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DESTAQUES TOQUE DE SAÍDA Director Alfredo Lopes Chefe de Redacção Soledade Santos Externato Cooperativo da Benedita Rua do Externato Cooperativo Apartado 197 2476-901 Benedita [email protected] externatobenedita.net Tudo começou no final do ano lectivo passa- do, quando algumas professoras propuseram que nos candidatássemos à Universidade Júnior, um projecto de várias universidades e institutos cien- tíficos que, durante uma semana, abrem as suas portas a alunos do 10º e 11º anos, para que estes possam ter um primeiro contacto com a activida- de científica. Quatro de nós, então alunos do 11º B, decidi- mos participar na Escola de Ciências da Vida e da Saúde (ECVS), na Universidade do Porto, uma vez que era a área que mais nos interessava e uma cidade que nos fascinava a todos. A princí- pio estávamos um pouco receosos de não sermos aceites e, além disso, o preço era um pouco alto, mas decidimos arriscar. Trianual - Dezembro de 2010 Ano 5 - Número 15 - 1,00 € NOVIDADES DO EXTERNATO Página 3 CONCURSO DE POESIA Página 5 ESCOLA INCLUSIVA Página 6 BENEDITA E A IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA Página 9 NA PISTA DOS CLÁSSICOS Página 11 ENTREVISTA A ANTÓNIO LEANDRO Página 13 O MUNDO REAL E O IRREAL Página 14 ALUNOS NA ERA DIGITAL Página 15 CRÓNICA DE UMA VIAGEM AO PERÚ Página 17 Decorreu no passado dia 8 de Setembro a ses- são de entrega de Diplomas a todos os alunos do 12º ano, bem como a entrega dos Prémios de Mé- rito aos melhores alunos dos Cursos Científico- Humanísticos e Profissionais. Com o Centro Cultural Gonçalves Sapinho pra- ticamente cheio, os finalistas subiram ao palco, recebendo das mãos da Direcção da escola e das Directoras de Ciclo o Diploma de conclusão do 12º ano. O Externato distinguiu ainda os alunos com melhor aproveitamento no ano lectivo transac- to: Beatriz Serrazina, do Curso de Artes Visuais, e Nuno Miguel Matias, do Curso Profissional de Técnico de Comunicação, Marketing, Relações Públicas e Publicidade. ECB FELICITA FINALISTAS E DISTINGUE O MÉRITO ESCOLAR CIENTISTAS POR UMA SEMANA (continua na página 17) (continua na página 2)

ecb felicita finalistas e distingue o mérito escolar cientistas por uma

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DESTAQUES

TOQUE DE SAÍDA

DirectorAlfredo Lopes

Chefe de RedacçãoSoledade Santos

Externato Cooperativo da BeneditaRua do Externato CooperativoApartado 197 2476-901 [email protected]

externatobenedita.net

Tudo começou no final do ano lectivo passa-

do, quando algumas professoras propuseram que

nos candidatássemos à Universidade Júnior, um

projecto de várias universidades e institutos cien-

tíficos que, durante uma semana, abrem as suas

portas a alunos do 10º e 11º anos, para que estes

possam ter um primeiro contacto com a activida-

de científica.

Quatro de nós, então alunos do 11º B, decidi-

mos participar na Escola de Ciências da Vida e

da Saúde (ECVS), na Universidade do Porto, uma

vez que era a área que mais nos interessava e

uma cidade que nos fascinava a todos. A princí-

pio estávamos um pouco receosos de não sermos

aceites e, além disso, o preço era um pouco alto,

mas decidimos arriscar.

Trianual - Dezembro de 2010

Ano 5 - Número 15 - 1,00 €

NOVIDADES DO EXTERNATOPágina 3

CONCURSO DE POESIAPágina 5

ESCOLA INCLUSIVAPágina 6

BENEDITA E A IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICAPágina 9

NA PISTA DOS CLÁSSICOSPágina 11

ENTREVISTA A ANTÓNIO LEANDROPágina 13

O MUNDO REAL E O IRREALPágina 14

ALUNOS NA ERA DIGITALPágina 15

CRÓNICA DE UMA VIAGEM AO PERÚPágina 17

Decorreu no passado dia 8 de Setembro a ses-

são de entrega de Diplomas a todos os alunos do

12º ano, bem como a entrega dos Prémios de Mé-

rito aos melhores alunos dos Cursos Científico-

Humanísticos e Profissionais.

Com o Centro Cultural Gonçalves Sapinho pra-

ticamente cheio, os finalistas subiram ao palco,

recebendo das mãos da Direcção da escola e das

Directoras de Ciclo o Diploma de conclusão do

12º ano.

O Externato distinguiu ainda os alunos com

melhor aproveitamento no ano lectivo transac-

to: Beatriz Serrazina, do Curso de Artes Visuais,

e Nuno Miguel Matias, do Curso Profissional de

Técnico de Comunicação, Marketing, Relações

Públicas e Publicidade.

ECB FELICITA FINALISTAS E DISTINGUE O MÉRITO ESCOLAR

CIENTISTAS POR UMA SEMANA

(continua na página 17)

(continua na página 2)

ANO 5 - Nº 15TOQUE DE SAÍDA

2 ESCOLA VIVA

EDITORIAL SUMÁRIOEscola viva

ECB felicita finalistas 1

Já à venda anuário 2010 2

Ano lectivo 2010/2011 3

Salas de aula - material interactivo 3

CEF - Um caminho um futuro 3

Quem sou eu? 4

Notícias do Francês 4

Campo vocacional para raparigas 4

Glee Club 5

Eco-Escola 5

ECB distinguido na defesa do ambiente 5

Concurso poesia 2010/2011 5

Escola inclusiva: realidade? 6

ECB adere ao projecto EscolaMundo 6

Quadro de mérito 8

Alunas ganham prémio 20

A escola é fixe 20

Arte e Cultura

Arte e forma 9

Entre livros 10

Sugestão de leitura 10

Top 10 10

Nobel da literatura 2010 11

Na pista dos clássicos 11

“Ele era o pintor eu faço bonecos” 20

Olhar Circundante

Um projecto musical da Benedita 12

Bango 2010 12

8º Festival Secundário 12

Entrevista a António Leandro 13

Bob Marley 14

O mundo real e o irreal 14

O Lugar da Memória 9

Recriar o Mundo

Na brancura da página 7

As primeiras metáforas 7

Drugs are able to give you a break 7

Ciência, Tecnologia e Ambiente

Alunos na era digital 15

Copiar colar 15

A primeira vacina 15

O que é o cancro? 16

HPV - cancro do colo do útero 16

Chuva de lama 16

Crónica de uma viagem ao Perú 17

Mente Sã em Corpo São

Corta mato escolar 18

Desporto escolar 18

Notícias do xadrez 18

A obesidade 19

As receitas da Isabel 19

Jin Shin Jyutsu 19

Passatempos 19

Director do Jornal:Alfredo Lopes

Redacção: Deolinda CastelhanoLuísa CoutoSoledade Santos (Chefe de redacção)Teresa Agostinho

Marketing e vendas:Maria José Jorge

Composição gráfica:Nuno RosaPaulo Valentim Samuel Branco

Equipa de Reportagem:Acácio CastelhanoAna DuarteAna Luísa QuitérioClara PeraltaEstela SantanaFátima FelicianoGraça SilvaJosé CavadasMaria de Lurdes GoulãoRicardo MiguelSérgio TeixeiraValter Boita

Impressão: Relgráfica, Lda

Tiragem: 500 exemplares

Preço avulso: 1,00 €

As notícias da crise, dos cortes, da perda de

direitos e da qualidade de vida da maioria da

população fazem as parangonas dos jornais e

as aberturas dos noticiários. E é difícil abstrair-

mo-nos, pois tudo isto afecta já o nosso quoti-

diano e a antevisão do futuro próximo.

E contudo, há que prosseguir a vida, encon-

trar sentidos, motivos, alternativas. As respos-

tas que acharmos resultarão, em grande parte,

da análise que soubermos fazer, pois o presen-

te e o futuro são, como já dissemos aqui, me-

nos obscuros e talvez menos assustadores se

lidos à luz do passado.

Vem isto a propósito de algumas leituras

que venho fazendo sobre os traços identitários

da cultura portuguesa dos últimos 25 anos. Não

é simples equacionar acontecimentos tão pró-

ximos, e por certo nos falta o necessário recuo

crítico para percebermos claramente o que nos

define enquanto povo, sobretudo desde que a

revolução de 1974 abriu Portugal à moderni-

dade e desencadeou este grande ciclo de mu-

danças.

No entanto, há aspectos que sobressaem

com demasiada constância na cultura portu-

guesa das últimas décadas para não serem pa-

radigmáticos. Entre eles, a excepcional quali-

dade de realizações individuais e pontuais – no

domínio das ciências e das artes, por exemplo

– reconhecida e distinguida internacionalmen-

te. E, em paralelo, uma incapacidade crónica

de lhes darmos continuidade, de passarmos do

episódico ao sistemático, integrando estes ras-

gos na cultura nacional.

De facto, a intermitência e a fragilidade são

apontadas como característica das nossas pro-

postas culturais. Infelizmente, não bastam pré-

mios, por mais meritórios, não bastam rasgos

individuais, por mais geniais.

Persistência, perseverança, ecumenismo de

esforços. Eis o desafio, segundo o que se diz.

Faz sentido, do meu ponto de vista.

Professora Soledade Santos

JÁ À VENDA

ANUÁRIO 2010

O Anuário 2009/2010 já está à venda na

biblioteca da escola. Esta edição do Insti-

tuto Nossa Senhora da Encarnação mostra

as actividades que alunos e professores de-

senvolveram ao longo do ano lectivo tran-

sacto.

A apresentação à comunidade escolar

decorreu em duas sessões, tendo sido su-

blinhado que este projecto pretende mostrar

a escola tal qual ela é nas suas múltiplas vi-

vências. A presente edição do Anuário está

associada aos 45 anos do Externato, com a

publicação de textos do Concurso Literário

“A minha escola faz 45 anos” e de cartazes

do ano lectivo 2008/2009 sobre a efeméri-

de, elaborado por alunos do Curso de Artes

Visuais.

Professor Ricardo Miguel

Este momento foi ainda aproveitado para o

lançamento do Anuário 2009/2010, o qual paten-

teia a miríade de actividades realizadas no ano

que findou, muitas delas levadas à prática por

estes alunos que em Julho se despediram do

Externato.

A todos os finalistas do Ano Lectivo

2009/2010, desejamos os maiores êxitos profis-

sionais e pessoais.

Professor Ricardo Miguel

(Continuação da página 1)

ECB FELICITA FINALISTAS

E DISTINGUE O MÉRITO

ESCOLAR

ANO 5 - Nº 15 TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA 3

Neste ano, o Externato abraçou novos

desafios: dos 211 alunos distribuídos pelas

9 turmas do 7º ano, os 24 que compõem

a turma A frequentam o Ensino Integrado

de Música. Para isso, o ECB estabeleceu

um protocolo com a Academia de Música

de Alcobaça, tendo a turma um currículo

próprio.

Indo ao encontro da escola inclusiva, o

ECB criou condições para acolher dois alu-

nos com deficiência mental a frequentar o

7º ano; este desafio obrigou a escola a do-

tar-se de meios humanos especializados e

destinados a um acompanhamento indivi-

dualizado destes alunos, estando também

toda a comunidade escolar particularmen-

te sensibilizada.

Para dar resposta aos alunos do Ensi-

no Básico que apresentam um historial de

retenções repetidas ou um percurso mar-

cado pelo abandono escolar antes da con-

clusão do 3º Ciclo, o ECB dispõe de um

Curso de Educação e Formação de nível

2, designado por CEF, e frequentado por

20 dos 200 alunos matriculados no 8º ano.

Frequentam o 9º ano 164 alunos. No

10º ano, 267 alunos, distribuídos por 11

turmas; nas 8 turmas do 11º ano, há 187

alunos, e no 12º, 154 alunos compõem as

10 turmas do ensino diurno. Frequentam o

ensino recorrente por módulos, em regime

nocturno, 11º e 12º anos, um total de 25

alunos.

Há muito solicitado pelos alunos e res-

pectivos Encarregados de Educação, o

Externato alargou a sua oferta no que diz

respeito às opções de Língua Estrangeira,

com a disciplina de Espanhol, frequentada

por 20 alunos das turmas I, J e K do 10º

ano dos Cursos Profissionais.

Visando um ensino de vanguarda e uma

contínua melhoria da qualidade das apren-

dizagens, a nossa escola adquiriu novos

equipamentos: quadros interactivos PC-

netboard, que neste momento equipam 16

salas de aula; 25 mesas Uninet; 36 vide-

oprojectores; e 36 quadros de porcelana

branca, entre outros. Além disso, foram

remodelados e melhorados vários labora-

tórios e salas de aula.

O Externato renovou uma vez mais

o certificado de qualidade emitido pela

EFQM, símbolo do reconhecimento do mé-

rito deste estabelecimento de ensino que

conta com 45 anos de história ao serviço

da comunidade.

O Centro Cultural Gonçalves Sapinho,

importante valência do Externato, assumiu

uma nova dinâmica passando a dispor de

uma regular e diversificada agenda cul-

tural com uma programação frequente de

cinema que pode ser consultada no site

deste organismo.

Inúmeros desafios, mudanças, obstácu-

los e oportunidades marcam mais um ano

lectivo, que se espera ser de sucesso. São

estes os votos da equipa do Toque de Sa-

ída.

Professora Fátima Feliciano

NOVIDADES DO EXTERNATO….

ANO LECTIVO 2010/2011 SALAS DE AULA

MATERIAL INTERACTIVO

Os quadros interactivos que se encontram nas

nossas salas de aula são muito úteis, embora,

como tudo na vida, possam ter também aspectos

prejudiciais. Mas, segundo o meu ponto de vista,

apresentam sobretudo vantagens.

As tecnologias interactivas são sempre bem

recebidas pelos alunos, pois assim aprendem a

matéria de forma mais divertida e prática. Para

os professores também penso ser melhor, pois se

ensinarem a alunos mais interessados e curiosos

acerca da própria tecnologia e suas ofertas, será

mais gratificante para todos.

Agora sim, podemos comparar tudo isto aos

antigos quadros de xisto e às alergias que o giz

provocava a alguns de nós. No tempo dos nos-

sos avós, usavam-se as ardósias e, no tempo dos

nossos pais, aqueles quadros pretos horríveis. Já

era tempo de mudarmos!

Como será no tempo dos nossos netos? Se ca-

lhar já nem existem professores e é tudo informa-

tizado e comandado pelas próprias máquinas.

Hélder Cruz, 8ºF

CEF - UM CAMINHO…

UM FUTURO

Um dos principais objectivos do ECB é a pro-

moção do sucesso escolar, bem como a prevenção

dos diferentes tipos de abandono escolar, desig-

nadamente o desqualificado. Para a prossecução

deste objectivo, têm vindo a ser tomadas diversas

medidas, entre as quais a abertura, neste ano lec-

tivo, de um Curso de Educação e Formação (CEF)

com a duração de dois anos e conferindo o 9.º

ano de escolaridade e uma qualificação profissio-

nal de nível 2.

Este destina-se, preferencialmente, a jovens

com idade igual ou superior a 15 anos, em risco

de abandono escolar ou que já abandonaram an-

tes da conclusão da escolaridade de 12 anos.

O curso aberto é de Instalação e Operação de

Sistemas Informáticos e atribui um certificado pro-

fissional de Operador/a de Informática. O opera-

dor de informática é o profissional que, de forma

autónoma e de acordo com as orientações técni-

cas, instala, configura e opera software de escri-

tório, redes locais, Internet e outras aplicações

informáticas, além de efectuar a manutenção de

microcomputadores, periféricos e redes locais.

No final deste curso existe uma componente de

formação prática, a desenvolver em contexto de

trabalho, que assume a forma de estágio e visa a

aquisição e o desenvolvimento de competências

técnicas, relacionais, organizacionais e de gestão

de carreira, relevantes para a qualificação profis-

sional, para a inserção no mundo do trabalho e

para a formação ao longo da vida.

Professora Rita Radamanto

ANO 5 - Nº 15TOQUE DE SAÍDA

4 ESCOLA VIVA

De afectos e emoções é fei-

ta a vida. Sentimo-los na pele

e no peito. Tantos, tantos, que

nem têm nome! E a quase todos

damos mais do que um nome:

tristeza, alegria, raiva. Tristeza

depressão, tristeza dor, tristeza

angústia, tristeza apatia, triste-

za solidão, ou apenas tristeza

triste. E alegria? Euforia, con-

tentamento, paz, motivação,

desejo, amor… Raiva furiosa,

zangada, agressiva, nervosa,

vingativa…

São tantas as emoções que

parece que tudo o que nos ro-

deia nos traz… mais emoções!

Começa logo cedo. Pela ma-

nhã, o despertador que desper-

ta para a angústia de um novo

dia carregado de angústias e

de preocupações com a esco-

la, com os amigos, namorados,

pais, irmãos. Ou, pelo contrá-

rio, o mesmo despertador des-

perta da dor de uma noite mal

dormida, inundada de ansieda-

de e insónias, pesadelos e so-

lidão.

E no entanto, parece que

tantos de nós passamos pela

vida a fugir das emoções: recu-

samos sentir e recusamos pen-

sar no que sentimos, e porque

sentimos o quê e por quem.

E mais: recusamos pensar no

que somos, em sentimentos.

Somos amigos, solidários, tími-

dos, extrovertidos, alegres, as-

tuciosos, ambiciosos, apáticos,

solitários, explosivos, calmos,

afáveis, ansiosos, agitados,

afectuosos… Existem mais de

400 denominações para emo-

ções, sentimentos e estados

afectivos. Então porquê tan-

ta dificuldade, quando somos

confrontados com esta simples

questão: Quem somos nós? A

resposta, creio, está no hábito

e na educação. Estamos ha-

bituados a olhar mais para os

outros e não tanto para nós

próprios. Fomos educados por

pais que, no intuito de darem

uma boa educação, não mos-

trando defeitos de carácter,

mais facilmente falam e apon-

tam o que os filhos fazem, do

que reflectem no que eles pró-

prios são e fazem, e têm extre-

ma dificuldade em verbalizar

os erros cometidos e traços de

personalidade considerados

menos positivos.

Acredito que se dedicásse-

mos 5 minutos diários a reflec-

tir sobre “o que senti hoje e por-

quê”, muito mais facilmente se

lidaria com o turbilhão de senti-

mentos que assolam a adoles-

cência, e também com pontu-

ais perturbações afectivas que

surgem no estado adulto. Lidar

frequentemente com sentimen-

tos torna-os familiares, apren-

demos a viver com eles de um

modo muito saudável e positivo

que permite o crescimento.

Isto, porque a grande maio-

ria dos alunos do 9º ano, em

Orientação Vocacional, blo-

queia quando confrontada com

esta questão: QUEM SOU EU?

Margarida Ferreira, Psicóloga do ECB

Nos dias 9 a 12 de Julho ocor-

reu no Seminário de Penafirme

um encontro vocacional para ra-

parigas. Éramos cerca de 41 ra-

parigas, 6 animadoras, 5 irmãs e

2 padres.

Fomos divididas em dois gru-

pos: dos 13 aos 15 anos /dos 16

aos 18 anos, e a partir daí cada

grupo foi dividido em subgrupos.

Nestes quatro dias, o tema que

desenvolvemos foi “Maria: Farol

do Mar”, e em subtemas: Maria

encontra o Mar, Faz-te ao Mar,

Saber a Mar e Vive no Mar.

Tudo começou no dia 9 com

a chegada de todas as raparigas

de várias partes do país. Depois

reunimo-nos para almoçar com as

irmãs e animadoras, e nessa tar-

de fizemos vários jogos e desen-

volvemos diversas tarefas. À noi-

te, fomos informadas de que não

podíamos utilizar telemóveis, mp4

ou qualquer tipo de tecnologias

durante estes dias, e só podíamos

reavê-los durante meia hora de-

pois do almoço e do jantar, o que

para muitas raparigas foi penoso,

por estarem tão dependentes do

telemóvel.

Na minha opinião, o primeiro

dia foi o que custou mais porque

não estávamos habituadas a esta

rotina, a estes hábitos, sem tec-

nologias nem objectos supérflu-

os para utilizar, mas havia várias

ocupações, como snooker, matra-

quilhos, um piano, mesa de ping-

pong e a interligação de umas

com as outras, a cantar e a tocar

guitarra. Por isso, aqueles mo-

mentos de oração e de reflexão,

as partilhas com outras raparigas

e a convivência desses quatro

dias fizeram com que todas nós

nos tornássemos pessoas muito

mais ricas espiritualmente.

Eu tinha ido com o intuito de

me encontrar a mim-mesma e

descobrir o que queria para mim,

e recebi essas respostas e essa

força para viver e conviver em so-

ciedade.

Gostaria de agradecer ao Prof.

Sérgio Costa que me deu a pa-

lavra certa quando o procurei, e

também às irmãs, às animadoras

e aos padres que me acolheram e

proporcionaram um dos melhores

encontros da minha pequena ca-

minhada, muito obrigada a todos.

Adriana Marques, 10ºG

CAMPO VOCACIONAL PARA RAPARIGAS

QUEM SOU EU? NOTÍCIAS DO FRANCÊS

As professoras de Francês estão

a preparar a habitual visita ao

Futuroscope – França, para cerca

de 50 alunos do 9º ano, Ensino

Secundário e Ensino Nocturno, do

Externato. Esta actividade decorrerá

durante a Semana Cultural, entre

os dias 5 e 9 de Abril, e tem como

finalidade permitir aos alunos um

contacto privilegiado com a língua

e a cultura francesas, bem como a

vivência de experiências no domínio

das novas tecnologias aplicadas ao

conhecimento e ao lazer.

Este ano lectivo, o grupo de

Francês iniciou a preparação de

alunos do 8º e 9º ano que pretendam

realizar os exames Delf Scolaire,

em Maio, sob a orientação da

Alliance Française. Estes exames,

elaborados e certificados pelo

Ministério da Educação Nacional

Francês, conferem aos alunos o grau

de proficiência A1 ou A2 em Língua

Francesa, de acordo com o Quadro

Europeu de Referência das Línguas,

e concedem-lhes a possibilidade de

aceder mais facilmente a escolas

ou trabalho em países de expressão

francesa.

Site: http://www.ciep.fr/delfdalf/

ANO 5 - Nº 15 TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA 5

O Glee Club é um projecto novo,

criado por nós, Carmelita Cos-

ta (professora de Inglês) e Estela

Santana (professora de Educação

Física), e dirigido a todos os alunos

do ECB. Foi inspirado na série te-

levisiva Glee e tem como principal

objectivo o aperfeiçoamento do In-

glês e das artes performativas, es-

pecialmente do canto e da dança.

Numa fase inicial, foi feita uma

pré-inscrição para todos os alunos

que desejavam participar no Clube.

Com 53 inscrições, que superaram

em muito as nossas expectativas,

ficou evidente a necessidade de

proceder a audições, durante as

quais cada um dos alunos pôde de-

monstrar o seu talento. No fim des-

ta odisseia, ficaram apurados 18,

que impressionaram pela atitude,

coragem e enorme talento.

Gostaríamos muito de agrade-

cer a todos os que compareceram

aos castings, e deixar a mensagem

de que não deixem nunca de acre-

ditar, não desistam e lutem sem-

pre para serem melhores. É essa a

verdadeira lição a retirar! Pela vida

fora, existirão muitos mais projec-

tos em que poderão participar, e

lutar é uma das mais belas virtudes

humanas!

Finalmente, aos talentosos ele-

mentos do Glee Club:

Alexandra Viana - 10ºF, Alice Vi-

cente - 9ºC, Ana Loureiro - 7ºA, Ana

Rocha - 10ºH, Bernardo Mendes -

7ºA, Carla Vicente - 10ºB, Catarina

Coito - 8ºG, Cláudia Santos - 10ºC,

David Raimundo - 10ºC, Diogo

Honório - 8ºD, Fabiana Gonza-

ga - 10ºD, Flávia Salvador - 10ºH,

Georgeta Munteanu - 8ºG, Jacinta

Madaleno - 7ºA, Ricardo Marquês -

10ºI, Sara Rocha - 11ºE, Sofia Cor-

ticeiro - 12ºA, Sofia Fialho - 10ºA

Bem-vindos e… ao trabalho! A

estreia é já na Festa de Natal. Até

lá!

Professoras Carmelita Costa e Estela

Santana

GLEE CLUB

Este concurso, iniciativa das

professoras de Português, des-

tina-se a promover o gosto pela

poesia e a divulgar jovens ta-

lentos, estimulando a capacida-

de criativa dos alunos da nossa

escola. Eis uma súmula do seu

regulamento.

Podem concorrer, com traba-

lhos de poesia, todos os alunos

do ECB. Os trabalhos, de tema

livre, devem ser inéditos e indi-

viduais, escritos a computador,

em letra Arial, tamanho 12, es-

paçamento 1,5.

Numa primeira fase do con-

curso, são escolhidos os melho-

res trabalhos. Numa segunda

fase, os concorrentes seleccio-

nados declamam os seus poe-

mas perante um júri que apura-

rá os três premiados do 3º ciclo

e os três premiados do secun-

dário.

Os trabalhos a concurso, as-

sinados com pseudónimo, são

entregues à respectiva profes-

sora de Português até ao dia

14 de Janeiro, num envelope

fechado, em cujo rosto se deve

escrever apenas: “Concurso de

Poesia”. Com este, deve seguir

outro envelope fechado, em

cujo rosto se inscreveu o pseu-

dónimo utilizado, e contendo no

interior uma folha em que cons-

te o pseudónimo, o nome do au-

tor, o ano, a turma e o número.

Os trabalhos seleccionados são

divulgados dia 4 de Fevereiro;

a audição das declamações tem

lugar a 21 de Março, Dia Mun-

dial da Poesia; e a entrega dos

prémios e a repetição das de-

clamações efectuar-se-á no Sa-

rau Cultural, a 1 de Abril.

O Júri do concurso será

constituído pelas professoras

de Português e por um convi-

dado, sendo a atribuição dos

prémios decidida por maioria de

votos. Das decisões do Júri não

haverá recurso.

Ao autor do melhor trabalho,

de cada ciclo, serão atribuídos

um diploma de participação e

um prémio. Todos os concorren-

tes na fase da declamação re-

ceberão diplomas de participa-

ção e, sempre que o entender,

o júri poderá atribuir menções

honrosas.

Os trabalhos premiados pas-

sarão a fazer parte do patrimó-

nio do grupo disciplinar de Por-

tuguês.

CONCURSO DE POESIA 2010/2011ECB DISTINGUIDO

NA DEFESA DO

AMBIENTE

Coroando o trabalho de toda a co-

munidade escolar, o Externato Coo-

perativo da Benedita recebeu nova-

mente o galardão ECO-ESCOLAS,

atribuído pela ABAE – Associação

Bandeira Azul da Europa.

Através do cumprimento de um

plano de acção, o ECB viu ser-lhe

atribuída novamente a bandeira ver-

de que está hasteada no átrio da

escola. Numa sessão realizada em

Ourém, a delegação do Externato

recebeu esta distinção que premeia

o empenho de todos na melhoria do

ambiente.

No presente ano lectivo, o traba-

lho do projecto Eco-Escolas será co-

ordenado pela professora Isabel Pai-

xão. Os temas trabalhados durante

este ano serão a Água, a Energia, os

Resíduos e a Floresta.

Em parceria com o projecto Eco-Escola, a Associação Gobius

trouxe ao Externato o projecto Habitatz, “biodiversidade sem limi-

tes’”, no passado dia 3 de Novembro.

Habitatz consiste num conjunto de actividades educativas, de

abrangência nacional, que visam sensibilizar os cidadãos portu-

gueses para temas como a Conservação da Biodiversidade, as

Políticas Europeias para o Ambiente, Ecossistemas e Espécies

Emblemáticas, o Desenvolvimento Sustentável na Europa e os

Valores Europeus.

Integrado na acção “Um dia por uma Eco-Europa”, os alunos

participaram em diversas actividades que decorreram no CCGS e

visitaram uma exposição.

Professor Ricardo Miguel

PROJECTO HABITAZ NO ECB

ANO 5 - Nº 15TOQUE DE SAÍDA

6 ESCOLA VIVA

Falar em escola inclusiva é di-

zer que todos têm o direito a estu-

dar numa escola de ensino regular,

daí resultando a construção do co-

nhecimento em conjunto. O art.74

da Constituição da República Por-

tuguesa enuncia o direito de todos

os cidadãos à igualdade de opor-

tunidade de acesso e êxito esco-

lar. O n.º 2 do mesmo artigo adian-

ta: “incumbe ao Estado: …garantir

a todos os cidadãos segundo as

suas capacidades, o acesso aos

graus mais elevados de ensino; …

promover e apoiar o acesso dos

cidadãos portadores de deficiên-

cia ao ensino e apoiar o ensino

especial quando necessário”. No

entanto, esta ideia de inclusão só

ganha força com a publicação pela

ONU da Declaração de Salaman-

ca sobre os princípios, políticas e

práticas em educação especial e

respectiva assinatura por diversos

países, incluindo Portugal.

Na verdade, não são muitas as

escolas que vivem esta realidade:

a existência de alunos diferentes

por serem portadores de uma de-

ficiência.

Posso dizer que trabalho numa

que tem vivido com esta realida-

de já há algum tempo. O primeiro

caso que recordo é o de uma alu-

na com deficiência visual e, mais

tarde, uma outra com deficiência

auditiva. Não constituíram gran-

des obstáculos, mas os professo-

res viram-se obrigados a alterar

métodos e estratégias de ensino.

A mudança maior foi aquando da

chegada de um aluno com defici-

ência motora, aqui houve necessi-

dade de proceder a alterações dos

recursos materiais e humanos.

Entretanto, outros alunos com ne-

cessidades educativas especiais

(a nível físico) apareceram e já

nem se sentia a diferença, nem as

adaptações. Faziam com normali-

dade: o apoio especial da profes-

sora de apoio e o acompanhamen-

to individualizado da funcionária

que ajuda o aluno.

Ora acontece que um dia…

mais precisamente, este ano, al-

gumas personagens deste enorme

cenário (ESCOLA) mudaram. Al-

guns professores estão a sentir o

verdadeiro significado da inclusão.

De quem falo, perguntarão os

leitores curiosos? Dois alunos

especiais. Dois adolescentes afá-

veis, simpáticos, um mais conver-

sador que outro. Um curioso, outro

muito observador. Destaco um em

particular, portador de Trissomia

21. Convém confessar que quem

lida com ele (colegas, professores,

funcionários), está numa fase de

aprendizagem, um autêntico desa-

fio já que se tem de fazer altera-

ções a todos os níveis. É aprender

e ensinar. É aceitar a diferença. É

compreender e ser compreendido.

O que provoca também anseio em

saber como fazer, se se está a fa-

zer o correcto, se... se… Anseio

que se torna maior no ambiente

sala de aula, onde a diferença rei-

na!

Bom, mas está tudo bem?

É verdade que o ser humano

tem uma fantástica capacidade de

se adaptar a situações inóspitas.

Mas deveria ter havido uma forma-

ção específica para preparar bem

a circunstância?

Não basta colocar estes alunos

na escola regular, nas salas de au-

las, terem um professor de apoio

especial, um psicólogo, e “aprego-

ar-se aos sete ventos” que a es-

cola inclusiva em Portugal é uma

realidade, a caminho do sucesso!

Se for, deve-se ao empenho e à

perseverança dos actores dessa

mesma escola.

Posso dizer que tenho o privi-

légio de trabalhar com o referido

aluno. Eu aprendo, enriqueço a

minha formação, enquanto pessoa

e profissional, procuro informação,

reformulo métodos e estratégias,

partilho… e recebo sempre em tro-

ca (agora que ganhei a confiança

dele!) um GRANDE sorriso e um

“É”!

Não nos iludamos! Deveria ter

havido formação adequada de pro-

fessores, com conhecimentos na

área científico-pedagógica da(s)

disciplina(s) que leccionam, que

intervêm no processo educativo

destes jovens em particular, an-

tes desta MUDANÇA. Até se pode

garantir os recursos humanos e

materiais. Há que adequar as tur-

mas, não só em número de alunos,

a estes alunos com necessidades

educativas específicas, para que

todos aprendam a conviver com a

diversidade e a respeitar a diferen-

ça, efectivamente. É que qualquer

intervenção pedagógica especí-

fica e diferenciada deverá ter em

conta, por um lado, a generalidade

dos alunos, principalmente quan-

do estes também têm dificuldades

de aprendizagem, e, por outro, as

adequações necessárias às carac-

terísticas individuais dos alunos

com Trissomia 21 e outros por-

tadores de uma outra deficiência

grave.

Einstein diria: “Quanto maior a

dúvida, maior o despertar!” É, não

é?!

Professora Lucília Borges

(Versão integral do texto publicado em 29

de Outubro no jornal Região de Cister.)

ESCOLA INCLUSIVA: REALIDADE?

ESCOLA INCLUSIVA? INCLUSÃO?

Pela primeira vez, o grupo de Geo-

grafia está a dinamizar o Projecto Esco-

laMundo, numa parceria que pretende

sensibilizar os alunos para os valores da

cidadania.

EscolaMundo é um projecto de cariz

internacional, financiado pela Comissão

Europeia e coordenado em Portugal pelo

IMVF – Instituto Marquês de Valle Flor –

em parceria com as ONG parceiras em

mais cinco países europeus. O Escola-

Mundo visa apoiar a comunidade educa-

tiva no sentido de reforçar valores, in-

centivar uma postura activa de cidadania

global e trabalhar de forma transversal,

aproveitando os projectos já existentes

na comunidade escolar, de forma a de-

linear uma ideia de justiça social global,

da escola para o mundo.

O projecto pretende trabalhar com os

professores e técnicos da comunidade

escolar nas várias áreas curriculares e

disciplinas, promovendo o reforço de va-

lores e a partilha de experiências educa-

tivas; e tratar as questões da Educação

para o Desenvolvimento – um processo

activo de aprendizagem que visa mobili-

zar a sociedade para as prioridades do

desenvolvimento humano sustentável.

Ideias para dinamizar aulas, informa-

ções sobre algumas das grandes ques-

tões mundiais e dicas para jovens orga-

nizarem eventos na escola são algumas

das propostas sugeridas pelo projecto.

De entre as actividades, destaca-se o

“Stand Up: Levanta-te contra a pobreza”

(fotografia ao lado).

Professor Ricardo Miguel

EXTERNATO ADERE AO PROJECTO ESCOLAMUNDO

ANO 5 - Nº 15 TOQUE DE SAÍDA

7RECRIAR O MUNDO

DRUGS ARE ABLE TO GIVE YOU A BREAK

Drugs are able to give you a break

Crack and cocaine are the devils taste

Hopes and dreams are given away

You might think it’s alright but it’s not ok

From the shadows they shall return

To bring all the things you desire

You’ll be trapped, you’ll be burned

Think, is that what you want?!

A whole life to live, and you throw it away

God gave you life and is this how you repay?

You became blind, you sold your soul

Now your days are a big black hole

You have become a puppet full of greed

Now heavy drugs are all what you need

Instead of truth you chose your lies

Won’t last long because soon you’ll die

Don’t do any worse, don’t scratch your skin

You did your work, you must pay for your sin

Silence shouting, twiching on the floor

You’re one more soul that is rotten to the core

From that vicious cycle you cannot escape

RIP my son you marked your fate

Can you see now what I’m telling?!

Not all the stories have an happy ending!

Bruno Silvestre, 12º Ano

Já anoiteceu –

embalado pelos grilos

o sol adormece.

Ana Portugal

Ouve o vento frio

passar entre as folhas secas –

a lua nasceu.

Nicole Almeida

Com este calor

o vento tarda em chegar –

os pássaros cantam.

Sara Isabel

A brisa suave –

ao sabor do vento a saia

borboletejando.

André Justino

Ouve o rouxinol

que não parou de cantar

a chamar a lua.

Sofia Santos

O dia adormece.

Com os sapos a cantar

a lua desperta.

Alexandre Sousa

Rompe a manhã débil,

um pingo de orvalho cai.

O gato não vem.

João Ribeiro

É de madrugada,

cegonhas cortam o céu –

o mundo não pára.

Rita Lopes

As árvores novas –

como estão elas à espera

de desabrochar!

Ana Faustino

O menino dorme

e as melgas riscam a noite.

Sobe a lua cheia.

Rute Lopes

As folhas voltaram

assim como as andorinhas.

As árvores riem.

Paulo Constantino

A manhã rompeu.

Pequeno-almoço na mesa –

começa o dia.

Luís Silva

O cão vai ladrando

atrás do gato que foge

na noite profunda.

João Rebelo

O haikai é um pequeno poema de ori-

gem japonesa, que há muito vem sendo

cultivado no Ocidente, onde foi adaptado

às características da nossa poesia. É uma

composição de 3 versos – normalmente

com 5-7-5 sílabas métricas – sem rima nem

título.

Poesia do presente e do fugaz, evita a

generalização e a subjectividade, contendo

referências à natureza e remetendo para

uma estação do ano através do chamado

termo-estação ou kigo. Ao haikai associa-

se uma atitude zen e contemplativa.

Numa das últimas aulas de Português

do ano passado, já a poucos dias das férias de verão, os alunos do

10º D travaram conhecimento com alguns mestres haijin, como os

poetas clássicos Bashô e Issa. E quiseram experimentar a técnica

do haikai – aliás, mais do que uma técnica, um exercício de con-

tenção poética e uma disciplina do olhar. Eis alguns dos poemas

escritos nessa aula pelos jovens haicaístas, a quem agradeço por

terem permitido a sua publicação no Toque de Saída.

Professora Soledade Santos

NA BRANCURA DA PÁGINA

AS PRIMEIRAS METÁFORAS – I

Houve um homem,

anterior a estes e ao abismo.

Chovia. O homem apontou

o céu e disse «olha como

as nuvens choram.» Foi o primeiro.

As palavras eram ainda leves

e, naturalmente, era também possível

dizer coisas belas e imprevistas

como um relâmpago.

Paulo Tavares, Minimal Existencial, Artefacto, Lisboa, 2010

(Poema extraído do segundo livro de Paulo Tavares, de quem o Toque de Saída pu-

blicou vários inéditos entre 2005 e 2007.)

ANO 5 - Nº 15TOQUE DE SAÍDA

8 ESCOLA VIVA

7º ANO

Henrique Cardoso Vicente 7ºB

Filipa Vicente Custóias 7ºE

Henrique Lourenço Ferreira 7ºE

Inês Marquês Mateus 7ºE

João Gil Delgado Silva 7ºE

Fabiana Crisóstomo Costa 7ºF

Francisco Miguel D. Salvaterra 7ºG

Helena Carvalho Gorricha 7ºG

Inês da Cruz do Couto 7ºG

Carlos Ferreira Martins 7ºH

Georgeta Munteanu 7ºH

8º ANO

Maria Ana Bernardo Almeida 8ºB

Vanessa Agostinho Ferreira 8ºB

Alice Coelho Vicente 8ºC

Catarina Castelhano Dias 8ºC

José Luís Alexandre Mateus 8ºC

Mariana da Silva Alves 8ºC

Carolina Gonçalves Guerra 8ºD

Inês da Silva Fernandes 8ºD

Jéssica Carreira Martins 8ºD

Catarina Moreira Ferreira 8ºE

Patrícia Sousa Paulo 8ºE

Sara Catarina Cardoso Mendes 8ºE

Ana Paula Jorge Cruz 8ºF

Bruna Gerardo Castelhano Boita 8ºF

Eduardo Manuel S. F. Aivado 8ºF

Inês Morais Penas 8ºF

Isa Morais Penas 8ºF

Luciana Filipe Neto 8ºG

Filipa Alexandra Paulo Lindo 8ºH

Pedro Rui Ramalho Constantino 8ºH

9º ANO

Miguel Ângelo Honório Silva 9ºA

Catarina Lourenço Silva 9ºB

Cláudia Sofia Coito e Silva 9ºB

Mónica Sofia Pereira Lourenço 9ºB

Ana Carolina F. P. S. Pontes 9ºD

Sara Cristina F. Monteiro Mendes 9ºD

Carolina Alexandra Vicente 9ºF

João Marcos M. Crisóstomo 9ºG

Milene Magalhães Inácio 9ºG

Beatriz Pimenta Penas 9ºH

Sónia Fialho Felizardo 9ºH

Carlos Miguel Loureiro Siopa 9ºI

Catarina Henriques Lopes 9ºI

10º ANO

Alexandra Paulo Francisco 10ºA

Carolina Perista Serrazina 10ºA

Joaquim M. Vinagre Ferreira 10ºA

Juliana Serrazina Pedro 10ºA

Maria Serrazina Carvalho 10ºA

Tiago Costa Mateus 10ºB

André da Costa Marques 10ºC

Francisco M. Quaresma Ramalho 10ºC

Hugo José da Silva Fernandes 10ºC

Pedro Radamanto Rodrigues 10ºC

Andreia Dias Lopes 10ºE

Bárbara Maximiano Martins 10ºE

Ana Sofia Valério Lopes 10ºF

João Filipe Pereira Rodrigues 10ºF

Margarida Costa Serralheiro 10ºF

João Emanuel Peralta e Tato 10ºG

Marisa Ferreira Machado 10ºG

Cláudia Adrião Moreira 10ºI

Daniela Tomás Costa 10ºI

11º ANO

António Serrenho do Carmo 11ºA

Daniela Filipa Mendes Francisco 11ºA

Inês Marques Moreira 11ºA

Nídia Quitério Ferreira 11ºA

Patrícia Bispo Pimenta 11ºA

Ricardo Nazaré Serrazina 11ºA

Ana Rita Ribeiro Marques 11ºB

Eunice Ferreira Vicente 11ºB

Joana Maria dos Santos Boita 11ºB

Maria Santos Vicente 11ºB

Sofia Marques Félix Castelhano 11ºB

Cristina Isabel Ferreira Tomás 11ºC

Adriana Fialho Passarinho 11ºD

Guilherme Fialho Passarinho 11ºD

Maria Luísa V. J. A. Sales 11ºE

Beatriz Mateus Tiago 11ºF

Sofia Ferreira Sebastião 11ºF

Catarina Ferreira Lopes 11ºH

Diana Isabel Pereira Tomás 11ºH

Rita Margarida Pereira Henriques 11ºH

Rafael Bernardo Santos 11ºI

12º ANO

Catarina Rebelo Silvério 12ºA

Hugo Miguel Fonseca Rodrigues 12ºA

Mariana Filipa Carvalho e Silva 12ºA

Raquel Castelhano Dias 12ºA

Rita Santos Bernardino 12ºA

Simão Silva Vicente 12ºA

Tiago Santos Ezequiel 12ºA

Ana Luísa Marques Pereira 12ºB

Arlete Sofia Mendes Sineiro 12ºB

Cláudia Paciência Santos 12ºB

Cristiana Faustino Higino 12ºB

Inês Domingos Belo 12ºB

Juliana Fialho Costa 12ºB

Laura Catarino Gonçalves 12ºB

Liane dos Santos Canas 12ºB

Mariana da Silva Rodrigues 12ºB

Mónica Daniela Santos Fialho 12ºB

Paulo Miguel Vicente Batista 12ºB

Bárbara Santos Serralheiro 12ºC

Catarina Fialho Marquez 12ºC

Célia Gomes Franco Mendes 12ºC

David Marques Vicente 12ºC

Fábio Sousa Cruz 12ºC

Filipa Isabel M. M. Serrazina 12ºC

Joana do Mar Ferreira Machado 12ºC

José Carlos Barreiro Mateus 12ºC

Juliana Marques Santos 12ºC

Mariana Mateus Madaleno 12ºC

Marta Carvalho Santos Baptista 12ºC

Micaela do Carmo Bento 12ºC

Miguel Machado Lopes 12ºC

Tatiana Marques Ladeira 12ºC

Cidália Margarida Machado Tomás 12ºD

Mariana Guerra de Almeida 12ºD

Susana Isabel Vicente do Coito 12ºD

Tânia da Conceiçaõ Quitério 12ºD

Vanessa Marques Fialho 12ºD

Daniela Sofia Mendes Santos 12ºE

Joana Filipa Paciência Paulo 12ºE

Juliana Vieira Belo 12ºE

Lea Mões da Fonseca 12ºE

Maria do Carmo Ferreira Guerra 12ºE

Teresa do Carmo Ferreira 12ºE

Tiago Manuel Pereira Martins 12ºE

Ana Rita Felizardo Francisco 12º F

Beatriz Maximino B. da Silva 12º F

Beatriz Perista Serrazina 12ºF

Bruno Filipe Fonseca Santos 12ºF

Joana Almeida G. Guimarães Sá 12ºF

Patrícia Constantino Lourenço 12ºF

Luís Miguel M. Vicente 10ºC.T.

Márcio André C. Pedro 12ºC. T.

ANO LECTIVO - 2009/2010

3º PERÍODO

QUADRO DE MÉRITO

ANO 5 - Nº 15 TOQUE DE SAÍDA

O LUGAR DA MEMÓRIA 9

Uma das coisas que me dá prazer é escre-

ver o artigo para o “Lugar da Memória”, espe-

cialmente pela pesquisa que antecede o pro-

duto final.

Para o artigo deste Jornal, a redacção

achou que seria interessante algo que se en-

quadrasse nas comemorações dos 100 anos

da República. Fiquei entusiasmada, só que

não estava preparada para a dificuldade que

iria encontrar para recuar 100 anos e conse-

guir encontrar documentação e pessoas que

me pudessem elucidar sobre o que se passou

na Benedita (à época, uma humilde aldeia ru-

ral com apenas 3130 habitantes) e como aqui

foi recebida a notícia da implantação da Re-

pública.

Em 1910, ano da queda da Monarquia e da

implantação da República, o pároco da Bene-

dita era o Padre António de Jesus Faria, ao

mesmo tempo presidente da Junta. E o rege-

dor o Sr. José Duarte Picão (na foto com a

esposa, D. Bernardina Pereira da Conceição).

Encontradas as autoridades do poder local

da altura, faltava-nos encontrar algo que nos

indicasse a reacção da população e, finalmen-

te, graças à amabilidade do Eng. Luís Guerra

de Almeida, ficámos a saber que o seu tio, An-

tónio Ribeiro de Almeida, nascido na Benedi-

ta em 16 de Abril de 1886, homem de grande

cultura, que tinha frequentado o Seminário de

Santarém, foi regedor em 1908 e vereador da

Câmara Municipal de Alcobaça em 1910.

Era um monárquico convicto e anti-republi-

cano que não escondia as suas ideias. Com

os pais, passava algum tempo na Quinta da

Granja (propriedade da família), em Turquel.

E aí foi surpreendido pela GNR, que cercou a

quinta e trazia ordem para o deter e levar para

a cadeia, em Alcobaça. Segundo fonte fidedig-

na, a mãe do jovem, D. Rachel do Nascimento

Ribeiro, ajoelhou-se, pedindo que não fizes-

sem mal ao filho, mas as ordens eram para

ser cumpridas e o jovem António acabou por

ser alvejado, quando tentava fugir. Foi levado

para a cadeia de Alcobaça, onde ficou alguns

meses em reclusão. Claro que a família tentou

todas as diligências para o libertar, o que aca-

bou por conseguir, fruto dos conhecimentos e

influência que tinha e graças, especialmente,

ao Sr. José Emílio Magalhães, grande amigo

da família Ribeiro de Almeida.

A prisão não mudou os ideais de António

Ribeiro de Almeida, e a jovem República não

perdoava aos seus opositores, assim, o jovem

preferiu não permanecer em Portugal e fugiu

para França, onde permaneceu até os ânimos

serenarem em Portugal e na sua Benedita,

para onde regressou anos mais tarde.

Agradecemos a Luís Guerra de Almeida e a

Fernando Maurício pela colaboração na pes-

quisa e pela cedência da fotografia.

Professora Maria José Jorge

BENEDITA E A IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA

Saber em que consiste a arte é

importante para podermos discutir

sobre as diferentes expressões,

sabermos compreendê-las e apre-

ciá-las. Há muitas respostas, mas

a que nos parece mais adequada

é a que define a arte como forma

significante.

A forma é de facto um aspecto

importante. Não se trata simples-

mente da forma no sentido geral,

mas daquilo que num objecto não

pode ser alterado ou simplificado

sem que este perca o seu interes-

se e significado. Defende Clive

Bell que “o ponto de partida de

qualquer sistema estético tem de

ser a experiência pessoal de uma

emoção peculiar”. A esta experi-

ência pessoal chama-se emoção

estética, que só experimentamos

na presença de uma obra de arte,

provocada pela sua forma signifi-

cante. Para sabermos identificá-la

é preciso termos a sensibilidade

cultivada e algum conhecimento.

Mas, afinal, que característica é

esta?

Essa característica, por exem-

plo num quadro, é a relação en-

tre as linhas e as cores que lhe

conferem um significado. Não é a

mensagem, o conteúdo do quadro

que determina a sua essência,

mas estes aspectos formais. O

mesmo se passa com as outras

expressões artísticas, todas par-

tilham linhas formais gerais, como

unidade, intensidade ou grau de

complexidade os quais consti-

tuem a forma significante.

Há contudo, objectos de arte

que não se distinguem visualmen-

te de outros que o não são. Veja-

se por exemplo da caixa de Brillo,

de Andy Warhol, que reproduz a

caixa de detergente da loiça da

dita marca numa versão em igual

escala, quase não se distinguin-

do das de uso comum. Podemos

então pensar que todas as cai-

xas de Brillo deveriam ser obras

de arte, mas não o são. O mesmo

acontece com os sinais de trânsi-

to, os quais têm cores e formas

significantes, mas não são obras

de arte. Não o são porque a sua

finalidade é informar, contraria-

mente às obras de arte, que têm

como finalidade exibir a sua forma

e nada mais.

Uma outra dificuldade é expli-

car exactamente em que consis-

te a forma significativa. Qualquer

formalista responderia que o sa-

bemos porque temos emoções

quando a observamos, mas se lhe

for perguntado o que é uma emo-

ção estética, ele responde que é

o tipo de emoção provocado pela

forma significante. Assim, a res-

posta é circular e não nos satis-

faz.

Pensamos que esta circularida-

de, que não é apenas lógica, pode

ser evitada pela educação estéti-

ca. Para analisar esteticamente

uma obra, é preciso sermos pes-

soas com a sensibilidade educa-

da. Sem esta educação mínima,

a forma significante permanece

algo de misterioso e incompreen-

sível. É preciso educar os senti-

dos, “ter olho” e um conhecimento

mínimo para saber distinguir as

obras de arte das que o não são.

Ana Lopes, 11º E

ARTE E FORMA

ANO 5 - Nº 15TOQUE DE SAÍDA

ARTE E CULTURA10

Nesta edição damos a conhecer aos leito-

res do Toque de Saída os gostos literários de

um professor de Matemática da nossa escola,

de uma funcionária da Biblioteca e também de

um colega do 12º Ano. Esperamos que as pre-

ferências dos nossos entrevistados inspirem

boas horas de leitura.

O professor de Matemática e encenador do

grupo de teatro “Gambuzinos”, do ECB, José

Carlos Saramago, aceitou partilhar os seus

gostos no que respeita à leitura.

Os livros que mais

gostou de ler: O Se-

nhor dos Anéis, de

J. Tolkien, e Crime

e Castigo, de Fiódor

Dostoievski.

O livro que mais

lhe custou a ler: Via-

gens na MinhaTerra,

de Almeida Garrett,

por ter sido obrigado

a fazê-lo.

O escritor que

mais aprecia: J. Tolkien.

Os livros que anda a ler: Marina, de Carlos

Ruiz Zafón, e a peça de teatro Com o amor

não se brinca, de Alfred de Musset.

O livro que aconselha: Crime e Castigo, de

Fiódor Dostoievki.

A funcionária da

Biblioteca do ECB,

Fernanda Maria

Fernandes da Fon-

seca Silva, gentil-

mente acedeu ao

nosso convite para

partilhar os seus

hábitos de leitura.

Eis as suas prefe-

rências.

O livro que mais

gostou de ler: A

Vida num Sopro, de José Rodrigues dos San-

tos.

O livro que mais lhe custou ler: O Evange-

lho Segundo Jesus Cristo, de José Saramago.

O escritor que mais aprecia: Miguel Sou-

sa Tavares, Eça de Queiroz e José Rodrigues

dos Santos.

O livro que anda a ler: Já ninguém morre de

amor, de Domingos Amaral.

Os livros que aconselha: A Vida num So-

pro, de José Rodrigues dos Santos; Amar de-

pois de amar-te, de Fátima Lopes.

O Tiago Rebelo

está na turma A do 12º

Ano, no curso de Ci-

ências e Tecnologias,

e muito prontamente

respondeu às nossas

questões sobre as

suas leituras.

O livro que mais

gostou de ler: Brisingr,

de Christopher Paolini.

O livro que mais lhe

custou a ler: Os Maias,

de Eça de Queirós.

O escritor que mais aprecia: Christopher

Paolini

Os livros que anda a ler: Memorial do Con-

vento, de José Saramago.

Os livros que aconselha: Filhos do abando-

no de Torey Haiden, Brisingr, Eragon e Eldest

de Christopher Paolini.

Margarida Serralheiro e Vanessa Martins, 11º E

Hélia Correia é, na minha opinião, uma das grandes escri-toras portuguesas contemporâ-neas, com um estilo requintado, quase poético. O romance Ado-ecer, publicado pela Relógio de Água, aí está a prová-lo. Desde Lillias Fraser que a autora não tinha conseguido retomar com o mesmo fulgor as histórias de heroínas improváveis, que não ostentam uma beleza óbvia, que são grandiosas acima de tudo pelas suas fragilidades.

O novo romance de Hélia Correia tem a sua génese no quadro Ofélia, uma encenação pictórica da Ofélia de Shakes-peare, do pintor novecentista

John Everett Millais, para o qual Elisabeth Siddal, a Lizzie de Adoecer, posou. Foi a partir dessa pintura que a escritora iniciou a sua demanda da mode-lo e ao mesmo tempo penetrou no universo dos pré-rafaelitas e das pré-feministas do sécu-lo XIX inglês. Temos, então, como protagonista, uma mulher que contornou as limitações da sua origem modesta. Graças à sua beleza estranha, aos seus impressionantes cabelos rui-vos, encantou o jovem pintor William Alingham e tornou-se sua modelo. Aqui começa a sua ascensão social, mas também a sua caminhada trágica. Desde o momento em que Lizzie é pinta-da por Millais, enquanto Ofélia, “...qualquer coisa de Ofélia se alojara definitivamente no seu corpo”, diz a autora. A modelo posou horas a fio dentro de uma banheira aquecida por lampari-nas e permaneceu na água fria quando estas se extinguiram, para não perturbar o trabalho do pintor. O resfriamento que daí resultou marcou indelevel-mente a sua curta vida marcada pela doença, tanto física como psicológica. Até a sua história de amor neurótico com Gabriel

Dante Rossetti, que a toma como musa, a ensina a pintar e a escrever , incitando-a a eman-cipar-se, estará irremediavel-mente amaldiçoada.

A estrutura do romance é simples: começa com a descri-ção do cemitério de Highgate, onde Lizzie está sepultada ao lado do pai de Dante Gabriel, retrocedendo depois ao início, a finais dos anos cinquenta do século XIX, e seguindo cro-nologicamente até à morte de Lizzie, em 1862, para terminar com o episódio da exumação do seu corpo a fim de se recuperar o inédito e único exemplar do li-vro de poesia de Dante Gabriel Rossetti, House of Life, que o pintor-poeta depositara junto aos seus cabelos sete anos an-tes.

Aventure-se, pois, a ler a fas-cinante história de Lizzie Siddal que “...começa mal e não acaba bem”, como escreve Hélia Cor-reia, e a conhecer a sociedade vitoriana da segunda metade do século XIX.

Professora Luísa Rocha

ENTRE LIVROS

SUGESTÃO DE LEITURA TOP 10

1º- Todos os Nomes – José Saramago

2º - Bons Sonhos, Meu Amor – Doro-

thy Koomson

3º - A Pousada no Fim do Rio – Nora

Roberts

4º - Entre Irmãs – Maria Teresa Maia

Gonzalez

5º - A Melodia do Adeus – Nicholas

Sparks

6º - Escândalos Privados – Nora Ro-

berts

7º - O Cromossoma do Amor – Bibá

Pitta

8º - Louca por Compras – Sophie Kin-

sella

9º - O Símbolo Perdido – Dan Brown

10º - O Codex 632 – José Rodrigues

dos Santos

Os livros mais requisitados na Biblio-

teca do ECB nos meses de Maio a

Agosto de 2010.

ANO 5 - Nº 15 TOQUE DE SAÍDA

ARTE E CULTURA 11

Este ano, a nossa escola pas-

sou a oferecer uma opção de

Clássicos da Literatura aos alu-

nos do 12º Ano. Clássicos, nesta

acepção, são livros que atraves-

sam o tempo, moldando a memó-

ria individual e colectiva e cons-

tituindo vias de excelência para

aceder aos traços identitários dos

povos e nações.

Eis a opinião de uma das alu-

nas, a propósito de um destes li-

vros, escrito por Boccaccio, autor

italiano do século XIV.

Confesso que, à partida, o tí-

tulo, Decameron, não me ins-

pirou muita confiança. Pensei

logo numa obra relacionada com

monstros, ou algo do género, o

que não ocupa lugar de eleição

nas minhas preferências.

Felizmente, quando iniciámos

o estudo da obra, vendo o filme

que Pasolini realizou a partir do

livro de Boccaccio, foi amor à

primeira vista. Adorei todos os

capítulos do filme, talvez pelas

cómicas expressões faciais das

personagens, pela sua caracteri-

zação física realista, pelo modo,

avançado para a época, como se

retratavam os comportamentos

sexuais, e até mesmo pelo fac-

to de a acção decorrer no século

XIV, durante os terríveis anos da

Peste Negra, época histórica que

sempre me fascinou.

Mas colocava-se-me uma te-

mível interrogação: iria eu gostar

tanto do livro como gostara do fil-

me?

Pois bem, devo dizer que gos-

tei ainda mais. Achei uma obra

acessível, com uma linguagem

simples e cómica e, acima de

tudo, relatando uma infinidade de

factos curiosos e interessantes

sobre o quotidiano das pessoas

daquela época.

Além de tudo isto, o conto es-

colhido para ser analisado na

aula (o Decameron é composto

por cem contos, narrados por um

grupo de jovens que se refugiam

num castelo campestre durante

dez dias, para escapar à peste

que então assolava a cidade de

Florença) não podia ter sido me-

lhor: a história conseguiu cativar-

nos e provocar boas gargalhadas.

Quem não se lembra de “meter o

diabo no inferno”?!

A mim este livro cativou-me

e decerto vou ler mais alguns

contos. Resta-me aconselhá-lo

a quem goste de histórias me-

dievais ou simplesmente a quem

queira passar um bom bocado.

Adriana Passarinho, 12º D

A Academia Sueca atri-

buiu este ano o prémio No-

bel da Literatura a Mario

Vargas Llosa, escritor pe-

ruano de 74 anos, criador

de uma vastíssima obra

que vai do ensaio à nove-

la, do romance às peças

de teatro.

Disseram os jornais

que o próprio autor ficou

surpreendido com a dis-

tinção uma vez que de

eterno candidato passou

a esquecido das agências

de apostas que, este ano

apontavam um poeta como

vencedor do galardão, e

terá até dito que não sabia

que ainda era candidato.

Ironia de quem há já muito

tempo constava das listas

de possíveis premiados e

se viu sempre preterido na

escolha do Júri do Nobel.

Jorge Mario Pedro Var-

gas Llosa nasceu em Are-

quipa, em 28 de Março de

1936, formou-se em Le-

tras e Direito pela Univer-

sidade Nacional Maior de

São Marcos, em Lima. An-

tes de se tornar escritor,

trabalhou como redactor

de notícias na extinta Rá-

dio Central, foi funcionário

de uma biblioteca e até re-

visor de nomes de túmulos

num cemitério, segundo a

sua biografia oficial. Em

1959, ganhou uma bolsa

de estudos e esteve algum

tempo na Europa, onde se

tornou doutor em Filosofia

e Letras pela Universidade

de Madrid. Em 1959, publi-

cou, o seu primeiro livro,

a colectânea de contos Os

chefes. Em 1964 regres-

sou ao Peru, no entanto,

continuou a passar lar-

gos períodos de tempo em

vários países como Cuba,

Grécia, França, Inglaterra

e Espanha.

Em 1990, candidatou-

se à presidência do Peru

pelo partido de direita

Frente Democrática-Fre-

demo, mas foi derrotado

por Alberto Fujimori. A sua

experiência na campanha

foi relatada no livro de

memórias Peixe na água,

lançado em 1993, ano em

que se tornaria oficialmen-

te cidadão espanhol. Em

1994, recebeu o Prémio

Cervantes, o mais impor-

tante atribuído à literatu-

ra em língua espanhola.

Actualmente é professor

convidado na universida-

de de Princeton, em Nova

Iorque.

Para além de autobio-

gráficos, os seus livros

são marcados por ques-

tões políticas da América

Latina, por críticas a líde-

res como Fidel Castro, de

quem já foi próximo, Álva-

ro Uribe,Hugo Chavez e

até Lula da Silva. Os dois

últimos são visados no seu

livro mais recente, Sabres

e Utopias, um conjunto de

artigos sobre política, di-

reitos humanos, história e

literatura.

Este é o sexto Nobel

atribuído a um escritor

latino-americano e , de

acordo com a Academia

Sueca, a escolha ficou a

dever-se à “cartografia das

estruturas do poder e afia-

das imagens de resistên-

cia, rebelião e derrota do

indivíduo” que aparecem

na obra de Llosa. Aprovei-

temos, então, para ler, ou

reler, as suas obras, por

exemplo, Pantaleão e as

Visitadoras, Conversa na

Catedral, Os Cadernos de

D. Rigoberto ou Travessu-

ras da Menina Má, onde

todas as qualidades ine-

gáveis da escrita do autor

estão presentes.

Professora Luísa Rocha

NOBEL DA LITERATURA 2010

VARGAS LLOSA

NA PISTA DOS CLÁSSICOS

Em 1994, recebeu o Prémio Cer-vantes, o mais importante atribuído à literatura em língua espanhola.

John William Waterhouse, Decameron

ANO 5 - Nº 15TOQUE DE SAÍDA

OLHAR CIRCUNDANTE12

A banda chama-se Out Beat Come Wave,

é um projecto musical da Benedita, de música

Experimental / Spoken Word / Trip Hop.

Nasceram da coincidência, cimentaram

ideias, criaram conceitos e desenvolvem mú-

sica com alguma poesia e a um ritmo muito

slow. Tentam divulgar ideias, par-

tilhá-las, consciencializar pesso-

as. E eis que depois da confirma-

ção do concerto em Coimbra (Pop

Fresh), surge a notícia de que se

apresentarão, em Novembro, em

Aveiro, no Mercado Negro, asso-

ciação cultural que já recebeu os

Deolinda, Scout Niblett, Kimi Wat-

son e Legendary Tiger Man, entre

outros. Aliás, o palco onde os Out

Beat Come Wave irão actuar já

tem alguma história. Perante isto,

decidimos saber mais sobre o seu

projecto.

Quem são e como surgiram os

Out Beat Come Wave?

Joshua: Surgiram do acaso, do

imprevisto e da vontade, uma mis-

tura estranha, aliás como a sonori-

dade e os temas abordados.

Rivias: Os Out Beat Come Wave são um pro-

jecto essencialmente de partilha de ideais,

com um ideal revolucionário, transmitindo

calma pela sonoridade. Como sabemos que a

parte cénica é importante, englobámos um VJ,

e aos poucos o projecto vai-se construindo.

Os Out Beat partilham uma forma de ver as

coisas e querem alertar, consciencializar.

Como apresentariam o projecto a quem

nunca vos ouviu nem viu em palco?

Joshua: Bem, isso é complicado (risos). Nós

temos uma sonoridade muito variada, influ-

ências das mais díspares formas musicais e

dos mais variados músicos, e é difícil explicar.

Chego mesmo a pensar se será correcto apre-

sentar o projecto, falando sobre ele, porque

nunca vamos conseguir explicar verdadeira-

mente em que consiste.

Rivias: O melhor é aparecerem e verem.

Joshua: Depois, outro problema surge, é que

a poesia engloba-se na sonoridade, como se

fosse um instrumento – e não como uma vo-

calização.

Como conseguiram concertos em Coimbra,

e agora em Aveiro?

Rivias: Força de vontade e persis-

tência para combater a regionali-

dade. É difícil promover este tipo

de projecto, como outros, mais

criativos, quando os espaços têm

os seus segmentos de públicos.

Se fores do rock, é na boa, senão,

é mais difícil. Mas não temos tido

problemas com isso, a força e o

gosto pelo que fazemos é uma

motivação para todo o trabalho, e

quando conseguimos ir até Coim-

bra, Aveiro e outras cidades, isso

é a nossa compensação.

Até onde pretendem chegar com

este projecto?

Joshua: Dizem que qualquer ca-

minho leva a Roma. Sinceramen-

te, não sei, mas vamos andando

por aí, vivendo o presente.

Entrevista por Ricardo Jorge Anastácio,

ex-aluno do ECB

OUT BEAT COME WAVE

UM PROJECTO MUSICAL DA BENEDITA

O Rotary Club da Benedita organizou, pela

sétima vez, um evento de grande dimensão

denominado “Bango” e dedicado à música,

dança, escultura e fotografia, entre outras ar-

tes.

Este ano, o “Bango”

teve lugar junto à Casa

da Vila da Benedita, nos

dias 16 e 17 de Setembro.

Aí actuaram diversas ban-

das, tais como os “Ben”,

“Caldas Handsaw Mas-

sacre”, “Bolacha Maria”,

“Smooth Voltage”, “Ro-

ckspot”, “Xeques”, “Black

Strike”, “Lord´s” entre ou-

tras, num total de 20 ban-

das.

Apesar de todas se-

rem muito boas no que fa-

zem, na minha opinião, a

que mais se destacou foi

a “Caldas Handsaw Mas-

sacre”, por tocar instru-

mentos pouco utilizados

hoje em dia, tais como o

serrote musical e o contrabaixo. E, ao tocar

apenas temas de bandas sonoras de filmes e

séries como “Ficheiros Secretos”, “Bonanza”

e “Benny Hill”, esta banda provou ser única e

com bastante potencial.

Actuaram, também,

os grupos de dança “C4

Effect” e os “Slick Com-

pany”, entre outros. Hou-

ve animação de rua e ex-

posições de escultura, de

instrumentos musicais,

de artesanato e de foto-

grafia.

Enquanto participante

e espectador deste gran-

de evento, diria que se

lhe deve dar continuida-

de, pois eventos destes,

bem organizados e com

uma forte componen-

te artística, enriquecem

bastante uma vila como a

Benedita.

André Nogueira, 12º B

BANGO 2010 A FESTA DOS ESTUDANTES

DO ENSINO SECUNDÁRIO

ESTÁ DE VOLTA

O 8º Festival Secundário irá realizar-

se entre os dias 17 e 21 de Abril de 2011,

em Gouveia, um local mágico onde mi-

lhares de jovens passam 5 dias de pura

diversão.

Poderás experimentar sensações úni-

cas, participando em torneios, descarre-

gar adrenalina com os desportos de aven-

tura, desfrutar da natureza, divertires-te à

grande nos insufláveis gigantes, Aerotrim

e Air Bungee. Quando a hora for de re-

carregar baterias, poderás participar num

dos vários workshops ou não fazer nada,

deixando simplesmente o tempo passar

na companhia dos teus novos amigos! E

como o Festival não pára, poderás diver-

tir-te à noite, na Tenda Disco por onde

passarão Dj´s residentes e convidados e

vibrar com os concertos!

Ainda tens dúvidas? Não podes faltar!

Ana Marques, 12º B

ANO 5 - Nº 15 TOQUE DE SAÍDA

OLHAR CIRCUNDANTE 13

ENTREVISTA A ANTÓNIO LEANDRO

DE LÉS A LÉS EM DEFESA DAS SUAS DAMAS

António Leandro Lopes nasceu a 27 de

Agosto de 1932 no lugar do Taveiro. É casado

com Lúcia Ferreira dos Santos, pai de quatro

filhos e avô de quatro netos. Foi sapateiro du-

rante dezasseis anos, e dedicou trinta e cinco

anos da sua vida ao serviço dos CTT, como

carteiro. Actualmente reformado, tem-se dedi-

cado mais afincadamente ao jogo das damas

e participado em torneios por todo o país. O

Toque de Saída foi encontrá-lo no recato do

seu lar, com um tabuleiro de damas disposto

na mesa, rodeado por taças e

prémios de presença nos mui-

tos torneios em que participou.

Foi quase um homem dos

sete ofícios. Podia falar-nos

um pouco do seu percurso

profissional?

Sempre tive uma vida mui-

to preenchida: fui sapateiro

durante quase duas décadas

e carteiro durante 37 anos.

Em simultâneo tive um talho

para gerir, e para além disso o

matadouro também estava por

minha conta, ou seja, também

se matavam os animais e se

preparavam para serem ven-

didos. Ainda em paralelo tinha

uma agência de máquinas de

tricotar, que também me ocu-

pava bastante tempo. Mas de

facto sempre senti orgulho em

ser carteiro. Guardo algumas lembranças in-

teressantes, pois as pessoas tratavam-me

com muito carinho. Por exemplo, ainda me

lembro quando chegava a casa da família do

agora Cardeal Patriarca, D. José Policarpo,

para os lados de Alvorninha, e uma das suas

irmãs chamava a mãe a gritar «Ó mãe, vem

aí o nosso carteiro”. Este “nosso” mostrava o

quanto eu era bem-vindo. Este ofício também

me permitiu conhecer a população da Bene-

dita e arredores, pois cheguei a trabalhar nas

freguesias vizinhas.

O Toque de Saída tomou conhecimento

de que fez parte do grupo de fundadores do

ECB. Que recordações pode partilhar con-

nosco desse tempo?

Fui sócio fundador do Externato e acompa-

nhei o seu desenvolvimento. Lembro-me das

primeiras instalações serem num barracão do

Sr. António Serralheiro. O professor Gameiro

foi o primeiro a vir para cá trabalhar como Di-

rector Pedagógico. Como não havia dinheiro

para continuar, de tal forma que o Externato

só duraria um mês caso não tivéssemos tra-

balhado nele, numa das reuniões disse em

Assembleia que tinha uma proposta a fazer,

pois o Externato não podia morrer. A verdade

é que nessa reunião tínhamos de averiguar se

o sonho do ECB ia para a frente ou se acaba-

va ali. A proposta consistia em angariar fundos

junto da população beneditense. Fomos casa

a casa, eu e o Sr. José Guerra, para anga-

riar sócios, tendo cada um de contribuir com

500 escudos. Nós convencíamos as pessoas

a aderirem, explicando-lhes quais as vanta-

gens, uma das quais era a de que os seus

filhos não precisavam de pagar quotas se os

pais fossem sócios. A primeira pessoa a ser

sócia entrou com 5.000$00, que na altura era

muito dinheiro. Foi assim que se conseguiu

saldar as dívidas e ainda ficar com uns dinhei-

ros em caixa para o ano lectivo seguinte. Este

período coincidiu com a entrada do Dr. Sapi-

nho como Director.

Que outras funções sociais desempe-

nhou?

Fui também sócio fundador dos Bombei-

ros Voluntários da Benedita e cheguei a ser

Secretário e Presidente da Direcção; fui só-

cio fundador do ABCD (o antigo ABDC), ten-

do permanecido na presidência durante oito

anos. Também fui secretário da Junta de Fre-

guesia da Benedita, durante um mandato, na

década de 80. Lembro-me que nesse mandato

inaugurámos a luz eléctrica em alguns lugares

e negociámos com a Câmara Municipal de Al-

cobaça a vinda da água para a Benedita. Não

foi nada fácil.

Fui ainda sócio fundador da Santa Casa

da Misericórdia, para a qual fiz dez anos de

voluntariado. Há uns anos, fui fundador e di-

namizador do Grupo 32 que reunia todas as

pessoas que nasceram nesse ano.

Então e quando é que começou a jogar

damas?

Comecei muito novo. Na escola primária

era eu que fazia as peças e os tabuleiros, com

materiais caseiros. Cortava o pau da vassou-

ra às rodelas, pintava-as e fazia as peças as-

sim. Gostava tanto de jogar que a professo-

ra me proibiu de jogar durante a semana, de

tal maneira que apenas aos fins-de-semana

é que jogava com os meus colegas. Conheci

o Dr. Armindo da Silva Loureiro nessa altura

e foi ele o meu mestre de damas e também

de xadrez. Fui crescendo e jogando em tor-

neios na Benedita e nos arredores, e depois

para mais longe. O primeiro foi na casa do

Sr. António do Carmo, há cerca de quaren-

ta e sete anos. Comecei por

ganhar os primeiros lugares.

Depois federei-me (na Fede-

ração Portuguesa de Damas)

e comecei a pagar uma quota

e a participar em torneios por

todo o país, de Faro a Mon-

ção, Madeira e Açores. Já jo-

guei praticamente com todas

as equipas portuguesas. Jo-

guei durante seis anos pelo

S. João da Madeira e actual-

mente pelos Dragões Futebol

Clube do Porto, de Leiria. Fui

campeão de damas dos CTT/

TLP onze vezes, o que equi-

vale a vinte e dois anos, por-

que os torneios são bienais.

Hoje corro o país de lés a lés,

de tal modo que até às ilhas

já fui jogar. Posso acrescen-

tar que me tornei uma pessoa

mais rica, principalmente pe-

los amigos que fiz em todos os lugares por

onde passei.

Sabemos que foi homenageado algumas

vezes, uma delas pelo Rotary Club da Be-

nedita.

Fui homenageado recentemente pela Inatel

pelos bons serviços do jogo de damas, porque

a minha equipa de Leiria foi campeã duran-

te quatro anos. Jogávamos em grupo, éramos

quatro jogadores na mesma equipa. Em 2005

fui homenageado pelos Rotários da Benedita

pelo préstimo dos bons serviços e reconheci-

mento profissional enquanto carteiro. É com

grande satisfação que falo destas homena-

gens.

Lembra-se de alguma situação que te-

nha vivido nos torneios em que participou

e que queira partilhar connosco?

Lembro-me da minha equipa ter ido à Ma-

deira e ser recebida pelo Dr. Alberto João Jar-

dim na sua quinta. Foi engraçado o convívio e

as palavras de estímulo e incentivo que guar-

do dele. Também guardo boas recordações

quando fazia simultâneas: cheguei a jogar

com vinte pessoas ao mesmo tempo.

(contínua na página14)

ANO 5 - Nº 15TOQUE DE SAÍDA

OLHAR CIRCUNDANTE14

Como género musical, o reggae é um dos

mais apreciados, inicialmente nos países an-

glo-saxónicos, mas pouco a pouco estenden-

do a sua influência a todo o mundo. Desen-

volveu-se na Jamaica, no final dos anos 60, a

partir de dois estilos musicais, o ska e o rocks-

teady, mas fortemente influenciado por outros

géneros como o jazz, o r&b e pelos ritmos afri-

canos. Nos anos 70, a sua popularidade au-

mentou devido a artistas como Bob Marley &

the Wailers, Eric Clapton – com a sua versão

da canção de Bob Marley, “I shot de sheriff”,

número 1 nos Estados Unidos em 1974 – e ao

fundador da editora discográfica Island Recor-

ds, Chris Blackwell, que promoveu a música

jamaicana em larga escala. A influência do re-

ggae é vasta, nomeadamente na música punk

da segunda metade dos anos 70.

Harmonicamente, a música é muito simples

e com estruturas repetitivas, o que gera um

efeito hipnótico, tendo a guitarra baixo um pa-

pel predominante. As líricas abordam temas

de crítica social, conciência política, relacio-

namento amoroso, temas religiosos (já que

muitos dos mais famosos músicos de reggae

praticam ou praticaram o rastafarianismo,

uma religião muito comum nos jamaicanos

descendentes de africanos) e mesmo o uso

de drogas como a marijuana, já que pensam

que esta droga os coloca mais próximos de

Jah (Deus).

O reggae tem vários subgéneros em que

se destacam o chamado roots reggae e o dub,

este de grande influência em muitas correntes

musicais actuais. A figura mais conhecida da

música reggae é sem dúvida Bob Marley, ali-

ás justamente, devido à grande qualidade de

toda a sua obra. Outras figuras de grande im-

portância são Lee “Scratch” Perry, King Tubby,

Burning Spear, Peter Tosh, Jimmy Cliff, Max

Romeo e grupos como os Abyssinians, Culture

e os Mighty Diamonds e muitos outros.

Quanto a obras musicais que atingem a ex-

celência, existem várias, mas a banda sono-

ra do filme de 1972, The Harder They Come,

com Jimmy Cliff e outros artistas, é conside-

rada por alguns o melhor álbum de reggae de

sempre, enquanto outros preferem Exodus,

de Bob Marley & The Wailers, de 1977, eleito

pela Time Magazine como o melhor álbum do

século XX. Mas qualquer dos álbuns lançados

por Bob Marley entre 1973 (Catch a Fire) e

1980 (Uprising), estará certamente entre os

melhores.

Discos recomendados:

The Harder They Come Soundtrack(1972)

featuring Jimmy Cliff

Bob Marley & The Wailers (todos entre

1973 e 1980)

Augustus Pablo-King Tubbys Meets the Ro-

ckers Uptown (1976).

Boas audições!

Professor Francisco Franco

BOB MARLEY“ONE GOOD THING ABOUT MUSIC, WHEN IT HITS YOU FEEL NO PAIN”

As muitas coisas que não

podem acontecer e, no en-

tanto, acontecem, informam-

nos da fragilidade do mundo

que somos e vamos cons-

truindo.

É um mundo de equilí-

brios delicados e de muito

betão grosseiro, comandado

por redes informáticas que

colapsam porque um meteo-

rito qualquer rasou um qual-

quer satélite, ou a energia

eléctrica se foi abaixo por

razões obscuras. Somos tão

complexos nuns assuntos,

como rudimentares noutros,

e caminhamos no fio da na-

valha com a leveza de quem

não sabe, com rigor, o que

faz, ou não mede a extensão

da consequência dos seus

actos.

O que não pode aconte-

cer, e no entanto acontece,

mostra-nos a exacta distân-

cia de um mundo conceptual,

feito de ideias magníficas, de

pensamentos organizados e

grandiosos, e um mundo real

atamancado. Como é possí-

vel?

O mundo real, ao contrá-

rio do mundo conceptual,

não é um mundo de autor.

Não tem um princípio, um

meio, e um fim, não ocorre

em sequências lógicas, não

possui estrutura narrativa e

nem sequer possui uma di-

reccionalidade certa. É um

sítio estranho, mesmo que

familiar, feito de paragens e

arranques bruscos, de evolu-

ções e voltinhas para distrair,

de desvios tortuosos e negó-

cios indizíveis. Mais parece

uma manta de retalhos mal

amanhada. O mundo real é

um mundo de construção,

desconstrução, criação e de-

cadência permanente. Um

mundo que permite todas as

desarrumações e desorgani-

zações, mesmo as que não

conseguimos imaginar.

As muitas coisas que não

podiam acontecer, e no en-

tanto acontecem, como o

facto de que muitos morrem

de fome ou de frio, por falta

de assistência em situações

extremas ou por mero de-

sinteresse dos que estão à

volta, servem para que todos

os outros percebam a debi-

lidade orgânica das nossas

estruturas. E mostram-nos

a necessidade de ganhar-

mos distância emocional que

permita a não transformação

dos dias em exercícios ca-

tárticos, entre a indignação,

a revolta e a esperança, to-

das tão inconsequentes e

sistemáticas.

As muitas coisas que não

podem acontecer e aconte-

cem estão aí todos os dias a

lembrar-nos a nossa real di-

mensão, que é MINÚSCULA.

Zaira, funcionária administrativa

O MUNDO REAL E O IRREAL ENTREVISTA A ANTÓNIO LEANDRO

(Continuação da página 13)

A prática de damas está muito enraiza-da na Benedita actualmente, ou não?

Esteve sempre, mas as pessoas desistem facilmente se não ganham. Por outro lado, as pessoas não gostam de torneios e de coisas oficiais, preferindo jogar nos centros recre-ativos e nos clubes das terras, sem quais-quer compromissos. Os mais novos, alguns jogam, mas federados há muito poucos. Ac-tualmente jogo também online. É uma manei-ra de me entreter, ao mesmo tempo que me permite relacionar com jogadores de damas de outros pontos do mundo e desenvolver conhecimentos de informática.

Nunca pensou em ensinar os jovens ou em criar um clube juvenil?

Já, mas são sempre tantas coisas para fa-zer que não tenho tido tempo. A directora da Universidade Sénior convidou-me para ensi-nar os alunos; podia criar um clube, mas ain-da não dei resposta. Estou à espera que mu-dem de instalações e, se puder, vou aceitar o pedido. Por outro lado, estou interessado em criar uma equipa e gostava de ensinar outras pessoas, nomeadamente a camada juvenil, porque jogar damas é um passatempo agra-dável. E para fugir do stress é recomendável.

Entrevista pelos prof. Clara Peralta e Valter Boita

ANO 5 - Nº 15 TOQUE DE SAÍDA

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 15

Pensamos que seja do en-

tendimento geral que as TIC

facilitam o acesso ao conhe-

cimento, que os alunos as do-

minam melhor que a maioria

dos professores e as manipu-

lam com mais destreza que a

maioria dos pais.

No entanto, na elaboração

dos trabalhos, a generalidade

dos alunos tende a conformar-

se em descobrir as páginas

Web que abordam o tema, a

seleccionar tudo, copiar, co-

lar, editar (fazendo pequenas

formatações de texto) e a im-

primir. Isto sem fazer qualquer

interpretação, avaliação, se-

lecção, reflexão sobre o seu

conteúdo e sem fazer referên-

cias aos sites que foram con-

sultados, para que os profes-

sores julguem que o trabalho

foi elaborado por eles, como

se se apropriassem da infor-

mação. Ora, se o professor

quiser descobrir as páginas de

onde foi retirado o conteúdo

do trabalho, só tem de retirar

uma frase, do mesmo, e fazer

uma pesquisa. Existem alguns

softwares que ajudam os pro-

fessores nesta tarefa.

Fazer referência às fontes

consultadas contribui para a

valorização do trabalho apre-

sentado, uma vez que os pro-

fessores ficam a saber mais

sobre o esforço de pesquisa,

poderão avaliar a capacidade

de análise e de resumo dos

alunos, devendo-se ter o cui-

dado de utilizar bibliografia de

autores de referência, senão

corre-se o risco da informa-

ção recolhida não se encontrar

correcta. Ao encontrar-se uma

frase de que se gosta, pode-se

inseri-la no trabalho mas deve-

se referir o(s) seu(s) autor(es),

porque um dia também se nos

tornarmos autores de referên-

cia também vamos querer que

tal aconteça.

Na nossa opinião, é ne-

cessário sensibilizar os alu-

nos para a importância de re-

ferirem as fontes e valorizar

mais o esforço que fizeram

na análise dos vários conte-

údos encontrados, compa-

rando, analisando, seleccio-

nando e transformando, e na

reflexão que fizeram sobre os

mesmos. Desvalorizando, por

outro lado, um pouco a capa-

cidade dos alunos em utilizar

as TIC, já que o trabalho pode

estar com boa apresentação,

o que por vezes também exige

tempo e empenho aos alunos

que cometem alguns exage-

ros, mas pode não responder

ao pretendido. Uma solução

passará por os professores

colocarem algumas limitações

em termos de formatação dos

trabalhos.

Professores Alexandre Lourenço e

Samuel Branco

O copy/paste é uma técnica muito utilizada em trabalhos escolares, com o objectivo de entregar o tra-

balho, para não ter zero. Na minha opinião, essa é a única vantagem, pois fazendo copy/paste nunca se vai aprender nada sobre o tema em estudo e, ao mesmo tempo, estão a violar-se os direitos de autor da pessoa que fez o trabalho.

Rafael Santos, 9ºA

Na minha opi-nião, as pessoas não deviam fa-zer copy/paste. A não ser que fizessem um re-sumo do copy/

paste, porque dessa maneira, por exemplo nós (adolescen-tes), aprendíamos alguma coi-sa. Isto é, se um professor nos mandasse fazer um trabalho, o objectivo seria que nós apren-dêssemos a matéria que nele constasse, não era ir a um site e fazer copy/paste sem apren-dermos nada.

Vanessa Ferreira, 9ºB

ALUNOS NA ERA DIGITALCOPIAR/COLAR

Hoje em dia, a maior

parte dos adolescentes

utiliza o copy/paste. Não lhes apetece

fazer um trabalho, então vão à internet,

pesquisam sobre o tema, copiam um

texto qualquer e colam-no no Word, sem

verificarem se a linguagem está correc-

ta, sem verem se tem erros e sem se-

quer o lerem. Entregam-no ao professor

exactamente como foi tirado da internet

e acabam por ter má nota, porque todos

os professores percebem quando um

trabalho é copiado e colado, ou quando

tem a pesquisa e a informação tratada.

Na minha opinião, o copy/paste é um

acto de preguiça por parte dos alunos,

acho que não custa nada ler o trabalho

para verificar a linguagem e os erros,

para, pelo menos, terem melhor nota,

porque um trabalho sem erros, bem

apresentado e com um linguagem cor-

recta é logo meio caminho andado.

Por isso, quando estiveres a fazer

copy/paste, pensa que deves pelo me-

nos ler o teu texto e emendar tudo o que

é necessário, para teres uma boa ava-

liação.

Maria Almeida, 9ºB

Na medicina actual, as vaci-

nas, sobretudo como forma de

prevenção, são um dos métodos

mais utilizados no tratamento das

mais diversas doenças. A primeira

vacina descoberta terá sido a va-

cina contra a varíola.

Até ao final do século XVIII, a

varíola constituía uma das doen-

ças transmissíveis mais temidas

no mundo, responsável pela per-

da de milhões de vidas humanas.

Os povos orientais usavam uma

técnica de tratamento ancestral

chamada variolização que, numa

das suas formas, consistia na ino-

culação de material recolhido de

feridas de um indivíduo doente

na pele de um indivíduo saudá-

vel. Contudo, esta doença ainda

se manifestava através dos seus

sintomas habituais.

O médico Edward Jenner revo-

lucionou o método de prevenção

da varíola. Investigou uma cren-

ça, comum entre os camponeses,

de que os trabalhadores que lida-

vam com vacas contraíam varíola

bovina, doença mais benigna do

que a varíola humana. Estas pes-

soas, quando expostas posterior-

mente à varíola humana, apenas

revelavam sintomas ténues da do-

ença. Portanto, os indivíduos pre-

viamente infectados pela doença

bovina ficavam mais protegidos

da varíola humana.

Este médico, em Maio de 1796,

realizou uma experiência muito

importante para a descoberta do

modo de funcionamento das vaci-

nas: retirou o líquido proveniente

de uma ferida da mão de uma mu-

lher infectada com varíola bovina

e inoculou-o na pele do braço de

um menino de 8 anos. O menino

ficou com sintomas benignos de

varíola mas, ao ser posteriormen-

te inoculado com vírus da varíola

humana, não desenvolveu a doen-

ça. Ficou então assim descoberta

a primeira vacina antivariólica.

A varíola foi a primeira doen-

ça infecciosa extinta pela vacina-

ção preventiva. O termo «vacina»

foi usado para designar qualquer

substância capaz de conferir imu-

nidade (protecção) contra deter-

minada doença, e provém do ter-

mo latino vaccinia, que significa

«derivado da vaca».

Depois desta, muitas outras

vacinas se lhe seguiram, sendo

hoje em dia um dos meios de pre-

venção mais utilizados.

Elsa Neves, 9º B

A PRIMEIRA VACINA

ANO 5 - Nº 15TOQUE DE SAÍDA

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE16

O cancro consis-te numa mutação no genoma das células somáticas, o que pro-voca a divisão des-controlada das células afectadas, formando novas células sem que o organismo necessite delas. Com isto dá-se

a formação de um tumor. Este pode ser benigno (atinge um determinado tamanho e pára de cres-cer) ou maligno (em crescimento contínuo).

As mutações são modificações ou alterações bruscas de genes (mutação génica) ou de cromos-somas (mutação cromossómica), que podem pro-vocar mudanças no metabolismo de uma célula ou uma variação hereditária. Estas mutações ocorrem devido a erros na divisão das células, ou devido à exposição a raios cósmicos, minerais radioactivos e algumas substâncias químicas.

Normalmente, as células dos tumores malignos invadem os órgãos circundantes e podem libertar-se para o sistema circulatório (linfático e sanguí-neo) e assim espalhar a doença por todo o orga-nismo.

Os tratamentos dependem do estado da doen-ça, da idade do doente e do seu estado geral de saúde. Basicamente, existem, actualmente, dois tipos de terapias: terapia local, que remove as cé-lulas de um determinado local (cirurgia e radiote-rapia) e terapia sistémica que, através da corrente sanguínea, destrói ou reduz a velocidade de cres-cimento do cancro em todo o corpo (terapia hor-monal, biológica e quimioterapia).

Apresentam-se alguns dos efeitos secundários dos tratamentos na tabela ao lado.

Cada vez se sabe mais sobre o cancro, esta doença mortífera: as suas causas e como progri-de. Actualmente, estão a ser estudadas novas e melhores formas de a prevenir, detectar e tratar.

Bibliografia

http://biohelp.blogs.sapo.pt/2939.html

http://www.roche.pt/sites-tematicos/infocancro/index.cfm/nocoes

SILVA, João Carlos; RIBEIRO, Elsa; OLIVEIRA, Óscar; DESAFIOS –

Vol.1, Ensino Secundário, 11ºAno de escolaridade; 2009; 1º Edição,

Edições ASA; pág. 57.

Daniela Pinto, 11ºB

O QUE É O CANCRO?TRATAMENTOS

Cirurgia: o cirurgião remove o tumor e

alguns tecidos em volta.

Radioterapia: usam-se raios de eleva-

da energia para matar as células cance-

rosas.

Terapia hormonal: impede que as cé-

lulas do cancro tenham acesso às hormo-

nas de que necessitam para o seu cresci-

mento.

Terapia biológica: utiliza o próprio sis-

tema imunitário do doente para combater

o cancro.

Quimioterapia: utilização de fármacos

(injecções ou comprimidos) para matar as

células.

Transplante de células estaminais:

transplantes de células indiferenciadas

que permitem ao doente receber grandes

doses de quimioterapia ou radiações que

destroem as células cancerosas e as vizi-

nhas. Estas são “repostas” por novas cé-

lulas estaminais.

EFEITOS SECUNDÁRIOS

Cansaço e fraqueza.

Náuseas, vómitos, diarreia, vermelhi-

dão, pele seca e queda de cabelo e pêlos.

Aumento de peso e afrontamentos.

Dor de cabeça, fadiga, secura vaginal e

menstruação irregular, nas mulheres; nos

homens, perda de desejo sexual, cresci-

mento das mamas e impotência.

Erupção cutânea, sintomas gripais (fe-

bre, arrepios, dores musculares), altera-

ção da tensão arterial, problemas respira-

tórios e cardíacos.

Hematomas, infecções, queda de ca-

belo e pêlo, falta de apetite, feridas na

boca, náuseas, vómitos, diarreia; afecta a

fertilidade, enfraquece o coração e pode

causar cancros secundários (leucemia).

Infecções, perdas de sangue. Quando

o organismo rejeita as células estaminais,

pode ser fatal.

HPV CANCRO DO COLO DO ÚTERO

Quando fui pela primeira vez ao hospital para levar a vaci-na contra o cancro do colo do útero, fiquei muito curiosa em saber mais acerca da doença.

Então a enfermeira disse-me que o cancro do colo do útero é um tumor maligno dos tecidos, que afecta principalmente dois locais - o colo do útero e o endométrio (revestimento do útero). Em casos raros, o músculo uterino é afectado por um tipo de cancro conhecido como leiomiossarcoma.

De seguida, a enfermeira pegou numa seringa com a vaci-na do HPV (Vírus do Papiloma Humano) esfregou o meu braço

com álcool e introduziu a agulha na parte superior do braço, injectando a vacina. Deste modo, a probabilidade de eu ter o cancro do colo do útero diminui!

Georgeta, 8ºG

CHUVA DE LAMANo mês de Agosto, deu-se alguma precipitação, mas não uma precipitação habitual:

“choveu lama” (como dizem as pessoas), e os carros ficaram todos sujos e as estradas

também.

Porém, o que choveu não era realmente lama, foram sim resíduos poluentes que

se precipitaram da atmosfera, entre eles ácido sulfúrico e nítrico. E tudo ficou sujo, o

que na chuva normal não acontece. Estas chuvas designam-se chuvas ácidas e são

uma das consequências da forma desregrada como continuamos a poluir e a degradar

o ambiente.

É importante que mais uma vez este assunto nos toque: Não poluamos o ambiente!

É importante para vós, para mim, é importante para todos.

Inês Couto, 8ºF

Enigma das idades

As idades são 20 e 15 anos.

Enigma dos triângulos

Podem ser formados 242 triângulos distintos.

Enigma do dinheiro

Quando o homem entrou na primeira loja, tinha 14 euros.

Enigma da escada rolante

São visíveis 42 degraus.

Enigma das garrafas de vinho

Havia 24 garrafas.

SOLUÇÕES

ANO 5 - Nº 15 TOQUE DE SAÍDA

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 17

(Continuação da página 1)

CIENTISTAS POR UMA SEMANAQual não foi a nossa satisfa-

ção quando, nos finais de Julho, passado o stress dos exames, recebemos a maravilhosa noticia de que a nossa candidatura tinha sido aceite!

Assim que se aproximava a data, em finais de Agosto, as ex-pectativas começavam a aumen-tar. Estávamos completamente em êxtase e, para juntar ao resto, iríamos ficar todos juntos a dormir num quartel!

Na noite em que chegámos ao quartel, de repente começou a to-car uma corneta e mandaram-nos encostar à parede. Ficámos um pouco assustadas, fazer flexões às dez da noite depois de uma viagem de duas horas não era propriamente o que desejávamos, no entanto não foi isso que acon-teceu, foi-nos dito que seríamos acordadas por uma sirene todos os dias, e fomos informadas acer-ca das regras do alojamento.

No dia seguinte, depois de to-das acordarmos sobressaltadas com a sirene que tocava extrema-mente alto (mas que acabou por

ser motivo de saudades no final da semana), tomámos o pequeno-almoço com os outros “soldados” e partimos para a Faculdade de Medicina Dentária. Aí, fomos dis-tribuídos por grupos de trabalho, grupos que iriam para diferentes sítios, entre os quais a Faculda-de de Medicina, a Faculdade de Medicina Dentária, o IPATIMUP e o IMBC. Eu tive a oportunidade de ficar num dos melhores insti-tutos portugueses, o IPATIMUP, e o meu projecto tinha como título “Quem é o pai? Um teste de pa-ternidade”.

No instituto senti-me uma ver-dadeira cientista. A mim e ao meu grupo foi-nos dada completa liber-dade e fizeram-nos sentir parte da casa. Conhecemos a Cláudia Moreira, que foi quem nos acom-panhou durante todo o processo e a quem devemos um grande agradecimento por nos ter feito conhecer tanto sobre o mundo da genética.

À noite, depois de cada dia de trabalho, regressávamos ao alo-jamento, onde éramos repartidos

por várias actividades, desde ir à praia à noite, ao centro comercial, ao bowling, ou ao karaoke. Tive-mos noites cheias de diversão.

Entre saídas à noite, sirenes a tocar, testes de paternidade, au-las de genética, entrevistas para a TVI, gargalhadas, novos ami-gos, novas experiências, a se-mana passou a correr e, quando demos por nós, era o último dia e tínhamos de apresentar o projec-to que resumia o que fizéramos e aprendêramos naquela semana. O stress para a apresentação era muito, mas o pior foram as des-pedidas. Entre abraços, centenas de fotografias e muitas lágrimas, tivemos de nos despedir dos nos-sos novos amigos, alguns de tão longe que, provavelmente, nunca nos reencontraremos.

Hoje, posso dizer que cada cêntimo que pagámos por aquela semana valeu a pena. Tivemos a oportunidade de conhecer cien-tistas; de visitar a Faculdade de Medicina e o Museu de Anatomia, onde pudemos ver parte de uma operação; de usar microscópios,

daqueles que só os cientistas usam; de trabalhar com pessoas que fazem parte do mundo da Ci-ência. E para juntar a tudo isto, tivemos a oportunidade de co-nhecer pessoas maravilhosas, da nossa idade, que têm os mesmos sonhos que nós.

Por isso, se estás no 10º ou no 11º ano, informa-te com o teu pro-fessor, ou vai ao site da Univer-sidade Júnior, escolhe uma área de interesse para ti e participa, mesmo que não sejas um aluno brilhante, tenta sempre! Porque não te vais arrepender daquela semana, e pode ser que te ajude a decidir o que queres seguir no futuro.

E para finalizar, como foi dito pelo reitor da Universidade do Porto, “uma resposta nunca me-rece uma vénia, apenas uma per-gunta”, pois abre portas a tantas outras perguntas, e é disso que a ciência é feita.

Maria Vicente, 12º B

Uma pequena placa ergue-se sobre a mul-tidão do “aeropuerto”: OIAB. Recebidos por entre olhares expectantes, depois dos con-trolos fronteiriços fomos encaminhados para o exterior do aeroporto e apresentados a uma Lima saída de um qualquer filme dos anos 80: carros antigos, uma nuvem escura pairando sob os Andes e dezenas de anúncios entre néons e cartazes pendurados, cenário típico de um povo que anseia deixar de estar em de-senvolvimento.

No hotel aguardava-nos uma recepção calorosa, e ainda não havíamos largado a bagagem, já tínhamos de discernir quantos beijinhos dar àqueles que seriam os nossos adversários. Nessa mesma noite, a caminho de um jantar que o sono e o cansaço nos pri-varam de saborear devidamente, a língua por-tuguesa ouviu-se de uma boca que não tinha

nascido em território luso: Hugo Mobarec, boliviano, falava-nos do seu país, mostrando, simultanea-mente, conhecer a nossa cultura.

A cerimónia inaugu-ral foi outro ponto alto da viagem. Vimos desfilar Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, Cuba, Espanha, México, Peru e “o país que pela primeira vez participa nestas Olim-píadas”. Soa suave “Uma casa Portuguesa”, nós cantávamos com Amália.

D-i-a-b-ó-l-i-c-a-s. Foi este o adjectivo que seleccionámos para caracterizar as duas pro-vas (uma teórica, outra prática) sobre Biolo-gia que em nada nos parecia a Biologia que conhecíamos; porém, não deixaram de ser divertidos os momentos passados a dissecar insectos, a incubar ouriços-do-mar ou a criar rosas dentro de um tubo de ensaio. Apesar do nervosismo que atingia os participantes, jamais a febre da competição afectou as re-lações humanas que, dia após dia, se foram construindo a toque de frango e muito arroz.

A Liane fez anos no Peru. A Liane ouviu serenatas de toda a América Latina. À Liane foram puxadas as orelhas pelos espanhóis, dezoito vezes vezes dois, porque é tradição lá na terra de Cervantes. Depois, a Liane dan-çou, e todos dançaram com ela.

Foi então que as caras e as bandeiras se foram unindo num efeito dégradé, assim como os idiomas : se, inicialmente, notávamos pou-co esforço em falar português, pouco depois a curiosidade foi-se tornando mais expressiva e, entretanto, muitas expressões de portunhol eram proferidas com convicção: o Diego espa-nhol já dizia pórtugués (acompanhando o ter-mo com uma careta esquisita), os chilenos até “amavam a Portugal” (ensaiando o seu sota-que antes de nos apresentarem as suas novas aquisições linguísticas).

Por fim, o princípio…Ansiedade. Um voo interminável entre a

nossa actual realidade e a promessa de uma viagem incrível. Suposições construíam-se sobre expectativas. No bilhete de ida: “Início das Olimpíadas Iberoamericanas de Biologia”.

Mas a maior expectativa remonta à con-fiança que, ainda antes do princípio, foi em nós depositada pelo Dr. José Matos, vice-presidente da Ordem de Biólogos, ao escolher o Externato Cooperativo da Benedita para vi-ver tal experiência, e pela própria escola que, por meio da Dr.ª Paula Castelhano (que nos acompanhou nesta aventura), nos concedeu tamanha oportunidade.

E porque sem o Dr. José Matos as Olim-píadas de Biologia seriam impossíveis para Portugal, para ele vai o nosso maior agrade-cimento.

Ana Luísa, Filipa Serrazina,

Liane Canas, Paulo Baptista, 12º B e C

CRÓNICA DE UMA VIAGEM AO PERU

ANO 5 - Nº 15TOQUE DE SAÍDA

MENTE SÃ EM CORPO SÃO18

CORTA-MATO ESCOLARRealizou-se no passa-

do dia 19 de Outubro mais

uma edição do Corta-Mato

escolar, reunindo este ano o

maior número de participan-

tes desde o início desta ac-

tividade – cerca de 317 alu-

nos. Organizada pelo Grupo

de Educação Física, coad-

juvado pela turma 12ºH do

Curso Tecnológico de Des-

porto, decorreu numa manhã

solarenga e bem-disposta.

O percurso, ligeiramente

alterado e afinado desde o

ano passado, tentava testar

as capacidades físicas mais

apuradas de cada aluno.

Este ano foi atribuído um

prémio à turma com mais

elementos a participar, sa-

grando-se vencedor o 8ºF.

Os 6 primeiros classificados

foram apurados para a Fase

Regional.

DESPORTO ESCOLAR

HORÁRIO 2010/2011

Modalidade Professores Responsáveis Horários dos treinos Local

Triatlo

Joel Machado (ciclismo, transições)

Liliana Gens (corrida)

João Simões (condição física)

Terça-feira: 17h00-19h15

Segunda-feira: 19h15-20h00

e Quinta-feira: 17h15-18h45

Quinta-feira: 18h00-20h15

Exterior (vários)

Exterior (vários)

Sala de dança

Andebol Tobias MarquêsSegunda-Feira: 14h-15h

Quarta-Feira: 14h-15hPavilhão Polidesportivo

Râguebi Rita PedrosaTerça-feira: 17h00-18h30

Sexta-feira: 14h15-15h00

Pavilhão Polidesportivo

ou Espaço Exterior

Patinagem Estela Santana

Segunda-feira: 14h00-14h45

Terça-feira: 14h00-14h45

Quinta-feira: 14h00-14h45

Pavilhão Polidesportivo

Xadrez José Cavadas Vários horáriosVários - Escolas do Agrupa-

mento

Badminton Ângela GensSegunda-feira: 14h-15h

Terça-feira: 16h45-18h20Pavilhão Gimnodesportivo

Ténis José VinagreTerça-feira: 16h45-18h20

Sexta-feira: 14h30-16h30PD ou Campo “pôr-do-sol”

Act. Rítm.

ExpressivasSoraia Ferreira Sexta-feira: 14h30-15h30 Sala de dança

VENCE 12º TORNEIO INTERNACIONAL

VIKTOR ULLYANOVSKYY

Realizou-se no dia 24 de Outubro, no

Centro Cénico da Cela, a 12ª edição do Tor-

neio Internacional da Cela. Uma organização

da Nova União das Colectividades do Con-

celho de Alcobaça e do Centro Cénico Cela.

Apoios: Câmara Municipal de Alcobaça, Jun-

ta de Freguesia da Cela, Associação Xadrez

Leiria, Externato Cooperativo da Benedita e

Academia Xadrez da Benedita.

Um torneio de 8 sessões com partidas de

20 minutos, em que participaram 82 jogado-

res e estiveram representados 14 clubes.

Os dois melhores jogadores do Concelho

de Alcobaça foram Francisco Cavadas, com

4,5 pontos, e Tomás Oliveira, com 3,5 pon-

tos, ambos da Academia Xadrez da Benedi-

ta.

Classificação dos jogadores da Academia

Xadrez Benedita

12º - Sandro Purificação - 5,5 pontos - Sénior

18º - Jorge Bastos - 5 pontos - Sénior

23º - Jorge Barrento - 5 pontos - Sénior

24º - André Belo - 5 pontos - Sénior

30º - Francisco Cavadas - 4,5 pontos - 1º - Sub14

39º - Mário Dores - 4 pontos - Sénior

53º - Tomás Oliveira - 3,5 ponto - 3º - Sub16

71º - Maria Inês Dores - 2,5 pontos - Veterana

73º - Constança Rodrigues - 2,5 pontos - Sub10

75º - Fábio Fernandes - 2,5 pontos - Sub18

77º - Miguel Primo - 2 pontos - Sub08

80º - Miguel Machado - 2 pontos - Sub 10.

Professor José Cavadas

CLASSIFICAÇÃOInfantis masculinos

1º - David Santos 7ºA

2º - Guilherme Pina 7ºB

3º - Ricardo Silva 7ºF

4º - David Agostinho 7ºI

5º - Leandro Gonzaga 7ºG

6º - José Galinha 7ºA

Iniciados masculinos

1º - Paulo Ramalho 9ºF

2º - Leonardo Couto 7ºH

3º - André Silva 7º

4º - João Alves 9ºC

5º - Tiago Constantino 8ºG

6º - Adriano Santos 8ºH

Infantis femininos

1º -Carolina Matos 7ºB

2º - Maria Pacheco 7ºG

3º - Maria Pires 7ºG

4º - Cátia Veríssimo 7ºI

5º - Laura Fialho 7ºC

6º - Elisa Pedro 7ºF

Iniciadas femininas

1º - Georgeta Munteanu 8ºG

2º - Juliana Leandro 9ºA

3º - Ana Margarida 9ºB

4º - Alice Vicente 9ºC

5º - Mariana Alves 9ºC

6º - Beatriz Lourenço 8ºA

Juvenis masculinos

1º - Joaquim Ferreira 11ºA

2º - Miguel Silva 10ºA

3º - Diogo Fialho 11ºD

4º - João Tiago 10ºB

5º - Rúben Santos 9ºE

6º - João Borralho 10ºH

Juniores masculinos

1º - Válter Lourenço

2º - Gonçalo Delgado

3º - Diogo Pires 11ºB

4º - João Rebelo 11ºC

5º - José Rebelo 11ºD

6º - Tiago Correia 11ºH

Juvenis femininas

1º - Rita Lopes 11ºC

2º- Catarina Marques 10ºB

3º - Maria Carvalho 11ºA

4º - Sónia Marques

5º - Sónia Cruz 9ºE

6º - Carolline da Silva 9ºH

Juniores femininas

1º - Daniela Ribeiro 11ºB

2º - Sofia Couto 11ºB

ENIGMASEnigma das idades

Eu tenho o dobro da idade

que tu tinhas quando eu tinha

a tua idade. Quando tu tive-

res a minha idade, a soma

das nossas idades será de

45 anos. Quais são as nos-

sas idades?

Enigma dos triângulos

E x i s t e m

n triângu-

los distin-

tos com os

vértices nos

pontos da fi-

gura. Qual é o valor de n?

Enigma do dinheiro

Um homem gastou tudo o

que tinha no bolso, em três

lojas. Em cada uma gastou 1

euro a mais do que a metade

do que tinha ao entrar. Quan-

to dinheiro tinha o homem ao

entrar na primeira loja?

Enigma da escada rolante

Deseja-se descobrir quan-

tos degraus são visíveis

numa escada rolante. Para

isso, foi feito o seguinte: duas

pessoas começaram a subir

a escada juntas, uma subin-

do um degrau de cada vez,

enquanto a outra subia dois.

Ao chegar ao topo, a primeira

contou 21 degraus, enquanto

a outra contou 28. Com esses

dados, foi possível responder

à questão. Quantos degraus

são visíveis na escada rolan-

te? (observação: a escada

está em movimento).

Enigma das garrafas de vi-

nho

Um comerciante compra

uma caixa de vinho francês

por 1000€ e vende-a pelo

mesmo preço, depois de re-

tirar 4 garrafas e aumentar o

preço da dúzia em 100€. En-

tão, qual é o número original

de garrafas de vinho na cai-

xa?

Enigmas seleccionados pelo

professor Acácio Castelhano

ANO 5 - Nº 15 TOQUE DE SAÍDA

MENTE SÃ EM CORPO SÃO 19

A obesidade é basicamente

um desequilíbrio entre as calorias

ingeridas e as que são gastas.

Quando se ingere mais energia

do que aquela de que realmente

se precisa, o organismo transfor-

ma-a em gordura de depósito, au-

mentando o peso corporal.

Para prevenir e combater a

obesidade, devemos consumir

alimentos pobres em calorias e

em gordura, ricos em fibras, com

baixo conteúdo em sódio (o só-

dio é o principal componente do

sal e responsável pela retenção

dos líquidos no nosso corpo, pro-

movendo o aumento do volume

e peso corporal) e alimentos que

produzam a sensação de sacie-

dade. Os alimentos a seguir re-

comendados satisfazem algumas

ou várias destas características.

O seu consumo com equilíbrio

e moderação pode contribuir de

forma significativa para evitar a

obesidade.

Aumentar:

Algas: as gomas e mucilagens

contidas nas algas são capazes

de reter até dez vezes o seu peso

em água. Isto fá-las aumentar de

volume no estômago, produzindo

assim a sensação de saciedade e

reduzindo o apetite.

Ananás: ingerido antes das

refeições, tanto o fruto como o

sumo reduzem o apetite. É ligei-

ramente diurético, sendo assim

um excelente complemento nos

regimes dietéticos.

Batata-doce: é uma boa fonte

de beta-caroteno e de hidratos de

carbono de fácil digestão. Produz

também sensação de saciedade

e reduz o apetite.

Brócolos: são pobres em açú-

car e calorias, e ricos em provi-

tamina A, vitamina C, minerais e

elementos fotoquímicos de acção

anti-cancerígena. Produzem uma

forte sensação de saciedade,

comparada com a quantidade de

calorias que possuem, pelo que

devem ser consumidos abundan-

temente.

Abóbora: proporciona poucas

calorias, gordura e sódio, forne-

cendo, no entanto, sais minerais

e vitaminas. Tem uma acção sua-

vizante do aparelho digestivo e é

alimento muito diurético.

Cerejas: produzem uma boa

sensação de saciedade e são

também depurativas e diuréticas.

Couve: todas as couves sa-

ciam, pelo seu elevado conteúdo

em fibra, e proporcionam muito

poucas calorias. Além disso, con-

têm elementos fotoquímicos que

protegem contra o cancro.

Pêssego: é uma das frutas

que produz maior sensação de

saciedade, reduzindo a sensação

de fome. Além disso, tem poucas

calorias e facilita a eliminação de

substâncias residuais de tipo áci-

do, que se produzem em caso de

obesidade.

Diminuir:

Gordura saturada: vem es-

sencialmente dos produtos de

origem animal (leite completo,

queijos, carnes, enchidos, etc.).

É uma gordura de reserva, está-

vel e pouco reactiva e, a não ser

que se faça exercício físico inten-

so, tende a depositar-se debaixo

da pele, entre os músculos e na

cavidade abdominal (gordura vis-

ceral).

Fritos: contêm uma certa

quantidade de óleo, o que forne-

ce muitas calorias. Por exemplo,

as batatas fritas proporcionam 5

a 7 vezes mais calorias do que as

cozidas.

Fonte:

Enciclopédia de Educação para a Saúde

– A Saúde pela Alimentação

Professor Miguel Fonseca

A OBESIDADE

O Jin Shin Jyutsu® Fisio-Fi-

losofia é uma arte ancestral de

harmonização da energia vital

do ser humano. Traz equilíbrio

às energias do Ser, o que des-

perta bem-estar, vitalidade,

dissolve o stress e estimula a

capacidade natural de regene-

ração.

A auto-aplicação é a origem

e a essência do Jin Shin Jyut-

su. Foi aplicando a si próprio

que Jiro Murai trouxe para o

século XX esta Arte, e que Mary Burmeister, após

anos de estudos e dedicação, desenvolveu o Jin

Shin Jyutsu tal como hoje se pratica. Praticá-lo é

uma viagem ao interior de cada um de nós, pois

desperta e aumenta a consciência de que temos

os meios para alcançar o equilíbrio: a respiração,

os dedos e as 26 “travas de segurança energética”.

Nas aulas e nos cursos aprende-se a história,

os princípios e a filosofia do JSJ e a localização e

significado das 26 “travas de segurança energéti-

ca”, à medida que se aplicam vários exercícios de

auto-ajuda. Para quem tem desarmonias devidas

ao stress e/ou questões de saúde, ou para quem

simplesmente deseja participar activamente na ma-

nutenção da sua saúde, harmonia e bem-estar, a

arte do Jin Shin Jyutsu é uma ferramenta podero-

sa, disponível para todos. No nosso país, há alguns

praticantes e facilitadores certificados por Jin Shin

Jyutsu Inc, dois dos quais aqui mesmo na Benedita.

Um praticante está certificado para aplicar Jin Shin

Jyutsu a outros; um facilitador está certificado para

facilitar auto-ajuda em cursos, aulas e workshops.

Com o Jin Shin Jyutsu, convidamos a nossa har-

monia natural a manifestar-se plenamente no nosso

Ser e na nossa vida. Porque não ser o seu próprio

testemunho? É o desafio que esta arte nos coloca.

Quer fazer um exercício simples?

Segure um dedo duma mão com os dedos da

outra mão. Expire. Inspire. Baixe os ombros. Sorria.

Continue a segurar o dedo, respirando e sorrindo,

até sentir um ritmo. Repare que o ritmo muda: pode

passar ao dedo seguinte.Simples, não é?

Para mais informações: http://bioluz.wordpress.

com, http://jinshinjyutsu.no.sapo.pt

Professora Ana Luísa Quitério

JIN SHIN JYUTSU

As Receitas da Isabel

CRUMBLE DE MAÇÃ

Ingredientes:

4 maçãs

3 colheres (sopa)

de vinho do Porto

1 colher (sobremesa)

de farinha maisena

200 g de farinha

100 g de açúcar

100 g de manteiga ou marga-

rina

1 colher (de sobremesa) de

canela em pó

50 g de amêndoa laminada

Açúcar em pó para polvilhar

Preparação:

Ligue o forno a 200 graus.

Junte, num recipiente de ir ao

forno, as maçãs aos pedaci-

nhos e o vinho do Porto. De

seguida, adicione a maise-

na e misture bem. Reserve.

Numa tigela, deite a farinha,

o açúcar e a canela e mistu-

re bem. Adicione a manteiga

cortada em pedaços peque-

nos e esfarele com a ponta

dos dedos, juntamente com

os restantes ingredientes, até

ficar com aspecto de areia.

Espalhe a mistura anterior so-

bre as maçãs, pressionando

ligeiramente com a palma da

mão. Polvilhe, então, com a

amêndoa laminada. Leve ao

forno e deixe cozer cerca de

20 minutos ou até a superfície

estar dourada. Retire, deixe

arrefecer um pouco e sirva

morno, polvilhado com açúcar

em pó.

Professora Isabel Neto

ANO 5 - Nº 15TOQUE DE SAÍDA

Depois da abertura, há cerca

de um ano, da Casa das Histó-

rias em Cascais, é agora altura

de Paula Rego mostrar “em sua

casa” a obra do marido, falecido

em 1988, vítima de esclerose

múltipla.

Os trabalhos do companhei-

ro de Paula Rego, apresenta-

dos nesta exposição retrospec-

tiva, são pinturas e desenhos

cheios de cor, luz e força. Victor

Willing, mesmo na fase final da

sua vida, pintou sempre com

grande expressividade. Estas

obras podem ser observadas

nas primeiras salas e na sala de

exposições temporárias do mu-

seu. Nas últimas salas, encon-

tramos um conjunto de traba-

lhos de Paula Rego realizados

nos anos 70 e que têm por base

histórias e contos tradicionais

portugueses. É a fase da obra

da artista em que a técnica de

colagem mais se evidencia.

Até 2 de Janeiro, visite esta

mostra que nos coloca em con-

tacto com obras que habitual-

mente não se encontram ex-

postas ao público, e constate o

valor internacional destes dois

pintores. No último ano, o traba-

lho de Paula Rego tem sido dis-

tinguido com galardões como o

de Personalidade Portuguesa

do Ano, atribuído pela Associa-

ção da Imprensa Estrangeira

em Portugal. E, no âmbito das

comemorações do aniversário

da rainha Isabel II, foi-lhe con-

ferido o título de Dama Oficial

da Ordem do Império Britâni-

co, pela sua contribuição para

as artes. É altura de o público

português também valorizar o

trabalho da artista que faz “bo-

necos”.

Professora Maria de Lurdes Goulão

”ELE ERA O PINTOR; EU FAÇO BONECOS”

PAULA REGO / VICTOR WILLING

Paula Rego, Os Intrusos

Victor Wiiling, Navigation

A ESCOLA É FIXE

No âmbito das Jornadas Euro-

peias do Património 2010, o Ins-

tituto de Gestão do Património

Arquitectónico e Arqueológico pro-

moveu o concurso de fotografia

“Um olhar sobre o Mosteiro”, tendo

como tema o Mosteiro de Alcoba-

ça. O evento decorreu no dia 24 de

Setembro, na Sala do Capítulo do

Mosteiro de Alcobaça.

O Júri avaliou as fotografias

apresentadas a concurso pelos

alunos das escolas do concelho de

Alcobaça nas categorias de escul-

tura, arquitectura interior, arquitec-

tura de exterior, arquitectura tumu-

lária e originalidade.

Joana Susano dos Santos, alu-

na do 12º D, foi a segunda classi-

ficada na categoria de Arquitectu-

ra Tumular, e a 3ª classificada na

categoria de Arquitectura Interior.

Margarida Mendes da Silva, aluna

do 11º A, obteve o 3º lugar na cate-

goria de Escultura.

Professora Deolinda Castelhano

ALUNAS GANHAM PRÉMIO

3º lugar arquitectura tumulária

3º lugar escultura

2º lugar arquitectura de interior