suma importância para que se possa garantir um atendimento adequado e prioritário a crianças e adolescentes, com reais condições de lhes proporcionar a proteção integral há tanto prometida.

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2.4.1. Competências da JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE

Caro aluno, são várias as competências da Justiça da Infância e da Juventude elencadas pelo ECA. É importante que você, como futuro agente de segurança pública, conheça todas elas. Você vai encontrá-las no art. 148 do referido Estatuto.

No entanto, assim como fiz com as atribuições dos Conselhos Tutelares, elencarei, a seguir, aquelas que entendo ser as principais e mais diretamente ligadas ao nosso propósito maior. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:

Conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ATO INFRACIONAL atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;

Conceder a REMISSÃO, como forma de suspensão ou extinção do processo;

Conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;

Conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis;

Aplicar PENALIDADES ADMINISTRATIVAS nos casos de infrações contra norma de proteção à criança ou adolescente;

Conhecer de casos ENCAMINHADOS PELO CONSELHO TUTELAR, aplicando as medidas cabíveis.

Sempre que os direitos da criança e do adolescente, reconhecidos no ECA, forem AMEAÇADOS ou VIOLADOS por ação ou omissão da sociedade ou do Estado ou por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável em razão de sua conduta a Justiça da Infância e da Juventude será também competente para o fim de:

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Conhecer de pedidos de guarda e tutela;

Conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação da tutela ou guarda;

Conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;

Determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimento e óbito.

Bom, conforme for necessário, no decorrer de nossa aula faremos remissões tanto às competências do Conselho Tutelar como também do Juiz e da Justiça da Infância e da Juventude.

Finalizamos nosso tópico sobre os conceitos e fundamentos iniciais dos principais “atores” do ECA. Durante todo esse tópico, citei por varas vezes que o Estatuto reconhecia expressamente alguns direitos fundamentais da criança e do adolescente. É preciso, pois, que entendamos as principais diretrizes que o ECA dá sobre esses direitos, para só assim alcançarmos o entendimento necessário para o estudo dos atos infracionais e dos crimes previstos neste Estatuto.

Estudaremos agora os direitos fundamentais da criança e do adolescente previstos no ECA.

III – OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Aqueles que por ação ou omissão desrespeitarem os direitos fundamentais da criança e do adolescente expressos no Estatuto, fatalmente incorrerão em prática de infração administrativa ou, a depender da gravidade, até mesmo de crime tipificado no Estatuto. Assim, reitero que é de fundamental importância que você, aluno, antes de estudar sobre as infrações e os crimes, conheça as linhas mestras desses direitos fundamentais.

Vamos lá!!

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3.1. DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE

Versa o Estatuto que a criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o NASCIMENTO e o DESENVOLVIMENTO SADIO E HARMONIOSO, em condições dignas de existência.

A Gestante

À gestante é assegurado, através do Sistema Único de Saúde, o atendimento pré e perinatal (pouco depois do nascimento). A parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanhou na fase pré-natal (não é uma obrigação, mas uma recomendação!!) incubindo também ao poder público propiciar apoio alimentar à gestante e à nutriz (aquela que amamenta) que dele necessitem.

O poder público deve ainda proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, NO PERÍODO PRÉ E PÓS-NATAL, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado pós-parto. Esse tipo de assistência deve ser prestada inclusive a gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção. As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude.

Ainda quanto às gestantes, o ECA regulamenta deveres especiais a serem exigidos dos hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, sejam eles públicos ou particulares. Tais deveres serão revisados quando estudarmos um dos crimes relacionados com o descumprimento desses deveres.

Cabe destacar também que o poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas para o ALEITAMENTO MATERNO, inclusive aos filhos de mães submetidas à medida privativa de liberdade.

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A Criança e o Adolescente

É assegurado atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, garantido o ACESSO UNIVERSAL E IGUALITÁRIO às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. A criança e o adolescente portadores de deficiência devem receber atendimento especializado.

O poder público tem o dever de fornecer gratuitamente àqueles que necessitarem os medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação e os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar condições para a permanência em TEMPO INTEGRAL DE UM DOS PAIS OU RESPONSÁVEL, nos casos de internação de criança ou adolescente.

[FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CARIACICA/ES – 2011] As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas

(A) ao Conselho Tutelar.

(B) ao Abrigo.

(C) ao Ministério Público.

(D) ao Conselho Municipal da Criança e do Adolescente.

(E) à Justiça da Infância e da Juventude.

O órgão responsável por receber as gestantes que manifestem interesse em entregar seus filhos à adoção é o Juizado da Infância e da Juventude. Não se esqueça!!

Gabarito: Letra “E”

[USCS – EDUCADOR SOCIAL- SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP – 2010] Maria está grávida de seu primeiro filho. Durante uma das consultas do pré-natal o médico comenta que o parto será realizado pelo médico de plantão, e não por ele. Maria não o questiona, mas fica chateada e ansiosa temendo não conhecer o médico que a atenderá naquele momento tão especial e delicado. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente:

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(A) Maria agiu corretamente em não questionar o médico, uma vez que será atendida pelo Sistema Único de Saúde, que não predispõe este tipo de atendimento.

(B) Maria não deveria ter ficado chateada, pois o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê apenas o apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele necessitem.

(C) Maria poderia ter questionado o médico, pois é assegurado à gestante, através do Sistema Único de Saúde, o atendimento pré e perinatal, onde a parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanhou na fase pré-natal.

(D) Mesmo o Estatuto da Criança e do Adolescente garantindo o atendimento pré e perinatal, este não prevê o atendimento preferencial realizado pelo médico que a acompanhou.

O estatuto estabelece que a parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanhou na fase pré-natal. Isso não significa necessariamente uma obrigação, mas, sim, uma recomendação. Ao ouvir que não será o mesmo médico que fará o seu parto, Maria fica chateada. Com razão? Vamos aos itens:

Item A – O item erra feio ao afirmar que o Sistema Único de Saúde não predispõe este tipo de atendimento. Em seu art. 8º, o ECA versa que é assegurado à gestante, através do Sistema Único de Saúde, o atendimento pré e perinatal. ITEM ERRADO

Item B – De forma alguma!! O Estatuto da Criança e do Adolescente não prevê apenas o apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele necessitem, mas também que ela, em seu parto, seja atendida preferencialmente pelo mesmo médico que fez o seu pré-natal. ITEM ERRADO

Item C – É isso esmo!! Maria tinha todo o direito de ter questionado o médico, pois lhe é assegurado o direito de ser preferencialmente atendida pelo mesmo médico que a acompanhou na fase pré-natal. ITEM CORRETO

Item D – Com relação a esse item, não temos mais o que discutir!! Mas vou reforçar: apesar de não ser uma obrigatoriedade, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que Maria, em seu parto, tenha atendimento realizado preferencialmente médico que a acompanhou. ITEM ERRADO

Gabarito: Letra “C”

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3.2. DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE

A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

O direito à LIBERDADE compreende os seguintes aspectos:

ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;

opinião e expressão;

crença e culto religioso;

brincar, praticar esportes e divertir-se;

participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

participar da vida política, na forma da lei;

buscar refúgio, auxílio e orientação.

O direito ao RESPEITO consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação:

da imagem;

da identidade;

da autonomia;

dos valores, idéias e crenças;

dos espaços e objetos pessoais.

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O direito à DIGNIDADE da criança e do adolescente é dever de TODOS, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

Muitos dos crimes contra crianças adolescentes, previstos no Eca e que estudaremos mais adiante, têm intrínseca relação com o desrespeito a esses três direitos aqui relatados, principalmente, o desrespeito à DIGNIDADE da criança e do adolescente.

[AOCP – EDUCADOR SOCIAL- PREF. IBIPORÃ/PR – 2011] A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos. Analise as assertivas e após assinale a alternativa que aponta a(s) correta(s).

I. Ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais.

II. Opinião e expressão; crença e culto religioso.

III. Brincar, praticar esportes e divertir-se.

IV. Participar da vida familiar e comunitária, com discriminação.

V. Participar da vida política, na forma da lei; e buscar refúgio, auxílio e orientação.

(A) Apenas I, II e IV.

(B) Apenas I e III.

(C) Apenas I, II, III e V.

(D) Apenas II, IV e V.

(E) Apenas V.

Cada item dessa questão refere-se ao direito de liberdade. Vejamos se todo estão em conformidade:

Item I – ITEM CORRETO

Já descartamos as alternativas “d” e “e” !!

Item II – ITEM CORRETO

Agora, mais uma alternativa que não pode ser a resposta: a “b”.

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Item III – ITEM CORRETO

Bom, nem precisaríamos continuar, pois a única alternativa viável e de fato correta é a “C”.

Item IV – Participar da vida comunitária tudo bem, mas COM discriminação afronta ridiculamente o Estatuto. ITEM ERRADO

Item V – ITEM CORRETO

Gabarito: Letra “C”

3.3. DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

Muito já falamos sobre esse direito quando estudamos os conceitos de FAMÍLIA NATURAL, FAMÍLIA AMPLIADA OU EXTENSA E FAMÍLIA SUBSTITUTA. Entretanto, vamos aqui reforçar o que o ECA traz sobre esses direitos.

Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.

Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, A CADA 6 (SEIS) MESES, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação em família substituta, seja por GUARDA, TUTELA ou ADOÇÃO

IMPORTANTE

A PERMANÊNCIA da criança e do adolescente em PROGRAMA DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL não se prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.

A manutenção ou reintegração de criança ou adolescente À SUA FAMÍLIA terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em programas de orientação e auxílio.

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Ainda sobre esse direito, o ECA estabelece que aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.

E ainda mais; os filhos, HAVIDOS OU NÃO DA RELAÇÃO DO CASAMENTO, OU POR ADOÇÃO, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

Veja como foi cobrado:

[FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] Os filhos havidos ou não da relação do casamento, salvo quando por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias em relação à filiação.

Essa questão traz uma pegadinha maldosa ao afirmar que os filhos adotivos NÃO terão os mesmos direitos e qualificações dos demais filhos havidos ou não da relação do casamento. O ECA proíbe qualquer forma de discriminação no seio familiar, inclusive contra os adotados.

Gabarito: ERRADO

3.4. DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER

O direito à EDUCAÇÃO tem o objetivo precípuo de promover o pleno desenvolvimento da criança e do adolescente, o seu preparo para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho.

O estatuto nos ensina que o direto à EDUCAÇÃO deve assegurar à criança e ao adolescente:

Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

Direito de ser respeitado por seus educadores;

Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;

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Direito de organização e participação em entidades estudantis e;

Acesso à escola PÚBLICA e GRATUITA próxima de sua residência.

O Estado em todas as suas instâncias é agente que tem papel fundamental para a promoção desse direito. O Estatuto, em seu art. 54, traz os deveres do Estado relacionados à promoção da educação para as crianças e adolescente. Fiz um resumo de tais deveres trazendo aqueles que considero serem os principais:

CRIANÇA DE 0 A 06 ANOS ATENDIMENTO EM CRECHE E PRÉ-ESCOLA

ENSINO FUNDAMENTAL DEVE SER OBRIGATÓRIO E GRATUITO (inclusive para os que a ele não tiveram acesso a idade própria).

ENSINO MÉDIO PROGRESSIVA EXTENSÃO DA OBRIGATORIEDADE E GRATUIDADE

ENSINO NOTURNO REGULAR OFERTA ADEQUADA ÀS CONDIÇÕES DO ADOLESCENTE TRABALHADOR

PORTADORES DE DEFICIÊNCIA ATENDIMENTO ESPECIALIZADO PREFERENCIALMENTE NA REDE REGULAR DE ENSINO

Versa ainda o Estatuto que o Estado deve garantir o acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um e que deverão ser respeitados, no processo educacional, os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.

Outra garantia é que o atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

E no campo da educação, quais os direitos e deveres dos pais?

Os pais ou responsável têm como DEVER a OBRIGAÇÃO de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino e como DIREITO ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.

No âmbito do ensino fundamental, os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental também têm algumas obrigações. Eles devem comunicar

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ao Conselho Tutelar os casos de maus-tratos envolvendo seus alunos, a reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares e os elevados níveis de repetência.

Por fim ,vamos consolidar o aprendizado:

[FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. SÃO JOSE PINHAIS/PR – 2011] Analise as assertivas e, em seguida, assinale a alternativa que aponta as corretas. De acordo com o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente - é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

I. ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria.

II. progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade somente do ensino fundamental.

III. atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede particular de ensino.

IV. atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade.

V. acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um.

VI. oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador.

VII. atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

(A) I, II, III, IV, V, VI e VII.

(B) Apenas I, III, V e VII.

(C) Apenas II, IV e VI.

(D) Apenas I e VI.

(E) Apenas I, V, VI e VII.

Item I – Corretíssimo. Esse é um dos direitos à educação. ITEM CORRETO

Item II – Opa!! A progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade é para o ensino médio e não somente para o fundamental como afirma o item. ITEM ERRADO

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Item IV – O Estatuto garante o atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a SEIS anos de idade e não de zero a cinco anos como insinua o item. ITEM ERRADO

Item V – Boa!! É o que nos ensina o art. 54, inciso V do ECA. ITEM CORRETO

Item III – Mais uma pegadinha maldosa da banca. Não é preferencialmente na rede particular de ensino deve haver atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência e, sim, na rede REGULAR de ensino. ITEM

Item VI – Exatamente!! ITEM CORRETO

Item VII – Esse também é umas das garantias dadas pelo Eca no que diz respeito à educação da criança e do adolescente. ITEM CORRETO

Gabarito: Letra “E”

[AOCP – EDUCADOR SOCIAL- PREF. IBIPORÃ/PR – 2011] Com base no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Assinale a alternativa INCORRETA.

(A) Nenhuma criança pode ser objeto de qualquer forma de discriminação.

(B) Coloca a criança e o adolescente como sujeitos de direitos.

(C) Prevê a punição legal nos casos de atentado aos direitos fundamentais da criança e do adolescente.

(D) Aprova a exploração e a violência contra a criança e o adolescente.

(E) É dever do Estado, o atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos.

Caro aluno, para achar a resposta dessa questão (de nível superior), nem precisaria ter estudado o Estatuto. Perceba que a letra “D” destoa absurdamente das demais quando afirma que o ECA aprova a exploração e a violência contra a criança e o adolescente. Pelo amor de Deus!!

Gabarito: Letra “D”

[CONSULPLAN – EDUCADOR SOCIAL- PREF. PAULO AFONSO/BA – 2008] Conforme determina o Estatuto, os dirigentes de escolas públicas e privadas de Ensino Fundamental deverão comunicar ao Conselho Tutelar os cursos de:

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(A) Maus tratos envolvendo seus alunos.

(B) Reiteração de faltas injustificadas.

(C) Evasão escolar, injustificada.

(D) Elevados níveis de repetência.

(E) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

Todas as alternativas da questão correspondem às obrigações do dirigente de escolas de ensino fundamental.

Gabarito: Letra “E”

3.5. DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO DO TRABALHO

O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que o ADOLESCENTE tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho, observados o respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento e capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

Vamos ver em que termos o ECA trata sobre a profissionalização do adolescente falando um pouco sobre a condição de ser um APRENDIZ e sobre com se dá a sua FORMAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL.

3.5.1. O trabalho e a criança e o adolescente

Gostaria, caro aluno, que você observasse o disposto no art. 60 do ECA, disposto a seguir:

ECA – Lei 8.069/90

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide Constituição Federal)

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Ao ler esse artigo, você é levado a constatar que o trabalho de menores de 14 anos é proibido. Até aí, tudo bem!! Mas continuando a leitura do dispositivo você percebe que há uma ressalva: salvo na condição de aprendiz. Isso nos leva a crer que quem for menor de 14 anos, ou seja, até mesmo uma criança, poderá trabalhar DESDE QUE NA CONDIÇÃO DE APRENDIZ.

Essa interpretação a muito está EQUIVOCADA!! Observe que o próprio texto do art. 60 nos remete à Constituição Federal. E ao olhar para o art. 7º, inciso XXXIII da nossa Carta Magna temos que:

CF/88

Art. 7º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

(...)

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, A PARTIR de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

De acordo com essa redação, NÃO É PERMITIDO o trabalho NEM NA CONDIÇÃO DE APRENDIZ aos menores de 14 anos!! Essa redação da Constituição nos diz o seguinte:

ATÉ 14 ANOS TRABALHO PROIBIDO SOB QUALQUER HIOPÓTESE

MAIOR DE 14 ATÉ OS 16 ANOS TRABALHO PERMITIDO, MAS SÓ NA CONDIÇÃO DE APRENDIZ. TRABALHO NOTURNO, PERIGOSO E INSALUBRE PROIBIDO

MAIOR DE 16 ATÉ 18 ANOS PERMITIDO QUALQUER TRABALHO COM EXCEÇÃO DO TRABALHO NOTURNO, PERIGOSO E INSALUBRE

MAIOR DE 18 ANOS PERMITIDO QUALQUER TRABALHO INCLUSIVE O NOTURNO, O PERGIOSO E O INSALUBRE.

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Perceba que essa redação vai completamente de encontro ao que versa o ECA. Aí você me pergunta: mas por que professor? Em qual delas devo me basear em uma questão de prova que me cobrar conhecimentos do estatuto?

Você se baseará na disposição CONSTITUCIONAL!!

Dê uma lida novamente no inciso VIII acima mencionado e veja que ele teve nova redação a partir da Emenda Constitucional de nº 20 de 1998, emenda essa aprovada 08 anos após a publicação do ECA. Como não foi uma outra lei ordinária que deu nova redação ao dispositivo (e nem poderia ser), não houve mudança na redação no art. 60 do ECA. Isso não quer dizer que devamos obedecer aquilo que lá está escrito, pois você bem sabe que a Constituição Federal está no topo da hierarquia das normas e todas as outras, a exemplo do ECA, são infraconstitucionais não podendo ir contra a norma maior.

Tanto é que ao acessar a redação do art. 60, há um link direto para o art. 7º, inciso VIII da CF, obrigando o leitor a respeitar o que ali está estabelecido.

Vou repetir: o trabalho só é permitido para pessoas a partir de 14 anos e na condição de APRENDIZ!!

Corroborando com a CF/88, o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que para o adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:

NOTURNO, realizado entre as 22hs de um dia e as 05hs do dia seguinte;

PERIGOSO, INSALUBRE ou PENOSO;

Realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;

Realizado em horários e locais QUE NÃO PERMITAM A FREQÜÊNCIA À ESCOLA.

O ECA assegura ao adolescente aprendiz os direitos trabalhistas e previdenciários e trabalho protegido ao adolescente portador de deficiência.

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3.5.1. A formação técnico-profissional do adolescente

Versa a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) que a FORMAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL caracteriza-se por atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho.

Pois bem, a FORMAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL, ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor, é considerada pelo Estatuto como APRENDIZAGEM e deve obedecer aos seguintes princípios:

Garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;

Atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;

Horário especial para o exercício das atividades.

Caro aluno, com a explanação desse último direito, finalizamos a nossa parte inicial do Estatuto da Criança e do Adolescente. Agora, você tem base suficiente para estudar o conteúdo dos próximos IMPORTANTÍSSIMOS TÓPICOS dessa aula. Antes disso, uma parada para analisar mais questões, inclusive duas da FUNIVERSA, e consolidar o seu aprendizado:

[FUNDEP – EDUCADOR SOCIAL- PREF. UBERABA/SP – 2011] O Capítulo V do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei federal n. 8.690/1990) trata do direito da criança e do adolescente à profissionalização e à proteção no trabalho. Analise as afirmativas abaixo e assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas.

( ) Ao adolescente aprendiz, até quatorze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.

( ) Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem.

( ) É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, sem ressalva.

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( ) Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência de letras CORRETA.

(A) (F) (F) (V) (V)

(B) (V) (V) (F) (F)

(C) (V) (V) (F) (V)

(D) (F) (V) (F) (V)

O primeiro item está FALSO porque os direitos trabalhistas e previdenciários são assegurados ao adolescente aprendiz, MAIOR DE quatorze anos.

O segundo item está VERDADEIRO, mas o terceiro, à luz da Constituição Federal está VERDADEIRO.

O quarto item está corretinho, portanto, VERDADEIRO.

Gabarito: Letra “NULA”

[FUNIVERSA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. PALMAS/TO – 2005] Quanto ao Estatuto da Criança e do Adolescente podemos afirmar que:

(A) É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

(B) Tem a finalidade de proteger as crianças e adolescentes que estão sob maus-tratos, afastando-as dos seus responsáveis, incluindo-os em abrigos, onde poderão viver com maior segurança e dignidade.

(C) Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra crianças e adolescentes serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar, cabendo a este todas as providências legais.

(D) O Conselho Tutelar é o órgão permanente e autônomo, encarregado pelo ECA de zelar pelo cumprimento dos direitos das crianças e adolescentes, definidos nesta Lei.

(E) Entende-se por família natural a comunidade formada “pelas mães sociais” e todas as crianças moradoras do abrigo por motivos semelhantes.

Essa questão nos traz uma revisão geral do que vimos até aqui:

Item A – Certinho. Trata-se da redação do art. 18 do Estatuto. ITEM CORRETO

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Item B – A finalidade do ECA não é a de afastar necessariamente a criança ou o adolescente dos seus responsáveis, muito menos incluí-los em abrigos.ITEM ERRADO

Item C - Os casos citados no item devem ser de fato obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar, mas não é apenas o Conselho que deve tomar todas as providências legais. Veja o art. 13 do Estatuto!! ITEM ERRADO

Item D - O Conselho Tutelar é o órgão permanente e autônomo, encarregado pela SOCIEDADE e não pelo ECA para zelar pelo cumprimento dos direitos das crianças e adolescentes. ITEM ERRADO

Item E – O conceito de família natural apresentado no item é totalmente sem nexo. ITEM ERRADO

Gabarito: Letra “A”

[FUNIVERSA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. PALMAS/TO – 2005] O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é um conjunto de leis que dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. Baseados neste estatuto, só não podemos afirmar que:

(A) É considerada criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos e adolescentes entre 12 e 18 anos de idade.

(B) A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, sendo proibido qualquer trabalho a menores de 14 anos de idade.

(C) A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na constituição e nas leis.

(D) É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente atendimento em creche e pré-escola, ensino fundamental e médio, obrigatório e gratuito e acesso aos níveis mais elevados do ensino, segundo a capacidade de cada um.

(E) É dever da família, da sociedade e do estado assegurar com absoluta prioridade a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à dignidade e ao respeito, à liberdade e convivência familiar.

Item A – O item traz os conceitos corretos de criança e de adolescente!! ITEM CORRETO

Item B – É importante que você não se esqueça que é proibido qualquer trabalho a menores de 14 anos de idade. ITEM CORRETO

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Item C – É exatamente a redação do art. 15 do Estatuto. ITEM CORRETO

Item D – O Estado tem o dever de assegurar o atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 06 anos e não a todos. Outra coisa: o ensino que deve ser obrigatório e gratuito é o fundamental e não o médio. ITEM ERRADO

Item E – ITEM CORRETO, pois se coaduna com art. 4º do Estatuto.

Gabarito: Letra “D”

Estudaremos a partir de agora um dos temas do Estatuto que são os grandes alvos de questões em concursos na área de segurança:

Os ATOS INFRACIONAIS cometidos por crianças e adolescentes

Prepare-se para fortes emoções!!

IV – OS ATOS INFRACIONAIS

4.1. CONCEITO DE ATO INFRACIONAL

O ECA define ATO INFRACIONAL como a conduta descrita como crime ou contravenção penal.

Esse conceito nós já estudamos em tópico anterior, entretanto te pergunto:

Por que o Estatuto fala em Ato Infracional e não de crime ou contravenção penal propriamente ditos? Qual a diferença entre eles?

Toda conduta que a Lei Penal tipifica como crime ou contravenção, se praticada por criança ou adolescente é tecnicamente denominada “ato infracional”.

Pois bem, a Constituição Federal, em seu art. 228, estabelece que são penalmente INIMPUTÁVEIS os menores de 18 anos. Ser inimputável significa não ter a capacidade de ser responsabilizado penalmente pelos seus próprios atos. Ora, se uma criança ou um adolescente não pode ser responsabilizado penalmente por seus atos então, em tese, não se pode responsabilizá-los por crimes ou contravenções penais tipificados em Lei.

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Te faço então outra pergunta: e se uma criança ou um adolescente fere ou mata alguém? Fica impune pelo fato de não poder responder penalmente por esse ato? Claro que não!!

Foi por essa razão que o ECA utilizou a terminologia de ATO INFRACIONAL. Essa terminologia foi dada no intuito de produzir uma designação diferenciada procurando enaltecer o caráter extra penal da matéria, assim como do atendimento a ser prestado em especial ao adolescente em conflito com a lei. Isso quer nos dizer então que ao cometer um crime ou uma contravenção penal, a criança ou o adolescente não ficaram de todo impunes. Haverá sim algum tipo de responsabilização diferenciada.

Agora, você há de convir comigo que mesmo sendo responsabilizados de forma especial, não é coerente que o mesmo tratamento seja dado a uma criança que cometeu um mesmo crime que um adolescente. As eventuais medidas a serem tomadas devem respeitar os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

O ECA estabelece, portanto, que a criança ou o adolescente que cometer ato infracional estará sujeito às medidas nele previstas e que, para o estabelecimento dessas medidas, será considerada a idade do adolescente à data do fato.

IMPORTANTE

Se o agente cometer ato infracional enquanto tiver idade inferior a 12 (doze) anos, será tratado como CRIANÇA mesmo após completar esta idade.

Se praticar o ato estando com a idade entre 12 (doze) e 17 (dezessete) anos, será tratado como ADOLESCENTE mesmo após completar 18 (dezoito) anos.

Veja como foi cobrado:

[CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 2006] Nos termos do que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente, considera-se ato infracional a conduta praticada por criança ou adolescente que esteja descrita como crime na legislação penal, não abrangendo a legislação em referência as contravenções penais.

Não se esqueça: o ECA define ATO INFRACIONAL como a conduta descrita como crime ou contravenção penal. Toda conduta que a Lei Penal tipifica como

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crime ou contravenção, se praticada por criança ou adolescente é tecnicamente denominada “ato infracional”. Assim, o item erra ao afirmar que uma contravenção penal praticada por criança ou adolescente não é um ato infracional. É sim!!

Gabarito: ERRADO

[FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CARIACICA/ES – 2011] Ato infracional é a ação tipificada como contrária a lei que tenha sido efetuada pela criança ou adolescente. São inimputáveis todos os maiores de 18 anos e não poderão ser condenados a penas.

Dois erros nessa questão: primeiro conceituar de forma equivocada o ato infracional; segundo afirmar que os MAIORES de 18 são inimputáveis e não poderão ser condenados a penas.

O ato infracional é o crime e a contravenção penal quando cometidos por criança ou adolescente. E inimputáveis são os MENORES de 18 anos!!

Gabarito: ERRADO

No próximo tópico, trataremos das medidas que o ECA estabelece como passíveis de serem aplicadas em CRIANÇAS que cometem atos infracionais. Em seguida, estudaremos aquelas a serem aplicadas aos adolescentes infratores.

4.2. ATO INFRACIONAL COMETIDO POR CRIANÇAS

Se uma criança comete um crime ou uma contravenção penal, você já sabe que ela não pode responder conforme as disposições do Código Penal e nem as da Lei de Contravenções Penais. Estará sujeita às medidas estabelecidas no ECA.

A criança autora de ato infracional não está sujeita à aplicação das medidas sócio-educativas previstas no Estatuto (como acontece com os adolescentes), mas apenas a medidas de PROTEÇÃO. São estas as medidas de PROTEÇÃO a serem aplicadas às crianças infratoras:

Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;

Orientação, apoio e acompanhamento temporários;

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Matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;

Inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente;

Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;

Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

Acolhimento institucional;

Inclusão em programa de acolhimento familiar;

Colocação em família substituta.

IMPORTANTE

O órgão competente para aplicar as MEDIDAS DE PROTEÇÃO às crianças infratoras é o CONSELHO TUTELAR;

O ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL e o ACOLHIMENTO FAMILIAR são MEDIDAS PROVISÓRIAS E EXCEPCIONAIS, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade.

Sobre os atos infracionais cometidos por crianças, são essas as disposições que você precisa levar para sua prova.

Agora, quanto aos adolescentes que cometem atos infracionais, os procedimentos são um pouco mais rigorosos. No tópico a seguir, vamos conhecer quais são as suas garantias processuais, as medidas sócio-educativas previstas para os infratores e o procedimento para a apuração dos fatos.

[FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece medidas de proteção à criança e ao adolescente, dentre as quais estão:

I – Acolhimento institucional.

II – Inclusão em programa de acolhimento familiar.

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III – Colocação em família substituta.

IV – Matrícula e freqüência facultativas em estabelecimento de ensino livre.

V – Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade.

Estão CORRETAS

(A) apenas I, II e III.

(B) apenas I, III, III e IV.

(C) apenas I, II, III e V.

(D) apenas II, III, IV e V.

(E) todas as afirmativas.

O ECA prevê uma série de medidas de proteção que podem ser aplicadas tanto a crianças como a adolescentes. É preciso, no entanto, que você não esqueça que tais medidas serão necessariamente aplicadas Às CRIANÇAS que cometem atos infracionais. Já os adolescentes podem ou não também receber tais medidas, mas além delas são também suscetíveis às medidas sócio-educativas. As medidas de proteção estão elencadas no art. 101 do ECA. Vamos analisar os itens e ver qual ou quais deles estão trazem de forma correta uma dessas medidas.

Item I – Perfeito! Sobre o acolhimento, vale ressaltar que permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária. ITEM CORRETO

Item II – Certinho. Sobre esse tema, destaco que a inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento institucional, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e excepcional da medida, nos termos do Estatuto. ITEM CORRETO

Item III – Sobre a família substituta já estudamos de que também é uma medida de caráter excepcional. ITEM CORRETO

Item IV – Dois erros: a matrícula e a frequência em estabelecimento de ensino são obrigatórias; o estabelecimento de ensino não é livre e, sim, oficial de ensino fundamental. ITEM ERRADO

Item V – ITEM CORRETO.

Gabarito: Letra “C”

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[FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de cinco anos, salvo comprovada necessidade, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.

Vimos na questão anterior que a permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 02 ANOS.

Gabarito: ERRADO

4.3. ATO INFRACIONAL COMETIDO POR ADOLESCENTES

Em se tratando de adolescentes que cometam atos infracionais, é preciso que tenhamos em mente os seguintes princípios fundamentais:

Aos procedimentos regulados no ECA aplicam-se subsidiariamente as normas gerais previstas na LEGISLAÇÃO PROCESSUAL pertinente.

É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade absoluta na tramitação dos processos e procedimentos previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências judiciais a eles referentes.

Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.

Na verdade, esse último princípio todos conhecemos, pois ele deriva do art. 5º, inciso LIV da nossa Constituição Federal. Veremos que o procedimento para apuração de ato infracional praticado por adolescente, embora revestido das mesmas garantias processuais e demandando as mesmas cautelas que o processo penal instaurado em relação a imputáveis, com este não se confunde.

Isto se dá pelo fato de que ao contrário do processo penal instaurado em relação a imputáveis, o procedimento para a apuração de ato infracional NÃO

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tem como objetivo final a singela aplicação de uma pena, mas sim, em última análise, a proteção integral do jovem, para o que as medidas sócio-educativas se constituem apenas no meio que se dispõe para chegar a este resultado.

Para tanto, o procedimento possui regras e, acima de tudo, princípios que lhe são próprios, cuja inobservância, por parte da autoridade judiciária, somente pode conduzir à nulidade absoluta do feito. Antes de estudarmos as regras para a apuração dos atos infracionais, vejamos quais são as GARANTIAS PROCESSUAIS que são asseguradas para os adolescentes.

4.3.1. AS GARANTIAS PROCESSUAIS DOS ADOLESCENTES

Partindo-se do princípio que a criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, da inevitável incidência da regra básica de que toda e qualquer disposição estatutária somente pode ser interpretada e aplicada no sentido da proteção integral infanto-juvenil, e da previsão expressa da aplicação, em caráter subsidiário, das regras gerais contidas na Lei Processual Penal, não é possível, lógica e legalmente, negar ao adolescente acusado da prática de ato infracional qualquer dos direitos e garantias assegurados tanto pela Lei Processual Penal quanto pela Constituição Federal aos imputáveis acusados da prática de crimes.

E é exatamente por esse motivo que o legislador preocupou-se em reforçar tais garantias e discriminá-las no referido Estatuto. São, portanto, estas as garantias asseguradas aos adolescentes:

Pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio equivalente;

Igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;

Defesa técnica por advogado;

Assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;

Direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;

Direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.

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Antes de estudarmos as regras principais para apuração de ato infracional cometido por adolescente e, conhecidas as suas garantias processuais, faz-se necessário também conhecermos as medidas sócio-educativas que poderão ser aplicadas a este infrator.

4.3.2. AS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS

Você já sabe que as medidas socioeducativas são destinadas apenas a adolescentes acusados da prática de atos infracionais, devendo ser considerada a idade do agente à data do fato (a criança está sujeita APENAS a medidas de proteção) e, embora pertençam ao gênero "sanção estatal" (decorrentes da não conformidade da conduta do adolescente a uma norma penal proibitiva ou impositiva), não podem ser confundidas ou encaradas como penas, pois têm natureza jurídica e finalidade diversas.

Enquanto as penas possuem um caráter eminentemente retributivo/punitivo, as medidas socioeducativas têm um caráter preponderantemente pedagógico, com preocupação única de educar o adolescente acusado da prática de ato infracional, evitando sua reincidência.

Pois bem, versa o Estatuto que verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:

Advertência;

Obrigação de reparar o dano;

Prestação de serviços à comunidade;

Liberdade assistida;

Inserção em regime de semi-liberdade

Internação em estabelecimento educacional e;

Todas aquelas medidas de PROTEÇÃO aplicadas às crianças infratoras, com exceção das medidas de acolhimento institucional, de inclusão em programa de acolhimento familiar e de colocação em família substituta (essas três não serão aplicadas aos adolescentes infratores como modalidades de medidas sócio-educativas).

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Trataremos logo em seguida dos detalhes mais importantes de cada uma dessas medidas, mas, antes disso, preciso destacar os seguintes outros princípios fundamentais referentes ás medidas sócio-educativas:

IMPORTANTE

A medida aplicada ao adolescente levará em conta A SUA CAPACIDADE DE CUMPRI-LA, as CIRCUNSTÂNCIAS e a GRAVIDADE da infração;

Os adolescentes PORTADORES DE DOENÇA OU DEFICIÊNCIA MENTAL receberão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições.

E quem tem competência para aplicá-las?

É só lembrar-se das competências do Juiz de Infância e da Juventude estudadas em tópico anterior. Uma de suas competências é exatamente a de conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ATO INFRACIONAL atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis.

Veja como foi cobrado!!

42. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] Considere que determinado crime foi praticado por um adolescente, em detrimento de bens e serviços da União. Nesse caso, tratando-se de menor de 18 anos de idade, inimputável, caberá conhecer do ato infracional o juiz da infância e da juventude, ou o juiz que exercer essa função, na esfera estadual.

A autoridade competente para aplicar as medidas sócio-educativas aos adolescentes é o Juiz da Infância e da Juventude. No entanto, em seu art. 146, o Estatuto prevê que outro juiz que exerça essa função, na forma da lei de organização judiciária local, será também considerado competente.

Gabarito: CORRETO

43. [CESPE – AGENTE DE POLICIA SUBST.– POLICIA CIVIL/RN – 2008 – ADAPT.] Compete exclusivamente à autoridade judiciária e ao membro do MP a aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente pela prática de ato infracional.

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Compete exclusivamente à autoridade judiciária a aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente pela prática de ato infracional. O ministério Público não aplica tais medidas e, sim, auxilia e fiscaliza o processo de apuração dos atos infracionais e aplicação das medidas deles decorrentes.

Gabarito: ERRADO

Vamos agora conhecer um pouco mais sobre as tais medidas socioeducativas:

A advertência

Versa o Estatuto que a advertência consistirá em ADMOESTAÇÃO VERBAL, que será reduzida a termo e assinada.

Professor, e como se dá essa admoestação verbal?

Admoestar é aconselhar, advertir, repreender com brandura.

Pois bem, a advertência é a única das medidas socioeducativas que deve ser executada diretamente pela autoridade judiciária. O Juiz deve estar presente à audiência admonitória, assim como o representante do Ministério Público e os pais ou responsável pelo adolescente, devendo ser este alertado das consequências da eventual reiteração na prática de atos infracionais e/ou do descumprimento de medidas que tenham sido eventualmente aplicadas cumulativamente.

Os pais ou responsável deverão ser também orientados e, se necessário, encaminhados ao Conselho Tutelar para receber as medidas a eles pertinentes (reveja essas medidas no nosso tópico sobre o Conselho Tutelar).

A obrigação de reparar o dano

Se o ato infracional cometido por um adolescente tiver reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.

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É fundamental que a reparação do dano seja cumprida pelo adolescente, e não por seus pais ou responsável, devendo ser assim verificado, previamente, se o adolescente tem reais capacidades de cumpri-la. A reparação pode se dar diretamente, através da restituição da coisa, ou pela via indireta, através da entrega de coisa equivalente ou do seu valor correspondente em dinheiro.

IMPORTANTE: Se houver manifesta impossibilidade do adolescente reparar o dano, a medida poderá ser substituída por outra adequada.

A prestação de serviços a comunidade

A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.

Cabe ressaltar que as tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumprida aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis. Mas atenção:

IMPORTANTE

Para a prestação de serviços comunitários o adolescente deverá cumprir jornada MÁXIMA de 08 HORAS de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho;

A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS COMUNITÁRIOS NÃO poderá exceder os 06 MESES;

EM HIPÓTESE ALGUMA E SOB PRETEXTO ALGUM, será admitida a prestação de trabalho forçado;

O adolescente vinculado a tal medida não pode ser obrigado a realizar atividades degradantes, humilhantes e/ou que o exponham a uma situação constrangedora. A medida não pode se restringir à “exploração da mão-de-obra” do adolescente, devendo ter um cunho eminentemente pedagógico.

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Inserção em regime de semi-liberdade

O Estatuto dispõe que o regime de semi-liberdade pode ser determinado de duas formas: como medida inicial ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial.

A semi-liberdade é das medidas de execução mais complexa e difícil dentre todas as previstas pelo ECA. Em 1996, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA, expediu a Resolução n° 47, de 06/12/1996, na tentativa de regulamentar a matéria. Em que pese tal esforço, vários aspectos sobre a forma como se dará o atendimento do adolescente permanecem obscuros, o que sem dúvida contribui para a existência de poucos programas em execução em todo o País.

É importante que se diga que não há qualquer obrigatoriedade de o adolescente que está internado passe primeiro pela semi-liberdade antes de ganhar o meio aberto e que a medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à internação.

A liberdade assistida

A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. A autoridade designará pessoa capacitada, denominado ORIENTADOR, para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento.

A liberdade assistida é a medida que melhor traduz o espírito e o sentido do sistema sócio-educativo estabelecido pelo ECA e, desde que corretamente executada, é sem dúvida a que apresenta melhores condições de surtir os resultados positivos almejados, não apenas em benefício do adolescente, mas também de sua família e, acima de tudo, da sociedade.

Não se trata de uma mera liberdade vigiada, na qual o adolescente estaria em uma espécie de período de prova, mas sim importa em uma intervenção efetiva e positiva na vida do adolescente e, se necessário, em sua dinâmica familiar, por intermédio de uma pessoa capacitada para acompanhar a execução da medida, chamada de “orientador”.

Incumbe ao orientador, como o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização das seguintes tarefas:

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• promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;

• supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;

• diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho;

• apresentar relatório do caso.

IMPORTANTE

A liberdade assistida será fixada pelo PRAZO MÍNIMO DE SEIS MESES, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.

A internação

A internação constitui medida PRIVATIVA DA LIBERDADE, sujeita aos seguintes princípios:

da brevidade;

da excepcionalidade e;

do respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

A reclusão de um jovem em um estabelecimento deve ser feita apenas em último caso e pelo menor espaço de tempo necessário. Medida privativa de liberdade por excelência, a internação somente deverá ser aplicada em casos extremos, quando, comprovadamente, não houver possibilidade da aplicação de outra medida menos gravosa devendo sua execução se estender pelo menor de tempo possível.

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IMPORTANTE

A medida de INTERNAÇÃO só poderá ser aplicada quando tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa; por reiteração no cometimento de outras infrações graves ou por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.

É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segurança.

A medida de internação não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada 06 meses. Mas preste atenção: caso a medida seja aplicada por conta de descumprimento reiterado e injustificável de medida anteriormente imposta (e somente neste caso), o prazo de internação NÃO PODERÁ SER SUPERIOR A 03 MESES.

A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração. Durante todo o período de internação, mesmo que essa internação seja provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas. E ainda mais: a realização de atividades externas será PERMITIDA, a critério da equipe técnica da entidade a não ser por expressa determinação judicial em contrário.

IMPORTANTÍSSIMO

Em NENHUMA HIPÓTESE o período máximo de internação excederá a 03 ANOS;

Atingido o tempo limite de 03 ANOS, o adolescente DEVERÁ SER LIBERADO, colocado em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida;

A liberação será COMPULSÓRIA (obrigatória) aos 21 anos de idade.

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Vale salientar que este prazo máximo de 03 anos de duração da medida privativa de liberdade extrema abrange todos os atos infracionais anteriores à sentença que a decretou e ao início de sua execução (ainda que, por uma razão ou por outra, não tenham sido por ela expressamente abrangidos), vez que não há previsão legal para o “somatório” de medidas socioeducativas.

Assim sendo, por exemplo, independentemente de quantos tenham sido os atos infracionais anteriores à sentença em cujos procedimentos houve o decreto da medida sócio-educativa extrema da internação, estará o adolescente sujeito ao máximo de 03 (três) anos de privação de liberdade.

Devemos lembrar que a tônica do procedimento para apuração de ato infracional é a celeridade, e se isto não foi respeitado, e o adolescente não recebeu, ao tempo e modo devidos, a intervenção socioeducativa que se fazia necessária na espécie, não pode ser por tal razão prejudicado.

Caro aluno, você se lembra de que, além das crianças (pessoas de até 12 anos e meio) e dos adolescentes (entre 12 anos e meio e 18 anos) serem os agentes a serem protegidos pelo ECA, nós também vimos que o Estatuto prevê casos onde ele também seria aplicado EXCEPCIONALMENTE às pessoas entre 18 e 21 anos de idade?

Pois bem, a liberdade COMPULSÓRIA, a que se refere o quadro acima, se constitui numa das exceções de aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente a jovens entre de 18 (dezoito) e 21 (vinte e um) anos de idade, continuando em pleno vigor apesar da alteração na idade do advento da plena capacidade civil, promovida pelo art. 5º, do Código Civil de 2002. Uma vez atingido o limite etário de 21 (vinte e um) anos, não mais será possível a aplicação e/ou execução de qualquer medida sócio-educativa, devendo ser o jovem desinternado compulsoriamente, com o máximo de celeridade.

Aproveito o ensejo para dizer que o ECA determina que em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.

Por fim, é preciso que você saiba que o Estatuto elencou um rol de direitos aos adolescentes internados, ou seja, privados de liberdade. São muitos os direitos, no entanto, para o nosso estudo, vou destacar a seguir apenas aqueles os quais considero mais importantes:

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ser tratado com respeito e dignidade;

permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;

receber visitas, ao menos, semanalmente;

corresponder-se com seus familiares e amigos;

habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;

receber escolarização e profissionalização;

realizar atividades culturais, esportivas e de lazer;

ter acesso aos meios de comunicação social;

receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade;

em hipótese alguma poderá ficar incomunicável.

Ainda com relação ao direito à visita semanal, estamos diante de uma regra que não é de todo absoluta, pois o Estatuto prevê que a autoridade judiciária (e somente ela!!) poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente.

Finalizamos nesse tópico os aspectos mais importantes sobre as medidas sócio-educativas que o Estatuto estabelece como possíveis a serem aplicadas a ADOLESCENTES infratores. Lembre-se que tais medidas não são passíveis serem aplicadas às crianças infratoras!!

[CONSULPLAN – ADVOGADO – AVAPE/SP – 2009] Sobre a internação (medida privativa da liberdade prevista no ECA, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento), é INCORRETO afirmar que:

(A) Não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.

(B) Não excederá o período de três anos.

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(C) Será aplicada exclusivamente quando se tratar de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa.

(D) Uma vez aplicada, ensejará a liberação compulsória do infrator aos vinte e um anos de idade.

(E) Não obsta a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.

Item A – Exatamente o que você estudou acima e o que diz o art. 121, § 2º. ITEM CORRETO

Item B – Não se esqueça dessa informação, ok? ITEM CORRETO

Item C – O item erra ao afirmar que o único caso previsto para aplicação de medida de internação é o cometimento de ato infracional mediante grave ameaça ou violência à pessoa. De jeito nenhum!! Outras duas possibilidades podem ensejar a aplicação, pela autoridade judiciária, dessa medida: por reiteração no cometimento de outras infrações graves ou por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. ITEM ERRADO

Item D – Mais uma informação para você não esquecer: o adolescente será liberado compulsoriamente ao 21 ANOS de idade. ITEM CORRETO

Item E – Isso mesmo!! A o infrator internado será possível a autorização para a realização de atividades externas (a critério da equipe técnica da entidade), a não ser que haja expressa determinação judicial em contrário. ITEM CORRETO

Gabarito: Letra “C”

Antes de falarmos sobre o processo de apuração de ato infracional cometido por adolescente, precisamos falar também do instituto da REMISSÃO, trazido pelo ECA.

4.3.3. A REMISSÃO

Versa o Estatuto, em seu art. 126, que antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder a REMISSÃO, como forma de EXCLUSÃO DO PROCESSO, atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.

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Professor, você poderia explicar melhor o que de fato representa para o adolescente infrator essa tal remissão?

A remissão se constitui em instituto próprio do Direito da Criança e do Adolescente, que pretende sanar os efeitos negativos e prejudiciais acarretados pela deflagração ou demora na conclusão do procedimento judicial destinado à apuração do ato infracional praticado por adolescente. A concessão da remissão deverá ser sempre a regra, podendo já ocorrer logo após a oitiva informal do adolescente pelo representante do Ministério Público, ou a qualquer momento, antes de proposta a ação socioeducativa, via representação.

A remissão visa evitar ou abreviar o processo envolvendo o adolescente acusado da prática infracional, permitindo uma rápida solução para o caso. Vale lembrar que o objetivo do procedimento sócio-educativo não é a aplicação de uma sanção estatal, mas sim a efetiva recuperação do adolescente, sempre da forma mais célere e menos traumática possível, o que pode perfeitamente ocorrer via remissão, notadamente nos casos de menor gravidade, através do ajuste de uma ou mais medidas sócio-educativas e/ou protetivas, conforme as necessidades pedagógicas específicas do adolescente.

Detalhe IMPORTANTE!!

Iniciado o procedimento judicial, a concessão da REMISSÃO será feita pela autoridade judiciária importará na SUSPENSÃO ou EXTINÇÃO do processo.

Mas porque esse detalhe é importante? Porque pode ser alvo de pegadinha em provas!! Veja bem:

ANTES DE OFERECIDA a representação sócio-educativa, a prerrogativa pela concessão da remissão é do Ministério Público, que afinal, é o titular exclusivo da ação sócio-educativa. Neste caso, a remissão concedida excluirá o processo (evitará a representação).

Entretanto, APÓS O OFERECIMENTO da representação sócio-educativa, a prerrogativa pela concessão da remissão passa à autoridade judiciária (invariavelmente o Juiz da Infância e Juventude), que pode optar por tal solução a qualquer momento, antes de prolatar a sentença, após ouvir o Ministério Público. Em tal hipótese, a remissão poderá ser concedida como forma de suspensão ou extinção do processo.

O Estatuto ainda dispõem que a remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer

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das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e a internação.

A remissão como forma de suspensão do processo será, em regra, cumulada com medida sócio-educativa não privativa de liberdade cuja execução se prolongue no tempo, que deverá ser ajustada entre a autoridade judiciária e o adolescente, ouvido o Ministério Público.

Já a remissão como forma de extinção do processo será concedida pela autoridade judiciária, também em regra, quando desacompanhada de medidas socioeducativas ou quando cumulada unicamente com a advertência que se exaure num único ato.

Por fim temos que a medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público.

4.3.4. A APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL COMETIDO POR ADOLESCENTE

Os Direitos Fundamentais do Adolescente

Em respeito aos Direitos Individuas elencados no art. 5º de nossa Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente determina que NENHUM ADOLESCENTE será privado de sua liberdade senão:

em FLAGRANTE de ato infracional ou;

por ORDEM ESCRITA E FUNDAMENTADA da autoridade judiciária competente.

Ainda em consonância com o referido da CF/88, o Estatuto prevê que a apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão IMEDIATAMENTE comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada. O adolescente também goza, é claro, do direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos.

O Código de Processo Penal servirá de base para definição das situações em que restará caracterizado o flagrante de ato infracional praticado por

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adolescente, que serão exatamente as mesmas em que um imputável seria considerado em flagrante de crime ou contravenção penal. A apreensão de criança ou adolescente sem que esteja caracterizado o flagrante de ato infracional ou sem ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente caracteriza, em tese, crime previsto no Estatuto (estudaremos sobre os crimes mais adiante).

Por fim, é preciso que você saiba ainda, caro aluno, que em respeito ao art. 5º da CF/88, o adolescente CIVILMENTE IDENTIFICADO não será submetido à identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, SALVO PARA EFEITO DE CONFRONTAÇÃO, havendo dúvida fundada.

Pois bem, suponhamos que um adolescente cometeu um ato infracional ou é suspeito de tê-lo cometido. Como é então o procedimento propriamente dito para que esse adolescente possa responder pelo seu ato e a ele ser (ou não) atribuída uma das medidas sócio-educativas previstas pelo ECA?

A Apreensão do Adolescente Infrator

A fase que agora estudaremos é bem similar a do inquérito policial para imputáveis. O adolescente, após cometer ou ser suspeito de ter cometido um ato infracional, é encaminhado à autoridade policial, de preferência de uma delegacia especializada, a fim de ser tomado o seu depoimento e eventuais depoimentos de vítima(s) ou testemunha(s). Após essa fase veremos como o Ministério Público entra na história.

IMPORTANTE

O adolescente apreendido em FLAGRANTE de ato infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade POLICIAL competente.

O adolescente apreendido por força de ORDEM JUDICIAL será, desde logo, encaminhado à autoridade JUDICIÁRIA.

Não será admitida a apreensão de adolescente PARA SIMPLES “AVERIGUAÇÃO”

Em caso de FLAGRANTE de ato infracional cometido MEDIANTE VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA A PESSOA, a autoridade policial, respeitadas as disposições até aqui estudadas, deverá:

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lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;

apreender o produto e os instrumentos da infração;

requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da infração.

IMPORTANTE

Nas DEMAIS HIPÓTESES DE FLAGRANTE, a lavratura do auto poderá ser substituída por BOLETIM DE OCORRÊNCIA CIRCUNSTANCIADA.

É isso mesmo!! Admite-se a forma simplificada do procedimento, ante a não ocorrência de flagrante de ato infracional mediante violência ou grave ameaça à pessoa. Nestes casos, não será possível, nem mesmo em tese, a aplicação de medida privativa de liberdade ao adolescente, devendo o caso ser resolvido, em regra, através da concessão de remissão no qual independe da comprovação da autoria e materialidade da infração.

Ademais, o que se procura é agilizar o atendimento prestado na repartição policial, com o mínimo de constrangimento ao adolescente, que após lavrado o boletim, deverá ser desde logo entregue aos pais.

Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.

Impende ressaltar que o ECA admite a INTERNAÇÃO antes da sentença judicial, mas nesse caso, ela só poderá ser determinada pelo PRAZO MÁXIMO DE 45 DIAS. Apenas o Juiz da Infância e da Juventude é competente para determinar a internação provisória de adolescente acusado da prática de ato infracional.

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IMPORTANTE

Saiba que a ÚNICA FORMA de manter apreendido o adolescente após seu flagrante, é decretando sua internação provisória.

E ainda assim: a decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios SUFICIENTES de autoria e materialidade, demonstrada a NATUREZA IMPERIOSA da medida.

Caso o ato praticado não seja de natureza grave, o decreto da internação provisória será JURIDICAMENTE IMPOSSÍVEL e, mesmo diante da prática de atos de natureza grave, a contenção cautelar do adolescente, somente deverá ocorrer quando comprovada nos autos (e devidamente fundamentada), a “necessidade imperiosa” da medida, devendo, em regra, ser o adolescente liberado pela própria autoridade policial, independentemente de ordem judicial, mediante termo.

Caro aluno, vou repetir: a regra geral é que ao adolescente, após apresentado a autoridade policial, seja liberado imediatamente (com a presença dos pais ou responsável, é claro!!).

Professor, e se não houver a necessidade de internação provisória e os pais ou o responsável pelo adolescente não comparecerem à delegacia? Como fica a situação desse adolescente? Ele vai para onde?

Nessa hipótese, o adolescente não poderá ser liberado pela autoridade policial. Nesses casos (da não liberação do adolescente), versa o Estatuto que a autoridade policial encaminhará, desde logo, o ADOLESCENTE ao representante do MINISTÉRIO PÚBLICO, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.

Agora, no caso de ser possível a liberação do adolescente, a autoridade policial encaminhará imediatamente ao representante do MINISTÉRIO PÚBLICO cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.

Revisando:

ADOLESCENTE LIBERADO deverá apresentar-se no mesmo dia ou no dia útil seguinte ao Ministério Público Autoridade Policial encaminhará imediatamente ao MP cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.

ADOLESCENTE NÃO LIBERADO Autoridade Policial encaminhará o adolescente desde logo ao Ministério Público juntamente com cópia do auto de infração ou de boletim de ocorrência.

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Agora, pode acontecer também de o ato infracional ter acontecido, mas não ter havido flagrante delito. Se, mesmo afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de adolescente na prática de ato infracional, prevê o ECA que a autoridade policial encaminhará ao representante do MINISTÉRIO PÚBLICO relatório das investigações e demais documentos.

O Encaminhamento do caso ao Ministério Público

Terminada a fase policial, entramos na fase de apreciação do processo pelo representante do Ministério Público. É o Ministério Público o competente - segundo o que estabelece o art. 201, inciso II do ECA - para promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atribuídas a adolescentes.

Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do adolescente, procederá IMEDIATA E INFORMALMENTE à sua oitiva e, em sendo possível, a de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.

IMPORTANTE

O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional NÃO PODERÁ SER CONDUZIDO OU TRANSPORTADO EM COMPARTIMENTO FECHADO DE VEÍCULO POLICIAL, em condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.

Em caso de NÃO APRESENTAÇÃO, o representante do Ministério Público notificará OS PAIS OU RESPONSÁVEL PARA APRESENTAÇÃO DO ADOLESCENTE, podendo requisitar o concurso das POLÍCIAS CIVIL e MILITAR.

Pois bem, ao receber o adolescente infrator, o representante do Ministério Público, poderá tomar uma das providências:

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promover o ARQUIVAMENTO dos autos;

conceder a REMISSÃO;

REPRESENTAR À AUTORIDADE JUDICIÁRIA para APLICAÇÃO de MEDIDA SÓCIO-EDUCATIVA.

A decisão pelo ARQUIVAMENTO DOS AUTOS ou pela REMISSÃO

Suponhamos que o representante do Ministério Público decida por promover o arquivamento dos autos ou por conceder a remissão ao adolescente. Se assim o fizer, deverá remeter conclusos os autos, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, à autoridade judiciária que será a responsável pela homologação.

A decisão pela aplicação da MEDIDA SÓCIO-EDUCATIVA

Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá REPRESENTAÇÃO à autoridade judiciária, propondo a instauração de procedimento para aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais adequada.

Essa representação será oferecida por PETIÇÃO, que conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.

ATENÇÃO!!

A representação à autoridade judiciária independe de prova pré-constituída da AUTORIA e MATERIALIDADE.

Caro aluno, tendo em vista que a tônica do procedimento é a celeridade, com uma rápida sucessão de atos processuais, visando agilizar a solução do

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caso, não se exige, quando do oferecimento da representação, a prova pré-constituída da autoria e da materialidade da infração, bastando meros indícios.

Importante não perder de vista, no entanto, que ao final do procedimento, para que possa ser a representação julgada procedente e aplicada ao adolescente alguma medida socioeducativa, autoria e materialidade devem estar devidamente comprovadas.

A autoridade judiciária (Juiz da Infância e da Adolescência) e sua decisão final

Acabamos de estudar que o representante do Ministério Público poderá decidir pelo arquivamento ou pela concessão de remissão ao adolescente acusado de ter cometido ato infracional. Vimos também que em ambas as decisões, esse representante deve enviar os autos conclusos à autoridade judiciária que decidirá ou não pela homologação.

Cabe à autoridade judiciária a aferição da legalidade e da adequação do arquivamento ou da remissão concedida pelo representante do Ministério Público, devendo homologar o arquivamento ou a remissão exatamente como constam do seu respectivo termo. Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida.

Agora, caso deles discorde total ou parcialmente, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA, mediante despacho fundamentado. O referido Procurador, por sua vez, oferecerá representação, designará outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar.

O procedimento acima citado é similar ao previsto pelo art. 28, do CPP. Em sendo o Ministério Público o titular exclusivo da ação sócio-educativa, caso o Procurador-Geral de Justiça ratifique a manifestação original, no sentido do arquivamento ou concessão da remissão ao adolescente, a autoridade judiciária não terá alternativa além da homologação da promoção respectiva.

Vimos também que o representante do Ministério Público pode não arquivar o processo e nem conceder a remissão, optando por representar à autoridade judiciária propondo a adoção de determinada medida sócio-educativa. Pois bem, oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a DECRETAÇÃO OU MANUTENÇÃO DA INTERNAÇÃO. Lembre-se que, nesse caso, como a internação será decretada ou mantida antes da sentença, sua duração não pode exceder a 45 dias.

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IMPORTANTE!!

A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, NÃO PODERÁ SER CUMPRIDA EM ESTABELECIMENTO PRISIONAL.

O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da representação, e notificados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado. Se o adolescente já estiver INTERNADO, será requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável.

Agora vamos para a audiência:

A audiência de apresentação é muito mais que um simples “interrogatório”, pois visa colher elementos que vão além da conduta infracional propriamente dita, sendo ainda o primeiro momento no qual a autoridade judiciária avaliará a possibilidade de concessão de remissão ao adolescente. Vale notar que o ECA determina que a autoridade judiciária não deve se limitar a ouvir o adolescente, mas precisa ouvir também seus pais ou responsável, colhendo informes sobre a conduta pessoal, familiar e social daquele.

A intervenção de uma equipe interprofissional, neste momento, é de suma importância para apuração das circunstâncias de ordem psicossocial, que levaram o adolescente a cometer a infração, de suas necessidades pedagógicas específicas e de sua capacidade de cumprir determinada medida sócio-educativa e/ou protetiva que lhe venha a ser aplicada.

IMPORTANTE

NENHUM ADOLESCENTE a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que ausente ou foragido, SERÁ PROCESSADO SEM DEFENSOR;

Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de sua preferência;

Será prestada ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA INTEGRAL E GRATUITA àqueles que dela necessitarem.

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Caso o advogado (ou defensor constituído) não esteja presente quando da realização da audiência de apresentação, deverá ser pessoalmente intimado a apresentar a defesa prévia, no prazo de 03 (três) dias a contar da audiência de apresentação. Na defesa prévia o defensor deverá arrolar não apenas testemunhas presenciais dos fatos, mas também aquelas que possam prestar informações acerca da conduta pessoal, familiar e social do adolescente, vez que tais informações são de suma importância quando da análise da medida sócio-educativa mais adequada.

Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada a palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, QUE EM SEGUIDA PROFERIRÁ DECISÃO.

IMPORTANTE

Se já houver elementos suficientes, a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, poderá DESDE LOGO CONCEDER REMISSÃO ao adolescente, proferindo a sua decisão.

Outro fator importantíssimo que você não pode se esquecer é que a autoridade judiciária NÃO APLICARÁ QUALQUER MEDIDA, se reconhecer na sentença que:

a inexistência do fato está provada;

não há prova da existência do fato;

não se constitui o fato ato infracional;

não existe prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.

Versa o Estatuto que, nas hipóteses acima citadas, estando o adolescente internado, será imediatamente colocado em LIBERDADE.

Não acontecendo nenhuma dessas hipóteses, o juiz então proferirá a sentença aplicando a medida sócio-educativa pertinente. Se a medida decidida for MEDIDA DE INTERNAÇÃO ou REGIME DE SEM-LIBERDADE, a intimação da sentença que aplicar a medida será feita ao adolescente e ao seu defensor

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ou, quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor.

Porém, se a medida decidia for qualquer outra que não seja de internação ou regime de semi-liberdade, a intimação far-se-á unicamente na pessoa do defensor.

Revisando

Se a medida aplicada pelo juiz for de INTERNAÇÃO OU REGIME DE SEMI-LIBERDADE a intimação será feita ao adolescente e a seu defensor. Não encontrado o adolescente, aos seus pais ou responsável (e também ao defensor)

Se medida aplicada pelo juiz for para QUALQUER OUTRA DAS MEDIDAS SOCIO-EDUCATIVAS intimação será feita ao seu defensor.

Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.

Vamos ver como o assunto foi cobrado:

[CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] O procedimento de apuração de ato infracional só é aplicável em se tratando de conduta praticada por adolescente (pessoa entre 12 e 18 anos de idade). Se o ato praticado for imputável a criança (pessoa de até 12 anos de idade), o caso deve ser apreciado pelo conselho tutelar na respectiva localidade.

Exato!! todo o procedimento de apuração de ato infracional previsto no Estatuto e aqui por nós estudado, tem aplicabilidade apenas ao adolescente infrator. Não se aplica, portanto, à criança infratora, que terá seu caso cuidado pelo Conselho Tutelar.

Gabarito: CORRETO

[CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] Considere que uma autoridade policial de determinado município, ao transitar em via pública, observou a presença de menores perambulando pela rua, tendo, de pronto, determinado aos seus agentes a apreensão de dois deles para fins de averiguação. Nessa

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situação, a atitude da autoridade policial está correta por se tratar de adolescentes em situação de risco.

Nessa você não cai mais, não é verdade!! Autoridade policial nenhuma pode apreender criança ou adolescente para fins de averiguação a não ser em flagrante delito de cometimento de ato infracional ou por expressa ordem judicial. O fato de estarem perambulando nas ruas não é motivo para apreensão de menores.

Gabarito: ERRADO

[CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008] Assinale a opção correta com referência ao Estatuto da Criança e do Adolescente.

(A) Em caso de flagrante da prática de ato infracional, o adolescente não é prontamente liberado pela autoridade policial, apesar do comparecimento dos pais, quando, pela gravidade do ato infracional e por sua repercussão social, o adolescente deve permanecer sob internação para manutenção da ordem pública.

(B) A internação pode ser cumprida em estabelecimento prisional comum, desde que o adolescente permaneça separado dos demais presos, se não existir na comarca entidade com as características definidas em lei para tal finalidade.

(C) Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, injustificadamente, à audiência de apresentação, a autoridade judiciária deve decretar sua revelia e encaminhar os autos à defensoria pública para apresentação de resposta escrita.

(D) O regime de semiliberdade possibilita ao adolescente a realização de atividades externas, mediante expressa autorização judicial.

(E) Durante o período de internação, é vedado à autoridade judiciária ou policial suspender temporariamente a visita dos pais do adolescente.

Item A - Esse item está em conformidade com o que rege o art. 174 do ECA e que aqui foi estudado. ITEM CORRETO

Item B - De forma alguma!! Rege o Estatuto que a internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, NÃO poderá ser cumprida em estabelecimento prisional. ITEM ERRADO

Item C - Não existe decretação de revelia em processo de apuração de ato infracional cometido por adolescente. Se o adolescente, devidamente

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notificado, não comparecer, injustificadamente à audiência de apresentação, a autoridade judiciária designará nova data. ITEM ERRADO

Item D - A realização de atividades externas por adolescente, em regime de semiliberdade, é permitida, mas INDEPENDE de autorização judicial. ITEM ERRADO

Item E - É de fato um dos direitos do adolescente privado de liberdade o de receber visitas, ao menos semanais. Entretanto esse direito NÃO É ABSOLUTO. O ECA, em seu art. 124 § 2º, estabelece que a autoridade judiciária poderá suspender sim a TEMPORARIAMENTE as visitas, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente. ITEM ERRADO

Gabarito: Letra “A”

[CESPE – ANALISTA JUDIC. COMIS. INFANCIA E JUVENT. – TJ/ES – 2011] No que concerne aos procedimentos e ao papel do Ministério Público, conforme estabelecido no ECA, julgue os itens que se seguem.

01. Ao parquet compete, de forma exclusiva, promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atribuídas a adolescentes.

O enunciado da questão pede que o aluno foque nos procedimentos e no papel do Ministério Público. Nesse item em análise, a banca fez uma gracinha de muito mau gosto com o intuito de “pegar” um monte de candidatos usando o termo “parquet”. Alguns de você devem até agora estar se perguntando: que termo é esse professor, pelo amor de Deus??

O termo parquet, no ramo do Direito, significa Ministério Público ou faz referência a um membro do Ministério Público. Apesar do termo não ter referência direta no texto das leis, é de uso frequente no meio judiciário, inclusive em despachos e sentenças, quando o juiz se refere ao representante do Ministério Público.

Pois bem, para dificultar a vida de uma penca de candidatos, a banca usou esse termo ao invés de simplesmente usar Ministério Públio, ou MO, como todo mundo conhece. Ela cita de forma literal uma das principais competências do parquet, ou seja do MP, disposta no art. 201, inciso II.

Gabarito: CORRETO

02. Em caso de infração, comparecendo um dos pais ou responsável, o adolescente deverá ser, em qualquer caso, prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo

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dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, devendo a autoridade policial fundamentar sua decisão para não incidir nas penas elencadas no estatuto.

Cuidado com a afirmação desse item!! De fato, a determinação do Estatuto é para que o adolescente infrator, apreendido em uma delegacia especializada deva ser imediatamente liberado, diante do comparecimento dos pais ou responsável. Mas não em qualquer caso!!

Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.

Gabarito: ERRADO

Bom, finalizamos aqui o estudo sobre os crimes e contravenções penais (ditos atos infracionais) cometidos POR criança ou adolescente. Abordaremos, a partir de agora, os crimes e infrações administrativas cometidos CONTRA a criança e o adolescente e que estão previstos no ECA.

V – OS CRIMES CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE

Caro aluno, não há como se falar em crimes CONTRA a criança e o adolescente se antes revisarmos um princípio basilar fundamental trazido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

Na aula passada, vimos que o ECA versa, em seu art. 5º, a seguinte determinação:

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NENHUMA CRIANÇA ou ADOLESCENTE será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, PUNIDO NA FORMA DA LEI QUALQUER ATENTADO, POR AÇÃO OU OMISSÃO, AOS SEUS DIREITOS FUNDAMENTAIS.

Essa regra consiste em um desdobramento do contido no art. 227, caput, da CF impõe a todos o dever de velar pelos direitos assegurados a crianças e adolescentes, auxiliando no combate a todas as formas de violência, negligência ou opressão.

O ECA relaciona inúmeras condutas atentatórias aos direitos de crianças e adolescentes que, se praticadas, podem caracterizar crimes (arts. 228 a 244-A) e outras que constituem as chamadas infrações administrativas (arts. 245 a 258-B). Estudaremos nesse tópico aquelas condutas comissivas ou omissivas que, se praticadas contra a criança e o adolescente, serão consideradas como CRIME.

IMPORTANTE

Quem comete esses crimes estará sujeito a responder penalmente não só pelo que dispõe o ECA, mas também pelas disposições presentes na LEGISLAÇÃO PENAL vigente em nosso país.

Os crimes definidos no ECA são TODOS de AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA!!

Aos crimes tipificados no Estatuto, serão aplicadas as normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal!! Não se esqueça dessa informação!!

Na verdade não existe qualquer diferencial, em termos processuais, entre os crimes previstos no ECA e os crimes previstos no Código Penal, ressalvado o fato de serem todos aqueles de ação penal pública incondicionada. Interessante observar que o processo e o julgamento destes crimes não estão definidos como sendo de competência do Juízo da infância e da juventude, ficando, a rigor, a cargo do Juízo criminal (ressalvada a existência de disposição em contrário na Lei de Organização Judiciária local).

Seu processo e julgamento, no entanto, está também sujeito ao princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente e aos princípios e

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normas de interpretação próprios do ECA e do Direito da Criança e do Adolescente devendo, portanto, ser as normas incriminadoras interpretadas e aplicadas da forma que melhor assegure a proteção integral infanto-juvenil).

A atuação da autoridade policial no sentido da investigação de qualquer notícia de um dos crimes definidos no ECA será, pois, OBRIGATÓRIA, independentemente da iniciativa da vítima e/ou de seus representantes. Tamanha a gravidade dos crimes relacionados no ECA, e tamanha a importância de sua adequada apuração e repressão, que é perfeitamente admissível que a investigação acerca de sua prática fique a cargo do Ministério Público.

Feita esta introdução chegou a hora de conhecermos esses crimes previstos pelo Estatuto. É preciso esclarecer que, mais do decorar ou memorizar todos os crimes (o que será uma tarefa árdua) é preciso que você os entenda em sua essência.

A nossa missão nesta aula será tentar facilitar ao máximo seu trabalho. Mas já te adianto que não há receita “mágica” de bolo para uma memorização mnemônica de cada um deles. Busquei agrupar, por assunto, aqueles crimes que direta ou indiretamente são correlatos. Para grande parte deles, teceremos alguns comentários e faremos também remissões a vários dispositivos presentes no Estatuto.

Tenho absoluta certeza de que você conseguirá resolver as questões de provas, relacionadas aos crimes, com certa facilidade. Vamos então dar início a nossa jornada!!

5.1. CRIMES RELACIONADAS À APREENSÃO DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE

Bom, puxando o gancho do estudo que acabamos de fazer sobre os procedimentos de apuração de atos infracionais, começaremos o estudo dos crimes previstos no ECA por aqueles cometidos por quem não observa as regras estatuídas para o devido processo legal de apreensão de criança ou adolescente. Vamos conhecê-los:

Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente:

Pena - detenção de 06 MESES a 02 anos.

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Caro aluno, você já estudou nesta aula que, em respeito aos Direitos Individuas elencados no art. 5º de nossa Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente determina que NENHUM ADOLESCENTE será privado de sua liberdade senão em FLAGRANTE de ato infracional ou por ORDEM ESCRITA E FUNDAMENTADA da autoridade judiciária competente.

Você viu também que é o CPP que servirá de base para definição das situações em que restará caracterizado o flagrante de ato infracional, que serão exatamente as mesmas em que um imputável seria considerado em flagrante de crime ou contravenção penal.

Vale destacar que as crianças que se encontrem em flagrante de ato infracional podem ser apreendidas (inclusive como forma de preservar a ordem pública e mesmo de colocá-las a salvo de represálias por parte de populares) e os atos infracionais a elas atribuídos, a rigor, devem ser investigados pela polícia judiciária (inclusive no que diz respeito à apuração da eventual participação de terceiros). A diferença em relação aos adolescentes é que, na sequência, as crianças acusadas deverão ser encaminhadas ao Conselho Tutelar, não podendo, sob qualquer circunstância, permanecer privadas de liberdade.

Pois bem, quem desrespeita essa determinações do ECA incorrerá certamente no crime acima previsto. O Estatuto estabelece ainda que INCIDE NA MESMA PENA aquele que procede à apreensão sem observância das formalidades legais como, por exemplo, quando o adolescente não for informado de seus direitos constitucionais (inclusive o de permanecer calado); quando não for lavrado auto de apreensão em flagrante ou boletim de ocorrência circunstanciado etc.

Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:

Pena - detenção de 06 MESES a 02 anos.

Caro aluno, você já sabe que a comunicação da apreensão à autoridade judiciária, à família do apreendido ou, na falta desta, à pessoa por ele indicada deve ser efetuada incontinenti, ou seja, no exato momento em que o adolescente apreendido dá entrada na repartição policial, devendo ser a lavratura do auto de apreensão em flagrante ou boletim de ocorrência circunstanciado efetuada na presença dos pais ou responsável pelo adolescente, que na sequência já irão, em regra, receber o adolescente liberado, firmando termo de compromisso de apresentação do adolescente ao representante do MP.

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Vale lembrar que a CRIANÇA apreendida em flagrante de ato infracional deverá ser encaminhada incontinenti ao Conselho Tutelar e a apreendida por força de mandado de busca e apreensão deverá sê-lo à autoridade judiciária competente (nenhuma criança pode ser submetida a medidas privativas de liberdade), sem prejuízo, em ambos da imediata comunicação aos pais ou responsável legal.

Quem desrespeita essas determinações, passa então a responder pelo tipo penal aqui analisado.

Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento:

Pena - detenção de 06 MESES a 02 anos.

Numa interpretação sistemática desse crime, percebe-se que o dispositivo abrange não apenas aqueles casos em que o dever de guarda decorre expressamente da lei (como nos casos da guarda propriamente dita, tutela, equiparação do dirigente da entidade de acolhimento institucional ao guardião ou como atributo natural do poder familiar), mas também toda e qualquer situação em que um adulto se coloca na posição de “autoridade” e/ou de “cuidador” de uma criança ou adolescente, como é caso do policial quando da apreensão de criança ou adolescente em flagrante de ato infracional, o professor ou diretor da escola onde a criança estuda etc.

O crime em questão pode restar caracterizado quando da violação dos direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes, por nós estudados na aula anterior. O sujeito ativo será o pai, mãe, tutor, guardião, dirigente da entidade de entidade de acolhimento familiar, policial, membro do Conselho Tutelar, Ministério Público ou Poder Judiciário, comissário de vigilância da infância e da juventude, professor, diretor de escola e/ou qualquer outra pessoa que detém autoridade em relação à criança ou ao adolescente, assim como as pessoas encarregadas de sua guarda ou vigilância.

Para caracterização da infração aqui tipificada, em tese, não há necessidade de que o agente use de violência ou grave ameaça (tal qual ocorre com o tipo penal previsto no art. 146, do CP), dada “ascendência” natural que o mesmo exerce em relação à criança ou adolescente. Vale dizer que é perfeitamente admissível o concurso material entre este e outros crimes tipificados no ECA ou na Lei Penal.

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Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:

Pena - detenção de 06 MESES a 02 anos.

Sabemos que o que deve marcar o processo de apuração de ato infracional é a sua agilidade. O atendimento prestado na repartição policial deve ser o mais breve possível, com o mínimo de constrangimento ao adolescente, que após lavrado o boletim, deverá ser desde logo entregue aos pais.

O crime terá como sujeitos ativos tanto a autoridade policial quanto a autoridade judiciária. Vale lembrar que, seja qual for o ato infracional praticado e mesmo quando perfeito o flagrante, a regra será a colocação do adolescente em liberdade, inclusive pela própria autoridade policial, independentemente de ordem judicial.

Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado de liberdade:

Pena - detenção de 06 MESES a 02 anos.

Professor, e que prazos são esses?

Os prazos a que se refere o dispositivo são:

• Internação provisória - 45 dias (art. 121, §2º);

• Reavaliação judicial da necessidade de continuidade da medida de internação - no máximo a cada 06 meses (art. 121, §3º c/c art. 122, incisos I e II);

• Período máximo de duração da medida de internação sócio-educativa - 03 anos (art. 121, §5º);

• Liberação compulsória - quando o jovem completar 21 anos (art. 122, inciso III c/c §1º);

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• Período máximo de duração da internação por descumprimento de medida anteriormente imposta - 03 meses (art. 175, §1º);

• Encaminhamento do adolescente apreendido ao MP - 24 horas (art. 185, §2º)

• Transferência de adolescente apreendido da repartição policial para entidade própria para adolescentes – 05 dias.

É preciso que se atente para o fato de os referidos prazos serem computados do dia em que o adolescente é apreendido (inclusive), não podendo ser em hipótese alguma dilatados ou prorrogados.

Impedir a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:

Pena - detenção de 06 MESES a 02 anos.

Vale notar que constitui o mesmo crime impedir ou embaraçar a ação tanto da autoridade judiciária quanto de membro do Conselho Tutelar, o que reafirme o status de autoridade pública que este possui, instituído na já mencionada perspectiva de “desjudicializar” e agilizar o atendimento à criança e ao adolescente.

O Estatuto determina ainda que INCIDE NAS MESMAS PENAS quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.

Perceba que TODOS os crimes do grupo ora estudado prevêem as mesmas penas: detenção de 06 meses a 01 ano!!!

5.2. CRIMES RELACIONADOS À GESTANTE

Começaremos com os crimes cometidos contra as gestantes!!

O Estatuto estabelece em seu art. 10 que os HOSPITAIS E DEMAIS ESTABELECIMENTOS DE ATENÇÃO À SAÚDE DE GESTANTES, PÚBLICOS E PARTICULARES, são OBRIGADOS a:

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Manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de DEZOITO ANOS;

Identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;

Proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;

Fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato;

Manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.

Perceba que as obrigações ACIMA MENCIONADAS são de responsabilidade não só de HOSPITAIS, mas também dos DEMAIS ESTABELECIMENTOS DE ATENÇÃO À SAÚDE DE GESTANTES. E mais: são responsáveis não só os da rede pública, mas também os particulares.

O Estatuto tipifica dois crimes para quem desobedece as disposições acima:

Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de DEZOITO ANOS, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato:

Pena – Se for DOLOSO, detenção de 06 meses a 02 anos.

Se o crime for CULPOSO:

Pena - detenção de 02 a 06 meses, OU multa.

Vale lembrar que a declaração de nascimento, que servirá de base ao registro da criança, deverá ser fornecida gratuitamente, independentemente do pagamento de eventual débito hospitalar.

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Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido:

Pena – Se o crime for DOLOSO, detenção de 06 meses a 02 anos.

Se o crime for CULPOSO:

Pena - detenção de 02 a 06 meses, OU multa. (perceba que a opção de multa é só para a modalidade culposa!!)

5.3. CRIME RELACIONADO À GUARDA E À TUTELA

Vamos revisar os conceitos de GUARDA, TUTELA e FAMÍLIA SUBSTITUTA aprendidos na aula passada:

A GUARDA confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.

A TUTELA tem o objetivo precípuo de conferir um representante legal à criança ou adolescente que não o possui, valendo lembrar que a simples guarda, embora atribua ao guardião a condição de responsável legal pela criança ou adolescente, não lhe confere o direito de representá-la na prática dos atos da vida civil.

Entende-se como FAMÍLIA SUBSTITUTA aquela na qual a criança ou o adolescente foi ou estão inseridos mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente de situação jurídica, nos termos do Estatuto. Você viu também na aula passada que o Estatuto traz uma série de regras rígidas para a concessão da guarda e da tutela e também para a colocação de uma criança ou adolescente em família substituta.

Pois bem, dentre as várias regras, o ECA determina que a colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.

Quem desobedece à regra, certamente incorrerá em um dos crimes abaixo citados:

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Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:

Pena - reclusão de 02 a 06 anos + multa.

Para caracterização do tipo penal previsto neste dispositivo é necessária a presença de dolo específico, ou seja, a subtração da criança ou adolescente deve ter por objetivo a colocação em lar substituto.

5.4. CRIME RELACIONADOS AO COMERCIO E AO TRANSPORTE IRREGULAR DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE

Ainda quanto às gestantes, vimos também que o poder público deve ainda proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado pós-parto. Esse tipo de assistência deve ser prestada inclusive a gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção.

E não esqueça: essas gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão OBRIGATORIAMENTE encaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude.

O ECA prevê o seguinte crime para aquelas mães que porventura queiram ou prometam entregar seus filhos ou pupilos (enteado, sobrinho, filho adotivo) mediante recebimento de dinheiro. Vejas:

Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:

Pena - reclusão de 01 a 04 anos + multa.

O STJ já decidiu que o conceito de “filho”, para fins de tipificação deste crime, abrange o nascituro, sendo necessário, no entanto, que a oferta ou promessa seja efetuada a pessoa determinada, e não de maneira genérica.

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IMPORTANTE

Incide NAS MESMAS PENAS quem OFERECE OU EFETIVA a paga ou recompensa!!

O Estatuto determina que NENHUMA CRIANÇA possa viajar para fora da comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autorização judicial.

Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização somente será dispensável, se a criança ou adolescente:

estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;

viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento com firma reconhecida.

Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.

Lembre-se também de que é possível a colocação de criança ou adolescente em família substituta ESTRANGEIRA, mas que essa será uma medida EXCEPCIONAL, somente na modalidade de adoção e respeitando-se estritamente os requisitos e procedimentos legais previstos no próprio Estatuto.

Quem desobedecer às disposições acima citadas estará sujeito a responder pelo seguinte crime:

Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:

Pena - reclusão de 04 a 06 anos + multa.

Se for praticado com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:

Pena - reclusão, de 06 a 08 anos, além da pena correspondente à violência.

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Dica: Esse crime é o ÚNICO previsto no ECA com esses prazos de duração de pena!! Fique ligado!!

5.5. CRIMES RELACIONADOS À PEDOFILIA

Dentre os crimes sexuais tanto combatidos pela sociedade desde os tempos mais remotos e agora com mais freqüência, estão, sem sombras de dúvidas entre os mais reprováveis, os atos insanos decorrentes da PEDOFILIA, que além de serem depravados, sórdidos, repugnantes e horrendos, produzem seqüelas irreparáveis para as inocentes crianças vítimas e seus familiares.

O termo pedofilia que é de conotação clinica ingressa na área penal não como um tipo definido de crime, mas como atos que formam os delitos sexuais contra as crianças.

A pedofilia que é a perversão sexual de uma pessoa adulta ou adolescente contra crianças com idade anterior a sua puberdade, é classificada pela Organização Mundial de Saúde, como sendo uma desordem mental e um desvio sexual, enquanto que para outros estudiosos no assunto, trata-se de uma parafilia, um distúrbio psíquico que se caracteriza pela obsessão de adultos por praticas sexuais anormais, mas que, em ambos os casos tratável pela psiquiatria ou pela psicologia.

Há ainda os casos mais violentos da espécie em que o construto obsessivo do pedófilo pode chegar às formas mais desumanas possíveis, até mesmo com o assassinato da vítima praticado com extremo sadismo, pois nesse caso o que provoca o prazer sexual ao criminoso é o sofrimento da vítima, não o ato sexual propriamente dito.

Os meios legais de punição aos indivíduos considerados PEDÓFILOS, estatuídos no nosso ordenamento jurídico estão devidamente relacionados no Estatuto da Criança e do Adolescente nos seus artigos 240 a 241-D e 244-A, assim como, nos artigos 217-A a 218-B do Código Penal, cujos criminosos são passíveis a diversas penalidades.

Caro aluno, como esse assunto é fruto de recentes debates e de muita polêmica, aconselho que você dê uma ATENÇÃO ESPECIALÍSSIMA a esse conjunto de normativos. Revise-os várias vezes e busque entender as similaridades e diferenças entre eles, pois serão fundamentais para sua prova!!

Antes de qualquer coisa, é preciso que entendamos o conceito, definido pelo próprio Estatuto, de “CENA DE SEXO EXPLÍCITO OU PORNOGRÁFICA”:

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IMPORTANTE

A expressão “CENA DE SEXO EXPLÍCITO OU PORNOGRÁFICA” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais

Vamos então agora ao estudo dos crimes de pedofilia tipificados no ECA:

Crime de PRODUÇÃO de pornografia INFANTIL

Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:

Pena – reclusão, de 04 a 08 anos + multa.

Esse crime proíbe e combate a PRODUÇÃO de qualquer forma de pornografia envolvendo criança ou adolescente, cuja pena para os transgressores, como você acabou de ver é de reclusão de 04 a 08 anos, e multa. Para você ter uma idéia da gravidade, o simples ato de fotografar criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica já caracteriza o crime neste artigo tipificado.

Mas não é só quem produz, reproduz, dirige, fotografa, filma ou registra essas cenas que responderá por esses crimes não!!

O ECA estabelece que incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente em cenas de sexo explícito ou pornográfica, ou ainda quem com esses contracena.

E as penas previstas podem ainda ser AUMENTADAS DE UM TERÇO (1/3) caso o referido crime seja praticado por:

Pessoa no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;

Pessoa que se prevaleça de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou

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Pessoa que se prevaleça de relações:

de parentesco consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção,

de tutor;

de curador;

de preceptor;

de empregador da vítima ou;

de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela.

E O MAIS IMPORTANTE!!

Nos casos acima mencionados, a pessoa responderá pelo crime e tem sua pena aumentada em até um 1/3 MESMO QUE A CRIANÇA OU O ADOLESCENTE TENHA CONSENTIDO as práticas citadas nesse crime em espécie!!

A lei pune com maior rigor aqueles que, prevalecendo-se de sua função ou da relação de parentesco ou proximidade com a criança ou adolescente, a induz à prática das condutas que o dispositivo visa coibir. Em qualquer caso, o eventual “consentimento” da vítima e/ou o fato de já ter se envolvido em situações similares no passado é absolutamente irrelevante para caracterização do crime.

Crime de VENDA de pornografia INFANTIL

Vender ou expor à venda fotografia, VÍDEO ou OUTRO REGISTRO que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:

Pena – reclusão, de 04 a 08 anos + multa.

Estima-se que o comércio de pornografia infantil movimenta mais de 3 bilhões de dólares por ano, só no Brasil. Um número deverasmente devastador

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e preocupante que comprova a grande quantidade de pedófilos existente no nosso país.

Existem sites e pessoas maledicentes que procuram enganar, incitar, induzir ou seduzir crianças e adolescentes a acessar na internet conteúdos imorais e indecentes como pornografia de todo tipo e até infantil, no intuito de obter fotos e informações pessoais de tais vítimas também em situações semelhantes, em troca de favores diversos.

Dica: Os últimos dois crimes estudados são os UNICOS com pena de reclusão com prazo de 04 a 08 anos!! Fique ligado!!

Crime de DIVULGAÇÃO de pornografia INFANTIL

Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:

Pena – reclusão, de 03 a 06 anos + multa.

Se a pessoa troca fotos pornográficas envolvendo crianças e adolescentes através da internet, resta caracterizada a conduta descrita no tipo penal acima, uma vez que permite a difusão da imagem para um número indeterminado de pessoas, tornando-as públicas.

Para a caracterização desse crime não se exige dano individual efetivo, bastando o potencial. Significa não se exigir que, em face da publicação, haja dano real à imagem, respeito à dignidade etc. de alguma criança ou adolescente, individualmente lesados. O tipo penal se contenta com o dano à imagem abstratamente considerada.

Vale destacar que se as imagens foram trocadas entre pessoas residentes no Brasil, a competência para processar e julgar o crime será da Justiça ESTADUAL.

No entanto, em se tratando de divulgação de imagem em site de relacionamento (Orkut, Facebook e outros etc.), dada abrangência da divulgação, que potencialmente extrapola o âmbito do território nacional, a competência para processar e julgar o crime em questão passa a ser da Justiça FEDERAL.

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E não para por aí!! Não é só quem oferece, troca, disponibiliza, transmite, distribui, publica ou divulga essas cenas que poderá ser enquadrado nesse crime.

O Estatuto estabelece que NAS MESMAS PENAS incorra quem assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de sexo explícito ou pornográfica e quem assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores a essas fotografias, cenas ou imagens.

Esse é o caso, por exemplo, dos proprietários de lan-houses que permitam (ou sem omitem) tanto o armazenamento quanto o acesso a esses dados.

ATENÇÃO!!

O responsável legal pela prestação do serviço (o dono de uma lan-house ou de um site de internet, por exemplo) SÓ INCORRERÁ NAS MESMAS PENAS se depois de oficialmente notificado, deixar de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito tratado nesse crime.

Crime de POSSE de pornografia INFANTIL

Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:

Pena – reclusão, de 01 a 04 anos + multa.

Com o disposto acima, o Estatuto passa a criminalizar a simples posse de material pornográfico envolvendo criança ou adolescente, sob qualquer forma, visando assim coibir a ação de pessoas mantém tais registros para uso próprio.

IMPORTANTE

Agora, se o material encontrado com a pessoa for de PEQUENA QUANTIDADE sua pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços).

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Dica: esse é o ÚNICO crime previsto no ECA que tem pena de reclusão com duração de 01 a 04 anos!!

Crime de PRODUÇÃO de pornografia INFANTIL SIMULADA

Esse é o crime que trata das cenas pornográficas montadas e versa o seguinte:

Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual

Pena – reclusão, de 01 a 03 anos + multa.

Muitas das imagens de pornografia infantil divulgadas são na verdade imagens fictícias tecnologicamente alteradas pelos abusadores sexuais para tornar os fatos como sendo normais ou banais aos olhos das crianças e assim se conseguir que estas inocentes vítimas produzam suas próprias fotos ou vídeos encaminhando-as para tais criminosos em troca de alguma vantagem auferida ou prometida, por isso também a preocupação do legislador em cercar tal possibilidade de delinqüência.

Cabe destacar que, para caracterização do crime acima tipificado, sequer é necessário a prática real de sexo com criança ou adolescente. Basta a simples simulação de tal prática, ainda que por intermédio de montagem ou edição de cenas e imagens. O objetivo da norma é desestimular toda e qualquer produção de imagens pornográficas envolvendo crianças ou adolescentes.

Mesmo que a pessoa não seja o produtor dessa simulação ou montagem, ela INCORRERÁ NAS MESMAS PENAS se vender, expor à venda, disponibilizar, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, adquirir, possuir ou armazenar o material produzido.

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PRESTE BASTANTE ATENÇÃO!!

NÃO HÁ CRIME se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas dos crimes de PRODUÇÃO, VENDA, DIVULGAÇÃO ou PRODUÇÃO SIMULADA de pornografia infantil, quando a comunicação for feita por:

Agente público no exercício de suas funções;

Membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes acima citados;

Representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.

As pessoas acima mencionadas deverão manter SOB SIGILO o material ilícito referido.

Crime de ALICIAMENTO de criança

Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso:

Pena – reclusão, de 01 a 03 anos + multa.

O crime acima descrito, muito estranhamente cita apenas a criança omitindo o adolescente, ou seja, deixando a entender que não é crime se cometido contra adolescente. É possível, no entanto, que as condutas venham a caracterizar outros crimes, previstos no próprio ECA ou em outras leis, valendo observar, em especial, o disposto no art. 217-A, do Código Penal (com a redação que lhe deu a Lei nº 12.015/2009), que considera “estupro” a prática de qualquer ato libidinoso com menor de 14 (quatorze) anos.

O ECA estabelece ainda que NAS MESMAS PENAS incorre quem:

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facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso;

pratica as condutas descritas acima com o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita.

É muito comum esse tipo de assédio pela internet, através de salas de bate-papo tipo chats ou programas de relacionamento tipo MSN, ORKUT, MySpace... Sendo também comum o caso do criminoso pedófilo que pede a criança para se mostrar nua, seminua ou em poses eróticas diante de uma webcam, ou mesmo pessoalmente.

Dica: os dois últimos crimes analisados são os ÚNICOS a terem pena de reclusão de 01 a 03 anos e multa!!

5.6. CRIME DE PROSTITUIÇÃO INFANTIL

Preste bastante atenção a esse crime, pois é um dos mais graves E MAIS importante crime cometido contra criança e adolescente tipificado pelo ECA. Se há um crime que precisa correr em suas veias para a SUA PROVA, ESSE CRIME CHAMA-SE: CRIME DE prostituição infantil. Vamos a ele:

Submeter criança ou adolescente à prostituição ou à exploração sexual:

Pena – reclusão de 04 A 10 ANOS + multa.

As normas instituídas no sentido da responsabilização penal dos agentes que praticam abuso ou exploração sexual de crianças e adolescentes decorrem nada menos que do disposto nos arts. 227, caput e §4º, da CF, como forma de resguardar, acima de tudo, o princípio da dignidade da pessoa humana.

A garantia da cidadania plena de todas as crianças e adolescentes, em especial daquelas que se encontram em condição de maior vulnerabilidade, sem dúvida passa pelo reconhecimento de que, nos casos de exploração sexual, independentemente de qualquer "experiência prévia" da vítima, a mesma invariavelmente se encontra em posição de inferioridade em relação ao agente, restando, portanto, sempre presente uma relação desigual de poder e de "submissão" que, necessariamente, levará à caracterização do tipo penal acima descrito.

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Crianças e adolescentes, em razão de sua peculiar condição de pessoas em desenvolvimento, estarão sempre em posição de inferioridade em relação aos adultos, notadamente para fins de caracterização de abuso ou exploração sexual.

Assim sendo, para fins de caracterização desse crime, é absolutamente irrelevante se perquirir acerca da conduta da criança ou adolescente vítima da exploração sexual, até porque não é esta quem deve ser julgada (e muito menos discriminada) e a repressão a este tipo de infração, de elevada reprovabilidade moral, social e jurídica, transcende o interesse individual e, como ocorre com outras normas que visam tutelar a dignidade humana de crianças e adolescentes, atinge a toda sociedade.

Trata-se, portanto, de um crime formal, para cuja caracterização a conduta da vítima é absolutamente irrelevante. Assim, devem ser considerados incursos neste tipo penal todos aqueles que, de alguma forma, praticam ou contribuem para prática de atos libidinosos com crianças e adolescentes, notadamente a troco de vantagens de qualquer ordem.

Importante saber que INCORREM NAS MESMAS PENAS o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas de prostituição ou exploração sexual. E ainda mais: constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.

Relacionado ainda à questão dos criminosos sexuais contra crianças, disposta no nosso ordenamento repressivo penal, temos os que se enquadram juridicamente no CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, cujas penas são bem mais rigorosas. Esse crime não está previsto no ECA e, sim, no art. 217-A do Código Penal, mas pela sua relevância e atualidade, faz-se necessário que eu revise esse tipo penal com você.

5.7. CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL

Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:

Pena - reclusão, de 08 a 15 anos.

Incorre na mesma pena quem pratica as ações acima descritas com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.

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Aquela pessoa que tiver conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos estará sujeita, além das penas acima previstas, a não obter certos benefícios da Lei pelo fato do crime ser considerado como hediondo.

O entendimento do estupro de vulnerável nasceu de forma mais real, mais presente, mais viva, vez que substituiu a duvidosa presunção da violência do antigo tipo. O dispositivo busca punir toda relação sexual ou ato considerado libidinoso, de qualquer natureza, ocorridos com ou sem consentimento do menor de 14 anos de idade, não importando o meio usado para a consolidação do fato, se por violência, ameaça, fraude ou livre vontade da vítima.

5.8. CRIME DE CORRUPÇÃO DE MENORES

Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la:

Pena - reclusão, de 01 a 04 anos.

Impende observar que o crime acima tipificado é meramente formal, razão pela qual é irrelevante o fato de as crianças ou adolescentes com as quais o crime é praticado tenham ou não antecedentes infracionais.

Outro fato importante a respeito desse crime é que INCORRRERÁ NAS MESMAS PENAS pratica tais condutas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. Podemos ainda nesse crime inserir também o PEDÓFILO, vez que se configura com a indução de alguém menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem.

E mais: caso o crime praticado em companhia de criança ou adolescente se enquadre no rol dos chamados “crimes hediondos”, a pena é aumentada em 1/3 (um terço), dada maior reprovabilidade da conduta. É o caso de alguém que corrompe um menor de 18 anos a junto com ele praticar um latrocínio ou um estupro, por exemplo.

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5.9. CRIMES RELACIONADOS À VENDA DE ARMAS, SUBSTÂNCIAS CAUSADORAS DE DEPENDÊNCIA E FOGOS DE ARTIFÍCIO

O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu art. 81, PROÍBE EXPRESSAMENTE a venda à criança ou ao adolescente de:

ARMAS, MUNIÇÕES E EXPLOSIVOS;

BEBIDAS ALCOÓLICAS;

produtos cujos componentes possam causar DEPENDÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA ainda que por utilização indevida;

FOGOS DE ESTAMPIDO E DE ARTIFÍCIO, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;

Pois bem, e o que acontece com quem desrespeita uma dessas proibições? Certamente será responsabilizado por um dos crimes que trataremos agora. Vamos conhecê-los:

Armas, munições e explosivos

Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:

Pena - reclusão, de 03 a 06 anos.

Sobre esse crime é preciso que façamos uma reflexão, observando o disposto também no art. 13 do Estatuto do Desarmamento!!

O art. 13, do Estatuto do Desarmamento estabelece que “deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade” caracteriza, em tese, crime punível com detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. O Estatuto

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do Desarmamento, aliás, em seu art. 16, par. único, inciso V, também considera crime, punível de 03 (três) a 06 (seis) anos de reclusão, e multa, “vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente”.

Quer nos parecer, portanto, que o crime de venda de armas de munições e explosivos à criança e adolescente aqui examinado, ECA foi tacitamente revogado pelo citado art. 16, par. único, da Lei nº 10.826/2003, que além de se tratar de lei posterior, estabelece um tratamento mais rigoroso ao agente, por incluir a multa como pena a ser também aplicada, conjuntamente com a privativa de liberdade.

Entretanto, caro aluno, perceba que essa revogação não está oficialmente estabelecida na letra do ECA. Diante disso, para fins de sua prova, recomendo que você considere que o crime de fato é previsto sim na lei, mas que, no entanto, há o entendimento doutrinário acima explanado. Fazendo isso você se protege de possíveis armadilhas em sua prova.

Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica, ainda que por utilização indevida:

Pena - detenção de 02 a 04 anos + multa, se o fato não constitui crime mais grave.

Trata-se de um tipo penal aberto, posto que somente aplicável a substâncias que não são consideradas “drogas ilícitas”. Essa conduta foi tipifica justamente para permitir a punição daqueles que fornecem a crianças e adolescentes produtos tais como thinner e outros solventes, "cola de sapateiro" e outros inalantes, que por utilização indevida, podem causar dependência física ou psíquica.

A rigor aqui também são enquadrados o cigarro comum (pois a nicotina nele contida comprovadamente pode causar dependência) e a bebida alcoólica. Em que pese alguns julgados excluírem as bebidas alcoólicas do rol de substâncias cuja venda ou fornecimento caracterizaria o crime tipificado neste artigo, semelhante entendimento, não é razoável nem correto, haja vista que jamais foi a intenção do legislador tal exclusão.

Desnecessário dizer que seria um verdadeiro contra-senso criminalizar o fornecimento de um simples cigarro comum (tal qual permite o dispositivo) e considerar que o fornecimento de bebida alcoólica caracterizaria mera contravenção penal. Vale lembrar que todas as disposições contidas no ECA, inclusive as relativas aos crimes praticados contra crianças e adolescentes,

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devem ser invariavelmente interpretadas e aplicadas da forma que melhor assegurem a proteção integral prometida no ECA, punindo da maneira mais rigorosa e eficaz aqueles que violam seus direitos.

Importante observar que o crime somente é punível a título de DOLO, ou seja, o agente deve ter consciência de que está fornecendo a substância à criança ou a adolescente e que este a utilizará como entorpecente.

Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, EXCETO aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida:

Pena - detenção de 06 MESES a 02 anos + multa.

Esse crime é de simples compreensão, porém vale destacar que não são todos os tipos de fogos de estampido ou de artifício que o ECA proíbe que sejam vendidos, fornecidos ou entregues à criança ou ao adolescente. O próprio tipo penal acima descrito exclui do delito aqueles tipos de fogos que, pelo reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dano físico mesmo que sejam usados indevidamente. Lembre-se disso!!

As questões de crimes não têm chamada muita atenção das bancas e, quando são cobradas, não trazem dificuldades para aqueles que realmente estudaram. Veja:

[CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 2011] Determinado cidadão, penalmente responsável, valendo-se de uma adolescente de treze anos de idade, sexualmente corrompido, produziu imagens eróticas em cenário previamente montado, divulgando-as por meio de sistema de informática em sítio da Internet. O mantenedor do sítio, tão logo divulgadas as imagens, foi notificado pelo juiz da infância e da juventude do conteúdo ilícito do material e, de imediato, desabilitou o acesso às imagens.

Com referência à situação hipotética acima, julgue os itens a seguir à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente.

01. Na situação considerada, é viável a prisão em flagrante do mantenedor do sítio, porquanto a sua conduta é classificada como crime permanente, uma vez ultrapassada a fase de notificação e não desativado o acesso.

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Vamos analisar o fato: uma pessoa produziu imagens eróticas de uma adolescente em um cenário previamente montado e as divulgou por meio de sistema de informática em sítio da Internet. De acordo com o que acabamos de estudar, existe um grupo de crimes previstos pelo ECA que tem relação direta com a pedofilia e, analisando a situação hipotética da questão, percebemos que dois desses crimes foram cometidos por essa pessoa: o crime de PRODUÇÃO de pornografia infantil (produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente) e o crime de DIVULGAÇÃO de pornografia infantil (oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente).

Até aí tudo bem, mas acontece que ao divulgar essa imagem, não é só o carinha que responderá por pelo crime de divulgação não!! O ECA também estabelece que o responsável legal pela prestação do serviço (o mantenedor do sítio na Internet) incorrerá NAS MESMAS PENAS do crime de DIVULGAÇÃO se depois de oficialmente notificado, deixar de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito tratado nesse crime.

Vimos no enunciado da questão que o mantenedor do sítio foi notificado pelo juiz da infância e da juventude do conteúdo ilícito do material e, de imediato, desabilitou o acesso às imagens. Se assim não tivesse feito, praticaria sim esse crime, seria esse considerado de fato um crime permanente e tal conduta viabilizaria de imediato a sua prisão em flagrante. É o que argumenta corretamente a assertiva da questão. ITEM CORRETO

02. Para a configuração da conduta do criador das imagens em relação ao tipo penal descrito como produzir imagem pornográfica envolvendo adolescente, exige-se a prática de relação sexual entre o agente e o menor, não se demandando qualquer correção moral do adolescente.

Caro aluno, essa assertiva tem a clara intenção de “pegar” aquele aluno menos preparado. E não é esse seu caso!! Ao estudar o crime de PRODUÇÃO de pornografia infantil, vimos que é um crime tão grave que, o simples ato de fotografar criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica, já caracteriza o crime neste artigo tipificado. NÃO HÁ NECESSIDADE ALGUMA DE QUE HAJA A RELAÇÃO SEXUAL para que o crime seja consumado.

E ainda mais: também incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente em cenas de sexo explícito ou pornográfica, ou ainda quem com esses contracenam!! ITEM ERRADO

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03. À conduta do produtor das imagens não caberão, de regra, os benefícios penais da transação penal, da suspensão condicional do processo e da suspensão condicional da pena, em face de a pena cominada à conduta ser superior a quatro anos.

Na preparação para a sua prova, ao ver o Direito Penal, certamente você já estudou ou estudará sobre a Lei 9.099/95, a Lei dos Juizados Especiais Criminais. O maior objetivo dessa lei foi pautar os processos contra crimes DE MENOR PORTENCIAL OFENSIVO pelos critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. Para tanto, ela traz algumas vantagens (ou benefícios) para quem reponde por esses crimes. Dentre outras, temos a TRANSAÇÃO PENAL e a SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO.

Pois bem, o que é a TRANSAÇÃO PENAL? Nos crimes considerados de menor potencial ofensivo (crimes cuja pena máxima não exceda a 02 anos), pode o Ministério Público negociar com o acusado sua pena. Ou seja, é um “bem bolado” entre a acusação e a defesa pra evitar que o processo corra, poupando o réu (e o Estado também) de todas as cargas consequentes (sociais, psicológicas, financeiras etc.). As propostas podem abranger só duas espécies de pena: multa e restritiva de direitos. A primeira é obviamente pecuniária, a segunda pode ser prestação de serviços à comunidade, impedimento de comparecer a certos lugares, proibição de gozo do fim de semana etc., depende da criatividade dos promotores (que atualmente só conhecem o pagamento de cesta básica). A TRANSAÇÃO PENAL, que deve ser proposta antes do oferecimento da denúncia. A aceitação da proposta não pode ser considerada reconhecimento de culpa ou de responsabilidade civil sobre o fato, não pode ser utilizada para fins de reincidência e não consta de fichas de antecedente criminal.

Outro benefício trazido por essa lei é a SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO que é uma forma de solução alternativa para problemas penais, que busca evitar o início do processo em crimes CUJA PENA MÍNIMA NÃO ULTRAPASSA 1 ANO ( pena ≤ 1ano) quando o acusado não for reincidente em crime doloso e não esteja sendo processado por outro crime.

Por último, temos a SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA, instituto regulamentado pela Lei de Execuções Penais (art. 156) e que num benefício concedido ao acusado onde este não terá sua liberdade tolhida em razão de ter praticado determinado delito cuja cominação da pena não SEJA SUPERIOR A 2 (DOIS) ANOS, atendidos, ainda, os requisitos da Lei e demais condições impostas pelo juiz.

Agora te pergunto: qual a pena para o crime de PRODUÇÃO de pornografia infantil, crime esse praticado pelo agente de nossa questão?

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Reclusão de 04 A 08 ANOS e multa!! Ora, se a pena mínima já é maior que 02 anos, esse crime jamais será de MENOR POTENCIAL OFENSIVO e, sim, de MAIOR potencial ofensivo e, por esse motivo, o criminoso NÃO GOZARÁ dos benefícios penais suscitados na questão: transação penal, suspensão condicional do processo e suspensão condicional de pena.

Gabarito: CORRETO

04. A natureza jurídica da notificação do mantenedor do sítio constitui condição de procedibilidade e a ação penal somente poderá ser intentada quando a notificação tiver sido efetivamente realizada e o serviço de acesso não tiver sido desabilitado.

De fato, a notificação do mantenedor do sítio tem natureza apenas processual, pois não significa que, ao ser autuado, necessariamente ele estará respondendo a uma ação penal. Ao ser notificado, o mantenedor deve suspender de imediato o acesso às imagens ilícitas. Agora, caso não o faça, aí sim, responderá a ação criminal e incorrerá, se condenado, às mesmas penas de quem produziu as imagens.

Gabarito: CORRETO

VI – AS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Caro aluno, ao introduzir sobre crimes, pontuamos que o ECA trata algumas condutas atentatórias aos direitos de crianças e adolescentes como crime e outras como INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS (arts. 245 a 258-B).

Pois bem, embora não cheguem a caracterizar crimes, no entender do legislador estatutário, certas condutas que acarretam a violação de direitos infanto-juvenis devem ser alvo da repressão estatal, através do processo e julgamento perante a Justiça da Infância e da Juventude.

Ao estudar, na aula passada, sobre o Juizado da Infância e da Juventude, vimos que uma de suas principais competências é exatamente a de aplicar PENALIDADES ADMINISTRATIVAS nos casos de INFRAÇÕES contra norma de proteção à criança ou adolescentes (cf. art. 148, inciso VI, do ECA).

O mais curioso sobre as infrações administrativas previstas no ECA é que algumas delas trazem as sanções expressas em “salários-de-referência”, que há muito não mais existem. No caso das infrações

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administrativas, não se fala em penas privativa de liberdade (detenção ou reclusão). Embora tais salários-de-referência ainda estejam na letra da lei, as multas ainda podem sim ser aplicadas, agora em reais, usando os parâmetros mínimo e máximo fixados pela lei, tomando por base o último salário-de-referência, devidamente corrigido (embora já se tenha admitido fixar a pena em salários mínimos).

O art. 145 c/c art. 264 do ECA estabelece que o produto da arrecadação dessas multas é revertido ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Importante também mencionar que as multas administrativas, cominadas a estas infrações, não se confundem com as multas penais, tendo um prazo prescricional também diferenciado: 05 (cinco) anos, vez que são consideradas “receitas não tributárias”, consoante disposto no Código Tributário Nacional.

Para a sua prova, você não precisará se preocupar em memorizar ou saber quando caberá ou não a aplicação desse tipo de pena, pois nenhuma prova elaborada até hoje ousou cobrar do aluno tal conhecimento. Você há de concordar comigo que, para o elaborador, há muitos assuntos bem mais interessantes e inteligentes que possam suscitar questões do que o conhecimento das multas de infrações administrativas.

Nossa preocupação aqui não será com os valores de multa e sim em explicar as infrações administrativas mais relevantes.

E quais são então essas infrações administrativas? Vamos conhecê-las!!

Maus-tratos

Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:

Pena - multa de (três a vinte salários de referência), aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Já estudamos que no âmbito do ensino fundamental, os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental devem comunicar ao Conselho Tutelar os casos de maus-tratos envolvendo seus alunos. E não só os dirigentes de escola!! Os professores ou responsáveis por estabelecimento de atenção à saúde, pré-escola ou creche.

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O estatuto determina, em seu art. 13, que os casos de suspeitas ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente devem ser OBRIGATORIAMENTE comunicados ai Conselho Tutelar da respectiva localidade. Quem assim não o fizer, incorrerá na prática de infração acima descrita.

Diretos do adolescente em regime de internação

Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendimento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:

Pena - multa de (três a vinte salários de referência), aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Aos estudarmos sobre a internação de adolescente infrator, vimos que o Estatuto elencou um rol de direitos aos adolescentes internados, ou seja, privados de liberdade. Na aula passada elencamos um rol desses direitos, mas aqui quero destacar aqueles a que se refere à infração administrativa acima citada. O responsável ou funcionário da entidade de atendimento que desrespeitá-los responderá por essa infração. São eles os seguinte direitos:

Peticionar diretamente a qualquer autoridade;

Avistar-se reservadamente com seu defensor;

Receber visitas, ao menos, semanalmente;

Corresponder-se com seus familiares e amigos e;

Receber escolarização e profissionalização.

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Sigilo nos processos

Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato infracional:

Pena - multa de (três a vinte salários de referência), aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

O Estatuto veda expressamente a divulgação de ATOS JUDICIAIS, POLICIAIS e ADMINISTRATIVOS que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional. E se houver algum tipo de divulgação ou notícia a respeito do fato, estabelece ainda que não poderá haver a identificação da criança ou do adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome.

É, inclusive, irrelevante determinar se houve ou não dolo, bastando a simples constatação da divulgação indevida, sem autorização judicial, para caracterizar a infração respectiva. A criança e o adolescente têm direito ao resguardo da imagem e intimidade e, por isso, é vedado, por isso, aos órgãos de comunicação social narrar fatos, denominados infracionais, de modo a identificá-los.

IMPORTANTE

INCORRE NA MESMA PENA quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.

Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista acima, a autoridade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação.

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Caro aluno, muita atenção: esta última regra sofreu recente mudança através da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN nº 862-DF)!!

Antes dessa ADIN, a parte final dessa regra tinha a seguinte redação: “...e a suspensão da programação da emissora até por dois dias, bem como a publicação do periódico até por dois números”.

Pois bem, essa frase foi declarada INCONSTITUCIONAL e hoje não mais tem efeitos jurídicos. Subsiste, portanto, para o órgão de imprensa ou emissora de rádio ou televisão, que exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional a possibilidade de aplicação tanto da multa administrativa quanto da pena acessória da apreensão da publicação em que houve a divulgação indevida.

Poder Familiar, Guarda e Tutela

Deixar de apresentar à autoridade judiciária de seu domicílio, no prazo de cinco dias, com o fim de regularizar a guarda, adolescente trazido de outra comarca para a prestação de serviço doméstico, mesmo que autorizado pelos pais ou responsável:

Pena - multa de (três a vinte salários de referência), aplicando-se o dobro em caso de reincidência, independentemente das despesas de retorno do adolescente, se for o caso.

O presente dispositivo é muito criticado por, de um lado, desvirtuar o instituto da guarda e comprometer o regular exercício do direito à convivência familiar (que deve ocorrer preferencialmente no seio da família de origem da criança ou adolescente) e, de outro, dar uma aparente “legitimidade” a uma das formas mais “tradicionais” de exploração do trabalho juvenil.

O guardião, por razões óbvias e dada amplitude de seus deveres para com o(a) guardado(a), não deve se confundir com a figura de seu empregador, sendo desnecessário dizer, a propósito que, na pior das hipóteses, para prestação de serviços domésticos o(a) adolescente teria de contar, no mínimo, com 16 (dezesseis) anos de idade e ter obrigatoriamente registrada sua CTPS, com a garantia de todos os direitos trabalhistas e previdenciários, na forma da lei e da Constituição Federal.

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Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar:

Pena - multa de (três a vinte salários de referência), aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Sobre essa infração, sugiro que você dê uma olhadinha também nos arts. 244, 246 e 247 do Código Penal, que definem os crimes de abandono material, abandono intelectual e abandono moral (respectivamente).

A responsabilidade dos pais, nos termos dessa infração, pode decorrer, inclusive, da constatação da prática de condutas ilícitas de seus filhos, que traduziriam o descumprimento do dever de educação no mais amplo sentido da palavra, que àqueles incumbe.

Interessante observar a equiparação, em termos de importância, do Conselho Tutelar em relação à autoridade judiciária. Haverá incidência da infração administrativa em questão tanto quando do descumprimento, por parte dos pais ou responsável por criança ou adolescente, das medidas aplicadas pelo Conselho Tutelar, quando do descumprimento, por parte das autoridades competentes, das requisições efetuadas pelo órgão, no regular exercício de suas atribuições.

Vale mencionar que semelhante disposição visa dar coercibilidade às determinações e requisições do Conselho Tutelar, de modo a assegurar que os casos de ameaça ou violação dos direitos infanto-juvenis por ele atendidos sejam rapidamente solucionados, sem que, para tanto, tenha de ser acionada a autoridade judiciária.

Importante também não perder o crime que já estudamos de “impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei”, o que reforça a idéia de que o Conselho Tutelar possui o status de autoridade pública, dotada de poderes equiparados aos da autoridade judiciária e Ministério Público, para fins de defesa dos direitos infanto-juvenis.

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Hospedagem indevida de menores

Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere:

Pena – multa.

Tanto as pessoas físicas quanto as pessoas jurídicas podem ser sujeitos passivos desta infração administrativa, que restará caracterizada ainda que o acesso irregular no estabelecimento seja permitido por negligência do responsável pelo estabelecimento ou seus prepostos.

No caso das pessoas jurídicas, temos ainda que, em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autoridade judiciária poderá determinar O FECHAMENTO DO ESTABELECIMENTO POR ATÉ 15 DIAS. E ainda tem mais: se comprovado que o estabelecimento reincidiu em período inferior a 30 dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e terá sua licença cassada.

O legislador demonstrou, com isso, ter colocado a pessoa jurídica no pólo passivo da infração administrativa, ao prever como pena acessória à multa, no caso de reincidência na prática de infração, o "fechamento do estabelecimento". É fundamental que os estabelecimentos negligentes - que fazem pouco caso das leis que amparam o menor - também sejam responsabilizados, sem prejuízo da responsabilização direta das pessoas físicas envolvidas em cada caso, com o intuito de dar efetividade à norma de proteção integral à criança e ao adolescente.

Transporte indevido de menores

Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, sem observar as exigências constantes nos arts. 83, 84 e 85 do ECA (vide artigos):

Pena - multa de (três a vinte salários de referência), aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

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Importante aqui observar que não se exige o fim de lucro e/ou qualquer qualidade especial do agente. Qualquer pessoa, física ou jurídica, que efetuar o transporte irregular da criança ou adolescente, estará, em tese, sujeito às sanções contidas no dispositivo.

Exibição de espetáculos, filmes, rádio e televisão impróprios

Para esse grupo de infrações administrativas vou fazer um bate-pronto mencionando as condutas estabelecidas pelo Estatuto e que devem ser respeitadas e, para cada uma delas, mencionarei a infração correspondente para quem as descumpre, ok?

O ECA versa que O PODER PÚBLICO, ATRAVÉS DO ÓRGÃO COMPETENTE, regulará as diversões e espetáculos públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.

Determina também que os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação.

A desobediência a essa determinação legal incorrerá no cometimento da infração a seguir:

Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação:

Pena - multa de (três a vinte salários de referência), aplicando-se o dobr

Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos classificados como adequados à sua faixa etária e as crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.

Assim:

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Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não se recomendem:

Pena - multa de (três a vinte salários de referência), duplicada em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.

As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado para o público infanto juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas e nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.

Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação:

Pena - multa de (vinte a cem salários de referência); duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias.

Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado pelo órgão competente como inadequado às crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:

Pena - multa de (vinte a cem salários de referência); na reincidência, a autoridade poderá determinar a suspensão do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.

Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente. Tais fitas deverão exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.

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Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação em vídeo, em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente:

Pena - multa de (três a vinte salários de referência); em caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.

Revistas e publicações

As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes devem ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo. As editoras devem cuidar para que as capas que contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.

As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de BEBIDAS ALCOÓLICAS, TABACO, ARMAS e MUNIÇÕES, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Para quem descumprir essas obrigações responderá por infração administrativa e terá como pena multa de (três a vinte salários de referência), duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.

Gestantes e a Adoção

Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho para adoção:

Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). (ESSA PENA É BEM RECENTE!!)

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INCORRE NA MESMA PENA o funcionário de programa oficial ou comunitário destinado à garantia do direito à convivência familiar que deixa de efetuar a supracitada comunicação.

O objetivo da norma é evitar que profissionais de saúde e/ou encarregados de programas de atendimento a crianças, adolescentes e famílias promovam a “intermediação” de adoções irregulares. Demonstra a preocupação do legislador em assegurar que as adoções sejam sempre realizadas em estrita observância das regras e parâmetros estabelecidos em lei, na perspectiva de abolir, em definitivo, as práticas ilegais e abusivas tradicionalmente verificadas.

Às nossas últimas questões da aula de hoje:

[CESPE – AGENTE DE POLICIA SUBST.– POLICIA CIVIL/RN – 2008 – ADAPT.] Não constitui crime, mas mera infração administrativa, divulgar pela televisão, sem autorização devida, o nome de criança envolvida em procedimento policial pela suposta prática de ato infracional.

Foi o que você acabou de constatar ao estudar as infrações administrativas previstas no ECA!! Divulgar pela televisão, sem autorização devida, o nome de criança envolvida em procedimento policial pela suposta prática de ato infracional é uma conduta considerada pelo ECA como uma INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA e não um crime.

Gabarito: CORRETO

***

Caro futuro Agente DETRAN-DF, finalizamos mais um importante passo no estudo para seu concurso!!

Apesar de não ser o maior alvo de questões em sua prova, o estudo dessa Lei torna-se de fundamental importância para a sua pontuação final. São aquelas questões que se você as acerta, possivelmente não fará muita diferença em sua posição na classificação final, mas se as erra...Podem te fazer perder muitas posições!! Tenho certeza que você, aluno do Ponto, com essas aulas, não terá problemas com essas leis. No entanto, a hora do foco total é agora e, para um concurso disputadíssimo como esse do Detran-DF, cada questão valerá ouro!!

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Não deixe de prestigiar o fórum de seu curso com suas dúvidas e questionamentos. Já disse e repito: estarei sempre por lá à sua disposição!! Conte comigo!!

Até a próxima aula e bons estudos!!

*****

QUESTÕES DE SUA AULA

01. [AOCP – EDUCADOR SOCIAL- PREF. IBIPORÃ/PR – 2011] Assinale a alternativa que preencha corretamente as lacunas da assertiva abaixo.

"Considera-se criança, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, a pessoa até ________ anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e _________ anos de idade. "

(A) onze / vinte

(B) doze / dezoito

(C) doze / vinte

(D) onze / dezoito

(E) nove / quinze

02. [PL CONSULT. – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CAMPOS NOVOS/RS – 2011] De acordo com a Lei n° 8.060/90 que trata sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, considera-se adolescente a pessoa dos:

(A) Doze aos dezesseis anos de idade.

(B) Onze aos dezesseis anos de idade.

(D) Doze aos vinte anos de idade.

(D) Onze aos dezoito anos de idade.

(E) Doze aos dezoito anos de idade.

03. [FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] A colocação em família substituta, para os maiores de doze anos de idade, dar-se-á independentemente de seu consentimento.

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04. [FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer que seja a origem da filiação.

05. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA MILITAR/ES – 2009] O direito de saber a verdade sobre sua paternidade é decorrência jurídica do direito à filiação, que visa assegurar à criança e ao adolescente a dignidade e o direito à convivência familiar.

06. [IDECAN – EDUCADOR SOCIAL- PREF. IPATINGA/MG – 2010] A adoção é medida excepcional e irrevogável, a qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa. Sobre a adoção, as afirmativas estão corretas, EXCETO:

(A) Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família.

(B) O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando.

(C) A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.

(D) A simples guarda de fato autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de convivência.

(E) Nenhuma observação sobre a origem do ato de adoção poderá constar nas certidões do registro.

07. [USCS – EDUCADOR SOCIAL- SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP – 2010] De acordo com e Estatuto da Criança e do Adolescente, são algumas das medidas aplicáveis aos pais ou responsável por crianças e adolescentes:

I . Encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;

II . Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

III . Encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;

IV . Encaminhamento a cursos ou programas de orientação;

V . Obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;

VI . Advertência.

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De acordo com as opções acima responda:

(A) Apenas as alternativas II, III, e V estão corretas.

(B) Apenas as alternativas I, III e V estão incorretas.

(C) Apenas as alternativas I, II, III, IV e V estão incorretas.

(D) As alternativas I, II, III, IV, V e VI estão corretas.

08. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CARIACICA/ES – 2011] São direitos assegurados à gestante adolescente, EXCETO

(A) o atendimento pré e perinatal.

(B) o encaminhamento a diferentes níveis de atendimento, segundo critérios médicos específicos.

(C) ser atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanhou na fase pré-natal.

(D) preferência pelo parto cesariana.

(E) assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal.

09. [FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069, de 13/07/1990) assegura à gestante, através do Sistema Único de Saúde, os seguintes direitos, à EXCEÇÃO de

(A) a gestante será encaminhada aos diferentes níveis de atendimento, segundo critérios médicos específicos, obedecendo-se aos princípios de regionalização e hierarquização do Sistema.

(B) a parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanhou na fase pré-natal.

(C) incumbe ao Poder Público propiciar apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele necessitarem.

(D) incumbe ao Poder Público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, salvo nos casos em que a gestante ou mãe manifeste interesse em entregar seu filho à adoção.

(E) o Poder Público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.

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10. [CONSULPLAN – EDUCADOR SOCIAL- PREF. PAULO AFONSO/BA – 2008] “A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis”. (Estatuto da Criança e do Adolescente). Considerando estes termos e o direito à liberdade, pode-se compreendê-los sob os seguintes aspectos, EXCETO:

(A) Opinião e expressão.

(B) Crença e culto religioso.

(C) Direito à opinião e expressão de forma direta assistida.

(D) Brincar, praticar esportes e divertir-se.

(E) Buscar refúgio, auxílio e orientação.

11. [USCS – EDUCADOR SOCIAL- SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP – 2010] Clara tem 09 anos e é a mais velha de uma família de cinco filhos. Sua mãe, Maria, trabalha em um hospital durante a noite. Seu pai, Jorge, é pedreiro. Todos os dias, ao chegar da escola, Clara tem como obrigação fazer o jantar e cuidar dos irmãos mais novos, pois seu pai trabalhou o dia todo e alega estar muito cansado para realizar tais tarefas. Clara sente muita vontade de poder brincar com seus vizinhos, mas o pai não deixa. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, podemos afirmar que:

(A) Os pais de Clara estão agindo de forma correta, uma vez que ela ainda não tem idade para trabalhar fora, realiza-o então, ajudando dentro de casa.

(B) Os pais de Clara estão infringindo o Estatuto da Criança e do Adolescente, uma vez que neste está previsto o direito à liberdade, que engloba o direito a ir e vir, brincar, praticar esportes e se divertir, entre outros.

(C) Os pais de Clara estão corretos, pois toda criança e adolescente são obrigados a realizar tarefas dentro de casa para ajudar os pais, como previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.

(D) Uma vez que Clara realiza este trabalho dentro de casa, deveria procurar um trabalho fora, como babá, na casa de algum vizinho. Podendo assim começar a ganhar seu próprio dinheiro.

12. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. SÃO JOSE PINHAIS/PR – 2011] Analise as assertivas e, em seguida, assinale a alternativa que aponta as corretas.

De acordo com o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno

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desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes

I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.

II. direito de ser respeitado por seus educadores.

III. direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores.

IV. direito de organização e participação em entidades estudantis, desde que autorizado por seus pais ou responsáveis.

V. acesso à escola pública e gratuita mesmo que não seja próxima de sua residência.

(A) Apenas IV e V.

(B) Apenas I, II e III.

(C) Apenas I, II, III e V.

(D) I, II, III, IV e V.

(E) Apenas II e IV.

13. [USCS – EDUCADOR SOCIAL- SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP – 2010] Roberto tem 12 anos, e algumas vezes deixa de ir à escola para ir a bares e boates com seus amigos. Seus pais notaram que Roberto chegou diversas vezes no meio da madrugada aparentando embriaguês e suas roupas com cheiro de cigarro. Eles acham que a escola é responsável pela inadimplência do filho, e que deveriam tomar medidas mais severas. Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente NÃO podemos afirmar que:

(A) Os pais de Roberto são responsáveis pela educação de seu filho incluindo, sua frequência na escola e limites de horário, e lugares a serem frequentados.

(B) A escola é a única responsável pela frequência e permanência de seus alunos durante o período de aula, e deveria adotar medidas mais severas no que diz respeito à inadimplência, podendo assim controlar o comportamento de seus alunos.

(C) Os proprietários dos bares e boates também são responsáveis pela entrada e pela venda de bebidas alcoólicas e cigarros a menores de 18 anos, podendo ser autuados e sofrer punição judicial.

(D) Além dos pais de Roberto, todos têm responsabilidades perante o adolescente. A família, a escola e nem os donos de estabelecimentos podem se eximir de exercer seu papel de cidadão e colocar em prática o que está

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previsto na lei, contribuindo assim com a diminuição dos casos semelhantes ao de Roberto.

14. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. SÃO JOSE PINHAIS/PR – 2011] De acordo com o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, informe se é falso (F) ou verdadeiro (V) o que se afirma abaixo e, a seguir, assinale a alternativa com a sequência correta.

( ) É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz.

( ) A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto no ECA.

( ) Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.

( ) A formação técnico-profissional, desobriga o ensino regular.

(A) V – V – V – F.

(B) F – F – V – F.

(C) V – V – F – F.

(D) V – F – V – F.

(E) F – F – F – V. xx

15. [FGV – TÉCNICO JUDIC. SEGURANÇA – TRE/PA – 2010] Com relação à proteção reservada ao menor em nosso ordenamento jurídico, está de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente

(A) o acesso à escola pública de toda criança que comprovadamente não tiver recursos para pagar uma escola privada.

(B) o desenvolvimento de capacitação profissional, assegurado ao menor de 12 anos o trabalho como ajudante.

(C) a criação da criança no seio de sua família, livre da presença de pessoas que sejam dependentes químicas.

(D) o ingresso em locais de espetáculos públicos, sempre acompanhadas de um parente, que pode ser menor.

(E) o acesso a oportunidades de lazer, que lhe serão garantidas prioritariamente pela escola pública de seu bairro.

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16. [FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece medidas de proteção à criança e ao adolescente, dentre as quais estão:

I – Acolhimento institucional.

II – Inclusão em programa de acolhimento familiar.

III – Colocação em família substituta.

IV – Matrícula e freqüência facultativas em estabelecimento de ensino livre.

V – Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade.

Estão CORRETAS

(A) apenas I, II e III.

(B) apenas I, III, III e IV.

(C) apenas I, II, III e V.

(D) apenas II, III, IV e V.

(E) todas as afirmativas.

17. [FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de cinco anos, salvo comprovada necessidade, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.

18. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CARIACICA/ES – 2011] A criança acusada de um crime deverá ser conduzida imediatamente à presença de um delegado.

19. [CONSULPLAN – ADVOGADO – AVAPE/SP – 2009] Prescreve o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) que verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas, EXCETO:

(A) Colocação em família substituta.

(B) Advertência.

(C) Obrigação de reparar o dano.

(D) Prestação de serviços à comunidade.

(E) Liberdade assistida.

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20. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. SÃO JOSE PINHAIS/PR – 2011] Analise as assertivas e, em seguida, assinale a alternativa que aponta as corretas. De acordo com o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:

I. advertência.

II. obrigação de reparar o dano.

III. prestação de serviços à comunidade somente se autorizado pelos pais.

IV. liberdade assistida.

V. inserção em regime de semi-liberdade.

VI. internação em estabelecimento não educacional.

(A) Apenas II, IV e VI.

(B) Apenas I, III e V.

(C) Apenas I, II, IV e V.

(D) Apenas IV e V.

(E) I, II, III, IV, V e VI.

21. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CARIACICA/ES – 2011] Se uma criança e ou adolescente efetivamente praticou ato infracional será aplicada medida específica de punição, conforme estabelece o art. 101 do ECA, tais como reclusão, frequência obrigatória em ensino fundamental, entre outras medidas.

22. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/RN – 2008] O instituto da prescrição não é compatível com a natureza não-penal das medidas socioeducativas.

23. [CESPE – AGENTE DE POLICIA SUBST.– POLICIA CIVIL/RN – 2008 – ADAPT.] Compete exclusivamente à autoridade judiciária conceder remissão ao adolescente pela prática de ato infracional equivalente aos crimes de furto e estelionato.

24. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CARIACICA/ES – 2011] Se for adolescente e em caso de flagrância de ato infracional, o jovem de 12 a 18 anos será levado até a autoridade policial mais próxima.

25. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] A responsabilidade penal de um adolescente de 17 anos de idade que comete um crime grave deve ser aferida em exame psicológico e psicotécnico, pois,

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restando demonstrado em laudo pericial que este tinha plena capacidade de entendimento à época do delito, deverá responder criminalmente, ficando à mercê dos dispositivos do Código Penal brasileiro.

26. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CARIACICA/ES – 2011] É totalmente ilegal a apreensão do adolescente para "averiguação". A apreensão somente ocorrerá quando for em flagrância ou por ordem judicial e em ambos os casos esta apreensão será comunicada, de imediato, ao juiz competente, bem como à família do adolescente.

27. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2009] Antes da sentença, a internação do adolescente infrator poderá ser determinada pelo juiz por prazo indeterminado.

28. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/RN – 2008] A internação provisória do menor não pode extrapolar o prazo de 60 dias estabelecido pelo ECA.

29. [NCE/UFRJ – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/DF – 2005] De acordo com a Lei 8.069/90, é INCORRETO afirmar que:

(A) nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente;

(B) o adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos;

(C) a apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada;

(D) examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de internação imediata, em respeito à condição peculiar da pessoa em desenvolvimento;

(E) a internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, devendo a decisão ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.

30. [FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que é proibida a venda à criança ou ao adolescente de:

I – Armas, munições e explosivos.

II – Bebidas alcoólicas.

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III – Produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica, salvo se tal efeito resultar de utilização indevida.

IV – Fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida.

V – Bilhetes lotéricos e equivalentes.

Estão CORRETAS

(A) apenas I II, IV e V.

(B) apenas I, II, III e IV.

(C) apenas I, II, III e V.

(D) apenas II, III, IV e V.

(E) todas as afirmativas.

31. [IAUPE – EDUCADOR SOCIAL- PREF. OLINDA/PE – 2008] O educador que trabalha com crianças e adolescentes deve estar informado sobre os produtos e os serviços que não devem ser oferecidos a essa população. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, é proibida a venda à criança e aos adolescentes de

I. guloseimas que prejudiquem seu desenvolvimento físico e intelectual.

II. vestimentas inadequadas que agridem e atentam ao seu pudor.

III. bebidas alcoólicas e produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica.

IV. revistas em quadrinhos com pouco valor cultural.

V. armas, munições e explosivos.

Estão CORRETAS apenas

(A) I e II.

(B) I, III e IV.

(C) II, III e V.

(D) III e V.

(E) I e V.

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32. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2004] Rodrigo compareceu ao Aeroporto Internacional de Belém com seu filho Gustavo, de 8 anos de idade, para juntos embarcarem em um vôo com destino à Venezuela, onde deveriam se encontrar com a mãe da criança, que havia viajado uma semana antes e deixado com Rodrigo uma autorização por escrito, sem firma reconhecida, para que ele levasse Gustavo à capital venezuelana. Nessa situação, o embarque de Gustavo deve ser autorizado porque, estando ele acompanhado de seu pai, o reconhecimento de firma na autorização é uma formalidade dispensável.

33. [CESPE – ANALISTA JUDIC. COMIS. INFANCIA E JUVENT. – TJ/ES – 2011] O valor das multas aplicadas em face de crimes e infrações administrativas cometidas pelos órgãos auxiliares será revertido ao fundo gerido pelo conselho dos direitos da criança e do adolescente do estado no qual esteja localizado o órgão autuado.

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 B E E C C E D D D

10 11 12 13 14 15 16 17 18 C B B B X C C E E

19 20 21 22 23 24 25 26 27 A C E E E C E C E

28 29 30 31 32 33 E D A D E E